Você está na página 1de 7

Lição 6 – A Igreja atual e alguns desafios

Texto Áureo"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rm 12.2
Tornar o Evangelho flexível, visando amoldá-lo às mudanças da pós-
modernidade, é um dos perigos atualmente para a Igreja.

Verdade Aplicada: Não deve haver na igreja nenhum tipo de discrepância


entre fé e prática, pois o verdadeiro discípulo de Jesus vive aquilo que
prega.

Objetivos da Lição:
• Explicar o que é pós-modernidade;
• Citar os desafios da Igreja Primitiva;
• Apresentar os novos desafios da Igreja atual.

Texto de Referência:
ITm 4.1 - Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios.
2Tm 3.1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos.
2Tm 4.3 - Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas,
tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as
suas próprias concupiscências;
2Tm 4.4 - E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
2Tm 4.5 - Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um
evangelista, cumpre o teu ministério.

Introdução
Novos e diferentes, desafios se apresentam para a Igreja dos dias de
hoje. Somente com uma vida de oração, alicerçada na Palavra e avivada
pelo Espírito Santo, poderemos vencer as astutas ciladas do diabo.

1. A Era Atual
o período na história que vivemos é chamado pelos estudiosos de pós-
modemismo, que é uma continuação do modernismo, entretanto, com
mudanças relevantes que trazem desafios para a igreja de Cristo

1.1 O pós-modernismo
O pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas
ciências, nas artes e na sociedade, encerrando assim o período
fortemente influenciado pela supremacia cega da razão e inaugurando um
tempo de desconstrução das certezas, valores e referenciais. Ele hoje se
espalha no cotidiano através da tecnologia e pelos meios de
comunicação.
A atuação maligna na pós-modernidade diferencia-se da forma violenta
como os cristãos do período greco-romano foram perseguidos ou da
inquisição atroz. As estratégias estão mais sutis, difíceis de serem
detectadas, e não pretendem aniquilar o Cristianismo, mas impedir o seu
avanço, atenuar a sua mensagem, e enfraquecer a identidade cristã.

A mentira está disfarçada de verdade; a verdade está sob suspeita. Os


valores morais e bíblicos perdem espaço para a moralidade hedonista e
egocêntrica. Não se trata de mera ação humana, mas de nova roupagem
para velhos pecados sob a batuta da antiga serpente.
(Lições CPAD Jovens e Adultos » 2008 » 3º Trim.)

1.2 Principais mudanças do século XXI


O mundo em que vivemos é muito distinto do qual a Igreja nasceu. Hoje,
temos acontecimentos que desafiam o cristianismo e até mesmo a
própria pregação. Dentre as principais mudanças, podemos elencar: a
intensificação do processo de globalização, o terrorismo, a queda de
regimes totalitários, a informação instantânea, as epidemias, o avanço
científico, as mudanças dos valores morais e da configuração familiar, a
superexposição midiática da igreja, dentre outros.

São características do nosso século:

Fonte: (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2008 » 3º Trim.)

1.3 O Mundo
Desde a Igreja Primitiva, o mundo (do grego, kosmos) se opõe à Igreja e
aos seus valores. Em especial, os escrito do apóstolo João nos dão uma
idéia clara sobre o que é o mundo. Por metonímia, o mundo pode
designar não apenas o mundo como um todo ou a terra, mas também,
aqueles que habitam o mundo: o gênero humano (Jo 7.4; 14.22; 18.20), ou
seja a humanidade em geral, objeto do amor e dos atos redentores de
Deus (Jo 3.16). Contudo, o "mundo" também é caracterizado por uma
sociedade corrompida, que se opõe a Deus e inimiga dEle e de Seus
valores (Tg 4.4).
“Não se amoldem às estruturas deste mundo”. Não tomar a forma ou
entrar na fôrma não é necessariamente ser reacionário; implica não
aceitar acriticamente o que nos é imposto pelo sistema pecaminoso da
sociedade. A recomendação paulina não se encerra na negação e na
resistência de amoldar-se às estruturas deste século, mas avança
instruindo que devemos transformar-nos pela renovação do
entendimento, ou seja, fazer uma manutenção constante em nossa visão
de mundo cristã, a fim de conhecer ou distinguir qual é a vontade de
Deus: o que é bom, o que é perfeito e o que é agradável a Ele (Rm 12.2).
(Lições CPAD Jovens 2015 » 3º Trim.)

