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INTERVENÇÃO

PSICOLÓGICA:
MODELOS E
PRÁTICAS
2021/2022

Licenciatura em Psicologia
AGENDA

Psicoterapia Gestalt
Psicoterapia
Gestalt
Bases teóricas

 Psicoterapia Gestalt (Perls, 1969) é uma intervenção


fenomenológico-existencial
 Ênfase numa abordagem holística na compreensão da
experiência do cliente
 Experiência inclui tanto perceções mentais, como
perceções físicas

4 Internal use
Bases teóricas

 Ser humano é um organismo animal humano não pode ser


compreendido sem ser em relação com ambiente (físico,
social e cultural) onde se insere
 Indivíduo forma um campo com ambiente (“campo
organismo/ambiente”)
 Organismo e campo influenciam-se mutuamente
 Não é possível compreensão do organismo sem considerar
ambiente
 Organismo e ambiente formam uma totalidade que é mais
do que a soma das suas partes

5 Internal use
Bases teóricas

 Princípio organizador do campo organismo/ambiente


 Organismo entra em contato com campo sempre que a sua
homeostase sofre um desequilíbrio (procura de meios e
recursos para repor equilíbrio)
 Contato contínuo entre organismo e ambiente
 Designado na psicoterapia Gestalt como ciclo de
experiência ou ciclo de contato

6 Internal use
Bases teóricas

Ciclo de contato constituído por diferentes fases


Excitação/sensação e tomada
Resposta motora
de consciência (awareness) da Contato
do campo
figura de interesse

Reposição da homeostase
Retirada
do organismo

7 Internal use
Bases teóricas

Contato e resistências ao contato


 Contato é necessário para mudança e crescimento ocorrerem
 Contato é efetuado através dos órgãos dos sentidos e da ação
sobre o ambiente
 Contato efetivo significa uma interação com o ambiente e outras
pessoas sem perda da identidade individual
 Mecanismos psicológicos ou “modalidades de contato”
(introjeção, projeção, confluência, deflexão, retroflexão,
dessensibilização, egotismo) intervêm na:
 Promoção de “ajustamentos criativos” (respostas adequadas ao
campo como um todo
 Repetição de padrões repetitivos, desaquados e conducentes
ao sofrimento das duas entidades do campo

8 Internal use
Bases teóricas

Contato e resistências ao contato


 Interrupções ou resistências, repetitivas, do ciclo de contato
originam as designadas “Gestalten inacabadas”
 Origem da neurose

 Trabalho terapêutico resultará da identificação dos principais


mecanismos de contato utilizados pelo cliente nas diferentes
fases do ciclo
 Tornar presente à consciência do cliente esse processo de
interrupção

9 Internal use
Bases teóricas

Mecanismos de contato
 Introjeção: Tendência para, de forma não crítica, aceitar as
crenças e padrões dos outros sem ocorrer assimilação de
forma a serem congruentes com a sua identidade
 Projeção (inverso da Introjeção): Repúdio de alguns aspetos
de si próprio atribuindo-as ao ambiente
 Retroflexão: Consiste em voltar para si próprio/a aquilo que
gostaria de fazer a outra pessoa, ou fazer a si próprio/a o que
gostaríamos que outras pessoas fizessem ou em relação a si
 Deflexão: Processo de distração ou desviar atenção na qual é
difícil a manutenção dum sentimento de contato continuado
10 Internal use
Bases teóricas

Mecanismos de contato
 Confluência: Envolve eliminar a diferenciação entre o self e o
ambiente
 Ausência de conflitos
 Reduzida raiva
 Elevada aceitação de si próprio e do ambiente

11 Internal use
Psicoterapia
Gestalt
Práticas
Objetivos

 Promover um funcionamento saudável


 Crescimento potencial do cliente através do processo de
integração de aspetos cognitivos, emocionais, sensoriais e
sociais
 Envolve um conjunto de propósitos
 Desenvolvimento do processo de awareness e autoapoio
 Alívio do sofrimento psicológico
 Identificação de bloqueios e dificuldades de contato
 Exploração de novas formas de funcionamento
 Maximização do potencial criativo

13 Internal use
Desenvolvimento terapêutico

 Foco sobre os fenómenos que estão a surgir na fronteira de


contato entre o indivíduo e o ambiente
 Campo da experiência relacional (indivíduo e outros)
Pedido inicial do cliente
 Associado ao sofrimento e ao impasse e relacionamentos
insatisfatórios
 Manifestação do desequilíbrio homeostático
 Necessidades do próprio e do ambiente não coincidem ou têm
direções opostas

14 Internal use
15 Internal use
Processo terapêutico: 2 fases

Fase de orientação
 Principal objetivo é ajudar cliente a estar presente na situação
atual (mesmo que situação esteja ligada ao passado ou futuro)
 Cliente concentra-se nas vivências do aqui-e-agora e relata-as ao
terapeuta (processo contínuo de awareness)
 Processo fulcral na clarificação da figura de necessidade
 Terapeuta acompanha processo focando-se na sua própria
awareness
 Foco em pontos de evitamento ou energização (interrupções
do outro, voz inexpressiva, dificuldade de articulação de
palavras, gesticulação com muita intensidade, entre outras)

