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AULA 06

A segurança da Romanos
salvação em Cristo

Prof. Vinicius Couto


Introdução
 Relembrando conceitos...

 Judeus e gentios estão em conflito na igreja de Roma;

 Todos são pecadores, inclusive os judeus;

 Se todos são pecadores, como ser salvo? A salvação é um ato


gracioso de Deus que nos justifica de nossos pecados;

 Se é simples assim, então não precisamos obedecer à Lei? Não


precisamos ser santos? É certo que sim!!!
Introdução
 Se é “certo que sim”, então de onde vem o padrão de certo e
errado?

 A resposta paulina é que esse padrão vem da Lei, contudo, ainda


que dela advenha o padrão moral, ela é ineficaz para a salvação
de qualquer pessoa.

 Se ninguém pode cumprir a Lei e se ela é ineficaz para a


salvação, quem pode ser salvo?

 A suficiência da salvação está em Cristo, a segurança da salvação


também está!
A união com Cristo
 “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo
o espírito” (Rm 8.1)

 A palavra condenação aqui é katakrima cujo significado é o de


uma sentença condenatória, ou seja, o oposto à justificação.

 A ausência de condenação, porém, é limitada. Isso mostra que,


embora a expiação de Cristo seja ilimitada, os benefícios dela
são limitados a um público específico: aqueles que estão em
Cristo Jesus.
A união com Cristo
 Estar em Cristo faz parte da doutrina da união com Cristo. Ela é
representada por alegorias, como a Videira e os ramos Jo 15.5),
a Cabeça e o corpo (1 Co 6.15-19), Pedra Fundamental e pedras
vivas (1 Pe 2.4,5), Marido e mulher (Ef 5.25-31)

 “...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já


passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17)
Justiça obtida e aplicada
 Paulo mostra, ainda, que esse benefício só pôde ser
experimentado “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2)

 A graça de Deus e a outorga do Espírito Santo “enxertam” o


crente na videira verdadeira, de maneira que tal indivíduo deixa
de estar “em” Adão para estar “em Cristo”.

 Tal união produz libertação do pecado e de seu salário, a morte.


Justiça obtida e aplicada
 Keener (2009, p. 99) explica que “o fato de simplesmente ter a
Lei na mente até torna alguém consciente do pecado, mas isso
não é suficiente para libertá-lo (7.16, 22-23). A libertação viria
somente pela lei do Espírito (8.2), o Espírito prometido de Deus
que inscreveria a Lei de Deus nos corações de seu povo para que
observassem seus caminhos (Ezequiel 36.27)”

 “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez 36.27)
Justiça obtida e aplicada
 Seria impossível que a Lei salvasse alguém, por isso, a justiça
necessária à salvação não poderia vir dela.

 Cristo, porém, foi oferecido como oferta pelo nosso pecado e,


mesmo não pecando, padeceu a justiça de Deus pelos pecados
da humanidade.

 Tal justiça foi obtida por Cristo e provida à raça humana.


Entretanto, ela só é aplicada aos que estão unidos a Cristo.
Justiça obtida e aplicada
 “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava
enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança
da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.3,4)
 Paulo mostra a consequência de quem está unido a Cristo: deixa
de ser carnal (sarkiko) para se tornar espiritual (pneumatiko).
 “...os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da
carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do
Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação
do Espírito é vida e paz” (Rm 8.5,6)
Justiça obtida e aplicada
 A última fala de Paulo mostra que depois da regeneração o ser
humano deixa de ser totalmente depravado e obtém uma
mudança de natureza.

 Se antes do novo nascimento o ser humano é incapaz de buscar


verdadeiramente ao Deus verdadeiro, depois da regeneração,
com a restauração da imagem de Deus, essa incapacidade é
mudada.

 Tiago expõe essa verdade ao declarar: “Chegai-vos a Deus, e ele


se chegará a vós” (Tg 4.8)
Segurança da salvação
 Entre os versículos 9 e 17 Paulo fala sobre a segurança da
salvação usando um quiasmo (uma estrutura usada comumente
em textos poéticos em forma cruzada, semelhante à letra X):

A - O Espírito Santo como evidência interna da salvação (v. 9)


B - Evidência externa na espiritualidade (v. 10)
C - Algo de Cristo aplicado aos salvos (v. 11)
A - O Espírito Santo como evidência interna da salvação (vv. 12-14)
B - Evidência externa na espiritualidade (vv. 15,16)
C - Algo de Cristo aplicado aos salvos (v. 17)
Segurança da salvação
 Após o novo nascimento, portanto, existe o benefício da
presença do Espírito Santo e Paulo discorre sobre a segurança da
salvação atrelando-a à terceira pessoa da Trindade.

