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Aspectos Psicológicos da

Maturidade e Velhice
GISELE A. C. GAROFALO
P S I C Ó LO G A C L Í N I C A E H O S P I TA L A R I N C O R / H C - F M U S P
R E S I D Ê N C I A M U LT I P R O F I S S I O N A L E E S P E C I A L I Z A Ç Ã O E M
G E R O N TO LO G I A H O S P I TA L I S R A E L I TA A L B E R T E I N S T E I N
M E S T R E E M C I Ê N C I A S U N I F ES P
Você já pensou no seu próprio
envelhecimento?

Como você deseja que seja sua velhice?


Quem é idoso?

62 anos 91 anos
Envelhecimento Populacional

Idosos População
Brasil
3 milhões
14 milhões
32 milhões

(IBGE, 2009)

Residência Multiprofissional HIAE


Fatores que interferem no envelhecimento

Genéticos Exposição ambiental

Estilo de vida

Moraes EM, organizador. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Belo Horizonte: Coopemed; 2008. 700 p.
Envelhecimento

▪ É um processo dinâmico e progressivo.


▪ Modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que
determinam a perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo
ao meio ambiente
▪ Maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos
Residência Multiprofissional HIAE
Camargo et al, 2006;
Envelhecimento

Camargo et al,
Residência Multiprofissional HIAE
2006;
Senilidade

➢COM DOENÇAS

➢ PASSIVO

➢ DEPENDENTE

➢ LIMITADO

➢ INDIFERENTE
Senescência

➢SAUDÁVEL

➢ FISIOLÓGICO

➢ ATIVO

➢ PRODUTIVO

➢ PARTICIPATIVO
O envelhecimento traz
consigo…
➢Comorbidades
➢Sobreposição de sintomas
e causas
➢Sintomas atípicos
➢Omissão de sintomas
➢Mitos do que é normal
para idade
Moraes EM, organizador. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Belo Horizonte: Coopemed; 2008. 700 p.
Alterações do
Envelhecimento
Aspectos Físicos

▪ Necessidade de aprender a conviver com as limitações

Aspectos Sociais
▪ Mudanças de papéis – família, trabalho e sociedade
▪ Falta de papel social - crise de identidade
▪ Aposentadoria
▪ Perdas diversas - $, decisão, independência, autonomia, parentes e amigos
▪ Diminuição de contatos sociais – distancia, $, dependência, tempo, violência
(Fechine & Trompieri, 2015)
Alterações do
Envelhecimento
Aspectos Psicológicos

▪ Dificuldade a se adaptar a novos papéis


▪ Dificuldade de se adaptar às mudanças rápidas, que tem efeito
dramático nos idosos
▪ Necessidade de trabalhar perdas orgânicas, afetivas e sociais
▪ Baixa auto-imagem e baixa auto-estima
▪ Falta de motivação e dificuldade de planejar o futuro
▪ Confrontação com a sua própria finitude
▪ Aposentadoria
▪ Alterações psíquicas que exigem tratamento
(Fechine & Trompieri, 2015)
Psicologia do Envelhecimento
Enfoca as mudanças nos desempenhos cognitivos,
afetivos e sociais bem como as alterações em
motivações, interesses, atitudes e valores que são
característicos dos anos mais avançados da vida e
dos anos da velhice.

◦ Focaliza as diferenças intra-individuais e


interindividuais – Envelhecimento heterogêneo.
(Falcão, Cachioni, & Yassuda, 2009)
Psicologia e Envelhecimento
Envelhecimento satisfatório
• Preservação e expansão das reservas para o
desenvolvimento pessoal;
• Capacidade do indivíduo para responder com
flexibilidade aos desafios resultantes das mudanças
inerentes ao envelhecimento;
Capacidade Funcional e A
Psicologia

Autonomia Independência
Gorzoni, Fabbri, 2013
Personalidade funcionais que se organizaram
sobre bases tênues durante a vida, na velhice se
acentuam e se desorganizam por não dar conta
das pressões decorrentes do envelhecimento, tais
como dependência físicas, perdas financeiras,
convívio mais próximo com família, dentre outros.

