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Ana Messiânica
1ª PARTE
Por ter nascido num dos Senhor da fonte inesgotável de Luz da Era
bairros mais orientais de Tóquio, do Dia, semelhante ao Sol no mundo
cidade também situada bem ao material. Revestido de tamanho poder,
Leste do Japão, o país do Sol concretizou a estrutura do Reino do Céu
Nascente, que, por sua vez, está na Terra, estabelecendo as colunas
localizado no extremo Oriente do mestras que estão sintetizadas nos seus
Globo Terrestre, já é um sinal de que Ensinamentos. São princípios resultantes
seria o percussor das mudanças da de suas experiências sobre Agricultura da
Noite para o Dia. Tal transformação Grande Natureza e Johrei como meio de
ocorrerá quando, após o milenar eliminar doenças e demais sofrimentos e
reinado das trevas, a Luz de uma criar felicidade. Também sobre sua
Nova Era despontar no horizonte. maneira de interpretar a m issão da Arte,
Por outro lado, é também em 23 de segundo a qual a expressão da verdadeira
dezembro que, no Hemisfério Norte, beleza contribui para elevação espiritual
os dias começam a ficar mais longos de quem a aprecia. Tão preciosos
do que as noites e a Luz ganha conceitos são que vão despertar a
terreno sobre as trevas. consciência divina no homem, permitindo-
lhe criar, em comunhão com Deus, uma
nova civilização. Meishu-Sama foi uma
criança doentia. Em sua adolescência e
juventude, padeceu de muitos males
físicos. Aos 16 anos teve pleurisia e ficou
seis meses hospitalizado. Aos 19 anos,
ficou tuberculoso e curou-se com um
regime alimentar vegetariano.
Posteriormente, teve tifo, sofreu de males
do estômago, reumatismo, cistite,
amidalite, dermatites purulentas,
distúrbios cardiovasculares e terríveis
dores de dente.
Meishu-Sama esclareceu,
no seu Ensinamento "A Minha Luz",
nos Estados Unidos, num esforço de
iniciar a propagação da fé por todos os
países.
COLETÂNEA DE POEMAS
Além de escrever Ensinamentos, Meishu-Sama escrevia poemas; no
decorrer de sua vida, compôs cerca de 5.500. São composições onde ele canta a
natureza, os sentimentos e também a Religião, abrangendo, portanto, uma vasta
área. Alguns são entoados como salmos, outros expressam os seus sentimentos
em épocas de sofrimento e ainda, suas emoções como a alegria e a tristeza, a ira e
os desejos que sentiu como ser humano.
Quando as atividades religiosas passaram a serem desenvolvidas
oficialmente, com a Instituição da Igreja Kannon do Japão, o Mestre publicou a
Coletânea de Salmos, editada em julho de 1948. Nela estão contidos os poemas
entoados nos cultos em forma de salmos. No prefácio comenta: ―A poesia Waka
tem um poder misterioso. Consegue-se expressar em apenas 31 sílabas o que não
se consegue dizer com milhares de palavras. E o seu poder de mover as pessoas,
então, é inimaginável. O livro reúne poemas que eu próprio escolhi e que, entre
outros temas, cantam os sentimentos, a moral e as virtudes, expressando aquilo
que eu sentia na ocasião em que os escrevi. Como não sou poeta, compus a
maioria sem pensar muito, exprimindo-me com naturalidade. Meu único cuidado foi
torná-los de fácil compreensão, mantendo a elegância e a beleza do espírito das
palavras”.
Em 30 de novembro de 1949 foi publicada a coletânea poética intitulada
―Akemaro Kin‘eishu‖ (As ultimas composições de Akemaro), constituída de 486
poemas compostos por Meishu-Sama entre janeiro de 1936 e setembro de 1949.
Neles, expressa francamente o seu estado de espírito desde a fundação da Igreja.
ÓRGÃOS INFORMATIVOS
Logo após a publicação do livro ―Assuntos Relacionados à Fé‖, em 1948,
lançou uma revista mensal e um jornal semanal (este, mais tarde, passou a sair de
dez em dez dias). A revista recebeu o nome de ―Tijõ Tengoku‖ (Paraíso Terrestre)
e teve o seu primeiro número editado em dezembro de 1948. As capas dos
números 1, 2 e 3 apresentavam imagens coloridas de Kannon pintadas por Togõ
Seiji (1897-1978).
Paralelamente ao lançamento da revista ―Tijõ Tengoku‖, Meishu-Sama
institui a Empresa Jornalística Hikari, Em março de 1949, foi lançado o Jo rnal
―Hikari‖ (luz), cujo nome foi mudado, posteriormente para ―Eikõ‖ (Glória). A
empresa iniciou suas atividades sediadas no Distrito de Minato, em Tóquio,
mantendo, também um escritório no bairro Higashiyama em Atami. O mestre
participava do trabalho com o redator-chefe, repórter e revisor. Por conseguinte,
não só ele escrevia Ensinamentos, em forma de teses, para o jornal ―Hikari‖ como
também colaboravam todos os meses na revista ―Tijõ Tengoku‖, além de continuar
compondo poemas assinados com o nome artís tico de Akemaro Lia, ainda, as
matérias enviadas pelos fiéis, inclusive as Experiências de Fé e dava instruções
para a redação do jornal e da revista.
Os ensinamentos eram elaborados diretamente por Meishu -Sama, mas
ele os pregava com a postura de representante de Deus. Conseqüentemente,
tratava-os como palavras do Criador Existem diversas provas de que elaborava
seus ensinamentos no estado espiritual de união com Deus, inclusive a própria
força do que ele ditava. Meishu-Sama chegava a ditar doze ou treze folhas de
papel sulfite por hora por isso os Ensinamentos iam se acumulando. Certo dia
disse: “Os artigos estão sob rando. Portanto, estreite as margens do jornal “Eikõ” e
procure colocar o máximo de letras que puder”. Fez-se então o possível para que
fosse publicado o maior número de artigos seus.
Mas o Mestre não escrevia apenas para os órgãos da Igreja. Como era
uma pessoa para a qual convergia a tenção da sociedade, jornais e revistas de
outras religiões solicitavam sua colaboração. Era freqüente chegarem pedidos
especificando o número de laudas e os temas. Ele os aceitava sem nenhuma
preocupação, ele ditava-os mostrando muita alegria.
Meishu-Sama explica que nos ensinamentos das religiões existentes
desde a antiguidade há muitos pontos difíceis de serem entendidos, razão pela
qual não só surgiram ramificações, como também, por meio deles, não se
conseguiu promover a salvação desejada. Por isso, ao ditar seus Ensinamentos ele
tomava muito cuidado para torná-los de fácil compreensão para velhos e jovens,
homens e mulheres, de todas as idades e níveis de educação ou condição social.
Conseqüentemente, não se limitava a deixar os textos na forma como os ditara.
Corrigia-os quantas vezes fossem necessárias, fazia modificações ou acréscimos
procurando formas de expressão mais compreensíveis. Às vezes chegava a passar
o Ensinamento a limpo mais de vinte vezes. Depois que ele ficava pronto pedia ao
encarregado dessa parte que o lesse e desse sua opinião. Será que se eu usar
essa expressão, os fiéis vão entender o que eu quero dizer? E você entende o que
quero dizer? Entende? Perguntava-lhe.
VOCÊ TEM LIDO OS MEUS ENSINAMENTOS?
Meishu-Sama caligrafando
Os quadros que Meishu-Sama caligrafou durante mais de vinte anos,
desde que iniciou a Obra Divina de salvação do mundo, atingem uma q uantidade
surpreendente.
Em 1931, O Mestre pintou o Hinode Kannon, em 1934 o Senju Kannon e
muitos outros quadros. Em 1936 através das atividades da Associação dos Cem
Kannon, pintou imagens de Kannon coloridas e a partir de 1941 começou a pintar
também, imagens de Komyo Nyorai e Daí Komyo Nyorai. Ainda mesma época com
o avanço da Obra Divina, ele dava de presentes a fiéis imagens de Kannon para
que divulgassem a obra pintando em grande quantidade. Pintou Kannon segurando
uma pedra preciosa ou um sutra; em cima das nuvens; sentado cerimoniosamente;
fazendo pregações; vagando pelas nuvens, etc.
Kannon é abreviação de Kanzeon Bossatsu, Deus que salva mostrando
piedade em relação às pessoas que busca salvação e as salva. Conhecido
também como Miroku.
Além das pinturas Meishu-Sama fez inúmeras caligrafias . No período final
da Segunda Grande Guerra Mundial, quando os ataques aéreos se intensificaram,
caligrafou, em letras grandes ―kamikaze‖ (Vento Di vino), Shinryu (Deus Dragão) e
ainda, Kômyo (Luz Intensa), instruindo as pessoas no sentido de que esta última
fosse colocada em cima da imagem de Kannon na hora dos bombardeios. Por isso,
todos diziam que o Kômyo era para afastar bombas.
Contam-se muitos milagres obtidos através das suas caligrafias por
ocasião da Segunda Guerra Mundial.
E mesmo após o término da guerra, quando as matérias primas e o
combustível eram escassos, só de se pendurar na parede à caligrafia ―Shunkõ‖
(Luz da Primavera), o recinto misteriosamente, ficava aquecido inclusive durante o
inverno. Dizem ainda, que, pendurando-se a caligrafia ―Keissui‖ (ser abençoado
com água) numa casa cujo poço secaria, este voltava a ter água.
No início de 1946, quando a Obra Divina entrou numa nova fase, com a
rápida expansão da difus ão, o Mestre começou a caligrafar mais dois tipos de
imagem da Luz Divina: Kômyo Nyorai e Daí Nyorai, além de continuar pi ntando
imagens de Kannon. Alguns meses depois, purificando com sarna, doença que o
deixou acamado, não pôde pegar no pincel por uns tempos; no ano seguinte,
porém, quando começou a se restabelecer, passou a confeccionar as imagens da
Luz Divina unicamente com letras, não pintando mais a figura de Kannon. Segundo
Meishu-Sama nos ensina letra é Espírito e desenho é matéria e por isso, aquela
tem um nível mais elevado. Daí podem concluir que essa modificação foi uma
Providência de Deus, decorrente da expansão da Obra Divina.
A partir dessa época, o ―omamori‖ (protetor) constituído pela palavra
―Kõmyo‖ o qual levava o sinte ―Nyorai‖ teve esta palavra substituída por ―Jô‖
(Purificação) com o sinte ―Gyo‖. Ao ser instituída a Igreja Kannon do Japão, em
1948, passou a ser caligrafada ―Hikari‖ (Luz). Criaram -se também, mais dois tipos
de protetor, respectivamente com as palavras Kõmyo (luz intensa) e Daí Kõmyo
(Luz muito intensa). ―Mais tarde as palavras que constituíam as três categorias de
protetor foram substituídas por ―JÔ‖, ―Joriki‖ (Poder Purificador) ou Jokõ (Luz
Purificadora) e Daí Jôriki‖ (Grande Luz Purificadora). ―Mas logo voltaram as
palavras primitivas, ou seja, ―Hikari‖, Kõmyo‖ e Daí Kõmyo, escritas em sentido
vertical, as quais continuam até o presente. A partir de 1962, o termo ―omamom‖ foi
substituído por ―Ohikari‖ (Luz Divina). Assim, o Ohikari usado pelos fiéis sofreu
diversas modificações trançando sua história de acordo com a Providência de
Deus nas diferentes épocas.
Meishu-Sama tinha a mão cheia de calos por fazer tantas caligrafias, que
ele colocava tanto empenho porque o Poder de Deus atuava através delas, ou
seja, elas tinham um papel central na Obra Divina. Assim, durante toda a sua vida,
pintou cerca de 7.000 figuras de Kannon e Nyorai e, incluindo os protetores, fez
pelo menos 1 milhão de caligrafias.
VIVIFICAÇÃO PELAS FLORES
Quando jovem Meishu-Sama quis ser pintor e, mais tarde, profissional de
―maki-e‖. Mas como tomou o caminho da religião não se tornou uma coisa nem
outra. Mas continuou, durante toda sua vida a dispensar um grande amor a Arte,
nunca deixando de apreciar as coisas belas. E entre elas estavam as flores,
cultivando-as em seu jardim mesmo quando morou em casas pequenas. Depois
que se mudou para o solar da Montanha Preciosa, cuj o terreno era bem espaçoso,
iniciou um verdadeiro cultivo, passando a ter flores das quatro estações do ano.
Assim, a flor se tornou inseparável de sua vida.
O Mestre fazia do tratamento das plantas uma tarefa diária. Andava pelo
jardim e podava-as, tirando-lhes os galhos supérfluos e dando-lhes um belo
formato. Na época em que residia no Solar da Montanha Preciosa, além de flores,
começou a vivificar árvores e ervas do jardim em vasos e cestos. Fez uma
quantidade infinita de vivificações, durante quase vinte anos, até o final de sua
vida. Com base nessa experiência ensinou que a postura com que as flores devem
ser vivificadas: “Eu jamais forço o formato das flores; vivifico-as da maneira mais
natural possível. Com isso, elas ficam b em vivas, durando b astante. Se mexermos
muito, elas morrem e perdem a graça. Sempre que vou fazer uma vivificação,
idealizo antes o seu formato, corto as flores e coloco -as imediatamente no vaso e
assim a vivificação fica mais bonita”.
A rapidez era um forte no Mestre ele vivificava em meia hora mais de dez
vasos.
As pessoas geralmente se preocupam em saber se o material a ser
empregado nas vivificações absorve bem a água. Mas o Mestre não tinha a menor
preocupação com isso. Utilizava qualquer planta da estação. A esse respeito, ele
escreveu: “É preciso conversar com as flores e vivificar seu sentimento. Se não
fizermos isso, elas não ficam contentes. Não ficando contentes, murcham logo. As
flores não gostam de ver negligenciadas as suas características, isto é, de serem
arrumadas com muita técnica, como faz a maioria das pessoas”.
Quando Meishu-Sama recebia uma visita, procurava agradá-la
ornamentando a sala com obras de arte, que ela apreciasse. Por conseguinte,
também no caso das flores, não fazia vivificações apenas pa ra si. Ele se deleitava
com a sua beleza em companhia da família, dos fiéis e dos visitantes. Assim,
vi vificava as flores, com grande respeito e por isso, em toda oportunidade, falava
sobre elas. Por exemplo: ―Não há pessoas más entre as que amam as flores”, “O
Mal não gosta de flores”, “As flores dão boa influência ao Mundo Espiritual”, etc. E
elas também serviram de tema para os seus poemas, como os que seguem:
Quem deseja igualar-se
A beleza das flores,
Possui um coração
Que a elas se assemelha‖
Quem desvia os olhos
Do sentimento humano
Da lua, da neve e da flor
Não possui espírito elevado.
Amar as flores
Na primavera,
E o bordo no outono,
É corresponder
As bênçãos de Deus.
Templo Murou
Nesse dia, o estado de Meishu-Sama não era bom, tendo ele subido ao
Altar com muito custo e ajudado por terceiros. Como ficaram sabendo que
poderiam encontrá-lo, depois de dois meses sem vê-lo, os fiéis ali se reuniram em
número superior a dez mil, provenientes de todo o país. Era a primeira vez que o
Mestre aparecia em público desde o início de sua purificação. Estava todo vestido
de branco e fez uma saudação bem simples. Nessa oportunidade, o presidente da
Igreja Õkussa Naoyoshi, comunicou aos presentes a deliberação de chamá-lo dali
em diante pelo nome de Meshia-Sama (Messias) e não mais de Meishu-Sama.
Após dois meses de purificação, o Mestre sentira -se firmemente convicto
de que era hora de mostrar abertamente a Verdade, ou seja, que ele viera ao
mundo com a missão de salvá-lo.
No dia 19 de abril de 1954, Meishu Sama, passou mal com sintomas de
derrame cerebral. Enquanto passava por essa purificação, ocorreram
transformações misteriosas em seu corpo, entre as quais o aparecimento de cinco
linhas verticais, nitidamente marcadas, na palma de sua mão esquerda, desde a
ponta dos dedos até a base da mão, que segundo um fisionomista famoso
significava a ―Vinda de Deus.‖
Pois ao mesmo tempo em que lhe surgiram as linhas na palma da mão,
começaram a nascer fios de cabelo preto como de criança na parte posterior da
cabeça, em três locais, além de sua pele ter ficado macia igual a de um bebê.
Então em 5 de junho reuniu os dirigentes das Igrejas e principais ministros
e disse: "Fala-se sobre a vinda do Messias. não? Pois o Messias nasceu.
Não são apenas palavras; é realidade mesmo. Eu próprio fiquei surpreso.
E não se trata de renascer, mas de nascer novamente, devido aos últimos
acontecimentos. Esse Messias tem a posição mais elevada na hierarquia do
mundo. No Ocidente, ele é considerado o Rei dos Reis. Assim, a minha vinda se
reveste da maior importância, pois, graças a ela, a humanidade será salva. "
Explicou: ― Messias: - Essa palavra é hebraica e por isso é um pouco difícil
de ser entendida em japonês. Significa "Senhor da Salvação do Mundo", ou,
simplesmente, "Salvador". Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Salvador,
mas, na verdade, ele é o Senhor da Redenção, o que é bem diferente de "Senhor
da Salvação do Mundo". Redentor é aquele que redimiu os pecados de todos os
povos; tornando-se representante desses pecados, sacrificou sua vida para ser
perdoado. Salvador não é aquele que é perdoado, e sim o que perdoa.
Nessa oportunidade, comunicou aos presentes a deliberação de chamá -
lo, dali em diante, pelo nome Meshia-Sama (Messias) e não mais Meishu-Sama.
Assim, sentiu-se firmemente convicto de que era hora de mostrar abertamente a
Verdade, ou seja, que ele viera ao mundo com a missão de salvar a humanidade.
Em 15 de junho de 1954, foi solenemente realizada no Templo
Messiânico, na terra Celestial de Atami, no Palácio de Cristal, Cerimônia de
Comemoração Provisória da Vinda do Messias. Meishu Sama todo vestido de
branco, anunciara ser o “Salvador da Humanidade”.
