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APOSTILA DO

TEOLOGIA
SISTEMÁTICA
II I
TEOLOGIA SISTEMÁTICA III

SUMÁRIO
Pág.
- INTRODUÇÃO 03

- CAPÍTULO I

- Doutrina da Igreja (Eclesiologia) 04

- CAPÍTULO II

- Doutrina dos Anjos (Angelologia) 16

- CAPÍTULO III

- Doutrina das Últimas Coisas (Escatologia) 26

- CONCLUSÃO DO CURSO 38

- REFERÊNCIAS 39

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III

INTRODUÇÃO:

“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor…”


Oséias 6:3b

A TEOLOGIA SISTEMÁTICA, é a disciplina da teologia cristã que


formula uma descrição ordenada, racional e coerente da fé e crenças cristãs. E
nos ajuda no estudo das doutrinas bíblicas para que possamos entender os
princípios elementares da fé cristã, e nos dá base para refutações aos que
contradizem a palavra de Deus.

Procuraremos neste estudo ensinar ao aluno sobre o porquê e onde


devemos fundamentar nossa fé. Desta forma estaremos edificando uma igreja
madura e acima de tudo consciente de quem é o Deus que ela serve e as diversas
bases de fé (doutrinas) que o Senhor Jesus deixou para não sermos enganados.
Neste curso estaremos estudando três grandes doutrinas bíblicas: Doutrina
da Igreja, Doutrina dos Anjos e Doutrina das últimas Coisas.

Seja bem-vindo ao estudo de TEOLOGIA SISTEMÁTICA III!

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
CAPÍTULO I

DOUTRINA DA IGREJA
(ECLESIOLOGIA)

A - INTRODUÇÃO
A igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos. Essa definição compreende que
a igreja é feita de todos os verdadeiramente salvos. O plano de Deus para a igreja é tão grande que ele
exaltou Cristo a uma posição de suprema autoridade por amor à igreja (Ef. 1:22-23). Estaremos então
estudando a partir de agora a Eclesiologia, que é o estudo da igreja em sua natureza, ordenanças,
ministério, missão e governo.

B. NOMES BIBLICOS DA IGREJA E SEUS SIGNIFICADOS


A. Qahal (ou Kahal)
O Velho Testamento emprega duas palavras para designar a igreja, a saber, qahal (ou kahal),
derivada de uma raiz qal (ou kal) (...). Às vezes estas duas palavras são usadas
indiscriminadamente, mas, de início, não eram estritamente sinônimas. ‘Edhah é propriamente
uma reunião resultante de combinação, e, quando aplicada a Israel, denota a sociedade
propriamente dita, formada pelos filhos de Israel ou por seus chefes representativos, reunidos
ou não. O termo qahal também designa a reunião de fato do povo – Ex. 12:6; Nm. 14:5; Jr.
26:17. (...). Qahal aparece numerosamente em Crônicas, Esdras e Neemias. Synagoge é a
versão ususal, quasse universal, de ‘edhah na septuaginta, e é também a versão usual de gahal
no Pentateuco. Nos últimos livros da Bíblia (Velho Testamento), porém, qahal é geralmente
traduzida por ekklesia como o nome da mesma congregação considerada idealmente.
B. Kuriakon
O termo inglês church é derivado da palavra kuriakon, significando "pertencente ao Senhor",
que jamais é aplicada à igreja no período do Novo Testamento, embora seja encontrada duas
vezes no Novo Testamento como um adjetivo relacionado à ceia do Senhor e ao dia do Senhor
(I Co 11:20; Ap 1:10). Nos tempos pós-apostólicos, os gregos utilizaram o termo kuriakon para
designar o prédio da igreja. A evolução de kuriakon em grego para church em inglês pode ser
vista na palavra escocesa kirk (igreja nacional da Escocia). Os únicos termos aplicados no Novo
Testamento para designar um prédio como local de adoração são "templo" e "sinagoga" (At
5:42; Tg 2:2).
C. Ekklesia
No Novo Testamento inglês a palavra church e invariavelmente usada para traduzir o termo
grego ekklesia (Mt l6:18; 18:17; At 2:47; 9:31; 13:1; 14:23; 15:22; 16:5; 20:17,28; Rm 16:4,5;
1 Co 12:28; Ef 5:23-29; C1 1:18; Ap 1:4,11). Ekklesia significa "uma reunião de pessoas". O
termo é derivado do prefixo grego, ek, significando "para fora de", e kaleo, significando
"chamar". Originalmente, "os chamados para fora" constituíam o grupo de legisladores da
república grega, convocados de suas comunidades para servirem o país. Quando nos referimos a
uma sessão da Assembléia Estadual, estamos usando a palavra "assembléia'' exatamente como
os gregos empregavam ekklesia. Em vista de a palavra hebraica traduzida ekklesia ser algumas

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vezes interpretada como "sinagoga", pode ter havido um propósito na escolha da primeira, a fim
de evitar confusão entre a igreja e a sinagoga de Israel. (Mt l6:18).

C. NOMES USADOS E NÃO USADOS DA "IGREJA" NO NOVO TESTAMENTO


A) Usados
A. O corpo universal de Cristo: A igreja universal é composta de todos os cristã todas as eras,
tanto na terra como no paraíso, o corpo de Cristo inteiro. A igreja universal total irá reunir-
se no banquete das bodas do Cordeiro (Ap 19:6-9), que se seguirá ao arrebatamento da
igreja. As seguintes passagens aplicam-se a igreja universal: Mt 16:18; Ef 3:10,21; 5:23-32;
(Cl 1:18,24; Hb 12:22,23).
B. Templo do Espírito Santo ou de Deus: A igreja de Coríntio é chamada de “Santuário de
Deus”, no qual o Espírito Santo habita (I Co 3:16). E o apóstolo Pedro afirma que os
crentes, como pedras vivas, são edificados “casa espiritual” (I Pe 2:5)
C. A igreja local: A igreja local é composta de cristãos identificados com um corpo
constituído, adorando em uma localidade (Rm 16:1; C1 4:16; Gl 1:2,22; At 14:23). Os
membros de uma igreja local formam a igreja mesmo quando não estão reunidos, fato que
pode ser verificado em Atos 14:27 (Hb 10:24,25) (Tg 5:14; At 11:26-30).
D. As igrejas domésticas (1 Co 16:19b): Quando a igreja em uma determinada comunidade era
muito grande, havia inúmeras igrejas domésticas (veja 1 Co 14:23). Todavia, a igreja dessa
comunidade era considerada como uma só, e todos eles se reuniam com a maior freqüência
possível. (Cl 4:15). Uma das razões para as igrejas terem em geral vários anciãos era talvez
o fato de existirem diversas igrejas domésticas no corpo total dessa comunidade. At 20:17)
(At 20:28). Cada igreja local era considerada como sendo a manifestação física da igreja
universal nessa comunidade. (Veja também Rm 16:5,23; 1 Co l6:19; Fm 2.)
E. A igreja coletiva: Existem várias passagens do Novo Testamento que fazem referência à
igreja visível como uma única igreja: 1 Co 10:32; 15:9; Gl 1:13; Fp 3:6. Atos 9:31 (KJV),
onde é mencionada a paz que a igreja experimentou depois da conversão de Saulo, diz
"igrejas”; mas no texto grego, assim como em outras versões, a palavra está no singular: "A
igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e
caminhando no temor do Senhor e, no conforto do Espirito Santo, crescia em número" (At
9:31). Em várias passagens, a palavra igreja é usada genericamente, isto é, referindo-se à
igreja em termos gerais (Mt 18:17; 1 Tm 3:15; 1 Co 12:28).
F. As igrejas agindo em conjunto (Atos 15): Todavia, fica claro que as igrejas agiam em
conjunto e seguiam a liderança apostólica, conforme inúmeras passagens dás Escrituras: (At
14:23; Rm 16:4; 1. Co 16:19; 14:33; 2 Co 11:28; Tt 1:5).
G. Coluna e baluarte da verdade: Há apenas um lugar em que este nome é aplicado à igreja, I
Tm 3:15, e refere-se à igreja em geral, e portanto, aplica-se a cada parte dela. A figura
expressa o fato de que a igreja é guardiã da verdade, defensora da verdade contra todos os
inimigos do reino de Deus.

B) Não usados
A. Não é usado para prédio: A palavra grega ekklesia, traduzida "igreja", sempre se refere a
pessoas, jamais a um prédio. Hoje em dia, alguém poderia dizer: "Há uma igreja branca na
esquina das ruas tal e tal." Quando a Bíblia fala da igreja de Éfeso, refere-se à congregação
de cristãos em Éfeso. Já que nenhum prédio de igreja foi construído até o terceiro século,

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não havia um termo específico para designá-lo. Quando foram construídos prédios de igreja,
uma palavra diferente (kuriake), significando "a casa do Senhor", foi usada para referir-se a
eles. Por outro lado, o emprego de uma palavra para descrever tanto o prédio como a
congregação foi uma evolução natural. Chamar o prédio de igreja é uma figura de
linguagem denominada "metonímia" (o continente pelo conteúdo), O mesmo é encontrado
em 1 Coríntios 11:26: "Porque todas as vezes que...beberdes o cálice..." (Não bebemos o
cálice, mas o seu conteúdo.) Não existe nenhum mal em chamar o santuário de "igreja",
desde que se tenha em mente a verdadeira natureza da igreja.
B. Não é usado para uma denominação: A palavra "igreja" não deveria ser ligada aos nomes
dos Líderes ou dogmas doutrinários, como acontece na igreja luterana ou na batista, a fim
de identificar organizações eclesiásticas distintas. As denominações podem ter sido o
método de Deus para preservar o reavivamento e o fervor missionário. (2 Co 8:1-19,23,24;
Tt 1:5).

D. OS FUNCIONARIOS, MINISTROS E LÍDERES DA IGREJA (Tg 2:2).


Muitas pensam que o início da igreja foi um início meio conturbado, confuso e até mesmo sem
organização. No entanto, verificamos que o Senhor da Igreja, Jesus Cristo, jamais permitiria que a
sua criação fosse dessa forma, uma vez que o nosso Deus é um Deus organizado. E através dos
seguintes fatos podemos ver claramente que havia uma organização na igreja do Novo Testamento:
(1) Quando surgiram problemas em certas atividades ministeriais, foram nomeados Líderes para
administrar essas atividades (At 6:1-7);
(2) Os discípulos reuniam-se regularmente para adorar; a princípio, todos os dias; mais tarde, no
primeiro dia da semana (At 2:46,47; 5:42; 20:7; 1 Co 16:2);
(3) Foi dada atenção à nomeação de uma liderança adequada (At 1:23-26; 14:23; Tt 1:5);
(4) As qualificações dos presbíteros (bispos) e diáconos são estabelecidas com detalhes (1 Tm
3:1-13; Tt 1:5-9; 1 Tm 5:1,17-22; 1 Pe 5:1-4; At 6:1-7; 20:28-35);
(5) Cada igreja tinha autoridade para disciplinar ou excluir certos membros (Mt 18:17; 1 Co 5:1-
5; 2 Ts 3:6-16; 1 Tm 1:18-20);
(6) Os membros são advertidos a respeitar e obedecer aos líderes da igreja (1 Ts 5:12,13; Hb
13:7,17,24);
(7) Missionários são enviados pela igreja com aprovação oficial (At 13:1-3);
(8) Um conselho reuniu-se em Jerusalém para resolver uma divergência sobre doutrina e prática
em toda a igreja cristã (At 15:1-35).

Não é fácil classificar os vários ministros e oficiais mencionados no Novo Testamento; vários
termos, tais como "pastor, presbítero e bispo", que consideramos títulos, são provavelmente maneiras
deferentes de descrever a mesma função. Alguns termos, como "ministro" e "diácono", são traduções
diferentes da mesma palavra grega diakonos. Estaremos analisando cada uma das várias funções de
liderança que existiam na igreja do Novo Testamento:
A. Apóstolos: Os primeiros expositores do evangelho cristão foram os apóstolos, que
representam também o primeiro dom de ministério concedido por Deus à igreja (Lc 6:13; At
16:4; Ef 4:11,12, 2:20). A palavra "apóstolo" é uma transliteração do grego apóstolos, que
significa "um mensageiro" ou "alguém enviado numa missão". (Mt 10:2; Lc 22:14; At 1:15-
26; Ap 21:14). Os requisitos para o apostolado eram: (1) ter estado com o Senhor (At
1:21,22); (2) ter sido uma testemunha da ressurreição (At 1:22); (3) ter visto o Senhor (1 Co

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9:1); (4) ter operado sinais, prodígios e milagres (2 Co 12:12). Os apóstolos fundamentais
foram fixados em número de doze. Existem outros, porém, também chamados de
"apóstolos”, (Rm 11:13; 1; Co 9:1; 1 Co 15:7; At 14:14; Rm 16:7; 1 Co 15:7). O termo
"apóstolo" veio aparentemente a ser usado num sentido mais amplo para aqueles que haviam
estado com Jesus, tais como os setenta, os cento e vinte, etc., e especialmente para os que
pareciam ter uma comissão especial para fundar novas igrejas. Os termos "apóstolo" e
"missionário" têm o mesmo significado (2 Co 11:13; Ap 2:2).
B. Profetas: A igreja é constituída sobre o fundamento de apóstolos e profetas. O apóstolo Paulo
parecia dar ao dom de profecia a suprema prioridade entre os dons espirituais. O dom de
profecia permanece hoje na igreja, onde quer que os dons espirituais sejam reconhecidos. (Ef
2:20) (Ef 4:11) (1 Co 14:37) (1 Co 14:1-3) (1 Co 14:3,4) (At 11:27-29) (At 21:10-15) (1 Tm
4:14) (Joel 2:28) (At 2:17).
C. Evangelistas (At 21:8): O evangelista é alguém cujo ministério é dirigido principalmente à
salvação dos perdidos: (At 8:5) (2 Tm 4:5). "Evangelista", em grego, e derivado do verbo
traduzido como "pregar o evangelho". O evangelista é então alguém cujo principal objetivo é
pregar o evangelho com a finalidade de ganhar almas.
D. Pastores: Embora o termo "pastor", como líder espiritual da igreja local, seja encontrado
apenas uma vez no Novo Testa mento (Ef 4:11), ele será tratado em detalhes aqui por duas
razões: (1) é o termo mais comumente empregado na igreja hoje; e (2) a metáfora pastoral é
utilizada em várias passagens (1 Pe 5:2-4; At 20:28,29; Jo 10:1-16; 21:15-17; Hb 13:20; 1 Pe
2:25; Mc 6:34; 1 Co 9:6,7).
E. Mestres (professores): Mestres são a quinta categoria de dons de ministérios concedidos à
igreja pelo Senhor (Ef 4:11). Não fica absolutamente claro se o termo "mestre" representaria
um cargo distinto ou simplesmente uma função dos apóstolos e pastores (presbíteros). O fato
de existirem "profetas" e "mestres" (doutores) na igreja de Antioquia (At 13:1) indica que
"mestre" era um ministério distinto; e ''mestres" são citados juntamente com após tolos e
profeta s como cargos estabelecidos por Deus na igreja (1 Co 12:2). Por outro lado, em
Efésios 4:11, (2 Tm 1:11, 2:2; Mt 28:19,20).
F. Anciãos (presbíteros): "Ancião" era um título tomado de empréstimo da sinagoga e da
congregação de Israel. O termo é empregado no Novo Testamento cerca de trinta vezes com
referência aos anciãos de Israel. A palavra hebraica para "ancião" era zaquen, que significava
"um homem mais velho". Presbíteras em grego tem o mesmo significado, sendo a origem de
nossa palavra presbítero. Depois de fundar várias igrejas na Ásia, Paulo nomeou anciãos para
cuidar delas (At 14:23). O ancião equivalia ao pastor, sendo o título mais comum para o
encarregado de uma igreja local (At 20:17,28; Tt 1:5; 1 Pe 5:1-4). Os anciãos eram
sustentados materialmente por suas congregações, as quais o apóstolo Paulo exortou no
sentido de concederem honra dobrada (honorários) aos presbíteros que governassem (ou
dirigissem) bem suas igrejas. Dignos de honra especial eram aqueles presbíteros que
trabalhavam na pregação e ensino (1 Tm 5:17-19). Já que a palavra "ancião" ocorre
geralmente no plural, supõe-se que cada igreja tivesse vários presbíteros; a razão provável
seria que as congregações maiores tinham de reunir-se em grupos menores nas casas dos
vários membros (1 Co 11:20; 16:15,19). (Tg 5:14,15).
G. Bispos (supervisores): A versão inglesa King James (KJV) traduz o termo grego episkopos
(de onde derivou nossa palavra “episcopal”) como "bispo". Uma tradução melhor teria sido
"supervisor", que é o sentido literal. A influência da igreja da Inglaterra pode ser percebida no