(Aranha, 2012)
“ funções auto-regulatórias mostram grande
estabilidade e até crescimento com o
envelhecimento, mesmo com o aumento dos riscos
à integridade do indivíduo, que se mantém
resiliente, ou seja, com potencial para manter e
recuperar seus níveis normais de adaptação até idade
avançada ” (Baltes e Baltes, 1990; Baltes e Graf, 1996)
Auto Eficácia
“O senso de autoeficácia corresponde às crenças de uma pessoa a
respeito do grau e extensão em que ela própria tem capacidade para
ativar a motivação, resgatar a cognição e usar mecanismos de ação, que
são necessários para exercer controle sobre tarefas específicas. “

“Crença que leva a pessoa a comportar-se de certa forma, baseada no


que acredita” Bandura, 1986
Envelhecimento & Psiquismo
Envelhecimento psíquico => redução vulnerabilidade

Aceita a realidade, capaz de tolerar a dor ou perdas pois seus


dispositivos de segurança são cada vez mais eficazes na
relação com o mundo.
(Moraes et al., 2010)

“O mundo que nos cerca se altera à medida que antigos lugares dão espaço a novos, velhos amigos partem
e papéis familiares se dissolvem”.
(Goldfarb, 2002)
Sabedoria

O autoconhecimento, o estudo da
estrutura e da dinâmica do
psiquismo
e a SUPERAÇÃO DOS CONFLITOS
do cotidiano são indispensáveis
para atingirmos a independência
psíquica, condição necessária para
a SABEDORIA.
Resiliência

O AMADURECIMENTO e uma conquista individual e se traduz pela modificação


dos valores de vida ou aquisição da CONSCIÊNCIA.
A pessoa idosa torna-se suficientemente sabia para ACEITAR A REALIDADE,
TOLERAR A DOR ou, ate mesmo, a PERDA DA INDEPENDÊNCIA biológica, pois
seus dispositivos de segurança são cada vez mais eficazes na relação com o
mundo.
Depressão - Síndrome
Geriátrica
➢A depressão é uma doença que afeta o humor, a disposição e os sentimentos.

➢Prevalência alta.

➢Várias formas clínicas.

➢Predisposição genética.

➢Intensidade variável.

➢Exógena ou endógena ou Psicogênica?


(Canale & Furlan, 2013)
Sinais e Sintomas Depressão-
Idosos
▪Alterações do sono e do apetite

▪Dores pelo corpo e outras somatizações

▪Dificuldade de concentração, memória e raciocínio

▪Pensamentos de culpa, morte, fracasso, medo e outros pensamentos negativos.


(Grinberg, 2006)
Principais Categorias –
Depressão Idoso
Transtorno Depressivo Maior Transtorno Misto De Ansiedade E Depressão
Cinco (ou mais); duas semanas (justifica-se este diagnóstico quando os sintomas de
e representam uma mudança em relação ao ansiedade e depressão estão presentes, porém não são
funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) suficientes para preencher o diagnóstico de "transtorno de
humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer; ansiedade" ou "transtorno depressivo")

Transtorno Depressivo Induzido por Depressão Bipolar


Substância/Medicamento (depressões recorrentes + história de episódios de mania
Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica ou hipomania devem, via de regra, ser tratadas primeiro
Outro Transtorno Depressivo Especificado com um estabilizador do humor e, só então, com um
Transtorno Depressivo Não Especificado antidepressivo

Distimia Depressão Atípica


(humor deprimido na maior parte do dia, por, no mínimo (hipersensibilidade à rejeição, sensação acentuada de
dois anos, segundo os critérios do DSM-IV fadiga e "peso" nos membros, hipersônia e hiperfagia)
(Grinberg, 2006)
Principais Categorias –
Depressão Idoso
Transtorno Depressivo Maior
Cinco (ou mais); duas semanas Com sintomas ansiosos
e representam uma mudança em relação ao Com características mistas
funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) Com características melancólicas
humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer; Com características atípicas
Com características psicóticas congruentes com o humor
Leve Com características psicóticas incongruentes com o humor
Moderada Com catatonia
Grave Com padrão sazonal (somente episódio recorrente)
Com características psicóticas**
Em remissão parcial
Em remissão completa

