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Sistema Digestório e

Urinário
Dr. Rodrigo Vieira
Antes de iniciarmos o estudo do sistema digestório, é essencial
destacarmos a importância dos nutrientes no processo digestivo.

Na composição química dos alimentos, encontram-se os nutrientes,


substâncias de natureza orgânica ou inorgânica necessárias ao bom
funcionamento do corpo humano.
Sistema digestório

O sistema digestório é responsável por garantir a nutrição


humana. Essa nutrição consiste basicamente em quatro etapas
que envolvem o aproveitamento pelo organismo dos nutrientes
presentes nos:

ingestão → digestão → absorção → eliminação.
Sistema digestório

Componentes do sistema digestório

Para realizar o processo de digestão dos alimentos, o sistema digestório


conta com a participação de diversos órgãos (boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado e intestino grosso), além de estruturas
anexas que facilitam esse processo, como dentes, glândulas salivares,
pâncreas, vesícula biliar e fígado, por exemplo.
Sistema digestório

Componentes do
sistema digestório
Sistema digestório

Boca

Corresponde à primeira cavidade do sistema digestório. Nesse


compartimento, os alimentos iniciam uma série de transformações
físicas e químicas até serem absorvidos.

A primeira transformação é causada pela mastigação, que consiste no


ato mecânico de cortar, triturar e amassar o alimento, favorecendo sua
fragmentação. Nessa atividade, os dentes correspondem aos anexos da
boca.
Sistema digestório

Boca

A mastigação fragmenta os alimentos para favorecer que eles sejam


engolidos no processo de deglutição, além de facilitar a ação química
da saliva para formar uma massa pastosa denominada bolo alimentar.
Sistema digestório

Boca

A saliva é uma secreção produzida pelas glândulas salivares, que estão


localizadas abaixo da língua e próximas às orelhas (parótidas,
submandibulares e sublinguais).

Além de amolecer o alimento, a saliva possui enzimas que realizam a


quebra química de alguns nutrientes, em especial os carboidratos. A
principal enzima encontrada na saliva é a amilase salivar (ptialina), que
atua na quebra do amido em maltose, um carboidrato menor.
Sistema digestório
Boca

A boa mastigação é sempre recomendada, uma vez que a fragmentação


do alimento aumenta a área superficial de contato, auxiliando a ação
química das enzimas e o aproveitamento dos nutrientes.
Sistema digestório
Faringe
A faringe é um tubo muscular curto que vem logo após a boca.

Com a língua, participa da deglutição, empurrando o bolo alimentar


para o próximo órgão, o esôfago.

A faringe também é responsável


pela passagem do ar inalado
para órgãos do sistema respiratório.
Sistema digestório
Esôfago
Após a deglutição, o bolo alimentar alcança um tubo de
aproximadamente 23 cm, constituído por musculatura lisa: o esôfago.
Sistema digestório
Esôfago
As contrações involuntárias desse músculo são
denominadas peristaltismo. Esse movimento caracteriza-se por um
estreitamento no tubo muscular, que empurra o bolo alimentar por toda a
extensão do esôfago até alcançar a cavidade estomacal.
Sistema digestório
Estômago
O bolo alimentar permanece no estômago por aproximadamente duas
horas.

Durante esse período, os vigorosos movimentos contráteis do estômago


favorecem a mistura desse material com substâncias químicas
produzidas pelo próprio órgão.

Essas substâncias constituem o suco gástrico, que apresenta ácido


clorídrico – responsável pela acidez do estômago –, enzimas digestivas,
água e outras substâncias.
Sistema digestório
Estômago

A secreção do suco gástrico é regulada pelo sistema nervoso. Assim,


quando se sente um cheiro e se pensa em determinado tipo de alimento,
os estímulos nervosos são disparados e promovem a secreção desse
líquido.

A enzima mais importante encontrada no suco gástrico é a pepsina.


Classificada como uma protease, a pepsina promove a digestão das
proteínas em cadeias menores (peptídios).
Sistema digestório
Estômago
Sistema digestório
Estômago
Como o período que o alimento passa no estômago não é tão longo, nem
todas as proteínas são processadas nesse compartimento. É necessário
que o alimento passe pelo intestino delgado, onde a digestão continua.