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uso da palavra "bispo". No Novo Testamento, "bispo" e "presbítero" são nomes para o
mesmo cargo, como pode ser visto claramente através de uma comparação de Tito 1:5,6 com
1:7-9 e Atos 20:17 com 20:28, onde "supervisor" deriva da mesma palavra grega traduzida
"bispo" em outras passagens. Nos tempos do Novo Testamento, o bispo ou supervisor dirigia
uma igreja; não foi senão no segundo século que ele passou a dirigir várias igrejas.
H. Diáconos: A Bíblia torna muito claro que os dois cargos da igreja local eram o de presbítero e
o de "diácono". Os diáconos são mencionados diretamente em apenas duas passagens (Fp
1:1; 1 Tm 3:8-13); todavia, qualificações bastante detalhadas para os diáconos são
apresentadas no mesmo capítulo onde são dadas as qualificações para os presbíteros. As
Escrituras não determinam os deveres dos diáconos na igreja posterior do Novo Testamento;
mas é tido como certo que seus deveres estavam ligados à administração das obras de
caridade e aos negócios da igreja. A palavra "diácono" vem de diakonos, em grego, que
significa "servo". Os diáconos serviam então a igreja, de maneira a liberar os presbíteros para
a oração e o ministério da Palavra.
I. Ministros: A palavra "ministro" vem do mesmo termo grego traduzido como "diácono".
Existem, no entanto, inúmeras passagens onde a palavra diakonos não pode referir-se ao
cargo de diácono. (Ef 3:7; Ef 4:12).
J. Lideres (dirigentes): As palavras "governar" e "dirigente" são usadas várias vezes para
designar os Líderes da igreja (Rm 12:8; 1 Tm 5:17; Hb 13:7,17,24, Hb 13:7,17,24, 1 Ts
5:12,13).

E. A MISSAO DA IGREJA
A. Pregação e ensino
A missão principal da igreja é declarada na Grande Comissão dada por Jesus aos apóstolos
antes de sua ascensão. Uma forma da comissão é encontrada nos quatro evangelhos e no livro
de Atos, cada escritor descrevendo apenas uma parte selecionada da comissão total. Assim
sendo, será necessário examinar as cinco ocorrências do encargo de Jesus à igreja, a fim de
entender o escopo total da comissão. Marcos enfatiza a missão da igreja na "pregação
evangelho"...Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16:15). A
importância da pregação pode ser indicada pelo fato de que as palavras usadas para "pregação"
foram incluídas mais de 115 vezes no Novo Testamento. Existem dois termos gregos principais
traduzidos como "pregar": (I) kerusso, que significa "anunciar" (como uma proclamação real), e
(2) euangelizo, que significa "pregar as boas novas"; cada um deles ocorre mais de cinquenta
vezes. Além da pregação como uma missão da igreja, Marcos também ressalta o poder
sobrenatural do Espírito Santo que acompanharia a pregação do evangelho (Mc 16:17-20; Lc
24:47-49; At 1:8, Jo 20:21-23.)
Segundo Lucas e Atos, Jesus encarrega os pregadores da igreja de serem suas testemunhas; eles
não deverão pregar por ouvir dizer, mas anunciar o que já experimentaram: "o que temos visto e
ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1Jo 1:3). (Cf. Lc
24:48; At 1:8; 10:40-43; 1 Co 1:17-24; 9:16.)
O relato de Mateus sobre a Grande Comissão enfatiza a missão de ensino da igreja:
"...Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar
todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias ate à

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consumação do século" (Mt 28: 18-20) (At 5:42; At 11:25,26; Atos 15:35; 18:11; 20:20;
28:31.) A pregação é o ministério de recrutamento e: motivação da igreja; o ensino é o
ministério de amadurecimento. Através da pregação, novos filhos nascem na família de Deus;
através do ensino, essas crianças são nutridas a partir do leite até o alimento sólido. Poderia ser
dito que o trabalho da igreja é duplo: atrair e desmamar (1 Co 3:1,2; Hb 5:12-14).

B. Discipulado
"Ensinar" em grego é matheteua, de mathetes, que significa "discípulo". A missão da igreja é
"discipular todas as nações". Discipular é mais que ensinar. Podemos ensinar comunicando um
sistema de preceitos. Mas dissimulamos outrem demonstrando a verdade através do exemplo. (1
Ts 1:5-7). A grande força da igreja local é sua vida comunitária cristã.

C. Comunhão (confraternização)
A missão da igreja é manter uma comunhão entre os crentes. A Primeira Igreja era rica em
fraternidade: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão" (At 2:42). O termo
grego para ''comunhão" e koinonia, que significa "aquilo que é possuído em comum ou
compartilhado", "comunhão. Os usos de koinonia nas Escrituras são os seguintes: "...a graça de
participarem da assistência aos santos (2 Co 8:4b - caridade); "...me estenderam, a mim e a
Barnabé, a destra de comunhão..." (G12:9 - aceitação no Corpo); "e manifestar qual seja a
dispensação (comunhão) do mistério..." (Ef 3:9a - participação no Corpo); "pela vossa
cooperação no evangelho..." (Fp 1:5 – participação na salvação); "Se há...alguma comunhão no
Espirito..." (Fp 2:1b - unidade efetuada pelo Espírito). Talvez o apóstolo João, em sua primeira
carta, é quem resuma as aplicações mais claras da comunhão bíblica: (1 Jo 1:3,6,7).

D. Adoração
Jesus disse que o Pai busca a adoração daqueles que quiserem adorá-lo em espírito e em verdade
(Jo 4:23). Uma missão importante da igreja é promover e manter uma atmosfera que leve a
adoração, oração e louvor: (1 Pe 2:9). (Rm 12:1) (Hb 13:15) (Rm 8:26) (1 Co 14:2,4).

E. Missões e evangelismo
A Grande Comissão incluía a evangelização mundial. Jesus pretendia que o evangelho fosse
levado para além das fronteiras de Jerusalém, Judéia e Samaria. O evangelho era as "boas novas"
para todas as nações, até "aos confins da terra" (At 1:8). Todavia, foi necessária uma perseguição
devastadora para espalhar o evangelho e os evangelistas até Antioquia (At 8:1; 11:19,20; Rm
15:19-21; 1 Co 10:14-16; Is 52:10.)

F. Maturidade do crente
A igreja não completou sua missão de fazer convertidos. Uma ande parte do Novo Testamento
refere-se ao ensino, edificação e amadurecimento do crente. (Ef 4:11-15). A Bíblia fala de
crescimento e maturidade nestes e através destes aspectos: (1) oração, C1 4:12; (2) Palavra de
Deus, 1 Pe 2:2; Cl 1:28; (3) exercício da fé, 1 Ts 3:10; (4) paciência na provação, Tg 1:2-4; 1 Pe
1:7; (5) amor, 1 Ts 1:3; C1 3:24; 1 Jo 2:5; 4:12; (6) graça, 2 Pe 3:18; (7) obras cristãs, Hb 13:21;
(8) dons espirituais, Rm 1:11, cf. Hb 6:1; 1 Co 3:1,2; 2 Tm 2:15.

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G. Ministério no lar
A missão da igreja estende-se ao lar e inclui a vida da família, fato que fica claro pelo seguinte:
1. Jesus tinha grande interesse e amor pelas crianças: Mc 10: 13-16
2. Em suas epístolas, Paulo dá instruções especiais a todos os membros da família cristã: Ef
5:33-6:4; CI 3:18-21
3. A promessa do Espírito Santo foi para os crentes e seus filhos: At 2:39
4. Quando Paulo fez convertidos, ele deu testemunhou ou procedeu ao batismo de toda a
família: At 16:15,34; 18:8
5. Foi ordenada aos presbíteros e diáconos que tivessem famílias bem disciplinadas: 1 Tm
3:4,5,12; Tt 1:6
6. Muitas das primeiras igrejas eram nas casas, onde o evangelho influenciava toda a vida
familiar: C14:15; Rm 16:5; 1 Co 16:19; At 21:4,5,8,9.

H. Ministério às necessidades materiais


A Primeira Igreja tinha um interesse sincero nas necessidades materiais das pessoas,
especialmente da família cristã. Mt 25:34-46; Lc 10:25-37. Não foi ordenado que a igreja
pregasse um "evangelho social", mas ela não pode fugir às implicações sociais do evangelho
bíblico.

F. OS SACRAMENTOS DA IGREJA
Embora muitas pessoas ainda tem um velho conceito advindo do catolicismo romano, onde se
aprende que são 7 os sacramentos, no entanto biblicamente são apresentados por Jesus, o Senhor da
Igreja, apenas 2: O Batismo nas Águas e a Ceia do Senhor.
A. Batismo nas águas. Atos 8: 12; 8:36-38; 9:18; 10:47,48; 16:15; 16:33; 18:8; 19:5,6; 22:16. (Rm
6:3; 1 Co 10:2; G1 3:27).
1. O método do batismo nas águas é por Imersão:
Isto pode ser visto no significado da palavra grega baptizo, que indica claramente imergir,
além da admissão de eruditos cujas igrejas praticam a aspersão, e pela descrição bíblica da
maneira como Jesus foi batizado no rio Jordão.
2. A fórmula para o batismo nas águas é claramente estabelecida na Grande Comissão como
"em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"

B. A ceia do Senhor
Na sua última Páscoa, Jesus instituiu a ordenança de comer o pão e tomar o suco da videira em
memória de sua morte expiatória: (Lc 22:19), (At 2:42,46; 20:7,11; 27:35) (1 Co 11:23-26)
(Veja também 1 Co 10:16-21; 11:20-22,27-34.)
1. Observe os seguintes pontos reativos à natureza da ceia do Senhor:
a) É um ato de obediência ao mandamento do Senhor. (1 Co 11:23,24).
b) É um memorial à morte expiatória e ao sangue derramado de Jesus (1 Co 11:24; Lc 22:19).
c) É uma proclamação, um ato de confissão, pela igreja, da fé na eficácia da obra expiatória de
Cristo: (I Co 11:26).
d) É uma afirmação da expectativa da volta de Cristo para Concluir sua obra redentora: (1 Co
11:26).
e) É uma experiência de comunhão com o Senhor, na qual cada participante recebe pela fé a
força e a bênção de sua ligação com o Salvador: (1 Co 10:l6).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
f) É uma comunhão (koinonia) de crentes à mesa do Senhor e uma declaração da unidade do
corpo de Cristo (1 Co 10:17).

G. A IGREJA COMO O CORPO DE CRISTO


- A igreja é tanto uma organização quanto um organismo. A igreja como organização (instituição),
funciona de uma forma institucional, por meio dos ofícios e meios que Deus, sendo também
chamada de a “mãe dos fiéis”, um meio de salvação, uma agência para a conversão dos pecadores e
para o aperfeiçoamento dos santos. Já a igreja como organismo é a união ou comunhão dos fiéis,
unidos pelo vinculo do espírito. Ela tem existência carismática, onde todos os tipos de dons e
talentos se tornam manifestos e são utilizados na obra do Senhor. Podemos então concluir que a
igreja como organização é um meio para um fim, e este fim se acha na igreja como organismo, a
comunidade dos crentes. A igreja é um ser vivo, cuja vida divina é provida pela habitação interior
do Espírito de Cristo (Rm 8:9).

A. A relação vital com a cabeça


Depois de sua missão terrena, o Senhor Jesus subiu à destra do Pai, mas num sentido real Ele
continua no mundo, manifestado através do seu corpo, a igreja. (Ef 1:22,23).
A igreja é o corpo de Cristo, mediante o qual Ele cumpre sua missão terrena (a plenitude de
Cristo). (Mc 16:19,20; Jo 14:12, 15:5).

B. A unidade do corpo
Uma das maiores ênfases da metáfora do "corpo" é a da unidade dos muitos membros da igreja.
A igreja (corpo) de Cristo não é simplesmente uma coleção de indivíduos que concordam com
uma filosofia; a igreja é um organismo, do qual os membros são partes inter-relacionadas. (1 Co
12:18,20,21,26; Mt 24:14; 28:19,20; Mc 16:15).

C. A importância de cada membro no corpo (1 Co 12:21,22,25).


Todos os membros do corpo são importantes, não há distinção ou uma valorização maior entre
um e outro, uma vez que qualquer corpo que esteja faltando um membro, por menor que seja, é
considerado um corpo incompleto. Por isso declaramos que todos os membros do corpo são
importantes para a edificação do mesmo.

