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A

AFETIVIDADE
E SUAS
ALTERAÇÕES
A segunda-feira amanheceu cinzenta e fria.
Mas por algum dos tortuosos caminhos da
afetividade, simpatizei com ela.

Humberto Gessinger
A vida afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e
calor a todas as vivências humanas. Sem afetividade, a vida
mental torna-se vazia, sem sabor. “Afetividade” é um termo
genérico, que compreende várias modalidades de vivências
afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos.
CINCO TIPOS BÁSICOS DE VIVÊNCIAS
AFETIVAS:
Humor ou estado de ânimo
Emoções
Sentimentos
Afetos
Paixões
HUMOR OU ESTADO DE ÂNIMO

É uma condição emocional duradoura que pode afetar o


comportamento, as percepções e o pensamento.

Segundo Paim (1986), no estado de ânimo (ou humor) há


confluência entre a vertente somática e a vertente psíquica, que
se unem de maneira indissolúvel para fornecer um colorido
especial à vida psíquica momentânea.
EMOÇÕES
Emoções podem ser descritas
como reações que uma pessoa
vivencia em resposta a uma
determinada situação.
O tipo de emoção que ocorre
depende da situação em que a
pessoa se encontra.
SENTIMENTOS
Os sentimentos podem ser definidos como os estados e as reações
que o corpo humano são capazes de expressar diante dos
acontecimentos que os indivíduos vivenciam.
Tipos de Sentimentos:
Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, saudade,
tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, aflição, culpa, remorso,
etc.
Sentimentos da esfera da alegria: euforia, júbilo,
contentamento, satisfação, confiança, gratificação, esperança,
expectativa.
Sentimentos da esfera da agressividade:
raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira.

Sentimentos relacionados à atração pelo


outro: amor, atração, tesão, estima, carinho,
gratidão, amizade, etc.
Sentimentos associados ao perigo: medo, temor, receio,
desamparo, abandono, rejeição.

Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arrogância,


onipotência, superioridade, empáfia, prepotência.
AFETOS PAIXÕES

Define-se afeto como a A paixão é um estado afetivo


qualidade e o tônus emocional extremamente intenso, que
que acompanham uma ideia domina a atividade psíquica
ou representação mental. Os como um todo, captando e
afetos acoplam-se a ideias, dirigindo a atenção e o
anexando a elas um colorido interesse do indivíduo em
afetivo. Seriam, assim, o uma só direção, inibindo os
componente emocional de demais interesses
uma ideia.
EMOÇÃO X RAZÃO

A escolha entre razão ou emoção permeia todos os


nossos pensamentos e na sequência, as nossas ações.
Mas será que dentro da nossa cabeça esses dois limites
são assim tão claros?
CATATIMIA

Catatimia é o fenômeno observado quando a emoção turva a


razão.
É ela que provoca os chamados estados passionais, previstos em lei
pelo Código Penal Brasileiro: "… quando o indivíduo cometer o delito
sob forte emoção…", o que permite atenuar a aplicação da pena
judicial, pois o réu não estaria, assim, plenamente consciente (razão)
no momento do delito, e, portanto, não podendo ser totalmente
responsável (responder) pelo mesmo, diminuindo a sua
imputabilidade legal e jurídica.
REAÇÃO
AFETIVA

Uma reação afetiva é a reação física e emocional que uma


pessoa tem em uma situação. Esta pode ser uma reação de
felicidade e orgulho em vencer uma competição, o choque
e a tristeza de receber más notícias, testemunhar uma
tragédia ou qualquer outra reação apropriada a eventos.
TEORIAS DA AFETIVIDADE E
DAS EMOÇÕES

Teoria de James-Lange (1884)


William James

O filósofo e psicólogo norte-americano William James


(1842-1910) e o médico e psicólogo dinamarquês Carl
Georg Lange (1834-1900) desenvolveram,
independentemente um do outro, uma influente teoria sobre
as emoções, que afirmava que a base da experiência
emocional deveria se encontrar na periferia do corpo,
principalmente nas reações fisiológicas do sistema nervoso
Carl Georg Lang autônomo periférico.
TEORIA DE CANNON-BARD (1927, 1929)

A teoria da emoção de Cannon-Bard,


também conhecida como teoria talâmica
da emoção, é uma explicação fisiológica da
emoção desenvolvida por Walter Cannon e Walter B. Cannon
Philip Bard.

A teoria de Cannon-Bard afirma que


sentimos emoções e experimentamos
reações fisiológicas, como sudorese,
tremores e tensão muscular
simultaneamente. Philip Bard
TEORIA DE SCHACHTER-
SINGER, OU TEORIA DOS DOIS
FATORES (1962)
Também conhecida como teoria dos dois fatores. É um exemplo de
Stanley Schachter abordagem cognitiva. Ela sugere que primeiro surgem as

características fisiológicas e depois o indivíduo identifica a razão por trás


desses sintomas, para então experimentá-los e definir a emoção sentida.

