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Lição01

28 de setembro a 4 de outubro

Entendendo a história: Zorobabel e Esdras

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos Céus, me deu todos os reinos da Terra e me
encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá” (Ed 1:2).Leituras da semana: Jr
25:11, 12; Dn 9:1, 2; Ed 4:1-7; Ed 7:1-28; Is 55:8, 9

Sábado, 28 de setembroAno Bíblico: Ageu

Nos escritos de Jeremias, Deus havia prometido que Seu povo voltaria para Israel
após 70 anos de exílio babilônico. O rei Ciro foi o instrumento que Deus usou para
permitir que esse retorno acontecesse. Ungido por Deus (Is 45:1), Ciro publicou
um decreto por volta de 538 a.C. libertando o povo de Deus e consentindo que este
retornasse a Jerusalém para reconstruir o templo. Deus (e não Ciro) falou a
respeito da cidade: “Será edificada”, garantindo sua reconstrução; e do templo:
“Será fundado” (Is 44:28), movendo o coração de Ciro a conceder permissão para a
construção do templo.

É sempre encorajador ver o povo de Deus reagir positivamente às ações do Senhor:


“Então, se levantaram os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os
sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para
subirem a edificar a Casa do Senhor, a qual está em Jerusalém” (Ed 1:5).

Vemos aqui um exemplo de pessoas reagindo positivamente aos atos poderosos e


graciosos de Deus. Nossas melhores ações resultam da percepção de quem Deus é
e do que Ele faz, bem como do conhecimento do modo amoroso como intervém em
favor de Seu povo.
Domingo, 29 de setembroAno Bíblico: Zc 1-4

O primeiro retorno dos exilados

1. Leia Jeremias 25:11, 12; Jeremias 29:10; e Daniel 9:1, 2. Quando ocorreu o
primeiro retorno dos exilados? Qual profecia esse retorno cumpriu?

Jeremias havia escrito que a terra de Judá permaneceria desolada por 70 anos, sob
o domínio de Babilônia (isso aconteceu no período de 606-605 a.C. a 537-536 a.C.).
Então Deus abriria as portas para que os cativos retornassem, por meio da ordem
de Ciro, em cumprimento à profecia. Quando Daniel estudou os escritos de
Jeremias, percebeu que havia chegado a hora desse retorno prometido.

Em Daniel 9, o profeta estava perturbado, porque os 70 anos estavam quase se


findando sem nenhuma mudança aparente, e o novo Império Persa já havia subido
ao poder. Ele se lamentou e se voltou para Deus, implorando por misericórdia e
pelo cumprimento de Suas promessas. No mesmo capítulo (Dn 9:24-27), Deus
assegurou a Daniel que estava cuidando de tudo e que, no futuro, o Libertador
morreria pelo povo, para expiar seus pecados, trazer a justiça e cumprir o sistema
sacrifical. Na verdade, Deus estava dizendo: “Daniel, não se preocupe. O verdadeiro
Libertador (Jesus) certamente virá, mas também lhes enviarei livramento agora”.
Pouco tempo depois, Deus moveu Ciro, o rei da Pérsia, a dar a ordem para libertar
os cativos. Deus é sempre fiel às Suas promessas (veja em Daniel 10 como Deus
interveio para assegurar que Seu povo prosperasse na terra).

Esdras 1 registra a proclamação do rei Ciro de que a nação de Israel estava livre
para retornar a Jerusalém e construir a casa do Senhor. O primeiro grupo que
retornou a Judá era composto por cerca de 50.000 pessoas e provavelmente
incluísse mulheres e crianças de outros territórios. A ordem dada por Ciro, entre os
anos 539 e 537 a.C., não apenas os deixou ir, mas também garantiu que eles
retornassem com presentes e ofertas, incluindo os vasos originais do templo, que
haviam sido saqueados por Nabucodonosor. Esse evento nos lembra da saída dos
israelitas do Egito muitos anos antes, quando Deus moveu o coração dos egípcios
para presentear Israel em sua despedida.

Quais outras profecias históricas foram cumpridas exatamente como prometido na Palavra?
Você sente conforto ao saber que Deus conhece o futuro e que podemos confiar em Suas
promessas?
A partir do mês de outubro teremos o lançamento do Mutirão de Natal. Neste ano o tema
será “Mais Amor no Natal”.Anotações
Segunda, 30 de setembroAno Bíblico: Zc 5-8

Resumo dos reis e eventos


O primeiro grupo de repatriados recebeu a incumbência de reconstruir o templo
de Deus. Estudaremos em uma lição posterior a respeito da oposição que se
levantou contra a realização dessa tarefa. Por ora, examinaremos a sucessão dos
reis persas durante o longo período de construção do templo e reconstrução de
Jerusalém. É importante conhecer a história que envolve a obra de Esdras e
Neemias, pois ela contribui para que tenhamos uma visão ampliada de suas
mensagens.

2. Leia Esdras 4:1-7. Quais foram os reis em cujos reinados ocorreu a oposição à
construção do templo?

Eis a lista dos reis persas, em sua ordem cronológica, ligados aos livros de Esdras e
Neemias. A lista começa com Ciro, que estabeleceu o Império Persa e conquistou
Babilônia em 539 a.C.

Ciro II, o Grande (559-530 a.C.)

Cambises II (530-522 a.C.)

Dario I (522-486 a.C.)

Xerxes I (485-465 a.C.) [também conhecido no livro de Ester como Assuero]

Artaxerxes I (465-424 a.C.)

Ao estudarmos esses livros, é muito importante perceber que o aparecimento


desses reis não é mencionado em ordem cronológica no livro de Esdras. Por
exemplo, o conteúdo de Esdras 4:6-24 está inserido antes do capítulo 5, que
continua a história da oposição à construção do templo. Consequentemente, as
cartas envolvendo Xerxes I (Assuero) e Artaxerxes I, descritas em Esdras 4,
ocorreram após os eventos registrados nos capítulos 5 e 6, que tratam de Dario I.
Essa sequência pode parecer complicada para os leitores, e isso explica por que
houve algumas dificuldades ao longo dos séculos para compreender esses livros.
Conhecer a ordem dos acontecimentos nos ajudará a entender as mensagens de
Esdras e Neemias.

Você já encontrou fatos na Bíblia que o deixaram perplexo? Como podemos confiar em Deus e
em Sua Palavra quando nos deparamos com situações que parecem não ter sentido? Por que
essa confiança é importante? (Veja Is 55:8, 9).Anotações
Terça, 1º de outubroAno Bíblico: Zc 9-11

O segundo retorno dos exilados


Em Esdras 7:1-10 e Esdras 8:1-14, vemos que o rei Artaxerxes I permitiu que
Esdras retornasse a Jerusalém (o ano era 457 a.C.) e levasse com ele todos os que
desejassem retornar à pátria de Israel. Não se sabe muito sobre a relação entre
Esdras e o rei, nem se o escriba trabalhava para a corte. O capítulo 8 de Esdras lista
os chefes das famílias dos que retornaram, começando com os sacerdotes, seguidos
pela linhagem real e terminando com a população judaica em geral. Doze famílias
foram mencionadas de maneira específica, dando a impressão de que essa é uma
referência proposital às doze tribos de Israel.

O livro de Esdras lista cerca de 1.500 homens e um total aproximado de 5 a 6 mil


pessoas, contando mulheres e crianças. Esse grupo era muito menor do que o
primeiro grupo que havia retornado anteriormente com Zorobabel e Josué.

3. Leia Esdras 7:1-10. O que essa passagem nos ensina sobre esse servo do Senhor?
Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Esdras era um sacerdote rebelde.


• B. ( ) Ele era um escriba e tinha profundo conhecimento da Lei de Moisés.

Esdras era um escriba com um legado sacerdotal. Ele era descendente de Arão,
irmão de Moisés, que foi o primeiro sacerdote da nação de Israel. Devido aos fatos
registrados no relato bíblico, e com base na tradição judaica, Esdras é tido em alta
conta até hoje. Não se sabe se ele serviu como escriba na corte do rei Artaxerxes;
portanto, a menção do nome dele como escriba se deve às suas responsabilidades
anteriores ou às habilidades que ele começou a exercer após sua chegada a Judá. O
fato de Esdras ter sido enviado como líder da expedição indica que ele deve ter
trabalhado para Artaxerxes em alguma função de confiança.

Esdras foi identificado como um escriba ou mestre “hábil” (Ed 7:6, 10, ARC) e com
o coração “preparado” (ARC). A palavra “hábil” significa literalmente “rápido”,
sugerindo alguém de rápida compreensão e manipulação mental de informação. O
servo do Senhor era conhecido por sua perspicácia na interpretação da Lei de
Deus. Além disso, o fato de ter sido escolhido pelo rei para liderar um grupo de
israelitas a Judá é prova da coragem e capacidade de Esdras.

Esdras preparou seu coração para “buscar a Lei do Senhor” (Ed 7:10). Como podemos aplicar
esse princípio à nossa vida?Anotações
Quarta, 2 de outubroAno Bíblico: Zc 12-14

O decreto de Artaxerxes

4. Leia Esdras 7:11-28. Quais foram os componentes do decreto do rei? Por que
essas instruções foram importantes para o povo de Israel?

O decreto de Artaxerxes se assemelha ao primeiro decreto de Ciro. O rei


aconselhou todos os que estavam dispostos, especialmente os da linhagem
sacerdotal, a fazer a viagem a Jerusalém. Embora, de acordo com os documentos
históricos de Murashu, a maioria dos judeus tivesse permanecido na Pérsia (como
demonstrado na história de Ester), havia aqueles que esperavam a oportunidade
de começar uma nova vida na terra natal de seus ancestrais. O rei dirigiu a maior
parte de seus comentários aos tesoureiros do território Trans-Eufrates. Os
tesoureiros deviam conceder a Esdras tudo que fosse preciso para restaurar a
cidade e “para ornar a Casa do Senhor” (Ed 7:27). Por fim, o rei comissionou Esdras
a assegurar a observância apropriada da Lei de Deus e da lei da terra mediante a
criação do sistema judicial. A ordem e a organização resultantes dessa ordenança
são aspectos importantes em toda sociedade. Além disso, o rei ofereceu condições
para que Esdras e os israelitas restaurassem sua terra natal.

O interesse do rei pela reconstrução da cidade e do templo indica que ele passou a
crer no Deus de Esdras? Artaxerxes chamou o Senhor de o “Deus de Israel, cuja
habitação está em Jerusalém” (Ed 7:15). A terminologia que o rei usou para
designar o Deus de Israel indica que ele via o Senhor apenas como outra divindade
local que precisava ser apaziguada por meio de donativos. Ele não queria que esse
deus local se zangasse com ele e seus filhos (Ed 7:23). Além do mais, devemos
observar que 457 a.C. é também o ano de uma revolta egípcia contra o governo
persa; portanto, é provável que as ações favoráveis do rei tenham sido planejadas
para obter a lealdade da província de Judá.

Infelizmente, apesar do envolvimento que o rei tinha com Esdras e Neemias, isso
não fez dele um crente em Deus. Não há nada nos textos que indique sua
conversão, o que significa que o Senhor pode usar até mesmo pessoas descrentes
para cumprir Seus propósitos na Terra.

Mesmo em meio a tanta dor e sofrimento, como podemos confiar na soberania de Deus sobre
o mundo?Anotações
Quinta, 3 de outubroAno Bíblico: Malaquias

A importância da educação

5. Leia Esdras 7:6, 10. O que esses textos ensinam sobre a importância da educação
religiosa adequada? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) A instrução adequada da Palavra nos capacita para cumprir os propósitos de


Deus
• B. ( ) A educação bíblica não é tão importante quanto o sucesso profissional.

A sincera devoção de Esdras a Deus e sua decisão de estudar, praticar e ensinar a


Palavra de Deus (Ed 7:6, 10) o prepararam para um ministério superior em Israel.
O texto bíblico afirma que ele se dedicava ao estudo, à prática e ao ensino da Lei do
Senhor.

Ellen G. White apresentou uma ideia importante sobre Esdras: “Descendente dos
filhos de Arão, Esdras havia recebido a educação sacerdotal; e em acréscimo a isso
adquiriu familiaridade com os escritos dos magos, astrólogos e sábios do reino
medo-persa. Mesmo assim não se sentia satisfeito com sua condição espiritual.
Suspirava por estar em plena harmonia com Deus; ansiava sabedoria para fazer a
vontade divina. E assim preparou ‘seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para
a cumprir’ (Ed 7:10). Isso o levou a se aplicar diligentemente ao estudo da história
do povo de Deus, como se encontra relatado nos escritos dos profetas e reis. Ele
estudou os livros históricos e poéticos da Bíblia a fim de compreender por que o
Senhor tinha permitido que Jerusalém fosse destruída e Seu povo levado cativo
para terras pagãs (Profetas e Reis, p. 608).

“Os esforços de Esdras para reavivar o interesse no estudo das Escrituras se


tornaram permanentes, graças ao seu laborioso e constante esforço no sentido de
preservar e multiplicar os sagrados escritos. Ele reuniu todos os exemplares da lei
que pôde encontrar, fazendo com que eles fossem transcritos e distribuídos. A
Palavra pura, assim multiplicada e posta nas mãos de muitos, proveu o
conhecimento que era de inestimável valor” (Profetas e Reis, p. 609).

Observe que, embora Esdras tivesse aprendido sobre os costumes dos pagãos, ele
percebeu que não estavam corretos; portanto, buscou conhecer a verdade a partir
da fonte da verdade: a Palavra de Deus e a “Lei do Senhor”. Ele teve que descartar
muito do que havia aprendido nas escolas mundanas, pois, sem dúvida, muitos
desses conhecimentos estavam errados. Afinal de contas, que bem lhe fariam os
“escritos dos magos e dos astrólogos”?

O que precisamos desaprender do que o mundo nos ensina?Anotações


Sexta, 4 de outubroAno Bíblico: Vista geral do Antigo Testamento

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 607–617 (“Esdras, o Sacerdote e
Escriba”).

Observe a diligente obra de Esdras: “Esdras tornou-se um porta-voz de Deus,


educando nos princípios do governo do Céu aqueles que lhe estavam ao redor.
Durante os anos restantes de sua vida, estivesse próximo à corte do rei da Média-
Pérsia ou em Jerusalém, sua principal tarefa era a de professor. Enquanto
comunicava a outros a verdade que aprendia, sua capacidade para o trabalho
aumentava. Ele se tornou um homem de piedade e zelo. Foi testemunha do Senhor
ao mundo quanto ao poder da verdade para enobrecer a vida diária” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 609).

“Na obra de reforma a ocorrer hoje, há necessidade de homens que, como Esdras e
Neemias, não obscureçam nem desculpem o pecado, nem se esquivem de vindicar
a honra de Deus. Aqueles sobre quem repousa o fardo dessa obra não se sentirão
em paz quando o erro é praticado nem cobrirão o mal com o manto da falsa
caridade. Eles se lembrarão de que Deus não faz acepção de pessoas e de que a
severidade para com uns poucos pode representar misericórdia para com muitos.
Eles se lembrarão também de que o Espírito de Cristo deve ser revelado naquele
que repreende o mal” (Profetas e Reis, p. 675).

Perguntas para discussão

1. Temos lindas promessas do Senhor. Porém, Deus não Se impõe a nós. Quais
escolhas em nossa vida poderiam impedir o cumprimento de Suas promessas a
nós?

2. Leia a oração de Daniel 9:1-23. Quais princípios dessa passagem poderiam ser
aplicados à sua experiência? O que Daniel estava fazendo, qual era a atitude dele e
o que ele estava pedindo? O que mais poderia se aplicar a nós?

3. A Lição desta semana destaca a centralidade da Palavra de Deus no ministério de


Esdras e mostra a diligência dele em trabalhar para difundi-la. Qual é a lição para
nós em relação à importância que a Palavra de Deus deve ter em nossa vida e em
nossa igreja?

Respostas e atividades da semana: 1. Por volta de 538 a 536 a.C. Esse primeiro
retorno do povo de Israel cumpria a profecia dos 70 anos de Jeremias. 2.Comente
com a classe. 3. B. 4. Em primeiro lugar, o rei decretou que Esdras voltasse a
Jerusalém com todos os que desejassem. Depois, ele concedeu a Esdras o ouro e a
prata da casa real e de toda a Babilônia e ordenou que ele recebesse as ofertas
voluntárias do povo. Em seguida, Artaxerxes orientou que, com o ouro e prata,
Esdras comprasse novilhos para fazer sacrifícios no altar do Senhor e fizesse o que
bem entendesse com o restante dos recursos. O rei decretou que todos os
tesoureiros dalém do Eufrates entregassem a Esdras tudo de que ele necessitasse
para a casa do Senhor e que não fossem cobrados impostos nem pedágios dos
israelitas. O rei ordenou a Esdras que reforçasse a observância da Lei do Senhor e
das leis da terra mediante o sistema judicial. Essas instruções foram importantes
para que o povo se orientasse em suas ações. 5. A

Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 1

Entendendo a história: Zorobabel e Esdras


ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Esdras 1:1-3

FOCO DO ESTUDO: Esdras 1; Esdras 4:1-5; Esdras 7

Deus é o Senhor da história. Ele intervém em favor de Seu povo para cumprir Sua promessa de conduzi-lo ao lar. Ele
cuidou dos israelitas e cuidará de nossas necessidades no momento certo.

Os livros de Esdras e Neemias, que originalmente eram um só, começam com uma lição da obra misericordiosa de
Deus em favor de Israel por meio do rei Ciro. Os livros se concentram especificamente no período do ministério de
Zorobabel e Esdras. O primeiro grupo de exilados, que retornaram a Israel em 537/536 a.C., foi liderado por
Zorobabel, o governador, e Jesua, o sumo sacerdote. Essa experiência inicial com a reconstrução do templo em
Jerusalém está registrada em Esdras 1, Ed 2, Ed 3 e Ed 4:1-5. O capítulo 7 de Esdras inicia com o retorno do segundo
grupo de exilados sob a liderança desse servo de Deus cerca de 80 anos depois.

O estudo desta semana começa com as profecias sobre o primeiro retorno dos exilados. Essas profecias, encontradas
nos livros de Jeremias e Daniel, consistem na previsão do profeta Jeremias dos 70 anos de exílio (Jr 25:11, 12) e na
angústia subsequente de Daniel sobre o cumprimento da profecia, conforme o relato de Daniel 9. Deus assegurou ao
profeta que estava cuidando dos exilados e que cumpriria Sua palavra. Ciro, o rei medo-persa, cumpriu a profecia e
ordenou que os judeus voltassem e reconstruíssem o templo sob a liderança de Zorobabel.

O segundo grupo de exilados chegou em 457 a.C., cerca de 60 anos após a reconstrução do templo em Jerusalém, em
515 a.C. O capítulo 7 de Esdras, que conta em detalhes esse retorno, é uma apresentação desse servo de Deus, escriba
e especialista na Lei do Senhor. Em outras palavras, Esdras era mestre da Torá, havia dedicado a vida a servir a Deus
e se esforçava para reavivar o interesse dos exilados na Palavra do Senhor.

COMENTÁRIO

Para se compreender a mensagem de Esdras e Neemias, é importante reconhecer suas estruturas literárias
simplificadas:

Estrutura literária de Esdras (simplificada)

I. Retorno de Babilônia a Jerusalém segundo o decreto de Ciro

1. Em 537/536 a.C., Zorobabel e Jesua, sob a direção divina, levaram de volta a Judá o primeiro grupo de israelitas (Ed
1, Ed 2, Ed 3 e Ed 4:1-5).

2. O templo de Deus em Jerusalém foi reconstruído sob o reinado de diferentes reis estrangeiros (Ed 4:6-24, Ed 5 e Ed
6).

II. Retorno de Babilônia a Jerusalém segundo o decreto de Artaxerxes

1. Em 457 a.C., Esdras, sob a direção divina, levou de volta a Judá o segundo grupo de israelitas (Ed 7 a Ed 8).

2. A reforma de Esdras (Ed 9 a Ed 10).


Estrutura literária de Neemias (simplificada)

I. Retorno de Babilônia a Jerusalém segundo cartas de aval do rei Artaxerxes

1. Em 444 a.C., Neemias, sob a direção divina, levou de volta a Judá o terceiro grupo de israelitas (Ne 1 – Ne 2:1-10).

2. O muro de Jerusalém foi reconstruído (Ne 2:11-20, Ne 3, Ne 4, Ne 5, Ne 6 e Ne 7:1-3).

II. Estudo da Palavra de Deus, bem como reavivamento e reforma em Israel

1. Os que retornaram foram contados. Eles se dedicaram a Deus, ao estudo de Sua palavra e a cumprir Sua vontade.
Os que voltaram, celebraram a dedicação dos muros de Jerusalém (Ne 7:4-73, Ne 8, Ne 9, Ne 10, Ne 11 e Ne 12:1-47).

2. Reformas finais de Neemias (Ne 13).

Familiarize-se com essas estruturas, com os eventos históricos e as datas; melhor ainda, memorize-os. Essas
informações evitarão confusão a respeito das três intervenções de Deus em favor de Seu povo para levá-lo de volta a
Jerusalém. Além disso, ajudarão você a compreender a mensagem desses dois livros: que o Senhor é fiel e cumpre
Suas promessas. Tenha em mente que algumas partes das obras estão escritas de forma temática, não na ordem
cronológica (principalmente Esdras 4:6-23).

Dentro do quadro de estruturas literárias simplificadas de Esdras e Neemias, observe os decretos que facilitam as
três etapas do retorno do povo de Deus a Jerusalém:

Os três decretos cruciais dos reis medo-persas:

1. O decreto de Ciro, em 538 a.C., por meio do qual os judeus voltam do exílio babilônico e começam a reconstruir o
templo em Jerusalém.

2. O decreto de Dario, em 520 a.C., pelo qual os judeus voltam a Jerusalém e prosseguem com a construção do
templo (reconstruído e dedicado em 515 a.C).

3. O decreto de Artaxerxes, em 457 a.C., mediante o qual a cidade de Jerusalém é reconstruída e os judeus obtêm
autonomia nacional.

Deve-se enfatizar que o desafio de Esdras e Neemias não era reconstruir o templo (ele foi completado e consagrado
para adoração em 515 a.C., isto é, quase 60 anos antes de Esdras chegar a Jerusalém). Em vez disso, esses homens
tinham o propósito de reconstruir a cidade de Jerusalém, estabelecer sua administração e conquistar autonomia
nacional para Israel.

A tabela a seguir lista os reis da Pérsia e os grupos que voltaram a Israel durante seus reinados. Além disso, a quarta
coluna lista especificamente o trabalho que cada grupo realizou em Israel e o que aconteceu ali durante o reinado de
cada rei persa. A tabela tem o propósito de dar a cada professor uma ideia melhor da sequência dos eventos.

Cronologia dos eventos durante os reinados dos reis da Pérsia (do período de 537 a 444 a.C.)
Grupo que retornou e Obra de reconstrução
Período outros eventos realizada durante o
de reinado importantes reinado de cada rei
Rei

537/536 a.C. O primeiro


Ciro, “o 559-530 grupo volta (Zorobabel Começa a construção do
Grande” a.C. e Jesua) templo

530-522
Cambises II a.C.

522-486 Março de 515 a.C. Templo


Dario I a.C. concluído e dedicado

Ester casa-se com


Xerxes I 486-465 Xerxes I e se torna Resistência à reconstrução
(Assuero) a.C. rainha de Jerusalém

Começa o mais longo


457 a.C. Esdras volta período profético (Dn 8:14;
com o segundo grupo Dn 9:24-27)

Oposição à reconstrução de
Jerusalém (Ed 4:7-23)
465-425 445/444 a.C. - Neemias
Artaxerxes I a.C. retorna com o terceiro Os muros de Jerusalém são
grupo reconstruídos

O retorno do primeiro grupo (537/536 a.C.)

Em cumprimento das profecias de Jeremias e Isaías, o rei Ciro proclamou: “O Senhor, Deus dos Céus [...] me
encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém” (Ed 1:2). Essa declaração não significa que Ciro se tornou
seguidor de Deus. Ele estava tentando agradar os povos de seu reino reconhecendo seus deuses e suas crenças
religiosas. O rei reconhecia todos os deuses, pedia a bênção de todos eles, no esforço de ter o apoio de seus súditos.
Contudo, a palavra inspirada nos conta que “justo no tempo em que Deus tinha dito que faria com que o Seu templo
em Jerusalém fosse reconstruído, Ele moveu Ciro como Seu instrumento para discernir as profecias com respeito a
ele mesmo, com as quais Daniel estava tão familiarizado, e a conceder ao povo judeu sua libertação. Tomando o rei
conhecimento das palavras que prediziam, mais de um século antes do seu nascimento, a maneira pela qual Babilônia
deveria ser tomada; ao ler a mensagem a ele dirigida pelo Rei do Universo [...] seu coração foi profundamente
movido, e ele decidiu cumprir sua missão” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 557).
Assim, Ciro publicou o decreto para que os judeus exilados voltassem a Jerusalém. O primeiro retorno não foi um
remanejamento forçado; os judeus estavam livres para escolher voltar ou não à sua terra. A divisão que ocorreu entre
os reinos do norte e do sul e o rompimento entre as tribos não havia cessado durante o exílio. Apenas os
descendentes daqueles que pertenciam ao reino de Judá, o reino do sul, responderam positivamente ao chamado de
retornar à terra prometida.

O rei Ciro indicou Sesbazar (cujo significado é “Sin ou Shamash proteja o pai”) como líder da comitiva. Que indício o
nome Sesbazar nos dá sobre sua identidade? Eis duas possibilidades: o nome Sesbazar, juntamente com sua menção
como líder, aparece somente no início do retorno do cativeiro babilônico. Além disso, o governador do povo é
chamado sempre de Zorobabel (que significa “a semente de Babilônia”). Portanto, é comum deduzir que Sesbazar e
Zorobabel sejam a mesma pessoa (ambos são nomes babilônicos, mas o segundo poderia ser mais neutro e oficial no
âmbito religioso). Ou, pode ser que Sesbazar fosse o governador no início, mas que tenha morrido muito cedo e sido
substituído por Zorobabel.

Zorobabel levou o primeiro grupo de exilados a Jerusalém e deu início à reconstrução do templo. Porém, houve muita
oposição e por vários anos a obra começou e parou repetidas vezes. Finalmente, Deus enviou os profetas Ageu e
Zacarias, em 520/519 a.C., para encorajar os habitantes a concluir o templo. Portanto, levou 20 anos para a conclusão
e dedicação do templo desde a chegada dos exilados (515 a.C.).

O retorno do segundo grupo (457 a.C.)

O capítulo 8 de Esdras lista os exilados que voltaram com ele. Além dos sacerdotes e famílias reais, são mencionados
12 líderes de famílias dos judeus. A volta dos exilados relembra ao leitor o êxodo do Egito. Assim como as 12 tribos
viajaram do Egito à terra prometida, mais uma vez 12 famílias viajaram a Israel.

O rei Artaxerxes possibilitou o segundo retorno, enviando uma carta com Esdras, abrindo assim a porta aos judeus.
Mais uma vez, foi enfatizado que quem desejasse ir a Jerusalém estava livre para fazê-lo. O rei reconheceu o Deus de
Israel, que para ele era um “deus” regional. É interessante o fato de que o rei tenha reconhecido a inteligência de
Esdras, ao nomeá-lo como líder da expedição, dizendo que ele deveria decidir “segundo a sabedoria do [seu] Deus”
(Ed 7:25), que ele possuía. O trabalho de Esdras era ensinar ao povo as leis de Deus e estabelecer sua cultura
religiosa. O rei discerniu seu próprio papel nesse trabalho, ao compreender que facilitaria a restauração da religião
dos judeus, bem como da identidade deles, ao enviar um grupo de volta com Esdras.

Por meio de seu decreto, que ordenou a restauração de Jerusalém e não apenas do templo, o rei Artaxerxes cumpriu a
profecia das 70 semanas de Daniel 9:25. O ano 457 a.C. foi o início das 70 semanas “cortadas” da profecia dos 2.300
dias/anos, fazendo com que ambos os períodos tenham início no mesmo ano. A profecia das 70 semanas terminou
em 34 d.C. e culminou com o apedrejamento de Estevão, coincidindo com a proclamação do evangelho aos gentios
após a crucifixão de Jesus em 31 d.C. (metade da semana mencionada em Daniel 9:27). O período de 2.300 anos
terminou em 1844, sendo esse o período profético mais longo. Seu final marcou o início do juízo pré-advento no Céu
(o antitípico Dia da Expiação). Portanto, o tempo do retorno de Esdras à terra de Israel desempenhou um papel
crucial na profecia. (Para mais informações a respeito desse tema, veja a lição 3.)

APLICAÇÃO PARA VIDA

Em Esdras 1:1, é declarado que o Senhor despertou “o espírito de Ciro, rei da Pérsia”, para ordenar que os judeus
regressassem à terra de Israel. Ciro reagiu ao Espírito de Deus, que o impressionou a proclamar aos judeus que
reconstruíssem o templo em Jerusalém. É incrível que um rei pagão tenha respondido ao estímulo divino! Despertar
vem da palavra ur, que também significa “acordar” ou “levantar”. Assim, Ciro, de certa forma, acordou para o
chamado divino.

Quando Deus Se move na nossa vida, reagimos aos Seus impulsos e à Sua orientação. Tal motivação positiva tem
origem na contemplação dos poderosos e misericordiosos atos divinos na história e na nossa vida. O reconhecimento
de Deus nos capacita a admirá-Lo, a segui-Lo e a perseverar na caminhada com Ele e na obra que Ele nos dá para
fazer. Nosso melhor desempenho vem da percepção do que Deus é e do que tem feito, de saber como Ele intervém
amorosamente em favor de Seu povo e de como Ele o move à ação.

Depois de compartilhar o significado de “despertar” ou “levantar” da passagem acima (Ed 1:1), discuta as seguintes
perguntas com a classe:

O que motiva você a seguir a liderança divina?


De que forma você sente Deus levantar ou despertar seu coração para fazer algo para Ele?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 1

O milagre da perna amputada

O ano era 2017. Phylis Odindo sentiu uma dor insuportável na perna direita. Ela foi ao principal hospital público em
Kisumu, Quênia, mas não conseguiu ajuda, por causa de uma greve dos médicos. Sem dinheiro e poucas opções, ela
procurou tratamento em uma pequena clínica. O médico não tinha equipamento para fazer o exame de raio-X. Então,
olhou a perna e recomendou que fosse amputada.

Phylis, mãe viúva, não queria perder a perna, por isso, decidiu voltar para casa. Entretanto, a dor não diminuiu e ela
precisou voltar à clínica, submetendo-se à amputação da perna, logo abaixo do joelho. Três semanas se passaram e
Phylis sentiu-se muito doente, sem conseguir se movimentar. Finalmente voltou ao hospital para fazer o exame de
raio-X, que diagnosticou necrose do osso da perna. Seria então necessária a amputação do restante do membro.

Após ter feito a cirurgia, Phylis foi hospitalizada. Sua saúde enfraqueceu tanto que começou a perder a esperança.
Então, telefonou para Anna, a diretora do ministério da mulher a igreja adventista de Quênia-Re. Anna foi visitá-la e
teve certeza de que a enferma estava à beira da morte. Depois de Ana fazer uma oração, Phylis se sentiu mais forte, e
até pediu à amiga que continuasse orando. Anna aceitou e lhe deu algo para beber.

No dia seguinte, Anna voltou ao hospital com algumas irmãs da igreja. E repetiu as visitas nos dias seguintes. O pastor
e anciãos também foram visitar Phylis para oferecer encorajamento e orações. Phylis também orava enquanto estava
na cama do hospital: “Oh, Deus! Tenha misericórdia de mim, tenho apenas um filho!” Esse filho que ela criou sozinha
deixou a igreja adventista depois da morte do pai, onze anos antes. Ele ficou revoltado porque a família paterna se
apropriou da casa e dos bens após a morte. Em algumas regiões do Quênia, a esposa é responsável pelo bem-estar do
marido e é culpada se o marido falece. Os sogros a culparam e levaram todos os seus bens.

Os membros da igreja visitaram Phylis diariamente durante os três meses que ficou internada. Eles ajudaram pagar
os medicamentos e conseguir plano de saúde. Ao voltar para casa, os irmãos continuaram visitando-a e ajudando em
suas necessidades diárias.

Então algo maravilhoso aconteceu. Oito pacientes do hospital pediram para ser batizados. Eles foram tocados pela
compaixão demonstrada a Phylis pelos amigos da igreja; assim, desejavam fazer parte dessa família. Em seguida, oito
casais vizinhos de Phylis também pediram o batismo. Eles também foram impressionados pelo mesmo cuidado
amoroso dos membros da igreja. Quando a mãe de Phylis foi visitá-la, o Ministério da Mulher da mulher da igreja
ofereceu um desjejum surpresa na casa dela. A mãe, fiel membro de outra denominação cristã, ficou muito
impressionada e contou à filha que desejava participar da igreja adventista. Ela e outra irmã de Phylis foram
batizadas.

Para a felicidade completa de Phylis, o filho também foi batizado e se casou na igreja adventista em 2018. Ao todo, 25
pessoas foram batizadas desde q Phylis perdeu a perna. Ela acha que é uma troca maravilhosa. “Louvo a Deus porque
meu filho voltou à igreja por causa da amputação”, ela diz. “Eu só tenho uma perna, mas isso trouxe benefícios
espirituais para mim e minha família. Além de conduzir 25 pessoas a Deus.”

Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a construir um hospital adventista na cidade de Phylis, Kisumu.
Muito obrigado pelas ofertas generosas em prol da saúde física e espiritual no Quênia.

Dicas da História

• Cantar o hino favorito de Phylis, “Importará?”, HA 383, e ler sua passagem favorita: Salmo 23.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos
estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/ one-leg-25.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site: bit.ly/ECD-projects-2019
02

5 de outubro a 11 de outubro

Neemias

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive
jejuando e orando perante o Deus dos Céus. E disse: ah! Senhor, Deus dos Céus, Deus grande e
temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que Te amam e guardam
os Teus mandamentos!” (Ne 1:4, 5).Leituras da semana: Ne 1; Ne 2; Dt 7:9; Sl 23:1-6; Nm
23:19

Sábado, 5 de outubroAno Bíblico: Mt 1–4

Até então, dois grupos de cativos haviam retornado a Judá como cumprimento, ao
menos parcial, das promessas de Deus à nação hebraica.

Porém, Deus estava preparando mais um grupo de exilados para voltar. O último
grupo de cativos foi incumbido de resolver um problema. Embora os dois
primeiros grupos tivessem voltado para reconstruir a cidade de Jerusalém e
tivessem completado parte desse projeto ao terminar o templo, o restante da
construção foi sendo abandonado à medida que surgia a oposição das nações
vizinhas. Os povos circunvizinhos não queriam que os israelitas construíssem a
cidade e seus muros porque temiam que eles se tornassem uma nação poderosa
como haviam sido anteriormente (Ed 4:6-24). Portanto, o retorno dos israelitas
parecia ser uma ameaça que eles estavam determinados a deter. Mas Deus não
chamou Seu povo para abandoná-lo no meio da tarefa que Ele o havia chamado a
realizar.

Por isso, Ele estava preparando outro homem para realizar Sua vontade e cumprir
Seus propósitos, e o nome dele era Neemias. Agora voltaremos nossa atenção para
ele e para a obra que realizou com o auxílio do Senhor.

O dia 19 de outubro será o Dia do Pastor e das Vocações Ministeriais. Celebre esse
momento em sua igreja!Anotações
Domingo, 6 de outubroAno Bíblico: Mt 5-7

Neemias recebe más notícias


O livro de Neemias começa de modo semelhante ao livro de Daniel (leia Daniel 1:1,
2), isto é, com más notícias. Muitos haviam retornado à sua terra de origem, mas as
coisas não estavam indo muito bem para eles ali.

1. Leia Neemias 1:1-4. Por que o servo de Deus ficou tão angustiado? Qual foi sua
resposta às más notícias recebidas? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Sua família havia sido morta. Ele então chorou.


• B. ( ) O povo e a cidade estavam em ruínas. Ele chorou, lamentou e orou ao
Senhor.

Alguns judeus levados cativos anos antes haviam sido enviados a Susã, um dos
quatro centros administrativos do Império Persa, onde Neemias servia no palácio
real como copeiro. O termo usado para a expressão “Hanani, um de meus irmãos”
possivelmente indique um irmão de sangue, pois em Neemias 7:2 há uma
referência semelhante a Hanani, de modo bem familiar. No entanto, essa expressão
também pode ser aplicada a um conterrâneo israelita apenas. A conversa com
Hanani provavelmente tenha ocorrido entre meados de novembro e meados de
dezembro de 445 a.C., cerca de 13 anos após o retorno de Esdras a Jerusalém.
Hanani relatou que a situação em Jerusalém estava terrível. O povo não havia
conseguido reconstruir Jerusalém, e o inimigo tinha destruído os muros da cidade,
deixando-a indefesa e desolada.

Neemias tinha ouvido rumores de que os samaritanos haviam destruído os muros


da cidade, mas ele não tinha respostas definitivas até aquele momento.
Consequentemente, o próprio rei Artaxerxes acabou com a esperança dos que
tinham retornado, interrompendo o progresso da construção após as reclamações
dos povos dalém do rio (Ed 4).

Apesar de o templo ter sido reconstruído, ele não estava funcionando


completamente, porque as pessoas responsáveis pelo serviço do santuário não
conseguiam morar em Jerusalém. A situação entristeceu Neemias quando ele
sentiu em seu coração as implicações da notícia: os judeus não haviam glorificado a
Deus, embora tivessem retornado para esse propósito. Em vez disso, eles haviam
negligenciado a casa de Deus e a cidade santa devido ao medo do inimigo e da
opressão.

Por isso, Neemias se voltou para Deus. Não reclamou da falta de fé do povo; não o
considerou covarde, nem aceitou a situação. Ele orou e jejuou.
Segunda, 7 de outubroAno Bíblico: Mt 8-10

A oração de Neemias

2. Leia a oração de Neemias 1:5-11. Quais são os componentes dessa oração? Por
que o servo de Deus se incluiu no grupo dos culpados?

1. Reconhecimento da grandeza e misericórdia de Deus: Senhor, Tu és grande e


tens misericórdia (Ne 1:5).

2. Súplica para que Deus ouvisse sua oração: Ouça-me (Ne 1:6).

3. Confissão dos pecados (Ne 1:6, 7).

4. Solicitação de que o Senhor Se lembrasse das Suas promessas (Ne 1:8, 9).

5. Reafirmação de que Deus havia resgatado Seu povo (Ne 1:10).

6. Nova súplica para que Deus ouvisse sua oração: Ouça-me (Ne 1:11).

7. Pedido especial de ajuda: Deus, concede prosperidade e misericórdia (Ne 1:11).

A oração de Neemias é uma bela composição que narra a grandeza de Deus, a


pecaminosidade do povo e conclui com um pedido de ajuda. Essa oração se
assemelha à oração de Daniel 9, e é possível que Neemias estivesse familiarizado
com essa oração. Vale a pena observar que o servo de Deus não começou sua
oração com um pedido de ajuda, mas primeiro declarou a verdade sobre quem
Deus é: grande e temível. Ele também destacou que Deus mantém Sua aliança e
tem misericórdia daqueles que O amam, como se quisesse lembrar a Deus que Ele
sempre havia sido fiel e agora não podia ser diferente.

A oração apresenta uma estrutura especial (descrita acima) que tem seu centro no
verso 8, em que Neemias articula as promessas de Deus. Neemias disse: “Lembra-
Te”. Em outras palavras: Lembra-Te, Deus, de que prometeste que nos dispersarias
quando fôssemos infiéis, mas que também nos trarias de volta e restaurarias todas
as coisas. Já que a primeira parte aconteceu, agora é hora de cumprir a segunda,
pois estamos nos voltando a Ti.

Neemias não teve medo de reivindicar as promessas de Deus e lembrá-Lo delas.


Evidentemente, não é que Deus não saiba ou não Se lembre do que prometeu. Em
vez disso, Ele sente prazer em nos socorrer quando Lhe pedimos ajuda. Ele deseja
que acreditemos em Suas promessas e as falemos em voz alta para Ele. Ao
verbalizá-las, podemos ser fortalecidos em nossa decisão de confiar nelas,
especialmente nos momentos em que estamos desesperados.
Quais promessas de Deus você pode reivindicar hoje? Por que é importante nunca desistir de
clamar por elas?Anotações

Terça, 8 de outubroAno Bíblico: Mt 11-13

Neemias se manifesta
Em Neemias 1:11, vemos que o servo de Deus era o copeiro do rei. Naquela época,
os copeiros podiam ser homens de poderosa influência, já que tinham acesso
constante ao rei. Os copeiros provavam as bebidas destinadas ao rei a fim de
prevenir doenças ou a morte do monarca. Heródoto ressalta que os persas tinham
os copeiros em grande honra, pois eram considerados oficiais superiores. Por
exemplo, o copeiro do rei assírio Esar-Hadom era também seu primeiro-ministro.
Portanto, Neemias ocupava uma posição elevada no reino e, por causa de seu
acesso ao rei, ele pediu a Deus que o usasse para falar ao soberano sobre a situação
de Judá.

3. Leia Neemias 2:1-8. O que aconteceu como resultado das orações e jejum do
homem de Deus? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) O rei atendeu o pedido dele e o mandou para Judá.


• B. ( ) O rei se enfureceu com a ousadia de Neemias e o matou.

A oração foi respondida no mês de nisã, aproximadamente o mês de abril de 444


a.C. Quatro meses haviam se passado desde que Hanani e os judeus trouxeram a
Neemias as notícias perturbadoras sobre Jerusalém. Durante quatro meses
Neemias orou e jejuou, e é possível que, enquanto os dias se passavam, ele tivesse a
sensação de que Deus não estava respondendo. Mas o tempo no relógio divino é
sempre perfeito. O Senhor preparou o rei para ouvir Neemias e responder-lhe
favoravelmente.

Não era comum o copeiro ser dispensado de seus deveres por algum tempo a fim
de governar um país diferente. Deus falou por meio de Neemias e impressionou o
rei persa Artaxerxes I a fazer dele um governador do território de Judá. A menção à
rainha sugere que essa talvez tenha sido uma ocasião reservada, já que não era
costume a rainha estar presente em banquetes formais. Neemias não mencionou
Jerusalém imediatamente para não gerar ideias preconcebidas, mas fez um apelo
emocional e pessoal ao rei. No momento em que o local específico foi mencionado,
o coração do rei já havia sido conquistado.

Quais são os paralelos entre o cargo de Neemias na corte e o de Daniel em Babilônia? O rei
pareceu muito favorável ao pedido do servo de Deus. O que isso revela sobre o caráter do
copeiro?Anotações
Quarta, 9 de outubroAno Bíblico: Mt 14-16

Neemias é enviado
Juntamente com Neemias, o rei enviou cartas a Sambalate, o horonita, e a Tobias, o
amonita, oficiais superiores da região dalém do rio, a fim de preparar o caminho
para a obra a ser realizada por Neemias. Além disso, o rei ordenou a Asafe, o
guardião da floresta do rei, que fornecesse ao servo de Deus toda a madeira
necessária para reconstruir a cidade, os muros e os portões do templo.

4. Leia Neemias 2:9, 10. O que o texto revela sobre a oposição que Neemias e os
judeus em geral enfrentariam?

Neemias chegou a Jerusalém entre os anos 445 a 444 a.C. A oposição parece ter
surgido antes mesmo que ele tentasse qualquer ação, pois o pedido entregue aos
governadores foi suficiente para suscitar problemas. Embora Tobias fosse um
nome judaico e significasse “O Senhor é bom” (bem como o de seu filho Joanã, que
significava “o Senhor é misericordioso”), ele servia como governador de Amom.
Portanto, Jerusalém estava cercada de inimigos: Sambalate, o governador de
Samaria, ao norte; Tobias, o governador de Amom, ao oriente; e Gesém, o árabe
(Ne 2:18, 19), que tomou posse de Edom e Moabe, ao sul. Foi lamentável que a
liderança daquela região tenha rejeitado Neemias porque ele se preocupava com o
bem-estar dos oprimidos. Indivíduos prepotentes não se alegram com a felicidade
das pessoas a quem eles intimidam.

A chegada de Neemias “a Jerusalém com uma escolta militar, mostrando que ele
estava chegando para alguma missão importante, despertou o ciúme das tribos
pagãs que viviam próximo da cidade, que muitas vezes tinham manifestado sua
inimizade contra os judeus lançando sobre eles descrédito e insulto. Entre os mais
ativos nessa ação estavam alguns chefes dessas tribos: Sambalate, o horonita;
Tobias, o amonita; e Gesém, o arábio. Desde o princípio, esses líderes observaram
com olhos críticos os movimentos de Neemias e procuraram, por todos os meios ao
seu alcance, subverter seus planos e dificultar seu trabalho” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 635).

Quais outras histórias bíblicas mostram a oposição enfrentada por aqueles que foram
chamados por Deus para fazer Sua vontade? Compartilhe sua resposta com a
classe.Anotações
Quinta, 10 de outubroAno Bíblico: Mt 17-20

Neemias se prepara para sua tarefa


O Senhor havia chamado Neemias para essa tarefa e providenciou tudo de que ele
precisava. Conhecendo as promessas de Deus e a certeza do chamado divino, ele
prosseguiu, mas avançou com cautela e oração. Em outras palavras, embora
soubesse que Deus estava com ele, esse conhecimento não o impediu de analisar o
que deveria fazer.

5. Leia Neemias 2:11-20. O que o servo de Deus fez a fim de se preparar para o
projeto de reconstrução dos muros?

Lições sobre liderança. Lição 1: Neemias não contou a ninguém os planos que Deus
pusera em seu coração realizar em Jerusalém (Ne 2:12). Ele não apenas não contou
esses planos ao inimigo, mas também os omitiu dos líderes judeus. Neemias estava
em uma missão de reconhecimento a fim de descobrir o que precisava ser feito.
Lição 2: Antes de apresentar qualquer coisa, o servo de Deus fez sua “lição de casa”
e planejou toda a obra necessária. Lição 3: Quando Neemias, por fim, falou da
tarefa, ele primeiramente descreveu o que Deus havia feito até aquele momento
para guiar aquela expedição e então acrescentou as palavras do rei. Ele encorajou
os judeus antes de pedir o comprometimento deles. Foi um verdadeiro milagre que
eles tenham reagido de modo tão favorável, apesar da resistência que viria.
Mediante as orações e o jejum de Neemias, Deus preparou tanto o rei como o povo
judeu para que respondessem positivamente.

6. Leia Neemias 2:19, 20. O que esses versos revelam sobre a fé desse líder? Textos
como Deuteronômio 7:9, Salmos 23:1-6 e Números 23:19 podem tê-lo ajudado?

Nossas conversas demonstram quem somos e no que acreditamos. Neemias falava


palavras edificantes. Ele não tinha receio de glorificar a Deus, mesmo quando as
pessoas zombavam dele. Embora conhecesse o desprezo dos inimigos pelos
israelitas, ele não mediu palavras nem negou sua confiança na providência divina.
Como José no Egito, Neemias não tinha medo de manifestar sua fé entre os povos
que não criam em Deus.

Anotações
Sexta, 11 de outubroAno Bíblico: Mt 21-23

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 628–634 (“Um Homem Oportuno”).

Neemias era um homem de oração. Ele “havia clamado muitas vezes a Deus em
favor de seu povo. Mas agora, ao orar, um santo propósito tomou conta de sua
mente. Decidiu que, se conseguisse obter o consentimento do rei e o necessário
auxílio na aquisição de ferramentas e material, assumiria a tarefa de reconstruir os
muros de Jerusalém e restaurar a força nacional de Israel. E suplicou ao Senhor
que lhe permitisse conquistar a simpatia do rei, para que esse plano pudesse ser
levado avante. Ele orou: ‘Faze prosperar hoje o Teu servo, e dá-lhe graça perante
este homem’ (Ne 1:11, ARC). Neemias tinha esperado quatro meses por uma
oportunidade favorável para apresentar seu pedido ao rei” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 629, 630).

Perguntas para discussão

1. O que significa o fato de que, em toda a Bíblia, os que foram chamados por Deus
enfrentaram oposição? Por que isso ocorreu em quase todos os casos? Houve
pessoas chamadas por Deus que não enfrentaram oposição? Cite exemplos. Por
que não devemos ficar desanimados quando, mesmo fazendo a vontade de Deus,
enfrentamos obstáculos para realizar o que Ele nos chamou para fazer?

2. Leia Neemias 2:18. O que isso revela sobre o poder do testemunho pessoal, e
como esse testemunho foi crucial para obter a resposta que Neemias recebeu dos
judeus?

3. Esdras e Neemias não teriam realizado nada sem a ajuda do rei. Em outras
palavras, esses homens de Deus trabalharam em cooperação com as autoridades
políticas, que eram pagãs. Que lição é possível extrair desse fato para que, como
igreja, saibamos como e quando devemos buscar auxílio dos poderes políticos,
quaisquer que sejam eles? Ao mesmo tempo, ao fazer isso, por que a igreja deve ser
muito cautelosa?

4. Recapitule com a classe a oração de Neemias (Ne 1:1-11). Com base nessa
oração, como você pode aprofundar seu relacionamento com Deus? O que ela
ensina sobre entrega, confissão e reivindicação das promessas?

Respostas e atividades da semana: 1. B. 2. Primeiro Neemias louvou a


misericórdia de Deus, pedindo que Ele o ouvisse. Depois confessou seus pecados e
os de Israel. Então suplicou a Deus o cumprimento de Suas promessas. Em seguida,
o servo de Deus lembrou a redenção do Senhor e novamente pediu que Deus o
ouvisse, clamando por misericórdia e prosperidade. Neemias se incluiu como
culpado porque, embora buscasse o Senhor, reconhecia a sua condição de
pecador. 3. V; F. 4. Sambalate e Tobias não gostaram de ouvir que o rei havia sido
favorável a Neemias; isso indica que ele sofreria alguma oposição desses
governadores. 5. Ele foi até os muros assolados e deu uma volta pela cidade a fim
de verificar o que poderia ser feito. 6. Neemias acreditava que o Senhor lhe daria
êxito na reedificação de Jerusalém, pois confiava em Suas promessas.

Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 2

Neemias
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 1:4, 5

FOCO DO ESTUDO: Neemias 1; Ne 2

Após o retorno dos dois grupos (o primeiro liderado por Zorobabel e o segundo por Esdras), Deus encarregou
Neemias, copeiro do rei Artaxerxes (Ne 1:11), de levar ainda outro grupo de exilados de volta a Jerusalém. Neemias
ficou sabendo que os “restantes” dos judeus na cidade santa estavam “em grande miséria e desprezo” (Ne 1:3) devido
à oposição que encontraram na reconstrução da cidade. Neemias ficou desolado com as notícias e se lamentou
durante vários dias. Ele jejuou e orou a Deus.

O rei Artaxerxes percebeu que Neemias estava triste e lhe indagou o motivo. Enquanto orava silenciosamente,
Neemias disse ao rei que Jerusalém estava arruinada. Ele pediu ao rei que lhe desse permissão para ir à cidade a fim
de reconstruí-la. De modo surpreendente, o rei lhe concedeu seu pedido, pois “a boa mão do [seu] Deus era” com ele
(Ne 2:8). Neemias reconheceu a providência e a graça divina.

Contudo, o servo de Deus sabia que precisava de reforço, pois os governadores “dalém do Eufrates” amedrontaram os
israelitas e fizeram com que parassem a obra. Devido às reclamações desses líderes, o rei Artaxerxes tinha feito
cessar a reconstrução de Jerusalém. A fim de reverter a primeira ordem do rei, Neemias sabiamente lhe pediu que
enviasse consigo uma carta aos líderes da região, informando-lhes que estava em missão oficial e, portanto, não devia
ser impedido.

Na conclusão do capítulo 2 de Neemias, encontramos o servo de Deus explorando a obra que precisava ser realizada
e encorajando o povo a construir. Enfatize que o êxito de Neemias em assegurar o favor do rei foi consequência direta
da atitude de buscar a Deus em resposta aos trágicos eventos em Jerusalém (Ne 1:3). Neemias orou e jejuou (Ne 1:4);
como resultado, Deus preparou o rei e o povo para reagir favoravelmente.

