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ANATOMIA

SISTEMA DIGESTÓRIO
Isadora Cristina Rodrigues de
Amorim Pereira

Turma XI/2019

SISTEMA DIGESTÓRIO E HOMEOSTASIA

O sistema digestório contribui para a


homeostasia ao fragmentar os alimentos em
substâncias que podem ser absorvidas e utilizadas
pelas células do corpo. Também absorve água,
vitaminas e minerais, e elimina escórias
metabólicas do corpo.

ASPECTOS GERAIS PROCESSOS EXECUTADOS PELO SISTEMA


DIGESTÓRIO
Dois grupos de órgãos compõem o sistema
digestório: o canal alimentar e os órgãos Em geral, o sistema digestório executa seis
digestórios acessórios. processos básicos:

O canal alimentar é um tubo contínuo que Ingestão: Este processo envolve colocar os
se prolonga da boca ao ânus ao longo das alimentos e líquidos na cavidade oral.
cavidades torácica e abdominopélvica. Os órgãos Secreção: Diariamente, as células nas paredes do
do canal alimentar incluem a boca, a maior parte canal alimentar e nos órgãos digestórios acessórios
da faringe, o esôfago, o estômago, o intestino secretam um total de aproximadamente 7 ℓ de
delgado e o intestino grosso. água, ácido, tampões e enzimas para o lúmen do
Os órgãos digestórios acessórios incluem os canal alimentar.
dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a Mistura e propulsão: Contração e relaxamento
vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes ajudam na alternados do músculo liso das paredes do canal
fragmentação física dos alimentos, e a língua alimentar.
auxilia na mastigação e na deglutição. Os outros
órgãos digestórios acessórios, no entanto, nunca Digestão: Processos mecânicos e químicos
entram em contato direto com os alimentos. Eles fragmentam os alimentos ingeridos em pequenas
produzem ou armazenam secreções que fluem moléculas.
para o canal alimentar por meio de ductos; as
Absorção: A entrada nas células epiteliais de
secreções ajudam na decomposição química dos
revestimento do lúmen do canal alimentar dos
alimentos.
líquidos, íons e produtos da digestão ingeridos e
secretados é chamada absorção.

Defecação: Escórias metabólicas, substâncias não


digeridas, bactérias, células descamadas da túnica
mucosa do canal alimentar e materiais digeridos esôfago até o ânus. Os neurônios do SNE são
que não foram absorvidos ao longo do canal organizados em dois plexos: o plexo mioentérico e
alimentar deixam o corpo através do ânus, em um o plexo submucoso.
processo chamado defecação.
O plexo mioentérico ou plexo de Auerbach
TIPOS DE DIGESTÃO está localizado entre as camadas de músculo liso
longitudinal e circular da túnica muscular. O plexo
Na digestão mecânica, os dentes cortam e submucoso é encontrado no interior da tela
trituram os alimentos antes de eles serem submucosa. Os plexos do SNE consistem em
engolidos; em seguida, os músculos lisos do neurônios motores, interneurônios e neurônios
estômago e do intestino delgado agitam o alimento sensitivos.
para ajudar ainda mais no processo. Como
resultado, as moléculas do alimento são dissolvidas Como os neurônios motores do plexo
e bem misturadas às enzimas digestórias. mioentérico irrigam as camadas musculares lisas
longitudinais e circulares da túnica muscular, este
Na digestão química, as grandes moléculas plexo controla principalmente a motilidade do
de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos canal alimentar, particularmente a frequência e
nucleicos dos alimentos são clivadas em moléculas força de contração da túnica muscular. Os
menores por meio da hidrólise. As enzimas neurônios motores do plexo submucoso irrigam as
digestórias produzidas pelas glândulas salivares, células secretoras do epitélio da túnica mucosa,
língua, estômago, pâncreas e intestino delgado controlando as secreções dos órgãos do canal
catalisam essas reações catabólicas. Poucas alimentar. Os interneurônios do SNE interligam os
substâncias dos alimentos podem ser absorvidas neurônios dos plexos mioentérico e submucoso.
sem digestão química. Estas incluem as vitaminas,
os íons, o colesterol e a água. Os neurônios sensitivos do SNE irrigam o
epitélio da túnica mucosa e contêm receptores que
CAMADAS DO CANAL ALIMENTAR detectam estímulos no lúmen do canal alimentar. A
A parede do canal alimentar desde a parte parede do canal alimentar contém dois tipos
inferior do esôfago até o canal anal tem o mesmo o principais de receptores sensitivos: (1)
arranjo básico de quatro camadas de tecido. As quimiorreceptores, que respondem a
quatro camadas, de profunda para superficial, são determinados produtos químicos dos alimentos
a túnica mucosa, a tela submucosa, a túnica presentes no lúmen, e (2) mecanorreceptores,
muscular e a túnica serosa/túnica adventícia. como os receptores de estiramento, que são
ativados quando o alimento distende a parede de
Observação: O assunto deverá ser mais um órgão do canal alimentar.
aprofundado na matéria de histologia.