(DSM V, 2014)
Depressão no idoso
➢Sintomas atípicos

➢Diagnóstico difícil

➢Principais sinais: dor moral e lentificação ideomotora

➢As “máscaras” da depressão


(Grinberg, 2006)
Depressão no Idoso

▪Cerca de 30% da população idosa apresenta algum tipo de transtorno mental

▪Depressão e demências são os problemas mentais mais prevalentes

▪Impacto no cuidador

▪Escalas de apoio diagnóstico: GDS E BDI

(Grinberg, 2006)
Depressão no Idoso
▪Importante investigação ativa

▪Cuidado com apresentação diferente – queixas somáticas

▪Elevada frequência de sintomas somáticos pode confundir ou sobrepor a doenças


preexistentes

▪Falta de reconhecimento dos sintomas depressivos pelo próprio paciente, atribuindo


apenas a doença clínicas

(Grinberg, 2006)
▪Preconceito “velho só reclama”

▪Algumas substâncias podem desencadear sintomas depressivos - polifarmácia


Máscaras da Depressão
➢Distúrbios cognitivos (pseudo-demência)

➢Ansiedade (agitação, insônia)

➢Queixas somáticas

➢Delírios de prejuízo

➢Atitude regressiva
(Grinberg, 2006)
Depressão Secundária
▪AVC ▪Vasculites

▪Demência ▪Coronariopatias e ICC

▪Doença de Parkinson ▪Câncer

▪Distúrbio Tireoideano ▪Dor crônica


(Grinberg, 2006)
Depressão
Secundária
Indometacina ( antinflamatório não hormonal,
analgésico e antipirético), Opióides ( tratamento da dor Reserpina (anti-hipertensivo) , Hidralazina
moderada a severa)
(vasodilatador) , Metoprolol (anti-hipertensivo) ,

▪Sulfonamida (antibióticos), Etambutol Propranolol (anti-hipertensivo), Indapamida


(Antibacteriana Tuberculose)
(diurético, anti-hipertensivo), Prazosin (anti-

▪Digitalícos (ICC) , Clonidina (anti-hipertensivo.), hipertensivo), Procainamida (arritmia cardíaca)

Metildopa (anti-hipertensivo usado especialmente

para hipertensão gestacional e pré-eclampsia),

(Grinberg, 2006)
Depressão
Secundária
▪Barbitúricos (medicação antiga para ▪Agentes antineoplásicos (Câncer)

insônia), Benzodiazepínicos (ansiolítico),


▪Álcool e Drogas
Haloperidol (antipsicótico), Fenotiazídicos

(antipsicóticos e neurolépticos), L-Dopa (medicação

Parkinson)

▪Corticosteróides (hormônio cortisol,

metabolismo), Cimetidina (úlcera, reduz acidez) (Grinberg, 2006)


Tratamento Farmacológico
Depressão
(Antidepressivo) Tianeptina

ISRS Bupropiona

Mianserina/ Mirtazapina Venlafaxina

Trazodona Desvenlafaxina

Tricíclicos
(Canale & Furlan, 2013)
Principais Categorias – Transtorno de Ansiedade
Transtorno de Ansiedade de Separação Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
Especificar se: Somente desempenho
Fobia Específica
Especificar se: Especificador de Ataque de Pânico
Animal Transtorno de Ansiedade Generalizada
Ambiente natural Transtorno de Ansiedade Induzido por
Sangue-injeçãoferimentos Substância/Medicamento
Medo de sangue Especificar se: Com início durante a intoxicação, Com
Medo de injeções e transfusões Medo de outros cuidados início durante a abstinência, Com início após o uso de
médicos medicamento
Medo de ferimentos Situacional Outro

