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I) ETIMOLOGIA
4 – O pecado é uma das mais cruéis realidades do mundo que nos ródia e é em impossível
ignorá-lo. Por causa do pecado, os homens padecem dores, enfermidades, angustias,
condenação e morte. O pecado, afirmou um célebre pregador, “é a maior mancha do mundo”.
II) A ORIGEM DO PECADO
O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas
da filosofia e da teologia. Os filósofos foram constrangidos a encarar o problema e a procurar
resposta quanto á origem de todo o mal, e particularmente do mal moral, que há no mundo.
Outros, porém, estão convictos de que o mal teve uma origem voluntária, isto é, que se originou
na livre escolha do homem, quer na existência atual, quer numa existência anterior. Estes se
acha bem mais perto da verdade revelada na Palavra de Deus.
Os mais antigos “pais da igreja”, assim chamados, não falam muito definidamente da origem do
pecado, enquanto a idéia de que se originou na voluntária transgressão e queda de Adão no
paraíso já se achava nos escritos de Irineu.
Na Escritura, o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é,
como transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor por
natureza, e surge naturalmente a questão: como adquiriu ele essa natureza? Que diz a Bíblia
sobre este ponto?
b) O PECADO ORIGINOU-SE NO MUNDO ANGÉLICO: A Bíblia nos ensina que, na tentativa de
investigar a origem do pecado, devemos retornar á queda do homem, na descrição de Gn 3 e
fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico.
Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do
seu Criador, Gn 1:31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de
anjos se apartaram de Deus, Ez 28:11-19; Is 14:12-15.
Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e o poder que lhes foram confiados. Se
o desejo de serem semelhantes a Deus foi á tentação peculiar que sofreram, isto explica por que
tentaram o homem nesse ponto particular.
Consideremos abreviadamente algumas das mais importantes teorias filosóficas sobre o pecado.
O pecado é um dos mais tristes fenômenos da vida humana, e também o mais comum.
1 – TEORIA DUALISTA: Esta é uma das teorias que foram comuns na filosofia grega. Na forma
do Gnosticismo, conseguiu penetrar na igreja primitiva. Admite a existência de um princípio
eterno do mal, e sustenta que no homem o espírito representa o princípio do bem, e o corpo, o
do mal. Segundo essa teoria, o único meio de escaparmos do pecado consiste em livrar-nos do
corpo.
4- TEORIA DO DETERMINISMO: É a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma
realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém, realmente nossas
opções são ditados por impulsos internos e circunstâncias que escaparam ao nosso domínio.
Mas as Escrituras afirmam invariavelmente que o homem é livre para escolher entre o bem e o
mal – uma liberdade implícita em todos os mandamentos e exortações. Longe de ser vítima da
fatalidade e casualidade, declara-se que o homem é o árbitro do seu próprio destino.
Uma conseqüência prática do determinismo é tratar o pecado como se fosse uma enfermidade
por cuja causa o pecador merece dó ao invés de ser castigado. Porem, a voz da consciência que
diz: “eu devo” refuta essa teoria.
5 – TEORIA DO HEDONISMO: (da palavra grega que significa “prazer”) é a teoria que sustenta
que o melhor ou o mais proveitos que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga á dor; de
modo que a primeira pergunta que se faz não é: “Isto é correto?” Mas: “Trará prazer?”.
Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é humano”; “o que é natural é belo
e o que é belo é direito”. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado,
e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado.
A admoestação divina para aqueles que procuram confundir as distinções morais, é: “Ai
daqueles que chama o mal de bem e o bem de mal”.
1 – O PECADO É O MAL NUMA CATEGORIA ESPECÍFICA: Hoje em dia ouvimos falar muito do
mal, e relativamente pouco do pecado; e isso é muito enganoso. Nem todo mal e pecado. Não
se deve confundir o pecado como mal físico, com aquilo que é danoso ou calamitoso.
Pecado não pe uma calamidade que sobreveio inopinadamente ao homem, envenenou sua vida
e arruinou sua felicidade, mas um curso que o homem decidiu seguir deliberadamente e que leva
consigo miséria inaudita.
O pecado é o resultado de uma escolha livre, porém, má, do homem. Este é o ensino claro da
Palavra de Deus, Gn 3:1-6; Is 48:8; Rm 1:18-32 e 1 Jo 3:4.
