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CAMILA RIBEIRO
DENISE EBERHARDT
MARION MEDEIROS
MARIA EDUARDA VARGAS
PATRÍCIA DA ROSA
DISFUNÇÕES SEXUAIS
As disfunções sexuais formam um grupo
heterogêneo de transtorno que, em geral, se
caracterizam por uma perturbação clinicamente
significativa na capacidade de uma pessoa
responder sexualmente ou de experimentar o
prazer sexual. Um mesmo indivíduo poderá ter
várias disfunções sexuais ao mesmo tempo.
Todas as disfunções devem ser diagnosticadas.
DISFUNÇÕES SEXUAIS
O julgamento clínico deve ser utilizado para determinar
se as dificuldades sexuais são resultado de estimulação
sexual inadequada; mesmo nessas situações ainda pode
haver necessidade de tratamento, embora o diagnóstico
de disfunção sexual não seja aplicável. Esses casos
incluem, mas não se limitam a, condições nas quais a
falta de conhecimento sobre estimulação eficaz impede a
experiência de excitação ou de orgasmo.
Os subtipos: são usados para designar o início da dificuldade.
Em muitos indivíduos com disfunções sexuais, o momento de
início do quadro poderá indicar etiologias e intervenções
diferentes.
Ao longo da vida refere-se a um problema sexual que está
presente desde às primeiras experiências sexuais.
Adquirido aplica-se aos transtornos sexuais que se
desenvolveram após um período de função sexual
relativamente normal.
Generalizado refere-se a dificuldades sexuais que não se
limitam a certos tipos de estimulação, situações ou parceiros.
Situacional aplica-se a dificuldades sexuais que ocorrem
somente com determinados tipos de estimulação, situações ou
parceiros.
Além dos subtipos, inúmeros fatores devem ser considerados durante a
avaliação de uma disfunção sexual, tendo em vista que poderão ser
relevantes para a etiologia e/ou tratamento e contribuir, em maior ou
menor grau, para a disfunção dos indivíduos:
1) fatores relacionados ao parceiro (p. ex., problemas sexuais, estado de
saúde).
2) fatores associados ao relacionamento (p. ex., falta de comunicação,
discrepâncias no desejo para atividade sexual).
3) fatores relacionados a vulnerabilidade individual (p. ex., má imagem
corporal, história de abuso sexual ou emocional), comorbidade
psiquiátrica (p. ex., depressão, ansiedade) ou estressores (p. ex., perda de
emprego, luto).
4) fatores culturais ou religiosos (inibições relacionadas a proibições de
atividade sexual ou prazer; atitudes em relação à sexualidade.
5) fatores médicos relevantes para prognóstico, curso ou tratamento.
TRANSTORNO DA DOR GÊNITO-
PÉLVICA/PENETRAÇÃO
Critérios Diagnósticos 302.76 (F52.6)
A. Dificuldade persistente ou recorrentes com um (ou mais) dos seguintes:
PREVALÊNCIA
A prevalência do transtorno da dor gênito-pélvica/penetração é desconhecida.
No entanto aproximadamente 15% das mulheres norte-americanas relatam a
presença de dor recorrente durante a relação sexual.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Outra condição médica: Em muitas circunstâncias, mulheres com o transtorno da dor gênito-
pélvica/penetração também serão diagnosticadas com outra condição médica, como
endometriose, doença inflamatória pélvica, atrofia vulvovaginal. Com frequência o diagnóstico
e o tratamento das condições médicas associadas são difíceis. Também podem ser
diagnosticadas com transtornos de sintomas somáticos ou fobia específica.
Estímulos sexuais inadequados: É importante que o clínico, ao considerar diagnósticos
diferenciais, avalie a adequação dos estímulos sexuais à luz da experiência sexual da mulher.
Situações sexuais em que as preliminares ou a excitação não são adequadas podem criar
dificuldades de penetração, dor ou evitação. Essas condições devem ser avaliadas
cuidadosamente.
COMORBIDADES
PREVALÊNCIA
Muitos homens com queixa de EP, queixam-se de uma sensação de falta de controle sobre a
ejaculação e demonstram apreensão a respeito da incapacidade prevista para retardar a
ejaculação em futuros encontros sexuais.
Prevalência
A ejaculação prematura (precoce) pode estar associada a problemas eréteis. Em muitos casos, pode ser
difícil determinar qual dificuldade precede a outra. A EP ao longo da vida pode estar associada a
determinados transtornos de ansiedade, e a adquirida pode estar associada a prostatite, doença da
tireoide ou abstinência de drogas (p. ex., durante a retirada de opioides).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Disfunção sexual induzida por substância/medicamento, nos casos em que os problemas com
ejaculação prematura são causados exclusivamente pelo uso, intoxicação ou abstinência de substância,
o diagnostico deve ser de disfunção sexual induzida por substância/medicamento.
Preocupações ejaculatórias que não preenchem os critérios diagnósticos, é necessário identificar
homens com latências ejaculatórias mais prolongadas e aqueles com ejaculação prematura (precoce)
episódica (p. ex., durante o primeiro encontro sexual com uma nova parceira, quando uma latência
ejaculatória curta pode ser comum ou normal). Nenhuma dessas situações levaria a um diagnóstico de
ejaculação prematura (precoce), mesmo que sejam desconfortáveis para alguns homens.
