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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos da disciplina
1.2. Introdução
1.3. Características literárias
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2.1. O estudo sistemático da Bíblia Sagrada
2.2. Sobre as Epístolas Gerais
2.3. Livros que compõem as Epístolas Gerais
2.4. Características de uma carta
2.5. O contexto das Epístolas Gerais
2.6. A canonicidade das Epístolas Gerais
2.7. Características dos Livros Canônicos
2.8. Testes para a canonicidade
2.9. Panorama geral das Epístolas Gerais
3. EPÍSTOLA AOS HEBREUS
3.1. Um livro diferenciado
3.2. Autoria
3.3. Datação
3.4. Local de escrita
3.5. Destinatários
3.6. A motivação do escritor
3.7. Propósitos da carta
3.8. Tema central
3.9. Teologia
3.10. Princípios de interpretação
3.11. Esboço geral
4. EPÍSTOLA DE TIAGO
4.1. Autoria
4.2. Informações do autor
4.3. Datação
4.4. Local da escrita
4.5. Público alvo
4.6. Propósito da carta
4.7. Estrutura literária
4.8. A ligação entre Tiago e os evangelhos
4.9. Tema da carta
4.10. A teologia de Tiago
4.11. Esboço geral do livro
5. PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO
5.1. Autoria
5.2. Datação
5.3. Local de escrita e público alvo
5.4. Perspectiva teológica
5.5. Esboço
6. SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO
6.1. Autoria
6.2. Local de escrita
6.3. Destinatários
6.4. A motivação de Pedro
6.5. O propósito de Pedro
6.6. Fundamentos teológicos
6.7. Tema da carta
7. PRIMEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO
7.1. Autoria
7.2. Datação
7.3. Local de escrita
7.4. Destinatários
7.5. Gênero literário
7.6. Estilo do autor
7.7. Objetivos do autor
7.8. Perspectivas teológicas
7.9. Tema
7.10. Esboço
8. SEGUNDA EPÍSTOLA DE JOÃO
8.1. Autoria
8.2. Datação
8.3. Local de escrita
8.4. Destinatários
8.5. Aspecto teológico
8.6. Tema
8.7. Esboço
9. TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO
9.1. Autoria
9.2. Datação
9.3. Local de escrita
9.4. Destinatário
9.5. A teologia da epístola
9.6. Tema
9.7. Esboço
10. EPÍSTOLA DE JUDAS
10.1. Autoria
10.2. Datação
10.3. Local de escrita
10.4. Destinatários
10.5. Tema
10.6. Teologia
10.7. Esboço
INTRODUÇÃO

Objetivos da disciplina

O primeiro grande objetivo do estudo desta disciplina é nos certificarmos de


quais são as cartas que compõem e compreendem as Epístolas Gerais. Isso é
fundamental para aqueles que buscam estudar a Palavra do Senhor com afinco, uma
vez que a própria Bíblia Sagrada possui diversas divisões que, quando identificadas,
facilitam a compreensão do texto.

A. Antigo Testamento

a. Pentateuco

b. Livros Históricos

c. Livros Poéticos

d. Livros Proféticos

i. Profetas Maiores

ii. Profetas Menores

B. Novo Testamento

a. Evangelhos

b. Cartas Paulinas

c. Epístolas Gerais

d. Histórico

e. Profético

O segundo grande objetivo é compreender o porquê do título “Epístolas


Gerais”. Tal esforço permite ao estudante ter uma compreensão mais profunda dos
livros como um todo. A bíblia precisa ser observada em seu propósito maior, isto é,
desde o macro (o livro) até o micro (os capítulos e versículos) para uma interpretação
correta, ampla e profunda.

O terceiro grande objetivo é conhecer os aspectos gerais de cada uma das


epístolas e suas implicações para a vida dos cristãos. Isso é essencial para que haja
uma interpretação ampla e correta das escrituras fundamentada nas verdades
doutrinárias e espirituais da Palavra do Senhor.
O quarto grande objetivo do estudo desta disciplina é aplicar corretamente os
ensinos das Epístolas Gerais à realidade atual. Para o cristão, não basta apenas
conhecer as escrituras no campo da intelectualidade, mas sim colocá-los em prática.

Introdução

A maior parte do Novo Testamento é composta por cartas. Por esse motivo,
torna-se importante ao estudante de teologia compreender tanto as característica
quanto a aplicabilidade deste método literário.

Características literárias

O texto das Epístolas Gerais pertence ao gênero literário de Carta. Algumas


características desse estilo são importantes de serem notadas:

É um método extremamente eficaz: de fato, as cartas são tão úteis que ainda
hoje são amplamente utilizadas. Seu emprego pelos apóstolos se deu por duas
razões: a distância entre o remetente e os destinatários e as limitações de
comunicação da época.

De fato, a utilização das cartas foi tão eficaz que, mesmo depois do período
apostólico, os pais da igreja continuaram fazendo uso desse método. Um bom
exemplo ilustrativo é o de Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e Clemente de
Roma.

A maioria dessas cartas é chamada de “circunstanciais” uma vez que eram


escritas visando a resolução de problemas específicos, a exemplo das epístolas
Paulinas. Após plantar uma igreja, o apóstolo Paulo estabelecia e colegiado de
obreiros e seguia sua viagem missionária. Assim sendo, a única maneira que possuía
para resolver problemas que surgisse nas comunidades era por meio de cartas.

Há duas divisões das epístolas do Novo Testamento:

● Cartas Paulinas: são primariamente epístolas pastorais onde o apóstolo Paulo


trata de assuntos ministeriais.

● Epístolas Gerais: foram escritos por meio dos quais os apóstolos se


comunicaram com as igrejas.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O estudo sistemático da Bíblia Sagrada

Existem pontos fundamentais cuja observação se torna essencial durante a


elaboração de qualquer estudo sistemático da Bíblia Sagrada. Assim sendo, antes de
dar início ao estudo das cartas específicas estaremos dando uma olhada nas
seguintes questões:

O que significa o termo “Epístolas Gerais”? Quem primeiro utilizou o termo?


Em que situação? Qual era o período histórico?