2 – O PECADO TEM CARÁTER ABSOLUTO: Na esfera ética, o contraste entre o bem e o mal é
absoluto. Não há condição neutra entre ambos. A transição entre o bem e o mal não é de caráter
quantitativo, e, sim, qualitativo.
Um ser moral bom não torna mal por uma simples diminuição da sua bondade, mas somente por
uma mudança qualitativa radical, por um volver ao pecado. O pecado não é um grau menor de
bondade, mas um mal positivo.
Isso é ensinado claramente na Bíblia. Quem não ama a Deus é, por isso caracterizado como
mal. O homem está do lado certo ou do lado errado, (Mt 10:32, 33; 12:30; Lc 11:23; Tg 2:10). A
Escritura não reconhece nenhuma posição de neutralidade.
3- O PECADO SEMPRE TEM RELAÇÃO COM DEUS E SUA VONTADE: Os mais antigos
teólogos compreenderam que á impossível ter uma correta concepção do pecado sem vê-lo em
relação a Deus e Sua vontade e, portanto, acentuavam esta aspecto e normalmente falavam do
pecado como “falta de conformidade com a Lei de Deus”.
As seguintes passagens mostram claramente que a Bíblia vê o pecado em relação a Deus e Sua
Lei, quer como Lei escrita nas tábuas do coração, quer como dada por meio de Moisés, (Rm
1:32; 2:12-14; 4:15; Tg 2:9; 1 Jo 3:4).
5 – O PECADO TEM SUA SEDE NO CORAÇÃO: O pecado não resida nalguma faculdade da
alma, mas no coração, que na psicologia da Escritura é o órgão da alma, onde estão as saídas
da vida. E desse centro, sua influência e suas operações espalham-se para o intelecto, á
vontade, as emoções – em suma, a todo o homem, seu corpo inclusive.
Esta maneira de ver está em perfeita harmonia com as descrições Bíblicas, em passagens como
as seguintes: Pv 4:23; Jr 17:9; Mt 15:19-20; Lc 6:45 e Hb 3:12.
V – A UNIVERSALIDADE DO PECADO
Poucos se inclinarão a negar a presença do mal no coração humano, mas há divergências
quanto à natureza desse mal e quanto ao modo como se originou. Mesmo os pelagianos e os
socinianos estão prontos a admitir que o pecado é universal.
O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar, ele semeia as sementes da
dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e insinuando que Suas ordens era
realmente uma violação da liberdade e dos direitos do homem.
A) A SERPENTE: Há estudiosos, que não negam o caráter histórico de Gênesis, afirmam que
pelo menos a serpente não deve ser considerada como um animal literal, mas apenas como um
nome ou um símbolo da cobiça, do desejo sexual, do raciocínio pecaminoso, ou de Satanás.
Ainda outros asseveram que, para xdizer o mínimo, o falar da serpente deve ser entendido
figuradamente.
Certamente a serpente é considerada como um animal em Gn 3:1, e não daria bom sentido
substituir “serpente” por Satanás. O castigo de que fala Gn 3:14-15, pressupõe uma serpente
literal, e Paulo não a entende doutro modo, em II Cor 11:3.
As Escrituras da a entender claramente que a serpente foi apenas um instrumento de Satanás, e
que Satanás foi o real tentador, que agiu na serpente e por meio dela, como posteriormente agiu
em homens e em porcos, Jô 8:44; Rm 16:20; II cor 11:3; Ap 12:9. A serpente foi um instrumento
próprio para Satanás, pois ele é a personificação do pecado e a serpente simboliza o pecado: (a)
em sua natureza astuta e enganosa; e (b) em sua picada venenosa, com a qual mata.
B) O FRUTO PROÍBIDO DA ÁRVORE: Houve, no passado, resultado de filosofias gnósticas,
uma crença de que tudo o que procedia da carne era vil. Isto levou alguns teólogos a crerem que
o fruto proibido foi símbolo do ato sexual entre Adão e Eva. Mas, a leitura do texto pede uma
interpretação, mas direta. Houve uma árvore e houve a violação da Palavra que Deus havia
proferido. Esta transgressão ocorreu pela ingestão de algum tipo de fruto comestível. A
linguagem desta passagem não nos força a fazer outro tipo de inferência.
