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Tema: Vida no Reino é: vida orientada pelo Sermão do Monte.

Texto: 2 Cor.3.7-18

Introdução

A vida do crente é uma ruptura com aquilo que não é gente. Gente é gente
quando se encontra com o Cristo, com o crucificado, com o ressurreto.

Querer entender a vida sem antes ter vida é algo impossível. E a vida é
Cristo, vida esta que está para além de uma realidade metafísica, é uma
realidade humana, pois somente com o humano que me torno humano, por isso o
próprio Deus se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória como unigênito
do pai. Para nos mostrar como é ser um ser humano. E dentro dessa amostra,
encontra-se um dos ensinos mais belos e mais profundos, Sermão do Monte.

É nele que mostramos se estamos preparados para a cruz ou não. São


nesses ensinos que mostramos que pertencemos ao Reino de Deus ou não.

O que torna-nos participantes do Reino não é o levantar as mãos num dia


de domingo, de frequentar uma comunidade de fé, mas evidenciar em nossas
ações os valores do Reino.

Como o apóstolo Paulo diz: “estamos sendo transformados com uma glória
cada vez maior” 2 Cor.3.18, e esse processo de transformação advém do ensino
do sermão do monte.

A expressão, “sendo transformado” usado por Paulo é a mesma utilizada no


monte da transfiguração, onde o rosto de Jesus foi transfigurado, seu rosto
parecendo como um sol Mt.17.2.

A ideia da palavra “transformados” é sofrer uma alteração da forma, assim


como a lagarta se transforma numa borboleta, metamorfose.

Não há mais referência do passado na transformação, como a lagarta de


pouco a pouco vai se transformando numa linda borboleta, assim o cristão vai se
transformando de glória em glória.

Qual é o caminho que precisamos seguir para sermos transformados?

Vida no Reino é: Vida orientada pelo sermão do monte. É no monte, na escalada


que encontraremos nossa mudança de consciência. Aqueles que ficarem
embaixo no monte, não experimentarão a transformação.

O que Jesus ensina é a vocação para ser gente.

E quais são essas vocações:


Vocação humana da consciência de ser: “Bem-aventurados os pobres de
espíritos”

Vocação humana da sensibilidade: “Bem-aventurados os que choram”

Vocação humana da justiça: “Bem-aventurados os que têm forme e sede de


justiça”

Vamos observar essas vocações evocadas no sermão do monte.

1º Vocação humana da consciência de ser: “Bem-aventurados os pobres de


espíritos”

Você é pobre? Entenda a pergunta. Você e pobre?

Pobre é um ser totalmente desprovido de qualquer poder para manter sua


existência. É aquele que vive na dependência de outra pessoa.

Agora vamos elevar essa pobreza a outro grau.

Você é pobre de espírito? Entenda a pergunta. Você é pobre de espírito?

Você tem a consciência que não é suficiente bom e nem tem virtude
algumas que o faz merecer a vida?

Os pobres de espírito sãos estes que têm a consciência que precisam de


Deus para ajudá-los em toda e qualquer ação em sua vida.

Que não há nada em sua posse e que depende totalmente do Senhor.

Tem pessoas que não choram, mas que fazem os outros chorarem por
manifestar o antirreino.

2º Vocação humana da sensibilidade: “Bem-aventurados os que choram”

Chorar é algo natural do homem. É sua vocação. A frieza, insensibilidade,


arrogância torna os homens insensíveis, e perdendo isso, tornam-se desumano.

Choro significa: compaixão pelo outro em sua condição tão deplorável de


pecado, e não nos resta nada mais que o choro.

A insensibilidade aponta que estamos totalmente fora do Reino. Jesus


chorou quando viu a incredulidade daqueles que estavam diante da ressureição
de Lázaro. O pecado cega a realidade da incredulidade.

Somos chamados para chorar, não chorar por mero emocionalismo, mas
pela condição do outro que está caminhando para a condenação do inferno.

Uma pergunta constrangedora: por quantas pessoas você chorou? Ou


melhor: Quantas pessoas ouviram de sua boca a palavra da salvação?
Sem choro, não há evidência de uma vida orientada pelo sermão do monte.

3º Vocação humana da justiça: “Bem-aventurados os que têm forme e sede


de justiça”

Um dos mais profundos ensinamentos de Jesus é este: Os que têm fome e


sede de justiça.

Assim como o corpo tem necessidades básicas como: pão e água, assim
são aqueles que pertencem ao Reino de Deus. Não se cansam de procurar a
justiça, seja dentro de casa como na relação com os outros.

A igreja gosta muito de se equiparar com o mundo. O valor mais impresso


do mundo é da meritocracia, eu mereço porque eu faço. Mas esse fazer já é fruto
de uma injustiça, pois se todos pudessem fazer você teria mérito, mas quando
apenas alguns têm a possibilidade de fazer, nisso manifesta a injustiça.

Vou repetir. “A falta de pão na mesa do pobre pode ser uma denúncia
da falta de espiritualidade no altar dos cristãos”.

Não tem como ser espiritual fazendo vista grassa para a injustiça.

E toda injustiça é criada, maquinada por uma cultura do egoísmo.

A denúncia está feita, Deus tem denunciado a igreja contemporânea de


forma escancarada. Quanto mais aumenta a fome, a morte por falta de médico,
morte por latrocínio é uma prova que a igreja brasileira não está indo bem.

Você está tão centrado em si que não consegue ver os outros, você está
saciada com a injustiça, porque ela te protege e te dar um destaque. Mas isso
não é vida no reino. É vida no anti reino.

Conclusão

Vida no Reino é: Vida orientada pelo sermão do monte não apenas um


elemento discursivo, mas prático. Ou você vive na orientado pelo reino ou você
perde seu tempo participando de uma comunidade cristã.

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