INERVAÇÃO DO CANAL ALIMENTAR

O canal alimentar é regulado por um


conjunto intrínseco de nervos conhecido como
sistema nervoso entérico e por um conjunto
extrínseco de nervos que fazem parte da divisão
autônoma do sistema nervoso.

SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO

Ele é composto por aproximadamente 100


milhões de neurônios que se estendem desde o
PERITÔNIO do intestino delgado como um “avental de
gordura”.
O peritônio é a maior túnica serosa do
 O ligamento falciforme insere o fígado à
corpo; consiste em uma camada de epitélio
parede abdominal anterior e diafragma. O
escamoso simples (mesotélio) com uma camada de
fígado é o único órgão digestório que está
suporte subjacente de tecido conjuntivo areolar. O
inserido na parede abdominal anterior.
peritônio é dividido em peritônio parietal, que
 O omento menor surge como uma prega
reveste a parede da cavidade abdominal, e
anterior na túnica serosa do estômago e do
peritônio visceral, que abrange alguns dos órgãos
duodeno, e conecta o estômago e o
da cavidade e constitui sua túnica serosa.
duodeno ao fígado.
O espaço estreito contendo líquido seroso  Uma prega em forma de leque do peritônio,
lubrificante que se encontra entre as partes chamada mesentério, liga o jejuno e o íleo
parietal e visceral do peritônio é chamado cavidade do intestino delgado à parede posterior do
peritoneal. Em algumas doenças, a cavidade abdome. Esta é a maior prega peritoneal, e
peritoneal pode tornar-se distendida pelo acúmulo normalmente está cheia de gordura, e
de vários litros de líquido, uma condição chamada contribui bastante para a abdome
ascite. volumoso visto em indivíduos obesos.
 Duas pregas separadas de peritônio,
chamadas mesocolo, ligam o colo
transverso (mesocolo transverso) e colo
sigmoide (mesocolo sigmoide) do intestino
grosso à parede posterior do abdome. O
mesocolo também abriga vasos sanguíneos
e linfáticos para o intestino.

BOCA

Durante a deglutição, o palato mole e a úvula são atraídos


superiormente, fechando a parte nasal da faringe e
impedindo que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na
Os rins, os colos ascendente e descendente cavidade nasal.
do intestino grosso, o duodeno do intestino
delgado e o pâncreas, são ditos retroperitoneais. A boca, também chamada cavidade oral ou
bucal, é formada pelas bochechas, palatos duro e
Ao contrário do pericárdio e das pleuras,
mole e língua. As bochechas formam as paredes
que revestem de modo regular o coração e os
laterais da cavidade oral. São recobertas pela pele
pulmões, o peritônio contém grandes pregas que
externamente e por túnica mucosa internamente,
se entrelaçam entre as vísceras. As pregas ligam os
que consiste em epitélio escamoso estratificado
órgãos uns aos outros e às paredes da cavidade
não queratinizado. Os músculos bucinadores e o
abdominal. Também contêm vasos sanguíneos,
tecido conjuntivo encontramse entre a pele e as
vasos linfáticos e nervos que suprem os órgãos
túnicas mucosas das bochechas. As partes
abdominais. Há cinco pregas peritoneais principais:
anteriores das bochechas terminam nos lábios.
omento maior, ligamento falciforme, omento
menor, mesentério e mesocolo:

 O omento maior, a maior prega peritoneal,


reveste o colo transverso e as serpentinas
situadas na base da língua. Na margem posterior
do palato mole, a boca se abre para a parte oral da
faringe por meio das fauces.

