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19/04/2016

Prof. Dioneia Luciane Mendes


diopsicologia@gmail.com

CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS
 Um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos
interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada
impulsividade, que começa no início da idade adulta e
está presente em uma variedade de contextos, como
indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios:

1. Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou


imaginado. Nota: Não incluir comportamento suicida ou
automutilante, coberto no critério 5.
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e
intensos, caracterizado pela alternância entre extremos
de idealização e desvalorização.

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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e
resistente da auto-imagem ou do sentimento de self.

4. Impulsividade em pelo menos duas áreas


potencialmente prejudiciais à próprias pessoa (por ex.,
gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção
imprudente, comer compulsivamente). Nota: Não
incluir comportamento suicida ou automutilante,
coberto no Critério 5.

5. Recorrência de comportamento, gestos ou de


comportamento automutilante.

CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade
do humor (por ex., episódios de intensa disforia,
irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas
horas e apenas raramente mais de alguns dias).

7. Sentimentos crônicos de vazio.

8. Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a


raiva (por. Ex., demonstrações frequentes de irritação, raiva
constante, lutas corporais recorrentes).

9. Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou


severos sintomas dissociativos.

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COMORBIDADES ASSOCIADAS
 Transtornos Depressivos
 Transtornos Bipolares
 Transtornos por uso de substância
 Bulimia Nervosa
 TEPT
 TDAH
 Outros transtornos de personalidade

EPIDEMIOLOGIA DO TPB
• 1,6 - 5,9% na população em geral
• 10% em pacientes ambulatoriais
• 6% nos cuidados primários a saúde
• 20% em pacientes psiquiátricos internados
• 30 – 60% em populações clínicas com transtorno de
personalidade
• 70-75% tem histórico de pelo menos um ato
parasuícida
• 75% mulheres
• 5 – 10% consumam o suicídio

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DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL

 Transtornos depressivos
 Transtornos bipolares
 Mudanças de personalidade devido a outra condição
médico geral
 Transtorno por uso de substâncias
 Problemas de identidade na adolescência
 Outros Transtornos de Personalidade

FATORES DE RISCO E
PROGNÓSTICO

 A maioria adquire estabilidade nos relacionamentos e


funcionamento vocacional entre os 30 e 50 anos de idade.
 Pesquisas de 10 demonstrou que cerca da metade dos
pacientes ambulatoriais deixam de fechar critérios para o
transtorno.
 A prevalência do transtorno pode diminuir em populações
idosas.
 5 vezes mais comum entre parentes biológicos de primeiro
grau.
 Há também um risco familiar para transtornos por uso de
substância, TP Antissocial, T Depressivos e Bipolares.

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CARACTERÍSTICAS DO TPB
Notável instabilidade em muitos, senão em todos,
aspectos do funcionamento da pessoa, incluindo:

 Relacionamentos
 Auto-imagem
 Afeto
 Comportamento

CARACTERÍSTICAS
DO TPB

 Relativamente comum (1,1 a 2,5% da população


adulta geral).
 Com enormes custos sociais comparáveis à
esquizofrenia.
 Alto risco de suicídio (cerca de 10% morrem por
suicídio)
 São uma carga para parentes, amigos e colegas, e o
risco de que induzam psicopatologias na prole é
grande.

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CARACTERÍSTICAS
DO TPB

 Muitos indivíduos com TPB são inteligentes e talentosos, mas


seu transtorno os impede de se desenvolverem.

 Outros têm dificuldade para concluir sua educação, não


trabalham ou têm empregos aquém de sua capacidade.

 Crises relacionais são comuns, eles frequentemente infligem


ferimentos a si mesmos e apresentam abuso de substância,
normalmente na forma de automedicação.

CARACTERÍSTICAS
DO TPB
 Muitos pacientes buscam ajuda devido a crises relacionadas a
problemas crônicos de TEPT, depressão, fobia social e
perturbação em relacionamentos.

 Notórios por suas explosões de fúria e suas crises, os


pacientes com TPB, têm má reputação nos locais de
atendimentos e muitos terapeutas os temem.

 Formam especializadas de terapia cognitiva estão entre as


ações de tratamento disponíveis mais promissoras.

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CARACTERÍSTICAS DO TPB
 Existe uma concordância de que alguma forma de
abuso infantil é altamente prevalente entre os
pacientes com TPB.

 Quase todos os indivíduos com TPB parecem ter


sofrido maus tratos dos pais, castigos físicos, abuso
emocional, ameaças, graves problemas psiquiátricos
dos pais ou abuso sexual.

CARACTERÍSTICAS DO TPB
 Se os pais não foram os perpetradores, eles não protegeram a
criança, nem a ajudaram a processar emocionalmente o
abuso.

 Uma visão atual é que não foi o trauma em si que causou o


TPB, mas a maneira pela qual a criança o processou e atribui-
lhe significado, de acordo com seu temperamento, idade e
fatores situacionais.

