Você está na página 1de 8

APOSTILA DE ACONSELHAMENTO CRISTÃO

1.1.Definição de Aconselhamento
Aconselhamento: É uma combinação de ensino e de apoio no qual uma pessoa ajuda
outra a entender e viver nos padrões de Deus. É um relacionamento de ajuda que tem
por finalidade propiciar apoio, esclarecimento, avaliação, orientação e tomada de
decisão.
O trabalho de aconselhamento procura resolver e restaurar conflito entre duas pessoas.
O processo de aconselhamento inclui os mandamentos de Deus: Ouvir, aceitar,
compreender, ajudar, admoestar, e instruir. Este processo acontece em um
relacionamento marcado pela manifestação de amor, honestidade, verdade, interesse,
paciência, integridade, respeito e confrontação.

1.2.Aconselhamento Cristão versus Aconselhamento Secular.


As diferenças:
Como princípio geral, tanto o aconselhamento Cristão quanto o aconselhamento secular
compartilham o mesmo desejo de ajudar as pessoas a superar seus problemas. O
aconselhamento Cristão é distinto de aconselhamento secular, por se elevar a uma outra
dimensão. Aconselhamento Bíblico procura cuidadosamente descobrir as áreas em que
um cristão esteja sendo desobediente aos princípios e mandamentos das Escrituras e
ajuda-lo a submeter-se à vontade de Deus.
1.2.1. O conselheiro Cristão:
Têm o um Padrão Absoluto pela qual medem os seus objetivos e avaliam o estilo de
vida de seus clientes. Eles veem a Bíblia como a fonte de toda a verdade (2Timotéo
3:16 a 17). Os conselheiros Cristãos, também utilizam as habilidades do campo de
psicologia e aconselhamento secular, eles reconhecem que a Bíblia, não é psicologia,
mas sim Autoridade final. (2ª Pedro 1:3; João 8:32). A Bíblia tem sabedorias práticas
sobre a natureza humana. Através de conceitos Bíblicos eles podem instruir pessoas na
forma em que devem se conduzir e responsabiliza-las por suas ações (Salmos 119: 24)
1.2.2. O conselheiro Secular:
Não têm o Padrão Absoluto, mas em vez disso, eles utilizam as mais descobertas
psicológicas ou normas sociais, as quais mudam com o vento de tempo. Os
Conselheiros Seculares não têm Absolutos com os quais julgam a moral e as escolhas
que as pessoas fazem.

TPC:
A fundação de aconselhamento Cristão (John Artur ) pag. 71 a 79
Aconselhamento Cristão uma História pessoal

2. Os objetivos de Aconselhamento
O conselheiro tem a finalidade de mostrar às pessoas como ter uma vida abundante e
apontar aos indivíduos a vida eterna prometida aos crentes. (João 3:16; 10:10).
 Quais os alvos de Aconselhamento Cristão?
 O aconselhamento cristão tem os seguintes alvos:

2.1.Auto – Compreensão: Compreender a si mesmo é, no geral, o primeiro passo para a


cura. Muitos problemas são auto impostos., mas a pessoas que está sendo ajudada
talvez não reconheça suas percepções são preconceituosas, suas atitudes prejudiciais
e seu comportamento autodestrutivo.

2.2. Comunicação: Muitos problemas nos relacionamentos e noutras áreas da vida têm
como causa falta de comunicação. As pessoas são incapazes ou não querem
comunicar-se. Por isso o aconselhando precisa aprender a comunicar sentimentos,
pensamentos e atitudes, correta e eficazmente.

2.3. Aprendizado e modificação de comportamento: Nesse aspecto o conselheiro tem


a tarefa de levar o aconselhando a deixar o comportamento negativo e aprender
meios mais eficiente de agir.

2.4. Auto Realização: Os humanistas defendem que o indivíduo deve lutar para
alcançar o máximo do seu potencial (Auto realização). Porém como Cristão,
devemos desenvolver os nossos mais elevados potenciais mediante o poder do
Espírito Santo que nos leva a maturidade espiritual, visto que o alvo na vida se
completa em Cristo.

2.5. Apoio: O aconselhando precisa de apoio, encorajamento do seu conselheiro


(divisão de fardo) até que seja capar de remobilizar seus recursos pessoais e
espirituais, a fim de enfrentar eficientemente os problemas da vida.

