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Bíblica
introdução à hermenêutica
Paulo César Araújo - 2022
Roteiro da aula
Exegese
Hermenêutica: a
ciência da
interpretação
Exegese:
estudo para
entender o
que o texto
significou
Excurso: Curiosidade
• Escolha o texto
• Delimite o texto
• Trabalhe com várias versões
• Identifique o tipo do texto
• Descubra a estrutura
Escolha o texto
Escolha o texto
Essa tarefa não é tão simples quanto se
pensa. Muitos obreiros que pregam
regularmente têm dificuldade em decidir
qual passagem selecionar para estudar e
pregar. Essa indecisão pode causar
ansiedade e atrapalhar o tempo que
deveria ser dedicado para construção do
sermão.
Escolha o texto
Há pelo menos quatro fatores que nos
ajudam a escolher bem o texto que
iremos estudar para ensinar: as dores e
desejos da audiência, as notícias das
mídias, as nossas leituras e reflexões,
datas e eventos especiais, séries de
estudos bíblicos. É possível e até
aconselhável considerar mais de um
desses fatores para seleção do texto.
Escolha o texto
“Uma escolha de texto sem considerar a
necessidade dos ouvintes pode tornar o
sermão pouco interessante” (BAUSELLS,
2022, p. 80). Portanto, é muito
importante saber identificar quais são os
assuntos que a nossa audiência precisa
ouvir e aprender. O ministério de
visitação e os estudos bíblicos em
pequenos grupos podem sinalizar muita
coisa.
• Como superar o medo da morte?
• A importância do contexto
• Tipos de contexto
• O método indutivo
A importância do contexto
A importância do
contexto
Jacques Derrida, filósofo francês do
século XX, foi o pai do desconstrutivismo.
Esse modo de pensar prega uma
desconstrução de todo significado,
verdade, tradição ou consenso. Quando
aplicada aos textos, essa filosofia causa
resultados desastrosos, pois mata o
significado e a lição objetiva que poderia
ser aprendida dos livros.
A importância do
contexto
Sendo assim, não há uma interpretação
certa para os textos, mas várias
interpretações as quais o leitor pode
desconstruir e construir. O texto deixa de
possuir um significado original ou
pretendido pelo autor. Na prática, os
leitores interpretam os textos decidindo
qual significado atribuir aos mesmos.
“‘Existe um significado neste texto?’ não é
uma indagação inútil, especialmente se
‘texto’ agora se aplica a tudo, de obras
escritas até nossas histórias individuais, além
da própria realidade. Existe um significado
para a vida, ou cada um de nós tem de
inventar um? As decisões sobre significado,
sobre como interpretar um texto, são
inextricáveis das questões sobre o que é ser
humano. O destino da hermenêutica e o da
humanidade andam juntos, em ascensão e
declínio.” (VANHOOZER, 2004, p. 28).
A importância do
contexto
Infelizmente, a moda da desconstrução
tem contaminado a hermenêutica da
igreja. Muitos não perseguem o
significado original porque não foram
ensinados a se relacionar com texto dessa
maneira. O que se sente ou se acha se
tornou guia interpretativo. Mataram o
autor e o texto. Nasceram as muitas
interpretações.
A importância do
contexto
Mas a simples observação do contexto faz
raiar a esperança e perdoa uma multidão
de pecados. A palavra “contexto” é uma
óbvia referência àquilo que está com o
texto escolhido para ler. Trata-se do
“ambiente da passagem bíblica” (BOST;
PESTANA, 1992, p. 32). No contexto
mora o significado das frases e palavras.
A importância do
contexto
Os versículos bíblicos não são como
biscoito da sorte. Todos eles foram
escritos dentro de uma linha de
pensamento. Por isto não podemos ler um
versículo sem considerar tudo aquilo que
envolve o texto seleto. Respeitando esse
princípio, naturalmente a Bíblia fala por
ela mesma expressando sua mensagem.
https://youtube.com/shorts/HVYy5SBddVA?feature=share
Tipos de contexto
Tipos de contexto
Existem ao menos oito tipos de contextos
diferentes que acabam se completando. O
intérprete que trabalha com todos os
tipos terá mais possibilidades de entender
o texto alvo da leitura.
