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MESTRE

Kenneth Jones
Lição NS 1
O SERMÃO DO MONTE
Leitura: Mateus 5.1 a 9

No capítulo 5, Mateus continua o tema do "reino dos céus". Esta 6 a frase


característica deste evangelho do Rei. O Sermão do Monte chama-se "o manifesto
do reino dos céus". Um "Manifesto" é a declaração da polftica do governo que está
para entrar no poder. Mas o manifesto do reino dos céus não é uma polftica, nem
um código de leis, nem qualquer imposição do Rei sobre Seus súditos.

O REINO DOS CÉUS É ESPIRITUAL E NÃO VEIO COM VISÍVEL APARÊN-


CIA
Os judeus esperavam um reino material, político e militar, vindo com visível
aparência. O Senhor Jesus disse aos fariseus: "Não vem o reino de Deus com visí-
vel aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Lá está! PORQUE O REINO DE DEUS
ESTA DENTRO EM VÓS" (Lucas 17.20 e 21). Jesus Cristo, o Rei, estava no meio
deles, porém não como os reis da terra e sim, como MESTRE, CHAMANDO E EN-
SINANDO OS SEUS DISCÍPULOS.
No capítulo 4 lemos como os discípulos foram chamados e no capítulo 5 eles
se encontraram diante do Mestre, aprendendo dEle para O seguir. É desta maneira
que o reino dos céus avança.

O DISCURSO DO SENHOR JESUS NO MONTE FOI DIRIGIDO AOS SEUS


DISCÍPULOS
"Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e, como se assentasse, aproxi-
maram-se os Seus discípulos" (w. 1 e 2). O povo também subiu e no fim do discur-
so estava com Ele (7.28). Mateus dá ênfase ao ensino e relata cinco discursos do
Senhor Jesus (Mateus 5.1 a 121; 11.1 a 30; 13.1 a 53; 19.4 a 12; 24.3 a 25.46).

AS NOVE BEM-AVENTURANÇAS DESCREVEM AS ATITUDES E O CARA-


TER DOS DISCÍPULOS DO SENHOR JESUS CRISTO
Nos versículos 3 a 12 o Senhor Jesus não apenas descreveu o caráter dos
Seus discípulos, mas também anunciou os princípios que operam no reino dos
céus. A palavra "bem-aventurado" significa "feliz e abençoado".

1)- "BEM-AVENTURADOS OS HUMILDES DE ESPÍRITO, PORQUE DE-


LÊS É O REINO DOS CÉUS" (v. 3). A humildade é a primeira qualidade essencial
para o discípulo de Cristo. É A ATITUDE DO DISCÍPULO PARA CONSIGO MES-
MO. Este caráter é oposto aos padrões do mundo. Os reinos do mundo se orgu-
lham pelo seu poder militar, pela sua cultura e sabedoria, pela sua riqueza e pros-
peridade. O mundo despreza a humildade e dá valor à auto-suficiência e â confian-
ça em si mesmo.
Ao contrário disto, o Senhor Jesus ensinou: "Quem a si mesmo se exaltar
será humilhado e quem a si mesmo se humilhar será exaltado" (Mateus 23.12).

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Este 6 um dos princípios do governo de Deus no mundo. No Velho Testamento há
muitos exemplos disto. Por exemplo: Naamã, comandante do exército da Síria, ao
ouvir o recado do profeta Eliseu, exaltou-se, mas, a fim de conseguir a cura, ele te-
ve de se humilhar e mergulhar sete vezes no rio Jordão (22 Reis 5.11 a 14).
Não é uma coincidência que esta bem-aventurança seja a primeira. Ela afir-
ma: "Porque deles é o reino dos céus". Sem humildade não é possível entrar no
reino dos céus porque é necessário se arrepender e entrar como um pecador perdi-
do e destituído da glória de Deus (Romanos 3.23). O hino "Rocha Eterna" expressa
bem esta verdade:
"Nada trago a Ti, Senhor. Conto só com Teu amor,
De perdão indigno sou e sem Ti perdido estou.
Mas Teu sangue, ó Salvador, lava o pobre pecado" (HeC 123).
A cultura, os dons e o zelo religioso de Saulo de Tarso nada valiam quando,
caído em terra, no caminho para Damasco, ouviu a voz de Jesus dizer. "Saulo,
Saulp, por que Me persegues?" (Atos 9.4). Ele entrou no reino dos céus, não como
um doutor da lei, mas como um pecador arrependido.

2)- "BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CON-


SOLADOS* (v. 4). Esta bem-aventurança apresenta A ATITUDE DO DISCÍPULO
DE CRISTO PARA COM O PECADO. O choro entrou no mundo pelo pecado, que
trouxe ao homem consequências tristes. Mas isto não quer dizer que o discípulo de
Cristo deve ficar sempre triste; antes, esta bem-aventurança oferece uma solução
para a tristeza. Ela mostra que acaba o choro: "Porque serão consolados".
HÁ A CONSOLAÇÃO DA SALVAÇÃO. A convicção de pecado é uma expe-
riência triste quando o Espírito Santo nos convence do pecado, mas, pelo arrepen-
dimento e fé em Cristo, a tristeza dá lugar ao gozo da salvação.
HÁ CONSOLAÇÃO NA ESPERANÇA DE CRISTO. É triste assistir à morte de
um irmão amado em Cristo, mas há consolação ao lembrar-nos da esperança em
Cristo (1* Tessalonicenses4.18).
- HÁ CONSOLAÇÃO NO SERVIÇO DE DEUS quando, depois de lutas e de
tristezas pela oposição enfrentada, os resultados aparecem. "Quem sai, andando e
chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Salmo
126.6).

3)- "BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, PORQUE HERDARÃO A TER-


RA" (v. 5). A MANSIDÃO É A ATITUDE DO DISCÍPULO DE CRISTO À VONTADE
DE DEUS. O manso não resolve o seu problema pela força, mas entrega o seu caso
nas mãos de Deus. O maior exemplo de mansidão é o exemplo do Senhor Jesus.
"Cristo, quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia
ameaças, mas entregava-se Àquele que julga retamente" (1- Pedro 2.23). Abraão
mostrou mansidão quando, por causa da contenda dos seus pastores com os de Ló,
deu a Ló o direito de escolher o lugar para morar. Abraão deixou a sua escolha com
Deus, sabendo que a vontade de Deus é melhor (Génesis 13.14 a 17).
Antes de fugir para o deserto, Moisés não era manso porque ele queria ven-
cer pela força e chegou a matar um homem. Porém, como líder do povo de Deus:
"Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens da terra" (Números

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12.3), isto é, na sua época. Quando Miriã e Arão, por inveja, falaram contra Moisés,
ele não resolveu o problema por si mesmo, mas entregou o caso nas mãos de Deus
(Números 12.1 a 10). "Bem-aventurados os mansos PORQUE HERDARÃO A TER-
RA". É uma citação do Salmo 37.11 e se refere aos mil anos do reinado de Cristo
aqui na terra.

4)- "BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA,


PORQUE SERÃO FARTOS" (v. 6). E A ATITUDE DO DISCÍPULO DE CRISTO À
JUSTIÇA. Trata de nosso relacionamento com os outros. A nossa relação com
Deus está em primeiro lugar, mas e nossa justiça com os outros também é impor-
tante. Há necessidade de agir com justiça no lar, na vizinhança, nos negócios, no
trabalho e na igreja. Em relação a outras pessoas, o discípulo de Cristo deve ser
justo.

5)- "BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS, PORQUE ALCAN-


ÇARÃO MISERICÓRDIA" (v. 7). É A ATITUDE DO DISCÍPULO DE CRISTO PA-
RA COM O OFENSOR. Não ensina que alcançamos a misericórdia de Deus porque
somos misericordiosos, mas que, por termos alcançado a misericórdia de Deus, é
que devemos ser misericordiosos, ê o teste de caráter. O coração que não ê miseri-
cordioso não conhece a graça de Deus nem o verdadeiro arrependimento. A graça
de Deus no coração muda a nossa atitude para com os outros, até para com os nos-
sos perseguidores, como temos o exemplo de Estêvão em Atos 7.60.

6)- "BEM-AVENTURADOS OS LIMPOS DE CORAÇÃO, PORQUE VERÃO


A DEUS" (v. 8). Esta bem-aventurança não se refere â atitude, mas sim, ao centro
do ser humano. "Limpo de coração" significa o coração sincero, sem duplicidade,
de um amor que não é dividido, é o coração purificado pelo sangue de Cristo. Em
Hebreus 12.14 a mesma verdade é ensinada: "Segue a paz com todos e a santifica-
ção, sem a qual ninguém verá o Senhor".
Mas como podem os limpos de coração ver a Deus, pois Deus é espirito e é
invisível? O Senhor Jesus disse: "Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigénito,
que está no seio do Pai, é Quem O revelou" (João 1.18).
Moisés queria ver a glória de Deus, mas Deus respondeu: "Não Me podereis
ver a face, porquanto homem nenhum verá a Minha face e viverá" (Êxodo 33.20). O
sentido de "ver a Deus" só pode ser espiritual. Deus, na Sua conversa com Moisés,
revelou que "ver a Deus" é descobrir quem Ele é, isto é, o Seu caráter. Em resposta
ao pedido de Moisés "rogo-Te que me mostres a Tua glória", Deus disse: "Farei
passar toda a Minha bondade perante ti e te proclamarei o nome do Senhor; terei
misericórdia de quem Eu tiver misericórdia e Me compadecerei de quem Eu Me
compadecer" (Êxodo 33.19).
VER A DEUS É CONHECÊ-LO, conhecer o Seu caráter, o Seu nome, a Sua
bondade e a Sua compaixão. Deus não desvenda o Seu caráter aos que não são
limpos de coração. A cegueira espiritual não deixa a pessoa conhecer e apreciar o
caráter de nosso Deus. "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a
Deus".

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7)- "BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES, PORQUE SERÃO
CHAMADOS FILHOS DE DEUS" (v. 9). Não faltam pessoas e nem organizações
que procurem resolver o grande problema de paz entre as nações, no trabalho, no
lar e em todos os setores da sociedade. Creio que o Senhor Jesus não se refere a
estas pessoas como os pacificadores abençoados. Quais são as pessoas a quem o
Senhor Jesus chamou de "pacificadores"? Antes de responder a esta pergunta, vou
fazer outra: Qual é a causa da falta de paz em todas as relações humanas? É o pe-
cado e o afastamento de Deus. O verdadeiro pacificador não tem inimizade com
ninguém. Como pode uma pessoa acabar com a inimizade entre outros quando ela
mesma não resolveu o seu problema de paz com Deus? O relacionamento do ho-
mem com Deus é o mais importante e a paz com Deus deve ter prioridade em nos-
sa vida. Desta forma, alguém que tem a paz com Deus, graças ao Príncipe da Paz
que na, cruz fez a nossa paz, pode ser o verdadeiro pacificador. Os discípulos do
Senhor Jesus a quem Ele dirigiu estas palavras tornaram-se os verdadeiros pacifi-
cadores e, juntamente com outros, anunciaram o Evangelho da paz, transformando
vidas, trazendo paz ao coração e desfazendo inimizades pessoais (Efésios 2.16).
"Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus".

Lição W 2
O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO
Leitura: Mateus 5.10 a 16

No Sermão do Monte o Senhor Jesus empregou muitas ilustrações e figuras


de objetos conhecidos pelo povo como aves do céu, lírios do campo, ferrugem, la-
drões, cães, porcos, pedra, peixe e cobra. As duas primeiras figuras são o sal e a
luz. Na lição anterior estudamos sete das nove bem-aventuranças, as quais descre-
vem o caráter e as atitudes do discípulo de Cristo. Nem todos os que professam o
nome de Cristo são discípulos de Cristo porque para ser um discípulo do Senhor
Jesus é necessário aprender dEle e segui-IO. "Disse, pois, Jesus aos judeus que
haviam crido nEle: Se vos permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente
Meus discípulos" (João 8.31 ).

AS SETE PRIMEIRAS BEM-AVENTURANÇAS TANTO DESCREVEM O CA-


RÁTER DO SENHOR JESUS COMO O DOS SEUS DISCÍPULOS
Ele é humilde e se humilhou (Filipenses 2.8). Sentiu a desgraça do pecado e
chorou è beira do túmulo de Lãzaro (João 11.35) e sobre a cidade de Jerusalém
(Mateus 2337 e 38). Ele disse: "Eu sou manso e humilde de coração" (Mateus
11.29). Ele é justo (1* Pedro 3.18); é misericordioso (Mateus 9.13); é limpo de cora-
ção e pacificador, pois fez "a paz pelo sangue da cruz" (Colossenses 1.20).
Nas duas últimas bem-aventuranças vemos que a atitude do mundo para
com o Senhor Jesus é a mesma atitude que o mundo tem para com os Seus discí-
pulos. Disse-lhes Jesus: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus". O Senhor Jesus, além de sofrer pela mêo de
Deu* pelos nossos pecados, sofreu como o Servo de Deus. Ele sofreu por causa da

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justiça e os Seus discípulos têm sofrido da mesma maneira.
A última bem-aventurança se parece com a penúltima, mas a diferença está
em que, em vez de sofrer pela justiça, o discfpulo sofre por causa de Cristo (w. 11 e
12). Os discípulos, sofrendo por causa de Cristo, têm gozo no tempo presente e no
futuro terão um grande galardão nos céus.

O SAL DA TERRA (v. 13)


Temos aprendido qual é o carater do discípulo de Cristo e agora vamos pen-
sar na sua influência no mundo. O Senhor Jesus disse-lhes: "Vós sois o sal da
terra". O sal faz uma diferença muito grande como tempero na comida. Neste sen-
tido o apóstolo Paulo escreveu a respeito do sal como figura da verdade: "A vossa
palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis res-
ponder a cada um" (Colossenses 4.6).
Quando o Senhor Jesus disse: "Vós sois o sal da terra". Ele tinha em mente
a propriedade do sal de conservar da corrupçio. O sal opera silenciosamente con-
servando a carne e outros alimentos. Da mesma maneira, o discípulo de Cristo
exerce uma influência sadia e benéfica na sociedade corrompida. É bom quando o
cristão exerce uma influência sadia no ambiente onde ele se encontra, porém há
uma possibilidade do cristão perder a sua influência. No versículo 14 encontra-se
uma suposição que nos adverte: "Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insí-
pido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora,
ser pisado pelos homens". "Se o sal vier a ser insípido". Isto não acontece com o
nosso sal hoje em dia, mas, há anos, no oriente, viajantes falaram de um sal não
refinado que, em certas condições, perdia o seu sabor e a sua qualidade de conser-
var. Em todo caso, é uma suposição: "Se o sal vier a ser insípido".
A lição que devemos aprender desta suposição é que há uma possibilidade da
vida de um cristão não se conformar com a vida de Cristo, nem com o carater de
um discípulo verdadeiro e, desta forma, perde o seu sabor e a sua influência no
mundo. A respeito do sal insípido está escrito: "Para nada mais presta". Quando
certos artigos perdem a sua utilidade, há a possibilidade de poderem ser usados
para outra finalidade. Mas quando o sal perde o seu sabor para nada mais presta
senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. É uma tragédia quando o tes-
temunho de um cristão não presta, não está de acordo com o carater de Cristo e,
por isso, é pisado pelos homens.

