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PED O STRABELLI

LAR CATóllCO
C. P. 73 - Juiz de Foro - Minas
PEDRO STRABELLI

A Santa Bíblia
ante as Mil Seitas
Protestantes

Esclarecimentos aos Católicos

LAR CATÓLICO
C. P. 73 - Juis de Fo1a - Minai
IMPRIMATUR

Cúria Diocesana - Juiz de Foro, 25-4-1960


Mons. José Ferrer Ribeiro de Afonseca, Vig. Geral
ESCLARECIMENTO
- Este despretencioso livrinho nasce por acaso. O autor, que
jamais se julgou escritor, teve, no desempenho dos seus ofícios, de estar
continuamente, em contato com não poucos representantes das muitas
seitas protestantes, para não falar dos representantes das legiões dos
·indiferentes"', dos "espíritas", dos usuper-homens"' que acham indignos
de se CRER num Deus, ADORA-LO, AMA-LO, SERVI-LO ...

E o que devia acontecer, não deixou de acontecer.

Para que se fizesse maior bem, pediram-me de passar para o co­


nhecido Semanário LAR CATôLICO, em forma de ortiguinhos, as conver­
sos que tinha nas minhas relações com protestantes.

Conhecendo minha incompetência em tão delicado assunto, fazia


acompanhar os artiguetes, de orações e pequenos sacrifícios, oferecidos
à Virgem Maria, a Santa Mãe de Deus, para que houvesse sempre uma
sincera compreensão por parte daqueles que possivelmente, uma ou ou­
tra vez, se dessem ao trabalho de ler o que eu escrevia.

Muitas pessoas, quer dentre o povo, quer dentre os sacerdotes,


insistiam comigo para que ajuntasse tudo num livro, mostrando-me o bem
que daí poderia advir aos católicos, que têm hoje de enfrentar uma
verdadeiro perseguição dos diversas seitas protestantes, não só nas ruas,
nos praças, nos empregos, mas até em suas próprias casas . . . Conta­
vam-me casos de entristecer um coração frio, mas reto . . . Isso levou-me
o oferecer aos CATôLICOS a presente brochura.

Queira Deus que produza algum fruto.

2- Esses artiguinhos todos, apresso-me a dizer, são frutos de


leituras e meditações. Temos livros que são a última palavra no assunto
em foco. Mas quem do povo tem a coragem (sem falar do tempo e do
dinheiro para aquisição), quem do povo tem a coragem de pegar dum

5
enorme tomo e estudá-to ? Quem ? Só o número dos póginas quase que
desanima o todos.

Etois livros, de valor inegável, ficam, PARA SEMPRE, nas nossas


bibliotecas para pasto dos traços e carunchos .. .

Os protestantes obrigaram-me a folheá-tos. (Eis uma grande van­


tagem dos heresias). E foi o que fiz. Abri aquêles grossos tomos. Matei­
thes os troços; tirei-lhes a poeira. Resumi e simplifiquei os irrespondíveis
argumentos, de modo que o povo simples pudesse compreendê-tos, e
guardá-los de memória, e assim, não só tivesse pronto o resposta aos
sof ismos e paralogismos H evangélicos", mos também, o que muito mais
importo, pudesse viver mais intenso e compreensivelmente o santa Reli­
gião Católico. O meu trabalho consistiu, pois, em estudar êsses livros,
simplificar-lhes os argumentos, despi-los de tôda filosofia incompreensí­
vel para o mosso do povo que somos nós, e revesti-los de um português
simples, vivo, curto, atraente. Por êsse mesmo motivo, foi que não temi
transcrever muitos passagens, que achei estarem de acôrdo com o nossa
psicologia atual.

Eis uma meio dúzia de livros mais folheados: Proelectiones Bibli­


coe, de Simon-Prado; Manuel d'Ecriture Sointe, de Renié; Jésus en son
temps, de Daniel Rops; Le peuple de lo Bibte e Qu'est ce que lo Bible,
também de Daniel Rops; as obras de Leonel Franca referentes ao nosso
assunto; uns artiguinhos muito bem elaborados do ·Agência S. Pauto•
ie cotholique,
(ASP}; Dictionnaire de la Bible; Dictionnoire de théolog
livrinho, poderá en­
etc., etc. Tudo quanto o leitor encontro no presente
ico e comple to nessas su-
contra r de modo muito mais profundo, filosóf
pracitadas obras.

Um rápid o agradecimento necessono. Esses .


�� �
"ESCLA RE t E TOS

LICO S" não sairia m o lume , se não fôsse o 1ns1stenc1a do


AOS CATô
s
D., que por diversos vêzes, por corta
Revmo. Pe. Artur Schwab, S. V.
.
enc ora iou - me a publicá-los
do autor.
Deus 0 recompense, eis o deseio sincero

PEDRO STRABELLI

6
NA S A LA DE V I S I T A

n9 O

1 - Acabam de bater em minha porta uma pastôra e


um pastor norte-americanos. Tinham vindo, diziam êles num
po: tuguês torturadíssimo, anunciar a genuína religião de Jesus
Cris to, que se acha na Bíblia. Lá vinha a Bíblia.
De há muito que eu estava até o pescoço com essa
gente mal educada.
Depois de saber a finalidade da visita, sem dizer pa­
lavra nenhuma, fui a meu quarto. Volt ei carregando uma
pilha enorme de livros. Eram fascículos de algumas Bíblias. Bí­
blias em latim, em português, em francês, em grego, e a de Lu­
tero em alemão. Ainda sem dizer nada, fui buscar outros li­
vros. Uns 30 volumes, cuja grande maioria era em língua es­
trangeira. Eram comentários de algumas passagens bíblicas.
E abri todos êsses livros na frente dos dois pastôres . ..
Então cruzei os braços. Escarranchei as pernas. Ergui
a cabeça. Fechei a cara, que já não é simpática, segundo
sempre me dizem. E parece que dei a entender que estava
dis posto a muita coisa. Ainda não pronunciara nem uma úni­
ca palavra sequer . . .
Não sei o que pensaram da minha fanfarronice. Mas
fato é que minha extravagância surtiu o efeito desejado. Afi­
nal de contas o brasileiro não é tão burro e selv agem, como
parece, querem pensar êsses tão "religiosos e caridosos" su­
jeitos.
As primeiras palavras que lhes dirigi, foi quando êles
já estavam para lá da porta. Disse-lhes: "elegantes srs., é
melhor que vocês voltem para sua terra, para converter os pa-

7
gãos que por lá ficaram , e que não são poucos. Os brasilei­
ros iá são cristãos há mais de 400 anos. Deixem-nos em paz
com essa desonesta propaganda americana " . . •

2 -
Na cidade em que moro, é triste a petulância dos
protestantes. O que aliás já é conhecido no Brasil inteiro. Pro­
vocam-nos sempre, em tôda a parte. O seu primeir o manda­
mento ? "Desacatar a religião católican, duma ou doutra
forma. Por uns amigos fiquei sabendo que êsses pastôres che­
gam ATE A FORÇAR AS PORTAS DAS NOSSAS CASAS; en­
trando sem licença; rezando suas coisas que ofendem os nos­
sos sentimentos de cristãos educados; ultrajando os nossos
dogmas, na nossa própria casa, na sala o nde temos a imagem
de Jesus Crucificado, diante das nossas espôsas e dos nossos
filhos. E quando saem, prometem voltar tal dia. Lembro-me
agora do que falou Jesus em Mateus 12: 43-45 . ..

Por tôda a parte só ouvimos queixas e descontentamen­


tos. Não é fato que já estamos começando a sentir antipatia
pela América do Norte ? Ah 1 russos espertos . . . Fato indis­
cutível: os brasileiros estão sendo metodicamente AMERICA­
NIZADOS ... Os russos comunistas, porém, ganharão longe ...

3 -
Essas e o�tras coisas desagradáveis, leitor amigo,
levaram-me a escrever a presente série de instruções sôbre o
BíBLIA. Todos os artiguinhos que aqui aparecem, são argumen­
tos que encontro nos livros que infelizmente quase ninguém lê.
Abrir êsses volumes, tirar-lhes o bolor, matar-lhes os carun­
lver
chos, destilar-lhes a seiva que sustenta a VERDADE, env�
direta
essas idéias e argumentos em roupagem moderna, leve,
r em DEFE-
e viva, eis o trabalho que procuramos empreende
SA DA VERDADE.

8
B JBLI A , S O BJBLI A

"º 1

1 - Tôdas as seitas p rotestantes da nossa cid ade (umas


16) têm a Bíblia como a Onica fonte de fé cristã.
BfBLIA, eis o seu tudo. Bíblia para cá. Bíblia para lá.
Só Bíblia . Bíblia sempr e. Bíblia para tudo.
Nós, católicos, temos também a Sta. Bíblia, a VERDA­
DEI RA. Dela falaremos por uns meses, para escândalo talvez
d os biblistas.
São escla recimentos rápidos, mas sinceros e verdadei­
ros. Finalidade única : E S C L A R E C E R.

BfBLIA, Só BJBLIA ?
Nada de mais fals o. Nada de mais anticristão.

2 -A Bíblia NUNCA foi a única regra de fé. Jesus


Cristo NUNCA disse : "escrevei livros e espalhai-os".
Ordenou, porém, que a sua doutrina fôsse pregada VERBAL­
MENTE, como Ele mesmo o fizera. E na verdade, só depois de
m uitos anos, dois apóstolos (dois só) escreveram um RESUMl­
NHO do que Jesus ensinara durante os três cheios anos de
sua vida pública, e do q ue exigira fôsse transmitido a todos
os povos. Esses dois escritores deixaram ainda bem claro : "o
que nós escrevemos é apenas uma pequena parte do enorme
tesou ro da Revelação".

9
3 Quem ?eclarou ser a Bíblia infalível, a p alavr a
--

de
Deus, e nao um livro como qualquer outro ? Foi a IGREJA
CATóLICA. Ela só ! Trezentos anos depois da Ascensão.
Portanto, TODO A QU�LE que CRE na Bíblia, católico
ou não, consciente ou inconscientemente, está RE CONHECEN­
DO A AUTORIDADE DA IGREJA CATOLICA ROMANA. Quem '
racionalmente, poderá discordar ?

4 -Há hoje mais de MIL seitas "evangélicas". Que


nos está a dizer êsse espantoso número ? Diz-nos que: a Bí­
blia, quando não ensinada pela autoridade da Sta. lgreia,
mergulha em terrível e desastroso caos imensas multidões.
Também, pudera l onde cada um interpreta à vontade...

A livre interpretação, ensinada pelos protestantes, é o


mesmo que pôr a CONSTITUIÇÃO de um país ao critério ex­
clusivo, e à vontade de cada um, ABOLINDO OS TRIBUNAIS...
Efeito: inconcebível ANARQUIA total . . .


Portanto, o estribilho que ouvimos a tôda hora: "Bíbl a­
só-Bíblia", pode ser a religião de algumas pessoas transvia­
das, que não levam a sério as orden� divinas. M?s NUNCA
será a doutrina ensinada por Jesus Cristo aos Apostoles.

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A BJBLI A E A SUA E D I TORA

nQ 2

1 - Deus é o autor pri n cipa l da Bíb l i a . E a EDI TORA


. .
ª,
�uai c :' nf1ou essa sua ca rta pa ra os fil h os, foi a I g reja Ca­
to l1ca; some nte e l a.
A S. Escritura, escreveu-a Deus por meio dos Apósto los,
d os p rofetas, d e Moi sés. E a I g reja Católica, te ndo por fu nda­
d o r tam � ém a Deus, traz consigo a obrig ação i n ata de prote­
g e r os Livros Sag rad os, tanto do Antigo como do Novo Tes­
ta m e n to .

2 - De fato, a I g reja se m pre colecionou escrupul osa­


m e nte os l i vros sag rad os, sepa ra ndo as ve rdadei ras cópias das
fa lsa s. Foi ela q uem d ividiu a S. Esc ritura em capítul os e pa rá­
g rafos, in titul a ndo a todos ê l es. Isso fêz, baseada na sua au­
toridade, e m vi rtud e do mandato recebido de Jesus Cristo ,
i lum i n ada p e l a p resença do Espírito Santo, conforme as pro­
messas d o Sa lva d o r : "O Advogado, o Espírito Sa nto, que o
Pai enviará em meu nome, êsse vos ensinará TU DO, e vos
trará à memória tudo quanto eu vos disse" (J o. 14 : 26). "Eu
roga rei ao Pai, e Ele vos dará outro Advogado, que estará
convosco para S EMPRE" (J o. 14 : 16). " E Eu esta rei convosco
TO DOS OS D IAS, até a consumação do mu ndo" (Mt. 28:20).

3 - A Ig reja, q u e tem por fi n a l idade leva r as a l m as pa­


ra Deus em tudo o q u e faz, procura sem p re estudar a PALA­
VRA d iv i n a pa ra m e l h o r d es i ncu m b i r-se da m i ssão que l he foi
confiada. Por isso, desde cedo obrigou todos os eclesiásticos
à leitura e à m ed itação DIÁRIAS da Bíb l ia Sag rada. Essa tradi­
ção co nti n uou com a ltas e baixas pelos sécu los, até os nos-

11
sos d i.as. Hoje desej � a rdentemen �e, . como pod em os ve r pe
lo
E ncíc l i cas, que estudiosos e espec1al 1stas se entr eg ue m 00 s
es­
tudo perene das Sa ntas Lêtras.

Já possu ís, leitor amigo, o NOVO TESTAMEN TO ? Li­


vro a d m i rável ! Va le a pena adqu i ri-lo.

12
A BIBLIA E A " G R A T I D Ã O" P R OT E STA N T E

1 As MIL e tantas seitas protestantes, ao lerem a Bí­


-

blia INCOMPLETA q ue se lhes põe nas mãos, como se fôsse a


Bíblia COMPLETA, nem de longe supõem que é à l greia CA­
TôLICA que devem agradecer o fato de existir ainda hoie, a
Sagrada Escritura.

2 - Vêde. Antes da invenção da imprensa, quem é que


m ul tipli cou, q uem é que p rotegeu e conservou os Livros Sa­
grados ? Foi un i camente a dedicação da I greja, a proverbial
paciên ci a dos MON GES, que tornou possível a existência da
Sagrada Escri tura em tôdas as igrejas e centros de estudos. E
ao considerarmos que não faz muito tempo que a i mprensa
foi i nventada, fi camos adm irados e agradecidos, vendo o
amor, o carinho, o " ci ú m e " , di ríamos, com que a l greia CA­
TÓLICA GUARDOU, PRESE RVOU e DEFENDEU a Palavra de
Deus.

3 Vemos assim a inomináve l ingratidão dos " biblis­


-

tas" para com a I greja que tanto amou e ama a S. Escritura.


Eles se orgulham da Bíblia. Mas se ela hoie existe, é devido
exclusivamen te à I greja, que se mpre a protegeu, que sempre a
conservou. Não é verdade que a mais elementar nobreza de
sentimentos está a exigir dêles uma si ncera e duradoura gra­
tidão para com a lgreia ? ? ?

4Do século XVI em diante, quando a LIVRE INTE R­


-

PRETAÇÃO protestante começou a dar à luz milhares de sei-

13
tazinhas, a lg� eja Católica, sá, bi? e _prudent e, co meço u exi­
0
gir que seus filhos lessem a B 1b l 1 a somente em edi çõ es AP RQ.
VADAS. Por que? Porque os "biblistas" costu m am (re pa rai
no pouco respeito para com a palavra de Deus) RETI RA R da
Bíblia PARAG RAFOS, CAPfTU LOS e até LIVR OS IN TEI ROS
chegando ao cúmulo de, ATUALMENTE, possuíre m as ediçõ e�
protestantes NADA MENOS D E 10°/o da Palav ra de Deus
RETI RADAS DAS SUAS " BfBLIAS " . . .
Meditemos com sinceridade . . . sem preconceitos . . .

14
B IB LI A E S A L V AÇÃO

n9 4

1 -"Mantende-vos, pois, firmes, irmãos, e guardai os


ensinamentos que recebestes, quer pela PALAVRA, quer pela
nossa CARTA" (li Tes. 2 : 1 5) .

"Muitas outras coisas fêz Jesus, as quais, se se escre­


vessem uma por uma, creio que êste mu ndo não poderia
conter os livros que se deveriam escrever" (João 21 :25).

2 - Lendo com inteligên cia, desapaixonadamente, sem


preconceitos e com SI NCE R I DADE desi mpedida, êsses e m u i ­
tos outros textos da B íbl ia, ve mos com cl areza u ltra-meridia­
na, que a I greja de Cristo, que os Apóstol os, q u e os cristãos,
q u e a própria B íblia, ad mitem como FO NTE D E FE, TAM­
B eM a T RA D I ÇÃO O RAL, tão rejeitada pelas mil seitas pro­
testantes.
Qu e outra i nterpretação SI NCERA, RAC I ONAL, poder­
se-i a dar aos sobred i tos textos ?

3 - JESUS C R I STO n u nca mandou os apóstolos escre­


verem coisa algu ma; o q ue deveria fazer, se a Bíbl ia fôsse
N ECESSA R I A à salvação particu lar de cada um. Não 1 Cris­
to nu nca disse nada a respe ito. Ao organ i zar a sua Igreja,
ao garantir-l he a pe rpetuidade, O RDENOU claramente e
com insistên cia, q u e os apóstolos PREGASSEM TUDO quan­
to l hes havia ensinado . . . Aí está porq ue os Apóstolos n ã o
se preocuparam e m escrever nada. E os que escreveram (e
q uanto tempo depois da morte de Cristo), não se preocuparam

15
em dizer TUDO o que o Redentor fizera e � nsinara. E, por
que? Porque para os apóstolos e Jesus Cristo, a IGREJA
não é centro jornalístico.

4 - Aliás, nem os próprios APÓSTOLOS viram No­ 0

vo Testamento COMPLETO. Pois, quando S. João escrevia 0

seu Evangelh o, aí pelo fim do século IQ, os apóstolos já de há


muito haviam morrido. Foi sómente no século IVQ (ano 382),
que os cristãos conseguiram cópias de TODA a Bíblia: Novo
e Antigo Testamento (num total de 73 livros), quando o Papa
S. Dêmos. o organizou o CÂNON DA BfBLIA, definindo quais
os livros que foram inspirados por Deus.
5 - Não podemos ainda deixar de considerar que pe­
las enormes dificuldades em COPIAR A MÃO a S. Escritura,
em manuscritos caríssimos, (a imprensa foi inventada muitos
séculos mais tarde, em 1444), os cristãos, durante mais de mil
anos, não puderam ter em mãos a Sta. Bíblia ao menos com­
pleta. E, todavia, foi êsse o tempo de ouro do cristianismo, em
que os cristãos, aos milhares, morriam alegres pela fé; em
que a Igreja Católica brilhou em tôda a sua pujança, civiliz an­
do e santificando os povos . . .
6 - Concluamos. A leitura particular da Bíblia é reco­
mendável; NÃO E, porém, NECESSARIA NEM PARA A SAL­
VAÇÃO, NEM PARA A SANTIFICAÇÃO DO CRISTÃO.
Disso são testemunhas o Fundador da relig ião, JESUS
CRISTO; os Apóstolos; os cristãos dos 15 primeiros séculos; a
própria BfBLIA e a História.
Ao homem sério, de boa vontade, SINCERO, que resta
fazer? Continuar ludibriando gente simples, desaparelh ada
para. sofismas
, .
em matéria tão grave ? Continuar enganando-se
a s1 proprio 2. . . .

Dai-nos, Senhor, FIRMEZA DE VONTADE.


Dai-nos a SINCERIDADE.
16
A B I B LIA E J ESUS CR IS T O

n '> 5

1 Jesus Cri sto nunca escreveu nem uma lin ha sequer


-

da Bíblia. N e m aos apósto los iamais ordenou que escreves­


sem coisa alguma.
Pergunto eu: Se Cristo veio fundar um a rel igi ão, se por
ela deu a vida, se lhe prometeu estar sempre ao lado, não
h averia então El e de urgir o único meio necessário: a B íbl ia,
S E DE FATO A BfBLIA FOSSE MESMO O ON I CO MEI O N E­
CESSA R I O PARA A SALVAÇÃO, segundo tanto exige m os bi ­
blistas ? ? ?
Te n ham coragem e meditem nisso os de boa vontade,
os SI NCE ROS, os que procuram some nte a Verdade, os que
têm a pe ito e d eseiam mesmo de todo o coração saber qual o
pensamento de Cristo.
Esses con statarão que para JESUS CRISTO e SUA
IGREJA, a Bíbl ia interpretada particularmente nunca foi ne­
cessá ria para a salvação nem mesmo para a santif i cação .

Para garanti r a vida e a expansão da sua l greia, Cri sto MAN ­


DOU q ue os apóstolos P REGASSEM, que ensinassem ORAL­
ME NTE, de viva voz, tudo o que Ele havia ensinado.

2 - Engraçado 1 Os pseudo-cristãos, os biblistas, ai


m i l se itas crentes, fazem da Bíblia o seu tudo, o seu deus. Bí­
blia e só Bíblia 1 Chegam até a ser grotescos, quando não,
mal educados, como vemos nas praças e nas i nvasões das
nossas casas. Fanóticos dos pés à cabeça 1 Verdadei ra h i ste­
ria ! Bíblia, bíbli a, bíblia . . E por isso julgam q ue, só êles,
.

são de Cristo . . .

17

A Santa Brblia 2
E, todavia, o próprio Cristo , o fundad or da relZigiã oMAà
qual a todo o custo pretendem perten cer, NÃO DI U
LETRA, SEQUER, SOBRE A BlBLIA. Nada, nada !
3 Vêde. Funda Jesus Cristo a sua Igreja sõbre Pedr�:
"Tu és Kefas (rocha), e sôbre esta Kefas eu edifi carei a
-

nha Igreja " ; e nada de Bíblia. Escolhe os futur os fun dam en� •­
da sua Igreja , os apóstolos; e nada de Bíblia . Tra ça Có��
0
go da sua �g� eja; e nad.a de Bíblia. Organiza a Hierarq uia ; �
nada de B1bl1a. Faz milagres para provar a veracidade da
sua Igreja. Aproveita de tôdas as ocasiões para tra nsmitir
sua doutrina; e nada de Bíblia. No último dia da sua vida
terrena, dá o que de mais precioso conservava no cora çã o:
derrama sôbre nós o seu amor, o seu afeto. Que maravilho­
sos os seus conselhos ! Nisso tudo, nada de Bíbl ia. D eixa­
nos o MEMORIAL de sua vida: a Santís sima Eucaristia; e na­
da de Bíblia. Faz o seu Testamento; e nada, mas nada mesm o
de Bíblia. Três horas fica em agonia. Lá de cima da cruz, dá
aquela s lições que atravessariam o mundo, desorientando os
homens abrutalhados pela matéria. Ensina-nos o preceito do
amor, da caridade. Dá-nos Maria por mãe. Morre enfim . . .
E . . . nada de Bíblia. Nada 1 A mais categórica e proposital
omissão. Fôsse a Bíblia necessária, já não digo para a salva­
ção, mas para a santificação, Ele, Cristo, no-lo não deveria
ter notificado ao menos uma vez ? ? ? E quantas ocasiõ es
deixa escapar. Passa trinta e três anos nesse mun do, sem
nada falar sôbre a Bíblia. Vive para fundar uma relig ião.
Funda-a sólidamen te, sem nenhuma palavra sequer sôbre a
Bíblia . Morre em defesa da sua doutrina. Mesmo então, par· ne­
nhuma síla ba sôbre a Bíblia. Por que ? Porque a Bíblia, san·
ticularme nte interpreta da, não é necessária nem para a
tificação , nem para a salvação.

4 Formul o a pergunta ao homem mediana me nte in··


teligente , mas SEM PRECONCEITOS, SINCERO, que deseja saà
-

ber a VERDADE: Para Jesus Cristo é a Bíblia necessário


salvação ?
18
B I B LI A E APOSTO LO S

n9 6

1 O s APóSTO LOS de J esus Cri sto são DOZE : Pedro,


-

And ré, Tia go, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago,
Judas Tadeu, S i m ã o e J udas lscariotes.
O N OVO TESTAMENTO compõe-se de VINTE E SETE
livros.

2 Pois bem. Dos doze apóstolos, sàmente CI NCO


-

escrevera m. E q u erei s saber qua ntos livros dentre aquêles


VINTE E SETE ? Apenas DEZ. Os outros DE ZESSETE foram es­
critos por outra s pessoas. Eis os dez livros escritos pelos cinco
apóstolos:
Mateus escreveu um eva n gelho.
João escreveu um eva ngel ho, três cartices mu i peq ue-
nas e um Apoca 1 i pse.
Pedro, duas cartas.
Tiago, uma carta.
Judas Tadeu, uma carti nha de meia fôlha.

3 Sómente UM a pósto lo escreveu um resumo d a vi­


-

d a de Jesus: S. MATEU S; pois JOÃO, em seu eva n gel ho, ape­


n as desenvo lve u mas po ucas d outri n a s d e Cri sto. PEDRO,
T I AGO e JUDAS TADEU, com suas cartas, outra coisa n ão
preten dera m sen ão dar con sel hos aos seus fi éi s.

19
2 •
Os outros DEZESS ETE li vros escrit os p or o utros qu e
nao os apos to 1 os, soo t o d os . mui'to parc. 1a1s, visand o es se nc1·a 1 .
- · -
• ·

mente as d 'f'1 1cu lda d es 1 oca1s e part 1 cu 1are� daquel e� a os


quais eram dirigidos. Assim os dois evangel hos es critos
MARCOS e LUC�S, narram .fatos esparsos da vida de Je�u��
Os Atos dos Apostolos, escritos por LUCAS, regis tra m as af­
vidades dos apóstolos depois da Ascensão do Senh or, pri�­
cipalmente de Paulo. As cartas de S. PAULO, narrand o epi­
sódios da vida do grande apóstolo, são ricas de cons elh os e
explicações.
Afirmar, pois, que a Bíblia contém TODA a doutrina
que J esus Cristo, dia a dia, por três longos anos ensinou, é
uma FALTA DE BOM SENSO. Mais ainda! E RIDTCULO.
Os outros SETE apóstolos NADA ESCREVERAM.

4 -"Ora, se a Bíblia, interpretada individualmente,


fôsse necessária para a salvação e mesmo para a santifica­
ção, como querem alguns cristãos desviados, então os Após­
tolos D EVERIAM SER ACUSADOS de NÃO CUMPRIREM seu
D EVER, visto como quase todos adotaram a PREGAÇÃO co·
mo MEIO O NICO de difundir a verdade que Jesus ensinou;
não se tendo N ENHUM D ELES preocupado em registrar por
escrito TUDO o que Cristo ensinou para a nossa salvação,
limitando-se a pregarem oralmente."

Conclusão. Para os APôSTOLOS DE JESUS CRISTO, a


Bíblia nunca foi necessária nem para a salvação, nem para
a santificação.

20
C R IST O N A O F U N D O U U M A I G R EJA B I B L I C A

n9 7

1 - "A FI:, por conseguinte, procede da AUDI ÇÃ O, e

a audição, pela palavra de Cristo" (Ro m . 1O: 17).


"Ide, pois, FAZEI DISCIPULOS MEUS todos os povos,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a observar TUDO quanto eu vos mandei (Mt.
28 :19).
"E êles se foram, pregando por tôda a parte coope­
rando com êles o Senhor, e confirmando A PALAVRA com
os MILAGRES que a acompanhavam" (Me. 16 :20) .
"E Ele lhes disse : Ide por todo o mundo, e PREGAI o
Evangelho a tôda a criatura" (Me. 16 : 15).

2 - Da l e itu ra sin cera, desa pa ixonada, d êsses textos,


ve mos 1 9, q u e a FE vem pe l a P REGAÇÃO O RAL; 29, q u e os
h o m ens for-se-ão DI SCf PU LOS de Cristo p e l a P R EGAÇÃO
O RAL; 39, q u e Cri sto co nfirma com MI LAG RES a P REGA­
ÇÃO ORA L d os a pósto los.
Ora, ter fé, ser d iscípu lo de Cri sto, aderi r à I g reja
q u e o pera m i l a g res, é ser P ERFEITO C R I STÃO. Esta i s vendo?
Seg u nd o Cristo Jesus, somos cri stãos e discíp u l os dEle sem a
leitura particular da Bíblia . . . Onde a Bíblia ? Não está
m ais do q u e c l a ro q u e a I g reja de Cri sto é a lg o m a is do q u e
"Bíblia só Bíblia" ?

3 - Pa l avras d e Jes u s: "Ide, ensinai todos os povos a


observar TUDO QUANTO eu vos mandei" (Mt. 28:80).
21
"Muitos sinais fêz Jesus em presença dos discípulos os '
qua is NAO estão ESCRITOS NESTE LIVRO" (Jo. 20: 30).
"MU ITAS OUTRAS CO ISAS fêz Jesus, as quais se se es­
crevessem uma por uma, creio que êste mundo não poderia
conter os livros que se deveriam escrever" (Jo. 21 :25).

4 -Que concluir dessas frases ? De um la do, Jesus


O R DENA aos discípulos que ENSI NEM ORALMENTE TôDAS
AS COI SAS QUE dEle aprenderam. De outro, a Bíblia diz ex­
pressamente que nem de longe, ela contém TUDO o que Je­
sus fêz e falou.
Ora, se Jesus Cristo MANDA os apóstolos pregar TU­
DO, e se a Bíblia não contém TUDO, por mais benevolente
que eu seja, não consigo ver como ainda é possível dizer se­
riamente que a única regra de fé e salvação é a Bíblia.
Mão na consciência ! Como somos insinceros l Como
somos mentirosos l Como repelimos a doutrina de Cristo l

5 Para terminar. S. João escreveu o seu evangelho


M U ITO D E PO I S dos outros escritores sacros. Sabia, portanto,
-

que os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, eram essen­


cialmente parciais. Fôsse a Bíblia, a sua leitura particular, ne­
cessária para a salvação, não deveria êle, sob pena de falta
g rave, completá-lo s, corrigi-los e avisar-nos ? ? Fêz isso�
Nem por sombra. Por que ? Porque também para João, (co­
mo o fôra para Jesus Cristo, como o fôra para todos os
apósto los, como o fôra para todos os cristãos , como o é ho­
i e para nós), a Bíblia nunca foi � única � exclusiva . regra de
fé. Também para João evange li sta, a leitura particul ar que das
Escrit uras jamai s foi necessária quer para a salvação, r
para a santi ficaç ão dos home ns . . .

22
B f B L I A E T R A D I ÇÃ O

n9 8

l Há m u ita e m u ita coisa q u e Jesus ensi nou aos


-

a póstolos, o rd e n a n do- l he s q u e no-las tra nsmitis sem, e q ue


não estão n a Bíbli a. Cf. João 20:30, 21 :25, e Mateus 28:20.
Onde esta ri a m êsses e n s i na mentos d e Nosso Se n hor ?
Desaparecera m ta l vez, a pesa r da ordem aos a póstol os: "ensi ­
nai-lhes tôdas as coisas que vos mandei" ? Os ensi namentos
de Cristo não co n s i g n ad os nas pá g i nas da Bíb l i a, com ca ri­
nho e a m or, fora m g u a rdados pela I gre ja , que tem por mu­
n us, conserva r pura a d outri n a TôDA d e seu Fu ndad or. Tudo,
pois, q u a nto o S e n h o r nos deixou, a I gre ja o co nservo u e m
seus ANA I S: a TRADI ÇÃ O. E n ã o é razoável ? Não é o q u e
fazem o s b o n s filhos ? Há n i sso a l g u ma coisa d e m a i s ? ?

2 - Uma pessoa, porta nto, q ue S I NCERAMENTE q uer


ser cri stã e quer seg u i r a religião d e Cristo, tem que a ceita r,
a l ém d a Bíb l i a q u e é parci al, ta m b é m o seu com plemento, a
TRADIÇÃO . t o ún i co m e i o para ser cristão d e Cri sto J esus.
E . . . as m i l relig iões que d izem a ceita r Só a Bíbl i a ,
não é verd a d e q u e são, po rta nto, I NCOMP LETAS, PARC I A I S,
E R RA DAS ? Ser iam a i nda por c i m a , a I g rej a d e Cristo? . . .

3 - Co m o i sso tud o é cl a ro, h u m a no, l óg i co, razoável ,


para quem a ma a Verda d e ! Devia ser a ss i m mesmo. Ma s tu­
do q u a nto acaba mos d e exp l i ca r, n ã o esta rá , porve ntura, ta m­
bém na Sta . Bíbl i a ? Está, senh or, e m u i to cla ra m ente. Med i­
ta i os seg u i n tes textos:

23
S. Pau l o aos tessa lon icenses : "Mantende-vos, pois, fir­
mes, irmãos e guardai os ENSINAMENTOS que recebestes,
quer pela PALAVRA, quer pela nossa CARTA" (l i Tes. 2 : 1 5).
A Timóteo, Pau l o escreve : "O que de mim OUVISTE,
perante muitas testemunhas, CONFIA-O a HOMENS fiéis,
CAPAZES D E ENSINAR A OUTROS" (1 1 Ti m. 2:2). Que clare­
za meri d i a n a !

4 - Que conclui r ? Que há TRADIÇÃO. Que a tradi­


ção tem o mesmo va lor que a Bíbl ia. Que tôda religião fu n­
dada só n a Bíblia, não é a Rel igião de Cristo. Se não é de
Cristo, de q u e serve pertencer a ela ? E para que tanta propa­
g a n d a em favor do êrro ? Pior : porque assi m o demônio na
perd i ção das almas ? ...

" Porta nto, i rmãos, ficai firmes, permanecei fiéis à tro­


d i ção q u e, oralmente ou por escrito, recebestes de nós" .
A I G REJ A, A N T E RI O R A B I B LIA

,,1- � a�a todos os "crente ", .,evangélicos", �protes­


. �
.
tantes , o cnst1a n ismo baseia-se som ente na S. Escri tura. O
que hi stóricamente é impossível e, portanto, falso. Razão: AN­
TES DE EX IST I R O N OVO TESTAME NTO, JA EX I ST I A, DE HA
MU ITO, A I G REJA DE C R ISTO.

2- O primeiro livro do Novo Testamento foi escrito


uns 1 5 anos DEPO IS da Ascensão de Jesus. Os últimos, uns
,
60 anos DEPO IS. Guarde o leitor a data da FUNDACÃO DA
I G REJA DE C R I STO: ano 33.

Eis as datas em que foram escri tos os livros do Novo


Testamento:
o
...
MATEUS . .. .....: ano 50. PORTANT O, 17 anos DEPOI S cn
I� aos TESSALO N ICE N SES . 52. P ORTANT O, 19 anos DEPOI S ;
lllil aos TESSAL O N ICE NSES . 52. PORTANT O, 19 anos DEPOIS u
GALA TAS . . . . . . . . . . . 54. PORTA NT O, 21 anos DE POI S
I � aos C O Rf NT I OS . . .
. . 54. PORTANTO, 21 anos DE POI S
. �
MA RCOS .. . . . . . . . . . . 55. PORTANTO, 22 anos DE POI S
li� aos CORf NT I OS . . . . 57. PORTANTO, 24 anos DE POIS ct
.

Aos ROMA N OS . . . . . . .57. PORTANTO, 24 anos DE POI S :


T I AG O . . . .... . . . . . 59. PORTANTO, 26 anos DE POIS D::
.

Aos COLO SSE N SES . . . . . 61. PORTANTO, 28 anos DE POIS C>


A F I LEM O N . . . .
. . . . . . 61. PORTANTO, 28 anos DEPOIS -
Aos EFl:S I OS . . ....... 61. PORTANTO, 28 anos DE POI S ct
JUD AS TADEU . . . . . . . . 62. PORTANTO, 29 anos DE POIS e
Aos F I L I PE N SES . ...... 62. PORTANT O, 29 anos DEPOI S
.

25
LUCAS . . . .
. . . .
63.PORTANT O, 30
. . .
a nos DEPOIS O
ATOS DOS APOSTO LOS 63.PORTANTO, 30 anos DEPOIS t-
Aos H E B REUS . 63.PORTA NTO, 30 anos DEPOIS �
I ' d e P E D RO . . 64.PORTA NTO , 31 an os DEPO IS �
A TITO . . .. . .
65.PORTANTO, 32 anos DEPOI S
I ' a T I MOTEO . 65. PORTANTO, 32 anos DEPOI S �
l i ' a TIMOTEO . 66. PORTA NTO, 33 anos DEPOI S
11' de P E D RO . . 67. PORTA NTO, 34 anos DEPOIS C
. . 92. PORTANTO, 59
.,
I ' d e J OÃO . . . anos DEPOIS "'
APOCALI PSE . . . . . .96. PORTANTO, 63 anos DEPOIS Õ
J OÃO (EVANGELHO) . 98.PORTANTO, 65 anos DEPOIS -
l i ' de J OÃO . . . . . 99.PORTANTO, 66 anos DEPOIS e
1 1 1 ' de J OÃO . .. . . .99. PORTANTO, 66 anos DEPOIS e

I N OTI L, COMENTARIO ...

