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Neoplasia mamária felina

 Terceiro tipo de neoplasia mais comum na espécie.


 Raro em machos.
 Felinos de meia idade a idosos (10/11 anos).
 Siameses são predispostos.
 Maioria são malignos.
 Metástase regional ou a distância.

Predisposição

 Fêmeas com estímulo endógeno (fêmeas inteiras ou castração tardia).


 Via endógena: injeção ou pílula para o animal não entrar em cio.
 Exposição a contaminantes ambientais.
 Existem estudos com relação à obesidade.

Anatomia

 Linfonodo axilar drena M1 e M2.


 Linfonodo inguinal drena M3 e M4.

Sinais clínicos

 Nódulos firmes, únicos ou múltiplos, tamanhos diferentes, aderidos ou soltos.


 Pode-se observar contaminação de acordo com o desenvolvimento e ulceração.
 Normalmente tumefação em M3 e M4.

Diagnóstico

 Histórico e anamnese.
o Idade.
o Inteiro ou castrado.
o Se castrado qual idade.
o Uso de progestágeno.
 Exame clínico:
o Palpação de todas as mamas com cautela.
o Palpação dos linfonodos.
o Auscultação torácica.
 CAAF:
o Útil para diferenciar tumores malignos, benignos, não neoplásicas, etc.
 Histopatológico:
o Único exame confirmatório para classificação do tipo e grau histológico, avaliação de metástase,
além da definição de estadiamento e prognóstico.

Lesões não neoplásicas

 Hiperplasias ductais ou lobulares.


 Rápida hipertrofia, hiperplasia ou proliferação o estroma e epitélio ductal das glândulas mamárias.
 Influência da progesterona.
o Acomete fêmeas jovens, com menos de 4 anos, após o estro, inteiras, pode acontecer durante a
prenhez.
o Foi usado progestágenos exógenos?
 Tratamento: ovariectomia para regressão (dificilmente é necessário tratar com mastectomia).
o Uso de mastectomia só quando o tecido já está desvitalizado, ulcerado ou com muita contaminação.
Lesões benignas

 Incomuns.

Lesões malignas

 Mais comuns.
 Epiteliais:
o Mais frequentes → carcinomas.
 Carcinoma sólido.
 Carcinoma cribriforme.
 Carcinoma tubulopapilar.
 Mesenquimais:
o Menos comuns.
 Osteosarcomas.
 Fibrossarcomas.
 Carcinossarcomas.

Imuno-histoquímica

 Técnica valiosa para prognósticos e critérios de tratamento.


 Receptores de hormônio:
o Encontrados nos tumores mamários felinos, mas sem correlações bem estabelecidas coma
sobrevida.
o Para felinos, esses receptores não determinam fatores prognósticos.
 Índice de proliferação – Ki-67:
o É usado como biomarcador prognostico para tumores de mama em felinos.
o Ki-67 maior que 20% → maior chance de metástase e pior o prognóstico.
 COX-2:
o Sua expressão é encontrada em tumores mamários felinos → quando produzida nos tumores,
estimulam fatores inflamatórios que estimulam por consequência a carcinogênese → dá
informações sobre o prognóstico.
o Altamente expressiva em tumores com fenótipo agressivo, como os carcinomas mamários invasivos.

Estadiamento clínico

 Importante para estabelecer um prognóstico e tratamento.


 Critérios:
o Tamanho do tumor primário.
o Se o paciente tem metástase regional ou a distância.
o Dependendo dos itens acima, tem-se a definição de 4 estágios:
 Estágio I: tumor menor que 3 cm, sem metástase regional ou a distância.
 Estágio II: tumor entre 2-3 cm, sem metástase a distância ou regional.
 Estágio III: tumor maior que 3 cm, sem metástase a distância, mas com metástase regional.
 Estágio IV: ___
 Metástase regional:
o Linfática, nos linfonodos inguinal ou axilar.
o Metástase a distância: preferencial no pulmão, mas pode ser visto no fígado, pleura, diafragma,
baço, rins.

Tratamento

 Cirúrgico: de eleição, em termos curativos (quando o animal não tem metástases).


o Possibilidades de mastectomia: regional, unilateral ou bilateral.
 Total unilateral ou regional: mastectomias que não são possiblidades em gatas, diferente da
cadela. Obrigatoriamente deve-se tirar as duas cadeias, mesmo que a neoplasia esteja em
apenas 1 mama.
 As gatas desenvolvem mais metástases no caso da unilateral segundo os consensos.
 Total bilateral em 1 momento.
 Maiores taxas de complicações pós-cirúrgicas.
 Maior desconforto no PO.
 Mais risco de deiscência e espaço morto, mesmo que as gatas tenham pele mais
elástica (possibilidade de fechamento, o que não ocorre em cadelas).
 Altamente invasiva → preferível evitar quando possível (se o tumor estiver na linha
média e não tiver como desviar, é necessário fazer esse método).
 Total bilateral em 2 momentos.
 Menores taxas de complicações pós-cirúrgicas.
 Linfadenectomia associada a mastectomia:
o Dos inguinais e dos axilares → retirada sempre.
o Corar com azul patente em felinos.
o Lembrar: mais de 80% de chance de ter metástases regionais → o tratamento só é curativo com
remoção dos linfonodos.
 Retirar mesmo que a citologia não apresente metástase ou que o US não apresente
reatividade.
 Quimioterapia:
o Terapia adjuvante (após a cirurgia).
 Critérios para utilização da quimio: tipos histológicos agressivos (grau II e III), estadiamento
clínico avançado (estadiamento III e IV) e painel de IHQ (painel desfavorável).
o Objetivo: prolongar a expectativa de vida desses felinos.
o Necessidade de mais estudos em relação a sobrevida, mas é indicada.
o Protocolo:
 Doxorrubicina.
 Ciclofosfamida + Doxorrubicina.
 Carboplatina.
 Carboplatina + Doxorrubicina.
 Inibidores de COX-2 (ou outros anti-inflamatórios).

Prognóstico

 Junção de características clínicas, patológicas e biológicas especificas dos indivíduos e seus tumores.
 Reservado a desfavorável na maioria dos casos:
o Tempo médio de sobrevida é inferior a 1 ano.
o Altamente agressivos e metastáticos.

Como prevenir?

 Castração precoce é o método mais eficaz.


o Castração antes dos 6 meses: reduz o risco em 91%.
o Castração até 1 ano: reduz o risco em 86%.
o Castração após 1 ano até 2 anos: reduz o risco em 11%.

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