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28 de setembro a 4 de outubro
Nos escritos de Jeremias, Deus havia prometido que Seu povo voltaria para Israel
após 70 anos de exílio babilônico. O rei Ciro foi o instrumento que Deus usou para
permitir que esse retorno acontecesse. Ungido por Deus (Is 45:1), Ciro publicou
um decreto por volta de 538 a.C. libertando o povo de Deus e consentindo que este
retornasse a Jerusalém para reconstruir o templo. Deus (e não Ciro) falou a
respeito da cidade: “Será edificada”, garantindo sua reconstrução; e do templo:
“Será fundado” (Is 44:28), movendo o coração de Ciro a conceder permissão para a
construção do templo.
1. Leia Jeremias 25:11, 12; Jeremias 29:10; e Daniel 9:1, 2. Quando ocorreu o
primeiro retorno dos exilados? Qual profecia esse retorno cumpriu?
Jeremias havia escrito que a terra de Judá permaneceria desolada por 70 anos, sob
o domínio de Babilônia (isso aconteceu no período de 606-605 a.C. a 537-536 a.C.).
Então Deus abriria as portas para que os cativos retornassem, por meio da ordem
de Ciro, em cumprimento à profecia. Quando Daniel estudou os escritos de
Jeremias, percebeu que havia chegado a hora desse retorno prometido.
Esdras 1 registra a proclamação do rei Ciro de que a nação de Israel estava livre
para retornar a Jerusalém e construir a casa do Senhor. O primeiro grupo que
retornou a Judá era composto por cerca de 50.000 pessoas e provavelmente
incluísse mulheres e crianças de outros territórios. A ordem dada por Ciro, entre os
anos 539 e 537 a.C., não apenas os deixou ir, mas também garantiu que eles
retornassem com presentes e ofertas, incluindo os vasos originais do templo, que
haviam sido saqueados por Nabucodonosor. Esse evento nos lembra da saída dos
israelitas do Egito muitos anos antes, quando Deus moveu o coração dos egípcios
para presentear Israel em sua despedida.
Quais outras profecias históricas foram cumpridas exatamente como prometido na Palavra?
Você sente conforto ao saber que Deus conhece o futuro e que podemos confiar em Suas
promessas?
A partir do mês de outubro teremos o lançamento do Mutirão de Natal. Neste ano o tema
será “Mais Amor no Natal”.Anotações
Segunda, 30 de setembroAno Bíblico: Zc 5-8
2. Leia Esdras 4:1-7. Quais foram os reis em cujos reinados ocorreu a oposição à
construção do templo?
Eis a lista dos reis persas, em sua ordem cronológica, ligados aos livros de Esdras e
Neemias. A lista começa com Ciro, que estabeleceu o Império Persa e conquistou
Babilônia em 539 a.C.
Você já encontrou fatos na Bíblia que o deixaram perplexo? Como podemos confiar em Deus e
em Sua Palavra quando nos deparamos com situações que parecem não ter sentido? Por que
essa confiança é importante? (Veja Is 55:8, 9).Anotações
Terça, 1º de outubroAno Bíblico: Zc 9-11
3. Leia Esdras 7:1-10. O que essa passagem nos ensina sobre esse servo do Senhor?
Assinale a alternativa correta:
Esdras era um escriba com um legado sacerdotal. Ele era descendente de Arão,
irmão de Moisés, que foi o primeiro sacerdote da nação de Israel. Devido aos fatos
registrados no relato bíblico, e com base na tradição judaica, Esdras é tido em alta
conta até hoje. Não se sabe se ele serviu como escriba na corte do rei Artaxerxes;
portanto, a menção do nome dele como escriba se deve às suas responsabilidades
anteriores ou às habilidades que ele começou a exercer após sua chegada a Judá. O
fato de Esdras ter sido enviado como líder da expedição indica que ele deve ter
trabalhado para Artaxerxes em alguma função de confiança.
Esdras foi identificado como um escriba ou mestre “hábil” (Ed 7:6, 10, ARC) e com
o coração “preparado” (ARC). A palavra “hábil” significa literalmente “rápido”,
sugerindo alguém de rápida compreensão e manipulação mental de informação. O
servo do Senhor era conhecido por sua perspicácia na interpretação da Lei de
Deus. Além disso, o fato de ter sido escolhido pelo rei para liderar um grupo de
israelitas a Judá é prova da coragem e capacidade de Esdras.
Esdras preparou seu coração para “buscar a Lei do Senhor” (Ed 7:10). Como podemos aplicar
esse princípio à nossa vida?Anotações
Quarta, 2 de outubroAno Bíblico: Zc 12-14
O decreto de Artaxerxes
4. Leia Esdras 7:11-28. Quais foram os componentes do decreto do rei? Por que
essas instruções foram importantes para o povo de Israel?
O interesse do rei pela reconstrução da cidade e do templo indica que ele passou a
crer no Deus de Esdras? Artaxerxes chamou o Senhor de o “Deus de Israel, cuja
habitação está em Jerusalém” (Ed 7:15). A terminologia que o rei usou para
designar o Deus de Israel indica que ele via o Senhor apenas como outra divindade
local que precisava ser apaziguada por meio de donativos. Ele não queria que esse
deus local se zangasse com ele e seus filhos (Ed 7:23). Além do mais, devemos
observar que 457 a.C. é também o ano de uma revolta egípcia contra o governo
persa; portanto, é provável que as ações favoráveis do rei tenham sido planejadas
para obter a lealdade da província de Judá.
Infelizmente, apesar do envolvimento que o rei tinha com Esdras e Neemias, isso
não fez dele um crente em Deus. Não há nada nos textos que indique sua
conversão, o que significa que o Senhor pode usar até mesmo pessoas descrentes
para cumprir Seus propósitos na Terra.
Mesmo em meio a tanta dor e sofrimento, como podemos confiar na soberania de Deus sobre
o mundo?Anotações
Quinta, 3 de outubroAno Bíblico: Malaquias
A importância da educação
5. Leia Esdras 7:6, 10. O que esses textos ensinam sobre a importância da educação
religiosa adequada? Assinale a alternativa correta:
Ellen G. White apresentou uma ideia importante sobre Esdras: “Descendente dos
filhos de Arão, Esdras havia recebido a educação sacerdotal; e em acréscimo a isso
adquiriu familiaridade com os escritos dos magos, astrólogos e sábios do reino
medo-persa. Mesmo assim não se sentia satisfeito com sua condição espiritual.
Suspirava por estar em plena harmonia com Deus; ansiava sabedoria para fazer a
vontade divina. E assim preparou ‘seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para
a cumprir’ (Ed 7:10). Isso o levou a se aplicar diligentemente ao estudo da história
do povo de Deus, como se encontra relatado nos escritos dos profetas e reis. Ele
estudou os livros históricos e poéticos da Bíblia a fim de compreender por que o
Senhor tinha permitido que Jerusalém fosse destruída e Seu povo levado cativo
para terras pagãs (Profetas e Reis, p. 608).
Observe que, embora Esdras tivesse aprendido sobre os costumes dos pagãos, ele
percebeu que não estavam corretos; portanto, buscou conhecer a verdade a partir
da fonte da verdade: a Palavra de Deus e a “Lei do Senhor”. Ele teve que descartar
muito do que havia aprendido nas escolas mundanas, pois, sem dúvida, muitos
desses conhecimentos estavam errados. Afinal de contas, que bem lhe fariam os
“escritos dos magos e dos astrólogos”?
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 607–617 (“Esdras, o Sacerdote e
Escriba”).
“Na obra de reforma a ocorrer hoje, há necessidade de homens que, como Esdras e
Neemias, não obscureçam nem desculpem o pecado, nem se esquivem de vindicar
a honra de Deus. Aqueles sobre quem repousa o fardo dessa obra não se sentirão
em paz quando o erro é praticado nem cobrirão o mal com o manto da falsa
caridade. Eles se lembrarão de que Deus não faz acepção de pessoas e de que a
severidade para com uns poucos pode representar misericórdia para com muitos.
Eles se lembrarão também de que o Espírito de Cristo deve ser revelado naquele
que repreende o mal” (Profetas e Reis, p. 675).
1. Temos lindas promessas do Senhor. Porém, Deus não Se impõe a nós. Quais
escolhas em nossa vida poderiam impedir o cumprimento de Suas promessas a
nós?
2. Leia a oração de Daniel 9:1-23. Quais princípios dessa passagem poderiam ser
aplicados à sua experiência? O que Daniel estava fazendo, qual era a atitude dele e
o que ele estava pedindo? O que mais poderia se aplicar a nós?
Respostas e atividades da semana: 1. Por volta de 538 a 536 a.C. Esse primeiro
retorno do povo de Israel cumpria a profecia dos 70 anos de Jeremias. 2.Comente
com a classe. 3. B. 4. Em primeiro lugar, o rei decretou que Esdras voltasse a
Jerusalém com todos os que desejassem. Depois, ele concedeu a Esdras o ouro e a
prata da casa real e de toda a Babilônia e ordenou que ele recebesse as ofertas
voluntárias do povo. Em seguida, Artaxerxes orientou que, com o ouro e prata,
Esdras comprasse novilhos para fazer sacrifícios no altar do Senhor e fizesse o que
bem entendesse com o restante dos recursos. O rei decretou que todos os
tesoureiros dalém do Eufrates entregassem a Esdras tudo de que ele necessitasse
para a casa do Senhor e que não fossem cobrados impostos nem pedágios dos
israelitas. O rei ordenou a Esdras que reforçasse a observância da Lei do Senhor e
das leis da terra mediante o sistema judicial. Essas instruções foram importantes
para que o povo se orientasse em suas ações. 5. A
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 1
Deus é o Senhor da história. Ele intervém em favor de Seu povo para cumprir Sua promessa de conduzi-lo ao lar. Ele
cuidou dos israelitas e cuidará de nossas necessidades no momento certo.
Os livros de Esdras e Neemias, que originalmente eram um só, começam com uma lição da obra misericordiosa de
Deus em favor de Israel por meio do rei Ciro. Os livros se concentram especificamente no período do ministério de
Zorobabel e Esdras. O primeiro grupo de exilados, que retornaram a Israel em 537/536 a.C., foi liderado por
Zorobabel, o governador, e Jesua, o sumo sacerdote. Essa experiência inicial com a reconstrução do templo em
Jerusalém está registrada em Esdras 1, Ed 2, Ed 3 e Ed 4:1-5. O capítulo 7 de Esdras inicia com o retorno do segundo
grupo de exilados sob a liderança desse servo de Deus cerca de 80 anos depois.
O estudo desta semana começa com as profecias sobre o primeiro retorno dos exilados. Essas profecias, encontradas
nos livros de Jeremias e Daniel, consistem na previsão do profeta Jeremias dos 70 anos de exílio (Jr 25:11, 12) e na
angústia subsequente de Daniel sobre o cumprimento da profecia, conforme o relato de Daniel 9. Deus assegurou ao
profeta que estava cuidando dos exilados e que cumpriria Sua palavra. Ciro, o rei medo-persa, cumpriu a profecia e
ordenou que os judeus voltassem e reconstruíssem o templo sob a liderança de Zorobabel.
O segundo grupo de exilados chegou em 457 a.C., cerca de 60 anos após a reconstrução do templo em Jerusalém, em
515 a.C. O capítulo 7 de Esdras, que conta em detalhes esse retorno, é uma apresentação desse servo de Deus, escriba
e especialista na Lei do Senhor. Em outras palavras, Esdras era mestre da Torá, havia dedicado a vida a servir a Deus
e se esforçava para reavivar o interesse dos exilados na Palavra do Senhor.
COMENTÁRIO
Para se compreender a mensagem de Esdras e Neemias, é importante reconhecer suas estruturas literárias
simplificadas:
1. Em 537/536 a.C., Zorobabel e Jesua, sob a direção divina, levaram de volta a Judá o primeiro grupo de israelitas (Ed
1, Ed 2, Ed 3 e Ed 4:1-5).
2. O templo de Deus em Jerusalém foi reconstruído sob o reinado de diferentes reis estrangeiros (Ed 4:6-24, Ed 5 e Ed
6).
1. Em 457 a.C., Esdras, sob a direção divina, levou de volta a Judá o segundo grupo de israelitas (Ed 7 a Ed 8).
1. Em 444 a.C., Neemias, sob a direção divina, levou de volta a Judá o terceiro grupo de israelitas (Ne 1 – Ne 2:1-10).
1. Os que retornaram foram contados. Eles se dedicaram a Deus, ao estudo de Sua palavra e a cumprir Sua vontade.
Os que voltaram, celebraram a dedicação dos muros de Jerusalém (Ne 7:4-73, Ne 8, Ne 9, Ne 10, Ne 11 e Ne 12:1-47).
Familiarize-se com essas estruturas, com os eventos históricos e as datas; melhor ainda, memorize-os. Essas
informações evitarão confusão a respeito das três intervenções de Deus em favor de Seu povo para levá-lo de volta a
Jerusalém. Além disso, ajudarão você a compreender a mensagem desses dois livros: que o Senhor é fiel e cumpre
Suas promessas. Tenha em mente que algumas partes das obras estão escritas de forma temática, não na ordem
cronológica (principalmente Esdras 4:6-23).
Dentro do quadro de estruturas literárias simplificadas de Esdras e Neemias, observe os decretos que facilitam as
três etapas do retorno do povo de Deus a Jerusalém:
1. O decreto de Ciro, em 538 a.C., por meio do qual os judeus voltam do exílio babilônico e começam a reconstruir o
templo em Jerusalém.
2. O decreto de Dario, em 520 a.C., pelo qual os judeus voltam a Jerusalém e prosseguem com a construção do
templo (reconstruído e dedicado em 515 a.C).
3. O decreto de Artaxerxes, em 457 a.C., mediante o qual a cidade de Jerusalém é reconstruída e os judeus obtêm
autonomia nacional.
Deve-se enfatizar que o desafio de Esdras e Neemias não era reconstruir o templo (ele foi completado e consagrado
para adoração em 515 a.C., isto é, quase 60 anos antes de Esdras chegar a Jerusalém). Em vez disso, esses homens
tinham o propósito de reconstruir a cidade de Jerusalém, estabelecer sua administração e conquistar autonomia
nacional para Israel.
A tabela a seguir lista os reis da Pérsia e os grupos que voltaram a Israel durante seus reinados. Além disso, a quarta
coluna lista especificamente o trabalho que cada grupo realizou em Israel e o que aconteceu ali durante o reinado de
cada rei persa. A tabela tem o propósito de dar a cada professor uma ideia melhor da sequência dos eventos.
Cronologia dos eventos durante os reinados dos reis da Pérsia (do período de 537 a 444 a.C.)
Grupo que retornou e Obra de reconstrução
Período outros eventos realizada durante o
de reinado importantes reinado de cada rei
Rei
530-522
Cambises II a.C.
Oposição à reconstrução de
Jerusalém (Ed 4:7-23)
465-425 445/444 a.C. - Neemias
Artaxerxes I a.C. retorna com o terceiro Os muros de Jerusalém são
grupo reconstruídos
Em cumprimento das profecias de Jeremias e Isaías, o rei Ciro proclamou: “O Senhor, Deus dos Céus [...] me
encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém” (Ed 1:2). Essa declaração não significa que Ciro se tornou
seguidor de Deus. Ele estava tentando agradar os povos de seu reino reconhecendo seus deuses e suas crenças
religiosas. O rei reconhecia todos os deuses, pedia a bênção de todos eles, no esforço de ter o apoio de seus súditos.
Contudo, a palavra inspirada nos conta que “justo no tempo em que Deus tinha dito que faria com que o Seu templo
em Jerusalém fosse reconstruído, Ele moveu Ciro como Seu instrumento para discernir as profecias com respeito a
ele mesmo, com as quais Daniel estava tão familiarizado, e a conceder ao povo judeu sua libertação. Tomando o rei
conhecimento das palavras que prediziam, mais de um século antes do seu nascimento, a maneira pela qual Babilônia
deveria ser tomada; ao ler a mensagem a ele dirigida pelo Rei do Universo [...] seu coração foi profundamente
movido, e ele decidiu cumprir sua missão” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 557).
Assim, Ciro publicou o decreto para que os judeus exilados voltassem a Jerusalém. O primeiro retorno não foi um
remanejamento forçado; os judeus estavam livres para escolher voltar ou não à sua terra. A divisão que ocorreu entre
os reinos do norte e do sul e o rompimento entre as tribos não havia cessado durante o exílio. Apenas os
descendentes daqueles que pertenciam ao reino de Judá, o reino do sul, responderam positivamente ao chamado de
retornar à terra prometida.
O rei Ciro indicou Sesbazar (cujo significado é “Sin ou Shamash proteja o pai”) como líder da comitiva. Que indício o
nome Sesbazar nos dá sobre sua identidade? Eis duas possibilidades: o nome Sesbazar, juntamente com sua menção
como líder, aparece somente no início do retorno do cativeiro babilônico. Além disso, o governador do povo é
chamado sempre de Zorobabel (que significa “a semente de Babilônia”). Portanto, é comum deduzir que Sesbazar e
Zorobabel sejam a mesma pessoa (ambos são nomes babilônicos, mas o segundo poderia ser mais neutro e oficial no
âmbito religioso). Ou, pode ser que Sesbazar fosse o governador no início, mas que tenha morrido muito cedo e sido
substituído por Zorobabel.
Zorobabel levou o primeiro grupo de exilados a Jerusalém e deu início à reconstrução do templo. Porém, houve muita
oposição e por vários anos a obra começou e parou repetidas vezes. Finalmente, Deus enviou os profetas Ageu e
Zacarias, em 520/519 a.C., para encorajar os habitantes a concluir o templo. Portanto, levou 20 anos para a conclusão
e dedicação do templo desde a chegada dos exilados (515 a.C.).
O capítulo 8 de Esdras lista os exilados que voltaram com ele. Além dos sacerdotes e famílias reais, são mencionados
12 líderes de famílias dos judeus. A volta dos exilados relembra ao leitor o êxodo do Egito. Assim como as 12 tribos
viajaram do Egito à terra prometida, mais uma vez 12 famílias viajaram a Israel.
O rei Artaxerxes possibilitou o segundo retorno, enviando uma carta com Esdras, abrindo assim a porta aos judeus.
Mais uma vez, foi enfatizado que quem desejasse ir a Jerusalém estava livre para fazê-lo. O rei reconheceu o Deus de
Israel, que para ele era um “deus” regional. É interessante o fato de que o rei tenha reconhecido a inteligência de
Esdras, ao nomeá-lo como líder da expedição, dizendo que ele deveria decidir “segundo a sabedoria do [seu] Deus”
(Ed 7:25), que ele possuía. O trabalho de Esdras era ensinar ao povo as leis de Deus e estabelecer sua cultura
religiosa. O rei discerniu seu próprio papel nesse trabalho, ao compreender que facilitaria a restauração da religião
dos judeus, bem como da identidade deles, ao enviar um grupo de volta com Esdras.
Por meio de seu decreto, que ordenou a restauração de Jerusalém e não apenas do templo, o rei Artaxerxes cumpriu a
profecia das 70 semanas de Daniel 9:25. O ano 457 a.C. foi o início das 70 semanas “cortadas” da profecia dos 2.300
dias/anos, fazendo com que ambos os períodos tenham início no mesmo ano. A profecia das 70 semanas terminou
em 34 d.C. e culminou com o apedrejamento de Estevão, coincidindo com a proclamação do evangelho aos gentios
após a crucifixão de Jesus em 31 d.C. (metade da semana mencionada em Daniel 9:27). O período de 2.300 anos
terminou em 1844, sendo esse o período profético mais longo. Seu final marcou o início do juízo pré-advento no Céu
(o antitípico Dia da Expiação). Portanto, o tempo do retorno de Esdras à terra de Israel desempenhou um papel
crucial na profecia. (Para mais informações a respeito desse tema, veja a lição 3.)
Em Esdras 1:1, é declarado que o Senhor despertou “o espírito de Ciro, rei da Pérsia”, para ordenar que os judeus
regressassem à terra de Israel. Ciro reagiu ao Espírito de Deus, que o impressionou a proclamar aos judeus que
reconstruíssem o templo em Jerusalém. É incrível que um rei pagão tenha respondido ao estímulo divino! Despertar
vem da palavra ur, que também significa “acordar” ou “levantar”. Assim, Ciro, de certa forma, acordou para o
chamado divino.
Quando Deus Se move na nossa vida, reagimos aos Seus impulsos e à Sua orientação. Tal motivação positiva tem
origem na contemplação dos poderosos e misericordiosos atos divinos na história e na nossa vida. O reconhecimento
de Deus nos capacita a admirá-Lo, a segui-Lo e a perseverar na caminhada com Ele e na obra que Ele nos dá para
fazer. Nosso melhor desempenho vem da percepção do que Deus é e do que tem feito, de saber como Ele intervém
amorosamente em favor de Seu povo e de como Ele o move à ação.
Depois de compartilhar o significado de “despertar” ou “levantar” da passagem acima (Ed 1:1), discuta as seguintes
perguntas com a classe:
INFORMATIVO 1
O ano era 2017. Phylis Odindo sentiu uma dor insuportável na perna direita. Ela foi ao principal hospital público em
Kisumu, Quênia, mas não conseguiu ajuda, por causa de uma greve dos médicos. Sem dinheiro e poucas opções, ela
procurou tratamento em uma pequena clínica. O médico não tinha equipamento para fazer o exame de raio-X. Então,
olhou a perna e recomendou que fosse amputada.
Phylis, mãe viúva, não queria perder a perna, por isso, decidiu voltar para casa. Entretanto, a dor não diminuiu e ela
precisou voltar à clínica, submetendo-se à amputação da perna, logo abaixo do joelho. Três semanas se passaram e
Phylis sentiu-se muito doente, sem conseguir se movimentar. Finalmente voltou ao hospital para fazer o exame de
raio-X, que diagnosticou necrose do osso da perna. Seria então necessária a amputação do restante do membro.
Após ter feito a cirurgia, Phylis foi hospitalizada. Sua saúde enfraqueceu tanto que começou a perder a esperança.
Então, telefonou para Anna, a diretora do ministério da mulher a igreja adventista de Quênia-Re. Anna foi visitá-la e
teve certeza de que a enferma estava à beira da morte. Depois de Ana fazer uma oração, Phylis se sentiu mais forte, e
até pediu à amiga que continuasse orando. Anna aceitou e lhe deu algo para beber.
No dia seguinte, Anna voltou ao hospital com algumas irmãs da igreja. E repetiu as visitas nos dias seguintes. O pastor
e anciãos também foram visitar Phylis para oferecer encorajamento e orações. Phylis também orava enquanto estava
na cama do hospital: “Oh, Deus! Tenha misericórdia de mim, tenho apenas um filho!” Esse filho que ela criou sozinha
deixou a igreja adventista depois da morte do pai, onze anos antes. Ele ficou revoltado porque a família paterna se
apropriou da casa e dos bens após a morte. Em algumas regiões do Quênia, a esposa é responsável pelo bem-estar do
marido e é culpada se o marido falece. Os sogros a culparam e levaram todos os seus bens.
Os membros da igreja visitaram Phylis diariamente durante os três meses que ficou internada. Eles ajudaram pagar
os medicamentos e conseguir plano de saúde. Ao voltar para casa, os irmãos continuaram visitando-a e ajudando em
suas necessidades diárias.
Então algo maravilhoso aconteceu. Oito pacientes do hospital pediram para ser batizados. Eles foram tocados pela
compaixão demonstrada a Phylis pelos amigos da igreja; assim, desejavam fazer parte dessa família. Em seguida, oito
casais vizinhos de Phylis também pediram o batismo. Eles também foram impressionados pelo mesmo cuidado
amoroso dos membros da igreja. Quando a mãe de Phylis foi visitá-la, o Ministério da Mulher da mulher da igreja
ofereceu um desjejum surpresa na casa dela. A mãe, fiel membro de outra denominação cristã, ficou muito
impressionada e contou à filha que desejava participar da igreja adventista. Ela e outra irmã de Phylis foram
batizadas.
Para a felicidade completa de Phylis, o filho também foi batizado e se casou na igreja adventista em 2018. Ao todo, 25
pessoas foram batizadas desde q Phylis perdeu a perna. Ela acha que é uma troca maravilhosa. “Louvo a Deus porque
meu filho voltou à igreja por causa da amputação”, ela diz. “Eu só tenho uma perna, mas isso trouxe benefícios
espirituais para mim e minha família. Além de conduzir 25 pessoas a Deus.”
Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a construir um hospital adventista na cidade de Phylis, Kisumu.
Muito obrigado pelas ofertas generosas em prol da saúde física e espiritual no Quênia.
Dicas da História
• Cantar o hino favorito de Phylis, “Importará?”, HA 383, e ler sua passagem favorita: Salmo 23.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos
estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/ one-leg-25.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site: bit.ly/ECD-projects-2019
02
5 de outubro a 11 de outubro
Neemias
Até então, dois grupos de cativos haviam retornado a Judá como cumprimento, ao
menos parcial, das promessas de Deus à nação hebraica.
Porém, Deus estava preparando mais um grupo de exilados para voltar. O último
grupo de cativos foi incumbido de resolver um problema. Embora os dois
primeiros grupos tivessem voltado para reconstruir a cidade de Jerusalém e
tivessem completado parte desse projeto ao terminar o templo, o restante da
construção foi sendo abandonado à medida que surgia a oposição das nações
vizinhas. Os povos circunvizinhos não queriam que os israelitas construíssem a
cidade e seus muros porque temiam que eles se tornassem uma nação poderosa
como haviam sido anteriormente (Ed 4:6-24). Portanto, o retorno dos israelitas
parecia ser uma ameaça que eles estavam determinados a deter. Mas Deus não
chamou Seu povo para abandoná-lo no meio da tarefa que Ele o havia chamado a
realizar.
Por isso, Ele estava preparando outro homem para realizar Sua vontade e cumprir
Seus propósitos, e o nome dele era Neemias. Agora voltaremos nossa atenção para
ele e para a obra que realizou com o auxílio do Senhor.
O dia 19 de outubro será o Dia do Pastor e das Vocações Ministeriais. Celebre esse
momento em sua igreja!Anotações
Domingo, 6 de outubroAno Bíblico: Mt 5-7
1. Leia Neemias 1:1-4. Por que o servo de Deus ficou tão angustiado? Qual foi sua
resposta às más notícias recebidas? Assinale a alternativa correta:
Alguns judeus levados cativos anos antes haviam sido enviados a Susã, um dos
quatro centros administrativos do Império Persa, onde Neemias servia no palácio
real como copeiro. O termo usado para a expressão “Hanani, um de meus irmãos”
possivelmente indique um irmão de sangue, pois em Neemias 7:2 há uma
referência semelhante a Hanani, de modo bem familiar. No entanto, essa expressão
também pode ser aplicada a um conterrâneo israelita apenas. A conversa com
Hanani provavelmente tenha ocorrido entre meados de novembro e meados de
dezembro de 445 a.C., cerca de 13 anos após o retorno de Esdras a Jerusalém.
Hanani relatou que a situação em Jerusalém estava terrível. O povo não havia
conseguido reconstruir Jerusalém, e o inimigo tinha destruído os muros da cidade,
deixando-a indefesa e desolada.
Por isso, Neemias se voltou para Deus. Não reclamou da falta de fé do povo; não o
considerou covarde, nem aceitou a situação. Ele orou e jejuou.
Segunda, 7 de outubroAno Bíblico: Mt 8-10
A oração de Neemias
2. Leia a oração de Neemias 1:5-11. Quais são os componentes dessa oração? Por
que o servo de Deus se incluiu no grupo dos culpados?