3 - I magi nemos agora q u e esta im possibil idade histó­


rica : "Bíblia, única regra de fé", (base exclusiva em que se
eq u i l i bra a vida do protesta ntismo), fôsse verdade. Pergunto­
vos : Mas, ANTES de serem escritos os livros do Novo Testa­
mento, iá não havia Cristo fu ndado a SUA IG REJ A sôbre
Ped ro ? 1 Acaso morrera Cri sto e subira aos céus, sem ter
fundado a SUA I G REJA ? ! Acaso a pareceu ela somente no
a n o 99, isto é, 66 a nos DEPOIS da morte de Jesus ? ? ? ...
Que rid ícu lo, q ue g rotesco teria sido aos primeiros cris­
tãos a moderna doutri na "bíblia só bíblia". Po is êles, cristãos
a utênticos, q u e vivera m TÃO PERTO de J esus Cristo, nem se­
q uer con heciam o Novo Testamento, q u e . . . estava ainda
por nascer . . .
A religião de Cristo é ANTERIOR aos livros do Novo
Testamento. Para conhecê-la, é preciso saber o QUE FOI
PREGADO pelos Apóstolos, ANTES de terem sido ESCRI TOS
O U COLECIONADOS os livros do Novo Testamento.

. . .i nco ns1. st en te e falso


1
am os e 1 a -
4 - Deix emo s d e a d o a teor ia
d a "bíb lia s6 blíb lia com o única regra de fé"; e vej

26
ro , c om o é q u e D E FAT O foi no comêco da Igre ja de
e n· to
Ve m os e ntã o q u e AN TES D E S E REM É SCR ITO
S TO DO S S
LI VROS D O N OV O TES TAM ENT O, J esus Cris to JA FUN DA­

R A A SUA I G REJ A S O B RE PED RO. Antes de sere m escr itos to­
dos os l ivro s d o N ovo Test a men to, JA REA LIZARA em Jeru ­
sa l ém, o l Q CON CILIO DA I G REJA CATô LICA . Antes de se­
rem escrit os todos os l ivros do Novo Testamento, JA FôRA
S U B STITUl D O pela l iturg i a católic a, o cerimo nial judaico .
Antes d e serem escritos os l ivros do Novo Testa mento, JA
HAVIAM O S APÓSTO LOS pregado a doutri na de Jesus ; e
m u ltidões e m u l tidões d e pagão JA se ti nham convertido pe­
las PREGAÇÕES d os a póstolos e seus sucessores . . Antes de
.

serem escritos os l ivros do Novo Testamento, JA tinham sido


MARTIRI ZADOS TO DOS os apóstolos, exceto João. Antes
de serem escritos os l ivros do Novo Testamento, QUANTOS
MI LHAH E S d e cristãos JA TIN HA�A MO R R I D O mártires da
Ft, recebida pela AUDIÇÃO da pa lavra de Deus . . .

5 - I sso tudo são FATOS. FATOS H I STôRICOS 1


Que papel não fazem aquêl es que, apesa r de � er. a
verda de, a prego am a menti ra ?! Men � i ra, que tanto pre1u � 1.ca
as a l mas e J esus Crist o n a sua l g re 1 a 1 Hom ens de carat er
nobre, ama ntes da verd ade, que praz er pode riam enco ntr �r
e m serv i r ta l ca usa ? Aos que a servem, perg u ntam os en � ris­
tecid os : por q u e cont i nuar send � fa l � ific�dor e falsá ri o?
..

Sêd e nob res! Am a i a Verdad e acim a ae vos mesmos !_ Sed


e
sinceros . . .

27
B I B L I A E I N S P I R A ÇÃO

n9 1 O

1 - �
O Novo � esta mento � l � S P l ADO. Isto sig nifi ca
.l ivros, (escritos sob a 1 nsp 1 raça o do
que êsses Esp frito Sa nto)
têm Deus por a uto r. Deus excitou os escritore s sacros a es cre ­
ver. Assistiu-os pessoalmente e n q u a nto escre viam; de tal ma­
neira que êles concebi a m exatamente, q u eriam narr ar fiel-
mente, e exp ri m i a m com verdade infalível, tudo o que Deus
l h es ordenava, e somente o q ue l hes orden ava que escreves­
sem. I sto é INSPI RAÇÃO.

2 - Mas, QUAN DO foi reconhecida a I nspiração do


Novo Testa mento ? Foi no a no 381. Até essa época, a nda vam
de mão em mão, m uitos e mu itos l ivros ti dos como inspi rados,
sem de fato o serem. A q uestão, sendo séria, ex igia uma solu­
ção. Os cristãos q ueriam ter certeza da inspi ração dêsses li­
vros. O único meio era u ma declaração da I g reja. Por isso,

DE
pelo Con cí l i o de Consta nti nopla, a I g reja CATóLICA decidiu,
entre as centenas de l ivros tidos como inspirados, QUAIS
FATO O E RAM, DEFI N I N DO, então, QUAIS OS LI VROS D O
NOVO TESTAMENTO.

3 Os protesta ntes aceita m a i nsp iração do Nov �


Testa m ento. Mas . . . g u iados por que AUTO RI DA D E ? :E:
-

G
Aceita m-na a po iados Unicame nte na AUTO R I DAD E DA I , I '
T.1:�'
JA CATÓLI CA. E assim , n a prátic a, os " bi b l i s tas" , os " eva� ·e ,.
o
cos ", os " crentes" q u e fa l a m ta nto ma l da I g r eja Cat 10 ,
. as
que a ferem ta nto com ca 1 ú n 1 as, q ue n ?_ o po u pa m o c
coNHE-
ne m têrmos pa ra decom pô-la, estão, pràt1 ca men te , R E

28
CE N D O a A UTO R I D A D E d a Sta . I g reja , uma vez que a úni ca
fon te, p o r o n d e pod e m reco nhec er a i nspi raçã o do Novo Test a­
ta m ento , é a l g re i a Cató l i c a .
E a ssi m , sem q u e re r, êsses protesta ntes são católicos.
D E FATO s ã o " NOSSOS I RMÃOS". Por q u e será que êles
n ã o são l óg i cos d u ma vez pa ra sem pre ? ...

4 Mas vol ta n d o a o assu nto, como poderiam os pri­


-

meiros cristãos a ce i ta r a teoria moderna "bíblia única regra


de fé", SE N EM A I N DA SE CON H ECIAM OS LIVROS INSPI­
RADOS ?
Do proced i me nt o protestante, uma conclusã o podemos
ti ra r : aceitar a B íb l i a, sem a ceita r a a utoridade da I g reja, é
a o m enos fa lta d e bom senso e fa lta d e lóg ica. E ig norar a
história d os pri m e i ros tempos do cristian ismo . . .

29
B I B L I A D E HO J E E B I B L I A D E A N T A N HO

n9 1 1

1 - Não pensemos q ue, nos pri mei ros sécu los, os li­
vros que hoje compõem o Novo Testa mento, estivessem com­
pagi nados assim como agora os conhecemos. Absolutamente
não 1 Primeiro, não havi a a i nda i mprensa. Depois, até o sé �
cu l o IVQ, umas pa rtes do Novo Testa mento estava m aqui, ou­
tras a l i, outras a i nda a l h ures, espa lhadas por entre os cris­
tãos . . .
Na verdade, a ferocidade e o va ndalismo das perse­
guições que duraram sécu los, não perm itiam nem o estudo sô­
b re a LEGITIMI DADE dêsses l ivros, nem que fôssem êles enfei­
xados num só vol u me, com pági nas, ca pítulos, versícu los . . .

2- Com Constanti no, em 31 3, nascem a paz, a liber­


dade, a tra nqüi l idade para a lgreia. Logo, com afã e inte­
rêsse, começa m os sábios catól icos a trabalhar na dificílima
q uestão da COMPI LAÇÃO DOS VERDADE I ROS LIVROS INS­
P I RADOS PO R DEUS . . . Por ordem dos papas, os técnicos es­
critu r ísticos catól i cos estudam a fu ndo tôdas as q uestões refe­
rentes aos l ivros TI DOS COMO i nspirados. Antes de chega­
rem à conclusão fi n a l e verdadei ra, fora m estudados todo s os
l ivros ju lgados i nspirados. Iam os sábios à Terra Santa. E stu ­
davam as l ínguas em q ue eram vasados todos êsses l ivro s. Fa­
ziam pesq u isas l i ngüísticos. Ma nuseava m a vida dos au to res .
Emaran havam-se em i nfi n idades de questões . . . Sóm en te . de­
.
pois de term i nado êsse trabalho g iga ntesco, e não ex 1st1�do
DOVI DA N E N H UMA sôbre "a legitimidade dos verda de iros
27 l ivros es c ritos sob i nspi ração d ivi na", o Papa S. Dâmaso

30
D E F I N E quais os livr os ver dad eira men te insp irad os, e que
co m p õ e m o N ovo Testa m ento .
E i s a H I STORI A ! E i s os FATO S !

3 - A g o r a . Quão i rrisória, i ncom preensível, s i mples­


m ente I M POSSfV E L, teria sido para os primeiros cristãos a
a pressa d a teo r i a p rotesta nte "bíblia e só blíblia como única
regra d e fé".
Sem i m p rensa (q u e a i nda não fôra i nventada), no meio
de perseg u i ções sangüi n o lentas e i nterm ináveis, nem mesmo
sabendo QUAIS os l ivros verdadei ramente I NSPIRADOS . . .
q u ã o p u e ri l e rid ícu l a fô ra aos nossos pa i s na fé, os primei­
ros cristãos, a utópica e i nviável reg ra de fé protestante: "só
bíblia". Fa lta de bom senso histórico 1

Co mo dói a q u e m é sincero, amante da verdade, ver


ta nta fa lta de s i n ceridade, ta nta fa lsidade volu ntária J

31
BIBLIA • • • PORTANTO

n<> 1 2

1 -: Porta nto , (o q u e �� m o nstra mos no n Q 1 1 ) , fo i


. . a
lgre 1 a Cato lica q u e, pelo Co ncd10 de Co nst antin op l a, e m 381
DEF I N I U e para sem pre, QUAIS E RAM REALMENTE OS u:
VROS I NSPI RADOS do Novo Testa mento ; e quais os que mui­

to emb?ra g ozan d o f�m a d e " i n sp irados", eram fa lsos, a óc ri ­
fos. Foi o papa S. Da maso q ue, usando da a utorid ade INFA­
LfVEL dada por Cri sto a Pedro e seus sucessores, defini u a au­
tenticidade dos VI NTE E S ETE l ivros i nspirados do Novo Tes­
ta mento q u e h o j e temos ; i n cl uindo ta mbém nessa definição
os 46 l ivros i nspirados do Anti go Testamento.

2 - Porta nto, os protesta ntes (cre ntes, bibl istas, evangé­


l i cos) que d i zem, a tôda a hora, que su perveneram a Sta. Bí­
b l ia, ta l é a esti m a em q ue a têm, e q u e, conscientes ou in­
con scientes, aceitam REALMENTE A AUTORI DADE da Igreja
Cató l ica, (po i s baseados na defi n ição da sta. Igreja é que
aceitam os 27 l ivros por e l a defi n idos como inspirados)···
êsses nossos i rmãos deviam levar a sério questão tão grave, e
ser e nfim LEAI S. Vêd e :

3 - A I g reja Cató l i ca, nesse Conc íl io Gera l, era IN �


·
UVEL o u NÃO e ra . SE ERA, por que o NÃO 1: AI N D oo :O J 5
J E , u m a vez q u e J esus d isse : "eis que estou convosco . C is­
OS DIAS ATIE A CON SUMA ÇÃO DO MUN DO"? SeJ'ªent�o,
to m e nti ros o ? E a l g reia I N FALfVEL AI N D A H9JEp e rtenceis
vós, p rotesta n te s, esta is n o ca m i nho erra d o. N ao ·

a o reba n h o de Cristo q u e é UM Só, para sem pre.

32
Se a I g re j a NA O ERA I N FA UV EL na qu
ele Co nc1·1·10, en-
t-oo esses 27 1 ·1vr os d'1tos com o i nsp ira do s NÃ O
..

VALEM N EM
O PAPE L E A TI NTA Q U E GA STA RAM 1 e' laro 1 p oi·
s no esco­
Ih a ver d a d e ·i ra d os V I NT E E SET E livr os, ent re CEN
·
·

TEN AS E
CEN TEN AS d e out ros S EME LHA NTE S, CO M FAMA
I DEN TICA
DE I N S P I RAÇ ÃO . . . q uem , senã o o Esp írito Santo, pod eria
g u _i ar os co��one ntes do �on cílio ! Não era a Igre ja infa l í­
vel no Con cil i o d e 381 ? Ento_ o vos, prot estan tes, esta is se­
g u _i n do como CEG OS, u m l ivro, o q u a l nu nca sabe reis com
certe z a divin a se é inspir ado ou não, se é verda deiro ou não,
se é p a l avra d e Deus ou não . . . Como então pa utar a vida
tôda, excl usiva mente pelas lêtras mortas de um l ivro que po­
de ser fa lso, h u ma no, fa l íve l, com o q ua lquer outro ?
1: ass i m q u e procedem os bibl istas. Razoável ta l atitu­
de ? N u nca ! Aí, a ca usa da proliferação i nfin ita das seitas
protestantes . . .

4 -I magi nemos, por um momento, os cristão daqueles


remotos tempos, usando a ôco teoria protesta nte : "bíblia só
bíblia". Que rebo l i ço ! Que agitação ! Que ba lbúrdia! Que
desordem ! Que confusão! Que ba ru lho! Que perplexidade!
J á n ão a ce ita riam então a decisão do Concíl io. J á deviam
todos e cada u m, LER TODAS AS CENTENAS E CENTENAS de
l ivros TI DOS COMO I NSPI RADOS . . . para, (por alguma i lu ­
m i nação partic u l a r i nterior, que jamais s e da ria, é claro),
j u lgar, cad a u m d e per si, quais os l ivros d ivi namente i nspira­
dos, q ua i s os fa lsos . . . Consegue o leitor i maginar a que em­
bru l hada e caos cht3g o riom ? Naquele s tempos, sem meios
nem rec ursos, n e m impre nsa, nem nada! Cada um o mergu­
lhar nos m i l e ta ntos l ivros, tidos como i nspirado s ! Conhec e­
riam ê l es o l íngua em q u e e ram escritos? Saberia m mesmo
ler ? . . Verdad ei ra mente, se ta l teoria fôsse de J esus Cris­
.

to, Deus é q u e êle não seria ; apena s um homem ; e ai nda


bem i ngênuo! Ao m enos respeitem os a Deus !

Não fôsse trist e e por dem ais g rave , à mais engr a­


5 -

çada coméd ia dêste m u ndo se presta ri a a doutr ina : bíb lia só


33
A Santa Bfblia 3
bfblia". Por que teimar diante de êrro fla g ra n te i Por
conti nuar pers isti ndo . em f�char os olhos a uma ve rd a de
clara ? Por que, enfim, n ao q uerer reconhe cer e aceita r h
���
u-
mildemente a verdade i ra Rel igião de Cristo ?

Dai -nos SI NCE R I DADE, Senhor 1

34
O S O R I G 1 N A I S D A B I B L I A E O S P RO
TE S T A NT ES

n9 13

-1 � oie em dia , não pod e mo s con sultar os ORIGl­


N ": I S da B íb lia, por não exis tire m. Escr itos em materia l pou co
resistente, l og o desa pa rece ram , poíd os pelo uso e pelo tem­
po q u e tudo desg � sta. A I g re ja Cató l ica, poré m, depo sitária
exclusiva. d a doutr i na de seu Mestre, desde o comêço, cu idou
conscie nciosam ente de q u e sempre se tirassem cópias dos ORI­
G I NAIS dos l ivros tidos como i nspirados ; perm itindo que os
" não i nspi rados" fôssem aos poucos eliminados; pois, nen hum
cristão daqueles tempos se interessava por livros falsificados.
Dêsse tra ba l ho i menso e de valor i n estimável, fora m encarre­
gados os monges católicos, que sob a orientação vigilante da
Igreja, vivia m dia e noite debruçados sôbre a Sagrada Escri­
tura, tra nsmitindo-nos assim êsse tesouro divino que hoje
possu ímos : A SANTA BfBLIA !

2- Não mais existindo , pois, os ORIGINA IS da S. Es­


critura, e as cópias existent es vindo TôDAS, exclusivamente
da Santa lgreia • • aquêles que ACEITAM a B íblia não têm
•,

de ACE ITA R necess ària mente també m, a AUTO RIDAD E DA


I G REJA CATÓ LI CA, que, em 381, pelo Concílio de . consta nt} ­
nopla , defin i u pelo poder a ela outorg ado por Cristo, qua is
os l ivros i nspirad os por Deus ? . ..
O prote sta nte SI NCE RO, ao aceitar a Bí � lia, não pode
deixa r de aceita r ao MESM O TEMP O, a auto ridad e da San­
ta I g reja. Não q �eren do, poré m, aceita r a Igre ja, não devi am
então, I PS O FACTO, REJ E ITAR tamb ém, ao mesm o temp o, a
Bíblia ? . . . E isso o que fazem ?
35
3 •
Temos entã o : aceita m os protesta n tes u m l iv ro q
existe sômente pe la AUTO R I DADE DA I G REJ A, e na q ual
clusivamente se a pói a . Mas não ace itam a p róp ria I g rej a _po
:X�
cuja a utoridade existe o l ivro, a o q u a l dão fé abs ol uta . ' Q u r
lógica é essa ? E i sso p roceder S I NCERAMENT E, I NTEL I G EN�
TEMENTE ? T a i proced i me nto n a prática signifi ca : •os pro.
testa ntes aceita m a a utoridade da I g reja Católic a SOME NTE
para o q u e lhes convém ; reieita ndo-a q uando lhes pre judico
os i nterêsses. Modo de proceder bastante cômod o; mos . . .
não honesto• .
A i sso êles chamam : · i greja de Cristo• l

Dai-nos SI NCERI DADE, Senhor 1

36
A BIBLIA N ÃO PO D E SER EXPLI CADA POR SI MESMA

n9 14

1 - Fáci l nos é h o j e obte r a Sagrada Escri tu ra . Qua l­


quer l ivra ri a n o - l a ofere ce. O p rotest a nte vê nessa s pág i nas
recém-escritas, chei ra nd o a i nda a ti nta, iá comp leta e perfei­
ta, a sua re l ig i ão. Pois, d iz : a doutrina de Jesus Cristo aí está
tôda inteira.
Perg u nto- l h e, porém : Co mo sa beis que a Bíb l i a contém
SOMENTE A VERDADE, sem mescla de êrro ? Rejeitando a
Sta . I g re j a , com o será poss ível d i sti n g u i r os l i vros inspirados
da MULT I D Ã O d os m u itos e m u itos outros l ivros pa recidos e
se m e l h a ntes, mas não i n s p i rados e que prol iferava m j á nos
pri m e i ros tem pos ? E a ntes d e exi sti rem os Eva ngel hos, já não
ex isti a a Sta . I g re j a ? Com o recebera m os primeiros cristãos a
do utri na do Sa lvador? Perg u ntas, q u e u m protesta nte, qua ndo
sincero, não sa berá responder.
A I g reja d e Cristo não se fundou sôbre os Eva ngel hos.
Esses é q u e fora m escritos pa ra a I g reja e confi ados à sua
g u a rda. Sem u m a a u to ridade i nfa l ível fo ra da E. Escritura, é
impossível recon h ecer a i ns p i ra ção d ivina dos Livros Sagra­
dos.

2 A B í b l i a é cla ra, q u a n do diz : " Nenhuma profecia


-

da Escritura é de interpretação pessoal" (1 1 Pdr. 1 :20).


Mas supo n h a mos a poss i b i l idade de, sem a l g reia, re­
con hecer-se a i n s p ira ção d iv i n a da S . Escritu ra . Basta rá i sso ?
Não 1 E prec iso interpretá - la AUTENTI CAMENTE, ver-lhe o
S E N TI DO GEN U fN O, dado por Deus, seu a utor. Porq ue se

37
vós dois à frase b íb l ico u m sentido D I FERENTE D O QU E LH E
D E U O AUTOR D I VI NO, vós n ã o esta is crendo no do ut ri n a
D E CRI STO ; esta is crendo na VOSSA I NTERPRETAÇ ÃO. Po r­
ta nto, a I g reja na scido dessa interp reta ção é igua l men te vos­
sa, não d e Cristo. Tôd a i nterpreta ção huma na é se mpr e f
al i .
vel, suje ita o êrro. Sem u ma autori dade i nfa l ível o que tod o s es­
te j a m su jeitos, cad a u m d á a sua opi n ião, a rvora-s e em me s­
s i a s, fu n d a sua rel i g i ãozi nho . Não é i sso que presen ciam os to­
dos o s d ia s n o co nsta nte au mento das m i l se itas prote stantes ?

3 - N e n h u m l eg islador h u ma n o larga as leis do seu


país a o a rbítrio da interpretação I N D IVI DUAL. Apesar de se­
rem m a i s s i m pl es, mais concretas, mais sensíveis, as leis hu­
m a n a s n ã o dispensam uma MAG I STRATURA que as explique,
a s p roteja, o s i m po n h o.
Q u e m i ma g i naria u m govêrno dizendo aos súditos: "Eis
aqui o Código de nossa nação. Cada um de vós o leia e in­
terprete a seu modo. Doravante não haverá mais tribunais
nem magistrados. Cada um agirá de acôrdo com a interpreta­
ção particular" . . .
Esta i s ri ndo, l eitor ? Pois é isso justa mente o que faz o
p rotesta ntismo com a S. Escritu ro, l ivro d ivi no. de ca �áter tão
tra nscend e nte e m i sterios o. O protes ta nte admite , aceita, acha
n e cessá r i o m a g i strado s, tribun a is, advog ados, para a int� r­
p reta ç ã o d a s leis h u m a n a s ; some nte a �ta. Bíb l i� não precis
a
o o
d isso. Qua l q u e r u m é com pete nte pa ra i nterp reta- la; mesm . -
ntis
m e n os d outo d os mortais . . . A isso se redu z o protesta
mo . . .
N ã o p ri m a p e l o resp eito à pa l avr a de Deu s 1

38
ATE N D EN DO A UMA C A RTA

n <> 15

De u m sr. i ns tru íd o e de ce rta po


si çã o, receb i há dia s
um a ca rta , pe l ? q u a l pro cu rav a co ntr ad ize r
0 art igu i nho n9 5
d est a sec ça_ o : , A Bf BLI A E J ESU S CR ISTO " .

N ã o pretendo responder a tod os os arg umentos dessa


C ? �ta, por três razões : a 1 ' é q uem nenhum argumento do mis­
s1v 1 sta se refere a o a rtigo e m questão, q ue provava que J esus
.
Cri sto ao fun � a r a sua . I g reja, ao organ izá-l a, ao aperfeiçoá­
l a , a o g a ra n t i r- l he a vida e a expa nsão nu nca ma ndou que
lêssemos a Bíb l i a n o sentido protestante.
A I g reja foi fu ndada sôbre PEDRO. E para a sobrevi­
vência d e l a , ord enou Cristo q ue os apóstolos PREGASSEM
O RALME NTE . . .
A 2 ' razão é q u e os a rgum entos aprese ntados, não são
própriamente a rg u mentos, mas ma is acusações i nfundadas,
na scidas m u i provàve lmente de um nervos ismo sem base : co­
mo por exemplo, q u e eu "primo pela irreverência e pela ine­
xatidão" (o q u e não pode ser ve rdade) ; que eu ataco a Bíblia
(q u a ndo é j usta mente o contrário q ue faço, como ve rá fàcil­
mente o leito r, depois de co mp letados TODOS os nossos a rti­
g u i n hos) que li Tim. 3 :1 6 "reza bem diferente" de mim (o q ue
ta mbém não é verdade; porq ue a í São Pa u lo fa la que o " Es­
critu ra é OTIL"; e n q u a nto q ue eu só tratava da ESSENCIA DA
RELIG IÃO. Entre " OTI L " e " ESSENCIA", há nada menos do que
uma d iferen ça essencia l); q ue Cristo "no mais tenso da polê­
mica contra os fariseus não duvida em apelar para os textos
sagrados, (J o 5 : 39), (o q u e não nos i nteressava, por não ser
.

39
essa a q u estã o ; m a s se q u isermos usa r d a pass age m ad u zi d
tem os d e d i ze r q u e o texto d e J oã o 5 :39 é tota l m ent e e m n o0�
so favor ; pois a í Cri sto d i z q u e AP ESAR DE OS FA RI SE U S E ­
QUADRI N HAREM A BfB LIA, n ã o a cred itava m no Sa lv a do r' nã

ti n h a m " a vid a " , n ã o a mava m a Deus, n ã o p rocu rav a m a g ló�
ria de Deus n e m mesmo acred itava m n os escrito s de �Ao i sé s.
O texto é o seg u i nte : " ESQUAD RI N HA I S as Escrit ura s, p o r­
que nelas credes ter a vida eterna, e são elas que dão tes tem u­
nho de mim, e não quereis vir a mim para terdes a vida ". t
b o m l e r todo o co ntexto , 5 :31 - 4 7).
Como vê o l eitor, tudo isto somado não va le um arg u­
m e n to, porq ue fog e esse n ci a l m e nte do assu nto do n9 5.
E, fi n a l m en te, o m issivista com eteu o g ra nde êrro de
q u ere r q u e eu escrevesse no a rtigo n9 5 : "A BfB L IA E J ESUS
C R I STO " , TO DOS OS 60 NOMEROS q u e AI N DA estão por vir;
q u e re n d o, e m o utra s pa l avras, que a PARTE fôsse IGUAL ao
TODO, o q u e p a rece i m poss ível . A parte é sempre im perfeita
e m re laçã o a o todo. Te n h a paciência o i l ustre sr. Dentro de
u m a n o sati sfa re mos ao seu desejo. Sôbre a excelênc i a da
S a n ta B íb l i a, como lê- l a d i à ria me nte, etc., d isso fa l a rem o s no s
n úm e ros 4 5, 55, 56, 57, 58, que o m i ss ivista já quis criticar sem
tê- los seq u e r l ido. Paciência, meu Sr. 1
Q u e m e u métod o n ão seja o preferido pelo conten dor,
l a m en to m u ito, m a s n ã o é por isso que deixará de estar ce rto
o q u e escrevo. E o q ue escrevo, lembremo-nos sempre, n ão é
p a ra l etrados q u e ma n useiam os orig i nais da Bíblia em g re � o
e hebra i co ; o h 1 n ã o e n ã o 1 O que escrevo , com ta nta seri e­
dade e respei to, é pa ra o povo si mples, q ue d iària mente tem
rte
d e e n frenta r a s i nvestid as provoc antes dos pastôres no -
a me rica n o s q u e, d e casa e m casa, nas sa ' as d e v1s1' ta d os em·
nos-
sos cató l i cos ' d i a n te das i mage ns dos nosso s 1 · santo s, ofe n d
·- qu e te·
c ru a me nte i nso l en te m en te, a n ossa sa nta re 1g 1ao , 0
m o s d e m � i s ca ro e s a g ra d o n o1 m u ndo . Leia o n9 O
desta s c �
e n o
_

u e so� os nós e q u
ção . Escre vo p a ra o p ovo s 1 mp es, q
comp l i ca das d a Ex e g es e ;
e nten d e q uase n a d a d a q u e l as coisa s
que at ac a·do sá em
n ri os
p a ra êsse . p ovo s i m pl es, q u e somos n ós, e
con fes s1 o
suas p rópri as casas , a co rrem pert ur b a d os aos

40
do s noss a s i g rejas, espe ra ndo u ma exp l icação e u ma resposta
EX ATA, CU RTA, CONV I N CE NT E às cavi lações protesta ntes.
Se ê sse meu a migo, q u e m a n useia AUGUSTI NUS MERK
ou EBERH ARD N ESTLE como o caboclo a sua enxada, se êsse
meu a migo vivesse como eu, no meio do povo do mundo de
hoie e de suas misérias, não teria criticado como fêz. Antes,
tirando o chapéu haveri a de dizer : " ei s a í um catól ico que, na
medida de suas poucas fôrças, procura sinceramente defender
a sua F E " . . .

41
B I B L I A E AS 1 . 000 S E I TA S P R O T E STA N T ES

.
1 - �
Ao estu ar a história do p r ? te st a ntis m o, o cora çã o
.
s i ncero sa n g ra, e nao consegu e rep rimir u m g rito de tri stez
ao ver o n ú mero espa ntoso das suas seit� s. t doloros o p a ra �
.
homem de boa vontade. Mil e ta ntas · seitas; tôdas em op osi­
ção umas às outras; nega ndo esta o q u e afirma aqu ela; afir­
m a n d o u ma o q ue nega a outra ; tôdas em perpétua c ontr adi ­
ção; tôdas afi rmando " ser ela só, a verdade i ra igreia de Cris­
to " . Como é possível, como é compree nsível ao homem veraz
s i n ce ro, p robo, permanece r no protesta ntismo ? Tende paciên�
eia comigo, leitor, lede-me até o fim .

2 Para demonstração , e i s o s nomes d e algumas


- sei­
tas p rotesta ntes :
Co ngregação cristã do Brasil, Adventista da prom essa, Igreja cris­
tã p resb iterian a, Ig reja de Jesus Cristo dos sa n tos dos últimos d ia s, Tes­
tem unhas de Jeo vá, (Tôrre de vigio), Igreja eva ngélica, Asse m bl éia de
Deus, Metodista do Brasil, Presbiteria na independen te, 1 � igreja batista ,
2• b atista, Tendo de Jesus, Igreja luterana, Ca lvin istas, zw in g l i o n os , o:n­
glicon os, m etodistas, onab atistos, batistas reg ulares, batistas dos 6 P.r i n ­
cípios, batistas do 7P dia, batistas de com u nhão livre, odomitas, anti n ?­
m istos, trin itários, a ntitrin itários, socin ianos, fatitudin ários, goma r istos, ep1�­
copalianos, presb iterian os, h uguen otes, h ussitas, quakers, adven tist�s, un

tórios, metodistas livres, m etodistas prim itivos, metodistas o c ide nta i s,
me­
todistas africa nos, metodistas independen tes, m etodistas da no va Je

ru a ·
lém, metodistas reformados, presb iterianos reformados e da v�f ��
��
es co
esp iritualistas, c ristãos bíb licos, wesfeyanos, estercof ári os, mam 1 lar o
e
; ��
s,.
s
torecidas, pen tecostois, supralapsár ios, congregacio nalis tas, c o g i qstas'
ta b a t
lacien tes, lagrusian tes, indiferente s, m u ltiplican tes, beama ntes, .
tas, �dia�
scaq ueros, sumpers, g loaners, m ilenários, wifeldenia no�, so n teis elistas,
, . ev a n g
foristas, entusiastas, pneumáticos, interim istas,
lutero -calvin istas, batistas, m e n iceria nos,
berbo
puritan os,
nstas
sa� a n f'! no � a rm e ·
� esta·
'
n iossocia n os, colôn io-zwinglian os, ozian dia n os, lutero- oz1a n 'ª"
d

42
n eria nos, a n ti-pre sbite ri a n o s l u te ro- zw 1. ng 1 1. 0 n
n os, obqu istio n os, p ie testia ;os' b º no 9 ueri. o n os,
os, s1 ncr eti nio n os, sin

erg i nio­
nos, cam ero n ia n os, filisteu s, m or1·s ca / t ona s� h o f ·
versec oria n os ces ede no-
·
/ .
· tn�1o n enses, n e cessàrion
� b ro sian os, m oróv ios' m on as
d '
e '.vart a n os, prt e�tia n os, vilie fced riono s' os,
teri anos, a n t1 m o n 1 e nses ' a n o m eA n 1· 05, m uns t erio nos
rios! . es t C? b e· n· os, b aculá rios, n udípe des� conf
. , e f o nc� 1 ores, g r
-
. ess !on ortos, i mp ecá veis, livres,
·

, . ube mbá-
esp 1 rttu?1s, � p ostó licos, confo rm istas
f
isco
co � vuls1 o na_n os, a d iafo ristos, brown Ísto , m.1s t1cos , remo n tante
. p q1s, con tra rem onta ntes, anti­
s, herr enh u-
teristas, cnpto- ca/vin istas m e n o ristas, p use1s tas . . . etc .
C h _: g a 1. J a soo _ ' uma 2

s 1 7 ; tôda s prote stant es. Tôdo s em


.
con tra d 1 çoes m útuas . Tôda s "verd adeir as" 1 2. To" d as d e "J e- ·

sus " 1. 2. T o"" d a s n d ivi n a s " ! l: o que d izem . . . p ausa para me d '1 -
tação . . .

3 - E n q u a n to a s seitas protesta ntes conti nuam dando


à luz m i l o utras seita s, ouvi, leitor, as pa lavras d ivinas do Pas­
tor eter n o e ú n ico, J ESUS C RISTO.
A seus a pósto los J esus só fa l a de UM rei no, de UM re­
banho, d e UMA I G R EJA, ECCLES IAM MEAM. An unciando a
conver são dos gentio s, term i na : "e haverá um só reb an ho e
u m só pasto r". No seu ú ltimo d iscurso , no TESTAMENTO do
seu a mo r, é sôbre a U N I DAD E dos seus que insiste . E esta
u n idad e q ue pede ao Pa i : "Pai santo , cons erva-os em teu no­
me . . . ; q u e seia m UMA Sô COI SA, com o nós . . . E não oro
vra,
só por êstes, mas tam bém por aqu êles que , pela sua pala
com o tu
hão de crer e m mim : que todo s se iam uma só coisa,
em nós; para
Pai, em M IM e E U em TI ; assi m seja m êles um
1 7 : 1 1 ).
que o m und o cre ia q u e tu me env iast e" (J o.
1: isso o q u e J ESU S ped ia par a os
seu s: a ma is perfeit a
a fé. Un ida de das
u n ida de. U n ida de da s I NT ELI GE NC IAS pel
NT AD ES pe lo go vêr no . U n ida de VIS fVE L, po rqu e deveri a
VO
ad e na mis são de Cr is­
servir a o m u n d o de mo t iv o de cre dib ilid
a u n id a d e i n de str utí ve l . . . Vê de S. Pa u l o : "R ogo-vos
to. U m
is co mo é dig no da vo­
eu , o pr isi on eir o do Senh or, qu e an de
ue so is ch a m a d o s . •. so líc ito s e "! co ns erv ar a �N l­
ç
ca ão a q
vín cu lo da pa z. UM so co rp o, UM so es­
DA DE do Es pí rit o no
fô ste s ch am ad os N UM A só �sperança da voss �
pí r ito, co mo
or , UM A s ó FS , UM so BATISMO, UM so
vocação. UM só Se nh
4 : 1 -5) .
Deus e Pai de tod os os hom e ns". (Ef.
43
Aí está : A I g reja de Cristo essencia l mente U N A. UNA
no seu aspecto socia l visíve l . UNA no pri ncípio for mal qu e
� n i ma, o Espírito de .Deus. UNA na fé co '21 um. UNA n o rito b a�
t1sma l . U N A n a g lória de Deus, sua razao suprem a de ser . . .

4 - O protesta nti smo é a mais perfeita AN T fT ES E da


I g reja d e J esus Cristo. J esus diz : "UMA SO IGREJA". O pr o­
testa ntis mo : "MI L e Mil igreias". J esus : "uma fé, um corp o, um
batismo , um rebanho". O protesta ntism o : "mil fés, mil corp os
mil espíritos, mil rebanhos". "Que seiam uma coisa ", d i �
Aquêl e . "Seiam mil", dog matiza êste . "União" pede Cristo.
" Desunião" mostra o protestantismo.

5 - Como é poss ível a um homem sincero, reto (não a


u m bo nviva nt) fi l ia r-se a ta is seitas, pen horar sua sa lvação
ete r n a em meios q ue, de modo a lgum chegam ao fi m: Deu s ?
Será ignorâ ncia ? i nterêsses ? ma ldade ? ód io ?
Comtemplemos sem paixão, amigo, contemplemos d e um
lado a doutri na GENUfNA de Jesus Cristo, e de outro, êsse for­
m ig u e j a r d e m i l e m i l seitas bibl istas e veremos com mais con­
trastes q ue, a nte nossos o l hos consternados, eleva-se a mais
triste tôrre de Babe l. E a ORI GEM dêsses partos infindáveis de
seitas é a interpretação particular da Bíblia.

Da i-nos s in ceridade, Senhor.

44
B I BLI A D ESTR U I DA P E LO P R O T E STA N T I SM O

n c;> 1 7
_
1 - Até a o e n i ôo proc lan1a m os bibl istas a sua vene ­
raça o pe l a S . Escr itu r a . Eles , sim,
C: que ama m a pa lavra de
e u s 1 E l es, s .i m, que são verdad eiro s cris
tão s, por tere m em
too g ra nd e a p r � ço a Bíbl ia, etc. . . Deix emo a poe
. s s ia aos
p oeta s, a o s q u a i s é l ícito mu ita coisa. Nós, perco rramos ràpi­
� a me nte a H I STO R I A e veia mos o que os FATO S d izem, para
t i ra rmo s a con c l u são j u sta e verd ade ira .