GLÂNDULAS SALIVARES

A glândula salivar é uma glândula que libera


uma secreção chamada saliva na cavidade oral.
Normalmente, é secretada apenas uma quantidade
suficiente de saliva para manter as túnicas mucosas
da boca e da faringe úmidas e para limpar a boca e
Os lábios são pregas carnudas que os dentes. Quando o alimento entra na boca, no
circundam a abertura da boca. A face interna de entanto, a secreção de saliva aumenta e o lubrifica,
cada lábio está ligada à sua gengiva dissolvendo-o e iniciando a decomposição química
correspondente por uma prega de túnica mucosa dos alimentos.
na linha média chamada frênulo do lábio. O
A túnica mucosa da boca e da língua
vestíbulo da boca da cavidade oral é o espaço
contém muitas pequenas glândulas salivares que
delimitado externamente pelas bochechas e lábios
se abrem diretamente, ou indiretamente, via
e internamente pelos dentes e gengivas. A
ductos curtos, na cavidade oral. Estas glândulas
cavidade própria da boca é o espaço que se
incluem as glândulas labial, bucal e palatina nos
estende das gengivas e dentes às fauces, a
lábios, bochechas e palato, respectivamente, e as
abertura entre a cavidade oral e a parte oral da
glândulas linguais na língua, todas dando uma
faringe.
pequena contribuição para a saliva.
O palato é uma parede ou septo que separa
No entanto, a maior parte da saliva é
a cavidade oral da cavidade nasal, e forma o céu da
secretada pelas glândulas salivares maiores, que
boca. Esta importante estrutura torna possível
se encontram além da túnica mucosa da boca, em
mastigar e respirar ao mesmo tempo. O palato
ductos que levam à cavidade oral. Há três pares de
duro – a parte anterior do céu da boca – é formado
glândulas salivares maiores: as glândulas parótidas,
pelas maxilas e palatinos e é recoberto por túnica
submandibulares e sublinguais.
mucosa; ele forma uma partição óssea entre as
cavidades oral e nasal. O palato mole, que forma a As glândulas parótidas estão localizadas
parte posterior do céu da boca, é uma partição inferior e anteriormente às orelhas, entre a pele e
muscular em forma de arco entre a parte oral da o músculo masseter. Cada uma delas secreta saliva
faringe e a parte nasal da faringe que é revestida na cavidade oral por meio de um ducto parotídeo.
por túnica mucosa. As glândulas submandibulares são encontradas no
assoalho da boca; são mediais e parcialmente
Pendurada na margem livre do palato mole
inferiores ao corpo da mandíbula. As glândulas
encontra-se uma estrutura muscular em formato
sublinguais estão abaixo da língua e superiormente
de dedo chamada úvula.
às glândulas submandibulares.
Lateralmente à base da úvula estão duas pregas
musculares que descem pelas laterais do palato
mole: anteriormente, o arco palatoglosso se
estende até o lado da base da língua;
posteriormente, o arco palatofaríngeo se estende
até o lado da faringe. As tonsilas palatinas estão
situadas entre os arcos, e as tonsilas linguais estão
complemento idêntico de músculos extrínsecos e
intrínsecos

FUNÇÃO DA SALIVA

A saliva lubrifica e dissolve os alimentos e


começa a decomposição química de carboidratos e
lipídios.

As glândulas parótidas secretam um líquido


aquoso (seroso) que contém amilase salivar. Como
as glândulas submandibulares contêm células
semelhantes às encontradas nas glândulas .
parótidas, além de algumas células mucosas, Os músculos extrínsecos movem a língua
secretam um líquido que contém amilase, mas que de um lado para o outro e para dentro e para fora
é espessada com muco. As glândulas sublinguais para manobrar os alimentos para a mastigação,
contêm principalmente células mucosas, de modo moldar o alimento em massa arredondada e forçar
que secretam um líquido muito mais espesso que o alimento para a parte de trás da boca para ser
contribui apenas com uma pequena quantidade de engolido. Eles também formam o assoalho da boca
amilase salivar. e mantêm a língua em sua posição.
Os íons cloreto na saliva ativam a amilase São quatro os músculos extrínsecos da
salivar, uma enzima que inicia a degradação do língua: genioglosso, estiloglosso, palatoglosso e
amido na boca. A saliva é apenas ligeiramente hioglosso.
ácida (pH entre 6,35 e 6,85). O muco lubrifica o
alimento para que ele possa ser movimentado  Genioglosso: compõe a massa do tecido
facilmente na boca, modelado em uma bola e lingual, é o mais forte e o maior dos
deglutido. músculos extrínsecos.
 Estiloglosso: emerge nos processos
estiolóides. Sua contração leva a língua para
cima e para trás, sendo considerado
LÍNGUA
antagonista do genioglosso.
A língua é um órgão digestório acessório  Palatoglosso: pode ser considerado um
composto de músculo esquelético recoberto por músculo da língua ou do palato. Sua origem
túnica mucosa. Juntamente com seus músculos é na face anterior do palato mole, onde tem
associados, forma o assoalho da cavidade oral. A continuidade com seu par do lado oposto.
língua é dividida em metades laterais simétricas Sua contração pode abaixar o palato mole
por um septo mediano que se estende por todo o ou levantar a parte posterior da língua,
seu comprimento, e está ligado inferiormente ao sulcando o dorso.
hioide, processo estiloide do temporal e  Hioglosso: origina-se na borda superior do
mandíbula. Cada metade da língua consiste em um corno maior e do corpo do osso hióide.
Quando contraído, age para retrair e
deprimir a língua e elevar o osso hióideo.

