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PRINCÍPIOS

DA IGREJA
EM O
NOVO
TESTAMENTO

por
Arthur G. Clarke

Curso Bíblico
"ALFAEÔMEGA"
C.P 3033
06210-990 Ososco - SP
Fone. (011) 869-3526
Lição N° 1
A IGREJA E AS IGREJAS

INTRODUÇÃO
A Palavra de Deus é a única e suficiente diretriz para o povo de Deus (2a Timóteo
3.16 e 17). Toda a doutrina e prática tem de ser provada pela máxima: "Assim diz o Se-
nhor". Portanto, lodo o ensino dado nestes estudos será baseado na Palavra de Deus.

DEFINIÇÃO
Qual é o sentido da palavra "igreja"?
1. Ideias erróneas - Alguns pensam que a igreja seja um prédio consagrado aos
serviços religiosos; outros pensam que seja urna sociedade organizada, composta de
cristãos professos, que levam um nome distintivo, governada por determinado controle
humano. Essas ideias são completamente ignoradas pela Bíblia.
2. Conceito bíblico - A palavra "igreja" vem do grego "ecclesia", que significa, no
seu sentido literal, "chamada para fora"; significa, portanto, um grupo de pessoas cha-
mado para separar-se do mundo -- uma assembleia.
A palavra é empregada em o Novo Testamento para: a) Israel (Atos 7.38); b) Um
motim em Éfeso (Atos 19.32); c) Um ajuntamento oficial em Éfeso (Atos 19.39); d) A Igreja
de Cristo, como uma entidade chamada para separar-se do mundo. A primeira referência
neste sentido encontra-se em Mateus 16.18.

CONSTITUIÇÃO
Precisamos distinguir entre a Igreja Universal e uma igreja local.
1. A Igreja Universal. Sua origem, inauguração e complemento. Esta é composta
somente de verdadeiros crentes no Senhor Jesus Cristo, isto é, aqueles que nasceram de
novo pelo poder do Espírito Santo de Deus. É uma entidade invisível, inviolável, constituí-
da dos remidos deste tempo presente. Origem: Efésios 3.3 a 12; Colossenses 1.24 a 27.
Inauguração: Mateus 16.19; Atos capítulo 2, como resultado da obra redentora de Cristo
na cruz. Complemento: na vinda de Cristo, 1a Tessalonicenses 4.13 a 18.

2. A Igreja local. É composta de crentes professos numa determinada localidade,


que se reúnem somente em Nome de Cristo (Mateus 18.20) e que reconhecem uma auto-
ridade tríplice:
a) Cristo como o Cabeça;
b) A administração do Espírito Santo;
c) O ensino da Palavra de Deus.
Apenas considerados como membros da igreja local aqueles que são verdadeira-
mente crentes em Cristo (1a Coríntios 1.2), porém existe a possibilidade de pessoas não
crentes serem admitidas por engano (Atos 8.21; 20.29; 2a Pedro 2.1; Judas 4). Uma igreja
composta tanto de crentes como de não crentes é anti-bíblica.
-2-
Para o uso da palavra "igreja" no sentido local veja: Atos 8.1; 13.1; Apocalipse 2.1,
8, etc. Para o uso no plural veja: Atos 15.41; 16.5; 1a Coríntios 7.17; Apocalipse 2.7; 22.16.
Tais companhias são chamadas:
a) "As igrejas de Deus" (1a Tessalonicenses 2.14), indicando origem e senhorio.
b) "As igrejas de Cristo" (Romanos 16.16), indicando redenção e responsabilidade.
c) "As igrejas dos santos" (1a Coríntios 14.33), indicando a sua constituição e cará-
ter.
d) "As igrejas dos gentios" (Romanos 16.4), indicando a sua extensão e soberania
(Atos 15.14; 9.15).

CARÁTER E FUNÇÃO
Estes são indicados na Bíblia sob várias figuras significativas:
1. Figuras quanto à Igreja Universal.
A Igreja Universal sempre deve ser contemplada em relação a Cristo como sendo
preparada por Deus para ser o instrumento, no Seu plano eterno, para revelar a glória de
Seu Filho (Efésios 1.13; 3.10 e 11; Colossenses 1.18b). Com muita frequência os homens
falam, erradamente, em "a igreja" como se fosse uma entidade e autoridade independen-
te.
Vejamos, agora, as figuras:
a) Corpo (Romanos 12.4 e 5; 1a Coríntios 12.12 e 13; Efésios 1.22 e 23; 4.4; Colos-
senses 1.18). Na Epístola aos Efésios, o Corpo é visto como o complemento da Cabeça;
na Epístola aos Colossenses, como completo na Cabeça. Vê-se, então, que em ambos
os textos a ideia fundamental é a da unidade entre a Cabeça e o Corpo, isto é, entre Cristo
e a Igreja.
Cristo como Cabeça é:
1. Sede da vida da Igreja: "Em Quem" (Efésios 1.11,13).
2. Fonte do alimento da Igreja: "Do Qual" (Efésios 4.16).
3. Superintendente das atividades da Igreja: "NAquele" (Efésios 4.15).
A Cabeça acha expressão através dos membros do Corpo; eles cumprem a Sua
vontade. Nota-se que, ao mesmo tempo em que existe a unidade no Corpo, há variedade
de ação (função) entre os seus membros.
b) Edifício (Efésios 2.19-22). É .um' edifício, espiritual, um templo santo (um santuá-
rio) designado por Deus para ser uma "habitação". A ideia fundamental é a de morada de
Deus. É impressionante o fato de que a palavra grega "katoiketerion", cuja tradução é
"morada" ou "habitação" aparece apenas duas vezes em o Novo Testamento: na re-
ferência acima citada ("habitação de Deus") e em Apocalipse 18.2, onde apresenta um
grande contraste ("morada de Satanás'").
Este edifício é formado da seguinte maneira:
1. Deus é o Arquiteto, ou o responsável pelo plano (Efésios 1.4, 22; 2a Timóteo 1.9).
2. O Senhor Jesus é o Construtor, pois Ele mesmo disse: "Edificarei a Minha igreja'"
(Mateus 16.18).
-3-
3. Cristo é a Rocha fundamental (Mateus 16.18, confira com 1a Coríntios 3.11).
4. Pedras do fundamento. O fundamento dos apóstolos, de que fala Efésios 2.20, é
a doutrina dos apóstolos, que é o Novo Testamento como fundamento de ensino para a
Igreja, apontando Cristo como o único fundamento da mesma.
5. A Pedra Principal de esquina é o Senhor Jesus. Ele não somente suporta a Sua
Igreja, como também ela está unida nEle (Efésios 2.20; 1a Pedro 2.6).
6. Pedras vivas. São os crentes, dos quais é formado o edifício (1a Pedro 2.5).
7. Pedra Angular. O Senhor Jesus é esta pedra (1a Pedro 2.7), isto é, Ele é a chave
da abóbada. A figura aqui não de um arco, mas de pirâmide ou abóbada. O símbolo disso
no Velho Testamento é o Templo.
Em certas partes das Escrituras a figura de um edifício modifica-se para dar lugar à
ideia de:
c) Casa ou família (1a Pedro 2.4-10; 4.17; 1aTimóteo 3.15; Hebreus 3.6; 10.21; Efé-
sios 2.19; Gaiatas 6.10). As ideias fundamentais são de responsabilidade e disciplina. O
símbolo dado no Velho Testamento é o tabernáculo com o seu sacerdócio e o serviço
levítico.
d) Noiva. Não se acha na Bíblia a frase "noiva de Cristo", mas muitos vêem esta
verdade, por inferência, em Efésios 5.28-32, etc. A ideia principal é a de companhia em
devoção recíproca e domínio mútuo. O símbolo no Velho Testamento está em Génesis
2.21, 24. Nessa figura, a Igreja é vista em seu caráter celestial e eterno (Apocalipse 19.7;
21.2, 9). Seguindo esta ideia, a Igreja é identificada também como:
e) Cidade (Apocalipse 21.2-10). Em relação a Cristo, a Igreja é vista como uma
Noiva. Em relação à terra, durante o Milénio, e também à Nova Terra, no estado eterno,
como uma cidade. A ideia fundamental é a de um centro administrativo.
f) Rebanho (João 10.16, em contraste com um "aprisco"-- João 10.1-16 --; João
21.15-17). A ideia fundamental aqui é de proteção e desvelo contínuo. Um aprisco pode
ser descrito como uma circunferência sem centro, enquanto que um rebanho é um centro
sem circunferência. Um aprisco é cercado por muros. Israel era um aprisco (João 10.16),
mas a Igreja de Deus tem Cristo como o seu centro e não tem cerca limitante.
g) Novo homem (Efésios 2.11-18) é relacionado com o Corpo e com o Rebanho
(João 10.16). Aqui a ideia fundamental é a de reconciliação perfeita. "Em Cristo" o judeu e
o gentio não estão mais separados, mas feitos um só. Na igreja não há distinções raciais
nem sociais (1a Coríntios 12.13; Colossenses 3.10-11). O Evangelho é oferecido a todos
os homens nas mesmas condições.

2. Figuras quanto à Igreja local.


Visto que Deus emprega termos semelhantes tanto para a igreja local quanto para a
Igreja Universal, podemos entender claramente que, no plano de Deus, a igreja local é
uma expressão local da Igreja Universal.
Consideremos as seguintes figuras:
a) Corpo (1a Coríntios 12.27). Não se entenda aqui "o corpo de Cristo", pois este é

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figura da Igreja Universal; não se entenda também "um corpo", pois, neste caso, haveria
tantos corpos de Cristo quantas fossem as igrejas locais,existentes. Portanto, nesta ana-
logia, a igreja deve ser entendida tanto no seu aspecto local quanto universal. Embora a
sujeição do corpo à cabeça esteja implícita, convém notar que a ênfase, no caso presen-
te, está na igreja local, nas características de unidade fraternal, afinidade mútua e atividade
coordenada (v. 21 e também todo o contexto).
b) Edifício (1a Corfntios 3.9). Aqui a significação ó dupla No primeiro temos um
processo que é a cooperação. Depois, temos um produto, isto é, um edifício ou uma ha-
bitação santa. A ideia dominante é a de santidade.
c) Lavoura (1a Corfntios 3.9). Aqui também há uma significação dupla: cooperado-
res no campo - o processo; um campo cultivado - o produto. O pensamento é de fertili-
dade (João capítulo 15; Gaiatas capítulo 5).
d) Virgem (2a Coríntios 11.12). As palavras de Paulo neste versículo não podem re-
ferir-se à Igreja Universal. É indiscutivelmente à igreja em Corinto que ele se refere, ao di-
zer: "Tenho-vos preparado como uma virgem pura a um marido, a saber, Cristo". Pureza
e constância são os pontos enfáticos do ensino destas palavras. <

Lição N° 2
A IGREJA E AS IGREJAS (continuação)

Parece ser desejável neste estudo acrescentar mais explicações sobre as relações
da igreja local.

1. COM O SENHOR JESUS.


Aqui o pensamento principal é de SUJEIÇÃO. As analogias dadas no primeiro estudo
mostram-nos vários aspectos disso. Veja também Apocalipse capítulos 1 a 3, onde en-
contramos o Senhor Jesus ressurgido, como o único Superintendente no meio das igre-
jas, cada igreja sendo responsável a Ele e Ele tratando diretamente com cada igreja.
Deus não reconhece nenhuma federação de igrejas aqui no mundo. Os únicos elos que
ligam as igrejas umas às outras são o terem elas um único e mesmo Senhor como Cabe-
ça (Efésios 4.5) e um só Espírito (Efésios 4.4) como o poder que habita em cada crente,
habilitando-o para dar um testemunho eficaz. (No Velho Testamento o azeite é figura do
Espírito Santo).

2. COM AS OUTRAS IGREJAS.


Aqui o pensamento é de INTERCOMUNHÃO. Apesar de cada igreja ser autónoma (o
que significa que não deve obediência a outra igreja, embora deva obediência absoluta ao
Cabeça, isto é, a Cristo), deve existir entre todas as igrejas de Cristo uma comunhão bem
íntima e ditosa.
-5-
Em o Novo Testamento lemos de um constante vai e vem entre os servos de Deus,
ministrando entre as igrejas, bem como de negociantes viajando de um lugar para outro
no curso dos seus negócios, visitando os crentes. Porém não há ideia de uma federação
de igrejas, nem de nenhum cfrculo limitado que não incluísse todas as igrejas de Cristo,
nem de nenhuma organização humana (com ou sem nomes distintivos), nem de uma au-
toridade central, seja "igreja mãe" ou concílio eclesiástico, nem de comissão representati-
va ou qualquer outra forma de corpo administrativo.

3. EM RELAÇÃO AO MUNDO.
O pensamento relativo ao mundo é SEPARAÇÃO COMPLETA. Devemos sempre
lembrar que a igreja é uma "ecclesia", isto é, uma companhia separada, chamada para fo-
ra. Este fato é muito saliente na Bíblia. Por exemplo:
a) Separados por eleição individual (João 17.14-16; 15.19; Gaiatas 1.4; Colossenses
3.12).
b) Separados por constituição coletiva, como a igreja de Deus, um povo para o Seu
Nome (Atos 15.14; Tito 2.14). Um povo "santo", isto é, separado para Deus de todos os
sistemas humanos porque "todo o mundo (kosmos) está no maligno" (1a João 5.19), seja
o mundo social, o mundo político, o mundo religioso, tanto pagão como o chamadao
cristão. Veja o mandamento de Deus (2a Coríntios 6.14-18).

REUNIÕES DA IGREJA
É significativo que, enquanto Israel, sob a Lei, tinha a sua vida diária e também os
seus exercícios religiosos regulados por mandamentos pormenorizados, um serviço que
tendia para a servidão (Gaiatas 4.24), a igreja tem o serviço de filhos em liberdade glorio-
sa (Gaiatas 5.1; 2a Coríntios 3.17 e contexto). Nem datas festivas, nem dias de abstinência
ou de jejum são ordenados e nenhum mandamento sequer é dado aos crentes quanto a
horário e locais de reunião (Colossenses 2.16 e 17; Gaiatas 4.8-11; Romanos 14.5-7).
Apesar disso, Deus não nós deixou sem direção.
O exemplo dos crentes nos tempos apostólicos, sem a menor dúvida, foi registrado
na Bíblia por Deus para nos servir de guia quanto à Sua vontade neste sentido. São bem
instrutivos os pormenores de diversas reuniões registradas nas Sagradas Escrituras para
a nossa instrução.
Por exemplo, vemos que os crentes se reuniam:
1. Para o Partir do Pão (Atos 2.42; 20.1-7; 1a Coríntios 11.23-32). Este é o principal
motivo dos crentes se reunirem. Veja as lições de n° 4 e 5.
2. Para Adoração Coletiva. Embora pareça não haver em o Novo Testamento ne-
nhum exemplo concreto de uma reunião de adoração, a não ser em conjunto com outras
reuniões, entendemos ser ela um ato para ser posto em prática tanto coletivamente quan-
to individualmente, em cumprimento de nossas funções como um sacerdócio santo. Veja
a lição de n° 6 e confira com 1a Pedro 2.5; Hebreus 13.15; 10.19-25; Atos 2.47a).
3. Para Oraçio Coletiva (Atos 2.42; 4.24-31; 12.5,12).
-6-
4. Para o Ministério (Atos 2.42; 1a Timóteo 4.13; 1a Corfntios capítulo 14; Colos-
senses 4.16; Atos 15.30 e 31; 20.7). Para um estudo sobre o Ministério, veja a tição de n°
9 e também o exemplo no Velho Testamento em Neemias capítulo 8.
5. Para Relatórios (Atos 4.23 - local; 14.26-28 -- missionários; 15.3 e 4).
6. Para a Disciplina (1a Corfntios 5.4 e 5). Veja a lição de n° 10. Trata-se de uma
necessidade muito triste que, quando negligenciada, sempre dificulta o processo espiri-
tual da igreja local.
7. Para Confraternização. Devemos reparar que a comunhão que os crentes pro-
curavam era a dos "seus" (Atos 2.46; 4.23-32; Judas 12; 2a Pedro 2.13). A igreja tinha, no
princípio, o costume de reunir-se para uma reunião social chamada ágape (festa de
amor). Esta festa consistia em uma refeição social onde os crentes de todas as camadas
sociais se reuniam num pé de igualdade. Infelizmente, esta evidência de amor fraternal de-
teriorou-se rapidamente e caiu em desuso.

Lição N° 3
OS RITOS: O BATISMO

O Senhor Jesus ordenou apenas DOIS RITOS para a Sua Igreja, a saber, o Batismo
e a Ce/a do Senhor. A igreja de Roma acrescentou mais cinco (a Confirmação, a Penitên-
cia, a Extrema Unção, as Ordens Sacras e o Matrimónio) e isto sem a menor autoridade
da Palavra de Deus.
Nós observamos o rito do matrimónio não por ser uma ordenança da Igreja, mas
porque é da ordem da Criação, instituído por Deus no princípio da história humana, milha-
res de anos antes de haver uma igreja no mundo, enquanto que a igreja de Roma recusa
reconhecer um casamento que não tenha sido celebrado segundo os ritos dela.

1. A AUTORIDADE DIVINA PARA O BATISMO


Ela está no mandamento dado por Cristo mesmo quando deu a grande comissão
aos Seus (Mateus 28.19 e 20; Marcos 16.15 e 16). O mandamento de "fazer discípulos,
batizá-los e ensiná-los" forma uma ordem composta, da qual nenhuma parte pode ser
desobedecida. O crente não pode deixar de cumprir toda esta ordem do seu Senhor sem
ser desleal.

2. A PRÁTICA APOSTÓLICA
A ordem sempre seguida pelos apóstolos é claramente delineada nas páginas dos
Atos dos Apóstolos (veja especialmente Atos 2.41; 8.12, 36-38; 18.8; para a prática de "fa-
zer discípulos" veja Atos 14.21). Em o Novo Testamento nunca se cogita de um crente
que não seja balizado.

3. QUEM SÃO OS QUALIFICADOS?


-7-
Todos os que são verdadeiramente crentes no Senhor Jesus Cristo e mais nin-
guém. Devido à leviandade que existe hoje no emprego da palavra crente, convém ter
provas confirmativas de que o candidato seja, de fato, um verdadeiro crente no Senhor
Jesus Cristo antes de consentir em batizá-lo "Se alguém está em Cristo, nova criação é;
as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo". Batizar uma pessoa que não é
convertida pode resultar em impedimento ao seu bem espiritual.

4. O MODO DE BATIZAR
O modo de balizar ensinado pelo Novo Testamento é claramente revelado no senti-
do da palavra "balizar" e na significação do rito.
a) A palavra "balizar", na forma portuguesa, não é uma tradução, mas uma translile-
raçãq,4as palavras gregas "bapto", que quer dizer "mergulhar", (Lucas 16.24; João
13.26; Apocalipse 19.13) e "baptizo", uma forma intensiva, que significa "mergulhar total-
mente". Estas palavras nunca têm o sentido de "aspergir" ou "derramar". Isto é plena-
mente confirmado por todos os léxicos de confiança, como também pela maneira como
as Escituras empregam as referidas palavras (veja Aios 8.38, comparando com João
3.23).
b) A significação do rifo (Romanos 6.4). Neste versículo o batismo é claramente
uma figura de sepultamento e ressurreição com Cristo, para o que são necessárias tanto
a imersão quanto a emersão. Lançar u'a mão cheia de terra sobre o corpo de um defunto
não pode de maneira nenhuma ser considerado um sepultamento.
Qual é a fórmula para ser empregada no ato de balizar? Mateus 28.20 nos ensina
que a fórmula dada pelo Senhor Jesus no versículo 19 está em vigor "até ao fim do sécu-
lo". A linguagem empregada nos Atos dos Apóstolos apenas indica que os convertidos
foram batizados segundo o mandamento do Senhor Jesus Cristo. O emprego da prepo-
sição grega "eis" indica "a alguém" ou "em associação com" alguém (Atos 8.16; 19.5). O
crente é balizado "a Cristo" e está associado com Ele na Sua morte e ressurreição. Fi-
nalmente, há apenas um balismo. A Bíblia não reconhece modos diferenles nem um ba-
lismo para o judeu e oulro para o grego crenle (Efésios 4.5).

5. A SIGNIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
O ensino básico do balismo é o de iderrtificação com Cristo. A posição do crente
diante de Deus é "em Crislo". Ele é "uma nova criação" (2a Coríntios 5.17). Deus conside-
ra o crente, portanto, como tendo compartilhado com Cristo na Sua morte, seputtamento
e ressurreição. Isso é simbolizado por uma bela figura: o batismo em água.
O "velho homem", isto é, a natureza que foi adquirida em Adão, com todos os seus
defeitos, tendo sido julgado, sentenciado e justiçado na cruz de Cristo, é sepultado, colo-
cado fora da vista de Deus, e o crente é visto como um "novo homem" introduzido para
dentro da esfera da vida nova em ressurreição com Cristo (Efésios 2.5 e 6). Ele é, portan-
to, doravante, responsável por andar em '"novidade de vida", considerando-se como
tendo morrido para o pecado e estando agora ressuscitado para viver para Deus (Roma-

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nos 6.3-11).
Ao submeter-se ao batismo, o crente confessa publicamente a sua aceitação deste
fato e manifesta sua resolução de, pela graça de Deus, viver de acordo com a sua pro-
fissão de fé. Para mais ensino no lado prático desta verdade, o estudante pode ler em
Efésios 4.2-25; Colossenses 2.11 e 12; Romanos 13.14, etc.
No batismo nós proclamamos a nossa morte com Cristo; na Ceia do Senhor pro-
clamamos a morte de Cristo em nosso lugar.

6. PRÁTICAS PREVALECENTES, MAS ERRADAS


a) O batismo infantil. Esta prática não somente não é um batismo, mas está inti-
mamente ligada à heresia destrutiva e perniciosa da "regeneração batismal", que ensina
que uma criança assim balizada é perdoada de todo o pecado "original" (chamam assim
ao pecado com que nasceu, como que sendo distinto do pecado pessoalmente cometi-
do). Esta prática leva as pessoas a confiarem num rito, em vez de confiarem em Cristo pa-
ra a salvação.
b) O batismo de famílias. Segundo este ensino, os pais crentes devem, eles mes-
mos, balizar os seus próprios filhos, em casa, enquanto são crianças. Difere um pouco do
"batismo" infantil porque não ensina salvação pelo batismo, mas que, por meio deste rito,
as crianças são trazidas para um lugar especial de privilégio e de bênção.
Alguns comparam este costume com o rito judaico da circuncisão, porém a verda-
deira comparação é esta: assim como o nascimento natural determinava a nacionalidade
do judeu e era seguido pelo rito da circuncisão como distintivo da sua nacionalidade de-
terminada por Deus, assim também o novo nascimento determina a cidadania celestial do
crente e o batismo é o devido distintivo.
Em nenhum dos casos tem o rito, por si, o poder para conceder o privilégio. Por
exemplo, por ser circuncidado um homem não se torna judeu. Outros povos orientais
também praticam a circuncisão.
Da mesma maneira, o batismo não faz uma pessoa crente em Cristo (Atos 8.13,
confira com 1a Coríntios 10.1-6). Há na Bfblia exemplos de batismo de famílias inteiras (A-
tos 10.44-48; 16.14 e 15; 16.29-34; 18.8; 1a Corfntios 1.16). Compare este último versículo
com 1a Coríntios 16.15. Há pessoas que afirmam que provavelmente havia crianças nes-
tas famílias, porém tal afirmação é inteiramente gratuita e sem base. De Atos 16.32-34 e
18.8, compreendemos que todos os membros destas famílias podiam apreciar a pre-
gação da Palavra de Deus, crer em Cristo e regozijar-se na sua salvação. As pessoas que
têm capacidade para isso podem ser batizadas. Se compararmos 1a Coríntios 1.16 com
1a Coríntios 16.15, veremos que uma família que o apóstolo Paulo balizou aparentemenle
linha idade suficienle para se dediacar ao minislério da Palavra de Deus.
c) Onde o batismo é rejeitado. Há certas seitas que ensinam que o batismo em
água é dispensável e que unicamente o batismo do Espírito Santo é essencial. Será que
ignoram que foi o próprio Senhor Jesus Quem ordenou o batismo? Também em Atos
10.45-47 vemos que foi depois de receberem o Espírito Santo que os que creram foram
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balizados em água, por ordem do apóstolo Pedro.
d) Deve uma pessoa ser rebatlzada? Pode dar-se o caso de uma pessoa receber
o batismo antes de ser convertida Neste caso, sendo mais tarde nascida de novo pelo
poder do Espírito Santo, deve tal pesoa ser batizada? Há pessoas que dizem que o reba-
tismo não é necessário. O que ensina a Bíblia? Temos um caso citado em Atos 19.4-5, em
que certas pessoas foram rebatizadas. A pergunta pertinente feita pelo apóstolo Paulo
mostra-nos a importância do batismo e a necessidade, às vezes, do rebatismo. Disse ele:
"Em que sois balizados, então?" O ensino de Paulo complementou o ensino incompleto
de João, o Batista, referente ao Senhor-Jesus Cristo, ensino este que não podia ter incluí-
do o fato da Sua morte, ressurreição e a vinda do Espírito Santo. Agora, crendo no Evan-
gelho completo, aquelas pessoas foram balizadas "em Nome do Senhor Jesus".

7. TEXTOS MAL-ENTENDIDOS
a) João 3.5. Em o Novo Testamento, o batismo não está diretamente ligado ao no-
vo nascimento. No versículo em foco, nosso Senhor Jesus está se referindo a Ezequiel
36.24-27 e 37.1-14, que Nicodemos, sendo "mestre em Israel", devia ter compreendido
imediatamente.
b) Atos 2.38. Este versículo será melhor entendido se o lermos pondo a ênfase so-
bre a palavra "arrependimento". O arrependimento é saliente nesta mensagem aos ju-
deus, porque foram convidados a uma "mudança de opinião" quanto ao Senhor Jesus, a
Quem haviam crucificado. É digno de nota que, numa mensagem semelhante, porém en-
viada aos gentios, a ênfase é sobre a fé (Atos 10.43). O arrependimento e a fé são como
os dois lados da mesma moeda (Atos 20.21).
c) Atos 22.16. A água não pode lavar os pecados. Saulo aqui é chamado a repu-
diar publicamente, por meio do rito do batismo, a sua vida passada, especialmente com
ceferência aos seus atos de oposição a Cristo. Em 1a Coríntios 6.11 encontramos a mes-
ma palavra e a mesma ideia.
d) 1a Coríntios 1.13-17. Enquanto Paulo se ocupava em evangelizar a cidade de
Corinto, abstinha-se de várias coisas que, em si mesmas, eram certas, mas que, devido
às circunstâncias especiais que se verificavam naquela cidade, não eram convenientes,
isto é, não trariam benefício aos seus ouvintes, como foi amplamente demonstrado pelos
acontecimentos posteriores.
É claro que, em regra geral, Paulo deixava de balizar, preferindo que este serviço
fosse feito por crentes da localidade a fim de evitar que surgisse orgulho e espírito partidá-
rio. De qualquer maneira, os convertidos não eram de Paulo, mas de Cristo (João 4.2;
compare com Aios 10.48).
e) 1" Coríntios 15.29. Este é um dos argumentos conclusivos empregados por
Paulo, neste capítulo, em defesa da verdade da ressurreição. Se não há ressurreição dos
mortos, então'O rito do batismo não passa de um disparate e, além do túmulo, não há es-
perança. Assim estaria justificada a atitude expressa na última parte do versículo 32.
O Dr. J.W.Thiille e mais alguns comentaristas são de opinião que este versículo de-

-10-
vê ser entendido com referência aos convertidos recém balizados. Estes são comparados
aos soldados jovens, cheios de coragem e ardentemente desejosos de tomar o lugar dos
guerreiros tombados na frente da batalha que representam, neste caso, os crentes que fo-
ram martirizados (mortos pela sua fé). São batizados "no lugar de" ou "para suceder" es-
tes mártires. No caso de não haver ressurreição, de que valeria tanta coragem? Há muita
analogia entre este argumento e o que segue no próximo trecho.
f) 1a Pedro 3.20 e 21. A arca de Noé, no Velho Testamento, e o batismo, em o No-
vo Testamento, são figuras que se correspondem, ilustrando o caminho da salvação uni-
camente pela fé, como é ensinado na Palavra de Deus. Para ser salva, a pessoa precisa
entregar-se inteiramente ao Salvador assim como Noé confiou na arca e foi levado em
segurança sobre as águas do juízo divino. Desta maneira, Noé e sua família foram sepa-
rados da velha criação e, ao saírem da arca, entraram num mundo novo e receberam os
termos do novo pacto.