2. Os desafios da Igreja
Alguns desafios atuais já foram confrontados pela Igreja Primitiva, só que
agora possuem uma roupagem moderna.

2.1. O Antinomismo e o relativismo


[...] o chamado antinomismo, que é aquela atitude negligente, segundo a
qual estar isento da lei equivale uma licença para praticar a iniqüidade.
Longe disso, o apóstolo Paulo escreve que o cristão não deve moldar sua
conduta de acordo com a carne (o impulso para pecar), mas em harmonia
com o Espírito Santo. Atualmente, o relativismo afirma que, por causa da
verdade ser relativa, não existe uma única lei moral que governe o
mundo, contudo, sabemos que Jesus é a única verdade (Jo 14.6).

Antinomismo * Literalmente significa contra a lei. Doutrina que assevera


não haver mais necessidade de se pregar nem de se observar as leis
morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam os
antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da
tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo
Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador
incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez
Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio
revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações
modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo. "Para conhecer
mais leia Dicionário Teológico, CPAD, p.44.

Relativismo - [Do lat. relativas]. Concepção filosófica segundo a qual nada


é definitivamente certo nem absoluto, por depender de contingências e
condicionamentos. Sob esta ótica, caem por terra os princípios éticos da
verdade. O relativismo moral tem sido utilizado pelos ditadores para
destruir os princípios da liberdade e da fé em Deus. (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Bíblico Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1999, pp. 45,253,261).

2. Paulo não aceita e não confirma o antinomismo. No antinomismo não


há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam
que quanto mais pecarmos mais graça recebemos. Em outras palavras, a
graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento equivocado,
o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,
para que a graça seja mais abundante? " (Rm 6:1). A resposta é não! A
graça não deve servir de desculpa para o pecado. Infelizmente, o
antinomismo tem ganhado força em nossa sociedade, passando a ser
socialmente aceito até mesmo dentro das igrejas evangélicas. Esta é uma
doutrina venenosa, que erroneamente faz com que a graça de Deus
pareça validar todo tipo de comportamento contrário à Palavra de Deus.
Em geral, tal pensamento vem "vestido" de uma roupagem espiritual,
porém o antinomista costuma ser relativista quando se utiliza da
expressão "não tem nada a ver". Fonte: (Lições CPAD Jovens e Adultos
» 2016 » 2º Trim.)

2.2 A imoralidade e o hedonismo


No texto de 1 Coríntios 5.1, o apóstolo Paulo repreende os coríntios em
razão de sua soberba e arrogância por tolerarem tão flagrante pecado em
seu próprio meio, e acautela seus leitores de que a liberdade cristã não
implica em libertinagem moral, e ressalta o fato de que o corpo é sagrado,
por ser templo do Espírito Santo (1 Co 6.18-20). O hedonismo afirma que
o bem maior da vida é a busca pelo prazer e não reconhece o pecado
como tal. Viver uma vida pautada pelos prazeres, riquezas e satisfações é,
na verdade, viver sob a égide da carne e não do Espírito Santo.
O termo "deleites" no grego é hedonê que aparece cinco vezes no Novo
Testamento e descreve prazeres ilícitos. No Hedonismo o prazer está no
centro da vida.

O hedonismo é uma corrente filosófica que defende que o prazer é o


caminho certo para atingir a felicidade. (estudopratico.com.br)

Ter amizade com o mundo envolve buscar prazer, à custa dos outros, ou
à custa da obediência a Deus. O prazer que nos impede de agradar a Deus
é pecaminoso.

(Bíblia de Estudo Cronológica de Aplicação Pessoal - CPAD - ARC -


Pág.1565).