A primeira pessoa a fazer uso do termo Epístolas Gerais para fazer referência
a esse grupo de cartas do Novo Testamento foi o grande historiador Eusébio de
Cesaréia (265-340), que ficou conhecido como o maior historiador eclesiástico
durante os primeiros séculos do cristianismo.

Sobre as Epístolas Gerais

Também chamadas de “Epístolas Católicas” ou “Epístolas Universais”, esse


conjunto de cartas possui uma característica interessante: são destinadas a todos os
cristãos.

Primeira e Segunda aos Coríntios apresenta problemas pontuais e culturais,


específicos da realidade daquele povo em especial. No caso das Epístolas Gerais,
isso não acontece. Nelas os assuntos tratados são mais abrangentes, buscando
alcançar todos os cristãos. Ainda que alguns textos tratem de grupos específicos, a
carta em si é endereçada à igreja como um todo.

Livros que compõem as Epístolas Gerais

● Epístola de Hebreus

● Epístola de Tiago

● Primeira epístola de Pedro

● Segunda epístola de Pedro

● Primeira epístola de João


● Segunda epístola de João

● Terceira epístola de João

● Epístola de Judas

Característica de uma carta

As Epístolas Gerais apresentam as seguintes características:

● Possuem um autor;

● Possuem um destinatário;

● Possuem uma saudação;

● Possuem um conteúdo;

● Possuem uma despedida;

Isso aponta para uma grande verdade: relacionamento. Esse ponto é


fundamental, pois não podemos enxergar essas cartas apenas como um tratado
teológico. É, sim, um tratado, mas não se pode perder de vista o lado afetivo do texto.
As epístolas são escritos relacionais, isto é, demonstram a preocupação de uma
pessoa em corrigir falhas e fortalecer a fé de um irmão.

Ao estudar o conteúdo das cartas, devemos nos atentar a três pontos:

● Considerar seu gênero literário;

● Considerar seu contexto histórico;

● Considerar seu contexto teológico;

Devemos considerar que três coisas influenciaram os autores das epístolas


gerais:

1. A Tradição Judaica: não há como dissociar os escritos do Novo Testamento


da tradição e da cultura judaica.

2. A Literatura Apocalíptica: este tema diz respeito às expectativas escatológicas,


isto é, o desejo da vinda de Cristo.

3. A Filosofia Popular Helenística: o pregar do Novo Testamento exige certo


conhecimento de filosofia, porque havia influências da filosofia helenística na
mentalidade dos autores.
O contexto das Epístolas Gerais

Ao buscar compreender o contexto em que as Epístolas Gerais foram escritas,


deve-se atentar a dois pontos:

1. O contexto político: inicialmente, o governo do período em questão mostrava-


se tolerante e, em alguns aspectos, até mesmo simpático ao cristianismo. Isso
acabou por permitir a atitude de submissão da igreja em relação às autoridades
que permitiu que o cristianismo fosse colocado no mesmo nível que o
judaísmo.

Nos final dos anos 60 d.C., entretanto, a situação mudou drasticamente por
causa da diferença de fé entre os cristãos e judeus. Há, então, uma má
compreensão da igreja por causa de algumas doutrinas do cristianismo (o
Deus invisível, o Cristo ressurreto, o julgamento divino).

O ponto alto da perseguição que começou entre os judeus acontece durante o


período do reinado de Nero, que intensifica a opressão sobre os cristãos.

2. O contexto eclesiástico: além da influência externa da política, a igreja também


possui seus dramas internos relacionados à doutrina, manutenção da
disciplina, santidade e fervor.

A natureza do problema externo é a maneira como os cristãos se relacionam


com as pessoas fora da fé, a do problema interno, a preservação da fé e a
resolução dos conflitos originários do crescimento da igreja para além dos
limites geográficos de Jerusalém. Nesse contexto, surgem as seguintes
perguntas:

1. O gentio é salvo somente pela fé ou é necessário observar a lei?

2. O gentio deve circuncidar-se para ser salvo?

3. Qual a relação entre salvação pela fé e o comportamento ético-moral se


o gentio não precisa observar a lei?

4. Qual a relação entre fé e obras?

5. Como tratamos as heresias que estão entrando nas igrejas?


A canonicidade das Epístolas Gerais

Antes de qualquer coisa, deve-se compreender o que significa afirmar que algo
é ou não é canônico. Cânon é uma palavra de origem grega que significa literalmente
uma vara, isto é, um instrumento de medida.

O Cânon é, portanto, um meio pelo qual se avalia a autoridade e validade de


alguma coisa. Trata-se da regra de fé, isto é, são os livros inspirados pelo Espírito
Santo. É por esse motivo que esses escritos possuem autoridade normativa para os
cristãos.

A canonicidade também significa a garantia do cumprimento do que está


escrito. Na condição de palavra de Deus, o texto revela a própria natureza de Deus,
e um de Seus aspectos é a imutabilidade, a perfeição e a fidelidade para cumprir com
o que foi prometido.

Vale ressaltar que, por “inspirados”, compreendemos que o livro possui o sopro
do Espírito Santo, que confere direção quanto à sua escrita. Assim sendo, as
Epístolas Gerais são cartas orientadoras que conduzem a igreja no caminho que
Deus deseja que ela siga.

Características dos Livros Canônicos

1. São normativos para a igreja, isto é, estabelecem normas para os cristãos,


determinando a direção que deve ser seguida.

2. Os livros que compõem a Bíblia Sagrada são possuidores de uma autoridade


única, inspirada por Deus.

