Você está na página 1de 14

“ Rumo ao alto”: breve biografia

de Pier Giorgio Frassati1

SUMÁRIO

1
Traduzido do folheto E.V.C. (El Verdadeiro Catolicismo), México, D.F.. Por R.P. Pedro Herrasti, S.M.. Acréscimos e
modificações foram feitas pelo tradutor.
SEUS ESTUDOS................................................................................4
SUAS AMIZADES...............................................................................5
SUA VIDA ESPIRITUAL........................................................................6
SEU COMPROMISSO POLÍTICO..............................................................7
PIER GIORGIO E OS POBRES................................................................8
SEU ESPORTE FAVORITO: ESCALAR MONTANHAS........................................9
SUA MORTE...................................................................................9
SEU FUNERAL...............................................................................10
SUA IMPORTÂNCIA PARA OS JOVENS.....................................................12

ANEXO
ORAÇÃO A DEUS, COM A INTERCESSÃO DO BEM-AVENTURADO PIER GIORGIO. . . .14
ORAÇÃO PELA CANONIZAÇÃO DE PIER GIORGIO.......................................14
SITES DEDICADOS A PIER GIORGIO ......................................................14
INTRODUÇÃO

Os jovens de hoje em dia que buscam viver uma vida de santidade, que desejam
apaixonadamente viver como nosso Senhor e Amigo Jesus Cristo o qual nos
convida com a promessa segura e fiel de uma verdadeira vida e plena felicidade,
não podem de forma alguma desconhecer a vida e o exemplo do Beato Pier
Giorgio Frassati.

Temos a imagem de que os santos foram pessoas que viveram muitos anos atrás,
que eram pessoas que fugiam das boas coisas da vida, eram reclusas, solitárias e
tímidas, que passavam o dia todo entre missa, adoração e a reza do terço. É
claro, o próprio Pier Giorgio nos diz isso, que a vida de intensa oração é o
caminho seguro “para obter de Deus a graça sem a qual as nossas forças são
vãs”, no entanto podemos ver que aquelas imagens presentes em muitas das
Igrejas de santos como pobrezinhos, no sentido de coitadinhos e de expressão
triste não é condizente com a realidade. Os santos foram homens e mulheres
que souberam e reconheceram suas fraquezas se entregando completamente aos
cuidados de Deus.

G.K. Chesterton, um dos maiores escritores do século XX, que se vê às margens


do processo de beatificação, escreveu uma vez que: “[o] que separa um santo
dos homens ordinários é sua disposição habitual de se confundir com os homens
ordinários". E continuava: “O Santo é um medicamento, porque ele é um
antídoto. Certamente é por isso que o santo é muitas vezes um mártir, ele é
confundido com um veneno, porque ele é um antídoto. Ele geralmente será
procurado para restaurar a sanidade do mundo, exagerando o que o mundo
ignora, que nem sempre é o mesmo elemento em todas as idades. No entanto,
cada geração procura o seu santo por instinto, e ele não é o que as pessoas
querem, mas sim o que o povo precisa”. (...) ”Por isso, é o paradoxo da
história, que cada geração é convertida pelo santo que contradiz mais.”

Pier Giorgio é um exemplo de homem extraordinário nas coisas diárias e comuns


da vida. Ele foi o medicamento para os seus amigos – termo que ele usava para
chamar os pobres doentes-, pois além da atenção material, ele os ajudava com
o seu testemunho e lhes dava esperança. O Santo de fato é o paradoxo!

Pier Giorgio nos demonstrou que a santidade é uma meta alcançável para todos.
Ele é exemplo de que podemos nos santificar fazendo coisas simples do dia a
dia. Que, apesar de nossas fraquezas e misérias, podemos contar com a
Providência Divina. Se você acha que a santidade está longe ou que é
impossível, pense que em toda a história da Igreja ela está repleta de homens e
mulheres generosos que humildemente se deixaram conduzir pela Graça. Pense
que se existiram no passado - e a Igreja caminha firme hoje e até a volta de
Nosso Senhor – também no meio de nós devem existir pessoas que caminham
para essa meta.

