Você está na página 1de 553

MANUAL DA ORDEM TERCEIRA

DE S. FRANCISCO DE ASSIS
li
i
Ü
CZ.C3.

São Francisco, rogai por nós


MANUAL
da Ordem Terceira
de São Francisco de Assis

Compilado pelos PP. Franciscanos


e PP. Missionários Capuchinhos
do Brasil

IV EDIÇÃO OFICIAL

19 4 9
EDITORA VOZES Ltda. - PETRóPOLIS, R. J.
RIO DE JANEIRO - SAO PAULO
I M P R I M A T U R
CURITIBA. 17 SEPTEMBRIS 1934.
FR. MARCELLUS BAUMEISTER.
O. F. M. MIN. PROVLIS.

I M P R I M A T U R
POR COMISSÃO ESPECIAL DO
EXMO. E REVMO. SR. DOM MA­
NUEL PEDRO DA CUNHA CIN­
TRA. BISPO DE PETRÓPOLIS.
FREI LAURO OSTERMANN O. F.
M. PETRÓPOLIS. 2S-7-1949.

Os desenhos a bico de pena que ilustram este


volume foram executados pelo artista franciscano
Carlos Oswald

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


r-s

PARTE I
A REGRA DA O. T. E SUA EXPLICAÇÃO
I. SAO FRANCISCO
E SUAS TRÊS ORDENS

Quem era S. Francisco?


Era um homem suscitado por Deus, para,
em sua pessoa, apresentar ao mundo decaído a
imagem do Salvador, a fim de reanimar a cari­
dade nos corações regelados e fazer renascer
o espírito cristão e os bons costumes. Extra­
ordinário foi o êxito que obteve: o amor a Je­
sus empolgou de novo os corações; à Igreja
e a seus chefes prestaram-se a submissão e
o amor que lhes são devidos, e inúmeras almas
sentiram-se atraídas a praticar as mais altas
virtudes. Deus o inspirou na fundação das três
ordens, que foram o esteio de suas obras e
G Explicação da regra da O T

a sua continuação no decorrer dos tempos.


Francisco foi, portanto, o amparo da Igreja,
o renovador da vida cristã e o fundador de
um novo apostolado.
Que sabemos da origem de S. Francisco?
O santo nasceu em Assis, na Itália, aos 26
de Setembro de 1182, e em circunstâncias tais
que o tornaram, desde o nascimento, semelhante
ao Salvador, cujo fiel retrato se devia tornar
mais tarde.
O pai do nosso santo era um rico negocian­
te de nome Pedro Bernardone Moriconi; a mãe
descendia da nobre família dos Bourlcmont, da
Provença. O menino, na pia batismal, recebeu
o nome de João Batista, mais tarde, porém, o
pai sempre o chamava “Francisco”, nome com
que se tornou geralmente conhecido.
De que medo viveu Francisco os anos da
juventude?
Francisco passou a mocidade rodeado de ra­
pazes levianos e amigos de divertimentos, e
entre todos era ele o chefe.
Deus, porém, o protegeu de modo tal, que
jamais se deixou o jovem engodar pelos pra­
zeres ilícitos. A pureza de que era dotado, a
sua inata nobreza no que diz respeito à mora­
lidade e bons costumes, o preservaram de toda
a queda.
Desde aquela época, notava-se-lhe algo de
fora do comum, que o tornava estimável.
Portanto, quando mais tarde se refere à sua
conversão, não devemos entender que tenha
I. São Francisco e suas Três Ordens 7

deixado vida viciosa, mas que se desprendeu


completamente do mundo para consagrar-se a
Deus e passar vida exclusivamente votada ao
Senhor.
Conquanto tivesse sido educado com des­
tino ao comércio, Francisco não tinha os ca­
racterísticos comuns dessa profissão: não se
inclinava à posse de bens e riquezas.
Deus lhe dera terna compaixão pelos pobres,
por isso tomou a resolução de jamais negar es­
mola a quem lhe pedisse, maximé se lha implo­
rasse pelo amor de Deus. A fisionomia nobre e
meiga, juntamente com a conduta intemerata
que sempre tivera, a ilimitada caridade, os be­
los talentos e qualidades boas de que era do­
tado, faziam presumir, desde aquela época, que
Deus havia de derramar sobre ele bênçãos ain­
da mais abundantes.
Como atraiu Deus a Francisco para uma vo­
cação mais elevada?
Escolhido realmente por Deus, devia Francis­
co ser purificado pelas provações, a fim de se
tornar apto a receber maiores graças. Pade­
ceu prolongada moléstia. Vencida esta, viu em
sonhos um palácio armado de guerra, ornamen­
tado de cruzes; sentiu o jovem desejo de gló­
rias militares, e pôs-se a caminho para tentar
a sorte das armas. Uma noite, porém, Deus lhe
falou: — “Francisco, quem te pode fazer maior
bem, o senhor ou o servo? o pobre ou o rico?’'
Respondeu o jovem: — “Maior bem me podem
fazer o senhor e o rico”. Então a voz divina in­
sistiu: — “Por que deixas o senhor pelo servo,
8 Explicação da regra da O T

