Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. A IMAGEM CRIADA
Mas não foi assim até o fim. O pecado fez com que essa
harmonia fosse quebrada, e subsistência do homem ficou
prejudicada pela desarmonia com a natureza.
Adão foi criado de tal forma que pudesse cair desse estado.
E foi exatamente isso o que aconteceu, com todas as suas
consequências.
2
Hoekema, p. 83.
2. A IMAGEM DESFIGURADA
3. A IMAGEM RESTAURADA
4. A IMAGEM APERFEIÇOADA
PARTE 3
Paulo nos diz que há uma lei impressa nos corações dos
homens desde que foram criados (Rm 2.14-15). Esta é a lei da
natureza. Essas leis não foram escritas nos corações dos homens
depois da Queda, mas na criação do homem. Se o homem depois
da Queda ainda possuem essas leis, quanto mais o homem antes
da Queda! Essas leis fazem parte da natureza constitucional do
homem, e o tornam um ser absolutamente moral, com padrões a
serem seguidos.
Para que Adão fosse livre, ele não precisava ter o poder de
fazer algo reverso. “O poder de reverter a auto-determinação
existente não é a substância da liberdade, mas é um acidente
dela.”5 Deus é livre sem esse acidente. Mas Deus deu ã criatura
essa capacidade de escolha contrária, e ela a usou para a sua
própria vergonha.
5
Shedd, vol. 2, p. 107.
Contudo, desobedeceram a Deus, agindo voluntariamente,
constituindo-se numa situação singular em toda a história
humana. Usaram da liberdade de escolha contrária que tiveram
para perderem-se a si mesmos, imergindo-se a si mesmos e toda
a raça na escravidão da miséria.
I. A Origem do Pecado
O problema do mal que há no mundo sempre foi
considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e
da teologia. É um problema que se impõe naturalmente à
atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e
universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as
manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida
de todos os homens. Os filósofos foram constrangidos a
encarar o problema e a procurar uma resposta quanto à
origem de todo mal, e particularmente do mal moral, que há
no mundo. A alguns, pareceu uma parte de tal modo
integrante da vida, que buscaram a solução na constituição
natural das coisas. Outros, porém, estão convictos que o mal
teve uma origem voluntária, isto é, que se originou na livre
escolha do homem, quer na existência atual quer numa
existência anterior. Estes acham-se bem mais perto da verdade
revelada na Palavra de Deus.
6
Gd’s Search for Man, p. 98.
7
Man in Revolt, p. 142.
Pode-se provar que assim foram entendidas pelos escritores
bíblicos, mediante muitas referências, como por exemplo, Jó
31.33; Ec 7.29; Is 43.27; Os 6.7; Rm 5.12, 18, 19; 1 Co 5.21; 2
Co 11.3; 1 Tm 2.14, e, portanto, não temos o direito de afirmar
que os referidos versículos, que constituem parte integrante
da narrativa, devem ser interpretados figuradamente. Além
disso, certamente a serpente é considerada como um animal
em Gn 3.1, e não daria bom sentido substituir “serpente” por
“Satanás”. O castigo de que fala Gn 3.14, 15 pressupõe uma
serpente literal, e Paulo não a entende doutro modo, em 2 Co
11.3. E, apesar de poder-se entender num sentido figurado a
serpente falar por meio de gestos astutos, não parece possível
imaginá-la mantendo dessa maneira a conversação registrada
em Gn 3. A transação toda, a fala da serpente inclusive, sem
dúvida acha sua explicação na operação de algum poder
sobrenatural, não mencionado em Gn 3. A Escritura dá a
entender claramente que a serpente foi apenas um
instrumento de Satanás, e que Satanás foi o real tentador, que
agiu na serpente e por meio dela, como posteriormente agiu
em homens e em porcos, Jo 8.44; Rm 16.20; 2 Co 11.3; Ap
12.9. A serpente foi um instrumento próprio para Satanás, pois
ele é a personificação do pecado, e a serpente simboliza o
pecado (a) em sua natureza astuta e enganosa, e (b) em sua
picada venenosa, com a qual mata o homem.
3. A QUEDA PELA TENTAÇÃO E A SALVABILIDADE DO
HOMEM. Tem-se sugerido que o fato de que a queda do
homem foi ocasionada pela tentação proveniente de fora,
pode ser uma das razões pelas quais o homem é salvável,
diversamente dos anjos, que não estiveram sujeitos a uma
tentação externa, mas caíram pelas incitações da sua própria
natureza interior. Nada de certo se pode dizer sobre este
ponto, porém. Mas, seja qual for o significado da tentação a
este respeito, certamente não será suficiente para explicar
como um ser santo como Adão pôde cair em pecado. É-nos
impossível dizer como a tentação pôde encontrar um ponto de
contato numa pessoa santa. E mais difícil de explicar ainda, é a
origem do pecado no mundo angélico.