8. OUTROS BATISMOS
É necessário que, para evitar confusão, façamos distinção entre o batismo crptão,
que acabamos de estudar, e estes outros batísmos.
a) Purificações cerimoniais. Em geral, ao tratar destes batismos, em o Novo Tes-
tamento, o Espírito Santo emprega outra palavra da língua grega, isto é, "batismos" (Mar-
cos 7.4, 8; Hebreus 6.2; 9.19), mas o verbo grego "batizo" é empregado em Marcos 7.4 e
Lucas 11.38.
b) O batismo de João. Este batismo era ministrado para o arrependimento e con-
fissão de pecados (Mateus 3.6-11) em preparação ao advento do Messias, cujo sangue
derramado veio a ser o único meio de remissão dos pecados. A ©omissão de João, o Ba-
tista, era singular (João 1.33).
c) O batismo de Cristo (Mateus 3.13-17). O batismo de Cristo identificou-© como
sendo o verdadeiro Messias (João 1.31-34) e a Sua crucificação confirmou finalmente a
Sua afirmação de ser o Salvador do mundo (1a João 5.6).
d) O significado do batismo ministrado pelos Seus discípulos. Comparemos
João 3.22, 26 com João 4.1 e 2. A aceitação do batismo das mãos dos discípulos de Je-
sus implicava na aderência ao Senhor Jesus como o Messias, mas nem todos os que fo-
ram batizados continuaram a segui-IO (João 6.66; 7.31 e contexto).
e) O batismo de sofrimento (Marcos 10.38 e 39; Lucas 12.50). Esta expressão re-
fere-se à imersão de Cristo na profunda experiência de Sua alma, quando padeceu na
cruz, mergulhado nas ondas do juízo divino que Ele sofreu vicariamente a favor do Seu
povo. Devemos reparar que, mais tarde, a morte de Tiago e a de João não foram vicárias,
mas a eles foi dado o privilégio de padecer em comunhão com o seu Senhor.
f) O batismo no Espírito Santo (João 1.33; Marcos 1.8; Atos 1.5; 1a Coríntios
12.13). Este foi cumprido no dia de Pentecostes (Atos capítulo 2) quando os crentes fo-
ram incorporados numa entidade espiritual, num "corpo" com capacidade para aumentar
até alcançar plena maturidade (Efésios 4.13, 16). Depois do ato inicial da conversão,
-11 -
quando se dá o batismo do Espírito Santo e o novo crente é ligado ao corpo de Cristo,
que é a Sua Igreja, nunca mais este se repete. Um segundo batismo no Espírito Santo não
é ensinado na Bíblia.
g) O batismo com fogo (Mateus 3.11; Lucas 3.16). O batismo com fogo é um ba-
tismo do juízo futuro e não tem nada com o Pentecostes. Veja o contexto dos trechos ci-
tados.

NOTA: As divisões e), f) g) dão-nos o sentido metafórico da palavra "batismo".

9. BREVE SUMÁRIO
O BATISMO É:
a) Um ato de submissão. É obediência ao mandamento do Senhor.
b) Um ato de confissão. Por este ato, o crente novo reconhece o senhorio de Cris-
to na sua vida (Romanos 10.9; Gaiatas 3.27). É uma confissão feita em público, como um
soldado raso que, ao assentar praça, veste o uniforme de seu país. O uniforme não o faz
soldado, porém indica a todos a sua profissão.
c) Um ato de identificação. É um símbolo da morte, sepultamento e ressurreição
do crente em Cristo para, daí por diante, andar com Ele e O servir na nova esfera onde
está com o seu Senhor - os lugares celestiais (Efésios 2.6).
d) Um ato de proclamação. É proclamação porque descreve, por meio de uma fi-
gura, a mensagem do Evangelho (1a Coríníios 15.3 e 4).

Lição N° 4
OS RITOS: A CEIA DO SENHOR

"A Ceia do Senhor" (1a Coríntios 11.20) também é chamada "o Partir do Pão'' (Atos
2.42). O Partir do Pão é, em primeiro lugar, uma expressão comum aplicada ao ato de
tomar uma refeição e assim é empregada nas Escrituras (Atos 2.46; 20.11; 27.35 e 36;
confira com Marcos 6.41, etc.). Para dividir o pão, os judeus não empregavam faca. Mais
tarde, a expressão "o partir do pão" veio a ter uma referência especial à Ceia do Senhor.
A palavra "eucaristia" ( do grego "eucaristia") é um termo que não se encontra na
Bíblia, porém está ligada a uma parte integrante da Ceia que é a ação de graças e, se não
tivesse sido associada com certos erros doutrinários, poderíamos até hoje usá-la com re-
ferência à Ceia do Senhor.
A "Santa Comunhão" é uma frase baseada em 1a Coríntios 10.16 e exprime certos
aspectos da Ceia. Trataremos, mais adiante, do conceito tão idólatra da Santa Comu-
nhão, praticada pela igreja de Roma com o nome de Eucaristia.

INSTITUIÇÃO
-12-
Em o Novo Testamento temos quatro relatos da instituição da Ceia do Senhor,
porém cada um apresenta o ensino com aspecto diferente.
Em Mateus 26.26-30 temos a ordem dispensacional. Em Marcos 14.22-26 lemos a
ordem cronológica. Em Lucas 22.14-23 lemos a ordem moral, enquanto que em 1a Corín-
tios 11.17-34 temos a ordem essencial. Há mais três referências: Aios 2.42; 20.7; 1a Corín-
tios 10.16 e 17, perfazendo sete referências ao todo.
O mandamento dado pelo Senhor Jesus logo antes de partir: "Fazei isto" (Lucas
22.19; 1a Coríntios 11.24 e 25) é proferido duas vezes e registrado três vezes nas Escritu-
ras.

EXEMPLIFICAÇÃO
A prática da Ceia do Senhor pelos primeiros crentes nos é mostrada claramente em
Atos 2.42; 20.7; 1a Coríntios 10.16. Os escritos que nos vieram dos tempos sub-apostóli-
cos frequentemente referem-se à importância deste rito e mostram-nos a universalidade
de sua observação entre os crentes. Depressa as igrejas se afastaram da simplicidade do
modelo original dado nas Escrituras e lentamente foi desenvolvendo-se em certos círcu-
los um rito muito deturpado, frequentemente associado com práticas idólatras.
O Partir do Pão é um ato da coletividade, quer dizer, da igreja local, ao passo que o
batismo é um simples rito de iniciação para cada crente. Veja a lição n° 3.

PARTICIPAÇÃO
É de suma importância reconhecer que apenas os verdadeiros crentes no Senhor
Jesus têm o direito de participar da Ceia do Senhor. A participação de pessoas que ape-
nas assistem às reuniões da igreja, ou até de pessoas descrentes as quais estão procu-
rando nessa "festa" os recursos da graça, é inteiramente contrária ao ensino da Palavra
de Deus. Vejamos Atos 2.41-42 e 20.7, onde aprendemos que foram somente os discípu-
los do Senhor Jesus que se ajuntaram para o Partir do Pão: "Foram balizados os que de
bom grado receberam a palavra... e perseveraram... no partir do pão". Aqui talvez seja
adequado indicar outros termos designando a mesma classe de pessoas, ou seja, "os
que perseveraram no partir do pão", "crentes" (Atos 5.14; Gaiatas 3.22), "cristãos" (Atos
11.26), "irmãos" (Atos 11.29), "santos" (Romanos 1.7).
Os crentes que participam da Ceia do Senhor devem ser firmes na fé e piedosos no
seu andar (1a Coríntios 5.11; 2a João 9-11; Tito 3.10 e 11; 2a Tessalonicenses 3.6, 14).
Sendo cumpridas estas condições, não há lugar, segundo a Bíblia, para outras restrições.
Em resumo, não está de acordo com a ordem divina dirigir-se um convite a toda a
assistência para participar da Ceia. Todos os pretendentes a participar da Ceia do Senhor,
antes de virem à mesa, devem ter um período de verdadeiro exercício espiritual.

SIGNIFICAÇÃO
A Ceia do Senhor pode ser considerada sob sete divisões, a saber:
1. Um ajuntamento da Sua Igreja (1a Coríntios 11.17, 21). O Partir do Pão é o prin-
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cipal ajuntamento dos crentes e o ponto principal de adoração cristã. Disto temos forte in-
dicação em Atos 20.7 e em 1a Coríntios capítulos 11,12,13 e 14. Nestes quatro capítulos
a frase "quando vos ajuntais" é empregada sete vezes, falando das reuniões da igreja, e
em nenhuma outra parte da Bíblia é usada neste sentido.
Na cidade de Troas os discípulos se ajuntaram especificamente para "partir o pão";
não se ajuntaram para ouvir uma pregação do famoso missionário Paulo. O que tinha em
vista ao se dirigirem ao local e o pensamento que controlava os seus corações e mentes
era a lembrança do seu Senhor da maneira que Ele mesmo havia ordenado.
Na Ceia temos um quadro que representa de maneira linda a unidade do Corpo de
Cristo, a Sua Igreja, ou seja, todos os membros individuais do Corpo ligados à Cabeça -
o Cristo ressurgido, lá no céu - e uns aos outros, bem como a comunhão que procede
desta união (1a Coríntios 10.16, 17).
Sobre a mesa está um pão inteiro. Não está ali um pedaço de pão, mas um pão in-
teiro. A significação disso é dupla: simboliza o precioso corpo de Cristo mesmo (1a Corín-
tios 11.24) e o Corpo místico de Cristo, que é a Sua Igreja (1a Coríntios 10.16 e 17).
O leitor cuidadoso, comparando 1a Coríntios 10.16-17 e 1a Coríntios 11.24-25, há de
perceber que a ordem foi invertida. No capítulo 10, o cálice vem primeiro e, depois, o pão.
Esta é a ordem da experiência do crente, isto é, primeiramente a apropriação dos méritos
do sangue remidor (o cálice) e, depois, como resultado, a união no Corpo (o pão). Já no
capítulo 11, temos a ordem da celebração da Ceia.
2. Um memorial (1a Coríntios 11.24 e 25). Devemos notar que a celebração da Ceia
do Senhor não é apenas uma questão de retrospecção. mas um ATO de comemoração e
isto não somente da Sua morte, mas dEle mesmo ("em memória de Mim"). Portanto, a
Ceia do Senhor não deve ser comparada a uma reunião comemorativa em homenagem a
um herói nacional falecido e nem a um notável mártir de uma grande causa.
Ajuntamo-nos no primeiro dia da semana, o dia em que o Senhor ressuscitou e não
no dia da Sua morte. Alegremente, celebramos a Quem, tendo cumprido a obra da nossa
redenção, ressuscitou, triunfante sobre o sepulcro e ascendeu à destra de Deus. Além
disso, comemoramo-IO não tanto como alguém que tem estado ausente muito tempo,
mas como Um que está sempre vivo e, na Sua infinita graça, sempre presente conosco,
segundo a Sua própria promessa (Mateus 18.2u\. Um símbolo do Seu amor (1a Coríntios 11

que foi traído e do Seu tão grande amor para conosco (João 13.1). O amor acha grande
prazer em servir e em dar (Mateus 20.28; Lucas 22.19; João 10.11). O amor é medido pelo
tamanho do sacrifício. Ao participarmos da Ceia, proporcionamos ao Senhor Jesus uma
oportunidade para estimular a nossa devoção a Ele, por meio de uma nova revelação do
Seu amor para conosco.
4. Um penhor do Seu Pacto (1a Coríntios 11.25; Lucas 22.20). Cada pacto divino
mencionado nas Escrituras tem o seu sinal distintivo. Por exemplo, o sinal do pacto mo-
saico dado a Israel foi o sábado semanal (Êxodo 31.13,17; Ezequiel 20.12, 20). O "sinal"
do Novo Pacto e o cálice de que participamos na Geia (Lucas 22.20) porque simboliza o
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Seu sangue, que foi derramado para ratificação deste concerto (veja Hebreus 9.15, 22).
Para um ensino mais extenso sobre o novo (e melhor) concerto, veja Hebreus 7.22;
8.6-13; 10.16-18; 12.24; 13.20; 2a Coríntios 3.6-18.
5. A participação da Sua Festa (1a Coríntios 11.26). Alguns são contrários a cha-
mar a Ceia do Senhor de "festa", porém, quem compreende bem o significado da Ceia,
não pode achar mal empregado o termo. Sem dúvida, a ocasião é apropriada para os
crentes se regozijarem pela sua reconciliação com Deus (Lucas 15.22-24), o que só se
tornou possível por causa da morte do Seu Filho em nosso lugar.
Examinemos também Romanos 5.10 e 11, comparando com isto o significado da
oferta pacífica em Levítico capítulos 3 e 7. A nossa participação pessoal na Ceia do Se-
nhor é indicada pelos quatro imperativos: "tomai, comei, bebei, fazei". A Ceia do Senhor é
símbolo de um conceito mais amplo, isto é, "a Mesa do Senhor" (1a Coríntios 10.21). Es-
tes termos não são sinónimos, apesar do fato de serem usados frequentemente como se
o fossem. A "mesa" representa a comunhão em toda a maravilhosa provisão que o Se-
nhor, na Sua infinita graça, tem feito para o Seu povo redimido. O crente está sempre "as-
sentado" à mesa do Senhor (Salmo 23.5), tomando parte na provisão do seu Senhor,
porém ele se assenta para a Ceia apenas uma vez por semana. Em 1a Coríntios capítulo
10 vemos contrastada a "Mesa do Senhor" com "a mesa dos demónios". A "mesa dos
demónios" representa toda a provisão mundana que o Diabo prepara para os seus devo-
tos, até nas esferas da moralidade e da religião. O crente NÃO deve ter comunhão em
sentido algum com tais coisas. Ele deve evitar, a todo custo, comprometer o seu teste-
munho para com Deus, diante do mundo, ou fazer tropeçar o seu irmão mais fraco. Estu-
de bem o capítulo 10 de 1a Coríntios. O próprio Senhor Jesus Cristo é o Hospedeiro in-
visível e o Governador da "festa" (João 2.9). Foi com sacrifício incomensurável que Cristo
pôs a mesa, a qual agora nos é franqueada. A palavra "mesa" também nos fala de graça
abundante e generosa suficiência (2° Samuel 9.7, 10,11, 13).
6. Uma proclamação da Sua morte (1a Coríntios 11.26). O sentido da palavra é
"anunciar" ou "proclamar". É o Evangelho demonstrado por figura (1a Coríntios 15.3 e 4).
A mesma palavra, no grego, é empregada em 1a Coríntios 2.1; 9.14 e, frequentemente, em
outros lugares no sentido de "pregar".
Já temos visto que o rito do batismo é uma figura, um testemunho do Evangelho, e
fala-nos de ressurreição, ao passo que na Ceia o fato salientado é a morte do Senhor. O
testemunho duplo destes dois ritos é de profunda significação. Tem sido observado que a
"proclamação" está no "comer" e no "beber" (vejamos 1a Coríntios 11.26). Talvez pos-
samos ver a morte de nosso Senhor já anunciada na separação do pão (corpo) e do cáli-
ce (sangue). Tanto o fato como a significação da Sua morte são anunciados no cumpri-
mento do rito.
7. Uma profecia referente à Sua volta (1a Coríntios 11.26). "Até que venha" é D
comentário inspirado do apóstolo Paulo. Eis a gloriosa consumação que aguardamos.
Este fato tão sublime determina o limite da observação deste rito tão precioso por todos
os que amam o seu Senhor e Salvador. Também nos ensina que, durante este pequeno
-15-
intervalo ("até que Ele volte"), não devemos negligenciar o cumprimento fiel deste Seu
derradeiro mandamento. "Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos".
Em retrospecto, olhamos, atraídos para o Calvário, meditando e cantando. Em
prospecto, aguardamos a volta de nosso amado Senhor e Rei.

Lição N° 5
OS RITOS: A CEIA DO SENHOR (continuação)

A CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR


O que é frisado é a simplicidade, segundo o padrão dado em o Novo Testamento. A
Cristandade tem-se afastado deste modelo, substituindo-o por grandes erros e práticas ri-
tualísticas, os quais têm obscurecido o sentido original. A falta do devido respeito na sua
observação também destrói o seu verdadeiro caráter (1a Coríntios 11.20-34).
No princípio, a Ceia era praticada pelos crentes em conjunto, como uma refeição
social, que mais tarde levou o nome de "festa do amor" (Judas 12). Atos 2.46 refere-se a
um costume temporário, necessário devido ao grande número de crentes, sem que hou-
vesse um local disponível que comportasse a todos. No princípio, para o culto, todos os
crentes iam ao templo, junto com os judeus. Bem cedo, o amor mútuo dos crentes le-
vou-os a terem todos os seus bens em comum, porém esta prática foi de pouca duração
e também isto não importou na dissolução da vida familiar. Sabemos disto porque conti-
nuaram com o costume de "Partir o Pão" de casa em casa.
O aparecimento de abusos, junto com outras ocorrências, levou-os por fim a sepa-
rar a Ceia do Senhor das outras refeições familiares e sociais (1a Cortntios 11.34). É para
se lamentar que o caráter social do Cristianismo esteja em grande parte perdido de vista,
hoje em dia. A Palavra de Deus não nos dá leis regulando a celebração da Ceia, portanto,
há lugar para liberdade e para o desenvolvimento da devoção e obediência cristãs.
1. O Dia e a Hora da Ceia. A injunção da Bíblia é "todas as vezes" (1a Coríntios
11 25 e 26) e não "infreqúentemente" nem "quantas vezes queiram". A frase indica
frequência e isto exclui a sua celebração anual, como acontecia com a Páscoa judaica.
Nem mesmo três vezes por ano ou mensalmente preenche a injunção apostólica de Atos
20.7 Podemos concluir que era costume dos discípulos reunirem-se semanalmente para
Partir o Pão. Na ocasião mencionada em Atos 20.7, o apóstolo Paulo havia chegado a
Troas na segunda feira e, embora sua viagem fosse urgente (veja o v. 16), não convocou
uma reunião especial, mas esperou pacientemente até o próximo Dia do Senhor, quando,
depois de se reunir com os irmãos, partiu sem mais delongas (vs. 11,13).
É significativo que nosso Senhor apareceu, primeiramente, no dia da Sua ressur-
reição e somente tornou a aparecer no outro "primeiro dia da semana". Este dia é simbó-
lico do dia da "nova criação", enquanto que o sábado judaico olha para trás até a velha
ordem da criação.

-16-
A palavra grega "kuriakos", que quer dizer "do Senhor" é usada apenas duas vezes
em o Novo Testamento e associa a Ceia do Senhor com o Dia do Senhor (1a Coríntios
11.20; Apocalipse 1.10). Também 1a Coríntios 16.1 e 2 dá apoio, embora indiretamente, ao
caráter especial do primeiro dia. A palavra "ceia" não determina a hora em que esta festa
deve ter lugar, porque no grego esta palavra só indica uma refeição e não a hora da re-
feição. É justo que a adoração, e portanto a Ceia do Senhor, tenha a prioridade em todo o
exercício cristão.
2. Os elementos empregados na Ceia. Não há necessidade de qualquer con-
trovérsia sobre a composição dos elementos, isto é, do pão e do vinho, usados na Ceia.
Foi durante a festa pascoal que nosso Senhor Instituiu a Sua Ceia, porém não devemos
confundir os dois ritos. Ele tomou um pão e um cálice de vinho por serem os elementos
que estavam à mão. Em o Novo Testamento, a ênfase não é dada ao pão e ao vinho em
si, mas sempre ao "pão" e ao "cálice" como símbolos apropriados da morte vicária do
Senhor.
As Escrituras não apresentam explicação alguma sobre a composição do pão e do
vinho. Isto dá margem a sugestões interessantes e úteis, que seriam prontamente apre-
ciadas, especialmente em lugares onde nem sempre é possível obter-se pão feito com tri-
go e vinho de suco de uvas.
A prática moderna em certos meios denominacionais de trazer o pão já partido para
a mesa é repreensível porque destrói por completo a figura. O pão representa a unidade
do Corpo de Cristo, porém, vindo picado, somente pode representar o Corpo dividido.
Veja 1a Coríntios 10.16 e 17.
3. A distribuição dos elementos na Ceia. É digno de nota que na Escritura que
regula a ordem desta reunião (1a Coríntios capítulos 11 a 14) não há referência a um pre-
sidente, seja ele presbítero, pastor ou qualquer outra pessoa. A pretensão de certas pes-
soas de terem autoridade especial para administrar os elementos é absolutamente sem
base na Palavra de Deus, como também modifica inteiramente o caráter da Ceia. Nem os
próprios apóstolos do Senhor Jesus tinham posição oficial nesta reunião, mas tomavam o
seu lugar junto com os demais irmãos. O versículo de Atos 20.11, citado erradamente,
não dá apoio à ideia de um dirigente para a reunião da Ceia porque, naquele caso, a Ceia
estava terminada e o apóstolo estava ministrando a Palavra quando foi interrompido pelo
acidente que resultou na morte de Êutico. Depois do milagre, Paulo subiu de novo para a
sala e tomou, ele somente, uma ligeira refeição antes de continuar o seu discurso. A prova
disto está em que todos os verbos no original, neste versículo, estão no singular, indican-
do atos individuais.
Os crentes que amam a Bíblia e desejam que a sua fé e prática sejam baseadas
somente nela devem resistir fortemente à usurpação de autoridade pelos homens que se
dizem clero. A Bíblia desconhece a "ordenação" humana de "ministros", "pastores, "re-
verendos", etc. e conhece apenas a ordenação feita pelas "mãos traspassadas'" do Se-
nhor Jesus Cristo.
4. Regulamentos para evitar desordens. Devido ao elemento humano, é inevitável
-17-
que haja desordens. Por isso o apóstolo Paulo em 1a Corfntlos 11.17a 14.40 trata de de-
sordens no ajuntamento das igrejas e dá regulamentos autorizados por Deus para a ob-
servação da ceia do Senhor (1a Coríntios 11.17-34) e o uso dos dons espirituais (1a Corin-
tios capítulos 12 a 14). No capítulo 12 temos a distribuição dos dons; no capítulo 13 te-
mos a virtude que dá vida aos dons e, no capítulo 14, os dons em exercício.
Apesar do fato de que o regulamento de ordem na Igreja é dado primeiramente de-
vido à questão de "línguas" e "profecias", dons que já há muito tempo foram retirados da
igreja, podemos discernir no capítulo 14 de 1a Coríntios princípios básicos, os quais go-
vernam toda a ordem na Igreja de Deus.
1. Nem todos têm de tomar parte (v. 26). O apóstolo Paulo aqui se expressa com
ironia, em face do estado de desordem em que estava a igreja de Corinto.
2. As mensagens têm de ser limitadas a dois ou trás e cada um por sua vez (vs.
20-31).
3. A mensagem tem de ser dada em linguagem que seja entendida pelos ouvintes
(vs. 6-11).
4. O profeta tem de ter controle sobre o seu dom (vs. 32 e 33). E, quanto à utilidade,
conveniência e valor do ensino, devem ser julgados por outros e não pelo próprio prega-
dor (v. 29).
5. O alvo do ensino é sempre a edificação (vs. 12,26). Cinco palavras faladas sob a
influência do Espírito Santo podem animar o espírito de adoração. Os crentes não devem
desperdiçar o tempo em conversas vás e fúteis (1a Timóteo 1.3-7; Tito 1.9).
6. Tudo tem de ser feito com decência e ordem. Tanto o comportamento como a
harmonia têm de estar de acordo com a ocasião (v. 40).
Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade, porém não há lugar para manifes-
tações carnais. Os que teimam em infringir a ordem divinamente ensinada devem ser
chamados à atenção com firmeza pelos anciãos da igreja e, se persistem em desobede-
cer, devem ser disciplinados. Porém, quando se trata de pessoa zelosa mas com pouco
entendimento das coisas de Deus, os anciãos devem corrigir e instruir tal pessoa com
paciência e bondade.
5. Preparação do corpo e do espírito para tomar parte na Ceia do Senhor. Embo-
ra os excessos mencionados em 1a Coríntios 11.27-32 talvez não sejam cometidos em
nossos dias, os crentes devem considerar esse trecho como um aviso e evitar toda irre-
verência e formalidade no comportamento, nas atitudes que, infelizmente, encontram-se
às vezes, em reuniões.
Devemos distinguir entre pessoas indignas tomando parte na Ceia e pessoas to-
mando parte na Ceia de maneira indigna, que ó aquilo de que se trata em 1a Coríntios
11.27-32. Comunhão dividida, espírito de discórdia, pensamentos estranhos à reunião,
movimentos de pessoas que perturbam a reunião, tudo é indigno e deve ser evitado onde
o Senhor Jesus está presente.
Uma consciência carregada impede a adoração. Portanto, todo crente deve exami-
nar-se a si mesmo antes de participar e o pecado deve ser julgado e confessado, ficando
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o crente conseqúentemente purificado (1a João 1.9). Doutra maneira, o crente pode ser
castigado pelo Senhor. Tal juízo da parte de Cristo é temporário e não eterno (v. 29). Se o
crente considerar bem o versículo 28, verá que tem pouca desculpa para ausentar-se da
Ceia do Senhor. Uma falta da parte de outra pessoa não tira de nós a obrigação de lem-
brar a morte de nosso Salvador. Se, por acaso, estivermos pessoalmente envolvidos, de-
vemos seguir as instruções dadas em Tiago 5.16, Mateus 18.15, etc., e também o princí-
pio ensinado em Mateus 5.23 e 24.
É digno de nota que nosso Senhor preparou os Seus discípulos para tomarem a
Ceia, lavando-lhes os pés. Este foi um ato profundamente simbólico, como veremos ao
estudar com cuidado o contexto (João 13.1-10).

SUPERSTIÇÃO
Como já foi mencionado, muitas doutrinas e práticas falsas têm sido acrescentadas
a esta reunião que, originalmente, era tão simples. As piores são:
1. Transubstanciação. Esta doutrina da Igreja Romana, que foi introduzida no ano
831 depois de Cristo, ensina que "no momento da consagração os elementos são .trans-
formados no corpo que nasceu da virgem; apenas a aparência exterior permanece como
era antes" O aspecto comemorativo da reunião é assim transferido para o da celebração
da Missa idólatra, durante a qual, na hora da elevação da hóstia, os comungantes adoram
Cristo como se realmente estivesse presente no pão. Para citar mais: "É oferecido a Deus
um sacrifício certo, próprio e propiciatório, para os vivos e para os mortos". Um ritualismo
ornamentado, tão atrativo à carne, acompanha esta cerimónia. O crente deve comparar
este ensino falso com a doutrina singela de Hebreus 7.27; 9.14; 10.10-14,
2. Consubstanciação. Esta é uma doutrina luterana e da Reforma do século de-
zesseis. A Reforma foi uma grande coisa e removeu muitos e tremendos abusos impostos
pela Igreja Romana, porém, infelizmente, a limpeza não foi completa. Muitos erros de dou-
trina e de prática ficaram, juntamente com o clericaiismo, nas igrejas da Reforma. Ainda
assim, damos muitas graças a Deus pela Reforma e pelas bênçãos que nos trouxe.
Consubstanciação é uma doutrina luterana que diz que Cristo está presente corpo-
ralmente, junto com os elementos, na hora da participação.

INTERPRETAÇÕES ERRADAS
Certas Escrituras são aplicadas à Ceia do Senhor, embora nada tenham com esta
festa. João 6.48-58 é citado com referência, porém erradamente. A Ceia do Senhor foi ins-
tituída um ano depois desta conversa que o Senhor Jesus teve com a multidão de Cafar-
naum. O ensino do Senhor aqui trata da apropriação de Cristo pela fé para a vida eterna
(v. 54) e não tem nada a ver com a festa comemorativa da Ceia.
1a Corintos 5.7 e 8 não trata da Ceia do Senhor. A Páscoa tipifica Cristo como o
Cordeiro de Deus que foi sacrificado uma vez para sempre. A festa de Sete Dias (a dos
Pães Asmos) tipifica toda a atividade da vida cristã, que tem de ser mantida livre do fer-
mento espiritual -- "malícia" nos motivos e "maldade" na conduta. Por costume, empre-
-19-
gavam indiscriminadamente tanto o nome "Páscoa" como "Pães Asmos" para ambas as
Festas. Veja Lucas 22.1; Marcos 14.12 e Levftico 23.5 e 6.
Vejamos agora a questão de Partir o Pão onde não existe igreja local. Em 1a Corín-
tios capítulo 11 temos a ordem para a função da Ceia numa igreja, porém isto não impede
o exercício do privilégio por crentes situados em circunstância de uma natureza temporá-
ria como, por exemplo, os que estão de viagem a bordo de um navio, etc. Nosso Senhor
instituiu esta reunião com os Seus discípulos antes de fundar a Igreja.

