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A FÉ E SUA SIGNIFICANCIA NOS RELACIONAMENTOS PESSOAIS.

TEXTO: Tiago 2.1-13

INTRODUÇÃO:
A. O objetivo de Tiago era ajudar seus leitores a praticar a fé em Jesus Cristo.
B. E nesse trecho, ele fala que o modo de agir em relação às pessoas demonstra as
verdadeiras convicções a respeito de Deus! Não se pode nem se deve separar a
comunhão humana da comunhão divina. "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a
seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode
amar a Deus, a quem não vê" (1 Jo 4:20).
C. De que maneira é colocada em prática a fé em Cristo nos relacionamentos humanos?
a. Na verdade, é bastante simples: olhando para todos com os olhos de
Cristo.
b. Se o visitante é cristão, o aceitamos porque Cristo vive nele.
c. Se não é cristão, o aceitamos porque Cristo morreu para salvá-lo.
d. Cristo é a ligação entre nós e os outros; ele é um vínculo de amor.
e. A base para o relacionamento com outros é a pessoa e a obra de Jesus
Cristo.
TRANSIÇÃO: Tiago vai dizer que a discriminação deve ser retirada das nossas práticas
por algumas razões.

I. NOS COLOCA NA POSIÇÃO DE JUÍZES PERVERSO DE NÓS MESMO.


a. Todo julgamento que toma como base as posses, é perverso porque nasce
num coração perverso.
b. Julgar os outros pela aparência é condenar um sujeito sem direito a
legítima defesa.
c. Condenar alguém pelo que ele possui é perverso, pois, o julgamento
passa do campo moral para o estético que não depende diretamente do
indivíduo.
d. Cada pessoa é muito mais que aquilo que veste, come ou diz. A beleza
física não é sempre proporcional à simpatia, nem a inteligência ou
educação igual à sabedoria. Para realmente conhecer uma pessoa,
precisamos ir mais fundo.
e. As aparências podem levar a julgamentos injustos (João 7:24). Jesus não
tinha aparência impressionante nem bonito. Mesmo sendo o Salvador
prometido, ele foi rejeitado por muitas pessoas por causa das aparências
(Isaías 53:2-3).
II. POR QUE DEUS ESCOLHEU OS POBRES PARA PARTICIPAREM DO
REINO. (V.5)
a. Isso aponta tanto para a ideia de que os critérios de escolha de Deus dos
participantes do Seu Reino foram diferentes daqueles que os homens
tomam.
b. Quanto, aponta que Deus tem afeições pelo pobre e necessitado. Isso não
é uma apologia a pobreza. Mas, um reconhecimento de que os pobres
estão em maior número no reino de Deus.
c. 1Co 1:24 “Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos,
pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura
de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do
que os homens. 26 Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não
foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem
muitos de nobre nascimento; 27 pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas
do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo
para envergonhar as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas humildes do mundo,
e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; 29 a
fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. 30 Mas vós sois dele,
em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria,
glorie-se no Senhor.
d. A ênfase aqui é sobre o fato de Deus haver escolhido, uma decisão que
envolve a sua graça.
e. Se a salvação fosse baseada em méritos, não seria pela graça. A graça
deixa implícita a escolha soberana de Deus daqueles que não podem se
esforçar para obter nem merecem a salvação que ele oferece (Ef 1:4-7;
2:8-10).
f. Deus nos salva totalmente com base na obra de Cristo na cruz, não em
função de alguma coisa que somos ou temos.
g. Deus desconsidera as diferenças nacionais (At 10:34).
h. Os cristãos judeus ficaram estarrecidos quando Pedro visitou a casa de
um gentio chamado Cornélio, pregou aos gentios e até comeu com eles.
i. O tema do primeiro concílio da Igreja foi: "Um gentio deve tornar-se
judeu a fim de se converter à fé cristã?" (At 15). Ao que o Espírito Santo
lhes respondeu: "Não!" Aos olhos de Deus, tratando-se da condenação
(Rm 2:6-16) ou da salvação (Rm 10:1-13), não há diferença alguma entre
judeus e gentios.