COMENTÁRIO

A oração de Neemias (Ne 1)

Neemias ficou angustiado após receber a visita dos recém-chegados de Judá. Como oficial da corte do rei, é possível
que tivesse conhecimento do juízo de Artaxerxes contra Judá. Forças hostis em volta de Jerusalém denunciaram ao
rei a obra de reconstrução e este se sujeitou diante dessa investida, convencido da potencial ameaça política que os
judeus representavam (Ed 4). Por causa de rumores e por ação governamental oficial, Neemias indagou sobre a
situação em Judá. Infelizmente, os rumores foram confirmados por Hanani e seus ajudantes, e a verdade apresentada
deve ter sido pior do que se esperava. O servo de Deus sofreu com as notícias e se lamentou durante vários dias.
Porém, imediatamente buscou auxílio divino.

A lição resume a oração de Neemias. Ao analisar sua oração, descobrimos que o ponto principal (o centro) da oração
foi a súplica para que Deus Se lembrasse de Suas promessas. Assim, Neemias relembrou os leitores do quadro geral:
Deus cumpre Suas promessas. O líder começou a oração com adoração e louvor, antes de pedir a Deus que o ouvisse.
Ofertas de adoração e louvor, por sua vez, são seguidas pela confissão de pecados e o pedido para que o Senhor Se
lembre de Suas promessas de restaurar o povo. No fim, a oração volta a relembrar ao Senhor de que aquele é Seu
povo redimido. Mais uma vez, Neemias pede ao Senhor que o ouça e que o rei seja misericordioso para com ele, pois
sabe que o rei tem o poder de reverter a situação em Judá e, portanto, suplica que Deus atue no coração do monarca.

Muitas vezes, esperamos que as orações sejam respondidas de imediato, mas Neemias perseverou e orou durante
mais de quatro meses até que algo acontecesse. O período de oração serviu para que o copeiro fosse preparado para
liderar a expedição. Ele teve tempo para pensar nos passos que tomaria quando chegasse a Jerusalém, o que faria
para maximizar os resultados do processo de reconstrução, e talvez até para calcular os materiais de que precisaria.
Todos esses planos devem ter se solidificado na mente do servo de Deus, pois quando o rei finalmente lhe perguntou:
“Que me pedes agora?” (Ne 2:4), Neemias tinha uma resposta bem pensada.
Conversa com o rei. Neemias vai a Jerusalém (Ne 2:1-10)

Neemias iniciou seu pedido ao rei falando sobre os “sepulcros de [seus] pais” (Ne 2:5). O respeito pelos ancestrais e
pelo local adequado para o sepultamento deles era motivo de profunda preocupação na antiguidade, pois dessa
forma os antigos expressavam grande respeito por seus antepassados e desejo de paz. Neemias não mencionou
Jerusalém pelo nome, apenas se referiu à importância do local de sepultamento e da cidade que amava. Não se sabe
se toda a negociação entre o rei e Neemias aconteceu em um só momento. Contudo, é possível que a conversa tenha
continuado em um local mais reservado onde a rainha estava presente (Ne 2:6). Historiadores acreditam que o rei
Artaxerxes era influenciado por mulheres. Por isso, a presença de sua esposa pode ter sido um ponto positivo para
Neemias (segundo Ctesias, médico e historiador grego, o nome dela era Damaspia, embora não seja mencionado na
Bíblia). Mas isso é apenas especulação.

Neemias precisava de (1) tempo; (2) credenciais para que os inimigos de Israel o deixassem passar e não lhe fizessem
dano; e (3) madeira para construção. É interessante observar que Asafe, oficial do rei, guardião da floresta imperial,
tinha nome judeu, o que sugere que, a exemplo de Neemias, ele seria um judeu que havia conquistado uma elevada
posição. O servo de Deus precisava de madeira para três projetos: (1) vigas para os portões de uma fortaleza,
construída ao norte do templo com o propósito de proteger seus recintos sagrados; (2) o muro da cidade; e (3) para
sua residência. É possível que ele estivesse apenas planejando reformar uma casa que havia pertencido à sua família.

Em Jerusalém: Preparação para reconstruir os muros (Ne 2:11-20)

Neemias chegou a Jerusalém com capitães do exército e cavaleiros. No caminho, ele entregou a carta do rei a cada
governador que buscou deter a obra dos muros da cidade. Após descansar por três dias, o que parece ter sido um
período de tempo tradicional após uma viagem longa, Neemias levou consigo um pequeno grupo numa missão
noturna secreta. Talvez o grupo fosse formado por seu irmão Hanani, associados mais próximos e parentes que
foram com ele a Jerusalém ou já tivessem se estabelecido ali como moradores (eles informaram o servo de Deus
sobre a condição de Israel [ver Ne 1:2,3]). O grupo silenciosamente analisou a condição dos muros e portões de modo
a não atrair atenção ao projeto de forma prematura. É provável que Sambalate e Tobias tivessem aliados em
Jerusalém, e Neemias suspeitasse de que estivesse sendo vigiado.

O governador declarou: “Não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em
Jerusalém” (Ne 2:12). A palavra para pôr é natan, que significa “dar, colocar ou estabelecer”. Neemias enfatizou que a
missão de reconstruir as fortificações não foi ideia dele, mas de Deus. O Senhor colocou essa chama no seu coração e
o desejo de concluir o projeto. Estava claro para Neemias que esse era um empreendimento ordenado por Deus.

Quando a expedição noturna terminou e Neemias obteve as informações necessárias para mapear o trabalho, ele se
dirigiu aos líderes dos judeus. Depois da estratégia, era hora de agir. Ele convidou os judeus: “Reedifiquemos os
muros de Jerusalém, e deixemos de ser opróbrio” [do hebraico cherpa] (Ne 2:17). Cherpa significa “chacota, escárnio,
insulto e desprezo”. No Antigo Testamento, com frequência cherpa é traduzido como desgraça e reprovação no
sentido de vergonha. Culturas antigas se baseavam em um sistema de honra e desonra. A honra era o valor mais
importante e a desonra devia ser evitada a qualquer custo. Portanto, Neemias tocou no ponto da desonra ao
apresentar seu argumento. Ele convenceu os israelitas a agir para que revertessem a situação vergonhosa pela qual
estavam passando. Ter um sistema de defesa destruído tornava-os não apenas vulneráveis, mas também os
envergonhava. Associada ao sentimento de vergonha estava também a culpa. O líder expressou o sentimento de seu
povo de inadequação e desgraça devido à opressão. A questão principal era a honra, o respeito e a herança que eles
construiriam novamente ao participar dessa importante obra. As ruínas de Jerusalém davam mau testemunho da fé
do povo em Deus.

Quando, em Neemias 2:18, o servo de Deus declarou que a mão de Deus tinha sido com ele, e compartilhou o que o rei
lhe havia dito, o povo foi persuadido a exclamar: “Disponhamo-nos e edifiquemos” (Ne 2:18). Eles não deviam temer
o governo persa, e, ainda mais importante, precisavam se lembrar de que Deus estava com eles. Para mudar a
situação, eles se dispuseram a fazer algo. Que essa demonstração de fé seja uma lição para nós. Remoer a miséria ou
buscar desculpas não faz a situação mudar; ela muda somente por meio da ação. Neemias encorajou o povo a fazer
algo, a agir e a mudar sua condição. O servo de Deus exortou os judeus a se apegarem a Deus com fé, porque o Senhor
estava liderando essa expedição e iria levá-la à conclusão.

Portanto, quando os líderes dos inimigos foram a Neemias, zombando e rindo da tentativa do povo para construir o
muro, o servo de Deus não ficou desencorajado. Ele respondeu: “O Deus dos Céus é quem nos dará bom êxito” (Ne
2:20). O governador não deixou que os inimigos vencessem porque não nutriu no coração os insultos deles. Em vez
disso, o corajoso copeiro reclamou as promessas divinas e confiou no Seu poder.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Faça as seguintes perguntas:

1. Observe a oração de Neemias. Que aspectos dela você pode incluir na sua rotina de oração?

2. Reflita sobre o seguinte ponto: Neemias sabia da grande oposição à reconstrução dos muros de Jerusalém antes de
chegar à cidade. Se Deus enviasse você em missão a um lugar em que haja grande dificuldade e oposição, e você
soubesse disso de antemão, teria coragem de atender ao chamado? Por quê?

3. Deus chamou o copeiro para uma obra específica. Ele jejuou e orou antes de falar com o rei porque amava sua
cidade e seu povo. Você pensa em jejuar e orar quando surge uma dificuldade em sua vida? Como o jejum e a oração
fazem a diferença? Quando foi a última vez que você jejuou, e por qual motivo?

4. Antes de dizer às pessoas o motivo de estar ali, Neemias primeiramente inspecionou a cidade para saber o que
precisava ser feito.

A. Por que o planejamento é tão importante?

B. Pense sobre os ministérios específicos dos quais você é responsável ou faz parte na igreja. O que pode ser feito
para examinar sua missão antes de implementá-la?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 2

O sapateiro evangelista

Francis Ndacha já conduziu mais de 800 pessoas ao batismo no Quênia. Ele tem apenas 32 anos e não é obreiro da
Igreja Adventista. Como isso é possível? Francis não frequentava a igreja em Nyeri, uma cidade localizada na região
central do Quênia. O pai, um pastor de ovelhas, pertencia a uma denominação cristã e a mãe, a outra. Ele não gostava
de nenhuma das duas igrejas. Quando era mais jovem, ele abriu uma loja de calçados de segunda mão em outra
cidade, Kitale, e fez amizade com alguns pregadores de uma religião pagã. Então, resolveu participar dessa religião,
mas não se converteu.

Certo dia, Francis assistiu a uma sessão pública entre três pregadores dessa religião pagã e cinco pregadores cristãos.
Nessa reunião, que foi denominada pelos organizadores como “Diálogo” e foi preparada com permissão das
autoridades locais, os convidados se revezaram na discussão sobre suas crenças na rua. Francis ficou chocado ao
ouvir que os pregadores pagãos falavam sobre espíritos bons e espíritos maus. Eles falavam que os convertidos a
essa religião eram bons, os que não aceitavam eram maus. Naquele momento, Francis percebeu que não deveria se
unir àquela religião pagã. Embora não tivesse muita compreensão sobre temas religiosos, ele sabia que todos os
espíritos são anjos caídos, ou demônios. E se recusava a crer na existência de bons espíritos.

Quando o debate terminou, Francis perguntou aos palestrantes cristãos sobre qual igreja eles representavam. “Igreja
Adventista do Sétimo dia”, um homem respondeu. Francis nunca ouvira sobre os adventistas. Ao voltar para sua loja,
ele perguntou a um idoso vendedor de calçados vizinho sobre a igreja adventista. “Esta é uma igreja satânica”, o
homem disse. “Ela ensina as pessoas sobre as bestas com chifre na cabeça.” Francis desistiu de ser adventista.

Oito meses se passaram e Francis frequentou outro debate publico, estando presente a todas as reuniões da semana.
Os palestrantes adventistas incluíram estudos bíblicos nas apresentações e ele se convenceu de que falavam a
verdade. Francis e mais três pessoas foram batizadas.

Na época do batismo, Francis 20 anos de idade e começou imediatamente a falar de Jesus. Para ajudar, ele comprou
livros e DVD que ensinavam a pregar. Após um ano, vendeu a loja de calçados e começou a viajar pelas cidades,
pregando nas ruas e participando de debates com pregadores de religiões pagãs. Quando as pessoas pediam para ser
batizadas ele direcionava à igreja adventista.
“Enquanto pregamos, vemos muitos milagres que Cristo faz através por nosso intermédio. Somente em um mês 50
pessoas pediram para ser batizadas”, ele diz. Em certo lugar, os líderes religiosos dessa religião pagã pediram que
seus pregadores fossem à capital do Quênia, Nairobi, para confrontar Francis em um debate público. Os pregadores
chegaram e Francis debateu com eles durantes quatro dias. No quinto dia, os líderes locais proibiram os membros de
assistir a qualquer debate. Então, a polícia pediu que Francis deixasse a cidade. "Não batizamos ninguém, mas a igreja
adventista local agradeceu muito nossos esforços e nos presenteou com um novo sistema de endereços públicos para
nossas reuniões de rua", disse Francis.

Em julho de 2018, ele participou de um debate em uma cidade onde muitas pessoas eram membros da religião pagã.
Enquanto as pessoas ouviam Francis comparar os ensinamentos de livro sagrado delas com a Bíblia, muitas
decidiram aceitar Jesus. Isso irritou um oficial que não era cristão e ordenou a prisão de Francis. Estando ele na
delegacia, uma multidão se formou em frente ao local, exigindo que fosse solto. “Deixe-o pregar”, as pessoas falavam.
“Agora sabemos a verdade!” Depois de cinco horas, Francis foi solto sob fiança de dez mil xelins (100 dólares) e a
multidão se dispersou.

Ao voltar para as ruas, Francis dirigiu o foco das apresentações sobre as profecias. Vinte e sete pessoas foram
batizadas e um homem criado em uma família pagã está recebendo estudos bíblicos para se preparar para o batismo.
"Eu vi como os não-cristãos agiram e vi que eles não eram sinceros", disse ele. “Como eles poderiam usar a força e
prendê-lo? Eles não são sinceros.”

Francis viaja sempre com a esposa, a filha de quatro anos, o filho de três meses e vários amigos adventistas que lhe
ajudam a pregar. Ele diz que ninguém precisa ser pastor para proclamar a vinda de Jesus. “Você não precisa ser
obreiro na instituição adventista para pregar. Todos podem contar as boas novas que Jesus em breve voltará!”

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Francis no YouTube: bit. ly/Francis-Ndacha.


• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos
estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/800-Baptisms-at-Age-32
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site: bit.ly/ECD-projects-2019.
03

12 de outubro a 18 de outubro

O chamado de Deus

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Bendito seja o Senhor, Deus de nossos pais, que deste modo moveu o coração do rei para
ornar a Casa do Senhor, a qual está em Jerusalém” (Ed 7:27).Leituras da semana: Ed
7:10; Ne 1:1-11; Dn 8; Dn 9:24-27; Rm 8:28, 29; Rm 9; Êx 3; Êx 4

Sábado, 12 de outubroAno Bíblico: Mt 24-26

Deus chama cada pessoa para uma obra específica? Existem critérios que tornam
alguém mais qualificado do que outros para realizá-la? A perspectiva humana é
diferente da perspectiva divina ao estabelecer esses critérios? A maioria das
pessoas provavelmente responderia que sim, principalmente às duas últimas
perguntas. Há momentos em que Deus nos capacita para realizar uma tarefa
específica por meio da educação ou das experiências; outras vezes, Ele nos escolhe
para o serviço simplesmente porque somos dispostos e humildes. Nem sempre é
fácil saber qual é o chamado de Deus para nossa vida. No entanto, a Bíblia está
repleta de histórias de pessoas que Deus escolheu para realizar tarefas específicas.

Curiosamente, Esdras e Neemias foram chamados por Deus para uma tarefa:
reconstruir o que estava em ruínas. Entretanto, a reconstrução nesse caso envolvia
vários trabalhos. Eles deveriam levar o povo de Israel de volta para Jerusalém e
reconstruir o templo e a cidade. Ao mesmo tempo, eles deveriam ensinar o povo
sobre Deus e, acima de tudo, guiá-lo de volta a um relacionamento de compromisso
com Ele. Realmente esse foi um importante chamado de Deus!

Anotações

Domingo, 13 de outubroAno Bíblico: Mt 27, 28

O chamado de Esdras e Neemias


Esdras foi escolhido por diversas razões: (1) ele estava disposto a ir; (2) era um
líder; e (3) era também um mestre e escriba habilidoso. Além disso, existem outras
razões, mas há um verso que talvez indique mais claramente por que Esdras
recebeu essa tarefa.
1. O que Esdras 7:10 revela sobre esse líder? De que forma ele poderia ter
“preparado” ou “disposto” seu coração para buscar “a Lei do Senhor” e cumpri-la?

A palavra hebraica para “preparado” ou “disposto” é kun. Ela pode ser traduzida
como “preparado, decidido, firmado, estabelecido firmemente, mantido estável ou
fixo”. Portanto, o verdadeiro significado dessa declaração é que Esdras “dispôs
firmemente em seu coração” ou “decidiu em seu coração” buscar a Deus.

Após chegar a Jerusalém, Esdras deu o exemplo do que significa ser dedicado a
Deus e ensinou a Palavra do Senhor nessa cidade por 13 anos. Pode ter parecido
que ele não estivesse fazendo nenhuma diferença durante esse tempo, mas, depois
que os muros foram concluídos, o povo convocou uma assembleia – não porque
alguém os forçasse, mas porque desejavam fazê-lo. A Palavra de Deus ensinada por
Esdras se enraizara em seu coração.

2. Por que Neemias foi escolhido? (Ne 1:1-11). Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Porque ele era muito rico.


• B. ( ) Por causa de seu amor a Deus e compaixão pelo povo.

Neemias tinha um coração voltado para Deus e o povo. Então ficou aflito quando
descobriu que a obra em Jerusalém havia parado. Ele tinha uma paixão pela causa
e, assim como Esdras, ofereceu-se para o trabalho. Deus respondeu às suas orações
e atendeu aos seus desejos. Às vezes, temos a ideia de que, se amamos alguma
coisa, essa atividade não pode ser consagrada a Deus, pois o Senhor nos oferece
apenas tarefas difíceis, que não desejamos realizar. Mas, se andamos com Deus, o
desejo de fazer algo que amamos é muitas vezes dado por Ele. O Senhor deseja que
tenhamos paixão pelo que fazemos por Ele.

Deus o chama para fazer por Ele coisas que você ama. Você tem experimentado essa
realidade?Anotações

Segunda, 14 de outubroAno Bíblico: Mc 1-3

Tempo profético
Na primeira lição deste trimestre mencionamos que Deus chamou Zorobabel (538
a.C.) e Esdras (457 a.C.) para ministérios especiais. Na segunda lição, refletimos
sobre o chamado de Deus para Neemias (444 a.C.). Precisamos entender que esses
chamados foram realizados em harmonia com a presciência de Deus. Por exemplo,
Zorobabel foi movido por Deus para realizar uma tarefa específica em resposta ao
fim dos 70 anos de cativeiro sobre o qual Jeremias havia profetizado.
3. Em que ano Esdras foi chamado para o ministério? O ano em que o rei
Artaxerxes emitiu um decreto. Por que esse ano é importante na profecia? Dn 9:24-
27

Daniel 9:25 afirma: “Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas”. A
última semana dessa profecia é mencionada no verso 27. Visto que uma semana
tem sete dias, uma semana profética corresponde a sete anos (Nm 14:34; Ez 4:5,
6). Portanto, essa profecia fala de 70 semanas, o que equivale a 490 anos. Qual é a
data inicial da profecia das 70 semanas? Ela deve ser contada a partir do momento
em que foi promulgado o decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém.

Houve um total de três decretos com referência à restauração do povo judeu. Ciro,
Dario e Artaxerxes deram ordens para que houvesse restauração. No entanto,
somente o decreto de Artaxerxes inclui a preocupação com a cidade de Jerusalém,
e somente esse decreto está associado à exaltação a Deus por Sua intervenção (Ed
7:27, 28).

Contamos o início da profecia das 70 semanas a partir do ano 457 a.C., o sétimo
ano do rei Artaxerxes I, conforme mencionado em Esdras 7:7-26. Além disso, visto
que o ano 457 a.C. marca também o início da profecia das 2.300 tardes e manhãs
de Daniel 8:14 (veja o estudo da lição de amanhã), esse decreto serve como ponto
de partida para as duas profecias. As setenta semanas terminaram no ano 34 d.C.,
quando a pregação do evangelho foi ampliada e alcançou os gentios (essa data foi
marcada pela perseguição da igreja primitiva e pelo martírio de Estêvão). A
metade da última semana coincidiu com o ano 31 d.C., ano em que Jesus morreu na
cruz.

Examine a profecia de Daniel 9:24-27. De que forma ela revela, com incrível exatidão, o
ministério de Jesus? Como uma profecia desse tipo deve ajudar a confirmar nossa
fé?Anotações

Terça, 15 de outubroAno Bíblico: Mc 4-6

As 70 semanas e os 2.300 dias


A palavra “determinadas”, encontrada em Daniel 9:24 (“setenta semanas estão
determinadas”) significa literalmente “setenta semanas estão cortadas”. Embora a
palavra traduzida como “determinadas” não seja usada em outro lugar da Bíblia,
ela é encontrada na literatura judaica e significa “cortar” de algo mais longo. Daniel
8 apresenta a profecia das 2.300 tardes e manhãs, mas seu ponto de partida não é
dado. Quando o capítulo seguinte (Dn 9) cita 490 anos como “determinados” ou
“cortados”, eles só podem ser “cortados” dos 2.300 anos proféticos mencionados
no capítulo oito. Afinal de contas, de que mais esse período poderia ser “cortado”,
senão de outra profecia de tempo mais longa?

4. Leia Daniel 8. Qual parte da visão não foi explicada (Dn 8:14, 26, 27)? Assinale a
alternativa correta:

• A. ( ) A parte das 2.300 tardes e manhãs.


• B. ( ) A identidade do carneiro e do bode.

Há muitas razões pelas quais as 70 semanas da profecia de Daniel 9:24-27 e as


2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 estão interligadas: (1) ambas são profecias
de tempo; (2) a terminologia específica de “visão” e “entendimento” as une
(veja Dn 8:26, 27; Dn 9:23); (3) ambas as interpretações das profecias foram dadas
por Gabriel (veja Dn 8:16; Dn 9:21); (4) a única parte da visão não explicada em
Daniel 8 foi a visão sobre as 2.300 tardes e manhãs (às vezes traduzidas como
“dias”) em Daniel 8:14; (5) Daniel 8 contém a visão e, em seguida, uma
interpretação parcial, enquanto em Daniel 9 há apenas uma interpretação. Neste
caso, a explicação da única parte não interpretada de Daniel 8: a profecia dos 2.300
dias de Daniel 8:14, justamente a parte da visão que Daniel não havia entendido
(veja Dn 8:27).

As informações em Esdras preenchem as partes que faltam da profecia do livro de


Daniel, a saber, quando começar a contar historicamente o tempo profético em
relação a aspectos cruciais do ministério de Cristo e Sua obra em nosso favor.

Anotações

Quarta, 16 de outubroAno Bíblico: Mc 7-9

A eleição divina
Há muito debate sobre Deus nos eleger ou nos escolher para realizar alguma
tarefa. Muitos têm ideias diferentes sobre o significado dessa eleição. O que a Bíblia
diz sobre esse assunto?

5. Leia Romanos 8:28, 29. Para que Deus nos chama? Para que Ele nos escolhe?

Essa passagem afirma especificamente que Deus predestinou a humanidade para


ser conforme a imagem de Seu Filho. Ela não diz que o Senhor nos predestinou
para sermos salvos ou condenados nem diz que não temos escolha quanto a esse
assunto. Em outras palavras, o propósito da eleição é a nossa transformação.
Devemos ser transformados para refletir o Filho de Deus. Essa mudança foi então
prometida no verso seguinte (Rm 8:30), no qual Paulo declarou que aqueles a
quem Deus chama Ele também justifica (torna-os justos) e glorifica (santifica).
Portanto, o Senhor não pede que transformemos a nós mesmos; em vez disso, o
Criador promete realizar essa mudança pelo Seu poder.

6. Leia Romanos 9. Qual tipo de eleição ou chamado de Deus é descrito nesse


capítulo? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) A eleição para a salvação.


• B. ( ) A eleição para uma tarefa específica.

Em Romanos 9, Paulo discutiu a eleição divina para uma tarefa específica. Os


israelitas haviam sido escolhidos para levar as boas-novas sobre Deus ao mundo. A
frase “amei Jacó, porém Me aborreci de Esaú” (Rm 9:13) é comumente
compreendida no sentido de que Deus amou somente um dos irmãos. Porém, no
contexto dessa passagem, Paulo estava dizendo que Jacó tinha sido escolhido, mas
não Esaú. Para que Jacó havia sido selecionado? Para ser o pai da nação israelita.
Portanto, existem dois tipos de eleição ou escolha que Deus faz. Primeiramente, Ele
escolhe cada um de nós para a salvação e deseja que sejamos transformados à
imagem de Jesus. Em segundo lugar, Ele escolhe pessoas diferentes para tarefas
específicas.

Por que é encorajador saber que você foi predestinado para a salvação? Isso significa que
suas escolhas não podem levá-lo a perder a salvação oferecida por Deus?Anotações

Quinta, 17 de outubroAno Bíblico: Mc 10-12

Nossa responsabilidade
Se somos chamados por Deus, ainda temos a livre escolha de aceitar ou rejeitar
esse chamado, assim como podemos aceitar ou rejeitar a salvação que Ele nos
oferece. O Senhor pode nos colocar em uma posição específica, mas podemos
escolher não seguir Suas ordens. Evidentemente, Deus deseja que façamos
determinadas coisas por Ele, assim como nos convida a nos tornarmos como Ele. A
eleição divina para uma tarefa específica faz parte de Seu plano para a nossa
salvação. Ao realizarmos o que o Senhor nos chama a fazer, revelamos em nossa
vida a realidade da salvação que Ele nos deu.

Saul foi coroado rei, mas, infelizmente, nunca entregou completamente seu coração
ao Senhor, apesar da tarefa que lhe foi concedida. Ser chamado por Deus para fazer
algo especial para Ele não é garantia de que a pessoa aceite o Senhor. Nosso livre-
arbítrio continua sendo o fator determinante. Se não seguimos a orientação divina,
podemos perder tudo.
7. Leia Êxodo 3 e Êxodo 4. O que acontece quando o Senhor chama alguém para
uma tarefa?

Nossa resposta pode ser como a de Esdras e Neemias, que foram sem questionar,
ou podemos ser como Moisés, que tinha objeções e desculpas. Moisés acabou
obedecendo, mas não sem antes tentar se livrar da tarefa. Ele se opôs a ela,
alegando que não era bom o suficiente, que era alguém sem valor e que não tinha
um cargo importante. Então, como o faraó poderia ouvi-lo? Moisés também estava
preocupado com a possibilidade de o povo judeu não acreditar nele nem o escutar,
de modo que a obra se tornasse inútil. Além disso, ele se queixou de que não era
qualificado: “Sou pesado de boca e pesado de língua” (Êx 4:10). Ele disse que não
tinha as habilidades necessárias. Por fim, Moisés propositalmente pediu a Deus
que enviasse outra pessoa. No entanto, ao lermos a história dele, descobrimos o
líder poderoso, embora falho, em que ele se tornou. Esse servo do Altíssimo
cumpriu fielmente a tarefa que o Senhor o havia chamado para realizar.

Quais desculpas muitas vezes usamos para recusar o chamado do Senhor e não fazer o que
Ele deseja que façamos?Anotações

Sexta, 18 de outubroAno Bíblico: Mc 13, 14

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 697-699. Leia atentamente o trecho que
fala sobre a profecia das 70 semanas e seu cumprimento histórico.

“O tempo da vinda de Cristo, Sua unção pelo Espírito Santo, Sua morte, e a
pregação do evangelho aos gentios foram definidamente indicados. O povo judeu
teve o privilégio de compreender essas profecias e reconhecer seu cumprimento
na missão de Jesus. Cristo insistia com Seus discípulos quanto à importância do
estudo profético. Referindo-Se à profecia dada a Daniel acerca do tempo deles,
disse: ‘Quem lê, entenda’ (Mt 24:15). Depois de Sua ressurreição, Ele explicou aos
discípulos em ‘todos os profetas’, ‘o que Dele se achava em todas as Escrituras’ (Lc
24:27, ARC). O Salvador falara por intermédio de todos os profetas. ‘O Espírito de
Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a
Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir’” (1Pe 1:11, ARC; Ellen G.
White, O Desejado de Todas as Nações, p. 234).

Perguntas para discussão


1. Que princípios devemos seguir para saber se estamos fazendo a vontade de Deus
não apenas quando Ele nos chama a fazer algo de que gostamos, mas em todas as
situações?

2. Leia a história de Jonas e como ele respondeu ao chamado de Deus. Quais lições
extraímos de sua experiência? Ao mesmo tempo, contraste o que Jonas fez com o
que Paulo fez ao ser chamado (At 9:1-20). Quais foram as principais diferenças
entre eles?

3. “A história de Judas apresenta o triste fim de uma vida que poderia ter sido
honrada por Deus. Houvesse Judas morrido antes de sua última viagem a
Jerusalém, e teria sido considerado digno de um lugar entre os doze, e alguém cuja
falta muito se faria sentir” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 716).
Pense na história de Judas Iscariotes. Seu “chamado” era para trair Jesus? Se sim,
isso seria justo para com ele? Como entender Judas e as oportunidades que ele teve
em contraste com o que ele, por fim, acabou fazendo? Quais lições aprendemos
com sua história sobre o poder da livre escolha?

Respostas e atividades da semana: 1. Esdras era um homem decidido a andar


nos caminhos de Deus. Ele escolheu racionalmente obedecer à Palavra do Senhor e
a cumprir. 2. B. 3. O ano é 457 a.C. Esse ano é importante porque é o início da
profecia das 70 semanas e da profecia das 2.300 tardes e manhãs. 4. A. 5. Ele nos
chamou para que sejamos semelhantes à imagem de Seu Filho. 6. F; V. 7. Essa
pessoa pode rejeitar a tarefa, mas se ela a aceitar, Deus a capacitará.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 3

O chamado de Deus
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Esdras 7:10, 27; Romanos 8:28

FOCO DO ESTUDO: Esdras 7; Daniel 8:14; Daniel 9:24-27

Deus chamou Esdras e Neemias para uma tarefa específica: reconstruir os muros e
as portas de Jerusalém. Porém, o mais importante é que Deus chamou esses
homens para “reedificar” o remanescente do Seu povo a fim de que atuasse mais
uma vez como missionário ao mundo. Esdras aceitou o chamado divino para ser
um mestre de Sua Palavra. Acompanhado por um grupo de pessoas, ele viajou a
Jerusalém para ensinar o povo sobre Deus. Ali, o escriba preparou o povo para
restaurar Jerusalém. Reavivamento espiritual sempre precede uma reforma de
vida; atitudes decisivas são o resultado natural desse tipo de renovação. Então,
num esforço para inspirar o povo a andar com o Senhor integralmente, Esdras
dedicou-se a instruí-lo sobre quem Deus é.

Quando Neemias, uma homem de ação, entrou em cena, Deus o chamou para
reconstruir as estruturas físicas de Jerusalém, para inspirar o povo a se posicionar
pela justiça, a confiar na proteção divina e a realizar uma reforma na vida civil da
nação (justiça e cuidado em relação aos menos afortunados eram prioridades para
Neemias). Ele demonstrou como é a vida de um cristão que anda a cada dia com o
Senhor.

Além disso, a lição confirma que o decreto de Artaxerxes, apresentado em Esdras 7,


marca a data inicial da profecia dos 2.300 dias/anos de Daniel 8:14 e da profecia
das 70 semanas de Daniel 9:24-27. É discutida também a eleição da parte de Deus
no contexto de Romanos 8 e Romanos 9.

COMENTÁRIO

Período de tempo profético

Deus chamou Esdras no início do período profético das 70 semanas, esboçado


em Daniel 9:24-27. O começo desse período profético corresponde à ordem de
Artaxerxes para reconstruir a cidade de Jerusalém em 457 a.C. A lição desta
semana explica em detalhes o que significa esse período profético e como ele
corresponde à profecia dos 2.300 anos. Por meio das profecias, Deus demonstra de
forma especial que está no controle dos acontecimentos e cuida de nosso mundo.
Além disso, o Senhor colocou um profeta ou líder sobre Seu povo no início e no
final de cada período profético ou tempo de crise em Israel. Por exemplo, Moisés,
na época do Êxodo, e Josué, no final da trajetória de Israel pelo deserto, quando o
povo de Deus chegou à terra prometida. O seguinte esboço lista os profetas
chamados em momentos cruciais da história da salvação, correspondentes ao
início e ao fim de períodos proféticos:

Noé – chamado a servir ao Senhor antes do Dilúvio.

Abraão – chamado para ser o pai do povo de Deus.

Moisés – guiou o povo de Israel desde o Êxodo até as fronteiras da terra prometida.

Josué – conduziu o povo de Deus à terra prometida.

Samuel – foi juiz no início do período da monarquia.

Oseias e Amós – profetizaram sobre a queda do reino do norte e de Samaria, que


ocorreu em 722 a.C.

Ezequiel e Daniel – iniciaram o ministério profético durante o exílio babilônico.


Ageu e Zacarias – serviram ao Senhor após o retorno do exílio.

Esdras e Neemias – começaram a servir a Deus na época do início da profecia dos


2.300 dias/anos (457 a.C.).

João Batista – chamou Israel ao arrependimento antes do início do ministério de


Jesus.

Estêvão – testemunhou aos gentios (no tempo em que terminou a profecia das 70
semanas, em 34 a.C.).

Ellen G. White – chamada no final do período da profecia dos 2.300 dias/anos


(1844).

A partir desse esboço, pode-se observar um padrão no programa divino. No plano


da redenção estão delineados marcadores de tempo profético específicos. Sempre
que há uma crise espiritual, Deus envia Seus profetas para cumprir a missão divina
chamando o povo de volta a Ele e à obediência à Sua palavra.

No tempo certo

Eleição também pode ser o chamado para cumprir uma tarefa específica, como foi
o caso de Esdras e Neemias (e de muitos outros servos de Deus; ver Êx 3:9-12; Is
6:7, 8; Jr 1:5-9). De igual maneira, somos chamados a refletir o caráter de Jesus e a
fazer algo em nome do Senhor. Pode ser um trabalho que precisamos realizar para
Ele ou uma ação que Ele nos impressiona a executar, como ajudar alguém, ou até
mesmo uma carreira específica que dure a vida inteira.

Cada um dos líderes mencionados acima foi especificamente escolhido por Deus
para um momento único. Isso nos faz lembrar a mensagem que Mordecai enviou a
Ester: “Quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Et
4:14). Deus escolheu pessoas especiais para ocasiões em que se requeria ação,
arrependimento e comprometimento com Deus. Esdras e Neemias tinham um
papel a desempenhar como líderes do povo de Deus no início do mais longo
período de tempo profético. Eles também exortaram o povo a viver para o Senhor e
demonstrar seu compromisso por meio da fé e ações. Os judeus voltaram de
Babilônia influenciados pelo estilo de vida babilônico e pela adoração de muitos
deuses. Felizmente, apesar de outros problemas que enfrentaram após o exílio, a
idolatria não foi um deles. Contudo, o pluralismo religioso do passado deixou
alguns efeitos deletérios. Embora a comunidade judaica não mais adorasse ídolos,
a antiga idolatria tornou necessário que Esdras e Neemias ensinassem novamente
ao povo o que significava servir ao Deus dos Céus e viver por Ele. O modo
aparentemente rigoroso de tratar as situações (como o casamento inter-racial,
mencionado nos últimos capítulos de Esdras e Neemias) não deveria nos
surpreender, pois ambos os líderes queriam ensinar ao povo o que significava
viver em santidade e a mudar radicalmente seu estilo de vida. Assim, tanto Esdras
quanto Neemias foram chamados a um compromisso sem reservas com o Senhor, a
uma reforma total e ao intenso serviço a Deus.

Chamado para restaurar: uma colaboração

Neemias chegou a Jerusalém em 445/444 a.C., cerca de 13 anos depois do grupo de


Esdras. Mas sua missão de reconstruir Jerusalém não teria sido tão vitoriosa sem o
trabalho de Esdras. O escriba estava ocupado ensinando o povo acerca de Deus. Em
outras palavras, o Senhor estava usando Esdras para “edificar” espiritualmente as
pessoas, de modo que elas pudessem “edificar” estruturas físicas quando Neemias
chegasse. Deus estava trabalhando nos bastidores, preparando o coração do povo e
dos líderes. O Senhor não desejava apenas uma Jerusalém restaurada; Ele desejava
um povo restaurado que Lhe pertencesse. Portanto, o principal trabalho de Esdras
e Neemias foi conduzir o povo de volta a Deus. Eles não só inspiravam os israelitas
para o trabalho a ser feito nas ruínas, mas, ainda mais importante, os
influenciavam a descobrir o amor por Deus. Esdras e Neemias deram o exemplo
desse sentimento no próprio viver, por meio de oração, jejum, busca da presença
divina e vida prática segundo Sua Palavra.

Os dois servos de Deus foram escolhidos para uma tarefa específica durante um
momento estratégico da história, tendo sido chamados como líderes, cada um de
forma única, com base no talento individual. Esdras era sacerdote e escriba e,
portanto, sua principal influência era por meio dos ensinos da Torá. Neemias, por
sua vez, era copeiro do rei e tinha incríveis habilidades de liderança para motivar e
reunir pessoas a fim de realizar um trabalho. Esdras era um mestre, Neemias, um
homem de ação. Ambos eram líderes e lideravam de maneiras diferentes. Ao
mesmo tempo, ambos os estilos de liderança foram importantes para a missão a
ser cumprida. Eles se complementavam e cooperavam para fazer a diferença para
Deus. O Senhor usou suas diferentes personalidades e inclinações para que
realizassem uma mudança na nação.

No fim das contas, somos responsáveis pelo que fazemos com a tarefa ou posição
que Deus nos dá. Decidir que nosso trabalho seja realizado com excelência ou com
mediocridade compete a nós. O Senhor nos ajudará a cada passo. Contudo, não fará
por nós a obra que nos deu a fazer.

Podemos ter variedade de dons, mas se não os usarmos para Deus, eles serão
inúteis. Cada um de nós tem que decidir dedicar todo o ser a tudo o que o Senhor
nos chama a fazer a despeito da oposição. Esdras e Neemias poderiam ter
desistido, mas não o fizeram. Em vez disso, perseveraram, pois fixaram os olhos em
Deus. A importância do chamado superou o medo das consequências negativas que
poderiam resultar de sua coragem de se colocar ao lado do Senhor. Tinham a
certeza de que valia a pena enfrentar o perigo para cumprir a missão.
Predestinação

Deus chamou, ou predestinou Seu povo, a nação de Israel, para ser uma luz ao
mundo. Paulo tratou desse chamado nos capítulos 9 a 11 de Romanos, tendo em
vista o fato de que os líderes de Israel não aceitaram Jesus Cristo como seu Messias
e Salvador. No entanto, o chamado de Deus não mudou, mas foi adaptado, pois os
valores e o dom da salvação também precisavam ser revelados aos gentios. Ele
chamou pessoas específicas para uma tarefa específica. Desejou que os judeus e
gentios crentes fossem salvos, e juntos fossem luz e bênção ao mundo.

A predestinação na Bíblia tem três significados básicos:

1. Deus predestinou que existisse apenas um caminho de salvação, a saber, por


meio de Jesus Cristo (Jo 14:6; At 4:12). Somos eleitos em Cristo para a vida eterna
se O aceitarmos como nosso Salvador pessoal (Rm 8:29; Ef 1:3-8). Ele deseja que
todos sejam salvos (1Tm 2:3, 4).

2. Deus predestinou algumas pessoas (tanto indivíduos quanto uma comunidade


de crentes) para uma tarefa específica, a fim de cumprir uma missão particular
(assim como ordenou que o remanescente fiel proclamasse o evangelho eterno).
Deus tem uma missão mundial (Is 49:6).

3. Deus predestinou o clímax da história humana para o momento em que Ele virá
como Juiz e dará Sua recompensa (Dn 2). O resultado será Seu triunfo escatológico.
O objetivo da eleição não é a salvação de alguns, mas a reunião do maior número
possível de pessoas dentre as nações para o ajuntamento final (Ap 21:3).

APLICAÇÃO PARA VIDA

As seguintes perguntas lidam com períodos proféticos de tempo:

1. Examine novamente a lista de profetas nesta lição. Concentre-se em alguns


nomes. Discuta especificamente como cada um recebeu seu chamado. De que
maneira os profetas ou as profetisas sabiam que haviam sido chamados?

2. Por que Ellen G. White se encaixa nessa lista? Como Deus a usou para ser líder
espiritual do Seu povo?

3. Como as pessoas reagiram aos líderes chamados pelo Senhor ao longo da


história? Por que é tão complicado aceitar os líderes escolhidos por Deus e sua
liderança?

4. O que dificulta o trabalho do líder chamado pelo Senhor?

Reflexão pessoal
1. Como alguém reconhece a vontade de Deus?

2. Quais são suas ambições? De que maneira o Senhor chama você para usar suas
aspirações e dons para Ele?

3. Como você pode colaborar com pessoas talentosas a quem Deus chamou para
servir na igreja, mas que são muito diferentes de você? Como as diferenças entre
vocês podem se tornar uma força? Como você pode ter certeza de que está
cumprindo a missão que o Senhor lhe confiou?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 3

Dreadlocks e o pai

Michael Kujjoo sempre odiou o pai. Algumas vezes, as pessoas perguntavam: “Onde
está seu pai?” Michael respondia: “Meu pai morreu.” Nisso mostrava quanto o
odiava. O pai de Michael se divorciou da mãe quando ele tinha nove anos, em
Uganda. No início, ele visitava a fazenda do pai, mas era forçado a trabalhar
arduamente. Quando terminava o trabalho do dia, o pai não lhe dava alimento, e
ele se sentiu usado.

Certa ocasião, depois de visitar o pai, Michael disse à mãe: “Não posso mais ficar
com o papai”. Nunca mais voltou para a fazenda, mas não podia esquecer sua
mágoa. A vida foi dura e ele culpava o pai. Pensava que a vida seria mais fácil se o
pai não tivesse abandonado a família. Sem dinheiro, Michael abandonou a escola
no terceiro ano e se tornou rapper. Mudou-se para o Quênia, onde trabalhou em
casas noturnas e deixou crescer longos dreadlocks. Quando o tio lhe convidou para
Sudão do Sul, ele levou seu grupo de hip-hop para apresentar nas casas noturnas
em Juba.

Certo dia, Michael descia uma rua e um comerciante gritou para ele: “Que igreja
você frequenta?” Michael parou e respondeu que não tinha religião. “Por que não?”
“Olhe para mim”, Michael disse, apontando seus dreadlocks. “Você acha que posso
frequentar igreja?” “Sim, você pode ir a uma igreja”, o homem respondeu. Michael
perguntou qual era a igreja frequentada pelo comerciante e este informou que era
membro da Igreja Adventista Central de Juba. “Esses caras tem orações e curas
falsas”, Michael disse. O comerciante o convidou para ir à igreja, mas ele se
recusou.

Em outro dia em que Michael teria que passar em frente da loja, tentou se desviar
quando o comerciante o chamou. “Estamos iniciando uma série evangelística de
três semanas no próximo sábado”, disse. “Por que você não vem?” Finalmente,
Michael foi e gostou das orações simples e diretas a Deus. Então, o pastor falou
sobre o sábado e mostrou os versos provando que Deus nunca mudou o dia de
guarda do sábado para o domingo. Em casa, Michael leu a Bíblia cuidadosamente e
se convenceu de que o dia de guarda era o sábado.

No último sábado das conferências, Michael estava entre as pessoas que foram
batizadas no rio Nilo. Ninguém comentou sobre os dreadlocks. Porém, quando ele
começou a frequentar a igreja no sábado, ouviu comentários sobre seu cabelo.
“Você é batizado”, alguém disse. “Você não quer raspar o cabelo?” “Você quer me
desafiar?" Michael respondeu. “Até mesmo Sansão tinha o cabelo grande! Esse
cabelo não é ruim.” “Mas as pessoas estão olhando você por causa do seu cabelo“ o
irmão disse. “Não me importo”, Michael respondeu. “Não devemos julgar as
pessoas.”

Porém, Michael sabia que havia algo errado. Quando ele contava seu testemunho
em várias igrejas, sempre começava dizendo: “Não se importem com minha
aparência. Sou como vocês.” No seu íntimo, ele queria saber se os adventistas
realmente o aceitavam ou se o estavam usando com o pai fizera anteriormente. Um
ano se passou e ele percebeu que os membros da igreja o amavam. Ele se sentiu em
casa e cortou os dreadlocks.

Na mesma época, lembrou-se do pai. E leu na Bíblia: “Mas se não perdoarem uns
aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas" (Mt 6:15, NVI). Depois
disso, orou: “Senhor, se esta é a Sua vontade, que seja assim. Ensina-me a perdoar.”
Passaram-se três meses até conseguir o número telefônico do pai. Michael
esperava que ele estivesse zangado, porém se enganou.

“Quem é?”, o pai respondeu à ligação. “É meu filho?” “Sim, sou eu!”, foi a resposta.
“É difícil explicar o que aconteceu.” “Deixe pra lá”, o pai disse. “Não se preocupe
com isso. Só quero retomar nossa relação pai e filho. Venha para casa quando
puder e darei minha benção.” Os trinta anos de ódio desapareceram do coração de
Michael. “Pensei que o odiaria pelo resto da minha vida,” diz Michael, 38, que agora
trabalha como motorista e faz alguns trabalhos temporários em Juba. “Mas tudo
mudou ao ouvir um sermão na igreja. Essa igreja realmente prepara as pessoas
para o Céu.”

Muito agradecemos pelas ofertas do trimestre enviadas em 2016 que ajudaram a


construir salas para a Escola Sabatina na igreja adventista central de Juba, onde
Michael assiste. Parte das ofertas do trimestre ajudará a construir uma escola de
Ensino Médio perto da igreja.

Dicas da História

• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do


Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página:
bit.ly/Dreadlocks-and-Dad
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
04

19 de outubro a 25 de outubro

Enfrentando oposição

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, de maneira que não foram
obrigados a parar, até que o assunto chegasse a Dario, e viesse resposta por carta sobre isso”
(Ed 5:5).Leituras da semana: Ed 4; Ed 5:1-5; 2Co 6:14; Ag 1; Ne 4; Ne 6:1-13

Sábado, 19 de outubroAno Bíblico: Mc 15, 16

Os capítulos 3 a 6 de Esdras são estruturados tematicamente, abrangendo


diferentes períodos históricos de oposição à reconstrução do templo. Reconhecer
essa abordagem temática ajudará a esclarecer a mensagem geral.

O nome de Esdras é mencionado pela primeira vez em Esdras 7:1. Com sua
chegada, em 457 a.C., as coisas mudaram, e a cidade de Jerusalém, juntamente com
o muro, começou a ser reconstruída de maneira intermitente. Treze anos depois,
Neemias chegou (ele foi enviado por Artaxerxes em 444 a.C.), e a construção do
muro foi finalmente retomada. Embora a oposição fosse intensa, a obra foi
concluída em 52 dias (Ne 6:15).

A resistência à obra de Deus é um tema predominante nos livros de Esdras e


Neemias; portanto, não é surpreendente que a reconstrução do templo e da cidade
de Jerusalém tenha incitado oposição e perseguição. Para onde quer que nos
voltemos no mundo de hoje, há resistência à obra do Senhor. Satanás tenta
assegurar que o evangelho não se espalhe rapidamente, pois é uma ameaça ao seu
domínio. Em Esdras e Neemias, como os judeus lidaram com a oposição?

Anotações

Domingo, 20 de outubroAno Bíblico: Lc 1, 2

Inicia-se a oposição

1. Leia Esdras 4:1-5. Em sua opinião, por que o remanescente israelita recusou a
ajuda de outros povos na construção do templo?

Superficialmente, o pedido parecia bondoso e amistoso, então por que recusar


ajuda? Em certo sentido, a resposta se encontra no próprio texto. Os “adversários”
foram oferecer-lhes ajuda. Adversários? Essa palavra por si só apresenta um forte
indício da razão pela qual os israelitas reagiram dessa maneira.

Por que essas pessoas foram chamadas de adversárias? 2Reis 17:24-41 explica que
elas foram trazidas de outras nações para Samaria e para a região circunvizinha
após a deportação dos israelitas do Reino do Norte. O rei da Assíria lhes enviou um
sacerdote, que deveria ensiná-las a adorar o Deus da terra, isto é, o Deus de Israel.
Contudo, a religião resultante incorporou também os deuses cananeus. Portanto, o
remanescente israelita temia que essa religião fosse trazida para a adoração no
templo. Sendo assim, o melhor e mais inteligente a fazer foi exatamente o que eles
fizeram: dizer “não, obrigado”.

Precisamos lembrar por que tudo isso estava acontecendo. A transigência


constante dos antepassados de Israel para com as religiões pagãs ao seu redor
levou à destruição do templo, bem como ao exílio. Presumivelmente, durante o
processo de reconstrução do templo, a última coisa que os israelitas queriam fazer
era se associar aos povos vizinhos.

2. Quais outras informações do texto mostram que essa recusa foi o certo a fazer?
(Veja Ed 4:4, 5). Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Os povos vizinhos começaram a desanimá-los na construção do templo e a


colocar conselheiros para frustrarem o plano deles.
• B. ( ) O povo ao redor subornou os israelitas em troca de auxílio.

Pense na facilidade com que os judeus poderiam ter defendido a aceitação da ajuda dos
povos vizinhos na reconstrução do templo. O que 2Coríntios 6:14 tem a dizer nesse
contexto?Movimento de oração e resgate: Você sabia que os Dez Dias de Oração de 2020
terão uma forte ênfase na busca por pessoas afastadas dos caminhos de Cristo? A
preparação já começa neste trimestre, por meio de intensa oração!Anotações

Segunda, 21 de outubroAno Bíblico: Lc 3-5

Os profetas encorajam
Infelizmente, a oposição que os judeus encontraram por parte das nações vizinhas,
conforme descrita nos capítulos 4 a 6 de Esdras, deixou-os com medo e relutantes
quanto a trabalhar no templo.

Como mencionamos anteriormente, o trecho do livro de Esdras que tem início no


capítulo 4:6 e vai até o Esdras 6:22 não foi escrito em ordem cronológica. Por isso,
examinaremos o capítulo 5 antes do capítulo 4 .
3. Leia Esdras 5:1-5. Por que Deus enviou os profetas Ageu e Zacarias aos judeus?
Qual foi o resultado de suas profecias?

Os judeus tinham parado de construir porque estavam com medo. Mas Deus os
havia enviado a Judá para reconstruir o templo e a cidade, e Ele tinha um plano. Já
que eles estavam com medo, faria algo para encorajá-los. Por isso, o Senhor
chamou dois profetas para intervir. A oposição humana não faz Deus parar; mesmo
que os judeus tenham contribuído, por suas próprias ações, para essa oposição, o
Senhor não os abandonou. Ele atuou por meio dos profetas para motivá-los e
impulsioná-los à ação novamente.

4. Leia Ageu 1. Qual foi a mensagem para os judeus, e o que podemos extrair desse
texto para nossa vida?

“Os profetas Ageu e Zacarias foram despertados para enfrentar a crise. Com
encorajadores testemunhos esses mensageiros escolhidos revelaram ao povo a
causa de suas dificuldades. A falta de prosperidade temporal era o resultado da
negligência em dar prioridade aos interesses de Deus, os profetas afirmaram.
Tivessem os israelitas honrado a Deus, tivessem mostrado a Ele o devido respeito e
cortesia, fazendo do reerguimento de Sua casa a primeira obra, e teriam convidado
Sua presença e bênção” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 574).

Anotações

Terça, 22 de outubroAno Bíblico: Lc 6-8

Interrupção da obra

5. Em Esdras 4:6-24, o que os inimigos fizeram para interromper a obra em


Jerusalém? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) Assassinaram os construtores.
• B. ( ) Enviaram uma carta aos reis Dario, Xerxes e Artaxerxes, insinuando que os
judeus não pagariam mais impostos caso a cidade e o templo fossem reedificados.

As “gentes da terra” escreveram cartas de acusação contra os judeus e sua obra


primeiramente a Dario (Ed 5 e Ed 6), depois a Xerxes (Assuero) e Artaxerxes. Elas
Estavam fazendo tudo ao seu alcance para impedir a obra em Jerusalém.