Algumas metas de Aconselhamento segundo o Paul Hoff:


a. Diminuir as emoções destrutivas – de modo que as pessoas possa dirigir sua
energia para a solução do problema, em vez de desperdiçá-la.

b. Fazer com que o aconselhando veja com objetividade o seu problema, e utilize
suas próprias forças juntamente com os recursos espirituais que Deus lhe dá para
enfrentar o problema.

c. Conseguir que as pessoas entenda a si mesma de maneira crescente e passe a se


auto valorizar.
d. Desenvolver no aconselhando a disposição de aceitar a responsabilidade sem
desculpa nem queixa.

e. Melhorar as relações interpessoais de aconselhando e ensina-lo a enfrentar sua


culpa, a perdoar os outros e a aceitar as falhas dos outros.

f. Ajudar as pessoas a mudar sua atitude e suas normas de valores, e em seguida


mudar sua conduta.

g. Apoiar o aconselhando em momentos de crises ou de angústia. Quando na


família existe alguma desgraça.

h. Ajudar o aconselhando a usar seus recursos interiores e a lançar mãos dos


recursos de Deus, no momento de crise.

i. Desenvolver no aconselhando uma perspectiva realista na vida para que ele


perceba que todo as pessoas têm problemas, ansiedade e desilusões.

j. Desenvolver na pessoa uma crescente confiança em Deus e em si mesma para


enfrentar o futuro.

k. Ajudar a pessoa em seus problemas espirituais, tais como dúvidas quanto a


prontidão divina em nos abençoar ou a eficácia da oração, e ensinar à pessoas a
maneira como Deus opera.

l. Levar o aconselhando, a crescer no conhecimento de Deus, na maturidade de sua


personalidade e no serviço divino.

3. QUALIDADE DE BOM CONSELHEIRO

3.1.Cordialidade - é um cuidado, respeito e uma preocupação sincera pela que é


revelado, sem demostrar visivelmente uma decepção ou supressa diante do que é
falado.

3.2. Empatia - colocar-se na situação da pessoa, tentando entender o seu ponto de vista.
Mostrar-lhe compreensão, sem fazer julgamento apressado.

3.3.Sinceridade - O conselheiro sincero é “ real” uma pessoa aberta, franca que evita o
fingimento ou uma atitude de superioridade. Isso significa que o conselheiro é
profundamente ele mesmo não sendo do tipo que pensa uma coisa e diz algo
diferente.

3.4. Amor – O conselheiro deve pedir que o amor Agape (Amor com que Deus nos
amborda até a) invada você, e transborda até o seu aconselhando.
3.5. Saber ouvir - escutar as angustia de alguém, é um valor muito pouco cultivado.
Todos correm, ninguém tem tempo. O bom conselheiro precisa ouvir com calma,
precisa está disponível. (Tiago 1:19)

3.6.Outras qualidades de bom conselheiro

O bom conselheiro, vive eficazmente, com pouco conflito, desânimo, insegurança


ou problemas pessoais. Ele é uma pessoa compassiva, que se preocupa com as
pessoas. O bom conselheiro conhece as técnicas de aconselhamento, em resumo é
uma pessoa que ama outra sem excepção.

4. PROCESSO OU ESTAGIO DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO (COLLINS


G. R. PAG. 24-27)
No aconselhamento não existe procedimento padrão para todos os casos, pois cada
situação a ser tratada tem a sua peculiaridade. Porém existe alguns estágios comum que
geralmente os conselheiros usam no aconselhamento.

4.1.Estabelecimento e manutenção de um relacionamento entre conselheiro e


aconselhando. (Esse estágio é indispensável, pois a partir desse processo o
aconselhando estará mais solto a fim de compartilhar o seu problema com o
conselheiro)

4.2.Exploração de problemas a fim de esclarecer certas questões e determinar como os


problemas podem ser tratados. (O conselheiro deve procurar entender de forma
profunda o real problema do aconselhando, só assim é possível elaborar as
soluções)

4.3.Decisão sobre um curso de ação. (Nesse estágio, o conselheiro traça o caminho a


seguir a fim de atingir os objetivos que é ajudar o aconselhando)

4.4.Estimular no aconselhando para tomar uma decisão. (O conselheiro nunca deve


tomar decisões a favor do aconselhando, o seu trabalho é ajudar, mostrar, a direção
correta, porem a decisão final estará sempre na mão do aconselhando)

4.5.Avaliação do processo e decisão sobre ações subsequentes.

