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SEMINÁRIO TEOLÓGICO

EBNESR

NT212 – A Epístola aos Hebreus


A superioridade de Cristo
3a Edição

Álvaro C. Pestana

EBNESR
Recife, PE
2022
Hebreus 2022 Álvaro C. Pestana

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EBNESR


CNPJ.: 02.967.320/0001-40 Insc.: Isento
Rua Copacabana, 580 - Boa Viagem
51030-5900 – Recife, PE. (81) 3341-6514 / 3342-5269
ebnesr@gmail.com

Dedicatória:

Ao meu filho
Lucas Pestana:
Que Deus o abençoe e guarde!

PESTANA, Álvaro César. NT212 – Hebreus: a


superioridade de Cristo. 3a Edição Recife: EBNESR,
2022.

66 p.: 30 cm.

1. Epístola aos Hebreus; 2. Cristologia; 3. Cristianismo;


4. Vida Cristã.

© 2022 Álvaro César Pestana

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APRESENTAÇÃO

Meus primeiros estudos sérios na Epistola aos Hebreus foram feitos sob a direção do saudoso J.
D. Meadows, na igreja de Cristo em Santana. Naquela época, ele foi encarregado pelo Instituto
de Estudos Bíblicos de redigir uma apostila para o curso que seria ministrado por vários
professores em várias igrejas da cidade de São Paulo. Depois daqueles estudos iniciais, estudei o
livro em várias temporadas de jovens no Acampamento Monte das Oliveiras (AMO), que
embora apresentasse o estudo já digesto para público juvenil, fazia com que o texto da carta
fosse mais e mais trabalhado por mim. Os estudos mais seminais, contudo, foram os oferecidos
por Ronald C. Prater, durante nosso estudo intensivo no Instituto de Estudos Bíblicos, no ano
de 1978. Naquela ocasião, por causa da idade e interesse do grupo de estudantes e, sobretudo,
pelo entusiasmo do nosso professor, o estudo foi absolutamente marcante e a Epístola aos
Hebreus tornou-se um ponto de referência em nosso pensar e ensinar.
Ministrei um curso sobre este livro, pela primeira vez no segundo trimestre do ano de 1981, na
Escola Dominical da igreja de Cristo em Jundiaí. Naquela ocasião, já pude usar o comentário de
Neil Lightfoot, recém-lançado em português, e pude desenvolver os temas aprendidos poucos
anos antes no seminário teológico.
Uma última experiência de ensino na igreja, antes de trabalhar no ensino de seminários foi feita
nos chamados “Estudos Bíblicos Avançados”, realizados na igreja de Cristo na Nove de Julho, no
ano de 1985. Estes estudos, feitos de noite com mais tempo do que é possível obter em uma
escola dominical e com maior motivação dos alunos, forçou-me a uma análise mais minuciosa
do texto e uma exploração lenta dos temas envolvidos.
Depois destas experiências de ensino, meu ingresso no Seminário Bíblico Nacional e o trabalho
de ensino acadêmico de teologia levou-me a ensinar o livro inúmeras vezes.
Assim, este manual, longe de ser obra acabada, é uma tentativa de reunir pensamentos e
esboços perdidos (e achados) nesta carreira de aprendizado e ensino. Recentemente, o acesso à
literatura mais avançada no estudo de Hebreus e do Novo Testamento provocam-me para
prosseguir no aprimoramento deste material ao mesmo tempo que me desanimam, pois, como
alguém já disse em algum lugar “não há limite para fazer livros”.
Aguardo sugestões e correções, Nesta segunda edição poucas alterações foram realizadas.
Espero que este material ajude a provocar o gosto por este livro tão rico de nosso Novo
Testamento.
A Deus, a glória, por meio de Jesus, no poder do Espírito!
Álvaro César Pestana
EBNESR, Recife
2022

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ÍNDICE

Apresentação 3

Introdução ao estudo da Epístola aos Hebreus 5

Exposição e estudo da Epístola aos Hebreus 23

Texto grego da Epístola aos Hebreus 52

Bibliografia 61

Questionário da disciplina NT212 62

Plano da Disciplina 2021 65

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Introdução ao estudo da Epístola aos Hebreus 1

AUTORIA
A Epístola aos Hebreus é como Melquisedeque: sem pai, sem mãe e sem
genealogia. O autor não quis dar ou colocar seu nome, embora fosse
bem conhecido dos leitores como se percebe por todo o documento.
O título mais antigo é, simplesmente, AOS HEBREUS. Contudo, no
papiro 46 (p46), que é datado como sendo do Século III, ele já é
adicionado à coleção paulina.
A dificuldade de datar Hebreus é devida à dificuldade de saber quem foi
seu autor humano. As sugestões são: Paulo, Barnabé, Lucas, Apolo,
Clemente [este autor tem extensos paralelos com Hebreus em sua
primeira epístola aos Coríntios – por outro lado Clemente interpreta e
usa mal a carta e a teologia de Hebreus] e outros2. Já dizia Orígenes,
sobre o autor de Hebreus: “Só Deus sabe a verdade” [τίϛ δὲ ὁ γράψαϛ
τὴν ἐπιστολὴν, τὸ μὲν ἀληθὲϛ θεὸϛ οἶδεν]3. A tradição sempre apostou
em Paulo como autor.
A tradição considerou-a paulina por pelo menos 1200 anos: de 400-
1600 AD. Nos séculos iniciais não havia concordâncias sobre sua
autoria, problema que levou alguns a não aceitarem este documento
como apostólico ou canônico. Depois da Reforma as dúvidas sobre a
autoria paulina voltaram e se impuseram.
O autor parece não contar-se entre os apóstolos (2.3), coisa que
impossibilitaria a autoria paulina (Gl 1.11-12).
A hipótese mais antiga da autoria acha-se em De pudicitia, 20, de
Tertuliano (c. 200), em que cita “uma epístola aos hebreus com o
nome de Barnabé”. A própria carta deixa claro que o escritor deve
ter tido autoridade na igreja apostólica, um cristão hebreu
intelectual, bom conhecedor da Tanakh. Barnabé cumpre esses
pré-requisitos. Era judeu, da tribo sacerdotal de Levi (At 4.36),
tendo-se tornado amigo íntimo de Paulo depois que este se
1
Excerto e edição do texto de PESTANA, Álvaro C. A BÍBLIA TODA EM UM ANO. Campo
Grande: SerCris, 2008, com ampliações e adaptações.
2
ELLINGWORTH, Paul. THE EPISTLE TO THE HEBREWS: THE NEW INTERNATIONAL
GREEK TESTAMENT COMMENTARY. Grand Rapids: Eerdmans; Carlisle: Paternoster Press,
1993, p. 3-21, alista 13 possíveis autores: 1. Paulo; 2. Clemente de Roma; 3. Lucas; 4. Barnabé; 5.
Pedro; 6. Judas; 7. Estevão; 8. Filipe, o diácono (? sic.); 9. Aristão; 10. Priscila (e Áquila); 11. Maria,
mãe de Jesus; 12. Epafras; 13. Apolo.
3
Citado por SCHAFF, Phillip. HISTORY OF CHRISTIAN CHURCH: Apostolic Church. Vol. 1.
Peabody: Hendrickson, 1996, (original de 1858), p. 818.
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convertera. Sob a orientação do Espírito Santo, a igreja de


Antioquia comissionou Barnabé e Paulo para a obra de
evangelização e os enviou em uma primeira viagem missionária
(At 13.1-4).
O outro candidato dos mais importantes para a autoria é Apolo,
cujo nome foi proposto pela primeira vez por Martinho Lutero,
sendo hoje apoiado por muitos estudiosos. Apolo, alexandrino de
nascença, era também judeu cristão com notáveis capacidades
intelectuais e oratórias. Lucas informa que “Ele era homem culto e
tinha grande conhecimento das Escrituras” (At 18.24). Também
sabemos que Apolo foi companheiro de Paulo nos primeiros anos
da igreja de Corinto (1Co 1.12; 3.4-6,22).4
Características do autor de Hebreus
O autor era homem (Hb 11.32) – no grego, há clara indicação de que o
discurso é feito por alguém do sexo masculino.
Ele não se inclui entre os apóstolos (2.3) [embora este texto não seja
um obstáculo intransponível para a autoria do apóstolo Paulo] e parece
ser conhecido pelos leitores: 13.18 = familiaridade; 13.23 = conheciam
Timóteo e sua situação; 10.32-34 = conhecia a situação do grupo; 5.11-
6.1 = conhecia problemas específicos do grupo; 6.9 = “amados” sugere
cordialidade e, talvez, intimidade.
Sem dúvida, era um judeu, profundo conhecedor do Velho Testamento e
dos rituais judaicos. Apesar disto, ele usa e cita preferencialmente a
Septuaginta (LXX), pois das 29 citações do Velho Testamento que ele
faz, só 3 não são da LXX.
O autor escreve com um estilo, vocabulário e raciocínio elevados. É o
livro mais “erudito” de todo o Novo Testamento.
Razões para rejeitar a autoria paulina de Hebreus
1. O autor não de diz apóstolo (2.3), embora seja possível interpretar
que o autor fala somente dos que viram o ministério terrestre de Jesus.
2. O autor não diz seu nome [Paulo sempre se identifica]
3. O autor tem um estilo e linguagem que parecem diferentes das de
Paulo, embora este argumento baseado em linguagem e estilo seja
notoriamente equivocado. O método de citar o Velho Testamento é

4
Bíblia NVI de Estudo.
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diferente, mas não seria impossível de ver Paulo usando um estilo


diferente neste documento.
a. Há quem diga que Paulo não chamaria Timóteo de “irmão”
(13.23), mas de filho.
b. O uso do termo “melhor” que ocorre 13 vezes em Hebreus
ocorre só 3 ou 4 vezes nos escritos de Paulo (ocorre 2 vezes em
Pedro).
4. O autor tem ênfases teológicas diferentes de Paulo, embora
similares. Este ponto também é razão de frequentes equívocos, pois a
teologia de um autor não pode ser restrita aos documentos que ele
escreveu antes, pois a mudança de auditório e de problemas pode
acionar e usar novas ideias teológicas.
Razões para apoiar a autoria paulina de Hebreus
As mais antigas tradições disponíveis favorecem a autoria de Paulo com
poucas exceções:
1. Panteno, citado por Eusébio (H. E. 6.14.4) dizia que Paulo não
colocou seu nome por modéstia – ele era o apóstolo dos gentios e
estava escrevendo para os judeus (hebreus).
2. Clemente de Alexandria afirmava que a carta era tradução de
Lucas de uma obra de Paulo.
3. O papiro Chester Beatty [p46]coloca entre as cartas paulinas, logo
após Romanos. Este papiro é datado do Século II.
4. As ideias são compatíveis com a genialidade e a instrução do
apóstolo dos gentios que tinha sido o fariseu aluno de Gamaliel.
5. O fraseado e as expressões do capítulo 13 parecem com Paulo.
6. A semelhança de ideias importantes com a teologia paulina:
§ Humilhação e exaltação de Cristo: 2.14-16 // Fp 2.5-11 + Ef 1.20-
23
§ As duas alianças: 10.1ss // Cl 2.16-17 [sombra]
§ Apostasia e fracasso no VT: 4.1-2 // 2Co 10.1-11
§ O VT e o NT: 7.19 + 8.13 // 2Co 3.9-11
Razões para apoiar a autoria de Barnabé

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Tertuliano, no Segundo Século, afirma que foi ele o autor. A Epístola aos
Hebreus combina com a descrição de Barnabé em Atos 4.36. Seu
apelido é Filho da exortação e este livro chama a si mesmo de “palavra
de exortação” (Hb 13.22). Como um levita, ele conhecia o Velho
Testamento muito bem e como viveu em Chipre, tinha cultura grega.
Conhecia os cristãos hebreus, na Palestina e em outros lugares e podia
estar escrevendo para eles, pois era um exortador (At 11.22, 24). Como
ele trabalhou com Paulo, pode ter compartilhado muita teologia com ele
e dele (At 9.26-15.41) e conhecer Timóteo, citado em Hebreus 13.
Contra Barnabé a autoria de Barnabé
Chipre, Alexandria, Cartago e outros locais relacionados não aceitavam
tal atribuição de autoria. Segundo Hebreus 2.3, o autor, aparentemente,
não era dos primeiros da fé, que não se aplicaria a Barnabé.
Razões para apoiar a autoria de Apolo
Lutero sugeriu que fosse ele o autor. Apolo era eloquente, como a carta,
profundo conhecedor do Velho Testamento e recebeu educação em
Alexandria, que é coerente com certas leituras em Hebreus. Ele recebeu
influência suficiente de Paulo para que a carta parecesse paulina e era
conhecido nas igrejas (1Co 16.12; Tt 3.13)
Contra a autoria de Apolo
Trata-se de uma sugestão muito tardia. Nem em Alexandria isto foi
aceito.
Razões para apoiar a autoria de Lucas
O estilo e composição apontam para ele. O discurso de Estevão de Atos
7 tem paralelos com Hebreus.
Contra a autoria de Lucas
Ele é um gentio (Cl 4.10-14) e a carta supõem alguém com grande
conhecimento do judaísmo. Além disto, tal ideia nunca teve aceitação.
Um gentio “diminuindo o judaísmo” para elevar o cristianismo seria
menos persuasiva do que se o discurso fosse de um judeu.

DESTINATÁRIOS:
Também é difícil saber quem são os destinatários: Roma, Jerusalém,
Palestina, Antioquia, Cesareia, Alexandria, Bereia, Galácia, Chipre,

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alguma cidade na Ásia Menor (Colossos, Éfeso...), etc. O título "Aos


Hebreus" é tradicional.
A favor de Roma está a citação dos italianos em Hebreus 13.24. A favor
de Alexandria está o raciocínio quase alegórico e filosófico do texto. A
favor de Jerusalém está a antiguidade do grupo (Hb 10.32; 12.4),
embora outros textos talvez mostrem que eles não eram a primeira
igreja (Hb 2.3, 6.10).
Eram um grupo específico pois há dados específicos sobre eles e sua
vida:
Despojados dos bens – Hb 10.33, 34
Generosos no passado – Hb 6.10
Antigos na fé – Hb 5.11-6.9
Detalhes pessoais – Hb 13.7ss
Guias na fé – Hb 13.7
Alguma ligação com a Itália – Hb 13.24
Conheciam Timóteo e sua condição – Hb 13.23
Na sua maioria eram “descendentes de Abraão” – Hb 2.16
Alguns já podiam ser mestres – Hb 5.12 e 10.25
Só Deus sabe com certeza quem foram os primeiros leitores.
A tentativa de dizer que havia judaizantes ou qualquer grupo de falsos
mestres na comunidade, embora citada ocasionalmente, não tem muito
fundamento.
Fantasias sobre relacionamento deste grupo com a seita de Qumran
ocorrem na literatura, mas como sempre, tais teorias só se sustentam
com base na ignorância completa que temos sobre os destinatários e
sobre a seita de Qumran.
A ideia de que a obra foi escrita para um grupo sacerdotal (como os de
Atos 6.7) é um chute.

DATA:
A data tem que ser antes da queda de Jerusalém (70 AD), pois se esta
tivesse ocorrido, provavelmente seria citada pelo autor.

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Além desta razão, o autor fala dos sacrifícios do templo judaico como se
ainda estivessem ocorrendo [tempo presente no grego].
Aceitaremos uma data ao redor do ano 65 AD. Assim não eliminamos
nenhum dos possíveis autores acima citados.
A igreja já tinha sido perseguida (10.32-34), não deviam voltar ao
judaísmo (13.9-14), mas seguir seus guias espirituais (13.7,17).
O culto ao imperador, fortemente arraigado na cultura greco-romana,
causava constrangimento aos cristãos. Os judeus estavam livres deste
culto, mas os outros tinham que participar.
O autor parece preso (13.19) e Timóteo também (13.23). Os italianos
citados ajudam a pensar que a carta foi escrita da Itália ou para a Itália
(13.24). Neste caso, as teorias envolvendo Paulo e Roma ganham
vantagens sobre as outras.
A igreja é composta de pessoas antigas na fé (6.11-14). A segunda
geração na fé (2.3). O autor era conhecido dos destinatários.

A EPÍSTOLA
Hebreus começa como um tratado, transcorre como um sermão e
termina como uma carta. A carta tem linguagem, estilo e estrutura
cuidadosamente elaborada.
Tratado: pelo modo como se inicia e discorre elegantemente sobre a
superioridade de Jesus em todos os aspetos importantes. Se fosse uma
simples carta, teria no seu início os itens padronizados: autor,
destinatário, saudação, oração etc. Por outro lado, há que advogue a
existência de um “estilo asiático” de escrever epístolas, onde estes
elementos iniciais não são escritos no texto – este seria o caso de 1João
que, é epístola mas foge ao padrão normalmente reconhecido.
Sermão: pelo fato do autor, de tempos em tempos, interromper seu
raciocínio para dar conselhos, exortações e encorajamentos. O texto
chama-se de “palavra de exortação” (13.22) que é justamente o modo
de falar de um sermão judaico na sinagoga (At 13.17).
Epístola: pela forma como termina e mesmo pela forma de tratamento
dos ouvintes durante o texto. Lightfoot chega a dizer que Hebreus é
uma Homilia Epistolar.

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É o livro do Novo Testamento cuja linguagem mais se aproxima dos


clássicos gregos e tem a mais refinada retórica de seu tempo.
A leitura do livro exige um bom conhecimento do Velho Testamento. O
autor trabalha com o Velho Testamento ao estilo de certas escolas
judaico-helenistas da época, mas com grande criatividade e precisão.
Por outro lado, o autor não toma liberdades filosóficas ou alegóricas
com o texto como o fizeram eruditos judaicos e cristãos.
O livro coloca-se como "palavra de exortação" (13.22). O alvo é mostrar
a superioridade de Cristo e do cristianismo ao judaísmo. A tese do autor
é que nada encoraja mais do que a visão da grandeza do cristianismo.
“Hebreus podia também ser chamado “livro das coisas melhores”, visto
que as duas palavras gregas traduzidas por “melhor” e “superior”
ocorrem 15 vezes na carta.”5
Os cristãos hebreus compunham uma "igreja cansada" e prestes a se
desviar. A carta vai tentar impedir o desvio pelo fortalecimento na fé e
esperança.
O livro é eminentemente prático e, vez após vez, o autor faz digressões
exortativas no seu discurso. É uma palavra de ânimo (Hb 13.22).

LIÇÕES PRINCIPAIS
Este livro do Novo Testamento está repleto de exortações. O autor, de
tempos em tempos, interrompe seu raciocínio para "pregar" um pouco
aos leitores. As lições obtidas destas exortações podem ser resumidas
no esquema abaixo:
1) Vamos ficar firmes no evangelho que aprendemos (2.1-4). O texto
anterior ressaltou o fato de ser Jesus superior aos anjos, e portanto, a
revelação que ele trouxe também deve ser seguida com mais firmeza e
fidelidade.
2) Não nos tornemos incrédulos e rebeldes contra Cristo (3.12-15; 4.1).
O povo de Israel foi punido por incredulidade e rebeldia. Por isto,
perderam o privilégio de entrar no seu descanso. Os cristãos precisam
andar da forma a não repetir este erro. Devemos esforçar-nos para
entrar no descanso (4.11).

5
Da NVI de Estudo.
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3) Fiquemos firmes na fé e aproximemo-nos de Cristo (4.14-16) já que


ele é o nosso sumo-sacerdote.
4) É necessário, contudo, sempre crescer na fé (5.11-6.20). Apesar do
tempo decorrido, alguns não cresceram tanto quanto deviam para
poder apreciar os ensinos mais adiantados da fé. O crescimento é uma
garantia de que não iremos cair da graça e voltar ao erro. Contudo, Deus
é fiel, e vai cumprir suas promessas cumpre a nos a fidelidade.
5) Em conclusão a todo o argumento da carta, o texto 10.19-13.25 e
todo composto de exortações finais. Assim mesmo cabe ressaltar:
a) Não abandonemos a fé. Fiquemos firmes frequentando a igreja
que nos dará condições de vencer o desanimo (10.19-25). O
castigo por deixar a fé é terrível (10.26-31).
b) Sigamos o exemplo de fé daqueles que tinham menos
informação e bênçãos que nos, olhando para Jesus, o maior
exemplo (12.1-3).
c) Não nos envolvamos com erros doutrinários e desvios da
comunidade (13.7-17).
VERSÍCULOS-CHAVE
1.1-3 - A revelação definitiva de Deus.
2.9 - Jesus, em condição humana, era menor que os anjos.
4.12-13 - A palavra de Deus revelando o homem.
4.14-16 - Jesus, nosso sumo-sacerdote.
5.11-14 - A necessidade de crescer na fé.
6.1-3 - "Os princípios elementares"
8.6-13 - A nova aliança toma o lugar da velha.
9.15-17 - Testamento e Aliança.
9.27-28 - Uma só vez: a) A morte de Jesus; b) A morte do homem.
10.19-25 - Ficar firme, frequentando a igreja.
11.1 - Uma definição de fé.
11.6 - A importância da fé.
13.7, 17, 24 - Os "guias".

PALAVRAS-CHAVE
I) Velha aliança

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a. Todos os dias – 7.27; 10.11


b. Muitas vezes – 9.25, 26; 10.11; 6.7
c. Sombra – 8.5; 10.1
d. Figura – 8.5; 9.23
e. Primeira – 8.7, 13; 9.1, 2, 6, 8, 15, 18; 10.9
f. Terrestre – 9.1
g. Feito por mãos – 9.11, 24
II) Nova aliança
a. Uma vez – 6.4; 9.7, 26, 27, 28; 10.2; 12.26, 27
b. Uma vez por todas – 9.27; 9.12; 10.10
c. Verdadeiro – 8.2; 9.24; 10.22
d. Coração – 3.8, 10, 12, 15; 4.7, 12; 8.10; 10.16, 22; 13.9

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III) Superior e eterno [κρείττον, αἰώνιοϛ]


a. Salvação eterna – 5.9
b. Juízo eterno – 6.2
c. Eterna redenção – 9.12
d. Espírito eterno – 9.14
e. Promessa da eterna herança – 9.15
f. Eterna aliança – 13.20
g. Superior: 1.4; 6.9; 7.7, 22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.16, 40; 12.24
IV) O caráter de Jesus
a. Divindade: 1.2; 2.9; 7.3; 10.5; 1.3, 8; 13.8
b. Humanidade: 2.9, 17; 3.1; 6.20; 7.22; 10.19; 12.2, 24; 13.12,
20
c. Compreensão: 2.10, 14, 17; 4.14
d. Fé: 2.13 (Is 8.17-18)
e. Oração: 5.7
f. Temor e obediência: 5.7 [obediência = 5.8-9]
g. Sem pecado: 4.15; 7.26
h. Perfeição: 2.10
i. Superior: aos anjos, Moisés, Josué, Arão
j. Sumo-Sacerdote: 2.17; 3.1; 4.14 [1. Diferente de Arão; 2.
Eterno; 3. Real; 4. Imutável]
k. Obra sacerdotal: 1. Real [8.5]; 2. Incomparável [9.14]; 3.
Eterno [7.27; 9.12, 26; 10.10]
l. Santificação: 10.4; 2.11; 10.10.29; 13.12
m. Perfeição: 10.14; 7.19
n. Purificação: 9.14, 23; 10.2-3, 4, 22

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ESBOÇO
TEMA: A SUPERIORIDADE DO CRISTIANISMO
PROPÓSITO: A FIRMEZA NA FÉ EM CRISTO
I. A SUPERIORIDADE DE AGENTE
A. Cristo é superior aos profetas - 1.1-4
B. Cristo é superior aos anjos - 1.5-2.18
C. C. Cristo é superior a Moisés - 3.1-19
D. D. Cristo é superior a Josué - 4.1-16
E. E. Cristo é superior a Arão - 5.1-7.28
II. SUPERIORIDADE DE ALIANÇA
A. O cristianismo possui superiores promessas - 8.1-13
B. O cristianismo opera em superior santuário - 9.1-12
C. O cristianismo oferece superior sacrifício - 9.11-28
D. O cristianismo alcança superior resultado - 10.1-18
III. SUPERIORIDADE DE ATUAÇÃO
A. O cristão é superior na fidelidade - 10.19-39
B. O cristão é superior na fé e perseverança - 11.1-12.3
C. O cristão é superior na disciplina - 12.4-17
D. O cristão é superior no relacionamento com Deus - 12.18-29
E. O cristão é superior no relacionamento com os homens - 13.1-17
Encerramento: 13.18-25

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Esboço da NVI de Estudo


I. Prólogo: a superioridade da nova revelação de Deus (1.1-4)
II. A superioridade de Cristo em relação aos líderes da antiga
aliança (1.5—7.28)
A. Cristo é superior aos anjos (1.5—2.18)
1. Prova bíblica da superioridade (1.5-14)
2. Exortação para não desconsiderar a revelação de Deus em seu filho (2.1-
4)
3. Mais provas bíblicas da superioridade sobre os anjos (2.5-18)
B. Cristo é superior a Moisés (3.1—4.13)
1. Demonstração da superioridade de Cristo (3.1-6)
2. Exortação para entrar no descanso da salvação (3.7—4.13)
C. Cristo é superior aos sacerdotes araônicos (4.14—7.28)
1. Exortação para se manterem firmes (4.14-16)
2. Qualificações de um sacerdote (5.1-10)
3. Exortação para abandonar a letargia espiritual (5.11—6.12)
4. Certeza da promessa de Deus (6.13-20)
5. A ordem sacerdotal de Cristo (cap. 7)
III. A obra sacrificial superior do nosso sumo sacerdote (8-10)
A. Uma melhor aliança (cap. 8)
B. Um melhor santuário (9.1-12)
C. Um melhor sacrifício (9.13—10.18)
D. Exortações (10.19-39)
IV. Apelo final pela fé perseverante (caps. 11, 12)
A. Exemplos dos heróis da fé no passado (cap. 11)
B. Encorajamento à fé perseverante (12.1-11)
C. Exortações à fé perseverante (12.12-17)
D. Motivação para a fé perseverante (12.18-29)
V. Conclusão (cap. 13)
A. Regras práticas para o viver cristão (13.1-17)
B. Pedido de oração (13.18,19)
C. Bênção (13.20,21)
D. Observações pessoais (13.22,23)
E. Saudações e bênção final (13.24,25)

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ANÁLISE LITERÁRIA
EXPOSIÇÃO EXORTAÇÃO APLICAÇÃO
1.1-14
2.1-4
2.5-3.6
3.7-15
4.1-13 [4.11-13]
4.14-16
5.1-10
5.11-6.20
7.1-28
8.1-10.18
10.19-39
11.1-12.3
12.4-17
12.18-13.17
[13.18-25]

O esboço abaixo, inspirado em Albert Vanhoye, privilegia a estrutura


concêntrica e o paralelismo entre as partes iniciais e finais, com o
assunto principal no centro do documento.

Prólogo* Epílogo*
Hb*1.104* Hb*13.20025*

Escatologia* Parênese*Escatológica*
Hb*1.502.18* Hb*12.14013.19*

Eclesiologia* Parênese*Eclesiológica*
Hb*3.105.10* Hb*11.1012.13*

Sacri>cio*
Hb*5.11010.39* Adaptação)do)esboço)de)Albert)
Vanhoye)por)ACPestana)5)2015)

Este esboço adaptado da obra de Harold Attridge também trabalha


como o anterior, mas com pequenas diferenças, enfatizando o discurso
difícil de entender: o sumo sacerdócio de Jesus conforme a ordem de
Melquisedeque e seu sacrifício superior e eterno.