3. São destinados a todos os cristãos. “Toda a Escritura é divinamente inspirada,


e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda
a boa obra.” (2 Timóteo 3:16,17)

Testes para a canonicidade

1. Apostolicidade: o livro deve, necessariamente, ter sido escrito por um apóstolo


ou alguém diretamente ligado a um no trabalho e na comunhão;

2. Universalidade: deveria gozar de ampla aceitação em todas as igrejas da


época;

3. Conteúdo: o teor doutrinário deveria concordar com a totalidade da escritura e


os outros ensinos previamente apresentados.
4. Inspiração: deveria demonstrar nítidas evidências de influência do Espírito
Santo sobre o autor;

Panorama geral das Epístolas Gerais

Hebreus A Superioridade de Cristo

Tiago A Fé e as Obras

I Pedro Como Vencer no meio do Sofrimento

II Pedro Crescendo em Cristo até Sua Volta

I João A Comunhão e a Confiança dos Filhos


de Deus

II João Os Falsos Mestres

III João Exortações e Elogios

Judas A Apostasia
EPÍSTOLA AOS
HEBREUS

Um livro diferenciado

A carta aos Hebreus é bastante singular, diferenciando-se de todos os outros


livros que compõem o Novo Testamento pelos seguintes motivos:

1. Começa como um tratado, isto é, um estudo formal, acadêmico e criterioso.


Nesse caso, Hebreus começa como um tratado teológico.

2. Continua como sermão, apresentando um discurso com características


práticas a respeito de verdades com base no Antigo Testamento, mas com
uma visão superior.

3. Conclui-se como uma carta, apresentando um alto grau de relacionamento


para com o leitor.

Autoria

Este é, sem dúvidas, o tema mais debatido do livro de Hebreus: a carta trata-
se de um texto anônimo. Há várias suposições acerca de sua autoria, mas ninguém
sabe ao certo a identidade do escritor.

Hebreus difere-se das demais cartas por não revelar quem de fato foi
responsável por sua escrita ou para quem ela é endereçada. A principal dificuldade
de se resolver a questão se dá por causa da falta de uma saudação inicial.

Por causa disso, diversas figuras na história do cristianismo já surgiram com


hipóteses para responder a pergunta da autoria: Clemente de Alexandria sugeriu
Lucas, Orígenes sugeriu Clemente de Roma, Tertuliano atribui-a a Barnabé, Calvino
aponta para Lucas ou Clemente de Roma, Lutero, para Apolo, Jerônimo e Agostinho
creditam a escrita a Paulo e outros supõe que o autor tenha sido Silvano ou Silas.

Datação

● Primeira sugestão: entre 50 e 60 d.C. Essa visão defende que o público alvo
da carta é a segunda geração de cristãos. No texto, é possível perceber certo
nível de esfriamento espiritual no meio da igreja, o que aponta para uma
geração de cristãos mais distante do período apostólico.
● Segunda sugestão: escrito em 64 d.C. Essa visão aponta pros sinais de
perseguição presentes na carta para defender que tenha sido escrita durante
o domínio de Nero. Nessa hipótese, a carta seria destinada aos cristãos
italianos espalhados pelo império.

● Terceira sugestão: antes de 70 d.C. Essa posição defende que o fato de o


autor combater os rituais do templo implica um período anterior à destruição
de Jerusalém.

● Quarta sugestão: escrito em 96 d.C. Essa posição, entretanto, apresenta


algumas falhas: a epístola foi aproveitada na carta do bispo Clemente de
Roma, deste ano, significando que não poderia datar desse mesmo ano.

Hebreus supõe um período avançado do cristianismo (Hb 9:9; 13:10), porém o


Templo ainda estava de pé durante a escrita da carta. O trecho do capítulo
13:7 mostra-nos que os “antigos mestres” já haviam morrido, indicando uma
geração mais avançada de cristãos.

Enfim, o autor combate um esfriamento espiritual, deixando claro que as


perseguições já estão ocorrendo (Hb 10:25-27). Ficamos, portanto, com a suposição
mais provável: entre 64 e 67 d.C., o período em que começa a guerra na Judéia que
antecede a destruição do Templo.

Local de escrita

“Saudai a todos os vossos chefes e a


todos os santos. Os da Itália vos
saúdam.”

(Hebreus 13:24)

O trecho destacado do livro de Hebreus pode apresentar dois significados


dependendo da maneira como se encara o texto:

1. “Os da Itália” são pessoas que saíram da Itália e, por meio da carta, saúdam
seus conterrâneos.

2. “Os da Itália” são moradores da Itália que saúdam os destinatários da carta.

A resposta mais provável é a segunda opção, significando que o autor da carta


encontrava-se em Roma durante a escrita do texto.
Destinatários

Existem algumas divergências nas opiniões acerca do público alvo de


Hebreus, mas não podemos duvidar de que a carta foi escrita para cristãos judeus. A
hipótese mais antiga e bem aceita aponta que os destinatários seriam judeus
palestinos, em especial a igreja de Jerusalém:

1. Em toda a carta não se percebem alusões ao paganismo. Há, entretanto, um


forte combate à supervalorização dos costumes judaicos.

2. Temos que considerar que havia milhares de cristãos judeus que criam na Lei
e eram zelosos por ela.

3. Quando se lê Hebreus, percebe-se no tom da fala uma clara preocupação do


autor para com a possibilidade desses irmãos voltarem a se submeter aos
rituais do Templo.

4. Jerusalém se tratava de um ponto estratégico. Sendo lida em Jerusalém, a


carta poderia ser enviada às demais comunidades cristãs.

5. Existem aqueles que combatem esse ponto de vista com base em Hb 6:10.
Essa visão acredita que esse texto está reconhecendo as doações do público-
alvo aos irmãos espalhados pelo mundo. Uma vez que a igreja de Jerusalém
era uma comunidade pobre, seria pouco provável que ela tivesse condições
de fazer doações às outras igrejas. Essa teoria, entretanto, não se sustenta
porque a pobreza não é prova de ausência de caridade.

A motivação do escritor

Percebemos no texto uma espécie de urgência emergencial por parte do autor,


um ar de que algo muito sério está para acontecer. Há também um tom de advertência
para o povo contra o “pecado que tão de perto nos rodeia”.

Percebe-se por meio das admoestações do autor que os destinatários estão


sob o risco de se tornarem vacilantes na fé, uma vez que o entusiasmo do primeiro
momento do cristianismo parecia haver passado.