2. Súplica para que Deus ouvisse sua oração: Ouça-me (Ne 1:6).
4. Solicitação de que o Senhor Se lembrasse das Suas promessas (Ne 1:8, 9).
6. Nova súplica para que Deus ouvisse sua oração: Ouça-me (Ne 1:11).
A oração apresenta uma estrutura especial (descrita acima) que tem seu centro no
verso 8, em que Neemias articula as promessas de Deus. Neemias disse: “Lembra-
Te”. Em outras palavras: Lembra-Te, Deus, de que prometeste que nos dispersarias
quando fôssemos infiéis, mas que também nos trarias de volta e restaurarias todas
as coisas. Já que a primeira parte aconteceu, agora é hora de cumprir a segunda,
pois estamos nos voltando a Ti.
Neemias se manifesta
Em Neemias 1:11, vemos que o servo de Deus era o copeiro do rei. Naquela época,
os copeiros podiam ser homens de poderosa influência, já que tinham acesso
constante ao rei. Os copeiros provavam as bebidas destinadas ao rei a fim de
prevenir doenças ou a morte do monarca. Heródoto ressalta que os persas tinham
os copeiros em grande honra, pois eram considerados oficiais superiores. Por
exemplo, o copeiro do rei assírio Esar-Hadom era também seu primeiro-ministro.
Portanto, Neemias ocupava uma posição elevada no reino e, por causa de seu
acesso ao rei, ele pediu a Deus que o usasse para falar ao soberano sobre a situação
de Judá.
3. Leia Neemias 2:1-8. O que aconteceu como resultado das orações e jejum do
homem de Deus? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
Não era comum o copeiro ser dispensado de seus deveres por algum tempo a fim
de governar um país diferente. Deus falou por meio de Neemias e impressionou o
rei persa Artaxerxes I a fazer dele um governador do território de Judá. A menção à
rainha sugere que essa talvez tenha sido uma ocasião reservada, já que não era
costume a rainha estar presente em banquetes formais. Neemias não mencionou
Jerusalém imediatamente para não gerar ideias preconcebidas, mas fez um apelo
emocional e pessoal ao rei. No momento em que o local específico foi mencionado,
o coração do rei já havia sido conquistado.
Quais são os paralelos entre o cargo de Neemias na corte e o de Daniel em Babilônia? O rei
pareceu muito favorável ao pedido do servo de Deus. O que isso revela sobre o caráter do
copeiro?Anotações
Quarta, 9 de outubroAno Bíblico: Mt 14-16
Neemias é enviado
Juntamente com Neemias, o rei enviou cartas a Sambalate, o horonita, e a Tobias, o
amonita, oficiais superiores da região dalém do rio, a fim de preparar o caminho
para a obra a ser realizada por Neemias. Além disso, o rei ordenou a Asafe, o
guardião da floresta do rei, que fornecesse ao servo de Deus toda a madeira
necessária para reconstruir a cidade, os muros e os portões do templo.
4. Leia Neemias 2:9, 10. O que o texto revela sobre a oposição que Neemias e os
judeus em geral enfrentariam?
Neemias chegou a Jerusalém entre os anos 445 a 444 a.C. A oposição parece ter
surgido antes mesmo que ele tentasse qualquer ação, pois o pedido entregue aos
governadores foi suficiente para suscitar problemas. Embora Tobias fosse um
nome judaico e significasse “O Senhor é bom” (bem como o de seu filho Joanã, que
significava “o Senhor é misericordioso”), ele servia como governador de Amom.
Portanto, Jerusalém estava cercada de inimigos: Sambalate, o governador de
Samaria, ao norte; Tobias, o governador de Amom, ao oriente; e Gesém, o árabe
(Ne 2:18, 19), que tomou posse de Edom e Moabe, ao sul. Foi lamentável que a
liderança daquela região tenha rejeitado Neemias porque ele se preocupava com o
bem-estar dos oprimidos. Indivíduos prepotentes não se alegram com a felicidade
das pessoas a quem eles intimidam.
A chegada de Neemias “a Jerusalém com uma escolta militar, mostrando que ele
estava chegando para alguma missão importante, despertou o ciúme das tribos
pagãs que viviam próximo da cidade, que muitas vezes tinham manifestado sua
inimizade contra os judeus lançando sobre eles descrédito e insulto. Entre os mais
ativos nessa ação estavam alguns chefes dessas tribos: Sambalate, o horonita;
Tobias, o amonita; e Gesém, o arábio. Desde o princípio, esses líderes observaram
com olhos críticos os movimentos de Neemias e procuraram, por todos os meios ao
seu alcance, subverter seus planos e dificultar seu trabalho” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 635).
Quais outras histórias bíblicas mostram a oposição enfrentada por aqueles que foram
chamados por Deus para fazer Sua vontade? Compartilhe sua resposta com a
classe.Anotações
Quinta, 10 de outubroAno Bíblico: Mt 17-20
5. Leia Neemias 2:11-20. O que o servo de Deus fez a fim de se preparar para o
projeto de reconstrução dos muros?
Lições sobre liderança. Lição 1: Neemias não contou a ninguém os planos que Deus
pusera em seu coração realizar em Jerusalém (Ne 2:12). Ele não apenas não contou
esses planos ao inimigo, mas também os omitiu dos líderes judeus. Neemias estava
em uma missão de reconhecimento a fim de descobrir o que precisava ser feito.
Lição 2: Antes de apresentar qualquer coisa, o servo de Deus fez sua “lição de casa”
e planejou toda a obra necessária. Lição 3: Quando Neemias, por fim, falou da
tarefa, ele primeiramente descreveu o que Deus havia feito até aquele momento
para guiar aquela expedição e então acrescentou as palavras do rei. Ele encorajou
os judeus antes de pedir o comprometimento deles. Foi um verdadeiro milagre que
eles tenham reagido de modo tão favorável, apesar da resistência que viria.
Mediante as orações e o jejum de Neemias, Deus preparou tanto o rei como o povo
judeu para que respondessem positivamente.
6. Leia Neemias 2:19, 20. O que esses versos revelam sobre a fé desse líder? Textos
como Deuteronômio 7:9, Salmos 23:1-6 e Números 23:19 podem tê-lo ajudado?
Anotações
Sexta, 11 de outubroAno Bíblico: Mt 21-23
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 628–634 (“Um Homem Oportuno”).
Neemias era um homem de oração. Ele “havia clamado muitas vezes a Deus em
favor de seu povo. Mas agora, ao orar, um santo propósito tomou conta de sua
mente. Decidiu que, se conseguisse obter o consentimento do rei e o necessário
auxílio na aquisição de ferramentas e material, assumiria a tarefa de reconstruir os
muros de Jerusalém e restaurar a força nacional de Israel. E suplicou ao Senhor
que lhe permitisse conquistar a simpatia do rei, para que esse plano pudesse ser
levado avante. Ele orou: ‘Faze prosperar hoje o Teu servo, e dá-lhe graça perante
este homem’ (Ne 1:11, ARC). Neemias tinha esperado quatro meses por uma
oportunidade favorável para apresentar seu pedido ao rei” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 629, 630).
1. O que significa o fato de que, em toda a Bíblia, os que foram chamados por Deus
enfrentaram oposição? Por que isso ocorreu em quase todos os casos? Houve
pessoas chamadas por Deus que não enfrentaram oposição? Cite exemplos. Por
que não devemos ficar desanimados quando, mesmo fazendo a vontade de Deus,
enfrentamos obstáculos para realizar o que Ele nos chamou para fazer?
2. Leia Neemias 2:18. O que isso revela sobre o poder do testemunho pessoal, e
como esse testemunho foi crucial para obter a resposta que Neemias recebeu dos
judeus?
3. Esdras e Neemias não teriam realizado nada sem a ajuda do rei. Em outras
palavras, esses homens de Deus trabalharam em cooperação com as autoridades
políticas, que eram pagãs. Que lição é possível extrair desse fato para que, como
igreja, saibamos como e quando devemos buscar auxílio dos poderes políticos,
quaisquer que sejam eles? Ao mesmo tempo, ao fazer isso, por que a igreja deve ser
muito cautelosa?
4. Recapitule com a classe a oração de Neemias (Ne 1:1-11). Com base nessa
oração, como você pode aprofundar seu relacionamento com Deus? O que ela
ensina sobre entrega, confissão e reivindicação das promessas?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 2
Neemias
ESBOÇO
Após o retorno dos dois grupos (o primeiro liderado por Zorobabel e o segundo por Esdras), Deus encarregou
Neemias, copeiro do rei Artaxerxes (Ne 1:11), de levar ainda outro grupo de exilados de volta a Jerusalém. Neemias
ficou sabendo que os “restantes” dos judeus na cidade santa estavam “em grande miséria e desprezo” (Ne 1:3) devido
à oposição que encontraram na reconstrução da cidade. Neemias ficou desolado com as notícias e se lamentou
durante vários dias. Ele jejuou e orou a Deus.
O rei Artaxerxes percebeu que Neemias estava triste e lhe indagou o motivo. Enquanto orava silenciosamente,
Neemias disse ao rei que Jerusalém estava arruinada. Ele pediu ao rei que lhe desse permissão para ir à cidade a fim
de reconstruí-la. De modo surpreendente, o rei lhe concedeu seu pedido, pois “a boa mão do [seu] Deus era” com ele
(Ne 2:8). Neemias reconheceu a providência e a graça divina.
Contudo, o servo de Deus sabia que precisava de reforço, pois os governadores “dalém do Eufrates” amedrontaram os
israelitas e fizeram com que parassem a obra. Devido às reclamações desses líderes, o rei Artaxerxes tinha feito
cessar a reconstrução de Jerusalém. A fim de reverter a primeira ordem do rei, Neemias sabiamente lhe pediu que
enviasse consigo uma carta aos líderes da região, informando-lhes que estava em missão oficial e, portanto, não devia
ser impedido.
Na conclusão do capítulo 2 de Neemias, encontramos o servo de Deus explorando a obra que precisava ser realizada
e encorajando o povo a construir. Enfatize que o êxito de Neemias em assegurar o favor do rei foi consequência direta
da atitude de buscar a Deus em resposta aos trágicos eventos em Jerusalém (Ne 1:3). Neemias orou e jejuou (Ne 1:4);
como resultado, Deus preparou o rei e o povo para reagir favoravelmente.
COMENTÁRIO
Neemias ficou angustiado após receber a visita dos recém-chegados de Judá. Como oficial da corte do rei, é possível
que tivesse conhecimento do juízo de Artaxerxes contra Judá. Forças hostis em volta de Jerusalém denunciaram ao
rei a obra de reconstrução e este se sujeitou diante dessa investida, convencido da potencial ameaça política que os
judeus representavam (Ed 4). Por causa de rumores e por ação governamental oficial, Neemias indagou sobre a
situação em Judá. Infelizmente, os rumores foram confirmados por Hanani e seus ajudantes, e a verdade apresentada
deve ter sido pior do que se esperava. O servo de Deus sofreu com as notícias e se lamentou durante vários dias.
Porém, imediatamente buscou auxílio divino.
A lição resume a oração de Neemias. Ao analisar sua oração, descobrimos que o ponto principal (o centro) da oração
foi a súplica para que Deus Se lembrasse de Suas promessas. Assim, Neemias relembrou os leitores do quadro geral:
Deus cumpre Suas promessas. O líder começou a oração com adoração e louvor, antes de pedir a Deus que o ouvisse.
Ofertas de adoração e louvor, por sua vez, são seguidas pela confissão de pecados e o pedido para que o Senhor Se
lembre de Suas promessas de restaurar o povo. No fim, a oração volta a relembrar ao Senhor de que aquele é Seu
povo redimido. Mais uma vez, Neemias pede ao Senhor que o ouça e que o rei seja misericordioso para com ele, pois
sabe que o rei tem o poder de reverter a situação em Judá e, portanto, suplica que Deus atue no coração do monarca.
Muitas vezes, esperamos que as orações sejam respondidas de imediato, mas Neemias perseverou e orou durante
mais de quatro meses até que algo acontecesse. O período de oração serviu para que o copeiro fosse preparado para
liderar a expedição. Ele teve tempo para pensar nos passos que tomaria quando chegasse a Jerusalém, o que faria
para maximizar os resultados do processo de reconstrução, e talvez até para calcular os materiais de que precisaria.
Todos esses planos devem ter se solidificado na mente do servo de Deus, pois quando o rei finalmente lhe perguntou:
“Que me pedes agora?” (Ne 2:4), Neemias tinha uma resposta bem pensada.
Conversa com o rei. Neemias vai a Jerusalém (Ne 2:1-10)
Neemias iniciou seu pedido ao rei falando sobre os “sepulcros de [seus] pais” (Ne 2:5). O respeito pelos ancestrais e
pelo local adequado para o sepultamento deles era motivo de profunda preocupação na antiguidade, pois dessa
forma os antigos expressavam grande respeito por seus antepassados e desejo de paz. Neemias não mencionou
Jerusalém pelo nome, apenas se referiu à importância do local de sepultamento e da cidade que amava. Não se sabe
se toda a negociação entre o rei e Neemias aconteceu em um só momento. Contudo, é possível que a conversa tenha
continuado em um local mais reservado onde a rainha estava presente (Ne 2:6). Historiadores acreditam que o rei
Artaxerxes era influenciado por mulheres. Por isso, a presença de sua esposa pode ter sido um ponto positivo para
Neemias (segundo Ctesias, médico e historiador grego, o nome dela era Damaspia, embora não seja mencionado na
Bíblia). Mas isso é apenas especulação.
Neemias precisava de (1) tempo; (2) credenciais para que os inimigos de Israel o deixassem passar e não lhe fizessem
dano; e (3) madeira para construção. É interessante observar que Asafe, oficial do rei, guardião da floresta imperial,
tinha nome judeu, o que sugere que, a exemplo de Neemias, ele seria um judeu que havia conquistado uma elevada
posição. O servo de Deus precisava de madeira para três projetos: (1) vigas para os portões de uma fortaleza,
construída ao norte do templo com o propósito de proteger seus recintos sagrados; (2) o muro da cidade; e (3) para
sua residência. É possível que ele estivesse apenas planejando reformar uma casa que havia pertencido à sua família.
Neemias chegou a Jerusalém com capitães do exército e cavaleiros. No caminho, ele entregou a carta do rei a cada
governador que buscou deter a obra dos muros da cidade. Após descansar por três dias, o que parece ter sido um
período de tempo tradicional após uma viagem longa, Neemias levou consigo um pequeno grupo numa missão
noturna secreta. Talvez o grupo fosse formado por seu irmão Hanani, associados mais próximos e parentes que
foram com ele a Jerusalém ou já tivessem se estabelecido ali como moradores (eles informaram o servo de Deus
sobre a condição de Israel [ver Ne 1:2,3]). O grupo silenciosamente analisou a condição dos muros e portões de modo
a não atrair atenção ao projeto de forma prematura. É provável que Sambalate e Tobias tivessem aliados em
Jerusalém, e Neemias suspeitasse de que estivesse sendo vigiado.
O governador declarou: “Não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em
Jerusalém” (Ne 2:12). A palavra para pôr é natan, que significa “dar, colocar ou estabelecer”. Neemias enfatizou que a
missão de reconstruir as fortificações não foi ideia dele, mas de Deus. O Senhor colocou essa chama no seu coração e
o desejo de concluir o projeto. Estava claro para Neemias que esse era um empreendimento ordenado por Deus.
Quando a expedição noturna terminou e Neemias obteve as informações necessárias para mapear o trabalho, ele se
dirigiu aos líderes dos judeus. Depois da estratégia, era hora de agir. Ele convidou os judeus: “Reedifiquemos os
muros de Jerusalém, e deixemos de ser opróbrio” [do hebraico cherpa] (Ne 2:17). Cherpa significa “chacota, escárnio,
insulto e desprezo”. No Antigo Testamento, com frequência cherpa é traduzido como desgraça e reprovação no
sentido de vergonha. Culturas antigas se baseavam em um sistema de honra e desonra. A honra era o valor mais
importante e a desonra devia ser evitada a qualquer custo. Portanto, Neemias tocou no ponto da desonra ao
apresentar seu argumento. Ele convenceu os israelitas a agir para que revertessem a situação vergonhosa pela qual
estavam passando. Ter um sistema de defesa destruído tornava-os não apenas vulneráveis, mas também os
envergonhava. Associada ao sentimento de vergonha estava também a culpa. O líder expressou o sentimento de seu
povo de inadequação e desgraça devido à opressão. A questão principal era a honra, o respeito e a herança que eles
construiriam novamente ao participar dessa importante obra. As ruínas de Jerusalém davam mau testemunho da fé
do povo em Deus.
Quando, em Neemias 2:18, o servo de Deus declarou que a mão de Deus tinha sido com ele, e compartilhou o que o rei
lhe havia dito, o povo foi persuadido a exclamar: “Disponhamo-nos e edifiquemos” (Ne 2:18). Eles não deviam temer
o governo persa, e, ainda mais importante, precisavam se lembrar de que Deus estava com eles. Para mudar a
situação, eles se dispuseram a fazer algo. Que essa demonstração de fé seja uma lição para nós. Remoer a miséria ou
buscar desculpas não faz a situação mudar; ela muda somente por meio da ação. Neemias encorajou o povo a fazer
algo, a agir e a mudar sua condição. O servo de Deus exortou os judeus a se apegarem a Deus com fé, porque o Senhor
estava liderando essa expedição e iria levá-la à conclusão.
Portanto, quando os líderes dos inimigos foram a Neemias, zombando e rindo da tentativa do povo para construir o
muro, o servo de Deus não ficou desencorajado. Ele respondeu: “O Deus dos Céus é quem nos dará bom êxito” (Ne
2:20). O governador não deixou que os inimigos vencessem porque não nutriu no coração os insultos deles. Em vez
disso, o corajoso copeiro reclamou as promessas divinas e confiou no Seu poder.
1. Observe a oração de Neemias. Que aspectos dela você pode incluir na sua rotina de oração?
2. Reflita sobre o seguinte ponto: Neemias sabia da grande oposição à reconstrução dos muros de Jerusalém antes de
chegar à cidade. Se Deus enviasse você em missão a um lugar em que haja grande dificuldade e oposição, e você
soubesse disso de antemão, teria coragem de atender ao chamado? Por quê?
3. Deus chamou o copeiro para uma obra específica. Ele jejuou e orou antes de falar com o rei porque amava sua
cidade e seu povo. Você pensa em jejuar e orar quando surge uma dificuldade em sua vida? Como o jejum e a oração
fazem a diferença? Quando foi a última vez que você jejuou, e por qual motivo?
4. Antes de dizer às pessoas o motivo de estar ali, Neemias primeiramente inspecionou a cidade para saber o que
precisava ser feito.
B. Pense sobre os ministérios específicos dos quais você é responsável ou faz parte na igreja. O que pode ser feito
para examinar sua missão antes de implementá-la?
INFORMATIVO 2
O sapateiro evangelista
Francis Ndacha já conduziu mais de 800 pessoas ao batismo no Quênia. Ele tem apenas 32 anos e não é obreiro da
Igreja Adventista. Como isso é possível? Francis não frequentava a igreja em Nyeri, uma cidade localizada na região
central do Quênia. O pai, um pastor de ovelhas, pertencia a uma denominação cristã e a mãe, a outra. Ele não gostava
de nenhuma das duas igrejas. Quando era mais jovem, ele abriu uma loja de calçados de segunda mão em outra
cidade, Kitale, e fez amizade com alguns pregadores de uma religião pagã. Então, resolveu participar dessa religião,
mas não se converteu.
Certo dia, Francis assistiu a uma sessão pública entre três pregadores dessa religião pagã e cinco pregadores cristãos.
Nessa reunião, que foi denominada pelos organizadores como “Diálogo” e foi preparada com permissão das
autoridades locais, os convidados se revezaram na discussão sobre suas crenças na rua. Francis ficou chocado ao
ouvir que os pregadores pagãos falavam sobre espíritos bons e espíritos maus. Eles falavam que os convertidos a
essa religião eram bons, os que não aceitavam eram maus. Naquele momento, Francis percebeu que não deveria se
unir àquela religião pagã. Embora não tivesse muita compreensão sobre temas religiosos, ele sabia que todos os
espíritos são anjos caídos, ou demônios. E se recusava a crer na existência de bons espíritos.
Quando o debate terminou, Francis perguntou aos palestrantes cristãos sobre qual igreja eles representavam. “Igreja
Adventista do Sétimo dia”, um homem respondeu. Francis nunca ouvira sobre os adventistas. Ao voltar para sua loja,
ele perguntou a um idoso vendedor de calçados vizinho sobre a igreja adventista. “Esta é uma igreja satânica”, o
homem disse. “Ela ensina as pessoas sobre as bestas com chifre na cabeça.” Francis desistiu de ser adventista.
Oito meses se passaram e Francis frequentou outro debate publico, estando presente a todas as reuniões da semana.
Os palestrantes adventistas incluíram estudos bíblicos nas apresentações e ele se convenceu de que falavam a
verdade. Francis e mais três pessoas foram batizadas.
Na época do batismo, Francis 20 anos de idade e começou imediatamente a falar de Jesus. Para ajudar, ele comprou
livros e DVD que ensinavam a pregar. Após um ano, vendeu a loja de calçados e começou a viajar pelas cidades,
pregando nas ruas e participando de debates com pregadores de religiões pagãs. Quando as pessoas pediam para ser
batizadas ele direcionava à igreja adventista.
“Enquanto pregamos, vemos muitos milagres que Cristo faz através por nosso intermédio. Somente em um mês 50
pessoas pediram para ser batizadas”, ele diz. Em certo lugar, os líderes religiosos dessa religião pagã pediram que
seus pregadores fossem à capital do Quênia, Nairobi, para confrontar Francis em um debate público. Os pregadores
chegaram e Francis debateu com eles durantes quatro dias. No quinto dia, os líderes locais proibiram os membros de
assistir a qualquer debate. Então, a polícia pediu que Francis deixasse a cidade. "Não batizamos ninguém, mas a igreja
adventista local agradeceu muito nossos esforços e nos presenteou com um novo sistema de endereços públicos para
nossas reuniões de rua", disse Francis.
Em julho de 2018, ele participou de um debate em uma cidade onde muitas pessoas eram membros da religião pagã.
Enquanto as pessoas ouviam Francis comparar os ensinamentos de livro sagrado delas com a Bíblia, muitas
decidiram aceitar Jesus. Isso irritou um oficial que não era cristão e ordenou a prisão de Francis. Estando ele na
delegacia, uma multidão se formou em frente ao local, exigindo que fosse solto. “Deixe-o pregar”, as pessoas falavam.
“Agora sabemos a verdade!” Depois de cinco horas, Francis foi solto sob fiança de dez mil xelins (100 dólares) e a
multidão se dispersou.
Ao voltar para as ruas, Francis dirigiu o foco das apresentações sobre as profecias. Vinte e sete pessoas foram
batizadas e um homem criado em uma família pagã está recebendo estudos bíblicos para se preparar para o batismo.
"Eu vi como os não-cristãos agiram e vi que eles não eram sinceros", disse ele. “Como eles poderiam usar a força e
prendê-lo? Eles não são sinceros.”
Francis viaja sempre com a esposa, a filha de quatro anos, o filho de três meses e vários amigos adventistas que lhe
ajudam a pregar. Ele diz que ninguém precisa ser pastor para proclamar a vinda de Jesus. “Você não precisa ser
obreiro na instituição adventista para pregar. Todos podem contar as boas novas que Jesus em breve voltará!”
Dicas da História
12 de outubro a 18 de outubro
O chamado de Deus
Deus chama cada pessoa para uma obra específica? Existem critérios que tornam
alguém mais qualificado do que outros para realizá-la? A perspectiva humana é
diferente da perspectiva divina ao estabelecer esses critérios? A maioria das
pessoas provavelmente responderia que sim, principalmente às duas últimas
perguntas. Há momentos em que Deus nos capacita para realizar uma tarefa
específica por meio da educação ou das experiências; outras vezes, Ele nos escolhe
para o serviço simplesmente porque somos dispostos e humildes. Nem sempre é
fácil saber qual é o chamado de Deus para nossa vida. No entanto, a Bíblia está
repleta de histórias de pessoas que Deus escolheu para realizar tarefas específicas.
Curiosamente, Esdras e Neemias foram chamados por Deus para uma tarefa:
reconstruir o que estava em ruínas. Entretanto, a reconstrução nesse caso envolvia
vários trabalhos. Eles deveriam levar o povo de Israel de volta para Jerusalém e
reconstruir o templo e a cidade. Ao mesmo tempo, eles deveriam ensinar o povo
sobre Deus e, acima de tudo, guiá-lo de volta a um relacionamento de compromisso
com Ele. Realmente esse foi um importante chamado de Deus!
Anotações
A palavra hebraica para “preparado” ou “disposto” é kun. Ela pode ser traduzida
como “preparado, decidido, firmado, estabelecido firmemente, mantido estável ou
fixo”. Portanto, o verdadeiro significado dessa declaração é que Esdras “dispôs
firmemente em seu coração” ou “decidiu em seu coração” buscar a Deus.
Após chegar a Jerusalém, Esdras deu o exemplo do que significa ser dedicado a
Deus e ensinou a Palavra do Senhor nessa cidade por 13 anos. Pode ter parecido
que ele não estivesse fazendo nenhuma diferença durante esse tempo, mas, depois
que os muros foram concluídos, o povo convocou uma assembleia – não porque
alguém os forçasse, mas porque desejavam fazê-lo. A Palavra de Deus ensinada por
Esdras se enraizara em seu coração.
2. Por que Neemias foi escolhido? (Ne 1:1-11). Assinale a alternativa correta:
Neemias tinha um coração voltado para Deus e o povo. Então ficou aflito quando
descobriu que a obra em Jerusalém havia parado. Ele tinha uma paixão pela causa
e, assim como Esdras, ofereceu-se para o trabalho. Deus respondeu às suas orações
e atendeu aos seus desejos. Às vezes, temos a ideia de que, se amamos alguma
coisa, essa atividade não pode ser consagrada a Deus, pois o Senhor nos oferece
apenas tarefas difíceis, que não desejamos realizar. Mas, se andamos com Deus, o
desejo de fazer algo que amamos é muitas vezes dado por Ele. O Senhor deseja que
tenhamos paixão pelo que fazemos por Ele.
Deus o chama para fazer por Ele coisas que você ama. Você tem experimentado essa
realidade?Anotações
Tempo profético
Na primeira lição deste trimestre mencionamos que Deus chamou Zorobabel (538
a.C.) e Esdras (457 a.C.) para ministérios especiais. Na segunda lição, refletimos
sobre o chamado de Deus para Neemias (444 a.C.). Precisamos entender que esses
chamados foram realizados em harmonia com a presciência de Deus. Por exemplo,
Zorobabel foi movido por Deus para realizar uma tarefa específica em resposta ao
fim dos 70 anos de cativeiro sobre o qual Jeremias havia profetizado.
3. Em que ano Esdras foi chamado para o ministério? O ano em que o rei
Artaxerxes emitiu um decreto. Por que esse ano é importante na profecia? Dn 9:24-
27
Daniel 9:25 afirma: “Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas”. A
última semana dessa profecia é mencionada no verso 27. Visto que uma semana
tem sete dias, uma semana profética corresponde a sete anos (Nm 14:34; Ez 4:5,
6). Portanto, essa profecia fala de 70 semanas, o que equivale a 490 anos. Qual é a
data inicial da profecia das 70 semanas? Ela deve ser contada a partir do momento
em que foi promulgado o decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém.
Houve um total de três decretos com referência à restauração do povo judeu. Ciro,
Dario e Artaxerxes deram ordens para que houvesse restauração. No entanto,
somente o decreto de Artaxerxes inclui a preocupação com a cidade de Jerusalém,
e somente esse decreto está associado à exaltação a Deus por Sua intervenção (Ed
7:27, 28).
