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Esôfago:
Estamos falando basicamente de dois tipos principais:
- Carcinoma Espinocelular ou Escamoso (CEC)
- Adenocarcinoma.
- Existem outros tipos: sarcomas, tumores neuroendócrinos, que na prática não são
muito vistos.
Fatores de risco:
- Tabagismo
- Etilismo
No esôfago há um sinergismo entre o álcool e o tabaco.
O álcool potencializa os efeitos danosos do tabaco sobre o material genética das
células do epitélio do esôfago e vice-versa.
- Status Nutricional
- Obesidade
- DRGE > Esôfago de Barret – para adenocarcinoma.
- HPV – principalmente subtipos 16 e 18
- Síndromes genéticas mais raras. Ex: Síndrome Lynch.
Onde há maior prevalência?
- Locais urbanos. 1:1 entre homens e mulheres.
- Zonas rurais: prevalência maior entre homens que mulheres.
- É uma doença mais da sexta década de vida.
O que individualiza?
Os dois tipos principais de câncer de esôfago (CEC e adenocarcinoma de esôfago),
ambas as lesões, em uma endoscopia são macroscopicamente vistos, só que tem
algumas características que nos ajudam a diferenciar um do outro.
- Adenocarcinoma – imagem com área mais hiperemiada, friável, uma maior limitação
da sua área, mais adoecidade em relação a área sadia, mais no esôfago distal.
Está mais ligado ao esôfago distal pelo Esôfago de Barret – a regurgitação da DRGE
ocorre primeiro nessa parte do esôfago.
- CEC – mais de terço médio e superior (mas pode ocorrer em qualquer parte do
esôfago), lesão focal friável erodida em placa ou em nódulo.
Disseminação:
Vias:
A disseminação mais fácil é a linfática, porque o esôfago não tem a serosa que
protege esses vasos.
Manifestações Clínicas:
A mais comum é assintomática. A maior parte do curso da doença é assim.
Quando começa a dor é o sintoma.
- Disfagia progressiva – dificuldade de engolir.
- Odinofagia – dor para deglutir.
- Perda de peso – o câncer desvia a via metabólica do paciente.
O câncer faz o paciente começar a produzir ATP a partir de proteínas de músculo
estriado esquelético e por último através da glicose, por isso, os pacientes oncológicos
são sarcopênicos. Ou seja, eles consomem massa magra.
Além de uma dificuldade mecânica e dor para engolir.
Estômago:
Anatomia do estômago:
Epidemiologia:
Quarto tipo de câncer mais comum na população
Alta incidência em países do leste europeu, leste asiático e América Latina.
Baixa incidência na América do Norte e Países nórdicos.
Mais comum a partir da quarta década de vida – vai ficar 2:1 no sexo masculino.
Tipos Histológicos:
O Adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer de estômago.
Dois tipos:
- Tipo Difuso – característica: no histopatológica existem células em anel de sinete –
pois há um acúmulo de muco no citoplasma deslocando o núcleo para periferia.
- Tipo Intestinal – mais bem diferenciado -> é uma neoplasia em que as células são
mais parecidas do tecido em que o tumor está, do tecido original. As células mais bem
diferenciadas respondem melhor a quimioterapia.
Fatores de Risco:
- H. Pilory – presente em 90% dos canceres de estomago não cardia.
O que não significa que 90% das pessoas que tem H. Pilory vão ter câncer de
estômago. Algumas cepas são mais oncogênicas do que outras, são as que
expressam esses genes abaixo:
OBS: Cascata pré-neoplasica do H. Pylori:
Há um certo tempo para que isso aconteça, não é da noite para o dia.
Quando o adenocarcinoma se instala, a evolução costuma ser mais rápida, em meses.
ATENÇÃO:
Toda úlcera gástrica deve ser biopsiada em endoscopia.
Estadiamento:
- Tomografia contrastada – tórax, abdome e pelve.
- USG endoscópico.
- PET
Após estadiar, temos o TNM.
Tratamento:
- Estadio I > tumores pequenos sem acometimento de linfonodo e sem metástases s a
distância. Geralmente, o tumor é tão pequeno que a própria biopsia pode curar o
paciente.
- Estadio II até III:
Tumores que podem ser grandes, normalmente sem linfonodos acometidos, mas
pode-se ter até 3 cadeias linfonodais acometidas, sem metástase = tumor localmente
avançado.
Aqui fazemos: quimioterapia neoadjuvante (em alguns casos faço rádio) +
gastrectomia + quimioterapia adjuvante.
Quimioterápicos mais comuns para câncer de estômago:
-> Paciente com boa funcionalidade, sem comorbidade ou controlada, com critérios de
bom prognostico – oferto algumas quimioterapias ou imunoterapias com o intuito de
melhorar sua qualidade de vida.
-> Pacienta mais frágil, KPS abaixo de 50, com critérios de mau-prognóstico – ofereço
apenas suporte clínico.
Complicações da doença avançada:
- Hemorragia.
- Disfagia.
Como lidar com as complicações?
- Se sangrar:
Irradiar, injetar plasma de arcônio, foto coagulação a laser, hemospray.
- Disfagia:
Irradiar (abrir espaço), stent ou dilatação endoscópica mecânica.
- Gastrectomia paliativa.
Screeing/Rastreio:
Rastreio em pessoas que tem alto risco para desenvolver essa neoplasia.
Quem são eles?
- Quem tem adenoma.
- Quem tem anemia perniciosa.
- Quem tem metaplasia intestinal gástrica.
- Síndromes genéticas raras.
- Polipose Adenomatosa familiar.
Como? Experiencia Asiática.
- EIV:
Doença com metástase e distância.
Ela pode ser operada até com intenção de cura, porque o cólon responde bem à
quimioterapia e a imuno.
Logo, se tenho uma massa ressecável, posso operar esse paciente.
Se tiver uma metástase a distância, posso fazer uma metastectomia ou irradiar a
metástases.
Mas, se tenho uma massa não ressecável, sem plano de clivagem, ou com muitas
metástases:
Doença complicada:
É a doença que se manifesta com:
- Obstrução intestinal.
- Perfuração – pelo aumento da pressão intraluminal.
- Sangramento.
- Peritonite.
Isso é uma emergência cirúrgica – paciente no CC na hora – cirurgia de Hartmann.
Quando é feita nesse contexto emergencial, tem um prognóstico ruim para o paciente.
Desvia-se o transito, coloca colostomia – cirurgia a Hartmann – tira o que der e
amputa o coto distal.
Screening/Rastreamento:
Investigado em toda população, assim como mama e câncer de colo de útero.
Temos que diferenciar na população quem é médio risco e quem é alto risco, os
protocolos de rastreio são diferentes.
Como rastrear?