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Livro de Esdras, Neemias e Ester

Esdras
É o 10º livro da sessão histórica. Autor, desconhecido.
Geralmente se crê que Esdras, embora não tenha sido o autor de
todo livro, mas, o compilador das partes que não escreveu.
O Tema principal do livro é a edificação e inauguração do
2º templo e o restabelecimento da vida nacional dos judeus em
sua terra.
No cânon judeu Esdras formava o mesmo livro com
Neemias. Esdras significa “exílio”, filho de um dos cativos de Ba-
bilônia onde provavelmente nasceu. Descendente de família sac-
erdotal, pois era neto de Hilquias (IRs. 22:8; Ed.7:1).
Foi escrivão versátil na lei (Ed.7:6), consolidou e edificou
as sagradas escrituras. É considerado um dos organizadores do
cânon do antigo testamento e também da sinagoga.
O livro de Esdras cobre um período de 79 anos, que vai de
Ciro a Artaxerxes (536-457 a.C.) e divide-se em 2 partes:
I – Retorno dos cativos sob Zorobabel (1-6).
II – Retorno dos cativos sob Esdras (7-10).

I – Retorno dos cativos sob Zorobabel.


o a libertação
açã nas escrit-
O personagem que Deus usou para promover
a l i z
erci de Jeová (Is.44:26-28;
dos cativos de Judá – Ciro, o medo-persa, mencionado
uras como o “pastor”, o “servo”,om
o “ungido”
d a ac
45:1-13; Jr.29:10).
i
roib o grande historiador judeu, diz que Daniel
FlavioPJosepho,
mostrou estas profecias à Ciro, o que levou esse governante a agir
a favor dos judeus, considerando que essa era a vontade divina.
Ciro não foi só um grande conquistador, mas um sábio governa-
dor, tanto os judeus como os babilônicos viviam satisfeitos com
seu governo.
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Sabe quem determinou a Ciro baixar o decreto? Leia
Is.44:28; Ed.1:3.
Sesbazar é o nome babilônico de Zorobabel, assim como
Beltessazar era o nome de Daniel.
O registro dos que voltaram - voltaram com Zorobabel,
cerca de 50.000 pessoas e o retorno foi feito em três etapas. Aque-
les que não encontraram seus nomes escritos ou não puderam
provar sua identidade tiveram se esperar por Urim e Tumim, até
que os sacerdotes pudessem consultar ao Senhor.
A expressão “todo o Israel” refere-se aos que voltaram,
Ed.2:70; 6:17; 8:35. Parece que os exilados de Judá que voltaram
à pátria reuniram pelo caminho alguns que desejavam regressar
à terra natal. Isto nos ajuda a compreender porque, nos tempos
do novo testamento, ainda se fala dos judeus como “doze tribos”,
Lc.22:30; At.26:7; Tg.1:1.
Os alicerces do templo - no 7º mês do 1º ano de seu re-
gresso, edificaram o altar e observaram a Festa dos Tabernáculo
com ações de graças a Deus. No 2º mês do ano seguinte, quan-
do os fundamentos do templo foram lançados, fizeram vibrar os
céus com os jubilosos hosanas. Mas as pessoas idosas que haviam
conhecido o primeiro templo, caíram em pranto, pois, o segun-
do templo não tinha a mesma estrutura, exuberância e beleza do
primeiro. Jesua, (v.2), chamado “Josué” em Ag.1:1, era filho do
ã o I Cr.6:15.
sacerdote Jozadaque que fora levado cativo à Babilônia,
ç
a
z rei Joaquim, que
lido
rcia era quem seria rei,
Zorobabel (v.2) era governador, Ag.1:1, neto
também fora levado à Babilônia, m e
co cortesia, Ciro o nomeou gov-
ICr.3:17-19.
a a
id
se houvesse reino. Com requintada
ernador de Judá.roib

P
A construção do templo – o povo da terra desejou unir-se
à obra, 4:1-2.
Progredindo a obra do templo e do muro de Jerusalém
(v.16), os povos aos quais tinha sido dado a terra dos judeus e
seus vizinhos, começaram a fazer objeções e por meio de intrigas,

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conseguiram fazer com que parasse a obra por quinze anos até os
dias de Dario.
Estes opositores, antes tinham se oferecido para ajudar na con-
strução, porém a ajuda não foi aceita por isso começaram a des-
animar os construtores.
O término e dedicação do templo – Dario procedeu ami-
gavelmente com os judeus e no 2º ano, 520 a.C., dezesseis anos
após estarem os judeus em sua pátria, sob as palavras de ânimo
dos profetas Ageu e Zacarias, recomeçaram a construção do tem-
plo. Logo veio o decreto de Dario para que o templo fosse con-
cluído e mais a ordem para que do tesouro real se fornecesse o
dinheiro necessário. Dentro de quatro anos, 520-516 a.C. foi con-
cluído e dedicado com regozijo.
Por alguma razão desconhecida, depois de acabado o tem-
plo a obra de restauração da cidade não progrediu por uns setenta
anos.