Contamos o início da profecia das 70 semanas a partir do ano 457 a.C., o sétimo
ano do rei Artaxerxes I, conforme mencionado em Esdras 7:7-26. Além disso, visto
que o ano 457 a.C. marca também o início da profecia das 2.300 tardes e manhãs
de Daniel 8:14 (veja o estudo da lição de amanhã), esse decreto serve como ponto
de partida para as duas profecias. As setenta semanas terminaram no ano 34 d.C.,
quando a pregação do evangelho foi ampliada e alcançou os gentios (essa data foi
marcada pela perseguição da igreja primitiva e pelo martírio de Estêvão). A
metade da última semana coincidiu com o ano 31 d.C., ano em que Jesus morreu na
cruz.
Examine a profecia de Daniel 9:24-27. De que forma ela revela, com incrível exatidão, o
ministério de Jesus? Como uma profecia desse tipo deve ajudar a confirmar nossa
fé?Anotações
4. Leia Daniel 8. Qual parte da visão não foi explicada (Dn 8:14, 26, 27)? Assinale a
alternativa correta:
Anotações
A eleição divina
Há muito debate sobre Deus nos eleger ou nos escolher para realizar alguma
tarefa. Muitos têm ideias diferentes sobre o significado dessa eleição. O que a Bíblia
diz sobre esse assunto?
5. Leia Romanos 8:28, 29. Para que Deus nos chama? Para que Ele nos escolhe?
Por que é encorajador saber que você foi predestinado para a salvação? Isso significa que
suas escolhas não podem levá-lo a perder a salvação oferecida por Deus?Anotações
Nossa responsabilidade
Se somos chamados por Deus, ainda temos a livre escolha de aceitar ou rejeitar
esse chamado, assim como podemos aceitar ou rejeitar a salvação que Ele nos
oferece. O Senhor pode nos colocar em uma posição específica, mas podemos
escolher não seguir Suas ordens. Evidentemente, Deus deseja que façamos
determinadas coisas por Ele, assim como nos convida a nos tornarmos como Ele. A
eleição divina para uma tarefa específica faz parte de Seu plano para a nossa
salvação. Ao realizarmos o que o Senhor nos chama a fazer, revelamos em nossa
vida a realidade da salvação que Ele nos deu.
Saul foi coroado rei, mas, infelizmente, nunca entregou completamente seu coração
ao Senhor, apesar da tarefa que lhe foi concedida. Ser chamado por Deus para fazer
algo especial para Ele não é garantia de que a pessoa aceite o Senhor. Nosso livre-
arbítrio continua sendo o fator determinante. Se não seguimos a orientação divina,
podemos perder tudo.
7. Leia Êxodo 3 e Êxodo 4. O que acontece quando o Senhor chama alguém para
uma tarefa?
Nossa resposta pode ser como a de Esdras e Neemias, que foram sem questionar,
ou podemos ser como Moisés, que tinha objeções e desculpas. Moisés acabou
obedecendo, mas não sem antes tentar se livrar da tarefa. Ele se opôs a ela,
alegando que não era bom o suficiente, que era alguém sem valor e que não tinha
um cargo importante. Então, como o faraó poderia ouvi-lo? Moisés também estava
preocupado com a possibilidade de o povo judeu não acreditar nele nem o escutar,
de modo que a obra se tornasse inútil. Além disso, ele se queixou de que não era
qualificado: “Sou pesado de boca e pesado de língua” (Êx 4:10). Ele disse que não
tinha as habilidades necessárias. Por fim, Moisés propositalmente pediu a Deus
que enviasse outra pessoa. No entanto, ao lermos a história dele, descobrimos o
líder poderoso, embora falho, em que ele se tornou. Esse servo do Altíssimo
cumpriu fielmente a tarefa que o Senhor o havia chamado para realizar.
Quais desculpas muitas vezes usamos para recusar o chamado do Senhor e não fazer o que
Ele deseja que façamos?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 697-699. Leia atentamente o trecho que
fala sobre a profecia das 70 semanas e seu cumprimento histórico.
“O tempo da vinda de Cristo, Sua unção pelo Espírito Santo, Sua morte, e a
pregação do evangelho aos gentios foram definidamente indicados. O povo judeu
teve o privilégio de compreender essas profecias e reconhecer seu cumprimento
na missão de Jesus. Cristo insistia com Seus discípulos quanto à importância do
estudo profético. Referindo-Se à profecia dada a Daniel acerca do tempo deles,
disse: ‘Quem lê, entenda’ (Mt 24:15). Depois de Sua ressurreição, Ele explicou aos
discípulos em ‘todos os profetas’, ‘o que Dele se achava em todas as Escrituras’ (Lc
24:27, ARC). O Salvador falara por intermédio de todos os profetas. ‘O Espírito de
Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a
Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir’” (1Pe 1:11, ARC; Ellen G.
White, O Desejado de Todas as Nações, p. 234).
2. Leia a história de Jonas e como ele respondeu ao chamado de Deus. Quais lições
extraímos de sua experiência? Ao mesmo tempo, contraste o que Jonas fez com o
que Paulo fez ao ser chamado (At 9:1-20). Quais foram as principais diferenças
entre eles?
3. “A história de Judas apresenta o triste fim de uma vida que poderia ter sido
honrada por Deus. Houvesse Judas morrido antes de sua última viagem a
Jerusalém, e teria sido considerado digno de um lugar entre os doze, e alguém cuja
falta muito se faria sentir” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 716).
Pense na história de Judas Iscariotes. Seu “chamado” era para trair Jesus? Se sim,
isso seria justo para com ele? Como entender Judas e as oportunidades que ele teve
em contraste com o que ele, por fim, acabou fazendo? Quais lições aprendemos
com sua história sobre o poder da livre escolha?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 3
O chamado de Deus
ESBOÇO
Deus chamou Esdras e Neemias para uma tarefa específica: reconstruir os muros e
as portas de Jerusalém. Porém, o mais importante é que Deus chamou esses
homens para “reedificar” o remanescente do Seu povo a fim de que atuasse mais
uma vez como missionário ao mundo. Esdras aceitou o chamado divino para ser
um mestre de Sua Palavra. Acompanhado por um grupo de pessoas, ele viajou a
Jerusalém para ensinar o povo sobre Deus. Ali, o escriba preparou o povo para
restaurar Jerusalém. Reavivamento espiritual sempre precede uma reforma de
vida; atitudes decisivas são o resultado natural desse tipo de renovação. Então,
num esforço para inspirar o povo a andar com o Senhor integralmente, Esdras
dedicou-se a instruí-lo sobre quem Deus é.
Quando Neemias, uma homem de ação, entrou em cena, Deus o chamou para
reconstruir as estruturas físicas de Jerusalém, para inspirar o povo a se posicionar
pela justiça, a confiar na proteção divina e a realizar uma reforma na vida civil da
nação (justiça e cuidado em relação aos menos afortunados eram prioridades para
Neemias). Ele demonstrou como é a vida de um cristão que anda a cada dia com o
Senhor.
COMENTÁRIO
Moisés – guiou o povo de Israel desde o Êxodo até as fronteiras da terra prometida.
Estêvão – testemunhou aos gentios (no tempo em que terminou a profecia das 70
semanas, em 34 a.C.).
No tempo certo
Eleição também pode ser o chamado para cumprir uma tarefa específica, como foi
o caso de Esdras e Neemias (e de muitos outros servos de Deus; ver Êx 3:9-12; Is
6:7, 8; Jr 1:5-9). De igual maneira, somos chamados a refletir o caráter de Jesus e a
fazer algo em nome do Senhor. Pode ser um trabalho que precisamos realizar para
Ele ou uma ação que Ele nos impressiona a executar, como ajudar alguém, ou até
mesmo uma carreira específica que dure a vida inteira.
Cada um dos líderes mencionados acima foi especificamente escolhido por Deus
para um momento único. Isso nos faz lembrar a mensagem que Mordecai enviou a
Ester: “Quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Et
4:14). Deus escolheu pessoas especiais para ocasiões em que se requeria ação,
arrependimento e comprometimento com Deus. Esdras e Neemias tinham um
papel a desempenhar como líderes do povo de Deus no início do mais longo
período de tempo profético. Eles também exortaram o povo a viver para o Senhor e
demonstrar seu compromisso por meio da fé e ações. Os judeus voltaram de
Babilônia influenciados pelo estilo de vida babilônico e pela adoração de muitos
deuses. Felizmente, apesar de outros problemas que enfrentaram após o exílio, a
idolatria não foi um deles. Contudo, o pluralismo religioso do passado deixou
alguns efeitos deletérios. Embora a comunidade judaica não mais adorasse ídolos,
a antiga idolatria tornou necessário que Esdras e Neemias ensinassem novamente
ao povo o que significava servir ao Deus dos Céus e viver por Ele. O modo
aparentemente rigoroso de tratar as situações (como o casamento inter-racial,
mencionado nos últimos capítulos de Esdras e Neemias) não deveria nos
surpreender, pois ambos os líderes queriam ensinar ao povo o que significava
viver em santidade e a mudar radicalmente seu estilo de vida. Assim, tanto Esdras
quanto Neemias foram chamados a um compromisso sem reservas com o Senhor, a
uma reforma total e ao intenso serviço a Deus.
Os dois servos de Deus foram escolhidos para uma tarefa específica durante um
momento estratégico da história, tendo sido chamados como líderes, cada um de
forma única, com base no talento individual. Esdras era sacerdote e escriba e,
portanto, sua principal influência era por meio dos ensinos da Torá. Neemias, por
sua vez, era copeiro do rei e tinha incríveis habilidades de liderança para motivar e
reunir pessoas a fim de realizar um trabalho. Esdras era um mestre, Neemias, um
homem de ação. Ambos eram líderes e lideravam de maneiras diferentes. Ao
mesmo tempo, ambos os estilos de liderança foram importantes para a missão a
ser cumprida. Eles se complementavam e cooperavam para fazer a diferença para
Deus. O Senhor usou suas diferentes personalidades e inclinações para que
realizassem uma mudança na nação.
No fim das contas, somos responsáveis pelo que fazemos com a tarefa ou posição
que Deus nos dá. Decidir que nosso trabalho seja realizado com excelência ou com
mediocridade compete a nós. O Senhor nos ajudará a cada passo. Contudo, não fará
por nós a obra que nos deu a fazer.
Podemos ter variedade de dons, mas se não os usarmos para Deus, eles serão
inúteis. Cada um de nós tem que decidir dedicar todo o ser a tudo o que o Senhor
nos chama a fazer a despeito da oposição. Esdras e Neemias poderiam ter
desistido, mas não o fizeram. Em vez disso, perseveraram, pois fixaram os olhos em
Deus. A importância do chamado superou o medo das consequências negativas que
poderiam resultar de sua coragem de se colocar ao lado do Senhor. Tinham a
certeza de que valia a pena enfrentar o perigo para cumprir a missão.
Predestinação
Deus chamou, ou predestinou Seu povo, a nação de Israel, para ser uma luz ao
mundo. Paulo tratou desse chamado nos capítulos 9 a 11 de Romanos, tendo em
vista o fato de que os líderes de Israel não aceitaram Jesus Cristo como seu Messias
e Salvador. No entanto, o chamado de Deus não mudou, mas foi adaptado, pois os
valores e o dom da salvação também precisavam ser revelados aos gentios. Ele
chamou pessoas específicas para uma tarefa específica. Desejou que os judeus e
gentios crentes fossem salvos, e juntos fossem luz e bênção ao mundo.
3. Deus predestinou o clímax da história humana para o momento em que Ele virá
como Juiz e dará Sua recompensa (Dn 2). O resultado será Seu triunfo escatológico.
O objetivo da eleição não é a salvação de alguns, mas a reunião do maior número
possível de pessoas dentre as nações para o ajuntamento final (Ap 21:3).
2. Por que Ellen G. White se encaixa nessa lista? Como Deus a usou para ser líder
espiritual do Seu povo?
Reflexão pessoal
1. Como alguém reconhece a vontade de Deus?
2. Quais são suas ambições? De que maneira o Senhor chama você para usar suas
aspirações e dons para Ele?
3. Como você pode colaborar com pessoas talentosas a quem Deus chamou para
servir na igreja, mas que são muito diferentes de você? Como as diferenças entre
vocês podem se tornar uma força? Como você pode ter certeza de que está
cumprindo a missão que o Senhor lhe confiou?
INFORMATIVO 3
Dreadlocks e o pai
Michael Kujjoo sempre odiou o pai. Algumas vezes, as pessoas perguntavam: “Onde
está seu pai?” Michael respondia: “Meu pai morreu.” Nisso mostrava quanto o
odiava. O pai de Michael se divorciou da mãe quando ele tinha nove anos, em
Uganda. No início, ele visitava a fazenda do pai, mas era forçado a trabalhar
arduamente. Quando terminava o trabalho do dia, o pai não lhe dava alimento, e
ele se sentiu usado.
Certa ocasião, depois de visitar o pai, Michael disse à mãe: “Não posso mais ficar
com o papai”. Nunca mais voltou para a fazenda, mas não podia esquecer sua
mágoa. A vida foi dura e ele culpava o pai. Pensava que a vida seria mais fácil se o
pai não tivesse abandonado a família. Sem dinheiro, Michael abandonou a escola
no terceiro ano e se tornou rapper. Mudou-se para o Quênia, onde trabalhou em
casas noturnas e deixou crescer longos dreadlocks. Quando o tio lhe convidou para
Sudão do Sul, ele levou seu grupo de hip-hop para apresentar nas casas noturnas
em Juba.
Certo dia, Michael descia uma rua e um comerciante gritou para ele: “Que igreja
você frequenta?” Michael parou e respondeu que não tinha religião. “Por que não?”
“Olhe para mim”, Michael disse, apontando seus dreadlocks. “Você acha que posso
frequentar igreja?” “Sim, você pode ir a uma igreja”, o homem respondeu. Michael
perguntou qual era a igreja frequentada pelo comerciante e este informou que era
membro da Igreja Adventista Central de Juba. “Esses caras tem orações e curas
falsas”, Michael disse. O comerciante o convidou para ir à igreja, mas ele se
recusou.
Em outro dia em que Michael teria que passar em frente da loja, tentou se desviar
quando o comerciante o chamou. “Estamos iniciando uma série evangelística de
três semanas no próximo sábado”, disse. “Por que você não vem?” Finalmente,
Michael foi e gostou das orações simples e diretas a Deus. Então, o pastor falou
sobre o sábado e mostrou os versos provando que Deus nunca mudou o dia de
guarda do sábado para o domingo. Em casa, Michael leu a Bíblia cuidadosamente e
se convenceu de que o dia de guarda era o sábado.
No último sábado das conferências, Michael estava entre as pessoas que foram
batizadas no rio Nilo. Ninguém comentou sobre os dreadlocks. Porém, quando ele
começou a frequentar a igreja no sábado, ouviu comentários sobre seu cabelo.
“Você é batizado”, alguém disse. “Você não quer raspar o cabelo?” “Você quer me
desafiar?" Michael respondeu. “Até mesmo Sansão tinha o cabelo grande! Esse
cabelo não é ruim.” “Mas as pessoas estão olhando você por causa do seu cabelo“ o
irmão disse. “Não me importo”, Michael respondeu. “Não devemos julgar as
pessoas.”
Porém, Michael sabia que havia algo errado. Quando ele contava seu testemunho
em várias igrejas, sempre começava dizendo: “Não se importem com minha
aparência. Sou como vocês.” No seu íntimo, ele queria saber se os adventistas
realmente o aceitavam ou se o estavam usando com o pai fizera anteriormente. Um
ano se passou e ele percebeu que os membros da igreja o amavam. Ele se sentiu em
casa e cortou os dreadlocks.
Na mesma época, lembrou-se do pai. E leu na Bíblia: “Mas se não perdoarem uns
aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas" (Mt 6:15, NVI). Depois
disso, orou: “Senhor, se esta é a Sua vontade, que seja assim. Ensina-me a perdoar.”
Passaram-se três meses até conseguir o número telefônico do pai. Michael
esperava que ele estivesse zangado, porém se enganou.
“Quem é?”, o pai respondeu à ligação. “É meu filho?” “Sim, sou eu!”, foi a resposta.
“É difícil explicar o que aconteceu.” “Deixe pra lá”, o pai disse. “Não se preocupe
com isso. Só quero retomar nossa relação pai e filho. Venha para casa quando
puder e darei minha benção.” Os trinta anos de ódio desapareceram do coração de
Michael. “Pensei que o odiaria pelo resto da minha vida,” diz Michael, 38, que agora
trabalha como motorista e faz alguns trabalhos temporários em Juba. “Mas tudo
mudou ao ouvir um sermão na igreja. Essa igreja realmente prepara as pessoas
para o Céu.”
Dicas da História
19 de outubro a 25 de outubro
Enfrentando oposição
O nome de Esdras é mencionado pela primeira vez em Esdras 7:1. Com sua
chegada, em 457 a.C., as coisas mudaram, e a cidade de Jerusalém, juntamente com
o muro, começou a ser reconstruída de maneira intermitente. Treze anos depois,
Neemias chegou (ele foi enviado por Artaxerxes em 444 a.C.), e a construção do
muro foi finalmente retomada. Embora a oposição fosse intensa, a obra foi
concluída em 52 dias (Ne 6:15).
Anotações
Inicia-se a oposição
1. Leia Esdras 4:1-5. Em sua opinião, por que o remanescente israelita recusou a
ajuda de outros povos na construção do templo?
Por que essas pessoas foram chamadas de adversárias? 2Reis 17:24-41 explica que
elas foram trazidas de outras nações para Samaria e para a região circunvizinha
após a deportação dos israelitas do Reino do Norte. O rei da Assíria lhes enviou um
sacerdote, que deveria ensiná-las a adorar o Deus da terra, isto é, o Deus de Israel.
Contudo, a religião resultante incorporou também os deuses cananeus. Portanto, o
remanescente israelita temia que essa religião fosse trazida para a adoração no
templo. Sendo assim, o melhor e mais inteligente a fazer foi exatamente o que eles
fizeram: dizer “não, obrigado”.
2. Quais outras informações do texto mostram que essa recusa foi o certo a fazer?
(Veja Ed 4:4, 5). Assinale a alternativa correta:
Pense na facilidade com que os judeus poderiam ter defendido a aceitação da ajuda dos
povos vizinhos na reconstrução do templo. O que 2Coríntios 6:14 tem a dizer nesse
contexto?Movimento de oração e resgate: Você sabia que os Dez Dias de Oração de 2020
terão uma forte ênfase na busca por pessoas afastadas dos caminhos de Cristo? A
preparação já começa neste trimestre, por meio de intensa oração!Anotações
Os profetas encorajam
Infelizmente, a oposição que os judeus encontraram por parte das nações vizinhas,
conforme descrita nos capítulos 4 a 6 de Esdras, deixou-os com medo e relutantes
quanto a trabalhar no templo.
Os judeus tinham parado de construir porque estavam com medo. Mas Deus os
havia enviado a Judá para reconstruir o templo e a cidade, e Ele tinha um plano. Já
que eles estavam com medo, faria algo para encorajá-los. Por isso, o Senhor
chamou dois profetas para intervir. A oposição humana não faz Deus parar; mesmo
que os judeus tenham contribuído, por suas próprias ações, para essa oposição, o
Senhor não os abandonou. Ele atuou por meio dos profetas para motivá-los e
impulsioná-los à ação novamente.
4. Leia Ageu 1. Qual foi a mensagem para os judeus, e o que podemos extrair desse
texto para nossa vida?
“Os profetas Ageu e Zacarias foram despertados para enfrentar a crise. Com
encorajadores testemunhos esses mensageiros escolhidos revelaram ao povo a
causa de suas dificuldades. A falta de prosperidade temporal era o resultado da
negligência em dar prioridade aos interesses de Deus, os profetas afirmaram.
Tivessem os israelitas honrado a Deus, tivessem mostrado a Ele o devido respeito e
cortesia, fazendo do reerguimento de Sua casa a primeira obra, e teriam convidado
Sua presença e bênção” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 574).
Anotações
Interrupção da obra
• A. ( ) Assassinaram os construtores.
• B. ( ) Enviaram uma carta aos reis Dario, Xerxes e Artaxerxes, insinuando que os
judeus não pagariam mais impostos caso a cidade e o templo fossem reedificados.
O povo das nações vizinhas declarou que, se a cidade fosse reconstruída, o rei
perderia seu poder sobre ela, pois Jerusalém sempre havia sido um local de
rebelião e problemas. Infelizmente, Artaxerxes foi levado a crer que os judeus
estivessem construindo somente porque queriam obter sua independência e,
assim, incitar o confronto. Ele ordenou que o trabalho fosse interrompido, e o povo
enviou um exército para impedir a reconstrução da cidade. Essa abordagem
violenta fez com que a obra de Deus parasse.
6. Leia Esdras 4:23, 24. Por que os judeus pararam a construção? Eles não sabiam
que Deus desejava que eles reconstruíssem a cidade? O que os atrapalhou?
Você já vivenciou uma situação em que estava convencido de que Deus o havia chamado
para fazer algo, mas nutriu dúvidas quando as coisas ficaram difíceis? (Pense, por exemplo,
em João Batista.) O que aprendeu com essa experiência?Anotações
No fim, os judeus perceberam que o Senhor estava por trás do que eles estavam
fazendo, e isso lhes deu coragem para seguir em frente.
Por que é tão importante ter a convicção de que estamos realizando a vontade de Deus?
Como podemos saber se o que estamos fazendo é a vontade do Senhor?Anotações
8. Leia Neemias 6:1-13. Por que Neemias via o seu trabalho em Jerusalém como
uma “grande obra” (Ne 6:3)? Quais foram as tentativas para detê-lo?
Hoje, sem o santuário terrestre, como manter o senso da santidade divina? De que modo a
percepção da santidade de Deus, em contraste com nossa pecaminosidade, nos leva à
cruz?Anotações
Estudo adicional
Textos de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 635-660 (“Os Reconstrutores do
Muro”, “Condenada a Extorsão” e “Ciladas dos Pagãos).
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 4
Enfrentando oposição
ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Esdras 5:5; Neemias 4:20
A lição desta semana trata dos relatos sobre a oposição que cada grupo de exilados
enfrentou enquanto o templo, a cidade e as muralhas eram reconstruídos, primeiro
durante a época do governador Zorobabel, depois na época de Esdras, o sacerdote,
e finalmente com o governador Neemias. Embora as histórias nem sempre sejam
escritas em ordem cronológica (algumas partes dos livros são agrupadas por
temas), podemos desvendar a sequência de eventos com base nos reis
mencionados em cada carta e nas queixas contra os judeus.
Embora o trabalho tenha sido interrompido várias vezes porque as pessoas tinham
medo das ameaças das nações vizinhas ou dos reis, e perdiam a fé na proteção de
Deus, o Senhor sempre enviava líderes que as encorajavam a seguir construindo.
Às vezes, passavam-se vários anos até que um projeto fosse retomado, mas não era
abandonado indefinidamente. Deus queria que os israelitas retornassem à terra
prometida e estava com eles apesar da oposição, humilhação e, às vezes, violência.
Só porque algo é difícil não significa que Deus não nos chamou para fazê-lo. O
Senhor pede grandes coisas a pessoas comuns, e então Ele mesmo oferece os meios
necessários para que as realizemos. Nos relatos de Esdras e Neemias, Deus
inspirou líderes e profetas para que se mantivessem fortes contra a hostilidade.
Deus sempre procura pessoas de fé que confiem Nele, apesar das circunstâncias
complicadas, para que Ele possa intervir em favor delas e realizar Sua obra. Deus
recompensa a colaboração, a disposição para avançar e a determinação de cumprir
a tarefa dada.
COMENTÁRIO
No tempo de Esdras
• 457 a.C. – Esdras chegou a Jerusalém (Ed 7) enquanto o trabalho estava suspenso
Deus preparou tudo para que Seu povo pudesse reconstruir o templo em Jerusalém
após o retorno do exílio babilônico. Ele se envolveu pessoalmente para remover os
obstáculos e abrir caminho para essa atividade divina. De acordo com Daniel 10, o
anjo Gabriel e Miguel (outro nome para Jesus Cristo) estavam lutando pelas
mentes dos reis persas, isto é, Ciro e seu filho Cambises, para persuadi-los a
avançar no programa de reconstrução quando os invejosos inimigos locais de
Israel seduziram esses governantes para cancelar o trabalho de restauração no
templo. Deus estava lutando com esses príncipes para despertar a mente deles a
fim de que concedessem ao povo um lugar de adoração ao Deus vivo. É triste que
os judeus estivessem desencorajados e tivessem parado de trabalhar, embora o
Deus poderoso estivesse do lado deles. A obra foi retomada quando o profeta Ageu
apareceu em cena.
Essa situação também nos adverte contra a falta de fé e a covardia em não seguir a
liderança de Deus quando Ele prepara um caminho para que avancemos a fim de
cumprir Sua vontade. No entanto, a providência divina sempre funciona melhor do
que nossos melhores cálculos ou planos, mas precisamos confiar em Sua
orientação e seguir Sua liderança. Podemos ter certeza de que Seus planos e Sua
direção são os melhores e Ele sempre tem em mente o nosso bem.
Ageu e Zacarias
Ainda mais importante, Deus queria que Seu povo desejasse Sua presença entre
ele, que era o propósito do templo. O maior problema era a falta de
comprometimento. O templo inacabado era apenas um sintoma da apatia da nação.
Quando alguém se compromete com uma tarefa ou com outra pessoa, ele não será
facilmente detido por oposição. A falta de trabalho mostrava a falta de
compromisso do povo para com Ele. No entanto, o encorajamento divino
despertou as pessoas de sua letargia e medo e motivou-as a começar novamente o
trabalho no templo. Depois disso, não hesitaram em sua obra e terminaram a
tarefa cinco anos depois. Às vezes nos atolamos nas coisas mundanas e na vida
confortável. Nesse momento, precisamos relembrar o que é mais importante.
Neemias 4
Sambalate, que junto com Tobias controlava Samaria, ao norte de Judá, ameaçava
Neemias, zombava dos judeus e os ridicularizava. Ele era relacionado aos judeus
através da linhagem do sumo sacerdote (por matrimônio) e, portanto, podia sentir
que seu poder sobre a nação judaica seria restringido uma vez que o muro fosse
restaurado. Ele acreditava que os judeus não eram fortes o suficiente, que eram
inferiores, e a tarefa era grande demais para eles. Dizia que os judeus jamais
poderiam reconstruir os muros. Outros líderes da região se uniram a Sambalate
num golpe político para deter os israelitas. Os arábios estavam sob a liderança de
Gesém e ocupavam o território ao sul abaixo de Judá; os amonitas viviam ao leste
no território Persa; e Asdode estava a oeste de Judá. Assim, Judá estava
completamente cercada por forças hostis. Enquanto o povo de Israel se
atemorizava, Neemias considerou isso uma afronta a Deus e à nação judaica. O
nome de Deus e dos israelitas foi envergonhado pelos inimigos e então ele rogou
que Deus ouvisse e que caísse “o seu opróbrio sobre a cabeça deles” (Ne 4:4). Ele
mesmo não retaliou, mas pediu a Deus que cuidasse disso. O servo do Senhor tinha
certeza de que o Altíssimo o havia dirigido a liderar a reconstrução do muro, como
mostrou a resposta favorável do rei e do povo de Israel. Devido às palavras
ameaçadoras dos vizinhos que jogavam com a imaginação deles e os
amedrontavam, o governador encorajou o povo a lutar, pois o Deus “grande e
temível” (Ne 4:14) pelejaria por eles (Ne 4:20). Neemias reuniu os judeus e colocou
grupos deles preparados para a batalha em cada brecha do muro, onde os inimigos
pudessem vê-los. Dessa forma ele demonstrava ao mundo que estavam prontos
para um ataque.
2. O que acontece quando ficamos pensando repetidas vezes sobre o que pode
acontecer? Isso só piora as coisas, não é? Preocupamo-nos tanto até que o
resultado se torna tão horrendo que nossas expectativas e imaginação nos
impedem de confiar em Deus e seguir em frente. Os obstáculos se tornam cada vez
maiores e nos esquecemos de que Deus peleja por nós. Como podemos ser como
Neemias e cultivar a certeza de que Deus, de fato, estará conosco?