2
- O n asci mento das m i l e ta ntas seitas, tôdas dizen­
d o-se b a seadas n a S. Escritu ra é o mais cruel e bá rbaro aten­
tad o contra a veracidade e a i nspiração da Bíblia. Foi com a
B í b l i a n a m ã o que os seg u idores de Lutero entrega ram-se às
p i o res i m p ieda des e i mora l idades. " Foi com as Escrituras na
m ã o q u e os h u ss itas devasta ra m as reg iões ; iustificara m os
c a lvi n istas a s u a teocracia, e o " piedoso" Lutero condena
q u a l q u e r mov i m e nto democrát ico e popular, e prova, o seu
d i re ito d iv i n o de ser tido por homem de ordem superio r" . Com
a B í b l i a n a m ã o j u stifica ra m os protes tantes todos os erros e
b la sfêm ias. N ã o h á dog mas que, com ela, não fora m i mpu g­
n a d o s d efo rma d os, reje itad os. Provas ? Que sign ificam as
m i l s �itas prot esta ntes ? Proc u ra i hoje . "uma , fórm a de
ul !é"
. os nos sos dia s,
r ate sta n te ass i n ada por TO DA S as se itas Ate
� há UMA Só ; não há !
j á l á vão bem m a is d e 400 ano s, não

s protesta n­
3 Ma is. A fa lta de esc rúp u los dos cor ifeu
mu ti lar o próp rio texto da S.
_

tes , l ev ou -o s a, sa cri l eg am en te,


45
Escri turo. Aos fatos . S. Pa u l o escre via aos roma no s : "Pois sus­
tenta mos que 0 home m é iusti f icado pela f é, sem a s o b ras d a
lei". (Rom. 3 :28).
Lutero, tra nspondo a ordem das palavras e a cre s ce n ta n­
do por sua conta um "só", põe a pri nci p a l fô rça da fr a se n a
iustificação SO pela fé. Eis a traduçã o d e Lutero : "S o h a lten
wir es n u n, dass der Mensch gerecht werd e, o h n e des Ge setzes
Werke, allein d u rch den Gla uben " .
A pa lavra " I G REJA", " Kirche " , só usa Lutero n o Anti­
go Testa mento paro designar os l u g a res em que se adoravam
os ídolos. No Novo Testa mento, para sign ifica r a Igrej a de
Cristo, em prego o têrmo " comu nidade" : " Gemeinde". Era pre­
para r jeitosamente no povo o ód io à I g reja e prejudica r a sua
a utoridade i nvocada contra as inovações lutera nas. Nos tre­
chos e m que os têrmos " justo ", " j ustifica r", contra riavam a sua
doutri na da justificação exterior pela fé, verte-os equivocamen­
te por " fromm ", " piedoso " . . .
Conhecemos todos a i nstitu i çã o da S. Euca ristia. As pa­
l a vras das Escritu ras são claras : " I STO 1: MEU CORPO ". Zwín­
g l io, q ue negava a Euca ri stia, troca e m sua tradução da Bíblia,
a palavra " I: " , por " S I G N I F I CA". A l iás sôbre essas 4 palavras
"isto é meu corpo", já e m 1 577 Cristóforo Rasperger escreveu
u m l ivro i ntitu lado : " Ducentae verborum " H OC EST CO RPU S
MEUM", etc., i nterpretationes" (200 i nterpretações dadas às
palavras " isto é meu Corpo" ).
A í está a S. Escritura esquartejada pelo protes ta ntis ·
m o . . . Med ite o l eitor s i n ce ro.
O D r. H arriso n , p rotesta nte de Cantuária, em sua edi­
ção d a Bíbl ia, corta todos os trechos q u e se referem ao i n fe!·
no. T reduzira o rei J a i me, a S. Escritura para o ingl ês. " P a sto ·
res e b ispos a n g l ica nos escreveram volu mes para m os tra r ?5
seus e rros. N u m a assem b léia de m i n istros reu nido s e m S. L u�s,
u m presbiteria n o s ustentou a n ecessidade de reve r a t.ra duç �
atu a l q u e n ã o contém menos, d izia ê l e, de 30.000 (tr i nt a mi. Q
erros ". E êsse livro d eve se rv i r d e guia único e certo n o c a rn i ·
nho d a sa lvação ! . . .

46
Depois d i sso não é difíci l aceitar o que segue. Muitos
protesta ntes começa ram a NEGAR a PRóPRIA BíBLIA como
livro i nspi rado. Por exemp lo, W. Herma n n . W. Beyschlag, Sulze,
G. von Rohden, A. T rümpel mann, etc. Negada a inspiração, exe­
getas e professôres protesta ntes fizeram a mais horrível e sa­
crílega chaci na dos l ivros sag rados. A Bíblia é di lacerada.
Suas pági nas, uma por u ma, são tôdas rasgadas e ati radas ao
vento. Dela d izi a Lutero ser "uma escrava que se devia dei·
xar para ater-se a Cristo, rei e senhor da Escritura". Em seus
acessos de furor, chegava a chamar a Moisés (a utor de d iver­
sos l ivros da S. Escritura) de " herege excomungado, precito,
pior que o papa e o d iabo" . . .

4 - Amigo l eitor, não exage ro u ma vírgula . sequer .


Fatos bem m a i s dolo rosos pode mos enco ntrar em Grisa r, De­
n ifle, Leon el Fra nca e outro s. Baste m-no s êsses poucos . . .
Qu e pen sar ?

Da i-nos s i n ceridade, Senhor.

47
BIBLIA • • • CONCLUSÕES

n9 1 8

NOTA: A seqü ênc ia d ê sses art igos s ô bre a B í b l ia na s ceu do


atual invasão dos l O mil pastôres nort e a m e ri ca n o s
-

em nossa Pátr ia e e m nossas casas. Com o p a ra tô ­


das as s e i tas protestantes a ú n ica regr a d e f é é a
Bíblia interpretada particularmente, esta mos mos­
trando ao cató l i co que o protestantis mo com s uas
inumeráve i s s e i taz i n h as, e l a bora num êrro f unda­
mental, fals ificando a Verdade.

1- Nos ú lti mos arti gos, mostra mos q u e a Bíblia não


pode ser exp l i cada por s i mesma. Os protesta ntes das mil sei­
tas, embora d igam ser os ú n i cos verdadei ros cri stãos, por in­
terpretarem particu larm ente a S. Escritu ra, na verdade não
conhecem a Bíblia. A BfBLIA GENU fNA é- l h es u m l ivro fecha­
do a 7 chaves. O q u e êles lêem, o q u e crêem, o q ue propa·
gam é a interpretação PARTIC U LAR DELES; e n ão a doutrina
G E N U fNA DE J ESUS C R I STO ; e n ã o a i nte rpretação AUTtN­
TI CA das Escrituras. Po i s, a S. Escritu ra não se i nterpreta PAR­
TI C U LA RME NTE, conforme diz a p rópria Bíb l i a : " nenhuma pro­
fecia da Escritura é de interpretação PESSOAL" (1 1 Pdr. 1 :20).

2- Depois, esgota ndo a paciência do leitor, demos un �


1 27 n om es d a s m i l se itas protesta ntes ,tôdas d ivid idas entre 5 1
n o aceita r, n o re ieita r, n o afi rmar, n o m udar dogmas · · .,
n u m verdadeiro d esafio à Tôrre d e Ba bel b í b l i ca ; ch eg a nd o
a s m a i s l óg icas a n eg a r o próprio J esus Cri sto ; e m esm o,
(q u e m d i ri a ) . . . a p rópria Bíblia. N ã o há verda de ne m d �g ­
as
m a cató l i co, q u e não seja negado por a l g u m as da s seit
crentes, eva n g é l i cas, protesta ntes.

48
3 - F i n a l me nte , mo str a mo s co mo a
S · E sc n' t ura foi e
con t .1 n u a se n d.º f a 1 s '1 f ·1ca da, des tru ída , reta l had a pel os fi lh os
d e Lute ro, pa i d o prot esta nti smo .

. .4 - . Pois bem. Apesar di sso tudo, (e é muito), cada


se 1taz1 n h a 1 u � a ser, ela só, a igreja dos e leitos de Deus. E,
� mbora n ,asc1da ontem, e o catoli cismo há já 20 sécu los, ela
e q u e esta certa ; ela é q u e é o verdade . . . Pois bem, leitor
amigo, depois d i sso tudo, vêde se os dois textos do S. Escritu­
ra, não se a p l i ca m à lêtra, à igreja protesta nte com seus mi­
l h a res de seitas, tão contra a vontade de Jesus :
"Mas assim como houve no seio do povo falsos profe­
tas, também haverá falsos doutores, que introduzirão heresias
perniciosas, chegando até a negar o Senhor que os resgatou,
atraindo sôbre si uma repentina perdição. Muitos os seguirão
em suas licenciosidades; por causa dêles o caminho da ver­
dade será blasfemado. Levados pela cobiça, explorar-vos-ão
com palavras artificiosas" (11 Pdr. 2 : 1 -3) . . .
"Há nas cartas do nosso amado irmão Paulo alguns
pontos de difícil inteligência, que homens INDOUTOS e IN­
CONSTANTES ADULTERAM, NÃO MENOS QUE AS DEMAIS
ESCRITURAS, para sua própria PERDIÇÃO" (l i Pd r. 3: 1 6) . . .

Pausa . . .
serv ir só a
Qu e far á o hom em SI NC ERO , que que r
CRI STO ? ? ?

49

A Sa nta Brblia 4
A BIBLIA E A IMPRE NSA

nQ 1 9

NOT A : O s vocá b u l o s
"no ssos 1rmaos separa dos ", sig n ific am t' "bºb
"crente", "eva ngélico"
1 l"••ta"
'
o d os
·

o
-

. m es .
m a coi s a : o s q u e seg uem o pro test an ti
smo.

1 - A i m pre�sa f c:> i i nventada no século 1 5, aí pelo


a n o d e 1 444. O 1Q l ivro i mpresso foi o " J U fZO FI NAL• em
1 445. U m a d a s primeira s Bíblias i m p ressas, foi a " B fBLIA 1DAS
42 L I N HAS " , e m 1456.

2 - D o sécu lo 1 Q até o 1 5Q, a l g reia expandiu-se vigo­


rosa p e l o m u ndo. E m tôd a s as reg iões, os seus missionários
i m p l a nta ra m o Eva ngelho de Cristo. O grão d e mosta rda tor­
n a -se á rvore col ossa l. Os sa ntos pulu lam pela terra, mostran­
d o a q u e a l tu ra idea l a re ligião, quando praticada, eleva o
homem. M i l h ões de márti res dão a vida pela Igre j a. As ciê n ­
c i a s e a s a rtes perseg u id a s pelos bárba ros e vâ nda los, procu­
ra m a s i l o nos Conventos d os rel ig iosos . . .
Esses 1 5 primeiros séculos fora m de intensa vida cris tã .
A re l i g i ã o, i n co m pa ràve l mente mu ito mais do que h o j e, nã o
s ó era preg a d a d i à ri a m ente nas m i ssas, como ainda er� � la
" j
a
moda nas a l m a s, e vis i b i l izada pelas diversa s artes, pn nci pre-

mente pela m ús ica, p i ntu ra, d ra mas, .escu 1 tu r? , vitrais e I TI R


re p
, s d !�A N S M

senta ções, q u e e ra m o utros ta ntos meios face1 �


.
e V I S I B I LIZA R a re l ig i ão e d e fazer o povo ass i mi la -la
'
. . n·is m o Mil
do crist 1a d. no
er '
Esse s fora m dos m e l hore s tem pos
sa v1" d ° mo
vêzes m a i s s a n tas, m a is p u ras d o que a n os

50
e r a m a m o ra l e a vida fa m i l ia r dêsses 1 5 sécu los d e catol icis­
mo.

� - Pois êsses 1 5 p r i m e i ros séculos d e p rogress o, d e in­


te n sa vida rel i g i osa, existir am SEM a doutr i n a p rotesta nte : "Bí­
blia só Bíblia", e mbora os nossos i rmãos separad os, fechan­
d o os o l hos e ta pando os ouvidos à H I STOR I A' conti nuam fa-
, .
n at1 �a me nte a d i ze r q ue a rel ig ião d e Cristo é a i nterpretação
p a rtic u l a r d a S. Escr itu ra . . .
E n q u a nto i sso, a H i stória nos obriga ao seg ui nte a rgu­
m ento : O q u e não servia para os cristãos dos 1 5 primeiros sé­
cu l os, para nós também não pode servi r. Pa ra aquêles cristãos,
a teor i a p rotesta nte não servia, porque a IMPRENSA nem fôra
i nventa d a . E tôdas a s B íb l ias existentes eram escritas a m ão
p e l os monges cató l icos. Eram, porta nto, raras; e mu ito caras.
Nem todos pod i a m possuí-la. Poucos eram os que podiam ler
todos os d ias os ma nuscritos da S. Escritura. Propor a um cris­
tão d êsses tempos a moderna doutrina protesta nte, seria um
a nacron is mo i rraciona l, i nvi ável.

4 - Con c lusões. A doutri na protestante n u n ca foi a


doutri n a de Cristo. Naqueles tempos em que não havia pro­
testa ntismo com as suas seitas i nfindáveis e teorias inconcebí­
vei s, o cristia n ismo e ra muito mais vivido e praticado do q ue
o p ra ti ca m hoje os bibl istas. Isso mostra ao menos q u e : não
adianta espalhar bíblias (pior a i nda quando são fa lsificadas),
sem J U NTAMENTE d ifu nd i r a OBED I E:NCIA à Ig reja fundada
por J esus Cristo sôbr� S. Pedro. A guardiã O � ICA da S. � s�ri­
tu ra é a I g re j a Catól ica. E ela aconsel h ? a leitura da S. B1blia;
m a s sabe perfe itamente que a sua leitura parllcular . nunca
será necessária para a salvação nem para a santificação. O
cristão q ue l ê a B íb l i a, m ? s DESPREZA OS M:4' NDAME � To..s
d e J esus Cristo, não é ma is sa nto do que aquele que nao le;
pelo contrário. Quem o d iz é Cri �to : "Ne � todo aq � êle qu e
diz: Senhor, Senhor ! entrara, n� reino d�s ceus, m � s sim aque­ ...
le que faz a vontade de meu Pai, que esta nos ceus , , . (Mt. 7 :21 ).

51
4 •
5 - O homem S I N CE RO que deverá fazer i Ao m en os
procu ra r ESTU DAR a rel i g ião católica, sem prec onceitos, ....;
ódio, querendo saber o que ela ensi na, o que ela é .

5�
COM QUEM ESTAVA A BIBLIA,

ANTES DO NASCIMENTO DO PROTESTANTISMO EM 1 5 17 ?

n9 20

1 - Antes do nascime nto do protesta ntismo e das suas


mil seitas, a Bíblia estêve SEMPRE nas mãos da Sta . l g reia
Catól i ca. A S. Escritura NASCEU do seio da l g reia Catól i ca ; e
com ela ficou até 1517, a n o do nasci menta do p rotesta ntismo.
Quem lê os escritos dos santos Pad res, u m S. J oão Cri­
sóstomo, um Sto. Agostin ho, um S. Gregório e m u itos outros,
fica admi rado ao ve r a profundeza da d o utri n a d o s seus ser­
mões. O que supõe nos ouvi ntes g ra nde capa cidade de com­
preensão. g rande i nte lig ência das coisas divi nas. I sso se exp l i ­
ca. O povo daquele tempo era MU ITO MA IS I NSTRUfDO na
rel i g i ão do que nós, ho je. Essa i n stru ção vi n h a da S. Escritu ra,
TRANSMITI DA DI ARIAMENTE AO POVO PE LOS PA D RES . . .

2 - Por a í vemos, co mo a Bíb l i a estava em uso na I g re­


j a . E de fato, a Sta . I g reja SEMPRE co nservo u, g u a rdou, m u lti­
p l i cou, protegeu e usou a S. Escritura . . . Qua nto tra b a l h o ti­
ve ra m os copistas ! Qua nto deve mos nós, aos monges q u e
passava m a VI DA I NTE I RA copia ndo a mão, A BJBLIA TODA !
l ivro por l ivro, ca p ítu lo por ca pítu lo, lêtra por lêtra . . . E i sso
não por um ou dois a n os ; mas por d iversas centenas de a nos.
Po r 1.500 anos. MI L E QU I N H ENTOS 1 E êsse g i g a ntesco tra ­
ba l ho, desprezado hoje pelos biblistas, não era só pa ra uma
ou outra cidade. E ra pa ra o MU N DO TO DO de então . . .
Que desvê lo su põe êsse heroís mo, que respe ito, que
amor ! Que cuidado o da Sta. I g reja Catól i ca pa ra com a pa-

53
l avra d e Deus escrita ! � em os tempos, leitor, nem as furio­
.

sas e selva g e n_s perseg u 1 çoes, nem os bá rbaros, nem os vânda­


.
l ? s, n e m a s d 1f1cu
_ ld ades sem conta, nem os ang ustiosos e in­
fi n d os cu 1d ? d os, conseg u i r ? � d i m i n u i r o . amor da Igreja para
com a B 1, b l 1 a . Como os _i n 1 m 1 gos da l g re 1 a deviam _ reverenciar
essa I G REJA q ue nos legou, i ntacta , tão p reciosa Rel íquia !

3 - I nve rta mos a demonstração . Suponhamos, para me­


l hor evi d e n c i a r a verdade, que a I g reja q u isesse DESTRU I R A
BfBLIA. N ão teria ela então à sua d isposição MI L E QUI­
N H E NTOS ANOS, visto não haver a i nda nem UM "protestan­
te" p a ra " protestar" ? ? ?
Os fi l hos de Lutero propagam que a Igreja Católica é
contra a Bíblia ; esconde-a a seus filhos; é-lhe inimiga ; e outras
acusações sem cabi mento. O leitor SI NCE RO vê, todavia, que
tudo isso é fa lso. A H I STORIA mostra que a Igreja teve MI L E
Q U I N H E NTOS ANOS para DESTRU I R, SE QUISESSE, a S. Es­
critu ra . Enqua nto os protesta ntes propa lam aquelas enormida­
d es, a mesma H ISTOR IA, com seus documentos, mostra, a
q uem se i nteressa pela VE RDADE, que SEMPRE, desde o seu
N ASC IME NTO até hoje, a Sta . Igreja Católica e Apostólica
G UARDOU, CONSERVOU, PROTEGEU, APOI OU, AMOU, EX­
P L I COU, e D EFEN DEU de todos os modos a SAG RADA Bf­
B L IA, q u e e l a considera a mais preciosa fonte de revelação
J U NTAMENTE com a TRAD I ÇÃO D IVI NA.

Ah ! senho res protesta ntes, como despreza is a verda­


d e 1 Como sois d esfea is, ferindo a I g reja Católica com calú­
n i as tão fora d a moda 1 Conti nuai protest ante, sres . . ; mas ao
m enos sêde sincer os, a m i gos da Verda de . . . E vós, a migo lei­
tor, sabei s q u e a I g reja Catól ica, embo � a passe por " macul a­
d a " a os o l hos dos seus i n i migos , é a O N I CA GUAR DIÃ AU -
TENT I CA das Escrit u ras .
Sêde p ropagadores da verdade . . .

54
B IB L 1 A V E R S U S L U TE R O

n9 21

1- Todo o protesta ntismo vive e g ravita u nica mente


ao red or d e um só ponto : " BfBLIA O N I CA R E G RA D E FE " . A í
sua essên ci a . Tudo o ma i s, nada l he é. U ma vez desfeita essa
fragi l íssi ma teori a, temos, desmoro n a d o todo êsse fa n tasma­
górico ed ifíci o protestan te.
Todo leitor med i a n amente i nte l i gente e S I N C E RO que
leu os a rtigos a nteriore�, expostos todos com clareza, desa pa i­
xonadamente, com l óg i ca e baseados em fatos h istóricos, iá
entrevi u, ao menos, a suma fra g i l idade dessa essência p rotes­
ta nte : " bí b l i a ú n i ca reg ra de fé " .

2 - A d outri n a " B f B L I A O N I CA R E G RA D E Fl: " , NAS­


CEU 1 484 a n os depois da l greia de Jesus. Nasceu em 1 51 7.
Lutero é seu pa i . Antes dêsse i nfel iz mon ge, a ntes dessa d ata,
jama is a lg uém ouvira fa l a r a lgo sôbre essa esdrúxu l a doutri­
na. Dezesseis sécu los passara a I g reja de J esus Cristo, (e l a q u e
por promessa i nfa l íve l d e seu Fundador, haveria d e a travessar
íncolume, d i a a d ia, todos os sécu los até à co nsumação do ú l­
ti mo), dezesse is sécu los passara a I g reja sem o uvi r seq uer u ma
pa lavra sôbre essa " ú n ica reg ra de fé " . A g ra nde descoberta
ca beria a u m pad re q ue não a n dava em paz nem com a sua
consciência, nem com a sua Ordem, nem com o Vig á rio de
Cristo na terra. Esse padre foi LUTE RO l

3 - Quem, p o rém, l he deu AUTO R I DADE pa ra i nstit u i r


ta l doutri n a ? ? ? Deus, sabemos, n ão foi. J á 1 463 ':;-ros AN-

55
TES d o f u n d a d o r protesta nte, S. Pa u lo, i nspirado pelo Espí ri­
to S a n to , l a n çava ao m u nd o a EXCOMU N HÃO sôbre os ino­
v ad ores d e novas doutri nas religiosas. Aos g á l atas, aproxima­
d a m e nte n o a no 54 , escreve : "Admiro-me de que tão depres­
s a , ab n d onando aquêle que vos chamou à graça de Cristo,
� .
vos de1xe 1 s levar para outro evangelho. Não é que haia ou ..
tro ; o que há é que alguns vos perturbam, e pretendem per­
verter o EVA N G E LH O D E CRISTO. MAS, QUAN DO NOS OU
UM A N J O D O C�U vos a n u nciasse OUTRO EVANGELHO DI­
F E R E N T E DO Q U E VOS HAVE'-105 ANUNCIADO, MALD ITO
S E J A . E u vo-lo disse a ntes, e agora de novo vo-lo digo : Se al­
g ué m vos pre ga r OUTRO EVANGELHO D I FERENTE DO QUE
RECEBEST ES, MALDITO SEJA" (Ga l . 1 :6-9). Texto claríssimo,
q u e d is p e n sa q u a lq u e r com entá rio. Quem i nventar novas dou­
tri n a s rel i g i osas, seja q uem fô r, é a ma ld içoado por Deus. Ora,
LUT E RO i nventou um a doutri na diferente da pregada pelos
a póstolos. Porta nto . . .

4 - ESTI GMATIZA DOS COM A MALDI ÇÃO DIVI NA,


o s " eva n g é l i cos " segu i dores de Lutero, em 400 a nos reta lha­
r a m g ra nd e pa rte da crista ndade com as suas incontáveis
se itas tão o postas, combatendo-se umas às outras, sustentan­
d o as m a is á bsonas doutri nas, e tôdas baseadas . . . na Escri­
tura 1 1 1 Q u e caricatura de rel ig ião. Se em 4 00 anos de vida,
0 p rotesta ntismo d e u à l uz umas MI L seitas dog màticamen! e

co n tra d itórias (ap roximadamente umas 3 por a no), que nao


a co nteceria s e "os protestantes tivessem agido no mundo
D ES D E O I N fC I O DO CRISTIAN ISMO, há 2 mil anos ? ? ?"

5N o meio d e tod o êsse desm oron ar d e cons ciên cias


-

q u e se esfac e!:.. m e m outra s nova s seita zi nha �, a VE R � ADEI �



f1 -
I G REJA fu n d a d a por N osso Senh or J esus Crist o, conti n u a ,
m A sem p re a m es m a ' semp re u n a , semp re sa
.., ,
nta, semp re cat o-
ns ,
l ica e a postó l ica ' a sant1f 1ca r as a l mas, a i n s t ru i r os hom e
. . .
· ·

n-
a converter os q u e, S I N C E ROS, recon h ecem seus erros , e ca

56
fia nte s, lanç a m -se n os bra ços d'Aqu ê l e, q ue a i nda hoje nos
a dv ert e : "Q uem a vós ouve a Mim Me ouve, e quem vos re­
iei ta a Mim Me reieita, e quem Me reieita, reieita Aquêle que
Me env iou " (Lc. 1 0 : 1 6) .
Para o s SI N C E ROS, nada de m a i s claro . . .

57
B 1 B L 1 A V E R SU S " 1 G R E J A S "

n 9 22

1 - Le mos freq ü e ntemente n a sta . mi ssa a seg uin te


p a ss a g e m d e S . Pa u l o : "Virá um tempo em que não sofrerã o
a sã doutrina ; antes, conforme as p1·óprias paixões e levados
pelo prurido de ouvir, arregimentarão para si mestres, e afas­
tarão os ouvidos da verdade para os voltar aos mitos".
(2 Ti m . 4 :3-4) .
Texto q u e s e a p l i ca n a ínteg ra a o protesta ntismo.
Seg u n d o a s Estatísticas m a i s recentes, só n a A m é rica do
N o rte, a I g re j a metodista é subdividida em 1 9 seitas divergen­
tes e oposta s. A I g re j a batista é reta l h ada em 1 9 outras cape­
l a s d isti ntas. A i g reia luterana é u m a m ontoado de 22 seitas
d ivers a s . A i g re i a menonita d ivide-se em 1 7 ra mos op ostos. A
presbiteriana, em 9 seita s com doutr i n a s p róp rias.
Além d i sso, há vá rias ce nte n a s de outras " ig rejas eva n­
g é l icasn ; tôdas a u tôn o m a s em suas d i spa ratadas e exóticas
d o u t r i n a s , com seus credos, muita s vêzes, bem rid ícu los. E c a ­
d a u m a d e l a s a p roc l a m a r-se em a ltos brados, com exig ência
e petu lâ ncia, n a s ruas, n a s p ra ças, n os jorn a i s, d e ba i xo dos
p ostes à n o ite, p e l os a lto-fa l a n tes, pelos rád ios, por fo l heto s
,

em vis itas p a rticu l a res, em n ossa s p rópri a s casas . . . que ELA,


e l a é a ú n ica, a verdadei ra ig reia de J es u s Cri st o . . .
Que r i d íc u l o 1 E são fatos ! Co mo negá-los ?

2 Fecho as p u b l i ca ções do Depa rtament o do C e n­


-

so. Abro a B f B LI A : "Porque também NUM Sô ESPIRI TO todos


nós fomos batizados, para sermos UM S ó CO RP O . . Deus ·

58
d isp ôs o corpo . . . a fim � e que não houvesse D I VI SÕE S no
co rp o, a ntes todos os membros se preocupassem por igual uns
d os outro s" ( l Cor. 1 2 : 1 3, 2 5) .
E a B íb l i a ! Como n eg á - l o ?

3 - A m i g o le itor, sois i nte l i ge nte, S I N CE RO ta mbém ?


Respondei-me pois, mão n a consci ê n cia, i n te l igência n a Bíb l ia,
si nceridade n a i ntenção : o protestantismo poderá ser uma re­
ligião fundada na Bíblia ? N U N CA. Nem o p rotesta nte, a não
ser que p asse por cima d a verd a d e, d i lacere a lóg i ca e fa lte
à si ncerid a d e, n e m o protesta nte LEAL, co nseg u i rá, sem fa lsear,
harmonizar o protesta ntismo co m a S. Escritu ra . I m possíve l !
Sa beis A CAUSA d essa I N F I N I DA D E d e i g re j i n has crente s ?
E A I NTERPRETAÇÃO PARTI CU LA R DA BfBLIA. Ah ! q u a ndo
se põe i n d i scri m i nadamente a S. Escritura na mão de q u a lquer
um, é lóg ico q u e q u a lq u e r um seg u i rá qualquer uma i g reja, e,
mu itas vêzes, i nve nta rá i g re j i n h as quaisquer. E essa seria a
Igreja de J esus Cristo ! Afi n a l . . . e m q u e co nta tem essa g e n ­
te, a J esus Cristo ?

4 -
Fecho essa pá g i n a triste dos fatos. Ago ra, a I G RE­
JA CATÓ L I CA. Co n te m p l a i -a e m vossa cidade. E a m es m íssi­
m a que n os Estados U n i dos, que n a Europa, que na Ási a , na
Africa, n a Oceâ n i a . Aq u i e lá, em tôd a a p a rte, SEMPRE U MA .
Ontem, h o j e e a m a n h ã ; o q u i e e m tod os o s l ug a res d a terra,
SEMPRE I D�NTI CA CONS I GO MES /\�A . N umericamente sem­
pre UMA, doutrinalmente sem pre a mesma, desde os p ri m e i ros
sécu los, até o ú lt i m o momento do ú ltimo sécu lo, q u e m a rca rá
o fim d o H istória . . .

5 -
Abro a Bíbl i a : "Pai santo, guarda-os em teu nome
no qual mos deste, para que sejam UM COMO NOS . . . Mas
não rogo só por êstes, e sim, por todos quantos crerem em
mim pela sua PALAVRA, para que TO DOS SEJAM U M, como
tu, Pai , estás em mim e eu em ti, para que também êles este-

i am em nós, e o mundo c reia que tu m e enviaste" (J oão 1 7 : 1 1 ,

59
20-�1 ) · . "Tenho ainda outras ovelhas que não são dêste
·

apr 1sco, e e PRECISO que eu as traga, e elas ouvirão a minh a


voz, e haverá UM Só REBANHO, UM Só PASTO R" (João 1 0:
1 6) . . . E S. Pa u l o : "Só há UM CORPO e UM ESPJRITO como
também fostes chamados em UMA Só ESPE RANÇA d � vossa
vocação". Só UM SEN HOR, UMA Ft, UM BATI SMO, UM DEUS
e Pai de todos, que está sôbre todos, por todos e em todos"
(Ef. 4 :4 -5).
Que admiráve l e perfeita descrição da I g reja Católica !
Q u e perfeita U N I DADE entre uma e outra ! Que notável
I DENTI DADE entre a Igreja Católica e a S. Escritu ra ! Na
verdade a I g reja é a Sta . Bíblia PRATI CADA .

6 Conclu são. Dêste lado, UMA Só IGREJA: A Igreja


-

Cató l i ca, Apostó l i ca, Roma na. Do outro lado, essa IN F I N I DA­
D E de i g re j i n has "eva ngél icasn, com as mais divergentes e des­
va iradas doutrinas. Tôdas nascidas ONTEM, com DATAS
BEM RECENTES.
Um d ia, vós leitor, desapa recereis desta terra. Tereis
d e p restar contas a Deus. No momento de deixar êste mun­
do . . . de q ue l ad o desejaríeis esta r então ? ? ? A Igreja Cató ­
l ica pertencera m, não só o Fundador, � esus Cristo, mas ta � ­
bém todos os Apóstolos, todos os mártires e santos dos p r i ­
m e iros, como a i nda de todos os sécu los . . .

60
BIBLIA ? . . . CH EGA

1 -
O l eitor d esta co l u na, q u e m sabe ió se está i m ­
pressi o n a n d o d i a nte d a n ossa i nsistên cia sôbre o assu nto :
BJB LIA. Pod eria até i u l g a r ser m a n ia m i n ha. E n g a na-se, po-
,

rem .
O ava n ço protesta nte e m nossa terra é a larmante. Víti ­
ma é o B rasi l , d e uma verdadeira i nva são de pastôres norte­
a meri ca nos. E a razão é o fech amento das missões p rotestan­
tes n a Ch i na . Freq üentemente, (pa ra dar um exemplo), a cida­
de d e Ca m p i n a s recebe de 60 a 90 pastô res ianq ues que ló se
estabelecem pa ra o n ecessá rio a p rend izado da l ín g ua, e dos
costu mes d o nosso povo ; para em seg uida se espa l harem, com
suas deleté rios e fa lsas doutri nas, pelas desproteg idas terras
do nosso pa ís. E ass i m como Ca mpinas, qua ntas c idades m a is.
Dói-nos ver o êrro ca m pea r l ivre, infi ltrando-se n u m povo de
todo d esprevenido co ntra tais embates de idéias, bem vêzes
desco n scienci osos. O Brasi l sàzi nho tem mais protestantes do
que tôda a E u ropa Lati n a . . . Pa ra os evangél icos, é o Brasil
a te rra pro metida. Na Revista u U N I TAs ·, escreviam os protes­
ta ntes : "aumentou de 300°/o (ou seia 12 vêzes mais que o au­
mento da população), o número de evangélicos no Brasil,
nos anos de 1 930 a 1 950" . . .

2 - Dá q u e pensa r, o futuro da nossa gente, vendo -se


d e um l ad o essas d o utri nas p rotes ta ntes subve rsiva s, que levam
a o mais extremad o subie tivis mo, com as suas cons eq üênc ias; e
de outro lado , o sono de morte em que iazemos nós, os cató li­
cos do Bras i l . e o p rópr io histo riad or prot esta nte EMI LE LEO ·
61
N A R D � ue o d i z : "a reação é lenta" ! Com qua nta raz ão
e d o r d iz D. Ag nelo Rossi : "Presentemente, sabemos que pre­
.
cisamos organizar-nos também em plano nacional. Mas, fica.
se ainda no terreno teórico, pois, RA RAMENTE UM OU OU­
TRO SAC R I F I CA SEUS I NTE RESSES PARTICULARES OU RE­
G I O N A I S PARA S E RVI R AO AMB ITO NACI ONAL". Dolorosa
rea l id a d e ! Q u e a cusações no si lêncio e seren idade dessas
m u d a s e sóbri a s p a l avras . . .

3 - A base de tôda a doutri na protesta nte, é a Bíbl ia.


E a í a razão dos nossos a rti g u i n hos sôbre a S. Escritura, que
a c h o esse nciais para u ma orienta ção deci siva do nosso povo.
H oje, o protesta ntismo g l oria-se das suas vitórias; e le­
vado p e l a faci lidade do trabal ho, não deixa de prosseg uir,
e m briagado pelos êxitos, na fi n a l idade da sua existência : dar
cabo d o catolicismo, como lhe ensi nou o fu ndador Lutero.
Cristo teve a sua 6� feira sa nta. Ele aceitou a cruz i me­
recida. N ós a ceita mos o q ue de n ós, da Igreja, se i nventa nos
arra i a i s " eva ngél icos " ; embora doa ser ca l u n iado, como o é
a I g re j a Cató l ica. E necessá rio sofrer ! Sofra mos resig nados,
pois; não ven cidos porém, nem i nertes ! Sofrendo, conti nua­
m os a tra b a l ha r, conti nua mos a mostra r a verdade . . . Um
d i a afi n a l, a VE RDADE haverá de bri l har aos homens de boa
vontade • . .

4 Se eu poder ia ped i r-vos u m favor, leitor amigo , �


q u e vos a l istáss eis no � POST O LADO DA VERD A � E. Traba lh
-

ai
e.
p a ra êsse fi m . Defe ndei a Verd ade sem pre, em toda a part
DE
Sêde ATI VO. Esse s a rti g u i n hos desp reten cioso s, RESU MOS
mas ver­
LIVR OS E A RTI GO S l idos e m ed itad os, mas si n cer� s,
; e m :_s ­
d a d ei ros, m ostr a i-os aos vos sos vizi nho s e con hec idos fo rco
l hes
m o (po rq u e n ão ?), aos p rote sta nte s sinc ero s. Não
mal . . .

62
A B I B L I A N A I G R EJ A CATO LI CA

n9 24

l - N ã o há q u e m n ã o a d m i re a org a n ização, a ex i s ­
tência, as e m prêsas d a I G REJA CATÓ LI CA. O q ue não é para
menos. Poi s q u e e l a se alicerça na Bíblia, na Tradição divina,
nos escritos dos stos. Padres dos primeiros séculos e na Presen­
ça diuturna, até a consu m a ção dos sécu l os, do Divino Espírito
Santo, conforme a p romessa de Cristo. Ad m i rável essa l g re i a
Cató l i ca !

2
- Com p u l sa i os l ivros da H istória . Vereis a l g reia
sempre ferozmente perseguida, desde o berço. Seus i n im igos
e perseg u idores ? são os iudeus, é Herodes, é Simão, Cerinto,
Ebion, Men a n d ro . São os pag ãos com seus i m peradores : Nero,
Dom i c i a n o, Tro i a n o, Marco Aurél io, Sétimo Severo, Maximi­
no, Décio, Va leria no, Diocleciano. São os monotel itas. São os
i conoclastas. E Fócio, Miguel Ceru l á rio. E o islamismo. E o abu­
so do feud a l ismo. São as irrupções dos bárba ros, dos n o rm a n­
dos, dos sa rracenos. E o cisma do Ocidente. E a Reforma d e
Lutero a p o i a d a pelas espadas dos prínci pes. E a fi l osofia i n­
créd u l a . São os l ivres pensadores. Na Suécia, é Gustavo I l i .
Na Po lôn ia, Esta n is l a u Poniatowski. Na D i na ma rca, Cristia no
V I 1 . N a Áustria, J osé 1 1 . Na Tosca na, o g rão Duque Leopoldo.
Em Portuga l, Pom b a l . Na Fra nça, a revolução, com Volta ire,
Alambert, Diderot. E o l i bera l ismo de mãos dadas com a Ma­
çonaria. São a i n d a Cavour, Vítor Ma noel, Napoleão I l i, Gari­
ba ld i . e: o com u n is m o ateu. E o espiritismo pagão.
Resu m i ndo os l ivros de H istória, vemos q ue contra a
I g reja estão os erros, os legisladores, os homens de Estado, os

63
p u b l i cistas � o s fi lóso � os, os literatos. A fé é a tacada. E esfare.
.
l ados o d 1 re 1. to, a virtude, os costu mes públicos. O exércit
q u e hoje ma rcha contra a Igreja de Cri sto, com põe-se de rei �
m i n i stros, legislad ores, cientistas, professôres ,acadêm icos mi �
l itares, j ud eus, protesta ntes, cismáticos, maçons, e até c� tóli­
cos, e mesmo, às vêzes, maus sacerdotes . . . Hoje, a luta é
m a i s terrível d o que n u n ca . Contra ela, as ma is pod erosas fôr­
ças do sécu lo . . .

3Não fôsse a Igreja Católica assistida por Jesus


-

Cristo e Seus Espírito, d e há muitos sécu los, estaria sepultado


nas pá g i na s bolorentas de um passado tota lmente acabado e
esquecid o.
No meio das sangrentas lutas atuais, é bom lembrar as
p a l avras d e confôrto que J esus já nos d i rigia lá d a Palestina :
"E eu estarei convosco TODOS OS DIAS até a consumação
1
d o mundo". E as portas do inferno não prevalecerão contra
e a" • • •

G raças a Deus !