D. Submissão no corpo (1 Co 12:4-7) (Ef 1:22).


1. Submissão a Deus e a seu Filho Jesus: Ef 5:24; Hb 2:8; 12:9; Tg4:7
2. Submissão aos lideres da igreja nomeados por Deus: Hb 13:17; 1 Co l6:16; Fp 2:12; 1 Ts
5:12,13
3. Submissão uns aos outros em Cristo: Ef 5:21-6:9; 1 Pe 5:5
4. Submissão às autoridades civis, quando tal sujeição não exija desobediência aos ensinos
claros das Escrituras: At 4:19,20; 5:29; Rm 13:1-7; 1 Pe 2:13-17

E. O corpo de Cristo e a igreja local.


O corpo universal de Cristo consiste no número total de cristãs autênticos de todas as eras, no
céu e na terra. Os fatos seguintes demonstram a necessidade da relação com a igreja local:
1. Jesus tomou como certo que seu povo participaria de uma igreja local. (Mt 18:17)

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
2. Todas as epístolas do Novo Testamento são dirigidas às igrejas locais ou a Líderes de igrejas
locais
3. Todos os ministérios, que são dons de Deus, são concedidos aos corpos locais para
aperfeiçoar os santos para o ministério mútuo (Ef 4:11-15).
4. Jesus ordenou aos crentes que participassem juntos da santa comunhão até a sua volta (1 Co
11:23-26)
5. A operação dos dons do Espírito só pode atuar num corpo Local (1 Co 14:12).
6. Como membros do corpo de Cristo, os crentes não estão relacionados apenas com Cristo, o
"cabeça", mas uns com os outros no corpo (1 Co 12:14-17).
7. Aprendemos que Deus coloca os membros no corpo conforme lhe agrada (1 Co 12:18)
8. Afim de os cristãos cumprirem a comissão de Cristo, é preciso haver comunhão, crescimento
da igreja visível e a obra mútua de evangelismo e missões mundiais (At 2:41-47; 11:26-30;
13:1-3)

F. Ministério do corpo
O conceito de igreja como o corpo de Cristo tem recebido nova ênfase nos últimos anos, que
levou a importantes percepções sobre adoração e ministério. (Ef 4:11-15).
A partir deste conceito do ministério do corpo, como expresso pelo apóstolo Paulo, vários fatos
ficam claros:
1. É intenção do Senhor que cada membro do corpo de Crista tenha um ministério.
2. O principal propósito do ministério do corpo é a edificação da igreja inteira (Ef 4:12) (l
Pe4:10)
3. Quando o corpo inteiro ministra em unidade e amor, o resultado o crescimento espiritual e
numérico (Ef 4:16).
4. Quando toda a igreja ministra, é preciso que a força agregadora do amor esteja presente (1
Pe 1:22). (1 Co 13; G1 5:13; Ef 4:2,3,15,16; 3:17-19; Fp 2:1-5; C1 3:12-15; 1 Ts 5:12,13.)

H. A IGREJA E O REINO DE DEUS


As frases "reino dos céus" e "reino de Deus" são encontradas mais de oitenta vezes no Novo
Testamento. O reino de Deus e o reino dos céus são a mesma coisa?
Que relação a igreja tem com o reino de Deus? O reino de Deus é presente ou futuro?
A. O significado da palavra "reino"
O termo basileia, em grego, do qual deriva a palavra "reino" tem dois sentidos principais: (1)
"governo, reinado, domínio, ou autoridade de um rei", e (2) "o território ou povo sobre o qual o
rei exerce o seu reinado".
B. O reino de Deus é presente ou futuro? O reino de Deus é tanto presente quanto futuro (2 Tm 4:1;
Ap 11:15).
C. O reino é interior e espiritual, ou exterior e visível? O reino futuro (escatológico) será um reino
manifestado exteriormente, sobre o qual Cristo reinará em poder e glória. Ele prevalecerá
sobre toda a terra e cumprirá as profecias do Antigo Testamento para o
remanescente fiel de Israel, com respeito ao reinado do Messias, sobre o trono de Davi (Is
9:~,7; 11:1-10; 24:23; 32:1; Dn 2:44; 7:18,27; Mq 4:7). Os santos do Novo Testamento
governarão e reinarão com Cristo como reis e sacerdotes (Mt 25:21,23; 1 Tm 6:14,15; Ap
5:9,10; 19:14-16; 20:4-6). (Lc 17:20,21) (Jo 18:36,37). (Jo 3:3,5) (Mt 4:23,24; 9:15; 24:14;

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
Mc 1:14; Lc 4:43). (Cf. At 1:3; 8:12; 19:8; 28:23,31.) (Fp 3:20, NIV, NASB) (Rm 1:16) (1 Ts
1:5) (1 Ts 1:9) (C1 1:13) (Lc 11:20) (Rm 14:17).
D. A igreja e o reino de Deus são idênticos? (Mt 16:18, 19)(Tg 2:5; 2 Pe 1:11). (Mt 25:32, 33; Ap
20:4, 7, 8; Is 66:18-23; Jr 3:16-18; 23:3-6; 31:10-12; Zc 14:8, 9).
E. O reino dos céus difere do reino de Deus? Uma comparação detalhada dos dois termos, "reino de
Deus" e "reino dos céus", como usados nos quatro evangelhos, mostrará que eles têm o mesmo
sentido. (Mt5:3; Lc 6:20) (Mt 10:6,7; Lc 9:2). (Mt 4:17; Mc 1:15; Mt 19:23,24).

I. OUTRAS METAFORAS DA IGREJA


A. A igreja como a família do Senhor:
Jesus apresenta-nos a relação familiar, ensinando a oração: "Pai nosso, que estás no céus" (Mt
6:9; Lc 11:2 (Hb 2:10,11} (Hb 3:6) (Ef 3:14,15} (Rm 8:17) (1 Tm 3:15) (Hb 10:21-23; 2:17,18).
A idéia da igreja como família e casa de Deus deriva do Antigo Testamento, onde o povo de
Deus é a casa (família) de Israel, uma nação que cresceu da família de Jacó e foi nutrida através
da cultura familiar. At 2:46; 5:42; 12:12; 16:15,33,34; 21:8,9; 1 Co 1:16; 16:15; 2 Tm 4:19.
B. A igreja como uma comunhão de crentes
O termo grego para "comunhão" é koinonia, que significa "aqueles que tem algo em comum".
Ele veio a ser aplicado para "aqueles que pertenciam a uma sociedade". Koinonia foi aplicado g
igreja referindo-se àqueles que tinham uma salvação comum mediante uma fé comum em Deus e
em seu Filho Cristo Jesus: (1 Jo 1:3; cf. 1 Co 1:9). (At 2:42). A metáfora da "família" salienta a
idéia de um "Pai" comum; a metáfora da "comunhão" salienta a idéia de uma missão, propósito,
adoração e ação comuns
C. A igreja como uma equipe de atletas
Os eventos esportivos eram tão comuns no mundo grego e romano como são hoje. Paulo,
observador atento, empregou várias vezes a metáfora do "atletismo". (1 Co 9:24-26; G12:2; 5:7;
Fp 2:16; 2 Tm 2:5; 4:7; Hb 12:1; 1Tm 6:12.)
D. A igreja como o exército do Senhor
A Bíblia freqüentemente refere-se à batalha contra os poderes das trevas em que a igreja está
envolvida. (2 Co 10:4,5; Ef 6:11,12; 2 Tm 2:3,4; 1 Tm 1:18; Ef 6:10-17; 1 Co 9:7;1 Pe 2:11; Ap
19:11-21; 20:7.)
E. A igreja como o rebanho do Senhor
A metáfora pastoral é muito conhecida. O Líder espiritual da igreja local é geralmente chamado
de "pastor" e a congregação quase sempre é referida como o "rebanho". (Jo 21:15-17). (Veja S1
23:1; 80:1; 100:3; 2 Sm 7:7; Jr 31:10; Mc 6:34; Ef 4:11; Hb 13:20; Ap 7:17.)
F. A igreja como a escola de Deus
Jesus é chamado mais de cinqüenta vezes de "mestre" ou "professor" (ambos da palavra grega
didaskalos, do verbo didasko, que significa "ensinar") e "rabi. (Mt 28:19,20).
O método de Discipulado de Jesus revela-se claramente numa passagem do evangelho de
Marcos: "Depois subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele.
Então designou doze para estarem com ele e pata os enviar a pregar, e a exercer a autoridade de
expelir demônios" (Mc 3:13-15). (Jo 13:35; Mc 8:34; Jo 1:43; 21:19-22; Lc 5:11,27,28; 1 Ts
1:6,7; 1 Pe 2:21; 5:3; 1 Tm 1:16; 4:12; Tt 2:7.)
G. A igreja como um servo ou despenseiro
(Lc 12:42; 1 Co 4:1, 2; Tt 1:7; 1 Pe 4:10; At 13:5; Rm 15:16; Mc 10:42-45; Mt 20:27, 28).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
H. A igreja como um prédio
A metáfora da igreja como um prédio é sugerida nas seguintes passagens bíblicas: 1 Co 3:9-15;
Ef 2:20-22; Mt l6:18; 21:42; 1 Pe 2:4-7; Lc 6:46-49; At 4:11; Rm 15:20; S1 118:22.
I. A igreja como um mistério
(Ef 3:4-6; C1 1:25-27).
J. A igreja como o campo (seara) do Senhor
(1 Co 3:6-9; Jo 15:1,2; 2 Tm 2:6; Mt 13:3-8,18-23).
K. A igreja como um sacerdócio real
(1 Pe 2:5, 8; Hb 13:15; 1 Tm 2:1-4; Ef 2:14-18; Hb 4:14-16; 2 Co 5:18-20; Rm 12:1; Ef 5:1, 2;
Hb 13:16; Fp 2:17).
L. A igreja como a noiva de Cristo
(Jo 3:29; 1 Co 11:2; Ef 5:21-32; Ap 19:7-9)
M. A igreja como a embaixada do Senhor
(Ef 6:20; 2 Co 5:20; Lc 14:31-33; 2 Co 5:18)
N. A igreja como a coluna e o alicerce da verdade
(1 Tm 3:15).
O. A igreja como o santuário do Senhor
Várias passagens bíblicas apoiam a metáfora da igreja como um santuário ou templo. Aplicações
práticas são feitas com base nessas passagens: (1) o Senhor não habita em prédios feitos por
mãos humanas, mas em seu povo como uma igreja (At 17:24; 1 Co 3:16; 1 Rs 8:27; Is 66:1,2);
(2) a igreja é o santuário do Senhor; Ele habita onde o seu povo está reunido em seu nome (Mt
18:20); (3)0 templo era um santuário, um edifício santo separado, exclusivamente dedicado à
adoração e ao serviço de Deus; da mesma forma, a igreja é o templo do Espírito Santo, o
santuário onde o Senhor habita; portanto, os membros da igreja são chamados de "santos" (1 Co
3:17; Ef 2:21,22; 1 Pe 2:4,5).
P. A igreja como um grupo de peregrinos
Esta metáfora define a relação da igreja com este mundo. (Fp 3:20; Rm 12:2; Hb 11:13; 1 Pe
2:11-12; Cl 1:12-14; At 1:8; Hb 13:14).
Q. A igreja corno o caminho
No livro de Atos, a vida da igreja é chamada de caminho, e os crentes recebem o nome de
"alguns que eram do Caminho (At 9:2) (Jo 14:6). O seguinte é declarado sobre o caminho no
livro de Atos: (1) o caminho de Deus está sujeito a perseguições (22:4); (2) ele é muitas vezes
difamado (19:9); (3) é considerado heresia por alguns (24:14); (4) Paulo confessou alegremente a
Félix que ele era do Caminho (24:14); (5) quando a igreja da um testemunho vigoroso e com
poder, como aconteceu com Éfeso, causará um "grande alvoroço", pois o caminha de Deus será
um elemento perturbador numa sociedade governada pelos poderes das trevas: "Por esse tempo
houve grande alvoroço acerca do Caminho" (19:23).
R. A igreja como a herança do Senhor
(Ef 1:18; 1 Pe 2:9,10; Êx 19:5,6; Dt 14:2; 32:9; S1 72:2; Ml 3:17.)
S. A igreja como a obra-prima de Deus
(Ef 2:10; 1 Jo 3:2; Fp 1:6; 2:13; Ef 3:10; C1 1:28-29; Hb 13:21; 2 Co 5:17.)
T. A igreja como a luz do mundo
(Mt 5:14; Jo 8:12; Ap 1:20; Mt 5:16; 1 Pe 2:12).
U. A igreja como o sal da terra
(Mt 5:13; Mc 9:49,50; Lc 14:33; Cl 4:6).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
V. A igreja como o pesqueiro do Senhor
(Mc 1:17; Mt 13:47; Mt 4:18-20.)
W. A igreja como um cadinho
(l Pe 4:12-17; Tg 1:3, 12; Pv 17:3; 27:21; 1 Pe 4:17; 1 Ts 2:4; Rm 16:10; 1 Co 12:19; 2 Co
10:18)
X. A igreja como o ramo de oliveira brava
(Rm 11:16-24; Jr 11:16,17}.

J. UMA IGREJA PURA


O que Deus tem estabelecido em sua palavra é que está preparando uma igreja pura para
desposar com seu filho Jesus Cristo. Jesus não virá uma igreja em prostituição, ele mesmo está
promovendo a purificação desta igreja (Ef 5:26-27). Queremos destacar abaixo alguns fatores
que tornam uma igreja mais pura:
a) Doutrina Bíblica (ou pregação correta da palavra)
b) Uso adequado dos sacramentos
c) Aplicação correta da disciplina eclesiástica
d) Adoração genuína
e) Oração eficaz
f) Testemunho eficaz
g) Comunhão eficaz
h) Governo eclesiástico bíblico
i) Poder espiritual no ministério
j) Santidade de vida entre os membros
k) Cuidado pelos pobres
l) Amor por Cristo

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
CAPÍTULO II

DOUTRINA DOS ANJOS


(ANGELOLOGIA)
A - INTRODUÇÃO
- Existem claras evidências da crença na existência dos anjos desde o início da era cristã. Uns eram
considerados bons, e outros maus. Os primeiros eram tidos em alta estima, como seres pessoais de
elevada categoria, dotados de liberdade moral, engajados no jubiloso serviço de Deus e
empregados por Deus, para atender ao bem-estar dos homens. A segunda categoria, anjos maus,
na realidade saíram da primeira, pois foram anjos criados bons, mas alguns abusaram da sua
liberdade e caíram, apartando-se de Deus, dos quais o principal é chamado de Satanás, que era
considerado o chefe dos anjos, sendo o motivo específico de sua queda o orgulho e uma ambição
pecaminosa.
- O Antigo Testamento refere-se a eles 108 vezes, enquanto o Novo Testamento menciona-os 165
vezes. Quer santos quer impuros, os seres espirituais são chamados "anjos". "Houve peleja no céu.
Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos" (Ap
12:7). Assim sendo, sob o título geral de Angelologia, trataremos de três áreas: anjos santos, anjos
decaídos (demônios) e Satanás.

B. ANGELOLOGIA
A. Definição
A palavra anjo é extraída do hebraico mal'ak do Antigo Testamento ou do grego angelos do Novo
Testamento, significa "mensageiro". Os anjos santos são mensageiros de Deus, enquanto os anjos
decaídos são mensageiros de Satanás - "o deus deste mundo".

B. A origem dos anjos


Diferentes de Deus, os anjos são seres criados, não existem desde a eternidade. Os anjos estão de
fato entre as coisas “invisíveis” que Deus criou. A época exata em que eles foram criados não é
explicitada na Bíblia. Acredita-se ser mais provável que tenham sido criados no primeiro dia da
criação, imediatamente depois de os céus terem sido criados.

