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DATA:___/___/20___

Fascículo de Biologia — 2022/2023

Disciplina: Biologia

Lição n⁰:

Professor: António Lízua (Lízalogia)

Unidade II: Função Digestiva

Sumário: Sistema Digestivo

Conceito: Sistema Digestivo ou Aparelho Digestivo (algumas vezes também chamada


de "Digestório"), é um conjunto de órgãos responsáveis pela transformação dos alimentos,
através de processos mecânicos e químicos; a fim de que o organismo possa obter deles (desses
alimentos) a energia e os elementos nutritivos necessários para formar e manter os seus tecidos,
assim como assegurar o metabolismo e poder desenvolver as diversas funções vitais.

Funções do Sistema Digestivo

1. Absorção de nutrientes obtidos na digestão de alimentos que asseguram a manutenção


dos processos vitais do organismo;
2. Transformação das macromoléculas alimentares ingeridas (proteínas, carboidratos, etc)
em moléculas de tamanhos e formas apropriados para serem absorvidas;
3. Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais através dos capilares
sanguíneos presentes na mucosa do intestino;
4. Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos em conjunto com
restos de células descamadas do trato gastro intestinal e substâncias secretadas na luz
do intestino.

Componentes do Sistema Digestório

O Sistema Digestório (nova nomenclatura) divide-se em duas partes.

1. Uma delas é o tubo digestório (propriamente dito), antes conhecido como tubo
digestivo. Ele se divide em três partes: alto, médio e baixo.

Onde abaixo podemos observar:

1.1 Tubo digestório alto: encontramos boca, faringe e esôfago.

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1.2 Tubo digestório médio: encontramos estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno
e íleo).
1.3 Tubo digestório baixo: encontramos Intestino grosso (ceco, cólon ascendente,
transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto).
2. A outra parte corresponde aos órgãos anexos, onde encontramos glândulas salivares,
dentes, língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar.

NB: O principal componente do sistema digestório é o "Tubo Digestório), que


corresponde aproximadamente 9m de comprimento que se estende desde a boca até ao ânus,
com diferentes configurações ao longo do seu comprimento.

Tubo digestório alto

Boca

A boca é a porta de entrada dos alimentos no tubo digestivo. Ela corresponde a uma
cavidade forrada por mucosa, onde os alimentos são umidificados pela saliva, produzida pelas
glândulas salivares.

A boca é uma cavidade limitada na parte anterior pelos lábios, lateralmente pelas faces,
na parte superior pela abóbada palatina e, atrás, pelo céu palatino, que possui uma saliência, a
úvula.

Na boca ocorre a mastigação, que corresponde ao primeiro momento do processo da


digestão mecânica. Ela acontece com os dentes e a língua.

Em um segundo momento entra em ação a atividade enzimática da ptialina, que é


amilase salivar. Ela atua sobre o amido encontrado na batata, farinha de trigo, arroz e o
transformando em moléculas menores de maltose.

NB: É na boca onde inicia o sistema digestório.

Faringe

A faringe é um tubo muscular membranoso que se comunica com a boca, através do


istmo da garganta e na outra extremidade com o esôfago.

Para chegar ao esôfago, o alimento, depois de mastigado, percorre toda a faringe, que é
um canal comum para o sistema digestório e o sistema respiratório.

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No processo de deglutição, o palato mole é retraído para cima e a língua empurra o


alimento para dentro da faringe, que se contrai voluntariamente e leva o alimento para o
esôfago.

A penetração do alimento nas vias respiratórias é impedida pela ação da epiglote, que
fecha o orifício de comunicação com a laringe.

NB: A faringe é o órgão que faz a ligação entre o sistema digestório e o sistema
respiratório.

Esófago

O esófago é um tubo com cerca de 25 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro, isto é,


um conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso autônomo. É um órgão que atravessa
o músculo diagrama e comunica com o estômago através da Cárdia. A abertura e o fecho desta
passagem são controlados pelo músculo chamado "esfíncter da cárdia". O conduto musculoso
vai espremendo os alimentos e levando-os em direção ao estômago.

NB: Realizam-se os chamados movimento peristálticos no esôfago.

Tubo digestório médio

Estômago

O estômago é uma área dilatada e transformada do tubo digestório que possui uma
capacidade de 1,5 litros, ou seja, o estômago é uma grande bolsa que se localiza no abdômen,
sendo responsável pela digestão das proteínas.

A entrada do órgão recebe o nome de cárdia, porque fica muito próxima ao coração,
separada dele somente pelo diafragma.

Ele possui uma pequena curvatura superior e uma grande curvatura inferior. A parte
mais dilatada recebe o nome de "região fúndica", enquanto a parte final, uma região estreita,
recebe o nome de "piloro", ou seja, o estômago comunica com o intestino delgado pelo piloro,
cuja abertura e o fecho são controlados pelo esfíncter pilórico. Do estômago sai uma massa
consistente denominada "quimo", que passa para o intestino delgado.

O simples movimento de mastigação dos alimentos já ativa a produção do ácido


clorídrico no estômago. Contudo, é somente com a presença do alimento, de natureza proteica,

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que se inicia a produção do suco gástrico. Este suco é uma solução aquosa, composta de água,
sais, enzimas e ácido clorídrico.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco que a protege de agressões do
suco gástrico, uma vez que ele é bastante corrosivo. Por isso, quando ocorre um desequilíbrio
na proteção, o resultado é uma inflamação da mucosa (gastrite) ou o surgimento de feridas
(úlcera gástrica).

A pepsina é a enzima mais potente do suco gástrico e é regulada pela ação de um


hormônio, a gastrina.