Exemplo de Caso
R. gênero masculino, 26 anos, veio em busca de terapia acompanhado pela atual namorada com
objetivo de tratar sua queixa de ejaculação rápida, mais tarde confirmou-se este diagnóstico,
embasado nos critérios do DSMIV-TR (2000). Anteriormente à sua busca por terapia, R. passou
por três médicos urologistas, sendo medicado com antidepressivo, mas apesar da melhora, o cliente
abandonou o tratamento medicamentoso e iniciou a busca por psicoterapia. R. relata ter tido sua
primeira experiência sexual aos 14 anos com uma menina da mesma idade, com a qual tem um
filho de 9 anos, apontando esta experiência sexual como a causa da ejaculação rápida. Conta que
desde os 10 anos já brincava com a menina, considerada prima porque era criada pela sua tia, dizia
que era apenas gostoso e que quando estava sozinho se masturbava e acabava ejaculando. Descreve
que sentia ansiedade em ter sua primeira relação e que quando aconteceu tinha medo de ser
flagrado pela tia. Junto com a queixa de ejaculação rápida observou-se que sua forte educação
católica influenciava seu conhecimento corporal e em suas atividades sexuais. Outra questão que o
levou a procurar terapia foi o fato da sua atual namorada não atingir o orgasmo.
A namorada tem 28 anos, filha única, vive sozinha com a mãe, não tem filhos. Sua religião é o
espiritismo. Faz terapia desde dezembro de 2005, queixa-se de nunca ter tido um orgasmo na vida.
Este caso teve como forma inicial à terapia individual, porém diante das dificuldades apresentadas
pela namorada o enfoque passou para terapia de casal, visando garantir um bom prognóstico.
Antes de iniciar o tratamento foi realizada uma avaliação psicológica tanto do cliente quanto da
parceira.
DISFUNÇÃO SEXUAL INDUZIDA POR
SUBSTÂNCIA/MEDICAMENTO
Critérios Diagnósticos
A. Uma perturbação clinicamente significativa na função sexual é predominante
no quadro clínico.
B. A partir da existência do critério A deve haver evidências na história, no exame
físico ou laboratoriais.
1. Em que os sintomas do critério A se desenvolvem durante ou logo após
intoxicação ou abstinência de alguma substância ou uso de algum
medicamento.
2. Tanto a substância ou medicamento usado é capaz de produzir os sintomas do
critério A.
C. A perturbação não é mais bem explicada por uma disfunção sexual que não é
induzida por substância/medicamento. Uma disfunção sexual independente, os
sintomas aparecem antes do início do uso de substância/medicamento; os sintomas
persistem por um período de 30 dias após cessar a abstinência aguda ou
intoxicação grave; ou evidências que comprovam a existência da disfunção sexual
independente, sem o uso de substâncias ou medicamentos.
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium;
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo para o indivíduo.
Nota: O Critério A deve predominar no quadro clínico e os sintomas devem
ser suficientemente graves.
Nota para Codificação: o DSM -5 traz os códigos que constam no CID-10
para esta disfunção que mudam conforme a substância/medicamento e a
gravidade. Sendo as substâncias álcool, opioide, sedativo, hipnótico ou
ansiolítico, anfetamina (ou outro estimulante), cocaína, ou outra substância. A
gravidade pode ser leve (25 % a 50%), moderada (50% a 75%) ou grave (75%
ou mais) das ocasiões de atividade sexual
CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS
A característica principal é uma perturbação na função sexual
que apresenta relação temporal com o início, aumento ou
descontinuação de alguma substância/medicamento.
Antidepressivos Dificultam orgasmo/ejaculação.
Menos frequentes problemas como ereção e
desejo sexual.
8 dias após o início
Antipsicóticos Afeta o desejo sexual, ereção, lubrificação,
ejaculação, orgasmo.
Estabilizadores de Humor Efeitos adversos sobre o desejo sexual.
(Lítio ou Anticonvulsionante)
Gabapentina Dificulta atingir o orgasmo
Benzodiazepínicos Problemas eréteis e orgásticos
Medicamentos não psiquiátricos:
cardiovasculares, citotóxicos, Perturbações sexuais
gastrointestinais, hormonais.
Substâncias ilícitas Redução no desejo sexual, disfunção erétil,
dificuldades para atingir orgasmo.
Álcool/ Nicotina Problemas eréteis
Aparecem anos depois
Inibidores recaptação de serotonina (ex.: Disfunção Sexual
fluoxetina) Após o uso
Ejaculação Precoce
Opioide Pode ocorrer após a interrupção do uso
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Os transtornos depressivos, bipolar, de
ansiedade e psicótico estão associados a
perturbações na função sexual. Assim, o
diagnóstico poderá ser dado no início ou
na descontinuação do uso da
substância/medicamento.
Ao persistirem os sintomas, o
médico deverá ser consultado.
Obrigada!