INFORMATIVO 4
Mary John Ijaa nunca imaginava que seria tão difícil encontrar uma igreja. Ela
cresceu participando dos cultos da principal denominação cristã em Sudão do Sul.
Mas, não se sentia feliz; não sentia unidade e amor naquela igreja. Então, aos 16
anos, mudou-se para outra igreja. Na nova igreja, ela percebeu que as pessoas
competiam ferozmente para ocupar cargos, e discutiam constantemente sobre
quem estava no comando. Ela não sentia o amor cristão, por isso, após dois anos
saiu daquela igreja e foi para outra.
Essa igreja parecia voltada para a missão. Mas então recebeu uma grande remessa
de roupas de ajuda humanitária, e os membros brigavam pela divisão dos vestidos,
calças e camisas. Mary saiu. Numa quarta igreja, ela adoeceu enquanto varria o
pátio. Repentinamente, sentiu um calor na perna, que logo ficou inchada. Mary foi a
um curandeiro. Depois de ouvir a história sobre a onda de calor, o homem declarou
que ela havia pisado em uma região amaldiçoada. Alguém na igreja teria ficado
aborrecido com ela e a amaldiçoou.
O feiticeiro pegou uma lâmina de barbear e fez pequenos cortes da cabeça até os
dedos dos pés de Mary. Então ele a encharcou em água quente e esfregou raízes em
seu corpo. Depois disso, fez chá com essas raízes e deu para que ela bebesse. O
tratamento foi feito duas vezes por dia durante três anos. Mary sentia tanta dor
que não conseguia andar, apenas rastejava.
Certo dia, a dor sumiu de repente e ela voltou a caminhar. O curandeiro lhe deu
alta do tratamento e informou o preço: duas cabras e uma grande soma de
dinheiro. Mary não mais voltou para a igreja, porque temia que fosse amaldiçoada
novamente. Então, escolheu uma quinta igreja e frequentou fielmente os cultos aos
domingos, até que uma nova igreja fosse aberta na vizinhança. Essa foi a sexta
igreja da qual Mary fez parte, seguindo-se a sétima e a oitava igreja.
Enquanto isso, Mary deu à luz um filho. Enquanto ainda estava acamada, sentiu
uma dor aguda na garganta ao tomar água. O pescoço começou a inchar. O
feiticeiro disse que alguém tentou matá-la colocando algo na bebida. Mary passou
outro ano na cama e o feiticeiro deu raízes para beber todos os dias. Finalmente,
ela se recuperou.
Mary continuou visitando novas igrejas, buscando amor e união. Ela também
adoeceu mais duas vezes, e os feiticeiros culparam ambos os casos por maldições.
Na quarta vez, seu pescoço inchou e o inchaço se espalhou por seu corpo. O
feiticeiro disse que alguém colocou algo na comida dela, mas ele não podia fazer
nada para ajudar. Mary procurou mais dois feiticeiros. Todos concordaram que
alguém havia envenenado a comida e usaram seus computadores para mostrar
onde o veneno tinha sido ingerido. Mas ninguém poderia oferecer cura.
Já na décima igreja que estava frequentando, Mary pela primeira vez decidiu orar a
Deus pedindo ajuda. Em desespero, ela orou e jejuou por três dias e foi para o
hospital. Quando o médico ouviu que ela estava orando e jejuando, ele disse: “Esta
é a melhor coisa a fazer. Você está consultando o Médico dos médicos.” Aplicou-lhe
uma injeção e o inchaço foi embora. Ela ficou muito feliz com a resposta divina às
orações, mas ainda não sentia paz na igreja. As questões vieram à tona quando ela
e os dois pastores da igreja começaram a trabalhar juntos, quebrando pedras em
uma montanha perto da capital do Sudão do Sul, Juba. Ela e os pastores se
desentenderam sobre como vender as pedras, e Maria pensou: “Esta igreja também
carece de amor e união.” Ela se perguntou para onde deveria ir.
Naquele momento, ela lembrou-se da igreja adventista. Era a única igreja que não
tinha visitado, porém se lembrou de ter sentido amor no semblante dos membros
enquanto falavam. “É isto”, ela falou para os dois pastores espantados, “estou
mudando para a igreja adventista.”
Mary foi batizada após uma campanha evangelística em Juba, em abril de 2017. Em
seguida, o esposo e o filho primogênito também foram batizados. Ela não está mais
preocupada em ser amaldiçoada. “Agora estou livre e feliz”, ela diz. “Não me
preocupo em ser envenenada, porque Jesus é mais forte que qualquer maldição.”
Há pouco tempo, ela viu um daqueles dois pastores. “Por que você parece tão feliz
e saudável?”, ele perguntou. “Descobri alegria e a verdade. Descobri a verdadeira
unidade entre os filhos de Deus”, foi a resposta.
Dicas da História
26 de outubro a 1º de novembro
Anotações
A queixa do povo
1. Leia Neemias 5:1-5. O que estava acontecendo? Contra o que o povo estava
clamando?
Sob a liderança de Neemias, a comunidade judaica parecia estar unida contra as
pressões externas. Mas nem tudo estava bem com a nação que enfrentava
perseguição e se defendia de ataques estrangeiros. Apesar da aparência externa de
força e resistência e dos coerentes esforços contra o inimigo, a comunidade estava
destruída por dentro. Os líderes e os ricos estavam usando os pobres e
desfavorecidos para seu próprio benefício, e a situação tinha se tornado tão ruim
que as famílias estavam clamando por alívio. Algumas delas diziam que não tinham
comida para alimentar seus filhos; alguns se queixavam de que, por causa da fome,
haviam hipotecado sua propriedade e agora não tinham nada; outras famílias
lamentavam que precisavam pedir dinheiro emprestado para pagar o imposto
persa. Além disso, seus próprios filhos tinham se tornado escravos.
É impressionante que naquela época as pessoas já tivessem que lutar contra a opressão
econômica, assim como hoje. A Bíblia aborda com frequência o assunto da exploração dos
pobres. Que mensagem devemos extrair desse fato?Anotações
2. Leia Neemias 5:6-8 e Êxodo 21:2-7. Que situação despertou a fúria de Neemias?
Assinale a alternativa correta:
Por mais difícil que seja compreender, a escravidão era uma norma cultural no
mundo antigo. Um pai ou mãe podia se tornar escravo ou vender um(a) filho(a).
Social e legalmente, os pais tinham o direito de vender seus filhos e filhas. Contudo,
visto que o propósito essencial de Deus é conceder liberdade, Ele regulou essa
prática em Israel exigindo que os credores libertassem seus escravos a cada sete
anos. Por isso, o Senhor protegeu o povo para que não se tornasse escravo
permanentemente e demonstrou Seu desejo de que as pessoas vivessem
livremente.
Embora o empréstimo fosse permitido pela lei, a cobrança de juros não era
admitida (para as regras bíblicas contra a usura, veja Êx 22:25-27; Lv 25:36, 37; Dt
23:19, 20). No entanto, o juro cobrado pelos credores era pequeno se comparado
ao que as nações ao redor cobravam. Era solicitado do povo o pagamento de 1% ao
mês. Textos da Mesopotâmia do século 7 a.C. revelam uma cobrança de juros
anuais de 50% para a prata e 100% para o trigo. Portanto, os 12% de juros anuais
eram baixos em comparação com o praticado pelos países da Mesopotâmia. Mas,
segundo a Palavra de Deus, o único erro dos credores foi cobrar juros (Ne 5:10-12),
e, curiosamente, o povo nem mencionou isso em sua queixa. Todo o restante estava
conforme a norma social, bem como de acordo com as disposições da lei. Então,
por que Neemias ficou furioso (Ne 5:6, NVI)? Surpreendentemente, ele não agiu de
imediato, mas ponderou seriamente sobre o assunto.
O fato de Neemias ter lidado com o problema de maneira firme é algo admirável.
Embora tecnicamente a injustiça não transgredia a Lei e era socialmente aceitável,
ou até mesmo “boa” em comparação com as práticas da região, ele não a ignorou. O
espírito da Lei havia sido quebrado nessa situação. Especialmente durante um
período de dificuldades econômicas, era dever do povo que ajudassem uns aos
outros. Deus está do lado dos oprimidos e necessitados, e Ele teve que comissionar
profetas para falar contra os males e a violência cometidos contra os pobres.
Como podemos, mesmo sem querer, obedecer à letra da Lei enquanto transgredimos o
espírito que está por trás dela? (Veja Mq 6:8)Anotações
Ações de Neemias
Os nobres e os oficiais foram repreendidos com estas palavras: “Vocês estão
cobrando juros dos seus compatriotas!” (Ne 5:7, NVI). Aparentemente, isso não
trouxe os resultados desejados. Por isso, Neemias não parou por aí, mas continuou
a lutar pelos oprimidos. Ele poderia simplesmente ter dito que havia tentado
ensinar os líderes, mas que, como não tinha funcionado, tinha sido forçado a
abandonar o problema. Afinal, ele estaria enfrentando os ricos e poderosos da
terra. Contudo, não ficou satisfeito até que fosse implementada uma solução para a
dificuldade, mesmo que surgissem inimigos poderosos no processo.
3. Leia Neemias 5:7-12. Quais foram os argumentos do líder contra o que estava
ocorrendo? O que Neemias usou para persuadir as pessoas a corrigir o erro?
Neemias convocou uma grande assembleia, todo o povo de Israel foi reunido para
resolver esse assunto. Muito provavelmente ele estava contando com a
possibilidade de que, quando todo o povo estivesse presente, os líderes ficassem
envergonhados, talvez até com medo de praticar esse tipo de opressão.
Os líderes não ofereceram resposta porque viram que esse argumento era sensato.
Neemias continuou: “Vocês devem andar no temor do Senhor para evitar a
zombaria dos outros povos, os nossos inimigos” (Ne 5:9, NVI). Em seguida, admitiu
que ele mesmo tinha emprestado dinheiro e trigo ao povo. Ao declarar: “Vamos
acabar com a cobrança de juros!” (Ne 5:10; NVI), ele confirmou a lei que proibia
essa prática com os compatriotas hebreus e demonstrou que, sob seu governo, ele
gostaria que as pessoas fossem solícitas umas com as outras. Surpreendentemente,
a resposta foi unânime. Os líderes concordaram em restituir tudo ao povo.
Você já cometeu erros contra alguém? Provavelmente sim. Você corrigiu a situação? Se não,
o que o impede?Anotações
Um juramento
4. Leia Neemias 5:12, 13. Por que Neemias pronunciou uma maldição contra os que
não cumprissem sua parte no acordo? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para
falso:
Mas por que ele pronunciou uma maldição? Neemias realizou o ato simbólico de
levantar suas vestes como se tivesse que reter nelas alguma coisa para depois
sacudi-las como sinal de perda. Assim, aqueles que fossem contra esse juramento
perderiam tudo. Era costume proferir maldições para impressionar os outros
quanto à importância de determinada lei ou regulamento. As pessoas também
eram menos propensas a contrariar a Lei quando uma maldição estava associada à
quebra dela. Parece que Neemias considerou essa questão tão importante que ele
precisava fazer algo drástico para aumentar a probabilidade de seu sucesso.
A fala é um dom poderoso que Deus deu ao ser humano; radicalmente diferente do
que ocorre com os animais. Há poder em nossas palavras, o poder da vida e da
morte. Por isso, precisamos ser muito cautelosos com o que dizemos, com o que
prometemos fazer e com os compromissos verbais que assumimos. Também é
importante que nossas ações correspondam às nossas palavras. Muitas pessoas se
afastam do cristianismo por causa daqueles cujas palavras soam cristãs, mas suas
ações não provam isso.
Pense no impacto que as palavras têm sobre os outros. Como podemos ser cautelosos com o
que dizemos, quando dizemos e como dizemos?Anotações
O exemplo de Neemias
6. Leia Neemias 5:14-19. Quais razões Neemias apresentou para não exigir do povo
“o pão devido ao governador” (Ne 5:18)?
Neemias provavelmente tenha escrito esse relato após seu retorno à corte do rei
Artaxerxes, depois de governar Judá durante 12 anos. Embora os governadores
tivessem o direito de receber impostos de seus súditos, Neemias nunca reivindicou
esse direito e financiou seu sustento. Ele não apenas pagou suas próprias despesas,
mas também sustentou sua família e toda a corte. Zorobabel, o primeiro
governador, é o único cujo nome conhecemos. Quando Neemias mencionou “os
primeiros governadores”, ele provavelmente estivesse se referindo aos
governadores que existiram entre os governos de Zorobabel e o seu próprio
governo. Em resultado, ao terminar seu mandato, ele provavelmente houvesse
perdido dinheiro. Em vez de trazer riquezas, como era de se esperar de uma
posição de prestígio, Neemias provavelmente tivesse perdido a riqueza e os bens,
por causa de sua atitude de generosidade. Sendo ele abastado, pôde prover o
alimento diário para muitas pessoas. Ele foi generoso em suprir abundantemente
as necessidades dos outros (Ne 5:17, 18).
Embora não tenha feito o mesmo que Abraão, após o resgate dos que foram
capturados pelas nações vizinhas (veja Gn 14), o que Neemias fez revela o mesmo
princípio.
7. Leia Neemias 5:19. O que ele disse nesse verso? Como entender isso em relação
ao evangelho?
Vemos em Neemias o exemplo de alguém que colocou o Senhor e Sua obra antes de
seu ganho e vantagens pessoais. Essa é uma boa lição para nós,
independentemente da nossa situação específica. É fácil trabalhar para o Senhor
quando não nos custa muito.
Leia Filipenses 2:3-8. Como você pode revelar em sua vida os princípios abnegados expressos
nessa passagem e demonstrados na vida de Jesus Cristo?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 646-652 (“Condenada a Extorsão”).
“Ouvindo Neemias dessa cruel opressão, ele se encheu de indignação. ‘Ouvindo eu,
pois, o seu clamor, e estas palavras’, ele diz, ‘muito me enfadei’ (Ne 5:5, 6, ARC). Ele
viu que se quisesse ter êxito em derribar o opressivo costume da cobrança
precisava tomar posição decidida ao lado da justiça. Com característica energia e
determinação, entregou-se à tarefa de levar alívio a seus irmãos” (Ellen G. White,
Profetas e Reis, p. 648).
2. Como evitar a ganância? Qual é a provisão divina contra isso? (Is 58:3-12; Mq
6:6-8).
3. Reflita sobre o dom da fala e o poder das palavras. Jesus é chamado de “o Verbo”
(Jo 1:1, 2). O que isso significa? Isso nos ajuda a entender a importância e o peso
das palavras?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 5
Por isso, os judeus hipotecavam suas casas, seus campos e vinhedos. Hipotecar a
propriedade não melhorava sua situação financeira. Então as pessoas buscavam
outras maneiras de pagar o imposto e obter alimentos. Como a escravidão por
dívida era comum na época, os israelitas, seguindo esse costume, vendiam seus
filhos ou a si mesmos para um parente, a fim de saldar a dívida. Quando Neemias
descobriu que os israelitas estavam comprando seus próprios compatriotas para
oferecer o sustento a essas famílias, ele ficou irado! Embora essa prática fosse
permitida por lei, o servo de Deus se opôs a isso como sendo uma injustiça. Ele
confrontou alguns dos mais poderosos judeus e líderes do povo, e perguntou se os
israelitas deviam ganhar sua liberdade sendo levados de volta a Israel apenas para
perdê-la novamente nas mãos de seus próprios compatriotas. Finalmente, ele
convenceu os líderes de que seu comportamento era eticamente errado, e eles
devolveram tudo o que haviam tirado dos pobres. Neemias é um exemplo na
defesa do que é certo, mesmo quando pessoas poderosas estão envolvidas na
injustiça. A posição e o prestígio delas não impediram que o homem de Deus se
manifestasse contra o mal.
COMENTÁRIO
Estrutura de Neemias 5
O capítulo 5 de Neemias tem uma clara estrutura temática e pode ser dividido nas
seguintes unidades:
Em meio a um trabalho intenso para o Senhor, houve uma grave queixa expressa
contra os líderes do povo de Deus. As pessoas pobres eram oprimidas, viviam
famintas, seus filhos eram escravizados e seus campos e vinhedos tomados.
Depois que Neemias ficou ciente do que estava acontecendo entre os judeus, ele
ficou muito irado. A palavra para “irar-se” é kharah e significa “ficar enfurecido” ou
“queimar-se de indignação”. Kharah denota uma forte resposta de ira. A palavra
ocorre frequentemente em toda a Bíblia. Por exemplo, aparece no início da Bíblia,
referindo-se à ira de Caim quando percebeu que seu sacrifício não tinha sido
aceito, ou à ira de Moisés quando viu as pessoas dançando e adorando o bezerro de
ouro (Êx 32:19, 22). Mas kharah também é usada para a ira de Deus, que se
inflamava quando o povo de Israel agia perversamente (Êx 4:14; Êx 32:10, 11; Nm
11:1, 10, 33).
É bom e importante mostrar emoções fortes contra a injustiça; no entanto, isso não
justifica ficar irado em qualquer situação. Por exemplo, a ira de Caim era imprópria
para com seu irmão Abel. A indiferença contra o mal é um dos piores pecados.
Quando as pessoas veem a injustiça e se afastam dela como se não fosse problema
seu, demonstram frieza e perda de sensibilidade em relação ao pecado. É muito
perigoso quando estamos congelados emocionalmente e não reagimos à injustiça.
Nosso Senhor é o Deus da justiça; Ele está sempre do lado dos oprimidos. Muitas
vezes os profetas repreendiam o povo de Deus por não conseguir impedir a
injustiça. Eles encorajavam o povo a tratar bem os pobres e ajudá-los. Os
mensageiros do Senhor instruíam o povo a ser generoso com as viúvas, órfãos e
estrangeiros (por exemplo, veja Dt 10:18; Dt 14:29; Dt 24:19; Dt 27:19; Zc 7:10).
Neemias dá o exemplo
O capítulo termina com um trecho que explica que Neemias era o governador de
Judá. Embora ele tivesse todo o direito de cobrar impostos das pessoas que
governava, ele vivia por sua consciência e não acrescentava mais encargos à
população já sobrecarregada por ter que enviar impostos aos persas. Em vez disso,
ele usava seu próprio dinheiro (salário da Pérsia) para sustentar os de sua casa e
todos os que precisavam de um lugar para comer. O servo de Deus generosamente
oferecia aos outros o que tinha. Ele não realizava seu trabalho para enriquecer-se,
mas para servir. O líder praticava o que está registrado em Marcos 10:43, 44:
“Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser
ser o primeiro entre vós será servo de todos.” Ele promoveu a justiça e a
humildade.
1. Qual é, ou foi, a coisa mais difícil que você já teve que fazer para cuidar de sua
família ou entes queridos? Compartilhe com a classe.
Como professor, esteja disposto a testemunhar algo pessoal. Quando você, como
líder, compartilha, seu exemplo encoraja outras pessoas a falar também. Esse
exercício mútuo levará a uma proximidade maior em seu grupo. Assim como
Neemias cuidou das pessoas, nós também demonstramos que nos importamos ao
compartilhar uns com os outros como irmãos e irmãs. Todos passamos por tempos
difíceis, e é encorajador ouvir dos outros sobre o que eles experimentaram e como
lidaram com certas situações como seguidores de Jesus.
Faça as seguintes perguntas no final da lição como desenvolvimento adicional do
conceito e aplicação:
1. Discuta com a classe sobre o que podem fazer especificamente para ajudar os
pobres, marginalizados ou que sofrem em sua região. Como você pode promover a
diversidade? Que projeto sua classe pode adotar para fazer a diferença na vida de
alguém?
2. De que maneira você pode ser como Neemias e se posicionar de forma decisiva
contra a injustiça? De que maneira você pode se posicionar contra a injustiça nos
seguintes círculos de influência:
A. Em casa?
B. No trabalho?
C. Na escola?
D. Com amigos?
INFORMATIVO 5
Daniel Deng Machiek, um soldado alto e forte do exército do Sudão do Sul, não
queria lutar. A região leste africana estava envolvida em uma sangrenta guerra
civil e Daniel não queria matar seus compatriotas. Em dezembro de 2013, ele
jejuou e orou por três dias em favor da paz. “Meu Deus, Tu és o Deus verdadeiro.
Não existe outro acima de Ti. Sou soldado e querem que lute contra meus
compatriotas. Por favor, controle o povo sul-sudanês.”
No terceiro dia, Daniel teve um sonho. Três anjos brilhantes apareceram no quarto
em Yirol, sua terra natal, localizada a oito horas de viagem de ônibus, a noroeste da
capital de Sudão do Sul, Juba. “Levante-se e cante um hino conosco”, ordenou um
anjo. Assustado, Daniel perguntou: “De onde são vocês?” “Seu jejum foi respondido
por nosso Criador”, o anjo respondeu. “Fomos enviados para batizar você.”
Ainda em sonho, Daniel se uniu aos anjos e cantou um hino de louvor pela salvação
em Jesus. Então, os anjos levaram até o lago Yirol próximo à cidade. Um dos anjos o
vestiu um uma túnica branca e ele foi batizado, enquanto os outros dois anjos
assistiam. Em seguida, os anjos lhe deram uma Bíblia e conduziram até uma igreja
perto dali. “Você encontrará algo interessante”, um anjo disse e, depois, eles
desapareceram. Daniel entrou na igreja e viu pessoas caídas mortas no chão.
Somente um menino de dois anos estava vivo e ele pediu para orar com o garoto.
Enquanto oravam, os membros da igreja ressuscitaram. Naquele momento, Daniel
acordou do sonho. Durante três anos, ele se perguntou o que significava tudo
aquilo.
Em 2017, ele conheceu um pastor evangélico que o batizou com a esposa durante
um culto de domingo. Quando Daniel submergiu das águas, ele fez algo que nunca
fez depois que se tornou adulto: chorou. “Por que estou chorando?”, perguntou ao
pastor. “É a obra do Espirito Santo”, o pastor respondeu. Daniel ficou confuso e
zangado. A raiva fez com que chorasse ainda mais. Ele ficou muito envergonhado.
No Sudão do Sul, homens não choram, e soldados durões muito menos. Daniel não
parou de chorar durante dois dias.
“Sou feliz!”, Daniel diz. “Não mais lágrimas. A felicidade faz parte da minha vida
desde o batismo.” Muito agradecemos pelas ofertas enviadas em 2016. Elas
ajudaram a construir salas da Escola sabatina na Igreja adventista central de Juba.
Desta vez, parte das ofertas do trimestre ajudará a construir uma escola de Ensino
Médio.
Dicas da História
2 de novembro a 8 de novembro
A leitura da Palavra
O muro de Jerusalém foi terminado. Com a colocação dos portões, os israelitas, sob
a liderança de Neemias, haviam completado a tarefa principal. Quando o muro foi
concluído, as nações vizinhas ficaram admiradas e “reconheceram que o” Deus dos
israelitas “fizera esta obra” (Ne 6:16; ARC). Os inimigos perceberam que o Senhor
de Israel era verdadeiro porque, apesar da imensa oposição e ódio que os israelitas
haviam enfrentado, eles tinham concluído a obra que se haviam proposto a fazer.
Anotações
O povo se reúne
1. Leia Neemias 8:1, 2. Qual era a importância da Palavra de Deus para o povo?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
• A. ( ) A Palavra tinha muita importância, pois ela continha a Lei que Deus havia
prescrito a Israel.
• B. ( ) Nenhuma, pois os padrões culturais foram mudados depois do exílio.
Quando os judeus finalmente terminaram a construção do muro e se mudaram
para Jerusalém, todos se reuniram na praça da cidade no sétimo mês, o mês de
tishri. Esse talvez fosse o mês mais importante para os israelitas, por ser dedicado
à Festa das Trombetas (preparação para o juízo de Deus, no 1º dia do mês), ao Dia
da Expiação (o dia do juízo, no 10º dia do mês) e à Festa dos Tabernáculos (que
servia como lembrança da libertação do Egito que Deus tinha realizado e de Sua
provisão durante a jornada pelo deserto, com início no 15º dia do mês). A reunião
aconteceu no primeiro dia do mês, com a celebração da Festa das Trombetas. Os
líderes reuniram os homens e as mulheres da nação para essa assembleia especial
a fim de conceder-lhes, mediante a leitura da Lei, uma oportunidade de aprender
sobre seu Deus e sua história.
O povo pediu que Esdras trouxesse o livro da Lei de Moisés perante eles e o lesse.
Eles até construíram uma plataforma, ou um púlpito, para a ocasião. Não foi algo
que os líderes impuseram à congregação. Pelo contrário, o povo pediu que Esdras
trouxesse o livro. É provável que ele tenha lido para o povo os livros de Moisés, que
incluíam a Lei dada a Moisés no Monte Sinai.
2. Leia Deuteronômio 31:9-13. O que Moisés disse ao povo, e quais lições podemos
extrair dessas palavras para nós?
Em Deuteronômio 31:9-13, Moisés disse aos israelitas que, durante a Festa dos
Tabernáculos, eles deveriam se reunir e ler juntos a Lei de Deus. Ele mencionou os
vários grupos que deveriam se reunir: homens, mulheres, crianças e estrangeiros
que viviam dentro de seus portões.
Uma leitura literal de Neemias 8:1 diz que eles se reuniram “como um só homem”. O que isso
revela sobre a importância da unidade no corpo de cristãos?Anotações
3. Leia Neemias 8:3; Deuteronômio 4:1; Deuteronômio 6:3, 4; Josué 1:9; Salmo
1:2; Provérbios 19:20; Ezequiel 37:4 e Mateus 17:5. Como devemos nos relacionar
com a Palavra de Deus? Assinale a alternativa correta:
Fartar-nos da Palavra faz surgir em nossa vida um anseio mais profundo por Deus.
Como você se relaciona com a Palavra de Deus? Ou seja, embora afirme acreditar nela, como
essa afirmação se manifesta em sua vida? De que modo você busca obedecer ao que ela
ensina? Sua vida seria muito diferente se você não obedecesse à Bíblia?Anotações
As frases “dando explicações” e “de maneira que entendessem o que se lia” (Ne
8:8) podem se referir à interpretação ou à tradução das passagens. Ambas são
igualmente prováveis nesse caso. O povo havia retornado de Babilônia, onde
tinham vivido por muitos anos, e onde a língua principal era o aramaico. Portanto,
pode não ter sido fácil entender a leitura em hebraico, especialmente para as
gerações mais jovens. Esse relato mostra que os leitores da Bíblia podem se
beneficiar de explicações ou comentários. A pregação e a explicação tornam o texto
vivo e incentivam os ouvintes a aplicar as informações pessoalmente.
Como protestantes, entendemos que cada cristão deve conhecer a Palavra de Deus
por si mesmo e que não deve aceitar cegamente a palavra de mais ninguém quanto
à verdade bíblica, independentemente da sua autoridade. Ao mesmo tempo, quem
já não foi abençoado porque alguém o ajudou a entender o significado de algum
texto? Todos precisamos conhecer nossas crenças por nós mesmos, mas isso não
significa que, às vezes, não possamos ser iluminados pelos ensinamentos de
outros.
Anotações
A resposta do povo
Quando Esdras abriu a Palavra de Deus, a Torá hebraica, o povo se levantou. Antes
de ler, ele bendisse o nome de Deus. Após a leitura, “o povo respondeu: Amém!
Amém!” (Ne 8:5, 6) em uníssono ao erguer as mãos para o céu. Eles então
inclinaram a cabeça e adoraram com o rosto em terra.
6. Leia Neemias 8:9-12. Por que os líderes disseram ao povo: “não pranteeis, nem
choreis”? Assinale a alternativa correta:
“Assim, nos anos posteriores, quando a Lei de Deus foi lida em Jerusalém aos
cativos que voltaram de Babilônia, e o povo chorava por causa de suas
transgressões, foram proferidas as graciosas palavras: ‘Não vos lamenteis. [...] Ide,
e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada
preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não
vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força’” (Ne 8:9, 10; Ellen G.