Não diga nunca que ser santo é algo impossível! Nunca diga “isso não é para
mim”. Um conselho para atingir essa meta é se espelhar na vida de Pier Giorgio
Frassati que temos a alegria de apresentar abaixo.
SUA VIDA

Pedro Jorge Frassati nasceu em Turim, Itália, em 6 de abril de 1901. Sua mãe,
Adelaide Ametis, era pintora. Seu pai, Alfredo, agnóstico, foi fundador e diretor
do jornal liberal “La Stampa”. Homem influente entre os políticos italianos,
desempenhou também os cargos de Senador e Embaixador da Itália na
Alemanha. O Senador Frassati era agnóstico falando, mas sua mãe Adelaide,
pintora de profissão, era católica, ainda que não muito comprometida.

Se a situação econômica da família era


feliz, não o foi tanto desde o ponto de
vista afetivo: os pais nem sempre
estavam de acordo e educaram seus
filhos rigidamente. A irmã de Pier
Giorgio, Luciana dizia que “a casa
senhorial que vivíamos, parecia um
quartel”, com um sistema duro de
regras e deveres. Sendo o pai agnóstico,
a fé foi transmitida unicamente pela
mãe.

SEUS ESTUDOS

Estudo inicialmente em casa, depois em


uma escola estatal junto com sua irmã,
um ano mais nova que ele. Como não
demonstrou muito entusiasmo pelos
estudos, foi reprovado e o inscreveram
no liceo clássico “Mássimo D’Azeglio”;
confiado ao sacerdote salesiano
Antônio, que o acerco a espiritualidade
cristã.

Depois passou a uma escola dirigida


pelos Padres Jesuítas, onde se associou
a Congregação Mariana e ao Apostolado
da Oração. Graças a isso ele se
apaixonou pela Eucaristia, a qual passou
a receber diariamente.

Decidiu contra a vontade de seus pais


estudar engenharia de minas na Real
Universidade Politécnica de Turín, para
poder “servir melhor a Cristo entre os
mineiros”, como disse a um amigo.
Apesar de considerar os estudos a primeira obrigação, não se afastou de suas
atividades sociais e políticas.
Um dia, no painel de anúncios da Universidade de Turín pois, entre os muitos
cartazes e folhetos que anunciavam festas e diversões, um cartaz convidando os
universitários a Adoração Noturna. Os anticlericais reagiram rapidamente
furiosamente arrancando que consideravam como uma provocação, mas Pier
Giorgio defendeu energicamente seu direito de expressar suas próprias
convicções. Depois de violentos esforços, o painel ficou completamente
destruído e o anúncio de Pier Giorgio terminou em pedaços.

Em 1914 deu começo a Primeira Guerra mundial e ano seguinte, a Itália entrou
no conflito. Uma das camareiras da família, chamada Natália, havia perdido um
irmão na guerra. Um dia Pier Giorgio lhe perguntou: “Natália, não darias a vida
para a guerra terminar?”, diante da dúvida da mulher, ele contestou
decididamente: “Eu sim daria a minha hoje mesmo!”

Ainda menor de idade se inscreveu, em 1919, na Federação Universitária


Católica Italiana (FUCI), dependente da Associação Católica e que compreendia
também a conferência de são Vicente de Paula para servir aos pobres e a doará
imediatamente 1.000 libras, uma quantia enorme.

SUAS AMIZADES

Junto com seus melhores


amigos fundou o círculo
chamado “Tipi Loschi” (Os
tipos arruaceiros) que
tiveram como lema “Poucos,
mas bons como o macarrão”
e que por trás deste estilo
brincalhão, ocultava o
desejo de fundar uma
amizade sobre bases
profundas. Dizia: “Eu queria
que nós jurássemos um
pacto que não conhece-se
confins terrenos e limites temporais: a união na oração”.