A gastrina é produzida no próprio estômago no momento em que moléculas de proteínas


dos alimentos entram em contato com a parede do órgão. Assim, a pepsina quebra as moléculas
grandes de proteína e as transformam em moléculas menores. Estas são as proteoses e peptonas.

Por fim, a digestão gástrica dura, em média, de duas a quatro horas. Nesse processo, o
estômago sofre contrações que forçam o alimento contra o piloro, que se abre e fecha,
permitindo que, em pequenas porções, o quimo (massa branca e espumosa), chegue ao intestino
delgado.

Intestino Delgado

O intestino delgado tem cerca de 5 metros a 6 metros de comprimento, apresenta muitas


curvaturas e ansas, que aumenta a sua área de absorção, e está encaixado na cavidade
abdominal.

O intestino delgado é revestido por uma mucosa enrugada que apresenta inúmeras
projeções. Está localizado entre o estômago e o intestino grosso e tem a função de segregar as
várias enzimas digestivas. Isto é, dá origem a moléculas pequenas e solúveis: a glicose,
aminoácidos, glicerol, etc.

O intestino delgado está dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo.

O duodeno é a primeira porção do intestino delgado e mede cerca de 30 cm de


comprimento. Ele é o primeiro a receber o quimo que vem do estômago, que ainda está muito
ácido, sendo irritante à mucosa duodenal.

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Logo em seguida, o quimo é banhado pela bile. A bile é secretada pelo fígado e
armazenada na vesícula biliar, contendo bicarbonato de sódio e sais biliares, que emulsificam
os lipídios, fragmentando suas gotas em milhares de micro gotículas.

Além disso, o quimo recebe também o suco pancreático, produzido no pâncreas. Ele
contém enzimas, água e grande quantidade de bicarbonato de sódio, pois dessa forma favorece
a neutralização do quimo.

Assim, em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno vai se tornando alcalina e


gerando condições necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal.

Depois do duodeno vem uma porção denominado "jejuno" a qual se segue o íleo, a zona
mais estensa do intestino delgado, que tem a função de absorver grande parte dos nutrientes
contidos no quilo, isto é, a pasta líquida que resultou da transformação do quimo e que é feita
durante o seu percurso, ao longo das porções anteriores do intestino.

Por fim, ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos,
sobra uma pasta grossa formada por detritos não assimilados e com bactérias. Esta pasta, já
fermentada, segue para o intestino grosso.

NB: No intestino delgado atuam o suco pancreático (produzido pelo pâncreas), a bílis
(produzido no fígado e na vesícula biliar) e o suco entérico ou intestinal (produzido pelo próprio
intestino). Estes sucos completam a digestão do amido e das proteínas.

Tubo digestório baixo

Intestino grosso

O tubo digestório baixo é formado pelo intestino grosso, que possui os seguintes
componentes: ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto.

O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento e 6 cm de diâmetro. É local de


absorção de água (tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas), de armazenamento e de
eliminação dos resíduos digestivos.

Ele está dividido em três partes: o ceco, o cólon (que se subdivide em ascendente,
transverso, descendente e a curva sigmoide) e reto.

No ceco, a primeira porção do intestino grosso, os resíduos alimentares, já constituindo


o “bolo fecal”, passam ao cólon ascendente, depois ao transverso e em seguida ao descendente.

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Nesta porção, o bolo fecal permanece estagnado por muitas horas, preenchendo as porções da
curva sigmoide e do reto.

O reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o canal anal e o ânus, por
onde são eliminadas as fezes.

Para facilitar a passagem do bolo fecal, as glândulas da mucosa do intestino grosso


secretam muco a fim de lubrificar o bolo fecal, facilitando seu trânsito e sua eliminação.

Note que as fibras vegetais não são digeridas nem absorvidas pelo sistema digestivo,
passam por todo tubo digestivo e formam uma porcentagem significativa da massa fecal.
Sendo, portanto, importante incluir as fibras na alimentação para auxiliar a formação das fezes.

Resumindo, o intestino grosso comunica com o intestino delgado através do orifício


íleo-cecal. Logo abaixo desta comunicação está uma parte do intestino grosso que tem a forma
de fundo de um saco e que se denomina cego ou ceco e na sua estremidade está o apêndice.
Acima do orifício íleo-cecal, o intestino grosso prolonga-se pelo cólon descendente. O
cólon termina no reto, que abre para o exterior através do ânus, cuja abertura é controlada pelo
esfíncter anal.

Órgãos Anexos do sistema digestório

Nela encontramos glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar.

Glândulas Salivares

As glândulas são estruturas responsáveis pela secreção de substâncias. Podemos


classificar as glândulas em endócrinas, exócrinas e mistas. As glândulas endócrinas lançam
suas secreções, denominadas de hormônios, no sangue, por onde são transportadas até
atingirem seu local de ação. São essas as glândulas que analisamos ao estudar o sistema
endócrino. As glândulas exócrinas, por sua vez, apresentam ductos que garantem que sua
secreção seja lançada em cavidades ou nas superfícies corporais. Por fim, temos as glândulas
mistas, que apresentam porções endócrinas e exócrinas."

As glândulas salivares são exócrinas e responsáveis por produzir a saliva, uma secreção
que atua no processo de digestão e na garantia da saúde bucal.

As glândulas salivares são responsáveis por produzir a saliva que é lançada em nossa
boca. Essa substância é essencial para o processo de digestão e também para garantir a nossa

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saúde bucal, ou seja, a presença de alimentos na boca, assim como sua visão e cheiro,
estimulam as glândulas salivares a secretar a saliva, que contém a enzima "amilase salivar ou
ptialina, além de sais minerais e outras substâncias, onde a amilase terá a função de digerir o
amido e outros polissacarídeos (como glicogénio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo).