II – Retorno dos cativos sob Esdras (7-10).


Após aproximadamente sessenta anos depois do término
do templo, oitenta anos depois do retorno do primeiro grupo de
judeus sob a liderança de Zorobabel, Esdras foi a Judá para ensi-
nar a lei de Deus, embelezar o templo e restaurar o culto divino.
O regresso da segunda colônia sob a direção de Esdras foi autori-
o
açã causou grande
zado pelo rei Artaxerxes, (Ed.7-10).
l i z
A correção dos males sociais – aasituação
rci levitas, príncipes e gov-

m e
co livremente através do casamento
mágoa em Esdras. O povo, sacerdotes,
a a
bid
ernadores tinham se misturado
P roiidólatras,
com seus vizinhos ato que Deus sempre proibiu aos ju-
deus e que os levava a idolatria, causa do cativeiro. Deus enviara
profetas após profetas, castigo após castigo e por fim o cativeiro
que quase extinguiu a nação. Agora voltara a pátria um pequeno
remanescente curado. E a primeira coisa que fizeram foi a velha
artimanha de se misturarem com os povos idólatras. As providên-
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cias de Esdras, para livrá-los de suas mulheres idólatras podem
nos parecer severas demais, porém, foram eficazes.(Esdras pede
para que o povo se arrependa e despeça suas mulheres). Os judeus
curaram-se!
Sobre Esdras – a tradição o considera como idealizador do
culto e presidente das sinagogas, que como foi dito completou a
formação do cânon do antigo testamento.
Atribui-se a Esdras também a autoria de I e II Crônicas,
porém sem provas. Associou-se com Neemias para iniciar um avi-
vamento com o estudo das escrituras sagradas, Ne. 8.
A Esdras também é atribuída a autoria de vários salmos
inclusive o de número 119.
A lição que nos mostra o livro de Esdras é o poder da pa-
lavra de Deus na vida humana. Referido como:
Palavra de Deus, 1:1; 9:4.
Lei (livro) de Moisés, 3:2; 6:18; 7:6.
Mandamentos, 6:14; 10:3.
Leis do Senhor, 7:10-14.
E também nos mostra que a oração na vida de Esdras era imi-
nente, sempre presente, assim como a confissão.

Neemias
Nos manuscritos hebraicos, os livros de Neemias aparecem
como um só livro.
o
Autor indeterminado. Porém muitoszeruditos
l i açã consider-
am grande parte do livro como uma e cia
rautobiografia de Neemias.
o m
Neemias era da tribo de Judá
d a a ce seu nome significa “aquele que
o
Jeová conforta”.Serviaib icomo copeiro (oficial do rei) na corte de
P r
Artaxerxes, da Pérsia (1:11).
Tema - a reconstrução dos muros de Jerusalém, a repetição
de certas leis divinas e a restauração das ordenanças antigas.
Acompanhamos também no livro de Neemias um estudo dos ti-
pos:
• A reconstrução dos muros de Jerusalém - um tipo do cresci-
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mento do reino de Deus na terra.
• Os muros derrubados, 1:3 – podem tipificar as defesas debilita-
das do reino de Deusna terra.
• As temporadas preliminares de jejum e oração, 1:4-11 – podem
tipificar a atitude mental que deve preceder a todos os grandes
empreendimentos espirituais.
• O sacrifício de Neemias de sair de um importante posto pelo
bem da causa, 2:5 – pode tipificar o serviço sacrifical sempre
necessário quando se leva a cabo uma grande obra.
• A inspeção da cidade à noite, 2:15-16 – pode tipificar a necessi-
dade de se conhecer os fatos antes de começar o trabalho constru-
tivo.
• A busca de cooperação, 2:17-18 – pode ser tipo de um elemento
essencial em toda obra bem sucedida, a motivação e união dos
envolvidos num empreendimento.
• O recrutamento de todas as classes, 3 – pode ser um tipo da im-
portância de uma organização completa.
Podemos empregar os mesmos métodos para vencer obstáculos
na obra espiritual:
• O escárnio, 2:9 – vencido pela confiança em Deus, 2:20.
• A ira e o desprezo, 4:3 – vencidos pela oração e pelo trabalho
árduo, 4:4-6.
• A conspiração, 4:7-8 - vencida pela vigilância e a oração, 4:9.
• O desanimo dos amigos, 4:10-12 – vencido com
ç ã ouma coragem
liz a
ciarepreensão
constante, 4:13-14.
m e r
c o
• A ganância egoísta, 5:1-5 – vencida pela e pelo exem-
plo de abnegação, 5:5-17.
b i d aa
i
Pro - e os inimigos ficaram perplexos pelo con-
• A obra foi concluída
stante esforço, 6:1-15.
O alvo principal do livro de Neemias é estimular o espírito
patriótico no povo de Israel a respeito das leis divinas (13:18). Os
acontecimentos registrados em Ester realizaram-se no período
entre Esdras e Neemias.
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O cativeiro babilônico foi decisivo para os judeus deix-
arem a idolatria. Nem a famigerada inquisição da igreja romana
com todo o seu terror, conseguiu com que um só judeu se pros-
trasse diante de uma imagem de escultura(Sl.137).
O livro abrange um período de pelo menos 12 anos, vai
da saída de Neemias da babilônia até a restauração do culto no
templo.