Transtorno de Ansiedade Devido a Outra Condição Médica


Transtorno de Ansiedade Especificado

(DSM V, 2014)
Principais Categorias – Transtorno de Ansiedade
Transtorno de Pânico
1. palpitações/taquicardia/ritmo acelerado
2. sudorese
3. tremores ou abalos
4. sensação de falta de ar ou sufocação
5. sensação de asfixia
6. dor ou desconforto torácico
7. náusea ou desconforto abdominal
8. tontura/instabilidade/vertigem ou des maio
9. calafrios/calorões
10. dormências/formigamentos
11. desrealização/despersonalização
12. medo de perder o controle/enlouque cer e
13. medo de morrer

(DSM V, 2014)
Transtorno de Ansiedade
generalizada
Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), maioria dos dias, pelo menos seis
meses,
A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis
sintomas
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e
inquieto).
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas

(DSM V, 2014)
Agorafobia
Duas (ou mais) das cinco situações seguintes: C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam
medo ou ansiedade.
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus,
trens, navios, aviões). D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas,
requerem a presença de uma
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de companhia ou são suportadas com intenso medo ou
estacionamentos, mercados, pontes). ansiedade.
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real
cinemas). apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto
sociocultural.
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma
multidão. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente,
geralmente durando mais de seis meses.
5. Sair de casa sozinho.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido
a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que funcionamento social, profissional ou em outras áreas
o auxílio pode não estar disponível no caso de importantes da vida do indivíduo.
desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas
incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória
nos idosos; medo de incontinência). intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo,
ansiedade ou esquiva é claramente excessivo.
(DSM V, 2014)
Transtorno Bipolar no
idoso
Baixa prevalência
Formas clínicas: tipo I (aternância entre o estado depressivo e a mania), tipo II
(hipomania > intensa), ciclotimia, hipomania.
Desorientação, ideias delirantes, distúrbio cognitivo reversível
Diagnóstico difícil
Tratamento
o No quadro agudo
o Profilaxia das recidivas
(Asquidamini & Cataldo Neto, 2011)
Mortalidade maior
Tratamento Farmacológico
Longa duração

Efeitos colaterais precoces

Efeito terapêutico tardio

Resposta muito individual

(Canale & Furlan, 2013)

de Oliveira, L. D. S. S. C. B., Souza, E. C., Rodrigues, R. A. S., Fett, C. A., & Piva, A. B. (2019). The effects of physical activity on anxiety, depression, and quality of life in elderly
people living in the community. Trends in psychiatry and psychotherapy, 41(1), 36–42. https://doi.org/10.1590/2237-6089-2017-0129
Tratamento Não
Farmacológico
Psicoterapia

Suporte familiar

Terapia ocupacional

Atividades físicas

Religião/Religiosidade

Nos casos graves, com risco de morte: eletroconvulsoterapia


(Canale & Furlan, 2013, de
Oliveira et al., 2019)
de Oliveira, L. D. S. S. C. B., Souza, E. C., Rodrigues, R. A. S., Fett, C. A., & Piva, A. B. (2019). The effects of physical activity on anxiety, depression, and quality of life in elderly
people living in the community. Trends in psychiatry and psychotherapy, 41(1), 36–42. https://doi.org/10.1590/2237-6089-2017-0129
Suicídio
3 vezes mais comuns > 65 anos

Incidência aumenta com a idade

Cuidado com a desinibição no início do tratamento.

(Minayo & Cavalcante, 2010; de


Oliveira et al., 2019)
de Oliveira, L. D. S. S. C. B., Souza, E. C., Rodrigues, R. A. S., Fett, C. A., & Piva, A. B. (2019). The effects of physical activity on anxiety, depression, and quality of life in elderly
people living in the community. Trends in psychiatry and psychotherapy, 41(1), 36–42. https://doi.org/10.1590/2237-6089-2017-0129
Prognóstico

Geralmente bom

Recidivas frequentes

Necessidade de acompanhamento clínico regular.