No dia 23 de outubro de 1924 escreveu a seu amigo Marco Beltramo: “Subirei a


Oropa e aos pés da Virgem Morena: vou rezar por ti e depois te enviarei uma
lembrança que nos deverá unir sempre com um vínculo imaterial: um rosário
feito com as sementes do jardim”.

“Na vida terrena, depois dos pais e das irmãs, uma das mais bonitas formas de
afeição é a amizade. Eu deveria agradecer a Deus porque me deu amigos tão
bons, que são para mim, uma preciosa para toda minha vida”.

“Cada vez que trato a Clementina fico admirado com sua grande bondade e
penso no bem imenso que fará uma alma assim de beleza. Certamente a Divina
Providência em seu admirável designo se serve as vezes de nós, míseros galhos,
para fazer o bem; nós, entretanto, não queremos reconhecer e até ousamos
negar sua existência, mas os que graças a Deus tem fé, quando se encontram
diante de uma alma assim de bela, alimentada na fé, não podemos menos que
encontrar um evidente sinal da existência de Deus, porque uma bondade igual
não se poderia ter sem a graça de Deus.

“E que dizer de Laura e Tina, almas generosas diante das quais penso tantas
vezes na ingratidão que tenho com Deus, correspondendo pouco as grandes
graças que o Senhor em sua grande misericórdia me concedeu sem ver meus
pecados.

“O exemplo destas três almas tem sido para mim valiosíssima, em especial em
certos momentos da vida nos quais a carne prevalece sobre o espírito”.

SUA VIDA ESPIRITUAL

Foram a Santa Eucaristia e a Virgem Maria,


os dois pilares de sua profunda vida
espiritual, que nunca duvidou em
compartilhar com seus amigos. Aos 17 anos
ingressou também na Sociedade de São
Vicente de Paula e dedicou a maior parte de
seu tempo livre ao serviço dos enfermos e
necessitados, cuidando do órfãos e soldados
da primeira guerra mundial.

Em 1922, ingressou também na terceira Ordem de Santo Domingo impactado


pelos escritos de Santa Catarina de Siena e de Savonarola. Quis chamar-se de
Jerônimo, mas não como o tradutor da Bíblia, se não como Savonarola que tinha
esse nome. “Sou um fervente admirador desse frei, que morreu como um santo
na fogueira”.

Disse uma vez a um amigo: “Jesus vem a mim a cada manhã na Santa Comunhão
e eu O retribuo de uma maneira pequena visitando os pobres”.

Quando um amigo o perguntou como ele podia agüentar os odores e a sujeira


das favelas, ele respondeu: “Nunca esqueça que mesmo sendo a casa miserável,
você está se aproximando de Cristo. Em meio aos doentes e desafortunados,
vejo uma luz peculiar, uma luz que não temos.”

Em outra ocasião escreveu a um amigo: “Viver sem uma fé, sem um patrimônio
para defender, sem um esforço constante, pela verdade, não é viver mas
somente existir.”

A Isidoro Bonini escreveu: “A fé dada a mim no batismo me sugere com uma voz
segura: Por suas próprias forças, você nunca fará nada, mas se você tiver Deus
como centro de suas ações, então sim, você alcançará o objetivo.”

Em uma dedicatória de uma livro ele escreveu: “Na oração a alma se eleva
acima da tristeza da vida.”
Escalando uma montanha disse: “Quanto mais alto formos, melhor nós
ouviremos a voz de Cristo.”

Seu amigo Marco Beltramo declarou: “Eu não hesitaria em dizer que o segredo
da perfeição espiritual de Pedro Jorge deve ser encontrado em sua devoção a
Maria...Nunca se passou um dia sem que ele estivesse aos pés de sua Mãe
celestial com seu terço, sua oração favorita, entrelaçado em seus dedos...”

Aos jovens da Ação Católica em Pollone, em 1923, disse: “Eu suplico a vocês
com toda a força da minha alma que se aproximem da Mesa Eucarística tanto
quanto possível”.