j. Deus também desconsidera as diferenças sociais. Os senhores e escravos
(Ef 6:9), bem como os ricos e os pobres, são iguais para ele.
k. Tiago ensina que a graça de Deus transforma o homem rico em pobre,
pois não pode depender de sua riqueza; também transforma o homem
pobre em rico, pois lhe dá como herança as riquezas da graça de Cristo
(ver novamente Tg 1:9-11). "O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e
também exalta. Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o
necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o
trono de glória" (1 Sm 2:7, 8).
l. Os pobres neste mundo tornam-se ricos em fé; como filhos de Deus,
herdam a riqueza do reino.
m. É possível ser pobre neste mundo e rico no porvir, ou ser rico neste
mundo e pobre no porvir (1 Tm 6:1 7, 18).
n. Tudo depende da atitude em relação a Cristo e à riqueza material dada
por ele.
o. As promessas do reino de Deus são para "[os] que o amam" (Tg 2:5), não
para os que amam este mundo e suas riquezas.
p. Encontramos uma repreensão severa em Tiago 2:6, 7: "Quando vocês
desprezam o pobre, agem como os incrédulos ricos".
q. Tiago apresenta um dado social e religioso muito preocupante. A
opressão dos ricos sobre os pobres (v. 6, 7).
r. Naquele tempo, era fácil os ricos explorarem os pobres, influenciarem as
decisões dos tribunais e enriquecerem ainda mais.
s. Infelizmente, vemos, nos dias de hoje, os mesmos pecados que
blasfemam o próprio nome de Cristo.
t. Se cremos, de fato, na doutrina da graça de Deus, somos impelidos por
ela a nos relacionar com as pessoas tomando por base o plano de Deus,
não o mérito humano nem a posição social.
u. A igreja que se volta somente para uma classe social não é uma igreja
que exalta a graça de Deus.
v. Em sua morte, Jesus derrubou o muro de separação entre judeus e
gentios (Ef 2:11-22).
w. Mas, em seu nascimento e vida, Jesus derrubou os muros entre ricos e
pobres, jovens e velhos, cultos e incultos.
x. É errado reconstruir esses muros, e, se cremos na graça de Deus, não é
possível voltar a erguer separações.
III. NÃO DEVEMOS DISCRIMINAR PORQUE ISSO CONTRARIA O
MANDAMENTO DE DEUS. (TG 2:8-11).
a. Nos últimos anos, os cristãos têm debatido a questão da inspiração e da
autoridade da Palavra de Deus. Sem dúvida, é bom defender a verdade
das Escrituras, mas não se deve esquecer jamais que nossa vida e
ministério são as melhores defesas.
b. L. Moody costumava dizer: "Toda Bíblia deve ser encadernada com
couro de sapato!"
c. Tiago vai ao Antigo Testamento buscar uma das leis de Deus: "Amarás o
teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19:18).
d. Em sua parábola do bom samaritano, Jesus diz que o próximo é qualquer
pessoa que precisar de ajuda (Lc 10:25-37). Não se trata de uma questão
de distância, mas sim de oportunidade.
e. A pergunta importante não é "quem é meu próximo?", mas sim "a quem
eu posso ser o próximo?"
f. Por que a injunção para "amar o próximo" é considerada a "Lei régia"?
g. Em primeiro lugar, foi dada pelo Rei. Deus Pai deu essa ordem em sua
Lei e Deus Filho reafirmou-a a seus discípulos (Jo 13:34).
h. Deus Espírito enche nosso coração com o amor de Deus e espera que
compartilhemos esse amor com outros (Rm 5:5).
i. Os verdadeiros cristãos são "por Deus instruídos que [devem amar-se]
uns aos outros" (1 Ts 4:9).
j. "Amar o próximo" é a lei régia por outro motivo:
k. Ela governa sobre todas as outras leis. "O cumprimento da lei é o amor"
(Rm 13:10). Se cada cidadão amasse, de fato, seu próximo, não haveria
necessidade de ter milhares de leis complexas.
