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Série de pregações KRIPTONITA

PROGRAMAÇÃO:
1) 18 de Fevereiro - O poder do UM
2) 25 de Fevereiro - Identificando a KRIPTONITA
3) 04 de Março - Os efeitos da KRIPTONITA
4) 11 de Março - Eliminando a KRIPTONITA

O PODER DO UM
Esta série de pregações é mesmo sobre o Super-Homem? Claro que não, mas há paralelos
impressionantes entre a história dele e a nossa vida de fé. Vamos considerar as semelhanças:
 O Super-Homem não é deste mundo; um filho de Deus também não.
 Ele tem poderes sobrenaturais que os seres humanos normais não possuem; nós somos
sobrenaturalmente empoderados de formas que as pessoas deste mundo não são.
 Ele luta contra o mal; nós lutamos contra ao mal
 Ele protege e liberta os oprimidos pelos vilões; nós protegemos os fracos e libertamos os
cativos
 A força dele vem da luz do sol; a nossa força vem da Estrela da Manhã: Jesus.
 Há apenas uma coisa que pode parar o Super-Homem: a kriptonita, uma substância
radioativa originária de seu planeta natal. Semelhantemente, há uma “Kriptonita” originária
do nosso planeta natal que pode neutralizar um filho de Deus.
 A Kriptonita não apenas neutralizava as habilidades sobrenaturais que o Super-Homem
possuía, mas também o tornava mais fraco do que um mero ser humano; a nossa kriptonita
faz o mesmo.
O que é a nossa kriptonita?
Antes de revelarmos sua identidade, temos que entender alguns fundamentos desta revelação. E
precisamos entender que a enorme vantagem que a kriptonita tinha sobre o Super-Homem é que
ela não era facilmente reconhecível. Então ele podia estar sob os efeitos dela sem saber e sem
identificá-la. Da mesma forma, a kriptonita do crente está enfraquecendo tanto os crentes como o
Corpo de Cristo, e muitos ainda não a reconheceram.
O propósito desta série de pregações é identificá-la e revelar como eliminá-la para nos livramos
individualmente e coletivamente de seus efeitos, o que vamos tratar a partir do próximo Domingo.
Não perca de jeito nenhum!
A PERGUNTA EVITADA
Vamos começar com a pergunta que nunca queremos responder:
Já que somos filhos de um Deus tão incrível, a lógica simples concluiria que deveríamos ter uma
vida extraordinária. E não só parece lógico, mas também as Escrituras apresentam promessas
incríveis que já recebemos de Deus:
 Sua natureza divina,
 Seu caráter altruísta, um amor incondicional e perdão,
 Alegria e paz que excedem todo o entendimento,
 Poder sobrenatural,
 Bem-estar, vitalidade e saúde,
 Segurança e estabilidade,
 Sabedoria divina, conhecimento, entendimento,
 Ingenuidade e pureza,
 Discernimento aguçado e criatividade.
Em resumo, os atributos encontrados no Céu nos foram prometidos.
No entanto, essas qualidades não parecem estar sendo manifestadas em um nível geral nem
individual. Se formos sinceros...
 Será que vemos uma diferença significativa entre o povo de Deus e as pessoas do mundo?
 Os seguidores de Jesus se destacam? Brilhamos como luz em meio a uma geração obscura?
 Por exemplo, há uma diferença marcante entre o índice de divórcio na igreja e na
sociedade? Nossos casamentos são muito melhores? Nossos filhos são mais bem educados,
mais saudáveis e mais tementes a Deus?
 Vemos caráter, integridade e moralidade que são dramaticamente diferentes da corrupção
da nossa nação?
 Temos abundância de recursos?
 Conseguimos suprir as necessidades dos outros e proclamar o Evangelho a todas as nações?
No início da Igreja, os primeiros discípulos de Jesus eram conhecidos como homens que têm
causado alvoroço por todo o mundo (At 17.6) e além de influência e poder, eles também não
tinham falta de nada, pois lemos: grandiosa graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas
necessitadas entre eles (Atos 4.33-34). As pessoas os viam como os super-homens e supermulheres
daquela geração. Eles eliminavam doenças e enfermidades daqueles que sofriam. Eles brilhavam
como uma forte luz em meio a uma geração perdida na escuridão.
Insisto em fazer, mais uma vez, a pergunta evitada:
 Será que o nosso estilo de vida difere significativamente do estilo de vida da nossa
sociedade?
 A nossa vida brilha tão forte que somos vistos como o distinto povo de Deus?
 Será que somos tão eficazes como a Igreja Primitiva era em alcançar o mundo?
 Se não é bem assim, será que temos dado desculpas e até alterado a nossa teologia contra o
que a Bíblia claramente ensina, só para justificar nossa falta de poder?
Temos ignorado este problema gigantesco e dado desculpas apenas dizendo: “Deus não age mais
assim hoje em dia”. Para ser sincero, parece que estamos moldando o Evangelho para que se ajuste
à nossa condição, ao invés de nos alinharmos para nos moldar a ele.
 Será que evitamos estas questões exatamente porque não estamos dispostos a lidar com
elas?
Mas creio que, se abordarmos essa questão com a sinceridade da Palavra de Deus, a abundância de
vida para a qual fomos chamado será destravada.
Como filhos de Deus que somos, faz perfeito sentido que devamos refleti-Lo. A Bíblia afirma
categoricamente:
Porque neste mundo somos como Ele (1 João 4.17)