SUMÁRIO
A relação do crente com a Ceia do Senhor:
1. Um Ato de Submissão.
Nossa vontade é exercitada em resposta à Sua autoridade e o resultado é o gozo
da obediência.
2. Um Ato de Devoção.
Nosso coração é exercitado em resposta ao Seu amor e o resultado é o gozo da
afeição mútua.
3. Um Ato de Apropriação.
Nossa fé é exercitada em resposta à Sua graça e o resultado é o gozo da satis-
fação.
4. Um Ato de Adoração.
Nosso espírito é exercitado em resposta à Sua Divindade e o resultado é adoração.
5. Um Ato de Comunhão.
Nosso amor fraternal é exercitado em resposta ao Seu parentesco e o resultado é o
gozo da intimidade.
6. Um Ato de Esperança.
Nossa esperança é exercitada em resposta à Sua promessa e o resultado é o gozo
da antecipação.
7. Um Ato de Exame Próprio.
Nossa consciência é exercitada em resposta à Sua Santidade e o resultado é o go-
zo da restauração.

;, Lição N° 8
v ADORAÇÃO E SACERDÓCIO CRISTÃO

DEFINIÇÃO
Adorar, para o crente, quer dizer render culto ao Deus verdadeiro. É prestar-Lhe
homenagem, a mais elevada honra e aproximar-se dEle com supremo respeito e vene-
ração. • • : . ; . .
Nas Sagradas Escrituras«a adoração a Deus não é definida, mas a sua significação

-20-
pode ser entendida pelo uso de certas palavras empregadas, bem como através de
exemplos.

PALAVRAS EMPREGADAS
No original grego são empregadas as palavras:
a) Proskuneo, que quer dizer "prostrar-se diante" (literalmente, beijar), "render ho-
menagem'" (Mateus 8.2). Esta palavra indica o ato exterior, com ou sem o corresponden-
te interior, podendo, portanto, às vezes, ser um ato hipócrita.
b) Sebomai, que quer dizer "honrar, sentir reverência por alguém" (Atos 16.14). Esta
palavra exprime a atitude interior. Palavras com sentido semelhante acham-se em Roma-
nos 1.25 e Atos 17.23.
c) Latreuo. Esta palavra é frequentemente traduzida "servir", porém tem sentido
mais amplo e abrange serviço oficial dado a um superior ou serviço religioso oferecido a
Deus ou a deidades falsas (Filipenses 3.3; Hebreus 10.2; 13.10).

EXEMPLOS DE ADORAÇÃO
Estude com cuidado os seguintes trechos:
a) Os magos (Mateus 2.1-12);
b) Maria (João 12.1-3);
c) Veja também 1 ° Crónicas 29.10-22 e Deuteronômto 26.1 -11.
Os Salmos abundam em expressões de adoração e fornecem um vocabulário que
pode ser usado com proveito pelo crente. Veja Salmo 95,96 e 107.

A DIFERENÇA ENTRE ADORAÇÃO E MINISTÉRIO


Precisamos distinguir entre as palavras "adoração", que quer dizer o povo de Deus
aproximando-se a Ele com ofertas aceitáveis, que são o fruto dos seus lábios dando gra-
ças ao Seu Nome, e "ministério", que é o mesmo Deus aproximando-Se do Seu povo
com bênçãos para suprir as suas necessidades.
A adoração é dirigida a Deus; o ministério é dirigido aos crentes; o testemunho é di-
rigido ao mundo.
a) Oração (em sentido limitado) é o pedido de bênçãos a Deus.
b) Ação de graças é o reconhecimento com gratidão de bênçãos recebidas de
Deus.
c) Louvor é a apreciação de Deus por causa das Suas obras, do que Ele tem feito
por nós (Salmo 103).
d) Adoração ou culto é a adoração a Deus por causa do Seu valor, tendo em vista
as Suas maravilhosas qualidades (Salmo 104).

EXPRESSÃO
Adoração a Deus, nosso Salvador, é, ao mesmo tempo, o privilégio mais elevado e
o dever mais sagrado de um povo redimido. O crente deve viver sempre em uma atitude
-21-
de adoração e a sua alma deve estar sempre em comunhão com o seu Deus e Salvador
(Hebreus 13.15; Salmo 34.1-3). Quem não adora ao seu Salvador quando está só, durante
a semana, tem pouca probabilidade de O adorar no meio dos redimidos, no dia do Se-
nhor! Nesta atitude de alma vemos algo da nossa vida em Cristo e a posição filial em que
o crente está em relação a Deus, o seu Pai. A verdadeira adoração pode vir apenas de co-
rações que já têm experiência da salvação que está em Cristo. Uma pessoa que não nas-
ceu de novo pela fé em Cristo não pode adorar a Deus. O homem tem de possuir primei-
ramente a nova natureza e ser recipiente do dom de Deus, que é a água viva do Espírito
Santo, antes que possa adorá-IO em espírito e em verdade (João 4.10-14, 23 e 24).
São os crentes, e somente eles, que são constituídos em um sacerdócio santo e
real, apontados para oferecer os sacrifícios espirituais (1a Pedro 2.4-10). Os crentes do
Velho Testamento adoravam a Deus como Jeová, o Deus do Concerto (pacto), enquanto
que os cristãos O adoram como o seu Pai. Antigamente, os adoradores eram ensinados a
buscar a Jeová; porém, no Cristianismo, vemos que Pai procura adoradores (João 4.23).
A adoração ao Pai tem lugar na santa intimidade do círculo familiar. Os Seus filhos apro-
ximam-se dEle com reverente amor, todos tendo acesso ao Pai em pé de igualdade, des-
de os mais novos até os mais velhos. Tal privilégio era desconhecido pelos santos do Ve-
lho Testamento, embora muitos deles, individualmente, alcançassem um nível muito ele-
vado de experiência espiritual em comunhão com Deus. Dentro do "círculo da família",
Cristo, como o Primogénito entre muitos irmãos, ó o Guia dos louvores dos Seus irmãos
(Hebreus 2.10-13). Nem as criancinhas em Cristo são excluídas deste exercício (Mateus
21.16com 11.25-26).
A adoração precisa conformar-se à natureza de Deus (João 4.20-24). Ele é Espírito
e, portanto, para ser aceitável por Ele, a adoração precisa ser espiritual (confira com Atos
17.24 e 25).
Enquanto Israel possuía as sombras, quer dizer, o que era figurado ou típico, e a
sua adoração estava na esfera do material, o cristão tem a substância, a realidade, que é
Cristo, e o culto cristão tem de estar na esfera espiritual (Hebreus 8.5; 10.1; Colossenses
2.16 e 17). Portanto, todo o formalismo é excluído. Como um ato espiritual, a adoração
precisa da incitação do nosso espírito pelo Espírito Santo, o Qual é o único poder para a
adoração (Filipenses 3.3). A "carne" não tem capacidade para a adoração. O espírito é a
parte mais elevada do homem, que é um ser "tripartido", quer dizer, possui espírito, alma
e corpo (1a Tessalonicenses 5.23) e é por seu espírito que o crente pode compreender as
coisas de Deus.
Em Hebreus 10.19-25 e 1a Coríntios 14.15 e 16 temos indicada a adoração coletiva,
a qual não pode ser separada da reunião da igreja para o Partir do Pão. Nesta reunião,
tanto o espírito como o entendimento do crente estão em pleno exercício; toda a igreja
unida na liberdade do Espírito Santo oferece louvores e ações de graças a Deus pelo Se-
nhor Jesus Cristo. Numa reunião desta natureza, toda organização humana impede a
operação livre do Espírito Santo. No exercício do seu privilégio de sacerdote, qualquer
irmão idóneo pode tomar parte audivelmente, porém ele precisa lembrar-se que, nessa
-22-
hora, está dirigindo a adoração de toda a Assembleia e não deve introduzir assuntos que
pertençam somente a ele, como indivíduo. A adoração é muito solene e, portanto, todos
os crentes devem mostrar a maior reverência, tanto antes como durante e depois da reu-
nião.
A adoração é impedida onde a consciência está carregada com qualquer culpa.
Enquanto Davi ficou sem confessar a sua culpa, não pôde louvar o seu Deus (Salmo
51.15, com 32.3, 5). Ele apenas podia lamentar.
Podemos dizer que nenhum serviço cristão tem sido tão modificado pelas forças da
"carne" como o culto a Deus. Em certas igrejas, nas reuniões denominadas "Culto Públi-
co" ou "Serviço Divino", frequentemente os livros de orações, feitos pelos homens, têm
substituído a ordem divina. Em tais serviços, geralmente está presente um auditório misto
de crentes e descrentes. Às vezes, é usada uma liturgia e, às vezes, é o sermão que toma
o lugar central. Tais reuniões não são verdadeiramete reuniões de adoração, embora te-
nham o nome de culto. Cerimonial externo serve frequentemente como capa para escon-
der o fracasso interno. Auxílios carnais, tais como prédios ornamentados, cerimónias im-
pressionantes, música comovente e sermões eloquentes sobre assuntos políticos ou so-
ciais, todos demonstram a triste e carnal condição da alma. Tudo isto pode ser cornpara-
do ao "fogo estranho" mencionado em Levftico 10.1 e 2. É um culto falso que desonra o
nome santo de Deus e, mais cedo ou mais tarde, trará sobre os praticantes o juízo de
Deus. É para lamentar que hoje em dia haja multidões de cristãos nominais que, à manei-
ra dos samaritanos, adoram o que não sabem (João 4.22).

O SACERDÓCIO CRISTÃO
O primeiro sacerdote mencionado na Bíblia como tal é Melquisedeque, porém antes
dele já existia o ofício do sacerdócio. Antes do sacerdócio cristão, podemos distinguir em
o Novo Testamento quatro ordens de sacerdotes:
1) O sacerdócio patriarcal. Esta era uma ordem familiar de sacerdotes (Noé, Gé-
nesis 8.20 e 21; Abraão, Génesis 12.7 e 8; Isaque, Génesis 26.25, 31, 54; Jacó, Génesis
35.1-7; Jó,JÓ 1.5; 42.8).
2) O sacerdócio real. A ordem de Melquisedeque (Génesis 14.18-20) é um tipo
único de Cristo entronizado no céu (Hebreus capítulo 7) e como o Sacerdote Rei sobre o
trono de Davi durante o século milenar vindouro (Zacarias 6.12 e 13). Este é um estudo
que trará muito proveito ao estudante disposto a procurá-lo na Bíblia.
3) O sacerdócio nacional. É a ordem mundial (Êxodo 19.5-7). Este privilégio foi
oferecido por Deus, condicionalmente, a Israel, porém Israel falhou e assim perdeu o pri-
vilégio (Oséias 4.6). Ainda assim, o plano de Deus não foi frustrado, mas apenas adiado
para um dia futuro (Isaías 61.6; Ezequiel 44.15 e 16). Por enquanto, o sacerdócio cristão
preenche esta posição de privilégio (1a Pedro 2.5-9).
4) O sacerdócio levfllco. É a ordem arônica. Esta ordem foi limitada a Arâo e à sua
família. Até os levitas, parentes bem chegados dos filhos de Arão, foram excluídos deste
privilégio (Números 16.8-10, compare com 2° Crónicas 26.16-21).
-23-
Como regra, o sacerdócio de Cristo é segundo a ordem de Melquisedeque. O seu
serviço aqui no mundo seguiu o padrão araônico no sentido de que os sacrifícios levfticos
simbolizavam o grande sacrifício de Cristo. Eram os tipos, enquanto Cristo era o grande
Antftipo que cumpriu todos os tipos na Sua Pessoa quando morreu na cruz. Na Epístola
aos Hebreus vemos os aspectos demonstrados, tanto os contrastes como as semelhan-
ças. Os crentes, associados com Cristo no sacerdócio, encontram um rico depósito de
instruções nos tipos do sacerdócio araônico, que são representados com tantos detalhes
no livro de Levítico.

O SACERDÓCIO ESPIRITUAL
Agora chegamos à ordem cristã, que é o sacerdócio espiritual (1a Pedro 2.5-9; Apo-
calipse 1.6). Estes sacerdotes são crentes cujo destino glorioso ó revelado em Apocalipse
5.8-10. Devemos notar que neste trecho vemos Cristo sendo adorado por ser Ele o Sal-
vador, enquanto que em Apocalipse 4.10 e 11 Ele é adorado como o Criador. A alusão ao
sacerdócio em Apocalipse 20.6 refere-se à era milenar.
O sacerdócio abrange todos os verdadeiros crentes do presente dia da Graça (1a
Pedro 2.7). Os tais são nascidos de novo (1a Pedro 1.23; 2.2) e são "pedras vivas", for-
mando um edifício espiritual (1a Pedro 2.5). Neste sacerdócio não há distinção de sexo,
nem de idade, como havia no sacerdócio levftico. Há, porém, esta restrição: Deus, na Sua
infinita sabedoria, tem limitado aos homens a expressão audível da adoração. Os motivos
para isso são dados em 1a Coríntios 11.1-16,14.34 e 1a Timóteo 2.9-15.
O Novo Testamento não reconhece uma classe chamada "leigo". Por isso os cren-
tes devem recusar-se terminantemente a reconhecer tal posição, aceitando todos os cren-
tes como tais e como irmãos em Cristo (Mateus 23.8-11).
A base da adoração é a redenção e, por isso, os israelitas não podiam adorar en-
quanto estavam escravizados no Egito (Êxodo 3.18; 5.1-3), mas, quando Deus os tirou da
escravidão, estabeleceu o sistema de culto que está relatado no Pentatôuco.
Na ordem típica os sacerdotes eram: a) Chamados -- Êxodo 28.1; Hebreus 5.1 -4; 1a
Pedro 2.9.
b) Lavados - Levftico 8.6; Tito 3.5.
c) Vestidos - Levftico 8.13; Êxodo 28.40-42. As vestimentas dos sacerdotes levfti-
cos indicavam o seu ofício; assim também, hoje em dia, o procedimento do crente indica
a sua posição em Cristo.
d) Consagrados, quer dizer, eram separados ou postos à parte para o serviço e cul-
to a Deus. - Isto era feito pela aplicação do sangue (Levftico 8.24; Hebreus 9.13 e 14) e a
aspersão do óleo com sangue (Levftico 8.30; 1a Pedro 1.2).
Cada detalhe nestas cerimónias tem o seu equivalente espiritual no sacerdócio
cristão, como um estudo inteligente dos trechos citados há de revelar (1a Coríntios 11).
Além disto, cada sacerdote tem de ter "alguma coisa a oferecer" (Hebreus 8.3). Ne-
nhum sacerdote deve aproximar-se de Deus com mãos vazias. A "oferta de movimento"
(Levftico 8.25-28) era a porção reservada para Deus; o resto Ele mesmo devolvia aos sa-
-24-
cerdotes para uso pessoal. A palavra hebraica "consagrar" quer dizer, em sentido literal,
"encher as mãos". Como pecadores, podemos aproximar-nos de Deus somente com as
nossas mãos vazias, porque ninguém pode comprar a sua salvação. Porém, como sal-
vos, e, portanto, como adoradores, não devemos aproximar-nos de Deus com as máos
vazias (Deuteronômio 16.16).

O LUGAR DE ADORAÇÃO
Veja João 4.20 e 21. O único lugar onde o crente pode adorar a Deus é o santuário
celestial e não o prédio local em que se reúne (Hebreus 1.19-25, comparado com He-
breus 8.1 e 2; 9.11 e 12). A Bíblia chama-o "o interior do véu", onde Cristo, nosso Sumo
Sacerdote, está agora corporalmente (Hebreus 4.14; 9.24).
Entramos à persença de Deus em espírito, e não no corpo; pela fé, e não fisicamen-
te. Em Hebreus 10.19-22 podemos notar o que nos dá o direito a esta entrada, que é o
sangue de Jesus Cristo, derramado por nós, e nosso caminho preparado, que é o véu
rasgado. Não é a vida perfeita de Cristo aqui na terra que ganha para o crente a entrada
para a presença de Deus, mas a Sua morte, ressurreição e ascensão. Também podemos
notar o nosso poderoso auxílio, que é o grande Sacerdote, o Guia e o Sustentador do Seu
povo, que O adora.

COMPORTAMENTO DOS SACERDOTES


Os sacerdotes levfticos ministravam descalços (Êxodo 3.5), o que nos ensina a ne-
cessidade de reverência em nossa aproximação de Deus (Hebreus 12.28 e 29). Os sacer-
dotes eram obrigados a seguir rigorosamente as abluções indicadas, absterem-se de be-
bidas alcoólicas, bem como de contrair a contaminação cerimonial devido ao contato
com um corpo morto (Êxodo 30.17-21; Levftico 10.9; 21.1). Além da perfeição cerimonial,
Deus exigia a perfeição física (Levitico 21.16-24). De tudo isto, só podemos aprender que
defeitos ou deformidades na vida do crente impedem a sua aproximação de Deus para O
adorar.

AS FUNÇÕES DOS SACERDOTES


1) Com referência a Deus. Como sacerdotes santos para apresentar as suas
ofertas.
a) O privilégio do acesso a Deus. O direito de entrar na presença de Deus é conce-
dido a todo o sacerdote cristão e isso sem quaisquer restrições quanto a hora e a dias
especiais, tanto para a oração (Hebreus 4.16), como para a adoração (Hebreus 10.22;
Efésios 2.13, 18; 3.12). Este privilégio está em contraste com o dos sacerdotes de Arâo,
que podiam entrar apenas no lugar santo, que era o primeiro compartimento do Taberná-
culo. O segundo lugar, o Santíssimo, era vedado até ao Sumo Sacerdote, exceto uma vez
por ano, e isto somente na maneira indicada na Lei (Levftico 16.1 e 2; Hebreu 9.6-8).
b) A apresentação das dádivas. No sacerdócio levftico os sacrifícios que eram ofe-
recidos eram materiais, enquanto que no sacerdócio espiritual, os sacrifícios são de natu-

-25-
reza espiritual, os quais são: 1 - Os nossos louvores (Hebreus 13.15; veja também Oséias
14.2; Salmos 50.14, 23; 119.108). Deus não quer que ofereçamos a Ele sacrifícios de ani-
mais, mas louvores de lábios santificados. 2 - Os nossos corpos (Romanos 12.1 e 2).
Deus quer que apresentemos voluntariamente a Ele os nossos corpos vivos, em sacrifício
incondicional. Para conseguirmos isso é necessário que o nosso homem velho (a nossa
velha natureza) seja posto na posição de morto (2a Corfntios 5.14 e 15; Romanos 6.6). 3 -
As nossas possessões (Hebreus 13.16; Filipenses 4.18; 1a Coríntios 16.1 e 2; 2a Coríntios
9.7, 12). Destes trechos compreendemos que Deus quer as nossas possessões ofereci-
das a Ele em sacrifício de gratidão. Aqui não é questão de ofertas da nossa abundância,
do que sobra. A quantidade será medida segundo o nosso amor para com Ele. Quem
ama pouco dará pouco.
2) Com referência ao homem. Como sacerdotes santos, para dispensar as dá-
divas de Deus aos homens.
a) O ministério da oração. Seguindo o exemplo do nosso Sumo Sacerdote, fazendo
intercessão pelos santos (Hebreus 7.24 e 25; Romanos 8.34; veja também Tiago 5.16;
Hebreus 13.18; 2a Tessalonicenses 3.1; Salmo 141.2). Também fazendo intercessão por
todos os homens (1a Timóteo 2.1).
b) O ministério da compaixão. Nisto temos o grande exemplo do nosso Sumo Sa-
cerdote (Hebreus 4.15 e 16; 2.18). Em Hebreus 5.2, vemos que o sumo sacerdote levftico
tinha de compadecer-se dos ignorantes errados e nisto era auxiliado pelo fato de estar ele
mesmo sujeito às mesmas fraquezas, mas Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, se compa-
dece dos ignorantes e errados como quem, igual a nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado. Auxílio espiritual é mais frequentemente necessário do que auxílio material. Por-
tanto, somos exortados a "considerarmo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao
amor e às boas obras" (Hebreus 10.24).
c) O ministério da instrução. Veja 1a Pedro 2.9, conforme Malaquias 2.7. Assim co-
mo era dever do sacerdote levftico ensinar a Lei ao povo, assim também o sacerdote
cristão tem o dever de anunciar toda a verdade referente ao Senhor Jesus Cristo e res-
ponder às perguntas quando for consultado acerca das verdades encerradas nas páginas
da Palavra de Deus (Deuteronômio 17.9).
d) O ministério do Evangelho (Romanos 15.16). A palavra grega empregada aqui é
"hierourgeo" e tem o sentido de "ministrar como um sacerdote". É usada apenas neste
lugar. O grande apóstolo Paulo nos disse que o seu trabalho para a conversão das
nações (gentios) era um serviço sacerdotal.

A PROVISÃO
No tocante à provisão que Deus, na Sua infinita graça, tem feito para os Seus sa-
cerdotes, é muito instrutivo estudar a significação simbólica de:
a) As porções de alimentação autorizadas por Deus para o uso dos sacerdotes
(Levftico 8.31 e 32).
b) As coisas proibidas aos sacerdotes de Deus (Levftico 10.8-11) e também notar
-26-
os motivos da insistência em tais proibições. Tudo o que Deus manda na Sua Palavra tem
uma significação e o estudo destas coisas é de grande proveito para o crente.

Lição N° 7
A COMUNHÃO

DEFINIÇÃO
A palavra comunhão significa "repartir mutuamente", "um interesse comum em
qualquer coisa", "uma associação".
As Escrituras nos mostram que a comunhão cristã é baseada num interesse co-
mum na Pessoa e na obra redentora de Cristo. Esta comunhão não tem nada a ver com
afinidade racial, nem posição social, nem objetivos culturais, nem credos políticos, nem
"comunhões mundanas", sociedades, "irmandades" e nem sindicatos.
A comunhão cristã é o privilégio de todos os que são santificados, isto é, postos à
parte em Cristo Jesus (1a Coríntios 1.2), "santificados pela fé em Cristo" (Atos 26.13) e,
portanto, chamados para a comunhão do Seu Filho (1a Coríntios 1.9).
Tendo uma fé comum (Tito 1.4), gozam a salvação comum a todos os crentes (Ju-
das 3). Tal era o amor fraternal da igreja que, por um pequeno espaço de tempo no
princípio de sua história, até as possessões os crentes tinham em comum (Atos 2.44 e 45;
4.32). Esta comunhão foi uma contribuição espontânea, sem a menor obrigatoriedade
senão a do amor fraternal e foi feita por combinação mútua. Foi uma comunidade de inte-
resse que chamou os cristãos para juntos formarem uma santa comunhão (1a João 3.14,
16 e 17). Estavam unidos em adoração, em fazer o bem e em testemunhar.

A NATUREZA DESTA COMUNHÃO


Esta comunhão é estabelecida por Deus e é eterna, porém a participação ativa do
crente nela depende do seu estado espiritual. É uma comunhão ativa. É o resultado lógico
da fé em atividade (Tiago 2.20-26), servindo ao Senhor e ao Seu povo (Filemom 4-7).
Em certos negócios há sócios que entram somente com capital e não tomam parte
ativa nos negócios da firma. Na comunhão cristã todos devem tomar parte ativa. Há traba-
lho para todos. "Para cada crente o Mestre preparou um serviço certo quando o resga-
tou". Não é a vontade de Cristo que alguns membros da Sua Comunhão apenas assistam
às reuniões e tomem a Ceia do Senhor. Tanto o espírito "separatista" como a prática de
"borboletear" são condenados. A Palavra de Deus mostra-nos que os crentes no princí-
pio se esforçavam para formar uma verdadeira comunhão que abrangesse todos os cren-
tes numa localidade. Veja a expressão "que é dos vossos" em Colossenses 4.12;
também Hebreus 10.24 e 25; Atos 2.42; 4.23.
Esta comunhão é:
1. Comunhão com Deus - 1a João 1.1-7.
a)É uma comunhão privilegiada por ser com o Pai (1a João 1.3); com o Filho (João
-27-
1.18) e com o Espírito Santo (2a Coríntios 13.13), o Qual é o Poder unificador. Os crentes
gozam juntos a companhia do Espírito Santo, que habita no corpo de cada crente e o ha-
bilita para ter comunhão com Deus e uns com os outros.
b) Tem uma condição essencial (1a João 1.5-7). Somente podemos gozar esta co-
munhão enquanto andamos na luz (Efésios 5.6-14; Romanos 13.12; João 3.20). A comu-
nhão é interrompida pelo pecado, porém o caminho da restauração à comunhão foi aber-
to para nós (1a João 1.9 a 2.2).
c) Tem consequências gloriosas (2a Pedro 1.2, 4). O sentido literal é "tornar-vos
participantes da natureza divina". Não se trata do "novo nascimento", mas de uma seme-
lhança progressiva com Cristo. É por este motivo que temos a exortação nos versículos 5
a 12. Uma criança não somente nasce dos seus pais, mas, à medida que vão passando
os anos, ela se torna cada vez mais semelhante a eles. Em 1a Pedro 1.3 temos o novo
crente, já nascido, membro da família de Deus, porém nos versículos 15 e 16 vemo-lo
sendo exortado: "Sede santos porque Eu sou santo". Isto quer dizer: Torne-se santo co-
mo Eu sou santo'.

2. Comunhão com os apóstolos (1* João 1.3).


Os apóstolos repartiram conosco o seu conhecimento pessoal de Cristo, das Suas
palavras e da Sua obra (1a João 1.1 e 4). A "Doutrina de Cristo" (2a João 9 a 11) reúne es-
tes fatos ensinados pelos apóstolos e é também a doutrina apostólica mencionada em
Atos 2.42, a qual formava a base da comunhão cristã (João 17.1-26; 18.20 e 21; 1a Pedro
1.25).

3. Comunhão com os santos.


A epístola aos Filipenses fala-nos muito de comunhão. Numa maneira incomparável
demonstra a feliz comunhão que há entre os remidos do Senhor.
a) A comunhão da salvação (Filipenses 1.7). Os crentes são participantes da graça
de Deus. Isto abrange todas as bênçãos espirituais (Tito 1.4; Romanos 11.17).
b) A comunhão do serviço. Como exemplos bíblicos desta comunhão, vejamos os
seguintes trechos: Filipenses 4.3; Filemom 17; 2a Coríntios 8.23; Atos 13.14 com 14.26-28;
Gaiatas 2.9.
d) A comunhão do Espírito (Filipenses 2.1). Parece que não se fala aqui do Espírito
Santo, mas do espírito do crente. Um estudo cuidadoso do contexto, especialmente da
exortação do v. 2, há de levar o leitor a esta conclusão. A harmonia do espírito não quer
dizer uniformidade de disposição, nem de ação. Entre os próprios apóstolos havia diver-
sidade de temperamentos.
d) A comunhão do sofrimento (Filipenses 3.10; 1.29 e 30; veja também Hebreus
10.33 e Apocalipse 1.9). O sofrimento mencionado aqui é, em primeiro lugar, com Cristo
(1a Pedro 4.14). Não é que o crente compartilhe com Cristo dos Seus sofrimentos vicários
por nossos pecados sob a mão de Deus, porque isto Ele sofreu sozinho, trata-se de so-
frimentos provocados pela maldade dos homens em perseguir o crente por causa da jus-
-28-
tlça Em segundo lugar, é sofrimento com os santos. O crente também tem comunhão
com os seus irmãos nos seus sofrimentos por causa de Cristo e procura consolá-los (2*
Corfrttios 1.5-7). Há também a grande consolação dos crentes na gloriosa esperança de
um dia terminar os seus sofrimentos aqui e entrar na glória eterna com Cristo Jesus (1a
Pedro 5.9 e 10)
e) A comunhão em coisas materiais. Os crentes são exortados a ter comunhão com
os santos nas suas necessidades (Romanos 12.13; 15.26 e 27; 2a Coríntios 8.4; 9.13; 1a
Timóteo 6.18; Hebreus 13.16). Também com os servos de Deus nas suas necessidades
(Filipenses 4.14 e 15; Gaiatas 6.6).