A LUZ DO MUNDO (w. 14 a 16)


"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um
monte". O mundo está em trevas morais e espirituais, mas Jesus Cristo veio ao
mundo e disse: "Eu sou a luz do mundo, quem Me segue não andará nas trevas"
(João 8.12). Sabemos que Ele é a luz do mundo, mas ficamos admirados quando
Ele, virando-se para os Seus discípulos, lhes disse: "Vós sois a luz do mundo", á
uma responsabilidade muito grande, pois assim como a luz traz bênção para este
mundo, nós temos de ser um meio de bênção moral e espiritual neste mundo. Os
três versículos (w. 14 a 16) são preciosos e, ao mesmo tempo, ressaltam a respon-
sabilidade de todos os discípulos de Cristo de brilhar neste mundo de trevas.
Em Efésios 5.8 o apóstolo Paulo escreveu: "Outrora éreis trevas, porém,

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agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz". O único meio de ser a luz do
mundo é refletir a luz, que é Cristo, através de nossa vida.
No versículo 14 o Senhor Jesus fala da responsabilidade coletiva de difun-
dir a luz. "Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte". Em Israel,
uma cidade com as suas casas brancas, edificada sobre um monte, à luz do sol, po-
dia ser vista de longe. Lemos em Marcos 7.24 que o Mestre "não pôde ocultar-se" e
os discípulos de Cristo também não devem estar escondidos porque a diferença
entre a luz e as trevas é muito grande. De noite, a cidade sobre o monte, iluminada
com muitas luzes, podia ser vista de longe como uma só luz. Assim deve ser o nos-
so testemunho coletivo.
O versículo 15 ensina a respeito da responsabilidade individual. Afigura não
é mais a luz de uma cidade, mas sim, a luz do velador em casa, porque é em casa
que a nossa luz deve começar a brilhar. Ao gadareno, de quem o Senhor expulsou
uma legião de demónios e que queria acompanhá-IÓ, o Senhor Jesus disse: "Vai
para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve
compaixão de ti" (Marcos 5.19). O devido lugar da candeia é no velador em casa,
onde a luz pode alumiar a todos na casa. Disse Jesus: "Nem se acende uma candeia
para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador e alumia a todos que se encon-
tram na casa". A luz traz bênçãos para a humanidade. Ainda assim, há a possibili-
dade de alguém esconder a luz e, desta forma, priva o seu semelhante de bênçãos
espirituais.
Escondendo a luz. O Senhor Jesus mencionou três lugares onde ninguém
pensa em colocar a luz:
a) Debaixo do alqueire. O alqueire é uma medida. Seria absurdo colocar a
candeia debaixo do alqueire, porque este esconderia a luz. O alqueire é usado para
medir cereais e é símbolo de negócios. Há pessoas que escondem a sua luz pelos
seus negócios, fazendo negócios desonestos.
b)Cobrir a luz com um vaso. "Ninguém, depois de acender uma candeia, a
cobre com um vaso" (Lucas 8.16). O vaso representa a vida doméstica, onde há a
possibilidade de esconder a luz.
C) Debaixo da cama. É um lugar muito perigoso de esconder a candeia acesa.
Disse Jesus: "Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do alqueire, ou da
cama? Não vem antes para ser colocada no velador?" (Marcos 4.21). A cama sugere
a inatividade e a preguiça. Existem pessoas que escondem a sua luz por falta de
zelo e de cuidados no tocante às coisas espirituais.
No versículo 16 temos a exortação do Mestre: "Assim brilhe também e vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso
Pai que está nos céus". Duas coisas devemos notar nesta exortação. A primeira é
que o mundo deve ver as nossas obras e não ouvir somente as nossas palavras. Em
segundo lugar, o objetivo das boas obras é para glorificar o nosso Pai que está nos
céus e não para nos glorificar.
Liçio N? 3
O SENHOR JESUS E O VELHO TESTAMENTO
Leitura: Mateus 5.17 a 20

Este trecho começa uma nova seçáo do Sermão do Monte. Mateus 5.1 a 16
ensina-nos qual é o caráter do discípulo de Cristo e agora passamos a considerar o
ensino do Mestre. Ele deixa bem claro que o Seu ensino é bem diferente do ensino
dos mestres do judaísmo. Os fariseus e escribas notaram uma grande diferença e,
porque se consideravam como expositores do Velho Testamento, achavam que o
Senhor Jesus não acreditava no Velho Testamento. Entretanto, o Senhor Jesus
acreditava no Velho Testamento, mas não nas interpretações dos fariseus e dos es-
cribas.
No primeiro versículo do nosso trecho o Senhor Jesus expressa a Sua con-
fiança no Velho Testamento dos judeus (o Novo Testamento naquele tempo ainda
não existia).
A ATITUDE DO SENHOR JESUS PARA COM AS SAGRADAS ESCRITURAS
"Não penseis que vim revogar a lei e os profetas: não vim para revogar, vim
para cumprir" (v. 17). De uma só vez, o Mestre demonstrou a Sua atitude para com
as Sagradas Escrituras e desmentiu a acusação que Ele não aceitava a lei de Moisés.

O QUE SE ENTENDE PELA FRASE "A LEI E OS PROFETAS"?


Era o nome comum de todo o Velho Testamento, que era dividido em três
seções pelos judeus, a saber: os cinco livros de Moisés, os Profetas e os Salmos. O
Senhor Jesus, ao aparecer aos Seus discípulos depois da Sua ressurreição, disse-
lhes: "São estas as palavras que vos falei, estando convosco, que importava se
cumprisse tudo o que de Mim está escrito na LEI DE MOISÉS, NOS PROFETAS E
NOS SALMOS" (Lucas 24.44).

O QUE É A LEI?
A lei de Moisés, como dada aos filhos de Israel, consistia de três partes, a sa-
ber, a lei judicial (ou seja a lei legislativa), a lei cerimonial e a lei moral.

A LEI JUDICIAL
O povo de Israel era diferente dos outros povos porque era o povo governa-
do por Deus. Era uma Teocracia (governo de Deus) porque Deus deu ao Seu povo
leis para todos os setores e aspectos da sua vida. Nos livros de Êxodo, Levftico,
Números e Deuteronômio, Moisés escreveu as leis para o governo de Israel: leis
para a adoração, leis para saúde pública, leis para repartição da terra, leis para ca-
sos judiciais, enfim, leis para todos os aspectos da vida da nação.
Israel deixou de ser uma Teocracia quando pediu um rei, mas ainda ficou su-
jeito às leis de Moisés e recebeu castigo pela desobediência à lei, sendo abençoado
pelo seu cumprimento. Cumpriu-se a lei, pois Deus julgou o Seu povo, que foi le-
vado para o cativeiro em cumprimento da lei {Deuteronômio 28).

COMO O SENHOR JESUS CUMPRIU A LEI?


O primeiro passo para o Senhor Jesus cumprir a lei descreve-se em Gaiatas

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AÃ: 'Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mu-
lher, NASCIDO SOB A LEI". Que maravilha! Cristo nasceu sob a lei e Ele obedeceu
as leis judiciais e cerimoniais. Quando Ele curou os dez leprosos, disse-lhes: "Ide e
mostrai-vos aos sacerdotes" (Lucas 17.14). Isto foi feito para cumprir a lei da saúde
pública e também a lei cerimonial. O Senhor Jesus obedeceu e cumpriu em tudo
a lei cerimonial. Deus mostrou a Moisés como o israelita deve adorar a Deus e não
deixou nenhum detalhe ao critério do povo; tudo foi decretado por Deus. As leis
cerimoniais são muitas; havia lei para o sacerdote, lei do sacrifício, enfim, havia lei
para todo detalhe da adoração. Como judeu, o Senhor Jesus observou as festas de
Deus, como a Páscoa, sabendo que os ritos e os sacrifícios O representavam. Os sa-
crifícios e os ritos do templo são figuras de Cristo e da Sua obra na cruz.
O SENHOR JESUS FOI O ÚNICO QUE CUMPRIU EM TUDO A LEI MORAL,
como se encontra no Decálogo. Ele amava a Deus com todo o Seu Ser e amava ao
Seu próximo como a Si mesmo. Ninguém podia acusar o Senhor Jesus de uma
falta, nem de um pecado.
ELE CUMPRIU A PENA DE MORTE EXIGIDA PELA LEI. Como um Homem
perfeito, a morte não tinha poder sobre Ele, mas Ele cumpriu a pena de morte em
prol dos pecadores e pelos pecados deles.

ELE VEIO COM O PROPÓSITO DE CUMPRIR A LEI E OS PROFETAS


Aos discípulos no caminho para Emáus, depois da Sua ressurreição, Ele dis-
se: "Ó néscios e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram! Por-
ventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na Sua glória? E, come-
çando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a Seu
respeito constava em todas as Escrituras" (Lucas 24.25 a 27). O Senhor Jesus cum-
priu todas as profecias a respeito do Seu nascimento, vida, morte e ressurreição. O
Velho Testamento, por figuras e símbolos, ritos e profecias, profetizou de Cristo,
que os cumpriu. O Senhor Jesus afirmava que a lei e os profetas, em sua totalida-
de, apontavam para Ele e teriam cumprimento em Sua Pessoa, até nos menores
detalhes.

A VERACIDADE E AUTORIDADE DO VELHO TESTAMENTO (v. 18)


Desta vez, as próprias palavras hebraicas do Velho Testamento são emprega-
das como figuras para ressaltar a certeza que o Velho Testamento tem de cumprir-
se. Para não deixar qualquer dúvida quanto a isto, o Senhor Jesus declarou: "Até
que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo
se cumpra" (v. 18). O i é o menor ponto gráfico na menor letra do alfabeto hebrai-
co. Com estas palavras o Senhor Jesus resolveu de uma vez para sempre a autori-
dade e a infalibilidade do Velho Testamento como a Palavra de Deus.
O Senhor Jesus confiou no Velho Testamento, sabendo que é a Palavra de
Deus, e ele era a base do Seu ensino e a Sua defesa contra os ataques de Satanás.
Para Ele as pessoas mencionadas no Velho Testamento tinham existido e as suas
histórias eram verídicas. Os escritores foram homens de Deus inspirados pelo Es-
pírito Santo e tudo que eles escreveram no Velho Testamento era a mensagem de
Deus. Tudo é a verdade e será cumprido até o mais insignificante detalhe.

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"ATÉ QUE TUDO SE CUMPRA" (v. 18).
Quanto às leis judiciais, Israel não é mais uma Teocracia sob o governo de
Deus e, assim, 35 leis para o .governo da nação se cumpriram. As leis cerimoniais
foram cumpridas pelo Senhor Jesus. Ao morrer na cruz. Ele bradou: "Consumado
está!" e o véu do templo foi rasgado em duas partes, de alto a baixo (Mateus
27.51), assim significando o fim daquelas cerimonias, que foram cumpridas por
Cristo. Anos depois, o templo foi destruído e a adoração no templo acabou. A lei
moral contida no Decálogo e resumida pelo Senhor Jesus no primeiro manda-
mento (Marcos 12.30) e no segundo mandamento (Marcos 12.31), conforme é in-
terpretada pelo Novo Testamento, está em vigor nestes nossos dias e assim conti-
nuará sendo até ao fim dos tempos, porque trata-se de uma condição permanente
de nosso perpétuo relacionamento com Deus.

OS ENSINADORES (w. 19 e 20)


Os discípulos deviam ter estranhado a crítica feita pelo Senhor Jesus aos es-
cribas e fariseus. Os escribas passavam a vida toda ensinando e expondo a lei de
Moisés. Eram considerados como autoridades sobre o assunto da lei de Deus. O
nome "fariseu" significa "separatista" e eram considerados como zelosos pelo Ve-
lho Testamento. Então por que o Senhor Jesus disse: "Porque vos digo que, se a
vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
reino dos céus"? (v. 20).
A JUSTIÇA DOS ESCRIBAS E FARISEUS era externa e não interna. Agiam
para aparecerem justos perante os homens, em vez de receberem uma justiça real
de Deus. Procuravam uma justiça que era impossível conseguir, porque queriam
adquirir a justiça pelas obras. Queriam se justificar, em vez de ser justificados por
Deus. faltava-lhes o arrependimento e a fé e não reconheceram que eram peca-
dores. Desprezavam e rejeitavam a justiça de Deus pela fé em Cristo. Por obras e
cerimonias religiosas não se pode entrar no reino dos céus!

Liçáo N84
A SUPERIORIDADE DO SENHOR JESUS CRISTO COMO ENSINADOR
Leitura: Mateus 5.21 a 32

Nos versículos 21 a 48 o Senhor Jesus contrastou a interpretação da lei feita


pelos escribas e fariseus com a Sua interpretação. Os seis assuntos principais são
introduzidos com as palavras: "OUVISTES QUE FOI DITO AOS ANTIGOS».. EU,
PORÉM, VOS DIGO_~". Nesta lição vamos considerar a superioridade do ensino
do Senhor Jesus quanto aos primeiros três assuntos, a saber, o homicídio (w. 21 a
26), o adultério (w. 27 a 30) e o divórcio (w. 31 e 32).
Os seis assuntos de Mateus 5.21 a 48 demonstram de uma maneira clara a
superioridade do ensino do Senhor e dEle como ensinador. Com autoridade Ele
declarou: "Eu, porém, vos digo—". Em Marcos 122 lemos: "Maravilharam-se da
Sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escri-

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bas". Ele não apenas se estabeleceu como o supremo intérprete do Velho Testa-
mento e da justiça de Deus, mas também estava revestido de uma autoridade sin-
gular e divina e declarou: "Eu, porém, vos digo~_".
Os escribas interpretavam os mandamentos pela letra da lei, enquanto que o
Senhor Jesus deu importância ao espírito da lei. O apóstolo Paulo, falando da velha
e da nova alianças, escreveu: "A letra mata, mas o espirito vivifica" (2- Corlntios
3.6).
O ESCRIBA SOMENTE CONDENOU O MAU FRUTO DA ÁRVORE, EN-
QUANTO QUE O SENHOR JESUS CORTOU A RAIZ.

O HOMICÍDIO
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás e: Quem matar estará sujeito
a julgamento" (v. 21). Pela palavra "julgamento" os escribas entendiam somente o
comparecimento do criminoso perante um juiz humano, sem pensar no castigo e
julgamento de Deus. Eles acrescentaram ao sexto mandamento as palavras: "Quem
matar estará sujeito a julgamento".
Os escribas citaram os rabis dos tempos idos, mas o Senhor Jesus não bus-
cou a autoridade de outros, mas na Sua própria autoridade Ele disse: "Eu, porém,
vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito
a julgamento e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do
tribunal e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo".
O Senhor Jesus ensinou a respejto do crime, do castigo e da maneira de evi-
tar o homicídio. A interpretação da lei pelos escribas somente tratava do ato do
homicídio, enquanto que o Senhor Jesus ensinou a respeito da origem e do pro-
cesso que terminou no homicídio. Tudo começa com a ira descontrolada que leva a
pessoa a insultar e depois, aumentando o abuso, chega a matar a vftima. Mostra-
nos a importância de controlar as emoções e apagar logo o fogo da ira. O ódio é
um pecado terrível que precisa ser arrancado sem deixar a raiz de amargura, que
pode tomar conta do coração.
Os escribas, além de copiarem as Sagradas Escrituras, eram intérpretes da lei.
Eles ensinavam a respeito do julgamento pelo juiz da localidade. Em Deuteronômio
16.18, Moisés disse: "Juizes e oficiais constituirás em todas as tuas cidades que o
Senhor teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com reto juf-
zo". O Senhor Jesus falou do mesmo jufzo quando disse: "Todo aquele que sem
motivo se irar contra seu irmão estará sujeito ao julgamento". E acrescentou o Se-
nhor Jesus: "E quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do
tribunal". O tribunal era o Sinédrio em Jerusalém, onde eram julgados os casos
mais graves. O pecado do coração agora se manifesta no abuso do caráter da vfti-
ma. O Senhor prossegue dizendo: "E quem lhe chamar. Tolo, estará sujeito ao in-
ferno de fogo". A palavra traduzida "tolo" significa "imprestável" e parece que
para os judeus era um insulto muito grande.
Desta maneira, por meio de um quadro do desenvolvimento do pecado, o
nosso Senhor apresentou um aspecto do julgamento que não é humano, mas sim,
o julgamento feito por Deus - "o inferno de fogo". O pecado entre os judeus era
julgado pelo juiz da cidade, mas o crime mais grave só podia ser julgado pelo con-
selho supremo, o Sinédrio, em Jerusalém; porém o julgamento mais sério é feito

-12-
por Aquele que conhece o coração humano. O escriba ensinou o castigo pela justiça
humana e o Senhor Jesus também o fez. porém deu ênfase nos Seus ensinos ao
que os outros ensinadores esqueceram: o julgamento feito por Deus, o inferno de
fogo.

O ENSINO DO SENHOR JESUS MOSTRA COMO EVITAR OS CRIMES


Em dois versículos (w. 21 e 22) registra-se o ensino do Senhor Jesus a res-
peito da origem, do desenvolvimento e do ato de pecar e agora, em quatro versí-
culos (w. 23 a 26), Ele receitou o preventivo contra o homicídio.
Os discípulos, como judeus, assistiam à adoração no templo e o Senhor Jesus
lhes disse: "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu
irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão e então, voltando, faze a tua oferta". Estas palavras
ensinam-nos a importância da reconciliação com o ofendido. Os escribas e outros
achavam que o zelo numa cerimónia religiosa podia servir de capa para cobrir
qualquer deficiência espiritual e moral na vida. Não é este o ensino de Cristo.

O SENHOR JESUS DEU ÊNFASE À URGÊNCIA DA RECONCILIAÇÃO (w. 23


a 26)
O Senhor Jesus aconselhou: "Vai PRIMEIRO reconciliar-te com o teu irmão"
e "entra em acordo SEM DEMORA com o teu adversário". O ensino destes dois ca-
sos mostra que os resultados da inimizade devem ser evitados, porque causa muita
cousa desagradável até o homicídio.
A demora em entrar num acordo com o inimigo pode começar não apenas o
processo do pecado, mas também o processo da lei: "Para que o teu adversário
não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça e sejas recolhido à prisão. Em
verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo" (w.
25 e 26). Estes versículos não podem ensinar, de forma alguma, a existência de um
purgatório. A reconciliação por Cristo é diferente, como também o castigo eterno
(Mateus 25.41 a 46).