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Exórdio( Bênção(e(Saudação(
Hb(1.164( Hb(13.20625(

Cristo:(exaltado(e( Exortações(finais(
humilhado( Hb(12.14613.21(
Hb(1.562.18(

Cristo:(fiel(e( Exortação(à(fidelidade(
misericordioso( Hb(10.26612.13(
Hb(3.165.10(

O(discurso(diFcil(
Hb(5.11610.25( Adaptação)do)esboço)de)Harold))
A0ridge)por)ACPestana)6)2015)

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USO DO VELHO TESTAMENTO RACIOCÍNIOS EXEGÉTICOS e ESTILO


RETÓRICO6

A leitura do livro exige um bom conhecimento do Velho Testamento. O


autor trabalha com o Velho Testamento ao estilo de certas escolas
judaico-helenistas da época, mas com grande criatividade e precisão.
Por outro lado, o autor não toma liberdades filosóficas ou alegóricas
com o texto como o fizeram eruditos judaicos e cristãos.
1. Etimologia: algumas vezes, o autor trabalho com o sentido original de
uma palavra ou frase em seu ensino. Por exemplo, ele usa os dois
sentidos de diatheke, aliança e testamento em seu raciocínio sobre a
Nova Aliança.
2. O raciocínio “do menor para o maior” é recorrente nesta obra. Os
professores rabínicos chamavam de qal wa-homer, “pesado e leve. O
termo latino e lógico moderno é a fortiori. As coisas que valiam para o
Velho Testamento valem muito mais para o Novo Testamento e o
Messias.
A. 2.2-3 è anjos << Jesus
B. 9.13-14 è sacrifícios VT << sacrifício de Jesus
C. 10.28-29 è castigo VT << castigo no NT
D. 12.9-10 è disciplina dos pais << disciplina de Deus
E. 12.25-26 è portador da palavra no VT << quem nos fala hoje
3. Também a ideia de explicar um texto com outro pelo fato de ambos
tratarem da mesma palavra ou do mesmo conceito é outro mecanismo
sempre usado: gezerah shawah ou estabelecer uma similaridade. O caso
da explicação de Melquisedeque é clássico para o uso deste método de
análise.
4. Tipologia: tipo (antigo) e anti-tipo (atual). A carta aos Hebreus faz
isto desde o capítulo 3 com Moisés, Josué etc. Também o tabernáculo e
todas as coisas da lei são tipos de Cristo.
5. Midraxe homilético, aplicando uma passagem à experiência da
comunidade. No capítulo 3, a exortação contra a apostasia, ou ainda a
história de Esaú, são explicados e aplicados à comunidade (Hb 12.14-
17).
6
GIRDWOOD, Jim; VERKRUYSE, Peter. HEBREWS: THE COLLEGE PRESS NIV
COMMENTARY. Joplin: College Press, 1997, p. 20. Também LIGHTFOOT, Neil R. HEBREUS.
São Paulo: Vida Cristã, 1981
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6. Introduz a Escritura de modos vívidos e descritivos. “Alguém em


certo lugar” (Hb 2.6); “disto nos dá testemunho o Espírito Santo” (Hb
10.15), etc.
7. Uso de “Florilegia” ou “Testimonia” que são listas de versos usados
para provar certo ponto. O capítulo 1 deve ter sido uma destas listas de
profecias sobre a grandeza de Jesus.
8. Parábolas. Ele chama o tabernáculo e seu serviço de uma parábola
para os dias de hoje (Hb 9.9). Da mesma forma, os procedimentos
sacerdotais no dia da Expiação são entendidos parabolicamente como
um chamado a “sair” do judaísmo (Hb 13.11-13).
9. Inclusão. Iniciar e terminar uma secção com uma ideia ou uma
palavra é um recurso de estilo. A expressão “bom testemunho” inicia e
termina o capítulo sobre a fé (Hb 11). Hebreus 4.12-13 começam e
terminam com a palavra grega logos.
10. Quiasma ou quiasmo. Segundo alguns autores, o livro inteiro está
esboçado em um grande quiasmo ou construção concêntrica. A inversão
de termos pode ser viste em Hb 4.16, por exemplo.
11. Ganchos. Terminar um assunto com uma palavra que se torna o
início do próximo assunto. Há muitos destes ganchos em todo o livro.
12. Notificações. Ocasionalmente, o autor anuncia um tema que vai
desenvolver mais tarde. Por exemplo, em Hebreus 1.3 e em 2.17 ele fala
da purificação dos pecados, mas este tema só começará ser tratado nos
capítulos 9-10.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS
1. Os quatro “impossíveis”: 6.4; 6.18; 10.4; 11.6
2. Eloquência: 1.1ss; 7.3; 9.27
3. Sentenças longas: 1.1-4; 5.7-11; 7.1-3; 10.19-25; 12.18-24
4. Sentenças curtas: 2.18; 10.18
5. Paradoxos: 11.4, 26, 27; 12.2
6. Antíteses: Alianças, Santuários, Sacerdócios, Adoração, Pessoas
etc.
7. Paronomásia [jogo de palavras de som semelhante]:

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§ 13.10 = echomen ... ex ... echousin ... exousian


§ 5.8 = emathen ... epathen
§ 2.10 = di’ hon ta panta kai di’ hou ta panta

FONTES BÍBLICAS
O autor de Hebreus cita o Velho Testamento cerca de 35 vezes.
Normalmente faz as citações da Septuaginta, versão grega do Velho
Testamento feita pelos judeus de Alexandria a partir do Século III a.C.
Pelo fato de citar quase todos os livros bíblicos, a epístola aos Hebreus
acaba por afirmar a autoridade de todos os livros bíblicos.
As citações são:
14 dos Salmos;
13 do Pentateuco;
5 dos Profetas Maiores;
2 dos Profetas Menores;
1 dos Livros Históricos;
1 da Literatura Sapiencial (Pv)

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ANÁLISE RETÓRICA

Fazer um esboço de Hebreus usando a análise retórica é interessante,


apesar da dificuldade de fazer um único esquema que dê conta do todo
da epístola. Na verdade, neste documento há uma mistura das retóricas
grega, judaica e da igreja. A vantagem de pensar retoricamente sobre o
texto é acompanhar os mecanismos de persuasão (logos, ethos e pathos
+ pneuma [na retórica da igreja]). Também é possível observar os
vários topoi usados e toda a análise necessária das circunstâncias e
motivos da carta.

Hebreus um reconhecível produto da arte retórica.7 Apresenta-se como


oração epideítica, ou seja, que exalta ou elogia uma doutrina ou ideia:
lida com o presente, o dia a dia.

ANÁLISE RETÓRICA

Função discursiva Hebreus


Exordium (Proêmio/Exórdio) 1.1-4
Narratio (Narração) 1.5-14
Propositio (Proposição/Tese) 2.1-4
Exortatio (Exortação) 3.1-4.13
Argumentatio/Amplificatio: Primeiro ciclo: 4.14-6.20
(Argumentação/Amplificação) Segundo ciclo: 7.1-10.18
(Discurso epideítico)
Exortatio/Peroratio 10.19-13.17
(Exortação/Peroração)
==Epilogo/Pós-escrito epistolar== 13.18-25

Nesta proposta, o coração do argumento recebe dois ciclos consecutivos


o primeiro (4.14-6.20) argumentando a grandeza da obra de Jesus, mas
o segundo (7.1-10.18) ampliando e aumentando a força e a forma de
argumentar a mesma ideia.

7
ATTRIDGE, Harold W. HEBREWS: HERMENEIA – A CRITICAL AND HISTORICAL
COMMENTARY ON THE BIBLE. Minneapolis: Fortress, 1989, p. 14.
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OUTRA ANÁLISE RETÓRICA


[amplificatio]
Prólogo 1.1-4.13
Jesus: Sumo-Sacerdote: 4.14-6.20
Jesus: Sumo-Sacerdote: 7.1-10.18
Epílogo: 10.19-13.25
ANÁLISE EPISTOLAR
I. [SAUDAÇÃO] ausente
II. [AÇÃO DE GRAÇAS] [ausente]
III. CORPO (1.1-13.17)
Abertura [1.1-4]
Centro [1.5-10.18]
Fecho [10.19-13.17]
IV. ITENS FINAIS (13.18-25)
Pedidos [13.18-19]
Oração [13.20-21]
Exortação [13.22]
Notícias [13.23]
Saudações [13.24]
Bênção [13.25]

ESBOÇO ANALÍTICO
I. Material introdutório (1.1-4)
II. Material doutrinário (1.5-10.18)
III. Material parenético (10.19-13.17)
IV. Material pessoal (13.18-25)

Como esboçar?
Três blocos interrompidos por dois grandes parágrafos de clara
exortação:
1.1-4.15 + + 5.1-10.18 + +10.32-13.25 - exposição
4.14-16 + 10.19-31 ----------------- exortação

Ou dois blocos cristológicos com dois blocos exortativos:


1.1-2.18 5.1-10.18 -------------------------------- Cristologia
3.1-4.16 10.19-12.29 ----------------- Exortação
13.1-25 -------- Pós-escrito

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Exposição e estudo da Epístola aos Hebreus

Hebreus 1

I. O CRISTIANISMO É SUPERIOR AO JUDAÍSMO NOS AGENTES


REALIZADORES [1.1-7.28]
A. Cristo é superior aos profetas em geral: [Prefácio].
1.1-4 è Contraste entre a revelação passada e a revelação em Cristo
ANTIGA NOVA
Fragmentária Unicidade/unidade
Parcial e progressiva Completa e definitiva
Falar em nome de Deus O próprio Deus (Filho)

v.1 è Deus se revela (o homem não descobre a Deus, mas Deus se revela)
muitas porções
muitas vezes e muitas maneiras = fragmentos e variedades
aos pais = os antigos da nação / HOMENS
pelos profetas = em geral: Pentateuco, Historiografia profética, Poesia, Profecia.
/ PORTA-VOZ
29 CITAÇÕES 12 Pentateuco
5 Profetas
11 Salmos
1 Provérbios
53 ALUSÕES 39 Pentateuco
11 Profetas
2 Salmos
1 Provérbios
v.2 è nestes últimos dias = Era Cristã
No VT, os “últimos dias” era a forma dos profetas falarem do futuro.
No judaísmo, a expressão marcava os dias antes da intervenção de Deus na história.
No ponto de vista cristão, era o jeito de marcar o período da época cristã.

“falou” è perfeito, ação realizada e acabada no passado cujo efeito se mostra firme e influente
hoje.

“falado” è aoristo, passado [pontual]

“pelo Filho” = “por Filho” = no caráter de Filho – ênfase no gênero e na qualidade.

Diferenças entre a revelação do VT e do NT

VT NT
Muitas vezes Diferença de apresentação Uma vez por todas
Muitas maneiras Diferença de conteúdo O modo completo
No passado longínquo Diferença de época Nos últimos dias
Aos pais Diferença de ouvintes A nós
Por profetas Diferença de portador Por Filho
Falado [passado] Diferença de efeito Falou [presente]

Uma continuidade que termina em consumação:


Cheio è è è è è Mais cheio
Bom è è è è è Melhor

v. 2b-4 è EM UM FILHO, superior aos profetas [ em que aspectos Jesus é superior aos profetas]

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1. Como Filho
o Não é quem fala, mas o que fala
o Existe uma diferença fundamental entre Jesus e os profetas
o Mc 12.1-12 = Jesus é filho e os profetas são servos
2. Herdeiro constituído
o Ef 1.20-23
o Se Filho è herdeiro [Sl 2.8]
o Soberania de Cristo e direito sobre tudo
3. Co-criador do Universo
o Universo = Eras = tempos e épocas = história
o Jo 1.3; Cl 1.16-17
o Ele é o agente da criação [Jo 1.14; 1Jo 1.5]
o Autonomia de Cristo sobre tudo e todos = Universo = Totalidade.
4. Resplendor da glória
o apaugasma = radiança, reflexo
o Reflexo da glória divina = não dá pra separar o Sol da sua Luz
o [Deus = sol; Jesus = Luz]
5. Expressão exata do seu ser
o charakter = 1.Selo (Carimbo); 2. A impressão do selo (Marca)
o Expressão, impressão: sinete-marca
6. Sustenta tudo por sua palavra
o pheron: guiando/levando a cabo
o rhema: dizeres, oráculos de poder, pois Deus falou.
7. Purifica os nossos pecados
o O que o Filho faz?
o 1. Linguagem sacerdotal [introdução ao tema = gancho]
o 2. Redenção
8. Reina com Deus
o Majestade divina
o 1. Linguagem real
o 2. Direita = honra, poder, autoridade executiva = quem reina.
9. Recebeu o nome excelente
o O nome de FILHO
o O nome é descrito: v.5-14
o Maior que os anjos [gancho para os temas próximos]
o SUPERIOR = kreitton = melhor
Assim, fica provada a superioridade geral de Jesus sobre tudo e todos.

B. Cristo é superior aos anjos: [1.5-2.18].


1. A importância do assunto:

a. Pensamento:
1. Deus é inatingível e inacessível
2. Mas podemos falar com ele por meio dos anjos
b. Revelação do VT: At 7.53; Gl 3.19 è Anjos deram a lei
c. VT
1. angelloi // mal’akim
Gr. Hebr.
2. Instrumentos, intermediários, mediadores
Querubins – grifos alados com rostos humanos (guardas do templo)
Serafins – saraph – consumir pelo fogo
Ofanim
3. Os judeus deram nomes aos anjos da presença:
Rafael, Uriel, Fanuel, Gabriel, Miguel,...
4. Anjos controlavam cada: nação, fenômeno físico-natural, homens, crianças,
d. Intertestamental: importantes
e. Gnósticos e gregos davam grande importância aos intermediários
1. Gnosticismo dava ênfase a espíritos intermediários
2. A esperança grega de um mensageiro de luz
3. Culto a anjos Cl 2.18

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2. Jesus é superior aos anjos por ser Deus: [1.5-14]

a. O contexto
b. Jesus é superior [a qual dos anjos jamais disse]
1. é Filho (primogênito) [v. 5-6a]
2. é adorado: [v. 6-7]
3. é rei [v. 8]
4. é ungido [v. 9]
5. é eterno criador [v. 10-12]
6. é soberano de tudo [v. 13]
c. Uma comparação
JESUS ANJOS
Filho único Muitos servos
Soberano Súditos
Criador Criaturas
Herdeiro Servos dos herdeiros
Ungido Espectadores
è PROVAS -------------------------
PROVA # 1 è Salmo 2.7
a. Uso comum NT – At 4.25-27; 13.33
b. Contexto do VT – Entronização de um rei davíticos
c. Aplicação – Só Jesus cumpre plenamente o tipo
d. A ressurreição está em foco (a obra)
e. Hoje
o Hb 3.7, 13; 4.7; 13.8 (Lc 4.21)
o Eternidade
f. Gerei
o Tg 1.18 – construir
o Não é tempo – é qualidade
g. Tu és meu filho
o Fórmula de adoção
o Fórmula de legitimação, reconhecimento, herança
PROVA # 2 è 2Sm 7.14 [2Cr 17.13]
a. Promessa de Salomão reinar depois de Davi
b. Ele é Filho de Davi (Lc 1.32; Rm 1.3; At 2.30)
c. Só Jesus Reina para cumprir a passagem
PROVA # 3 è prototokon [= primogênito] não protoktistos [=primeiro criado]
a. Salmo 89.27; Dt 32.43; Salmo 97.7
b. NT è Cl 1.15; Rm 8.29 [Rm 15.10] Mt 4.11
PROVA # 4 è Salmo 104.4
a. Anjos – contraste com o Filho
b. Estes são leitourgoi - servos
PROVA # 5 è Salmo 45.6-7
a. Bodas do rei
b. NT = ungido At 10.38
PROVA # 6 è Salmo 102. 25-27
a. Eterno
b. NT = ungido At 10.38
PROVA # 7 è Salmo 110.1
Senhor

Hebreus 2
+++++++++++++++++++ PARENTESE +++++++++++++++++++++
UMA EXORTAÇÃO [2.1-4]

v. 1 è Nos apeguemos = prosechein = amarrar um barco, atender


Não nos desviemos = pararrein = um barco que se solta e vai a deriva para o naufrágio, ser levado
pela correnteza [Ilustração náutica]. Não desviar-se consciente ou inconscientemente.

v. 2-3a è AFORTIORI. Se... quanto mais...!

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Se (anjos – Gl 3.19; At 7.53)


Castigo para
Transgressão = ir além da linha
Desobediência = não ouvir a voz de Deus
Quanto mais se
Negligenciar è Mt 22.5

Grande salvação = enviada pelo Filho

v. 3b-4 è Tríplice atestado


1) Jesus em pessoa
2) Os Doze apóstolos [os que o viram]
3) Deus em pessoa
+++++++++++++++++++ fim +++++++++++++++++++++

3. Cristo é superior aos anjos por ser humano: [2.5-18]


a. Ele tornou-se o homem governante:
Ele tornou-se homem para governar o mundo vindouro dos homens (5)
v. 6 = boa retórica e estilo
b. O homem ideal
1) O homem como Deus o fez (6-8a)
2) O homem como o pecado o fez (8b)
3) O homem como Cristo o fez (9)
Provou a morte por todos nós / no lugar de cada um de nós.
c. O autor da salvação = archegos [At 3.15; 5.21; Hb 12.2] – PIONEIRO - INICIADOR
1) O herói (fundador e guardião da cidade)
2) Chefe de família (patriarca)
3) Fundador de uma Escola
4) Capitão (significado militar)
“aperfeiçoasse” è sofrimentos
1) Completar, concretizar, dar inteireza, acabar e transformar em fato
2) LXX = consagração de sacerdotes
Os sofrimentos foram o meio pelo qual este aperfeiçoamento podia ser realizado
No VT = rituais; NT = sofrimento.
d. Santificador (11a)
Origem em Deus: Santificador è Resultado nos homens: Santificados
CAUSA EFEITO
e. Irmão (11b-16) – Razões para a encarnação
1) Somos uma unidade com ele (v. 11b) [irmãos]
2) Citações Jesus Û Deus Û Filhos
3) Tornou-se como os homens para que eles se tornassem como ele:
O Filho de Deus tornou-se Filho do Homem para que os Filhos dos homens
pudessem tornar-se Filhos de Deus.
4) Tornou-se homem para destruir as obras do diabo [ele nos livra do pecado que gera a
morte]
5) Tornou-se homem para nos livrar da morte e do medo dela [ressurreição e vida
eterna]
6) Os homens são seus objetivos
f. Sumo-sacerdote (17-18)
Identidade
1 – Semelhante aos irmãos
2 – Ele mesmo sofreu tentação
Qualidade
1 – Misericordioso: se compadece [para os homens]
2 – Fiel: sempre amigo (de confiança, seguro) [para Deus]
Propiciação è hilaskomai è purificação sacerdotal: purificação, perdão, aplacar ira.
v. 18 è “naquilo” è morte e sofrimento para a obediência
LIÇÃO = Você também pode aguentar.

Hebreus 3

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C. Cristo é superior a Moisés: [3.1-19].


1. A importância do assunto:

a. Moisés, para os judeus, era maior que os anjos e que os profetas.


No Séc. II, Joseph Ben Jalafta afirmava ser Moisés superior aos anjos!
b. Personagem de grande importância:
Nm 12.6-8; Dt 34.10-12
c. Moisés é citado 85 vezes no NT.
d. Paralelos [Raciocínio Tipo Û Anti-tipo]
- a serpente = Jo 3.14
- o maná = Jo 6.51
e. Esperança de um novo Moisés: Dt 18.15 à At 3.22 à At 7.37 (7.20-44)

2. Cristo e Moisés:
“considerai” = katanoein = observar com cuidado e captar o valor e significado
[concentrar a mente inteiramente em direção a ele] [Hb 12.2-3 = outro verbo]
Ä isto fará com que eles não caiam

a. Apóstolo: [v. 1]
enviado [Jo 17.18], embaixador, PROCURADOR
apostolos Û shaliah Û o único lugar do NT onde Jesus é chamado apóstolo.
Nota: “Celestial” – vocação (3.1); dom (6.4); santuário (8.5); coisa (9.23); pátria
(11.16); Jerusalém (12.22).

b. Sumo-sacerdote: [v.1]
“pontifex” = construtor de pontes = o que faz a ligação com os deuses.
“da nossa confissão”
è 1. Confissão; 2. Aquilo que é confessado. [homologia] 4.14 e 10.23
Ä nossa religião
c. Fiel: [v. 2]
Paralelo com Moisés, pois não se fala mal de Moisés
Casa = família, lar (não só o prédio)
d. Construtor: [v. 3-4] (como Deus)
Jesus tem mais honra=valor que Moisés == assim como o construtor tem mais honra que
a construção.
è glória = doxa
è honra = time
Jesus >> Moisés è
Patriarca >> Família
Edificador >> Casa
Fundador >> Escola
v. 4 è Deus é o construtor de tudo, logo ele é maior que tudo
v. 5 è Deus é o construtor
è Jesus º Deus
e. Filho: [v. 5-6]
MOISÉS CRISTO
Em toda casa Sobre a casa
en epi
Casa de Deus Sua casa
Servo [therapon] Filho
Serviço voluntário
Para testemunho Nós hoje e para
futuro de coisas que sempre
haviam de ser
anunciadas
parresia – ousadia; kauchema – exultação
[Se... (v. 6, 7, 14, 15) = condições]
OBS.: Os cristãos são:

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o Santos è separados para serviço = PROPICIAÇÃO [2.17]


o Irmãos è com Jesus e entre si = Jesus é homem [Hb 1-2]
o Vocação celestial è Rm 1.7; 1Co 1.2; Ef 4.1; Fp 3.14 è chamado por Deus e para
Deus. [origem/destino; fonte/propósito].

3. O cristianismo e o mosaísmo: [3.7-4.13]


Sl 95.7-11 [Espírito Santo e a inspiração]
a. A experiência dos discípulos de Moisés [v. 7-11]
1. O que? (v. 7)
Ao ouvir a voz de Deus não endureça o coração
2. Quando? [Ex 15.22-25; 32.1; 17.1-7; 20.1-3] (v. 8)
TENTAÇÃO PROVOCAÇÃO
peirasmos parapikrasmos
teste, prova pikros = amargo,
irritante
Colocar à prova Água amarga
[Cl 3.19; Ap 8.11;
10.9,10]
massâ à masa Meribha à ribh
Testar, provar Esforçar-se, contender,
encontrar falta
LXX = Prova LXX = Rebelião
Ex 17.17 Ex 17.1-7
Nm 20.1-3
Refidim (Nm 14.1-38 20.1-13) Cades
Dia da tentação: 1. Início dos 40; 2. Os 40 anos.

3. Como? (v. 9-10a)


Tentaram - peirasmos
Puseram a prova – dokimasia
Viram obras por 40 anos (mas não creram)
4. Por quê? (v. 10)
Erram no coração
Não conheceram meus caminhos
Ciclo : erram ignoram erram ignorância...
5. Resultado? (v. 10-11)
Indignou [10]
Ira [11]
Jurou [11] è Juramento Nm 14.21
Katecho – seguro, guardar até o fim
Bebaios – firme (2.2; 3.6; 6.19; 9.17 – confirmado) um penhor legalmente
garantido

b. A advertência aos discípulos de Cristo [v. 12-19]


1. Nosso perigo atual (v. 12-13)
a. O processo do pecado:
O engano do pecado à coração duro à incrédulo à queda
coração perverso à desobediente
engano = apate = prazer, delícia, fascinação (Mt 13.22)
b. Afastar-se è apostenai à Gl 5.4
perverso = maligno = do Diabo!!
Deus vivo === 9.14; 10.31; 12.22
1 – At 14.15 vs. Idolatria
2 – Mt 16.16 = confissão de Pedro
3 – Mt 26.63 = S.S. - solene
2. Nossa salvação atual (v. 12-13)
a. Tende cuidado (12) [veja bem] (v. 19).
b. Exortai-vos (13) (10.25)
mutuamente = todos
cada dia = sempre
hoje = enquanto há tempo

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3. Nossa motivação atual (v.14)


a. Participantes = companheiros = metochoi (1.9; 3.4; 12.8)
parceiro, participante
b. Condição: se guardamos a confiança = hypostasis (11.1)
“fundamento” è base da esperança/convicção/segurança
4. Aviso atual: [para nós]
5. Diatribe para análise: [Sermões helenísticos populares]
1ª questão è è è è 2ª questão (responde)
3ª questão è è è è 4ª questão (responde)
5ª questão (responde)
a. Quantos se rebelaram?
-- Não existe segurança na maioria
-- Todos correm risco
-- Não confie pelo fato de ter um líder ou um grupo
b. Contra quem estava irado por 40 anos?
-- Os que pecaram
-- Vida em círculo
-- Vida sem esperança e sem túmulo
c. Contra quem jurou?
-- Desobedientes
-- Incrédulos
Conclusão: [v.19]
Vemos ------------------- v. 12 = tende cuidado
Incredulidade ----------- v. 12 = incredulidade
Entrar é gancho (4.1)
Lição:
1. Deus nos faz um oferecimento.
2. Deus requer algo: (a) confiança e (b) obediência.
3. Deus oferece só por algum tempo.
4. O perigo de cair é presente.

Argumentação:
Já que o povo que Moisés conduziu não foi fiel e perdeu-se por rebelião e incredulidade, como
poderiam os cristãos serem infiéis e rebelar-se contra quem é maior que Moisés?

Hebreus 4

D. Cristo é superior a Josué: [4.1-13].


1. A importância do assunto:

a. Continuação da exortação de 3.7ss


Três exortações: 3.7-19 è 4.1-10 è 4.11-13
b. A comparação com Josué é incidental, mas é verdadeira e ocorreu na mente do autor:
Oséias = Josué = Salvador = Jesus
Josué (VT) Jesus (NT)
Deu um Dá um
Descanso físico Descanso eterno
Que não é descanso real Que é o descanso real
katapausis sabbatismos
Canaã Céus

c. Ideia geral:
1) Cuidado para não cometer o mesmo erro (1-2)
Judeus = boas novas + falta de fé
Cristãos = boas novas + ______ [escolha]
2) O descanso pode ser alcançado hoje (3-7)
3) O descanso real não é o de Josué mas o de Cristo (8-10)
4) O descanso é obtido mediante o julgamento da palavra (11-13)

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2. O descanso pode ser perdido (1-2):


[Portanto = liga com a questão anterior]
v. 1 è Temamos = phobeo = ter medo, temer [medo de falhar]
deixada a promessa = epangelia
de entrar no descanso de Deus = céu
falhar è como falhar em entrar no céu? Ver resposta no v.2.
v. 2 è Ciclo
Anúncio do evangelho à ouvir à falta de fé à não aproveitaram à queda

3. O descanso pode ser alcançado (3-10):


v. 3-5 è Nós entramos no descanso = nós estamos entrando no descanso (Mt 11.28). Esta
afirmação é a tese dele, que vai ser provada pelo uso dos textos sobre o descanso.
v. 3 è Eles não entraram por falta de fé, mas o descanso sempre esteve pronto e disponível para
eles! Desde a fundação do mundo o descanso está pronto!!
v. 4-5 è O descanso é de Deus, pois ele descansou e é ele que dá este descanso, anunciado em Gn
2.1-3.
A citação de Gn 2 e do Sl 95 é feita conforme o raciocínio gezerah shawah, uma das sete
regras rabínicas de interpretação (atribuídas a Hillel, mas, sem dúvida, anteriores a ele).
A ideia é a seguinte: se encontro um outro trecho bíblico em que uma certa expressão
ocorre, o sentido da expressão nos dois textos tem que ser igual. Aplicando isto ao nosso
caso, se Gn 2 falava do descanso de Deus, e depois, o Salmo 97 fala novamente do
descanso de Deus, conclui-se que o descanso de Deus de Gn 2 é o mesmo anunciado como
não obtido em Sl 95.
v.6-7 è Contudo, já que eles, por desobediência, não entraram no descanso e os cristãos ainda
não entraram nele, o descanso fica disponível ainda no dia de HOJE, usando uma palavra do
Salmo 95.
v. 8-10 è Ora, se o descanso de Deus está sendo oferecido no tempo de Davi, no tempo da
redação do Salmo 95, então o descanso não foi dado nem por Josué e nem por Moisés (A geração
de Moisés perdeu o descanso!). Logo, o verdadeiro descanso ainda está disponível, HOJE, para o
povo de Deus (v. 9). Este descanso é o descanso de estar com Deus (v. 10).
Josué Jesus
Conquistador Salvador
Deu o descanso de Canaã Deu o descanso nos céus
Não é o descanso de Deus Este é o descanso de Deus

4. O descanso exige esforço (11):


Este parágrafo é mais uma exortação do livro, onde o estilo sermônico volta à tona (como em
4.1). O autor logo aplica o caso dos israelitas aos cristãos. Se eles perderam o descanso, vamos
tomar cuidado para não cair no mesmo erro.
v. 11 è Verbo spoudazo = apressar-se, esforçar-se ao máximo, ser zeloso, exercitar-se etc.
[Esforço pela salvação: 2Tm 2.15; Ef 4.3; 2Pe 1.10]
Desobediência é falta de confiança, ou seja, falta de fé.

