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Princípios de Cirurgia Oncológica

Wilson Luiz da Costa Junior


Alessandro Landskron Diniz
André Luís de Godoy
Héber Salvador de Castro Ribeiro
Igor de Correia Farias
Felipe José Fernández Coimbra
Departamento de Cirurgia Abdominal
Epidemiologia

2ª causa de óbito no mundo


Brasil – 572 mil casos novos
Papel da Cirurgia Oncológica
o 90% dos pacientes com Câncer
requerem cirurgia em algum momento
o Diagnóstico de tumores
o Tratamento de tumores sólidos
o Tratamento de complicações
Quais são as metas no tratamento do câncer ?

o Cura?
o Aumento de sobrevida?
o Qualidade de vida?
IDENTIFICAÇÃO DE NEOPLASIAS SÓLIDAS
história / exame físico

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
exames complementares

CONFIRMAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
biópsia

ESTADIAMENTO
TNM

TRATAMENTO CIRURGIA TRATAMENTO DE


MULTIMODAL PRIMÁRIA RECIDIVA OU
Neoadjuvância Curativa / Paliativa METÁSTASES
Adjuvância Cirurgia / QT / RT
Qt / Rt/ Imuno / Ht
Fatores de risco
Tabagismo Fatores dietéticos

Fatores
infecciosos:
Hepatite B e
Hepatocarcinoma
IDENTIFICAÇÃO DE NEOPLASIAS SÓLIDAS
história / exame físico

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
exames complementares

CONFIRMAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
biópsia

ESTADIAMENTO
TNM

TRATAMENTO CIRURGIA TRATAMENTO DE


MULTIMODAL PRIMÁRIA RECIDIVA OU
Neoadjuvância Curativa / Paliativa METÁSTASES
Adjuvância Cirurgia / QT / RT
Qt / Rt/ Imuno / Ht
Diagnóstico e estadiamento
Diagnóstico e estadiamento
 Vias de disseminação da doença

o Linfática
o Hematogênica
o Continuidade
o Contigüidade
o Implantes
Diagnóstico e estadiamento
 Vias de disseminação da doença

o Linfática
o Hematogênica
o Continuidade
o Contigüidade
o Implantes
IDENTIFICAÇÃO DE NEOPLASIAS SÓLIDAS
história / exame físico

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
exames complementares

CONFIRMAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
biópsia

ESTADIAMENTO
TNM

TRATAMENTO CIRURGIA TRATAMENTO DE


MULTIMODAL PRIMÁRIA RECIDIVA OU
Neoadjuvância Curativa / Paliativa METÁSTASES
Adjuvância Cirurgia / QT / RT
Qt / Rt/ Imuno / Ht
Tipos de Biópsia

o Excisional
o Incisional
o Biópsia por agulha (“Core biopsy”)
o Punção aspirativa por agulha fina

o Biópsia por congelação


Tipos de Biópsia

Incisional

o Retirada a “céu aberto” de um


fragmento de uma massa tumoral
Tipos de Biópsia

Excisional

o Retirada completa de um nódulo


o Não deve comprometer o planejamento
da cirurgia definitiva
Tipos de Biópsia

Punção com agulha grossa (Core biopsy)

o Ambulatorial
o Menor contaminação
Tipos de Biópsia

Punção com agulha fina

o Diagnóstico citológico
o Nódulos tireoideanos, cistos mamários
o Eco-Endoscopia
Tipos de Biópsia

Problemas!!!!!!!!

 Falta de planejamento...
IDENTIFICAÇÃO DE NEOPLASIAS SÓLIDAS
história / exame físico

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
exames complementares

CONFIRMAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
biópsia

ESTADIAMENTO
TNM

TRATAMENTO CIRURGIA TRATAMENTO DE


MULTIMODAL PRIMÁRIA RECIDIVA OU
Neoadjuvância Curativa / Paliativa METÁSTASES
Adjuvância Cirurgia / QT / RT
Qt / Rt/ Imuno / Ht
Estadiamento e definição de tratamento

o T: referente ao tumor primário


o N: referente aos linfonodos
regionais
o M: sítios de metástases

o EC: I - IV
Estadiamento e definição de tratamento

o cTNM – Estadiamento clínico

o sTNM – Estadiamento cirúrgico

o Ressecção R0, R1 e R2

o pTNM – Estadiamento patológico

o yTNM – Estadiamento após tratamento


neoadjuvante
IDENTIFICAÇÃO DE NEOPLASIAS SÓLIDAS
história / exame físico

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
exames complementares

CONFIRMAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA
biópsia

ESTADIAMENTO
TNM

TRATAMENTO CIRURGIA TRATAMENTO DE


MULTIMODAL PRIMÁRIA RECIDIVA OU
Neoadjuvância Curativa / Paliativa METÁSTASES
Adjuvância Cirurgia / QT / RT
Qt / Rt/ Imuno / Ht
Tipos de Cirurgia
(1) Cirurgia Radical (Curativa)
o remoção completa do tumor com
margem adequada associada a remoção
da área de drenagem linfática
locorregional, quando indicada
o conhecimento da história natural da doença
o finalidade curativa
Cirurgia radical