4
Mas o que não consegu i ra m 20 sécu los de lutas
-

e persegu ições, conseg u i ría mos, se, da I greja Católica, TI RAS·


S EMOS o u a BfBLIA, ou a TRADI ÇÃO, ou a ASSISTl:N CIA DO
ESPf RITO SANTO : o desmoronamen to e desapa recimento i me-
diato e perpétuo dela.
E por quê ? Porq ue êsses 3 eleme ntos é que consti t uem
s
A VE RDAD E! RA I G REJA D E CRIST O. Ela, pois, deve possu í -lo
TO DOS.

er q ue
5 - Bas ead os, poi s, na História , pod emo s diz enas
são ap
"as d ema is reli giõe.s' que se dizem de CR ISTO ,

o 1 vi m os; e
· '
soc ieda des pas sag eira s, nas cida s ON TEM , com °as �··'tas'
a � ti g
fad ada s a des apa rec ere m am anh ã, com o as
·

, alb ige ns es
hoje des apa reci das : nest ona nos , mon ta n i stas
· ·
·
·

64
A BIBLIA E A "INTERPRET AÇAO PARTICULAR DA BIBLIA'·

n9 25

l
- J á nos ca nsa mos do refrão : "o protestantismo com
sua s mil seitas opostas, consiste na I NTE RPRETAÇÃO PA RTI­
CU LAR da Bíblia". Perg u nto a qual q uer homem, mesmo " eva n­
gé l i co " , mesmo a na l fabeto, mas sensato, S I N CE RO e reto :
"Se a doutrina de Cristo consistisse realmente na interpreta­
ção particular d a Bíblia, ISSO não deveria achar-se na S. Es­
critura ?" Mas, c l a ro ! Cla ríss i mo 1 Percorro, todavia, a B íb l ia
d e po nta a ponta, e não encontro essa doutrina nem mes­
mo vislu m b re dela. Nem uma lêtra 1 Nada 1 Mas, como ?
Pelo si mp les fato de ser essa teoria, I NVENTADA M I L E Q U I ­
N H ENTOS ANOS DEPO I S D E CRISTO pe lo ex-monge Lute ro,
como esca patória pa ra leg itimar sua rebeldia contra a l g reia.

2 - E pior a i nda. A Bíblia, não só não diz nada a favor


d a doutri n a protesta nte, como a i nda COND ENA EXPRESSA­
MENTE êsse O N I CO esteio do "evangel ismo " .
O q ue seg ue, sr. leitor, lêde-o devaga r, pa u sada mente,
med itando; com si nceridade e sem preco nceitos :

3 S. Pedro escreve : "Nas cartas do nosso amado ir­


-

mão Paulo há alguns pontos de difícil inteligência, que ho­


• • .

mens indoutos e inconstantes adulteram, não menos que as de­


mais Escrituras, para a sua própria perdição" {li Pdr. 3: 1 6) . . ..
"Pois antes de tudo deveis saber que nenhuma profe­
cia da Escritura e DE INTERPRETAÇÃO PESSOAL" (1 1 Pdr.
1 :20) . . .

65
A Santa Blblia 5
"O anio do Senhor falou a Filipe, dizendo : Levanta-te
e vai para o sul, pelo caminho que, pelo deserto, desce de
J erusalém a Gaza. Logo êle se pôs a caminho, e encontrou.
se com um varão etíope, ministro de Candace, rainh a do s
etíopes, intendente de todos os seus tesouros. Ele tinha vindo
adorar em Jerusalém, e voltava sentado no seu carro, lendo
o profeta I saías. Disse o Espírito a Filipe . Aproxima-te e che­
ga-te a êsse ca rro. Filipe acelerou o passo ; e, ouvindo que
êle LIA O PROFETA Isaías, disse-lhe : Porventura entendes o
que lês ? Ele respondeu-lhe : COMO VOU ENTENDE- L O, SE
ALG U t:M NÃO ME GU IAR ? E rogou a Filipe que subisse e
se sentasse a seu lado" (At. 8 : 2 6-3 2 ) . . .

4 - Argumenta ndo.
D i z a B íb l i a : As Escritu ras não podem ser i nterpreta­
11

das particularmente " .


Diz o protestantismo : A s Escritu ras devem s e r interpre­
11

tadas particu la rmente " .


A B íb l i a : "A i nterp retação particular não é segura ; é
falsa".
O protestantismo : " t: segu ríssi ma. 1: a única verda-
deira".
B íb l ia : "A i nterpretação a utêntica exige I NTERPRETE
A UTf:NTI CO, designado por Deus : a l g reia" .
P rotestantism o : "Qualquer um pode i nterpreta r autênti­
camente".
Quem esta rá traba l hando contra a Bíblia ? ? ?

5
- Conclua mos. Só o i n i m igo d a S. Escritura, só quem
não d eseja seg u i r o ca m i n ho traçado pelo próprio Cristo, s6
q uem acha q ue p a ra Deus a FA L S I DADE e a VERDADE sao
a mesma coisa, só êsse, poderá defender a i nsustentável dou­
tri n a da "interpretação particular da Bíblia".

66
PALAVRAS DE CRISTO VERSUS
PALAVRAS DE LUTERO E PROTESTANTES

n9 26

1 - Não poucas lutas teve J esus d e trava r com os iu­


deus i ncréd ul os. U ma sobremodo nos interessa. E a do cap í­
tu lo 5 d e S. J oão, versícu lo 31 a 47. De modo algum admitiam
êsses judeus a d ivi ndade do Sa lvador . Nada perderemos ao
ler o texto em questão.
"Se eu desse testemunho de mim mesmo, meu testemu­
nho não seria fidedigno ; outro é o que dá testemunho de mim,
e eu sei que é fidedigno o testemunho que êle dá de mim. Vós
mandastes perguntar a João, e êle deu testemunho da verdade;
mas eu não recebo testemunho de homem, porém vos digo
isto para que seiais salvos. Aquêle era a lâmpada, que ardia
e alumiava; e vós quisestes gozar um instante da sua luz. Mas
e'u tenho um testemunho maior do que o de João, porque as
obras que meu Pai me deu a fazer, essas obras que eu fac;o,
dão em meu favor testemunho de que o Pai me enviou. E o
Pai, que me enviou, êsse dá testemunho de mim. Jamais ou­
vistes a sua voz, nem vistes o seu semblante, NEM TEN DES A
SUA PALAVRA EM VOS; porque NÃO CRESTES NAQUELE
que Ele enviou. ESQUAD RI N HAIS AS ESCRITU RAS, PORQU E
NELAS CREDES TER A VI DA ETE RNA, e são elas que dão tes­
temunho de mim, e NÃO QUEREIS VI R A MIM PARA TERDES
A VI DA. Eu não recebo glória dos homens, mas vos CON H E­
ÇO, e sei que NÃO TEN DES EM VOS O AMOR DE DEUS. Eu
vim em nome de meu Pai, e VOS NÃO ME RECE B EI S. Se ou­
tro vier, em seu próprio nome, recebê-lo -eis. Como 1 DES
CRER, VOS que recebeis a g lória uns do� outros e NÃO BUS­
CA IS A G LO RIA Q U E P ROCEDE DO O N I CO DEUS ? Não

67
5 •
.

pensei s q ue eu vos va acusar perant e meu Pai; qu em
ACUS A é Moisés, no qual tendes posto a vossa esp eraVOS
P� rque, SE C RESSEIS A MO ISl:S, CRERIEIS A MIM, poi a

s d�
mim ESCRE VEU êle. Mas, SE NÃO CREDE S AOS SE US
ES­
C RITOS, como I DES CRER NAS M I N HAS PALAVR AS ? · .
Pa lavras de Cristo.

2 - Pa lavras de Lutero e dos protestantes dos MIL


seita s : - "A Bíblia é a ONICA REGRA DE Fe. Na leitura da
Bíblia está a nossa salvação. Bíblia, só Bíblia, nada mais do
que a Bíblia", etc . , etc., etc. Recolha o leitor o que sôbre
i sso já fa l a mos e a i nd a fa laremos . . .

3 - Peço a atenção do leitor para a cate g óri ca oposi·


ção entre as pa lavras de J esus e dos protesta ntes.
Daqueles judeus, que não só liam, mas até ESCRUTA­
VAM a Bíbl ia, Cristo afi rma que não criam nEle, afastavam-se
d E le, " O O N I CO SALVADOR DO MUNDO" (Atos 4:1 2}; e as­
s i m estava m-se afasta ndo da vida eterna, não amavam a
Deus, recusava m aceita r o Enviado de Deus, seriam mais tar­
d e acusados pelo próprio Moisés, escritor sag rado, e enfim
n ã o cri a m nem na Bíb l ia. Eis a í, encarreadas, SEIS gravíssi­
mas a cusações fe itas pe lo próprio J ESUS CRISTO contra aquê­
l es q u e LIAM D IAR IAMENTE A STA. BfBLIA . . . .
N ã o é mais do que claro que para J esus Cristo, f u n­
dado r da Re l i g ião, F i l h o Unigên ito de Deus, O LER A BJBLIA
sem m a is, de pouco ou nada va le ? ? ? Releia o leitor as po·
lavras do Sa lvador . . .
D i a nte dessas pa lavras do Verbo feito homem, qu e va·
lor têm as p a l avras dos homens, que fazem da Bíblia º. seu
tudo o seu ú n i co meio de sa lvação, deixa ndo de cumprir os
outr � s n ã o m e n os n ecessá rios mandamentos de Jesus Cristo 1

4 "Vós esquadrinhais as Escrituras, porque


- nela•
credes ter a vida eterna, e não quereis vir a Mim para terei••

68
a vida, não a m ai s a Deu s, e não me recebeis, e não buscais
a gl6 ria de Deus, e não credes em minhas palavras . Um dia,
por cau sa dos vossos crimes, sereis acusados pelo próprio es­
crito r sa grado , Moisés, em quem tanta confiança t e ndes " • . .

De pois disso, de que s e rve SO ler Biblia, omitindo tudo


o m ais ?. . ·

69
A B 1 B L 1 A E O A U T O R D A B 1 B L IA : D E U S

n 9 27

1 - E m fra ncês, a pa lavra P I ER RE, sign ifica nome de


h om e � , co m o de rocha. E m ARAMA I CO, a pa lavra K EFAS,
s .1 g n .1f1ca P E D RO e ta mb ém ROCHA. E bom lembrar que Cris­
to não fa l ava po rtug u ês, mas a ramaico.

"E Ele lhes d isse : E vós, quem dizeis que eu sou ? To­
m ando a pa lavra, Pedro disse : Tu és o Messias, o Filho de
Deus vivo. E J esus respon dendo disse : Bem-aventurado és tu,
Simão Bar Jona, porque não foi a carne nem o sangue quem
i sso te revelou, porém, meu Pai, que está nos céus. E digo-te
e u q ue tu és KEFAS, e sôbre esta KEFAS edificarei a MINHA
IGREJA, e as portas do i nferno não preva lecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos céus e TU DO quanto liga­
res na terra será lig ado nos ceus, e TU DO qua nto desligares
na terra será desligado nos Cl:US" (Mt. 1 6 : 1 5-1 9}.
Alguma coisa qu eria Jesus d ize r com essas palavras.
A-toa é que não as d i sse. Queria d a r a entender a lgo. Con­
textua l mente, lóg i ca mente, que é que DEVEM sign ificar essas
frases ? Q u a l o sentido óbvio ? Este : 1 ") - A lgreia de C ri s­
to, q ue é uma só, s e r ia ed ifi cada sôbre PEDRO. 29) - As
fa lsas r e l i g i õ e s, a q u i cha m a das "portas do inferno", luta ria m
contra ela. 30) - As chaves d_o rei no dos céus � isto é, � supr..
m o poder e a s uprema autor1d ade dessa lgre 1 a de Cr1sto, se -
riam dados Só a PEDRO . . .

Vêde agora o profeta Ma laquias, 2:7 : "Os lábios dos


SACERDOTES serão os guardas da ciência, e da sua bôca 18

70
há de aprender A LEI, PORQUE ELE e O MENSAGEIRO DO
SEN HOR DOS EXeRCIT OS" .
E Deus que fa l a . E o q ue fa l a d eve ter a l g u m sentido.
Qu a l o sentido ? Vej a o leitor se não é o seg uinte : 19) -
A
lei de Deus deve ser ensi nada, tra nsmitida a tod os, PELOS
SA CE R DOTE D E L E ; PO RQU E, 29) - O SACERDOTE E O
MENSAGEI RO DE DEUS.

Abra mos S. Lucas : "Quem a vós ouve, a mim me ouve,


e quem vos rejeita, a mim me reieita, e quem me rejeita, reiei­
ta aquêle que me enviou" (1 O : 1 6) . Pa l avras d i rigidas aos 72
discípulos. Terão a lg u m sentido. Colocando o texto no con­
texto i med iato e med iato, veja o leitor se não é isso : 19) -

Cristo fa l a d os SACERDOTES ; 29) -os SACERDOTES são I N­


TERME D I A R I OS entre Deus e o povo . . .

2 - Esses e outros textos, leva m-nos às seg ui ntes con­


clusões : CRISTO, 19) - dá-nos a todos, já desig nados, os I N­
TERPRETES OFIC IAIS DA BfBLIA; 29) - obriga-nos a RESPEI­
TAR i ncond iciona l mente os seus SACE RDOTES, a a cata r-l hes
os con sel hos ; 39)- N I N G U EM va i a Deus, senão POR MEI O
DOS SACE RDOTES do Senhor dos exércitos.
A B(BLIA mostra -nos clara mente q ue, 19) Deus Q U I S
-

e nos deu I NTERPRETES O F I CIAIS d a Sagrada Escritu ra ; 29) -

devemos respeita r e a cata r os SACERDOTES ; e 3") -


N I N­
GUEM chega a Deus senão pelos SACE RDOTES d e Deus.
Ora , o PROTESTANTISMO com tôda s as suas seitas,
1 9)- NÃO a d m ite em h ipótese a lg u ma , I NTERPRETES O F I ­
CIAIS D A BíBLIA; 29) -
NÃO possui sacerdotes. E é raro, ra­
ríssimo, encontra r UM " crente" seq uer, q ue S I N CE RAMENTE
RESPEITE os SACERDOTES do Senhor dos exércitos. Basta ler
o que por a í se escreve. E u m desdoi ro usare m os " eva n g é l i ­
cos " ta is p rocessos, COMO a rg um e ntos de s u a s seitazi n ha s ;
39) -
CO N DENAM desesperadame nte a doutri n a q ue obriga
obriga a todos a cheg a rem-se a Deus, sómente, por meio dos

71
"Não, não há i nterme diário nenh u m, n
en hu m '
SACE R DOT ES .
entre o homem e Deus".

3 - Vêde agora, amigo leitor. Dêste lado , C RIST O E


BJBLIA a d izer con ju nta mente com cla reza : 1 9) - Há int érp re­
tes oficiais da S. Escritura. E apontam QUAIS. Do outr o la d
o
os protesta ntes das m i l seitas a g ritarem : "Falso, fals o. Nã�
há intérprete oficial nenhum ; nem pode haver 1 Tolice ! To­
lice !"
29) -Aq ui CRISTO E BfBLIA a d izer que devemos to­
dos obedecer aos sacerdotes e respeitá-los. Lá, o protesta ntis­
mo em l i nguagem mu ito d issona nte a bradar por atos, pala­
vras e escritos, q u e : não, não e não ! ! !
39) - C R I STO E BJBLIA a dizer categórica mente, que
não se pode ir a Deus, a não ser pelos SACERDOTES do Se­
nhor dos exércitos. O protesta ntismo a amaldiçoar de cora­
ção tal doutri na • . •
de Cristo e da Bíblia !

4 - Ponto p i n a l . Amigo leitor, não peço que se1 0 1s ca­


tó l ico. Peço-vos S I NCE R I DADE. Estarei fa lsea ndo, sofisman­
do ? Tu do o que d i sse, n ã o é o q ue está na Bíblia ? Então,
q ue m 1: I N I M I GO DA BfBLIA ? Quem é i n i migo de Jesus
Cristo ? E o protestantismo será religião ?
Ah 1 S I NCERI DADE . . .

72
B JB L I A E I N F A B I L I D A D E P R O T E S T A N T E

n 9 28

l - U ma das concl usões a que chegá ra mos n o ú lti­


mo a rtigo, fôra que J esus Cristo deu à B íb l ia, I NTE RPRETES
OFICIA IS, a po ntados por E l e própri o. Se a j u nta rmos agora
o seg ui nte texto de S. Pedro : "Pois antes de tudo deveis saber
que NENHUMA profecia da Escritura é de interpretação PES­
SOAL", teremos de dizer que N E N H UM I N D I VIDUO PART I ­
CU LAR PO D E I NTERP RETAR AUTENTICAMENTE A BJBLIA.

2 - Os " crentes ", porém, contraria ndo o ensina mento


positivo d a Bíb l ia, afi rmam que TôDA pessoa ao l a r a S. Es­
critura é SEMPRE G U I ADA PESSOALMENTE PELO ESPJR I TO
SANTO. Disso, é i mpossível que não seja esta, a concl u são :
quem lê a Bíblia é sempre infalível. Daí o con hecido d esprê­
zo pelo sacerdócio e pe los sucessores dos Apóstolos.
Outra concl usão u ltra-absurda dessas premissas protes­
ta ntes é q u e, admitindo a doutrina da infalibilidade de todo
indwíduo particular q ue lê a Bíblia, conseqüentemente devem
também aceitar CEGAMENTE, tudo o que qualquer pessoa diz,
ao interpretar a Bíblia. I ngenuidade incrível 1

3 - Os " c rentes " não pe r dem vasa de d i ri g i r doestas


ao Papa, e a n ós, d i z endo até que o adora mos, por l he atri­
buirmos, e m certas ocasiões, • prerrogativa da i nfa l i bi l idade.
E, todavia, n o mesmo êrro, in iusta e a leivosa mente assacado
contra nós com a acostu mada descortesia, caem e se ato l a m
os protesta ntes tota l mente e todos os d ias, com u m a i rraciona-

73
l idade i nacred itóvel . Pa reço-vos i nconve n ie nte nos têr m os 1
, e .1-
t o r "'� Le d e-me ate, o f '1 m .
N ós cremos fi rmissima mente q ue o Papa, suc esso r d e
S. Ped ro, em certas ocasiões, a l iás m u ito raras, é i nfa l íve l . O
s
p rotesta n tes d a s mi 1 seitas, são obrigados a crer firm issi m a ­
� e nte q u e TO D O H OMEM, SEMPRE q u e peg ue na Bíb lia é
i nfa l ível . I sso é s i m p les e pura con cl usão da " i nte rpreta çã o
pa rticu l a r d a Bíbl ia, ú n i ca reg ra de fé " . U m escânda lo de ab ­
s u rdidade !

4 - Pela i nfa l i b i l idade do Papa, devemos aceitar como


d ivina mente reveladas, RARfSS IMAS DEFI N I ÇÕES. O que se
d á sómente depois de estudos i nterm i náveis por pa rte de to­
do o m u ndo catól ico; estudos q ue, m u itas vêzes, prolongam - se
p o r vá rios sécu l os. Sómente depoi s disso tudo, é que o Papa,
p e l o poder q u e Deus lhe deu, defi ne solenemente a Verdade
estudada por vá rias centenas de a n os. Tôda a Igreja se enfei­
ta, a legra-se, prepa ra -se para ce lebra r d ig namente tão gra n­
d e aco nteci mento. Lembra i-vos d a Defi n ição do dogma da
I macul a d a Conceição em 1 854; e agora em 1 951 , do dogma
d a Ass u nção d e Nossa Sen hora ao céu . Como qualquer um
vê isso é tão ra ro q ua nto solene.
,

5 - J á n ão assim com os p rotesta ntes. A cada mo­


mento estão a aceita r de qualquer pessoa "verdades infalí·
veis" . . . com a mesma pacatez e i n d ife rença com que lêem
a s notas soc i a i s c h i nesas. E q uand o u m ou outro pasto r e ,

mesmo s i m p les " crente " , mas esperto e a rrojado, não está
d e a cô rdo com a " verdade i nfa l íve l " , sabeis o q ue fazem ?
Ati ram às u rt i g a s a " i n te rp retação" e a i nfa l i bi l id ade" do
/1

11i rmão", e . . . fun d a m u m a nova i g reja, a que cham am e n·


tão d e " ú n i ca verdadei ra d e J esus Cristo " . Aqu i , leit or , u �
dos n ascedouros i n esgotáveis d a s até hoje, m i l e tan ta s se �
tas. I sso tudo m ostra q u e na p rática os p rotes tant es N�
CREEM d e modo a lg u m, q ue o Esp írito Santo guie e �t51��
cada leitor da Bíblia. Provas � A l é m do q u e a ca b am o s e 1
zer, vêde o q u a d ro a b aixo.

74
· o p rofessor G. H . Betts, d a Northwestern U n ivers ity
( U SA), faz endo u m a ., enquete • en tre 1 .500 pastôres e a l u nos
d e s e m i ná rios p rotesta ntes a merica nos obteve os seg u i ntes
res u lta dos, demonstrativos d e q u e a crença na in s p i ração da
S. Es critu ra está deca i ndo espa ntosa mente e ntre os " eva ngé­
lic os · .
2º/o dos pastõres d a I g re j a Lute ra n a
38º/o dos pastô res d a I g reja Bati sta posmva mente
56º/o dos pastôres d a I g reja Presbiteri a n a e francamente
60º/o dos pastõ res d a I g reja Episcopal NEGARAM ou
65°/o dos pastõres d a I g reja Metod ista DUVIDARAM da
83°/o dos pastô res d a I g re j a Con g regacional laaglratlo di­
920/o dos sem i na ri stas desta s I g rejas vina da Blblla•
S em c omen t a, nos 1. . . .
.

6 Tudo n u ma frase :
-

A doutri n a p rotestante "interpretação particular da Bí­


blia, única regra de fé", é um p retexto basta nte desoieitado
pa ra nada aceita rem, ou aceita rem sómente aqui lo de que
gosta m.
Mei o fác i l p a ra a l i menta r paixões pessoais ; mas não é
esta a doutri n a de Nosso Sen hor J esus Cristo.

75
I NTERPRETAÇÃO CATOLICA E I NTERPRETAÇÃO PROTESTA NT E

n 9 29

l - O p rotesta n te s i n cero, q ue con h ece a o me nos 0


n os5o l Q catecis mo, e q u e não é víti ma do precon c eito , n ão
pode dei xa r de ad m i ra r a i mpress i o n a nte U N I DADE da Igreja
Cató l i ca : unidad e na FS, unidade no GOVER NO, unitla de n a
DOUTRI NA .

2 - Se o crente " estudasse pri me i ro lea l mente a reli­


H

g i ã o cató l i ca, da q u a l fa l a sem nada saber, não teria dificul­


dade em ver, s u posta a h o n estidade de ju lgamento, como essa
u n idade d a I g reja, é a que Jesus Cristo exigiu para a sua
I g reja. Despido do p reco n ceito, mesmo com red uzido estudo,
veria então, com faci l idade, que só a I g reja Catól i ca é UNA.
Só e l a cu m pre à risca as palavras da Escritura : "Pai santo,
guarda-os em teu nome no qual mos deste, para que seiam
um como nós . . . Tenho outras ovelhas que não são dêste
aprisco, e é preciso que eu as traga, e elas ouvirão a minha
voz, e haverá um só rebanho, um só pastor" • Só há um
. •

corpo e um espírito, como também fôstes chamados em uma


só esperança da vossa vocação. Só um Senhor, uma fé, um
batismo, um Deus e Pai de todos" (J o . 1 7 : 1 1 ; 1 O : 1 6; Ef. 4 :4-5) ...
Ao " crente " sincero q ue deseja rea l mente conhecer a
verdade, perg u nto : onde se rea l iza essa u n idade essencial à
I g re j a de Cristo, por Ele tão a rdentemente q t:Jerida e com ta n·
ta i n s istência ta ntas vêzes afirmada ? Não é só na Igrej a Ca·
tól ica ? Só q uem tapa fu riosa e obsti nadamente os olh os é
q ue n ão vê. O ceg o vol u ntá rio, o u cego pelo org u l ho, ou pe� o
PRECONCEITO, o.u pelos pecados, ou pelo ód io, só êle nao
76
vê qu e, d e m od o n e n h u m ess a
u n i d a d e d a I g rej a de Cr
isto ,
es tá nas cente n a s d e seita s p rotes ta nt es.
P reza d o lei ! o.r, a pon ta i -me o n d e está nas igre jas
pro ­
te sta ntes a q u e l a , U MA S ó F l: " , q u a ndo nela s há ta ntas fés
qu an tas são a s ca beças 1 Apon ta i- me o n d e está o " UM Só
PAST O Rn exi g i d o p o r Cri sto ! O n d e êsse " UM Só REBA­
NH O " , n a s i nfi n d áveis ca pe l a s crente s ?

3 - Mais. Pou co h a bituado, ta lvez, ao estud o do pro­


testa nti s m o, n ão s a b e i s q u e há n a s i g reias evangél icas A
MAI S COMPLETA E ABSOLUTA ANARQUI A N OS ENSI NA­
MENTOS. Aponta n d o fa lta tão g rave, não exagero u m ti l se­
quer. Respo ndei- m e : por q u e essas seitas q ue não termi n a m
mais, o postas n a s doutri n as, d i a a d ia, fracion a ndo-se em d i­
visões q u e servem a penas p a ra l evar a o ateísmo ? Que sig ni­
fica, cada " crente " j u l g a r-se a utorizado p a ra fu n d a r uma no­
va igreja, basea d a n a p ró p ri a i nterpretação parti cu lar d a
Bíblia ? Que está a d izer o fato d e nos Estados U n idos MAI S
DA METADE d a pop u lação NÃO TE R MAI S RELI G IÃO P O R
CAUSA D A I N FI N DAVE L m u lti p l i cidade d a s seitas ? ? ?

4 - E a ca usa d êsse número a bsurd o d e seitas, como


do ateísmo que d a í p rovém, é a "interpretação particular da
Escritura", ta n to q u a nto a u nidade a d m i rável e sôbre-hu m a­
na da I g re j a Cató l ica com os sa ntos q ue p roduz, é d evida à
interp reta ção AUTENTI CA d a B íb l ia pelo Magistério, confor­
me as p a lavras d o Fu n d a d o r : "Dar-te-ei as chaves do reino
dos céus e tudo quanto ligares na terra será ligado nos céus,
e tud o quanto desliga res na terra, será desligado nos céus • • •

Quem a vós o uve, a mim me ouve ; e quem a vós reieita a


mim me reieita . E quem me reieita, reieita Aquêle que me
.
envi ou " • • •

n
BIBLIA E PRODUÇÃO DE SEITAS PROTESTANTES

n' 30

1 - O católico, lendo a fatigante l i sta das mil seita s


protesta ntes opostas entre si, desnorteia-se , e pergun ta qu a l
a CAUSA de tão g rande desgraça. O homem honesto e sin­
cero sabe que a ca usa é uma só. As m i l seitas evangé l ica s
têm, tôdas, esta origem : a INTERPRETAÇÃO PARTICULAR DA
BfBLIA.

2 - Mas essas i nterpretações não poderiam ser TO­


DAS I GUAIS ? S i m, se TODAS fôssem A VERDADE; porque
a verdade é UMA Só. Agora que são m i l D I FERENTES, sa o
tôdas fa lsas. A fa lsidade não tem número. E a falsidade das
i nterpretações vem da fa lsidade do SISTEMA protestante.

3 - Pa lavras claras da Bíblia são que a lgreia de


Cristo é UMA Só. Que deve haver UM Só rebanho, UM 50
Pastor, UMA Só Fé, UM Só Batismo. Mas essa O RDEM DA
5. Escritura poderá ser cumprida quando qua lquer homem,
q ua lquer m ul her, apaixonado, com preconceitos, com idéias
fixas, pode à vontade torcer, fa lsear os Livros Sagra dos, e
passar- lhes a tesoura por entre as frases i ncômodas i . . . E é
a ss i m q u e se respeita a Bíblia nos arra iais protesta ntes. O
q ue não seria d ifíci l p rovar . . .

4 -Ma is. Todos nota mos que de uns a nos para cá, 0
n ú mero das rel ig i ões protestantes, impulsionadas princ i pal·
mente pe los norte-america nos, aumentou assusta dora mente.

78
P or. � u e ? Por q ue os ya n q u es, d i nâ m i cos e mu ito uti l itar is tas ,
ve ri fic a ra m q u e . � u nd a r u m a �ova igre ia evan gélic a , DA LU­
CR�S . <? ra, I ª q u e �, pass ive i, porq ue não prod uzi r novas
. ·,

ig re 1 as b 1 b l 1_cas ? ? ? Foi o q ue se fêz. e o q u e se faz. E aqui


est á a exp l i ca çã o d êsses extra ord i n á rios movi ment os das sei­
tas, como Adv � nti sta , Teste m u n h as de J eová, (Tôrre de vigia) ,
Morm o n s ( l g re 1a dos sa ntos dos ú l ti mos d i as), e a fanátic a
Pent ecosta l . Aí e stá . R e l i g i ões, a rtigo de mercado 1

5 - Mas não fo i i sso que J esus Cristo veio implanta r


na te rra . Vei o para a sa lvação das a l mas. Para melhor sa lvá­
las, org a n iza u m a Sociedade, a que Ele chama de HMI NHA
I G REJ A" . A s u a I g re j a q u e é única e una, deu todos os po­
deres n ecessá rios para a sa lvação das a l mas. A ela, e só a
ela d isse : tudo quanto ligares na terra, será ligado no céu;
tudo quanto desligares na terra será desligado no céu.
·Quem a vós ouve a mim me ouve; e quem a vós reieita a
mim m e reieita ; e quem reieita, reieita aquêle que me enviou.
E a I g re j a d e J esus Cristo é somente a sa nta Igre ja Ca­
tól i ca ; a ú n i ca q u e existi u desde o a no 33 . . . As outras tô­
das são d e fab ri cação huma na, datadas de há poucos anos ;
e g ra n d e n úm e ro delas (principa l mente das modernas), são
mero objeto de mercado 1 ! 1

79
BIBLIA, PARTE DO D E POSITO DA Fe

n9 31

1 - O que ao não-catól ico m a i s i m press io na e m e ra .


vi l ha na I g reja Cató l i ca, é a sua U N I DA D E na FE, no GQ.
VERNO, no C U LTO.
Em tôdas as cidades de todos os pa íses de todo 0
mu ndo, ontem, hoje, a manhã e sempre, aq ui e lá e em tõda
a parte, sem pre a MESMA Fé, o MESMO Govêrno, os MES­
MOS Sacrifícios e Sacra mentos.
N o protesta ntismo, o que mais d esag rada ao protes­
ta nte sincero, é a MU LT I P LI C I DADE espa ntosa das seitas c o m
suas doutri nas d iferentes, opostas, num amál gama doloroso e
i nsustentável .

-2 Com fu lgor intenso bril ha a I g reja Católica na


s u a d ivina U N I DADE, ta nto qua nto se empana o protestantis­
m o n a sua h u m a n a MULTI PLI CI DADE. Por que ?
A l g reia Catól ica promete Cristo a Sua assistência co­
tid i a n a . A l g reia reverencia, a ma e usa a Sta. Bíblia, saben·
d o, contudo, q u e os Livros Sag rados não contêm "TODO O
S ISTEMA C R ISTÃO " nem TU DO o que J esus ENSINOU e
MAN DO U FOSSE ENSI NADO. Sabe que a Bíblia é ape na s
u m l ivro OCASI ONAL, u m meio poderoso de a ju d a efic ien te
n a s u a d ivi n a m issão de PREGAR O EVANGELHO A CADA
C RI ATU RA. Seg undo a ordem do seu Fu ndador, ela a cei ta
a i nda a T RA D I ÇÃO C R ISTÃ, que também faz parte d o de p6·
s ito de fé.

E a lém d isso possu i a i nda a I g reja outros tesou ros, ai!·


\'I •
cerce da sua u nidade : A SAG RADA EUCA RIST IA (J es u s

80
ve n d o pess o a l m ente conosco, com cada um d e nós em p<!lrti ­
c ul ar, unin do-nos todos n l:l e) . e mais o AMO R e a PROTE­
ÇÃO d e tôd a hora d a STA. MÃE DE DEUS e nossa.
Hoje, como o ntem e a ntes do nascimento do protestan­
tismo, a I g reja d e Cristo prega i m pávida as verdades de que
só ela é d epositá ria. Fid e l íssima à sua missão divi na, é ela o
único b a l u a rte protetor da TRAD I ÇÃO e das Sag radas Lêtras,
mesmo contra os que se chamam pomposa e oca mente " ami­
gos da B íb l ia " .

3 - N O P ROTESTANTISMO, a i nesgotável m u ltip l ici­


dade de seitas que d esafia qualq uer estatística, vem de sua
origem H UMANA (Lutero, que o fu ndou), vem da REJ EIÇÃO
DA TRAD I ÇÃO exigida por Cristo, vem do seu apoio exclu­
sivo e pessoa l na Bíblia, como única regra de fé. O que foi
condenado por Cristo.
E assim o protesta ntismo que exteriormente p retende
servi r a Cristo, combate rea lmente o Cristo . . .

81
A Santa Brblia 6
A " I N T E R P R E T A Ç Ã O P A RT I C U LA R" N A P RATI CA

n9 32

1 - Lutero ao fu n d a r o p rotesta ntismo dogm at iza va


·
"a todos os cristãos e a cada um em particular incu mb e co:
nhecer e iulgar a doutrina. Bíblia, só Bíblia, nada fora da Bí­
blia".

- 2 Eis um texto bíblico ! Lutero i nterpreta-o dum mo­


d o . Zwíng l io, doutro. Mel an chton, desta ; Ca lvi no, daquela
m a n e i ra . Os a n g l ica nos iá têm outra i nterpretaçao. A dos
presbiteri a nos é d iferente. Cada uma das m i l seitas, tem l á
sua i nterpretação verdadeiramente " pessoa l " .
Con h eceis, a m igo le itor, o texto " I STO 1: MEU COR­
PO " ; em lati m : HOC EST CORPUS MEUM. Pois só dessas
QUAT RO p a l avri n has conseg u i ra m os protestantes, iá em
1 577, D UZENTAS i nterpretações diferentes. (Claro que entre
essas 200, n ão se encontrava a O N I CA VERDADE I RA, defen­
d id a pela l g reia, e que diz que a proposição "isto é meu cor·
"
po , S I G N I F I CA R EALMENTE : " isto é meu corpo").

DUZENTAS i nterpretações d iversas, opostas, contradit6-


rrias. Perg u nta mos : São tôdas VERDADE ? Tôdas vindas do
Espírito Sa nto ? Tôdas, i nfa l íveis ? Será que Cristo teria con ­
fiado sua pa lavra ao mu ndo para . . . chegarmos a esta ba­
bel re l ig iosa ? Que vantagem tem um l ivro I N FALfVEL, nas
mãos de homens fa l íveis ? . . .
Bri nca r com a l mas resg atadas pelo Sangu e de J es us
Cristo, é bri nq uedo de mu ito mau gôsto 1

82
3 - Por isso n ã o teme u u m p rotes ta nte cond enar a i n­
t e r p r eta ção p a rticu la r, d i zen d o : "A palavra de Deus tem um
s ó se ntid o em si mesm a ; m il, porém, terá na cabeça do leitor.
N a Bíb lia não buscamos tôda a verdade; mas só aquela que
nos sa tisfaz e deleita . Pois, mesmo as verdades parciais
. •

tê m na Bíblia, beleza capaz de levar a erros magníficos; e sua


a uto rida de assegu ra-lhes uma consagra ção indiscutível. Afer­
ra m o- nos à verdade que escolhe m os. As outras verdades que
a completam, fazendo-lhe contrapêso, excluimos ou negligen­
ciam os . N a Bíblia não vemos senão o que queremos . . • Com
uma só coisa estamos de acôrdo : Na S. Escritura procuramos,
não as idéias nela contidas, mas tão só a sua autoridade irre­
cusá vel para as nossas idéias, que qualquer outro nome não
pode ria suficientemente proteger . . . " (Vi net: "L'�glise et les
conf ession s d e foi").
Pausa i...

4 - A máxima va nta gem d a i nterpretação particu la r


d a Bíb l i a, fo i sempre a d e aca riciar cada u m, suas P: óprias
.
idéias pa rti cu l a res; e . . . bem vêzes, d e acobertar pa 1xoes.

83
' .
B r B L I A E . . . N AS C E D O U RO PROT ESTANTE

n9 33

1 - Aci catead o soberb a m ente pelas pa ixões i nd o m a ­


? a s, revo lta-se Lutero co ntra o Papa e a Autoridade d a l g re ­
l ª · Q u ere n d o a todo custo esconder as paixões que o leva­
va m a sepa rar-se d a I g reja, a d esbati n a r-se, a violar os três
votos pro n u n ci a d os d i a nte de Deus, o monge a póstata socor­
re-se d e u m m e i o sacrílego. Servi r-l he-é então de roupag em
p a ra cobri r e d i ssi m u l a r- l he os víci os, a . . . Sagrada Bíblia .
S o b a capa d e " cristi a n i s m o " , poderá ass i m conti nuar alimen­
ta n d o a s s u a s pouco h o n rosas pa ixões. Eis o n ascedouro nado
n o b re do pri ncípio p rotesta nte : "Bíblia e só Bíblia".

