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Doenças das Mamas

ProfªAna Cláudia de Lima Lara


Saúde da Mulher - 2007
Estrutura das mamas (revisão da
anatomia e fisiologia)
As mamas têm como principal função a secreção do leite
- Alvéolos: menor parte da glândula mamária
- Lóbulo mamário: conjunto de alvéolos.
- Lobo mamário: conjunto de lóbulos mamários que se liga a
papila através de um ducto.
- Ductos mamários: em número de 15 a 20 canais, conduzem a
secreção láctea até a papila.
- Tecido glandular: conjunto de lobos e ductos.
- Papila ou mamilo: protuberância elástica onde desembocam os
ductos mamários.
- Aréola: estrutura central da mama onde se projeta a papila.
- Tecido adiposo: cerca de 85% do tecido mamário
A glândula mamária consiste de epitélio
glandular, composto de células produtoras
de leite e num sistema de ductos
envolvidos em tecido conjuntivo e
gorduroso. Está situado entre a segunda e
a sexta costela, sobre o músculo peitoral ,
do esterno até a linha média axilar.
Cada glândula vai até a axila (tecido
mamário = Cauda de Spence). Os
ligamentos de Cooper, que são as bandas
fasciais, sustentam a mama na parede
torácica
Cada glândula consiste em 15 a 20 lóbulos, cada
um com seu ducto lactífero. Todos os ductos de
cada lóbulo desembocam nos seios lactíferos,
localizados abaixo da aréola, que por sua vez,
após um estreitamento, abrem-se no mamilo.
As mulheres mais jovens apresentam mamas com
maior quantidade de tecido glandular, tornando-as
mais densas e firmes. Ao se aproximar a
menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e
sendo substituído progressivamente por tecido
gorduroso até se consistir, quase que
exclusivamente de gordura e resquícios de tecido
glandular na fase pós-menopausa.
Ação hormonal
As mamas modificam-se durante o ciclo
menstrual, pela ação do estrogênio e do
progesterona. A ação do progesterona, na
segunda fase do ciclo, leva a uma retenção
de líquidos no organismo, mais
acentuadamente nas mamas, provocando
aumento de volume, endurecimento e dor.
Maior dificuldade no exame físico, por isso a
sugestão do exame ser feito no período
inicial do ciclo menstrual.
Alterações funcionais benignas
da mama
As AFBM (displasias mamárias) são um
conjunto de aspectos patológicos da
mama caracterizados por alterações
histológicas benignas, durante a
menacme e relacionadas com alteração
hormonal.
A causa não está bem definida.
(esterilidade, distúrbios menstruais,
dificuldades na amamentação).
Podem ser classificadas de acordo com o quadro
clínico:
- Mastalgia: dores freqüentes a princípio transitório, no
período pré-menstrual, tornam-se mais prolongadas e
intensas persistindo durante todo o ciclo. (20 anos).
- Adenose: (gânglios linfáticos) queixa de dor e a
palpação percebe-se espessamento do parênquima
mamário que se apresenta granuloso (arroz). (30
anos).
- Doença cística ou fribrocística: dor e proliferação do
epitélio não acentuada, apresentando um ou mais
cisto (palpação = massa densa, arredondada,
ligeiramente móvel.
Além do quadro clínico é comum ocorrer o
fluxo papilar de coloração variável, quase
sempre bilateral, não espontâneo.
O diagnóstico é basicamente pelo exame
clínico, por imagem ou citológicos e
histológicos principalmente para excluir
malignidade.
Outras alterações benignas das
mamas
• Hiperplasias epiteliais
Proliferação anormal de tecido mamário, pode
ser encontrada nos ductos, lóbulos ou papila.
Pode evoluir para tumor maligno.
• Fibroadenoma
Tumor benigno com abundância de tecido
fibroso. Nódulos de tamanhos variados, firmes
e móveis. Crescimento limitado. Expansão
local. Tratamento cirúrgico e exame histológico.
Mamas acessórias