C. A natureza dos anjos


1. Eles são seres espirituais e incorpóreos
a) Eles são espíritos. Não possuem corpo no mesmo sentido que o homem. Não tem carne e
ossos (Lc 24:39), não se casam (Mt 22:30), podem estar presentes em grande quantidade
num espaço muito limitado (Lc 8:30), e são invisíveis (Cl 1:16).
b) Não devem ser adorados (Ap 19:10, 22:8-9). Exceto naquelas ocasiões muito especiais em
que Deus decide permitir que os homens os vejam, os anjos são invisíveis aos olhos
humanos e os homens não têm consciência de sua presença. Foi sugerido que ficam quase
sempre invisíveis por causa da tendência humana de adorá-los.
c) Os anjos, em inúmeras ocasiões, tomaram a forma de corpos humanos: (Gn 19:1; At 8:26;
Hb 13:2).

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16
TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
d) O anjo do Senhor. A expressão "o Anjo do Senhor", usada em todo o Antigo Testamento,
parece ter um sentido muito especial com relação à presença de Deus. Normalmente é
considerado como a segunda pessoa da Trindade, o próprio Cristo em presença pré-
encarnada (Gn 16:7-14; 22:11-18; Ex 3:2-5)
2. Eles são uma companhia, e não uma raça
Todos os anjos foram criados de uma só vez e não ha propagação entre eles. Os anjos não
morrem; portanto, não há aumento nem diminuição em seu número (Lc 20:34-36).
3. Seu número é vasto
A Bíblia não contem nenhuma informação definida sobre o número dos anjos, mas mostra com
muita clareza que constituem um poderoso exército dos céus ou de Deus, e esta expressão só
por si indica um grande número (Dt 33:2; Ap 5:11). Deus, que sabe todas as coisas, sabe o
número exato de seus anjos.
4. Sua morada
Embora os anjos sejam muitas vezes descritos como ministrando da parte de Deus aos santos
aqui na terra, parece que sua principal habitação é o céu (Mt 22:30; Jo 1:51).
5. Sua personalidade
Os anjos são seres pessoais, dotados de inteligência e vontade, e possuem todos os aspectos da
personalidade.
a) São seres inteligentes: Os anjos são representados como possuindo sabedoria e
inteligência sobre-humanas: (Mt 24:36), mostrando que o conhecimento dos anjos é
superior ao do homem: (2 Sm 14:20; Lc 4:34). Mas apesar de o conheci mento dos
anjos ser grande, eles não são oniscientes, pois existem certas coisas que gostariam de
saber (1 Pe 1:12).
b) São seres racionais: (2 Samuel 14:20)
c) Eles rendem adoração inteligente: (Sl 148:2)
d) Eles possuem emoções: (Lc 15:10)
e) Eles são seres morais, criados com a capacidade de saber e fazer o que é certo ou
errado. Foram recompensados pela obediência e castigados pela desobediência: (2 Pe
2:4)
6. Seu poder
O seu poder é recebido de Deus (2 Sm 14:15-17; 2 Rs 19:35; Ap 20:1-2). São seres poderosos
(Sl 103:20; Mt 28:2), no entanto, não são todo-poderosos. Eles são incapazes de fazer aquelas
coisas peculiares à divindade, como: criar, agir sem meios, ou sondar o coração humano.

D. As classificações e a organização dos anjos


1. Os anjos bons
a) Aparente variedade entre eles:
(1) Diferentes posições e cargos. Ao comparar os três seguintes versículos da Escritura, parece
haver cinco posições ou cargos diferentes de autoridade entre os anjos: tronos, domínios,
principados, potestades e poderes. (Ef 1:21; C1 1:16; 1 Pe 3:22). O que cada uma dessas
designações indica exatamente não fica claro na Bíblia. Não é fácil para nós compreender
a organização celestial. O ponto mais importante todos, ao considerarmos exatamente o
que essas várias posições podem significar, é que Jesus está acima de todas elas; Ele não
tem igual nem superior.

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(2) Querubins: A Escritura menciona repetidamente os querubins> Eles guardam a entrada do
paraíso (Gn 3:24), observam o propiciatório (Ex 25:18, 20 Sl 80:1), e constituem a
carruagem de que Deus se serve para descer à terra (2 Sm 22:11; Sl 18:10). Não se sabe
ao certo se este termo indica uma posição especial ou um serviço exaltado rendido por
aqueles que levam este nome. Parece que os querubins estão especialmente destinados a
revelar o poder, a majestade e a glória de Deus.
(3) Serafins: A palavra significa "abrasadores". Eles são mencionados a penas em Isaías 6:2,
6. Diferentemente dos querubins, permanecem como servidores em torno do trono do Rei
celestial, cantam louvores a ele e es5ão sempre prontos a fazer o que ele manda. Eles
podem ser considerados os nobres entre os anjos.
(4) Miguel e Gabriel: Diferentemente de todos os outros anjos, estes dois são mencionados
nominalmente, destacando-se entre o exército de anjos.
a) Miguel: seu nome significa "quem é como Deus?" (Dn 10:13, 21; Jd 9). Miguel é
chamado aqui de arcanjo, parecendo que ele ocupa um lugar de príncipe entre os
anjos. Ele é o único a quem é aplicada esta designação (1 Ts 4:16). Vemos nele o
valente guerreiro a liderar as batalhas de Jeová contra os inimigos de Israel e contra
os poderes malignos do mundo dos espíritos (Ap 12:7-9)
b) Gabriel é citado em quatro ocasiões diferentes nas Escrituras, e em todas elas ele é o
portador de grandes notícias relativas ao propósito de Deus (Dn 8:15-27; 9:20-27; Lc
1:13,19; Lc 1:26-38). Podemos então dizer que sua principal função é servir de
intermediário e intérprete de revelações divinas.
b) O serviço dos anjos bons.
(1) Em relação a Deus.
(a) Prestar adoração e louvor. O principal e talvez mais importante ministério dos anjos
bons é o de adorar e oferecer louvor incessante a Deus, pois Ele é digno. (Ap. 5:11-12;
Hb 1:6; Is 6:3; Sl 103:20,21)
(b) Levar a lei de Deus a seu povo (At 7:53; Gl 3:19; Hb 2:2)
(c) Executar os juízos de Deus sobre os inimigos. (At 12:23; 12:22; 2 Rs 19:35)
(d) Reunir os eleitos de Deus na volta de Cristo. (Mt 24:30,31; Ap 21:12; 16:1)
(e) Ajudar no dia do juízo final. (Mt 13:30,39). Os anjos de Deus serão os ceifeiros que
separarão os crentes dos incrédulos. (Mt 13:49,50; 2 Ts 1:7,8).
(2) Com relação a Cristo. Os anjos mostraram e continuam a mostrar um grande interesse pela
pessoa e ministério de Jesus Cristo. (1 Tm 3:16). Cerca de quinze referências distintas,
em relação a Jesus Cristo, são atribuídas às ministrações dos anjos:
a) O nascimento do seu precursor, João Batista, foi anunciado por um anjo ao pai de
João (Lc 1:11-13).
b) Maria foi informada pelo anjo Gabriel que seria a mãe do Salvador (Lc 1:26-38).
c) O anjo garantiu a José que "o que nela foi gerado e do Espírito Santo" (Mt 1:20).
d) Anjos levaram as notícias do nascimento de Cristo aos pastores nos campos de
Belém (Lc 2:8-15).
e) José foi advertido por um anjo para levar Maria e a criança para o Egito, a fim de
escapar de Herodes (Mt 2:13).
f) José, novamente guiado por um anjo, recebeu instruções para voltar à terra de Israel
depois da morte de Herodes (Mt 2:19,20).
g) Anjos ministraram ao Senhor depois de sua tentação no deserto (Mt 4:11).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
h) Jesus disse a Natanael que ele veria anjos subindo e descendo sobre a sua pessoa (Jo
1:51).
i) Um anjo do céu fortaleceu Jesus no Jardim de Getsêmani (Lc 22:43).
j) Jesus disse que poderia pedir ao Pai e Ele enviaria mais de doze legiões de anjos
para protegê-lo, caso necessário ou desejável (Mt 26:53).
k) Um anjo removeu a pedra da frente do sepulcro e falou com as mulheres que foram
ao túmulo (Mt 28:2-7).
l) Anjos estavam presentes na hora da ascensão de Cristo (At 1:11).
m) Na posição glorificada de Cristo, os anjos rendem-lhe sua suprema homenagem
como Senhor (1 Pe 3:22).
n) Anjos acompanharão o Senhor quando Ele voltar (Mt 16:27; 25:31).
(3) Em relação aos crentes.
(a) Proteção do perigo acidental. (S1 91:11,12; Gn 19:15,16).
(b) Livramento dos inimigos. (S1 34:7; 2 Rs 6:15-17; Dn 6:22; At 12:11).
(c) Encorajamento nas provações extremas. (1 Rs 19:5; Gn 28:12,13; Gn32:1,2; At 27:22-
24).
(d) Concessão de sabedoria e orientação. (Mt 1:20; 2:13,19,20; At 8:26, 10:3-5).
(e) Acompanhamento da alma na morte. (Lc 16:22)
(f) Alegria na salvação. (Lc 15:10, 12:8,9).
(g) Os anjos da guarda. Não existe autoridade bíblica para a velha idéia de que cada pessoa,
no momento em que nasce, passa a ter um anjo de guarda especial que irá ajudar e
vigiar esse indivíduo durante toda a sua vida. (Mt 18:10; Atos 12:15)
(h) Ministério junto aos crentes. Tem havido muita confusão entre o ministério dos anjos e
o do Espírito Santo em relação aos crentes na igreja de nossos dias. Billy Graham disse
palavras interessantes a respeito: "Os anjos não habitam nos homens, o Espírito Santo
os sela e habita neles depois de regenerá-los. O Espírito Santo é onisciente, onipresente
e onipotente. Os anjos são mais poderosos do que os homens, nas não são deuses e não
possuem os atributos da divindade. Não são os anjos, mas o Espírito Santo que
convence os homens do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8). Ele revela e interpreta
Jesus Cristo para os homens, enquanto os anjos permanecem mensageiros de Deus,
que servem aos homens como espíritos ministradores (Hb 1:14). Ao que sei, nenhuma
passagem diz que o Espírito Santo jamais se tivesse manifestado aos homens em forma
humana. Jesus fez isto em sua encarnação. O Espírito Santo glorioso pode estar em
todo lugar ao mesmo tempo, mas anjo algum pode estar em mais de Um lugar em
qualquer momento. Conhecemos o Espírito Santo como espírito e não carne, no
entanto podemos conhecer anjos não só como espíritos, mas algumas vezes de forma
visível."
(i) Aprendizado com a igreja. Embora sejam extremamente sábios, eles não são
oniscientes e portanto é natural supor que estejam aprendendo continuamente, em
especial com relação às coisas de Deus. (1 Pe 1:10-12; Ef 3:10).
(j) Como beneficiar-se do ministério dos anjos. Em ponto algum somos instruídos a orar
para anjos e pedir-lhes ajuda. Suas ministrações a nosso favor são dirigidas pelo
próprio Senhor. Desse modo, se quisermos experimentar os benefícios e bênçãos
desses "espíritos ministradores", devemos ficar próximos do Senhor. (Sl 91:11,1; 34:7;
Hb 1:14; Rm 8:17).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III

2. Os anjos maus
Além dos anjos bons, há também os maus, cujo prazer está em opor-se a Deus e combater sua
obra. São criaturas de Deus, porém não foram como anjos maus, pois tudo o que Deus criou era
muito bom (Gn 1:31) Porém estes anjos não mantiveram sua condição original, e caíram do
estado em que tinham sido criados (2 Pe 2:4; Jd 6). A partir desta queda, foi travada uma
verdadeira guerra que perpetua até os dias atuais, e se dará até o evento final, quando Satanás
será lançado no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 20:10). Sendo assim, tendo em vista que
um dos princípios fundamentais da guerra tem sempre sido o estudo do inimigo, temos que
também conhecer aqueles que tentam nos se opor à obra de Deus e automaticamente a nós, seus
filhos.
a) Sua existência: A Bíblia declara abertamente o fato da existência de anjos maus. (Jd 6; 2
Pe 2:4; S1 78:49; Mt 25:41; Ap 12:7-9).
b) Sua identidade: Alguns fazem diferença entre anjos maus ou decaídos e demônios. Mas,
ao que parece, um grande numero de estudiosos da Bíblia chegou à conclusão de que
os anjos maus são os demônios tão citados na Bíblia.

C. DEMONOLOGIA
- Só existe um diabo – diabolos (acusador), que é Satanás, enquanto há multidões de demônios.
A. A realidade dos demônios
Estes seres são seres reais, existem e não estão simplesmente na mente ou imaginação das
pessoas. O próprio Jesus reconheceu a sua existência. (Mt 12:27-28; Mt 10:8; Mc 16:17; Lc
10:17; 1 Co 10:20; 1 Tm 4:1).

B. A origem dos demônios


Como visto acima, sobre os anjos maus e sua criação, vimos que foi Deus o criador de todas
as coisas, e já que, após ter terminado a obra da criação, Ele declarou que tudo era bom, não
há motivos para crermos que ele os criou maus (demônios). Na realidade houve um
rompimento, uma queda destes anjos através da qual eles se tornaram anjos maus ou
demônios. A causa da sua queda e a forma como se tornaram demônios tem sido objeto de
muita conjectura. Três teorias principais foram construídas por eruditos cristãos
conservadores, tentando demonstrar autoridade bíblica.
1. Os demônios são espíritos desincorporados dos habitantes de uma terra pré-adâmica
(Gn 1:1; Ez 28:14; Is 14:12-14; Gn 1:2; Lc 8:32).
2. Os demônios são filhos de anjos e mulheres antediluvianas. Esta teoria está baseada
numa interpretação de Gênesis 6:1-4.
3. Os demônios são anjos decaídos. Esta noção tem como base o fato de várias
passagens referirem-se a um grande exército de espíritos, designado como estando
sob a autoridade de Satanás: (Mt 12:24; Mt 25:41; Ap 12:7; Is 14:12; Ap 12:4; Jd 6;
2 Pe 2:4).
Ao examinar este assunto em toda a sua amplitude, somos forçados a reconhecer
dificuldades em defender qualquer uma dessas posições. Concluímos, portanto, que Deus
não escolheu revelar a resposta à questão da origem dos demônios, no entanto não quer dizer
que eles não existam.

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
C. A natureza dos demônios (Mt 8:31).
1. Sua força: Eles são fortes. Fica evidente que não podem enfrentar Jesus, mas são mais
fortes que os homens. (Mc 5:2-4}.
2. Sua sabedoria: Embora estejam longe de ser oniscientes, a sua sabedoria está acima da do
homem. Eles sabem muito a respeito da autoridade e divindade de Cristo e da sua (deles)
condenação eterna: (Mt 8:29; Mc 1:21-24; Tg 2:19).
3. Seu caráter: Eles são perversos, imundos e viciosos: (Mt 8:28; Mt 10:1). Parece até haver
graus de perversidade entre eles: (Mt 12:43-45).

D. O propósito dos demônios


O propósito geral dos demônios parece ser duplo: eles buscam impedir os propósitos de Deus
e ampliar o poder de Satanás. O desejo de governar por parte de Satanás e ser "semelhante ao
Altíssimo" não mudou desde a sua expressão inicial em Isaías 14:13,14. (Mt 4:9).