A sua irmã Luciana respondeu um dia: “Você me pergunta se eu sou feliz. Como
não poderia ser, enquanto minha fé me der força...pois o sofrimento é algo
bem diferente da tristeza, que é a pior doença de todas. É quase sempre
causada pela falta de fé”.

Luciana recordava que nas últimas horas de sua vida, já não podia falar, mas
com esforço fixava seus olhos na imagem da Virgem Maria.

“Eu suplico a vocês com toda a força da minha alma que se aproximem da Mesa
Eucarística tanto quanto possível”. Escreveu aos jovens católicos de Pollone, 1923.

Quando Pier Giorgio morreu, o Deputado italiano Alberto Falchetti escreveu em


seu diário: “o melhor homem do mundo está morto”

SEU COMPROMISSO POLÍTICO

Opondo-se as idéias de seu pai, chegou a ser membro verdadeiramente ativo do


Partido Popular, que promovia os ensinamentos da Igreja Católica baseados na
encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XVIII e concebeu a idéia de unir a
Federação de Estudantes a Organização de Trabalhadores. Costumava dizer: “A
caridade não basta: necessitamos de uma reforma social”, costuma dizer
trabalhando para ambas.

Frassati viveu em momentos agitados da


política italiana. Não somente os comunistas
eram sumamente ativos e agressivos, senão
que surgiu o facismo com grande violência
anticlerical. Pier Giorgio intui o caráter anti-
católico e anti-humano da nova ideologia e
não duvidou em enfrentar-se com os novos
inimigos. Se irritava especialmente quando via
alguns católicos manifestarem simpatia pelos facistas.

Sua fama de inimigo do novo poder chegou a ser conhecida até o ponto que em
um domingo, quando Pier Giorgio comia com sua mãe, um esquadrão de facistas
tentaram entrar em sua casa para destruir tudo, mas ele apareceu no salão de
entrada e arrancando o bastão de um dos agressores colocou os facistas para
correr.

Sendo um obstinado antifacista, como seu pai, nunca ocultou seus idéias
políticas. De fato sempre esteve envolvido em conflitos contra os comunistas e
depois contra os facistas anticlericais. Participando em uma demonstração
organizada pela Igreja em Roma, sofreu a violência da polícia e se pois ao lado
dos jovens agarrando a bandeira que a polícia havia tomado deles. Ele levantou
ainda mais, usando a madeira da bandeira para parar os golpes dos guardas.

PIER GIORGIO E OS POBRES

Os pobres e os sofredores eram seus donos e


ele foi para eles um verdadeiro servo,
vivendo essa ocupação como um privilégio.
Em Pedro Jorge, a caridade não consistia
só em entregar algo para os demais, mas,
antes em se entregar a si mesmo por
inteiro. Essa caridade se sustentava
diariamente com Jesus Cristo Eucaristia,
com a freqüente adoração noturna, com a
meditação do hino da caridade de São
Paulo e com férias na casa de verão da
família Frassati, no vilarejo de Pollone, já
que “Se todos saem de Turim, quem vai se
encarregar dos pobres?”.

Apesar da riqueza da família, Pier Giorgio


andava sempre sem um centavo no bolso
porque seus pais não lhe davam mais que o
estritamente necessário e ele mesmo
assim doava para as obras de caridade. Era
comum seus amigos o virem ele voltando
para a casa a pé por ter doado por
caridade o dinheiro que tinha. Um dia lhe perguntaram o porque ele sempre
viajava de terceira classe: “Porque não há a quarta”, respondeu.

Militando nas conferências de São Vicente de Paulo, freqüentemente visitava os


pobres entrando em suas casas sujas e mal cheirosas. “Ajudar os necessitados,
disse a sua irmã Luciana, é ajudar a Jesus”.