O povo das nações vizinhas declarou que, se a cidade fosse reconstruída, o rei
perderia seu poder sobre ela, pois Jerusalém sempre havia sido um local de
rebelião e problemas. Infelizmente, Artaxerxes foi levado a crer que os judeus
estivessem construindo somente porque queriam obter sua independência e,
assim, incitar o confronto. Ele ordenou que o trabalho fosse interrompido, e o povo
enviou um exército para impedir a reconstrução da cidade. Essa abordagem
violenta fez com que a obra de Deus parasse.

6. Leia Esdras 4:23, 24. Por que os judeus pararam a construção? Eles não sabiam
que Deus desejava que eles reconstruíssem a cidade? O que os atrapalhou?

Evidentemente, os judeus perceberam que Deus os havia chamado para


reconstruir a cidade e o templo, mas, por causa da forte oposição, eles tiveram
medo. Talvez tenham inventado desculpas como “agora não deve ser a hora”, ou
“se isso fosse realmente o que Deus desejava que fizéssemos, Ele teria
providenciado um meio”, ou ainda “talvez nem deveríamos ter voltado para cá”.
Quando a oposição nos impede de fazer o que acreditamos ser o chamado de Deus
para nós, temos a tendência de questionar a orientação divina e duvidar dela.
Podemos facilmente nos convencer de que cometemos um erro. O medo pode
paralisar nossa mente, e os pensamentos se transformam em desespero e
desamparo, em vez de nos concentrarmos no poder de Deus.

Você já vivenciou uma situação em que estava convencido de que Deus o havia chamado
para fazer algo, mas nutriu dúvidas quando as coisas ficaram difíceis? (Pense, por exemplo,
em João Batista.) O que aprendeu com essa experiência?Anotações

Quarta, 23 de outubroAno Bíblico: Lc 9-11

Neemias age (444 a.C.)

7. Leia Neemias 4. O que os judeus fizeram sob a liderança de Neemias para


enfrentar a oposição? Por que era importante que eles se preparassem para lutar,
em vez de simplesmente não fazerem nada, acreditando que Deus os protegeria?

Depois de inícios e interrupções, o povo começou a trabalhar novamente. Os


judeus oraram e, então, Neemias organizou uma vigilância ativa. O povo fazia
turnos durante o dia e à noite a fim de estar preparado para qualquer ataque
iminente. Neemias também organizou as pessoas ao redor do muro, munindo-as
com armas, a fim de que cada família estivesse pronta para lutar. Além disso, ele
dividiu seus servos em dois grupos: um trabalhava, e o outro segurava armas.
Havia também provisões especiais para todos os que trabalhavam no muro, pois
estes se encontravam mais próximos do perigo. Cada construtor segurava uma
espada com uma mão e com a outra acrescentava tijolos ou pedras e argamassa ao
muro. Eles estavam preparados para enfrentar a oposição. Fizeram a parte deles; o
Senhor fez o resto. A fé de Neemias na proteção divina é inspiradora. No entanto,
ele não ficou sentado esperando que Deus fizesse tudo. Eles se prepararam da
melhor maneira que puderam.

Duas passagens de Neemias estão entre as declarações mais inspiradoras da Bíblia:


“Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos
irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa” (Ne 4:13, 14); “O
nosso Deus pelejará por nós” (Ne 4:19, 20).

Os judeus poderiam ter parado a construção novamente por causa da persistente


oposição, mas, em vez de serem dominados pelo medo, agarraram-se à promessa
de que Deus pelejaria por eles. Quando encontramos oposição ao nome do Senhor,
às nossas crenças ou ao que o Criador nos chama a fazer, devemos nos lembrar de
que “Deus pelejará por nós”.

No fim, os judeus perceberam que o Senhor estava por trás do que eles estavam
fazendo, e isso lhes deu coragem para seguir em frente.

Por que é tão importante ter a convicção de que estamos realizando a vontade de Deus?
Como podemos saber se o que estamos fazendo é a vontade do Senhor?Anotações

Quinta, 24 de outubroAno Bíblico: Lc 12-14

Fazendo uma “grande obra”

8. Leia Neemias 6:1-13. Por que Neemias via o seu trabalho em Jerusalém como
uma “grande obra” (Ne 6:3)? Quais foram as tentativas para detê-lo?

O capítulo 6 de Neemias descreve muitos atentados contra a vida do servo de Deus.


Sambalate e Gesém continuaram enviando cartas a Neemias a fim de levá-lo a
procurá-los sob o pretexto de uma reunião. No entanto, o encontro deveria ocorrer
na planície de Ono, que estava em território inimigo. Neemias percebeu a
verdadeira intenção do convite. Sambalate, Tobias e Gesém viram uma janela de
oportunidade que duraria apenas até que o muro fosse concluído, e os portões,
fechados. Os judeus tinham a proteção do rei persa e, por isso, seus inimigos não
poderiam vencê-los mediante um ataque frontal. Mas, se esses inimigos se
livrassem do líder, impediriam o progresso da obra ou, até mesmo, provocariam a
sua definitiva interrupção. Sambalate, Tobias e Gesém não desistiram. Mesmo que
Neemias não respondesse, eles continuaram tentando. Deve ter sido frustrante
para o servo de Deus ter que lidar com a oposição a cada momento. Ele lhes
respondeu: “Estou fazendo grande obra” (Ne 6:3).
Pelos padrões do mundo, Neemias estava fazendo uma grande obra como copeiro
do rei, visto que essa era uma ocupação de prestígio, uma das mais importantes da
terra, em que ele servia como conselheiro do rei. Mas qual seria o propósito de
construir uma cidade que estava em ruínas, que não tinha nenhuma importância
aparente? Isso era o que ele chamava de grande obra? Neemias considerou a obra
de Deus grande e mais importante do que sua carreira porque percebeu que a
honra do nome de Deus estava em jogo em Jerusalém.

Além disso, quando Deus estabeleceu os serviços do santuário, Ele instituiu o


sacerdócio. A fim de manter o santuário santo e especial para as pessoas, Ele
permitiu que somente os sacerdotes realizassem os deveres dentro do templo.
Temos dificuldade de ver a santidade de Deus; por isso, Ele tomou providências
para ajudar os israelitas a entrar em Sua presença com reverência. Neemias sabia
que o pátio do templo era para todos, mas não os aposentos interiores. Por suas
palavras acerca do encontro no interior do templo, Semaías não só se mostrou
falso profeta, sugerindo algo contrário à ordem de Deus, mas também se expôs
como traidor.

Hoje, sem o santuário terrestre, como manter o senso da santidade divina? De que modo a
percepção da santidade de Deus, em contraste com nossa pecaminosidade, nos leva à
cruz?Anotações

Sexta, 25 de outubroAno Bíblico: Lc 15-17

Estudo adicional
Textos de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 635-660 (“Os Reconstrutores do
Muro”, “Condenada a Extorsão” e “Ciladas dos Pagãos).

“A oposição e o desencorajamento que os reconstrutores nos dias de Neemias


tiveram que enfrentar da parte de inimigos declarados e falsos amigos são típicos
da experiência dos que trabalham hoje para Deus. Cristãos são provados, não
somente pela ira, desprezo e crueldade de inimigos, mas pela indolência,
inconstância, frouxidão e deslealdade de pretensos amigos e auxiliares” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 644).

“Na firme devoção de Neemias à obra de Deus, e em sua confiança igualmente


firme em Deus, está a razão da derrota dos seus inimigos em atraí-lo ao seu poder.
A pessoa indolente facilmente cai presa da tentação; mas na vida que tem alvo
nobre, propósito envolvente, o mal encontra pouco terreno. A fé de quem está
constantemente avançando não se debilita; pois acima, embaixo e além, ele
reconhece o Infinito Amor promovendo todas as coisas para realização do Seu bom
propósito. Os verdadeiros servos de Deus trabalham com determinação que não
falhará, porque estão na constante dependência do trono da graça” (Profetas e
Reis, p. 660).

Perguntas para discussão

1. Coloque-se no lugar de Zorobabel, Josué e os outros líderes quando seus


inimigos ofereceram ajuda. Eles fizeram bem em não aceitar a oferta. Como saber
quando devemos colaborar com outros que não são da nossa fé? Quais critérios
seguir?

2. É perigoso fazer concessões em relação à fé. A história de Israel até o cativeiro


babilônico traz exemplos de transigência. Porém, o que ocorre quando alguns vão a
extremos para evitar esse problema? Jesus foi acusado de transgredir o sábado (Jo
9:14-16). Seus acusadores não foram ao outro extremo, ao desejar matá-lo por
causa das curas feitas no sábado? Como encontrar o equilíbrio?

Respostas e atividades da semana: 1. Comente com a classe. 2. A. 3. Para


profetizar em nome de Deus e encorajar o povo a voltar a construir. O Senhor, por
meio de Ageu e Zacarias, levantou Zorobabel e Josué, que se dispuseram a retomar
a obra. 4. A tônica da mensagem foi que o povo não havia priorizado a construção
da casa do Senhor, mas suas próprias casas. Por isso, eles estavam sofrendo. 5. F;
V. 6. Os judeus interromperam a construção porque foram forçados a fazê-lo. Os
povos vizinhos os ameaçaram com armas, e eles ficaram com medo. 7. Eles
passaram a se dividir em turnos para vigiar e construir o muro. Com uma mão
assentavam tijolos, e com a outra seguravam espadas. Neemias os preparou para
lutar em meio à edificação. Eles fizeram a parte deles, e Deus os protegeu. 8.
Neemias considerava a incumbência de reconstruir a cidade e o templo uma
grande obra, pois ela havia sido dada pelo Senhor. Além disso, o nome do Senhor
estava em jogo. Primeiramente, Sambalate enviou cartas ao servo de Deus pedindo
que ele fosse vê-lo. Mas Neemias percebeu que aquilo era uma cilada. Em sua
última carta, Sambalate disse que Neemias estava tentando ser rei em Jerusalém.
Neemias negou veementemente essa ideia. Não satisfeitos, Sambalate e Tobias
subornaram Semaías a aconselhar o servo do Senhor a entrar no templo, onde
queriam matá-lo. Neemias percebeu a cilada e não deu ouvidos à “profecia” de
Semaías.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 4

Enfrentando oposição
ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Esdras 5:5; Neemias 4:20

FOCO DO ESTUDO: Esdras 4:4-24; Esdras 5; Esdras 6; (para obter o contexo


completo, veja também Neemias 3; Neemias 4; Neemias 6:1-13); Daniel
10:12, 13, 20

A lição desta semana trata dos relatos sobre a oposição que cada grupo de exilados
enfrentou enquanto o templo, a cidade e as muralhas eram reconstruídos, primeiro
durante a época do governador Zorobabel, depois na época de Esdras, o sacerdote,
e finalmente com o governador Neemias. Embora as histórias nem sempre sejam
escritas em ordem cronológica (algumas partes dos livros são agrupadas por
temas), podemos desvendar a sequência de eventos com base nos reis
mencionados em cada carta e nas queixas contra os judeus.

Embora o trabalho tenha sido interrompido várias vezes porque as pessoas tinham
medo das ameaças das nações vizinhas ou dos reis, e perdiam a fé na proteção de
Deus, o Senhor sempre enviava líderes que as encorajavam a seguir construindo.
Às vezes, passavam-se vários anos até que um projeto fosse retomado, mas não era
abandonado indefinidamente. Deus queria que os israelitas retornassem à terra
prometida e estava com eles apesar da oposição, humilhação e, às vezes, violência.
Só porque algo é difícil não significa que Deus não nos chamou para fazê-lo. O
Senhor pede grandes coisas a pessoas comuns, e então Ele mesmo oferece os meios
necessários para que as realizemos. Nos relatos de Esdras e Neemias, Deus
inspirou líderes e profetas para que se mantivessem fortes contra a hostilidade.

Deus sempre procura pessoas de fé que confiem Nele, apesar das circunstâncias
complicadas, para que Ele possa intervir em favor delas e realizar Sua obra. Deus
recompensa a colaboração, a disposição para avançar e a determinação de cumprir
a tarefa dada.

COMENTÁRIO

Cronologia do trabalho em Esdras

Sob o governo de Zorobabel

• 537-535 a.C. – reconstrução do altar do templo e dos fundamentos (Ed 3)

• 535-520 a.C. – abandono da obra devido à forte oposição (Ed 4, Ed 5, Ed 6)

• 520-515 a.C. – restabelecimento do trabalho sob os ministérios proféticos de


Ageu e Zacarias

• 515 a.C. – conclusão do templo (Ed 6:13-22)


Antes de Esdras

• 465-464 a.C. – oposição à reconstrução de Jerusalém (Ed 4:7-23) – Artaxerxes


para a obra em seus primeiros anos de reinado

No tempo de Esdras

• 457 a.C. – Esdras chegou a Jerusalém (Ed 7) enquanto o trabalho estava suspenso

O capítulo 3 de Esdras menciona a reconstrução do altar do templo e dos alicerces,


que ocorreu entre 537 a 535 a.C. como resultado do decreto de Ciro (Ed 1:1 a Ed
2:70). Depois de uma celebração inicial (Ed 3:10-13), o trabalho foi abandonado
(Ed 4:1-5) devido à forte oposição, que começou por volta de 535 a.C. e durou até
520 a.C. (para obter detalhes, veja Ed 4:24, Ed 5, Ed 6:12). Em Esdras 4:6 é descrita
brevemente a oposição à construção no tempo de Xerxes (486-465 a.C.). Depois,
em Esdras 4:7-23, lemos sobre a oposição no início do reinado do rei Artaxerxes.
Esdras incluiu cópias das cartas que foram enviadas aos dois reis, Artaxerxes e
Dario. As cartas estão inseridas em aramaico, ao passo que o restante do livro é
escrito em hebraico, o que significa que se tratava de documentos oficiais
preservados na língua usada para documentos públicos na época (aramaico era a
língua universal naquele tempo, assim como o inglês é hoje). Em 520 a.C., após 15
anos de vigorosa oposição, o profeta Ageu incitou as pessoas a continuar a
construção do templo (leia seus cinco sermões breves e poderosos no livro de
Ageu). O profeta Zacarias se uniu em apoio a esse movimento, o que resultou na
conclusão do templo em menos de cinco anos e sua dedicação, em março de 515
a.C. (Ed 6:13-18), seguida pela celebração da Páscoa um mês depois (Ed 6:19-22).

Daniel 10:12, 13, 20

Deus preparou tudo para que Seu povo pudesse reconstruir o templo em Jerusalém
após o retorno do exílio babilônico. Ele se envolveu pessoalmente para remover os
obstáculos e abrir caminho para essa atividade divina. De acordo com Daniel 10, o
anjo Gabriel e Miguel (outro nome para Jesus Cristo) estavam lutando pelas
mentes dos reis persas, isto é, Ciro e seu filho Cambises, para persuadi-los a
avançar no programa de reconstrução quando os invejosos inimigos locais de
Israel seduziram esses governantes para cancelar o trabalho de restauração no
templo. Deus estava lutando com esses príncipes para despertar a mente deles a
fim de que concedessem ao povo um lugar de adoração ao Deus vivo. É triste que
os judeus estivessem desencorajados e tivessem parado de trabalhar, embora o
Deus poderoso estivesse do lado deles. A obra foi retomada quando o profeta Ageu
apareceu em cena.

Essa situação também nos adverte contra a falta de fé e a covardia em não seguir a
liderança de Deus quando Ele prepara um caminho para que avancemos a fim de
cumprir Sua vontade. No entanto, a providência divina sempre funciona melhor do
que nossos melhores cálculos ou planos, mas precisamos confiar em Sua
orientação e seguir Sua liderança. Podemos ter certeza de que Seus planos e Sua
direção são os melhores e Ele sempre tem em mente o nosso bem.

Ageu e Zacarias

Os profetas Ageu e Zacarias entraram em cena após 15 longos anos de oposição à


construção. As pessoas desanimaram e pararam de trabalhar na reedificação do
templo. Deus convocou e orientou esses profetas para que falassem ao povo a fim
de inspirá-lo a construir, apesar da furiosa oposição. Deus encorajou os judeus a
não ter medo, pois o Senhor estava com eles e Sua presença os sustentaria.

Deus Se aproximou do povo com a pergunta: “Acaso, é tempo de habitardes vós em


casa apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ag 1:4). Examine
todas as vezes que a palavra apaineladas (safun) ocorre na Bíblia em se tratando
de projetos de construção e verá algo interessante. Todos esses exemplos estão
relacionados com cedro (1Rs 6:9; 1Rs 7:3; 1Rs 7:7; Jr 22:14). Assim, Deus
descreveu as casas de Seu povo como “apaineladas” (Ag 1:4) porque não eram
feitas de material usado normalmente naquela região. Qual era o problema com os
troncos de cedro? A princípio, os judeus pediram troncos de cedro do Líbano para
reconstruir o templo. O templo deveria ser construído de acordo com o modelo
que Salomão estabeleceu, intercalando blocos de pedra e chapas de madeira de
cedro. Eles planejaram usar os troncos de cedro para as chapas do templo, porém,
quando a oposição os “obrigou” a parar de trabalhar na reconstrução, a madeira
ficou por ali. Por que não usá-la? Embora usassem a madeira destinada ao templo
para suas próprias casas, Deus surgiu com outra solução: Ele os enviou às
montanhas para trazer madeira de lá e construir Sua casa. Deus não exige os
materiais mais caros para Sua própria casa. Em vez disso, Ele só quer uma casa em
que possa morar entre Seu povo.

Ainda mais importante, Deus queria que Seu povo desejasse Sua presença entre
ele, que era o propósito do templo. O maior problema era a falta de
comprometimento. O templo inacabado era apenas um sintoma da apatia da nação.
Quando alguém se compromete com uma tarefa ou com outra pessoa, ele não será
facilmente detido por oposição. A falta de trabalho mostrava a falta de
compromisso do povo para com Ele. No entanto, o encorajamento divino
despertou as pessoas de sua letargia e medo e motivou-as a começar novamente o
trabalho no templo. Depois disso, não hesitaram em sua obra e terminaram a
tarefa cinco anos depois. Às vezes nos atolamos nas coisas mundanas e na vida
confortável. Nesse momento, precisamos relembrar o que é mais importante.

Cronologia da obra em Neemias

• 445/444 a.C. Chegada de Neemias a Jerusalém (Ne 1 e Ne 2)

• A obra sofre oposição (Ne 2:11-20; Ne 4:1-23; Ne 6:1-14)

• Depois de 52 dias (menos de dois meses) é terminada a construção do muro (Ne


6:15-19)

Neemias 4

Sambalate, que junto com Tobias controlava Samaria, ao norte de Judá, ameaçava
Neemias, zombava dos judeus e os ridicularizava. Ele era relacionado aos judeus
através da linhagem do sumo sacerdote (por matrimônio) e, portanto, podia sentir
que seu poder sobre a nação judaica seria restringido uma vez que o muro fosse
restaurado. Ele acreditava que os judeus não eram fortes o suficiente, que eram
inferiores, e a tarefa era grande demais para eles. Dizia que os judeus jamais
poderiam reconstruir os muros. Outros líderes da região se uniram a Sambalate
num golpe político para deter os israelitas. Os arábios estavam sob a liderança de
Gesém e ocupavam o território ao sul abaixo de Judá; os amonitas viviam ao leste
no território Persa; e Asdode estava a oeste de Judá. Assim, Judá estava
completamente cercada por forças hostis. Enquanto o povo de Israel se
atemorizava, Neemias considerou isso uma afronta a Deus e à nação judaica. O
nome de Deus e dos israelitas foi envergonhado pelos inimigos e então ele rogou
que Deus ouvisse e que caísse “o seu opróbrio sobre a cabeça deles” (Ne 4:4). Ele
mesmo não retaliou, mas pediu a Deus que cuidasse disso. O servo do Senhor tinha
certeza de que o Altíssimo o havia dirigido a liderar a reconstrução do muro, como
mostrou a resposta favorável do rei e do povo de Israel. Devido às palavras
ameaçadoras dos vizinhos que jogavam com a imaginação deles e os
amedrontavam, o governador encorajou o povo a lutar, pois o Deus “grande e
temível” (Ne 4:14) pelejaria por eles (Ne 4:20). Neemias reuniu os judeus e colocou
grupos deles preparados para a batalha em cada brecha do muro, onde os inimigos
pudessem vê-los. Dessa forma ele demonstrava ao mundo que estavam prontos
para um ataque.

A estratégia funcionou; os planos dos inimigos foram frustrados. Os judeus foram


relembrados a confiar no Altíssimo e a não deixar que os inimigos parecessem
maiores que seu Deus. A despeito de algumas outras ameaças contra os israelitas,
eles continuaram construindo até que o muro fosse terminado em apenas 52 dias
de trabalho (Ne 6:15).
APLICAÇÃO PARA VIDA

O padrão de trabalhar e parar, trabalhar e parar repetidamente deveu-se ao medo


do que as pessoas fariam a eles. Ameaças inimigas, decretos de reis que proibiam o
trabalho e seu pequeno número, tudo conspirava para que parassem a obra.

1. Qual foi a ação do profeta para motivar as pessoas a trabalhar juntas na


reconstrução do templo?

2. O que acontece quando ficamos pensando repetidas vezes sobre o que pode
acontecer? Isso só piora as coisas, não é? Preocupamo-nos tanto até que o
resultado se torna tão horrendo que nossas expectativas e imaginação nos
impedem de confiar em Deus e seguir em frente. Os obstáculos se tornam cada vez
maiores e nos esquecemos de que Deus peleja por nós. Como podemos ser como
Neemias e cultivar a certeza de que Deus, de fato, estará conosco?

3. Que qualidades de liderança podemos aprender com o governador à medida que


encorajamos as pessoas ao nosso redor?

4. Quais fatores lhe causaram medo e o impediram de fazer o trabalho de Deus? O


que você pode fazer para encorajar aqueles que, atolados nas dificuldades, temem
os desafios que os confrontam e têm dificuldade em crer que o Senhor peleja por
eles?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 4

A busca da igreja verdadeira

Mary John Ijaa nunca imaginava que seria tão difícil encontrar uma igreja. Ela
cresceu participando dos cultos da principal denominação cristã em Sudão do Sul.
Mas, não se sentia feliz; não sentia unidade e amor naquela igreja. Então, aos 16
anos, mudou-se para outra igreja. Na nova igreja, ela percebeu que as pessoas
competiam ferozmente para ocupar cargos, e discutiam constantemente sobre
quem estava no comando. Ela não sentia o amor cristão, por isso, após dois anos
saiu daquela igreja e foi para outra.

Essa igreja parecia voltada para a missão. Mas então recebeu uma grande remessa
de roupas de ajuda humanitária, e os membros brigavam pela divisão dos vestidos,
calças e camisas. Mary saiu. Numa quarta igreja, ela adoeceu enquanto varria o
pátio. Repentinamente, sentiu um calor na perna, que logo ficou inchada. Mary foi a
um curandeiro. Depois de ouvir a história sobre a onda de calor, o homem declarou
que ela havia pisado em uma região amaldiçoada. Alguém na igreja teria ficado
aborrecido com ela e a amaldiçoou.
O feiticeiro pegou uma lâmina de barbear e fez pequenos cortes da cabeça até os
dedos dos pés de Mary. Então ele a encharcou em água quente e esfregou raízes em
seu corpo. Depois disso, fez chá com essas raízes e deu para que ela bebesse. O
tratamento foi feito duas vezes por dia durante três anos. Mary sentia tanta dor
que não conseguia andar, apenas rastejava.

Certo dia, a dor sumiu de repente e ela voltou a caminhar. O curandeiro lhe deu
alta do tratamento e informou o preço: duas cabras e uma grande soma de
dinheiro. Mary não mais voltou para a igreja, porque temia que fosse amaldiçoada
novamente. Então, escolheu uma quinta igreja e frequentou fielmente os cultos aos
domingos, até que uma nova igreja fosse aberta na vizinhança. Essa foi a sexta
igreja da qual Mary fez parte, seguindo-se a sétima e a oitava igreja.

Enquanto isso, Mary deu à luz um filho. Enquanto ainda estava acamada, sentiu
uma dor aguda na garganta ao tomar água. O pescoço começou a inchar. O
feiticeiro disse que alguém tentou matá-la colocando algo na bebida. Mary passou
outro ano na cama e o feiticeiro deu raízes para beber todos os dias. Finalmente,
ela se recuperou.

Mary continuou visitando novas igrejas, buscando amor e união. Ela também
adoeceu mais duas vezes, e os feiticeiros culparam ambos os casos por maldições.
Na quarta vez, seu pescoço inchou e o inchaço se espalhou por seu corpo. O
feiticeiro disse que alguém colocou algo na comida dela, mas ele não podia fazer
nada para ajudar. Mary procurou mais dois feiticeiros. Todos concordaram que
alguém havia envenenado a comida e usaram seus computadores para mostrar
onde o veneno tinha sido ingerido. Mas ninguém poderia oferecer cura.

Já na décima igreja que estava frequentando, Mary pela primeira vez decidiu orar a
Deus pedindo ajuda. Em desespero, ela orou e jejuou por três dias e foi para o
hospital. Quando o médico ouviu que ela estava orando e jejuando, ele disse: “Esta
é a melhor coisa a fazer. Você está consultando o Médico dos médicos.” Aplicou-lhe
uma injeção e o inchaço foi embora. Ela ficou muito feliz com a resposta divina às
orações, mas ainda não sentia paz na igreja. As questões vieram à tona quando ela
e os dois pastores da igreja começaram a trabalhar juntos, quebrando pedras em
uma montanha perto da capital do Sudão do Sul, Juba. Ela e os pastores se
desentenderam sobre como vender as pedras, e Maria pensou: “Esta igreja também
carece de amor e união.” Ela se perguntou para onde deveria ir.

Naquele momento, ela lembrou-se da igreja adventista. Era a única igreja que não
tinha visitado, porém se lembrou de ter sentido amor no semblante dos membros
enquanto falavam. “É isto”, ela falou para os dois pastores espantados, “estou
mudando para a igreja adventista.”

Mary foi batizada após uma campanha evangelística em Juba, em abril de 2017. Em
seguida, o esposo e o filho primogênito também foram batizados. Ela não está mais
preocupada em ser amaldiçoada. “Agora estou livre e feliz”, ela diz. “Não me
preocupo em ser envenenada, porque Jesus é mais forte que qualquer maldição.”
Há pouco tempo, ela viu um daqueles dois pastores. “Por que você parece tão feliz
e saudável?”, ele perguntou. “Descobri alegria e a verdade. Descobri a verdadeira
unidade entre os filhos de Deus”, foi a resposta.

Agradecemos pelas ofertas enviadas em 2016, que ajudaram a construir salas da


Escola Sabatina na igreja adventista central de Juba, frequentada por Mary. Parte
das ofertas do trimestre ajudará a construir uma escola de Ensino Médio perto da
igreja.

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Francis no YouTube: bit. ly/Mary-Ijaa.


• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página:
bit.ly/Searching-in-13-Churches
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
05

26 de outubro a 1º de novembro

Transgredindo o espírito da Lei

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas,
como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do vinho e do azeite, que exigistes deles” (Ne
5:11).Leituras da semana: Ne 5:1-5; Ne 5:7-12; Ne 5:14-19; Êx 21:2-7; Mq 6:8; Dt 23:21-23

Sábado, 26 de outubroAno Bíblico: Lc 18-20

Até hoje lutamos com a questão da riqueza, da pobreza e da desigualdade entre


ricos e pobres e o que pode ser feito a respeito disso. Jesus disse que sempre
teríamos os pobres conosco (Mt 26:11), mas isso não é uma desculpa para não
fazermos nada para ajudá-los. Pelo contrário, as Escrituras nos advertem a fazer
nossa parte no auxílio aos necessitados de acordo com nossas possibilidades. Caso
contrário, não podemos ser chamados de cristãos.

É impressionante o aparecimento desse tema, em meio às provações e tribulações


dos exilados que retornaram para reconstruir Jerusalém. E não apenas o assunto
da pobreza e dos pobres, mas a questão ainda mais problemática dos ricos que os
oprimiam. Esse já era um problema anterior ao exílio, e então, com o retorno à
terra, ele reapareceu.

Nesta semana observaremos outra manifestação desse antigo tema e como


Neemias reagiu. Como veremos, o que tornava essa opressão ainda pior era o fato
de estar sendo feita dentro da “letra da lei”, por assim dizer, um poderoso exemplo
de como precisamos ter cuidado para não deixar que regras e regulamentos se
tornem um fim em si mesmos, mas um meio para um fim, que é refletir o caráter de
Jesus.

Anotações

Domingo, 27 de outubroAno Bíblico: Lc 21, 22

A queixa do povo

1. Leia Neemias 5:1-5. O que estava acontecendo? Contra o que o povo estava
clamando?
Sob a liderança de Neemias, a comunidade judaica parecia estar unida contra as
pressões externas. Mas nem tudo estava bem com a nação que enfrentava
perseguição e se defendia de ataques estrangeiros. Apesar da aparência externa de
força e resistência e dos coerentes esforços contra o inimigo, a comunidade estava
destruída por dentro. Os líderes e os ricos estavam usando os pobres e
desfavorecidos para seu próprio benefício, e a situação tinha se tornado tão ruim
que as famílias estavam clamando por alívio. Algumas delas diziam que não tinham
comida para alimentar seus filhos; alguns se queixavam de que, por causa da fome,
haviam hipotecado sua propriedade e agora não tinham nada; outras famílias
lamentavam que precisavam pedir dinheiro emprestado para pagar o imposto
persa. Além disso, seus próprios filhos tinham se tornado escravos.

Parece que as principais causas do problema eram a fome e o pagamento dos


impostos, que fizeram com que as famílias mais pobres buscassem ajuda de seus
vizinhos. O governo persa exigia anualmente da província de Judá um imposto de
350 talentos de prata (veja nota sobre Neemias 5:1-5 na Bíblia de Estudo Andrews,
p. 620). Se uma pessoa não pudesse pagar a parte designada do imposto
obrigatório, a família geralmente hipotecava sua propriedade ou tomava dinheiro
emprestado. Se, no entanto, eles não obtivessem o dinheiro no ano seguinte,
tinham que fazer algo sobre a dívida que agora possuíam. Geralmente, a escravidão
era a opção seguinte. Eles já haviam perdido sua propriedade e então tinham que
mandar alguém da família, geralmente os filhos, para que prestassem serviço ao
credor a fim de liquidar a dívida.

Há momentos na vida em que as consequências das nossas ações nos deixam em


apuros; evidentemente, também há momentos em que acabamos ficando doentes
ou passamos por dificuldades financeiras sem que tenhamos culpa nenhuma. A
história acima fala de uma época em que as políticas governamentais
desfavoreciam o povo, levando-o à intensificada pobreza e envolvendo-o numa
espiral de pobreza cada vez mais profunda, da qual não se podia escapar.

É impressionante que naquela época as pessoas já tivessem que lutar contra a opressão
econômica, assim como hoje. A Bíblia aborda com frequência o assunto da exploração dos
pobres. Que mensagem devemos extrair desse fato?Anotações

Segunda, 28 de outubroAno Bíblico: Lc 23, 24

Contrário ao espírito da Lei

2. Leia Neemias 5:6-8 e Êxodo 21:2-7. Que situação despertou a fúria de Neemias?
Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) O povo começou a adorar outros deuses.


• B. ( ) Os judeus passaram a se vender como escravos devido aos altos juros
cobrados por seus compatriotas abastados.

Por mais difícil que seja compreender, a escravidão era uma norma cultural no
mundo antigo. Um pai ou mãe podia se tornar escravo ou vender um(a) filho(a).
Social e legalmente, os pais tinham o direito de vender seus filhos e filhas. Contudo,
visto que o propósito essencial de Deus é conceder liberdade, Ele regulou essa
prática em Israel exigindo que os credores libertassem seus escravos a cada sete
anos. Por isso, o Senhor protegeu o povo para que não se tornasse escravo
permanentemente e demonstrou Seu desejo de que as pessoas vivessem
livremente.

Embora o empréstimo fosse permitido pela lei, a cobrança de juros não era
admitida (para as regras bíblicas contra a usura, veja Êx 22:25-27; Lv 25:36, 37; Dt
23:19, 20). No entanto, o juro cobrado pelos credores era pequeno se comparado
ao que as nações ao redor cobravam. Era solicitado do povo o pagamento de 1% ao
mês. Textos da Mesopotâmia do século 7 a.C. revelam uma cobrança de juros
anuais de 50% para a prata e 100% para o trigo. Portanto, os 12% de juros anuais
eram baixos em comparação com o praticado pelos países da Mesopotâmia. Mas,
segundo a Palavra de Deus, o único erro dos credores foi cobrar juros (Ne 5:10-12),
e, curiosamente, o povo nem mencionou isso em sua queixa. Todo o restante estava
conforme a norma social, bem como de acordo com as disposições da lei. Então,
por que Neemias ficou furioso (Ne 5:6, NVI)? Surpreendentemente, ele não agiu de
imediato, mas ponderou seriamente sobre o assunto.

O fato de Neemias ter lidado com o problema de maneira firme é algo admirável.
Embora tecnicamente a injustiça não transgredia a Lei e era socialmente aceitável,
ou até mesmo “boa” em comparação com as práticas da região, ele não a ignorou. O
espírito da Lei havia sido quebrado nessa situação. Especialmente durante um
período de dificuldades econômicas, era dever do povo que ajudassem uns aos
outros. Deus está do lado dos oprimidos e necessitados, e Ele teve que comissionar
profetas para falar contra os males e a violência cometidos contra os pobres.

Como podemos, mesmo sem querer, obedecer à letra da Lei enquanto transgredimos o
espírito que está por trás dela? (Veja Mq 6:8)Anotações

Terça, 29 de outubroAno Bíblico: Jo 1-3

Ações de Neemias
Os nobres e os oficiais foram repreendidos com estas palavras: “Vocês estão
cobrando juros dos seus compatriotas!” (Ne 5:7, NVI). Aparentemente, isso não
trouxe os resultados desejados. Por isso, Neemias não parou por aí, mas continuou
a lutar pelos oprimidos. Ele poderia simplesmente ter dito que havia tentado
ensinar os líderes, mas que, como não tinha funcionado, tinha sido forçado a
abandonar o problema. Afinal, ele estaria enfrentando os ricos e poderosos da
terra. Contudo, não ficou satisfeito até que fosse implementada uma solução para a
dificuldade, mesmo que surgissem inimigos poderosos no processo.

3. Leia Neemias 5:7-12. Quais foram os argumentos do líder contra o que estava
ocorrendo? O que Neemias usou para persuadir as pessoas a corrigir o erro?

Neemias convocou uma grande assembleia, todo o povo de Israel foi reunido para
resolver esse assunto. Muito provavelmente ele estava contando com a
possibilidade de que, quando todo o povo estivesse presente, os líderes ficassem
envergonhados, talvez até com medo de praticar esse tipo de opressão.

O argumento inicial estava centrado na escravidão. Muitos judeus (provavelmente


Neemias estivesse incluído) haviam comprado a liberdade para compatriotas que
tinham servido como escravos a estrangeiros. Então, ele perguntou aos nobres e
oficiais se eles achavam aceitável comprar e vender seus irmãos. Fazia sentido que
os israelitas comprassem seus compatriotas e os libertassem apenas para que eles
se tornassem escravos de pessoas de seu próprio povo?

Os líderes não ofereceram resposta porque viram que esse argumento era sensato.
Neemias continuou: “Vocês devem andar no temor do Senhor para evitar a
zombaria dos outros povos, os nossos inimigos” (Ne 5:9, NVI). Em seguida, admitiu
que ele mesmo tinha emprestado dinheiro e trigo ao povo. Ao declarar: “Vamos
acabar com a cobrança de juros!” (Ne 5:10; NVI), ele confirmou a lei que proibia
essa prática com os compatriotas hebreus e demonstrou que, sob seu governo, ele
gostaria que as pessoas fossem solícitas umas com as outras. Surpreendentemente,
a resposta foi unânime. Os líderes concordaram em restituir tudo ao povo.

Você já cometeu erros contra alguém? Provavelmente sim. Você corrigiu a situação? Se não,
o que o impede?Anotações

Quarta, 30 de outubroAno Bíblico: Jo 4-6

Um juramento

4. Leia Neemias 5:12, 13. Por que Neemias pronunciou uma maldição contra os que
não cumprissem sua parte no acordo? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para
falso:

• A. ( ) Para impressionar o povo quanto à seriedade do acordo.


• B. ( ) Para que o povo não adorasse outros deuses.

Mesmo que os líderes concordassem em restituir e devolver o que eles tinham


confiscado, Neemias não ficou satisfeito com meras palavras. Ele precisava de
provas sólidas; portanto, ele os fez jurar diante dos sacerdotes. Essa ação também
deu validade legal ao processo, caso ele tivesse que fazer referência ao acordo
posteriormente.

Mas por que ele pronunciou uma maldição? Neemias realizou o ato simbólico de
levantar suas vestes como se tivesse que reter nelas alguma coisa para depois
sacudi-las como sinal de perda. Assim, aqueles que fossem contra esse juramento
perderiam tudo. Era costume proferir maldições para impressionar os outros
quanto à importância de determinada lei ou regulamento. As pessoas também
eram menos propensas a contrariar a Lei quando uma maldição estava associada à
quebra dela. Parece que Neemias considerou essa questão tão importante que ele
precisava fazer algo drástico para aumentar a probabilidade de seu sucesso.

5. O que os seguintes textos do Antigo Testamento ensinam sobre a santidade dos


juramentos? Nm 30:2; Dt 23:21-23; Ec 5:4, 5; Lv 19:12; Gn 26:31

A fala é um dom poderoso que Deus deu ao ser humano; radicalmente diferente do
que ocorre com os animais. Há poder em nossas palavras, o poder da vida e da
morte. Por isso, precisamos ser muito cautelosos com o que dizemos, com o que
prometemos fazer e com os compromissos verbais que assumimos. Também é
importante que nossas ações correspondam às nossas palavras. Muitas pessoas se
afastam do cristianismo por causa daqueles cujas palavras soam cristãs, mas suas
ações não provam isso.

Pense no impacto que as palavras têm sobre os outros. Como podemos ser cautelosos com o
que dizemos, quando dizemos e como dizemos?Anotações

Quinta, 31 de outubroAno Bíblico: Jo 7-9

O exemplo de Neemias

6. Leia Neemias 5:14-19. Quais razões Neemias apresentou para não exigir do povo
“o pão devido ao governador” (Ne 5:18)?

Neemias provavelmente tenha escrito esse relato após seu retorno à corte do rei
Artaxerxes, depois de governar Judá durante 12 anos. Embora os governadores
tivessem o direito de receber impostos de seus súditos, Neemias nunca reivindicou
esse direito e financiou seu sustento. Ele não apenas pagou suas próprias despesas,
mas também sustentou sua família e toda a corte. Zorobabel, o primeiro
governador, é o único cujo nome conhecemos. Quando Neemias mencionou “os
primeiros governadores”, ele provavelmente estivesse se referindo aos
governadores que existiram entre os governos de Zorobabel e o seu próprio
governo. Em resultado, ao terminar seu mandato, ele provavelmente houvesse
perdido dinheiro. Em vez de trazer riquezas, como era de se esperar de uma
posição de prestígio, Neemias provavelmente tivesse perdido a riqueza e os bens,
por causa de sua atitude de generosidade. Sendo ele abastado, pôde prover o
alimento diário para muitas pessoas. Ele foi generoso em suprir abundantemente
as necessidades dos outros (Ne 5:17, 18).

Embora não tenha feito o mesmo que Abraão, após o resgate dos que foram
capturados pelas nações vizinhas (veja Gn 14), o que Neemias fez revela o mesmo
princípio.

7. Leia Neemias 5:19. O que ele disse nesse verso? Como entender isso em relação
ao evangelho?

Vemos em Neemias o exemplo de alguém que colocou o Senhor e Sua obra antes de
seu ganho e vantagens pessoais. Essa é uma boa lição para nós,
independentemente da nossa situação específica. É fácil trabalhar para o Senhor
quando não nos custa muito.

Leia Filipenses 2:3-8. Como você pode revelar em sua vida os princípios abnegados expressos
nessa passagem e demonstrados na vida de Jesus Cristo?Anotações

Sexta, 1º de novembroAno Bíblico: Jo 10, 11

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 646-652 (“Condenada a Extorsão”).

“Ouvindo Neemias dessa cruel opressão, ele se encheu de indignação. ‘Ouvindo eu,
pois, o seu clamor, e estas palavras’, ele diz, ‘muito me enfadei’ (Ne 5:5, 6, ARC). Ele
viu que se quisesse ter êxito em derribar o opressivo costume da cobrança
precisava tomar posição decidida ao lado da justiça. Com característica energia e
determinação, entregou-se à tarefa de levar alívio a seus irmãos” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 648).

“Jesus estabeleceu então um princípio que tornaria desnecessário o juramento.


Disse que a exata verdade deve ser a lei da linguagem. ‘Seja porém, o vosso falar:
Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna’” (Mt 5:37,
ARC; Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 67).

“Estas palavras condenam todas aquelas frases sem sentido e palavras


imprecatórias que beiram a profanidade. Condenam os enganosos cumprimentos,
a evasiva da verdade, as frases lisonjeiras, os exageros, as falsidades no comércio,
coisas comuns na sociedade e no mundo dos negócios. Elas ensinam que ninguém
que busque parecer o que não é, ou cujas palavras não exprimam o sentimento real
do coração, pode ser chamado verdadeiro” (O Maior Discurso de Cristo, p. 68).

Perguntas para discussão

1. Por que o egoísmo é a essência dos problemas com as finanças e as relações


interpessoais?

2. Como evitar a ganância? Qual é a provisão divina contra isso? (Is 58:3-12; Mq
6:6-8).

3. Reflita sobre o dom da fala e o poder das palavras. Jesus é chamado de “o Verbo”
(Jo 1:1, 2). O que isso significa? Isso nos ajuda a entender a importância e o peso
das palavras?

4. É impressionante que, há milhares de anos, Jesus disse que os pobres sempre


estariam entre nós. Somos advertidos a ajudar os necessitados. Como essas duas
ideias podem se harmonizar e motivar os cristãos a trabalhar pelos menos
afortunados?

Respostas e atividades da semana: 1. Os judeus mais ricos e os magistrados


estavam explorando seus irmãos mais pobres, e o povo se queixava da fome e da
escassez a que estavam sendo submetidos. 2. B. 3. Neemias usou a questão da
escravidão para persuadir seus interlocutores. Ele argumentou que, ao cobrarem
juros, os nobres e os oficiais estariam forçando seus próprios irmãos judeus a se
venderem como escravos novamente, ignorando o fato de que eles já haviam sido
escravos de outras nações. Assim, estariam repetindo o erro das outras nações, e
ainda pior, contra seu próprio povo. 4. V; F. 5. Jurar perante Deus é algo a ser
levado muito a sério, pois quem faz um juramento a Deus e não o cumpre sofre
condenação. 6. O povo estava vivendo miseravelmente, recebendo ajuda do
próprio Neemias. O temor do Senhor foi a razão para essa decisão justa. 7. Pediu a
Deus que levasse em conta tudo o que ele havia feito pelo povo. O exemplo dele nos
lembra o de Jesus, que colocou os interesses dos pecadores acima dos Seus.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 5

Transgredindo o espírito da Lei


ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Neemias 5:11, 15, 16

FOCO DO ESTUDO: Neemias 5

O capítulo 5 de Neemias descreve como o governador lidou com a injustiça entre


os exilados. Enquanto reconstruíam o muro de Jerusalém, unindo-se para lutar
contra seus inimigos, nem tudo estava bem entre as fileiras. A fome havia deixado
algumas famílias sem recursos para pagar os impostos persas ou mesmo para
obter comida.

Por isso, os judeus hipotecavam suas casas, seus campos e vinhedos. Hipotecar a
propriedade não melhorava sua situação financeira. Então as pessoas buscavam
outras maneiras de pagar o imposto e obter alimentos. Como a escravidão por
dívida era comum na época, os israelitas, seguindo esse costume, vendiam seus
filhos ou a si mesmos para um parente, a fim de saldar a dívida. Quando Neemias
descobriu que os israelitas estavam comprando seus próprios compatriotas para
oferecer o sustento a essas famílias, ele ficou irado! Embora essa prática fosse
permitida por lei, o servo de Deus se opôs a isso como sendo uma injustiça. Ele
confrontou alguns dos mais poderosos judeus e líderes do povo, e perguntou se os
israelitas deviam ganhar sua liberdade sendo levados de volta a Israel apenas para
perdê-la novamente nas mãos de seus próprios compatriotas. Finalmente, ele
convenceu os líderes de que seu comportamento era eticamente errado, e eles
devolveram tudo o que haviam tirado dos pobres. Neemias é um exemplo na
defesa do que é certo, mesmo quando pessoas poderosas estão envolvidas na
injustiça. A posição e o prestígio delas não impediram que o homem de Deus se
manifestasse contra o mal.

COMENTÁRIO

Estrutura de Neemias 5

O capítulo 5 de Neemias tem uma clara estrutura temática e pode ser dividido nas
seguintes unidades:

1. Problemas e reclamações do povo e as ações decisivas de Neemias (Ne 5:1-13).

A. Razões para as queixas do povo (Ne 5:1-5).

B. A ira e a repreensão de Neemias (Ne 5:6, 7).

C. A convocação de uma assembleia pública e a acusação contra os líderes (Ne 5:7-


8).

D. Silêncio dos líderes (Ne 5:9).


E. Os líderes são advertidos a andar no temor de Deus, devolver as propriedades às
pessoas e reparar as perdas (Ne 5:9-11).

F. Resposta positiva dos líderes (Ne 5:12).

G. Juramento dos líderes, ação simbólica de Neemias e louvores de gratidão ao


Senhor (Ne 5:12-13).

2. Os 12 anos de ministério diligente e altruísta de Neemias (Ne 5:14-16).

3. Generosa oferta diária de Neemias para numerosos judeus e pessoas de povos


vizinhos que o visitavam (Ne 5:17, 18).

4. A oração de Neemias por misericórdia (Ne 5:19).

Neemias lida com a opressão/injustiça

Em meio a um trabalho intenso para o Senhor, houve uma grave queixa expressa
contra os líderes do povo de Deus. As pessoas pobres eram oprimidas, viviam
famintas, seus filhos eram escravizados e seus campos e vinhedos tomados.

Depois que Neemias ficou ciente do que estava acontecendo entre os judeus, ele
ficou muito irado. A palavra para “irar-se” é kharah e significa “ficar enfurecido” ou
“queimar-se de indignação”. Kharah denota uma forte resposta de ira. A palavra
ocorre frequentemente em toda a Bíblia. Por exemplo, aparece no início da Bíblia,
referindo-se à ira de Caim quando percebeu que seu sacrifício não tinha sido
aceito, ou à ira de Moisés quando viu as pessoas dançando e adorando o bezerro de
ouro (Êx 32:19, 22). Mas kharah também é usada para a ira de Deus, que se
inflamava quando o povo de Israel agia perversamente (Êx 4:14; Êx 32:10, 11; Nm
11:1, 10, 33).

No entanto, essa expressão de ira ocorre significativamente nas seguintes


passagens: em Gênesis 34:7, encontramos essa expressão quando Diná foi
estuprada e seus irmãos (filhos de Jacó) ficaram muito irados e acabaram agindo
em retaliação contra os siquemitas, matando todos os homens da cidade.
Em 2Samuel 13:21, o rei Davi ficou muito irado ao ouvir que seu filho Amnom
tinha estuprado a própria irmã Tamar (embora ele não tenha agido com ira para
tratar a injustiça). Um terceiro uso dessa expressão aparece em Neemias
4:7 quando os inimigos dos judeus descobriram que os israelitas estavam
reconstruindo o muro. Os adversários ficaram muito irados porque viram o projeto
de reconstrução como uma séria ameaça ao seu poder sobre a região. Duas das
passagens dizem respeito a ofensas muito sérias de estupro, o que nos dá razões
para ver a história da injustiça em Neemias também como uma séria afronta. O
governador ficou tão aborrecido com o que ouviu quanto aqueles que tinham
ouvido sobre o estupro da própria irmã e filha. O servo de Deus viu a injustiça e o
comportamento antiético no mesmo nível, e a opressão sob a mesma luz. É sensato
e convincente concluir que a opressão evocou sentimentos muito fortes de ira em
Neemias. Por isso, ele reagiu à opressão dos judeus pessoalmente, como se os
membros de sua própria família estivessem sofrendo.

Mas, longe de agir precipitadamente, Neemias dedicou tempo à situação. As


palavras usadas para essa frase são malakh e levav. Malakh tem dois significados
principais: (1) “reinar como rei” ou “ser feito rei” e (2) “ponderar” ou “considerar
cuidadosamente consigo mesmo”. Levav significa “o coração”. Literalmente o verso
diz: “no meu coração” (Ne 5:7). Quando juntamos essas palavras, o significado é
que Neemias considerou o assunto com cuidado em seu coração. Dado que o
coração e a mente são sinônimos no pensamento hebraico, o governador estava
ponderando e avaliando com atenção o que devia ser feito a respeito da opressão e
injustiça entre os hebreus. Portanto, outra lição importante que aprendemos com o
servo do Senhor nessa história é que não devemos reagir com ira à injustiça, mas
ponderar qual seja o melhor curso de ação.

É bom e importante mostrar emoções fortes contra a injustiça; no entanto, isso não
justifica ficar irado em qualquer situação. Por exemplo, a ira de Caim era imprópria
para com seu irmão Abel. A indiferença contra o mal é um dos piores pecados.
Quando as pessoas veem a injustiça e se afastam dela como se não fosse problema
seu, demonstram frieza e perda de sensibilidade em relação ao pecado. É muito
perigoso quando estamos congelados emocionalmente e não reagimos à injustiça.
Nosso Senhor é o Deus da justiça; Ele está sempre do lado dos oprimidos. Muitas
vezes os profetas repreendiam o povo de Deus por não conseguir impedir a
injustiça. Eles encorajavam o povo a tratar bem os pobres e ajudá-los. Os
mensageiros do Senhor instruíam o povo a ser generoso com as viúvas, órfãos e
estrangeiros (por exemplo, veja Dt 10:18; Dt 14:29; Dt 24:19; Dt 27:19; Zc 7:10).

Após repreender os nobres e governantes judeus, que ficaram em silêncio e nada


responderam, Neemias convocou um “grande ajuntamento” para que todos os
líderes fossem confrontados com as enormes implicações de seu comportamento
opressivo e como isso afetava muitas pessoas. Além disso, uma grande multidão
seria intimidante, e os líderes seriam muito mais propensos a concordar com suas
exigências. Mais importante ainda, Neemias apelou para a responsabilidade deles
perante Deus. “Porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa
do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?” (Ne 5:9). O servo do Senhor usou a
expressão “temor do nosso Deus” várias vezes no livro (Ne 5:9, 15; Ne 7:2).

O conceito de “temor de Deus” devia relembrar o povo de seu desejo de “andar”


com Deus, tomar decisões em relação à Sua vontade e viver para Ele. Foi por isso
que os judeus voltaram para Jerusalém; eles foram para ser e viver como “povo
responsável diante de Deus”. Eles perceberam que seus antepassados
abandonaram o Senhor e quiseram reverter isso. A repreensão de Neemias os
silenciou porque finalmente perceberam que não eram irrepreensíveis e que
haviam caído no mau hábito que tinham aprendido no passado ou por intermédio
das nações ao redor deles. Eles não podiam ser uma luz para as nações à sua volta
se agissem da mesma forma que antes (mesmo que em menor medida), oprimindo
os menos afortunados para ganhos pessoais.
Neemias não estava protestando contra o ato de emprestar, já que ele mesmo
estava emprestando dinheiro às pessoas. Ele falou contra a cobrança de juros.
Assim, ele exigiu que os líderes devolvessem as propriedades que haviam
confiscado e pagassem os juros que tinham cobrado.

Surpreendentemente, os líderes responderam de forma positiva e prometeram


restituir tudo. Em seguida, os sacerdotes foram chamados e os líderes fizeram um
juramento (Ne 5:12, 13). “O povo fez segundo a sua promessa” (Ne 5:13). O texto
implica que, após esse juramento, todas as pessoas (os nobres, os oficiais e a
população em geral) trabalharam juntas, criando novos métodos de negócios que
respeitavam os direitos de todos.