João não diz que “na próxima vida seremos como Ele”. Não mesmo. Ele declara que somos como
Ele agora neste mundo. E também podemos ler:
Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por
elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção
que há no mundo, causada pela cobiça. (2 Pedro 1.4)

Pense nisso: Somos como Ele neste mundo. Você e eu recebemos a natureza divina Dele. Não a
natureza do melhor e mais reconhecido ser humano da Terra. Pelo contrário, a natureza de Deus. A
palavra divina usada por Pedro é theios, no grego, que significa aquilo que é propriedade única e
básica de Deus. Nós somos verdadeiramente nascidos de Deus!
A frase muito comum que ouvimos no nosso meio, do tipo “Não há diferença entre um cristão e um
pecador; cristãos apenas foram perdoados” é uma grande heresia. E ela causa dois grandes danos:
primeiro, diminui o que Deus fez por nós através de Jesus e, segundo, anula suas promessas,
mantendo Seu povo cativo ao mundo e aos seus desejos imorais.
Como filhos de Deus, devemos manifestar caráter transformado, amor incondicional, alegria
indescritível, paz que excede todo entendimento, poder sobrenatural, bem-estar, vitalidade,
criatividade, sabedoria divina, entendimento aguçado, conhecimento acima da média e revelação
sensível, só para citar alguns atributos que deveríamos esperar e ver com naturalidade nos crentes.
Então, novamente, por que não estamos vendo isso na igreja em nível individual e coletivo? Se o
Reino de Deus está entre nós, por que não está sendo feito na Terra assim como no Céu?
A Palavra de Deus responde fartamente a esta pergunta e vamos encará-la. Veja estes versículos de
Paulo:
Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem
come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria
condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram.
Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos
juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para
que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11.28-32)

Algo estava muito errado na forma como celebravam a Ceia e isso trouxe três consequências a eles:
fraqueza, doença e morte física. Fraqueza é falta de força ou robustez, ou ser impotente. Ou seja,
estavam impotentes para ser quem foram criados para ser.
Vamos voltar à ilustração do Super-Homem. A Kriptonita era tão perigosa porque removia a sua
força e o deixava fraco. Se fosse exposto a ela, o Super-homem ficava doente e fraco, e se fosse
exposto a ela por muito tempo, poderia até morrer.
É o que Paulo estava falando da igreja em Corinto. E era o que Davi admitiu quando confessou seu
terrível pecado de adultério:
Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto
gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram-se
esgotando como em tempo de seca. (Salmo 32.3-4)

E que Tiago afirmava com clareza:


Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e
seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após
ter se consumado, gera a morte. Meus amados irmãos, não se deixem enganar.
(Tiago 1.14-16)

Se formos enganados, e o pecado não for confrontado, diz Tiago que o pecado pode fazer com o
crente o que a Kriptonita faz com o Super-Homem, chegando inclusive ao ponto de causar morte.
ATENÇAO: Não estamos dizendo que toda dificuldade, enfermidade ou morte são por causa de
pecado. De jeito nenhum! É comum enfrentarmos tribulações pelo fato inescapável de que vivemos
em um mundo caído e há forças demoníacas reais contra as quais lutamos. Jesus uma vez disse que
um cego não estava cego por causa de pecado dele ou dos pais, você se lembra? Não era por causa
de pecado, era luta mesmo. Nem toda fraqueza, enfermidade ou morte prematura ocorre devido
ao pecado. O sofrimento de Jó não tinha nada a ver com pecado nem com falta de integridade. Mas
em alguns casos, é por causa de pecado sim. Jesus mesmo, após curar um enfermo há 38 anos,
ordenou-lhe que não voltasse a pecar, para que algo pior não lhe acontecesse (Joao 5.14).
Não tem como negar que o pecado abre portas para consequências e dificuldades. E como Paulo diz
que não alguns, mas muitos estão fracos e doentes, precisamos ter muito amor para falar a
verdade. Isso é crucial.
PRECISAMOS ENTENDER O QUE SIGNIFICA “DISCERNIR O CORPO”
Vamos ler novamente 1 Coríntios 11.28-31:
Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem
come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria
condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram.
Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos
juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para
que não sejamos condenados com o mundo.