Características das glândulas salivares

As glândulas salivares são exócrinas, que lançam sua secreção na cavidade do corpo.
Elas apresentam uma porção secretora, responsável por produzir os componentes da saliva, e
uma porção condutora, responsável por conduzir a saliva até a cavidade bucal.

Na porção secretora, encontram-se dois tipos de células: as serosas e/ou as mucosas. As


células serosas são responsáveis por produzir uma secreção aquosa rica em enzimas, e as
mucosas são responsáveis pela secreção de muco, o qual apresenta como principal função a
lubrificação do bolo alimentar.

Saliva

A saliva é uma substância rica em enzimas, glicoproteínas, eletrólitos e


imunoglobulinas, entretanto, seu principal componente é a água, que representa cerca de 99%
de seu peso. A saliva não apresenta a mesma constituição em todas as glândulas, por exemplo,
a saliva produzida nas parótidas difere da produzida nas submandibulares.

Por conter a enzima chamada de amilase salivar ou ptialina, a saliva é importante no


processo de digestão do amido. Além disso, a saliva lubrifica o bolo alimentar, o que favorece
sua deglutição, e possui ação antibacteriana, que é importante para a saúde bucal.

Tipos de glândulas salivares

Existem diversas glândulas salivares localizadas na nossa cavidade bucal, algumas


maiores e outras muito pequenas. As glândulas salivares pequenas secretam pouca saliva,
entretanto, atuam na produção de uma grande quantidade de muco. Já as glândulas maiores são
as grandes responsáveis pela saliva.

Os três principais e maiores pares de glândulas salivares são:

1. Parótidas: estão localizadas dos dois lados da nossa face, logo abaixo e à frente de
nossas orelhas. Elas possuem um formato achatado, sua porção secretora é formada

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exclusivamente por células serosas e sua secreção é liberada próximo ao segundo molar
superior. As glândulas parótidas são responsáveis por cerca de 30% de toda a saliva
produzida.
2. Submandibulares: como o próprio nome indica, estão situadas na parte interna da
nossa mandíbula. A saliva secretada por elas é lançada abaixo da língua, mais
precisamente ao lado do frênulo da língua. As células da sua porção secretora são tanto
células secretoras quanto células mucosas. Essas glândulas de formato ovoide
destacam-se por produzir, aproximadamente, 60 % de toda a saliva.
3. Sublinguais: estão localizadas debaixo da língua. Assim como a porção secretora das
glândulas submandibulares, as sublinguais apresentam células serosas e mucosas. Elas
representam cerca de 5% da saliva produzida por nossas glândulas salivares.

NB: Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantém, na boca, um pH neutro


(7,0) a levemente ácido (6,7), que é o ideal para a ação da ptialina ou amilase.

Curiosidade: Você sabia que o ser humano secreta, em média, 1 litro de saliva por dia?

Dentes

Os dentes são estruturas resistentes, calcificadas, presas ao maxilar e mandíbula, que


estão localizadas em nossa boca e possuem como função principal a mastigação a quebra do
alimento em partículas menores para facilitar a ação de enzimas digestivas, isto é, eles reduzem
os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das
enzimas.

Os dentes são estruturas essenciais no processo de digestão. São eles os responsáveis


por cortar e amassar os alimentos, facilitando a ação de enzimas. Sem eles, alimentos sólidos
não seriam ingeridos com eficiência.

Dentições nas diferentes fases da vida

Primeiros dentes surgem por volta dos seis meses de vida. Esses são os famosos “dentes
de leite”, mais corretamente chamados de dentes decíduos. Essa dentição é constituída por 20
dentes.

Por volta dos cinco anos de idade, essa primeira dentição começa a ser trocada por uma
dentição permanente. Apesar de começar cedo na vida da criança, a formação dos dentes

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definitivos completa-se apenas na fase adulta, entre 18 e 21 anos. Essa última dentição, quando
completa, é formada por 32 dentes.

Vale frisar ainda que existe um dentição classificada como mista, que inclui o período
em que a criança possui dentes de leite e dentes definitivos.

Partes ou Estrutura dos dentes do dente

A parte superior e visível do dente é chamada de coroa e apresenta diferentes formatos


de acordo com a função que o dente possui. A raiz ou alvéolos dentários, por sua vez, não pode
ser vista, pois está dentro do osso, garantindo a sustentação dos dentes.

Podemos observar três importantes camadas no dente, que são:

1. Esmalte: é a camada mais externa do dente e é considerado o tecido mais duro de todo
o corpo humano. O material que constitui o esmalte tem como principal componente a
hidroxiapatita.
2. Dentina: está localizada logo abaixo do esmalte do dente e é menos resistente que o
esmalte. Na dentina, existem canalículos que atingem a polpa do dente.
3. Polpa: é a camada mais interna e apresenta vasos sanguíneos e nervos. É por isso que
cáries profundas causam muita dor.

Tipos de dente

Nossa dentição apresenta quatro tipos principais de dentes:

1. Incisivos: são utilizados para cortar os alimentos. Eles são mais afilados e possuem
forma de lâmina.
2. Caninos: rasgam e perfuram os alimentos. Esses dentes têm pontas agudas (cúspides)
e coroa robusta e em forma de cone.
3. Pré-molares: esmagam o alimento. Esses dentes apresentam duas pontas (cúspides).
4. Molares: ajudam a moer e a triturar alimentos. Possuem várias pontas (cúspides).

Problemas que podem afetar os dentes

Cárie

A cárie é um problema ocasionado pela formação de placas bacterianas que causam a


deterioração do dente. Esse problema tem relação direta com a forma de vida de uma pessoa,
pois está relacionado com hábitos de higiene e também com os produtos ingeridos.