O ADULTÉRIO
Os escribas somente condenavam o ato de adultério, mas a lei condenou
também o desejo, que é cobiça (Êxodo 20.17). O ensino do Senhor Jesus é que o
adultério começa com o desejo no coração, que se desenvolve pelo olhar e que é
consumado pelo ato. Disse Jesus: "Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, po-
rém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no cora-
ção já adulterou com ela" (w. 27 e 28).
A solução do problema parece muito violenta e absurda. "Se o teu olho di-
reito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos
teus membros e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. Se a tua mão direita
te faz tropeçar, corta-a e lança de ti" (w. 29 e 30). Será que devemos tomar estas
palavras ao pé da letra? De forma alguma! Como era o costume dos judeus. Ele
usou linguagem figurativa. Falou uma coisa absurda para mostrar que o ensino dos
escribas e fariseus era absurdo.
Arrancar o olho direito e cortar a mão direita são palavras de ironia na rés-

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posta do Senhor Jesus ao ensino absurdo dos escribas. Culpavam os membros do
seu corpo pelo pecado cometido, como se os membros fossem independentes da
sua pessoa. É como no caso do filhinho que faz arte e quando a mãe vai castigá-lo
ele protesta, dizendo: "Não, mamãe. Não fui eu, foi a minha mão!" Então a mãe
toma a môozinha e bate nela. O filhinho chora, mas a mãe explica: "Não, Roberti-
nho, eu não bati em você; bati somente na sua mão!"
Não posso me desligar das minhas açôes por dizer que foi o meu olho ou a
minha mão que pecou. Somos responsáveis pelas nossas açôesl O Senhor Jesus
deu ênfase na palavra "direito". Será que arrancar o olho direito e cortar a mão di-
reita resolve o problema? De forma alguma! porque restam o olho esquerdo e a
mão esquerda para praticarem o pecado. Será necessário mutilar o corpo todo,
cortando os membros todos até acabar com o homem. As palavras do Mestre tam-
bém nos ensinam como nos devemos ter horror e ódio ao pecado, por isso o nosso
arrependimento deve aprofundar-se cada vez mais.
O ensino do apóstolo Paulo de mortificar a carne não se refere ao ffsico, mas
sim, ao moral e ao desejo. Ele escreveu: "Porque, se viverdes segundo a carne, ca-
minhais para a morte, mas, SE PELO ESPÍRITO MORTIFICARDES OS FEITOS DO
CORPO, certamente vivereis" (Romanos 8.13; veja também Colossenses 3.5 e Ro-
manos 13.14).

O DIVÓRCIO
Para poder entender os versículos 31 e 32 precisamos saber o que diz a lei
sobre o casamento, o que dizem os escribas e o que diz o Senhor Jesus. A lei de
Moisés registrada em Deuteronómio 24.1 a 4 foi dada para corrigir uma confusão
muito grande a respeito do divórcio. Apesar da declaração de Deus em Génesis
2.24, era comum um judeu mandar erhbora a sua esposa sem qualquer motivo,
causando privações è mulher. Pela lei de Moisés, o adultério era punido com a
morte por apedrejamento e, assim, o adultério não podia ser o motivo de divórcio.
A lei foi dada para controlar uma situação ruim. Por esta lei o homem não podia
mandar embora a sua mulher por qualquer motivo e tinha de dar uma carta de di-
vórcio. Os escribas somente insistiram na carta de divórcio para resolver o proble-
ma, porém continuou o mesmo problema.
O ensino do Senhor Jesus foi diferente e Ele afirmou: "Eu, porém, vos digo:
Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a
expõe a tornar-se adúltera e aquele que casar com a repudiada comete adultério"
(Mateus 19.9). A legislação do divórcio não foi segundo o plano original de Deus,
mas tornou-se necessária por causa da dureza do homem. O castigo de adultério
foi mudado e tornou-se o único meio pelo qual o homem podia repudiar a sua
mulher (Mateus 195). O ensino do Senhor Jesus é esclarecido em Mateus 19J a 9,
onde a santidade do casamento é confirmada. Declarou o Senhor Jesus: "De modo
que já nfio slo mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o
separe o homem" (Mateus 19.6).

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Uçfo N* 5
A VERDADE E A GRAÇA
Leitura: Metem 5.33 a 48

Pela terceira vez o Senhor Jesus disse: "Ouvistes que foi dito aos antigos».
Eu, porém, vos digo—". Três vezes no trecho em foco o Senhor Jesus falou setes
palavras fazendo, desta forma, três divisões:
1) O discípulo e a verdade (w. 33 a 37).
2) O discípulo e a conduta extraordinária (w. 38 a 42).
3) O discípulo e o amor ao inimigo (w. 43 a 48).
O ensino dos escribas e fariseus era de conveniência e se acomodava com a
vida deles. O Senhor ensinou o que Ele é. isto é, a graça e a verdade, pois "a tei foi
dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo" (João 1.17).

O DISCÍPULO E A VERDADE
OS JURAMENTOS. Os juramentos registrados no Velho Testamento visa-
vam a solenidade e a seriedade de certos atos. Abraão não queria que o seu servo
falhasse no propósito tSo importante de buscar uma noiva para (saque, por isso ele
obrigou o seu servo a jurar pelo Senhor Deus do céu e da terra que nfto tomaria
esposa de entre as filhas dos cananeus para Isaque, mas sim. da parentela de Abra-
ão (Génesis 24.2). Jacó fez José jurar quanto ao seu sepultamento (Génesis 4731) e
José o fez da mesma maneira (Génesis 50.25). Estes e outros, também no Velho
Testamento, pediram juramento para ter certeza do cumprimento de certos propó-
sitos.
Em Hebreus 6.16 o escritor esclarece o assunto por estas palavras: "Os ho-
mens juram pelo que lhes é superior e o juramento, servindo de garantia, para eles,
é o fim de toda contenda" e no versfcuío seguinte lemos que Deus fez juramento
"para mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu
propósito".
"Também ouvistes que foi dito aos antigos: NSo jurares falso, mas cumpri-
rás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos" (v. 33). As palavras:
"NSo jurarás" se encontram em Levhfeo 19.12, que diz: "Nem jurareis falso pelo
Meu nome, pois profanaríeis o nome de vosso Deus: Eu sou o Senhor". Por estas
palavras o povo do Velho Testamento foi avisado contra o crime de perjúrio.
O ENSINO DO SENHOR JESUS. "Eu, porém, vos digo: De modo algum
jureis". Por que o Senhor Jesus afirmou isto? A situação em Israel era tSo ruim
porque o povo era tão mentiroso que os homens nfio podiam confiar nas palavras e
declarações uns dos outros. EntSo, para dar às suas palavras algum valor, juravam.
Ao invés de restringir o juramento aos assuntos sérios e importantes, o povo usa-
va-o para qualquer quest&o trivial, por causa do seu caráter duvidoso.
O ENSINO DOS ESCRIBAS E FARISEUS. De um modo oficial, eles con-
denaram o juramento falso e disseram: "Não jurarás falso", mas, ao mesmo tempo,
ensinaram como alguém podia ser mentiroso e desonesto ao fazer um juramento.
Eles traçaram uma linha de distinção entre diversos tipos de juramento, afirmando
que certos juramentos eram obrigatórios, mas outros não. Como, por exemplo: Se

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alguém fizesse juramento pelo templo então não estava obrigado a cumpri-lo, mas,
se alguém jurasse pelo ouro do templo, ficava obrigado a cumprir o que jurara.
Em Mateus 23, vê-se como o Senhor Jesus desmascarou esta perversão.
Também nos versículos 34 a 36 do nosso estudo, o Senhor Jesus fez uma referên-
cia ao ensino dos escribas. Ensinaram que não havia perigo de ser falso se alguém
fizesse juramento em qualquer cousa relacionada com Deus, menos no nome de
Deus, porque jurar falso em nome de Deus é o crime de perjúrio. O Senhor Jesus
mencionou algumas destas cousas pelas quais podiam jurar sem ficarem obriga-
dos, a saber, jurar pelo céu, pela terra, por Jerusalém e pela cabeça.
O ensino principal do Senhor Jesus no tocante a esse assunto é que o discí-
pulo de Cristo não precisa fazer juramento, pois basta falar a verdade. A sua pala-
vra deve ter valor em todos os seus negócios; ele deve ser de plena confiança, re-
ftetindo, desta maneira, o verdadeiro caráter do discípulo de Cristo, o qual disse:
"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do malig-
no" (v. 37).

O DISCÍPULO E A CONDUTA EXTRAORDINÁRIA


"OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE". Este decreto encontra-se em
Êxodo 21.24, Levftico 24.20 e Deuteronômio 19.21. Como nos casos de adultério, de
divórcio e de juramentos, o propósito deste decreto era de controlar excessos. Ser-
via para alertar os juizes que o castigo não podia ser mais severo do que a ofensa e
que o castigo imposto devia corresponder à gravidade da ofensa. Também este de-
creto foi dado para controlar a ira, a violência e a vindita. Sabemos que basta ape-
nas uma pequena ofensa para que a pessoa ofendida procure tirar vingança, in-
cluindo danos físicos ao ofensor, podendo até mesmo tirar-lhe a vida. Os escribas
interpretaram esta lei de outra forma, exigindo a vingança "olho • por olho,
dente por dente".
O SENHOR JESUS ENSINOU, POR MEIO DE QUATRO EXEMPLOS, QUE
O DISCÍPULO DE CRISTO DEVE AGIR DE UMA MANEIRA MELHOR DO QUE
O POVO DO MUNDO.
Este é ensino pessoal somente para os discípulos e não para os governos
(porque há necessidade de policia, de jufzes e de prisões), nem é tampouco para o
povo em geral. É somente para o nascido de novo, para o bem-èventurado, para o
discípulo de Cristo.
1) A REAÇÃO DO DISCÍPULO DE CRISTO CONTRA A VIOLÊNCIA. O
Senhor Jesus declarou: "EU, PORÉM, VOS DIGO: NÃO RESISTAIS AO PERVER-
SO" (v. 39). A atitude do discípulo de Cristo à violência pessoal deve ser: "A qual-
quer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra". O discípulo deve mos-
trar submissão, deixando a vingança nas mãos de Deus (Romanos 12.19 a 21).
2) O DISCÍPULO DE CRISTO, AO INVÉS DE EXIGIR OS SEUS DIREI-
TOS NA JUSTIÇA, RESOLVE O PROBLEMA PELO ESPÍRITO GENEROSO.
"Ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa" (v.
40). Segundo as leis judaicas, a túnica podia ser tirada, mas não a capa, que, em
geral, era mais cara e por alguns usada como cobertor (Êxodo 22.26 e 27). Não se
vence o ódio com ódio, mas sim, com amor. Às vezes, perde-se a túnica e a capa,
mas ganha-se maisl

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3) A DISPOSIÇÃO DE SERVIR DEVE ULTRAPASSAR A OBRIGAÇÃO.
"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas" (v. 41). A palavra tra-
duzida "obrigar" é de origem persa e era usada para descrever o costume dos cor-
reios de obrigar as pessoas a levar a correspondência uma milha, quando, então, a
entregariam a outro portador. A mesma palavra é usada em Mateus 2732.
4) O DISCÍPULO DE CRISTO DEVE SER ALTRUÍSTA E NÃO MATÉRIA-
LISTA. "Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe empres-
tes" (v. 42). A interpretação e a aplicação desta ordem è nossa vida deve ser em
harmonia com outros trechos da Palavra de Deus. Aprendemos de outros versícu-
los que a generosidade deve ser acompanhada por prudência e percepção. O pró-
prio Deus nem sempre nos dá o que nós Lhe pedimos, mas somente o que é para o
nosso bem. A lei de Moisés tinha alguma cousa a dizer a respeito de emprestar di-
nheiro. O judeu não podia cobrar juros a outro judeu e, por isso, o judeu materia-
lista voltava as costas aos seus patrícios para emprestar dinheiro com juros ao es-
trangeiro.

O DISCÍPULO E O AMOR AO PRÓXIMO


"Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo" (v. 43).
Os mestres entre os judeus perverteram o segundo grande mandamento: "Amarás
o teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor" (Levftico 19.18). Para o judeu,
povo de outra raça era inimigo; porém, no mesmo capftulo, a lei ensinou: "Como o
natural será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; AMÁ-LOS-EIS CO-
MO A VÓS MESMOS" (Levftico 1934).
O Senhor Jesus ressaltou a diferença de ensino do escriba e o dEle com as
palavras: "Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos per-
seguem" (v. 44). O ensino do Senhor Jesus é exigente e contrário à natureza hu-
mana, mas para o discípulo de Cristo é essencial pôr em prática o ensino do Mestre
por quatro razões:
1) Porque Ele mesmo deu o exemplo na cruz de amor para com os Seus ini-
migos (Lucas 2334). Também Estêvão, ao morrer, seguiu o exemplo de Cristo (A-
tos730).
2) Porque o discípulo de Cristo é filho de Deus e, por isso, deve mostrar o
caráter do Pai, amando o inimigo (v. 45).
3) Porque não há virtude alguma em amar pessoas que nos amam, pois é
uma reação natural. Até os cobradores de impostos amavam aqueles que os ama-
vam! Os judeus eram o povo de Deus, mas neles não havia amor para o povo de
outras nações, pois saudavam somente os seus patrícios e, portanto, não havia di-
ferença entre eles e os gentios, pois estes também saudavam os da mesma raça (v.
47).
4) Porque o alvo é ser perfeito como nosso Pai celeste é perfeito (v. 48). Pare-
ce impossível de ser atingido, mas, mesmo assim, é o nosso alvo.

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Llçio N9 6
A HIPOCRISIA E A SINCERIDADE
Leitura: Mateus 6.1 a 18

Uma nova seçéo começa no capítulo 6, onde o Senhor Jesus, no Seu discur-
so, passa do assunto do Seu ensino para indicar qual deve ser a vida e a prática do
Seu discípulo. Com muito acerto, o Senhor Jesus chamou a vida do Seu discípulo
"a justiça" porque é justa em todos os aspectos.

CARACTERÍSTICAS DA VIDA DO DISCÍPULO


1) UM MOTIVO SINCERO. "Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante
dos homens, com o fim de serdes vistos por eles" (v. 1).
2) É UMA VIDA QUE GANHA UMA RECOMPENSA. "Doutra sorte não
tereis galardão junto de vosso Pai celeste" (v. 1).
3) É UM NOVO RELACIONAMENTO COM O PAI CELESTE (v. 1).
Em nosso trecho há um contraste entre a vida do fariseu e a vida do discípulo
de Cristo, embora o nome "fariseu" não seja encontrado aqui porque o Senhor o
chamou de "hipócrita". O hipócrita não expressa a sua própria personalidade, mas
sim, desempenha um papel, representando uma pessoa bem diferente do seu ca-
réter. É como alguém que levanta uma fachada bonita para esconder uma casa
ruim. O Senhor Jesus comparou os escribas e fariseus com sepulcros caiados por
fora, mas que por dentro estão cheios de podridão (Mateus 23.27).

A VIDA RELIGIOSA DOS ESCRIBAS E FARISEUS CONSISTIA EM TRÊS


ATIVIDADES
Eram a esmola (w. 2 a 4), a oração (w. 5 a 15) e o jejum (w. 16 a 18). Elas se
relacionam com três pessoas: a) Com o meu semelhante (a esmola); b) Com Deus
(a oração); c) Comigo mesmo (a abnegação).

O ENSINO DAS TRÊS ATIVIDADES PARA OS SEUS DISCÍPULOS


1. A MANEIRA CERTA DE DAR (w. 2 a 4). Para descrever essa auto-exal-
tação, o Senhor Jesus comparou o fariseu a alguém que tocava uma trombeta
diante de si para chamar a atenção do povo à sua caridade.
O discípulo de Cristo deve proceder de maneira bem diferente. Ao dar ao ne-
cessitado, disse Jesus: "Ignore a tua esquerda o que faz a tua direita" (v. 3). Desta
forma devemos não apenas não contar aos outros, mas também devemos esquecer
que fizemos a caridade "para que a tua esmola fique em secreto e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará" (v. 4). A lição para nós é que Deus terá uma recom-
pensa para o que é feito somente para a glória de Deus.