Tipos de contexto
Tipos de contexto
O contexto imediato é a porção textual
que envolve o versículo que isolamos
para ler. Quase sempre são os versículos
que estão em cima e embaixo. O
contexto anterior é todo conteúdo do
livro que antecede o texto escolhido
para estudar. O contexto posterior faz o
caminho inverso ao anterior. O contexto
do livro considera a obra como um todo.
Tipos de contexto
O contexto do autor engloba a vida e o
pensamento do escritor, assim como o
momento histórico da redação do livro. O
contexto do leitor considera a situação do
destinatário original. O contexto da
aliança discute as dispensações nos
testamentos. O contexto da Bíblia dá base
para explicar como o texto escolhido se
encaixa na grande história da redenção.
Tipos de contexto
https: //youtu.be/fF07ufxpdjU
Como estudar as palavras
Como estudar as
palavras
Nesta seção vamos estudar as palavras
com auxílio dos recursos do aplicativo
MyBible. Priorizaremos o contato com a
concordância eletrônica e os dados do
dicionário Strong.
Como estudar as
palavras
Depois de ter acesso aos dados,
precisamos anotar e organizar as
informações deduzidas do conteúdo
bíblico. Respeitando essa etapa, o
trabalho de produção textual será mais
fácil de fazer.
Quais palavras estudar?
Quais palavras estudar?
Para fazer melhor uso do nosso tempo,
precisamos selecionar um número
limitado de palavras para estudar. Essa
decisão nos faz focar nos termos mais
importantes do texto. Mas como
descobrir quais são as palavras mais
importantes? Esse segmento procura
responder essa pergunta.
Quais palavras estudar?
Os termos doutrinários ou teologicamente
importantes merecem nosso tempo de
estudo. Fé, redenção, evangelho, graça,
comunhão, são alguns exemplos. As
palavras eticamente importantes também
precisam de análise mais acurada, como
os vocábulos humildade, domínio próprio
e soberba.
Quais palavras estudar?
As palavras difíceis de entender não
podem passar despercebidas, assim como
as palavras-chave do texto ou livro em
questão. Os termos difíceis variam de
leitor para leitor, mas as palavras-chave
estão claras no texto por causa do seu
uso frequente, por exemplo, “alegria” em
Filipenses e “amor” em 1João.
Atividade em Classe
Referências
Primeira fase
Como trabalhar com
as ideias
Esse trabalho é feito em duas etapas que
precisam ser desenvolvidas na ordem
disposta: (1) colecionar e relacionar
referências bíblicas por meio da memória,
referências cruzadas e concordância
bíblica; (2) consultar obras de apoio como
dicionários, enciclopédias, comentários,
artigos e livros temáticos.
Como trabalhar com
as ideias
A pergunta-chave para fazer uma boa
primeira etapa é: “que outros versículos
bíblicos tratam deste mesmo assunto
que estou estudando?” Essa questão
desafia nossa memória e capacidade de
pesquisa.
Como trabalhar com
as ideias
Usar a memória pode ser difícil,
principalmente para o principiante. Mas
precisamos insistir nesse exercício. A
memória é fruto do interesse. É possível
aprimorar nossa memória através da
leitura, estudo e participação atenta às
aulas e sermões bíblicos. Entretanto, nada
é mais eficaz do que ensinar a Bíblia.
“Usar a memória no estudo das idéias pode gerar alguns dos
estudos mais originais e criativos de que se tem notícia,
incentivando o estudante a meditar e refletir sobre a Palavra de
Deus e produzindo todo tipo de bons frutos para a vida
espiritual dele. É trabalho independente, que garante, em
muitos casos, a honestidade dos resultados obtidos. Finalmente,
será também um trabalho compensador, pois o estudante vai
notar que os textos que ele colecionou mediante a sua memória,
também serão sugeridos por outras ferramentas e por outros
estudiosos da Sagrada Escritura. Nisto ele verá a confirmação
dos seus esforços e a autenticação de suas conclusões.” (BOST;
PESTANA, 1992, p.84).
