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Já vimos que Judá foi conquistado por Nabucodonosor. Este rei babilônico promoveu
03 (três) deportações de judeus. A primeira deu-se em 604 a.C., quando foram deportados Daniel
e seus amigos, Hananias, Azarias e Misael, bem como o próprio rei de Judá, Jeoaquim. Em 597
a.C., nova deportação, quando a maior parte da população foi levada para a Babilônia. Nessa
ocasião, Nabucodonosor levou o rei Joaquim como prisioneiro e instalou Zedequias como um
rei-fantoche. Nessa ocasião, Ezequiel foi deportado. Finalmente, em 586 a.C. Jerusalém foi
arrasada e o templo destruído. Zedequias é capturado, tem seus olhos furados e levado
prisioneiro para a Babilônia. Esta foi a terceira e última deportação.
A Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande em 539 a.C., o qual emite um édito
permitindo que os judeus retornassem a Jerusalém e Judá. Sob o comando de Zorobabel 1 ,
nomeado governador da Judéia pelo rei persa e Zadoque, o sacerdote, parte dos exilados
retornam a Jerusalém em 538 a.C.
Dá-se início à reconstrução do templo (537 – 516 a.C.). Em 525 a.C. uma nova leva de
exilados retorna a Jerusalém. Esdras retorna a Jerusalém em 458 a.C. e Neemias reconstrói os
muros e a cidade de Jerusalém entre 445 – 433 a.C.
O tempo decorrido entre o Livro do profeta Malaquias (430 a. C), a última parte do
Antigo Testamento, e a aparição de Cristo é conhecido como o período intertestamentário. Pois,
neste intervalo não se registrou a ocorrência de palavra profética da parte de Deus. Por isso,
alguns o chamam de “400 anos de silêncio profético”.
1
Zorobabel foi um príncipe de Judá, descendente de Davi, que liderou o retorno dos judeus exilados na
Babilônia após a conquista da Babilônia por Ciro da Pérsia
A atmosfera política, religiosa e social da Palestina mudou significantemente durante
esse período. Muito do que aconteceu foi predito pelo profeta Daniel (Daniel, capítulos 2,7,8 e
11). Certamente, vale apena comparar as palavras deste profeta com os eventos históricos.
A Sinagoga
O termo "sinagoga" tem origem na palavra grega sunagoge (συναγωγή), que significa
assembleia ou reunião. Podendo ser entendido como a assembleia de judeus formalmente
reunidos para orar, louvar a Deus e ouvir a leitura e exposições das escrituras. As reuniões
aconteciam aos sábados e nos dias das festas religiosas judaicas. O termo também designa o
edifício onde ocorre a reunião dos fiéis para a pratica a religião judaica.
Para manter sua distinção cultural e religiosa, os judeus (na Palestina e na Diáspora)
criaram sinagogas para a adoração, oração e estudo das Escrituras nos sábados. A sinagoga
passou a ser o centro do judaísmo, principalmente para os judeus da Diáspora, mas jamais
substituiu o Templo. Os judeus continuaram reverenciando o Templo de Jerusalém e mantendo
a esperança de sua glória futura.
A fé de Israel
Monoteísmo
Eleição
Torá
Terra da promessa
Redenção de Israel
Nos 400 anos que separam o Antigo Testamento do Novo Testamento, estas cinco
convicções fundamentais moldaram a vida dos judeus. Examinemos brevemente cada uma delas.
O papel da Lei (Torah): Deus tinha dado a Lei a Israel para guiar seu modo de vida como o povo
santo de Deus e havia prometido que os israelitas seriam abençoados se continuassem firmes em
sua fidelidade à Lei.
A Terra: Deus lhes havia prometido uma terra. Cumprira sua promessa através de Moisés e Josué.
O templo fora construído no Monte Moriá. Aquela terra era a morada de Deus. Somente ali os
israelitas poderiam desfrutar de uma comunhão especial com Deus. Por causa de infidelidade de
Israel eles foram castigados com o exílio, mas agora eles estavam de volta e o templo fora
reconstruído e eles aguardavam que Deus ainda haveria de restaurar a Israel a glória que sempre
havia tencionado para a nação.
A esperança de um futuro ato redentor de Deus: A esperança de que Deus haveria de levantar
um rei descendente de Davi para derrotar os governantes pagãos que dominavam sobre Israel e
estabelecer um reino em que Israel seria a principal das nações desenvolveu-se nessa época.
Entretanto, essas convicções foram testadas severamente, tendo em vista que os judeus
permaneciam sob o domínio de pagãos estrangeiros, que ditavam sua vida política e faziam uma
enorme pressão para que os judeus assimilassem a cultura pagã. Nesse contexto, desenvolveu-
se um novo gênero literário, a apocalíptica, narrativas cheias de cenas fantásticas e repletas de
seres monstruosos, que apontavam para um futuro glorioso para Israel.
Nesse período também são escritos vários livros apócrifos que fazem parte da Bíblia
Católica, mas não da Protestante e da Judaica, como 1 e 2 Macabeus e Eclesiástico.
O sonho de uma vida independente em sua própria terra levou muitos em Israel e olhar
novamente para as bênçãos prometidas nas Escrituras. O que encontraram ali lhes incitou um
novo zelo pela Torah (Deuteronômio 30.9-11,16).
Isso parecia fornecer a resposta à sua frustração. Se a nação ainda era política e
religiosamente uma nação no Exílio isso devia ser porque Deus ainda não havia terminado o seu
juízo sobre o povo por violar sua aliança. Assim, eles poderiam esperar uma libertação plena e
final somente quando tivessem demonstrado uma medida suficiente de fidelidade à Torah.
Depois da morte de Alexandre Magno seu império foi dividido por quatro de
seus principais generais: Cassandro (Macedônia e Grécia); Lisímaco (Ásia Menor e
Trácia); Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia e Síria); e, Ptolomeu (Egito e Palestina)
Os dois reinos gregos que nos interessam aqui são os reinos sediados no Egito e na
Síria. Ptolomeu assumiu o Egito e Seleuco a Síria. A Palestina coube inicialmente a Ptolomeu, mas
os gregos da Síria logo começaram a disputá-la.
No período selêucida (198 – 164 a. C.) Israel viu-se sob um feroz regime de helenização
forçada, principalmente sob o domínio de Antíoco IV Epifânio, que foi celebrado em vida como
“um deus manifesto”.
O reino selêucida enfrentava duas grandes ameaças: (1) A ameaça externa de Roma,
que já despontava à época como uma grande potência militar, que cobrava tributo de Antíoco IV
para não invadir a Síria e (2) a ameaça interna da própria diversidade étnica e cultural dos seus
domínios. Para fazer frente a essas ameaças, Antíoco IV passou a saquear os estados vassalos
(como era o caso de Israel) e adotou uma feroz política de helenização forçada a fim de
homogeneizar culturalmente os povos e assim garantir a integridade do reino.
Todavia, em Israel, o tiro saiu pela culatra. Os judeus piedosos viram esse esforço de
aculturação como um ataque direto à vida da nação como povo pactual de Deus.
Antíoco IV baixou leis severíssimas e tomou atitudes brutais que levaram o povo a se
rebelar:
Os judeus então se rebelaram contra seus senhores selêucidas sob o comando de uma
família, que ficou conhecida como os Macabeus, que fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que
assim inauguraram um breve período de independência de Israel até que o general romano
Pompeu conquistou a Síria e a Palestina em 63 a. C., mas essa história será contada na próxima
aula.