A Ceia do Senhor
Esta reunião tem sido chamada o ponto convergente da comunhão cristã (1a Corín-
tios 10.16 e 17). Nenhum dos dois ritos (a Ceia do Senhor e o Batismo) tem o poder para
criar a comunhão, mas ambos a representam e especialmente a Ceia.
A responsabilidade da Igreja é manter-se em real separação de tudo quanto é con-
trário aos interesses do Senhor.
A comunhão com Ele é Incompatível com:
1) A comunhão com demónios e, portanto, com a idolatria, espiritismo, cultos fal-
sos, etc. (1aCor(ntios 10.18-22; 2a João 9-11).
2) A comuhão com o mundo (1a João 5.19). A palavra "mundo", neste versículo, é
tradução da palavra grega "kosmos", cujo sentido abrange todo o sistema mundial orga-
nizado, em seus aspectos social, polftico e religioso. O crente em Cristo tem de afastar-se
de tudo que é "do mundo" a fim de viver para a glória e o serviço de Cristo (2a Corfrrtios
6.14 a 7.1; Efésios 5.10 e 11; 1a João 2.15; Romanos 12.2; Tiago 4.4).
3) A comunhão com o pecado. São os pecados da carne, que militam contra a al-
ma (1a Pedro 2.11; 1a Timóteo 5.22; Romanos 13.14) e também da igreja apóstata, em to-
das as suas ramificações (Apocalipse 18.4 com 14.8 e com 17.3-6).

A RECEPÇÃO PARA A COMUNHÃO


"Receber em comunhão" é uma frase muito usada e também muito abusada O
único sentido bíblico que esta frase pode ter é o reconhecimento de uma comunhão que
já existe entre o novo crente e o seu Deus. A recepção do crente por Deus necessaria-
mente precede a sua recepção pelos homens (Romanos 14.3) e nós devemos receber
todos os que já foram recebidos por Deus. A igreja local não é uma comunhão organiza-
da por homens, na qual as pessoas são introduzidas e eleitos pelos membros. A re-
cepção de um crente é feita em Nome de Cristo, por ele já pertencer a Cristo (Romanos
15.7), e não em nome de qualquer igreja, nem em qualquer outra base.
Duas classes de crentes são reconhecidas por Deus: os "fortes" e os "fracos"
(Romanos 15.1; 14.1-23). Os fortes são exortados a suportar os fracos e não lhes servir
de tropeço, o que é um grande pecado diante do Senhor (1a Tessalonicenses 5.14; Ro-
manos 14.21; 1a Coríntios 8.11-13). O irmão fraco tem de ser recebido em comunhão e
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não deve ser criticado por causa das suas "dúvidas" (Romanos 14,1). Por irmão fraco se
entende aquele que sinceramente tem escrúpulos acerca de coisas de pouca importân-
cia. Incluem-se nesta categoria os que têm a tendência para seguir a Lei na interpretação
das Escrituras e impõem a si mesmos e também a outros certas restrições desnecessá-
rias. Frequentemente, estes irmãos se consideram como os "mais fortes".
A fraqueza física pode ser ocasionada por diversas coisas, como, por exemplo, ter
pouca idade, ou ter uma constituição fraca; assim também na esfera espiritual. A Igreja de
Cristo deve abrigar as criancinhas em Cristo, nutrir e fortalecer os fracos e servir como um
verdadeiro seminários para todos os crentes.
Na família de Deus há crentes de todas as idades e de vários estágios de cresci-
mento espiritual (1a João 2.12-14). Há lugar para todos em santa comunhão, porém não
há lugar para a intolerância. Precisamos distinguir entre fraqueza espiritual e pecado. A
fraqueza espiritual é produzida por falta de conhecimento da Palavra de Deus, enquanto
que o pecado é violação do ensino da Palavra de Deus. O pecado, em qualquer membro
da igreja, precisa ser tratado corn rigor, porém em espírito de mansidão e de amor, en-
quanto que devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos
(Romanos 15.1-3).
Frequentemente, existe "fraqueza" em alguns dos irmãos que têm crescido no am-
biente da igreja. São convertidos, mas não são bem ensinados. Provavelmente, a culpa
disto caiba aos anciãos daquela igreja local, cujo dever é verificar se o ensino dado na
igreja está completo ou, talvez, seja porque tais membros não aproveitaram o ensino da-
do.
Às vezes, o "irmão fraco" é uma pessoa que já passou longos anos numa das de-
nominações e agora acha difícil abandonar certas ideias. Os anciãos precisam de muita
sabedoria de Deus para guiar e declarar mais pontualmente o caminho de Deus a tais
irmãos (Atos 18.25 e 26; Romanos 14.19; 1aCoríntios 12.12,15, 26; 13.1-8).
Os crentes são recebidos nas igrejas locais como:
1) Novos convertidos. Os novos convertidos uniram-se ao Senhor (Atos 2.41;
5.14; 11.24) e, em seguida, à igreja local (Atos 2.47). Ao serem balizados, foram introduzi-
dos logo à comunhão dos crentes locais e admitidos a todos os privilégios e responsabi-
lidades da igreja (Atos 2.41 e 42).
2) Crentes vindos de outras localidades. Cartas de recomendação. Este costu-
me está de acordo com a prática bíblica (2a Coríntios 3.1 e 2; Atos 18.27; Romanos 16.1;
Colossenses 4.10; Filemom 12, 17). Embora Paulo pessoalmente não tenha precisado de
carta, ele reconhecia o princípio. Não há necessidade de exigir carta de recomendação de
um servo de Deus que é bem conhecido entre os crentes. O objetivo de uma carta de re-
comendação é apresentar um irmão desconhecido e, nestas circunstâncias, deve ser
urna carta assinada por três irmãos de confiança dos anciãos dá igreja receptora.
b) Apresentação pessoal. Isto pode ser feito por um crente da igreja local que co-
nhece pessoalmente o apresentado e pode testificar do seu procedimento, como Barnabé
fez com Saulo de Tarso (Atos 9. 27).

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c) Outras provas. Nem sempre é possível um irmão chegar munido de carta de re-
comendação. Em tais circunstâncias, os anciãos precisam agir com cautela para não
ofender um filho de Deus. Recusá-lo simplesmente porque não trouxe uma carta de re-
comendação é arbitrário. Muitas vezes algumas perguntas bastam para esclarecer o caso
e, se forem feitas num espírito de bondade cristã, nenhum crente sincero se ressentirá.
A recepão deve ser feita em público por dois motivos:
1) Para dar oportunidade, caso seja necessário, a objeções; porém tais objeções
precisam ter base bíblica.
2) Para dar oportunidade a todos, na igreja, verem o recém-chegado e dar-lhe as
boas-vindas.
Na eventualidade de um irmão que já foi excluído de outra igreja local apresentar-se,
desejando tornar-se membro, deve ser informado que precisa reconciliar-se primeiro com
a igreja de onde saiu. No caso de ser provado que a sua exclusão foi injusta, os anciãos,
depois de muita oração e de verificar todos os pormenores, podem receber tal irmão, mas
neste caso devem avisar a outra igreja da sua decisão.
Os anciãos são responsáveis diante de Deus para proteger a igreja local de toda
falsa doutrina e de toda imoralidade, porém não devem ir além disso impondo restrições à
liberdade de um crente de agir como ele acha que a Palavra de Deus ensina. Embora os
anciãos sirvam como guias do povo de Deus, precisam lembrar-se que não são eles que
recebem ou afastam pessoas da comunhão, mas que estes são atos da igreja. A ação ar-
bitrária de Diótrefes era uma negação virtual do senhorio de Cristo (3a João versículo 9).
Para gozar da comunhão numa igreja, deve haver provas de conversão, sã doutrina
e uma vida coerente como cristão. O batismo, por si só, não serve como prova. Um cren-
te em Cristo que ainda não é batizado é filho de Deus e membro do Corpo de Cristo da
mesma forma como também o é o crente já batizado.
Por outro lado, uma pessoa balizada pode não ser crente em Cristo, nem filho de-
Deus, nem membro do Corpo de Cristo. O batismo não é essencial para a comunhão e
nem para a salvação, embora seja necessário como obediência, em comum com os ou-
tros mandamentos do Senhor Jesus. Disse Ele: "Se Me amais, guardareis os Meus man-
damentos" (João 14.15). Um desejo impaciente de participar da Ceia do Senhor por parte
de quem não está disposto a obedecer à vontade de Cristo referente ao batismo não deve
ser aprovado. Não devemos nos afastar da ordem bíblica que se encontra em Atos 2.41 e
42.

COMO PODE SER INTERROMPIDA A COMUNHÃO?


A comunhão numa igreja local pode ser interrompida:
a) Por pecado. O pecado precisa ser descoberto, julgado e a disciplina imposta,
segundo nos ensina a Bíblia.
b) Por multas outras causas de atritos, quase sempre mesquinhas e indignas dos
crentes. Aquele que semeia contenda entre irmãos ó chamado homem de iniquidade
(Provérbios 6.14, 16, 19). veja o grande contraste em Filipenses 4.5, onde a equidade (a
-31 -
disposição de reconhecer o direito de cada um) ó ordenada aos crentes.

c LJçáoN'8
O GOVERNO DA IGREJA

INTRODUÇÃO
Na Cristandade, a ordem divina para o governo das igrejas locais é, na sua maior
parte, desprezada e suplantada pela organização humana. Este é, especialmente, o caso
na esfera do governo e ministério.
Em vez de se tomar o Novo Testamento como o padrão, tem-se voltado para as
tradições tiradas dos escritos dos chamados "pais da Igreja" e também para as decisões
de Concílios da Igreja, em vez de se guiar unicamente pela Palavra de Deus, que é a única
autoridade neste mundo para a Igreja de Cristo em questões de fé e prática.
Reuniões de crentes que procuram seguir o padrão singelo dado na Bíblia são,
frequentemente, acusadas de repudiar por completo a liderança, por não terem um "mi-
nistério oficial". Esta acusação carece inteiramente de base. Qualquer igreja local que não
tiver os seus guias, devidamente reconhecidos, acabará em confusão dentro de pouco
tempo, tal como qualquer comunidade sem governo (Juizes 21,25).
O Senhor Jesus é o Cabeça de Sua Igreja, a qual é o Seu Corpo e o Vigário de Cris-
to aqui no mundo é o Espírito Santo. Ter uma cabeça visível talvez pareça facilitar o fun-
cionamento de uma organização, porém a ordem divina e não os pareceres humanos é
que tem de ser o guia do crente. Se nós reconhecemos a Cristo como o nosso Senhor,
devemos submeter-nos humildemente a todo mandamento que Ele estabelece. É impor-
tante lembrar que os irmãos que carregam a responsabilidade da liderança nas igrejas lo-
cais são obrigados a moldar a sua administração seguindo fielmente as ordens do seu
Senhor delineadas em o Novo Testamento, e não têm autoridade para legislar por si
mesmos.
O Senhor Jesus estabeleceu duas formas de liderança na Sua Igreja, as quais são:
"Bispos" (anciãos ou presbíteros) e "Ministros" (a palavra é "diácono" e quer dizer
"servo").
O trabalho dos bispos é guiar a igreja local, enquanto que os ministros têm de ser-
vi-la. Precisamos fazer uma cuidadosa distinção entre "governos" e outros "dons" dados
por Cristo (1a Coríntios 12.28), o que quer dizer fazer distinção entre administração e mi-
nistério, embora sejam intimamente ligados.
Repare bem a ordem na introdução da Epístola de Paulo aos Filipenses (1.1). Ela é
dirigida primeiramente aos "santos" (todos os crentes), depois aos "bispos" (no plural,
porque sempre são mais de um em cada igreja local) e, finalmente, aos "diáconos" (os
irmãos que ministram, isto é, que servem ou com a Palavra ou nos diversos serviços da
igreja local).

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A DESIGNAÇÃO BÍBLICA DOS GUIAS NAS IGREJAS
Os termos "bispo", "ancião" e "presbítero" referem-se a uma mesma pessoa, mas
sob os aspectos, respectivamente, das suas atividades e da sua idade, ou antes, da sua
maturidade espiritual (veja Atos 20.17 e 28; Tito 1.5 e 7). Nem todos os homens idosos
numa igreja local são anciãos no sentido bíblico. Quando se fala na Bíblia de um homem
idoso, emprega-se uma palavra diferente (veja Tito 2.2 e 3; Jó 32.9).
O ofício do ancião vem do tempo do Velho Testamento e foi continuado pelos ju-
deus nas suas sinagogas (Êxodo 2.16; 12.21; 17.5; 24.1; etc.). Nos tempos dos apóstolos
e logo depois, as igrejas seguiam o padrão singelo das sinagogas, sendo dirigidas por
"anciãos', porém mais tarde receberam a influência de outros fatores e este padrão sim-
ples foi modificado. A primeira vez que lemos de anciãos na Igreja de Cristo é em Atos
11.30, onde os anciãos colaboraram com os apóstolos. Veja também Atos capítulo 15.

SUA COMISSÃO
É o Espírito Santo Quem põe anciãos na igreja local (Atos 20.28). É Ele Quem faz as
vezes de Cristo, o Cabeça da igreja, no céu. A Palavra de Deus não autoriza a nomeação
de anciãos pelas "autoridades eclesiásticas" e nem a sua eleição por uma igreja local, ou
pelos anciãos já constituídos.
Nos tempos apostólicos, novas igrejas funcionavam, em seu início, sem anciãos.
Os missionários que, sob a direção de Deus, eram por Ele usados para estabelecer tais
igrejas, indicavam, em visita subsequente, para o reconhecimento pelas igrejas, os ho-
mens em quem os olhos experimentados daqueles servos do Senhor podiam discernir as
qualificações espirituais e morais que lhes conferiam aptidão para servirem como anciãos
(Atos 14.23).
Posteriormente, vemos Paulo incumbindo a Tito de nomear anciãos nas igrejas em
Creta (Tito 1.5). Nisto não há apoio para a ideia supersticiosa da "sucessão apostólica",
porque o ato de nomeação em si não transmitia dom nenhum para pregar ou para ensi-
nar. Os dons, segundo a Bíblia, são repartidos pelo Espírito Santo (1a Coríntios 12.11;
Hebreus 2.4).
Precisamos lembrar que nos dias dos apóstolos não havia o Novo Testamento e,
por isso, as igrejas dependiam inteiramente da instrução apostólica. Paulo escreveu as
instruções para guiar Timóteo e Tito, porém Deus conservou as mesmas instruções em o
Novo Testamento para servirem de guia para as igrejas no futuro, as quais formam para
nós o padrão para o reconhecimento de anciãos e de diáconos.

SUAS FUNÇÕES
O encargo de ancião é somente local. Um ancião só tem autoridade dentro da sua
própria igreja local e não pode intervir na administração de outra igreja. No caso de surgir
um problema de difícil solução, uma igreja local pode convidar os anciãos de outras igre-
jas da vizinhança para dar o seu parecer, ficando a outra igreja livre para seguir o conse-
lho ou rejeitá-lo, como achar melhor.
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Cada igreja loca! é autónoma, responsável unicamente a Deus, a Quem os anciãos
;tôm de responder (Hebreus 13.17).
Os anciãos de uma igreja local não formam uma mesa de oficiais postos sobre uma
igreja, mas são apenas trabalhadores entre os crentes (Atos 20.28; 1a Pedro 5.1 e 2; Lu-
cas 22.24, 26; Mateus 20. 25-28).
1) PASTOREAR. A palavra grega é "poimainoo". O Senhor Jesus é, Ele mesmo, o
Sumo Pastor do Seu rebanho (1a Pedro 5.4; João 10.16) e os anciãos são mandados a
apascentar "o rebanho de Deus que está entre vós" (ta Pedro 5.2), "sobre o qual o Espíri-
to Santo vos constituiu bispos" (Atos 20.28). Eles têm de cuidar do rebanho de Deus que
está entre eles. É necessáraio distinguir entre o ofício de ancião e o dom de pastor (Efé-
sios 4,11). Enquanto o ofício de ancião é local e se o tal irmão se mudar de localidade
pode não ser ancião na outra igreja, o dom de pastor permanece com o irmão que o tem,
por onde quer que ele ande. Esta habilidade, acompanhada do desejo de cuidar do reba-
nho de Deus onde reside, indica o dom que ele possui. Como aquele que tem o dom de
evangelista evangeliza por onde anda, também o pastor pastoreará o rebanho de Deus.
2) VELAR (Hebreus 13.17). A palavra grega é "agrupneoo" e tem o sentido de vi-
giar no interesse das almas. A vigilância está frequentemente ligada com oração, como
em Efésios 6.18. Os adversários dos crentes são poderosos, bem treinados e persistentes
(1a Pedro 5.8; Atos 20.29-31; 2a Coríntios 11.13-15; João 10.15; Mateus 7.15-20; conferir
com 1° Samuel 17.34-36). Os vagarosos e os que andam errantes do rebanho estão em
grande perigo de serem apanhados pelo inimigo das almas. Portanto, é trabalho dos an-
ciãos velar por estes e também pelos "doentes e fracos" (Deuteronômio 25.18). É dever
dos anciãos proteger, como também guiar o rebanho de Deus.
3) GUIAR. A palavra grega é "proisteemi" e quer dizer governar, como uma pessoa
governa a sua própria casa. O chefe da casa, se for inteligente, será antes um exemplo do
que um "mandão" para a sua família. Do mesmo modo, o ancião eficiente será um exem-
plo para o rebanho.
4) GOVERNAR. A palavra grega é "heegeomai" e tem o sentido de presidir ou
guiar. Na Versão Almeida Corrigida, em Hebreus 13.7, 17 e 24, a palavra é traduzida "pas-
tor" e "chefe", porém não é este o sentido da palavra. O seu sentido é governar ou guiar,
mas não como "chefes", isto é, não "tendo domínio sobre a herança de Deus" (1a Pedro
5,3; Marcos 10.42-45), antes como exemplo e não como príncipes, sabendo que mais
tarde têm de prestar contas ao Pastor do rebanho. Devemos lembrar que a autoridade é
delegada e não absoluta.
5) DIRIGIR. A palavra grega é "kubernêtês" e tem sido traduzida "governos". O seu
sentido é de dirigir, tal como o piloto de um navio (Atos 27.11; 1a Coríntios 12.28). Os an-
ciãos têm de pilotar a igreja local, evitando os rochedos que bem poderiam arruinar o tes-
,,temunho. Neste serviço, eles têm como bússola e mapa para os guiar a infalível Palavra
de Deus.
? 6) TRABALHAR. A palavra grega "kopiao" indica trabalho fatigante e, se nós exa-
minarmos bem os versículos 34 e 35 de Atos capítulo 20, veremos que não excluem nem
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o trabalho manual. Aprendemos disto que o trabalho de um ancião não é apenas assistir
reuniões de "irmãos responsáveis" para discutir os negócios da igreja local, mas trabalhar
entre os santos (Tilo 1.9, conforme Judas 22 e 23), sempre servfndo num espírito de hu-
mildade (1a Pedro 5.5). .
7) DISPENSAR. A palavra grega "oikonomos" quer dizer despenseiro (Tito 1.7,
conforme Lucas 12.41 e 42 e 1a Coríntios 4.1 e 2). Deus tem depositado nas mãos dos
anciãos das igrejas locais um encargo de grande responsabilidade, do qual, em tempo
devido, eles têm de prestar contas (Hebreus 13.17).
De tudo isto vemos que os deveres dos anciãos estão ligados principalmente com
o bem-estar espiritual dos crentes (1a Timóteo 3.5) e, somente em segundo lugar, com as
coisas temporais. Eles devem agir em pleno acordo com toda a igreja A confiança mútua
entre os anciãos e o resto da igreja é essencial para o bom funcionamento do seu ofício.
As reuniões dos anciãos (irmãos responsáveis) devem ser segundo o padrão dado
nas Escrituras (Atos 156). O costume da Bíblia de falar em anciãos sempre no plural, a
não ser quando cita as suas qualificações, mostra-nos claramente que Deus nunca visava
um homem só como"ancião" ou "pastor" ou "ministro" de uma igreja local.
Na história das sete igrejas, relatada em Apocalipse capítulos 2 e 3, e que é 'profeti-
camente a história da Igreja escrita de antemão, achamos que é possível discernir a en-
trada lenta desta doutrina da separação do povo de Deus em "clero" e "leigos". O sentido
da palavra "nikolaos" é vencedor do povo. Vemos, no princípio da Igreja, a existência
deste mal e uma tentativa de penetrar dentro da Igreja, tentativa que foi resistida com êxito
(Apocalipse 2.6). Mais tarde, porém, quando a Igreja já havia absorvido muita doutrina fal-
sa, os nicolaftas conseguiram uma entrada. O mal continua, de uma forma ou de outra,
até hoje.
Os anciãos devem se reunir em .tempos determinados para a oração, nos interesses
da igreja Icoal. Eles devem se esforçar para manter um espírito de unanimidade porque
uma reunião de anciãos dividida freqúentememnte importa em divisão na igreja local.
Tanto a experiência como a prudência ensinam-nos que não é desejável discutir tu-
do diante da igreja reunida, como, por exemplo, questões de carater moral concernentes
a um membro da igreja, que podem resultar em ato de disciplina. Muito mal pode resultar
a pessoas inocentes quando é dada publicidade além do necessário a um assunto. Este
é, especialmente, o caso quando, depois de examinadas as acusações, chega-se à con-
clusão de que são falsas. Os anciãos deviam examinar a evidência com o máximo cuida-
do e sigilo e, somente depois, dar o seu relatório a toda a igreja.
Todo ancião deve pesar bem a exortação dada pelo apóstolo Paulo em Atos 20.28:
"Olhai por vós" mesmos e, depois, "por todo o rebanho".

SUAS QUALIFICAÇAÕES
Segundo 1a Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9, para ser um ancião, nem habilidade natural,
nem argúcia em negócio, nem prosperidade financeira, nem posição social qualificam ou
desqualificam. Os anciãos devem possuir qualidades morais e capacidade espiritual à al-
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tura do serviço. Precisam ser homens da Palavra de Deus, homens de fé e de oração.
Precisam ser sãos na fé e coerentes no comportamento (Hebreus 13.7; 2a Timóteo 2.2).
Podemos julgar a importância que Deus liga à questão do comportamento quando vemos
que nada menos que dezoito palavras diferentes são empregadas para indicar o caráter
que Deus requer de um ancião.
1) As circunstâncias.
a) Ele não deve ser neófito, o que quer dizer que não deve ser um crente de pouca
experiência (1a Timóteo 3.6).
b) Ele deve ser marido de uma só mulher (1a Timóteo 3.2; Tito 1.6). Isto não quer di-
zer que solteirão ou homem casado legalmente pela segunda vez não podem ser anciãos
da igreja. Aqui Paulo ensina, com poucas palavras, que o adultério cometido depois de
crente desqualifica o homem de ser ancião da igreja.
c) Precisa ter bom testemunho dos que não são crentes (1a Timóteo 3.7). O motivo
disto é dado: "Para que não caia em afronta e no laço do diabo".
2) As capacidades.
a) Ele precisa ter controle efetivo da sua própria casa e ter filhos bem obedientes e
ordeiros. O motivo também é dado: quem não pode controlar a sua própria casa terá
pouca aptidão para ter cuidado da Casa de Deus, que é a igreja local.
b) Ele precisa ter aptidão para ensinar (1a Timóteo 3.2). Isto não quer dizer que pre-
cisa ser um pregador, mas que tenha habilidade para comunicar instrução, ou em particu-
lar ou em público.
3) O caráter. Repare bem o padrão que Deus exige. Além dos princípios gerais já
mencionados, o ancião precisa ser irrepreensível em conduta, bem equilibrado e imparcial
em julgamento, controlado em palavra e em açâo, razoável em atitude, não obstinado ou
teimoso, e que não seja avarento, mas hospitaleiro, etc.

SEU RECONHECIMENTO
Os anciãos são reconhecidos pelos santos devido às suas altas qualidades e quali-
ficações e também pelo serviço que fazem.
Note as sete exortações abaixo:
1) "RECONHECEI" (1a Tessalonicenses 5.12). O reconhecimento é por obser-
vação porque a palavra nunca é empregada para descrever um reconhecimento formal.
Veja também 1a Coríntios 16.18, onde a palavra traduzida "reconhecer" é outra. Aos an-
ciãos que servem bem à sua igreja local não há de faltar o devido reconhecimento da par-
te dos santos. As ovelhas seguirão instintivamente a pessoa em quem depositam con-
fiança, sem necessidade de apelo ou de coerção.
2) "ESTIMAI" (1a Tessalonicenses 5.13). Os crentes devem ter em elevado apreço
e amor os anciãos, mais por causa do seu serviço do que por qualquer estima pessoal.
3) "HONRAI" (1a Timóteo 5.17). A frase "duplicada honra" indica auxílio material e
mostra-nos que há ocasiões quando um ancião, devido à natureza do seu serviço nos in-
teresses do Senhor, pode chegar a precisar de sustento financeiro. Neste caso, a igreja

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local não deve desampará-lo.
4) "CONFIAI" (1a Timóteo 5.19 com o v. 1). Contra um ancião nenhuma acusação
deve ser feita, senão com duas ou três testemunhas porque, devido à natureza cio seu
serviço para o Senhor, estão peculiarmente expostos a acusações falsas, uma vez que é
seu dever levar ao conhecimento da igreja os casos que precisam de disciplina No caso
de um ancião cometer uma falta merecedora de repreensão, a admoestação deve ser feita
com a devida deferência, como no caso de um pai, porém, se ficar provado um caso de
pecado grave, este tem de ser julgado e o culpado disciplinado, conforme a natureza do
pecado. Os outros anciãos não devem procurar encobrir o pecado do ancião em falta
5) "OBEDECEI" (Hebreus 13.17). Lealdade aos que Deus tem posto sobre o reba-
nho é dever de todos os crentes de uma igreja local. E, por serem os guias, devem ser al-
vo da obediência e de respeito de todos, devido ao seu serviço e à grande responsabili-
dade que repousa sobre eles diante do Senhor.
6) "LEMBRAI" (Hebreus 13.7). Provavelmente a referência aqui é aos anciãos que
haviam sofrido martírio por causa da sua fé. Os crentes devem considerar o fim triunfante
de suas vidas aqui e devem imitar a sua fé e fiel exemplo. Os anciãos podem passar, mas
Cristo permanece sempre como o supremo objetivo da nossa fé e serviço (v. 8). Os auxi-
liares podem morrer, mas o Sumo Pastor permanece e Ele levanta outros para preencher
as vagas deixadas pelos que já ganharam a coroa da vida. O próprio Cristo sempre exer-
ce a suprema supervisão do Seu rebanho (v. 20).
7) "SAUDAI" (Hebreus 13.24). Os crentes são exortados a cumprimentar os seus
anciãos com o objetivo de os animar, porque, devido ao seu ofício, são sujeitos a críticas.
Ainda que não concordem com as decisões dos anciãos, os membros da igreja não de-
vem nutrir ressentimentos. Orem por eles (Hebreus 13.18; 1a Tessalonicenses 5.25; 2a
Tessalonicenses 3.1).

COMPENSAÇÃO
Tomemos nota da maravilhosa promessa (1a Pedro 5.4) que terá o seu cumprimen-
to no dia marcado no plano de Deus (Hebreus 13.17, conforme 1a Tessalonicenses 2.19 e
2a João 8).
Que galardão glorioso para a árdua e frequentemente ingrata tarefa de um anciãol

Lição N° 9
MINISTÉRIO - DIACONATO

DEFINIÇÃO
A palavra "ministério", como é empregada na Palavra de Deus, significa qualquer
forma de serviço feito ao Senhor ou a outros. Uma comparação dos trechos onde apare-
ce a palavra grega "koinonia" e palavras que têm a mesma raiz logo confirmará Isto.

