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Kruger
Publicado originalmente sob o título: The Ten Commandments of Progressive Christianity.
Published by arrangement with Cruciform Press. Translated and printed by permission. All
rights reserved.
1ª edição 2021
ISBN: 978-65-89129-10-3
Impresso no Brasil
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K94d
Kruger, Michael J.
Os 10 mandamentos da esquerda cristã / Michael J. Kruger ; [tradução: Elmer Pires]. – São Paulo:
Trinitas, 2021.
75 p. ; 21cm
Tradução de: The ten commandments of progressive
christianity
Inclui referências bibliográficas.
ISBN 978-65-89129-10-3
“Não permita que a brevidade desse livro o engane. Michael Kruger escreveu uma crítica incisiva da
ruína intelectual e do desvio teológico do cristianismo progressista. Igrejas, pastores, alunos, grupos
de jovens, escolas e universidades cristãs fariam bem em se apropriar da sabedoria deste livro
pequeno, porém devastador.”
— Kevin DeYoung, Pastor na Christ Covenant Church (Matthews, NC); Professor de Teologia
Sistemática no Reformed Theological Seminary (Charlotte, NC)
INTRODUÇÃO
Uma Aula Magistral sobre Meias Verdades
CAPITULO 1
Jesus é mais um Modelo de Vida do que um Objeto de Adoração
CAPITULO 2
Afirmar o Potencial das Pessoas é mais Importante do que Lembrá-las da sua Pecaminosidade
CAPITULO 3
O Ministério de Reconciliação deve ser Valorizado acima de Julgamentos
CAPITULO 4
O Comportamento Gracioso é mais Importante do que Crer na Verdade
CAPITULO 5
Questionamentos Atraentes são mais Valiosos do que Respostas Sólidas
CAPITULO 6
Encorajar a Busca Pessoal é mais Importante do que a Unidade de Grupo
CAPITULO 7
Suprir Necessidades Reais é mais Importante do que Manter Instituições
CAPITULO 8
A Paz é mais Importante do que o Poder
CAPITULO 9
Deveríamos nos Preocupar mais com Amor e menos com Sexo
CAPITULO 10
A Vida neste Mundo é mais Importante do que a Vida no Mundo Vindouro
SOBRE O AUTOR
NOTAS
INTRODUÇÃO
Vê-se, portanto, que essa visão acerca da morte de Cristo esposada pelo
cristianismo progressista não só rejeita a doutrina do pecado original, mas
também nega a obra salvadora de Cristo na cruz. Mais uma vez, sob esses
ditames, o cristianismo é reduzido a mero moralismo.
Por fim, fica claro que o comportamento correto não é mais importante
do que a teologia correta. Ambos, teologia e comportamento, são
importantes. Tenhamos em mente o lembrete do apóstolo Paulo: “Tem
cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1Tm 4.16).
CAPÍTULO 5
Errando a Mensagem
Logo, acredito que o sexto mandamento do cristianismo progressista
sofre de uma série de premissas erradas ou de uma má compreensão das
bases. Seu ensino, mesmo sem provar, pressupõe que não há verdade
absoluta, que a igreja não aceita questionamentos (enquanto, de modo geral,
aceita, sim) e que sua instituição não compreende adequadamente a
natureza e o propósito da disciplina eclesiástica (a qual serve ao bem do
membro disciplinado).
E ainda mais grave que tudo isso, a posição progressista erra o cerne da
mensagem cristã. O cristianismo não se trata da “jornada” sem fim da
humanidade em direção a Deus; a religião cristã, pelo contrário, é a jornada
consumada que Deus fez para achegar-se a nós, a fim de salvar-nos dos
nossos pecados. Nas palavras de João Batista: “Nisto consiste o amor: não
em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o
seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).
CAPÍTULO 7
Em seu livro Eles Gostam de Jesus, mas não da Igreja,24 Dan Kimball
indica uma mudança crucial nos dados demográficos de pessoas mais
jovens, a saber, que elas estão desiludidas com a igreja institucional. Esses
jovens professam seguir a Cristo, mas são céticos quanto às organizações
religiosas. Esse fenômeno é apreendido no sétimo mandamento do
cristianismo progressista: Suprir necessidades reais é mais importante do
que manter instituições.