Um dia convidou um de seus amigos a um maior compromisso de caridade, fazer


visitas aos pobres. O amigo lhe disse que tinha medo de entrar em casas tão
miseráveis, onde tudo é sujeira e onde as doenças contagiosas estão por todos
os lugares, mas Pier Giorgio lhe respondeu: “Visitar os pobres, é visitar a
Jesus!”.
Em 1921 esteve em Rávena ajudando com entusiasmo na organização do
Congresso Pax Romana, Associação Católica que se propunha unificar todos os
estudantes católicos do mundo para trabalhar unidos pela paz universal.

SEU ESPORTE FAVORITO: ESCALAR MONTANHAS

Seu esporte favorito era o alpinismo.


Turín se encontra no norte da Itália,
cerca dos Alpes. Pier Giorgio organizava
com freqüência com os Tipi Loschi, no
Valle de Aosta, excussões que era para ele
uma oportunidade de fazer apostolado.
Existem várias fotografias de Pier Giorgio
escalado roças, fazendo rappel ou no
cume de alguma montanha. Em uma das
fotos, descendo de rappel por meio de
uma corda, escreveu de próprio punho:
“Montanhas, montanhas, montanhas, as
amo!”.

“Cada dia que passa – disse a um amigo – me


apaixono perdidamente pelas
montanhas. Sua beleza me atrai. Quando se
vai a escalar, é necessário ter limpa a consciência, porque não se sabe nunca se
volta. Apesar de tudo isso não me assusta. Ao contrario, desejo sempre os
montes, alcançar os pontos mais difíceis, sentir aquela glória pura que só se
encontra na montanha”.

“Como não sabemos que dia a morte nos chamará, é prudente cada dia
preparamos para morrer nesse mesmo dia”.

Em uma excursão lhe disseram que era sem ritmo para cantar e ele respondeu
alegremente: “O importante é cantar”.

SUA MORTE

Segundo os médicos, visitando os pobres, Pier Giorgio se contagiou de


Poliomielitis fulminante, que o levo a morte em uma semana. No dia 30 de
junho de 1925, voltando para casa, sentiu uma estranha dor de cabeça e falta
de apetite. Como nesses dias sua avó estava morrendo, ninguém, nem ele
mesmo para não incomodar, deu importância a enfermidade.

Quando seus pais se deram


conta do que sucedia, já era
muito tarde: o soro que
pediram para do Instituto
Luis Pasteur de París,
França, não chegou a tempo para salva-lo. Morreu no dia 4 de julho, com apenas
24 anos de idade.

Com a humildade e desapego com que vivia enfrentou na sua plena juventude a
morte. Ou melhor, encontrou Jesus a quem amava, pelo qual havia lutado na
Universidade e nas ruas, entre os pobres e na montanha.

SEU FUNERAL

Os primeiros a se assustarem em seu enterro foram seus próprios pais: não


somente vieram muitíssimos amigos, mas também milhares de pobres.
Compreenderam, que seu filho era muito amado e viram a grandeza que foi Pier
Giorgio Frassati. Os pobres a quem Frassati cuidou por sete anos, também se
assustaram ao saber que o jovens pertencia a uma família tão rica.

Foi seputado a princípio no tumulo da


família Frassati em Pollone, onde foi
visitado por ninguém menos que João
Paulo II em 1989, que disse:
“Quero render homenagem a um jovem
que soube ser testemunho de Cristo com
singular eficácia no nosso século. Eu
também conheci, na minha juventude, a
benéfica influência de seu exemplo
cristão”.

Depois seus restos mortais foram trasladados a Catedral de Turín, aonde


milhares peregrinos visitam para agradecer e pedir favores e se espelhar em seu
exemplo.

Seu processo de beatificação foi iniciado em 1932. Na última etapa foi aberta
seu túmulo e os testemunhos do evento ficaram admirados ao descobrirem que
seu corpo estava incorrupto e seu rosto estava sereno e com um sorriso.
Em 20 de maio de 1990, na Praça de São Pedro, diante de dezenas de milhares
de fiéis, o Papa João Paulo II beatificou Pedro Jorge Frassati, considerando-o
como “O Homem das oito Bem-Aventuranças”. Ninguém melhor do que ele para
receber tamanha honra.