Neemias dá o exemplo

O capítulo termina com um trecho que explica que Neemias era o governador de
Judá. Embora ele tivesse todo o direito de cobrar impostos das pessoas que
governava, ele vivia por sua consciência e não acrescentava mais encargos à
população já sobrecarregada por ter que enviar impostos aos persas. Em vez disso,
ele usava seu próprio dinheiro (salário da Pérsia) para sustentar os de sua casa e
todos os que precisavam de um lugar para comer. O servo de Deus generosamente
oferecia aos outros o que tinha. Ele não realizava seu trabalho para enriquecer-se,
mas para servir. O líder praticava o que está registrado em Marcos 10:43, 44:
“Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser
ser o primeiro entre vós será servo de todos.” Ele promoveu a justiça e a
humildade.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Use a seguinte pergunta como abertura para a lição da semana:

1. Qual é, ou foi, a coisa mais difícil que você já teve que fazer para cuidar de sua
família ou entes queridos? Compartilhe com a classe.

Como professor, esteja disposto a testemunhar algo pessoal. Quando você, como
líder, compartilha, seu exemplo encoraja outras pessoas a falar também. Esse
exercício mútuo levará a uma proximidade maior em seu grupo. Assim como
Neemias cuidou das pessoas, nós também demonstramos que nos importamos ao
compartilhar uns com os outros como irmãos e irmãs. Todos passamos por tempos
difíceis, e é encorajador ouvir dos outros sobre o que eles experimentaram e como
lidaram com certas situações como seguidores de Jesus.
Faça as seguintes perguntas no final da lição como desenvolvimento adicional do
conceito e aplicação:

1. Discuta com a classe sobre o que podem fazer especificamente para ajudar os
pobres, marginalizados ou que sofrem em sua região. Como você pode promover a
diversidade? Que projeto sua classe pode adotar para fazer a diferença na vida de
alguém?

2. De que maneira você pode ser como Neemias e se posicionar de forma decisiva
contra a injustiça? De que maneira você pode se posicionar contra a injustiça nos
seguintes círculos de influência:

A. Em casa?

B. No trabalho?

C. Na escola?

D. Com amigos?

Na época de Neemias, a opressão era emprestar dinheiro, cobrar juros e exigir


servidão das pessoas. Na sociedade atual (ou em sua profissão), o que devemos
evitar a fim de não oprimir os outros?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 5

O sonho do soldado vigoroso

Daniel Deng Machiek, um soldado alto e forte do exército do Sudão do Sul, não
queria lutar. A região leste africana estava envolvida em uma sangrenta guerra
civil e Daniel não queria matar seus compatriotas. Em dezembro de 2013, ele
jejuou e orou por três dias em favor da paz. “Meu Deus, Tu és o Deus verdadeiro.
Não existe outro acima de Ti. Sou soldado e querem que lute contra meus
compatriotas. Por favor, controle o povo sul-sudanês.”

No terceiro dia, Daniel teve um sonho. Três anjos brilhantes apareceram no quarto
em Yirol, sua terra natal, localizada a oito horas de viagem de ônibus, a noroeste da
capital de Sudão do Sul, Juba. “Levante-se e cante um hino conosco”, ordenou um
anjo. Assustado, Daniel perguntou: “De onde são vocês?” “Seu jejum foi respondido
por nosso Criador”, o anjo respondeu. “Fomos enviados para batizar você.”

Ainda em sonho, Daniel se uniu aos anjos e cantou um hino de louvor pela salvação
em Jesus. Então, os anjos levaram até o lago Yirol próximo à cidade. Um dos anjos o
vestiu um uma túnica branca e ele foi batizado, enquanto os outros dois anjos
assistiam. Em seguida, os anjos lhe deram uma Bíblia e conduziram até uma igreja
perto dali. “Você encontrará algo interessante”, um anjo disse e, depois, eles
desapareceram. Daniel entrou na igreja e viu pessoas caídas mortas no chão.
Somente um menino de dois anos estava vivo e ele pediu para orar com o garoto.
Enquanto oravam, os membros da igreja ressuscitaram. Naquele momento, Daniel
acordou do sonho. Durante três anos, ele se perguntou o que significava tudo
aquilo.

Em 2017, ele conheceu um pastor evangélico que o batizou com a esposa durante
um culto de domingo. Quando Daniel submergiu das águas, ele fez algo que nunca
fez depois que se tornou adulto: chorou. “Por que estou chorando?”, perguntou ao
pastor. “É a obra do Espirito Santo”, o pastor respondeu. Daniel ficou confuso e
zangado. A raiva fez com que chorasse ainda mais. Ele ficou muito envergonhado.
No Sudão do Sul, homens não choram, e soldados durões muito menos. Daniel não
parou de chorar durante dois dias.

Então, seu sobrinho de 22 anos, Abraham, foi visitá-lo. Incapaz de esconder as


lágrimas, Daniel explicou que desde o batismo não parava de chorar. “Tio, por que
você foi batizado nessa igreja?”, Abraham perguntou. “Essa não é a igreja
verdadeira!” Abraham deu ao tio um estudo bíblico sobre o dia de guarda.
Imediatamente, Daniel foi convencido de que deveria frequentar a igreja
adventista. No sábado seguinte, ele e a esposa estavam na igreja central de Juba.
Três meses depois, no dia 20 de janeiro de 2018, o casal foi batizado. Daniel não
derramou uma lágrima quando submergiu da água. “Meu sonho foi sido
cumprido!”, ele exclamou para a congregação e compartilhou a história do sonho.

Ao testemunhar a alegria recém-descoberta de Daniel, um de seus irmãos e a


esposa foram batizados. A mãe esta se preparando para o batismo. Atualmente
Daniel, com 39 anos e se diz impressionado ao ver como Deus responde às orações.
Ele orou pela paz no país em 2013 e Jesus respondeu com um sonho que mostrava
o caminho para a verdadeira paz, entregando o coração a Jesus através do batismo.

“Sou feliz!”, Daniel diz. “Não mais lágrimas. A felicidade faz parte da minha vida
desde o batismo.” Muito agradecemos pelas ofertas enviadas em 2016. Elas
ajudaram a construir salas da Escola sabatina na Igreja adventista central de Juba.
Desta vez, parte das ofertas do trimestre ajudará a construir uma escola de Ensino
Médio.

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Daniel no YouTube: bit. ly/Daniel-Machiek


• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Tough-Soldiers-Dream
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
06

2 de novembro a 8 de novembro

A leitura da Palavra

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem
o que se lia” (Ne 8:8).Leituras da semana: Ne 8:1-12; Dt 31:9-13; Mt 17:5; At 8:26-38; Lv
23:39-43

Sábado, 2 de novembroAno Bíblico: Jo 12, 13

O muro de Jerusalém foi terminado. Com a colocação dos portões, os israelitas, sob
a liderança de Neemias, haviam completado a tarefa principal. Quando o muro foi
concluído, as nações vizinhas ficaram admiradas e “reconheceram que o” Deus dos
israelitas “fizera esta obra” (Ne 6:16; ARC). Os inimigos perceberam que o Senhor
de Israel era verdadeiro porque, apesar da imensa oposição e ódio que os israelitas
haviam enfrentado, eles tinham concluído a obra que se haviam proposto a fazer.

Após a conclusão do muro, Neemias nomeou um governador para Jerusalém (seu


irmão Hanani) e um líder para a cidadela (Hananias). Ambos os homens foram
escolhidos com base na integridade, confiabilidade e reverência a Deus (Ne 7:2),
não na genealogia. O muro foi concluído durante o mês de elul (6º mês; Ne 6:15).

Qual seria a próxima tarefa? Os capítulos seguintes de Neemias (8 a 10) descrevem


uma importante série de acontecimentos no mês de tishri, o 7º mês (Ne 8:2).
Nesses textos vemos como os filhos de Israel estavam determinados a obedecer à
Palavra de Deus e o quanto eles se regozijavam nela.

Anotações

Domingo, 3 de novembroAno Bíblico: Jo 14, 15

O povo se reúne

1. Leia Neemias 8:1, 2. Qual era a importância da Palavra de Deus para o povo?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) A Palavra tinha muita importância, pois ela continha a Lei que Deus havia
prescrito a Israel.
• B. ( ) Nenhuma, pois os padrões culturais foram mudados depois do exílio.
Quando os judeus finalmente terminaram a construção do muro e se mudaram
para Jerusalém, todos se reuniram na praça da cidade no sétimo mês, o mês de
tishri. Esse talvez fosse o mês mais importante para os israelitas, por ser dedicado
à Festa das Trombetas (preparação para o juízo de Deus, no 1º dia do mês), ao Dia
da Expiação (o dia do juízo, no 10º dia do mês) e à Festa dos Tabernáculos (que
servia como lembrança da libertação do Egito que Deus tinha realizado e de Sua
provisão durante a jornada pelo deserto, com início no 15º dia do mês). A reunião
aconteceu no primeiro dia do mês, com a celebração da Festa das Trombetas. Os
líderes reuniram os homens e as mulheres da nação para essa assembleia especial
a fim de conceder-lhes, mediante a leitura da Lei, uma oportunidade de aprender
sobre seu Deus e sua história.

O povo pediu que Esdras trouxesse o livro da Lei de Moisés perante eles e o lesse.
Eles até construíram uma plataforma, ou um púlpito, para a ocasião. Não foi algo
que os líderes impuseram à congregação. Pelo contrário, o povo pediu que Esdras
trouxesse o livro. É provável que ele tenha lido para o povo os livros de Moisés, que
incluíam a Lei dada a Moisés no Monte Sinai.

2. Leia Deuteronômio 31:9-13. O que Moisés disse ao povo, e quais lições podemos
extrair dessas palavras para nós?

Em Deuteronômio 31:9-13, Moisés disse aos israelitas que, durante a Festa dos
Tabernáculos, eles deveriam se reunir e ler juntos a Lei de Deus. Ele mencionou os
vários grupos que deveriam se reunir: homens, mulheres, crianças e estrangeiros
que viviam dentro de seus portões.

Uma leitura literal de Neemias 8:1 diz que eles se reuniram “como um só homem”. O que isso
revela sobre a importância da unidade no corpo de cristãos?Anotações

Segunda, 4 de novembroAno Bíblico: Jo 16-18

Lendo e ouvindo a Lei


Esdras “trouxe a Lei” para ler diante da assembleia. O que ele leu para eles?
Somente os Dez Mandamentos repetidamente até o meio do dia? A referência ao
livro da Lei deve ser entendida como os cinco livros de Moisés, de Gênesis a
Deuteronômio, conhecidos como a Torá hebraica. O termo “Lei”, portanto, envolvia
apenas uma parte do que foi incluído na leitura; seria melhor traduzi-lo como
“instruções” de Deus, que nos permitem conhecer o caminho que devemos trilhar a
fim de não perder o alvo. Quando Esdras leu essas instruções, o grupo ouviu sua
história como povo de Deus, começando com a criação até os dias de Josué.
Mediante histórias, canções, poemas, bênçãos e leis, eles foram lembrados de suas
lutas para obedecer a Deus e da fidelidade do Senhor. A Torá inclui a “Lei”, mas ela
é mais do que isso; ela abrange a história do povo de Deus e revela especialmente
Sua direção. Consequentemente, ela apresentou à comunidade suas raízes e
identidade.

3. Leia Neemias 8:3; Deuteronômio 4:1; Deuteronômio 6:3, 4; Josué 1:9; Salmo
1:2; Provérbios 19:20; Ezequiel 37:4 e Mateus 17:5. Como devemos nos relacionar
com a Palavra de Deus? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Devemos usar a Palavra de Deus como um amuleto.


• B. ( ) Devemos ouvir e cumprir as palavras escritas na Bíblia, pois assim teremos
sucesso em nossa caminhada cristã.

O fato de as pessoas desejarem ouvir a Palavra de Deus provavelmente era


resultado da leitura e do ensino das Escrituras promovidos por Esdras desde a sua
chegada a Jerusalém, cerca de 13 anos antes. Ele era dedicado à obra de Deus e
determinado a fazer a diferença. A Palavra do Senhor se tornava real para os
israelitas à medida que eles continuavam ouvindo-a por meio de Esdras. Como
resultado, o povo tomou uma decisão consciente de ouvir e obedecer, pois estava
interessado em saber mais a respeito de Deus. Portanto, nessa ocasião, eles se
aproximaram da Torá com reverência e desejo de aprender.

Fartar-nos da Palavra faz surgir em nossa vida um anseio mais profundo por Deus.

Como você se relaciona com a Palavra de Deus? Ou seja, embora afirme acreditar nela, como
essa afirmação se manifesta em sua vida? De que modo você busca obedecer ao que ela
ensina? Sua vida seria muito diferente se você não obedecesse à Bíblia?Anotações

Terça, 5 de novembroAno Bíblico: Jo 19-21

Lendo e interpretando a Palavra

4. Leia Neemias 8:4-8. Como foi feita a leitura da Lei?

Dois grupos de 13 homens permaneceram com Esdras durante a leitura. O


primeiro grupo de 13 (Ne 8:4) ajudou a ler a Palavra de Deus, e o segundo grupo
de 13 (Ne 8:7) ajudou na compreensão das passagens. Não temos nenhuma
informação sobre como esse arranjo funcionou em praça aberta; entretanto, os
homens que ajudaram na leitura possivelmente tenham segurado a Torá (os
manuscritos em hebraico eram pesados e precisavam ser desenrolados por outras
pessoas), para a lerem sucessivamente e de maneira alternada. Como leram desde
a manhã até ao meio-dia, devem ter descoberto um modo de alcançar a todos na
praça.

As frases “dando explicações” e “de maneira que entendessem o que se lia” (Ne
8:8) podem se referir à interpretação ou à tradução das passagens. Ambas são
igualmente prováveis nesse caso. O povo havia retornado de Babilônia, onde
tinham vivido por muitos anos, e onde a língua principal era o aramaico. Portanto,
pode não ter sido fácil entender a leitura em hebraico, especialmente para as
gerações mais jovens. Esse relato mostra que os leitores da Bíblia podem se
beneficiar de explicações ou comentários. A pregação e a explicação tornam o texto
vivo e incentivam os ouvintes a aplicar as informações pessoalmente.

5. Como os acontecimentos de Atos 8:26-38 se assemelham ao que estava


acontecendo em Jerusalém? Quais são as lições para nós?

Como protestantes, entendemos que cada cristão deve conhecer a Palavra de Deus
por si mesmo e que não deve aceitar cegamente a palavra de mais ninguém quanto
à verdade bíblica, independentemente da sua autoridade. Ao mesmo tempo, quem
já não foi abençoado porque alguém o ajudou a entender o significado de algum
texto? Todos precisamos conhecer nossas crenças por nós mesmos, mas isso não
significa que, às vezes, não possamos ser iluminados pelos ensinamentos de
outros.

Anotações

Quarta, 6 de novembroAno Bíblico: At 1-3

A resposta do povo
Quando Esdras abriu a Palavra de Deus, a Torá hebraica, o povo se levantou. Antes
de ler, ele bendisse o nome de Deus. Após a leitura, “o povo respondeu: Amém!
Amém!” (Ne 8:5, 6) em uníssono ao erguer as mãos para o céu. Eles então
inclinaram a cabeça e adoraram com o rosto em terra.

6. Leia Neemias 8:9-12. Por que os líderes disseram ao povo: “não pranteeis, nem
choreis”? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Porque aquele era um dia consagrado, de alegria ao Senhor.


• B. ( ) Porque o povo precisava ser forte para vencer a guerra.

“Assim, nos anos posteriores, quando a Lei de Deus foi lida em Jerusalém aos
cativos que voltaram de Babilônia, e o povo chorava por causa de suas
transgressões, foram proferidas as graciosas palavras: ‘Não vos lamenteis. [...] Ide,
e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada
preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não
vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força’” (Ne 8:9, 10; Ellen G.
White, A Ciência do Bom Viver, p. 281).

Enquanto ouviam as palavras de Deus, o povo ficou impressionado com sua


própria pecaminosidade e começou a chorar. Quando Deus Se revela a nós e
começamos a compreender que Ele é cheio de amor, bondade, misericórdia e
fidelidade, nossas insuficiências e falhas em ser o que devemos ser são colocadas
em primeiro plano. Ver a santidade de Deus por meio da Sua Palavra nos faz
perceber, sob uma nova luz, nossa condição terrível. Essa percepção fez com que os
israelitas chorassem e lamentassem, mas eles não deviam se entristecer, “porque a
alegria do Senhor” era a sua força (Ne 8:10). Em outras palavras, apesar de seus
fracassos, eles podiam confiar no poder de Deus.

Esse também era um dia especial, um dia santo, a Festa das Trombetas (Rosh
Hashaná), no qual o curto toque das trombetas sinalizava a importância da
preparação do “coração” para o juízo do Senhor (Dia da Expiação, celebrado no 10o
dia do mês de tishri). O toque das trombetas indicava o chamado para estar diante
de Deus e arrepender-se. Visto que a intenção daquele dia era lembrar o povo de
que devia se voltar para Deus, o choro e o lamento é compreensível. Mas os líderes
lembraram os israelitas de que, como tinham se arrependido, Deus os havia
escutado e, portanto, era hora de se alegrar no perdão de Deus.

Jesus teve que ir para a cruz como a única maneira de resolver o problema do pecado e nos
dar esperança. O que isso revela sobre a gravidade do pecado?Anotações

Quinta, 7 de novembroAno Bíblico: At 4-6

A alegria do Senhor
A frase “a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8:10) serve como um lembrete de
que Deus deseja que nos regozijemos e desfrutemos a vida. Acima de tudo, não é
qualquer tipo de alegria, mas a alegria que vem porque conhecemos a Deus e a
realidade do Seu amor. Todos os dias devemos nos esforçar para nos deleitar no
Senhor e em Sua bondade, regozijando-nos por tudo o que Ele nos concedeu. Além
disso, a alegria em Deus nos dá forças para enfrentar o dia e lidar com o que surge
em nosso caminho.

7. Leia Neemias 8:13-18. O que ocorreu ali e o que isso revela sobre o povo e seus
líderes naquele momento?
No dia seguinte, os líderes do povo foram a Esdras para aprender mais sobre o
Livro Sagrado. Essa iniciativa demonstrada pelos líderes revelou seu desejo de
conduzir a comunidade a Deus. Eles entenderam que não poderiam guiar o povo da
maneira certa se eles mesmos não buscassem o Senhor e o conhecimento Dele.

8. Leia Levítico 23:39-43. O que os israelitas deveriam fazer? Por quê?

O texto de Neemias 8:15 menciona que os israelitas estavam agindo de acordo com
o que estava “escrito”. Vemos aqui outro exemplo de como desejavam seriamente
obedecer à Palavra de Deus, especialmente porque depois de décadas em cativeiro
haviam aprendido a desobedecer. Além disso, conforme o texto de Levítico, eles
deveriam celebrar a festa “e, por sete dias”, alegrar-se “perante o Senhor”, seu Deus
(Lv 23:40). Em outras palavras, ao se lembrarem dos atos divinos de misericórdia,
graça e salvação, o povo precisava se alegrar com o que o Senhor havia feito por
eles.

Pense no que recebemos em Jesus (Ele está simbolizado em todas as festas do antigo Israel).
Como podemos nos alegrar no Senhor mesmo durante provações difíceis e dolorosas? Por
que, especialmente durante esses momentos, é crucial que façamos isso?Anotações

Sexta, 8 de novembroAno Bíblico: At 7-9

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 661-668 (“Instruídos na Lei de Deus”).

“Agora eles deviam manifestar fé em Suas promessas. Deus havia aceitado o seu
arrependimento; deviam agora alegrar-se na certeza do perdão dos pecados e na
sua restauração ao favor divino [...].

“Toda conversão verdadeira ao Senhor produz permanente alegria na vida.


Quando um pecador se rende à influência do Espírito Santo, ele vê sua própria
culpa e mácula em contraste com a santidade do grande Examinador dos corações.
Ele se vê a si mesmo condenado como transgressor. Mas não deve por causa disso
se entregar ao desespero; pois o seu perdão já está assegurado. Ele pode se alegrar
na certeza do perdão dos pecados, no amor de um Pai celestial perdoador. É a
glória de Deus envolver os seres humanos pecadores arrependidos nos braços do
Seu amor, ligar suas feridas, purificá-los do pecado e vesti-los com as vestes da
salvação” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 668).
Perguntas para discussão

1. Em quais condições você pode sentir “a alegria do Senhor” (Ne 8:10) como sua
força? Precisamos fazer algo para experimentar o poder de Deus e Seu perdão? O
quê?

2. Como encontrar o equilíbrio entre o lamento pelos nossos pecados e a alegria no


Senhor? Essas atitudes não são contraditórias entre si? Como a Lei e o evangelho
apresentam a resposta? (Veja Rm 3:19-24).

3. Em Neemias 8:10 foi dito ao povo: “Ide, comei carnes gordas, tomai bebidas
doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é
consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do
Senhor é a vossa força”. Como podemos nos alegrar em Deus? O que o fato de ser
“consagrado” significa nesse contexto?

Respostas e atividades da semana: 1. V; F. 2. Por intermédio de Moisés, o Senhor


mandou o povo se reunir a cada sete anos a fim de ler as Palavras do Senhor aos
homens, mulheres, crianças e até estrangeiros. O contato com a Palavra é de
extrema importância para a vida espiritual. 3. B. 4. Primeiramente, Esdras abriu o
Livro, e o povo ficou em pé. Em seguida, ele bendisse o nome do Senhor, e o povo
se prostrou com o rosto em terra. Para a leitura, dois grupos se revezavam. Além
da leitura, havia a explicação do texto. 5. Assim como Filipe ajudou o eunuco etíope
a compreender o que lia, foi necessária a ajuda de pessoas para que o povo
compreendesse a Palavra. 6. A. 7. Esdras e os líderes leram, na Lei do Senhor, a
ordem para que o povo habitasse em tendas no sétimo mês. Assim, eles se
organizaram para recolher ramos de árvores e construir tendas a fim de cumprir
essa ordem. Isso mostra que os líderes estavam dispostos não só a obedecer ao
Senhor, mas a levar o povo a fazer o mesmo. 8. Foi-lhes ordenado comemorar a
festa do Senhor durante sete dias. Após terem colhido os melhores frutos da terra,
eles deviam celebrar a festa com alegria e morar em tendas durante uma semana
para lembrar os atos maravilhosos do Senhor ao tirá-los do Egito.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 6

A leitura da Palavra
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 8:8; Josué 1:8; João 5:39, 40


FOCO DO ESTUDO: Neemias 8

A lição se concentra na importância de se dedicar tempo à Palavra de Deus. Os


líderes de Israel e do povo demonstravam um amor incrível pelo Senhor e por Sua
Palavra, pois passavam muitas horas ouvindo a leitura das Escrituras em voz alta.
Os eventos desse capítulo ocorrem no sétimo mês do ano (tishri), o que é
significativo por causa de três dias sagrados e festivais celebrados no primeiro,
décimo e décimo quinto dia desse mês (Festa das Trombetas, Dia da Expiação e
Festa dos Tabernáculos). Esdras e Neemias, juntamente com todos os líderes,
chamaram o povo, incluindo crianças, no primeiro dia, e os levitas começaram a ler
e explicar a Palavra de Deus. As pessoas ouviram durante horas as histórias de sua
herança e da poderosa presença e fidelidade de Deus para com a nação. A leitura e
explicação (e tradução) feitas pelos levitas tocaram profundamente o povo.
Ouvindo as mensagens dos livros de Moisés, os israelitas foram convencidos de sua
própria pecaminosidade e da santidade de Deus, e começaram a chorar.

Neemias e os levitas encorajaram todos a não chorar nem ficar tristes, mas se
alegrar no Senhor por causa de Seu grande amor por eles. Devido à leitura
prolongada do Pentateuco, o povo descobriu que no décimo quinto dia do mês se
celebrava a Festa dos Tabernáculos. Por isso, reuniu-se novamente para celebrar
durante sete dias um festival esquecido e negligenciado.

Durante esse tempo, as pessoas viveram em cabanas nos telhados e pátios de suas
casas e por toda a cidade, enquanto estudavam a Palavra de Deus. O oitavo dia
culminava em uma assembleia solene.

COMENTÁRIO

Como Neemias 8, Neemias 9, Neemias 10 foram escritos do ponto de vista da


terceira pessoa, e não da perspectiva da primeira pessoa, conforme se dá no
restante do livro, é possível que esses capítulos tenham sido colocados juntos
como uma peça central teológica com o objetivo de explicar a condição dos
israelitas e sua dedicação a Deus. A atividade dessas passagens provavelmente
tenha ocorrido depois que o grupo de Neemias chegou a Jerusalém. É digno de nota
que Esdras aparece no capítulo 8, visto que é mencionado junto com Neemias
somente em Neemias 8:9 e Neemias 12:26. É evidente que o tema desta unidade
literária de Neemias 8, Neemias 9, Neemias 10 é a dedicação a Deus por meio da
leitura das Escrituras, confissão e renovação da aliança. Esdras reaparece na
narrativa porque, em vez de construir uma estrutura física, seu papel é levar as
pessoas a estudar a Palavra divina. Os capítulos 1 a 6 de Neemias (assim como Ed
1, Ed 2, Ed 3, Ed 4, Ed 5 e Ed 6) se concentram em projetos de construção, mas
depois a atenção é direcionada para a edificação do povo (Ne 7, Ne 8, Ne 9, Ne
10, Ne 11, Ne 12 e Ne 13; também enfatizado em Ed 7, Ed 8, Ed 9 e Ed 10). Neemias
8 demonstra que a leitura da Palavra tem um papel crucial para vivermos
inteiramente na presença do Senhor.
Estrutura de Neemias 8

• A. Leitura do livro da Lei (Ne 8:1, 2)

• B. Resposta do povo e louvor ao Senhor (Ne 8:3-6)

• C. Compreensão da leitura (Ne 8:7, 8)

• D. Este dia é consagrado: não se deve prantear nem chorar (Ne 8:9)

• E. A alegria do Senhor é a força do povo (Ne 8:10)

• D’. Este dia é consagrado: não se deve ficar entristecido (Ne 8:11, 12)

• C’. Encontrada a orientação de que deviam viver em cabanas (Ne 8:13-15)

• B’. O povo responde e faz cabanas (Ne 8:16, 17)

• A’. Leitura do livro da Lei (Ne 8:18)

Leitura da Palavra de Deus

A leitura da Palavra de Deus é um conceito importante em Neemias 8. É incrível


que as pessoas a tenham ouvido por horas, “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8:3),
aproximadamente de cinco a sete horas, e demonstraram receptividade para ouvir.
No entanto, dessa vez não se tratava apenas de ouvir a leitura, mas de entender. De
fato, “compreensão” parece ser o conceito mais importante da passagem.

Ao longo do capítulo, a palavra bin, traduzida como “entender”, é repetida seis


vezes (Ne 8:2, 3, 7, 8, 9, 12). É impressionante ver com que frequência essa palavra
e esse conceito ocorrem. O autor intencionalmente repetiu a ideia da compreensão
vez após vez para chamar a atenção do leitor. Junto com bin, a palavra sakhal é
usada duas vezes e também significa “entender”, bem como “ser sábio e prudente”
e “ter entendimento, sabedoria e discrição” (Ne 8:8, 13). Desde o início, afirma-se
que todos os que eram “capazes de entender o que ouviam” (Ne 8:2) estavam
reunidos, ou seja, adultos e crianças com idade suficiente para compreender as
Escrituras. A leitura da Palavra não era apenas para entrar por um ouvido e sair
pelo outro, mas devia ter significado e propósito na vida, levando a uma sabedoria
maior e à transformação. Adquirir conhecimento não significa armazenar belos
conceitos e informações em nosso cérebro. Ao contrário, o conhecimento deve
impactar todo o nosso ser.

A resposta do povo

As palavras definitivamente impactaram a assembleia, pois o povo chorou. O que


as pessoas ouviram da Lei influenciou sua compreensão de Deus e, por sua vez,
mudou sua maneira de ver a si mesmas e ao mundo. Ouvir as Escrituras nos ajuda
a ver as coisas da perspectiva divina e a nós mesmos como pecadores. Às vezes,
quando as pessoas leem o Antigo Testamento, pensam erroneamente que os que
viviam naquela época não podiam ver um Deus amoroso. Mas, a partir dessa
passagem de Neemias, vemos que a verdade é o contrário. Passar horas ouvindo a
Palavra do Senhor, lendo sobre Sua misericórdia e atos poderosos, não afastou
Dele as pessoas, mas as convenceu do Seu amor e de Suas intervenções
misericordiosas. Perceberam que eram infiéis, mas Deus era fiel. A beleza e o poder
da Escritura é que, por meio dela, o Criador nos busca e suplica que voltemos para
Ele, mostrando-nos quem Ele realmente é: o Pai que nos ama e que faz o máximo
para nos salvar e nos resgatar para Si mesmo.

O tempo dedicado à Palavra divina leva ao reavivamento pessoal e coletivo. “A


Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não
seja manifesta na Sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e
patentes aos olhos Daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4:12, 13). Ler a
Palavra em voz alta para o povo teve o efeito de penetrar no coração e na mente;
eles responderam com profunda emoção. Sentiram tristeza por causa de sua
consciência quanto à sua condição pecaminosa, mas, no fim, reagiram com grande
alegria diante de quem Deus é.

Outro tema importante encontrado nesse capítulo (Ne 8) é o papel dos líderes
nesse reavivamento. A transformação começou com os líderes que convocaram a
assembleia como uma resposta à instrução divina. Eles provavelmente estavam
aprendendo com Esdras e Neemias sobre Deus e ficaram impressionados com o
amor inabalável e a dedicação desses dois líderes. A liderança explorou ao máximo
a oportunidade e facilitou a situação; seguiram as instruções do Senhor e depois
colocaram em prática uma estratégia para alcançar as pessoas por meio da leitura.
Eles não deixaram as coisas ao acaso, mas organizaram leitores e “ensinadores” e
tradutores das Escrituras a fim de maximizar a compreensão.

O desejo dos líderes de aprender com Esdras também revela espírito e atitude
receptivos ao ensino. É uma grande tragédia quando as pessoas acreditam que
sabem tudo e não precisam aprender com mais ninguém. Infelizmente, essa atitude
também exclui a disposição de ser ensinado pelo Espírito Santo. Estar aberto para
aprender com os outros e especialmente com Deus é um pré-requisito para fazer a
diferença em favor do Senhor no mundo.

Alegria do Senhor

O clímax ou centro da estrutura quiástica do capítulo acima é Neemias 8:10, que


também reitera que aquele dia foi consagrado e então proclama que eles não
deviam se entristecer. Por quê? “Porque a alegria do Senhor” era a sua força (Ne
8:10). Três vezes o povo foi instruído a não se entristecer nem se afligir, mas
“regozijar-se”. Maoz significa “refúgio, força e fortaleza”. Também é traduzido nas
Escrituras como “proteção”, mas na maioria das vezes é traduzido como “refúgio,
força e fortaleza”. Por exemplo, o salmista escreveu sobre Deus como sendo maoz,
nosso refúgio e fortaleza (Sl 31:4; Sl 37:39; Sl 43:2; Sl 52:7). A palavra para alegria
(khedwah) só aparece duas vezes na Bíblia. O outro exemplo está em 1Crônicas
16:27, no cântico de Davi, em que ele louvava a Deus quando a arca da aliança foi
colocada no tabernáculo: “Glória e majestade estão diante Dele, força e formosura
[khedwah], no Seu santuário”.

A Festa das Trombetas começava com o toque do shofar (chifre de carneiro), que
marcava o início da preparação para o Dia da Expiação; portanto, era um tempo
(10 dias) de introspecção e arrependimento.

Contudo, Esdras e os levitas disseram aos israelitas que eles deviam parar de
chorar e se entristecer, pois esse dia era sagrado. Esdras disse a eles que a alegria
que vem do Senhor era a sua força, fortaleza e refúgio. Se quisessem ser
firmemente estabelecidos e fortes, precisavam ter a “alegria do Senhor”. Note
igualmente que a santidade e a alegria andam juntas. A alegria vinha da
compreensão de que eles haviam sido perdoados por Deus. Essa alegria devia ser
demonstrada por meio da experiência de comer e beber com suas famílias,
desfrutando de comunhão uns com os outros. Além disso, deviam compartilhar
comida com os que não tinham nada pronto para a festa. Houve tempo para
introspecção durante os 10 dias que antecederam o Dia da Expiação, porém Esdras
queria que as pessoas entendessem que o arrependimento não é a única coisa
necessária. Alegrar-se com o que Deus fez ao prover a salvação é igualmente
importante. Eles não deviam se esquecer da promessa de salvação, mas regozijar-
se por causa dela.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Esdras ensinou ao povo que a força para o dia a dia vem da alegria no Senhor. Esse
preceito parece simples demais. Como a solução mais importante para nossos
problemas diários poderia ser alegrar-se no Senhor?

Quando nos concentramos na alegria que vem do Senhor, não importa o que esteja
acontecendo em nossa vida, confiamos que Ele é grande o suficiente para lidar com
nossas dificuldades. Essa confiança em Deus nos eleva e nos dá coragem para
enfrentar as lutas diárias. Isso nos impede de ficar deprimidos e com pena de nós
mesmos por causa de nossas circunstâncias. Em vez disso, a alegria nos mantém
concentrados no que o Senhor pode fazer e já fez por nós por meio do sacrifício de
Cristo na cruz.

Questões para reflexão


1. Pense em personagens bíblicos que passaram por dificuldades e, ainda assim,
viram o cuidado de Deus para com eles. O que podemos aprender de cada
exemplo?

2. Qual é a importância da nossa atitude? Victor E. Frankl, um sobrevivente do


holocausto e psicólogo austríaco escreveu: “Tudo pode ser tirado de um homem,
menos uma coisa: a última das liberdades humanas: escolher a atitude em
quaisquer circunstâncias, escolher o próprio caminho” (Man’s Search for Meaning:
An Introduction to Logotherapy [A Busca Humana por Significado: Uma Introdução
à Logoterapia; Nova York: Washington Square Press, 1963, p. 104).

Você concorda ou discorda da afirmação dele? Por que a atitude faz tanta diferença
em nossa vida?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 6

O pregador do ônibus

Algumas pessoas leem livros ou jogam em aplicativos de celular durante o trajeto


de ônibus em direção ao trabalho. Samuel Ndagijimana aproveita para falar sobre
Jesus e Sua vinda, todas as manhãs, enquanto vai ao trabalho na capital de Ruanda,
Kigali. Ele nunca soube se suas palavras causavam algum tipo de impacto nos
ouvintes. Até que, certo dia, estava atravessando a rua quando uma mulher o
chamou. “Pastor, por favor, pare!”, disse a mulher. Samuel não era pastor, mas as
pessoas assim o consideravam por causa das pregações no ônibus. Ele parou e
olhou intrigado para a mulher.

“Eu não a conheço”, disse. “Já nos vimos antes?”

“Você faz um trabalho muito bom, mas talvez não perceba”, respondeu a mulher.
“Sempre o vejo no ônibus e você pregou sobre um problema que eu tenho.”

A mulher recordou de um sermão que ele fez sobre colocar Deus em primeiro
lugar. “Você disse: ‘Quando chegar ao trabalho, faça de Deus o primeiro lugar da
vida. Faça de Deus o primeiro lugar no que vocês falarem ou na forma de agirem.’”
Essa mensagem a impeliu a tomar uma importante decisão assim que chegou ao
trabalho. Ela explica: “Quando cheguei ao trabalho, enfrentei um problema
desafiador. Ajoelhei-me no escritório e orei: ‘Deus, o homem de Deus que pregou
hoje cedo disse que devemos colocá-Lo em primeiro lugar. Ajude-me a priorizar o
Senhor.” Depois dessa oração, ela se sentiu fortalecida para enfrentar o assédio do
chefe.

Algumas horas se passaram e seu chefe apareceu no trabalho. Ele foi direto à mesa
dela. “Quando podemos sair?” ele perguntou. “Patrão, não pecarei” respondeu a
mulher. “Não posso ir por três motivos: primeiro, sou casada e devo ser fiel ao meu
marido. Segundo, sou cristã e não posso pecar contra meu Salvador. Terceiro, sou
líder na igreja, devo ser um exemplo para os irmãos.”

O chefe ficou chocado. “Eu me aproximei muitas vezes, e você nunca disse sim ou
não”, disse. “Por quê? Você ouviu minha proposta, mas não decidiu nada.” Seus
olhos cintilavam de raiva. Você será demitida por isso”, ele rosnou enquanto saía
da sala. Ela engoliu seco e orou, pois não queria ser demitida. “Deus, honrei Seu
nome no trabalho. Você foi minha prioridade. Se eu for demitida, por favor cuide
de meus filhos.”

Para ser demitida, deveria receber uma carta de demissão do chefe. Ela pensou que
a carta seria enviada no dia seguinte, mas se enganou. Um segundo dia passou e
nenhuma carta chegou. Naquela tarde, em um canal de TV, ela soube que o chefe
havia sido demitido. Então, chorou e agradeceu a Deus. A mulher comentou com
Samuel: “Eu deveria ser demitida, mas mantive o emprego. Não agradeço a Deus
porque meu chefe foi demitido. Agradeço porque Ele protege aqueles que O
colocam em primeiro lugar.”

Samuel está determinado a continuar pregando nos ônibus. Ele também às vezes
prega na rua. Mas acima de tudo, ele disse, esforça-se para pregar sem palavras.
Com a ajuda de Deus, Ele permite que sua aparência e ações revelem Cristo aos
outros.

Os membros da Igreja em todo o mundo também pregaram um sermão sem


palavras quando contribuíram para a oferta do Décimo Terceiro Sábado de 2016
para abrir uma escola de medicina no campus da Universidade Adventista da
África Central, em Kigali. Samuel disse que é grato pela escola de medicina, onde
professores e alunos ajudam a espalhar o evangelho nos arredores de Ruanda.

Dicas da História

• Ler a história de como um anjo apagou o incêndio na plantação de tabaco de


Samuel no Informativo dos Menores.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Bus-Preacher
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
07

9 de novembro a 15 de novembro

Nosso Deus perdoador

VERSO PARA MEMORIZAR:


“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa
alcançará misericórdia” (Pv 28:13).Leituras da semana: Ne 9; Dn 9:4-19; Cl 1:16, 17; Rm
5:6-8

Sábado, 9 de novembroAno Bíblico: At 10-12

Após o fim da Festa dos Tabernáculos (Sukkot), os líderes reuniram o povo


novamente. Eles tinham acabado de celebrar; agora era hora de voltar à obra
inacabada de arrependimento e confissão de seus pecados diante de Deus.

Anteriormente, os líderes haviam mandado que o povo parasse de se lamentar e de


ficar triste por causa de seus erros, mas isso não significava que a lamentação e a
confissão não fossem importantes. Agora que haviam celebrado as festas era hora
de passar a uma apropriada confissão.

A ordem dos eventos aqui apresentados não significa necessariamente que a


alegria e a confissão tenham sempre essa sequência; nem significa que apenas a
ordem inversa deva ser seguida. Embora a confissão possa vir primeiro, seguida
pela celebração, esta talvez deva vir em primeiro lugar em nossa vida.
Afinal, Romanos 2:4 declara que é a bondade de Deus que nos leva ao
arrependimento. Sua bondade, então, deve suscitar louvor e celebração, enquanto
também nos lembra de que precisamos que Deus nos perdoe, purifique e recrie.

Anotações

Domingo, 10 de novembroAno Bíblico: At 13-15

Jejum e adoração

1. Leia Neemias 9:1-3. Por que o povo estava se apartando de todos os


estrangeiros? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Porque a mistura com os estrangeiros produziria uma etnia mais fraca.


• B. ( ) Para não se contaminar com outros deuses.
Embora Neemias desejasse muito que o povo associasse esse momento com a
alegria, ele conduziu a assembleia ao jejum. Eles se humilharam perante Deus,
jogaram pó na cabeça e vestiram pano de saco. Como os estrangeiros não tiveram
participação no pecado coletivo do povo de Israel, os israelitas se apartaram deles,
pois sabiam que seus pecados precisavam ser perdoados. Eles reconheceram os
pecados de sua nação, que a levaram ao exílio.

Suas orações e confissão coletivas demonstraram uma profunda compreensão da


natureza do pecado. Os israelitas poderiam ter ficado indignados com o fato de que
seus antecessores haviam falhado, levando toda a nação ao exílio. Ou poderiam ter
reclamado das escolhas dos líderes e da falta de piedade demonstrada pelas
gerações anteriores, as quais os haviam conduzido à situação em que se
encontravam naquele momento, sendo apenas um pequeno grupo de repatriados.
No entanto, em vez de nutrirem ódio e mágoas, eles se voltaram para Deus em
humildade e confissão.

De acordo com Neemias 9:3, os israelitas leram o Livro da Lei durante uma quarta
parte do dia; na outra quarta parte, confessaram seus pecados e adoraram a Deus.
Essa era a terceira leitura da Torá, um texto importante na confissão, que deve ser
fundamentada na verdade originada em Deus. Mediante a leitura da Bíblia, Deus Se
aproxima de nós, e o Espírito Santo pode falar conosco e nos ensinar. A verdade da
Sua Palavra molda nosso pensamento e compreensão, encorajando-nos e
elevando-nos.

O povo também se entristeceu e chorou, pois passar tempo na santa presença de


Deus tornou-o consciente de Sua beleza e bondade. Também é extraordinário o
fato de que o Criador do Universo escolhe estar conosco, apesar da nossa
indignidade. Portanto, percebemos que sem Deus em nossa vida e sem um
compromisso com Ele repetiremos os erros dos nossos antepassados espirituais.
Somente a atuação divina nos torna quem devemos ser.

Leia Daniel 9:4-19. A oração e a confissão do profeta se aplicam a nós hoje? O que a
realidade dessa aplicação nos revela individualmente e como igreja?Anotações

Segunda, 11 de novembroAno Bíblico: At 16-18

O início da oração
A resposta do povo à leitura da Bíblia foi uma longa oração que narra a bondade de
Deus em contraste com a história da incredulidade de Israel. Podemos observar
que a resposta parece mais um sermão do que uma oração, porque quase todos os
versos têm um paralelo em alguma passagem da Bíblia.
2. Leia Neemias 9:4-8. Quais são os principais assuntos em que a oração se
concentra nesses versos? Por quê?

Na primeira parte da oração, o povo louvou a Deus e, especificamente, o Seu nome.


Na cultura hebraica, um nome não era apenas a maneira pela qual as pessoas
chamavam alguém, mas dava a essa pessoa identidade. Portanto, o louvor ao nome
de Deus é significativo porque demonstra ao mundo que esse é um nome digno de
louvor e honra. Esse é o nome do Senhor do Universo. A oração começa com a
adoração a Deus como Criador e Mantenedor de todas as coisas (Ne 9:6; veja
também Cl 1:16, 17). Preservar vem de um verbo hebraico que significa “manter
vivo”.

Aquele que criou todas as coisas escolheu Abraão, um ser humano que não era de
maneira nenhuma especial, a não ser por “seu coração fiel”. Aparentemente Abraão
teve falta de fé em muitas ocasiões, mas quando Deus solicitou que entregasse seu
filho, não vacilou (veja Gn 22). Ele não aprendeu a ser fiel de um dia para o outro,
mas durante sua longa caminhada com Deus. No pensamento hebreu, o coração se
refere à mente. Em outras palavras, Abraão desenvolveu fidelidade de pensamento
e ação, e Deus o reconheceu por isso.

As primeiras frases da oração se concentram em Deus como (1) Criador, (2)


Mantenedor e (3) Aquele que cumpre o que promete. Primeiramente, o povo se
lembrou de quem é Deus: Ele é o Deus fiel, que nos criou, que nos preserva e que
sempre cumpre Suas promessas. Ter isso em mente nos ajuda a manter nossa vida
em perspectiva e a confiar Nele mesmo nas situações mais difíceis, quando parece
que Ele está distante e indiferente aos nossos desafios.

Por que a doutrina de Deus como nosso Criador é tão central à nossa fé? Afinal de contas, que
outro ensinamento seria tão importante comparado a esse, no qual somos ordenados por
Deus a passar a sétima parte de cada semana lembrando Dele como nosso
Criador?Anotações

Terça, 12 de novembroAno Bíblico: At 19-21

Lições do passado

3. Leia Neemias 9:9-22. Qual é a diferença entre essa parte da oração e a anterior?

A oração passa dos louvores a Deus, por Sua fidelidade, ao relato da contrastante
infidelidade dos israelitas em sua experiência no Egito e no deserto. Nela, Neemias
menciona todas as diferentes coisas que Deus deu aos israelitas; mas, infelizmente,
a resposta dos “pais” a essas dádivas foi orgulho e teimosia, além do desprezo
pelas ações graciosas de Deus entre eles.

O reconhecimento do fracasso humano e da falta de verdadeira devoção a Deus é


um passo importante no arrependimento e na confissão. E mesmo que o texto
esteja falando de pessoas que há muito nos deixaram, ninguém pode negar que
todos temos problemas com as mesmas questões que elas enfrentaram.

Aqui entra o evangelho tanto para nós quanto para elas. Confessar nossos pecados
não nos salva, somente o sacrifício de Cristo pode fazer isso em nosso favor. O
arrependimento, juntamente com a confissão, é central para o nosso
reconhecimento de que devemos ser justificados somente por Jesus. “Quando por
meio do arrependimento e fé aceitamos a Cristo como nosso Salvador, o Senhor
perdoa nossos pecados e suspende a punição prescrita para a transgressão da Lei.
Então, o pecador se encontra diante de Deus como uma pessoa justa; desfruta o
favor do Céu e, por meio do Espírito, tem comunhão com o Pai e o Filho” (Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 191).

Ao mesmo tempo, visto que Sua bondade faz com que nos arrependamos dos
pecados e os confessemos, devemos estar decididos, pelo poder de Deus, a
abandoná-los.

A conclusão é que Israel tinha sido obstinado, e Deus, amoroso. Ao refletir sobre as
ações do Senhor em favor dos israelitas, eles se lembraram de que, visto que Deus
havia feito muito por eles no passado, Ele continuaria cuidando deles no presente e
no futuro. Por isso era tão importante que o povo sempre se lembrasse das ações
de Deus em sua história. Quando eles se esqueciam delas, envolviam-se em
problemas.

Pense num momento em que você teve certeza de que Deus estava atuando em sua vida.
Como essa lembrança pode confortá-lo da próxima vez que enfrentar lutas? Como pode
confiar mais na bondade divina ao enfrentar sentimentos de desânimo, abatimento e temor
quanto ao futuro?Anotações

Quarta, 13 de novembroAno Bíblico: At 22, 23

A Lei e os profetas

4. Leia Neemias 9:23-31. Como os israelitas foram descritos em comparação com a


grande bondade de Deus (Ne 9:25)? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) Como rebeldes, desobedientes e assassinos de profetas.


• B. ( ) Como bondosos e misericordiosos.
A próxima parte da oração/sermão se concentra na vida em Canaã, quando os
israelitas possuíram a terra que Deus havia lhes dado. Eles tinham recebido terras,
cidades, vinhas e campos prontos para serem usados, mas não haviam dado o
devido valor, tomando essas coisas como garantidas. No fim do verso 25 somos
informados de que eles “comeram, e se fartaram, e engordaram”. Engordar é uma
expressão encontrada apenas algumas vezes na Bíblia (Dt 32:15; Jr 5:28) e em
todas essas ocasiões tem uma conotação negativa.

O povo pode ter vivido “em delícias, pela [Sua] grande bondade”, mas não se
deleitou em Deus; seu deleite estava nas coisas que tinha. Parece que possuir as
coisas não produz uma caminhada íntima com Deus. Às vezes pensamos: “Se eu
tivesse isso ou aquilo, seria feliz”. No entanto, os israelitas tinham tudo da parte de
Deus, e, ainda assim, sua “felicidade” naquelas coisas apenas os tornou menos
devotos a Ele. É muito fácil nos concentrarmos nas dádivas e nos esquecermos do
Doador. Esse é um engano fatal.

Isso não significa que não podemos ficar felizes pelas coisas que Deus nos concede.
Ele deseja que nos alegremos em Suas dádivas, mas essa alegria não garante um
relacionamento com Ele. Se não formos cuidadosos, essas coisas podem se tornar
uma pedra de tropeço.

Nesse momento, os líderes confessaram que haviam sido infiéis a Deus. Ao


examinarem sua história, eles mencionaram especificamente as transgressões que
haviam cometido como nação. Alguns aspectos são especialmente importantes,
pois são repetidos: (1) Israel rejeitou a Lei de Deus e (2) perseguiu os profetas.

Em outras palavras, os israelitas perceberam que a Lei de Deus e Seus profetas


eram essenciais para o desenvolvimento deles como nação piedosa e como
indivíduos. A oração enfatiza essa conclusão, afirmando que, se um homem
cumprisse os mandamentos de Deus, por eles viveria (Ne 9:29; veja Lv 18:5). A
prece destaca que foi o Espírito que falou por intermédio dos profetas. Deus nos
deu Seus mandamentos para que tenhamos vida em abundância e enviou Seus
profetas para nos guiar em nossa compreensão da verdade. O que fazemos com
essas dádivas é uma questão essencial para nós.

Anotações

Quinta, 14 de novembroAno Bíblico: At 24-26

Louvor e petição

5. Leia Neemias 9:32-38. Qual é o foco da conclusão dessa oração de confissão?

Novamente, a oração se volta para o louvor a Deus, exaltando Suas qualidades: Ele
é grande, poderoso e temível, Aquele que guarda a aliança e a misericórdia. O povo
parecia sincero em seu reconhecimento da bondade de Deus para com ele.
Também apresentou uma petição que consistia em uma aliança estabelecida com
Deus, que foi descrita em detalhes no capítulo 10. Qual era a petição do povo?

“Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a
aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio” (Ne
9:32).

A comunidade tinha que pagar tributos aos reis que a dominavam. A opressão de
todos os lados estava atormentando o pequeno grupo de israelitas, e eles estavam
cansados disso. Tinham suportado uma tirania após a outra e esperavam alívio.

Curiosamente, eles se chamaram de “servos”. Após destacarem a infidelidade de


sua nação, concluíram a oração referindo-se a si mesmos por meio dessa palavra.
Servos evidentemente obedecem aos seus superiores. O uso desse termo, então,
sugere que eles percebiam que precisavam obedecer ao Senhor de uma forma que
seus antepassados não haviam feito. Essa era a expressão do desejo de serem fiéis
ao Senhor e aos Seus mandamentos. Como servos de Deus, eles estavam Lhe
pedindo que agisse em seu favor.

A comunidade de Esdras e Neemias descreveu sua experiência naquele momento


como uma “grande angústia” (Ne 9:37), que pode ser comparada à aflição que os
israelitas viveram no Egito (Ne 9:9). A oração deles louvava a Deus porque Ele
tinha visto sua aflição no Egito e não a havia ignorado. A comunidade pedia a Deus
que interviesse, como Ele havia feito no passado, mesmo que eles não merecessem.
Reconheciam que, entre reis, príncipes, sacerdotes, profetas e ancestrais, ninguém
era fiel; portanto, confiavam somente na graça e na misericórdia de Deus para com
eles, não em si mesmos nem nas obras de seus antepassados.

Leia Romanos 5:6-8. Como esse texto reflete o que os israelitas estavam pedindo a Deus? Que
consolo encontramos na petição dos israelitas e nas declarações de Paulo em
Romanos?Anotações

Sexta, 15 de novembroAno Bíblico: At 27, 28

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 37-41 (“Abra o Coração a Deus”).

