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SÔSAI SHIBUI

- O SERVIDOR -
Relatos Orais
Tradução Literal

Sem checagem com original japonês


e sem revisão de português
Maio de 2000

Sôsai Shibui, Homem do Servir – Relatos Orais


Compilado pela Comissão de Redação da História da Difusão
Igreja Messiânica Mundial

Revisado em junho de 2005


O Servidor – Relatos Orais

ÍNDICE

SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO................................................................................................... ...4


1 - MEISHU SAMA E SÔSAI SHIBUI...................................................................... ....................6
1.1. - MEISHU SAMA E SÔSAI SHIBUI......................................................................................... ........6
1.2 – A DEDICAÇÃO DO REVMO. SHIBUI......................................................................... ...................16
A OFERTA DAS CALIGRAFIAS.............................................................................................. ..22
A EMOÇÃO AO OFERTAR AS CALIGRAFIAS E IMAGENS.............................. .....................23
A ATUAÇÃO DO REVERENDÍSSIMO SHIBUI É A DE DAIKOKU-TEN ..................................24
O EMPENHO OCULTO DO REVMO. SHIBUI NAS AQUISIÇÕES DE OBRAS DE ARTE.......26
1.3 - O SERVIDOR DE DEUS........................................................................................ ..................27
O QUE É “SERVIDOR DE DEUS”? ...................................................................... ...................27
“O SERVIDOR DE DEUS” E O SENTIMENTO DE MAKOTO.............................. ....................30
O QUE APRENDI COM O REVMO. SHIBUI - "O SERVIDOR".............................................. ...31
2 - SÔSAI SHIBUI, O JOHREI E A SENSIBILIDADE ESPIRITUAL.........................................33
2.1 - A FORÇA DO JOHREI DE SÔSAI SHIBUI................................................................................ .......33
A FORÇA NO JOHREI DO REVMO. SHIBUI............................................................ ................34
JOHREI – UM ESTÍMULO PARA A DIFUSÃO............................................................... ...........35
O CHOQUE AO RECEBER A LUZ ESPIRITUAL.................................................................. ....35
A CURA EM POUCOS MINUTOS DE UMA PARALISIA INFANTIL......................................... .36
RECORDAÇÕES DO JOHREI DO REVMO. SHIBUI..................................................... ...........37
O JOHREI COLETIVO .................................................................................................. ............40
A MISTERIOSA FORÇA NO JOHREI........................................................................................ 41
RECEBENDO JOHREI COLETIVO................................................................................ ...........42
JOHREI QUE SALVA O ESPÍRITO................................................................. ..........................44
A VISÃO DO REVMO. SHIBUI SOBRE A NOCIVIDADE DOS MEDICAMENTOS...................45
A NOCIVIDADE DOS MEDICAMENTOS E O JOHREI................................................. ............45
O PENSAMENTO DO REVMO. SHIBUI EM RELAÇÃO AO JOHREI......................................47
O QUE É DEUS? ................................................................................................ ......................48
JOHREI E APERTO DE MÃO................................................................................................. ...48
PRELEÇÃO SOBRE JOHREI......................................................................... ..........................48
A FORÇA ESPIRITUAL DO REVMO. SHIBUI.......................................................................... .50
O SENTIDO DA OFERENDA E O PRESENTE DOS ANCESTRAIS........................................50
A RIGOROSIDADE DA FÉ................................................................................... .....................51
A INTUIÇÃO PERSPICAZ DO REVMO. SHIBUI..................................................................... ..52
A SENSIBILIDADE ESPIRITUAL DO REVMO. SHIBUI........................................................... .53
A FORÇA DO DISCERNIMENTO ESPIRITUAL DO REVMO. SHIBUI.....................................53
2.2 - SÔSAI SHIBUI DURANTE A GUERRA............................................................................... .............54
2.3 - A PERSONALIDADE DE SÔSAI SHIBUI................................................................................... .......63
3 - AS ATIVIDADES DE DIFUSÃO DE SÔSAI SHIBUI................................................... ..........80

2
O Servidor – Relatos Orais

3.1 - SÔSAI SHIBUI NO PERÍODO DE (...)............................................................................. ..............80


3.2 - SÔSAI SHIBUI NO PERÍODO DE HOZAN-SÔ.......................................................................... ........84
3.3 - SÔSAI SHIBUI E OS MINISTROS.................................................................................... ............88
3.4 - REVMO. SHIBUI E A DIFUSÃO REGIONAL....................................................................... .............96
4 - A MORTE DE SÔSAI SHIBUI....................................................................................... ......107
SUPLEMENTO - MESA REDONDA.................................................................. ......................114
SÔSAI SHIBUI COMO MISSIONÁRIO.......................................................................... ........................114
INGRESSO NA FÉ DA SRA. HORIGOME.................................................................... .........................114
ÉPOCA DO TRATAMENTO PELA PURIFICAÇÃO.............................................................................. ........120
MÉTODO DE ORIENTAÇÃO DO REVMO. SHIBUI PARA A MINISTRAÇÃO DE JOHREI..........................................127
O JOHREI DE SÔSAI SHIBUI................................................................................................ ..........128
DEDICANDO-SE A MEISHU SAMA, DEDICANDO-SE A DEUS............................................................. ........131
SERVIA-SE, CONCORRENDO-SE ............................................................................................... .......132
O MISTÉRIO NA HORA DA MORTE........................................................................................... ..........134
O QUE DEVE SER TRANSMITIDO É O ESPÍRITO DE MEISHU SAMA.......................................... ...................137
O SENTIDO DE SERVIR À MEISHU SAMA................................................ ...........................144
O SERVIR REALIZADO DE CORPO E ALMA E COM ESPÍRITO DE ABNEGAÇÃO......................................... .........144
O SERVIR NA AQUISIÇÃO DE OBRAS DE ARTE.................................................................... .................147
GRATIDÃO MONETÁRIA (DONATIVO).............................................................................. ....................149
PREPARATIVOS PARA O ESTABELECIMENTO DA IGREJA............................................................. ..............151
O PEQUENO SERVIR.............................................................................................................. ......155
OFERECER TUDO........................................................................................................ ................158
NÃO SE PRECIPITE, NÃO SE IRRITE E NÃO SEJA NEGLIGENTE NO SEU TRABALHO..........................................160
PARTE II........................................................................................................ ..........................168
O PODER DO JOHREI MINISTRADO PELO REV. SHIBUI SÔSAI..................................... ...168
APRENDENDO COM O REVDO. SHIBUI SÔSAI................................................................... ..................168
O DIAGNÓSTICO PELO TELEFONE............................................................................................ .........169
A SALVAÇÃO DO DISCÍPULO............................................................................................. ...............171
O JOHREI COLETIVO..................................................................................................... ..............179
O APOSENTO LOCALIZADO NO PRIMEIRO ANDAR, QUE TINHA O ESPAÇO DE DOIS QUARTOS (COM DEZ TATAMI
[ESTEIRAS] CADA UM), OU SEJA, XM2, ESTAVA SUPERLOTADO. PARA UM NOVATO COMO EU, PARECIA QUE TODAS AS
PESSOAS ERAM MAGNÍFICAS; PRINCIPALMENTE, AO VER OS MOVIMENTOS DOS JOVENS ALEGRES DE MINHA IDADE QUE
SE MOSTRAVAM JÁ ACOSTUMADOS COM OS AFAZERES, E PENSAR QUE ELES ERAM MEUS VETERANOS, SENTI-ME
PEQUENO E, AO MESMO TEMPO, NÃO PUDE DEIXAR DE SENTIR ALEGRIA NO MEU CORAÇÃO. MESMO NAQUELAS
CONDIÇÕES, FELIZMENTE CONSEGUI SENTAR-ME NA FILA DA FRENTE. QUANTO TEMPO SERÁ QUE FICAMOS ESPERANDO
NAQUELE AUDITÓRIO COMPLETAMENTE LOTADO, SENTADOS EM FILAS ORDENADAS TANTO NO SENTIDO HORIZONTAL
COMO NA VERTICAL?............................................................................................................. .......182
O APOSENTO LOCALIZADO NO PRIMEIRO ANDAR, QUE TINHA O ESPAÇO DE DOIS QUARTOS (COM DEZ TATAMI
[ESTEIRAS] CADA UM), OU SEJA, XM2, ESTAVA SUPERLOTADO. PARA UM NOVATO COMO EU, PARECIA QUE TODAS AS
PESSOAS ERAM MAGNÍFICAS; PRINCIPALMENTE, AO VER OS MOVIMENTOS DOS JOVENS ALEGRES DE MINHA IDADE QUE
SE MOSTRAVAM JÁ ACOSTUMADOS COM OS AFAZERES, E PENSAR QUE ELES ERAM MEUS VETERANOS, SENTI-ME
PEQUENO E, AO MESMO TEMPO, NÃO PUDE DEIXAR DE SENTIR ALEGRIA NO MEU CORAÇÃO. MESMO NAQUELAS
CONDIÇÕES, FELIZMENTE CONSEGUI SENTAR-ME NA FILA DA FRENTE. QUANTO TEMPO SERÁ QUE FICAMOS ESPERANDO
NAQUELE AUDITÓRIO COMPLETAMENTE LOTADO, SENTADOS EM FILAS ORDENADAS TANTO NO SENTIDO HORIZONTAL
COMO NA VERTICAL?............................................................................................................. .......182
JOHREI REALMENTE EFICIENTE.............................................................................................. ..........184
JOHREI OBJETIVANDO SUFRAGAR OS ANTEPASSADOS............................................................................ .189
A FISIONOMIA SEVERA E A FISIONOMIA BONDOSA........................................................ .........................194
O AMOR HUMANO DE SÔSAI...................................................................................... ....................197
O CAMINHO DENOMINADO JOHREI......................................................................... ..........................202
CRONOLOGIA SIMPLIFICADA DE SÔSAI SHIBUI....................................... ........................207

3
SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO

No dia 6 de junho de 1994, no Solo Sagrado de Kyoto,


haverá um grande evento na Obra Divina - a entronização da
Imagem de Dai Miroku. Em tão significativo ano, ter publicado a
obra Sôsai Shibui - O Servidor - Relatórios Orais, onde estão
reunidos vários episódios sobre a Fé do Revmo. Shibui, é motivo de
grande alegria e gratidão para todos os que reverenciam.

1994 será um ano importantíssimo, já que nele se dará a


conclusão dos três Solos Sagrados. Acredito, também, que se inicia
neste ano a Grande Obra de Salvação no Mundo Material. Então,
em profunda oração pela concretização da Trilogia de Miroku,
precisamos nos empenhar no cultivo de uma fé que nos permita
dedicar no Plano Divino. Este livro é indispensável para o
aprofundamento do aprendizado sobre a edificação da fé, para
servirmos de acordo com a vontade de Meishu Sama.

Não posso negar a misteriosa Vontade Divina ao observar


que a dedicação do Revmo. Shibui na Obra Divina relacionava-se
profundamente com a expressão "Miroku". Primeiramente, ele foi
nomeado Presidente da Igreja Kannon do Japão (Nippon Kannon
Kyodan) e, posteriormente, tornou-se Presidente da Igreja Miroku
do Japão (Nippon Miroku Kyo). Mais tarde, quando a Igreja passou
a se chamar Igreja Messiânica Mundial (Sekai Kyusei Kyo), ele se
tornou o responsável da Grande Igreja Miroku (Miroku Dai Kyokai),
sendo a coluna de sustentação do desenvolvimento da nossa Igreja
em sua fase inicial. Nessa época, Meishu Sama explicou sobre
Miroku (5 6 7) da seguinte forma: Hakone é 5, Atami é 6 e
Odawara é 7. Por isso, Ele fixou a sede da Igreja Miroku na cidade
de Odawara e, a partir de fevereiro de 1950, a Imagem do Altar
dessa sede passou a ser a Imagem de Dai Miroku. Esta Imagem
circungirou conforme o destino e agora será entronizada no Solo
Sagrado Kyoto - a Terra da Tranqüilidade - que representa o
número 7, vindo a concretizar a Trilogia de Miroku. Isto não é outra
coisa senão o misterioso Plano Divino. O Revmo. Shibui, no Mundo
Espiritual, deve ser quem, mais radiante, congratula Meishu Sama
nesse momento.

Através da leitura deste livro, conheci a fé inabalável do


Revmo. Shibui em Meishu Sama, que resulta em uma relação
semelhante à contraposição de dois espelhos, como o Céu e a
Terra, ou à sincronia das respirações. O Revmo. Shibui foi um
religioso que, até o fim da sua vida, não pregou sermões. No
entanto, é impossível expressar com palavras a grandeza da sua
força de influência religiosa. Realmente era uma força natural, uma
energia que brotava do interior do seu ser. A origem dessa energia
era a fé absoluta que o levava a se dedicar por completo a Meishu
Sama. Acredito que a palavra makoto seja o "sinônimo" da postura
do Revmo. Sôsai Shibui. E nós fomos agraciados com a
oportunidade única de dedicar na obra da construção do Solo
Sagrado de Kyoto, de servir na Obra Divina na Era Heisei Miroku.
Prometo esforçar-me o máximo para apreender a essência da Fé
do Revmo. Sôsai Shibui e dedicar com o máximo de makoto.

Este livro é a compilação dos relatos de pessoas que tiveram


contato com Revmo. Shibui e é também a primeira etapa para,
futuramente, concluir a "Biografia de Sôsai Shibui". Sobre a
composição desta Biografia, tenho um pedido a fazer: gostaríamos
de poder contar com a colaboração de todos aqueles que possuem
qualquer tipo de informação ou material sobre experiências com o
Revmo. Sôsai Shibui.

Maio de 1994
Yassuhi Matsumoro
Presidente da Igreja Messiânica Mundial
1 - MEISHU SAMA E SÔSAI SHIBUI

Meishu Sama e Sôsai Shibui eram ligados por um forte laço


de confiança e reverência.

Não importa qual o aspecto observado, seja a postura de


dedicação total a Meishu Sama, a dedicação monetária fora do
comum ou a extraordinária força do Johrei e de difusão; em
qualquer um Sôsai Shibui sobressaía-se. Esta é a prova de como
Sôsai Shibui reverenciou e dedicou-se a Meishu Sama como
existência absoluta e, por outro lado, compreendemos também que
a sua força e sua atuação eram concedidas por Meishu Sama. A
grande confiança que Meishu Sama depositava nele pode ser
observada através das palavras de Meishu Sama:

“70% do que existe em nossa Igreja atualmente se deve ao


Shibui.”

Gostaríamos de apresentar aqui alguns episódios que


revelam a relação de confiança e devoção entre Meishu Sama e o
Revmo. Shibui.

1.1. - Meishu Sama e Sôsai Shibui

Primeiramente, façamos um breve apanhado histórico dos


anos que sucederam ao encontro de Meishu Sama e Sôsai Shibui.

Meishu Sama se encontrou pela primeira vez com Sôsai


Shibui em 26 de janeiro de 1938. Desde o incidente de 26 de
fevereiro de 19361, o Japão caminhava rumo ao militarismo, o que
dificultou a vida do povo gerando uma situação social sombria.

Nessa época, a mãe de Sôsai Shibui apresentara um


problema nos quadris e, pela sugestão de uma amiga, começou a
freqüentar a filial Nakano do "Método Okada de Tratamento pelo
1
Incidente de 26 de fevereiro de 1934
Shiatsu". Ao verificar o excelente resultado desse método com seus
próprios olhos, Sôsai, acompanhado da sobrinha que padecia com
cárie óssea, foi até a clínica filial indagar se havia cura para o
problema da sobrinha. Como ele também padecia com otite, seu
interesse fora ainda mais aguçado.

Mais tarde, como a purificação de sua sobrinha se


intensificara, tomou a decisão de levá-la até o Hozan-so, distrito de
Setagaya, para receber o tratamento diretamente de Meishu Sama.
O irmão mais velho de Sôsai Shibui também começou a freqüentar
o Hozan-so nessa época. Deu-se ali o primeiro e histórico encontro
entre Meishu Sama e Sôsai Shibui, que tornou-se o alicerce da
atual Igreja Messiânica Mundial.

Na época, Meishu Sama costumava reunir pessoas que


haviam concluído o curso de iniciação para ministrar-lhes palestras
sobre a natureza das doenças, o tratamento de enfermos, etc. (tais
palestras eram chamadas de Curso Especial). Na noite do dia em
que se deu o encontro, havia cerca de dez pessoas participando do
Curso Especial. Com o consentimento de Meishu Sama,
extraordinariamente, Sôsai Shibui pôde participar do Curso. Logo
após a palestra, Meishu Sama fez uma consideração a seu
respeito: “Aquele rapaz é uma pessoa muito inteligente e,
futuramente, será muito útil”. Realmente, o olho clínico de Meishu
Sama era motivo de admiração. Dizem que naquele dia Sôsai
Shibui fora ao Hozan-so para certificar-se de que tipo de pessoa era
Meishu Sama. Em apenas um encontro, Sôsai Shibui decidiu que
ofereceria toda sua vida a esse homem. Mesmo antes de
conversarem, já havia algo que unia seus corações. Dois meses
depois, no dia 21 de fevereiro, ele visitou novamente o Hozan-so e,
pela primeira vez, recebeu o tratamento diretamente de Meishu
Sama. Ficou decidido também que, a partir do dia 1º de março,
receberia as aulas do Curso de Iniciação.

O "Método Okada de Tratamento pelo Shiatsu" é o resultado


da visão cosmopolita de Meishu Sama. Para desenvolvê-lo, Meishu
Sama aprimorou o "Método de Tratamento Tinkonkishin", criado por
Deguti Onisaburo - líder espiritual da Igreja Oomoto, à qual fora
filiado no passado - e centralizou-se no Johrei que lhe fora revelado
por Deus. Ao mesmo tempo, não negligenciava os estudos sobre
farmacologia e medicina. Seus frutos podem ser observados nos
Ensinamentos que podemos ler atualmente.

No entanto, em dezembro de 1940, Meishu Sama afastou-se


das atividades terapêuticas. Meishu Sama tomou essa decisão para
precaver-se contra a acusação de violar as leis médicas, por parte
de autoridades governamentais e policiais. A partir de então, iniciou-
se um novo estágio em suas atividades. Na verdade, a tal
calamidade chamada "Repressão" serviu para libertar Meishu Sama
do restrito trabalho de tratamento para sua posição mais elevada,
abrangente e livre - a de orientador geral. Assim, atividades como
os tratamentos ordinários e as orientações básicas, até então
desenvolvidas diretamente por Meishu Sama, passaram a ser
desenvolvidas por discípulos autorizadas por Ele. Cada discípulo
escolhido formou uma associação e passou a dedicar-se ao
trabalho de difusão. Isso veio a ser a base do desenvolvimento e
expansão organizacional da nossa Igreja. Nessa ocasião, Sôsai
Shibui fundou a Associação Ôuti, posteriormente chamada de
Associação Hinode (Sol Nascente) e, finalmente, de Associação
Miroku.

Em 22 de janeiro de 1941 - dia do nascimento de Meishu


Sama, em registro - foram realizadas acumuladas a cerimônia de
comemoração do natalício de Meishu Sama e de abertura da
Associação Õuti, no Restaurante Momiji-kan do Parque Shiba,
Tóquio. O Momiji-kan é um tradicional e renomado restaurante de
comida típica japonesa, freqüentado por membros da classe mais
alta; inclusive o Imperador Meiji o utilizara. Sôsai Shibui preparou a
melhor recepção possível, principalmente porque iria receber
Meishu Sama. A Associação Õuti realizava mensalmente uma
reunião para palestras e jantar; porém, como receberia Meishu
Sama, Sôsai Shibui empenhou o melhor de si para oferecer-Lhe a
comida mais refinada, no melhor restaurante.

Um ano mais tarde, por ocasião da comemoração de um ano


de fundação da Associação Õuti, em 25 de janeiro, Sôsai Shibui e
todos os diretores receberam a visita de Meishu Sama na clínica de
tratamento, em Shinjuku. Nessa ocasião também, dentro dos limites
impostos pelo local, prepararam o melhor para recepcionarem
Meishu Sama. Nesse dia, Meishu Sama outorgou um novo nome à
Associação Õuti. Doravante se chamaria Associação Hinode
(Associação Sol Nascente) - para que se desenvolvesse com o
mesmo vigor do sol nascente. E, utilizando cinco folhas de shikishi
(papel próprio para escrever poema) preparadas por Ele mesmo,
caligrafou e outorgou alguns poemas. Após recitar os poemas
especialmente compostos para esse dia, assistiram um filme no
Cine Musashino e, a seguir, jantaram no restaurante Tóquio Kaidan,
em Shinjuku. A comida servida ali era de beleza e sabor tão
requintados que dizia-se que nem mesmo pessoas com nível de
ministro do governo poderiam saboreá-las.

Nesse dia, Meishu Sama escreveu o seguinte:

“Associação Hinode - finalmente deixaremos de dormir até


tarde”.

Dizem que, desse dia em diante, Ele abandonou o costume


de permanecer acordado até altas horas da madrugada e acordar
tarde.

Os poemas compostos por Meishu Sama naquele dia foram


os seguintes:

“Doravante será uma associação criada pelo vigor do sol


nascente.”

“A Associação Hinode é precursora do Mundo Komyo.”


“Desaparece a escuridão e, em seu lugar, surge a
Associação Hinode.”

“Com o nascimento da Associação Hinode, se dissipam as


trevas do leste asiático.”

“A Associação Hinode futuramente terá 2 bilhões de


associados.”

“Crio a Associação Hinode nesse momento em que a porta


da rocha dos Céus começa a se abrir.”

Esse encontro, graças à presença de Meishu Sama e a


oportunidade de receber diretamente os Seus Ensinamentos, abriu
caminho para um grande desenvolvimento. De acordo com o
próprio nome, a Associação Hinode progrediu com o mesmo vigor
com que o sol matinal se eleva. Jantares com grande número de
participantes tornaram-se freqüentes. Os presidentes de outras
associações também passaram a participar desses jantares como
convidados. Após dois anos de sua fundação, mudou de nome pela
terceira vez, passando a ser chamada de Associação Miroku.

Essa mudança também ocorreu mediante os Ensinamentos


de Meishu Sama. Neles, consta o seguinte texto sobre Miroku:

"A Luz é composta pelo elemento fogo e pelo elemento


água. Através da adição do elemento terra a eles, surge a atuação
de fogo, água e terra. Com os elementos fogo e água apenas,
tínhamos somente o trabalho do espírito, sem o da matéria. Porém,
acrescentando-se a eles o elemento Solo, manifesta-se, pela
primeira vez, a força da trilogia fogo-água-solo. Essa força é
conhecida também por “Nyoi no Tama” ou “Mani no Tama”. E ainda,
o Fogo é 5, a Água é 6 e Solo é 7. Os números 5-6-7 lê-se Miroku.
Sakyamuni anunciou que dali a 5.670.000.000 de anos seria
concretizado o Mundo de Miroku, ou seja, o mundo de perfeita
ordem entre os elementos Fogo, Água e Solo”.
Meishu Sama próprio disse: “a dedicação realizada por
Shibui foi uma atuação do elemento Solo”.

Portanto, o fato de Sôsai Shibui ter se encontrado com


Meishu Sama, tornando-se o Seu braço direito em pouco tempo, e
em três anos ter organizado o grupo de membros que Meishu Sama
mais confiava, é digno de admiração, mas deve ter sido, sim, o
Plano Divino.

Nessa época formulou-se a forte relação de confiança mútua


com Meishu Sama tendo o Sôsai Shibui como o “homem do servir”,
indispensável, e ele, tendo Meishu Sama como “Salvador”. Gostaria
de abordar alguns episódios concernentes ao relacionamento de
confiança entre os dois, sobre o encontro deles.

Deus Kannon e Meishu Sama se unificaram

O Revmo. Shibui contara assim sobre o seu primeiro


encontro com Meishu Sama: “Na primeira vez em que eu encontrei
o Grande Mestre, eu vi Deus Kannon e Meishu Sama se unificarem.
Nesse momento, eu decidi, “Ah, vou me dedicar totalmente a Ele”.

Um Ministro

Meishu Sama como Salvador

Disse também assim: “Quando vim nela primeira vez,


encaminhado a Hôzan-Sô, e encontrei Meishu Sama, eu pensei:
“Ah, era ele que esperava por tanto tempo” e então empenhou-se
ao servir, dedicando todo o seu patrimônio. Soube que o Revmo.
Shibui fez algum aprendizado espiritual, antes. Creio que é por isso
que compreendeu.

Um Ministro
Meishu Sama e o Revmo. Shibui em Shinjuku (XX)

Na época em que Shibui transformou sua residência em


“consultório”, vez ou outra, Meishu Sama visitava-o. Em uma
dessas ocasiões, quando Meishu Sama chegou, o “consultório”
estava tão cheio de pacientes que não entrava mais uma agulha
sequer.

Meishu Sama ficou observando Shibui ministrar Johrei,


ininterruptamente, para cada pessoa daquela multidão e, também,
os milagres decorrentes. Shibui apenas levantava e corria a mão
uma vez para cada pessoa e, logo, já passava para o próximo. Ao
ouvir, também, o relatório do Revmo. Shibui contando sobre as suas
viagens à província de Mito para ministração de Johrei, realizadas
após o encerramento das atividades no “consultório” de Shinjuku,
Meishu Sama ficou com uma feição de grande alegria e disse
apenas uma coisa: “isto é um fato que só mesmo sendo o Shibui
pode ser realizado”. Pude perceber naquela expressão de Meishu
Sama o quanto estava orgulhoso e feliz com seu discípulo. É como
se Ele estivesse querendo gritar: “Vejam só o meu discípulo, ele é
muito bom, não acham?”

Um ministro Responsável de Igreja

O Significado do Avental

Sempre que ia ao encontro de Meishu Sama, Sôsai Shibui se


apresentava usando avental. Shibui mesmo explicou o porquê
disso.

“Nas ocasiões de entrevista com Meishu Sama, sempre


procuro usar quimono e avental. Parece que isto causa estranhezas
nas pessoas e, certo dia, um membro me perguntou: “Reverendo, o
normal para mim é uma pessoa tirar o avental quando vai se
encontrar com alguém mais importante. Mas o senhor faz o
contrário, quando vai se encontrar com Meishu Sama, faz questão
de vestir o avental. Por que?”. Então, lhe respondi: “Para vocês,
pode ser que eu seja um mestre mas, perante Meishu Sama, não
passo de um simples aprendiz, de um principiante. Estou sempre
procurando não perder esse sentimento. Apresentar-me a Meishu
Sama vestindo o avental é uma forma de eu expressar esse
sentimento”.

Luz do Oriente, vol. 2

Decisão

“No verão de 1942, fui preso e até torturado, por causa de


problemas com medicação. Soube que, naquela ocasião, Meishu
Sama, preocupando-se comigo, disse: “Mesmo sendo o Shibui,
vencer as torturas é impossível”. Porém, serrei os dentes e resisti.
Da minha boca não saiu nem o “Mei” de Meishu Sama. O meu mais
profundo sentimento naquele momento era: “Posso até ser morto,
mas se for por Meishu Sama...”

A segunda filha (de Sôsai Shibui), Motoko, relembra-se da


época e diz o seguinte:

“Naquela ocasião, papai disse: ‘Meishu Sama é o Salvador.


Não me importo em morrer na prisão se for por Ele. Vocês também,
mantenham esse espírito’, e foi à delegacia. Até hoje me lembro
nitidamente que me comovi fortemente pela firme decisão do meu
pai”.

Luz do Oriente, vol. 2

A alegria de Meishu Sama (1)

Este episódio fora apresentado como a narrativa do Sr.


Shoda, sendo que na ocasião o Revmo. Shibui não estava viajando
às regiões por ser durante o julgamento. Certa vez, não
conseguindo recusar a forte solicitação da região Kansai, viajara a
algumas localidades. A alegria dos membros ao recebê-lo era mais
do que o esperado e que em todos os lugares foi um grande
sucesso.

Entretanto, quem se alegrava mais do que os membros fora


Meishu Sama, e com a alegria estampada no rosto: “O que? Shibui
voltou a atuar?” e, imediatamente, passara a fazer as caligrafias,
animadamente. Dizem que do seu rosto transbordava uma alegria
jamais vista antes.

Atsumu Ebita, “Tana-maku-hito”

A alegria de Meishu Sama (2)

Um dia, quando fora a Tóquio e voltara à tarde, em Hekiun-


sô, ao descer do carro, imediatamente deixara as palavras,
“entregue aquele cigarro ao Shibui”, e entrara no aposento.

Eu procurei o cigarro, pensando “onde está esse cigarro?”,


no assento do carro, mas não o achei. Perguntei ao motorista,
senhor Yamaguti, que respondeu-me: “e dentro do cinzeiro?” e,
olhando-o, achei um cigarro consumido até a metade. Eu percebi:
“é esse”. Embrulhei-o num lenço de papel e providenciei para que
fosse entregue ao Revmo. Shibui, que se encontrava no Betsu-in.
Ainda me lembro, nitidamente, das palavras que Meishu Sama
disse naquela ocasião, com um ar de satisfação: “Daqui a pouco
chegará o relato de graça do Shibui”.

Eu dediquei-me durante 3 anos, de 1951 a 1954, como


servidor próximo de Meishu Sama. O conteúdo desse servir era
desde o servir humilde, como a limpeza do interior do recinto ou do
jardim, ir a pé até a cidade para compras, etc., sendo a maior parte
trabalhos de servente, mas quando Meishu Sama fazia escritas das
Imagens de Deus, as caligrafias ou os Ohikari, para mim também
havia ordens para auxiliar, sendo permitido dedicar-me em local
com menos de 1 metro de distância de Meishu Sama. A velocidade
das escritas de Meishu Sama sempre era igual, e em 1 hora,
conforme o tempo previsto, escrevia o número de escritas pedidas.
Entretanto, um dia, quando Meishu Sama adentrou o recinto, senti
que a energia espiritual (Reiki) que transbordava de todo o Seu
corpo era fortíssima, fora do comum, mas pensando que, se
perguntasse sobre isso, seria uma falta de respeito, continuei
arrumando os Ohikari e as Imagens que estavam sendo escritas
uma após outra. Então, Meishu Sama disse sorrindo: “Finalmente, o
Shibui está de volta e recomeçou as atividades de difusão. Hoje
estou escrevendo a pedido dele”, e continuou a escrever sem baixar
a velocidade.

O Meishu Sama daquele momento pareceu-me diferente do


Meishu Sama de sempre. Parecia que Ele estava emanando
felicidade de todo o corpo. Presumi que esse estado de Meishu
Sama seria a figura de “ânimo de Deus”.

Um dedicante próximo de Meishu Sama

Meishu Sama e o Revmo. Shibui

O Revmo. Shibui adquiriu um local para se hospedar e ser a


base para as atividades em Atami, em frente ao Betsu-in, no bairro
de Shimizu. Ele se hospedava durante alguns dias, antes e depois
dos Cultos.

Nessas ocasiões, freqüentemente Meishu Sama chamava-o


mais ou menos às 8 horas da noite, e conferenciava: “Estou para
conseguir uma obra de arte mas, de todo jeito, ainda falta o capital”.
Nessas ocasiões, o Revmo. Shibui aceitava com boa vontade e
viajava pelas regiões e entregava a soma para a aquisição até a
data estipulada. Quando era chamado por Meishu Sama, o Revmo.
Shibui vestia-se de quimono e, por cima, vestia um avental de
tecido de lã. Ainda trago, nitidamente na memória, a imagem de
Meishu Sama e o Revmo. Shibui conversando, frente a frente.

Um dedicante próximo de Meishu Sama


Lâmpada de 10 watts e farol

Na ocasião do Culto da Primavera em 1947, Meishu Sama


disse: “Existe uma grande diferença entre a força de Johrei de
vocês e a do Sr. Shibui. É como se a dos senhores fosse uma
lâmpada de 10 watts e a dele, a de um farol”. Um reverendo que era
tão eminente assim em Johrei, nas ocasiões de entrevista com
Meishu Sama ou Culto, sempre estava de avental. Perguntando-lhe
o porquê, ele disse: “É porque Meishu Sama é o patrão, eu, um
aprendiz”, e senti que a sua imagem que servia humildemente ao
Mestre era também uma advertência silenciosa para nós.

Um Membro

As palavras e atitudes do Revmo. Shibui

O Revmo. Shibui sempre dizia: “Perante Deus, o homem é


para sempre um aprendiz (um moço de recados) e a mulher, uma
criada”. Ele próprio, sempre que se apresentava a Meishu Sama, o
fazia de avental. Assim, com o próprio corpo, ele nos ensinou o
sentimento que deveríamos ter.

Um dedicante
1.2 – A dedicação do Revmo. Shibui

A firme decisão do Revmo. Shibui em se dedicar totalmente


a Meishu Sama fica clara, não somente através do que o
reverendíssimo dizia, mas também ao observarmos a dedicação
que ele ofereceu efetivamente a Meishu Sama. Ele sempre dizia
que as palavras de Meishu Sama eram a voz de Deus e, por isso,
as obedeceria incondicionalmente. Nestes casos, falar é fácil e
cumprir é muito difícil. Mas ele cumpriu sua palavra. Será que uma
pessoa comum consegue coincidir palavra e ação, como ele
coincidiu?
Quanto às dedicações que ofereceu a Meishu Sama, talvez o
maior destaque seja para a dedicação monetária. Ainda jovem,
Sôsai Shibui alcançou um grande sucesso empresarial e adquiriu
inúmeras propriedades na capital do país. Mas a maior parte da sua
fortuna ele ofereceu a Meishu Sama. Realmente, ele ofereceu tudo.
Dispusera de seus bens, um após outro, para oferecê-los a Meishu
Sama. Primeiramente, vendera cinco casas de aluguel, com jardim,
situada no bairro Kashiwagui, Shinjuku. Em seguida, vendera um
terreno de aproximadamente 10.000m2, guardado para a
construção de uma casa de campo, situado às margens da linha
ferroviária Odakyu, e ofereceu toda a quantia da venda como
donativo. Posteriormente, vendera mais de dez lojas de um centro
comercial no bairro de Suguinami e os imóveis que possuía nos
bairros Nihonbashi e Kanda para levantar fundos para as viagens
de Meishu Sama. Por que Sôsai Shibui conseguira realizar tais
dedicações? Ele nos deixou algumas palavras que esclarece seu
pensamento a respeito da dedicação monetária.

É muito interessante a orientação que o Sr. Sakae Iwamatsu


recebeu do Revmo. Shibui logo após seu ingresso na fé. O
reverendíssimo disse: “Hoje você não passa por dificuldades
financeiras graças à herança recebida de seus pais, não é? Porém,
enquanto você possuí-la, Deus não poderá conceder-lhe graças
monetárias. Isto porque, na maioria das vezes, essas heranças
estão impregnadas com o ódio, a inveja e o ciúme das pessoas.
Por isso, devemos empregar tais heranças em coisas belas, que
proporcionem felicidade às pessoas, na Obra de Deus, que salvará
o mundo. Deus jamais deixará em dificuldade as pessoas que
assim agem”. (trecho extraído do livro “Meishu Sama e os
Pioneiros”)

No entanto, apesar de saber que quem oferece todos os


bens à Obra de Deus nunca passa por dificuldades financeiras, ele
não o fez visando benefícios pessoais. Sôsai Shibui simplesmente
acreditava em Meishu Sama e a Ele queria ser útil. Seu único
objetivo era servir. Para Sôsai Shibui, Meishu Sama era a pessoa a
quem ele de dedicaria de corpo e alma.

O significado da dedicação de Sôsai Shibui a Meishu Sama


está sintetizado em duas palavras: “dedicação total”. A palavra
“total” em si, traz consigo a idéia de “sem limites”. Ou seja, a
questão é “dedicar-se totalmente”, e não “dedicar-se até certo
ponto”, dedicar-se limitadamente. Dizer: “vou dedicar-me até aqui”.
Delimitar “até aqui” não é “dedicar-se totalmente”. Para Sôsai
Shibui, se a dedicação não for total, deixa de ser dedicação. Ele
determinou às pessoas que realmente acreditavam e estavam
dispostas a empenhar o máximo de si: “Dedique-se totalmente”.

Atualmente, será que, vez ou outra, não estabelecemos


limites em nossa dedicação, nem agimos visando os benefícios
próprios? De um ponto de vista ordinário, talvez não haja nenhum
mal nesse comportamento. Porém, do ponto de vista religioso,
como será isso? “Dedicar-se totalmente” é difícil, porém, no dia-a-
dia, será que estamos “acreditando totalmente”? Será que não
estamos limitando nossa vida religiosa? Sabemos que na fé não
pode haver limites.

Conhecer episódios que contam a dedicação de Sôsai Shibui


a Meishu Sama, certamente, servirá de base para nossa fé.

A dedicação do Revmo. Shibui a Meishu Sama

O modo de servir, de dedicar, do Revmo Shibui a Meishu


Sama, era espantoso, e creio que não existe ninguém assim, além
dele. Até hoje eu penso assim.

Um Ministro
Ofertou todas propriedades particulares à Obra Divina

Dentre o que o Revmo. Shibui ofertara a Meishu Sama,


acredita-se que a dedicação material foi realmente de tamanha
grandeza, que não existe nada comparável. O que Meishu Sama
necessitava, o que desejava, ele conseguia obter, qualquer que
fosse a dificuldade.

A alegria de Meishu Sama era a alegria do Revmo. Shibui, e


isso era também a sua razão de viver. Creio que as suas relações e
atuações sempre foram de um corpo só, frente e costas. E,
misteriosamente, reuniam-se riquezas e tesouros sobre ele. Na
época, o Revmo Shibui me parecia Daikoku-Sama (um dos deuses
da fortuna), e pensava que atuava como ele.

Para se adquirir as obras de arte atualmente pertencente ao


Museu de Belas Artes MOA, também houve, previamente,
solicitação de Meishu Sama pelo telefone, ao Revmo. Shibui. Tudo
era Plano de Meishu Sama, e o Revmo. atuou conforme a Vontade
Divina. Entregava também artigos necessários ao dia-a-dia e na
época de falta de produtos alimentícios se responsabilizava,
também, pela dedicação na cozinha. Eu permaneci em Hozan-sô
durante 3 anos, de 1946 a 1948, e era uma das minhas dedicações,
contar o dinheiro vindo das regiões.

Na época, para fazer maços de 5.000 yens, 50 notas de 100


yens, contávamos durante horas, com os ministros. Somava-se 5
milhões a 6 milhões de yens, e lembro-me do que houve quando
tinha mais, ultrapassado 10 milhões de yens. Após o término da
guerra, durante algum tempo, não se utilizava muito nenhum banco.
E entregava-o em mochila, a Meishu Sama, em Atami ou Hakone.
Para o Revmo. Shibui, relatava apenas a soma e na sua mão não
ficava nenhum maço. E esse dinheiro era utilizado para a aquisição
de obras de arte, construção do Solo Sagrado, das instalações,
aquisições de terrenos. (Tozan-sô, Hekiun-sô, Odawara Betsu-in,
Nijuseiki-sha, Shimizu-cho Betsu-in, Taikan-sô (Soreisha), Kôum-
sam Dojo Sakimi-cho Dojé, Colégio Feminino de Odawara, etc).

Os objetos de uso, as aplicações, eram variadas, mas foram


todas importantes preparações como locais de desenvolvimento.
Além disso, deve haver muitos locais que eu desconheço. O que
me lembro bem, especialmente, é sobre o Sakimi-chô Dojô. Aquele
edifício foi o Revmo. Shibui quem adquirira um restaurante em
Hamamatsu e construíra a fim de utilizá-lo como local de
aprimoramento, cultos, hospedagem e descanso da Igreja Miroku.
Quando já estava 90% construído, de repente viera Meishu Sama e
dissera: “Faremos, aqui, um local para entrevista”. Eu fiquei
pasmado por ser repentino, mas, espantosamente, o Revmo. Shibui
aceitara imediatamente e se alegrara muito em poder ser utilizado
por Meishu Sama. Eu fiquei muito emocionado ao ver o Revmo. que
aceitara as palavras de Meishu Sama como palavras de Deus,
completamente despojado da vontade própria.

O Revmo. Shibui obteve sucesso como empresário do setor


de roupas ocidentais e acumulara enorme fortuna, mas, tendo se
encontrado com Meishu Sama, ofertou tudo para o desenvolvimento
da Obra Divina. Para ele próprio, proibia-se o luxo e não possuía
nenhuma caderneta bancária nem seguro de vida, não fizera
nenhum tino de poupança. Ofertara todo o bem particular, não
deixando nem aos familiares.

Um dedicante

O sentido da dedicação monetária

O episódio a seguir ocorreu entre 1948 e 1950. Época de


plena expansão.

Os ministros dirigentes da Igreja Miroku reuniam-se todo final


de mês no Hozan-so para relatar ao Reverendíssimo Shibui os
resultados alcançados na difusão pioneira e, também, juntos,
prepararem a programação das visitas missionárias que o
Reverendíssimo deveria fazer no mês seguinte.

Naquela época, os ministros saíam para a difusão pioneira,


levando em suas mochilas Ohikari, Imagens da Luz Divina,
caligrafias de Meishu Sama, etc. Ao voltarem, traziam suas
mochilas repletas de donativos. Chegavam e logo entregavam o
relatório ao Sr. Kanda, o tesoureiro. A quantidade de dinheiro era
enorme, a ponto de não conseguir contar e nem guardar tudo no
cofre. Então, eles utilizavam um pequeno quarto, aos fundos do
Hozan-so. Onde, primeiramente, despejavam todo o dinheiro,
formando vários montes. Depois, organizavam o dinheiro destes
montes em maços e iam empilhando-os. Com as notas de cem
ienes, faziam maços de cinco mil. Dizem que esses maços
pareciam verdadeiros tijolos. Quando terminavam de organizar todo
o dinheiro, colocava-os novamente nas mochilas, que eram levadas
até Meishu Sama pelos funcionários. E assim era tratado o dinheiro
dos donativos. Ninguém nunca levantou suspeita em relação a este
dinheiro. Todos estavam simplesmente empenhando-se ao máximo
para dedicar todo o seu makoto a Meishu Sama. Nada mais do que
isso. Empenhavam-se com alegria, no servir.

Perguntando ao Revmo. Shibui: “Com que sentimento devo


fazer o donativo?”, respondeu-me: “Tudo o que existe neste mundo
pertence a Deus Kannon (Sentido de Deus Supremo). Por isso,
retirar, daquilo que recebemos através do trabalho, o necessário e
devolver todo o restante a Deus é o correto, não é?”

Assim, se este é o sentimento com que se faz o donativo,


concluímos que o Revmo. Shibui acreditou convictamente que
Meishu Sama, sim, é o Messias que salvará o mundo, e manteve o
firme propósito de dedicar-se completamente a Ele.

Esposa de um Ministro responsável de Igreja


A oferta das caligrafias

O Revmo. Shibui estava sempre se empenhando em servir


Meishu Sama; seu sentimento estava sempre voltado para Ele.
Mesmo quando estava em repouso por causa das purificações, nós,
que dedicávamos ao seu lado, podíamos perceber isto nitidamente,
recebendo, também, a oportunidade de aprender muitas coisas.

O seguinte se passou na época da construção do Palácio de


Cristal, na Terra Celestial - Atami. Meishu Sama sempre ia
inspecionar essas Obras.

Nesta época, o Revmo. Shibui tomou conhecimento de que


as obras estavam tendendo a atrasarem-se, o que o deixou
profundamente entristecido. Ele sabia que o atraso era causado por
falta de verbas e lamentava: “Se ao menos eu estivesse com saúde
eu poderia fazer alguma coisa. Deixar Meishu Sama preocupar-se
assim é imperdoável”.

Como ele não dispunha de uma quantia tão alta para


oferecer naquele momento, chamou à sua presença o Rev. Eiti
Kanda e ordenou-lhe que devolvesse à sede todas as Caligrafias
recebidas de Meishu Sama, que preenchiam dois baús (uma
quantidade muito grande para a época) e anexasse uma relação
das mesmas. Ele tomou esta decisão, pois, outorgando estas
caligrafias às unidades do interior, acreditava que Deus
providenciaria os fundos necessários, na medida exata.

Para o Revmo. Shibui, tudo o que dizia respeito a Meishu


Sama deveria ser colocado em primeiro plano, sejam quais forem
as circunstâncias. Meishu Sama e as dedicações estavam sempre
em primeiro lugar. Este foi o propósito com que ele vivia. Sua
sinceridade inquebrantável e seu nobre sentimento faziam-nos
emocionar profundamente, deixando marcado em nossos corações
que é agindo assim que o alicerce imutável da Igreja será protegido.
Um Ministro

A emoção ao ofertar as caligrafias e Imagens

Isto se deu por volta de 1954.

Certo dia o Revmo. Shibui chamou-me ao seu aposento.


Assim que entrei, com voz solene e serena, ele me perguntou:
“Você não tem nada a me dizer?” Nesta época, ele estava
purificando e não conseguia fazer uma dedicação monetária
satisfatória, fato que parecia o entristecer muito. Como eu nunca o
tinha visto desta maneira, fiquei um pouco nervoso e, cuidando para
não ofendê-lo, disse: “Reverendo, por que o senhor não oferece as
caligrafias e Imagens que possui?” Sem a menor hesitação, ele
disse: “Sim, é isso que farei”. Então, junto com uma relação
descritiva, ofereceu todas as caligrafias e Imagens que possuía.
Eram mais de mil caligrafias e cem Imagens. Por isso, atualmente,
na casa do Revmo. Shibui quase não há caligrafias e Imagens. É
impossível avaliar o quanto esta doação foi importante para a
construção dos jardins do Solo Sagrado.

“Se for por Meishu Sama ou pelo desenvolvimento da Obra


Divina, não meço esforços nem sacrifícios”, esta era a postura do
Revmo. Shibui em relação ao servir a Meishu Sama. Isto me
despertou: "Puxa! Eu recebi a grande bênção de encontrar um
mestre único, maravilhoso. Preciso aprender o máximo com ele.
Conquistar o máximo de tesouros". Então, vim esforçando-me para
absorver tudo o que meus olhos e ouvidos podiam captar. Como
sou grato!

Hoje, recordando com saudades a sua pessoa, gostaria,


também, de expressar todo meu respeito e gratidão ao Revmo.
Shibui.

Um Ministro
A atuação do Reverendíssimo Shibui é a de Daikoku-Ten

O Revmo. Shibui por várias vezes encarregou-se de adquirir


os terrenos que Meishu Sama desejava. Na ocasião de compra do
Heikiun-so, por exemplo, grande parte da soma necessária foi
oferecida por ele. Esse imóvel pertencia a Kuni-no-Miya e, na
época, custou sete milhões de ienes. Esta soma foi toda propagada
em notas de cem ienes e colocada em uma bolsa, a qual fui
incumbido de transportar de Hakone para Minaguti, em Atami. Ao
perceber a grandeza da responsabilidade que estava recebendo,
orei fervorosamente rogando proteção divina para cumpri-la sem
transtornos. E, graças a Deus, minhas orações foram ouvidas.
Ainda hoje, permanece nítido em minha memória o meu estado de
espírito daquele momento. Eu senti que a Obra Divina doravante
daria um grande salto em seu desenvolvimento, o que fez palpitar
meu coração.

Após a guerra, era o Revmo. Shibui quem se encarregava de


oferecer os ternos, camisas e outros acessórios usados por Meishu
Sama. O Revmo. Shibui sabia que Meishu Sama apreciava o tom
marrom, e, para ele, não havia maior felicidade que a de ver a
expressão de alegria estampada no rosto de Meishu Sama. É como
se a felicidade de Meishu Sama fosse a sua própria felicidade.

Quando Meishu Sama adquiria uma obra de arte, ou


necessitava de dinheiro, o Revmo. Shibui sempre providenciava-o
dentro do prazo. E nessas ocasiões era sempre eu quem recebia a
grande dedicação de transportá-lo até Meishu Sama. Dedicação
esta que, graças à proteção divina, sempre foi cumprida sem que
houvesse um transtorno sequer.

