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Neoplasia de Pâncreas
Neoplasia de Pâncreas
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INTRODUÇÃO
O pâncreas é uma glândula retroperitoneal que apresenta como estruturas a cabeça, corpo
e cauda. A maior parte do pâncreas é constituído de glândula exócrina que secreta enzimas em
direção ao ducto pancreático. Elas são responsáveis pela digestão no intestino delgado (lipases para
gorduras, peptidases para proteínas, amilases para carboidratos, etc.). Além disso, esse órgão tem
um papel endócrino através da secreção de insulina e glucagon.
Fatores de risco:
Não modificáveis:
Modificáveis:
• Tabagismo
• Etilismo
• História de pancreatite crônica
• Obesidade
• Fatores dietéticos: consumo de carne vermelha e carne processada aumentam o risco.
• Infecções: alguns estudos correlacionam a infecção por H. pylori ou hepatite C com o
aumento risco de neoplasia pancreática.
PATOGÊNESE
Lesões NIpan de baixo grau tem mutações no oncogene KRAS e apresentam encurtamento
dos telômeros. Mutações na p16, CDNK27, p53 e SMAD4 aparecem posteriormente nas lesões de
alto grau. Lembrar que a mutação no gene KRAS ocorre em 90% dos cânceres de pâncreas.
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Figura 02. Modelo de progressão para o desenvolvimento de câncer pancreático. É postulado que o
encurtamento de telômeros e as mutações do oncogene KRAS ocorrem em fases iniciais, que a inativação
do gene supressor tumoral p16 ocorre nas fases intermediárias e a inativação dos genes supressores
tumorais TP53, SMAD4 (DPC4) e BRCA2 ocorrem em fases mais tardias. É importante notar que, embora
exista uma sequência de mudanças gerais e temporais, o acúmulo de múltiplas mutações é mais importante
do que a sua ocorrência em uma ordem específica.
Figura 03. A. Um ducto normal. B. Neoplasia intraepitelial pancreática de baixo grau. C. Neoplasia
intraepitelial pancreática de alto grau.
Essas lesões podem ser originárias do ducto pancreático principal ou dos ramos laterais. Essas
distinção é importante, pois a probabilidade de já haver células malignas é maior quando ocorre no
ducto pancreático principal.
São mais comuns nas mulheres. Em cerca de 17,5% dessas lesões são encontradas células
malignas.
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SINAIS E SINTOMAS
• Perda de peso;
• Dor em abdome superior com irradiação para as costas: causada pela invasão do plexo
celíaco;
• Icterícia: causada principalmente pelos adenocarcinomas de cabeça de pâncreas. O prurido
é um sintoma secundário à icterícia.
• Hemorragia gastrointestinal: ocorre nos tumores de corpo e causa devido a obstrução da
veia esplênica, que resulta em varizes esofágicas
• Diabetes
• Insuficiência pancreática exócrina: com a interferência na produção enzimática pancreática,
esses pacientes apresentam interferência na capacidade de digerir alimentos e absorver
nutrientes. Isso pode provocar distensão abdominal, meteorismos, diarreia, perda ponderal
e déficit em vitaminas.
• Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula palpável (25% dos casos).
• Massa abdominal e∕ou ascite.
• Hepatomegalia por obstrução biliar ou disseminação metastática.
• Linfonodos palpálveis: linfonodo supraclavicular esquerdo (nódulo de Vichow),
linfonodomegalias perirretais ao toque (prateleira de Blummer), nódulo periubilical (nódulo
da irmã Maria José). Indicam doença avançada com metástases à distância.
• Hipercoagulabilidade: tromboflebite superficial migratória (síndrome de Trousseau) e
trombose venosa profunda.
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DIAGNÓSTICO
RASTREAMENTO
Em termos de população mundial, o adenocarcinoma ductal do pâncreas tem baixa
incidência, não sendo recomendado rastreamento segundo a Organização Mundial de Saúde. As
exceções são:
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Nesses pacientes, o rastreamento é feito a partir dos 50 anos, podendo utilizar a ecoendoscopia
e∕ou a ressonância magnética com colangioressonância.
ESTADIAMENTO
T4: tumor envolve o tronco celíaco, a artéria mesentérica superior e/ou a T4 qqN M0
TRATAMENTO
Por conta de o diagnóstico ocorrer na fase avançada geralmente, 80-85% dos tumores são
irresecáveis.
São divididas em três tipos: (1) neoplasia papilar intraductal mucinosa; (2) cistoadenoma
mucinoso; (3) cistoadenoma seroso. O determinante na investigação das lesões císticas do pâncreas
é avaliar se há comunicação do cisto com o ducto pancreático principal. Se isso ocorrer, trata-se
de uma neoplasia papilar intraductal mucinosa – que é a mais comum. Em relação ao cistoadenoma
seroso e mucinoso, a diferenciação pode ser feita por exames de imagem e pela análise bioquímica
do líquido presente no cisto.
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A neoplasia papilar intraductal mucinosa pode causar pancreatite de repetição, pois o muco
produzido por esse cisto obstrui o ducto pancreático principal.
Outra lesão cística pancreática é o tumor de Frantz. É uma neoplasia mais comum em
mulheres jovens caracterizada por se iniciar como uma massa sólida e evoluir com necrose,
tornando-se cística. Pelo risco de malignidade, deve ser ressecada cirurgicamente.
REFERÊNCIAS