(de Oliveira et al., 2019)

de Oliveira, L. D. S. S. C. B., Souza, E. C., Rodrigues, R. A. S., Fett, C. A., & Piva, A. B. (2019). The effects of physical activity on anxiety, depression, and quality of life in elderly
people living in the community. Trends in psychiatry and psychotherapy, 41(1), 36–42. https://doi.org/10.1590/2237-6089-2017-0129
Intelecto e Cognição

lentificação na capacidade de adquirir, armazenar e


evocar informações.

 atenção seletiva, nomeação de objetos e fluência


verbal.

 habilidade em tarefas visuo-espaciais complexas,


análise lógica e aprendizado complexo.

A.C.A.P. – IGG - UNIFESP


COGNIÇÃO E ENVELHECIMENTO
PERDAS LEVES:

Nomeação
Tempo de resposta
Fluência verbal

Idosos normais compensam estas dificuldades


e mantêm função normal.
COGNIÇÃO E ENVELHECIMENTO

Preservação dos conhecimentos adquiridos ao longo


da vida até os 70 anos.
Redução nas habilidades práxicas e executivas que
dependem da percepção visual, analise visoespacial e
desempenho visomotor (independente do sexo e
condição financeira).
Lentificação para realizarem duas tarefas ou mais ao
mesmo tempo.
FUNÇÕES COGNITIVAS PRESERVADAS NO FUNÇÕES COGNITIVAS PREJUDICADAS COM O
ENVELHECIMENTO ENVELHECIMENTO

ATENÇÃO SUSTENTADA, ATENÇÃO SELETIVA

HABILIDADES COMUNICATIVAS, FLUÊNCIA VERBAL

HABILIDADES DE LINGUAGEM NOMEAÇÃO DE OBJETOS

HABILIDADES DE PERCEPÇÃO VISUAL HABILIDADES VISUOESPACIAIS

MEMÓRIA DE PROCEDIMENTO MEMÓRIA OPERACIONAL

MEMÓRIA DECLARATIVA SEMÂNTICA MEMÓRIA DECLARATIVA EPISÓDICA


DEMÊNCIA
DEMÊNCIA

O conhecimento é o primeiro passo para compreender e superar estigmas


DEMÊNCIA
O que é

A DEMÊNCIA é um problema que afeta o cérebro e se caracteriza pela


deterioração progressiva das funções cognitivas, incluindo a memória, o
raciocínio, a linguagem e as habilidades sociais, a ponto de interferir com as
atividades de vida diária normais.

Demencia
fronto- Outros
temporal 5%
PRINCIPAIS TIPOS DE DEMÊNCIA 5%

• Doença de Alzheimer Demência


vascular Doença de

• Demência vascular
20% Alzheimer
60%

• Demência por corpos de Lewy


• Demência fronto-temporal
DEMÊNCIA VASCULAR

A demência vascular é a perda da função mental devido à


destruição do tecido cerebral, por falta de suprimento de sangue.
Geralmente a causa são acidentes vasculares cerebrais (AVC)

Principais características:
• Evolução em degraus – sintomas
súbitos
• Sintomas focais

Prevenção:
• Controle de fatores de risco
cardiovascular: HAS, tabagismo, DM,
sedentarismo, doenças cardíacas
DEMÊNCIA POR CORPOS DE LEVY

A demência por Corpos de Lewy (LBD) é uma doença associada a


depósitos anormais de uma proteína chamada alfa-sinucleína no
cérebro. Esses depósitos, chamados corpos de Lewy, afetam
substâncias químicas no cérebro cujas alterações, causam
problemas de pensamento, movimento, comportamento e humor.

Principais características:
• Flutuação da atenção e pensamento
• Paciente pode variar de quase normal
a severa confusão em curtos períodos
• Alucinações visuais
• Sintomas parkinsonianos
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL

A Demência Frontotemporal (DFT) apresenta um quadro clínico


de deterioração mental progressiva com afasia grave e distúrbios
comportamentais associados à degeneração (atrofia) temporal
ou frontotemporal. Sua evolução é rápida, em geral, deteriora em
um ano, mas, por vezes, chegando a 5 a 10 anos.