Um dedicante próximo a Meishu Sama


Revmo Shibui, um homem que, por Meishu Sama, enfrentava
qualquer situação

Recebi permissão divina de ingressar na Fé em março de


1945. E, no período entre janeiro de 1950 até a mudança e
dissolução da Igreja Miroku, tive a permissão de dedicar junto ao
Revmo. Shibui. Primeiro na Sede Geral desta, em Odawara e,
posteriormente, no Hozan-so de Kaminoge, distrito de Setagaya.

Este episódio ocorreu em 1954.

Nesta época, Meishu Sama residia no Hozan-so, em Atami.


Certo dia, depois das onze horas da manhã, veio um telefonema do
Heikiun-so para a residência do Revmo. Shibui em Atami dizendo o
seguinte: “Meishu Sama gostaria de servir-se neste jantar do arroz
e curry das Lojas Nakamura de Shinjuku, Tóquio. Portanto, gostaria
que duas porções fossem entregues até as dezoito horas. E diz
para o pedido ser feito no nome de Okada”. Nesse dia, o Revmo.
Shibui e sua esposa encontravam-se no Hozan-so de Kaminoge,
distrito de Setagaya, onde receberam esse comunicado. Ao recebê-
lo, a esposa do Reverendo pareceu ficar um tanto quanto
embaraçada.

Isto porque, nesse dia, os meios de transportes públicos,


como trens, metrôs e ônibus de Tóquio, estavam em greve geral,
totalmente parados e, conseqüentemente, se não agissem
rapidamente, não daria tempo. Estávamos, todos, realmente muito
preocupados. Logo sua esposa transmitiu-lhe o comunicado de
Atami. Então o Revmo. Shibui disse: “Se Meishu Sama falou que
quer servir-se de curry, não importa como, temos que fazê-lo
chegar até Suas mãos. Vamos de táxi para Shinjuku,
imediatamente.” Assim foi feito. Fomos em quatro, o Reverendo,
sua esposa, o Rev. Kanda e eu. Sabíamos que não seria fácil
chegar até Shinjuku, por causa da distância e do trânsito
transtornado pela greve. Mas pudemos sentir, através de cada
palavra sua, quão grande era o seu sentimento. O Revmo. Shibui
dizia: “Se houver makoto, impreterivelmente, receberemos a
proteção divina.”

Finalmente chegamos às Lojas Nakamura e, imediatamente,


dirigimo-nos ao proprietário: “Meu nome é Okada, de Atami e
gostaria de pedir duas porções de arroz com curry (para viagem)”.
Mas, infelizmente, justo nesse dia, era folga do setor que prepara o
curry. Ainda perplexos, explicamos a situação ao proprietário e
pedimo-lhes encarecidamente para que nos atendesse. Ao que nos
respondeu: “Se é assim, concederei uma exceção e vou prepará-lo.
Porém, preciso que esperem três horas.” Olhando para o relógio,
começamos a orar para que ficasse pronto a tempo. E não foi fácil
andar pela cidade, sem nenhuma finalidade, por três horas, só
esperando o tempo passar. Tão logo o esperado arroz com curry
ficou pronto, o Rev. Kanda tomou-o às suas mãos como se fosse
um tesouro e embarcou no primeiro trem - a greve acabara de
encerrar-se - para Atami. Despedimo-nos dele em oração, para que
pudesse chegar a Atami dentro do horário. Então, sentimos uma
imensa sensação de alívio, como se toda a força dos nossos
corpos, até então tensos, houvesse se esvaecido. A começar pelo
Revmo. Shibui, estávamos todos procurando; para tal, ultrapassar
qualquer situação, por mais difícil que seja, é que, desta vez, por
exemplo, o arroz com curry chegou a Meishu Sama em tempo.

O sentimento do Revmo. Shibui externado em sua postura


me fez emocionar do fundo do coração.

Um Ministro

O empenho oculto do Revmo. Shibui nas aquisições de Obras


de Arte

É sabido que houve momentos que Meishu Sama padeceu


pela falta de recursos para adquirir obras de arte. Todavia, quando
os vendedores traziam aquelas que Meishu Sama mais desejava,
Ele sempre conseguia adquiri-las. Houve casos em que fez
empréstimos com terceiros.

Porém, na maioria das vezes, esses recursos foram


oferecidos pelo Revmo. Shibui.

Um Ministro

1.3 - O Servidor de Deus

A expressão "Servidor de Deus" corresponde ao que, hoje,


chamamos de "ministros integrantes", mas, acredito que existe uma
ligeira diferença entre elas.

Quando ouvimos a expressão "servidores de Deus", de certa


forma, logo a associamos à imagem daqueles que serviram ao lado
de Meishu Sama. "Os servidores", para ser preciso.

No início da Igreja Messiânica Mundial, era pouquíssimo o


número dos chamados "servidores", ministros integrantes. Na
época, as pessoas que se empenharam no trabalho de difusão
pioneira o fizeram porque se sentiram profundamente atraídas pelo
poder do método terapêutico de Meishu Sama, pela Sua força
espiritual, pela Sua força de orientação e pela Sua pessoa, em si.

Gostaríamos de apresentar aqui alguns episódios que nos


permitirão vislumbrar a postura dos ministros integrantes, a
começar pelo Revmo. Shibui, que trilharam, naquela época, o
caminho da Fé como servidores de Deus.

O que é “Servidor de Deus”?

Na época, os ministros integrantes eram chamados de


"servidores de Deus". Mas o Revmo. Shibui nos ensinou que tornar-
se integrante não significa conseguir um emprego na Igreja. A
pessoa é levada a se tornar integrante pela afinidade da sua
missão.

Em 1950, enquanto preparava-me para me tornar ministro


integrante, dedicando com todo empenho na difusão pioneira,
subitamente minha mãe sofreu um derrame cerebral e, não
resistindo, faleceu no mesmo dia. Após o funeral, na reunião de
família realizada, fui intensamente atacado por nossos parentes.
Eles criticaram minha fé, acusaram-me de matar minha mãe, não
lhe prestando assistência médica, e de, além de não trabalhar, estar
tirando dinheiro e alimentos de casa.

Imediatamente, procurei o Revmo. Shibui no Hozan-so.


Contei-lhe tudo que estava acontecendo e pedi-lhe orientação sobre
como deveria proceder dali em diante.

Então, primeiramente, ele perguntou-me qual era meu


sentimento. Respondi-lhe, então: “Fui salvo de uma tuberculose
pulmonar, foi constatado em radiografias que a mancha no pulmão
havia desaparecido completamente. Aprendi então que o Johrei não
é apenas um método para curar doenças e, sim, para eliminar a
infelicidade do mundo. Por isso, quero levar a todos aqueles que
sofrem com doença, pobreza e conflito, a alegria da saúde,
prosperidade e da paz. Eu quero continuar, pois estou
completamente envolvido pelo desejo de participar da construção
do Paraíso Terrestre”. O Revmo. Shibui, então, carinhosamente me
disse: “Se é assim, venha participar do aprimoramento. E não
precisa trazer nada.” Naquela época, para participar dos
aprimoramentos de dez dias, era preciso oferecer dezoito litros de
arroz e dois mil ienes. Além desta permissão, recebi também várias
outras orientações dele.

O Revmo. Shibui me incentivou e ensinou: “Presta-se a


assistência religiosa para solucionar a purificação das pessoas que
foram conduzidas. As pessoas que nos dão mais trabalho para
cuidar são aquelas com quem tivemos ligações mais profundas na
vida passada e, por isso, se reencontraram nesta vida como
"mestre" e "discípulo". Por esta razão, o respeito e a ordem devem
ser rigorosamente respeitados”. E mais: “As pessoas que hoje
servem a Deus foram, há muitas e muitas gerações passadas, as
mesmas que criaram a Era da Noite. Ou seja, espiritualmente
falando, possuem uma grande quantidade de pecados. E agora,
com a Transição para o Mundo do Dia, chegou o momento dessas
pessoas resgatarem seus pecados através do servir a Deus. Por
isso a purificação será mais rigorosa. Este processo se dará
conforme a pessoa se elevar espiritualmente, através da solução de
cada uma das purificações recebidas para purificar a alma. Assim, a
purificação será muito rigorosa, sim, mas, a alegria ao solucioná-la
também será imensa. Haverá adversidades, porém não haverá
somente elas. Com certeza, alegrias também haverá. Como nosso
aprimoramento se dá em meio a esta alternância, não podemos
sucumbir. Devemos agir com perseverança e firmeza. Quanto mais
acumulamos este tipo de experiências, melhor, pois estas serão
muito úteis no futuro. E mais, sempre respeite os três princípios:
“não se precipitar”, “não se irrite”, “não seja preguiçoso”.

Além disso, explicou-me também o seguinte: “Seus parentes


lhe disseram que você está ofendendo a honra dos seus
antepassados. Porém, se forem ao Mundo Espiritual,
compreenderão se você realmente o está fazendo ou não. O fato
de dentre seus descendentes surgir pessoas que se dedicam à
Obra de Deus é motivo de muito orgulho para os antepassados. E,
como a salvação pela religião depende, principalmente, da sua
grandeza e profundidade, aceite com espírito de gratidão e orgulho
a permissão de se tornar um servidor, e dedique com todo
empenho à Obra Divina. Resumindo, tornar-se servidor de Deus
não é escolher uma profissão para se sustentar. É ser escolhido e
utilizado, pela afinidade da missão, como elemento responsável
pelo Servir dentro da Obra Divina. Por isso, é muito importante não
fugirmos das situações árduas, os fatos tristes ou das coisas
desagradáveis e, sim, enfrentá-las de frente.“
Percebi então que, uma vez entregando-se à Obra Divina,
não é possível permanecer com o espírito de um assalariado
comum.

Um Ministro

“O Servidor de Deus” e o sentimento de makoto

O seguinte se passou na época em que eu havia recebido a


permissão de participar do aprimoramento no Hozan-so, mesmo
não tendo um tostão sequer. Certo dia, o Revmo. Shibui e mais
alguns ministros estavam recebendo Johrei em um ambiente de
muita harmonia. Por coincidência, eu também me encontrava nesse
recinto. Aproveitei essa oportunidade, então, para perguntar ao
Revmo. Shibui: “O que eu posso fazer para conseguir atrair tantas
pessoas, como aqui na Igreja Miroku?” Em contrapartida, ele
perguntou a mim: “O que você pensa sobre Meishu Sama?”
Respondi-lhe então: “Meishu Sama é uma pessoa para quem posso
oferecer minha própria vida”. E ele disse: “Se você estiver,
realmente, com esta disposição, será fácil. Então te pergunto: o que
é oferecer a vida a Meishu Sama?” Quando ouvi esta pergunta,
fiquei sem palavras. Ele dirigiu-se ao Rev. Kozo (?) Okada e
perguntou: “E você, Okada, como pensa?” E ele respondeu: “Bem,
quando ministro Johrei em uma pessoa que está purificando,
muitas vezes faço-o apostando minha própria vida. Empenho-me
depositando minha vida, todo o meu makoto. Procuro salvar-lhe a
vida através do Johrei e, com meu makoto, vivificar o makoto desta
pessoa e ligá-lo a Meishu Sama, anulando a minha pessoa. É
assim que penso”. O Revmo. Shibui comentou então: “É isso
mesmo. Acho que esse é o sentido de "oferecer a vida" a Meishu
Sama. Formar pessoas que dedicam seu makoto a Meishu Sama,
empenhando a própria vida. Isto sim é muito importante para as
pessoas que servem. O que mais pode haver, além disso? E mais:
Quem servir não pode se tornar um “assalariado” do Johrei ou
“operário religioso”. Ele é um modelo. É por ele oferecer seu
makoto a Meishu Sama que serão formadas entre os membros
pessoas que também o ofereçam. Se não houver a prática, por
mais que fale palavras bonitas, as pessoas não o seguirão.

Em suma, o "servidor de Deus", o "integrante" não pode


trabalhar, realizar apenas as funções regulares, como um
assalariado comum. O mais importante é formar elementos que
dedicam seu makoto a Meishu Sama sem temores.”

E, finalmente, acrescentou: “Deus e Meishu Sama prevêem


e sabem tudo que fazemos. Eles estão sempre nos observando
atentamente. Por mais que, superficialmente, façamos parecer que
estamos dedicando com o máximo empenho, bons resultados não
aparecerão se, no íntimo, houver um sentimento negligente.
Somente o verdadeiro sentimento de makoto é reconhecido e
aceito por Deus e Meishu Sama. Todavia, de maneira alguma deve
se tornar inflexível. Isto porque as pessoas com quem nos damos
acabam tornando-se, também.”

Um Ministro

O que aprendi com o Revmo. Shibui - "O SERVIDOR"

Relembrando o passado, para falar a verdade, o Revmo.


Shibui não possuía o dom da oratória; acredito que todos guardam
esta mesma impressão dele. De suas palavras nos cultos mensais,
por exemplo, não resta nada na memória sobre que tipos de
palestras eram. Além do mais, não havia concordância em suas
palavras. Porém, após ouvi-las, surgia no coração de todos o
sentimento:

"Ah! Como eu preciso servir!"

O Revmo. Shibui quase não usava a palavra "donativo".


Mesmo assim, após suas palavras, eu não conseguia voltar para
casa sem antes fazer o donativo de tudo o que havia na carteira. Se
assim não o fizesse, parecia que estava levando um grande
prejuízo, como se estivesse me atrasando para embarcar em algo
muito importante. Naquela época, era tudo muito difícil, o salário do
meu marido estava sempre atrasado e não foram poucas as vezes
que fiz tudo em donativo, retornando para casa apenas com o
dinheiro da passagem do trem de volta. Hoje eu penso: "Afinal, o
que será que era aquilo?" Refletindo bem, hoje chego à conclusão
que o Revmo. Shibui, em sua plenitude, voltava-se para Meishu
Sama, ou melhor, ele se entregou de corpo e alma ao servir, e era
esse sentimento que naturalmente transmitia a nós. Em seu
sentimento não havia "meio-termo", como, por exemplo, "até aqui
eu dedico". Ele era total, absoluto. Quanto a dedicações, nunca o
ouvi dizendo: "você, vá dedicar". Ele nos ensinou com algo que
emanava de todo o seu corpo.

Uma Ministra
2 - SÔSAI SHIBUI, O JOHREI E A SENSIBILIDADE ESPIRITUAL

A força no Johrei que Sôsai Shibui possuía era imensa.


Todas as pessoas que receberam seu Johrei são unânimes nesta
afirmação. Mesmo aqueles doentes graves que vinham recebendo
Johrei dos ministros, discípulos do Reverendo, sem alcançar um
bom resultado, ao receberem por poucos instantes o Johrei do
Revmo. Shibui, imediatamente sentiam alívio.

O forte-fraco em relação à força no Johrei são características


observadas hoje também. Porém, a força do Johrei do Revmo.
Shibui, mesmo naquela época, era algo que se sobressaltava. Não
é preciso nem dizer que ela foi a força motriz para o
desenvolvimento da Igreja Miroku.

Antes de encontrar Meishu Sama, o Revmo Shibui participou


da seita budista Guedatsu, em busca da fé. Ele começou a se
preocupar em polir sua espiritualidade bem cedo. Além das práticas
da seita Guedatsu, fazia outros aprimoramentos, tais como se
banhar em água fria todos os dias, pela manhã orar nos templos
xintoístas descalço e, de vez em quando, banhar-se em cachoeiras.

Sua espiritualidade, como todos sabem, ficou evidenciada no


Johrei, mas, além deste, evidenciou-se também na intuição
espiritual e no poder de premonição.

Existe inúmeros episódios do Revmo. Shibui acerca disto.

2.1 - A força do Johrei de Sôsai Shibui

Todos sabem que Meishu Sama ministrava Johrei, emitindo a


luz pela testa para aqueles doentes em estado grave ou em casos
de emergência. Como poderemos observar nos episódios relatados
a seguir, Sôsai Shibui também praticou essa forma de Johrei desde
os tempos primórdios do consultório terapêutico, localizado em
Shinjuku, aplicando-o em várias pessoas. Esta prática só é possível
àqueles que possuem espiritualidade altamente desenvolvida, pois
também é perigosa. Em casos graves de doenças nos olhos,
tumores, hemorróidas e outras, onde o ponto vital para ministrar
Johrei se faz claro, geralmente Sôsai Shibui ministrava Johrei
emitindo a luz pela testa. Existem vários episódios relacionados a
isso. Nesse trabalho, gostaríamos de apresentar não somente os
fatos em si, mas também as lições durante o Johrei e outros fatos
que, especialmente, não têm relação direta com o Johrei.

Grande parte dos slogans usados na diretriz da Igreja


Shinsei hoje são práticas cotidianas desenvolvidas por Sôsai Shibui
na época da difusão pioneira. Por maiores ou mais variadas que
sejam as transformações, a Verdade, revelada através da expansão
explosiva da nossa igreja, sempre possuirá brilho universal e nos
acercará. Gostaríamos que este trabalho se tornasse uma
oportunidade para nos aprimorarmos, mais uma vez, através do
Johrei de Sôsai Shibui.

A força no Johrei do Revmo. Shibui

A força que o Revmo. Shibui possuía no Johrei era muito


forte, a ponto de não poder ser comparada. A diferença entre seu
Johrei e a dos outros ministros era sempre muito evidente.

Certa vez, o Revmo. Shibui foi comunicado sobre a forte


purificação de um membro que, mesmo recebendo a diligente
assistência de Johrei dos ministros, permanecia desenganado. O
Revmo. Shibui ordenou, então, para que o trouxessem à sua
presença, mesmo que precisasse se fazer o impossível.
Finalmente, com muito sacrifício, os ministros conseguiram levá-lo
ao Reverendíssimo. Ao examinar a pessoa, ele comentou: “Ah!
Este caso realmente ainda é impossível para os senhores”, e em
seguida ministrou-lhe Johrei pessoalmente. Então, com um único
Johrei, a febre da pessoa abaixou e ela ficou curada. Ficamos
simplesmente abismados.
Um membro

Johrei – um estímulo para a Difusão

Meu primeiro encontro com o Revmo. Shibui se deu por volta


do final de 1947, quando participei de uma reunião em sua
presença, em Beppo. Na ocasião, eu acabara de me tornar membro
e ainda não compreendia nada. Quando cheguei, a palestra do
Reverendo já havia começado e o recinto estava completamente
lotado. Entre os participantes, havia um monge. Repentinamente
esse monge sofreu um desmaio, caindo entre a platéia. Então,
calmamente o Revmo. Shibui falou a todos: “Não se preocupem,
deixem-no assim mesmo.” E prosseguiu a palestra ministrando-lhe
Johrei. Alguns minutos mais tarde, a purificação desse monge havia
melhorado. Eu fiquei impressionado e perplexo com o que acabara
de presenciar. Por um lado, achei tudo realmente extraordinário,
mas, por outro, cheguei a duvidar se aquilo não passava de uma
encenação. Mas esta dúvida logo desapareceu, pois eu vi o fato
com os meus próprios olhos, eu não podia negá-lo. Realmente acho
que foi real. Fiquei então a admirar: "Que força espiritual!". "Será
que isso realmente existe?". Atraído pelo poder do Johrei, desejei
profundamente tornar-me igual a ele. Considero esse episódio
emocionante e memorável, um dos fatores que me levaram a fazer
difusão como integrante.

Um Ministro

O choque ao receber a Luz espiritual

Quando recebíamos o Johrei do Revmo. Shibui, tínhamos a


impressão de estar recebendo um choque elétrico. O Johrei de
Meishu Sama, então, está acima de qualquer comentário, mas
Johrei como o Revmo. Shibui nunca vi igual. Era algo
impressionante, como se a energia espiritual penetrasse
intensamente no corpo, fazendo-o estremecer.
Sempre que ele vinha, por vez, ministrava Johrei em umas
cinco pessoas ao mesmo tempo. Ele dizia para ficarem em fila e ia
ministrando, um após outro. Na época, a oferta de gratidão pelo
Johrei variava de três mil a cinco mil ienes, uma fortuna. Para
termos uma idéia, na época, por volta de 1948, um bom salário era
mais ou menos oitocentos ienes; um operário comum recebia em
torno de quinhentos ienes.

O Revmo. Shibui era um grande Reverendo. Acredito que


nunca mais surgirá uma pessoa como ele. Para mim, ele foi uma
grande personalidade, fora do padrão comum.

Um Ministro

A cura em poucos minutos de uma paralisia infantil

Este fato ocorreu em XXX, província de Guifu, durante um


curso de aprimoramento. O Revmo. Shibui ministrou Johrei no
quadril de uma menina de mais ou menos três ou quatro anos, que
não andava por causa de uma paralisia infantil. Após ministrar-lhe
alguns minutos de Johrei, ele falou: “Pronto. Experimente andar”. O
pai da criança colocou-a de pé deixando-a apoiar em suas mãos.
Em seguida, ela começou a andar sozinha, pela primeira vez em
sua vida.

Então, com muita naturalidade, o Reverendo comentou:


“Este é um caso de pseudo-paralisia. Por isso curou-se facilmente”.
Todos os participantes se emocionaram profundamente. Se naquele
momento houvesse alguém completamente ignorante, poderia até
pensar que se tratasse de representação ou algum complô. Porém,
nada mais era que a pura verdade, um milagre. Pensei então: "Eu
também gostaria de possuir o mesmo poder de tratamento (Johrei)
que ele!". Entre os participantes, também, cresceu o desejo de
conduzir o maior número de pessoas aos cursos de aprimoramento,
incrementando a atividade de difusão.
Um Dirigente de Igreja

Recordações do Johrei do Revmo. Shibui

Sou membro desde a época do consultório terapêutico em


XXX, Shinjuku. Casei-me no final de 1941, logo após o início da
Segunda Guerra Mundial. Tanto eu quanto meu marido tínhamos a
saúde debilitada e, mesmo completando dois anos de casamento,
não éramos agraciados com filhos. Consultamos vários médicos e
como o diagnóstico foi unânime - seria muito difícil termos um filho -
meu marido também ficou desapontado.

Estimulada por ele, comecei a freqüentar o curso de uma


professora de ikebana nas proximidades da minha casa. Além,
logicamente, das aulas de ikebana, ela se propôs a aplicar-me um
tratamento. Ela disse: “Vou lhe aplicar um tratamento para que
possa ter filhos”. E assim passou a ministrar-me Johrei todas as
tardes. Com mais ou menos um mês de tratamento, comecei a ter
diarréias. Então, por indicação da professora, procurei o
"Consultório de Terapia por Shiatsu e Purificação - Estilo Shibui",
nas proximidades da estação Shinjuku.

Quando sentei-me, pela primeira vez, diante do Revmo.


Shibui para receber o tratamento, ele me disse: “Senhorita, você é
tão bonita, com olhos e nariz tão bem definidos, mas, mesmo
assim, parece muito triste. Sua saúde é debilitada, não é? Não se
preocupe, continue freqüentando por algum tempo. Você se
fortalecerá”. Não se contendo, a professora de ikebana, que fora me
acompanhando, explicou-lhe: “Reverendo, esta moça se chama
Ishimaru e, já estando casada há mais de dois anos, ainda não tem
filhos. Por isso, seguindo o conselho do Ministro Onishi, trouxe-a
aqui”. Ao ouvir isto, o Reverendo arregalou os olhos admirado: “O
que?” Sua expressão facial naquele momento permanece muito
clara em minha memória.
Alguns instantes mais tarde, ele disse: “Que estranho! Pela
minha experiência profissional, assim que vejo uma mulher, logo
identifico se é solteira ou casada. Que coisa! Então trata-se de uma
jovem senhora! Mas, enfim, venha todos os dias”. Sua calma me
tranqüilizou muito. Resolvi então, freqüentar por algum tempo.
Durante um mês, após mandar meu marido para o trabalho, dirigia-
me para o consultório de terapia, em Shinjuku.

Passado pouco mais de um mês, notei que estava saindo


pus da junta do meu dedão do pé direito. Por mais que limpasse,
não parava, continuava eliminando. Comuniquei o fato ao Revmo.
Shibui. Assentindo, comentou: “Ah! Então era realmente isso.
Quando criança, os médicos não disseram que a sua saúde frágil
era de nascença, ou que era portadora de uma espécie de
tuberculose infantil? No entanto, falando pela minha experiência,
acredito que se trata de uma leve cárie espinhal. Mas realmente só
um grande médico descobriria isso. Bem, como você está
eliminando pus, acredito que a solução será rápida. Isso é muito
bom. No mais, não precisa se preocupar com nada. Inclusive pode
tomar banho também. Infelizmente não me lembro exatamente,
mas, se não me engano, eliminei pus pelo dedão durante dois ou
três meses.”

Mais algum tempo se passou e, para meu espanto, recebi o


diagnóstico: "Terceiro mês de gravidez". Fui então a uma clínica de
ginecologia e obstetrícia da redondeza fazer os exames para
receber o manual para gestantes. O médico disse: “Seu corpo é
muito frágil e não podemos garantir que o parto será sem riscos”. E
ordenou que eu mantivesse repouso constante. Voltei para casa e
logo dei início ao repouso, evitando qualquer afazer. Dois ou três
dias depois, minha professora de ikebana veio visitar-me e disse:
“O Revmo. Shibui ficou preocupado, por você não estar vindo
nesses últimos dias, e pediu para que eu viesse ver o que
aconteceu”.
Então, mais uma vez minha professora acompanhou-me até
o consultório de terapia em Shinjuku. Chegando lá, o Revmo.
Shibui, com firmeza, falou: “Parece que o médico lhe disse que o
parto seria difícil, não é? Não tem problema, com meu tratamento
faremos nascer sem nenhum problema. Fique tranqüila e venha
todos os dias”. Nesta mesma noite, consultei o meu marido,
chegando à seguinte conclusão: "Já que o médico disse que não
será possível, vamos então confiar no Mestre de Shinjuku". Assim,
passei a freqüentar Shinjuku.

Nesse meio tempo, a guerra foi gradativamente se


agravando e ficou decidido que temporariamente eu ficaria na terra
natal do meu marido, província de Yamaguti. Ao comunicar o fato ao
Revmo. Shibui, ele disse: “Tem razão. Porém, antes de partir, faça o
'curso' que oferecemos e receba o talismã”. Então, procurei o
Ministro Onishi próximo à minha casa, no Distrito de Setagaya, e
recebi a seguinte orientação: “Converse com os seus pais o mais
rápido possível. Com certeza tudo se resolverá da melhor forma”.
Imediatamente enviei uma carta aos meus pais. Na carta-resposta
minha mãe escreveu: "É melhor fazer exatamente como o Mestre
de Shinjuku orientar" e, dentro do envelope, colocou também a
quantia de trezentos ienes. Logo comuniquei ao Revmo. Shibui:
“Meus pais enviaram-me trezentos ienes”. Então ele disse: “Que
bom! Com cem ienes, faça o curso e, com os duzentos restantes,
venha receber o tratamento todos os dias. Nesse meio tempo, a
guerra também se apaziguará e nós iremos até Yamaguti. Por isso,
não se preocupe, fique calma e não deixe de vir”. Dessa forma,
mesmo o Reverendo sendo uma pessoa muito atarefada por causa
dos tratamentos, ele sempre foi muito atencioso comigo. Recebi as
aulas durante uma semana e ingressei na fé em março de 1944. O
talismã que recebi era grande, quadrado, envolto em seda branca e
veio dentro de uma linda caixa de madeira paulóvnia. Neste dia, o
Revmo. Shibui, contente, repetia: “Que bom! Que bom!” E falou-me
com um sorriso de pai misericordioso: “Como de nascença você
tem a saúde debilitada, será difícil encaminhar ou aplicar o
tratamento a um grande número de pessoas, não é? Mas não se
preocupe, procure fazê-lo aos parentes e amigos mais próximos.
No entanto, existe um belo e importante servir, outorgado somente
a você, ligado ao campo da arte e da literatura. Em breve você
receberá esta missão e, através de seu cumprimento, sua salvação
também”. Hoje, olhando para o passado, compreendo que, como
discípulo direto de Meishu Sama, o Revmo. Shibui era, também, um
possuidor de grande percepção espiritual, e naquele momento
previra a direção que tomaria a minha vida.

Fui para a província de Yamaguti, e lá procurei uma clínica


de ginecologia e obstetrícia para fazer novos exames. Recebi, no
oitavo mês de gestação, então, o seguinte diagnóstico: "Apesar de
estar um pouco abaixo do peso, a senhora é uma gestante
saudável e normal". Finalmente, de um parto muito tranqüilo,
nasceu minha primeira filha. Um bebê robusto, pesando cerca de
3,700 kg. Saudável, ao ponto de duvidarem se realmente tinha
nascido de mim, uma pessoa tão franzina. Fomos até condecorados
com o título de "bebê de excelente saúde", na reunião para exame
de saúde em bebês e infantis. Os médicos, admirados, diziam:
“Desculpe-nos a indelicadeza, mas, considerando ser seu, este
bebê é muito saudável, ao ponto de causar estranheza! Ele
realmente é da senhora?!”

Neste momento, então, veio à minha mente a expressão


profundamente misericordiosa do Revmo. Shibui, e o sentimento de
gratidão tomou conta de mim.

Um membro

O Johrei coletivo

Logo após o término da guerra, havia uma unidade da Igreja


no bairro de Kawara, distrito de Shimokyo, em Kyoto. Era este local
onde o Revmo. Shibui sempre se hospedava quando visitava Kyoto.
Aqui, ele orientou também um grande número de Ministros. A
ocasião de suas visitas era sempre marcada por dias
atarefadíssimos. Eu também recebi aqui o Johrei coletivo do
Revmo. Shibui e a lembrança daquele momento está muito viva em
minha memória. E isto se deve à força maravilhosa do seu Johrei.

O Revmo. Shibui ministrava Johrei coletivo da seguinte


forma: primeiro formava cinco ou seis filas, na horizontal, com cerca
de dez pessoas em cada uma, e ministrava Johrei. A seguir, o
próprio Reverendo caminha por entre essas fileiras e ministrava
Johrei em cada pessoa. Eu estava na última fila e ele ministrou-me
Johrei nas costas. Nesse momento, senti como se um vento quente
soprasse em minhas costas, o que me deixou muito impressionado.
Pensei então: "como o Johrei dele é grandioso!".

Um Ministro

A misteriosa força no Johrei

Na época em que eu estava dedicando no anexo de


Odawara, passei por uma grave purificação de estreitamento anal.
Esta purificação foi tão rigorosa que cheguei a pensar que morreria,
e até comecei a me preparar para tal. Preocupado, um dos
funcionários ligou para a residência do Revmo. Shibui em Tóquio.
Apesar de estar muito ocupado, ele imediatamente deixou sua casa
Hozan-so, no distrito de Setagaya, e veio para Odawara. O
Reverendo adentrou com grande pressa o quarto onde eu estava
repousando, e prontamente pôs-se a ministrar-me Johrei na região
da virilha. A dor infernal que me assolava, como se num passe de
mágica, de repente parou completamente e eu melhorei. Naquele
momento, senti na pele a manifestação do mistério "Deus vir à
Terra", e olhei para o Revmo Shibui como se estivesse olhando
Deus, Meishu Sama. Ainda hoje não esqueço a gratidão por aquele
olhar do Revmo. Shibui, de alegria e alívio por eu ter melhorado.

Um Ministro
Recebendo Johrei coletivo

“Puxa! Realmente você tem muita sorte. Desta vez,


receberemos o Reverendo que é o orientador daquele outro, e os
Ministros da região Chubu receberão Johrei especialmente dele.
Como esta é uma oportunidade única, inscreverei você também.
Quanto à oferta de gratidão pelo Johrei, que tal fazer mais ou
menos tanto? Então vou deixá-lo inscrito”. E ainda complementou o
seu discurso indutivo ressaltando as qualidades e, principalmente, o
Johrei maravilhoso daquele Reverendo.

Exemplificou-o, então, com a perfuração de um túnel,


explicando que o Johrei que ministrávamos e recebíamos no dia-a-
dia poderia ser comparado à força de uma picareta, e que o Johrei
desse Reverendo era como perfurar com broca. Por isso, se
recebê-lo ao menos uma vez, a atuação da "picareta" se tornará
muito mais eficaz. Ao ouvir essa explicação vaga e nebulosa,
passou rapidamente pela minha cabeça: "Mesmo assim, é um tanto
caro!".

Logo pela manhã do tão esperado dia, pessoas já formavam


fila em frente ao hall de entrada, esperando o início da recepção. Ao
entrar nessa fila, soube de uma coisa que me deixou alterado. Além
da gratidão pelo Johrei, era preciso oferecer donativo também, e eu
não estava preparado. Limpei minha carteira e a quantia foi exata.
Puxa! Suei frio.

No segundo andar, o salão formado por duas salas de


aproximadamente 18m² cada estava lotado, e para mim, que era
um novato, os presentes pareceram-me todos pessoas respeitáveis.
Ao ver, principalmente, aqueles jovens que tinham mais ou menos a
minha idade, alegres, se movimentando de um lado para outro com
muita naturalidade e desenvoltura, pensei: "Todos eles são meus
antecessores" e senti-me diminuindo, com o coração acelerado.
Mesmo assim, com muita astúcia, consegui um lugar na primeira
fila. E, principalmente enfileirados, esperamos por um bom tempo.
O chefe de cerimônia comunicou: “Por gentileza, aguardem por um
momento”. Mais tarde repetiu: “Mais um pouco, por favor”, e assim,
ouvimos estes anúncios repetidas vezes. Quando estávamos todos
já cansados de esperar, o Reverendo orientador do superior do meu
Ministro chegou. Dono de uma constituição física grande, ele vestia
um paletó xadrez muito vistoso que, junto à sua expressão serena e
alegre, seus olhos pequenos, porém de intenso brilho, fez de sua
entrada no salão algo realmente marcante, principalmente por ter
transformado completamente a atmosfera do recinto, radiando
alegria. O chefe de cerimônia fez uma explanação sobre o objetivo
daquele evento e, completando, relatou brevemente que haviam
sido preparados a gratidão pelo Johrei e donativo, também. Então,
o Reverendo gargalhou desprendidamente e disse: “Que coisa
ótima, em dobro? Por mim não tem problema, pode ser até o triplo
também, viu?”. E todos os presentes acompanharam-no nas
gargalhadas. Entretanto, meu espírito não se encontrava em tal
estado.

O Reverendo limpou as mãos na toalhinha úmida (oshibori)


que havia sido preparada e iniciou o Johrei coletivo. Era a primeira
vez que o via ministrar Johrei. Ele movimentava o braço
amplamente, em um mesmo ritmo, dobrando o cotovelo como se
fosse lançar uma bola. Parecendo ajustar-se a esse ritmo, uma
jovem, posicionada um pouco para trás e de través, balançava uma
grande ventarola na direção do Reverendo, de um lado para o
outro, suavemente. Ao ficar de soslaio aquela cena curiosa,
imediatamente dirigi meu olhar para baixo. Naquela época
recebíamos o Johrei coletivo de pé, primeiro na frente e, conforme
recebíamos o sinal, no lado esquerdo, nas costas e no lado direito
do corpo. Então, eu, que estava na primeira fila, inconscientemente,
comecei a contar, pelo número de pés, o número de pessoas que
estavam na mesma fila. E claro, como não era possível contar até a
extremidade da fila, fiz um cálculo aproximado. Virando-me para
trás, foi ainda mais difícil para contar e só pude apelar para a
imaginação. Então, multiplicando o total de pessoas por filas e
colunas, pude chegar a um número aproximado do total de
participantes presentes naquele salão. Calculei então, quanto cada
um oferecera em donativo e gratidão e, conseqüentemente, o
quanto aquele encontro estava arrecadando em dinheiro. Quer
dizer, a única coisa que passava em minha cabeça era calcular o
quanto custava o Johrei ministrado por esse Reverendo. Foi
quando, ainda antes de concluir meus cálculos, senti como se, de
repente, uma rajada de vento pressionasse minhas costas. Eu não
sei se nesse momento o Reverendo ministrava Johrei em minha
direção ou não. Só sei que perdi a força dos braços e das pernas,
acabando por dar meio passo à frente. Imediatamente procurei
refazer-me, mas, mesmo procurando manter uma postura de
cautela, meu corpo continuava a balançar no ritmo em que o
Reverendo movia seu braço durante o Johrei. Eu estava a mais ou
menos dois metros do Reverendo. Não era possível que o vento
que a jovem fazia com a ventarola chegasse até mim, pois ele
estava direcionado para o Reverendo. Comecei então a suar frio; a
suar muito, e parecia também que eu tinha perdido o fôlego. Eu não
sei se existe a expressão "pressão do vento", mas a verdade é que
ela continuou por algum tempo e depois desapareceu. Não posso
afirmar ao certo qual a intensidade da força manifestada pelo Johrei
"máquina broca" do Reverendo. Mas sei que, no mínimo, jamais
esquecerei o poder que baniu completamente do meu pensamento
aquelas idéias como: "Puxa! Como é caro!", "Quanto custa um
Johrei?", e ensinou-me que é uma tolice ter a pretensão de
conjeturar sobre "as forças do mundo invisível", sem nunca antes
tê-las vivenciado, por causa da minha imaturidade e escassez de
experiências.

Um Ministro

Johrei que salva o espírito

Comecei a receber Johrei por causa da purificação com cárie


vertebral e, com a graça de Deus, tive a permissão de ingressar na
Fé e, inesperadamente, passei a dedicar na Igreja Hosei, Hozan-so.
Lá, tive oportunidade de receber Johrei do Revmo. Shibui. O
tempo de duração do Johrei que ele ministrava em mim era sempre
mais longo que o dos outros dedicantes, o que acabou gerando
ciúmes nas pessoas que estavam à minha volta.

Ao relatar essa situação ao Revmo. Shibui, ele disse-me


carinhosamente: “Eu não estou ministrando Johrei para você.
Ministro Johrei, especialmente, para salvar os espíritos que estão
ligados a você. Por isso, não se preocupe com essas coisas”.

Lágrimas de gratidão verteram dos meus olhos. Sua palavra


afetuosa e confortante fez renascer a esperança quase perdida e
deu-me forças para suportar todas as dificuldades.

Um Membro

A visão do Revmo. Shibui sobre a nocividade dos


medicamentos

O Revmo. Shibui dizia: “A medicina usa vacinas para


prevenir a varíola, porém, se não as usasse, acabar-se-ia com a
tuberculose. Os remédios são quem criam as doenças. Eles as
fabricam e os hospitais se tornaram sua grande instituição. Quanto
maior for o progresso da medicina, maior será o número de
pessoas doentes”.

Um Responsável de Igreja

A nocividade dos medicamentos e o Johrei

Recebi a permissão de ingressar na fé em 1945, aos 16


anos. A frase do Revmo. Shibui: "No abdômen da sua mãe existe
uma grande fortuna" foi a razão inicial que me levou ao caminho da
dedicação integral.
Em meio à grande confusão do pós-guerra, saí de Osaka
para fazer compras em Nagoya, passando pela casa de uma tia.
Fiquei intensamente surpreso ao observar a atmosfera radiante que
tomava sua casa. Almejando uma atmosfera assim para o meu lar e
a cura da asma da minha mãe, ingressei-me na Fé. A partir de
então, ministrar Johrei tornou-se mais interessante que a escola e,
em meio ano, consegui formar mais de dez candidatos a membro.
Então, tivemos a grande felicidade de receber, em Hara - cidade de
Suita - o Revmo. Shibui, que veio de Kyoto para realizar a cerimônia
de outorga.

Após o término da cerimônia, ele ofereceu Johrei à minha


mãe, o que me deixou muito surpreso, pois tratava-se de um
Reverendo muito importante. Ele encostou sua mão no abdômen da
minha mãe e disse: “Sua mãe tem uma fortuna aqui dentro, heim?”.
Assustei-me com tal comentário. Então, toquei seu abdômen e
percebi que era duro como uma pedra. Posteriormente, ministrei
Johrei a várias pessoas, mas nunca vi nada igual.

Minha mãe sofria com a asma desde a juventude e, ao invés


de "fortuna", o que ela havia ingerido foram vários tipos de
medicamentos alopáticos, chineses. Fizera aplicação de injeções,
enfim, experimentou tudo o que ouviu dizer que era bom. Dentre
esses, houve um remédio chinês, produzido de uma cobra
venenosa da Região de Kansai, que ela tomou durante três anos. O
que significava que "essas coisas é que estavam acumuladas em
seu abdômen".

Durante o recebimento do Johrei, deu-se início a ação


purificadora. Vômito e diarréia. Eram coisas que ela havia ingerido
cinco ou seis anos antes de entrar para o Caminho. Pelo cheiro e
pela cor do vômito, estava claro que se tratava do tal remédio à
base de cobra. Nesse momento, ficou bem claro para mim que os
remédios ingeridos, infalivelmente, permanecem no corpo e que,
algum dia, deverão ser eliminados. Em meio a isso, o Revmo.
Shibui me orientou: “Se você ajudar outras pessoas, sua mãe será
curada”. Ou seja, se não ajudar as pessoas, não é possível receber
a proteção divina. Ao compreender isso um pouco melhor, nasceu
em mim a vontade de fazer difusão pioneira. Comecei, então, pelo
distrito de Akubi e, posteriormente, província de Hiroshima e Hyogo.

Alguns anos mais tarde, minha mãe começou a eliminar uma


grande quantidade de catarro da asma, de manhã à noite, sem
parar. O quadro era crítico ao ponto de eu temer pela sua vida. Ela
eliminou durante dez dias e, finalmente, as crises desapareceram
por completo. Isto aconteceu quando minha mãe tinha 41 ou 42
anos de idade e, até seu falecimento, aos 70 anos, nunca mais teve
nenhuma crise asmática.

Não existe nada mais gratificante que a purificação. A


purificação da minha mãe e a proteção divina que pude receber,
graças ao que o Revmo. Shibui me ensinou em poucas palavras, é,
até hoje, uma grande força para mim.

Um Ministro

O pensamento do Revmo. Shibui em relação ao Johrei

Por volta de fevereiro de 1948, o Revmo. Shibui veio à


Kyushu fazer uma palestra. Eu me emocionei muito com o que ele
disse naquela ocasião. Primeiro, ele escreveu a palavra Kanzeon
Bossatsu e explicou: “Olhar o mundo escuro. A divindade de nível
mais elevado tomou a forma de Bossatsu para socorrer as pessoas.
E esse poder é isto aqui (o Johrei)”.

Ele falou cerca de quinze minutos apenas, mas tive a forte


impressão de que se tratava deste mundo, do mundo do Dia.

Um Ministro
O que é Deus?

Certa vez, o Revmo. Shibui me disse: “Você consegue ver


Deus? Não, não é? E o ar? Também não, não é mesmo?” Então,
voltou-se para a janela e apontou para fora: “Você consegue ver o
movimento daquele pequenino galho? Ele se mexe porque o ar,
que é invisível, está em movimento”.

Suas palavras me tocaram profundamente!

Além disso, ele me ensinou: “A Igreja Messiânica Mundial é


o milagre do Johrei e nada mais. As pessoas não a compreenderão
se apelarem à razão ou aos sermões”.

Um Membro

Johrei e aperto de mão

O Revmo. Shibui freqüentemente apertava a mão das


pessoas na hora do Johrei. Em certa ocasião, eu disse ao
Reverendo: “Minha irmã também já recebeu Johrei. Antes de
começar o Johrei, o senhor estava fumando e apertou a mão dela.
Passados quatro ou cinco minutos, ela sentiu vir da mão do senhor
um calor que tomou todo o seu corpo”. Então ele disse: “Todas as
pessoas que eu aperto a mão tornam-se felizes”. É verdade. Minha
irmã preocupava-se com os problemas de um casamento tardio. No
entanto, ela fez um ótimo casamento e está muito feliz. Além dela,
conheço muitas outras pessoas que se tornaram muito felizes.

Um Ministro

Preleção sobre Johrei

Isso ocorreu mais ou menos em 1952, na época do início da


Igreja, situada em Hozan-sô. Nesse dia, tinha uma senhora que
viera desde manhã purificando, para receber Johrei, e o seu marido
também a havia acompanhado, preocupado. Dentro de pouco, não
agüentando ficar sentada, começara a agoniar-se deitando e
dobrando os joelhos, ficando com o dorso redondo como o de um
camarão, num estado em que até a respiração se tornara difícil.
Depressa, foram pedir ao Revmo. Shibui que se encontrava nos
fundos. O Revmo veio com o rosto risonho: “Deixe-me ver”, e “Ah,
isso é (...)”, dizendo assim, começara imediatamente o Johrei. No
grande salão de Hozan-sô, com o intuito de assistir o seu Johrei, as
pessoas que se encontravam aí cercaram o Revmo, e ficaram a
olhar atentos. Ao pressionar mais ou menos na virilha, em alguns
minutos, a respiração se acalmou, conseguindo ficar em decúbito
dorsal. Além disso, ele estava ministrando Johrei com a mão direita,
pressionando com os dedos da mão esquerda as virilhas e mais ou
menos na altura dos ossos dos quadris também.

Observando essa senhora deitada, compreendia-se


visivelmente que ia se afrouxando. Ia se relaxando, deitada à
vontade, e finalmente firmara como se estivesse dormindo. Acho
que isso foi em uns 20 a 30 minutos. E, depois, essa senhora
repentinamente se levantou, agradeceu ao Revmo. e foi-se embora.
As pessoas que se encontravam no local estavam olhando
emudecidas, mas, voltando-se a si, admiraram a grandiosidade da
força do Johrei do Revmo.

O Revmo Shibui dizia: “Direcionando a palma da mão, uma


vez, em direção à testa da pessoa, instantaneamente compreende-
se que lugar ela está purificando. Por isso, se emitir concentrando o
Reiki nesse local, geralmente se cura em 3 minutos. Ainda, a dor da
ponta dos pés elimina-se com a testa”. Isso realmente era assim
mesmo. Além disso, “Se não puder salvar com Johrei, quando vier
(..) de nada adianta. Doravante a Luz se intensificará
gradativamente, e temos que estar preparados para salvar quando
surgir, para lá e para cá, pessoas com a purificação como a de
hoje”. Assim, enfatizou a preciosidade do Johrei e disse: “Daqui
para frente, será o Johrei em primeiro lugar, o Johrei em segundo
lugar, e também o Johrei em terceiro lugar. Pois, com a lógica, não
se salva ninguém”. Além disso, o Revmo. disse: “Muita gente irá ao
Mundo Espiritual em instantes, se não tiver recebido firmemente o
Johrei nas virilhas e nos quadris. A pessoa de hoje, ainda bem que
se salvou, porque foi (...)”, acentuando que o importante é tornarmo-
nos pessoas capazes de trabalhar na hora da chegada da Era da
Grande Purificação.

Um Ministro

A força espiritual do Revmo. Shibui

Quando o Revmo. Shibui iniciava o tratamento com os


clientes, haviam pessoas que não conseguiam falar, endurecendo o
corpo como o de Buda de pedra, e rolando lágrimas. Gente que,
emitindo voz estranha, começava a chorar, gente que ficava furiosa,
se esperneando ou que começava a falar coisas estranhas, como
que tivesse mudado de personalidade. O Revmo. conversava com
os espíritos encostados em tais pessoas e era freqüente aconselhá-
los ou ouvir os seus pedidos. Fazia o tratamento dessa maneira.

