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Origem da Antropologia da religião

O interesse pelos mitos, ritos de iniciação, pela religião e pela magia foi
uma constante na antropologia francesa do século XX, e se mantém
consideravelmente estável até hoje. Uma antropologia da religião, partindo de
uma reflexão sobre a humanidade e sobre a cultura como realidades complexas,
busca compreender como o ser humano foi e continua sendo visto, por ele
próprio, através de uma das suas mais significativas manifestações, a religião.
Não se trata de fazer uma análise de cada uma das religiões, mesmo aquelas mais
conhecidas: a Antropologia da Religião desenvolve análises científicas do
fenômeno religioso, enquanto experiência antropológica, essencialmente
humana.

A partir da década de 1980 do século passado houve um aumento


considerável da busca por religiosidade em todo o mundo. No momento atual,
com o fenômeno da globalização, assiste-se a um multiplicar-se de experiências
religiosas. E essa “gula de Deus”, para usar uma expressão do poeta francês
Rimbaud, é uma verdadeira tentativa desesperada para “eliminar estados
mórbidos ou de preencher o vazio deixado pelo estado de insatisfação difusa
presente na sociedade moderna” (STEIL: 13).

Pensando amplamente nesta consideração de Leonardo Boff, levantamos


alguns estudos antropológicos sobre religiões – ou que sirvam como apoio
teórico para reflexões antropológicas.

Conceito de Antropologia da religião

A Antropologia da religião, envolve o estudo das instituições religiosas


em relação a outras instituições sociais, e da comparação de crenças e práticas
religiosas em diferentes culturas, podemos afirmar que no estudo da
Antropologia da Religião buscamos não apenas refletir sobre o fenómeno
religioso, mas também uma compreensão do ser humano presente em tais
manifestações culturais e religiosas.

Um dos principais problemas na antropologia da religião é a definição da


própria religião. Ao mesmo tempo os antropólogos acreditam que certas práticas
e crenças religiosas eram mais ou menos universal a todas as culturas, em algum
momento do seu desenvolvimento, tais como a crença em espíritos ou fantasmas,
o uso de magia como um meio de controlar o supernatural, o uso de adivinhação
como um meio de descobrir conhecimento oculto, e os resultados de rituais tal
como oração e sacrifício como um meio de influenciar o resultado de vários
eventos através de uma agência sobrenatural, às vezes sob a forma de xamanismo
ou culto aos antepassados.

De acordo com Clifford Geertz, religião é um sistema de símbolos que


actua para estabelecer poderoso, penetrante, e modos de longa duração e
motivações nos homens por formulação de concepções de ordem geral da
existência e vestindo essas concepções com tal aura de factualidade que os
humores e motivações parecem singularmente realistas" (Geertz 1966).

Essa corrida para as diversas experiências religiosas é caracterizada pela


plura-lidade , permitindo inclusive que as pessoas frequentem simultaneamente
diversas reli-giões e transitem por lugares sagrados diferentes. Apesar disso, um
fenômeno tem causado muita preocupação às pessoas de bom senso: o retorno ao
fundamentalismo, o qual se caracteriza pelo fechamento de cada religião na
própria autossuficiência dogmática, afirmando que vale apenas a sua verdade
(TEIXEIRA, p. 69-80).

A Antropologia da Religião , partindo de uma reflexão sobre a


humanidade e so-bre a cultura como realidades complexas, busca compreender
como o ser humano foi e continua sendo visto por ele mesmo e por uma das suas
mais significativas e originais manifestações, a religião. Não se trata de fazer
uma análise de cada uma das religiões, mesmo aquelas mais conhecidas. Na
Antropologia da Religião faz-se uma análise cien-tífica do fenômeno religioso,
enquanto experiência antropológica, isto é, do ser huma-no. E ao se fazer isso
podemos nos reportar a manifestações culturais e religiosas do mundo,
particularmente as mais conhecidas e as que mais influenciam a vida das soci-
edades. Na análise das diversas visões antropológicas advindas das diferentes
culturas e religiões há um esforço para se perceber a riqueza de cada uma delas,
desfazendo preconceitos, reconstruindo nosso pensar, mesmo sem renunciar à
necessária crítica.

A disciplina procura analisar o sentido que o fenômeno religioso traz para


o cotidiano do ser humano, especialmente as crenças e rituais com critérios
científicos.

A experiência religiosa é a experiência do transcendente e da


transcendência na busca por sentido da vida, a religiosidade é a manifestação da
experiência religiosa em um determinado grupo e a religião é a
institucionalização da experiência religiosa.

Objectivos da Antropologia da Religião

 A disciplina, procura analisar o sentido que o fenómeno religioso,


traz para o cotidiano do ser humano, especialmente as crenças e
rituais com critérios científicos;
 Entende a religião como um sistema de crenças e práticas que
determinam a cosmovisão de uma sociedade ou comunidade;
 A Antropologia da Religião, partindo de uma reflexão sobre a
humanidade e sobre a cultura como realidades complexas, busca
compreender como o ser humano foi e continua sendo visto por ele
mesmo e por uma das suas mais significativas e originais
manifestações – a religião. (José Lisboa Oliveira – PUC/ Brasília).
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
 

ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO

ORIGEM E CONCEITOS DE
ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO

O Docente
____________________________
Prof. Doutor Manzambi Vuvu
Fernando

Luanda, 2019
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
 

ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO

ORIGEM E CONCEITOS DE
ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO

Nome: Géssica Combo Vemba


Curso de: Antropologia
Ano académico: 3º
Período: Diurno
Sala: Q

Luanda, 2019

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