Os músculos intrínsecos da língua se


originam e se inserem no tecido conjuntivo da
língua. Eles alteram a forma e o tamanho da língua
para a fala e deglutição. Os músculos intrínsecos
incluem os músculos longitudinal superior,
longitudinal inferior, transverso da língua e vertical
da língua.

O frênulo da língua, uma prega de túnica


mucosa na linha média da face inferior da língua,
se insere ao assoalho da boca e ajuda a limitar o
movimento da língua posteriormente. As faces DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NA BOCA
dorsal (face superior) e lateral da língua são
recobertas por papilas, projeções da lâmina A digestão mecânica na boca resulta da
recobertas por epitélio escamoso estratificado. mastigação, em que o alimento é manipulado pela
língua, triturado pelos dentes e misturado com
saliva. Como resultado, a comida é reduzida a uma
massa macia flexível, facilmente engolida, chamada
bolo alimentar. As moléculas de alimento
começam a se dissolver na água da saliva, uma
atividade importante porque as enzimas podem
reagir com as moléculas do alimento apenas em
um meio líquido.

Duas enzimas, a amilase salivar e a lipase


lingual, contribuem para a digestão química na
boca. A amilase salivar, que é secretada pelas
glândulas salivares, inicia a degradação do amido.
DENTES A função da amilase salivar é começar a digestão
Os dentes são órgãos digestórios acessórios do amido pela fragmentação do amido em
localizados nos soquetes dos processos alveolares moléculas menores.
da mandíbula e da maxila. Os processos alveolares A saliva contém também lipase lingual, que
são recobertos pela gengiva, que se estende é secretada pelas glândulas linguais na língua. Esta
ligeiramente para dentro de cada soquete. enzima torna-se ativa no ambiente ácido do
Um dente típico tem três grandes regiões estômago e, assim, começa a funcionar após o
externas: a coroa, a raiz e o colo. A coroa é a parte alimento ser deglutido. Ela cliva os triglicerídios
visível acima do nível das gengivas. Embutidos no (óleos e gorduras) em ácidos graxos e diglicerídios.
soquete estão uma a três raízes. O colo é a junção
FARINGE
constrita entre a coroa e a raiz, próximo da linha
das gengivas. Internamente, a dentina forma a Quando o alimento é inicialmente ingerido,
maior parte do dente. ele passa da boca para a faringe, um tubo afunilado
que se estende dos cóanos ao esôfago
posteriormente e à laringe anteriormente. A parte
nasal da faringe atua apenas na respiração, mas as
partes oral e laríngea da faringe têm funções passagem do bolo alimentar para a parte oral da
digestórias e respiratórias.] faringe, começa a fase faríngea involuntária da
deglutição. O bolo alimentar estimula os
ESÔFAGO receptores da parte oral da faringe, que enviam
O esôfago é um tubo muscular colabável de impulsos para o centro da deglutição no bulbo e
aproximadamente 25 cm de comprimento que se parte inferior da ponte do tronco encefálico.
encontra posteriormente à traqueia. O esôfago Os impulsos que retornam fazem com que o
começa na extremidade inferior da parte laríngea palato mole e a úvula se movam para cima para
da faringe, passa pelo aspecto inferior do pescoço, fechar a parte nasal da faringe, o que impede que
e entra no mediastino anteriormente à coluna os alimentos e líquidos ingeridos entrem na
vertebral. Em seguida, perfura o diafragma através cavidade nasal. Além disso, a epiglote fecha a
de uma abertura chamada hiato esofágico e abertura da laringe, o que impede que o bolo
termina na parte superior do estômago. alimentar entre no restante do trato respiratório. O
O esôfago secreta muco e transporta os bolo alimentar se move pelas partes oral e laríngea
alimentos para o estômago. Ele não produz da faringe. Quando o esfíncter esofágico superior
enzimas digestórias nem realiza absorção. relaxa, o bolo alimentar se move para o esôfago.

