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3. PONTOS PRINCIPAIS:
V.1 – “à hora da oração, a hora nona”;
Os primeiros cristãos tinham um horário específico para a oração. A hora nona
era por volta das 15h no nosso relógio ocidental. Foi também nesse horário
que Cristo foi crucificado no Calvário.
V.2 e 3 – o paralítico;
Essa narrativa é intrigante, pois relata a situação de um homem que era coxo
de nascença. Ele nunca soube o que era andar. Ele não tinha noção da
liberdade, da bênção que isso representava. Ao pedir ajuda, portanto, este
homem mal soube expressar a sua real necessidade. Antes, focou em pedir por
aquilo que era terreno (esmolas), para suprir uma necessidade natural e
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passageira. Os seus olhos estavam neste plano terreno e, logo, aquém da
realidade do Reino espiritual – o Reino de Deus.
V.4 – “e Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: olha para nós”;
Diante da visão turva do paralítico, Pedro cheio de sabedoria, com João,
convoca o pobre homem para um ajuste de foco: olha para nós. Em primeiro
lugar, o texto enfatiza sobre o fato de que Pedro não fez isso sozinho. Era
Pedro com João. Aqui há unidade. Aqui há corpo. Onde dois ou mais
estiverem reunidos em meu nome – Mt 18:20. A cura de uma igreja que não
se move (paralítica) está no dia em que a igreja com-unidade atrair para si o
foco e se tornar referência – “olha para nós”. Além disso, nesse tipo de igreja,
não há um ou outro que se destaque mais. Nessa igreja referência, o pastor não
tem sucesso no seu ministério às custas da denominação, o líder de louvor não
conquistou fama pelos seus dons a partir da vitrine que a igreja lhe deu,
ninguém tem “sucesso” à parte. Ou há NÓS ou não há sucesso algum. Aliás,
o verdadeiro significado de sucesso precisa ser repensado. Sucesso vem de
“aquilo que sucede”, ou seja, é a consequência natural, projetada, planejada,
arquitetada, de qualquer coisa. Em outras palavras, ter sucesso é cumprir com
o propósito para o qual algo ou alguém foi criado: no caso de ser igreja,
sucesso é ser NÓS.
V.6 – (1) “não tenho prata nem ouro” (2) “mas o que tenho isso te dou”;
(1) O desapego às coisas materiais é tão característico na vida dos discípulos
que eles provavelmente caminhavam pelas ruas sem se preocupar em
carregar dinheiro consigo. Você acha que se Pedro e João tivessem ao
menos uma moedinha, não teriam dado esmola àquele homem? Tudo bem
que depois eles o curariam do mesmo jeito, mas ofertar e dar esmolas era
tão comum entre os primeiros cristãos quanto realizar sinais. No entanto,
Pedro e João de fato não deveriam ter nada de grana com eles ali, naquele
momento. Talvez para nos mostrar o estilo de vida “OLX” daqueles
irmãos. Desapegados. Já que as bênçãos correm atrás de nós, deixa elas
terem sucesso ao cumprir o propósito delas; eu é que não vou ficar parando
pra buscá-las. Estou em movimento, assim como o Reino. Estou
empenhado em uma grande obra e não posso parar (Ne 6:3).
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(2) Mas o que eles tinham, que não se pesava em balanças terrenas, que tinha valor
infinitamente maior que bilhões de cifras: o perdão, a graça, o amor, o cuidado,
a compaixão, e outras moedas do Reino... ah, isso eles carregavam com eles
e, ainda mais, estava sempre pronto a transbordar em vida na vida de outros.
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APLICAÇÃO:
Diante dos pontos destacados, podemos trazer algumas aplicações para o nosso
contexto de igreja como comunidade espiritual. Vejamos:
1. Mais cruz
A cruz é um símbolo que pode tanto remeter à morte quanto à vida.
Contemplar uma cruz no túmulo de um cemitério pode deixar o meu dia no
mínimo mais tenso. Ao passo que um quadro, uma camisa, uma bíblia com
estampa de cruz, podem me remeter a tudo que já vivi com o Senhor; logo,
me traz paz. A cruz é a morte do eu e a vida do nós. Que venhamos a
encarnar essa mensagem, assim como Pedro, que, aproveitando a
oportunidade, pregou para o povo sem “aparar as arestas”, sem suavizar a
mensagem, sem passar a mão na cabeça. Vivemos dias em que a verdade
precisa ser pregada sem rodeios. Poderemos sofrer cancelamentos e até
processos na justiça, mas são a ofensa e a atração do evangelho do Reino
que têm PODER para curar todo tipo de paralítico ao nosso redor. Nós
carregamos a cura dque vem a partir do Caminho, da Verdade e da Vida,
praqueles que já não se movem, ou que nunca souberam andar.
2. Obras x frutos
O paralítico vivia “à porta” da entrada do templo. Aquela porta tinha um
nome: formosa. Existe uma igreja que ainda não “passou pela porta (Jesus –
ver João 10)”; cristãos nominais que apenas vivem “à margem” do Reino. O
que eles têm experimentado é um nível de evangelho “bunitinho”, onde Jesus
é “fofo”, realiza os nossos sonhos e nos faz prosperar na terra. Aquilo que se
busca nessa igreja (bens materiais, emprego, conquistas, sonhos), são
objetivos que parecem “formosos” e atraentes, mas, para Deus, não passam
de ESMOLAS. São moedas sem valor algum no Seu Reino. Essa igreja
precisa olhar para os cidadãos do Reino e ser levantada pelas mãos (v.7).
“Mãos” falam de atos, feitos, obras. Um povo que sabe fazer acontecer “em
nome de Deus”. Uma igreja que tem muitas obras, mas poucos frutos. Tem
muito resultado, mas pouca ou nenhuma construção.
Que nós sejamos aqueles a inspirar essa igreja. Tanto os de fora (que ainda
não se conhecem irmãos), quantos os cristãos nominais evangélicos ou
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católicos. Que possamos, não apenas com palavras, tomar cada um deles pela
mão direita e dizer: “olha para NÓS”.
4. DESAFIO DA SEMANA:
Alguma sugestão?
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