Uma dedicante

O sentido da oferenda e o presente dos ancestrais

As oferendas eram algo que os ancestrais ofereciam a Deus


como presente e na ocasião do culto, era de costume todos os
membros levarem oferendas, além do donativo. Certo dia,
perguntando o sentido da oferenda ao Revmo, ele disse: “O
donativo é a própria pessoa que oferece a Deus; entretanto, para o
Culto aos ancestrais, também são permitidos a participarem nos
ombros dos descendentes. E, no caso da entrevista com Meishu
Sama, também, para fazê-los receber a Luz, é bom que saia de
casa cumprimentando aos ancestrais: “Os senhores também,
vamos juntos ao Culto”. E, nessa ocasião, levando e entregarão as
oferendas na recepção: “É presente a Deus dos meus
antepassados; como a eles, também é possível ofertar a Deus;
poderão receber a “Luz com alegria proporcional”. E as
especialidades da região, coisas raras, produtos da época, etc, etc,
foram oferecidas umas após outras no Altar, e sendo esclarecido
que contêm tais sentidos depois, depois disso, a hora da oferenda
se tornara prazerosa e sentia-me grato, imaginando os nossos
ancestrais participando dignamente do Culto. E as oferendas no
Altar foram se aumentando cada vez mais.

Um Ministro

A rigorosidade da fé

Foi no dia 5 de setembro de 1948 que me foi permitido o


ingresso na Fé. Em meados do mês seguinte, quando na residência
do (...) que é o meu mestre de encaminhamento e que
posteriormente se tornara responsável da Igreja (...), da Igreja 5 6 7
fora o Revmo Shibui para trocar a Imagem da Luz Divina, de Komyo
Nyorai para Dai Komyo Nyorai. Eu era novato, mas (...) havia
também me convidado, e fui no dia para comemorar. O Revmo.
Shibui que chegara parecia estar conversando algo, olhando o local
do Altar, subindo no primeiro andar, em três, com o Ministro que lhe
acompanhara e o (..). E após conversarem por uns tempos, iniciou-
se o Culto. E houve palestra do Revmo. Shibui e, após o término,
iniciou-se a refeição. Tinha iguarias maravilhosas, parecendo até
um banquete de casamento. Na época em que ainda faltavam as
coisas, como é que conseguira tanto? Pensando assim, me servi,
mas nesse dia não se realizou a troca da Imagem. Posteriormente,
perguntei sobre isso ao (...), e ele disse que foram feitas as
seguintes observações pelo Revmo. Shibui.

A família do (...) era agricultora e na residência havia (...). O


andar térreo era a residência e tinha a sala do Altar e o primeiro
andar estava como o local de criação de bicho-da-seda. Que o
Revmo. Shibui dissera: “O bicho-da-seda que tem o espírito mais
baixo do que o homem está no primeiro andar, e o homem reside
abaixo, no térreo, é errado. Está fora de cogitação entronizar a
Imagem de Dai Komyo Nyorai aí. Além disso, a sala do Altar está
apenas coberta de madeira e não tem forro. Desse jeito, seria uma
grande falta de respeito para se entronizar Deus Alto e Nobre. Acho
que é falta de respeito até à Imagem de Komyo Nyorai, então nem
se diga, da Dai Komyo Nyorai. Reforme o primeiro andar e faça
uma sala, construindo a escadaria de entrada, na sala de assoalho
após a entrada de chão, o Altar deve ser no local em que seja o
mais nobre, visto da escadaria de entrada. Além disso, que seja de
face leste ou sul. Se não, mesmo que entronize a Imagem de Dai
Komyo Nyorai, será falta de respeito e não receberá a Luz nem
será feliz”. E que falara serenamente sobre a severidade para com
Deus. Depois de tanta despesa para o preparo afinal, foi-se embora
sem fazer a troca da Imagem. Senti como se fosse me ensinado a
rigorosidade da Fé.

Um Ministro

A intuição perspicaz do Revmo. Shibui

Uma senhora fora conduzida ao Revmo. Shibui com


purificação. Ele disse: “Ela não se salva”. Perguntando o motivo,
falou: “Ela não se salva porque não tem gratidão a Deus”. E ela foi
para o Mundo Espiritual após uma semana.

Ainda na ocasião da participação do Culto em Odawara-


Betsu-in, entregávamos os presentes dados de coração ao Revmo.
Nós, que sofríamos do mal da falta de dinheiro, nos preocupávamos
conforme a nossa capacidade. As pessoas em dedicação na
recepção anotavam e comunicavam ao Revmo. Shibui, e ele, a
cada vez que ouvia, assentia com a cabeça. Às vezes
cumprimentando, separava os presentes colocando-os à esquerda
e à direita. Os presentes colocados à esquerda eram levados aos
fundos, mas os da direita continuavam no local. E eu perguntei
sobre o motivo da separação, ao que ele me respondeu: “Os do
lado esquerdo são presentes que os membros trouxeram de
coração. Os do lado direito, são trazidos pela obrigação, pela
aparência, ou é algo ganho de terceiros, e são coisas em que não
estão contidas o sentimento. Compreende-se muito bem vendo-se
o conteúdo”. Soube da perspicácia, a temeridade, a respeitabilidade
da intuição do Revmo. Shibui, e fui advertido que: “A Fé é apenas o
makoto”. Ao mesmo tempo em que me comoveu, essa palavra se
infiltrou no meu coração.

Um Ministro

A sensibilidade espiritual do Revmo. Shibui

Quando eu tinha 27 anos, fui participar do Culto, e o Revmo.


Shibui me disse: “Você engravidou, né?”. E eu, surpresa, respondi:
“Não, não estou”, e então, ele me disse: “Você que é a mãe ainda
não percebeu, mas o bebê que fora concebido veio me comunicar.
Entretanto, como é uma alma negra, receio se nascerá bem ou
não...” e fiquei assustada. E a criança que nasceu fora acometida
de paralisia infantil após uma semana de vida. E recebendo
bastante Johrei durante 1 ano, tornara-se uma criança com saúde
normal. Mas, afinal, acabara a curta existência por causa da
pneumonia, mas fiquei realmente admirada pela sensibilidade
espiritual do Revmo. Shibui.

Um membro

A força do discernimento espiritual do Revmo. Shibui

Foi quando recebemos o Revmo. Shibui para o 2º Curso do


“Tratamento pelo Shiatsu e Purificação Método Shibui”, no
município de Koshigaya, Província de Saitama. Como era uma
época em que realmente não existia nenhuma condução, fomos
recepcionar o Revmo. com um carrinho conectado em uma
bicicleta. Subindo o Revmo. no carrinho e seguindo em direção ao
local do Curso, quando passamos em frente à casa de uma família
tradicional, ele disse: “Ah, coitado do pessoal desta casa. Passando
mais uns 10 anos, cairá em ruína e não restará nem a sombra”.
Nesse instante, quem estava andando ao lado do Revmo., sobre o
carrinho, disse que pensou: “O que será que esse Revmo. diz?
Mesmo que a sua força de Johrei seja maravilhosa, será que dá
para saber até isso?”

Essa família tradicional possuía grande propriedade e era


agricultora de grande porte, e residia em casa extensa, envolta por
pinheirais, com portão de entrada de estilo clássico, e tinha muitos
empregados. Entretanto, a senhora dessa casa tinha vindo de uma
família bastante ilustre, mas como não tinha filhos, o marido acabou
procurando mulher fora de casa e depois essa mulher invadira a
casa e pusera para fora o filho da irmã mais nova do marido, que
tinha sido adotado. Mas ela também acabou falecendo pela doença,
e a seguir, o marido, e em pouco tempo, tornou-se uma casa vazia.
E, após reunião dos parentes, essa casa fora posta à venda e fora
adquirida por uma imobiliária, e as árvores do monte dos fundos
foram derrubadas e o terreno fora loteado para vender, e
atualmente não há mais lembrança de outrora.

Quando os obreiros tinham cortado as árvores do monte e


planaram a terra, era justamente época do inverno. Acharam um
emaranhado de cobras do tamanho de um pilão, e acredito que
tinha várias centenas. Elas não conseguiram se mover pelo frio e
que foram queimadas, após jogar a gasolina sobre elas. Talvez
esse monte dos fundos fosse habitação das cobras, e o Revmo
Shibui, com sua percepção, sentiu algo espiritual nisso. Entretanto,
nem pude perguntar o que daquela casa, na verdade, projetara nos
seus olhos e dissera aquilo. Mas, simplesmente, fiquei admirado
pela sua extrema força de percepção.

Um Ministro

2.2 - Sôsai Shibui durante a guerra

Sôsai Shibui que, venerando ardentemente a Meishu Sama


como Salvador, amanhecia e anoitecia unicamente com Johrei, sem
distinção de dia e noite. Sôsai Shibui que, com sua impressionante
força de Johrei, percorrera todas as regiões, gerando e criando
inúmeros discípulos de Meishu Sama. Sua atuação realmente foi de
“+”, e aí é possível entrever a figura de um eminente missionário.

Os milagres e episódios que apresentamos aqui indicam


que, paralelamente à força de Johrei de Sôsai Shibui que já
narramos, ele também era possuidor de capacidade paranormal
muito proeminente. Não temos como saber de que maneira nascera
tal capacidade, mas, durante a guerra, também, sempre dedicara-
se à Obra Divina e deixara as suas pegadas em muitas regiões.

A graça durante a guerra

Em abril de 1944, o Revmo. Shibui disse para pensar em


evacuação por causa da expansão da linha de fogo e, conforme a
pessoa, dissera para evacuar-se imediatamente. Na época,
repentinamente escassearam-se os produtos de comércio, ficando
sob controle de preços, e como fora notificado também que as
grandes lojas também se tornariam locais de distribuição, o Revmo.
Watanabe, também compreendendo a situação social, partira para
servir em Guifu, e eu fiquei como responsável de loja. Eu acabei
essa tarefa, e perseverei-me até quase o fim da guerra, mas com o
grande ataque aéreo de Tóquio de 10 de março de 1945, a loja se
incendiara e os arredores em frente à Estação Akihabara de Kanda
tornaram-se um campo completamente destruído pelo fogo. Eu
estava convocado para guarda (normalmente fica-se em casa, e ao
ser dado o alarme do ataque aéreo, seguia imediatamente ao
batalhão, entrando sob o seu comando) e como fora completamente
queimado, evacuei-me à casa dos meus pais no Bairro de
Tovoshima.

Entretanto, também incendiara-se com o bombardeio de


maio de 1945. Apesar de acreditando que entronizando a Imagem
de Komyo na loja de Kanda a graça de tornar as grandes desgraças
em pequenas, e as pequenas, em nulas, eu estava pensando que,
nesse estado infernal, não tem jeito, mesmo que mostrasse a
qualquer hora. Entretanto, recebi a graça e fora me ensinando as
passagens e o local de refúgio e fui salvo com dois carrinhos
carregando a Imagem de Deus. Os arredores eram amontoados de
cadáveres carbonizados, queimados a ponto de não se distinguir se
eram homens ou mulheres. Encontrávamos em estado tão trágico
assim, mas o fato de podermos olhar um ao outro, a família inteira,
sem ninguém faltar, foi pela grandiosa Graça de Meishu Sama e o
fruto do cuidado e orientação do Revmo. Shibui, e estou
profundamente grato.

Um Responsável de uma Igreja

Predição olhando o mapa

Ao ver o mapa, o Revmo. Shibui manifestava a intuição


espiritual, e o local que seria incendiado enxergava-se vermelho no
mapa, e predizia-se quase sem nenhuma margem de erro, como:
“Daqui para lá, não dá. Este pedaço sobrará. O bairro de
Toyoshima não sobrará nada”, etc. E fora me dito. “Os arredores
onde mora o sr. Tanaka se incendiará todo. Portanto, é melhor se
evacuar”, mais ou menos em março de 1945. Entretanto, enquanto
estava hesitando por vários motivos, acabara se incendiando.

Um Membro

Previsão do local do ataque aéreo pela vidência espiritual

O Revmo. Shibui possuía intuição espiritual perspicaz, e


disse: “O Kaminogue não terá ataque aéreo”. Disse que, abrindo e
olhando concentradamente o mapa de Tóquio, podia-se videnciar
espiritualmente os locais se incendiando em chamas vermelhas, e
isso acertava quase que totalmente. E a tristeza e a alegria das
pessoas que, ouvindo-o obedientemente, e se evacuaram, e de
quem não lhe dera ouvidos, realmente estavam nitidamente
separados, como entre claro e escuro.
Um Membro

Previsão de ataque aéreo

O Revmo. Shibui possuía intuição espiritual muito aguçada e


possuía também a vidência espiritual, e tinha muitas coisas que ele
insinuava. Ele disse a um membro para se evadir. Então ele
perguntou-lhe: “Revmo, a casa vai se incendiar?” Ele respondeu: “É
melhor não fazer o filho passar medo”. A residência dele ficava em
(...), Tóquio. Incendiou-se quase tudo pelo ataque aéreo, mas
milagrosamente, a sua casa se escapara. Indo à Igreja agradecer,
disse: “Revmo, a casa não se incendiou”. O Revmo. disse: “Eu não
disse que ia incendiar, não foi?” E todos ficaram admirados pelo
acontecimento exatamente conforme a previsão.

Um Membro

A capacidade de previsão do Revmo. Shibui

Isso foi um acontecimento após Meishu Sama se mudar a


Hakone e o Revmo. Shibui passar a morar onde Meishu Sama
residia. Diariamente, junto com uns 3 ministros que fariam o
tratamento básico de Johrei, o Revmo. fazia o tratamento final, em
mais ou menos 150 pessoas.

Mais ou menos ao meio-dia, repentinamente meditara


descansando a mão que estivera fazendo o tratamento, e
posteriormente chamara uma pessoa. A pessoa chamada, ao se
apresentar dizendo “aqui estou, porque fui chamado”, o Revmo.
Shibui, com um olhar peculiar: “A sua casa creio que fica em ...
né?”. “Sim, senhor”. “Aí já está perigoso. Favor se mudar”. “Sim,
então, que lado seria bom?” “Hum, creio que o lado ... seria bom.
Deve ter casa vazia ai. Apresse-se. Não precisa vir na dedicação de
tratamento básico, portanto, mude-se em 10 dias a partir de hoje”.
“Sim, assim farei”. Ouvindo essa conversa, fiquei apreensivo pelas
palavras ditas pelo Revmo. Shibui, e quando nem se passara meio
mês, o local onde havia a casa dessa pessoa tornara-se campo
incendiado pelo ataque aéreo. Assim, pelo meu conhecimento, tem
3 ou 4 pessoas que escaparam do ataque aéreo pela intuição
espiritual ou a capacidade de previsão do Revmo. Shibui. E, na
verdade, eu também sou uma das pessoas que ganhara a vida pela
intuição do Revmo. Shibui.

Isso foi quando eu morava na Província de Ishikawa.


Recebemos o Revmo. Shibui nesse local e, na época, meu pai, meu
irmão e irmã mais novos estavam morando em Nishi-Okubo, em
Tóquio. Perguntando sobre o bombardeio dizendo o endereço,
pensando por uns 20 segundos, disse: “não dá mais...” Então eu
falei: “Vou a Tóquio esta noite e volto pelo menos com algumas
coisas”. Aí dissera: “Se partir agora, pulará em oceano de chamas”,
e me deteve a viagem. Posteriormente, soube que, no dia seguinte,
em 25 de junho, os arredores onde era a nossa casa tornaram-se
um campo incendiado. Se eu tivesse desobedecido as palavras do
Revmo. Shibui, estaria me deparando com o ataque aéreo
justamente na hora em que eu teria chegado a Nishi-Okubo, em
Tóquio. E também perguntei como é que ficaria a casa do meu tio
em (...), também Tóquio, e ele disse-me: “Escapará por um triz”.
Realmente, se três lados da casa haviam se tornado oceano de
fogo, queimando até o muro, em verdade, realmente, a casa foi
salva.

Um Dedicante
A difusão
do Revmo.
Shibui
durante a
guerra
Certa vez, uma pessoa que morava em Hiroshima, vendo o
Revmo. Shibui curando as doenças com Johrei, veio dizendo que,
se com isso curam-se as doenças, gostaria de levar consigo,
empregando umas 2 ou 3 pessoas aptas a fazer esse tratamento. O
Revmo. Shibui prometeu: “Se formular dezenas de pessoas para o
ingresso na Fé, com a intenção de salvar toda Hiroshima, irei
visitar”.
O Revmo. Shibui ficara de viajar a Kôfu, Nagoya, Osaka e
Hiroshima e, instantes antes da sua partida, eu também,
acompanhando-o com o grande ataque aéreo desde de manhã por
centenas de aviões B29, as regiões industriais de Yokosuka foram
destruídas em um instante, e à noite, na cidade, chovia bomba
incendiária e nós também ficamos sem poder nos locomover. Então,
nesse dia, desistimos de viajar e ficara combinado que, no dia
seguinte, eu iria buscar o Revmo. no Hozan-sô, Kaminogue,
Setagaya-ku e da Estação Shinjuku, partir para Kôfu. Como seria
bem cedo, pedi à minha filha que preparasse o lanche que iríamos
tomar no trem, e entregar-me na Estação Shinjuku. Bem, eu saí do
Consultório de Shinjuku conforme combinado, mas nesse dia
também houve ataque aéreo desde de manhã e não parecia parar,
mesmo passando o meio-dia.

Revmo. Shibui disse: “Se esperar mais, transtornará toda a


programação feita, portanto, vamos, deixando tudo conforme a
Vontade Divina”, e entoara a Amatsu Norito em frente ao Altar.
Partimos, após pedir proteção a Deus. Chegando à Estação de
Kaminogue, disseram que desde ontem os trens estavam parados e
que esse seria o primeiro a ser dirigido. Em Shibuya também
conseguimos passar sem problemas, mas chegando a Shinjuku,
novamente houve o ataque aéreo, e na estação não se encontrava
ninguém, por estarem todos evacuados. Nós também, junto com o
Revmo. Shibui, escondemo-nos dentro de um trem próximo. Em
pouco tempo, os aviões inimigos se foram e o alarme de ataque
aéreo fora dissolvido. Então um funcionário da estação chegara e
começara a falar em voz alta: “Este trem seguirá para Kôfu, por
favor, desçam”. Deus nos fez embarcar justamente no trem que se
dirigirá a Kôfu. E este trem também era uma partida milagrosa
depois de 2 dias parados.

O Revmo. Shibui estava rindo, dizendo: “Deus faz direitinho”.


Mas, enfim, não houve a despedida dos Ministros que estava
programada, nem chegara o lanche que a minha filha iria entregar,
e dirigimo-nos a Kôfu, com fome. A região de Kôfu também estava
agitada, com sirene avisando o ataque e o Curso fora realizado em
meio a isso, e ao terminar, imediatamente partimos para Nagoya e
depois a Osaka, e chegamos a Hiroshima, o último local
programado para o Curso. Nesse ínterim, não sei se digo
misteriosamente ou pela graça, o ataque aéreo vinha após a partida
do Revmo, e não nos encontramos nenhuma vez em situação
perigosa.

Um Responsável de Igreja

Coisa mais medonha do que o ataque aéreo

Depois de casada, eu comecei a tomar remédio como que


estivesse banhando-me com elas, após duas operações no
abdômen. Fiquei com o corpo idêntico a de um doente. Coisas más
acontecem em seguida, e após a partida do meu marido para o
combate a nossa casa se incendiou pelo bombardeio, e estava
passando dias infernais. Nessa ocasião, fora me ensinado por um
colega do meu irmão que em Kaminogue, Setagaya-ku, havia
tratamento de Deus Kannon e que todos que foram abandonados
pelos médicos melhoraram. Para mim, que estava dependente da
medicina, era coisa inacreditável, mas como minha mãe me disse
para aceitar a bondade dos outros com franqueza, e ir pelo menos
uma vez, fui ao Hozan-sô, Kaminogue, com o sentimento de me
agarrar até a uma palha.

A maioria das pessoas que descia na estação era doente e


tinha pessoas que pareciam que iam desmaiar, ou com o rosto
pálido e raquítico, e eu também era uma delas. Recebi uma ficha na
recepção e, subindo ao Hozan-sô, havia uma maravilhosa pintura
da Imagem do Deus Kannon pendurada em um enorme Toko-no-
ma (local mais nobre de uma casa). E no salão estavam sentados
vários Ministros. E esperei a minha vez, e recebi o Johrei básico2 e
posteriormente esperei no cômodo dos fundos, com as outras

2
Johrei básico – Johrei que recebe primeiramente de um discípulo, para
depois receber o Johrei do Revmo.
pessoas, o Johrei do Revmo. Shibui. Finalmente chegara a minha
vez, mas o Johrei do Revmo. terminara em mais ou menos 5
minutos e me assustei pelo tempo tão curto. E como era durante a
guerra, lá fora todos, inclusive doentes, estavam usando roupas de
proteção contra ataque aéreo, mas as pessoas, dedicando em
Hozan-sô, principalmente as senhoras, com quimono e obi (faixa
colorida que cinge a cintura) e usando avental alvíssimo, me fez cair
em dúvida, se esse era o Japão que está guerreando atualmente.
Eu, sem querer, perguntei ao Revmo: “Onde fica o abrigo
antiaéreo?” O Revmo., rindo me disse: “Aqui não cai bombas, mas
todos carregam bomba nas próprias costas. Se ela se dissolver, se
vai de uma só vez”. Não compreendi, de imediato, esse sentido.

Ao retornar para casa, houvera mudança no meu corpo,


parecendo que havia sido despida uma pele, e enquanto
freqüentava, a ida a Hozan-sô gradativamente foi-se tornando
prazerosa. Isso não foi só porque só eu, mas compreendia-se que
todos que recebiam Johrei juntos estavam melhorando
visivelmente. E cheguei a fazer o Curso para o Ingresso na Fé. O
Revmo. nos transmitiu profundamente o significado da purificação e
a Transição da Noite para o Dia e, ouvindo as palavras energéticas:
“Atualmente estamos tocando um pouco no corpo, mas
brevemente, chegará a época em que essa Luz se canalizará a
100, 1000 pessoas”, senti como que despertasse. Após receber o
Ohikari, não temia mais o ataque aéreo, e em seguida, a minha
mãe e o meu tiveram permissão para ingressar na Fé. E cheguei a
um estado em que, mesmo durante o ataque aéreo, podia ministrar
Johrei sem me abalar. Isso porque eu compreendi que existe coisa
mais temerosa do que o ataque aéreo.

Um Membro
2.3 - A personalidade de Sôsai Shibui

Parece que o Sôsai Shibui, originariamente, era uma pessoa


circunspecta e mesmo na residência utilizava hakama3 e mantinha
constantemente a postura certa e, em sala de tatami, sempre
sentava-se corretamente. E também na vida cotidiana, para com os
familiares, constatava com extrema serenidade. Ainda, para com
funcionários da loja de traje ocidental também era bastante rigoroso
e fazia longas admoestações. Dizem que havia ocasiões em que
até para clientes que tinham vindo fazer pedidos de roupas dava
sermões. Aliás, existe também episódio em que, quando o
funcionário fora entregar a encomenda, dessa vez, ele tivera o
revide do sermão. Entretanto, após o ingresso na Fé, depois que
iniciara a difusão, dizem que se mirava no espelho para treinar o
sorriso, para dar boa impressão às pessoas que contatar, ou que
treinava a sentar-se em posição mais descontraída, para fazer as
outras pessoas sentirem-se à vontade (Meishu Sama e os
Pioneiros). Não se sabe se foi o efeito disso, mas passara a ser
comentado: “Como o Revmo. Shibui contata as pessoas com
grande capacidade de compreensão, mesmo as pessoas que se
encontram pela primeira vez, é normal se retornassem com
amizade e satisfação como se ele fosse um velho conhecido. E as
palavras que pronunciavam eram dotadas de uma misteriosa força
de persuasão; quem as ouvia, seguia-as naturalmente (Meishu
Sama e os Pioneiros)”. Este é um episódio interessante em que nos
faz imaginar a brandura do gênio que ele possuía por natureza e ao
mesmo tempo a sua força de vontade.

Tem-se o seguinte episódio como assunto que nos transmite


o sentimento de compaixão do Sôsai Shibui. Por exemplo, dentre os
membros, parece que havia muitos que, estando nas suas casas,
não tinham apetite nem ânimo, mas ao chegarem no Hozan-sô,
repentinamente animavam-se e também ficavam com fome. E o
Revmo. Shibui dizia à pessoa da cozinha: “Faça oniguiri (bolinho de

3
N.T.: peça de vestuário masculino em forma de saia pregada e aberta dos lados que se usa
sobre o quimono em ocasiões de cerimônias
arroz)”, cuidando firmemente desses fiéis, e acontecimentos como
esse fazem lembrar a personalidade com espírito de compaixão, de
delicadeza, de sentimento, de Sôsai Shibui.

Entretanto, ao mesmo tempo, será que não podemos pensar


que sua personalidade é que estava dotada de alguma “força”
especial que movia as pessoas? Acredita-se que essa “força” é
relacionada também com a sua maravilhosa força de Johrei que já
vimos. É a personalidade do Sôsai Shibui como a força que move
as pessoas. Parece que podemos vislumbrar a verdadeira
magnitude através dos fatos.

Meu encontro com o Revmo. Shibui

Encontrei-me pela primeira vez com o Revmo. Shibui em


1944, na ocasião da realização do Curso na minha casa em
Wakayama, (...). O rosto do Revmo., sentado de costas, à Imagem
de Deus Kannon no toko-no-ma, tinha aspecto muito feliz, cheio de
afeição envolvente. Dissera, nessa ocasião, que: “Mesmo quem
aparente ser sadio à primeira vista, debaixo da pele está cheio de
toxinas e pus. Recebendo o Johrei e se tornando límpida por dentro
do corpo, será possível ser bonita”. E essas palavras estão
profundamente gravadas em mim. Ainda, na hora do Johrei, a sua
mão colocada no meu ombro era tão macia e cálida, que me fez
emocionar.

O curso continuara por durante 3 dias, de manhã à tarde, e


depois, havia conversações com meu pai e discípulos influentes até
tarde da noite. Tocara-se também sobre a situação política da
época e pelas suas palavras: “Não vai demorar que no centro de
Tóquio chegará a nascer eulária”, fiquei surpresa. Ainda, a recepção
do Revmo. era difícil porque na época estava tudo sob controle do
governo, mas, misteriosamente, no dia da chegada, os produtos
necessários completavam-se suficientemente. O Revmo. dizia,
risonho: “Deus é quem prepara tudo.”
Ela dava atenção pormenorizada a cada uma das pessoas e
creio que o meu pai também, criado por esse amor do Revmo., é
que fora sendo permitido o Servir.

Recebemos duas vezes o Revmo. em Wakayama, mas na


hora da despedida, todos que iam se despedir subiam no trem e
não saíam de perto do Revmo., até a última hora. Lembro-me com
saudade do o rosto do (...) ou (...), dizendo: “Está na hora”.

Para mim, o Revmo. era muito cálido e bondoso, mas


possuía dignidade e pensava que era um tanto difícil de me
aproximar: “Será que isso foi pela minha imaturidade? “
Uma Membro

A personalidade do Revmo. Shibui

Mais ou menos em 1947 ou 1948, fui dedicar em Hozan-sô,


mas desde essa época aumentaram-se as viagens do Revmo
Shibui às regiões, e principalmente à região Chubu, viajara muitas
vezes, pela solicitação do Revmo. Watanabe.

Eu sempre dedicava responsabilizando-me pelas


providências e aquisições das passagens de trem.

Sobre a má situação do pós guerra, a dificuldade de


aquisição de passagens era fora do comum. E mesmo que
recebêssemos o Revmo, eu quase não tinha oportunidade de ouvir
a sua palestra ou receber Johrei. O Revmo, que era atarefadíssimo,
não tinha um dia sequer de descanso, estando, por exemplo, hoje
em Nagoya, amanhã em Quioto ou Osaka, e quando certo,
Okazaki, ou Província de Guifu, etc. Por isso, pela providência do
Revmo. Watanabe, no caso de Quioto ou Osaka, viajei muitas
vezes, correndo atrás dele.

E com o coração palpitando, que hoje é em outra localidade,


poderei ouvir sossegadamente a palestra, esperava ansiosamente.
E finalmente ele aparecia e em primeiro lugar olhava os rostos dos
participantes lotado no recinto, ministrava um curto Johrei.
Esperando pela palestra, ansiada, falava só um pouquinho e dizia:
“Como hoje estou purificando um pouco”, ou “Hoje findo aqui,
porque tenho outros compromissos”, e deixando o resto com outros
Ministros, desaparecia nos fundos. É claro que sabia que ele
deveria ter outros afazeres importantes, mas, ressentido,
perguntando descontente ao Revmo. Watanabe, este disse: “Como
hoje as cabeças dos participantes estão purificando, suspenderá a
palestra porque não compreenderão.” Assim, às vezes tinha
ocasiões em que eu ficava confuso, parecendo que havia
compreendido, mas não.

Quando o (...) da Seita (...) foi ao encontro de uma outra


seita, havia muito poucos participantes, e o responsável da
recepção, acanhado, fizera a pergunta, e ele dissera que: “Hoje o
recinto estava lotado de espíritos e foi um sucesso”. Ouvi certo dia
esse episódio e, pensando bem sobre isso, espelhado no fato de
que o Revmo. Shibui é possuidor de alta capacidade
parapsicológica, compreendi e convenci-me de que o Revmo é uma
pessoa com elevada força espiritual.

Um Ministro

As impressões sobre o Revmo. Shibui

Pelas palavras do Revmo., sem querer, ia abrindo a carteira.


As suas falas, de maneira nenhuma, poder-se-ia dizer que eram
hábeis, mas parecia que íamos sendo absorvidos por elas.

Confiava em Meishu Sama do fundo do coração, e por


Meishu Sama, enfrentava seja água ou fogo. Assim sentíamos.

Dedicou-se, ele próprio, para mostrar o exemplo de ser


aprendiz de Deus e Meishu Sama.
Especialmente ao Revmo. Shibui era outorgado de Meishu
Sama grande número de Suas Escritas e, oferecendo-as como
donativo, foi utilizada como um capital enorme, e o grau de sua
contribuição para o progresso da Obra Divina, acredita-se, foi
imenso.

Mesmo que ouvisse muitas coisas sobre Tengoku-kai


mantinha atitudes alheias, como se não ligasse para isso, e era
freqüente eu pensar que ele é realmente uma pessoa magnânima.

Um Responsável de uma Igreja

Revmo. Shibui que se dedica totalmente a Meishu Sama

Foi quando recebemos o Revmo. Shibui em (...), Província


de Ishikawa. Ele era de pouca fala, mas ficou gravada fortemente a
impressão de que não se descuidava de nada, guardando algo
grandioso no íntimo. Na época, o Revmo. Shibui, quando se tratava
de assunto referente a Meishu Sama, endireitava a maneira de
sentar-se para falar. Recebemo-lo com o sentimento de curvar a
cabeça, pela sua figura constante de dedicação total a Meishu
Sama. Lembrando-me de que o Revmo. Shibui, na ocasião da
entrevista com Meishu Sama, estava sempre usando um avental e,
perguntando posteriormente sobre isso, disse apenas “É porque
sou um discípulo”, e não contara nada sobre as suas vantagens.

Um Ministro

O cuidado pelo subalterno

Na época do fim da guerra, faltava também os vestuários e


eu sempre estava usando roupa esfarrapada. Entretanto, o Revmo.
Shibui, incapaz de passar indiferente, reformara a sua roupa para
mim. A de uso diário usara a parte avessa aprontando-me uma
roupa asseada, e trouxe especialmente para mim. Como era
utilizado o lado do avesso, o bolso do peito estava colocado do lado
oposto, mas fiquei muito contente pelo seu sentimento e usava-o
com alegria. Emocionei-me muito porque a roupa de cerimônia,
como ele tinha um tipo físico cheio, reformou-se para que caísse
bem em mim.

Um Ministro

A singeleza do Revmo. Shibui

É a lembrança de quando foi decidido festejar o sexagésimo


aniversário de Meishu Sama em uma casa de retiro, no meio do
Monte Nokoguiri, Boshu. Dois dias antes, ficamos de ir fazer a
limpeza. A época era justamente de emergência nacional, de
carência de materiais necessários, e tínhamos que levar tudo,
desde os materiais de limpeza, até vassouras de dentro e de jardim,
panos de limpeza, balde, panelas, lenhas, carvão, aquecedor, até
arroz. Os 5 acompanhantes que viram isso estavam indecisos,
parecendo estarem com vergonha de carregar a bagagem, dizendo:
“Desse jeito, vamos parecer grupo de palhaços”. E justamente o
Revmo. Shibui chegara aí, e disse: “Ah, isso é engraçado. Eu levo
as vassouras compridas, e os senhores, carreguem o restante”, e
imediatamente se pusera a caminhar; então, todos, acabando-se o
descontentamento de instantes atrás, pegaram a bagagem o quanto
antes e seguiram o Revmo.

Chegando ao local, imediatamente iniciamos a limpeza, mas


demorou-se além do previsto, resolvendo-se que todos iríamos
pernoitar aí. Com os materiais que levamos, cozinhamos o arroz e,
fazendo oniguiri (bolinho de arroz), distribuindo um para cada um,
desde o Revmo. Shibui, saciamos a fome. Não consigo esquecer,
até hoje, o sabor daquele oniguiri. Terminando o serviço, na hora de
descansar, o Revmo, com cuidado conosco, disse: “Durmam no
kotatsu (aquecedor caseiro com coberta)” e ele sozinho, passara a
noite lendo. As costas do Revmo. sentado no quarto sombrio e frio
pareceu-me tão sagradas como as de um Buda, e não pude deixar
de unir as mãos.
Um Responsável de uma Igreja

A personalidade do Revmo. Shibui que atrai as pessoas

É um acontecimento de quando o Revmo. Shibui viajara para


o Curso em Hiroshima e eu também o acompanhei. Nessa ocasião,
a pessoa que solicitava o Curso em Hiroshima contara o seguinte
episódio:

“Minha esposa foi curada de doença e, com alegria,


ingressou nesta Igreja, mas eu não entendo nem um pouco sobre a
Graça Divina. Entretanto, eu soube da grandeza do coração do
Revmo. Shibui por uma palavra e apaixonei-me por ele e, então,
ingressei-me na fé conforme disse o Revmo.” Então perguntei qual
fora essa palavra que fê-lo se apaixonar por Revmo. Shibui.

Disse que isso foi quando ele fora ao Consultório de Shinjuku


e estava assistindo o Curso. O Revmo Shibui voltava da difusão e
imediatamente iniciara o Curso na sala de tratamento do 3º andar.
Em frente ao Altar da pequena sala, algumas dezenas de pessoas
estavam fazendo o Curso para ingresso na Fé. E dentro delas,
estava esse senhor.

Exatamente nesse momento, a minha filha iniciara o preparo


do almoço, mas como era um dia de chuva e também frio, começou
a cozinhar o arroz na entrada do térreo. Como era durante a guerra,
estava queimando a lenha, e então imediatamente essa fumaça
espalhara para o 1º e 3º andar, e com isso, desde o Revmo Shibui a
todos que estavam participando do Curso começaram a tossir. O
dedicante próximo dele descera para ver o que estava
acontecendo, viu e imediatamente levara para cozinhar fora, e
pedindo desculpas no lugar da minha filha, o Revmo. Shibui disse:
“Ah, sim. Por isso é que pensei que ainda é cedo para espantar os
pernilongos”. E fez as pessoas explodirem de gargalhadas.
Geralmente nessas ocasiões, os dirigentes ralham, dizendo:
“Se cuidem mais”, mas no jeito dele rir e portar-se como se nada
tivesse acontecido, e nas suas palavras, esse senhor de Hiroshima,
disse apaixonar-se por completo pelo Revmo. Shibui. Realmente
ele era uma pessoa que parecia desconhecer a ira. Naquele seu
físico “cheio”, ele aparentava uns 20 anos mais jovem. Sempre
estava sorrindo e as queixas que muitas pessoas faziam ouvia
como se fosse o seu próprio problema. Ao contatar com aquele
sentimento alegre e aberto do Revmo., creio que todos sentiam
como se fosse chuva misericordiosa na seca.

Um Responsável de uma Igreja

A convicção do Revmo. Shibui

Era durante a guerra, mas por causa do relacionamento com


Meishu Sama e por problemas de tratamento médico, havia muitos
investigadores vigiando em locais estratégicos próximos do
Consultório de (...), Shinjuku. Faziam interrogatórios para cada uma
das pessoas que vinham para receber Johrei e, levando a maioria
delas na delegacia, faziam inquirições induzidas, às vezes, dando-
lhes cigarros: “O Shibui é um criminoso, vocês estão sendo
enganados. Não disse para não tomarem remédios? Não falou mal
do Imperador?” E, como assustavam-nas: “Não voltem nunca mais
ao Consultório. Se voltarem, se tornarão criminosos”, houve uma
época que quase não vinha clientes. O Revmo., previndo o
incidente vindouro, ordenou-nos severamente: “Eu, mesmo sendo
assassinado, não pronunciarei nem o “M” de Meishu Sama,
portanto, os senhores também, mesmo que forem levados e
inquiridos de todas as formas, só digam que não sabem de nada”.

Nós também estávamos preparados para a prisão,


ordenando o que a nós competia para que possa ser levado a
qualquer momento à delegacia. Logo o Revmo. fora preso, mas por
sorte, pôde voltar em 1 semana. Isso porque, dentro dos membros,
tinha um delegado de polícia e, pela sua intervenção, pôde retornar
em tempo relativamente curto. Entretanto, a tortura nesse ínterim
fora demasiada, fazendo-o, por exemplo, sentar-se e colocando
uma madeira atrás dos joelhos dobrados, punha pedra pesada
sobre o colo, ou enfiavam lápis entre os dedos e apertavam forte a
mão, e à noite, levavam à cela dos condenados à morte, e ficara
com o corpo cheio de piolhos, e que durante uma semana quase
não havia dormido. Além disso, saíra um furúnculo enorme em seu
pescoço e disse que o sofrimento da tortura somado ao desse
furúnculo fora mais penoso que a morte.

Ao retornar-se, o Revmo. fora cumprimentar diretamente o


Altar e, ao mesmo tempo, o furúnculo vazara sozinho, e o pus
espirrara-se por uns 30 centímetros. “Graças a ser aprisionado,
Deus me alongou a vida por uns 10 anos”. No peito do Revmo, que
não expressando nem um pouco o sofrimento que passara,
transformava-o em gratidão, todos nós nem conseguíamos falar, de
lágrimas.

Quando fora liberado, diz que o investigador encarregado


mostrou-lhe a caderneta que tinha anotado as inquirições. Então,
compreendeu-se a circunstância, porque suspeita fora levado à
delegacia. Na época, a esposa de um jardineiro vinha para o
tratamento, mas por causa da doença da vista, não conseguia
caminhar sozinha; vinha, então, conduzida pelas mãos, por um filho
de mais ou menos 40 anos. Entretanto, pessoas para receberem
Johrei, vinham dezenas e centenas e, geralmente para recebê-lo,
devia-se esperar. Parece que, nesse tempo de espera, criticava a
política do momento ou desabafava-se dos descontentamentos. O
investigador que soube disso, ao fazer-lhe inquirição, parece que
ele mentira para se escapar da circunstância, dizendo que fora o
Revmo. Shibui quem estivera falando isso. Essa foi a causa direta
do Revmo. ter sido preso e encarcerado.

Esse filho, nem sabendo que pelo seu pronunciamento


descuidado o Revmo Shibui recebera o sofrimento da morte, após
esse ocorrido também vinha diariamente. Como o problema da vista
da sua mãe também gradativamente estava melhorando, vinha
acompanhando-a com alegria. E também o Revmo. Shibui, com a
mesma humildade de sempre da mesma maneira de sempre, ou
melhor, especialmente com maior cuidado, fazia Johrei nos olhos
dele. Como nós sabíamos da história, cada vez que víamos essa
mãe e filho, não conseguíamos conter a ira, e tinham pessoas que
nem falavam com eles. Um dia, não conseguindo me conter mais,
perguntei: “Por que o senhor trata tão bem aquelas pessoas?”
Então o Revmo disse: “Qualquer pessoa que seja, são todas
discípulos de Deus. Além do mais, sobre esse acontecimento, nem
eles sabem. Todos os sofrimentos são para o próprio polimento.
Portanto, devemos ter gratidão, sim, mas nunca ter rancor”. Nós
fomos tocados pela convicção da Fé do Revmo. Shibui e, pela sua
magnanimidade e grandeza de alma, envergonhamo-nos pelo
nosso pequenino espírito.

Um Responsável de uma Igreja

Regalo aos discípulos

Quando havia a residência do Revmo. Shibui em Asahi-mati


de Atami, fomos entregar oferendas, acompanhando (...). Na época
era difícil conseguir passagens de trem, e era um sacrifício enorme
ficar em fila para consegui-las. Ainda, o interior do trem, até no
corredor, era cheio de gente, uma grande confusão, e além disso,
viajar a Atami carregando cheio nas costas as oferendas era um
sacrifício que hoje em dia nem se imagina. Finalmente, chegando a
Atami e quando estávamos descansando na sua residência,
assustamo-nos porque o Revmo. que havia tomado banho saíra
sem roupas. E disse: “Muito obrigado, desde longe. Se cansaram,
não? Tomem banho, todos”. Assim, nos regalou carinhosamente.
Nas suas palavras havia cuidados para não nos deixar
constrangidos e todos nós banhamo-nos em banheira de madeira,
que na época era rara. Foi indescritível como era gostoso: com o
banho quente e gostoso e pelo sentimento amável do Revmo,
sentimos como que o cansaço e o sacrifício de até chegar em Atami
foram totalmente enxugados.

Um Ministro

O modo de falar do Revmo. Shibui

O Revmo não falava muito. A impressão que tive era de falar


pouco a pouco – não como a água que corre sobre uma madeira
em pé – conforme surgia na mente, mas continha a essência.
Meishu Sama também dizia: “Mesmo que falasse um milhão de
vezes, não é possível mover a alma. Move-se a alma com uma só
palavra. O importante é mover a alma com a alma”. Mas as
palavras do Revmo Shibui era realmente isso. Não havia ligações
entre as suas palavras e eu ficava sem compreender nada, e
quando estava falando também, não era com uma fisionomia
severa, e sim, sentia um calor indescritível naquele aspecto – os
olhos redondos e bochechas cheias e a cor clara – e no seu modo
de falar.

Como eram palavras pronunciadas por sua figura que porta,


como se diz, uma dignidade, ou uma autoridade, até hoje guardo
essa impressão. E disse assim: “Não devem olhar para trás, nem
para os lados. Sigam direto para a frente, haja o que houver”. Isso
eu guardo até hoje, profundamente impressionado.

Um Ministro

As palavras do Revmo. que move as pessoas

Tive a oportunidade de um dia, após a entrevista com Meishu


Sama, visitar a Sede da Igreja Miroku em Odawara, e ouvir a
palestra do Revmo. Shibui. As suas palestras eram normalmente
realizadas sem ter um tema definido, e pronunciadas com
simplicidade e à vontade, mas nesse dia, o tema era sobre o
donativo. No entanto, não é que ele diz algo como de que maneira
deve ser o donativo. O ponto principal da palestra era que Meishu
Sama necessita de dinheiro para a Obra Divina. E não é que após a
palestra incentiva dizendo: “Senhores, participem...” Entretanto, a
maioria das pessoas, acredito, ficou com o sentimento de desejar
participar do Servir monetário. Um colega que havia convidado
servira até com o dinheiro da passagem de volta, pela grande
emoção, e cheguei a emprestar-lhe.

Acredito que o ardor e o makoto do Revmo. Shibui ao


dedicar-se a Meishu Sama se torna em força dos espíritos das
palavras e comovem e movem as pessoas.

O Reverendíssimo é o verdadeiro praticante do poema de


Meishu Sama:
“As palavras que mesmo inábeis
são pronunciadas com makoto
se tornam em forças que movem as pessoas”.

Um Responsável de uma Igreja

A força espiritual e a personalidade do Revmo. Shibui

Somada a convicção da Fé à qualidade própria da


personalidade do Revmo. Shibui, é transmitida a forte emoção às
pessoas. Isso não é pelas palavras difíceis nem pela habilidade da
fala. Acredito que foi a prova da força espiritual que só ele recebera
de Meishu Sama.

Um dedicante

Torne-se um alicerce – o motivo do meu ingresso na fé é essa


palavra do Revmo. Shibui

Eu ingressei na Fé conduzido por (...) da Associação Zen-


Toku de Osaka, em abril de 1947, em Osaka. Na época, estava
purificando-me da tuberculose e, surpreendido com os
Ensinamentos como “Princípios da Lei da Natureza”, “Princípios da
Purificação”, “Transição da Noite para o Dia”, etc, etc. “Isso é
grave”, “Devo agarrar-me a isso”, pensei assim fortemente. Ouvindo
as orientações do (...) e (...) durante a noite toda, emocionei-me de
coração.

Desde 1947 a 1955, responsabilizei-me da parte contábil sob


o Revmo. Shibui. E, durante esse tempo, também ouvi e recebi
incontáveis orientações que, através da vida, se tornam em sangue
e carne. Mas, dentre elas, existem palavras que até hoje guardo
com carinho e tenho-as como meu ponto de apoio. Foram as
primeiras palavras que me disse na ocasião do meu primeiro
encontro com o Revmo. Shibui: “Senhor Kanda, o senhor siga como
as panelas. As panelas envelhecem sendo utilizadas diariamente
pelos outros, e vão pegando o brilho”. “Quanto mais se passa o
tempo, mais chegam as pessoas que se sentam na sala. Por isso, a
gente fica em baixo, e de jeito nenhum se intromete. Desse
momento em diante, guardando essas palavras, vim me esforçando
ao máximo. Ainda, ao ser confiado o selo legal do Revmo., senti
ardentemente a responsabilidade, e creditando que servir ao
Revmo, que me confiou, é a minha vida, e gravando na minha alma
e no meu corpo a importância de ser confiado até esse ponto,
pensei: “Para esse Reverendíssimo, devo dedicar-me mesmo que o
meu corpo se esfacele.”

Um Ministro

Deixando as suas coisas para depois

Certo dia, após mudar-se para Hozan-sô, Meishu Sama


chamara o Revmo. Shibui e dissera a respeito de Tozan-sô que até
lá Ele tinha habitado: “Dou-lho a você, use-o como quiser”. Na
época, o Revmo. morava em Hozan-sô, Tóquio, mas como era algo
demasiadamente gratificante, tratara-se que ele passaria a
administrar a parte da construção principal e na segunda
construção, iria residir o (...). O Revmo. nunca se priorizava, e isso
sempre me emocionava.

Um dedicante próximo de Meishu Sama

O Revmo. Shibui que não demonstrava o sofrimento

O Revmo. Shibui era uma pessoa que de maneira nenhuma


expressara os seus sofrimentos ou iras.

Certa vez, foi quando uma pessoa residente em um enorme


prédio de apartamentos pedira para que a visitasse por causa de
um mal repentino. Não sei se foi por causa do acúmulo de cansaço
por ministrar Johrei diariamente a centenas de pessoas, sem
distinção de dia ou noite, mas ele estava com severa purificação,
passando muito mal do estômago e no intestino. Eu disse: “Poderia
mandar algum outro auxiliar”, e ele respondera: “A pessoa está
pedindo, por favor, para que eu vá”, e não dando ouvidos aos
nossos conselhos, saíra imediatamente.

A pessoa doente encontrava-se num estado em que parecia


com convulsão estomacal, mas com o Johrei do Revmo. Shibui,
melhorara imediatamente. Quando saímos ao hall do apartamento,
ele disse: “Espere-me um pouco aqui”, e voltou depressa. Eu, como
fora me dito, estava esperando-o no local, durante 30 minutos, 1
hora, mas ele não retornava. Preocupado com ele, que se
encontrava purificando severamente, procurei-o para lá e para cá,
mas não o achava. Por fim, fui ao lado do toalete, e ouvi gemido
agoniado de dentro. Assustado, perguntei: “É o Reverendíssimo?”,
respondeu-me: “Estou bem” e saíra, começando a andar como se
nada tivesse acontecido. Entretanto, pude imaginar o seu
sofrimento insuportável pela sua boca firmemente fechada. E ao
retornar-se, imediatamente iniciara Johrei para as pessoas que
estiveram aguardando-o.
Ainda, com purificação de escabiose dos quadris às pernas,
estivera sofrendo dias e dias, não conseguindo descansar por dor e
coceira que não tinham dia em noite. Mesmo dentro desse
sofrimento, de maneira nenhuma descansava da Obra Divina, que é
o Johrei.