Principais características:
• Sintomas de alterações do
comportamento e de personalidade
• Desinibição, inadequação social,
impulsividade e falta de critica
• Alterações de linguagem - afasia
DOENÇA DE ALZHEIMER
O que acontece

Há morte dos neurônios que


são as células cerebrais.

Com o tempo o cérebro


encolhe e perde suas funções
DOENÇA DE ALZHEIMER
O que acontece

Formam-se placas e emaranhados com depósitos anormais de


fragmentos de proteínas. Atrofia cerebral de regiões
relacionadas aos pensamentos, memória e planejamento
DOENÇA DE ALZHEIMER
Como evolui
Demência

PRÉ CCL LEVE MODERAD GRAVE


CLÍNICA A
• Sem • Sintomas • Sintomas • Sintomas • Sintomas
sintoma leves que leves que que que
não interferem interferem interferem
s em várias
interferem nas AVD na maioria
nas AVD AVD das AVD

FASE INICIAL FASE MODERADA FASE AVANÇADA


• Aprendizagem • Pensamento • Fala
• Memória • Confusão/ desorientação • Compreensão
• Planejamento • Interfere trabalho, vida • Agitação
• Fazer cálculo social • Dependência funcional
• Usar objetos importante
DOENÇA DE ALZHEIMER
Sintomas

https://patrocinados.estadao.com.br/biogen/alzheimer/
DOENÇA DE ALZHEIMER
DOENÇA DE ALZHEIMER
Prevenção

Você pode reduzir o risco de ter demência com essas medidas


Treino Cognitivo (TC): técnicas estruturadas para exercitar e
melhorar funções cognitivas específicas (atenção, memória,
linguagem, etc.).

Reabilitação Cognitiva (RC): programas com foco em estratégias


compensatórias para os comprometimentos cognitivos,
comportamentais, emocionais, sociais e relacionados às AVD’s.

Estimulação Cognitiva (EC): atividades que estimulam o


funcionamento cognitivo e social de maneira global ou não
específica (oficinas de memória, grupos de leitura, discussão de
temas).
EDUCAÇÃO DOS CUIDADORES FAMILIARES E SUPORTE À AUTOGESTÃO
Abordagem Holística
✓Integra aspectos cognitivos e emocionais.

✓Os temas mais trabalhados nos programas diários promovem


a conscientização, aceitação e entendimento para a melhora
cognitiva e compensação de habilidades vocacional.

✓ O Ambiente representa um forte senso de cooperação


e confiança mútua, o que serve de apoio para uma
aliança entre cliente e profissional.
(Prigatano,1996)
Abordagem Holística

Foco imediato: Questões emocionais

✓ Medo de desintegração;
✓ Medo do abandono;
✓ Tentativa de suicídio;
✓ Vergonha;
✓ Perdas;
✓ Raiva.

(Duarte, 2017)
DEMÊNCIAS
Cuidados

Sentimentos comuns dos pacientes e cuidadores

• RAIVA Sua vida está tomando um caminho diferente do que você planejou e não
pode controlar o curso da doença
• ALÍVIO Seu diagnóstico validou as preocupações que você tinha sobre as
mudanças que você havia experimentando e forneceu uma explicação
• DEPRESSÃO Sentir- se deprimido ou ansioso é comum

• MEDO Você pode ter medo do futuro e de como sua família será afetada
• ISOLAMENTO Pode parecer que ninguém entende o que você está passando ou
você pode perder o interesse em manter relacionamentos com os outros
• SENSAÇÃO DE PERDA Pode ser difícil aceitar as mudanças nas suas habilidades
DEMÊNCIAS
Cuidados