5. O juízo penetrante da palavra de Deus (12-13):

Este texto, apesar de aparentar ser uma digressão, celebra a capacidade de Deus julgar por meio
de sua palavra – palavra que deve ser crida e acolhida.

12 Ζῶν γὰρ ὁ λόγος τοῦ θεοῦ καὶ ἐνεργὴς


καὶ τομώτερος ὑπὲρ πᾶσαν μάχαιραν δίστομον
καὶ διϊκνούμενος ἄχρι μερισμοῦ
ψυχῆς καὶ πνεύματος,
ἁρμῶν τε καὶ μυελῶν,
καὶ κριτικὸς ἐνθυμήσεων καὶ ἐννοιῶν καρδίας·
13 καὶ οὐκ ἔστιν κτίσις ἀφανὴς ἐνώπιον αὐτοῦ,
πάντα δὲ γυμνὰ καὶ τετραχηλισμένα τοῖς ὀφθαλμοῖς αὐτοῦ,
πρὸς ὃν ἡμῖν ὁ λόγος.

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Características da Palavra de Deus: [12]


o Viva = ζῶν
o Eficaz = ἐνεργής
o Mais cortante = τομώτερος
o Julgadora = κριτικός

Resultado da ação da Palavra de Deus: [13]


o Manifesta as criaturas
o Todas as coisas desnudas e completamente vencidas
E. Cristo é superior a Arão: [4.14-5.7.28].
1. A importância do assunto:
Este trecho é o coração ou o âmago da argumentação da epístola. Pode-se perceber que Desde o
começo da carta ele dirige-se este ponto com muitas alusões, ganchos e antecipações.

Em nosso esboço, Arão representa o sacerdócio, o sumo-sacerdócio do VT era todo descendente


de Arão, logo, comparar Jesus com Arão é comparar o sacerdócio de Cristo como de Arão.

Esboço geral:
I. A afirmação do Sumo-Sacerdócio [4.14-16]
II. Os requisitos do Sumo-Sacerdócio [5.1-10]
(III. Parêntese de exortação [5.11-6.20])
IV. A comparação dos Sumo-Sacerdócios [7.1-28]

Antecipações do tema do sumo-sacerdócio:


1.3
2.9, 17, 18
3.1

Mudança de título principal: de Filho para Sumo-Sacerdote:

2. A afirmação do Sumo Sacerdócio de Cristo: [4.14-16]


a. Este texto é a conclusão lógica dos capítulos 3 e 4 = Portanto...
b. Faz a parte final de uma inclusão: 2.17-18 çè 4.14-16 = Sumo Sacerdócio
c. Conclui a exortação dos textos anteriores:
3.12 = tende cuidado para não cair
3.13 = exortai-vos à fidelidade
4.1 = temamos não entrar
4.14 = conservemos a fé
4,16 = acheguemo-nos...
Neste texto temos seis afirmações da GRANDEZA DO SUMO SACERDÓCIO DE JESUS.
(10.21)

1. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR SER DIVINO E HUMANO


a. Jesus = Homem
b. Filho de Deus = Deus
c. Ele é o único que pode representar perfeitamente os homens e Deus.

2. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR PENETRAR OS CÉUS


10.19; 7.26; 9.24
a. Josué penetrou em Canaã; Arão penetrou no Santo dos Santos.
b. Jesus penetra nos próprios céus, a morada de Deus.
c. “Os céus” = 2Co 12.2; Sete Céus; Ef 4.10 è transcendência e autoridade.

3. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR SUA COMPAIXÃO


a. Alguém muito grande que cuida de coisas pequenas
b. compadecer = sympathesai = “sofrer com”
c. fraquezas = físicas e morais

4. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR SUA IMPECABILIDADE


a. Ele foi tentado: tentação não é pecado

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b. Em todas as coisas: variedade total de pecado (mas ele não sofreu tentações
provenientes de pecados prévios)
c. Mas sem pecado: força total (a tentação chegou a nível não suportáveis)

5. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR SEU CHAMAMENTO DOS FIÉIS
a. Conservemos... acheguemo-nos (sacerdotal = adoração è 7.25; 10.1, 22; 11.6 –
Lc 21.17-21
b. Receber misericórdia... achar graça
c. Confiantemente = parresia = pan + resia = discurso completo [na Grécia antiga =
direito de dizer o que queria] – plena desenvoltura.
d. intrepidez = 10.19

6. Jesus é nosso grande sumo sacerdote POR SUA POSIÇÃO EXALTADA


a. No trono = Reinando
b. Trono da graça = um trono que não oprime e que não causa o mal, mas que
compreende e dá gratuitamente.

Hebreus 5
3. Os requisitos do Sumo Sacerdócio de Cristo: [5.1-10]
a. O Sacerdócio Araônico: (1-4)
i) Requisitos básicos:
COMPAIXÃO HUMANA CHAMAMENTO DIVINO
1. Escolhido entre os homens 1. Ser mediador (pontifex)
2. Representa os homens 2. Aproximar-se de Deus
3. Compreende os homens (honra)
3. Ser nomeado (chamado)
ii) Detalhamento das qualificações do Sumo Sacerdote: (1-4)
1 è Precisa ser homem
2 è Precisa ser mediador (nas coisas de Deus & em favor dos homens)
3 è Precisa oferecer dons e sacrifícios (hendíades)
4 è Precisa ser compreensivo, ter compaixão
5 è Precisa ser chamado por Deus

1 è Precisa ser homem (v. 1)


Homem representando homens nos assuntos dos homens

2 è Precisa ser mediador (v.1) (nas coisas de Deus & em favor dos homens)
Ele fica no “meio do caminho” – ele é a ponte. Trata dos interesses de dois lados:
Deus e homens.

3 è Precisa oferecer dons e sacrifícios (v. 1) (hendíades)


Lembramos do Yom Kippur – dia da expiação
Oferecer sacrifícios = 8.3, 4; 9.9; 11.4
Dons = sacrifícios vegetais?? Sem sangue?? Ou ofertas pacíficas
Sacrifícios = sacrifícios animais?? Com sangue?? Ou ofertas pelo pecado

4 è Precisa ser compreensivo, ter compaixão... (v. 2-3)


2.18; 4.15
a. Capaz de condoer-se: metriopathein
profunda tristeza ------------- metriopathia ------------- indiferença
esta qualidade está no meio
de dois extremos
Logo, ele deve ser gentil, paciente e pronto a suportar as deficiências

b. Esta capacidade, ele a desenvolve por dois motivos: (v. 2-3)


1. Ele tem e percebe suas próprias fraquezas;
2. Ele tem e reconhece seus próprios pecados.

c. E, portanto, ele vê e acolher:


1. Os seus próprios pecados; (Lv 4.3; 9.7; 16.11.15)
2. Os pecados do povo.

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“... dos ignorantes e dos que erram”.


Pois o povo sempre foi obstinado: Nm 15.22-29, 30.

5 è Precisa ser chamado por Deus (v. 4)


[2Cr 26.18; Êx 28.1-2; Nm 18.7; Jo 3.27]

a. É uma honra:
E ninguém, realmente digno se aproximaria pois reconheceria o seu
próprio pecado e indignidade.
b. Lembre-se de Coré e sua turma
Nm 16.1-35 e 17.1-13 – rebelião e o episódio da vara de Arão
Isto acabou com as disputas pelo sacerdócio.

a. O Sacerdócio de Cristo: (5-10)


Agora, com base nesta exposição anterior, o escritor mostra que Jesus Cristo cumpre e
supera todos os requisitos do sacerdócio, contudo, de uma outra ordem que mais tarde
será discutida com detalhes.

CHAMAMENTO DIVINO COMPAIXÃO HUMANA


Jesus foi chamado por Deus Jesus compreende os homens
v.5-6, 10 v. 7-9
i) Jesus foi nomeado por Deus: (v. 5-6, 10)
1. Jesus é Filho è Sl 2.7 ==========REI
2. Jesus é sacerdote è Sl 110.4 ======SACERDOTE
ESTA INCOMUM COMBINACÃO DE REI +
SACERDOTE É A MARCA DO MESSIAS PROMETIDO
– Zc 6.13
Contudo, o sacerdócio de Jesus tem mais duas características incomuns: 1.
Sacerdote para sempre; 2. Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
Nestes dois aspectos já mostra superioridade ao sacerdócio de Arão.

ii) Jesus pode compreender os homens: (v. 7-9)


O autor da Epístola faz alusão à história do Getsemani, na noite da prisão de Jesus.
Ou seja, ele usa a história do evangelho para fazer teologia sobre Jesus.
O GETSEMANI
1. Nos dias da sua carne
Durante sua vida e condição de fraqueza humana
2. Tendo oferecido com
forte clamor = gemidos que escapam
lágrimas = choro
e súplicas = manifestação de necessidade
3. A quem o podia salvar da morte
Deus podia salvar Jesus
Mas... não salvou?!
4. Tendo sido ouvido por causa de sua piedade
Em que sentido?
A oração era para escapar do sofrimento... mas ele teve que sofrer e
acabou morto na cruz.
[veja abaixo]
5. Embora sendo filho
Lucas 5.52
6. Aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu
Surpreendente coisa para se dizer do Filho de Deus
Aprender
Obedecer
Sofrer
7. E tendo sido aperfeiçoado
Ou seja, sua condição chegou ao ponto climático e certo
Tudo que era necessário, cumpriu-se nele
8. Tornou-se o Autor da salvação para todos que lhe obedecem.

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Autor = aitios = causa, origem


Eterna = aionios = muitas coisas eternas:
Juízo (6.2)
Redenção (9.12)
Espírito (9.14)
Herança (9.15)
Aliança (13.20)
============
“TENDO SIDO OUVIDO”
Lembrando que o contexto desta frase é a oração de Jesus no Getsemani,
quando disse: “Passa de mim este cálice... contudo, não seja feito o que eu
quero e sim o que tu queres” (Mc 14.36).
1) A oração foi acolhida com base na piedade
piedade de dizer – faça-se a tua vontade
2) A oração foi ouvida por livrá-lo do pavor da morte
Jesus conseguiu coragem para morrer
3) A oração foi ouvida por livrá-lo da morte na ressurreição
A oração da sexta feira foi respondida no domingo
4) A oração foi ouvida pois ele não morreu naquele momento
O anjo enviado de Deus o consolou (Lc 22.43-44)
5) A oração foi ouvida e respondida com um não divino.

O ponto principal:
Jesus precisou orar
Jesus sentiu-se como homem
+++++++++++++++++++ PARENTESE +++++++++++++++++++++
MAIS UMA EXORTAÇÃO [5.11-6.20]
Desenvolvimento:
1. REPREENSÃO PELA IMATURIDADE – 5.11-14
2. EXORTAÇÃO À MATURIDADE – 6.1-3
3. PERIGOS DA IMATURIDADE – 6.4-8
4. ENCORAJAMENTO À MATURIDADE – 6.9-20
a. Baseado na melhor salvação – v. 9-12 [passado]
b. Baseado na melhor esperança – v. 13-20 [futuro]
---------------//----------------
1. REPREENSÃO PELA IMATURIDADE – 5.11-14
1.1 – O problema: 11
1.1.1 – “muitas coisas difíceis de explicar”
à Tema difícil de explicar por causa das ligações com tantos temas e
ideias bíblicas – exigia maturidade e atenção para acompanhar o
aprofundamento da questão
1.1.2 – “tardios em ouvir”
à Não tinham capacidade para ouvir = lentidão, letargia
à Liga a preguiça mental com a apatia espiritual

Problemas:
(1) Tenho um assunto profundo e abrangente
(2) Tenho um público imaturo e limitado
1.2. – A situação: 12
1.2.1 – Deveriam ser mestres mas não eram...
à a maturidade devida ao tempo e ao exercício da fidelidade não tinha
ocorrido.
à “Mestres” no sentido de pensar e agir com maturidade.
à Estavam regredindo na fé (1Co 3.1-2)
1.2.2 – Agora precisavam do A B C novamente
à Eram crianças de novo, mas não no bom sentido
à Princípios elementares = stoicheia
Textos: Gl 4.3,9; Cl 2.8, 20; 2Pe 3.10-12
Stoicheia = na gramática = ABC
Stoicheia = na geometria = ponto, reta, plano

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Stoicheia = na física = quatro elementos


(Ar Fogo Terra Água)
Stoicheia = na filosofia = os primeiros princípios
Stoicheia = na astronomia = astros, deuses , demônios e
espíritos
Stoicheia = na astrologia = signos do Zodíaco
Stoicheion = marchar em fila
Stichos = fila (de soldados)
Stoichos = série ascendente
à Oráculos de Deus = ton logion tou theou
As palavras de Deus – refere-se às Escrituras como revelação
divina.
1.3 – Uma ilustração: (as consequências) 13-14
Textos: 1Co 2.6; 3.2; 14.20; Ef 4.13-14; 1Pe 2.1-2
Contraste de situação dos ouvintes:
Condição atual Condição desejável
crianças adultos
leite alimento sólido
inexperientes experientes
Não tem condições de Têm as faculdades exercitadas
acompanhar os ensinos para discernir o bem e o mal
aprofundados

v. 13 à Só podiam receber leite


Crianças = nepioi = crianças de colo que mamam no peito. Etimologicamente, a
palavra indica: “estar fraco, sem poder, impotente”
Inexperientes = não habilitados. Faltava exercício e faltava crescimento.
Palavra de Justiça = 1. Ensino justo; 2. Ensino relativo à justiça; 3. Ensino que leva
à justiça è melhor sentido. Justiça é o caminho de Deus.
v. 14 à O alimento sólido do adulto não servia para eles.
àO alimento sólido ajuda a discernir o bem e o mal: maturidade.
Adultos = teleios = maduro, desenvolvido. Na etimologia: completo, aperfeiçoado,
acabado.
Pela prática = exercício constante e progressivo
Faculdades (aistheteria) exercitadas (Hb 12.11; 1Tm 4.7; [2Pe 2.14 - negativo])
para discernir = julgar por capacidade própria
Bem e mal = a falsa e a verdadeira doutrina.
----------------------//---------------------------
APLICAÇÕES
(I) PROVAS DA INFÂNCIA ESPIRITUAL
1 – Incapacidade de entender (11)
2 – Incapacidade de instruir (12)
3 – Incapacidade de discernir (14)

(II) LEIS IMPORTANTES


1 – O pecado não é ser criança, mas permanecer criança
O complexo de Peter Pan – o menino que não quer crescer
2 – Uma capacidade que não se exercita, debilita
Não se baseie no que já fez no passado, pois sem contínuo
exercício, até aquelas habilidades podem se perder
3 – Seremos culpados se não aproveitarmos as oportunidades e o
tempo decorrido
O tempo corre, mas nós trocamos o tempo por sabedoria.
Se não fizermos a troca, perdemos tempo...
(III) ÁREAS ESPECIAIS DE CRESCIMENTO
1 – No conhecimento – assuntos difíceis
2 – Na conduta (caminho) – a palavra da justiça – a Bíblia leva à justiça e à
vida – não é só teoria.

Hebreus 6
2. EXORTAÇÃO À MATURIDADE – 6.1-3

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O caminho normal do desenvolvimento cristão sadio é...


dos princípios elementares è è ao que é perfeito
Base = themelion Perfeito = teleiotes
Fundação básica na instrução elementar Maturidade – completitude
Fundação básica da estrutura de fé, Ligada com a mente.
doutrina ou louvor Ligada com a vida.
Um dos alvos e necessidades deste desenvolvimento é não voltar atrás.
Os cristãos hebreus tinham sido bem fundamentados na fé, logo, deveriam progredir para
o que é perfeito, maduro, acabado. Voltar aos fundamentos não representa progresso,
mas retrocesso.
----------//------------
OS PRINCÍPIOS ELEMENTARES DA DOUTRINA DE CRISTO
A frase pode significar: (i) os princípios elementares ensinados por Jesus, ou (ii)
os princípios elementares sobre Jesus Cristo e todas as doutrinas ligadas a ele.
Este último sentido é o que melhor se encaixa neste contexto.

Os princípios podem ser agrupados em três pares:


1. PREGAÇÃO = Arrependimento e fé – o início da caminhada
2. INICIAÇÃO = Batismo e imposição de mãos – ritos de iniciação
3. CONSUMAÇÃO = Ressurreição e juízo – escatologia cristã

(1) ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS


a. Definição: (i) metanoia = mudança de atitude, de vontade e de conduta (At
3.19); (ii) tristeza pelo passado + (iii) decisão de mudar (2Co 7.10)
b. Consequências: adoção de uma nova linha de pressupostos, pensamentos,
valores, decisões e hábitos que levam a uma nova ética, estética, conduta,
transformando o caráter.
c. OBRAS MORTAS? Qual o melhor sentido aqui?
1. Sacrifícios ineficazes (Hb 10.1-4; Gl 2.16) – Rituais judaicos
2. Obras sem fé (Tg 2.14-26)
3. Obras de mérito para ganhar a salvação (Ef 2.8-10)
4. Pecados, que ao final, são obras que geram morte e que vem da morte
espiritual. (Hb9.14; Ef 2.1-10; Rm 6.23)
Parece uma obra, coisa de vivo, mas é coisa de morto!!
(2) FÉ EM DEUS
a. Definição: (i) pistis = confiança, dependência, entrega, estar persuadido; (ii)
também, fidelidade, relacionamento fiel.
b. EM DEUS. Na Epístola aos Hebreus, a fé sempre se dirige a Deus por meio de
Jesus Cristo. Jesus é o autor e consumador da fé (Hb 12.2), mas o alvo da fé é o Pai.
(3) ENSINO DE BATISMOS
a. Definição (I): BATISMOS? Uma palavra não usual?
(i) A palavra aqui é baptismos, mas a palavra mais usual no Novo
Testamento para o batismo joanino ou cristão é baptisma.
(ii) O termo baptismos só ocorre quatro vezes no Novo Testamento: Mc
7.4 – ao falar das lavagens judaicas por imersão; Cl 2.12 – usa baptismos
para falar do batismo cristão; Hb 6.2 – nosso texto; Hb 9.10 – também fala
das várias lavagens rituais do judaísmo.
b. Definição (II): BATISMOS? Por que o plural?
(i) Muitas pessoas sendo batizadas?
(ii) Tríplice batismo em nome da Trindade (Didaque 7.1-3)?
(iii) Batismos repetidos pelos hereges e grupos sectários?
(iv) Os vários “batismos” ensinados no meio cristão: de João, de Jesus, no
Espírito etc.
c. Conclusão: Como está tratando dos fundamentos da doutrina de Cristo, a
melhor solução é: ensinos de batismos = o ensino sobre a diferença e o sentido do
lavar pagão e o judeu (incluindo o batismo de João Batista) comparado e
contrastado com o batismo cristão, que é o rito de incorporação em Cristo e na
comunidade dele.
(4) IMPOSIÇÃO DE MÃOS
a. Sentido judaico da expressão:

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(i) Transferência de culpa – imposições de mãos nos animais nos


sacrifícios do Velho Testamento (Lv 1.4; etc.)
(ii) Transferência de bênção – por exemplo, de pai para filho ou netos (Gn
48.13-14, 17)
(iii) Transferência de encargo – algo como uma ordenação ou constituição
em uma tarefa (Nm 8.10; 27.18, 23)
b. Sentido cristão da expressão:
(i) Para curar – Mt 9.18; At 9.12, 17; 28.8; Mc 16.18
(ii) Para dar o Espírito Santo – At 8.17; 19.1-7 (At 6.6?)
(iii) Para colocar no trabalho – At 6.6; 13.1-3; 14.23; 1Tm 4.14; 5.22; 2Tm
1.6)
(iv) Para fortalecer e abençoar – Ap 1.17
à Todos estes usos cristãos são acompanhados de oração e tem
como fundamento a transmissão da bênção divina.
à Imposição de mãos era o sinal externo da oração.
c. Sentido assumido aqui:
(i) No mundo antigo, as pinturas de batismos mostram que o batizador
colocava a mão sobre a cabeça do batizado e o afundava na água.
(ii) Assim, todo batismo já seguia, imediatamente, a uma imposição de
mãos, possivelmente, com alguma expressão de bênção, adoração e
oração.
(5) RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
a. O mundo da época: Os saduceus (At 23.8) e os filósofos gregos em geral,
incluindo os epicureus e os estoicos, todos negavam a ressurreição (At 17.32).
b. Os sentidos possíveis: (i) A ressurreição do Senhor Jesus; (ii) A ressurreição dos
seguidores de Jesus; (iii) A ressurreição geral de todos os homens
c. Embora os três temas sejam habitualmente relacionados, a ênfase da expressão
deve ser a terceira, pois a expressão é genérica.
(6) JUÍZO ETERNO
a. O tema do juízo vindouro sempre foi aproveitado pelos pregadores cristãos (At
10.42; 17.30-31).
b. Paulo, discursando ao governador injusto, libidinoso e não cristão, usou três
temas, sendo o último, a questão do juízo: Justiça, domínio próprio, juízo vindouro
(At 24.25).
c. O sentido aqui fala, provavelmente de “condenação eterna” e não apenas do
julgamento final. (i) O julgamento de todos os homens por toda a eternidade ou
(ii) A condenação dos maus por toda a eternidade. Este segundo sentido parece
ser o melhor.
----------//------------
v. 3 – Isto faremos se Deus permitir = Não estudar de novo os fundamentos, mas sim,
progredir para o que é perfeito. Se Deus o permitir, iremos adiante. O autor reconhece a
soberania divina e não faz planos orgulhosos dizendo que “faremos isto ou aquilo” (Tg
4.13-17).
3. PERIGOS DA IMATURIDADE – 6.4-8
Deixar de crescer leva a regredir. Não ficamos parados na fé: ou crescemos ou
decrescemos. Estrutura do texto – 4 itens:
4 [...] τοὺς ἅπαξ φωτισθέντας,
γευσαμένους τε τῆς δωρεᾶς τῆς ἐπουρανίου
καὶ μετόχους γενηθέντας πνεύματος ἁγίου
5 καὶ καλὸν γευσαμένους θεοῦ ῥῆμα δυνάμεις τε μέλλοντος αἰῶνος
3.1 – Os privilégios do cristão convertido (4-5)
(i) Uma vez por todas foram iluminados
a. Esclarecimento, iluminação, visão: 1Jo 1.5; Ef 1.18; 5.14.
b. Conversão: Hb 10.32
c. Justino Mártir (Séc. II) vai chamar o batismo de iluminação.
d. A Peshita (siríaca) traduziu como “descer ao batismo”.
e. Há coisas irrepetíveis: morte humana, morte salvífica de Jesus (Hb 9.27-
28) e nossa iluminação é deste tipo de coisa.

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(ii) Provaram o dom celestial


a. Provar aqui é o degustar (a palavra volta a ocorrer abaixo). Aqui, ela
está no genitivo e pode indicar “provar de parte ou participar de” (Bengel)
b. O “dom celestial” é a salvação divina.
c. Envolve salvação, perdão, bênçãos e tudo que decorre da ação de Deus
sobre o salvo.
(iii) Se tornaram participantes do Espírito Santo
a. Participantes = sócios, companheiros = metochous.
b. Na carta aos Hebreus:
(i) Participantes da vocação celestial – 3.1
(ii) Participantes de Cristo – 3.14
(iii) Participantes do Espírito Santo – 6.4
c. O batismo cristão dá o Espírito Santo – At 2.38-39; 5.32; 19.1-7.
(iv) Provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro
a. Esta frase descreve uma única experiência: “provar da boa palavra de
Deus que envolve os poderes do mundo vindouro”. A palavra “provar” ou
“degustar” está no acusativo e descreve uma participação na inteireza da
palavra e dos poderes (Bengel).
b. boa = excelente
c. palavra = rema = os dizeres, os ditos, as palavras
d. poderes do mundo vindouro = as coisas da salvação (Hb 2.4) ou as
coisas gerais que são manifestação do futuro no presente. Esta frase
implica em uma escatologia inaugurada, ou seja, que já se iniciou e que
está em fase de consumação.

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3.2 – Os perigos do cristão apóstata (6)


καὶ παραπεσόντας [...]
ἀνασταυροῦντας ἑαυτοῖς τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ
καὶ παραδειγματίζοντας.
(i) A apostasia
a. cair = parapesontas – particípio de paraptito – cair, desvio
b. crucificar de novo o Filho de Deus
i. “de novo” – por sua própria conta, por si mesmos
ii. Sentidos possíveis:
à Crucificaram por si mesmos em prejuízo próprio -
renegaram
à Crucificaram a Cristo: expondo Jesus à desgraça –
desonraram (Hb 10.26-29).
c. envergonhar e desprezar
(ii) O perigo aqui é apostasia deliberada e não um pecado ocasional (1Jo 1.8, 10;
2.1-2).
(iii) Este ensino contradiz o Calvinismo: É possível “cair da graça” (Gl 5.4). A
Epístola aos Hebreus, em vários momentos, adverte conta a queda da fé: Hb
10.26-31, 39; 12.14-17.
(iv) A impossibilidade de renovação:
O que rejeita a fé deliberadamente não tem volta
Não há um novo evangelho para lhes apresentar e não há novos motivos
aos quais acudir
Não há algo novo a dizer
Ela fica incapaz de voltar a Deus.
3.3 – Uma ilustração (7-8)
Uma parábola na qual o mesmo solo, que recebe bênçãos divinas, mas não produz
os resultados esperados.
Se a chuva cai sobre a terra e produz coisas boas = bênção.
Se a chuva cai sobre a terra e produz coisa más = maldição e “ser queimada.
4. ENCORAJAMENTO À MATURIDADE – 6.9-20
a. Baseado na melhor salvação – v. 9-12 [passado]
Os atos passados no cristianismo são um vislumbre de esperança
(i) Vocês ainda não caíram – são amados (9)
(ii) Deus não se esquece do bom passado (10) – Hb 10.33-34
(iii) Porém, necessitamos de progredir (11)
(iv) Para herdar pela fé as promessas (12) – Hb 11
Ou seja, já que não caiu ainda, imite as coisas boas.
b. Baseado na melhor esperança – v. 13-20 [futuro]
A esperança cristã fortalece a firmeza na fé
(i) O caso de Abraão – (13-15)
Gn 17.5-6; 18.18; 22.16-18
Desde Ur dos Caldeus até o nascimento de Isaque = 25 anos
Deus jurou e aconteceu!
(ii) O caso entre os homens – (16)
Garantia legal
O homem jura e normalmente acontece!
(iii) O caso dos cristãos – (17-20)
Deus jurou por você!
Deus se interpôs = agiu como mediador
Duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta?
(i) PROMESSA (ii) JURAMENTO
Esta situação oferece REFÚGIO:
(i) Cidades de refúgio (Nm 35)
(ii) Porto seguro
(iii) Deus é o nosso refúgio (Filo)
ankoura – ilustração náutica, onde a âncora é lançada no local para o qual,
mais tarde, o navio seja puxado e ali colocado.
Jesus é o PRECURSOR – prosdromos – entrou na frente.

