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IBADEG

INSTITUTO EDUCACIONAL TEO LÓGI CO DO G AMA

LIVRO TEXTO:

O Pentateuco
EDIÇÃO 2022

Pr. Egmar Tavares da Silva


Todos os Direitos reservados pela lei dos Direitos
Autorais 9.610/98. Nenhuma parte deste livro poderá ser
reproduzida, sob quaisquer meios. (eletrônico, fotográfico e
outros).
O conteúdo original da obra é de total e exclusiva
responsabilidade do autor.

Sobre o livro: Pentateuco


Categoria: (Ensino Teológico)
12ª Edição – Julho de 2016
Tiragem: 500 Exemplares
Autoria e Pesquisas: Pr. Egmar Tavares da Silva.
Revisão Teológica: Pr. Antonio Veras de Sousa
Revisão Textual: Profª. Clenilda Mendes Lopes Siqueira
Digitação: Alessandra Vieira de Sousa
Capa: HBL Editora
Diagramação: HBL Editora
Editoração: HBL Editora
Formato: 14x 21 cm
Editora: HBL Editora
Telefone: (61) 3394-7846/ 3394-0557
Impresso em Brasília - Brasil
Palavra do Presidente

Tenho-me por privilegiado e escolhido de Deus ao


receber a incumbência de criar o IBADEG – Instituto
Bíblico das Assembleias de Deus do Gama, porque
sei da importância que isto representa para o segmento
Evangélico.
Chegamos para fazer a diferença na área do ensino
teológico, não somos apenas mais um instituto no mercado,
somos o IBADEG; tudo aquilo que com certeza vai somar
para a boa formação de obreiros e líderes com o ensino de
qualidade em nível médio, regime presencial e à distância
a baixo custo e com comodidade, aproveitando o seu tempo
disponível.
A Bíblia afirma no livro do profeta Oséias 4.6: “O
meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento.
Porque tu rejeitaste o conhecimento, também, eu te
rejeitarei”. Por isso, gostaríamos de incentivá-los à busca do
conhecimento que é fundamentado para o bom desempenho
das atividades ministeriais. Para isso, será necessário que
você tenha vontade, persistência, disciplina e, acima de
tudo, disposição.

EgmarTavares da Silva
Pastor Presidente
Como Estudar Com
Aproveitamento Este Livro
1) O estudo da Palavra de Deus deve ser precedido
de oração, na qual deve-se suplicar direção e iluminação do
alto, através do Santo Espírito de Deus que pode vitalizar
e capacitar a nossa mente.

2) Além da matéria a ser estudada com o livro-


texto, tenha à mão outros livros como fontes de consulta
e referência.
Exemplos:
* Bíblia, se possível em mais de uma versão.
* Dicionário bíblico.
* Concordância bíblica.
* Dicionário de Língua Portuguesa.
* Caderno de anotações.

3) Ao primeiro contato com a matéria, faça uma


leitura geral e não sublinhe nada. Não faça qualquer
anotação. Procure conhecer primeiro o conteúdo geral da
matéria em estudo.
Tendo já feito um reconhecimento da matéria, agora,
sim, passe ao estudo detalhado de cada lição, sublinhando
palavras e textos-chave. Faça anotações no caderno a isto
destinado.
Ao final de cada texto, feche o livro e tente
memorizar o que foi lido. Caso tenha alguma dificuldade,
volte ao livro texto.
Quando estiver seguro do seu aprendizado, passe a
responder às perguntas do questionário.
Confira suas respostas com a lição estudada, deixando em
branco as que não souber.
Não se esqueça: às vezes, estudamos muito e aprendemos
pouco ou nada, porque não usamos critérios lógicos e
racionais, colocando em segundo plano os métodos mais
fáceis.
Nada do que recomendamos acima terá valia se o
aluno, ao estudar cada matéria deste curso, não levar em
conta que estamos tratando de ensino metódico da Palavra
de Deus.
SUMÁRIO

Introdução.................................... 09

LivrodeGênesis............................ 13

Livro de Êxodo............................ 29

Livro de Levítico.......................... 43

LivrodeNúmeros.......................... 59

Livro de Deuteronômio................. 71
INTRODUÇÃO

O Pentateuco é, sem nenhum questionamento, a


porta de entrada da Bíblia, - é uma monumental narração
teológica das origens do mundo, do homem e do povo,
culminando no evento fundante da comunidade de
Israel: o êxodo de Israel do Egito. Apresenta os temas
fundamentais aos quais o resto da literatura bíblica sempre
vai recorrer.

Do ponto de vista das ciências da natureza, o


Pentateuco parece sem valor. Mas quando se leva em
consideração o gênero literário próprio, percebe-se que
a história da criação, contada em Gênesis, nada tem a
ver com a “história natural” dos manuais escolares. As
primeiras páginas da Bíblia são “teologia narrativa”.

Tratando do ser humano, constituem uma


antropologia teológica em forma narrativa. Apresentam
uma reflexão religiosa acerca do homem e do mundo,
mas, em vez de fundi-la num pedante discurso doutrinal,
expressam-se em forma de narração, bem mais adequada
à memória e à compreensão do povo (Johan-Konings).

Se fosse possível classificar a Bíblia e dividir


a suas partes em grau de importância para todos os
povos e nações, por tradição, os judeus diriam que sua
parte mais importante e fundamental seria o Pentateuco.
Encontramos assim, como primeira parte do Primeiro
Testamento, os cinco livros mais sagrados para os judeus:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
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Esses tentam reproduzir de modo “cronológico”


a história desse povo desde a criação do mundo até a
morte de Moisés, principal figura do judaísmo e também
principal personagem do Pentateuco. Em hebraico, ou
melhor, para os judeus, o Pentateuco é chamado Torá,
Livro da “Lei”, e é atribuído a Moisés, o legislador.

Crítica do Pentateuco.

Sem negar a inspiração divina do Pentateuco, o


estudioso tem o direito de investigar qual tenha sido o
autor humano de tal obra.
1º) Até o século XVI d. C., admitia-se que Moisés,
no séc. XIII a. C., tivesse escrito os cinco livros da Lei.
Em favor dessa tese, podem ser citados textos do Antigo
Testamento como: Êx.17 14.24,4; Nm. 33.2; Dt 31.9.
22.24... e do Novo Testamento: Jo. 5.45-47; Mt 8.4, 19.8;
Mc. 7.10; 12.26 - “Não penseis que vou acusar-vos perante
o Pai. Quem vos acusa é Moisés, em quem depositastes
vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, certamente
acreditaríeis também em mim, porque Moisés escreveu a
meu respeito. Se, porém não acreditais em seus escritos,
como acreditareis em minhas palavras?” (João. 5.45-47).

2º) Todavia, nos últimos séculos, o estudo


cuidadoso do Pentateuco mostrou que Moisés não parece
ser simplesmente o autor de toda essa obra. Eis os
principais argumentos que justificam este novo modo de
pensar:
A morte de Moisés é narrada em Dt. 34.5-6:
“Moisés, o servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moabe,
conforme a vontade do Senhor”.
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E ele o enterrou no vale, na terra de Moabe,


defronte de Bet-Fegor. Mas ninguém até hoje sabe onde
fica a sepultura. Dt. 34.5-6.

O Pentateuco é formado de várias partes, muitas


leis sagradas, que têm formas literárias diversas, grandes
ciclos de narrativas que contam o andar de Deus juntamente
com seu povo.
Toda a sua importância também se deve à sua simplicidade,
contando, de forma simples e clara, a história do povo e
de sua relação com Deus.

O povo judeu sempre deu muita importância


às suas tradições. Essa valorização o transformou em
um povo forte que resistiu até os dias de hoje. Eles se
identificam com as histórias de seus antepassados, e assim
também buscam viver as leis que Deus fez chegar até eles
ao longo de toda a história. Mas a Torá ou Pentateuco não
fala apenas aos judeus. Cada um que a lê se identifica
um pouco com o sofrimento, o caminhar, a libertação
(liberdade), a alegria, e a aliança. É o princípio da Bíblia
que já nos fala ao coração. A atualidade do Pentateuco
nos deixa admirado e comovido. Talvez por tudo isso
possamos dizer que é uma história de vida que fala para a
vida. Passado, Presente e Futuro.

No Pentateuco, Israel olha para o seu passado


e descobre Deus como alguém que o elege, protege e
conduz; vive com ele e age em seu favor mesmo quando
desobedece. Sente-se assim convidado a imitar a fidelidade
ao Deus das promessas, a exemplo de Abraão, Isaac, Jacó
e Moisés. Por isso as exigências do culto e da Lei devem
ser vistas como uma expressão do amor de Israel a Deus,
sobre todas as coisas.
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Gênesis
O livro de Gênesis é chamado pelos hebreus de
“Bereshit”, que é a palavra “princípio”, com a qual se
inicia a narrativa bíblica (Gn. 1:1) – “ No princípio, criou
Deus os céus e a terra”.

A denominação “Gênesis” foi dada pelos tradutores


das Escrituras para o grego (a Septuaginta), uma vez que a
mensagem deste livro é precisamente a das “origens”, das
“genealogias” não só do mundo como também do homem
e da nação israelita.

Obedecendo a sua divisão e os fatos cronológicos


registrados na seguinte ordem:

I - A criação.

II - A prova e a queda do homem.

III – A expulsão de Adão.

IV – O desgosto de Deus.

V – Renovação e repovoação.

VI – A chamada de Abraão.
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VII – Isaque Jacó e seus filhos.

VIII – Jacó e sua família transferem-se para o


Egito.

I - A criação

A palavra grega “Gênesis” quer dizer “origem”. O


livro de Gênesis, efetivamente, pode ser considerado “o
livro dos começos”, porque é nele que Deus dá notícia
ao homem de como tudo começou. Inicia dizendo como
foi criado o mundo e, posteriormente, como foi criado o
homem.

O autor leva o leitor para além do limite do tempo,


para a eternidade insondável, embora lhe faltem palavras
quando procura dar uma ideia do estado de coisas antes
do limite do tempo. Ele não dá uma indicação de data
tangível para este princípio. Sua narrativa retrocede no
tempo que precede o calendário dos acontecimentos.

É o que encontramos no primeiro verso da Bíblia,


uma profunda e abrangente revelação: “Criou Deus”
Gn 1.1. O povo de Deus, de todo os tempos, acredita na
sublime revelação divina e dos registros bíblicos. “Deus
o fez”.

O que nos parece mais importante no ato da criação


é a forma como Deus age, e o coloca na seguinte ordem:
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O primeiro dia.

Disse Deus: Haja luz. Com facilidade incrível


e ação deliberada, o Deus onipotente criou a luz. Ele
enunciou a Sua palavra, e instantaneamente a Sua vontade
foi realizada. Gn 1.3; “Os céus por sua palavra se fizeram,
e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. Pois ele falou,
e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.” Sl
33:6, 9.
A luz foi a resposta de Deus ao domínio das trevas.
Foi a primeira ação positiva do Senhor para concluir seu
integral programa da criação. Sem ela, os passos seguintes
seriam sem significado. O apóstolo João nos conta que
“Deus é luz” (I Jo1.5). “E viu Deus que era boa”.

Quando o criador olhou para o produto de sua


vontade, encontrou-o perfeitamente completo e admirável;
ficou satisfeito. Por esta razão esta declaração foi feita
sete vezes.

O segundo dia.

Firmamento (expansão) no meio das águas. A


palavra hebraica râquî’a, representa algo que foi batido
ou pressionado para cobrir uma superfície extensa. Deus
separa as águas sobre o firmamento, as águas da atmosfera,
as águas terrenas e as que estão debaixo do firmamento.

O terceiro dia.

O Senhor criou a terra e o reino vegetal.


Deus continua a dar forma ao mundo, pelo processo
de diferenciação. Por meio de seu poder divino fez
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a terra emergir de dentro da grande massa de água e


formou a porção seca. “Puseste às águas divisa que não
ultrapassarão, para que não tornem a cobrir a terra.” Sl
104.6-8; Jó 38.8-11.