E. As atividades dos demônios


1. Oposição aos santos: Eles constantemente se opõem aos santos em seus esforços para
viver piedosamente e servir ao Senhor: (Ef 6:12; 1 Ts 2:18).
2. Indução ao desvio da fé (1 Tm 4:1).
3. Encorajamento do formalismo e ascetismo como resultado de falsos ensinos (1 Tm 4:1-3).
4. Apoio a toda idolatria (1 Co 10:19-21; 1 Co 8:4). Paulo adverte que por trás dos ídolos
existe um demônio. Apocalipse 9:20 também salienta a associação entre os demônios e a
idolatria.
5. Causa de vários males físicos: Os demônios têm poder para causar: mudez (Mt 9:32,33),
cegueira (Mt 12:22), loucura (Lc 8:26-35), mania de suicídio (Mc 9:22), ferimentos
pessoais (Mc 9:18) e vários defeitos e deformidades (Lc 13:11-17).
6. Execução de alguns dos propósitos divinos: Eles também são usados por Deus para
colocar em prática seu propósito, principalmente no que diz respeito ao castigo dos
rebeldes e desobedientes (S1 78:49; 1 Rs 22:23; Ap 16:13-16; Lc 22:31; Jo 42:5,6; 1 Co
5:5; 1 Tm 1:20).

F. Possessão demoníaca
1. A realidade da possessão demoníaca
a) Como vista no ministério de Jesus: Endemoninhados foram levados a Jesus, e Ele tratou
com eles como se fossem possuídos, expulsando os demônios (Mt 8:16; Mc 5:2-13; Mt
9:32,33). Jesus estava convicto de que expulsava os demônios desses indivíduos (Mt
12:26-28), e Ele cria tanto que os demônios eram reais e que os expulsava, que advertiu
seus críticos de que eles estavam quase praticando o pecado imperdoável.
b) Como vista no ministério da primeira igreja: (Mc 16:15-17). A realidade da possessão
demoníaca é claramente evidenciada pelos eventos dramáticos registrados em Atos
19:13-16: sete exorcistas profissionais itinerantes procuraram usar o nome de Jesus para
expulsar demônios, como tinham visto Paulo fazer, mas sofreram nas mãos do homem
possuído, partindo nus e feridos.
c) Em relação à obra redentora de Cristo: Confirme mencionado, parece ter havido um
aumento da atividade demoníaca durante a vida e o ministério do Senhor Jesus aqui na
terra (Gn 3:15; 1 Jo 3:8; 1 Tm 4:1)

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
d) Em contraste com a influência demoníaca: Nem toda atividade demoníaca resulta em
possessão demoníaca. Existe uma enorme diferença entre a possessão e a influência
demoníaca. Na primeira, o corpo é adentrado e é obtido controle; enquanto, na segunda,
trava-se uma batalha externa, através de sugestão, tentação e influência, esses devem ser
"os dardos inflamados do maligno" (Ef 6:16).
e) Em contaste com a doença: A Escritura deixa bem claro que nem toda doença, embora
tenha sua origem no pecado e em Satanás, é causada pela possessão demoníaca, não
sendo uma indicação de que a pessoa está possuída (Mt 8:16; Lc 13:32; Lc 4:40,41).
Deve ser notado que Jesus impunha as mãos sobre os doentes, mas repreendia os
demônios (Lc 9:1). Os demônios são expulsos, as enfermidades, curadas. Existe uma
enorme diferença entre cura e exorcismo.
2. Existe possessão demoníaca hoje? Pelo que nos é relatado na bíblia, a ação dos demônios
não é apenas por um período estabelecido no início da igreja, porém eles continuam agindo
e atuando com suas astúcias e estratégias, sendo uma delas a possessão demoníaca (Mc
9:18; Mc 9:18; Lc 9:39,42; Mc 5:7; Lc 8:27, 31). Eles têm capacidade para revelar-se não
só como um "leão que ruge" (1 Pe 5:8), mas também como um "anjo de luz" (2 Co 11:14).
Sua presença talvez não seja suspeitada, mas seu propósito em opor-se a Cristo é quase
sempre realizado, até mesmo em vidas exemplares e de moral correta. Muitas vezes apenas
o dom espiritual do ''discernimento de espíritos" (1 Co 12:10) pode detectar a sua presença.
3. A expulsão de demônios: Jesus insiste em que a expulsão de demônios faz parte da
comissão do evangelho (Mc 16:15-20; Lc 9:1,2; 10:1,17; Mt 10:8) (1Jo 3:8) (At 10:38). O
nome de Jesus é o principal segredo. Lemos na grande comissão de Cristo: “... em meu
nome expelirão, demônios...” (Mc l6:17). (At l6:18) (At 3:6; cf. 3:16; 4:10). Note, porém,
cuidadosamente, que é perigoso enfrentar os espíritos usando o nome de Jesus apenas
como uma fórmula mágica, já que isso simplesmente provoca-os, como aconteceu no caso
dos filhos de Ceva. (At 4:7) (At 5:15,16; 19:11,12) (At 9:40) (At 13:9-11) (At 14:9,10) (C1
3:17). Não há também nada na Escritura sobre tossir ou cuspir um demônio. O demônio é
um espírito, e, portanto, é invisível. Também não somos encorajados a manter conversa
com demônios. (Mc 1:34) (Mc 3:11,12). Ninguém manifestou um ministério
exclusivamente para o trato com demônios. Isto atrairia mais a atenção sobre Satanás do
que sobre Cristo. É errado supor que um determinado mal na vida de alguém seja o
resultado do controle do demônio. É bem provável que o mal já existisse, permitindo a
entrada do poder satânico. Seria absurdo pensar que é possível converter alguém,
deixando-o com demônios ainda em seu coração.
4. O ocultismo e a possessão demoníaca: Ocultismo significa "coisas escondidas" e está
especialmente ligado a magia, leitura de sortes e espiritismo. Além disso, trata-se de um
esforço para "conjurar os espíritos do universo, inimigos do Deus Altíssimo". Métodos
como telepatia, clarividência, clariaudiência, ESP, escrita automática (psicografia),
amuletos e curas mágicas são empregados. A leitura da sorte utiliza-se de quiromancia,
cartas de taro, bola de cristal, psicometria (um objeto pessoal do paciente é entregue à
pessoa que pratica o método) e astrologia. O espiritismo, falsamente chamado de
"espiritualismo" e idêntico à necromancia da antigüidade, é a tentativa de comunicação
com os espíritos dos mortos. Todas essas Práticas foram severamente condenadas na
Bíblia: "Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis

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para serdes contaminados por eles..." (Lv 19:31). (Lv 20:6) (G1 5:19,20) (Ap 9:21) (Éx
22:18).
5. O cristão e a possessão demoníaca: Existem quase trezentas referências a anjos na
Palavra de Deus e só aproximadamente oitenta a seres malignos e demônios. Em outras
palavras, há quase três vezes mais referencias a anjos na Bíblia do que a demônios. Por
que, então, algumas pessoas gastam três vezes mais tempo falando de demônios do que de
anjos? Os anjos são nossos amigos (Fp 4:8).

D. SATANALOGIA
A. Porque devemos estudar esta doutrina: Embora Satanás jamais devesse receber qualquer
proeminência, é importante compreender o lugar dado a ele nas Escrituras. Nenhum outro
indivíduo, exceto o Pai, o Filho e o Espírito Santo, recebe tamanho enfoque na Bíblia, desde o
seu início até o fim, como o personagem que conhecemos como Satanás, o diabo.

B. Comprovando a existência de Satanás: Registro bíblico da sua existência: Satanás, seu nome
hebraico que significa “Adversário”, só é mencionado expressamente em cinco ocasiões no
Antigo Testamento. (Gn 3:1-15) (1 Crônicas 21:1) (Jó 1:6-12; 2:1-7) (Zacarias 3:1,2) (Gênesis
3:15)

C. Sua personalidade: A Bíblia fala da personalidade de Satanás tão completamente como da


personalidade de qualquer outra pessoa nela referida. Ele é constantemente referido como um
ser pessoal. Pronomes pessoais são aplicados a ele: Jó 1:8,12; 2:2,3,6; Zc 3:2; Mt 4:10; Jo 8:44.
Atributos pessoais lhe são conferidos: Is 14:13,14 (vontade); Jó 1:9,10 (conhecimento). E atos
pessoais são realizados por ele: Jó 1:9-11; Mt 4:1-11; Jo 8:44; 1 Jo 3:8; Jd 9; Ap 12:7-10.

D. Sua origem: Deus não criou o diabo como o conhecemos hoje. Tudo o que Deus fez foi
considerado bom (Gn 1:31). Ezequiel 28:12-19 dá uma descrição detalhada da beleza e
sabedoria com que Satanás foi originalmente criado. Isaias 14:12-17 nos dá seu nome antes da
queda. Ele era chamado "Lúcifer", que significa "estrela da manha"; literalmente, "portador da
luz". Ele é descrito para nós como o anjo mais graduado da criação de Deus. O mistério está em
como um ser tão sábio e belo poderia ter caído tanto, a ponto de ser agora o mais vil no
universo. O capítulo 14 de Isaias conta esta queda e a razão dela. (1 Tm 3:6). Lúcifer, em seu
orgulho egoísta, procurou elevar-se acima da esfera em que fora criado e acima do propósito e
serviço que lhe foram designados. Em conseqüência dessa rebelião, Lúcifer foi expulso do reino
celestial e do cargo que mantinha. (Is 14:15). (Lc 10:18) (Jó 1:6,7) (Ap 12:10) (Is 14:13).

E. Seu caráter: Um dos grandes recursos de Satanás, ao opor-se à obra de Deus, é sua falsidade.
Através dos séculos, ele representou papéis que levaram os homens a pensar a seu respeito de
muitas formas enganosas, e não no seu verdadeiro caráter, tornando assim mais fácil desviá-los
de Deus. (Is 14:14). As Escrituras dão diversos nomes e títulos descritivos a Satanás.

F. Os nomes e títulos a ele atribuídos


1. Lúcifer: Este era o seu título no céu antes de sua rebelião e queda. (Is 14:12).
2. Satanás: Este nome acentua suas atividades como o adversário. O nome "Satanás" é usado
cinqüenta e seis vezes no Antigo e Novo Testamentos. Ele descreve suas tentativas maliciosas

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e persistentes de prejudicar o plano de Deus. Como tal, que se opõe a tudo e a toda pessoa que
representem o bem. Ele é o inimigo de Deus e do homem. 1 Pedro 5:8 (1 Ts 2:18).
3. Diabo: Apocalipse 20:2 usa quatro nomes para Satanás: "Ele segurou o dragão, a antiga
serpente, que e o diabo, Satanás..." O nome "diabo" significa especialmente difamação e
acusação. (Gn 3:4,5) (Apocalipse 12:10) A palavra "diabo", referindo-se ao próprio Satanás,
aparece trinta e cinco vezes no Novo Testamento.
4. Serpente: Satanás é visto em sua atividade na terra primeiro como uma serpente (Gn 3:1-15).
Em 2 Coríntios 11:3, Paulo diz: "Mas receio que assim como a serpente enganou a Eva com a
sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade
e pureza devidas a Cristo." Não devemos pensar na serpente mencionada em Gênesis 3 como
uma criatura deslizante, rastejante, como a conhecemos hoje. (Gn 3:14).
5. Dragão: Em Apocalipse 20:2, Satanás é especificamente identificado como "...o dragão, a
antiga serpente, que é o diabo, Satanás...". Também em Apocalipse 12:9.
6. Belzebu: "... Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?" (Mt
10:25) (Mt 12:24). O nome significava originalmente "senhor das moscas", mas os judeus o
mudaram mais tarde para "senhor do monturo". Este nome sugere o enorme exército de
espíritos demoníacos sobre os quais Satanás governa na qualidade de príncipe.
7. Belial: Este nome é usado muitas vezes para homens perversos, chamados de "filhos de
Belial" (Dt 13:13; Jz 20:13; 1 Sm 10:27; 30:22). O nome significa "inútil" e representa
indignidade.
8. Tentador: (Mt 4:3) (1 Ts 3:5). Embora Deus prove os homens para o bem deles, a fim de que
possam aprender e tornar-se mais fortes, Satanás os tenta com o propósito de destruí-los.
Como tentador, ele estimula constantemente os homens a pecarem.
9. Perverso, maligno ou iníquo: Qualquer desses nomes dá testemunho do caráter de Satanás. (1
Jo 5:19) (2 Tessalonicenses 2:8) (Mt 13:19) (Mt 13:38) (1 To 2:13,14).
10. Príncipe desta mundo: Jesus atribuiu três vezes este nome a Satanás: (Jo 12:31) (Jo 14:30)
(Jo 16:11) (Ap 2:13) (Mt 4:8) (Gn 1:26) (J6 1:6,7).
11. Príncipe da potestade do ar: Isto sugere poder sobre aqueles seres espirituais que participaram
do seu pecado: (Ef 2:2, 6:12; Mt 12:24; 25:41; Ap 12:7.)
12. Deus deste século: (2 Co 4:4; 1 Tm 4:1; Ap 2:9; 1 Co 10:20; 2 Co 11:15).
13. Enganador (sedutor): Se há um nome apropriado para este arquiinimigo de Deus é este
enganador. (Ap 20:10) (Ap 12:9) (Ap 20:2,3) (Ap 20:8).
14. Acusador: (Ap 12:10) (Jó 1:10,11) (Ap 12:10).
15. Anjo de Luz: (2 Co 11:13-15). Este é talvez o papel mais enganador desempenhado por
Satanás. Ele se apresenta como um Líder espiritual para tirar das trevas os que precisam de
ajuda. (Mt 6:23).
16. Homicida: O próprio Jesus declarou isto aos judeus: (Jo 8:44) (Jo 10:10).
17. Pai da mentira: Novamente em João 8:44, Jesus descreve o diabo dentro de sua principal
característica. Ele é enganador e as mentiras são seu estratagema favorito. (Mt 4:6).
18. Leão que ruge: (1 Pe 5:8).
19. Destruidor: "E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é
Abadom, e em grego, Apoliom" (Ap 9:11). Esses dois nomes significam "destruidor"

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
G. A derrota de Satanás
Embora tivesse permissão para continuar suas atividades na terra, Satanás é um inimigo
derrotado, ele não é um inimigo a ser vencido, mas ele já está vencido.
1. Destituído de sua posição exaltada no céu: Imediatamente após suas afirmações arrogantes,
registradas em Isaías 14: 12-14 - os sete "eu”, é anunciada a sua queda: “Contudo serás
precipitado para o reino dos mortos (Sheol), no mais profundo do abismo" (Is 14:15) (Lc
10:18) (Ap 12:10).
2. Amaldiçoado no jardim do Éden: (Gn 3:14,15).
3. Derrotado por Cristo na tentação no deserto (Mt 4:3-10) (Mt 4:11).
4. Julgado na cruz do Calvário (Jo 12:31) (Jo 16:11) (C1 2:15).

H. O destino eterno de Satanás


1. Ser lançado para fora do céu eternamente (Ap 12:7-9): A partir desse momento, sua
perversidade ficará limitada a esta terra.
2. Ficar confinado no abismo (Ap 20:1-3).
3. Ser destinado ao lago de fogo (Ap 20:10).