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Na língua portuguesa, a palavra "diácono" é apenas uma Iranslrteração da palavra
grega e não uma tradução dela. O seu sen tido é simplesmente "servo". O serviço pode
ser uma ocupação regular ou apenas um serviço provisório.
Por derivação, a palavra vem de outra que tem o sentido de "correr atrás" ou "fazer
um recado'". A palavra "diakonos" indica a relação do servo com o seu serviço, enquanto
a palavra grega "doulos", que quer dizer "escravo", Indica a relação do servo com o seu
senhor.
Em o Novo Testamento, a palavra "diakonos" é usada em sentido muito extenso. É
empregada para um servente doméstico (João 2.5-9) e para um governador civil, como
servo do Estado (Romanos 13.4, 6). É empregada para Cristo mesmo, como Servo de
Jeová (Romanos 15.8) e para Paulo, Apoio e Timóteo, como servos do Senhor (2a Corín-
tios 3.6; 6.4; 1a Coríntios 3.5; 1a Tessalonicenses 3.2). O apóstolo Paulo e outros apósto-
los tinham irmãos mais jovens que os auxiliavam. Estes são chamados diáconos (Atos
19.22; Colossenses 4.7; Filemom 13; etc.). Havia também servos (diáconos) das igrejas
(Atos 6.2; 10.19; com 12.25). Isto também incluía mulheres (Romanos 16.1). Até Satanás
tem os seus ministros (diáconos - 2a Coríntios 11.14 e 15).
Um verbo da mesma raiz ("diakoneo"), quer quer dizer fazer o trabalho de um diá-
cono, é usado para falar do serviço de anjos (Marcos 1.13); também do serviço de mulhe-
res (Marcos 1.31; 15.41; com Lucas 8.3; 10.40) e do próprio Cristo (Marcos 10.45; Lucas
22.27).
A ideia errónea e geralmente aceita referente ao "ministro" cristão é a de um oficial
assalariado por uma "igreja", para o que foi qualificado mediante um curso de Seminário
e subsequente ordenação pelas mãos de outro membro do "clero". Tal costume carece
inteiramente de fundamento bíblico.
Há trechos na Versão Almeida da Bíblia que deixam transparecer a influência destas
ideias denominacionais. Por exemplo, 1a Timóteo 3.1, onde a palavra "episkope" é tradu-
zida por "episcopado" que, segundo o sentido hodierno, quer dizer "dignidade, jurisdição
ou tempo de serviço de um bispo", ao passo que o verdadeiro sentido da referida palavra
é o serviço de um ancião na igreja local. Também em Hebreus 13.7 e 17, a palavra "he-
geomai" tem sido traduzida "pastores" e, no versículo 24, "chefes", quando o seu sentido
é o de guiar ou governar, que é o serviço dos anciãos.
De Filipenses 1.1 podemos entender que os anciãos e os diáconos eram grupos
bem reconhecidos nas igrejas locais.

A COMISSÃO DOS ANCIÃOS


A atual prática eclesiástica da "ordenação" com o fim de autorizar um homem para
servir uma igreja na qualidade de "ministro", "pastor" ou "clérigo" é uma usurpação das
prerrogativas de Deus e de Cristo, o Cabeça ressurgido da Igreja. Também importa em
assumir as funções do Espírito Santo (1a Coríntios 12.28; Efésios 4.11; 1a Coríntios
12.7-11). No tocante à prática apostólica. Paulo dá instruções a Tito para estabelecer an-
ciãos, porém em lugar nenhum da Bíblia achamos instruções para o estabelecimento de
-38-
ministros de Deus.
Os servos são escolhidos pelos seus próprios senhpres (1a Pedro 4.11). É claro
que talentos naturais náo podem ser fornecidos pela cerimónia da "ordenação" e muito
menos os talentos espirituais. Por outro lado, falta de instrução não é uma recomendação
para o serviço de Deus. Ao contrário, um crente que se sente chamado para servir ao seu
Senhor deve adquirir toda a instrução ao seu alcance, porém nas devidas fontes.
A principal destas, indiscutivelmente, é a Palavra de Deus, que deve ser bem co-
nhecida por todos os que O servem. Pedro e João não eram analfabetos; ao coniYârio, ti-
nham conhecimento do Velho Testamento, a Bíblia de então. O fato de eles não tereYH
cursado nenhum Seminário não lhes fazia falta para o serviço para o qual Deus os havia
chamado (Aios 3.4-6). Saulo de Tarso, pelo contrário, possuía habilidade excepcional,
curso teológico e elevados talentos (Atos 22.3; Filipenses 4.6). Contudo, antes da sua
conversão, pensando servir a Deus, perseguia a Igreja e, deste modo, colocava-se violen-
tamente em oposição a Ele (Atos 23.1; 26.9; 1a Timóteo 1.13). Quão semelhantes a Paulo
são muitas pessoas na Cristandade hoje em dia! Trabalham fervorosamente e com since-
ridade, porém, por não conhecerem a Bíblia, trabalham em sentido contrário à vontade de
Deus.
A fonte de todos os dons espirituais é o Senhor ressurgido. O poder para o exercí-
cio do dom em ministério é o Espírito Santo (1a Coríntios 12.4-11; 1a Pedro 4.11; Efósios
4.30; 5.18; Lucas 24.49; Atos 1.8). Toda a atividade da carne nas coisas de Deus é ina-
ceitável a Ele.

AS FUNÇÕES DOS MINISTROS


Há duas formas de ministério entre o povo de Deus. Há o serviço dos dons dados
por Cristo, como Cabeça da Sua Igreja, e há também o serviço de natureza temporal e
especial. Vemos esta distinção claramente em Atos 6.2-4, onde as coisas espirituais são
chamadas "oração e ministério da Palavra" e as coisas temporais "servir às mesas".
Convém notar que, embora sendo coisas temporais, são designadas por Deus "este im-
portante negócio" (Atos 6.3).
1) Serviço segundo os dons do Cristo ressurgido.
Os seguintes quatro trechos principais devem ser estudados neste sentido:
a) Efésios 4.7-16. Aqui temos o aspecto da Igreja Universal, com a relação dos
dons, tendo em vista a Igreja no seu todo;
b) 1a Coríntios 12.4-31. Aqui temos o aspecto da igreja local, com a relação dos
dons, tendo em vista a igreja numa localidade;
c) Romanos 12.3-13 e 1a Pedro 4.7-11. Aqui temos os dons relacionados como ser-
viço individual.
No livro de Efésios, o nosso Senhor é apresentado como um ilustre Conquistador
de regresso da campanha em que derrotou os seus inimigos, proclamando a Sua grande
vitória no Calvário, pela distribuição magnificente de Suas ricas dádivas. Os Seus "dons"
são aptidões dadas aos homens (Efésios 4.8) para a prosperidade e felicidade da Sua
-39-
Igreja. Quatro maiores dons são mencionados: dois destes, por pertencerem apenas ao
período da fundação da. Igreja, eram transitórios (Mateus 16.18; Efésios 2.20) e já foram
retirados. Os outros dois são permanentes. Tanto os apóstolos quanto os profetas pos-
suíam autoridade excepcional e dons milagrosos, por serem aqueles pelos quais o Se-
nhor Jesus Se dignou revelar as verdades encerradas nas páginas do Novo Testamento.
Aos primeiros foram reveladas estas verdades por meio do ensino pessoal (João 14.26;
16.13 e 14; Gaiatas 1.11 e 12) e aos outros por meio de inspiração, em que Deus falava
pela boca do Seu servo (1a Coríntios 14.30). Os apóstolos tinham visto o Senhor Jesus
(1a Coríntios 9.1; Atos 1.21 e 22) e haviam sido escolhidos por serem testemunhas da Sua
ressurreição (Atos 3.15; 5.32; 10.41). Os profetas comunicavam a vontade de Deus pela
Palavra vinda diretamente do céu. A necessidade do dom de profeta cessou quando foi
terminado o último livro do Novo Testamento, porque dentro das páginas da Sua Palavra
está revelada plenamente a vontade de Deus para o Seu povo. Os dons permanentes são
o dom de evangelista, cuja esfera de serviço é onde Cristo não é conhecido, e os de pas-
tor e de ensinador, isto é, doutor (às vezes dois dons em uma só pessoa), cuja esfera de
serviço é onde está o rebanho de Deus.
O evangelista esforça-se em pregar o Evangelho, em fundar novas igrejas e em tra-
zer novos convertidos às igrejas já formadas. O principal, interesse dele é a expansão da
Igreja.
O pastor e o ensinador, por sua parte, concentram as suas forças na tarefa de cui-
dar dos santos. O pastor ocupa-se em zelar pelo bem-estar, tanto espiritual como mate-
rial, dos membros e o seu trabalho está localizado, em geral, nas casas dos irmãos, en-
quanto que o ensinador está mais ocupado com as Escrituras e o seu trabalho é exercido
mais em público. Ele se interessa mormente pela consolidação da igreja. O ensinador
tem, em grande parte, substituído o profeta (2a Pedro 2.1), como aquele que comunica a
vontade de Deus, porém com esta diferença: Enquanto o profeta recebia a sua mensa-
gem pela revelação direta de Deus e a comunicava à igreja, o ensinador recebe o seu en-
sino da Palavra de Deus e fala à igreja para a edificar, vivificar e suavizar. A edificação
procura instruir e elevar; a vivificação procura reanimar e produzir atividades na igreja ;
suavizar é amenizar a vida dos crentes, trazendo consolação (1a Coríntios 14.3). Devemos
notar que o ministério do ensinador deve ser, em primeiro lugar, construtivo, fato às vezes
esquecido por pregadores.
Em 1a Coríntios capítulo 12 temos a enumeração dos dons dados à igreja local. É
significativo que os dons de evangelista e de pastor são omitidos nesta lista O motivo
disto é que o trabalho de evangelista é exercido fora da igreja, procurando alcançar o po-
vo do mundo com a mensagem do Evangelho e o do pastor está ocupado com o reba-
nho de Deus (v. 28). Convém notar aqui que havia dons permanentes e dons de natureza
transitória, tais como o de profecia, o de línguas e o de conhecimento. Deve ser notado
também que na epístola aos Efésios aqueles dons que eram "sinais" e que foram dados
para chamar a atenção são omitidos. Esta epístola foi escrita deoois da epístola aos
Coríntios.
-40-
Uma verdade muito importante frisada em 1a Corírrtios capítulo 12 é que cada crente
individual compartilha no ministério cristão como membro do Corpo de Cristo. Nenhum
membro dos nossos corpos físicos é sem utilidade ou serve somente para embelezar.
Todos têm a sua utilidade.
Assim também, na esfera da igreja, nenhum crente é deixado sem, ao menos, um
dom e este deve ser exercitado para o bem da igreja local (1a Coríntios 12.4, 12-27; 1a
Tessalonicenses 5.11; Romanos 15.14). As irmãs também têm a sua própria esfera de mi-
nistério (veja a Lição N° 13). Alguns crentes têm mais que um dom. .
Deve ser lembrado que os dons são distribuídos pelo Espírito Santo entre os cren-
tes e não há monopólio dos dons principais por irmãos que dão todo o seu tempo ao mi-
nistério. Os irmãos que não têm todo o seu tempo somente ocupado com o serviço do
Evangelho são, muitas vezes, bem equipados para o ministério da Palavra de Deus. Para
o bem da igreja, Deus chama certos irmãos para dedicar todo o seu tempo ao ministério,
ou como evangelista ou como ensinador. Estes irmãos são dotados por Deus com as ap-
tidões necessárias e, quando Deus os chama, a chamada é acompanhada de indicações
bem claras da Sua vontade. Este serviço não deve ser assumido levianamente e sempre
deve ter o apoio dos anciãos das igrejas da vizinhança (1a Coríntios 7.20; Marcos 13.34).
Todo o ministério divinamente ordenado tem como fim principal a glória de Deus
por nosso Senhor Jesus Cristo (1a Pedro 4.10 e 11). O principal objetivo dos dons é pre-
parar e equipar todos os membros do Corpo de Cristo para o exercício de sua devida
função individual, tendo como finalidade o desenvolvimento de toda a igreja, equilibrada e
unânime até alcançar a plena maturidade (Efésios 4.11-16).
O ministério também é uma mordomia que será avaliada no tribunal de Cristo (2a
Coríntios 5.10; Romanos 14.10). Entre outras qualidades os servos de Cristo são exorta-
dos a cultivar a diligência, o amor fraternal, a paciência e o espírito de oração (Romanos
12.3-21; 1a Pedro 4.7-11). Nenhum crente deve negligenciar o dom que tem e muito me-
nos abandoná-lo (1a Timóteo 4.14); antes, devemos despertá-lo (2a Timóteo 1.6). O ver-
dadeiro servo de Cristo não visa popularidade entre os homens, mas almeja agradar a
Deus (Gaiatas 1.10; 1a Coríntios 7.23; Mateus 6.1). Devemos lembrar sempre que a apro-
vação de Deus é de muito mais valor do que o louvor dos homens.
2) Serviço de natureza provisória e especial.
Uma igreja está em liberdade para escolher qualquer pessoa competente e que es-
teja disposta para fazer serviço ligado à mesma igreja. Em Atos 6.1-6 temos um exemplo
disto, quando pessoas foram escolhidas para fazerem a distribuição de mantimentos às
viúvas necessitadas. Eram sete homens bem conhecidos e já aprovados como servos de
Deus. Eles não foram chamados "diáconos", embora fosse esse o serviço que lhes foi
confiado (Atos 6.1-3). Alguns entre aqueles sete possuíam habilidade para servir num ní-
vel mais elevado. Sabemos que Filipe tinha o dom de evangelista (Atos 21.8). As suas ati-
vidades relatadas em Atos 8.5-8 e 26-40 demonstram que ele era um servo bem fiel e
abençoado por Deus. Coisa semelhante é dita sobre Estêvão em Atos 6.6, 8, 10. Outro
serviço da mesma natureza acha-se em 2a Coríntios 8.18-24. Também Febe, uma irmã em

-41 -
Cristo, é chamada diaconisa da igreja de Cencréia (Romanos 16.1). Parece ser uma regra
divina que uma igreja ou pessoa que contribui deve ter voz ativa na distribuição da sua
contribuição.

AS QUALIFICAÇÕES DOS DIÁCONOS


As exigências divinas são dadas em 1a Timóteo 3.8-13. São sete, sendo quatro po-
sitivas e três negativas. Note o elevado padrão que Deus exige, como também em Atos
6.3, onde apenas bens materiais estavam em vista.
Também no caso das irmãs escolhidas para servirem como diaconisas havia quatro
elevadas qualificações. Tinham de ser sérias, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo (1a
Timóteo 3.11). Precisa haver coerência entre a pregação e a vida. O serviço e a espiritua-
lidade devem andar de acordo (2a Corínlios 6.3-10; 1aTessalonicenses 2.1-12).

O REGULAMENTO DO MINISTÉRIO
O assunto do regulamento do ministério nas principais reuniões da igreja já foi tra-
tado na Lição N° 5. Há irmãos que possuem habilidade para ministrar com proveito numa
pequena reunião, assistida por crentes de pouco desenvolvimento espiritual, mas que não
estão à altura de uma reunião geral para ministério onde estariam presentes irmãos de vá-
rias fases de conhecimento espiritual. Pode haver muito prejuízo se este fato não for reco-
nhecido.

O RECONHECIMENTO DE MINISTROS DA PALAVRA


Aqueles que aspiram a uma chamada de Deus para o ministério devem ser primei-
ramente experimentados e, sendo aprovados na sua fé, procedimento e capacidade, de-
vem ter liberdade para servir entre os santos, segundo os seus próprios dons (1a Timóteo
3.10; Mateus 7.15-20).
A igreja local tem a responsabilidade de reconhecer e dar oportunidade para servir
àqueles que Deus faz surgir em seu meio (1a Corfntios 16.15-18). É importante reconhecer
que não cabe a uma igreja local apontar qualquer irmão para evangelizar ou ensinar, nem
deve procurar controlar qualquer dom, como também não deve assalariar nem conservar
unicamente para o seu próprio proveito qualquer servo de Cristo. Nem mesmo um após-
toto tinha autoridade para dirigir o serviço de um conservo (1a Coríntios 16.12).
Os anciãos, como os guias responsáveis numa igreja, devem estar sempre vigilan-
tes para os primeiros sinais de capacidade para o ministério entre os moços crentes e de-
vem animar os que mostramn ter as qualificações necessárias, facilitando-lhes oportuni-
dades para o exercício dos seus dons (2a Timóteo 2.2). A verdadeira "sucessão apostóli-
ca" é conseguida quando se põe em prática a exortação de 2a Timóteo 2.2.
O Mestre sempre se responsabiliza pelas necessidades dos Seus servos (Lucas
22.35). As Suas promessas abrangem as mais remotas necessidades de qualquer servo
de Deus. Ainda assim, onde for necessário, e particularmente com referência ao exercício
dos mais importantes dons, Deus faz provisão por meio do Seu povo, ao qual .Ele orde-
-42-
nou cuidar das necessidades temporais do Seus servos. A injunção em 1a Corínttos 9.7,
13 e 14 é dada com referência aos evangelistas, enquanto que, em Gaiatas 6.6, são os
ensinadores os visados e, em 1a Timóteo 5.17 e 18, o Espírito Santo nos manda cuidar fi-
nanceiramente daqueles anciãos que Ele tem chamado para trabalhar na Palavra e no en-
sino. Este dever é ensinado também em 3a João 5-8, porem não devemos perder de vista
o exemplo do apóstolo Paulo que, em ocasiões e circunstâncias especiais e por motivos
particulares, trabalhou com as suas próprias mãos para se manter (Atos 20.33, 35; 1a
Coríntios9.18).
Ao servo fiel é prometido um galardão (1a Timóteo 3.13; Mateus 25.31; 24.25-51). O
prémio não será segundo a medida do êxito que o servo conseguir, mas segundo a me-
dida de sua fidelidade (1a Coríntios 3.8; Apocalipse 22.12).

CONCLUSÃO
É provável que algum crente imagine: "Como posso eu descobrir que tenho certos
dons?" O crente sincero pode chegar a uma conclusão satisfatória fazendo a si mesmo
as seguintes perguntas e respondendo-as honestamente:
a) Tenho eu ARDENTE INTERESSE em um serviço especial? Isto corresponde ao
seu FERVOR no trabalho.
b) Tenho eu HABILIDADE FORA DO COMUM para este serviço particular? Isto diz
respeito à sua FACULDADE para o trabalho.
c) Tenho eu contado com a APROVAÇÃO DIVINA neste serviço? Isto está relacio-
nado com o FRUTO do seu trabalho.
O nosso serviço deve ser examinado com fidelidade para descobrirmos se Deus
está nos abençoando. Um desejo piedoso de possuir melhores dons não é condenado,
antes é estimulado (1a Coríntios 12.31; 14.1, 39). Quando se fala de "maiores dons"
quer-se dizer maiores em utilidade e não necessariamente mais proeminentes. Ninguém
deve procurar ocupar uma posição sabendo que não tem a habilidade necessária para
preenchê-la; se usamos fielmente o dom que possuímos, bem pode ser que o nosso Se-
nhor nos dê outro ainda maior.

Uçáo N° 10
A DISCIPLINA

O SENTIDO DA DISCIPLINA
Na Bíblia encontramos a palavra grega "paideia" que tem o sentido de instrução,
castigo, repreensão e correção. É traduzida na Versão Almeida por "disciplina" (Hebreus
12.8), "correção" (Hebreus 12.5, 7, 11), "instrução" (2a Timóteo 3.16) e por "doutrina"
(Efésios 6.4). Em sentido amplo, a palavra significa "treinar por meio de instrução ou cor-
reção"; em sentido restrito, tem apenas o significado de "correção".

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É importante distinguir entre a disciplina de um indivíduo crente ou de uma igreja to-
cai e a disciplina exercida por uma igreja. A disciplina de uma pessoa ou de uma igreja lo-
cal é a ação pessoal do Senhor Jesus Cristo e é prerrogativa exclusivamente Sua, en-
quanto que a disciplina feita por uma igreja é a ação do Senhor Jesus, porém mediante a
igreja local.
É uma responsabilidade muito séria! A primeira é empregada para manter ordem
dentro da "família de Deus" porque os crentes são os Seus filhos e estão dentro da esfera
de "parentesco"; a outra é empregada com a finalidade de manter ordem dentro da "casa
de Deus", a esfera de responsabilidade.
Temos uma ilustração da primeira disciplina em. 1a Coríntios 10.29-32 e da segunda
em 1a Coríntios 5.1-13. Precisamos distinguir também entre o juízo de Deus infligido pela
Sua justa ira sobre este mundo ímpio e a correcão que Ele exerce sobre Seus próprios fi-
lhos (Hebreus 12.5-13, com Apocalipse 3.19). Recomendamos ao estudante da Bíblia que
estude, para seu lucro espiritual, a disciplina do Senhor por ação direta, porém o nosso
estudo agora está ligado mais com a disciplina feita por meio da igreja local.
A questão de disciplina, infelizmente, tem sido ignorada quase por completo pelas
seitas que formam a Cristandade, embora isto seja claramente ensinado na Palavra de
Deus. A disciplina é ato dos mais necessários, devido ao espírito de desrespeito à lei que
caracteriza esta época e que está penetrando dentro das igrejas devido ao crescimento
da carnalidade e consequente mundanismo entre os crentes. É o mesmo espírito que ca-
racterizava os dias dos juizes de Israel (Juizes 21.25).
Uma igreja local tem a responsabilidade de:
1) Receber todos os verdadeiros crentes.
2) Excluir da comunhão todo crente culpado de pecado notório.
3) Restaurar à comunhão os culpados que estiverem arrependidos.
Uma igreja não pode esquivar-se de uma destas responsabilidades, deixando a
questão nas mãos de Deus (1a Coríntios 5.12 e 13). A igreja em Corinto foi severamente
reprovada por não ter agido prontamente num caso de notória imoralidade no seu meio. A
igreja havia adotado uma atitude de tolerância para com o mal e estava até inchada por
possuir diversos dons espirituais.
Quando uma igreja descuida da disciplina em caso de necessidade, ela desonra ao
seu Senhor, entristece ao Espírito Santo e mancha o testemunho da própria igreja. Os
membros de uma igreja espiritual têm cuidado mútuo do seu testemunho, sabendo que,
se um membro padece, todos os membros padecem juntamente com ele (1a Coríntios
12.25e26).
Portanto, a disciplina, no sentido deste estudo, refere-se aos métodos que devem
ser adotados quando uma igreja tiver de tratar de um membro ou de membros que te-
nham transtornado a sua ordem piedosa.

O DESÍGNIO DE DISCIPLINA
1) O aspecto negativo. A disciplina não é uma prova de fé, mas de conduta. Isto
-44-
quer dizer que não tem a finalidade de decidir se uma pessoa é crente ou não (2a Timóteo
2.19), nem deve ser usada para uma igreja livrar-se de um irmão enfadonho. Antes, a igre-
ja é mandada exercitar paciência e graça para com os tais, orando por eles.
2) O aspecto positivo. O alvo da disciplina é.
a) Restaurar o ofensor à comunhão com a igreja (2a Coríntios 2.5-11; Gaiatas 6.1).
b) Manter a integridade da igreja diante de Deus como um "templo" digno da Sua
presença no meio e também diante dos homens, a fim de remover toda a aparência de
cumplicidade com o mal.
c) Fornecer uma advertência a todos os santos para que um andar descuidado não
termine em queda.
d) Manter a honra do Nome do Senhor pela remoção, tanto quanto for humanamen-
te possível, do opróbrio que o pecado lançou sobre Ele diante do mundo.
Se o pecado não é tratado com prontidão, espalha-se como o fermento (1a Corín-
tios 5.6; Gaiatas 5.9). A lei acerca da lepra dentro de uma casa ilustra esta verdade (Levítí-
co 14.33-41). O caso do pecado de Acã também serve como ilustração, porque, apesa/
do fato que foi cometido por um único indivíduo, envolveu, nas suas consequências, toda
a congregação de Israel.

CASOS PARA DISCIPLINA


Ao contrário de uma ideia comumente aceita entre os crentes, a excomunhão não é
a única forma de disciplina. Antes, a Palavra de Deus nos ensina que a igreja somente de-
ve lançar mão da excomunhão quando esta for o último expediente. Parece que a Bíblia
nos indica sete categorias de pecados, alguns mais graves do que outros.
1) A ofensa pessoal (Mateus 18.15-20; Lucas 17.3 e 4).
a) A natureza da ofensa. Neste caso, é uma questão puramente pessoal. Temos,
como exemplo, falar mal de outrem ou trair a confiança recebida de outrem.
b) O modo de proceder. Não deve haver excomunhão. Devem ser dados três pas-
sos: O irmão ofendido deve pedir explicações ao seu ofensor. Se este reconhecer a sua
falta e pedir perdão, então já foi ganho o caso e tudo está terminado. Porém convém notar
a medida do perdão (Mateus 18.21, 22, 35; Lucas 17.4; Efésios 4.32; Colossenses 3.13).
Se o primeiro passo falhar, então o ofendido tem de levar um ou dois companheiros com
ele. Se estes não tiverem êxito, então a igreja tem de tratar do caso. Se o ofensor recusar
escutar o conselho da igreja, então o ofendido, e não a igreja, tem de tratá-lo como uma
pessoa com quem ele não tem comunhão. Até o mal ser remediado, não pode haver co-
munhão entre os dois. O caso relatado em Mateus 5.22-24 ó citado do ponto de vista do
ofensor, quando sabe que outro irmão tem verdadeira causa de queixa contra ele.
2) O Irmão surpreendido numa ofensa (Gaiatas 6.1).
a) A natureza da ofensa. É um erro cometido repentinamente. Não se trata de al-
guém que vive continuamente na prática do mal, mas de alguém que, sendo surpreendi-
do por uma tentação, tropeça e cai.
b) O modo de proceder. Procurar encaminhá-lo novamente. A palavra grega tem o
-45-
sentido de reduzir uma junta deslocada ou de consertar uma rede rasgada (Marcos 1.19
conferir com 1a Timóteo 5.20). Embora o versículo em 1a Timóteo 5.20 refira-se, em pri-
meiro lugar, ao ancião, o princípio é o mesmo. A regra, em tais casos, é que, se a ofensa
for particular, então a repreensão pode ser dada em particular; porém, se foi cometida em
público, a repreensão precisa ser pública também.
3) O desordenado (2aTessalonicenses3.6-15; 1aTessalonicenses4.11 e 12).
a) A natureza da ofensa. Trata-se de andar desordenadamente, sobretudo sendo
desobediente ao ensino da Palavra de Deus (v. 14). O tipo de desordeiro aqui indicado é
o importuno; aquele que visita os crentes não para sua edificação, mas para tagarelice;
um intrometido ocioso.
b) O modo de proceder. Ele precisa ser admoestadao pelos anciãos (1a Tessalon-
micenses 5.14) e, se não atender à admoestação, os crentes precisam afastar-se dele,
não se misturando com ele para que se envergonhe (2a Tessalonicenses 3.6, 14). Isto não
é excomunhão, mas simplesmente uma diminuição de fraternidade (2a Tessalonicenses
3.15).
4) O palrador (Tito 1.9,14; 1a Coríntios 14.26, 29).
a) A natureza da ofensa. Desperdiçar o tempo dos irmãos com "ministério" sem
proveito.
b) O modo de proceder. É necessária uma repreensão severa administrada pelos
anciãos, que são os responsáveis diante de Deus para impedir que o púlpito seja ocupa-
do inutilmente por tais pessoas, desperdiçando o tempo dos ouvintes. Descuidos neste
sentido podem resultar em contendas e até em facções dentro das igrejas locais (Tito
3.9-11). A palavra traduzida "herege" neste trecho não quer dizer uma pessoa que nega a
fé, mas que, obstinada na sua própria opinião, procura ganhar partidários, principalmente
sobre questões de interpretação e de doutrinas não fundamentais. Tal conduta é facciosa
e pode terminar em divisão.
5) O promotor de dissensões (Romanos 16.17-20; Tito 3.9-11; Atos 20.30).
a) A natureza da ofensa. Causar divisões e promover tropeços aos irmãos. Isto in-
clui os formalistas e outros que distorcem certos elementos da verdade bíblica, agitando
os crentes e nutrindo um espirito sectário, às vezes produzindo até divisões na igreja. As
divergências de parecer onde a Bíblia não é dogmática não devem ser motivo para che-
gar a tal ponto.
b) O modo de proceder. Em primeiro lugar, o irmão deve ser repreendido pelos an-
ciãos e, se a repreensão tiver bom resultado, o caso fica encerrado. Na eventualidade da
repreensão não ser atendida, os crentes são ordenados a notarem tais pessoas e desvia-
rem-se delas (Romanos 16.17; Tito 3.10). Se este conselho divino fosse seguido, todas as
vezes que surgissem problemas numa igreja local, as divisões, tão tristes, em geral se-
riam evitadas. Apesar da aparente união entre os irmãos da igreja de Corinto, existia o
iminente perigo de divisão, devido à existência entre eles de partidos (1a Coríntios
1.10-15). Tal condição é sinal de carnalidade (1a Coríntios 3.1-4). O diabo é o instigador
deste mal e a carne está sempre pronta a responder (Romanos 16.18, 20). É instrutivo no-
-46-
tar o duplo aviso dado aos anciãos e a sua dupla responsabilidade (Atos 20.28-31).
6) A imoralidade (1»Coríntios 5.1-13; 6.9-10).
' a) A natureza do pecado. Pode ser uma grave queda moral tal como aquela relatada
em 1a Corfntios5.11. A palavra "pornos", traduzida aqui por "devasso", abrange todos os
nossos casos de imoralidade sexual. A palavra "avarento" inclui todos os casos de dese-
jos ilícitos de ganhar, tais como o jogo, a loteria, a esperteza nos negócios, etc. (confira
Efésios 5.5; 2a Pedro 2.14, 1a Timóteo 6.9-11). A palavra "idólatra" abrange qualquer as-
sociação ativa com falsos sistemas de culto (mesmo que tenham o nome de "cristão"),
como a feitiçaria ou qualquer forma de espiritismo. A palavra "maldizente" inclui o calu-
niador, o difamador e também aquele qu e é dado a fazer acusações falsas. O "beberrão"
é a pessoa habitualmente intemperante e não uma pessoa que, por descuido ou fraqueza,
uma vez ou outra fica intoxicada. O "roubador" abrange várias formas de desonestidade,
tais como a apropriação ilegítima de propriedades ou fundos, a fraude, a exploração, es-
pecialmente de pobres (Tiago 51-6).
b) O modo de proceder. "Tirai, pois, de entre vós" (1a Coríntios 5.13). Isto significa
uma rejeição formal de comunhão com a igreja e não apenas o afastamento da Meèa do
Senhor. Importa em cortar todas as relações com tais pessoas (1a Coríntios 5.1-13).
Porém uma ação tão rigorosa da parte de uma igreja local somente deve ser tomada de-
pois de uma investigação cuidadosa de todos os pormenores. O pecado na igreja de Co-
rinto era aberto e os fatos bem conhecidos, por isso não havia a impossibilidade de injus-
tiça. Por este meio, o culpado é devolvido à esfera do mundo, onde Satanás domina, e fi-
ca exposto aos ataques do inimigo (1a Coríntios 5.3; 1a Timóteo 1.20; 2a Timóteo 2.25 e
26). No caso de Corinto, a disciplina da igreja foi eficaz e o culpado, muito arrependido,
voltou à comunhão da igreja (confira 2a Coríntios 2.1-11; 7,9-12).
7) O ensinador de doutrina falsa (2a Pedro 2.-3; 2a João 9-11, 1a Timóteo 4.1; 2a Corín-
tios 11.13-15).
a) A natureza do pecado. Trata-se da propagação de doutrina falsa. É questão de
erro fundamental e não de questão simplesmente de diferença de interpretação de pontos
de doutrina que não sejam fundamentais. Sempre devemos ter em mente que qualquer
doutrina, sendo torcido o seu sentido bíblico, torna-se heresia. A doutrina falsa pode ter
mais perigo para uma igreja do que a imoralidade, porque a opinião pública reprova a
imoralidade entre crentes, porém a mesma opinião pública pouco ou nada se importa
com a doutrina falsa.
b) O modo de proceder é o mesmo aplicado em caso de imoralidade, porque tra-
ta-se de "fermento" que precisa ser "limpado" do meio da igreja (veja Gaiatas 5.9; 1a
Coríntios. 5.6 e 7). Note-se que a ação dos apóstolos é a mesma em ambos os casos
(Confira 1a Coríntios 5.5 com 2a Timóteo 2.18 e 1a Timóteo 1.20). A comunhão dos mem-
bros da igreja com tais pessoas não é permitida (2a João 9-11).

