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Os Quatro “is” do Preconceito

Introdução:

“Vídeo da mãe falando sobre o preconceito sofrido pela filha.”

Narrativa:

1. Pastor igreja:

Pastor da igreja de Jerusalém, no início do cristianismo, que precisou tratar de algo delicado
no convívio entre os irmãos, o preconceito e o favorecimento aos ricos.

Os leitores de Tiago não estão experimentando apenas opressão econômica, como muitos de
seus patrícios judeus;

eles também estão sofrendo perseguição religiosa.

Provavelmente as duas coisas estavam relacionadas — processos judiciais contra os cristãos,


de natureza financeira, podem ter sido motivados e combinados com o escárnio à fé que
possuíam.

Exemplo: Igreja católica que expulsava da casa e dos empregos os que se convertiam ao
protestantismo no interior do Brasil.

2. Carta propósito:

A carta tem o propósito de aplicar de forma prática os ensinamentos de Jesus, baseados na


compreensão de que o Cristão não pode viver sua fé desassociada da prática. A ideia é: A fé
que nos salvou é evidenciada pela prática.

3. Revisão das perícope estudadas:

Primeiro capítulo aponta para a maturidade cristã conquistada em meio as provas.

· Ser feliz pela maturidade conquistada nas provações.

· Ser feliz pela salvação alcançada em Cristo.

· Ser feliz pelas boas dádivas de Deus.

· Ser feliz praticando a palavra.

Frase de transição: Agora o tom é pastoral, sua ação é para resolver problemas sérios
enfrentados pela sua igreja e seu primeiro clamor é:

Seja imparcial!
O preconceito é incompatível, incoerente, irresponsável, demonstra nossa
Incompetência.

Estudaremos os quatro “is” do preconceito:

Argumentos:

I. Incompatível (2:1-4).

com a fé em nosso Senhor.

1 Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de
pessoas.

· Mais uma vez usa sua proximidade com os irmãos para chamar atenção para um problema
muito delicado:

· Sua fé precisa ser evidenciada na prática:

· Não pode demonstrar favoritismo. (προσωπολημψίαις)

· Expressão literalmente: “Receber o rosto” é fazer julgamentos e estabelecer diferenças


baseadas em considerações externas, tais como aparência física, status social ou raça.

O problema enfrentado por Tiago nos serve de exemplo:

2 Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos
de luxo, e entrar também algum pobre andrajoso,

3 e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo e lhe disserdes: Tu, assenta-te aqui em
lugar de honra; e disserdes ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado
dos meus pés,

4 não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos
pensamentos?

· O contraste apresentado por Tiago é claro:

· Anel de ouro e roupas brilhantes

· O pobre de roupa suja.

· Tiago chama atenção para a possibilidade de tratar o rico com respeito, Lugar de honra.

· Ao pobre, fica em pé ou no estrado.

Ilustração: Amigo do pregador fantasiado de mendigo.

Aplicação:
Será que estamos preparados para receber bem a todos em nossa igreja?

Será que recebemos bem o pobre em nossa igreja?

Será que recebemos bem aqueles que consideramos diferente dentro da igreja?

· Não podemos fingir que esse não é um problema nosso, cobrindo com falsas afirmações e
hipocrisia a nossa má conduta.

· Não podemos falar que somos imparciais, hospitaleiros e que não temos preconceito sem
reavaliar nossos pensamentos, palavras e atitudes.

Muitas vezes esse preconceito está tão oculto em nossa cultura e criação que acabamos
agindo de forma totalmente diferente do que falamos.

· Devemos levar o evangelho aos pobres, pregar aos necessitados.

· Devemos demonstrar o amor de Deus estendendo a mão ao necessitado.

· Devemos aceitar o diferente como alguém que poder ser transformado por Deus e se tornar
nosso irmão em Cristo.

· Devemos confiar que não há situação ou caráter que seja mais profundo ou duro que o
evangelho de Cristo não possa mudar completamente.

Agir de forma preconceituosa é incompatível com a nossa fé em nosso Senhor.

2. Incoerente (2:5).

com o caráter de Deus

5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem
ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?

· Mais uma pergunta retórica apontando para uma verdade que deveria ser óbvia aos leitores
de Tiago, e para nossa igreja.

· Sua resposta é SIM, os valores do Reino de Deus são infinitamente maiores que as riquezas
desse mundo!

· A eleição é obra de Deus, como ensina Paulo.

ICo 1.28,29

“e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para
reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.

· Mais uma vez Tiago chama atenção aos pobres e aos ricos que o maior privilegio do crente é
ser ricos na fé, herdeiros do Reino prometido.
· Essa riqueza é reservada aos que o amam.

Ilustração:

- Milagres de Jesus demonstravam o amor de Deus pelos perdidos: Quando João Batista
perguntou se Jesus era realmente o messias, Jesus mandou dizer: “os cegos veem, os coxos
andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos
pobres está sendo pregado o evangelho”.

Em Jesus há mais que curas emergenciais, mais que assistencialismo interesseiro.

Em Jesus há compaixão que em todos os milagres apontou para seu propósito maior. Sua
compaixão o levou a morte de cruz, para salvação dos que ele escolheu!

Não há maior valor que a salvação que só encontramos em Cristo Jesus!

Aplicação:

Quando entendemos valor do Reino de Deus e ao privilégio da ter essa fé reconciliatória:

Precisamos:

· Pregar o evangelho com desejo de cooperar com Deus na reconciliação de todos, sem olhar
para cor, condição social ou qualquer outra diferença.