I. Como devemos nos portar com respeito a Satanás


1. Reconhecer as limitações de Satanás: Nunca é prudente subestimar o diabo. Ele é um inimigo
astuto e hábil. Ele tem quase 6.000 anos de experiência em lidar com a humanidade. Não
devemos também superestimar suas capacidades, pois possui certas limitações muito
definidas. Estas devem ser reconhecidas, a fim de não sermos vencidos por ele.
a) Ele não é onipotente. Tem grande poder - mais do que qualquer homem. Mas só Deus é
Todo-Poderoso, e Satanás não pode competir com Ele.
b) Ele não e onisciente. Possui um intelecto muito aguçado e, através da experiência, sabe
muitas coisas, superando qualquer homem nesse sentido. Mas, de novo, só Deus é
onisciente.
c) Ele não é onipresente. Satanás possui uma personalidade individual e só fica num lugar de
cada vez. Por causa de demônios sob o seu controle, parece que o diabo esta em toda parte
ao mesmo tempo. Muitos dos chamados ataques do diabo são apenas a atuação de um de
seus demônios auxiliares. Só Deus esta sempre em todo lugar.
d) O diabo não pode conceder vida, nem ressuscitar ninguém.
2. Reconhecer que o poder de Satanás é limitado pela vontade de Deus. Isto é visto claramente na
história de Satanás, Deus e Jó (Jó 1:10; Jó 2:4-6.).
3. Reconhecer que ele foi dominado: "...Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as
obras do diabo" (1 Jo 3:8). Satanás é um inimigo dominado, vencido pelo próprio Senhor Jesus
Cristo. (Tg 4:7) (Lc 8:12) (Rm 10:17) (2 Tm 4:7).
4. Lembrar que o crente tem Alguém que intercede a seu favor (Lc 22:31~32).
5. Praticar vigilância incessante (1 Pe 5:8).
6. Negar qualquer ponto de apoio a Satanás (Ef 4:27) (Jo 14:30).
7. Colocar toda a armadura de Deus (Ef 6:13-18).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
CAPÍTULO III

DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS


(ESCATOLOGIA)

A. INTRODUÇÃO
Muitos homens incrédulos podem fazer predições razoáveis de eventos futuros com base em
padrões de ocorrências passadas, mas na natureza da experiência humana é evidente que os seres
humanos, por si mesmos, não conseguem conhecer o futuro. Mas os cristãos que crêem na Bíblia vivem
outra situação. Ainda que não possamos conhecer tudo acerca do futuro, Deus conhece todas as coisas
futuras, e nas Escrituras, trata dos principais fatos ainda futuros na história do universo. Sendo assim
podemos ter absoluta certeza da ocorrência desses fatos, porque Deus nunca erra e jamais mente.
Ao estudo destes eventos futuros, damos o nome de Escatologia, que vem de duas palavras
gregas: eschatos, significando "último", e logos, que significa "o assunto tratado". Assim sendo,
Escatologia deve ser o estudo doutrinário que trata dos últimos eventos da história sagrada, incluindo
tudo que está além desta vida e era, assim como os eventos finais da era presente. Todavia, o termo
"escatológico" é freqüentemente aplicado a toda esta época, como veremos abaixo:
(1) Pedro, no Dia de Pentecostes, declarou que o derramamento do Espírito cumpriu a profecia de
Joel concernente aos "últimos dias" (At 2:16-21).
(2) A igreja já goza de certos poderes da era do reino e do mundo vindouro (Lc 17:21; Mt 16:19; Hb
6:5).
(3) Desde que a igreja espera a vinda do Senhor a qualquer momento, cada instante é “escatológico"
(Rm 8:23; 1 Co 1:7; Lc 12:35,36; 1 Ts 1:10).
(4) Uma vez que Cristo, o Filho de Deus, é o "fim" ou "alvo" de todas as coisas no plano redentor de
Deus, a vinda do filho encarnado iniciou os "últimos dias” (Hb 1:2).
(5) Como o espírito do anticristo já está operando na expectativa do conflito final, João disse que esta
já é a “última hora” (1 Jo 2:18).

B. MORTE
Um dos grandes problemas que o homem enfrenta desde os primórdios da humanidade, vem a
ser sua única certeza após seu nascimento, ou seja, a morte. Temida por alguns, buscada por outros, ela
vem assumindo seu papel desde que o pecado entrou na humanidade. Mas para entendermos um pouco
mais sobre a morte, temos que observar o fato que as Escrituras relatam sobre três tipos de morte: morte
física, morte espiritual e segunda morte ou morte eterna.
A. Morte física: A morte física é a separação entre alma e corpo e constitui a transição do mundo
visível para o invisível. Para o crente, ela marca sua entrada no paraíso e na presença de Cristo
Jesus (2 Co 5:1,8; Fp 1:23). Para o incrédulo, a morte é sua entrada no Hades (Lc 16:22,23; Mt
10:28; Ap 20:13). A morte física não é o fim da existência, mas apenas uma mudança no estado
da existência. Para o crente, a morte física é o efeito supremo do pecado, e o último a ser
cancelado pela obra redentora de Cristo (Rm 5:12-15; 1 Co 15:26; 1 Co 15:54-57; 2 Tm 1:10; Hb
2:9,14,15; 9:15; Fp 1:21).

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B. Morte espiritual: A morte espiritual é a separação de Deus, tanto neste mundo quanto no
vindouro, é quando o homem anda em seus delitos e pecados e não admite se voltar para Deus,
negando assim, a Graça que nos foi dada por Ele, através de seu Filho Jesus Cristo. (Gn 2:17; Mt
8:22; Ef 2:1; 1 Jo 3:14; Ap 20:13-15; Ap 3:1; 1 Tm 5:6.)
C. Morte eterna: Quando aqueles que estão "mortos em delitos e pecados" morrem fisicamente sem
arrepender-se, entram num estado de morte eterna. Tiago refere-se a esta morte, explicando como
pode ser evitada (Tg 5:20). Fica então claro que a morte eterna não é a cessação da existência,
mas um castigo sem fim. (2 Tessalonicenses 1:7-9) No juízo final, diante do grande trono branco,
todos os mortos perversos serão lançados no lago do fogo que é chamado de "Segunda morte"
(Ap 20:13-15; Jd 7; Mt 18:8; 25:41; Mt 25:46; Hb 6:2; 2 Ts 1:9; Mc 3:29).

C. O ESTADO INTERMEDIARIO
O estado intermediário é aquele estado da alma entre a morte física e a ressurreição. Para o
crente, a ressurreição ocorrerá na vinda de Cristo; para o incrédulo, ela não ocorrerá senão depois do
milênio, no juízo final.
A. Onde ficam os incrédulos: Quando os incrédulos morrem, eles vão imediatamente para o Hades,
que é a morada dos mortos perversos. Antes de Cristo, os justos e os injustos iam para o Sheol,
que tinha dois compartimentos separados por um abismo intransponível (Lc 16:22-31; Gn
37:35; Dt 32:22; Ez 32:23,24; Mc 9:43). Já que os injustos não vão para a perdição final até o
último julgamento, quando serão lançados no lago do fogo, a palavra "inferno" ou “Hades” é o
lugar onde os perversos estão agora aguardando a ressurreição do juízo. O Hades é, porém, um
lugar de sofrimento, como vemos no relato do homem rico e Lázaro (Lc 16:23; 1 Pe 3:19).
B. Onde ficam os justos: O estado intermediário dos justos é chamado "paraíso". Jesus disse ao
ladrão agonizante: "...hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23:43). Depois da ressurreição de
Jesus, a morada dos justos foi transferida do Sheol para o paraíso. Jesus desceu pessoalmente ao
Sheol e "levou cativo o cativeiro"(Ef 4:8). Ele passou "...três dias e três noites no coração da
terra" (Mt 12:40; Ef 4:9,10; Nm 16:33.)
C. Conceitos falsos sobre o estado intermediário: Existem vários conceitos falsos sobre o estado
intermediário, mantidos por um grande número de pessoas. Três deles serão tratados aqui.
1. Purgatório: As igrejas católica romana e ortodoxa grega ensinam que os membros que
não tiveram uma vida perfeita passam algum tempo no purgatório, a fim de purificar seus
pecados e imperfeições. Dependendo da gravidade de suas ofensas, o tempo em que
ficam no purgatório pode durar algumas horas ou séculos, terminando apenas com o juízo
final. Nenhuma referência bíblica ao estado intermediário faz qualquer alusão a
sofrimentos no purgatório. Além disso, o conceito de purgatório infringe o ensinamento
claro da Escritura quanto à suficiência do sangue de Cristo para purificar o pecado e à
salvação pela graça através da fé (Hb 10:10-23; Ef 2:8-10; Rm 3:24-28; 5:1,2,9,10;
8:1,31-39.
2. Sono da alma: Este é o ensino de que após a morte a alma descansa em estado
inconsciente até a ressurreição. Esta doutrina é seguida por adventistas do sétimo dia,
testemunhas de Jeová e vários grupos menores. Jesus não foi às moradas dos perversos
no Sheol ou Hades, mas à parte conhecida como "seio de Abraão". Ele esvaziou o Sheol
dos justos, levando-os em sua companhia ao paraíso (S1 16:10; At 2:27.) Quando os
justos morrem, vão imediatamente para a presença de Cristo Jesus. (2 Co 5:8; 1 Ts 5:9-
11).

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
3. Espiritismo: O espiritismo ensina que os vivos podem comunicar-se com os mortos e vice-
versa, geralmente através de um médium. Não existe evidência na Bíblia para sugerir que
possa haver comunicação legítima entre os vivos e os mortos. De fato, as Escrituras
proíbem indiscutivelmente qualquer tentativa nesse sentido (Lv 19:31; 20:6,27; Dt 18:9-
12; Is 8:19,20; 1 Cr 10:13,14). Existem duas explicações para os fenômenos espíritas: (l)
são produzidos por manipulações enganosas, como tem sido bastante provado; (2) são
produzidos por espíritos mentirosos (1 Rs 22:22,23; 1 Tm 4:1). Em Atos 16, Paulo
libertou uma jovem de um espírito de adivinhação (python), por meio do qual ela dava
glande Lucro aos seus donos (At 16:16-19). Não há dúvida de que espíritos malignos
freqüentemente enganam as pessoas que consultam médiuns, imitando a voz ou a
aparência dos mortos queridos. Buscando apoio bíblico, os espiritas citam muitas vezes o
caso da feiticeira de Endor que chamou o espírito de Samuel (1 Sm 28:7-20). Todavia,
esse caso não favorece o espiritismo, pois Saul foi castigado com a morte por
desobedecer ao Senhor, consultando um espírito familiar (1 Cr 10:13,14; Lc 9:30,31; Mt
17:1-8; Mc 9:2-8; Rm 14:9).

D. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO


Jesus falou muitas vezes de sua volta (Mt 24:44; Jo 14:3), e este é um tema mencionado com
frequência em todo o Novo Testamento. É a esperança dominante da igreja neotestamentária. O assunto
da segunda vinda de Cristo é uma doutrina da máxima importância, e deve ser estudada e aguardada por
todos os que são Filhos de Deus.
A. A importância da sua vinda: A segunda vinda de Cristo é mencionada mais de trezentas vezes
no Novo Testamento; isso significa que é referida em média uma vez a cada vinte e cinco
versículos. Na verdade, cerca de cinqüenta vezes no Novo Testamento os crentes são instados a
ficarem prontos para a volta do Senhor. Em cinco passagens do Novo Testamento, a posição do
crente é citada como a de espera da vinda do Senhor (1 Ts 1:9,10; Rm 8:23-25; 1 Co 1:7; Gl
5:5; Tg 5:7.). A esperança da segunda vinda fornece a motivação para a prática da vida cristã:
(1) amor fraternal (l Ts 3:12,13);
(2) santidade (Rm 13:12-14; 1 Ts 3:13; 5:23; 1 Jo 3:3; Tt 2:11-13);
(3) reunir-se fielmente para a adoração (Hb 10:25);
(4) fidelidade no serviço cristão (1 Tm 4:13- 16; 2 Tm 4:1,2; 1 Pe 5:2-4);
(5) interesse contínuo nas almas (1 Ts 1:9,10; 2:11,12,19,20);
(6) conforto em tempo de perda (1Ts 4:14-18). A Segunda vinda e tão importante para a
igreja, a noiva de Cristo, que é chamada bendita esperança: (Tt 2:13).
B. A natureza da sua vinda:
1. O que a segunda vinda não é
a) Ela não é a morte do crente. (1 Ts 4:16-17; Fp 1:23; 1 Co 15:51-54; 1 Co 15:16; Tt 2:13).
b) A segunda vinda de Cristo não é a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. (Jo 14:16;
At 3:19-21).
c) A segunda vinda não foi a destruição de Jerusalém no ano 70 A.D. (Mt. 24:15-23 e Lc
21:24-28).
d) A segunda vinda de Cristo não é a conversão. (Hb 9:28; 1 Ts 1:9,10).
2. O que é a segunda vinda
a) A segunda vinda de Cristo e uma vinda ou retorno literal. Desde que a vinda é pela
segunda vez, será tão literal quanto a primeira.