DEGLUTIÇÃO

O movimento do alimento da boca para o


estômago é alcançado pelo ato de engolir, ou
deglutição. A deglutição é facilitada pela secreção
de saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o
esôfago. A deglutição ocorre em três fases: (1) a
fase voluntária, em que o bolo alimentar é passado
para a parte oral da faringe; (2) a fase faríngea, a
passagem involuntária do bolo alimentar pela
faringe até o esôfago; e (3) a fase esofágica, a
passagem involuntária do bolo alimentar através
do esôfago até o estômago.
ESTÔMAGO
A deglutição é iniciada quando o bolo
alimentar é forçado para a parte posterior da O estômago é um alargamento do canal
cavidade oral e pelo movimento da língua para alimentar em formato de J diretamente inferior ao
cima e para trás contra o palato; essas ações diafragma no abdome. O estômago liga o esôfago
constituem a fase voluntária da deglutição. Com a ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado.
Uma das funções do estômago é servir como uma
câmara de mistura e reservatório de retenção.

No estômago, a digestão de amido e


triglicerídios continua, a digestão das proteínas
começa, o bolo alimentar semissólido é convertido
em um líquido, e determinadas substâncias são
absorvidas.

O estômago tem quatro regiões principais:


a cárdia, o fundo gástrico, o corpo gástrico e a
parte pilórica. A cárdia circunda a abertura do
esôfago ao estômago. A porção arredondada As glândulas gástricas contêm três tipos de
superior e à esquerda da cárdia é o fundo gástrico. células glandulares exócrinas que secretam seus
Inferior ao fundo gástrico está a grande parte produtos para o lúmen do estômago: as células
central do estômago, o corpo gástrico. A parte mucosas do colo, as células principais gástricas e as
pilórica pode ser dividida em três regiões. células parietais. Tanto as células mucosas
superficiais quanto as células mucosas do colo
A primeira região, o antro pilórico, liga o
secretam muco. As células parietais produzem
corpo ao estômago. A segunda região, o canal
fator intrínseco (necessário para a absorção de
pilórico, leva à terceira região, o piloro, que por sua
vitamina B12) e ácido clorídrico. As células
vez se conecta ao duodeno. Quando o estômago
principais gástricas secretam pepsinogênio e lipase
está vazio, a túnica mucosa forma grandes rugas,
gástrica. Além disso, as glândulas gástricas incluem
as pregas gástricas, que podem ser vistas a olho nu.
um tipo de célula enteroendócrina, a célula
O piloro se comunica com o duodeno do intestino
secretora de gastrina, que está localizada
delgado por meio de um esfíncter de músculo liso
principalmente no antro pilórico e secreta o
chamado músculo esfíncter do piloro. A margem
hormônio gastrina na circulação sanguínea. Como
medial côncava do estômago é chamada curvatura
veremos em breve, esse hormônio estimula vários
menor; a margem lateral convexa é chamada
aspectos da atividade gástrica.
curvatura maior.
O líquido fortemente ácido do estômago
mata muitos microrganismos dos alimentos. O HCl
desnatura parcialmente as proteínas dos alimentos
e estimula a secreção de hormônios que
promovem o fluxo da bile e do suco pancreático. A
digestão enzimática das proteínas também começa
no estômago. A única enzima proteolítica (que
digere proteína) no estômago é a pepsina, que é
secretada pelas células principais gástricas.

Outra enzima do estômago é a lipase


gástrica, que cliva os triglicerídios (gorduras e
óleos) das moléculas de gordura (como as
encontradas no leite) em ácidos graxos e
monoglicerídios.

PÂNCREAS
Do estômago, o quimo passa para o
intestino delgado. A digestão química no intestino
delgado depende da atividade do pâncreas, do
fígado e da vesícula biliar.

O pâncreas, uma glândula retroperitoneal


que mede aproximadamente 12 a 15 cm de
comprimento e 2,5 cm de espessura, encontra-se
posteriormente à curvatura maior do estômago. O
pâncreas consiste em uma cabeça, um corpo e uma
cauda e geralmente está ligado ao duodeno por
dois ductos. A cabeça do pâncreas é a porção
expandida do órgão, próxima da curva do
duodeno; superiormente e à esquerda da cabeça
estão o corpo do pâncreas central e a cauda do
pâncreas afilada.