Paulo está discutindo a questão da Ceia do Senhor. Ele reconhece que cada um deve se examinar
individualmente, porque cada um tem um relacionamento pessoal com Deus através de Jesus
Cristo. Mas ele também enfatiza que todos temos que discernir o Corpo de Cristo, isto é,
lembramos que, em outro nível, aos olhos de Deus nós somos um. Este é o foco do que Paulo está
dizendo. Somos um corpo de Cristo; somos unidos como um só povo de Deus, assim como Israel
era um só povo de Deus.
O que Paulo está dizendo, sobre haver muitos crentes fracos e doentes, é que o Corpo de Cristo
estava sofrendo como um todo devido ao comportamento de alguns membros. Alguns agiam de
modo pecaminoso e egoísta ao tomar a ceia, e mesmo em sua vida pessoal, e todos estavam
sofrendo, porque eram um corpo, uma igreja, um povo unido.
O CASO DE ACÃ
Os Israelitas são um exemplo para nós. Na época de Josué, eles atravessaram o Jordão e
marcharam em direção a Jericó. Ali Deus mostraria sua grande força. Algumas das instruções dadas
por Deus foram:
A cidade, com tudo o que nela existe, será consagrada ao Senhor para destruição.
Somente a prostituta Raabe e todos os que estão com ela em sua casa serão
poupados, pois ela escondeu os espiões que enviamos. Mas fiquem longe das coisas
consagradas, não se apossem de nenhuma delas, para que não sejam destruídos. Do
contrário trarão destruição e desgraça ao acampamento de Israel. Toda a prata,
todo o ouro e todos os utensílios de bronze e de ferro são sagrados e pertencem ao
Senhor e deverão ser levados para o seu tesouro. (Josué 6.17-19)

O dia do ataque chegou e os israelitas foram invencíveis. Aniquilaram completamente tudo o que
havia na cidade antes tão poderosa, queimaram tudo e, incrivelmente, nenhum israelita foi morto
nem ferido. Lembre-se: aquela era uma das cidades que a geração anterior havia espiado e dado
um relatório terrível a Moisés, dizendo que era povo poderoso e uma cidade muito forte. Que
nada, foi totalmente demolida pelo exército de Josué.
Mas veja um pouco depois o que aconteceu:
Mas os israelitas foram infiéis com relação às coisas consagradas. Acã, filho de
Carmi, filho de Zinri, filho de Zerá, da tribo de Judá, apossou-se de algumas delas. E a
ira do Senhor acendeu-se contra Israel. (Josué 7.1)

Note que as Escrituras não dizem que um homem foi infiel, mas dizem que Israel foi infiel. E
também diz que a ira do Senhor se acendeu contra Israel. Não contra Acã apenas, porque, para
Deus, Israel estava unido como um, e quando um membro pecava violando as instruções do
Senhor, a responsabilidade caía sobre todo o Israel. Como isso é tão sério!
A trágica consequência se torna evidente logo depois. A próxima cidade era Ai, bem menor e
insignificante a ponto de, ao invés dos 600 mil guerreiros enviados a Jericó, agora só 3 mil foram
atacar Ai. Veja o que aconteceu:
Por isso cerca de três mil homens atacaram a cidade; mas os homens de Ai os
puseram em fuga, chegando a matar trinta e seis deles. Eles perseguiram os
israelitas desde a porta da cidade até Sebarim, e os feriram na descida. Diante disso
o povo desanimou-se completamente. (Josué 7.4-5)

Aquela era a mesma nação que havia acabado de destruir Jerico, sem nenhuma baixa, porem agora
os guerreiros estão fracos, irreconhecíveis, recuando e totalmente derrotados. Eles haviam sido
expostos à kriptonita.
Trinta e seis maridos morreram, deixando viúvas e órfãos, não porque tivessem pecado (eles não
pecaram), mas porque Acã pecou.
A nação está amedrontada agora e Josué busca resposta em Deus (Josué 7.7) . Veja a resposta de
Deus:
O Senhor disse a Josué: Levante-se! Por que você está aí prostrado? Israel pecou.
Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as,
escondeu-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem
resistir aos inimigos; fogem deles porque se tornaram merecedores da sua
destruição. Não estarei mais com vocês, se não destruírem do meio de vocês o que
foi consagrado à destruição. (Josué 7.10-12)