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(i) Corre
(ii) Vai na frente
(iii) Pioneiro, explorador, batedor
(iv) João Batista
Fecho do texto Hb 5.11-6.20 è o alvo é retomar o assunto difícil reintroduzido no verso 20:
Jesus é sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
+++++++++++++++++++ fim +++++++++++++++++++++
Hebreus 7
E. Cristo é superior a Arão: [4.14-5.7.28]. {continuação}
Recapitulação
1. A importância do assunto:
2. A afirmação do Sumo Sacerdócio de Cristo: [4.14-16]
3. Os requisitos do Sumo Sacerdócio de Cristo: [5.1-10]
EXORTAÇÃO [5.11-6.20]

4. A superioridade do Sumo Sacerdócio de Cristo: [7.1-28]

Melquisedeque = Μελχισέδεκ - ‫ַמְלִכּי־ֶ֨צֶד֙ק‬


Melqui = meu rei [é], Tsedeq = justo.

Introdução:
O raciocínio judaico na interpretação escriturística. Duas correntes:
(1) Literalista – Palestina
(2) Alegorista - Alexandrina

Os quatro sentidos de uma passagem judaica: PRDS – paradisus


(1) Peshat – Real, simples, literal.
(2) Ramaz – Significado sugerido.
(3) Derush – Significado implícito, deduzido por uma grande e cuidadosa investigação.
(4) Sod – significado alegórico.

Aqui, neste texto, iremos ver algumas destas coisas:


(1) Raciocínio TIPO-ANTITIPO
(2) Raciocínio Alegórico
(3) Raciocínio Literalista
(4) Raciocínio do Silêncio

A superioridade do sacerdócio de Cristo conforme este texto:


è v. 3 – permanece sacerdote para sempre
è v. 8 – quem se testifica que vive
è v. 16 – o poder da vida indissolúvel
è v. 24 – porque continua para sempre, tem seu sacerdócio imutável
è v. 25 – vivendo sempre
è v. 28 – perfeito para sempre

A. O paralelo entre Cristo e Melquisedeque (7.1-3)


Os únicos textos do Velho Testamento que falam de Melquisedeque são: Gn 14.17-20 e Sl
110.4. Este último é um Salmo claramente messiânico, reconhecido pelos judeus do
tempo de Jesus como tal. Fala do Messias como Sacerdote e Rei.
O raciocínio judaico aqui, entre outras coisas, usa a regra rabínica GEZARAH SHAWAH –
que quer dizer que duas passagens com a mesma palavra se explicam mutuamente.

1.Melquisedeque
1. Melquisedeque = meu rei é justo = rei de justiça
2. Rei de Salém = rei de paz (Shalem – Sl 76.2) [Uru-Salem – nome de Jerusalém
em inscrições a respeito dos jabuseus].
3. Sacerdote do Deus Altíssimo
4. Sem pai, sem mãe, sem genealogia: sem princípio e sem fim [feito parecido com
Jesus – 1Tm 6.15-16].

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5. Sacerdote para sempre

2. Jesus
1. Jesus é um sacerdote-rei
2. Jesus é um sacerdote-rei de justiça
3. Jesus é um sacerdote-rei de paz
4. Jesus é um sacerdote-rei cujo poder e valor decorrem de sua própria pessoa e
não de sua ascendência.
5. Jesus é um sacerdote-rei eterno

3. Conclusão: o sacerdócio de Jesus é como o de Melquisedeque. Na verdade, o de


Melquisedeque espelhava-se no de Jesus.

B. A superioridade de Cristo [Melquisedeque] sobre Levi (7.4-28)


1. Argumento baseado na história: (7.4-10)
Hagadah – sermão baseado na história
Fatos históricos que mostram a superioridade de Cristo sobre Levi, por meio do
sacerdócio de Melquisedeque que é o sacerdócio de Cristo
a. Os dízimos pagos (4)
i. O fato de Abraão pagar dízimos a Melquisedeque mostram a grandeza
deste último.
ii. A grandeza de Melquisedeque eclipsou a grandeza de Abraão.
iii. Abraão era o maior membro da nação, mas Melquisedeque era maior
que ele, logo, maior que qualquer um da nação de Israel, inclusive, os
levitas e os sacerdotes de Arão.
b. O modo de recolher os dízimos (5-6a)
i. Levi – recolhia o dízimo de seus irmãos por força da lei de Moisés
ii. Melquisedeque – recolheu o dízimo do grande patriarca, ou seja, de
todos os descendentes de Abraão, por seu poder pessoal e não por ser um
“irmão” ou parte do povo.
c. A falta de genealogia (6a)
i. Para o povo judeu, a genealogia era importantíssima. Se alguém não
pudesse comprovar sua genealogia, ficava marginalizado.
ii. Para os sacerdotes, a prova genealógica era mais importante. Se não
pudesse provar sua ascendência araônica, não podia exercer o ministério
(Ed 2.61-63; Ne 7.63-65).
iii. Mas, Melquisedeque, não tem genealogia judaica, araônica ou de
qualquer outra natureza – mesmo assim, ele recebe o dízimo de Abraão.
iv. A falta de genealogia, que enfraqueceria o “poder pessoal” de qualquer
um, no caso de Melquisedeque, não gera qualquer demérito, pois ele é
grande em si mesmo.
d. A bênção concedida (6-7)
i. Melquisedeque abençoou Abraão
ii. Abraão era o homem que recebeu as grandes promessas de Deus e que
abençoava a todos, mas assim mesmo, podia ser abençoado por
Melquisedeque.
iii. Pressuposto: “O superior abençoa o inferior”.
iv. Logo, Melquisedeque era muito grande e importante pois era superior
ao mais importante e abençoado dos homens.
e. A imortalidade (8)
i. O argumento da “imortalidade” ou “vida eterna” de Melquisedeque é um
argumento baseado no silêncio das Escrituras. O raciocínio é mais ou
menos assim.
à As Escrituras não falam do nascimento ou da morte deste
homem.
à Logo, se não fala, não ocorreu. Portanto, ele é sem início e sem
fim.
à Pelo testemunho das Escrituras, ele está vivo.
ii. Os levitas morrem mas Melquisedeque, pela Bíblia, está vivo!

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iii. Embora este raciocínio nos pareça equivocado, ele é apenas uma forma
de raciocinar e pensar valorizando os dados da Escritura como
importantes e relevantes.
f. O pagamento por representação (9-10)
i. O descendente está incluído no ancestral.
ii. Levi pagou os dízimos para Melquisedeque, pois estava “em Abraão”
ainda para ser gerado na linha de descendentes.
iii. Logo, embora a linha visível seja:
Abraão à 10% à Melquisedeque
iv. A linha de comparação sacerdotal é:
Levi à Jacó à Isaque à Abraão à 10% à Melquisedeque
2. Argumento baseado na legislação: (7.11-19)
Halakah – ensino baseado na legislação

O pressuposto deste raciocínio é que a lei e o sacerdócio são ligados e


interdependentes (v. 12). Mudar um é mudar outro.

Um estudo da legislação mostra as limitações do sacerdócio levítico (araônico) e a


superioridade do sacerdócio de Cristo (de Melquisedeque). A superioridade do
sacerdócio de Cristo é mostrada nos seguintes pontos:
a. A promessa de um novo sacerdócio (11)
Salmo 110. 4 promete um novo sacerdócio. Isto já anuncia mudanças no
tempo do Messias.
b. A incapacidade do sacerdócio antigo (11-12)
Se o sacerdócio antigo e a lei antiga resolvessem tudo, qual o motivo de
mudar?
Logo, não havia “perfeição” no sacerdócio levítico.
Perfeição é, aqui, o relacionamento almejado com Deus (veja v. 19).
c. A mudança do princípio de sustentação do sacerdócio (14)
i. O princípio de sustentação do sacerdócio levítico é a descendência.
ii. Levi e seu sacerdócio não conseguem aperfeiçoar – logo seu sistema
será removido.
iii. Cristo Jesus não é levita, logo, para ser sacerdote, outro tipo de lei e de
sacerdócio precisam entrar em vigor para que ele possa cumprir a
promessa de Salmo 110.4.
iv. Isto se faz com um novo sacerdócio, o de Cristo, que se apresenta como
o de Melquisedeque.
d. A diferença de base da ordenação sacerdotal (15-17)
Sacerdócio de Levi Sacerdócio de Melquisedeque
Constituído pela Constituído pelo poder
lei de mandamento carnal de vida indissolúvel
O sacerdócio levítico era carnal por ser: a) dos descendentes carnais de
Abraão; b) pessoas sem defeitos no corpo (Lv 21.16-23); c) ordenados em
uma cerimônia carnal com banhos, roupas, unção, sangue etc.
O sacerdócio de Jesus se institui por causa do poder de vida que ele tem.
e. A revogação da aliança anterior e seu sacerdócio (18-19)
Sai a antiga aliança e seu sacerdócio e entram a nova aliança com seu novo
sacerdócio.
Sacerdócio de Levi Sacerdócio de Melquisedeque
Se revoga... Se introduz...
Ordenança Esperança superior
Fraqueza e inutilidade Nos chegamos a Deus.
[a lei nunca aperfeiçoou coisa
alguma]

3. Argumento baseado nas qualidades pessoais: (7.20-28)


A comparação entre as qualidades pessoais dos sacerdotes antigos e do Novo
Sacerdote, Jesus, arrematam a prova da superioridade do sacerdócio da Nova
Aliança sobre o sacerdócio da antiga aliança.
a. Um juramento divino assegura o sacerdócio de Cristo (20-22, 28)
i. No sacerdócio levítico não há qualquer juramento

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ii. No sacerdócio de Cristo, Deus mesmo jurou (21)


b. Um fiador da aliança é introduzido (22)
i. Ora, o fato de haver um juramento divino na constituição deste
sacerdócio, temos a garantia divina de sua eficácia, pois baseia-se na
palavra de juramento divino que não falha (Hb 6.18).
ii. Jesus é o engyos, fiador – aquele que garante o acordo, a aliança e o
sacerdócio.
c. Ele vive para sempre para interceder e ajudar (23-25)
Sacerdócio de Levi Sacerdócio de Melquisedeque
Ordenados em grande número Um único sacerdote
Por pouco tempo Para sempre
Morrem Eterno
Transitório Imutável para sempre
Jesus salva sempre e intercede para sempre. Seu serviço não se
interrompe e não é passado para outros.
d. Ele não peca, mas oferece-se a si mesmo como sacrifício (26-28)
As qualidades dos sacerdotes, anteriormente mencionadas, levavam em
conta sua compreensão de seu próprio pecado (Hb 5.2-3), mas a perfeição
de Jesus supera totalmente esta capacidade de compreensão pela
capacidade de salvação que Jesus oferece.
i. Como é Jesus, o sumo sacerdote:
-Santo = hosios = piedoso
-Inculpável = akakos = inocente
-Imaculado = amiantos = sem mancha para ir a Deus
-Separado dos pecadores = diferente
-Exaltado = “mais alto que os céus” = Deus!
ii. Sua liberdade: ele não tem que cuidar de si para depois cuidar dos
outros (27)
iii. Seu sacrifício é único e definitivo (27)
iv. O contraste entre os sacerdócios:
Sacerdócio de Levi Sacerdócio de Melquisedeque
Lei Palavra do Juramento
Anterior Posterior
Homens sujeitos às fraquezas O Filho de Deus, perfeito para
sempre
----------------///-------------------
COMPARACÃO GLOBAL DOS SACERDÓCIOS
Sacerdócio de Arão/Levi Sacerdócio de
Jesus/Melquisedeque
Descende de Abraão Não descende dos homens
Abraão é superior eles Abraão é inferior a estes
Recolhe dízimos de seu povo Recolhe dízimos de qualquer um
Pagou dízimos a Melquisedeque Recebe os dízimos dos sacerdotes e
levitas
Foram abençoados, ou seja, são Abençoou, ou seja, é superior aos que
inferiores ao abençoador abençoou
Tinha que ter uma genealogia Não precisa de genealogia
comprovada
Ordenados por uma lei carnal Ordenados pela vida imortal e
indissolúvel
Mortais Imortal
Incapaz de levar a Deus Aperfeiçoa: leva a Deus
Eram ordenanças Apresenta um fiador para garantir
Lei anulada Aliança introduzida
Anterior Introduzida
Sem juramento Com juramento divino
Sacerdotes fracos Sacerdote perpétuo
Em grande número Um único
Temporários Para sempre
Homens Filho de Deus

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----------------///-------------------

Hebreus 8
II. O CRISTIANISMO É SUPERIOR AO JUDAÍSMO NA OBRA REALIZADA
[8.1-10.18]
Hebreus 1-7 demostraram a superioridade de Jesus acima de todos os grandes personagens e homens de
Deus do Velho Testamento. Desta forma, ele fica capacitado para ser o Sumo-Sacerdote mais apto e
necessário, na Nova Aliança.
Em Hebreus 8, temos uma transição da discussão: da pessoa para a obra. Agora ao invés de pensar em
Jesus como sacerdote, pensamos no sacerdócio e na obra sacerdotal de Jesus.
Posteriormente, em Hebreus 9 e 10, a discussão irá enfatizar a obra sacrificial, ou seja, Jesus como
sacrifício pelo pecado e pela instituição da Nova Aliança.
O esquema do pensamento da Epístola dos Hebreus fica como abaixo:
PESSOAS [cap. 1-7] è è Ponte [cap. 8] è è SERVIÇO [cap. 9-10]

Nesta segunda parte do livro (Hb 8-10), temos na doutrina da ALIANÇA, a ideia dominante que trata de
mostrar como a Nova Aliança de Cristo Jesus supera a Velha Aliança Mosaica em todos os quesitos: i.
Promessas; ii. Santuário; iii. Sacrifício; iv. Resultados.

A. A aliança de Cristo possui melhores promessas (8.1-13)


1. As promessas de realidade (1-6)
a. O essencial: (1-2)
i. A frase chama atenção para o resumo, o âmago, o coração, a quintessência do
assunto do livro: kephalaion.
ii. O tema é Jesus como sumo-sacerdote:
1. Sumo Sacerdote
2. Rei
3. Ministro celestial
iii. A obra dele se faz no verdadeiro tabernáculo celestial, feito por Deus, e não na
sua cópia terrestre construída pelo homem. (2)
iv. Este é um dos momentos em que a carta aos Hebreus “quase” chega a ser
platônica. Na verdade, não há verdadeiro platonismo aqui, apenas uma aparente
semelhança.
v. Ministro = leitourgos = serviço voluntário e público (civil e religioso)
b. A necessidade: (3-5)
i. Os sacerdotes devem ter algo para oferecer e realizar o serviço sacerdotal –
assim também Jesus.
ii. Na terra, os sacerdotes são levitas. Ministram na cópia do tabernáculo celeste,
mostrado no monte para Moisés.
iii. Contudo, Jesus opera nos céus, ficando isento da lei mosaica que não admite
sacerdotes da tribo de Judá (7.14).
c. A realidade: (6)
Assim, o resultado é que temos em Jesus:
i. Melhor ministro: Rei-Servo, Sumo-Sacerdote Celestial Eterno etc.
ii. Um mediador: fica entre Deus e os homens: Deus-homem.
Mesites = mediador = árbitro, negociador; juiz; testemunha ou fiador;
garantia (7.22; 9.15; 12.24; Gl 3.14; 1Tm 2.5).
iii. Melhor aliança: profetizada por Jeremias
iv. Melhores promessas: que oferecia perdão e aperfeiçoamento.
2. As promessas de melhoramentos (7-13)
a. A necessidade de melhoramentos (7)
i. A velha aliança tinha defeitos: 7.19; 9.13; 10.4
ii. A busca de uma segunda aliança prova isto (Jeremias 31.31ss)
b. A profecia de melhoramentos (8-12)
i. Uma nova qualidade de aliança: diatheke kaine.
ii. Um novo alcance de aliança: Israel e Judá = restauração!
iii. Uma nova duração de aliança: a antiga foi quebrada logo
iv. Uma nova interioridade e profundidade: leis no coração – O Espírito
v. Uma nova individualidade e coletividade: todos saberão tudo

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vi. Uma nova efetividade de perdão: completa remissão de pecados


c. O resultado dos melhoramentos (13)
i. O novo cria o velho
ii. O velho vai terminando

Hebreus 9
B. A aliança de Cristo opera em um melhor santuário (9.1-10)
1. O tabernáculo judaico (1-5)
Uma descrição detalhada da tenda do tabernáculo é feita.
A única particularidade que diverge da descrição do Velho Testamento é a posição do
altar de incenso dentro do Santo dos Santos. Isto deve ser o que ocorria no Dia da
Expiação.
A descrição é feita e deixada de lado, preparando para as questões rituais e depois para
voltar a esta imagem na “parábola” que este tabernáculo representa (v. 9-10).
2. O ritual judaico (6-8)
a. Agora, a explicação dos rituais judaicos ajuda a entender quem podia entrar no lugar
Santo e quem podia entrar no Santo dos Santos.
b. Uma lição já é retirada disto: verdadeiro caminho para Deus está impedido pelo
judaísmo, ou seja, pela Antiga Aliança.
3. A parábola do tabernáculo e do ritual judaico (9-10)
a. A lição do verso 8 é expandida para dizer que: assim como o antigo tabernáculo
impedia o acesso a Deus, o ritual e o judaísmo impede o verdadeiro aperfeiçoamento de
comunhão com Deus.
b. Na verdade, toda a Velha Aliança era passageira.
C. A aliança de Cristo oferece em um melhor sacrifício (9.11-28)
O sacrifício de Cristo é singular e eficaz (11-12). Quando comparado com os rituais e sacrifícios
da Velha Aliança, o poder e abrangência do sacrifício de Cristo mostra sua superioridade
absoluta (13-14). E por que Cristo morreu como sacrifício? i. Para perdoar as pessoas que viviam
sob a Primeira Aliança (15); ii. Para estabelecer um Testamento (16-17); iii. Para sancionar a
Nova Aliança (18-20); iv. Para purificar tudo (21-22); v. Para purificar de uma vez por todas, o
pecado em um único sacrifício (23-28).
1. O melhor sacrifício não é um sacrifício animal (11-12 )
-- a antiga aliança è prenúncio de coisas melhores para o futuro
-- a nova aliança è coisas novas e boas já realizadas no presente
-- a nova aliança é o cumprimento e o fim da velha aliança.
O sacrifício dos animais era um símbolo, mas não representava um verdadeiro ato de
substituição para a salvação.
O sacrifício de Jesus foi feito com seu próprio sangue (12).
1. Racional; 2. Voluntário; 3. Moral.
2. O melhor sacrifício é uma oferta feita nos céus (11)
Não foi feito no tabernáculo terrestre que era um símbolo, mas no próprio céu, na
presença de Deus.
3. O melhor sacrifício é feito com o sangue do Sumo Sacerdote (12)
Neste aspecto, a Nova Aliança inova, pois no Velho Testamento, não se podia oferecer
uma pessoa, mas no caso de Jesus, ele ofereceu-se como oferta perfeita.
4. O melhor sacrifício assegura eterna redenção (12)
Não se tratava de redenção anual ou ocasional. O sacrifício de Jesus é para sempre.
5. O melhor sacrifício só se realiza uma vez (12)
A palavra-chave de Hebreus, nos textos sobre a obra de Jesus é hápax ou ephapax que
quer dizer: de uma vez por todas.
6. O melhor sacrifício atua na consciência (13-14)
Lv 16 e Nm 19
O sangue de bodes e de touros è sacrifício pelos pecados do Sumo Sacerdote (novilha) e
do povo (bode).
Cinza da novilha è Purificação do contato com um cadáver (Novilha Vermelha).
Chega ao ponto de purificar o mais difícil: a consciência.
7. O melhor sacrifício capacita para o serviço (14)
Depois disto, estamos puros e animados para servir a Deus.
8. O melhor sacrifício é retroativo e ativo (15)

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Purifica as pessoas da Antiga Aliança e o povo da Nova Aliança.


9. O melhor sacrifício inaugura um novo relacionamento com Deus (16-22)
A aliança se fez pelo sangue de Jesus. Um novo pacto começou com o sacrifício de Jesus.
10. O melhor sacrifício é um sacrifício necessário (16-23)
a. Sanciona o testamento (16-17)
O jogo de sentidos de diatheke, que pode ser “testamento” ou “aliança” é
explorado aqui.
É necessária a morte para receber a herança e sancionar o testamento.
Logo, morte e aliança vão juntos
b. Sanciona a aliança (18-20)
c. Purifica as coisas reais (21-23)
Quase todas as coisas: Nm 31.21-24 = fogo; Lv 5.11-13, para os pobres.
11. O melhor sacrifício é um sacrifício por nós (24)
Enfaticamente, os beneficiários deste sacrifício somos nós.
12. O melhor sacrifício é um sacrifício único, eficaz e eterno (25-26)
A maior prova da eficácia do sacrifício de Jesus é usa irrepetitividade e sua eficácia para
sempre.
Hebreus 10
D. A aliança de Cristo alcança em um melhor resultado (10.1-18)
1. Nenhum resultado obtido (1-4)
Toda discussão é que os resultados alcançados pela Velha Aliança não bastam.
a. Como a lei lida com a sombra e os bens vindouros estão na Nova Aliança, ela não podia
ser efetiva (1).
b. Outro modo de ver a não efetividade é a repetitividade: só se repetiam por serem
ineficazes (2).
c. Na verdade, os sacrifícios recordam e não redimem os pecados (3).
d. Não pode haver remissão na morte irracional e forçada dos animais (4).
Logo, era necessário outro tipo de aliança e sacrifício
2. Mudança de método (5-10)
O novo método de Deus de fazer sacrifício e perdoar pecados é apresentado com a citação
do Salmo 40. Ele usa a versão grega do Velho Testamento: a Septuaginta, abreviada com o
símbolo LXX.
a. Ele cita o salmo dizendo que alude à encarnação de Cristo (5-7)
b. Depois ressalta a rejeição dos sacrifícios animais (8)
c. Terminando com a ideia de alguém que se oferece para fazer a vontade de Deus com
sua vida (9a)
d. A conclusão é que Deus removeu o primeiro método e a primeira aliança para
estabelecer uma segunda. Jesus e sua encarnação e sacrifício voluntário são a superação
dos sacrifícios do Velho Testamento (9b).
e. O sacrifício santificador é o eterno e único sacrifício de Jesus (10)
3. Todos os resultados esperados (11-18)
a. Os sacrifícios e rituais do Velho Testamento nada resolviam (11).
b. O sacrifício único de Jesus, sua exaltação e vitória a caminho da consumação
aperfeiçoou completa e totalmente os santificados (12-14).
c. A profecia de Jeremias 31 é citada de novo: 1. Leis no Coração e 2. Perdão de Pecados.
Isto é justamente Atos 2.38 em ordem inversa: 2. Perdão de Pecados e 1. Dom do Espírito
Santo.
d. Ora, se o pecado foi perdoado, não há mais necessidade de ofertas – Jesus já terminou
com isto.

III. O CRISTIANISMO É SUPERIOR AO JUDAÍSMO NA ATUAÇÃO [10.19-


13.25]
Neste ponto, uma clara inflexão se percebe no fluxo de pensamento da obra. A exortação ou apelo são
apresentados.