Primeiro, ele separa as águas da porção seca.


A terra então produz a relva, as ervas, as árvores e a
vegetação de toda a espécie.

O quarto dia.

A criação do sol, da lua, e das estrelas. Uma


vez mais a descrição é geocêntrica, sem nenhum
constrangimento. Sobre isto, e sobre o aparecimento do
sol, da lua, e das estrelas. Por meio desses luminares, a
terra recebeu a luz necessária para o sustento da vida. Eles
deviam governar o dia e a noite (Gn 1.16), servirem de
sinais para as estações e dar luz a terra.

A narrativa torna claro que Deus os fez, e então


os colocou no devido lugar. De acordo com o esquema
divino, o sol, a luz, e as estrelas, todos foram criados para
a execução de Sua vontade específica.

O quinto dia.

Criação dos peixes e das aves. Disse também Deus:


“Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e
voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus.”
Gn. 1.20. Este versículo descreve o aparecimento súbito
de hostes de peixes e seres alados.
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O Senhor pronunciou sobre eles a Sua bênção e


ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem. O
progresso da atividade criadora de Deus subia na direção
da criação do homem.

O sexto dia.

Criação dos animais terrestres e das pessoas.


1º. - As criaturas brutas: animais domésticos e
selvagens Gn 1.24-31; 2.7-20.
2º. – As criaturas abençoadas, a quem foram dadas
duas coisas:
a) A imagem de Deus – (Gn. 1.26,27).
b) As instruções de Deus – (Gn. 1.26-31; 2.15-19).
(1) As pessoas devem reinar sobre toda a
natureza (Gn. 1.26,28).
(2) Encher a terra, conforme sua espécie Gn
1.28.
(3) Cultivar e cuidar de seu lindo lar: o
Jardim do Éden (Gn. 2.15).
(4) Comer o fruto de qualquer árvore, exceto
da árvore do conhecimento do bem e do mal Gn 2.16-17.
(5) E dar nomes a todas as demais criaturas
(Gn. 2.19-20).

O sétimo dia.

A obra consumada por Deus é selada segundo


a palavra “descansou” Gn. 2.3. Quando o Criador
pronunciou a sua aprovação sobre tudo o que tinha
feito, inclusive o homem, a coroa da criação, declarou a
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conclusão da obra. No momento não daria início a mais


nada. Entretanto, Ele santificou um dia de completo
descanso.

A palavra hebraica “sheibat” pode ser traduzida


para “desistiu”, “cessou” ou “interrompeu”. Durante esse
período até Deus descansaria das atividades criadoras.
“Porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o
mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por
isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou”.
Ex 20.11; 31.17.

O sétimo dia foi separado para ser santificado e


respeitado através dos anos, como um lembrete de que
Deus designou uma estação de descanso, refrigério e
completa cessação de todo trabalho ordinário, labuta e
luta.

a) Peculiaridade da criação do homem.

Quando Deus, na sua Onisciência, criou critérios


específicos na criação do homem, do pó da terra, Ele
estava dizendo literalmente que este homem era uma
criatura de dois mundos: ambos, a terra e os céus, têm
direitos sobre ele.

O primeiro passo foi importantíssimo, mas o


pó umedecido estava longe de ser um homem até que
o segundo milagre se completasse. O fôlego divino
permeou o material e o transformou em um ser vivente.
Essa estranha combinação de pó e divindade deu lugar a
uma criação maravilhosa.
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“O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o


segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem,
o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e,
como é o homem celestial, tal também o celestial. E, assim
como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos
trazer também a imagem do celestial”. I Co. 15.47-49.

b) Eva é privilegiada, a primeira mulher.

Disse mais o SENHOR Deus: “Não é bom que o


homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja
idônea”. Gn 2.18. O Criador tinha plano de fornecer uma
companheira que pudesse satisfazer os anseios do coração
do homem. Criado para a comunhão e o companheirismo,
o homem só poderia desfrutar inteiramente da vida se
pudesse partilhar do amor, da confiança e da devoção, no
íntimo círculo do relacionamento familiar.

Alguém já disse que “a mulher foi tirada não da


cabeça do homem para governar sobre ele, mas do seu
lado, de sob o seu braço, para ser protegida, e de perto do
seu coração, para ser amada”.

c) O casamento de Eva.

Eva é apresentada a Adão. Quando Deus terminou


essa nova criação, Ele “a deu” em casamento ao seu
marido, estabelecendo assim a eternamente significativa
instituição do casamento.
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Na história da criação, ela também está representada


dependendo inteiramente de seu marido e incompleta sem
ele. Do mesmo modo, o homem jamais é inteiramente
completo sem a mulher.

Essa é à vontade de Deus. Por isso, deixa o homem


pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma
só carne. Gn 2.24.

II – Prova e queda do homem

Agora o homem é o pivô da narrativa, tudo que se


diz é dito em função dele.

Aqui Deus também indica qual foi a primeira


ordenação ética para o comportamento do homem, e
como, pela desobediência de nossos primeiros pais,
entrou o pecado na humanidade, com as suas primeiras
consequências da desobediência do homem.

É assim que Deus disse: “mas do fruto da árvore que


está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis,
nem tocareis nele, para que não morrais”. Gn. 3.3.

A Correção imposta a Adão.

Deus mostra seu tribunal divino no Éden e impõem


as seguintes penas:
1. À serpente (Gn. 3.14-15): Deus disse à serpente:
“Maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre
todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e
comerás pó todos os dias da tua vida”.
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2. À mulher (Gn. 3.16): E à mulher disse:


“Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez;
em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para
o teu marido, e ele te governará”.
3. Ao homem (Gn 3.17-18): E a Adão disse:
“Maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela
o sustento durante os dias de tua vida. No suor do rosto
comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste
formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”.
4. À natureza (Gn 3.18): “Ela produzirá também
cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo”.

III – A expulsão de Adão

Deus os remove do jardim para que não comam da


árvore da vida e vivam eternamente em seu pecado. (Gn
3.22-24). O Senhor não permitira que o homem rebelde
tivesse acesso à árvore da vida.
a) Com cuidado amoroso afastou Adão e Eva do
fruto que os tornariam imortais, perpetuando, assim,
a terrível condição para a qual o pecado os levara. Do
agradável jardim foram expulsos para o deserto inamistoso.
b) Deus coloca seres angelicais com espadas
refulgentes à entrada oriental do Éden, para manter Adão
e Eva fora dali (Gn 3.24). Trata da origem da civilização:
é a parte do livro que vai do capítulo 1 ao capítulo 11,
onde há a narrativa da origem do mundo, do homem e
da civilização humana. Esta primeira parte é considerada
por alguns estudiosos da Bíblia, como um retrato da
humanidade diante de Deus.
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IV – O desgosto de Deus

“Então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o


homem na terra”. Gn. 6.1-7. Em seguida, demonstra-nos
qual o foi o primeiro grande juízo sobre a humanidade e
como se recomeçou a vida na Terra.
Nestes cinquenta capítulos, o inspirado escritor
desdobra o drama da criação; ele fala de como o pecado
entrou sub-reptícia e implacavelmente para introduzir
a ruína, o desfiguramento e a morte; revela os frutos
trágicos do pecado na derrota patética de nossos primeiros
pais, e mostra como, mais tarde, a maldade acumulada
dos homens trouxe a destruição e quase a aniquilação da
sociedade humana.

As comportas do céu se abriram.

Todas as águas que estavam acumuladas


explodiram em torrentes. Resistente e continuamente,
durante quarenta dias e quarenta noites, as gigantescas
nuvens derramaram água sobre a terra.
Noé, um homem entre toda a incontável multidão
que havia sobre a terra, estava capacitado a receber o
dom da graça de Deus. Noé, por causa do seu viver reto,
encontra graça diante do Senhor. (Gn 6.8-10).

V – Renovação e repovoação

“Lembrou-se Deus de Noé” e de todos os animais


selváticos e de todos os animais domésticos que com ele
estavam na arca; Deus fez soprar um vento sobre a terra,
e baixaram as águas. (Gn 8.1).
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Ainda é ao justo Noé que Deus se dirige. Todo


o esquema da salvação centraliza-se nele. Noé e sua
família avançam por um mundo virgem, purificado pelo
julgamento, e o espetacular livramento na arca é visto
como simples preliminar da salvação propriamente dita,
que é uma nova criação.

VI – A chamada de Abrão

Sem, foi o escolhido para transmitir a verdadeira


religião. Os semitas (descendentes de Sem) seriam os
missionários aos outros povos da terra. No capitulo 12,
Abrão começa a aparecer na linhagem de Sem como o
representante escolhido de Jeová. É interessante notar que
tudo o que começou em Gênesis terá sua concretização no
livro do Apocalipse.
Por fim, apresenta-nos como Deus formou o Seu
povo, Israel, a partir da chamada de Abrão. Sobre ele
Jeová colocaria toda a responsabilidade de receber e
passar adiante a sua revelação para todos.

Três marcos na vida de Abraão; (Gn. 12.1-3 8).

(1) As promessas;
(2) O Altar;
(3) A tenda;

Ora, disse o SENHOR a Abrão: “Sai da tua terra,


da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que
te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei,
e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” (Gn.
12.1,2).
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A Bíblia esclarece que antes de migrar para a


Palestina, Abrão teve duas residências.
Passou seus primeiros anos de vida em Ur, e então um
longo período em Harã. Cada uma dessas comunidades foi
o seu lar. Ele teve de deixar amigos, vizinhos, e parentes
quando saiu de Ur, e outros tais quando partiu de Harã.
O ilustre viajante que partiu da Mesopotâmia
politeísta fora divinamente comissionado a entrar no meio
de pessoas completamente estranhas de alguma nova
terra. Ele e seus descendentes constituíram um canal pelo
qual Deus abençoaria todos os povos da terra.

VI – Os sucessores de Abraão: Isaque Jacó e seus filhos

Cumprindo a promessa, Deus deu um menino a


Sara e Abraão: “Isaque”. Toda promessa ligada à aliança
se realizaria através deste filho de Abraão. Aqui envolve a
história dos patriarcas, ou seja, dos pais da nação israelita
(Abraão, Isaque, Jacó e seus doze filhos). Sara já tinha
sofrido muito por causa de Hagar e Ismael.
Agora o conflito foi renovado, quando Sara viu que
o filho de Hagar tomava uma atitude que a enraiveceu.
Jeová confortou o seu amigo assegurando-lhe que cada
rapaz teria um lugar importante no futuro. Abraão devia
deixar que Hagar e Ismael partissem, como Sara exigia.
No futuro, Ismael seria o pai de uma grande nação.
Mas Isaque seria o herdeiro das promessas e uma bênção
para todo o mundo: “por Isaque será chamada a tua
descendência”.
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VII – Jacó e sua família transferem-se para o Egito

O escritor mostra o crescimento da nova raça, e


finalmente as biografias emocionantes de Abraão, Isaque,
Jacó e os filhos de Jacó. A partir do capítulo 37, até o
capítulo 50, a narrativa encerra-se com a morte de José
e com toda a família de Jacó, formado por dezenas de
pessoas, um verdadeiro clã, habitando o Egito.

Quando Jacó partiu para o Egito, sua primeira


parada nessa momentosa viagem foi em Berseba. Ali
ofereceu sacrifícios, e ali, numa visão noturna, Deus lhe
falou, encorajando-o a fazer esta viagem e assegurando-
lhe incontáveis bênçãos.
Primeiro: renovou a promessa de que os
descendentes de Jacó se tornariam uma grande nação.
Tornou claro que o Egito seria a terra onde este
desenvolvimento aconteceria.
Segundo: ele disse: “Eu descerei contigo,
garantindo-lhe assim proteção e segurança”. (Gn 46.1-
34).
Terceiro: Ele disse: “Eu te farei tornar a subir”.
Esta predição seria cumprida depois da morte de Jacó, no
Êxodo, quando a poderosa mão de Deus libertaria os seus
escolhidos do poder do Egito e os traria de volta a Canaã.