“No nosso século, Pier Giorgio


Frassati, a quem em nome da
Igreja eu tive a alegria de
proclamar Beato, encarnou na
própria vida estas palavras de
São Pedro. O poder do Espírito da
Verdade, unido à Cristo, tornou-o
moderna testemunha da
esperança, que provém do
Evangelho, e da graça de
salvação operante no coração do
homem. Deste modo, ele tornou-se a testemunha viva e o defensor corajoso
desta esperança, em nome dos jovens cristãos do século XX.

“A fé e a caridade, verdadeiras forças motrizes da sua existência, tornaram-no


ativo e operoso no ambiente em que viveu, na família e na escola, na
universidade e na sociedade; transformaram-no em alegre entusiasta apóstolo
de Cristo, em apaixonado seguidor da sua mensagem e da sua caridade.

“O segredo de seu zelo apostólico e de sua santidade deve ser buscado no


itinerário ascético e espiritual por ele percorrido; na oração, na adoração
perseverante, também noturna, do Santíssimo Sacramento, na sua sede da
Palavra de Deus, perscrutada nos textos bíblicos; há serena aceitação das
dificuldades da vida, mesmo familiares; na castidade vivida com disciplina
alegre e sem comprometimentos; na predileção cotidiana pelo silêncio e pela
“normalidade” da existência. É precisamente nestes fatores que nos é dado
descobrir a fonte profunda da sua vitalidade espiritual.

“Com efeito, é por meio da Eucaristia que Cristo comunica o seu Espírito; é
mediante a escuta de sua palavra que cresce a disponibilidade a acolher os
outros, e é também través do abandono orante na vontade de Deus que
amadurecem as grandes decisões da vida. Só adorando a Deus presente no
próprio coração, o batizado pode responder àquele que lhe perguntar a razão
da sua esperança. E o jovem Frassati sabe-o, experimenta-o, vive-o . Na sua
existência fé funda-se com a caridade; sólido na fé e operante na caridade,
porque a fé sem obras é morta (Tg. 2,20).

“Certamente, a um olhar superficial, o estilo de Pier Giorgio, um jovem


moderno cheio de vida, não apresenta grandes coisas extraordinárias. Mas
precisamente esta é a originalidade das suas virtudes, que convida a refletir e
impele à imitação.

“Nele, a fé e os acontecimentos cotidianos fundem-se de maneira harmoniosa,


tanto que a adesão ao Evangelho se traduz em atenção amorosa aos pobres e
aos necessitados, num crescendo contínuo até aos últimos dias da doença que
o levará à morte. O gosto do belo e da arte, a paixão pelo desporto e pela
montanha, e a atenção aos problemas da sociedade não lhe impedem a relação
constante com o absoluto.
“Toda imersa no mistério de Deus e toda dedicada ao constante serviço ao
próximo: Assim se pode resumira sua jornada terrena.

A sua vocação de leigo cristão realizava-se nos seus múltiplos empenhos


associativos e políticos, numa sociedade em agitação, indiferente e às vezes
hostil à Igreja. Com este espírito, Pier Giorgio soube dar impulso aos vários
movimentos católicos, aos quais aderiu com entusiasmo, mas, sobretudo à
Ação Católica, e também à FUCI, na qual encontrou verdadeiro treinamento de
formação cristã e campos propícios para o seu apostolado. Na ação Católica ele
viveu a vocação cristã, com alegria e orgulho e empenhou-se em amar Jesus e
em divisar nele os irmãos que encontrava pelo caminho ou buscava nos lugares
de sofrimento, da marginalização e do abandono, para fazer com que eles
sentissem o calor da sua solidariedade humana e o conforto sobrenatural da
sua fé em Cristo. Morreu jovem, ao término duma existência breve, mas,
extraordinariamente rica de frutos espirituais, encaminhando-se para a
verdadeira pátria a cantar os louvores a Deus.”2

SUA IMPORTANCIA PARA OS JOVENS

O Papa Bento XVI elegeu Frassati


como um dos 10 patronos da Jornada
Mundial da Juventude celebrada em
Sidney, Austrália, de 14 a 20 de julho de
2008, e para o evento, foi levado suas
relíquias para veneração. E para
surpresa de todos encontraram seu
corpo, depois de sessenta anos,
incorrupto, como um sinal de Deus.
Seu corpo ficou na Catedral de St.
Mary para veneração.