· Precisamos entender que os que vivem na prática do pecado, sejam adúlteros,


homossexuais, ladrões, mentirosos... devem ser recebidos assim como o senhor os recebeu,
com compaixão. É pelo ouvir a palavra que o pecador conhece o evangelho que pode libertar.

Quando entendemos valor do Reino de Deus e o privilégio de pertencer a esse Reino


prometido.

Precisamos:

· Tratar como algo passageiro todas as riquezas desse mundo e não hierarquizar as pessoas
que estão ao nosso lado por suas posses ou títulos.

· Precisamos nos parecer mais com Deus e entender que todos são necessitados Dele

o tanto os que sabem disso por se encontrar em uma situação de necessidade material

o quanto os que não se deram conta disso por que estão abastados.

Agir de forma preconceituosa é Incoerente com o caráter de Deus.

3. Irresponsável à (2:6-7).

luz dos males sociais


6 Entretanto, vós outros menosprezastes o pobre. Não são os ricos que vos oprimem e não são
eles que vos arrastam para tribunais?

7 Não são eles os que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?

Tiago nos chama a atenção para o fato de que as ações dos ricos atingiam os pobres de forma
impiedosa, os verbos que ele usa são taxativos:

Oprimem – Explora, Judeus ricos.

Arrastam para tribunais – Judeus ricos e influentes tinham o poder de arrastar judeus
cristãos pobres para os tribunais a fim de prejudica-los.

Blasfemam o bom nome – São eles que precisam ouvir os ricos blasfemando contra o nome
de Jesus. Se ficarem em silêncio enquanto os ricos blasfemam contra esse bom nome, eles
mesmo pecam contra o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão (; ).

Ilustração: Jesus foi condenado em um julgamento injusto, testemunhas pagas e


parcialidade política em todos os níveis do tribunal.

Aplicação:

Se tratamos melhor o rico por causa do seu dinheiro, além de demonstrar a mesquinhez de
nosso coração, estamos nos colocando do lado errado dessa questão.

· Como cristão devemos defender o pobre e o necessitado.

· Devemos nos posicionar a favor da causa do explorado.

· Devemos nos posicionar de forma contraria a exploração e a opressão dos ricos.

· Ficar calado, parado e não tomar partido já é tomar partido.

Valorizar o rico é ser incoerente com a nossa função de proteger o pobre e o necessitado.

Agir de forma preconceituosa é ser irresponsável à luz dos males sociais.

4. Incompetência (2.8-13).

Demonstra nossa incompetência em obedecer ao padrão de amor de Deus e resulta em


condenação divina

8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo, fazeis bem;

9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como
transgressores.
10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de
todos.

11 Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não
adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei.

· O amor ao próximo tem ligação direta com a obediência da Lei. Tiago repete as palavras do
Mestre ao resumir a lei. Amarás o teu próximo!

· Lei Régia -Lei do Reino! (Bem aventuranças)

· A consequência que ele chega é direta: Fazer acepção de pessoas é pecado.

· O salário do pecado é a morte!

· Afirma que se pecarmos em apenas um ponto, nos tornamos culpados de toda a lei!

· Não adultera, mas mata = culpado de toda a lei.

· Severidade do pecado, vem da afronta ao caráter de Deus.

· A lei é perfeita e completa.

A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria


aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do
SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre;
os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que
ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.

· Ela se expressa no “amor perfeito” que flui de Deus para os seres humanos e dos seres
humanos para Deus e para o seu próximo.

· Na liberdade da lei do amor, o filho de Deus se desenvolve.

Ilustração: Assassinato no trânsito, vai preso mesmo que não tenha cometido nenhum outro
delito.

12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei
da liberdade.

13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A
misericórdia triunfa sobre o juízo.
Não são cadeias humanas que aguardam os que agem com preconceito, o Juízo de Deus é
reservado a todos os que não usam de misericórdia, por isso, como crentes não podemos
falar ou proceder como os ímpios.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (), mas a


misericórdia precisa ser praticada juntamente com a justiça. Devemos considerar a
misericórdia e a justiça como normas iguais e aplicar ambas.

Aplicação:

Devemos agir em misericórdia segundo a lei da liberdade:

Portanto,

Seja imparcial no falar:

· Pregue o evangelho todo para todas as pessoas.

· Dirija-se com cordialidade para com todos.

· Se perceber que o preconceito vai poluir suas palavras e envenenar outros, não peque! não
fale!

· Na necessidade de corrigir, corrija em amor, segundo a palavra, a todos.

Seja imparcial no seu proceder:

· Ao escolher suas amizades, que sua última preocupação seja o que vai receber em troca.

· Ao se posicionar em uma questão, posicione-se ao lado da verdade com imparcialidade.

Agir de forma preconceituosa demonstra nossa incompetência em obedecer ao padrão


de amor de Deus e resulta em condenação divina

Frase de transição: Quero reforçar o clamor de Tiago...

Conclusão:

1. Agir de forma preconceituosa é incompatível com a nossa fé em nosso Senhor.

2. Agir de forma preconceituosa é Incoerente com o caráter de Deus.

3. Agir de forma preconceituosa é ser irresponsável à luz dos males sociais.

4. Agir de forma preconceituosa demonstra nossa incompetência em obedecer ao padrão de


amor de Deus e resulta em condenação divina.

O preconceito é incompatível, incoerente, irresponsável, demonstra nossa


Incompetência.
Por isso se valha de outro “i”:

Seja imparcial!

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