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TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
BORDERLINE

VISÃO DOS
OUTROS
• Impotente • Evitar intimidade
• Vulnerável • Perigosos • Instáveis na busca
• Inaceitável • Maldosos de companhia
• Abusadores PRINCIPAIS
VISÃO DE SI
ESTRATÉGIAS

MODELO COGNITIVO DO TPB


INFÂNCIA ESQUEMAS

Abuso Sexual SELF = mau, vulnerável, desamparado,


Abuso Físico inaceitável
Abuso Emocional OUTROS = malévolos, abusadores, rejeitores
EMOÇÕES = perigosas
RELAÇÕES= precisa de ajuda
X
Expectativa de abuso/abandono (repulsa)

PENSAMENTO HIPERVIGILÂNCIA
DICOTÔMICO
TP (viés atencional)
BORDERLINE

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CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
1. As formulações Beckianas
2. O modelo de Modo de Esquema de Young
3. A visão dialético-comportamental de Linehan

FORMULAÇÃO BECKIANAS
Três suposições-chaves no TPB

“O mundo é perigoso e malevolente”.

“Eu sou incapaz e vulnerável”.

“Eu sou inerentemente inaceitável”.

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FORMULAÇÕES BECKIANAS
 Essas suposições levam a altos níveis de vigilância e
desconfiança interpessoal.
Outras duas características são centrais no TPB:
 Pensamento dicotômico
 Frágil senso de identidade

O MODELO DE MODO DE ESQUEMA DE YOUNG


• Um modo de esquema é um padrão organizado de
pensamento, sentimento e comportamento baseado
em conjunto de esquemas relativamente
independentes de outros.

• Supõe-se que pacientes com TPB pulam subitamente


de um modo para outro.

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O MODELO DE MODO DE ESQUEMA DE YOUNG

Quatro esquemas são centrais no TPB

 O modo criança abandonada


 O criança zangada/impulsiva
 O modo pais punitivos
 O modo protetor desligado

A VISÃO DIALÉTICO-COMPORTAMENTAL
DE LINEHAN
 Desenvolvida por Marsha M. Linehan (1993).
 Considerada como a única abordagem psicoterápica
provavelmente eficaz para o TPB (Força Tarefa 12 da APA,
1998).
 Apesar de dividir elementos com sistemas psicodinâmicos,
centrada no cliente, gestalt e estratégias paradoxais (Heart &
Linehan, 1994), é a aplicação da ciência comportamental e a
filosofia oriental que definem suas características essenciais.

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O TPB COMO FALHA DIALÉTICA


Clivagem • Pensamento polarizado “tudo ou nada”
• Depois de definidas as coisas não mudam. Se uma
borderline pessoa fracassa, será fracassada para sempre.

• Busca constante de diretrizes de como devem ser, como


Dif. Com devem pensar e sentir.
self e a • Falha em estabelecer relação entre o momento atual e os
identidade outros momentos no passado. “Se você está com raiva
de mim agora, isso sempre foi e sempre será assim”.
• A perspectiva dialética sobre a unidade pressupõe que
Isolamento os indivíduos não são separados do meio em que
interpessoal vivem.
e alienação • O paradoxo de que se pode ser diferente e ao mesmo
tempo parte de todo não é compreendido

TPB E A DESREGULAÇÃO EMOCIONAL


 Pacientes com TPB são caracterizados por uma
disfunção na regulação da emoção, que,
provavelmente, é temperamental.

 Essas dificuldades têm suas raízes em predisposições


biológicas que são exacerbadas por experiências
ambientais específicas.

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TPB E OS AMBIENTES INVALIDANTES


 O quadro temperamental do paciente borderline é
bastante semelhante ao da “criança difícil”.

 O ambiente do paciente com TPB era, e


frequentemente ainda é, INVALIDANTE.

CARACTERÍSTICAS DE AMBIENTES
INVALIDANTES
 É aquela onde a comunicação de experiências
privadas é estabelecida com respostas erráticas,
inadequadas e extremas. A expressão das
experiências privadas não é validada.

Ambientes
PUNIÇÃO Invalidantes
BANALIZAÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DE AMBIENTES
INVALIDANTES
 A consequência é que os comportamentos das pessoas no
meio do indivíduo, incluindo seus cuidadores, não apenas
invalidam as suas experiências, como também não
respondem às suas necessidades.

CARACTERÍSTICAS DE AMBIENTES
INVALIDANTES

“Você está
errado em sentir
desse jeito”.

INVALIDAÇÃO

“Sente assim
porque é
inaceitável”

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CONSEQUÊNCIAS DE AMBIENTES
INVALIDANTES
Dificuldade em rotular suas experiências e
emoções

Dificuldade em lidar com as experiências

Exagero nas respostas emocionais

Falta de confiança

CARACTERÍSTICAS DE AMBIENTES
INVALIDANTES
HIPER -
REATIVIDADE

INCAPACIDADE EM ADOTAR HIPERSENSIBILIDADE


UMA RESPOSTA POSITIVA

VISÃO DISTORCIDA DOS PARANÓIA


ACONTECIMENTOS

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ABUSO SEXUAL
E FÍSICO

 O risco de abuso sexual é aproximadamente duas ou três


vezes maior para as mulheres do que para os homens.
 A incidência de abuso sexual em pacientes borderline gira em
torno de 75 – 80%.
 As taxas de abuso físico são maiores em pacientes borderline
do que comparado com outros transtornos.
 Sugere-se que o segredo dos abusos seja o fator mais
relacionado com o TPB subsequente.

DESREGULAÇÃO EMOCIONAL E
COMPORTAMENTOS BORDERLINE
Disfunção da regulação emocional

Ambiente Invalidante

Vulnerabilidade emocional

Instabilidade Instabilidade Instabilidade Instabilidade


comportamental Interpessoal do self cognitiva

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