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De Bert Hellinger:

As 5 Ordens da Ajuda

Muitas vezes, quando estamos na posição daquele profissional que


ajuda os outros, nem sempre compreendemos, com clareza, como até
mesmo este ato, por melhor intenção que tenha, possui os seus
próprios limites também. Para que esta linha tão tênue não seja
ultrapassada, vamos conhecer quais são as cinco ordens que devem
ser sempre respeitadas na relação entre quem ajuda e quem é ajudado.

✅ Ordem da ajuda 1
Tomar para si apenas o necessário e dar apenas aquilo que se tem.
O equilíbrio é a chave tanto para quem doa quanto para quem recebe.
Por isso, o caminho do meio nesta relação de assistência, não é ter nem
demais e nem de menos. Quando isso é ignorado surgem os seguintes
desarranjos:

Desejar doar aquilo que não possui.


Desejar mais do que aquilo que necessita.
Ter expectativas e fazer exigências que o outro não pode atender.
Desatribuir a pessoa de responsabilidades que são apenas dela.
Estamos falando de humildade para compreender os próprios limites e,
inclusive, para recuar em determinados momentos quando o auxílio
pode se configurar em algo danoso a si e ao outro. Esta ajuda humilde
traz uma consciência maior sobre até onde podemos ir e nos empele a
tomarmos decisões que mais adiante podem evitar conflitos entre
ajudador e ajudado.
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✅Ordem da Ajuda 2
Saber compreender o contexto da situação
É a chave para reconhecer seus próprios limites e também para ter a
humildade de não avançá-los ainda que seu ego deseje isso. Ao
reconhecer as circunstâncias e analisar com clareza suas possibilidades
de ação, o ajudador, mesmo que discretamente, pode fazer o seu
melhor apenas com os recursos que dispõe e nada mais. Quando isso é
ignorado surgem os seguintes desarranjos:
Ignorar ou mesmo ocultar a natureza real das circunstâncias.
Insistir em ajudar e acabar prejudicado tanto o auxiliado como a si.
Portanto, é preciso compreender quando é hora de agir ou de se retirar
e aceitar com humildade e sabedoria que a vida possui seus próprios
desígnios. Ir contra isso é uma grande perda de tempo.

✅Ordem da Ajuda 3
Posicione-se diante de seu ajudado sempre de pessoa adulta para
pessoa adulta. Empodere-o de modo que perceba que é o autor de sua
história e responsável por suas escolhas, erros, acertos e conquistas.
Para isso, jamais tente ocupar papéis que não são seus para que ele se
sinta melhor. Ainda que queira muito ajudar, posicione-se sempre de
maneira adulta e madura. Quando isso é ignorado surgem os seguintes
desarranjos:

Consentir pedidos infantis e fazer concessões neste sentido.


Acabar tratando o cliente como uma criança e não como o adulto que é.
Evitar que o cliente assuma deveres e responsabilidades por seus atos.
Para evitar estes problemas é essencial que aquele que está no papel
de ajudador trate o cliente sempre como o adulto que é, de modo que
este reconheça seu potencial, perceba a necessidade de mudança e
trabalhe, de forma madura e consciente, no sentido de alcançá-la.

✅Ordem da Ajuda 4
Olhar para o ajudado de forma sistêmica e não isolada.

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Considerar suas relações e todos aqueles que estão ao seu redor, em


especial, a figura dos seus pais. Estes, por sua vez, também devem ser
acolhidos e amparados com o mesmo respeito, não julgamento e
compaixão que o cliente. Quando isso é ignorado surgem os seguintes
desarranjos:

Desprezar e desconsiderar membros importantes do clã familiar.


Ignorar um parente afastado da família que pode ser a solução para,
enfim, resolver a queixa do cliente.
Ignorar os comportamentos infantis do cliente e, assim, limitar o
desenvolvimento e empoderamento necessário ao seu crescimento.
Limitar sua visão, não perceber algo maior por traz da história do cliente
e simplesmente aceitar isso sem questionar.
Portanto, é essencial envolver todos os familiares que estão diretamente
relacionados ao cliente, de modo que o ajudador/terapeuta consiga ter
uma visão sistêmica e mais apurada sobre a questão e assim possa ter
mais ferramentas para ajudá-lo a resolver definitivamente seu problema.

✅Ordem da Ajuda 5
Honrar e respeitar a história de cada pessoa Amar esta sem reservas
e como ela é na essência e, buscar compreender e aceitar os desígnios
da sua vida, o seu destino. Assumir esta postura ajuda o terapeuta a
enxergar melhor a natureza da queixa do cliente sob o viés daqueles
que convivem diretamente com ele. Também auxilia a que tenha novas
perspectivas do problema que ajudem o cliente a enfrentar suas
dificuldades e solucioná-las de vez. Quando isso é ignorado surgem os
seguintes desarranjos:

Julgamentos constantes.
Crítica e reprovação.
Desprezo moral.
Ter este tipo de postura diante do cliente faz com que o ajudador acabe
por minar o seu processo de desenvolvimento e, consequentemente, a
eliminação do seu problema. Isso porque os julgamentos e críticas
acabam sendo um impeditivo a que o terapeuta realmente possa

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ajudá-lo a sanar sua queixa e, enfim, encontrar a confiança e o


empoderamento que precisa. Quando isso acontece, o cliente acaba por
remoer sua questão pendente e se vê sem forças para seguir em frente.

Quando temos uma missão que tem como foco apoiar o outro em seu
processo evolutivo, muitas vezes, podemos acabar ignorando que em
determinados momentos nosso recuo é importante para que haja uma
ação do cliente, para que outras forças que não compreendemos
totalmente possam agir e a vida possa finalmente seguir o seu curso.

No que tange a cada um de nós é importante sempre buscar servir com


respeito, amor, não julgamento, paciência e compaixão e agir da melhor
maneira possível para que possamos construir uma relação positiva e
equilibrada entre nós, que ajudamos, e aqueles que por nós são
ajudados.

Fontes :
https://constelacaoclinica.com/ordens-do-amor-e-ordens-da-ajuda/
https://iperoxo.com/2017/11/14/uma-ajuda-possivel/
Livro " Ordens da ajuda " Bert Hellinger.

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