O Revmo. Shibui, mesmo se encontrando com esses


sofrimentos, mantinha sempre o sorriso e envolvia carinhosamente
a todas as pessoas que vinham atraídas pelo seu espírito bondoso.

Um Responsável de uma Igreja

Impressão sobre a personalidade do Revmo. Shibui

As palavras e os movimentos do Revmo. que possuía o


físico todo arredondado e rico em elasticidade eram leves e não
tinham desperdício e sempre havia atmosfera tranqüila. E a Luz do
olhar penetrante que soltava do fundo daquele sorriso suave, e o
ressoar de sua voz clara, era impressionante e, além disso, a
alegria (o calor) ilimitadamente abrangente, acho que não eram de
uma pessoa comum.

Um Ministro

O Revmo. Shibui próximo de nós

A Meishu Sama apenas venerava-O respeitosamente, mas


com o Revmo. Shibui podia conversar à vontade, e sentia-me
próximo, e isso era motivo de grande gratidão.

Um Membro

O Revmo. Shibui como um comerciante

O Revmo Shibui era um comerciante. Dizia: “De maneira


nenhuma forcem ou liquidem o ingresso na Fé. O que querem
vender, deixem-no escondido. Se deixá-lo escondido, vende-se
melhor”, “Mesmo no comércio, se colocar o preço de 100 yens, em
algo que não se vende por 10 yens, vende-se bem”.

Um Membro

A vida simples do Revmo.

Os donativos dos membros eram bastante elevados, mas na


residência do Revmo. Shibui, chegara a faltar sempre sabão na
hora de lavar as roupas, e em tudo na vida particular, era simples e
econômico.

Um Membro

Os alimentos que o Revmo. Shibui gostava

Na época em que o Revmo. Shibui residia em Hozan-sô,


Kaminogue, gostava muito de moti e o almoço geralmente era de
moti. Até a sua medida estava estipulada. Ensopado de legumes
com moti, macarrão de trigo negro, macarrão, a essência do sabor,
eram todos feitos em casa por leigos, mas o Revmo. elogiava que
os sabores eram ótimos, não ficando para trás dos feitos pelos
profissionais. Nessas ocasiões, qualquer cansaço desaparecia.

Um dedicante

Uma cena do Revmo. Shibui nos seus últimos anos de vida

Nós havíamos nos mudado a Kyoto e, em 1952, o meu


marido fundou a Igreja (..). De vez em quando, o Revmo. visitava
Kyoto. Acompanhávamos-lo a locais famosos ou históricos e ele
deleitava-se com momentos de descanso e sempre mantinha-se
risonho e à vontade.
O Revmo. deleitava as pessoas ao redor. Relembrando-me
agora novamente a personalidade infinitamente bondosa do Revmo.
Shibui, encontro-me mergulhada nas suas lembranças.

A minha vontade, agora, é de clamar em voz alta que o


Revmo. que concluiu, como se nada estivesse fazendo, coisas que
são impossíveis para pessoas comuns e simples, é o pioneiro da
Igreja Messiânica Mundial que no passado, no presente e no futuro,
nunca mais surgirá.

Uma Dedicante
3 - AS ATIVIDADES DE DIFUSÃO DE SÔSAI SHIBUI

As atividades de difusão de Sôsai Shibui são possíveis de


serem divididas em 4 períodos diferentes, a saber: o primeiro
período foi o de Consultório em (...), Shinjuku, desde o ingresso na
Fé, em 1938 a 1944. O segundo é o de Hozan-sô, Kaminogue,
Setagaya-ku, onde passara em 1944, após a mudança de Meishu
Sama. Depois, tornara-se Presidente, em 1947, ao fundar a Nippon
Kannon Kyodan, Presidente da Igreja Miroku em 1949, e Presidente
da Igreja Miroku da Igreja Messiânica Mundial em 1950 – esse
período de Presidente, até se tornar Conselheiro ao ser revogado o
sistema de (...), e por fim, o período de Responsável da Igreja (...),
em Kaminogue, desde 1952.

Quer dizer que ele realizou as atividades de difusão em cada


um desses períodos, mas havia sutis diferenças nas condições de
época e na posição do Sôsai Shibui que se tornaram no cenário de
cada um deles. Portanto, para se compreender corretamente as
circunstâncias inteiras das atividades de difusão de Sôsai Shibui e
para prometer a perfeição, acreditamos que devemos analisar
esses períodos, pormenorizadamente, cada um deles, juntamente
com os respectivos cenários. Entretanto, aqui, não realizaremos
essas análises profundas. Aliás, resolvemos seguir os episódios de
cada período, o espírito de Sôsai Shibui, as relações de confiança
entre ele e os Ministros, etc. pelos fatos. Será que, dessa maneira,
não poderemos contatar com o espírito missionário de Sôsai Shibui,
com fibra, inabalável pelas épocas?

3.1 - Sôsai Shibui no período de (...)

(...), em Shinjuku, é o ponto de partida do Revmo. Shibui na


Igreja Messiânica Mundial. Desde os meados da Era Taisho (1912-
1926), ele trabalhava aqui em (...), com uma loja de trajes
ocidentais denominada (...) e iniciara a atividade de tratamento
nesta loja. Foi em 1938. Sôsai Shibui, nessa época, já estava com
mais de 50 anos, mas durante 17 anos, até partir para o Mundo
Espiritual, em 1955, com 69 anos, trabalhou pelo progresso da
Igreja Messiânica Mundial, esquecendo-se até do sono e da
alimentação, e esse ano foi também o ano inicial da dedicação total
a Meishu Sama. (...) era também a sua residência. Conservara o
andar térreo como loja de trajes ocidentais, deixando a sua
administração com funcionários, e reformou o 1º andar para
residência e o 2º como Consultório. Até fazer de Consultório,
reformando a sua casa, trabalhava visitando os pacientes, mas,
posteriormente, (...) foi se tornando o ponto principal da atividade de
Sôsai Shibui. A construção do Consultório era bastante antiga, e
como havia poucas janelas, a ventilação não era boa e no verão
fazia calor abafado, e Sôsai Shibui praticava Johrei, transpirando
por todo o corpo. Ao contrário, no inverno, era muito frio por causa
dos ventos que entravam pelas frestas, incomodando-o bastante.

O Consultório de (...), nessa época, parece que era uma


sucessão de milagres. Sobre esses milagres, são detalhados nos
episódios da força de Johrei de Sôsai Shibui narrados neste livro.
Esses milagres chamaram a fama e, procurando a maravilhosa
força de Johrei de Sôsai Shibui, grande número de pessoas passou
a ir diariamente ao Consultório. O horário de atendimento era das 8
da manhã às 4 da tarde, mas de manhã as pessoas esperavam em
fila, e à tarde, parece que ele atendia até mais ou menos às 7
horas, bem além do horário estipulado para o atendimento. Ainda,
nos é contado que no Consultório de (...) tinha muitas bengalas
esquecidas, de pessoas que iam com problemas nas pernas.
Parece que isso foi porque as pessoas que não conseguiam
caminhar sem a ajuda de bengala recuperavam-se completamente
ao receber Johrei e, tornando-se possível caminharem sem elas,
retornaram-se assim mesmo, e como resultado ficaram esquecidas.
É claro que o Consultório de (...) não era grande sucesso desde o
início. No começo, era uma ou duas pessoas por dia, mas a fama
chamava a fama, chegando, enfim, até a reformar a sua residência.
Meishu Sama vira esse aglomerado de gente de (...) e diz que falou:
“De que maneira o Shibui trata de tanta gente assim? Isso é uma
arte que só a ele é possível”.
Os episódios da época de (...) não se limitam só nisso.
Existem também muitos, entre os que apresentamos em outros
itens. Em (...) foi grande também, o número de ocorridos
interessantes, como o ponto de partida das atividades de difusão
extraordinária de Sôsai Shibui.

O Johrei em (...)

Eu visitei o Consultório de (...) mais obrigado por Revmo.


Katsuiti Watanabe, e isso foi o primeiro encontro com o Revmo.
Shibui. Assim, foi possível observar de perto o Revmo. ministrando
Johrei. Ele pronunciava algumas palavras somente de vez em
quando e continuava ministrando Johrei. Como todas as pessoas
que recebiam Johrei diziam que melhoravam, no início, eu pensei
que estivesse utilizando “iscas”, habilmente.

Um Responsável de uma Igreja

Grande sucesso do Consultório de (...)

Grande número de pessoas ia diariamente ao Consultório de


Tratamento pelo Shiatsu e Purificação pelo Método Shibui, em
Shinjuku. Estava sendo realizado Johrei individual, mas
inicialmente, recebia-se Johrei básico dos Ministros auxiliares e,
posteriormente, recebia-se o aspirado Johrei do Revmo., mas isso
era após uma longa fila de espera. O Johrei do Revmo. era de uns
3 ou 4 minutos. Duvidei se com isso melhorava, mas na realidade
esses 3 ou 4 minutos produziam milagres misteriosos, uns após
outros; acredito que todos iam adquirindo grande alegria e
esperança. Os senhores Ministros, atarefados, nem tinham tempo
para tomarem um chá, e o Revmo. Shibui também, nem conseguia
tomar as refeições, e parece que era diário; os Ministros que o
auxiliavam realmente passaram aperto pela fome.

Um Membro
Duração de 3 ou 4 minutos para cada Johrei

Eu ingressei na Fé em 3 de março de 1944, isto é, sou


membro desde a época do Consultório.

Na época, o Consultório de (...), Shinjuku, era um pequeno


prédio de 2 andares. Encabeçados por Revmo. Shibui, alguns
Ministros e Ministras o auxiliavam. E, no 1º andar, recebi o
“tratamento básico”, cuidadoso, do Ministro auxiliar. Era um
tratamento com leve massagem em todo o corpo e creio que durou
uns 15 minutos. E, subindo ao 3º andar, o Revmo. Shibui estava
sentado de costas à Imagem de Deus Kannon e me lembro que era
um curto espaço de tempo, mas irradiou Reiki da minha testa, de
forma próximo ao atual Johrei. Pois, na sala apertada, estava cheia
de homens e mulheres esperando o tratamento. “Acho que já está
bom, a pessoa seguinte”, era assim, e isso era em poucos minutos.
Acho que, na época, a consulta era de 1 yen.

Um Membro

Retirada de desejos de (...)

No Consultório de (...) do Revmo. Shibui, vinha diariamente


grande número de pessoas para receber Johrei. Havia dentre elas
muitas pessoas sofrendo de variadas doenças, e gente com
sofrimentos infernais. Entretanto, a cada dia iam melhorando, e
passando-se uma semana, recuperavam-se a ponto de duvidarem
se ele é aquela pessoa que estivera sofrendo tanto. Realmente era
uma grande graça. Mas o que nos embaraçava mais era por causa
de toalete. Como era toalete de uma residência comum, não estava
feita para atender a mais de 100 pessoas que vinham diariamente.
Principalmente as fezes se amontoavam tanto que, por fim,
pedimos para fazer a retirada, estipulando o preço. A pessoa que
pedimos esse trabalho disse: “De vocês não são muito bons para
esterco, porque é só de doentes. Não é muito aconselhável para
produtos agrícolas.” Se não vier mais para retirar, seria
embaraçoso, então, era um sacrilégio, mas devemos a ele produtos
oferecidos no Altar, assim continuando o serviço com bom humor.

Um Membro

3.2 - Sôsai Shibui no período de Hozan-Sô

Após a perseguição jurídica de 1950, depois do término da


guerra, Sôsai Shibui, que decidira pôr-se novamente na vanguarda
de difusão, pediu a Meishu Sama e recebera o título (...) e
novamente erguera a placa da Igreja (...) em Hozan-Sô,
Kaminogue, Setagaya-ku. De Meishu Sama recebera as palavras:
“Só tem o senhor para me substituir. More em Fujimi-tei em meu
lugar”. Fujimi-tei era uma das construções de Hozan-sô, e como era
um edifício do agrado de Meishu Sama, o Revmo. Shibui estava
cerimonioso, mas como tivera repetidos convites de Meishu Sama,
passara a residir aí.

A Igreja (...) incorporou as Igrejas de origem da antiga Igreja


Miroku e expandira-se normalmente a linha de difusão. Aqui
também pode-se perceber a capacidade de Sôsai Shibui como um
missionário. Entretanto, a maneira dele contatar os membros na
Igreja (...) diferindo de antes, de algo rigoroso transbordante da
paixão transformara-se para algo cheio de humanidade, contendo o
calor da maturidade. Pode-se dizer que havia, no fundo, a vigorosa
figura em que se superou a ferida da perseguição judicial.

Dizem que esses dias na Igreja (...) foram a época mais


calma e tranqüila dos seus últimos anos em que se dedicou a
Meishu Sama.

Indo-me ao aprimoramento em Hozan-sô

Em 1950, seguindo o conselho do meu superior, permaneci


durante mais ou menos 1 mês em Hozan-sô, Kaminogue, em
Tóquio, para estudo e aprimoramento. Era o Revmo. Shibui, para
quem eu me dediquei nessa ocasião. Para mim, que era um novato
e provinciano, sentia-me subjugado por tudo, pelo jeito da
construção, pelas coisas que via e ouvia pela primeira vez.

Era uma noite quando ainda se passara somente à semana


mais ou menos após ir a Hozan-sô. Eu tinha um amigo que iniciara
comigo, a que era monge de um templo, vindo da região s... . Viera
uma Ministra, superiora desse meu amigo, e dizendo algo como
“Estou precisando urgente de auxiliares. Estudar também é bom,
mas agora, gostaria que trabalhassem na ativa, no Johrei. É
chegado o momento. Não temos um minuto a perder. Está cheio de
gente”. E apressadamente, levou o meu amigo, de trem noturno.
Fiquei um tanto desapontado, porque estava contente em ter
conseguido um bom amigo, mas a expressão “É chegado o
momento” dentro da fala animada da Ministra, pelo qual parecia até
que as ervas e as árvores obedeciam, não sei porque, deixou-me
uma forte repercussão no meu espírito.

Nos estabelecimentos, inúmeras pessoas se moviam, cada


uma na sua posição, maravilhosamente, como se fossem
engrenagens se encaixando. Mostrando um aspecto animado,
movimentando-se atarefadamente, e o que se constituía no eixo
dessas engrenagens era o Johrei. Todos queriam se purificar o
quanto antes possível. Se não purificar, não será útil, não será
utilizado, e estava transbordante a vontade de adquirir qualquer que
seja o conhecimento referente a isso, e poderia se dizer que
expressava-se por uma única palavra, oficina de “purificação”.

Por exemplo, acho que era mais ou menos uma vez por
semana, vinha o Revmo Shibui. Aí, então, em todas as salas corria
o aviso e todos, enchendo o coração de expectativa de poder
receber Johrei, nos rostos pairavam a tensão da expectativa e nos
afazeres também, mudava-se a tensão, comparando-se a de até
havia pouco. Repentinamente corria-se o sinal de Johrei; as
pessoas, no mesmo instante, mesmo que estivessem cortando um
nabo na cozinha, começavam a correr o quanto antes possível, com
grande animação. Em todos os corredores de imensa construção,
soava o barulho de pessoas apressadas e enfileiravam-se no salão,
conforme a chegada. E, aguardando o aparecimento do Revmo.,
silenciavam-se em direção às almofadas colocadas em frente. É
claro que diariamente, mesmo que fosse durante o trabalho,
revezávamo-nos para receber o Johrei do Ministro responsável, e
naquela época, como o Johrei era feito sem a roupa na parte
superior do corpo, com explicações detalhadas, indicando os locais,
a vez do Johrei era a hora mais esperada do dia.

Após o cumprimento das 10 horas da noite, éramos


liberados, mas era costume ir às salas dos Ministros, confirmando
antecipadamente, se não teriam algum compromisso, e eles e nós
também passávamos as noites esquecendo-nos de que elas se
adentravam.

Nessa época, havia a reunião da Associação Miroku em


Odawara Betsu-in e receber o Revmo. Shibui, que normalmente era
difícil de encontrar, era, sobretudo, a maior origem da energia
concreta da atividade de difusão e, da mesma forma, a entrevista
com Meishu Sama cumpria a importante missão que não podia
faltar. Foi também diretamente do Revmo. Shibui que recebi o
Ohikari de Dai Komyo e aquela tensão foi o recebimento –
estremecível a todos – da missão de Deus.

Um Ministro

O dia da estada em Hozan-sô

O dia da estada do Revmo. Shibui em Hozan-sô era animado


como se fosse festa. Não só membros, mas os estudiosos, gente
famosa, ex-militares, etc. solicitavam entrevista com ele, e ouviam
com interesse sobre a força de Meishu Sama, a Transição da Noite
para o Dia, etc, indo-se embora profundamente emocionados. A
conversação do Revmo. não era especialmente hábil, mas somente
ao olhar o seu rosto éramos envoltos por algo deleitoso e cálido, e
atraídos.

Um Dedicante

Recebia-se Johrei esperando a vez com a senha numerada

Depois que eu fui dedicar no Hozan-sô e ao procurar o


Revmo. Shibui, em Shinjuku, a serviço de Meishu Sama, o que me
admirei em primeiro lugar é que era demasiadamente grande o
número de pessoas que diariamente queriam receber Johrei e, não
só no térreo, mas no 1º e também no 2º andar, afluíam pessoas.
Inúmeras pessoas que receberam as senhas numeradas para a
espera faziam fila desde manhã até a noite, ininterruptamente, e o
Revmo. não tinha nem tempo para refeição, e eu fiquei admirado,
pensando como que o físico agüentava, desse jeito.

Na época, a vigilância das autoridades governamentais era


rigorosa e lembro-me que (...) estava fazendo investigações
disfarçando-se à paisana, entre os clientes, mas dentro da proteção
de Meishu Sama, em todas as circunstâncias, conforme se passava
o tempo, a Obra Divina caminhava se desenvolvendo.

Um Dedicante próximo de Meishu Sama

Prazerosa ida a Hozan-sô

Quando fui ao Hozan-sô, estavam mais ou menos 100


pessoas. Algumas delas estavam perguntando por quanto tempo
deveriam freqüentar. Dentre pessoas, que na maioria recebiam a
resposta de 15 dias, 1 mês, fora me dito: “Venha mais ou menos
durante meio ano”. Certa vez, não pude ir por causa de afazeres, e
nesse dia, não passei bem o tempo inteiro, chegando a um estado
em que não conseguia ficar em pé. A minha avó me chamou a
atenção, que fora me dito: “Venha durante meio ano”, e passei a
continuar novamente. Enquanto freqüentava diariamente, os dias
passaram a ser bastante deleitosos e, quando não ia, sentia falta.
Estava pensando se em Hozan-sô havia algo que me atraía.
Perguntando sobre isso ao Revmo. Shibui, ele me disse: “Eu sou o
grande ancestral”, e a dúvida que eu tinha até lá fora sanada e
achei que pude compreender e convencer-me.

O Johrei do Revmo. Shibui era de apenas uns 3 minutos e


acho que era difícil uma pessoa que chegasse a receber por 5
minutos. Mesmo em outro espaço de tempo, o Johrei do Revmo.
era verdadeiramente grandioso.

Um Dedicante

3.3 - Sôsai Shibui e os Ministros

“A existência da atual Igreja Messiânica Mundial deve-se


70% a Shibui”, dissera Meishu Sama, não só porque Sôsai Shibui
se dedicou em servir monetariamente. Estavam contidos também
os grandes resultados de sua energia dedicada à educação dos
membros e ministros. Mesmo atualmente, a sua força de influência
resplandece na Igreja Messiânica Mundial. Aqui, vamos apresentar
episódios cheios de humanidade entre Sôsai Shibui e discípulos,
sob Meishu Sama.

Os mestres ligados como uma corrente

Eu fui ligado a Deus em 1947, após a experiência do término


da guerra, aos xx anos, Mas foi o encontro com o Johrei um
estranho mistério que encaminhou o meu destino. E também é
profunda a sensação de que o encontro com os primorosos
mestres, sim, fora a causa decisiva. Iniciando-se no meu superior
imediato, o Revmo. Katsuiti Watanabe, que esse Ministro devotava-
se e o Revmo. Shibui que o Revmo Watanabe admirava
infinitamente... Atrás deles, sempre se encontrava os seus
superiores e eles estavam interligados como uma corrente e atrás
das palavras e ações do Revmo. Shibui brilhava a existência de
Meishu Sama. Posteriormente estudei sobre o espírito guardião,
mas está em mim fortemente gravada a impressão de que isso
fosse como uma corrente de espíritos guardiões vivos.

A felicidade de, em pouco tempo, ter podido conhecer esses


mestres ligados como uma corrente, venerando Meishu Sama no
topo, mostrou-me a profundeza distante deste “caminho” e assustou
e alegrou a minha pequenina existência. Talvez possa se dizer que
me fora mostrada uma nova civilização, totalmente fascinada pela
personalidade messiânica, que não são apenas as palavras escritas
em Ensinamentos.

Na realidade, foram poucos os meus encontros com o


Revmo Shibui, mas a quantidade do encontro não é a questão, e o
ardor pelo Revmo. que fora gravado no meu coração não se
apagará nunca.

Um Ministro

A missão da difusão é a minha vida

Acho que foi em 1949, na época da Associação Miroku, que


eu recebi a qualificação de preletor substituto. Foi me permitido a
participação em aprimoramento em Odawara Betsu-in de poucas
pessoas de preletores substitutos, alojando-nos no local. Terminado
o rigoroso aprimoramento, sem problema nenhum, cada um
recebeu com reverência 10 Ohikari do Revmo Shibui. E, nessa
ocasião, nos foi dito algo com o sentido: “Vejam as caminhadas
desses Ohikari”. Neles serão representados os destinos dos
senhores”, e foi uma emoção que me fazia estremecer o corpo. E o
verdadeiro sentido de “que será representado o destino”, até hoje
eu desconheço, mas em pouco mais de um mês, os 10 Ohikari
foram permitidos à outorga em 7 Províncias, desde Fukui, Nagano e
Tóquio.

Um Ministro
A difusão pioneira

Desde 1944, eu estava vivendo a vida de dedicação sob a


orientação do Revmo. Shibui, no Consultório de (...), Shinjuku, e
depois em Hozan-sô, ao lado dele. Entretanto, recebi a solicitação
de pessoa amiga da minha filha: “Gostaria que viesse ministrar
Johrei em (...) da Província de Aomori, porque tem muitos doentes”.
Falei sobre isso ao Revmo. Shibui e ele consultara imediatamente a
Meishu Sama. De Meishu Sama recebi as palavras: “Na Província
de Aomori, foram 2 ou 3 pessoas, mas enfim, não conseguiram
desbravar; de fato, no começo é melhor uma semana, portanto, vá,
custe o que custar.”

Apesar de ter recebido tais palavras, fiquei imensamente


preocupada se eu havia vivido até lá sem nenhuma presunção
como acompanhante do Revmo. Shibui, e se seria realmente
possível seguir as palavras de Meishu Sama, sozinha em terra
frígida do nordeste. Enquanto temia amedrontada, como um
passarinho e levantar vôos distanciando-se dos pais pássaros,
chegou-se o dia da partida do Hozan-sô. Nessa ocasião, Revmo.
Shibui, compreendendo o meu sentimento, disse-me
carinhosamente: “Se não der certo, volte quando quiser”. Por essas
palavras, as preocupações de até lá se voaram e parti,
corajosamente à terra de (...), ainda desconhecida.

Acreditando na palavra de que, quando tiver mais de 10


pessoas para o ingresso na fé, o Revmo, viria a (...), corri,
esforçando-me absorvida na difusão. Felizmente fui agraciada todos
os meses com novos membros, mas também aumentaram os que
iam se afastando e, além disso, a vigilância das autoridades pela
difusão era rigorosa, e nessa cidade aos pés de castelo com forte
conceito feudalista, os ventos sopravam deste para pessoas de fora
ou viajantes e, finalmente, não havia mais pessoas para
ingressarem na Fé e fiquei perdida, dias e dias, angustiada e com
fome e frio. Dentre os dias que passavam improdutivos, somente os
fatos da época de (...), Shinjuku, e de Hozan-sô giravam na minha
cabeça como uma lanterna giratória. Pensando: “Não é um serviço
que é possível a mim, sem estudo, mas tenho que fazer alguma
coisa.” Assim, quanto mais me afligia, menos conseguia me mover,
e lembrando-me daquelas palavras carinhosas do Revmo. Shibui:
“Se não for possível, volte a qualquer hora”, fiquei cheia de vontade
de retornar a Hozan-sô, não conseguindo fazer mais nada.
Finalmente decidi-me e retornei a Hozan-sô e pedi do fundo do
coração ao Revmo. Shibui: “Revmo., para mim é impossível fazer a
difusão. Mande algum outro ministro para a difusão pioneira. Por
favor, deixe-me ao lado do senhor, para dedicar-me o resto de
minha vida, para o serviço de cozinha ou dedicação na Sede”.

O Revmo., que ouvira o meu pedido até o fim, mudando a


cor do rosto, com a feição rigorosa nunca antes vista, disse-me:
“Pense esta noite, sem dormir, em frente ao Altar, se é melhor fazer
essa preciosa difusão pioneira, ou terminar a sua vida como uma
cozinheira. E me dê a resposta amanhã de manhã. Atualmente, é a
sua purificação, portanto, freqüente o Hozan-sô e a Sede durante
uma semana”. Havia me retornado pensando que poderia receber
palavras carinhosas de conforto, e nem poderia imaginar que
receberia palavras tão rigorosas. Por que aquele Revmo. Shibui tão
bondoso repreende-me tanto? Eu, nesse momento, não
compreendia nada, sentindo até ódio do Revmo., e desatei a chorar
em frente ao Altar. Mesmo assim, continuei a orar em frente ao
Altar, sem dormir um sono. Passaram-se algumas horas orando.
Com o passar do tempo, percebi que como a parábola: “O leão
derruba o próprio filho em profundo penhasco”, o Revmo. me
encorajara, enrijecendo o seu coração por uma... . Então, aquele
rancor que havia sentido dele desapareceu e pude perceber que,
conforme disse o Revmo., aquilo era a minha purificação.

E durante 1 semana fui orar perante o Altar da Sede e com


coragem centuplicada parti para novamente a (...), que havia me
decidido nunca mais retornar-me. Desde aí, nos sofrimentos ou nos
deleites, sinto como se fosse ontem aquele olhar severo do Revmo.
Shibui. Se não tivesse aquelas palavras severas e gratificantes,
como estaria eu atualmente? Só ao pensar, me dá medo. Graças a
Deus, recebi permissão até de Igreja agraciada por saúde também,
e a família inteira, 6 pessoas, estamos tendo permissão de viver a
vida celestial, mas isso é graças à proteção de Meishu Sama, é
claro, e também da orientação do grandioso amor do Revmo. Shibui
daquele momento; agora, encontro-me cheia de gratidão.

Uma Responsável de uma Igreja

Tendo o Revmo Shibui como modelo

Eu recebi o Ohikari em 1946, do Revmo Shibui, em Hozan-


sô, Setagaya-ku, Tóquio. Foi quando recebemos o Revmo. Shibui
na filial (...), Oomiya. Sempre me admirava da humildade do
Ministro Morimoto, responsável pela filial, e havia muitas coisas
para se aprender. O ministro Morimoto normalmente era bem
simples e econômico, mas a cozinha, os cuidados e as atenções
quando da recepção do Revmo. Shibui não eram comuns. Senti
realmente que estava praticando da mesma maneira quando o
Revmo. Shibui recebia Meishu Sama. E isso se tornou em boa
oportunidade para nós também aprendermos como devemos ser.

Um Membro

Cortesia e Fé

Isso é um fato ocorrido com um ex-Ministro.

Essa pessoa foi espancada na traseira com bastão de


beisebol durante o treinamento militar, e foi infeliz com as pancadas,
não melhorando mesmo com o internamento, e tanta raiva do
serviço militar. Retornando, recebera Johrei da Ministra Mitsu
Nagano, que no passado estudara na mesma classe, recuperando-
se imediatamente. Posteriormente, recebera a permissão de
dedicar-se totalmente, e além disso, recebera a qualificação de (...).
E a sua Igreja, motivada por inúmeros milagres, desenvolveu-se
bastante.

Entretanto, não se sabe desde quando, o espírito da


presunção fora ficando forte, e como a pessoa que criara-o até lá
era uma Ministra, além disso, da mesma idade, creio que fora se
desmotivando de acompanhá-lo. Depois, começou a atrapalhar ou
fazer coisas desagradáveis contra ele. Estava explícita a ambição
de apoderar-se do cargo de responsável pela filial.

Parece-me que a Ministra Nagano havia pensado que se ele


fosse uma pessoa capaz de exercer a função, ele poderia se
afastar, mas observando-o, não era uma pessoa com tanta
capacidade. O grau de confiança dos membros era diferente. Então
contara a realidade, como ele é, ao Revmo. Shibui. Ele chamou os
dois, e falou da seguinte maneira: “O Senhor está progredindo
bastante e deve valer a pena o esforço. Além disso, ficar sob uma
Ministra deve ser sem graça. Ficou com vontade de substituí-la?”
Então ele respondeu: “Sim, é mesmo, por favor”. Aí então, ele disse
“Ah, sim, esforça-se bastante. Entretanto, uma pessoa que descarta
quem lhe cria futuramente será descartada pela pessoa que criar.
Em tudo, como nós seremos modelo, a rigorosidade de discernir a
cortesia e seguir a ordem está aí. Para cultivar a Fé nas pessoas,
deve-se louvar a virtude do Ministro superior e aplaudir o esforço
dos subalternos e incentivá-los, anulando-se. E sendo elogiado de
cima e dos subalternos, pela primeira vez, sobressairá o próprio
valor. Esforce-se muito no seu íntimo com relação a esses pontos”.
Assim disse simples e carinhosamente. Essa pessoa, pelas
palavras do Revmo. Shibui, notou que estava cometendo um grave
engano, e diz que posteriormente fora pedir desculpas à Ministra
Nagano e ao Revmo. Shibui.

O Revmo. Shibui freqüentemente afirmava a preciosidade do


elo espiritual e ensinara que os problemas que surgem na
sociedade se solucionarão se dedicasse obedecendo à ordem. O
Revmo. valorizava o elo espiritual e não fazia mudança de pessoal,
salvo em caso extremamente necessário.

Um Ministro

O mestre e o seu espírito

Foi mais ou menos em março de 1945, quando os Revmos.


Sôsai Shibui e Katsuiti Watanabe viajaram para (...). Nessa ocasião,
encontrei-me pela primeira vez com os dois mestres, e recebi o
Vínculo Divino. Na época, a guerra estava muito violenta e o ataque
aéreo estava sendo feito quase que diariamente, mas convicto de
que, se tiver o Ohikari no peito não haveria perigo, que Deus e
Meishu Sama irão me guardar, se tornar-se útil a Meishu Sama, em
um homem que Ele necessita, me guardará e, todos os dias, corria
para o Servir.

O Revmo. Watanabe contava quase que diariamente sobre o


Revmo. Shibui. Da mesma maneira que o Revmo. Shibui dedicava
Makoto para Meishu Sama, o Revmo. Watanabe também dedicava-
se totalmente ao Revmo. Shibui. Eu dedicava-me na difusão
pioneira sob o Revmo. Watanabe, desde 1945 a janeiro de 1950,
mas sentia como que o espírito do Revmo. Shibui apresentasse
totalmente no espírito do Revmo. Watanabe. Na primavera de 1950,
recebi ordem do Revmo. para ir me dedicar em Odawara, sede da
Igreja Miroku. Não estava muito convicto, mas confiando somente
no Makoto, recebi suas orientações. Posteriormente a Igreja Miroku
dissolvera-se para a fundação e reforma da Igreja Messiânica
Mundial, e o Revmo. Shibui passara a residir no Hozan-sô,
Tamagawa, Tóquio, como responsável da Igreja (...).

Fiquei como responsável da administração. O Revmo.


Watanabe também sempre vinha a Hozan-sô e, mesmo dentro da
rigorosidade, nos orientava, envolvendo-nos com grande coração.
Não esqueço até hoje da gratidão pelo Revmo. Watanabe que
sempre louvava o Revmo. Shibui como mestre e cuidava para que
ele pudesse servir sempre a Meishu Sama, com saúde. O Revmo.
Watanabe entregava alimentos da época no Hozan-sô e eu sentia
como que a frescura desses produtos contassem a sua sinceridade.
Eu também agradecia todos os dias pela figura de alegria do
Revmo. Shibui e pelo espírito sincero do Revmo. Watanabe que
pensara no mestre.

Um Ministro

O Revmo. Shibui e o meu marido

Casei-me em março de 1949, pelo apadrinhamento do


Revmo. Shibui. Em 1944, o meu marido recebera o convite do seu
amigo (...), (posteriormente responsável pela Igreja Korin), em
Nagoya, e encontrou-se com o Revmo. Watanabe, tendo a aula de
ingresso na Fé ministrada pelo Revmo. Shibui, recebendo o Ohikari.
Objetivou a difusão, recebendo as orientações dos dois Revmos.
Foi estimado principalmente pelo Revmo. Shibui, e para
corresponder à sua expectativa com toda a força na difusão, desde
a província de Shiga, de Hokkaido a Kyushu, desbravou o Japão de
norte a sul, e no sentido de acender a chama da salvação,
denominaram-no de “homem-isqueiro”. E o Revmo. estimava meu
marido assim. Pela apresentação de membro da Província de
Shiga, viajou com discípulos até Hakodate, Hokkaido, onde não
estava muito desenvolvida, e finalmente quando foi possível
formular uma base, com muito ânimo, relatou ao Revmo. Shibui:
“Finalmente pegou fogo em Hokkaido”, o Revmo. pensara, um
instante que tratava-se de incêndio. Contando a causa, ficara muito
alegre, “Ah, sim, muito bom”.

Dentro do contato com a personalidade do Revmo., o meu


marido pensava que a Fé é alegrar o mestre, e ele próprio se
esforçava e também transmitiu esse sentimento aos outros.
Dedicar-se ao próximo é o atalho para a dedicação a Deus, e creio
que havia aprendido muito bem a importância da dedicação ao
próximo.
Uma Dedicante

3.4 - Revmo. Shibui e a Difusão Regional

Quando falamos da História da expansão da Igreja


Messiânica Mundial, não é possível contá-la sem falar de que
maneira os Ensinamentos de Meishu Sama e a maravilha do Johrei
foram sendo divulgados em todas as regiões do território nacional.
Essa extensão da difusão que atingiu todas as metrópoles regionais
formula o esqueleto da atual “Igreja” e analisar sobre a história da
expansão regional da Igreja é também acompanhar as pegadas das
atuações de Meishu Sama e Ministros pioneiros, da época.

Na época da fundação da Igreja, os pioneiros que,


conduzidos por Meishu Sama, se dedicaram fervorosamente na
difusão, dentro de uma grande dificuldade, foram construindo a
base da atual Igreja Messiânica Mundial. Dentro dos seus corações,
continham a fé absoluta e a “ardente paixão” por Meishu Sama.
Essa “ardente paixão” é que impeliu-se à “vontade de transmitir” os
Ensinamentos de Meishu Sama. E, não considerando as
dificuldades como dificuldades, foram se dedicando absortos,
esquecendo até do sono e da alimentação. Nós, que atualmente
sucedemos ao caminho que os pioneiros da Igreja desbravaram,
não devemos, de maneira nenhuma, esquecer essa sagrada
história da Obra Divina. E será que o que é necessário, não seria
continuar a contar essa “ardente paixão” à atualidade?

Será que o Revmo. Shibui não foi uma pessoa que, dentro
da história da expansão regional da Igreja Messiânica Mundial, mais
atuou e mais se sacrificou e tinha a mais “ardente paixão” por
Meishu Sama? Sôsai Shibui desenvolvia ativamente as difusões
regionais desde antes da guerra. Na época em que tinha o
Consultório em (...). Shinjuku, Tóquio, fazia as consultas até à noite,
e posteriormente saía para tratamento às províncias próximas de
Tóquio. E na manhã seguinte, cedinho, retornava a (...), mas aí já
estava grande número de pessoas à espera do tratamento de Sôsai
Shibui; portanto, poder-se-ia dizer que quase não havia tempo para
se descansar. Realmente sua agenda era como a de um super-
homem. Entretanto, nesses episódios de Sôsai Shibui sentimos
como se surgisse a sua imagem deleitando-se com isso, não sendo,
para ele, esforços penosos.

Entretanto, sozinho, era impossível ir-se a todas as regiões.


Gradativamente, parece que seus discípulos passaram a viajar
como seus representantes. E na oportunidade de evacuação
forçada durante a 2a Guerra Mundial, Sôsai Shibui fê-los retornarem
às suas terras natais e presume-se que estava pensando na difusão
regional, tendo esses locais como pontos básicos. Pode-se dizer
que os pontos básicos importantes das difusões regionais da atual
Igreja Messiânica Mundial devem-se muito aos esforços dessa
época, de Sôsai Shibui e dos Ministros que eram seus discípulos. É
claro que não podemos deixar de reverenciar aos esforços de
Ministros que estiveram na vanguarda das difusões regionais, mas
Sôsai Shibui, em pessoa, viajava inúmeras vezes ativamente às
regiões e ainda, correspondendo às solicitações dos Ministros,
viajava para conferências. Estava cumprindo uma agenda que hoje
em dia nem se poderia imaginar.

E, nas regiões que Sôsai Shibui comparecia, os membros


aumentaram de verdade, explosivamente. Isso significa que a
“ardente paixão” de Sôsai Shibui por Meishu Sama fora sendo
compreendida por número muito grande de pessoas. Significa
também que Sôsai Shibui possuía maravilhosa “força” para
transmitir o próprio sentimento a grande número de pessoas. Em
alguns episódios que apresentamos aqui, é contada a maneira com
que grande número de membros da época vão ficando fascinados
pela força maravilhosa do Johrei e, ao mesmo tempo, comoveram-
se e simpatizaram-se com os sentimento dos Ministros por Meishu
Sama.

Ao seguirmos as pegadas das difusões regionais de Sôsai


Shibui através desses episódios, ao mesmo tempo em que
podemos estudar sobre a origem da Igreja Messiânica Mundial e
uma das faces da História das expansões regionais, será que nós
podemos aprender muita coisa da vigorosa e “ardente paixão” de
Sôsai Shibui, daquela época?

Ainda, quanto às difusões regionais de Sôsai Shibui, fora nos


deixado inúmeros episódios, mas acreditamos que há, ainda,
muitos que não foram desenterrados. Gostaríamos de receber as
colaborações de todos os leitores.

Difusões regionais

O Revmo. Shibui dedicava-se na difusão pioneira, viajando


às regiões, exceto nos dias que antecediam e sucediam a entrevista
com Meishu Sama. Era uma época em que era difícil até para se
conseguir as passagens de trem, e era uma situação em que a
subida e a descida de trem eram feitas pelas janelas. Em todas as
regiões, eram realizados Cursos de Ingresso na Fé, e pelo
tratamento recebido pelo Revmo. curavam-se doenças difíceis, e
aconteciam milagres uns após os outros. A extensão da difusão
crescia com uma vigorosidade espantosa, desconhecendo os
limites, e foram se instalando os pontos básicos da salvação da
humanidade em Hokkaido, nas regiões de Tohoku, Kanto, Tokai,
Tyubu, Hokuriku, Kansai, Shikoku, Tyugoku, Kyushu, etc.

As dificuldades do Revmo. Shibui eram grandes. Aos Cursos


de Ingresso na Fé das regiões viajara ativamente e ia mesmo que
fosse longe ou nas entranhas de montanhas, carentes do meio de
trânsito. Para quem estivesse doente, tratava-o com coração, e
para com os aflitos, orientava, às vezes com carinho, às vezes com
rigor. Todas as pessoas que contatavam com ele foram envolvidas
com um calor e estimavam-no como um pai piedoso, e ainda nele
confiavam, e alimentadas nesse sentimento, trabalhavam na Obra
Divina, dedicavam-se na difusão, como seus mãos e pés.
Como aumentaram muito os Cursos Regionais de Ingresso
na Fé, não vencia mais viajar sozinho e incumbira então os Revs
Watanabe, Iwatsu, e os Revs. de diretoria de representá-lo, mas
continuava ativamente, no pico da Associação Miroku, que
progredia incessantemente.

Um Dedicante

Difusões regionais, esquecendo-se do sono e da fome

O Revmo. Shibui, na época de (...), ministrava


atarefadamente o Johrei até às 7 horas da noite, mais ou menos,
mas era freqüente viajar a Mito ou Yokohama, após isso. E
retornava na manhã seguinte, mas ao chegar, como já havia muitas
pessoas aguardando-o, iniciava-se o Johrei, sem tempo para se
descansar. Poderia dizer que era, realmente, um trabalho pesado.
Além disso, mais ou menos a cada 10 dias, visitava Meishu Sama,
na Sua residência. Segundo os Ministros próximos de Meishu
Sama, às vezes varavam a noite e, então, freqüentemente viam os
dois conversarem quase que encostando-se as cabeças, com a
lâmpada suspensa. O Revmo. Shibui dizia: “Se dormir bem demais,
a cabeça caduca-se e torna-se inútil. É melhor não dormir muito. Se
usar a cabeça, e quanto mais usá-la, ela se torna mais clara e
límpida”.

Um Membro

Ida a Mito, varando a noite

A maravilhosa força da ação da difusão pioneira do Revmo.


Shibui talvez seja inimaginável às pessoas que não o conheceram.
Se nós pudéssemos manifestar alguma parcela dela, acredito que
algo como a triplicação da Igreja seja fácil.

Este é um fato ocorrido na época de Consultório em (...),


Shinjuku, mas num dos dias atarefadíssimos em que não se podia
desperdiçar nem um segundo sequer, um casal de pais de um
estudante do Colégio Mito, que estava sofrendo de pleura, e como
fora sentenciado pelo médico que é uma doença incurável, vieram
pedir, por favor que desejava receber o Johrei do Revmo., pedindo
que fosse até lá. Eu estava pensando: “É impossível, pois estamos
tão atarefados assim”. Mas à tardezinha, passados alguns dias, ao
começar a escurecer, as pessoas que esperavam o Johrei se
escassearam repentinamente; então, o Revmo disse: “Vou esta
noite a Mito”, que me fez assustar. Creio que o Revmo. aceitara o
pedido de imediato para desbravar a difusão no Mito.

Jantamos apressadamente e ficamos bastante tempo


balançando-nos no trem comum, que partia de Ueno, e quando
chegamos a Mito, já havia passado das 9 horas. O Revmo., que vira
o mapa de Mito, disse: “Este bairro é mais perto ir andando sobre o
trilho do trem”, e começara a andar. O trilho de trem é
extremamente ruim pra se andar sobre os dormentes, porque não
são iguais às larguras dos passos. Eu estava andando com cuidado
para não levar um tombo, mas olhando sem querer para a frente, o
Revmo. estava caminhando como se fosse um bêbado, fazendo um
zigue-zague no meio do trilho. Eu gritei: “O que foi, Revmo?” e ele
respondeu-me rindo: “Andar no meio é seguro, pois mesmo que
cochile um pouco e saia do caminho, o pé se bate no trilho”. O
melhor local de sono do Revmo. que estava cansado, dedicando-se
a Meishu Sama desde cedo até tarde da noite, era dentro dos trens,
e sobre os dormentes.

Caminhando durante mais ou menos 30 minutos e chegando


à casa do endereço, o Revmo nem sequer descansou, quase nem
cumprimentou e dizendo: “Desculpem-me por fazê-los esperar”,
imediatamente iniciou o Johrei. O Johrei fora feito até mais ou
menos às 3 horas da madrugada. E disse: “Vamos embora, porque
se perdermos o primeiro trem, vai ser difícil”, e rapidamente, se
despedindo, começara a correr em direção à Estação Mito, sobre o
trilho que havia vindo, tomando o 1º trem de ida a Ueno às 5 horas
da manhã. Até às 7 horas, devemos chegar ao Consultório. Ao
subirmos no trem, no mesmo instante em que sentamo-nos,
Revmo. e eu pegamos em sono profundo.

Mesmo estando tenso, chegando-se em Shinjuku, o cansaço


e a fome assaltaram-nos. Mesmo assim, o Revmo. não se retornara
diretamente ao Consultório, visitando 3 ou 4 casas relativamente
próximas ao Consultório, onde moram pacientes graves que não
conseguem andar para ministrar-lhes Johrei. E após isso é que,
juntamente, com o Revmo, todos os dedicantes tomam o desjejum.
A repetição desses dias atarefados sem dia e noite continuou
durante 1 mês. E gradativamente expandiu-se a Luz da Salvação
na terra de Mito. O fato da difusão em Mito ter começado a entrar
em órbita foi porque houve esses esforços do Revmo. Shibui.

Um Responsável de uma Igreja

O milagre em Koshigaya

Foi em 20 de agosto de 1945, logo após o fim da guerra, que


recebemos o Revmo. Shibui pela primeira vez, em Koshigaya,
Província de Saitama, para o Curso de Tratamento pelo Shiatsu e
Purificação Método Shibui. O local do curso era a 8 km da Estação
Koshigaya, e como era uma época totalmente sem meios de
transporte, recepcionamo-lo com um carrinho conectado em uma
bicicleta. Nessa época estava fazendo seca, com um sol forte
diariamente, e qualquer pessoa desejava chuva. Então, antes de
iniciar o Curso, o Revmo. Shibui disse: “Senhores, como parece-me
que estão bastante ansiosos por chuva, daqui a pouco, eu vou
fazer chover um pouquinho, aguardem”, e iniciou-se o Curso sobre
o tratamento. Quando se passara mais ou menos 30 minutos,
começou a escurecer, com um pouco de vento, e ao pensar que
estava formando o tempo de chuva, repentinamente iniciou-se a
chover torrencialmente, parecendo até que foi despejado de uma só
vez a água da bacia por toda a redondeza, chegando a fazer-nos
preocupar se desse jeito poderíamos retornar-nos às nossas casas.
Mas em mais ou menos 30 minutos, a chuva se amenizara e
depois, cessara. Nesse ínterim, o Revmo. Shibui continuara,
risonho, com o Curso e uma pessoa que por durante longo tempo
sofrera de gastroptose, curou-se com apenas um tratamento. E ela
disse: “Essa chuva, diz-se chuva purificadora, e foi deus-dragão
que saíra para cumprimentar a Deus”. As pessoas que vieram
nessa ocasião para o tratamento sofriam por longos anos de
nevralgia crônica, de asma, dor de cabeça, enxaqueca, tontura,
nervosismo, doenças de estômago e intestino, etc., mas quase
todos curaram-se com uma vez apenas de Johrei. Tornara-se
grande fama: “Apareceu neste mundo um Deus extraordinário”.

Este é um episódio de quando o Revmo. Shibui fora a


Koshigaya pela 1ª vez. Quando ele já deveria ter tomado o trem na
Estação Koshigaya após o término do Curso, repentinamente
começara uma forte tempestade. Havia um local sempre escuro
numa vila próxima, mas com essa tempestade, quebrara-se um
grande pinheiral que havia ali. Justamente nessa hora, a purificação
de uma menina de 11 anos tornara-se bastante severa. Chegando
ao meio da noite, fazendo gemidos medonhos do fundo do ventre,
dizia: “Tragam sushi (...). Levando-se imediatamente, jogava-lhes
dentro de sua boca, engolindo-os gradativamente sem mastigar-
lhes. Acabava com o sushi em monte, em apenas 1 ou 2 minutos, e
tentava sair para fora descendo de sala à sala do chão, rastejando-
se como se fosse um lagarto. Mesmo que dois ou três homens,
adultos, tentassem detê-la, não se conseguia. Aí, pedindo à Ministra
Mitsu Nagano para vir e ministrar-lhe Johrei, ela fez em pé na sala
de chão, em direção à cabeça da menina. Tempos depois, ela
voltou a deitar-se e continuando ainda o Johrei; dormira
profundamente. Isso se repetiu várias vezes.