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A cárie pode ser evitada com hábitos simples de higiene, como escovar os dentes pelo
menos três vezes ao dia com produtos que contenham flúor e utilizar diariamente o fio dental.
Também é importante adotar uma dieta balanceada e fazer acompanhamento preventivo com
um dentista.

Língua

A língua, estrutura do sistema gustativo, é um órgão sensorial e muscular que está


localizada na cavidade oral e faríngea, caracterizada por ser recoberta por uma membrana com
papilas gustativas em sua superfície (estão presentes os botões e as células gustativas) e os
corpúsculos de Krause, responsáveis por perceber as sensações táteis.

Funções da língua

A língua possui duas funções:

1. Órgão sensorial: percebe a conformação, a dimensão, a textura, a temperatura e o


sabor dos alimentos. Isto é, na superfície da língua existem dezenas de papilas
gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários, que são:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos,
na superfície da língua, não é homogénea.
2. Órgão muscular: auxilia o movimento dos alimentos dentro da cavidade bucal, inicia
a deglutição e participa na linguagem (articula as palavras durante a fala).

Anatomia da língua

A língua é um importante órgão móvel, formado por dezessete músculos do tipo


estriado esquelético, intercalado com tecido adiposo. Está ligada à epiglote, ao osso hióide,
palato mole, faringe e laringe; projetando-se para a região localizada próxima aos dentes
incisivos inferiores.

É coberta por uma membrana mucosa, ajudando a umedecer a boca e o alimento; e


também a proteger o organismo contra patógenos. Nesta membrana, existem projeções
denominadas papilas, sendo estas essenciais para a sinalização de sensações gustativas, de
textura, viscosidade, temperatura, dentre outras; já que possuem receptores para tal. Exercendo
não apenas funções relativas às sensações e articulação de palavras, ela também auxilia na

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mastigação e deglutição; ao misturar a saliva com o alimento, pressionar o bolo alimentar


contra os dentes, e depois empurrar este para a faringe.

Na porção dorsal, está delimitada longitudinalmente pelo sulco lingual, dividindo-a em


duas metades simétricas. Nesta região apresenta, além de papilas; glândulas e folículos
linfáticos.

Na sua porção inferior, possui uma prega vertical denominada frênulo, ligando esta
região ao assoalho da boca. Quando esta se apresenta muito curta, pode causar problemas na
fala. Esta condição, denominada anquiloglossia, é conhecida popularmente como “língua
presa”.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 à 20 cm de comprimento e de


formato triangular, localizada na região do abdômen que produz hormônios e enzimas.

O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo
e de uma cauda afilada.

O pâncreas está localizado no abdômen, em uma região atrás do estômago, entre o


duodeno e o baço. Pesa cerca de 100 gramas e apresenta três regiões principais: a cabeça, o
corpo e a cauda.

O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados, que são: pâncreas exócrino
e o endócrino.

O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas


ácinos que levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. Já
o endócrino, secreta os hormônios insulina e glucagon.

O pâncreas, uma importante glândula do corpo humano, é responsável pela produção


de hormônios e enzimas digestivas. Por apresentar essa dupla função, essa estrutura pode ser
considerada um órgão do sistema endócrino e digestório.

Por produzir enzimas e hormônios, o pâncreas é considerado um exemplo de glândula


mista, ou seja, apresenta funções exócrinas e endócrinas. Sua função exócrina relaciona-se com
a produção do suco pancreático, um produto rico em bicarbonato e que apresenta pH entre 7,8
e 8,2. Nesse suco, são encontradas várias enzimas, como a tripsina e a quimotripsina, que atuam

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em proteínas; a amilase, que atua nos polissacarídeos e dissacarídeos; as lipases, que quebram
gorduras; e as nucleases, que agem sobre os ácidos nucleicos.

A eliminação do suco pancreático é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso.


Quando uma pessoa alimenta-se, vários fatores geram impulsos nervosos que promovem o
funcionamento do pâncreas. Entre esses fatores, podemos citar o cheiro do alimento, o gosto e
a chegada do bolo alimentar no estômago.

Além dos fatores nervosos, a produção do suco pancreático também ocorre graças à
ação de dois hormônios: a secretina e a colecistoquinina. Esses hormônios são produzidos pela
mucosa do duodeno quando estimulados pela chegada do alimento nessa região.

A função endócrina do pâncreas corresponde à sua capacidade de produzir insulina e


glucagon, dois hormônios que garantem níveis adequados de açúcares no sangue. Esses
hormônios são produzidos nas ilhotas de Langerhans, um grupo de células que possuem forma
de esfera.

O pâncreas pode ser atingido por várias doenças, tais como a pancreatite,
adenocarcinoma e diabetes tipo 1. Na pancreatite, ocorre a inflamação do pâncreas, que, na
maioria dos casos, está relacionada com o consumo frequente de álcool. Os principais sintomas
da pancreatite são dores abdominais, mal-estar, vômitos e emagrecimento.

Os adenocarcinomas são tumores que surgem no tecido glandular do pâncreas. São mais
comuns após os 60 anos de idade e provocam perda de apetite, dores abdominais,
emagrecimento, fraqueza, diarreia e tontura. O tratamento desse tipo de câncer é feito por meio
da retirada do tumor e, em alguns casos, por radioterapia e quimioterapia.

No diabetes tipo 1, o pâncreas não consegue produzir insulina, o que faz com que o
nível de glicose no sangue fique alto, um quadro denominado de hiperglicemia. A pouca
produção do hormônio ocorre em razão do ataque do sistema imunológico às células beta, um
grupo de células das ilhotas de Langerhans responsáveis pela produção de insulina.