Pode ser dividido em 3 partes:

I -Reconstrução do muro(1-6)
II - Restauração e avivamento(7-12)
III - Reforma e disciplina(13)

I – Reconstrução do muro.
Neemias foi a Jerusalém em 445 a.C. Esdras esteve lá
uns 13 anos antes, como sacerdote ensinando religião ao povo,
Neemias veio como governador civil, com autoridade do rei da
pérsia para reconstruir o muro e restaurar Jerusalém como cidade
fortificada. Os judeus já estavam na pátria há uns 100 anos com
pouco progresso.
Alguns trechos do livro de Neemias têm o pronome na
primeira pessoa, tendo citações diretas dos relatórios oficiais de
o
açã ação, cor-
Neemias.
l i z
Neemias era um homem de oração,apatriotismo,
rci ímpeto era orar, 1:4;

agem e perseverança. Sempre seum e
co
primeiro
a a
ibid dos judeus, então de posse da terra,
2:4; 4:4-9; 6:9-14.
Os velhosroinimigos

P
moabitas, amonitas, asdoditas, árabes e os recém-importados sa-
maritanos, com astúcia e amargura opuseram-se à reedificação
do muro de Jerusalém. Mobilizaram seus exércitos e marcharam
contra Jerusalém. Com fé em Deus, Neemias dispôs seus homens
com habilidades e deu impulso a obra dia e noite de modo que,

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apesar de todos os obstáculos, o muro se concluiu em 52 dias. 142


anos após sua destruição, Jerusalém era agora novamente a cidade
fortificada.

II - Restauração e avivamento (7-12)


Depois da construção do muro de Jerusalém, Neemias e
Esdras reuniram o povo para a organização de sua vida nacional.
O capitulo 7 é quase o mesmo que Ed.2, com uma lista dos que
voltaram a Jerusalém com zorobabel perto de 100 anos antes.
Havia certos assuntos de ordem genealógica aos quais se precisava
atender.
Estão, durante sete dias, de manhã cedo ao meio dia, Es-
dras e seus auxiliares abriram “o livro à vista de todo o povo...
E leram no livro, na lei de Deus; dando explicações, de maneira
que entendessem o que se lia”.Esta leitura pública de exposição do
livro divino ocasionou grande “reavivamento” e um pacto solene
de guardarem a lei, como se vê nos capítulos, 9-10.
Foi a descoberta do livro da lei que operou grande reforma
dos dias de josias, II Rs.22. O fato de Martinho Lutero redescobrir
a Bíblia, foi o que fez a Reforma protestante e trouxe liberdade re-
ligiosa ao mundo moderno. A desgraça da Igreja Romana está no
fato de ela substituir a palavra de Deus pelos decretos de homem.
A fraqueza do Protestantismo dos dias atuais vem de negligenciar
o
z açã do púlpito
a Bíblia, que ele professa seguir. A grande necessidade
l i
e rcia a Bíblia.
hodierno é pregar, simples e expositivamente,
m

a co
Em profundo arrependimento e grande fervor, fizeram
a
“uma aliança fiel”iebaidescreveram e selaram, “e convieram numa
imprecação ePnum ro juramento, de que andariam na lei de Deus”,
9:38; 10:29. Concluído o muro e dedicado numa grande festa, um
décimo da população veio morar na cidade, organizando-se os
serviços do governo e do templo.