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b) A vinda do Senhor será uma volta pessoal. (Jo 14:2,3; At 1:11).
c) De acordo com a referência anterior (At 1:11), fica claro que a vinda do Senhor será de
forma visível, corpórea. (Ap 1:7).
C. A época da sua vinda: Com relação à época da sua vinda, Jesus disse: "Mas a respeito daquele
dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai" (Mt 24:36;
Mt 25:19; 2 Pe 3:3-9; 2 Ts 2:3; Mt 24:42). Embora haja indicações claras de que a volta do
Senhor não ocorreria senão depois de um período extenso de evangelização, a igreja foi
ensinada a ficar pronta para a aparição do Noivo Celestial a qualquer momento (Mt 24:44,48,50;
25:13; Mc 13:35-37; Tt 2:12,13; Jo 3:3; 2 Pe 3:11,12). A igreja certamente não ficara sentada,
aguardando passivamente por um dia estabelecido que lindará esta dispensação. A igreja está
trabalhando junto com o Senhor para realizar a sua obra, que deve ser feita antes de Ele voltar
em glória.
D. Os sinais da sua vinda: Em resposta às perguntas feitas a Ele por alguns dos discípulos, Jesus
revelou vários sinais de eventos futuros (Mt 24; Mc 13; Lc 21). Nas epístolas, várias passagens
descrevem as condições que prevaleceriam nos últimos dias: 1 Tm 4:1-3; 2 Tm 3:1-7; 1 Ts 5:1-
3; 2 Ts 2:1-12; Tg 5:1-8; 2 Pe 3:1-10. Os sinais dos últimos dias são de duas espécies: primários
e secundários. Os sinais primários são aqueles declarados explicitamente como constituindo
evidências da proximidade do dia do Senhor. Os sinais secundários são dedutivos, isto é trata-se
de eventos ou condições que teriam de preceder os sinais explícitos a fim de que estes pudessem
ocorrer. Algumas das condições mundiais que os eruditos proféticos procuram como sinais dos
últimos dias são as seguintes:
1. Reunião de Israel na Palestina: Desde os dias de Moisés, Deus predisse que, se Israel
desobedecesse, o povo seria espalhado entre todas as nações, mas também declarou que um
dia eles seriam reunidos novamente. (Dt 28:64); Dt 30:3; Is 11:11-16; 2:2-5; Ez 36:8,24,
37:11,12; 38:8; Jr 25:11,12; Dn 2:24-45, 7:22; Romanos 11:25-27)
2. Tempos perigosos: Paulo descreve as condições sociais nos "últimos dias" (2 Tm 3: 1 -7).
3. O avanço da Rússia comunista
4. O avanço da China comunista: No livro de Apocalipse, capitulo 16, há uma passagem que faz
referência aos "reis do oriente": "Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates,
cujas águas secaram para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do
nascimento do sol" (Ap 16:12; 9:13-21).
5. Armamentos e potencial de guerra modernos: Pouco antes de Jesus voltar com seus santos
para buscar o seu reino, a terra será o cenário da maior guerra de todos os tempos, chamada
de Armagedom. Esse será o conflito final desta dispensação.
6. Progresso nos transportes e na ciência: O último capítulo da profecia de Daniel registra estas
palavras do Senhor: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do
Fim muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará " (Dn 12:4). Calcula-se que três
quartos do conhecimento presente foram adquiridos nos últimos cinqüenta anos e que 70%
dos modernos procedimentos no campo da medicina e cirurgia foram desenvolvidos desde a
Segunda Guerra Mundial. Três quartos de todos os cientistas que já existiram estão vivos
hoje. Com o uso de computadores, um engenheiro moderno pode duplicar numa hora o
trabalho de uma vida inteira de outro que viveu antes de 1940. Num clima de avanço
científico em explosão e de declínio moral e ético, Jesus precisa vir e reinar para salvar-nos
de nós mesmos.

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E. O arrebatamento da igreja
1. É uma ocorrência imprevista: Vários eventos são associados com o fim dos tempos (Jo 14:3;
1 Ts 4:16,17; Mt 24:21; Dn 12:1; Ap 13:1; 1 Jo 2:18; 2 Ts 2:3; Dn 7:8; Ap 20-22; Tt 2:13; 1
Ts 4:15-17; 1 Jo 3:2,3). Todos os evangélicos concordam em que ocorrerá um arrebatamento,
mas não estão de acordo sobre quando ocorrerá o arrebatamento em relação ao período de
tribulação descrito no livro de Apocalipse.
2. Teorias diversas sobre o arrebatamento
a) Teoria do arrebatamento pré-tribulação. É um dos argumentos mais fortes sobre o
arrebatamento, tendo em vista as exortações e advertências feitas pelo no Novo
Testamento inteiro para vigiar e esperar a volta de Jesus (Mt 24:42-43; 25:13; Mc 13:35; I
Ts 5:6; Tt 2:13; I Jo 3:3; Hb 9:28). Jesus promete aos discipulos em Jo 14:3, que levaria a
igreja a estar com ele onde ele está, sendo assim, não podemos aceitar que esta seria a
volta de Jesus após a tribulação. E se a tribulação vier primeiro que o arrebatamento, com
a manifestação do anticristo, quem esperará a vinda de Jesus até que muitos dos eventos
do Apocalipse tenham acontecido?
b) Teoria do arrebatamento pós-tribulação. Os que sustentam esta teoria acreditam que os
crentes passarão pela tribulação e que o arrebatamento ocorrerá simultânea ou
imediatamente antes da vinda do Senhor em juízo. Eles afirmam que o arrebatamento da
igreja e a volta de Cristo para reinar são apenas aspectos diferentes de um único evento
que acontecerá no final da grande tribulação, justamente antes da derrota da besta e seus
seguidores e do início do milênio
c) A teoria do arrebatamento em meio à tribulação. Como revela o termo "em meio à
tribulação", ele descreve a posição daqueles que ensinam que a igreja será arrebatada
depois da primeira metade das setenta semanas de Daniel (Dn 9:27). A maioria dos que
defendem este ponto de vista afirmam, porém, serem adeptos do arrebatamento pre-
tribulação, porque não interpretam a primeira metade do período de sete anos de
tribulação como sendo um tempo de grande tribulação ou ira.

F. A volta de Cristo para reinar - a revelação: No arrebatamento, Cristo vem buscar os seus santos; na
sua revelação, Ele vem com os seus santos. No arrebatamento, Ele vem nos ares; na sua revelação,
Ele vem à terra pata reinar em poder e gloria. O arrebatamento é seguido pelo julgamento das
recompensas dos crentes e da ceia das bodas do Cordeiro; a revelação é seguida pela derrota do
anticristo e das nações perversas, assim como pelo estabelecimento do seu reino milenar (Ap 19,
20; Jd 14; Dn 7:9,10,21,22; Is 11:1-4; 63:1-3.) Segundo Apocalipse 19, as fases na volta de Cristo
para reinar são:
1. Os céus abrem-se e Cristo aparece montando um cavalo branco, com uma coroa em sua
cabeça e vestes salpicadas de sangue; seu nome é anunciada como sendo "o Verbo de
Deus" (Ap 19:11-13)
2. Ele é acompanhada por exércitos de santos, também montando cavalos brancos (Ap 19:14-
16)
3. Um anjo anuncia que Ele está pronto para lutar contra a besta e seus exércitos que se
reúnem em oposição ao Senhor (Ap 19:19-21; Dn 8:25).
4. Um anjo do céu lança Satanás, chamado de "antiga serpente", ''dragão'' e "diabo'', no abismo
onde ele fica preso durante mil anos (AP 20:1-3)

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5. Os santos da tribulação são ressuscitados e, juntamente com as santos da igreja, reinam com
Cristo durante mil anos (Ap 20:4; Mt 25:21; 2 Tm 2:12; Ap 5:9,10)

E. A TRIBULAÇÃO
A. A palavra "tribulação" nas Escrituras é usada pelo menos de três formas diferentes:
1. Aplicada às provações e perseguições que os cristãos sofrerão a través de toda a era da
igreja como resultado de sua identificação com Cristo: (Jo 16:33; 1 Jo 3:1; 1 Co 3:4; 2 Ts
1:4; At 14:22; Rm 12:12; Ef 3:13; 2 Co 7:4.)
2. Aplicada a um período especial de tribulação para Israel, profetizado por Daniel (Dn 9:24-
27; Jr 30:7-9; Mt 24:15).
3. Aplicada à ira final de Deus sobre o anticristo e as nações gentias que o seguem (Ap 6:12-1
7), chamada de "grande dia da ira dEle"
É muito importante que as três diferentes aplicações da palavra "tribulação" sejam claramente
distinguidas, no entanto a este período específico após o arrebatamento da igreja, a segunda e
terceira aplicação são as se destacam. Pois segundo os textos Bíblicos sobre este assunto, este
tempo está definido para se cumprir o propósito de Deus com a nação de Israel e também tratar
com as nações ímpias sobre a terra (Ap 3:10; 1 Ts 5:9; Dn 9:24-27; 12:8-13; Rm 11:24,26; Ap
7:4,8; Ap 11,12).
B. O sonho e a visão de Daniel: Daniel profetizou também acerca de épocas de domínio mundial por
parte das nações gentias (Dn 2:31-44; Dn 7:1-14; Dn 2:31-35; 7:8-14; 12:1-3). Há também outras
referências a este período em Mateus 24 e Lucas 21, bem como Zc 14:1-4; Ap 14:20; 16:14-16;
19:19.
C. Principais eventos da tribulação
1. Remoção da igreja e destruição do iníquo (2 Ts 2:1,7,8)
2. Restauração do sacrifício diária num templo reconstruído, mediante aliança com o anticristo
(Dn 9:27)
3. Vertidos os juízos resultantes da abertura dos sete selos (Ap 6:1-8:5)
4. Vertidos os juízos mediante o toque de sete trombetas (Ap 8:6- 11:15)
5. Remoção do sacrifício diário estabelecido pelo anticristo e vinda do abominável da desolação
(Dn 9:27; 12:10,11; Mt 24:15). Isto acontece no meio dos sete anos, que são divididos em
duas partes de três anos e meio: Ap 11:2,3; Dn 9:27; 12:11; Ap 12:14. A última metade é
considerada como sendo a grande tribulação.
6. Perseguição crescente a Israel (Ap 12:1517). Está previsto também que 144.000 judeus das
doze tribos são selados (Ap 7:1-8); um numero incontável de santos da tribulação de todas as
nações, convertidos durante a tribulação, são levados para o céu (Ap 7:9-17)
7. A besta e o falso profeta exercem controle total; introdução do sinal da besta e seu número,
com adoração obrigatória da imagem da besta (Ap 13)
8. Juízos resultantes do derramar das sete taças de ira (Ap 15,16)
9. Juízo sobre a prostituta, a misteriosa babilônia (Ap 17,18), que provavelmente representa a
religião apóstata. Depois do arrebatamento da verdadeira igreja, a religião organizada, com
uma forma de piedade, que lhe nega, entretanto, o poder (cf. 2 Tm 3:5), irá tornar-se cada vez
mais corrupta, chegando a apoiar o governo da besta.
10. Reunião dos reis do Oriente com os exércitos do anticristo (besta) para combater o
remanescente de Israel, resultando na batalha de Armagedom (AP 12:17; 16:12-16)
11. Celebração da ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19:6-9)

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12. Cristo volta com seus exércitos de santos para enfrentar a besta e seus exércitos, e os
exércitos da besta são destruídos pelo brilho da vinda de Cristo (Ap 19:14-21; 2 Ts 2:8)
13. A besta e o falso profeta são lançados no lago do fogo (Ap 19:20)
14. Satanás é aprisionado por mil anos (Ap 20:1-3)

F. O ANTICRISTO
A. A palavra "anticristo" nas Escrituras de dois termos gregos: christos, significando "Cristo" ou o
"ungido", e anti, significando "contra", nesta combinação. Ou seja, "aquele que é contra Cristo,
o ungido de Deus". O nome "anticristo" é encontrado apenas nas epístolas de João (1 Jo 2:18,22;
4:3; 2 Jo 7), onde ele e descrito como alguém que virá no fim dos tempos e cujo espírito já está
presente no mundo.
B. A identidade do anticristo: O espirito do anticristo possuiu muitos inimigos de Deus através dos
tempos, tais como "o rei da Babilônia", um tipo de Satanás (Is 14:4-17). Muitos reis anticristãos
e homens malignos poderosos foram identificados como o anticristo em toda a história, tais
como: Nero, Napoleão, o czar Wilhelm, Mussolini, Hitler, Stálin, etc. Alguns desses foram, sem
duvida, motivados pelo espírito do anticristo, mas o anticristo ainda não veio. Ele já pode estar
em algum ponto do globo, porém não será revelado até depois do arrebatamento da igreja, sendo
portanto inútil tentar identificá-lo.
C. Os títulos do anticristo:
1. A besta - Ap 13:1-4,12-18; 15:2; 16:2; 17:8; 19:19; 20:4,10
2. O pequeno chifre - Dn 7:8; 8:9
3. O homem da iniquidade - 2 Ts 2:3
4. O filho da perdição - 2 Ts 2:3
5. O iníquo - 2 Ts 2:8
6. O rei voluntarioso - Dn 11:36-45
7. O pastor insensato - Zc 11:15-17
D. As obras do anticristo
1. Ele é o último rei do império romano reavivado - Dn 7:8; Ap 13:1
2. Ele aparecerá em cena como um adepto da paz, que tolera a religião - Dn 8:25; 9:27; Ap 6:2; 1
Ts 5:3
3. Ele surgirá após o arrebatamento da igreja e no inicio da 70ª semana de Daniel, quando Deus
irá se ocupar novamente da nação de Israel, e fará uma aliança com os judeus para restaurar o
sacrifício diário - Dn 9:24-27.
4. Depois de três anos e meio, durante a tribulação, ele porá de lado qualquer suposta tolerância,
quebrará sua aliança com os judeus, fará cessar o sacrifício diária e começará a perseguir
Israel - Ap 13:7,8
5. Uma de suas cabeças receberá um golpe mortal, sendo depois milagrosamente curada,
provocando surpresa e adoração em todo o mundo - Ap 13:3-4
6. No papel de homem do pecado e iníquo, ele blasfemará contra Deus, exigindo depois a
adoração de todos os homens sob ameaça de morte - Ap 13:7,8
7. Surge o terceiro membro da trindade satânica do dragão, da besta e do falso profeta. O falso
profeta exerce poder milagroso para enganar, faz com que os homens adorem a besta, cria
uma imagem da besta à qual dá vida e obriga todos os homens a receberem um sinal ou
número da besta afim de poderem comprar ou vender - Ap 13:11-18

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8. Durante a tribulação, a besta apóia a grande prostituta, que representa a religião apóstata; mas
finalmente a besta, juntamente com os dez reis que dominam com a besta completamente,
destoem a mulher vestida de púrpura e de escarlata - Ap 17
9. A besta reúne as nações sujeitas a ela para guerrear contra o Cordeiro na batalha de
Armagedom, onde é completamente derrotada, e é lançada, junto com o falso profeta, dentro
do Lago do fogo - Ap 16:16; 17:14; 19:19,20

G. A RESSURREIÇÃO
Quase todas as religiões ensinam sobre a imortalidade da alma, mas a Bíblia ensina sobre a
redenção e a sobrevivência da pessoa total - espírito, alma e corpo (Rm 8:3; 1 Co 15:21-23).
A. O fato da ressurreição: ela é narrada e afirmada em toda a Bíblia:
1. No Antigo Testamento
a) Por afirmação: (Jó 19:25,26; S1 17:15; S1 16:9-11; Dn 12:2.)
b) Pela profecia: (Is 26:19; Os 13:14.)
c) Pela tipologia: (Gn 37:20-36, 22:5-14; Jn 2; Mt 12:40).
d) Pelo exemplo: (1 Rs 17:17-24; 2 Rs 4:32-35; 13:20,21.)
2. No Novo Testamento
a) Por afirmarão: (1 Co 15:42,43; Mt 22:30-32; Jo 5:21; At 23:6-8; 26:8,23; 2 Tm 1:10; 1 Pe
1:3.)
b) Pela profecia: (Jo 5:28,29; Jo 6:39,40,44,54; Lc 14:13,14; 20:35-36; 1 Co 15; Fp 3:11,21; 1
Ts 4:14-16; Ap 20:4-6,13-15.)
c) O Novo Testamento contém igualmente exemplos de pessoas ressuscitadas dentre os
mortos. (1 Co 15:20; Ef 2:6; Jo 11:41-44; Lc 8:41-56; Lc 7:12-15; Mt 27:52,53)
B. A natureza da ressurreição: ela será universal (Jo 5:28,29).
1. A ressurreição dos crentes (II Ts 4:13-18; 1 Co 15:50-57; Ap 20:4-6). A ressurreição da
igreja ocorre na volta de Jesus, imediatamente antes do arrebatamento (1 Ts 4:16; Ap 20:6;
Jo 5:29; Is 9:6,7; 61:1- 3; Dn 12:2; 1 Co 15:51,52; Ap 20:4-6; Dn 12:1-2; Fp 3:10,11; 1 Co
15:23).
a) Será uma ressurreição literalmente física. Isto é mostrado pela ressurreição de Jesus. (Jo
20:26-28; Lc 24:36-43; Jo 20:19,26; Fp 3:21). Paulo fala da morte como uma semeadura
do corpo, como o lavrador semeia a semente. A semente morre, mas contém um
princípio de vida pelo qual a natureza faz brotar uma nova planta do mesmo gênero,
espécie e variedade que a semente original (II Co 15:42-44) (1 Jo 15:52).
b) O corpo da ressurreição será dado por Deus. (1 Co 15:38; 1 Co 15:35).
c) O corpo ressurreto do crente será imortal e incorruptível (1 Co 15:42).
d) O corpo ressurreto será um corpo celestial (1 Co 15:40).
e) O corpo da ressurreição será poderoso: (l Co 15:43) (Mt 22:29,30).
f) O corpo da ressurreição será um corpo glorioso. (1 Co 15:42) (Mt 13:43) (Mt 17:2). (Jo
17:22) (Dn 12:3).
2. A ressurreição dos incrédulos (Ap 20:5,12-14; Jo 5:28,29; Dn 12:2; At 24:15)
A Bíblia não revela especificamente o estado ou a natureza dos corpos ressurretos dos
injustos; mas pode-se supor que serão corpos sujeitos à corrupção ou ruína. (Mt 10:28) (2
Ts 1:8,9.) (Ap 20:5).
C. A época da ressurreição: A ordem das ressurreições é a seguinte:
1. A ressurreição de Jesus (Mt 28:1-10; Mc 16:1-14; Lc 24:1-39; Jo 20:1-17)