Fígado

O fígado é um dos maiores órgãos do corpo humano e mais volumosa de todas as


vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem (adulto), Além disso, possui superfície lisa e recoberta
por uma cápsula própria. Possui quatro lobos: direto, esquerdo, caudado e quadrado. Cada lobo
é formado por várias células conhecidas como hepatócitos. Estando situado no quadrante

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superior direito (QSD) da cavidade abdominal, isto é, abaixo do diafragma e do lado direito, e
relaciona-se com diversas funções, entre elas, a produção da bile e a detoxificação hepática.

O fígado é um anexo do sistema digestório e é considerado um dos maiores órgãos do


corpo humano. Apresenta coloração marrom avermelhada. O fígado está relacionado com
funções importantes do nosso corpo, tais como a regulação do metabolismo de vários nutrientes
(proteínas, carboidratos e lipídios), síntese de proteínas e outras moléculas, degradação de
hormônios, armazenamento de substâncias, como o glicogênio, e excreção de substâncias
tóxicas. Além disso, está relacionado com a produção de hemácias no embrião, destrói essas
células quando estão velhas, além de sintetizar alguns fatores de coagulação.

Apesar das diversas funções do fígado, uma das principais e mais conhecidas é a
formação e secreção da bile — uma substância formada principalmente por ácidos biliares,
fosfolipídios, colesterol, sais inorgânicos e bilirrubina. Esta, por sua vez, é responsável por dar
cor à bile e é resultado da destruição de hemácias.

Por dia, o fígado produz cerca de 500 a 1000 ml de bile, que são armazenados na
vesícula biliar. A produção dessa substância ocorre constantemente, entretanto, logo após as
refeições, a secreção é aumentada.

A bile apresenta basicamente duas funções primordiais: excreção de algumas


substâncias e a emulsão das gorduras, que ajuda na digestão e absorção dos lipídios. Na bile
são eliminadas, principalmente, toxinas, substâncias presentes em drogas e a bilirrubina. Esse
processo é conhecido como detoxificação hepática.

Quando o fígado está sofrendo com alguma doença, alguns sintomas podem surgir.
Uma pessoa que sofre com problemas hepáticos normalmente apresenta icterícia, fadiga,
náusea, vômitos, dor abdominal, distensão abdominal, entre outros. Um dos quadros clínicos
mais conhecidos e mais específicos de doença no fígado é a icterícia, que se caracteriza por
provocar coloração amarelada na pele, na esclera dos olhos (branco do olho) e nas mucosas em
decorrência de uma alta concentração de bilirrubina no sangue.

Um dos grandes problemas que atingem o fígado é a cirrose, uma degeneração e


inflamação do órgão resultantes de diversos problemas. A causa mais comum de cirrose é o
alcoolismo, porém hepatites virais e doenças biliares podem desencadear o problema.
Normalmente ela ocasiona fibrose progressiva e o surgimento de nódulos parenquimatosos.

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Por possuir funções vitais, o fígado é um órgão extremamente importante para a nossa
sobrevivência. Sendo assim, ao surgir qualquer sintoma, principalmente a coloração amarelada
na pele e olhos, procure imediatamente o médico. Problemas hepáticos podem ser graves e
gerar até mesmo a morte do paciente.

Vesícula Biliar

A vesícula biliar é um órgão oco, que se assemelha a um pequeno saco em forma de


pera, e apresenta de 7 cm a 10 cm de comprimento. A vesícula biliar é um órgão que fica atrás
do fígado e ajuda na digestão dos alimentos e pode armazenar de 30 ml a 50 ml de bile. Ela é
uma pequena bolsa que guarda a bile: líquido verde que dissolve as gorduras. Assim como os
rins, a vesícula biliar pode produzir cálculos, ou seja, pedras. Essa produção acontece por
diversos tipos de irregularidades no sistema digestivo e/ou na alimentação.

A bile

Também conhecida como bílis, a bile é um líquido verde e amargo que o fígado produz
e a vesícula reserva. A bile é composta por água, bicarbonato de sódio, pigmentos, gordura,
sais inorgânicos e colesterol. O líquido da vesícula é formado também por ácidos, sendo o
principal o ácido clorídrico. Esses ácidos são os componentes que ajudam na digestão da
gordura.

Trajetória da bile

Esse líquido é produzido pelo fígado e armazenado na vesícula biliar. A bile circula
pelos ductos biliares e pela vesícula até chegar ao intestino, onde emulsiona as gorduras
permitindo que as pequenas partículas lipídicas aumentem de tamanho, finalizando o processo
de digestão.

Função da vesícula biliar

A vesícula biliar somente armazena a bile e, posteriormente, lança-a no intestino. A


secreção dessa substância é determinada pela contração da musculatura desse órgão, que é
estimulada por hormônios produzidos por células do intestino.

Problemas que afetam a vesícula biliar

Sem dúvidas, o principal problema que atinge a vesícula biliar são as “pedras na
vesícula”, conhecido também como colelitíase. Essa condição surge por causa de distúrbios

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nos componentes químicos da bile. Muitas vezes, a colelitíase não causa sintomas, mas
algumas pessoas relatam dor intensa e contínua, que começa subitamente, além de náuseas e
vômitos.

As pedras na vesícula podem ser tratadas com a retirada da vesícula biliar. A cirurgia
geralmente é simples, provoca pouca dor após a operação e proporciona um retorno rápido às
atividades diárias. Vale salientar que, depois da retirada desse órgão, uma atenção especial
deve ser dada à alimentação, evitando-se o consumo de alimentos muito gordurosos, por
exemplo. Apesar desses cuidados, a remoção da vesícula não interfere na vida normal de uma
pessoa, uma vez que a bile continua a ser produzida pelo fígado.