III - Reforma e disciplina (13).


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Apesar de o povo haver confessado seus pecados, alguns
não puderam ficar porque haviam casado com incrédulas e por
isso não puderam entrar na congregação. No capitulo 13:4-5 en-
contramos Tobias, o causador do fracasso, pois, alem de promover
a mistura, comia o salário dos obreiros do Senhor ( os levitas).
Segundo escritos extra bíblicos, Neemias, fundou uma biblioteca,
reunindo os livros acerca dos reis e profetas, os livros de Davi e as
cartas dos reis que haviam se dispersado com a guerra.
Correção de relaxamento a respeito dos dízimos, do
sábado, de casamentos mistos. No capitulo 13:23-24 se vê os que
casaram com incrédulas, seus filhos não falavam a língua judaica
– falavam uma língua profana!
Para Neemias não resolvia somente uma reforma de muros
– reformas de algo externo, aparente... Para ele precisava mais e a
reforma começou!
Temos neste capítulo uma lista de pecados cometidos pelo
povo e reparados ou disciplinados por Neemias:
• Homens pisando lagares no sábado – o sábado era um sinal,
como foi a circuncisão, entre Deus e os filhos de Israel, assim
como o arco era um sinal para Noé. Assim como deveriam ser
extirpados os incircuncisos dentre o povo, aquele que profanasse
o sábado também morreria. A instituição do sábado estava asso-
ciada à lembrança da libertação da escravidão do Egito(Dt.5:15;
Ez.20:10-20) era ordem de Deus! E o povo não estava
ç ã o respeitando
liz a
ciasábado
esta ordem em Judá.
• Homens trazendo trigo, uvas e m e rno
c o figos para Jerusalém
– todos foram admoestados
b i d a apor Neemias contra a venda de man-
i
timentos.
Pro
• Habitavam em Jerusalém, tírios (homens de Tiro) que vendiam
peixes no sábado – os nobres de Judá foram chamados a atenção
por Neemias quando lhes disse: não fizeram assim vossos pais e
não trouxeram todo o mal sobre nós e sobre esta cidade?
• As portas de Jerusalém ficavam de continuo abertas – ficavam

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abertas até que Neemias pôs ordem na casa, mandando fechar
as portas antes do sábado e que se mantivessem fechada até que
se passasse o sábado. Neemias encontrou resistências e muitos
comerciantes pousaram fora dos portões, sob ameaças mesmo de
morte até que compreenderam e obedeceram as ordens.
• Judeus que tinham se casado com mulheres estrangeiras – a
aliança sacerdotal e levítica haviam se contaminado por causa
deste grande mal. Neemias lembra o povo a respeito de Salomão
que tinha tudo em seu reino, amado por Deus e, contudo havia se
contaminado com mulheres estrangeiras.
O que vemos nesta regra dada por Deus em todos os tempos não
seria a intenção de separação de outros povos, preconceitos ou
coisa semelhante, mas a mistura de adoração. Desde a saída do
povo de Israel do Egito, Deus tem exigido a separação de seu povo
do mundo idólatra. Casamento com estrangeiros trazia justa-
mente este mal no meio do povo de Deus, idolatria, e isto é abom-
inação a Deus até mesmo em nosso tempo.

ESTER
Último livro da seção dos históricos, ou seja, o décimo se-
gundo da lista.
O autor é desconhecido, porém há duas versões a serem
analisadas, a primeira diz que foi escrito por Ester, a segunda
versão diz que foi Mardoqueu, sendo esta segunda
ç ã o a mais aceita
a
Et.9:20-32.
e r ialidez 509 a.C. e tem com
cano
O livro tem a sua data aproximada m
cojudeus
ao
d
tema principal a libertaçãoa ados por meio da rainha Ester.
i b i

Prohebraico, Hadassa era filha adotiva de Mardo-
Ester em
queu ou Mordecai, da tribo de Benjamim (Et.2:5-7), que por de-
terminação divina vem a ser rainha da Pérsia, “impossível imag-
inar o que seria da nação judaica se Ester não tivesse existido.”
Podemos admitir que a vinda do Messias teria sido retardada, só
não poderia ser impedida, pois, como disse Mardoqueu: “...socor-
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ro e livramento de outra parte virá”(Et.4:14).