l. Mas o principal motivo que torna régia essa lei é o fato de que obedecer
a ela nos toma reis.
m. O ódio transforma o indivíduo em escravo, mas o amor liberta do
egoísmo e permite governar como reis.
n. O amor capacita-nos a obedecermos à Palavra de Deus e a tratarmos as
pessoas como Deus ordena que façamos. Não obedecemos à Lei de Deus
por medo, mas sim por amor.
o. Fazer acepção de pessoas pode levar o indivíduo a desobedecer a toda a
Lei de Deus.
p. Ao considerar os Dez Mandamentos, é possível encontrar maneiras de
transgredir qualquer uma das leis, se favorecermos alguém em função de
sua posição econômica ou social.
q. A acepção de pessoas pode nos fazer mentir, por exemplo. Pode levar à
idolatria (pelo dinheiro dos ricos) ou mesmo ao desrespeito aos pais.
r. Uma vez que se começa a agir com base na acepção de pessoas e a
rejeitar a Palavra de Deus, ruma-se para a direção errada.
s. Não é preciso quebrar toda a Lei de Deus para ser culpado.
t. Há somente um Legislador, e todas as suas leis vêm de sua mente e de
seu coração.
u. Ao transgredir uma lei, mostramo-nos capazes de desobedecer a todas
elas e, ao nos rebelarmos, já o fizemos.
v. Exercitar o amor cristão não significa que devo gostar de uma pessoa e
concordar com ela em tudo. Posso não gostar de seu vocabulário nem de
seus hábitos e posso não querer tê-la como amiga íntima.
w. Exercitar o amor cristão significa tratar os outros da maneira como Deus
nos trata. É um ato de volição, não uma emoção que procuramos criar.
x. O motivo é a glória de Deus. O meio é o poder do Espírito dentro de nós
("Mas o fruto do Espírito é: amor [...]" - Gl 5:22).
y. Ao exercitar o amor pelo outro, é possível ser cada vez mais atraídos
para junto dele e (por meio de Cristo) ver nele qualidades que antes não
conseguíamos perceber.
z. Além disso, o amor cristão não deixa a pessoa onde a encontra. O amor
deve ajudar o pobre a melhorar de vida e o rico a otimizar o uso dos
recursos que Deus lhe deu. O amor sempre edifica (1 Co 8:1); o ódio
sempre destrói.
aa. Cremos na Bíblia apenas na medida em que a praticamos. Se não
obedecermos à palavra mais importante - "Amarás o teu próximo como a
ti mesmo" -, não nos sairemos bem com as questões secundárias das
Escrituras.
bb. O grande defeito dos fariseus era o fato de zelarem por questões
secundárias e de ignorarem as fundamentais (Mt 23:23). Transgrediam a
própria Lei que defendiam!
IV. DEVEMOS NÃO DISCRIMINAR O NOSSO PRÓXIMO PORQUE
SEREMOS JULGADO POR DEUS. (V.12, 13).
f. Toda declaração ortodoxa de fé termina com uma afirmação sobre a
volta de Jesus Cristo e o julgamento final.
g. Não existe consenso entre os cristãos quanto aos detalhes desses
acontecimentos futuros, mas ninguém nega sua certeza, como também
não nega a importância do julgamento final.
h. Tanto Jesus (Jo 5:24) quanto Paulo (Rm 8:1) garantiram que os cristãos
jamais serão julgados por seus pecados; mas nossas obras serão julgadas
e recompensadas (Rm 14:10-13;2 Co 5:9, 10).
i. Nossas palavras serão julgadas (v. 12a).
i. Convém observar as palavras ditas aos dois visitantes em Tiago
2:3. O que dizemos para as pessoas e a forma como dizemos será
colocado diante de Deus. Até mesmo nossas palavras descuidadas
serão julgadas (Mt 12:36). É claro que as palavras que proferimos
vêm do coração, de modo que, quando Deus julga as palavras, na
verdade está examinando o coração (Mt 12:34-37).