Propósito da carta

O principal propósito da carta é firmar os cristãos judeus em sua fé em Cristo,


protegendo-os da apostasia e do retorno ao judaísmo. O autor percebe a necessidade
e expor a real natureza do cristianismo como a religião final e perfeita, apresentando
a majestade de Cristo e colocando-O na posição de superior a tudo.
Ele estimula os cristãos a permanecerem firmes em sua confissão de fé,
instigando-os a resistir aos incentivos à apostasia. O autor apresenta um Cristo
Supremo. São três propósitos principais:

1. Demonstrar a superioridade de Cristo

2. Estimular a perseverança dos fiéis

3. Advertir contra a apostasia

Tema central

A superioridade de Cristo. O autor demonstra que Cristo é superior a Moisés,


Josué, Arão e Melquisedeque. Cristo é Filho de Deus, Ele é superior aos homens que
vieram antes dEle e aos anjos, Suas criaturas.

Teologia

Quando observamos a teologia de Hebreus, podemos dizer que do capítulo


1:1 ao 10:18 temos a exposição da superioridade do Novo Testamento em relação ao
Antigo.

Cristo é também apresentado como Criador de todas as coisas. Por meio dEle
tudo que se fez foi feito. O Cristo criador aparece em Hebreus para mostrar sua
superioridade perante as criaturas (Hb 1:1-14).

O autor também apresenta Cristo como Filho de Deus e, portanto, superior a


Moisés (Hb 3:1-19; 4:14), Arão (Hb 7:1-21), Melquisedeque (Hb 5:4; 7:11). Além
disso, o sacrifício de Cristo é mais precioso que todos os sacrifícios do Antigo
Testamento.

A carta possui também uma recomendação à perseveração (Hb 10:32 a 12:13)


e previne os leitores contra a apostasia (Hb 13:9-17).

Princípios de interpretação

Para uma melhor interpretação do livro, deve-se atentar a três pontos:

1. Deve-se considerar seu objetivo primordial: levar os homens à presença de


Deus. Este é o alvo principal do autor: fazer com que os homens reconheçam
Cristo como soberano de tudo e todos;
2. Para permanecer na presença de Deus, os homens devem ser santos, isto é,
devem ser santificados pelo Espírito Santo (Hb 12:14);

3. O povo de Israel é considerado o símbolo da obra de Cristo sobre a Nova


Aliança;

Esboço geral

DIVISÃO DOUTRINA ADVERTÊNCIA ESTÍMULO

Caps. 1 e 2 Comparação com Não negligenciar a Somos parte da


os anjos (1) salvação (2:1-4) família de Deus
(2:5-19)

Caps. 3 a 4:13 Comparação com Não rejeitar o A palavra e Deus é


Moisés (3:1-6) repouso que Cristo viva e eficaz
oferece (3:7-19) (4:12,13)

Caps. 4:14 a 7:28 Comparação com Crescei no Tende confiança


o sacerdócio de conhecimento da nas promessas
Arão (4:11 - 5:11) palavra de Deus divinas (6:9-20)
(5:12 - 6:8)

Caps. 8:1 a 10:18 Comparação com Não rejeite o Chegue-se a Deus


o antigo concerto sacrifício de Cristo com confiança
(8:1 - 10:18) (10:26-31) (10:19-25)

Caps. 10:32 a O caminho da fé Não rejeite o Somos filhos de


13:25 (10:32-39; 11) caminho da fé Deus (12:1-11)
(12:12-19)

Exortações Gerais Maneira de viver -


doutrina certa
(13:1-25)
EPÍSTOLA DE
TIAGO

A Epístola de Tiago é o livro mais prático do Novo Testamento, apontando


enfaticamente para o comportamento correto de um cristão frente aos desafios de
sua vida em todas as esferas.

Isso não significa que não devemos dar o devido valor que ela merece. Toda
teologia tem que desembocar na prática da vida cristã. Esta carta funciona, portanto,
como um manual do cristão.

Autoria

“Tiago, servo de Deus, e do Senhor


Jesus Cristo, às doze tribos que andam
dispersas, saúde.”

(Tiago 1:1)

Há quatro Tiagos descritos no Novo Testamento:

1. Tiago, o Maior: também conhecido como filho de Zebedeu e Boanerges, isto


é, filho do trovão. Era irmão do apóstolo João e participou do grupo dos três
discípulos mais íntimos de Jesus

2. Tiago, o Menor: filho da outra Maria, não há muitas informações disponíveis


acerca deste Tiago.

3. Tiago, filho de Alfeu: um dos 12 apóstolos de Jesus. Citado em: Mateus 10;
Marcos 3; Lucas 6 e Atos 1.

4. Tiago, irmão do Senhor: responsável por dirigir a Igreja nascente em


Jerusalém. Acredita-se que este seja o irmão de Jesus atos 15:12; 21:18;
gálatas 2:9,12. Este seria o autor da carta de Tiago.

Informações do autor

Inicialmente, Tiago não foi crente em Jesus durante Seu ministério público.
Podemos observar, entretanto, que, em 1Co 15:7, Paulo vai dar testemunho de que
Tiago testemunhou a ressurreição de Cristo. Atos 1:14 apresenta-nos Tiago
convertido. Atos 21:17-26 descreve-o como zeloso para com a Lei e, no concílio em
Jerusalém, Tiago defende Paulo (Atos 15:12-21).
Datação

Percebe-se claramente no texto um tom de preocupação com o esfriamento


da fé. O fervor parecia ter passado, portanto a escrita se dá numa fase pós-apostólica.

Presume-se que a carta tenha sido escrita em 62 d.C., ano de seu martírio.
Existem, entretanto, estudiosos que recuam esta data, colocando-a entre 45 e 50 d.C.
com base nos seguintes pontos:

1. A ausência da controvérsia judaizante;

2. A presença de um tom mais judaico, prova implícita de sua escrita anterior ao


avanço do cristianismo;

Local da escrita

Uma vez que afirmamos que a epístola foi escrita por Tiago, meio irmão de
Jesus e líder da igreja em Jerusalém, presume-se que ela tenha sido escrita em
Jerusalém e, a partir daí, tenha sido espalhada.

Público alvo

“Tiago, servo de Deus, e do Senhor


Jesus Cristo, às doze tribos que andam
dispersas, saúde.”