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ATIVIDADES DE APOIO

Marque C (certo) E (errado)

Se fosse possível classificar a Bíblia e dividir as suas


partes em grau de importância, para todos os povos e
nações, por tradição os judeus diriam que sua parte mais
importante e fundamental seria:
( ) Novo Testamento
( ) Antigo Testamento.

Encontramos assim como primeira parte do Antigo


Testamento os cinco livros mais sagrados para os judeus:

( ) Gênesis, Levítico, Êxodo, Números e Deuteronômio

( ) Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio

( ) O povo judeu sempre deu muita importância às suas


tradições. Esta valorização os transformou em um povo
forte que resistiu até os dias de hoje.

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Êxodo
O segundo livro do Pentateuco, o Êxodo, recomeça
a história dos israelitas quando o livro de Gênesis chega
ao fim.
O livro que se inicia com a criação do homem,
no Éden, termina com os filhos de Israel olhando para o
interior de um caixão de defunto, no Egito - não, porém,
sem a promessa de que um dia todos sairiam de lá. Leia
Gênesis 50.22-26 e Êxodo 1.1-7, e observe como o livro
de Êxodo mantém ligação cronológica com o de Gênesis.
Depois de fazer uma lista daqueles que vieram ao
Egito com Jacó, a passagem narra rapidamente o que nos
aconteceu muitos anos intermediários, e resume o fio da
história no versículo Sete.
O livro do Êxodo salienta a participação direta de
Deus na história humana, como ele vai a longas distâncias
para alcançar aqueles a quem ama.

Este Estudo Tem Seguinte Ordem:

I - Deus no controle da história

II – A divisão do livro

III - Israel no Egito.


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IV - Israel no deserto.

V - Israel no Sinai.

VI - A aliança renovada.

I - Deus no controle da história

O segundo livro do Pentateuco se chama “Êxodo”,


nome que em grego significa “saída”, por se ocupar da
saída de Israel do Egito. Com razão foi qualificado como
o “Evangelho do Antigo Testamento”. De fato, anuncia a
boa-nova da intervenção divina, que libertou um grupo de
hebreus do Egito, para formar deles uma nação santa (Êx.
19.4-6).
O Êxodo trata do período da história de Israel que
vai desde a morte de José (Gn 50) até a construção do
santuário junto ao monte Sinai, ou seja, até ao primeiro
dia do segundo ano após a saída do Egito (Êx. 40.2,17).
Esses acontecimentos, porém, nada mais foram do
que o prelúdio de fatos muito mais importantes na vida dos
filhos de Israel, os quais, de um conglomerado de famílias
que estavam, recuperando a liberdade, conquistaram
verdadeira unidade de nação independente, e recebeu uma
legislação especial, uma forma de vida moral e religiosa,
pelas quais se distinguiram de todos os outros povos da
terra.
Com um olho nos acontecimentos de sua vida e
outro nas páginas do Êxodo, o leitor será capaz de se
encontrar, pessoalmente, na comunidade, com o Deus
libertador, “compassivo, clemente, paciente, rico em
misericórdia e fiel, que perdoa as culpas...” (Êx. 34,6).
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São temas que tiveram uma repercussão profunda


na história, na teologia, e na espiritualidade judaica e
cristã posterior. A leitura deste livro convida o leitor a
responder a uma pergunta básica:
“O Senhor está ou não está no meio de nós?” (Êx. 17,7).

II - A divisão do livro

1) – Pode-se dividir o livro de Êxodo em quatro


partes, de acordo com a localização dos filhos de Israel.
a) Nos capítulos de 1 ao 11:10, Israel no Egito.
b) No capítulo 12:1 ao 18.27, Israel no deserto.
c) Do capítulo 19:1 ao 31.18, Israel no Sinai.
d) Do capitulo 32:1 ao 40.38, A aliança renovada.
Pelas razões citadas, os acontecimentos narrados
no Êxodo tiveram um eco enorme na memória das
tribos israelitas. Em quase todas as páginas do Antigo
Testamento são recordadas a libertação da escravidão do
Egito, a prodigiosa passagem do mar Vermelho, os golpes
tremendos com os quais foi dominada a tenaz oposição
do opressor egípcio, as grandiosas manifestações divinas
no Sinai, o sustento milagroso de povo tão numeroso no
deserto.
Daí Israel deduzia os motivos mais fortes para ser
grato e fiel a Deus, e conservar uma confiança inabalável
na sua providência soberana e nos seus próprios destinos.

III - Israel no Egito (Êxodo 1.1 – 11.10).

Esta primeira parte do livro de Êxodo prepara a


cena para o livramento que Deus dá a seu povo escolhido,
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Israel, da escravidão do Egito. O livro do Êxodo deixa


claro que este não é um novo livro, mas simplesmente
uma continuação da história de Gênesis e o cumprimento
das promessas feitas aos patriarcas.
Quando Jacó e sua família, um grupo relativamente
pequeno, chegaram ao Egito, foram bem recebidos e
honrados por serem parentes de José. Quatrocentos e
trinta anos mais tarde, os filhos de Israel tornaram-se
escravos do Egito, constituindo um povo tão numeroso
que os egípcios ficaram assustados.
Este é, todavia, o lugar oportuno para uma
interrupção; esta é a última vez que, no Pentateuco,
a expressão “filhos de Israel” é usada para descrever a
família de Jacó propriamente dita. De agora em diante,
a expressão será usada como um coletivo patronímico,
descrevendo todo o povo de Deus.

IV - Nascimento e preservação de Moisés (Êxodo 2.1


–25)

A data exata do nascimento de Moisés, sendo


Moisés já homem. Atos dos Apóstolos 7.23 afirma que
Moisés tinha quarenta anos na época. O livro do Êxodo
afirma somente que ele tinha oitenta anos quando se
apresentou perante Faraó (Êx. 7.7), e que passara muitos
dias em Mídiã (Êx 2.23).

É possível que quarenta anos sejam representativos


de uma geração, que para o mundo ocidental é um
espaço de trinta anos. Em Atos dos Apóstolos 7.22, está
absolutamente correto ao afirmar que Moisés foi educado
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em toda a ciência dos egípcios. Esse era o outro lado da


preparação divina. E a identificação de Faraó e sua filha
são discutíveis, mas a evidência da fidelidade divina é
inconfundível.

E viu seu labor penoso

Nesta primeira parte, mostra o retrato da escravidão


do povo de Israel: “e viu seu labor penoso”. Esta frase
significa mais do que simplesmente ver. Significa “ver
com emoção”, quer com satisfação (Gn 9.16) ou, como
aqui, com tristeza (Gn 21.16). Moisés partilhava das
emoções do coração de Deus.
Deus também via o que os egípcios estavam
fazendo aos israelitas e estava presente ao intervir (Êx
3.7,8).

Apascentava Moisés o rebanho.

O texto hebraico sugere que esta era sua ocupação


habitual. O Anjo mensageiro de YHWH. Como o versículo
quatro fala do próprio Deus, chamando Moisés do interior
da sarça, “Anjo” parece ser aqui um sinônimo reverente
para a presença do próprio Deus, como nas narrativas
patriarcais (Gn 18.1; 19.1).

Deus revela Seu nome – Êx. 3.13-22.

E disse Deus a Moisés: “EU SOU O QUE SOU”


(Êx 3.14).
No livro do Êxodo, aparece a figura de Moisés, o
grande libertador.
31
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Após um retrato da escravidão do povo de Israel, o


livro narra o nascimento, crescimento e exílio de Moisés,
bem como a sua chamada por Deus e seu retorno ao
Egito, com a seqüência de todos os fatos que levaram à
libertação do povo (as dez pragas, a instituição da páscoa
e a passagem milagrosa pelo Mar Vermelho).
Em seguida, o povo inicia sua caminhada até o
monte Sinai, onde Deus dá os “Dez Mandamentos” (em
hebraico, as “dez palavras”), e inicia a revelação de várias
leis para o povo, (povo que, cedo, começa a murmurar,
e acaba caindo na idolatria, no episódio do bezerro de
ouro).
O livro do Êxodo termina com a determinação
divina para a construção do tabernáculo e de suas peças.
No livro do Êxodo, Deus revela a Sua vontade, o Seu
poder e o Seu caráter para o povo que havia escolhido
Israel.

OBS: “O Livro do Êxodo e seu cumprimento no


Novo Testamento - A prefiguração da redenção que temos
no novo pacto é evidente em todo o livro de Êxodo. A
primeira Páscoa, a travessia do Mar Vermelho e a outorga
da lei no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo
que a vida, morte e ressurreição de Jesus, e a outorga do
Espírito Santo no Pentecostes, são para o novo concerto.
Os tipos do Êxodo que prenunciam Cristo e a redenção
no NT são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do
Mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha e a água, (6) o
Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais
absolutas dos dez mandamentos são repetidas no NT, para
os crentes do novo concerto.” (BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL, p.116).
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“Cristo Revelado” - Moisés é um tipo de Cristo, pois


ele liberta da escravidão. Arão funciona como um tipo de
Jesus assim como o sumo sacerdote (28.1) faz intercessão
junto ao altar do incenso (30.1). A Páscoa indica que
Jesus é o Cordeiro de Deus que foi oferecido pela nossa
redenção (12.1-22). (…). João afirma que Jesus é o Pão
da Vida; Moisés fala de duas maneiras do pão de Deus:
o maná (16.35) e os pães da proposição (25.30). “João
nos conta que Jesus é a Luz do Mundo; no tabernáculo, o
candelabro serve como fonte de luz permanente (25.31-
40).” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, pág. 64).

Israel no deserto

Pelo caminho da terra dos Filisteus. Melhor


traduzido “pela estrada da Filístia”, ou seja, “pela estrada
que leva à Filístia”.

A Saída dos filhos de Israel do Egito Êx. 12.37-


18.27.

Esse era o caminho direto, mas era também


poderosamente defendido pelos egípcios; os comentaristas
dão exemplos de listas meticulosas, mantidas pelos
guardas egípcios, de chegadas e partidas na fronteira.
Os israelitas certamente teriam “visto a guerra”
(expressão hebraica para experimentar a guerra) se
tivessem marchado por aquele caminho. O nome
geográfico e etnológico mais recente é usado com
naturalidade para descrever a área em questão.
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Pelo caminho do deserto

Como o leitor dos oceanos da época não é o


mesmo de agora, uma identificação exata é impossível,
a despeito dos esforços persuasivos de guias locais; a
mesma localização, sem dúvida, é desnecessária à nossa
fé.

O Mar Vermelho

O “Mar dos Juncos” seria uma tradução exata.


Mais tarde, os gregos usaram o termo “Mar Vermelho”
para designar o Golfo Pérsico e os dois braços do que hoje
chamamos de Mar Vermelho, mas, este fato nada tem a
ver com o texto de que estamos tratando, a não ser que
seja altamente provável (com base em outras fontes) que
Israel tenha atravessado a extensão setentrional de um
desses braços.
Falando em termos mais amplos, há apenas três
rotas possíveis para o êxodo: junto à costa do Mediterrâneo,
ou diretamente através da Península do Sinai até Cades,
ou em direção ao sul.
Israel no Sinai

As palavras de Deus no monte Sinai (Êx 19.1-15):


Enquanto Israel está acampado ao pé do monte Sinai,
Moisés sobe ao monte e é instruído a informar o povo de
que o próprio Deus os visitará na forma de uma nuvem
escura, ao fim de três dias. Por isso, todo o povo deve
purificar-se para este encontro. Os feitos de Deus no monte
Sinai (Êx 19.16-25): O Senhor aparece acompanhado de
trovões, relâmpagos e forte clamor de trombetas.
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O monte Sinai é logo coberto por uma fumaça.


Moisés e Arão sobem o monte para se encontrar com
Deus.

