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Câncer de Esôfago
• Tipos histológicos
− Carcinoma epidermoide (CEC) e adenocarcinoma (mais comum no 1/3 inferior)
− Álcool e fumo são fatores de risco para CEC
− DRGE, metaplasia intestinal (esôfago de Barrett, H. pylori), obesidade são fatores de risco para
adenocarcinoma
− Durante anos, para estadiar, foram usados: USG endoscópica (avaliar melhor o tumor em si, ver o quanto
está invadindo a parede do esôfago); TC cervical, torácica e abdominal com contraste oral e venoso (estadio
tanto do acometimento linfonodal quanto da presença de metástases à distância)
− Acurácia: 79% para avaliação do tumor (T); 82% para envolvimento linfonodal (N); 64% para metástases à
distância (M)
• USG endoscópica
− Determinação da extensão do tumor
− Grau de invasão mural e extramural
− Acometimento de estruturas adjacentes
− Limitações: não amplamente disponível, operador-dependente e uso limitado na presença de obstrução
esofágica pelo tumor (o que acontece em 20-50% dos casos)
• Estadiamento
− Envolvimento linfonodal é o mais importante fator prognóstico
− LN negativo: sobrevida de 80% em 5 anos
− ≥ 5 LN positivos: sobrevida de 20% em 5 anos
− Identificação de metástases à distância é um dos mais importantes determinantes de operabilidade do tumor
− Na última década, o uso da PET/CT com 18F-FDG na avaliação de tumores esofágicos tem se tornado
praticamente rotineiro nos grandes centros
OBS: a técnica por TC identificaria acometimento linfonodal apenas se houver proliferação de células suficiente
para causar aumento do tamanho do linfonodo.
• Efeito Warburg
− Ele comparou tecido embrionário com epitélio maduro e carcinoma, e sarcoma com tecido
conjuntivo embrionário e tecido maduro
− A diferença é que tecido embrionário tem uma alta taxa de glicólise anaeróbica e uma respiração linear a essa
taxa
− Tecidos maduros reduz para 1/10 a taxa de glicólise anaeróbica e respiração
− Carcinomas e sarcomas → glicólise eleva-se 10x e não há elevação na respiração
• Mecanismo do 18F-FDG
− Entra na célula normalmente pelo GLUT1, dentro da célula sofre transformação pela enzima hexoquinase
− Quando acrescenta o fósforo ao FDG, ele vai ficar aprisionado/armadilhado dentro da célula, não vai seguir o
caminho natural para glicólise. Como está ligado ao 18F, que emite radiação, permite visualização.
• PET/CT Scanner
1. Varredura exploratória pela CT (scout) → definir a área de mapeamento
2. CT helicoidal
3. Imagens PET scan
− Depois, o aparelho junta as duas imagens
o Avaliação Linfonodal
− Melhor que a CT isoladamente
− Identifica precocemente metástases em linfonodos de tamanho normal
− Não é capaz de identificar micrometástases
− Falsos positivos: doenças inflamatórias granulomatosas e infecciosas, outras neoplasias e gordura marrom
o Estadiamento Inicial
− Impacto de 15-43% na conduta do câncer de esôfago, principalmente evitando cirurgias desnecessárias
o Avaliação de Resposta
− Estadios II-III: terapia neoadjuvante (QT e RT)
− Avaliar resposta
− Não respondedores: pior prognóstico e menor sobrevida após esofagectomia
− Reduz morbidade e evita procedimentos desnecessários
− Terapia leva grandes áreas de necrose, edema, inflamação e fibrose e por isso dificulta avaliação por métodos
anatômicos
− Redução de > 50% do valor do SUV do tumor com determinada terapia significa boa resposta histopatológica
e melhor sobrevida
o Dificuldades
− Qual ponte de corte utilizar de redução do SUV?
− Pesquisas variam 30-80% de redução
− Quanto tempo após o procedimento?