(Tiago 1:1)

Em linhas gerais, Tiago destina sua carta às 12 tribos de Israel que estavam
dispersas. Claro que há aqui um ponto de discussão: seria essa uma linguagem
metafórica para se referir à igreja do Senhor?

“Porque, se no vosso ajuntamento entrar


algum homem com anel de ouro no dedo,
com trajes preciosos, e entrar também
algum pobre com sórdido traje,”

(Tiago 2:2)

A expressão “ajuntamento” pode ser traduzida também como “sinagoga”. É


possível, portanto, que o texto esteja se referindo a um local judaico. Há também a
possibilidade de o termo fazer referência a uma assembléia de culto ao Senhor.
Tiago também faz uso da expressão Senhor dos exércitos (Tiago 5:4), um
termo tipicamente judaico. É claro, entretanto, que é possível que este seja um uso
mais amplo, sem uma relação tão forte com a terminologia judaica.

Há também, nos textos de Hb 2:8-13 e Hb 4:11-12, referências que dão ênfase


ao Antigo Testamento. Hb 2:19 também enfatiza a monoteísmo, algo que, segundo
os defensores dessa visão, é tipicamente judaico.

A expressão “12 tribos de Israel” empregada por Tiago pode ter sido figurada
tendo em vista as passagens de 1 Pedro 1:1, 2:11; Hebreus 11:13, 13:14 e Filipenses
3:20.

Além de tudo, o texto de Tiago omite dois assuntos importantes: a escravatura


e a idolatria, dois temas que não existiam entre os judeus, portanto ficamos com a
sugestão de que a epístola tinha judeus cristãos em mente.

Propósito da carta

A Epístola apresenta pelo menos três grandes propósitos:

1. A necessidade de animar e confortar os cristãos que estão atravessando


grandes perseguições e terríveis tentações;

2. O desejo de instruir as assembleias cristãs, pois elas estavam sofrendo em


relação à ordem. O livro combate o mal do tratamento diferenciado para
membros por causa de nível monetário ou status social;

3. Combater a tendência do divórcio entre fé e obras, uma vez que as evidências


da fé são as obras. Fomos chamados para as boas obras, que são nossos
frutos dignos de arrependimento;

Estrutura literária

Em primeiro lugar, é interessante observarmos que, na carta, não há um


diálogo entre o autor e o destinatário. A carta utiliza-se de um estilo proverbial judaico:
há grande semelhança entre Tiago e provérbios.

Aparentemente, Tiago não cita o evangelho diretamente, porém há uma


semelhança muito forte entre a epístola e os evangelhos. Além disso, a epístola
apresenta alto grau de combate aos males que afrontam os cristãos.
O nome de Jesus é mencionado no capítulo 1:1 a 2:1, embora os evangelhos
em si não sejam citados. Por repetidas vezes, o autor faz uso da expressão Senhor
para se referir a Cristo, colocando-o na posição de soberano.

A ligação entre Tiago e os evangelhos

O evangelho está entranhado em toda a carta que Tiago escreve. Alguns


paralelos que podemos destacar são os seguintes:

Tiago 1:22 Mateus 7:24, 27

Tiago 3:18 Mateus 5:9

Tiago 4:11 Mateus 7:1

Tiago 5:2 Mateus 6:19

Tiago 5:12 Mateus 5:24-47

Tiago 2:8 Mateus 22:36

Tema da carta

O tema da carta de Tiago gira em torno da conduta cristã na vida diária,


demonstrando as verdades da religião pura, afastada de todo tipo de imundícia. Tiago
nos diz que é o dever do cristão assistir órfãos e viúvas, isto é, os necessitados.

É nosso dever reproduzir a natureza de Cristo, uma vez que somos Seus
seguidores e Sua Vida está em nós por causa do Novo Nascimento. A verdadeira
religião é, portanto, amar a Deus acima de todas as coisas.

A teologia de Tiago

Tiago reúne a ética do Antigo Testamento com a ética cristã do Novo


Testamento. É nessa união que se manifesta historicamente a origem do cristianismo,
que tem inicia-se no judaísmo.

Tiago vai fundir a Lei e Cristo, deixando claro que, em israel, como na igreja, a
moral se baseia nos ensinamentos de Jesus. Cristo é o cumprimento da Lei, a igreja
deve manifestar esses princípios na vida prática, uma moral fundamentada no amor
ao próximo.
A aparente contradição entre Tiago e Paulo é resolvida da seguinte maneira:
Tiago fala de uma Fé que é acompanhada de obras. Não há contradição, uma vez
que uma visão complementa a outra. Paulo combate o fato de que as pessoas
supervalorizam a Lei, Tiago, o oposto: o não demonstrar das evidências da
conversão.

Esboço geral do livro

Alegria nas Tribulações 1:2-4

Oração Pedindo Sabedoria 1:5-8

Distinção entre Provas e Tentações 1:911

A Obediência à Palavra 1:19-27

Amar sem ser Parcial para com os 2:1-13


Ricos

As Obras como Prova de Fé 2:14-26

A Sabedoria 3:1-4.10

Evitando a Calúnia 4:11

A Confiança sem Base 4:13-17

A Paciência 5:1-11

A Honestidade 512

A Atitude de Coletividade, Incluindo a 5:13-18


Oração pelos Doentes e a Mútua
Confissão de Pecados

Recuperação de Crentes que Errarem 5:19,20


PRIMEIRA EPÍSTOLA
DE PEDRO

Autoria

“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos


estrangeiros dispersos no Ponto,
Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia;”

(1 Pedro 1:1)

“Por Silvano, vosso fiel irmão, como


cuido, escrevi brevemente, exortando e
testificando que esta é a verdadeira graça
de Deus, na qual estais firmes. A vossa
co-eleita em babilônia vos saúda, e meu
filho Marcos. Saudai-vos uns aos outros
com ósculo de amor. Paz seja com todos
vós que estais em Cristo Jesus. Amém.”

(1 Pedro 5:12-14)

Alguns estudiosos acreditam que a primeira carta de Pedro não tenha sido
escrita como uma carta, mas sim como um sermão ou liturgia batismal que, depois,
tornou-se epístola.