Sobre o assunto ele compôs um grande número de poemas, dos quais
transcrevemos três:
―Kanzeon Bossatsu, O nome da Grande Piedade, É sinônimo de Messias‖.
Que alegria Adorar o Messias Que desce envolto em Luz, Às vo zes de
Aleluia‖!
―Grande Messias É o sagrado nome Daquele que promoverá a salvação
No Fim do Mundo‖!
Composição a que Meishu Sama não poupava elogios é o conhecidíssimo
"Aleluia", autoria de Hendel, sobre o qual dizia: "Foi preparado por Deus.
Assim nos dois meses que sucederam a Comemoração Provisória da
Vinda do Messias, revelou a toda a sociedade o advento do Salvador do Mundo,
apresentando-se ele próprio como sendo o Messias.
Em várias oportunidades, Meishu-Sama havia se referido ao termo
―Messias‖. Na entrevista realizada em setembro de 1948, por exemplo, dissera em
resposta a uma pergunta: ―Esta palavra é heb raica e por isso é um pouco difícil de
ser entendida em japonês. Significa “Senhor da Salvação”, mas, na verdade, ele é
o Senhor da Redenção, o que é bem diferente de Senhor da Salvação do Mundo.
Redentor é aquele que redimiu os pecados de todos os povos, tornando-se
representante desses pecados, sacrificou sua vida para ser perdoado, e sim o que
perdoa. Bem darei maiores explicações com o passar do tempo”.
Essa interpretação na qual nenhum especialista em judaísmo e
cristianismo chegara a pensar era resultado de uma assimilação total do significado
do termo. Com base na convicção de que o Mestre era o Messias, nossa Igreja,
durante certo tempo foi denominada Igreja do Messias para o Mundo.
No entanto, em 23 de dezembro de 1954 na data de seu aniversário de 72
anos, comemorou a Vinda definitiva do Messias..
Ainda a propósito do assunto Meishu-Sama referiu-se diversas vezes ao
oratório intitulado ―Messias‖ da autoria de Hendel, compositor alemão (1685 -1759).
É desnecessário dar maiores esclarecimentos a respeito dessa música, pois se
trata de uma obra mundialmente famosa, mas dizem que no primeiro concerto em
que ela foi executada o Rei da Inglaterra tirou o chapéu, gesto que, a partir daí, se
tornou uma tradição. Outra composição a que o Mestre não poupava elogios é o
conhecidíssimo coral ―Aleluia‖ sobre o qual dizia: “Foi preparado por Deus”. Aliás,
ele chegou a instalar um ―Box‖ de orquestra dentro do Templo Messiânico, para a
realização de concertos.
Depois de Meishu-Sama passou a ser chamado de Messias suas
orientações diárias tornaram -se ainda mais rigorosas. Assim que entrou em
purificação ele falou a um dedicante: ―Daqui para frente será o Mundo do Espírito,
o Mundo do Pensamento. Enquanto o corpo físico está em movimento, a ação é
limitada. É quando o corpo já não se move que dá para se fazer um grande
trabalho”. Nessa época, frisou repetidas vezes que os fiéis deveriam voltar seus
corações para ele, procurando captar seu sentimento. No entanto, algumas
pessoas tinham dificuldade de chamá-lo de Messias e então voltou em sua decisão
e disse que poderiam a chamá-lo novamente de Meishu Sama.
Meishu-Sama sempre fora rigoroso em relação às faltas cometidas pelos
dedicante, tais como mentir, mistificar e transferir a responsabilida de dos erros
para outrem. Após a purificação, entretanto, seu rigor tornou-se ainda maior, ele
chamava a atenção e repreendia até as falhas mais insignificantes. E agia assim
não só com os servidores, mas, também com Yoshi a quem dava orientações
bastante severas.
Tesouro Nacional
A ascensão de Meishu-Sama
A notícia chocante
Dedicação em prantos
O sepultamento
O Mestre descansando eternamente no Sepulcro Sagrado
A eternidade da vida
No dia 4 de outubro de 1952, Meishu-Sama dialogou, em Hakone, com
Issato Tsuneatsu, vice-diretor do Departamento Científico do jornal Yomiuri: –
Apenas o senhor possui essa bola de Luz? – Exatamente. – Sendo assim, caso
daqui a uns cem anos o senhor venha a partir para o Mundo Espiritual, ela passará
a não existir..– Pelo contrário. Eu irradiaria a Luz do Mundo Espiritual. E seria
melhor ainda, pois o corpo físico atrapalha. Assim, nesse diálogo, o Mestre disse
claramente que, embora viesse a ascender, continuaria a enviar Luz aos fiéis, e até
com mais intensidade.
A Mão que Salva o Em 13 de junho de 1952 No jardim apreciando
Mundo preparando as peças Caligrafando uma a beleza como forma
Um fotógrafo tirou que seriam para imagem da Luz Divina de elevar o espírito
quando ministrava Johrei inauguração do Museu
Pregando ensinamentos
Na terra Divina em em 1948 em uma Tiradas para fotos do
Inspecionando o trabalho altar escolhido por ele
Hakone em 1950 em Hakone entrevista
para esse propósito
Andava muito bem Compondo sátiras
Após a velhice nascendo vestido humorísticas
cabelos pretos Um homem singelo
Culto de Primavera em
4 de fevereiro de 1954
Ministrando Johrei após onde se deu o último Cuidando de um
a uma entrevista no
encontro com seus doente
Ministrando Johrei Palácio do Sol em 1953
discípulos
Mestre e os
componentes do
grupo Juikai no
Santuário Isse
Casamento com Yoshi No topo do monte Fuji comemorando seu
Revisando um texto no Grande Santuário de com sua esposa e mais aniversário
Hibiya em 1919 11 acompanhantes
FORMAÇÃO FAMILIAR
Escola Primária
Lembrança da Infância
O NOVO CAMINHAR
INDEPENDÊNCIA
MORTE DO PAI
CASAMENTO
Desde que machucou o dedo, o mestre nunca mais fabricara nada, mas,
utilizando sua experiência, dedicava-se a pesquisa do desenho de pentes e outros
adornos para cabelo. Enviava esses desenhos a um profissional para ele fabricar
os objetos que depois de prontos, eram colocados à venda. Em abril de 1909, dois
anos após ter começado o comércio por atacado, expôs um adorno para cabelo,
representando a Loja Okada, num a exposição de artigos infantis promovida pela
loja de roupas Mitsukoshi com a finalidade de ampliar sua clientela entre o povo.
Tratando-se de uma exposição de artigos infantis poder-se-ia pensar
apenas em brinquedos, mas nela se expunham roupas, adornos e outros artigos de
utilidade para crianças. Quanto a qualidade, eles não diferiam nem um pouco dos
artigos para adultos.
Nessa exposição onde foram expostos 1835 objetos , o mestre e mais
quarenta e nove pessoas receberam Premio de Bronze. Nove foram agraciadas
com Premio de Ouro e trinta e três com Premio de Prata.
Durante os quinze anos que vão de 1909 a 1923, o mestre criou inúmeros
objetos de adornos, na maioria objetos inéditos com novos detalhes em que ele
utilizava a tradicional técnica do maki-e e a técnica denominada ―raden‖ (consiste
em cortar conchas finas e brilhantes em pedaços de diversos formatos e utilizá -los
para enfeitar vasilhames de laca ou madeira crua).
Havia uma grande concorrência em lojas de miudezas que vendiam por
atacado, mas devido às bijuterias inovadoras e inéditas do mestre, a loja Okada foi
se destacando e acabou ocupando o primeiro posto no mundo empresarial.
O Mestre tirava as idéias para essas criações em jornais, revistas, livros e
utilizava o método prático dos cinemas, as barracas de shows e o yosse.
Watanabe Sõtarõ, funcionário da Loja Okada, fala-nos sobre aquela época:
―O patrão, que chamávamos de Oyaji (nome afetuoso de pai), além d e ir
ao teatro, era um assíduo freqüentador de cinema. Sempre dizia às pessoas que
trabalhavam na loja : ―Ontem fui a ao cinema X. Está passando um filme muito
bom, não deixe de ir!”. Entretanto, nós achávamos que ele se ia a esses lugares
mais por interesse comercial do que para se divertir. Nessa oportunidade ao
mesmo tempo em que assistia ao filme, ficava observando os adornos de cabelos
das mulheres.
Observando os tipos de penteados, o mestre pesquisava o adorno que
combinasse com cada um.
O senso de beleza que ele possuía foi empregado não apenas no
desenho das mercadorias como também na decoração interna da loja.
Logo depois o mestre dedicou-se a produção de bijuterias.
A MORTE DA MÃE
Em maio de 1915, Tori (sua mãe), foi visitar uns parentes, em Sus saka.
Aproximadamente um mês depois Tori mandou um telegrama dizendo que
retornaria a Tóquio. Exatamente nessa ocasião o mestre estava viajando pela
Região Kansai, com funcionários da loja. Quando ela desceu do trem, se rosto
estava tão pálido que Takeijirõ e sua esposa Sue, que tinham ido buscá-la, ficaram
assustados. Passados dois ou três dias, o médico diagnosticou nefrite. Acamada,
Tori foi piorando rapidamente. Ela, que sempre mostrara um caráter forte, dizia:
―parece que desta vez estou chegando ao fim. Chamem Mokiti, pois preciso falar
com ele‖.
Imediatamente a família mandou um telegrama ao hotel onde ele estava
hospedado, mas infelizmente ele já havia partido. Continuaram a passar
telegramas os quais sempre chegavam quando ele já tinha deixado o loc al.
Ansiosa pela chegada do filho, Tori não parava de perguntar: Mokiti ainda não
chegou?
A situação não era fácil para Tekeijirõ, Sue e Taka, que estavam cuidando
dela. Nesse meio tempo, sem saber de nada, o mestre voltou. Tori quase
inconsciente, por alguns instantes recobrou o vigor e assim que o viu, falou: ―Mokiti,
você voltou...‖ Estas foram as suas últimas palavras. Faleceu em 25 de maio de
1915.
AS DOENÇAS
Como já escrito antes, o mestre sempre fora fraco e doentio. Após ter
contraído doença dos olhos, teve pleurisia e depois tuberculose.
Após ter aberto sua loja de miudezas ele sofreu uma grave isquemia
cerebral, em conseqüência da sobrecarga de trabalho. Certo dia, uma pessoa
indicou-lhe o tratamento com moxa, que ele começou a seguir a titulo de
experiência. O terapeuta prescreveu-lhe caminhadas, e todos os dias ele
caminhava um pouco. Gradativamente foi ganhando forças e quando o tempo
estava bom, conseguia andar mais de quatro quilômetros seguidos por dia. Talvez
por efeito desse exercício começou a melhorar da isquemia cerebral e no fim de
dois ou três meses estava completamente curado.
Entretanto a saúde dele ainda continuou debilitada por algum tempo.
Mesmo depois de ter aberto a loja atacadista, ele adoecia algumas vezes por ano.
Em 1909, com a idade de vinte e seis anos, contraiu tifo intestinal ficando num
estado tão grave que chegou a expressar seus últimos desejos. Anos mais
escreveu: ―Como pensei que não me salvaria, externei meus últimos desejos. Na
época minha primeira esposa ainda vivia e eu tinha uma loja de miudezas. Cheguei
a dizer a ela: Como não vou resistir por muito tempo, quando eu morrer, deixe os
negócio s com fulano e faça assim, assado...” Estava, portanto, completamente
desapegado da vida”.
Perto de sua casa havia um hospital muito renomado, o Hospital Okada e
por sorte ele era amigo do irmão do Diretor. Atra vés de um pedido especial, pôde
ser atendido por este, o que não acontecia comumente. Terminado o exame, o
médico lhe disse em tom frio: ―No estado em que você está, não há esperanças de
cura. Caso eu interne uma pessoa que sei estar condenada, meu hospital perderá
a confiança de que desfruta, por isso não posso interná -lo‖.
Como a casa do mestre era pequena e se ele recebesse muitas visitas,
não daria para acomodá-las. Então ele fez novo pedido ao diretor e solicitou ao
irmão que também o fizesse. Finalmente conseguiu a internação. Dessa época ele
escreveu: “Deitado na maca e vendo as pessoas caminhando pela cidade, pensei
que aquela era a última vez que eu via gente. N ão conseguia deixar de ter visões
de cemitério, acreditei, mais do que nunca que já estava no fim”
Aconteceu, porém, um milagre. Embora lhe tivessem dito que não se
salvaria, ele se restabeleceu por completo do grave tifo intestinal, com um
tratamento de apenas três meses. Naquele tempo não existia remédio para o tifo,
ele ficou curdo apenas com alimentação líquida.
Entretanto suas sofridas doenças ainda continuaram durante dez anos. A
loja de miudezas prosperava com o vigor do nascer do sol, mas o mestre ainda
adoecia muito. Além de ter ficado internado durante um mês com crises de
hemorróidas, sofreu de dores de cabeça e de estomago, reumatismo, prostração
nervosa, uretrite, amidalite, catarro intestinal, problemas das válvulas cardíacas,
periodontite e um incontável número de outras enfermidades. Assim, ele vivia sob o
temor da doença e por isso cuidava muito da higiene diária, a ponto de parecer
neurótico. Segundo reminiscências dos funcionários da loja, o mestre se precavia a
ponto de ir ao médico por causa de um espirro. Quando ia ao toalete e lavava as
mãos, jamais usava a toalha usada por outras pessoas; abanava as mãos para
secá-las. Depois das refeições tinha o trabalho de trocar o algodão com o qual
tampava as cáries dentárias. Atra vés do trecho que se segue, fica patenteado o
quanto ele era dependente da Medicina nessa época, pelo medo atroz que tinha da
doença.
“Creio que este fato aconteceu quando eu tinha mais ou menos trinta
anos”.
Fui para uma estância de águas termais, situada em Shinshu, num local
bem afastado e assim que cheguei a hospedaria, perguntei a funcionária:
- Nestas termas existem médicos?
- Sim, há um, respondeu ela.
- É um clínico ou um cientista?
- Ouvi dizer que se formou este ano.
Ao ouvir essas palavras, fiquei tranqüilo, achando que poderia permanecer
ali dois ou três dias sem me preocupar.
Mais adiante ele escreveu:
“Como o homem nunca sabe quando vai ficar doente, eu queria encontrar
um médico atencioso que na hora em que eu precisasse e lhe desse um
telefonema, me atendesse imediatamente fosse de noite o u de madrugada. Acabei
encontrando um médico assim a quem eu tratava da melhor maneira possível.
Tornamo-nos tão íntimos como se fôssemos parentes. Ele é o padrinho de
casamento de minha atual esposa. Podem ver, portanto, como eu acreditava na
Medicina, naquela época”.
No entanto, das doenças contraídas pelo mestre, a que mais o fez sofrer e
durou mais tempo, foi a dor de dente que ele teve de 1914 a 1916. “A dor de um
só dente já é terrível. Imaginem então, quatro dentes doendo ao mesmo tempo
todos os dias. Era insuportável” – assim se expressou ele, anos mais tarde.
O mestre correu o hospital da Universidade Imperial de Tóquio, a clínica
Odontológica Especializada de Lidabashi e todos os hospitais famosos de Tóquio,
mas não obteve a cura. A dor de dentes tornou-se tão forte que chegou a colocar
em perigo a sua vida. Ele disse: ”Minha cab eça foi ficando tão perturb ada que eu
me vi num b eco-sem-saída, achando que teria de escolher entre ficar louco ou me
suicidar”.
Nisso retornou ao Japão um famoso dentista que trabalhara durante longo
tempo nos Estados Unidos. Imediatamente ele foi bater a sua porta. Durante um
ano, esse dentista fez tudo que estava ao seu alcance, mas os de ntes do mestre
iam ficando em estado cada vez pior. Por fim, desistindo do tratamento que lhe
estava fazendo, o próprio dentista, disse a ele: ―Já usei todos os remédios que
conheço. Agora só resta esperar pelo novo medicamento que um amigo meu vai
trazer dos Estados Unidos‖.
Entretanto, dessa vez também aconteceu algo misterioso. Um conhecido
do Mestre apresentou-lhe um sacerdote da Religião Nitiren. Não suportando mais o
sofrimento por que passava dia e noite, ele resolveu experimentar durante uma
semana o tratamento que esse sacerdote lhe aconselhou. Pa rou de ir ao dentista e
começou a freqüentar a casa do sacerdote. Não se sabe ao certo que tratamento
era, mas no quarto dia, voltando de lá, o mestre começou a se sentir bem melhor,
quando ainda estava no trem. A dor havia diminuído, e ele se viu tomado p or uma
sensação agradável que não sentia há meses. Naquele momento, repentinamente,
ocorreu-lhe uma idéia: a causa da dor de dente não seriam os remédios? Não seria
por causa deles que a dor de dentes não passava? Os analgésicos não estariam
causando uma dor ainda maior? Pensando assim, parou de ir à casa do sacerdote
e também nunca mais foi ao dentista.
Atra vés dessa longa e sofrida experiência, o mestre tomou consciência, na
própria pele, da nocividade dos medicamentos. Aprendeu que o remédio que
deveria curar a doença, na verdade, cria a doença.
SUCESSO
ADMINISTRAÇÃO DO CINEMA
SENTIMENTO DE JUSTIÇA
OS SEGUIDOS SOFRIMENTOS
Por volta de 1916, onze anos depois que abrira a loja de miudezas o
Mestre já possuía um capital de 150 mil ienes. Com os lucros provenientes do
―Diamante Assahi‖, sua fortuna aumentava a cada ano. Entretanto, ainda lhe
faltava muito para alcançar o capital de 1 milhão de ienes que precisava para abrir
o jornal.
Interessado pelo mercado de ações, que, nessa época, estava fervendo,
em virtude das condições favoráveis decorrentes da Primeira Guerra Mundial,
iniciou negociações com os cambistas, emprestando o dinheiro que possuía.