A. O cristão é superior na fidelidade (10.19-39)


1. Fidelidade motivada pelo que já obtivemos (10.19-21)
a. Temos intrepidez para entrar na presença de Deus

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-intrepidez – parresia – liberdade, desenvoltura do homem por causa do bom e --


restaurado relacionamento com Deus
i. Pelo sangue de Jesus - instrumental – meio pelo qual temos intrepidez
ii. Pelo novo e vivo caminho
- Novo – prosphaton – recente, novo, recém sacrificado (falando de animais
mortos para o sacrifício), algo que ocorreu recentemente, fresco.
- Caminho – a comunidade cristã foi chamada de “O Caminho”. A palavra
“caminho” = hodos – se liga com a palavra “entrar” – eisodon.
iii. Consagrado pelo véu – isto é – pela sua carne
- Consagrar – enkainizo – abrir um caminho que não existia antes.
- Não se trata de diferença entre caminho velho e caminho novo, mas sim a
diferença entre o caminho e caminho nenhum!
-Pelo véu – Pela carne: se o véu é a carne de Cristo e ao mesmo tempo o véu era o
caminho para a presença de Deus, isto implica em dizer que a Morte de Cristo é a
entrada para a presença de Deus.
b. Temos um grande sumo sacerdote sobre a casa de Deus
i. Ele já está atuando – Hb 4.14
ii. A casa de Deus – Hb 3.1-6
2. Fidelidade motivada pela conversão e pela igreja (10.22-25)
Três verbos comunicam:
a. Aproximar (22) [no que diz respeito a DEUS]
(Hb 4.16 já recomendou esta aproximação)
i. Com sincero coração - REALIDADE
Contra a simples aparência – Hb 8.2
ii. Em plena certeza de fé – CONVICÇÃO
FÉ A condição essencial para achegar-se a Deus (11.6)
| iii. Tendo o coração purificado de má consciência – CONTRIÇÃO
|
|
A purificação que a obra de Cristo faz – Hb 9.14
ARREPENDIMENTO Purificado = aspergido: o sentido é o das aspersões de sangue (Êx 29.21; Lv 8.30)
| e de água (Êx 29.4; Lv 16.4) que purificavam o povo diante de Deus (Êx 24.8;
| 29.21).
| iv. O corpo lavado com água pura – CONVERSÃO
BATISMO Alusão ao batismo cristão: At 22.16; Ef 5.26; Tt 3.6; 1Pe 3.21
b. Guardar (23) [no que diz respeito a SI MESMO]
Reter o ensino e a fé com ousadia (Hb 3.6, 14) pois nesta prática se mantem a esperança
(Hb 6.11, 18; 7.18).
Vacilar era o problema, logo, devem ficar “sem vacilar”.
A base é a fidelidade de Deus.
c. Congregar (24-25) [no que diz respeito ao PROXIMO]
O termo é episynagoge – cujo sentido é o de congregar, reunir. Desta palavra vem também
o termo sinagoga.
i. Estimular é animar, fazer ficar mais ativo (At 15.39).
Dois incentivos: (i) amor; (ii) boas obras.
ii. Fazer admoestações = parakaleo = exortar, animar – é a parte verbal.
3. Fidelidade motivada pelo temor (10.26-31)
Neste parágrafo incentiva um temor e um respeito razoável para com Deus. O bom senso nos
ensina a ser temente a Deus e ter medo da condenação.
a. Uma declaração lógica (26-27).
i. No Velho Testamento não existe perdão para o pecado deliberado
ii. Contudo, agora, na Nova Aliança, depois de ter recebido o pleno conhecimento da
verdade, viver em pecado deliberado, significa rejeitar os meios do perdão (já discutido
em Hb 6.4-8).
iii. Não existirá sacrifício – existirá punição certa (Is 66.15, 16; Sf 1.18; 2Ts 1.7-10; Hb
12.25; Rm 2.8).
b. Um argumento lógico (a fortiori ou qal-wahomer) (28-29)
i. Primeira premissa: A punição pelo abandono da Velha Aliança era certa, uma vez
confirmada (Dt 17.2-6).
ii. Segunda premissa: [Já ficou demonstrado que a Nova Aliança é superior à Antiga
Aliança}
iii. Conclusão: Logo, quem pecar contra a Nova Aliança receberá maior castigo.
Tríplice descrição do pecado:

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- desprezo a Cristo
- profanar o sangue da aliança
- ultrajou o Espírito Santo
c. Citações bíblicas (30-31)
i. Dois versos sobre o juízo divino: Dt 32.35-36
ii. Conclusão: deve-se ter temor de ser punido por Deus (31)
4. Fidelidade motivada pelo desenvolvimento (10.32-39)
a. O passado: (32-34)
i. Lembrar-se das dificuldades passadas e das superações ajuda a continuar firmes.
ii. As decisões tomadas e as coisas boas que fora feitas ficam como testemunho a favor da
fidelidade.
b. O presente: (35-38)
i. Ficar firme e pensar no galardão.
ii. Terminar o que começou é bom.
c. O futuro: (39)
i. O desejo e expectativa é de fidelidade e salvação.
ii. Assim, se termina com uma nota positiva.
Hebreus 11
B. O cristão é superior na fé e na perseverança (11.1-12.3)
Este capítulo é um elogio à fé, na forma de PARADEIGMATAS (modelos, paradigmas) de fé (pistis)
como prova (pistis).
1. A natureza da fé (11.1-3)
a. Fé é confiança inabalável: (1)
i. Certeza = hypostasis = fundamento de uma estrutura, subestrutura.
ii. Das coisas que esperamos = ou seja, é uma antecipação da realidade.
iii. Convicção = elenchos = é termo legal: estabelecer uma evidência, uma prova.
iv. de fatos/coisas que não estamos vendo = ou seja, mais uma vez, a realidade invisível
torna-se tão certa como as coisas provadas.
v. Em suma, a fé é a completa certeza e íntima convicção que dá aos homens o poder de
arriscar suas vidas em realidades invisíveis.
b. Fé leva ao bom testemunho: (2)
Bom testemunho é o tema deste capítulo (11.4-5, 39).
O tema “bom testemunho” funciona como inclusão.
A aprovação divina é o grande fruto da fé.
c. Fé ajuda a entender tudo e ver o invisível: (3)
A compreensão das coisas espirituais vem da fé.
A fé permite a compreensão do poder da “palavra de Deus”.
O mundo criado que hoje é visível veio do invisível.
Assim, a fé, que lida com o invisível é a capacidade mais importante para entender tudo
neste mundo.
2. Os exemplos da fé (11.4-38)
a. A fé nos primórdios (11.4-7)
1. A fé de Abel (4) è fé para adorar
i. Fé = para oferecer um sacrifício excelente
ii. Resultados = (a) testemunhado por Deus como justo; (b) ainda fala por meio do
ato de fé [pelo registro na Bíblia e pelo exemplo].
iii. Em Gn 4.7 vemos que a aceitação do sacrifício tinha mais a ver com o estilo de
vida e as opções espirituais do que com a oferta apenas.
iv. Trata-se do primeiro ato de fé da história humana.
2. A fé de Enoque (5-6) è fé para o cotidiano
O autor de Hebreus usa a Septuaginta (LXX), que diz que “Enoque agradou a Deus
e não foi achado”.
[Qual seria a razão para esta trasladação? 1. Talvez para livrá-lo da
corrupção do mundo antigo; 2. Talvez para ensinar aos
antediluvianos sobre a vida após a morte.]
i. Fé = foi trasladado para não ver a morte e não ser achado, mas ser levado para
estar com Deus (como 2Rs 2.11).
ii. Resultados = tinha agradado a Deus antes da trasladação.
iii. Acréscimo à definição de fé:
(a) A fé é condição necessária para agradar a Deus;

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(b) A fé tem duas faces: à Crer que Deus existe; à Crer que Deus é
galardoador dos que o buscam.
3. A fé de Noé (7) è fé para acolher a palavra de Deus
i. Fé = ao ser instruído sobre coisas invisíveis, construiu (aparelhou) a arca;
ii. Resultados = (a) comprovou sua piedade (Gn 6.9 – o primeiro justo); (b) salvou
sua família; (c) condenou o mundo antigo; (d) se tornou o herdeiro de tudo por
meio da fé.
b. A fé na família escolhida (11.8-22)
1. Crendo no incrível – “fé é certeza de coisas que se esperam” (11.8-12)
i. A fé de Abraão (11.8-10, 12) è fé para obedecer
(a) Fé = obedeceu e peregrinou; aguardava coisas invisíveis
(b) Resultado = dele veio uma grande posteridade. Ao peregrinar na terra,
foi estabelecido nos céus.
(c) A obediência de Abraão a um chamado de fé cumpriu, mais tarde,
todas as suas expectativas e até mais do que elas.
ii. A fé de Sara (11.11) è fé para receber poder
(a) Fé = confiou que Deus podia cumprir a promessa
(b) Resultado = tornou-se mãe contra a natureza.
(c) A fé de Sara é associada à fé de Abraão. A própria disposição do verso
mostra que sua fé se inclui na fé de Abraão.
2. Vendo o invisível – “fé é convicção de fatos que se não veem” (11.13-22)
i. A fé dos patriarcas peregrinos (11.13-16)
(a) Fé
(1) Morreram na fé – e até sem ver o cumprimento concreto das
promessas, viram pela fé...
(2) Foram peregrinos – aceitaram a condição de exclusão e o senso
de deslocamento neste mundo...
(3) Não perderam a visão
(4) Não voltaram atrás
(5) Reconheceram a pátria celestial.
(b) Resultados
(1) Deus se chama pelo nome deles
(2) Deus preparou uma cidade para eles
ii. A fé de Abraão (11.17-19) è fé para obedecer
(a) Fé = passou pela prova ao obedecer a Deus e oferecer o filho Isaque em
sacrifício; vislumbrou a ressurreição.
(b) Resultado = {Passou na prova}
iii. A fé de Isaque (11.20) è fé para abençoar
(a) Fé = proferiu bênçãos acreditando que Deus as cumpriria
(b) Resultado = {viu coisas que ninguém podia ver}
iv. A fé de Jacó (11.21) è fé para prever o futuro
(a) Fé = abençoou os filhos de José prevendo o destaque do filho mais
novo sobre o mais velho.
(b) Resultado = {viu o futuro da nação}
v. A fé de José (11.22) è fé para predizer o futuro
(a) Fé = para falar do Êxodo e pedir o transporte de seus ossos
(b) Resultado = {viu o futuro}
c. A fé na nação escolhida (11.23-38)
1. A fé durante a peregrinação (11.23-31)
i. A fé de Moisés (11.23-28)
(a) Começou com seus pais (23)
(b) Escolheu sofrer com Deus contra usufruir do pecado (24-26)
(c) Deixou o Egito (27)
(d) Celebrou antecipadamente a libertação (28)
ii. A fé de Israel (11.29-30)
(a) Atravessaram o mar (29)
(b) Destruíram Jericó (30)
2. A fé da nação estabelecida (11.32-38)
i. Mais heróis da fé (32)
(a) Guerreiros: Gideão – Baraque – Jefté – Davi
(b) Pregadores: Samuel - Profetas

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ii. Mais feitos da fé (33-35a)


iii. Os sofrimentos e superações da fé (35b-38)
3. Os resultados da fé (11.39-40)
a. Bom testemunho por sua fé – no passado è Promessa
b. Aperfeiçoados por meio dos cristãos – no presente è Cumprimento
4. O modelo da fé (12.1-3)
A vida cristã é descrita como uma corrida em um estádio. Os heróis da fé, descritos
anteriormente, já correram e passaram agora a tarefa para o cristão. Cristo, o principal
modelo também já correu a carreira e deixou o exemplo. Agora é a vez dos discípulos.
a. A corrida tem um modelo: Jesus o autor da fé
b. A corrida tem uma inspiração: uma nuvem de testemunhas
1. Eles testificam que se pode vencer com fé
2. Eles testemunham a vitória do povo de Deus
c. A corrida tem uns impedimentos: o pecado
d. A corrida tem um preparo: deixar o peso do pecado
e. A corrida requer uma atitude: perseverança
f. A corrida tem um exemplo: Jesus Cristo
1. Olhar firmemente para Jesus
2. Considerar Jesus como Pioneiro, Exemplo, Criador
3. Como Jesus correu a carreira?
i. Seu alvo; ao invés de alegria humana, a alegria divina
ii. Seu sofrimento: enfrentou a cruz e a vergonha
iii. Seu resultado: agora ele reina no trono de Deus.
g. A corrida tem uma meta: Jesus Cristo o consumador da fé

Hebreus 12
C. O cristão é superior na disciplina (12.4-17)
Neste ponto, a carta explica como as dificuldades podem ser enfrentadas positivamente para a
perseverança e não para o desvio ou abandono da fé.
1. A disciplina de Deus (12.4-11)
a. O sofrimento não é insuportável (4)
1. Compare-se com Cristo (v. 3)
2. Não chegou até a morte (4)
b. O sofrimento é prova do amor de Deus (5-8)
1. A exortação de Provérbios 3.11-12 (5-6)
2. Deus trata como filho
3. Só os ilegítimos são destratados.
c. O sofrimento é para o crescimento (9-11)
1. Dois argumentos a fortiori (qal-wahomer) (9-10)
i. Respeito (9)
ii. Desenvolvimento (10)
2. O efeito final deve ser observado (11):
i. no momento tristeza,
ii. depois justiça e paz
iii. a disciplina não é pedra, é semente.
2. A disciplina comunitária (12.12-13)
A comunidade deve cuidar dos mais fracos, apoiando-os.
a. Restabelecer o ânimo dos que estão fracos (12) – dar força
b. Restabelecer a conduta dos que estão fracos (13) – trazer de volta ao caminho e ajudar na
cura.
É muito fácil criticar, mas o alvo tem que ser apenas ajudar.
3. A disciplina individual (12.14-17)
Os conselhos desta secção podem ser comunitários ou individuais, mas tomaremos neste
último aspecto.
a. Alvos cristãos (14)
1. Paz com todos
2. Santificação para com Deus
b. Perigos do caminho (15-16a)
1. Ser faltoso: separar-se da graça de Deus (2Co 6.1; Gl 5.4).
2. Brotar alguma raiz de amargura (Dt 29.18) que perturba e contamina.

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3. Ser impuro sexualmente ou profano na religiosidade.


c. Exemplo negativo (16b-17)
1. Esaú é o exemplo negativo de tudo isto. Trocou o excelente pelo desprezível. Este é o
perigo que a comunidade está tendo que enfrentar: se largar a fé estará sendo como Esaú.
2. Não troque o direito de primogenitura de Cristo pelo repasto de ervinhas do judaísmo!
3. Muitas vezes, um arrependimento posterior não é possível (Gn 27.38).
D. O cristão é superior no relacionamento com Deus (12.18-29)
A comparação entre o modo terrível pelo qual os israelitas foram aproximados de Deus no Sinai e
o modo gracioso e bondoso pelo qual fomos aproximados de Cristo deve ser motivo de fidelidade
e firmeza na fé.
1. O Sinai (12.18-21) [Êx 19-20; Dt 5]
a. Fogo palpável e ardente
b. Escuridão, trevas e tempestade
c. Clangor de trombeta e sons de palavras – o povo pediu para Deus não falar mais
d. Separação do monte – não podiam aproximar-se sob pena de morte
e. Medo até da parte do próprio Moisés: terror.
2. O Sião (12.22-24)
a. A cidade do Deus vivo – Jerusalém celestial
b. Incontáveis hostes de anjos
c. Universal assembleia – todos os seres ligados a Deus, homens e anjos
d. A igreja dos primogênitos arrolados nos céus (Fp 4.3 – livro da vida)
e. O Juiz de Todos, Deus.
f. Os espíritos dos justos aperfeiçoados
g. Jesus, o mediador da Nova Aliança
h. O sangue da aspersão (purificação): ao invés de clamar por vingança (como o de Abel)
clama por perdão.
3. Conclusões (12.25-29)
Quando se tem maiores bênçãos e privilégios, também se exige mais responsabilidade e
cuidado.
a. Não recusem a voz de Deus: argumento a fortiori (qal-wahomer) – Se Moisés, falando da
terra merecia respeito, quanto mais Jesus nos falando dos Céus! (25)
b. As coisas passam: a ordem presente de coisas está sendo abalada e removida para a vinda
de outra – cumpre-nos permanecer fiéis a Deus que nos estabeleceu nestas coisas invisíveis
pela fé (26)
c. Estamos no reino inabalável (27-28): nossa firmeza é necessária pois estamos em tempo de
transição e de juízo.
Hebreus 13
E. O cristão é superior no relacionamento com os homens (13.1-17)
Este capítulo final trata de conselhos mais práticos como é comum no fim de cartas e sermões.
Contudo, em todo o discurso, ainda há uma insistência em ficar firme na fé e não desviar-se.
Parênese é isto: uma instrução moral dada em forma de exortação.
1. Os deveres sociais (13.1-6)
a. O amor fraternal (1)
philia = amor fraternal, amizade. O conselho é que ele seja permanente.
b. Hospitalidade (2)
i. As hospedarias da época eram sujas, imorais e caras.
ii. Os cristãos formavam uma rede de ajuda (1Pe 4.9; Rm 12.13; 3Jo 5-8).
iii. Receber anjos remete às histórias bíblicas (Gn 18-19; Jz 6.11; 13.2). Nunca sabemos
quem estamos recebendo.
iv. A hospitalidade ajuda as missões a o cuidado dos cristãos em dificuldade.
c. Solidariedade (3)
i. Identificar-se com os que sofrem é importante para atendê-los adequadamente.
ii. Presos = agir como se estivesse preso com eles
iii. Os que sofrem maus tratos = como se também estivéssemos sendo maltratados.
iv. Solidariedade é participar das dificuldades dos outros.
d. Pureza (4)
i. Matrimônio e leito sem mácula
ii. Pureza – contra os libertinos
iii. Honra – contra os ascetas
iv. O julgamento divino virá contra todos os pecados sexuais.

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e. Contentamento (5-6)
i. Contra a cobiça, o 10o mandamento.
ii. Muitas vezes este conselho foi dado: Ef 5.3-5; 1Tm 6.6-10.
iii. Vida sem avareza
iv. Vida com contentamento
v. Vida com confiança em Deus
2. Os deveres espirituais (13.7-17)
Aqui se fala de uma série de deveres espirituais ligados à vida comunitária, contudo de cunho
individual.
A tônica é a firmeza na fé pelo exemplo dos que guiam a comunidade, pela observação da
imutabilidade de Cristo, pela interiorização da graça, pela presença e participação num altar
superior, pela necessidade de deixar o passado, pela busca de esperança superior, pelo
oferecer a Deus sacrifícios espirituais e pela submissão aos obreiros que ajudam a cuidar da
comunidade.
a. Olhe para os bons obreiros (7)
– anatheorountes: olhar e considerar com atenção e cuidado.
i. Guias = os que estão/estavam guiando (Hb 2.3)
ii. Pregaram = falaram divinamente instruídos
iii. A palavra de Deus = a mensagem essencial
iv. Morreram = fim de sua vida com fé
v. Dignos de imitação = aprender do exemplo deles.
b. Olhe para a imutabilidade de Cristo (8)
i. Passado, presente e futuro.
ii. Isto ajuda a ficar firme na fé, confiante nele.
iii. Isto ajuda a evitar falsas doutrinas e novas revelações. Isto se liga com o próximo
verso.
c. Fique firme na graça interior (9)
i. Não é o legalismo ou os alimentos que confirmam pessoa diante de Deus. (1Co 8.8; Rm
14.17; Cl 2.16-17). Os rituais não têm valor.
ii. A graça de Deus nos basta.
iii. As doutrinas falsas são: várias e estranhas.
d. Saia fora do “esquema” deste mundo (10-14)
i. Nosso altar é a cruz e os do judaísmo não participam dele.
ii. O nosso caminho não é para dentro do judaísmo, mas para fora do acampamento, como
o corpo do animal sacrificial e como a cruz de Cristo que foi colocada fora da cidade.
iii. A vergonha de Cristo é a nossa honra.
e. Faça os verdadeiros sacrifícios a Deus (15-16)
Dois são os sacrifícios que podemos fazer agora, visto que o único sacrifício redentor e
expiador foi o sacrifício de Jesus. Eles são:
i. O louvor vocal a Deus, confessando seu nome (15)
ii. O cuidado mútuo e a prática do bem (16)
f. Obedeçam e apoiem os bons obreiros (17)
Muitas versões colocam elementos autoritários aqui nesta função, mas não há autoridade.
O texto diz que devemos cooperar com eles. Isto é voluntário. E esta colaboração ajuda
estes homens a conseguir trabalhar sem ficar sofrendo. Ora, se fossem chefes
autoritários, não haveria sofrimento. Mas como o trabalho deles é de serviço e não de
comando, a igreja deve ajudar, colaborando com eles e obedecendo-os.
PÓS-ESCRITO EPISTOLAR [13.18-25]
A. Pedidos de oração (13.18-19)
B. Oração de bênção para todos os leitores (13.20-21)
C. Exortação pessoal (13.22)
D. Notícias (13.23)
E. Saudação (13.24)
F. Bênção final (13.25)

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********
ΠΡΟΣ ΕΒΡΑΙΟΥΣ
1
1Πολυμερῶς καὶ πολυτρόπως πάλαι ὁ θεὸς λαλήσας τοῖς πατράσιν ἐν τοῖς προφήταις 2 ἐπ’ ἐσχάτου τῶν ἡμερῶν
τούτων ἐλάλησεν ἡμῖν ἐν υἱῷ, ὃν ἔθηκεν κληρονόμον πάντων, δι’ οὗ καὶ ἐποίησεν τοὺς αἰῶνας·
3 ὃς ὢν ἀπαύγασμα τῆς δόξης καὶ χαρακτὴρ τῆς ὑποστάσεως αὐτοῦ,
φέρων τε τὰ πάντα τῷ ῥήματι τῆς δυνάμεως αὐτοῦ,
καθαρισμὸν τῶν ἁμαρτιῶν ποιησάμενος
ἐκάθισεν ἐν δεξιᾷ τῆς μεγαλωσύνης ἐν ὑψηλοῖς,
4 τοσούτῳ κρείττων γενόμενος τῶν ἀγγέλων
ὅσῳ διαφορώτερον παρ’ αὐτοὺς κεκληρονόμηκεν ὄνομα.
5 Τίνι γὰρ εἶπέν ποτε τῶν ἀγγέλων·
υἱός μου εἶ σύ,
ἐγὼ σήμερον γεγέννηκά σε;
καὶ πάλιν·
ἐγὼ ἔσομαι αὐτῷ εἰς πατέρα,
καὶ αὐτὸς ἔσται μοι εἰς υἱόν;
6 ὅταν δὲ πάλιν εἰσαγάγῃ τὸν πρωτότοκον εἰς τὴν οἰκουμένην, λέγει·
καὶ προσκυνησάτωσαν αὐτῷ πάντες ἄγγελοι θεοῦ.
7 καὶ πρὸς μὲν τοὺς ἀγγέλους λέγει·
ὁ ποιῶν τοὺς ἀγγέλους αὐτοῦ πνεύματα
καὶ τοὺς λειτουργοὺς αὐτοῦ πυρὸς φλόγα,
8 πρὸς δὲ τὸν υἱόν·
ὁ θρόνος σου ὁ θεὸς εἰς τὸν αἰῶνα τοῦ αἰῶνος ,
καὶ ἡ ῥάβδος τῆς εὐθύτητος ῥάβδος τῆς βασιλείας σου.
9 ἠγάπησας δικαιοσύνην καὶ ἐμίσησας ἀνομίαν·
διὰ τοῦτο ἔχρισέν σε ὁ θεὸς ὁ θεός σου
ἔλαιον ἀγαλλιάσεως παρὰ τοὺς μετόχους σου.
10καί·
σὺ κατ’ ἀρχάς, κύριε, τὴν γῆν ἐθεμελίωσας,
καὶ ἔργα τῶν χειρῶν σού εἰσιν οἱ οὐρανοί·
11 αὐτοὶ ἀπολοῦνται, σὺ δὲ διαμένεις,
καὶ πάντες ὡς ἱμάτιον παλαιωθήσονται,
12 καὶ ὡσεὶ περιβόλαιον ἑλίξεις αὐτούς,
ὡς ἱμάτιον καὶ ἀλλαγήσονται·
σὺ δὲ ὁ αὐτὸς εἶ καὶ τὰ ἔτη σου οὐκ ἐκλείψουσιν.
13 πρὸς τίνα δὲ τῶν ἀγγέλων εἴρηκέν ποτε·
κάθου ἐκ δεξιῶν μου,
ἕως ἂν θῶ τοὺς ἐχθρούς σου ὑποπόδιον τῶν ποδῶν σου;
14 οὐχὶ πάντες εἰσὶν λειτουργικὰ πνεύματα εἰς διακονίαν ἀποστελλόμενα διὰ τοὺς μέλλοντας κληρονομεῖν
σωτηρίαν;

2
1 Διὰ τοῦτο δεῖ περισσοτέρως προσέχειν ἡμᾶς τοῖς ἀκουσθεῖσιν, μήποτε παραρυῶμεν. 2 εἰ γὰρ ὁ δι’ ἀγγέλων
λαληθεὶς λόγος ἐγένετο βέβαιος καὶ πᾶσα παράβασις καὶ παρακοὴ ἔλαβεν ἔνδικον μισθαποδοσίαν, 3 πῶς ἡμεῖς
ἐκφευξόμεθα τηλικαύτης ἀμελήσαντες σωτηρίας, ἥτις ἀρχὴν λαβοῦσα λαλεῖσθαι διὰ τοῦ κυρίου ὑπὸ τῶν
ἀκουσάντων εἰς ἡμᾶς ἐβεβαιώθη, 4 συνεπιμαρτυροῦντος τοῦ θεοῦ σημείοις τε καὶ τέρασιν καὶ ποικίλαις
δυνάμεσιν καὶ πνεύματος ἁγίου μερισμοῖς κατὰ τὴν αὐτοῦ θέλησιν;
5 Οὐ γὰρ ἀγγέλοις ὑπέταξεν τὴν οἰκουμένην τὴν μέλλουσαν, περὶ ἧς λαλοῦμεν. 6 διεμαρτύρατο δέ πού τις λέγων·
τί ἐστιν ἄνθρωπος ὅτι μιμνῄσκῃ αὐτοῦ,
ἢ υἱὸς ἀνθρώπου ὅτι ἐπισκέπτῃ αὐτόν;
7 ἠλάττωσας αὐτὸν βραχύ τι παρ’ ἀγγέλους,

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δόξῃ καὶ τιμῇ ἐστεφάνωσας αὐτόν,


8 πάντα ὑπέταξας ὑποκάτω τῶν ποδῶν αὐτοῦ.
ἐν τῷ γὰρ ὑποτάξαι [αὐτῷ] τὰ πάντα οὐδὲν ἀφῆκεν αὐτῷ ἀνυπότακτον. Νῦν δὲ οὔπω ὁρῶμεν αὐτῷ τὰ πάντα
ὑποτεταγμένα·9 τὸν δὲ βραχύ τι παρ’ ἀγγέλους ἠλαττωμένον βλέπομεν Ἰησοῦν διὰ τὸ πάθημα τοῦ θανάτου δόξῃ
καὶ τιμῇ ἐστεφανωμένον, ὅπως χάριτι θεοῦ ὑπὲρ παντὸς γεύσηται θανάτου.
10 Ἔπρεπεν γὰρ αὐτῷ, δι’ ὃν τὰ πάντα καὶ δι’ οὗ τὰ πάντα, πολλοὺς υἱοὺς εἰς δόξαν ἀγαγόντα τὸν ἀρχηγὸν τῆς
σωτηρίας αὐτῶν διὰ παθημάτων τελειῶσαι. 11 ὅ τε γὰρ ἁγιάζων καὶ οἱ ἁγιαζόμενοι ἐξ ἑνὸς πάντες· δι’ ἣν αἰτίαν
οὐκ ἐπαισχύνεται ἀδελφοὺς αὐτοὺς καλεῖν 12 λέγων·
ἀπαγγελῶ τὸ ὄνομά σου τοῖς ἀδελφοῖς μου,
ἐν μέσῳ ἐκκλησίας ὑμνήσω σε,
13 καὶ πάλιν·
ἐγὼ ἔσομαι πεποιθὼς ἐπ’ αὐτῷ,
καὶ πάλιν·
ἰδοὺ ἐγὼ καὶ τὰ παιδία ἅ μοι ἔδωκεν ὁ θεός.
14 Ἐπεὶ οὖν τὰ παιδία κεκοινώνηκεν αἵματος καὶ σαρκός, καὶ αὐτὸς παραπλησίως μετέσχεν τῶν αὐτῶν, ἵνα διὰ
τοῦ θανάτου καταργήσῃ τὸν τὸ κράτος ἔχοντα τοῦ θανάτου, τοῦτ’ ἔστιν τὸν διάβολον, 15 καὶ ἀπαλλάξῃ τούτους,
ὅσοι φόβῳ θανάτου διὰ παντὸς τοῦ ζῆν ἔνοχοι ἦσαν δουλείας. 16 οὐ γὰρ δήπου ἀγγέλων ἐπιλαμβάνεται ἀλλὰ
σπέρματος Ἀβραὰμ ἐπιλαμβάνεται. 17 ὅθεν ὤφειλεν κατὰ πάντα τοῖς ἀδελφοῖς ὁμοιωθῆναι, ἵνα ἐλεήμων γένηται
καὶ πιστὸς ἀρχιερεὺς τὰ πρὸς τὸν θεὸν εἰς τὸ ἱλάσκεσθαι τὰς ἁμαρτίας τοῦ λαοῦ. 18 ἐν ᾧ γὰρ πέπονθεν αὐτὸς
πειρασθείς, δύναται τοῖς πειραζομένοις βοηθῆσαι.