O psicólogo social norte-americano Stanley Schachter (1922-1997),


juntamente com seu aluno, o psicólogo Jerome E. Singer (1934-2010),
formularam uma visão da emoção composta por dois grandes fatores: a
estimulação e resposta fisiológica geral; e a avaliação cognitiva e
atribuição de significado (também cognitivo) à experiência.
Jerome E. Singer
ASPECTOS CEREBRAIS E NEUROPSICOLÓGICOS DAS
EMOÇÕES
ASPECTOS PSICODINÂMICOS DAS
EMOÇÕES E VIDA AFETIVA

CONCEPÇÃO FREUDIANA
A angustia para Freud (1926/1986) vista como uma potência
de movimentos gerados a partir dos conflitos do indivíduo,
tende a sua condensação e correspondência afetiva à
melancolia, hoje a afamada depressão, sintomatiza no
indivíduo e evidencia-se por autonegligência, sentimento de
culpa e fracasso, perca de apetite e até comportamento
suicida.
DE ONDE VEM ISSO?
Freud aponta que o sujeito ao passar por um percurso
emocional de elaborar suas percas pessoais (sejam elas
reais ou simbólicas) de variáveis objetos por exemplo;
pessoa próxima, objetivo, posição social, trabalho, dentre
outros e é transpassado por angustia/melancolia.

Atua diretamente como um sinal de perigo enviado ao Eu


de modo que esse alerta ativa os mecanismos de defesa
como recalque, sublimação, isolamento e outros
dispositivos a fim de proteger a psique do indivíduo de
maiores angústias apresentando características egoicas.
CONCEPÇÃO DE MELANIE KLEIN

Melanie Klein (1882-1960), salienta em sua pesquisa


que os afetos seriam ali a base psicopatológica dados
nos insumos emocionais conscientes e inconscientes
gerados nas relações objetais do sujeito.

Ainda em sua teoria Klein volta sua atenção aos afetos


primários como:
Ódio
Inveja
Medo da retaliação
Entendidos como afetos primitivos.
ALTERAÇÕES PSICOPATOLÓGICAS DA
AFETIVIDADE

ALTERAÇÕES DO HUMOR

A distimia é uma doença crônica que pode começar ainda na


infância. Ao contrário da forma mais conhecida de depressão, ela
não ocorre em episódios, mas persiste por longos períodos, até
mesmo décadas.
É por isso que a pessoa que sofre da doença e os que estão
próximos a ela têm dificuldade para notar os sinais. Todos
tendem a achar que os sinais fazem parte da própria
personalidade da pessoa.
DISFORIA Os dois polos básicos das alterações do
O termo disforia humor, ou timopatias, são o depressivo, ou
descreve um estado de hipotímico, e o maníaco, ou hipertímico.
mal-estar, insatisfação ou Assim, hipotimia refere-se à base afetiva de
desconforto. Pode se todo transtorno depressivo.
referir a uma variedade HIPOTIMIA HIPERTIMIA
de condições, incluindo
É o humor modulado É o humor modulado
disforia de gênero,
para baixo, triste ou para cima,
dismorfia corporal e
deprimido. O paciente patologicamente
transtorno depressivo
encontra-se alegre, efusivo e
maior.
hipotímico. eufórico.
IRRITABILIDADE
PATOLÓGICA PUERILIDADE

A irritabilidade é um sintoma
inespecífico, podendo ser Alteração do humor que se
encontrada em indivíduos normais. caracteriza pelo aspecto
No entanto, esta se torna infantil, simplório, regredido.
patológica quando qualquer Nesses casos, o indivíduo ri ou
estímulo é sentido como chora por motivos banais e sua
perturbador e a criança ou vida afetiva é superficial, sem
adolescente apresenta hiper- afetos profundos, consistentes
reatividade de característica e duradouros
desagradável, hostil e
eventualmente agressiva.
O psiquiatra suíço Paul Eugen Bleuler (1857-1939)
denominou catatimia a importante influência que a vida
afetiva, sobretudo o estado de humor (mas também as
emoções, os sentimentos e as paixões), exerce
constantemente sobre as demais funções psíquicas
(Bleuler, 1942).

A pesquisa psicopatológica tem identificado


historicamente quão penetrante é a influência da
afetividade sobre toda a vida mental, normal e
patológica.
ANSIEDADE,
ANGÚSTIA E
MEDO

Embora muitos autores utilizem os


termos “ansiedade” e “angústia” como
sinônimos, cabe ressaltar algumas
diferenças sutis entre tais conceitos.
Cabe ressaltar que o medo, caracterizado por
referir-se a um objeto mais ou menos preciso,
diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não
se referem a objetos precisos (o medo é, quase
sempre, medo de algo).
Tem-se definido, em determinadas correntes teóricas da
psicopatologia, certos tipos de angústia e de ansiedade, como será
visto a seguir.
Na escola psicanalítica:
Angústia de castração (Freud).
Seria o medo de perder ou ferir os genitais, de ser castrado, no
contexto do complexo de Édipo.