Outro problema que afeta a vesícula biliar é a colecistite, uma inflamação desse órgão.
Em geral, essa inflamação está relacionada também com o acúmulo de pedras na vesícula.
Essas pedras podem ficar presas nas aberturas da vesícula, desencadeando a inflamação e
provocando dor e febre.

Higiene do sistema digestório — A Boca

A higiene da boca é feita através da utilização de uma escova de dentes e de uma pasta
de dentes. Sempre que seja possível, é recomendado a utilização do fio dental.

Para ter uma boa higiene oral, é muito importante utilizar bem a escova.

Técnicas de lavagem dos dentes

Eis algumas técnicas para uma correta lavagem dos dentes:

 Movimentar a escova na vertical


 As pontas dos fios da escola devem passar de cima para baixo, na arcada superior, e de
baixo para cima, na inferior.
 Friccionar os dentes e as gengivas
 Escovar os dentes e friccionar as gengivas do lado de dentro
 Escovar a arcada superior e inferior separadamente, com a boca bem aberta
 Passar a escova em cada arco pelo menos dez vezes
 Usar fio dental, para remover as partículas de alimentos que a escova não conseguiu
retirar.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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NB: Lavar os dentes diariamente depois das refeições é essencial para uma boa higiene
oral, para crianças, adolescentes e adultos.

Fascículo de Biologia — 2022/2023

Disciplina: Biologia

Lição n⁰:

Professor: António Lízua (Lízalogia)

Unidade II: Função Digestiva

Sumário: Fisiologia da digestão


A fisiologia do sistema digestivo é constituída por vários órgãos que levam o alimento
e realizam sua digestão a absorção de seus nutrientes.

A Fisiologia (do grego physis = natureza e logos = estudo) é o estudo das funções e do
funcionamento normal dos seres vivos, bem como dos processos físico-químicos que ocorrem
nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios. É ela que explica, por exemplo,
como podemos pensar, caminhar, sentir dor, comer.

Para entender como funciona a fisiologia da digestão, primeiro, deve-se saber o que é
digestão.

Digestão: é o conjunto de transformações físicas e químicas sofridas pelos alimentos para


serem absorvidos pelo organismo. A digestão ocorre por meio de dois processos, mecânicos e
químicos.

Tipos de digestão

Existem basicamente dois tipos de digestão, que são:

Digestão mecânica

A digestão mecânica é realizada com a mastigação, a deglutição e com os movimentos


que acontecem no tubo digestivo, chamados de movimentos peristálticos ou peristaltismo.

Na mastigação, por ação dos dentes e da língua, os alimentos são transformados em


partículas menores, que são depois misturandos com a saliva, constituindo o bolo alimentar.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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Na deglutição, o bolo alimentar passa para a faringe e desta para o esófago, que se abre
no estômago. Quando engolimos, a epiglote fecha a glote, impedindo que o alimento vá para a
traqueia. O bolo alimentar percorre o esófago impelido pelas contrações dos músculos das suas
paredes. Quando o bolo alimentar chega ao estômago, este contrai-se e executa movimentos
que fazem com que a massa de alimentos seja misturada com o suco gástrico, encaminhando
de seguida o que daí resulta para piloro.

No estômago, o bolo alimentar transforma-se numa pasta semi-líquida denominada


quimo. Se os alimentos tiverem sido bem mastigados, o trabalho do estômago é menor; se isso
não tiver acontecido, o estômago terá de concluir o trabalho que os dentes deveriam ter feito.

As contrações registadas no esôfago, no estômago e nos intestinos, são chamados de


movimentos peristálticos.

Digestão Química

Na digestão química, os alimentos são decompostos em partículas menores graças a


ação das enzimas presentes no suco digestivo ou suco gástrico, sofrendo alterações em sua
composição química, para que possam passar facilmente para o sangue (absorção).

No estômago os movimentos peristálticos misturam o bolo alimentar ao suco gástrico,


produzido pelas glândulas da mucosa gástrica. Esse suco contém o ácido clorídrico, que
mantém a acidez estomacal, dando condição favorável ao trabalho das enzimas na digestão.

A pepsina, a principal enzima do estômago, atua na transformação das proteínas,


intensificando a digestão química. O hormônio gastrina (produzido no estômago quando o
alimento entra em contato com suas paredes) regula a ação da pepsina, que transforma
moléculas grandes (polipeptídeos) em moléculas menores (dipeptídeos).

O suco alimentar, resultado da digestão química é chamado de quimo. A passagem do


quimo para o intestino é controlada através da válvula denominada piloro.

No intestino delgado ocorre a maior parte da digestão e assimilação dos nutrientes.


Distinguem-se nele duas regiões: o duodeno e o jejuno-íleo.

No duodeno são lançadas as secreções do fígado e do pâncreas, que junto com o suco
entérico ou intestinal, atuam sobre o quimo (bolo alimentar que tem aparência de uma massa
branca após passar pela digestão gástrica).

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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A bile: é a secreção do fígado, armazenada na vesícula biliar, que é lançada no duodeno


através do ducto biliar comum. A bile não contém enzimas digestivas e sim os sais biliares
(contem água e bicarbonato de sódio, principalmente) que separam as gorduras em partículas
microscópicas, facilitando a ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios.

O suco pancreático: é produzido pelo pâncreas. A tripsina é uma das enzimas


produzidas no pâncreas, que age sobre as proteínas. Ela só se torna ativa quando chega no
duodeno e se junta ao suco entérico, transformando-se em quimotripsina.

O suco intestinal ou entérico: é produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas que
completam a digestão dos lipídios, das proteínas e dos carboidratos.