2. A MANEIRA CERTA DE ORAR (w. 5 a 15). Na parábola do fariseu e do


publicano (Lucas 185 a 14) temos o exemplo da oração do fariseu, que realmente
não é oração, mas apenas uma exibição de si mesmo. No trecho em foco, o Senhor
Jesus não está falando de orações em público e de reuniões de oração, quando um
dos irmãos ora em voz alta enquanto que a congregação, silenciosamente, ora com
ele, acrescentando o seu amém no final da oração. A oração em secreto, no gozo de

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comunhão com Deus, é essencial para a vida espiritual do crente. Sem esta expe-
riência diária a pessoa não este em condições de orar em público, pois torna-se
formal como a oraçêo do fariseu.
Em oração devemos evitar o formalismo. Disse Jesus: "NSo vos assemelheis,
pois, a eles" (v. 8). Não devemos fazer vis repetições como os gentios (o povo sem
Deus). Isto não quer dizer que não podemos repetir um assunto em oração. No
Jardim do Getsêmani o Senhor Jesus repetiu o Seu pedido, mas não foi uma vã
repetição (Mateus 2839 a 42). Há uma grande diferença entre repetir orações e
orar. Se Deus, o nosso Pai, sabe das necessidades antes de nós pedirmos, por que
precisamos pedir? Porque Deus deseja a comunhão com Seus filhos; porque, pelo
pedir, nós recebemos a resposta de nosso pedido; porque a oração em secreto tem
uma recompensa.
A ORAÇÃO DO SENHOR
A oração do Senhor (w. 9 a 15) não é para ser repetida e rezada, porque Ele
condenou esta prática (v. 7). Notemos como o Senhor introduziu o assunto: "Por-
tanto, vós orareis assim»." (v. 9). Por meio desta oração aprendemos como deve-
mos orar, porque ela contém o ensino e os princípios da oração verdadeira.
AS LIÇÕES QUE APRENDEMOS DA ORÀçAo DO SENHOR SÃO:
1) CONFIANÇA EM DEUS COMO PAI. "Pai nosso que estás no céu" (v. 9).
Aquele que é nascido de novo pode se aproximar de Deus, sabendo que Ele é seu
Pai. Esta relação com Deus garante um interesse especial no Seu filho.
2) REVERÊNCIA DA PESSOA DE DEUS. "Santificado seja o Teu nome" (v.
9). Como pode ser santificado o nome de Deus? O "nome" significa a "pessoa" e o
nome de Deus não é como os outros nomes, pois é um nome incomparável e se-
parado dos demais; por isso a reverência é merecida e exigida. É fato que o crente
pode dirigir-se a Deus como o seu Pai, mas, ao mesmo tempo, não deve haver falta
de reverência e de respeito ao Seu nome.
3) O MAIOR INTERESSE NAS ORAÇÕES DEVE SER O REINO DE
DEUS. "Venha o Teu reino" (v. 10). No tempo atual, o reino de Deus é espiritual e
está nos corações dos que crêem em Cristo. A Igreja está esperando o arrebata-
mento; então os monos em Cristo serão ressuscitados e os crentes na terra serão
arrebatados e transformados para estarem para sempre com o Senhor. Porém nós
almejamos outro acontecimento quando, na Sua segunda vinda para a terra, Ete
virá em glória e majestade como Rei para reinar aqui na terra. Nós oramos "venha
o Teu reino".
4) A VONTADE DE DEUS Ê DE SUMA IMPORTÂNCIA EM ORAÇÃO. A
oração torna-se poderosa e com muito resultado quando á feita na vontade do
Senhor. Na oração do Senhor Jesus no Jardim do Getsêmani, Ele orou: "Contudo,
não se faça a Minha vontade e sim, a Tua" (Lucas 22.42). O crente desobediente a
Deus não pode com sinceridade fazer este pedido. Como á feita a vontade de Deus
no céu? É pela pronta obediência. Deve ser o meu desejo e o meu pedido ver tal
obediência, primeiramente, na minha vida e, depois, na vida dos outros.
5) A NOSSA DEPENDÊNCIA DE DEUS. "O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje" (v. 11). O pedido pelas nossas necessidades físicas não está em primeiro lu-
gar, mas sim, em quarto lugar. O que está em primeiro lugar é a maneira que nós
nos aproximamos de Deus com o propósito de ver a extensão do Seu reino espiri-

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tual aqui no mundo e desejando a Sua glória e majestade na Sua vinda para reinar.
E por que devemos fazer este pedido quando não falta o pão de cada dia para nós?
Devemos ter um reconhecimento da nossa dependência de Deus quanto a todas as
necessidades físicas e materiais. Também devemos mostrar a nossa gratidão a
Deus porque é Ele que nos supre as necessidade?. _
6) A NECESSIDADE DE UM ESPÍRITO PtRDOADOR. Por que nestes sete
versículos (w. 9 a 15) o Senhor Jesus falou tanto da necessidade de um espírito
perdoador? Em primeiro lugar, é uma condição exigida para conseguir a resposta
da oração. Em segundo lugar, é um teste para aquele que se aproxima de Deus em
oração. Quem não está disposto a perdoar a outros não está em boas condições
espirituais. Quem sente a graça de Deus para com ele, com boa vontade perdoa a
outros. "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nos-
sos devedores" (v. 12 e também os versículos 14 e 15). "As nossas dívidas" são as
nossas faltas que cometemos depois de crer em Cristo.
7) DESCONFIANÇA DE SI MESMO. "E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal" (v. 13). Com estas palavras o Senhor Jesus ensinou aos Seus
discípulos que na tentação ou na provação deviam confiar no poder de Deus para
os guardar do mal e não confiar em si mesmos. Pedro confiou em si mesmo e caiu
(Mateus 26.31 a 35). É somente pela graça e pelo poder de Deus que ficamos em pé.
"Pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém".

3.0 MODO CERTO DE SE ABNEGAR(w. 16 a 18). A abnegação para os dis-


cípulos de Cristo significa mais do que a abstenção de alimento em certas ocasiões.
Eles não jejuavam (Mateus 9.14), porém o jejum dos fariseus serve para ensinar a
maneira pela qual os discípulos de Cristo devem se negar certos direitos. São as
mesmas lições das esmolas e das orações que, em resumo, são:
a) O discípulo deve estar em comunhão com Deus e viver constantemente em
Sua presença:
b) Pela hipocrisia a pessoa perde a recompensa;
c) Há nesta seção uma ênfase no relacionamento entre os que pertencem a
Cristo e Deus, como seu Pai.

Liçfio N« 7
O MATERIALISMO
Leitura: Mateus 6.19 a 26

Depois de avisar os Seus discípulos do perigo da hipocrisia, o Senhor Jesus


passou a adverti-los do perigo do materialismo. Os judeus pensavam que riquezas
eram sinal das bênçãos de Deus. É fato que Deus prometeu aos descendentes de
Abraão bênçãos materiais para os que obedecessem a Sua Palavra.
Pela Sua vinda ao mundo, o Senhor Jesus trouxe bênçãos espirituais. No
Sermão do Monte há repetição da frase "o Pai celeste" ou "o Pai que está nos
céus" ou simplesmente "o teu Pai". É a relação do crente em Cristo com o Pai cê-

-20-
lestial, que conhece todas as nossas necessidades (físicas, materiais e espirituais) e
que está disposto a supri-las (w. 7 a 11}.
O discípulo de Cristo não pertence a este mundo, mas está aqui de passagem,
em demanda do seu lar celestial; por isso, o que deve ser mais importante para ele
é o espiritual e celestial.

TRÊS ILUSTRAÇÕES DO TEMA EM FOCO: TESOURO, OLHOS E SENHOR


Estes três têm uma influência muito grande em nossa vida. Os três fatores
importantes na vida são o Amor, a Visão e alguém que nos dirige (o Patrão ou Se-
nhor).
O AMOR
Nos versículos 19 a 21 há um contraste entre o tesouro terreno e o tesouro
celestial. As riquezas materiais não são duráveis. Exortou o Mestre: "Não acumuleis
para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde
ladrões escavam e roubam" (v. 19). Os judeus guardavam alguns dos seus tesouros
num vaso de barro e o enterravam na terra; por isso, os ladros precisavam escavar
para achar o tesouro. Naquele tempo os tesouros dos judeus eram principalmente
vestidos, jóias, ouro e prata.
O crente em Cristo é administrador dos bens que Deus lhe concedeu para a
sua manutenção e para o serviço de Deus. Pela boa administração desses bens,
quando os usa para a glória de Deus, ele ajunta tesouro nos céus. Ainda assim, o
lugar do seu tesouro determina aqui na terra onde está o seu amor.
O materialista vive só para este mundo e, ao invés de confiar em Deus, ele
confia nos bens, que ele procura amontoar como um seguro para o futuro. O Mes-
tre não condena o uso direito e sensato dos bens, mas sim, a acumulação dos bens
para si.
O materialismo prejudica a vida espiritual do crente descuidoso porque:
a) o egotsmo sempre dá prejuízo;
b) quem coloca riquezas em primeiro lugar é idólatra;
c) o desinteresse espiritual toma conta da pessoa;
d) o amor para Cristo se esfria até que a perda espiritual seja total, "porque
onde está o teu tesouro af estará o teu coração" (v. 21).

A VISÃO
Os olhos são as janelas pelas quais a luz entra no corpo humano e pelas quais
podemos ver ao redor de nós. Sabemos que, quando o Senhor Jesus falou de "o-
Ihos bons e maus". Ele se referiu ã visão espiritual. "Se os teus olhos forem bons
todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo
estará em trevas" (w. 22 e 23). Pelos olhos escolhemos o objetivo, o alvo e o cami-
nho em que queremos andar.
É pela fé que podemos ter uma boa visão espiritual, como os homens de fé
registrados em Hebreus 11. Abel viu como podia se aproximar de Deus. "Pela fé
Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim" (v. 4). Enoque esco-
lheu a vida de comunhão com Deus. "Pela fé Enoque obteve testemunho de haver
agradado a Deus" (v. 5). Abraão olhava para o futuro e não apenas recebeu pela fé
as promessas de Deus, mas também "aguardava a cidade que tem fundamentos,

-21-
da qual Deus é o árquiteto e edificador" {v. 10). Moisés "preferiu ser maltratado
junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado" (v. 15). Ele
"considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egi-
to. porque contemplava o galardão" (v. 2). Moisés deu mais valor ao invisível, ao
espiritual, às riquezas celestiais. Moisés "permaneceu firme, como quem vê Aquele
que é In visível" (v. 27).
Por outro lado, a igreja em Laodicéia se orgulhava da sua riqueza material,
mas faltou-lhe a riqueza espiritual. O Senhor disse è igreja: Tu "dizes: Estou rico e
abastado, e náo preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, mise-
rável, pobre, cego e nu" (Apocalipse 3.17). O Senhor Jesus acrescentou: "Aconse-
lho-te~«. colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas" (v. 18).
Em ó Novo Testamento há vários exemplos de pessoas que desprezaram o
que é espiritual, celestial e eterno para poderem ganhar os prazeres deste mundo
ou as riquezas. O jovem rico perguntou a Jesus: "Mestre, que farei de bom para al-
cançar a vida eterna?" (Mateus 29.16). "Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito vai,
vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-
Me" (v. 21). O jovem, ouvindo estas palavras, retirou-se triste porque tinha muitas
propriedades. Ele preferiu os seus bens aqui por algum tempo do que possuir um
tesouro no céu para sempre.
O olhar do apóstolo Paulo foi bem diferente. Ao pensar nas suas vantagens
religiosas, como doutor da lei, no judaísmo, ele declarou: "O que para mim era lu-
cro, isto considerei perda por causa de Cristo" (Filipenses 3.7). O olhar do apóstolo
Paulo não se desviou desde o momento da sua conversão até o seu martírio. Ele
manteve firme até ao fim o seu olhar na meta, que é Cristo.

O ÚNICO SENHOR
O Senhor Jesus deixou bem patente que o Seu discípulo não pode ter um
coração dividido, nem dois senhores dirigindo a sua vida. Ele exige todo o nosso
amor e a nossa obediência. Disse Jesus: "Ninguém pode servir a, dois senhores;
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e des-
prezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (v. 24). Os bens são bons
servos, mas, como senhores, eles são ruins e muito podem prejudicar a vida espi-
ritual. O homem foi criado para dominar a criação e não pode ser dominado por ela
(Génesis 1.26). Além disto, a pessoa que procura servir a dois senhores tem olhos
maus e defeituosos.
Judas Iscariotes, um dos doze discípulos do Senhor Jesus, procurou servir a
Cristo e és riquezas, mas foi um fracasso total. Como discípulo, ele aprendeu de
Cristo, mas não aproveitou do ensino de Cristo, porque ele tinha como outro se-
nhor as riquezas. Ele era o tesoureiro do Senhor e dos discípulos, mas não era fiel
nisto. Era ladrão e retirava da bolsa algum dinheiro para ele mesmo. O dinheiro
tornou-se o seu patrão duro e, no fim, ele traiu o Senhor Jesus, vendendo-O por
trinta moedas.
As lições principais deste estudo são:
a) Cuidado com o seu amor l
b) Cuidado com o seu olhar)
c) Cuidado com a sua escolha do patrão a quem você obedecei

-22-
Liçio NS 8
O MAL DA ANSIEDADE E A SUA CURA
Leitura: Mateus 6.25 a 34

O Senhor Jesus continua o tema dos versículos anteriores, tomando por base
as palavras: "Não podeis servir a Deus e às riquezas" (v. 24). Ele acrescentou: "Por
isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vida quanto ao que haveis de comer ou be-
ber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir" (v. 25). O propósito
deste ensino é aumentar a confiança do discípulo em Deus e mostrar-lhe a tolice da
ansiedade.

POR UMA SÉRIE DE PERGUNTAS, APRENDEMOS COMO DEUS. O CRIA-


DOR, É SUSTENTADOR DE TODAS AS COUSAS.
O Mestre fez quatro observações a respeito da Criação:
A PRIMEIRA OBSERVAÇÃO É DO CORPO HUMANO E DA VIDA.
Deus nunca fez cousas pela metade. Ele, que criou as maravilhas do corpo humano
e a vida, também cuida de sustentá-los. A PRIMEIRA PERGUNTA: "Não é a vida
mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?" (v. 25).
A SEGUNDA OBSERVAÇÃO É DAS AVES DO CÉU. O versículo 26 nfio
ensina a preguiça, nem a ociosidade e nem que deixemos de planejar para o futuro,
mas que não devemos nos preocupar quanto a esta vida. Deus deu ao homem a
inteligência e a capacidade para trabalhar, semear e ceifar, como também para
ajuntar a safra nos celeiros. A SEGUNDA PERGUNTA: "Não valeis vós muito mais
do que as aves?" (v. 26).
A TERCEIRA OBSERVAÇÃO. MAIS UMA VEZ, É DO CORPO HUMANO.
A TERCEIRA PERGUNTA: "Qual de vós. por ansioso que esteja, pode acrescentar
urn côvado ao curso da sua vida?" (v. 27). Outra tradução diz: "Pode acrescentar
um côvado à sua estatura?" Ambas são válidas. A ansiedade nada adianta porque
não pode acrescentar nem um minuto à vida, nem um centímetro è estatura. Pelo
contrário, prejudica a saúde e pode encurtar a vida.
A QUARTA OBSERVAÇÃO É DOS LÍRIOS DO CAMPO. Era um espeta-
culo muito bonito ver os Ifrios de cor de escarlata nos campos da Galiléia. O as-
sunto agora ê a ansiedade pelo vestuário. "Considerai como crescem os Ifrios do
campo: eles não trabalham nem fiam". Criar o lírio do campo é a obra da Onipo-
tència, que o homem não pode igualar. Com toda a autoridade, o Senhor Jesus
disse: "Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu
como qualquer deles" (v. 29).
O motivo destas quatro observações da Natureza é ensinar aos discípulos a
grandeza de nosso Deus em criar e sustentar a Sua Criação e também o valor de
Seu povo para Ele. Desta maneira, o povo de Deus deve evitar a preocupação, con-
fiando sempre no Senhor em todos os setores da vida.
Há uma grande diferença entre o homem e o resto da Criaç5o,porque o ho-
mem foi criado à imagem de Deus (Génesis 1.27), As aves do céu não fabricam o
seu próprio alimento, mas procuram o que Deus lhes fornece; porém o homem tem
uma parte de responsabilidade na sua manutenção. Ele semeia, colhe e não-deixa a
safra apodrecer. A mulher fia e faz os vestidos, ajudando na sua manutenção. Os II-

-23-
rios nõo podem fazer isto, mas Deus ainda os veste.