Posteriormente, diz-se que a Ministra Nagano relatara ao


Revmo. Shibui, no que ele disse: “Parece que a purificação dela é
deus-dragão. Se for o seu espírito protetor secundário, ao mesmo
tempo em que ela sair do corpo, ela deverá morrer. Entretanto,
pode ser que se salve, se for encosto de deus-dragão que estivera
encostado no pinheiral”. Depois, a purificação dela melhorou e
tornou-se saudável. Esse arredor era o local onde o Rio Nakagawa
e Arakawa se uniam, e todos os anos 1 ou 2 pessoas que
pescavam morriam afogadas. Mas, depois desse acontecimento,
nunca mais houve tal acidente. E com isso, fomos orientados:
“Acredito que o deus-dragão que estivera encostado no pinheiral
subiu ao Céu. Daqui por diante, será permitida a grande expansão”.
E realmente, após isso, expandiu-se mais e mais.

Nessa época, parece-me que estava sendo comentado que


o Revmo. Shibui seria a reencarnação de (...) que é o Deus da
desbravação e que andara lutando contra satanás das regiões, e
isso era uma coisa que, pensando nesses fatos, podemos concluir
que é mesmo.

Um Ministro

A difusão em Guifu

O dia do término da guerra, 15 de agosto de 1945, era o dia


do Curso para o ingresso na Fé, em (...), Província de Guifu, sendo
que estava programado para receber o Revmo. Shibui, para a
palestra. Eu tinha ido à Estação Guifu para a aquisição de
passagem, e ouvi de um jornalista sobre a derrota da guerra, e
fiquei nervoso, pensando em retornar logo a (...) e avisar ao
Revmo., pois, pensei, como não sabe da derrota, poderia falar que
o Japão venceria. Entretanto, ao contrário de minha preocupação, o
Revmo. só tocara um pouquinho nisso. Na época, a difusão na
Província de Guifu tinha a (...) como centro, e principalmente logo
após o término da guerra, foi difundida ativamente em várias
regiões de província, como (...).

Em mais ou menos 1948 a 1949, a difusão era feita


ativamente nos arredores do município de (...) e o Revmo. Shibui
fora aí também. O Revmo. Watanabe estabelecera Igreja em (...)
em 1948, tornando-se a força motriz do grande progresso da região
(...), nascendo várias Igrejas.
Em 1948, foram conduzidas 7 pessoas; em janeiro de 1948,
40 pessoas; em fevereiro, mais de 100, e depois, a cada mês,
desenvolvia-se ainda. Eu recebi a Igreja (...) em 1948 na cidade de
(...). Recebemos o Revmo. Shibui na Província de Guifu,
incontáveis vezes, mas por ele ser muito atarefado, gradativamente,
foi se tornando difícil recebê-lo. Após o término da guerra, viajava
mais principalmente a (...) e Kansai. Em maio de 1950, as 4 Igrejas
filiais, a (...), (...), (...) e (...), deram nova partida como Igreja (...), no
município de (...), Bairro de (...), com 1500 membros.

Um Responsável de uma Igreja

Fukui – como fogo de um incêndio em campina

Foi em 19 de dezembro de 1944 que recebemos pela


primeira vez o Revmo. Shibui em Oono, Província de Fukui. “Vai
chegar de Tóquio um notabilíssimo mestre que só ao erguer a mão,
cura qualquer doença. Tornara-se afamado dessa maneira.” Na
época, a região de Hokuriku era um local de bastante difícil acesso
em sentido cultural, econômico e também pela condição natural e,
além disso, na sociedade onde carecia de produtos, durante a
guerra, só ao dizer: “Tóquio”, sentia-se uma cultura diferente, mais
avançada.

Entretanto, ouvindo o que dizia o Revmo. Shibui, de maneira


nenhuma era ininteligível pelo senso comum. Coincidentemente,
uma pessoa com derrame cerebral recebera Johrei, e em 20 ou 30
minutos, as mãos e as pernas que até lá estavam difíceis de se
movimentarem, recomeçara, como que por mágica, a moverem-se
como antes, e além disso, a voz que estava difícil de sair começara
novamente. Chegamos a pensar que a alegria dessa pessoa era
impossível de se expressar em escritas ou palavras, e nós, que
observávamos esse fato de perto, estávamos simplesmente
abismados, não conseguindo acreditar que pudesse existir uma
coisa dessas neste mundo.
O Revmo. Shibui disse: “De qualquer maneira, a
desconfiança é o início da crença. Precisa experimentar de fato,
para conhecer. É possível a qualquer um”. Nessa ocasião, 9
pessoas que tinham vindo de cidade de Oono e mais 12 pessoas de
outras localidades, no total de 21 pessoas que estavam ouvindo
atentamente a palestra, receberam o Vínculo Divino.

O Revmo. Shibui disse: “Isto não é Deus nem Buda, é uma


lembrança por ter recebido afinidade com um grande Mestre
chamado Meishu Sama. A quem receber esta lembrança e ministrar
Johrei, é permitido excepcionalmente milagres que, humanamente,
é impossível de se sonhar. Ministrem firmemente o Johrei pra
outras pessoas. Para quem ministrar mais Johrei, receberá grande
força proporcional a isso”. Para nós, que não entendíamos de nada,
sentíamos temos no fato de salvar as pessoas, mas por outro lado,
surgia o sentimento: “Vou tentar” e estávamos com o coração
repleto de esperança.

Nós, que estávamos ministrando Johrei, éramos pela


primeira vez, e os que estavam recebendo também, o eram, mas
misteriosamente, recebíamos graças pelo Johrei, e pelos milagres,
a onda da alegria correu pelas vilas. E assim, em abril de 1946,
realizamos o 2º Curso de ingresso na Fé em Oono, recebendo o
Revmo. Shibui e novamente 16 pessoas receberam o Vínculo
Divino. As 57 pessoas que ingressaram na Fé, nesses 2 cursos,
trabalharam como boas colunas de Deus, e a partir de Oono, a linha
de difusão se expandia como fogo de incêndio em campina. Mas,
além de tudo, cada vez que o Revmo. Shibui visitava a província, a
força da difusão se ampliava cada vez mais.

Um Membro

Seppu – o Revmo. Shibui, a força motriz da difusão

No fim do ano de 1947, o Revmo. Shibui viera a Seppu e


isso se tornou a força motriz da minha difusão. Nessa época, em
Kyushu, haviam 3 Igrejas, bases para a difusão, e os responsáveis,
Oira, de Saga, Maki, de Ooita, e Ozaki, de Seppu, os três unidos,
centralizados no(a) responsável Ozaki, estavam fazendo a difusão.
E o Rev. Oonishi era o Superintendente Geral de Kyushu e, acima
dele, encontrava-se o Revmo. Shibui. Assim, na época de 1947,
quando eu estava fazendo a difusão pioneira em Amakusa, ele
vinha como representante do Revmo. Shibui e chefiava Cerimônias
como a da Entronização da Imagem de Deus.

Um Ministro
4 - A MORTE DE SÔSAI SHIBUI

Sôsai, o Sosaburo Shibui, dedicou-se de corpo e alma os


seus derradeiros 17 anos à Igreja Messiânica Mundial, e em 17 de
maio de 1955, tornara-se uma pessoa que não mais se retorna.
Exatamente 3 meses após a ascensão de Meishu Sama, e o horário
também era 15:30 horas, mais ou menos igual ao dele. E neste ano,
a 1ª etapa áurea da Igreja Messiânica Mundial encerrava as
cortinas.

Dedicara-se de manhã à noite na difusão, na época


tumultuada de pós-guerra, carregando nos ombros a grande
responsabilidade da Nippon Kannon Kyodan, a seguir da Igreja
Miroku do Japão, administrando a Igreja, e em 1949, quando
edificou a sua base, Sôsai Shibui, talvez pelo excesso de trabalho,
fora acometido pela terceira vez de hemorragia cerebral. Nessa
ocasião, pelo Johrei de Meishu Sama, milagrosamente escapara da
morte e se dedicava ao tratamento, mas antes de recuperar-se
dessa purificação, o grande incêndio de Atami, e em seguida, a
perseguição judicial, estavam minando o espírito e o físico de Sôsai
Shibui. Diz que ele soube da ascensão de Meishu Sama, acamado
pela hemorragia cerebral. Será que nesse momento, Sôsai Shibui
não se convencera novamente que estava próximo o dia em que iria
partir para o lado de Meishu Sama?

Na verdade, parece que ele possuía alguma premonição


pelo seu futuro, desde antes dessa ocorrência. Isto é, antes de se
entrar na purificação, parece que ele insinuava levemente aos
discípulos que esse dia estava próximo. E que, na mesma época,
para o seu filho (...) também, fizera o testamento com presença de
testemunhas:

As minhas posses são todas conferidas por Deus, permitidas


para utilizar no Servir a Deus. Como você não está servindo, não
posso lhe ceder. Isto é, que se seus bens são de Deus e que não
havia nada que pudesse herdar particularmente. E isso parece que
foi um fato verídico, pois na família Shibui, é quase que nulo, algo
que pareça ser herança do Reverendíssimo. (Atsumu Himuta). As
palavras de Sôsai Shibui dessa ocasião representam a sua maneira
de viver. Isto é, o seu modo de viver, que dedicara-se unicamente a
Meishu Sama. Unicamente à Fé, e ofertara tudo o que possuía para
o Servir. Ao mesmo tempo, nessas palavras, está contida o amor
pela família e a rigorosidade da Fé. A Fé absoluta de Sôsai Shibui;
realmente, dedicou-se totalmente a Meishu Sama e à Igreja, após a
ascensão d’Ele. E finalmente, nesta vida, a sua chama apagara-se.
Entretanto, Sôsai Shibui, após o retorno ao Mundo Espiritual, será
que não estaria continuando com o Servir, sob Meishu Sama, no
Mundo dos Céus?

Um pouco antes do retorno de Sôsai Shibui ao Mundo


Espiritual, uma vez a 2º Líder Espiritual visitara-o juntamente com
seus familiares. Diz que, nessa ocasião, Nidai-Sama, como se
advertisse a todos os presentes, dissera: “A existência da atual
família Okada se deve totalmente ao Revmo. Shibui. Vocês
também, nunca se esqueçam esse favor”. (Atsuma Himuta)

Agora sim, será que não é o momento não só de nos


lembrarmos das virtudes deixadas por Sôsai Shibui, mas sim, de
aprender muitas coisas da sua maneira de viver como uma pessoa
que professa a Fé?

Homenagem póstuma (Revista Tijyo Tengoku, Nº 71, 15 de


junho de 1955)

A tu que acompanhas o Mestre,


Que guarda-O, Deus do Mundo Espiritual.
Sinto tua perda, de rara personalidade neste mundo,
Que aceita purezas e impurezas.

(Nidai-Sama)
Perda do grandioso pioneiro

O Revmo. Shibui, Conselheiro da Igreja Messiânica Mundial,


que se encontrava purificando, partiu ao Mundo Espiritual, no dia 17
de maio p.p., às 15:30 horas. Tinha 70 anos.

Imediatamente, no dia 19, fora sepultado com a presença


somente de familiares e, no dia 21, após a realização do Culto de
100º dia de Ascensão de Meishu Sama, fora realizada solenemente
a Cerimônia Funeral, na Sede Provisória de Sakimi-cho, com
profunda ligação com o Revmo. com a participação, desde a
representante de Nidai-Sama (a tia), dos Diretores, dos
Responsáveis pelas Igrejas, e de grande número de membros.

Ele havia entrado em purificação desde setembro do ano


passado e encontrava-se em tratamento em Momoyama-dai, Atami,
mas repentinamente, no dia 9 de maio deste ano, o seu estado se
agravou, e entrara em estado de coma, e aguardando o retorno de
Nidai-Sama, em Atami, recebera o último Johrei dela, tendo partido
ao Mundo Espiritual.

O Revmo. nascera em (...), Província de Saitama, em 22 de


março de 1886, era descendente de (...), senhor do castelo de (...),
em (...). Após se formar no primário dessa vila, estudara em Escola
Japonesa de Estudos Chineses. Na época, existia costumes da
sociedade feudal, parecendo que também fora obrigado a ter tal
cultura. O fato de ter sido observada a característica substancial,
séria e firme, em alguns aspectos da sua figura, talvez seja pela
educação da infância e principalmente também pelo temperamento
de samurai herdado desde os ancestrais.

Em 1921, viajara ao sudeste da Ásia. Talvez, Shangai, Hong


Kong, Birmânia, Singapura, Calcutá, Bombaim, etc. Foi quando ele
tinha 14 anos. A época era logo após a 2ª Guerra Mundial e já o
Revmo. Shibui encontrava-se trabalhando com a loja de traje
ocidental em (...) Tóquio, desde 1916, mas a sociedade encontrava-
se o abismo da estagnação econômica e acredita-se que ele partira
para viagem de estudo e observação com o intuito de desbravação
de um novo horizonte. É possível observar o temperamento
progressista.

Foi em novembro de 1937 que o Revmo. ingressara no


“Tratamento pelo Shiatsu Método Okada”, que antecedia a Igreja
Messiânica. Recebera as aulas diretamente de Meishu Sama, que
na época, encontrava-se no Hozan-sô, em Tamagawa, Tóquio.
Antes disso, o Revmo. havia feito pesquisas sobre o espírito, como
membro da (...). A causa do ingresso foi por procurar o falecido
mestre Issai Nakajima, tentando curar a doença da senhora sua
mãe, e contatara com os Ensinamentos de Meishu Sama, e após
isso, abandonara totalmente a profissão, tornando-se literalmente o
alicerce da Grande Obra Divina de Salvação do Mundo.

Acreditamos que esse grandioso desejo do Reverendíssimo


ficará eternamente na História da Igreja Messiânica Mundial.
Realmente após isso, entrara em atividade de difusão, dedicando-
se totalmente, correndo para todos os lados. Nota-se o quanto o
Revmo. ficara absorvido em Meishu Sama e no Seu Ideal, ao
observar as suas atuações posteriores.

Qual será o motivo pelo qual tomara a iniciativa de entrar no


caminho da salvação, largando, sem nenhum apego, os resultados
dos seus esforços que edificara durante a metade de sua vida: os
inúmeros clientes, os subalternos, a fortuna, etc?

Será que não fora conduzido por alguma inspiração


revelativa dos Céus? Ou talvez o Revmo., desapontando e
desesperançado pelas contradições que a sociedade humana
possui na vida diária do homem, e procurando sempre viver sincero
como um ser humano, havia pedido a Deus? O Revmo. dedicara a
metade da sua vida para a dedicação a Deus. Nem é preciso falar
como ele era fiel e nulo de si, e oferecera a verdadeira dedicação e
não exista comparação no fato da sua dedicação ter sido total e
genuína. Talvez seja por isso também que o Revmo., seguindo
reverentemente as pegadas de Meishu Sama, partira para o Mundo
Espiritual. Sentimos até algo misterioso nisso.

A Igreja Messiânica Mundial havia se deparado com a


grande tristeza que era a ascensão de Meishu Sama, e novamente
havia de perder o grandioso pioneiro. Entretanto, o espírito
sumamente puro do Revmo. deverá brilhar doravante como o
espelho do homem.

Em 31 de maio, após o término da Cerimônia Fúnebre, o


repórter visitou a residência do Revmo. Shibui, em Momoyama-dai,
Atami, e pediu às pessoas que oportunamente se encontravam aí
para contarem as lembranças do Reverendíssimo.

Sr. (...) ( Responsável da Igreja ...).

“Como hoje é ainda logo após o término da Cerimônia


Fúnebre, só poderei falar palavras fragmentadas, mas ele
conduzira a nós que não entendíamos nada sobre a Fé, através de
um caminho fácil, nos envolvendo com o sentimento como o de um
pai misericordioso. E não consigo me expressar pelas palavras,
mas, enquanto estávamos sendo conduzidos por esse algo
grandioso dele, chegamos a poder nos dedicarmos à Obra Divina.
Não existe outra alternativa senão a de correspondermos à sua
grandiosa graça, esforçando-nos, doravante, cada vez mais.” Assim
iniciara a falar.

Que o Revmo se preocupava somente com Meishu Sama e


na época da falta de produtos durante a guerra, quando saía às
difusões regionais, cuidava principalmente desse aspecto. Ainda era
jovem apesar da idade, e isso era uma atração, e na época em que
fazia difusão em todo o território nacional, as pessoas que se
reuniam não queriam sair do seu lado, mesmo à 1 ou 2 da
madrugada. Para o Revmo. não havia nem tempo de descansar,
trabalhando dia e noite, mas nem fazia cara feia, e se tivesse
pessoas ouvindo, falava com ardor, e era comum quem o
acompanhava se cansar e cochilar. E sobre a salvação, era a
salvação em primeiro lugar, a salvação em segundo lugar, deixando
a conversação para depois. “Antes de mais nada, salve, mesmo
quem argumenta de qualquer forma; se salvá-lo, passará a não
falar mais”. Assim, esforçou-se dedicadamente à salvação e creio
que todos o acompanharam, apaixonados por essa força e calor.
Conta-nos dessa maneira sobre o ardor do mestre pela difusão. E
como se sabe pelo seu antecedente de ter além do Japão, viajado
ao exterior, a longínqua Hong Kong e Filipinas, era bom conhecedor
de posições geográficas de todas as regiões e sobre a natureza das
pessoas, e possuía meta de difusão peculiar a cada região, etc.,
etc., não ficando as lembranças da época em que o mestre havia se
empenhado na difusão.

Houve ocasiões em que recebera de Meishu Sama, palavras


para que descansasse, mas mesmo durante o descanso, praticava,
sem se omitir, as coisas referentes ao Ensino. E tinha forte desejo
de mais uma vez sair à vanguarda e formar membros ardorosos e
assim, saíra mais uma vez a Tóquio, procurando trabalhar como
responsável da (...)”. Assim, concluiu as suas palavras.

Senhor (...)

“Acho que foi em agosto do ano passado, eu pensando


agora, dissera algo como se fossem as suas últimas palavras.
Como era uma época em que ainda ele se encontrava forte, eu
apenas estranhei as suas palavras: “Façam com que não restem
ressentimentos”. Portanto, creio que já havia percebido de tudo. E,
posteriormente, na ocasião do Culto de setembro, estava para ir de
Tóquio a Hakone, mas fora a Atami. Eu estava estranhando, aí
entrara em purificação. Portanto, é possível de se pensar que ele
estava sabendo o que iria acontecer”.

Senhor (...)
“O Revmo, naquela época era realmente misterioso. Em
setembro, ele disse: “Doravante irei a Atami para descansar, mas
como me preparei para não deixar ressentimento, aconteça o que
acontecer, todos os senhores também preparem o espírito”. E
ministrou-me Johrei, dizendo: “Faz um bom tempo que não lhe
ministro Johrei, e talvez esse será o último”. Eu me assustei na
hora, mas como o Revmo., em frente aos meus olhos, estava forte,
não entendi porque ele dizia isso, mas agora compreendo”.
SUPLEMENTO - MESA REDONDA

Sôsai Shibui como Missionário

Yassushi Matsumoto
Etsuko Horigome
(...) Shibui

Ingresso na Fé da Sra. Horigome

Matsumoto: Foi mais ou menos quando que a Rev. Horigome


ingressou na Fé?

Horigome: Foi em 6 de setembro de 1944.

Matsumoto: Qual foi o motivo?

Horigome: Na época, minha irmã se casara, mas ficou


neurótica e não estava acamada, mas encontrava-se indisposta
para tudo. E o filho de uma amiga, falando-se em linguagem atual,
estava com atopia, e ouviu dizer: “Levei-o a um local chamado
Hozan-sô e curou-se por completo”, e ela havia começado a
freqüentar.

Eu, logo após o casamento, o meu marido fora à filial de


Sumatra e tinha-me voltado à casa dos meus pais em (...). E fui
visitar minha irmã na sua casa e ela estava justamente de saída e
acompanhei-a, pensando que fosse ao médico, mas ela tomou o
trem e, depois de longo curso, chegamos ao Hozan-sô, em
Kaminogue. Entretanto, era um lugar maravilhoso. Ao adentrar-me
ao hall, vislumbrava-me, na época, o Monte Fuji e, em baixo, o Rio
Tamagawa e, enquanto estava admirada pensando: “Mas que lugar
maravilhoso”, todos estavam fazendo Johrei e, desde o momento
em que eu vi, pensei: “Puxa, em que complicação me meti”.
Matsumoto: Na época já os membros, os discípulos estavam
ministrando Johrei um ao outro? Soube que aqui no Hozan-sô
encontrava-se o Revmo. Shibui, e não Meishu Sama.

Horigome: Não. Meishu Sama encontrava-se até maio de


1944. É que Ele dissera: “Confio o resto a você, Shibui”, portanto, a
segunda palavra do Revmo. Shibui era: “Se tivesse ingressado
meio ano antes, encontrava-se Meishu Sama, o Grande Mestre”.
Mas na época, eu não sabia de quem se tratava. Simplesmente
olhava o Johrei e sentia aversão.

Matsumoto: Nessa época, de que maneira se ministrava


Johrei? A pessoa que recebia se sentava ou se deitava?

Horigome: Nessa época era deitada. E tirava a roupa. Por


isso, vendo isso, pensei: “Não quero, de jeito nenhum”. Falei à
minha irmã: “Por que veio a um lugar desse?”, e ela me ralhou:
“Fique quieta”. Mas já naquela época mais de 200 pessoas
recebiam Johrei diariamente. E, retornando para casa, os meus pais
também ralharam comigo. E papai me disse: “Você acompanhe sua
irmã todos os dias e atrapalhe-a”. Mesmo se dizendo atrapalhar, o
meu cargo era trazê-la de volta após terminar o Johrei.

No Hozan-sô, encontrava-se o Revmo. Shibui e, sorridente,


me perguntara: “O que acha disso?” Mas, como eu achava que é
vulgar fazer assim com a mão, e portanto, do Revmo. Shibui
também, o julgava um charlatão, estava ignorando-o, pensando em
não trocar palavras com uma pessoa dessa. Então ele me disse
novamente: “Estou perguntando a você”. Aí eu lhe disse: “Se fizer
assim com a mão e se curasse as doenças, ou as pessoas se
tornassem felizes, não deveria haver, agora, ninguém infeliz sobre a
face da Terra”. Aí, o Revmo. deu gargalhada. E disse: “Enquanto
todos estão banqueteando gostoso, você, sem comer nada, está
falando que “isso é ruim”. Que tal experimentar primeiro para
reclamar?” Eu pensei no meu íntimo: “Ah, é dessa maneira que
puxa e faz a todos ingressarem”. Posteriormente confessei tudo ao
Revmo., mas ele parecia ser charlatão e eu pensava: “Tenho que
fazer a minha irmã desistir o quanto antes de uma coisa dessa”.

E mais ou menos no início de setembro, o Revmo. me disse:


“Você também é uma pessoa ociosa, não? Vem todos os dias e vai-
se embora sem receber Johrei. Já que tem tempo, que tal receber?”
Então eu respondi: “Não quero, de jeito nenhum”. Aí a minha irmã
disse: “Você fala desse jeito porque não sofre de nada, mas eu
fiquei com o corpo bastante leve, freqüentando por esses tempos.
Consigo fazer também os afazeres domésticos e tenho certeza de
que existe algo nisso. Eu vou me ingressar, mesmo que meus pais
se contrariem”. Então, se a minha irmã ingressar, eu tomaria pito do
papai, e falei: “Por favor, não entre”, aí o Revmo. disse: “Mesmo
que você julgue que é charlatanismo, se não experimentar não se
sabe. Portanto, experimente e, se o Johrei for como você diz,
desista imediatamente.” Senti imensa atração por essa palavra
“desista”. Perguntei: “Dá para desistir fácil?”, e ele respondeu: “Não
corremos atrás de quem quer desistir”. Então, eu impus uma
condição à minha irmã: “Vamos experimentar nós duas, por um
mês”. E assim ingressamos. Não sei por que casualidade,
penduraram-me uma coisa dessa no pescoço, em frente a 300 ou
400 pessoas. O Revmo. me viu e disse: “Sra. Horigome, mesmo
zangada, o Johrei atua”. Pensando agora, que vergonha.

Matsumoto: Nessa época, o Revmo. Shibui tinha quantos


anos mais ou menos?

Shibui: Tinha mais ou menos 60 anos. Em 1945, completava


60 anos.

Horigome: Tinha bastante cabelo e era bem preto.

Shibui: Quase que não se enxergava fios brancos. Nenhum.

Horigome: De qualquer maneira, nessa época eu pensava:


“Tenho que cortar logo essa ligação” e, nessa ocasião, o Revmo.
Shibui me disse: “Pode reclamar o quanto quiser, mas ministre
Johrei”. Eu também, como se não experimentasse, não daria para
provar a mentira mas, ao retornar-me para casa, além de tomar pito
do meu pai, só tinha coragem de ministrar para a família. Era fora
de cogitação ministrar para além dos familiares. Mas perto de minha
casa residia um policial e repentinamente sua esposa viera em casa
um dia, e disse: “O meu marido está se batendo de dor no
abdômen. Soube que você aprendeu uma coisa boa. Por favor, faça
para ele”. Eu de maneira nenhuma tinha contado às pessoas de
fora, mas creio que o empregado havia dito. “Chamei o médico,
mas como não poderá vir logo, por favor, não poderia fazer
enquanto isso?” Como não era tão longe, fui levada à força, e
chegando, realmente ele estava sofrendo, suando de dor. O que eu
pensei imediatamente foi: “Não devia ter entrado numa coisa
dessa”. Não pensei nem um pouco em ter pena dele, por estar
sofrendo de dor no abdômen. Pensei: “Como estão pedindo para
fazer, o jeito é falar.” Então, me lembrei de que o Revmo. Shibui
estava falando a alguém: “Basta levar a mão ao local que estiver
doendo”. Portanto, como era abdômen que estava doendo, era para
fazer aí. Fiz, mas não melhorava nada. “O meu sentimento é que
está errado”. “Parece que ouvi dizer que a cabeça é o ponto
essencial, portanto, fazendo na cabeça, deve melhorar”. Mas,
mesmo fazendo na cabeça, não dava resultado. Da ponta da
cabeça aos pés. É realmente lamentável, mas no fim, fiquei com
medo. Pensei: “Como é que eu faço, como faço para ir-me
embora?”. E como estudei em escola cristã, me lembrei e orei
ardorosamente a Deus de Cristo. Dizendo-se o que eu orei, foi
pedindo para que eu pudesse ir embora. Não pensava nem um
pouco que melhorasse. Aí, de repente, esse policial me disse:
“Estou bastante aliviado”. Então eu perguntei: “Melhorou mesmo,
com isso?” A esposa dele, do lado, contente, disse: “Desde cedo,
até agora, não conseguia nem falar. Melhorou, porque agradeceu
agora”. Mas eu pensei: “Isso é porque casualmente a dor está se
descansando, e se me demorar, voltará de novo”, então, voltei
depressa para casa.
E pedi para que dissesse que eu não estava, chegasse
quem fosse, mas não vieram me chamar. Então, no dia seguinte,
dessa vez é que fiquei preocupada. Mesmo assim, pensando: “Se
visitá-los e pedirem Johrei de novo, será embaraçoso”, estava
observando de fora da minha casa. Entretanto, ao sair do portão,
casualmente deparei-me com o médico. Era um conhecido desde
quando eu era criança e ele, ao me ver, disse: “Você aprendeu
coisa boa, apesar de jovem, né?” Nesse instante pensei: “Ah, até o
médico já está sabendo disso, que desagradável”. Mas criei
coragem e perguntei: “Que mal tinha o policial?” Aí ele me elogiou
bastante: “Perguntando o sintoma, aquilo foi uma apendicite. Por
isso, se tivesse demorado muito, se tornaria num problema grave.
Você salvou-o”. Eu pensei nesse momento: “Se a apendicite
melhorou mesmo, não existe explicação, a não ser por força de
Deus”. Fui correndo para falar com o Revmo. Shibui e contei o
caso, e ele respondeu-me: “Curar a apendicite não é nada”. Como
eu, que havia ingressado tão irada daquele jeito, fui correndo
assustada, ele só ficava a rir. Nessa ocasião, eu falei: “Mestre, o
senhor diz que isso é tratamento, mas não é força de Deus?” Aí
dissera: “Não, de jeito nenhum”.

Matsumoto: Quer dizer que se negou?

Horigome: Mas, mesmo ele se negando, curou-se com o


meu Johrei. Como foi o médico que tinha, não tem erro. Então, eu
pensava todos os dias: “O que será Johrei?” O Cristo curara
doentes com a palma da mão há 2000 anos, né? Sobre isso eu
sabia muito bem, mas coisas de 2000 anos atrás não me
importavam. Pensando: “O que será que é, que eu fiz e curei a
apendicite?” Aí, senti falta em praticar somente com os meus
familiares e, pensando: “Queria fazer em alguém”, peguei a lista de
nomes e endereços da época de estudante e comecei a andar
pelas casas de colegas de Tóquio.

Matsumoto: Sim.
Horigome: Pensando agora, como pude fazer aquilo, pois era
cristã? “De qualquer maneira, deixe-me fazer, pois existe algo
misterioso”; assim, andei pedindo para que deixassem fazer, porque
queria praticar Johrei. Então, em cada lugar que ia, sem brincadeira
nenhuma, me diziam, realmente, que “Você não ficou meio doida
por causa da guerra?” Mas eu pensava: “O que será que é o
Johrei? Será que isso não é Deus?” Mesmo se dizendo
“tratamento”, recebi apenas uma “lembrança”, dizendo “Dou-lhe
uma lembrança”. E, fazendo assim, curam-se as doenças, será que
não é Deus? Andei bastante com esse questionamento.

E como na época não tinha ambulâncias nem hospitais,


queimados por ataque aéreo, ingressaram quase 20 pessoas, que
diziam: “Mesmo considerando a metade do que você diz, não será
inútil, portanto, acho que vou entrar também”. E eu, com pose, dizia:
“Se não se experimentar, não entenderão”. E então eles praticavam,
mas se me reclamavam: “Você disse daquele jeito, mas o resultado
foi assim”, como eu também tinha responsabilidade, corria ao
Revmo. Shibui e relatava: “Disseram-me isso, isso”. Então, ele me
orientava: “Nesse caso, proceda assim, dessa maneira. Dessa
maneira, tá?” E eu ficava indo e vindo entre o Revmo. e as colegas.
Aí eu pensei: “Se ficar fazendo isso, não terei tempo para fazer as
minhas coisas. Acho que vou pedir tudo ao Revmo. Shibui”. E falei
com ele: “Revmo., são quase 20 pessoas, mas o senhor não
poderia cuidar?” Então ele realmente se espantou e me disse: “Eu
estou cuidando de muitos membros, mas é a primeira vez que ouço
uma coisa dessas”. “Como é que faz, se você não cuidar de quem
você conduziu?” Assim me ralhou. Pensando agora, fui exercitada
pelas amigas, e o Revmo. me ensinava muitas coisas. E há
pessoas que faleceram, mas as que estão vivas em Tóquio, estão
todas com saúde.

Shibui: Nessa época, o seu marido havia retornado, né?

Horigome: Sim, mas essa atividade ficou muito interessante.


Geralmente o Curso era de 5 dias; até havia pouco, era de uma
semana, mas era com traje de cerimônia, e era muito rigoroso.
Desde 10 horas da manhã até às 17 horas, tinha intervalo de
almoço, mas eram 5 dias cheios, mas não me lembro de nada.

Shibui: Todos diziam assim.

Época do Tratamento pela Purificação

Matsumoto: Mas como era o conteúdo do Curso?

Horigome: Como era durante a guerra, não abordava sobre


Deus.

Matsumoto: Falava-se algo como o conteúdo existente na


“Preleção Sobre Johrei”, do Grande Mestre, por exemplo, sobre as
doenças?

Horigome: Sim, o Curso era assim.

Matsumoto: Como era o plano?

Shibui: Era “Tratamento pelo Shiatsu e Purificação Método


Shibui”. Antes disso, dizia-se “Tratamento Método Nippon”.

Horigome: E desde primeiro havia o “Método Okada”.


Percebi depois, mas tinha perto da minha casa.

Shibui: O de “Método Okada” perdurou por bastante tempo.


Na minha casa, foi permitida, por Meishu Sama, a placa
“Tratamento pelo Shiatsu e Purificação Método Shibui”: Foi naquela
época, talvez a Sra. Horigome não saiba, mas ouvi dizer que o Sr.
(...) de Mahikari vinha sempre.

Matsumoto: Ele era diretor do Departamento de Jovens da


Igreja Hakuai?
Shibui: Sim, era de lá, mas minha gente procurava meu pai.
Quem tinha compreensão espiritual, geralmente procurava-o. E
quem vinha mais, era o (...).

Matsumoto: Revda. Horigome, eu não conheço,


absolutamente, essa época de Tratamento pelo Shiatsu e
Purificação. Por isso, queria que me contasse mais sobre assuntos
da prática de tratamento dessa época. Qual realmente era a
maneira de tratamento?

Horigome: No início, fazia-se com roupa.

Shibui: Sentava-se e fazia na frente e nas costas. Depois,


ficava-se em decúbito abdominal, e aí, já teria que tirar as roupas.

Matsumoto: E quando se sentava, qual era a distância? Não


tem tanta diferença com a atual? Uma distância em que os joelhos
se dobram levemente? Examinava-se um pouco, não? Portanto, era
uma distância que se podia tocar um pouco.

Horigome: É sim. Tocava-se nas costas, na frente não, só


quando se ficava de costas, nos ombros ou no pescoço.

Matsumoto: Então, para iniciar-se pela frente, começa-se


pela parte da testa, né? Aí, abaixa-se a cabeça, e faz-se no topo da
cabeça e na perna, na frente em geral. Demorava quanto tempo
mais ou menos?

Horigome: O Johrei do Revmo. Shibui era de mais ou menos


3 minutos no total.

Shibui: Frente e costas, deita-se, faz dos lados virando-se 3


minutos, fazendo tudo isso.

Matsumoto: Como é que se podia curar com isso?


Horigome: E curava-se. Tinha edredon de tratamento, pois
ficava-se em decúbito abdominal e dorsal, então, tinha uma pessoa
que cobria a parte inferior do corpo com a coberta.

Shibui: Geralmente tinha uma senhora na frente, que


auxiliava.

Horigome: Havia moças que se dedicavam, ou que


tornavam-se funcionárias, mas eu também fiquei com vontade de
dedicar-me perto do Revmo. Entretanto, casada não era admitida.
Então, eu pedi, por favor, e fui permitida. Eu ia de casa. Então, fui
com alegria e ânimo, e ele disse: “Pensava que não vinha, mas
veio”. Sabia que ia, mas falava assim de propósito. E daí: “Hoje vou
pedir para fazer este serviço sob a sua responsabilidade”, que era a
limpeza de escarradeira.

Shibui: Antigamente havia muitas em estações, não?

Horigome: Disse: “Vou pedir para você limpar isso”. Eu fiquei


tão assustada, pois nunca tinha feito uma coisa dessas, nem em
casa. Eu não queria, mas era eu quem pedi para dedicar-me, então,
como não tinha outra alternativa, peguei-a, com a cara virada e,
enquanto caminhava pelo longo corredor, eu pensei astuciosamente
e fui na torneira dos fundos, e abrindo-a bastante, com os olhos
semi-fechados, enchi a escarradeira e entornei-a, fazendo escorrer
tudo sem olhar e depois limpei. Era tão mal feito, que não tinha
nada a ver com a sinceridade. É porque repentinamente disse para
fazer isso. E fiz assim durante 6 dias. E no 7º dia, percebi dentro do
bonde, que “servir” significava servir a Deus, mas fazer de olhos
fechados, pensando: “Ah, que nojo”, isso não é servir. E, criando
coragem, pensei: “Hoje vou fazer de olhos abertos”, e cumprimentei
ao Revmo. Ele me disse: “Muito obrigado pelo trabalho. A partir de
hoje, vou lhe mudar o serviço”. Então me assustei, pensando que
existe Deus que enxerga o meu coração.

Matsumoto: Esse catarro, de quem era?


Horigome: Era do Revmo. Shibui. Como era escarradeira do
mestre, deveria ter gratidão, mas de jeito nenhum, de tanto nojo, me
dava até tontura.

Shibui: Meishu Sama também era assim. Usava


escarradeira. Meu pai também, mesmo durante o Johrei, escarrava.

Horigome: Se fosse hoje, eu não pensaria assim, mas


naquela época, me assustei tanto! Posteriormente, após dedicar-me
na limpeza e outras coisas, fiz dedicação auxiliando na hora do
Johrei, levantando quimono ou cobrindo as costas com quimono ou
coberta. Estava com vontade de fazer isso.

Matsumoto: Ah, sim. Recebe-se na frente e costas sentado,


depois, em decúbito ventral, e tudo isso em 3 minutos.

Horigome: E, nesse momento, passava-se a mão,


rapidamente, em todos os pontos vitais.

Shibui: Como era para mais de 200 pessoas, mesmo


fazendo apenas 3 minutos, faltava tempo.

Horigome: E realmente melhorava-se com isso. E sobre essa


força espiritual, não se tem comentários. Melhora-se a cor do rosto
na hora. E dizia-se “Curso”, mas, nessa ocasião, utilizava-se uma
pessoa como modelo e explicava pormenorizadamente. Uns
tempos, eu também fui modelo.

Matsumoto: Quanto ao Revmo. Shibui, talvez o seu Johrei


tenha sido assim, mas normalmente as pessoas que iniciavam a
prática, com orientação, geralmente de que maneira ministrava-se
Johrei?

Horigome: Da mesma maneira, iniciava-se pela testa. Mais


ou menos por 5 minutos. E depois, virava-se e fazia nas costas.
Shibui: E pressionava até certo ponto?

Horigome: É claro, tocava. Onde doía e que também tivesse


febre.

Matsumoto: Verificava-se esses locais. Quanto tempo levava


isso?

Horigome: Se não for doente, mais ou menos de 15 a 20


minutos. E mais uma vez, agora, em decúbito ventral, e fazendo-se
assim, ministrava nos rins, etc. e ficasse, dessa vez, de lado. E
depois, decúbito dorsal e outro lado.

Matsumoto: Então, quando se fica de lado, faz a parte da


esquerda primeiro?

Shibui: É que ficava-se de frente com quem estivesse


fazendo o tratamento.

Matsumoto: E a cabeça, começava de que lado?

Horigome: Sempre do lado esquerdo.

Matsumoto: Então, se virar para quem estiver tratando?

Horigome: É do lado esquerdo.

Shibui: E como se rolava, foi apelidado de “rolar saco de


arroz”.

Horigome: Como no caso do Revmo. Shibui era de 3


minutos, realmente rolava-se. E, quem recebia pela primeira vez,
ficava sem saber por que havia se deitado.

Matsumoto: Primeiro, ficava em decúbito ventral, depois, de


lado, decúbito dorsal, e outro lado.
Shibui: Por isso, se rolava. E assim termina. Quem estivesse
auxiliando, punha o quimono nas costas.

Matsumoto: Então, normalmente quando se fazia Johrei


básico, também era assim?

Horigome: Sim.

Matsumoto: Em 15 a 20 minutos, aprendendo. E nessa


ocasião, eram instruídos e todos faziam com conhecimento?

Horigome: Sim, como era novidade, era interessante. Pela


primeira vez, soube que no corpo têm lugares com febre e os que
não têm. Quem sofre de rins, não só dói, mas será saliente. Nessa
ocasião, estava ouvindo que: “O corpo humano tem a espinha
dorsal e os dois lados estão um pouco salientes. Geralmente no
dorso da gente, e espinha está funda. Mas isso não é verdade. A
verdadeira saúde é estar nivelado, você não enxerga as próprias
costas, mas estão extremamente endurecidos”.

Matsumoto: É que isso é difícil de se eliminar. Quando


estava ministrando em pessoas íntimas, comentava que essas
pessoas são difíceis de serem salvas. Eu estava ouvindo: “Ah, sim”,
mas, pensando agora, isso foi muito bom para mim. Não entrei por
causa de doença, mas tinha saúde extremamente ruim. Afinal, aos
olhos do Revmo. era uma pessoa que não seria salva, se não se
ministrasse Johrei. Realmente eu estava mal de saúde.

Shibui: Disse que tinha cárie óssea?

Horigome: Sim, tinha cárie óssea. Na época em que ia à


escola, tinha dor nas costas e me levaram na (...), da Medicina de
Universidade de Tóquio, e examinando, soube que era cárie óssea.
Como na época eu estava com a idade na casa dos 10, o médico
disse: “Se operar, recupera-se logo”. Entretanto, meu pai disse: “A
espinha não é um lugar para se operar. Já que é mulher, não vá à
escola e fique em casa”. Fiquei por uns tempos em casa, mas como
não conseguia ficar quieta pelo meu temperamento, agitava-me em
casa, mas, pensando, “Se posso me movimentar tanto, seria a
mesma coisa ir à escola. Vou voltar”. E meus pais eram tão
desligados que, mesmo recomeçando a escola, não me disseram
nada. E logo após formar-me, ingressei-me na Igreja. Houve uma
vez que o Revmo. Shibui me disse: “Sente-se sem argumentar, que
vou lhe fazer Johrei”. E falou: “Puxa, você tem cárie espinhal?”

Matsumoto: Falou logo ao ver as costas?

Horigome: Não as costas. Fazendo um pouquinho assim na


testa.

Matsumoto: Só ao fazer assim, desse jeito?

Horigome: E disse nessa ocasião, que “A cárie óssea não é


uma doença de gente comum, por isso tem que se dedicar para a
sociedade e para as pessoas”. E eu, nessa ocasião, não entendia
nem um pouco por que a cárie óssea é uma doença, mas que se
liga à dedicação à sociedade, às pessoas, e respondi: “Ah, sim”.
Mas como não entendia nada, do que se tratava. Só fiquei em
dúvida: “Como ele soube?” Houve muitas coisas misteriosas assim.

Matsumoto: E olhando as costas, indicou alguma coisa,


como: “este local da espinha que não está bem?”

Horigome: Com relação a mim, nada.

Matsumoto: Ah, sim. E tem alguma coisa que serve hoje


como referência, no tratamento, algo como local dolorido de
espinha, ao pressionar?

Horigome: Isso, local que se dói, pressionando-se


levemente, não está bom, o Revmo., sempre, ministrando Johrei em
frente a todos, dizia: “Ela aparenta ser ilustre, mas ainda dá para se
olhar porque é jovem, mas por debaixo da pele, é um corpo que,
Deus me livre, é impossível de se olhar!” Nessa época, eu tinha
cárie óssea e tuberculose.

Matsumoto: Não tomou muito remédio?

Horigome: Meu pai dizia: “Não se pode depender de


remédio”. Nessa época, eu pensava: “Que frio, nem deixa tomar
remédio”, mas agora estou grata. Coisas herdadas dos pais tenho
bastante. Minha mãe era tuberculosa e nasci após ela adoecer.

Método de orientação do Revmo. Shibui para a ministração de


Johrei

Matsumoto: Gostaria de ouvir mais um pouco sobre a


questão de Johrei. Quando o Revmo. Shibui ensinava Johrei aos
discípulos, de que maneira orientava para que eles conseguissem a
força espiritual?

Horigome: Como na época eu era apenas uma membro, não


recebi orientação especial com os ministros. Mas o que sempre
dizia para mim era: “É o Johrei em primeiro, no segundo, no terceiro
lugar. Se tiver Johrei, as pessoas se achegarão. Por isso, receba e
ministre Johrei. E dessa maneira, consiga a força no Johrei”. “Só
tem Johrei”. Assim, dormindo ou acordado, era Johrei.

Matsumoto: Ah, sim.

Shibui: No âmbito do meu conhecimento, quase não


ensinava especialmente a maneira de ministração aos discípulos.
Apenas ouvi de algumas pessoas, mas que após receber o Johrei
básico, subiam ao 2º andar. Mas somente as pessoas excepcionais
subiam sem ele. A Sra. Horigome também creio que não recebia
Johrei básico, não? As pessoas comuns subiam após receberem o
Johrei básico, e quando se sentavam, parecia-me que ele tomava o
conhecimento de quem o ministrara e por quanto tempo.
Matsumoto: Parece que havia casos em que, após o término,
chamava a atenção a quem ministrava Johrei básico, por exemplo,
quando ainda estava com febre ao subir no 2º andar, isto é, não se
tinha eliminado a febre. Em suma, que a maneira dessa pessoa
ministrar Johrei não era correta, ou que não se tinha a força. E que
orientava sobre isso até umas 3 vezes e se, mesmo assim não
compreendessem, trocava-se de gente.

Matsumoto: Ah, sim.

Horigome: Sobre isso, tenho na minha lembrança. Ele


discernia imediatamente. Por isso, na sala de baixo, os ministros
não podiam se negligenciar. Eles tinham que conseguir realmente a
força. Por isso, para eles era um grande aprimoramento. O Revmo.
Shibui quase não expressava algo em palavras.

O Johrei de Sôsai Shibui

Matsumoto: Atualmente existe alguém vivo entre os que


receberam orientação direta sobre ministração de Johrei, ou melhor,
quem ministrava o Johrei básico?

Shibui: Não tem ninguém do Johrei básico. Faleceram todos.

Horigome: É que em geral eram pessoas de idade.

Matsumoto: Será que a única pessoa era a Sra., mãe do


(...)? Que pena.

Shibui: Mesmo ela, foi no finalzinho que ministrou Johrei


básico. Só um pouquinho no fim.

Horigome: Na época de Hozan-sô, era antes de se tornar


Igreja (...), mas o (...) teve séria purificação de tuberculose. Na sala
dos fundos, o (...) e o Rev. Watanabe e todos os Ministros
ministravam Johrei, dizendo: “Agüenta firme, agüenta firme!”, mas o
rosto ia se empalidecendo. Foi um tumulto. Era o dia da chegada do
Revmo. Shibui de viagem. Então ele chegara. E alguém relatou a
ele que era assim, assim; nem conseguindo tirar direito os sapatos,
correu imediatamente à sala dos fundos e começou a ministrar
Johrei compenetradamente na cabeça. Imediatamente voltou a cor
no rosto e a respiração que estava difícil começou a melhorar. Não
era Johrei de vários minutos. Apesar de todos os ministros terem se
reunido para ministrarem Johrei, não havia dado resultado.

Shibui: Em suma, a questão era de minuto e segundo. Por


isso, estava falando que, se demorasse mais uma hora, achava que
não teria mais vida. Então, ministrou na cabeça, nas pernas e nas
virilhas, e posteriormente ouvi que as partes das virilhas são
importantes.

Horigome: Realmente, foi só um instante. A cor do rosto, que


era de terra, voltou imediatamente.

Shibui: Posteriormente, ouvi do Sr. (...), mas nessas


ocasiões, a consciência está firme, não? Por isso diz que se ouve
tudo o que estão dizendo: "Dessa vez o Sr. (...) não vai agüentar",
então pensou: "O que estão pensando que eu sou?".
Posteriormente tornou-se uma piada, mas como deve ser
agonizante para a pessoa. Acho que pelo menos a consciência
estava firme.

Horigome: Eu me lembro de mais um caso. Era criancinha, e


não sei o nome da doença, parecia não ter ossos. E veio pedir
Johrei, mas não ficava em pé. Estava dentro de um cesto. Mesmo
nesse caso, só ao vir umas 2 ou 3 vezes, melhorou-se. Eu pensei,
quando ela veio pela primeira vez, que, numa pessoa dessas,
mesmo que ministrasse Johrei, será impossível ressuscitá-la.