4.6.Terminar relação sem a ajuda contínua do conselheiro. (O aconselhando não deve


depender do conselheiro eternamente, chega um momento que ele precisa, caminhar
sem intervenção do conselheiro, visto que a essa altura é já terá todas as ferramentas
necessárias para terminar o processo)
5. O ACONSELHAMENTO E MECANISMO DE DEFESA:
Segundo Freud (1856-1939), os mecanismos de defesa ou escape estão relacionados
com o inconsciente.
A natureza pecaminosa do ser humano opera muitas vezes através do seu inconsciente.
(Mateus 12: 34; 17: 9). Há conflito dentro do homem que surgem, devido ao confronto
entre seus desejos e a disciplina que sua religião, sua cultura e sua sociedade lhe
impõem. Existe uma força dentro do homem que conspira para que ele realize seus
desejos e ao mesmo tempo tranquiliza sua consciência.
Mecanismo de defesa: são diversas manifestações da dinâmica do inconsciente, que
por um lado procura seu complemento e por outro nega-se a enfrentar a realidade. O
conselheiro deve lembrar-se que não é por falta de sinceridade que as pessoas recorrem
a esses mecanismos, pois na maioria dos casos, os mecanismos funcionam
inconscientemente.

Quanto aos mecanismos de defesa destacaremos os seguintes:


5.1.Repreensão – Esquecemos o que não gostamos, desagradável ou aquilo que está
associado com o desagradável.

Por exemplo: Uma pessoa pode esquecer a hora da consulta com o dentista, de
forma inconsciente a mente reprime a hora da consulta, porque sabe que ir à
consulta pode resultar em dor. O nome de uma pessoa que humilha a outra é
esquecido pela vítima, porque deste modo a repressão serve para proteger a pessoa
de uma dolorosa recordação. Nesse sentido a repressão é boa, pois as pessoas
dificilmente poderiam viver com as recordações das experiências dolorosas do
passado.

5.2. Projeção - Esse mecanismo se manifesta em algumas pessoas, quando eles se


sentem incomodadas, por terem alguns defeitos morais, ou por cometerem alguma
falta. Aliviam seus sentimentos de culpa atribuindo seu mal a outras pessoas.

Por exemplo: Em vez de admitir que não gostamos de alguém em particular,


dizemos que a pessoa não nos quer bem, ou em vez de dizer “ Minha consciência
está doente” dizemos “ Essa pessoa está a me importunar” No primeiro caso a
pessoa nega ter sentimento hostil, contra outra pessoa; no segundo caso culpamos
outras pessoas por nossos sentimentos, em vez de reconhecer e assumir que é a
nossa própria consciência que está nos acusando. Jesus falou desse mecanismo
quando censurava às pessoas que olhavam o cisco no olho de seu próximo, mas não
viam a trave em seu próprio olho.

5.3. Racionalização: Consiste em formular razões aceitáveis, mas não reais, para nossa
conduta ou nossa incapacidade de conseguir algo. Todos nós racionalizamos nossos
atos, criamos desculpa a nosso favor e explicando nossas limitações em termos
adequados indigno de maneira para nos livrarmos da culpa. Os Psicólogos
descrevem esse mecanismo como “Camuflagem mental” que muda e adorna os
motivos indignos de maneira que pareçam satisfatório e até louvável perante ao
demais, inclusive perante nós mesmos.

Por Exemplo: O preguiçoso de Provérbio que prefere descansar em casa em lugar


de sair para trabalhar, justificando sua preguiça dizendo, ” Um Leão está lá fora;
serei morto no meio da rua. (Provérbio 22:13). Outro exemplo: Um ladrão que
justifica o seu roubo dizendo que a vítima é rica e provavelmente explora os pobres.

Resultado da racionalização: Ela torna as nossas frustrações da vida mais tolerável,


se não racionalizamos excessivamente. Porém nos impede de enfrentar nossa
realidade e de dar passos para a solucionarmos os nossos problemas ou remediar os
nossos erros. Finalmente, é um engano, segundo León “Às vezes conseguimos
através do racionalismo, enganar a nós mesmos.

5.4.Regressão: Utiliza esse mecanismo, as pessoas que se encontrar em dificuldade ou


frustrada, regressa a conduta infantil, que ante lhe servia para resolver alguns
problemas; mas agora só serve para leva-lo ao ridículo. A pessoa se isola dos
demais, chora, grita ou manifesta de outra maneira o seu mal gênio quando as coisas
não lhe agradam. Nenhuma pessoa escapa completamente desse mecanismo. É uma
forma inconsciente de chamar atenção dos demais.