Pouco depois, ganhando a confiança do Banco Soko, situado no bairro de
Kakigara, em Nihon-bashi, levava os cheques e as letras de câmbios trazidos por
eles e, com a confiança de que desfrutava, convertia -os em dinheiro, o qual
emprestava a juros. Como o negócio ia muito bem, estendeu ainda mais a sua
mão. Agora era ele que cortava os cheques e os entregava aos cambistas, os
quais, usando-os como garantia, tomavam dinheiro emprestado ao banco e
pagavam juros a este e ao Mestre. Para o proprietário da Loja Okada, isso
significava menos trabalho, pois não era preciso que ele próprio conseguisse o
dinheiro; além do mais, havia um lucro de 5 ―sen‖ por dia. Era um empreendimento
arriscado, mas muito rendoso.
Quem se encarregava desse trabalho era um indivíduo chamado
Yoshikawa. O Mestre tinha toda confiança nele e deixara a administração da
financeira em suas mãos, entregando-lhe até o seu sinete. No período mais
próspero, a quantia que o Mestre possuía em seu nome - em dinheiro e em
cheques - atingia mais de 100 mil ienes.
Entretanto, na primavera de 1919, o Banco Soko, que era o escudo
protetor da financeira, repentinamente parou de fazer os pagamentos e abriu
falência. A decadência da Loja Okada veio de forma inesperada. Yoshikawa tinha
um depósito em nome do Mestre naquele banco, depósito esse que ficou reduzido
à zero. Achando que o problema era de sua inteira responsabilidade, tentou
recuperar o dinheiro sem que o Mestre soubesse de nada. Entretanto, nessa
situação difícil, ele escolheu o pior caminho: tomar dinheiro emprestado com
agiotas a juros altíssimos. O resultado foi que os juros renderam juros, e ele
acabou ficando num beco-sem-saída.
Quando tudo veio à tona, a situação estava muito séria. Premido pelas
circunstâncias, o Mestre pediu ao banco que sustasse o pagamento dos cheques,
como solução para o momento. Furiosos, os agiotas providenciaram a penhora de
seus bens e acusaram -no de fraude. Foi realmente uma tempestade em dia de sol.
Certo dia, três oficiais de justiça entraram em sua casa, situada no bairro
de Oga, e, depois de lhe entregarem uma notificação, passaram de um cômodo
para outro, lacrando os principais móveis. Por fim, colaram num guarda -roupa um
papel onde se explicava o motivo do embargo e os regulamentos legais, e foram
embora. Estava escrito que os bens embargados não podiam ser utilizados nem
mesmo pelo proprietário, e que, se o lacre fosse rompido, haveria uma penalidade.
Entretanto, nas gavetas dos armários estavam roupas que precisavam ser usadas
no momento. Conta-se que o Mestre se sentiu aliviado ao tirar o lacre sem danificá-
lo, e pegar aquilo de que necessitava.
Com a denúncia dos agiotas, ele foi chamado à delegacia, onde recebeu
séria advertência. Os cheques usados por Yoshikawa estavam todos em seu
nome, de modo que, obviamente, lhe foi imposta a responsabilidade legal do caso.
Não era fácil resgatar a dívida, no montante de 120 mil ienes. Assim, o
Mestre pediu aos credores que a diminuíssem para dois terços, ou seja, 80 mil
ienes. Segundo o acordo que fizeram cinqüenta por cento dessa quantia seria paga
à vista, e os cinqüenta por cento restantes, em mensalidades. A partir desse
momento, começou a sofrida luta do Mestre para saldar as dívidas, que se
estenderam durante vinte e dois longos anos, até 1941. Essa foi a maior
dificuldade que ele passou em quinze anos de comércio, desde a fundação da
Korin-do.
Tempos depois, Yoshikawa suicidou-se. Embora ele fosse a pessoa que o
colocara naquela terrível situação, o Mestre participou de seu funeral com todo
respeito. Cheio de compaixão, disse: ―Afinal, eu é que fui o culpado, por ter
confiado demais‖. Não disse uma só palavra que demonstrasse rancor.
SEGUNDO MATRIMÔNIO
À PROCURA DA SALVAÇÃO
COLAPSO DA EMPRESA
O início da Loja Okada S.A. não foi fácil. Em março de 1920, a crise
iniciada nos Estados Unidos assolou o mundo inteiro, e também no Japão a Bolsa
de Valores caiu, porque, com a repentina queda dos preços, o mundo financeiro
entrou num grande colapso. Seguiam -se falências de empresas, o desemprego
aumentava, e começava a corrida aos bancos.
O Mestre escreveu: ―No dia 15 de março do ano seguinte, começou a
famosa crise financeira. As ações tiveram uma grande baixa, e o preço das
mercadorias caiu bruscamente. Por isso, a Loja Okada S.A., que havia acabado de
nascer, desmoronou sem oferecer nenhuma resistência, ficando num beco -sem-
saída‖.
Entretanto, com nova coragem, ele se esforçou para reerguer a empresa.
O segundo golpe que ela sofria, representado por essa crise, em seqüência ao
embargo dos bens do Mestre, abalou sua estrutura, mas, com o esforço de todos
os funcionários, a situação começou a melhorar, se segundo ele próprio nos diz:
―Mesmo assim, fizemos esforço para levantar o destino da empresa, e, por volta de
1922, finalmente a situação começou a melhorar...‖.
No caderno de despesas do final de maio de 1920, ao lado de uma
quantia registrada, está escrito: ―Economia possível‖. É um registro que nos faz
conhecer a situação apertada da época.
Ao mesmo tempo em que reduzia as despesas, o Mestre começou a se
esforçar para a ampliação das vendas. Reiniciou, então, a atividade de criação
artística que havia interrompido durante certo período, após a invenção do
―Diamante Assahi‖, tendo requerido seguidas patentes de novo modelo de produtos
que já existiam. Em abril de 1919, pouco antes do ―Caso Yoshikawa‖ vir à tona, ele
concluíra uma nova experiência. Trata-se da técnica conhecida pelo nome
―kaigashiki‖, que consiste em fazer pinturas sobre um pano ou papel e colá -lo num
objeto, utilizando adesivos como a laca. Na data referida acima, requereu patente
para o ―Kaigashiki Kushi‖ (pente em ―kaigashiki‖), e em julho do mesmo ano, para o
―Kaigashiki Pin‖ (presilha em ―kaigashiki‖). Em fevereiro de 1922, criou o ―Hosseki -
ire Kamidomegu‖, presilha de cabelo feita de metal, com orifícios onde se colocam
pedras preciosas, e para ela também requereu patente. Atra vés dessas novas
criações, podemos ver o esforço feito pelo Mestre no sentido de reerguer a
empresa, pois considerava a mercadoria como a chave do sucesso nos negócios.
Em maio de 1923, ele vendeu a casa do bairro de Oga, na qual vivera
durante sete anos, e comprou uma mansão no bairro de Iriarai, na circunscrição
Ebara, em Tóquio.
A mudança para Omori ocorreu por diversas razões, mas acredita -se que,
em termos de negócios, foi para conseguir capital de giro através da venda da casa
de Oga. O terreno onde estava situada a mansão pertencia a outra pessoa,
havendo uma grande diferença entre o preço das duas residências, pois a de Oga
ele vendera com o terreno.
Os esforços do Mestre receberam novo golpe com o grande terremoto que
assolou repentinamente as regiões Kanto e Tokai às onze horas e cinqüenta e oito
minutos do dia 1º de setembro de 1923. Houve dois violentos tremores seguidos e,
pouco depois, um terceiro tremor bem forte. Foi por ocasião desse terremoto que o
Edifício Ryoun-Kaku, de doze andares, todo construído de tijolos, o qual era
considerado o símbolo da modernização e da prosperidade de Assakussa, partiu -
se mais ou menos no oitavo andar.
A Loja Okada salvou-se de uma destruição total. Pelo fato de nela
trabalharem muitos homens, as paredes desabadas puderam ser logo reerguidas,
e as mercadorias empilhadas, que se espalharam, foram recolocadas no lugar.
Assim, os funcionários tiveram condições de ir prestar ajuda aos fregueses de
Guinza e de outros lugares.
Entretanto, os danos causados pelo terremoto em si não passaram de
uma parte da catástrofe que atingiu a Região Kanto. O golpe fatal foi o grande
incêndio que sobreveio com toda fúria, logo em seguida ao terremoto. Esse
incêndio, irrompido na zona industrial e comercial, ao invés de diminuir, a tarde foi
avançando gradativamente para oeste. Só em Hifukusho (lugar situado perto da
Estação Ryogoku), ele vitimou trinta e oito mil pessoas . Destruindo um grande
número de casas e roubando inúmeras vidas, o incêndio avançou para Kyo -bashi e
Shiba e finalmente se apagou quando circundava o Palácio Imperial. Foi uma
grande calamidade que causou a morte de cinqüenta mil pessoas e a destruição de
mais de quatrocentas mil casas.
Já bem tarde da noite, as labaredas, que se propagavam na direção de
Kanda levadas pelo vento, muito forte devido à impetuosidade do fogo,
aproximaram-se da parte sul da Estação de Tóquio, onde se localizava a Loja
Okada. Os funcionários, preparados para o momento em que o fogo atingisse o
local, colocaram as mercadorias em caixas, empilharam estas nas águas do Canal
Sotobori, de Yaessu, e ficaram esperando pelo incêndio. Entretanto, quando viram
as labaredas se aproximando, correram na direção de Guinza e se refugiaram no
estacionamento dos trens, atravessando a Ponte Kaji, que existia em frente à atual
Estação Yuraku-tyo. A essa altura, já estavam refugiadas nesse local as pessoas
desabrigadas em conseqüência do incêndio, as quais eram provenientes de
Honsho, Fukagawa, Assakussa e outros bairros da zona industrial e comercial, de
modo que o estacionamento e o pátio em frente ao Palácio Imperial estavam
totalmente lotados.
Os funcionários da Loja Okada passaram dois dias e duas noites dentro
dos trens parados, comendo o arroz que haviam levado junto com as bagagens.
No terceiro dia, depois que saíram do abrigo, arranjaram uma carroça, resgataram
as mercadorias afundadas no canal e, juntamente com os seus objetos pessoais,
levaram tudo até a mansão do Mestre, no bairro de Hakei-En.
As mercadorias que haviam sido entregues para serem pagas através de
promissórias viraram cinza, e a maioria dos clientes com os quais a loja negociava
foram à falência. Assim, a Loja Okada, que tinha esperanças de se recuperar,
recebeu outro golpe muito duro.
Poucas semanas depois, entretanto, tal como a relva do campo, que logo
se ergue depois de pisoteada, as atividades econômicas da Região Kanto
reiniciaram-se com grande vigor.
As bijuterias são mercadorias de ocasião, e as lojas atacadistas,
antecipando cada estação do ano, enviavam estoques para as lojas varejistas. A
Loja Okada vendia por atacado e também fabricava produtos. Por isso, na
primavera e no verão, já se estavam fabricando os artigos de in verno e fazendo-se
os estoques. Conseqüentemente, em agosto, antes do terremoto, ela já havia
mandado grandes estoques de inverno para os atacadistas com os quais
negociava em Ossaka e Quioto. Por terem coberto os encargos de Tóquio, que
ficou perto da des truição total, essas duas cidades foram abençoadas com uma
boa situação; assim, em outono, a Loja Okada pôde receber o pagamento das
vendas.
Antes de ser reconstruída no bairro de Kitamaki, a loja funcionou durante
algum tempo na mansão de Omori. Os artesãos levavam para aí os trabalhos que
aprontavam, pois os funcionários não só os que já moravam com o Mestre, como
também os que ficaram desabrigados - passaram todos a morar nessa casa.
Nagashima, Kinzo Fukumoto, que ficou mais tarde com a Lo ja Okada, e
outros funcionários colocavam as mercadorias em maletas e rodavam pela
clientela, para vendê-las. Depois do terremoto, inúmeras lojas abriram falência e,
como sempre, a confiança mútua era muito vacilante. Por isso, não se usavam
promissórias nem cheques nas negociações; tudo era pago à vista. Na volta dos
funcionários, havia muito dinheiro no fundo das maletas, que de manhã saíam
cheias de mercadorias. Muitas vezes, depois de voltarem para Omori, eles ficavam
fazendo cálculos até mais de meia-noite, e só então iam à casa de banhos
públicos. Mas os rendimentos obtidos dessa forma foram preciosos recursos
financeiros para a Loja Okada, que havia sofrido um sério abalo econômico.
A partir do grande terremoto ocorrido na Região Kanto, houve muitas
modificações no quadro de funcionários da loja. Em primeiro lugar, Kimura tornou -
se independente, depois de ter sido o braço direito do Mestre durante dezesseis
anos. Sem dúvida ele não desejava separar-se daquele a quem estimava mais do
que se fosse um parente e com quem partilhara tantas alegrias e tristezas;
provavelmente tomou essa decisão graças ao incentivo do próprio Mestre, o qual
desejava que ele se tornasse independente por causa da forçada redução dos
negócios. Aliás, imaginamos que tenha sido uma decisão tomada só depois de
muita conversa. Mori, o diretor do Departamento de Vendas, seguiu o mesmo
caminho. De fato, terminara a era de ouro da Loja Okada.
RETORNO À RELIGIÃO
PESQUISA DO MISTÉRIO
Foi por volta do final da Era Taisho que o Mestre começou a ser envolvido
pela ocorrência de fatos misteriosos. Quando isso aconteceu, ele ainda não se
havia conscientizado claramente de sua afinidade -missão, mas a atuação do
Mundo Divino já havia começado sub-repticiamente.
O fato que se segue teria acontecido no final do verão ou no início do
outono de 1924, quando um indivíduo chamado Hidemassa Noguti, que trabalhava
com projetos de mapas geográficos, foi visitá-lo e pediu-lhe que falasse sobre a
Oomoto. Trocaram diálogos sobre a Fé e, durante a conversa, olhando para o rosto
do Mestre, de repente Noguti lhe perguntou: ―A Oomoto tem relação com Kannon?‖
Ao que o Mestre respondeu: ―A Oomoto está relacionada a Deus, e Kannon a
Buda. Um não tem nada a ver com o outro‖. Noguti começou, então, a falar sobre
coisas inesperadas: ―Entretanto, à direita do lugar onde o senhor está sentado, eu
vejo a figura de Kannon, com uma estatura um pouco maior que a sua. Há pouco,
quando o senhor se levantou para ir ao toalete, Kannon o seguiu; quando o senhor
voltou e se sentou, ele também se sentou‖. Achando estranho, o Mestre perguntou
qual era a expressão de Kannon, e Noguti respondeu: ―Kannon está de olhos
fechados, e seu rosto e seu corpo são iguais aos que se vêem em desenhos e
esculturas‖.
Naquele momento, repentinamente, Noguti tivera a clarividência espiritual
da figura de Kannon. Pouco tempo depois, um fiel da Oomoto disse ao Mestre:
―Estou vendo um redemoinho dm cim a de sua cabeça; bem no centro dele, está
Kannon. Vejo, também, uma cruz nas suas costas‖.
Assim, vez por outra, Kannon surgia perto do Mestre, e as pessoas o
enxergavam. Esse misterioso fenômeno ocorreu seguidas vezes. Naturalmente,
até então, ele não acreditava absolutamente em Kannon; através desses fatos,
porém, começou a se conscientizar gradativamente da afinidade existente entre
ambos.
Rememorando a trajetória do Mestre, vemos que, desde pequeno, ele
possuía uma profunda ligação com Kannon. Como já foi dito o templo que guarda o
jazigo da família Okada, em Mikawashima, Tóquio, chama -se Templo Kannon-ji, e
a sua imagem principal é o Kannon de Onze Faces. A imagem principal do Templo
Senso-ji, onde seu pai ia armar a barraca noturna, e também a do Templ o Tyosho-
ji, em cujo pátio o Mestre brincava quando criança é o ―Sho Kannon‖. Além disso,
sua esposa, Yoshi, nasceu em Nagoya, cidade onde está o templo de Ossu
Kannon.
Relembrando diversos fatos que vieram ocorrendo desde a sua infância, o
Mestre conscientizou-se ainda mais da grande afinidade que tinha com Kannon,
afinidade essa que remontava aos seus antepassados.
A VOZ DE DEUS
“KENSHINJITSU”
―O Ensinamento desfez
A longa dúvida que eu tinha
Sobre o motivo do meu nascimento
Neste mundo.‖
―É venerável o Kannon
Que habita o corpo material
De um homem que, antes, era insignificante.‖
SUCESSIVOS MISTÉRIOS
―Surgiu
O deus Dragão Dourado,
Oculto nas profundezas
Do Lago de Shiga.‖
―Finalmente surgiu
O deus Dragão Dourado
Que se escondia
No ―Manai‖(fonte de água sagrada) de Yassugahara-ame.‖.
―Mi zutome
Não havia chegado,
E vejam só!
Chorando bem forte,
Nasceu um menino.‖
―Parteiro virei,
Sem alternativa.
Eu precisava
Ajudá-la no parto,
Aparando o bebê.‖.
―Não sei se é
Algum Plano Divino,
Mas, em minha vida,
É a primeira vez
Que assisto a um parto.‖
ATIVIDADES LITERÁRIAS
―Graciosa é a andorinha
Que, determinando
O canto do telhado
Como sua eterna residência,
Vai e vem voando.‖
Editora Meiko, 6ª sessão de “waka”, 15/06/1927.
Miscelânea de poemas
―Chuva de verão
Que reanima pessoas,
Animais e outros seres
Abatidos pelo intenso
Calor do Sol.‖
O Mestre, que se caracterizava por realizar com perfeição tudo aquilo que
empreendia, estudou literatura com entusiasmo, buscando a avaliação e a
orientação de pessoas abalizadas. Também Yoshi, sua esposa, há muito já
possuía fama de habilidade literária; mostrou sua capacidade assim que iniciou a
composição de poesia ―waka‖.
Os dois exemplos que se seguem são obras do Mestre, feitas
respectivamente em 1928 e 1929.
Tema: ―Tossokiguen‖ (saquê que se toma por ocasião das festas do ano
novo)
― Tossokiguen ―
Que na primavera
Faz ver o diabo como Buda.‖.