2- A seita fundada por Lutero reieita a autoridade, o


m a g i stéri o d e fé. A u n idade ass i m esboroa-se. Na igreja de
Lutero, cada " i rm ã o " recebe do l ivrei ro u m l ivro, que diz ser
i ns p ira d o. Ele devotamente o crê sem iamais poder demons­
trar-lhe a verdade. Lê o q ue pode e como pode. Concebe
u m a s idéias. Fabri ca a sua mora l. Pensa do seu ieito . . . 6s
a rel ig i ã o fu ndada por Cristo. O seu vizi n ho faz o mesmo : lê,
pensa, fa brica . Mas chega a con c l usões tota l mente oposta s.
N ã o tem i m portâ ncia. A mbos são cristãos, eva ngéli cos . O s
dois têm razão ; pois n ã o usa ra m a Bíbl ia, e só ela ? Eis o
cristi a n is m o fu ndado por Cristo.
Prezado leito r, o q u e atenta mente acabastes de le r, é
o p rotesta ntis m o n a s u a essência. N ã o perg u ntemo s po r #
d og:
m a s " nem p o r " mora l " . Cad a u m tem o seu. Pa ra êle s tu d o e
" BTBLIA, Só BTBLIA, NADA SENÃO BTBLI A " .

84
3 - M a s ês te p r i n cí p i o p ro te sta nte · . . .
� :Ç �
" B 'b l ' o B i bl i a,
n ado s e n ã o íb l i a " , est á e m TO TA L co N TR o
B
Ã
B f B L I A, com a H I S ! ó R I A D O C R I STI AN I S MO ,
co
SE N S O . Seg u e e nto o a co n c l u s ã o : Se êss e prin cíp io
com 0 B ��
p ro 1es-
tan te " B 1' b l "1 0 s o' B 1' b l 1' a , esta" em con trad içã o com a BIB
"

LIA
com o C R I STIA N I SMO e com a RAZ AO . NU NCA SER A Á • •

D OUTR I N A D E C R I STO.
A noss a o b ri gaçã o será m ostra r a os leitor es desta sec-
ç ã o a contr ad ição d o p r i ncípio p rotest a nte com :
1Q - a Bíblia,
2Q) - a História, e

39) - o B o m Sen so.


E: o que fa re m os por a lg u mas semanas.

4 - " B í b l i a só B íb l i a " l Se êsse pri ncípio evangél ico


fôsse mesmo a O N I CA reg ra de fé exig ida por Cristo, n ã o d e­
veria e n co ntra r-se COM UMA CLA REZA I R RESPON DfVE L NA
P R ó P R I A ESC R ITU RA ? ? ? Todavia, em TôDA A ESCRITU RA
não há UM Só texto q u e seq uer acene à essa a l ie n ígena dou­
tri na. O p rotesta nte o u eva ngélico, S I NCERO e H O N ESTO
N O PENSAME NTO, n'ão encontra nem um textinho que d ê
possi b i l idade a u ma h i potética p roba b i l idade d e existência
do seu princípio . . .
E ntão . . . para d efender o " b íb l ia -só-bíb l ia " , o protes­
ta ntismo começou a fa lsificar, corta r, d isseca r a pa lavra d e
Deus escrita . Eis a mais abertas CONTRADI ÇÃO no fu ndame nto
do siste m a . Doutri na de Cristo ? ? ? Esta ria eu afirmando
uma i nverdade ? A p resentem-nos então UM Só TEXTO b í b l i ­
co a favor do seu p ri ncíp io, co mo o s temos nós tantos e tão
claros e categóricos, sôbre o P R I MA D O DE P E D RO E SEUS
SU CESS O R ES, rejeitados todos pelos " b i b l istas " .

O p rotesta ntismo será o q u e q u i serdes, leito r, N U NCA,


PO REM, A RELI G IÃ O DE C R I STO nem a Verdade .

85
A B I B L I A E O P R I N C I P I O P R O T E ST A N T E

n' 34

1 Se nas Escritu ras não encontra m os protesta ntes u


��
-

texto sequer a favor do seu pri ncípio, contra êsse mesmo ri


cípio temos nós ta nto a O R I GEM da S. Escritura, como 0 s u a
NATU REZA e a s suas DECLARAÇOES forma is.

2- D i z o protesta ntismo que o cristianismo se apóia


sómente n u m l ivro. Fôsse isso verdade, como expl icar que Je ­
sus Cri sto, o FUNDADOR, nu nca escreveu nada, mas tudo
q u a nto ensi nou só o fêz de VIVA VOZ ? Como explica r q ue
nem mesmo nos aconselhou êsse livro, Ele o FU N DAD O R ?
N em insinuou aos Apóstolos de escreverem, de tornarem-se
d istrib u idores de B íb l ias ? E por que, ao transmiti r solenemente
aos Apóstolos o PO DER, a MI SSÃO, e o ME IO de salvar as
a l ma s não l hes disse : "ide, escrevei e distribuí Bíblias", mas :
"ide, PREGAI. Quem a vós ouve, A MIM ME OUVE " ? ? ? . • .

Cristãos O B E D I ENTES, os apóstol os quase nada escreveram.


P REGARAM, porém, mu ito.

-3 Fundada iá estava a I g reja. Propagado já o Cris­


t i a n ismo. E . . . a i nda NÃO HAVIA UM Só LIVRO do Novo
Testa mento.
O P R IMEI RO l ivro a aparecer, foi o Evange l h o S. �e
Mateus, VAR I OS ANOS DEPOIS da fu ndação da l gre 1 a . O)
O LTIMO, de S. J oão, NO FIM DO 19 Sl:CU LO (Cf. nQ 9, pág ...
·

Durante êsse tempo a I g reja espa lhara -se pe lo m u n d�·


A S. Pedro, 1 9 papa, sucederam S. Li no, Sto. A na cle to e ·

86
Clem. ente. M i l h a res d e m á rt i res derr a mar am 0 sang we pe 1 a
lg re1 a.
Qua l a REG RA D E FE de ENTÃO ? Bíbl ia ? Fisic ame n­
te im possí vel . Estav a por n ascer . Era o ENSI NO ORA L VIVO
'
AUTEN TICO , dos apóstolos e dos seus legítim os 1uce1;ores.
Pel o correr dos a n os, fôra ta lvez abrogada ESSA Regra
de Fé ORD ENADA POR CRISTO F U N DADOR ? ? ? Fõra SU­
BSTITU fDA PO R UM LI VRO ? ? ? . . . Rejeita-a a Bíblia. Rejei­
ta-a a I g re j a . Rejeita-a a H i stória .

4 - Ca m i nho d e Da masco. Ano 32 a 36 depois d e


Cristo. Saulo, cava leiro a ltivo, derrubado n o chão, rodeado
de luz celeste, ouvi ndo a voz de Cristo : "Saulo Saulo, por que
ME persegues ? - Quem és, Senhor ? - Eu sou Jesus, a
quem persegues. Mas levanta-te, e entra na cidade, e SER­
TE-A DITO o que hás de fazer". (At. 9 :4-7).
SE R-TE-A DITO . . . O cristi a n ismo de Jesus Cristo vem
pela AU D I ÇÃO ; n u nca pela leitura particu lar de um l ivro.

Estrada de J erusa lém para Gaza. Deserta. U m eununco


da ra i n ha d a Etiópia, no seu coche, LEN DO A BfBLIA : o pro­
feta Isa ías. Fi l i pe, m i la g rosamente, chega-se a êle. " Porven tu ­
ra entendes o que lês ? - Como vou entendê-lo, se alguém
NÃQ ME GUIAR ? " . E pede a Filipe de subir e EXPLI CAR-l he.
(At. 8 :27-31 ) .
Dá-lhe F i l i pe u m a outra Bíblia ? E a Saulo entrega-lhe
Cristo a Escritura ? A N ECESSI DADE DO ENS I NO O RAL é
claro no Cristia n ismo d e J esus Cristo . . .
O protesta ntismo é uma tota l desobed iência a Cristo.

87
B I B L I A E D E S L E A L D A D E P R O T ESTA N T E

n9 35

- 1 Contra o p ri ncípio p rotesta nte "bíblia-só-bíblia"


e nfi l e i ra m-se e a NATU REZA, e as DECLARAÇÕES formais d �
S. Escritu ra.

Basta u m l a n ço d'ol hos sôb re a fN DOLE dos livros do


N ovo Testa mento, pa ra nos convencermos da nossa afi rma­
ção, como da i m p rocedência da doutri na p rotesta nte.
S. MATEUS escreve o seu evangelho aos heb reus, para
m ostra r- l h es q u e J esus é o verdadeiro Messias. Usa só dos
fatos q u e servem pa ra a tese, omiti ndo os outros. S. MARCO S
res u m e a s p reg a ções d e S. Ped ro. Quase nada acrescenta aos
escritos d e Mateus. S. LU CAS a crescenta-l hes umas parábolas,
u ns m i l a g res, u n s e p i sód ios da vida de Cri sto. S. J OÃO escre­
ve p a ra p rova r a d ivi ndade de Cristo contra as heresias dos
ceri ntia nos, n ico l a íta s e ebionitas.
Passando às EPfSTO LAS. Como os eva ngelhos, TO D A S
a s e p ísto l a s s ã o escritos de OCAS I ÃO. Aqu i , para corrigir um
êrro ; a l i, p a ra d esfazer um preconc eito; acolá, para exp or
u m a doutri n a , p reve n i r contra u m a heresia, dar u m conselh o,
e tc A origem d a s d u a s ca rtas aos CO RfNTIO S, fôra
.
um es­
câ n d a l o n essa l g reia. Os iuda iza ntes p rocu ram logra r os GA­
LATAS. Log o Pa u lo escre ve- l h es sôbre o assu nto. As carta� a
,
T I TO e a TIMôTEO n ã o passa m de cons el hos, exortaço es
orie nta ções p a ra o g ovêr no da I g reja.
na
Ond e u m COM PEN D I O da dout ri na cri stã ? O nd e
S. Escrit u ra u m MAN UA L, u m CATE CISM O, um CóD
I GO ª

88
s u b st itu i r o MA G I STl: R I O i n stit u ído por Cri st o ? On de
na 8,1 _
b iia , "bíblia-só-bíblia" ? ? ?

-
2 . Se h á q u e m con h eceu o d ese jo e as i ntenções de
Jesus Cri sto, por ce rto q u e êsses fora m os Apóstolos. Pois bem.
Esses a pósto l o s s ã o os P R IMEI ROS a afirmar que NÃO ES­
CREVE RAM TU D O . S ã o os P R IMEI ROS a I NSISTI R NA CON­
SE RVAÇÃO DA T RA D I ÇÃO O RAL. S. J oão escreve o seu
eva ngelho q u a n d o a I g re j a já florecia havia 65 a n os. Ao ter­
miná- l o, d i z : "Muitos outros sinais ainda fêz Jesus em pre­
sença dos discípulos, os quais NAO ESTÃO ESCRITOS neste
livro" (J oão, 20 :30) . Nas duas ú ltimas ep ísto las, acentuo :
"Muito mais teria e u que vos escrever, mas não quis fazê-- l o
com papel e tinta, porque espero ir a vós e FALAR-VOS
FACE A FAC E " ( l i� : 1 2). A i nsistên cia de Pa u l o sôbre o NE­
CESSI DADE DA T RA D I ÇÃO ORAL, é mais do que notório :
"Mantende-vos, pois, firmes, irmãos, e guardai os ensinamen­
tos que recebestes, Q U E R PELA PA LAVRA, que pela nossa
carta" (l i Tess . 2 : 1 5) . . .
". . Mandamo-vos que vos afasteis de todo irmão que

se entreg a à preguiça e NÃO SEGUE A TRADI ÇÃO QUE DE


NOS RECEBESTES " (1 1 T ess . 3 :6) . . .
"O que de mim O UVISTE perante muitas testemunhas,
confia-o a homens fiéis, capazes de ENSINAR A OUTROS"
(l i Ti m . 2 :2) . . .
Eis o ensi n o c l a ro, pos itivo, i nsofismável do Bíblia ge­
nu ín a . . .

3 -
Fôs se o p rote staa ntae s i n cero ; não dei � ass � � p � e­
con cei to con tr a a I g reja Cató l i ca escu rece r-l � e ª . inte l i genc i o ;
nã o fôsse i n i m ig o d a B í b l i a . . . , e ê l e d : ve! ' � � 1zer ao � s.e �s
" cr e ntes " : "Irm ã os' a n ossa reg ra de fe B �b l i a só �ib 1 11? .'
- 1m p 1c1-
na o se enco ntra nem uma so, vez, nem explí · .
cita ' ne m
. ...
,
ta men te 1 n a Escr itu ra Mas , a o con t rario , mu ita s e mu itas ve. zes

d a-
el a inc ulca a NECESSI DAD E D O E N S I N O O RA L a ne cess1

d e d e CONS ERVAR A TR ADIÇÃO, a 1 N SU F I CI EN C I A da Bí


bl ia ,

89
que não conté m TUDO o que Jesus Cristo ens in ou . lr ""
Aos discípulos N U N CA ordenou Cristo, manusea ssem u . ��
m º !
vro para nêle procurar a Sua doutrina. Orde n ou si m , ouy 1 �­
SEM aquêles aos quais MAN DARA P REGAR; e ao s qu a is dº
, . IS-
·

sera : " Q u e m a vos ouve, a m i m me ouve. Q uem nã o e s c


ut
a I g reja, se ja como g e n tio o u pub l i ca no . Pai, não ro g o s ó par
êstes (os a pósto l os), e sim, por todos q u anto s C R E RE M e �
m i m PELA SUA PALAVRA" . . .
E para que os apóstolos continuasse m a ensin ar DE
VIVA VOZ, sem perigo de êrro, TUDO quanto orde nara, pro­
meteu a sua assistência diuturna até o fi m dos sécul os. Eis '

i rm ãos, o que diz a Bíblia" . . .

- 4 Isso deverá fa l a r o protesta nte S I NC E RO, se res ­


peitasse as a l mas para as quais Cri sto morreu ; se rea lmente
l h e i n te ressasse a B íb l i a ; se rea l mente a ma sse a S. E scritura;
se rea l m ente temesse, respeitasse e obedecesse ao Au tor do
B í b l i a : DEUS .
Mas, a i !, bem tristemente outra, é a verdade.

90
O PRI NCIPIO PROTESTANTE NOS PRIMEIROS S�CU LOS

n9 36

1 - Consu ltada a SAG RADA ESCR ITU RA, sôbre a re­


gra de fé protesta nte "bíblia-só-bíblia", resta-nos i nquirir a
HISTO RIA. A B íb l i a co ndenou FO RMA LMENTE a teoria pro­
testa nte. Q u e n os d i z a H i stória ?

2 - Q u a l era a REG RA DE Ft n o cri sti a n i smo P RIMITI­


VO ? Não n o s esq ueça mos d e q u e a reg ra de fé deve existi r
ao MESMO TEMPO que a I g reja. Sem preco nceito, sem ód io
que tudo torce e den i g re, mas co m desejo SI NCERO de saber
a ve rdade o b j etiva, leia mos, ca l mos, aquêles porta-vozes e lu­
minares da prim i tiva I g reja, os quais por seu saber, por suas
lutas e controvérs i a s, são por assi m dizer a enca rnação do
pe nsa me nto e da consciência da I g reja daqueles tem pos : os
SANTOS PAD RES e os DOUTO RES da l g re i a .

3 -Do g ra nde m á rt i r sto. I nácio (t 1 07), fa lava EUS�­


BIO {265-340), n a sua H istóri a Eclesiástica : " ( 1 nácio} advertia,
antes de tudo, às igreias das diversas cidades, que evitassem,
sôbre tôdas as coisas, as heresias que começavam então a
nascer e a alastrar-se ; e exortava-as a se ATE REM TENAZ­
M E N TE A TRA D I ÇÃO DOS APôSTOLOS " {Migne, Grego, XX,
287, a no 1 857) . . .
A os Efési os, escrev ia o p róprio má rti r : "Antes exorte i­
vos a vos conservard es unânim es na doutrin a de Deus : pois,
Jesu s Cri sto, nossa vida insepa rável, é a doutrin a do Pai, co­
mo a do utri na de Jesus Cristo são os B I SPOS CONST ITUTDO S

91
NAS DIVERS AS REG l ô ES DA TE R RA ; cumpre, port a nt o, qu e
seiais concorde s no sentir do bispo . . . A quem envia o Pai d
famíli a para governar os seus, devemos acolher co m o aqu êl :
que no-lo envia. e, pois, evidente que o bispo deve ser con si­
derado como o próprio Senhor" (Ad E p h e s i o s 1 1 1 -IV ). POL I CA R­
PO, m a rti r i z a d o em 1 55 : "Sigamos, d i z ê l e, a dout rin a qu e
possuímos por TRA D I ÇÃO desde o princípio" (Ad P h i l i p p en ­
ses VI 1 , 2). CLEMENTE ROMANO, d i scípu l o e 3 9 s u ces sor de s.
Ped ro (fi n s do 1 <;> sécu l o) , escrevia aos Coríntios : "Os ap ósto­
los mandados por Jesus Cristo foram os que nos preg ara m 0
Evangelho. Jesus Cristo foi mandado pelo Pai; assim Cristo
vem de Deus, os apóstolos de Cristo. Estes, pois, recebidas as
ordens . . . partiram para anunciar o reino de Deus e constituí­
ram bispos e diáconos para os que haviam de crer" (Ad Co­
rinthios c. XLll).
D essa ca rta d i z i a o cé l e b re m á r t i r IRI NEU : "Sob C l e­
mente, havendo nascido forte discórdia entre os irmãos de Co­
rinto, a lgreia de Roma escreveu-lhes uma carta enérgica, exor­
tando-os à paz, reparando-lhes a fé, e anunciando-lhes a tra­
dição que havia pouco tinham recebido dos apóstolos" (MG,
VI I , 850).
O mesmo I RI N EU escrevia a i n d a : "Aí está pate n te, a
quantos querem ver a verdade, A TRADIÇÃO DOS APôSTO­
LOS, manifesta em tôda a lgreia disseminada pelo mundo in­
teiro : podemos enumerar os bispos constituídos pelos apósto·
los e os seus sucessores até nós : nenhum dêstes ensinou ou co·
nheceu o que êstes agora devaneiam" {MG, VI I, 848) . "Não
devemos buscar nos outros a verdade que é fácil RECEB ER DA
I G REJA, pois os apóstolos, a mancheias, versaram N ELA , CO­
MO EM R I Q U fSS I MO DEPOS ITO, TôDA A VERDADE . . Este .

é o caminho da vida (MG, VI I 855). "E se os apóstolo s nã o "º.5


houvessem deixado as escrituras (a í está a conden a çã o e xpl!­
c i ta d o p rotesta n t i s m o p e l o sa nto m á rti r), não cump ria seg u �
a ordem da TRAD I ÇÃO POR E LES ENSI NADA AQ UE LE S
QUEM CON F I AVAM A SUA I G REJA ? A esta econ omia se
adaptam muitos povos bárbaros que crêem em Cristo , po r u �� :
SEM PAPEL N EM TI NTA, trazem a salvação escri ta pelo
rito nos próprios corações e conservam diligen tem ente ª T��­
D I ÇÃO ANTI GA (MG, VI I , 966, 551 , 1 . 053, 1 .077).
n

92
O nde , n o cri sti a nismo primitivo "bíblia-só-bíblia" ? ? ?
D eix a nd o-se g u i a r pela S I NCERI DADE, que deve fazer o ho­
me m H O N EST O ? . . .
n9 37

1 - Conti nua ndo a i ndagar da H I STO RI A o qu e d iz'


os Stos Pad res e Doutores da I g reja , sôbre a reg ra de fé i a m
testa nte, medi temos com vagar o g rande apolo geta TE�{�:
LIANO 1 60-240) : " D e nada vale a disc ussão das Es cri tu ras A
h eresia não ac eita a l g uns dos seus livros, e se os acei ta �or.
rompe-lhes a integ ridade, adu lterando-os com interp ola çõ es e
multi lações, ao sab o r de suas id éias, e se, algumas vêzes ad.
m ite a Esc ritura intei ra, pe rverte-l he o sentido com inte rp reta­
ções fantásticas . . Não se deve, pois, apelar para a Esc ritu­

ra, nem implantar a questão em campo onde não pode haver


vitória, ou pelo m enos, vitória certa . De fato, ainda q ue 0
co n fr onto d as Esc rituras não deixasse as duas partes no mes·
m o p é, a b o a ordem pede que primeiro se proponha - e é 0
d e que agora d isputamos - determinar quem possui a verda­
deira fé, a q u em pertencem as Esc rituras, por quem, a quem
e quando foi confiada a disciplina que nos faz cristãos. Onde
estiver a verdade d a disciplina e d a fé, Af SE ACHARA A VER·
DADE DAS ESCRITU RAS, DA SUA I NTERP RETAÇÃO E D E Tô·
DAS AS TRADI ÇÕES CRISTÃS" (De Praescriptionibus e, 9.
Mig n e, Lati no, l i, 31 ) .
O RIGENES (1 85-235) : "Como são muitos os que pen·
sam possuir a verdade de Cristo e alguns dêles opinam , diver·
somente dos antigos, conserve-se a PREGAÇÃO ECLES l � STI ·
CA ensinada pelos apóstolos segundo a ordem de sucessao, e
q ue até ao presente existe nas igrejas : Só S E DEVE C RE R �
VER DA D E, Q U E EM PONTO ALGUM D ISCORDA DA .T�A
ÇÃO ECLESIASTI CA E APOSTóL I CA" (MG, XI, 1 �6) . Ce ld ���
é a frase de Sto. AGOSTINHO : "No evangelho nao ª e
.
ria, se a isso não me obrigasse a autoridade da lg r!Iª 5,..
��,61i·
ca " (ML, XLl l, 1 76). JOAO DAMASCENO. "Qu em nao cr

94
gu ndo a T RA D I ÇÃ O DA I G REJA CATó L I CA, é um infiel" (MG,
XCI V, 1 1 27). CRISOS TOMO : "Os apóstol os não ensinara m tu­
do por escrito, mas m uitas coisas SEM ESCR ITU RAS, e estas
são igualmente dignas de fé. Tenhamo s, portanto , como dig­
na de fé, também a T RA D I ÇÃ O DA I G REJA. Há tradição ?
Basta" (MG, LXl l , 488 ) . " E ass i m H i lá rio, Ata násio, Basí l io, Gre­
góri o N i sseno, J erô n i mo, Epifâ n i o, Cirilo Alexa n d r i n o, Vicen­
te de Leri ns, etc . . . . ; n u m a pa lavra, todos os Pad res e Douto­
res da Sta . I g reja, a ntigos e rece ntes " de todo o m u ndo.

2 - Fôsse s i n cero o preg ador eva ngélico; não fomen­


tasse ód i o contra a I g reja; procu rasse ma nter c l a ra e impar­
cial a i ntel i g ê n ci a ; fôsse dóc i l à Bíbl ia, desejando real mente a
sa lvação das a l mas . . . e êle deveria d izer aos seus crentes :
"Irmãos ! Já vimos que a Bíblia nada diz em favor da nossa
regra de fé. Antes, condena-a, ao afirmar a necessidade do
ensino oral, da Tradição. Folheando a H ISTORIA DA IGREJA,
vemos que N E NHUM Sto. Padre, nenhum Doutor iamais admi­
tiu nosso princípio. Todos êles, em uníssono, afirmam a insufi­
ciência da Bíblia; a necessidade da Tradição; a obrigação de
permanecermos fiéis ao MAGISTeRIO VIVO. Por 1 5 séculos é
essa a única voz que se ouve por tôda a lgreia. O 1 9 "sto. Pa­
dre" e dr. a dizer que bastava a bíblia e nada mais, foi o nos­
so "sto." pai Lutero, 1 500 anos depois de Cristo ter fundado
a lgreia. Queremos permanecer honesto e leal, tenho de di-
zer-vos, 1 rmaos, que o nosso ''sto " pai Lu t ero com a sua regra
-

de fé chegou . . • muito tarde ! E a doutrina de Lutero não


pode ser a de Cristo Jesus, que iá existia 1 5 séculos antes de
nascer nosso patriarca protestante. Voltemos pois à lgreia pri­
mitiva".

3 - Ass im d evera fa lar o homem honesto e sincero, se


q u isesse que a Verdade rea l mente rei nasse no mundo; se, real­
mente, q u i sesse q u e chegasse a nós o Rei n o do Céu. Numa
p a la vra, se q u isesse bem a Deus.
E: mais fáci l, porém , i nvent a r umas histór ias. J á que "o
sa ngu e de Jesus nos salvou", podemo s viver ca l u n i a ndo e

95
menti ndo. E mais fóci l . Ma is lucrati vo. Mas a isso nu nca se de ­
vera dar o nome de " religião"; e muito menos rel igi ã o '' de
e rlllO "
.
• • .

96
"BIBLIA Sô BIBLIA" E O BOM SENSO

n9 38

1 - Dizía mos no nQ 31 q u e a doutri na protesta nte


"bíblia-só-bíblia", está em contra d i ção com a BfBLIA, a H I S­
TO RIA do cristian i smo, e o BOM SE NSO. Tendo mostrado a
incompa ti bi l idade da reg ra protestante com a BfBLIA e a H I S­
TO RIA, veia mo-la agora pera nte o BOM SENSO.

2 - A Reg ra de Fé protesta nte, com o exige a própria


defi n i ção, deve ser U N IVE RSAL; isto é, deve abraçar tô­
das as verdades reveladas, e estender-se a tôdas as pes­
soas. Pois é, no d izer protesta nte, o ún ico meio para a ma is
importante questão da vida : a sa lvação das a l mas. A teoria
protestante ,porém, não satisfaz a nenhum dêsses req uisitos.

3 Acompan he-me o leitor no seg u i nte raciocín io :


-

A verdade basi l a r, essenci a l do protestantismo, nunca


poderá apoiar-se exclusivamente na Bíblia. Essa verdade é A
EXISTENCIA DA P Ró P R I A BfBLIA COMO LIVRO R EVELADO,
COMO PALAVRA I NSPI RADA D E D EUS.
O protesta nte que aceita " só a B íblia ", 1 9) - como sa­
berá QUAIS SÃO os l ivros inspirados da Bíbl i a ? ? 29) -
como poderá provar q u e foram escritos por i nsipração, e sob
o ditado do Esp írito Santo ? ?
A Bíb l ia n ã o d iz. O nde está, por exemplo , que os 4
eva nge lhos são i ns p i ra d os ? E mesmo q u e afi rmasse, n ão po­
d e ría m os crer fi rmemente , s em u m sério exa me; porq ue, se

97
A Sa nta Blbli a 7
u m livro é DIVIN �. Só PO�QUE E LE O AFIR MA, e t ão d ev n
r iamos
_ terpor d 1v 1 nos os livros humanos que se diz em d"": ·
nos, como os Vedas, o Zend-Avesta, o Corão, e m ilha r es d o1 u.1 ·
tros, como nos mostra a 1 .1teratura an t'1ga . . .
E já não está aí, leitor, a verdade básica do protest ­
tismo destruída pelo próprio princípio protestante ? Ei s po �
o protestante aceitando um livro como vindo de Deu s, S�M
J AMAIS poder provar que REALMENTE vem de Deus.

4 -Uns invocam a CRfTICA HISTÓRICA. A crítica his­


tórica porém, tem por objeto a autenticidade e genuinidade
d o escrito ; n u nca a INSPIRAÇÃO, que por se r de outra o r­
dem, SABRENATURAL, escapa-lhe por completo de sua alç o­
d�. Do .3Q evangelho, por exemplo, a crítica histórica d ir 6 qu e
.
fo 1 escrito em grego, pelo a no 63, por um discípulo de Pau l o,
chamado Lucas. Só ! Quanto à CANONICIDADE, n em uma
p a l avra, porque êsse caráter sobrenatural do l ivro, ultrap assa
o esfera dos atividades críticas.

5 - A concl usão é que "SEM UMA AUTORIDADE IN·


FALfVEL FORA DA BfBLIA, e IMPOSSfVEL AFIRMAR A INSPI­
RAÇÃO E ORGANIZAR O CATALOGO DOS LIVROS INSPI·
RADOS". O p rotesta nte negando essa AUTORIDADE, cai no
o br ig a çã o e n o contrad ição de "acreditar num livro cuio ca·
táter divino êle e I NCAPAZ de demonstrar".
S ituaçã o r i d ícu l a e i nco n cebível para uma ún i ca nor·
"

m a d e fé " . Pod eríamos i nd ag a r : e e ntão, a Bíblia q u e ê les


têm , o catá logo dos l ivros q ue ê l es d izem i n spirados , d e ?�­
D E t i ra ra m ? T i ra ra m da I g reja Cató l i ca ; porque a B 1b lio
VER DA DE I RA é a CATó L I CA ; e só a Bíblia católica! Fi ze ra m
m a is, leitor 1 Depois q ue t i ra ra m d a sta. I greja a S. E scr itu r�
,

1 r i·
vol taram-se contra e l a , p a ra ca l u n iá - la , d ifa má- la, ri d ic u a
zá-la . .
.

Ad m i rável pape l

98
A B IB L 1 A E O " A B C"

"º 39
1 - Dog matiza, i nfa l íve l , o protesta ntismo : "A Bíb l ia
é a ú n i ca reg ra universal de fé " .
Contesta mos a veraci dade d a afi rmação e a viabi l ida­
de do fato. Recuemos para o tempo a nterior à imprensa (séc.
1 5). Possu i r, nessa época, uma Bíb l i a com p leta, supunha o re­
su ltado de u m traba l ho i nge nte, g ra ndes despesas, enorme es­
paço de tempo. Escrever a esti l ete tôda a S. Escritura, em
grandes rolos de pergamin ho, era trabalho de uma vida i ntei­
ra. Traba lho d ifíci l, enfadonho, d ispend ioso. Adq u i ri r então a
Brblia completa, exig i a quase uma fortu na. Como entãQ pos­
suí-la, se nos lembrarmos de que uma das ca racterísticas da
doutri na d e Cristo, era a eva ngel ização dos POB RES ? O po­
bre, coitado, que nem com o próprio pêso pod ia, como a i nd a
arcaria com as despesas dos pergami nhos d a s Escritu ras ?
Se fôsse verdade a teoria protesta nte, Cristo, e não Guten­
berg, deveria, iu nto com o Evangel ho, ter inventado a IM­
PRENSA.

2- De pouco adianta, porém, possu ir a Bíbl ia, SEM


SABE R LE R. E Cristo nu nca afi rmou que pa ra a sa lvação seio
necessá rio também o "A B C " . Mesmo hoje, a leitura não é o
privi lég io da maioria dos povos. Na teoria protesta nte então,
que imensa m u l tidão para sempre fora do ca mi n ho da salva­
ção eterna . . . Enganou-se Cristo, d izendo ser o bati smo a
condição necessária para a sa lvação. Não, Sen hor J esus 1
Âssim como o batismo, tão necessário é à sa lvação, ta mbém
o saber ler 1 Corri ia-se o Cristo ! Corri ia-se a Bíb l i a !

99
7 •
N ote-se d e passagem. O � â n .o n . p � o!esta nte "b lbl i a-16-
b í blia está a con d e n a r a próprio i nst1tu 1 çao dos " p as tô re s "
"

Mas . . .

3 - P regava uma m i ssão e m Brooklyn, à qual ass i sti am


vá rios protesta ntes, o jesu íta Pe. D a m e n . Termi nad a a co n fe­
rên cia, u m bom presb iteri a n o da Virg ínia, foi ao se u m in is tro
e ped i u- l h e a expl icação d e u m passo da Escrit ura. Da da 0
exp l i caçã o, i ns i sti u : "está absolutamente certo que êste é 0
sentido do texto ? Outros protestantes lhe dão outro si g nifi.
cado".
-"Ah ! meu a m igo, torno u o pastor, nós nunca pode­
mos esta r certos de nossa fé " ! "Se é assim, passe bem 1
-

Não posso estar certo da minha fé na igreia protestante ?


Vou aonde possa encontrar ESTA CERTE ZA " . E se fêz católico.
E o ca m i n h o q u e segue hoje o homem si ncero e ho-
n esto.

1 00
D I FI C U LDADES I NTERNAS DA BIBLIA

n9 40

1 " BfBLIA, Só BfBLIA" ! Doutri na con trá ria ao ma i s


-

elementa r bom senso . I ma g i n emos cada homem com a Bíb l i a


na mão.
SETE NTA E TRES (73) l ivros tão diferentes, escritos em
hebra i co u n s, e m g rego outros ; por a nti q ü íssi mos e tão d íspa­
res autores, q u e vivera m pelo longo espaço de 1 5 sécu los.
I magi n emos o homem do povo co m essa Bíb l i a que contém os
mais d iversos estilos e gêneros l iterá rios : h i stóri co, d idático,
poéti co, épico, d ra mático, l í rico, s i mpl es preceitos práticos,
su bli m es co n ce i tos teol óg i cos.
E dêsse l ivro q ue, na teoria protesta nte, cada " crente "
deve - ti ra r a sua rel ig ião pessoa l e a sua l ei, que o l eva rão ao
céu . . .

2 - Mostra r ao leitor por qua ntas d ifi cu ldades terá de


passar o pobre homem, pa ra chegar à concl usão de uma re­
l ig i ão PESSOAL, nada mais fáci l . Topa rá o crente, em suas
i nterpretações PARTI CU LARES da Bíb l ia, com i nsu peráveis d i ­
ficu ldades. D ificuldades de LfNGUA, d i ficu l dades d e CRTTI CA,
dificu ldades G RAMATICA I S, d ificu l dades EXEGETI CAS, d ifi­
cu ldades ETN O G RAFI CAS, d ificu ldades H I STó R I CAS.
Sabe êle o g rego ? o hebra i co ? Se lê em T RAD U ­

ÇÕES, q u e m l h e asseg u ra rá a fidel idade das traduções, uma


vez q ue ê l e n ão a ce ita nen h u ma autoridade, mas Só a Bí­
blia ? * . . . Serão êsses 73 l ivros, JNTEG ROS ? . . Quem po­
.

derá, sem · perigo de êrro, demonstra r infalivelmente, que os

• Cf. · n .0 56.

1 01
textos n ã o são MUTI LADOS nem A D U LTERAD OS, de p ois d
ta ntos sécu los d e existênci a ? . . . Quem gara ntiró , co m AUTO�
RI DADE D IVI N A, q ue os copi stas n ão errara m ? . . . que m a o
h e rética s n ã o tru ncara m as frases d ivinas ? . . . D e que m re�
cebera m os p rotesta ntes a Bíblia ? DA I G REJA CAT OL I C A , 0
q u a l por 1 5 sécu l os fo i , como o é e se m pre seró, a ú N I CA
g ua rd i ã a utêntica d a s Sagradas Lêtras. Quem asseg urar ó qu e
essa l g reia, taxada pelo protesta ntis mo i n d ígena da terr a, de
" Ba b i l ô n i a corrompida " , " a nticristo que tudo adu lte ra e per ­
verte " , que protesta nte asseg urará que ela não adulterou, tam­
b é m , os Livros i nspirados ? . . . Qual o verdadeiro sentido de
u m texto ? Q u a l o sentido l itera l ? Qual o teo lóg ico ? Todo
texto d eve ser co n hecido e estudado no CO NTEXTO, nos lu­
gares paralelos. Qua ntas vêzes um escritor sagrado, APAREN­
TEMENTE, contradiz a um outro escritor sacro, e até a si pró­
p rio . . . Pa ra com preender êsses escritos a ntiq üíssimos, que
s ã o os textos bíb l i cos, i mpõe-se categórico, um tota l conheci­
mento dos TEMPOS em que se escrevera m êsses 73 livro s di­
vi nos. Co nheci mentos dos LUGARES, dos USOS, dos COSTU­
MES, dos AMB I ENTES sociais, políticos e religiosos dos povos
a nti gos. Vasto a rsen a l de con hecimentos H I STôRICOS, GEO­
G RAFI COS, ETNOGRAFICOS, LINGOfSTI COS, ARQUEOLôGl­
COS, é a primeira e a mais u rgente condição para uma in ter­
pretação CE RTA das Escrituras.
Ma is. Na Bíb l i a temos verdades que se devem crer ;
p receitos que se devem praticar; prescriçõe s loca is e temp o ·
rá ria s ; p rescriçõ es perpétu as e universa is . Quem se ach ará
a pto a d iscern i r tudo isso ? . . . Aí estão umas duas d�z en.a s
d e D I F I CU LDADE S, nas quais o # crente " tropeça ró da pri m eiro
RT I­
à ú ltima palavra das Escritu ras, em sua i nterpreta çao PA
CULA R. E també m outras ta nto s perg untas, que o prote sta

ne
cat
s i ncero e hones to jama is respo n deró, sem . . . torna r-se
·

l i co.

ta nte co·
5
3 Qu em, SI NC ERA ME NTE ' se 1' u lgar 6 bas
E
paz e comp etente , para i nterpr etar PARTl � U � ARM E NT1 ª501,
-

·
5f
Escritu ra ? ? ? I ma g i n a i o operó rio que moire 1 0 do ovrªador
a m u l h er d o povo enterr ada em suas l idas d ióri as , o

1 02
d � c a m p o com s u a s . � nxa d a s . . . todo s d i ri m i ndo q u estõ es bí­
b l i c as, res o l � e n d o d 1f 1 c u l da d e s l .i n g ü ístico s, críti cas, g ra ma ti ­
c a i s, exeg ética s, etnog ráfi cas, h istóri cas ! ! !
P u ra fa lta d e b o m s e nso, p o i s n ã o ? A ta l pont o cheg a
a ext rava g a n te d o utri n a "bíbl ia-só- bíblia" . Notem os ma is, q u e
.
p a ra essas d ifícei s q u estões a i nte l i g ência está m a d u ra sómen ­
te n a V I R I L I D P, D E . E i s e n t ã o i nfâ n c i a e j uventud e p rivadas dos
bene fícios da re l i g i ão.
De ta nta s e ta i s d ifi cu ldad es, teria a Bondade d ivi na
eri çado o acesso a o Eva n g e l ho, à S u a re l ig i ã o, às consola­
ções de s u a d o utri n a ? N ão ! Bem o utro fo i o ca mi n ho q ue
o bom D e u s n o :; d e u p a ra tra nsm iti r a s u a re l i g i ão. Bem m a is
p l a no. Bern m a i s batido. B e m m a i s a cessíve l . 1: o ca m i nh o da
TRA D I ÇÃO, da AUTO R I DADE.
"Quem a vós ouve, a mim m e o uve". "Ide, fazei discí­
pulos m eus T O D O S os povos, batizando-os e m nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar TUDO
quanto EU vos MAN DEI. E EU estarei convosco TODOS OS
DIAS até à consum ação do m u ndo" . . .