Falando dos Dez Mandamentos Êx 20.1-26


(1) “Não terás outros deuses diante de mim” (20.3)
(2) “Não farás para ti imagem esculpida” (20.4)
(3) “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em
vão” (20.7)
(4) “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo”
(20.8).
(5) “Honra a teu pai e a tua mãe” (20.12)
(6) “Não matarás” (20.13)
(7) “Não adulterarás” (20.14)
(8) “Não furtarás” (20.15)
(9) “Não dirás falso testemunho” (20.16)
(10) “Não cobiçarás” (20.17).

A glória de YHWH pousou sobre o Monte Sinai


Êx 24.16

Os símbolos da manifestação da glória de Deus


estão todos presentes: nuvem e fogo “shekinah”, a
manifestação visível da presença divina aos homens.
No Novo Testamento, a assonância nos sugere a palavra
grega skene, “tenda” ou “Tabernáculo”, e assim o
verbo grego correspondente é usado em relação ao
“Tabernacular” do verbo entre os homens (Jo 1.14).
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Tarbernáculo
Moisés e o Tabernáculo Êx 25.9; 26.30.

Deus dá a Moisés os detalhes exatos para a


construção do Tabernáculo. Embora nenhum simbolismo
seja atribuído ao Tabernáculo no texto, não pode haver
dúvidas de que simbolizava para Israel, como para nós
também, grandes verdades espirituais.
Claramente ensinava o fato da presença de Deus
no meio do Seu povo.
Ao mesmo tempo indicava que Ele era um Deus
santo no meio de um povo pecador, pois todo o arranjo
do Tabernáculo tornava claro que “o caminho para o mais
santo ainda não fora manifestado” (Hb 9.8).

O Altar do Holocausto Êx 27.1-18

Esse altar era uma estrutura oca feita da madeira


de acácia, recoberta com bronze. Uma grela ou tela de
bronze estava colocada dentro do rebordo do altar para
baixo, ou sob a saliência do altar até ao meio, isto é, a
meio caminho.

A Mesa dos Pães da Proposição Êx 25.23-30

Essa era uma mesa simples, com 91,44cms de


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comprimento, uns 45,72cms da largura e 68,58cms de


altura, feita de madeira recoberta de ouro.
O Altar do incenso Êx 30.1-10; 37.25-28
O Altar deve ser feito de madeira de acácia,
coberto com ouro. Deve ter aproximadamente 50 cm de
comprimento e 1 m de altura, e deve ser colocado à frente
da cortina do Santo dos Santos.

A arca da Aliança Êx 25.10-22.


Essa arca tinha aproximadamente 90 cm de
comprimento e 45 cm nas outras duas dimensões, sendo
feita de madeira de acácia, revestida de ouro e lisa, à
exceção da “tampa” (chamado “propiciatório” Êx 25.17),
da qual faziam parte dois pequenos querubins também de
ouro maciço, cujas faces estavam voltadas para o centro
da arca.

O Candelabro Êx 25.31-40
A única luz do Tabernáculo era fornecida pelo
candelabro, ou melhor, pelo candeeiro.
Consistia de uma haste central, da qual saíam três ramos
que se estendiam para os lados e para cima; nas pontas
dos ramos e da haste, lâmpadas fixas, sete ao todo.

O Átrio do Tabernáculo Êx 27.9-19


Uma área retangular, com 45,72m de comprimento
por 22,86m de largura, rodeava o Tabernáculo. Havia
vinte colunas para cada um dos lados mais extensos e dez
para os mais curtos. As colunas ou estacas eram de bronze
com capitéis de prata (Êx 38.17).
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ATIVIDADES DE APOIO

Marque C (certo) ou E (errado).

1) - ( ) O livro de Êxodo salienta a participação direta


de Deus na história humana, como ele vai a pequenas
distâncias para alcançar aqueles a quem ama.

2) - Qual foi o livro qualificado como o “Evangelho do


Antigo Testamento”?
( ) Gênesis
( ) Deuteronômio
( ) Êxodo

3) - ( ) O livro de Êxodo deixa claro que este é um novo


livro, mas simplesmente uma continuação da história
de Gênesis e o cumprimento das promessas feitas aos
patriarcas?

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Levítico
O terceiro livro do Pentateuco, Levítico, por ser
o manual litúrgico do sacerdócio levítico, ensina a todo
israelita a santidade de vida, como meio de levá-lo a
uma comunhão com o Deus vivo, a meta última da vida
humana.
O livro contém textos da tradição sacerdotal, quase
exclusivamente legislativos, de caráter cultual, moral
e social, que regulamentam as instituições religiosas de
Israel.
O livro de Levítico é chamado pelos hebreus de
“Vayicrá”, palavra que significa “e chamou”, com que se
inicia a narrativa bíblica do texto (Lv. 1:1).
“E chamou o Senhor a Moisés, e falou com ele da tenda
da congregação”, sendo que, na linguagem do Talmude
(livro sagrado judaico que reúne toda a tradição oral
judaica), é conhecido como ‘Sefer Torah Cohanim’ (Livro
da Lei dos Sacerdotes).
A denominação “Levítico” foi dada pelos
tradutores das Escrituras para o grego (a Septuaginta). O
livro de Levítico é, na verdade, um código de leis para os
sacerdotes; regras que Deus determinou a Moisés, para
que fossem observadas em todas as cerimônias e condutas
que envolviam o ministério sacerdotal, que há pouco tinha
sido instituída com a chamada de Arão e de seus filhos.
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O tema do livro é santidade de Deus, e é a parte do


Pentateuco que mais se assemelha a outros livros sagrados
da Antiguidade, onde a ritualística e a formalidade eram
notas características. Apesar deste conteúdo cerimonial,
e que parece indicar que o livro não tem aplicabilidade
para os nossos dias, o livro de Levítico apresenta-nos a
noção de santidade de Deus, e embora fosse destinado
precisamente aos sacerdotes da antiga aliança, é uma
prova irrefutável de que Deus é santo, e exige que Seu
povo seja santo, como se vê claramente em Lv. 11:44,45
e 20:7,26.
Também é neste livro que se encontra a chamada
“regra áurea”, que foi considerada um dos pilares de toda
a lei pelo próprio Jesus, ou seja, a determinação para que
amemos o próximo (Lv. 19:18).
A autoria do livro é de Moisés. Embora o livro não
o mencione, vez alguma, o fato é que as leis ali constantes,
por trinta e oito vezes, são ditas que foram reveladas por
Deus ao próprio Moisés, o que é confirmado fora do livro
de Levítico, quando lemos Ex 40:1-17 e Nm 1:1, que nos
dá conta de que as leis mencionadas em Levítico fazem
parte da revelação divina a Moisés.
Como sempre, os “críticos” procuram negar essa
autoria, afirmando que o livro de Levítico teria sido
elaborado por volta do século VI a.C. por sacerdotes, e
seria a porção mais recente do Pentateuco. Há até quem
atribua o “livro da santidade” (a parte final de Levítico)
ao profeta Ezequiel. Entretanto, Jesus dá testemunho de
que a autoria é de Moisés (Mc 1:44) e, portanto, não há
porquê crermos nestas especulações.
OBS: “O Livro de Levítico e seu cumprimento
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no Novo Testamento - Devido à ênfase redobrada


à expiação pelo sangue e à santidade, Levítico tem
relevância permanente para os crentes do novo concerto.
O Novo Testamento ensina que o sangue expiador de
animais sacrificiais, realçado em Levítico, era ‘a sombra
dos bens futuros’ (Hb 10.1) a indicar o sacrifício, uma
vez para sempre, de Cristo, pelo pecado (Hb 9.12). O
mandamento bíblico para que o crente seja santo pode
ser perfeitamente cumprido pelo crente do novo concerto,
através do sangue precioso de Cristo; a chamada do crente
é para que ele seja santo em todas as áreas da sua vida (1
Pe.1.15). O segundo grande mandamento, conforme Jesus
o definiu, deriva de Lv. 19:18: “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”(Mt.22.39). (BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL, pág.184).
Por trás deste cerimonial, portanto, temos um
sentido profundo e extremamente atual: o da necessidade
de o povo de Deus separar-se do mundo e do pecado. O
livro de Levítico tem a seguinte ordem de prescrições:

Os sacrifícios no Tabernáculo
(1) A forma correta de se sacrificar (Levítico 17.1-
9; 22.17-33).
(2) O holocausto (Levítico 1.1-17; 6.8-13).
(3) Oferta de grãos (Levítico 2.1-16; 6.14-23).
(4) Sacrifícios pacíficos (Levítico 3.1-17; 7.11-38;
19.5-8).
(5) Oferta pelo pecado (Levítico 4.1-35; 6.24-30).
(6) Oferta pela culpa (Levítico 5.1-19; 6.1-7; 7.1-
10).
(7) Oferta pelo primogênito (Êxodo 34.19-20.).
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As leis são colocadas na boca de Moisés.

O primeiro passo que observamos contém um ritual


dos sacrifícios (Êx. 1–7), onde se especificam os vários
tipos de oferendas a serem apresentadas a Deus, a função
dos sacerdotes e a parte que lhes cabe no sacrifício.

O sustento para o Tabernáculo (Nm 7.1-89).

As dádivas apresentadas pelos líderes das tribos de


Israel são registradas:
1. Dia um (Números 7.12-17): Oferta de Judá
2. Dia dois (Números 7.18-23): Oferta de Issacar
3. Dia três (Números 7.24-29): Oferta de Zebulom
4. Dia quatro (Números 7.30-35): Oferta de Rúben
5. Dia cinco (Números 7.36-41): Oferta de Semeão
6. Dia seis (Números 7.42-47): Oferta de Gade
7. Dia sete (Números 7.48.-53): Oferta de Efraim
8. Dia oito (Números 7.54-59): Oferta de Manassés
9. Dia nove (Números 7.60-65): Oferta de
Benjamim
10. Dia dez (Números 7.66-71): Oferta de Dã
11. Dia onze (Números 7.27-77): Oferta de Aser
12. Dia doze (Números 7.78-83): Oferta de Naftali.

A nuvem sobre o Tabernáculo (Números 9.15-


23)
As trombetas de prata de Tabernáculo (Números
10.1-10)
Os filhos de Arão no Tabernáculo (Levítico 10.1-
20)
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Blasfêmia contra Deus no Tabernáculo (Levítico


24.10-16,2)

Tipo de Cristo no Pentateuco (Números 17.1-13;


19.1-22; 21.5-9; 35.6-34).

1. A morte de Cristo (Números 19.1-22; 21.5-9).

2. A novilha vermelha (Números 19.1-22):


Uma novilha vermelha sem defeito é morta, e o
sangue é aspergido sete vezes na frente do Tabernáculo.
A carcaça é então queimada, misturada com pau de cedro,
hissopo e estofo carmesim. As cinzas devem ser usadas
para purificação.

A importância do livro de Levítico

A leitura desse livro pode parecer monótona, e seu


valor superado, pois Cristo, com sua morte na cruz, aboliu
todos os ritos e sacrifícios da antiga Lei (Hb 10.1-10).
Mas são essas leis que ilustram a apresentação do menino
Jesus no templo (Lc 2.21-24; Lv 12.3-8), e a ordem que
Jesus dá ao leproso de se apresentar ao sacerdote (Mt
8.1-4; Lv 14.2-32). Existe, sem dúvida, o perigo de um
ritualismo vazio no relacionamento do homem com Deus.
Os profetas (Os. 6.6) e o próprio Jesus (Mt 9.13) lembram
que a Deus agrada mais o amor e a misericórdia do que os
sacrifícios.
Mas devemos ver no levante de tudo a resposta
religiosa organizada, de um povo que se sente eleito por
Deus. Impressionado pela grandeza e perfeição deste Deus,
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Israel procura honrá-lo com o culto mais perfeito possível


(pureza ritual), e servi-lo com a máxima fidelidade (pureza
moral). Neste sentido o Levítico ensina-nos a celebrar no
culto o amor a Deus sobre todas as coisas (19,2), e amar
ao próximo como a nós mesmos (19,18).