―Deitado à toa
Passei o domingo
Sem fazer nada.‖
―Tencionava compor
Um poema sobre a geada.
Dorminhoco que sou,
Quando acordei,
Nem vestígios encontrei.‖
DIFUSÃO EM TÓQUIO
O ano de 1930 foi muito difícil para a sociedade japonesa, que entrou num
longo período de crise. A grande queda de preços no mercado financeiro de Wall
Street, em Nova York, ocorrida no mês de novembro de 1929, ainda permanecia
vi va na lembrança das pessoas. Esse fora um ano tenebroso: a começar pelos
produtos agrícolas, o preço de tudo caiu; a produção baixou e houve um grande
aumento de desemprego.
Entretanto, apesar dessa situação, o início de 1930 tiveram seguido dias
de céu límpido. O amanhecer era muito frio e tudo ficava branco com a geada.
Aguardando a expansão da Obra Divina, o Mestre iniciou o novo ano com muita
decisão e esperança. Era o ano do cavalo, no horóscopo oriental, e correspondia
ao signo do Mestre, que completava quarenta e oito anos. A propósito de 1930, ele
escreveu:
―Embora o comércio
Seja o meu sustento,
O Plano Divino já existe.‖
Entre tantos poemas, merece especial atenção o que foi escrito no dia 8
de fevereiro:
Atra vés desse poema, podemos imaginar a vida difícil que o Mestre levava e
o seu esforço para suportá-la. No dia 30 de dezembro de 1930, ele registrou no
diário:
Esse poema canta, de forma sincera, o que o Mestre sentia naquela época.
Anos mais tarde, ele escreveu:
―Finalmente decidi dedicar-me de corpo e alma, obedecendo à Ordem
Divina. Como cinqüenta por cento eram vontade de Deus e cinqüenta por cento
minha consciência, eu sentia maior segurança que as pessoas comuns, mas
também sentia maior solidão que elas. Naturalmente, eu não tinha uma vida fácil,
economicamente falando, e, em principio, só dispunha do suficiente para me
manter durante alguns meses, não havendo qualquer perspectiva de renda certa.
Era uma vida extremamente insegura, mas os seguidos milagres e Reve lações
interessantes me faziam esquecer a preocupação financeira, de modo que a vida
se tornava realmente alegre.‖
Dessa forma, podemos dizer que, não obstante a situação insegura, o
Mestre seguiu firmemente o caminho para a salvação do mundo graças às
sucessivas Revelações de Deus e às emoções, à convicção e à alegria que sentia
por ver as pessoas serem salvas.
―A partir de hoje
Finalmente vou vi ver
Exclusivamente para a Obra Divina.‖
―A partir deste início de primavera
Vou me empenhar na Obra Divina
Sem lamentar o que ficou para trás.‖
VISITA AO TEMPLO
No dia 14 de junho, apesar de ser época de chuva, felizm ente fez bom
tempo desde a manhã. O Mestre, acompanhado de Yoshi, sua esposa, saiu do
Shofu-So, em Omori, para ir à Estação Ryogoku, local de encontro com as demais
pessoas. Os trintas partiram no trem das dezesseis horas, conforme estava
programado.
No trem, o Mestre fazia as pessoas rirem com suas graças, e os diálogos
afluíam seguidamente, de modo que eles chegaram à Estação Hota sem terem tido
tempo para olhar a paisagem que se descortinava pela janela. Na estação,
dividiram-se, tomando táxis em direção à casa de chá situada no sopé da
montanha. Daí subiram pela escadaria de pedra com a ajuda de uma lanterna de
papel preparada de antemão. Quando chegaram ao Templo Nihon -ji, localizado no
meio do Monte Nokoguiri, já eram mais ou menos dez e meia da noite.
―O imponente portão
Do tão almejado Templo Nihon-ji
Ergue-se após o sopé
Do Monte Nokoguiri.‖
―Entro na água
E sinto-me ressuscitar,
Na sala de banho
Com melancólica
Cobertura de palha.‖
―É bem ampla
A esteira do templo.
O seu aspecto antigo,
Que se nota mesmo à noite,
Causa familiaridade.‖
―No templo zen
A noite avança
Cada vez mais
E nosso diálogo
Continua sem fim.‖
Os acompanhantes do Mestre alojaram-se no próprio templo; ele e sua
esposa foram encaminhados a um prédio que ficava um pouco acima, onde
descansaram.
Às três horas da manhã do dia 15, como não conseguia dormir
tranqüilamente, o Mestre levantou-se. Logo em seguida, toda a comitiva, de
lanterna na mão, partiu pelo escuro caminho, úmido do orvalho da noite, rumo ao
topo da montanha.
Levaram cerca de uma hora para subir a escadaria de pedra que o bonzo
responsável pelo templo levara quatro anos para construir. No momento em que
estavam chegando ao topo da montanha, na linha do longínquo horizonte, junto ao
mar, o céu começava a clarear. Felizmente, o tempo estava bom. Da névoa da
manhã, pouco a pouco surgia à grandiosa paisagem: o mar de Bosso, as
montanhas das redondezas e os dez estados da Região Kanto, que podem ser
divisados ao mesmo tempo. Era um cenário de beleza inexprimível.
E, no dia 19:
―De manhã cedo,
Recebi, por telefone,
O comunicado
De que Seizaburo Koike
Morrera afogado.―
No dia 17, o escultor Hossei Mori, que era amigo íntim o do Mestre, fez-lhe
uma visita e explicou-lhe que queria esculpir a estátua de Amaterassu Omikami em
madeira, mas estava em dúvida se uma pessoa como ele poderia esculpir uma
imagem tão sagrada. Então, o Mestre lhe disse que achava muito bom ele fazer
aquela estátua; que não deixasse de fazê-la. O tamanho ideal acrescentou ele, era
aproximadamente 1,70 metros. Ouvindo isso, Mori foi embora todo contente.
Quando a obra ficou pronta, o Mestre foi à casa do escultor, em Yanaka,
perto de Ueno, atendendo ao pedido que ele lhe fizera.
A estátua fora esculpida com muita arte, e Mori perguntou como deveria
fazer a auréola. ―No sentido de expressar o Sol, seria bom uma circunferência bem
grande, em alto relevo‖, orientou o Mestre.
Aproximadamente meio ano depois que começara a esculpi-la, Mori
concluiu a magnífica imagem, do tamanho de um ser humano. Como, na época,
ele era fiel da Oomoto, envolveu-a com um pano branco e ofereceu-a essa Igreja.
Atra vés dos fatos misteriosos ocorridos no alvorecer do dia 15 e dos
diversos fenômenos estranhos que vinham acontecendo ao seu redor, o Mestre
conscientizou-se ainda mais de que sua missão era divulgar amplamente a
chegada do Mundo do Dia e construir uma nova civilização.
SIGNIFICADO DA REVELAÇÃO
―Kannon vai
Concretizar, em breve,
Os ensinamentos
De Sakyamuni, Confúcio e Yasso.‖
―No maravilhoso
Dia 15 de junho de 1931
Abriram-se às portas do Céu.‖
O Mestre também captou que a lenda sobre a abertura das portas do Céu,
constante no ―Kojiki‖ (o mais antigo Livro de História existente no Japão ), era uma
grande previsão de que, com o advento de Amaterassu Omikami, o mundo se
tornaria Dia. Ao mesmo tempo, ele compreendeu que a antiga profecia sobre
advento da Luz do Oriente, transmitida desde tempos remotos no Ocidente,
relacionava-se ao nascimento da Era do Dia. Com o avanço da transição para essa
era, a civilização da Noite, que perdurara até então, seria destruída e, em seu
lugar, seria construída a Nova Civilização do Dia. Era preciso transmitir a toda a
humanidade o verdadeiro significado dessa destruição e construção e salvar as
pessoas do estado de confusão e sofrimento em que elas se encontravam. Assim,
o Mestre sentiu em sua pele a importante missão que lhe era confiada. Ardendo
em desejo de construir a Nova Civilização do Dia, esperou o momento oportuno
para fundar uma religião.
―Sendo a doença
Uma ação para purificar
O corpo e a alma,
Ela é a maior
Bênção de Deus.‖
―Kannon, Messias,
Miroku, Komyo Nyorai.
Os nomes diferem,
Mas Deus é um só.‖.
COMO MISSIONÁRIO
―Meu resfriado
Ainda não passou.
Como sofro indo
Para lá e para cá,
Nas noites de frio!‖
―Com a permanência
De cinco a seis fiéis,
Passamos a noite
Em claro, falando
Sobre os benefícios da Fé.‖
Em abril de 1932, Tomozo Hida, que ficara curado de uma dor de barriga
e deixara o comércio de saquê para se tornar missionário, estava fazendo
dedicação numa casa em Omori. Informado de que seu sobrinho, residente em
Nanao, no Estado de Noto, havia contraído pneumonia e se encontrava em estado
grave, foi lhe ministrar Johrei. Sentindo, porém, que seu poder não era suficiente
em face da situação do enfermo, voltou para Tóquio e pediu ao Mestre que fosse
até aquela localidade. Este teve o pressentimento de que, embora fosse ministrar
Johrei na criança, ela não se salvaria. Entretanto, sabendo do amor de Hida pelo
sobrinho, atendeu ao seu pedido.
Às vinte horas do dia 8 de abril, ele pegou um trem noturno em
Yokohama, rumo a Noto, tendo chegado à casa da família Assai as quatorze horas
e trinta minutos do dia seguinte. Depois de ministrar Johrei no menino por três
ve zes, este apresentou melhoras. Sendo assim, o Mestre partiu nessa mesma
noite, às vinte horas. Passou por Ayabe e no dia 12 retornou a Tóquio.
Na manhã do dia 14, chegou um telegrama dizendo que o estado da
criança se agravara, e novamente ele foi até Noto, viajando no trem noturno.
Tempo depois, disse a Hida: ―Na primeira vez que vi o menino, achei que ele não
se salvaria, mas senti tanta pena dos familiares que estavam cuidando dele com
tanto empenho, que não tive coragem de dizer-lhes que não havia mais jeito‖.
Pensando que talvez a criança pudesse se salvar, o Mestre mesmo
atarefado como era, conseguiu tempo e foi duas vezes à longínqua cidade de
Nanao. Entretanto, o menino faleceu no dia seguinte ao seu retorno daquele local
pela segunda vez. Os fatos ocorridos nesse ínterim estão registrados no diário do
Mestre:
―À noite, pintei,
Em oito folhas de ―shikishi‖,
Imagens de Kannon.‖.
No dia 28 de agosto:
―Desde o entardecer
Fiquei a desenhar
Várias figuras de Kannon
Em ―hansetsu‖ (Folha de papel cortada ao meio longitudinalmente) e ―shikishi.‖.
No dia 13 de outubro:
―Devido ao temporal,
Fiz poucos ―tinkon‖.
Desenhei grandes quadros
De Kannon.‖.
―Nesta tarde,
Pude desenhar,
Pela primeira vez,
Onze Kannon
Para protetores de veículos.―
―Atendendo ao pedido
De protetores para carro,
Feito pela Companhia de Energia Elétrica da cidade,
Passei a noite inteira
Confeccionando-os respeitosamente.‖
―Fiquei a confeccionar,
Com quarenta e cinco pessoas,
Até tarde da noite,
Os protetores contra acidentes de trânsito
Para serem colocados nos ônibus municipais.‖
Nessa época, como já dissemos antes, atendendo aos pedidos que lhe
faziam, o Mestre confeccionava os ―ohineri‖ e os outorgava aos fiéis.
PROPOSIÇÃO:
A ORAÇÃO “ZENGUEN-SANJI”
ELABORAÇÃO DO ESTATUTO
―À tarde, fui,
Com quatro ou cinco acompanhantes,
À inauguração
Da filial da ―Kannon Kai‖
A cargo de Nakajima.‖.
INSTITUIÇÃO PROVISÓRIA
Deus, o Altíssimo,
Que há muito tem po não se manifestava,
Surgiu, transformando-se
Na Luz do Oriente.
Valeu a pena
Esperar três mil anos.
A Lu z do Oriente
Está para despontar.
A Lu z do Oriente surge
Brilhando esplendorosamente
No céu onde pairam
Nuvens celestiais.
A Lu z do Oriente
É uma determinação de Deus
Que surgirá no país
Da Nascente do Sol, no Oriente.
Após o ―naorai‖ (Distribuição de saquê aos participantes dos cultos após o término
destes) , o Mestre narrou tudo que sucedera até a fundação da ―Kannon Kai‖,
detendo-se especialmente nos fatos ligados às três fotografias que mostram a
elevada espiritualidade de Kannon. Em seguida, para encerrar a cerimônia, houve
a apresentação da música ―Mikuni no Homare‖ (―Orgulho da Pátria‖), tocada em
―koto‖ no estilo ―Ikuta‖ pela senhora Kisseko, esposa de Issai Nakajima. Segundo o
Mestre, o som límpido do ―koto‖ ecoou ainda mais profundamente no coração dos
participantes, que renovavam sua alegria pela fundação da Igreja e prometiam
dedicar-se à Obra Divina a partir daquele momento.
Nesse mesmo dia, após a cerimônia, uma senhora que havia ingressado na
―Kannon Kai‖ recentemente, trouxe uma moeda de 1 ―rin‖ (signif ica também ―um por
cento‖) e ofereceu-a ao Mestre. Na parte da frente dessa moeda havia a figura do
Kannon de Mil Braços em alto-relevo, e no verso, quatro ideogramas: ―Sen JuKan
Non‖ (Kannon de Mil Braços). Imediatamente, o Mestre foi mostrá-la a uma pessoa
que há trinta ou quarenta anos lidava com m oedas antigas, e essa pessoa lhe
disse: ―É a primeira vez que eu vejo esse tipo de moeda‖.
Parece que era realmente uma moeda rara. A esse respeito, o Mestre
comentou: ―Creio que, através de um fato aparentemente insignificante, Deus
levou-me ao conhecimento de que o Kannon de Mil Braços faz o trabalho de um
por cento‖.
O Mestre costumava explicar sobre a ação incompleta e imperfeita do
99% e a ação perfeita do 100%. Ele ensinava que a diferença, ou seja, ―a ação do
1%‖, manifestava o poder absoluto de completar as coisas.
Na noite da véspera da cerimônia de instituição da Igreja, o Mestre
recebera esta Orientação Divina: ―Faça a instituição da Igreja e utilize como Sede
Provisória o prédio situado em Hanzo-Mon‖.
O prédio de Hanzo-Mon fora utilizado até setembro como filial de Koji.
Logo na manhã seguinte, o Mestre foi ao local e orientou para que ali construíssem
um palco. Embora fosse uma época muito agitada, de final de ano, as obras foram
realizadas normalmente. O enfeite de pinheiro ficou magnífico, e só restava
esperar pela cerimônia de instituição.
Os nomes dos diretores da ―Dai Nipon Kannon Kai‖ foram publicados no
Nº 1 do jornal ―Toho no Hikari‖ (―Luz do Oriente‖1, conforme a lista abaixo):
PIONEIROS DA IGREJA
―O Sr. Nakajima
Ficou conversando até tarde
Sobre assuntos de Fé.
E pernoitou na Filial.‖
―Mussashino apresenta-se
Todo verde.
E o pico do Fuji,
Límpido, neste dia
Ensolarado, depois da chuva.‖
A RELIGIÃO DA LUZ
INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI (Associação Kannon do
Japão)
"Penso profundamente
No meu destino
De escolhido
Como depositário de Deus,
Para salvar o mundo. "
―Finalmente
Chegou o momento
Em que todos os cantos do mundo
Serão purificados
Pela Luz de Deus. "
PROPOSIÇÃO
"Fala-se
Na Luz do Oriente,
Mas trata-se
Da Luz Salvadora de Kannon. "
A Lu z do Oriente
Finalmente está se expandindo
E, com o tempo, iluminará
O extremo oeste. "
A verdadeira salvação
Do Supremo Deus
É a Luz do Oriente
Que nascerá no Fim dos Tempos."
Por trás do fato de o Mestre ter instituído a Igreja com o nome Dai Nipon
Kannon Kai, havia uma dedicada trajetória em que ele fora despertando para a sua
profunda afinidade com Kanzeon Bossatsu. Desde o ano de 1926, este o
acompanhava, protegendo-o e, às vezes, manejando-o livremente. Nessa relação
íntima e inseparável, atuavam em prol da salvação da humanidade.
O Mestre, que viera provando incontáveis milagres através da cura de um
grande número de pessoas enfermas, foi esclarecendo pontos básicos teológicos,
tais como a fonte do poder de salvação que ele próprio manifestava convictamente,
a relação entre Deus e Kanzeon e a sua relação com este.
Mas que nível hierárquico de Kanzeon Bossatsu se manifestou ao
Mestre?
Nas escrituras budistas, Kanzeon Bossatsu era considerado como
materialização da ilimitada piedade que faz a salvação ansiada pelo povo. Não
existe nenhuma outra divindade que tenha sido alvo tão familiar de fé para os
povos do Oriente, desde os tempos antigos, a começar pela Índia, China e Coréia.
A Fé Kannon, no Japão, foi professada indistintamente por todas as classes
sociais, servindo de tema para poemas e histórias, como divindade de grande
poder.
Segundo os filólogos, o nome original de Kanzeon Bossatsu é
Avalokitesvara, em sânscrito, antiga língua da Índia. Este nome foi traduzido para o
chinês como "Kanzeon" e "Kozeon", pelo bonzo e escolástico Kumaraju, do
período inicial da Dinastia Tang. "Kozeon" significa "possuidor do nome que
concede Luz ao Mundo", e "Kanzeon","pessoa que atende aos pe didos do povo
sofredor". Assim, são considerados como nomes que englobam a grande piedade
e virtude de Kannon.
Kannon aparece em muitas escrituras budistas Daijo como encarnação da
salvação do mundo, recebendo nomes variados, de acordo com a sua atuação.
Existe, por exemplo, o "Fukukensaku Kannon ("Kannon que não despreza os
desejos das pessoas"), o Nyoirin Kannon ("Kannon possuidor do poder de realizar
todos os desejos") e outros, como Taissei, Bato, Byakue, Juitimen, Senjussengan
etc. Dizem que ele apresenta trinta e três faces, conforme o tipo, a hora e o local
da salvação que realiza.