PRINCÍPIOS GERAIS DE DISCIPLINA


1) A imparcialidade a a equidade devem ser mantidas sempre.
-47-
O padrão cristão é mais elevado que a justiça do mundo (1a Coríntios 6.2 e 3). Se-
guindo a ordem divina, a investigação de qualquer acusação é feita, em primeiro lugar,
pelos anciãos, que devem rejeitar qualquer testemunho para o qual falte apoio (Mateus
18.16; 1a Timóteo 5.9). Tão logo estejam à par dos fatos, devem fornecer à igreja um re-
latório somente dos fatos essenciais, porque, às vezes, há detalhes que não convém rela-
tar em uma reunião composta de pessoas de várias idades. No caso da disciplina ser ne-
cessária, é importante lembrar que a exclusão da comunhão é ato que compete à igreja
inteira e não apenas aos anciãos (veja as Lições N° 7 e 8).
Ao julgar'um caso, é necessário excluir rigorosamente qualquer parcialidade (1a
Timóteo 5.21, Tiago 3.17; 2.1-4). Nem o fato do acusado ser parente, nem a amizade, de-
vem influenciar na decisão (Atos 15.36-39). Extremos, tanto em severidade como em
bondade, devem ser evitados, porque a demasiada severidade pode dividir a igreja por
suscitar simpatia para com acusado, ao passo que a brandura excessiva pode estimular a
prática do mal.
Decisões desequilibradas destróem a confiança dos crentes e desonram a Deus.
Não se deve exercer severidade demasiada em questões de menor importância, ao mes-
mo tempo em que os princípios divinos estejam sendo negligenciados (Mateus 15.1-20;
23.23e24; Lucas 11.42; Romanos 14.1-3; 15.7). Pode-se notar tal falta de equilíbrio em Is-
rael, nos tempos dos juizes (Jufzes capítulos 17 a 20), onde é registrada uma reação unâ-
nime e violenta contra um caso de imoralidade, enquanto que, para um caso de idolatria
que trouxe desonra para o Nome de Jeová, foram relaxados e até indiferentes.
2) A ordem bíblica deve ser rigorosamente seguida.
A excomunhão de uma igreja ou de um grupo de igrejas não é conhecida na Bíblia.
A igreja de Corinto, que era muito carnal, não foi, por isso, excomungada. Em Apocalipse
capítulos 2 e 3, embora o Senhor Jesus tivesse muito que reprovar nas várias igrejas, não
lemos que Ele ordenasse às outras igrejas excomungarem qualquer uma delas A prerro-
gativa de excomunhão de uma igreja é exclusivamente do Senhor Jesus. É somente Ele
que pode remover do seu lugar um "castiçal" (Apocalipse 2.5; 3.16).
No caso de uma igreja tolerar a imoralidade ou doutrina falsa, pode acontecer que
crentes fiéis ao Senhor Jesus sintam-se obrigados a afastarem-se de tal igreja, visto que
somos ordenados a apartar-nos de pessoas que andam desordenadamente. Tal passo
não deve ser tomado enquanto não for,em tentados todos os meios para remediar o mal.
O afastamento dos crentes de uma igreja não deve acontecer leviana ou precipitadamen-
te, mas somente depois de muita oração por parte dos crentes, à procura da vontade de
Cristo.
3) Decisões tomadas pela Igreja devem ter o leal apoio de todos os seus membros.
A simpatia mal aplicada pode ter o efeito de animar um irmão num caminho errado
e, assim, impedir a sua restauração à comunhão, como também pode colocar o irmão
simpatizante na classe dos "desordeiros", como tendo parte nas más obras (1a Timóteo
5.22; 2a João 11), tornando este irmão sujeito à disciplina também. Como regra geral, ne-
nhuma igreja deve receber em comunhão um irmão já excomungado por outra igreja. Se
-48-
este irmão pedir comunhão, os anciãos devem se entender com a igreja que pronunciou
a excomunhão, para saber do caso. Na eventualidade de ter havido injustiça, eles podem
interceder junto a essa igreja para que seja retificada a decisão errada. Receber um irmão
excomungado, sem mais nem menos, seria subversão de princípios divinos e poderia
provocar uma ruptura nas relações entre duas igrejas.
4) Afastamento das reuniões por parte de um Irmão acusado.
O fato de um irmão acusado de pecado ter-se afastadao das reuniões não exonera
a igreja da responsabilidade de julgar o caso. É essencial, porém, distinguir entre ausên-
cia às reuniões devido a frieza espiritual, que é um caso para cuidado pastoral, e ausência
como meio de evitar a disciplina da igreja.
5) A restauração do excomungado.
A finalidade da disciplina deve ser sempre a restauração do disciplinado; todavia, é
importante lembrar que antes que a restauração à comunhão seja considerada, o irmão
excomungado deve procurar obter, por meio de sincero arrependimento, a comunhão
com o Senhor, que havia sido cortada pelo pecado. Antes que a igreja local receba no-
vamente em comunhão um irmão excluído, ela deve exigir provas cabais de verdadeiro
arrependimento. No caso de haver sincero arrependimento, as Escrituras nos ensinam
que não deve haver grande demora em remover a excomunhão (2a Cortntios 2.5-11). Mui-
ta percepção espiritual é necessária da parte dos anciãos e também muito amor fraternal,
a fim de não haver enganos (1a Corfntios 13.4-8; Gaiatas 6.2).
O irmão recebido novamente na comunhão certamente deve abster-se, pelo menos
por algum tempo, de tomar parte ativa no serviço de Deus. Isto seria uma prova de since-
ridade, mostrando um espírito de humildade e um andar digno.

Lição N° 11
AS FINANÇAS DA IGREJA

A contribuição financeira, que frequentemente representa um problema difícil para


as igrejas da Cristandade, é facilmente conseguida quando o padrão bíblico é seguido.
Deus não autoriza as igrejas a procurarem auxílio no modo para financiar o Seu trabalho.
Tais práticas desonram a Ele. Dar a Deus para financiar o Seu serviço no mundo é privilé-
gio do Seu povo, cujas ofertas, tanto espirituais como materiais, são as únicas aceitáveis
por Ele.
É muito repreensível quando, numa reunião de evangelização, que é franqueada a
todos, os dirigentes levantam oferta para financiar o trabalho. Quando o Senhor Jesus en-
viou os Seus pregadores, Ele lhes disse: "De graça recebestes, de graça dai'" (Mateus
10.8). O apóstolo Paulo seguiu este plano divino, preferindo antes trabalhar com as suas
próprias mãos do que pedir dinheiro aos que ele evangelizava. Ele aceitou auxilio das
igrejas, mas não do povo descrente (Filipenses 4.10, 19; Atos 18.3; 3a João 7). A salvação
-49-
de Deus é "sem dinheiro e sem preço" (Isaías55.1, conferir com Efésios2.8e9).
Se os crentes reconhecessem o seu privilégio de cooperar no serviço de Deus e
contribuíssem na medida em que Deus lhes dá prosperidade, haveria abundância para
,todo o serviço de Deus. Métodos como importunar, exigir mensalidades estipuladas, ex-
pediientes mundanos e organizações financeiras elaboradas são totalmente desnecessá-
rios e até repreensíveis, além de trazerem a justa crítica do mundo sobre a Igreja.

A PROVISÃO DE FUNDOS
É princípio fundamental que tudo o que o crente tem pertence ao seu Senhor. Ele
não é senhor de si mesmo, porque foi comprado pelo sangue de Cristo Jesus, o seu Se-
nhor. Portanto, ele e tudo o que ele possui, o possui como mordomo de Deus (1a Corín-
tios 6.19 e 20; Romanos 12.1; Lucas 16.9-13; 2a Coríntios 8.5, veja também a Lição N° 6).
Sob a lei mosaica, Deus exigia de Israel a devolução de uma parte das suas possessões.
O primogénito, macho, tanto dos homens como dos animais, pertencia a Deus, mas am-
bos podiam ser resgatados por substituição mediante o sacrifício de um cordeiro (Êxodo
13.1, 2, 11, 15). As primícias das safraá Lhe pertenciam (Êxodo 22.29 e 30). O dízimo per-
tencia a Deus e isto Ele dava à tribo de Levi em recompensa por não terem compartilhado
com as outras tribos de Israel na divisão territorial de Canaã entre as tribos. A entrega da
décima parte da renda a Deus é um costume mais antigo que a Lei Mosaica. Foi praticado
por Abrão muito antes da Lei (Génesis 14.20; Hebreus 7.4-10). A retenção de qualquer
parte do dízimo por parte dos israelitas, sob a lei de Moisés, significava roubar a Deus
(Malaquias 3.8-10).
Além de tudo isto, os corpos de certos animais sacrificados e partes dos corpos de
outros animais também sacrificados pertenciam ao Senhor. Tudo isto era obrigatório para
Israel, como restituição a Deus do que Lhe pertencia. Era somente depois de ter cumprido
todas estas exigências que o israelita estava em condições de fazer ofertas voluntárias a
Deus.
As ofertas voluntárias eram, como o seu nome indica, inteiramente expontâneas e
facultativas. A primeira menção de ofertas voluntárias refere-se às ofertas de material e de
trabalho necessários para fazer o Tabernáculo de Jeová (Êxodo capítulos 35 e 36). As
ofertas voluntárias são mencionadas em Levítico 22.17-25; 23.38; Deuteronômio
23.21-33,etc. Estes trechos contêm instruções de grande valor, que podem aumentar o
nosso conhecimento, como crentes, sobre os métodos de contribuir que Ele aprova e
abençoa no serviço de Deus. Outros exemplos destes métodos podem ser observados
em referência à edificação do primeiro (1° Crónicas capítulo 29) e do segundo templos de
Deus (o livro de Esdras).
O crente não está sob a Lei, mas sob a graça; portanto, o contribuir para o serviço
de Deus é inteiramente voluntário, motivado somente pela medida do nosso amor para
com Cristo. Sendo pouco o nosso amor, as nossas contribuições serão também mesqui-
nhas, mas, se nós amamos verdadeiramente ao nosso Senhor, então contribuiremos ge-
nerosamente para o Seu serviço.
-50-
É claro que o padrão para o crente em Cristo contribuir deve ser muito mais elevado
do que o do israelita sob a Lei, assim como são superiores os privilégios dos crentes sob
a graça. Em o Novo Testamento o privilégio de contribuir para o serviço de Deus é cha-
mado "graça", significando aquilo que, no coração do crente, corresponde à imensa gra-
ça que Ele nos tem revelado.
1) Os meios que temos para contribuir.
Como já temos visto, estes estão ao alcance de cada crente e em 1a Coríntios
16.1-3 e em 2a Coríntios capítulos 8 e 9 temos instruções que exigem o nosso cuidadoso
estudo. Note a frase "cada um de vós" em 1a Coríntios 16.2, mostrando que todos os
crentes são visados e não apenas os ricos, embora estes tenham maior oportunidade (1a
Timóteo 6.17-19). O apóstolo Paulo nos lembra que foi da sua profunda pobreza que as
igrejas da Macedônia abundaram em riquezas da sua generosidade (2a Coríntios 8.2-4).
Está registrado em 2a Coríntios 8.5 o primeiro princípio de contribuição para o serviço de
Deus, que é: "a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor". Depois do crente ter feito
isto, o problema individual de contribuir para o serviço do Senhor Jesus está resolvido.
Não apenas os homens, mas as mulheres também, tom o privilégio de manifestar esta
graça. O Senhor Jesus aceitou o ministério das suas ofertas (Lucas 8.3). Os obreiros que
estão ocupados exclusivamente no serviço do seu Senhor também devem contribuir,
porque a sua posição é semelhante à dos levitas (Números 18.25-32).
2) A medida em que se deve contribuir.
Isto é regulado conforme a prosperidade e liberalidade de cada um (2a Coríntios
8.11 e 12; Atos 11.29; 1a Coríntios 16.2). A regra é: liberdade e não Lei (2a Coríntios 9.5),
mas, visto que o nosso Deus dá liberalmente, nós, os Seus filhos, devemos imitá-IO (Tia-
go 1.5; João 3.16; Romanos 8.32). O nosso Senhor Jesus empobreceu-se voluntariamen-
te para nos enriquecer (2a Coríntios 8.9). Tal graça superlativa deve servir como um forte
incentivo para todos nós (Romanos 12.8, 2a Coríntios 8.2; 9.11, 13). Note-se a avaliação
da oferta segundo o critério de Cristo (Mateus 12.41-44; Lucas 21.1-4) e também as pro-
messas feitas ao doador (Lucas 6.38, conforme 2a Coríntios 9.6; Provérbios 11.24 e 25;
22.9, Malaquias3.10).
3) O motivo porque se deve contribuir.
O crente não deve dar para obter a admiração e o aplauso dos homens (Mateus
6.1-4), mas deve dar sem ostentação e, enquanto for possível, em particular. O costume
de publicar uma lista de contribuintes para qualquer causa, ostentando assim os nomes e
as quantias, é do mundo e não deve ser imitado pela Igreja (Lucas 21.1-4). O crente deve
achar o incentivo para contribuir no seu amor para com Deus e no seu desejo para a sal-
vação dos homens (1a Coríntios 13.3; 2a Coríntios 8.8; 1a João 3.17 e 18; Gaiatas 6.10).
Ele deve ser constrangido pelo amor divino e não pelos apelos humanos (2a Corfntios
5.14), procurando sempre a glória de Deus (1a Coríntios 10.31).
4) A maneira como devemos contribuir.
Os crentes devem contribuir espontaneamente, de boa vontade, com alegria e não
com tristeza e nem por obrigação (2a Coríntios 8.3, 11, 12; 9.7; Atos 20.35). O crente tem
-51 -
de dar honestamente, quer dizer, ele deve dar somente o que é seu. Por exemplo, se ele
deve e não tem meios para liquidar a dívida, precisa liquidar a dívida antes de contribuir.
Esta regra não atinge o negociante, nem o lavrador ou o trabalhador que tem contrato,
porque, enquanto eles estão dentro do prazo dos seus contratos, não podem ser consi-
derados devedores. As responsabilidades para com a própria família precisam ser atendi-
das primeiro (Romanos 12.8; Marcos 7.11-13; 1a Timóteo 5.8; 2aCorírrtios8.20e21).
5) Métodos de contribuir.
A Palavra de Deus nos ensina que devemos dar sistematicamente, com regularida-
de e não casualmente (1a Coríntios 16.1 e 2). Esta regularidade pode ser conseguida
pondo-se sistematicamente à parte uma determninada quantia de renda. Esse dinheiro
deve ser considerado como pertecendo ao Senhor e usado apenas para o Seu serviço.
Há diversos métodos e cada crente tem liberdade de consultar sua própria conveniência.
Alguns têm em casa uma caixa onde o dinheiro é depositado até ser distribuído; outros,
cuja renda é maior, têm uma conta especial no banco para este fim; enquanto que outros
têm um livro onde são anotadas as quantias que entram e saem e, sendo feito o balanço
com regularidade, o crente sabe quanto tem no seu Fundo. Seja qual for o método em-
pregado, cada crente deve levar a sério o privilégio de contribuir para o serviço do Senhor
e, assim,' sempre terá um fundo de onde poderá tirar para atender as necessidades que
aparecem (2a Coríntios 9.5).

A ADMINISTRAÇÃO DAS OFERTAS RECEBIDAS


Este serviço deve estar sempre nas mãos de mais que um irmão (Atos 6.3-6; 1a
Coríntios 16.3 e 4; 2a Coríntios 8.18-21; 9.3-5). Assim é distribuído o peso da responsabili-
dade e também tirada a ocasião para suspeita. Estes irmãos devem ter elevadas qualifi-
cações espirituais e morais (Atos 6.3; 1a Timóteo 3.8-13) e também devem gozar da plena
confiança de toda a igreja. É óbvio que devem possuir a capacidade necessária para pre-
encher o cargo. Dos trechos citados, aprendemos ser um princípio divino que os con tri-
buintes tenham o direito de opinar tanto na escolha dos que vão cuidar deste dinheiro
como da distribuição do mesmo.
É de suma importância que os que têm a responsabilidade de fundos públicos
prestem contas do seu serviço regularmente aos contribuintes (1a Coríntios 14.40).

A DISTRIBUIÇÃO DAS OFERTAS RECEBIDAS


Em o Novo Testamento encontramos quatro finalidades principais para a distri-
buição dos fundos de uma igreja local:
1) As viúvas (Atos 6.1-6; 1a Timóteo 5.4-16).
Porém nem todas as viúvas numa igreja são qualificadas para receberem este auxí-
lio. Devem ser auxiliadas somete as que são verdadeiramente necessitadas, sem filhos
que as possam sustentar. Elas devem ter, no mínimo, sessenta anos de idade, ser con-
fiantes em Deus e ter caráter aprovado por serem piedosas e ativas no serviço de Deus.
2) Os crentes necessitados (Romanos 12.13; 15.23-27; Gaiatas 2.9-10; Atos 11.29 e 30;
-52-
24.17; 2.44 e 45; 1a Coríntios 16.1-3; 2a Coríntios capítulos 8 e 9; Provérbios 19.17).
Não há falta de oportunidade (Marcos 14.7), porém isto não quer dizer que os que
são indolentes, negligentes ou têm aversão ao trabalho possam viver à custa da igreja lo-
cal (2a Tessalonicenses 3.10). Compare com a incumbência dada a Israel (Deuteronômio
15.7, 11).
3) Os servos de Deus (Fiiipenses 4.15-19).
Aí estáo incluídos o evangelista (1a Coríntios 9.4-14), o ensinador (Gaiatas 6.6) e o
ancião que trabalha na Palavra (1a Timóteo 5.17 e 18), caso o seu serviço para Deus, nos
interesses da igreja local, o tenha levado a abandonar o seu trabalho secular. Não deve-
mos perder de vista o exemplo dos apóstolos em certas ocasiões (Atos 18.3; 20:34). Po-
dem surgir ocasiões em que seria aconselhável o evangelista trabalhar para a sua própria
manutenção. Por exemplo, quando ele estiver evangelizando entre o povo que nunca ou-
viu o Evangelho de Cristo, removendo assim qualquer suspeita de motivos mercenários
(2a Coríntios 11.7-12).
4) Filantropoia (Gaiatas 6.10; 1a Tessalonicenses 5.15).
Embora a "família da fé" tenha prioridade sobre as dádivas dos crentes e deva ser
socorrida primeiro, a igreja tem a obrigação de auxiliar outros necesitados e desampara-
dos.
Enumeramos sete resultados de socorrer os necessitados:
1) Agrada a Deus (1a Coríntios 9.7, conferir com Hebreus 13.16; Fiiipenses 4.18).
2) Supre as necessidades dos santos pobres (2a Coríntios 9.12).
3) Estimula outros a esforços semelhantes (2a Coríntios 8.1 e 2; 9.2).
4) Promove ação de graças em gratos favorecidos (2a Coríntios 9.11-14).
5) Estimula à oração a favor dos bondosos doadores (2a Coríntios 9.14).
6) Aumenta a capacidade de dar (2a Coríntios 9.8, 10; Provérbios 11.24; Lucas
19.24-26). Note bem o princípio divino enunciado neste último trecho.
7) Produz fruto para a conta do doador (Fiiipenses 4.17; 2a Coríntios 9.10).

O GALARDÃO PARA O DOADOR


Aqueles que dão para o serviço de Deus, segundo o padrão que Ele nos ensina na
Sua Palavra, receberão aqui mesmo o prémio do feliz conhecimento de estarem fazendo
a vontade do seu Senhor e o prazer de saber que estão auxiliando os que necessitam
(Provérbios 11.24 e 25; Lucas 6.38). Além disso, aprouve a Deus reservar para os Seus o
galardão para um dia futuro, porque a mordomia fiel ocupa lugar elevado na Sua estima
(Mateus 6.19-21; 25.14-30; Lucas 16.9-13; 19.11-27; 2a Coríntios 9.6). Note bem o princí-
pio enunciado nos seguintes trecnos: Mateus 25.40; 10.42. O "bem-vindo" do Senhor Je-
sus "naquele dia" terá muito mais valor do que todo o "sacrifício" que temos feito no Seu
interesse.

SUMÁRIO
Os crentes devem contribuir para o serviço de Deus:
-53-
1) Com espírito de devoção para com Ele.
2) Com espírito de amor para com os homens.
3) Com alegria.
4) Abundando na graça da liberalidade.
5) Metodicamente.
6) Sem ostentação.
7) Honestamente, contribuindo com dinheiro que é propriamente seu.

NOTA
Um servo do Senhor, trabalhando na Sua seara, não deve fazer públicas as suas
próprias necessidades. Ele é servo de Cristo e, portanto, deve fazer ciente o seu Senhor
do que ele necessita. Esta era a prática dos apóstolos referente às suas próprias necessi-
dades, embora fizessem cientes as igrejas das necessidades dos santos pobres.
O método divino não é que as igrejas paguem salário a um trabalhador no seu
meio, nem em que os obreiros sejam pagos por um grupo de igrejas ou por um fundo es-
tabelecido para este fim, mas em que o servo dependa inteiramente do seu Senhor para o
seu sustento. É Cristo Quem toca no coração do Seu povo, ou no indivíduo, ou na igreja
local, para contribuir para o sustento dos trabalhadores, porque Ele sabe as necessidades
dos Seus servos. É importante lembrar que aquele que tem o dom de evangelista ou de
ensinador é servo de Cristo e não das igrejas. Indivíduos, igrejas e fundos contribuem pa-
ra o sustento dos trabalhadores, reconhecendo que são servos de Deus e que são reco-
nhecidos por igrejas de Cristo por terem esta capacidade.
Contribuições recebidas devem ser acusadas, pessoalmente ou por carta, mas,
quando um crente é mordomo ou tem a responsabilidade pela distribuição de fundos pa-
ra qualquer fim, ele deve prestar contas detalhadamente de tudo, tanto da entrada como
da saída dos referidos fundos.

Lição N° 12
O DESENVOLVIMENTO E DESTINO DA IGREJA

O DESENVOLVIMENTO
A verdadeira Igreja de Cristo desenvolve-se em duas direções, tanto externa como
internamente. O crescimeno externo vem por meio da evangelização. Isto representa o
progresso para o término da obra e é descrito em o Novo Testamento sob a figura de um
edifício (veja a Lição N° 1). Esse crescimento é efetuado pelo testemunho cristão, que é
dever de todos os crentes, e também pelo dom, divinamente dado, de evangelista. O de-
senvolvimento interno é feito sob a figura de um corpo (veja a Lição N° 1). É efetuado pe-
lo serviço e funcionamento de todos os membros, aos quais o Senhor tem dado os, dçn$
de pastor e de ensinador. O primeiro demonstra o progresso por expansão, e o segundo,
-54-
por consolidação.
É de suma importância distinguir entre a Igreja de Cristo e a Cristandade. A primeira
é composta apenas de pessoas verdadeiramente nascidas de novo, enquanto a segunda
é a grande massa de pessoas que leva o nome de cristã.
É necessário também diferenciar entre o Reino e a Igreja. Estes termos, nas Escritu-
ras, não são sinónimos. Por não se observar isto, muitas interpretações erradas e até dou-
trinas falsas se têm levantado. A Igreja está incluída no Reino, mas não é co-extensiva
com o Reino. A Igreja foi inaugurada no dia de Pentecostes, logo depois da ressurreição
de Cristo e será completada na transladação da Igreja, quando Cristo voltar para buscá-la
(1a Tessalonicenses 4.13-17). O Reino é muito mais amplo, abrangendo muito mais que a
Igreja.
Em o Novo Testamento temos três fases do Reino:
1) O Reino em Ministério, que começou com a pregação de João, o Batista (Mateus
capítulos 2 e 3) e com a presença do Rei (Mateus 4.17) e terminou com a virtual rejeição
do Rei pelos judeus (Mateus capítulo 12), rejeição que eles confirmaram mais tarde, por
declaração (João 19.15).
2) O Reino em Mistério vem a seguir. Sua história, que foi apresentada pelo Senhor
em forma de parábolas, prossegue através da época atual até a volta do Rei, em glória.
Esta é a fase que quase corresponde à Cristandade, cujo progresso é tão instrutivamente
ilustrado em Mateus 13.24-33.
3) O Reino em Manifestação. Esta fase será iniciada com a volta de Cristo para
inaugurar o Seu Reino pessoal. Este período é conhecido geralmente pelo nome de
"Milénio", o qual se refere ao reino de Cristo por mil anos (Apocalipse capítulo 20). O Rei-
no foi profetizado há longos séculos pelos profetas de Deus, mas a Igreja era um mistério,
isto é, um segredo que estava oculto em Deus desde os séculos, até chegar o tempo di-
vinamente apontado para a sua revelação (Efésios 3.3-11; Colossenses 1.24-29).