White, A Ciência do Bom Viver, p. 281).
Esse também era um dia especial, um dia santo, a Festa das Trombetas (Rosh
Hashaná), no qual o curto toque das trombetas sinalizava a importância da
preparação do “coração” para o juízo do Senhor (Dia da Expiação, celebrado no 10o
dia do mês de tishri). O toque das trombetas indicava o chamado para estar diante
de Deus e arrepender-se. Visto que a intenção daquele dia era lembrar o povo de
que devia se voltar para Deus, o choro e o lamento é compreensível. Mas os líderes
lembraram os israelitas de que, como tinham se arrependido, Deus os havia
escutado e, portanto, era hora de se alegrar no perdão de Deus.
Jesus teve que ir para a cruz como a única maneira de resolver o problema do pecado e nos
dar esperança. O que isso revela sobre a gravidade do pecado?Anotações
A alegria do Senhor
A frase “a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8:10) serve como um lembrete de
que Deus deseja que nos regozijemos e desfrutemos a vida. Acima de tudo, não é
qualquer tipo de alegria, mas a alegria que vem porque conhecemos a Deus e a
realidade do Seu amor. Todos os dias devemos nos esforçar para nos deleitar no
Senhor e em Sua bondade, regozijando-nos por tudo o que Ele nos concedeu. Além
disso, a alegria em Deus nos dá forças para enfrentar o dia e lidar com o que surge
em nosso caminho.
7. Leia Neemias 8:13-18. O que ocorreu ali e o que isso revela sobre o povo e seus
líderes naquele momento?
No dia seguinte, os líderes do povo foram a Esdras para aprender mais sobre o
Livro Sagrado. Essa iniciativa demonstrada pelos líderes revelou seu desejo de
conduzir a comunidade a Deus. Eles entenderam que não poderiam guiar o povo da
maneira certa se eles mesmos não buscassem o Senhor e o conhecimento Dele.
O texto de Neemias 8:15 menciona que os israelitas estavam agindo de acordo com
o que estava “escrito”. Vemos aqui outro exemplo de como desejavam seriamente
obedecer à Palavra de Deus, especialmente porque depois de décadas em cativeiro
haviam aprendido a desobedecer. Além disso, conforme o texto de Levítico, eles
deveriam celebrar a festa “e, por sete dias”, alegrar-se “perante o Senhor”, seu Deus
(Lv 23:40). Em outras palavras, ao se lembrarem dos atos divinos de misericórdia,
graça e salvação, o povo precisava se alegrar com o que o Senhor havia feito por
eles.
Pense no que recebemos em Jesus (Ele está simbolizado em todas as festas do antigo Israel).
Como podemos nos alegrar no Senhor mesmo durante provações difíceis e dolorosas? Por
que, especialmente durante esses momentos, é crucial que façamos isso?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 661-668 (“Instruídos na Lei de Deus”).
“Agora eles deviam manifestar fé em Suas promessas. Deus havia aceitado o seu
arrependimento; deviam agora alegrar-se na certeza do perdão dos pecados e na
sua restauração ao favor divino [...].
1. Em quais condições você pode sentir “a alegria do Senhor” (Ne 8:10) como sua
força? Precisamos fazer algo para experimentar o poder de Deus e Seu perdão? O
quê?
3. Em Neemias 8:10 foi dito ao povo: “Ide, comei carnes gordas, tomai bebidas
doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é
consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do
Senhor é a vossa força”. Como podemos nos alegrar em Deus? O que o fato de ser
“consagrado” significa nesse contexto?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 6
A leitura da Palavra
ESBOÇO
Neemias e os levitas encorajaram todos a não chorar nem ficar tristes, mas se
alegrar no Senhor por causa de Seu grande amor por eles. Devido à leitura
prolongada do Pentateuco, o povo descobriu que no décimo quinto dia do mês se
celebrava a Festa dos Tabernáculos. Por isso, reuniu-se novamente para celebrar
durante sete dias um festival esquecido e negligenciado.
Durante esse tempo, as pessoas viveram em cabanas nos telhados e pátios de suas
casas e por toda a cidade, enquanto estudavam a Palavra de Deus. O oitavo dia
culminava em uma assembleia solene.
COMENTÁRIO
• D. Este dia é consagrado: não se deve prantear nem chorar (Ne 8:9)
• D’. Este dia é consagrado: não se deve ficar entristecido (Ne 8:11, 12)
A resposta do povo
Outro tema importante encontrado nesse capítulo (Ne 8) é o papel dos líderes
nesse reavivamento. A transformação começou com os líderes que convocaram a
assembleia como uma resposta à instrução divina. Eles provavelmente estavam
aprendendo com Esdras e Neemias sobre Deus e ficaram impressionados com o
amor inabalável e a dedicação desses dois líderes. A liderança explorou ao máximo
a oportunidade e facilitou a situação; seguiram as instruções do Senhor e depois
colocaram em prática uma estratégia para alcançar as pessoas por meio da leitura.
Eles não deixaram as coisas ao acaso, mas organizaram leitores e “ensinadores” e
tradutores das Escrituras a fim de maximizar a compreensão.
O desejo dos líderes de aprender com Esdras também revela espírito e atitude
receptivos ao ensino. É uma grande tragédia quando as pessoas acreditam que
sabem tudo e não precisam aprender com mais ninguém. Infelizmente, essa atitude
também exclui a disposição de ser ensinado pelo Espírito Santo. Estar aberto para
aprender com os outros e especialmente com Deus é um pré-requisito para fazer a
diferença em favor do Senhor no mundo.
Alegria do Senhor
A Festa das Trombetas começava com o toque do shofar (chifre de carneiro), que
marcava o início da preparação para o Dia da Expiação; portanto, era um tempo
(10 dias) de introspecção e arrependimento.
Contudo, Esdras e os levitas disseram aos israelitas que eles deviam parar de
chorar e se entristecer, pois esse dia era sagrado. Esdras disse a eles que a alegria
que vem do Senhor era a sua força, fortaleza e refúgio. Se quisessem ser
firmemente estabelecidos e fortes, precisavam ter a “alegria do Senhor”. Note
igualmente que a santidade e a alegria andam juntas. A alegria vinha da
compreensão de que eles haviam sido perdoados por Deus. Essa alegria devia ser
demonstrada por meio da experiência de comer e beber com suas famílias,
desfrutando de comunhão uns com os outros. Além disso, deviam compartilhar
comida com os que não tinham nada pronto para a festa. Houve tempo para
introspecção durante os 10 dias que antecederam o Dia da Expiação, porém Esdras
queria que as pessoas entendessem que o arrependimento não é a única coisa
necessária. Alegrar-se com o que Deus fez ao prover a salvação é igualmente
importante. Eles não deviam se esquecer da promessa de salvação, mas regozijar-
se por causa dela.
Esdras ensinou ao povo que a força para o dia a dia vem da alegria no Senhor. Esse
preceito parece simples demais. Como a solução mais importante para nossos
problemas diários poderia ser alegrar-se no Senhor?
Quando nos concentramos na alegria que vem do Senhor, não importa o que esteja
acontecendo em nossa vida, confiamos que Ele é grande o suficiente para lidar com
nossas dificuldades. Essa confiança em Deus nos eleva e nos dá coragem para
enfrentar as lutas diárias. Isso nos impede de ficar deprimidos e com pena de nós
mesmos por causa de nossas circunstâncias. Em vez disso, a alegria nos mantém
concentrados no que o Senhor pode fazer e já fez por nós por meio do sacrifício de
Cristo na cruz.
Você concorda ou discorda da afirmação dele? Por que a atitude faz tanta diferença
em nossa vida?
INFORMATIVO 6
O pregador do ônibus
“Você faz um trabalho muito bom, mas talvez não perceba”, respondeu a mulher.
“Sempre o vejo no ônibus e você pregou sobre um problema que eu tenho.”
A mulher recordou de um sermão que ele fez sobre colocar Deus em primeiro
lugar. “Você disse: ‘Quando chegar ao trabalho, faça de Deus o primeiro lugar da
vida. Faça de Deus o primeiro lugar no que vocês falarem ou na forma de agirem.’”
Essa mensagem a impeliu a tomar uma importante decisão assim que chegou ao
trabalho. Ela explica: “Quando cheguei ao trabalho, enfrentei um problema
desafiador. Ajoelhei-me no escritório e orei: ‘Deus, o homem de Deus que pregou
hoje cedo disse que devemos colocá-Lo em primeiro lugar. Ajude-me a priorizar o
Senhor.” Depois dessa oração, ela se sentiu fortalecida para enfrentar o assédio do
chefe.
Algumas horas se passaram e seu chefe apareceu no trabalho. Ele foi direto à mesa
dela. “Quando podemos sair?” ele perguntou. “Patrão, não pecarei” respondeu a
mulher. “Não posso ir por três motivos: primeiro, sou casada e devo ser fiel ao meu
marido. Segundo, sou cristã e não posso pecar contra meu Salvador. Terceiro, sou
líder na igreja, devo ser um exemplo para os irmãos.”
O chefe ficou chocado. “Eu me aproximei muitas vezes, e você nunca disse sim ou
não”, disse. “Por quê? Você ouviu minha proposta, mas não decidiu nada.” Seus
olhos cintilavam de raiva. Você será demitida por isso”, ele rosnou enquanto saía
da sala. Ela engoliu seco e orou, pois não queria ser demitida. “Deus, honrei Seu
nome no trabalho. Você foi minha prioridade. Se eu for demitida, por favor cuide
de meus filhos.”
Para ser demitida, deveria receber uma carta de demissão do chefe. Ela pensou que
a carta seria enviada no dia seguinte, mas se enganou. Um segundo dia passou e
nenhuma carta chegou. Naquela tarde, em um canal de TV, ela soube que o chefe
havia sido demitido. Então, chorou e agradeceu a Deus. A mulher comentou com
Samuel: “Eu deveria ser demitida, mas mantive o emprego. Não agradeço a Deus
porque meu chefe foi demitido. Agradeço porque Ele protege aqueles que O
colocam em primeiro lugar.”
Samuel está determinado a continuar pregando nos ônibus. Ele também às vezes
prega na rua. Mas acima de tudo, ele disse, esforça-se para pregar sem palavras.
Com a ajuda de Deus, Ele permite que sua aparência e ações revelem Cristo aos
outros.
Dicas da História
9 de novembro a 15 de novembro
Anotações
Jejum e adoração
De acordo com Neemias 9:3, os israelitas leram o Livro da Lei durante uma quarta
parte do dia; na outra quarta parte, confessaram seus pecados e adoraram a Deus.
Essa era a terceira leitura da Torá, um texto importante na confissão, que deve ser
fundamentada na verdade originada em Deus. Mediante a leitura da Bíblia, Deus Se
aproxima de nós, e o Espírito Santo pode falar conosco e nos ensinar. A verdade da
Sua Palavra molda nosso pensamento e compreensão, encorajando-nos e
elevando-nos.
Leia Daniel 9:4-19. A oração e a confissão do profeta se aplicam a nós hoje? O que a
realidade dessa aplicação nos revela individualmente e como igreja?Anotações
O início da oração
A resposta do povo à leitura da Bíblia foi uma longa oração que narra a bondade de
Deus em contraste com a história da incredulidade de Israel. Podemos observar
que a resposta parece mais um sermão do que uma oração, porque quase todos os
versos têm um paralelo em alguma passagem da Bíblia.
2. Leia Neemias 9:4-8. Quais são os principais assuntos em que a oração se
concentra nesses versos? Por quê?
Aquele que criou todas as coisas escolheu Abraão, um ser humano que não era de
maneira nenhuma especial, a não ser por “seu coração fiel”. Aparentemente Abraão
teve falta de fé em muitas ocasiões, mas quando Deus solicitou que entregasse seu
filho, não vacilou (veja Gn 22). Ele não aprendeu a ser fiel de um dia para o outro,
mas durante sua longa caminhada com Deus. No pensamento hebreu, o coração se
refere à mente. Em outras palavras, Abraão desenvolveu fidelidade de pensamento
e ação, e Deus o reconheceu por isso.
Por que a doutrina de Deus como nosso Criador é tão central à nossa fé? Afinal de contas, que
outro ensinamento seria tão importante comparado a esse, no qual somos ordenados por
Deus a passar a sétima parte de cada semana lembrando Dele como nosso
Criador?Anotações
Lições do passado
3. Leia Neemias 9:9-22. Qual é a diferença entre essa parte da oração e a anterior?
A oração passa dos louvores a Deus, por Sua fidelidade, ao relato da contrastante
infidelidade dos israelitas em sua experiência no Egito e no deserto. Nela, Neemias
menciona todas as diferentes coisas que Deus deu aos israelitas; mas, infelizmente,
a resposta dos “pais” a essas dádivas foi orgulho e teimosia, além do desprezo
pelas ações graciosas de Deus entre eles.
Aqui entra o evangelho tanto para nós quanto para elas. Confessar nossos pecados
não nos salva, somente o sacrifício de Cristo pode fazer isso em nosso favor. O
arrependimento, juntamente com a confissão, é central para o nosso
reconhecimento de que devemos ser justificados somente por Jesus. “Quando por
meio do arrependimento e fé aceitamos a Cristo como nosso Salvador, o Senhor
perdoa nossos pecados e suspende a punição prescrita para a transgressão da Lei.
Então, o pecador se encontra diante de Deus como uma pessoa justa; desfruta o
favor do Céu e, por meio do Espírito, tem comunhão com o Pai e o Filho” (Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 191).
Ao mesmo tempo, visto que Sua bondade faz com que nos arrependamos dos
pecados e os confessemos, devemos estar decididos, pelo poder de Deus, a
abandoná-los.
A conclusão é que Israel tinha sido obstinado, e Deus, amoroso. Ao refletir sobre as
ações do Senhor em favor dos israelitas, eles se lembraram de que, visto que Deus
havia feito muito por eles no passado, Ele continuaria cuidando deles no presente e
no futuro. Por isso era tão importante que o povo sempre se lembrasse das ações
de Deus em sua história. Quando eles se esqueciam delas, envolviam-se em
problemas.
Pense num momento em que você teve certeza de que Deus estava atuando em sua vida.
Como essa lembrança pode confortá-lo da próxima vez que enfrentar lutas? Como pode
confiar mais na bondade divina ao enfrentar sentimentos de desânimo, abatimento e temor
quanto ao futuro?Anotações
A Lei e os profetas
O povo pode ter vivido “em delícias, pela [Sua] grande bondade”, mas não se
deleitou em Deus; seu deleite estava nas coisas que tinha. Parece que possuir as
coisas não produz uma caminhada íntima com Deus. Às vezes pensamos: “Se eu
tivesse isso ou aquilo, seria feliz”. No entanto, os israelitas tinham tudo da parte de
Deus, e, ainda assim, sua “felicidade” naquelas coisas apenas os tornou menos
devotos a Ele. É muito fácil nos concentrarmos nas dádivas e nos esquecermos do
Doador. Esse é um engano fatal.
Isso não significa que não podemos ficar felizes pelas coisas que Deus nos concede.
Ele deseja que nos alegremos em Suas dádivas, mas essa alegria não garante um
relacionamento com Ele. Se não formos cuidadosos, essas coisas podem se tornar
uma pedra de tropeço.
Anotações
Louvor e petição
Novamente, a oração se volta para o louvor a Deus, exaltando Suas qualidades: Ele
é grande, poderoso e temível, Aquele que guarda a aliança e a misericórdia. O povo
parecia sincero em seu reconhecimento da bondade de Deus para com ele.
Também apresentou uma petição que consistia em uma aliança estabelecida com
Deus, que foi descrita em detalhes no capítulo 10. Qual era a petição do povo?
“Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a
aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio” (Ne
9:32).
A comunidade tinha que pagar tributos aos reis que a dominavam. A opressão de
todos os lados estava atormentando o pequeno grupo de israelitas, e eles estavam
cansados disso. Tinham suportado uma tirania após a outra e esperavam alívio.
Leia Romanos 5:6-8. Como esse texto reflete o que os israelitas estavam pedindo a Deus? Que
consolo encontramos na petição dos israelitas e nas declarações de Paulo em
Romanos?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 37-41 (“Abra o Coração a Deus”).
O povo desfrutou das bênçãos que o Senhor lhes havia prometido, as quais, num
mundo caído, relembravam a abundância do Éden. E, tudo bem, eles deviam
desfrutá-las. Deus criou o mundo físico de maneira que o ser humano pudesse
usufruir dele, e o antigo Israel, abençoado por Deus, também se deleitou com ele.
Seu pecado não estava em “edenizar-se” pela grande bondade de Deus, mas em se
esquecer do Senhor (Ez 23:35), cuja bondade os israelitas estavam desfrutando. As
bênçãos se tornaram um fim em si mesmas, e não um meio para revelar Deus aos
que estavam ao redor.
1. Em Mateus 13:22, o que Jesus quis dizer com “a fascinação das riquezas”, e como
isso se relaciona com a oração de confissão que estudamos nesta semana?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 7
Nosso Deus perdoador
ESBOÇO
Mais uma vez, o dia começou com a leitura do livro da Lei. A imersão na Palavra de
Deus levou à convicção, e, de forma coletiva, o povo se voltou para o Senhor em
arrependimento. Porém, o arrependimento não ocorreu apenas por causa dos seus
pecados daquele momento, mas das transgressões da nação ao longo de sua
história.
Os israelitas relataram tudo o que a nação fez desde o tempo de Abraão ao falhar
em seguir ao Senhor, indicando um padrão de luta para se andar com Deus, e até
mesmo de abandoná-Lo. No entanto, o Senhor vinha a eles repetidas vezes e os
resgatava. É surpreendente que a leitura da Torá os levou a montar uma história
de fracasso humano e triunfo divino. A oração começa e termina com louvores, ao
mesmo tempo em que suplica que Deus intervenha novamente em favor deles.
Eles foram relembrados de que assim como o Senhor foi fiel no passado,
continuaria cuidando deles. Apesar das dificuldades que enfrentavam em sua terra
natal ao construir o templo, os muros e a cidade, Deus cuidaria deles e não os
abandonaria. Ao final, eles se comprometeram a fazer uma aliança com o Senhor.
COMENTÁRIO
Estrutura de Neemias 9
A ocasião foi bem organizada: os levitas leram as Escrituras por um quarto do dia,
e depois por mais algumas horas, o povo confessou seus pecados e erros e adorou
a Deus. Imagine a experiência poderosa de ler ou ouvir a Palavra por várias horas
ininterruptas, seguidas de confissão e louvores ao Senhor por mais algumas horas,
o que parece quase inacreditável para uma assembleia tão grande. Tal devoção
exigiria incrível foco e enorme sede de Deus.
Talvez o que tenha levado as pessoas a buscar o Senhor com perseverança foi o
desejo de ver a reação divina. Eles estavam preocupados. A ansiedade foi
demonstrada por meio da súplica na oração: “Não menosprezes toda a aflição que
nos sobreveio.” Em outras palavras, os israelitas rogaram a Deus que não
desconsiderasse o que estava acontecendo com eles: não estavam sendo bem
recebidos na sua própria terra pelas nações vizinhas, tinham enfrentado
perseguição, e estavam trabalhando duro tentando reconstruir sua amada cidade.
Pediram-Lhe que interviesse, que agisse, que visse, ouvisse e respondesse. Após
passarem esse tempo juntos, os líderes convidaram toda a assembleia a se
levantar. Então, começaram a chorar ao Senhor e fazer a oração registrada
em Neemias 9:5-38, que está entre as melhores preces registradas na Bíblia.
Oração de confissão
O povo de Israel olhou para trás e viu tudo que havia feito. Ficou horrorizado com
a maneira errada como tinha seguido a Deus. Além disso, todo indivíduo estava
ciente de sua própria insuficiência em andar com o Senhor.
Em Neemias 9:20, é declarado que Deus deu Seu “bom Espírito” aos israelitas para
instruí-los (sakhal). Essa palavra aparece também no capítulo 8, e significa
“entender, ser prudente e sábio”. O Senhor dá os melhores presentes. O Espírito
Santo não foi dado apenas aos crentes no Novo Testamento, mas também aos
crentes no Antigo Testamento, e foi concedido para ensinar-lhes e torná-los sábios.
É isso que o Espírito Santo faz por nós quando permitimos que Ele nos instrua.
Deus deu aos israelitas tudo o que queriam e “necessitavam” (o Espírito Santo,
comida, água, reinos, terra, vitória na guerra, cisternas, vinhas, olivais e árvores
frutíferas). Contudo, em vez de se alegrar em Deus, o povo se deleitava apenas nas
coisas que o Senhor lhe dava. Surpreendentemente, quando os tempos difíceis
chegaram e o povo apelou ao Altíssimo, Ele o ouviu novamente. Por quê? Por causa
de Sua grande misericórdia.
Outra frase que os levitas repetem na oração é: “dos Céus Tu os ouviste” (Ne 9:27,
28). Sempre que o povo clamava a Deus, Ele ouvia. O Senhor espera que nós O
chamemos, e sempre que fazemos isso, Ele ouve, não ignora nossas lágrimas ou
pedidos. Às vezes, parece que Deus está em silêncio porque não temos as respostas
que queremos; porém, Ele para toda vez que chamamos, assim como parou para o
cego Bartimeu, que continuou clamando a Jesus porque queria ver (Mc 10). Deus
foi ao Monte Sinai para falar com o povo. Apesar disso, Israel O rejeitou depois e
escolheu um bezerro de ouro para adorar. Por que o Senhor nos busca tão
incessantemente? É que Ele deseja estar perto de nós. Os israelitas reivindicaram a
promessa de que o Senhor sempre nos ouve, pois tinha ouvido seus antepassados,
e eles tinham fé de que o Altíssimo os ouviria e lhes responderia. E foi isso que
aconteceu.
A. Descreva a vida da sua família e a sua caminhada com Deus. Desenhe os altos e
baixos e faça uma lista deles. Vá até onde você possa se lembrar, representando
graficamente o que aconteceu. Indique os pontos nos quais diferentes membros da
família aceitaram a Cristo. O que você percebe no desenho?
B. Agora, faça o mesmo com sua própria vida em um pedaço de papel. 1) Escreva
em que pontos você pode ver claramente a orientação divina. 2) Você vê algum
padrão? Qual?
Embora nossos fracassos sejam reais, a esperança que temos é que Jesus tem
misericórdia de nós e nos cobre com Sua justiça. Assim como os israelitas tinham a
promessa da grande misericórdia divina, nós também a temos hoje. O que você
pode colocar nas mãos de Deus, sabendo que Ele é cheio de misericórdia e amor
por você?
INFORMATIVO 7
Orfã do genocídio
Inicialmente, a família a tratou com carinho. Eles tinham uma filha da mesma idade
de Delphine que se chamava Mutesi. Isso aumentou sua alegria porque ela desejava
que os pais a amassem como amavam a filha biológica. Mas, não foi o que ocorreu.
Pela manhã, Delphine era obrigada a limpar a casa e buscar água, antes de ir à
escola. As tarefas faziam com que se atrasasse para as aulas e a professora a
castigava com palmadas. Algumas vezes, a professora ordenava que voltasse para
casa, mas Delphine esperava fora do prédio escolar até que as aulas terminarem
para voltar para casa com a irmã adotiva
A nova mãe sabia que causava esses problemas para nova filha, mas não fez nada
por isso. Em pouco tempo, começou a expressar o ódio abertamente. Ela se
recusava a alimentá-la no horário das refeições e ordenou que parasse de chamá-la
de mãe. “Não sou sua mãe biológica,” dizia. Ao contrário da mãe, Mutesi amava
Delphine, e chorava quando via as pessoas maltratando a irmã. Ela lhe dava comida
e leite, embora a mãe a repreendesse. O pai também a amava.
Tudo veio à tona quando Delphine estava com treze anos, no final do ano escolar.
Ela passou em todas as provas, mas Mutesi não. Naquele dia, ao voltarem para
casa, a mãe expulsou Delphine de casa. Felizmente, outras famílias com órfãos
sentiram pena e a acolheram nos anos seguintes. O governo também ajudou.
Delphine nunca terminou o ensino médio.
Enquanto se aproximava da fase adulta, Delphine sentia que a vida parecia cada
vez mais sem esperança. Ela odiava a todos e estava convencida de que esse ódio
era recíproco. Tinha dúvidas sobre Deus e o interesse Dele por ela. Por isso,
também O odiava. Certa vez, Delphine tentou o suicídio ingerindo muita bebida
alcóolica, mas não obteve sucesso.
Certo dia, enquanto caminhava pelas ruas de Nyamata ouviu a voz de um pregador
transmitida por alto-falantes. O pregador, Frederic Musoni, era o orador da
campanha evangelística da igreja adventista. “Você deseja ser curado?”, ele
perguntava. Parecia que o pastor falava diretamente para ela, que parou um
momento para ouvir. Ela percebeu uma voz falar ao coração, “Tenha bom ânimo,
eu a amo”.
“Quando saí das águas batismais, senti paz e liberdade. Comecei a amar as pessoas
e percebi que Deus nunca me abandonou. Eu amo Jesus, que morreu por mim e
acredito que reencontrarei com meus pais novamente”, diz. Hoje, Delphine tem 25
anos de idade e vende artesanato.
“Se você é pai em um lar confortável, por favor, cuide de uma criança carente. Evite
falar palavras ásperas para uma criança, mesmo depois que cresça. Ela nunca
esquecerá o que ouviu”, diz. “Se você está sofrendo, talvez porque, como eu, não foi
criado pelos seus pais, saiba que a paz só existe ao permitir que Jesus seja seu tudo.
Jesus é o verdadeiro Pai, Consolador, descanso e paz.”
Dicas da História
16 de novembro a 22 de novembro
Deus e a aliança
O que significa aliança na Bíblia? A explicação mais fácil para uma aliança bíblica é
que ela é o estabelecimento legal de um relacionamento entre Deus e Seu povo. É
Deus dizendo: “Você é Meu povo, e Eu Sou o seu Deus”. Além disso, encontramos a
utilização de alianças escritas entre outros povos no mundo antigo, muitas vezes
entre os líderes e seus súditos.
Anotações
A ideia da aliança
1. Leia Neemias 10:1-29 (e relembre Neemias 9:36-38). Quem estava fazendo essa
aliança? Por que ela foi feita?
A aliança era importante porque fazia parte da história de Deus lidando com a
humanidade pecadora e demonstrava Seu anseio por um relacionamento com o
povo. Ela também permitia que o povo revelasse seu desejo de se dedicar ao
Senhor.
A linhagem de Adão finalmente se dividiu, visto que Caim escolheu o mal (Gn 4:8-
19), e Sete seguiu a Deus (Gn 5:3-24). A genealogia de Caim culmina em Lameque
(Gn 4:17-19), o sétimo a partir de Adão, que introduziu a poligamia. A violência e a
vingança do lado de Caim se justapõem à linhagem fiel de Sete. A genealogia de
Sete também foi especificada; o sétimo dessa linhagem é Enoque, que “andou com
Deus” (Gn 5:24, NVI) e foi levado para o Céu.
Infelizmente, o mundo seguiu mais o mal do que a Deus, e a descendência dos fiéis
se tornou muito pequena. Logo não restaria nenhuma família por meio da qual
Deus pudesse cumprir Sua palavra ao enviar a Semente prometida para salvar a
humanidade. Nesse momento, Deus interveio com o Dilúvio. No entanto, esse
acontecimento foi uma “descriação” posterior, a reversão e a destruição da vida.
Ainda assim, Deus destruiu apenas o que o ser humano já havia arruinado (Gn
6:11-13).