O VALOR DO POVO DE DEUS PARA DEUS


O Senhor Jesus, dirigindo-se aos discfpulos, duas vezes empregou a frase:
'Vosso Pai celeste". Enquanto as aves do céu, os lírios e os homens sem Cristo,
como toda a Criação de Deus, são alvo dos cuidados de Deus, sustentando-os, O
DISCÍPULO DE CRISTO goza de uma relação mais íntima e mais privilegiada. Ele
é filho de Deus e, por isso, goza de uma posição especial nos cuidados paternais.
Ao falar das aves do céu, o Senhor Jesus disse: "Contudo, VOSSO PAI CELESTE
as sustenta.' Porventura não valeis vós MUITO MAIS do que as aves?" (v. 26). De-
pois de descrever a beleza e a glória do lírio do campo, o Senhor Jesus disse: "Ora,
se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no fogo,
quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?" (v. 30). Era costume esquentar
o forno por dentro antes de colocar nele o pão para assar.

A CAUSA DA ANSIEDADE NO CRENTE É A FALTA DE FÉ


O Senhor Jesus chamou os Seus discfpulos de "homens de pequena fé"
{Mateus 6.30 e 8.26). A ansiedade é um tormento, uma inquietação que não é ne-
cessária para o filho de Deus. É justo trabalhar, fazer provisão e planejar para o fu-
turo, mas não devemos nos inquietar quanto ao futuro. A exortação para nós é:
"Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou:
Com que nos vestiremos?" (v. 31).
Ó filho de Deus, ao pensar na sua relação com Deus e no seu valor para Deus,
não tem motivo para preocupação, porque Deus cuida dos Seus filhos e sabe quais
são as nossas necessidades: "Porque os gentios é que procuram todas estas cou
sãs; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas" (v. 32).

O SEGREDO DE UMA VIDA DE BÊNÇÃO, SEM ANSIEDADE QUANTO AO


FUTURO
1. Uma prioridade na vida do discípulo de Cristo. "Buscai EM PRIMEIRO
LUGAR o reino de Deus e a Sua justiça". O alvo e prioridade na vida do discípulo
deve ser o espiritual e não o material. 'Buscar em primeiro lugar o reino de Deus e
a Sua justiça' é uma mensagem do Evangelho, mas também é uma orientação se-
gura para o crente. O interesse material tem o seu lugar na vida, mas não deve es-
tar em primeiro lugar.
2. Na esfera espiritual há duas cousas que devemos buscar em primeiro lu-
gar.
a) O Reino de Deus deve ter o primeiro lugar no amor, no interesse e na
ocupação do discípulo. Isto quer dizer que sempre devemos dar prioridade ao ser-
viço de Deus.
b) Também é importante buscar em primeiro lugar a justiça de Deus. É pos-
sível buscar tanto o reino de Deus quanto a justiça de Deus em primeiro lugar. O
descrente busca o reino de Deus pela aceitação da justiça de Deus pela fé em Cristo.
E para o crente em Cristo o serviço do reino de Deus deve ser acompanhado pela
prática da justiça em todos os setores da vida.

-24-
UMA PROMESSA QUE NÃO PODE FALHAR
"E todas estas cousas vos serão acrescentadas" (v. 33). A frase "estas cousas"
se refere ao alimento e ao vestuário e é uma promessa aos que colocam o reino de
Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.

OS HOMENS DE DEUS NA BÍBLIA COLOCARAM DEUS


E M PRIMEIRO LUGAR
Noa, ao sair da arca, precisava com urgência plantar e fazer casas, porém ele
colocou Deus em primeiro lugar; edificou um altar e ofereceu sacrifícios a Deus.
Abraão, quando mandado por Deus a sacrificar seu C n iço filho, colocou o seu
amor para com Deus em primeiro lugar.
Moisés recusou o palácio, luxo e uma alta posição no governo do Egito:
"Porquanto considerou o optóbrio de Cristo por maiores riquezas do que os te-
souros do Egito" (Hebreus 11.26).
Daniel recusou as iguarias do rei para não se contaminar, preferindo ser fiel a
Deus. Ele, sabendo as consequências da desobediência às ordens do rei, orou a
Deus como de costume (Daniel, capítulo 6).
A ansiedade muitas vezes antecipa problemas que não chegam (v. 34). O
Mestre dá força e graça para enfrentar os problemas de cada dia. "Portanto, não
vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta
ao dia o seu próprio mal" (v. 34).

Lição N9 9
CRÍTICA, PERCEPÇÃO, ORAÇÃO E DOIS CAMINHOS
Leitura: Mateus 7.1 a 14

CRÍTICA
Disse o Senhor Jesus: "Não julgueis, para que rião sejais julgados" (v. 1). To-
dos nós, durante a nossa vida, temos de julgar e discernir entre o bem e o mal, en-
tre o conveniente e o inconveniente. Tanto os juizes quanto os anciãos da igreja
têm de julgar certos casos. O Senhor Jesus não se refere a estes julgamentos, mas
sim, aos hipócritas, pessoas insinceras, que se acham superiores aos demais e, sem
autoridade, julgam e censuram os outros.
O Senhor Jesus revelou que no caso destas pessoas a lei da retribuição ope-
ra. Eles serão julgados com a mesma medida com que julgam outros (v. 2). É uma
lei do governo de Deus que opera em todos os setores da vida. Adoni-Bezeque dis-
se: "Assim como eu fiz, assim Deus me pagou" (Juizes 1.7).
Certas pessoas acham mais fácil criticar a vida de outros do que consertar a
sua própria vida. Pessoas que têm o hábito de criticar os outros geralmente têm os
mesmos defeitos ou até piores. A fim de mostrar que esta atitude é absurda, o Se-
nhor Jesus comparou aquele que critica outros com alguém que tem uma viga de
madeira no olho e que, ao mesmo tempo, peleja para tirar um cisco, uma coisa pe-
quena, do olho do companheiro! Parece que o Senhor Jesus tinha em mente o fa-
riseu, porque Ele disse: "Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás

-25-
claramente para tirar o argueíro do olho de teu irmão" (v. 5).

PERCEPÇÃO DE VALORES ESPIRITUAIS


"Não deis aos cies o que é santo" (v. 6). O sentido é espiritual. Nós devemos
conservar santo o que para Deus é santo e não abrir mão para aqueles que queiram
acabar com a nossa herança santa e espiritual. "Nem lanceis ante os porcos as vos-
sas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem" (v. 6).
lato nfo quer dizer que não devemos pregar o Evangelho a todos os homens. O
apóstolo Paulo escreveu: "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer nio" (2«
Timóteo 4.2). Há certas verdades preciosas para nós que não podem ser entendidas
e nem apreciadas pelo povo imundo e, por isso, não adianta apresente-las a certas
pessoas.

ORAÇÃO
"Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á" (v. 7). Apre-
sentam-se aqui três aspectos da oração:
a) Petiçio. "Pedi e dar-se-vos-á". A oração começa de um modo simples,
com uma conversa com Deus, pela qual podemos apresentar as nossas petições a
Deus. Há muitos exemplos na Bfblia que nos animam a fazer petições a Deus. Deus
responde as orações de acordo com a Sua vontade. Quanto a isto, há promessas
que Deus tem de honrar e cumprir. Quantas bênçãos nós perdemos e quantos pro-
blemas nio foram resolvidos porque nSo pedimos l
b) Súplica. "Buscai e achareis". Esta frase pode descrever a súplica. Em 1*
Timóteo 2.1, o apóstolo Paulo escreveu: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a
prática de súpHcas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os
homens". A oração que começa com conversa com Deus e a apresentação de uma
petição, depois continua com a súplica, buscando a bênção desejada. O cristão deve
orar, suplicar e perseverar em oração.
c) Intercessão. O Senhor Jesus exortou os Seus discípulos a pedir e a buscar,
e agora apresenta uma palavra mais forte: "bater" como numa porta fechada.
"Batei e abrir-se-vos-á". Pode referir-se i intercessão a favor de outros. O após-
tolo Paulo não apenas exortava os crentes a praticarem súplicas e orações, mas
também intercessões (1* Timóteo 2.1). AbraSo fez intercessão pela cidade de So-
doma e podemos ver como ele perseverou e "bateu" seis vezes (Génesis 18.26,28,
29, 30, 31 e 32). Pela sua intercessão, Abraão conseguiu o que ele queria: o livra-
mento de Ló e da sua família.
Em Daniel 9.3 a 19, encontra-se um belo exemplo de intercessão. Daniel, sa-
bendo que, segundo a profecia de Jeremias, os setenta anos de cativeiro estavam
terminando, intercedeu pelo seu povo. Mas o melhor exemplo de.intercessão é o
do Senhor Jesus, registrado em João 17.
Há uma grande recompensa em orar, mas muitos não aproveitam a oração
por causa de dúvida quanto a receber a resposta e por desconfiança de Deus. As
palavras do Senhor Jesus (w. 9,10 e 11) desfazem a dúvida e a desconfiança pela
lembrança que Deus é seu Pai celeste e que é bondoso, somente dando aos seus
filhos respostas de oração para o seu bem. Não existe homem algum que, se seu
filho lhe pedir pão, lhe dê uma pedra ou, se lhe pedir peixe, lhe dê uma cobra (w. 9
e 10). O Senhor Jesus acrescentou: "Ora. se vós, que sois maus, sabeis dar boas
dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cou-
sas aos que Lhe pedijem?" (v. 11).

O TEXTO ÁUREO
Nos versículos 1 e 2, o Senhor Jesus condenou a atitude severa de julgar os
outros e avisou que tal atitude traz consequências indesejáveis (v. 2).
O versfculo 12 dá outro aspecto do assunto, segundo o qual, devemos desejar
somente o bem para o nosso semelhante e não o mal. "Tudo quanto, pois, quereis
que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os
profetas". O Velho Testamento é a lei e os profetas, cujo ensino é: "Amarás o teu
próximo como a ti mesmo" (Deuteronômio 6.&).

OS DOIS CAMINHOS
O caminho indica a direção da vida, o destino a que vai-se chegar. O Senhor
Jesus ensinou que existem dois caminhos com dois destinos bem diferentes e po-
demos «scolher em que caminho vamos andar.
1) O CAMINHO ESPAÇOSO (v. 13). O que o homem tem de fazer para estar
neste caminho? Nada, porque o homem sem Cristo já está no caminho espaçoso
e tem muita gente nele, porque a porta é larga e aceita tudo e todos. Seu destino é
a perdição eterna.
2} A PORTA ESTREITA E O CAMINHO APERTADO (v. 14). Poucos acer-
tam com esta porta. O nome "Caminho Apertado" pode dar a entender que não
seja bom ou desejável. Pelo contrário, não poderia ser melhor porque o caminho 6
de bênção, de felicidade, de santidade e de vida eterna.
a) É um caminho apertado porque começa pela cruz de Cristo. Sem a morte
expiatória de Cristo ninguém jamais entraria no céu e ninguém será salvo sem ter
fé naquela obra redentora de Cristo. Pela cruz de Cristo, Deus demonstrou que não
tolera o pecado e que as exigências da justiça divina têm de estar satisfeitas.
b) É um caminho apertado porque Deus exige o arrependimento, á uma
mudança de pensamento e de atitude para com o pecado e para com Cristo. Disse
Jesus: "Entrai pela porta estreita". Porém em Lucas 13.24 a exortação é: "Esforçai-
vos por entrar pela porta estreita".
A porta estreita dá lugar para uma pessoa entrar, mas não para a sua baga-
gem. Há séculos, no Oriente, nos muros de certas cidades, havia uma porta grande
que estava aberta somente de dia e, ao por do sol, era fechada por motivos de se-
gurança. Porém, ao lado dela, havia uma porta pequena que só dava para um ho-
mem passar. O viajante, chegando de noite, podia entrar pela porta pequena, mas
sem camelo e sem bagagem.
c) É o caminho que conduz para a vida eterna. O caminho espaçoso conduz
para a perdição eterna, mas o caminho estreito conduz para a felicidade e vida
eterna.

-27-
Liçáo N8 10
OS DOIS FUNDAMENTOS
Leitura: Mateus 7.15 a 29

O assunto do trecho é a revelação de Deus, porém existem tanto a falsa reve-


lação quanto a verdadeira revelação. São comparadas aos fundamentos de duas
casas; uma é construída sobre a rocha e a outra, sobre a areia. É uma ilustração
simples de um construtor prudente que construiu a sua casa sobre a rocha e de um
construtor insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Não sabemos nada a
respeito das casas, senão do fundamento que estava escondido debaixo da terra.
Para as duas casas veio uma prova forte: "Caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto sobre aquelas casas". A casa que foi
construída sobre a rocha ficou firme; porém a casa sobre a areia desabou, sendo
grande a sua ruína.

A LIÇÃO PRINCIPAL DESTA ILUSTRAÇÃO É A NECESSIDADE DE UM SÓ-


LIDO FUNDAMENTO PARA ESTA VIDA E PARA O PORVIR
Como podemos ter um fundamento firme e seguro para a nossa fé? O Se-
nhor Jesus disse: "Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as pratica
será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha" (v.
24).
Ele não apenas se referiu às palavras que acabava de proferir, mas também a
todas as Suas palavras e a todo o Seu ensinamento contido em o Novo Testamen-
to. No Sermão do Monte Ele afirmou a infalibilidade do Velho Testamento e de-
clarou a Sua confiança nele (Mateus 5.17 a 19). Agora, no versículo 24, Ele revela
que as Suas palavras são o fundamento seguro para esta vida e para o porvir. É "o
Novo Testamento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo", que terminou o câ-
none das Sagradas Escrituras e a revelação da pane de Deus ao homem. A época
dos profetas já passou e Deus, que no passado falou de muitas maneiras aos pais.
pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho (Hebreus 1.1). Mas como é
que Deus fala hoje em dia pelo Filho? É pelo Novo Testamento que completa as
Sagradas Escrituras e que são suficientes para a necessidade espiritual do homem.

A REVELAÇÃO FALSA (w. 15 a 23)


É um fundamento sem segurança e sem confiança. A casa com o fundamento
sobre a rocha representa o que è de Deus, enquanto que a casa construída sobre a
areia representa o que é feito pelo homem.
Em o Novo Testamento o Senhor Jesus nos advertiu contra falsos profetas
nos últimos tempos.
Disse o Senhor Jesus: "Acautelai-vos dos falsos profetas". Eles têm três ca-
racterísticas:
a) Eles imitam o verdadeiro cristão. Eles se apresentam "disfarçados em
ovelhas". Professam ser cristãos e falam a mesma linguagem, mas não são nasci-
dos de novo. Eles se apresentam como crentes mais espirituais, com vantagens
maiores, recebendo revelações diretamente de Deus.
b) Eles são enganadores porque não pertencem ao rebanho; pelo contrário,

-28-
são lobos entre o rebanho.
c) "São lobos devoradores". O alvo deles é destruir e roubar, mas o seu in-
teresse não se limita a ganhar dinheiro, pois o alvo maior é roubar bênçãos e privi-
légios espirituais de pessoas.
COMO PODEMOS CONHECÊ-LOS? A resposta se encontra nos versículos
16 a 20: "Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis" (7.20).

CRISTÃOS REAIS E NOMINAIS (w. 21 a 23)


Existem pessoas que são cristãos somente de nome e não têm a vida eterna.
O Senhor Jesus falou dos cristãos nominais, dizendo: "Nem todo o que Me diz:
Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus". Ele falou também do cristão real e
verdadeiro como "aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos céus" (v. 21).
O cristão nominal fala as palavras certas: "Senhor, Senhor", mas Jesus Cristo não é
o Senhor dele, pois não nasceu na família de Deus. Deus não é seu Pai e ele não
entrou no reino dos céus.
O cristão verdadeiro é aquele que faz a vontade de seu Pai que está nos céus
(v. 21). Porém onde se encontra a vontade do Pai? Encontra-se na rocha das Sa-
gradas Escrituras, onde o pecador pode descobrir como pode ser reconciliado com
Deus pela morte de Jesus Cristo e como pode ser justificado perante Deus pela fé
em Cristo, É o fundamento de confiança, de salvação.

A CASA EDIFICADA SOBRE A AREIA (v. 22)


O Senhor Jesus indicou que muitos estão edificando a sua casa sobre a areia.
Ele disse: "Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor! porventura, não
temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demónios, e
em Teu nome não fizemos muitos milagres?" Os tais fizeram três cousas espeta-
culares em nome de Cristo. Alegarão ter recebido revelações diretamente de Deus,
ter expelido demónios e ter feito milagres e tudo em nome de Cristo. Será que isto
é prova de que pertencem a Cristo? O Senhor Jesus disse: "Então lhes direi expli-
citamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade"
(v. 23). É possível profetizar, expelir demónios e fazer milagres vtm pertencer a
Cristo e ainda estar perdido para todo o sempre.
Existem pessoas e religiões falsas que fazem propaganda de serem profetas,
de expelirem demónios e de fazerem milagres, especialmente curas físicas. Deve-
mos lembrar-nos que os judeus incrédulos expulsavam demónios (Mateus 12.27).
Quando Arão fez milagres na presença de Faraó, os sábios e os encantadores
até certo ponto fizeram os mesmos milagres com as suas ciências ocultas (Êxodo
122). Por que Cristo disse palavras de condenação a estas pessoas que dizem: "Se-
nhor, Senhor!"?
Por que, em primeiro lugar, elas confiaram no que fizeram e nio no que
Cristo fez por elas na cruz. Para sermos aceitas na presença de Deus, obras não
têm valor. São como a casa construída na areia (Efésíos 23* e 9).
Em segundo lugar, há apenas um fundamento seguro para a f é. O apóstolo
Paulo escreveu: "Ninguém pode lançar outro fundamento além do que foi posto, o
qual é Jesus Cristo" (1* Corlntios 3.11). Jesus Cristo, a Sua Pessoa, a Sua obra, as
Suas palavras, o Evangelho, são dignos de confiança!