ii. Em algumas de suas advertências no sermão do monte, Jesus
enfatizou a cautela na hora de falar (Mt 5:21-26, 33-37; 7:1-5, 21-
23).
j. Nossos atos serão julgados (v. 12b).
i. Há mais detalhes em Colossenses 3:22-25.
ii. É verdade que Deus não se lembra mais de nossos pecados de
modo a nos condenar por eles (Jr 31:34; Hb 10:1 7), mas esses
pecados afetam nosso caráter e nossas obras.
iii. Não é possível pecar levianamente e, ao mesmo tempo, servir
com fidelidade.
iv. Deus perdoa nossos pecados quando os confessamos a ele, mas
não pode mudar suas consequências.
k. Nossas atitudes serão julgadas (v. 13).
i. Tiago contrasta duas atitudes: demonstrar misericórdia para com
outros e se recusar a demonstrar misericórdia.
ii. Se somos misericordiosos com os outros, Deus pode ser
misericordioso conosco. Contudo, não devemos distorcer essa
verdade e transformá-la em mentira.
iii. Ela não significa que nos esforçamos para merecer a misericórdia
demonstrando misericórdia, pois isso é impossível. Se fosse
merecida, não seria misericórdia!
iv. Também não significa que devemos "ser tolerantes com o
pecado" e nunca julgá-lo na vida de outros.
v. Não condeno ninguém - um homem me disse certa vez portanto,
Deus não me condenará. - Ledo engano! Tanto a misericórdia
quanto a justiça vêm de Deus, de modo que não competem entre
si.
vi. Onde Deus encontra arrependimento e fé, ele pode demonstrar
misericórdia; onde encontra rebeldia e incredulidade, deve
administrar justiça.
vii. É o coração do pecador que determina o tratamento que recebe. A
parábola que Jesus conta em Mateus 18:21-35 exemplifica essa
verdade. A parábola não é uma ilustração da salvação, mas sim
do perdão entre servos. Se perdoarmos nossos irmãos, teremos
um coração aberto para o perdão de Deus.
l. Seremos julgados "pela lei da liberdade".
i. Por que Tiago usa esse título para a Lei de Deus?
ii. Em primeiro lugar, porque quando obedecemos à Lei de Deus,
ela nos liberta do pecado e permite que andemos em liberdade (SI
11 9:45).
iii. Além disso, a Lei nos prepara para a liberdade. Uma criança deve
sujeitar-se a regras e normas, pois não tem maturidade suficiente
para lidar com as decisões e exigências da vida. Recebe disciplina
exterior, a fim de poder desenvolver disciplina interior e, um dia,
viver livre das regras.
iv. Liberdade não é sinônimo de licenciosidade. A licenciosidade
(fazer tudo o que se tem vontade) é o pior tipo de escravidão. Ser
livre significa ter liberdade para fazer tudo o que é permitido em
Jesus Cristo. Licenciosidade é confinamento, liberdade é
realização.
v. Por fim, a Palavra é chamada de "lei da liberdade", porque Deus
vê o coração e sabe o que faríamos se tivéssemos a liberdade de
fazê-lo.
vi. O aluno cristão que obedece apenas porque a escola tem regras
não está, verdadeiramente, crescendo em maturidade. O que fará
quando sair da escola?
vii. A Palavra de Deus muda o coração e propicia o desejo de fazer a
vontade de Deus, de modo que a obediência se dá por compulsão
interior, não por coação exterior.
CONCLUSÃO:
a. Esta seção apresenta uma mensagem clara: o comportamento deve ser controlado
pelas convicções. Se, de fato, cremos que Jesus é o Filho de Deus e que Deus é
bondoso, que sua Palavra é verdadeira e que um dia ele nos julgará, nossa conduta
revelará tais convicções.
b. Antes de atacar os que não têm uma doutrina ortodoxa, é bom certificar-se de que
praticamos as doutrinas que defendemos. Apesar de sua teologia maravilhosa, Jonas
odiou as pessoas e se irou com Deus (Jn 4).
c. Um dos testes da realidade de nossa fé é a maneira de tratarmos outras pessoas. Será
que seremos aprovados?

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