Supranumerárias ou Extranumerárias.
Localização axilar, uni ou bilateral. Não
existe causa determinada, fundamentos
embriogênicos. Sua retirada precoce é
indicada. Desconfortos na amamentação.
Mastite
Processo inflamatório agudo da mama,
relacionado com a lactação. Desenvolve-
se geralmente entre a segunda e a quarta
semana de puerpério.
A maioria é causada por Staphylococus
aureus podendo aparecer em conjunto
com outros microrganismos. Uma
pequena descontinuidade do mamilo e/ou
aréola podem ser a porta de entrada.
Formação de abscesso.
Os sinais e sintomas são: dor, calor, rubor e
aumento de volume do órgão.
O diagnóstico é feito basicamente por
parâmetros clínicos de anamnese e exame
físico. Pode-se também solicitar cultura do
leite, cultura do material colhido do
abscesso e USG.
Na fase inicial o tratamento é clínico,
enquanto na presença de abscesso é
cirúrgico (drenagem cirúrgica). Antibiótico
terapia específica. Amamentação na mama
não comprometida (ordenha manual na
mama afetada e desprezar o leite).
Ginecomastia
Distúrbio mamário masculino, caracterizado pelo
desenvolvimento excessivo. Pode ser uni ou
bilateral.
A lipomastia (aumento do volume de gordura) é uma
falsa ginecomastia e é comum nos casos de
obesidade.
O diagnóstico é fácil no exame clínico, caracterizada
por um nódulo de forma discóide. A mamografia
confirma o diagnóstico.
O tratamento é cirúrgico. Na lipomastia pode-se
utilizar a lipoaspiração
Classificação das neoplasias
malignas
• Carcinomas:
- Mamários: originam-se em tecido epitelial
mamário.
- Ductais: são constituídos por todas as
lesões que esboçam ou formam estruturas
semelhantes aos túbulos.
- Lobulares: células pequenas e uniformes,
isoladas ou em filas.
- Inflamatórios: sinais de inflamação na
glândula acometida.
• Doença de Paget do Mamilo:
Células carcinomatosas na epiderme do
mamilo, avermelhada, pruriginosa e progride
com erosão e ulceração.
• Sarcomas Mamários:
Tumores malignos não epiteliais de baixa
incidência, originam dos tecidos conectivos.
• Angiosarcoma:
Tumor mamário palpável com características
vasculares. Crescimento rápido e
ocasionalmente bilateral.
Carcinoma mamário
Caracterizado por “crescimento autônomo
desdordenado e incontrolado de células
que ao alcançarem à mama comprimem,
invadem e destroem os tecidos normais
vizinhos” (Sasse, 1999).
È a segunda causa de morte no Brasil entre
as mulheres. Problema de saúde pública,
prevenção-cura.
O nódulo leva de seis a oito anos para
chegar a um centímetro de diâmetro
O grande número de mortalidade se dá ao
fato de serem descobertos em estágios
avançados.
A sintomatologia é caracterizada por
nódulos ou tumores, pele enrugada ou
infiltrada por edema, assimetria das
mamas, retração do mamilo, saída de
secreção pelo mamilo.
Fatores de risco
Hereditariedade: 5% dos casos tem história na família.
Influência hormonal: estrógenos dependentes
Amamentação: Estudos demonstram que as mulheres que
amamentam têm menor chance de desenvolver o tumor
maligno (20%).
Fatores clínicos: caso anterior de câncer, hiperplasia
benigna gera risco.
Dieta: dieta rica em gordura e pobre em vitaminas pode
ser considerada como um fator de risco do câncer, tem
relação com a carcinogênese mamária.
Antecedentes obstétricos e ginecológicos: menarca antes
dos 12 anos, mulheres sem filhos ou primeiro filho após
os 30 anos, menopausa após os 50 anos, AFBM.
Estadiamento clínico do câncer de
mama TNM (1986)
Classificação dos tumores de acordo com a UICC.
Baseia-se no curso biológico dos tumores.
São avaliados: a dimensão do tumor (T), extensão
aos linfonodos (N) e a presença ou não de
metástases a distância (M).
São classificados em estágios de I a IV em grau
crescente.
Permite estabelecer a extensão e a gravidade da
doença, planejar o tratamento, fazer o
prognóstico ou prever a evolução da doença.
Estágio 0 Tis N0 M0
Estágio I T1 N0 M0
Estágio IIa T0 N1 M0
T1 N1 M0
T2 N0 M0
Estágio IIb T2 N1 M0
T3 N0 M0
Estágio IIc T3 N1 M0
T1/T2/T3 N2 M0
Estágio III T4 N3 M0
Estágio IV Qualquer T Qualquer N M1
Tx= não avaliado
T0= ausência de tumor primário
Tis= carcinoma in situ
T1= tumor menor ou igual a 2cm
T2= tumor maior que 2cm e menor que 5cm
T3= tumor maior que 5 cm
T4= qualquer diâmetro comprometendo pele

N0= sem linfonodos suspeitos


N1= linfonodo aumentado não aderido a outras estruturas
N2= lindonodo fixo ou acima de 3cm
N3= metástase homolateral em linfonodos intratorácicos

M0= ausência de metástases


M1= metástases clínicas à distância
O diagnóstico pode ser feito pelo exame clínico,
sendo confirmado por exames complementares.
80% são descobertos pela mulher
incidentalmente, já quando avançados e chamam
a atenção pelo tamanho, ou pelo
comprometimento da pele. O diagnóstico definitivo
só é feito pela biópsia.
O tratamento é cirúrgico na maioria dos casos, e
com terapias complementares. Geralmente
tumores abaixo de 4 cm são tratados com
procedimentos conservadores.
Cirúrgico: Mastectomia radical, Mastectomia radical
modificada, Quadrantectomia, Tumorectomia.
Complementares: Quimioterapia, Radioterapia.
Cuidados de Enfermagem

“Tarefa: Cuidados de enfermagem para


Câncer de Mama.”
A maioria das alterações são notadas pela
própria mulher, por isso é importante que
ela conheça os sinais que indicam
anormalidades.

Auto-exame das mamas

Quando deve ser feito? Em que fase do


período menstrual? Como? (estático e
dinâmico) O que procurar?

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