Em Neemias 9:25, os hebreus falaram sobre como seus antepassados “viveram em


delícias” pela “grande bondade” de Deus. A raiz verbal da frase “viveram em
delícias” aqui é a mesma do nome Éden, como aparece em “jardim do Éden” (Gn
2:15). Talvez, a melhor tradução seria “eles se edenizaram”, caso edenizar fosse um
verbo.
Afinal de contas, o evangelho é restauração. Pode haver um símbolo melhor do que
o Éden para representar aquilo em que seremos restaurados? Deus levantou o
povo hebreu e o trouxe a um lugar estratégico do mundo antigo a fim de criar a
imagem mais próxima do Éden que poderia existir em uma Terra caída. Mesmo
depois do cativeiro e do retorno, esse potencial ainda estava ali. “Porque o Senhor
tem piedade de Sião; terá piedade de todos os lugares assolados dela, e fará o seu
deserto como o Éden” (Is 51:3).

O povo desfrutou das bênçãos que o Senhor lhes havia prometido, as quais, num
mundo caído, relembravam a abundância do Éden. E, tudo bem, eles deviam
desfrutá-las. Deus criou o mundo físico de maneira que o ser humano pudesse
usufruir dele, e o antigo Israel, abençoado por Deus, também se deleitou com ele.
Seu pecado não estava em “edenizar-se” pela grande bondade de Deus, mas em se
esquecer do Senhor (Ez 23:35), cuja bondade os israelitas estavam desfrutando. As
bênçãos se tornaram um fim em si mesmas, e não um meio para revelar Deus aos
que estavam ao redor.

Perguntas para discussão

1. Em Mateus 13:22, o que Jesus quis dizer com “a fascinação das riquezas”, e como
isso se relaciona com a oração de confissão que estudamos nesta semana?

2. Medite na doutrina da criação. Na oração de Neemias 9, o povo falou, numa


sequência imediata, sobre o Senhor como Criador e Mantenedor. O que isso revela
sobre a importância fundamental dessa doutrina para nossa fé?

3. Como ter equilíbrio entre reconhecer nossa pecaminosidade e, ao mesmo tempo,


evitar que Satanás use isso para nos desanimar, de modo que abandonemos a fé?

Respostas e atividades da semana: 1. B. 2. Em primeiro lugar, a oração começou


com louvor ao nome de Deus. Em seguida, o povo se lembrou do Criador e exaltou
Sua criação. Depois, mencionou a aliança que o Senhor fez com Abraão e a
promessa de que sua família herdaria a terra. Essa ordem parece ser seguida
porque o povo narrou sua história desde o começo. 3. O povo passou a se lembrar
da libertação do Egito e dos milagres diários que Deus fazia para sustentá-lo no
deserto. Porém, reconheceu a infidelidade de seus pais e as misericórdias do
Senhor, apesar dos pecados cometidos, como no caso do bezerro de ouro. 4. V; F. 5.
O foco do final da oração é o reconhecimento da bondade divina e a súplica por
misericórdia. Os israelitas admitiram que tudo o que lhes havia ocorrido era justo,
mesmo assim imploraram que Deus Se lembrasse da aliança feita com seus pais.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 7
Nosso Deus perdoador
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 9:17

FOCO DO ESTUDO: Neemias 9

O capítulo 9 de Neemias registra uma oração de confissão do povo de Israel. No


vigésimo quarto dia do sétimo mês, os israelitas se reuniram novamente para um
período de confissão, oração e jejum.

Mais uma vez, o dia começou com a leitura do livro da Lei. A imersão na Palavra de
Deus levou à convicção, e, de forma coletiva, o povo se voltou para o Senhor em
arrependimento. Porém, o arrependimento não ocorreu apenas por causa dos seus
pecados daquele momento, mas das transgressões da nação ao longo de sua
história.

Os israelitas relataram tudo o que a nação fez desde o tempo de Abraão ao falhar
em seguir ao Senhor, indicando um padrão de luta para se andar com Deus, e até
mesmo de abandoná-Lo. No entanto, o Senhor vinha a eles repetidas vezes e os
resgatava. É surpreendente que a leitura da Torá os levou a montar uma história
de fracasso humano e triunfo divino. A oração começa e termina com louvores, ao
mesmo tempo em que suplica que Deus intervenha novamente em favor deles.

Eles foram relembrados de que assim como o Senhor foi fiel no passado,
continuaria cuidando deles. Apesar das dificuldades que enfrentavam em sua terra
natal ao construir o templo, os muros e a cidade, Deus cuidaria deles e não os
abandonaria. Ao final, eles se comprometeram a fazer uma aliança com o Senhor.

COMENTÁRIO

Estrutura de Neemias 9

1. O povo lê o livro da Lei (Ne 9:1-3).

2. Oração de confissão (Ne 9:4-38).

a. Louvores a Deus (Ne 9:4-8).

b. Fidelidade divina a despeito da infidelidade de Israel no Egito e no deserto (Ne


9:9-22).

c. A bondade divina a despeito da infidelidade de Israel na terra de Canaã (Ne 9:23-


31).
d. Louvores e súplicas a Deus (Ne 9:32-38).

Leitura do livro da Lei

A ocasião foi bem organizada: os levitas leram as Escrituras por um quarto do dia,
e depois por mais algumas horas, o povo confessou seus pecados e erros e adorou
a Deus. Imagine a experiência poderosa de ler ou ouvir a Palavra por várias horas
ininterruptas, seguidas de confissão e louvores ao Senhor por mais algumas horas,
o que parece quase inacreditável para uma assembleia tão grande. Tal devoção
exigiria incrível foco e enorme sede de Deus.

Talvez o que tenha levado as pessoas a buscar o Senhor com perseverança foi o
desejo de ver a reação divina. Eles estavam preocupados. A ansiedade foi
demonstrada por meio da súplica na oração: “Não menosprezes toda a aflição que
nos sobreveio.” Em outras palavras, os israelitas rogaram a Deus que não
desconsiderasse o que estava acontecendo com eles: não estavam sendo bem
recebidos na sua própria terra pelas nações vizinhas, tinham enfrentado
perseguição, e estavam trabalhando duro tentando reconstruir sua amada cidade.
Pediram-Lhe que interviesse, que agisse, que visse, ouvisse e respondesse. Após
passarem esse tempo juntos, os líderes convidaram toda a assembleia a se
levantar. Então, começaram a chorar ao Senhor e fazer a oração registrada
em Neemias 9:5-38, que está entre as melhores preces registradas na Bíblia.

Oração de confissão

As orações e confissões públicas coletivas registradas em Neemias 9 demonstram


uma compreensão profunda da natureza do pecado, bem como consciência do
amor insuficiente pelo próximo. As pessoas jejuaram e puseram cinzas em suas
cabeças, sinais exteriores de humilhação diante de Deus. A maneira humilde de
falar dos pecados passados da nação mostrou que os cativos que retornaram
perceberam que poderiam cair facilmente no mesmo padrão de desobediência e
infidelidade dos seus antepassados. Eles não queriam que o ciclo continuasse.

Os israelitas reconheceram os pecados que levaram sua nação ao exílio. Eles


expulsaram Deus de sua vida. Seus atos diziam o seguinte: “Deus, nós não
queremos estar Contigo!” Visto que o Senhor respeita nossos desejos e não Se
impõe sobre Seus súditos, Ele permitiu que Seu povo experimentasse as
consequências dessa rejeição. Talvez a melhor descrição do que acontece quando
expulsamos o Criador da nossa vida está no livro de Ezequiel. Esse autor descreve
Deus saindo de Israel após enviar ao povo advertência após advertência (Ez
5:11; Ez 8:6). Quando as pessoas não O querem, Deus Se retira. Seu trono se move
em direção ao Monte das Oliveiras e quando Sua presença deixa Jerusalém, a
destruição a atinge (ver também Mt 23:37, 38). Quando a proteção divina é
retirada, Satanás age, pois ele “anda em derredor, como leão que ruge procurando
alguém para devorar” (1Pe 5:8).

O povo de Israel olhou para trás e viu tudo que havia feito. Ficou horrorizado com
a maneira errada como tinha seguido a Deus. Além disso, todo indivíduo estava
ciente de sua própria insuficiência em andar com o Senhor.

No entanto, os israelitas também viram um padrão na fidelidade divina. Assim


como no livro de Ezequiel a história não terminou quando Deus saiu de Jerusalém
(Ez 43:1-5; Ez 48:35), quando foram levados para o exílio em Babilônia, o Senhor
foi com eles para lá; jamais deixaria os Seus filhos. Deixou-os ir por um tempo, a
fim de despertá-los e atraí-los de volta para caminhar com Ele, mas nunca os
deixou. No fim do livro de Ezequiel, Ele prometeu levar Seus filhos de volta a
Jerusalém e voltar para lá com eles. Os cativos que voltaram vivenciaram o
movimento de Deus de volta à terra de Israel. O Senhor estava com eles.

Em Neemias 9:20, é declarado que Deus deu Seu “bom Espírito” aos israelitas para
instruí-los (sakhal). Essa palavra aparece também no capítulo 8, e significa
“entender, ser prudente e sábio”. O Senhor dá os melhores presentes. O Espírito
Santo não foi dado apenas aos crentes no Novo Testamento, mas também aos
crentes no Antigo Testamento, e foi concedido para ensinar-lhes e torná-los sábios.
É isso que o Espírito Santo faz por nós quando permitimos que Ele nos instrua.
Deus deu aos israelitas tudo o que queriam e “necessitavam” (o Espírito Santo,
comida, água, reinos, terra, vitória na guerra, cisternas, vinhas, olivais e árvores
frutíferas). Contudo, em vez de se alegrar em Deus, o povo se deleitava apenas nas
coisas que o Senhor lhe dava. Surpreendentemente, quando os tempos difíceis
chegaram e o povo apelou ao Altíssimo, Ele o ouviu novamente. Por quê? Por causa
de Sua grande misericórdia.

No começo da oração, os israelitas se dirigiram a Deus: “Tu” (Ne 9:5, 6), e


terminaram com “nós”, enquanto clamavam a Ele em seu desespero e fragilidade
(Ne 9:37, 38). O contraste entre a bondade e fidelidade divinas e a pecaminosidade
humana não pode ser subestimado. Confissão de pecados muda a situação. Depois
de se identificarem com o pecado de seus antepassados, finalmente declararam:
“Tu fielmente procedeste, e nós, perversamente” (Ne 9:33).

Embora o tema do arrependimento pelo pecado seja tecido durante a oração, o


tema da misericórdia divina é enfatizado. A palavra para misericórdia é rakhamim,
que significa “compaixão, misericórdia e piedade”. Ela vem da palavra rekhem, que
significa o ventre de uma mãe. Assim como a mãe nutre o filho e tem amor por ele,
a palavra rakhamim demonstra que Deus tem amor e compaixão por Seus filhos. A
palavra para misericórdia é repetida seis vezes em Neemias 9 (Ne 9:17, 19, 27, 28,
duas vezes no verso 31). Além disso, a palavra khesed aparece duas vezes (Ne 9:17,
32). O termo khesed geralmente é traduzido como amor constante, mas também
como bondade ou misericórdia. A ideia da misericórdia e do amor divino é
contrastada com a infidelidade do povo. As pessoas dedicaram tudo o que tinham
para suas próprias realizações; no entanto, Deus não as abandonou. Escolheram
adorar outros deuses; contudo, Ele não as desprezou. Como diz Neemias 9:17:
“Porém Tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-Te e
grande em bondade, Tu não os desamparaste.” Nosso Deus está sempre pronto a
nos perdoar e a transformar nossa vida.

Outra frase que os levitas repetem na oração é: “dos Céus Tu os ouviste” (Ne 9:27,
28). Sempre que o povo clamava a Deus, Ele ouvia. O Senhor espera que nós O
chamemos, e sempre que fazemos isso, Ele ouve, não ignora nossas lágrimas ou
pedidos. Às vezes, parece que Deus está em silêncio porque não temos as respostas
que queremos; porém, Ele para toda vez que chamamos, assim como parou para o
cego Bartimeu, que continuou clamando a Jesus porque queria ver (Mc 10). Deus
foi ao Monte Sinai para falar com o povo. Apesar disso, Israel O rejeitou depois e
escolheu um bezerro de ouro para adorar. Por que o Senhor nos busca tão
incessantemente? É que Ele deseja estar perto de nós. Os israelitas reivindicaram a
promessa de que o Senhor sempre nos ouve, pois tinha ouvido seus antepassados,
e eles tinham fé de que o Altíssimo os ouviria e lhes responderia. E foi isso que
aconteceu.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Assim como os israelitas perceberam que poderiam aprender com as experiências


e fracassos de seus antepassados, também podemos aprender com eles hoje.

1. Qual das ações do povo de Israel delineadas na oração precisamos considerar


com atenção?

2. O que Deus fez na sua vida? Escreva em um pedaço de papel ou trace um


cronograma da intervenção do Senhor em sua vida, seguindo as instruções abaixo:

A. Descreva a vida da sua família e a sua caminhada com Deus. Desenhe os altos e
baixos e faça uma lista deles. Vá até onde você possa se lembrar, representando
graficamente o que aconteceu. Indique os pontos nos quais diferentes membros da
família aceitaram a Cristo. O que você percebe no desenho?

B. Agora, faça o mesmo com sua própria vida em um pedaço de papel. 1) Escreva
em que pontos você pode ver claramente a orientação divina. 2) Você vê algum
padrão? Qual?

Embora nossos fracassos sejam reais, a esperança que temos é que Jesus tem
misericórdia de nós e nos cobre com Sua justiça. Assim como os israelitas tinham a
promessa da grande misericórdia divina, nós também a temos hoje. O que você
pode colocar nas mãos de Deus, sabendo que Ele é cheio de misericórdia e amor
por você?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 7
Orfã do genocídio

Os pais de Delphine morreram em 1994, vítimas do genocídio em Ruanda. Ela ficou


sozinha. Suas primeiras lembranças eram de estar chorando pela perda dos pais
em um orfanato cristão. Ela perguntava repetidamente quando poderia ver a mãe.
“Em breve você a verá”, as pessoas respondiam. Delphine pensou que a mãe estava
em algum lugar e esperava que ela voltasse. Mas, enquanto o tempo passava mais
sentia desesperançada.

Entre as funcionárias do orfanato haviam mulheres designadas como mães


substitutas. A escolhida para Delphine chamava-se Brigitte e era membro da igreja
adventista do sétimo dia. A nova mãe a levou à igreja. Delphine gostou muito de
mudar de ambiente. Os irmãos da igreja eram bondosos. Mas, aos sete anos, o
governo fechou todos os orfanatos e Delphine foi adotada por uma família. Ela
esperava que a família trouxesse luz à sua vida, mas aconteceu o oposto.

Inicialmente, a família a tratou com carinho. Eles tinham uma filha da mesma idade
de Delphine que se chamava Mutesi. Isso aumentou sua alegria porque ela desejava
que os pais a amassem como amavam a filha biológica. Mas, não foi o que ocorreu.
Pela manhã, Delphine era obrigada a limpar a casa e buscar água, antes de ir à
escola. As tarefas faziam com que se atrasasse para as aulas e a professora a
castigava com palmadas. Algumas vezes, a professora ordenava que voltasse para
casa, mas Delphine esperava fora do prédio escolar até que as aulas terminarem
para voltar para casa com a irmã adotiva

A nova mãe sabia que causava esses problemas para nova filha, mas não fez nada
por isso. Em pouco tempo, começou a expressar o ódio abertamente. Ela se
recusava a alimentá-la no horário das refeições e ordenou que parasse de chamá-la
de mãe. “Não sou sua mãe biológica,” dizia. Ao contrário da mãe, Mutesi amava
Delphine, e chorava quando via as pessoas maltratando a irmã. Ela lhe dava comida
e leite, embora a mãe a repreendesse. O pai também a amava.

Tudo veio à tona quando Delphine estava com treze anos, no final do ano escolar.
Ela passou em todas as provas, mas Mutesi não. Naquele dia, ao voltarem para
casa, a mãe expulsou Delphine de casa. Felizmente, outras famílias com órfãos
sentiram pena e a acolheram nos anos seguintes. O governo também ajudou.
Delphine nunca terminou o ensino médio.

Enquanto se aproximava da fase adulta, Delphine sentia que a vida parecia cada
vez mais sem esperança. Ela odiava a todos e estava convencida de que esse ódio
era recíproco. Tinha dúvidas sobre Deus e o interesse Dele por ela. Por isso,
também O odiava. Certa vez, Delphine tentou o suicídio ingerindo muita bebida
alcóolica, mas não obteve sucesso.

Certo dia, enquanto caminhava pelas ruas de Nyamata ouviu a voz de um pregador
transmitida por alto-falantes. O pregador, Frederic Musoni, era o orador da
campanha evangelística da igreja adventista. “Você deseja ser curado?”, ele
perguntava. Parecia que o pastor falava diretamente para ela, que parou um
momento para ouvir. Ela percebeu uma voz falar ao coração, “Tenha bom ânimo,
eu a amo”.

Quando o pregador fez um apelo, a voz falou novamente ao coração e ela


respondeu. Dentro da igreja, o pastor orou por Delphine, que voltou para casa
muito feliz. Naquela noite ela dormiu em paz pela primeira vez na vida. No fim da
série evangelística, Delphine estava entre as 150 pessoas que foram batizadas. Eles
quebraram o recorde de 110 pessoas batizadas depois de uma série evangelística
de três semanas em 2.027 lugares por toda Ruanda em Maio de 2016.

“Quando saí das águas batismais, senti paz e liberdade. Comecei a amar as pessoas
e percebi que Deus nunca me abandonou. Eu amo Jesus, que morreu por mim e
acredito que reencontrarei com meus pais novamente”, diz. Hoje, Delphine tem 25
anos de idade e vende artesanato.

“Se você é pai em um lar confortável, por favor, cuide de uma criança carente. Evite
falar palavras ásperas para uma criança, mesmo depois que cresça. Ela nunca
esquecerá o que ouviu”, diz. “Se você está sofrendo, talvez porque, como eu, não foi
criado pelos seus pais, saiba que a paz só existe ao permitir que Jesus seja seu tudo.
Jesus é o verdadeiro Pai, Consolador, descanso e paz.”

Dicas da História

• Peça que uma jovem apresente este informativo na primeira pessoa.


• Delphine ficou ainda mais traumatizada ao visitar o Museu do Genocídio em Kigali
como aluna do Ensino Médio. Após horas de genocídio ela ficou muda durante seis
meses. Quando conseguiu falar novamente, a voz mudou permanentemente.
• Assista ao vídeo sobre Delphine no Youtube: bit.ly/Delphine-Uwinez.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Orphan-of-Genocide.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
08

16 de novembro a 22 de novembro

Deus e a aliança

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Por causa de tudo isso, estabelecemos aliança fiel e o escrevemos; e selaram-na os nossos
príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes. [...] não desampararíamos a casa do nosso
Deus” (Ne 9:38; 10:39).Leituras da semana: Ne 10:1-39; Gn 4:8-19; Hb 8:1-7; Hb 13:20; Js
24

Sábado, 16 de novembroAno Bíblico: Rm 1-4

O que significa aliança na Bíblia? A explicação mais fácil para uma aliança bíblica é
que ela é o estabelecimento legal de um relacionamento entre Deus e Seu povo. É
Deus dizendo: “Você é Meu povo, e Eu Sou o seu Deus”. Além disso, encontramos a
utilização de alianças escritas entre outros povos no mundo antigo, muitas vezes
entre os líderes e seus súditos.

Essas alianças foram estabelecidas porque beneficiavam ambas as partes. O líder


cuidava do povo, e o povo pagava impostos. Mas com Deus a aliança era diferente.
Deus não recebia nada, e ainda prometia ser fiel à aliança até mesmo quando o
povo não o fosse. Quando as coisas ruins começavam a acontecer, o conhecimento
das bênçãos e maldições vinculadas à aliança permitiam que os israelitas
percebessem que estavam quebrando a aliança.

Nesta semana, estudaremos em Neemias 10 a aliança que os israelitas renovaram


com Deus e examinaremos algumas informações gerais, na Bíblia, sobre a história
e a importância de se fazer uma aliança.

Anotações

Domingo, 17 de novembroAno Bíblico: Rm 5-7

A ideia da aliança

1. Leia Neemias 10:1-29 (e relembre Neemias 9:36-38). Quem estava fazendo essa
aliança? Por que ela foi feita?

Embora somente os líderes tivessem assinado o documento, o texto menciona


explicitamente que todo “o restante do povo” se obrigou “sob maldição e sob
juramento a seguir a Lei de Deus” (Ne 10:28, 29, NVI). O que havia de tão
significativo na aliança a ponto de todos desejarem entrar num pacto com Deus? A
fim de responder a essa pergunta, temos que voltar ao início e compreender a ideia
bíblica de aliança.

A aliança era importante porque fazia parte da história de Deus lidando com a
humanidade pecadora e demonstrava Seu anseio por um relacionamento com o
povo. Ela também permitia que o povo revelasse seu desejo de se dedicar ao
Senhor.

A história bíblica da criação, em Gênesis 1 e Gênesis 2, revela não apenas a origem


dos primeiros seres humanos, mas também o relacionamento entre eles e Deus,
bem como entre eles mesmos. No entanto, o pecado rompeu todos esses
relacionamentos. O pecado é a antítese da criação, trazendo a “descriação”, ou seja,
a morte.

A linhagem de Adão finalmente se dividiu, visto que Caim escolheu o mal (Gn 4:8-
19), e Sete seguiu a Deus (Gn 5:3-24). A genealogia de Caim culmina em Lameque
(Gn 4:17-19), o sétimo a partir de Adão, que introduziu a poligamia. A violência e a
vingança do lado de Caim se justapõem à linhagem fiel de Sete. A genealogia de
Sete também foi especificada; o sétimo dessa linhagem é Enoque, que “andou com
Deus” (Gn 5:24, NVI) e foi levado para o Céu.

Infelizmente, o mundo seguiu mais o mal do que a Deus, e a descendência dos fiéis
se tornou muito pequena. Logo não restaria nenhuma família por meio da qual
Deus pudesse cumprir Sua palavra ao enviar a Semente prometida para salvar a
humanidade. Nesse momento, Deus interveio com o Dilúvio. No entanto, esse
acontecimento foi uma “descriação” posterior, a reversão e a destruição da vida.
Ainda assim, Deus destruiu apenas o que o ser humano já havia arruinado (Gn
6:11-13).

Você já experimentou a realidade da força destrutiva do pecado? Como? Qual é o único poder
contra o pecado e como nos beneficiamos dele?Movimento de oração e resgate: Neste
trimestre, vamos iniciar um movimento de oração pelos amigos que estão afastados de
Jesus Cristo.Anotações

Segunda, 18 de novembroAno Bíblico: Rm 8-10

Alianças na história
Após o Dilúvio, Deus recomeçou a história com Seu povo, por meio de Noé e das
pessoas que vieram depois dele. O Senhor também buscou um relacionamento com
elas, e a ideia da aliança era central para isso. A Bíblia identifica as sete principais
alianças que Deus fez com o povo:
1ª Aliança – com Adão (Gn 1, Gn 2, Gn 3)

2ª Aliança – com Noé (Gn 6, Gn 7, Gn 8, Gn 9)

3ª Aliança – com Abraão (Gn 12:1-3)

4ª Aliança – com Moisés e a nação israelita (conhecida como Aliança Sinaítica ou


Mosaica – Êx 19, Êx 20, Êx 21, Êx 22, Êx 23, Êx 24)

5ª Aliança – com Fineias (Nm 25:10-13)

6ª Aliança – com Davi (2Sm 7:5-16)

7ª Aliança – Nova Aliança (Jr 31:31-34)

2. Leia os textos a seguir. O que significa a “aliança eterna”? (Gn 9:16; Gn 17:7; Is
55:3; Hb 13:20). Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Uma aliança que duraria para sempre.


• B. ( ) Uma aliança condicional à fidelidade do povo.

A Bíblia apresenta o termo “aliança eterna” dezesseis vezes. Dessas, treze são
especificamente aplicadas à aliança com Abraão; com Israel, no Sinai; e com Davi.
Cada uma delas, embora singular, levava a marca da “aliança eterna”. Assim como o
evangelho eterno foi anunciado primeiramente em Gênesis 3:15 e depois
progressivamente revelado em toda a Bíblia, a mesma lógica se aplica à aliança
eterna. Cada sucessiva aliança serve para esclarecer e aprofundar nossa
compreensão da aliança eterna de amor, revelada mais plenamente no plano da
salvação. A Nova Aliança e a Antiga Aliança, conforme são muitas vezes
distinguidas, contêm os mesmos elementos.

1. Santificação: “Na mente, lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas
inscreverei” (Jr 31:33; compare com Hb 8:10).

2. Reconciliação: “Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo” (Jr 31:33; Hb 8:10).

3. Missão: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu
irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos Me conhecerão, desde o menor
até ao maior deles” (Jr 31:34; Hb 8:11).

4. Justificação: “Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais Me


lembrarei” (Jr 31:34; Hb 8:12).

Anotações

Terça, 19 de novembroAno Bíblico: Rm 11-13


Estrutura da aliança
Os estudiosos da Bíblia reconhecem que existe uma estrutura típica para as
alianças bíblicas; isso é visto até mesmo em alianças feitas pelos antigos hititas.
Isto é, Deus Se comunicou com o povo de uma forma que ele, em sua cultura,
pudesse entender.

As alianças comuns durante a época do antigo Israel tinham as seguintes partes:


declaração preliminar (quem é Deus); prólogo histórico (relacionamento passado
definido); determinações ou leis; bênçãos e maldições; testemunhas, provisão
especial ou sinal da aliança. Portanto, não deveria ser surpresa o fato de Deus ter
usado algo semelhante para Se comunicar com Seu povo naquela época, pois
estavam familiarizados com a prática.

Por exemplo, todo o livro de Deuteronômio foi escrito na forma de uma aliança,
pois Moisés convidou o povo de Deus a entrar em um novo relacionamento de
aliança com o Senhor. Ele expressou a aliança da seguinte maneira: (1) Declaração
preliminar (Dt 1:1-5); (2) prólogo histórico (Dt 1:6 – Dt 4:43); (3) determinações
ou leis (Dt 4:44 – Dt 26:19); (4) bênçãos e maldições (Dt 27, Dt 28, Dt 29, Dt 30);
(5) testemunhas (Dt 30:19); e, finalmente, (6) provisão especial (Dt 31:9-13).

3. Leia Josué 24. Como esse padrão de aliança é revelado também nesse capítulo?

A renovação da aliança feita por Josué segue a mesma estrutura.

Primeiramente, há uma declaração na qual Deus Se apresentou como “o Senhor,


Deus de Israel” (Js 24:2). Em seguida, vem um longo prólogo histórico, no qual
Josué lembra o povo das obras que Deus realizou por ele no passado (Js 24:2-13).
Após essa história, são especificadas as determinações ou leis (Js 24:14, 15, 23),
mencionadas as bênçãos e maldições (Js 24:19, 20), identificadas as testemunhas
(Js 24:22, 27) e declarada a provisão especial (Js 24:25, 26). Aqui, também, Deus
usou a forma básica de uma aliança a fim de Se comunicar com Israel e mostrar aos
israelitas não apenas Sua liderança no passado, mas o que era exigido deles para
cumprir sua parte na aliança.

Leia Josué 24:15. Qual princípio encontrado nesse verso pode se aplicar a nós?Anotações

Quarta, 20 de novembroAno Bíblico: Rm 14-16


Promessas

4. Leia Neemias 10:30-39. Quais são as quatro coisas que os israelitas prometeram
fazer como parte da aliança renovada?

O povo prometeu o seguinte:

1. Não realizar casamentos mistos (casamentos que pudessem levar à idolatria);

2. Praticar a verdadeira observância do sábado (sem distrações com transações


comerciais);

3. Cumprir o cancelamento de dívidas e a observância do ano sabático a fim de


cuidar dos pobres e dar-lhes liberdade;

4. Sustentar financeiramente o templo, seus serviços e suas equipes trazendo as


primícias dos frutos, os primogênitos e os dízimos, assegurando a continuação da
verdadeira adoração.

As três primeiras promessas se referem ao relacionamento com os outros


(casamentos e cancelamento de dívidas) e com Deus (observância do sábado),
enquanto a última (Ne 10:32-39) trata dos regulamentos do templo.

O objetivo dos israelitas era demonstrar que eles estavam comprometidos com a
aliança e, portanto, implementariam formas práticas de desenvolver seu
relacionamento com Deus e com os outros. Mesmo que nem sempre guardassem a
aliança perfeitamente, eles entendiam que práticas e hábitos corretos
influenciariam o futuro. Se a nação israelita desejava ir no caminho certo, ela teria
que estabelecer maneiras de agir e costumes que a conduzisse aonde desejava
seguir. Se desejava andar intimamente com Deus, era importante valorizar o
sábado e cuidar do templo.

Infelizmente, os israelitas não cumpriram muito bem suas promessas, conforme


demonstrado nos últimos capítulos de Neemias. No entanto, embora nem todos as
tenham cumprido, muitos o fizeram. Com a ajuda de Deus e mantendo o foco Nele é
possível desenvolver hábitos corretos e firmar-se no caminho certo.

“Por meio do correto exercício da vontade, uma transformação completa pode ocorrer em
sua vida. Entregando a vontade a Cristo, você se une com o poder que está acima de todos os
outros. Obterá força do alto para permanecer fi rme e, pela constante entrega a Deus, será
capacitado para viver a nova vida, a vida da fé” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 48). Há
algo que o impede de vivenciar o que está escrito nessa citação?Anotações
Quinta, 21 de novembroAno Bíblico: 1Co 1-4

O templo

5. Leia Neemias 10:32-39. Por que as práticas do templo eram essenciais aos
israelitas, como é demonstrado nestas palavras: “Não negligenciaremos o templo
de nosso Deus” (Ne 10:39, NVI)? Por que o templo era tão importante para a fé?
(Veja também Hb 8:1-7.)

Os israelitas prometeram cuidar do templo. Mesmo sendo um pequeno grupo


financeiramente oprimido pelos reis, decidiram que precisavam doar do pouco que
tinham para que o templo prosperasse e não apenas sobrevivesse. Por isso,
escolheram dar a terça parte de um siclo para o serviço do templo a cada ano, em
vez de fazer isso apenas quando ocorresse o censo, conforme ordenava a lei. A
nação viu a necessidade de ir além do que era exigido. Além disso, atribuíram a
famílias específicas a responsabilidade de queimar lenha no altar, pois
reconheciam que, sem organização, essa prática morreria.

Os primeiros frutos, os primogênitos, os dízimos e as ofertas eram aspectos do


serviço do templo que sustentavam o ministério dos sacerdotes e dos levitas. Um
décimo de tudo devia ir para os levitas. Além disso, os primogênitos eram
redimidos por dinheiro, o que era somado ao valor recebido pelos levitas. No
entanto, o dízimo do dízimo dos levitas ia para os sacerdotes.

O templo servia como o coração da nação israelita. Ele era tão central à sua fé que a
maior tragédia ocorreu quando Nabucodonosor o derrubou e levou os objetos
sagrados.

Quando o templo era bem administrado, ele proporcionava vida espiritual vibrante
à nação, pois indicava ao povo a solução definitiva para o problema do pecado,
mediante a morte de um cordeiro. Quando Jesus morreu na cruz, essa solução foi
providenciada (Rm 5:5-10). Além disso, por meio do serviço anual do Dia da
Expiação, o povo aprendia que Deus tem, em última instância, um plano para
acabar com o mal e o pecado para sempre. Em outras palavras, o templo servia
como cenário para revelar ao povo todo o plano da salvação. As lições a ser
aprendidas por meio do estudo dos serviços realizados nele são imensas e
necessárias para nos dar uma visão maior do caráter de Deus e esclarecer o plano
da salvação.

“Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15). Qual era a esperança de Paulo? Como
podemos torná-la nossa também?Anotações
Sexta, 22 de novembroAno Bíblico: 1Co 5-7

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 43-48 (“Consagração”).

“O serviço no santuário terrestre dividia-se em duas partes: os sacerdotes


ministravam diariamente no lugar santo, ao passo que uma vez ao ano o sumo
sacerdote efetuava uma obra especial de expiação no lugar santíssimo, para a
purificação do santuário. Dia após dia, o pecador arrependido levava sua oferta à
porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus
pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício inocente. O
animal era então morto. ‘Sem derramamento de sangue, não há remissão de
pecado’ (Hb 9:22). ‘A vida da carne está no sangue’ (Lv 17:11). A Lei de Deus,
sendo violada, exige a vida do transgressor. O sangue, representando a vida que
havia sido perdida pelo pecador cuja culpa a vítima carregava, era levado pelo
sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca
contendo a Lei que o pecador transgredira. Por essa cerimônia, o pecado era
transferido, mediante o sangue, em figura, para o santuário. Em alguns casos o
sangue não era levado para o lugar santo; mas a carne deveria então ser comida
pelo sacerdote, conforme Moisés determinou aos filhos de Arão [...] ‘para que
[levassem] a iniquidade da congregação’ (Lv 10:17). Ambas as cerimônias
simbolizavam [...] a transferência do pecado do penitente para o santuário” (Ellen
G. White, O Grande Conflito, p. 418).

Perguntas para discussão

1. Você já fez promessas e não as cumpriu? Como evitar um erro semelhante?

2. Aliança é o estabelecimento legal de um relacionamento. Se quebramos a aliança


com Deus, Ele é sempre fiel. A fidelidade divina pode nos atrair a uma ligação
íntima com o Senhor e, assim, nos ajudar a viver como deveríamos?

3. Você já foi infiel e rejeitou as promessas da aliança? (Lc 22:20; Hb 8:13; Hb


9:15). Entendeu a promessa do perdão em Jesus, cujo sangue selou a Nova Aliança
conosco?

Respostas e atividades da semana: 1. Os líderes do povo. Porém, os sacerdotes,


os levitas, os porteiros, os cantores, os servidores do templo e todo o restante do
povo também decidiram fazer parte da aliança com Deus, pois desejavam andar na
Lei e guardar os mandamentos. 2. A. 3. Declaração preliminar (Js 24:2); prólogo
histórico (Js 24:2-13); determinações ou leis (Js 24:14, 15, 23); bênçãos e
maldições (Js 24:19, 20); testemunhas (Js 24:22, 27); provisão especial (Js 24:25,
26). 4. Os israelitas se comprometeram a não mais se casarem com estrangeiros.
Prometeram que não comprariam nada que os estrangeiros vendessem no sábado.
Eles assumiram o compromisso de abrir mão da colheita e das cobranças no ano
sabático (sétimo ano) e a doar, cada ano, a terça parte de um siclo para o serviço do
templo e dos pobres. Por fim, prometeram dar as primícias dos frutos ao Senhor,
com o primogênito dos filhos e dos animais, o dízimo, etc. 5. Porque toda a cultura
e a vida judaica se concentravam no templo. Além de ser o local de encontro com
Deus, o templo era a “sede” do governo. Ali eles distribuíam o auxílio aos pobres,
entre outras coisas. O templo era importante para a fé, pois fazia relembrar a
solução final para o pecado: a morte do Cordeiro.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 8

Deus e a aliança
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 9:38; Neemias 10:39

FOCO DO ESTUDO: Neemias 10

A aliança era um ato culminante ao se estabelecer um relacionamento entre Deus e


Seu povo. Primeiro, os israelitas estudaram as Escrituras, o que levou à convicção e
à confissão dos pecados (Ne 8 e Ne 9). Após a confissão, louvor e súplica, fez-se a
renovação da aliança. Neemias assinou primeiro, seguido por 83 líderes da nação.
Os líderes colocaram um selo no documento, e o restante da congregação
concordou em entrar “numa imprecação e num juramento, de que andariam na Lei
de Deus” (Ne 10:29). Em seguida, prometeram sua lealdade ao Senhor fazendo
quatro juramentos: (1) não se casar com pessoas de outras nações; (2) guardar
fielmente o sábado; (3) cancelar todas as dívidas; e (4) cuidar do templo (incluindo
a devolução de dízimos e ofertas).

Em outras palavras, a assinatura da aliança não foi suficiente. Eles sabiam que isso
tinha que ser seguido de ação. Seu compromisso com Deus tinha que ser
observável, e assim reintroduziram aspectos importantes de caminhar com o
Senhor como uma nação santa. Por meio de uma relação com Ele e da
intencionalidade no comportamento eles cresceriam como povo de Deus. Um
aspecto essencial da fidelidade ao Criador é desenvolver hábitos corretos e
suplicar de forma regular e permanente por transformação e ajuda divina.
Buscando Sua ajuda e mantendo nosso foco Nele, podemos desenvolver bons
hábitos e persistir no caminho correto. Os judeus não deixaram seu crescimento ao
acaso, mas diligentemente fizeram planos de ação que os mantivessem firmados
em Deus.

COMENTÁRIO
Estrutura temática do capítulo 10

1. Líderes selam a aliança (Ne 10:1-27)

2. O povo promete andar na Lei de Deus (Ne 10:28, 29)

3. Compromissos da aliança (Ne 10:30-39)

A. Compromisso de evitar casamentos com pessoas de outros povos (Ne 10:30)

B. Observância do sábado (Ne 10:31)

C. Cancelamento de dívidas (Ne 10:31)

D. Serviço no Templo (Ne 10:32-39)

I. Contribuições para o templo (Ne 10:32, 33)

II. Lenha (Ne 10:34)

III. Primícias (Ne 10:35-37a)

IV. Dízimo (Ne 10:37-38)

V. Ofertas (Ne 10:39)

VI. Declaração resumida: “Assim, não desampararíamos a casa do nosso Deus” (Ne
10:39)

Da criação à recriação

A história da criação bíblica começa em Gênesis 1 e ocorre em uma série de sete


dias. O ponto culminante da história da criação é o sétimo dia, o sábado. Essa
narrativa diz aos seres humanos que fomos criados dependentes de Deus e que
devemos viver em relacionamento com Ele. Em Gênesis 2, a criação é descrita a
partir de uma perspectiva ligeiramente diferente, mas ainda em uma série de sete,
culminando no estabelecimento de um relacionamento horizontal (ou seja,
humano com humano) por meio do primeiro casamento. Infelizmente, por causa
do pecado, a criação divina sofreu sérios danos quando a humanidade rompeu seu
relacionamento com Deus como resultado da tentativa de viver de forma
independente Dele. Dizer não à presença divina levou o mundo rapidamente à
iniquidade, até que Deus teve que intervir por meio do Dilúvio para impedir a
avalanche do mal; caso contrário, em breve não restaria ninguém que pudesse ser
salvo.
Felizmente, pela fidelidade de Deus à Sua palavra, há sempre um novo começo;
após o Dilúvio, Ele começou uma obra de recriação por meio da família de Noé. O
Senhor preservou um remanescente, e por intermédio dele trouxe a salvação. Essa
história de recriação, escrita em uma sequência de sete, culminou com a aliança
(Gn 8:1-22 – Gn 9:1-17). Embora o Senhor tivesse que recomeçar muitas vezes (na
época da torre de Babel, de Abraão, de Moisés, etc.), a aliança permaneceu como
um aspecto central da relação entre Deus e a humanidade.

Assim, a aliança entre Deus e os seres humanos é um elemento importante da


missão de recriação que o Criador tem realizado desde a queda da humanidade, e
um documento legal do relacionamento entre essas partes. É uma tentativa de
restaurar o relacionamento rompido, necessária porque a humanidade não confia
em Deus. Quando as pessoas confiam umas nas outras, não precisam de
documentação e tratados jurídicos para garantir que cada parte no acordo
cumprirá suas promessas. No entanto, Deus sabe que os humanos têm dificuldade
de confiar Nele. Então, o Altíssimo planejou uma forma de demonstrar que Ele é
sempre fiel. A aliança é uma das maneiras divinas de mostrar que o Criador leva a
sério Seu compromisso com os seres humanos. Deus sempre dá o primeiro passo.
Ele é o iniciador da aliança e estabelece o pacto com a humanidade.

Fazendo uma aliança

A aliança é um documento legal, escrito de acordo com os tratados hititas entre


duas partes (geralmente um senhor suserano e seus vassalos), tornando o
relacionamento obrigatório. O melhor exemplo de como um pacto era feito na
cultura mesopotâmica encontra-se em Gênesis 15, onde Deus fez uma aliança com
Abraão.

Abraão seguiu o costume de fazer uma aliança entre duas partes. A tradução literal
para fazer uma aliança é “cortar” uma aliança, porque envolvia o “corte” de
animais. Dependendo de quão rico fosse o vassalo (o servo), ele traria uma
variedade de animais para dividir ao meio. O vassalo realizava esse trabalho e
depois fazia um juramento ao soberano. Visto que Abraão era rico, ele trouxe uma
novilha, uma cabra, um carneiro, uma rola e um pombinho (Gn 15:9), cortou cada
um dos animais ao meio e colocou-os de frente um para o outro no chão, criando
um caminho entre eles. As aves foram deixadas inteiras devido ao seu tamanho
pequeno e colocadas em frente uma da outra. O trabalho do vassalo agora era
andar entre as partes cortadas e proclamar algo como: “Que seja feito a mim como
foi feito com esses animais se eu quebrar essa aliança.” O soberano não andava
entre os animais, pois isso era feito apenas por aquele que tinha menor status no
relacionamento. Assim, conforme o costume, Abraão deveria ter andado entre os
animais partidos como um vassalo, mesmo que isso não tenha sido
especificamente mencionado no texto.

Entretanto, embora se esperasse que essa atitude concluísse a história e que a


aliança estivesse completa, Deus não terminou a ratificação do concerto ali.
Quando o sol se pôs, Abraão de repente viu “um fogareiro fumegante e uma tocha
de fogo” passar entre os pedaços (Gn 15:17). No Antigo Testamento, Deus é
representado por meio de fumaça e fogo (fumaça desceu sobre o monte indicando
a presença divina e uma coluna de fogo guiou o povo no deserto; depois, no Novo
Testamento, temos as línguas de fogo [At 2], etc.). O que essas coisas significam?
Deus andou entre os pedaços. Ele não esperou que Abraão passasse e fizesse o
juramento; foi o próprio Deus quem prometeu: “Se Eu quebrar esta aliança, posso
ser cortado ao meio como esses animais”. Foram os seres humanos que quebraram
a aliança repetidas vezes, e no fim foi Deus quem Se dispôs a ser “cortado” na cruz
e a morrer pelos pecadores a fim de demonstrar Sua fidelidade e incrível amor.
Deus nunca quebrou a aliança, mas, porque nós o fizemos, Ele assumiu nosso lugar
ao ser cortado ao meio: morreu por nós e pagou o preço dos nossos pecados.

Deus fez uma aliança conosco para demonstrar Seu compromisso e bondade.
Apesar de rompermos o relacionamento com Ele, o Senhor continua trabalhando
para consertá-lo. O Criador quer nos restaurar a Si mesmo (Êx 19:4; Jo 12:32).

Compromissos da aliança

Os judeus no tempo de Neemias viram que Deus é fiel, e queriam assumir o


compromisso de ser uma nação santa. Os líderes assinaram um documento
atestando o desejo de ser fiéis ao Senhor, e o restante dos israelitas concordou com
isso e fez um juramento de seguir a Lei divina. Eles estavam cientes de que a
responsabilidade de andar com Deus repousava sobre eles. Mas caminhar com o
Senhor não pode ser apenas conversa, deve ser atitude. Todos deviam ser
obedientes aos ensinamentos divinos.

Assim, em uma demonstração da intenção do povo de ser obediente, o restante do


capítulo é dedicado a delinear detalhes de sua promessa a Deus. (1) Eles não se
casariam com os povos ao seu redor e não dariam seus filhos em casamento
àqueles que não viviam para Deus; (2) Não comprariam nem venderiam no sábado
e iriam tratá-lo como um dia sagrado, um dia diferente, e fariam essas atividades
nos demais dias da semana; (3) Eles também perdoariam qualquer dívida a cada
sete anos e deixariam o solo descansar durante o ano do jubileu, conforme a
instrução do capítulo 25 de Levítico; finalmente (4) os israelitas se concentrariam
em restaurar os serviços no templo, provendo aos levitas e sacerdotes devolvendo
os dízimos e as ofertas e mantendo todas as provisões do templo. Os sacerdotes
deveriam receber um décimo dos dízimos. Nos primeiros dias, quando os levitas
superavam em grande medida a quantidade de sacerdotes, essa porção era uma
grande provisão, porém, na época de Neemias, restava um grupo tão pequeno de
pessoas que um décimo dos dízimos representava uma quantidade escassa. O fato
de que os sacerdotes concordavam com essa colocação demonstrava sua atitude
desinteressada e humilde. As ações tomadas pela assembleia e os servos no templo
mostram seu compromisso sincero com Deus.

APLICAÇÃO PARA VIDA


Aliança com Abraão

1. Imagine a cena da aliança entre Deus e Abraão, envolvendo todos os cinco


sentidos. Agora responda às seguintes perguntas:

A. Qual seria o cheiro do ambiente?

B. O que você ouviria?

C. O que experimentaria se estivesse lá?

D. O que veria?

E. O que sentiria?

2. Qual é a sua opinião sobre a atitude de Deus ao andar pelas partes cortadas dos
animais em Gênesis 15? O que Abraão pensou disso? O que significa para você o
fato de Deus ter feito uma aliança com Abraão?

A aliança de Neemias

1. Por que os israelitas se comprometeram especificamente com essas quatro


promessas? O que é importante sobre cada uma delas?

2. A comunidade voltou ao ponto inicial. O povo se regozijou, lamentou e se


comprometeu com Deus. Ao fazer esses novos compromissos, o remanescente
israelita estava ansioso pelo futuro, sempre tendo em mente que o Senhor os
ajudaria a caminhar com Ele, lhes daria força e um desejo maior de continuar
vivendo com o Criador. Que compromissos você pode fazer com Deus? O que você
pode fazer para garantir que cumprirá suas promessas ao vislumbrar no futuro um
relacionamento mais profundo com o Senhor? Que papel o Espírito Santo
desempenha no seu compromisso?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 8

Cantando para Jesus

Yvonne Mushimiyimana estava ansiosa quando se inscreveu para cantar no


concerto musical da escola. Ela tomou emprestadas roupas provocantes das
amigas e usou maquiagem forte, para assegurar que seria notada no palco. Então,
cantou com todo o coração. Após a apresentação, os colegas se aglomeraram ao seu
redor. “Por que você está enterrando seu talento?”, perguntou um deles. “Pare de
usar saias longas”, disse outro. “As roupas que as moças adventistas usam não
combinam com sua beleza e voz melodiosa.” Yvonne gostou muito dos elogios e
prontamente aceitou o convite dos novos amigos para ficar em uma festa após o
concerto. Entretanto, muitos colegas adventistas deixaram o concerto para ir ao
culto de sexta à noite.

No sábado, Yvonne foi à igreja como costumava fazer. Mas os líderes da igreja
souberam que ela e quatro adolescentes haviam participado da festa. Todos eles
foram disciplinados. Os quatro jovens pediram perdão e prometeram não
desrespeitar a guarda do sábado, mas ela recusou desculpar-se. “Não posso. Quero
cantar e dançar”, disse ela, e deixou de ir à igreja aos sábados. Yvonne mudou o
estilo de vestir e a maneira de andar. Em todo lugar em que ela estava, as pessoas
paravam para olhar. Em pouco tempo, tornou-se uma das garotas mais populares
da escola.

Sua popularidade aumentou mais ainda quando começou a compor suas canções.
Sua primeira música se tornou sucesso no campus. Ela ficava muito feliz quando
ouvia os alunos e professoras ouvindo sua criação. Essa nova rotina a deixava
muito ocupada e ela começou a matar aulas. Mesmo assim, passou nos exames
finais com notas muito boas. Impressionados, os professores perguntavam como
ela conseguiu boas notas sem frequentar as aulas. Ela não sabia o que responder
mas, secretamente, pensava que a razão eram as orações da mãe.

Na universidade na capital da Ruanda, Kigali, Yvonne se esforçou para ser uma


estrela. Ela se chamava Sister Yvonne (Irmã Yvonne) e gravou músicas em um
estúdio profissional. Gravou videoclipes e se apresentava em bares e casas
noturnas. Também mudou o estilo de vestir e maquiagem para combinar com o
estilo atrevido de uma estrela pop. Usava três brincos em cada orelha e um
piercing no nariz, além de fazer algumas tatuagens.

Em casa na região leste de Ruanda, os pais ficaram tristes e o pai deixou de


sustentá-la. Mas Yvonne não desistiu. Quando percebeu que não conseguia pagar
as contas com as apresentações, começou a vender roupas femininas. Depois,
conseguiu um emprego de professora de jardim da infância. As crianças ficaram
impressionadas quando Yvonne chegava à escola vestida de short jeans rasgados e
enfeitada com muitas joias. Então, pediam às mães para usar tatuagem e piercing
no nariz. Quando as mães descobriram que seus filhos estavam influenciados pela
nova professora foram imediatamente a escola reivindicar mudanças.

A demanda de reclamações entristeceu Yvonne, e ela ansiava pelos fins de semana


quando podia dançar nas casas noturnas. Mas isso não tirou sua tristeza e ela não
sabia o que fazer. Certo dia, Yvonne estava em casa quando ouviu um sermão
sendo transmitido por alto-falantes na igreja adventista vizinha. Ela não queria
ouvir o sermão, trancou-se no quarto e ligou a música alta. No dia seguinte, o
pregador fez outro sermão. Novamente, pregou no terceiro dia. A igreja adventista
de Ruyenzi estava realizando uma campanha evangelística de três semanas.
Finalmente, Yvonne desistiu e ouviu um sermão. As palavras do pregador
aqueceram o coração e ela começou a frequentar as reuniões na igreja. No último
culto, foi batizada e dedicou a voz a Deus. Hoje, Yvonne tem 27 anos e é professora.
Também é cantora gospel, compõe músicas para glorificar a Deus e é líder das
mulheres solteiras da igreja. “Agradeço a Deus por ter me protegido nesses anos
em que estive distante”, diz. “Se não fosse Sua proteção poderia estar morta.”

Ela é grata aos pais, especialmente por lhe haver ensinado valores bíblicos. Por
isso, testifica a verdade que diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você
tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22:6, NVI).
“Tenho certeza que os ensinos recebidos na minha infância por minha mãe foram
muito úteis,” diz. “Mesmo quando me desviei de Deus, as palavras de minha mãe
permaneceram no meu coração.”

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Yvonne no Youtube: bit.ly/Sister-Yvonne.


• Ouça Yvonne cantar no Youtube: bit.ly/Sister-Yvonne-vídeo
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias de a
história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Sister-Act-Yvonne
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
09

23 de novembro a 29 de novembro

Provas, tribulações e listas

VERSO PARA MEMORIZAR:


“[...] firmemente aderiram a seus irmãos; seus nobres convieram, numa imprecação e num
juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada por intermédio de Moisés, servo de
Deus, de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Deus, e os
Seus juízos e os Seus estatutos” (Ne 10:29).Leituras da semana: Ed 1:9-11; Ed 8:1-23; Dn
1:1, 2; Dn 5; Dt 30:1-6; Ne 11:1, 2; Ne 12:1-26

Sábado, 23 de novembroAno Bíblico: 1Co 8-10

Geralmente não lemos as genealogias nem as longas listas de itens na Bíblia. Mas
elas foram incluídas ali por uma razão. O Senhor da Bíblia é o Deus dos detalhes.
Ele percebe as peculiaridades, e isso nos garante que nunca seremos esquecidos
por Ele.

Os poucos exemplos de genealogia evidenciam que Deus conhece nossa família, e


as listas de coisas revelam que Ele Se importa até com o que os outros consideram
“insignificante”. Jesus afirmou que Deus cuida dos pardais e conta os fios do nosso
cabelo: “Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum
deles é esquecido por Deus. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos
contados. Não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!” (Lc 12:6, 7,
NVI). O Deus que Se importa com esses detalhes também Se importa conosco e
conhece tudo o que nos perturba.

Portanto, podemos ter plena segurança, cultivar a confiança no Senhor e descansar


na certeza de que Ele Se importa com todas as áreas da nossa vida. Embora isso
seja reconfortante, mostra-nos também que precisamos nos importar com todos os
aspectos da nossa existência.

Anotações

Domingo, 24 de novembroAno Bíblico: 1Co 11-13

O Deus da história

1. Leia Esdras 1:9-11 e Daniel 1:1, 2. Como os versos de Daniel nos ajudam a
entender a que Esdras estava se referindo?
O livro de Esdras fornece os detalhes, enquanto o de Daniel apresenta o contexto
geral. Juntos, porém, esses textos mostram que o Senhor está no controle.