Enfatize para seus alunos que embora o hedonismo tenha surgido por
volta do ano 435 a.C (antes de Cristo), ele é uma das correntes de
pensamentos da nossa época, a pós-modernidade. O que é viver na pós-
modernidade? é viver em tempos de inquietações, pouca solidariedade,
mudança de valores, viver em um mundo com o desencadeamento do
egoísmo nas pessoas. As pessoas fazem de tudo para chegar ao seu
objetivo, fazem de tudo para satisfazer seus desejos e obter o máximo de
prazer que este mundo possa oferecer, sem importar se vai passar por
cima dos valores morais e éticos. As pessoas já não se preocupam com
seu caráter, não tem mais sentimento de culpa, o importante é chegar
onde quer e viver o melhor desta terra, parece que não se dão conta que a
vida é finita por aqui, e haverá o dia da prestação de contas.(Prof.Eder
Tomé,2016).

2.3 O mercantilismo da fé e o consumismo desenfreado


Uma das características do fenômeno social atual é o consumismo
desenfreado, que é basicamente o desejo de comprar em demasia. As
propagandas e a mídia nunca influenciaram tanto a sociedade como nos
dias de hoje, entretanto, muitos absorveram essa demanda de se ter a
utilizam no âmbito da fé, como meio de se comprar o favor de Deus. Em
Atos 8.18, vemos que Simão oferece dinheiro para comprar o dom do
Espírito Santo e o apóstolo Pedro diz: "O teu dinheiro seja contigo para
perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.".
Deus não é o nosso empregado e nem um comerciante, com o qual
podemos comprar bênçãos. Nosso relacionamento com Ele é a partir de
Sua graça e amor.

Rejeitando o consumismo. Embora o desejo de consumir seja


considerado algo normal, há uma diferença gritante entre consumo e
consumismo. Se o primeiro tem a ver com o suprimento de nossas
necessidades básicas, o segundo manifesta um impulso incontrolável de
se ter, ou possuir, as coisas mesmo quando estas não são necessárias.
Um trata com o que é indispensável, enquanto o outro diz respeito àquilo
que é supérfluo.
Alguém já disse que o crente deve tomar cuidado para não comprar o que
não precisa, com o dinheiro que não tem, visando demonstrar o que ele,
na realidade, não é. Administrar bem o dinheiro, atribuindo-lhe o seu real
valor, faz parte da verdadeira prosperidade (1 Tm 6.17). A Bíblia destaca,
inclusive, o contentar-se com a porção cotidiana proporcionada pelo
trabalho digno, honesto e abençoado por Deus (Pv 30.8).
Fonte: (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2012 » 1º Trim.)

3. A relevância da coerência na vida da Igreja


O descrédito de muitos em relação à Bíblia deve-se, em grande parte, pela
falta de vivência, por parte da Igreja, dos princípios práticos e sociais das
Escrituras Sagradas.

3.1. O desafio da ortodoxia


A ortodoxia defende que "a doutrina que se alinha (do grego, orthos) com
a Escritura é destinada a ser uma bênção para a vida diária e, ao mesmo
tempo, para louvar a Deus (do grego, doxa) na vida em si" A ortodoxia
afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus, pois ela é a base e a fonte de toda
teologia e mensagem cristã.

A igreja deve preservar a sã doutrina, mas só conseguirá tal intento


mediante o estudo sistemático e ortodoxo da Palavra de Deus (Tt 2.1).
Ainda que alguns na atualidade não dêem a devida importância à doutrina
bíblica, sabemos da sua necessidade face aos perigos espirituais que
rondam a Igreja do Senhor nesta era pós-moderna. O Senhor adverte-nos,
em sua Palavra, de que nos últimos tempos haveria grande rebeldia e
apostasia: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).Se a igreja não estiver atenta à voz do
Espírito Santo e comprometida com o ensino bíblico ortodoxo, muitos
crentes deixarão de amar a verdade, desviando-se da fé genuína em
Cristo. Segundo a Palavra de Deus, nestes dias que antecedem a
manifestação do Anticristo, haverá um tempo de grande apostasia (2 Ts
2.3,4). Redobremos a vigilância! (Lições CPAD Jovens e Adultos
» 2011 » 2º Trim)