O problema é que essa tese isso nega que a carta tenha sido escrita pelo
apóstolo Pedro enquanto repetidas expressões dentro do texto afirmam a autoria de
Pedro. Além do mais, a verdade da autoria de Pedro é respaldada pela tradição da
igreja.

Datação

A data mais sugerida é de 63 d.C., pouco antes do martírio de Pedro em Roma.


O tema leva a crer que a escrita se localiza nesse período, retratando tanto a situação
de perseguição quanto a necessidade de se manter a fé.

Local de escrita e público alvo

“A vossa co-eleita em babilônia vos


saúda”

(1 Pedro 5:13)
Acredita-se que o termo “babilônia” faça referência à degeneração moral de
Roma, uma vez que não há relatos de que Pedro esteve na Babilônia geográfica.
Além disso, Pedro destina a carta a forasteiros (1:1) entre os gentios (2:12), tratando
do problema da idolatria (4:3). Além do mais, o texto fala da ignorância religiosa (1:14),
a vida frívola herdada pelos pais (1:18) e características de um povo pagão e gentio
(2:1). Todos esses fatos apontam para um público de gentios convertidos.

Perspectiva teológica

Do ponto de vista teológico, Pedro vai tratar do batismo com uma ênfase
bastante acentuada e direta, e com razão: o batismo é uma forma de demonstrar o
renascimento do cristão, é um presente de Deus e um dever do justo. Um privilégio
divino do batismo é, para nós, uma responsabilidade.

● 1 Pedro 1:3 - 2:3 - Trata de forma direta o batismo;

● 1 Pedro 2:4-10 - Apresenta a igreja como casa e como povo de Deus;

● 1 Pedro 2:18-25 - Trata sobre a maneira correta de se tratar os servos;

● 1 Pedro 4:12-5:11 - Reanima os irmãos frente às perseguições;

● 1 Pedro 1:3 - 23 - Apresenta a igreja como uma comunidade unida por meio
do batismo;

● 1 Pedro 3:1 - Disserta sobre a obediência à Palavra;

● 1 Pedro 1:19-21, 2:2-25, 3:18-22 - Apresenta trechos que formam uma tríade
de hinos cristocêntricos;

● 1 Pedro 2;5-10 - Apresenta a igreja como sacerdócio real, responsável por


levar pessoas a Cristo;

● 1 Pedro 2:21 - Trata sobre a natureza do que significa ser cristão, isto é, ser a
continuidade do ministério de Jesus Cristo na Terra;

● 1 Pedro 3:7 - Versa sobre a vida matrimonial;

● 1 Pedro 3:21-25 - Ensina que o cristão deve se importar com o sofrimento dos
escravos;

● 1 Pedro 1:1, 2:11 - Ensina-nos que a igreja vive como minoria neste mundo,
mas que logo ela será retirada dele;

● 1 Pedro 2:13-17 - Apresenta o cristão como alguém que deve fazer o bem até
mesmo a pessoas hostis;
● 1 Pedro 3;8 - O cristão é chamado a herdar bênçãos;

● 1 Pedro 1:7; 2:11 - Os sofrimentos e o cristão como peregrino na Terra;

● 1 Pedro 1:7; 5:10 - A consumação escatológica e a igreja;

Esboço

Saudação 1:1-2

Louvor pela Herança Celeste dos 1:3-12


Crentes Perseguidos

Exortação sobre a Santidade 1:13-21

Exortação quanto ao Amor Mútuo 1:22-25

Exortação ao Avanço quanto à 2:1-10


Salvação

Exortação quanto à conduta cristã numa 2:11 - 4:19


sociedade não cristã

Exortação à Humildade no seio da 5:1-11


Igreja e à Resistência diante da
Perseguição

Conclusão Silvano tinha a função de, como


amanuense, saudações e bênção final
(3:12-14)
SEGUNDA EPÍSTOLA
DE PEDRO

Autoria

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus


Cristo, aos que conosco alcançaram fé
igualmente preciosa pela justiça do nosso
Deus e Salvador Jesus Cristo:”

(2 Pedro 1:1)

Pedro se apresenta com seu nome, especificando-se como servo e apóstolo.


O trecho de 2 Pedro 1:16 fortalece ainda mais essa certeza. Já tendo escrito a
primeira carta, essa é datada de pouco tempo depois, entre 63 e 64 d.C..

2 Pedro 3:15-16 demonstra-nos que Pedro escreve num período em que Paulo
se torna conhecido entre os irmãos. Além disso, Pedro busca preparar a igreja contra
os falsos mestres que se instaurariam em seu meio.

Pedro deixa um pouco o tema de perseguição para focar objetivamente no


perigo das heresias, pois o período herético estava se aproximando.

Local de escrita

Não é revelado, ao contrário da primeira carta. Tudo isso nos leva a crer,
entretanto, que o autor permanecia em Roma.

Destinatários

A expressão utilizada no capítulo 1:1 traz à tona uma ideia de mesma honra,
mesma graça, referindo-se a um povo que era considerado de segunda classe, isto
é, os gentios. O autor enfatiza que, em Cristo, não há mais diferença entre as
pessoas. São todos servos do mesmo Cristo, detentores da mesma fé.

O trecho de 2 Pedro 3:1 indica que a carta tenha sido escrita aos mesmos
destinatários da primeira, recobrando seu ânimo.
A motivação de Pedro

Esta carta está fortemente associada à primeira. Durante o intervalo entre uma
e outra, parece ter havido uma mudança circunstancial nas pessoas. A primeira carta
preparava os cristãos para a perseguição, a segunda combate o surgimento dos
falsos profetas. Houve uma mudança, mas uma carta complementa a outra pois
tratam de aspectos comuns da igreja da época.

Pedro também adverte que a motivação de que o alvo dos falsos mestres eram
os novos convertidos, pois eram estrategistas que se programavam para perverter os
recém-chegados. Pedro quer se dirigir a esse grupo, isto é, aos novos convertidos,
para encorajá-los a permanecer firme na verdadeira fé.