Milhares de jovens se apaixonaram pela vida e testemunho desse jovem que


fazia apostolado montando a cavalo, escalando montanha, indo a festas ou
nadando em uma piscina. Sua devoção foi propagada por diversos países.

Pier Giorgio escreveu em uma de suas cartas: "Nós - que, por graça de Deus,
somos católicos - não devemos gastar os anos mais belos da nossa vida como
desgraçadamente fazem tantos jovens infelizes que se preocupam com gozar os
bens terrenos e não produzem nada de bom, mas que apenas fazem frutificar a
imoralidade da nossa sociedade moderna.Devemos treinar- nos, a fim de
estarmos prontos para travar as lutas que, seguramente, teremos de combater
pela realização do nosso programa e para, assim darmos á nossa Pátria,num
futuro não muito longínquo, dias mais alegres e uma sociedade moralmente sã.
Mas para tudo isto, é preciso: a oração contínua para obter de Deus a graça
sem a qual as nossas forças são vãs; organização e disciplina para estarmos
prontos para a ação no momento oportuno e, finalmente ,o sacrifício das nossas
paixões e de nós mesmos,porque sem isso não se pode atingir o objetivo."

2
Homilia de beatificação de Pier Giorgio Frassati, celebrada pelo Papa João Paulo II, no dia 20 de maio de 1990, na
praça São Pedro
ANEXO

Oração a Deus, com a intercessão do Bem-aventurado Pedro Jorge Frassati

Pai Celeste, nós vos agradecemos pela vida do Bem-aventurado Pedro Jorge
Frassati, cujo zelo pela vida e o comprometimento à sua fé estavam unidos ao
amor pelos pobres, doentes e necessitados. Que nós possamos imitar esta
caridade alimentada pelo seu amor à Eucaristia, devoção à Nossa Santa Mãe e
uma confiança inabalável em Vós, Pai.

Graças a seu testemunho comprometido de alegria e verdade; e fortalecido


pelo Espírito Santo, Pedro Jorge viveu a vida como maravilhosa aventura
provando que a santidade é possível a todos. Que nós possamos também,
através de suas orações e testemunho do Evangelho, viver uma vida que alcance
o alto! Nós vos pedimos por Cristo, nosso Senhor, Amem.

Bem-aventurado Pedro Jorge Frassati, rogai por nós.

Oração pela Canonização de Pier Giorgio

“Ó Deus misericordioso, que em meio aos perigos do mundo


conseguistes preservar por Vossa graça o Vosso servo Pedro Jorge Frassati puro
de coração e ardoroso na caridade, escutai, nós Vos pedimos, às nossas orações
e, se for de Vossa vontade que ele seja glorificado pela Igreja, mostre-nos o
Vosso querer, nos dando as graças que Vos pedimos, por sua intercessão. Pelos
méritos de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.”
Imprimatur, 1932 + Maurillo, Arcebispo de Turim

Sites dedicados a Pier Giorgio

Brasil
www.piergiorgio.com.br
http://victormellao.com.br/piergiorgio/
Argentina
http://www.pgfrassati.com.ar
http://movimientopiergiorgiofrassati.blogspot.com
Itália
http://www.piergiorgio.com.br
www.tipiloschi.com
http://www.racine.ra.it/centropgfrassati
http://www.azionecattolica.bussola.it/frassati
Estados Unidos
http://drupal.frassati.org
Polonês
www.frassati.pl

Você também pode gostar