As enzimas pancreáticas digerem amidos


(polissacarídios), proteínas, triglicerídios e ácidos
nucleicos. Os sucos pancreáticos são secretados
pelas células exócrinas em pequenos ductos que
por fim se unem para formar dois ductos maiores,
o ducto pancreático e o ducto acessório. Estes, por
sua vez, levam as secreções até o intestino
delgado. O ducto pancreático ou ducto de Wirsung
é o maior dos dois ductos. Na maior parte das
pessoas, o ducto pancreático se une ao ducto
colédoco que vem do fígado e vesícula biliar e
entra no duodeno como um ducto comum dilatado
chamado ampola hepatopancreática ou ampola de
Vater. O pâncreas produz diariamente de 1.200 a
1.500 m ℓ de suco pancreático, um líquido claro e
A passagem do suco pancreático e biliar por
incolor que consiste principalmente em água,
meio da ampola hepatopancreática para o
alguns sais, bicarbonato de sódio e várias enzimas.
duodeno do intestino delgado é regulada por
O bicarbonato de sódio dá ao suco pancreático um
massa de músculo liso que circunda a ampola
pH ligeiramente alcalino (7,1 a 8,2) que tampona o
conhecida como músculo esfíncter da ampola
suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação
hepatopancreática ou esfíncter de Oddi. O outro
da pepsina do estômago e cria o pH apropriado
grande ducto do pâncreas, o ducto pancreático
para a ação das enzimas digestórias no intestino
acessório (ducto de Santorini).
delgado.

As enzimas no suco pancreático incluem


uma enzima para digerir amido chamada amilase
pancreática; várias enzimas que digerem proteínas
em peptídios chamadas tripsina, quimotripsina,
carboxipeptidase e elastase; a principal enzima que
digere triglicerídios em adultos, chamada lipase
pancreática; e as enzimas que digerem ácidos Além de secretar bile, que é necessária para
nucleicos chamadas ribonuclease e a absorção das gorduras dietéticas, o fígado
desoxirribonuclease, que digerem ácido desempenha outras funções vitais: metabolismo de
ribonucleico (RNA) e ácido desoxirribonucleico carboidratos, metabolismo de lipídios,
(DNA) em nucleotídios. metabolismo de proteínas, processamento de
fármacos e hormônios, excreção de bilirrubina,
FÍGADO E VESÍCULA BILIAR síntese de sais biliares, armazenamento, fagocitose
O fígado encontrasse inferiormente ao e ativação de vitamina D.
diafragma e ocupa a maior parte do hipocôndrio
direito e parte das regiões epigástricas da cavidade
abdominopélvica. A vesícula biliar é um saco em
forma de pera que está localizado em uma
depressão da face posterior do fígado.

O fígado é dividido em dois lobos principais


– um lobo hepático direito grande e um lobo
hepático esquerdo menor – pelo ligamento
falciforme, uma prega do mesentério. As partes da
vesícula biliar incluem o amplo fundo da vesícula
biliar, que se projeta inferiormente além da
margem inferior do fígado; o corpo da vesícula
biliar, a parte central; e o colo da vesícula biliar, a
parte afunilada. O corpo e o colo se projetam
superiormente.