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
2. A ressurreição dos santos do Antigo Testamento (Mt 27:52,53)
3. A ressurreição dos santos da igreja no arrebatamento (Jo 14:3; 1 Ts 4:16; 1 Co 15:52)
4. A ressurreição das duas testemunhas de Apocalipse 11:12, durante o período da tribulação
5. A ressurreição dos santos de Israel e dos santos da tribulação que dão testemunho de
Cristo e não adoram a besta (Ap 20:4-6; Dn 12:1,2)
6. A ressurreição dos injustos (Ap 20:5,11-14)

H. O MILÊNIO
A palavra milênio não é encontrada na Bíblia. Todavia, o período do reinado de mil anos de
Cristo sobre a terra é mencionado seis vezes no capítulo 20 de Apocalipse. "Milênio" deriva de palavras
latinas que significam simplesmente "mil anos" (Ap 20:2,4,6; 19:15,16; Ap 19:7-10,14)
A. Sua relação com a segunda vinda: Existem três teorias sobre a relação de tempo entre o milênio e
a segunda vinda:
1. Pós-milenista: Esta teoria coloca o milênio antes da vinda de Jesus.
2. Amilenista: Os amilenistas espiritualizam todas as referências relativas ao reinado de Cristo
e as aplicam ao seu reinado espiritual no coração dos crentes.
3. Pre-milenistas: Os pré-milenistas interpretam a Escritura literalmente, ou seja, naturalmente
aceitam que o milênio acontecerá após a vinda de Cristo, em que ele estabelecerá seu reino
de paz e justiça sobre a terra. Este reinado contará também com a presença dos seus santos
que reinarão juntamente com ele.
B. Sua relação com Israel: Entre a família de nações milenar, a nação de Israel ocupará o lugar
central: (Dt 32:8-10; Lc 1:32,33). É verdade que a igreja recebeu as bênçãos espirituais dadas
primeiramente a Israel (Ef 1:18; 3:6; 1 Pe 2:9,10); mas esse fato não muda o propósito de Deus
para a nação de Israel (Is 61:1-62:4; 66:7-24; Rm 11:13-28; Is 61:4-11; Mt 19:28; Lc 22:29,30).
C. Sua relação com as nações: Na vinda de Cristo para reinar, haverá um juízo das nações gentias,
citadas por Mateus como as nações das "ovelhas;" e dos "cabritos" (Mt 25:31-36). (Apocalipse
20:7,8, Isaías 2:1-5, 11:5-10, 60:1- 5; Zacarias 14:16-21; Dn 7:13,14).
D. Sua relação com a igreja: A igreja terá com o reino milenar uma relação diferente daquela da
nação restaurada de Israel ou dos povos gentios. (Is 11:4; 65:20; Zc 14:17-19; Ap 2:26,27; 3:21;
5:9,10; 20:6; Ap 19:6-14; Mt 22:30,31; Lc 20:35-36; Jo 14:2,3; Fp 1:21,23. Desde agora o crente
está sentado juntamente com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2:6) (Mt 25:21; Lc 19:17-19). Três
coisas sugerem que os santos da igreja serão preparados tanto para o ambiente celestial como
para o terreno: (1) os santos ressurretos serão como os anjos (Lc 20:35 -38), e anjos muitas vezes
ministraram aos homens na terra; (2) depois de sua ressurreição, Jesus apareceu a seus seguidores
na terra durante quarenta dias; (3) muitos santos levantaram-se dos sepulcros e apareceram a
inúmeras pessoas (Mt 27:52,53).
E. Vida e condições na terra milenar
1. O reinado milenar de Cristo será caracterizado por justiça e retidão universais (Jr 23:5,6; Is
11:3-5; 52:1,16; SI 72:1-8)
2. Toda a terra ficará sob a disciplina justa do rei Jesus, e todos os desobedientes serão
disciplinados (Zc 14:16-21)
3. Haverá paz entre as nações durante o reino milenar de Cristo (Sl 72; Is 2:4; 9:5,6; 32:1,17,18;
Mq 5:4,5)
4. Haverá felicidade e alegria em seu reino (Is 9:2-4; 25:6-9; 35:10)

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5. No reino de Cristo, o povo da nação de Israel gozará saúde e longevidade (Is 35:5,6; 65:20-
22)
6. Na terra milenar existirá grande prosperidade material (S1 72:15,16; Am 9:13-15; Zc 3:10;
8:12)
7. Sob o reinado de Cristo, a terra ficará livre da maldição (Rm 8:19-22; Is 55:13; 41:18,19).
Ao ser removida a maldição, os animais selvagens perderão a sua ferocidade (Is 11:6-9;
65:25; Ez 34:25,28; Os 2:18).

I. OS JUÍZOS
Todos os homens terão de apresentar-se diante do tribunal de Deus, a fim de que a sua justiça
seja feita: (Hb 9:27; S1 89:14; Gn 18:25; Rm 2:15,16; Rm 3:10-23; Rm 8:1). No entanto, teremos
categorias diferenciadas para esses juízos:
A. O juízo dos crentes: Encontramos três aspectos no juízo dos crentes. O seu primeiro juízo teve
lugar na cruz: (Jo 12:31,32) (1 Jo 1:9 (Jo 3:18; 5:24; Rm 8:1,33; 1 Ts 5:9). O segundo aspecto do
juízo dos crentes é seu autojulgamento contínuo. (1 Co 11:31,32) (Rm 15:16; 1 Ts 5:14-23; 2 Ts
2:13; 1 Jo 1:7-2:2). O juízo do crente diante do trono do juízo de Cristo não é um julgamento de
condenação, mas de determinação de suas recompensas. (cf. 1 Co 4:5) (1 Co 3:13-15) (2 Co
5:10). Cada crente está construindo sobre o fundamento de Cristo Jesus, durante sua vida e
serviço. Ele deve responder diante do tribunal de Cristo (o juízo Bema), a fim de que suas obras
sejam provadas como base para a recompensa. (2 Jo 8). (Veja também 1Jo 2:28; Ap3:11.) (Mt
25:21) (Ap 19:7-9). As recompensas especiais do cristão são chamadas coroas. Elas são quatro:
1. A coroa do gozo (1 Ts 1:19,20).
2. A coroa da justiça (2 Tm 4:7,8; 1 Co 9:25-27)
3. A coroa da vida (Tg 1:12; Ap 2:10);
4. A coroa da glória (1 Pe 5:4).
B. O juízo das nações gentias: No capítulo 25 de Mateus, Jesus declara que reunirá todas as nações
na sua presença, para serem julgadas por ocasião da sua vinda (Mt 25:31-46). No final da
tribulação e antes de iniciar seu reinado milenar, Jesus separará as nações como um pastor separa
as ovelhas dos cabritos. (Ap 7; 11:1-12; Is 11:10).
C. O juízo da nação de Israel: Os profetas do Antigo Testamento predizem uma época de provação e
juízo para o remanescente de Israel, em preparação para o reino (cf. Ez 20:33-38; Dn 12:1,2)
(Veja Dn 9:24-27; Ap 12.)
D. O juízo dos ímpios mortos: Isto é conhecido como o "grande trono branco do juízo". Ele não terá
lugar até que passe o reinado milenar de Cristo. (Ap 20: 11-14). A passagem descreve o juízo
final de todos os ímpios mortos (At 17:31; 1 Ts 4:l6; 1 Co 15:52; Lc 12:46-48).
E. O juízo de Satanás e dos anjos decaídos: No fim do reinado de mil anos de Cristo, Satanás será
solto de sua prisão por algum tempo. Ele sairá para enganar as nações, cuja rebelião (a última)
terminará com a terrível destruição dos rebeldes, e Satanás sendo lançado no lago do Fogo para
sempre (Ap 20:10; Is 24:21,22; 2 Pe 2:4; Jd 6; 1 Co 6:3).

J. OS DESTINOS FINAIS
Não existe ensino mais nítido quando a um destino final de todos os homens alem desta vida
presente na terra: (Mt 25:46; Jo 10:28; 2 Ts 1:8,9; 2 Co 5:1; 1 Pe 1:4; Mc 9:43,44; AP 20:14).

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A. O destino futuro dos ímpios: Os ímpios serão mantidos no Hades até o juízo final, depois
do que serão lançados no lago do fogo, onde os anjos perversos são lançados (2 Pe 2:4; Ap
19:20; 20:10,14,15; 21:7,8).
1. A condição final dos perversos é apresentada nas seguintes descrições:
a) separação de Deus (Lc 13:25,28; 2 Ts 1:9).
b) Trevas exteriores (Mt 22:13; 2 Pe 2:4,17; Jd 6,13).
c) Fogo eterno ou inextinguível (Mt 18:8; Mc 9:43,45,48; 2 Pe 3:7; Jd 7).
e) Tormento eterno (Ap 14:10,11).
f) Castigo eterno (Mt 25:46).
g) Destruição ou perdição eterna (2 Ts 1:8,9; Fp 3:18,19; Mt 7:13; Rm 9:22; 2 Pe
3:7).
d) Desprezo eterno (Dn 12:2).
h) Onde não morre o verme (Mc 9:44).
i) Ira de Deus (Rm 2:5,8,9; 1 Ts 1:10).
j) retribuição (castigo proporcional à maldade) (2 Co 11:14,15; 2 Tm 4:14; Ap 18:6;
22:12).
k) Segunda morte (Ap 20:14; 21:8).
2. Várias teorias foram propostas, tentando negar que o castigo dos perversos não terá
fim:
a) Aniquilação. Segundo esta teoria, os perversos são castigados durante uma era e
depois aniquilados. Os adeptos da aniquilação afirmam que a palavra grega ionios,
derivada de aion, que significa "era", tem o significado de "duradouro", em lugar
de "eterno". Todavia, aionios é a palavra mais forte no idioma grego para
expressar a idéia de eternidade. (Mateus 25:46) (Ap 20:10).
b) Universalismo. Segundo os universalistas, o castigo trará uma mudança de
sentimentos por parte dos perversos e eles finalmente serão salvos, inclusive
Satanás. (Ap 19:20; 20:10) (Lc 16:22-31) (Lc 12:47,48; 1 Co 3: 12-15).
B. O destino final de Satanás, dos anjos decaídos e do anticristo: Já que o destino final de Satanás,
dos anjos decaídos e do anticristo já foi tratado na seção sobre o julgamento deles e sobre o
destino final dos perversos, não será necessário demorar-nos mais no assunto, além de citar as
passagens da Escritura onde ele é revelado: Mt 25:41; Jd 6; 2 Pe 2:4; Ap 19:20; 20:1-3,10; Is
14:14,15; 24:21.
C. O destino futuro dos justos: (1 Jo 5:11,12). A vida eterna não, é simplesmente a existência
eterna; todos os homens, justos e injustos, existirão eternamente. A vida eterna não se refere
apenas à duração da vida, mas à sua qualidade. (G1 2:20; Cl 1:27; 1 Jo 3:2; Ap 2:10). No
paraíso, reinando com Cristo em seu reino milenar, ou habitando a Nova Jerusalém, o crente
permanecerá na presença de Jesus na casa do Pai. (Jo 14:2,3). A morada eterna do crente é
então uma casa no céu; mas, que tipo de lugar Jesus preparou?
1. O céu é o lugar onde Jesus, nosso Salvador, está (Jo 14:2,3: At 7:56; Lc 1:2; 2 Co 5:2;
Fp 1:23)
2. O céu é um lugar amplo (Jo 14:2,3).
3. O céu é um lugar melhor (Hb 10:34; 11:16)
4. O céu é um lugar ideal (Mt 6:10).
5. O céu é um lugar herdado (1 Pe 1:4; Rm 8:17).
6. O céu é um lugar de recompensa (Mt 5:12; 6:20; 19:21; Lc 12:33; C1 1:5; 2 Tm 4:8)

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7. O céu é um lugar de Louvor (Ap 19:1)
8. O céu é um lugar de beleza, esplendor e glória (Ap 21,22)
9. O céu é um lugar alegre (Ap 21:4; Mt 25:21,23; Lc 15:7,10)
10. O céu é um lugar de identidade pessoal (Mt 17:2,3; Fp 4:3; Ap 22:16,17,20)

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CONCLUSÃO DO CURSO

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica,


assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a
rocha...”
Mateus 7:24

Esperamos que este curso tenha te ajudado a ter uma visão maior das
doutrinas e bases da fé cristã, e acima de tudo a dentro de toda explanação feita
tirar suas próprias conclusões com respeito à nossa vivência com Deus.
Que você tenha realmente edificado sua fé sobre princípios sólidos, daquele
que é a Rocha, Jesus Cristo.

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REFERÊNCIA

1) Wayne Grudem, Teologia Sistemática Atual e Exaustiva; São Paulo, Editora Vida Nova, 1999.
2) A.B. Langston, Esboço de Teologia Sistemática; Rio de Janeiro, Editora Juerp, 1988.
3) Guy P. Duffield/Nathaniel M. Van Cleave, Fundamentos da Teologia Pentecostal; São Paulo,
Editora Quadrangular, 1991.
4) Louis Berkhof, Teologia Sistemática; Campinas, Luz Para o caminho Publicações, 1994.
5) Pannenberg, Wolfhart, Teologia Sistemática; Santo André, Editora Academia Cristã, 2009.

OBS:
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, sem a permissão por escrito, do
Seminário Casa de Profetas.

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