Como já mencionamos, antes de fundar a Dai Nipon Kannon Kai, o Mestre
compôs a oração "Zenguen-Sanji ". Ele explicou que ela é uma súmula do sutra
"Kanzeon Bossatsu - Fumonbon", ou simplesmente sutra "Kannon", o vigésimo
quinto dos vinte e oito capítulos do sutra "Myo -horen-gue", chamado comumente
de sutra "Hoke".
O sutra "Hoke" influenciou não só a fé e a filosofia, mas também
a arte e a literatura budista. Muitas seitas, considerando-o como uma compilação
completa das últimas pregações sistematizadas de Sakyamuni, têm -no como
centro máximo de todas as escrituras budistas. Quem lhe deu essa posição foi
Tendai Daishi, na China, e, no Japão, o Príncipe Shotoku. O "Hoke Guisho ", onde
este último interpretou o sutra "Hoke" e fez uma minuciosa pesquisa ideológica,
colocando-lhe observações , está guardado, atualmente, no Palácio Imperial, como
propriedade do Imperador. Nele está escrito: "Este não é um livro de alguém de
além-mar que se reúne a mim, Príncipe Shotoku, no Japão". Com isso, o príncipe
esclareceu que se trata de um livro de explicações elaboradas por ele próprio e
não um livro de interpretações budistas transmitidas por adeptos do continente
chinês. Segundo pesquisas atuais, há uma tendência a crer-se que essa frase
inicial tenha sido acrescentada posteriormente. De qualquer forma, fazendo -se
uma análise minuciosa do "Hoke Guisho", percebe-se que o sentido da frase é bem
preciso.
O sutra "Kannon" é considerado a parte mais importante do sutra
"Hoke" e geralmente veio sendo venerado como uma escritura independente.
Tomando por base o sutra "Kannon" ao fazer, antes da fundação da Igreja, uma
oração para ser rezada perante Deus, o Mestre assumiu a mesma posição que o
Príncipe Shotoku: não é uma reprodução do pensamento budista; baseia -se na sua
própria subjetividade.
A visão de Kannon pregada por ele, ou seja, a visão de Deus segundo a
nossa Igreja, está fundamentada numa interpretação feita através da Inteligência
Divina.
No dia 11 de janeiro de 1935, logo após a instituição da Igreja, o Mestre
dirigiu aos fiéis uma palestra sobre Kanzeon Bossatsu. Ensinou, então, que este é
a encarnação de Deus, tendo ido do Japão para a Índia, onde realizou diversas
providências. No sutra "Kegon", das escrituras budistas, conta-se que Zenzai Doji
(considerado a encarnação anterior de Sakyamuni) foi procurar Kanjizai Bossatsu
no Monte Hodaraka, em busca de seus ensinamentos. Esse Bossatsu, explicou
ele, é a encarnação de Deus que foi do Japão para a Índia.
Na fase em que o budismo, introduzido no país, foi sendo assimilado pela
sociedade japonesa, pregava-se ao povo a teoria sobre a identidade entre Buda e
Deus; segundo essa teoria, ambos possuem a mesma raiz, sendo que Buda é a
figura original, e Deus, a sua manifestação. Entretanto, baseado na Orientação
Divina, o Mestre pregou o contrário, ou seja, que Deus é a figura original, e Buda, a
sua manifestação.
Foi a primeira palestra oficial que ele fez sobre Kanzeon Bossatsu, o qual
atuava em sua pessoa e é o alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai. Desde então,
sempre que tinha oportunidade, nas palavras dirigidas aos fiéis ou nos artigos que
publicava, o Mestre, com uma interpretação completamente diferente dos sutras
"Daijo", posicionou o Kanzeon pregado por ele acima de Amida e não como
acompanhante deste.
Conforme está escrito na oração "Zenguen-Sanji", relembremos
respeitosamente o fato: "Sesson Kanzeon Bossatsu desceu do Céu à Terra,
manifestou-se como Komyo Nyorai e como Oshin Miroku; tornando-se Gusse no
Mikami, ele extermina os três males e as cinco impurezas do mundo, realiza o seu
grande desejo de salvar todas as criaturas, estabelece o Mundo de Eterna Luz e
Gozo. ."
Kanzeon é a encarnação de Deus, Criador do Universo, que, para salvar
a humanidade, desceu até o nível de Bossatsu (divindade incumbida da conversão
e salvação das pessoas e que se situa logo abaixo de Buda). Com o passar e a
mudança dos tempos, transforma-se em Komyo Nyorai e depois em Miroku
Omikami, estado original de Deus , através do qual passa a atuar. Portanto,
Kanzeon Bossatsu, posteriormente Komyo Nyorai, é a própria figura do Criador do
Universo, isto é, do Deus Supremo que se manifesta e atua de acordo com cada
época.
O Kanzeon Bossatsu, que é alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai, não se
limita à concepção budista. Ele não é outro senão o Ente Absoluto, fonte de todas
as divindades, Deus Salvador que deseja vivificar todos os seres. O Mestre
explicou, ainda, a forma como se manifesta a grande virtude de Kanzeon Bossatsu
e como se desenvolve a Providência Divina de salvação, dizendo que, quando o
poder de Kanzeon Bossatsu se irradia através dele, é que se manifesta como o
"Poder Kannon", capaz de salvar as pessoas e o mundo.
Atra vés de um grande número de misteriosas vivências religiosas, o
Mestre conscientizou-se de que esse poder de salvação atuava intensamente na
Bola de Luz localizada em seu ventre, a qual é a fonte do milagroso poder de
salvação manifestado por ele. A esse respeito, ele escreveu: "Dessa Bola,
irradiam-se ondas de Luz infinitamente. E onde se localiza sua fonte? Localiza -se
no poder concretizador da vontade de Kanzeon Bossatsu, no Mundo Espiritual;
dele me é fornecida uma Luz infinita. Esse poder nada mais é que o ‗Poder
Kannon‘, também referido como ‗Misterioso Poder da Inteligência Suprema‘. Essa
Bola de Luz é a que Nyoirin Kannon também possui ".
O Nyoirin Kannon mencionado pelo Mestre é uma das manifestações de
Kanzeon Bossatsu, cuja forma varia de acordo com a atuação que vai ter.
Consideram -no como o Kannon encarregado de concretizar todos os desejos e
dizem que ele é capaz de atendê-los, de acordo com a sua vontade, graças à
misteriosa Bola de Luz que possui.
Na época, entre as pessoas que tiveram a oportunidade de contatar com o
Mestre, havia algumas que, tendo a faculdade da visão espiritual, enxergavam a
Bola de Luz que estava localizada em seu ventre. Através do poder manifestado
por ela, a Obra Divina ia sendo desenvolvida conforme os desígnios de Deus.
AS PUBLICAÇÕES
Além das atividades iniciais com a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o
Mestre também se dedicava ao método de tratamento que viera aplicando desde
sua ida para o Ojin-Do, isto é, o "Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo
Okada", desenvolvido ativamente como processo de cura por meio do Espírito
Divino. Seus eficazes resultados iam aparecendo com o passar do tempo, e
tornavam-se cada vez mais numerosas as pessoas que buscavam a salvação.
Paralelamente, aumentava o número daqueles que se interessavam pelo princípio
da cura da doença através da Fé e pelos princípios de higiene. Então, depois de
sua mudança para o Jikan-So, o Mestre planejou o estabelecimento e a
sistematização do princípio da cura da doença, o qual ele des cobrira por meio do
método de tratamento praticado durante um ano. Mudando o nome desse método
para "Terapia Japonesa", pensou em derrubar, com ele, o extremismo da Ciência,
que pendia exageradamente para o materialismo, e torná -lo a chave para dar início
à Nova Civilização. Com esse propósito, empenhou-se na formação de pessoas
habilitadas na terapia espiritual, fundamentando-se no que escreveu e elaborou de
acordo a Orientação Divina.
O CURSO KANNON
Assim, durante três meses, o Mestre ministrou, ele mesmo, o curso sobre
a doutrina da Kannon Kai. Àqueles que assistiram às sete aulas, foi atribuída a
qualificação de "Sendo-shi" (missionário).
Esse curso tornou-se a base da doutrina da Kannon Kai e a maioria
daqueles que concluíram o Curso de Terapia Japonesa também participaram dele
e se tornaram missionários.
No dia 5 de outubro de 1935, encontramos o seguinte poema registrado
no diário do Mestre:
AS PRESSÕES
"Após a cerimônia
Do Culto Mensal,
Expliquei detalhadamente
O motivo da dissolução
Da Kannon Kai. "
"Como a tempestade
Que vem após a bonança,
Veio da Delegacia de Policia Metropolitana
A ordem de proibição de tratamentos. "
Desde que fundara a Igreja, por diversas vezes, o Mestre havia reformado e
ampliado casas, mas aquela era a primeira que ele construía. Além do mais, na
época do Hozan-So, em que se edificaram os alicerces da Igreja, o Fujimi -Tei foi o
lugar onde ele viveu durante quase dez anos.
Valorizando o silêncio que ali reinava, o Mestre passou a fazer, nessa casa, as
caligrafias a pincel e a escrever os Ensinamentos. Sob a rigorosa vigilância das
autoridades, o Fujimi-Tei adquiriu um importante significado na Obra Divina, po r
sua localização nos fundos do terreno, o que o transformava num ótimo lugar para
as conversas com os discípulos.
Pensando agora, acho estranho que Meishu-Sama (o segundo nome de é de
respeito do mestre), a quem agradavam os ambientes alegres e claros, te nha
deixado aquele lugar quase como era, sem modificá-lo muito. Fico imaginando que
talvez ele o tenha deixado assim porque Nidai -Sama (nome de respeito de Yoshi)
gostava das coisas ao natural e ele não tivera outra alternativa diante da sua
relutância um tanto persistente.
O Mestre, que, possuindo aguçada sensibilidade religiosa, compenetrava -se na
paisagem natural e sentia-se totalmente envolvido em sua atmosfera de silêncio e
tranqüilidade, viria, mais tarde, a transformar em Solo Sagrado um lugar pitoresco,
muito mais próximo do Fuji, que dali podia ser apreciado entre tantos outros
aspectos da natureza. Podemos dizer que sua afinidade com esse monte sagrado
já começava a nascer em seu íntimo naquela época.
"Finalmente,
Passado pouco mais de um ano,
A longa proibição de tratamento
Foi anulada. "
―O país se preocupa
Em construir um novo mundo,
E as pessoas sofrem
Sem saber o que é servir‖
―Vendo Luz
No caminho que sigo,
Em meu íntimo aflora
A fonte da esperança"
A VIGILÂNCIA
Mesmo depois que o Mestre se mudou de Tamagawa para Hakone e
Atami, os olhos persistentes das autoridades continuaram a pe rseguir seus passos.
Até o término da guerra e a queda do regime de vigilância estabelecido pela Polícia
Especial, pela Polícia Militar e por outras corporações, o Mestre era tratado como
indivíduo suspeito, como elemento perigoso. Quando ele comprou o Sol ar da
Montanha do Leste, a notícia foi logo transmitida pelas autoridades de Tóquio às
de Atami e, no outono em que ele se mudou de Hakone para Atami, vez por outra,
um policial militar vestido à paisana ia ao Solar da Montanha do Leste para fazer
investigações. Dizem que o Mestre pressentia o momento em que o policial estava
saindo de casa e que, se calhasse de estar fazendo caligrafia nesse momento, o
pincel parava sozinho. Entretanto, mesmo diante do policial, ele atendia as
pessoas com a serenidade de sempre.
Participavam das investigações não apenas policiais militares vestidos à
paisana como também policiais da delegacia de Atami. Na época, o controle de
ideologias vinha sendo feito tanto pelos militares como pela polícia. O Mestre,
porém, não tomava nenhuma precaução especial. Servia-lhes doces raros e
atendia-os com um sorriso, apesar de se tratar de pessoas que estavam ali para
fazer investigações. Levava-os para o local de entrevistas, fazia com que ouvissem
a palestra junto com os fiéis, presenteava-os com imagens de Kannon pintadas por
ele e até lhes ministrava Johrei.
Essa forma de atendimento indiscriminado provinha, em primeiro lugar, do
seu desejo de não esconder nada, fazendo com que os investigadores
verificassem tudo com seus próprios olhos e ouvidos. Entretanto, podemos dizer
que era, também, uma manifestação do grande amor do Mestre, que, há muito
tempo, tratava todas as pessoas da mesma forma. Durante as visitas que lhe
faziam, os investigadores eram envolvidos pela sua personalidade e pas savam a
simpatizar cada vez mais com ele. Essa simpatia ia se transformando em respeito
e admiração pela sua pessoa.
Assim, por um lado, o Mestre dispensava às autoridades um tratamento
amável; por outro, não se esquecia de ter os devidos cuidados para evi tar que eles
se irritassem à toa. Os fiéis que vinham para as entrevistas, entravam
separadamente; uns pela porta da frente, outros pela porta lateral, pela cozinha
etc.. Tomava essa precaução porque, diariamente, cinco a seis elementos da
Polícia Especial vigiavam às ocultas. Às vezes, ele dizia aos fiéis: "Os agentes da
Polícia Especial são exigentes; por isso, é melhor o senhor não vir aqui.‖
Pouco depois que o Mestre se mudou para Atami, um investigador foi
visitá-lo e, suspeitando que ele mantivesse contacto com os Estados Unidos, levou
dois ou três rádios que havia em sua casa, para que fossem examinados por um
especialista. E não era só. Às vezes, ficava um investigador escondido na casa em
frente ao Solar da Montanha do Leste, tomando notas minuciosas sobre os fiéis
que freqüentavam o Solar.
Certo dia apareceu um investigador da Divisão Especial, o qual lhe disse:
"Na sua casa, curam -se doenças, mas não é Kannon quem as cura. Elas são
curadas graças ao grande poder do Imperador; por isso, vocês deveri am agradecer
a ele." Acostumado com os métodos dos policiais, que tudo relacionavam ao poder
do Imperador, o Mestre respondeu com um pouco de ironia: "As pessoas que
foram curadas devem mesmo ir agradecer lá no Palácio Imperial, é?"
Entretanto, apesar das investigações insistentes, nada surgia que
pudesse incriminá-lo. Dizem que o policial, um tanto desapontado, se queixou:
"Investiguei bastante, fazendo tudo para prender Okada, mas estou em apuros,
porque não consigo achar nenhuma prova". Essas palavras chegaram ao
conhecimento do Mestre, o qual registrou: "Eu não pude deixar de rir. Prende -se
alguém quando há motivos; se não há, é porque a pessoa é honesta. Ele, no
entanto, diz que está em apuros porque quer me incriminar a qualquer custo. Não
consigo entender uma coisa dessas.‖
O FIM DA GUERRA
A guerra se tornava mais acirrada e, em fevereiro de 1945, as tropas
americanas começaram a desembarcar na Ilha Io, ocupando -a após uma luta
desesperada durante um mês.
Também nos campos de batalha da Europa, a Itália, já em setembro de
1943, havia se rendido incondicionalmente às tropas aliadas. Isolada, a Alemanha
começou a recuar a partir de 1944, e o destino dos países do Eixo apresentava -se
sombrio.
Após a ocupação da Ilha Io, as tropas americanas intensificaram seu
ataque e, no dia 1º de abril, menos de um mês depois, iniciaram a estratégia de
desembarque na Ilha Okinawa. A batalha aí travada envolveu não só os soldados
como também muitos civis e, em menos de três meses, morreram duzentas e dez
mil pessoas, entre as quais cem mil não estavam em combate.
A partir de 1944, haviam -se intensificado os ataques aéreos ao Japão,
que ficara sem qualquer defesa. Especialmente após a ocupação de Okinawa,
começaram bombardeios indiscriminados, que atingiam não apenas as grandes
metrópoles e as instalações militares, mas também as cidades pequenas e médias
de todo o país. Em maio, os alemães se renderam por completo, e então as tropas
aliadas passaram a atacar o Japão com força total. Nos meados de julho, cidades
litorâneas como Kamaishi e Muroran foram bombardeadas por canhões navais,
sofrendo um golpe destruidor. Apesar de tal situação, o governo continuava a
preparar a batalha decisiva no território japonês.
Entretanto, o Japão foi vítima da tragédia histórica representada pelas
bombas atômicas lançadas no dia 6 de agosto em Hiroshima e no dia 9, em
Nagasaki. Só então, por decisão do Imperador, o governo resolveu se render,
colocando um ponto final naquela guerra que durara quase quatro anos.
No dia 15 de agosto de 1945, es tavam reunidos no Solar da Montanha
Divina, em Hakone, cerca de cinqüenta fiéis, que tinham vindo de todo o país para
encontrar-se com o Mestre. Nesse dia, desde cedo, o rádio anunciava
repetidamente que, ao meio-dia, seria transmitida uma importante notícia, e o
Mestre ordenara que todos ouvissem essa transmissão. Pouco antes da hora
determinada, ele sentou-se cerimoniosamente diante do rádio, e todos fizeram o
mesmo. Ao meio-dia, foi anunciada a declaração do fim da guerra e quem deu a
notícia foi o próprio Imperador, fato inédito em toda a história do Japão.
Naquele grupo, havia pessoas a quem o Mestre já tinha avisado
que o Japão perderia a guerra; no entanto, ao ouvirem o triste resultado a que o
país chegara depois de ter empregado todas as suas forças, a maioria ficou atônita
e engoliu em seco. Passados alguns instantes de silêncio após o término da
transmissão, o Mestre disse aos fiéis, que o olhavam ansiosamente: "Foi bom
assim. O Japão irá melhorar". Falou apenas isso e deixou a sala. Essas palavras
ditas no tom costumeiro surpreenderam muito os diretores e fiéis, que estavam
desapontados. No dia seguinte, comentou ainda com aqueles que vieram para a
entrevista: "Não posso falar abertamente, mas, na verdade, esse resultado merece
uma grande comemoração". Ouvindo isso, os discípulos sentiram desfazer-se
aquela intranqüilidade que os assaltara há pouco, e compreenderam que, com o
término da guerra, por fim chegava o momento em que o Japão se tornaria
realmente um país correto.