Ao sair do estômago, o bolo alimentar apresenta uma consistência


semilíquida (pastosa), pois sofreu transformações físicas e químicas; por
isso, passa a ser denominado quimo.

Sua passagem para o intestino delgado será regulada pelo esfíncter


pilórico (piloro).
Sistema digestório
Intestino delgado, pâncreas e fígado

A primeira porção do intestino delgado recebe o nome de duodeno, que


é uma região de 25 cm onde ocorre a digestão química da maior parte
dos alimentos.

A parede do intestino delgado e o pâncreas são os produtores dos


diferentes tipos de enzima que interagem com os alimentos nessa última
transformação, antes da absorção.
Sistema digestório
Intestino delgado, pâncreas e fígado

O pâncreas: uma glândula anexa ao sistema digestório. Conectado ao


duodeno por meio de um canal (o duto pancreático), o pâncreas secreta
o suco pancreático, composto pelas seguintes enzimas.

•Amilase pancreática: enzima que continua a quebra do amido iniciada


na boca.

•Proteases: enzimas que continuam a quebra das proteínas iniciada pela


pepsina estomacal.

•Lipases: enzimas que promovem a quebra das gorduras (lipídios).


Sistema digestório
Intestino delgado, pâncreas e fígado

As gorduras são insolúveis em água, por isso o fígado – outra glândula


anexa ao sistema digestório – secreta uma substância de coloração
amarelo-esverdeada denominada bile, responsável pela emulsificação
das gorduras, para somente depois as lipases pancreáticas atuarem.

Antes de ser liberada no duodeno, a bile fica armazenada em uma bolsa


chamada de vesícula biliar.
Sistema digestório
Intestino delgado, pâncreas e fígado
Sistema digestório
Intestino delgado, pâncreas e fígado

A mucosa intestinal secreta ainda o suco entérico, rico em enzimas que


promovem a quebra dos carboidratos complexos em carboidratos mais
simples e dos peptídios em aminoácidos.

A atuação de todas as enzimas intestinais ocorre em meio alcalino


(básico).

Assim, o suco pancreático também contém bicarbonato de sódio, o que


possibilita a alcalinidade do quimo e a ação eficiente das enzimas.
Sistema digestório
Absorção no Intestino delgado

Após a ação dos sucos digestivos no duodeno, o quimo passa a ser


denominado quilo e segue pelo intestino delgado por meio dos
movimentos peristálticos.

Na porção intermediária e no final do intestino delgado – regiões


chamadas de jejuno e íleo, respectivamente –, ocorre a absorção de
nutrientes que foram digeridos na boca, no estômago ou no próprio
intestino, como aminoácidos, glicoses, frutoses, galactoses, ácidos
graxos, além de vitaminas e sais minerais, que não passam pelo processo
de digestão.
Sistema digestório
Absorção no Intestino delgado

As paredes do intestino delgado possuem dobras chamadas de


vilosidades.

Cada uma dessas dobras possui dobras menores, as microvilosidades,


que aumentam a superfície de contato com os nutrientes e tornam a
absorção otimizada e eficiente.
Sistema digestório
Absorção no Intestino delgado

As extensas redes de vasos sanguíneos que vascularizam as vilosidades


facilitam a passagem dos nutrientes para o sangue, por onde serão
transportados para todas as células do corpo.

Porém, nem tudo é absorvido no intestino delgado. Água e parte dos sais
minerais e das vitaminas, por exemplo, são absorvidos no intestino
grosso.
Sistema digestório
Absorção no Intestino delgado
Sistema digestório
Intestino grosso

Após as transformações ocorridas nas cavidades digestórias anteriores, o


resto dos alimentos que chega ao intestino grosso é denominado bolo
fecal.

A musculatura do intestino grosso se contrai e mistura esse bolo com um


muco, que é produzido pelo próprio órgão a fim de proteger suas
paredes. Assim, formam-se as fezes.
Sistema digestório
Intestino grosso

Nas primeiras porções do intestino grosso, região chamada de cólon


ascendente, há intensa absorção de sais minerais e água.