“A história das nações fala a nós hoje. Deus tem designado um lugar em Seu grande
plano para cada nação e cada indivíduo. Homens e nações estão sendo hoje
testados pelo prumo na mão Daquele que não erra. Por sua própria escolha, todos
estão decidindo o seu destino, e Deus está dirigindo tudo para a realização dos
Seus propósitos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 536).

2. O que Daniel 5 revela sobre o juízo que sobreveio a Belsazar? Assinale a


alternativa correta:

• A. ( ) Belsazar ficou louco como seu pai, Nabucodonosor.


• B. ( ) Deus o julgou em falta, tirando o seu reino. Seus dias foram contados, e ele
acabou sendo morto pelo exército medo-persa.

Babilônia caiu em outubro de 539 a.C., quando foi conquistada por Ciro, rei do
exército medo-persa. Belsazar confiava erroneamente em seu sucesso, luxo e fama.
Ele era tão arrogante que havia organizado um banquete extravagante na noite em
que acabaria sendo morto. A mão divina escreveu na parede do palácio que seus
dias tinham sido contados e estavam chegando ao fim. Mesmo conhecendo o
destino e a história de conversão do poderoso rei Nabucodonosor, ele não havia
aprendido a lição. É sempre trágico quando não atendemos às advertências de
Deus e não seguimos Sua instrução.

O profeta Daniel esteve sempre ali, mas havia sido ignorado. Quando perdemos o
senso da santidade de Deus e de Sua presença na vida, seguimos um caminho
acompanhado de complicações, problemas e tragédias, que acabam em morte.

Depois de relatar ao rei a história de Nabucodonosor, Daniel disse: “Tu, Belsazar, que és seu
filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto” (Dn 5:22). Como podemos
nos assegurar de que não cometemos o mesmo tipo de erro de Belsazar? De que maneira a
realidade da cruz pode nos manter humildes diante de Deus?Anotações

Segunda, 25 de novembroAno Bíblico: 1Co 14-16

Em suas cidades

3. Examine as listas em Esdras 2 e Neemias 7. O que você percebe nelas?


A repetição de Esdras 2 (a lista dos que retornaram do cativeiro babilônico com
Zorobabel e Josué) em Neemias 7 foi proposital. Essas listas podem parecer
cansativas para nós, mas revelam um ponto importante: Deus Se importa com
detalhes que talvez não nos interessem.

Os muros de Jerusalém estavam agora concluídos, e o texto bíblico


intencionalmente demonstra que a primeira geração dos que retornaram, na época
de Esdras e Neemias, contribuiu muito para essa grande realização, embora o
sucesso lhes tivesse sido concedido por Deus. A geração presente havia progredido
a partir das realizações da geração anterior, mesmo que a tarefa tivesse sido
complicada, repleta de obstáculos e não tenha sido concluída tão cedo quanto eles
gostariam.

A liderança de Esdras e Neemias foi valorizada, mas o povo também fez seu
trabalho. Cada grupo se envolveu em diferentes tarefas, realizadas em momentos
distintos. E o resultado foi impressionante. O início da obra (Ed 2) está ligado ao
fim (Ne 7), e não apenas o segundo templo estava construído, mas também
Jerusalém estava remodelada e bem estabelecida.

4. Leia Neemias 7:73. O que esse texto revela sobre o sucesso deles em fazer a
vontade de Deus?

“Os israelitas tinham se instalado em suas cidades” (Ne 7:73, NVI).

Em muitos aspectos, todo o retorno e a reconstrução foram maravilhosos. O povo


que muitos anos antes havia tido sua cidade devastada, seu templo destruído e sua
terra assolada tinha agora retornado à mesma terra e à mesma cidade. E estava
reconstruindo tudo, até mesmo o templo. Deve ter parecido algo miraculoso para
eles e também para aqueles que estavam ao seu redor. Entretanto, tudo ocorreu de
acordo com a vontade e as promessas de Deus.

Existe alguma situação sem esperança em sua vida para a qual você ainda aguarda o
livramento divino? Comente com a classe.Movimento de oração e resgate: Com o relatório
atualizado da secretaria da sua igreja, organize com sua Unidade de Ação ou com seu PG a
visitação a essas pessoas. Muitas pessoas precisam ser resgatadas.Anotações

Terça, 26 de novembroAno Bíblico: 2Co 1-4

Onde estão os sacerdotes?


Como vimos ontem, o cumprimento maravilhoso de uma profecia trouxe os judeus
de volta da Babilônia.
No entanto, assim como ocorre com tudo que envolve o ser humano, existiam
problemas. Um deles era que, apesar de todas as promessas de restauração após o
exílio, muitos judeus não quiseram retornar à terra de seus antepassados. Isto é,
eles preferiram ficar em Babilônia. Qual foi a razão para isso?

5. Leia Esdras 8:1-15. De acordo com o verso 15, qual era a grande inquietação?
Por que isso preocupava alguém que desejava restabelecer a nação de Israel em
sua antiga terra natal? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Esdras não achou levitas entre o povo. A inquietação era: quem cuidaria do
templo em Jerusalém?
• B. ( ) O povo começou a oferecer seus filhos em sacrifício. Esdras temia que essa
prática corrompesse o povo em Jerusalém.

O fato é que nem todos os judeus de Babilônia, incluindo alguns levitas, queriam
retornar. Vários fatores poderiam estar envolvidos. Muitos desses judeus tinham
nascido e crescido no novo país, e essa era sua única experiência. Alguns talvez não
desejassem fazer a longa e perigosa viagem para uma terra que eles não
conheciam. Por fim, apesar dos desafios, eles levaram levitas suficientes para
ministrar no templo (veja a lição de quinta-feira).

“Naquele momento, os judeus tinham permanecido na terra do exílio por quase um


século e meio. Escavações em Nippur trouxeram à luz vários documentos que
mostram a riqueza de muitos judeus que viviam na região da Mesopotâmia
durante o reinado de Artaxerxes I. Portanto, deve ter sido uma tarefa difícil para
Esdras convencer muitos deles a retornar em sua companhia. Os colonos que
voltaram podiam esperar apenas uma vida de árduo pioneirismo na antiga pátria,
com muito menos conforto do que tinham em Babilônia. Em vista dessas
considerações, é surpreendente que Esdras tenha sido bem-sucedido em
convencer quase 2 mil famílias a retornar ao seu país de origem com os seus
irmãos” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, p. 408).

“Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14:22). Qual é a
realidade das provações e dificuldades para os que desejam servir ao Senhor
fielmente?Anotações

Quarta, 27 de novembroAno Bíblico: 2Co 5-7

Humilhados diante de Deus

6. Qual promessa foi dada ao povo hebreu em Deuteronômio 30:1-6? O que essa
promessa significava para homens como Esdras e Neemias?
Esdras e Neemias conheciam as profecias. Eles sabiam que Deus traria o povo de
volta do cativeiro. Em Neemias 9, vimos que eles compreendiam sua história e as
razões de seus problemas. Ao mesmo tempo, também conheciam a graça e a
direção de Deus, apesar de seus pecados.

Portanto, eles acreditavam que o Senhor lhes daria sucesso em seu retorno do
cativeiro. Contudo, essas promessas não significavam que eles não enfrentariam
desafios ao longo do caminho. Durante boa parte deste trimestre consideramos as
provações e as tribulações que eles enfrentaram, mesmo em meio às promessas de
Deus.

7. Qual foi o desafio em Esdras 8:16-23, e como os israelitas reagiram diante dele?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) Eles deviam lutar contra os amorreus; portanto, prepararam suas espadas.


• B. ( ) Eles tiveram que fazer a jornada sozinhos; portanto, oraram a Deus para que
Ele os protegesse ao longo do caminho.

Apesar das promessas, Esdras sabia que a viagem era perigosa. Portanto, o jejum e
a humilhação diante de Deus eram maneiras de reconhecer sua dependência do
Senhor para obter o sucesso. Naquele momento, com tantos perigos à frente, a
ideia de pedir ajuda e proteção ao rei havia ao menos ocorrido a Esdras. Mas, por
fim, o servo de Deus escolheu não fazer isso, diferentemente de Neemias (Ne 2:9),
que teve uma escolta para protegê-lo. Evidentemente, Esdras pensou que, se
tivesse pedido a ajuda do rei, teria trazido desonra ao Senhor, pois ele já havia dito
ao rei: “A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que O buscam, para o bem deles;
mas a Sua força e a Sua ira, contra todos os que O abandonam” (Ed 8:22). Nesse
caso, tudo lhes correu bem, e ele escreveu posteriormente (Ed 8:31) que o Senhor
os havia protegido, e chegaram ao destino em segurança.

Evidentemente, devemos confiar em Deus em todas as circunstâncias. Ao mesmo tempo, em


que ocasiões devemos pedir ajuda aos que não são da nossa fé? Em muitos casos, por que isso
não é errado e talvez seja até recomendável?Anotações

Quinta, 28 de novembroAno Bíblico: 2Co 8-10

Na cidade santa

8. Leia Neemias 11:1, 2. Por que os judeus tiveram que lançar sortes para ver quem
teria que morar em Jerusalém em vez de morar nas outras cidades?
O que Neemias 11 nos ensina? Era necessário conseguir novos moradores para
Jerusalém dentre os que haviam acabado de retornar ao país após o exílio.

Parece que era mais fácil viver no campo do que na cidade. As pessoas tinham suas
terras, herdadas de seus antepassados. Abandoná-las e ir morar em Jerusalém era
um sacrifício, e muitos podiam, com razão, sentir que seriam desarraigados se
fizessem isso. A vida teria novos desafios, e um estilo de vida urbano seria
diferente da experiência em uma área rural. Mudar-se para um ambiente novo e
desconhecido é sempre difícil.

É muito desafiador mudar para uma nova cidade ou país onde o evangelho precisa
ser disseminado! Cumprir a missão nas cidades requer disposição para
experimentar novas aventuras e dificuldades.

“Nossos obreiros não estão alcançando o que deveriam. Nossos líderes não se
despertaram para a obra que deve ser feita. Quando penso nas cidades nas quais
pouco foi feito, onde há milhares que precisam ser advertidos da breve volta do
Salvador, sinto um intenso desejo de ver homens e mulheres saindo para a obra
com o poder do Espírito, cheios do amor de Cristo por corações que perecem”
(Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 40).

9. Por que a longa lista de sacerdotes e levitas é mencionada em Neemias 12:1-26?


Qual é a conexão entre eles e a dedicação do muro de Jerusalém, descrita na
segunda parte do mesmo capítulo (Ne 12:27-47)?

Deus deseja que tudo seja feito de modo apropriado. Antes que grandes obras
sejam realizadas, são necessárias pessoas consagradas. Essas famílias sacerdotais
haviam ajudado Neemias a construir o muro. Assim podiam adorar o Deus vivo no
templo de modo seguro e sem intervenção externa. O muro era importante para
manter a segurança, mas a adoração verdadeira estaria em risco sem a presença de
sacerdotes dedicados. Por isso, o povo, em suas várias funções, tinha seu papel a
desempenhar.

Anotações

Sexta, 29 de novembroAno Bíblico: 2Co 11-13

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 57-65 (“A Obediência é um
Privilégio”).

“Há os que já experimentaram o amor perdoador de Cristo e que desejam


realmente ser filhos de Deus, contudo reconhecem que seu caráter é imperfeito,
sua vida é faltosa e chegam a ponto de duvidar se seu coração foi renovado pelo
Espírito Santo. A esses eu desejaria dizer: Não recueis, em desespero. Muitas vezes,
teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e
erros; mas não devemos nos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo
inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por Deus. Não;
Cristo está à destra de Deus, fazendo intercessão por nós [...]. Ele deseja atrair-vos
de novo a Si e ver refletidas em vós Sua pureza e santidade. E se tão somente vos
renderdes a Ele, Aquele que em vós começou a boa obra há de continuá-la até o dia
de Jesus Cristo. Orai com mais fervor; crede mais plenamente. À medida que
formos desconfiando de nosso próprio poder, confiemos mais no poder de nosso
Redentor, e haveremos de louvá-Lo, a Ele que é a saúde da nossa face” (Ellen G.
White, Caminho a Cristo, p. 64).

Perguntas para discussão

1. Daniel, há milhares de anos, predisse com muita precisão a ascensão e a queda


de impérios, descrevendo até mesmo a desunião da Europa moderna. Encontramos
consolo na profecia, que nos mostra, em meio ao caos do mundo, que Deus sabe
tudo o que está acontecendo e até mesmo previu essas coisas?

2. Deus nos conhece. Isso nos dá a segurança de que estamos sob Seu cuidado.
Leia Isaías 43:1. Como você pode assegurar a presença do Criador aos seus
semelhantes quando eles passam por crises emocionais, relacionais, sociais ou
financeiras?

3. Esdras não queria pedir ajuda ao rei porque temia que isso tornasse vazias as
suas palavras sobre a proteção de Deus. O fato de que cremos na cura divina
significa que estamos mostrando falta de fé se formos a um médico? Comente com
a classe.

Respostas e atividades da semana: 1. Os textos mencionam os utensílios levados


por Nabucodonosor; Daniel falou do contexto geral em que isso ocorreu; e Esdras
especificou a quantidade e os tipos de utensílios. 2. B. 3. São iguais; ambas tratam
do número de pessoas que voltaram com Zorobabel. 4. Eles obtiveram êxito, pois já
estavam morando nas suas cidades. 5. A. 6. O Senhor prometeu que, se eles se
arrependessem, Ele os reuniria como um só povo, onde quer que estivessem.
Esdras e Neemias se apegaram a essa promessa, pois ela significava que Deus
tornaria a juntar o povo em sua pátria. 7. F; V. 8. Jerusalém deveria ser habitada;
porém, nem todos desejavam morar ali, pois teriam que fazer o sacrifício de
abandonar o campo onde estavam. Por isso, o povo lançou sortes para ver quem
moraria em Jerusalém. Apenas 1 em cada 10 deveria morar na cidade. 9. Porque
eles eram necessários para a preservação da adoração e dos louvores do templo.
Os sacerdotes e levitas purificaram o povo, as portas e o muro. Isso mostra que,
embora as realizações materiais sejam importantes (como a dedicação do muro), a
adoração e o culto ao Senhor devem ser prioridades.

Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 9

Provas, tribulações e listas


ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 10:29

FOCO DO ESTUDO: Esdras 2 e Esdras 8; Neemias 7, Neemias 10 e Neemias 12

A lição 9 analisa várias listas e genealogias encontradas nos livros de Esdras e


Neemias. As listas incluem: genealogias dos que voltaram a Judá com Zorobabel
(Ed 2) e depois com Esdras (Ed 8) e Neemias (Ne 7); enumeração de utensílios e
artigos trazidos de volta por Sesbazar (Zorobabel) ao templo do Senhor (Ed 1:7-
11) depois de terem sido levados a Babilônia por Nabucodonosor. Em Neemias 12
há uma lista de sacerdotes e levitas que deviam atuar a fim de que a verdadeira
adoração ao Senhor continuasse acontecendo. A atenção a tais detalhes demonstra
o cuidado de Deus até pelas pequenas coisas de nossa vida. Além disso, cada lista
nos ensina uma lição. A listagem dos utensílios do templo remonta ao banquete de
Belsazar, que ofendeu a Deus deliberadamente ao usar os artigos sagrados para
sua festa (Dn 5). Por outro lado, Ciro honrou ao Senhor e ao Seu povo enviando os
artigos de volta com o povo a Jerusalém. As listas genealógicas relembram o leitor
de que Deus não Se esquece de Seu povo, que Ele preserva suas famílias, e que cada
família tem um papel na Sua obra. Infelizmente, a contagem do povo também
demonstrou que poucos israelitas voltaram a Israel. A maioria ficou confortável no
seu novo lar e na nova cultura e não quis fazer a viagem de volta à terra prometida.
Os que voltaram demonstraram coragem e confiança na direção divina, a despeito
das condições incertas de reconstrução da terra.

COMENTÁRIO

Genealogias

Esdras 2 e Neemias 7 listam o mesmo grupo. É uma repetição de todas as pessoas


que retornaram a Israel dos três grupos que vieram com Zorobabel, Esdras e
Neemias. O número final de todos os que voltaram é 42.360 (Ed 2:64; Ne 7:66).
Porém, essa cifra é confusa, pois é consideravelmente maior que a soma dos
números dados nos dois capítulos:
Esdras 2 Neemias 7
Lista de exilados

Homens de Israel 24.144 25.406

Sacerdotes 4.289 4.289

Levitas, cantores e porteiros 341 360

Servos do templo (descendentes dos servos de Salomão) 392 392

Homens de origem desconhecida 652 642

Total 29.818 31.089

Tanto em Esdras 2 quanto em Neemias 7, o número final é o mesmo (42.360), mas


contado de forma um pouco diferente. Como explicar essas discrepâncias? Existem
algumas possibilidades. Pode ser que o total inclua sacerdotes de origem
desconhecida (Ed 2:61-63) e outros grupos que também não são mencionados. No
entanto, a mensagem geral está bem clara: Deus conhece os que são Dele, e
ninguém será esquecido (2Tm 2:19).

Esdras 2 e Neemias 7 listam várias categorias de pessoas e identificam os nomes


das famílias, seus chefes e representantes. Quais categorias específicas de pessoas
são listadas? Sacerdotes, levitas, cantores, os netinins (servos do templo),
porteiros, filhos dos servos de Salomão, bem como alguns que não podiam provar
que eram israelitas, que não faziam parte do sacerdócio (Ed 2:59-63), mas que
eram aceitos no meio do povo. As diferentes categorias demonstram
especialmente os diferentes papéis que os judeus tinham na obra divina. Cada um
de nós recebe diferentes dons e, às vezes, atribuições com base nos pontos fortes,
dons e talentos que Deus nos deu. Ele criou cada um de forma diferente para que
juntos formemos um corpo completo de crentes. Os cantores eram tão importantes
quanto os sacerdotes enquanto lideravam o povo em adoração. Os servos do
templo tinham o significativo trabalho de manter o local limpo e organizado. Eles
també ajudavam os levitas em seus deveres.
Lista de animais

É curioso que os animais também são contados nessa lista de pessoas que
retornaram do exílio babilônico, especificamente 736 cavalos, 245 mulas, 435
camelos e 6.720 jumentos (Ed 2:66, 67). Alguns poderiam interpretar essa
enumeração como prova poderosa de que Deus também Se importa com os
animais. Em toda a Bíblia, Ele mostra Sua preocupação com toda forma de vida. Ele
salvou os animais na arca de Noé (Gn 7:2, 3, 8) e Se recusou a destruir Nínive, pois
além do arrependimento dos seres humanos, muitos animais viviam ali (ver Jn
4:11). Além disso, O Senhor delegou aos seres humanos na criação uma solene
responsabilidade de representá-Lo e cuidar de Seu mundo criado (Gn 1:28). O
mesmo se deu após o Dilúvio, embora houvesse complicações (Gn 9:2), pois a
partir daquele momento os animais temeram os humanos.

Lista de sacerdotes

Em Esdras 8, o escriba registrou a genealogia daqueles que retornaram com ele de


Babilônia, apenas cerca de cinco a seis mil pessoas. A principal preocupação de
Esdras era com a linhagem sacerdotal, uma vez que ele era sacerdote, mas também
porque os sacerdotes eram importantes para o bom funcionamento dos serviços
do templo. Portanto, ele começou o registro traçando os descendentes de Fineias
(filho de Eleazar) e Itamar, que eram descendentes de Arão, o sumo sacerdote. Em
seguida, ele traçou a linha política do rei Davi através de Hatus e, em seguida, os
cidadãos comuns preencheram o restante da listagem. Exatamente doze clãs foram
mencionados, lembrando o leitor das 12 tribos de Israel. Embora as 12 tribos não
tenham retornado, o pequeno número de judeus que o fez foi tão importante como
se as 12 tribos ainda estivessem intactas. Uma das lições dessa genealogia é que,
assim como Deus nunca abandonou as 12 tribos de Israel, Ele cuidaria dos que
voltaram.

Quando Esdras reuniu o povo junto ao rio Aava para viajar a Jerusalém, ele se
entristeceu porque os levitas não foram a eles. Aqueles que deviam ensinar o povo
sobre Deus e tinham o maior papel em restaurar o povo em sua caminhada com o
Senhor não tomaram a decisão de retornar à terra de Israel. Então, Esdras agiu.
Chamou nove líderes e alguns homens descritos como sábios (Ed 8:16) e lhes deu a
tarefa de ir a um homem chamado “Ido” em Casifia e pedir que ele lhes enviasse os
levitas, assim como alguns servidores do templo (netinins; Ed 8:17, 20, ARC). Não
se sabe muito sobre Ido nem Casifia, exceto que deve ter sido um lugar
densamente povoado pelos judeus. Esdras então louvou a Deus porque Ido enviou
38 levitas e 220 netinins, designados para servir os levitas e ajudar no templo. O
grupo sacerdotal respondeu ao chamado do Espírito Santo e decidiu se juntar à
assembleia no rio Aava.

O capítulo 12 de Neemias registra os nomes dos sacerdotes e levitas desde a época


do primeiro retorno de Babilônia até o tempo de Esdras e Neemias. Mais uma vez,
o registro dos nomes demonstra a importância das famílias sacerdotais. O relato da
dedicação do muro de Jerusalém vem logo após a listagem dos sacerdotes e levitas,
pois antes que a história fosse contada, devia ficar claro que a nação estava
totalmente suprida com o pessoal necessário para a dedicação e comprometido
com a piedade.

Lista de artigos de ouro e prata

Antes de partir para Jerusalém, Esdras proclamou um período de jejum e oração.


Ele não quis pedir uma escolta do rei; em vez disso, passou tempo orando
ajoelhado, pois sabia que precisavam de proteção para a jornada e necessitavam de
Deus para livrá-los de saqueadores e de grupos invasores. Esdras dividiu os artigos
e as ofertas para o templo e os entregou a 12 líderes entre os sacerdotes. A lista
desses itens está registrada em Esdras 8:24-30. Os artigos de prata e ouro foram
uma oferta voluntária a Deus. Ao receberem os itens, Esdras disse: “Vós sois santos
ao Senhor, e santos são estes objetos” (Ed 8:28). O conceito de santidade foi crucial
em todo o livro de Esdras, pois os que voltavam deviam dedicar a vida a Deus e ser
Seus representantes na Terra. Esdras e os líderes queriam reverter o erro
cometido por seus antepassados. Eles estavam em uma missão para o Senhor e a
cumpririam com total compromisso com Ele.

Lista de animais para sacrifícios

Outra lista aparece no fim do relato, quando os exilados chegam a Jerusalém. A lista
consiste em animais oferecidos a Deus como holocausto depois de chegarem com
segurança ao seu novo lar (Ed 8:35). O povo ofereceu 12 novilhos, 96 carneiros, 77
cordeiros e 12 bodes. O incrível número de animais sacrificados como holocausto
demonstra gratidão pela proteção divina, pois perceberam que não foi por acaso
que chegaram a Jerusalém em segurança. Eles também estavam ansiosos pelo
futuro, pois, visto que Deus havia cuidado deles na jornada até ali, Ele tinha um
plano para a prosperidade de Israel.

APLICAÇÃO PARA VIDA

1. Observe as listas mencionadas e pense em outras possíveis lições que podemos


aprender com cada uma delas.

Ao refletir sobre isso, responda às seguintes perguntas:

A) Por que o escriba achou importante registrá-las?

B) Por que Deus preservou esses registros?

C) O que isso significa para você hoje?


D) Que outras características divinas você pode perceber por meio delas, além do
fato de que o Senhor cuida de nós e atenta para os detalhes?

2. A santidade era um conceito importante do sacerdócio, bem como da nação de


Israel. De modo geral, essa é a razão pela qual era vital manter registros de todos
os sacerdotes e levitas. Ao longo do Antigo Testamento, Deus chamou o Seu povo
para ser santo porque Ele é santo (Lv 19:2). Ser santo porque Deus é santo
significa que nos preocupamos com a retidão moral.

A) A noção de santidade e o viver santo ainda são importantes hoje em dia? Por
quê?

B) Uma pessoa moralmente correta se destaca no mundo de hoje?

C) Dado que não temos o templo do Antigo Testamento e o sacerdócio, o que


podemos fazer para garantir que nós, como cristãos adventistas, vivamos
plenamente para Deus e tenhamos uma vida santa?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 9

Conhecendo Jesus pelo Alcorão

O estudo cuidadoso da Bíblia tem levado muitas pessoas à igreja adventista na


região leste africana. Entretanto, Elijah se tornou adventista após estudar
cuidadosamente o livro sagrado de uma religião não-cristã. Ele cresceu em uma
família devota a essa religião e se destacou nos estudos. Elijah fez da sua religião o
centro de sua vida profissional e conseguiu diplomas relacionados a ela em
universidades de três países do Oriente Médio. Destacando-se como líder religioso
nacional e, entre suas atribuições a ele confiadas, supervisionava o trabalho
missionário de sua religião em sua terra natal.

Mas perguntas surgiram na mente quando participou de uma excursão acadêmica


para a Itália. Em Roma, ele viu inscrições nas casas declarando que Deus
estabeleceu o sétimo dia como dia de descanso. Ao ler a Bíblia, ele entendeu que o
sétimo dia era o sábado. Mas ao chegar em Roma, viu as lojas fechadas e as pessoas
irem à igreja no domingo. Outra coisa o intrigou quando estava na Itália. Ele visitou
regiões antigas onde as pessoas eram batizadas por imersão, assim como Jesus foi
batizado no rio Jordão. Mas eles e os outros estudantes foram informados de que
atualmente os batismos eram feitos por aspersão. Procurando na Bíblia, nada que
corroborasse a forma de batismo.

Ao voltar para casa, Elijah se debruçou sobre os seis capítulos de seu livro sagrado
que falava sobre Jesus. Concentrou-se especialmente no décimo novo capitulo que
agora ele compara com o livro de Ellen White, O Desejado de Todas as Nações. Em
seus 40 anos de vida, ninguém lhe falara de Jesus. Ele sabia que Jesus foi um
grande profeta, mas um homem mortal. Agora em seu livro sagrado, leu versos
descrevendo a divindade de Jesus, Sua morte, Seu poder criador e os milagres
realizados. No capitulo 3, versos 45 e 46 leu palavras surpreendentes que
mostraram que Jesus é, de fato, Deus.

Ao abrir a Bíblia, ele comparou a passagem com Isaías 9:6: “Porque um menino nos
nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será
chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.”
Elijah se convenceu de que deveria adorar a Jesus.

“Meu livro sagrado explicou a divindade e Jesus como Criador. Imediatamente


decidi aceita-Lo como criador, Senhor e Redentor da minha vida”, ele disse na
entrevista: “Ninguém pregou para mim.” Enquanto procurava uma igreja onde
pudesse aprender mais sobre Jesus, Elijah se lembrou de ter visto debates públicos
– chamados Diálogos, nos quais líderes de sua religião comparavam suas crenças
com as dos pregadores cristãos, incluindo os adventistas.

"Mais do que qualquer outra denominação, os adventistas desafiaram meu povo


sobre a divindade de Jesus", disse ele. Por isso, no sábado, ele foi a igreja
adventista. Em poucos dias, Elijah precisou fugir para outra cidade com a esposa e
os três filhos. Os parentes souberam sobre seu interesse pelo cristianismo e
ameaçaram matá-lo.

No primeiro sábado nessa nova cidade, Elijah e esposa foram à igreja adventista no
dia em que foi iniciada uma série de palestras evangelísticas conduzida por Alain
Coralie, secretário da Divisão Centro Leste Africana. No fim das conferências Elijah
e a esposa, Josephine, foram batizados por imersão.

Atualmente, Elijah tem 50 anos de idade e compartilha a salvação por Jesus com
aqueles que não O conhecem. Muitas pessoas foram batizadas através de suas
séries evangelísticas e seu trabalho na colportagem. Ele também é diácono.
Algumas pessoas podem falar que sua conversão teve um alto custo, mas Elijah não
mudaria nada.

“Filipenses 3:7-14 nos desafia a deixar de lado todos os nossos ganhos e posses e
considera-los como perda para Cristo,” ele diz. “Deixei de lado todos os privilégios
familiares, honras recebidas pelas grandes universidades onde estudei. Eu deixei
de lado prestígio e posições. Abandonei os altos salários que recebi do governo de
três países onde estudei. Só estou pensando em Jesus Cristo.”

Dirigindo-se a todos aqueles que ouviram sua história, Elias acrescentou: "Desejo
que você se arrependa e também olhe somente para Jesus, para que você seja
salvo".

Dicas da História

• Nem o sobrenome de Elijah nem a localização da história são mencionados a fim


de protegê-lo. Ele vive em um local onde as pessoas que trocam sua religião pelo
cristianismo enfrentam ataques físicos e algumas vezes morte.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página:
bit.ly/800-Baptisms-at-Age-32
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
Lição10

30 de novembro a 6 de dezembro

Adorando o Senhor

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Cantavam alternadamente, louvando e rendendo graças ao Senhor, com estas palavras: Ele
é bom, porque a Sua misericórdia dura para sempre sobre Israel” (Ed 3:11).Leituras da
semana: Ne 12:27-47; 1Cr 25:6-8; 1Jo 1:7-9; Jo 1:29, 36; 1Co 5:7; Hb 9:1-11

Sábado, 30 de novembroAno Bíblico: Gl 1-3

O Verso para Memorizar desta semana apresenta uma percepção sobre as práticas
de adoração dos hebreus e como sua gratidão ao Senhor tinha transbordado em
louvor a Ele. Em 515 a.C. eles celebraram a dedicação do novo templo (Ed 6:15-18)
e então, cerca de 60 anos depois, fizeram a dedicação do muro de Jerusalém (Ne
6:15-19 – Ne 7:1-3; Ne 12:27 em diante).

Após a listagem das genealogias em Neemias 11 e Neemias 12, o autor passou a


falar da celebração da dedicação do muro da cidade. Era costume da nação dedicar
coisas a Deus: o templo, o muro da cidade ou até as casas e os edifícios públicos.
Essa dedicação era cuidadosamente preparada e acompanhada por canto, música,
festividades, sacrifícios, celebração, alegria e purificação do povo. Davi estabeleceu
a prática dos sacrifícios durante a dedicação, e depois os líderes de Israel seguiram
seu exemplo, começando com Salomão quando a arca foi trazida para o templo
(1Rs 8:5).

Nesta semana examinaremos como os israelitas adoraram o Senhor durante a


dedicação e veremos o que nós, que adoramos o mesmo Deus, podemos aplicar à
nossa vida.

O encerramento do Mutirão de Natal será no dia 14 de dezembro. Que sua igreja viva a
experiência de demonstrar “Mais Amor no Natal”!Anotações

Domingo, 1º de dezembroAno Bíblico: Gl 4-6


Cantando os cânticos do Senhor

1. Leia Neemias 12:27-29. Observe algumas palavras-chave que revelam como


eram a adoração e o louvor do povo. Como você os descreveria?

A nação israelita havia comissionado uma classe específica de levitas para


trabalhar como cantores e músicos nos cultos do templo. Deus conduziu a prática e
deu instruções para o culto, pois o louvor no templo deveria ser belo e executado
profissionalmente.

O rei Davi tinha organizado essa prática em um sistema mais elaborado e


grandioso do que havia sido feito anteriormente. Portanto, os descendentes de
Asafe, a quem Davi tinha nomeado líder da adoração no templo, ainda eram
escolhidos como “responsáveis pela música do templo de Deus” (Ne 11:22; NVI).

2. O que 1Crônicas 25:6-8 nos ensina sobre a centralidade e a importância da


música na adoração e na apresentação de “hinos de louvor ao Senhor”?

Os cantores eram levitas e, portanto, oficialmente designados para o serviço no


templo. Por conseguinte, seu trabalho remunerado era preparar músicas para os
cultos do templo. Durante os dias do rei Davi, foi organizada uma qualificada
academia de música, a qual ele supervisionava. Havia mestres, alunos, jovens e
idosos que trabalhavam em turnos no templo providenciando músicas. Alguns
eram instrumentistas, outros cantores, outros cuidavam dos instrumentos e das
roupas usadas nos cultos. Qual era o propósito dessa organização profissional? Ela
servia para desenvolver os talentos e a visão de excelência, que deve ser sempre
buscada na adoração. Os louvores devem vir do coração e serem expressos da
melhor maneira para que as pessoas sejam elevadas espiritualmente. Podemos
imaginar que os músicos e os cantores que serviam no templo eram
cuidadosamente selecionados para conduzir o serviço de louvor.

Você tem experimentado a alegria da adoração por meio da música? Por que isso é
importante?Movimento de oração e resgate: Continue orando por amigos(as) que já
pertenceram à nossa comunidade e estão longe de Jesus e da igreja. Além de orar, planeje
uma visita especial a essas pessoas. Peça que o Espírito Santo use você para resgatá-
las.Anotações

Segunda, 2 de dezembroAno Bíblico: Ef 1-3


Purificação
A Escritura fala sobre a dedicação do muro e, em seguida, sobre a reunião dos
cantores. Depois, em Neemias 12:30, o texto bíblico menciona a purificação.
“Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as
portas e o muro.”

A raiz hebraica para purificaram (thr) significa “ser limpo, ser puro” e é usada em
muitos contextos no Antigo Testamento, inclusive aqueles em que está presente a
ideia de ser moralmente puro e limpo diante de Deus.

3. “Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:7-9). O que esse
texto nos ensina sobre 1) a natureza humana, 2) o perdão de Deus e 3) o poder
divino em nossa vida?

O templo e seus rituais eram componentes cruciais da religião do antigo Israel. Mas
eles eram um meio para um fim, não um fim em si mesmos. E evidentemente, o fim
era levar o povo a um relacionamento salvífico com o Deus da aliança, o Senhor
Jesus Cristo, e a conhecer Seu poder purificador na vida das pessoas. É o
conhecimento do que Deus fez e do que o Senhor nos salvou que nos leva a amá-Lo
e a adorá-Lo. Essa é a razão pela qual os antigos israelitas contavam repetidamente
o que Deus havia feito em seu passado. Isso os ajudava a conhecer a bondade e o
amor do Senhor, que eram fundamentais à alegria e às ações de graças que deviam
permear sua adoração.

Para nós hoje, a experiência e a compreensão do perdão do pecado devem


produzir gratidão a Deus e um sentimento de esperança e alegria. Então será fácil
louvar ao Senhor e expressar gratidão pela beleza de Seu caráter. Poderíamos
encontrar maior revelação do caráter de Deus do que o sacrifício de Jesus na cruz,
em que Ele sofreu o castigo pelos nossos pecados para que não tivéssemos que
suportar essa punição?

Independentemente dos seus pecados passados ou do seu caráter atual, você pode ter o
perdão completo na cruz. Que tal reivindicar agora mesmo o perdão que Jesus lhe
oferece?Anotações

Terça, 3 de dezembroAno Bíblico: Ef 4-6


Dois grandes coros de ações de graças

4. De acordo com Neemias 12:31-42, por que a música foi uma parte tão
importante da celebração? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Porque estava ligada aos momentos de adoração do povo.


• B. ( ) Porque a nação gostava de se divertir ao som da música.

Nos dias de Neemias, ele criou, como parte do culto de adoração, dois coros de
ações de graças que caminhavam em redor de Jerusalém cantando, acompanhados
de instrumentos. Eles começavam no mesmo lugar e depois se separavam, indo em
direções diferentes em torno do muro da cidade. Um grupo era conduzido por
Esdras, que estava à frente, e o outro tinha Neemias na parte de trás. Os dois coros
se encontravam novamente na Porta do Vale e de lá seguiam para o templo.
Sacerdotes que tocavam as trombetas complementavam cada procissão. Quando os
coros entravam no templo, ficavam de frente um para o outro. A procissão e o culto
de adoração foram organizados com excelência.

A fim de responder por que a música era uma parte tão importante da celebração e
do culto de adoração, precisamos examinar seu significado no contexto do templo.
A música no templo não era um concerto que as pessoas vinham apreciar, como
ouvir a quinta sinfonia de Beethoven sendo apresentada em uma sala de concertos.
Em vez disso, enquanto os músicos cantavam e tocavam os instrumentos, o povo se
curvava em oração. Era uma parte da adoração.

Os atos centrais do templo e da adoração diziam respeito aos sacrifícios, o que, em


si, eram ações bastante desagradáveis. Afinal, o que eles estavam fazendo senão
cortar a garganta de animais inocentes? O ato de tocar uma música muito bonita
elevava os pensamentos ao Céu e tornava a experiência de adoração mais
agradável.

5. Quais os exemplos bíblicos em que a música desempenhou um papel importante


na adoração? Veja especialmente Êxodo 15:1; 2Crônicas 20:21, 22 e Apocalipse
15:2-4.

Na Terra e no Céu a música faz parte da experiência de adoração. Observe que, nos
versos acima, o ato de cantar diz respeito ao que o Senhor fez por Seu povo,
inclusive lhes dando a vitória “sobre a besta”. É o louvor a Deus por Seus atos de
salvação.

Cite algumas coisas que Deus fez por você como boas razões para cantar louvores a
Ele.Anotações
Quarta, 4 de dezembroAno Bíblico: Filipenses

Sacrifícios como parte da adoração

6. Leia Neemias 12:43. O que havia de especial em oferecer “grandes sacrifícios”


como parte da celebração da adoração? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para
falso:

• A. ( ) Os sacrifícios apontavam para a morte do Cordeiro e demonstravam a


alegria da comunhão.
• B. ( ) Essas ofertas de animais representavam méritos do povo diante de Deus.

Os sacrifícios eram o principal aspecto da adoração na época do templo. Diferentes


ofertas eram usadas tanto para mostrar fé na promessa de perdão quanto para
expressar a alegria da comunhão e a gratidão a Deus. Os sacrifícios representavam
o conteúdo da adoração, pois lembravam os adoradores da verdade a respeito de
Deus e de quem Ele é. Além disso, apontavam para a Semente prometida, o
Messias, que sacrificaria Sua vida pelos pecadores, porque é o Cordeiro de Deus.

7. De acordo com João 1:29, 36, 1Coríntios 5:7 e Apocalipse 5:6, 12, 13, para o que
os sacrifícios apontavam em última análise? Se os israelitas se alegravam com um
animal morto, uma morte que apenas revelava a verdade, temos muito mais razões
para nos alegrar do que eles! Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) A destruição eterna dos salvos.


• B. ( ) A morte do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.

Observe também quantas vezes a ideia de alegria e regozijo aparece em Neemias


12:43. Isto é, em meio à reverência, e talvez ao temor piedoso do povo em seu culto
de adoração (afinal, a matança de um animal por seus pecados era uma coisa
solene), também havia alegria e regozijo. Devemos nos aproximar de Deus com
admiração e reverência, bem como com alegria. O Salmo 95 demonstra que o
verdadeiro ato de adoração envolve uma convocação para cantar, exclamar com
alegria e tocar músicas para celebrar a Deus (Sl 95:1), bem como curvar-se e
ajoelhar-se diante do Senhor (Sl 95:6). O esforço para alcançar o equilíbrio entre
alegria e reverência é crucial para adorar e louvar nosso Criador.

Quando pensamos que o Criador de todas as coisas (Jo 1:1-3) ficou pendurado na cruz e
morreu pelos pecados de Suas criaturas, qual é a nossa primeira emoção? Qual é a função da
alegria em nossa experiência com a cruz?Anotações
Quinta, 5 de dezembroAno Bíblico: Colossenses

Sacerdotes e levitas como parte da adoração

8. Leia Neemias 12:44-47. Por que Judá se regozijou “com os sacerdotes e os levitas
que ministravam no templo” (Ne 12:44, NVI)? Por que eles eram importantes?

9. O que a obra dos sacerdotes (que eram levitas) simbolizava? Hb 9:1-11

“A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do homem, é tão essencial


ao plano da redenção como Sua morte na cruz. Por Sua morte iniciou essa obra
para cuja conclusão ascendeu ao Céu, após ressurgir. Pela fé devemos penetrar até
o interior do véu, onde nosso Precursor entrou por nós” (Hb 6:20; Ellen G. White, O
Grande Conflito, p. 489).

Embora as pessoas naquela época certamente não tivessem a luz que temos
atualmente, elas entendiam o suficiente para saber que a obra dos levitas, que
eram os únicos que podiam ministrar no templo, era muito importante. Eles
estavam animados com o fato de que a obra de Deus seria feita por meio deles.

A nação tinha passado tempo com Deus, lendo Sua Palavra, orando, adorando e se
reconsagrando a Ele. Em meio a tudo isso, o povo percebeu que os ministérios do
templo haviam sido negligenciados e precisavam ser restaurados. Agora que eles
tinham sido estabelecidos novamente, alegraram-se com a importante obra que os
levitas fariam em seu favor. Deus impressionou os judeus com a ideia de que os
ministérios do templo faziam parte de Seu plano para a adoração.

Infelizmente, muitas vezes não damos o devido valor aos ministros, mestres da
Palavra e músicos. Mesmo na época de Neemias, a assistência aos levitas às vezes
era forte e às vezes fraca. Com frequência, os levitas precisavam desempenhar
outras funções para sustentar sua família porque as pessoas paravam de entregar
seus dízimos e ofertas.

Sem dízimos e ofertas, não há igreja mundial organizada. Se quisermos que nossos
ministérios continuem, devemos nos comprometer a auxiliar os ministros por
meio de contribuições monetárias e pelo reconhecimento verbal. Embora a igreja
não seja perfeita, isso não deve enfraquecer nossa doação a Deus a fim de que Sua
obra possa continuar ao redor do mundo.

Anotações

Sexta, 6 de dezembroAno Bíblico: 1 Tessalonicenses


Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 67-75 (“O Crescimento Espiritual”).

“A cruz de Cristo será a ciência e o cântico dos remidos por toda a eternidade. No
Cristo glorificado eles contemplarão o Cristo crucificado. Jamais se olvidará que
Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos vastos
domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem
querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar, humilhou-Se para
levantar o homem decaído; que Ele suportou a culpa e a vergonha do pecado e a
ocultação da face de Seu Pai, até que as misérias de um mundo perdido Lhe
quebrantaram o coração e aniquilaram a vida na cruz do Calvário. O fato de o
Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos, deixar Sua glória e
humilhar-Se por amor ao ser humano, despertará eternamente a admiração e a
adoração do Universo. Ao olharem as nações dos salvos para o seu Redentor e
contemplarem a glória eterna do Pai brilhando em Seu semblante; ao verem o Seu
trono que é de eternidade em eternidade, e saberem que Seu reino não terá fim,
irrompem num hino arrebatador: ‘Digno, digno é o Cordeiro que foi morto e nos
remiu para Deus com Seu mui precioso sangue!’” (Ellen G. White, O Grande
Conflito, p. 651, 652).

Perguntas para discussão

1. Como encontrar o equilíbrio entre a reverência e a alegria? A reverência e a


alegria são mutuamente excludentes?

2. Os israelitas colocaram o muro de Jerusalém sob proteção divina mediante a


cerimônia de dedicação e assim reconheceram que um muro é inútil a menos que
Deus o defenda. Salomão disse: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham
os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl
127:1). O que isso revela sobre nossos esforços pelo Senhor?

3. Qual é a função da música na experiência de adoração da sua igreja?

4. As Escrituras são claras: Jesus é nosso Sumo Sacerdote no santuário do Céu. O


que exatamente Ele está fazendo por nós ali? O que o ministério dos sacerdotes no
templo terrestre nos ensina sobre a obra de Jesus por nós no santuário celestial?

Respostas e atividades da semana: 1. A dedicação era realizada com cânticos,


instrumentos musicais e alegria. 2. Vemos como a música era importante para a
adoração pela quantidade de instrumentos e pessoas capazes de ministrar o louvor
na casa do Senhor. 3. Somos pecadores e, por nós mesmos, não andamos na luz.
Mas o Senhor perdoa os nossos pecados, purifica-nos e habilita-nos a andar em
justiça. 4. A. 5. Comente com a classe. 6. V; F. 7. B. 8. Porque sem eles não havia
culto, visto que os sacerdotes eram responsáveis por oferecer os sacrifícios, e os
levitas, pelo louvor. 9. Simbolizava a obra de intercessão de Cristo junto ao Pai no
santuário celestial.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 10

Adorando o Senhor
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Esdras 3:11

FOCO DO ESTUDO: Neemias 12:27-47

A fim de conferir autoridade ao sacerdócio em Jerusalém, o capítulo 12 de Neemias


começa listando os levitas e sacerdotes da época de Babilônia até o período de
Esdras e Neemias. Depois de declarar que os judeus tinham pessoas hábeis para
realizar o serviço no templo, a parte seguinte do capítulo enfatiza a dedicação do
muro de Jerusalém. No entanto, não era o muro que garantia a segurança, mas o
Senhor. Portanto, o povo não estava seguro a não ser que Deus os protegesse. Os
israelitas tinham o hábito de dedicar objetos ou construções como forma de
reconhecer que o poder não estava nos objetos, mas em Deus (Sl 127:1, 2).

O serviço de dedicação do muro de Jerusalém começou com dois grandes coros que
se moviam separadamente pela cidade e ao fim se uniam no templo. Ali, foram
realizados “grandes sacrifícios”, e o povo se regozijou com “grande alegria” (Ne
12:43). De fato, a alegria do povo era tamanha que até seus inimigos distantes
ouviram a celebração do término do muro. Em seguida, Neemias delegou as
responsabilidades para com a casa de Deus para que as provisões fossem
preparadas segundo a Lei para todos os levitas e servos. O povo estava animado
em ter o templo funcionando novamente. Eles queriam ter certeza de que não
faltaria nada aos que serviam ao Senhor, não apenas para aquele momento, mas
para o futuro.

COMENTÁRIO

Purificação

Antes de dedicarem o muro, os sacerdotes e levitas purificaram a si mesmos, ao


povo, bem como as portas e o muro. Os rituais de purificação comuns em Israel
simbolizavam limpeza do pecado e separação para santidade. Os rituais envolviam
principalmente lavar as vestes e se banhar (Êx 29:4; Êx 40:12-15; Lv 16:20-28; Nm
19:7).
Havia vários rituais de purificação em Israel. O mais sério deles era realizado para
qualquer pessoa que tivesse tido contato com um cadáver. Visto que a morte
refletia o estado da mortalidade que resulta do pecado, a pessoa ou pessoas tinham
que passar por uma purificação especial, um procedimento descrito em Números
19. O sacerdote queimava uma novilha vermelha sem defeito cujas cinzas eram
colocadas num vaso com água. Alguém que estivesse limpo pegava um hissopo e o
mergulhava na água e depois a aspergia sobre os itens ou pessoas que fossem
considerados impuros. Se a água da purificação não fosse aspergida em alguém que
estivesse impuro, então sua impureza não o deixaria (Nm 19:13).

No Dia da Expiação, o sacerdote que realizava a purificação do santuário e os


sacrifícios por seus pecados e pelas transgressões do povo trocava as suas
vestimentas. Antes de colocar as “vestes sagradas”, ele se banhava (Lv 16:4). Após
a conclusão do serviço, o sacerdote mais uma vez tirava suas “vestes sagradas” e se
banhava (Lv 16:23, 24). A pessoa que libertava o bode emissário fazia o mesmo
antes de voltar para o acampamento israelita (Lv 16:26).

Outras categorias de purificação incluíam a dos sacerdotes (Êx 29:1-9), que deviam
lavar suas mãos e corpo (Êx 30:17-21; Êx 40:12-14,30-32); a purificação da lepra
(assim como o pecado resultava em morte, também a lepra [Lv 13:6, Lv 13:34]);
fluxos corporais (Lv 15:1-29, Dt 23:10, 11); e a purificação dos levitas (Nm 8:5-
7; Nm 19:7-22). Como os levitas e sacerdotes estavam envolvidos na dedicação do
muro, eles passaram primeiro pela purificação lavando mãos e pés e, talvez, o
corpo. Depois, purificaram o povo, que muito provavelmente teve que se banhar e
talvez lavar as vestes. Além disso, a Bíblia menciona que as portas e o muro foram
purificados, o que significa que foram aspergidos com água.

A água da purificação não era milagrosa em si, mas era a Palavra divina que
declarava que o ritual limpava o povo do pecado e da morte. Ela servia como um
símbolo de pureza. Santidade e limpeza do pecado eram importantes para se
aproximar de Deus numa cerimônia de dedicação. O ritual mostrava que o sangue
de Cristo limpava e cobria o povo. O serviço de purificação incorporava o perdão
dos pecados. Quando o povo se humilhava perante Deus e se lavava, estava
reconhecendo que precisava de ajuda, precisava que Deus o limpasse. Tinha que
ser feito santo pelo Senhor, não por suas próprias ações; contudo, Deus requeria a
ação de lavar como um lembrete tangível de Seu poder transformador na vida de
Seu povo.

Grande alegria

Grande parte da cerimônia de dedicação envolveu música e adoração. Primeiro, os


levitas e cantores se reuniram em Jerusalém; muitos deles viviam fora da cidade e
só iam para lá quando era sua vez de ministrar. Os sacerdotes, levitas e cantores
conduziam o louvor pela provisão divina por meio de ações de graças
(verbalmente reconhecendo o que Deus havia feito) e cântico de louvores ao
Senhor. Harpas, címbalos e outros instrumentos de cordas acompanhavam dois
grandes coros enquanto cantavam e, separadamente, caminhavam por Jerusalém,
reunindo-se finalmente no templo e cantando em voz alta (Ne 12:42). A frase
afirma literalmente que os cantores foram ouvidos. Sua alegria não podia ser
contida ou suprimida ao ser demonstrada por altos louvores. Eles cantavam alto
porque estavam muito felizes pela rápida finalização do muro e pela maneira como
Deus havia feito o necessário por eles.

Quando o fundamento do templo foi colocado após o retorno do exílio babilônico


em 537/536 a.C., o povo, sacerdotes e levitas louvaram ao Senhor (Ed 3:10, 11). A
mesma coisa aconteceu no tempo de Neemias após a conclusão do muro de
Jerusalém. Todos louvaram ao Senhor e os dois coros mencionados expressaram
gratidão a Deus pelo trabalho realizado (Ne 12:31, 38).

As pessoas se alegraram muito. O verso 43 diz que “Deus os alegrara” (samach)


“com grande alegria” (samach). A palavra samach aparece cinco vezes em apenas
um verso. Aparece uma vez no verso 44, quando o povo também se alegrava com
os sacerdotes e levitas que ministravam no templo. Então aparece novamente no
verso 27, que introduz o relato completo, afirmando que o povo chamou os levitas
para celebrar a dedicação com alegria (samach).

Assim, a palavra aparece no capítulo exatamente sete vezes, o que deve parecer
significativo para o leitor. O número sete na Bíblia é um número de plenitude,
conclusão e perfeição. Portanto, o samach que as pessoas experimentaram foi
completo. Deus os alegrou. Seu ato de regozijo demonstra a verdadeira alegria da
vida, pois se alegraram com o que Deus havia feito. A lição para nós é que devemos
celebrar o que Deus faz em nossa vida, não desprezando Suas ações benevolentes,
nem tomando-as como garantidas. Antes, devemos celebrar Sua providência. O
reconhecimento da bênção e liderança divinas leva à gratidão e à estabilidade
emocional. A gratidão nos torna felizes e vitoriosos.