A Consagração de Arão e seus filhos (Levítico 8-10)

Os sacerdotes não se consagravam a si mesmos,


mas tudo era feito por outra pessoa, que, neste exemplo,
era Moisés agindo em nome do Senhor. Os sacerdotes
simplesmente apresentavam os seus corpos no sentido
de se consagrarem inteiramente ao serviço cultual (Rm.
12.1).

No Antigo Testamento, Deus ordenou um


Sacerdócio que representasse seu povo diante dele.
Esse ministério envolvia um complicado sistema de
rituais e cerimônias. Essas cerimônias eram símbolos
das realidades espirituais futuras, eram a sombra destas
coisas, e não a substância em si.
Os sacerdócios levítico e aarônico foram
suplantados por um novo sacerdócio. Nos termos da nova
aliança, todo crente é ordenado para ser um sacerdote a
Deus. Não oferecemos sacrifícios de animais, como os
sacerdotes da Antiga Aliança ofereciam.
Somos chamados para sermos “um sacerdócio
santo e para oferecermos sacrifícios espirituais agradáveis
a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).
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A- Aspectos do sacerdócio no Antigo Testamento.

A palavra “sacerdote” significa “aproximar-se”.


Nos termos da lei, é usado com relação a alguém que
pode aproximar-se da presença divina (Êx 19.22; 30.20).
É em geral aplicada aos filhos de Aarão, mas tem também
uma aplicação muito mais ampla. É também usada com
relação a Melquisedeque (Gn 14.18), Jetro (Êx 3.1), e
aos sacerdotes mencionados em Êxodo 19.22, os quais
exerciam ministérios sacerdotais antes da instituição do
sacerdócio aarônico.

B - O sacerdócio de Melquisedeque:

“A tua força será renovada dia após dia... Tu és um


sacerdote para sempre como Melquisedeque” (Sl 110.3-4
– A Bíblia viva).
Sob o sistema Mosaico, era necessário ser membro
da tribo de Levi para ser um sacerdote.
Quando Jesus veio, ele nasceu da tribo de Judá, da qual os
reis deveriam proceder Gn 49.8-10.
Que direito, então, Jesus teve a um ministério
sacerdotal? Ele era da tribo de Judá?
O apóstolo Paulo resolveu esse dilema em sua
epístola aos Hebreus. Ele explicou que o ministério
sacerdotal de Jesus (semelhantemente ao nosso) baseava-
se no precedente estabelecido pela ordem sacerdotal de
Melquisedeque (veja Hebreus capitulo 7 ) .
Melquisedeque é um dos personagens mais misteriosos
da literatura bíblica. O seu nome em hebraico significa
“Rei da justiça”.
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Ele era também o rei de uma cidade chamada


Salém (mais tarde chamada Jerusalém, que em hebraico
significa “cidade de paz”). Assim sendo, por tradução, ele
era rei da paz e rei da justiça.
Melquisedeque foi também o sacerdote do Deus
Altíssimo que abençoou a Abraão, após a sua vitória sobre
os reis que haviam capturado seu sobrinho, Ló. Abraão
até mesmo lhe deu um dízimo dos despojos da guerra (Gn
14. 18-20). Melquisedeque funcionou como um profeta-
sacerdote e rei. Como tal, foi um exemplo adequado (tipo
ou quadro profético) do Rei Vindouro, Jesus.
O que tornou Melquisedeque, um profeta-sacerdote
e Rei foi a unção que estava sobre ele. Ele “funcionou
na unção”. Deus fez de Melquisedeque quem ele era
ungindo-o. E é assim que Jesus, o Sumo Sacerdote da
nossa confissão, opera.
Essa é também a autoridade pela qual todos os
homens de Deus, batizados com o Espírito Santo, operam.
Exercitamos direitos proféticos, sacerdotais e reais,
somente por causa da unção.

C- Moisés foi outro homem que desfrutou esta “tripla


unção”.

Deus usou Moisés para libertar o seu povo do Egito.


Em seguida, Deus deu a Lei a Israel. Moisés os governou
durante quarenta anos. Ele pôde fazer isto somente porquê
ele teve uma unção muito especial do Senhor. Ele teve a
unção de um profeta-sacerdote e rei.
Como sacerdote, ele intercedeu por Israel e os
instruiu no caminho da retidão. Ele também os governou
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como rei, mas na realidade era Deus quem os governava,


Ele era o Rei! Uma tremenda unção para a oração e o
poder, caracterizou a sua vida. Ele tinha uma unção plena.
Ele foi um homem que exercitou direitos
sacerdotais de acesso ao Senhor, como também uma
grande autoridade real sobre o povo.
É interessante, no entanto, que Moisés não recebeu
o título de “Sacerdote”, nem de “Rei”, mas ele funcionou
nesses dois cargos.

1-A consagração dos sacerdotes:

n Purificação (8.6)
n O sumo Sacerdote é vestido (8.7-9)
n O sumo Sacerdote é ungido (8.10-12)
n Os Sacerdotes são vestidos (8.13)
n As ofertas (8.14-21)
n O sangue é aplicado (8.22-26)
n As mãos cheias (8.27-29)
n A unção dos Sacerdotes (8.30)
n O alimento dos Sacerdotes (8.31-32)
n Os sacerdotes são separados para Deus (8.33-36)

a) Consagração ao Sacerdócio

Como no caso da unção do leproso, os tipos e


símbolos do plano da salvação encontram-se nas regras
que se aplicam às pessoas sendo separadas (santificadas)
para o ministério sacerdotal.
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a.1) Sacrifício do Cordeiro Imaculado.


Aarão e seus filhos entraram pela porta do
Tabernáculo de Moisés, e se colocaram diante do altar
de bronze. Ali eles derramaram o sangue de um cordeiro
imaculado e perfeito, como oferta pelo pecado. Através
disso, experimentaram o perdão da penalidade do pecado,
que é a morte (Rm. 6.23). Isso corresponde a nascermos
de novo, justificação.

a.2) Lavagem com água.


Em seguida, eles passaram para a pia de bronze,
onde foram lavados por completo. Nesse ponto,
experimentaram a libertação da corrupção, hábito ou poder
do pecado. Isso corresponde ao que deveria acontecer
com o crente no batismo na água.

a.3) Vestimentas Sacerdotais e Óleo da unção.


Em seguida, foram para a porta do “Tabernáculo
da consagração”, onde receberam as suas vestimentas
sacerdotais. Essa cerimônia foi concluída com eles sendo
ungidos com óleo. Êxodo 30.30 diz: “... e ungirás a Aarão
e seus filhos, e os consagrarás, para que possam ministrar
como Sacerdotes para mim”.

a.3.1) Unção para a Santidade.


Com relação ao uso do santo óleo da unção, o
versículo 29 explica: “Também consagrarás o Tabernáculo
e os seus utensílios de adoração, para que possam ser
santíssimos; tudo o que neles tocar será santo”.
Fica claro, através destes versículos, que tudo o que
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o santo óleo da unção tocava, tornava-se santo também.


Quando Moisés derramou o óleo sobre a cabeça de Aarão
e seus filhos, eles se tornaram santos ao Senhor.
Esta foi uma unção para a santidade, ou seja,
ser separado para Deus para o seu serviço, vivendo
corretamente, com um comportamento correto. Assim
sendo, a unção sacerdotal nos ensina o compromisso
para com um estilo de vida correto e santo, depois que
nascemos de novo.
Desta ocasião em diante, todos os sacerdotes
eram ungidos à santidade da mesma forma. Havia muitas
coisas que o Sacerdote não podia fazer por causa da sua
unção, muitas coisas maculavam o sacerdote. Por isso
nós, a Igreja de Cristo, como Sacerdotes do Rei dos Reis,
devemos ser separados, porque somos santos (I Pe 2.9).

b.) Separados ao Senhor


Essa cerimônia separou totalmente Aarão e
seus filhos como Sacerdotes ao Senhor. Eles foram
santificados para esse cargo. Assim, como a unção do
leproso tipificava a justificação, assim também a unção
do sacerdote retratava o fato de serem eles separados para
o serviço do Senhor, e para um estilo de vida Santo (Ap.
1.6).

Ritos especiais para propósitos especiais,


sacrifícios, ofertas e cerimônias.

1-Consagração de Sacerdotes. Êx. 29; Lv. 8.


Carneiro não castrado, queimado; carneiro para
ordenação e rituais para oferta de pecado.
51
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2-Consagração do templo: II Cr. 29.32 - 70 touros;


100 carneiros não castrados; 200 cordeiros machos para
ofertas queimadas; 7 touros; 7 ovelhas para ofertas de
pecados.
3- Consagração do nazireu: Nm. 6.14-17
Cordeiro de um ano de idade queimado; diversas
ofertas de grãos; ovelha fêmea de um ano de idade para
ofertas de pecado.
4- Purificação – juramento quebrado: Nm. 6.9-
12
Diversas aves sacrificadas, aves e um cordeiro
macho sacrificial de um ano de idade, para ofertas de
pecado.
5- Purificação – leprosos: Lv. 14.12-20
Aves sacrificadas para ofertas queimadas, e o
mesmo para ofertas de pecado.
6-Purificação – pessoas com hemorragias: Lv.
15.14-15, 29-30. 2 rolas e 2 pombinhos
7-Purificação após o nascimento de crianças:
Lv. 12.6-8. Cordeiro de um ano, um pombinho ou rola; se
não tiver, podem 2 rolas ou 2 pombinhos.
8-Teste de ciúme: Nm 5.15-16. 1/10 de efa* de
farinha de trigo fina, ofertas de grãos.
9-Ofertas diárias de grãos para sacerdotes: Lv.
6.19-2
1/10 de efa* de farinha de trigo fina, sem óleo e sem
incenso, para ofertas de pecado.
10- Ofertas de pecado para os pobres: Lv. 5.11-
13
1/10 de efa* de farinha de trigo fina, duas rolas ou dois
pombinhos.
*Efa = aproximadamente 4 litros.
52
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11- Os sacerdotes começavam o seu ministério


(9.1-24)
12- Fogo estranho de Nadabe e Abiú (10.1-5)
Ainda não havia mandamento sobre como o incenso devia
ser aceso (Lv 16.12-13). O pecado de Nadabe e Abiu foi,
agir nas coisas de Deus sem procurar conhecer a mente
de Deus. “Foi culto de si mesmo” que geralmente tem
“aparência de sabedoria” e “falsa humildade” (Cl 2.23).
Eles fizeram algo sem a permissão de Deus.
13- Três proibições e outras instruções (10.6-20)

As leis da pureza e santidade: Levítico 11-15 ; 17-22

1- Um Deus Santo – um povo santo:


1.1) Seu alimento (11.1-47)
1.2) A lei da maternidade (12.1-8)
1.3) A lepra (13.1-59)
1.4) A lei da purificação do leproso (14.1-32)
1.5) Purificação da casa do leproso (14.33-57)
1.6) A necessária purificação (15.1-33)

O dia da expiação: Levítico 16


1- O dia da expiação (16.1-19)
2- O bode expiatório (16.20-34)
3- O lugar aceitável para o sacrifício (17.1-9)
4- O significado do sangue (17.10-16)

Leis adicionais, promessas e advertências (Levítico 24-


27).
1- O azeite para a luz no lugar santo (24.1-4)
2- O pão da proposição (24.5-9)
53
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3- A pena do pecado de blasfêmia (24.10-16)


4- A pena do pecado de homicídio ou injuria física (24.17-
22)
5- A pena do pecado de blasfêmia executada (24.23)
6- A lei da terra:
O ano sabático (25.1-7)
O ano do jubileu (25.8-24)
O resgate da herança (25.25-34)
O resgate do irmão pobre (25.47-55)
Condições para as bênçãos; advertência sobre os
castigos (26.1-2)
7- Condições para as bênçãos (26.3-13)
8- Advertências sobre os castigos (26.14-15)
9- Primeiro castigo: desgraça (26.16-17)
10- Segundo castigo: seca (26.18-20)
11- Terceiro castigo: feras (26.21-22)
12- Quarto castigo: enfermidades (26.23-26)
13- Quinto castigo: fome (26.27-31)
14- Sexto castigo: dispersão (26.32-39)
15- A Aliança Abraâmica permanece, apesar da
desobediência e dispersão (26.40-46).
16- Votos sobre pessoas e coisas (27.1-25)
17- Três coisas que permanecem absolutamente ao
Senhor:
• Os primogênitos dos animais (27.26-27)
•Qualquer coisa consagrada ao Senhor (27.28-29)
• Todos os dízimos sobre as terras, árvores e
animais (27.30-34)
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ATIVIDADES DE APOIO

Marque C (certo) ou E (errado).