O fígado recebe sangue proveniente de


duas fontes. Pela artéria hepática obtém sangue INTESTINO DELGADO
oxigenado, e pela veia porta do fígado recebe A maior parte da digestão e absorção de
sangue venoso contendo nutrientes nutrientes ocorre em um tubo longo chamado
recémabsorvidos, fármacos e, possivelmente, intestino delgado. O seu comprimento
microrganismos e toxinas do canal alimentar. isoladamente já fornece uma grande área de
superfície para a digestão e a absorção, e a área é
FUNÇÕES DO FÍGADO E DA VESÍCULA BILIAR
aumentada ainda por pregas circulares, vilosidades
Os hepatócitos secretam diariamente de e microvilosidades.
800 a 1.000 mℓ de bile, um líquido amarelo,
O intestino delgado é dividido em três
marrom ou verde oliva. Ele tem um pH entre 7,6 e
regiões. A primeira é o duodeno, a região mais
8,6 e é constituído principalmente por água, sais
curta, que é retroperitoneal. Inicia-se no músculo
biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado
esfíncter do piloro do estômago e tem a forma de
lecitina, pigmentos biliares e vários íons. O
um tubo em C. Estende-se por aproximadamente
principal pigmento biliar é a bilirrubina.
25 cm até que se funde com o jejuno. O jejuno é a
A bile desempenha um papel na próxima parte e tem aproximadamente 1 m de
emulsificação, a fragmentação de grandes glóbulos comprimento e se estende até o íleo.
lipídicos em uma suspensão de pequenos glóbulos
A última e mais longa região do intestino
lipídicos. Os sais biliares também ajudam na
delgado, o íleo, mede aproximadamente 2 m e
absorção de lipídios após a sua digestão.
junta-se ao intestino grosso em um esfíncter de
músculo liso chamado óstio ileal.
Além das pregas circulares e vilosidades, o coletivo do suco pancreático, bile e suco intestinal
intestino delgado também tem microvilosidades, no intestino delgado.
que são projeções da membrana apical (livre) das
células absortivas. Como as microvilosidades ABSERÇÃO NO INTESTINO DELGADO
aumentam substancialmente a área da superfície A absorção de materiais ocorre por meio da
da membrana plasmática, grandes quantidades de difusão, difusão facilitada, osmose e transporte
nutrientes digeridos conseguem se difundir para as ativo. Aproximadamente 90% de toda a absorção
células absortivas em um dado período. de nutrientes ocorre no intestino delgado; os
Aproximadamente 1 a 2 ℓ de suco outros 10% ocorrem no estômago e no intestino
intestinal, um líquido amarelo claro, são secretados grosso. Qualquer material não digerido ou não
diariamente. O suco intestinal contém água e muco absorvido que sobra no intestino delgado passa
e é ligeiramente alcalino (pH 7,6). O pH alcalino do para o intestino grosso.
suco intestinal é decorrente da sua elevada
INTESTINO GROSSO
concentração de íons bicarbonato (HCO3–). Juntos,
os sucos pancreático e intestinal fornecem um O intestino grosso é a parte terminal do
meio líquido que auxilia na absorção de canal alimentar. As funções globais do intestino
substâncias a partir do quimo do intestino delgado. grosso são concluir a absorção, produzir
determinadas vitaminas, formar fezes e expulsar as
fezes do corpo. O intestino grosso se estende do
íleo ao ânus.

Estruturalmente, as quatro principais


regiões do intestino grosso são o ceco, o colo, o
reto e o canal anal.