 Uma dessas questões se dá na evidência interna: “Vós, porém,


não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus
habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele” (Rm 8.9)

 Além da evidência interna da salvação, existe a evidência


externa: a santificação.
Segurança da salvação
 “E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por
causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.” (Rm
8.10)

 Podemos ter certeza da salvação porque do mesmo modo como


o Espírito Santo ressuscitou Jesus, também fará conosco no
último dia:

 “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus


habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo
também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que
em vós habita” (Rm 8.11)
Segurança da salvação
 Novamente ele reforça o argumento das evidências interna e
externa:

 “...todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são


filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão,
para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.14,15)

 Novamente Paulo comenta sobre a garantia de nossa salvação


por meio de uma obra do Espírito Santo e de algo de Cristo que
se aplica aos salvos.
Segurança da salvação
 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros
também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo
que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados” (Rm 8.16,17)
 Ao falar da glorificação, Paulo traz à tona a esperança
escatológica de que nossos sofrimentos serão aniquilados diante
da glória eterna de Deus:
 “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo
presente não são para comparar com a glória que em nós há de
ser revelada” (Rm 8.18)
Segurança da salvação
 A fala de Paulo revela nosso anelo pela eternidade com Cristo.
Mas não somos apenas nós que anelamos, de acordo com ele, a
criação também aguarda pela redenção:

 “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação


dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade,
não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na
esperança de que também a própria criação há de ser liberta do
cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme
e está com dores de parto até agora” (Rm 8.19-22)
Segurança da salvação
 A criação também ficou sujeita a punições: “maldita é a terra
por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.
Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do
campo” (Gn 3.17,18)

 “...não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito,


também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23)
Segurança da salvação
 Enquanto aguardamos nossa redenção, passamos por muitas
aflições, mas “o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não
sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito
mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26)

 Ao invés de ficarmos aflitos, devemos nos tranquilizar, pois


“todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”
(Rm 8.28)
Segurança da salvação
 Paulo insiste que somos chamados segundo o propósito de Deus
e revela que um desses propósitos é que sejamos conforme a
imagem de Jesus Cristo (Rm 8.29).

 Fomos criados à imagem divina (Gn 1.26), contudo, a Queda de


Adão ofuscou essa imagem. O plano de Deus é restaurar essa
imagem e isso se dá por meio da regeneração.

 Por isso, podemos ter segurança da salvação, principalmente


porque o Deus que restaura sua imagem em nós, também é por
nós. E se Ele é por nós, quem será contra? (Rm 8.31)
Segurança da salvação
 Outra certeza reside no fato de que Deus recebeu o pagamento
pelo nosso resgate. E se Cristo satisfez as exigências do Pai,
podemos estar certos de que nossa salvação está assegurada.

 “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o


entregou por todos nós, como não nos dará também com ele
todas as coisas?” (Rm 8.32)

 A satisfação das exigências de Deus em Cristo (propiciação)


fazem com que a justiça de Cristo seja imputada sobre nós, de
maneira que Deus justifica o arrependido de seus pecados.
Segurança da salvação
 “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus
quem os justifica; Quem os condenará? Cristo Jesus é quem
morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está
à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.33,34)

 Sendo assim, não são as lutas, privações, perseguições e coisas


terrenas que nos separarão de Deus:

 “quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a


angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo,
ou a espada? (...) Mas em todas estas coisas somos mais que
vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.35,37)
Segurança da salvação
 Se por um lado as coisas terrenas não têm poder de nos raptar
de Cristo, tampouco as espirituais. Os demônios não possuem
tal poder:

 “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem


anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras,
nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem
qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38,39)
Segurança da salvação
 As questões que Paulo mostra são externas. Estamos seguros
nas mãos de Cristo.

 “Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que
tem (krateo – conserva, mantém preso, retém, segura na mão,
etc) na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete
castiçais de ouro” (Ap 2.1)

 “Porque, se pecarmos deliberadamente, depois de termos


recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício
pelos pecados, Mas uma certa expectação horrível do juízo, e
ardor de fogo, que há de devorar os adversários” (Hb 10.26,27)

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