1) - ( ) O livro de Levítico é, na verdade, um código


de leis para os sacerdotes, regras que Deus determinou a
Moisés que fossem observadas em todas as cerimônias e
condutas que envolviam o ministério sacerdotal.

2) - Qual o tema do livro, é santidade de Deus e é a parte


do Pentateuco que mais se assemelha a outros livros
sagrados da Antiguidade?
( ) Gênesis
( ) Deuteronômio
( ) Levítico

3) - ( ) Também é neste livro que se encontra a chamada


“regra áurea”, que foi considerada um dos pilares de toda
a lei pelo próprio Jesus, ou seja, a determinação para que
amemos o próximo (Lv.19:18).

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Números
O quarto livro do Pentateuco recebeu o nome de
Números (em grego Arithmoi, que aqui tem o sentido
de “recenseamentos”) por causa dos “recenseamentos”
(Números 1:1-4 e do capítulo 26), que são próprios desse
livro, e que lhe dão a sua feição particular.
Contém, além disso, alguns fatos que se ligam
imediatamente aos acontecimentos narrados no Êxodo,
e leis semelhantes às do Levítico. Pode ser dividido
facilmente, de acordo com os lugares e tempos, em três
partes: no Sinai (1:1-10:10); viagens através do deserto
(10:11-21:35); e na margem oriental do Jordão (22:36).
A autoria do livro é de Moisés, conforme se verifica
em Nm. 33:2. É possível que algumas passagens tenham
sido compiladas posteriormente, como a de Nm. 21:14-
18 e 32:34-42, que revelam um certo anacronismo com
o período de escrita do livro. Aliás, Jerônimo, o tradutor
das Escrituras para o latim (o autor da Vulgata Latina),
defendia a tese de que o Pentateuco foi revisto por Esdras,
daí porque a presença de passagens que poderiam não ser
de Moisés.
Os “críticos”, como era de se esperar, não aceitam
a autoria de Moisés, mas também não conseguem
esclarecer como uma mistura de tantas fontes diferentes,
que apontam ser as origens do livro, teriam sido juntadas,
e quando isto teria acontecido.
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É o livro onde há mais diferenças entre o texto


massorético, o Pentateuco Samaritano, e a Septuaginta,
mas os manuscritos do livro encontrados no mar Morto
mostram que o texto grego é o mais adequado.

Sua divisão e fatos estão registrados na seguinte


ordem:
1. O censo do capitulo 1.1-46; 2.1-34.
2. O censo do capítulo 26.
3. Trata da partida de Israel do Monte Sinai.
4. Viagem através do deserto.
5. Na margem oriental do Jordão.

1). O censo das tribos de (Números capítulo 1.1-46;


2.1-34).
1. Os números (Números 1.1-46)
2. Os nomes dos líderes das tribos (Números 1.1-
16): Os líderes de cada tribo de Israel (exceção feita a
Levi) são registrados.
3. O número dos leigos de cada tribo (Números
1.17-46): O total geral (menos os levitas) de todos os
homens com pelo menos 21 anos de idade é de 603.550.
A maior tribo é Judá (74.600), e a menor é Manassés
(32.200).
4. A ordem das tribos no acampamento (Números
2.1-34): Cada tribo tem um lugar designado no
acampamento, em relação ao Tabernáculo.
a). A leste (Números 2.1-9): Judá (líder), Isacar e Zebulom
b). Ao sul (Números 2.10-17): Rúben (líder), Simeão e
Gade.
c). A oeste (Números 2.18-24): Efraim (líder), Manassés
e Benjamim
d). Ao norte (Números 2.25-34): Dã (líder), Aser e Naftali.
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2) O censo da tribo religiosa (Levi)


Os fatos (Números 1.47-54; 3.1-17, 38-51; 8.5-26):
Os levitas não devem ser incluídos no censo regular, pois
Deus os adotou de maneira especial, e os fez supervisores
do Tabernáculo.
Todos os homens levitas com um mês ou mais de
idade devem ser contados. Eles devem começar a servir
no Tabernáculo com 25 anos e aposentar-se aos 50 anos.

As personagens (Números 3.18-24, 27-30, 33-35).


1). O clã de Gerson (Números 3,21-24): 7.500 homens
2). O clã de Coate (Números 3.27-30): 8.600 homens
3). O clã de Merari (Números 3.33-35): 6.200 homens

As tarefas do acampamento (Números 3.25-26, 31-32,


36-37; 4.1-49).
a). Os Gersonitas (Números 3.25-26; 4.21-28. 31-41):
Devem acampar no lado oeste do Tabernáculo,
e são responsáveis pelas cortinas e pela cobertura do
tabernáculo.
b). Os Coatitas (Números 3.31-32; 4.1-20 34-37):
Devem acampar ao sul do Tabernáculo, e são responsáveis
por sua mobília (a Arca, o candelabro etc.).
c). Os Meratitas (Números 3.36-37; 4.29-49):
Devem acampar ao norte do Tabernáculo, e são
responsáveis por suas travessas, colunas, bases etc.

3). O censo do capítulo 26


O Segundo Censo de Números 26.1-65: “Tomai a
soma de toda a congregação dos filhos de Israel, da idade
de vinte anos para cima, segundo as casas de seus pais,
todos que em Israel podem sair à guerra”.
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O Motivo do censo
A porção de terra distribuída é determinada pelo
tamanho da tribo (Números 26.52-56).

Os resultados do censo (Números 26.5-51, 57-62).


1. Rúbem: 43.730 (Números 26.5-11)
2. Simeão: 22.200 (Números 26.12-14)
3. Gade: 40.500 (Números 26.15-18)
4. Judá: 76.500 (Números 26.19-22)
5. Isacar: 64.300 (Números 26.23-25)
6. Zebulom: 60.500 (Números 26.26-27)
7. Manassés: 52.700 (Números 26.28-34)
8. Efraim: 32.500 (Números 26.35-37)
9. Benjamim: 45.600 (Números 26.38-41)
10. Dã: 64.400 (Números 26.42-43)
1l. Aser: 53.400 (Números 26.44-47)
12. Naftali: 45.400 (Números 26.48-50)
13. Levi: 23.000 (Números 26.57-62).
14. Total (não incluindo a tribo de Levi) (Números
26.51): 601.730.

A partida de Israel do Monte Sinai.

Após ter recebido a lei e construído o tabernáculo,


Israel reinicia sua jornada para chegar a Canaã. Envolve
a parte que vai de Nm. 1:1 até 10.10. Disposições para a
partida: 20 dias. Recenseamento das tribos e respectivas
posições no acampamento (1:2). Os levitas: seu destino e
recenseamento; divisão por famílias e por ofícios. Leis:
banimento dos impuros, restituições, ciúmes, nazireato,
bênção litúrgica.
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Últimos fatos: donativos dos chefes das tribos ao


santuário, consagração dos levitas, segunda Páscoa (9:1-
14), sinais para a partida e para a parada, as trombetas
(9:15-10:10).

A Viagem através do deserto:

Por determinação divina, Israel parte em direção


a Canaã, mas passa pela terra de Moabe, uma mera
passagem, pois não estava reservada aquela terra para
eles:
Partida e ordem de marcha (10:11-36), murmuração
do povo, as codornizes, a lepra de Miriã, irmã de Moisés.
Parada em Cades: missão dos doze exploradores e
queixas do povo; leis sobre as oblações e primícias, sobre
o sábado e os filactérios; sedição de Coré, Datã e Abirão,
e sua punição e confirmação do sacerdócio na família de
Arão; relações entre sacerdotes e levitas, emolumentos de
uns e de outros; a água lustral; sedição do povo por falta
de água (20:1-13).
De Cades ao Jordão: os edomitas negam passagem
pelas suas terras; morte de Arão (20:14-29); queixas do
povo e castigo, a serpente de bronze (21:1-9); vitória
sobre os amorreus e conquista de Basan (21:10-35).

Na margem oriental do Jordão:

Cerca de cinco meses. A matéria dessa parte,


mais por ordem lógica do que por ordem do texto, pode
ser assim agrupada: últimos encontros com os povos
da Transjordânia; Balaão e seus vaticínios (22.24);
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prostituição a Beelfegor (25); guerra santa contra os


midianitas e leis sobre a divisão dos despojos (31); lista
das etapas (33). Grupo de leis: herança (27:1-11), festas e
sacrifícios (28:29), votos (30).
Disposições para a ocupação da terra prometida.
Segundo recenseamento (26); nomeação de Josué (27:12-
23). Distribuição da Transjordânia (32); normas para a
ocupação e distribuição da Cisjordânia (33:50-34:12);
designação das cidades levíticas e de refúgio (35);
disposições para manter inalterada a primitiva distribuição
(36).
A julgar pelo resumo, o presente livro compreende
um período de cerca de trinta e oito anos e meio. Sobre
maior parte desse período (os trinta e oito anos no deserto)
narra-nos apenas uns poucos fatos, mas notáveis pelo
significado religioso, como a serpente de bronze, a sedição
de Coré, os vaticínios de Balaão, a água brotada da rocha;
fatos dos quais os apóstolos, no Novo Testamento, tiraram
utilíssimas lições (1Co. 10:1-11; Hb 3:12-19; Jo 3:14-15).
No centro do drama, acham-se dois fatos
semelhantes entre si, duas sedições do povo contra
Moisés, executor das ordens divinas: a primeira (14),
originada pela repugnância em empreender a conquista
da Palestina; a segunda (20), por falta de água.
A consequência ou punição da primeira, foi a
longa demora da nação inteira no deserto da península
sinaítica; a segunda deixou a mais profunda impressão
na consciência nacional e na literatura posterior (cf. Sl
80:94-105), envolvendo o próprio Moisés, que por um
instante duvidou da clemência divina, e por isso teve de
deixar a outros o remate de sua obra, a conquista de Canaã
(cf. Dt 32).
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A pedagogia divina e a rica experiência religiosa


de Israel no deserto tornaram-se um modelo de inspiração
para todos os tempos. Por isso, os fatos relatados nesse
livro foram com frequência, recordados no AT(Mq 6,3-5;
Ez 16; 20; Sl 106).
O Novo Testamento lembra os episódios da
serpente de bronze (Jo 3,14s), da revolta de Coré (2Tm
2,19; Jd 11), de Balaão (2Pd 2,15s; Ap 2,14), a fidelidade
de Moisés, e a incompreensão do povo (Hb 3,2–4,7). São
Paulo, referindo-se às crises relatadas em Nm, conclui:
“Todas estas coisas lhes sucederam para servir de exemplo,
e foram escritas para nos advertir” (1Co 10,11).
OBS: “Números e seu cumprimento no Novo
Testamento - As murmurações e a incredulidade de Israel
são mencionadas como advertências aos crentes do novo
concerto (1 Co.10.5-11; Hb.3.16-4.6). A gravidade do
pecado de Balaão (22-24) e da rebelião de Coré (cap.16)
também são mencionados (2 Pe 2.15,16; Jd.11, Ap.2.14).
Jesus faz referência à serpente de bronze como uma alusão
a Ele mesmo ao ser levantado na cruz, de modo que todos
os que Ele crêem não pereçam mas tenham a vida eterna
( Jo.3:14-16; ver Nm. 21.7-9). Além disso, Jesus Cristo é
comparado com a rocha do deserto, da qual Israel bebeu (1
co.10.4) e com o maná celestial que alimentou aquele povo
Jo.6.31-33)” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL,
p.230).
“Cristo Revelado - Jesus Cristo é retratado em
Números como aquele que provê. O apóstolo Paulo
escreve sobre Cristo que Ele era a pedra espiritual que
seguiu os israleitas pelo deserto e deu-lhes a bebida
espiritual (1 Co.10.4). (…). A figura messiânica do
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rei de Israel é profetizada por Balaão em 24.17.(…) A


tradição judaica interpretava este verso messianicamente,
conforme atestado pelos textos de Qumran. Jesus Cristo é
o Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT,
e o verdadeiro rei sobre quem Balaão fala.” ( BÍBLIA DE
ESTUDO PLENITUDE, p.141).