Mas agora, mais do que nunca, quando haviam terminado os dias de
tensão causados pela vigilância incessante das autoridades e era possível falar
abertamente à sociedade sobre a fé em Deus que ocultara em seu íntimo durante
longo tempo, a firmeza do Mestre precisava ser muito grande.
Ele, que, com o fim da guerra, vira-se livre das vigilâncias e reiniciara suas
atividades, passou a ser procurado por um grande número de pessoas. Entre elas,
havia muitos militares profissionais, designação dada àqueles que entravam para a
carreira militar por intermédio de alistamento.
Pouco depois de terminada a guerra, um militar o visitou e, muito irado,
desabafou toda a sua insatisfação: ―Não consigo entender o motivo da rendição. É
uma vergonha!" Entretanto, o Mestre nada disse para alimentar o assunto.
Admirado, o militar lhe perguntou: "O senhor é japonês?", ao que ele,
imediatamente, respondeu: "Não; não sou japonês". O homem teve um sobressalto
e começou a tremer, mas perguntou: "Então de que país é o senhor?" Diante da
resposta — "Eu sou universal" — ficou sem ação. Então, o Mestre lhe falou sobre o
amor à humanidade, que está acima da posição de um único país.
O período pós -guerra do Japão começou com a ocupação do
país pelas tropas aliadas. Com a rendição firmada pela aceitação da Declaração
Potsdam em 15 de agosto de 1945, todo o gabinete do Primeiro -Ministro Kantaro
Suzuki renunciou, sendo substituído pelo gabinete chefiado por Higashikuni -no-
miya Naruhiko, que se lançou à reorganização da situação de pós -guerra e à
restauração da ordem s ocial. Na verdade, porém, tudo estava sob a direção do alto
comando do quartel general das tropas de ocupação. Essa situação durou cerca de
sete anos, até que o Japão se tornou independente, com o Tratado de Paz de São
Francisco, firmado entre quarenta e oito países, entre os quais os Estados Unidos.
A política das tropas de ocupação consistia em promover o
desarmamento, liquidar o militarismo e tornar o Japão uma nação pacífica; ao
mesmo tempo, pretendia-se assegurar a liberdade dos indivíduos e a democracia,
e reorganizar uma atividade econômica capaz de contribuir para a paz mundial.
Entretanto, se analisarmos atentamente, veremos que a situação do Japão era a
de um derrotado que tem de cumprir a pena imposta pelos vencedores através do
julgamento dos criminosos de guerra. Mesmo a liberdade de expressão não era
total: as notícias desvantajosas para as tropas aliadas eram rigorosamente
censuradas. De modo geral, porém, foi adotada uma política que visava à liberdade
ampla e à concretização da democracia. No campo da Religião, foi assegurada a
liberdade de culto, embora de forma relativa: as religiões não sofreriam
intervenções desde que respeitassem a ordem pública e os bons costumes.
Conseqüentemente, podemos dizer que era a primeira vez que a primavera
chegava para o mundo religioso.
Para nossa Igreja também terminou a época adversa de proibição das
atividades religiosas, e ela entrou numa fase de grande mudança histórica. A
propósito, existe um episódio que simboliza essa mudança.
Em setembro de 1945, um m ês após o fim da guerra, um ministro foi a
Hakone levar oferendas e passou muito mal, chegando a desmaiar. Avisado do
acontecido, o Mestre foi ministrar-lhe Johrei e, quando ele melhorou, sentou-se
cerimoniosamente e entoou em vo z alta a oração Amatsu -Norito. A maioria das
pessoas que estavam à sua volta haviam se tornado fiéis na época da terapia
popular, antes e durante a guerra; assim, elas se surpreenderam com a oração,
que ouviam pela primeira vez. Entretanto, sentindo uma profunda admiração pela
sua grande solenidade, curvaram -se respeitosamente.
Dessa forma, o caminho que vai tornando claro o trabalho de
nossa Igreja como religião começa a ser trilhado passo a passo, mas o Mestre
ainda esperou durante dois anos, até que a Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza
Religiosa se firmasse. Ou seja, durante os quase dois anos transcorridos até que a
liberdade religiosa fosse assegurada, de direito e de fato, pela nova Constituição,
promulgada em 1947, o Mestre continuou as atividades de salvação ainda sob a
forma de terapia popular.
Com o final da guerra, a linha de difusão, que, apesar da liberdade
limitada, fora consolidada durante o conflito, expandiu -se de forma extraordinária,
como uma correnteza que encontra passagem, e chegou a todo o país. O Johrei
salvava as pessoas que, no difícil dia-a-dia, sofriam com doenças, problemas
financeiros e conflitos, e os Ensinamentos do Mestre tornavam -se a Luz que
ilumina o caminho daqueles que perderam o rumo a seguir.
No dia 11 de fevereiro de 1947, o Mestre reformulou o sistema de atuação
dos seus discípulos, cujas atividades se desenvolviam sob o nome de "Tratamento
de Digitopuntura no Estilo X", e organizou a Nipon Joka Ryoho Fukyu -Kai
(Associação de Divulgação da Terapia Japonesa de Purificação), planejando a
união da entidade. Ele próprio ocupou o cargo de Presidente; Sossai Shibui, o de
Vice-Presidente, e o escritório foi instalado em Atami.
A expansão da Associação era espantosa. Com a seqüência inumerável
de milagres produzidos, aumentou o número de pessoas que d esejavam se tornar
associadas. Abriram -se cursos nas mais diversas regiões, e em todos eles havia
muitos participantes, ligados a pessoas salvas pelo Johrei ou que ali estavam por
causa de comentários que ouviram. Houve um curso ministrado no Estado de Gui fu
em que toda uma vila ingressou na Fé.
Entre as pessoas que assistiam a esses cursos, começou a crescer o
número daqueles que, devido à experiência emocionante de terem sido salvos,
despertavam para a sua missão de servos de Deus e desejavam se tornar
exclusivamente terapeutas. Por outro lado, alguns não viam com bons olhos a
rápida expansão que a Associação vinha alcançando, e houve casos de denúncias
à polícia, sob a alegação de que ela infringia as leis da Medicina; vez por outra,
isso chegou a se tornar matéria jornalística. Por causa dessas denúncias, as
autoridades viram -se várias vezes obrigadas a deter os terapeutas e submetê -los a
interrogatórios. Entretanto, com a ardorosa fé dos dirigentes, tudo isso pôde ser
vencido. Aliás, esses fatos tornaram -se uma boa propaganda para atrair as
pessoas, e a difusão continuou a crescer de forma espantosa.
A GRANDE EXPANSÃO
Em julho de 1948 foi instituída a nona igreja filial: Igreja Jitsuguetsu (mais tarde
denominada Igreja Meissei)
Responsável: Hidejiro Kobayashi
Aratama, quadra 2, nº 224 - cidade de Odawara - Estado de Kanagawa.
Instituída a Igreja Kannon do Japão, as atividades de salvação foram
totalmente reformuladas. Na nova organização, que iniciou suas atividades como
religião, o Johrei até então denominado "tratamento" passou a ser chamado de
"Purificação" e, logo a seguir, de "Johrei". Quanto ao talismã, este passou a ter as
palavras "Hikari" ("Luz"), "Komyo" ("Luz Intensa") e "Dai -Komyo" ("Luz Muito
Intensa") escritas verticalmente. A partir de janeiro de 1948, começou a ser
entoada a oração Zenguen-Sanji e também os salmos.
Foi nessa ocasião também que, por determinação do Mestre, os fiéis
passaram a dirigir-se a Deus, diante de Sua Imagem, pelo nome Miroku Omikami.
Na Imagem de Deus estava escrito "Dai-Komyo Nyorai" ("Di vindade de Luz Muito
Intensa"); mais tarde, na época da Segunda Líder Espiritual, essas palavras foram
mudadas para "Dai-Komyo-Shinshin" ("Deus Verdadeiro de Luz Muito Intensa").
Isso significa que, desejando a salvação da h umanidade, Deus, Criador do
Universo, que descera até a posição de Bossatsu e se manifestara sob o nome de
Kanzeon Bossatsu, finalmente retornava à sua posição original e começava a atuar
para desenvolver a grande obra da salvação.
Assim, efetuou-se o grande salto da terapia popular denominada
Tratamento de Purificação por Digitopuntura, para a pessoa jurídica de natureza
religiosa chamada Igreja Kannon do Japão. Entretanto, houve alguns membros que
vacilaram. Aqueles que pensavam unicamente em solucionar os seus próprios
problemas sentiram muita insegurança ao ouvirem falar do ideal de salvar a
humanidade e transformar a Terra num paraíso. Entre as pessoas que se limitavam
a pensar no Johrei como um tratamento, não conseguindo reconhecer a existência
de Deus e o Seu amplo desejo de salvação, muitas interpretaram que tinham sido
enganadas, quando se revelou seu aspecto religioso. Quanto aos intelectuais,
havia os que, embora comprovando a grandiosidade do Johrei, achavam
incoerente reconhecer nele o Poder Divino, uma ve z que tinham uma visão
materialista do mundo. Havia, ainda, aqueles para os quais era embaraçoso,
perante a sociedade, ter ligação com uma religião nova.
Assim, quando foi instituída a Igreja Kannon do Japão, muitos membros
da Associação de Divulgação da Terapia Japonesa de Purificação se afastaram.
Por outro lado, as pessoas que, desde a época da Associação, haviam despertado
para a missão de salvar seus semelhantes e que, por trás do Johrei, captavam a
Vontade Divina de construir o Mundo Ideal, sentiram uma alegria inexprimível ao
verem chegar à época pela qual tanto esperavam. Com seu ardente entusiasmo
pela difusão, surgiam grandes milagres em todo, o país e muitas outras pessoas
foram sendo salvas. Assim, apesar de haver um grande número de d esligamentos,
alcançou-se uma expansão que supria e ultrapassava esse número. O ano de
1947, em que se instituiu a Igreja Kannon do Japão, foi um ano de crescimento
inédito em toda a história da Igreja. O número oficial de membros que, na época do
término da guerra, era de algumas centenas, em dois anos chegou a dezenas de
milhares.
Em outubro de 1948, o Mestre deu autonomia à Igreja Miroku, uma das
nove filiais, a qual recebeu o nome de Igreja Miroku do Japão. No primeiro número
da revista "Hikari", editada pouco depois, ele explicou a relação entre a Igreja
Kannon do Japão e a Igreja Miroku do Japão: "Todas as coisas têm positivo e
negativo, masculino e feminino, vertical e horizontal; assim, se ambas as partes
caminharem suprindo suas falhas e defeitos, a expansão será mais rápida. É como
ter braço direito e braço esquerdo. Esta é a Verdade". A partir daquela data,
comprovando as palavras do Mestre, as duas Igrejas tiveram uma expansão
assombrosa; em 1949, o número de fiéis elevava-se a mais de cem mil.
O OLHAR DESCONFIADO DA SOCIEDADE
Dois meses depois que a Igreja, sob o novo sistema, iniciou a Obra Divina
de salvação do mundo com um vigor igual ao do nascer do Sol, Atami sofreu dois
grandes incêndios. O primeiro ocorreu na tarde do dia 3 de abril, no cen tro
comercial de Nakamisse, perto da estação, atingindo noventa e quatro casas. Dez
dias depois, aconteceu um incêndio como nunca se tinha visto antes: o fogo,
surgido pouco depois das dezessete horas numa empresa construtora situada no
aterro perto do mar, começou a se propagar com o forte vento que soprava, e logo
as ruas do centro foram engolidas pelas chamas. Conta -se que as labaredas que
se elevavam no céu noturno, podiam ser vistas até em Kamakura e Oisso, cidades
litorâneas como Atami, mas bem distantes dela. As chamas vigorosas, depois de
atravessarem a cidade, finalmente enfraqueceram, apagando -se no sopé da
Montanha Tenjin, na zona leste, por volta da meia -noite. De acordo com as
estatísticas, 979 casas foram queimadas, 1461 famílias ficaram desabrigadas, o
número de vítimas elevou-se a 5745, e os prejuízos foram avaliados em 3 bilhões
de ienes.
Além do forte vento, a precariedade do fornecimento de água foi fatal.
Devido à violência do fogo, os bombeiros da cidade e os que vieram ajudar
provenientes de cidades vizinhas, como Hayakawa e Yugawara, não conseguiram
trabalhar com eficácia, de modo que a situação chegou àquela grande tragédia.
Dizem que a causa direta do incêndio foi uma ponta de cigarro jogada por um
operário, a qual incendiou um tanque de gasolina.
Naquele dia, havia um grande número de dedicantes trabalhando nas
obras de construção do Solo Sagrado de Atami, junto com os profissionais. Na
época, o terreno onde se ergue o atual Templo Messiânico, os muros de pedra ao
redor, o terreno do Palácio de Cristal e outros aspectos básicos na Terra Celestial
delineavam as suas formas. Dali, a duzentos metros acima do nível do mar, as
labaredas, que começaram em determinado ponto da cidade, podiam ser vistas
bem em frente, dando a impressão de que era possível alcançá -las com as mãos.
Quando as sirenes começaram a tocar persistentemente e o incêndio parecia se
agravar, os dedicantes, preocupados com a Sede Provisória, situada relativamente
perto do ponto onde irrompera o fogo, desceram a montanha. No momento em que
eles chegaram lá, as faíscas caíam como chuva e pareceu-lhes que era questão de
tempo a Sede pegar fogo. A Imagem de Deus já havia sido levada para um local
seguro, juntamente com os quadros de caligrafia do Mestre.
Foi mais ou menos nessa hora que o Mestre chegou, na companhia de
Yoshi, vindo do Hekiun-So, situado no bairro de Minaguti. Depois de dirigir palavras
de agradecimento àqueles que apressadamente carregavam os objetos, ficou em
silêncio, ministrando Johrei na direção do fogo.
Logo em seguida as chamas atingiram a porta da frente, que caiu em
poucos instantes. O transporte dos objetos ainda continuou, e às pessoas que
estavam desocupadas, foram distribuídas baldes, bacias, panelas etc., a fim de
transportarem água para os lugares que pareciam estar em perigo. Ela era jogada
ininterruptamente, no telhado e nas paredes; entretanto, com a intensidade do
fogo, logo secava. Assim que isso acontecia, jogava -se mais água.
Enquanto repetiam esse trabalho às cegas, as pessoas não tinham nem
tempo para sacudir as fagulhas que caíam sobre seu próprio corpo. Além disso,
uma intensa chuva de fagulhas caía sobre o telhado. As casas e lojas situadas à
volta vomitavam fogo; a Sede es tava cercada de três lados pelas labaredas, e as
árvores do jardim já não tinham mais folhas. O prédio do jornal "Hikari", que ficava
próximo, acabou sendo envolvido pelas chamas. Todos jogavam água no corpo,
para aliviar o calor, e até entravam no lago, para poderem continuar o trabalho,
mas as roupas logo secavam, parecendo que iriam pegar fogo a qualquer
momento. As pessoas que não tinham vasilhas para pegar água, subiam ao
telhado e estendiam desesperadamente a mão, ministrando Johrei na direção das
chamas que se aproximavam.
Exatamente na hora em que se pensava que era o fim, devagarzinho o
vento começou a mudar de direção. As labaredas, que pareciam prestes a engolir
a Sede a qualquer momento, foram empurradas para trás. Isso aconteceu por volta
das vinte e duas horas, ou seja, cinco horas após o início do incêndio.
Os avisos sobre a situação da Sede Provisória chegavam sucessivamente
ao Mestre, que havia retornado ao Hekiun-So: "Pegou fogo!" "Está queimando!"
etc.. Mas o Mestre, sem demonstrar o mínimo abalo, dizia, cheio de convicção:
"Não, ela não vai pegar fogo não." Pouco antes, quando o incêndio atingiu a Rua
Guinza, ele orientara: "Os bairros de Shimizu e Assahi também correm perigo. Por
isso, avise a todos e mande que se preparem para a evacuação ." Ao mesmo
tempo, talvez con victo da absoluta proteção de Deus, disse também: "Pelo menos
a Sede Provisória será poupada."
Seria mesmo verdade?
O incêndio se alastrou de Guinza para Assahi e, em seguida, para
Shimizu, mas a Sede Provisória, que todos pens avam não escapar, continuou de
pé, em meio de escombros. E o milagre não foi só esse. Na manhã seguinte,
arrumando o local onde estava sediada a redação do jornal "Hikari", os dedicantes
descobriram, entre as cinzas e restos de objetos destruídos pelo fogo , alguns
jornais semiqueimados. Eram exemplares do primeiro número daquele periódico e
do número 53 do jornal "Kyussei", nome para o qual ele fora mudado. Todos
ficaram surpreendidos por eles terem sido poupados no meio do fogaréu, e essa
surpresa logo se transformou num sentimento de respeito, pois, na primeira página
do primeiro número do jornal "Hikari", havia sido publicada uma foto do Mestre
ocupando a metade da folha, e o fogo, como que se desviando da foto, queimara
apenas as bordas, em formato semicircular. No número 53 do jornal "Kyussei",
também na primeira página, havia sido publicada a figura de Daimiroku, desenhada
pelo Mestre. As pessoas que estavam realizando aquele trabalho descansaram as
mãos e, reunidas em volta dos jornais, choraram de emoção.
Esse milagre ocorrido durante o grande incêndio de Atami foi
pomposamente noticiado no jornal "Kyussei", ampliando o redemoinho de emoção
religiosa e dando coragem e esperança aos fiéis de todo o país, os quais tendiam a
ser malvisto, como integrantes de uma religião nova.
A PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA
INÍCIO
INVESTIGAÇÕES RESIDENCIAIS
PRISÃO
AS TORTURAS MENTAIS
Após ter sido libertado, o Mestre afastou-se de suas atividades por uns
tempos e foi descansar em Hakone, para recuperar-se da fraqueza mental e física
em que se encontrava. Deixou também de fazer as entrevistas com os membros e
de ditar os Ensinamentos. Passava os dias tranqüilamente, ouvindo música, por
exemplo. Quando foi se recuperando, deu início à confecção de mil quadros com a
caligrafia "As flores caem e os frutos se formam", os quais outorgou aos fiéis. Eram
quadros que expressavam este mistério da Providência: assim como é preciso que
as flores caiam para que os frutos se formem, em meio do sofrimento, há
ocorrências Divinas muito alentadoras.
Depois que Inoue, o secretário do Mestre, foi preso, no dia 8 de maio de
1950, data em que teve início à perseguição religiosa, quem ficou no seu lugar foi
Teruaki Kawai, que mais tarde se tornou Presidente da Igreja. Sua principal tarefa
era atender os chantagistas que apareciam seguidamente. Na época, Kawai tinha
apenas vinte e cinco anos e estava fazendo difusão , sobretudo na Região Kansai.
Como era a primeira vez que iria dedicar ao lado do Mestre, perguntou a este com
que espírito deveria fazê-lo, ao que o Mestre respondeu: "Aqui não existe nada
disso." Ouvindo essas palavras, Kawai falou que tinha vontade de servir e de se
aprimorar, mas o Mestre replicou: "Você deve se aprimorar naquilo que for
necessário em cada ocasião. Não pense neste ou naquele aprimoramento. Ficarei
satisfeito se fizer o que eu digo." Diante disso, Kawai comentou: "Dessa forma,
parece que não há nada com que eu precise me preocupar. É isso mesmo?" O
Mestre então confirmou: "Sim. Isso é o que se chama de aprimoramento celestial.
Entretanto, como as pessoas que me procuram geralmente vêm atrás de dinheiro,
é preciso que seja suficientemente inteligente para enxergar a intenção delas e
tomar-lhes à dianteira. "
Pouco tempo depois, o Mestre fora preso e submetido a interrogatórios.
Passara aproximadamente três semanas detido e, sendo solto pela penitenciária
de Shizuoka, fora repousar em Hakone por algum tempo. Voltando a Atami, disse a
Kawai e às outras pessoas que ficaram cuidando da Igreja durante a sua ausência:
"Será que os fiéis não estão vacilantes? O meu sofrimento é imposto por Deus e,
por isso, não é nada grave. Mas eles não sabem da verdade e devem estar
preocupados." Ouvindo essas palavras, todos ficaram comovidos com o amor do
Mestre, que, embora ainda enfraquecido, preocupava-se com os fiéis.
Kawai fora acometido de uma grave tuberculose pulmonar em 1943,
quando cursava a Universidade de Wasseda, só lhe restando esperar pela morte.
Entretanto, recebendo Johrei com Issai Nakajima, pouco a pouco, recuperara a
saúde e, em contacto com os Ensinamentos do Mestre, despertara para um novo
mundo e decidira oferecer sua vida exclusivamente à Obra Divina. Na ocasião em
que foi dedicar ao lado do Mestre, em 1950, ocupava o cargo de Responsável da
Filial Tyokushin, ligada à Igreja Tengoku. Quando aquele ainda estava vivo, Kawai
dedicava-se à difusão na Região Kansai; depois, tornou-se um dos diretores da
Igreja; mais tarde, após o falecimento do Mestre, ocupou o cargo de Presidente do
Conselho Administrativo e, em seguida, o de Presidente da Igreja.
"Perseguição Religiosa"
―É meu destino
Ter maiores sofrimentos
E maiores alegrias
Que as outras pessoas."
―A Terra Divina
Reflete-se aos olhos das pessoas
Como imagem de perfeita
Verdade, Bem e Belo. "
"Não há nada
Que possa comparar-se
A alegria que eu sinto hoje,
Vendo construída
A morada de Deus."
INÍCIO DA OBRA
"Abrigado do inverno
Em meu quarto,
Olhava todos os dias,
Pela janela,
O tranqüilo mar de Izu."
Na época do primeiro proprietário do Solar da Montanha do Leste —
Kengo Ishu, presidente do Banco Dai-iti — a família do jardineiro morava com ele.
Depois de adquirir o Solar, o Mestre quis que essas pessoas continuassem
morando ali, e sempre se preocupava com elas. Durante e depois da guerra, no
período de dificuldade alimentar, dava arroz e verdura e dizia com carinho: "Em
casa temos tudo com fartura, de modo que, se houver algo que desejem comer,
podem levar." O jardineiro e todas as pessoas de sua família sentiam -se muito
gratos por essas atenções e durante longo tempo o serviram com muita devoção.
O SOM DA CONSTRUÇÃO
O GRUPO DE DEDICAÇÃO
Caligrafia do Mestre:
"Shinjin Zaiji"
("O Deus-homem está aqui")
Creio que a expressão ―Luz do Oriente‖ surgiu há uns dois mil anos, em
determinada parte da Europa, tendo se propagado gradativamente a ponto de hoje
não existir quem a desconheça. Até agora, no entanto, por ignorância do seu
verdadeiro significado, ela continua envolvida em mistério. Assim, gostaria de
mostrar o que realmente significa essa expressão.
Indiscutivelmente, ―Luz do Oriente‖ era uma predição relacionada a minha
pessoa. Não haverá quem não se espante ao tomar conhecimento dessa verdade,
e poucas pessoas conseguirão aceitá-la de imediato. Por isso, tentarei me explicar
melhor, apresentando provas reais do que estou dizendo.
A primeira prova é o local onde nasci e o trajeto das muda nças que fiz.
Nasci num bairro pobre, antigamente denominado Hashiba, situado em
Assakussa, na cidade de Tóquio. O país chamado Japão, como todos sabem,
localiza-se no extremo leste do globo terrestre, acrescente -se que Tóquio é uma
cidade do leste do Japão. O leste de Tóquio é Assakussa, cujo leste, por sua vez é
Hashiba, o bairro ao qual me referi há pouco. A leste desse bairro está o rio
Sumida. Assim, Hashiba é realmente o leste do leste; em termos mundiais, é o
extremo leste do mundo.
Aos oito anos, fui morar no bairro de Senzoku, a oeste de Hashiba; mais
ou menos na época em que conclui o curso primário, mudei -me para o bairro de
Naniwa, em Nihon0bashi, e em seguida, para Tsukiji, em Kyô -bashi; depois fui para
os bairros de Ôi e Õmori, ambos em Ebara; mais tarde, me transferi para Kõji e a
seguir para Tamagawa, onde existe, atualmente o Solar da Montanha do Tesouro.
Posteriormente, dando um salto bem grande me mudei para Hakone e Atami, e
agora, para Quioto. Assim, troquei de residência dez ve zes e dessas mudanças,
excetuando-se o bairro de Kõji, nove foram para o oeste. Naturalmente daqui em
diante a Luz do Oriente avançará cada vez mais para o oeste; um dia, é óbvio
chegará a China e finalmente a Europa.
Analisando os diferentes aspectos da cultura j aponesa até o presente
momento, constatamos que todos eles nasceram no oeste e foram se expandindo
em direção do leste. Entre as religiões, o budismo, incluindo todas as suas
ramificações, o cristianismo e o xintoísmo – este último, originário do Japão –
nasceram no oeste e foram se propagando para o leste. A religião budista Nitiren
foi a única que nasceu no leste. E isso tem uma profunda razão de ser. Vejamos:
O budismo, como tenho dito, foi criado para promover a salvação das
criaturas na Era da Noite, isto é, o período em que o mundo era protegido pela
Deusa da Lua. Entretanto, como tudo ocorre primeiramente no Mundo Espiritual,
chegando a época apropriada a mudança para a Era do Dia, iniciou -se naquele
mundo, há setecentos anos o primeiro estágio do alvorecer.
Foi por isso que nasceu Nitiren Shõnin. Crendo em Buda, assim que
terminou seus primeiros aprimoramentos ele tomou a decisão inabalável de se
dedicar a divulgação do sutra ―Hoke‖ pregado pelo Mestre. Primeiramente foi a
Awa sua terra natal e escalando o Monte Kiyossumi, próximo ao mar, entoou em
vo z alta no momento em que o Sol estava para nascer, às palavras: ―Nan -myõ-hõ-
ren-gue-kyõ‖ (para pedirem a Nitiren proteção e atingirem a iluminação). A partir de
então, divulgou para o mundo o sutra ―Hoke‖ com todas as suas forças,
enaltecendo-lhe os benefícios. Mais tarde, lutou contra inúmeras perseguições, até
que finalmente estabeleceu uma seita inabalável como é hoje a Hoke -kyõ *religião
de Nitiren), que merece todo o nosso respeito.
Esse grande feito de Nitiren representava o primeiro raio da Luz do
Oriente. Em termos espirituais, podemos dizer que, no extremo leste do Mundo
Espiritual, até então imerso nas trevas, era um brilho bem fraco e pequeno o
primeiro indício de que o Sol estava para nascer. Na turalmente, isso não se
evidenciava aos olhos humanos. Mas em verdade constituía uma importante
realização Divina no avanço da Grande Providência.
Seiscentos e tantos anos depois chegada a hora do Alvorecer no dia 15 de
junho de 1931, levando trinta e poucos acompanhantes escalei o monte Kenkon
(nome oficial da Montanha Nokiguiri, no estado de Tiba) situado em monte, em
direção ao céu do leste, entoei uma oração. Na mesma hora, ocorreu algo
misterioso. Ainda não me é permitido revelá-lo, mas significa a demarcação da
mudança da Noite pra o Dia, promovida pela Providência de Deus. E o interessante
é que a leste do Monte Kenkon está localizado o Monte Kiyossumi, a uma distância
tão irrelevante que se uma pessoa chamar por outra de um dos lados, será ouvida
por ela. São realmente montes irmãos. E Nihon, o nome do templo que significa
―Nascente do Sol‖, também está insinuando aquela mudança.
Acima escrevi sobre a afinidade do Japão com o budismo. Quanto ao
confucionismo, a moral, a sinologia, a medicina chinesa e todas as primeiras
expressões da cultura japonesa foram importadas da China e da Coréia. Nos
últimos tempos, foi introduzida no país a cultura ocidental de modo que a maior
parte da sua cultura provém do oeste. Além da religião Nitiren, não existia
nenhuma outra expressão cultural japonesa que tivesse nascido no leste.
Mas agora precisamos refletir: se dessa cultura nascida no oeste, se
tivesse conseguido formar um mundo ideal de paz e felicidade, que teria eu para
falar? O que vemos, entretanto, é justam ente o contrário. Materialmente, o
importante que é a felicidade humana; não foi alcançada; e o pior é que segundo
tudo indica, também não o será no futuro. Certamente todos pensam assim. No
entanto, embora o homem contemporâneo não possua nenhuma esperança e viva
uma vida cotidiana sem objetivos, sentindo uma intranqüilidade inexplicável, a
maioria das pessoas, no íntimo, não cessa de ansiar pela luz da esperança. O
centro desse desejo na realidade é a Luz do Oriente.
Como podemos ver, os fundamentos da civilização seguiram uma
trajetória contrária a rodem natural, o que pode ser muito bem compreendido ao
observamos a Natureza: o Sol e a Lua despontam no leste e descrevem órbita em
direção do oeste. Sendo esta uma verdade eterna, o que nasce no leste repres enta
a própria Verdade. Assim, posso afirmar com toda segurança que as pessoas que
acreditarem em minhas palavras, procedendo em conformidade com elas,
conseguirão obter a verdadeira felicidade. Em resumo: eu purificarei toda a água
turva impelida do oeste para o leste, devolvê-la-ei pura e construirei um mundo
límpido como o cristal.
(Jornal Eikõ, nº 182, 12 de novembro de 1952)
MINHA HISTÓRIA
Introdução
Meu mistério
Não existe pessoa tão singular quanto eu. Nos limites do que se conhece
desde os tempos antigos, através das biografias de religiosos, sábios, grandes
personagens etc., não há ninguém que se encaixe nos mesmos moldes. Com
certeza, trata-se um fato inédito desde o início do mundo. Eu próprio quanto mais
penso nisso, creio que tudo se resume numa palavra: mistério. Conseqüentemente,
no futuro, quando se fizerem pesquisas sobre minha pessoa, inevitavelmente
surgirão inúmeras críticas. Com esse pensamento, quero deixar retratada a minha
imagem mais real.
O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim mesmo, é a minha
própria personalidade. Os mistérios que envolvem são tantos, que eu vou me
analisar não só de acordo com o meu próprio ponto de vista, mas também de
terceiros. Até as pessoas que têm contato comigo há mais de dez anos ainda não
compreenderam realmente esses mistérios, nem mesmo minha esposa parece
entender-me muito bem.
Naturalmente, sou religioso, mas não sou um mestre de religião como o
foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco sou um personagem sobrenatural.
Em verdade, abranjo aspectos muitos amplos.
Quando jovem, nunca atentei para esse fato; tinha apenas uma leve
consciência de ser um pouco diferente das pessoas comuns. A principal diferença
que eu encontrava em mim é que não sentia nenhuma inclinação para adorar
qualquer pessoa, fosse ela um grande personagem histórico ou qualquer outra
eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão relevante a ponto de ser
superior a mim. Não era pretensão nem presunção, era um sentimento que surgia
naturalmente e por isso muitas vezes cheguei até sentir solidão.
Outra de minhas características particulares é um forte sentimento de
justiça e o dobro de ódio ao mal sentido pelas pessoas comuns. Eu sofria bastante
para dominar o furor que sentia ao ler os jornais diários. Acreditava , então, que
para diminuir as injustiças que se me deparavam, o melhor meio era fundar um
jornal. Naquela época, uma pessoa só conseguiria abrir uma empresa jornalística
se tivesse mais de um milhão de ienes, e eu tive de trabalhar bastante para obter
essa quantia. Lamentavelmente, ao contraio do que esperava, acabei fracassando.
No entanto, como esse fato se tornou um dos motivos que me levaram a seguir a
vida religiosa, considero-o até positivo.
Foi assim que ocorreu o meu ingresso na Religião Õmoto. Graças a essa
religião, eu, que até então era completamente agnóstico, pude conscientizar -me
profundamente da existência de Deus. Como me aconteciam surpreendentes
milagres, uns após outros, é claro que meu sentimento mudou completamente,
dando uma volta de cento e oitenta graus. A cada dia aumentava o número de
milagres, até que finalmente recebi a revelação espiritual sobre a minha vida no
passado, no presente e no futuro, além de ser investido de um poder sobre -
humano e da grande missão de salvar a humanidade.
Um fenômeno que achei muito curioso, nessa época, é que uma força
grandiosa me manejava livremente, fazendo com que, por meio de milagres eu me
encontrasse pouco a pouco com o Mundo de Deus. A minha alegria, nessas horas
era irrefreável. Era uma sensação indescritivelmente profunda, nítida e elevada.
Além do mais, os milagres continuavam acontecendo fatos interessantíssimos. Não
sei quantas ve zes cheguei a provar essas sensações num só dia. O maior de todos
os milagres foi o que ocorreu em dezembro de 19 25, último ano do reinado do
imperador Taishõ.
(Artigo não publicado, escrito em 1952)
Desde os tempos antigos, muito se tem falado sobre pessoas que vivem
em estado de perfeita união com Deus, mas eu creio que jamais existiu al guém
que realmente tivesse vivido nesse estado. De fato, os três grandes religiosos –
Sakyamuni, Jesus Cristo e Maomé – pareciam unos com Deus, mas, em verdade,
eram apenas mensageiros da Vontade Divina: em termos mais claros, eram
mensageiros de Deus. Dessa forma, não se sabia fazer diferença entre uma
pessoa em estado de união com Deus e um mensageiro de Deus.
Os mensageiros de Deus atuam através de encostos ou seguindo as
determinações Divinas. Por isso, sempre rezam a Deus e pedem sua proteção. Eu,
porém, não faço nada disso. Como os fiéis sabem, não oro a Deus nem lhe peço
orientação. Basta que eu aja de acordo com a minha própria vontade, o que é
muito fácil. Visto que poderão estranhar o que estou dizendo, por ser algo inédito,
explanarei apenas os pontos que não acarretam nenhum problema.
Como sempre digo, há uma Bola de Luz em meu ventre. Essa Bola é o
Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas
palavras, tudo. Ou, seja; em mim não há distinção entre Deus e o homem. Es te é o
verdadeiro Estado de União com Deus. Como o Espírito Divino que habita o meu
ser é o mais elevado, não existindo nenhum deus superior a este, não faz sentido
reverenciar outros deuses. A melhor prova são os milagres manifestados
diariamente pelos fiéis. Ora, se até os meus discípulos evidenciam milagres que
não são inferiores aos manifestados por Cristo, poder-se-á através desse único
fato, imaginar a minha hierarquia divina.
Acrescente-se, ainda, que todos os religiosos existentes até agora
previram a concretização de um mundo paradisíaco, mas não disseram que seriam
eles os construtores desse mundo. Isto porque seu nível divino era inferior, e seu
poder, insuficiente. Mas eu afirmo que o Paraíso Terrestre, mundo sem doença,
miséria e conflito, será construído por mim. Daqui para frente evidenciará inúmeras
realizações surpreendentes, nunca vistas até agora, e por isso gostaria de que as
observassem com muita atenção. Surgirão inúmeras ocorrências inconcebíveis em
termos de realização humana.
(Jornal Eikõ, nº 155, 7 de maio de 1952)
ELIMINAÇÃO DA TRAGÉDIA
Entre tudo que existe no mundo, o que o homem mais detesta é tragédia.
Eliminá-la totalmente é impossível, mas, de certo modo, não será tão difícil diminuí-
la. Estudemos sua natureza.
A realidade evidencia que a maior parte das tragédias tem como causa a
doença. Elas também são causadas por problemas sentimentais e pela
desonestidade decorrente de interesses materiais. Todavia, através de uma
pesquisa acurada, descobri que tudo tem raiz na enfermidade espiritual. Dizem que
um espírito são habita um corpo são, e é uma grande verdade. Verifiquei, após
longos anos de pesquisa, que a imoralidade, a injustiça, a impaciência, o
alcoolismo, a preguiça e a corrupção de jovens existem quase sempre em físicos
doentes.