4 Ma i s u ma vez, podemos afi rmar q u e o princípio


-

protesta nte l: C O N T RA R I O à B íb l ia, à H i stória, a o m a i s e l � ­


.
mentar b o m s e n so ; co ntrário é j ustiça, à bondade, à m iseri-
córd ia d o Pa i q ue e stá no céu .

1 03
A DOUTRINA PROT ESTANTE E A FALT A D E LO G I C
A
n9 41

1 LUTE RO, p a ra vi ngar-se da I g reja, gritou a o povo:


-

" Patrícios meus, a religião ? Ei-la : BIBLIA, SO BfB LIA . N A DA


MAI S DO QUE A BIBLIA ! CADA UM A I NTERPRETE COM O
Q U I SER, QUE AI ESTA A VERDADE. NADA DE A UTOR ID A­
D E" • • •

O povo gostou 1 Houve epidemias de compras de Bí­


b l ias. E a m u ltid ão, a rvorada por Lute ro em J U I Z SUPREMO
do próprio cred o rel i g ioso, põe-se a ler e a "viver" a Bíblia .
Tor nou-se então fá cil ser de J esus. Q u e re li gião gostosa a do
"doce e m e i g o " Naza reno 1 Aq u i , u m grupo rejeitava os sa ­
cramentos, nao a d mitiam a outra vida nem o ju ízo fi na l. Ali,
e ra u m a i nvasão aos bens a l hei os. A l h u res, sem pre com a Bí­
b l i a na mão, vivia-se (era preciso imitar os patria rcas) com 3
ou 4 m u l h eres. Ma i s a l ém, e ra a comp l eta derrocada no terre­
n o dogmático. Lutero rejeita a tra nsu bsta ncia ção; mas aceita
a p resença rea l de Cristo na Euca ristia, ao menos durante a
m i ssa . Zwíng l io nega-a como idolatria . Ca lvi no tem uma dou­
tri na tôda pessoa l sôb re a g raça e a predesti nação. Reneg am­
na zwi n g l ianos e lutera nos. Jorge Ma ior diz que "as boas
obras são necessárias à salvação". Amsdorf rejeita-a : "as
boas obras são preiudicadas e nocivas à salvação ", etc.,
etc., etc . . . .

2
Lutero n ã o med i ra bem as con s e quê n cia s
- · d · ·

Apavo rado a rrepia carrei ra . Que fa z ? Co ns erva n °


É
ESPECULATIVAM NTE a sua i nvenção "bíblia-s ó-b íbl i a ", 'l're�
n u n cia-s e NA PRATI CA, para adota r . . . o prin cíp io cato 1'

1 04
da A UT O R I D A D E . CA TO L I ZO U-S E o p rot est a ntis mo . o ·

- - pa i
dos p r o te s ta n tes co m po e e nto o u m CATEC I SMO OB RIG
ATô-
RIO . Ma s se o p ovo , sem pre si m p l ista , curv a a cab eça 0
mes ­
m o não se dá com os cab eça s pen san tes, q ue, sab or � and o a
d ou tri na recé m - n asc ida, "bíb lia-s ó-b íblia ", con ti nua m con stru ­
i n d o e d estr u i n d o d o g m a s a seu ta la nte. Ca lvi no pub l ica as
I NSTITU I ÇÕES . U m cred o absu rd o ! Mela ncht hon, a CON F I S­
SÃO A U G U ST I ANA . Zwín g l i o form u la, tam bém , a SUA CON ­
FISSÃO. B u ce ro, a CON F I SSÃO TETRA POLITANA . A desor ­
d em, a a n a rq u i a, o desen tendi men to, os ódios , produ tos ge­
nu ínos e l eg ít i m os da n ove l doutri na, OBRI GAM os cabeç as
da nova h e resia a a rremed ar os concíli os " catól icos, sob o
11

nome de sínodo s" p rovi nciais o u nacion ais, SU BSTITU I NDO


11

assim p ràtica mente o bíblia-só -bíblia, pelo princípio cató l i co


de autoridade . . .
Onde, a deca ntada l i be rdade d e form u la r i n d ividual­
mente a própria fé ? Ass i m, pouco a pou co o princípio CA­
TôLICO foi s ubstit u i ndo, por catecismos e confissões, o insus­
tentável p ri ncípio p rotesta nte . . .

-3 HOJ E, o protestante não procede como protestan ­


te de bíblia-só-bíb lia, m a s como cató l ico. Aceita n a prática a
autoridade q ue recusa n a teoria. Va i ao cu lto. Aprende a dou­
tri na . OUVE o pastor . Crê e aceita o que lhe dizem dever crer
e aceitar. Ouve na i g reja, a leitu ra da B íblia que não lê nem
interpreta em casa ; e a b raça a expl i cação do pastor .
(Por a í vê o l eitor, q uão poucas coisas sepa ra m os pro­
testantes da verdadei ra I g re j a de Cristo, a Sta. I g reja Cató l i ­
ca. U m pouco m a is d e s i n ceridade tota l p o r pa rte dos i nte lec­
t uais protestan tes, e n ã o esta ríamos mu ito longe de ver rea li­
zados os a rdentes d esejos d e J esus Cristo. UM Só REBANHO,
U M Só PASTO R). E o livre exame tão pro pa l ado onde fica,
u ma vez q ue na p rática o p rotesta ntismo adotou os pri ncípios
católic os ? Catol izou-se de ta l m a n e i ra q ue hoje a retu mban­
te te oria bíblia-só-bíblia, sa lvas pou q u íssimas exceções, p rà­
t ic a me nte é coiso m o rta . . . armo e nferrujado . . .

1 05
A D O UTR I NA DE CRISTO E A D O UTRI NA D E LUTERO

"º 4 2

1 - O l e i to r, q u e com s i n ceridade objeti va l ê c o n t'1 ­


n u a m e nte a S. Escritu ra, l ogo nota a diferença ESS E N CIA L
entre a d o utri n a de C R I STO e a doutrina de LUTE RO.

2 - C R I STO, pa ra perpetuar �s seus e n s i n ame n to s n a


te rra, i nst; tu i u u m O RGAN I SMO VIVO, I N DEFECTfVEL, 0 0
qua l pro m eteu sua d ivi na ass istên cia. "I de, pois, faze i discíp u­
los meus todos os povos. Eu estarei convosco todos os d ias
até a consumação do mu ndo" (Mt. 28 :20). Não obstante tô­
d a s as fraq u ezas i nd ivi d u a i s dos seus representa ntes, a I g re ja ,
a ss istida sempre pe l o Espírito de J esus, será a guarda fiel e
i n co rrutíve l do depós ito das d ivinas reve la ções. S erá sempre,
no d i zer de S. Pa u l o, " COLUNA E FUN DAMENTO D A VER­
DADE " .

3 - LUTE RO, n o a rdor das suas pa ixões i ndomadas,


n ã o d isti nguiu a I NSTITU I ÇÃO D IVINA, dos A BU S O S H U MA­
N OS. Sob pretexto de REFO RMA R, destruiu a orga n i za çã o qu e
o Sa lvador i n stitu íra, para a sua obra de sa lvação. Para legi ­
ti ma r a sua REVO LTA, o ex- mon g e escuda-se na BfBLIA. A re ­
g ra d e fé, iá não era mais o "magistério vivo e a utêntico i-��­
tituído por Cristo", m a s o s i m p l es livro sagrado, que os fi e i s
d eviam i nte rpreta r, cada q u a l, com o seu ju ízo p rivad o . O .q u�
u m crente iu lgava n ã o e n contrar na Bíbl ia, assistia -lh e o d � re i·
to d e re i eita r como "CO RRU PÇÃO PAPI STA" . Só e ra º b ri ga· ..

do crer no q u e ju lgava e n contra r no l ivro divi n o . E�a est �:


ún i c o cam inho d e cheg a r à certeza de uma rev ela çao so r

1 06
n a tur a l . A pa l a vra de Deu s só era acei táve l qua ndo esc ºt
S e n do F ALA DA, jó �ão era pa lavra divi na 1 ! ! I mpu nham ��:
l ei a D eus : E le havia de traze r sem pre consi go tinta ' pena 8
pa pel, qua ndo quisesse falar no mundo ! ! !
Bíbl i a e só Bíblia i nd ividual mente interpretada, era 0
n ova regra de fé que o ex-frade substitu i u à i nstitui çã o evan­
géli ca e à concepção trad i cional da lgreia.

4 -Mas não se leva nta impunemente a mão contra


Deus. Fa lseando u m dos po ntos fundamentais do cristi anismo,
o l ivre exa me i nd ividual h averia de devora r todo o conteúdo
SOBRENATU RAL da nova religião.
Dura nte os 4 sécu los de existência, que tem sido o pro­
testa ntismo senã o um escorregar contínu o para o racionalis­
mo, para o materialismo, para o ateísmo ? . . .

1 07
BIBLIA I N SPI RADA E . . . PROT ESTANTI SMO

n 9 43

1 - O p rotesta nte q ue aceita "bíblia-só-bíbl ia" , co.


MO conseg u i rá prova r-nos ser e l a I NSPI RADA ? Sa b em o s t ­
d o s q ue p a ra a S . Escritu ra ser a Pa l avra i nfa l ível de D e uso
p recisa m os sa ber "com certeza de FE D I V I NA " , 1 9) q ue f i
-
o
escrita sob a I NSPI RAÇÃO DO ESPf R ITO SANTO; 29) quais
-

os livros q ue a constitu em.


Ora, essa s duas q uestões não se podem res ol ve r co m a
própria Bíb l i a . E m nen h u m l ug a r traz ela u ma l i sta dos l ivr os
i n s p i rados. (Cf. nQ 36).

2 - O p rotesta nte, nodo aceita ndo fo ra da Bíblia, e


esta, n a d a d izendo d a s u a i nspi ra çã o e dos catá logos dos l i ­
vros i n s p i ra dos , co m o poderá ê l e justifica r a sua "crença " n a
Bí b l i a ? Como poderá iustifica r LOGI CAMENTE a sua reli­
g iã o ? I m p ossív el ! Foi isso q u e obrigou u m protesta nte S I N ­
CERO a escrever : "queria ao mesmo tempo ser cristão e ser
lógico. Ora, o protestantismo tem êste grande inconveniente:
se quer conservar-se cristão, iá não é lógico ; e se timbra em
ser lógico, cessa d e ser cristão" (Teod o ro de la Rive) .

3 - Pràtica mente, os p rotesta ntes reso lv e m a qu e s tã o


a ss i m : q u a lq uer sociedade b íb l i ca, a mericana ou i ng lês a , :n­
trega-l hes u m l ivro sob o nome de B íb l i a que é u m a c o le � ao
'ª1d�
,

d e a l � u ns l ivros. E les o recebem pied os ? mente, como se


d o ceu . . . Ma l s u poem _ q u e essa B _1 b l 1 a receb e ra m-n a · · · 0
..

lgreia Católica. Depo is, m uti l a ra m- n a por a l gu m a "operaça

1 08
i n te r i o r do Es.p í r i to Santo " , cortan do -lhe algun s l ivros que
l h e s nã o conv
inham . . .
A Bíb l i a d e q u e se servia Lutero , tira ra-a do seu Con­
ve nto, no d i a d a s u a a postasi a. A Bíblia q ue Calvi no usava
e r a o Bíbl i a � a.tól i �� ; d eform ada, porém, p � lo herege. O pró­
,
pr io Lut ero d 1 z 1 a : Quando a Sagrada Escritura e ao púlpito,
é dos p ap istas que os tomamos. Sem os papistas que saberia-
• ?"
m os nos . . · · ·

4 - A concl usão é uma só : Se os protestantes recebe­


ram a B íb l i a d a I g reja CATô L I CA ; se a l ista dos l ivros sagra­
dos os crentes" o rg a n izara m-na, aceitando a Tradição CA­
u

TôLICA , por q u e não ser razoável e l óg i co e tornarem-se êles


própri os CA TôL I COS, j á q u e a Bíblia q u e para ê l es é tudo,
vem da I g reja CATÓL ICA ? ? ? . . .

1 09
A I N DA " BIBLIA Sô BIBLIA" NA PRATICA PR OTESTA NT E

n 9 44

A a p l i cação prótica do pri ncípio protesta nte, levo u -lh e


os adetos a consequ ência fatais e exóticas. f: abrir a Histó ria .

1 - LUTERO, por a lguma "operação interior do Espf.


rito Santo", re jeita, como u ma "verdadeira epistola de palha",
a epísto l a de S. Tia go, hoie incluída nas Bíb l ias protestantes .
O Apoca l i pse "não é nem apostólico nem profétic o ". Nos
profetas . . " "há muito feno, muita palha, muita madeira" . . .
.

2 - TOMAS MUENZER, i nspi rado na Bíbl ia, e por ou­


tra "operação interior do Espírito Santo", reu ne a lguns operó­
rios, e fu nda " O RE I NO D E CRISTO " , onde não haveria auto­
ridade, todos seriam i g ua i s, e os bens, comuns. Escolhe 1 2
a pósto los e 72 d iscíp u l os. Ele era o Mestre . . .

Fo i a pol ítica q ue, em tempo, imped i u a explosão de


u m a revo l ta, m a nda ndo para a cadeia 55 operários desvaira­
dos.
Esse mesmo Muenzer exortava aos príncipes : "Os que
se opõem à revelação divina deverão ser assassinad o s sem
misericórdia. Foi assim que Ezequias, Josias, Ciro, D a nie l •
Elias mataram outrora os sacerdotes de Baal. Sem esta exter· ,

minação necessária , a l grei a cristã nunca poderá se r restitu i·


.

da à sua pureza primitiva. Todos os papistas dev erão pere­


cer. Deus disse : sereis sem miseric6rdia com os ado ra dores de
ídolos; quebrareis os seus altares; reduzireis a p6 as su as !111;
°
gens e os queimareis a fim de que não pese sô bre v61 a n u n

1 10
cól e r a . O s í m p i os não iêm d i reit o de vive r" • • • P u ra S a gro d 0
E sc rit u r a . . .

3 .� E n q u a nto M u e nze r o p e rav a ess as pro eza s em


no­
me d a B 1 bl t a , C AR LST A DT, q u e s e desa viera com LUTE RO
s enti a o u t r a s "o pe raçõe s interi ores do Espír ito Santo ". Apoia �
d o na Escritu ra, contr a ri a va LUTE RO, nega ndo a prese nça de
J e sus Cri sto na E u ca ri stia. E p reg ava q u e " OS PECA DOS NÃO
DES AG R A D AM A D E U S, porq u e O S P ECADO S FORAM
CRIADOS . E TOD A C R I ATU RA t BOA" . . .

4 -D e permeio a essas interpretações escriturísticas,


rel a m pa g u eava m consta nte mente exco m u n h ões de lado a la­
do. Lutero, a q u i, a exco m u n g a r todos os que d iscordavam de
suas i nterp retações. M u e nze r, lá, a a natematiza r todos os que
não l he p a rti l h ava m da idéia. Aco lá, e ra Ca rlstadt a ama ldi­
çoar do fu ndo d a a l ma, todos aquê l es que d iverg iam de suas
i nterpretações. Todos os três . . . apoiados na SAG RADA ES­
CRITU RA 1

5 - Foi essa natu ra l conse q uênci a do LIVRE EXAME DA


Bf B L I A q u e fêz Lutero escre ver e m 1 525 : "Um douto r re i eita o
batismo; outro q uer um terce iro m undo entre o presente e o
i u ízo final ; u ns ensin am que Cristo não é Deus ; um diz isto, ou­
tro aqui lo ; e tanta s são as seita s e os cred os quantas as cabe­
ças. Haverá mais estu ltícia, que acre dita r cada um, ser revela­
ção do Espírito San to, tudo qua nto lhe cruz a pelo pensamento
o u lhe acode em sonho s ?" . . .

111
LEITURA DA BIBLIA E OS CAT O LICO S

n9 45

N ú m ero esse n c i a l d o a posto lado prote s ta n te é d " 1


• IVU
gar que a 1 gre1a C ato 1·1ca pro1'b e aos seus filhas a leitura


• ,

Bíblia. Com p u l semos a H i stóri a . Que nos d iz ?

1 - A B íb l i a foi um dos primeiros l ivros traduzidos em


francês (séc. XI 1). E m 1 1 00 já havia duas traduções do Sa lté­
rio e m d i a l eto normando. No sécu lo XI I I, já se l ia tôda a S. Es­
critu ra e m francês. Na Espa n ha é con hecida a "Bíblia Alfonsi­
na" (séc. XI l i ). A B íb l i a catalã remonta ao sécu lo XIV. A ve r­
s ã o portuguêsa a p a rece em 1 385.
As primeiras traduções inglêsas surgem no século VI I.
Sto. Aldel m o, b i sp o d e Sherborne, traduz os Sa lmos no século
VI I I . Data do sécu lo X a versão dos evangel hos em anglo-sa·
A o

xo n 1 co.
Na Hola nda, encontramos as " B íbli as historiais" no sé·
cu l o XI I I . O Novo Testa mento, pri ncipa l mente as coleções de
" Ep i sto l á rios " e " Eva ngeliários ", tiveram ed ições em 1 478,
1 48 1 , 1 484, 1 486, 1 488, 1 489, 1 490, 1 493, 1 496. No espa ço de
1 8 a n os (1 528-1 546), G u i l herme Vosterma n, publ ica SE I S EDI·
ÇOES da B íb l ia co mp leta, E SEIS outras do Novo Testa.m�n to.
Neste mesmo i nterva lo, outros ed itôres católicos imp rim ira m
MAI S D E 1 5 edições do Novo Testa mento. A con vers ão d os
eslavos e a tra du ção da B íb l ia datam do mesm o s éc ulo (:�).
N o sécu l o X I I I, os polacos já liam na l íngua � ater na o S a ��·
rio. Pouco depois, a B í b l ia i ntei ra. No pri ncípi o do s e, c u lo :
os húnga ros tra d uziam p a ra o magiar os Sa lm os e � s Evan g s �
l hos. Na Itá l ia, fra ncisca nos e domin ica n os vu l g ari zavam

1 12
traduções das E � critu ras, em 1 369. Na Alemanha, os primeiros
fragmentos b 1, � l 1 � os datam do século VI I I . No sécu lo XI, Not­
ker Labeo e V1 l l 1 ra m (m. 1 085) trad uzem vá rios l ivros do Anti­
go Testa mento.
Com a i nvensão da im prensa aumenta ràpidamente a di­
vulgaçã o d a S. Escritu ra . Jó antes de 1 477 apa recem 5 EDl­
ÇOES. De 1 477 a 1 522 fora m espa lhadas mais de 9 EDIÇÕES.
Por êsse mesmo tempo (1 480) foram im pressas em ba ixo a le­
mão duas ed ições. Até 1 500, já se haviam tirado da Vu lgata
quase 1 00 edições. De 1 479 a 1 489, Koburger publ icou 15 edi­
ções d a Bíb l i a ; e Amerbach, 9.
Pa ra facil itar aos pobres o conheci mento da S. Escritu­
ra, começou-se a publicar na 2'-' metade do século XV a " Bf­
BLIA DOS POB RES " , séries de 4 8 ou 60 imagens, tiradas do
Antigo e do Novo Testa mento, acompanhadas de curtas expli­
cações . . .

2 - Por êsses números, o leitor SI NCERO vê o interês­


se que a Igreja, os católicos, leigos e sacerdotes, tinham pe­
la Bíblia. N ã o cabe aqui tra nscrever as exortações, os conse­
l hos que a I g reja dava aos fiéis, no toca nte à leitura da Sa­
g rada Escritura.

3 - A títu lo de curiosidade. João Eck afirma que, aos


1 O anos, já havia lido tõda a Bíblia. Adão Potken, na sua in­
fância (1 470), aprendera de cor os 4 evangelhos. Ma is tarde,
aos seus a l u nos de 1 1 a 1 2 a nos, l ia diàriamente a lg uns ca pí­
tu los do Antigo e do Novo Testamento.

4 - Conclu são. MU ITO ANTES do nascim ento do pro­


testa ntismo com suas m i l seitas, a Bíblia já havia sido tradu­
zida em T Ó DAS as l ínguas fa ladas na cristan dade. I nventa da
a imprensa, imediatamen te , em todos os pa íses, !1' ultipl icaram ­
se prodi gi osam ente as ediçõ es da Sagra da Escrit u ra.
Não nos esqu eçam os de que antig ame nte o LATI M
era l íngua con hecid a por todos os povos de entã o. Ora, a Bf­
blia já estava trad uzid a nesta l íngu a no ano 1 80.
113
A Santa Bfblia 8
OS CATOLICOS SEMPRE LERAM A BIBLIA

n9 46

Apoi ados e m estudos hi stóricos fei tos por especia l istas,


sabe m os q u e A NTES DA I NVE N ÇÃO DA IMPRENSA, a Igre­
j a tudo fêz para m u lti íl l icar e espa l h a r a S. Escritura entre
seus fi l h os.

1 G REGO RY, sem ser com p l eto, já enum erava 4. 1 05


-

códices gregos d o N ovo Testamento, escritos entre os s é cu los


I V e XV. Da Vulgata latina já se co ntam bem mais de 30.000
códices ; e o seu rece nsea mento longe está de ser completo.
E q u an tos outros man uscritos perd idos, que desa pare­
cera m , o u pe lo tem po q u e tudo pulveriza, ou pelas guerras e
i n cê n d ios q u e tudo destroe m .
Fa l a r q u e a I g reja proíbe a leitura d a B íb l ia a seus
fi l h os é FALTA R A VERDADE E A J USTI ÇA.

2 - Com a I NVE N ÇÃO DA IMP RENSA (1 444), as ed i ­


cões d a B í b l i a a u m e nta ra m m u i to mais fàci l mente. Do 4Q vo-
,

l u m e d o Catá logo dos " I ncunábu los " , a pa recido em Vien a em


1 930, o b ra e m q ue coopera m sá b ios de todo o m u ndo , ve m os
q u e até 1 500, publicaram-se 1 22 EDIÇÕES DA BIBLI A: 94 em
latim { l í n g u a e n tã o con hecida por todos), e 28 em l íng u a vu l­
g a r. E m 56 a n os, 1 22 ed ições da B íb l ia ! ! ! Fato que m �st a r
c l a ro o e m pe n h o d a I g re ja pela l eitu ra d a S. Escrit ura; a 1� da
m a i s se co n s i d e ra rm os a rusticidade das primei ras m áqu i n a s
ti pog ráfi cas 1

114
F A LK, e m u m d os seus l ivro s (1 905 ) sôb r e 0 con .
h ec1 -
me n to e a d '1 fu s a o d a B 'b
.
-

·
1 l '1 a nos f 'i n s d a Ida de M éd '
,
ia, d a, o u -
tat ísti ca q u e va i ate a ru ptu ra
1a
tr a e s d e Luter o co m a 1 gre •

7 . .

Neste s 6 a nos (d a i nven ça o d a i mpre nsa 1 444 at e a ap os-


. _

. . . / '
'

ta sia d� Lut ero � m 1 520), 1 m pri m 1 ram-se mais de 1 56 ediç ões


.
da 81 bha e m lati m ; e 43 e m vu l g a r ; das quais 1 7 em alem ão
1 1 em ita l i a no, 1 O e m fra n cês, 2 e m boêm io, em russo, etc . :
etc .
Acre scenta n d o a essas, mais 6 em hebra i co, chega re­
mos a 205 ed i ções com pl etas. Naque les tem pos . . . 205 edi­
ções . . . em 76 a nos ! ! !

3 - Desd e o comêço, para que todos os seus fi l hos


com faci l idade a p roveitassem da S. Escritura, a Igreja provi­
denciou as TRADU ÇÕES nas d iversas l ínguas. Nos 1 O primei­
ros sécu los, a B í b l i a já era l ida em latim, siríaco, copta, armê­
nio, georgiano, etiópico, eslavo, persa e árabe. E MU ITO
ANTES DO ADVENTO D O PROTESTANTI SMO, a S. Escritu ra
era l ida em TôDAS AS UNGUAS da civi l ização ocidental .
LUTERO a i nda n ã o e r a nascido e já s e podia ler a S. Escritu­
ra completa em francês, espanhol, catalão, valenciano, por­
tuguês, inglês, holandês, polonês, magiar, italiano, baixo e
alto-alemão. De 1 450 a 1 500, na Germâ nia publica ram se 1 5
ed ições dos l ivros sa ntos : 1 2 em a lto-a lemão e 3 em ba ixo­
alemão.

4 - No te mpo ANTERIOR AO PROTESTANTISMO a


Bíbl ia era a i nspi radora d a pregação, da arte, das canções po­
pulares, dos trabalhos científicos, teológicos, exegéticos.
Que seri a m, sem a Bíb l ia, MIGUEL-ANGE LO, REM­
BR AN DT, G RECO, DANTE, RACI N E, PASCAL, DOSTO I EVSK I
e tan tos out ros ma is ?
Sem a B í b l i a, q ue seria a n ossa civi l izaç ão ocid enta l ?

Diz er dep ois dêsses fatos históri cos, q u e a Igre ja.. proí­
be a lei tu ra da Bíblia, é a o menos u m magn ífico exa gero, e
u ma ca l ú n ia se lva gem . . .

1 15
8 •
A STA. IGREJA E A LEITURA DE BIBLIAS FALS I FICA DA S

n9 47

. Obceca dos n o propósit o de acusar a Sta. I g rej a d


e
Cristo, por c � rto, nem atentam os protesta ntes no pap el q u
e
fazem, a o afi rma r que a I g reja pro íbe aos católicos a lei tu ra
d a B í b l i a . Resumi ndo LEON E L FRANCA, mostram o s e m d ois
.
a rt i g os, a i m procedê nci a da i m prudente, desa irosa e g ra tuita
afi rmação .
Esc l a receremos h oje, O PO RQUE de a l g umas restrições
d a I g reja sô b re a " l eitura da Bíbl ia " .

1 - A primeira é a restrição do câ non 1 4 do Concílio


d e To l osa em 1 229.
N otemos q u e não se trata aqui simplesmente d'A IGRE­
J A ; pois sendo êsse co ncílio PA RTI CU LAR, ti nha valor sómen­
te n u m a bem d i m i nuta pa rte da crista ndade. Além do que,
essa med ida d isci p l i na r foi MOMENTÂN EA. E razões graves
h ouve p a ra ta nto. Os a lbigenses a ndava m su bvertendo a or­
dem p ú b l ica, o estado, a re l ig ião, a fa míl ia, a propriedade. A
a rm a usada p a ra convencer e a rrastar a mu ltidão anônim a ,
era . . a Bíb lia. A l g reia, para susta r o perigo, que não era
.

peq u e n o, p rom u lgou o câ non 1 4. Termi nada, porém, a am ea­


ça, caducou a restri ção. Na Espa n ha, onde idêntica proib i ção
v i g o rava, esco n iu rado o perigo, o próprio Afonso X de Ca�­
te l a (1 252- 1 286), co nseg u i u se traduzis sem em espanh ol os li­
vros sag rados.

2 - A seg u nda restrição é a do TN D I CE TRI D E N TJ N O,


reg ra 41il. Os motivos q u e obrigara m a lgre ia a form u l a r, por

116
es s a o casi ã o, a l g u ma rest ri çã o sôbr e a "leit ura da Bíbl ia ", fo­
ra m os A B USO S EXT REMADO S q u e das Escr itura s fazia 0 pro­
te sta ntism o . (Cf. n .05 1 6, 3 9, 42) .
A êsse resp eito, o próp rio l utera no H U BE R em 1 598, as­
s im se expressava : "Para os calvin istas a S. Escriutra é uma
ga ita de fole com que canta m, afinam e instrum entam como
b em lhes parece . Com êsse sistema de contínu as transposições
a caba r-se-á fàcilme nte transfor mando o Antigo Testame nto
num Alcorã o ; e o Alcorão em Novo Testame nto" . Por sua vez,
escr evia, n o mesmo a no, PRETO R I US, também lutera no : "A pa­
lavra de ordem de todos os calvinistas, ei-la : falsificar a Es­
critura Sagrada ; blasfemar; negar a verdade; enganar e em­
palmar a gente simples". Respondiam os ca lvi nistas na mesma
gama : "Desde que existe a Igreja, nenhum herege teve a au­
dácia de falsificar, dilacerar e desfigurar a S. Escritura, como
os luteranos, que no entanto querem passar por verdadeiros
profetas do Senhor. Vai-lhes a vida em perturbar e desvairar
a consciência dos crédulos".

3
- Pois bem 1 Ante a falta de respeito pa ra com a
pa lavra d e Deus ; ante a i n u ndação de bíbli as fa l sificadas pe­
las pa ixões dos homens; a nte as mais estú pidas e excêntricas
i nterpretações ; a nt e os i nconcebíveis excessos doutri nais pro­
venientes da i nte rp reta ção particu l a r; vendo os textos sagra­
dos, por m ãos p rofa n as sacr1 l egamente d i lace rados ; as tradu­
ções p rotesta ntes eivadas d e e rros propositados . . . , a Sta.
I g re ja, p ro i bi nd o pelo Concíl io d e Trento, a LEITU RA DE Bf­
BLIAS NÃO A PROVADAS por ela, nada mais fêz do que ve­
lar pel a i nteg ridade dos Sa ntos Livros, pelo respeito e a mor
a êles devidos. N ão contra a Bíblia, portanto, agiu a lgreia,
m as contra OS A B USOS que dela faziam os hereges. E a i nda
hoje, a mesma restrição ma ntém-se de pé pelos mesmos moti­
vos e razõe s. Fo lheie o l e itor q u a l q ue r b í b l i a p rotestante ; nela
NÃ O ENC O NTRA RA o s l ivros sag rados : TO B I AS, J U D ITE, SA­
B EDO RIA , E CLESIASTICO, BARUQUE, I Q e l l Q MACABEUS,
iu nta ment e com a l g u ns fra g mentos d o Livro d e ESTER e d e
DAN IEL . S ã o bíb l ias MUTI LADAS N A SUA I NTEG R I DADE.

1 17
4 - Expos ! os os ':"� TIVOS � fáci l se nos tor n a ch eg a r à
co ncl usã o . A l g r e 1 a restr i n g i u a l e itura de "cert as " bíb lia s o r
a mor d a VE RDADE I RA BfBL IA, l evada pe lo zêlo em defe n d :
p u reza i nteg ral dos Livros divi nos,. � ovid C: p � lo tot al res p it
à p a l avra de Deus. Por essas restri çoes, nao inte nta va s u btr a·'
:�
as Sag radas Lêtras aos fiéis. Queria, porém, colo car-lh es n a
mãos a VERDADEI RA Bíbl ia, não os simu lacros de bíb l ia s.
;
O utro p rocede r n ão pode ter o HOMEM H ONESTO
senão o de prostra r-se venerando essa I g reja , a pio nei ra n �
d efesa d os d i re itos divi nos n este m undo paga nizado.

118
TRADUTORES DAS BfBLIAS PROTESTANTES

N a d eso b r i g a d o s s e u s d evere s re l i g iosos , usam os pro­


t est a n tes a bíbl i a t ra d u zi d a p e l o PA D RE ANTO N I O PEREI RA
D E F I GU E I R E D O .
Pa ra u m C O N H E C I ME NTO MA I S EXATO do ambi ente
protesta nte, é conve n i e nte s a i b a o lei tor a h i stó ria d essa b í­
blia protesta n te, ve rt i d a pa ra o portu g u ês por u m PA D RE CA­
TóL I CO .

1 -
S o b os a u s p í c i o s do Ca rdea l d e Lisboa, sendo re ­
visor Frei Lu ís d ' Ascen s ã o Costa , reed i tou -se em 1 852 a tradu­
ção portu g u êsa d a B íb l ia, fei ta pelo Pad re Antô n i o Perei ra de
Figuei red o. Aq u i no B ra s i l , em 1 8 64, D. Ma n uel, a rceb ispo da
Ba h i a, co n seg u i u d essa tradu ção portu g u êsa u ma magn ífica
ed i ção brasileira, em 2 vo l u m es, co m notas exp l i cativas de
Del a u nay, e g ravu ra s de Rafael, Leo n a rd o da Vi nci, Ticiano e
outros . . .
Dezessete a n os d e po i s, a Livra ria Garnier reed itava-a.

2 -
Q u e faze m e n tã o o s corifeu s p rotesta ntes ? Sub­
m ete m a t ra d u ç ã o cató l i ca do Pad re F i g u e i redo a u ma i n c�m­
p ree n s ível, d es l ea l, te n d e nc i osa e od i osa O PE RAÇÃO CI R O R­
G I CA. Arra n ca m - l h e a o m e n os S ETE LIVROS SAGRA DOS. Ras­
ga m o l o n g o e s u b sta n cioso p refá cio, em q u e o Pad r e . ad i udi ­
cava a ês ses s ete l ivros a i n s p i ra çã o d ivi n a . E . . . ta l l 1 � ro as­
s .i m d esfe i to, i n co m p l eto, c h e i ra nd o a i n d a a fô l h a rece m-ra s­
g ad a, e m u t i l a d o CO NTRA A VONTA DE EXP R E SSA D O TRA-

119
D UTOR . . . a p resentam como SENDO a trad uç ão do P adre
F i g u e i redo . . .

3 - Ao l ei tor d eixo as concl usões a tirar; subli n h a nd o


sóment e a " l i ceidad e " e " honestidade" dessa i ncom pre ensív
el
ação; o " respeito " devido à B íb l i a ; a desenvoltur a verti g i no s
a
e m e n g a n a r, ciente, i g nóbi l e i ndignamente a boa fé do po ­
v o h o nesto e b o m ; e . . . aquela rud i mentar honestida de exig i­
d a p a ra os d i reitos d e u m autor ou trad utor, aqui tida co mo
b a g atel a de n oviço i ngênuo .
Q u e d izer, l ei to r, d e uma " re l igião", que, para se man­
ter, d esenvolve r-se, lança mão de ta is recursos ? ? ?

4 Mas a B íb l i a mais usada pelos protesta ntes é a


-

traduzida pelo "PADRE" J OÃO FERRE I RA DE ALME I DA.


Nas bíbl ias protesta ntes que pude folhear, lemos no
frontispício, o ra : "A Bíblia Sagrada, contendo o Velho e o
N ovo Testamento, traduzida em português pelo Padre João
Ferreira de Almeida", (edi ções de 1 948, 1 954) ; ora : "A Bíblia
Sagrada contendo o Velho e o Novo Testamento trad u zida em
português por João de Almeida com referências a algumas
variantes" (ed ições de 1 948, 1 95 1 , 1 953, 1 955).

5 - Quem é o PAD RE J OÃO FERRE I RA DE ALMEI DA ?


J oã o Ferre i ra d e A lmeida nu nca foi Padre. Era, sim ,
cató l ico. Aos 1 5 a n os, porém, tem a desventura de apos tata r
d a F E Cató l ica. Saindo d e Portugal, sua pátria, vai pa ra a
Hola nda, torna ndo-se M I N I STRO CALVI N I STA, que por lá e ra
também chamado d e "padre" e até "padre domini can o".
A í, tod o ódios pela I g reja, verte, em 1 681 , pa � a o P��
tug uês, o N ovo Testamento e de 1 748 a 1 753, o An t i g o � r-
ve
.

tradução d êsse a póstata q u e os protesta ntes beb em a s


dades• d e suas rel ig iões . . .

1 20
6 - Con cl us � o. Pa ra os cre nte s, tud o está n a "bíb lia­
i6-b l bl ia ". Q ue B íb l i a � som ? .Lá, a Bíb l ia. ? e um hone sto p a­
dr e ; m as ANT ES, por e les muti l a d a e fa ls1f1 cada. Aq ui, a tra ­
du ç ão d e um ap óstata revoltad o e dom i n ado pelo ódio e pe ­
la s pai xões . . .
� realm ente POU CO, MU ITO POUCO, para o FUN­
D AM ENTO de uma religiã o.

"Sealguém ti rar a lgo das pa lavras do livro desta pro­


Jecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida e da ci­
dade santa, que estão escritos neste livro" (Apc. 22 : 1 9).

1 21
OS LIVROS DA SANTA BIBLIA

n9 49

Depois dessas 47 peq u e n a s i n s t r u ções sôbre a Sta a·


b i i a , é h o ra de trata rmos r e s u m i d a m e n te, d o s L I VROS QU�
A COMPÕEM.