Os eventos principais da história giram em torno de três
festas:
• A festa de Xerxes(Assuero) e os fatos relacionados com ela.
• A festa de Ester.
• A festa de Purim.
O livro de Ester dividi-se em 3 partes principais:
I – Banquete do rei Assuero(1-2).
II – A fidelidade de Ester (3-7).
III – A festa de Purim (8-10).

I – O BANQUETE DO REI ASSUERO (1-2) – Os judeus são lib-


ertos do extermínio.
Antes de qualquer coisa devemos consultar o calendário,
que deve estar marcando o 3º ano do monarca (Et.1:5-9). Esta é a
maior festa registrada na bíblia, durou uns 180 dias. Embora este
livro vem após Neemias, cronologicamente, seus eventos acon-
teceram 30 anos antes. Ao que parece, Ester possibilitou o trabal-
ho de Neemias. Seu casamento com Assuero pode ter prestigiado
muito os judeus.
Consulte o calendário:
538 a.C. - Os judeus voltaram de babilônia para Jerusalém.
537-516 a.C. - o templo foi reedificado
o
478 a.C. - Ester, judia, se tornou rainha da Pérsia.
l i z açã
473 a.C. – Ester livrou os judeus de serem
m e rciamassacrados.
a
458 a.C. - Esdras saiu da babilôniaco para Jerusalém.
a
ibid
445 a.C. - Neemias reconstruiu o muro de Jerusalém.
Praoser contada seria outra, sem Ester que foi uma
A história
peça chave na preservação do povo judeu.
Este livro gira em torno de um fato histórico muito im-
portante, não simplesmente uma narração com finalidade de um
fundo moral.
A narração do livro – o livramento da nação hebraica ser
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aniquilada no cativeiro babilônico. Sabemos que Deus sempre
trabalhou através da história sem perder nem um ponto sequer,
mas se a nação hebraica tivesse deixado de existir quinhentos anos
antes de trazer Cristo ao mundo, isto só alteraria o destino da hu-
manidade; sem a nação hebraica não haveria o Messias; sem o
Messias o mundo se perderia.
Sem que Ester tivesse a menor idéia de seu papel naquele
momento da história, foi a sua fidelidade ao Senhor e o seu patri-
otismo que a fez entrar na história contribuindo para a vinda do
salvador do mundo.
Assuero foi o mesmo Xerxes que governou a Pérsia no
período de 486-465 a.C., um dos mais ilustres monarcas do mun-
do antigo. A grande festa que se descreve neste capitulo, como se
sabe de inscrições persas, foi feita em expedição contra a Grécia.

Deposição de Vasti – Assuero rei da Pérsia, por unânime consenso,


no calor do vinho mandou vir à sua presença a rainha Vasti com
seu diadema na cabeça, para que todos admirassem sua beleza. A
intimação do rei foi recusada, o conselho logo entrou em ação e a
expulsão de Vasti foi decretada, sua exclusão e a perda da realeza.
Outra teria que se ser escolhida em seu lugar e entre as mais belas
das virgens daquela província Ester foi eleita como substituta de
Vasti.
ã
Elevação de Ester - Ester foi escolhida no 7º
ç oano do reinado
a
izbeleza física e espir-
ci l pois ninguém sequer
do rei Assuero, após um grande preparoade
m e r
cojudia.
itual. A situação de Ester era melindrosa,
imaginava que sua origem
d a a
era Hamã, como um dos minis-
i b i
Pro com a presença e audácia de Mardoqueu, por
tros do rei, irritado
não reverenciá-lo quando passava, planejou uma vingança cruel
contra todos os judeus. Mardoqueu procurou por todos os meios
motivar o rei e seus ministros ao desfecho de seus intentos e tudo
parecia perfeito até que Mardoqueu e Ester entraram em ação
com o cuidado que Deus sempre teve pela nação judaica e acaba o
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perseguidor sendo o perseguido e morto no lugar de Mardoqueu.