e o Deus rico pelo homem pobre?” — “Que que­


res, Senhor, que eu faça?” inquiriu Francisco.
— “Volta para tua pátria, respondeu o Senhor,
porque o sonho que tiveste representa uma
obra espiritual que se há de executar, não pelo
poder humano, mas pelo auxílio de Deus”.
Desde então, Francisco se retirou dos ne­
gócios públicos e pediu a Deus que o escla­
recesse.
Por uma aparição do divino Crucificado re­
conheceu que devia obedecer à seguinte adver­
tência: “Se alguém me quiser seguir, renuncie
a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt
16, 24). Francisco inflamou-se então de amor
à pobreza e à humildade, e de seráfico amor
de Deus.
Pouco depois, ouviu a voz divina que lhe
dizia: “Vai, Francisco, e reconstrói a minha
casa que, como vês, ameaça ruína”.
A princípio, não conheceu o santo o alcan­
ce destas palavras; julgava que Deus o manda­
va reerguer o edifício meio derruído da igreja
onde se achava em oração. Deu-se pressa a ir
a Foligno, onde vendeu pano e cavalo, dando
o preço da venda a um padre pobre para a
reedificação daquela igreja.
Ao saber disso, o pai de Francisco, que era
ambicioso, foi, cheio de cólera, procurar o bispo
de Assis, exigindo que fizesse o filho desistir da
herança que lhe cabia.
Francisco de bom grado o fez e com tama­
nha renúncia, que até as roupas do corpo en­
tregou ao pai, cobrindo-se com o manto de um
campônio, criado do bispo, e dizendo: “Agora
I. São Francisco e suas Três Ordens 9

posso dizer em verdade: Padre nosso que es­


tais nos céus”. . -
Estava então o nosso santo provecto na hu­
mildade de Cristo e ocupado com a reconstru­
ção da igreja de S. Damião, para a qual, pelo
amor do Crucificado, esmolava em Assis e,
com as mãos, carregava pedras. Terminado
esse trabalho, fez o mesmo para o conserto
de uma igreja consagrada a S. Pedro e depois
para a igrejinha de Sta. Maria dos Anjos,
chamada a Porciúncula.
Essa reedificação material das três igrejas
era como a predição das três ordens que mais
tarde havia de fundar.
Que levou Francisco a fundcir a primeira
Ordem?
Um dia, ouviu, por ocasião da missa, as
palavras com as quais Cristo, o Senhor, enviou
os apóstolos à pregação do evangelho, e lhes
mandou que não levassem para o caminho mais
do que um bastão (Mc 6, 8). O. amante da po­
breza exclamou alegre: “Aí está o que desejo
e anelo de todo o coração!”
E assim dizendo, desatou o sapato dos pés,
atirou para longe a bolsa, e contentou-se com
um bastão.
E assim começou a ser o ardente imitador da
perfeição evangélica, e a atrair muitos outros
para a vida de penitência. Não tardou que se
lhe ajuntassem homens do mesmo modo de pen­
sar; com isto estava lançado o fundamento da
p-imeira Ordem dos Frades Menores, cuja re­
gra de vida outra não é senão o evangelho da
10 Explicação da regra da O T

Vida' de Jesus, com todas as suas máximas,


virtudes e exemplos. Esta foi a primeira ordem,
para homens, estabelecida no ano de 1209.
De que modo nasceu a segunda Ordem, para
mulheres?
Animadas pela palavra e pelo exemplo de S.
Francisco, quiseram algumas donzelas seguir
também ao Salvador pela senda da perfeição
evangélica. Destas a primeira foi Clara de As­
sis. Nascida de pais nobres, em 1194, e edu­
cada com esmero, desde cedo manifestava ex-
celsa vocação. Francisco logo reconheceu-lhe
os altos dons divinos, tomou-a sob sua direção
e, depois de grandes dificuldades, obteve para
eia agasalho numa casa, ao pé da igreja de
S. Damião.
Pouco depois foi se juntar a Clara sua irmã
Inês, e não tardou que a ambas se associassem
certo número de almas seráficas. Foi assim que
se fundou, em 1212, a segunda ordem de S.
Francisco, a Ordem das Senhoras Pobres ou
Clarissas, que perfumou a Igreja com o suave
odor de santidade das virgens consagradas a
Deus.
Como se constituiu a Ordem Terceira, para
os seculares?
Depois de ter feito tudo quanto cumpria fa­
zer para fortalecer as duas ordens, Francisco
e seus companheiros percorreram diversos lu­
gares, a fim de anunciarem aos homens a sal­
vação. E, como diz Leão XIII, não trepidaram
nessa tarefa.
I. Sáo Francisco e suas Três Ordens 11