A motivação de Pedro é mostrar a urgência deste assunto, porque ele tem


ciência de que vai morrer logo e crê que Jesus está voltando, assim como ainda está.
Ele pode vir a qualquer momento.

O propósito de Pedro

Pedro reconhece, identifica e percebe a chegada de mestres heréticos que


buscam corromper a verdadeira doutrina. Além de desonrarem a Deus, essas
heresias afrouxam a moralidade da comunidade fiel.

Quando Cristo é tirado do centro, logo segue o afrouxamento moral. Por meio
da verdadeira doutrina, somos fortalecidos e só por Ele podemos nos livrar da
influência maligna da natureza pecaminosa.

Outro propósito é estabelecer uma polêmica contra esses falsos mestres, isto
é, um trabalho de prevenção, pois ele sabe que não estará vivo quando eles
chegarem. Ele avisa e previne o povo contra os falsos mestres. Aí encontramos o
propósito maior de Pedro: fortalecer o conhecimento da verdadeira fé cristã contra as
falsas doutrinas que logo surgirão no meio da igreja.

Fundamentos teológicos

● 2 Pedro 1:1-2 - a justiça de Deus como base para se obter a fé;

● 2 Pedro 1:4 - a depravação da raça humana caída;

● 2 Pedro 1:4,5 - a libertação dos eleitos da queda e os efeitos da libertação por


meio do conhecimento de Deus pela fé;
● 2 Pedro 1:5-11 - a libertação da queda é preservada pela fé e resulta no estilo
de vida cristão;

● 2 Pedro 2:4-9 - a condenação dos que procedem impiedosamente;

● 2 Pedro 3:10-13 - a volta de Jesus;

● 2 Pedro 1:19-21 - a profecia é vontade divina, não humana;

● 2 Pedro 3:8-9 - a demora da vinda de Cristo, mas isso é a oportunidade ao


homem de buscar salvação;

● 2 Pedro 1:3-4 - a santidade;

● 2 Pedro 2:10-18 - o combate aos falsos mestres;

● 2 Pedro 1:4 - o conhecimento de Deus para produzir a santificação;

● 2 Pedro 1:8-11 - a busca constante da disciplina cristã;

● 2 Pedro 1:20-21 - o Espírito Santo;

● 2 Pedro 3:14 - devemos estar alicerçados no Senhor;

Tema da carta

O verdadeiro conhecimento da fé cristã contra os falsos mestres e a sua


negação da parousia, isto é, a manifestação de Deus por meio de Jesus Cristo.

Introdução/Saudação 1:1,2

O verdadeiro conhecimento da fé cristã 1:3-21

Mestres falsos 2:1-22

A parousia e a dissolução final 3:1-18

Conclusão/Doxologia 3:18
PRIMEIRA EPÍSTOLA
DE JOÃO

Autoria

A partir do século XVI, a influência da teologia liberal tem duvidado da autoria


de João. Ainda assim, não há motivos para creditar a carta a alguém além do próprio
apóstolo João.

Datação

Uma vez que João é o autor, sua primeira carta deve ter sido escrita na mesma
época que seu relato do evangelho, muito provavelmente por volta de 95 d.C.

Local de escrita

Afirma-se que o local de escrita da carta tenha sido nas imediações da Ásia
Menor, mais precisamente em Éfeso.

Destinatários

João escreve para os membros da comunidade cristã de Éfeso, buscando


espalhar a carta para os cristãos da Ásia Menor sob seu cuidado. O autor trata os
leitores de maneira íntima, o que corrobora com o fato de que João era responsável
pela igreja de Éfeso..

Gênero literário

O escrito não possui a forma externa de carta: o autor não nomeia a si mesmo.
não apresenta o destinatário e nem conclui com uma saudação. Porém, o grau de
pessoalidade do texto e o fato de João ser pastor da igreja de Éfeso dispensa a
necessidade desses fatores.
Estilo do autor

João tem um pensamento importante para desenvolver, apresentando-o por


meio de tese e antítese e enfatizando o lado dogmático e moral de sua mensagem.
Ele ainda enfatiza a verdade de Deus por meio da luz e do amor.

O autor também destaca Cristo como a manifestação do amor de Deus através


do qual o pecador pode se reconciliar com Deus João também afirma que os filhos
de Deus devem submeter-se uns aos outros e a Deus.

Além disso, ele Intercala as mensagens com avisos prevenindo a igreja contra
os hereges, seu ponto principal da epístola.

Objetivos do autor

João vai tratar principalmente de advertir a igreja contra as heresias. Ele


próprio está sendo alvo destes ataques, portanto enfrenta as heresias
veementemente.

A principal heresia presente na comunidade da época é o gnosticismo, que


pregava um conhecimento secreto de Deus. Os gnósticos acreditavam que a matéria
é inerentemente má. Além disso, diziam que Cristo não era o mesmo que o Jesus
humano, habitando o corpo do Jesus homem apenas a partir do batismo até o período
da crucificação.

Perspectivas teológicas

Esta epístola de João serviu muito como base para os debates teológicos que
seguiram os primeiros séculos do cristianismo, pois o gnosticismo continuou forte no
seio da igreja.

O texto faz distinção entre o verdadeiro e falso conhecimentos, afirmando que


o conhecimento de Deus que podemos ter é dom dEle, de forma que não devemos
nos gloriar.

Mais importante que o conhecimento é a fé que vence o mundo. A prática do


amor entre os irmãos é a prova do verdadeiro conhecimento de Deus, e isso faltava
aos gnósticos.

João também enfatiza a unidade da pessoa de Cristo e a verdade da


encarnação. Os gnósticos fundamentavam seu conhecimento na mitologia, mas as
verdades da Bíblia baseiam-se na experiência e no testemunho dos apóstolos.
Tema

A verdadeira fé cristã em contraste com a heresia do gnosticismo.