Deus não diz “há um homem entre vocês que pecou”, mas diz “Israel pecou”. O corpo inteiro sofreu
por causa da kriptonita espiritual. Josué e os lideres rapidamente lidaram com a ofensa de Acã e
logo resolveram o problema.
Nós, como igreja, somos um. Israel, que é nosso exemplo, era um e o pecado intencional de Acã
afetou não só a ele mas a toda a comunidade.
O PROBLEMA SEMELHANTE NA IGREJA EM CORÍNTO
Na igreja em Corinto não era nada diferente do incidente de Acã. Os que comiam a ceia sem
esperar os outros estavam desobedecendo intencionalmente às instruções de Deus. E Paulo ainda
menciona algo muito grave: em 1 Coríntios 5.1, ele fala que havia imoralidade escandalosa. Um
homem que professava ser um seguidor de Jesus, portanto um filho de Deus, um irmão em Cristo e
um membro do Corpo de Cristo, estava vivendo em pecado sexual intencional. E o povo sabia disso
e a liderança não estava fazendo nada a respeito.
E por isso, a igreja estava cheia de gente fraca, doente e alguns até morrendo prematuramente.
Por que não abordavam o problema como fez Josué na no passado?
 Muito provavelmente porque não queriam ofende-lo ao confrontarem o pecado. Temiam
que a igreja pudesse perder com isso
 Talvez pensassem que ele fosse embora e não ouviria mais a Palavra de Deus. “é melhor que
esteja em nosso meio, mesmo em pecado, do que no mundo longe do Evangelho.
 Ou talvez pensassem que “ele é um novo convertido, vamos lhe dar mais tempo”. Eles
esperavam que em algum momento aquele home iria entender e abandonar o pecado.
Mas isso é um grande erro, e que pode ser uma das causas da nossa perda de poder também. Paulo
é inflexível ao dizer para a igreja de Corinto que eles deveriam remover aquele homem. Veja o que
ele falou:
 Vocês devem remover este homem da comunhão de vocês (1 Co 5.2)
 Vocês devem expulsar este homem (1 Co 5.5)
 Livrem-se do “fermento velho” removendo essa pessoa má do meio de vocês (1 Co 5.7)
 Expulsem o perverso do meio de vocês (1 Co 5.13)
Pense nisso: em apenas 13 versos o apóstolo ordena 4 vezes que aquele grupo remova aquele
homem da igreja, inclusive numa das vezes a declaração é forte: expulsem este perverso! Lembre-
se, Paulo ama aquela igreja e também ama aquele homem. Ama mesmo.
Então por que Paulo foi tão duro e franco sobre isso? A resposta está na seguinte declaração:
Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? (1
Co 5.6)

Fermento é uma substancia que se espalha por toda a massa. Como no caso de Acã, a comunidade
inteira é afetada, não apenas aquele homem em pecado intencional. Deus ordenou que nos 7 dias
da Festa da Pascoa todos comessem pão sem fermento para mostrar tanto para Israel quanto para
nós que, quando fazemos uma aliança com Ele, não pode haver ninguém “dado ao pecado” na
comunidade. Todos devem arrepender-se da desobediência descoberta e voluntária à Palavra de
Deus, ou levarão o fermento do pecado e suas consequências para todos na comunidade. Pecado
ignorado na igreja espalha-se pelo todo e o corrompe irreparavelmente.
Isto significa que devemos prevenir que haja pessoas envolvidas na prática do pecado em nosso
meio? Claro que não! Deve haver multidões de não-crentes nas nossas reuniões, mas não como
membros da igreja. E nem devemos deixar que eles pensem que são membros. Só podem ser
membros se arrependeram-se do pecado voluntário e entregaram sua vida por completo a Jesus
Cristo. Paulo deixa isto bem claro:
Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com
isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos
idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou lhes
escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja
imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês
nem devem comer. (1 Co 5.9-11)