Matsumoto: Que Johrei estava fazendo?


Horigome: Na cabeça, sem dúvida. E depois, como não tinha
outra alternativa, na cabeça e nos quadris. O que o Revmo. Shibui
dizia sempre é: “Tem os ossos dos quadris, não? Que elimine bem
as toxinas daqui". Geralmente se apertar, dói. Se apertar forte.
Exatamente os casos que se apóiam as mãos na hora da ginástica.
Freqüentemente dizia para eliminar bem daqui. Dizia: "Geralmente
é aqui", apertando, e quase gritei de dor.

Matsumoto: Doeu?

Horigome: Agora não dói tanto assim, mas se apertar forte


dói. Isso é porque gradativamente as toxinas vão se acumulando.
Então, como pressiona o coração, quando se tem problemas de
dificuldade de respiração, sempre se faz aqui.

Shibui: Por isso, como se faz aqui, olhando-se um pouco,


parece virilha. É porque se liga com a extremidade da virilha.

Horigome: Como em tudo existe o ponto vital, não se pode


tomar, mas estou fazendo, porque é possível orar e ministrar Johrei
nesse local. Mas, sobre a dificuldade de respiração, o Revmo. me
ensinou várias vezes. Ele dizia que: "Se tiver tempo, na verdade, é
melhor fazer nas pernas, fique em pé".

Matsumoto: Que parte das pernas?

Horigome: As laterais. Não tocava, nem nada. Ele fazia em


uma perna só. Aí, sentia a outra pesada e a que recebeu, leve.
Então eu dizia: "Revmo., por favor, a outra, a outra perna", pois não
conseguia andar de mal estar. Este lado era um peso, e este,
realmente leve. Então, pedia na outra também, mas, pensando, eu
pedia a um reverendíssimo como ele Johrei até nas pernas.

Shibui: Geralmente o Johrei dele, quando muito, era de mais


ou menos 5 minutos. Era curto. Entretanto, conforme a pessoa, o
recorde, segundo eu sei, foi de 7 horas. Portanto, o Johrei dele era
realmente "dar sermão conforme a pessoa", e era de acordo com
quem recebia.

Horigome: O Revmo. dizia para mim: "Diga, 'por favor,


ministre-me Johrei´, assim que me ver". Entretanto, como se tem
muitos ministros eminentes, não podia pedir a ele, mesmo que seja
cara de pau. E aí, então, depois dizia por que eu não era sincera. A
partir daí, passei a pedir sem me preocupar com as pessoas ao
redor. Após algum tempo, ele disse: "Você foi salva porque ouviu
com sinceridade o que eu disse. Se não tivesse vindo, formulando
vários motivos, hoje não estaria viva". É que o Revmo. Shibui
entendia bem sobre coisas espirituais.

Dedicando-se a Meishu Sama, dedicando-se a Deus

Shibui: Coletando várias informações, estou compreendendo


pouco a pouco vários fenômenos espirituais, incluindo os meus
próprios estudos particulares. E um dos pontos principais creio que
é o problema do futuro da Igreja. Isto é, acho que no atual modo de
pensar sobre Meishu Sama, as teorias estão antepostas. Por que
naquela época surgiam tantos milagres? Enquanto se pesquisa
sobre tais coisas, acho que se torna claro esse ponto. Esses dias,
também, fui a Fukui e um senhor chamado Kobayashi me contou:
"Mas é misterioso, mesmo, que o Revmo havia vindo e disse: faça
assim, e obedecendo, a expansão não foi coisa tão difícil assim". "A
vila inteira está se transformando assim". Então, perguntei qual foi o
conteúdo da conversa ocorrida nessa ocasião. Aí disse que não se
lembrava de nada. Não se lembra nem o que conversaram. Apenas
que fora uma emoção muito grande. Enfim, chegando-se ao termo,
era a figura do meu pai. Emocionavam-se pela figura do meu pai, e
as almas iam sendo sacudidas. Não eram palavras. Eu sinto,
ouvindo os relatos, que, no fim, havia algo como contato alma-a-
alma. E que o importante é essa emoção dos vínculos das almas. E
o que é importante é despertá-la novamente e realmente renascer,
nascer novamente. E creio que as lógicas, tais como sobre a
Divindade de Meishu Sama, são coisas secundárias. Todos viram a
figura do meu pai dedicando-se a Meishu Sama e fizeram o
possível para acompanhá-lo. Aí então surgiam milagres uns após os
outros. Entretanto, quando se perde de vista essa figura, decai-se
também e (...). Compreende-se muito bem, ao coletar os registros.
Eu pensei que meu pai está praticando para mostrar a todos a
figura do "Servir" a Meishu Sama. Acredito que estava se
empenhando totalmente em servir a Meishu Sama, ensinando qual
era a atitude de Servir a Deus.

Por exemplo, no testamento, após a sua morte, estava


escrito: "Como você não está participando da Obra Divina, não
deixarei nada. Tudo isso são coisas emprestadas por Deus. Esse
espaço, esses objetos e essa moradia tem-se pela confiança que
se recebe da sociedade. É porque se tem a permissão do
empréstimo por Deus, para desenvolver a Obra Divina". E: "Em
você, não tem em absoluto, essa qualificação. Pois não desenvolve
nenhuma Obra Divina, nem saíra 'a sociedade como um homem.
Portanto, tudo isso devolverei a Deus. O que poderei deixar a você,
se tiver "virtude" em mim, gostaria de deixá-la".

Horigome: Isso estava dizendo: que "Eu não vou deixar


nada. Devolverei tudo a Meishu Sama". Sofreu por uns tempos,
não, Sr. Shibui?

Shibui: Foi mesmo difícil, naquela época.

Horigome: Mas, na verdade, isso foi bom.

Servia-se, concorrendo-se

Horigome: Não entendo bem por que o Revmo. disse para


mim que não iria deixar nada, mas isso ele não disse a ninguém.
Mas uma coisa comum a todos, inclusive a mim, é que o Revmo.
fazia a palestra e, quando terminava, sentíamos como se não
oferecêssemos toda a soma que possuíamos na carteira, nos
atrasávamos na condução. Por isso, deixando somente o dinheiro
da passagem do bonde para a volta, o resto, oferecíamos tudo.
Aquilo era coisa misteriosa. Eu quase não falo sobre a dedicação
monetária aos membros. Apesar que, se estiverem voltados a
Meishu Sama, de frente, e estiverem crendo totalmente n´Ele, de
maneira absoluta passarão por necessidade. Isso eu digo. De
maneira nenhuma passarão necessidades, apesar de não ser
pleno.

Shibui: Eu conheço pessoas que doavam tudo o que


possuíam e iam embora, pedindo emprestado o dinheiro de volta na
cozinha. E elas não tinham o intento de "doar". Não sei como dizer,
mas lá no meu pai, não se dizia "doação monetária", né?
Entretanto, todos doavam tudo o que possuíam na carteira.

Horigome: Era assim: "Utilize, por favor, na obra de Meishu


Sama". Isto é, porque ele falava sobre Meishu Sama, por isso "por
favor, peço para que utilize". É verdade, não tinha nada mais além
disso.

Shibui: Mas aquilo foi misterioso.

Horigome: E, se perguntarem se hoje estou vivendo sem


nada, estou morando direitinho, em casa com telhado. Eu, que tinha
pensado que não queria nada mais. Mas o Revmo. Shibui não dizia
coisas de baixa dimensão como: "Faça donativo", ou "Venda aquilo
e faça assim". Somente dizia que "Segundo diz Meishu Sama, "o
mundo é assim, assim". Então eu pensava: "Ah, se é assim,
gostaria de ser útil de alguma forma". Pensando o que eu poderia
fazer, só tinha dinheiro, porque não podia trabalhar. Mas eu
também, quando era jovem, em Hakone...

Shibui: Nikko-den

Horigome: Se eu dissesse que na construção de Hakone


carreguei padiola, perguntam: "Carregou mesmo?", mas mesmo
isso, eu pensava sinceramente que queria poder fazer. Ao receber o
"Servir" de Meishu Sama, e perguntando quem iria fazê-lo, antes de
tomar o conhecimento de que Servir se tratava, todos diziam:
"Permita-me fazer". Quando o Revmo. Shibui retornava da visita a
Meishu Sama, se encontravam inúmeros ministros discípulos. E
dizia-lhes: "Novamente recebi o Servir de Meishu Sama. Quem o
executará?" Falava desse jeito. Então todos respondiam: "Eu
gostaria de fazer".

Shibui: Isso porque Meishu Sama e meu pai eram unos.


Porque meu pai representava a Divindade de Meishu Sama, e no
Servir. Se desligá-los não teria algo que representasse Meishu
Sama materialmente.

Horigome: Sim, não acontecia de Meishu Sama chegar até a


nós e dizer isso ou aquilo. E o Revmo. Shibui fazia tudo isso.

O mistério na hora da morte

Matsumoto: O Revmo. Shibui caíra de purificação em...

Shibui: Acho que era mais ou menos em setembro ou


outubro de 1954.

Horigome: Era outubro, né?

Shibui: Naquela época ainda era em Hakone e, no sentido de


nunca mais poder ver Atami, iria vê-la pela última vez, e passeando
em Atami, houve o acesso.

Matsumoto: Então seria após a enfermidade de Meishu


Sama?

Shibui: Sim, 3 meses. O meu pai entrara em purificação 3


meses após Meishu Sama. A morte também fora 3 meses depois.
Aconteceram tudo com 3 meses de diferença. E naquela época
também, desde 6 meses ou 1 ano antes, estava falando que iria
morrer por aí.

Horigome: Nessa época, quando eu estava recebendo


Johrei, ele disse: "Mesmo comigo, não acontece de viver para
sempre". Nós estávamos pensando como se ele vivesse
eternamente, mas que "Mesmo eu, não tenho a garantia de vida.
Ontem fiz o meu testamento". "Não acredito", falei. Não conseguia
acreditar. Então, que não era brincadeira e sim, que havia feito
mesmo, falou sério. Depois eu pensei: "Ah, como o Revmo.
compreende tudo, sabe também da sua vida". Na época do Hozan-
sô também, no fim, estava se purificando, né? E nesse dia eu havia
ido dedicar e, à tarde, pensei em ir-me embora, mas não conseguia.
Parecia como que a força de todo o meu corpo, das minhas
cadeiras, havia saído, uma sensação estranha, e não conseguia ir-
me. Então, como a esposa do Revmo. Shibui dissera que iria
ministrar-me Johrei, fui receber; aí não era a esposa, e sim, o
Revmo. que estava sentado. "Venha aqui", disse. Ele estava se
purificando. Então me assustei, mas com gratidão, estava
recebendo. Então, repentinamente eu estava agradecendo: "Muito
obrigado por tanto tempo". "Muito obrigado por toda a família ter
sido assistida". E rolavam tantas lágrimas que até soluçava. E no
meio a essas lágrimas, a esposa do Revmo. me perguntou: "Oh, o
que foi, Sra. Horigome?", mas eu nem conseguia responder-lhe.
Somente "Muito obrigado", e só conseguia expressar isso. Então
estava pensando: "Por que será que estou agradecendo?" O
Revmo. disse: "Ah, o senhor seu pai fora salvo e veio agradecer".
Fazia mais ou menos 7 anos que ele tinha falecido. E me disse:
"Que bom, está salvo". E após receber Johrei do Revmo., fiquei
extremamente leve. Enfim, meu pai deve ter se encostado em mim
para agradecer ao Revmo. E fui embora, e no dia seguinte,
assustei-me ao ouvir que o Revmo. Shibui caíra de cara em Atami.

Matsumoto: Isso foi antes ainda do Revmo. se acamar, de


purificação?
Horigome: Sim, creio que se purificara várias vezes e nessa
ocasião já estava purificando, mas se levantara e me ministrara
Johrei.

Shibui: Quando meu pai estava acamado em Atami, nessa


época, vieram muitos parapsicólogos. E um deles me disse: "Sr.
Shibui, desta vez não dá mais". E que "Orando, surgem 3 números
3". Disse, portanto: "Que cuide-se com o número 3". E afinal, a hora
da morte do meu pai foi exatamente às 3:33 horas. Enfim, fui
avisado da hora da morte. No atestado de óbito constava como 3:30
horas, mas espiritualmente, foi 3:33 horas. Eu não sabia de nada e
contei sobre isso a uma pessoa, e soube, então, que Meishu Sama
também fora às 3:33 horas. Isso soube depois. Naquele momento,
apesar de bom tempo que estava fazendo, de repente surgiram
nuvens no céu e repentinamente caiu uma forte chuva. E digo isso
porque me lembro de que estava fazendo um tempo bonito, sem
sequer uma nuvem, e em maio o dia é longo. Às 3:30 horas ainda
era dia. Entretanto, repentinamente surgiram nuvens, chovendo
torrencialmente, e fiquei preocupado sobre o que falar. Na minha
casa, só tinha uns 2 ou 3 guarda-chuvas. Então andei para lá e para
cá pedindo para que abrigassem as pessoas, por exemplo, ao
vizinho (...). E, além disso, havia entupido o toalete. Então, me
lembro bem daquela chuva, porque andei pedindo emprestado o
toalete e o abrigo. E ela passou rapidamente em mais ou menos 10
minutos, e o céu voltou novamente ao azul anterior.

Horigome: Naquele dia, só nuvens e a chuva...

Shibui: Então, foi após todos terem ido embora que eu vi o


deus-dragão subir do mar. Eu enxerguei desde as escamas, até
cada uma das barbas. Eu sofro de vista e não estava com os
óculos, mas o enxergava, sem obstáculo nenhum, e o mar ficava
em frente, que subia, assim. Eu pensei: "Acho que não estou bem,
hoje". Como eu não precisava de coisas espirituais, pensei: "Estou
sonhando". Fui chamar o pessoal lá em baixo, mas ninguém queria
subir. Diziam que estavam atarefados. E era com razão, né?
Horigome: Pois era um acontecimento extraordinário.

Shibui: Mas eu queria mostrá-Lo a alguém, e chamava, mas


ninguém subia.

Horigome: Era só o senhor.

Shibui: Sim.

Matsumoto: Isso aconteceu no mesmo dia?

Shibui: A hora da morte foi depois das 3, portanto, acho que


foi mais ou menos às 6 horas. Era entardecer. E ele subia lá de
baixo, e desde as escamas e cada um dos bigodes, enxerguei tudo.
E pensei realmente que estava sonhando. Mas agora, uma pessoa
que estava sentada à beira do travesseiro do meu pai disse que vira
surgir, do centro do quarto, uma nuvem roxa, roxa e branca,
misturadas. Disse que pensou que fosse incêndio. Aí, então, ela se
tornou uma nuvem e, ao se aproximar, avistou de repente a figura
de Meishu Sama.

Matsumoto: Isso foi acontecimento do mesmo dia?

Shibui: Isso foi no dia 9. Um pouco antes de cair de cama, no


dia 9. E, falando-se diretamente, na nuvem roxa, estava Meishu
Sama. Ou melhor, no início, foi algo gasoso, branco ou roxo. E que
vira Meishu Sama.

O que deve ser transmitido é o espírito de Meishu Sama

Matsumoto: Revda. Horigome, estou pensando, ao ouvir


sobre o Revmo. Shibui, mas o que devemos fazer agora para dar
vida ao que ele fez?

Horigome: Seria recuperar o espírito, o verdadeiro espírito,


que sempre o senhor Presidente diz, centralizarmo-nos a Meishu
Sama. Afinal, mesmo se pronunciando sempre o nome de Meishu
Sama, e apesar de notar que existem inúmeros membros que de
maneira nenhuma O compreendem, não se faz nenhum esforço
para elucidá-los. Eu, atualmente, estou me esforçando para formar
um sucessor. Estou desejando que basta que uma pessoa, só uma
pessoa, compreenda Meishu Sama. Como não tenho força,
pensando que basta uma só pessoa, sempre estou contando
também aos membros sobre as inúmeras palavras que recebi de
Meishu Sama, e que era assim, com o Revmo. Shibui. Sobre a
importância do Johrei, pois se nos distanciarmos dele, nós
perderemos a Verdade, porque ficamos nublados. Por isso, se
purificar verdadeiramente a alma pelo Johrei, transmite-se algo, ao
ler os Ensinamentos de Meishu Sama. Acho que é grave serem
transmitidos apenas as palavras, como “Assim diz Meishu Sama”.
Que devemos ir também transmitindo o espírito. E talvez seja
petulante, mas, para isso, deve haver pessoas para transmiti-lo.
Assim eu sinto ultimamente, do fundo do coração. Dizendo-se
porque o Revmo. Shibui como estou ficando desde há pouco,
durante longo tempo que convivi com ele, nunca me orientou algo
racionalmente. Nunca. Entretanto, ele mostrava pelas suas atitudes,
para mim, que não entendia nada, não através da palavra, mas de
algo que emanava do seu corpo. Ensinou-me como Meishu Sama é
grandioso, como Ele é maravilhoso, que então, devo segui-lo e eu,
creio, captei isto com a minha alma. De qualquer maneira, eu devo
ir formando os jovens, os sucessores, pois existe um aspecto em
que o “servir” tornara-se um trabalho. Atualmente tudo está mais
cômodo, tirando-se cópias com facilidade, ou ler as matérias, e
pensar que com isso já compreendeu. Antigamente, como não era
fácil conseguir as Escrituras de Meishu Sama, copiava-se
manualmente o das pessoas que possuíam, no tempo em que eu
me ingressei. Mas, como agora se tornou fácil, é bom que se utilize
essa facilidade.

Shibui: Naquela época, “A medicina do amanhã” custava 30


yens, né? Aquele livro existia impresso também, mas bem no início,
era tudo manuscrito. E o “O problema da tuberculose e o seu meio
de solução”, foi em 1943, tornando-se posteriormente em
“Evangelho do Paraíso”. Esses dias atrás, a Sra. (...) estava
dizendo que “Ele me disse muitas e muitas vezes que, para com
Meishu Sama, as mulheres são empregadas e homens, aprendizes,
para sempre, que não se esqueça disso”. E sempre usando o
avental, e foi quase no fim, que Meishu Sama dissera: “Não basta,
já , o avental?””

Matsumoto: Ah, sim?

Horigome: Aquilo, em vez de avental, era um pêndulo frontal.

Matsumoto: Pêndulo frontal? Ah, é, então, usava, mesmo?

Shibui: Isso é famoso. Todos sabem. É que, ao invés de


palavras, demonstrava com as próprias atitudes. Tem fotos também.

Horigome: Ao viajar às regiões, era badalado tanto. “Revmo


Shibui, Revmo. Shibui”, parecendo mesmo a chegada de alguma
figura célebre, mas ele não se mostrava. E aceitava qualquer que
fosse a pessoa, e a conduzia. Às vezes eu chegava a pensar: “Por
que o Revmo. cuida de uma pessoa como ela”?

Shibui: E o que eu penso que era grandioso no meu pai é


que ele, para se receber Johrei, mesmo que a pessoa se
encontrasse em situação bastante crítica, fazia com que fizesse
gratidão, mesmo que não possuísse um centavo, fazia reunir os
miúdos, eram 10 yens, na época. Mas levando 1 ou 2 yens, atendia-
se corretamente. Em contrapartida, posteriormente, dava-lhes mais
ou menos o dobro da gratidão que deu pelo Johrei. A gratidão pelo
Johrei é a sinceridade da própria pessoa. Mesmo que seja uma
pequena importância, fazia com que fizesse com o dinheiro que a
própria pessoa trabalhara arduamente. E posteriormente, na hora
de ir embora, embrulhava dinheiro e entregava à pessoa da cozinha
para que desse a ele. Pois dava como gratidão de Johrei, a
totalidade da importância que possuía para se viver. E não fazia,
por exemplo, o desconto, ou devolver a gratidão, dava em
separado.

Horigome: Uma pessoa que veio de Urayassu tinha


peritonite, e o abdômen estava assim, e era paupérrima, e falando
para que viesse diariamente receber Johrei, - era filha de pescador
– “Mestre, mas não tenho dinheiro para vir todos os dias”, “Só tenho
dinheiro para a passagem do bonde”. E vinha. E fortaleceu-se
consideravelmente. Então, o Revmo. disse: “Você melhorou graças
ao Grande Mestre chamado Meishu Sama. Faça direitinho a
gratidão”. Aí ela respondeu: “Mestre, é verdade, só tenho dinheiro
da passagem”. “Não pode ser. Volte para casa, pense bem e venha
de novo”. E ela voltou para casa, mas não tinha nada. E até hoje
me lembro: posteriormente veio com um nabo, um nabo que fazia
pensar se realmente isso é um nabo. E disse: “Mestre, estou
envergonhada, mas isso é o máximo possível para mim”. Aí o
Revmo. recebeu-o com alegria, dizendo: “Que bom que tinha coisa
para oferecer a Deus”. E eu, ao presenciar, saía lágrimas. Eu,
mesmo dizendo que não tinha dinheiro, o “não ter” era diferente,
pensei assim. E ela ficou completamente curada, e até hoje
encontra-se forte.

Matsumoto: Até hoje?

Horigome: Está casada. Não tem filhos, mas diz: “Eu me


tornei capaz de oferecer sakê e outras coisas a Deus”.

Eu acredito que fora salva porque, antigamente, naquele


momento, trouxera o nabo. Por isso, eu falo sobre essas coisas aos
membros. Existem muitas pessoas que diariamente recebem
Johrei, 2 ou 3 vezes, e dizem, na hora de irem-se embora: “Revda,
hoje recebi 3 vezes”, e nem se faz a gratidão. Eu não digo que isso
é errado, mas conto casos como esses e digo que Deus não quer
objetos, e sim a sinceridade. Ofereçam, portanto, a sinceridade.
Matsumoto: Entretanto, despertar, agora, esse makoto,
falando-se sobre esse Servir a Deus, mas o que é importante agora,
creio eu, de que maneira utilizar esses donativos, as dedicações.
Isso que é um grande problema, que eu penso. Naquela época,
como Meishu Sama se encontrava e como era Meishu Sama quem
utilizava, o Revmo. Shibui procedia assim incondicionalmente e isso
se tornava, com certeza, em Obra Divina. Entretanto, esse
problema é um grande problema. Se isso não se esclarecer, não se
pode dizer sobre o donativo.

Horigome: Mas, Revmo., eu também concordo com o que o


senhor diz, mas, procedendo dessa maneira, e quem realmente
estiver praticando o donativo, é rápido nos últimos tempos. É
mostrado rapidamente o resultado.

Matsumoto: Mas, se erras no modo de utilizar o dinheiro, se


tornará em grande pecado de quem o errar.

Horigome: Isso é claro que sim.

Matsumoto: Apesar de que quem o fizer, recebe-se a graça,


porque ele chega a Deus.

Horigome: Por isso tenho medo. Se Deus repreendesse na


hora, seria feliz. Mas, como isso não ocorre, vai sendo arrastado
para o fundo.

Shibui: Por isso eu acho agora que o que o meu pai disse:
“Não darei a você porque você não está servindo na Obra Divina”;
isso fora uma grande salvação para mim.

Horigome: Realmente.

Shibui: Se tivesse recebido e eu tivesse agido à minha


vontade, não sei se haveria a minha felicidade atual.
Horigome: Por isso, eu, as coisas particulares e não,
principalmente como os ministros e funcionários recebem o dinheiro
de Meishu Sama, como recebem o makoto dos membros, digo que
não devem utilizar de maneira errada. Não posso deixar de dizer
isso, porque eu estava vendo a figura do Revmo. Shibui.

Matsumoto: Realmente a responsabilidade da Comissão


Executiva da Igreja é grande. Por isso, sempre se deve deixar clara
a maneira de orçar, em que utilizar, como foi utilizado na Obra
Divina e qual foi o resultado.

Horigome: É grande o problema de que maneira utilizar o


donativo, mas se as pessoas que estiverem sabendo disso se
responsabilizarem por isso, nunca terão problemas, doravante. Por
isso, realmente teremos de formar sucessores. Os jovens, como
jovens, pois o tempo muda. Portanto, mesmo que se diga que
antigamente eu recebi ensinamento do Revmo. Shibui, o Plano
Divino está se desenvolvendo, desenvolvendo no tempo atual. Por
isso, surge um deslocamento. Mesmo pensando em alcançar,
atualmente existe mudança em inúmeros aspectos. Isso se pode
dizer também quanto à Obra Divina. Por isso, o que quero dizer é a
fibra. Existe uma face em que em algum aspecto está se
degenerando. Por isso, ao observar essas coisas, eu acho que o
que o Revmo. Shibui disse “é tudo Meishu Sama”, e aquela figura
em que de todo o corpo e alma dedicara a sua vida a Meishu Sama,
não será transmitida ao escrever.

Shibui: Talvez tudo se conclui nisso.

Horigome: Mas, mesmo assim, se deve deixar escrito,


porque após se passarem 50, 100 anos, e depois se averiguar, de
nada saber-se-á.

Shibui: A totalidade desta Igreja eu acho que se conclui


nisso. Eu, andando a coletar dados, senti que não há nada além
disso.
Horigome: Pois o fato de uma pessoa egoísta e que de nada
sabia como eu, em menos de 1 ano, entender e passar a pensar em
Meishu Sama, como Grande Mestre, ao ser ensinada, não foi
porque o Revmo. Shibui me ensinara através de sermões.

Matsumoto: Muito obrigado por hoje. Foram relatos bastante


valiosos.
O SENTIDO DE SERVIR À MEISHU SAMA

O servir realizado de corpo e alma e com espírito de abnegação

“Tente pegar água com a peneira!”

Essa afirmação de Meishu Sama, que se assemelha à


pergunta de zen budista, foi feita alguns dias antes deste gomenkai
(encontro), na ocasião da reunião da Suprema Diretoria da Igreja.
Os diretores, mesmo em se tratando da palavra de Meishu Sama,
acharam tratar-se de uma prática impossível e que posteriormente
Meishu Sama daria algumas explicações sobre isso.

Esse fato ocorreu por volta do ano de 1947. Meishu Sama


falou sobre isso durante o encontro da “Associação Miroku”
realizado em Tozan-So (Solar da Montanha do Leste, em Atami).

O Sr. Kazuo Ootake assim se referiu recordando aquela


época.

Todos os membros que também participavam daquele


encontro achavam impossível pegar a água com a peneira.

Então, Meishu Sama disse num tom mais alto olhando


firmemente nas fisionomias dos membros:

“Não houve nenhuma pessoa que, obedientemente,


colocasse em prática as minhas palavras, mas, houve uma
exceção.

Os senhores acham que é impossível pegar água com a


peneira, mas é possível. Basta colocar a água que conseguiu obter
com a peneira na vasilha deixada ao seu lado. A quantidade obtida
na primeira vez é muito pouca, mas, ao repetir por 50 ou 100 vezes,
é possível enchê-la. E a única pessoa que colocou isso em prática,
foi o Rev. Shibui.”
Não havia nenhum mistério no fato de pegar água com a
peneira. Meishu Sama apenas explicou um fato natural, de forma
extremamente natural. A importância está no fato do Rev. Shibui
Sôssai ter aceitado Sua vontade e colocado em prática as palavras
de Meishu Sama, sem duvidar, por mínimo que seja, seguindo-as
obedientemente de forma única e incondicional.

Os membros da “Associação Miroku” gravaram


profundamente em seus corações essa postura do Rev. Shibui
Sôsai, que geralmente detestava vangloriar-se, juntamente com a
verdadeira postura de Servir a Meishu Sama. Pudemos aprender a
importância do fato dele ter seguido obedientemente as palavras de
Meishu Sama acreditando ser elas absolutas, evitando julgar pela
razão a possibilidade ou não de obter água com a peneira.

O Rev. Shibui Sôsai era realmente “o Servidor”. O Servir


existe para a concretização, na Terra, de um mundo dotado de
Verdade, Bem e Belo, que é o ideal de Deus. Ou seja, salvando as
pessoas que sofrem, por exemplo, de doenças através do Johrei,
das dedicações físicas, monetárias, etc.

Enfim, trata-se de uma postura em que se deve cultivar as


pessoas que estão ligadas a Obra Divina e professam a fé. Isso não
se limita apenas aos integrantes. Os membros em geral também,
sem dúvida, devem se empenhar em “servir” dessa maneira.

Podemos dizer que, no passado, na nossa Igreja, nunca


houve uma época como esta em que o espírito de busca fosse tão
intenso como na atualidade: a postura em que devemos ter como
pessoas que professam a fé e o “retorno ao ponto de partida”
indagando, uma vez mais, a forma de professar a fé absoluta em
Meishu Sama.

Na atualidade, torna-se indispensável saber como os nossos


precursores praticavam a fé; em outras palavras, devemos rever
com que postura eles realizavam o Servir. Não seria dessa forma
que devemos aprender a postura da fé e a forma de Servir?

Ao acompanhar a vida do Rev. Shibui Sôsai, podemos


observar que realmente ele Servia Meishu Sama com espírito de
abnegação. Portanto, todos nós devemos seguir o caminho de
“Servir” percorrido pelo Rev. Shibui Sôsai e, baseado nessa
realidade, realizar estudos.

O Rev. Shibui Sôsai realizou o seu “Servir” sob ordem de


Meishu Sama, mas esse, obviamente, era um “Servir” voltado para
Deus. É importante pensarmos que a manifestação do Servir
realizado de corpo e alma por Rev. Shibui Sôsai foi deixado como
postura exemplar para que nós membros pudéssemos aprender.

A forma de Servir e a postura de dedicação do Rev. Shibui


Sôsai a Meishu Sama era algo que certamente outras pessoas não
conseguiriam imitar. Então, com que postura será que ele servia a
Meishu Sama? Infelizmente, nem Meishu Sama e nem Rev. Shibui
Sôsai estão mais entre nós.

Cremos que, mesmo no Mundo Espiritual, transcendendo


este mundo, Meishu Sama e Rev. Shibui Sôsai continuam unidos
pelo forte laço e imaginamos que Rev. Shibui Sôsai continua
servindo Meishu Sama, mas, infelizmente, nós que vivemos neste
mundo não conseguimos visualizar essa sua postura, o mínimo que
seja.

Através da observação de inúmeras dedicações realizadas


por Rev. Shibui Sôsai a Meishu Sama neste mundo, apenas
podemos imaginar que, com certeza, ainda o Rev. Shibui Sôsai
continua prestando Servir a Meishu Sama no Mundo Espiritual.

(Traduzido em 3 e 4 de novembro de 1998. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor”, páginas 3 a 6)
O Servir na aquisição de obras de arte

Meishu Sama era muito dedicado à aquisição de obras de


belas artes. Parece que houve ocasiões em que, diante de
dificuldades financeiras, as coisas não corriam de acordo com o
Seu desejo, mas, mesmo assim, quando algum comerciante de
obras de arte trazia e oferecia-Lhe uma peça famosa, em
conseqüência do desejo de querer obtê-la a qualquer custo –
desejo esse que Ele já vinha alimentando há algum tempo –
resolvia adquiri-la. Dessa maneira, Meishu Sama fazia o possível e
o impossível para adquirir as obras excelentes e famosas. Isso,
além de impedir que as mesmas fossem vendidas para o exterior,
contentava os amantes de belas-artes e também as pessoas em
geral.

No início, quem arranjava essas somas altas era, na maioria


das vezes, o Rev. Shibui Sôsai.

Naquela época, Meishu Sama ficava, normalmente, no


anexo da Sede Provisória do Bairro de Shimizu, localizado na
cidade de Atami. Próximo desse local, Rev. Shibui Sôsai havia
adquirido, já há algum tempo, uma casa que servia como sua
residência e ponto de difusão.

Nessas ocasiões, ou seja, quando alguém trazia e oferecia-


lhe obras de belas-artes de seu gosto, por volta das 20 horas,
Meishu Sama mandava chamar o Rev. Shibui Sôsai e consultava-o,
dizendo-lhe: “Hoje vieram oferecer-me excelente obra de arte,
mas...”

Se até chegava a chamar o Rev. Shibui Sôsai para consultar-


lhe sobre a aquisição de determinadas obras de arte, podemos
imaginar que, sem dúvida, tratava-se de obras de arte de alto valor.
Porém, por mais alto que fosse o valor da obra, o Rev. Shibui Sôsai
sempre procurava atender aos pedidos de Meishu Sama com toda
satisfação. Assim, para conseguir a soma necessária para aquisição
de obras, Rev. Shibui Sôsai saía viajando pelo interior e,
infalivelmente, entregava a soma prometida para Meishu Sama, até
a data estabelecida.

Por ser de noite, Rev. Shibui Sôsai sempre se encontrava já


vestido de quimono mas, quando era chamado por Meishu Sama,
apresentava-se à Sua frente sempre com um avental de sarja azul-
marinho. Sem qualquer distinção de serviço, seja ele oficial ou
particular, sempre ao apresentar-se diante de Meishu Sama, usava
o referido avental, a fim de não esquecer e conservar sempre o
espírito de Servir a Meishu Sama.

A dedicação material oferecida por Rev. Shibui Sôsai a


Meishu Sama era um fato jamais ocorrido na Igreja e o seu
montante era tão grande que nem conseguimos calcular. Por ser o
Rev. Shibui Sôsai uma pessoa que conseguia oferecer o seu Servir
de corpo e alma a Meishu Sama, praticou com toda alegria, como
se tudo aquilo fosse natural, mesmo as dedicações financeiras e
materiais que, como ser humano, achávamos estar fora dos limites.

Por exemplo, no ano de 1952, Meishu Sama adquiriu, por um


preço bem alto, a obra “Juka Bijin Zu” (beldades sob a sombra da
árvore, importante patrimônio cultural do Japão que pertence,
atualmente, ao Museu de Belas Artes MOA) que estava para ser
vendida para o exterior. E quem assumiu esse Servir também foi o
Rev. Shibui Sôsai. Nessa ocasião, o Rev. Shibui Sôsai não atuava
mais na linha de frente de difusão da Igreja, mas só ele conseguia
fazer esse tipo de Servir e mais ninguém.

Rev. Shibui Sôsai participou desse Servir vendendo um


terreno de sua propriedade, de 20 mil tsubo (66.200 m2), localizado
no sopé do monte ao oeste do Jardim das Ameixeiras, e entregando
essa grande soma nas mãos de Meishu Sama.

Mesmo em meio a grandes dificuldades, Rev. Shibui Sôsai


se empenhava ao máximo para conseguir obter o que Meishu Sama
solicitava, convicto de que aquilo que Meishu Sama necessitava ou
desejava era a própria Vontade Divina. Chegavam misteriosamente
às mãos do Rev. Shibui Sôsai patrimônios, riquezas, dinheiro e
artigos de valor. Os membros daquela época afirmam que Rev.
Shibui Sôsai era para a nossa Igreja um verdadeiro Daikoku-Sama
(uma dos sete divindades da fortuna e da felicidade que traz sorte e
riqueza).

(Traduzido em 5 a 17 de novembro de 1998. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor”, pág. 6 e 7)

Gratidão monetária (donativo)

O fato a seguir ocorreu entre 1945 a 1949. Naquela época,


um dos Servir mais difícil realizado no Solar da Montanha Preciosa
era a contagem de donativos trazidos do interior. Os diretores da
“Associação Miroku” reuniam-se mensalmente, no último dia do
mês, no referido Solar, e cada qual relatava ao Sôsai o resultado da
difusão pioneira e depois discutiam sobre o plano de viagem de
difusão do Sôsai para o mês seguinte. E depois, saíam para difusão
pioneira, carregando sacolão, feito especialmente para carregar
Imagens da Luz Divina, cheio de Ohikari, Imagens e Caligrafias.

Na volta, traziam mochilas cheias de donativos feitos pelos


membros. Por ser uma soma muito grande, mesmo recebendo o
relatório contábil, o responsável da contabilidade não conseguia
contar e tampouco aquele dinheiro todo cabia no cofre. Por isso,
passou-se a usar um pequeno aposento localizado nos fundos do
Solar da Montanha Preciosa. Ali, o procedimento era o seguinte:
tirando o dinheiro das mochilas, amontoava-o sobre a mesa.
Normalmente, a soma era de mais ou menos 5 a 6 milhões de ienes
mas, às vezes, chegava a ultrapassar os 10 milhões. Em seguida,
ordenavam esses dinheiros em maços. Cada maço com notas de
100 ienes perfazia tijolos empilhados. Os funcionários da Igreja
colocavam esses maços novamente nas mochilas e entregavam a
Meishu Sama.
Apesar desse trabalho todo, não ocorriam erros na contagem
de dinheiro e isso, se pensarmos baseados no senso comum, era
algo realmente enigmático, pois naquela época não tinha na Igreja
profissionais dessa área, como nos dias de hoje. Acreditamos que
isso ocorria porque os dedicantes, subalternos de Sôsai, se
empenhavam em servir com toda alegria e makoto (amor e
sinceridade) unicamente a Meishu Sama.

Certa vez, um membro perguntou ao Shibui Sôsai: “Com que


sentimento devemos oferecer nossa gratidão monetária (donativo)
a Deus?”

“Tudo que existe neste mundo pertence a Deus, por isso, o


que conseguiu obter através do trabalho, deve ficar com a parte
que for necessária para si e o restante devolver tudo para Deus;
esse é o procedimento correto” – respondeu ele.

Acreditamos que Sôsai possuía firme convicção a ponto de


ele mesmo conseguir oferecer tudo, acreditando firmemente:
“Sendo esse o sentimento com que devemos fazer a gratidão
monetária (donativo), Meishu Sama é a própria personificação do
Supremo Deus que salvará os três mundos: o Divino, o Espiritual e
o Material”.

Sôsai apenas comunicava o montante do donativo oferecido


pelos membros do interior e não ficava com nem um centavo
sequer.

Meishu Sama utilizava esses donativos para aquisições de


obras de belas-artes, de terrenos para construção dos Solos
Sagrados, para construções de edifícios, etc. Para aquisições ou
construções, por exemplo, do anexo da Sede de Associação
Miroku, da cidade de Odawara, da Unidade Século XXI (construção
que se localizava onde fica o atual edifício em frente à estação
ferroviária de Atami), do anexo da Sede Provisória do Bairro de
Shimizu, do Solar Daikan (casa onde fica o atual Soreisha, em
Hakone), do alojamento destinado aos membros Kounzan Dôjô
(alojamento Monte, Luz e Nuvem), da Sede Provisória do Bairro de
Sakimi, etc.

Na época, Sôsai, que já pensava em dar atenção à


educação dos filhos dos membros da Igreja, adquiriu também a
Escola de Segundo Grau Normal, na cidade de Odawara. Essa
aquisição ocorreu devido à solicitação de ajuda por parte do Diretor
daquela entidade que passava por dificuldades econômicas.

Em hipótese alguma Sôsai mostrava o seu aspecto religioso


e, pensando no futuro da Igreja, participou da administração
daquela escola. Porém, quando a administração da escola começou
a melhorar, foi surpreendido pela perseguição e, no meio do
caminho de sua concretização, a atividade de educação acabou
desmoronando.

Os donativos eram destinados ao uso e a aplicações


diversas, mas tudo isso serviu de importante base para o
desenvolvimento da Igreja e, também, o seu resultado é que está
servindo como alicerce econômico da atual Igreja.

(Traduzido em 17 a 19 de novembro de 1998. Livro: Biografia


de Shibui Sôsai “O Servidor de Deus”, pág. 8 a 10)

Preparativos para o estabelecimento da Igreja

O Rev. Shibui Sôsai adquiriu todos os terrenos que Meishu


Sama desejava obter.

Em 1948, quando Meishu Sama adquiriu o Hekiun-Sô (Solar


da Nuvem Esmeralda) quem viabilizou a verba foi o Rev. Shibui
Sôsai. Este era o anexo do Santuário..... E na época custou sete
milhões de ienes. No contrato constava um item deveras rigoroso,
dizendo que o mesmo caducaria se não fosse pago o valor total, em
dinheiro, e dentro do prazo de uma semana após a assinatura do
compromisso de compra e venda. Esse ponto deixou Meishu Sama
muito preocupado.

Por várias vezes, Ele frisou sobre isso ao Rev. Shibui Sôsai.

Como resposta, em apenas três dias, o Rev. Shibui Sôsai


entregou a Meishu Sama, em Tozan-Sô (Solar da Montanha do
Leste) da cidade de Atami, uma mochila grande e cheia de dinheiro.

Meishu Sama ficou deveras e profundamente emocionado


pela sua dedicação rápida, cheia de amor e sinceridade.

O Sr. Kyuhei Kaneko que, naquela época, servia próximo de


Meishu Sama, reproduziu o que Ele havia afirmado:

“Sr. Shibui, vou lhe dar o Solar da Montanha do Leste,


portanto, venha morar aqui.”

Dessa maneira, Meishu Sama ofereceu aquele Solar ao Rev.


Shibui Sôsai, que na época Ele usava-a como sua residência. Rev.
Shibui Sôsai residia naquela casa, por volta de dois a três meses,
mas depois, devido à inveja das pessoas e por outros motivos,
devolveu-a para Meishu Sama.

E para conhecermos, principalmente, a postura de dedicação


do Rev. Shibui Sôsai, feita do fundo do coração a Meishu Sama, o
fato relacionado à Sede Provisória do Bairro de Sakimi é ilustrativo
e muito interessante. Em 1949, a referida Sede localizava-se
próximo da estação ferroviária e do centro da cidade de Atami e, ao
incluir a montanha que ficava na frente, o terreno se tornava muito
grande.

O Rev. Shibui Sôsai tinha a intenção de construir ali, no


futuro, várias instalações da Igreja Miroku, mas resolveu construir
de imediato um alojamento e o local de descanso para os membros
da Associação Miroku. Porém, na época, vigorava uma lei de
controle de construção. A mesma não permitia que a construção de
uma casa fosse maior que 100 tsubo (331m2). Então, o Rev. Shibui
Sôsai comprou um restaurante na cidade de Hamamatsu e
alegando “transferência de construção”, começou a construir a
Sede Provisória do Bairro de Sakimi. Porém, quando a construção
já estava praticamente concluída, Meishu Sama disse:

“A Sede Provisória do Bairro de Shimizu já está apertada,


por isso, vamos usar esta casa como local de entrevista”.

Não sabemos se Meishu Sama já vinha alimentando tal


desejo, mas essa foi a Sua alegação. As pessoas que ali estavam
presentes ficaram perplexas com aquela inesperada palavra de
Meishu Sama.

No entanto, Rev. Shibui Sôsai aceitou de imediato e de bom


grado as Suas palavras e ficou muito feliz pelo fato daquela casa
ser utilizada para tal finalidade.

Todos ficaram emocionados pela atitude do Rev. Shibui


Sôsai que aceitou as palavras de Meishu Sama como Vontade
Divina, deixando de lado, por completo, a sua própria vontade.
Se, por ventura, o Rev. Shibui Sôsai tivesse o pensamento
de que aquela construção fosse dele ou da Igreja Miroku,
acreditamos que ele não aceitaria as palavras de Meishu Sama.

Porém, pela renúncia de sua própria vontade é que ele


conseguiu oferecer prontamente aquela construção a Meishu Sama,
em forma de Servir.

Porém, caso sua vontade tivesse prevalecido, ele estaria


pensando que tanto a construção como a Igreja eram suas, e
estaria também destruindo o seu próprio sentimento de dedicação
em relação a Meishu Sama de conseguir oferecer tudo,
empenhando-se o máximo. E nem poderíamos dizer que ele estaria
servindo verdadeiramente a Meishu Sama.
O Rev. Shibui Sôsai teve êxito em confecção de roupas e
diversas outras atividades e conseguiu obter uma imensa fortuna,
mas assim que conheceu Meishu Sama, ofereceu tudo em prol da
expansão da Obra Divina.

Ele não permitia o seu próprio luxo, não usava serviços


bancários, tais como depósitos bancários e, em hipótese alguma,
acumulava fortuna. Evitava, inclusive, o seguro de vida. Esse
procedimento estendia-se também aos seus familiares. Sem deixar
nenhum patrimônio, ofereceu tudo para a Obra Divina.

Mesmo quando ele encontrava-se purificando, o seu


pensamento estava sempre voltado para Meishu Sama. Até mesmo
os dedicantes que Serviam junto do Rev. Shibui Sôsai conseguiam
perceber claramente isso. Os dedicantes daquela época afirmaram
unanimente: “Esse era o ensinamento ‘sem palavras’ de Rev. Shibui
Sôsai.”

O fato a seguir ocorreu durante a construção do Solo


Sagrado da Terra Celestial, de Atami, nos últimos anos de vida de
Rev. Shibui Sôsai. Meishu Sama sempre visitava o local da obra e
manifestava agradecimento aos dedicantes pelos seus trabalhos.
Mesmo estando acamado, Rev. Shibui Sôsai percebia a situação
real do atraso da construção em relação à previsão e isso causava
“dores” no seu coração. Ele ficava preocupado e, triste, dizendo:

“Isso está acontecendo porque estão faltando fundos para a


construção na Igreja. Se eu fosse saudável poderia fazer alguma
coisa. “É realmente lamentável estar causando preocupações a
Meishu Sama”.

Porém, obter repentinamente grande soma de dinheiro não


era possível, uma vez que, naquela época, ele já havia se afastado
da frente da difusão. Mas, preocupado com aquela situação real de
dificuldades, ele pegou as caligrafias que havia ganho de Meishu
Sama em grande quantidade e estavam guardadas sem molduras,
em dois armários, e ofereceu tudo à Sede Geral da Igreja sob o
título “Oferecimento de Caligrafias”. Ele tinha plena convicção de
que, se oferecesse aquelas caligrafias aos membros, com toda
certeza Deus permitiria, infalivelmente, conceder o fundo necessário
para concluir aquela obra.

Rev. Shibui Sôsai era uma pessoa que viveu com plena
convicção de sempre colocar, em primeiro lugar, Meishu Sama e o
Servir, seja em quaisquer circunstâncias. Pela nobreza do
sentimento sincero do Rev. Shibui Sôsai, os dedicantes da época se
sentiam emocionados e gravaram no fundo de seus corações que o
alicerce da Igreja foi construído dessa forma.

Tudo isso era Obra Divina e significava que o Rev. Shibui


Sôsai, recebendo o poder e a inteligência de Meishu Sama,
realizava o Servir de acordo com a Vontade Divina.

(Traduzido em 19 de novembro a 09 de dezembro de 1998.


Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôsai – “O
Servidor”, pág. 11 a 14)

O pequeno Servir

Entretanto, o Servir do Rev. Shibui Sôsai a Meishu Sama não


se limitava aos grandes que há pouco referimos, tais como:
aquisição de terrenos para construção dos Solos Sagrados, de
objetos de arte e de imóveis para instalações em geral.

Por exemplo: mesmo durante o período da Segunda Guerra


e após a mesma, quem tomava providências dos ternos e das
camisas que Meishu Sama usava era o Rev. Shibui Sôsai. Meishu
Sama gostava de roupas de cores puxadas para o marrom. Um dos
servidores de Meishu Sama afirmou que o Rev. Shibui Sôsai
sempre ficava muito feliz, como se fosse sua própria felicidade,
quando observava a fisionomia de alegria de Meishu Sama.
O fato a seguir ocorreu por volta de 1954. Naquela época,
Meishu Sama morava em Atami, no Hekiun-Sô (Solar da Nuvem
Esmeralda).

Certo dia, por volta das 23 horas, telefonaram daquele Solar


para residência do Rev. Shibui Sôsai:

“Meishu Sama disse que, no jantar de amanhã, deseja


comer karêraisu, do Restaurante Nakamuraya, (localizado no Bairro
Shinjuku, em Tóquio); por isso, gostaria que o referido prato, na
porção de suas pessoas, fosse entregue aqui amanhã até às 18
horas. Diga que é para Okada, da cidade de Atami”.

