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JUDAÍSMO
INTRODUÇÃO
ORIGEM E HISTÓRIA
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Colégio A. Liessin Scholem Aleichem - Projeto Mafteach
Apostila do módulo Diálogo Inter-religioso
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divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos dos reinos do norte e do sul
que permanecem, até hoje, entre o judaísmo e o judaísmo samaritano.
No entanto, a visão histórica e bíblica mostra que esta religião mosaica não era
única e exclusiva. Durante todo o período pré-exílio as fontes nos informam que os
israelitas serviam diversas outras divindades, dos quais o mais proeminente era Baal.
Enquanto a maioria dos religiosos aceita que a mistura entre os israelitas e os cananitas
após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião israelita, a maioria dos
estudiosos prefere aceitar que o mosaismo era apenas mais uma das diversas crenças
entre as tribos israelitas, e que só virá a se firmar com os profetas e com o exílio.
A hierarquia e os rituais de culto mosaico serão firmemente estabelecidos com a
monarquia, quando serão elaboradas as regras de sacerdócio e estabelecidos os padrões
do culto com a contrução do Templo de Jerusalém. Este novo local de culto, substituto
do antigo Tabernáculo portátil de Moisés, serviu como centro da religião judaica ,ainda
que em meio a outros cultos estrangeiros.
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a política de converter judeus à força levava à expulsão, espoliação e morte, caso não
fosse aceita a conversão. Esta visão anti-judaica era compartilhada tanto pelo
catolicismo, quanto por seitas protestantes surgidas no século XVI.
Os judeus e diversas minorias tornaram-se vítimas de diversas acusações e
perseguições por parte dos cristãos. A conversão ao judaísmo foi proibida pela Igreja, e
as comunidades judaicas foram relegadas à marginalidade em diversas nações ou
expulsas. O judaísmo tornou-se então uma forma religiosa de resistência à dominação
imposta pela Igreja, desenvolvendo algumas das doutrinas exclusivistas cujas tradições
persistiram até a atualidade.
Com o surgimento do Islam no século 7 d.e.c. e sua rápida ascensão entre
diversas nações, inicia-se a relação deste com o judaísmo, caracterizado por períodos de
perseguição e outros de paz, no qual deve-se enfatizar a Era de Ouro no judaísmo na
Espanha mulçumana.
OS LIVROS SAGRADOS
RITUAIS E SÍMBOLOS
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Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos ( aos 8 dias de vida ) e
o Bar Mitzvá que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvá
para as meninas ( aos 12 anos de idade ).
Os homens judeus usam a kipá, solidéu, que representa o respeito a Deus no
momento das orações.
Nas sinagogas, existe o Aron Hakodesh (uma arca sagrada), onde se guarda o
que representa a ligação entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os
pergaminhos sagrados da Torá.
Mezuzá (do hebraico " הזוזמumbral") é o nome de
um mandamento da Torá que ordena que seja afixado no
umbral das portas um pequeno rolo de pergaminho (klaf)
que contém as duas passagens da Torá que ordenam este
mandamento, "Shemá" e "Vehaiá" (Deuteronômio 6:4-9
e 11:13-21). A mezuzá deve ser afixada no umbral
direito de cada dependência do lar, sinagoga ou
estabelecimento judaico como lembrança do criador.
Deve ser posto a sete palmos de altura do chão,
apontando para dentro do estabelecimento com a extremidade de cima. Os judeus
costumam beijar a mezuzá toda a vez que se passa pela porta, para lembrar das rezas
que estão contidas ali dentro e os princípios do judaísmo que elas carregam.
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário
lunisolar. As principais são as seguintes:
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei
persa Assucro.
Pessach (Páscoa) - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no
Egito, em 1300 a.e.c.
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.e.c.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.
Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas
seguidas para purificar o espírito.
Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do
cativeiro do Egito.
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de
Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.
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1 Tishrei 30 dias
10 Tammuz 29 dias
11 Av 30 dias
12 Elul 29 dias
DENOMINAÇÕES
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Judaísmo na atualidade
Na maior parte das nações ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido,
Israel e a África do Sul, muitos judeus secularizados deixaram há muito de participar
nos deveres religiosos. Muitos deles lembram-se de ter tido avôs religiosos, mas
cresceram em lares onde a educação e observância judaicas já não eram uma prioridade.
Desenvolveram sentimentos ambivalentes no que toca aos seus deveres religiosos. Por
um lado, tendem a agarrar-se às suas tradições por razões de identidade, mas por outro
lado, as influências da mentalidade ocidental, vida quotidiana e pressões sociais tendem
a afastá-los do judaísmo. Estudos recentes feitos em judeus americanos indicam que
muitas pessoas que se identificam como de herança judaica já não se identificam
enquanto membros da religião conhecida como judaísmo. As várias seitas judaicas nos
EUA e no Canadá encaram este fato como uma situação de crise, e têm sérias
preocupações com as crescentes taxas de casamentos mistos e assimilação entre a
comunidade judaica. Uma vez que os judeus americanos têm vindo a casar mais tarde
do que acontecia antigamente, têm vindo a ter menos filhos, e a taxa de nascimentos
entre os judeus americanos desceu de mais de 2.0 para 1.7 (a taxa de substituição é de
2.1) (This is My Beloved, This is My Friend: A Rabbinic Letter on Intimate relations,
p.27, Elliot N. Dorff, The Assembleia rabínica|Rabbinical Assembly, 1996).
Nos últimos 50 anos todas as principais representações judaicas têm assistido a
um aumento de popularidade, com um número crescente de jovens judeus a participar
na educação judaica, a aderir às sinagogas e a se tornarem (em graus diversos) mais
observantes das tradições. Existe um artigo separado sobre o movimento Baal teshuva,
o movimento dos judeus que regressam à observação do judaísmo.
Nos dois últimos séculos, a comunidade judaica dividiu-se numa série de
denominações; cada uma delas tem uma diferente visão sobre que princípios deve um
judeu seguir e como deve um judeu viver a sua vida. Apesar das diferenças, existe uma
certa unidade nas várias denominações.
O judaísmo rabínico, surgido do movimento dos fariseus após a destruição do
Segundo Templo, e que aceita a tradição oral além da Torá escrita, é o único que hoje
em dia é reconhecido como judaísmo, e é comumente dividido nos seguintes
movimentos:
• Judaísmo ortodoxo - considera que a Torá foi escrita por Deus que a ditou
a Moisés, sendo as suas leis imutáveis. Os judeus ortodoxos consideram o
Shulchan Aruch (compilação das leis do Talmud do século XVI, pelo rabino
Joseph Caro) como a codificação definitiva da lei judaica. O judaísmo
ortodoxo exprime-se informalmente através de dois grupos, o judaísmo
moderno ortodoxo e o judaísmo haredi. Esta última forma é mais conhecida
como "judaísmo ultraortodoxo", mas o termo é considerado ofensivo pelos
seus adeptos. O judaísmo chassídico é um subgrupo do judaísmo haredi.
Corrente que se caracteriza pela observação rigorosa dos costumes e rituais
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Para além destes grupos existem os judeus não praticantes, ou laicos, judeus que
não acreditam necessariamente em Deus (Ateu) mas ainda assim mantêm culturalmente
costumes judaicos; e o “judaísmo humanístico”, que valoriza mais a cultura e história
judaica.
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