Localização das seis cidades de refúgio


(Ex.21.12-14; Lev 24.17; Num 35; Ez 18.20; Js 20.7.8).
(35.6)- Aqui nos vs. 6,9-28, temos uma ordem
generalizada de estabelecer seis cidades de refúgio, três
de cada lado do Rio Jordão (v.14). Em Dt 4.41-43, Moisés
destacou três cidades a leste do Jordão (Bezer, Ramote
e Galã, v.43) antes da conquista de Canaã. Josué (20)
registra a lei das cidades de refúgio e fala da designação
feita por Josué, de três cidades a oeste do rio (Quedes,
Siquém e Quirate-Arba, v.7). Aqui também se registra
a redesignação das três cidades do outro lado do Jordão
(v.8). A lei das cidades de refúgio foi novamente registrada
em detalhes em Dt 19.1-13, e elas foram citadas em Êx
21.13.
Era feita uma diferenciação entre homicídio
intencional e culposo.
As cidades de refúgio representavam,
essencialmente, sentenças de prisão perpétua em um
regime aberto em outro estado; em outras palavras, exílio.
Apenas com a morte do sumo sacerdote, o homem
que havia fugido para uma dessas cidades podia retornar
ao seu local de origem.
Ao retornar, ele encontrava sua herança preservada
com segurança na divisão de sua família.
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As cidades de refúgio representavam um avanço


moral e legal quando comparados ao conceito do vingador
de sangue, lei pela qual o parente de um homem morto
tinha a obrigação de matar o assassino.
Assassinos não eram protegidos nas cidades de
refúgio. Julgamentos formais distinguiam assassinos
daqueles que haviam cometido homicídio culposo
(involuntário).
As cidades de refúgio são ilustrações de Cristo,
abrigando o pecador diante do juízo (Rm 8.1, 33-34; Hb
6.17-20; comp Sl 46.1; 142.5).

Quanto às heranças (36.1-13)


Números está repleto de relatos sobre as queixas
dos israelitas. Eles reclamavam acerca de seus infortúnios
(11.1). Ansiavam pelos peixes, pepinos, melões, alhos-
porós, e cebolas do Egito (v.5), como que esquecidos das
dificuldades terríveis da escravidão.
Quando o Senhor lhes enviou codornizes,
reclamaram (v.33, cf. Ex 16). Miriã e Arão murmuraram
contra a esposa de Moisés (12.1), e a ira deles transformou-
se em ciúmes de Moisés (v.2).
Quando os espias retornaram de Canaã, com
histórias de gigantes e cidades muradas, o povo estava
prestes a escolher um capitão e voltar para o Egito (14.4).
A paciência do Senhor esgotou-se nessa hora, e ele
declarou que nenhuma alma daquela geração entraria na
terra, exceto Calebe e Josué, os dois espias que haviam
incentivado o povo a entrar na terra e a tomar posse dela
(cap. 13; 26.65).
Mas, mesmo nessa situação, Deus persistiu em
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seu grande plano redentor, estendendo sua promessa para


incluir os filhos dos que se recusaram a confiar nele. E,
apesar das rebeliões (caps. 14; 16; 25), ele continuou a
prover-lhes alimento e água, e a conduzir-lhes em direção
à terra que manava leite e mel.

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ATIVIDADES DE APOIO

Marque C (certo) ou E (errado).

1. ( ) A pedagogia divina e a rica experiência religiosa


de Israel no deserto tornaram-se um modelo de inspiração
para todos os tempos.

2. ( ) Por isso os fatos relatados neste livro foram com


frequência recordados no AT (Mq 6,3-5; Ez 16; 20; Sl
106).

3. ( ) O Novo Testamento não lembra os episódios da


serpente de bronze (Jo 3,14s), da revolta de Coré (2Tm
2,19; Jd 11), de Balaão (2Pd 2,15s; Ap 2,14), a fidelidade
de Moisés e a incompreensão do povo (Hb 3.2–4,7).

4. ( ) As cidades de refúgio representavam um avanço


moral e legal quando comparados ao conceito do vingador
de sangue, lei pela qual o parente de um homem morto
tinha a obrigação de matar o assassino.
5. ( ) As cidades de refúgio são ilustrações de Cristo
abrigando o pecador diante do juizo (Rm 8.1, 33-34; Hb
6.17-20; comp Sl 46.1; 142.5)

6. ( ) Números não está repleto de relatos sobre as queixas


dos israelitas

7. ( ) Eles não reclamavam acerca de seus infortúnios


(11.1).
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8. ( ) Miriã e Arão murmuraram contra a esposa de Moisés


(12.1), mas a ira deles não transformou-se um ciúmes de
Moisés (v.2).

9.( ) A paciência do Senhor esgotou-se nessa hora, e ele


declarou que nenhuma alma daquela geração entraria na
terra, exceto Calebe e Josué, os dois espias que haviam
incentivado o povo a entrar na terra e a tomar posse dela
(cap. 13; 26.65).

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Deuteronômio
O nome do livro provém da tradução grega dos
LXX, que entendeu, de modo impróprio, a expressão
hebraica “uma cópia da Lei” (Dt. 17.18) como “uma
segunda Lei” (deutero-nomos). Este título, porém, toca
num dos pontos básicos do livro: a relação entre a Lei
dada no Sinai e a segunda doação da Lei a Moisés nas
estepes de Moabe.
Mostra também que os antigos já haviam notado
que o Deuteronômio
repete, em parte materiais, narrativos e, sobretudo,
legislativos espalhados no Pentateuco (cf. Êx 20.23).
Mas o Deuteronômio se distingue de outros livros
do Pentateuco por não ter quase nada em comum com
as grandes fontes, javista, eloísta e sacerdotal, que o
compõem. Moisés é a figura dominante de todo o livro.
Ao término da peregrinação pelo deserto e às
vésperas da conquista, Moisés, pouco antes de morrer,
dirige um longo discurso à Israel.
Interpelando os ouvintes, ora no singular, ora no
plural, apresenta-lhes as leis a serem observadas na Terra
Prometida.
Não poupa palavras de exortação, admoestação
e ameaça, apelando para o passado luminoso de Israel,
para sua missão na história e para as promessas de glória
futura. Conclama-o a ser fiel à sua eleição e à aliança com
Deus.
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A autoria do livro é de Moisés, como se verifica de


Dt 1:1 e 31:24. O próprio Jesus atestou que a autoria do
livro é de Moisés (Mt 19:8).
Os “críticos”, mais uma vez, procuraram negar
a autoria mosaica do livro, dizendo que este livro foi
elaborado pelos sacerdotes, por volta do século VII a.C.,
em pleno período monárquico, e que este livro teria sido
o encontrado no tempo do rei Josias (Cf. II Cr 34:8-21),
alegando que o estilo literário do livro é muito próximo
aos livros dos Reis e ao livro de Jeremias, o que justificaria
essa teoria.
No entanto, como bem pondera o rabino judeu
Meir Matzliah Melamed, “… nenhum dos outros quatro
livros do Pentateuco tem a unidade, o estilo e a linguagem
do Deuteronômio”. Por ele, a crença tradicional atribui
este livro a Moisés.
As hipóteses dos críticos não invalidam este
caráter original. “Por esta razão, para o judaísmo fica
naturalmente viva a opinião tradicional que atribui o livro
a Moisés…” (Torá, p.502-3).
Naturalmente que a parte final do livro, mais
precisamente o capítulo 34, que fala da morte de Moisés,
não foi escrita pelo legislador, mas a tradição judaica
considera que o tenha sido pelo seu sucessor, Josué.
O livro de Deuteronômio é, precisamente, a
repetição da lei e de todos os eventos mais importantes
ocorridos durante a peregrinação de Israel no deserto,
por parte de Moisés ao povo de Israel, às margens do
rio Jordão. É, fundamentalmente, um longo discurso de
Moisés, em que se recapitula toda a história de Israel,
desde a libertação do Egito até aquele momento.
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É uma despedida de Moisés, porque após este


discurso, o grande líder irá cantar um hino, abençoar o
povo e subir ao monte Nebo, onde morrerá.
Daí porque o livro de Deuteronômio é uma
conclusão, uma síntese de todo o Pentateuco, não sendo de
se admirar que Jesus o tenha utilizado quando enfrentou
o diabo na tentação com as Escrituras. Aliás, os próprios
judeus consideram o Deuteronômio como sendo “… o
livro mais importante de todo o Pentateuco”.
O livro de Deuteronômio, que tem 34 capítulos,
pode ser dividido em quatro partes, a saber:

1ª parte - o primeiro discurso de Moisés

Neste primeiro discurso, Moisés faz ao povo um


resumo histórico de toda a peregrinação de Israel - Dt 1.1-
4.43.
1- Moisés recorda o fracasso de Israel em Cades-
Barnéia (1.1-46).
(1.1)- Arabá (traduzido para “campina”, Ez 47.8,
“deserto”, Is 33.9) é a transliteração de uma palavra
hebraica. Quando usada com o artigo definido, refere-se
ao vale que vai do mar da Galiléia ao golfo de Acaba. Ao
sul do Mar Morto ainda tem o mesmo nome (Wady el-
Arabah).
2- Peregrinações e diversos conflitos no deserto
(2.1-37)
3- Derrotas de Ogue, rei de Basã (3.1-11).
4- A terra de Ogue é dada às duas tribos e meia
(3.12-22)
5- Moisés pode ver a terra, mas não entra nela
(3.23-29).
6- A nova geração aprende a grandeza da lei (4.1-
40)
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2ª parte - o segundo discurso de Moisés

Neste segundo discurso, Moisés repete a lei,


começando pelos dez mandamentos, onde temos a
repetição da lei. - Dt 4:44-28:68
1- A nova geração aprende os fundamentos da lei.
(5.1-21)
2- Moisés mediador (5.22-33)
3- Essência da lei (6.1-5)
(6.5)- O conceito do amor é um dos maiores temas do
Deuteronômio. Eis aqui a primeira declaração do amor de
Deus pelo seu povo (7.7; 10.15; 23.5); então, a exortação
de que o povo de Deus deveria amá-lo com todo o seu
ser (6.5; 10.12; 11.1,13, 22); e finalmente, a exortação de
amor até mesmo pelo estrangeiro entre eles (10.19). Nosso
Senhor resumiu todos estes mandamentos, quando falou
aos sacerdotes sobre “o primeiro e grande mandamento”
(Mt 22.34-40 ; Mc 12.28-34, onde Ele se refere também a
Levítico 19.18, Lc 10.27).
4- Os pais devem instruir os filhos (6.6-25)
5- Resultados da obediência e da desobediência
(Dt 7.12). A ordem da separação (7.1-11)
Deus escolheu Israel devido à sua soberana vontade,
porque ele quis, e sobre isto não podemos indagar, mas
como diz o verso 6: “És santo povo próprio do Senhor.
Entre todos os povos, que há sobre a terra, Deus os
escolheu”.
6- Promessas de Vitória (7.12-26)
7- Moisés olha para trás e para frente (8.1-20)
(8.2)- Isso não significa que Deus não “sabe” o que há
nos corações dos homens. O saber aqui é uma coisa a ser
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demonstrada, provando o homem na experiência moral.