3
1 Ὅθεν, ἀδελφοὶ ἅγιοι, κλήσεως ἐπουρανίου μέτοχοι, κατανοήσατε τὸν ἀπόστολον καὶ ἀρχιερέα τῆς ὁμολογίας
ἡμῶν Ἰησοῦν, 2 πιστὸν ὄντα τῷ ποιήσαντι αὐτὸν ὡς καὶ Μωϋσῆς ἐν [ὅλῳ] τῷ οἴκῳ αὐτοῦ. 3 πλείονος γὰρ οὗτος
δόξης παρὰ Μωϋσῆν ἠξίωται, καθ’ ὅσον πλείονα τιμὴν ἔχει τοῦ οἴκου ὁ κατασκευάσας αὐτόν· 4 πᾶς γὰρ οἶκος
κατασκευάζεται ὑπό τινος, ὁ δὲ πάντα κατασκευάσας θεός. 5 καὶ Μωϋσῆς μὲν πιστὸς ἐν ὅλῳ τῷ οἴκῳ αὐτοῦ ὡς
θεράπων εἰς μαρτύριον τῶν λαληθησομένων,6 Χριστὸς δὲ ὡς υἱὸς ἐπὶ τὸν οἶκον αὐτοῦ· οὗ οἶκός ἐσμεν ἡμεῖς, ἐάν
[περ] τὴν παρρησίαν καὶ τὸ καύχημα τῆς ἐλπίδος κατάσχωμεν.
7 Διό, καθὼς λέγει τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον·
σήμερον ἐὰν τῆς φωνῆς αὐτοῦ ἀκούσητε,
8 μὴ σκληρύνητε τὰς καρδίας ὑμῶν ὡς ἐν τῷ παραπικρασμῷ
κατὰ τὴν ἡμέραν τοῦ πειρασμοῦ ἐν τῇ ἐρήμῳ,
9 οὗ ἐπείρασαν οἱ πατέρες ὑμῶν ἐν δοκιμασίᾳ
καὶ εἶδον τὰ ἔργα μου 10 τεσσεράκοντα ἔτη·
διὸ προσώχθισα τῇ γενεᾷ ταύτῃ
καὶ εἶπον· ἀεὶ πλανῶνται τῇ καρδίᾳ,
αὐτοὶ δὲ οὐκ ἔγνωσαν τὰς ὁδούς μου,
11 ὡς ὤμοσα ἐν τῇ ὀργῇ μου·
εἰ εἰσελεύσονται εἰς τὴν κατάπαυσίν μου.
12 Βλέπετε, ἀδελφοί, μήποτε ἔσται ἔν τινι ὑμῶν καρδία πονηρὰ ἀπιστίας ἐν τῷ ἀποστῆναι ἀπὸ θεοῦ ζῶντος, 13
ἀλλὰ παρακαλεῖτε ἑαυτοὺς καθ’ ἑκάστην ἡμέραν, ἄχρις οὗ τὸ σήμερον καλεῖται, ἵνα μὴ σκληρυνθῇ τις ἐξ ὑμῶν
ἀπάτῃ τῆς ἁμαρτίας– 14 μέτοχοι γὰρ τοῦ Χριστοῦ γεγόναμεν, ἐάνπερ τὴν ἀρχὴν τῆς ὑποστάσεως μέχρι τέλους
βεβαίαν κατάσχωμεν– 15 ἐν τῷ λέγεσθαι·
σήμερον ἐὰν τῆς φωνῆς αὐτοῦ ἀκούσητε,
μὴ σκληρύνητε τὰς καρδίας ὑμῶν ὡς ἐν τῷ παραπικρασμῷ.
16 τίνες γὰρ ἀκούσαντες παρεπίκραναν; ἀλλ’ οὐ πάντες οἱ ἐξελθόντες ἐξ Αἰγύπτου διὰ Μωϋσέως; 17 τίσιν δὲ
προσώχθισεν τεσσεράκοντα ἔτη; οὐχὶ τοῖς ἁμαρτήσασιν, ὧν τὰ κῶλα ἔπεσεν ἐν τῇ ἐρήμῳ; 18 τίσιν δὲ ὤμοσεν μὴ
εἰσελεύσεσθαι εἰς τὴν κατάπαυσιν αὐτοῦ εἰ μὴ τοῖς ἀπειθήσασιν; 19 καὶ βλέπομεν ὅτι οὐκ ἠδυνήθησαν εἰσελθεῖν
δι’ ἀπιστίαν.

4
1 Φοβηθῶμεν οὖν, μήποτε καταλειπομένης ἐπαγγελίας εἰσελθεῖν εἰς τὴν κατάπαυσιν αὐτοῦ δοκῇ τις ἐξ ὑμῶν
ὑστερηκέναι. 2 καὶ γάρ ἐσμεν εὐηγγελισμένοι καθάπερ κἀκεῖνοι· ἀλλ’ οὐκ ὠφέλησεν ὁ λόγος τῆς ἀκοῆς ἐκείνους
μὴ συγκεκερασμένους τῇ πίστει τοῖς ἀκούσασιν. 3 Εἰσερχόμεθα γὰρ εἰς [τὴν] κατάπαυσιν οἱ πιστεύσαντες, καθὼς
εἴρηκεν·
ὡς ὤμοσα ἐν τῇ ὀργῇ μου·
εἰ εἰσελεύσονται εἰς τὴν κατάπαυσίν μου,

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καίτοι τῶν ἔργων ἀπὸ καταβολῆς κόσμου γενηθέντων.


4 εἴρηκεν γάρ που περὶ τῆς ἑβδόμης οὕτως· καὶ κατέπαυσεν ὁ θεὸς ἐν τῇ ἡμέρᾳ τῇ ἑβδόμῃ ἀπὸ πάντων τῶν ἔργων
αὐτοῦ, 5 καὶ ἐν τούτῳ πάλιν· εἰ εἰσελεύσονται εἰς τὴν κατάπαυσίν μου. 6 ἐπεὶ οὖν ἀπολείπεται τινὰς εἰσελθεῖν εἰς
αὐτήν, καὶ οἱ πρότερον εὐαγγελισθέντες οὐκ εἰσῆλθον δι’ ἀπείθειαν,
7 πάλιν τινὰ ὁρίζει ἡμέραν, σήμερον, ἐν Δαυὶδ λέγων μετὰ τοσοῦτον χρόνον, καθὼς προείρηται·
σήμερον ἐὰν τῆς φωνῆς αὐτοῦ ἀκούσητε,
μὴ σκληρύνητε τὰς καρδίας ὑμῶν.
8 εἰ γὰρ αὐτοὺς Ἰησοῦς κατέπαυσεν, οὐκ ἂν περὶ ἄλλης ἐλάλει μετὰ ταῦτα ἡμέρας. 9 ἄρα ἀπολείπεται
σαββατισμὸς τῷ λαῷ τοῦ θεοῦ. 10 ὁ γὰρ εἰσελθὼν εἰς τὴν κατάπαυσιν αὐτοῦ καὶ αὐτὸς κατέπαυσεν ἀπὸ τῶν
ἔργων αὐτοῦ ὥσπερ ἀπὸ τῶν ἰδίων ὁ θεός.
11 Σπουδάσωμεν οὖν εἰσελθεῖν εἰς ἐκείνην τὴν κατάπαυσιν, ἵνα μὴ ἐν τῷ αὐτῷ τις ὑποδείγματι πέσῃ τῆς
ἀπειθείας.
12 Ζῶν γὰρ ὁ λόγος τοῦ θεοῦ καὶ ἐνεργὴς καὶ τομώτερος ὑπὲρ πᾶσαν μάχαιραν δίστομον καὶ διϊκνούμενος ἄχρι
μερισμοῦ ψυχῆς καὶ πνεύματος, ἁρμῶν τε καὶ μυελῶν, καὶ κριτικὸς ἐνθυμήσεων καὶ ἐννοιῶν καρδίας· 13 καὶ οὐκ
ἔστιν κτίσις ἀφανὴς ἐνώπιον αὐτοῦ, πάντα δὲ γυμνὰ καὶ τετραχηλισμένα τοῖς ὀφθαλμοῖς αὐτοῦ, πρὸς ὃν ἡμῖν ὁ
λόγος.
14 Ἔχοντες οὖν ἀρχιερέα μέγαν διεληλυθότα τοὺς οὐρανούς, Ἰησοῦν τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ, κρατῶμεν τῆς ὁμολογίας.
15 οὐ γὰρ ἔχομεν ἀρχιερέα μὴ δυνάμενον συμπαθῆσαι ταῖς ἀσθενείαις ἡμῶν, πεπειρασμένον δὲ κατὰ πάντα καθ’
ὁμοιότητα χωρὶς ἁμαρτίας. 16 προσερχώμεθα οὖν μετὰ παρρησίας τῷ θρόνῳ τῆς χάριτος, ἵνα λάβωμεν ἔλεος καὶ
χάριν εὕρωμεν εἰς εὔκαιρον βοήθειαν.

5
1 Πᾶς γὰρ ἀρχιερεὺς ἐξ ἀνθρώπων λαμβανόμενος ὑπὲρ ἀνθρώπων καθίσταται τὰ πρὸς τὸν θεόν, ἵνα προσφέρῃ
δῶρά τε καὶ θυσίας ὑπὲρ ἁμαρτιῶν, 2 μετριοπαθεῖν δυνάμενος τοῖς ἀγνοοῦσιν καὶ πλανωμένοις, ἐπεὶ καὶ αὐτὸς
περίκειται ἀσθένειαν 3 καὶ δι’ αὐτὴν ὀφείλει, καθὼς περὶ τοῦ λαοῦ, οὕτως καὶ περὶ αὐτοῦ προσφέρειν περὶ
ἁμαρτιῶν. 4 καὶ οὐχ ἑαυτῷ τις λαμβάνει τὴν τιμὴν ἀλλὰ καλούμενος ὑπὸ τοῦ θεοῦ καθώσπερ καὶ Ἀαρών.
5 Οὕτως καὶ ὁ Χριστὸς οὐχ ἑαυτὸν ἐδόξασεν γενηθῆναι ἀρχιερέα ἀλλ’ ὁ λαλήσας πρὸς αὐτόν·
υἱός μου εἶ σύ, ἐγὼ σήμερον γεγέννηκά σε·
6 καθὼς καὶ ἐν ἑτέρῳ λέγει·
σὺ ἱερεὺς εἰς τὸν αἰῶνα κατὰ τὴν τάξιν Μελχισέδεκ,
7 ὃς ἐν ταῖς ἡμέραις τῆς σαρκὸς αὐτοῦ δεήσεις τε καὶ ἱκετηρίας πρὸς τὸν δυνάμενον σῴζειν αὐτὸν ἐκ θανάτου
μετὰ κραυγῆς ἰσχυρᾶς καὶ δακρύων προσενέγκας καὶ εἰσακουσθεὶς ἀπὸ τῆς εὐλαβείας, 8 καίπερ ὢν υἱός, ἔμαθεν
ἀφ’ ὧν ἔπαθεν τὴν ὑπακοήν, 9 καὶ τελειωθεὶς ἐγένετο πᾶσιν τοῖς ὑπακούουσιν αὐτῷ αἴτιος σωτηρίας αἰωνίου, 10
προσαγορευθεὶς ὑπὸ τοῦ θεοῦ ἀρχιερεὺς κατὰ τὴν τάξιν Μελχισέδεκ.
11 Περὶ οὗ πολὺς ἡμῖν ὁ λόγος καὶ δυσερμήνευτος λέγειν, ἐπεὶ νωθροὶ γεγόνατε ταῖς ἀκοαῖς. 12 καὶ γὰρ ὀφείλοντες
εἶναι διδάσκαλοι διὰ τὸν χρόνον, πάλιν χρείαν ἔχετε τοῦ διδάσκειν ὑμᾶς τινὰ τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς τῶν λογίων
τοῦ θεοῦ καὶ γεγόνατε χρείαν ἔχοντες γάλακτος [καὶ] οὐ στερεᾶς τροφῆς. 13 πᾶς γὰρ ὁ μετέχων γάλακτος ἄπειρος
λόγου δικαιοσύνης, νήπιος γάρ ἐστιν· 14 τελείων δέ ἐστιν ἡ στερεὰ τροφή, τῶν διὰ τὴν ἕξιν τὰ αἰσθητήρια
γεγυμνασμένα ἐχόντων πρὸς διάκρισιν καλοῦ τε καὶ κακοῦ.

6
1 Διὸ ἀφέντες τὸν τῆς ἀρχῆς τοῦ Χριστοῦ λόγον ἐπὶ τὴν τελειότητα φερώμεθα, μὴ πάλιν θεμέλιον καταβαλλόμενοι
μετανοίας ἀπὸ νεκρῶν ἔργων καὶ πίστεως ἐπὶ θεόν, 2 βαπτισμῶν διδαχῆς ἐπιθέσεώς τε χειρῶν, ἀναστάσεώς τε
νεκρῶν καὶ κρίματος αἰωνίου. 3 καὶ τοῦτο ποιήσομεν, ἐάνπερ ἐπιτρέπῃ ὁ θεός.
4 Ἀδύνατον γὰρ τοὺς ἅπαξ φωτισθέντας, γευσαμένους τε τῆς δωρεᾶς τῆς ἐπουρανίου καὶ μετόχους γενηθέντας
πνεύματος ἁγίου 5 καὶ καλὸν γευσαμένους θεοῦ ῥῆμα δυνάμεις τε μέλλοντος αἰῶνος 6 καὶ παραπεσόντας, πάλιν
ἀνακαινίζειν εἰς μετάνοιαν, ἀνασταυροῦντας ἑαυτοῖς τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ καὶ παραδειγματίζοντας. 7 γῆ γὰρ ἡ
πιοῦσα τὸν ἐπ’ αὐτῆς ἐρχόμενον πολλάκις ὑετὸν καὶ τίκτουσα βοτάνην εὔθετον ἐκείνοις δι’ οὓς καὶ γεωργεῖται,
μεταλαμβάνει εὐλογίας ἀπὸ τοῦ θεοῦ· 8 ἐκφέρουσα δὲ ἀκάνθας καὶ τριβόλους, ἀδόκιμος καὶ κατάρας ἐγγύς, ἧς τὸ
τέλος εἰς καῦσιν.
9 Πεπείσμεθα δὲ περὶ ὑμῶν, ἀγαπητοί, τὰ κρείσσονα καὶ ἐχόμενα σωτηρίας, εἰ καὶ οὕτως λαλοῦμεν. 10 οὐ γὰρ
ἄδικος ὁ θεὸς ἐπιλαθέσθαι τοῦ ἔργου ὑμῶν καὶ τῆς ἀγάπης ἧς ἐνεδείξασθε εἰς τὸ ὄνομα αὐτοῦ, διακονήσαντες τοῖς
ἁγίοις καὶ διακονοῦντες. 11 ἐπιθυμοῦμεν δὲ ἕκαστον ὑμῶν τὴν αὐτὴν ἐνδείκνυσθαι σπουδὴν πρὸς τὴν
πληροφορίαν τῆς ἐλπίδος ἄχρι τέλους, 12 ἵνα μὴ νωθροὶ γένησθε, μιμηταὶ δὲ τῶν διὰ πίστεως καὶ μακροθυμίας
κληρονομούντων τὰς ἐπαγγελίας.
13 Τῷ γὰρ Ἀβραὰμ ἐπαγγειλάμενος ὁ θεός, ἐπεὶ κατ’ οὐδενὸς εἶχεν μείζονος ὀμόσαι, ὤμοσεν καθ’ ἑαυτοῦ 14
λέγων·

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εἰ μὴν εὐλογῶν εὐλογήσω σε καὶ πληθύνων πληθυνῶ σε·


15 καὶ οὕτως μακροθυμήσας ἐπέτυχεν τῆς ἐπαγγελίας. 16 ἄνθρωποι γὰρ κατὰ τοῦ μείζονος ὀμνύουσιν, καὶ πάσης
αὐτοῖς ἀντιλογίας πέρας εἰς βεβαίωσιν ὁ ὅρκος· 17 ἐν ᾧ περισσότερον βουλόμενος ὁ θεὸς ἐπιδεῖξαι τοῖς
κληρονόμοις τῆς ἐπαγγελίας τὸ ἀμετάθετον τῆς βουλῆς αὐτοῦ ἐμεσίτευσεν ὅρκῳ, 18 ἵνα διὰ δύο πραγμάτων
ἀμεταθέτων, ἐν οἷς ἀδύνατον ψεύσασθαι [τὸν] θεόν, ἰσχυρὰν παράκλησιν ἔχωμεν οἱ καταφυγόντες κρατῆσαι τῆς
προκειμένης ἐλπίδος· 19 ἣν ὡς ἄγκυραν ἔχομεν τῆς ψυχῆς ἀσφαλῆ τε καὶ βεβαίαν καὶ εἰσερχομένην εἰς τὸ
ἐσώτερον τοῦ καταπετάσματος, 20 ὅπου πρόδρομος ὑπὲρ ἡμῶν εἰσῆλθεν Ἰησοῦς, κατὰ τὴν τάξιν Μελχισέδεκ
ἀρχιερεὺς γενόμενος εἰς τὸν αἰῶνα.

7
1 Οὗτος γὰρ ὁ Μελχισέδεκ, βασιλεὺς Σαλήμ, ἱερεὺς τοῦ θεοῦ τοῦ ὑψίστου, ὁ συναντήσας Ἀβραὰμ ὑποστρέφοντι ἀπὸ
τῆς κοπῆς τῶν βασιλέων καὶ εὐλογήσας αὐτόν, 2 ᾧ καὶ δεκάτην ἀπὸ πάντων ἐμέρισεν Ἀβραάμ, πρῶτον μὲν
ἑρμηνευόμενος βασιλεὺς δικαιοσύνης ἔπειτα δὲ καὶ βασιλεὺς Σαλήμ, ὅ ἐστιν βασιλεὺς εἰρήνης, 3 ἀπάτωρ ἀμήτωρ
ἀγενεαλόγητος, μήτε ἀρχὴν ἡμερῶν μήτε ζωῆς τέλος ἔχων, ἀφωμοιωμένος δὲ τῷ υἱῷ τοῦ θεοῦ, μένει ἱερεὺς εἰς τὸ
διηνεκές.
4 Θεωρεῖτε δὲ πηλίκος οὗτος, ᾧ [καὶ] δεκάτην Ἀβραὰμ ἔδωκεν ἐκ τῶν ἀκροθινίων ὁ πατριάρχης. 5 καὶ οἱ μὲν ἐκ τῶν
υἱῶν Λευὶ τὴν ἱερατείαν λαμβάνοντες ἐντολὴν ἔχουσιν ἀποδεκατοῦν τὸν λαὸν κατὰ τὸν νόμον, τοῦτ’ ἔστιν τοὺς
ἀδελφοὺς αὐτῶν, καίπερ ἐξεληλυθότας ἐκ τῆς ὀσφύος Ἀβραάμ· 6 ὁ δὲ μὴ γενεαλογούμενος ἐξ αὐτῶν δεδεκάτωκεν
Ἀβραὰμ καὶ τὸν ἔχοντα τὰς ἐπαγγελίας εὐλόγηκεν. 7 χωρὶς δὲ πάσης ἀντιλογίας τὸ ἔλαττον ὑπὸ τοῦ κρείττονος
εὐλογεῖται. 8 καὶ ὧδε μὲν δεκάτας ἀποθνῄσκοντες ἄνθρωποι λαμβάνουσιν, ἐκεῖ δὲ μαρτυρούμενος ὅτι ζῇ. 9 καὶ ὡς
ἔπος εἰπεῖν, δι’ Ἀβραὰμ καὶ Λευὶ ὁ δεκάτας λαμβάνων δεδεκάτωται· 10 ἔτι γὰρ ἐν τῇ ὀσφύϊ τοῦ πατρὸς ἦν ὅτε
συνήντησεν αὐτῷ Μελχισέδεκ.
11 Εἰ μὲν οὖν τελείωσις διὰ τῆς Λευιτικῆς ἱερωσύνης ἦν, ὁ λαὸς γὰρ ἐπ’ αὐτῆς νενομοθέτηται, τίς ἔτι χρεία κατὰ
τὴν τάξιν Μελχισέδεκ ἕτερον ἀνίστασθαι ἱερέα καὶ οὐ κατὰ τὴν τάξιν Ἀαρὼν λέγεσθαι; 12 μετατιθεμένης γὰρ τῆς
ἱερωσύνης ἐξ ἀνάγκης καὶ νόμου μετάθεσις γίνεται. 13 ἐφ’ ὃν γὰρ λέγεται ταῦτα, φυλῆς ἑτέρας μετέσχηκεν, ἀφ’ ἧς
οὐδεὶς προσέσχηκεν τῷ θυσιαστηρίῳ· 14 πρόδηλον γὰρ ὅτι ἐξ Ἰούδα ἀνατέταλκεν ὁ κύριος ἡμῶν, εἰς ἣν φυλὴν
περὶ ἱερέων οὐδὲν Μωϋσῆς ἐλάλησεν. 15 καὶ περισσότερον ἔτι κατάδηλόν ἐστιν, εἰ κατὰ τὴν ὁμοιότητα
Μελχισέδεκ ἀνίσταται ἱερεὺς ἕτερος, 16 ὃς οὐ κατὰ νόμον ἐντολῆς σαρκίνης γέγονεν ἀλλὰ κατὰ δύναμιν ζωῆς
ἀκαταλύτου. 17 μαρτυρεῖται γὰρ ὅτι
σὺ ἱερεὺς εἰς τὸν αἰῶνα κατὰ τὴν τάξιν Μελχισέδεκ.
18 ἀθέτησις μὲν γὰρ γίνεται προαγούσης ἐντολῆς διὰ τὸ αὐτῆς ἀσθενὲς καὶ ἀνωφελές– 19 οὐδὲν γὰρ ἐτελείωσεν ὁ
νόμος– ἐπεισαγωγὴ δὲ κρείττονος ἐλπίδος δι’ ἧς ἐγγίζομεν τῷ θεῷ.
20 Καὶ καθ’ ὅσον οὐ χωρὶς ὁρκωμοσίας· οἱ μὲν γὰρ χωρὶς ὁρκωμοσίας εἰσὶν ἱερεῖς γεγονότες, 21 ὁ δὲ μετὰ
ὁρκωμοσίας διὰ τοῦ λέγοντος πρὸς αὐτόν·
ὤμοσεν κύριος καὶ οὐ μεταμεληθήσεται·
σὺ ἱερεὺς εἰς τὸν αἰῶνα.
22 κατὰ τοσοῦτο [καὶ] κρείττονος διαθήκης γέγονεν ἔγγυος Ἰησοῦς.
23 Καὶ οἱ μὲν πλείονές εἰσιν γεγονότες ἱερεῖς διὰ τὸ θανάτῳ κωλύεσθαι παραμένειν· 24 ὁ δὲ διὰ τὸ μένειν αὐτὸν εἰς
τὸν αἰῶνα ἀπαράβατον ἔχει τὴν ἱερωσύνην· 25 ὅθεν καὶ σῴζειν εἰς τὸ παντελὲς δύναται τοὺς προσερχομένους δι’
αὐτοῦ τῷ θεῷ, πάντοτε ζῶν εἰς τὸ ἐντυγχάνειν ὑπὲρ αὐτῶν.
26 Τοιοῦτος γὰρ ἡμῖν καὶ ἔπρεπεν ἀρχιερεύς, ὅσιος ἄκακος ἀμίαντος, κεχωρισμένος ἀπὸ τῶν ἁμαρτωλῶν καὶ
ὑψηλότερος τῶν οὐρανῶν γενόμενος, 27 ὃς οὐκ ἔχει καθ’ ἡμέραν ἀνάγκην, ὥσπερ οἱ ἀρχιερεῖς, πρότερον ὑπὲρ τῶν
ἰδίων ἁμαρτιῶν θυσίας ἀναφέρειν ἔπειτα τῶν τοῦ λαοῦ· τοῦτο γὰρ ἐποίησεν ἐφάπαξ ἑαυτὸν ἀνενέγκας. 28 ὁ
νόμος γὰρ ἀνθρώπους καθίστησιν ἀρχιερεῖς ἔχοντας ἀσθένειαν, ὁ λόγος δὲ τῆς ὁρκωμοσίας τῆς μετὰ τὸν νόμον
υἱὸν εἰς τὸν αἰῶνα τετελειωμένον.

8
1 Κεφάλαιον δὲ ἐπὶ τοῖς λεγομένοις, τοιοῦτον ἔχομεν ἀρχιερέα, ὃς ἐκάθισεν ἐν δεξιᾷ τοῦ θρόνου τῆς μεγαλωσύνης
ἐν τοῖς οὐρανοῖς, 2 τῶν ἁγίων λειτουργὸς καὶ τῆς σκηνῆς τῆς ἀληθινῆς, ἣν ἔπηξεν ὁ κύριος, οὐκ ἄνθρωπος.
3 Πᾶς γὰρ ἀρχιερεὺς εἰς τὸ προσφέρειν δῶρά τε καὶ θυσίας καθίσταται· ὅθεν ἀναγκαῖον ἔχειν τι καὶ τοῦτον ὃ
προσενέγκῃ. 4 εἰ μὲν οὖν ἦν ἐπὶ γῆς, οὐδ’ ἂν ἦν ἱερεύς, ὄντων τῶν προσφερόντων κατὰ νόμον τὰ δῶρα· 5 οἵτινες
ὑποδείγματι καὶ σκιᾷ λατρεύουσιν τῶν ἐπουρανίων, καθὼς κεχρημάτισται Μωϋσῆς μέλλων ἐπιτελεῖν τὴν σκηνήν·
ὅρα γάρ φησιν, ποιήσεις πάντα κατὰ τὸν τύπον τὸν δειχθέντα σοι ἐν τῷ ὄρει· 6 νυν [ὶ] δὲ διαφορωτέρας τέτυχεν
λειτουργίας, ὅσῳ καὶ κρείττονός ἐστιν διαθήκης μεσίτης, ἥτις ἐπὶ κρείττοσιν ἐπαγγελίαις νενομοθέτηται.
7 Εἰ γὰρ ἡ πρώτη ἐκείνη ἦν ἄμεμπτος, οὐκ ἂν δευτέρας ἐζητεῖτο τόπος. 8 μεμφόμενος γὰρ αὐτοὺς λέγει·
ἰδοὺ ἡμέραι ἔρχονται, λέγει κύριος,
καὶ συντελέσω ἐπὶ τὸν οἶκον Ἰσραὴλ
καὶ ἐπὶ τὸν οἶκον Ἰούδα διαθήκην καινήν,

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9 οὐ κατὰ τὴν διαθήκην, ἣν ἐποίησα τοῖς πατράσιν αὐτῶν


ἐν ἡμέρᾳ ἐπιλαβομένου μου τῆς χειρὸς αὐτῶν
ἐξαγαγεῖν αὐτοὺς ἐκ γῆς Αἰγύπτου,
ὅτι αὐτοὶ οὐκ ἐνέμειναν ἐν τῇ διαθήκῃ μου,
κἀγὼ ἠμέλησα αὐτῶν, λέγει κύριος·
10 ὅτι αὕτη ἡ διαθήκη *, ἣν διαθήσομαι τῷ οἴκῳ Ἰσραὴλ*
μετὰ τὰς ἡμέρας ἐκείνας, λέγει κύριος·
διδοὺς νόμους μου εἰς τὴν διάνοιαν αὐτῶν
καὶ ἐπὶ καρδίας αὐτῶν ἐπιγράψω αὐτούς,
καὶ ἔσομαι αὐτοῖς εἰς θεόν,
καὶ αὐτοὶ ἔσονταί μοι εἰς λαόν·
11 καὶ οὐ μὴ διδάξωσιν ἕκαστος τὸν πολίτην αὐτοῦ
καὶ ἕκαστος τὸν ἀδελφὸν αὐτοῦ λέγων· γνῶθι τὸν κύριον,
ὅτι πάντες εἰδήσουσίν με
ἀπὸ μικροῦ ἕως μεγάλου αὐτῶν,
12 ὅτι ἵλεως ἔσομαι ταῖς ἀδικίαις αὐτῶν
καὶ τῶν ἁμαρτιῶν αὐτῶν οὐ μὴ μνησθῶ ἔτι.
13 ἐν τῷ λέγειν καινὴν πεπαλαίωκεν τὴν πρώτην· τὸ δὲ παλαιούμενον καὶ γηράσκον ἐγγὺς ἀφανισμοῦ.