Nesse dia, o Rev. Shibui Sôsai encontrava-se com a esposa


no Hôzan-Sô (Solar da Montanha Preciosa), no bairro de
Kaminoguê (em Tóquio) e ele ficou sabendo pelo telefone que
recebera de sua residência, de Atami, o pedido feito por Meishu
Sama.

Justamente naquele dia, os meios de transporte, como trem,


ônibus, metrô, etc., estavam paralisados devido à greve geral.
Desta feita, se não tomassem providências rápidas, não
seria possível entregar aquele prato dentro do prazo solicitado. A
situação era realmente desesperadora, mas o Rev. Shibui Sôsai
disse:

“Já que Meishu Sama quer comer aquele prato, devemos


fazer o possível e o impossível para que o mesmo chegue a Ele. Eu
vou de táxi até o bairro Shinjuku.”

Assim, quatro pessoas, incluindo o Rev. Shibui Sôsai, saíram


do bairro Kaminoguê e se dirigiram para o bairro Shinjuku. A
distância entre os dois bairros era mais ou menos grande e ele
sabia que, por causa da greve, o trânsito não estaria normal e que
teria que enfrentar congestionamentos. Porém, nas entrelinhas de
suas palavras, percebia-se claramente a sua convicção:
“Se tivermos makoto (sentimento sincero, de obediência e
amor) seremos, infalivelmente, merecedores de graças.”

Depois de muito custo, finalmente chegaram ao Restaurante


Nakamuraya e, sem demora, fizeram o pedido ao proprietário:

“Estamos aqui sob as ordens do Sr. Okada, de Atami. Por


favor, prepare karêraisu para duas pessoas, para viagem.”

Mas, naquele dia, infelizmente a parte da cozinha que


preparava aquele prato estava em descanso. Mas, ao explicar
detalhadamente o motivo ao proprietário e pedindo-lhe
encarecidamente, ele disse:

“Está bem, vou preparar especialmente para os senhores,


mas, por favor, esperem por três horas.”

A espera por três horas era longa, o que incitava olhar


sempre para o relógio e, em atitude de prece, rogar para que não
ocorresse o atraso. O que não era nada fácil era ficar pela rua, sem
nenhum objetivo e à deriva, esperando o tempo passar. Finalmente,
a greve terminou. Dentro do tempo previsto, o karêraisu, aquele
prato tão ansiosamente esperado, ficou pronto. Então, sem demora,
uma das pessoas pegou a comida e partiu “voando” com destino a
Atami. As demais observavam a partida do portador, em atitude de
prece, desejando que ele conseguisse chegar a tempo e sem
atraso, antes mesmo da hora marcada.

Felizmente, o prato chegou praticamente em cima da hora.

Observando o espírito do Rev. Shibui Sôsai que procurava


vencer todas aquelas situações difíceis para corresponder à
vontade de Meishu Sama e a sua postura de manifestá-lo
pessoalmente, será que seríamos capazes de rir sobre aquela
situação dizendo que ele fez tudo aquilo simplesmente por um prato
de carê? Mesmo para servir um simples prato de carê, Rev. Shibui
Sôsai colocava todo o seu sentimento de amor para Servir a Meishu
Sama.

Não existia nem melhor e nem pior no Servir a Meishu Sama,


pois qualquer serviço prestado a Ele significava Servir a Deus.

(Traduzido de 09 a 10 de dezembro de 1998. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai “O Servidor”, pág. 15 a 16).

Oferecer tudo

A decisão do Rev. Shibui Sôsai de oferecer tudo a Meishu


Sama torna-se evidente quando observamos o Servir realizado
concretamente a Meishu Sama. No dia-a-dia, o Rev. Shibui Sôsai
dizia que as palavras de Meishu Sama eram a voz de Deus e que
sempre, em qualquer situação, seguia e praticava-as
obedientemente. Entretanto, falar é fácil, mais agir é muito difícil.

Será que uma pessoa comum conseguiria chegar a esse


ponto de conciliar as palavras e as ações?

A respeito disso, o exemplo típico é o Servir monetário do


Rev. Shibui Sôsai. Desde jovem, ele foi bem sucedido nos negócios
e, além do capital, possuía vários terrenos centralizados na região
de Kansai (Kyoto e Ossaka). Todos esses patrimônios ele foi
doando sucessivamente a Meishu Sama.

O Rev. Shibui Sôsai seguiu ao pé da letra a frase “oferecer


tudo”. Por exemplo, na época do seu ingresso na Igreja, colocou os
seus patrimônios em dia e ofereceu-os sucessivamente a Meishu
Sama.

Inicialmente, liquidou algumas casas que havia alugado


localizadas em Kashiwagui, no bairro Shinjuku, e depois, liquidou o
terreno projetado para construção do anexo de Namada, da linha
naval expressa para cidade de Oda, e o recurso obtido ele ofereceu
a Meishu Sama. Também, mesmo em relação às viagens de Meishu
Sama, ele vendia outras casas alugadas e cobria as despesas.

Por que será que ele conseguia fazer esse tipo de Servir?

Existe a própria palavra do Rev. Shibui Sôsai que nos


esclarece o seu pensamento a respeito da dedicação ou servir
monetário. Ele disse o seguinte ao Sr. Sakae Iwamatsu4, que havia
ingressado na Igreja, há pouco tempo:

“Atualmente o Sr. não está passando por dificuldades na


vida, mas isso acho que é graças à herança recebida. Desde que a
pessoa possui esses tipos de bens, Deus não concede benefício
monetário. Esse tipo de herança, geralmente, possui ódio, inveja e
ressentimento das pessoas. Por isso, devemos destiná-la para a
Obra Divina de salvação do mundo ou para atividades puras que
contentam as pessoas. Assim procedendo, jamais Deus deixa
essas pessoas passarem por situações difíceis.”

Entretanto, antes de mais nada, devemos estar cientes de


que o Rev. Shibui Sôsai não agia de forma premeditada, pensando
apenas no lucro:

“Jamais passarei por dificuldades financeiras se for útil à


Obra Divina oferecendo todos os bens que possuo.”

O comportamento de fazer as coisas pensando no retorno


não é Servir. O Rev. Shibui realizava o Servir pensando apenas em
ser útil a Meishu Sama e acreditando n’Ele. Para o Rev. Shibui
Sôsai, Meishu Sama era uma pessoa que merecia todo o seu
Servir, mesmo abandonando todas as suas coisas.

4
Falecido – Revmo. Sakae Iwamatsu
O sentido do Servir que o Rev. Shibui Sôsai oferecia a
Meishu Sama está expressa claramente nesta frase concisa:
“oferecer tudo”. No termo “tudo”, obviamente, não existe limite.

Trata-se de uma conduta do Rev. Shibui Sôsai que, como


resultado de sua clara decisão, apostou tudo de si no oferecimento
ou não de tudo que possuía para a pessoa que se devotara. A
postura de inúmeros Servir prestado pelo Rev. Shibui Sôsai a
Meishu Sama é para nós um grande modelo de fé.
(Traduzido de 11 a 14 de dezembro de 1998. Livro: Biografia
do Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor”, pág. 16 a 18)

Não se precipite, não se irrite e não seja negligente no seu


trabalho

Tornar-se ministro integrante, na época em que o Rev. Shibui


Sôsai atuava ativamente, não significava obter um posto na Igreja,
mas sim a permissão de Servir através do desígnio Divino.

Ele sempre ensinava isso às pessoas de convívio ao seu


redor.

Os fatos a seguir referem-se àquele período e são assuntos


extremamente interessantes.

O presente fato se relaciona ao Sr. Koji Nakane. Em 1950,


quando o Sr. Nakane se empenhava ao máximo na difusão
pioneira, desejando tornar-se ministro integrante, sua mãe foi
acometida, repentinamente, de derrame cerebral e acabou
falecendo antes de completar um dia. Assim sendo, durante a
reunião familiar realizada após a cerimônia de enterro, Nakane
sofreu injúrias e sérias críticas a respeito da fé, por parte de seus
parentes. Disseram que ele havia deixado sua mãe morrer sem ao
menos submetê-la ao exame médico e que, mesmo sem trabalhar,
doava dinheiro e até mesmo o arroz para a Igreja.
Desta feita, sem demora, Nakane procurou o Rev. Shibui
Sôsai no Solar da Montanha Preciosa e, relatando-lhe o fato
ocorrido, solicitou a sua orientação, no que se refere ao seu
doravante procedimento. Mas o Rev. Shibui pediu a ele que
primeiramente expusesse o seu pensamento.

“Fui salvo da tuberculose e na radiografia não mais apareceu


a mancha. O Johrei, além de curar as doenças, dizima-as por
completo e, livrando as pessoas de sofrimentos como doença,
pobreza e conflito, permite que as pessoas gozem de alegria,
saúde, riqueza e paz. Portanto, gostaria de continuar servindo, com
alegria e ardente desejo, na concretização do ideal de Meishu
Sama, que é a construção do Paraíso Terrestre” – respondeu
Nakane.

“Então, venha participar do aprimoramento, mas não precisa


trazer nada, está bem? “

Assim, o Rev. Shibui dirigia ao Nakane palavras calorosas e


concedia-lhe apoio e orientações.

Naquela época, as pessoas só podiam participar do


aprimoramento de dez dias doando 15 quilos de arroz e uma
contribuição de 2.000 ienes.

Com o objetivo de solucionar as purificações das pessoas


que encaminhamos é que oferecemos assistências. Quanto maior a
dificuldade significa que o relacionamento entre ambos5 na vida
passada era mais estreita e, nesta vida, nasceram na relação entre
mestre e discípulo. Portanto, podemos observar que tanto a
civilidade como a ordem são de fato rigorosas – ensinou-lhe o Rev.
Shibui Sôsai.

Prosseguindo, afirmou: “Quem está prestando Servir a Deus


hoje, na realidade, nas vidas passadas, era construtor da Era da
5
NT: do encaminhador e do encaminhado
Noite, de geração em geração. Ou seja, no sentido espiritual,
atuaram gerando muitas máculas. E, desta vez, ao nascer na Era
do Dia e sendo permitido Servir a Deus, passam a resgatar aquelas
máculas; por isso, ocorrem purificações severas. O sistema está
constituído de tal forma que o indivíduo obtém a elevação espiritual
à medida que recebe purificações do seu espírito e vai
solucionando um a um os seus problemas. Por isso, as purificações
são severas, mas quando conseguimos solucioná-las, a nossa
alegria também é proporcionalmente grande. Existem fatos
penosos mas, em meio a fatos penosos, também ocorrem,
infalivelmente, fatos felizes. O aprimoramento ocorre em meio a
repetições de fatos penosos e felizes, portanto, empenhe-se
firmemente sem que seja derrotado pelas purificações.”

E, quanto mais experiência desse tipo tiver, no futuro, elas se


tornarão em grandes forças. Para tanto, é preciso que pratiquem os
três mandamentos: Não se precipite, não se irrite e não seja
negligente no seu trabalho. Foram essas as palavras de incentivo
do Rev. Shibui ao Nakane.

E disse-lhe, ainda:

“Você disse que os seus parentes disseram que você havia


causado vergonha aos seus antepassados, mas isso ficará claro
quando eles forem ao Mundo Espiritual. Os antepassados ficam
deveras orgulhosos quando, entre os seus descendentes, surgem
pessoas que se empenham em Servir a Deus. Na salvação através
da Religião, existem a amplitude e a profundidade; por isso,
empenhe-se firmemente no Servir, aceitando com sentimento de
gratidão e sentindo orgulho de se tornar “servidor de Deus” (Min.
Integrante). Em suma, o fato de tornar-se “servidor de Deus” não
significa estar escolhendo uma profissão para poder comer. Devido
à sua afinidade e missão é que a pessoa é escolhida e conduzida,
como elemento que se encarrega do Servir na Obra Divina. Por
isso, é importante encararmos os trabalhos penosos, que
detestamos fazer e que nos causam sofrimentos, sem fugirmos dos
mesmos.”

Assim, colocando-se na posição de Nakame, o Rev. Shibui


Sôsai explicou sobre o Servir, de forma compreensiva.

Nakane tinha o pensamento firme de que, para tornar-se


“servidor de Deus” (Min. Integrante), não podia continuar mantendo
o espírito de um assalariado.

O fato a seguir ocorreu na época em que o Nakane havia


recebido permissão de se aprimorar no Solar da Montanha
Preciosa. Certo dia, o Rev. Shibui Sôsai e alguns diretores
praticavam Johrei num ambiente de atmosfera apaziguadora. O
Nakane, que também estava presente no recinto, aproveitou a
oportunidade e fez a seguinte pergunta ao Reverendo:

“De que maneira será que posso atrair tanta gente, como
acontece na Igreja Miroku-kai?”

Então, o Reverendo Shibui devolveu-lhe uma outra pergunta:

“Como você pensa a respeito de Meishu Sama?”

“Acho que Ele é uma pessoa que, mesmo oferecendo a


minha própria vida, ainda será insuficiente.”

Ao ouvir isso, o Rev. Shibui disse, em seguida:

“Se está resoluto a esse ponto, a conversa será mais fácil,


mas o que vem a ser “oferecer a própria vida a Meishu Sama”?”

Nakane se viu em apuros com essa pergunta. Então, o Rev.


Shibui transferiu a pergunta para o Yuzo Okada, que na época era o
seu servidor na Igreja Hôssei:
“E o senhor, Sr. Okada, o que acha?”

“É, às vezes, ao ministrar Johrei numa pessoa que está


purificando, temos que apostar a nossa própria vida. Mas, se nos
empenharmos com sentimento sincero, apostando a nossa própria
vida, podemos salvar a pessoa através do Johrei fazendo com que
aflore nela o sentimento sincero, através do nosso próprio
sentimento sincero, e que ela ofereça esse sentimento a Meishu
Sama. Assim sendo, a gente fica numa posição nula. Acho que é
isso...”

O Rev. Shibui concordou com essas palavras do Sr. Okada e


prosseguiu:

“É verdade. Acho que isso vem a ser “entregar a vida a


Meishu Sama”. Formar pessoas que oferecem sentimentos
sinceros a Meishu Sama apostando a sua própria vida. Esse é um
ponto muito importante para os servidores de Deus. Não temos
mais nada, além disso. O servidor de Deus não pode se tornar
artesão de Johrei e, tampouco, artesão de religião. Nós somos o
Modelo. Como oferecemos o sentimento sincero a Meishu Sama,
também formam-se entre os membros pessoas que passam a
oferecer a Meishu Sama o sentimento sincero. Por mais hábil que
seja a pessoa na fala, se as suas palavras não estiverem baseadas
na prática, as pessoas deixarão de seguir.”

Em suma, o servidor de Deus (Min. Integrante) não deve


realizar trabalhos e atividades tal qual um assalariado. Deve formar
pessoas que oferecem, sem arrependimento, sentimento sincero a
Meishu Sama. Achamos que o Rev. Shibui Sôsai queria dizer-nos
que isso era o mais importante.

Finalizando, o Rev. Shibui complementou:

“O que quer que a pessoa esteja fazendo, Deus e Meishu


Sama estão observando. Eles ficam olhando com toda atenção e só
aceitam o verdadeiro sentimento sincero. Aparentemente, pode
parecer que esteja realizando o Servir da forma mais perfeita, mas
se existir o sentimento de negligência no interior da pessoa, jamais
se frutificará. Entretanto, não devemos nos tornar inflexíveis, pois
as pessoas com quem lidamos também poderão sofrer essa
influência.”

Raramente o Rev. Shibui explicava dessa maneira, com


palavras, sobre o significado do Servir. Antes, ele manifestava com
atitude e, na maioria das vezes, ensinava com sua própria postura.
Já foi dito anteriormente a respeito do Rev. Shibui sobre o seu
procedimento de usar sempre o avental diante de Meishu Sama.
Esta é a história da senhora Horigome Etsuko.

Ela dizia:

“Acho que todos tiveram a mesma impressão, mas ao


relembrar hoje e falando claramente, o Rev. Shibui não era um bom
palestrante. Por exemplo, sobre o que ele dizia durante a palestra
do Culto Mensal nenhuma impressão ficava gravada em nossos
corações. Além disso, o que ele dizia não era coerente. Mesmo
assim, quando terminava sua palestra, os participantes se sentiam:
“Realmente, precisamos Servir”. Isso acontecia porque o Rev.
Shibui era uma pessoa completamente desinteressada e se
entregava no Servir a Deus e Meishu Sama.”

Entretanto, podemos afirmar que essas palavras da senhora


Horigome são contraditórias. Sendo ele um mau palestrante, como
será que conseguia fazer com que as pessoas sentissem vontade
de Servir?

Segundo a senhora Horigome, o Rev. Shibui jamais usava o


termo kenkin (donativo ou contribuição monetária). Mesmo assim,
ao ouvir suas palavras, as pessoas sentiam vontade de oferecer
toda a soma que havia na carteira; caso não oferecessem, teriam
prejuízos ou deixariam de realizar algo de suma importância.
Logo após o término da Segunda Guerra, era uma época de
dificuldades incalculáveis devido ao grande atraso nos pagamentos
de salários. Mesmo assim, era freqüente as pessoas oferecerem
tudo como donativo, ficando apenas com o dinheiro de passagem
de volta para casa.

“Na verdade, o que será que foi aquilo?” - relembra hoje a


senhora Horigome. Conseqüentemente, o que se pode entender é
que a postura do Rev. Shibui de Servir Meishu Sama com espírito
desinteressado e entrega total de corpo e alma sacudia e
despertava a alma dos membros. Pois o seu Servir não era um
Servir incompleto e limitado, mas feito com postura perfeita.

Podemos entender que nas palavras do Rev. Shibui estavam


alojadas um poderoso espírito da palavra que fazia mover as
pessoas.

A senhora Horigome, que recebeu orientação direta do Rev.


Shibui, afirmou:

“Sinto que fui orientada através de uma força que se


manifestava pelo corpo todo do Rev. Shibui.”

Hoje, mesmo tentando compreender o Rev. Shibui de várias


formas, sobrepondo a nossa interpretação, as inúmeras pessoas
que tiveram contato direto com o Rev. Shibui guardam nas
profundezas de seus corações, como experiências de fé, a
existência do Reverendo. Mas hoje estamos impossibilitados de nos
encontrar ou contatar diretamente com o Reverendo Shibui Sôsai.
Assim sendo, ao invés de procurarmos a nossa própria
interpretação, será que antes não seria conveniente estudarmos as
suas práticas concretas e, aprendendo de forma precisa, fazermos
ressurgir em nossos corações a maneira de ser do Rev. Shibui, que
realmente foi uma pessoa praticante? Dessa maneira, será possível
aprendermos o verdadeiro sentido do Servir ensinado pelo Rev.
Shibui e, também, ressuscitá-lo dentro do nosso trabalho de
transformação deste mundo em Paraíso.

(Traduzido de 16 a 29 de dezembro de 1998. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 18 a 25)
PARTE II

O PODER DO JOHREI MINISTRADO PELO REV. SHIBUI SÔSAI

Aprendendo com o Revdo. Shibui Sôsai

O poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui Sôsai era


realmente muito forte. A respeito disso, as pessoas que receberam
Johrei do Rev. Shibui têm afirmado unanimemente. Mesmo sendo
doenças graves que os seus discípulos não davam contas, muitas
vezes, através do Johrei ministrado pelo Reverendo Shibui, a cura
completa se processava em questão de alguns segundos ou
minutos.

Até o seu encontro com Meishu Sama, o Rev. Shibui havia


ingressado em uma Associação de Esclarecimentos a fim de buscar
a fé. Porém, não se limitava apenas aos aprimoramentos dessa
Associação; diariamente, por iniciativa própria, tomava banho na
água fria, ia descalço fazer suas orações no Santuário e sempre
praticava banho na cachoeira. Dessa maneira, parece que no dia-a-
dia ele já procurava o seu próprio desenvolvimento espiritual,
polindo a sua alma. Não resta dúvida de que esses aprimoramentos
realizados antes do ingresso à nossa Igreja foram para ele
amplamente úteis nos momentos da prática de Johrei. E não se
limitando a isso, ele manifestava também extraordinário poder, tais
como o de ler os pensamentos das pessoas e o de prever os
acontecimentos.

As pessoas sabiam, há muito tempo, que Meishu Sama


havia ministrado Johrei numa pessoa enferma em estado grave,
emitindo Luz pela testa. Mas desde a época inicial dos Tratamentos
realizados no Bairro Shinjuku, de Tóquio, também o Rev. Shibui
realizava inúmeras curas, emitindo Luz pela testa. Esta é uma
prática que pode ser feita só pelas pessoas que estejam
manifestando capacidade espiritual de elevado grau. Dizem que o
Rev. Shibui ministrava Johrei pela testa emitindo Luz só nas
enfermidades em que os locais de ministração de Johrei já eram
definidos, tais como nos casos de problemas graves de visão, de
furúnculos, de hemorróidas, etc. O número de episódios
relacionados ao poder de Johrei do Rev. Shibui é muito farto, mas
de que forma será que ele tomava medidas em relação a inúmeros
casos? Para isso, é necessário recordarmos cada caso
concretamente.

Entretanto, acredito que, não se limitando apenas aos casos,


precisamos nos preocupar também com as orientações dadas pelo
Reverendo aos seus discípulos durante a prática de Johrei. O Rev.
Shibui não deixou escrito praticamente nada sobre assuntos
relacionados a si mesmo; por isso, reconhecendo os exemplos
vivos como “Palestras sobre Johrei”, sinto que precisamos
aprender, uma vez mais, sobre o Johrei praticado pelo Rev. Shibui.

(Traduzido no dia 21/01/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui


Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 26 e 27)

O diagnóstico pelo telefone

A força do Johrei do Rev. Shibui era tão grande que uma


pessoa comum nem conseguiria imaginar. Era sempre visível a
diferença da força de seu Johrei em relação aos demais discípulos
de Meishu Sama.

Um membro, que passava por uma purificação severa, foi


trazida às pressas ao consultório de Shinjuku. Isso aconteceu já no
final do ano de 1944. Nessa época, Meishu Sama já havia mudado
para a cidade de Atami e o Rev. Shibui residia no Solar da
Montanha Preciosa, do bairro Setagaya, Kaminogue. Apesar de
vários Johrei ministrados com empenho pelos seus discípulos que
residiam no bairro Shinjuku, o resultado não era satisfatório. Assim
sendo, resolveram comunicar o fato ao Rev. Shibui que se
encontrava no Solar da Montanha Preciosa. Depois de explicar o
estado do enfermo, o discípulo perguntou:
“Reverendo, como e onde será que devemos ministrar-lhe o
Johrei?”

Depois de alguns segundos de silêncio, o Rev. Shibui disse


apenas:

“Sem se importar com dificuldades, traga-o até aqui.”

Por se tratar de uma época de guerra, não podiam usar


carros livremente.

Com a ajuda e esforço de todos, carregando o enfermo nas


costas, finalmente, conseguiram chegar ao Solar da Montanha
Preciosa onde se encontrava o Rev. Shibui. Ele, ao ver o estado do
enfermo, disse:

“É, realmente. Esse é um caso ainda muito difícil para vocês.


Àquela hora, quando vocês me ligaram, já sabia o estado do
enfermo; por isso, pedi o impossível para trazê-lo até aqui.”

Dizendo assim, ele começou a ministrar Johrei


imediatamente. Conseqüentemente, com um único Johrei, a febre
cedeu e a doença sarou de forma rápida e por completo.

Só ele; outras pessoas não conseguiam imitar. O próprio


Rev. Shibui reconhecia que o seu Johrei era de grande poder e que
o de pessoas normais nem chegava perto.

Essa força que o Rev. Shibui possuía não se limitava apenas


para ministrar Johrei nas partes enfermas do corpo. Ou seja, o
Reverendo possuía o poder de captar rapidamente o sintoma da
pessoa enferma que se encontrava no outro lado da linha telefônica
e, através da intuição, perceber em qual parte do corpo deveria
ministrar Johrei e concomitantemente o poder de tomar decisão
precisa em relação ao procedimento para manifestar uma força
intensa no Johrei. Por isso, felizmente ele conseguia manifestar
força intensa no Johrei.

(Traduzido de 21 a 22 de novembro de 1999. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 27 a 29)

A salvação do discípulo

O presente é um fato notório que ocorreu logo após o


término da Segunda Guerra. O Rev. Hideyoshi Oonishi, que na
época era secretário do Rev. Shibui e, posteriormente, diretor da
nossa Igreja, certo dia foi acometido de ataque cardíaco no Solar da
Montanha Preciosa. Esse fato consta de forma detalhada no livro
intitulado “As recordações do papai”, escrito pelo primogênito
Yoshimaru, filho do Rev. Shibui, portanto vamos apresentar a seguir.

Este é um fato que se sucedeu por volta dos anos de 1946 a


1947. Na época, o Sr. Oonishi sofria de bronquite crônica e o
ataque ocorria anualmente, por uma ou duas vezes. Nessas
ocasiões, geralmente ele ficava acamado por uma semana e, às
vezes, até por um mês.

Desta vez, também, não podia acompanhar o meu pai, pois


havia sofrido ataque e se encontrava acamado.

Todos os meses meu pai fazia plano de ida às igrejas de


acordo com o desejo dos diretores da Igreja e, baseado no mesmo,
realizava difusão por todo o país. Numa dessas ocasiões, ele já
estava regressando, após cumprir suas programações. No caminho
de volta, recebeu um comunicado de Meishu Sama e, ao invés de
voltar para Tóquio, teve que ir diretamente a Atami.

Durante essa ausência do reverendo, o Sr. Oonishi, que


estava acamado, foi acometido, repentinamente, de forte ataque
cardíaco, justo no dia em que o reverendo havia programado para
voltar.
Naquela época, os reverendos, diretores da “Associação
Miroku”, como disse anteriormente, cada qual era responsável por
uma determinada área de difusão e, paralelamente à programação
de ida à área do meu pai, realizava suas atividades de difusão. No
final do mês, eles retornavam ao Solar da Montanha Preciosa que,
na época, era a Sede Central.

Naquele dia, também, eles já haviam terminado suas


programações e retornado ao Solar, antes de meu pai. Assim
sendo, ministravam Johrei ao Sr. Oonishi, que havia sofrido ataque
cardíaco. Com o Johrei dos diretores, a purificação havia
melhorado, mas, na parte da tarde, foi se agravando novamente.

Entretanto, achavam que não haveria problema, pois meu


pai, ao voltar de Atami ainda naquele dia, ministraria Johrei a ele.
Porém, a conversa entre Meishu Sama e meu pai se estendeu até
tarde da noite e ele teve que pernoitar em Atami. Essa comunicação
da alteração de programação chegou tarde da noite no Solar. Um
dos diretores que estava de plantão e que recebeu a referida
comunicação pelo telefone ficou indeciso se deveria ou não
comunicar o estado de saúde do Sr. Oonishi. Ele imaginou que
aquela mudança repentina da programação do Reverendo Shibui
era para Servir Meishu Sama, por isso, se comunicasse o estado de
saúde do Sr. Oonishi ao Reverendo, ele ficaria preocupado e
poderia atrapalhar o seu Servir a Meishu Sama e isso era
inadmissível.

E, pelo estado em que se encontrava o enfermo, ele achou


que não haveria nenhum problema em esperar até o retorno do
Reverendo; bastaria que passasse o relatório na hora que ele
voltasse. Tomou essa decisão rapidamente e desligou o telefone
sem comunicar sobre o estado de saúde do Sr. Oonishi.

Assim, vários diretores ministravam-lhe Johrei a noite toda


sem dormir. Naquela noite, a atmosfera do Solar da Montanha
Preciosa era pesada devido às preocupações em relação ao estado
de saúde do Sr. Oonishi. No entanto, mesmo com o amanhecer do
dia, o seu estado de saúde não apresentou melhoras. Ao contrário,
houve o agravamento e não se podia mais deixar naquela situação.
Foram tomadas providências imediatas no sentido de solicitar
ligação telefônica para Atami a fim de receber, do meu pai, as
devidas orientações.

Porém, as condições telefônicas pós-guerra eram tão


precárias, inimagináveis nos dias de hoje.

Na época, além dos telefonemas urbanos, usava-se o


sistema via telefonista. Ligações para as cidades de Atami ou de
Hakone, quando demoradas, levava-se de duas a três horas, e isso
era normal.

Quando, finalmente, conseguiu-se a ligação para o Solar da


Montanha do Leste, localizado em Atami, meu pai já havia
terminado o seu Servir a Meishu Sama e já estava a caminho de
volta para Tóquio.

Se se soubesse o horário que ele havia saído de Atami,


obviamente era possível saber a hora de sua chegada ao Solar da
Montanha Preciosa. Mas, como não se sabia, foi solicitado
imediatamente a um dos servidores para que ele fosse à estação
ferroviária buscar o meu pai. Mesmo chegando à hora prevista, meu
pai e sua comitiva não chegavam. Enquanto isso, no Solar da
Montanha Preciosa, os reverendos-diretores continuavam
ministrando Johrei ao enfermo com todo o empenho, mas, no final,
entrou em estado grave, a cor de sua fisionomia começou a ficar
escura, como se ele estivesse próximo da morte.

Ao estado dessa ocasião, no livro intitulado “Meishu Sama e


os Precursores”, está registrado:
O seu sofrimento era intenso, a sua fisionomia se
apresentava pálida, a respiração ofegante e com dores atrozes
contínuas; por isso, alguém disse:

“Ele já está correndo risco de vida. Vamos chamar a sua


esposa!”
As pessoas que ministravam Johrei no aposento onde se
encontrava o enfermo abaixaram suas mãos envolvidas naquela
atmosfera de uma situação séria em que as pessoas diziam:

“Precisamos chamar o médico! A esposa dele ainda não


chegou!”

Do Solar da Montanha do Leste de Atami, recebemos a


comunicação de que meu pai iria, na volta, passar por um outro
lugar, mas não sabiam exatamente onde, o que, naquele momento
era o assunto principal. Mesmo assim, revezando, os dedicantes
aguardavam na estação ferroviária a volta do meu pai. Os
dedicantes e numerosos membros, juntos, faziam pedido de prece
diante do Altar do Solar da Montanha Preciosa. Entretanto, o seu
estado de saúde foi se agravando cada vez mais, a ponto de quem
quer que o visse, dizer que já estava em estado de coma. No
recinto do Solar da Montanha Preciosa o clima era tão tenso que as
pessoas tomavam cuidado até mesmo para respirar ou falar alto.

Foi nesse momento que chegou o dedicante, que havia ido


buscar o Rev. Shibui na estação ferroviária. Como que quebrando a
tensão que ali reinava, comunicou a volta do meu pai em tom bem
alto que até chegou a ecoar pelo interior do Solar:

“O Reverendo chegou!”

Meu pai disse que havia apressado a volta, por ter tido um
pressentimento. Ele disse que, na estação ferroviária, o dedicante
que havia ido buscá-lo tinha contado a respeito do estado de saúde
do Sr. Oonishi; por isso, para percorrer uma distância entre a
estação e o Solar que geralmente ele gasta em torno de 4 a 5
minutos, mesmo com aquele corpo enorme, ele conseguiu chegar
até o hall de entrada do Solar em cerca de apenas dois minutos. Ele
se dirigiu apressadamente ao aposento onde se encontrava o Sr.
Oonishi e imediatamente iniciou o Johrei. Quase todas as pessoas
que estavam naquele momento no Solar acompanharam o meu pai
ao aposento onde se encontrava o enfermo e ficaram observando o
seu Johrei. As pessoas ao redor sequer perceberam que meu pai
havia entrado naquele aposento sem tirar os calçados. Apenas
observavam atentamente a postura de ministração de Johrei do
meu pai e a fisionomia do Sr. Oonishi.

Então, dentro de dois a três minutos, aquela fisionomia, que


mostrava tanto sofrimento e presságio de morte, começou a
enrubescer e a respiração curta e ofegante foi se normalizando.
Depois de alguns minutos de Johrei, tanto a cor da fisionomia
quanto a respiração, já haviam voltado, praticamente, ao normal. A
essas alturas, o próprio enfermo já conseguia se expressar:

“Estou melhor!”

Não sei se o seu desejo era de agradecer o Johrei, mas de


repente ele tentou levantar-se. Então, o meu pai disse-lhe:

“É melhor não se esforçar.”

Ao encerrar o Johrei, apalpou levemente o corpo do Sr.


Oonishi. As pessoas que se encontravam ao redor observando com
tensão respiraram aliviadas e ficaram admiradas pela postura
correta do Sr. Oonishi que, apesar de se encontrar em purificação,
se mostrou cortês. Entre eles, pegando as mãos uns dos outros,
diziam:

“Que bom! Que bom!”


As jovens chegaram até a chorar de emoção. A pessoa que
estava ao lado do meu pai mandou que se trouxesse jornal velho e
tirou os sapatos do meu pai para evitar que sujasse com terras o
tatami (esteiras que se usam no interior de casas japonesas). Foi
nesse momento que as pessoas ao redor ficaram sabendo que meu
pai havia entrado correndo no aposento, sem tirar os sapatos.

Sem querer, meu pai deixou escapar:

“Se demorasse mais dois ou três minutos, ele corria risco de


vida.”

As pessoas que se encontravam ao redor, ao mesmo tempo


em que sentiram tranqüilidade, sentiram também emoção pela
postura do Reverendo, que entrou correndo sem tirar os calçados.
Imaginamos que cada qual ali presente entendeu a importância de
salvar as pessoas. Lembro-me nitidamente que um dedicante jovem
limpava cuidadosamente as sujeiras do corredor, deixadas pelos
sapatos, como se aquelas sujeiras fossem algo deveras importante.
O desejo do Reverendo de ministrar Johrei ao Sr. Oonishi o quanto
antes é que, creio eu, fez com que ele, inconscientemente, entrasse
ao aposento do enfermo, sem tirar os calçados. Em condições
normais, mesmo que seja em circunstâncias como, por exemplo, na
hora da morte de seus pais, acho que a pessoa jamais entraria no
aposento de sapatos. Creio que poderão compreender, através
desse fato, o quanto o reverendo estava preocupado com o estado
de saúde do Sr. Oonishi. Assim, o estado de enfermidade do Sr.
Oonishi se estabilizou e meu pai se dirigiu para o seu aposento
dizendo que iria voltar mais tarde. Durante o percurso, ele disse,
rindo, aos diretores que o acompanhavam:

“Desse jeito, parece que preciso dar aos senhores,


novamente e desde o início, o “Curso de Iniciação.”

Depois de alguns momentos, ouvia-se do aposento contíguo:


“Será que o nosso Johrei não faz efeito?”

“O poder de johrei dos discípulos não chega a ser a metade


do Mestre e, conseqüentemente, o poder do senhor é especial e o
nosso é diferente.”

Ainda lembro-me bem que ouvi aquelas conversas como


base para doravante reflexão.

Naquela noite, meu pai foi ao quarto do Sr. Oonishi, por duas
vezes, para ministrar-lhe Johrei. Acredito que, para as pessoas em
purificação, o período mais difícil é a madrugada. Ao seu lado, a sua
esposa ou o seu acompanhante acaba dormindo, mas o próprio
enfermo não consegue dormir. Esse é o momento mais difícil e
irritante. Justamente nesses períodos mais difíceis, em plena
madrugada e no amanhecer, meu pai foi ministrar-lhe Johrei.

Assim que o reverendo entrou no quarto, o Sr. Oonishi se


assustou e tentou acordar a sua esposa que dormia ao seu lado,
mas o meu pai disse-lhe:

“Deixe-a, deixe-a.”

E começou a ministrar Johrei ao Sr. Oonishi. Somente meu


pai e o Sr. Oonishi e mais ninguém ficaram sabendo a respeito da
prática desse Johrei, realizada naquela noite. No dia seguinte, a
esposa ficou sabendo sobre o ocorrido pela boca do próprio marido.

“Quando o meu marido me disse que o Rev. Shibui havia


vindo ministrar Johrei em plena madrugada, fiquei realmente
envergonhada; se tivesse um buraco, queria esconder-me dentro
dele. Fiquei deveras envergonhada e muito sentida, pois, sem
perceber a presença do Reverendo, continuava dormindo. Eu, que
sou esposa dele, não me atentei em acordar de madrugada para
ministrar-lhe Johrei, porém, o Reverendo, que se encontrava
cansado pelas viagens realizadas por todo o Japão e, além do
mais, na noite anterior, ficou conversando até tarde da noite com
Meishu Sama, mesmo assim, gentilmente ele veio ao quarto, por
duas vezes, ministrar Johrei ao meu marido durante a noite.”

Assim, derramando as lágrimas, a esposa do Sr. Oonishi


contou o fato ocorrido há mais de vinte anos como se estivesse
ocorrendo naquele momento diante de si.

No dia seguinte, o Sr. Oonishi já havia melhorado a ponto de


poder receber Johrei sentado. Depois de alguns dias, ele já se
encontrava completamente recuperado e deixou o Solar da
Montanha Preciosa em estado normal de saúde.

Posteriormente, o Sr. Oonishi contou para sua esposa as


circunstâncias daquela ocasião:

“Mesmo durante o intenso sofrimento de purificação, eu me


encontrava em plena consciência. Entendia bem tudo aquilo que as
pessoas ao redor diziam: “Desta vez, ele não vai agüentar”, “No
estado em que ele se encontra, não se salvará”. Apesar de pensar
que as afirmações eram arbitrárias, imaginava: “Será que desta vez
vou morrer mesmo?”

“E, no momento em que o sofrimento se prolongava, ocorria


o embotamento da consciência; assim, paralelamente, sentia que o
sofrimento ia diminuindo. Então pensava: “Ah, acho que desta vez
já estou morrendo...”

“Ao ouvir ao longe a afirmação: “O Reverendo chegou!”,


pensei comigo mesmo: “Ah, o Reverendo voltou!” Naquele instante,
senti que havia sido salvo e também senti a minha consciência
voltar. Depois disso, ocorreram os fatos que todos já estão cientes.”

Ele disse que quando pensa no Johrei gratificante do


Reverendo, na intensa força do seu Johrei e na sua atenção e
benevolência, as lágrimas rolam pelos olhos.
O seu sentimento caloroso e de preocupação em relação à
pessoa que se encontrava purificando fez com que ele se
esquecesse de tirar os sapatos e ainda, a plena confiança de que o
Johrei de seu Mestre era absoluto, fez ressuscitar a vida que já
estava prestes a perder. Creio que essa paixão de fé é que se ligará
doravante às atividades de difusão.

A confiança em relação ao Reverendo Shibui era absoluta.


Sinto que não existe felicidade maior do que a de possuir um
Mestre que podemos realmente confiar. Quão felizes seriam se os
casais, entre eles, pudessem confiar dessa forma um ao outro.
Senti que, nessa situação, ninguém poderia interferir; talvez “nobre”
seria o termo correto, mas na realidade, ainda acho que não seria a
palavra adequada.

Assim, recordo-me ainda hoje, a época em que o Sr. Oonishi


relatou-me demonstrando-se envergonhado.

(Traduzido de 22 a 28 de janeiro de 1999. Livro: Biografia do


Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 29 a 36)

O Johrei Coletivo

No que se refere ao poder do Johrei do Rev. Shibui, não


havia ninguém que pudesse ser comparado a ele. A respeito disso,
só há um meio. O de ouvir as palavras das pessoas que receberam
Johrei pessoalmente do reverendo.

As pessoas dizem que, quando recebiam Johrei do Rev.


Shibui, sentiam-se como que recebendo uma descarga elétrica.
Dizem que só mesmo quem recebeu Johrei do Reverendo e teve
experiência própria poderá compreender o intenso poder do seu
Johrei, com exceção do de Meishu Sama. O corpo da pessoa
chegava a tremer, ou sentia uma sensação semelhante ao de
energia elétrica traspassar pelo corpo; as opiniões das pessoas se
resumem numa única frase: “Realmente, nos deixava surpresos”.
Mesmo em se tratando de Johrei coletivo, que na época
denominava-se Johrei em fila, a sua prática ainda era restrita, o
poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui manifestava resultado
satisfatório.

Na época imediatamente posterior ao término da Segunda


Guerra, havia um Núcleo de Difusão da Associação Miroku, na
Região de Kansai, localizado na cidade de Kyoto, no Distrito Shita
Kyoku, Bairro de Kawara-machi, Nanajo, da Rua Uchihama. Nas
ocasiões de realizações de difusão na Região de Kansai, o Rev.
Shibui se hospedava nessa casa e orientava grande número de
pessoas.

Durante a sua estada, os ministros que ali atuavam se


mostravam muito atarefados. Isto porque o número de pessoas que
buscava Johrei ministrado pelo reverendo aumentava muito em
relação aos dias normais. Para poder atender àquele grande
número de pessoas enfermas, o reverendo recorria ao Johrei
Coletivo. Ainda hoje, a maioria dos membros daquela época
recorda-se nitidamente do Johrei Coletivo praticado por ele, naquela
época.

O Rev. Shibui ministrava Johrei Coletivo da seguinte


maneira: primeiramente, ele mandava os membros formarem uma
fila no sentido vertical de dez pessoas e, depois, na horizontal, outra
de cinco a seis pessoas. Uma vez formado esse bloco, ele se
posicionava na parte da frente e ministrava o Johrei Coletivo. Em
seguida, ele próprio entrava dentro do bloco e ministrava Johrei
individualmente a cada pessoa. Dependendo da pessoa, ele
ministrava na parte da frente, em outra, ministrava de lado, em
outras ainda, na parte das costas. Assim, o ângulo de ministração
de Johrei Coletivo variava conforme o caso. Mesmo em se tratando
de Johrei Coletivo, o método adotado pelo Rev. Shibui era
diferenciado de acordo com a pessoa. Os membros que receberam
Johrei naquela época dizem que sentiam como se um ar quente
traspassasse pelo corpo. Assim como no recebimento de Johrei
individual de até então, ou seja, com poder ainda mais
surpreendente, concedia de uma só vez a mesma experiência a 50
ou 60 pessoas. É grande o número de membros que, ainda hoje,
ficam surpresos ao ouvirem a grandiosidade do Johrei praticado
pelo Rev. Shibui.

Foi através do Johrei Coletivo que o Ministro Tabata,


Responsável da Igreja-Filial Maruoka, que pertencia à ex-Igreja
Komyo, conheceu pela primeira vez o Rev. Shibui e, no seu livro
intitulado “Johrei Mandara” ele diz o seguinte sobre o poder do
Johrei do Rev. Shibui: “Você é feliz, não é verdade? Desta vez está
prevista a vinda do Rev. Shibui, que ocupa posição superior àquele
ministro, especialmente a fim de ministrar Johrei aos ministros da
Área de Chubu. Como se trata de uma chance única, vou pedir por
você também. O que acha de fazer donativo de agradecimento de
tal valor? Vou pedir por você, com todo prazer”. Essa pessoa disse
assim unilateralmente, e inclusive fez a apresentação pública sobre
a pessoa do Rev. Shibui e sobre a excelência do seu Johrei.

Segundo essa pessoa, se compararmos, por exemplo, a


escavação de um túnel, o Johrei que temos ministrado no dia-a-dia
assemelha-se a uma picareta e o do Rev. Shibui, a uma Shild (vulgo
tatuzão). Dizem que, ao receber o seu Johrei uma vez, os trabalhos
de “picareta” realizado no dia-a-dia tornam-se mais eficientes.
Ouvindo essas explicações um tanto nebulosas, passa-se pela
cabeça o pensamento: “Mesmo assim, fica muito caro!”

Finalmente, chegou o dia. De manhã, as pessoas fazem fila


na recepção que fica no hall, para apanhar a senha numerada.
Assim que entrei naquela fila, fiquei desconcertado ao saber que,
além do agradecimento monetário pelo Johrei, precisava oferecer
também donativo que, naquele momento, o meu bolso estava
praticamente desprovido. Mas, garimpando os bolsos, consegui dar
um jeito reunindo uma pequena quantia; realmente senti um frio na
barriga.
O aposento localizado no primeiro andar, que tinha o espaço
de dois quartos (com dez tatami [esteiras] cada um), ou seja, Xm2,
estava superlotado. Para um novato como eu, parecia que todas as
pessoas eram magníficas; principalmente, ao ver os movimentos
dos jovens alegres de minha idade que se mostravam já
acostumados com os afazeres, e pensar que eles eram meus
veteranos, senti-me pequeno e, ao mesmo tempo, não pude deixar
de sentir alegria no meu coração. Mesmo naquelas condições,
felizmente consegui sentar-me na fila da frente. Quanto tempo será
que ficamos esperando naquele auditório completamente lotado,
sentados em filas ordenadas tanto no sentido horizontal como na
vertical?

O encarregado deu o aviso:

“Por favor, aguardem mais alguns instantes.”

Porém, esse aviso foi repetido várias vezes. O Reverendo,


superior do meu ministro, só se manifestou no auditório quando as
pernas das pessoas já estavam adormecidas. A primeira impressão
que tive do Reverendo Shibui quando ele apareceu vestido de um
terno xadrez e vistoso sobre o seu corpo robusto e com fisionomia
sorridente e deveras tranqüila, mostrando os seus olhos finos e
amáveis, mais rigorosos, foi o clarear instantâneo do aposento.
Inicialmente o encarregado anunciou a programação do dia e, logo
depois, a título de adendo, relatou ligeiramente ao Reverendo sobre
o aspecto em que fora preparado os envelopes de donativo e de
agradecimento de Johrei. Então, ele disse sorrindo:

“Ah, ah, ah. Esses montes sobrepostos em dois andares


demonstram bom presságio... Ah, ah, ah... Estes podem ser
sobrepostos em três andares... Ah, ah, ah...”

Assim, pude notar que o seu riso era realmente


despreocupado e espontâneo. Os participantes riram juntos, mas eu
não estava em condições de rir.
O Reverendo limpou suas mãos rapidamente com o oshibori
(lenço de mão umedecido) e, finalmente, iniciou o Johrei Coletivo.
Ao ver, pela primeira vez, a maneira como o Reverendo ministrava
o Johrei, senti que se assemelhava à postura de quem iria
arremessar uma bola. O braço curvado movimentava-se em ritmo
amplo e, como que acompanhando esse ritmo, uma jovem,
posicionada na parte lateral e posterior dele, abanava um leque
grande segurando-o com as duas mãos. Olhando de relance aquela
cena rara, baixei rapidamente a cabeça em sinal de respeito.
Naquela época, o Johrei era ministrado na seguinte ordem: iniciava-
se na frente, depois passava para o lado esquerdo, e em seguida
nas costas e, finalmente, no lado direito da pessoa. As pessoas
ficavam de pé e, de acordo com o sinal, iam virando e recebendo o
Johrei nas quatro partes anteriormente mencionadas. Como estava
posicionado na fila da frente, conseguia ver as pontas dos pés das
pessoas que se encontravam no meu lado esquerdo e direito. Assim
sendo, inconscientemente comecei a contar o número de pessoas
que se encontravam nos lados. Obviamente, por mais que tentasse,
não conseguia contar até o final da fila; portanto, a contagem era
aproximada. Depois de contar em sentido horizontal, agora
precisava contar no sentido vertical. Mas, sendo impossível a
contagem da parte posterior, me baseei na imaginação. “Se
multiplicar o número de pessoas da fila horizontal com as da fila
vertical, posso obter o número de pessoas que estão presentes no
recinto. Se multiplicar esse número com a soma do donativo e do
agradecimento de Johrei posso saber a receita de hoje.” Assim,
comecei a fazer o cálculo na minha cabeça: “Quanto será que custa
o Johrei desse Reverendo, por cabeça?” Porém, antes de sair o
resultado desse cálculo, o Johrei do Reverendo chegava em
direção da fila que eu me encontrava, então, repentinamente senti
no meu corpo algo semelhante a uma forte pressão de ar, um
choque. Então, perdi a firmeza nas pernas e involuntariamente
adiantei meio passo para frente. Imediatamente voltei à consciência
e, de certa forma, tentei refazer a minha postura, mas,
acompanhando o movimento da mão do Reverendo, o meu corpo
balançava. A distância entre eu e ele era de, mais ou menos, dois
metros.

