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O Aconselhamento

O que é o aconselhamento
O aconselhamento é um processo de
ajuda as pessoas:
• Na definição da natureza dos problemas que
estão a viver
• Na reflexão dos seus valores, atitudes,
percepções e condutas para que possam fazer
as escolhas informadas e consistentes com os
seus valores e prioridades
• Na aquisição de auto-confiança para mudar o
seu estílo de vida
• Na tomada de decisões realistas em relação
ao que podem fazer para diminuir o impacto
desses problemas sobre si, sua família e seus
amigos
Engloba os conceitos:
• Processo de escuta activa – processo em que o
conselheiro adopta uma postura que estimula e
acolhe o discurso do utente, interagindo sem
colocar juízos de valor;
• Centrado no contacto com o utente – o utente é
o centro do atendimento, o diálogo deve primar
pela atenção às necessidades do utente,
consideradas apartir da sua história pessoal, seus
mitos,suas crenças e seus sentimentos;
• Metodologia de acção definida – as sessões de
aconselhamento envolvem necessariamente 3
fases: exploração, informação e avaliação do
risco e, finalmente, a orientação;
• Aceitamento incondicional – situação em que
o conselheiro aceita verdadeiramente o
utente com todos os seus problemas e,
simultâneamente, é capaz de estabelecer com
com ele uma relação directa, afectiva e de
confiança, sem se distanciar ou esconder-se
por trás da função que desempenha.
. Empatia – processo através do qual o
conselheiro é capaz de compreender os
sentimentos, as experiências de uma pessoa,
segundo a perspectiva e o ponto de vista
dessa pessoa.
• Resgate dos recursos internos – resgate do
potencial emocional e de experiência de vida
do utente para que ele próprio tenha a
possibilidade de se reconhecer como sujeito
da sua própria saúde e transformação,
• Redução do estigma – o conselheiro tem um
papel preponderante na informação e
educação sobre a violência doméstica e o
abuso sexual de menores, no seio das famílias
e na comunidade, de forma a reduzir o
estigma e a encorajar todos os utentes a
lutarem contra todas as formas de violência e
discriminação.
Componentes do aconselhamento
• Especialmente, o processo de aconselhamento às
vitímas de violência contém 3 componentes:
• Apoio emocional – ajuda as vítimas de violência,
as suas famílias e amigos a lidar com as possíveis
reacções emocionais ao ( medo, raiva ,
negação...)
• Apoio educativo – trata das trocas de informação
úteis sobre os problemas da vítima.
• Prevenção e tratamento;
• Avaliação dos riscos – propicia a reflexão
sobre valores, atitudes e condutas, incluíndo a
planificação de estratégias de redução de
risco.
Abordagens no Aconselhamento
• O aconselhamento pode ser feito em grupo
ou individualmente:
• Na abordagem grupal:
• As questões comuns expressas pelos
participantes devem estar relacionadas com o
conteúdo a ser abordado;
• A identificação da demanda do grupo é de
extrema importância;
• As pessoas têm a oportunidade de
redimensionar suas dificuldades ao
compartilhar dúvidas, sentimentos,
preocupações, conhecimentos, etc
• A dinâmica grupal pode ajudar o individuo a
perceber a sua própria demanda, a
reconhecer o que sabe e sente, estimulando a
sua participação nos atendimentos individuais
subsequentes.
• Em algumas circunstâncias esta abordagem
pode aliviar o stress emocional;
• O conselheiro deve estar atento para
perceber os limites das questões que devem
ser abordadas em grupo daquelas pertinentes
no atendimento individual.
Abordagem Individual
• Na abordagem individual exploram – se temas
como:
• A avaliação do próprio risco ou de situações que
podem provocar violência;
• Adopção de relacionamentos estáveis e
igualitários;
• Identificação de obstáculos que dificultam
tomada de decisão .
• É durante o aconselhamento individual que se
desenvolve a relação construtiva entre
conselheiro e o utente.
Objectivos do Aconselhamento
. Dar apoio emocional e reduzir o nível de
stress
. Dar suporte instituicional através de
brochuras, actividades, prestando informação
geral sobre violência doméstica e abuso
sexual de menores.
. Identificar e desmistificar (com tacto)
crenças e mitos sem fundamento
. Ajudar a fazer o plano de redução de risco
e a adoptar práticas mais seguras
. Ajudar a tomar a decisão de fazer ou não
denúncia do agressor(es)
. Apoiar as pessoas na identificação de grupos
ou pessoas de apoio, que ajudem na mudança
de comportamento, e na transformação do
estilo de vida.
• Referir, quando necessário, para os serviços
de saúde especializados.
As funções do Aconselhamento
• O aconselhamento visa ajudar o individuo a
lidar com problemas reais de modo
satisfatório. Este processo tem 3 grandes
funções:
• Prevenção – prevenir a violência e suas
consequências (mudança de comportamento
individual, adoptando seu próprio estílo de
vida e responsabilizar - se por si próprio.
• Apoio psicossocial – as pessoas vítimas de
violência devem adoptar mecanismos de
resolução dos vários problemas que enfrentam.
• O apoio psicossocial é dirigido ao individuo,(a
maior parte das vezes são as mulheres e crianças)
que é muitas vezes isolado e discriminado pela
sua família e comunidade, que considera que é
um problema social da família, ou entre marido e
mulher.
• Referência para outros serviços médicos e
sociais para que as vítimas de violência
doméstica e recebam tratamentos médicos e
psicológicos conforme o caso e apoio
apropriados.
• O aconselhamento é o ponto de referência
não só para serviços médicos e sociais, mas
para aconselhamento jurídico ou policial.
As fases do Aconselhamento
• O processo de Aconselhamento tem 3 fases:
• Fase de Exploração – A primeira tarefa do
conselheiro é a de descobrir o problema, a
relação do utente com o problema e clarificar o
tipo de ajuda necessária.
• Nesta fase existem 2 etapas fundamentais:
• Acolhimento amigável do utente que inclui a
apresentação, assegurar um ambiente tranquilo
e confortável, assegurar a confidencialidade .
• O inicio do processo de perguntas e escuta
activa.
• A fase de informação e avaliação da
resiliência e de superar os problemas
• Nesta fase o conselheiro deve:
• Prestar atenção às necessidade de
informação ou outras que o utente tem
• Depois de ouvir o utente, o conselheiro
explora “como “ esse utente, se colocou ou
coloca em situação de risco, quais as
consequências a curto, médio e longo prazo.
• O conselheiro introduz novas maneiras de ver
o problema e sugere formas diferentes de
encarar a situação para a tomada de decisão.
• Fase de orientação e acção.
• O conselheiro deve:
• Confirmar a compreensão e a clareza que o
utente tem do que foi abordado na sessão e
dos passos práticos a seguir.
• Apoiar o utente na acção que ele decidiu
tomar e, finalmente avaliar a situação.
• Marcar o próximo encontro se necessário e
consultas médicas necessárias.

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