1 - A B íb l i a VE R D A D E I R A co m p õ e - s e de 73 l ivros, as­
s i m d ivid i d o s : 46 l ivros do A N T I G O TEST A.ME NTO ; e 27 do
N OVO TESTAMENTO.
O ANTI G O Te sta m e n to trata do F OVO de Deus A NTES
d a vi n d a de Cristo . O N OV O trata d e C r i sto, s u a vida, sua
,

d o utri n a e s u a o b r a : a STA . I G RE J A .
2 - Eis o CA T A L O G O D O S L I V ROS DA B f B LIA.

ANTIGO T E S T A M E N TO
B f B LIA P RO T E S T A N T E
BfBLIA C AT ô L I C A
1 - G E N ES I S .
idem
2 - EX O D O . . . . . . .
.
. . . . ide m
ide m
LE VfT I C O · · ·
. .

3 -
. . . . . .

id em
4 N OM E RO S . · · ·
. .
. .

-
.

id em
D EU TE RO N Ô M I O .
· ·
. . ·
.

5 -
.

ide m
6
· ·

J O S U t: · ·
·
.
. ·
. .

-
. .

. . . id em
J U TZ ES · ·
· ·

7 · ·

. . . i d em
-
· ·
.

RU TE . · .

'1 d em
·

8 -
. · · ·

9 I Q SA M U E L (o u I Q R E I S) .
·
· ·
·

ide m
1O l ) Q SA M U E L ( l I Q R E I S)
·

.
· ·
·
·

. . i dem
_

I Q R E I S ( l l l Q R E I S)
· ·
· ·

11 -
·
·

ide m
l l Q R E I S ( I V9 R E I S)
· ·
· ·

12 -
. . ·

1 22
ANTIGO TE STAMENTO

B fBL IA C A T O L I CA BfB LIA P R O T E S T A N


TE
1 3 - IQ PAR A L I POME N OS ( o u I '> CRO N I CAS) IQ C RON IC AS
1 4 - llQ PAR A L I PO ME N OS ( li <> CR O N I CA S) . 1 1 9 CRO N ICAS
1 5 - I Q ESDR AS . . . . . idem
16 l - I Q ESD RAS . . . NEEM IA S
1 7 - TOB IAS . . . . . . . . . . . . FALTA
1 8 - J U D ITE . . . . . . FALTA
19 - ESTER . . . . . . . I NCOMPL ETO
20 - J ô . . . . idem
21 - SALMOS . . . . . . . idem
22 - PROVl: RB I OS . . . . . . idem
23 - ECLESI ASTES . . . . . . . . . . idem
24 - CÂNTI CO DOS CÂNTICOS . . . idem
25 - SABEDORIA . . FALTA
26 - ECLES IASTICO . . . . . . . FA LTA
27 - ISATAS . . . . . . . . . . . . idem
28 - J E REMIAS . . . . . . . . . idem
29 - LAMENTAÇôES DE J E REMIAS . . . idem
30 - BARUQUE . . . . . . FALTA
31 - EZEQU I E L . . . . idem
32 - DAN I E L . . . . . . I N COMPLETO
33 - OSt lAS . . . . . . . . . . idem
34 - JOEL . . . . . . . . . idem
35 - AMOS . . . . . . idem
36 - ABDIA S . . . . . . . . idem
37 - JONA S . . . . . . . . . . idem
38 - MIQU l: IAS . . . . . . . . . . . idem
39 - NAUM . . . . . . . . . . . . idem
40 - HABA CUQ UE . . . . . . . . idem
4 1 - SOF ONIA S . . . . . . . . . . . idem
42 - A GEU . . . . . . . . . . . . . idem
43 - ZACARIA S . . . . . . . . . . . idem
44 - MALAQ U I AS . . . . . . . . idem
45 - I Q MACA FALTA
BEU S . . . . . . . . .
46 - llQ MACA FALTA
BEU S . . . . . . . . .
1 23
NOVO TESTAME NTO
BfBLIA CATOLICA BfBLIA P R O T E STANT
E
1 - Ev9 seg. MATEUS . id em
2 - Ev9 seg . MA RCOS . ide m
3 - Ev9 seg . LU CAS . . ide m
4 - Ev9 seg . JOÃO . . . . id em
5 - ATOS DOS APóSTOLOS id em
6 - Ep ísto la aos ROMANOS . ide m
7 - I � AOS CO RJNTIOS . . . . ide m
8 - l i ' AOS CORfNTIOS . idem
9 - GALATAS . . . . ide m
1O - E FESIOS . . . . . . ide m
11 - FI LI PENSES . . . . . . . . ide m
12 - CO LOSSENSES . . . idem
13 - I' TESSALO N I CENSES . . idem
14 - l i ' TESSALON I CENSES . . . . idem
15 - I' TIMóTEO . . . . . . . . . idem
16 - l i' TIMóTEO . . . . . . . . . idem
17 - TITO . . . . idem
18 - FI LEMON . . . . . . . . . idem
19 - H EB REUS . . . . . . . . . . idem
20 - TIAGO . . . idem
21 - I' PEDRO . . idem
22 - l i' PEDRO . . . . idem
23 - 1'- J OÃO . . idem
24 - l i' J OÃO . idem
25 - I l i' J OÃO . idem
26 - J U DAS TADE U . . . . ide m
27 - A POCA LI PSE . . . . . ide m

nte con tém


3 Por a í vê o leitor q u e a Bíb lia protesta
-

Tes tam ento .


a pena s 66 l iv ros : 39 do Ant igo , e 27 do Novo
testa ntes,
O s l ivros d a St a. B í b l i a re i eit ad os pe los pro
:
são os SET E seg u i nte, mai s a l g u ns fra g me ntos
1 9) - TOB I AS
29) - J U D ITE

1 24
3Q) - SAB E D O R I A
4Q) - ECLESIAST I CO
SQ) - BARUQU E
6Q) - I Q MACABEUS
7Q) - l l Q MACABEUS
8Q) - De ESTER, o s capítulos : 1 O (versícu los 4- 1 6), 1 1 ,
1 2, 1 3, 1 4, 1 5, 1 6.
99) - De DAN I E L, os capítulos : 3 (versículos 24-90),
1 3, 1 4.

Note o leitor que aqui tratamos sómente dos " LIVROS


DA BfBLIA", não das TRADUÇÕES dêsses Livros Sagrados. Sô­
brê essas, reco rde os números : 1 6, 45, 46.

4 - Como a p rópria Bíbl ia não traz a lista dos l ivros


inspi rados, surge a questão : como chegamos a êsses 73 li­
vros ? Como se formou a Bíb l ia ? Quais as lutas, as oposi­
ções, as diverg ências na formação do CANON BfBLICO ?
São essas as ú ltimas questões que temos a responder
para fecha r essa série de artigos sôbre a SANTA BfBLIA.

1 25
Q U EM ORGAN IZOU A LI STA DOS LIVROS DA SA NTA B IB LI A ?

n9 50

1 -
dos livro
Demos , n o n 9 passad o, a l ista com p l eta
q u e com � õem a Sag rada Escritura . São SETENTA E TR ES Li�
vros I n s p i rados. Apontamo s a i nda os l ivros d ivi nos reje itado
p e l os " crentes " :
s

1 9) -
TOB I AS
29) -
J U D ITE
39) -
SABEDO R I A
49) -
ECLESI ASTI CO
SQ) -
BARUQUE
69) 1 Q MACABEUS
-
79) I J Q MACABEUS
-
SQ) De ESTER, os capítulos: 1 0 (vv. : 4-1 6). 1 1 , 1 2, 1 3,
-
1 4, 1 5, 1 6.
9 Q) - D e Dan iel, os capítulos : 3 (vv. : 24-90), 13, 1 4.

2 -A con c lusão é q ue, enqua nto a Bíblia de J esus


Cristo contém 73 l ivros : 46 do Antigo Testamento, e 27 do
Novo, a B í b l i a p rotesta nte contém sómente 66: 39 do Antigo e
27 d o Novo Testa mento. (Cf. n9 1 9}.

3 E m pa rte nenhuma da Sagrada Escritu ra, e �con ·


��
-

tra mos a l ista d os l ivros i ns p i rados. O catá logo dêsses liv


ve i o até nós EXCLUSIVAMENTE pela TRADI Ç ÃO . A TRA

1 26
ÇA O é
po i s o Ú N I CO M E I O d e co n h e c i m
e n t o d a 1 ·I S t d
a O S 1 "1 -
VíOS sa g ra d o s .

O s p r o t e s ta n l c s re j e ita m f u r i os a m e n te a
T RAD I Ç A Q
T R AD I ÇÃO q u e é a P R OVA O N I CA da ;
ca n o n ·1 c1· d a d e d
e st a
7� . , . .
l i v r os d a B 1 b l i a . Ma n t e n d o f i r m es os d o i s pés n a
.
L óGI CA,
os

na o co n s i g o c o m p r e e n d e r c o m o os n osso s i r ma o s sep ar a d
-
os
A I N D A a c e i t a m a B í b l i a t l e s m e s m os, SE fôsse m LóGI CO
.
S'
hav eri a m ta lvez d e c o m p re e n d e r ?

o conju nto das verda des do cristianism o,


(Tra d i çã o "é
revela das por N osso Senhor aos seus apóstolos, e a nós trans­
miti das primeiro verbalme nte ; e depois pelos escritos dos pri­
meiros Padres e Douto res da lgreia Católica".)

Pois é essa TRA D I ÇÃO q u e vem DOS APóSTOLOS, q u e


nos a f i r m a ter a B í b l i a d e Deus SETE NTA E TRl:S livros inspi­
ra do s .

4 Não nos esq ueça mos de que a TRADI ÇÃO é uma


-

das FONTES D E REVELAÇÃO DIVI NA d a Sta. Igreja Católica.


Foi, porta nto, a I G REJA CATO LI CA, q ue, cônscia de
suas prerro gativa s, e a poiada nas pa lavras d e Cristo, "eu es­
tar ei co nvos ciD todos os dias até a consum ação do mundo",
"t udo quanto ligares na terra será ligad o nos céus, e tudo
qu anto deslig a res na terra será deslig ado nos céus" , pois • • .

foi ess a I g reja, assim p rovid a d e ta i s crede nciai s d ivi nas que
orag nizo u e deu aos hom ens, a LIST A COM PLETA dos l ivro s
d iv i n os da Sta. Bíb l i a . E l a 1 Só e l a tinha a neces sá ria e ex·
clus iv a comp etênc ia p a ra ta nto.

Te nd o sido a O N I CA o rg a n izad ora dos l ivr os da S. Es­


c r i t u ra sã o as
sô me nte ela pode d izer HOJ E A I N D A, q u ais
,

B íb l i as VERD A D E I RAS,
q ua i s as FALS AS.
1 27
Relembre o l eitor os n .05 1 O, 1 1 , 1 2, 1 3, ond e tra ta m os
d a tra nsmissão, d ivulgação e proteção das Sa nta s Lêtr as .

5 - Por a í qual quer um vê que o protesta ntism o cla u­


d i ca g ravemente na sua própria base : "bíblia-só-bíblia" . S e­
ri a m êles m u ito mais bibl istas, viveriam mais blb licam ente, se
chegass&m pela boa vontade, à posse da verdade bíblica: a
SANTA I GREJA CATôLICA.

1 28
A BI BL I A E O S LI VR O S AP ô
C RI F O S

n9 51

N ã o p e n s e o l e i to r, q u e a LI STA do s 1 .ivr os,


- q u e h 0 .1 e
c o m po em a B 1' b r!ª d e D e u s, ten h a ca ído do céu , ou te nha si-
d o c omp osta e i m p osta a tod os por J esus e ns t o, ou a .i nd a
.

q ue a s u a co m p i l a çã o te n h a sido fá cil, pací fi ca, sem apa ixo-


nad os e m bates . N ã o !

1 J á o fato d e h aver u ma L I STA dos l ivros sag rados,


-

não está i n d i ca n d o u m a esco l h a havida entre OUTROS LI­


VROS q ue g o zava m m a i s ou m e n os de idêntica autoridade ?
A formação da LI STA DOS LIVROS SAGRADOS pro­
cessou-se n o m e i o d a s m a i s tremendas l utas do pensamento,
e das mais a c i rrad a s bata l h a s d e estudos, tendo a Sta. Igre j a
de enfrent a r v i o l e ntas tem pestad es de l ivros q u e se diziam i ns­
pirados, ma rés g ig a ntesc as d e legen das, de docu mento s fa l­
sos, de a utori dade s u s u rpad as. São os LI VRO S APóC RI FOS.

2 Pa ra o l eito r ter u ma peq uen a idé ia das l uta s e


d as ativi d ade s d a tg rej a Cató l i ca n a form ação do �ANO N
-

BfB LIC O, i nd i ca re i a l g u n s LIVR OS q u e, já pelo títu lo, 1á P.elo


co nte údo, já p e l a a uto rida de de q u e goz ava m ent re mu.1tas
ig reja s particu l a res e me smo ent re a l g u ns Pad res, preten dia m
p ass ar por I NSPI RA DOS.

I FO S D O AN T I GO
3 E is a lg u ns LIV RO
-
S AP ó CR
TESTAME NT O.
1 29

A Sa nta Brbl ia 9
"A H ist6ria e a sabedoria do Ahikar, o Assf rio". "Ora ..
ção de Manassés", "39 livro de Esdras", "49 livro de Esdras u
"3Q l ivro dos Macabeus", "49 livro dos Macabeus", "Os Sal�
mos de Sa l omão", "O salmo 1 51 ", "O livro de Enoc" (citado
.Pº� S . }, u �� s Tadeu e m sua epístola, versícu lo 1 4), "Livro dos
1ub 1 leus , O testamento dos 1 2 patriarcas", "O apocalip se
de Moisés", "Epístola de Aristeu", "Assunção de Moisés", "A
ascensão de Isaías", "O apocalipse de Baruque", "Odes de
Salomão", "Livros Sibilinos" . "Comentário de Habacuque",
"Salmos de ação de graças", "Manual de disciplina", "Guerra
dos filhos da luz: e dos filhos das treva ", etc . . . .

4 - ALG U NS LIVROS APôCRI FOS DO NOVO TESTA­


MENTO.
"Evangel h o segundo os hebreus" (traduzido por S. Je­
rô n i mo, para o grego e para o latim) e usado nas igrejas ju­
d eu-cristãs da Pa lesti na, que o atri buíam a S. Mateus), "Evan­
gelho dos ebionitas" (usado por Sto. Epifâ n io}, "Evangelho de
Marcião", "Evangelho dos 1 2 ap6stolos", "Evangelho de Cerin..
to", "Evangelho de Basílides", "Evangelho de S. Matias",
"Evange l ho de S. Filipe", "Protoevangelho de S. Tiago", "Evan..
gelho do pseudo-Mateus" (traduzido pa ra o latim por S. Je­
rô n i mo), " Livro da natividade de Sta. Maria", "Evangelho
segundo Tomé", "Evangelho árabe da infância", "História de
José, o carpinteiro", "Evangelho de Nicodemos", que contém
"Os atos de Pilatos" e "A descida de Cristo aos infernos" ,
"H istória da n1orte e da assunção da bem-aventurada Virge m
Maria", "Kerigma (preg ação) de São Pedro", "Atos de S. P•
d ro", "Atos de S. Paulo", "Atos de S. João", "Atos de Sto.
André", "Atos de Tomé", "A doutrina de Addai" (q ue narra
0 a posto lado de S. J udas Tadeu), "Epístola de S. Paulo aos
laodicenses", "Epístola dos prebíteros de Corinto a S. Paulo",
" Epísto la aos alexandrinos", "Epístola de S. Paulo e S. Barna·
bé aos cipriotas", "Epístola de S. Pedro a S. Tiago Me no r",
11
Apocalipse de S. Pedro", "Apocalipse de S. Paulo", "Apo ca·
lipse de S. Bartolomeu", "Apocalipse de Sto . Estêvão ", uAp o·
calipse de S. Tomé", "Ascensão de S. Paulo", etc., etc. , etc .

1 30
5 - E i s aí, p a ra amostra, umas ci nco dúzias de l ivros
que a Sta. l g reia Cató l i ca, g u i ada pelo Espírito Sa nto, reieitou
da USTA DOS LIVROS DA BfBUA, depois de pacientíssimas
pesquisas e de p ro l o ngados e acalorados d ebates.
Pode a gora o l eitor ter uma peq uena idéia das lutas
d a Sta . \ g r eia Cató l i ca, na formação d o C A N ON DA S. ESCR1-
TU R A.
Nossa G RATI DÃO por ela não devia ser das menores.

1 31
9 •
ALGUMAS DEFI N IÇÕES

n9 52

. -1 A BIBLIA é a co leção dos l iv ros sagrado s, qu e es-


critos sob a m oção d o Esp írito Santo, e m é pocas d ive rsa s e m
l í n g u a s d i fe re ntes, por a uto res esco l h idos por Deus , f� ra m
a ce i tos P E LA IGREJA COMO I NS P I RA DOS.
D i sti n g u e-se a S. Escri tura de q u a l q u e r o utro l ivro, pela
I NSPIRAÇÃO. Esta fa z de Deus, o AUTO R pri ncipa l dos Livros
S a g rados. O O BJ ETO O N I CO da Bíblia é o MISTE RIO DA RE­
D E N ÇÃO . O Antigo Testamento é a espera do Messias pro­
metido. O Novo Testamento é o ensinamento do Messias iá
vindo no mundo, morando entre nós.

2- Quando di zemos q u e a Bíblia é IN SPI RADA, que­


r e m os d i zer q u e e l a foi escrita sob a AÇÃO ESPECIAL do Es­
p írito Sa nto ; e q u e Deus excitou os escritores sacros a escre­
ver. Ass isti u-os PESSOALME NTE enqua n to escreviam, de ta l
m a n e i ra q ue ê l es co n ce b i a m exatamente, q ueriam narra r fiel­
m ente, e e xp r i m i a m com VE RDADE I N FA LfVE L, TUDO o que
D e u s l hes o rden ava, e SOMENTE o q u e l hes ordenava de es­
creve r. (Cf. n Q 1 O}.
Sendo , p o rta nto, Deus, AUTO R d a Bíb l ia, ela n ão p� de
nsig o
co n te r E R R O N E N H UM nem esta r em co ndi ção co
mesma.

ro s, c u i a
.

3 - CA NO N é a CO LEÇ ÃO OF I CIA L dos Liv


i nspi ra çã o é p ro c l a mad a p e l a I g re j a .

1 32
U m l iv ro é I N S P I RA D O , q ua nd o te m
0 D EU S
t o r. E AU Tt N T I CO , q u a nd o é do a uto r ao q u a l a t .P� r a -

j u d i c a . E CA N ÔN I CO , q u a ndo sua I NS PI RAÇ ÃO �ºre1���
d
da pe l a I G REJ A .
h�ci�

4- H á l ivros c u j a I NSPI RAÇÃO NUNCA foi seriamente


c o ntesta d o ; e q u e por êsse motivo SEMPRE fi gura ram no C­
NON. CHAMAM-S E P R O T O C A N O N 1 C O S. Outros, cuia
inspiração foi posta e m DOVI DA por ALGUMAS igrejas PAR­
TICULARES, e c u j a a ceitação UNIVE RSAL, por causa dessas
controvérsi a s, foi m a i s TA RDIA, chama m-se D E U T E R O C A­
N O N I C O S.

Os l ivros DEUTEROCANôNI COS DO ANTIGO TESTA-


MENTO são :
l Q) -
TOB I AS
2Q) -
J U D ITE
3Q) -
SAB E D O R I A
4 Q) -
ECLESIASTI CO
5Q) -
BA R U Q U E
6Q) -
I Q MACABEUS
7Q) l I QMACABEUS
-
BQ) -
De ESTE R, os 7 ú lti mos ca p ítulos : 1 0, 1 1 , 1 2, 1 3,
1 4, 1 5, 1 6.
9Q) - De DAN I EL, os seg u i ntes fragmentos :
a) - A oração d e Aza rias e o Câ ntico dos três
joven s n a forn a l ha (3 :2 4 -90).
b) A história de Susana (cap. 1 3) .
-

e) A história de Bel e o Dragão (ca p. 1 4) .


-

Os l ivros D E UTE ROCANôN I COS DO NOVO TESTA -


MENTO sã o :
1 Q) - H E B REUS
2Q) - TIAGO
3 Q) - J U DAS TADEU
133
49) - l llil S. PEDRO
5 Q} - l i� S. J OÃO
69) - l l l ll-) - S. J OÃO
79) - APOCALI PS E
8 Q) - O S seg u i n tes fragmentos :
a) - O fi n a l d e Ma rcos : 1 6 :9-20.
b) - O episód io do suor d e Sa ngue : Lc. 22:43-44.
e) - O episód io da m u l her adú lte ra : J o 7:53- 8:1 1 .

5 - A BASE OLTIMA E O NICA POR QUE ACEI ..


TAMOS os 73 livros da BJBLIA � Sô A AUTORI DADE DA
SANTA I GREJ A CATOLICA APOSTOLICA ROMANA !
NUNCA a autoridade particular de UM, ou de um pe-­
queno grupo de HOft'lENS, embora DOUTORES DA STA.
IGREJA.

O protesta nte pois, que pretende prova r q ue o CATÓ­


L I CO e rra ao aceitar 73 l ivros, porque S. J erôni mo, ou Caieta­
n o etc., reieitavam SETE l ivros, está COMP LETAMENTE fora
d a q u estão, tota l mente fora do ponto nevrá lgico. Porque o
CATóUCO NÃO ACE ITA o Câ non bíblico porque Jerônimo o
n ega, ou Agosti n h o o afi rma, M A S E X C L U S 1 VA M E N T E
p o rq u e a S A N TA I GR E J A CATô L I C A A P OSTO L l ­
C A R O M A NA o o b r ig a e m v i s t a d e s u a A U T O R l ­
D A D E . "Tudo quanto ligares na terra será ligado nos cé u s,
e tudo quanto desligares na terra será desligado nos céu s".

Só a I g reja Católica tem AUTO R I DADE para tanto.


N I N G U tM m a i s ; n e m mesmo u m ou dez Stos. Pad res Douto ­
res, por m a is sáb ios q ue seja m.
Sto. Agosti n h o : " Nos eva ngel h os n ão acred itaria se a
isso n ão m e obrig asse a a utoridade da Igreja " .
" Eg o eva n g e l io non crederem n i si m e catholic ae eccl e­
s i a e co m mo ve ret a u cto ritas. "
Nada d e m a is certo 1

1 34
A O R IG EM D A BI BL IA

n9 53

l :- Fo i co m .º le nto e i m pe rtu rb áve l ro


.

l a r do s sé cu los
� ue a B1 b l 1 a , p a u lat i n a m a s p rog res siv a me nte , fo i-se co nst
itu ­
i ndo e tom a n d o for m a .
A � oss o B í b l i a MO D E R NA , com a sua a pa rê n c i a
u n ifor ­
me, des p i sta n ão só a p ro d i g iosa d iver s idad e das sua s pa rtes
como a i n d a esco n d e o M I STE R I O DAS SUA S ORI G E N S. N i n �
guém , l e n d o h o i e s u a s pág i nas mass udas e comp acta s terá
uma i d é i a s d os tem pos e m q u e essas PALA VRAS , essas F RA SES,
a ntes de S E REM I M P R ESSAS e ESCRI TAS, era m declam adas,
eram salmod iadas, e ra m c a ntadas pelos a ra utos de Deus.

2 - A Bíb l i a , muito antes de ser texto ESCRITO, fôra


na sua g ra nd e m a ioria, e n s i n o O RA L. Sob forma de narrações
m a is o u menos fixas, d e poemas ritmados e ri mados, de sen·
tenças e a d á g ios frisa ntes, seus elementos constitutivos era m
tra n s mitidos d e g eração em geração só ORALMENTE. Pa ra
com p reende r COMO n asceu a Bíblia, necessá rio é desfazer­
nos d os n ossos hábitos de homens modernos, civilizados no
pa pel. LER e ESCREVE R, são-nos opera ções tão a utomática s,
que n e m pod e m os i m a g i n a r, ter h avido soci edades que pas­
sa ra m sécu l o s e séc u l os sem u m a e outra coisa. A TRANS MIS­
SÃO entã o d e p a is a fi l hos, de mestre s a d iscípu los, fazia-s e
p e la ME MO R I A e p e l a p a l avra FALAD A, faci l i ta d a por u ma
téc n i c a tôd a especi a l . Ass i m fora m tra n s m itidas por 22 a nos
os profe cia s d e J erem ia s ,a n tes d e sere m red i g id as. Todos os
P rofeta s, todos os S a l mos, tôdas a s pa rtes poétic as, . c� m ? 0
Cânt ico d o s C â nticos, fora m tra n smiti dos de modo 1 de nti co.

1 35
ls � 0 n ã o exc lui, por ém , a exi stê nci a de Esc rito s A pró · B
b 1 ia a 1 ude a êle s . Q uan d o os h e b reu s gem iam na p r i a í-
·

. , jó �e hó 1 5 sécu los, que a escr itura estavesc rav·1 d ...


·

d 0 E 9!to
no pais do Nilo . Esse s elem ento s escr itos, poré m, erama em u��
ape n as
AU XIL IAR da me mó ria .
. Pelos mesm os proce ssos passa ram os Evang elhos. Pri-
meiro, foram PALAVRA FALA DA. Só mais tarde foram ESCRI ­
TOS . O valor dad ? à trans missã o ORA L dedu z-se fàcilm ente
das palavr a s do bispo de Hieráp olis na Frígia, PAPIAS (an o
. . a tudo preferir em matéria de tradição "A
1 30), que d1z1a,
PALA VRA VIVA E DURA VEL" . . . I

3 - QUANDO, porém, tomou o texto ORAL forma


ESCRITA ?
Para o ANTIGO Testamento, podemos, com prudência,
.dizer que houve três épocas de intensa atividade literária. No
tempo de EZEQUIAS foram colecionados e redigidos os docu­
mentos orais e escritos do Reino do Sul, e comparados com
os do Rei no Nortista, trazidos depois de 722 (Prov. 25: 1 ). No
tempo de JOSIAS, houve a célebre DESCOBERTA do Deute­
ronômio (ano 622). Em 445 ESDRAS trabalhou incansàvelmen­
te pelos Livros Santos. Colecionaram-se as antigas versões
fragmentárias. Redigiram-se as partes que ainda estavam sen­
do ORALMENTE transmitidas, editando-se, ao depois, todo o
conjunto . . .
Para o NOVO Testam ento, temos fontes mais segurace­s.
Os Atos dos Apóstolos, as Epísto las e o Apocalipse apare
ram escritos ou ditad os. Os quatro Evang elhos, transm itidos
prime iro ORA LMEN TE, foram depo is ESCR ITOS emeu datas di­
feren tes. O texto de MATEUS passo u para o aram entre 50
a 55. Pouco depo is, em Roma , o jovem MAR, COS , ouvi n do
anoto u o qu e­
diàri amen te o Prínc ipe dos Apóstolos , S. Pedroescri
ouvia, conf ronta ndo com os " LEMB RETE S" já seutose aqugel e en
tão circu lavam . Disso comp ôs, entre 55 a 62, opo o cris� � �o
em greg o pop ular, pelo qual se dirig ia �
.ª º tao u�
Rom a. Qua se ao mes mo temp o, um méd ico Paul muito culto, Lem
CAS , que fôra com panh eiro das viag ens de o, chega
1 36
Ro m a. D o apó stolo dos gentio s rec olh era outras .i nform
sua esta d a em· Jerus alé m, provera-se d e d o cuaÇmo.... es,
e d u ra nt e a eira
· ·

moo; m uito provà vel mente i· u nto d Sa nt es s�--


tos d e. p rim n d ereça
-

ma V irg e m. E n d o - se aos e 1 emen tas mais c lt e 1d' 1


U
°

OS
,

IS-
ti n tO S qu e ro d eavam P au 1 o , escreve - lhes em greg o ex ce 1 ente '
0 seu E vang e Ih o, em 63. Mateu s, pouco depois, entre 64 68 0

ve rte p ara o grego o seu evangel ho arama ico, co mpletan :


do- o. O evang elho de S. JOÃO foi escrito em l:feso' muito
tem po depo is. Aí por volta do ano 98.

4 -TRES são as UNGUAS em que foram escritos ori­


ginàriamente os livros da Sagrada Escritura: o HEBREU, lín­
gua original e santa do povo de Deus; o ARAMEU, língua fa­
la d a por todos, no tempo de Jesus Cristo; e GREGO, língua o

mais corrente no comêço da era cristã.

Uma conclusão impõe-se. A Bíblia ESCRITA, foi PRI­


MEIRO, Bíblia FALADA. E por meio da TRADIÇÃO, é que po­
demos HOJE, ler os Livros Santos . . .

1 37
OS LIVROS D EUTEROCANONICOS DO ANTIGO TESTA MENTO

n9 54
Com p rido e chato. Mas . . . n ecessá rio.
1 - Há l i vros cuja I N SPI RAÇÃO NUNCA foi sériamen­
te contestad a ; e q u e por êsse motivo SEMPRE figurara m no
CANO N . C h a m a m-se P R O T O C A N ô N 1 C O S.
O utros , cu ja i nspi ração foi posta em DOVI DA por A L­
G U MAS i g reja s PA RTICU LA RES ; e cu ja aceitação UNIVERSAL ,
por ca u sa d essas co ntrovérs ias, foi mais TA RDIA cha mam - se
,

D E u T E R o c A N ô N 1 c o s.
Os l ivros D EUTE ROCAN ô N I COS do ANTI GO Testa­
mento são :
l Q}- TO B I AS
2Q) - J U D ITE
3Q} - SABEDO R I A
4Q) - ECLES IASTI CO
59) - BARU Q U E
6Q) - 1 9 MACABEUS
7Q} - 1 19 MACABEUS
SQ) - De ESTE R , os 7 ú lti mos ca pítu l os : 1 0, 1 l , 1 2, 1 3,
1 4, 1 5, 1 6.
9Q) - De DAN I E L os seg u i ntes F RAGM ENTO S :
a ) - A o raçã o d e Aza rias e o Câ ntico d os 3 jo­
vens n a forna l ha : 3 :24-90.
b) - A h i stória de Susana : 1 3.
e ) - A h istória de Bel e o D rag ão : 1 4 .

1 38
2 To d os ês se s Liv ro s, os protesta ntes exc 1 u . ro m
1
-

de
sua s b'1 bl 'ias.
Tr ês s � cu los an tes de Cr ist o, em Al ex an dri a , SETE NTA
SA BIO S vertiam para o greg o a S. Escr itura . E TRAD UÇÃO a
DO S SETE NTA , cha mad a tam bém trad ução alexandrin a Esso
. 1 ,
versã o que,. 1nc uta tanto os proto canô nic os como TOD O S os •

.
de uterocanon1 cos, sem esta b e 1 ecer, entre uns e outros, dife-
re nça alguma, era USAD A por TODOS os judeu s de língua
G RE GA que morav am em Alexan dria, Ásia Menor, Grécia , Itá­
lia, e mesmo em JERUSA U:M nas comunid ades judaicas de
língu a greg a.
Os judeus da DIASPORA recebiam a direção religiosa
dos seus correligionários PALESTINENSES. Se pois êles consi­
deraram os deuterocanônicos como inspirados, chegando até
a traduzi-los para o g rego, é porque êsses livros eram PRIMI­
TIVAMENTE ACEITOS NA PALESTINA.

3 - Essa mesma Bíblia dos SETENTA era usada por


Jesus Cristo e pelos Apóstolo s. O que significa que os Após­
tolos aceitav am a AUTOR IDADE dessa versão; , e, por conse­
guinte, reconh eciam a ORIG EM DIVIN A DOS DEUlE ROCANô­
NICO S.
E aind a a trad ução dos SETE NTA que Crist o e os escr! ­
tores sagr ados do Nov o Testa men to, assim como os demDas ais
ap ósto l os, CITAM ao se refe rirem ao Anti go Testamenonto.Novo,
350 citacões do Ant igo Test ame nto que encontr amo s
300 (TR É ZENTAS ) são tira das DIR ETAME NTE da BJB LIA DO S
SETENTA. Os Apó sto los, portan to, ace itavam a AUTO RIDA-
DE dos SETENT A.

4 - Se a se s livros, rej;���� Lb'S


Ig re ja, po is, ac eita ê�dad
é bas ead a na auto ri tolos e dos A e ri. st
los pro testant e s
ao
q u e ta mbé m o � acei tava m . Esses Após , quem vos rei.••.is qu ais
.
0

a,
d' �
·

iss :Qu em � vos o uv e a m1 m m e o uvse Ée


,, ,

no EN E O T S re c eb er am o ES-
me re1e 1 ta" e que
a mim
. T C
PI RITO SANTO, e �tav am em con di ções de sab er
P essa S ª
58 •

1 39
gra da ERA OU NÃ O INS PIRAD A P E_LO
Esc ritu ra que usa vam ,
ESP JRITO SAN TO, do qua l "est ava todo s chei os " Se a cei ta -
vam os SET E Llv ROS com os fragmmentos de
mo parte integ rante da Bíblia ,era bem porqEster e Da niel co­
·

ue tais livr�s e
fragm e ntos perte nciam de fato à Sagra da Escrit ura.
5 Mais. Tôdas as Bíblias usadas pelos discíp ulos ime-
diatos dos Apóstolos, contin ham també m TODO S ESSES LI­
-

VROS. E os primeir os cristãos, cuja grande maioria vind o do


paganism o, ou das comunidad es judaicas gregas, e que igno­
ravam a língua hebraica, USAVAM A MESMA BfBLIA QUE
OS APóSTOLO S. Ora, se os Apóstolos não tivessem por INS­
PIRADOS os livros deuterocanôn icos, DEVERIAM AVISAR os
neófitos. O que não fizeram. A conclusão é legítima: OS P RÓ­
PRIOS APóSTOLOS TINHAM OS DEUTEROCANôNICO S POR
LIVROS DIVINOS.
E tal CRENÇA não podia ser FALSA. Pois tratava-se de
Livros " REGULADORES DA NOSSA FE", para cujo discerni­
mento fundara Cristo a IGREJA, e aos Apóstolos dera a IN­
FALIBILIDAD E, aqui posta tôda em jôgo . . .
Ora, a Igreja Católica, que é também APOSTóLICA, a
exemp lo dos Apóstolos , deve aceitar êsses livros deuterocan ô-
n1cos.
A inspira ção divina dêsses mesmos livros é reconhe ci­
da tamb ém pela Igreja ortod oxa grega e pelas igreja s cris-
tãs do Ori ent e.

A Bíbl ia dos SET ENTA, usad a por Jesu sapó Cristo, e


6
pelos Apó stol os, e pelo s disc ípul os imediat
-

st.olo��
� s _dos�os pr1m
e pelo s neó fito s, era tam bém usa da pelo s cr1staos ��
ros séc ulo s e pel os sáb ios : os Stos. Pad� e�
e os _Esc ra!o res e: 0 _
siástico s. Pro toc anô nico s e deu tero can on1
cos soo ci �a � os dos
mo ten do igu al val or. Apena s a lgu ns nom es dos . sab i os Pas·
t rê s prime iros séc ulo s: S. Cle mente Rom ano, . s._ �
o h ca r���m n·
H1p oht o. S.
e
, , Sto . lrin eu, Sto .
. 1ano , etc
lor de Her ma s S. Jus tino .
uha no, s • e·1pr ·

te de Alexan dria , Orí genes, Tert

1 40
Qu. e os c rist ãos dês ses recu a dos te mp o s e sti. vessem
m a d1 . a dos li. vro s ho i·
, ss 1mo s com a leitur a cos-
tu . nte
, .1cas, sobe1ame ' e c or ta d os pe la s bí -
bi ia s n ão cat ol pro vam as p'1 n tur as d as CA-
. .
TA C UM BAS, onde os artista s cri stão s rep rese nta va m cen as ti-.
ra das ig ualm ente dos .. protoc. anônic os com o do s de u terocan o-..
n i c os, c om o a dos tres 1ove ns na forn alha , Dan ie l na cova
d os l eõ es, etc ; enqu anto que até o sécu lo VQ não enco n tra­
.

m os cena alguma tirad o dos APôCRIF OS. (NQ 49).

7 Sômente no século IV9 notam-se al g umas hesita­


-

ções entre alguns PAD RES. A grande maioria dêles, porém, e

dos Escritores eclesiásticos ,permanece favorável aos deutero­


canônicos. Que o Sta. Igreja sempre os teve TODOS por ins­
pirados, bastem-nos os seguintes documentos PONTIFíCIOS da
época : o Concílio Romano, em 382, sob o pontificado de S.
Dâmaso; o Concílio de Hipono, em 393; o 3Q Concílio de Car­
tago, em 397; a Carta do Papa Inocêncio 19, em 405, a Sto.
Exupério de Tolosa; o 49 Concílio de Cartago, em 41 9; o De­
creto Gelasiano, em 492. (O Concílio Florentino, em 1 441 . O
d e Trento, em 1 546. O do Vaticano, em 1 870).
TODOS êsses Concílios da Igreja Católica afirmam e
definem solenemente a inspiração divina e a canonicidade dos
73 Livros, cuja lista demos no nQ 47.