3.2 O desafio da ortopraxia


Ortopraxia significa, literalmente, "prática certa e corretiva". A verdadeira
ação prática cristã - a ortopraxia - é gratuita, livre de artifício, livre de um
espírito calculista, livre de contrato (faço isso para Deus e Ele faz isso
para mim). A vida de ortopraxia é essencialmente espontânea. Com Jesus
no coração, amamos o próximo, e o necessitado, não para ganhar a
aprovação de Deus ou receber benefícios. É preciso libertar-se do
egoísmo piedoso, ou seja, aquele que leva a pessoa a fazer o bem
simplesmente porque sabe que receberá algo ainda maior em troca. Pois
Paulo afirma em 1Coríntios 13.5: "o amor (...) não busca seus interesses".

“Ação Social: Compromisso de uma Igreja


O avivamento espiritual, que é tanto a causa como o produto de uma
Igreja Viva, precisa abranger a igreja como um todo, se não queremos um
organismo aleijado ou disforme. Não se pode falar de um avivamento que
priorize apenas um aspecto da totalidade do ser humano como, por
exemplo, o destino de sua alma, em detrimento de seu bem-estar físico e
social. Não nos interessa uma comunidade apenas voltada para o futuro,
em prejuízo do hoje, pois isso implica em negligenciar as necessidades
imediatas e urgentes do ser humano. O homem vive na dimensão do aqui
e agora. Tem fome, frio, doença, sofre injustiças; enfim, tem mil motivos
para não ser feliz. Nossa missão, pois, é socorrer o homem no seu todo,
para que não somente usufrua paz de espírito, mas também conserve no
corpo e na mente motivos de alegria e esperança. O projeto de Jesus é
para o homem todo e para todos os homens. Fugir dessa verdade é
desobediência e rebelião contra aquEle que nos comissionou. Um
verdadeiro avivamento trará de volta ao crente brasileiro o amor pelos
quase 50 milhões de irmãos pátrios que vivem na pobreza absoluta. O
estilo de vida de uma igreja avivada não se presta a esquisitices
humanas, mas à formação de personalidades de acordo com o caráter de
Cristo, que não negligenciam o amor ao próximo”.
(CIDACO, J. A. Um Grito pela Vida da Igreja. 1.ed. RJ, CPAD, 1996, pp.87-
8)

3.3 O desafio da ortopatia


Do grego ortho (correto) e pathos (sentimentos, paixões). É buscar e
desejar que o Espírito Santo opere em nós e nos conduza a agirmos com
graça, empatia e amor. Buscarmos "o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus" (Fp 2.5). Pois se seguirmos tão somente a
ortodoxia há o risco de entrarmos pelo caminho do legalismo. Mente e
coração precisam ser impactados e transformados pela ação da Palavra
de Deus e do Espírito Santo. Como conhecimento prático da unificação
do coração e da mente por Deus, a teologia tem o caráter de sabedoria.
Para a ortopatia ser verdadeira, é preciso que a paixão de Deus seja
nossa paixão (Jo 3.16). Deve haver perfeita simetria entre teologia, vida e
paixão.
Em Jesus Cristo encontramos a realização plena da ação missionária de
Deus Pai. Enviado pelo Pai, veio para “servir e dar a sua vida em resgate
de muitos”, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Mc
10.45; Fp 2.6-8).
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte, e morte de cruz.(Fl 2:5-8)

Conclusão
O mundo se opõe aos valores apresentados por Deus na Sua Palavra,
portanto, a Igreja deve estar saudável doutrinariamente e viver um
evangelho autêntico, a partir do exemplo de Jesus Cristo, nosso Senhor e
Salvador, que viveu o amor em sua plenitude.

Você também pode gostar