CUIDE DE SUAS NECESSIDADES EMOCIONAIS

➢ Anote seus pensamentos em um diário

➢ Compartilhe seus sentimentos de forma aberta e


honesta com familiares e amigos

➢ Cerque-se de apoio

➢ Mantenha-se envolvido em realizar atividades que


você gosta pelo tempo que puder, ou considere
experimentar novos desafios

➢ Tire um tempo para se sentir triste, lamentar e sofrer


DEMÊNCIAS
Cuidados

ESTÁGIO INICIAL
• Problemas com a palavra certa ou
nome PERDA DE INDEPENDÊNCIA
• Problemas para lembrar os nomes • Algumas das principais
das pessoas depois de apresentado responsabilidades podem ser
• Maior dificuldade em executar repassadas para outra pessoa
tarefas em situações sociais
• Esquecer o material que acabou de • Seja específico ao pedir ajuda
ser lido
• Perder objetos comuns
• Dificuldade em planejar ou
organizar eventos ou atividades
DEMÊNCIAS PERAMBULAÇÃO
Cuidados • Ajude a planejar as atividades do
dia
ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO
• Tente manter supervisão
• Incapacidade de recuperar o • Evite ambientes desconhecidos e
endereço residencial, número de com muita informação como
telefone ou o nome da família e shopping, supermercado
dos amigos
• Confusão sobre hora ou local SEGURANÇA
• Dificuldade em escolher roupas • Identificação com telefone e
apropriadas para a estação ou endereço
ocasião • Remova trancas internas
• Necessidade de assistência com a • Boa iluminação dos ambientes
alimentação ou banheiro • Descarte plantas tóxicas
• Mantenha medicamentos,
MEDICAMENTOS produtos de limpeza e objetos
• Organização e segurança perigosos em local seguro
• Conferência da dosagem • Remova o acesso às chaves do
• Conheça efeitos adversos carro e de casa
DEMÊNCIAS
Cuidados CUIDADOS
• Assistência ou supervisão é
necessária para concluir a
ESTÁGIO AVANÇADO maioria dos cuidados pessoais
• Perda da habilidades de diários como comer, ir ao
comunicação banheiro, tomar banho, se
vestir
• Os reflexos tornam-se anormais,
músculos podem ficar rígidos e a • Simplifique as escolhas
deglutição pode ficar prejudicada ALUCINAÇÕES E PARANOIA
• Dependência funcional importante • Evite discutir
nas atividades de vida diária • Tranquilize a pessoa
• Use distrações
• Responda honestamente
DEMÊNCIAS
Cuidados

PLANEJAMENTO DO
FUTURO

PLANOS LEGAIS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA


• Antecipação de documentos – • Desenvolva estratégias para
procurações rotinas e prioridades
• Diretiva antecipada de vontade • Envolva-se em atividades
PLANO DE SEGURANÇA estimulantes mentais
• Quando parar de dirigir • Peça ajuda e converse
abertamente
• Quando necessitar de cuidador
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E QUALIDADE
DE VIDA

⚫Aspecto Biológico

oJuventude, saúde, beleza, sexualidade etc

⚫Aspecto Econômico

oPrevidência Social – aposentadoria, empreendedorismo

⚫Aspecto Sociocultural

o Inserção social, respeitabilidade familiar


O idoso só será visto diferentemente com a
transformação da sociedade e essa
transformação fazemos com ações concretas.

Desmitificação sobre o envelhecimento humano:


mitos e tabus.
Como vivenciar essa realidade?
Envelhecimento saudável e qualidade
de vida

Novas práticas sociais

Ações empreendedoras
Caso Clínico 1
Sexo Feminino
68 anos
Solteira
Reside Sozinha
Quadro Clínico: Sequela AVC, hemiplegia D e imobilidade MMII
Queixas: Dificuldade de relacionamento com cuidador (12 hrs),
problemas financeiros e ausência da família (exterior)

Quais Questões Trabalhar?