Esboço

Prólogo 1:1-4

A conduta reta 1:5 - 2:6

O amor cristão 2:7-17

O Cristo manifestado em carne 2:18-28

O critério da conduta reta novamente 2:19 - 3:10

O amor mútuo cristão 3:10-24

O cristo manifestado em carne 3:24-4:6

O mútuo amor cristão 4:7-5:3

O critério da conduta reta 5:4-21


SEGUNDA EPÍSTOLA
DE JOÃO

Autoria

O autor apresenta-se como presbítero, isto é, ancião, uma pessoa digna e


honrada. O apóstolo João desfrutava de grande respeito, principalmente na
comunidade de Éfeso. Conclui-se, portanto, que João seja esse presbítero.

Datação

Provavelmente a carta data do final do primeiro século.

Local de escrita

O apóstolo João continuava seu trabalho em Éfeso durante a escrita desta


epístola.

Destinatários

“O ancião à senhora eleita, e a seus


filhos, aos quais amo na verdade, e não
somente eu, mas também todos os que
têm conhecido a verdade,”

(2 João 1:1)

Esta carta tem sido motivo de algumas discussões e debates pela forma como
João dirige-se aos destinatários. O mais provável é que, por senhora eleita, ele esteja
se referindo à igreja de forma ampla.

Aspecto teológico

Esta carta é bastante semelhante à primeira, parecendo uma confirmação


dos ensinamentos de sua predecessora. João traz a exortação à caridade fraterna e
mais uma vez alerta a igreja contra as heresias, condenando os falsos mestres
como inimigos da fé.

Tema

A epístola vai tratar do amor cristão e a verdadeira doutrina em face das


heresias.

Esboço

Introdução/Saudação 1-3

Exortação ao amor cristão 3-6

Advertência contra as doutrinas falsas e 7-11


contra o acolhimento dado a falsos
mestres

Conclusão / esperança de uma futura 12 e 13


visita, e outra saudação
TERCEIRA EPÍSTOLA
DE JOÃO

Autoria

A autoria desta carta também é creditada ao apóstolo João.

Datação

Provavelmente o final do primeiro século.

Local de escrita

Éfeso.

Destinatário

Aqui, João dirige-se a um homem chamado Gaio, dando a entender que tinha
certo grau de relacionamento com essa pessoa e exercia autoridade ministerial sobre
ela. Gaio era, provavelmente, líder de alguma comunidade cristã.

A teologia da epístola

A epístola apresenta três pontos fundamentais:

1. Vai ponderar os leitores sobre a hospitalidade de mestres estranhos;

2. Quer impedir a influência de falsos mestres;

3. Busca a fidelidade frente aos desafios das heresias;

Tema

A carta trata de uma disputa eclesiástica: uma guerra para proteger a igreja
dos falsos mestres.
Esboço

Introdução / Saudação 1

Elogio a Gaio por sua hospitalidade 2a8


para com pregadores cristãos
itinerantes

Condenação de rebeldia de Diótrefes 9 a 11


contra a autoridade apostólica de João
e se recusa de acolher pregadores
cristãos itinerantes

Elogio a Demétrius, provável portador 12


da epístola e enviado de João

Conclusão / expectativa de uma vida 13 a 15


futura e saudações finais
EPÍSTOLA DE
JUDAS

Autoria
“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de
Tiago, aos chamados, santificados em
Deus Pai, e conservados por Jesus
Cristo:”

(Judas 1:1)
Podemos destacar alguns pontos:

O autor se apresenta como Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago.


Devemos considerar que o autor faz questão de apresentar-se como irmão de Tiago,
utilizando-se dessa figura para fortalecer o que será dito na carta. Isso nos leva a crer
que esse Tiago era alguém conhecido, provavelmente o mesmo autor da Epístola de
Tiago.
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria,
e irmão de Tiago, e de José, e de Judas
e de Simão? e não estão aqui conosco
suas irmãs? E escandalizavam-se nele.”

(Marcos 6:3)

“Não temos nós direito de levar conosco


uma esposa crente, como também os
demais apóstolos, e os irmãos do
Senhor, e Cefas?”

(1 Coríntios 9:5)

Datação

Eusébio de Cesareia relata que dois netos de Judas foram convocados pelo
imperador Domiciano, que reinou entre 81 e 92 d.C., para serem questionados acerca
de sua descendência davídica. Podemos presumir a partir disso que Judas já estava
morto, portanto podemos supor que a escrita esteja entre 65 e 80 d.C.

Local de escrita
Eusébio sugere que a carta tenha sido escrita num espaço judaico. Alguns
outros eruditos, entretanto, têm sugerido que a escrita da carta pode ter se dada
durante uma viagem missionária.

Destinatários

Alguns estudiosos entendem que a carta foi escrita para uma comunidade
especial de cristãos gentios. Há, entretanto, quem acredite que as referências ao
Antigo Testamento e o fato de o texto incluir destaques apocalípticos judaicos
evidenciam que a carta tenha sido escrita para judeus cristãos.

A segunda opção é mais provável, mas com um adendo: a carta não é


direcionada a um grupo específico, mas a judeus cristãos de todos os lugares, por
isso a carta fica entre as epístolas gerais.

Tema

A advertência sobre os falsos mestres na igreja.

Teologia

1. Vai combater de forma veemente as heresias;

2. Vai deixar claro que a carta visa deixar clara a direção que a igreja deve tomar;

3. Vai admoestar os cristãos a manter-se na tradição apostólica;

4. Apresenta um conteúdo extremamente cristocêntrico;

5. Há a exaltação do monoteísmo e da trindade;

6. Apresenta Cristo como criador e redentor; legislador e juiz;

7. Apresenta Cristo como Deus da graça e da glória; Deus da misericórdia e Deus


da majestade; Deus do amor e do julgamento; Deus da paz e do poder; Deus
da salvação e da destruição; Deus do tempo e da eternidade;

8. Judas prega uma vida devota e piedosa, colocando Deus em primeiro lugar;

9. Não basta crer, pois a fé saudável é acompanhada de boas obras;

10. Vai abordar um aspecto escatológico;


Esboço

Introdução/Saudação 1-2

Penetração de falsos mestres 3,4

Caráter ímpio e julgamento futuro 5-16


dos falsos mestres

Resistência contra os falsos mestres 17-23

Conclusão/Bênção final 14,15

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