16 Internal use
Processo terapêutico: 2 fases

 Fase de contato (ou experiência)


 Mudanças ocorrem no aqui-e-agora
 Dramatização das situações do “lá e então” no “aqui-e-agora”
permitem experienciar de forma mais intensa e mais completa
 Aceder aos sentimentos e sensações num contexto relacional e
dialógico
 Entrada em movimento de uma vivência “imobilizada” do cliente e
recuperação do seu processo de ajustamento criativo
 Explo: Dramatização de uma fantasia; fecho de uma situação
inacabada do passado; revivência de um sonho
 No final de cada experiência, terapeuta pergunta pelo estado do
cliente e verificação de assimilação da mesma
17 Internal use
Setting terapêutico

 Espaço privado e protegido (espaço clínico tem “uma voz”)


 Setting configura campo de encontro terapêutico dando forma
à natureza da figura da relação terapêutica
 Roupa do clínico e decoração do consultório tem
determinado impacto (não é um “ecrã em branco”)
 Relação terapêutica subentende contato genuíno interagindo
no aqui-e-agora
 Linguagem verbal
 Linguagem não-verbal
 Espaço físico

18 Internal use
Atitude do terapeuta

Compromisso e diálogo
 Terapeuta observa cliente sem analisar
 Terapeuta expressa o que se passa com ele, o seu sentir e o
que vai surgindo

Contato
 Terapeuta e cliente são duas pessoas entre as quais está a
acontecer um contato
 Atenção à fronteira de contato, relação e ao espaço
intersubjetivo

19 Internal use
Atitude do terapeuta

Empatia
 Capacidade de ver o mundo com os olhos do cliente

Presença
 Terapeuta está presente como pessoa na sua totalidade
 Atitude transparente, aberta e honesta (discriminação de
quando fazê-lo sempre que seja ao serviço do cliente)

20 Internal use
Técnicas

Objetivos das técnicas


 Cliente adquirir maior awareness
 Experiencias conflitos internos
 Resolver inconsistências e dicotomias
 Elaboração do impasse (prevenir Gestalten inacabadas)

21 Internal use
Técnicas

Exercício do diálogo interno


 Visa aceitação de aspetos da personalidade que têm sido
repudiadas ou negadas
 Divisão entre o “cão superior” (“pai justo”: justo, moralista,
exigente e manipulativo) e “cão oprimido” (manipulação
através da adoção do papel de vítima: sendo defensivo,
desamparado, fraco)
 Identificação dos mecanismos de contato
 Tomada de consciência dos introjetos tóxicos e previne
integração da personalidade

22 Internal use
Técnicas

Técnica da cadeira vazia


 Técnica que visa externalização do introjeto
 Utilização de duas cadeiras
 Terapeuta pede ao cliente que se sente numa cadeira e
desempenha na totalidade o papel do “cão superior” e
sentar-se na outra cadeira e tornar-se o “cão oprimido”
 Através do diálogo permite a experiência do conflito pelo
cliente
 Conflito pode ser resolvido através da aceitação e integração
de ambas as partes

23 Internal use
Técnicas

Técnica da cadeira vazia

24 Internal use
Técnicas

Exercício da reversão
 Técnica fundada no pressuposto de que alguns sintomas ou
comportamentos representam inversões de impulsos
subjacentes ou latentes
 Clínico pede à pessoa que desempenhe um papel contrário ao
seu comportamento habitual ou problema
 Explo: Pessoa habitualmente inibida e tímida é pedida que
desempenhe um papel de “exibicionista”
 Técnica visa que a pessoa “entre em contato” com as partes
da personalidade que foram submergidas ou negadas
 Procura aceitação de atributos pessoais que têm sido
negados

25 Internal use
Técnicas

Exercício do exagero
 Técnica que visa a tomada de consciência dos sinais e indícios
subtis enviados através da sua linguagem corporal
 Pedido à pessoa que exagere posturas e comportamentos de
forma exagerada (e.g., tremer, lentidão motora, postura
desleixada)
 Visa intensificação do sentimento associado ao
comportamento ou gesto
 Terapeuta pede que cliente verbalize os movimentos

26 Internal use
Técnicas

Ficar com o sentimento


 Técnica que visa lidar com sentimentos de desprazer, que o
cliente tenta evitar, associados a estímulos ansiogénicos
 Terapeuta incentiva cliente a “ficar” com o sentimento com o
sentimento e encoraja-o/a a aprofundar os sentimentos ou
comportamentos que tenta evitar
 Técnica que visa ajudar cliente a lidar com a dor da
experiência e promover crescimento pessoal

27 Internal use
Técnicas

Trabalho com sonhos


 Sonhos compreendidos como expressão das partes
contraditórias e inconsistentes do cliente
 Trabalho com sonho envolve:
 Criação de lista dos detalhes do sonho (pessoas
envolvidas, acontecimentos e sentimentos)
 Dramatização de cada personagem do sonho através da
criação de um diálogo o mais completo possível

28 Internal use

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