Você já experimentou a realidade da força destrutiva do pecado? Como? Qual é o único poder
contra o pecado e como nos beneficiamos dele?Movimento de oração e resgate: Neste
trimestre, vamos iniciar um movimento de oração pelos amigos que estão afastados de
Jesus Cristo.Anotações
Alianças na história
Após o Dilúvio, Deus recomeçou a história com Seu povo, por meio de Noé e das
pessoas que vieram depois dele. O Senhor também buscou um relacionamento com
elas, e a ideia da aliança era central para isso. A Bíblia identifica as sete principais
alianças que Deus fez com o povo:
1ª Aliança – com Adão (Gn 1, Gn 2, Gn 3)
2. Leia os textos a seguir. O que significa a “aliança eterna”? (Gn 9:16; Gn 17:7; Is
55:3; Hb 13:20). Assinale a alternativa correta:
A Bíblia apresenta o termo “aliança eterna” dezesseis vezes. Dessas, treze são
especificamente aplicadas à aliança com Abraão; com Israel, no Sinai; e com Davi.
Cada uma delas, embora singular, levava a marca da “aliança eterna”. Assim como o
evangelho eterno foi anunciado primeiramente em Gênesis 3:15 e depois
progressivamente revelado em toda a Bíblia, a mesma lógica se aplica à aliança
eterna. Cada sucessiva aliança serve para esclarecer e aprofundar nossa
compreensão da aliança eterna de amor, revelada mais plenamente no plano da
salvação. A Nova Aliança e a Antiga Aliança, conforme são muitas vezes
distinguidas, contêm os mesmos elementos.
1. Santificação: “Na mente, lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas
inscreverei” (Jr 31:33; compare com Hb 8:10).
2. Reconciliação: “Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo” (Jr 31:33; Hb 8:10).
3. Missão: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu
irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos Me conhecerão, desde o menor
até ao maior deles” (Jr 31:34; Hb 8:11).
Anotações
Por exemplo, todo o livro de Deuteronômio foi escrito na forma de uma aliança,
pois Moisés convidou o povo de Deus a entrar em um novo relacionamento de
aliança com o Senhor. Ele expressou a aliança da seguinte maneira: (1) Declaração
preliminar (Dt 1:1-5); (2) prólogo histórico (Dt 1:6 – Dt 4:43); (3) determinações
ou leis (Dt 4:44 – Dt 26:19); (4) bênçãos e maldições (Dt 27, Dt 28, Dt 29, Dt 30);
(5) testemunhas (Dt 30:19); e, finalmente, (6) provisão especial (Dt 31:9-13).
3. Leia Josué 24. Como esse padrão de aliança é revelado também nesse capítulo?
Leia Josué 24:15. Qual princípio encontrado nesse verso pode se aplicar a nós?Anotações
4. Leia Neemias 10:30-39. Quais são as quatro coisas que os israelitas prometeram
fazer como parte da aliança renovada?
O objetivo dos israelitas era demonstrar que eles estavam comprometidos com a
aliança e, portanto, implementariam formas práticas de desenvolver seu
relacionamento com Deus e com os outros. Mesmo que nem sempre guardassem a
aliança perfeitamente, eles entendiam que práticas e hábitos corretos
influenciariam o futuro. Se a nação israelita desejava ir no caminho certo, ela teria
que estabelecer maneiras de agir e costumes que a conduzisse aonde desejava
seguir. Se desejava andar intimamente com Deus, era importante valorizar o
sábado e cuidar do templo.
“Por meio do correto exercício da vontade, uma transformação completa pode ocorrer em
sua vida. Entregando a vontade a Cristo, você se une com o poder que está acima de todos os
outros. Obterá força do alto para permanecer fi rme e, pela constante entrega a Deus, será
capacitado para viver a nova vida, a vida da fé” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 48). Há
algo que o impede de vivenciar o que está escrito nessa citação?Anotações
Quinta, 21 de novembroAno Bíblico: 1Co 1-4
O templo
5. Leia Neemias 10:32-39. Por que as práticas do templo eram essenciais aos
israelitas, como é demonstrado nestas palavras: “Não negligenciaremos o templo
de nosso Deus” (Ne 10:39, NVI)? Por que o templo era tão importante para a fé?
(Veja também Hb 8:1-7.)
O templo servia como o coração da nação israelita. Ele era tão central à sua fé que a
maior tragédia ocorreu quando Nabucodonosor o derrubou e levou os objetos
sagrados.
Quando o templo era bem administrado, ele proporcionava vida espiritual vibrante
à nação, pois indicava ao povo a solução definitiva para o problema do pecado,
mediante a morte de um cordeiro. Quando Jesus morreu na cruz, essa solução foi
providenciada (Rm 5:5-10). Além disso, por meio do serviço anual do Dia da
Expiação, o povo aprendia que Deus tem, em última instância, um plano para
acabar com o mal e o pecado para sempre. Em outras palavras, o templo servia
como cenário para revelar ao povo todo o plano da salvação. As lições a ser
aprendidas por meio do estudo dos serviços realizados nele são imensas e
necessárias para nos dar uma visão maior do caráter de Deus e esclarecer o plano
da salvação.
“Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15). Qual era a esperança de Paulo? Como
podemos torná-la nossa também?Anotações
Sexta, 22 de novembroAno Bíblico: 1Co 5-7
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 43-48 (“Consagração”).
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 8
Deus e a aliança
ESBOÇO
Em outras palavras, a assinatura da aliança não foi suficiente. Eles sabiam que isso
tinha que ser seguido de ação. Seu compromisso com Deus tinha que ser
observável, e assim reintroduziram aspectos importantes de caminhar com o
Senhor como uma nação santa. Por meio de uma relação com Ele e da
intencionalidade no comportamento eles cresceriam como povo de Deus. Um
aspecto essencial da fidelidade ao Criador é desenvolver hábitos corretos e
suplicar de forma regular e permanente por transformação e ajuda divina.
Buscando Sua ajuda e mantendo nosso foco Nele, podemos desenvolver bons
hábitos e persistir no caminho correto. Os judeus não deixaram seu crescimento ao
acaso, mas diligentemente fizeram planos de ação que os mantivessem firmados
em Deus.
COMENTÁRIO
Estrutura temática do capítulo 10
VI. Declaração resumida: “Assim, não desampararíamos a casa do nosso Deus” (Ne
10:39)
Da criação à recriação
Abraão seguiu o costume de fazer uma aliança entre duas partes. A tradução literal
para fazer uma aliança é “cortar” uma aliança, porque envolvia o “corte” de
animais. Dependendo de quão rico fosse o vassalo (o servo), ele traria uma
variedade de animais para dividir ao meio. O vassalo realizava esse trabalho e
depois fazia um juramento ao soberano. Visto que Abraão era rico, ele trouxe uma
novilha, uma cabra, um carneiro, uma rola e um pombinho (Gn 15:9), cortou cada
um dos animais ao meio e colocou-os de frente um para o outro no chão, criando
um caminho entre eles. As aves foram deixadas inteiras devido ao seu tamanho
pequeno e colocadas em frente uma da outra. O trabalho do vassalo agora era
andar entre as partes cortadas e proclamar algo como: “Que seja feito a mim como
foi feito com esses animais se eu quebrar essa aliança.” O soberano não andava
entre os animais, pois isso era feito apenas por aquele que tinha menor status no
relacionamento. Assim, conforme o costume, Abraão deveria ter andado entre os
animais partidos como um vassalo, mesmo que isso não tenha sido
especificamente mencionado no texto.
Deus fez uma aliança conosco para demonstrar Seu compromisso e bondade.
Apesar de rompermos o relacionamento com Ele, o Senhor continua trabalhando
para consertá-lo. O Criador quer nos restaurar a Si mesmo (Êx 19:4; Jo 12:32).
Compromissos da aliança
D. O que veria?
E. O que sentiria?
2. Qual é a sua opinião sobre a atitude de Deus ao andar pelas partes cortadas dos
animais em Gênesis 15? O que Abraão pensou disso? O que significa para você o
fato de Deus ter feito uma aliança com Abraão?
A aliança de Neemias
INFORMATIVO 8
No sábado, Yvonne foi à igreja como costumava fazer. Mas os líderes da igreja
souberam que ela e quatro adolescentes haviam participado da festa. Todos eles
foram disciplinados. Os quatro jovens pediram perdão e prometeram não
desrespeitar a guarda do sábado, mas ela recusou desculpar-se. “Não posso. Quero
cantar e dançar”, disse ela, e deixou de ir à igreja aos sábados. Yvonne mudou o
estilo de vestir e a maneira de andar. Em todo lugar em que ela estava, as pessoas
paravam para olhar. Em pouco tempo, tornou-se uma das garotas mais populares
da escola.
Sua popularidade aumentou mais ainda quando começou a compor suas canções.
Sua primeira música se tornou sucesso no campus. Ela ficava muito feliz quando
ouvia os alunos e professoras ouvindo sua criação. Essa nova rotina a deixava
muito ocupada e ela começou a matar aulas. Mesmo assim, passou nos exames
finais com notas muito boas. Impressionados, os professores perguntavam como
ela conseguiu boas notas sem frequentar as aulas. Ela não sabia o que responder
mas, secretamente, pensava que a razão eram as orações da mãe.
Ela é grata aos pais, especialmente por lhe haver ensinado valores bíblicos. Por
isso, testifica a verdade que diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você
tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22:6, NVI).
“Tenho certeza que os ensinos recebidos na minha infância por minha mãe foram
muito úteis,” diz. “Mesmo quando me desviei de Deus, as palavras de minha mãe
permaneceram no meu coração.”
Dicas da História
23 de novembro a 29 de novembro
Geralmente não lemos as genealogias nem as longas listas de itens na Bíblia. Mas
elas foram incluídas ali por uma razão. O Senhor da Bíblia é o Deus dos detalhes.
Ele percebe as peculiaridades, e isso nos garante que nunca seremos esquecidos
por Ele.
Anotações
O Deus da história
1. Leia Esdras 1:9-11 e Daniel 1:1, 2. Como os versos de Daniel nos ajudam a
entender a que Esdras estava se referindo?
O livro de Esdras fornece os detalhes, enquanto o de Daniel apresenta o contexto
geral. Juntos, porém, esses textos mostram que o Senhor está no controle.
“A história das nações fala a nós hoje. Deus tem designado um lugar em Seu grande
plano para cada nação e cada indivíduo. Homens e nações estão sendo hoje
testados pelo prumo na mão Daquele que não erra. Por sua própria escolha, todos
estão decidindo o seu destino, e Deus está dirigindo tudo para a realização dos
Seus propósitos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 536).
Babilônia caiu em outubro de 539 a.C., quando foi conquistada por Ciro, rei do
exército medo-persa. Belsazar confiava erroneamente em seu sucesso, luxo e fama.
Ele era tão arrogante que havia organizado um banquete extravagante na noite em
que acabaria sendo morto. A mão divina escreveu na parede do palácio que seus
dias tinham sido contados e estavam chegando ao fim. Mesmo conhecendo o
destino e a história de conversão do poderoso rei Nabucodonosor, ele não havia
aprendido a lição. É sempre trágico quando não atendemos às advertências de
Deus e não seguimos Sua instrução.
O profeta Daniel esteve sempre ali, mas havia sido ignorado. Quando perdemos o
senso da santidade de Deus e de Sua presença na vida, seguimos um caminho
acompanhado de complicações, problemas e tragédias, que acabam em morte.
Depois de relatar ao rei a história de Nabucodonosor, Daniel disse: “Tu, Belsazar, que és seu
filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto” (Dn 5:22). Como podemos
nos assegurar de que não cometemos o mesmo tipo de erro de Belsazar? De que maneira a
realidade da cruz pode nos manter humildes diante de Deus?Anotações
Em suas cidades
A liderança de Esdras e Neemias foi valorizada, mas o povo também fez seu
trabalho. Cada grupo se envolveu em diferentes tarefas, realizadas em momentos
distintos. E o resultado foi impressionante. O início da obra (Ed 2) está ligado ao
fim (Ne 7), e não apenas o segundo templo estava construído, mas também
Jerusalém estava remodelada e bem estabelecida.
4. Leia Neemias 7:73. O que esse texto revela sobre o sucesso deles em fazer a
vontade de Deus?
Existe alguma situação sem esperança em sua vida para a qual você ainda aguarda o
livramento divino? Comente com a classe.Movimento de oração e resgate: Com o relatório
atualizado da secretaria da sua igreja, organize com sua Unidade de Ação ou com seu PG a
visitação a essas pessoas. Muitas pessoas precisam ser resgatadas.Anotações
5. Leia Esdras 8:1-15. De acordo com o verso 15, qual era a grande inquietação?
Por que isso preocupava alguém que desejava restabelecer a nação de Israel em
sua antiga terra natal? Assinale a alternativa correta:
• A. ( ) Esdras não achou levitas entre o povo. A inquietação era: quem cuidaria do
templo em Jerusalém?
• B. ( ) O povo começou a oferecer seus filhos em sacrifício. Esdras temia que essa
prática corrompesse o povo em Jerusalém.
O fato é que nem todos os judeus de Babilônia, incluindo alguns levitas, queriam
retornar. Vários fatores poderiam estar envolvidos. Muitos desses judeus tinham
nascido e crescido no novo país, e essa era sua única experiência. Alguns talvez não
desejassem fazer a longa e perigosa viagem para uma terra que eles não
conheciam. Por fim, apesar dos desafios, eles levaram levitas suficientes para
ministrar no templo (veja a lição de quinta-feira).
“Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14:22). Qual é a
realidade das provações e dificuldades para os que desejam servir ao Senhor
fielmente?Anotações
6. Qual promessa foi dada ao povo hebreu em Deuteronômio 30:1-6? O que essa
promessa significava para homens como Esdras e Neemias?
Esdras e Neemias conheciam as profecias. Eles sabiam que Deus traria o povo de
volta do cativeiro. Em Neemias 9, vimos que eles compreendiam sua história e as
razões de seus problemas. Ao mesmo tempo, também conheciam a graça e a
direção de Deus, apesar de seus pecados.
Portanto, eles acreditavam que o Senhor lhes daria sucesso em seu retorno do
cativeiro. Contudo, essas promessas não significavam que eles não enfrentariam
desafios ao longo do caminho. Durante boa parte deste trimestre consideramos as
provações e as tribulações que eles enfrentaram, mesmo em meio às promessas de
Deus.
7. Qual foi o desafio em Esdras 8:16-23, e como os israelitas reagiram diante dele?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
Apesar das promessas, Esdras sabia que a viagem era perigosa. Portanto, o jejum e
a humilhação diante de Deus eram maneiras de reconhecer sua dependência do
Senhor para obter o sucesso. Naquele momento, com tantos perigos à frente, a
ideia de pedir ajuda e proteção ao rei havia ao menos ocorrido a Esdras. Mas, por
fim, o servo de Deus escolheu não fazer isso, diferentemente de Neemias (Ne 2:9),
que teve uma escolta para protegê-lo. Evidentemente, Esdras pensou que, se
tivesse pedido a ajuda do rei, teria trazido desonra ao Senhor, pois ele já havia dito
ao rei: “A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que O buscam, para o bem deles;
mas a Sua força e a Sua ira, contra todos os que O abandonam” (Ed 8:22). Nesse
caso, tudo lhes correu bem, e ele escreveu posteriormente (Ed 8:31) que o Senhor
os havia protegido, e chegaram ao destino em segurança.
Na cidade santa
8. Leia Neemias 11:1, 2. Por que os judeus tiveram que lançar sortes para ver quem
teria que morar em Jerusalém em vez de morar nas outras cidades?
O que Neemias 11 nos ensina? Era necessário conseguir novos moradores para
Jerusalém dentre os que haviam acabado de retornar ao país após o exílio.
Parece que era mais fácil viver no campo do que na cidade. As pessoas tinham suas
terras, herdadas de seus antepassados. Abandoná-las e ir morar em Jerusalém era
um sacrifício, e muitos podiam, com razão, sentir que seriam desarraigados se
fizessem isso. A vida teria novos desafios, e um estilo de vida urbano seria
diferente da experiência em uma área rural. Mudar-se para um ambiente novo e
desconhecido é sempre difícil.
É muito desafiador mudar para uma nova cidade ou país onde o evangelho precisa
ser disseminado! Cumprir a missão nas cidades requer disposição para
experimentar novas aventuras e dificuldades.
“Nossos obreiros não estão alcançando o que deveriam. Nossos líderes não se
despertaram para a obra que deve ser feita. Quando penso nas cidades nas quais
pouco foi feito, onde há milhares que precisam ser advertidos da breve volta do
Salvador, sinto um intenso desejo de ver homens e mulheres saindo para a obra
com o poder do Espírito, cheios do amor de Cristo por corações que perecem”
(Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 40).
Deus deseja que tudo seja feito de modo apropriado. Antes que grandes obras
sejam realizadas, são necessárias pessoas consagradas. Essas famílias sacerdotais
haviam ajudado Neemias a construir o muro. Assim podiam adorar o Deus vivo no
templo de modo seguro e sem intervenção externa. O muro era importante para
manter a segurança, mas a adoração verdadeira estaria em risco sem a presença de
sacerdotes dedicados. Por isso, o povo, em suas várias funções, tinha seu papel a
desempenhar.
Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 57-65 (“A Obediência é um
Privilégio”).
2. Deus nos conhece. Isso nos dá a segurança de que estamos sob Seu cuidado.
Leia Isaías 43:1. Como você pode assegurar a presença do Criador aos seus
semelhantes quando eles passam por crises emocionais, relacionais, sociais ou
financeiras?
3. Esdras não queria pedir ajuda ao rei porque temia que isso tornasse vazias as
suas palavras sobre a proteção de Deus. O fato de que cremos na cura divina
significa que estamos mostrando falta de fé se formos a um médico? Comente com
a classe.
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 9
COMENTÁRIO
Genealogias
É curioso que os animais também são contados nessa lista de pessoas que
retornaram do exílio babilônico, especificamente 736 cavalos, 245 mulas, 435
camelos e 6.720 jumentos (Ed 2:66, 67). Alguns poderiam interpretar essa
enumeração como prova poderosa de que Deus também Se importa com os
animais. Em toda a Bíblia, Ele mostra Sua preocupação com toda forma de vida. Ele
salvou os animais na arca de Noé (Gn 7:2, 3, 8) e Se recusou a destruir Nínive, pois
além do arrependimento dos seres humanos, muitos animais viviam ali (ver Jn
4:11). Além disso, O Senhor delegou aos seres humanos na criação uma solene
responsabilidade de representá-Lo e cuidar de Seu mundo criado (Gn 1:28). O
mesmo se deu após o Dilúvio, embora houvesse complicações (Gn 9:2), pois a
partir daquele momento os animais temeram os humanos.
Lista de sacerdotes
Quando Esdras reuniu o povo junto ao rio Aava para viajar a Jerusalém, ele se
entristeceu porque os levitas não foram a eles. Aqueles que deviam ensinar o povo
sobre Deus e tinham o maior papel em restaurar o povo em sua caminhada com o
Senhor não tomaram a decisão de retornar à terra de Israel. Então, Esdras agiu.
Chamou nove líderes e alguns homens descritos como sábios (Ed 8:16) e lhes deu a
tarefa de ir a um homem chamado “Ido” em Casifia e pedir que ele lhes enviasse os
levitas, assim como alguns servidores do templo (netinins; Ed 8:17, 20, ARC). Não
se sabe muito sobre Ido nem Casifia, exceto que deve ter sido um lugar
densamente povoado pelos judeus. Esdras então louvou a Deus porque Ido enviou
38 levitas e 220 netinins, designados para servir os levitas e ajudar no templo. O
grupo sacerdotal respondeu ao chamado do Espírito Santo e decidiu se juntar à
assembleia no rio Aava.
Outra lista aparece no fim do relato, quando os exilados chegam a Jerusalém. A lista
consiste em animais oferecidos a Deus como holocausto depois de chegarem com
segurança ao seu novo lar (Ed 8:35). O povo ofereceu 12 novilhos, 96 carneiros, 77
cordeiros e 12 bodes. O incrível número de animais sacrificados como holocausto
demonstra gratidão pela proteção divina, pois perceberam que não foi por acaso
que chegaram a Jerusalém em segurança. Eles também estavam ansiosos pelo
futuro, pois, visto que Deus havia cuidado deles na jornada até ali, Ele tinha um
plano para a prosperidade de Israel.
A) A noção de santidade e o viver santo ainda são importantes hoje em dia? Por
quê?
INFORMATIVO 9
Ao voltar para casa, Elijah se debruçou sobre os seis capítulos de seu livro sagrado
que falava sobre Jesus. Concentrou-se especialmente no décimo novo capitulo que
agora ele compara com o livro de Ellen White, O Desejado de Todas as Nações. Em
seus 40 anos de vida, ninguém lhe falara de Jesus. Ele sabia que Jesus foi um
grande profeta, mas um homem mortal. Agora em seu livro sagrado, leu versos
descrevendo a divindade de Jesus, Sua morte, Seu poder criador e os milagres
realizados. No capitulo 3, versos 45 e 46 leu palavras surpreendentes que
mostraram que Jesus é, de fato, Deus.
Ao abrir a Bíblia, ele comparou a passagem com Isaías 9:6: “Porque um menino nos
nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será
chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.”
Elijah se convenceu de que deveria adorar a Jesus.
No primeiro sábado nessa nova cidade, Elijah e esposa foram à igreja adventista no
dia em que foi iniciada uma série de palestras evangelísticas conduzida por Alain
Coralie, secretário da Divisão Centro Leste Africana. No fim das conferências Elijah
e a esposa, Josephine, foram batizados por imersão.
Atualmente, Elijah tem 50 anos de idade e compartilha a salvação por Jesus com
aqueles que não O conhecem. Muitas pessoas foram batizadas através de suas
séries evangelísticas e seu trabalho na colportagem. Ele também é diácono.
Algumas pessoas podem falar que sua conversão teve um alto custo, mas Elijah não
mudaria nada.
“Filipenses 3:7-14 nos desafia a deixar de lado todos os nossos ganhos e posses e
considera-los como perda para Cristo,” ele diz. “Deixei de lado todos os privilégios
familiares, honras recebidas pelas grandes universidades onde estudei. Eu deixei
de lado prestígio e posições. Abandonei os altos salários que recebi do governo de
três países onde estudei. Só estou pensando em Jesus Cristo.”
Dirigindo-se a todos aqueles que ouviram sua história, Elias acrescentou: "Desejo
que você se arrependa e também olhe somente para Jesus, para que você seja
salvo".
Dicas da História
30 de novembro a 6 de dezembro
Adorando o Senhor
O Verso para Memorizar desta semana apresenta uma percepção sobre as práticas
de adoração dos hebreus e como sua gratidão ao Senhor tinha transbordado em
louvor a Ele. Em 515 a.C. eles celebraram a dedicação do novo templo (Ed 6:15-18)
e então, cerca de 60 anos depois, fizeram a dedicação do muro de Jerusalém (Ne
6:15-19 – Ne 7:1-3; Ne 12:27 em diante).
O encerramento do Mutirão de Natal será no dia 14 de dezembro. Que sua igreja viva a
experiência de demonstrar “Mais Amor no Natal”!Anotações
Você tem experimentado a alegria da adoração por meio da música? Por que isso é
importante?Movimento de oração e resgate: Continue orando por amigos(as) que já
pertenceram à nossa comunidade e estão longe de Jesus e da igreja. Além de orar, planeje
uma visita especial a essas pessoas. Peça que o Espírito Santo use você para resgatá-
las.Anotações
A raiz hebraica para purificaram (thr) significa “ser limpo, ser puro” e é usada em
muitos contextos no Antigo Testamento, inclusive aqueles em que está presente a
ideia de ser moralmente puro e limpo diante de Deus.
3. “Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:7-9). O que esse
texto nos ensina sobre 1) a natureza humana, 2) o perdão de Deus e 3) o poder
divino em nossa vida?
O templo e seus rituais eram componentes cruciais da religião do antigo Israel. Mas
eles eram um meio para um fim, não um fim em si mesmos. E evidentemente, o fim
era levar o povo a um relacionamento salvífico com o Deus da aliança, o Senhor
Jesus Cristo, e a conhecer Seu poder purificador na vida das pessoas. É o
conhecimento do que Deus fez e do que o Senhor nos salvou que nos leva a amá-Lo
e a adorá-Lo. Essa é a razão pela qual os antigos israelitas contavam repetidamente
o que Deus havia feito em seu passado. Isso os ajudava a conhecer a bondade e o
amor do Senhor, que eram fundamentais à alegria e às ações de graças que deviam
permear sua adoração.
Independentemente dos seus pecados passados ou do seu caráter atual, você pode ter o
perdão completo na cruz. Que tal reivindicar agora mesmo o perdão que Jesus lhe
oferece?Anotações
4. De acordo com Neemias 12:31-42, por que a música foi uma parte tão
importante da celebração? Assinale a alternativa correta:
Nos dias de Neemias, ele criou, como parte do culto de adoração, dois coros de
ações de graças que caminhavam em redor de Jerusalém cantando, acompanhados
de instrumentos. Eles começavam no mesmo lugar e depois se separavam, indo em
direções diferentes em torno do muro da cidade. Um grupo era conduzido por
Esdras, que estava à frente, e o outro tinha Neemias na parte de trás. Os dois coros
se encontravam novamente na Porta do Vale e de lá seguiam para o templo.
Sacerdotes que tocavam as trombetas complementavam cada procissão. Quando os
coros entravam no templo, ficavam de frente um para o outro. A procissão e o culto
de adoração foram organizados com excelência.
A fim de responder por que a música era uma parte tão importante da celebração e
do culto de adoração, precisamos examinar seu significado no contexto do templo.
A música no templo não era um concerto que as pessoas vinham apreciar, como
ouvir a quinta sinfonia de Beethoven sendo apresentada em uma sala de concertos.
Em vez disso, enquanto os músicos cantavam e tocavam os instrumentos, o povo se
curvava em oração. Era uma parte da adoração.
Na Terra e no Céu a música faz parte da experiência de adoração. Observe que, nos
versos acima, o ato de cantar diz respeito ao que o Senhor fez por Seu povo,
inclusive lhes dando a vitória “sobre a besta”. É o louvor a Deus por Seus atos de
salvação.
Cite algumas coisas que Deus fez por você como boas razões para cantar louvores a
Ele.Anotações
Quarta, 4 de dezembroAno Bíblico: Filipenses
7. De acordo com João 1:29, 36, 1Coríntios 5:7 e Apocalipse 5:6, 12, 13, para o que
os sacrifícios apontavam em última análise? Se os israelitas se alegravam com um
animal morto, uma morte que apenas revelava a verdade, temos muito mais razões
para nos alegrar do que eles! Assinale a alternativa correta:
Quando pensamos que o Criador de todas as coisas (Jo 1:1-3) ficou pendurado na cruz e
morreu pelos pecados de Suas criaturas, qual é a nossa primeira emoção? Qual é a função da
alegria em nossa experiência com a cruz?Anotações
Quinta, 5 de dezembroAno Bíblico: Colossenses
8. Leia Neemias 12:44-47. Por que Judá se regozijou “com os sacerdotes e os levitas
que ministravam no templo” (Ne 12:44, NVI)? Por que eles eram importantes?
Embora as pessoas naquela época certamente não tivessem a luz que temos
atualmente, elas entendiam o suficiente para saber que a obra dos levitas, que
eram os únicos que podiam ministrar no templo, era muito importante. Eles
estavam animados com o fato de que a obra de Deus seria feita por meio deles.
A nação tinha passado tempo com Deus, lendo Sua Palavra, orando, adorando e se
reconsagrando a Ele. Em meio a tudo isso, o povo percebeu que os ministérios do
templo haviam sido negligenciados e precisavam ser restaurados. Agora que eles
tinham sido estabelecidos novamente, alegraram-se com a importante obra que os
levitas fariam em seu favor. Deus impressionou os judeus com a ideia de que os
ministérios do templo faziam parte de Seu plano para a adoração.