Infelizmente, não encontramos meios positivos para curar a doença e
restabelecer a saúde física e espiritual, seja apelando para a medicina ou para
outros recursos. E mesmo que tivéssemos descoberto a causa do problema, faltar -
nos-iam recursos para solucioná-lo. Há pessoas que se orgulham de terem
descoberto a origem e o processo de cura das doenças; a maioria dos processos,
entretanto, não passa de paliativos. É realmente desolador.
A verdadeira solução da doença e de todas as desgraças depende de uma
força invisível, e só aos que a experimentaram é dado reconhecer o
incomensurável Poder Divino. Os homens contemporâneos não se convencem
senão através de fatos ou de provas; portanto, sem a apresentação de resultados
concretos é inútil querer pregar princípios elevados e divulgá -los. Para esses
homens, a salvação da humanidade e a obra em prol do beneficio da sociedade
não passam de um sonho.
A essência da verdadeira Fé consiste na ação do poder invisível mover o
que é visível.. Esse poder maravilhoso está sendo manifestado pela nossa Igreja e,
por essa razão, creio que se poderia dizer que ela é a Religião do Poder. Dentre os
casos milagrosos expostos em nossas publicações, existem muitos exemplos de
cura de doenças gravíssimas, e a alegria e a gratidão dos agraciados nos
comovem até as lágrimas.
Como a maioria das religiões se limita a pregar doutrinas, sua força age do
exterior para a alma. Mas o ato purificador empregado pela Igreja Messiânica – o
JOHREI – projeta a Luz Espiritual diretamente na alma, despertando -a
instantaneamente. Ou seja, a igreja converte a pessoa sem a intervenção humana,
deixando os sermões para segundo plano. Os que nela ingr essam, alcançam
rapidamente uma percepção superficial e, pouco a pouco, uma percepção mais
profunda. Além de superarem a sua própria tragédia, tornam -se aptos a eliminar a
tragédia alheia.
11 de junho de 1949
(Extraído do Livro Alicerce do Paraíso)
Caso 5. 15".
1932 49 - 24/março - Nasce Kunihiro, o
quarto filho.
O Japão sai da Liga das
1933 Nações.
1944 62
- 5/maio - Muda-se para o Solar
da Montanha Divina, em Gora,
Hakone (Terra Divina - Solo
Sagrado de Hakone) .
- 5/outubro - Muda-se para o
Solar da Montanha do Leste,
em Atami.
ANO IDADE HISTÓRICO FATOS RELACIONADOS
1945 62 - Adquire o terreno localizado no 1945 - Fim da Segunda
Monte Izu Õkubo, em Atami Guerra Mundial.
(Terra Celestial - Solo Sagrado de Promulgada a "Lei das
Atami) . Pessoas Jurídicas de
Natureza Religiosa."
1946 63 - 15/agosto - Conclusão do
Kanzan-Tei (Solar da
Contemplação da Montanha),
na Terra Divina.
- 25/fevereiro - Instituição da
1949 66 Igreja Miroku do Japão.
- Maio - Conclusão do Soun-Ryõ
(Alojamento Nuvem Ligeira)
posteriormente denominado
Nikõ-Den (Palácio da Luz do Sol)
, na Terra Divina.
- 5/junho - A Associação
Miroku do Japão filia-se à
Igreja Miroku do Japão.
ANO IDADE HISTÓRICO FATOS RELACIONADOS
1949 66 - 25/agosto - A "Criminal
(continuação) Investigation Division" das
Tropas de Ocupação Inves tiga as
instalações da Igreja sob a
suspeita de que ela escondia
barras de ouro, diamantes, etc.
Origem da Foto
Esta é outra caligrafia que Meishu Sama fez para o altar da Igreja
Dai Komyo Nyorai
Altar que Meishu Sama caligrafou para fazer a difusão
(Komyo e seu retrato especificamente tirado para o altar)
A Ikebana na figura é só uma amostra de como deve ficar no altar,
pode ser vivificada de diferentes flores.
KOMYO
IKEBANA
Após a ascensão do Mestre como já foi dito Yoshi Okada (Nidai Sama)
sua esposa, assumiu a posição de segunda líder espiritual da Igreja Messiânica
Mundial. Ela fez a caligrafia abaixo e única, o ideograma que quer dizer: - Deus
Verdadeiro da Grande Era da Luz ou Imagem da Luz Divina .
OBS:
Os núcleos e outros segmentos de Meishu Sama conservam suas características,
procuram fazer como Meishu Sama, respeitando suas tradições e rituais e jamais
se fala em Nidai Sama e nem em Kyosho Sama.
As orações originais que Meishu Sama entoava:
Palavras de Meishu
AMATSU NORITO "sentido"
Sama
Taka Ama Hara ni Kami
tsu mari masu
Kamurigui Kamuromi no
Mikoto motite Ó deuses da purificação,
Sume mi oya kamu criados por ordem do pai
Izanagui no Mikoto e da mãe
Tsukushi no himuka no que habitam o Céu,
tatihana no justamente quando
Odo no awagui harani o Deus Izanagui no
misogui Mikoto
Harai tamou toki ni nari se banhou na foz estreita
maseru de um rio coberto
Haraido no Ookami tati por árvores
moromoro no permanentemente
"A oração Amatsu-Norito
Magagoto tsumi kegare o frondosas,
remonta a uma época
Harai tamae Kiyome na região Sul.
anterior
tamae Com todo o respeito à de Jinmu,
to moosu kotono yoshi o e do fundo do coração
o primeiro imperador do
Amatsu kami Kunitsu pedimos que nos ouçam,
Japão.
kami tal como o equino que
Foi escrita por um "deus"
Yaoyoro zu no kami tati ouve atento,
da linhagem de
tomo ni com ouvidos aguçados Amaterassu-Oomikami,
Ame no futikoma no e,
adorado pelo clã Yamato.
Mimi furi tatete kikoshi juntamente com os
Por isso suas palavras
meseto demais
possuem
kashikomi kashikomi deuses do Céu e da
um espírito muito elevado
momoosu Terra, e uma ação intensa,
Miroku Oomikami purifiquem todas as
tendo o poder de purificar
mamoritamae sakihae maldades, desgraças e
o Céu e a Terra."
tamae pecados.
Miroku Oomikami Miroku Oomikami
mamoritamae sakihae Abençoai-nos e protejei-
tamae nos
Meishu no Oomikami Meishu Sama
mamoritamae sakihae Abençoai-nos e protejei-
tamae nos
Meishu no Oomikami Para expansão da nossa
mamoritamae sakihae alma
tamae Seja feita a Vossa
Kannagara tamatihae vontade
mase
Kannagara tamatihae
mase
ZENGUEN SANJI Prece de Louvor a História
Deus
Uyauyashiku Meditemos com Em 23 de Dezembro de
omonmiruni. reverência no Senhor 1934, Meishu Sama
Sesson Kanzeon Bodissatwa Kannon que, procedeu à cerimônia de
Bossatsu ao descer do céu à terra fundação da Igreja, de
konodoni amorasse em Komyo Nyorai, forma prévia,em Sua
tamai transformou-se a seguir residência, denominada
Komyo Nyorai to guenji em Ooshin Miroku e Ôshin-Dô, situada em
Ooshin Miroku to kashi posteriormente em Kôji-Mati-ku, Hiraga-tyo,
Meshia to narasse Messias. Salvar a todos em Tóquio. Sendo dia do
Daisen sanzen sekai no os seres vivos é o Seu 52º aniversário de Meishu
sandoku o me'shi gojoku sublime anseio Sama, comemorou-se
o kiyome. expurgando dos três essa data também, na
Hyakusen man oku i's ai mundos os três venenos mesma ocasião.
shujo no dai nengan. e as cinco impurezas,
Komyo joraku eigono para que a luz e o júbilo Foi então entoada, pela
ju'po sekaio eterno para sempre se primeira vez, a oração
narashimete. instalem em todos os Zenguen-Sanji, após a
Gofu jyuuno kuruinaku cantos do mundo. No Amatsu-Norito.
fukukaze edamo narassu reino de Miroku gerado
naki. por Kannon a desordem Entoada novamente oito
Miroku no myoo não existe. dias depois na cerimônia
umitamoo. Venta a cada cinco dias, oficial da fundação da
Muryo muhen no chove a cada dez e a igreja, a 1º de Janeiro de
daidihini, brisa é tão suave que 1935, passou a se
tenmarasetsumo nem os galhos farfalham. constituir oração peculiar
matsuroite. Com Sua grandiosa, da igreja.
Shoaku jahouwa infinita e ilimitada
aratamari, misericórdia, que até aos Na passagem da
Yasha ryudinmo demônios celestes e aos Transição da Noite para o
guedatsu nashi. diabos induz a Lhe Dia no mundo espiritual, a
Shozen bushin prestarem obediência, Zenguen Sanji, na pura
kotogotoku Ele extingue os vários acepção da palavra,
sono kokorozashio males e anula as leis evoca o insondável
toguru nari malignas, libertando intento Divino, em sua
Sansen somoku igualmente os Yashas e penetrante, bela, fluente,
kotogotoku os Dragões. límpida e harmoniosa
Sesson no itokuni Todos os santos ressonância. Descreve
nabikaite homens, os Budas e os ainda a situação do
Kinjutyugyo no Devas podem, assim, Paraíso Terrestre que
suemademo cumprir as suas missões. será estabelecido no
mina sono tokoroo Os rios e montanhas, as futuro.
ezarunashi plantas e as árvores
massani kore shibi jísso recebem copiosas Alguns anos após a
sekainite. Karyobingawa graças de Kannon. fundação da igreja no
sorani mai As aves, os animais, os Japão, que entrara na
zuiuntenni tanabikeba. insetos e os peixes confusa época que
Banka fukuikutini kunji podem viver plenamente precedeu a 2ª Guerra
tahoo bu'to sossori tati. a sua vida, cada qual Mundial, as ideologias
Hitidoo garanwa ocupando o seu exato passaram a ser
kassumi tsutsu koganeno lugar. E o mundo rigorosamente
iraka sansanto assume, então, o seu controladas, suas
hini terieizu koukeiwa, verdadeiro aspecto. Por palavras censuradas e as
guenimo tengoku jodo entre as nuvens de bom religiões oprimidas.
nari. presságio a estender-se
Gokoku minorite kurani pelo firmamento voa a Em 1938, chegou-se ao
miti ave do paraíso sobre a ponto de se ver proibidas
sunadori yutakani terra perfumada na qual as atividades das novas
amegashita, milhares de flores religiões. Não obstante
iketoshi ikeru moromoro exalam a sua fragrância. seu desempenho,
no Ladeada de grandes também Meishu Sama
eragui niguiwau templos obnubilados viu-se cerceado na
koegoewa pela distância destaca-se liberdade religiosa em
tsutsu uraurani a torre sagrada com face das circunstâncias, e
mitiwatari. seus muitos tesouros, voltou-se para um
Kunito kunitono em cujos telhados de movimento de salvação
sakainaku ouro refulgem os raios pela cura.
hito gussa tatino do sol. Tal é a paisagem
nikushimiya. do reino dos céus no Nesse período, a
Isakaigoto mo yumeto solo purificado. Fartas Zenguem Sanji não foi
kie colheitas de cereais entoada.
í'tenshikai Kannonno abarrotam os armazéns,
jinjino mimuneni a pesca é abundante e Após o término da guerra,
idakaren. as vozes de todos os em 1945, assegurada a
Wareraga hibino seres vivos elevam -se liberdade de crença, a
segyounimo animadas para o céu. igreja reiniciou suas
myotio tamai shinkakuo Desapareceram, como atividades como "Nippon
essashime iewa por encanto, as divisas Kannon Kyodan" e a
tomissakae. entre os países, os ódios Zenguen Sanji
Yowaiwa nagaku e motivos de disputa novamente passou a ser
muiyakuni entre as raças humanas entoada com a Amatsu
zentoku koo kassane e a humanidade é Norito.
sasse abraçada pelo
fukujukai muryono misericordioso peito de
daikudoku. Taressasse Kannon. O verdadeiro
tamae mashimasse to despertar da sabedoria
nennen jushin divina é praticado em
guezatonshu nosso trabalho cotidiano.
kifuku raihai negui A família prospera
moossu. acumulando atos
Miroku Oomikami virtuosos e tem a sua
mamoritamae sakihae vida prolongada sem
tamae remédios ou
Miroku Oomikami medicamentos.
mamoritamae sakihae Concentrado, de todo o
tamae coração, de cabeça
Meishu no Oomikami baixa e corpo curvado,
mamoritamae sakihae peço humildemente que
tamae tais bênçãos chovam do
Meishu no Oomikami céu, formando um mar
mamoritamae sakihae de ilimitada bem -
tamae aventurança.
Kannagara tamatihae Assim seja.
mase
Kannagara tamatihae
mase
Quando se está sufragando espíritos de antepassados, ao invés de
"Miroku Oomikami" ou "Meishu no Oomikami", invoca-se "Kakuriyo no
Ookami" que é a Entidade que cuida das almas no mundo espiritual...
951
Myonichi no Medicina para o Takeshi 1942- pp +
Tokyo
ijutsu amanhã Shiozawa 43 xx (3
vols.)
409
Tenguku no O E vangelho de Katsuyuki
Tokyo 1947 pp +
fukuin Deus Sakai
xiv
Nohon 106
Shinko Ensaios sobre a
Tokyo Kannon 1949 pp +
zatsuwa Fé
Kyodan vi
Nijusseiki
Atami,
Noções do Shuppan 77
Reikai sodan Shizuoka 1949
mundo espiritual Insatsu pp
pref.
Goshigaisha
Nijusseiki
Reflexões Shuppan 76
Jikan zuidan Atami 1949
Variadas Insatsu pp
Goshigaisha
Nijusseiki
Ki seki História dos Shuppan 78
Atami 1949
monogatari Milagres Insatsu pp
Goshigaisha
Nihon
Hikari e no O caminho para 69
Odawara Miroku 1949
miti a Luz pp
Kyokai
301
Kaichiro
Yama to mizu Montanha e rio Tokyo 1950 pp +
Kosaka
viii
Uma abordagem
Shinji no divinamente Kyusei 72
Tokyo 1950
Kenkoho inspirada para a Shimbunsha pp
saúde
Sekai Uma introdução
57
Meshiyakyo para Sekai Tokyo Eikosha 1950
pp
hayawakari Meshiyakyo
Notas sobre 63
Tokyo Eikosha 1951
agricultura pura pp
Shizen nohoo
Kaisetsu Sekai 236
(edição revisada
Atami Meshiyakyo 1953 pp +
e ampliada)
Shuppanbu viii
Sekai 107
Antologia de
Sanka-shu Atami Meshiyakyo 1951 pp +
Hinos
Shuppanbu iv
Sekai 235
Kekkaku Cura espiritual da
Atami Meshiyakyo 1952 pp +
shinko ryoho tuberculose
Shuppanbu iv
Os trabalhos 300
milagrosos de 1953 pp +
Sekai Deus Sekai xi
Meshiyakyo Atami Meshiyakyo
ki seiki-shu Shuppanbu 302
(edição revisada) 1954 pp +
xi
Sekai 520
Goshinsho: Ensaios sobre a
Atami Meshiyakyo 1954 pp +
Shukyo-hen religião
Shuppanbu x
Sekai
Meshiyakyo Sekai 318
Ensaios sobre
seiten: Atami Meshiyakyo 1955 pp +
arte e sociedade
Geijutsu-hen, Shuppanbu vii
shakai-hen
Amerika wo Salvar os
. . . .
Sukuu Estados Unidos
Bunmei no A Criação da
Principal Obra.
Soozoo Civilização
2. - Jornais e Revi sta s editados até 1955
Nihon Kannon
08/mar/49 Kaichiro Kyodan
Hikari Luz 1 - 47 Tokyo
28/jan/50 Kosaka Nihon Mirok u
kyokai
04/fev/50 Kaichiro
Kyusei Salvação 48 - 65 Tokyo Hikarisha
03/jun/50 Kosaka
66/115-Masao Koyama +
116/149-Umeno Koyama
23/ago/50
Eiko Glória 66 - 258 (Tokyo/Eikosha); 150/258-
26/mai/54
Seiichi Momomi (Atami/Sekai
Meshiyakyo Shuppanbu)
Sekai
Reino de
Tijyo dez/48 Jitsutaro Meshiyakyo
Deus na 1 - 59 Atami
Tengoku jun/54 Moriyama Shuppanbu
Terra
(desde 1950)
Sinopse
ARTE DO JOHREI
Johrei é um manancial inesgotável de Luz,
liberada por Deus ao universo, que pode ser
canalizada através da palma da mão, constituindo
um método de tratamento da Nova Era. Traz ,
como resultado, a cura de todas as doenças físicas
e espirituais, criando assim um mundo de paz e
prosperidade. Na verdade, vai ser, no novo
milênio, uma poderosa fonte de energia
renovadora da vida da humanidade.
MISTÉRIO DA G RANDE
NATUREZA
COLETÂNEA DE SAL MO S -
VOLU ME I - DEUS
ORAÇÕES - VOLUME I
Atra vés desta frase, fazemos uma oração especial em que prometemos
cumprir a vontade de Deus, obedecendo-lhe as ordens (Kanagara); pedimos
também o fortalecimento e a ampliação da nossa alma (Tamatihae masse).
Esse pequeno trecho é, na verdade, o resumo que traduz a essência da
Amatsu Norito. Assim, em momentos de urgência ou em horas de grande perigo,
pode-se rezar somente essa parte, curta e rápida.
É bom também repeti-la muitas vezes durante o dia, pois assim estaremos
pedindo que a Luz de Deus nos envolva para que a nossa alma se expanda.
Parece incrível, mas poucas pessoas têm idéia de que muitas vezes a alma fica
pequena, não consegue ampliar-se porque está envolta em nuvens espessas.
Somente depois de serem eliminadas é que se torna possível o aumento da nossa
centelha divina, bem como o surgimento de condições para que a aura de cada um
de nós se torne mais compacta.
CONCLUSÃO