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CÂNCER DE ESTÔMAGO

DEFINIÇÃO:

 Neoplasia em qualquer região do estômago;


 Potencial de disseminação aos linfonodos e outros órgãos;
 Maioria dos tumores: adenocarcinomas (células glandulares/secretoras);
 Minoria: linfoma, leiomiossarcoma, tumores neuroendócrinos e carcinomas de células
escamosas
EPIDEMIOLOGIA:

 Homens > mulheres;


 Comum em idosos;
 Afro-americanos, hispânicos e índios norte-americanos > brancos norte americanos.
ETIOLOGIA:

 Consumo de alimentos defumados e salgados e à falta de refrigeração;


 Estudos relacionam Helicobacter pylori e o câncer gástrico;
 Lesões na junção gastroesofágica e na cárdia sugere uma patogênese comum.

FISIOPATOLOGIA:

 Perda de genes supressores tumorais (p53) + superexpressão de proto-oncogenes;


 H. pylori  eventos moleculares (aumento nas mutações do p53);
 4 subtipos (diferem nas características e nas alterações moleculares) – auxilia no
tratamento:
1) tumores positivos para vírus Epstein-Barr;
2) tumores instáveis de microssatélite;
3) tumores genomicamente estáveis;
4) tumores instáveis cromossômicos
CLASSIFICAÇÃO:
CLASSIFICAÇÃO DE LAUREN:

 Difuso:
 Comum em jovens;
 Pior prognóstico
 Intestinal:
 Ulcerativo;
 Ocorre, frequentemente, no estômago proximal e distal
CLASSIFICAÇÃO DA SOCIEDADE JAPONESA DE ENDOSCOPIA:

 Tipo I: tumores polipoides ou em forma de massa;


 Tipo II: tumores planos ou de superfície minimamente elevada ou deprimida;
 Tipo III: os tumores estão associados a uma úlcera.

PREVENÇÃO PRIMÁRIA:

 Evidências que uso de longo prazo da aspirina (baixa dosagem) e medicamentos


anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) podem reduzir o risco de todos os
cânceres gastrointestinais.
RASTREAMENTO:

 Não é custo-efetivo fazer rastreamento de pessoas assintomáticas em países onde há


baixa incidência de câncer gástrico.
DIAGNÓSTICO:
1. ANAMNESE:
QUADRO CLÍNICO:

 Perda de peso e dor abdominal (mais comuns);


 Disfagia (comum em pacientes com tumor proximal ou na junção gastroesofágica);
 Podem se apresentar com hemorragia digestiva alta ou melena;
 Presença de fatores de risco (anemia perniciosa, Helicobacter pylori e exposição a
compostos N-nitrosos) – mais comuns;
 Câncer de estômago avançado: Linfadenopatia - pode haver nódulo supraclavicular
esquerdo (nódulo de Virchow), nódulo periumbilical (nódulo de Sister Mary-Joseph) ou
nódulo axilar esquerdo (nódulo de Irish);
 Metástase ovariana: massas ovarianas (tumor de Krukenberg) em mulheres;
 idade entre 50 e 70 anos;
 sexo masculino;
 tabagismo;
 história familiar;
 náuseas;
 hemorragia digestiva baixa.
2. EXAME FÍSICO:

 Desconforto abdominal, pode ser epigástrico ou vago (no estádio inicial);


 Massa abdominal em pacientes com doença avançada;
 Linfadenopatia: presença de um nódulo supraclavicular esquerdo (nódulo de
Virchow), periumbilical (nódulo de Sister Mary-Joseph) ou axilar esquerdo (nódulo de
Irish)
Nódulo de Virchow: Nódulo de Sister Mary-Joseph:

Nódulo de Irish:
3. TESTES DECISIVOS (LABORATORIAIS E IMAGEM):

 Endoscopia digestiva alta com biópsia (diagnóstico inicial de escolha);


 Estadiamento (após confirmação de CA): ultrassonografia endoscópica;
 Radiografia torácica;
 Pesquisa de metástase: TC de abdome e pelve;
 Presença de lesões proximais: radiografia torácica e/ou tomografia
computadorizada (TC) do tórax;
 Pesquisa de metástase à distância: Tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT);
 Pesquisa de doença peritoneal e metastática < 5 mm: laparoscopia de estadiamento
(mais eficaz que TC);
 Presença de metástase: exame imuno-histoquímica para HER2/neu;
 Tumores avançados: status da IMS deve ser estabelecido, bem como o status PDL-1.
FATORES DE RISCO:
Fortes:

 Anemia perniciosa:
 risco extra 2 a 3 vezes maior
 Helicobacter pylori:
 bactéria causa inflamação, que pode resultar em atrofia, metaplasia e carcinoma
 Compostos N-nitrosos:
 são gerados após o consumo de nitratos (encontrados naturalmente em legumes
e são usados como aditivos alimentares em embutidos).
Fracos:

 Dieta pobre em frutas e legumes:


 alto teor de vitamina C, encontrado em frutas e legumes, reduza a formação de
compostos N-nitrosos;
 Dieta com alto teor de sal:
 danifica a mucosa gástrica e aumenta os efeitos carcinogênicos dos compostos
N-nitrosos em roedores;
 Tabagismo:
 Risco 1.5 a 1.6 vezes maior;
 História familiar.
TRATAMENTO:
 R0. Todo o tumor visível e microscópico foi removido.
 R1. Todo o tumor visível foi removido, mas os exames das amostras
em laboratório mostram que pequenas áreas do tumor não foram
retiradas durante o procedimento cirúrgico.
 R2. Algumas partes visíveis do tumor não puderam ser retiradas.

 Avaliação multidisciplinar antes de iniciar a terapia;


 Meta: cura (doença localizada), melhorar a qualidade de vida (em metástase) e amenizar
sintomas.
DOENÇA LOCALIZADA:

 CIRURGIA:
 Câncer gástrico superficial em estádio inicial (T1a): ressecção endoscópica
de mucosa (REM).
 Única modalidade de tratamento de doença localizada em estádio inicial
(T1b-T2, N0);
 Doença mais avançada (T2 ou superior, e qualquer N), recomenda-se
tratamento pré-operatório ou tratamento adjuvante em associação com
gastrectomia;
 Tumor proximal: gastrectomia total;
 Extensão da dissecção dos linfonodos é controversa.
 Quimiorradiação:
 Doença patológica em estádio II-IIIC ou qualquer T, N+ ou ressecção R1:
radiação pós-operatória com quimioterapia adjuvante com fluoruracila;
 Quimiorradiação pré-operatória pode ser oferecida;
 Pacientes com doença localizada não candidatos à cirurgia:
quimiorradiação.
 Quimioterapia:
 Quimioterapia perioperatória com ECF (epirrubicina, cisplatina e fluoruracila):
indicado em doença no estádio II ou câncer gástrico superior.
DOENÇA METASTÁTICA:

 Quimioterapia e/ou imunoterapia com ou sem radiação – indicado.


 Gastrectomia paliativa: Pode melhorar sintomas como sangramento e obstrução.

MONITORAMENTO:

 Durante tratamento quimioterápico: Hemograma;


 Após tratamento: acompanhamento nutricional cuidadoso (ex. ferro e vitamina B12
após gastrectomia proximal ou total);
 Todos os pacientes: reavaliação a cada 4 meses por 3 anos e, após esse período,
anualmente;
 Imagens radiográficas e endoscopia – a critério médico;
 Orientações:
 Manter um peso saudável, não fumar e manter uma dieta balanceada;
 Caso náuseas e vômitos, entrar em contato com médico.

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