No sétimo capítulo de seu livro, Gulley lamenta sobre como as “funções
institucionais (e disfuncionais) superam a missão e o propósito da igreja”.25
Ele defende que a maioria dos cristãos está cega para essa realidade:
“Parece ser um traço comum entre o ser humano e as instituições que
criamos: ignorar nossas falhas, mesmo quando estas impedem nossa
capacidade de agir e crescer”.26
Embora Gulley ofereça uma lista de observações úteis nesse capítulo, há
também um tom anti-institucional subjacente que acaba divorciando Jesus
Cristo de sua noiva, a Igreja.
A Igreja não é Perfeita
Sem dúvida, Gulley está certo de que a igreja não é uma instituição
perfeita. Ele oferece uma série de exemplos de denominações mesquinhas,
ensimesmadas, obcecadas com sua autopreservação e compulsivas por
tamanhos e quantidades. Em particular, ele nota como muitas congregações
são geridas como se fossem empresas, fato que cria uma cultura corporativa
que tende a operar como uma corporação listada entre as mais ricas do
mundo, e não como a noiva de Cristo. Congregações desse tipo estão mais
preocupadas com o “preço de suas ações” do que com a necessidade das
pessoas e da comunidade ao seu redor.
Há muito com o que concordar neste ponto, e tenho certeza de que cada
leitor poderia contribuir com o seu próprio relato das fraquezas presentes na
igreja moderna. Repleta de pecadores e parte integrante de um mundo
caído, toda igreja, evidentemente (e inevitavelmente), tem falhas.
O Propósito da Igreja
Boa parte do problema referente ao relato de Gulley acerca da igreja é
que ele a enxerga como tendo um propósito unicamente horizontal — isto
é, o modo como o ser humano se relaciona com o seu próximo. A igreja
deveria ajudar pessoas em necessidade: “alimentando o faminto, fazendo
amizade com os solitários, amando o inimigo, curando o doente”.28
Embora esses elementos estejam no escopo da igreja, o que falta no
relato de Gulley é o propósito vertical da igreja (a forma como o ser
humano se relaciona com Deus). Nenhuma menção é feita do chamado à
igreja a adorar e glorificar a Cristo. Nenhuma menção é feita sobre a igreja
ser o ambiente no qual Deus fala ao seu povo por meio de sua Palavra.
Nenhuma menção é feita sobre o que Deus faz por meio dos sacramentos.
Isso explica muito da frustração de Gulley com a igreja. Ele acredita que
a função principal da igreja é resolver problemas sociais. E ele parece
chateado, pois considera que a igreja não tem feito o suficiente.
Essa abordagem se encaixa muito bem com a crença da esquerda cristã.
Se o sistema religioso de alguém é puro moralismo, as únicas categorias
cabíveis, evidentemente, serão as horizontais. A “igreja”, então, torna-se
apenas mais uma instituição de caridade ou uma versão da AMC local.
Em contraste, a visão bíblica da igreja não escolhe entre dimensões
verticais ou horizontais. Ela afirma ambas. É claro, a igreja deve ser luz e
bênção no mundo, mas também foi projetada para redundar em glória e
louvor a Deus, a fim de proclamar sua verdade.
Conclusão
Percebe-se, portanto, que o último mandamento de Gulley contém, com
formidável astúcia, três marcas do cristianismo progressista. Seu décimo
princípio enfatiza o ser humano, e não Deus; enfraquece e rebaixa a
doutrina da moralidade; e, por fim, afirma incertezas para os outros, mas
certezas para si mesmo.
Tragicamente, a posição progressista faz uma cortina de fumaça diante
da real mensagem do cristianismo — a verdadeira mensagem de Jesus. De
fato, Cristo se preocupava com o sofrimento da humanidade e, sem dúvida,
chamou todo crente a ter a mesma preocupação. Nós, porém, não tratamos o
sofrimento humano como um ato de moralismo, mas como uma resposta à
graça da cruz.
Além disso, não lidamos exclusivamente com o sofrimento temporal,
pois, mesmo que pudéssemos aliviar toda a aflição da humanidade, esse
alívio não resolveria a maior das nossas necessidades. Nas palavras de Jesus
Cristo: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a
sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26).
Sobre o autor