Infelizmente, muitas vezes não damos o devido valor aos ministros, mestres da
Palavra e músicos. Mesmo na época de Neemias, a assistência aos levitas às vezes
era forte e às vezes fraca. Com frequência, os levitas precisavam desempenhar
outras funções para sustentar sua família porque as pessoas paravam de entregar
seus dízimos e ofertas.
Sem dízimos e ofertas, não há igreja mundial organizada. Se quisermos que nossos
ministérios continuem, devemos nos comprometer a auxiliar os ministros por
meio de contribuições monetárias e pelo reconhecimento verbal. Embora a igreja
não seja perfeita, isso não deve enfraquecer nossa doação a Deus a fim de que Sua
obra possa continuar ao redor do mundo.
Anotações
“A cruz de Cristo será a ciência e o cântico dos remidos por toda a eternidade. No
Cristo glorificado eles contemplarão o Cristo crucificado. Jamais se olvidará que
Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos vastos
domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem
querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar, humilhou-Se para
levantar o homem decaído; que Ele suportou a culpa e a vergonha do pecado e a
ocultação da face de Seu Pai, até que as misérias de um mundo perdido Lhe
quebrantaram o coração e aniquilaram a vida na cruz do Calvário. O fato de o
Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos, deixar Sua glória e
humilhar-Se por amor ao ser humano, despertará eternamente a admiração e a
adoração do Universo. Ao olharem as nações dos salvos para o seu Redentor e
contemplarem a glória eterna do Pai brilhando em Seu semblante; ao verem o Seu
trono que é de eternidade em eternidade, e saberem que Seu reino não terá fim,
irrompem num hino arrebatador: ‘Digno, digno é o Cordeiro que foi morto e nos
remiu para Deus com Seu mui precioso sangue!’” (Ellen G. White, O Grande
Conflito, p. 651, 652).
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 10
Adorando o Senhor
ESBOÇO
O serviço de dedicação do muro de Jerusalém começou com dois grandes coros que
se moviam separadamente pela cidade e ao fim se uniam no templo. Ali, foram
realizados “grandes sacrifícios”, e o povo se regozijou com “grande alegria” (Ne
12:43). De fato, a alegria do povo era tamanha que até seus inimigos distantes
ouviram a celebração do término do muro. Em seguida, Neemias delegou as
responsabilidades para com a casa de Deus para que as provisões fossem
preparadas segundo a Lei para todos os levitas e servos. O povo estava animado
em ter o templo funcionando novamente. Eles queriam ter certeza de que não
faltaria nada aos que serviam ao Senhor, não apenas para aquele momento, mas
para o futuro.
COMENTÁRIO
Purificação
Outras categorias de purificação incluíam a dos sacerdotes (Êx 29:1-9), que deviam
lavar suas mãos e corpo (Êx 30:17-21; Êx 40:12-14,30-32); a purificação da lepra
(assim como o pecado resultava em morte, também a lepra [Lv 13:6, Lv 13:34]);
fluxos corporais (Lv 15:1-29, Dt 23:10, 11); e a purificação dos levitas (Nm 8:5-
7; Nm 19:7-22). Como os levitas e sacerdotes estavam envolvidos na dedicação do
muro, eles passaram primeiro pela purificação lavando mãos e pés e, talvez, o
corpo. Depois, purificaram o povo, que muito provavelmente teve que se banhar e
talvez lavar as vestes. Além disso, a Bíblia menciona que as portas e o muro foram
purificados, o que significa que foram aspergidos com água.
A água da purificação não era milagrosa em si, mas era a Palavra divina que
declarava que o ritual limpava o povo do pecado e da morte. Ela servia como um
símbolo de pureza. Santidade e limpeza do pecado eram importantes para se
aproximar de Deus numa cerimônia de dedicação. O ritual mostrava que o sangue
de Cristo limpava e cobria o povo. O serviço de purificação incorporava o perdão
dos pecados. Quando o povo se humilhava perante Deus e se lavava, estava
reconhecendo que precisava de ajuda, precisava que Deus o limpasse. Tinha que
ser feito santo pelo Senhor, não por suas próprias ações; contudo, Deus requeria a
ação de lavar como um lembrete tangível de Seu poder transformador na vida de
Seu povo.
Grande alegria
Assim, a palavra aparece no capítulo exatamente sete vezes, o que deve parecer
significativo para o leitor. O número sete na Bíblia é um número de plenitude,
conclusão e perfeição. Portanto, o samach que as pessoas experimentaram foi
completo. Deus os alegrou. Seu ato de regozijo demonstra a verdadeira alegria da
vida, pois se alegraram com o que Deus havia feito. A lição para nós é que devemos
celebrar o que Deus faz em nossa vida, não desprezando Suas ações benevolentes,
nem tomando-as como garantidas. Antes, devemos celebrar Sua providência. O
reconhecimento da bênção e liderança divinas leva à gratidão e à estabilidade
emocional. A gratidão nos torna felizes e vitoriosos.
Purificação
Alegria
1. Leia o Salmo 136, um poema cheio de louvor e adoração a Deus. O que ele nos
ensina em relação ao culto? Que situações diferentes são descritas do ato de nos
aproximarmos de Deus? Por que motivos o salmo louva a Deus?
2. Como você pode assegurar que sua igreja louva a Deus com equilíbrio entre
alegria e reverência?
A. Pense em maneiras pelas quais sua igreja elevou músicos como ministros de
Deus ou situações em que foram postos de lado ou talvez até desencorajados. De
que forma significativa e reverente sua igreja pode incluir seus pianistas e grupos
de louvor no serviço de culto?
4. Se você está carente de alegria em sua própria vida ao louvar a Deus, o que pode
fazer para recuperar aquele “primeiro amor”?
INFORMATIVO 10
Aprendendo mordomia
Martha Etana Chewaka tinha um grande problema: ganhava um ótimo salário no
banco em Addis Ababa, capital da Etiópia, mas, todos os meses seu salário acabava
antes do salario seguinte. Contadora por profissão, ela planejava seus gastos
cuidadosamente. Quando recebia o salario, primeiro separava o dízimo. Em
seguida, pagava o aluguel da casa. Finalmente, comprava farinha de teff* branca
para fazer pão, azeite de oliva, temperos, roupas e sapatos.
Mas a última semana do mês era estressante. Ela ficava sem dinheiro, por isso,
comia menos e ficava sem alguns produtos. Não sobrava nada para poupança.
Então, Martha se casou com um colega contador. Ambos colaboravam com o
orçamento mensal. Mas, o dinheiro sempre acabava antes do final do mês. “Por que
nosso dinheiro não é abençoado?”, Martha se questionava. Imediatamente, uma
ideia surgiu na mente. “Talvez, Deus não nos abençoa porque eu não guardo o
sábado.”
Enquanto considerava o assunto mais um pouco, sentiu como se Deus falasse: “Por
que você trabalha no sábado? Se obedecer aos Meus mandamentos, seu dinheiro
será abençoado.” Martha se lembrou de ter frequentado a Escola Sabatina e o culto
divino com os pais adventistas. Mas, aos 21 anos, ela deixou de fazer isso quando
aceitou o emprego no banco. Na Etiópia, existem seis dias de trabalho na semana, e
a maioria do comércio funciona no sábado. Martha cresceu em uma família carente
e queria um grande salario bancário.
Marta sempre deu o dízimo, como aprendeu na Escola Sabatina quando criança. Às
vezes, ela passava pela igreja depois que o banco fechava na tarde de sábado e
entregava o dinheiro ao pastor. Outras vezes, ela dava o envelope com o dinheiro
para um amigo da igreja. A despeito da fidelidade com o dizimo, o dinheiro acabava
logo. Martha pediu a Deus ajuda. “Senhor, por favor, ajude-me a encontrar um
emprego que não exija trabalhar no sábado”, Martha orou, e fez isso diariamente
por um mês. Nada aconteceu.
Certo dia, Martha disse ao esposo: “Vou sair do emprego.” “Estou desobedecendo a
Deus e, por isso, nosso dinheiro acaba logo. Seu salário será suficiente se Deus nos
abençoar.” O esposo, que era adventista, respondeu: “Sim você precisar pedir
demissão.” Contudo, Martha não pediu demissão. Em vez disso, continuou
trabalhando e orando por um novo emprego.
Dois anos se passaram, ela não podia mais trabalhar. Cada momento de cada dia,
ela sentiu uma voz dizendo: “Este é o momento certo para deixar seu emprego.
Este é o momento certo para sair do seu trabalho. Este é o momento certo para
deixar seu emprego.” Era entorpecedor. Depois de jejuar e orar por cinco dias,
Martha pediu demissão do banco. Seus empregadores ficaram consternados. Ela
era boa funcionária, e eles não queriam perdê-la. Então, ofereceram uma nova
posição, onde ela poderia faltar alguns sábados.
Martha não foi tentada. Era hora de ser fiel a Deus depois de desobedecer a Ele
tanto tempo. Assim que saiu do banco, sentiu paz e alegria, algo que não sentia
desde antes de trabalhar no banco, 13 anos antes. Passado um mês, pela primeira
vez, ela e o marido não ficaram sem dinheiro. O casal ficou admirado! "A partir de
então, creio em Deus porque o seu salário é suficiente para nós dois", disse Martha
ao marido. "Deus nos sustenta."
O casal nunca mudou seus hábitos de consumo. Eles ainda desfrutam de pão feito
com farinha branca, azeite, temperos, roupas e sapatos confortáveis. Mas o
dinheiro deles não se acaba. "Não sei de onde vem o dinheiro, mas minha casa é
muito abençoada", disse Martha. "Obedecer a Deus é melhor do que ganhar
dinheiro."
Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará na construção das salas de aula
da Escola Sabatina para crianças na Etiópia, para que mais crianças, como Marta
quando era jovem, possam aprender sobre a importância do sábado e da devolução
do dízimo. Muito obrigado por planejar doar a oferta do décimo terceiro sábado.
Dicas da História
• Durante a luta de Martha para guardar o sábado, ela se agarra nas promessas de
perdão e benção em Salmos 103:1-3: “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o
que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não
te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas
iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades.”.
• Marta não encontrou novo emprego. Em vez disso, decidiu cuidar melhor da casa e
preparar refeições. Ela também se tornou muito ativa na igreja local, participando
do ministério de prisão, ministério de oração, grupo de estudos bíblicos, programa
de jovens, visita domiciliar de membros doentes e idosos, programa de saúde e
cultos de culto de sexta à noite.
• Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do
Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes
de a história ser apresentada.
• Fazer o download das fotos em alta-resolução no banco de dados na página: bit.ly/
Accountant-Without-Money
• Fazer o download das fotos em alta-resolução dos projetos do trimestre no site:
bit.ly/ECD-projects-2019.
Lição11
7 de dezembro a 13 de dezembro
Apostasia do povo
Anotações
Tobias e Eliasibe são figuras conhecidas no livro de Neemias. Eliasibe era o sumo
sacerdote da nação e estava encarregado do templo. Tobias, amonita, foi
mencionado como o inimigo que se opôs veementemente à obra que Neemias
empreendeu em Jerusalém. A aliança entre Eliasibe e Tobias envolveu um
relacionamento estabelecido por meio de casamento.
Por que o povo de Deus, ao longo da história sagrada, sejam os judeus do antigo Israel, ou os
cristãos que os seguiram durante e após os tempos do Novo Testamento, tão facilmente se
permitem desviar da fidelidade? Como podemos evitar esses erros?Anotações
“Não somente o templo havia sido profanado, mas as ofertas tinham sido mal-
empregadas. Isso estava desencorajando a liberalidade do povo. Haviam perdido
seu zelo e fervor e relutavam em entregar o dízimo. A tesouraria da casa do Senhor
estava pobremente suprida; muitos dos cantores e outros empregados nos
serviços do templo, não recebendo sustento suficiente, haviam deixado a obra de
Deus para trabalharem em outras partes” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 670).
Neemias havia orado: “Deus meu, lembra-Te de mim e não apagues as beneficências que eu
fiz à casa de meu Deus e para o Seu serviço” (Ne 13:14). O que havia de tão humano nessa
oração?Anotações
Dízimos e ofertas
As reformas de Neemias nos serviços do templo incluíram a implementação dos
dízimos e ofertas.
Sem o recolhimento dos dízimos e ofertas, o templo não podia funcionar. Quando o
povo parou de devolver os dízimos, os serviços no templo foram arruinados, e todo
o sistema de adoração estava em risco. Visto que os funcionários do templo saíram
para procurar outros empregos a fim de sustentar sua família, eles não conseguiam
se concentrar nos cuidados do templo. Consequentemente, a adoração a Deus foi
reduzida.
Assim como ocorreu com o templo israelita, nossa igreja entraria em decadência
sem o sustento dos dízimos e ofertas. Os cultos e serviços da igreja não
funcionariam sem pessoas pagas para dedicar tempo a um ministério de qualidade,
ao planejamento e à administração da igreja para Deus. A excelência da adoração a
Deus também diminuiria. Mais importante ainda, sem os dízimos e ofertas, não
existiria evangelismo.
Além disso, devolvemos o dízimo porque Deus estabeleceu esse sistema na Bíblia.
Há ocasiões em que o Senhor não precisa explicar por que estabeleceu algo. O
Criador espera que confiemos que Ele está no controle. Devemos estar informados
sobre como o sistema funciona, mas, depois disso, precisamos confiá-lo aos
cuidados do Pai celestial.
Por que o dízimo é tão importante para nossa espiritualidade, como uma atitude que
demonstre nossa confiança em Deus?Anotações
4. Leia Neemias 13:15, 16. De qual problema ele tratou nessa passagem? Assinale
“V” para verdadeiro ou “F” para falso:
• A. ( ) Da fome em Jerusalém.
• B. ( ) Dos que pisavam lagares e vendiam peixes e mantimentos no sábado.
Não é fácil defender a Deus quando estamos em minoria. Visto que Ele havia dito
que o sábado devia ser um dia santo no qual ninguém deveria fazer nenhum
trabalho, Neemias pretendia assegurar que esse mandamento fosse seguido em
Jerusalém. Evidentemente, ele sentiu a obrigação moral de assumir uma posição e
agir de acordo com ela.
O sábado foi criado como o auge da semana da criação, porque é um dia especial
em que as pessoas são renovadas e recriadas ao passar tempo com Deus de uma
forma que não podem fazer quando estão envolvidas em ocupações e atividades
seculares.
Dizem que “mais do que Israel guardava o sábado, o sábado guardava Israel”. O
sétimo dia, o sábado, era e é um poderoso meio de ajudar a manter a fé dos que,
pela graça de Deus, buscam observá-lo e desfrutar os benefícios físicos e
espirituais que ele oferece.
Anotações
6. Leia Mateus 12:1-8, Marcos 3:1-6, Lucas 6:6-11 e João 5:5-16. Qual foi o
problema mencionado nessas passagens? Uma compreensão da história do antigo
Israel ajuda a explicar a razão do surgimento do conflito?
De que modo podemos, individualmente e como igreja, evitar os erros dos tempos bíblicos, em
relação ao sábado e outras coisas que acreditamos serem importantes para a fé? O que fazer
para neutralizar o fanatismo e o liberalismo?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 115-126 (“Regozijo no Senhor”).
“Sendo-lhes apresentadas as leis e ameaças de Deus, e os terríveis juízos que
visitaram Israel no passado por causa desse mesmo pecado, sua consciência foi
despertada, e teve início uma obra de reforma que desviou a ira ameaçadora de
Deus e recebeu Sua aprovação e bênção.
“Houve alguns no sagrado ofício que pleitearam por suas esposas pagãs,
declarando que não poderiam separar-se delas. Mas nenhuma distinção foi feita;
nenhuma consideração foi mostrada por classe ou categoria. Entre os sacerdotes
ou chefes, quem quer que recusasse cortar sua relação com idólatras era
imediatamente separado do serviço do Senhor. Um neto do sumo sacerdote,
havendo se casado com uma filha do famigerado Sambalate, não foi apenas
removido do ofício, mas prontamente banido de Israel. ‘Lembra-Te deles, Deus
meu’, Neemias orou, ‘pois contaminaram o sacerdócio, como também a aliança
sacerdotal e levítica’” (Ne 13:29; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 673, 674).
1. Com base nessa citação de Ellen G. White, por que Neemias não fez exceção, no
caso dos que amavam suas esposas e não desejavam se separar delas? Será que ele
não foi muito duro e inflexível? Como a igreja pode exercer disciplina com amor e,
ao mesmo tempo, ser coerente com os padrões da verdade?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 11
Apostasia do povo
ESBOÇO
COMENTÁRIO
Dízimo
Um dos aspectos extremamente importante para Neemias foi sistema dos dízimos.
Ele restaurou essa prática em Israel porque o templo e seus serviços não podiam
funcionar adequadamente sem ela. Por que Neemias deu tanta importância ao
retorno do dízimo?
Quando os dízimos e ofertas são mencionados, muitas vezes nos concentramos na
recompensa que receberemos, com base em Malaquias 3:10. Nessa passagem, Deus
diz aos israelitas para “prová-Lo” no dízimo, porque se eles o entregarem ao
Senhor, serão abençoados. Ele afirma pessoalmente: “Provai-Me nisto... se Eu não
vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml
3:10). Por isso, encorajamos outros a devolver a Deus para que recebam a bênção
que Ele prometeu.
Contudo, a entrega de dízimos e ofertas não deve depender das bênçãos que
recebemos. De fato, a entrega dos dízimos é chamada de “devolução” dos dízimos,
porque tudo o que temos já é uma bênção de Deus, pois nos foi dado por Ele.
Devolvemos ao Senhor porque Ele é nosso Criador e nós O reconhecemos como tal.
Damos graças por aquilo que o Senhor fez: Ele nos criou, nos sustenta, cuida de
nós, morreu por nós e continua a nos recriar. Vemos a atitude de gratidão em
devolver os dízimos especialmente nas histórias de Abraão e Jacó.
Em Gênesis 14, lemos sobre uma batalha em Canaã. Quatro reis mesopotâmicos
(reis de Sinar, Elasar, Elão e Goim) lutaram contra cinco reis de Canaã,
especificamente das cidades de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela. Os reis da
Mesopotâmia venceram a batalha e apreenderam despojos e cativos. Visto que Ló
morava naquela região, foi capturado. Quando Abrão percebeu que seu sobrinho
havia sido levado, armou 318 de seus servos treinados e perseguiu o exército da
Mesopotâmia. Seu pequeno contingente de guerreiros atacou os mesopotâmicos e
os venceu. Deus deu a Abrão uma vitória incrível, e ele recuperou tudo o que havia
sido tomado, incluindo Ló.
Jacó teve uma experiência semelhante quando seus pais o enviaram ao seu tio
Labão a fim de que se casasse com uma mulher que seguisse a Deus, em vez de
uma mulher cananeia, e também para protegê-lo de seu irmão Esaú, que tinha
decidido matá-lo. Enquanto fugia para Harã, Jacó adormeceu e o Senhor lhe deu um
sonho em que viu uma escada que chegava ao Céu e anjos subiam e desciam por
ela, e “perto dele estava o Senhor” (Gn 28:13). Deus falou com ele e prometeu estar
com ele e abençoá-lo. Quando Jacó acordou do sonho, exclamou: “Quão temível é
este lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus” (Gn 28:17). Depois, Jacó fez um voto
de que, se o Senhor realmente estivesse com ele, como afirmou no sonho, então,
não somente Ele seria seu Deus, mas o patriarca daria ao Altíssimo um décimo de
tudo o que recebesse do Senhor (Gn 28:20-22). Mais uma vez, vemos alguém que
se surpreende com quem Deus é e com o que Ele faz, e depois, por gratidão,
promete devolver o dízimo fielmente.
Portanto, é a partir de um coração cheio de gratidão que devolvemos o dízimo. Não
fazemos isso porque receberemos uma bênção ao fazê-lo, mas porque Deus é fiel e
admirável por cuidar de nós e providenciar para nós todos os dias. Neemias
demonstrou por meio de suas ações que o dízimo é extremamente importante, não
apenas para apoiar a obra de Deus, mas também para nos ajudar a reconhecer que
tudo vem Dele. Nós damos porque o Senhor nos dá. Dessa forma, participamos do
Seu ministério em favor da humanidade.
Sábado
Neemias era o governador da terra e, por ser um homem muito piedoso, queria ter
certeza de que as pessoas também seguiriam as instruções divinas. Ele sentiu que
tinha que tomar algumas medidas rigorosas para que o povo entendesse que o
sábado deveria ser santificado. Era para ser um dia de descanso no Senhor, no qual
o povo reservasse tempo para estar com a família e os amigos e, o mais importante,
passar tempo com Deus. Ao fazer negócios no sábado, o povo estava perdendo as
oportunidades de comunhão com o Criador e se privando da chance de mostrar
amor e cuidado pelos outros.
Em toda a Bíblia, Deus nos mostra que o dia do sábado é crucial, instruindo-nos a
abandonar os negócios e atividades comuns e a celebrar o Senhor do sábado. Ele
nos encoraja a reconhecer o sábado como “um deleite”, como “o santo dia do
Senhor” e a honrá-lo, não seguindo nossos próprios caminhos, nem encontrando
nossos próprios prazeres egoístas, nem falando nossas próprias palavras
mundanas. Deus mais uma vez promete uma bênção (Is 58:13, 14). Da mesma
forma que o Senhor promete nos abençoar quando devolvemos o dízimo, Ele
também promete uma bênção quando vivemos o sábado em Seu caminho, sem nos
concentrar em nossos próprios desejos, mas glorificando a Deus em tudo o que
fazemos. Contudo, mais uma vez, assim como foi mencionado no tocante ao dízimo,
não devemos guardar o dia santo a fim de obter bênçãos, mas porque é um dia que
nos foi dado como um presente para nos concentrarmos na bondade do Senhor.
Dízimo
1. Qual é o princípio por trás do ato de devolver o dízimo? Por que Deus nos pede
que entreguemos a Ele dez por cento da nossa renda?
Sábado
1. Por que a Bíblia não menciona especificamente o que devemos e não devemos
fazer no sábado?
A. O que Jesus ensinou sobre o sábado que as pessoas e os líderes não entenderam?
B. Quais são os princípios sobre a guarda do sábado que aprendemos com essas
histórias?
INFORMATIVO 11
Nada a perder
Batizado quando era garoto e aluno da Escola Missionária Akiki, Sintayehu recusou
a sugestão. “Creio que o batismo é feito uma vez”, disse. “Não podemos vulgarizar
deliberadamente a participação nesse ritual. Deus é nosso Rei e deseja que
guardemos o sábado.” Até mesmo um pastor adventista o incentivou a fazer a
prova. “Satanás está testando você”, disse. “Ele está tentando anular todos os anos
de esforço que você colocou nos estudos.” Mas Sintayehu recusou voltar atrás:
“Creio que Deus está no Céu e sabe o que acontece na minha vida. Se Ele sabe e está
em silencio, então, tem algo melhor para mim. Preciso esperar.” Sintayehu perdeu
a prova, a professora deu uma nota baixa, mas não ficou triste. Ele imaginou que
não tinha nada a perder.
Dicas da História
14 de dezembro a 20 de dezembro
O que Esdras e Neemias fizeram com a situação dos casamentos mistos de Israel?
Eles ignoraram o assunto ou lutaram contra o problema? Nesta semana,
examinaremos como os dois líderes abordaram essa questão.
Anotações
A reação de Neemias
Além disso, quando o texto diz que Neemias espancou alguns deles e lhes arrancou
os cabelos (Ne 13:25), em vez de vê-lo indignado e reagindo com fúria, devemos
observar que uma surra era uma punição pública prevista. Essa conduta foi
aplicada apenas a alguns deles, ou seja, aos líderes que causaram ou promoveram a
conduta errada. Essas ações deveriam servir como métodos de humilhação pública.
Neemias desejava assegurar que as pessoas entendessem a gravidade de suas
escolhas e as consequências delas.
Como devemos reagir quando nos deparamos com o que acreditamos ser um mau
procedimento na igreja?Anotações
A repreensão de Neemias
• A. ( ) Ela nos revela os erros do passado e nos adverte para não repeti-los.
• B. ( ) A história bíblica apenas servia de lição para o povo do passado.
As escolhas de Salomão o levaram mais fundo no pecado. Ele causou sua própria
ruína ao desobedecer ao mandamento de Deus para os reis de Israel: “Tampouco
para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie” (Dt 17:17).
Salomão é usado como exemplo negativo: ele não apenas teve mais de uma esposa,
mas significativamente, como Neemias destacou, escolheu mulheres que não
adoravam a Deus.
3. Por que Neemias estava certo em reprovar a nação por causa dos casamentos
com pagãos? Gn 6:1-4; Gn 24:3, 4; Gn 28:1, 2; Dt 7:3, 4; 2Co 6:14
A ordem para não contrair casamento misto não tinha relação com nacionalismo,
mas com idolatria. Diversas pessoas na Bíblia se casaram com não israelitas.
Moisés se casou com Zípora, midianita; Boaz se casou com Rute, moabita. Mas o
problema do casamento misto, de acordo com essas instruções, dizia respeito à
união com alguém que professasse uma fé diferente ou que não tivesse nenhuma
fé. O problema é que o povo no tempo de Esdras e Neemias escolheu se casar
infiéis. Richard M. Davidson, em Flame of Yahweh [Chama de Yahweh] (Peabody,
Mass: Hendrickson Publishers, 2007), afirma: “O plano edênico para o casamento
[...] exigia uma integralidade complementar de dois parceiros na fé espiritual, bem
como outros valores importantes” (p. 316). As esposas pagãs não renunciaram à
idolatria. Consequentemente, talvez Neemias tenha ficado mais entristecido do que
indignado com as escolhas do povo, já que para ele isso demonstrava uma falta de
compromisso com Deus.
A Bíblia traz fórmulas para práticas que nos manterão firmados em Deus e que
foram planejadas para maximizar nossa felicidade. Da mesma forma, o princípio do
jugo igual no casamento deve melhorar a nossa vida e encorajar mutuamente a
devoção a Deus.
Esdras reage
4. Leia Esdras 9. Como o servo de Deus reagiu ao ouvir a respeito dos casamentos
mistos entre os israelitas? Esdras 9:1, 2 afirma que eles “não se separaram”. A
palavra “separação” ou “diferença” é usada nos seguintes textos: Lv 10:10; Lv
11:47; Êx 26:33; Gn 1:4, 6, 7, 14, 18. O que o uso dessa palavra revela sobre o
problema de um cristão se casar com um incrédulo?
O povo confrontou Esdras com o problema dos casamentos mistos. A terminologia
que eles usaram ao listar as nações envolvidas em abominações demonstrava seu
conhecimento da Torá, já que a lista foi tirada diretamente dos relatos bíblicos.
Curiosamente, os líderes civis levaram a notícia a Esdras, pois até mesmo os líderes
espirituais da nação, sacerdotes e levitas, eram culpados dessa transgressão.
“Em seu estudo das causas que levaram ao cativeiro babilônico, Esdras havia
verificado que a apostasia de Israel se devia em grande parte a sua mistura com
nações pagãs. Ele notara que, se eles tivessem obedecido à ordem de Jeová de se
conservarem separados das nações que os cercavam, teriam sido poupados de
muitas experiências tristes e humilhantes. Agora ao compreender que não
obstante as lições do passado, homens preeminentes ousavam transgredir as leis
dadas como salvaguarda contra a apostasia, seu coração se afligiu. Ele se lembrou
da bondade de Deus em outra vez dar a Seu povo permanência em sua terra nativa,
e se sentiu presa de justa indignação e aborrecido com a ingratidão deles” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 620).
O que podemos fazer para manter viva a fé em nosso lar e família, mesmo que tenhamos
tomado decisões erradas no passado?Movimento de oração e resgate: Nos dias 6 a 15 de
fevereiro, participaremos dos 10 Dias de Oração. No primeiro sábado (8/2) vamos jejuar,
orar e sair para convidar pessoas para o reencontro com Jesus, no último sábado (15/2).