8 As hesit ações de algu ns PAD RES contra o ensino


tra dici onal da l gre i a no tocante à nossa questão, têm sua ex­
-

p li ca ção U ma parte dos iudeu s da PALESTINA, atribu ía aos


d e uterocan ônicos um valor inferio r aos protocanô nicos; en­
.

qu anto que os judeu s da DIAS PORA (fora da Palest in a), de


� le x and rio, Antioquia, etc., tinham- nos por inspira dos. As he­
si ta çõ es dos Pad res OCID ENTA IS provê m tôdas de SÃO � E­
Rô NI MO, que indo morar na PAL EST INA , deixa-se influ ? ncia r
pel os ju de us PAL ESTIN ENSE S. Essa influê ncia , da do o i ncon­
fu nd ível des taq ue do g rande Doutor na Igreja, tem o seu eco
n o O ci d e nte . . .
141
Não nos esque ç a mos també m, de que nas cont rové rsi a
s
com os iudeus, os Padres alexandrinos não pod iam u sar os
d euteroca nônicos, por serem rejeitados por aquê les . . .
F i n a l mente, a MULTIPLICIDADE DOS APôC RIF OS au­
mentou a i nd a mais as desconfianças contra os deute roc an ô ni­
cos .

Conclusão óbvia : Rejeitar os DEUTEROCANôNICOS, é


m uti l a r a Pa lavra de Deus escrita : a Sta. Bíblia.

1 42
F OR M A ÇÃO D O CA N O N D O N O VO TE ST
AM ENTO

n «> 5 5


1 --: A l i sta do s 27 l vro s d o N OV O TE STAM EN
TO for ..
m ou-se, n a o p o r u m a dec .1sa o da lgr eia , ma s pel o ass ent ime n­
to com u m d a s C o mu n id ade s pri m itiva s q u e, p róxi mas da Re­
vel a çã o, traz i a m a i nd a viva s e m si, as cha mas do Espí rito
San to.
A l g re i a , porém, m ostrou-se extrema mente rigorosa na
esco l h a dêsses l ivros, com o m ostra m os escritos dos Padres dos
pri mei ros séc u l os . D o i s crité r i os ESSENCIAIS exig ia, para a i n­
cl usão de a l g u m escrito n a l ista dos l ivros sa ntos : CATO LICI­
DADE e APOSTO L I C I DAD E. Um texto só era admitido ao Câ­
non quando, e ntre a s Co m u n i d a des, era reconhecido como
fiel à verdadeira TRADIÇÃO, e à verdadeira MENSAGEM.
Nen h u ma d o utri n a de p rocedência ig norada, e mu ito menos
de ortodoxia d uvidosa ,era a ceita. O costu me de ler, durante
a missa excertos d e passagens b íb l icas, dava ocasião à leitura
dêsses escritos, cuia conteúdo era assim submetido à apr e cia­
ção severa de todos. Q u a ndo a consciência cristã, esclarecida
e guiada pela autoridade da lgreia, via n u m ou noutro escrito
a ma rca do Esp írito, conservava-o pa ra u lterior exa me. Sendo
FUN DAMENTALMENTE E ESSENCIALMENTE APOSTóLI CAS,
essas Com u n idades conservava m sômente os textos que ti­
nham ainda VIVAS, as testemunhas de sua procedência DIRE­
TA dos d iscípu los de Jesus.

-
2 Q uere ndo com p reender a fundo o Novo estamen ­�
to, devemo s esq uec e r- n os do "livro" q ue temos em m ao, e q u e
c h a m a mos "Bíbl ia"; l ivro frio, ma rmóre o, feito de pape l e cou-

1 43
ro, con ten do u ns po u cos fra gm ent os da
d o � m n oss as i g rej as ao s do mi ngo s, ma l
vid a do Sa l vad or ,. r
ouv ido pel os fiéi s q u e sem a n a l me nte enc hem een di do e m ª'j
com pr
os n osso s te _
p i os . . . Tud o isso d eve mo s olv ida r. Tud o pôr
t r � ns p ort a r-no s aos d ias difí ceis des sas Com
de lado, pa %
u n ida des
p r i m .1t1va
.
s, ond e os prim eiro s cri stão s, reu n idos às esco cristã s
e m pob res e m a l che i ros os qua rtos , ou em por ões ndi d as
rep e lentes '
rece b i a m êsse s text os com o O PÃO e a VI DA de
suas alm as :
p rocu rand o e n con tra r por êles , vivo e próx imo e I

i mortal AMI GO 1 O q u e a cate q uese prim itiva procpres ent e 0


urava � ra
faze r reviv er aquê le mesm o J esus q ue ti n ha trab a l hado
, fala­
d o, sofri do n a s col i nas pa l esti nense s 1 Com que avide z ouvia
m
a q uêles q u e O ti n h a m visto com seus própr ios olhos corporais !
Depo is, q u a ndo essa geraç ão desap a recera , aquêle s que ti­
n ha m sido d i scípu los dos d iscípu los. E assim estabe lece u-se
u ma F I L I AÇÃO D I RETA DE TESTEM UN HAS comprovad os e
tenazes n a d efesa da Apostol icidade. E nessa elaboraç ão de
u ma doutr i n a TRAD I CIONAL , cada um partici pava como na
g ua rd a coletiva d e um peregrino tesou ro.

3 - No fim do século 1 1, a escolha p r àt i cam e n te iá se


fixa ra . E o catá logo d e então, conforme o im portante docu­
m e nto 1 o CAN ON DE MU RATO RI, é o mesmo que o nosso
atual, excetu a ndo a s epístolas d e S. Tia�o e de S. Ped ro. A lis­
ta definitiva foi estabelecida no Concílio de Cartago em 397.

4 O ensino cristão de 2 mil anos atrás, era rig or�sa­


O RA L. O meio social de Cristo era o de gente h um i �e
-

mente ,

operários e pescado res do lago de Tiberíad es. Entre os �2impos­is-


cípulos ' dois sabiam escreve r: Mateus, o cobrad or de Os a u-
tos ' e Judas lscariotes, o caixa da pequena soc1e· d a de. ter .iam
tros . . . não sabemos . Mas mesmo que o sou besseme ten den- '

prefer ido a PALAV RA à L ET RA, visto que costum es ..

cios dos semitas eram sempre pela palav ra ORAL


A memór ia. entre êles nada tm h a d e com um com per-
. n os- a

sa ,tão empobrecida e raqu1t1ca.


.. , los gu ard ovam
O s dº1sc1pu

1 44
f e it a me nte D E CO R, as pa l av ras ate nt a nt
tre , g raças . a � m EXE RCf C I O ESP EC IAL
: .
e ou�1 d as do
p o st o a cr i a n ç rn e s­
de se us pri m e i ros estud os · Exe mp lo s d 'iss o sã o R a d e s-
P
D E JE RE M IA S , esc ritas sóm e nte de p ois d � 22 a no s O F E C I AS
·
a s
.
d e u so ex..
clu siv ame nte oral; a M I S H NA ' pa rte m a is imp o rta
nt e d o T al -
m ud ; o CO RÃO, etc . . .
Essa "arte de ensin ar e conse rv ar", fazia .
, p art e d a "a rte
d e f a ,
1 ar , q u e se f u n d e m enta va no ritmo e n a m ne motecnia .
. .
no q ua 1 to d o o corpo part1c 1 pava, q uer por i mpuls os, que r por
'
, .
m 1 m 1 cos, o u m esmo por d onças. (lc. 7 :31 -3 2).
Par a a j u d a r ª i ntel i gência d o d i scípu l o a lembrar -se
. _ .
com prec 1 sao e exatid ão, u sava-se todo u m con j unto de "tru­
que s" pedagó g i cos : o em prêgo de cadências reg ulares; o uso
de certas palavras fri santes, verdadeiros "ágrafos", aos quais
se prendia m os d esenvolvi mentos do d i scurso; o recurso a pa­
ralelism o e a ntíteses q u e subj ugavam a memória quase auto­
màtica mente . (Lc. 6 :20, 29). E por êsse encade amento metódi ­
co da palav ra e d a memó ria, que se expl ica a faci l idade com
que, mesm o home ns i l etrad os sabia m i mprovisar . As abundan­
tes alusões escri turís ticas no Novo Testamento, têm aqui a sua
explic ação.

entre os
5 Fo i ass i m dê sse mo do com um e ord iná rio
-

judeus, q u e a d ou tri na d e Cri sto foi con ser


vad a, pri me iro
a po uco, pel a
ORALME NT E; pa ra ma is tar de, fix ar- se, po uco
ESCRITU RA.

i no re su m o de l ivr os es pe cia lizad os �ô-


# -bí bh a"
ue n
• r· � -so
Eis a í um pe q
1ze r "b #b
.
d .
bre o ass u nto . Ma s já dá pa ra ve r qu e, .
. . . n ão pa ssa de u m a a d m i rá ve l i ng en u id ad e i nfan ti l .

1 45

A. Sa Mo Blblio 1 0
ALG U NS LIVROS BIBLICOS

n9 56

Esse artigo supõe o n9 52.

PARA LE R D ES DOMINGO.
O " LI V RO DOS NOIVOS • , como é chama d o o l ivro b í­
b l i co TOBIAS, narra a história de um homem iusto e de seu fi­
lho, e dos favores que do céu receberam, pela grande carida­
d e que sempre souberam praticar. TOBIAS foi sempre consi­
d e rado pela I g reja, como Livro 1 NSPI RADO POR DEUS, fazen­
d o, p o rta nto, pa rte da S. Escritu ra, como prova m os a frescos
e n contrados nas Catacumbas de Roma, narra n d o episódios
d êsse Livro (Tobias apresentando o peixe ao Anio. O Anio
.

conduzi ndo Tobias, etc.). Sabemos que tais pinturas não se


faz i a m sem autoridade da l greia.
Há Bíbl ias que omitem êsse Livro Divino. São bíblias in­
com p l etas. O Livro TOB IAS, escrito há 22 ou 23 sécu los atrás,
é u m dos mais belos e encantadores da Bíblia. e chamado to m ­
bem " LI VRO DO CONSO LO", " LIVRO DOS NOIVOS ", " LI-
V RO DA FAM TLI A " .

PA RA LE RDES SEGUN DA-FEI RA.


ira� o
A l g re1· a Cató l ica sem pre cons i d erou como i nsp f i r-
eo n
pelo Espír ito Sa nto o LIVRO de JU DITE . O que h 0 1 e se
�ui_
·

._

era
m a pela s rece ntes desc obe rtas assirológ icas. JUD ITE
to con h ecido pelo s cristã os dos pri mei ros sécul os,
co !11 ° ª ��
citaç ões dos Stos . Pa d res d a l gre 1 a, co
tom as a b u nda ntes

1 46
S. Clem e n te Ro m a n o ' S. C l em ent e d e AI e x .
a n d na e m uit os ou
t ros.
Ess e livr o cel eb ra a Pro vid ênc ia d .•vi. na

, � .. c� sfl. dade e
a pied ade da virtuos a JU DITE ' assim co mo a v 1 tor
1a do bem
so" b re o mal . Pa ra b e m com.pree ndê -lo , de vem os t ra
nsp orta r-
nos ao a no 3 51 a ntes d e Cris to ' épo ca dos fatos 0 1 nar ra ·

d os.
Cer tas b íb l ia s corta m o LIVR O DE J U DITE de suas e d '1 -
-
-
çoes. s ao b '1 b l i' a s fa 1 sas.

PARA L E RDES TE RÇA - FEI RA .


O LIVRO DA SABEDORIA, escrito por volta do ano
1 50 a ntes d e C risto, é uma ca rta d e Deus endereçada a nós,
seus fi l hos. A Sta . I g reja Católica SEMP.RE o recon heceu como
p e rte n ce n d o à B íb l ia. O q u e podemos ver pelo Concílio de
S á rd i ca e m 347, pelas citações dos Stos. Pad res : S. Clemente
Rom a n o, S. J usti no, S. C l e me nte de Alexa nd ria, S. Cipriano,
Eusébio, Sto. H i l á rio, Sto. Epifâ n io, S. Basí l io, Sto. Ambrósio,
Orígenes, etc. 1: o l ivro d a SABEDORIA, u m dos maiores te­
sou ros da sa bedoria h u m a n a e d ivina. Ensina ..nos a verdadei­
ra sabedoria que é fonte da felicidade, sua essência, origem
e atividade ,os meios de adquiri .. la, o seu papel na história.
D i g no d e nota é o versículo 7'> do ca p ítu l o 89 que enu mera as
q uatro vi rtudes CARDIAIS.

O LIVRO ECLESIASTICO, q ue sempre foi tido por I NS­


PI RADO por Deus, o q u a l não devemos confu ndir com o ou­
tro l ivro d ivino o ECLES IASTES, ensina-nos que a verdadeira
sabedoria está na PRATICA DAS VIRTUDES.

PAR A LE RDE S QUA RTA-FEI RA.


à S. Es­
O LIV RO de BA RU QU E, q u e sem pre perten ceu
Alexa � ­
crit ura, é m u ito c itad o por Sto . l r i neu , S. Cle me � te de
. Ata,n � ­
d ri a , Eus é bio d e Ce sa réia , Sto . H opó l ito, Me tód 10, Sto
G reg ori o
sio, Sto. Efr ém, S. Ci r i l o d e J eru sal ém , S. Bas íl io, S.
1 47
10 •
de N a. n z i a n zen o, S . C i p ri a no, Sto . H i lá rio , Sto . A m br o's i· o,
S to
Agosti n ho, etc. ·

BARU Q U E era sem pre l ido nas Si nago gas, na Fe st


Exposi ção Solene . Seu nome consta no câ no n do Co ncíl i d ª �
Lead icé i a, q ue, n a I g reja g rega, servia de reg r a para d ete d
r �
n a r os l ivros q ue faziam pa rte das Sagra das Escrit ura s. Na l­ �
m � is � azoáv e l d o q ue nós também acredita rmos no que
. _
p rime i ros cnst �� s de tod � � mund ? , os sáb ios e os sa nto s
0�
ti­
n h a m com o d ivi no. As b 1 b l 1as, pois, que não traze m l iv ro
i nspi rado d e BARUQ U E, são m uti ladas. Se a vossa Bí blia 0
lei­
tor a m igo, não traz êsse l ivro, é s i n a l de que não é igu a l Ó Bí­
b l i a q u e Cristo, os Apóstolos, a Igreja usa ram e aind a usa m.
l: fa lsa !
"BARUQU E é um dos agiógrafos mais simpáticos pela
austerida de de sua vida, firmeza das suas crenças e lealdad e
de sua dedicação". Sua vida é àsperamente agitada por so·
frimentos e contratempos. Companheiro de cárcere do profe·
ta Jeremias ,acompanha-o até à morte. A leitura contínua do
LIVRO DE BARUQU E, nos traz imenso bem estar e felicidade.
Ensi n a-nos ê l e que a CAUSA DOS MALES QUE NOS OPRI­
MEM VEM DO ESQUECIMENTO DE DEUS E DO ABANDONO
D E SUA LE I . Ensina-nos a detestar as va idades do mundo; e
a perma necer fiéis ao ú n ico e verdadeiro Deus . . .

PARA LE RDES QU I NTA-FE I RA.


O L I VRO DE ESTE R, embo ra sendo I NSPI RA DO por
Deus a cha-s e g ravem ente muti lado nas Bíbl ias protestan n
�s.
O�. ·
Dêle cort a ram nad a men os de SEIS CAP ITU LOS ! NTE IR
/

q u an to o l ivro d ivi n o i nspi rado por Deu s, poss ui 1 6 p � f;�


ca i ! I
n essa s b í b l ias há sóm ente 1 O. Fora m-lh e cortado 0�
s �ap��
do pit 0 � E
º�W��l
1 6
o r ta i �
1 1 , 1 2, 1 3, 1 4, 1 5, 1 6, e os vers ícu los 4 a 7�
todav ia, TODO S êsses capítu los e versíc u l os,
A E AU ·
B íb l ia s fa lsas, ENCO NTRA M-SE NAS MAIS
TO RIZA DAS VE RSÕES DA BIBLI '." SAG � _A. Fas,v o oAS ES·
AD
i ra d
l a �
, . J o s é no
'

sécu l o I Q, a ceit ava com o a utên tic as e i nsp


SAS PASS AGE NS, q u e a l iás ta mbé m se en co n t ���
A
n o ver s ã o

CA , ARA�
dos SET E NTA, n a d e TEO D I CIÃ O , na fTALA
, na

1 48
B E, ETl ô P I CA, C O PTA e A RME N I A ; n u ma pa i
1 1 ·ias usa d a s po r to d os os cris tão
avr a, em to da s A

as B'b
. s do crºi st·1an ·1s m o p n· .
t1 vo . m1 ..
Ao ler EST ER, não de ixe o leitor de rep ara r
na b 1 z
dos ve rsíc u l os 9-,1 7 do cap ítul o 1 3 ; com o tam bé m dos :�
ve s u�
los 3-1 9 do capitulo 1 4.

PARA LERDES SEXTA-FEI RA.


As B í b l i a s p u b l i cadas por pessoas não autorizad as, tra­
zem ta mbém m uti l a d o o LI VRO D I VI N O DE DANI EL, deixan­
do d e lado os versícu l os 24 a 90 d o ca pítul o 3Q; e os ca pítu los
1 3 e 1 4. E u m a lásti ma, vi sto serem as partes muti l ad as, das
mais belas e i mporta ntes d o l ivro d e DAN I E L. Leia, por exem­
plo, o leitor, o H I N O DE AÇÃO DE GRAÇAS, cantado por Ana­
nias, Azarias e Misael, quando dentro da fornalha {3 :52-88).
Na B í b l i a usada pelos Apóstolos e cristãos, o capítu l o
3Q tem 1 00 vers ícu l os, e não s ó 29 como querem a s bíb l ras i n­
completos espa l hadas por a í.

PARA LERDES SABADO.


Os DOIS LIVROS DO MACABEUS, trata m dos l utos
que os judeus tivera m de s uporta r nos q uatro ú lti mos sécul os
antes do vindo d e J esus Cristo. Os judeus sem pre os tivera m
por INSPI RADOS, como atesto Flávio J osé, nas suas "ANT l ­
G O I DADES " . Sempre a ceita ram-lhe a CANON I CI DADE, o
Ocidente, o Oriente, os Stos. Pad res e Douto res dos primeiros
sécu los : Orígenes, Eusébio, S. J oão Crisóstomo, S. G regório
Nanzianzeno, Sto. Efrém, S. J oão Damasceno, etc., etc.
Se a vossa Bíb l ia, a m i g o leitor, n ã o tiver os DOIS L l ­
V � O� D OS MACAB E U S, é provo d e q u e é u m a bíb l i a fa lso,
na o idê nti ca à B íb l i a usada por J esus Cristo, pelos Apósto l os
e �� r to do s os cristãos d e todos os tem pos. Quei m a i-a, e ��­
q ui n a V ERD ADE I RA B íb l i a
que contém todos êsses l ivros d ivi ­
n os de qu e est a mo
s tra ta ndo.

.1 49
Os Dois l ivros dos MACABEUS � ão i ndep end e nte s e
. . . nt re
s 1 . O seg u n d o, todavia, completa o primeiro. Ao lei tor qu e
a ce ntuar pri nci p a l mente o versícu l o 46 do ca p ítulo 1 2 d o l i
vro. Aí se diz que os iudeus tin h am COSTUM E D E REZAR PokÍ�
S E U S M O RTOS. O que signifi ca que acreditava m na exi stên ci
a
d e um LUGAR para onde iam as almas não de tod o purifica
­
das, e que podiam ser aiudadas pelas orações e pe n itên cias
dos vivos. t a existência d o PU RGATÓR I O. Um gra nde nú m e­
ro d e conve rsões ao Catol i cismo, pri ncipa lmente de prote stan­
tes, é d evido à nossa crença sôbre o PU RGATôRI O, a qua l
h erda mos d os iudeus por meio do texto acima indicado . . .

O l eito r, pois, rejeite as bíblias que cortara m de suas


e d ições os Livros Sag rados de TOBIAS, JUDITE, SAB E DORI A,
ECLESIASTI CO, BARUQUE, 19 e 1 19 MACABEUS, partes de ES­
TE R e DAN I E L.
J ó q u e val e a pena ter Bíblia, não val e a pena TER A
V E RDAD E! RA e COM PLETA BfBL I A ? E n co n tr á la ei s em qual-
-
-

q u e r Livr aria Cató lica .

1 50
EX CE LENCI A DA SA NT A BIB LIA

n9 57

1 � Livr � a lg u m tem ta nto atra tivo , fôrç a tão persua si­


va, .
1 nflu
.
enc1a too sa l uta r, como a Sta. Bíb l i a .
Foi a Sta . B í b l i a q u e, exp l icada pelo s stos. Padres dos
pri m e i ros tem pos d o Cristi a n ismo, germi nou os nossos heróis
na fé, os MA RTI RES. Foi a Sta. Bíb l ia que, expla nada pelos
Santos e Doutore s, deu à I g reja, mais de 20 m i l hões de már­
ti res, mu ltid ão i nca l cu lável de confesso res, de monges, de ana­
coretas, de heróis da pen itência . . .
Ta is efeitos sub l i mes e sobrenatu ra is, a Sagrada Escritu­
ra produz por ser A PALAVRA DA VI DA ETE RNA, a GENUJ­
NA PALAVRA ESCRITA D E D EUS.

2 - A fô rça, o seg rêd o da B íb l ia está em SER E LA A


PALAVRA D E DEUS. Exprime, de fato, TUDO e Só o que Deus
quis. Nela não é o homem q u e fa l a . E o Espíri to Sa nto. Espíri­
to de verdade q ue, por m e i o dos Livros Sa ntos nos ensi na a
Verdade. "As sagradas Páginas, inspiradas por Deus, são de
per si ricas de significado nativo. Dotadas de uma fôrc;a divi­
na, valem por si. Adornadas de supremo esplendor, brilham
• resplandecem por si, desde que o intérprete, com uma expli­
ca ção cuida dosa e fiel, saiba extrair delas, todos os tesouros
de sabedoria e de prudência, que nelas estão ocultos".
Ca bem aq u i, as pa lavras d e aviso de S. Pedro : "Antes
�· tu do deveis sabe r que nenhuma profecia da Escritura é de
interpreta ção PESSOAL" (2 Pd r. 1 :20). Nas epístolas de Pau l o

1 51
" h á algu ns pon tos de difí cil inte ligê ncia , qu e h
om en s ' " d o ·

tos e inco nsta ntes adu lter am, não men os que as u.
d em ais Escn-
tur as, para sua próp ria perd ição" (2 Pdr. 3 : 1 6). •

3 - As pa lav ras de Cri sto na Si nag og a


de Ca fa rno u m
"as pal avr as que eu vos h ei fala do são espírit
o e são vid a"
va lem d e tôd a sent enç a, d e todo pen sa men t
o que se ach a �
n a S a g ra d a Escr itu ra . Por êste mot ivo d izia S.
Pau l o ao s h e­
b reu s : "A pal avr a de Deu s é viv a, efic az e mai
s corta nte do
que um a esp ada de doi s gumes, e pen etra até à
divisão da al­
m a e do esp írito , até às iunt uras e à med ula, e é
capaz de iul­
g a r os pens ame ntos e as inten ções do cora ção ". (4:
1 2).
" As p rópr ias pal avra s da S. Escr itu ra, lidos e ouvi da
s
com a D EVI DA D I SPOS I ÇÃO , são i neren tes uma luz e uma
fôrça , q u e super am a l uz e a fôrça das palavras pura ment e
h u ma n a s, mesmo dos o radore s mais eloqüe ntes, e que lhes dão
u ma a utoridad e e u ma vi rtude de todo singu lar e ú n ica " . Isso
q uerem s i g n ifica r a s pa lavras do sacerdote depois do leitura
d o Eva ng e l h o n a sta. Missa : per evangelica dieta deleantur
nostra delicta. Pelas palavras do sto. Evangelho sejam apago·
dos os n ossos pecados.

4 - Que pode rosos motivo s temos para SEMPRE, �ON�


TJ NUA MEN TE, tod os os dois, comp ulsar a Sagra da �scnturc .
-
Q u a ntos bens n os a dvi rão 1 Que comp reens ao da vida 1 Q ue
as e n a p�
Paci ênci a n a s adve rs 1'd a d es, morm en te nas do enç
h er sem p re o ser 1 N ova 'déi ia
b reza ! Q u e a l eg ria a nos enc
. . certa 1 Um a fe , .i c 'd 1 a d e o n·
d e v i d a tere mos e ntão : a • d eia
·

A no ssa v i·
,
. b rota r e m n os.
,
. Che g a rem os a f i no 1
tes n u n ca con h ec i d a , com eçar ,
a a
e.
são do mu ndo será out ra que a de ho 1
a ser aq u i l o p a ra q u e fom os cria dos .

1 52
Q u a ntos p r i s i o n e i ros, q u a ntos d oente s, qua ntos viaj an­
tes, qu a nto s m i ssio n á ri os perd idos em pa íses hostis, achar am
co ns ola ção n a l eitura d i ária das páginas da Sta. Bíblia . Ela
d e fa to, é a fonte i nexa u rível na q u a l TODOS devemos, HU­
M1 L DES e SUBMI SSOS à Sta . l g reia, a beberar-nos.
Leia mos sem pre, todos os dias, a Bíb l i a ; mu ito princi­
pa l men te o N OVO TESTAMENTO. Sim, leiamos sem pre a Sa­
grada ESCRITU RA.

.153
COMO LER D IARIAMENTE A STA. BIBLIA

n9 58

1 - Depois do qu e temos dito, já vê o leitor a va nta ­


g e m d a LE ITU RA D IA R IA da Sta. Bíb l ia. Tal é, a l iás, o desejo
d a I g reja, q ue chegou até a i nd u lgenciar a leitura piedosa e
d i á ri a das Sag radas Lêtras .

D eseja ndo a rd e ntemente q u e o amigo leitor, faça da


Sag ra d a Escritura, o seu livro de cabeceira, apresento-lhe 0
ME:TOD O q ue acho m a is perfeito, ta nto por corresponder
q ua nto possíve l com a época em que fora m escritos os respec­
tivos l ivros, como ta mbém por se torna rem mais compreensí­
veis a quem ta lvez não esteja acostu mado com o m an us e i o
da Sta. B íb l ia.

2 - Todos os dias o leitor lerá uma parte das Escritu ­


r a s, d e ta l mod o q u e n o fi m do a no tê-l a-ó
l ido tõda. Ass i m
tod os o s a nos.
D a rei na 1 ' Col u na os MES ES e os DIA S. Na
2', o LI­
a ser l i d o Na 3', o N OM ERO de dia s para a leitu ra dos
VR O .

so bre d ito s 1 ivr os.

RA OI AR IA DA SA G RADA
3 - E i s a lis ta pa ra a LE IT U

ESC R ITU RA :

1 54
JAN E I RO :

1Q a 9 -
-
MATEU S . . . . . . . 9 dias .
10 a 14 -
-
MARCOS . .
5 dias .
15 a 23 -
-
LUCAS . . . . . . 9 dias.
24 a 31 -
- ATOS . . .
. . . . 8 dias.

FEVE R E I RO :

1Q a 6 = EVANGELHO S. J OÃO . . 6 dias.


7
9
a
a
8
10
=

=
1
1 �, 2�, 3� Epístolas S. J OÃO
1 f.l e 2f.l TESSALON CENSES
2
2
dias.
dias.
11 = GA LATAS . . . . . . 1 dia.
12 a 17 -
- 1 � e 2� CO RfNTIOS . 6 dias.
18 a 21 = ROMANOS . . . . 4 d ias.
22 == E F l:S I OS . . . . . . .
. 1 dia.
23 == COLOSSENSES . . . 1 dia.
24 = F I LEMON e F I LI PENSES . . 1 dia.
25 a 26 == 1 � T IMóTEO . . . . .
. 2 d ias.
27 = TITO . . . . . . . 1 dia.
28 == 2' TIMôTEO . . . . 1 dia.

MAR ÇO :

1Q a 3 = J U DAS e H E BREUS . . . . 3 dias.


4 = TIAGO . . . . . . .
. . 1 dia.
5 a 6 = 1 ' e 2� PEDRO . . . . . 2 dias.
7 a 12 -
- G E N ES I S . . . . . . . . 6 dias.
13 a 23 - EXO DO . . •. . • 11 dias.
24 a

1 55
AB R I L : 1
3 -
- N OME ROS . . . . . . 1 1 d ias .
4 a 10 -
- J OSUI: . . . 7 d ia s.
11 a 17 -
- J U fZES . . . . . . 7 dia s.
18 a
MAt O :
22 -
- 1 Q, 2Q, 3Q, 49 REIS (Cf. nQ 48) 35 d ias.
23 a

JUNHO:

10 -
- PARALI PôMENOS . . . . 1 9 dias.
11 a 17 -
- 1 9 e 2 9 ESD RAS . . . . . 7 d ias.
18 a

J U LH O :

4 = 1 Q e 29 MACABEUS . . . 17 d ias.
5 a 6 = RUTE . . . . . . . . . 2 dias.
7 a 17 = TOB I AS, J U DITE, ESTER . . 11 dias.
18 a 19 = AMOS . . . . . . 2 d ias.
20 a 22 = OSl:I AS . . . . . . . 3 dias.
23 a

AGOSTO :

7 = ISAfAS . . . . . . . . .
1 6 dia s .
8 a 9 M I Q U l: IAS . . . . . . .
2 dias .
1 dia .
=

10 SOFONIAS
1 9 dia s.
= . . . . . . .

11 a 29 = J E REMIAS e LAMENTAÇOES
30 a 31 = BARUQU E . . . . . . .
2 d ias.

1 56
-----

S ET EBMRO :

1Q -
-
NAUM e HABACUQUE 1 dia.
2 a 17 -
- EZEQU IEL .
1 6 d ias.
18 a 24 -
- DANIEL . .
.
7 dias.
25 a 29 -
- A G E U e ZACARIAS . . 5 d ias.
30 = MALAQUIAS e ABDIAS . . 1 dia .

OUTU B RO :

1Q a 2 = JOEL e J O NA S . 2 di as.
3 a 11 = Jô . . . . . . . . . 9 di as.
12 a 19 -
PROVE: RBIOS . 8 d i as.
E C LE S IA STE S . . . .
- .

20 a 22 = . . 3 d ias.
23 a 24 = CÂNTI COS DOS CÂNTI COS 2 d ias.
25 a 30 = SA BE D ORI A . . . .
. . 6 dias.
31 a

NOVEMBRO :

13 - ECLES IASTICO . . . . . . 1 4 d ias.


14 a

DEZEMBRO :

4 = SALMOS . . . . . 21 d ias.
5 a 13 = LEVJTI CO .
. . 9 d ias.
14 a 24 - DEUTE RONOMIO . . . .
1 1 d i as.
25 a 30 = APOCALIPSE . . . . . . 6 d ias.

1 57
A SANTA BIBLIA !

n «> 5 8

E is-nos chegado s ao F I M dos nossos artig uetes N os


so.

escopo f0 .1 o d e esc 1 a recer os CATó LI COS sôbre alg u m


as
1 1cas, q u e por a 1 estavam sendo bem desf ig
,
questo - es b·b1· ur a d a s
.
e m p rove 1t o d o erro. esses
. ,. P 57 n ú meros escla recem m uita s ver-
d ades, ass i m como desfazem n ão poucos erros. Queira D e

N c:' sso e n h o r q u e êsses bem despretensios os artig uinh os, e � �
entes somente por a mor das a l mas e da Verdade, faça m a l­
g u � bem, e levem a lg u ns a amar a Deus e a sua Sta. Igrej a.
Amem.

1 - D E SUMA IMPORTANCIA é lembrar-se o leitor,


de que a I N SPIRAÇÃO DIVINA da Sagrada Escritura, Sô SE
REFERE AOS TEXTOS O R 1 G 1 N A 1 S ; e NAO AS TRADU­
ÇÕES ou cópias feitas por escritores ou copiadores levianos
ou mal intencion ados. Na verdade, Deus iamais garantiu que
cad a pa l avra das Bíblias TRADU ZI DAS, fôsse EXATAME NTE
TRAD UZIDA . POR ESTE MOTI VO, a lgreia SO permite seia m
usad os por seus filhos , os textos que contêm, SEM ALTERA·
ÇAO , a palavra de Deus . O que conh ecem os pelo "IMP R IMA·
TUR " ou "IM PRIMA-S E" de um sr. Bisp o, que e n co ntramo
s nas

p rime iras pág inas da VER DAD EIRA BIBLIA. Pa r � as tra �


d ções
da Sag rad a Escr itur a em líng ua vulg ar,. a lgre1 � _
possui �:.
eci al de cen sores par a gar ant ir a exa t1d ao dos t
cor po esp
tos bíb lico s trad uzid os.
Q u e res pe ito o d a Sta . I g rej a pa ra co m a ge n � �
í � a pa

l avra d e Deus ! E p a ra nós, que segu r a n ç a !


P o i
E
t � ��
T
do
A de
os a
Bíb l ia CATÓ LI CA (a ú n i ca verdad ei ra), tem

1 58
que n : l a N AD � f.o i mo dif ic � d c:' · J á n ão as s i m 0 pr ote
sta nt
que n ao po d era d 1zer se a B 1 b l 1 a q u e man use ia , é ou na · e
. o i ns-
- '
p i ra d a ; po .is e, t ra d u çao . . . E on d e a gara nti a de su a exa
-
t'1 -
d a o 2. E f a t o : � cre n +. e ,, se cont enta com mu ito pouc o da Bí-
"
-

blia . Pouco m a i s do q u e nada.

2 A Sagr ada Escr itura é uma dens a flore sta onde


-
'
corremos o risco de nos perder, se não tivermo s um GU IA.
Esse g u i a necessá rio, Deus no-lo deu na pessoa da Sta. lgreia
Católica.
Menospreza ndo as orientações da I g reja, cedo ou ta r­
de, tropeça remos n os montões de d ificuldades, que surgem a
cada le itura mais aprofu ndada d a Sta . Bíblia.
De fato. Tudo qua nto nela está escrito, o está DO PON­
TO DE VISTA DE DEUS. A fi nal idade das Escrituras não é fa­
l a r das coisas como são em si mesmas, mas sim falar das coi­
sas e dos homens EM RE LAÇÃO A D EUS. Nela não encontra­
mos nem pre-história, nem história huma na, nem fi losofia . En­
contra mos o PLANO DE DEUS em re lação aos homens. PLA­
NO COMEÇADO, e não terminado; e que é Deus da ndo-se
a nós, fazendo-nos pa rticipa ntes d a sua vida d ivina.
Há a i nda as d ificu ldades dos textos, a lógica parado·
xal de um S. Paulo, as visões do Apocalipse, as palavras cha­
ves de S. João, as perspectivas abruptas dos livros proféticos,
as divergências dos sinóticos, o problema ioanino, as questões
entre Bíblia e ciências profanas, a idade do mundo, do ho­
mem . . •Sendo ta mbém u m l ivro huma n o, eis - nos de encon­
trão co m a psicologia, co m os temperamentos dos escritores
sagrados, co m os tempos em que viveram ; com o contexto his­
tórico be m determinad o de suas vidas; com as reações, m o·
dos de pensar, e mesm o, preconceitos das sociedades em que
vivia m ; pois q u e todos êsses elementos i nfluenci a ra m o texto
sag rado. Dificuldades co m os têrmos em que foi exarada a
Bíblia, com o gênio da língua, com o estilo semít ico, tão opos·
to ao nosso, co m os GENEROS LITERARIO S, etc. Leiamos em­
bora 1 00 vêzes o Apoca l i pse, nosso espírito conti nua firm e­
mente desco ncerta do . . . (Cfr. n9 38).

1 59
Nas d ificu ldades bíbl icas recorra mos aos Sacerdotes .

3- Para com preendermos al go d a Sta . Bíbl ia, nossa


posição deve ser de RESPE ITO, de AMO R, de H UM I LDADE, de
S I MPLICI DADE, de Ft, de O RAÇÃO. Tudo de que necessita­
mos, lá enco ntra mos. Leia mos então sempre a Sagrada Escri­
tura .
Pri nci pa l mente nesse nosso tempo tão desorientado, de­
vemos orar com a Bíb l i a na mão, para voltarmos a ser " HO­
MEM", como ela o entend e : um ser que está d i ante de Deus;
que não é joguete do acaso ou de fôrças descon hecidas e de­
monía cas, mas um elemento no plano d ivi no, chamado por
D eus a um desti no único; que ora, e sabe que, ora ndo colabo­
ra com Deus ; que sabe que o mundo mel hora na proporção
e m que êle próprio se aperfeiçoa ; que é fi l ho de Deus, desti­
n ado à eterna herança do Pa i . . .

- 4 Uma das mais consoladoras graças da leitura fre­


qüente da Sag rada Escritura é a PROFUNDA CONSOLAÇÃO
QUE SENTIMOS, por saber que nunca esta mos sós, quando a
lemos. Temos a certeza de que ALGUEM está conosco. Te­
mos a certeza de que, ALGUEM está pensando em nós;
de que ALGUEM nos está procura ndo. E com essa PRE­
SENÇA DO AMIGO, ficamos revigorados . . .
Se Deus age pelos Seus Sacramentos para nos unir a
S i, age ta mbém não menos efetiva mente por Sua Palavra es­
crita. A Sag rada Escritura, como a SAGRADA EUCARISTIA, é
o PÃO DESC I DO DO CEU. Am bas, porém, vêm pela DEPO­
S I TA R I A DE TODA A VERDADE:
A S A N TA I G R E JA CAT O L I CA APOSTO­
LICA ROMANA.

"Eis que ve m o tempo, diz o Senhor, em que eu envia·


rei fome sôbre a terra; não fome de pão, ne m sêde de água,
m as de OUVIR A PALAVRA DO SENHOR" (Amós 8 : 1 1 ) · · ·

E sse tempo da g ra nd e fome CHEGOU . . .

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