Caso Clínico 2
Senhora RW, 78 anos, seu esposo morreu de ataque cardíaco
há um mês atrás.
O médico da família relata que desde a morte do marido, ela
está com fisionomia entristecida, sentindo-se sem energia e
apresentando dificuldade para adormecer. Ela tem falado e
as vezes escuta a sua voz chamando pelo seu nome. Ela
estava acompanhada por uma de suas filhas.
Qual é transtorno do caso?
Caso Clínico 3
Trata-se do paciente A., 66 anos, sexo masculino, casado, engenheiro aposentado.
O paciente foi encaminhado para o nosso serviço com história de depressão há 2
anos, sem melhora clínica com o tratamento antidepressivo com imipramina 25mg,
2 vezes ao dia e fluoxetina, 20mg, 2 vezes ao dia.
Segundo o paciente, desde a aposentadoria, há cerca de 2 anos, apresentava-se
desanimado, sem interesse em participar de qualquer atividade laborativa ou
lúdica, perda de libido e tendendo a isolar-se socialmente. Negava, contudo,
sentimentos de tristeza, idéias negativistas ou de morte. Mesmo com os
tratamentos antidepressivos empregados, negava melhora clínica. Segundo a
esposa, além desses sintomas, A. passou a exibir comportamento desinibido em
ambiente social, marcado principalmente por jocosidade dirigida mesmo a pessoas
não-familiares. Isso freqüentemente gerava situações constrangedoras, que A. não
reconhecia como tal, representando uma significativa mudança da personalidade
do paciente, que sempre fora discreto e tímido. A. também modificou os hábitos
alimentares, aumentando o consumo de água e preferindo alimentos adocicados.
Repetidamente, empregava palavras e gestos estereotipados, como ficar batendo
os dedos na mesa. A história médica pregressa e a história familiar do paciente não
eram relevantes.
Caso Clínico 3
O exame clínico-neurológico não evidenciou sinais neurológicos focais, sendo que, no
teste de triagem cognitiva – o Mini-Exame do Estado Mental40 -, A. executou
adequadamente todas as tarefas, pontuando o escore total. Desempenhou
corretamente também o teste do relógio. O paciente desenvolvia invariavelmente um
discurso prolixo, mas com idéias lógicas, tendendo a minimizar as alterações
comportamentais referidas pela esposa. Algumas vezes, mostrava-se mais desinibido,
ironizando sua condição. De nota, A. sempre trazia consigo um copo plástico com água,
que freqüentemente levava à boca, justificando que “tinha muita sede”.
Os exames de triagem clínicos, hematológicos, bioquímicos e sorológicos
demonstraram hipertensão leve, tratada com beta-bloqueador. Os demais dados não
foram considerados relevantes. A testagem neuropsicológica, incluindo avaliações de
inteligência geral, linguagem, memória, habilidades vísuo-construtivas e funções
executivas, mostrou desempenho fraco do paciente apenas em relação a funções
executivas e na tarefa de tomada de decisões. A ressonância magnética do encéfalo
evidenciou hipotrofia dos lobos frontais e temporais bilateralmente. SPECT revelou
hipoperfusão fronto-temporal.
Qual é transtorno do caso?
Caso Clínico 3
O caso relatado foi diagnosticado com Depressão Fronto-temporal, em que sintomas de apatia e
retração social podem sugerir, inicialmente, uma síndrome depressiva. Entretanto, a presença de
alterações marcantes da personalidade – no caso, sob a forma de desinibição -, associada à falta de
crítica, indica inequivocamente processo demencial. A ocorrência de comportamentos
estereotipados e hiperoralidade reforça a hipótese de comprometimento fronto-temporal. O Mini-
Exame do Estado Mental e o teste do relógio não são capazes de identificar precocemente os casos
de DFT. Nesse sentido, foi realizada avaliação neuropsicológica pormenorizada, que mostrou
prejuízo em testes de avaliação das funções dos lobos frontais, principalmente das regiões órbito-
frontal (tomada de decisões) e dorso-lateral (disfunção executiva), e preservação das demais
funções cognitivas. Os exames de neuroimagem corroboraram o diagnóstico de DFT ao
demonstrarem comprometimento fronto-temporal. Em relação à terapêutica, o emprego de
diferentes antidepressivos, incluindo os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, não foi
eficaz no controle dos sintomas de apatia ou desinibição exibidos pelo paciente, salientando a
dificuldade de abordagem farmacológica na DFT.
Algum tempo depois, através de novos exames clínicos e radiológicos, foi diagnosticado princípio
de demência associada à doença de Alzheimer.
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