Veja conexão entre os dois verbos: “para te provar, para
saber...”.
No versículo 4 do capítulo 8 nos fala: “Nunca
envelheceu a tua veste...”. Nestes quarenta anos, a
provisão miraculosa incluiu o corpo físico e as vestes.
Israel foi posto sob circunstâncias e provações especiais,
mas a providência divina nos mostrou estar à altura da
crise.
“As dificuldades enfrentadas no deserto não foram
um exemplo da ira de Deus, mas de sua disciplina da
providência”.
A intenção do autor foi falar sobre os eventos
miraculosos, que incluíram coisas surpreendentes, como
os pés que não incharam, apesar de que isso seria apenas
o normal, pois andavam sobre um terreno quente e seco;
por igual modo, as vestes dos filhos de Israel deveriam ter
apodrecido, mas assim não sucedeu. Os milagres podem
fazer coisas deveras surpreendentes.
8- Tristes recordações (9.1-29)
9- Misericórdia divina na substituição das tábuas
da lei quebrada (10.1-22)
10- A importância de ouvir a palavra de Deus
(11.1-32)
11- A lei do santuário central (12.1-32)
12- Teste para os falsos profetas (13.1-11)
13- Proibidos os costumes do luto pagão (14.1-2)
14- Leis dietéticas (14.3-29)
15- Ano sabático (15.1-15)
16- O escravo perpétuo (15.16-23)
17- A páscoa (16.1-8)
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18- A festa das semanas (16.9-12)


19- A festa dos tabernáculos (16.13-15)
20- As ofertas dos varões (16.16-17)
21- Os Juízes nas cidades (16.18-22)
(16.21)- Postes-ídolos (Heb-asherim), com tanta
frequência mencionados no V.T., eram dedicados ao culto
prestado a Astarote, que era a deusa Ishtar dos Babilônicos,
a Afrodite dos gregos, a Vênus dos Romanos.
22- As ofertas devem ser sem defeito (17.1)
23- Os idólatras devem ser apedrejados (17.2-7)
24- Obediência à autoridade (17.8-13)
25- Com referência ao rei (17.8-13)
26- Porção dos levitas e sacerdotes (18.1-8)
27- O espiritismo é proibido (18.9-14)
As oito práticas anatematizadas para determinação
do futuro são estas:
27.1) Do adivinhador – os métodos são
apresentados em Ez 21.21;
27.2) Do prognosticador – possivelmente
referindo-se à feitiçaria ou astrologia;
27.3) Do agoureiro - aquele que usa
prognósticos;
27.4) Do feiticeiro – aquele que faz uso da
magia, fórmulas ou encantamentos;
27.5) Dos encantadores – (Sl 58.4-5)
27.6) De quem consulta um espírito
adivinhante;
27.7) Do mágico – Is 8.19 descreve a
prática;
27.8) Do necromante – aquele que procura
interrogar os mortos.
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Estas abominações eram praticadas pelas nações


pagãs, e suas proibições foram feitas para preservar os
israelitas, e a futura igreja de Cristo, destas abominações.
28- O grande profeta: Cristo (18.15-18)
29- O teste dos profetas (18.19-22)
30- As cidades de refúgio (19.1-13)
31- Os limites sagrados (19.14)
32- O terror da lei (19.15-21)
33- A lei marcial (20.1-20)
34- Investigação criminal (21.1-9)
35- Regulamentos domésticos (21.10-17)
36- Um filho desobediente sob a lei (21.18-23)
37- A lei da fraternidade (22.1-8)
38- A lei da separação (22.9-12)
39- A esposa inocente (22.13-30)
40- Regulamentos sobre certos povos (23.1-8)
41- Proibição da imundície (23.9-20)
42- Instruções sobre os votos (23.21-25)
43- A lei mosaica do divórcio (24.1-4)
44- Mais regulamentos sobre santidade e
misericórdia (24.5-22)
45- Quarenta açoites (25.1-4)
46- Perpetuando o nome de um irmão (25.5-10)
47- Castigos severos (25.11-16)
48- Amaleque será julgado (25.17-19).
49- A lei da oferta das primícias (26.1-9).

3ª parte - o terceiro discurso de Moisés.

Neste terceiro discurso, Moisés sela entre Deus e


o povo de Israel o chamado “pacto palestino”, a aliança
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em que Israel se compromete a servir a Deus na Terra


Prometida - Dt 29:1-30:20.
1- Mandamentos (27.1-8)
2- Bênçãos e maldições de Ebal e Gerizim (27.9-
26)
Moisés explica pormenorizadamente as bênçãos e
as maldições que acompanham o pacto do Sinai, e convida
a nova geração a renová-lo. Todavia, a ratificação final
do pacto com o Senhor seria feita em Canaã, depois de
atravessar o rio Jordão.
3- As coisas que produzem bênçãos (28.1-14)
4- As coisas que produzem maldição (28.15-48)
5- A invasão (28.49-62)
6- A dispersão mundial (28.63-68)

No capítulo 28, Moisés enumera extensamente,


e com vários detalhes minuciosos, as bênçãos e as
maldições, de modo que na entrada dos israelitas, na terra
prometida, a escolha de seu destino estava diante deles. A
obediência traria bênção, e a desobediência maldição. Se
os israelitas houvessem prestado atenção às advertências
de Moisés, teriam sido salvos de grandes padecimentos
através de sua história.
6.1- A obediência traria as seguintes bênçãos a Israel
(28.1-14):
a-Prosperidade extraordinária e geral (2-6);
b-Livramento dos inimigos (7);
c-Abundância de produção (8,11,12);
d-Bênçãos espirituais (9,10);
e-Proeminência entre as nações (1,10,13).
6.2- A desobediência traria as seguintes maldições (28.15-
68):
a-Maldições pessoais (16-20);
b-Peste (21,22);
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c-Estiagem (23,24);
d-Derrota nas guerras (25-33);
e-Praga (27,28,35);
f- Calamidade (29);
g-Cativeiro (36-46);
h-Invasões dos inimigos (45-57);
i-Pragas (58-62);
j-Dispersões entre as nações (63-68).

Julgamentos divinos que Israel deve sofrer, em


caso de desobediência:
Judá (Israel), espalhado entre as nações, não
encontrará paz nem segurança (Dt. 28.65).
Judá (Israel) será o escravo de forças estrangeiras
e a cauda das nações (Dt. 28.44).
Seus filhos e filhas serão cativos em nações pagãs (Dt
28.32).
Em fraqueza fugirão ante o perseguidor, e serão
absolutamente derrotados. As Defesas falharão, e os
soldados fugirão em sete direções, em total confusão (Dt
28.25).
Os jovens serão levados e feitos escravos. Os pais
os perderão para sempre (Dt 28.41).
O povo de Judá (Israel) será objeto de canções
zombadoras, escárnio e desprezo (Dt 28.37).
Mães, no seu desespero, comerão os próprios filhos
para não morrerem de fome (Dt 28.53).
Jovens e velhos morrerão juntos na poeira das ruas.
O inimigo não respeitará idade nem sexo (Dt
28.50).
Mães, com as próprias mãos, cozinharão seus
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filhos, as mais gentis esconderão seus filhos para comê-


los depois do ataque do inimigo. As esposas não mais
respeitarão seus maridos, mas se tornarão animais
selvagens (Dt 28.56-57).
A herança de Israel no Pacto Abraâmico passará às
mãos dos estrangeiros selvagens. O judeu construirá uma
casa, mas nunca morará nela. As propriedades ficarão à
disposição dos invasores e seus filhos (Dt 28.30).
Perseguidos, os judeus não encontrarão paz no
exílio. A espada os seguirá até lá e continuará a matança.
O pecado cobrará um alto preço dos desobedientes (Dt
28.65).
Os sofrimentos no exílio serão variados e severos.
A fome fará a pele dos cativos queimar como se estivesse
sujeita a um forno (Dt 28.48).
Mulheres, casadas e virgens, serão estupradas nas
ruas de Sião. Uma mulher prometida a um Judeu nunca
se tornará esposa dele, mas cairá vítima de um soldado
impiedoso (Dt 28.30).
Os velhos não serão respeitados e não receberão
misericórdia. Cairão vítimas das mesmas brutalidades (Dt
28.50).
O monte Sião tornará uma pilha de entulhos, e
animais selvagens farão dele seu lugar de assombração.
Os muitos e radicais pecados de Judá (Israel) exigirão
múltiplos e radicais castigos, servindo de agentes de
restauração para o remanescente que sobreviver (Dt
28.26).

4ª parte - apêndice histórico


Conclusão do livro em que tem as últimas instruções
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de Moisés, seu cântico, suas bênçãos e a narração da sua


morte, muito provavelmente escrita por Josué - Dt 31:1-
34:12.
No livro de Deuteronômio, temos o ápice da lei.
Moisés não se limitou a repetir as regras e normas que
Deus havia revelado ao Seu povo, mas demonstrou qual
a finalidade do cumprimento da lei, qual o seu sentido
moral.
Apontou para a vinda de outro profeta, trazendo
a esperança messiânica, como também deixou regulada
a própria monarquia, que ainda nem sequer existia. É o
ponto alto do Pentateuco que se encerra com fecho de
ouro.
OBS: “O Livro de Deuteronômio e seu cumprimento
no Novo Testamento - Quando Jesus foi tentado pelo
diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio
(Mt 4:4,7,10, cf. Dt 8.3; 6. 13,16). Quando perguntaram
a Jesus qual era o maior mandamento da lei, sua resposta
veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5). Quase
cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele
aludem. Uma nítida profecia messiânica deste livro (18.15-
19) é citada duas vezes em Atos (3.22,23; 7.37). O cunho
espiritual de Deuteronômio é fundamental à revelação do
NT” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.290).

“Cristo Revelado - Moisés foi o primeiro a profetizar a


vinda do Messias, um Profeta como o próprio Moisés
(18.15). Notadamente, Moisés é a única pessoa com quem
Jesus se comparou (…) (Jo 5:46,47). Jesus costumava
citar Deuteronômio(…). É muito significativo o fato de
Cristo, que era perfeitamente obediente ao Pai, mesmo
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até a morte, ter usado este livro sobre a obediência para


demonstrar a Sua submissão à vontade do Pai“ (BÍBLIA
DE ESTUDO PLENITUDE, p.187).

Conclusão: palavras finais e últimos atos de


Moisés, e sua morte.
1- Os últimos conselhos de Moisés à nação, a Josué
e aos Sacerdotes (31.1-13).
2- O Senhor adverte Moisés da apostasia de Israel (31.14-
30)
3- O cântico de Moisés (32.1-5)
4- A escolha e a proteção de Deus (32.6-14)
5- O perigo da apostasia e o Juízo (32.15-25)
6- Misericórdia e juízo (32.26-47)
7- Moisés recebe ordem de subir ao monte Nebo
(32.48-2)
8- Moisés abençoa as tribos (33.1-29)
9- Moisés vê a terra (34.1-4)
10- A morte de Moisés (34.5-12)

Tem-se perguntado se Moisés escreveu a narrativa


de sua morte. Ele escolheu Israel devido à sua vontade,
e também somos privilegiados ao aceitarmos Jesus,
nos tornando filhos e sacerdotes, e tendo agora parte na
herança das promessas de Deus.

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ATIVIDADES DE APOIO

Marque C (certo) ou E (errado).

1) ( ) A autoria do livro não é de Moisés, como se verifica


de Dt 1:1, e 31:24. O próprio Jesus não atestou que a
autoria do livro é de Moisés (Mt. 19:8).
2) ( ) O livro de Deuteronômio é, precisamente, a
repetição da lei e de todos os eventos mais importantes
ocorridos durante a peregrinação de Israel no deserto por
parte de Moisés ao povo de Israel

3) ( ) O livro de Deuteronômio, que tem 34 capítulos,


pode ser dividido em quatro partes.

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REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

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5, São Paulo-SP, 1995.
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CHAMPLIM, R. N; J.M. Bentes, O Antigo
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Candeia, 1ª Edição, São Paulo-SP, 2000.

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