Técnica “No touch”


Cirurgia radical

Ligadura dos pedículos vasculares na origem


Gastrectomia com linfadenectomia D2
CORTESIA: Dr. Eid Coelho Histerectomia Total Ampliada
(Werthein-Meigs)
Linfadenectomia Retroperitoneal por
CORTESIA: Dr. Gustavo Guimarães tumor não-seminomatoso de testículo
Tipos de Cirurgia
(2) Cirurgia Radical Ampliada
o Além da cirurgia clássica, remove-se, em
monobloco, parte ou a totalidade de um
ou mais órgãos, e/ou estruturas, que se
pressupõe macroscopicamente
comprometidas pelo tumor.
Exenteração pélvica total
CORTESIA: Dr. Eid Coelho com colostomia úmida
Duodenopancreatectomia com
ressecção vascular
Tipos de Cirurgia

(3) Cirurgia Citorredutora


o redução do volume do tumor primário ou
sítios de metástases
o melhorar efeito de QT adjuvante
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
o Interpretação anterior
o Condição terminal
o Tratamento paliativo
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
o Interpretação atual
o Interpretação anterior
o Condição terminal
o Condição tratável com
o Tratamento paliativo intenção curativa em
pacientes selecionados
Citorredução
Carcinomatose peritoneal

CONCEITO: Ressecção do
tumor primário, vísceras e
superfícies peritoneais
comprometidas
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
Citorredução
Carcinomatose peritoneal
Citorredução + HIPEC

• Quimioterapia Intraperitoneal
– Altas concentrações
– Erradicação de células livres
– Mesotélio, Linfáticos e tecido
submesotelial

• Hipertermia
– Citotoxicidade
– Aumento da permeabilidade
intraperitoneal do
quimioterápico

Yonemura et al. Eur J Surg Oncol 2010; 36: 1131


Citorredução + HIPEC

Variações
– Agente
quimioterápico
– Técnica de
administração
(aberta ou
fechada)
– Temperatura
– Tempo de perfusão
Citorredução + HIPEC
“Coliseum” Técnica Técnica fechada
aberta
CORTESIA: Dr. Ranyell Spencer
Prof. Ademar Lopes
Citorredução + HIPEC

Cancer 2010; 116: 5608-18

25 instituições
Citorredução + HIPEC
Sobrevida Global Tipo Histológico
(%) Pseudomixoma
Adenocarcinoma G1
92,9%

74,9%

N = 16
N = 46

(MESES)

HOSPITAL AC CAMARGO (Mar.2001 – Dez.2011)


Ferreira FO. Docencia Tese - FMUSP; 2012.
Citorredução + HIPEC
Sobrevida Global - CCR

(%) Origem Colorretal


.................................

2 anos
66,7%
N = 26

3 anos
38,9%

+
Sobrevida mediana = 30,7m

(MESES)

HOSPITAL AC CAMARGO (Mar.2001 – Dez.2011)


Ferreira FO. Docencia Tese - FMUSP; 2012.
Tipos de Cirurgia

(4) Cirurgia Paliativa


o evidência de doença após a cirurgia (tumor
irressecável, ressecção incompleta, doença
metastática não ressecável)
o melhorar a função
o evitar complicações da progressão da doença
o viabilizar alternativas de tratamento
o melhorar qualidade de vida
Cirurgia paliativa
Tipos de Cirurgia

(5) Cirurgia das Metástases


o Curativa
o tumor primário controlado
o ressecção completa da(s) metástase(s)

o Paliativa
o melhorar sintomas
Ressecção de metástases hepáticas
de câncer colorretal
Tipos de Cirurgia

(6) Cirurgia de Urgência


o evitar piora clínica e óbito por complicação
relacionada ao tumor ou ao tratamento
o obstrução
o hemorragia
o perfuração
o “infecção”
Cirurgia de urgência
Avanços em Cirurgia
Oncológica
Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Linfonodo sentinela
Radioterapia Intra-operatória
Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Tratamento neoadjuvante