A alegria é um aspecto definidor da adoração, bem como a reverência a Deus, que


pode ser descrita como uma experiência de admiração devido a um encontro
pessoal com Deus. O equilíbrio entre alegria e reverência é muito importante; no
entanto, infelizmente, muitas vezes isso é esquecido. Se um culto de adoração
demonstra respeito por Deus, mas não tem alegria, ele se torna seco e rígido. Por
outro lado, quando somente a alegria é incorporada e a reverência não é levada em
consideração, os cultos tendem a ser preenchidos com emocionalismo em lugar da
verdade. Portanto, nossos cultos de adoração devem incluir ambas as facetas.
Reverência e alegria trabalham juntas para criar uma atmosfera de adoração
correta. Os israelitas entenderam a necessidade desse equilíbrio enquanto se
alegravam em voz alta e de todo o coração, ao mesmo tempo em que louvavam a
Deus pelo que Ele havia feito. Sua adoração teve por base a verdade e os feitos
divinos, não o emocionalismo. Alguns que frequentam diferentes serviços de
adoração a fim de experimentar um “êxtase espiritual” perdem o foco de louvar a
Deus. A adoração deve sempre estar enraizada em Jesus, não em nossos
sentimentos. No entanto, os israelitas definitivamente experimentaram um
sentimento de alegria e felicidade ao louvar ao Senhor. Esses sentimentos foram
dados por Deus e tiveram por base a verdade de quem Ele é e o que fez. Buscar a
Deus e adorá-Lo nos mantém alicerçados em Sua graça e na gratidão ao Senhor.
APLICAÇÃO PARA VIDA

Purificação

Os rituais de purificação representam limpeza do pecado e são uma preparação


para se apresentarem perante Deus e reconhecerem que sem Ele estamos “sujos”.
Embora não participemos de rituais de purificação hoje, de que maneira podemos
aplicar o princípio por trás da purificação? Podemos nos achegar a Deus como
estamos, mas não de qualquer maneira. Então, como devemos nos aproximar Dele?
O que devemos fazer para nos humilharmos diante do Criador? De que maneira
podemos demonstrar essa atitude em nossa vida hoje?

Alegria

1. Leia o Salmo 136, um poema cheio de louvor e adoração a Deus. O que ele nos
ensina em relação ao culto? Que situações diferentes são descritas do ato de nos
aproximarmos de Deus? Por que motivos o salmo louva a Deus?

2. Como você pode assegurar que sua igreja louva a Deus com equilíbrio entre
alegria e reverência?

3. Cantores e músicos do Antigo Testamento tinham um papel importante na


adoração e eram essenciais para o serviço no templo. O que podemos fazer para
nos certificarmos de que valorizamos os músicos na igreja?

A. Pense em maneiras pelas quais sua igreja elevou músicos como ministros de
Deus ou situações em que foram postos de lado ou talvez até desencorajados. De
que forma significativa e reverente sua igreja pode incluir seus pianistas e grupos
de louvor no serviço de culto?

B. Pense em maneiras específicas de fazer com que músicos e cantores entendam


que seus dons, concedidos por Deus, agregam valor e enriquecem o serviço da
igreja.

4. Se você está carente de alegria em sua própria vida ao louvar a Deus, o que pode
fazer para recuperar aquele “primeiro amor”?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 10

Aprendendo mordomia
Martha Etana Chewaka tinha um grande problema: ganhava um ótimo salário no
banco em Addis Ababa, capital da Etiópia, mas, todos os meses seu salário acabava
antes do salario seguinte. Contadora por profissão, ela planejava seus gastos
cuidadosamente. Quando recebia o salario, primeiro separava o dízimo. Em
seguida, pagava o aluguel da casa. Finalmente, comprava farinha de teff* branca
para fazer pão, azeite de oliva, temperos, roupas e sapatos.

Mas a última semana do mês era estressante. Ela ficava sem dinheiro, por isso,
comia menos e ficava sem alguns produtos. Não sobrava nada para poupança.
Então, Martha se casou com um colega contador. Ambos colaboravam com o
orçamento mensal. Mas, o dinheiro sempre acabava antes do final do mês. “Por que
nosso dinheiro não é abençoado?”, Martha se questionava. Imediatamente, uma
ideia surgiu na mente. “Talvez, Deus não nos abençoa porque eu não guardo o
sábado.”

Enquanto considerava o assunto mais um pouco, sentiu como se Deus falasse: “Por
que você trabalha no sábado? Se obedecer aos Meus mandamentos, seu dinheiro
será abençoado.” Martha se lembrou de ter frequentado a Escola Sabatina e o culto
divino com os pais adventistas. Mas, aos 21 anos, ela deixou de fazer isso quando
aceitou o emprego no banco. Na Etiópia, existem seis dias de trabalho na semana, e
a maioria do comércio funciona no sábado. Martha cresceu em uma família carente
e queria um grande salario bancário.

Marta sempre deu o dízimo, como aprendeu na Escola Sabatina quando criança. Às
vezes, ela passava pela igreja depois que o banco fechava na tarde de sábado e
entregava o dinheiro ao pastor. Outras vezes, ela dava o envelope com o dinheiro
para um amigo da igreja. A despeito da fidelidade com o dizimo, o dinheiro acabava
logo. Martha pediu a Deus ajuda. “Senhor, por favor, ajude-me a encontrar um
emprego que não exija trabalhar no sábado”, Martha orou, e fez isso diariamente
por um mês. Nada aconteceu.

Certo dia, Martha disse ao esposo: “Vou sair do emprego.” “Estou desobedecendo a
Deus e, por isso, nosso dinheiro acaba logo. Seu salário será suficiente se Deus nos
abençoar.” O esposo, que era adventista, respondeu: “Sim você precisar pedir
demissão.” Contudo, Martha não pediu demissão. Em vez disso, continuou
trabalhando e orando por um novo emprego.

Dois anos se passaram, ela não podia mais trabalhar. Cada momento de cada dia,
ela sentiu uma voz dizendo: “Este é o momento certo para deixar seu emprego.
Este é o momento certo para sair do seu trabalho. Este é o momento certo para
deixar seu emprego.” Era entorpecedor. Depois de jejuar e orar por cinco dias,
Martha pediu demissão do banco. Seus empregadores ficaram consternados. Ela
era boa funcionária, e eles não queriam perdê-la. Então, ofereceram uma nova
posição, onde ela poderia faltar alguns sábados.

Martha não foi tentada. Era hora de ser fiel a Deus depois de desobedecer a Ele
tanto tempo. Assim que saiu do banco, sentiu paz e alegria, algo que não sentia
desde antes de trabalhar no banco, 13 anos antes. Passado um mês, pela primeira
vez, ela e o marido não ficaram sem dinheiro. O casal ficou admirado! "A partir de
então, creio em Deus porque o seu salário é suficiente para nós dois", disse Martha
ao marido. "Deus nos sustenta."

O casal nunca mudou seus hábitos de consumo. Eles ainda desfrutam de pão feito
com farinha branca, azeite, temperos, roupas e sapatos confortáveis. Mas o
dinheiro deles não se acaba. "Não sei de onde vem o dinheiro, mas minha casa é
muito abençoada", disse Martha. "Obedecer a Deus é melhor do que ganhar
dinheiro."

Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará na construção das salas de aula
da Escola Sabatina para crianças na Etiópia, para que mais crianças, como Marta
quando era jovem, possam aprender sobre a importância do sábado e da devolução
do dízimo. Muito obrigado por planejar doar a oferta do décimo terceiro sábado.

Dicas da História

• Durante a luta de Martha para guardar o sábado, ela se agarra nas promessas de
perdão e benção em Salmos 103:1-3: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o
que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não
te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas
iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades.”.
• Marta não encontrou novo emprego. Em vez disso, decidiu cuidar melhor da casa e
preparar refeições. Ela também se tornou muito ativa na igreja local, participando
do ministério de prisão, ministério de oração, grupo de estudos bíblicos, programa
de jovens, visita domiciliar de membros doentes e idosos, programa de saúde e
cultos de culto de sexta à noite.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Accountant-Without-Money
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
Lição11

7 de dezembro a 13 de dezembro

Apostasia do povo

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Também mandei aos levitas que se purificassem e viessem guardar as portas, para
santificar o dia de sábado. Também nisto, Deus meu, lembra-Te de mim; e perdoa-me
segundo a abundância da Tua misericórdia” (Ne 13:22).Leituras da semana: Ne 13:1-22; Dt
23:3-6; Nm 18:21-24; Jo 5:5-16

Sábado, 7 de dezembroAno Bíblico: 2 Tessalonicenses

No intervalo entre os capítulos 12 e 13, Neemias voltou para a Babilônia. Embora


não saibamos quanto tempo ele ficou lá, quando retornou a Jerusalém (por volta de
430-425 a.C.), os judeus haviam apostatado da fé. Eles tinham feito uma aliança
com Deus quanto a diversos assuntos: primeiramente, não se casar com idólatras;
em segundo lugar, observar cuidadosamente o sábado; e, por fim, cuidar do templo
e de seus funcionários mediante os dízimos e ofertas (Ne 10). Apesar disso, eles
haviam desonrado as três promessas.

Neemias percebeu a negligência na devoção. As pessoas tinham deixado de


devolver os dízimos e as ofertas, começaram a usar os aposentos do templo para
outros propósitos, deixaram de guardar o sábado apropriadamente e estavam se
casando com estrangeiros. E, ainda pior, os líderes escolhidos por Neemias
contribuíram para o declínio do relacionamento dos israelitas com Deus! Não é de
admirar que Neemias tenha ficado arrasado ao ver o quanto as coisas haviam
mudado. No entanto, em vez de aceitar esse fato, mais uma vez, conforme seu
caráter exigia, ele agiu em prol da glória de Deus.

Anotações

Domingo, 8 de dezembroAno Bíblico: 1 Timóteo

Liderança do templo corrompida


Neemias 13 começa com a preocupação acerca dos amonitas e moabitas,
estrangeiros e idólatras, no meio de Israel (Ne 13:1-3). Esses versos não falam de
afastar indivíduos simplesmente por serem de uma nação ou etnia diferente, mas
referem-se à recomendação de mandar embora os que tinham uma fé diferente,
pois não eram convertidos, adoravam idólos e não seguiam a Deus (veja
também Dt 23:3-6).
1. Leia Neemias 13:1-9. Quem eram Eliasibe e Tobias? Por que a postura deles era
inaceitável? Ne 2:10, 19; Ne 3:1; Ne 12:10, 22; Ne 13:28

Tobias e Eliasibe são figuras conhecidas no livro de Neemias. Eliasibe era o sumo
sacerdote da nação e estava encarregado do templo. Tobias, amonita, foi
mencionado como o inimigo que se opôs veementemente à obra que Neemias
empreendeu em Jerusalém. A aliança entre Eliasibe e Tobias envolveu um
relacionamento estabelecido por meio de casamento.

Mesmo que os registros da ligação matrimonial não tenham sido preservados,


sabe-se que Tobias tinha um nome judaico (que significava “o Senhor é bom”) e,
portanto, provavelmente tinha origem judaica. Acredita-se que a família de sua
esposa, os descendentes de Ará, embora não identificada, tivesse uma relação de
parentesco com Eliasibe. Além disso, Sambalate, o horonita, outro adversário de
Neemias, tinha uma filha que era casada com o neto de Eliasibe. Portanto, o círculo
de intrigas em torno de Neemias deve ter sido intenso, uma vez que os oficiais da
mais alta hierarquia da nação eram aparentados e estavam em uma aliança contra
sua liderança.

Durante a ausência do governador, o sumo sacerdote concedeu a Tobias um dos


aposentos do templo, designado à guarda do dízimo, das dádivas e das ofertas.
Tobias recebeu residência permanente no templo, o que foi uma maneira de
estabelecê-lo como um dos líderes da nação. Os inimigos de Neemias finalmente
haviam conseguido o que eles sempre desejaram: destituir o servo de Deus e
assumir o controle. Felizmente, o homem de Deus reagiu a essa situação.

Por que o povo de Deus, ao longo da história sagrada, sejam os judeus do antigo Israel, ou os
cristãos que os seguiram durante e após os tempos do Novo Testamento, tão facilmente se
permitem desviar da fidelidade? Como podemos evitar esses erros?Anotações

Segunda, 9 de dezembroAno Bíblico: 2 Timóteo

Os levitas nos campos

2. De acordo com Neemias 13:10-14, o que o servo de Deus buscou remediar?


Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) A dor e a pobreza das viúvas e dos órfãos.


• B. ( ) A escassez dos levitas, que fugiam para o campo porque não havia mais
sustento para eles no templo.
Cantores, porteiros e outros servos do templo tiveram que voltar a trabalhar nos
campos para alimentar seus familiares, visto que a obra de Deus não estava sendo
sustentada. Todo o sistema de dízimos e ofertas, que havia sido estabelecido de
modo tão meticuloso, agora estava em ruínas. Neemias teve que começar de novo.
O ato de atirar todos os móveis para fora do aposento revela desespero (Ne 13:8).

“Não somente o templo havia sido profanado, mas as ofertas tinham sido mal-
empregadas. Isso estava desencorajando a liberalidade do povo. Haviam perdido
seu zelo e fervor e relutavam em entregar o dízimo. A tesouraria da casa do Senhor
estava pobremente suprida; muitos dos cantores e outros empregados nos
serviços do templo, não recebendo sustento suficiente, haviam deixado a obra de
Deus para trabalharem em outras partes” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 670).

É impressionante ver que todo o povo de Judá se reuniu novamente e reconstruiu o


que havia sido destruído. As pessoas estavam do lado de Neemias, opondo-se a
Tobias e a Eliasibe, porque devem ter percebido que o servo de Deus fez tudo o que
pôde para o benefício delas. Além disso, o governador confiou os cargos de
superintendentes do templo a homens que ele considerava fiéis e confiáveis. Eles
receberam a tarefa de coletar os dízimos e as ofertas, certificando-se de que as
mercadorias fossem armazenadas adequadamente e distribuindo os recursos para
os grupos apropriados. Em outras palavras, parece que o corrupto sistema de
liderança foi extirpado de uma só vez.

Embora Neemias tivesse nomeado homens fiéis para a organização do templo, o


corrupto Eliasibe, sumo sacerdote, não perdeu sua posição, pois ela havia sido
transmitida mediante a descendência de Arão. Sua obra no templo pode ter sido
prejudicada porque outras pessoas foram nomeadas para administrar algumas
responsabilidades do sumo sacerdote; no entanto, ele ainda mantinha essa função.

Neemias havia orado: “Deus meu, lembra-Te de mim e não apagues as beneficências que eu
fiz à casa de meu Deus e para o Seu serviço” (Ne 13:14). O que havia de tão humano nessa
oração?Anotações

Terça, 10 de dezembroAno Bíblico: Tito

Dízimos e ofertas
As reformas de Neemias nos serviços do templo incluíram a implementação dos
dízimos e ofertas.

3. Leia Números 18:21-24, Malaquias 3:10, Mateus 23:23, 1Coríntios 9:7-


14, 2Coríntios 9:6-8 e Hebreus 7:1, 2. Qual é a importância dos dízimos e ofertas,
não apenas no serviço do templo, mas atualmente? Assinale a alternativa correta:
• A. ( ) Os dízimos e ofertas sustentam os servos do Senhor.
• B. ( ) O sistema de dízimos foi importante apenas para o antigo Israel.

Sem o recolhimento dos dízimos e ofertas, o templo não podia funcionar. Quando o
povo parou de devolver os dízimos, os serviços no templo foram arruinados, e todo
o sistema de adoração estava em risco. Visto que os funcionários do templo saíram
para procurar outros empregos a fim de sustentar sua família, eles não conseguiam
se concentrar nos cuidados do templo. Consequentemente, a adoração a Deus foi
reduzida.

“O sistema de dízimos é belo em sua simplicidade. Sua justiça é revelada pela


aplicação proporcional sobre o rico e o pobre. Na mesma proporção em que Deus
nos concedeu o uso de sua propriedade, devemos Lhe retribuir o dízimo. Quando
Deus reclama para Si o dízimo (Ml 3:10), Ele não apela para a nossa gratidão ou
generosidade. Embora a gratidão deva fazer parte de todas as nossas expressões
dirigidas a Deus, dizimamos porque Deus nos ordenou fazê-lo. O dízimo pertence
ao Senhor, e Ele requer que Lhe devolvamos” (Nisto Cremos, 2003, p. 304).

Assim como ocorreu com o templo israelita, nossa igreja entraria em decadência
sem o sustento dos dízimos e ofertas. Os cultos e serviços da igreja não
funcionariam sem pessoas pagas para dedicar tempo a um ministério de qualidade,
ao planejamento e à administração da igreja para Deus. A excelência da adoração a
Deus também diminuiria. Mais importante ainda, sem os dízimos e ofertas, não
existiria evangelismo.

Além disso, devolvemos o dízimo porque Deus estabeleceu esse sistema na Bíblia.
Há ocasiões em que o Senhor não precisa explicar por que estabeleceu algo. O
Criador espera que confiemos que Ele está no controle. Devemos estar informados
sobre como o sistema funciona, mas, depois disso, precisamos confiá-lo aos
cuidados do Pai celestial.

Por que o dízimo é tão importante para nossa espiritualidade, como uma atitude que
demonstre nossa confiança em Deus?Anotações

Quarta, 11 de dezembroAno Bíblico: Filemom

Pisando os lagares de vinho no sábado

4. Leia Neemias 13:15, 16. De qual problema ele tratou nessa passagem? Assinale
“V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) Da fome em Jerusalém.
• B. ( ) Dos que pisavam lagares e vendiam peixes e mantimentos no sábado.

Não é fácil defender a Deus quando estamos em minoria. Visto que Ele havia dito
que o sábado devia ser um dia santo no qual ninguém deveria fazer nenhum
trabalho, Neemias pretendia assegurar que esse mandamento fosse seguido em
Jerusalém. Evidentemente, ele sentiu a obrigação moral de assumir uma posição e
agir de acordo com ela.

O sábado foi criado como o auge da semana da criação, porque é um dia especial
em que as pessoas são renovadas e recriadas ao passar tempo com Deus de uma
forma que não podem fazer quando estão envolvidas em ocupações e atividades
seculares.

Dizem que “mais do que Israel guardava o sábado, o sábado guardava Israel”. O
sétimo dia, o sábado, era e é um poderoso meio de ajudar a manter a fé dos que,
pela graça de Deus, buscam observá-lo e desfrutar os benefícios físicos e
espirituais que ele oferece.

5. O que Neemias fez para impedir a “compra e venda” no sábado? Ne 13:17-22

Em razão de Neemias ser o governador de Judá, ele se sentia responsável por


executar as regras. A base das normas da nação era a Lei de Deus. Por isso, ele se
tornou guardião da Lei, o que incluía o sábado. Se os nobres de Judá tivessem
enfrentado a corrupção trazida pelo sumo sacerdote, ele talvez não se encontrasse
nessa situação. No entanto, talvez os governantes e os nobres já estivessem
ressentidos com o servo de Deus porque ele os tinha feito restituir os recursos dos
pobres que haviam sido explorados; assim, eles também não se opuseram às
mudanças que Eliasibe e Tobias implementaram.

Neemias primeiramente repreendeu os nobres e, depois, ordenou que os portões


fossem fechados e que se pusessem servos para guardá-los. Quando o mercado
simplesmente se mudou para fora da cidade, ele tomou medidas ainda mais
drásticas e ameaçou prender os mercadores (Ne 13:21, NVI). Neemias foi um
homem de palavra, pois a partir desse momento os comerciantes se afastaram.

Anotações

Quinta, 12 de dezembroAno Bíblico: Hb 1-3

Seus pais não fizeram assim?


O zelo de Neemias pelo sábado é admirável. Ele tinha tanto entusiasmo por
observar corretamente o dia do Senhor que até prometeu “prender” (NVI) os
mercadores de outras nações. Em outras palavras, ele teria agido pessoalmente se
os tivesse surpreendido novamente dentro da cidade ou nos portões em dia de
sábado. Como governador, ele tinha a responsabilidade oficial de garantir que o
mandamento fosse cumprido.

“Neemias destemidamente os repreendeu por sua negligência do dever. ‘Que mal é


este que fazeis, profanando o dia de sábado?’, ele inquiriu asperamente.
‘Porventura, não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe todo este mal
sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o ardor de Sua ira
sobre Israel, profanando o sábado’. E ordenou-lhes então que ‘dando das portas de
Jerusalém já sombra antes do sábado’ (Ne 13:17-19, ARC), fossem elas fechadas, e
não mais se abrissem até passado o sábado; e tendo mais confiança em seus
próprios servos do que naqueles que os magistrados de Jerusalém pudessem
apontar, ele os colocou nas portas da cidade para que as suas ordens fossem -
executadas” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 671, 672).

A advertência de Neemias sobre a profanação do sábado, juntamente com outras


exortações sobre a transgressão desse dia, parece ter ecoado através dos séculos
até o tempo de Jesus. Sabemos disso porque os evangelhos repetidamente
retratam Jesus em um embate com os líderes religiosos sobre a devida guarda do
sábado.

6. Leia Mateus 12:1-8, Marcos 3:1-6, Lucas 6:6-11 e João 5:5-16. Qual foi o
problema mencionado nessas passagens? Uma compreensão da história do antigo
Israel ajuda a explicar a razão do surgimento do conflito?

Em seu equivocado zelo para evitar a “profanação” do sábado, os líderes religiosos


eram tão fanáticos que acusaram Jesus, o “Senhor do sábado” (Lc 6:5), de
transgredi-lo. Realmente, na tentativa de defender uma coisa boa, eles foram longe
demais! A ironia é que, enquanto muitos desses homens expressavam grande
preocupação com a Lei, esqueciam seus preceitos mais importantes: “a justiça, a
misericórdia e a fé” (Mt 23:23).

De que modo podemos, individualmente e como igreja, evitar os erros dos tempos bíblicos, em
relação ao sábado e outras coisas que acreditamos serem importantes para a fé? O que fazer
para neutralizar o fanatismo e o liberalismo?Anotações

Sexta, 13 de dezembroAno Bíblico: Hb 4-6

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 115-126 (“Regozijo no Senhor”).
“Sendo-lhes apresentadas as leis e ameaças de Deus, e os terríveis juízos que
visitaram Israel no passado por causa desse mesmo pecado, sua consciência foi
despertada, e teve início uma obra de reforma que desviou a ira ameaçadora de
Deus e recebeu Sua aprovação e bênção.

“Houve alguns no sagrado ofício que pleitearam por suas esposas pagãs,
declarando que não poderiam separar-se delas. Mas nenhuma distinção foi feita;
nenhuma consideração foi mostrada por classe ou categoria. Entre os sacerdotes
ou chefes, quem quer que recusasse cortar sua relação com idólatras era
imediatamente separado do serviço do Senhor. Um neto do sumo sacerdote,
havendo se casado com uma filha do famigerado Sambalate, não foi apenas
removido do ofício, mas prontamente banido de Israel. ‘Lembra-Te deles, Deus
meu’, Neemias orou, ‘pois contaminaram o sacerdócio, como também a aliança
sacerdotal e levítica’” (Ne 13:29; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 673, 674).

Perguntas para discussão

1. Com base nessa citação de Ellen G. White, por que Neemias não fez exceção, no
caso dos que amavam suas esposas e não desejavam se separar delas? Será que ele
não foi muito duro e inflexível? Como a igreja pode exercer disciplina com amor e,
ao mesmo tempo, ser coerente com os padrões da verdade?

2. Embora saibamos que não há nada de legalismo em guardar o sábado, assim


como não há nada de legalismo em não cobiçar, roubar ou mentir, como podemos
ter cuidado para não tornar a guarda do sábado (ou a obediência a qualquer
mandamento) uma atitude legalista? Manter sempre na mente o que Cristo fez por
nós na cruz seria a proteção mais poderosa contra a armadilha do legalismo?

3. Como se proteger contra os perigos da lenta, mas constante transigência, como a


que Neemias enfrentou?

Respostas e atividades da semana: 1. Eliasibe era o sumo sacerdote de Israel; ele


cuidava do templo. Tobias sempre foi descrito no livro de Neemias como inimigo
dos israelitas. Ele era amonita e havia tentado interromper a obra da construção
do templo e dos muros. Eliasibe construiu no templo uma câmara grande para
Tobias, onde antes eram guardados os utensílios do templo, as ofertas de manjares
e os dízimos. Isso foi inaceitável, pois Tobias, além de ser amonita, era inimigo
declarado dos israelitas. 2. B. 3. A. 4. F; V. 5. Ele ordenou que, ao pôr do sol de
sexta, todas as transações comerciais fossem proibidas e colocou guardas para
vigiar as portas da cidade para que nenhuma mercadoria entrasse ou saísse. 6. Em
todas essas passagens, Jesus aparece “transgredindo” o sábado, de acordo com os
fariseus. Em seu fanatismo, eles acusaram Jesus de violar o mandamento do
sábado. Entendendo o zelo do antigo Israel pela guarda do sábado, podemos
perceber que esses fariseus exageraram.

Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 11

Apostasia do povo
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 13:22

FOCO DO ESTUDO: Neemias 13:1-22

O capítulo 13 de Neemias começa com uma rápida referência à proibição


estabelecida pela lei de Moisés quanto à participação dos amonitas e moabitas na
congregação de Israel em festivais e assembleias solenes. Neemias afirmou que
quando o povo ouviu a lei sobre não se misturar com os idólatras (Dt 23:3),
“apartaram de Israel todo elemento misto” (Ne 13:3). Tal foi o poder da lei sobre a
mente e o coração do povo.

O capítulo passa então a descrever as reformas que Neemias instituiu antes de


retornar à Babilônia. O rei Artaxerxes o chamou de volta à Pérsia, mas depois lhe
deu permissão para viajar novamente a Israel. Depois de um tempo de ausência, o
servo de Deus retornou a Jerusalém. Talvez ele tenha ouvido alguns rumores sobre
a situação sombria em Israel desde sua partida e a respeito dos líderes corruptos
que haviam assumido o poder. Com certeza, depois que Neemias chegou a
Jerusalém, ele descobriu que Eliasibe, o sumo sacerdote, havia permitido que
Tobias, o amonita, residisse em uma câmara do templo. A primeira reforma do
homem de Deus foi expulsar Tobias e restaurar a câmara ao seu propósito original
de abrigar ofertas de cereais e incenso. A segunda reforma dizia respeito aos
levitas e aos cantores que não haviam recebido os dízimos e ofertas que lhes eram
devidos. Talvez o povo estivesse desanimado com a má administração do templo e,
consequentemente, não estivesse devolvendo seus dízimos e ofertas. Neemias
restaurou o sistema do dízimo e nomeou líderes sobre certos aspectos do templo,
de modo que o sumo sacerdote corrupto não tivesse controle sobre essas áreas.
Por fim, o governador restaurou a devida guarda do sábado. Ele fechou os portões
da cidade no sábado para cessar as transações comerciais e depois ameaçou
aqueles que ainda estavam comprando e vendendo fora dos muros de Jerusalém.
Seu zelo pela observância adequada do sábado é um exemplo até hoje.

COMENTÁRIO

Dízimo

Um dos aspectos extremamente importante para Neemias foi sistema dos dízimos.
Ele restaurou essa prática em Israel porque o templo e seus serviços não podiam
funcionar adequadamente sem ela. Por que Neemias deu tanta importância ao
retorno do dízimo?
Quando os dízimos e ofertas são mencionados, muitas vezes nos concentramos na
recompensa que receberemos, com base em Malaquias 3:10. Nessa passagem, Deus
diz aos israelitas para “prová-Lo” no dízimo, porque se eles o entregarem ao
Senhor, serão abençoados. Ele afirma pessoalmente: “Provai-Me nisto... se Eu não
vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml
3:10). Por isso, encorajamos outros a devolver a Deus para que recebam a bênção
que Ele prometeu.

Contudo, a entrega de dízimos e ofertas não deve depender das bênçãos que
recebemos. De fato, a entrega dos dízimos é chamada de “devolução” dos dízimos,
porque tudo o que temos já é uma bênção de Deus, pois nos foi dado por Ele.
Devolvemos ao Senhor porque Ele é nosso Criador e nós O reconhecemos como tal.
Damos graças por aquilo que o Senhor fez: Ele nos criou, nos sustenta, cuida de
nós, morreu por nós e continua a nos recriar. Vemos a atitude de gratidão em
devolver os dízimos especialmente nas histórias de Abraão e Jacó.

Em Gênesis 14, lemos sobre uma batalha em Canaã. Quatro reis mesopotâmicos
(reis de Sinar, Elasar, Elão e Goim) lutaram contra cinco reis de Canaã,
especificamente das cidades de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela. Os reis da
Mesopotâmia venceram a batalha e apreenderam despojos e cativos. Visto que Ló
morava naquela região, foi capturado. Quando Abrão percebeu que seu sobrinho
havia sido levado, armou 318 de seus servos treinados e perseguiu o exército da
Mesopotâmia. Seu pequeno contingente de guerreiros atacou os mesopotâmicos e
os venceu. Deus deu a Abrão uma vitória incrível, e ele recuperou tudo o que havia
sido tomado, incluindo Ló.

No caminho de volta, Abrão teve um encontro surpreendente com o rei de Salém,


que também é chamado de “sacerdote do Deus Altíssimo”. Melquisedeque
abençoou Abrão, e então Abrão deu a ele o dízimo de tudo (Gn 14:20). Em Hebreus
7:2, 4, Paulo especifica que Abrão deu um décimo do que tinha. Abrão devolveu um
décimo a Deus porque o Senhor lhe tinha concedido uma vitória incrível. Ele foi
surpreendido pelo admirável e poderoso Deus que foi com ele e lutou por ele. Seu
coração estava cheio de gratidão e, por isso, devolveu o dízimo.

Jacó teve uma experiência semelhante quando seus pais o enviaram ao seu tio
Labão a fim de que se casasse com uma mulher que seguisse a Deus, em vez de
uma mulher cananeia, e também para protegê-lo de seu irmão Esaú, que tinha
decidido matá-lo. Enquanto fugia para Harã, Jacó adormeceu e o Senhor lhe deu um
sonho em que viu uma escada que chegava ao Céu e anjos subiam e desciam por
ela, e “perto dele estava o Senhor” (Gn 28:13). Deus falou com ele e prometeu estar
com ele e abençoá-lo. Quando Jacó acordou do sonho, exclamou: “Quão temível é
este lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus” (Gn 28:17). Depois, Jacó fez um voto
de que, se o Senhor realmente estivesse com ele, como afirmou no sonho, então,
não somente Ele seria seu Deus, mas o patriarca daria ao Altíssimo um décimo de
tudo o que recebesse do Senhor (Gn 28:20-22). Mais uma vez, vemos alguém que
se surpreende com quem Deus é e com o que Ele faz, e depois, por gratidão,
promete devolver o dízimo fielmente.
Portanto, é a partir de um coração cheio de gratidão que devolvemos o dízimo. Não
fazemos isso porque receberemos uma bênção ao fazê-lo, mas porque Deus é fiel e
admirável por cuidar de nós e providenciar para nós todos os dias. Neemias
demonstrou por meio de suas ações que o dízimo é extremamente importante, não
apenas para apoiar a obra de Deus, mas também para nos ajudar a reconhecer que
tudo vem Dele. Nós damos porque o Senhor nos dá. Dessa forma, participamos do
Seu ministério em favor da humanidade.

Sábado

O segundo aspecto que Neemias aborda nesse capítulo é o dia da adoração, o


sábado. Os israelitas estavam fazendo transações comerciais com pessoas de
regiões vizinhas no sábado, em vez de adorar ao Senhor (Lv 23:3). Neemias se opôs
fortemente ao modo como o sábado estava sendo desconsiderado.

Neemias era o governador da terra e, por ser um homem muito piedoso, queria ter
certeza de que as pessoas também seguiriam as instruções divinas. Ele sentiu que
tinha que tomar algumas medidas rigorosas para que o povo entendesse que o
sábado deveria ser santificado. Era para ser um dia de descanso no Senhor, no qual
o povo reservasse tempo para estar com a família e os amigos e, o mais importante,
passar tempo com Deus. Ao fazer negócios no sábado, o povo estava perdendo as
oportunidades de comunhão com o Criador e se privando da chance de mostrar
amor e cuidado pelos outros.

Deus, o Criador, considerou o sábado extremamente importante, ou não o teria


criado como um dia especial. Se tudo o que fosse necessário tivesse sido
completado em seis dias, Deus não teria criado o sétimo dia. Mas Ele quis nos dar
um dia especial como lembrete de que Ele é nosso Criador e que somos criados
para estar em comunhão com Ele e viver em dependência Dele. Nesse dia de
descanso dos negócios cotidianos, somos também revitalizados em nossa força e, o
mais importante, respeitamos a maneira que Deus estabeleceu para celebrar a vida
ao santificar esse dia. O sábado não é um dia como todos os outros, mas um dia
santo. A palavra santo significa “separado para” um propósito especial e “separado
para” atividades edificantes. Portanto, o que fazemos nesse dia deve ser diferente
do que fazemos em todos os outros dias da semana. O próprio Jesus ficou na
sepultura no dia de sábado e ressuscitou no domingo, guardando o sábado mesmo
em Sua morte. Essa é a importância do sábado para Deus.

Em toda a Bíblia, Deus nos mostra que o dia do sábado é crucial, instruindo-nos a
abandonar os negócios e atividades comuns e a celebrar o Senhor do sábado. Ele
nos encoraja a reconhecer o sábado como “um deleite”, como “o santo dia do
Senhor” e a honrá-lo, não seguindo nossos próprios caminhos, nem encontrando
nossos próprios prazeres egoístas, nem falando nossas próprias palavras
mundanas. Deus mais uma vez promete uma bênção (Is 58:13, 14). Da mesma
forma que o Senhor promete nos abençoar quando devolvemos o dízimo, Ele
também promete uma bênção quando vivemos o sábado em Seu caminho, sem nos
concentrar em nossos próprios desejos, mas glorificando a Deus em tudo o que
fazemos. Contudo, mais uma vez, assim como foi mencionado no tocante ao dízimo,
não devemos guardar o dia santo a fim de obter bênçãos, mas porque é um dia que
nos foi dado como um presente para nos concentrarmos na bondade do Senhor.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Dízimo

1. Qual é o princípio por trás do ato de devolver o dízimo? Por que Deus nos pede
que entreguemos a Ele dez por cento da nossa renda?

2. Mencione as lições que podemos aprender com o ato de devolver o dízimo.

Sábado

1. Por que a Bíblia não menciona especificamente o que devemos e não devemos
fazer no sábado?

2. Veja as seguintes passagens práticas sobre como guardar o sábado: Êxodo


16:22-30, Êxodo 34:21, Êxodo 35:3, Isaías 56:2, Isaías 58:13 e Jeremias 17:21.
Escreva a partir desses textos os princípios sobre como Deus quer que observemos
o sábado como um dia sagrado.

3. Veja as seguintes histórias na Bíblia sobre a guarda do sábado: Marcos 2:23-


28, Marcos 3:1-6, Lucas 13:10-17 e João 5:1-12. Reflita sobre essas narrativas e
responda às seguintes perguntas:

A. O que Jesus ensinou sobre o sábado que as pessoas e os líderes não entenderam?

B. Quais são os princípios sobre a guarda do sábado que aprendemos com essas
histórias?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 11

Nada a perder

Para Sintayehu Berhanu, os dois primeiros anos de estudos na Universidade de


Addis Ababa passaram voando, até que uma professora agendou a avaliação final
de estatística para o sábado. Caso não conseguisse aprovação nessa matéria, ele
não se formaria. O jovem etíope era um bom aluno, e pediu ajuda à professora:
“Creio que o sábado é o dia de guarda,” ele disse. “Uso todo o dia para servir a
Deus. Posso ficar na igreja?” A resposta foi uma gargalhada sarcástica. “Esta é uma
instituição acadêmica, não confessional e não podemos aceitar esse tipo de caso”,
respondeu em seguida. Sintayehu insistiu. “Desculpe-me, mas esta é minha crença.
Você poderia mudar o dia da avaliação?” “É impossível”, a professora disse.

Sintayehu, o primeiro adventista da família, contou aos parentes sobre sua


situação e pediu que orassem por ele. Entretanto, eles o pressionaram a realizar o
exame. Um tio que morava na Alemanha lembrou-o de que ele, como irmão mais
velho, era responsável pelos seis irmãos e duas irmãs. Os pais haviam falecido
havia alguns anos. Um parente que morava nos Estados Unidos viu uma brecha.
“Por que você não faz a prova e, posteriormente, pede para ser rebatizado? É como
tomar um banho. As vezes fazem isso nos Estados Unidos.”

Batizado quando era garoto e aluno da Escola Missionária Akiki, Sintayehu recusou
a sugestão. “Creio que o batismo é feito uma vez”, disse. “Não podemos vulgarizar
deliberadamente a participação nesse ritual. Deus é nosso Rei e deseja que
guardemos o sábado.” Até mesmo um pastor adventista o incentivou a fazer a
prova. “Satanás está testando você”, disse. “Ele está tentando anular todos os anos
de esforço que você colocou nos estudos.” Mas Sintayehu recusou voltar atrás:
“Creio que Deus está no Céu e sabe o que acontece na minha vida. Se Ele sabe e está
em silencio, então, tem algo melhor para mim. Preciso esperar.” Sintayehu perdeu
a prova, a professora deu uma nota baixa, mas não ficou triste. Ele imaginou que
não tinha nada a perder.

No ano seguinte, ele refez a matéria de estatística. A mesma professora lecionou


essa matéria e agendou o exame final para o sábado. Novamente, ele perdeu a
avaliação e perdeu a nota. Na terceira vez que foi reprovado, ele foi expulso da
universidade. Era norma da instituição que se aluno fosse reprovado três vezes
deveria ser desligado da universidade. Sintayehu pensou que aquele era o fim dos
seus estudos, mas não se preocupou. Ele imaginou que não havia nada a perder.

Então, ele encontrou emprego em uma escola adventista de educação infantil em


Debrezeit, cidade localizada a 40 quilômetros de Adis Abeba. Um ano se passou, e a
universidade anunciou que havia mudado as normas. No semestre anterior, eles
foram forçados a expulsar uma grande quantidade de alunos reprovados pela
terceira vez. Por isso, decidiu receber os alunos com as maiores médias. Sintayehu
voltou à universidade e começou a cursar estatística pela quarta vez. Sua antiga
professora havia saído da universidade e ele foi aprovado facilmente na matéria.

Após a formatura, uma Escola Adventista em Adis Abeba ofereceu imediatamente a


ele um emprego, por causa da sua boa reputação ao lecionar na escola de educação
infantil. Em seguida, formou-se no mestrado e começou a trabalhar na Radio
Adventista Mundial. Atualmente, ele é produtor na televisão da igreja adventista.
Uma das atividades favoritas de Sintayehu é se encontrar com os alunos
adventistas da sua antiga universidade em Adis Abeba e lhes oferecer uma injeção
de ânimo. Muitos enfrentam problemas com as aulas aos sábados. Ele os incentiva
a obedecer a Deus e guardar o sábado. Eles não têm nada a perder.
“Meus colegas de classe pensaram que perdi muito ao ser expulso da
universidade”, ele testemunha. “Eles se formaram e contratados imediatamente.
Mas agora estou melhor. Se eles forem demitidos ou enfrentarem outras
dificuldades, podem perder tudo. Mas eu não tenho nada a perder. Tenho Deus e
Ele é tudo para mim.’

Dicas da História

• Pronúncia de Sintayehu: < sin-ta-ie-ho >


• Sintayehu foi batizado no sétimo ano, e sua primeira experiência de liderança na
igreja foi contar o informativo mundial para mil colegas na Escola Sabatina. Talvez
ele leia sua própria história na classe da Escola Sabatina hoje, na Etiópia!
• Sintayehu recitou Romanos 8:28 repetidamente quando enfrentou o conflito do
sábado: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O
amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito.”
• Assista ao video de Sintayehu no YouTube: bit.ly/Sintayehu-Berhanu.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Nothing-to-Lose-Ethiopia
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
Lição12

14 de dezembro a 20 de dezembro

Lidando com más decisões

VERSO PARA MEMORIZAR:


Esdras “disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a Ti a face, meu Deus,
porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu
até aos céus” (Ed 9:6).Leituras da semana: Ne 13:23-25; Dt 7:3, 4; 2Co 6:14; Ed 9; Ed
10; 1Co 7:10-17

Sábado, 14 de dezembroAno Bíblico: Hb 7-9

Nas comunidades judaicas o casamento com não israelitas havia se tornado o


padrão. Esdras e Neemias estavam muito preocupados com isso, pois desejavam
levar a nação a um profundo relacionamento com Deus. Eles estavam cientes da
influência negativa que os incrédulos ou adoradores de ídolos poderiam ter sobre
o povo, uma vez que tinham observado os terríveis efeitos dessa prática ao longo
da história. As religiões cananitas se espalharam por todo o Israel até que Baal e
Astarote passaram a ser adorados em todos os lugares altos. Além disso, a
influência dos cônjuges pagãos nas famílias israelitas era prejudicial. Balaão
aconselhou os moabitas a enviarem suas mulheres aos israelitas, certo de que os
israelitas se afastariam de Deus ao se apaixonarem por essas mulheres. Nesse
aspecto, a percepção do falso profeta estava certa. Os cônjuges não apenas
influenciam um ao outro, mas interferem na fé de seus filhos.

O que Esdras e Neemias fizeram com a situação dos casamentos mistos de Israel?
Eles ignoraram o assunto ou lutaram contra o problema? Nesta semana,
examinaremos como os dois líderes abordaram essa questão.

Anotações

Domingo, 15 de dezembroAno Bíblico: Hb 10, 11

A reação de Neemias

1. Leia Neemias 13:23-25. O que ocorreu e como explicar a reação do servo de


Deus diante do problema?
Como os filhos não falavam aramaico (a língua usada durante o exílio) nem o
hebraico, eles não conseguiam entender os ensinamentos das Escrituras. Esse era
um problema real, pois o conhecimento da revelação de Deus podia ser distorcido
ou até mesmo desaparecer. Os escribas e sacerdotes explicavam a Torá
principalmente em aramaico, a fim de tornar a pregação clara para o povo. No
entanto, uma vez que as mães eram de Amom, Asdode e Moabe, e geralmente eram
as principais cuidadoras dos filhos, não é de surpreender que os filhos não
falassem também a língua dos pais. A língua que falamos influencia a maneira
como formamos nossos conceitos, pois usamos o vocabulário dessa cultura. A
perda da língua bíblica significava a perda da identidade. Por isso, Neemias julgava
impensável que as famílias perdessem o contato com a Palavra de Deus e,
consequentemente, sua conexão com o Deus vivo, o Senhor dos hebreus.

Estudiosos da Bíblia destacam que as ações de Neemias provavelmente


humilhassem publicamente o povo como parte dos castigos prescritos naquele
tempo. Quando é dito que ele os repreendeu e os amaldiçoou, não devemos pensar
que o servo de Deus usou linguagem suja ou ofensiva, mas que ele proferiu as
maldições descritas em Deuteronômio 28 sobre aqueles que quebraram a aliança.
Muito possivelmente Neemias escolheu as palavras da Bíblia para levá-los à
compreensão de suas ações erradas e das consequências de suas más escolhas.

Além disso, quando o texto diz que Neemias espancou alguns deles e lhes arrancou
os cabelos (Ne 13:25), em vez de vê-lo indignado e reagindo com fúria, devemos
observar que uma surra era uma punição pública prevista. Essa conduta foi
aplicada apenas a alguns deles, ou seja, aos líderes que causaram ou promoveram a
conduta errada. Essas ações deveriam servir como métodos de humilhação pública.
Neemias desejava assegurar que as pessoas entendessem a gravidade de suas
escolhas e as consequências delas.

Como devemos reagir quando nos deparamos com o que acreditamos ser um mau
procedimento na igreja?Anotações

Segunda, 16 de dezembroAno Bíblico: Hb 12, 13

A repreensão de Neemias

2. De acordo com Neemias 13:26, 27, em que medida a história bíblica é


importante para nos informar sobre os perigos de nos desviarmos do caminho
certo? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Ela nos revela os erros do passado e nos adverte para não repeti-los.
• B. ( ) A história bíblica apenas servia de lição para o povo do passado.
As escolhas de Salomão o levaram mais fundo no pecado. Ele causou sua própria
ruína ao desobedecer ao mandamento de Deus para os reis de Israel: “Tampouco
para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie” (Dt 17:17).
Salomão é usado como exemplo negativo: ele não apenas teve mais de uma esposa,
mas significativamente, como Neemias destacou, escolheu mulheres que não
adoravam a Deus.

3. Por que Neemias estava certo em reprovar a nação por causa dos casamentos
com pagãos? Gn 6:1-4; Gn 24:3, 4; Gn 28:1, 2; Dt 7:3, 4; 2Co 6:14

A ordem para não contrair casamento misto não tinha relação com nacionalismo,
mas com idolatria. Diversas pessoas na Bíblia se casaram com não israelitas.
Moisés se casou com Zípora, midianita; Boaz se casou com Rute, moabita. Mas o
problema do casamento misto, de acordo com essas instruções, dizia respeito à
união com alguém que professasse uma fé diferente ou que não tivesse nenhuma
fé. O problema é que o povo no tempo de Esdras e Neemias escolheu se casar
infiéis. Richard M. Davidson, em Flame of Yahweh [Chama de Yahweh] (Peabody,
Mass: Hendrickson Publishers, 2007), afirma: “O plano edênico para o casamento
[...] exigia uma integralidade complementar de dois parceiros na fé espiritual, bem
como outros valores importantes” (p. 316). As esposas pagãs não renunciaram à
idolatria. Consequentemente, talvez Neemias tenha ficado mais entristecido do que
indignado com as escolhas do povo, já que para ele isso demonstrava uma falta de
compromisso com Deus.

A Bíblia traz fórmulas para práticas que nos manterão firmados em Deus e que
foram planejadas para maximizar nossa felicidade. Da mesma forma, o princípio do
jugo igual no casamento deve melhorar a nossa vida e encorajar mutuamente a
devoção a Deus.

Quais princípios extraídos desses relatos protegem nossa fé e a da nossa família?Anotações

Terça, 17 de dezembroAno Bíblico: Tiago

Esdras reage

4. Leia Esdras 9. Como o servo de Deus reagiu ao ouvir a respeito dos casamentos
mistos entre os israelitas? Esdras 9:1, 2 afirma que eles “não se separaram”. A
palavra “separação” ou “diferença” é usada nos seguintes textos: Lv 10:10; Lv
11:47; Êx 26:33; Gn 1:4, 6, 7, 14, 18. O que o uso dessa palavra revela sobre o
problema de um cristão se casar com um incrédulo?
O povo confrontou Esdras com o problema dos casamentos mistos. A terminologia
que eles usaram ao listar as nações envolvidas em abominações demonstrava seu
conhecimento da Torá, já que a lista foi tirada diretamente dos relatos bíblicos.
Curiosamente, os líderes civis levaram a notícia a Esdras, pois até mesmo os líderes
espirituais da nação, sacerdotes e levitas, eram culpados dessa transgressão.

“Em seu estudo das causas que levaram ao cativeiro babilônico, Esdras havia
verificado que a apostasia de Israel se devia em grande parte a sua mistura com
nações pagãs. Ele notara que, se eles tivessem obedecido à ordem de Jeová de se
conservarem separados das nações que os cercavam, teriam sido poupados de
muitas experiências tristes e humilhantes. Agora ao compreender que não
obstante as lições do passado, homens preeminentes ousavam transgredir as leis
dadas como salvaguarda contra a apostasia, seu coração se afligiu. Ele se lembrou
da bondade de Deus em outra vez dar a Seu povo permanência em sua terra nativa,
e se sentiu presa de justa indignação e aborrecido com a ingratidão deles” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 620).

A palavra “separado” é usada para designar entidades contrastantes. Na verdade,


denota opostos completos. Por essa declaração, o povo admitiu ter compreensão e
conhecimento prévios do mandamento de Deus de se manterem longe das falsas
religiões. Eles entendiam que ninguém poderia se casar com um cônjuge cujas
crenças diferentes não tivessem impacto sobre o casamento ou a maneira de criar
os filhos. Eles perceberam a gravidade do problema.

O que podemos fazer para manter viva a fé em nosso lar e família, mesmo que tenhamos
tomado decisões erradas no passado?Movimento de oração e resgate: Nos dias 6 a 15 de
fevereiro, participaremos dos 10 Dias de Oração. No primeiro sábado (8/2) vamos jejuar,
orar e sair para convidar pessoas para o reencontro com Jesus, no último sábado (15/2).
Prepare sua igreja para resgatar muitos amigos.Anotações

Quarta, 18 de dezembroAno Bíblico: 1 Pedro

Esdras age

5. Leia Esdras 10. Como os líderes lidaram com o problema do casamento misto?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

• A. ( ) Mandaram suas esposas e filhos embora.


• B. ( ) Forçaram as esposas e os filhos a se converterem a Deus.

A assembleia decidiu mandar embora as esposas estrangeiras.


Surpreendentemente, mesmo os que se encontravam nessa situação concordaram
com o plano, exceto quatro homens (Ed 10:15). Os judeus prometeram mandar
embora os cônjuges. Passaram-se três meses para que tudo fosse cumprido. No
fim, 113 judeus dispensaram as esposas (Ed 10:18-43). O último verso (Ed 10:44)
afirma que alguns desses casamentos mistos já haviam gerado filhos. Mandar
embora mães que tinham filhos não parece racional nem correto. No entanto,
devemos lembrar que esse foi um momento único, no qual Deus estava
recomeçando Sua história com a nação judaica e, em certo sentido, eles estavam
firmando um pacto com Ele. Seguir totalmente a Deus exige medidas radicais.

As palavras usadas em Esdras 10:11, 19 para “separar” (badal) e “despedir” (yatza)


não são usadas em nenhuma outra parte das Escrituras para a questão do divórcio.
Esdras conhecia a terminologia usada regularmente para o divórcio, mas ele optou
por não usá-la. Por isso, é evidente que o escriba não considerou aqueles
casamentos válidos depois que descobriu que eles transgrediam o mandamento da
Torá. Em outras palavras, os casamentos foram anulados porque eram contrários à
Lei divina e, portanto, inválidos. No entanto, não recebemos informações sobre o
que aconteceu com as esposas e os filhos e o impacto dessa ação sobre a
comunidade. De acordo com o costume da época, os ex-maridos teriam cuidado da
transferência de suas ex-esposas e de seus filhos. As esposas normalmente teriam
voltado para a casa de seus pais.

Com o tempo, entretanto, alguns judeus começaram a se casar com mulheres


incrédulas, e talvez alguns tenham buscado as esposas que tinham ido embora. A
natureza passageira da solução pode ser atribuída à natureza humana e ao ciclo de
altos e baixos do compromisso com Deus. Mesmo os que se consideram cristãos
fortes têm de admitir que passam por períodos de menor dedicação a Deus quando
sua caminhada com Ele é deficiente. Infelizmente, muitas vezes enfrentamos
dificuldade em colocar Deus no primeiro lugar da nossa vida.

Você já teve períodos de menor dedicação a Deus? O que aprendeu com essas
experiências?Anotações

Quinta, 19 de dezembroAno Bíblico: 2 Pedro

O casamento hoje
D iante do problema dos casamentos mistos, a postura de Esdras e Neemias mostra
que Deus leva o casamento a sério, e nós devemos considerá-lo com seriedade
também. Em espírito de oração, precisamos considerar um possível cônjuge e
incluir o Senhor na tomada de decisão. Devemos decidir ser fiéis aos princípios
divinos que nos protegem de tristezas e dificuldades.
6. Como Paulo lidava com o problema do cristão que tinha um cônjuge incrédulo?
Leia 1Coríntios 7:10-17. Como devemos abordar o jugo desigual?

Como não há na Bíblia uma ordem elaborada sobre o que fazer com os casamentos
inter-religiosos, é imprudente e contrário à intenção do texto e de seus princípios
insistir na ideia de que se separar do cônjuge incrédulo é a abordagem correta e
que, com base no relato de Esdras, a separação deve ser recomendada. A situação
em Esdras e Neemias foi um evento único e estava de acordo com a vontade do
Senhor (Ed 10:11), pois o futuro e a adoração de toda a comunidade estavam em
risco. Eles estavam perdendo sua identidade como adoradores do Deus vivo.

No povoado hebreu de Elefantina, no Egito (na época de Esdras e Neemias), os


líderes permitiram casamentos mistos e logo desenvolveram uma religião mista
com Yahweh e sua consorte pagã, a falsa deusa Anate. Além disso, a linhagem
messiânica estava em perigo. No entanto, o evento do tempo de Esdras não deve
ser tomado como uma prescrição para o rompimento de casamentos e famílias
sempre que um cristão estiver casado com um 1incrédulo. Em vez disso, o relato
demonstra o alto valor que Deus dá a um casamento contraído sob jugo igual.
Satanás se alegra quando alguém se casa com uma pessoa que não incentiva a
devoção a Deus porque ele sabe que se ambos os cônjuges tiverem a mesma
convicção terão mais força para cumprir a missão do que se apenas um for fiel.