Nessa região, encontram-se bactérias constituintes da microbiota,


responsáveis pela síntese das vitaminas K e B12, as quais também são
absorvidas e utilizadas pelas células nos processos metabólicos do corpo
humano.
Sistema digestório
Intestino grosso

Na porção final do intestino grosso, denominada cólon descendente,


devido à absorção de grande quantidade de água, o bolo fecal adquire
consistência mais sólida e fica armazenado enquanto não é eliminado
pelo ânus.

A atividade metabólica de bactérias no intestino sobre os restos da


digestão produz gases que contribuem para a flatulência e para o odor
característico das fezes.
Sistema digestório
Intestino grosso
Sistema Urinário
Sistema Urinário

O sistema urinário dos seres vivos filtra o sangue para eliminar do


organismo os resíduos tóxicos ou inúteis, resultantes do metabolismo
celular, além de eliminar também as substâncias em excesso, como
água, sais minerais e excretas nitrogenadas.
Sistema Urinário

Excretas nitrogenadas

As proteínas ingeridas por organismos animais são quebradas em


unidades moleculares mais simples, denominadas aminoácidos.

Ao absorver esses aminoácidos, o sistema digestório envia-os ao fígado,


onde serão metabolizados para a formação de novas proteínas e novos
aminoácidos, ou para utilização energética.
Sistema Urinário

Excretas nitrogenadas: durante algumas reações metabólicas dos


aminoácidos, ocorre a produção de resíduos que apresentam nitrogênio
(N) em sua constituição, característica que lhes rende o nome
de excretas nitrogenadas.

Por serem tóxicas, essas substâncias devem ser eliminadas do corpo.


Entre as excretas produzidas nessas reações, as principais são a amônia,
a ureia e o ácido úrico.

A principal excreta nitrogenada eliminada pelos seres humanos é


a ureia.
Sistema Urinário

Componentes do sistema urinário

Para desempenhar sua função, o sistema urinário humano é composto


por rins, ureteres, bexiga e uretra
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Rins

Situados na região dorsal do abdômen e abaixo do diafragma, os rins são


órgãos com aspecto semelhante a grãos de feijão, com cerca de 10 cm
de comprimento e massa de, aproximadamente, 115 a 170 g.

São responsáveis pela filtração do sangue, removendo os resíduos


nitrogenados produzidos nas células e outras substâncias em excesso ou
tóxicas.

Na região interna dos rins, encontram-se os néfrons, unidades filtradoras


do sangue.
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Néfrons

São estruturas tubulares microscópicas responsáveis por realizar a filtragem do


sangue no corpo humano.

Cada rim tem, aproximadamente, 1 milhão dessas estruturas. Os néfrons são


morfologicamente constituídos por uma expansão em forma de taça,
denominada cápsula glomerular.

No interior dessa cápsula, encontra-se um emaranhado de vasos capilares,


o glomérulo. A cápsula está conectada a um conjunto de túbulos, chamados
de túbulos néfricos, que se encerram nos dutos coletores.
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Néfrons
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Ureteres

São estruturas tubulares finas responsáveis pela condução da urina até a bexiga.

Esses condutos possuem capacidade de promover contrações rítmicas


(peristaltismo).

A chegada da urina à bexiga é resultado do peristaltismo e da resposta à força da


gravidade.
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Bexiga

Órgão muscular oco, a bexiga funciona como um reservatório temporário para a


urina.

Seu formato varia conforme esteja cheia ou vazia.

Quando vazia, apresenta uma superfície frouxa; à medida que se enche de urina,
adquire um formato arredondado.
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Bexiga

Em indivíduos adultos, a bexiga apresenta capacidade de reter entre 700 e 800


mL, mas seu poder de reserva é menor nas mulheres por se localizar
imediatamente abaixo do útero.

Quando as mulheres estão grávidas e o útero aumenta de volume, a bexiga é


pressionada, o que justifica a micção (ato de urinar) frequente das gestantes.
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Bexiga
Sistema Urinário
Componentes do sistema urinário
Uretra

A uretra corresponde a um canal que


conduz a urina armazenada na bexiga
para o meio externo.