-29-
As palavras de Jesus Cristo, além de serem de confiança, podem suprir as
nossas diversas necessidades. Podem levar uma pessoa ao caminho àa salvação.
São palavras de convite do Senhor Jesus: "Vinde a Mim todos os que estais cansa-
dos e sobrecarregados e Eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). As palavras do Salvador
ao morrer, "Consumado está!", anunciam que, quando aceitas pela fé como a obra
de redenção perfeita e completa, tornam-se o fundamento seguro.
é um aviso que fora de Cristo não há segurança total porque o fundamento
de cada pessoa será provado.
Ao terminar o Sermão do Monte, as multidões ficaram maravilhadas da Sua
doutrina porque "Ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os es-
cribas" (w. 28 e 29).

lição N? 11
A MISSÃO DO MESTRE E DOS DOZE DISCÍPULOS EM RELAÇÃO A ISRAEL
Leitura: Mateus 9.35 a 10.15

O Senhor Jesus, ao iniciar o Seu ministério, primeiramente percorreu "toda a


Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando toda
sorte de doenças e enfermidades entre o povo" (Mateus 4.23). A mesma missão
menciona-se em Mateus 9.35, porém agora ela estende-se a todo o Israel: "E per-
corria Jesus todas as cidades e povoados".

O SENHOR JESUS SE APRESENTOU DE TRÊS MANEIRAS COMO O MÊS-


SIAS DOS JUDEUS
a) Ensinou nas sinagogas as verdades referentes ao reino dos céus. Os judeus
ensinavam as suas próprias ideias erradas a respeito do reino do Messias. Pensa-
vam somente nas bênçãos materiais e na libertação do jugo do Império Romano,
sem pensar em valores espirituais. O Senhor Jesus precisava esclarecer o assunto e
ensinar as verdades e os princípios do reino dos céus, ignorados pelo povo em ge-
ral.
b) Pregou "o Evangelho do reino", isto é, pregou as boas notícias que Ele, o
Messias, tinha chegado. É a mesma mensagem de João Batista: "Arrependei-vos
porque está próximo o reino dos céus" (Mateus 3.2 e 4.17).
c) Curou "toda sorte de doenças e enfermidades". Estes sinais são a prova de
que Ele é o Messias.

A VISÃO DO MESTRE (v. 36).


O Senhor Jesus viu a condição espiritual da multidão e sentiu compaixão por
ela. No meio deste assunto judaico encontra-se ensino para todos os povos de to-
dos os tempos. É uma mensagem especial para nós, hoje em dia. São duas figuras
da necessidade espiritual do povo.
A primeira ilustração demonstra a necessidade de Cristo, o Bom Pastor (v.
36).
O Mestre viu as multidões e "compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e

-30-
exaustas como ovelhas que não têm pastor". Existem animais que podem viver
bem sem um pastor, mas a ovelha não é um deles. Precisa de alguém para cuidar
dela.
"Estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor". Às multidões
faltavam a proteçâo, a direção e os cuidados do pastor e estavam perdidas, oprimi-
das e aflitas. Também estavam exaustas, sem mais força e sem mais recursos. Esta
descrição deve nos despertar*quanto â necessidade espiritual do povo ao redor de
nós. Muitos têm problemas espirituais que muitas vezes ignoramos.
A segunda ilustração é da necessidade de obreiros para trabalhar na seara.
A figura da*seara se encontra em João 4.35 a 38.0 Senhor Jesus dirigiu-se a
Seus discípulos, dizendo: "A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores sio
poucos". Notemos que: a) Ceifar é a responsabilidade dos discípulos, dos que se-
guem a Cristo, b) Se não ceifarmos, se perderá a safra, c) A ceifa é grande, mas os
ceifeiros são poucos.
O SENHOR JESUS É O SENHOR DA SEARA. A seara é dEle e Ele pode
enviar ceifeiros para a Sua seara, porém a oração é o meio de suprir a farta de
obreiros. "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a Sua
seara" (v. 38).

OS DOZE DISCÍPULOS TORNAM-SE APÓSTOLOS (10.1 a 4).


O sentido da palavra "apóstolo" é "enviado". Como discípulos, eles continua-
vam a aprender e a seguir a Cristo, mas agora aumentou a sua responsabilidade
porque foram enviados numa missão.

OS DOZE APÓSTOLOS (w. 2 a 4)


Os doze apóstolos dividem-se em três grupos, cada um de quatro pessoas. O
primeiro grupo ê o dos pescadores de Betsaida.
PEDRO ê o Ifder, conforme podemos observar nos evangelhos e no livro dos
Atos dos Apóstolos. Mesmo depois da sua negação de Cristo, afastado e desani-
mado, ele estava na liderança e disse aos outros discípulos: "Vou pescar. Disseram-
lhe os outros: Também nós vamos contigo" (João 213).
ANDRÉ, o irmão de Pedro, tinha o dom de apresentar pessoas a Cristo. Ele
levou seu irmão Pedro a Cristo; apresentou um rapaz com cinco pies de cevada e
dois peixinhos a Cristo e, por esta oferta. Ele satisfez a fome da multidão (Joio
12.22).
Aos filhos de Zebedeu, TIAGO e JOÃO, Jesus deu o nome de Boanerges,
que quer dizer "filhos do trovão" (Marcos 3.17). Sendo zelosos, eles queriam cha-
mar fogo do céu sobre os samaritanos que não receberam o Mestre (Lucas 9.54).
João queria proibir alguém que expulsava demónios de continuar fazendo-o por-
que não seguia com eles (Lucas 9.49). Tiago foi escolhido por Herodes para ser
mértir (Atos 12.1 e 2).
Pedro, Tiago e João foram privilegiados ao serem escolhidos para presenciar
a ressurreição da filha de Jairo (Marcos 547), a transfiguração do Senhor Jesus em
glória (Mateus 17.1) e acompanhar Cristo ao Getsêmani (Mateus 2637). Joio era
amado do Senhor e se reclinava no peito de Jesus.
O segundo grupo é formado por Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus, o publi-

-31-
cano (v. 3).
A chamada de FILIPE é registrada em João 1.43 a 46. Como alguns dos
apóstolos eram conhecidos por diversos nomes não é sempre fácil identificá-los. O
parecer de muitos comentaristas é que Bartolomeu é Natanael (João 1.44 a 51). O
nome de TOMÉ significa "Gémeo" e é bem conhecido por exigir provas da res-
surreição de Cristo (João 20.24 a 29). MATEUS, embora desprezado pelos judeus,
foi privilegiado pelo Senhor ao ser escolhido para ser apóstolo.
O terceiro grupo é formado por Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simfio, o Zelote,
e Judas Iscariotes, "que O traiu" (w. 3 e 4). Sabemos muito pouco a respeito des-
tes. TIAGO, filho de Alfeu, também é conhecido como Tiago, o Menor (Marcos
5.40), não pela sua posição entre os apóstolos, mas sim, pela sua estatura. TA-
DEU também tinha outro nome. É chamado Judas, filho de Tiago (Atos 1.3 e Lucas
6.16). S l MÃO, o Zelote. Zelote era o nome dado a um grupo de patriotas revolu-
cionários. Gostaríamos de saber como um revolucionário se tornou apóstolo.

A MISSÃO DOS APÓSTOLOS DE ANUNCIAR A CHEGADA DO MESSIAS


AOS JUDEUS (w. 5 a 15)
Além de se apresentar a Si mesmo como o Rei dos judeus, o Senhor Jesus
enviou os doze apóstolos, dando-lhes a mesma missão. Depois Ele enviou mais
setenta discípulos no mesmo serviço (Lucas 10.1).
O Senhor Jesus conferiu aos apóstolos a autoridade e o Seu poder para
expelir espíritos imundos "e para curar toda sorte de doenças e enfermidades"
(10.1). São os sinais e provas que Jesus Cristo é o Messias prometido e também as
credenciais dos Seus enviados.
Foram enviados como representantes do Messias somente para os judeus.
As instruções foram bem claras: "Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em ci-
dade de samaritanos" (v. 5). Como Messias, Ele veio para o Seu povo, Israel. As
instruções para esta missão não são para nós hoje em dia. Naquela ocasião. Deus
estava tratando com Israel e não com o mundo, nem com a Igreja. Os enviados fo-
ram instruídos a procurar "as ovelhas perdidas da casa de Israel" (v. 6).
A mensagem: "Pregai que está próximo o reino dos céus". Assim foi anun-
ciada a chegada do reino dos céus na pessoa de Cristo. As curas acompanharam a
mensagem porque os judeus pediam sinais como prova de que as novidades eram
de Deus. Os discípulos não cobravam pelas curas porque manifestavam a genero-
sidade de Deus. "De graça recebestes, de graça dai" (v. 8).
Os enviados viajavam desprevenidos para suas necessidades físicas e mate-
riais (w. 9 e 10). As razões desta medida são: a) Para ensinar aos apóstolos a con-
fiar no Mestre para o sustento da vida. O Senhor Jesus, antes de visitar o jardim do
Getsêmani pela última vez, disse aos Seus discípulos: "Quando vos mandei sem
bolsa, sem alforge e sem sandálias, faltou-vos porventura alguma cousa? Nada,
disseram eles" (Lucas 22.35). b) O suprimento das necessidades dos apóstolos foi
um meio do povo demonstrar a sua aceitação do Messias. O Senhor Jesus acres-
centou: "Digno é o trabalhador do seu alimento" (v. 10),Os doze apóstolos foram
enviados a procurar "os dignos" nas cidades e nos povoados (v. 11). É bem dife-
rente a nossa missão hoje em dia porque procuramos os indignos e pecadores. "Os
dignos" eram os judeus que esperavam o Messias.

-32-
A saudação dos judeus é "Shalom", que significa "paz". "Ao entrardes ha ca-
sa, saudai-a; se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, po-
rém, não o for, torne para vós outros a vossa paz" (v. 13). Onde a mensagem foi
rejeitada, num gesto simbólico, os mensageiros sacudiram o pó dos seus pés (v.
14). Por causa da rejeição do Messias pelos judeus, há um juízo mais rigoroso para
eles do que o jufzo de Sodoma e de Gomorra (v. 15).
A missão terminou com a rejeição do Messias. Antes de ser preso no jardim
do Getsêmani, o Senhor Jesus deu por terminada a missão e disse aos discípulos:
"Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforge; e o que não tem
espada, venda a sua capa e compre uma" (Lucas 22.35 a 38). A missão de paz ter-
minou e começou uma luta, simbolizada pela espada. O Senhor Jesus não queria
que os Seus discípulos usassem a espada, mas foi apenas um símbolo para indicar
que a missão de paz, apresentando o Messias aos judeus, tinha terminado. O Mes-
sias tinha sido rejeitado.

Liçio N* 12
UMA PROFECIA
Leitura: Mateus 10.16 a 23

O capítulo 10 do evangelho de Mateus se divide em três partes, cada divisão


terminando com um versículo contendo as palavras: "Em verdade vos digo»»." (w.
15, 23 e 42).
As divisões do capítulo são as seguintes:
1) A missão dos doze apóstolos de anunciar a chegada do Messias (w. 1 a 15).
2) Uma profecia (w. 16 a 23).
3) O discipulado (w. 24 a 42).
Na lição N? 1 1 já estudamos a missão de anunciar B chegada do Messias e
agora, na lição N? 12, vamos estudar o segundo assunto.

UMA PROFECIA (10.16 a 23)


Esta profecia não foi cumprida pela missão dos apóstolos descrita nos versí-
culos 5 a 15. Depois da morte e da ressurreição do Senhor Jesus, Ele deu aos Seus
discípulos uma missão diferente com uma mensagem diferente (Mateus 28.18 a 20).
A Igreja foi formada no dia de Pentecoste e assim recebeu o poder do Espirito
Santo para cumprir a sua missão de pregar o Evangelho, ensinar e fazer discípulos
de todas as nações. Então começaram a pregar o Evangelho da graça de Deus, isto
é, que Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para ser o
Salvador que vive e que pode salvar totalmente os que se chegam a Deus por
Cristo.

A PRIMEIRA PARTE DESTA PROFECIA FOI CUMPRIDA PELA IGREJA PRI-


MITIVA (w. 16 a 20)
O Senhor Jesus disse aos apóstolos: "E is que Eu vos envio como ovelhas
para o meio de lobos" (v. 16). Sabemos que os lobos devoram as ovelhas e não há

-33-
possibilidades delas escaparem. Assim, os apóstolos, embora um grupo fraco, en-
frentaram a oposiçSo do judaísmo, do Império Romano e do paganismo e vence-
ram.
De diversas maneiras Deus protegeu es discípulos de Cristo. O Sinédrio
queria castigar Pedro e Joêo, mas não tinha "achado como os castigar, POR CAU-
SA DO POVO, PORQUE TODOS GLORIFICAVAM A DEUS PELO QUE ACONTE-
CERA" (Atos 4.21).
A perseguição levantada pelos chefes religiosos judaicos serviu para a propa-
gação do Evangelho. O testemunho e o martírio de Estêvão foram usados por Deus
para despertar Saulo, que se converteu.
Pela perseguição que seguiu depois do martírio de Estêvão, os cristãos, sen-
do espalhados, anunciaram por toda parte o Evangelho. Alguns pregaram aos gre-
gos em Antioquia e muitos se converteram ao Senhor (Atos 11.19 a 21). Barnabé e
Saulo saíram da igreja em Antioquia para formar igrejas em outros países. A per-
seguição, ao invés de impedir o progresso da Igreja, foi o meio usado por Deus
pelo qual a Igreja cresceu e o Evangelho entrou em lugares considerados impossí-
veis para ele entrar.
As advertências. "Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices
como as pombas" (v. 16). Deviam ser prudentes para não se comprometerem, nem
se embaraçarem com certas situações.
Por outro lado, deviam ser puros como as pombas, falando somente a verda-
de. Os apóstolos não deixaram de falar a verdade e aproveitaram as oportunidades
para pregar o Evangelho, como Pedro o fez perante o Sinédrio (Atos 4.8 a 20). Os
cristãos em Jerusalém, quando perseguidos, fugiram, porém, nos lugares onde
passaram, pregaram o Evangelho (Atos 1331 e 14.6).
A profecia dos versículos 17 a 20 foi cumprida pela Igreja primitiva. Os
apóstolos foram entregues aos conselhos (Atos 4.3 a 6). Foram levados perante reis
e governadores para dar testemunho da sua fé (Atos 24.25). O rei Agripa disse a
Paulo: "Por pouco me persuades a me fazer cristão" (Atos 26.28).

O TRECHO EM FOCO (MATEUS 10.16 a 23) NÃO FOI CUMPRIDO TOTAL-


MENTE NA IGREJA PRIMITIVA PORQUE É UMA PROFECIA PARA SER
COMPLETADA NO FUTURO
MAIS UMA VEZ O EVANGELHO DO REINO SERÁ ANUNCIADO.
No último versículo (v. 23) do nosso trecho lemos: "Porque em verdade vos
digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel até que venha o Filho do
homem". E um assunto judaico de acontecimentos depois do arrebatamento da
Igreja. Haverá um período de sete anos entre o arrebatamento e a vinda gloriosa de
Cristo, para salvar o povo de Israel da destruição, para julgar as nações e para rei-
nar aqui na terra. A era cristã terminará com o arrebatamento da Igreja e logo vai
reiniciar-se a era judaica, que terminará com a vinda gloriosa do Filho do homem.
Os últimos três anos e meio do período de sete anos serão de grande aflição e para
os judeus será "a grande tribulação" (Jeremias 30.7).
Mais uma vez os mensageiros vio anunciar a vinda de Cristo. Só que desta
vez Ele não virá para ser desprezado e rejeitado, mas virá com glória e majestade
para reinar na terra. Os judeus pregarão esta mensagem da vinda do Rei a todas as

-34-
nações. No princípio da tribulaçôo muitos serão mortos (Apocalipse 7.1 a 8). Tam-
bém uma grande multidão de todas as nações receberá a mensagem dos enviados
e entrará no reino de Cristo de mil anos aqui na terra (Apocalipse 7S a 17 e Mateus
24.31 a 46).
A advertência do Senhor Jesus traz um significado especial para os mensa-
geiros: "Eis que Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos". Vão precisar
tanto de ptudêncto quanto de fidelidade para entregarem a mensagem. Os versí-
culos 17 e 18 descrevem como serão levados diante das autoridades civis e religio-
sas para dar testemunho.
Naquele tempo, pela saída da Igreja do mundo, o Espírito Santo não estará
no mundo na mesma função como este atuando nesta época da graça de Deus,
mas o Espírito Santo virá sobre os mensageiros do Rei como Ele atuava no Velho
Testamento, vindo sobre os Seus servos para cumprirem um certo serviço.