No término do processo realizado no duodeno, o conjunto das substâncias forma um


líquido viscoso de cor branca, denominado quilo, que segue para o jejuno-íleo.

No jejuno-íleo grande parte dos nutrientes, resultantes do processo da digestão, é


absorvido pelo sangue e conduzido para todas as células do organismo. O que não é absorvido
- a água e a massa alimentar, formada principalmente de fibras - passam para o intestino grosso.

As fibras alimentares são, portanto, essenciais para a formação das fezes e ao bom
funcionamento dos intestinos.

O intestino grosso absorve a água e os sais minerais que o intestino delgado não
assimilou na digestão. O material que não foi digerido, forma as fezes que são acumuladas no
reto (parte final do intestino grosso) e posteriormente empurradas por movimentos peristálticos
para fora, através do canal do ânus.

Todos os processos químicos que convertem os alimentos numa forma adequada à


absorção são controlados por enzimas.

Ação das enzimas na digestão

As enzimas: são proteínas que catalisam reações químicas as quais ocorrem em seres
vivos, ou seja, elas aceleram a velocidade das reações, o que contribui para o metabolismo.
Sem as enzimas, muitas reações seriam extremamente lentas.

Conhecem-se aproximadamente duas mil enzimas. Basicamente, uma enzima é uma


substância capaz de acelerar uma determinada reação química. A substância sobre a qual a
enzima age denomina-se substrato, porém a substância que resulta da ação da enzima chama-

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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se produto. Todas as enzimas têm em comum a presença do sufixo "ase" no seu nome, que
pode também conter uma referência ao substrato sobre o qual ela atua, como amílase, lipase,
proteases, etc)

A maior parte dos alimentos que ingerimos são constituídos por substâncias sólidas.
Para que estás sejam absorvidas, têm de ser transformadas mediante a ação das enzimas.

Uma enzima é formada por regiões às quais o substrato se pode ligar, formando
complexo enzima-substrato. No fim da reação, este complexo desfaz-se e ficamos, de um lado,
com o produto da reação e, do outro, com enzima. Ou seja, as enzimas nunca se ligam
permanentemente ao substrato e não alteram a sua composição. Cada enzima tem uma ação
específica, ou seja, cada enzima só atua sobre um determinado substrato com estruturas
parecidas.

Principais enzimas e suas ações

Veja algumas das principais enzimas e suas ações:

 Catalase: decompõe o peróxido de hidrogênio;


 DNA polimerase ou Transcriptase Reversa: catalisa a duplicação do DNA;
 Lactase: facilita a hidrólise da lactose;
 Lipase: facilita a digestão de lipídios;
 Protease: atuam sobre as proteínas;
 Urease: facilita a degradação da ureia;
 Ptialina ou Amilase: atua na degradação do amido na boca, transformando-o em
maltose (molécula de menor tamanho);
 Pepsina ou Protease: atua sobre proteínas, degradando-as em moléculas menores;
 Tripsina: participa da degradação de proteínas que não foram digeridas no estômago.

A amilase só catalisa o desdobramento (fragmentação) de moléculas de amido. Sobre


as proteínas atuam as proteases e sobre os lípidos atuam as lipases.

A saliva atua na boca e durante o trajeto do bolo alimentar até ao esófago. A saliva
contém a enzima amíliase salivar, que é produzida nas glândulas salivares e depois é levada até
à boca, onde atua sobre o amido, desdobrando parcialmente em maltose.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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A ação das enzimas pode ser influenciada por vários fatores. Fatores como a presença
de uma substância ácida que, no caso da pepsina (uma protease que atua no estômago), por
exemplo, é o ácido clorídrico.

A pepsina atua sobre as proteínas, catalizando seu desdobramento (fragmentação) em


prótidos mais simples, isto é, em péptidos e polipéptidos. Os polipéptidos podem construir uma
cadeia de dez a cem aminoácidos. As enzimas do estômago atuam em meio ácido. O ácido
clorídrico presente no estômago tem a capacidade de destruir alguns micróbios ingeridos
juntamente com os alimentos.

Existe outra enzima no suco gástrico, que se chama quimosina ou casease, que atua
sobre a proteína do leite (caseína). Também existe em pequena quantidade a lipase gástrica,
que faz o desdobramento (fragmentação) dos lípidos em ácidos gordos e glicerol.

No intestino delgado atuam três sucos, dos quais um, que se chama bílis ou fel, que não
possui gorduras. A bílis é segregada pelo fígado e de emulsificador das gorduras.

A lipase pancreática, ou lipase intestinal, faz com que os lípidos (já emulsificados pela
bílis) sejam desdobrados em ácidos gordos e em álcool (geralmente, o glicerol). Tanto no suco
pancreático como no suco intestinal, existem enzimas específicas para a fragmentação de
glícidos.

A amílase pancreática (amilopsina) transforma o amido que não foi degradado pela
amílase salivar em maltose.

No suco intestinal existem enzimas que atuam sobre os dissacáridos, tranformando-os


em açúcares simples (monossácaridos); sobre maltose atua a maltase; sobre a sacarose atua a
sacarase; sobre a lactose atua a lactase. A maltase é desdobrada em duas moléculas de glicose
pela ação da maltase do suco intestinal.

Os sucos pancreático e intestinal são ricos em enzimas que atuam sobre proteínas. No
suco pancreático existe a tripsina, que é muito ativa na decomposição das proteínas que não
sofreram a ação da pepsina no estômago e várias enzimas que decompõem os polipéptidos nos
respectivos aminoácidos e que se denominam peptidases.

