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Segundo Santo Tomás de Aquino, essa ira, em si mesma, não é boa, nem
má. Ela passa a ser boa ou má quando a alma entre em ação, quando
surge, por exemplo, um querer desordenado ou quando se rechaça algo
que deveria ser desejado. O pecado começa quando a ira passa da
sensibilidade e abarca a alma.
Para João Cassiano, a ira é sempre ruim. Para Santo Tomás, é preciso ter
o coração manso como o de Jesus, pois somente assim é possível
enxergar o que está acontecendo, julgar com sabedoria, segundo os
princípios divinos, e, então, decidir o que fazer, em profunda sintonia
com o coração de Deus, punindo ou não.
Se Deus criou a ira, ela tem alguma função no ser humano. O problema é
quando ela entra de uma forma desordenada. Um ato praticado com o
todo é mais perfeito do que um ato feito só com uma parte, ou seja, um
ato somente racional é bom, mas não perfeito. Seria perfeito se usasse
também as energias sensíveis, afinal, o ser humano não é um anjo. Anjo
não tem paixão, o homem é uma combinação estranha de um anjo e um
animal que vivem juntos. É, portanto, o composto do homem que deve
agir, corpo e alma.
Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou que "o Reino dos céus é dos
violentos" [3]. Isso significa que aquele que se decide por Deus, precisa
fazer violência para romper com o pecado, para odiar os maus passos.
Logo, a paixão da ira, em si mesma, é como uma faca que pode ser
usada para uma coisa boa ou para um crime. Trata-se de algo
moralmente indiferente.
De forma resumida, é possível dizer que a ira é uma energia que está
presente no ser humano porque este é formado de corpo e alma. Esta
capacidade (energia) foi criada por Deus e em si mesma não é boa nem
ruim, mas neutra. Tragicamente, por causa do pecado original, essa
energia, que deveria ser canalizada para a busca e o alcance da
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santidade, no mais das vezes se transforma na doença espiritual da ira,
tema da próxima aula.
Referências
3. Mt 11, 12
Recomendações
The Moral Status of Anger: Thomas Aquinas and John Cassian, Michael
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