HA DOIS PARALELOS DE MATEUS 10.16 A 23: MATEUS 24.9 A 14 E MAR-


COS 13.9 A 13
O Senhor Jesus profetizou que os Seus mensageiros durante a tribulação
serão atribulados, alguns serão mortos, serão odiados de todas as nações e traídos
até pelos seus familiares, por causa do nome de Cristo. Ao falar com os apóstolos
como os representantes dos mensageiros do Rei nos últimos tempos, o Senhor Je-
sus disse: "Sereis odiados de todos por causa do Meu nome; aquele, porém, que
perseverar até ao fim, esse será salvo" (10.22). Por estas palavras alguns entendem
que a salvação depende da perseverança. O ensino do Novo Testamento é que so-
mos salvos somente pela graça de Deus (Efésios 2j8 e 9). Sabemos que não ha in-
coerência ou contradição na Palavra de Deus.
Três vezes em o Novo Testamento encontram-se as palavras: "Aquele, po-
rém, que perseverar até ao fim será salvo" e elas ocorrem nas três profecias dos
mensageiros "do Evangelho do reino" durante a grande tribulação. Elas nada têm
com a época da graça de Deus. As profecias se encontram em Mateus 10.22, Ma-
teus 24.13 e Marcos 13.13. Estas profecias não se referem aos crentes em Cristo na
época da Igreja, mas sim, aos judeus no fim da época judaica da grande tribulação.
• A palavra "salvo" pode ser usada tanto para a salvação física quanto a espi-
ritual e, a fim de poder interpretar o sentido do versículo, precisamos descobrir
qual é o sentido do contexto. Em Mateus 24.22 lemos: "Não tivessem aqueles dias
sido abreviados e ninguém seria SALVO; mas, por causa dos escolhidos, tais dias
serão abreviados". O Senhor Jesus esta falando dos mensageiros do Evangelho do
reino, os escolhidos, ou sejam os eleitos, que vão passar pela grande tribulação.
Aqui trata-se da salvação da perseguição e da morte.
Há outra, palavra, embora simples, que precisa ser esclarecida, é a palavra
"fim". "Aquele, porém, que perseverar até ao FIM, esse será salvo" (Mateus 24.13).
Será o fim de muita cousa: o fim da tribulação, da perseguição, da dominação pelas
nações e o fim da época judaica para a entrada no reino glorioso de Cristo. Aquele
que perseverar até ao fim será salvo da perseguição e da morte, pela vinda gloriosa
de Cristo.
No último versículo da profecia (Mateus 10.23) o Senhor Jesus deu instruções
aos Seus mensageiros do Evangelho do reino durante a grande tributação. Ele dis-

-35-
se: "Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em
verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel até que venha
o Filho do homem" (10.23).

Uçio N- 13
O DISCIPULADO
Leitura: Mateus 10.24 a 42

O ensino deste trecho terá um significado especial para os mensageiros do


Evangelho do reino na grande tribulação. Para eles será de grande conforto na sua
luta. Mas o ensino é para todos os discípulos de Cristo, em todas as épocas.
A lição divide-se em três partes:
1) A relação do discípulo com o seu Mestre (w. 24 a 33).
2) As exigências do discipulado (w. 34 a 39).
3) A recompensa do discipulado (w. 40 a 42).

A RELAÇÃO DO DISCÍPULO COM O SEU MESTRE


A inimizade do mundo contra Cristo também é demonstrada na sua atitude
contra o discípulo de Cristo. "Basta ao discípulo ser como o seu Mestre". O Senhor
Jesus foi chamado de Belzebu, que é nome de Satanás, o maioral dos demónios.
Acrescentou Jesus: "Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos Seus
domésticos?"
Visto que a relação do discípulo com o Mestre provoca a inimizade do mun-
do, o Senhor Jesus deu aos Seus discípulos uma mensagem de animo e de conso-
lação. As palavras "não temais" encontram-se três vezes (w. 26, 28 e 31 ).
1) NÃO TEMAIS O QUE O MUNDO FALAR DE VÓS."Portanto, não os te-
mais" (v. 26). O Mestre foi acusado falsamente e o mundo faz a mesma cousa com
o Seu discípulo, porém não precisamos temer porque as mentiras serão descober-
tas e o discípulo será vindicado por Deus (v. 26).
Durante a Sua vida, o Senhor Jesus proibiu os Seus discípulos de propaga-
rem certos fatos como, por exemplo, ser Ele o Filho de Deus. Porém, depois da Sua
ressurreição, no dia de Pentecoste, os apóstolos propagaram toda a verdade a res-
peito de Cristo e não se podiam calar (v. 27).
2) NÃO TEMAIS O QUE O MUNDO FIZER DE VÓS. "Não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes Aquele que pode fazer pe-
recer no inferno tanto a alma como o corpo" (v. 28). O pior que o homem pode fa-
zer ao discípulo de Cristo é tirar-lhe a vida e isto para o cristão é partir e estar com
Cristo, o que é incomparavelmente melhor do que ficar aqui no mundo (Filipenses
1.23).
O homem, mesmo querendo fazer mal ao discípulo de Cristo, nada pode fa-
zer-lhe sem o consentimento de Deus.
O discípulo de Cristo tem muito valor para Deus e é alvo do Seu amor e cui-
dados. Todas as cousas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. O Se-
nhor tem cuidado até dos passarinhos. Disse o Senhor Jesus: "Não se vendem dois

-36-
pardais por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso
Pai" (v. 29). O pardal é de muito pouco valor comercial. Um asse é a décima parte
de um denério. Dois pardais eram vendidos por um asse, mas, comprando quatro,
um era dado de graça! (Lucas 12.6). Ainda assim, nenhum deles está em esqueci-
mento diante de Deus (Lucas 12.6) e "nenhum deles cairá em terra sem o consen-
timento de vosso Pai" (Mateus 10.29). Quanto aos Seus discípulos, o Senhor Jesus
disse: "Até os cabelos todos da cabeça estio contados" (v. 30). Assuntos que nós
achamos da mfnima importância Ele conhece e se interessa por eles.
3) NÃO TEMAIS CONFESSAR CRISTO DIANTE DOS HOMENS. "NSo
temais pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que
Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante de Meu Pai que
está nos céus" (w. 31 e 32). Que honra para o verdadeiro discípulo de Cristo) è o
dever do discípulo não somente aprender e seguir o Mestre, mas também confes-
sá-IO diante dos homens.
Há um aviso para os que querem ser discípulos secretos de Cristo: "Mas
aquele que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de Meu Pai
que está nos céus". O apóstolo Pedro, na noite que o Senhor Jesus foi preso, O
negou três vezes, mas, depois da ressurreição de Cristo, ele foi restaurado e confes-
sou Cristo perante o Sinédrio, as pessoas que foram culpadas da morte de Cristo.

AS EXIGÊNCIAS DO DISCIPULADO
O Senhor Jesus é o Príncipe da Paz e veio trazer paz à terra, mas o versículo
34 parece que afirma o contrário. Isto não é uma incoerência ou contradição porque
nestas palavras o Senhor está apresentando um aspecto diferente. Ele trouxe paz
para os que O recebem, mas para os rebeldes não há paz. Há uma inimizade entre
os que pertencem a Cristo e os que sáo contra o Senhor Jesus.
Aos Seus discípulos o Senhor Jesus disse: "NSo penseis que vim trazer paz à
terra, não vim trazer paz, mas espada" (v. 34). Os convertidos entre os judeus têm
sofrido perseguição pelas suas próprias famílias por causa de Cristo. Também em
certas religiões os convertidos a Cristo têm encontrado a mais feroz perseguição
dos seus próprios familiares. O mundo não quer Cristo, nem a paz de Cristo. Bem
disse o Senhor Jesus: "Assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa"
(w. 35 e 36).
SER DIGNO DE CRISTO (w. 37 e 38). Não devemos perder de vista a
grandeza do Mestre. Não há outro maior do que Ele, pois é supremo e o dono de
tudo. Admiramo-nos muito que Ele nos aceita para sermos os Seus discípulos. O
nosso problema é sermos dignos de Cristo. Não havia sacrifícios demais para os
apóstolos fazerem por Cristo e regozijavam-se "por terem sido considerados dig-
nos de sofrer afrontas por esse nome" (Atos 5.41).
O AMOR DO DISCÍPULO PARA COM CRISTO (v. 37). Pelo sacrifício do
Senhor Jesus na cruz, o Seu discípulo deve amá-IO mais que a qualquer outra pes-
soa. Também Ele tem direito a todo o nosso amor pela grandeza da Sua Pessoa.
Ele é Deus e, por isso, o povo deve amá-IO de todo o seu coração, de toda a sua
alma e de todo o seu entendimento (Lucas 10.27). Devemos amá-IO mais que a
qualquer cousa ou pessoa porque o Seu amor para conosco excede todo o enten-
dimento (Efésios 3.19). Depois da ressurreição do Senhor Jesus, Ele provou Pedro

-37-
três vezes com a pergunta: "Simâo, filho de Joio, amas-me mais do que estes ou-
tros?" Ele respondeu: "Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo" (João 21.15). Ele exige
de Seus discípulos todo o amor.
A CRUZ NA VIDA DO DISCÍPULO (v. 38). "E quem não toma a sua cruz e
vem após Mim, nSo é digno de Mim". O Senhor Jesus empregou duas expressões
para descrever a identificação do discípulo com Ele. Convidou o salvo para tomar o
Seu jugo e assim unir-se a Ele no Seu serviço (Mateus 11.29). Tomar a Sua cruz é
unir-se a Ele como o desprezado e rejeitado pelo mundo.
Numa certa experiência na vida, o apóstolo Pedro queria a glória, mas não a
cruz. Ele confessou: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mateus 16.16) e ficou
entusiasmado com a glória do Messias, mas, quando o Mestre falou da Sua morte,
Pedro O reprovou. Pedro queria a glória, mas de forma alguma ele aceitava a cruz.
Logo o Senhor Jesus falou sobre o discipulado: "Se alguém quer vir após Mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me" (Mateus 16.24). O apóstolo Pedro
aprendeu a necessidade da cruz na vida do discípulo, ao negar-se a si mesmo. Ele
escreveu: "Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os
Seus passos" (1! Pedro 2.21).
O apóstolo Paulo escreveu: "Eu estou crucificado com Cristo" (Gaiatas 2.19) e
"longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela
qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gaiatas 6.14). A cruz
significa separação do mundo.
ACHAR OU PERDER A VIDA (v. 39). "Quem acha a sua vida, perdê-la-á;
quem, todavia, perde a vida por Minha causa, achá-la-á". Como podemos entender
este paradoxo? Achar a sua vida, segundo o povo do mundo, é viver para si, viver
para se engrandecer, viver somente para se satisfazer. Tal pessoa perdê-la-á por-
que a sua vida não tem valor algum para Deus, nem para a eternidade. O povo
afirma que viver para Cristo ê perder a vida, mas, ao contrário, isto é ganhar a vida
porque tal vida tem valor para toda a eternidade.

AS RECOMPENSAS DO DISCIPULADO
Com estes versículos o Senhor Jesus chega ao fim das Suas instruções aos
doze apóstolos quanto à sua missão. Alertou-os a respeito dos perigos, mas, ao
mesmo tempo, animou-os pela realidade dos cuidados de Deus para com eles e
pelo fato que nada pode acontecer a eles sem o consentimento de Deus.
Agora o Mestre revelou que para os Seus discípulos há galardão, não de cou-
sas transitórias deste mundo, mas um galardão que é real e eterno. E quem recebe
o discípulo de Cristo como um enviado de Cristo também receberá um galardão,
mesmo por um ato bem insignificante.
O Senhor Jesus disse: "E quem der a beber ainda que seja um copo de água
fria a um destes pequeninos, por ser este Meu discípulo, em verdade vos digo que
de modo algum perderá o seu galardão" (v. 42).

1 •••

-38-
PROVAS DE
"O MESTRE E SEU DISCÍPULO*

INSTRUÇÕES: Depois de ter estudado cuidadosamente a Bçfo e as refe-


rendas bíblicas, você deve ler as perguntas da prova. Cada prova consiste da
10 perguntas. As cinco primeiras ttm três possíveis respeitai, mas somente
uma delas será a verdadeira. Leia as três respostas e escolha a mate carta. Se
nfo tem certeza da resposta correta, teia a Bcio outra vez.
PROVA N« 1
Na margem à direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais correia.
1. Dois dos exemplos de mansidão citados na lição são:
A) Jó e o Senhor Jesus.
B) Abraão e Moisés.
C) Moisés e Samuel .__.
2.0 reino dos céus neste tempo atual é:
A) Espiritual
B) De visível aparência.
C) Espiritual e material _«.
3. Ver a Deus é:
A) Ter uma visão de Deus.
B) Conhecê-IO.
C) Ver Deus no Seu sublime trono. ^^.
4.0 verdadeiro pacificador é alguém que:
A) Prega o Evangelho.
B) Faz paz entre as nações que estavam em guerra.
C) Faz paz entre dois inimigos. _.
5. A humildade é:
A) Uma qualidade admirada pelo mundo.
B) Um sinal de fraqueza.
C) Essencial para o discípulo de Cristo. ~_
Na margem è direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "f se achar que ela é Falsa.
6. Moisés era manso e sempre queria fazer a vontade de Deus. _~~
7. Não é bom quando o Espirito Santo convence uma pessoa de pecado. __
8.0 nosso relacionamento com Deus é o mais importante. ~~~
9. Sem a humildade não é possível entrar no reino dos céus. ~~~.
10. "Humildade de espirito" é a atitude do discípulo para com o seu semelhan-
te. —~

PROVA N» 2
Na margem i direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais correta.
-1-
1. Para ser discípulo de Cristo:
A) A salvação da alma basta.
B) Somente precisa-se professar o nome de Cristo.
C) Devemos permanecer na Palavra de Cristo. •——
2. As Bem-aventuranças:
A) São um código de leis para todds.
B) Descrevem o caráter e as atitudes do discípulo de Cristo.
C) Descrevem todos os que professam o nome de Cristo. ~~~
3. Para nós, a lição principal da figura do sal é:
A) Sem sal a comida não tem gosto.
B) Há perigo do discípulo de Cristo perder a sua influência cristã no
mundo.
C) O sal acaba com a corrupção. —~
4. A responsabilidade de brilhar como a luz do mundo:
A) ê somente de Cristo.
B) ê de todos os discípulos de Cristo.
C) é em casa que temos de brilhar e não no mundo. ~~~
5. O discípulo de Cristo que esconde a sua luz no comércio é representado pela
luz:
A) Debaixo da cama.
B) No vaso.
C) Debaixo do alqueire. ~~~.
Na margem à direita, escreva "V" se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "P" se achar que ela é Falsa.
6. Alguém escondendo a sua luz, no sentido espiritual, priva o seu semelhante
de bênçãos espirituais. .......
7. "Para nada mais presta" refere-se ao cristão que esconde a sua luz. _-..
8. O Senhor Jesus, no Sermão do Monte, empregou figuras de porco, cobra e
ladrão. ,..„...
9. v'Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte" fala de nossa res-
ponsabilidade no testemunho cristão. ......
IQJiévemos brilhar com a nossa luz perante os homens para que eles falem bem
de nós. ......

PROVA N« 3
Na margem à direita, escreva uma das trás letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais corrata.
1.0 Senhor Jesus:
A) Acreditava na interpretação dos escribas.
B) Não desmentiu a acusação que Ele não aceitava a lei de Moisés.
C) Acreditava no Velho Testamento. ,„.„.
2. Ao mandar os leprosos purificados ao sacerdote, o Senhor Jesus cumpriu:

-2-
A) A lei moral.
B) A lei cerimonial.
C) A lei judaica. ....,„
3. No tempo de Moisés, Israel:
A) Era uma democracia.
B) Era uma teocracia.
C) Nem A) e nem B). .......
4. A justiça dos escribas e fariseus:
A) Não serve para salvar o homem.
B) Era interna e não externa.
C) Era muito recomendável. ,..,,,
5. A significação do véu do templo rasgado é:
A) Que os judeus cometeram um grande pecado ao crucificar Jesus.
B) O fim das cerimónias do templo, por já terem sido cumpridas por
Cristo.
C) O fim da lei moral. „.„„
Na margem à direita, escrava "V" se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela 6 Falsa.
6. O Senhor Jesus confiou no Velho Testamento e confirmou a veracidade da
sua história. ,.,T,,.
7. Tudo no Velho Testamento será cumprido; até o mais insignificante deta-
lhe. _„.
8. Depois de pedir um rei, Israel não recebeu castigo péla desobediência da
lei. __
9. A diferença principal entre Israel e os pagãos é que são raças diferentes. .......
10.0 Senhor Jesus é o único que cumpriu a lei moral. „„...