Nos homens, a uretra também faz parte


do sistema genital; nas mulheres, esse
órgão é exclusivamente do sistema
urinário.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

A formação da urina nos néfrons depende de alguns processos, como a


filtração e a reabsorção.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

Filtração glomerular (FG)


O processo de formação da urina tem início com a chegada do sangue ao
glomérulo.

O sangue chega com alta pressão e passa pelos glomérulos no interior dos rins.
Nesse momento, algumas substâncias, como glicose, aminoácidos, sais minerais,
água, vitaminas e ureia, saem do sangue para a cápsula, processo chamado
de filtração.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

Filtração glomerular (FG)

Essa filtração inicial não tem caráter seletivo, ou seja, tanto nutrientes como
resíduos tóxicos são filtrados.

Por dia, um ser humano produz, aproximadamente, 180 litros de filtrado inicial,
enquanto o volume urinário varia de 1 a 2 litros.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

Reabsorção tubular (RT)

Ao comparar a composição do filtrado glomerular à urina final, é possível


verificar que existe uma diferença de concentração e de tipos de componentes.

Ao longo dos túbulos néfricos, algumas substâncias úteis, como glicose,


aminoácidos, sais minerais, vitaminas e a maior parte da água, são devolvidas ao
sangue por meio do processo de reabsorção.

A ureia, assim como outras substâncias e uma pequena parte da água, não é
reabsorvida. Esses resíduos não absorvidos formam a urina.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

Regulação hormonal do funcionamento renal

O funcionamento renal é controlado por um importante hormônio,


o ADH (hormônio antidiurético), sintetizado no hipotálamo (uma região do
encéfalo) e armazenado em uma parte da glândula hipófise, que o libera no
sangue.

O ADH atua na porção final dos túbulos néfricos e no duto coletor do néfron,
aumentando a sua permeabilidade à água.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina

Regulação hormonal do funcionamento renal

Quando há baixa ingestão de água, os níveis desse hormônio encontram-se


elevados, os dutos coletores tornam-se mais permeáveis e, como consequência, o
organismo tem uma maior reabsorção de água, tornando a urina mais concentrada.

Quando há alta ingestão de água, os níveis de ADH estão baixos, a água não é
absorvida pelos dutos e é perdida por meio de uma urina bem diluída.
Sistema Urinário
Filtração do sangue e formação da urina
Regulação hormonal do funcionamento renal
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Entre as principais doenças, estão cálculo renal, infecção


urinária e insuficiência renal.

Cálculo renal

O cálculo renal ou pedra nos rins pode ocorrer não apenas nesse órgão, mas em
qualquer parte das vias urinárias, como ureteres, bexiga e uretra.

Caracteriza-se pela união de vários cristais de sais minerais que se acumulam


dentro das vias urinárias.
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Cálculo renal

Quando o cálculo se forma, pode haver uma obstrução do fluxo urinário, o que
gera dores intensas.

A ingestão de água ajuda a evitar que esses cristais se acumulem e formem o


cálculo.

Tratamento: consiste no uso de medicamentos e, em casos graves, na cirurgia


para a remoção das pedras formadas pelos cristais.
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Cálculo renal
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Infecção urinária

É um transtorno ocasionado pela presença de microrganismos, como bactérias e


fungos, que se multiplicam na uretra e invadem as demais vias urinárias.

Os principais sintomas: dores na região pélvica, ardor ao urinar, febre, mal-estar


e sangue na urina.

Tratamento: feito com medicamentos para combater os microrganismos, e uma


das principais formas de prevenção é a higiene íntima.
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Insuficiência renal
Consiste na incapacidade dos rins de remover resíduos metabólicos do sangue
para serem eliminados por meio da urina. Consequentemente, pode haver acúmulo
de substâncias tóxicas no organismo.

Uma das principais causas: para esse problema são as doenças cardiovasculares,
como a hipertensão, pois a pressão arterial alta por tempo prolongado pode afetar
o funcionamento dos rins.
Sistema Urinário
Doenças associadas ao sistema urinário

Insuficiência renal

Indivíduos hipertensos devem evitar alimentos ricos em sal e necessitam tomar


medicação de acordo com a prescrição médica.

Entre os fatores de risco, também estão obesidade, diabetes, tabagismo,


sedentarismo e aumento do colesterol.

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