Paulo não está falando de um crente que “cai em pecado”, mas de alguém que se considera crente,
mas é “dado ao pecado”. O pai espiritual desta igreja fala tão fortemente sobre isso porque ama
muito a sua igreja e não quer vê-la sofrer em grande escala enquanto supostamente protege o
“crente” que continua no pecado. Não agir contra o pecado supostamente protege o pecador
voluntário, aquele que escolhe viver uma vida dada ao pecado, porque de fato, a igreja que age
assim está expondo este pecador ao grande perigo de presumir que está bem diante de Deus e só
descobrir seu estado perdido quando já for tarde demais, no dia do julgamento.
Quando comecei a pensar mais serio neste aspecto do poder do UM, confesso que fiquei meio
desanimado. Então, as ações dos outros podem afetar a minha vida e da minha igreja? É verdade,
podem sim. Mas há dois aspectos muito positivos nisso tudo:
1. Mas e se todos começarem a viver com discernimento de sua importância para o Corpo? Só
assim viveremos a completa grandeza do poder de Deus como nunca vimos antes. E eu
posso ser a mudança! Se não começar comigo ou com você, então como começará?
2. Quando andamos individualmente em obediência à Palavra de Deus, sempre seremos
abençoados. Podemos passar por tempos difíceis devido à desobediência de alguns (tempos
de frieza, de indiferença, de céus fechados, etc), mas no final prosperaremos. Veja o caso de
Elias: tanto sofrimento em Israel por causa do pecado do rei e do povo, mas ao final a sua
obediência trouxe mudanças, trouxe chuva e ao final ele foi pessoalmente abençoado.
Pergunta: Que legado você quer deixar para as futuras gerações? Como você quer ser lembrado na
Terra e como quer ser conhecido no Céu? Tudo vai depender de quão firme você se posicionará
pelo amor e pela verdade durante os seus poucos anos na Terra.
Em Atos 2.42-47, na igreja primitiva, porque eles eram um, estavam sempre unidos, e porque
decidiram obedecer à Palavra de Deus, que eles não consideraram opcional, a grandeza de Deus se
manifestou poderosamente. Mas eu acredito, e nós veremos isto, que o que eles vivenciaram não
chega nem perto da grandeza e do poder divinos que antecederão a volta de nosso Senhor Jesus
Cristo. Mas antes disso, ainda precisamos compreender mais profundamente o poder da unidade.
O PODER DO UM
Antes de ser crucificado Jesus orou ao Pai assim:
Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por
meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti.
Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a
glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em
mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e
os amaste como igualmente me amaste. (João 17.20-23)

A oração dele é que nós sejamos um a fim de que o mundo creia que Jesus Cristo é o Salvador de
toda a humanidade.
O que levará essa mensagem ao nosso mundo? Não há outra resposta a não ser a glória de Deus.
Ter a glória de Deus, a sua grandeza revelada, é crucial para conseguirmos cumprir a nossa missão.
Mas Ele reservou a sua glória apenas para aqueles que são um. Que são um Nele assim como Ele é
um com o Pai.
E como Jesus era um com o Pai? Ele deixou isso bem claro quando disse:
Por mim mesmo, nada posso fazer; eu julgo apenas conforme ouço, e o meu julgamento é
justo, pois não procuro agradar a mim mesmo, mas àquele que me enviou. (João 5.30)

Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que
me enviou. (João 6.38)

Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade,
ó Deus. (Hebreus 10.7)

Jesus era um com o Pai porque buscava e fazia o que Seu Pai desejava, mesmo quando não era algo
comum nem confortável.
No Pentecostes, o mesmo aconteceu com seus discípulos. Cerca de 500 seguidores ouviram a
ordem para permanecer em Jerusalém até serem revestidos de poder, mas foram somente 120 que
permaneceram unidos, em comum acordo, buscando juntos e obedientes à promessa.
CONCLUSÃO
Essa é nossa missão também: sermos um e por isso nos tornarmos reveladores da grandeza, da
glória de Deus. Não há outra forma. E o caminho da unidade verdadeira não é diferente do de Jesus
ou dos 120 discípulos: obediência à Palavra de Deus!
Pense bem:
 Quando Israel era um, derrotaram Jericó como super-homens.
 Quando Israel estava debaixo do reino de Salomão, foram invencíveis como nação e as
pessoas eram todas bem-sucedidas.
 Por outro lado, quando Paulo se refere à fraca e doente igreja de Corinto ele diz que tem
ouvido haver divisões entre eles. O que os impediam de serem um? A desobediência à
Palavra de Deus.
 Nada diferente de como a desobediência de Acã fez com que Israel deixasse de ser um e se
tornasse fraco e facilmente anulado e derrotado quando atacou Ai.

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