5a – 36% vs. 23%


MAGIC TRIAL HR – 0,75

o 503 pacientes
o Estádio II a IV M0
o ECF x 3  Cirurgia  ECF x 3
Tratamento neoadjuvante

MAGIC Trial

503 pacientes
ECF 3 ciclos  CIR  ECF 3 ciclos
215 / 237 137 / 209 pacientes
pacientes 104 / 209 – 3 ciclos
91% 50%
N Engl J Med 2006; 355: 11-20.
Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Cirurgia de Tikhoff-Linberg
Cirurgia de Tikhoff-Linberg

CORTESIA: Dr. Ranyell Spencer


Prof. Ademar Lopes
Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Carcinoma ductal de mama de 3,0cm

Mastectomia Radical a Mastectomia Radical a


Madden à D Halsted à E
Quadrantectomia
+ RXT

CORTESIA: Dr. Eid Coelho


Avanços em Cirurgia Oncológica
o Evolução técnica
o Abordagem multidisciplinar
o RT / QT

o Preservação de órgãos
o Resultados estéticos e funcionais
o Sobrevida e qualidade de vida
Metástases hepáticas
Resultados de Ressecção Hepática para Câncer Colorretal Metastático

Sobrevida
Autor (ano) Mortalidade % Mediana (meses) 5 anos
Gayowski et al. (94) 3 33 32%
Jamison et al. (97) 4 33 27%
Fong et al. (99) 3 42 36%
Choti et al. (2002) 1 46 40%
Fernandez et al. (2004) 1 - 59%

Pawlik et al. (2005) 1 74 58%


Hospital AC Camargo 1,8% 72 64,6%
(2010)
Formação em Cirurgia
Oncológica
Formação em Cirurgia Oncológica
Cirurgia Oncológica = Cancerologia Cirúrgica

o Especialidade médica regulamentada pelo CFM

o Título de especialista: Residência Médica em


Cancerologia Cirúrgica e/ou Título de Especialista
conferido pela SBC/AMB

o Residência médica: 3 anos de duração

o Pré-requisito: 2 anos de Cirurgia Geral


Formação em Cirurgia Oncológica

RM em Cancerologia Cirúrgica: Questionamentos

o 2, 3 ou 4 anos ?
o Cirurgião oncolólgico geral ou especializado ?
o Priorizar que áreas de atuação ?
ORIENTAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Formação em Cirurgia Oncológica

1ª. TURMA DE ONCOLOGISTAS - 1955


Formação em Cirurgia Oncológica
Distribuição dos rodízios no A.C. Camargo

R1 R2 R3
Cabeça e Pescoço Mastologia Cirurgia Pélvica
4 Meses
4 meses

Cirurgia Pélvica Ginecologia Cirurgia Abdominal


4 meses
(férias) 4 meses

Tórax Cirurgia Abdominal Livre escolha


2 meses 4 meses
Oncologia Cutânea (férias)
2 meses (férias)
Formação em Cirurgia Oncológica

Cirurgia Oncológica
Principais áreas de atuação

o Sarcoma / melanoma
o Neoplasias hepato-bílio-pancreáticas
o Neoplasias abdominais e pélvicas primárias,
recidivadas ou localmente avançadas (tumores
gastrointestinais e ginecológicos)
Formação em Cirurgia Oncológica
Mercado de trabalho para o cirurgião oncológico
Concurso para Título de Especialista - 2013
Formação
Residência Médica n/24
Cirurgia Oncológica 19 (79.1%)
Cirurgia Geral Avançada 3 (12.5%)
Cirurgia do Aparelho Digestivo 2 (8.3%)

o Tempo de formado (mediana): 1.5 ano (0 – 30)


o Local de atuação (atual ou pretensão)
Local n/24
Capital 18 (75%)
Interior 6 (25%)
Formação em Cirurgia Oncológica
Concurso para Título de Especialista - 2013
Áreas de atuação (número)

Quantas áreas atua (ou pretende) n/24


1 área específica 3 (12.5%)
2 áreas 6 (25%)
Múltiplas áreas 15 (62.5%)

Áreas de atuação (quais?)

Quantas áreas atua (ou pretende) n/24


Gastrointestinal 23 (95.8%)
Câncer ginecológico 16 (66.6%)
Sarcoma/melanoma 9 (37.5%)
Cabeça e pescoço 4 (16.6%)
Mama 2 (8,3%)
Câncer urológico 2 (8,3%)
Tórax 2 (8,3%)
OBRIGADO!!

dr.wilsoncosta@gmail.com

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