A FIDELIDADE DE ESTER
A insistência de Mardoqueu levou Ester por em risco sua
vida e seus recursos de mais alto valor, o jejum. Acreditando na
força do jejum o qual foi convocado todo o povo, compareceu na
presença do rei sem prévia licença, arriscando assim sua própria
vida.
Com grande prudência e fino trato, Ester fez ver o rei,
que a conspiração de Hamã contra os judeus atingiria a ela assim
como o palácio real. Pediu ela ao rei que se o edito não pudesse ser
revogado, que fosse dado aos judeus pelo menos o direito de def-
esa, o que foi concedido. Não se sabe como nem quando morreu
Ester, o que se sabe é que sua fidelidade a Deus e aos patrícios fez
de Ester uma rainha respeitada tanto no palácio entre os plebeus
quanto junto ao povo judeu.
Ester é um dos 2 livros da bíblia que ganha o nome de um
mulher. Também não encontramos neste livro escrito o nome de
Deus, levamos em consideração que neste tempo e local o povo
se encontrava cativo e que apesar da falta de inscrição do nome
de Deus, era a Sua fidelidade que estava sendo declarada e proc-
lamada, como declarou o próprio Mardoqueu, “mas se de tudo te
calares, socorro e livramento de outra parte virá, mas tu e tua casa
morrereis. Quem sabe seja para tempo como este que
ç ã o chegaste ao
a
reino”.(Et.4:13-14) aliz
ci
er
com
A FESTA DE PURIM (8-10)
b i d aa
i

Pro na linguagem persa quer dizer, sorte, talvez
Purim, pur
pur ou bur na linguagem babilônica.
A festa de Purim era a maior festa judaica instituída para
celebrar o livramento dos judeus exilados na Pérsia de serem mas-
sacrados em massa por causa dos planos sanguinários de Hamã.
Teria ele lançado pur ou sorte para saber em que dia seria ex-

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ecutado o seu plano. A festa foi marcada para o dia 14 do mês de
Adar, aproximadamente o fevereiro do nosso calendário e durava
quinze dias.
Diz o historiador Flavio Josepho que no seu tempo todos
os judeus espalhados pelo mundo celebravam esta data festiva.
Pensam alguns que a festa mencionada em S.João 5:1, seja a de
Purim, apesar que esta festa era realizada em todo o país, não hav-
ia necessidade de Jesus ter subido à Jerusalém apenas por ela.
Haviam três grandes festas onde era obrigatória a partici-
pação de todo o judeu. A festa de Purim gozou de grande popu-
laridade dentre os judeus e o dia 13 do mês de Adar, destinava-se
ao jejum, à tarde, começava a leitura do livro de Ester. Quando
chegava ao nome de “Hamã”, todos os congregados gritavam “apa-
ga este nome” ou “o nome deste perverso apodreça” e as crianças
rompiam em grandes vaias batendo as matracas. Os nomes dos
filhos de Hamã eram lidos de um jato para indicar que haviam
sido enforcados todos simultaneamente. Na manhã seguinte, o
povo voltava à sinagoga para terminar os exercícios religiosos,
passando o restante do dia com grande regozijo na presença do
Senhor.
Os ricos traziam presentes aos pobres(oferta voluntária
e de gratidão). A celebração desta festa de geração em geração,
serve de valioso argumento a favor do caráter histórico dos inci-
dentes narrados no livro de Ester.
Considerações finais
i z a ção
l
O direito do livro a ocupar um
m e rcialugar no cânon das Es-

a co
crituras Sagradas tem sido grandemente contestado. O nome de
Deus não aparece nele
b a
idenquanto que um rei pagão é mencionado
r o i
mais de centoPe cinqüenta vezes. Não há alusão à oração nem a
nenhum tipo de serviço espiritual, com exceção do jejum. Sem
dúvida ocupa um lugar na Palavra de Deus, por seu ensino velado
da providência protetora em conjunção com o povo de Deus e a
certeza da retribuição que alcança seus inimigos.

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Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 11) - O Tema principal do livro é a edificação e inauguração


do 2º templo e o restabelecimento da vida nacional dos judeus em
sua terra.

____ 12) - Neemias era da tribo de Levi e seu nome significa


“aquele que Jeová conforta”. Servia como príncipe (oficial do rei)
na corte de Artaxerxes, da Pérsia (1:11).

____ 13) - Podemos admitir que a vinda do Messias teria sido


retardada, só não poderia ser impedida, pois, como disse Mardo-
queu: “...socorro e livramento de outra parte virá”(Et.4:14).

____ 14) - A festa de Purim era a maior festa judaica instituída


para celebrar o livramento dos judeus exilados na Pérsia de ser-
em massacrados em massa por causa dos planos sanguinários de
Hamã.

ção
c i a liza
m er
a co
d a
ibi
Pro

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