Como trabalhar com
as ideias
Mas a nossa memória é limitada. Por isso
precisamos da concordância e de um
bom sistema de referências cruzadas. O
MyBible porta essas duas ferramentas.
Preciso elogiar a lista de referências
cruzadas da Bíblia Thompson, pela
abundância de informações, e do Novo
Testamento Grego, pelos paralelos com
a língua original.
Atividade
Segunda fase
Como trabalhar com
as ideias
É bom ou ruim consultar dicionários e
comentários bíblicos? Há dois extremos
para responder a essa pergunta. O
primeiro: “devemos confiar nos
dicionaristas e comentaristas porque eles
são especialistas na Bíblia enquanto nós
não somos ninguém na fila do pão.”
Como trabalhar com
as ideias
O segundo: “não devemos ler
comentários e dicionários porque
precisamos nos envolver diretamente
com a Palavra de Deus, sem depender
de terceiros que, por sinal, podem nos
doutrinar”. Essas duas respostas não são
adequadas.
Como trabalhar com
as ideias
Não é sábio desprezar o trabalho dos
especialistas no texto bíblico. De igual
modo, também não é saudável deixar de
exercitar sua própria capacidade
interpretativa. Uma boa solução para esse
dilema consiste em ler tais materiais
somente após se relacionar com o texto
de forma direta e independente.
Como trabalhar com
as ideias
Estude a Bíblia por si mesmo; depois
veja o que os outros dizem.As
impressões dos eruditos bíblicos são
valiosas mas as suas também são. Você
é uma pessoa comum na fila do pão. É
verdade. Mas não trate os dicionaristas e
comentaristas como os donos da
padaria.
“A maior tentação do estudante da Escritura é uma voz que parece
sair dos comentários para dizer: ‘tudo isto te darei, se prostrado,
me consultares’. O estudante raciocina: ‘Se o comentarista já fez
todo trabalho, porque devo eu ficar aqui inventando a roda?’ O
ponto é que ninguém deve ficar ‘prostrado’ perante um
comentário bíblico. Este tipo de livro é uma obra humana; apesar
de baseada na Palavra de Deus ela continua sendo obra humana.
Devemos ler e consultar comentários ‘de pé’, baseados nos
estudos já realizados. De fato, nenhum bom comentarista ensina a
subordinação cega, mas incentiva o estudo independente. O bom
comentário bíblico diz: ‘Ergue-te, que eu também sou homem’.”
(BOST; PESTANA, 1992, p.84).
Como trabalhar com
as ideias
Precisamos procurar os melhores
comentários e dicionários para nos ajudar.
Existem dicionários com diferentes
ênfases. Podemos mencionar as ênfases
geográfica, histórica, arqueológica e
teológica. Mas no estudo das ideias, a
última opção será de maior serventia.
Como trabalhar com
as ideias
No caso dos comentários há ao menos
os exegéticos, expositivos e devocionais.
Cada tipo tem a sua qualidade. O
estudante da Bíblia deve consultar o tipo
de comentário que mais vai lhe servir.
Um conselho aos principiantes: comece
lendo os comentários de irmãos fiéis à sã
doutrina.
Atividade
Consulta de comentário
Referências
• A importância da paráfrase
• Como elaborar paráfrases
• Exemplos de paráfrases
A importância da paráfrase
A importância da
paráfrase
A última etapa do nosso estudo bíblico
pode ser denominada de paráfrase.
Parafrasear é explicar nas suas próprias
palavras o significado original do texto.
Para este fim, podemos nos apropriar de
ilustrações, comparações e outros
recursos para deixar a mensagem
compreensível e relevante ao público.
Cl 4:5-6: "Portai-vos com sabedoria para com os que são de
fora; aproveitai as oportunidades. A vossa palavra seja sempre
agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis
responder a cada um.“