9
1 Εἶχεν μὲν οὖν [καὶ] ἡ πρώτη δικαιώματα λατρείας τό τε ἅγιον κοσμικόν. 2 σκηνὴ γὰρ κατεσκευάσθη ἡ πρώτη ἐν
ᾗ ἥ τε λυχνία καὶ ἡ τράπεζα καὶ ἡ πρόθεσις τῶν ἄρτων, ἥτις λέγεται Ἅγια· 3 μετὰ δὲ τὸ δεύτερον καταπέτασμα
σκηνὴ ἡ λεγομένη Ἅγια Ἁγίων, 4 χρυσοῦν ἔχουσα θυμιατήριον καὶ τὴν κιβωτὸν τῆς διαθήκης περικεκαλυμμένην
πάντοθεν χρυσίῳ, ἐν ᾗ στάμνος χρυσῆ ἔχουσα τὸ μάννα καὶ ἡ ῥάβδος Ἀαρὼν ἡ βλαστήσασα καὶ αἱ πλάκες τῆς
διαθήκης, 5 ὑπεράνω δὲ αὐτῆς Χερουβὶν δόξης κατασκιάζοντα τὸ ἱλαστήριον· περὶ ὧν οὐκ ἔστιν νῦν λέγειν κατὰ
μέρος.
6 Τούτων δὲ οὕτως κατεσκευασμένων εἰς μὲν τὴν πρώτην σκηνὴν διὰ παντὸς εἰσίασιν οἱ ἱερεῖς τὰς λατρείας
ἐπιτελοῦντες,7 εἰς δὲ τὴν δευτέραν ἅπαξ τοῦ ἐνιαυτοῦ μόνος ὁ ἀρχιερεύς, οὐ χωρὶς αἵματος ὃ προσφέρει ὑπὲρ
ἑαυτοῦ καὶ τῶν τοῦ λαοῦ ἀγνοημάτων, 8 τοῦτο δηλοῦντος τοῦ πνεύματος τοῦ ἁγίου, μήπω πεφανερῶσθαι τὴν
τῶν ἁγίων ὁδὸν ἔτι τῆς πρώτης σκηνῆς ἐχούσης στάσιν, 9 ἥτις παραβολὴ εἰς τὸν καιρὸν τὸν ἐνεστηκότα, καθ’ ἣν
δῶρά τε καὶ θυσίαι προσφέρονται μὴ δυνάμεναι κατὰ συνείδησιν τελειῶσαι τὸν λατρεύοντα, 10 μόνον ἐπὶ
βρώμασιν καὶ πόμασιν καὶ διαφόροις βαπτισμοῖς, δικαιώματα σαρκὸς μέχρι καιροῦ διορθώσεως ἐπικείμενα.
11 Χριστὸς δὲ παραγενόμενος ἀρχιερεὺς τῶν γενομένων ἀγαθῶν διὰ τῆς μείζονος καὶ τελειοτέρας σκηνῆς οὐ
χειροποιήτου, τοῦτ’ ἔστιν οὐ ταύτης τῆς κτίσεως, 12 οὐδὲ δι’ αἵματος τράγων καὶ μόσχων διὰ δὲ τοῦ ἰδίου αἵματος
εἰσῆλθεν ἐφάπαξ εἰς τὰ ἅγια αἰωνίαν λύτρωσιν εὑράμενος. 13 εἰ γὰρ τὸ αἷμα τράγων καὶ ταύρων καὶ σποδὸς
δαμάλεως ῥαντίζουσα τοὺς κεκοινωμένους ἁγιάζει πρὸς τὴν τῆς σαρκὸς καθαρότητα, 14 πόσῳ μᾶλλον τὸ αἷμα
τοῦ Χριστοῦ, ὃς διὰ πνεύματος αἰωνίου ἑαυτὸν προσήνεγκεν ἄμωμον τῷ θεῷ, καθαριεῖ τὴν συνείδησιν ἡμῶν ἀπὸ
νεκρῶν ἔργων εἰς τὸ λατρεύειν θεῷ ζῶντι.
15 Καὶ διὰ τοῦτο διαθήκης καινῆς μεσίτης ἐστίν, ὅπως θανάτου γενομένου εἰς ἀπολύτρωσιν τῶν ἐπὶ τῇ πρώτῃ
διαθήκῃ παραβάσεων τὴν ἐπαγγελίαν λάβωσιν οἱ κεκλημένοι τῆς αἰωνίου κληρονομίας.
16 Ὅπου γὰρ διαθήκη, θάνατον ἀνάγκη φέρεσθαι τοῦ διαθεμένου· 17 διαθήκη γὰρ ἐπὶ νεκροῖς βεβαία, ἐπεὶ
μήποτε ἰσχύει ὅτε ζῇ ὁ διαθέμενος. 18 ὅθεν οὐδὲ ἡ πρώτη χωρὶς αἵματος ἐγκεκαίνισται· 19 λαληθείσης γὰρ πάσης
ἐντολῆς κατὰ τὸν νόμον ὑπὸ Μωϋσέως παντὶ τῷ λαῷ, λαβὼν τὸ αἷμα τῶν μόσχων [καὶ τῶν τράγων] μετὰ ὕδατος
καὶ ἐρίου κοκκίνου καὶ ὑσσώπου αὐτό τε τὸ βιβλίον καὶ πάντα τὸν λαὸν ἐρράντισεν 20 λέγων·
τοῦτο τὸ αἷμα τῆς διαθήκης ἧς ἐνετείλατο πρὸς ὑμᾶς ὁ θεός.
21 καὶ τὴν σκηνὴν δὲ καὶ πάντα τὰ σκεύη τῆς λειτουργίας τῷ αἵματι ὁμοίως ἐρράντισεν. 22 καὶ σχεδὸν ἐν αἵματι
πάντα καθαρίζεται κατὰ τὸν νόμον καὶ χωρὶς αἱματεκχυσίας οὐ γίνεται ἄφεσις.
23 Ἀνάγκη οὖν τὰ μὲν ὑποδείγματα τῶν ἐν τοῖς οὐρανοῖς τούτοις καθαρίζεσθαι, αὐτὰ δὲ τὰ ἐπουράνια κρείττοσιν
θυσίαις παρὰ ταύτας. 24 οὐ γὰρ εἰς χειροποίητα εἰσῆλθεν ἅγια Χριστός, ἀντίτυπα τῶν ἀληθινῶν, ἀλλ’ εἰς αὐτὸν
τὸν οὐρανόν, νῦν ἐμφανισθῆναι τῷ προσώπῳ τοῦ θεοῦ ὑπὲρ ἡμῶν· 25 οὐδ’ ἵνα πολλάκις προσφέρῃ ἑαυτόν,
ὥσπερ ὁ ἀρχιερεὺς εἰσέρχεται εἰς τὰ ἅγια κατ’ ἐνιαυτὸν ἐν αἵματι ἀλλοτρίῳ, 26 ἐπεὶ ἔδει αὐτὸν πολλάκις παθεῖν
ἀπὸ καταβολῆς κόσμου· νυνὶ δὲ ἅπαξ ἐπὶ συντελείᾳ τῶν αἰώνων εἰς ἀθέτησιν [τῆς] ἁμαρτίας διὰ τῆς θυσίας αὐτοῦ
πεφανέρωται. 27 καὶ καθ’ ὅσον ἀπόκειται τοῖς ἀνθρώποις ἅπαξ ἀποθανεῖν, μετὰ δὲ τοῦτο κρίσις, 28 οὕτως καὶ ὁ
Χριστὸς ἅπαξ προσενεχθεὶς εἰς τὸ πολλῶν ἀνενεγκεῖν ἁμαρτίας ἐκ δευτέρου χωρὶς ἁμαρτίας ὀφθήσεται τοῖς
αὐτὸν ἀπεκδεχομένοις εἰς σωτηρίαν.

10
1 Σκιὰν γὰρ ἔχων ὁ νόμος τῶν μελλόντων ἀγαθῶν, οὐκ αὐτὴν τὴν εἰκόνα τῶν πραγμάτων, κατ’ ἐνιαυτὸν ταῖς
αὐταῖς θυσίαις ἃς προσφέρουσιν εἰς τὸ διηνεκὲς οὐδέποτε δύναται τοὺς προσερχομένους τελειῶσαι· 2 ἐπεὶ οὐκ ἂν
ἐπαύσαντο προσφερόμεναι διὰ τὸ μηδεμίαν ἔχειν ἔτι συνείδησιν ἁμαρτιῶν τοὺς λατρεύοντας ἅπαξ

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κεκαθαρισμένους; 3 ἀλλ’ ἐν αὐταῖς ἀνάμνησις ἁμαρτιῶν κατ’ ἐνιαυτόν· 4 ἀδύνατον γὰρ αἷμα ταύρων καὶ τράγων
ἀφαιρεῖν ἁμαρτίας.
5 Διὸ εἰσερχόμενος εἰς τὸν κόσμον λέγει·
θυσίαν καὶ προσφορὰν οὐκ ἠθέλησας,
σῶμα δὲ κατηρτίσω μοι·
6 ὁλοκαυτώματα καὶ περὶ ἁμαρτίας οὐκ εὐδόκησας.
7 τότε εἶπον· ἰδοὺ ἥκω,
ἐν κεφαλίδι βιβλίου γέγραπται περὶ ἐμοῦ,
τοῦ ποιῆσαι ὁ θεὸς τὸ θέλημά σου.
8 ἀνώτερον λέγων ὅτι
θυσίας καὶ προσφορὰς καὶ ὁλοκαυτώματα καὶ περὶ ἁμαρτίας
οὐκ ἠθέλησας οὐδὲ εὐδόκησας,
αἵτινες κατὰ νόμον προσφέρονται, 9 τότε εἴρηκεν· ἰδοὺ ἥκω τοῦ ποιῆσαι τὸ θέλημά σου. ἀναιρεῖ τὸ πρῶτον ἵνα τὸ
δεύτερον στήσῃ, 10 ἐν ᾧ θελήματι ἡγιασμένοι ἐσμὲν διὰ τῆς προσφορᾶς τοῦ σώματος Ἰησοῦ Χριστοῦ ἐφάπαξ.
11 Καὶ πᾶς μὲν ἱερεὺς ἕστηκεν καθ’ ἡμέραν λειτουργῶν καὶ τὰς αὐτὰς πολλάκις προσφέρων θυσίας, αἵτινες
οὐδέποτε δύνανται περιελεῖν ἁμαρτίας, 12 οὗτος δὲ μίαν ὑπὲρ ἁμαρτιῶν προσενέγκας θυσίαν εἰς τὸ διηνεκὲς
ἐκάθισεν ἐν δεξιᾷ τοῦ θεοῦ, 13 τὸ λοιπὸν ἐκδεχόμενος ἕως τεθῶσιν οἱ ἐχθροὶ αὐτοῦ ὑποπόδιον τῶν ποδῶν αὐτοῦ.
14 μιᾷ γὰρ προσφορᾷ τετελείωκεν εἰς τὸ διηνεκὲς τοὺς ἁγιαζομένους.
15 Μαρτυρεῖ δὲ ἡμῖν καὶ τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον· μετὰ γὰρ τὸ εἰρηκέναι·
16 αὕτη ἡ διαθήκη ἣν διαθήσομαι πρὸς αὐτοὺς
μετὰ τὰς ἡμέρας ἐκείνας, λέγει κύριος·
διδοὺς νόμους μου ἐπὶ καρδίας αὐτῶν
καὶ ἐπὶ τὴν διάνοιαν αὐτῶν ἐπιγράψω αὐτούς,
17 καὶ τῶν ἁμαρτιῶν αὐτῶν καὶ τῶν ἀνομιῶν αὐτῶν
οὐ μὴ μνησθήσομαι ἔτι.
18 ὅπου δὲ ἄφεσις τούτων, οὐκέτι προσφορὰ περὶ ἁμαρτίας.
19 Ἔχοντες οὖν, ἀδελφοί, παρρησίαν εἰς τὴν εἴσοδον τῶν ἁγίων ἐν τῷ αἵματι Ἰησοῦ, 20 ἣν ἐνεκαίνισεν ἡμῖν ὁδὸν
πρόσφατον καὶ ζῶσαν διὰ τοῦ καταπετάσματος, τοῦτ’ ἔστιν τῆς σαρκὸς αὐτοῦ, 21 καὶ ἱερέα μέγαν ἐπὶ τὸν οἶκον
τοῦ θεοῦ, 22 προσερχώμεθα μετὰ ἀληθινῆς καρδίας ἐν πληροφορίᾳ πίστεως ῥεραντισμένοι τὰς καρδίας ἀπὸ
συνειδήσεως πονηρᾶς καὶ λελουσμένοι τὸ σῶμα ὕδατι καθαρῷ· 23 κατέχωμεν τὴν ὁμολογίαν τῆς ἐλπίδος ἀκλινῆ,
πιστὸς γὰρ ὁ ἐπαγγειλάμενος, 24 καὶ κατανοῶμεν ἀλλήλους εἰς παροξυσμὸν ἀγάπης καὶ καλῶν ἔργων, 25 μὴ
ἐγκαταλείποντες τὴν ἐπισυναγωγὴν ἑαυτῶν, καθὼς ἔθος τισίν, ἀλλὰ παρακαλοῦντες, καὶ τοσούτῳ μᾶλλον ὅσῳ
βλέπετε ἐγγίζουσαν τὴν ἡμέραν.
26 Ἑκουσίως γὰρ ἁμαρτανόντων ἡμῶν μετὰ τὸ λαβεῖν τὴν ἐπίγνωσιν τῆς ἀληθείας, οὐκέτι περὶ ἁμαρτιῶν
ἀπολείπεται θυσία, 27 φοβερὰ δέ τις ἐκδοχὴ κρίσεως καὶ πυρὸς ζῆλος ἐσθίειν μέλλοντος τοὺς ὑπεναντίους. 28
ἀθετήσας τις νόμον Μωϋσέως χωρὶς οἰκτιρμῶν ἐπὶ δυσὶν ἢ τρισὶν μάρτυσιν ἀποθνῄσκει· 29 πόσῳ δοκεῖτε χείρονος
ἀξιωθήσεται τιμωρίας ὁ τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ καταπατήσας καὶ τὸ αἷμα τῆς διαθήκης κοινὸν ἡγησάμενος, ἐν ᾧ
ἡγιάσθη, καὶ τὸ πνεῦμα τῆς χάριτος ἐνυβρίσας;30 οἴδαμεν γὰρ τὸν εἰπόντα·
ἐμοὶ ἐκδίκησις, ἐγὼ ἀνταποδώσω.
καὶ πάλιν·
κρινεῖ κύριος τὸν λαὸν αὐτοῦ.
31 φοβερὸν τὸ ἐμπεσεῖν εἰς χεῖρας θεοῦ ζῶντος.
32 Ἀναμιμνῄσκεσθε δὲ τὰς πρότερον ἡμέρας, ἐν αἷς φωτισθέντες πολλὴν ἄθλησιν ὑπεμείνατε παθημάτων, 33
τοῦτο μὲν ὀνειδισμοῖς τε καὶ θλίψεσιν θεατριζόμενοι, τοῦτο δὲ κοινωνοὶ τῶν οὕτως ἀναστρεφομένων γενηθέντες.
34 καὶ γὰρ τοῖς δεσμίοις συνεπαθήσατε καὶ τὴν ἁρπαγὴν τῶν ὑπαρχόντων ὑμῶν μετὰ χαρᾶς προσεδέξασθε
γινώσκοντες ἔχειν ἑαυτοὺς κρείττονα ὕπαρξιν καὶ μένουσαν. 35 Μὴ ἀποβάλητε οὖν τὴν παρρησίαν ὑμῶν, ἥτις ἔχει
μεγάλην μισθαποδοσίαν. 36 ὑπομονῆς γὰρ ἔχετε χρείαν ἵνα τὸ θέλημα τοῦ θεοῦ ποιήσαντες κομίσησθε τὴν
ἐπαγγελίαν.
37 ἔτι γὰρ μικρὸν ὅσον ὅσον,
ὁ ἐρχόμενος ἥξει καὶ οὐ χρονίσει·
38 ὁ δὲ δίκαιός μου ἐκ πίστεως ζήσεται,
καὶ ἐὰν ὑποστείληται, οὐκ εὐδοκεῖ ἡ ψυχή μου ἐν αὐτῷ.
39 ἡμεῖς δὲ οὐκ ἐσμὲν ὑποστολῆς εἰς ἀπώλειαν ἀλλὰ πίστεως εἰς περιποίησιν ψυχῆς.

11
1 Ἔστιν δὲ πίστις ἐλπιζομένων ὑπόστασις, πραγμάτων ἔλεγχος οὐ βλεπομένων. 2 ἐν ταύτῃ γὰρ ἐμαρτυρήθησαν οἱ
πρεσβύτεροι.

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3 Πίστει νοοῦμεν κατηρτίσθαι τοὺς αἰῶνας ῥήματι θεοῦ, εἰς τὸ μὴ ἐκ φαινομένων τὸ βλεπόμενον γεγονέναι.
4 Πίστει πλείονα θυσίαν Ἅβελ παρὰ Κάϊν προσήνεγκεν τῷ θεῷ, δι’ ἧς ἐμαρτυρήθη εἶναι δίκαιος, μαρτυροῦντος ἐπὶ
τοῖς δώροις αὐτοῦ τοῦ θεοῦ, καὶ δι’ αὐτῆς ἀποθανὼν ἔτι λαλεῖ.
5 Πίστει Ἑνὼχ μετετέθη τοῦ μὴ ἰδεῖν θάνατον, καὶ οὐχ ηὑρίσκετο διότι μετέθηκεν αὐτὸν ὁ θεός. πρὸ γὰρ τῆς
μεταθέσεως μεμαρτύρηται εὐαρεστηκέναι τῷ θεῷ· 6 χωρὶς δὲ πίστεως ἀδύνατον εὐαρεστῆσαι· πιστεῦσαι γὰρ δεῖ
τὸν προσερχόμενον τῷ θεῷ ὅτι ἔστιν καὶ τοῖς ἐκζητοῦσιν αὐτὸν μισθαποδότης γίνεται.
7 Πίστει χρηματισθεὶς Νῶε περὶ τῶν μηδέπω βλεπομένων, εὐλαβηθεὶς κατεσκεύασεν κιβωτὸν εἰς σωτηρίαν τοῦ
οἴκου αὐτοῦ δι’ ἧς κατέκρινεν τὸν κόσμον, καὶ τῆς κατὰ πίστιν δικαιοσύνης ἐγένετο κληρονόμος.
8 Πίστει καλούμενος Ἀβραὰμ ὑπήκουσεν ἐξελθεῖν εἰς τόπον ὃν ἤμελλεν λαμβάνειν εἰς κληρονομίαν, καὶ ἐξῆλθεν μὴ
ἐπιστάμενος ποῦ ἔρχεται.
9 Πίστει παρῴκησεν εἰς γῆν τῆς ἐπαγγελίας ὡς ἀλλοτρίαν ἐν σκηναῖς κατοικήσας μετὰ Ἰσαὰκ καὶ Ἰακὼβ τῶν
συγκληρονόμων τῆς ἐπαγγελίας τῆς αὐτῆς· 10 ἐξεδέχετο γὰρ τὴν τοὺς θεμελίους ἔχουσαν πόλιν ἧς τεχνίτης καὶ
δημιουργὸς ὁ θεός.
11 Πίστει καὶ αὐτὴ Σάρρα στεῖρα δύναμιν εἰς καταβολὴν σπέρματος ἔλαβεν καὶ παρὰ καιρὸν ἡλικίας, ἐπεὶ πιστὸν
ἡγήσατο τὸν ἐπαγγειλάμενον. 12 διὸ καὶ ἀφ’ ἑνὸς ἐγεννήθησαν, καὶ ταῦτα νενεκρωμένου, καθὼς τὰ ἄστρα τοῦ
οὐρανοῦ τῷ πλήθει καὶ ὡς ἡ ἄμμος ἡ παρὰ τὸ χεῖλος τῆς θαλάσσης ἡ ἀναρίθμητος.
13 Κατὰ πίστιν ἀπέθανον οὗτοι πάντες, μὴ λαβόντες τὰς ἐπαγγελίας ἀλλὰ πόρρωθεν αὐτὰς ἰδόντες καὶ
ἀσπασάμενοι καὶ ὁμολογήσαντες ὅτι ξένοι καὶ παρεπίδημοί εἰσιν ἐπὶ τῆς γῆς. 14 οἱ γὰρ τοιαῦτα λέγοντες
ἐμφανίζουσιν ὅτι πατρίδα ἐπιζητοῦσιν. 15 καὶ εἰ μὲν ἐκείνης ἐμνημόνευον ἀφ’ ἧς ἐξέβησαν, εἶχον ἂν καιρὸν
ἀνακάμψαι· 16 νῦν δὲ κρείττονος ὀρέγονται, τοῦτ’ ἔστιν ἐπουρανίου. διὸ οὐκ ἐπαισχύνεται αὐτοὺς ὁ θεὸς θεὸς
ἐπικαλεῖσθαι αὐτῶν· ἡτοίμασεν γὰρ αὐτοῖς πόλιν.
17 Πίστει προσενήνοχεν Ἀβραὰμ τὸν Ἰσαὰκ πειραζόμενος καὶ τὸν μονογενῆ προσέφερεν, ὁ τὰς ἐπαγγελίας
ἀναδεξάμενος, 18 πρὸς ὃν ἐλαλήθη ὅτι
ἐν Ἰσαὰκ κληθήσεταί σοι σπέρμα,
19 λογισάμενος ὅτι καὶ ἐκ νεκρῶν ἐγείρειν δυνατὸς ὁ θεός, ὅθεν αὐτὸν καὶ ἐν παραβολῇ ἐκομίσατο.
20 Πίστει καὶ περὶ μελλόντων εὐλόγησεν Ἰσαὰκ τὸν Ἰακὼβ καὶ τὸν Ἠσαῦ.
21 Πίστει Ἰακὼβ ἀποθνῄσκων ἕκαστον τῶν υἱῶν Ἰωσὴφ εὐλόγησεν καὶ προσεκύνησεν ἐπὶ τὸ ἄκρον τῆς ῥάβδου
αὐτοῦ.
22 Πίστει Ἰωσὴφ τελευτῶν περὶ τῆς ἐξόδου τῶν υἱῶν Ἰσραὴλ ἐμνημόνευσεν καὶ περὶ τῶν ὀστέων αὐτοῦ
ἐνετείλατο.
23 Πίστει Μωϋσῆς γεννηθεὶς ἐκρύβη τρίμηνον ὑπὸ τῶν πατέρων αὐτοῦ, διότι εἶδον ἀστεῖον τὸ παιδίον καὶ οὐκ
ἐφοβήθησαν τὸ διάταγμα τοῦ βασιλέως.
24 Πίστει Μωϋσῆς μέγας γενόμενος ἠρνήσατο λέγεσθαι υἱὸς θυγατρὸς Φαραώ, 25 μᾶλλον ἑλόμενος
συγκακουχεῖσθαι τῷ λαῷ τοῦ θεοῦ ἢ πρόσκαιρον ἔχειν ἁμαρτίας ἀπόλαυσιν, 26 μείζονα πλοῦτον ἡγησάμενος τῶν
Αἰγύπτου θησαυρῶν τὸν ὀνειδισμὸν τοῦ Χριστοῦ· ἀπέβλεπεν γὰρ εἰς τὴν μισθαποδοσίαν.
27 Πίστει κατέλιπεν Αἴγυπτον μὴ φοβηθεὶς τὸν θυμὸν τοῦ βασιλέως· τὸν γὰρ ἀόρατον ὡς ὁρῶν ἐκαρτέρησεν.
28 Πίστει πεποίηκεν τὸ πάσχα καὶ τὴν πρόσχυσιν τοῦ αἵματος, ἵνα μὴ ὁ ὀλοθρεύων τὰ πρωτότοκα θίγῃ αὐτῶν.
29 Πίστει διέβησαν τὴν ἐρυθρὰν θάλασσαν ὡς διὰ ξηρᾶς γῆς, ἧς πεῖραν λαβόντες οἱ Αἰγύπτιοι κατεπόθησαν.
30 Πίστει τὰ τείχη Ἰεριχὼ ἔπεσαν κυκλωθέντα ἐπὶ ἑπτὰ ἡμέρας.
31 Πίστει Ῥαὰβ ἡ πόρνη οὐ συναπώλετο τοῖς ἀπειθήσασιν δεξαμένη τοὺς κατασκόπους μετ’ εἰρήνης.
32 Καὶ τί ἔτι λέγω; ἐπιλείψει με γὰρ διηγούμενον ὁ χρόνος περὶ Γεδεών, Βαράκ, Σαμψών, Ἰεφθάε, Δαυίδ τε καὶ
Σαμουὴλ καὶ τῶν προφητῶν, 33 οἳ διὰ πίστεως κατηγωνίσαντο βασιλείας, εἰργάσαντο δικαιοσύνην, ἐπέτυχον
ἐπαγγελιῶν, ἔφραξαν στόματα λεόντων, 34 ἔσβεσαν δύναμιν πυρός, ἔφυγον στόματα μαχαίρης, ἐδυναμώθησαν
ἀπὸ ἀσθενείας, ἐγενήθησαν ἰσχυροὶ ἐν πολέμῳ, παρεμβολὰς ἔκλιναν ἀλλοτρίων.
35 Ἔλαβον γυναῖκες ἐξ ἀναστάσεως τοὺς νεκροὺς αὐτῶν· ἄλλοι δὲ ἐτυμπανίσθησαν οὐ προσδεξάμενοι τὴν
ἀπολύτρωσιν, ἵνα κρείττονος ἀναστάσεως τύχωσιν· 36 ἕτεροι δὲ ἐμπαιγμῶν καὶ μαστίγων πεῖραν ἔλαβον, ἔτι δὲ
δεσμῶν καὶ φυλακῆς· 37 ἐλιθάσθησαν, ἐπρίσθησαν, ἐν φόνῳ μαχαίρης ἀπέθανον, περιῆλθον ἐν μηλωταῖς, ἐν
αἰγείοις δέρμασιν, ὑστερούμενοι, θλιβόμενοι, κακουχούμενοι, 38 ὧν οὐκ ἦν ἄξιος ὁ κόσμος, ἐπὶ ἐρημίαις
πλανώμενοι καὶ ὄρεσιν καὶ σπηλαίοις καὶ ταῖς ὀπαῖς τῆς γῆς.
39 Καὶ οὗτοι πάντες μαρτυρηθέντες διὰ τῆς πίστεως οὐκ ἐκομίσαντο τὴν ἐπαγγελίαν, 40 τοῦ θεοῦ περὶ ἡμῶν
κρεῖττόν τι προβλεψαμένου, ἵνα μὴ χωρὶς ἡμῶν τελειωθῶσιν.