DIGESTÃO QUÍMICA DO INTESTINO DELGADO

Na boca, a amilase salivar converte o amido


(um polissacarídio) em maltose (um dissacarídio),
maltotriose (um trissacarídio) e αdextrina
(fragmento de amido de cadeia curta ramificada
com 5 a 10 unidades de glicose). No estômago, a
pepsina converte as proteínas em peptídios
(pequenos fragmentos de proteínas), e as lipases
A abertura do íleo para o intestino grosso é
lingual e gástrica convertem alguns triglicerídios
guardada por uma prega de túnica mucosa
em ácidos graxos, diglicerídios e monoglicerídios.
chamada óstio ileal, que possibilita que os
Assim, o quimo que entra no intestino materiais do intestino delgado passem para o
delgado contém carboidratos, proteínas e lipídios intestino grosso. Pendurado inferiormente ao óstio
parcialmente digeridos. A conclusão da digestão ileal está o ceco, uma pequena bolsa de
dos carboidratos, proteínas e lipídios é um esforço aproximadamente 6 cm de comprimento. Anexado
ao ceco existe um tubo espiralado, chamado Até agora o quimo permaneceu no intestino
apêndice vermiforme. grosso por 3 a 10 h, tornou-se sólido ou
semissólido por causa da absorção de água e agora
A extremidade aberta do ceco se funde a
é chamado fezes. Quimicamente, as fezes
um tubo longo chamado colo, que é dividido em
consistem em água, sais inorgânicos, células
ascendente, transverso, descendente e sigmoide.
epiteliais da túnica mucosa do canal alimentar,
Tanto o colo ascendente quanto o descendente são
bactérias, produtos da decomposição bacteriana,
retroperitoneais; o colo transverso e o sigmoide
materiais digeridos e não absorvidos e partes não
não o são. O reto mede aproximadamente 15 cm
digeríveis de alimentos.
de comprimento e se situa anteriormente ao sacro
e cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do intestino grosso Embora 90% de toda a absorção de água
são chamados canal anal. ocorra no intestino delgado, o intestino grosso
absorve o suficiente para torna-lo um órgão
A abertura do canal anal para o exterior, o
importante na manutenção de equilíbrio hídrico do
chamado ânus, é guardada pelo músculo esfíncter
corpo.
interno do ânus comporto por músculo liso
(involuntário) e pelo esfíncter externo do ânus FASES DA DIGESTÃO
composto por músculo esquelético (voluntário).
FASE CEFÁLICA
DIGESTÃO MECÂNICA NO INTESTINO GROSSO
Durante a fase cefálica da digestão, o olfato,
A passagem do quimo do íleo para o ceco é a visão, o pensamento ou o gosto inicial da comida
controlada pela ação do óstio ileal. Imediatamente ativam centros neurais no córtex cerebral, no
após uma refeição, o reflexo gastroileal intensifica hipotálamo e no tronco encefálico. A finalidade da
o peristaltismo no íleo e força um eventual quimo fase cefálica da digestão é preparar a boca e o
em direção ao ceco. O hormônio gastrina também estômago para o alimento que está prestes a ser
relaxa o óstio. Sempre que o ceco é distendido, o ingerido.
grau de contração do óstio ileal se intensifica.
FASE GÁSTRICA
Os movimentos do colo começam quando
substâncias passam pelo óstio ileal. Como o quimo Quando o alimento chega ao estômago,
se move pelo intestino delgado a uma velocidade começa a fase gástrica da digestão. Mecanismos
razoavelmente constante, o tempo necessário para neurais e hormonais regulam esta fase, a fim de
uma refeição passar para o colo é determinado promover a secreção e motilidade gástrica.
pelo tempo de esvaziamento gástrico. Conforme o  Regulação neural: O alimento de qualquer
alimento passa pelo óstio ileal, enche o ceco e tipo distende o estômago e estimula os
acumulasse no colo ascendente. receptores de estiramento em suas
DIGESTÃO QUÍMICA NO INTESTINO GROSSO paredes. Os quimiorreceptores no
estômago monitoram o pH do quimo no
A fase final da digestão ocorre no colo por estômago. Quando as paredes do estômago
meio da ação das bactérias que habitam o lúmen. são distendidas ou o pH aumenta porque
O quimo é preparado para a eliminação pela ação proteínas entraram no estômago e
de bactérias, que fermentam quaisquer tamponaram um pouco do seu ácido, os
carboidratos restantes e liberam hidrogênio, receptores de estiramento e
dióxido de carbono e gases metano. quimiorreceptores são ativados, e um ciclo
de feedback negativo neural é acionado.
ABSORÇÃO E FORMAÇÃO DE FEZES NO  Regulação hormonal: A secreção gástrica
INTESTINO GROSSO durante a fase gástrica também é regulada
pelo hormônio gastrina. A gastrina é de proteínas parcialmente digeridas e
liberada pelas células secretoras de gastrina ácidos graxos de triglicerídios parcialmente
das glândulas gástricas em resposta a vários digeridos. A CCK estimula a secreção de
estímulos: distensão do estômago pelo suco pancreático, que é rico em enzimas
quimo, proteínas parcialmente digeridas no digestórias. Também provoca a contração
quimo, pH elevado do quimo decorrente da parede da vesícula biliar, que comprime
dos alimentos no estômago, cafeína no a bile armazenada na vesícula biliar para o
quimo gástrico e acetilcolina liberada pelos ducto cístico e ao longo do ducto colédoco.
neurônios parassimpáticos. Quando é
O quimo ácido que entra no duodeno estimula a
liberada, a gastrina entra na corrente
liberação de secretina pelas células S das glândulas
sanguínea, percorre todo o corpo e, por
intestinais no intestino delgado. Por sua vez, a
fim, chega a seus órgãos-alvo no sistema
secretina estimula o fluxo de suco pancreático que
digestório. A gastrina estimula as glândulas
é rico em íons bicarbonato (HCO3–).
gástricas a secretar grandes quantidades de
suco gástrico. Ela também reforça a
contração do esfíncter esofágico inferior
para impedir o refluxo do quimo ácido para
o esôfago, aumenta a motilidade do
estômago e relaxa o músculo esfíncter do
piloro, que promove o esvaziamento
gástrico. A secreção de gastrina é inibida
quando o pH do suco gástrico cai abaixo de
2,0; é estimulada quando o pH aumenta.

FASE INTESTINAL

A fase intestinal da digestão começa


quando o alimento entra no intestino delgado. Ao
contrário dos reflexos iniciados durante as fases
cefálica e gástrica, que estimulam a atividade de
secreção e motilidade do estômago, os reflexos
que ocorrem durante a fase intestinal têm efeitos
inibitórios que retardam a saída do quimo do
estômago.

Isso impede que o duodeno seja


sobrecarregado com mais quimo do que pode
suportar.

 Regulação neural: A distensão do duodeno


pela presença de quimo causa o reflexo
enterogástrico.
 Regulação hormonal: A fase intestinal da
digestão é mediada por dois hormônios
principais secretados pelo intestino
delgado: a colecistocinina e a secretina. A
colecistocinina (CCK) é secretada em
resposta ao quimo contendo aminoácidos

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