Angústia de morte ou de aniquilamento (escola kleiniana).


É a sensação intensa de angústia perante perigo ou situação (real
ou fantasiada) que indiquem ao sujeito a proximidade ou a
possibilidade iminente da morte ou do aniquilamento (do corpo,
do ego).
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS
SENTIMENTOS
MEDO
Mira y López (1974) divide o medo em seis fases, de
acordo com o grau de extensão e intensidade que nele
alcançam as manifestações de inativação. São elas:
Prudência
Cautela
Alarme
Ansiedade
Pânico (medo intenso)
Terror (medo intensíssimo)
Fobias
O desenvolvimento de fobias pode estar
ligado à interação entre fatores
genéticos e ambientais, a
condicionamentos, a eventos negativos
relacionados a uma situação ou objeto, a
mudanças no funcionamento do cérebro
ou a experiências traumáticas vividas na
infância.
PÂNICO: CRISES DE PÂNICO E
TRANSTORNO DE PÂNICO

O transtorno do pânico é um distúrbio de ansiedade que


se caracteriza por ataques súbitos e intensos de medo e
pânico, conhecidos como "ataques de pânico". Esses
ataques podem ser tão intensos que algumas pessoas
acreditam estar tendo um ataque cardíaco ou até mesmo
morrendo.
APATIA
A apatia é uma emoção de falta de interesse,
motivação ou entusiasmo em relação a coisas que
normalmente seriam importantes ou significativas
para uma pessoa.

SENTIMENTO DE FALTA DE SENTIMENTO


O embotamento afetivo é a dificuldade de expressar emoções e
sentimentos. A pessoa que sofre com esse transtorno também é
chamada de individuo esquizóide.
ANEDONIA

É a perda da satisfação e interesse em


realizar as atividades do dia a dia.
REDUÇÃO DOS AFETOS NAS PSICOSES
Nas psicoses, sobretudo na esquizofrenia, pode haver vários
quadros de redução dos afetos: hipomodulação, distanciamento
e pobreza, embotamento e devastação afetiva. Alguns são
apresentados a seguir.:

HIPOMODULAÇÃO DO AFETO
Incapacidade do paciente de modular a
resposta afetiva de acordo com a situação
existencial.
DISTANCIAMENTO AFETIVO E POBREZA DE
SENTIMENTOS

O distanciamento afetivo é caracterizado pela incapacidade de sentir ou


expressar emoções de forma adequada.

EMBOTAMENTO AFETIVO E DEVASTAÇÃO AFETIVA


Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva, é observável
pela postura, atitudes.
VALOR DIAGNÓSTICO

Segundo Castilla Del Pino (2003), não há


transtorno mental, condição psicopatológica,
no qual não esteja afetado, primária ou
secundariamente, o sistema emocional da
pessoa.
TRANSTORNO DEPRESSIVO

A depressão pode ser causada por uma variedade de


fatores, incluindo predisposição genética, desequilíbrios
químicos no cérebro, eventos estressantes da vida,
doenças físicas e outros fatores ambientais.
Ela pode afetar qualquer pessoa, independentemente da
idade, sexo ou condição socioeconômica.
MANIA

É importante lembrar que a mania pode ser uma condição


grave e debilitante que pode afetar significativamente a
qualidade de vida de uma pessoa e, em casos extremos,
pode levar a comportamentos perigosos ou prejudiciais.
1. ABLUTOMANIA
Mania de limpeza.

2. ACRIBOMANIA
Mania de precisão e organização.

3. ARITMOMANIA
Mania de contagem ou verificação.

4. COLECIONISMO
Mania de acumular tralhas.

5. ONICOFAGIA
Mania de roer as unhas.
ESQUIZOFRENIA

A esquizofrenia, ou distúrbio da
mente dividida, é marcada por
surtos em que o mundo real
acaba substituído por delírios e
alucinações. O transtorno afeta
2 milhões de brasileiros, mas
a falta de conhecimento sobre
ele só reforça estigmas.
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

Os transtornos de personalidade são um grupo


de condições de saúde mental que afetam a
maneira como uma pessoa pensa, sente e se
comporta.
Esses transtornos são caracterizados por padrões
duradouros e inflexíveis de pensamento, emoção
e comportamento que desviam significativamente
da norma culturalmente esperada.
Cada vez que experimentamos uma sensação
positiva, o nosso cérebro registra essa informação
e pede que a façamos novamente.

Isso é possível por meio de um neurotransmissor


conhecido como dopamina, um mensageiro
responsável por levar a informação do cérebro
para as células do sistema nervoso.
A
AFETIVIDADE
E SUAS
ALTERAÇÕES

Dattebayo!

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