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1 Τοιγαροῦν καὶ ἡμεῖς τοσοῦτον ἔχοντες περικείμενον ἡμῖν νέφος μαρτύρων, ὄγκον ἀποθέμενοι πάντα καὶ τὴν
εὐπερίστατον ἁμαρτίαν, δι’ ὑπομονῆς τρέχωμεν τὸν προκείμενον ἡμῖν ἀγῶνα 2 ἀφορῶντες εἰς τὸν τῆς πίστεως
ἀρχηγὸν καὶ τελειωτὴν Ἰησοῦν, ὃς ἀντὶ τῆς προκειμένης αὐτῷ χαρᾶς ὑπέμεινεν σταυρὸν αἰσχύνης καταφρονήσας
ἐν δεξιᾷ τε τοῦ θρόνου τοῦ θεοῦ κεκάθικεν. 3 ἀναλογίσασθε γὰρ τὸν τοιαύτην ὑπομεμενηκότα ὑπὸ τῶν
ἁμαρτωλῶν εἰς ἑαυτὸν ἀντιλογίαν, ἵνα μὴ κάμητε ταῖς ψυχαῖς ὑμῶν ἐκλυόμενοι.
4 Οὔπω μέχρις αἵματος ἀντικατέστητε πρὸς τὴν ἁμαρτίαν ἀνταγωνιζόμενοι. 5 καὶ ἐκλέλησθε τῆς παρακλήσεως,
ἥτις ὑμῖν ὡς υἱοῖς διαλέγεται·
υἱέ μου, μὴ ὀλιγώρει παιδείας κυρίου
μηδὲ ἐκλύου ὑπ’ αὐτοῦ ἐλεγχόμενος·
6 ὃν γὰρ ἀγαπᾷ κύριος παιδεύει,
μαστιγοῖ δὲ πάντα υἱὸν ὃν παραδέχεται.
7 εἰς παιδείαν ὑπομένετε, ὡς υἱοῖς ὑμῖν προσφέρεται ὁ θεός. τίς γὰρ υἱὸς ὃν οὐ παιδεύει πατήρ; 8 εἰ δὲ χωρίς ἐστε
παιδείας ἧς μέτοχοι γεγόνασιν πάντες, ἄρα νόθοι καὶ οὐχ υἱοί ἐστε. 9 εἶτα τοὺς μὲν τῆς σαρκὸς ἡμῶν πατέρας
εἴχομεν παιδευτὰς καὶ ἐνετρεπόμεθα· οὐ πολὺ [δὲ] μᾶλλον ὑποταγησόμεθα τῷ πατρὶ τῶν πνευμάτων καὶ ζήσομεν;
10 οἱ μὲν γὰρ πρὸς ὀλίγας ἡμέρας κατὰ τὸ δοκοῦν αὐτοῖς ἐπαίδευον, ὁ δὲ ἐπὶ τὸ συμφέρον εἰς τὸ μεταλαβεῖν τῆς
ἁγιότητος αὐτοῦ. 11 πᾶσα δὲ παιδεία πρὸς μὲν τὸ παρὸν οὐ δοκεῖ χαρᾶς εἶναι ἀλλὰ λύπης, ὕστερον δὲ καρπὸν
εἰρηνικὸν τοῖς δι’ αὐτῆς γεγυμνασμένοις ἀποδίδωσιν δικαιοσύνης.
12 Διὸ τὰς παρειμένας χεῖρας καὶ τὰ παραλελυμένα γόνατα ἀνορθώσατε, 13 καὶ τροχιὰς ὀρθὰς ποιεῖτε τοῖς ποσὶν
ὑμῶν, ἵνα μὴ τὸ χωλὸν ἐκτραπῇ, ἰαθῇ δὲ μᾶλλον.
14 Εἰρήνην διώκετε μετὰ πάντων καὶ τὸν ἁγιασμόν, οὗ χωρὶς οὐδεὶς ὄψεται τὸν κύριον, 15 ἐπισκοποῦντες μή τις
ὑστερῶν ἀπὸ τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ, μή τις ῥίζα πικρίας ἄνω φύουσα ἐνοχλῇ καὶ δι’ αὐτῆς μιανθῶσιν πολλοί, 16 μή
τις πόρνος ἢ βέβηλος ὡς Ἠσαῦ, ὃς ἀντὶ βρώσεως μιᾶς ἀπέδετο τὰ πρωτοτόκια ἑαυτοῦ. 17 ἴστε γὰρ ὅτι καὶ
μετέπειτα θέλων κληρονομῆσαι τὴν εὐλογίαν ἀπεδοκιμάσθη, μετανοίας γὰρ τόπον οὐχ εὗρεν καίπερ μετὰ
δακρύων ἐκζητήσας αὐτήν.
18 Οὐ γὰρ προσεληλύθατε ψηλαφωμένῳ καὶ κεκαυμένῳ πυρὶ καὶ γνόφῳ καὶ ζόφῳ καὶ θυέλλῃ 19 καὶ σάλπιγγος
ἤχῳ καὶ φωνῇ ῥημάτων, ἧς οἱ ἀκούσαντες παρῃτήσαντο μὴ προστεθῆναι αὐτοῖς λόγον, 20 οὐκ ἔφερον γὰρ τὸ
διαστελλόμενον· κἂν θηρίον θίγῃ τοῦ ὄρους, λιθοβοληθήσεται· 21 καί, οὕτως φοβερὸν ἦν τὸ φανταζόμενον,
Μωϋσῆς εἶπεν· ἔκφοβός εἰμι καὶ ἔντρομος. 22 ἀλλὰ προσεληλύθατε Σιὼν ὄρει καὶ πόλει θεοῦ ζῶντος, Ἰερουσαλὴμ
ἐπουρανίῳ, καὶ μυριάσιν ἀγγέλων, πανηγύρει 23 καὶ ἐκκλησίᾳ πρωτοτόκων ἀπογεγραμμένων ἐν οὐρανοῖς καὶ
κριτῇ θεῷ πάντων καὶ πνεύμασιν δικαίων τετελειωμένων 24 καὶ διαθήκης νέας μεσίτῃ Ἰησοῦ καὶ αἵματι
ῥαντισμοῦ κρεῖττον λαλοῦντι παρὰ τὸν Ἅβελ.
25 Βλέπετε μὴ παραιτήσησθε τὸν λαλοῦντα· εἰ γὰρ ἐκεῖνοι οὐκ ἐξέφυγον ἐπὶ γῆς παραιτησάμενοι τὸν
χρηματίζοντα, πολὺ μᾶλλον ἡμεῖς οἱ τὸν ἀπ’ οὐρανῶν ἀποστρεφόμενοι, 26 οὗ ἡ φωνὴ τὴν γῆν ἐσάλευσεν τότε, νῦν
δὲ ἐπήγγελται λέγων·
ἔτι ἅπαξ ἐγὼ σείσω οὐ μόνον τὴν γῆν ἀλλὰ καὶ τὸν οὐρανόν.
27 τὸ δὲ ἔτι ἅπαξ δηλοῖ [τὴν] τῶν σαλευομένων μετάθεσιν ὡς πεποιημένων, ἵνα μείνῃ τὰ μὴ σαλευόμενα.
28 Διὸ βασιλείαν ἀσάλευτον παραλαμβάνοντες ἔχωμεν χάριν, δι’ ἧς λατρεύωμεν εὐαρέστως τῷ θεῷ μετὰ
εὐλαβείας καὶ δέους· 29 καὶ γὰρ ὁ θεὸς ἡμῶν πῦρ καταναλίσκον.

13
1 Ἡ φιλαδελφία μενέτω. 2 τῆς φιλοξενίας μὴ ἐπιλανθάνεσθε, διὰ ταύτης γὰρ ἔλαθόν τινες ξενίσαντες ἀγγέλους. 3
μιμνῄσκεσθε τῶν δεσμίων ὡς συνδεδεμένοι, τῶν κακουχουμένων ὡς καὶ αὐτοὶ ὄντες ἐν σώματι.
4 Τίμιος ὁ γάμος ἐν πᾶσιν καὶ ἡ κοίτη ἀμίαντος, πόρνους γὰρ καὶ μοιχοὺς κρινεῖ ὁ θεός.
5 Ἀφιλάργυρος ὁ τρόπος, ἀρκούμενοι τοῖς παροῦσιν. αὐτὸς γὰρ εἴρηκεν· οὐ μή σε ἀνῶ οὐδ’ οὐ μή σε ἐγκαταλίπω, 6
ὥστε θαρροῦντας ἡμᾶς λέγειν·
κύριος ἐμοὶ βοηθός, [καὶ] οὐ φοβηθήσομαι,
τί ποιήσει μοι ἄνθρωπος;
7 Μνημονεύετε τῶν ἡγουμένων ὑμῶν, οἵτινες ἐλάλησαν ὑμῖν τὸν λόγον τοῦ θεοῦ, ὧν ἀναθεωροῦντες τὴν ἔκβασιν
τῆς ἀναστροφῆς μιμεῖσθε τὴν πίστιν. 8 Ἰησοῦς Χριστὸς ἐχθὲς καὶ σήμερον ὁ αὐτὸς καὶ εἰς τοὺς αἰῶνας.
9 Διδαχαῖς ποικίλαις καὶ ξέναις μὴ παραφέρεσθε· καλὸν γὰρ χάριτι βεβαιοῦσθαι τὴν καρδίαν, οὐ βρώμασιν ἐν οἷς
οὐκ ὠφελήθησαν οἱ περιπατοῦντες. 10 ἔχομεν θυσιαστήριον ἐξ οὗ φαγεῖν οὐκ ἔχουσιν ἐξουσίαν οἱ τῇ σκηνῇ
λατρεύοντες. 11 ὧν γὰρ εἰσφέρεται ζῴων τὸ αἷμα περὶ ἁμαρτίας εἰς τὰ ἅγια διὰ τοῦ ἀρχιερέως, τούτων τὰ
σώματα κατακαίεται ἔξω τῆς παρεμβολῆς.
12 Διὸ καὶ Ἰησοῦς, ἵνα ἁγιάσῃ διὰ τοῦ ἰδίου αἵματος τὸν λαόν, ἔξω τῆς πύλης ἔπαθεν. 13 τοίνυν ἐξερχώμεθα πρὸς
αὐτὸν ἔξω τῆς παρεμβολῆς τὸν ὀνειδισμὸν αὐτοῦ φέροντες· 14 οὐ γὰρ ἔχομεν ὧδε μένουσαν πόλιν ἀλλὰ τὴν
μέλλουσαν ἐπιζητοῦμεν.

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15 Δι’ αὐτοῦ [οὖν] ἀναφέρωμεν θυσίαν αἰνέσεως διὰ παντὸς τῷ θεῷ, τοῦτ’ ἔστιν καρπὸν χειλέων ὁμολογούντων
τῷ ὀνόματι αὐτοῦ. 16 τῆς δὲ εὐποιΐας καὶ κοινωνίας μὴ ἐπιλανθάνεσθε· τοιαύταις γὰρ θυσίαις εὐαρεστεῖται ὁ
θεός.
17 Πείθεσθε τοῖς ἡγουμένοις ὑμῶν καὶ ὑπείκετε, αὐτοὶ γὰρ ἀγρυπνοῦσιν ὑπὲρ τῶν ψυχῶν ὑμῶν ὡς λόγον
ἀποδώσοντες, ἵνα μετὰ χαρᾶς τοῦτο ποιῶσιν καὶ μὴ στενάζοντες· ἀλυσιτελὲς γὰρ ὑμῖν τοῦτο.
18 Προσεύχεσθε περὶ ἡμῶν· πειθόμεθα γὰρ ὅτι καλὴν συνείδησιν ἔχομεν, ἐν πᾶσιν καλῶς θέλοντες
ἀναστρέφεσθαι. 19 περισσοτέρως δὲ παρακαλῶ τοῦτο ποιῆσαι, ἵνα τάχιον ἀποκατασταθῶ ὑμῖν.
20 Ὁ δὲ θεὸς τῆς εἰρήνης, ὁ ἀναγαγὼν ἐκ νεκρῶν τὸν ποιμένα τῶν προβάτων τὸν μέγαν ἐν αἵματι διαθήκης
αἰωνίου, τὸν κύριον ἡμῶν Ἰησοῦν, 21 καταρτίσαι ὑμᾶς ἐν παντὶ ἀγαθῷ εἰς τὸ ποιῆσαι τὸ θέλημα αὐτοῦ, ποιῶν ἐν
ἡμῖν τὸ εὐάρεστον ἐνώπιον αὐτοῦ διὰ Ἰησοῦ Χριστοῦ, ᾧ ἡ δόξα εἰς τοὺς αἰῶνας [τῶν αἰώνων], ἀμήν.
22 Παρακαλῶ δὲ ὑμᾶς, ἀδελφοί, ἀνέχεσθε τοῦ λόγου τῆς παρακλήσεως, καὶ γὰρ διὰ βραχέων ἐπέστειλα ὑμῖν.
23 Γινώσκετε τὸν ἀδελφὸν ἡμῶν Τιμόθεον ἀπολελυμένον, μεθ’ οὗ ἐὰν τάχιον ἔρχηται ὄψομαι ὑμᾶς.
24 Ἀσπάσασθε πάντας τοὺς ἡγουμένους ὑμῶν καὶ πάντας τοὺς ἁγίους. Ἀσπάζονται ὑμᾶς οἱ ἀπὸ τῆς Ἰταλίας.
25 Ἡ χάρις μετὰ πάντων ὑμῶν.

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BIBLIOGRAFIA
(citada e consultada)
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2000.
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Campos: Revista Edificação, 1997.
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HEBREWS: THE INTERNATIONAL CRITICAL COMMENTARY. Edinburgh: T. & T. Clark,
1963.
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Paulo: Paulinas [Paulus], 1983.
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WILEY, Orton H. A EXCELÊNCIA DA NOVA ALIANÇA EM CRISTO: COMENTÁRIO EXAUSTIVO
DA CARTA AOS HEBREUS. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2009.

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NT212-HEBREUS
QUESTIONÁRIO DA DISCIPLINA
1. “Hebreus começa como um _______, transcorre como um _______ e termina como uma __________.”
2. Quais algumas características que nos ajudam conhecer o autor de Hebreus?
3. Quais 3 possíveis autores de Hebreus, além de Paulo?
4. Cite algumas provas contra a autoria Paulina.
5. Cite algumas provas a favor da autoria Paulina.
6. Qual o título que o autor dá aos seus escritos? [Hb 13.22] Como este título contribui para nossa
compreensão da obra? Qual o objetivo do autor, conforme o seu título?
7. Quais são 3 destinatários possíveis para Hebreus?
8. Quais são provas de que o autor conhecia os destinatários.
9. Quando a carta foi escrita?
10. Qual a ocasião e a situação geradora da carta?
11. Como os elementos culturais de Patronato/clientelismo e de honra/vergonha são visíveis na carta?
12. Que tipo de recurso retórico e estilístico encontra-se em Hebreus?
13. Quais são divisões marcantes do livro?
14. Faça um esboço seu de Hebreus e decore-o.
15. Quem é um personagem do livro de Atos, bem conhecido, citado em Hebreus?
16. Pense nos objetivos principais do livro, tanto em termos de conteúdo como em termos de estratégia
literária.
17. Quais as dificuldades que Hebreus teve para ser aceita por todos?
18. Cite os 4 “impossíveis de Hebreus”.
19. Cite 3 argumentos a fortiori [qal waqhomer] de Hebreus.
20. Cite 2 palavras-chave do livro e mostre onde ocorrem.
CAP. 1
21. Quem são os “pais” e quem são os “profetas” no início do cap.1?
22. Quando começaram os “últimos dias?”
23. Que tipo de argumento o autor usa no Cap. 1, quando cita textos do VT para falar sobre Jesus e os anjos?
24. Dê 9 qualidades ou atributos de Jesus baseado em Hb 1.2-4.
25. Quais são 6 qualidades de Jesus Cristo que mostram que ele é superior aos anjos e divino em Hb 1.5-14?
26. Qual é o ‘nome’ que ele herdou?
27. Como Jesus foi ‘gerado’? O que isto significa?
28. Quais os sentidos de primogênito? Qual se aplica a Jesus?
29. Qual a relação entre Jesus e a criação?
30. Qual a relação entre Jesus e os anjos?
31. Qual a relação entre Jesus e Deus?
CAP. 2
32. Qual o texto que marca a primeira pausa de exortação desta obra? Quais são as outras pausas ou quebras
de argumento para fazer exortação?
33. Qual a diferença entre transgressão e desobediência em Hb 2.2?
34. Quais são 5 qualidades de Jesus que mostram que ele é superior aos anjos em Hb 2.5-18?
35. Como Hb 2.1-4 testemunham sobre a obra do Espírito Santo passada e presente?
36. Em Hb 2.1-4, qual a grande diferença entre o VT e o NT?
37. O que é o mundo que há de vir?
38. Por que Cristo teve que morrer (Hb 2)?
39. Como é que Jesus foi aperfeiçoado? Isto implica em alguma falha ou fraqueza?
40. Qual é a única qualidade comum a todos os homens conscientes que Jesus não experimentou?
41. O que é propiciação?
42. Por que foi tão importante que Jesus se tornasse homem como nós?
43. Qual a maior arma do diabo?
44. Quem é a descendência de Abraão, conforme o autor de Hebreus?
CAP. 3
45. Se a questão é de comparar a honra de duas casas ou famílias, como os antigos encaravam o assunto?
46. Qual a razão da importância de Moisés no judaísmo?
47. Qual a profecia que anunciava um novo Moisés?
48. Compare Jesus e Moisés em Hb 3.4-6. [3 comparações]
49. Quais são 6 atributos de Jesus em Hb 3.1-6?
50. Do que o trabalho de Moisés testemunhava? (Hb 3.5)
51. Qual o conteúdo de nossa confissão?
52. Quais 3 expressões que mostram o privilégio dos cristãos em relação à antiga aliança?
53. Que significam as palavras Massá e Meribá? O que os termos têm a ver com os eventos ocorridos lá?
54. Qual o perigo para os cristãos, conforme Hb 3?
55. Que significa tornar-se participante de Cristo?
56. Qual a importância da palavra HOJE neste capítulo e no argumento do autor?
57. Compare a jornada dos Israelitas e a nossa jornada?
CAP. 4
58. De que os cristãos devem ter medo, conforme Hb 4?

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59. Quais foram as ‘boas-novas’ de Israel?


60. Quais os significados de DESCANSO em Hb 4?
61. Como é que os cristãos entram no descanso?
62. Qual o significado do nome Josué? Que descanso ele deu para Israel?
63. Qual a comparação entre Josué e Jesus neste capítulo?
64. Compare também o descanso que tiveram os israelitas e no nosso descanso.
65. O que o cristão tem que fazer para não perder o descanso? (Hb 4.11)
66. Quais são 5 qualidades da palavra julgadora de Deus em Hb 4.12-13?
67. Quais as razões para não distingüir alma e espírito como partes diferentes do homem?
68. Quais 6 razões (pelo menos) pelas quais Jesus é nosso grande Sumo-Sacerdote? Hb 4.14-16
69. Quais qualificações de Jesus são sublinhadas pelo fato dele ter sido humano?
CAP. 5
70. Quais são os dois requisitos fundamentais para ser um sumo-sacerdote de Israel? Explique o porquê de
cada um deles.
71. Quais são as 5 qualidades do Sumo-Sacerdote de Israel, para o exercício de sua atividade, conforme Hb 5.1-
1?
72. Quem são os beneficiários dos sacrifícios oferecidos pelos sumos-sacedotes de Israel?
73. Existe diferença entre “dons” e “sacrifícios”? Explique.
74. Quem, no tempo de Moisés, tentou tomar o sacerdócio sem ser chamado por Deus? O que ocorreu?
75. Como é que Jesus cumpriu os requisitos para ser sumo-sacerdote conforme Hebreus 5.5-10?
76. Qual o problema com a linhagem de Jesus, para o exercício do Sumo-Sacerdócio?
77. O que o autor de Hebreus quer dizer com: “tendo sido ouvido por causa de sua piedade”m (5.7)?
78. Quem foi Melquisedeque?
79. Qual a marca da transição para a exortação em 5.11? Qual a inclusão que circunscreve o assunto desta
exortação?
80. Qual o problema dos leitores de Hebreus, conforme narrado em 5.11-14?
81. Quais 3 provas desta situação nos versos 11, 12 e 14?
82. O que são os ‘princípios elementares’ do verso 12?
83. Em que sentido ser criança é bom e em que sentido é ruim? O que isto nos ensina sobre o uso de
metáforas, símiles e linguagem figurada na Bíblia?
CAP. 6
84. O que é caracteriza “o que é perfeito” ou “maduro” para o autor de Hebreus?
85. Explique os 6 itens da lista do versos 2 e 3.
86. Quais são 4 privilégios de todo cristão descritos em 6.4-6?
87. É possível pensar “Uma vez salvo, sempre salvo”? Como os calvinistas explicam este texto?
88. Qual o significado de ‘ser iluminado’ em Hebreus e na história posterior?
89. Por que é impossível o arrependimento dos que caíram conforme Hebreus 6?
90. Que significa ‘crucificar para si mesmos o Filho de Deus’?
91. Qual o encorajamento ao progresso na fé, baseado no passado (6.9-12)?
92. Qual o encorajamento ao progresso na fé, baseado na Escritura (6.13-20)?
93. Quais são as duas coisas imutáveis sobre as quais Deus não mente?
94. O que é o véu? O que a âncora veio a simbolizar?
CAP. 7
95. Em que sentido a regra rabínica de intepretação Gezerah Shawah aplica-se ao raciocínio sobre Cristo e
Melquisedeque?
96. Quais as duas funções de Melquisedeque que o aproximam de Jesus?
97. Qual o sentido do nome Melquisedeque e como isto tem a ver com Jesus?
98. Porque o termo “rei de Paz” é aplicado a Melquisedeque?
99. O que Hebreus quer dizer com o fato de Melquisedeque não ter pai, mãe, genealogia, início e fim?
100. Quem se assemelha a quem: Cristo a Melquisedeque ou Melquisedeque a Cristo? Explique a razão
disto. Como isto tem sabor de um ‘leve platonismo’?
101. Quais são os três argumentos principais para afirmar a superioridade do Sacerdócio de Cristo
sobre o Sacerdócio de Arão conforme Hb 7.4-28?
102. Quais os 5 argumentos de Hb 7.4-10?
103. Quais são as 4 afirmações de Hb 7.11-19?
104. Explique Hb 7.19 – ‘a lei não aperfeiçoou coisa alguma’?
105. Quais são as evidências de superioridade do sacerdócio de Cristo em Hb 7.20-28?
106. Faça uma grande comparação entre o sacerdócio de Arão e o de Cristo.
CAP. 8
107. Qual a idéia e comparação dominante em Hb 1-7? Qual o tema ou idéia dominante a partir de Hb
8?
108. Quais os 4 aspectos da superioridade do Cristianismo resaltado em Hb 8.1-10.18?
109. Qual grande síntese do pensamento apresentada em Hb 8.1?
110. O que impediria Jesus de ser sacerdote nos dias de sua carne?
111. Como a idéia de padrão é ensinada em Hebreus?
112. Quais as 3 coisas que melhoraram em Hebreus 8.6-13?
113. Que significa que Jesus é “mediador” em Hb 8.6?

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114. Como o autor de Hebreus interpreta a profecia de Jeremias 31.31-34? [use as palavras dele]
115. Quais 5 idéias da profecia de Jeremias sobre a nova aliança?
CAP. 9
116. Faça um esquema do tabernáculo, dando os nomes para cada peça?
117. Qual um problema com esta descrição do tabernáculo?
118. Qual é a parábola de Hebreus 9.9?Explique.
119. Qual a ineficácia da lei, conforme Hb 9.9-10?
120. Quais os contrastes entre o sistema antigo de culto e o novo em Hb 9.11-14? Onde está o ‘qal
wahomer’ nestes versos?
121. Qual o jogo de palavras com aliança e testamento em Hebreus 9.15-22?
122. Qual a razão da morte de Jesus (Hb 9.15-22)?
123. Porque o ‘quase’ de verso 22?
124. Qual a figura e qual a realidade em Hb 9.23-26?
125. Qual o ponto de Hebreus 9.27-28? Quais lições associadas a isto?
CAP. 10
126. Como a relação sombra-realidade explica a ineficácia dos ritos do Velho Testamento?
127. O que o autor quer afirmar ao dizer que o “Yom Kippur” recordava pecados e não perdoava
pecados?
128. Se é impossível que o sangue de bodes e de touros remova pecados, qual sua razão de ser na Velha
Aliança?
129. Qual o uso do Salmo 40 para afirmar a vacuidade dos sacrifícios animais e o valor do sacrifício de
Cristo?
130. Traçe o contraste entre o “Dia da Expiação” e o sacrifício de Cristo conforme Hb 10.10-18.
131. Quais são os grande conselhos de Hb 9.19-25 para ficar firme na fé?
132. O que significa “dia” em Hb 9.25? [cite razões e outros textos]
133. Dê a razão para a advertência de Hb 10.26-31 ser tão severa? Com que outros textos severos da
carta ela é comparável?
134. Explique o ‘qal wahomer’ em Hb 10.28-29.
135. Que tipo de problemas a comunidade já tinha enfrentado no passado, conforme Hb 10.32-39?
136. Qual é a grande necessidade do grupo, no atual momento de sua caminhada?
137. Qual é o uso de Hc 2 neste contexto? Compare com seu uso em Romanos e em Gálatas.
CAP. 11
138. Como esta definição de fé é abrangente e como é específica para este capítulo?
139. Faça uma lista dos heróis da fé, nomeados em Hb 11.
140. Como funcionam os versos 2 e 39 em relação à unidade literária do capítulo 11 de Hebreus? Como
eles ajudam a dar o sentido do capítulo?
141. Como Hb 6.6 relaciona-se com Hb 11.1 e com os versos 2 e 39?
142. Encontre os textos e histórias do VT e do judaísmo antigo que correspondem aos versos 33-37.
143. O que faltou para os heróis da fé que não falta para nós?
144. Qual é o texto que marca a conclusão de Hb 11?
CAP. 12
145. Quem são os componentes da nuvem de testemunhas?
146. Quais são os elementos da metáfora da vida cristã como uma carreira atlética? [faça uma
comparação ponto a ponto com os elementos de Hb 12]
147. Qual é o alvo de olhar para Jesus?
148. Conforme Hb 12.4-11 o que as dificuldades da vida cristã provam [quatro itens]?
149. Quais os conselhos práticos positivos e negativos de Hb 12.12-17?
150. O que o autor quer provar com o contraste entre o Sinai e o Sião?
151. Explique o ‘qal wahomer’ de v.25-26.
152. Qual a conseqüência prática de nosso reino ser inabalável?
CAP. 13
153. Quais são as duas grandes áreas de exortação em Hb 13.1-17?
154. Quais os 3 grandes grupos de mandamentos em v.1-6?
155. Qual o elemento que marca o início e o fim do bloco dos versos 7-18?
156. Qual a relevância destes elementos para a consecução dos conselhos de v. 7-18?
157. Quem são os guias? Qual o tipo de trabalho que fazem?
158. Qual é o nosso altar?
159. Qual o sentido prático, para os cristãos, do fato de Cristo ter morrido fora de Jerusalém?
160. Na cultura de honra/vergonha, como o conselho de Hb 13.13 soaria?
161. Quais são os nossos sacrifícios a Deus, na Nova Aliança?
162. Em que a menção de boa consciência e de restituição ajudaria a comunidade leitora da carta?
163. Qual o tema da ‘oração final’ de Hebreus?
164. Como o autor denomina sua obra? Qual é o recurso usado para falar da sua brevidade?
165. Qual o sentido de ‘os da Itália’?

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