O PROGRESSO POR MEIO DE EVANGELISMO


Que Cristo é um Salvador eficiente para a salvação de todo o mundo é claramente
demonstrado em trechos como Lucas 2.29-32; 3.6; João 4.42; Romanos 1.5; 1a Timóteo
2.6 e 7 e, de acordo com isto, temos a comissão do Senhor Jesus em Mateus 28.18-20 e
em Marcos 16.15. O plano divino é que todos os crentes sejam testemunhas, como se en-
tende em Lucas 24.46-48 e em Atos 1.8. Uma testemunha tem o dever de contar o que
viu, o que ouviu e o que sabe. Os primeiros discípulos de Cristo foram escolhidos espe-
cialmente por Ele para serem testemunhas dos fatos da Sua morte e ressurreição (Atos
1.22; 2.32; 3.15; 4.33; 5.32; 10.39, 41; 13.30 e 31). Destes fatos também o apóstolo Pauto
podia testemunhar (Atos 22.14 e 15; 26.16-18; 26.23). O testemunho dos crentes atuais é
mais geral, porque Deus quer que sejam "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus in-
culpáveis no meio duma geração corrompida e perversa", entre a qual resplandeçam
como astros no mundo, retendo a Palavra da Vida (Filipenses 2.15 e 16).
Em Filipenses 1.27 e 28 encontramos três qualidades essenciais para se ter êxito
-55-
como testemunha de Cristo. São:
1) Coerência, quer dizer portar-se dignamente conforme o Evangelho de Cristo.
2) Cooperação, isto é, combater juntamente. Sejamos uma frente unida para Cristo.
3) Coragem. Sejamos destemidos, intrépidos e sem receio dos inimigos de Cristo.
A vida e o testemunho precisam estar de acordo. A igreja de Tessalônica tinha este
testemunho, testificando para o mundo e sendo um exemplo para os crentes (1a Tessalo-
nicenses 1.6-10).
É um grande erro imaginar que evangelizar é responsabilidade unicamente do
evangelista. No livro dos Atos encontramos os crentes, tanto homens como mulheres,
que foram dispersos devido à perseguição, indo "por toda a parte, anunciando a Pala-
vra". A palavra grega usada aqui traduzida "anunciar" é "euangelizo" e quer dizer "anun-
ciar boas novas", neste caso, as boas novas de salvação em Cristo Jesus. Em Atos 11.20
encontramos a mesma palavra, aparentemente indicando uma conversa informal sobre o
Evangelho.
As principais palavras traduzidas por "pregar" são:
1) "euangelizo" - que quer dizer anunciar as boas novas e falar da natureza da
mensagem.
2) "kurusso" - que quer dizer proclamar como um arauto e também indica a manei-
ra de proclamar, isto é, com autoridade.
3) "katanagello" - que quer dizer proclamar com o sentido de convencer as cons-
ciências dos ouvintes.
Precisamos ter em vista o plano de Deus. Este não é, como muitos pensam, a con-
versãp do mundo, mas, como é declarado em Atos 15.14, visitar "os gentios, para tomar
deles um povo para o Seu Nome". É a chamada da Igreja e a maneira desta chamada é
indicada em Romanos 10.14 e 15. É notável que Deus não fez em o Novo Testamento ne-
nhuma provisão para organização e nem a necessidade para tal é considerada (conforme
Atos 5.42). O leitor cuidadoso do Novo Testamento há de descobrir que a simplicidade é
o plano de Deus.
O evangelista não é apenas um pregador, mas um servo dotado por Deus com ha-
bilidade especial para ganhar almas, fundar novas igrejas e trazer os convertidos para
dentro das igrejas (1a Coríntios 3.5-9). Um irmão que possui o "dom" de evangelista terá
grande zelo para com o Senhor Jesus, uma paixão pela conversão de almas a Cristo e
uma compreensão nítida do Evangelho.
Embora ligado a uma igreja local (Atos 13.3), ele sai pelo mundo com a mensagem
de reconciliação (2a Coríntios 5.18-20), pronto, como o foi Filipe, tanto para pregar às mul-
tidões (Atos 8.5, 40), como a um único indivíduo (Atos 8.26-39); a ir a uma cidade ou a um
deserto. É interessante notar que em o Novo Testamento apenas Filipe é chamado evan-
gelista, mas o dom foi dado à igreja.
O objetivo de um evangelista é induzir pessoas a endireitar as suas relações com
Deus, levando-as à convicção de seu pecado, à confissão do mesmo e à conversão. O
seu alvo deve ser, em primeiro lugar, a glória de Deus. O seu poder para servir vem do
-56-
Espírito Santo e o único meio pelo qual o Espírito Santo opera é a Palavra de Deus (1a
Pedro 1.23-25).
Em o Novo Testamento vemos que a pregação dos apóstolos era "a Palavra" (con-
forme 2a Timóteo 4.2), "Jesus e a ressurreição", "o Reino de Deus", "Cristo e Este crucifi-
cado". Eles apresentaram com clareza os fatos da morte e da ressurreição do Senhor Je-
sus e os motivos por que Ele precisava morrer e ressuscitar (1a Coríntios 15.3 e 4). Infe-
lizmente, muita coisa que passa por "evangelho", hoje em dia, afasta-se deste padrão di-
vino. O Evangelho segundo o padrão divino é a única mensagem que Deus pode aben-
çoar para a salvação de almas. Pessoas podem ser emocionadas e levadas a fazer "de-
cisões" por meio de fervorosos apelos, mas todo o efeito disto passará com o desvane-
cimento da emoção.
Dentro dos limites impostos pelas Escrituras, é permissível adotar a maneira de
pregar o Evangelho de acordo com as necessidades da época, mas é a maneira que é
modificada e não a mensagem. Temos de confessar que o costume geral de convidar
pessoas para entrarem em prédios especiais tem fracassado. Os descrentes, em regra
geral, evitam tais prédios. Os mensageiros do Evangelho dos dias apostólicos seguiram a
ordem de Cristo e saram para se encontrar com o povo. No livro de Atos são encontrados
visitando casas particulares e prédios públicos, sinagogas dos judeus e mercados gre-
gos; pregando nas estradas, à beira dos rios, em escolas e pensões, em cadeias e palá-
cios e, afinal, em qualquer lugar que oferecesse oportunidade para alcançar ouvintes para
as boas novas.
É significativo que nosso Senhor empregou a ilustração de "pescar" para descrever
o trabalho de um evangelista, trabalho com o qual diversos dos Seus imediatos apóstolos
estavam bem familiarizados e eram até peritos (Marcos 1.16-20; Lucas 5.1 í): A arte de
pescar, tanto com vara como com rede, tem as suas aplicações nos métodos de evange-
lização. O pescador que deseje ser bem sucedido precisa estudar minuciosamente os
hábitos das várias qualidades de peixes que ele quer apanhar, a isca mais apetecida por
eles, etc. E, além de tudo, ele precisa ir até onde o peixe está.
Há muita coisa que passa por evangelismo nestes dias e que nada mais é do que
sensacionalismo, um método puramente humano para exaltar os ânimos dos ouvintes
com o intuito de obter decisões. Entretanto, poucos dias depois, esvaecendo-se a
emoção, tais pessoas voltam aos seus antigos costumes. Contudo, o "evangelista", de
posse das suas "decisões", conta-os como "convertidos". Os verdadeiros servos de
Deus não empregarão tais métodos, pois desonram o Evangelho.

A OBRA MISSIONÁRIA
A paiavra "missionário" não se encontra na Bíblia, mas o seu serviço é mencíoríàdo
ali. Ele é um enviado por Deus ou para evangelizar ou para ensinar. Frequentemente, de-
vido a circunstâncias especiais, o missionário tem de evangelizar e ensinar também. A pa-
lavra é a forma latina da palavra grega "apostolo", que significa "enviado" e o verbo cor-
respondente é empregado frequentemente em o Novo Testamento com o sentido de en-
-57-
viar numa missão qualquer, sem referência ao grupo especial dos "apóstolos".
Em nossos dias, o termo "missionário" é aplicado, via de regra, a uma pessoa que
deixa a sua terra para levar a mensagem de Deus. Termos especiais aplicados a certas
pessoas tom a tendência de fazer distinções entre o povo de Deus. Tal fato deve ser evi-
tado porque "um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos" (Ma-
teus 23.8). O campo é o mundo e cada crente tem o seu dom e esfera de serviço para o
Senhor.

O PROGRESSO PELA EDIFICAÇÃO


O crescimento da igreja pela edificação de si mesma em amor é o assunto de Efé-
sios 4.1-16, Colosesenses 2.19 e de 1a Coríntios 12.14 e, para o cumprimento deste plano
divino, Deus tem estabelecido um "episcopado" (veja a Lição N° 8) e um "ministério" (ve-
ja a Lição N° 9).
Em Efésios 4.11-13, vemos que o exercício dos principais dons tem por finalidade o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo,
até que a plena maturidade daquele Corpo seja alcançada. Para a analogia do "Corpo"
em conexão com a Igreja, veja a Lição N° 1.
O DESTINO DA IGREJA
No plano divino, a Igreja serve como meio para o desenvolvimento dos desígnios
de Deus para a glória de Cristo (Efésios 1.9, 10, 22, 23). Não é o plano de Deus mostrar a
sua unidade visivelmente nesta época atual, porque ela ainda não está completa, embora,
como entidade distinta, a Igreja existisse nos conselhos eternos de Deus mesmo antes da
fundação do mundo (Efésios 1.4, 13). Sua associação visível com a sua Cabeça aguarda
o dia quando Cristo será manifestado em glória. Os crentes devem se esforçar para se-
rem unidos, até onde for possível, desde que estejam sendo leais à Palavra de Deus (Efé-
sios 4.3; João 17.21-23). A Igreja, que foi concebida na eternidade e manifesta no tempo,
é agora um meio para a ostentação da multiforme sabedoria de Deus aos principados e
potestades nos céus (Efésios 3.10; 1a Coríntios 11.10) e também um meio para trazer a
mensagem de Deus aos homens, como uma luz brilhando no meio das trevas deste
mundo (Apocalipse capítulos 1 a 3). Finalmente, ela será um meio para a demonstração
da graça de Deus (Efésios 1.6; 2.7) e também para a ostentação da glória de Deus (Efé-
sios 1.12,14; 3.21 com 1a Tessalonicenses 1.10).
Acerca do destino da Igreja, pouco tem sido revelado porque as nossas mentes fini-
tas seriam completamente incapazes para compreender as glórias que estão reservadas
para ela. O preço elevadísimo que o Senhor pagou assegura-nos que a sua porção no fu-
turo será grandemente abençoada. O que é revelado na Palavra de Deus é suficiente para
sustentar os corações do Seu povo no meio das provações desta cena atual e para esti-
mulá-lo a um testemunho fiel e um serviço zeloso. A esperança da Igreja é estar com o
seu Senhor e esta será consumada quando Ele voltar nos ares (1a Tessalonicenses 4.17)
em conformidade com a Sua promessa (João 14.3) e segundo a Sua oração (João
17.24). Ela será a Sua companheira durante a glória do Milénio e também na glória eterna
-58-
(Romanos 8.17,18, 21; Apocalipse 19.7; 21.9; 22.5).

A ORDEM DOS ACONTECIMENTOS


A ordem dos acontecimentos ligados à volta do Senhor Jesus é indicada a seguir. A
palavra "vinda", tradução da palavra grega "parousia", indica um perfodo e não apenas
um ato, como será facilmente compreendido pelo seu uso em Filipenses 2.12. A própria
maneira como usamos a nossa palavra "vinda" pode ajudar-nos na compreensão da pa-
lavra grega "parousia", pois o sentido de "vinda" pode compreender não apenas um ato
de chegar, mas também um período indefinido durante o qual muita coisa pode aconte-
cer.
Durante o período da "presença" de Cristo, começando com a Sua descida aos
ares e terminando com a manifestação da Sua presença (2a Tessalonicenses 2.8) pela
Sua chegada em glória, muitas coisas acontecerão, tanto no céu como no mundo. Os
acontecimentos diretamente relacionados com a Igreja durante aquele período são os se-
guintes:
1) A ressurreição dos santos que dormem em Jesus (1a Tessalonicenses 4.16).'
2) A transformação dos santos vivos (1a Coríntios 15.52; Filipenses 3.20 e 21).
3) A trasladação de toda a Igreja (1a Tessalonicenses 4.17).
4) O tribunal de Cristo (1a Coríntios 4.4 e 5; Romanos 14.10; 2a Coríntios 5.10; 1a
Coríntios 3.13-15). O objetivo é a distriibuição dos galardões. É para decidir a futura digni-
dade dos crentes e não o seu destino futuro, que já está decidido.
5) A apresentação ao Cristo glorificado (Efésios 5.25-27; Judas 24 e 25). Temos
uma figura ou tipo disto em Génesis 2.18-23.
6; A celebração das bodas do Cordeiro (Apocalipse 19.6-9; Efésios 5.32) cujo
mistério ou segredo é agora revelado. É a exibição, no céu, do parentesco estabelecido
entre Cristo e a Sua Igreja. Como Corpo de Cristo, ela é a que está mais chegada a Ele;
como Sua Noiva, ela é a mais querida dEle. Aqui vemos uma dupla preparação da Igreja
para o seu devido lar:
a) A graça divina afaz idónea (Colossenses 1.12);
b) A conformidade pessoal tem sido a sua ocupação (Apocalipse 19.8).
Ela recebeu gratuitamente a justiça divina (Romanos 3.21 e 22; 5.17), enquanto que
a justiça pessoal ela a adquiriu pelo seu serviço (Apocalipse 19.8). De modo que à noiva
foi permitido preparar uma parte do seu próprio enxoval.
7) A manifestação com Cristo, quando Ele Se revelar em glória (Colossenses 3.3 e
4; Romanos 8.19-23; 2a Tessalonicenses 1.10). Esta será a sua manifestação pública ao
mundo, mostrando a relação estabelecida agora entre Ele e a Sua Igreja. Tendo comporti-
Ihado com Ele a Sua rejeição e exprobação, ela vai participar do Seu Reino Milenar (2a
Timóteo 2.12; Romanos 5.17).

ACONTECIMENTOS SUBSEQUENTES
Os acontecimentos subsequentes à Sua presença ("paraousia") ou o destino final

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da Igreja são:
1) A glória do Milénio, em que ela será associada com Cristo no Seu Reino Univer-
sal (Apocalipse 20.4-6; Atos 17.31; 1a Coríntios 6.2; Apocalipse 2.26 e 27; 5.10). A Igreja
tanto recebe como reflete a glória divina, apresentando beleza perpétua e derramando o
resplendor inconcebível de Cristo sobre a cena (Apocalipse 21.23 e 24, com o v. 11).
2) A Glória Eterna em que a Igreja será vista em perpétua juventude e esplendor
nupcial na passagem do Milénio. Para uma compreensão nftida desta verdade gloriosa,
deve-se estudar bem os seguintes trechos: Apocalipse 21.1-8; 1a Coríntios 15.24, 28, Efé-
sios 3.21; 2a Pedro 3.13.
A glória do céu para cada crente pode ser resumida em quatro frases ligadas com o
Salvador:
1) Vê-IO 1a João 3.2; Apocalipse 22.4.
2) Com Ele 1a Tessalonicenses 4.17.
3) Como Ele 1a João 3.2.
4) Servi-IO Apocalipse 22.3.

Lição N° 13
A ESFERA E O SERVIÇO DE MULHERES NA IGREJA

Para termos uma compreensão clara da vontade de Deus neste assunto, será ne-
cessário considerar primeiro a origem da mulher.

A ORDEM DA CRIAÇÃO (Génesis 1.27 e 28; 2.18-25)


Nos Seus conselhos eternos, Deus sempre tinha diante de Si a glória do Seu ama-
do Filho. Isto incluía a provisão de uma esposa, inteiramente adaptada pela graça, para
ser eternamente feliz em comunhão com Ele, o Cristo, e um vaso apropriado para a os-
tentação da sabedoria divina (Efésios 3.10 e 11) e da graça divina nos séculos vindouros
(Efésios 2.7).
A ordem de Deus na Criação tem de ser compreendida à luz desta contemplada
união de Cristo e a Igreja (Efésios 3.3-11; Colossenses 1.26 e 27). Em relação a Deus, a
mulher foi "criada": em relação ao homem, ela foi "feita" (em sentido literal, edificada) do
seu lado (Génesis 2.22). O versículo 20 tem uma significação profunda quando conside-
rado no seu contexto. Agradou a Deus ver a Sua criatura (o homem) exercitar a sabedoria
que Deus mesmo lhe havia dado, ao nomear cada animal e pássaro, porém havia um
plano mais profundo neste ato. Foi demonstrado a Adão que o seu ser era de uma ordem
completamente diferente e que, entre todas as outras criaturas, não havia uma que pu-
desse servir-lhe de complemento. A expressão "não se achava" indica que qualquer pes-
quisa neste sentido seria infrutífera. Então Deus teve de criar a mulher do próprio homem
(Génesis 2.22).

-60-
É evidente que Deus nunca tencionava que a mulher ocupasse um lugar de inde-
pendência. A sua posição, porém, não é de inferioridade, mas de dignidade excepcional,
representando a relação da Igreja para com Cristo, posição esta que precisa ser mantida
com dignidade, segundo o plano divino (Provérbios 31.10-31). Sem a mulher, o homem
está incompleto e o plano divino para o homem, frustrado (1a Cortntios 11.3; estude o
contexto até o versículo 12).
A queda não modificou a posição da mulher em relação ao homem, mas os efeitos
da queda, que ela sofreu, são relatados em Génesis 3.16, os quais são: (a) dor, ao dar à
luz os filhos; (b) ser sujeita ao seu marido. A autoridade havia sido entregue ao homem
antes da queda, porém agora a queda a confirmou. Ensino e prática hodiernos têm, em
grande parte, se revoltado contra esta ordem divina, trazendo confusão para a sociedade
(1a Coríntios 11.3)
O Matrimónio foi ordenado pelo Senhor Deus (Génesis 2.24) e foi confirmado pelo
Senhor Jesus (Mateus 19.3-6; João 2.1 e 2; com Hebreus 13.4) e, em 1a Timóteo 4.3,
achamos o apóstolo condenando os que procuram proibir o matrimónio. O divórcio não
estava no plano de Deus para o Seu povo e a prática moderna referente ao divórcio, em
certos países, é mais um motivo do triste estado da sociedade em geral. O que as Escritu-
ras nos ensinam com respeito ao divórcio acha-se em Mateus 5.31 e 32; 19.7-12; Marcos
10.2-12; Lucas 16.18; Romanos 7.1-3; 1a Coríntios capítulo 7, etc.
Em épocas especiais, tais como de feroz perseguição da Igreja, pode ser prudente
abster-se de casar ou então adiar o casamento por algum tempo, a fim de diminuir os pe-
rigos e dificuldades (1a Coríntios 7.26-31). Há também casos em que o servo de Deus se-
ria mais livre para dedicar-se ao trabalho se estivesse sem as ligações de família, por
exemplo o caso de pioneiro em território não explorado (1a Coríntios 7.32-35 com Mateus
19.12). É possível que o apóstolo Paulo fosse solteiro, porém, isto não é certo, havendo a
possibilidade de ser viúvo (1a Coríntios 9.5 com 7.8).
O casamento tem responsabilidades bem definidas e o Novo Testamento, tanto por
preceito como por exemplo, ensina os deveres respectivos de marido e mulher (1a Corín-
tios capítulo 7; Efésios 5.22 e 23; Colossenses 3.18 e 19; 1a Pedro 3.1-7). Na devida su-
jeição ao marido, a mulher cristã deve ser um exemplo ao mundo e nunca uma imitadora
dos costumes mundanos.
O Lar é a esfera especial da mulher. De 1a Timóteo 5.14 vemos que é dever da mu-
lher governar a sua casa (porém não o marido). Ela deve procurar fazer da sua casa um
lar e, para conseguir isto, é essencial que haja amor. Amor entre esposa e esposo, entre
pais e filhos. A mulher deve ser moderada, casta e boa (formosura de caráter) e trabalha-
dora em casa (Tito 2.4 e 5). Ela deve ter os seus filhos em obediência às suas ordens.
Como regra geral, é o marido que ganha a renda do lar, mas cabe à mulher a responsabi-
lidade da economia do lar. É ela que tem de decidir entre o que é necessário e o que é lu-
xo, no que deve optar sabiamente pelo que é conveniente e razoável. A responsabilidade
de treinar os filhos, principalmente durante os primeiros anos, cabe à mãe. Isto é um pri-
vilégio da mais elevada ordem e um dever solene que não deve ser negligenciado. A
-61 -
grande falta de lares bem regidos é um dos fatores responsáveis pela grande onda de de-
linquência juvenil hoje em dia.
O adorno. A queda trouxe uma mudança das condições originais (Génesis 2.25). A
tentativa dos culpados de cobrir a sua vergonha fracassou (Génesis 3.7 e 8). Deus, pela
Sua graça, proveu as suas necessidades pela morte de animais, cujas peles foram entre-
gues para servirem de roupa (Génesis 3.21), no que pode ser distinguida uma figura da
obra redentora de Cristo.
A Lei mosaica ordenava uma distinção entre as vestimentas do homem e as da mu-
lher (Deuteronômio 22.5). O fato que a desobediência a esta lei divina ô chamada "abo-
minação ao Senhor" mostra-nos que é um princípio divino e, portanto, permanente.
As mulheres crentes são instruídas a vestir-se modestamente e com discrição e
prudência. Nem o vestido imodesto, nem desalinhado recomendam o Evangelho. A mu-
lher crente não deve procurar ostentar-se, sem vestir-se extravagantemente. O seu adorno
deve consistir em boas obras e em um espírito manso e quieto (1a Timóteo 1.9 e 10; 1a
Pedro 3.4), sabendo que Deus observa o coração (1° Samuel 16.7). Um espírito manso e
quieto é precioso diante de Deus e, portanto, deve ser prezado pelos crentes. Os homens
do mundo podem ser atraídos por estímulos artificiais da moda, mas estas coisas são
corruptíveis e Jogo passam (1a Pedro 3.3 e 4; 1a João 2.15-17; Romanos 12.2). A única
mulher mencionada nas Escrituras que pintava o seu rosto é Jezabel que, sem dúvida,
não é um padrão para ser seguido pelas mulheres crentes (2° Reis 9.30). Veja as denún-
cias deste costume mundano dadas pelos profetas (Jeremias 4.30; Ezequiel 23.40).
O cabelo foi designado por Deus para ser uma distinção entre os sexos (1a Corín-
tios 11.14 e 1.5). O cabelo comprido é a glória da mulher. Portanto, ela cortar o cabelo
numa tentativa de seguir as modas variantes do mundo é desagradável a Deus e as cren-
tes devem procurar fazer tudo para a glória de Deus (1a Coríntios 10.31). A mulher crente
deve trajar-se de maneira feminina. Tanto a Bíblia como a própria natureza reprovam uma
mulher com os cabelos tosquiados (1a Coríntios 11.6, 15). Muitos dos costumes moder-
nos são, realmente, uma revolta contra a ordem divina.

A ORDEM COM RELAÇÃO À REDENÇÃO


Nisto não há distinção de sexo (Gaiatas 3.,28). Todos os crentes são semelhantes
em Cristo Jesus. São, em Cristo, uma nova criação (2a Coríntios 5.17). Todos são partici-
pantes da vocação celestial (Hebreus 3.1). Todos compartilham igualmente dos privilé-
gios do sacerdócio cristão (1a Pedro 2.5, 9; veja a Lição N° 6). Esta posição diante de
Deus, porém, não deve ser confundida com a ordem na igreja.

A ORDEM ECLESIÁSTICA
Em relação aos sexos, ela foi instituída para manter um testemunho diante dos an-
jos (1a Coríntios 11.10; Efésios 3.10e 11) e diante dos homens (1a Coríntios 14.23-25). A
ordem que foi instituída por Deus na criação do homem ainda vigora na Igreja, conforme
1a Coríntios 14.34 e 35 e 1a Timóteo 2.11 e 12 e as razões apresentadas são: (a) o homem
-62-
foi criado primeiro (conforme 1a Coríntios 11.2, 8 e 9); (b) foi a mulher quem se deixou en-
ganar por Satanás (1a Timóteo 2.13 e 14).
A liderança foi conferida por Deus ao homem. Portanto, nas reuniões da igreja e em
todas as reuniões onde o auditório é composto de homens e de mulheres o homem é que
tem de tomar a frente. Esta regra abrange tanto o ensinar como o orar audivelmente (1a
Timóteo 2.8, 12). este trecho, a palavra "homem"" é "varão". A Bíblia não proíbe as mu-
lheres de orarem nas reuniões de senhoras ou de crianças, contanto que o mandamento
que diz respeito a cobrir a cabeça seja obedecido, de acordo com 1a Corfntios 11.2-16.
Há muitas mulheres habilitadas para falar em público, porém isto não as autoriza a deso-
bedecer ao ensino claro da Palavra de Deus.
Precisamos estar sempre vigilantes contra "o espírito da época" (Efésios 2.2). Sa-
tanás procura subverter a ordem divina, mas a sua derrota está assegurada e a sua des-
truição, iminente.

O MINISTÉRIO DE MULHERES
As mulheres crentes têm uma esfera de atividade ministerial muito ampla. É um mi-
nistério para o qual são peculiarmente equipadas. Como membros do Corpo de Cristo, da
Igreja, cada uma tem a sua função de trabalhar, tendo em vista a edificação do Corpo to-
do (1a Corfntios 12.7, 12-31). A maioria das esposas e mães acharão o seu tempo ocupa-
do, principalmente, com deveres de casa. Uma família cristã bem dirigida ó um testemu-
nho poderoso para Deus na vizinhança. Missionários de longa experiência em terras
pagãs sabem muito bem isto.
As irmãs mais idosas, as viúvas e as irmãs solteiras podem ter mais oportunidades
para ocupar-se em serviço para Deus fora de casa, tal como na Escola Dominical, visi-
tação aos doentes e enlutados, distribuição de tratados evangélicos, reuniões de senho-
ras e testemunho individual entre as vizinhas. A Bíblia manda às irmãs mais velhas ensina-
rem às mais novas (Tito 2.3 e 4) e temos o exemplo de uma irmã que, junto com seu ma-
rido, ensinava mais pontualmente um irmão cujo conhecimento de Cristo era defeituoso
(Atos 18.26).
Sendo mulheres de anciãos da igreja, as vezes podem ser úteis em verificar fatos
entre as irmãs, quando necessário, no serviço da igreja, contanto que tenham as qualifi-
cações necessárias, que são: sérias no viver, não caluniadoras, abstinentes quanto a be-
bidas alcoólicas, mestras no bem, quer dizer, ensinadoras de coisas boas (Tito 2.3).
Os crentes devem ser hospitaleiros, mas o maior peso deste serviço recai sobre a
esposa porque aumenta muito o serviço da casa. Porém nisto ela pode servir a Deus,
dando hospitalidade aos servos de Deus (1a Timóteo 3.2; 5.10; Tito 1.8; Romanos 12.13;
Hebreus 13.2; 1a Pedro 4.9). Disto temos um exemplo em Atos 16.15, 40.
As crentes que são médicas, enfermeiras e professoras tom um campo excepcional
para testemunhar do seu Senhor. A Palavra de Deus nos dá outros exemplos de serviço
para o Senhor que as irmãs podem fazer (Mateus 27.55; Marcos 12.41-44; 15.41; Lucas
8.3; Romanos 16.1; Atos 9.36-39).
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Mulheres cristãs frequentemente têm provado ser generosas contribuintes para o
serviço de Deus. As Escrituras nos fornecem muitos exemplos de mulheres que tom de-
monstrado grande fé e tâm prestado dedicado serviço a Deus. Na lista dos "Heróis da
Fé" dada em Hebreus capftulo 11, achamos mencionadas diversas irmãs honradas pelo
Senhor por seu fiel serviço a Ele. Muitas, pouco conhecidas neste mundo, mas cujos no-
mes serão recordados por Deus, naquele dia, receberão o almejado "bem-vindo" do Se-
nhor Jesus Cristo, porque elas fizeram o que podiam (Marcos 14.8).