Por Exemplo: Uma pessoa que ameaça sempre deixar igreja quando algo não
anda de acordo com a sua vontade.

5.5. Substituição (Agressão deslocada) – Este mecanismo funciona quando a pessoas


não tem a coragem ou a oportunidade de descarregar sua ira diretamente contra uma
pessoa que a provoca. Então ela transfere essas emoções para outras pessoas.

Por Exemplo: Um marido que não consegue encarar e enfrentar o patrão com a
verdade, quando chega em casa procura descarregar a sua frustração na Esposa.
Ela por sua vez descarrega no filho e o filho nos animais domésticos.

5.6.Sublimação – Existe instinto ou impulsos muito forte em algumas pessoas, que nem
sempre podem ser expressados em sua forma direta. Porém existe maneiras de se
utilizar as energias resultantes desses impulsos em outras atividades, e desse modo a
pessoa sentirá satisfação. “Por outras palavras a sublimação é transformação de
instintos, impulsos, tendências considerados condenáveis, em algo que representa
um valor social positivo.”

Por exemplo: Para não suprir o desejo de bater na mulher, o marido sai e pega no
machado e começa a rachar lenha. Um jovem tem desejo de praticar fornicação,
porém procura substituir com a prática de exercícios.

5.7.Compensação: A pessoa procura compensar as suas deficiências, seja ela física,


social ou intelectual, desenvolvendo aspecto positivo da sua capacidade.
Por exemplo: Algumas pessoas que têm deficiência físicas e não podem participar
de exporte, compensam essa deficiência destacando-se no campo intelectual,
científico ou artístico.

5.8.Identificação: Esse mecanismo se manifesta quando uma pessoa tenta incluir na sua
personalidade as caraterísticas de outra pessoa. Se ela se identificar com o sucesso
de alguém, procura ser semelhante como esse alguém.

Por Exemplo: Geralmente os filhos são semelhante aos pais, porque tendem a
emita-los e assimilar suas caraterísticas.

A identificação tem aspecto positivo e também negativo. Porque quando alguém


tenta identificar com alguém, ela assimila tanto as qualidades boas como as más. A
identificação é um fator importante no desenvolvimento da personalidade, e
fundamental para a solidificação da sociedade. Porém no ponto de vista cristão
devemos sempre procurar nos identificar com as coisas que contribuem para
glorificar o nome de Deus.

Em resumo podemos dizer que o Mecanismo de defesa, são maneira irracional de


aliviar a ansiedade, pois oculta ou negam a realidade e assim impedem o
desenvolvimento psicológico da pessoa. Quando o mecanismo torna muito forte,
dominará a pessoa e cria obstáculo para sua flexibilidade e adaptabilidade. Se as
defesas falharem, a pessoa poderá sofrer uma frustração Nervosa.

6. A ÉTICA NO ACONSELHAMENTO

6.1.O que é ética?


ÉTICA – é a parte da filosofia que estuda os DEVERES do homem para com DEUS e a
SOCIEDADE. Ciência da moral. ÉTICA, se refere, portanto, à maneira de vida ou de
conduta.
Alguns princípios da ética que devem reger o ministério de aconselhamento
Pastoral:
 Guardar Confidência.
 Evitar contacto físico.
 Não usar o aconselhamento para satisfazer seus próprios desejos.
 Não esconder suas convicções Cristã.
 Não tentar convencer o aconselhando a continuar recebendo conselho.
 Reconhecer suas próprias limitações.

Em suma: O conselheiro tem a obrigação de manter em segredo as informações


confidenciais, a não ser quando haja risco para o bem-estar do aconselhando ou de
outra pessoas. Em tais ocasiões, o aconselhando deve ser orientado no sentido de
transmitir a informação diretamente às pessoas envolvidas. (Poe exemplo: Policia;
pais; amigo; Patrão, etc).
Em regra geral as informações, não devem ser divulgadas pelo conselheiro sem o
conhecimento do aconselhando. Além disso o conselheiro deve abster-se de
administrar ou interpretar testes, dos conselhos médico ou legal, ou oferecer
quaisquer serviços para os quais não esteja treinado nem qualificado. Em toda a
decisão moral o conselheiro procura agir de modo a dar honra a Deus, manter-se
conforme o ensino bíblico e respeitar o bem-estar do aconselhando e de outros.

Você também pode gostar