− No geral, avalia precocemente, após o 2º ciclo e após o término de todo o tratamento – para avaliar resposta
➢ PET/CT com 18F-FDG é atualmente a modalidade de imagem mais precisa na avaliação de resposta
ao tratamento no câncer esofágico
Caso. Masculino, 65 anos, CEC (esôfago médio), DHC, varizes de esôfago. Em novembro/2016, fez 28 sessões
de QT e RT. Em julho/2017, EDA com biópsia mostrando lesão elevada no 1/3 médio do esôfago. Em outubro/2017,
nova QT. Em março/2018, PET/CT mostrando tumor viável no 1/3 médio do esôfago (SUV = 9,8). Em agosto/2018,
fez QT + RT. Exame para avaliar resposta.
Identificou que não houve resposta ao tratamento, lesão permanecia (perto do coração), com o SUV maior do que o visto anteriormente.
o Detecção do tumor:
− Baixa taxa de detecção do tumor primário (~55%), especialmente no estágio precoce (principalmente no anel
de sinete, mucinoso) → na mucosa gástrica, há captação normal do FDG, além de outras doenças inflamatórias
poderem aumentar essa captação; então a detecção do tumor em si é feita mesmo na EDA
− Não é incomum captação gástrica fisiológica variável que pode mascarar o tumor primário
− Captação de FDG em processos inflamatórios (gastrite)
− EDA é o melhor exame para rastreamento, não é o PET/CT
o Para estadiamento
− Limitado papel
− Não é útil no estádio do T (tumor);
− Baixa resolução espacial, fornecendo limitada informação sobre a camada envolvida da parede gástrica ou
invasão de órgãos adjacentes
− LN regionais e lesões peritoneais (menos sensível do que a TC, porém mais específico)
− Ideal é adicionar a FDG PET/CT aos demais exames (TC contrastada, US endoscópica e laparoscopia), para
ampliar o estadiamento
− PET/CT melhora detecção de LNs à distância e metástases ósseas
Massa na região do mesogástrio na PET de corpo inteiro. Depois, vê grande captação do tumor (SUV de 18,3), além de linfonodos de
região gástrica esquerda com SUV de 12,7.
OBS: no estadiamento inicial, pode ser dispensável, mas pode ser usada para ampliar a avaliação de linfonodos e
metástases à distância. Na avaliação de resposta, realmente existe indicação.
o Reestadiamento
− Metanálise de 14 estudos conclui que havia S = 85% e E = 78%
− Indicação mais robusta
• Diagnóstico
− Captação fisiológica no intestino de FDG é frequentemente observada.
− Pode atrapalhar detecção do tumor
− Avaliar se o padrão de captação é difuso (maioria das vezes é fisiológico, ou colite) ou focal
− Quando a captação é focal, sugere tumor (quando a captação é fisiológica, ela vai se estendendo pelo intestino,
e a focal vai permanecer fixa)
• Indicações de FDG PET/CT
− Difusa: normal, inflamação ou uso de metformina (suspender 48h antes do exame)
− Focal: lesão maligna ou pré-maligna
− 75-88%: maligna ou pré-maligna, das quais 28-67% são adenomas displásicos
− 20-46%: adenocarcinoma; 13-30% benignos
o Estadiamento:
▪ Estadio T: FDG PET/CT fornece pouco valor (melhor TC ou RM e USG endorretal)
o Planejamento de RT
− NCCN (guideline, comitê internacional) tem reconhecido a capacidade de mapear melhor o volume do tumor
em relação à TC, minimiza também exposição a áreas sem tumor
• Conclusões
o Câncer de Esôfago
− Tratamento do CA avançado de esôfago requer uma abordagem diagnóstica meticulosa
− As informações obtidas pela EDA, USG endoscópico, TC e RM estão sendo complementadas ou mesmo
substituídas pela PET/CT com 18F-FDG
− PET/CT tem seu papel no estadiamento inicial
− Fornece informações precoces e superiores na avaliação de resposta ao tratamento
− Evidências científicas sólidas que a resposta metabólica é um significante preditor de sobrevida
o Câncer Gástrico
− Não usar na detecção do tumor primário (aí seria endoscopia, TC com contraste e laparoscopia)
− Pode ser útil: estadiamento, avaliação de resposta ao tratamento e no reestadiamento
o Câncer Colorretal
− Indicado fazer na recidiva clínica e/ou bioquímica, principalmente quando os outros métodos não mostram
− Avaliação de metástases hepáticas
− Diferenciar doença residual de fibrose após tratamento