Embora a Bíblia desaconselhe casamentos sob jugo desigual (2Co 6:14), há


também passagens com ampla graça para os que fizeram escolhas diferentes. O
Senhor dá poder aos que estão casados com incrédulos a fim de que sejam fiéis a
Deus e ao cônjuge. Ele não nos abandona quando fazemos escolhas contrárias à
Sua vontade e nos concede ajuda se a buscamos. Isso não significa que devamos
fazer o que quisermos esperando que Deus nos abençoe, mas indica que, quando
nos achegamos a Ele com uma necessidade, em atitude humilde, Ele sempre nos
ouve. Sem a graça divina, não haveria esperança para nenhum de nós, pois somos
todos pecadores.

Anotações

Sexta, 20 de dezembroAno Bíblico: 1 João

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 669-678 (“Reforma”).

“Diligência numa atividade apontada por Deus é uma parte importante da


verdadeira religião. Os homens deviam apoderar-se das circunstâncias como sendo
instrumentos de Deus com que executar a Sua vontade. Ação pronta e decisiva no
tempo certo alcançará gloriosos triunfos, ao passo que demora e negligência
resultam em fracasso e desonra para Deus. Se os líderes na causa da verdade não
mostram zelo, se são indiferentes, sem objetivos, a igreja será descuidada,
indolente e amante dos prazeres; mas se são cheios de santo propósito para servir
a Deus e a Ele somente, o povo será unido, esperançoso, cheio de ânimo.

“A Bíblia se sobressai em contrastes vivos e evidentes. O pecado e a santidade são


postos lado a lado, para que, considerando-os, possamos fugir de um e aceitar o
outro. As páginas que descrevem o ódio, a falsidade e a traição de Sambalá e Tobias
narram também a nobreza, devoção e altruísmo de Esdras e Neemias. Somos
deixados livres para escolher a quem queremos imitar. Os terríveis resultados da
transgressão das leis de Deus são postos em contraste com as bênçãos da
obediência. Nós mesmos devemos decidir se queremos sofrer as consequências de
um ou desfrutar o prêmio do outro” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 676).

Perguntas para discussão

1. Aparentemente os judeus que não se dedicavam a Deus escolheram esposas


pagãs. Por essa razão, Esdras não deixou que eles simplesmente seguissem os seus
próprios planos, mas tentou reprová-los e corrigi-los. Será que eles foram
transformados? Ao mudarem seu comportamento, eles modificaram seu interior?
Temos provas de que muitos deles não mudaram? Levando em conta os erros
deles, é importante a mudança do coração?

2. Como ajudar os que lutam com os problemas resultantes de casamentos


imprudentes?

3. Embora os princípios sejam eternos e absolutos, as culturas variam. Por que


devemos considerar essas diferenças quando aplicamos os princípios divinos às
situações da vida?

Respostas e atividades da semana: 1. Os filhos dos israelitas estavam perdendo


o contato com suas línguas, o hebraico e o aramaico. Consequentemente, perdiam a
ligação com as Escrituras. A reação veemente de Neemias fazia parte de um
conjunto de punições públicas aplicáveis a quem quebrava a aliança. 2. A. 3.
Porque havia uma orientação divina contra essa prática. 4. Esdras rasgou suas
vestes e seu manto, arrancou seus cabelos e a barba e se assentou atônito. O uso
dessa palavra sempre implica fazer diferença entre santo e profano. No casamento
não é diferente, pois não é bom misturar pessoas separadas por Deus com pessoas
profanas. 5. V; F. 6. O matrimônio deve ser em jugo igual; mas se ocorreu um
casamento desigual, não deve haver separação do cônjuge incrédulo, pois ele pode
ser santificado pela presença do cônjuge fiel.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 12
Lidando com más decisões
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Esdras 9:6

FOCO DO ESTUDO: Esdras 9 e Esdras 10; Neemias 13:23-31

Entre as más decisões que os israelitas tomaram estava o casamento com


incrédulos que não compartilhavam sua crença no verdadeiro Deus vivo. As duas
seções estudadas nesta lição tratam da percepção de que o povo havia misturado
suas famílias com aqueles que não desejavam seguir ao Senhor e eram idólatras. O
livro de Neemias termina com um breve relato da contenda dele com alguns dos
judeus, pois estavam arriscando sua devoção a Deus casando-se com descrentes.
Neemias chamou a atenção para o caso de Salomão, que caiu por causa de sua má
escolha de se casar com mulheres idólatras. O povo precisava aprender com essa
má experiência. Neemias publicamente envergonhou os homens que se haviam
casado com infiéis, lembrando-lhes de que suas escolhas os levariam a Deus ou
para longe Dele.

É curioso que Esdras tenha lidado com a mesma situação alguns anos antes.
Em Esdras 9 e Esdras 10, lemos a oração de confissão do servo de Deus, que
reconheceu a gravidade do casamento com os incrédulos. A nação israelita estava
recomeçando. Nesse contexto, os judeus cresceriam em um compromisso maior
com Deus ou influenciariam uns aos outros a se afastarem Dele. O zelo de Esdras e
Neemias nessa situação deixou a nação de joelhos e muitos deles aderiram à
reforma, separando-se de seus cônjuges descrentes.

Assim, aprendendo com essas histórias, devemos pensar cuidadosamente sobre a


escolha do cônjuge. Porém, mais importante ainda, devemos aprender com o
princípio enfatizado aqui: devemos fazer escolhas que nos aproximem mais de
Deus, e que não nos afastem Dele. Toda decisão deve ser ponderada e
fundamentada na condição em que terminaremos no futuro, caso continuemos
nesse caminho.

COMENTÁRIO

Neemias 13: A reação de Neemias e a atitude radical para com os casamentos


mistos

Neemias chamou a atenção do povo para o exemplo do rei Salomão, relembrando


que, devido a más decisões, até mesmo o rei mais sábio que já viveu caiu na
idolatria que suas mulheres promoveram. O governador perguntou aos israelitas
se eles achavam que estavam imunes às influências dos idólatras que viviam em
suas próprias casas. Brincar com fogo produz apenas fogo. Mesmo os sacerdotes
não estavam seguindo a Deus de todo o coração nesse assunto. O neto do sumo
sacerdote havia se casado com a filha de Sambalate, o horonita, um dos piores
inimigos de Israel. Um sacerdote recebia a seguinte ordem: “Virgem do seu povo
tomará por mulher. E não profanará a sua descendência entre o seu povo” (Lv
21:14, 15). Consequentemente, Neemias afugentou o neto do sumo sacerdote (Ne
13:28). Essa ação radical demonstrou a seriedade com que o servo de Deus
defendeu a questão do casamento entre os crentes. O matrimônio deve refletir os
princípios divinos de amor e é uma unidade nuclear para a construção da igreja e
da sociedade.

Esdras 9: O escriba confrontado com o problema, e a oração dele

Alguns anos antes, Esdras também tinha lidado com a situação dos casamentos
mistos. Quando foi dito a ele que algumas pessoas, líderes e sacerdotes tinham
esposas que não haviam entregado o coração a Deus, Esdras ficou abalado. Ele
rasgou suas roupas e sentou-se por um longo tempo desgrenhado e chocado.
Depois de tudo que os israelitas tinham experimentado, ele não podia acreditar
que os pecados que os haviam levado ao exílio, de onde haviam acabado de voltar,
fossem novamente predominantes em Israel. Por não desejar ser diferente das
nações vizinhas antes do exílio, Israel havia sido levado para longe de Deus
aceitando a adoração dos deuses de seus vizinhos. Essa mistura com outras nações
os levou a práticas malignas e culto sincretista, e agora eles estavam à beira de cair
nos mesmos pecados. Para completar, eles mal haviam saído de Babilônia. Esdras
ficou tão angustiado e entristecido com a notícia que ficou sentado em sinal de luto
até o sacrifício da tarde. Depois, prostrou-se diante de Deus e fez uma bela oração,
confessando os pecados da nação e afirmando que não poderia nem mesmo erguer
o rosto diante de Deus por causa do que o povo havia feito.

Em Esdras 9:9, o servo de Deus declarou em sua oração: “Não nos desamparou o
nosso Deus; antes, estendeu sobre nós a Sua misericórdia.” A palavra hebraica
traduzida como misericórdia é chessed, que significa muito mais do que apenas
compaixão. Implica amor e fidelidade inabaláveis ou bondade amorosa. Deus
estendeu misericórdia para (1) conceder (natan [dar]) um reavivamento; (2)
consertar (rum [arrumar]) a casa; (3) reconstruir (amad [levantar]) as ruínas; e (4)
conceder a (natan [dar]) Israel um muro. Esses são todos verbos de ação,
mostrando que Deus não abandonou Seu povo, mas o ajudou para que essas quatro
coisas pudessem acontecer: Ele trabalhou para consertar a casa, reconstruir as
ruínas, dar um muro e reavivar o povo. A palavra “reavivar” é mencionada duas
vezes, e aparece também no verso 8. A palavra para “reavivar” é michyah, que
significa vivificante, salvífico, alívio, recuperação e sustento (como comida). Em
outras palavras, Esdras enfatizou que Deus lhes deu “vida”. Ele tinha salvado a vida
deles, dado a eles o que precisavam e os havia reavivado para que pudessem fazer
o trabalho que devia ser feito na cidade de Jerusalém. Além disso, Ele os reavivou
para que pudessem ser “inteiros” novamente.

Mas eles estavam jogando fora todas as bênçãos de Deus por meio do casamento
com adoradores de ídolos. A integridade que o Senhor desejava para Seu povo
estava sendo prejudicada por suas escolhas. Esdras temia que eles não pudessem
continuar a ser totalmente reavivados como povo de Deus se muitos deles
escolhessem se unir a parceiros que não respeitassem o Senhor. Especialmente
nesse momento de recomeço da nação, em que eles eram apenas um grupo
remanescente, Esdras sentiu ser imperativo que os israelitas seguissem a Deus e
não se misturassem outra vez com práticas que os levassem para longe Dele. A
estrita conformidade com a Palavra divina era especialmente importante naquele
momento porque os filhos desses casamentos nem mesmo conheceriam a
linguagem da Bíblia.

Esdras 10: a solução

A preocupação e a profunda convicção do servo de Deus sobre esse assunto


impressionaram o povo pela gravidade de suas ações. Eles começaram a se reunir
ao redor de Esdras e choravam com ele. Um homem ou uma mulher inteiramente
dedicado a Deus pode ter uma profunda influência sobre aqueles que os rodeiam.
Um líder piedoso que não deixa de enfrentar as ações más inspira piedade nos
outros. Os líderes surgiram com a solução de mandar embora as esposas e filhos.
Esses casamentos não estavam de acordo com a vontade divina; portanto, a
palavra para divórcio não é mencionada.

Hoje, quando decidimos sobre a questão da separação de um cônjuge descrente,


consideramos o princípio por trás das ações desses líderes, e não para a letra da
palavra. Paulo aconselhou os cônjuges crentes a não deixarem o cônjuge descrente
que verdadeiramente desejasse permanecer casado. Por outro lado, ninguém deve
forçar um incrédulo a permanecer casado com uma pessoa crente contra a sua
vontade (1Co 7:12-15). Ninguém pode forçar um arranjo tão desigual. Portanto, o
princípio que vem à tona é o de fazer escolhas sábias em todas as áreas da vida.
Assim, de acordo com as instruções divinas, devemos escolher sabiamente com
quem nos casamos, mas também precisamos viver com sabedoria no casamento,
seja com um crente ou incrédulo. Além disso, necessitamos fazer escolhas sábias.
Temos o dever de representar a Deus no modo como conduzimos nossos negócios,
nossos trabalhos, e na maneira de criar os filhos e interagir com outros, incluindo a
forma como abordamos as questões com nosso cônjuge ou com alguém que está
irado conosco.

Uma palavra importante que aparece em ambos os capítulos é chared, que significa
tremer ou temer (Ed 9:4; Ed 10:3). Na primeira ocorrência, o servo de Deus afirma
que “se ajuntaram a [ele] todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel”. Na
segunda, ele relata que a solução da separação foi executada por causa do conselho
dos que tremiam “ao mandado do nosso Deus”. Portanto, o conceito de tremer
diante da “palavra de Deus” e do “mandado de Deus” está ligado como uma coisa
só, o que significa que cada frase é apenas um esclarecimento da outra. A ideia de
tremer diante da palavra de Deus é mencionada em alguns outros lugares da
Bíblia, como em Isaías 66, onde é mencionada duas vezes. “Mas o homem para
quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da Minha Palavra” (Is
66:2). “Ouvi a Palavra do Senhor, vós, os que a temeis” (Is 66:5). A ideia de tremer
perante Deus e Sua Palavra denota o correto espírito de humildade ao se
aproximar de Deus e das Escrituras. Reconhecemos que não sabemos tudo e,
portanto, nos aproximamos com simplicidade para aprender e seguir de bom
grado o que ouvimos ou lemos. Não somos críticos da Palavra, mas a Palavra é um
guia para nós.

Assim, a maior lição que podemos aprender com o problema com o qual Esdras e
Neemias tiveram que lidar é que devemos “tremer” diante da Palavra de Deus. As
pessoas tremiam diante do Senhor e, portanto, estavam dispostas a fazer o máximo
para ter um forte relacionamento com Ele. Tremer diante do Criador leva à
obediência à Sua Palavra e, por sua vez, à felicidade e alegria na vida. Que nós
também possamos tremer diante da Palavra de Deus, e não deixar que nada esteja
entre nós e a obediência às Escrituras. Ser discípulo significa obedecer, não apenas
conhecer. Como diz o hino “Crer e Observar”: “Em Jesus confiar, Sua lei observar,
oh, que gozo, que bênção, que paz! Satisfeitos, guardar tudo quanto ordenar,
alegria perene nos traz!” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, nº 301).

APLICAÇÃO PARA VIDA

1. Assim como Deus agiu na vida dos israelitas e lhes deu o que precisavam, como é
demonstrado pelos verbos de ação usados em Esdras 9:9, Ele também age em
nossa vida. Pense nas coisas que o Senhor está fazendo por você agora.
Compartilhe com a classe.

2. Deus queria reavivar o remanescente israelita e torná-lo inteiro novamente,


mas, como Esdras e Neemias apontaram, o casamento com idólatras os impedia de
experimentar a plenitude do plano de Deus para sua vida. Eles estavam perdendo a
caminhada com Deus. O Senhor quer nos tornar inteiros e nos reavivar também.
Reflita sobre se há algo em sua vida que esteja dificultando a verdadeira felicidade
e harmonia com Deus. O que o está impedindo de ter um relacionamento mais
profundo com o Criador?

3. Aqueles que tremiam diante da Palavra de Deus se juntaram a Esdras e


decidiram fazer mudanças em sua dedicação coletiva ao Senhor.

A. De que maneira devemos “tremer” diante da Palavra de Deus?

B. O que sua igreja pode fazer para reconsagrar a vida ao Senhor?

C. O que você pode fazer para renovar seu compromisso com o Altíssimo?

D. Ter um cônjuge responsável pode ajudá-lo a fazer uma mudança?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 12
Órfão compra orfanato

Quando Patrick Kayend Omughamay, de 14 anos, perdeu a mãe, as pessoas


passaram a chamá-lo de feiticeiro. Patrick era o mais velho dos nove filhos, em uma
família de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. A mãe era a
provedora da família, mas toda responsabilidade caiu sobre ele quando ela morreu
inesperadamente.

Sem conseguir trabalho, Patrick saía pelas ruas pedindo alimento. Mas os vizinhos,
convencidos de que ele era um feiticeiro, recusavam ajudá-lo. Um ano se passou e
as autoridades o colocaram em um orfanato, onde ele recebeu alimento e foi
educado. Porém, quanto estava com 21 anos, o orfanato foi fechado e ele precisou
voltar ao antigo bairro. As pessoas sussurravam: “O feiticeiro voltou.”

Os dois anos seguintes foram os mais difíceis. Ele enchia sacos plásticos de água e
tentava vender na rua. Passava várias horas pensando sobre a vida sob uma
mangueira. O futuro parecia sem esperança. O único momento de alegria era
quando ia à igreja aos sábados. Sua mãe era adventista.

Certo sábado, um médico adventista, Jack Kavale, convidou os jovens para


participarem de um encontro. Ele ofereceu ajuda a todos os que tivessem uma
ideia viável para uma pequena empresa. Patrick disse que desejava abrir uma lan
house. Jack disse que custaria muito abrir a empresa, mas ofereceu 50 dólares
como capital inicial. Pensando no que poderia fazer, Patrick mostrou o dinheiro
para o ancião. “Você deve separar o dizimo antes de qualquer coisa”, ele disse.
Patrick pensou: “o ancião está contra mim. Tenho pouco dinheiro e ele está me
pedindo para entregar o dizimo.”

O ancião leu a passagem bíblica que falava sobre o assunto. Imediatamente Patrick
separou o dizimo. O ancião orou em favor de Patrick e desejou que Deus o
acompanhasse. Com 45 dólares, Patrick comprou um grande guarda-chuva, uma
mesa e dois celulares que faziam ligações. Ele colocou a mesa na sua casa e colocou
um cartaz anunciando o “Telefone Público.” Para usá-lo, as pessoas deveriam
pagar.

Os vizinhos previram fracasso. “Que tipo de comércio é este?”, alguns


perguntavam. “Nunca será bem-sucedido.” Depois das despesas, Patrick ganhou
somente 2,50 dólares por dia. Então, tomou emprestada uma moto e começou a
oferecer serviço de táxi à noite. Depois de algum tempo, ele economizou 300
dólares. Em seguida, Patrick assistiu a uma reunião de empresários. Um pastor
pediu apoio para séries evangelísticas que se realizariam em Kinshasa. Para essa
campanha, ele não sabe por que, mas prometeu 200 dólares. Os vizinhos acharam
essa uma decisão insensata. “Por que você doou 200 dólares?”, perguntavam
admirados. “Que tipo de trabalho você faz agora?” Passado um mês, Patrick
começou a se pensar que cometera um erro.
Certo dia, enquanto Patrick estava à sua mesa do negócio de aluguel do celular, um
estranho se aproximou e ofereceu um notebook por 120 dólares. Patrick achava
que um notebook poderia ajudá-lo a expandir os negócios, mas ele só tinha 80
dólares. O estranho rejeitou a oferta, dizendo que era uma oferta muito baixa.
Depois de algum tempo, no entanto, ele voltou e aceitou os 80 dólares.

Na manhã seguinte, outro homem se aproximou de sua mesa e perguntou: “Você


conhece alguém que tenha um notebook para vender? Mu amigo precisa comprar e
está disposto a pagar 600 dólares.” Patrick e o homem foram à casa do amigo. Ao
ver que o aparelho funcionava, perguntou o preço. “Seiscentos dólares”, Patrick
disse. “Eu compro por 550 dólares”, o homem propôs e o negócio foi fechado.

Ao sair da casa, Patrick mal acreditou no que havia acontecido. Ele comprou um
notebook por 80 dólares e o vendeu no dia seguinte por 550 dólares. Depois de
separar o dízimo, ele atualizou sua mesa de telefone celular para um estande de
madeira e começou a oferecer serviços de troca de dinheiro, além dos serviços de
telefonia celular. O negócio prosperou e, em pouco tempo, ele estava ganhando
entre 300 e 400 dólares por semana. Ate chegar ao lucro de dois mil
dólares. Patrick comprou o orfanato que ele morou na adolescência.

Hoje, ele e a esposa criam seis órfãos e administram uma escola primária nas
instalações do orfanato. As crianças que moram nas ruas são convidadas para
refeições gratuitas. Ele ainda separa 50 dólares para qualquer viúva da igreja que
tem uma ideia promissora para abrir uma pequena empresa. Os vizinhos não mais
o chamam de feiticeiro. “As pessoas diziam que eu era um feiticeiro. Mas Deus
mostrou que sou Seu filho”, diz Patrick

Muito agradecemos pela oferta do Décimo Terceiro Sábado de 2016 que ajudou a
construir as salas de aula da Escola Sabatina para crianças em três igrejas em
Kinshasa, incluindo a que Patrick frequenta. Parte da oferta deste trimestre
ajudará a Clínica Adventista de Kinshasa.

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Patrick no YouTube: bit. ly/ Patrick-Omughamay.


• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página:
bit.ly/Orphan-Buys-Orphanage
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
Lição13

21 de dezembro a 27 de dezembro

Líderes em Israel

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Então, todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a regozijar-se grandemente,
porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas” (Ne 8:12).Leituras da
semana: 1Rs 12:1-16; At 15:7-11; Jo 11:46-53; Ne 4:7-23; Ed 8:21-23, 31, 32

Sábado, 21 de dezembroAno Bíblico: 2 João; 3 João; Judas

Esdras e Neemias são exemplos de grandes líderes, dedicados a Deus e ao


cumprimento das tarefas que o Senhor os chamou a realizar. Inspirados por seu
amor a Ele, desejaram atuar como servos fiéis. A fidelidade deles tem ocupado uma
parte central em nosso estudo.

Nesta semana, examinaremos exemplos de liderança, incluindo Esdras e Neemias.


As lições extraídas não são exaustivas, pois muitas outras poderiam ser discutidas.
No entanto, a partir do texto bíblico estudaremos conceitos fundamentais para os
líderes. Você pode não se considerar um líder, mas, lembrando que todos
exercemos influência sobre outras pessoas, as lições são aplicáveis a nós também.

A Palavra de Deus é central na história desses líderes. Ela transformou o


pensamento e a vida e resultou em todo o programa de reavivamento e reforma.
Eles eram gratos à Palavra de Deus e à instrução encontrada nela. Da mesma
forma, não importa quem somos e qual seja a nossa função, como cristãos
adventistas do sétimo dia devemos manter as Escrituras no centro da nossa vida.

Anotações

Domingo, 22 de dezembroAno Bíblico: Ap 1-3

A influência dos líderes


Na Bíblia encontramos exemplos bons e ruins de liderança e, às vezes, até uma
mistura de ambos. Houve situações em que líderes maus fizeram coisas boas
enquanto bons líderes fizeram coisas ruins. Afinal, todos os seres humanos, como
tais, são capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, o certo e o errado. Quem já não
vivenciou essa realidade?
É importante lembrar que um líder exerce grande influência, seja para o bem ou
para o mal. Já é bastante ruim ser uma influência negativa em casa ou no local de
trabalho, ou onde quer que esteja, mas quando você está em posição de liderança,
seja na esfera espiritual, política ou em outras áreas, a influência é grandemente
multiplicada. Portanto, em qualquer função que você esteja, e especialmente em
posições de liderança, é crucial que reflita os princípios e ensinamentos das
Escrituras.

1. Que exemplos de liderança podemos encontrar nos textos a seguir? Por que eles
foram bons ou ruins?

Roboão (1Rs 12:1-16)

Pedro (At 15:7-11)

Josias (2Rs 23:1-10)

Débora (Jz 4:1-16)

Acabe (1Rs 21:1-16)

Quais lições nos ensinam essas histórias sobre o que torna uma liderança boa ou ruim? Como
podemos aplicar o que aprendemos às funções que desempenhamos?Movimento de oração e
resgate: Deus chama cada igreja para um desafio em 2020: batizar no mínimo 1 ex-
adventista no sábado dia 15/2, no programa especial do Reencontro. Você aceita essa
missão?Anotações

Segunda, 23 de dezembroAno Bíblico: Ap 4-6

O mal aos olhos do Senhor

2. O que os seguintes textos revelam sobre esses líderes e sua influência sobre as
pessoas que estavam sob seu governo?

1Rs 15:26, 34

2Rs 13:1-3

Jo 11:46-53
A nossa liderança tem o potencial de elevar ou desanimar pessoas espiritualmente.
Esse fato traz uma séria reflexão para os que ocupam posições de liderança em
qualquer função. E, em todos os casos apresentados nos textos citados acima, o
efeito foi devastadoramente negativo.

Mais especificamente, nosso caráter e a dedicação a Cristo fazem a diferença para


aqueles com quem nos relacionamos. Líderes espirituais influenciam os outros,
seja em direção a Deus, se eles mesmos O buscam, ou em direção ao mal, se estão
afastados Dele.

Em contraste com o que vimos hoje, é inegável o fato de que Esdras e Neemias
tiveram um forte relacionamento com Deus. A quantidade de jejuns e orações
desses servos de Deus registrada na Bíblia excede o que há relatado nas Escrituras
a respeito de outros grandes líderes. A nação estava andando com Deus sob a
liderança deles, pois o rumo de sua vida se dirigia para Ele, mesmo que nem tudo
fosse perfeito. Por outro lado, o fato de que alguns não tenham sido impactados ou
transformados pela influência de Esdras e Neemias atesta que, em última análise, a
fé de qualquer outra pessoa não faz diferença para nós, se não exercemos a nossa
própria fé. Afinal, observe as pessoas que tiveram a chance de ver Jesus em carne e
osso, de ouvi-Lo pregar e até mesmo de testemunhar Seus milagres ou ouvir sobre
eles, e ainda assim O rejeitaram. Temos uma função a desempenhar, seja qual for a
nossa situação na vida, e podemos ser uma influência para o bem ou para o mal. No
fim, cada pessoa terá que responder por si mesma perante Deus.

Como você pode influenciar de modo positivo as pessoas com as quais se relaciona?Anotações

Terça, 24 de dezembroAno Bíblico: Ap 7-9

Coragem e poder

3. Leia Neemias 4:7-23. De que maneiras Neemias demonstrou coragem? O que lhe
deu essa ousadia? Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) Mandou o povo lutar e ficou escondido em sua casa.


• B. ( ) Pôs os construtores para vigiar e ficou com eles. Deus o encorajava.

Neemias lutou contra inimigos que tentavam intimidar os judeus. Ele reagiu
tomando a iniciativa de preparar o povo para lutar. O servo de Deus não disse
apenas “tudo bem, Deus, você faz tudo”. Em vez disso, ele levou o povo a fazer a sua
parte. Os judeus pegaram espadas e outras armas enquanto trabalhavam para
construir o muro. Sob a liderança de Neemias, eles não se acovardaram, mas
ousadamente pegaram em armas para se defender. O governador encorajou-os,
acreditou neles, trabalhou com eles e lhes deu a responsabilidade de agir. Ele os
capacitou a fazer a obra à medida que delegava e atribuía tarefas. No entanto,
Neemias não disse ao povo o que devia fazer e depois se escondeu em seu
aposento. Em vez disso, ele ficou ao lado deles e fez o trabalho duro que precisava
ser feito.

Em certas ocasiões, o Senhor mandou o povo ficar parado e observar enquanto Ele
batalhava; mas há outros exemplos em que disse: “Prepare-se para agir, e Eu lhe
darei a vitória”. Devemos fazer a nossa parte se quisermos ver a libertação e as
bênçãos divinas.

“Na firme devoção de Neemias à obra divina e em sua confiança igualmente firme
em Deus está a razão da derrota dos seus inimigos em atraí-lo ao seu poder. A
pessoa indolente facilmente cai presa da tentação; mas na vida que tem nobre alvo,
absorvente propósito, o mal encontra pouco terreno. A fé de quem está
constantemente avançando não se debilita; pois acima, embaixo e além, ele
reconhece o Infinito Amor promovendo todas as coisas para a realização do Seu
bom propósito. Os verdadeiros servos de Deus trabalham com determinação que
não falhará, porque estão na constante dependência do trono da graça” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 660).

No fim, a coragem de Neemias veio da compreensão que ele tinha da realidade e do


poder de Deus, e sua fé norteou suas ações.

Embora o contexto seja diferente, como a postura de Neemias reflete estas palavras de Tiago:
“Alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as
obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2:18)?Anotações

Quarta, 25 de dezembroAno Bíblico: Ap 10, 11

Propósito e entusiasmo

4. O que os seguintes textos revelam sobre a força motivadora na vida de Esdras e


Neemias? (Ne 2:1-10; Ed 7:8-10). Assinale a alternativa correta:

• A. ( ) A grande força motivadora na vida deles era Deus e Sua lei.


• B. ( ) O que os motivava a seguir era seu sucesso e popularidade.

Em tudo que faziam, Esdras e Neemias buscavam ver a vontade de Deus cumprida
na vida do povo. É verdade que os judeus haviam estragado tudo e foram punidos
por isso. Mas o Senhor, fiel às Suas promessas, abriu o caminho para que Seu povo
retornasse à terra prometida e, se fosse fiel, realizasse os objetivos que Ele havia
estabelecido. E Deus, em Sua sabedoria, escolheu dois homens dedicados, homens
de certa maneira semelhantes a Moisés, para desempenhar uma função central na
restauração, assim como Ele havia usado Moisés para uma obra especial.

Grandes líderes, como esses dois homens, têm um objetivo que impulsiona todas
as suas ações. Pode-se dizer que Esdras e Neemias tinham um propósito na vida.
Eles tinham uma visão de onde desejavam que o povo de Deus estivesse, e então
colocaram todas as suas forças para realizar esse objetivo.

Esdras fez isso estudando as Escrituras e ensinando a Palavra ao povo. Neemias


encorajou o povo a fazer o que era certo e a defender o Senhor corajosamente.
Ambos desejavam ver Jerusalém restaurada, mas não apenas uma restauração
material; também desejavam ver o reavivamento e a reforma na vida espiritual de
seus habitantes. Por isso, eles corrigiram, reprovaram e, às vezes, exigiram certa
maneira de agir. Grandes líderes creem em algo maior que o comum e o medíocre.
Esdras e Neemias criam em um Deus amoroso e poderoso que faz milagres; por
isso, eles desejavam que todos tivessem uma relação profunda com o Pai celestial.

Desde o primeiro capítulo de Neemias, o leitor fica impressionado com sua


dedicação à causa de Deus e também com sua aflição por causa da triste situação
de seu povo. Nesse capítulo, é relatado que ele chorou quando soube do sofrimento
dos israelitas em Judá. Em oração, ele se comprometeu a fazer o que Deus lhe
pedisse. Neemias parecia motivado pela ideia de fazer a diferença no mundo. Ele
era um homem de ação em favor de Deus. Não foi ganhando o maior salário ou
tendo uma posição preeminente que Neemias escolheu fazer a diferença (embora
ele tivesse esses privilégios na Pérsia), mas indo a Judá, uma nação desfavorecida,
que sofria oposição a cada passo. Ele foi movido pela fé, independentemente dos
obstáculos à sua frente.

Anotações

Quinta, 26 de dezembroAno Bíblico: Ap 12-14

Humildade e perseverança

5. Leia Esdras 8:21-23, 31, 32. A decisão de Esdras de não falar com o rei foi tola ou
corajosa? Como o servo de Deus e o povo mostraram humildade?

Posteriormente, Neemias aceitou a comitiva do rei para a sua proteção. Mas no


caso de Esdras, ele acreditava que Deus poderia Se manifestar de modo mais
amplo se não pedisse nada ao rei. Portanto, quando chegaram a Judá sem prejuízo,
isso foi atribuído a Deus. Talvez em certas situações é possível que confiemos
demais em outras pessoas e não nos apoiemos no Senhor o suficiente para deixar
que Ele Se revele. Esdras escolheu deixar Deus fazer a obra e provou ao rei que, de
fato, o Senhor é poderoso.
No entanto, Esdras não agiu com presunção. Ele convocou o povo para jejuar e orar
a respeito da situação. Eles não começaram a viagem antes de passar um tempo
significativo com Deus. Achegaram-se a Ele humildemente, pedindo que Sua
proteção se tornasse um sinal de Seu poder, e o Senhor respondeu às suas súplicas.

6. Leia Neemias 5:14-19. Como o servo de Deus mostrou humildade?

Os verdadeiros líderes devem estar dispostos a se humilhar e ser servos. Líderes


competentes não exigem nem precisam de um título para ganhar honra. Neemias
tinha suas portas abertas e generosamente acolhia as pessoas e fazia doações ao
povo. Ele demonstrou sua fé em Deus, e sua incrível dedicação ao Senhor foi um
exemplo para o povo. Esse líder tinha uma personalidade forte e um
temperamento firme, mas não se colocava acima de ninguém como superior. Ele
exercia a mais alta posição da nação judaica naquele tempo e era generoso. Assim,
sua vida e seus ensinamentos são semelhantes aos praticados por Jesus, que nos
ensinou que a melhor maneira de liderar é servir aos outros. Cristo fez isso e,
independentemente de nossa função, devemos agir de modo semelhante.

“E Ele, assentando-Se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o
último e servo de todos” (Mc 9:35). O que significa ser um verdadeiro líder aos olhos de
Deus?Anotações

Sexta, 27 de dezembroAno Bíblico: Ap 15-17

Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 93-104 (“O Privilégio da Oração”).

“A obra de restauração e reforma realizada pelos que voltaram do exílio sob a


liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias apresenta o quadro de uma obra de
restauração espiritual que deve ocorrer nos últimos dias da história da Terra. O
remanescente de Israel era um povo débil, exposto aos ataques dos seus inimigos;
mas por intermédio dele Deus Se propôs a preservar na Terra o Seu conhecimento
e de Sua lei. Eles foram os guardiões do verdadeiro culto, os guardadores dos
santos oráculos. Variadas foram as experiências que tiveram na reconstrução do
templo e dos muros de Jerusalém; forte foi a oposição que tiveram de enfrentar.
Pesada foi a carga levada pelos líderes nessa obra; mas esses homens
prosseguiram com inabalável fé, em humildade de espírito, e com firme confiança
em Deus, crendo que Ele levaria Sua vontade ao triunfo. Como o rei Ezequias,
Neemias ‘se apegou ao Senhor, não deixou de segui-Lo e guardou os mandamentos
que o Senhor ordenara a Moisés. Assim, foi o Senhor com ele’” (2Rs 18:6, 7; Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 677).
Perguntas para discussão

1. Por que devemos apoiar nossos líderes?

2. Por que o estilo de liderança servidora é tão difícil, exigente e, ao mesmo tempo,
recompensador? Por que é tão importante para um líder cristão ser também um
servo?

3. Em todo o livro, Neemias aparece orando. Esdras também era homem de oração.
Quantas vezes a palavra oração ou orou é mencionada nos livros de Esdras e
Neemias? Temos uma intensa vida de oração?

4. “Porque se apegou ao Senhor, não deixou de segui-Lo e guardou os


mandamentos que o Senhor ordenara a Moisés” (2Rs 18:6). Como nos apegamos
ao Senhor? O que isso significa? Como esse apego se relaciona à guarda dos
mandamentos divinos?

Respostas e atividades da semana: 1. Roboão foi um mau líder, pois seguiu os


conselhos de seus amigos, aumentando a opressão ao povo; Pedro foi um líder
sábio, pois convenceu os outros líderes a aceitar os gentios no meio deles; Josias foi
um bom líder, pois levou Israel a entrar novamente na aliança com Deus e mandou
queimar os utensílios e o poste-ídolo dedicados a Baal, e que estavam no templo;
Débora foi uma líder corajosa, pois orientou Baraque a enfrentar o exército de
Jabim, comandado por Sísera, pois Deus lhe daria vitória; Acabe fez o que era mal
diante do o Senhor e foi um rei muito mau, pois deu ouvidos a sua mulher Jezabel e
mandou matar o justo Nabote para ficar com a vinha dele. 2. Todos os reis
mencionados fizeram o que era mau perante o Senhor e também fizeram Israel
pecar; Caifás sugeriu que matassem um só homem, no caso, Jesus, para que a nação
fosse poupada. Os líderes o ouviram e a partir desse dia decidiram matá-Lo. 3. B. 4.
A. 5. Comente com a classe. Sugestão: Embora não fosse errado pedir a ajuda do
rei, Esdras já havia dito que Deus poderia protegê-lo. Nesse caso, o servo de Deus
foi corajoso e confiante. Quando pedimos ajuda às autoridades, devemos manter o
senso de dependência de Deus. 6. Ele recusou os impostos do povo e trabalhou
pelo seu pão; ele hospedou pessoas e as alimentou. Neemias foi humilde e
abnegado.

Anotações

RESUMO DA LIÇÃO 13

Líderes em Israel
ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 8:8, 12


FOCO DO ESTUDO: Esdras 7 e Esdras 8; Neemias 1, Neemias 2, Neemias
3; Neemias 4:7-23; Neemias 5:14-19

Esdras e Neemias demonstram o que significa ser um líder para Deus. O Senhor os
colocou em posições de influência (Esdras como escriba e Neemias como
governador), mas coube a eles ser responsáveis no desempenho de suas tarefas.
Ambos levaram seus trabalhos a sério porque estavam cientes do chamado divino,
comprometidos com Aquele que os havia chamado e amavam o povo de Deus. Eles
perceberam que tinham influência sobre as pessoas e usaram suas posições para o
bem. Acima de tudo, demonstraram que nutriam um evidente amor ao Senhor.
Aqueles que estavam ao redor sabiam que eles amavam a Deus e viviam para Ele
com uma dedicação incrível. Essa lealdade inspirou a nação israelita a caminhar
com o Criador em um relacionamento mais próximo.

Esdras e Neemias demonstraram coragem. Não tiveram medo de fazer algo que os
outros recuavam em fazer, como levar um grupo de exilados de volta para
Jerusalém, onde sabiam que a vida seria dura. Eles também incentivaram e
capacitaram as pessoas, delegando responsabilidades a elas, em vez de
simplesmente fazerem tudo sozinhos. Eram líderes com propósito e tinham a
perspectiva de restauração e reavivamento para o povo de Israel. Portanto,
estavam dispostos a fazer tudo o que fosse necessário para que esse sonho
acontecesse. Os dois líderes também demonstraram humildade. Eles se
dispuseram a servir o povo e não apenas ser servidos, e não esperavam nem
desejavam receber dinheiro pelo seu trabalho. A vida e a liderança desses homens
nos inspiram para a liderança servidora hoje, e, ainda mais importante, em nosso
trabalho para Deus podemos aprender e aplicar os hábitos que eles desenvolveram
e praticaram.

ESBOÇO

O segredo para ser um líder de sucesso são os hábitos que a pessoa desenvolve. Se
um líder cultiva um estilo de vida de honestidade, transparência, receptividade e
perseverança ao gastar tempo na Palavra de Deus, lendo e crescendo amplamente
por meio da instrução, ele terá uma influência espiritual muito maior sobre as
pessoas e sobre o mundo do que alguém que gasta tempo em atividades “vazias”,
por exemplo, perder horas todos os dias em conversa fiada, assistindo televisão ou
jogando videogames. A maneira como pensamos e o que focalizamos determina
nosso comportamento. Os hábitos que desenvolvemos e praticamos definem
quanta influência temos sobre os outros e quanto Deus pode nos usar e fazer
coisas por nosso intermédio.

Tanto Esdras quanto Neemias desenvolveram hábitos a partir dos quais podemos
aprender. Se quisermos ser líderes que tenham impacto no mundo, faríamos bem
em aprender com eles e até mesmo modelar nossos hábitos segundo os deles. Os
bons princípios que cultivavam são dignos de imitação. É a rotina diária que faz a
diferença, não as grandes coisas que fazemos de vez em quando. Então, qual foi a
rotina diária de Esdras e Neemias? O que podemos dizer sobre seus hábitos diários
a partir das histórias registradas sobre eles?

Esdras: o líder espiritual

Embora Esdras tenha demonstrado muitas qualidades de liderança, talvez o que


mais o tenha distinguido sejam dois hábitos: (1) rigoroso estudo das Escrituras; e
(2) fervorosa oração e jejum. Esdras parece ter desenvolvido esses hábitos quando
era jovem e nunca se afastou deles. Ele é descrito como um “escriba versado na Lei
de Moisés” (Ed 7:6). A palavra para “versado” é mahir e representa alguém que é
prolífico em seu trabalho. Esdras teria estudado diligentemente no mesmo sistema
escolar que Daniel e seus três amigos tiveram em Jerusalém. Ele recebeu a melhor
educação da terra. O termo mahir é muito específico e, portanto, é provável que
descreva Esdras como representante da religião judaica para o governo persa. Ele
era um escriba habilidoso na Lei de Moisés, que se refere aos ensinamentos da
Torá hebraica (cinco livros de Moisés) e ao ensino de Deus em geral, não apenas
aos Dez Mandamentos, como geralmente pensamos quando ouvimos o termo “Lei”.

No entanto, Esdras não foi um escriba apenas educado na instrução bíblica. Ele
também foi transformado por seu conhecimento da Lei. O conhecimento do
verdadeiro Deus vivo transformou sua vida. Sabemos que isso aconteceu com ele,
pois Esdras 7:10 diz: “Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor,
e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” A
afirmação de que “Esdras tinha disposto” (kun: estabelecer, fixar firmemente,
firmar) o coração é crucial. O coração se refere à mente, pensamentos e emoções.
Portanto, todo o seu “ser” estava firmemente estabelecido e dedicado à Lei divina.
A Lei de Deus é sinônimo de Deus, cujo caráter ela representa. O servo de Deus,
portanto, havia decidido firmemente estudar a Palavra divina e estar aberto ao seu
poder transformador. Dedicou-se assim a segui-la de todo o coração e depois
ensiná-la aos outros. O escriba entendeu que seu chamado específico na vida era
estudar e ensinar a Palavra de Deus, a instrução do Senhor. Os hábitos de Esdras
incluíam aplicar à sua vida pessoal o profundo entendimento das Escrituras
Hebraicas que ele havia adquirido. Tudo o que ele lia, ele praticava. Foi um
discípulo de Jesus que obedecia ao que Deus lhe mostrava.

O segundo hábito, orar e jejuar, também é claramente visível nos relatos de sua
liderança. Quando as pessoas se reuniram no rio Aava (Ed 8:15) antes de partirem
para Jerusalém, Esdras convocou um jejum de toda a assembleia. Ele sabia que
precisavam de proteção na jornada porque a qualquer momento poderiam ser
atacados por saqueadores. Ele também jejuou e orou ao lidar com a situação dos
casamentos mistos na nação (Ed 9 e Ed 10). Assim, é evidente que ele seguiu uma
prática que havia se tornado um hábito seu sempre que se deparava com uma
situação difícil. Em vez de se voltar apenas para os conselheiros humanos e
elaborar um plano, ele primeiro se voltava para o Deus do Universo, que tem o
controle de tudo.
Neemias: o líder servo

Um dos hábitos de Neemias também era a oração e o jejum. Quando soube que o
povo estava sendo impedido de continuar o trabalho de reconstrução do muro da
cidade devido à oposição de seus inimigos, ele sentou-se, chorou e lamentou
durante vários dias enquanto jejuava e orava. Ele estava suplicando a Deus que
tivesse misericórdia do Seu povo e interviesse. Deus respondeu às suas orações e o
enviou a Jerusalém como líder do povo (Ne 1 e Ne 2).

Em seus atos como governador vemos outros hábitos que Neemias demonstrou,
como por exemplo o da perseverança. Ele não desanimou com a oposição nem
mesmo com o desânimo dos israelitas. Em vez disso, manteve o foco em como
deveria ser o próximo curso de ação, o que incluía o clamor a Deus por ajuda, e
depois a volta ao trabalho. Ele armou os israelitas para que pudessem se proteger e
agir como um obstáculo a quaisquer forças externas (Ne 4). O servo de Deus
poderia ter desistido por causa das graves ameaças à sua vida, mas sua
perseverança era o resultado de outro hábito: confiar em Deus. Até mesmo confiar
em Deus é um hábito que precisamos praticar. Se criarmos o hábito de duvidar e
desconfiar Dele, poderemos ir ainda mais longe e culpar o Senhor quando os
próximos desafios ou problemas ocorrerem em nossa vida. Por outro lado, quando
praticarmos confiança e fé nas promessas divinas, estaremos de pé mesmo quando
surgirem tempos difíceis.

Outro hábito que o homem de Deus demonstrou foi a prática de atos de


generosidade. Em Neemias 5:14-19, é dito que ele proveu para seus servos e
também para outros que não tinham muitos recursos e precisavam de um lugar
para comer todos os dias. Em vez de receber salário como governador em Israel, o
líder entregou seus ganhos ao povo. Esse foi um hábito que ele praticou durante
anos. Neemias ficou indignado quando soube que os líderes de Israel e os ricos
estavam tomando daqueles que se tornavam devedores deles (Ne 5:1-13).
Naturalmente propenso à generosidade, qualquer injustiça desencadeava uma
resposta rápida em seu coração compassivo.

Finalmente, não era apenas Esdras que dedicava tempo meditando na Palavra de
Deus. O próprio governador também foi um exemplo a esse respeito (Ne 8:9). Para
que Neemias mantivesse seu amor a Deus e a visão que tinha para o povo, ele teve
que cultivar o hábito de passar tempo estudando as Escrituras (Ne 8). A dedicação
a Deus deve ser cultivada e nutrida. Buscar o Senhor sem vacilar é uma propensão
que floresce apenas por meio do tempo diário em comunhão com o Senhor. É um
resultado direto da oração e da leitura da Bíblia. Precisamos ouvir diretamente de
Deus por intermédio da Sua Palavra. Neemias certificou-se de que as pessoas
pudessem ouvir as Escrituras em sua língua e que ela fosse explicada a eles. O
governador se encarregou de colaborar com Esdras, junto com os levitas, para
ensinar ao povo. Um bom líder reconhece os dons de seu povo. Ele então os anima
a trabalhar em seus pontos fortes. Neemias tinha o dom de motivar os outros e
usou esse dom para inspirar seu povo a se unir e trabalhar duro, apesar dos
desafios. Acima de tudo, ele os inspirou a andar com Deus.

APLICAÇÃO PARA VIDA

Estudo das Escrituras

1. Você tem o hábito de ler e estudar as Escrituras? Como você faz isso? Com o
desejo de aprender um com o outro, compartilhe sua experiência com a classe.

2. Pense no que sua igreja pode fazer para incentivar os membros a estudar a
Bíblia.

Oração e jejum

Reserve um dia para jejuar e orar sobre uma questão que sua igreja precisa
enfrentar. Então, reúnam-se e gastem tempo em oração sobre isso. Compartilhe a
experiência de oração e jejum com alguém.

Generosidade

1. De que maneira sua igreja pode ser generosa com alguém de sua comunidade?

2. O que você pode fazer para desenvolver um espírito generoso?

Perseverança

1. Compartilhe com a classe situações em que você foi tentado a desistir de seu
trabalho para Deus ou pela comunidade. O que você pode fazer para encorajar
outros a persistir e viver para o Senhor?

2. Que promessas bíblicas você pode reclamar para permanecer firme e confiar em
Deus, não importa o que aconteça?

INFORMATIVO MUNDIAL DAS MISSÕES

INFORMATIVO 13
Programa do Décimo Terceiro Sábado
• Hino Inicial “Tudo Entregarei”, HA, nº 295.
• Boas-vindas Coordenador ou Professora da Escola Sabatina
• Oração
• História “O milagre na Clínica Adventista”
• Ofertas
• Hino Final “Jesus me guia”, HA, nº384
• Oração Final
• O narrador não precisa memorizar a história, mas deve estar familiarizado com o
material, para que a apresente sem ler o texto para a congregação.

O milagre na Clínica Adventista


Nick Masela Mbunga telefonou desesperada para o marido, Frank, na Clínica
Adventista de Kinshasa, onde ele trabalhava como enfermeiro. “Estou sentindo
muita dor. Estou sentindo uma dor muito forte na barriga.” Nick estava com oito
meses de gravidez, após quatro anos orando a Deus por um bebê. Frank consultou
um médico, e este recomendou que Nick tomasse remédio para dor, mas que fosse
para clínica se a dor continuasse.

Naquela noite a dor voltou. Nick estava cansada, fraca e mal conseguia ficar em pé.
Frank telefonou para o médico, que sugeriu que a levasse imediatamente. Ao
chegar à clínica, o médico descobriu que Nick perdera muito sangue e precisava de
uma transfusão. Ele recomendou que a transferisse para um hospital maior, com
melhores equipamentos. Porém, Franck não tinha condições financeiras para levá-
la ao hospital. Como enfermeiro, sabia que a esposa estava em uma situação crítica.
Então, pediu que o médico fizesse o melhor.

A equipe médica levou Nicky até a sala de cirurgia, uma pequena sala equipada
com mesa cirúrgica simples e um carrinho de metal com instrumentos cirúrgicos
básicos. Quando Frank saiu da sala, viu o médico tentar encontrar a veia de Nicky
para começar a transfusão do sangue. No corredor, médicos e enfermeiros
ofereciam apoio e estímulo. “Não tenha medo!” “Deus nos ajudará!”, diziam. Frank
viu os funcionários da clínica orarem pela esposa dele. Um enfermeiro o incentivou
a continuar orando. “A cirurgia está bem”, o enfermeiro disse, “mas precisamos
continuar orando.”

Frank acreditava que Deus interviria. Ele foi para uma sala privada e se ajoelhou
para orar: “Deus, minha esposa é uma pessoa especial em sua família. Se for Sua
vontade, por favor, salve minha esposa. Seus pais não são adventistas e sabem que
ela está sendo tratada em uma clínica adventista. Se ela morrer aqui...” Sua voz
ficou embargada.

A clínica convocou um especialista para auxiliar na cirurgia. Mas o especialista


disse por telefone que levaria uma hora para chegar. O médico viu que Nicky não
podia esperar tanto tempo, então decidiu operar imediatamente. A clínica carecia
de equipamentos para a cirurgia, mas a equipe faria o melhor possível. Assim que o
médico começou a esterilizar o equipamento, as luzes se apagaram. Mas a cirurgia
não podia esperar. O médico esterilizou o equipamento da forma tradicional:
usando fogo.

Quando ele abriu, percebeu que havia hemorragia interna. Era muito tarde. O
coração do bebê não estava batendo. Sua atenção foi direcionada à Nicky. Ela se
esforçava para respirar e ele lutou para salvar a vida. Finalmente, ela começou a
estabilizar e Frank foi chamado à sala. Nicky se recuperou sem complicações e a
incisão foi curada sem infecção. A diretora da clínica, Dra. Olive Kisile, disse ao
casal que Deus operara um milagre naquela noite.

“Deus é muito bom para vocês, devemos louvá-Lo!” ela disse. Mais tarde, ela
confidenciou: “Pela compreensão humana, Nicky poderia ter morrido. Nós vimos a
mão de Deus.”

Um mês após a perda do bebê, Frank e Nicky ainda estavam se recuperando do


trauma, mas prontamente compartilharam sua história como um testemunho do
amor de Deus. “Através da nossa experiência, posso dizer que a mão de Deus ajuda
as pessoas e as salva em nossa clínica", disse Franck. “Se minha esposa tivesse ido a
outro lugar, ela poderia ter morrido. Deus a salvou enquanto a equipe orava.”

A história também afetou os familiares não adventistas. Recentemente, o pai de


Nicky disse a Frank: "Vocês, adventistas, são especiais porque têm amor ao seu
redor." Agora, ele recebe todos os cuidados médicos na clínica. Parte da oferta
especial do trimestre ajudará a expandir os serviços prestados da clinica com
equipamentos e salas indispensáveis.

Frank faz um apelo especial para que as pessoas ajudem nossa clínica. “Ela será um
poderoso instrumento para evangelizar e tocar a vida de muitas pessoas.”
Enquanto isso, o casal colocou o desejo de se tornarem pais nas mãos de Deus.
“Embora tenhamos perdido o bebê, louvamos a Deus porque tenho minha esposa e
sei que Deus pode nos ajudar a ter outro.”, Frank diz.

Muito obrigado por ajudar a atender às necessidades físicas e espirituais das


pessoas na República Democrática do Congo e em outras regiões da Divisão Centro
Leste Africana. Sua generosa oferta neste décimo terceiro sábado é muito especial.

Ofertas

Dicas da História

• Assista ao vídeo sobre Frank e Nicky no YouTube: bit.ly/Frank-Mudibu.


• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página:
bit.ly/Im-Hurting
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
• O narrador não precisa memorizar a história, mas deve estar familiarizado com o
material e não precisar ler o texto para a congregação.

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