PASSAGENS BÍBLICAS MAL COMPREENDIDAS


Achamos por bem considerar alguns trechos citados por aqueles que desejam in-
troduzir o costume de mulheres pregarem em público.
1) 1* Corfntlos 14.34 e 35. A linguagem aqui é clara e terminante, porém alguns di-
zem que trata-se simplesmente de um costume de "tagarelar" durante as reuniões da
igreja.
O verbo grego empregado aqui aparece frequentemente em o Novo Testamento,
mas NUNCA no sentido de "tagarelar". Neste mesmo capftulo (1a Coríntios 14) aparece
24 vezes e 22 vezes refere-se inegavelmente a ministério. Se o leitor estudioso substituir a
palavra usada por "tagarelar" em qualquer um destes 24 lugares, imediatamente perce-
berá o disparate. Tomemos, por exemplo, o versículo 29: "... Tagarelem dois ou três pro-
fetas e os outros julguem". Além disso, a tagarelice dos homens não seria também repre-
ensfver? Por que restringir apenas as mulheres?
Ato» 21.9 e 10. Aqui é mencionado, incidentalmente, que as quatro filhas de Filipe,
o evangelista, possuíam o dom de profecia Hoje em dia não há pessoas que tenham o
dom de profecia na Igreja de Cristo (veja a Lição N° 9), de modo que, de qualquer manei-
ra, este trecho não pode servir de exemplo na atualidade.
As únicas mulheres que, em tempos modernos, dizem possuir o dom da profecia
são ligadas a cultos falsos. Deve-se notar que não há indicação de que as filhas de Filipe
exercitassem o seu dom em público. Quando uma mensagem profética teve de ser entre-
gue com referência ao apóstolo Paulo, o Senhor enviou o seu servo Ágabo, de longe, da
Judéia, em vez de ocupar as filhas de Filipe, que já residiam na localidade! Isto deve ser
bastante significativo para indicar a vontade de Deus.
3) Fillpenses 4.3. "Essas mulheres que trabalharam... no Evangelho". Evódia e Sín-
tique trabalharam com Paulo no Evangelho, mas será que a única maneira de trabalhar no
Evangelho é pregar? Como já temos visto, há muitas maneiras em que as irmãs podem
cooperar no serviço do Senhor Jesus, além de pregar.
4) Joáo 4.28-30, 42. Precisamos notar três coisas neste trecho: (a) A conversa da
samaritana com "aqueles homens" foi em particular. Eram seus conhecidos, homens de
má conduta com. quem ela, provavelmente, estava relacionada, (b) De modo que foi um
testemunho simples e não uma pregação em público (v. 39). (c) Ela os convidou a vir a
Cristo, o que é uma forma de serviço muito útil e frutífera e que deve ser mais utilizada por
todos os crentes, tanto mulheres quanto homens.
-64-
5) Atos 1.14. Não há base para deduzir que as mulheres oravam audivelmente, an-
tes a coordenação das palavras indica apenas que estavam presentes. Se estivesse escri-
to: "Todos estes, juntamente com as mnulheres, perseveravam uninimemente em oração
e súplicas" então haveria uma medida de ambiguidade, porém, como está escrito, não há
dúvida alguma, porque o sentido é claro.
6) Juizes 4.4-9. Os que advogam o ministério público de mulheres devem ficar em
apuros para achar argumento adequado porque se vêem obrigados a lançar mão de um
trecho do Velho Testamento como este! Não há, em absoluto, incoerência aqui. Trata-se
de um aviso e de um exemplo. Não havia mais governadores em Israel e, em vez de or-
dem, havia confusão. Débora assumiu o governo civil por falta de um homem disposto ou
capaz para governar. Baraque era o general das forças militares, mas faltava-lhe a firmeza
necessária, em vista da superioridade numérica das forças do inimigo, de modo que,
quando Débora lhe deu a mensagem de Deus, ele vacilou e disse a Débora: "Se fores
comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei" (Juizes 4.9).
O incidente demonstra que havia extrema fraqueza entre o povo de Deus e não uma
introdução de novo poder e espiritualidade. ,
Os irmãos que procuram introduzir por meio deste trecho o ministério público de
mulheres na Igreja de Cristo demonstram possuir qualidades semelhantes às de Baraque
e infelizmente aumentam o triste fracasso que já está aparente na Igreja.
Na lista dos "Heróis da Fé" de Hebreus capítulo 11, é o nome de Baraque e não o
de Débora que é mencionado, assim nos mostrando o princípio divino segundo o qual,
onde homens e mulheres estiverem em associação no serviço de Deus, a liderança per-
tence ao homem.

-65-
• ^ , PROVA» D E .... . . - . - > .
"PRINCÍPIOS DA IGREJA EM O NOVO TESTAMENTO"

INSTRUÇÕES: Depois de ter estudado cuidadosamente a Hçâo e as


referências bíblica*, dewe tor M perguntas da prova. Cada prava
consiste de dez pergunta». Se tiver alguma ckivtda, leia novamente
a lição.

Escolha uma das lettas ÍA, 8 ou C), a que rneJhof complete a sen-
tença, e escreva-a na Unha, ponjflhada à direita;
1) Segundo a Bíblia, a io/eja é;
A) Um grupo de crentes numa localidade determinada, que se
reúnem somente «m o Nome. do Senhor.
B) Uma sociedade organizada de cristãos professos, que leva um
nome distintivo. . '.
C} Um prédio consagrado a serviços religiosos, .
2) Cristo, como Cabeça da io/sja, é;
A) Superintendente das suas atividades.
B) Fonte de alimento dela.
C) Todas as respostas acima, ,• . .M-...
3) Estes estão incluídos na Igreja:
A) João Batista.
B) Todos os santos de todos pAífnjppa.
C) Os que creram, como descreve g íivro de Aios, ,,»,....
4) As ideias de responsabilidade e disciplina são vistas na figura de:
A) Noiva.
B) Rebanho.
C) Casa de Deus. ^ ^...
K\ ÍtNrÍC£iL!£l t^"W"*Slf*
<^i *\* vfd lx/wC*l.

A) É uma expressão local da Igreja Unive/sa]r


B) Deve ser composta de crentes e de descrentes.
C) Éj|rna democracia. ^ {4t ^. ^, ^ ^ » » - - - • » . •* **•••
tòiíevl aVra yjpe V*$^^/mi^^^^**W>
na Unha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
i^No começo da Igreja, a Paôvra de Deus. ejaísja|»cj(ente( raas^ com o
progresso e desenvolvimento.,^ to/nou topr^f Qín certos detelhes.
€-.; ^ f «/=.- • ^
3*9 "C- «t*. *t' S*"-'"'*"1" " ' ****'"
c- 1 -
7) A palavra originai que na Sfbto é traduzida "igreja" significa "chama-
da pár*fiirf¥ * ^T f- • • C- ** ; ,--"•'' -"- * " • - -:
8) A igreja é um mistério somente revelado em o Novo Testamento.
«i-, i-rf*\'ít *í> li •*• / 'M'.-' ~->*l»WÍ£" Í. " - Í:-' • ' '" "'V; .....

^liillJ*^^ . ....
CMMça'dtt*10rafft m «xpress* a^ttTnõ mundo por meio dos
membros do Seu Corpo.

Esdfcfha uma das letras (A, B ou C), a que melhor complete a sen-
tença, e escreva-a rwr flrtha pontffltadaà dfreRa:
1) Nas relações de uma igreja local com outras:
* • A) As mais novas são subordinadas às mais velhas.
B) Deve haver uma comunhât) berrí íntima e ditosa
* G) Deve^aver utna autotWade cenfrat representando todas ........
2) Nas relações de uma igreja local com o mundo:
A) Deve haver um "intercâmbio"' para atrair os descrentes.
B) Deve haver uma separação completa,
C) Deve separar-se do mundo polftico, mas fazer amizade com o
mundo religioso. .......
3) Ao determinar as reuniões de uma igreja tocai:
A) Há exemplos na Bíblia para nos orientar.
B) Deve-se buscar a direção do Espírito Santo.
C) Todas as respostas acima. .......
4) O motivo principal para os cremes se reunirem é:

B) Para disciplina.
C) Para partir o pão (a Ceia do Senhor)
5) Um dos trechos aqui citado não nos orienta sobre as reuniões:
A) Colossenses 4. 1 .
B)1aCoríntios14.

Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o caso,


ria linha à «Nretta de cada uma da* aflrmaçõe* abaixo:
6) Uma igreja mãe ter autoridade sobre outras rnaJs novas é coisa des-
conhecida na Palavra de Deus. .......
7) As igrejas de uma região devem ter uma organização central para
decidir os problemas de cada igreja. .......
-2-
8) Cristo, como Cabeça da Igreja, somente se refere à Igreja UnMmaL

9} O exemplo dos crentes nos tempos apostólicos foi registrado na Bí-


blia para nos servir de guia
10) Os exercícios religiosos de Israel são um grande contraste com os
da Igreja. ,

Prova N° 3 (Uçao N° 3)
Escolha uma das letras (A, B ou C), a que metiior complete • mn-
tença, e escreva-a na linha pontilhada à direita;
1) Dentre os ritos abaixo, quais são os que o Senhor ensinou?
A) A confirmação e a periftâpcja,
B) A extrema-unçáo e o matrimónio.
C) A Ceia do Senhor e o batismo.
2) Conforme Mateus 28.19 e 20, o mandamento do Senhor compõe-se
de: ., . . . '
A) Ir por todo o mundo como os apóstolos.
B) Fazer discípulos,
C) Fazer discípulos, batizá-tos e ensiná-los.
3) Quem deve ser balizado?
A) Todos os verdadeiros crentes. ^
B) Todos os que frequentam regularmente a igreja.
C) Todos os que têm uma fé.
4) Das palavras abaixo, qual define o termo batiz*?:
A) Derramar.
B) Mergulhar.
C) Aspergir. „
5) Dentre as práticas erradas do bafemo, podemos citar:
•*« - o A} Ratear aqueles que acertam 0 Senhor Jeaus corno 3eohet e
Salvador. , . , t. - i*.- ^c -. -** - - « •• * > *•
B) Baákar para perdão dos pecados.
C) Batismo de verdadeiros crentes.
H»çr»va a tetra V (de Verdadeira^ ou F (de Fataa), confomw o CMO,
rw linha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) O batismo de crianças é correto, pow encontra base btolicô; ........
7) Baseado em Atos 16.32-34, pode-se fazer batismo de famMas intei-
ras. -< •• -••-- -• - - ',.„...
8) O.baíismo é um skiíoolo cte rrw*í«, s«pu*am«Rto e ressurmtçSo do
9} Depois de ser balizado, não é necessário praticar o ensino do batis-
*ímô' '**•'" ** •*- ' - " "* if'í ' *»*•'" ** * f •*•**"*••
10) Todos os verdadeiros crentes devem ser batfzados: ' * .......

Prova N° 4 (Llçáo N° 4)
Escreva uma das letras (A, B ou C), a que melhor complete a sen-
tença, -e escreva-a na linha pontilhada à dtretta:

A) Todos os hdlflins. *
B) Apenasaquetesquetêmfé.
C) Todos os verdadeiros crentes. .......
2) Quando o Senhor Jesus instituiu a Ceia?
A) Quando foi balizado.
«" 8) Quando finalizou o sermão do monte.
C) Na noite em que foi traído. .......
3) A Ceia deve ser:
A) Uma reunião social.
B) Um momento de reflexão para os homens.
C) Um ajuntamento da igreja para adorar ao Senhor. .......
4) A observação da Ceia é:
A) Uma obrigação apenas para crentes experimentados.
B) Um mito religioso.
C) Uma obediência ao mandamento do Senhor. .......
5) O que proclama a Ceia?
A) Uma nova vida.
B) A morte do Senhor Jesus.
C) Uma nova ordem de coisas. .......
Eseteva » tetra V {de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o caso,
na linha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) Todos os que estão presentes à rewrtâo podem participar da Ceia.

, ao observar a Ceia, mantém a simplicidade


como no início.—v '.
8) O Partir ido Pão é o principal ajuntamento dos crentes e o ponto prin-
«pa*4aadoração. •- - - -.. • - . : -
9) A Ceia é um memorial.
d» V»C©i*«ai1t.28 é «ma profe-
£4-
cia referente à volta do Sérttm

Escreva um* tf* tetra» (A, B«« C), * qw» melhor complete â sen-
tença, e escrava a mi tHtha jXHrtlINria è dfreiur.
1) O <?ue deve caracterizar a^êfc^ã© cia Ceia?
A) Rituais comptócados. • •* •>
S)Um cefte termaSsfno.
C) Simplicidade.
2XOw»t|i»fn9qaârk^Fdew serfeaiiiada a Gefa?
A) Uma vez ao ano.
B) Cada primeiro dia da semana.
C) Mensalmente. .......
3) Os elementos da Ceia são:
A)Pâoe«guã.
B) Pão e vinho.
C) Pão e refresco. * - .......
4} A quertfeabea distribuirão db&ôlimentosdaOetó?
A) Ao pastor.
B) Aos presbíteros.
C) A todos os Homens que verdadeiramente pertencem ao Corpo
de Cristo. .......
5) O crente, ao participar da Cela, deve:
K) Jejusr e orar.
B) Meditar e refletir.
C) Cxaminar-se a st mesmo. .......
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o
ea#o, mrllrifia à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) A Igreja professa mantém até hoje o padrão neo-testamentário
ao celebrar a Ceia. .......
>* - jy ^r-a qUQ ^ão se torne âpèhaé um formalismo, a Ceia deve ser
celebrada mensalmente ou anualmente. .......
8) Para que se evitem desordens na Cela, tudo deve ser feito com
decência e com ordem, na dependência ao Espirito Santo. .......
0)CelaePáscctesâo<Jpferifo^ .......
10) A transubstanciaÇao'é a ctNisitostancfisçâo são duas doutri-
lías erradas acerca da Ce*». " ^ •-* ;
ProvaN°6(LiçàoN°6)
Escolha uma das letras (A, B ou C), a que melhor complete a sen-
tença, e escreva-a na Hnt» uontUUeda *«r«tta:

A) Dobrar os joetx» em »(^<te ttwefôoc* •Omam* ^


B) Render-se em culto a© 0«^ífe«ittiWro, p^Ste«do homena-
gem e honra, com supremo respeito e adoração.
C) Dirigir palavras elogiosas a Deus* Wãsonaf e fwocurar portar-se
bem perante os homens. .......
2) Um dos livros da Bíblia roais repleto de expressões d» adoração ér
A) O Apocalipse.
B) Os Salmos.
C) O evangelho de Mateus. .......
3) A adoração deve ser:
A) Um ato contínuo, com a alma sempre em eomunhão com o
Senhor.
B) Um ato reservado para os dias de reunião.
C) Um ato reservado somente para a reunião da Ceia do Senhor,
para que não se torne uma coisa corriqueira e tenhamos major .vigor em
adorar. .. .......
4) Uma pessoa somente poderá adorar a Deus se :
A) Tiver experiência da salvação em Cristo Jesus.
B) For suficientemente sincera para com Deus e os homens.
C) F izer boas obras e frequentar regularmente as reuniões ........
5) Somos sacerdotes santos para: -
A) Proclamar as virtudes dAquele que nos chamou idas trevas pa-
ra a Sua marayihosa luz, _ tí _ , , , . ,_.
B) Oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermé-
dio de JesustSristo.
C) Oferecer somente sacrifícios materiais. .......
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o caso,
na linha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) Louvar é apreciar a Deus por causa dos Seus feitos e por causa de
Sua misericórdia a nosso favor. .......
7) A verdadeira adoração pode vir de qualquer pessoa, desde que seja
sincera e sequiosa por prestar culto ao Senhors , .......
8) Todos os crentes podem adorar a Deus, desde o mais novo até o
mais velho (em princípio de igualdade) . ......
9) A adoração não é impedida jquancta consciência está carregada com
qualquer culpa.
10) O povo de Israel adorava aof Senhor enquanjo estava^o Egito

Prova N° 7 (Liçào N° 7)
Escolha uma das letras (A, B ou p)T« qu* melhor complete a sen-
tença, e95çrevaraaflUrViapotiWn»d»àí«railA; ,,t , r f
1) À comunhão crist% que $grwtiça /^par^r imAJaiaatote, corousn ing-
resse e associação, é notadamente:
A) Estabelecida por Deus.
B) Depende somente do crente e de seu estado espiritual.
C) Depende dos anciãos da igreja.
2) Para restabelecermos a comunhão .Werrompjda com o Senhor, por
causa de pecado, precisamos:
A) Pedir a Deus que nos perdoe.
B) Confessar o nosso pecado.
C) Procurar nos esforçar para nunca pecar.
3) Em relação aos crentes fracos, a igreja deve:
A) Discipliná-los.
B) Abrigar e nutrir, fortalecendo-os na Palavra.
C) Ignorá-los.
4) A fraqueza espiritual é produzida por:
A) Falta de conhecimento da Palavra de Deus.
B) Violação do ensino da Palavra.
C) Falta em cumprir os dez mandamentos.
5) As pessoas indicadas para afastar um irmão da comunhão (disci-
pliná-lo), quando necessário, são:
A) Os anciãos.
B) Todos oâ membros da igreja.
C) Apenas os que exercem o dom de ensino. . ...
Escrevera letra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o çtío,
na linha à direita de cada uma'difè afirmações abaixo: '
6) A comunhão é um privilégio somente daqueles que são santificados
em Cristo.
7) Precisamos pedir sempre a Deus que nos abençoe enquanto esti-
vermos neste mundo. -
8) A nossa comunhão com os santos é restrita somente às coisas espi-
rituais.
-7-
9) Sé uma pfcssèrébiêteàtJa é pârtlfipitfá Cera do Senhor está indubi-
tavelmente em comunhão com o Senhor e com os irmãos. .......
10) Oróéâum%Wg caftardè !reiô^^Í^^õÉÉtiénté sem apoio
das Escrituras. .......
.'. '-.'.•- «,*.*-,: "• "V, s-/.' :
m f s **;?•>.,•• • - • • • • • Prova t4^8
Escolha uma das letra* (A, Btm C), a que mtettior Compfete a sen-
tánca, e escrevfl-a n* thiha pomffliada à direita:
1) O Cabeça da igreja local é:
A) O pastor.

C) O ancião. .......
2)» Os anciãos séo postos na ^reja focal: ' ' • •- -
A) Por autoridades eclesiásticas.
B) Por anciãos já constituídos.
C) Pelo Espírito Santo. ' .......
3) A igreja local é responsável unicamente:
A) A sua matriz.
B) A Deus.
C) Às igrejas da mesma região.
4) Os únicos guias para os anciãos dirigirem ou comandarem a igreja:
A) São as tradições e a Palavra de Deus.
B) São as orações e as profecias.
C) É unicamente a Palavra de Deus. .......
5] Para ser um anciãoué necessário, entre outras coisas:
Á) Ser um crente maduro (experimentado) e marido de uma só
mulher.
B) Ser pessoa idosa e próspera financeiramente.
C) Possuir um bom testemunho e ter mais de 50 anos. .......
Escreva a Içtra V (de Verdadeira) ou F ide Falsa), conforme o caso,
na linha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
§) ,Devç haver mais de um bispo em cada igreja local. .......
7) Conforme a lição, anciãos são todas as pessoas idosas da igreja.

8) O pastor exerce o seu ministério unicamente na igreja local


<)). Jodo e qualquer assunto deve ser decidido por todos os membros
da igreja.

-8-
10) A irrepreèrtsibíliade de conduta é extremamente necessária aso cârá-
tér do ancião. .......

Escolha ama dás tiaras ^fV/B Oirt), a quilfnefhor complete a sen-


tença, e escreva-a ria nKnVffôftifoiWàtâHHb:
1) O significado correio da palavra grega diácono è:
A) Mordomo.
B) Servo.
C) Discípulo: .......
2) A existência de bispos e diáconos é vista claramente em:
A ) 2a* Timóteo 3.8-13. "" • - - ' - - "
B) Filipenses 1.1.
C) Hebreus 13.7 " .......
3) O ministério divinamente ordenado é exercido por todo crente coni a
meta principal de: '
A) Pfwservar a Pafavra dfrOetís7
B) Gtortf tear a Deus.
C) Evangelizar a todos e em todo higar.
4) O diaconato é exercido também pelas mulheres, tsto é verificado em:
A) Marcos 15.41.
B) Romanos 16.1.
C) Todas as respostas estão correias .......
5) A prática da verdadeira sucessão apoStôHea a vemos em:
A) Mateus 16.17 e 18. '
B) 2a Timóteo 2.2.
C) Mateus t€24 ' -
Escreva a letra V (de Verdachitra) ou F (de Falsa), conforme o caso,
na linha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) O ministro cristão é um oficiif isetíèrfaâo por uma igreja tocai e or-

7) Lemos em AK>á«i&4 <|ae fif^strteWt uWgHbfttra &i nteíérlo dw«re


o povo de Deus
^ Owrviço prestado peto servo ao seu Senhor será julgado no Grande
Trono Branco. .......
9} O serviço de evangelista ê de pastor não é£i3àdo à igreja focai e
ao Corpo.

-9-
, sótyjas, majdj?en|es efiéisem

N° 10)
gscolha unia das N*»* (A, B ou C), a que melhor complete a sen-
tença, e escreva-a na linha pontilhada à direita:
1) Um dos alvos da disciplina é:
A) Comprovar se a pessoa é verdadeiramente salva.
B) Restaurá-la à comunhão, disciplinando-a.
C) Avisar a todos crentes que, se pecarem, serão excomungados
ou disciplinados. .......
2) Havendo no meio da igreja pessoas imorais e ensinadores de doutri-
nas falsas, a igreja deverá: . „
A) Usar de amor para com elas, para que não venham a repetir
tais- erros. ,.,
B) Admoestá-las para que não venham a ser disciplinadas.
C) Discipliná-las e cortar qualquer relação com as tais. .......
3) Entre as sete categorias de pecados que estudamos, em qual delas é
que devemos usar a excomunhão?
A) Na imoralidade.
B) Na ofensa pessoal.
C) Na tagarelice. .......
4) Quando um disciplinado se arrepende, é devfor da igreja:
A) Aceitar a sua palavra.
B) Exigir provas de arrependimento.
C) Diminuir a disciplina. .......
5) Havendo no meio da igreja o palrador, poderá haver:
A) Cwscimefáo espiritual da igreja.
B) Divisãana igreja,
C) Vários convertidos à verdade. .......
Escreva a letra V (de Verdadeira} ou F (de Falsa), conforme o caso,
na Unha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) Lemos em 2a Timóteo 2.19 que a disciplina é uma prova da fé e,
através dela, é que sabemos se uma pessoa é verdadeiramente crente
no Senhor Jesus. .......
7) A igreja poderá usar a excomunhão em todas as sete categorias de
pecados.
8) Quando uma igreja deixa de disciplinar, quando necessário, ela es-
-10-
tara desonrando ao seu Senhor, entristecendo ao Espírito Santo • man-
chando o seu próprio teatemunho. .^,.
9) O disciplinado» flMancte^wre^^

10) No caso de imoralidade, a disciplina necessária é uma rejeição for-


mal de comunhão com a igreja e não apenas afastamento da mesa do
Senhor. ^ :-;1 .- * ,;, /- st -v- *.-. ,yi .......

.CKH^4MMifta4iMl>' .,- * ., •
Escolha uma das letras (A, B ou Ç), a que meibor comptet» a aan-
tençfli e escreva-a na linhapoi^unada ò cHretta;
1) O financiamento da Obra do Senhor no mundo:
A) É um dever do Seu-çgup,
B) É um dever dos hormin§. t .
C) É um privilégio dos crentes» . ( .......
2) O povo de Israel obrigatoriameníe tinha que dar ao Senhor:
A) ^s primfcias da safra
B) Ofertas voluntárias.
C) O que sobejava dos mantimentos. .......
3) Devemos contribuir:
. A) Na medida de noeso amor a Cristo.
B) Na medida de nosso poder aquisMvQ. .;
C) Na medida do que nos sobra. .......
4) Devemos contribuir para:
A) Obtermos a admiração dos homens.
Ji) Glorificar %.DeMS*
C) Sermos abençoados e enriqueeidoa. í, .....
5) A nossa primeira dádiva ao Senhor deve ser:
A ) O s nossos bens. . , . - - •
B) Os nossos próprios corpos.
C) Os nossos louvores «gwttóao. .......
Escreva a letra V (de Verdadeira) ou F (d» Fatea), conforme o caso,
na linha à direita de cada uma dae af twnaçôee abaixo:
6) É uma ação correta angariar fundos em retmtôes de evangelização.

7) É repreensível a práttea cie e!«D^w0nsaSid9ées e determinar taxas de


eontHbuição. ; -.-, • . - - v * - ~- -~ , - •..„...
^ Sot> a lê» de Moisés, a retenção d* qualquer parte do dizimo por palie
dos isr aelttas era Fotriaar a Dei». ;- • ^ .......
9) Devemos contribuir financeiramente eow* a Obra d© S*nhor, mesmo

10) As viúvas, sejam quais forem, são um alw f»m a df&ribuíção de

Prova N° 12 (Lição N° 12)


Escreva uma das letras (A, B ou C), a que melhor complete a sen-
tença, e escreva-a na llnfra ifc»rtBhâda à direita:
1) A verdadeira ipifi <tet>felo des«nvoivt-stf em duas dífeçõeè: exter-
namente e internamente: Õ que se retactena com o desenvolvimento ex-
terno?
A) Evangelização, edifício, expansão.
B) Edificação, corpo, consolidação.
C) Edificação, edifício, consofldaçáo. .......
2) Para qBe"se lenha êxito como íestemlrntfade Cristo, três qualidades
essenciais são observadas em Filipenses 1.27 e 28. Quais são?
A) Coerência, cooperação e coragem
B) Coerência, fé e firmeza
C) Dignidade, coerência e fé. .......
3) O dom de evangelista fo» dado à Igreja, mas, em b Novo Testamento,
quem é chamado de evartgefcta?
A) Filipe e Paulo.
B) Apenas Filipe.
C) Filipe e Pedro. .......
4) O que Deus tem estabelecido para o crescimento da Igreja pela edifi-
cação de si mesma em apwaft-
A) Uma evangelização * um ministério.
B) Um episcopado e uma evangelização.
C) U m episcopado e um ministério. .......
5) A celebração das Bodas do Cordeiro será:
A) Depois do Milénio.
B) Depois do Trteunai de Cristo.
.4 C) Artte* $9 Tribunal cte Cristo .......
Escreva a tetra V (de Verdadeira) ou F (de Falsa), conforme o caso,
na Jlnha à direita de cada uma das afirmações abaixo:
6) Em o Novo Testamento encontramos o "Reino" dividido em trôs fa-
que sáo: Q rew© em (mm^éo, o feirw em mistério ra-rtfnt> em
-12-
manifestação. *" J .......
7) Uma das prirtctpals pefaé&*tâtí(MtífV& "pregar" « **katangeilo",
que quer dfzer ammciar as boas novas e tatar da natureza da mensa-
gem. ..v..
8) Neste estudo encontramos varias 'fiafavras significando "enviado11,
que são: " '
9) Os acíontecimentos ligados â volta do Senhor Jesus são a conversão
das almas perdidas, a trasladação da toda a fgreja e o Grande tropo
Bfihcii '
10) A Igreja será companheira de Cristo tanto na glória do Milénio quan-
to na glória eterna. .......

Eecottit uma dastetras(A, B ou C), • que nwmor contpMI* * «Mt-


tença, e escreva-a na linha pontilhada è direita:
1) Qual o efeito da queda para a mulher que, na verdade, não passou
de uma confirmação daquilo que já existia?
A) Mais sofrimentos na gravidez.
B) Ser sujeita ao seu marido.
C) Todas as respostas acima.
2) Cabe à mãe:
A) A responsabilidade da economia no lar.
B) Ter seus filhos em obediência às suas ordens.
C) Todas as respostas acima
3) Quando uma mensagem profética teve de ser entrege com referencia
ao apóstolo Paulo, o Senhor enviou:
A) As filhas de Filipe.
B)Balaão.
C) Ágabo, Seu servo.
4) Há mulheres habilitadas para falarem em público, porém poderão
faze-to somente:
A) Em reuniões de senhoras.
B) Em reuniões de senhoras e de crianças.
C) Em reuniões de crianças e em auditório misto.
5) Com relação à Redenção, qual a afirmativa correta referente aos se-
xos?
A) Todas as respostas abaixo.

_ t C) To^os pan^^^ iQ^a^ente ,nos pjrivaéfllps do sacerdócio


cristão. ,,,....
a tet;a V (de Verdadeira) ou F (de Fatea), conforme o caso,
na flnha à direttâ de cada uma das afirmações abaixo:
Ç) A mulher cristã deve ser um exemplo ao murado e nunca uma imíta-
clora o^s costumeis mundanos.
7) O cabelo foi dado por Deus para ser uma distinção entre os sexos.

8) Quanto à ordem eclesiástica, ao homem foi conferida a liderança


porque ele pecou menos que a mulher.
9) As mulheres crentes, quanto ao ministério, tem todas a mesma
função, como membros do Corpo de Cristo.
10) No trecho de João 4.M, 30,42, notamos que a conversa da mulher
«aírt^raai» com aquetes homens foi uns testemunho almptes e em par-
ticular. . - » . - . . - - ......

-14-
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