PROVA N? 4
Na margem è direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente i
resposta correta ou mais correta.
1. Os judeus ignoravam o julgamento:
A) Pelo juiz da cidade local.
B) Pelo Sinédrio.
C) Do castigo eterno. »««.
2.0 Senhor Jesus baseou os Seus ensinos:
A) Na autoridade dos rabis.
B) Na Sua própria autoridade.
C) Na autoridade de Deus. _*.
3.0 Senhor Jesus colocou em primeiro lugar
A) A reconciliação com o inimigo.
B) O zelo e o comparetimento a um ato religioso.
C) Um prazo para considerar o assunto. «—.
4.0 Senhor Jesus mostrou que o Seu ensino é superior ao dos escribas:
-3-
A) Por tratar dos motivos e não somente dos atos de pecado.
B) Por um conhecimento maior do que os fariseus.
C) Porque buscou uma autoridade maior que a dEle. -~~.
5. A responsabilidade pelos pecados:
A) É dos membros do corpo do homem.
B) é do homem mesmo.
C) é da sua natureza. ——
Na margem à direita, escreva "V" se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. A lei não apenas condenou o ato do adultério, mas também o desejo de adul-
terar. <-~~
7. Não devemos ter pressa em reconciliar-nos com o inimigo. -~~.
8. A diferença entre o ensino do fariseu e o do Senhor é somente de autorida-
de.
9. Os fariseus interpretaram os mandamentos pelo espfrito da lei e não pela le-
tra, ~—
10.0 fariseu condenava tanto o motivo quanto o ato do pecado. ~—.

PROVA N5 5
Na margem à direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente i
resposta corrata ou mais correta,
1.0 ensino dos fariseus:
A) Era correto, mas difícil de ser posto em prática.
B) Era uma interpretação das Escrituras segundo a conveniência.
C) Não era muito diferente do ensino do Senhor Jesus. —-
2.0 Senhor Jesus ensinou:
A) O que Ele é.
B) A favor de juramentos.
C) O amor e a vingança justa. ~~~
3. Os homens do Velho Testamento que exigiram juramento e que são citados
nesta lição são:
A) Esaú e Abraão.
B) Abraão e Jacó.
C) José e Isaque.
4. A razão dos juramentos exigidos pelos patriarcas era:
A) Para garantir o cumprimento de certos propósitos.
B) Porque ninguém podia confiar em sua palavra.
C) Para enganar aos outros. ~~~
5.0 mandamento "olho por olho e dente por dente":
A) Foi dado para orientar os jutzes para não se excederem no castigo
da sentença.
B) É o ensino do Senhor Jesus.
C) Não era seguido pelos escribas e fariseus, pois estes não exigiam
vingança. _4_
Na margem è direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6.0 crente não precisa fazer juramento; basta falar a verdade. .,_.,.,.
7.0 ensino de Mateus 5.39 a 41 6 para todos. UIILU
8.0 discípulo de Cristo não precisa fazer mais do que a obrigação. „,„„
9. A generosidade deve ser acompanhada por prudência e percepção. .._._.,
10.0 alvo do discípulo é ser perfeito como nosso Pai celeste é perfeito. .......

PROVA N2 6
Na margem è direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente i
resposta correta ou mais correia.
1.0 pedido "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje":
A) Está em primeiro lugar na oração.
B) Está em quarto lugar.
C) Está em quinto lugar. „.„„
2.0 Senhor Jesus ensinou a oração conhecida como o "Pai nosso":
A) Para ser a oração formal da igreja.
B) Para ensinar princípios para as nossas orações.
C) Para ser repetida por todos. ..,._„
3.0 maior interesse nas orações deve sen
A) O Reino de Deus.
B) O bem-estar material dos nossos amigos.
C) A nossa saúde. ___
4. A oração "Pai nosso" ensina-nos a:
A) Confiar em nós mesmos.
B) Mostrar confiança a nossos amigos.
C) Não confiar em nós. ,....,!
5. A maneira certa de dar é:
A) Falar discretamente da nossa generosidade.
B) Não contar a ninguém.
C) Logo procurar esquecer da oferta. __
Na margem à direita, escreva "V" se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. A pessoa desobediente a Deus pode orar com sinceridade a Deus: "Seja feita a
Tua vontade". ___
7.0 hipócrita expressa a sua própria personalidade. .......
8. A sinceridade é essencial para ser discípulo de Cristo. ««».
9. Pela hipocrisia a pessoa perde a recompensa. ___
10. O discípulo de Cristo deve gozar constantemente a comunhão com
Deus. —.
PROVA N« 7
Na margem à direita, escreva uma das três letra* A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais correta.
-5-
1.0 materialismo:
A) Não é um perigo.
B) é essencial para a nossa vida.
C) Prejudica a vida espiritual. ~~~
2.0 que deve ser mais importante para nós é:
A) A vida espiritual.
B) A vida material.
C) A nossa saúde. -—
3.0 lugar do nosso tesçuro:
A) Não tem importância.
B) Determina o nosso amor.
C) Determina ficarmos ricos ou pobres. ——
4. Conseguimos uma boa visão espiritual:
A) Pelo cuidado da nossa vida.
B) Escolhendo o caminho em que devemos andar.
C) Pela fé.
5. Três cousas mencionadas na lição têm influência muito grande em nossa vida.
São:
A) Tesouro, oração e serviço.
B) Olhos, tesouro e abnegação.
C) Tesouro, olhos e um senhor. «««.
Na margem à direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. Nenhum dos doze apóstolos procurou dois senhores. ~~~.
7. Moisés deu muito valor ao invisível. ___
8. Aquele que procura servir a dois senhores espirituais tem olhos maus e de-
feituosos. . _~.
9. A igreja em Laodicéia era uma igreja espiritual e próspera. ~^~.
10. O apóstolo Paulo manteve firme até ao fim o seu olhar na meta, que era
Cristo. .~—.

PROVA N«8
Na margem i direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente â
resposta çorreta ou mais correta.
1. A ansiedade:
A) Pode avisar do perigo.
B) Pode encurtar a vida.
C) Pode acrescentar uns centímetros à estatura. __
2. O Senhor Jesus apresentou quatro observações da natureza com o objetivo
de: A) Ensinar-nos a amar a natureza.
B) Ensinar-nos que não devemos planejar, nem fazer provisão para o
futuro.
C) Ensinar aos Seus discípulos a grandeza de Deus em criar e sus-
tentar a Sua criação. ,,,.„,
3. A causa da preocupação para o crente á:
A) A falta de recursos.
B) A falta de orientação.
C) A falta de fé. ««.
4. Dois homens do Velho Testa/nento, mencionados na lição, que colocaram
Deus em primeiro lugar são:
A) Abraão e Moisés.
B)NoéeJacó.
C) Josué e Daniel. ' ,. ,„
5. Segundo a nossa lição, na esfera espiritual há duas cousas que devemos bus-
car em primeiro lugar.
A) O Reino de Deus e o serviço de Cristo.
B) O Reino de Deus e a oração.
C) O Reino de Deus e a Sua justiça. „„ r ,
Na margem i direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. Devemos sempre dar prioridade ao serviço de Deus. .__
7. É Deus e não o homem quem tem toda a responsabilidade na manutenção do
homem. U __, T -
8. A promessa "todas estas cousas vos serão acrescentadas" pode falhar. rmi1l
9. O segredo da bênção divina na vida é colocar Deus em primeiro lugar em to-
das as cousas. ,„....
10. Para Deus, todas as Suas criaturas têm o mesmo valor. _»_

PROVA N* 9
Na margem i direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais correta.
1. As pessoas que criticam outros:
A) Nelas opera a lei da retribuição.
B) Elas mesmas não têm defeito.
C) São sinceras. .—,
2.0 Senhor empregou a ilustração de uma viga no olho para mostrar:
A) Que é impossível corrigir os nossos defeitos.
B) Que a atitude dos fariseus era absurda.
C) Que a pessoa pode ver mais claro os seus próprios defeitos do
que os defeitos dos outros. ~~~.
3. Chama-se "O Caminho Apertado" porque:
A) Não ê bom e nem desejável.
B) Não dá para o pecador entrar.
C) Deus exige o arrependimento. ._
4. Chama-se "O Caminho Espaçoso" porque:
A) A porta é larga e aceita todos.
B) Tem muito movimento porque o destino ê bom.
C) é feito para caber muita gente. * „..„.
-7-
5. "Buscai e achareis" fala de:
A) Súplica.
B) Intercessão.
C) Petição.
Na margem è direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "P* se achar que ela é Falsa.
6.0 cristão deve orar, suplicar e perseverar em oração. _~
7. Em Daniel 8.2 a 6 encontra-se um belo exemplo de intercessão. —~
8. Não devemos facilitar a aqueles que querem acabar com a nossa herança
santa e espiritual. —.
9. Abraão, em intercessão, bateu à porta sete vezes. —.
10.0 melhor exemplo de intercessão é o de Daniel. __

PROVA NS 10
Na margem i direita, escreva uma das trás letras A, B ou C, correspondente i
resposta correta ou mais correta.
1. A lição principal das casas construídas na areia e na rocha é:
A) Somente a casa na rocha tinha um fundamento seguro.
B) Não há necessidade de um fundamento seguro para esta vida.
C) Nem toda a casa bonita é segura contra a tempestade. _~~
2. A lição espiritual das duas casas .é:
A) Ninguém podia ver os dois fundamentos.
B) Precisamos de um fundamento seguro para a vida e para o porvir.
C) A casa bem feita e bonita é segura contra a tempestade. ~~-
3.0 fundamento firme 6:
A) As profecias de hoje.
B) A vida de Jesus Cristo.
C) As palavras do Senhor Jesus como reveladas no ensino do Novo
Testamento. ~~.
4. Deus nos fala hoje:
A) Pelo Novo Testamento.
B) Pelos pregadores.
C) Pelos profetas. ~—.
5. O cristão real ê aquele que:
A) Faz milagres.
B) Faz a vontade de Deus.
C) Chama Jesus Cristo de "Serihor". ___
Na margem è direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela 6 Falsa.
6. É possível profetizar, expelir demónios e fazer milagres sem pertencer a Cris-
to.
7. Poucos estão confiando num fundamento falso para a salvação. ,-,,„-

-8-
8. Os encantadores de Faraó não fizeram nenhum dos milagres que ArSo
fez. ~_
9. Ao terminar o Sermão do Monte, o povo notou que o Senhor Jesus falou com
autoridade. ~_
10. Os falsos profetas imitam o cristão verdadeiro. __

PROVA N« 11
Na margem è direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente i
resposta correta ou mais correta.
1. A primeira missão dos doze apóstolos foi:
A) Pregar o Evangelho da graça de Deus. •
B) Anunciar a chegada do Rei.
C) Pregar a mensagem do reino a todo o mundo. __
2. Os enviados viajaram desprevenidos porque:
A) Faltou-lhes dinheiro.
B) Queriam ganhar dinheiro do povo.
C) O suprimento das necessidades dos apóstolos foi um meio do po-
vo demonstrar a sua aceitação do Messias. ___
3.0 segundo grupo de apóstolos consistia de:
A) Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus.
B) Tiago, Tadeu, Simão o Zelote e Judas.
C) Pedro, André, Tiago e João. ..,,..
4.0 Senhor Jesus enviou os doze apóstolos:
A) As ovelhas perdidas da casa de Israel.
B) Às ovelhas exaustas e sem força.
C) Aos samaritanos.
5. A missão dos doze apóstolos aos judeus:
A) Alcançou bom êxito.
B) Fez com que a mensagem do reino fosse aceita pelos judeus.
C) Terminou com a rejeição do Messias. __
Na margem à direita, escreva "V se entender que a afirmação 6 Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. Filipe tinha o dom de levar almas para Cristo. __
7. A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. __
8. Por isso, precisamos enviar pessoas para trabalhar na seara. .__
9. As ovelhas podem viver sem pastor. ,uim
10. Zelote ejra o nome dado a revolucionários judeus. „..„.

PROVA N2 12
Na margem è direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta'ou mais correta.
1. As palavras "aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo":

-9-
A) Referem-se aos judeus no fim da época judaica da Grande Tribu-
lação.
B) Referem-se aos crentes nesta época atual.
C) Mencionam-se em o Novo Testamento quatro vezes. ~~~
2. A palavra "fim" em Mateus 10.22 refere-se:
A) Ao arrebatamento da Igreja.
B) À morte do crente.
C) Ao fim da Grande Tribulação.
3. A perseguição, após o martírio de Estêvão:
A) Quase acabou com a Igreja.
B) Foi usada por Deus para o progresso da Igreja.
C) Não deixou a Igreja sair de Jerusalém. -~—
4. 0 Evangelho do Reino, anunciando a chegada do Rei:
A) Será anunciado mais uma vez pelos judeus antes da vinda de
Cristo em majestade e glória.
B) Foi anunciado na primeira vinda de Cristo, mas terminou.
C) Nunca mais tornará a ser anunciado. ___
5. Pelas palavras "eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos" enten-
demos que:
A) Não haveria esperança para o progresso do7 Evangelho.
B) Todos os discípulos seriam mártires.
C) Apesar de ser um grupo pequeno e frágil, venceriam a oposição
do judaísmo, do paganismo e do Império Romano. ~~~
Na margem à direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "F" se achar que ela é Falsa.
6. Pelo testemunho e martírio de Estêvão, Saulo foi despertado e, ao encontrar-
se com Cristo, se converteu. ,..,.„
7. Os mensageiros do Evangelho do Reino precisarão tanto de prudência quanto
de fidelidade. ,^-.
8. A palavra "salvo" pode ser usada tanto para a salvação física quanto para a
salvação espiritual. „__
9. Pela perseguição da Igreja, o Evangelho entrou em lugares difíceis de en-

10. Toda a profecia de Mateus 10.16 a 23 foi cumprida pelos apóstolos. _„_

PROVA N« 13
Na margem è direita, escreva uma das três letras A, B ou C, correspondente à
resposta correta ou mais correta.
1. 0 discípulo de Cristo deve amar em primeiro lugar
A) Pai e mãe.
B) O Senhor Jesus.
C) Os entes queridos. „,.„.
2. 0 seguidor de Cristo, conforme as palavras do Senhor Jesus, deve:
-10-
A) Ser digno de Cristo.
B} Chamar a atenção do mundo.
C) Viver uma vida boa. Tl.
3. Ser digno de Cristo exige:
A) Tomar a cruz e seguir a Cristo.
B) Amar o Senhor Jesus mais do que a qualquer outra pessoa.
C) A) e B) estão certos. .......
4. 0 Senhor Jesus disse as palavras "não temais", registradas no capftulo 10:
A) Quatro vezes.
B) Três vezes.
C) Somente duas vezes.
5. 0 apóstolo Pedro:
A) Na ocasião registrada em Mateus 16.22 não aceitava a cruz.
B) Na mesma ocasião não queria a glória de Cristo.
C) Sempre acreditava na glória, mas não na cruz. ,-,,,.„
Na margem à direita, escreva "V se entender que a afirmação é Verdadeira
ou "P* se achar que ela é Falsa.
6. 0 apóstolo Paulo escreveu: "Estou crucificado com Cristo". .......
7. A figura do jugo ensina-nos a união com o Cristo desprezado e rejeitado pelo
mundo. ~_~
8. Não há perigo em ser um discípulo secreto de Cristo. .......
9. "Achar a vida", segundo o povo do mundo, é viver para si, viver somente para
se satisfazer. <__
10. O mundo pode fazer mal ao discípulo de Cristo, mesmo sem o consenti-
mento de Deus. ~~~

POR FAVOR, ESCREVA SEU NOME E ENDEREÇO COM LETRAS DE FORMA:

NOME: ....
ENDEREÇO:

REMETA AS PROVAS PARA:


Curuo Bíblico
"ALFA E ÔMEGA"
T. P. 3033
« Í 2 1 0 - 9 9 0 OSASCO-SP
Fone: (011) 869-3526

-11-

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