O vento produzido pelo grande leque abanado pela jovem


era direcionado ao Reverendo e não havia razão para que aquele
vento me influenciasse. Ao mesmo tempo em que inspirei o ar,
comecei a sentir calafrio e a transpirar muito. A sensação de choque
continuou por mais alguns momentos, mas, depois, cessou.

Não sei até que ponto aquele Johrei manifestou influência


como escavadeira, mas, no mínimo, aqueles pensamentos: “Fica
muito caro!” ou “Por cabeça fica tonto” haviam desaparecido por
completo e me dei conta de uma coisa que ainda não havia
experimentado: a estupidez de tentar deduzir, através de pouca
experiência de vida de um rapaz, o “poder do mundo invisível”.

Para quem o via pela primeira vez e de relance, a saudação


do Reverendo, que possuía uma dignidade humana duas vezes
maior que o seu corpo físico e que se harmonizava com o seu forte
poder de Johrei, era de espanto e de grande interesse. O Rev.
Massahisa Katsuno, atual Conselheiro da nossa Igreja, foi uma das
pessoas que também experimentou o seu Johrei Coletivo.

(Traduzido de 31 de janeiro a 01 de abril de 1999. Livro:


Biografia do Rev. Shibui Sôsai “O Servidor de Deus”, pág. 36 a 41)

Johrei realmente eficiente

Por outro lado, existe o seguinte testemunho.

Trata-se de impressões de pessoas que diziam que, ao


receber o Johrei do Rev. Shibui, durante o seu recebimento, não
sentiam nada. No entanto, ao receber o Johrei de ministros mais
jovens, sentiam que a atuação era bem maior e mais eficiente em
comparação ao Johrei ministrado pelo Reverendo. Eram poucas,
mas às vezes, havia quem afirmasse assim.
Quando um membro disse sobre isso, sinceramente ao
Reverendo, ele respondeu-lhe sorrindo:

“Quando cortamos com uma espada realmente excelente,


também nada sentimos.”

Ao receber esse tipo de crítica, geralmente, as pessoas


ficam mal-humoradas, mas pelo fato de ter plena convicção do
poder que possuía, o Reverendo não se mostrou irritado.
Simplesmente respondeu, com toda naturalidade, uma pergunta
lógica feita por um membro. Pela explicação que recebera, o
referido membro se sentiu satisfeito, dizendo que o Reverendo
estava com razão.

Acreditamos que o Rev. Shibui desejava que as pessoas


compreendessem corretamente sobre o poder do Johrei através da
ministração. Ele não se vangloriava demonstrando demasiada
confiança em si mesmo e tampouco se auto-subestimava. Parece
que o Reverendo tinha a plena consciência do poder que Meishu
Sama havia lhe concedido.

Porém, não se restringindo apenas ao Reverendo, o poder


do Johrei que Meishu Sama nos concedeu vem a ser o principal
meio de salvação da humanidade. É algo óbvio, mas o Reverendo
enfatizou a importância do Johrei até a sua morte.

O fato a seguir ocorreu por volta de 1952, quando foi iniciada


a difusão da Igreja Hôssei, tendo como base o Solar da Montanha
Preciosa.

Naquele dia, uma senhora tinha vindo à Igreja para receber


Johrei por causa de uma purificação que havia se iniciado naquela
manhã. O marido a acompanhava, mostrando-se muito preocupado.
Num dado momento, o seu sofrimento se acentuou e, sem poder
mais ficar sentada, acabou se deitando. Dobrando as pernas e
encolhida, ficou como um camarão, em forma curvilínea, e a sua
respiração tornou-se ofegante. Assim sendo, uma pessoa que se
encontrava ali saiu correndo em direção aos fundos, a fim de
solicitar ajuda ao Rev. Shibui. Este, dizendo:

“Deixe-me ver.”

Chegou sorrindo ao local onde se encontrava a enferma.

“Ah, isso é agulhada!”


-
E prontamente começou a ministrar-lhe o Johrei. O fato
ocorria no salão do Solar da Montanha Preciosa. As pessoas que se
encontravam no recinto reuniram-se em volta do Reverendo para
vê-lo ministrando Johrei. A curiosidade era tanta que, prendendo até
mesmo suas respirações, observavam entretidas o aspecto de
ministração do Reverendo. Logo depois que o Reverendo apertou a
região da virilha com a ponta dos dedos, a respiração da enferma
foi se normalizando e, logo depois, ela já conseguia ficar deitada em
posição normal, ou seja, virada para cima. O Reverendo continuou
apertando as virilhas e a parte posterior do osso ilíaco com os
dedos da mão esquerda e ministrando-lhe Johrei com a mão direita.
Ao observar o aspecto daquela senhora que já conseguia deitar-se
virado para cima, era possível notar nitidamente o seu relaxamento
gradativo. O enrijecimento do corpo foi se desfazendo e ela já
conseguia ficar deitada, com o corpo esticado. Instantes depois, ela
já estava dormindo. Depois de dormir por apenas uns dez minutos,
ela acordou, levantou-se bruscamente e, após agradecer ao
Reverendo, foi embora.

No início, as pessoas que se encontravam no recinto ficaram


boquiabertas, mas depois, voltando a si, se sentiram admiradas
pela grandiosidade do poder de Johrei do Rev. Shibui.

O Rev. Shibui falava freqüentemente:


“Quando levanto a mão em direção frontal da cabeça da
pessoa que se encontra em purificação, consigo sentir
imediatamente o local em que está ocorrendo a purificação nessa
pessoa. Assim, concentro-me e, emitindo a luz espiritual nesse
local, na maioria dos casos, a purificação cessa em três minutos. As
dores nas pontas dos dedos dos pés, por exemplo, cessam se
ministrarmos Johrei na parte frontal da cabeça.”

Foi exatamente isso que aconteceu com aquela senhora que


nos referimos há pouco.

Prosseguindo, ele disse:

“Quando a pessoa é acometida de pontadas, de nada


adianta se não conseguirmos salvá-la com o Johrei. Doravante, a
Luz se intensificará cada vez mais e, em conseqüência disso, em
todo o local, vão surgir pessoas com purificações semelhantes ao
que vimos hoje. Portanto, precisamos estar preparados para que,
nessa ocasião, possamos estar aptos a salvá-las.”

Assim, o Reverendo insistia em enfatizar a preciosidade e a


necessidade da prática do Johrei.

Ele ensinou-nos:

“De agora em diante, precisamos ministrar Johrei em uma,


em duas, em três pessoas. Pois não podemos salvar as pessoas
através da teoria.”

E disse, ainda:

“Precisamos ministrar Johrei firme e assiduamente nas


cadeiras e nas virilhas das pessoas, pois chegará o momento em
que grande número de pessoas vão acabar passando para o outro
mundo, num piscar de olhos. Aquela senhora de hoje foi salva
porque era agulhada. Entre os males, o menor.”
O Rev. Shibui vinha empenhando-se por muito tempo,
referindo-se sobre a importância de ministrar Johrei regular e
corretamente, a fim de preparar as pessoas para a ocasião da
chegada da época de grande purificação.

Em suas palestras relacionadas ao Johrei, o Reverendo


escrevia no quadro negro, em primeiro lugar, a palavra “Kanzeon
Bossatsu” em tamanho bem grande e começava a falar. O assunto
era sobre o Supremo Deus. Dizia que Ele realizava a salvação de
um grande número de pessoas, disfarçado em Bossatsu. E que o
poder de salvar grande número de pessoas estava no Johrei.
Portanto, o Johrei era, realmente, a ação de Bossatsu. Ele dizia
também que esse poder não era algo teórico e que, doravante,
seria cada vez mais necessário. Ele falava que a maioria das
pessoas do mundo custava a reconhecer o poder do Johrei e
apresentava suas explicações de forma realmente simples e
compreensível com exemplos convincente.

“Os senhores conseguem ver Deus? Não conseguem, não é


mesmo? E o ar, consegue ver? Também, não conseguem, não é
verdade? Mas ...”

Assim dizendo, apontava para fora da janela e dizia:


“Olhe aquele galho se mexendo. Está se mexendo por causa
do ar que está em movimento.”

A maioria dos participantes ficava, profundamente,


impressionada com essas simples explicações do Rev. Shibui.
Dizia, ainda:

“A Igreja Messiânica Mundial existe em função dos milagres


do Johrei. O Johrei é nossa atividade única. As pessoas não
conseguem compreender porque lhes apresentam apenas teoria e
sermão.”
Dessa maneira, o Reverendo ensinava o fio da meada de
Ensinamentos profundos de Meishu Sama, que se encontram por
trás da Providência da Natureza.

(Traduzido de 4 ou 5 a 18 de agosto de 1999. Livro: Biografia


do Rev. Shibui Sôsai “O Servidor de Deus”, pág. 41 a 45)

Johrei objetivando sufragar os antepassados

O Rev. Shibui Sôsai ministrava Johrei para salvar não


apenas às pessoas vivas. O seu Johrei objetivava salvar também os
espíritos encostados nas pessoas enfermas. Entre as pessoas que
receberam Johrei ministrado por ele, a maioria sofria de purificação
de cárie espinhal.

Esta é a história de um membro que, devido à afinidade


divina, passou a Servir na Igreja. Era um membro que, às vezes,
recebia Johrei ministrado cortesmente pelo Rev. Shibui. A sua
duração era, geralmente, bem maior do que os ministrados aos
seus superiores e, por isso, as pessoas ao seu redor sentiam
inveja. Ao comunicar esse fato ao Reverendo, ele disse gentilmente,
como que envolvendo em seu manto, com sorriso no rosto:

“Não precisa se preocupar com isso, pois o meu Johrei se


destinava não apenas a você, mas para salvar, especialmente, os
espíritos que estavam encostados em você.”

Realmente, ao iniciar o tratamento (Johrei) havia entre os


enfermos aqueles cujos corpos ficavam rígidos como uma imagem
feita de pedra, as lágrimas escorriam pelos olhos e não conseguiam
sequer falar; pessoas que começavam a chorar num estado e voz
indescritíveis, pessoas que se tornavam violentas, gesticulando as
mãos e as pernas e, também, pessoas que se transformavam
repentinamente e começavam a falar coisas inesperadas. O Rev.
Shibui falava e repreendia esses espíritos encostados nas pessoas;
às vezes ouviam os seus desejos e sentimentos de mágoas criados
por eles durante a vida neste mundo. Dessa maneira, ele
solucionava por completo as enfermidades das pessoas.

Dizem que casos como esses, na maioria das vezes, tratam-


se de encostos de espíritos dos ancestrais dos enfermos.

Ás vezes, o Rev. Shibui realizava a salvação dos espíritos


ministrando-lhes Johrei diretamente, mas geralmente os ancestrais
eram salvos através do Servir realizado pelos próprios membros e,
em conseqüência disso, quem se salvava eram os próprios
membros.

A senhora Horigome Etsuko, que se tornou discípula do Rev.


Shibui, em 1944, após receber o curso de aprimoramento, no dia 28
de janeiro de 1946, sofreu um acidente ferroviário. O trem da
ferrovia Odakyu que ela se encontrava descarrilou e tombou.
Apesar de ser um acidente de grandes proporções em que houve
grande número de vítimas e feridos, a senhora Horigome, que havia
tomado o referido trem, conseguiu sair completamente ilesa.

No dia seguinte, quando ela foi ao Solar da Montanha


Preciosa agradecer a graça recebida, soube que na hora do
acidente o Rev. Shibui também estava voltando da cidade de
Odawara para o Solar da Montanha Preciosa. Na cidade de Oisso,
grande número de pessoas feridas, com ataduras, tomou o trem.
Então, o Reverendo concluiu que havia acontecido um grave
acidente. Posteriormente, ao ver a notícia do acidente no jornal, ele
ficou deveras surpreso, pois nem imaginava que a senhora
Horigome se encontrava naquele trem.

Na ocasião do acidente, a senhora Horigome pensou


interiormente: “Saí ilesa e salva deste acidente porque sou elevada
espiritualmente”.

“É, realmente foi bom ter saído ilesa. Venha para cá, pois
vou ministrar-lhe Johrei.”
Assim, o Rev. Shibui Sôsai iniciou o Johrei, após ouvir
sorridente a conversa da senhora Horigome. Assim que terminou o
Johrei, ela agradeceu ao Reverendo e ia saindo. Então, o Rev.
Shibui chamou-a:

“Senhora Horigome!”

Naquele instante, ela sentiu seu corpo enrijecer-se,


repentinamente.

Prosseguindo, disse o Reverendo:

“Uma pessoa elevada espiritualmente não tomaria um trem


como esse, que estava prestes a sofrer acidente.”

Na realidade, ela havia apenas pensado e não havia dito


nada ao Reverendo. No entanto, o Reverendo havia lido o seu
pensamento.

“Entre as pessoas normais, são poucas as que conseguem


visualizar se o pescoço ou se o braço rolou. Os seus antepassados
encontram-se todos no nível inferior. Por isso, doravante, a senhora
precisa empenhar-se em prol do próximo. Nem pense em tornar-se
feliz nesta vida.”

Assim, aquela fisionomia sorridente do Reverendo de


instantes atrás desapareceu, repentinamente, e com ar de
seriedade, ele advertiu à senhora Horigome.

O Rev. Shibui não só conseguia ver o sentimento da pessoa,


mas também visualizar até mesmo a situação de seus
antepassados.

Em relação aos antepassados, o Reverendo explicou da


seguinte forma sobre o significado de oferendas. Naquela época, ao
participar do Culto, era costume os membros oferecerem, além do
donativo, as oferendas.

O Reverendo afirmou:

“O donativo é uma oferenda feita pela própria pessoa a


Deus. E as demais oferendas são presentes que oferecemos, em
nome dos antepassados, a Deus. Os antepassados têm a
permissão de participar dos Cultos posicionados sobre os ombros
de seus descendentes. Por isso, nas ocasiões de encontros
coletivos com Meishu Sama, a fim de que também os seus
antepassados possam juntos receberem a Luz, ao sair de casa, é
melhor ir diante da morada dos ancestrais e convidá-los para irem
juntos ao Culto. Nessa ocasião, seria conveniente levar consigo as
oferendas e entregá-las na recepção da Igreja, dizendo que são
presentes para Deus, por parte dos antepassados. Assim, também
os antepassados poderão oferecer seus presentes a Deus e, em
meio à alegria, receberem Luz.”

Dizem que o próprio Rev. Shibui ofereceu ao Altar grande


quantidade de produtos agrícolas especiais, da primeira colheita, as
novidades, etc. Dessa maneira, também os antepassados poderão
participar dos Cultos com grande alegria e orgulho.

A nossa civilidade para com Deus também se torna sufrágios


aos antepassados. A dedicação feita a Meishu Sama em forma de
Servir e as oferendas a Deus resultam em salvação dos
antepassados, ou seja, passam a ser a salvação da própria pessoa
que dedica e faz oferendas.

Há também, a seguinte experiência de fé:

Uma senhora que estava em purificação foi apresentada ao


Rev. Shibui. Então, o Reverendo disse:
“Aquela pessoa, não adianta.”
Ao perguntar-lhe o motivo, ele respondeu:

“Aquela pessoa não tem gratidão a Deus, por isso, não


adianta.”

Uma semana depois, ela veio a falecer (quanto aos detalhes


dessa experiência de fé, constam no livro “Cem estórias da minha
fé”, da autoria do Revmo. Katsuiti Watanabe).

Segundo a afirmativa dos membros daquela época, quando


participavam dos Cultos, no anexo da Igreja de Odawara, eles
sempre levavam presentes oferecidos de coração ao Reverendo.
Nós, que vivíamos desprovidos de dinheiro, também
presenteávamos à altura, conforme a nossa possibilidade. Os
dedicantes da recepção gentilmente comunicavam sobre as
oferendas ao Rev. Shibui. Assentindo, ele ouvia atentamente cada
comunicado; às vezes, ao mesmo tempo em que cumprimentava as
pessoas, ia separando e colocando as oferendas, umas nos lado
esquerdo e outras no lado direito. As que eram colocadas no lado
esquerdo os dedicantes levavam logo para os fundos, mas as do
lado direito, não.

Ao perguntar-lhe sobre aquele procedimento, o Reverendo


respondeu:

“As do lado esquerdo são oferendas feitas do fundo do


coração pelos membros, e as do lado direito são aquelas feitas por
obrigações, aparências ou passando para frente aquilo que havia
ganho de outras pessoas; portanto, são oferendas destituídas de
sentimentos; basta olhar o conteúdo para se certificar disso.”

Ao conhecer a espantosa, aguçada e venerável sensibilidade


espiritual do Reverendo, fiquei emocionado e passei a entender o
sentido da frase: “A fé se resume numa única palavra: makoto”. Ao
mesmo tempo, essas palavras penetraram profundamente no meu
coração. (Um missionário).

(Traduzido de 5 a 13 de janeiro de 1999. Livro: Biografia do


Rev. Shibui Sôsai “O Servidor de Deus”, pág. 45 a 49)

A fisionomia severa e a fisionomia bondosa

O Rev. Shibui Sôsai era muito rigoroso em relação ao Johrei,


mas essa rigorosidade era acompanhada, ao mesmo tempo, de
bondade e considerações em relação aos membros. Por terem
amor é que procuram formar as pessoas com rigor. Portanto, não se
deve menosprezar a rigorosidade e nem a bondade. Por exemplo,
muitas vezes, o Rev. Shibui procurava ensinar aos enfermos o
sentimento de gratidão através do seu próprio Johrei.

A seguir, é um fato que ocorreu com a senhora Kazuko


Tahara que realizou a atividade de difusão em Bofu, no estado de
Yamaguchi e, posteriormente, foi Responsável da Igreja Shun-ei.

Certo dia, o Rev. Shibui ministrava Johrei às pessoas e,


quando a senhora Tahara sentou-se diante dele para recebê-lo, ele
ergueu o braço e já perguntou:

“Está melhor?”

Como havia apenas iniciado o Johrei, mesmo sendo uma


pergunta vindo do Rev. Shibui, não sabia como responder, por isso,
ela disse apenas:

“É, o ombro ainda ...”

Então, chamou sua atenção, dizendo:


“Ainda não ministrei no ombro. Sendo indagada, “Está
melhor?” Deve responder “obrigada” com sentimento de gratidão, aí
a mácula desaparece instantaneamente. Enfim, no homem atual
falta o sentimento de gratidão.”

O Johrei do Rev. Shibui não se limitava a curar apenas as


doenças visíveis aos nossos olhos. Imaginamos que, através do
método de salvação chamado Johrei, ele procurou transmitir ao
homem a maneira de ser e a simples postura de sentimento no dia-
a-dia.

A senhora Kazuko Tahara dedicou no anexo da Igreja Miroku,


da cidade de Odawara, durante 4 anos, a partir de 1948. No início,
o Reverendo disse-lhe:

“Torne-se hábil em tomar broncas.”

Sempre que incorria no fracasso, o Reverendo chamava-a e


dava-lhe broncas. Mesmo não sabendo do que se tratava, ela
levava broncas e isso acontecia com freqüência. “Mesmo que o
Reverendo havia dito para que se tornasse hábil em tomar broncas,
isso é demais. A excessiva bronca acaba provocando desânimo e
perda de vontade” – pensava ela.

Certo dia, na reunião realizada na Sede Provisória do Bairro


de Shimizu, em Atami, um dedicante cometeu um erro. Além de
cometer o erro, ele começou a dar justificativa de forma insistente.
Então, Meishu Sama repreendeu-o severamente diante de grande
número de pessoas. A senhora Tahara, que presenciou esse fato,
disse posteriormente ao Rev. Shibui:

“Por que será que uma pessoa tão importante como o Grão-
mestre (Meishu Sama) dá bronca daquele jeito?”
“Cada pessoa possui várias coisas que têm que ser
purificadas durante a vida. Essas coisas serão purificadas de várias
formas e, cada vez que isso acontece, suas máculas vão
desaparecendo. Mesmo que leve bronca por motivo desconhecido,
através disso as máculas vão sendo resgatadas uma a uma.
Entretanto, quando a pessoa procurar se justificar, as máculas que
deveriam desaparecer, ao contrário, acabam aumentando. Ciente
disso e sentindo pena daquela pessoa é que o Grão-mestre dá
bronca, a fim de que as máculas sejam eliminadas uma a uma. E,
também, para que a pessoa jamais incorra no mesmo erro...”

Essa foi à explicação dada pelo Reverendo à senhora


Tahara. Então, ela sentiu que o Reverendo estava ensinando
gentilmente o verdadeiro sentido da frase: “Torne-se hábil em tomar
broncas” e assim ela conseguiu aprender que nas repreensões
dadas por Meishu Sama ou pelo Rev. Shibui existiam o grande
sentimento de misericórdia de salvar as pessoas. A partir de então,
o seu desânimo desapareceu e passou até mesmo a assumir
culpas alheias para receber broncas.

Acreditamos que esse fato demonstra o amor e a bondade


do Rev. Shibui em relação às pequeninas coisas.

O fato a seguir trata-se de uma experiência vivida pelo


senhor Hiroji Kanda, que servia no anexo da Igreja Odawara, e que
passou por uma grande purificação em forma de piloroestenose
(estreitamento do orifício que liga o estômago ao duodeno). Devido
à severidade dessa purificação, ele pensou que ia morrer e chegou
até mesmo a resignar-se. Porém, certo dedicante, preocupado com
seu estado, telefonou para o Rev. Shibui, que se encontrava em
Tóquio. Então, mesmo estando atarefadíssimo, o Rev. Shibui veio
com toda urgência do Solar da Montanha Preciosa, situado no
Bairro Kaminogue, à cidade de Odawara, onde o enfermo se
encontrava. Ao chegar, o Reverendo entrou correndo no quarto
onde se encontrava o enfermo e imediatamente começou a
ministrar Johrei na região de virilha. Daí, aquele sofrimento, aquela
dor infernal, cessou repentinamente como se fosse um encanto,
seguido de alívio.
Ao receber o referido Johrei, o senhor Kanda disse o
seguinte a respeito do Rev. Shibui:

“Não podia deixar de reverenciar o Reverendo como se


fosse Deus e Meishu Sama. No final, achei que não fazia diferença
alguma mesmo que a atuação fosse de Meishu Sama ou do Rev.
Shibui.”

Certamente, ele deve ter sentido que fora derrubado por


alguma força misteriosa. Mesmo que confiasse no Rev. Shibui com
o mesmo sentimento de gratidão oferecido a Meishu Sama, acho
que ele deve ter visto a imagem de Meishu Sama e do Absoluto
Deus atuando por trás do Reverendo.

Só mesmo quem contatou diretamente com a bondade do


Rev. Shibui é que pôde sentir a gratidão estampada na fisionomia
misericordiosa do Reverendo em forma de alegria e de alívio nos
seus olhos vistos nos momentos em que o Reverendo olhava fixo e
atentamente o rosto do enfermo.

(Traduzido de 15 a 18 de janeiro de 1999. Livro: Biografia do


Rev. Shibui Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 49 a 54)

O amor humano de Sôsai

Quando achava que era necessário, sem distinção de


pessoa e mesmo em condições de impossibilidade, o Reverendo
saía correndo para atender as pessoas. Por mais que subisse de
posição na Igreja e que, do ponto de vista de membros, parecesse
estar sobre as nuvens, ele era uma pessoa que descia das nuvens
para atender o nosso chamado. O Reverendo tratava com
imparcialidade tanto os fatos importantes como os que
consideramos insignificantes. Em se tratando de salvação de
pessoas, ele era indiferente no que diz respeito à diferença sexual,
ou se era alta ou baixa. Entretanto, as ações do Reverendo
refletiam nas pessoas comuns, como bondade nunca vista.
O fato a seguir refere-se à época em que (...) Ishimaru
(poeta) era mais jovem.

Casei-me no final do ano de 1941, logo após o início da


Guerra do Pacífico. Por sermos enfermos fisicamente, mesmo
depois de dois anos de casados, ainda não tínhamos sido
agraciados com filhos. Vários médicos disseram sobre dificuldades
de termos filhos. Pelo incentivo do meu marido, passei a fazer o
curso de arranjos florais na casa de um professor, que ficava nas
proximidades da minha casa. Esse professor, além de ensinar-me
os arranjos, ministrava-me Johrei diariamente, na parte da tarde,
dizendo:

“Vou lhe fazer um excelente tratamento para que a senhora


possa ter filhos.”

Depois de recebê-lo por cerca de um mês, comecei a ter


diarréia. Então, sob recomendações do professor, passei a
freqüentar o “Centro de Tratamento de Digitopuntura e Purificação
no Estilo Shibui” que ficava localizado próximo à Estação
Ferroviária de Shinjuku (em Tóquio).

A fisionomia sorridente do Reverendo Shibui tranqüilizou-me


e me fez tomar a decisão de freqüentar o Centro por um certo
período. Resolvi freqüentar aquele Centro por um mês, diariamente,
assim que o meu marido saía para o trabalho. Passado cerca de um
mês, deparei-me repentinamente com uma purgação na junta do
polegar do meu pé direito. Por mais que limpasse, o líquido
continuava saindo. Então, comuniquei o fato ao Reverendo Shibui e
este, assentindo, disse-me:

Realmente, é como eu imaginava. Quando a senhora era


criança, os médicos não lhe disseram que a senhora sofria de
fraqueza congênita ou de tuberculose infantil leve? Mas, ao meu
ver, a senhora sofre de uma leve cárie espinhal. E isso só mesmo
um grande e ilustre médico conseguiria detectá-la. Entretanto,
como já começou a purgar, a melhora será rápida. Que bom. A
senhora já pode tomar banho no “Ofurô6”. Não há mais o que se
preocupar.

Assim, ele explicou de forma detalhada. Por um período de


dois a três meses, o pus continuou, saindo do dedão do pé. A
explicação do Reverendo Shibui que acertou em cheio o alvo e a
sua absoluta confiança dizendo que o problema seria solucionado
deixou-me realmente num estado de completa tranqüilidade.

Passado algum tempo, recebi o diagnóstico médico


inesperadamente, no qual constava: “gravidez de três meses”.
Porém, ao procurar uma clínica ginecológica para realizar exames e
obter carteirinha de acompanhamento de gravidez, o ginecologista
me disse:

“A senhora tem físico fraco e não posso garantir que o seu


parto transcorra bem; portanto, fique em repouso absoluto.“

Assim sendo, por um período deixei de ir ao Centro de


Tratamento e permaneci em repouso absoluto, mas, aceitando o
convite do professor de arranjos florais e indo ao Centro de
Tratamento de Shinjuku, o Reverendo Shibui dirigiu-me palavras
com firmeza:

“Soube que o médico disse-lhe que o seu parto seria difícil.


Submetendo-se ao meu tratamento, não haverá problema. A
senhora terá seu filho. Venha todos os dias, sem se preocupar.”

Na realidade, o Reverendo já sabia que chegaria esse dia,


por isso ele havia pedido ao professor de arranjo floral para que me
procurasse. Naquela noite, conversamos e chegamos à seguinte

6
Banho de imersão de estilo japonês
conclusão: Já que o médico disse que será difícil, vamos deixar o
assunto nas mãos do Reverendo Shibui.

Desde então, com a aprovação do meu marido, comecei a


freqüentar o Centro de Tratamento de Shinjuku. Posteriormente, ao
comunicar o meu retorno à terra natal, gentilmente ele me deu
conselhos, dizendo:

“Estamos realizando o Curso de Iniciação. Antes de


regressar à sua terra natal, faça o curso e receba o Ohikari. “

Assim, tornei-me membro no dia 3 de março de 1944. A


outorga do Ohikari foi feita pelo Reverendo Shibui. Nessa ocasião, o
Reverendo dirigiu-se a mim e, como se fosse o meu próprio pai,
ficou deveras contente e, sorrindo, disse-me:

“Que bom! Que bom!”

Minha primogênita nasceu de parto normal, no Estado de


Yamaguchi, forte e saudável, pesando cerca de 3,750kg.
Repentinamente, lembrei-me da fisionomia misericordiosa do
Reverendo Shibui que se encontrava em Tóquio e senti profunda
gratidão por ele.

Após a guerra, a referida senhora passou a dedicar na Casa


de Difusão Hôfu, do Estado de Yamaguti. Graças à compreensão
dos familiares por parte do marido, ela pode empenhar-se na
ministração do Johrei a grande número de pessoas. Posteriormente
ela teve também um primogênito e, no cotidiano, vivia feliz. Porém,
quando ele estava com 4 anos de idade, contraiu sarampo,
transmitido de sua irmã, e encontrava-se em estado grave. Passou
a receber Johrei de forma intensiva na Casa de Difusão, mas a
febre não cedia. Então, a Responsável da Unidade, Ministra Kazuko
Tahara, entrou em contato com o Rev. Shibui, que se encontrava
em Atami, e solicitou-lhe um pedido de prece.
“O Rev. Shibui vai fazer prece diante do Altar à meia-noite,
por isso, não precisa se preocupar mais.”

Essas foram as suas palavras de incentivo, mas para uma


mãe jovem e inexperiente, o estado do menino era muito
preocupante.

“O Rev. Shibui disse que hoje havia recebido três pedidos de


prece de todo o Japão. Com certeza, o pedido de prece do seu filho
será atendido.”

Assim explicava a Ministra Tahara com postura calma, mas a


jovem mãe continuava inquieta.

Entretanto, quando o relógio de parede marcou zero hora, a


febre da criança começou a abaixar rapidamente. A sua respiração
ofegante e angustiante começou a ceder e voltar ao estado normal
e, cessando também a convulsão, a criança adormeceu
calmamente.

O restabelecimento do menino foi surpreendente. Soube


posteriormente que, junto com o sarampo, ele teve também
pneumonia e, naquelas condições, ele estava também sujeito a
contrair meningite. Uma enfermidade tão séria como essa fora
curada de forma tão simples, exatamente no horário prometido, à
meia-noite. A jovem mãe ficou deveras emocionada com o
grandioso poder do Pedido de Prece feito pelo Rev. Shibui.

Dias depois, ficamos sabendo que a enfermidade do


primogênito tratava-se de uma grande purificação relacionada com
a afinidade da mãe. E essa afinidade fora desfeita através do
Pedido de Prece. Mesmo estando em Yamaguti, local distante de
Atami, o Pedido de Prece feito pelo Rev. Shibui foi atendido. O
grande número de membros de todo o Japão que admirava o Rev.
Shibui sentia-se atraído por essa sua força poderosa, misteriosa e
acolhedora.
(Traduzido de 20/08 a 24/10/99. Livro: Biografia do Rev.
Shibui Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 53 a 57)

O caminho denominado Johrei

Todavia, gostaria de chamar a atenção do outro ponto de


vista de Johrei do Rev. Shibui.

O Johrei praticado pelo Reverendo não se limitava


simplesmente a ajudar as pessoas. O Rev. Shibui desejava que,
juntamente com o método de salvação denominado Johrei, os
Ensinamentos de Meishu Sama fossem divulgados amplamente e
chegassem ao conhecimento de grande número de pessoas.

Salvar as pessoas através de Johrei é algo muito importante.


A realidade é que, muitas vezes, as pessoas limitam-se apenas a
isso.

Entretanto, na época, o que mais importava ao Rev. Shibui


era levar ao conhecimento das pessoas que essa atividade
significava, na realidade, servir Meishu Sama. Assim sendo,
juntamente com a salvação das pessoas através do Johrei,
precisava também movimentar as pessoas. E os membros da Igreja
Miroku são os que melhor compreenderam a essência do desejo do
Rev. Shibui. Eles captaram a sua vontade em servir Meishu Sama.
Para o Rev. Shibui, o essencial era que as pessoas, tendo-o como
modelo, passassem a compreender o seu pensamento relacionado
à Meishu Sama e que cada qual descobrisse a sua própria
afinidade com Meishu Sama.

Um fato deveras importante é que o poder do Johrei do


Reverendo oferecia esperança aos membros em geral. Provocava
desejo de se aproximar ao nível do Reverendo e se tornar como
ele. Assim, o Johrei do Rev. Shibui tinha o poder de oferecer esse
tipo de esperança aos membros.
O fato a seguir ocorreu no final do ano de 1947, na ocasião
em que o Rev. Shibui havia se tornado palestrante do Curso de
Iniciação. No verão desse mesmo ano, o Reverendo havia recebido
o cargo de superintendente da Igreja Kannon do Japão. Nessa
ocasião, segundo a opinião de um dos membros que havia acabado
de participar do seu curso, disse que o recinto encontrava-se
realmente cheio devido ao número de pessoas que desejavam vê-
lo, mesmo que fosse de relance. Entre os participantes, encontrava-
se um bonzo que, durante a palestra do Reverendo, acabou
desmaiando.

Porém, o Reverendo não mostrou qualquer apavoramento, e


disse:

“Deixe-o assim, do jeito que está.”

E, sem interromper a palestra, começou a ministrar-lhe


Johrei. A distância entre o Reverendo e o bonzo que se encontrava
caído era de cerca de cinco metros, mas a purificação cessou em
apenas alguns minutos. Os membros ficaram realmente surpresos
ao presenciar tal fato.

Fiquei realmente assustado e pensei: “Que coisa


extraordinária!”. Mas por outro lado senti também: “Será que aquilo
não seria uma farsa?”. Creio que essa seja uma expressão, sem
dúvida, sincera, uma vez que o Johrei do Reverendo havia
apresentado resultado inesperado. Mas, como tinha presenciado o
fato real com os próprios olhos, não poderia deixar de reconhecer
como verdade.

Realmente, acho que não houve farsa. Trata-se de um poder


espiritual espantoso. Surpreso, fiquei pensando: “Será que existe
uma coisa dessas no mundo?”. Depois fiquei admirado pelo poder
do Johrei do Reverendo e senti profundo desejo de tornar-me como
ele. Uma emoção inexplicável e a sensação por achar maravilhoso
foram fatores determinantes para que eu passasse a me empenhar
na difusão, como ministro integrante.

Assim se expressa o ministro integrante, inicialmente referido


como membro.

A alegria de salvar as pessoas e o sentimento de querer se


aproximar do Reverendo Shibui, a fusão desses desejos, é que
faziam com que os membros passassem a percorrer o caminho do
integrante. O poder de salvar uma única pessoa a movimentar
grande número de membros e, como conseqüência, a salvação foi
se estendendo a grande número de pessoas. Pensando assim,
podemos compreender claramente que o poder do Johrei do
Reverendo não era simplesmente curar doenças.

Também segundo o Sr. (...) Kawabata, que participou do


Curso de Iniciação no Distrito de Mino, no Estado de Guifu, certa
pessoa trouxe sua filha, de 3 a 4 anos de idade, que não conseguia
andar por causa da paralisia infantil, e solicitou Johrei na região das
cadeiras. Depois de alguns minutos, ele disse:

“Pronto. Agora tente andar!”

O pai da menina, com certo receio, estendeu sua mão para


tentar ajudá-la a ficar de pé. Mas a menina, ainda meio
desequilibrada, levantou-se sozinha e, em seguida, começou a
andar. Para ela, desde o nascimento era a primeira vez que andava.

O Rev. Shibui, com o ar de que aquilo não era nada,


esclareceu dizendo:

“O problema dela era pseudoparalisia infantil. Por isso, sua


cura foi simples.”

Todavia, os participantes do Curso, que presenciaram o


referido fato, sentiram uma grande emoção. Se, por ventura,
estivesse no recinto alguém que não conhecesse o Reverendo,
acho que ele imaginaria que aquilo era uma farsa ou algo
combinado, mas, sem dúvida, o fato era pura realidade, um milagre.

O recinto do curso encheu-se de pessoas que passaram a


pensar: “Gostaria de ter também, como o Reverendo, poder de
cura”. E assim, ficavam cada vez mais entusiasmados em
desenvolver atividades de difusão, dizendo:

“Vamos conduzir o maior número de pessoas ao Curso de


Iniciação.”

E, entre as crianças, havia uma que detestava Johrei. Os


pais empenhavam-se a fim de fazer com que ela o recebesse, mas
chutava e mordia a mão do ministrante e, de forma alguma, não
deixava as pessoas ministrarem. Os pais, não sabendo mais o que
fazer, solicitaram orientação ao Rev. Shibui. Então ele respondeu,
simplesmente:

“Traga-a.”

Todos os anos, no inverno, essa criança sofria de frieiras e,


devido ao frio intenso, as suas mãos ficavam todas vermelhas e
ulceradas. Apresentavam aspectos incômodos em que, só de ver,
as pessoas sentiam dó dela.

Observando a criança, o Reverendo disse:

“Querida, o tio quer te cumprimentar, dê-me as mãos.”

Ai, a criança olhou para o rosto do Reverendo e assentiu. O


Reverendo tomou com suas duas mãos, como que envolvendo as
mãos ulceradas da criança e, disse-lhe:

“Coitadinha! Mas, vai sarar logo, viu?”


Assim dizendo, depois de pegar levemente as mãos da
criança, apenas passou sua mão alisando sua cabeça. Isso
aconteceu em alguns segundos apenas. Porém, depois de alguns
dias, as mãos da criança estavam completamente curadas.

Recentemente, depois de passados mais de quarenta anos,


ouvi sua mãe dizer que, desde então, ela jamais teve aquelas
purificações. Hoje, a referida criança é mãe de cinco filhos e
recorda com saudade aquela época, dizendo:

“Não me recordo direito o acontecido, mas as mãos grandes


e calorosas do Reverendo, lembro-me direitinho!”

A personalidade de uma única pessoa, a do Rev. Shibui,


fazia emocionar grande número de pessoas, e essa emoção, por
sua vez, fazia mover grande número de pessoas. Assim, a intensa
Luz do Johrei praticado pelo Rev. Shibui iluminava e purificava o
local. Será que não seria isto o desenvolvimento da Obra Divina
ideal tão almejado por Meishu Sama? Acreditamos que isto não é
senão a essência das atividades de difusão da nossa Igreja.

(Traduzido de 25/10 a 5/11/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui


Sôsai – “O Servidor de Deus”, pág. 58 a 62)
CRONOLOGIA SIMPLIFICADA DE SÔSAI SHIBUI

Ano 19 - Era Meiji - 1886

Nasce em Província de Saitama (...). Após se formar na


Escola Primária da Vila, estuda em Curso Japonês de Estudos
Chineses.

Fim da Era Meiji

Vai a Sano, Província de Totigui, e aprende a técnica de


fabricação de (...). Posteriormente, vai a Saitama e a Tóquio. Como
o irmão mais velho, o (...) tinha empreendimento com bombas e
serviço da Casa Imperial, auxilia nesse trabalho.

Nessa época, aprende a técnica de escavação de poços e,


ao mesmo tempo, aprende a costura de roupas ocidentais.

Durante longo tempo, leva a vida de pensionista em


Assakussa.

Ano 45 - Era Meiji – 1913 - 26 anos

Inicia-se o comércio de roupas ocidentais. O nome da Loja é


Mussaishi-ya (Assakussa)

Ano 5 - Era Taisho – 1916 - 30 anos

Inicia-se com o empreendimento de alfaiataria. O nome da


Loja é (..). Bairro de Shinjuku, Yodobashi, Tóquio.

Ano 6 - Era Taisho – 1917 - 31 anos

Muda o seu registro de família para Assakussa.

Ano 8 - Era Taisho – 1919 - 33 anos


Em (...) Shinjuku, muda-se o nome da Loja para (..).
Posteriormente é eleito Presidente da Associação dos
Comerciantes de Roupas Ocidentais.

Ano 10 - Era Taisho – 1921 - 35 anos

Viaja ao sudeste da Ásia, Taiwan, Shangai, Hong Kong,


Birmânia, Singapura, Caucutá, Bombaim, etc. Na sua carteira de
marinheiro constam 2 registros de saída.

Nessa época, transfere o registro da família para (...)


Yodobashi, Shinjuku.

Ano 6 - Era Showa – 1931 - 45 anos

Ingresso na (...). (Inicia-se a pesquisa sobre o espírito).

Em (...) icho-me, assume o cargo de responsável da filial (...)


(mais ou menos 700 a 800 membros.)

Ano 12 - Era Showa – 1937 - 51 anos

Em novembro, ingressa-se no “Tratamento pelo Shiatsu


Método Okada”. (Recebe as aulas diretamente de Meishu Sama,
que na época do ingresso fora à procura da cura da doença da
senhora sua mãe). Após isso, passou-se a dedicar inteiramente na
difusão, abandonando a profissão.

Ano 13 - Era Showa – 1938 - 52 anos

Em 26 de janeiro, visita o Hozan-sô, e pela primeira vez,


recebe as aulas especiais. Segundo o Sr. (...), que na época
encarregava-se da recepção, respondera: “(...) 1-728, Yodobashi-
ku. Sosaburo Shibui, comerciante de roupas ocidentais, 52 anos”.
Em 21 de fevereiro, visita novamente o Hozan-sô e recebe, pela
primeira vez, o tratamento de Meishu Sama.
No dia 1º a 15 de março recebe as aulas para terapeuta.

Ano 14 - Era Showa – 1939 - 53 anos

Pela apresentação de (...), encontra-se com (...). Sua filha


mais velha recebe Johrei de Meishu Sama, por causa do tratamento
de cárie óssea de região do fêmur, pela apresentação do Shibui.

Ano 15 - Era Showa – 1940 - 54 anos

Em 15 de setembro, convida o casal de Fundadores para


(...), Meguro, Tóquio. Esse evento tornou-se no início, para a partir
do outro ano, da realização anual de encontro de cinema e jantar.

Em 1º de dezembro, Meishu Sama se afasta da vanguarda


do tratamento e dedica-se inteiramente na formação de discípulos
até a primavera do ano 1º da Era Showa.

Ano 16 - Era Showa – 1941 - 55 anos

Em 22 de janeiro, foi realizado o primeiro encontro


juntamente com a inauguração de (...), em (...). Shiba Koen, Tóquio.
(Esse dia é o dia de aniversário de Meishu Sama constante do
registro).

Em maio, na ocasião da viagem do Fundador a Moto-isse,


Nara, Kyoto e Konoe, aplica para a despesa da viagem e reparos
no Hozan-sô.

Em junho, acompanha o Fundador na viagem a Atami e


Hakone.

23 de julho, realiza-se jantar pelo (...), na hospedaria (...) de


Hakone, do outro lado de Enoshima.
Realiza-se, infelizmente no meio a um furacão, tendo-se a
presença do Fundador.

Ano 17 - Era Showa – 1942 - 56 anos

Em 25 de janeiro, Shibui, juntamente com toda a diretoria,


recebe em Consultório de (...), Shunjuku, o casal de Fundadores. E,
com o desejo de que se desenvolva cada vez mais como a
vigorosidade do sol nascente a (...) foi mudada de denominação
para Hinodekai (Associação Sol Nascente).

O Fundador, em comemoração, escreveu poemas em papéis


coloridos para poemas. Nesse dia, a seguir, apreciaram cinema em
Cine Musashi, em Shinjuku e realizou-se, em Tóquio Kaikan, um
encontro para a palestra e jantar.

Em 14 e 15 de julho, acompanhou a viagem do Fundador a


Izu e Hakone.

Em dezembro, foi realizado o festejo do 60º aniversário do


Fundador em Monte Nokoguiri, Bôshu. Shibui também participa
ativamente do seu preparativo.

Nessa época, observam-se muitos ingressos na Associação


de Moralogia.

Ano 18 - Era Showa – 1943 - 57 anos

No dia 5 de fevereiro, participou do festejo comemorativo da


reedição da “Medicina do Amanhã”, do Fundador.

Em agosto, o sr. Katsuiti Watanabe visita o Consultório


Shibui conduzido por (...) e participa do curso de 1 semana.
Ano 19 - Era Showa – 1944 - 58 anos

Em janeiro, realiza-se o Curso na residência de (...) em


Katsuura, Província de Tiba.

Em março, o Curso de Shibui no Consultório Watanabe em


(...) Nagoya. Esse foi o primeiro Curso Regional, relacionado com a
Associação Miroku, com mais ou menos 40 participantes.

Início de maio, o Fundador mudou-se do Hozan-sô,


Tamagawa, a Hakone. No lugar, Shibui muda-se para Hozan-sô. O
Consultório de (...), Shinjuku, fica sob cuidados da (...).

Em maio, realiza-se o primeiro Curso regional da região de


Tyu-kyo. Quem acompanhou o Shibui nessa ocasião, foram os
diretores. (...) (...) (...) (...) (...)

Em fins de maio, pela ordem da Força Militar, evacuação


obrigatória da Região de Shinjuku. O Fundador disse: “Isso é Deus
quem está mandando se mudar; portanto, mude-se imediatamente
a Tamagawa”. E muda-se apressadamente ao Hozan-sô. No dia
seguinte, o grande bombardeio de Tóquio.

No outono, o primeiro Curso na cidade de Ito. Vão Shibui e


(...), 36 participantes.

Nessa época, muda-se a denominação de Hinodekai para


“Miroku Kai” (Associação Miroku).

Ano 20 - Era Showa – 1945 - 59 anos

A partir dessa época, viaja todos os meses, durante 20 dias


mais ou menos, para realização de Cursos Regionais, pelas
solicitações de todas as regiões.
Ano 21 - Era Showa – 1946 - 60 anos

Em abril, primeiro Curso em (...). Participantes: 20 pessoas.

Em maio, viaja para realização de Cursos à Numazu, etc. (...)


o acompanha.

Em setembro, Curso em (...), em Província de Nara.

Ano 22 - Era Showa – 1947 - 61 anos

Assume o cargo de Vice-Presidente da Nippon Jôka Ryôho


Fukyu-kai (Associação para Divulgação do Tratamento pela
Purificação Nippon).

Em 30 de agosto, pela Nova Constituição, foi reconhecida a


“liberdade da crença”, e assim, organizou-se a Entidade Jurídica
Religiosa Nippon Kannon Kyo-dan, conforme o intuito de Meishu
Sama, e fora escolhido o (...) para o seu primeiro Presidente.

11 de novembro, inauguração da Entidade Jurídica Religiosa


“Nippon Kannon Kyodan”, no Hozan-sô. O Fundador Mokiti Okada,
Conselheiro, e Sôsai Shibui, Presidente. A sede, em Hozan-sô,
Kaminogue, Tamagawa, Setagaya-ku, Tóquio. No fim desse ano,
difusão regional a Beppu.

Ano 24 - Era Showa – 1949 - 53 anos

Em fevereiro, como forma de yin e yang (negativo e positivo),


a fim de preparar a realidade da construção do Paraíso Terrestre,
organizou-se uma Igreja com nome Igreja Miroku, e assume o cargo
de sua Presidência.

Nessa época, é acometido de leve hemorragia cerebral.


Ano 25 - Era Showa – 1950 - 64 anos

Em fevereiro, com o desenvolvimento da Obra Divina, foi


organizada a Igreja Messiânica Mundial, e torna-se Assessor de
Kyoshu e Presidente da Grande Igreja Miroku.

Ano 26 - Era Showa – 1951 - 65 anos

Em fevereiro, com a revogação do sistema da Grande Igreja,


assume como Diretor Geral e Conselheiro da Sede.

Em julho, fundou a Igreja (...) em Tóquio. Novamente dedica-


se na atividade da difusão, como responsável da Igreja.

Ano 29 - Era Showa – 1954 - 68 anos

Em setembro, purificação pela hemorragia cerebral. Trata-se


em Momoyama-dai, Atami.

Ano 30 - Era Showa – 1955 - 69 anos

Em 10 de fevereiro, ascensão do Mestre Fundador em


Hekiun-sô, Mizuguti, Atami.

Em 9 de maio, o estado de Shibui se agrava e entra em


estado de coma.

Em 17 de maio, às 3:30 horas, retorna ao Mundo Espiritual.

Em 19 de maio, funeral familiar.

(a idade constante deste cronograma é baseada na data de


aniversário).

OBS: Todos os (...) são palavras japonesas

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