Prepare sua igreja para resgatar muitos amigos.Anotações
Esdras age
5. Leia Esdras 10. Como os líderes lidaram com o problema do casamento misto?
Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
Você já teve períodos de menor dedicação a Deus? O que aprendeu com essas
experiências?Anotações
O casamento hoje
D iante do problema dos casamentos mistos, a postura de Esdras e Neemias mostra
que Deus leva o casamento a sério, e nós devemos considerá-lo com seriedade
também. Em espírito de oração, precisamos considerar um possível cônjuge e
incluir o Senhor na tomada de decisão. Devemos decidir ser fiéis aos princípios
divinos que nos protegem de tristezas e dificuldades.
6. Como Paulo lidava com o problema do cristão que tinha um cônjuge incrédulo?
Leia 1Coríntios 7:10-17. Como devemos abordar o jugo desigual?
Como não há na Bíblia uma ordem elaborada sobre o que fazer com os casamentos
inter-religiosos, é imprudente e contrário à intenção do texto e de seus princípios
insistir na ideia de que se separar do cônjuge incrédulo é a abordagem correta e
que, com base no relato de Esdras, a separação deve ser recomendada. A situação
em Esdras e Neemias foi um evento único e estava de acordo com a vontade do
Senhor (Ed 10:11), pois o futuro e a adoração de toda a comunidade estavam em
risco. Eles estavam perdendo sua identidade como adoradores do Deus vivo.
Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 669-678 (“Reforma”).
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 12
Lidando com más decisões
ESBOÇO
É curioso que Esdras tenha lidado com a mesma situação alguns anos antes.
Em Esdras 9 e Esdras 10, lemos a oração de confissão do servo de Deus, que
reconheceu a gravidade do casamento com os incrédulos. A nação israelita estava
recomeçando. Nesse contexto, os judeus cresceriam em um compromisso maior
com Deus ou influenciariam uns aos outros a se afastarem Dele. O zelo de Esdras e
Neemias nessa situação deixou a nação de joelhos e muitos deles aderiram à
reforma, separando-se de seus cônjuges descrentes.
COMENTÁRIO
Alguns anos antes, Esdras também tinha lidado com a situação dos casamentos
mistos. Quando foi dito a ele que algumas pessoas, líderes e sacerdotes tinham
esposas que não haviam entregado o coração a Deus, Esdras ficou abalado. Ele
rasgou suas roupas e sentou-se por um longo tempo desgrenhado e chocado.
Depois de tudo que os israelitas tinham experimentado, ele não podia acreditar
que os pecados que os haviam levado ao exílio, de onde haviam acabado de voltar,
fossem novamente predominantes em Israel. Por não desejar ser diferente das
nações vizinhas antes do exílio, Israel havia sido levado para longe de Deus
aceitando a adoração dos deuses de seus vizinhos. Essa mistura com outras nações
os levou a práticas malignas e culto sincretista, e agora eles estavam à beira de cair
nos mesmos pecados. Para completar, eles mal haviam saído de Babilônia. Esdras
ficou tão angustiado e entristecido com a notícia que ficou sentado em sinal de luto
até o sacrifício da tarde. Depois, prostrou-se diante de Deus e fez uma bela oração,
confessando os pecados da nação e afirmando que não poderia nem mesmo erguer
o rosto diante de Deus por causa do que o povo havia feito.
Em Esdras 9:9, o servo de Deus declarou em sua oração: “Não nos desamparou o
nosso Deus; antes, estendeu sobre nós a Sua misericórdia.” A palavra hebraica
traduzida como misericórdia é chessed, que significa muito mais do que apenas
compaixão. Implica amor e fidelidade inabaláveis ou bondade amorosa. Deus
estendeu misericórdia para (1) conceder (natan [dar]) um reavivamento; (2)
consertar (rum [arrumar]) a casa; (3) reconstruir (amad [levantar]) as ruínas; e (4)
conceder a (natan [dar]) Israel um muro. Esses são todos verbos de ação,
mostrando que Deus não abandonou Seu povo, mas o ajudou para que essas quatro
coisas pudessem acontecer: Ele trabalhou para consertar a casa, reconstruir as
ruínas, dar um muro e reavivar o povo. A palavra “reavivar” é mencionada duas
vezes, e aparece também no verso 8. A palavra para “reavivar” é michyah, que
significa vivificante, salvífico, alívio, recuperação e sustento (como comida). Em
outras palavras, Esdras enfatizou que Deus lhes deu “vida”. Ele tinha salvado a vida
deles, dado a eles o que precisavam e os havia reavivado para que pudessem fazer
o trabalho que devia ser feito na cidade de Jerusalém. Além disso, Ele os reavivou
para que pudessem ser “inteiros” novamente.
Mas eles estavam jogando fora todas as bênçãos de Deus por meio do casamento
com adoradores de ídolos. A integridade que o Senhor desejava para Seu povo
estava sendo prejudicada por suas escolhas. Esdras temia que eles não pudessem
continuar a ser totalmente reavivados como povo de Deus se muitos deles
escolhessem se unir a parceiros que não respeitassem o Senhor. Especialmente
nesse momento de recomeço da nação, em que eles eram apenas um grupo
remanescente, Esdras sentiu ser imperativo que os israelitas seguissem a Deus e
não se misturassem outra vez com práticas que os levassem para longe Dele. A
estrita conformidade com a Palavra divina era especialmente importante naquele
momento porque os filhos desses casamentos nem mesmo conheceriam a
linguagem da Bíblia.
Uma palavra importante que aparece em ambos os capítulos é chared, que significa
tremer ou temer (Ed 9:4; Ed 10:3). Na primeira ocorrência, o servo de Deus afirma
que “se ajuntaram a [ele] todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel”. Na
segunda, ele relata que a solução da separação foi executada por causa do conselho
dos que tremiam “ao mandado do nosso Deus”. Portanto, o conceito de tremer
diante da “palavra de Deus” e do “mandado de Deus” está ligado como uma coisa
só, o que significa que cada frase é apenas um esclarecimento da outra. A ideia de
tremer diante da palavra de Deus é mencionada em alguns outros lugares da
Bíblia, como em Isaías 66, onde é mencionada duas vezes. “Mas o homem para
quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da Minha Palavra” (Is
66:2). “Ouvi a Palavra do Senhor, vós, os que a temeis” (Is 66:5). A ideia de tremer
perante Deus e Sua Palavra denota o correto espírito de humildade ao se
aproximar de Deus e das Escrituras. Reconhecemos que não sabemos tudo e,
portanto, nos aproximamos com simplicidade para aprender e seguir de bom
grado o que ouvimos ou lemos. Não somos críticos da Palavra, mas a Palavra é um
guia para nós.
Assim, a maior lição que podemos aprender com o problema com o qual Esdras e
Neemias tiveram que lidar é que devemos “tremer” diante da Palavra de Deus. As
pessoas tremiam diante do Senhor e, portanto, estavam dispostas a fazer o máximo
para ter um forte relacionamento com Ele. Tremer diante do Criador leva à
obediência à Sua Palavra e, por sua vez, à felicidade e alegria na vida. Que nós
também possamos tremer diante da Palavra de Deus, e não deixar que nada esteja
entre nós e a obediência às Escrituras. Ser discípulo significa obedecer, não apenas
conhecer. Como diz o hino “Crer e Observar”: “Em Jesus confiar, Sua lei observar,
oh, que gozo, que bênção, que paz! Satisfeitos, guardar tudo quanto ordenar,
alegria perene nos traz!” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, nº 301).
1. Assim como Deus agiu na vida dos israelitas e lhes deu o que precisavam, como é
demonstrado pelos verbos de ação usados em Esdras 9:9, Ele também age em
nossa vida. Pense nas coisas que o Senhor está fazendo por você agora.
Compartilhe com a classe.
C. O que você pode fazer para renovar seu compromisso com o Altíssimo?
INFORMATIVO 12
Órfão compra orfanato
Sem conseguir trabalho, Patrick saía pelas ruas pedindo alimento. Mas os vizinhos,
convencidos de que ele era um feiticeiro, recusavam ajudá-lo. Um ano se passou e
as autoridades o colocaram em um orfanato, onde ele recebeu alimento e foi
educado. Porém, quanto estava com 21 anos, o orfanato foi fechado e ele precisou
voltar ao antigo bairro. As pessoas sussurravam: “O feiticeiro voltou.”
Os dois anos seguintes foram os mais difíceis. Ele enchia sacos plásticos de água e
tentava vender na rua. Passava várias horas pensando sobre a vida sob uma
mangueira. O futuro parecia sem esperança. O único momento de alegria era
quando ia à igreja aos sábados. Sua mãe era adventista.
O ancião leu a passagem bíblica que falava sobre o assunto. Imediatamente Patrick
separou o dizimo. O ancião orou em favor de Patrick e desejou que Deus o
acompanhasse. Com 45 dólares, Patrick comprou um grande guarda-chuva, uma
mesa e dois celulares que faziam ligações. Ele colocou a mesa na sua casa e colocou
um cartaz anunciando o “Telefone Público.” Para usá-lo, as pessoas deveriam
pagar.
Ao sair da casa, Patrick mal acreditou no que havia acontecido. Ele comprou um
notebook por 80 dólares e o vendeu no dia seguinte por 550 dólares. Depois de
separar o dízimo, ele atualizou sua mesa de telefone celular para um estande de
madeira e começou a oferecer serviços de troca de dinheiro, além dos serviços de
telefonia celular. O negócio prosperou e, em pouco tempo, ele estava ganhando
entre 300 e 400 dólares por semana. Ate chegar ao lucro de dois mil
dólares. Patrick comprou o orfanato que ele morou na adolescência.
Hoje, ele e a esposa criam seis órfãos e administram uma escola primária nas
instalações do orfanato. As crianças que moram nas ruas são convidadas para
refeições gratuitas. Ele ainda separa 50 dólares para qualquer viúva da igreja que
tem uma ideia promissora para abrir uma pequena empresa. Os vizinhos não mais
o chamam de feiticeiro. “As pessoas diziam que eu era um feiticeiro. Mas Deus
mostrou que sou Seu filho”, diz Patrick
Muito agradecemos pela oferta do Décimo Terceiro Sábado de 2016 que ajudou a
construir as salas de aula da Escola Sabatina para crianças em três igrejas em
Kinshasa, incluindo a que Patrick frequenta. Parte da oferta deste trimestre
ajudará a Clínica Adventista de Kinshasa.
Dicas da História
21 de dezembro a 27 de dezembro
Líderes em Israel
Anotações
1. Que exemplos de liderança podemos encontrar nos textos a seguir? Por que eles
foram bons ou ruins?
Quais lições nos ensinam essas histórias sobre o que torna uma liderança boa ou ruim? Como
podemos aplicar o que aprendemos às funções que desempenhamos?Movimento de oração e
resgate: Deus chama cada igreja para um desafio em 2020: batizar no mínimo 1 ex-
adventista no sábado dia 15/2, no programa especial do Reencontro. Você aceita essa
missão?Anotações
2. O que os seguintes textos revelam sobre esses líderes e sua influência sobre as
pessoas que estavam sob seu governo?
1Rs 15:26, 34
2Rs 13:1-3
Jo 11:46-53
A nossa liderança tem o potencial de elevar ou desanimar pessoas espiritualmente.
Esse fato traz uma séria reflexão para os que ocupam posições de liderança em
qualquer função. E, em todos os casos apresentados nos textos citados acima, o
efeito foi devastadoramente negativo.
Em contraste com o que vimos hoje, é inegável o fato de que Esdras e Neemias
tiveram um forte relacionamento com Deus. A quantidade de jejuns e orações
desses servos de Deus registrada na Bíblia excede o que há relatado nas Escrituras
a respeito de outros grandes líderes. A nação estava andando com Deus sob a
liderança deles, pois o rumo de sua vida se dirigia para Ele, mesmo que nem tudo
fosse perfeito. Por outro lado, o fato de que alguns não tenham sido impactados ou
transformados pela influência de Esdras e Neemias atesta que, em última análise, a
fé de qualquer outra pessoa não faz diferença para nós, se não exercemos a nossa
própria fé. Afinal, observe as pessoas que tiveram a chance de ver Jesus em carne e
osso, de ouvi-Lo pregar e até mesmo de testemunhar Seus milagres ou ouvir sobre
eles, e ainda assim O rejeitaram. Temos uma função a desempenhar, seja qual for a
nossa situação na vida, e podemos ser uma influência para o bem ou para o mal. No
fim, cada pessoa terá que responder por si mesma perante Deus.
Como você pode influenciar de modo positivo as pessoas com as quais se relaciona?Anotações
Coragem e poder
3. Leia Neemias 4:7-23. De que maneiras Neemias demonstrou coragem? O que lhe
deu essa ousadia? Assinale a alternativa correta:
Neemias lutou contra inimigos que tentavam intimidar os judeus. Ele reagiu
tomando a iniciativa de preparar o povo para lutar. O servo de Deus não disse
apenas “tudo bem, Deus, você faz tudo”. Em vez disso, ele levou o povo a fazer a sua
parte. Os judeus pegaram espadas e outras armas enquanto trabalhavam para
construir o muro. Sob a liderança de Neemias, eles não se acovardaram, mas
ousadamente pegaram em armas para se defender. O governador encorajou-os,
acreditou neles, trabalhou com eles e lhes deu a responsabilidade de agir. Ele os
capacitou a fazer a obra à medida que delegava e atribuía tarefas. No entanto,
Neemias não disse ao povo o que devia fazer e depois se escondeu em seu
aposento. Em vez disso, ele ficou ao lado deles e fez o trabalho duro que precisava
ser feito.
Em certas ocasiões, o Senhor mandou o povo ficar parado e observar enquanto Ele
batalhava; mas há outros exemplos em que disse: “Prepare-se para agir, e Eu lhe
darei a vitória”. Devemos fazer a nossa parte se quisermos ver a libertação e as
bênçãos divinas.
“Na firme devoção de Neemias à obra divina e em sua confiança igualmente firme
em Deus está a razão da derrota dos seus inimigos em atraí-lo ao seu poder. A
pessoa indolente facilmente cai presa da tentação; mas na vida que tem nobre alvo,
absorvente propósito, o mal encontra pouco terreno. A fé de quem está
constantemente avançando não se debilita; pois acima, embaixo e além, ele
reconhece o Infinito Amor promovendo todas as coisas para a realização do Seu
bom propósito. Os verdadeiros servos de Deus trabalham com determinação que
não falhará, porque estão na constante dependência do trono da graça” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 660).
Embora o contexto seja diferente, como a postura de Neemias reflete estas palavras de Tiago:
“Alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as
obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2:18)?Anotações
Propósito e entusiasmo
Em tudo que faziam, Esdras e Neemias buscavam ver a vontade de Deus cumprida
na vida do povo. É verdade que os judeus haviam estragado tudo e foram punidos
por isso. Mas o Senhor, fiel às Suas promessas, abriu o caminho para que Seu povo
retornasse à terra prometida e, se fosse fiel, realizasse os objetivos que Ele havia
estabelecido. E Deus, em Sua sabedoria, escolheu dois homens dedicados, homens
de certa maneira semelhantes a Moisés, para desempenhar uma função central na
restauração, assim como Ele havia usado Moisés para uma obra especial.
Grandes líderes, como esses dois homens, têm um objetivo que impulsiona todas
as suas ações. Pode-se dizer que Esdras e Neemias tinham um propósito na vida.
Eles tinham uma visão de onde desejavam que o povo de Deus estivesse, e então
colocaram todas as suas forças para realizar esse objetivo.
Anotações
Humildade e perseverança
5. Leia Esdras 8:21-23, 31, 32. A decisão de Esdras de não falar com o rei foi tola ou
corajosa? Como o servo de Deus e o povo mostraram humildade?
“E Ele, assentando-Se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o
último e servo de todos” (Mc 9:35). O que significa ser um verdadeiro líder aos olhos de
Deus?Anotações
Estudo adicional
Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 93-104 (“O Privilégio da Oração”).
2. Por que o estilo de liderança servidora é tão difícil, exigente e, ao mesmo tempo,
recompensador? Por que é tão importante para um líder cristão ser também um
servo?
3. Em todo o livro, Neemias aparece orando. Esdras também era homem de oração.
Quantas vezes a palavra oração ou orou é mencionada nos livros de Esdras e
Neemias? Temos uma intensa vida de oração?
Anotações
RESUMO DA LIÇÃO 13
Líderes em Israel
ESBOÇO
Esdras e Neemias demonstram o que significa ser um líder para Deus. O Senhor os
colocou em posições de influência (Esdras como escriba e Neemias como
governador), mas coube a eles ser responsáveis no desempenho de suas tarefas.
Ambos levaram seus trabalhos a sério porque estavam cientes do chamado divino,
comprometidos com Aquele que os havia chamado e amavam o povo de Deus. Eles
perceberam que tinham influência sobre as pessoas e usaram suas posições para o
bem. Acima de tudo, demonstraram que nutriam um evidente amor ao Senhor.
Aqueles que estavam ao redor sabiam que eles amavam a Deus e viviam para Ele
com uma dedicação incrível. Essa lealdade inspirou a nação israelita a caminhar
com o Criador em um relacionamento mais próximo.
Esdras e Neemias demonstraram coragem. Não tiveram medo de fazer algo que os
outros recuavam em fazer, como levar um grupo de exilados de volta para
Jerusalém, onde sabiam que a vida seria dura. Eles também incentivaram e
capacitaram as pessoas, delegando responsabilidades a elas, em vez de
simplesmente fazerem tudo sozinhos. Eram líderes com propósito e tinham a
perspectiva de restauração e reavivamento para o povo de Israel. Portanto,
estavam dispostos a fazer tudo o que fosse necessário para que esse sonho
acontecesse. Os dois líderes também demonstraram humildade. Eles se
dispuseram a servir o povo e não apenas ser servidos, e não esperavam nem
desejavam receber dinheiro pelo seu trabalho. A vida e a liderança desses homens
nos inspiram para a liderança servidora hoje, e, ainda mais importante, em nosso
trabalho para Deus podemos aprender e aplicar os hábitos que eles desenvolveram
e praticaram.
ESBOÇO
O segredo para ser um líder de sucesso são os hábitos que a pessoa desenvolve. Se
um líder cultiva um estilo de vida de honestidade, transparência, receptividade e
perseverança ao gastar tempo na Palavra de Deus, lendo e crescendo amplamente
por meio da instrução, ele terá uma influência espiritual muito maior sobre as
pessoas e sobre o mundo do que alguém que gasta tempo em atividades “vazias”,
por exemplo, perder horas todos os dias em conversa fiada, assistindo televisão ou
jogando videogames. A maneira como pensamos e o que focalizamos determina
nosso comportamento. Os hábitos que desenvolvemos e praticamos definem
quanta influência temos sobre os outros e quanto Deus pode nos usar e fazer
coisas por nosso intermédio.
Tanto Esdras quanto Neemias desenvolveram hábitos a partir dos quais podemos
aprender. Se quisermos ser líderes que tenham impacto no mundo, faríamos bem
em aprender com eles e até mesmo modelar nossos hábitos segundo os deles. Os
bons princípios que cultivavam são dignos de imitação. É a rotina diária que faz a
diferença, não as grandes coisas que fazemos de vez em quando. Então, qual foi a
rotina diária de Esdras e Neemias? O que podemos dizer sobre seus hábitos diários
a partir das histórias registradas sobre eles?
No entanto, Esdras não foi um escriba apenas educado na instrução bíblica. Ele
também foi transformado por seu conhecimento da Lei. O conhecimento do
verdadeiro Deus vivo transformou sua vida. Sabemos que isso aconteceu com ele,
pois Esdras 7:10 diz: “Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor,
e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” A
afirmação de que “Esdras tinha disposto” (kun: estabelecer, fixar firmemente,
firmar) o coração é crucial. O coração se refere à mente, pensamentos e emoções.
Portanto, todo o seu “ser” estava firmemente estabelecido e dedicado à Lei divina.
A Lei de Deus é sinônimo de Deus, cujo caráter ela representa. O servo de Deus,
portanto, havia decidido firmemente estudar a Palavra divina e estar aberto ao seu
poder transformador. Dedicou-se assim a segui-la de todo o coração e depois
ensiná-la aos outros. O escriba entendeu que seu chamado específico na vida era
estudar e ensinar a Palavra de Deus, a instrução do Senhor. Os hábitos de Esdras
incluíam aplicar à sua vida pessoal o profundo entendimento das Escrituras
Hebraicas que ele havia adquirido. Tudo o que ele lia, ele praticava. Foi um
discípulo de Jesus que obedecia ao que Deus lhe mostrava.
O segundo hábito, orar e jejuar, também é claramente visível nos relatos de sua
liderança. Quando as pessoas se reuniram no rio Aava (Ed 8:15) antes de partirem
para Jerusalém, Esdras convocou um jejum de toda a assembleia. Ele sabia que
precisavam de proteção na jornada porque a qualquer momento poderiam ser
atacados por saqueadores. Ele também jejuou e orou ao lidar com a situação dos
casamentos mistos na nação (Ed 9 e Ed 10). Assim, é evidente que ele seguiu uma
prática que havia se tornado um hábito seu sempre que se deparava com uma
situação difícil. Em vez de se voltar apenas para os conselheiros humanos e
elaborar um plano, ele primeiro se voltava para o Deus do Universo, que tem o
controle de tudo.
Neemias: o líder servo
Um dos hábitos de Neemias também era a oração e o jejum. Quando soube que o
povo estava sendo impedido de continuar o trabalho de reconstrução do muro da
cidade devido à oposição de seus inimigos, ele sentou-se, chorou e lamentou
durante vários dias enquanto jejuava e orava. Ele estava suplicando a Deus que
tivesse misericórdia do Seu povo e interviesse. Deus respondeu às suas orações e o
enviou a Jerusalém como líder do povo (Ne 1 e Ne 2).
Em seus atos como governador vemos outros hábitos que Neemias demonstrou,
como por exemplo o da perseverança. Ele não desanimou com a oposição nem
mesmo com o desânimo dos israelitas. Em vez disso, manteve o foco em como
deveria ser o próximo curso de ação, o que incluía o clamor a Deus por ajuda, e
depois a volta ao trabalho. Ele armou os israelitas para que pudessem se proteger e
agir como um obstáculo a quaisquer forças externas (Ne 4). O servo de Deus
poderia ter desistido por causa das graves ameaças à sua vida, mas sua
perseverança era o resultado de outro hábito: confiar em Deus. Até mesmo confiar
em Deus é um hábito que precisamos praticar. Se criarmos o hábito de duvidar e
desconfiar Dele, poderemos ir ainda mais longe e culpar o Senhor quando os
próximos desafios ou problemas ocorrerem em nossa vida. Por outro lado, quando
praticarmos confiança e fé nas promessas divinas, estaremos de pé mesmo quando
surgirem tempos difíceis.
Finalmente, não era apenas Esdras que dedicava tempo meditando na Palavra de
Deus. O próprio governador também foi um exemplo a esse respeito (Ne 8:9). Para
que Neemias mantivesse seu amor a Deus e a visão que tinha para o povo, ele teve
que cultivar o hábito de passar tempo estudando as Escrituras (Ne 8). A dedicação
a Deus deve ser cultivada e nutrida. Buscar o Senhor sem vacilar é uma propensão
que floresce apenas por meio do tempo diário em comunhão com o Senhor. É um
resultado direto da oração e da leitura da Bíblia. Precisamos ouvir diretamente de
Deus por intermédio da Sua Palavra. Neemias certificou-se de que as pessoas
pudessem ouvir as Escrituras em sua língua e que ela fosse explicada a eles. O
governador se encarregou de colaborar com Esdras, junto com os levitas, para
ensinar ao povo. Um bom líder reconhece os dons de seu povo. Ele então os anima
a trabalhar em seus pontos fortes. Neemias tinha o dom de motivar os outros e
usou esse dom para inspirar seu povo a se unir e trabalhar duro, apesar dos
desafios. Acima de tudo, ele os inspirou a andar com Deus.
1. Você tem o hábito de ler e estudar as Escrituras? Como você faz isso? Com o
desejo de aprender um com o outro, compartilhe sua experiência com a classe.
2. Pense no que sua igreja pode fazer para incentivar os membros a estudar a
Bíblia.
Oração e jejum
Reserve um dia para jejuar e orar sobre uma questão que sua igreja precisa
enfrentar. Então, reúnam-se e gastem tempo em oração sobre isso. Compartilhe a
experiência de oração e jejum com alguém.
Generosidade
1. De que maneira sua igreja pode ser generosa com alguém de sua comunidade?
Perseverança
1. Compartilhe com a classe situações em que você foi tentado a desistir de seu
trabalho para Deus ou pela comunidade. O que você pode fazer para encorajar
outros a persistir e viver para o Senhor?
2. Que promessas bíblicas você pode reclamar para permanecer firme e confiar em
Deus, não importa o que aconteça?
INFORMATIVO 13
Programa do Décimo Terceiro Sábado
• Hino Inicial “Tudo Entregarei”, HA, nº 295.
• Boas-vindas Coordenador ou Professora da Escola Sabatina
• Oração
• História “O milagre na Clínica Adventista”
• Ofertas
• Hino Final “Jesus me guia”, HA, nº384
• Oração Final
• O narrador não precisa memorizar a história, mas deve estar familiarizado com o
material, para que a apresente sem ler o texto para a congregação.
Naquela noite a dor voltou. Nick estava cansada, fraca e mal conseguia ficar em pé.
Frank telefonou para o médico, que sugeriu que a levasse imediatamente. Ao
chegar à clínica, o médico descobriu que Nick perdera muito sangue e precisava de
uma transfusão. Ele recomendou que a transferisse para um hospital maior, com
melhores equipamentos. Porém, Franck não tinha condições financeiras para levá-
la ao hospital. Como enfermeiro, sabia que a esposa estava em uma situação crítica.
Então, pediu que o médico fizesse o melhor.
A equipe médica levou Nicky até a sala de cirurgia, uma pequena sala equipada
com mesa cirúrgica simples e um carrinho de metal com instrumentos cirúrgicos
básicos. Quando Frank saiu da sala, viu o médico tentar encontrar a veia de Nicky
para começar a transfusão do sangue. No corredor, médicos e enfermeiros
ofereciam apoio e estímulo. “Não tenha medo!” “Deus nos ajudará!”, diziam. Frank
viu os funcionários da clínica orarem pela esposa dele. Um enfermeiro o incentivou
a continuar orando. “A cirurgia está bem”, o enfermeiro disse, “mas precisamos
continuar orando.”
Frank acreditava que Deus interviria. Ele foi para uma sala privada e se ajoelhou
para orar: “Deus, minha esposa é uma pessoa especial em sua família. Se for Sua
vontade, por favor, salve minha esposa. Seus pais não são adventistas e sabem que
ela está sendo tratada em uma clínica adventista. Se ela morrer aqui...” Sua voz
ficou embargada.
Quando ele abriu, percebeu que havia hemorragia interna. Era muito tarde. O
coração do bebê não estava batendo. Sua atenção foi direcionada à Nicky. Ela se
esforçava para respirar e ele lutou para salvar a vida. Finalmente, ela começou a
estabilizar e Frank foi chamado à sala. Nicky se recuperou sem complicações e a
incisão foi curada sem infecção. A diretora da clínica, Dra. Olive Kisile, disse ao
casal que Deus operara um milagre naquela noite.
“Deus é muito bom para vocês, devemos louvá-Lo!” ela disse. Mais tarde, ela
confidenciou: “Pela compreensão humana, Nicky poderia ter morrido. Nós vimos a
mão de Deus.”
Frank faz um apelo especial para que as pessoas ajudem nossa clínica. “Ela será um
poderoso instrumento para evangelizar e tocar a vida de muitas pessoas.”
Enquanto isso, o casal colocou o desejo de se tornarem pais nas mãos de Deus.
“Embora tenhamos perdido o bebê, louvamos a Deus porque tenho minha esposa e
sei que Deus pode nos ajudar a ter outro.”, Frank diz.
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Dicas da História