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Patologias

benignas da
mama
RESIDENTES LETICIA E THALITA
DRA FLÁVIA LAPA
Alterações de
desenvolvimento
Primórdios mamários 6ª semana -> crista mamária -> ductos
3-4m -> mamilos e aréola 7-8m

1 Crianças, independente do sexo:


Hipertrofia fisiológica do RN
Entre 1-3ª semana
Conduta expectante

Politelia e Polimastia
Geralmente aparecem nas linhas de leite
02 Adolescência, juventude e menacme: Anomalia
mais comum
Quanto ao nº de mamilos e glândulas mamárias
Politelia
Agenesia mamária ou Amastia Polimastia ou Mamas acessórias Papilas extranumerárias ectópicas
Raro, ausência completa da mama Duas ou mais glândulas Local mais comum: abaixo
Uni ou bilateral Completa ou incompleta mamas e abdômen
Correlacionado com síndromes Local mais comum: axilas Uni ou bilateral
Conduta cirúrgica Conduta expectante ou cirúrgica Conduta expectante ou cirúrgica
02 Adolescência, juventude e menacme:
Quanto ao tamanho:
Hipoplasia Atrofia Hipertrofia
Diminuição parcial do tecido Pode ser devida a Mamas de grande volume
mamário, por ex: Sd de Turner hipoestrogenismo , virilização, Uni ou bilateral
mas a causa mais comum é a Alteração de postura, dor...
perda de peso Conduta: masoplastia redutora
Conduta cirúrgica apoio psicológico
3 Período gestacional:
Gigantomastia gravídica
Desordem rara, na qual ocorre o crescimento
excessivo e rápido das mamas. Na gestação
normal, ocorre geralmente aumento de 2x;
entretanto, na gigantomastia, este aumento
pode ser de 10-20x.

Recorrência comum

Tipicamente, ocorre no primeiro trimestre da


gestação (64% dos casos).

O diagnóstico diferencial inclui exclusão de Conduta:


neoplasia maligna de mama e tumores Inibição da lactogênese com bromocriptina 7,5
fibroepiteliais, como fibroadenoma e tumor mg/dia deve ser iniciada logo após o parto
Cirúrgica - mamoplastia redutora
4 No homem:
Ginecomastia
Apresenta-se como massa indolor ou como
massa dolorosa aguda, uni ou bilateral, sob a
região areolar.
Costuma ser mais comum na adolescência, e na
maior parte dos casos desaparece
espontaneamente.
Pode ser causada por drogas como
anabolizantes hormonais, ou por doenças
testiculares, hepáticas, supra-renais,
hipofisárias ou da glândula tireóide.
Fisiológicas X Patológicas
Patologias tumorais benignas
Paciente com nódulo mamário requer avaliação clínica:
1) Antecedentes pessoais e familiares.
2) Intercorrências com as mamas.
3) História de radiação ou malignidade prévia.
4) Sintomas associados as mamas.
Avaliação do nódulo:
Duração, alteração de tamanho, associação com ciclo menstrual, dor ou
descarga mamilar, mobilidade e consistência e avaliação de linfonodos
axilares, para-esternais, supra e infraclaviculares.
Cistos mamários
•7- 10 % da população entre 35 a 50 anos, podem ser únicos ou múltiplos, uni ou
bilaterais.
•Aparecimento súbito, de contornos regulares, móveis, dolorosos ou não, consistência
amolecida ou fibroelástica.
•USG: método mais sensível para diagnóstico, distingue cistos complicados (conteúdo
espesso ou "debris") e os complexos (septações espessas e/ou vegetações intracísticas).

•Tratamento:
1.Cisto simples assintomático: sem necessidade de conduta.
2.Algia, cisto complicado ou alguns com múltiplas septações: aspiração por agulha fina.
3.Biópsia excisional.
Fibroadenoma
•Afecção mamária benigna mais comum em mulheres <35 anos.
•Assintomático (25%); múltiplas lesões (13-20%); bilateral (10-15%).
•Estrogênio-dependente, mas não responde a terapêutica hormonal.

•Diagnóstico essencialmente clínico:


1.Tumor único ou múltiplo, bem delimitado, móvel, não fixo ao tecido subjacente,
crescimento lento, com maior ocorrência no quadrante súpero-lateral, geralmente
indolor, fibroelastico ou endurecido (se presença de calcificações).
Se aspecto palpatório não é típico: USG.
Fibroadenoma
•Punção aspirativa com agulha fina: indicado em faixas etárias mais elevadas,
para diagnóstico diferencial ou quando se adota conduta expectante.
•Conduta expectante: punção aspirativa com agulha fina + USG a cada 6 meses
por 2 anos, se manter estabilidade da lesão, conduta expectante anual,
independente da faixa etária.
•Indicação cirúrgica: idade da paciente, dimensões do nódulo, aumento progressivo
durante conduta expectante, desejo da paciente.
Papiloma intraductal
Neoplasia epitelial benigna que se desenvolve no lúmen de grandes e
médios ductos subareolares, na maioria das vezes não forma massa
palpável.
Baixo potencial de malignidade, mais frequente entre 30-50 anos.
Principal sintoma: descarga papilar (intermitente) hemorrágica,
espontânea, uniductal e unilateral.
Fluxo papilar pode ser submetido ao estudo citológico.
Pesquisa do "ponto-gatilho": pressão dos pontos cardinais do complexo
aréolo-papilar com o dedo indicador, identificando de qual ducto sai a
secreção.
Tratamento: exérese seletiva do ducto, identificado pelo ponto-gatilho ou
USG.
Cicatriz radiada e lesão
esclerosante complexa
Doença benigna da mama, que podem ao exame radiológico (aspecto de
adensamento irregular estrelado à mamografia) serem confundidas com carcinoma
invasor.
Frequente entre 40-60 anos.
Desorganização da unidade ducto-lobular pelo processo de esclerose e
elastose estromal, que acomete ductos e lóbulos mamários.
Cicatriz radiada - lesões menores com configuração estrelada.
Lesão esclerosante complexa - lesões maiores e pouco organizadas.
Diagnóstico diferencial com neoplasias infiltrantes: imuno-histoquímica
Hiperplasia sem atipias
Acomete ducto-lobular terminal.
Células imaturas, pluripotentes, de tamanho e formas diferentes.
Aumento do número de camadas de células epiteliais (>2 camadas) para o interior
dos ácinos ou dos ductos afetados, com preservação da camada celular mioepitelial
subjacente.
Leve (3 a 4 camadas de células, sem obstrução da luz do ducto), moderada, florida (5
ou mais camadas com distensão e oclusão da luz do ducto).
Ectasia ductal
•Lesão não proliferativa.
•Variação da normalidade (envelhecimento e involução da mama).
•Pós menopausa, 50 % das mulheres > 60 anos.
•Nódulo retroareolar endurecido, dor durante a palpação, inversão de mamilo e fluxo
papilar.
•Ductos preenchidos por células de epitélio
descamado e esecreção composta por
proteínas.
Sem associação com CA de mama.
Patologias inflamatórias benignas
MASTITE LACTACIONAL
•É a mastite aguda mais comum, principalmente nas 6 primeiras semanas
do puerpério.
•Dor, hiperemia (geralmente em um quadrante – QSE), febre, mialgia, mal
estar geral e linfadenopatia.
•As fissuras ocasionadas pela amamentação, constituem a principal porta
de entrada para o S. aureus, associada a estase láctea e a falta de cuidados
higiênicos.
•Diagnóstico é clínico - iniciar antibiótico empírico.
•Realizar exames (Labs + USG) em casos de vigência de infecções severas
que demandem internação hospitalar ou irresponsividade ao antibiótico.
Patologias inflamatórias benignas
MASTITE PERIDUCTAL
•Abscesso subareolar/ Mastite plasmocitária.
•Condição inflamatória recorrente dos ductos subareolares, geralmente
envolvendo 6-8 ductos, podendo ser bilateral.
•Etiologia desconhecida que acomete mulheres entre 30-40 anos, fortemente
associada ao tabagismo, obesidade e DM.
•Tabagismo: substâncias tóxicas da fumaça do cigarro causam dano direto ou por
hipoxemia dos ductos lactíferos, gerando necrose tecidual e infecção subsequente.
Patologias inflamatórias benignas
MASTITE PERIDUCTAL
•Dor local, derrame papilar espesso esverdeado e eventualmente sanguinolento, nodularidade,
retração papilar ou fistulas que costumam drenar para a pele adjantence.
•Quadro clínico recorrente, sem sinais sistêmicos ou linfadenopatia.
•Culturas positivas em 62-85% dos casos: Staphylococcus, Enterococcus, Streptococus
anaeróbios, Bacterioides e Proteus.
•Tratamento:
1. AINES + ATB VO (Amoxicilina com clavulanato ou cefalexina, se suspeita de anaeróbios,
adicionar metronidazol).
2.Descarga papilar purulenta: cultura e bacterioscopia de Gram.
3.Recidiva (maioria dos casos): exérese cirúrgica e envio do material ao AP para afastar
carcinoma.
•Orientar abandono do tabagismo e controle de doenças crônicas associadas.
Mastalgia
Aproximadamente 45-70% das mulheres irão se queixar de dor
mamária em algum momento, principalmente abaixo dos 55 anos
Quanto a origem: Verdadeira X Referida

Cíclica ou Mastodínea Acíclica


Causa mais comum de mastalgia Unilateral, tende a ser localizada, aguda
Dor bilateral, difusa ou em peso relacionada a processo fisiológico (“em fisgada”) ou em queimação e não tem
Geralmente no quadrante supero-lateral durante o período relação com o ciclo menstrual.
pré-menstrual, com duração média de quatro dias Pode ser constante ou irregular.
Tratamento: psicologico/educacional + não farmacológico Principais causas: cirurgias prévias, trauma
+/- farmacológico +/- cirúrgico local, mastite infecciosa ou abscesso
mamário, cisto inflamado...
Doença fibrocística
l
Referências
MASTOLOGIA : DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO [LIVRO ELETRÔNICO] /
FÁBIO BAGNOLI [ET AL.]. – GOIÂNIA : CONEXÃO PROPAGANDA E EDITORA, 2017.
648 P. : IL ; EPUB
•FRASON, A.; NOVITA, G. ET ALL. 2 ED. DOENÇAS DA MAMA: GUIA DE BOLSO
BASEADO EM EVIDÊNCIAS. SÃO PAULO: ATHENEU, 2017.

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