Sua essência, no entanto, nos leva a entender que o pecado teve sua raiz, não na fome ou no
apetite, mas no coração. O desejo de ter independência de Deus foi um pecado do coração. Foi
ato de rebelião resultante do desejo de ser dono de si mesmo que fez com que o homem caísse
no jardim.
O pecado teve outros aspectos: a concupiscência incontrolável de algo dos sentidos (desejo
incontrolável) dos sentidos (agradável aos olhos), a concupiscência da carne (boa para comer) e
a soberba da vida (desejável para dar entendimento).
Estes três aspectos da tentação tem estado sempre presentes e em 1 Jo 2:16, o apóstolo nos
adverte que tais coisas procedem do mundo e não do Pai. É importante lembrar que Deus tinha
dado ao casal o domínio do jardim. Cabia a eles até expulsar a serpente da sua presença. Mas,
eles lhe deram ouvidos e se deixaram seduzir pelos seus argumentos.
· Segundo, Satanás cria dúvidas sobre a Palavra de Deus. “Será que Deus falou?” Em seguida,
ele cria desconfiança sobre os motivos de Deus. Ele chega a questionar a veracidade do aviso
divino, “certamente não morrerás…”
· Terceiro, a mulher cedeu ás meias verdades. Mas, isto não diminuiu o fato de que ela e o
homem comeram em desobediência a Deus e trouxerem sobre si as conseqüências previstas.
A penalidade com a qual Deus ameaçou o homem no paraíso foi pena de morte. A morte que
aqui se tem em mente não é a morte do corpo, mas a morte do homem total, morte no sentido
bíblico da Palavra.
A pena foi também executada efetivamente no dia em que o homem pecou, embora a plena
execução dela tenha sido sustada temporariamente pela graça de Deus.
A penalidade do pecado certamente inclui a morte física, mas inclui muita mais que isso.
Fazendo distinção a que estamos acostumados, podemos dizer que ela inclui os seguintes fatos:
1) MORTE ESPIRITUAL: O pecado separa de Deus o homem, e isso quer dizer, morte, pois é só
na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. No estado da morte, que
resultou da entrada do pecado no mundo, levamos o fardo da culpa do pecado, culpa que só ode
ser removida pela obra redentora de Jesus Cristo.
A morte espiritual significa, não somente culpa, mas também corrupção. O pecado é sempre
uma influência corruptora na vida, e isso é parte da nossa morte. Por natureza somos, não
somente injustos aos olhos de Deus, mas também impuros.
E se não fosse a influência restringente da graça de Deus, tornaria a vida social inteiramente
impossível.
3 – A MORTE FÍSICA: A separação do corpo e alma também faz parte da penalidade do pecado.
Que o Senhor tinha isto em mente também na penalidade ameaçada é mais que evidentemente
na explicação dele feita com as palavras: “tu és pó e ao pó tornarás”, Gn 3:19. Também
transparece na argumentação de Paulo em Rm 5:12-21, e em 1 Cor 15:12-23.
A posição da Igreja sempre foi que a morte, no pleno sentido da palavra, incluía a morte física,
não é somente conseqüência, mas, também, penalidade do pecado. O salário do pecado é a
morte.
7 – DISCÓRDIA INTERNA: No princípio Deus fez o corpo do homem do pó, dotando-o, desse
modo, de uma natureza física ou interior; depois soprou em seu nariz o fôlego da vida,
comunicando-lhe assim uma natureza mais elevada, unindo-se a Deus. Era o propósito de Deus
a harmonia do ser humano, ter o corpo subordinado á alma.
Mas o pecado interrompeu a relação de tal maneira que o homem se encontrou dividido em si
mesmo; o “eu” oposto ao “eu” em uma guerra entre a natureza superior e a inferior.
CONCLUSÃO
Embora o homem tenha pecado e através desse ato de desobediência, permeou o pecado em
todas as camadas sociais, como até mesmo na esfera espiritual de sua vida. A Bíblia declara
que ainda há esperança em Cristo
O pecado destituiu o homem da graça de Deus, mais Cristo morreu há seu tempo para nos
resgatar da maldição do pecado Gl 3:13. Á verdade é que; quando tudo parecia impossível Rm
8:3, para a humanidade, Deus enviou o seu Filho em semelhança da carne para nos conceder, a
liberdade.
Portanto, glorifiquemos o nome daquele que como Cordeiro morto, mas vivo eternamente
derramou seu sangue por nós.