A digestão das proteínas termina quando são fragmentados, até se obterem os


aminoácidos que as constituem.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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Resumo – Enzimas

Sequenciação do processo digestivo

A digestão começa na boca ao longo dos diversos órgãos que compõem o tubo
digestivo.

Na boca, os alimentos são mastigados e ensalivados. A saliva, além de amolecer e


lubrificar os alimentos, possui amílase, que cataliza a transformação do amido em maltose.

Os alimentos triturados e amolecidos constituem o bolo alimentar, que, por deglutição, passa
para faringe e daí para o esófago.

No esôfago, os alimentos prosseguem até ao estômago devido às contrações


involuntárias das paredes do esófago, chamados movimentos peristálticos. Durante este
percurso, a amílase salivar continua a atuar sobre o amido.

No estômago, o bolo alimentar sofre a ação mecânica provocada por movimentos que
o fazem deslocar-se entre a cárdia e o piloro, e vice-versa, tocando as paredes do estômago.
Neste circuito, o bolo alimentar é envolvido pelo suco gástrico.

No estômago existem ainda células que segregam muco, que protege a parede gástrica
dos efeitos corrosivos do ácido e de outras substâncias irritantes. Sem o muco, o estômago
poderia digerir (corroer) a sua própria parede, provocando o aparecimento de úlceras (úlceras
gástricas).

A digestão mecânica e química do bolo alimentar no estômago resulta na formação do


quimo que é uma massa semi-líquida.

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No intestino delgado, as transformações ocorrem na presença do suco pancreático, da


bílis e do suco intestinal ou entérico. A bílis atua emulsificando as gorduras, o que facilita a
ação das lipases presentes noutros sucos digestivos.

Nos glícidos, o amido que escapou à amílase salivar é desdobrado (fragmentado) em


maltose, por ação da amílase pancreática.

Os prótidos que no estômago não foram transformados, ou que foram transformados


parcialmente, são desdobrados em aminoácidos pela ação da tripsina (protease pancreática) e
da protease intestinal.

Os lípidos dão origem a álcool, glicerol, e ácidos gordos através da ação das lipases
pancreática e intestinal.

A água, as vitaminas e os sais minerais não sofrem qualquer transformação no tubo


digestivo, passando diretamente para o meio interno.

Resumo

Disciplina: Biologia

Lição n⁰:

Professor: António Lízua (Lízalogia)

Unidade II: Função Digestiva

Sumário: Absorção Intestinal

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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Absorção intestinal: é a passagem dos nutrientes para o meio interno, ou seja, é a fase
que se segue à digestão e durante a qual ocorre a passagem dos produtos digeridos para o
sangue e para a linfa através da mucosa intestinal.

Esta absorção pode realizar-se em vários órgãos do tubo digestivo. A maior parte da
absorção é Intestinal e ocorre no intestino delgado.

A parede interna do intestino delgado apresenta invaginações que triplicam a superfície


de contato com os nutrientes presentes no quilo. Por sua vez, estas estão recobertas por milhões
de vilosidades intestinais, no interior de cada qual existem capilares sanguíneos e um vaso
quilífero, no qual não circula sangue, mas sim linfa.

A grande superfície de contacto do intestino delgado permite melhor contato entre os


nutrientes e a parede intestinal, facilitando a passagem das moléculas simples para o meio
interno representado pelo sangue e pela linda. Este fenômeno denomina-se absorção intestinal.

A absorção intestinal faz-se:

 Por via sanguínea (água, sais minerais, vitaminas hidrossolúveis e aminoácidos);


 Por via linfática (ácidos gordos, glicerol e vitaminas lipossolúveis)

As substâncias que não são absorvidas passam para o intestino grosso formando as
fezes.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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Higiene do sistema digestório

Conselhos práticos

O bom funcionamento do nosso sistema digestório é essencial para nos sentirmos bem
e termos saúde. Para manter o bom funcionamento do sistema digestório é essencial seguir os
seguintes conselhos:

 Come calmamente, mastigando e ensalivando bem os alimentos


 Come a horas certas e apenas o necessário para satisfazer as necessidades
 Evita intervalos superiores a três horas entre as refeições
 Evita falar enquanto comes
 Previne a prisão de ventre ou constipação intestinal, consumindo com regularidade
alimentos ricos em fibras
 Evita beber muitos líquidos às refeições
 Não tomes banho durante o tempo que dura a digestão
 Evita exercícios violentos depois das refeições
 Evita consumir alimentos muito gelados e muito quentes

Resumo — Digestão/Enzimas

Doenças do Sistema Digestório

Eis as doenças que afetam o sistema digestivo ou gastrointestinal:

 Diarreia
 Desenteria
 Prisão de ventre

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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 Infeções intestinais
 Faringite
 Estomatite
 Esofagite
 Gastrite
 Apendicite
 Pancreatite
 Esteatose hepática
 A síndrome do intestino irritável
 Refluxo gastroesofágico, etc.
 Dispesia
 Azia
 Úlceras pépticas
 Hemorroida, etc.

Atividades para casa

Verifica se sabes

1. Descreve como é constituído o sistema digestório.


2. Diz quais são as funções dos dentes, e diz em que tipo se dividem.
3. Indica qual é o nome dado aos alimentos depois das alterações que sofrem na boca.
4. Na digestão existem dois tipos de ações. Diz quais são.
5. Quais são as glândulas anexas ao tubo digestório?
6. Quais são as principais enzimas intervenientes na digestão?
7. A absorção é feita por duas vias. Quais são?
8. Quais são os principais conselhos a seguir para mantermos um bom funcionamento do
sistema digestório?
9. Cita e decreva as causas das doenças que afetam o sistema digestivos.

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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ANEXOS

Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)


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Elaborado por: Profº. António Lízua (Lízalogia)

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