Pelas estradas e pelas ruas, sem teto e fora


do púlpito, em discursos destituídos de atavios,
começaram a concitar o povo ao desprezo das
coisas terrenas e à contemplação dos dons ce­
lestes. E’ admirável o resultado de uma ativi­
dade que tão sem bases parecia! Numerosa
acudia de roldão a turba sequiosa de salvação:
um, a chorar pecados, outro, a esquecer injú­
rias; este, a abandonar disputa, e aquele, a
buscar reconciliação. Era inaudito o devotamen-
to com que o povo se sentia atraído por Fran­
cisco. Seguia-lhe os passos por onde andasse;
e não raro, os habitantes das cidades e dos lu­
garejos pediam ao Santo que os tomasse sob
sua guarda e direção.
Isto lhe foi ensejo para fundar a Ordem Ter­
ceira, Ordem da Penitência, que abrange todos
os estados, qualquer idade e ambos os sexos,
sem destruir laços de família ou condições do­
mésticas.
Aos membros desta Ordem, nada mais pede
além da observância das leis do evangelho que
não parecem pesadas aos bons cristãos.
O Santo quer que os terceiros obedeçam aos
mandamentos de Deus e da Igreja, que evitem
discórdias, não prejudiquem ao próximo, não
usem armas, sejam modestos no modo de vi­
ver, abstendo-se do luxo no trajar e dos diver­
timentos perigosos.
Pessoas de humildes condições, assim como
as mais eminentes, deram-se pressa de entrar
para essa Ordem, de modo que, com o correr
12 Explicação da regra da O T

dos tempos, contam-se nela reis e príncipes,


Papas,. Cardeais e Bispos.
A Ordem Terceira é o anteparo da sociedade.
Pela observância das regras prescritas por S.
Francisco, e pela imitação das virtudes do San­
to, floresceu a virtude na sociedade cristã,
cessaram as desavenças entre concidadãos, ou,
quando não, pelo menos diminuíram; as armas
caíram das mãos dos tiranos; os pobres e in­
digentes encontraram socorro; o sensualismo,
destruidor da prosperidade e instrumento da
luxúria, foi combatido por palavras e por exem­
plos (Leão XIII). S. Francisco, como Abraão,
tornou-se pai de muitos povos pela fundação
das três ordens, a que inúmeros homens se
incorporaram, no decorrer dos séculos.
De que modo se confirmou Francisco na vo­
cação apostólica?
Era o santo tão humilde, que se achava ir-
resoluto, se devia ou não pregar públicamente.
Amava profundamente a vida solitária e a
oração; além disso, julgava-se incapaz de ati­
vidade apostólica, e receava, exercendo-a, pre­
judicar-se na alma.
Implorou a Deus que o iluminasse, mas só
se tranquilizou quando, por intermédio de Sta.
Clara e do irmão Silvestre, lhe foi declarado
que pela Providência divina era chamado não
somente para cuidar da própria alma, mas
também para trabalhar pela salvação da huma­
nidade. Deus mesmo lhe havia de pôr nos lá­
bios as palavras que devia pronunciar.
I. São Francisco e suas Três Ordens 13

Como nos descreve S. Boaveníura a figura


de S. Francisco?
Num estilo belo e incisivo, profundo e sole­
ne, nos diz S. Boaventura: “A misericórdia de
Deus, nosso Salvador, manifestou-se, nestes úl­
timos tempos, em Francisco, seu fiel servidor,
sobre quem o Senhor deitou olhar tão benevo­
lente que, além de erguê-lo da poeira da vida
mundana, escolheu-o para o mais fiel observa­
dor, condutor e arauto da perfeição evangélica,
e o elegeu luminar dos fiéis, a fim de que desse ■
testemunho da luz e do caminho para Deus, e
que preparasse o caminho para o céu nas al­
mas. . .
Era a estrela d’alva no meio de névoa, cin-
tüando com o fulgor de sua vida e dos ensi­
namentos com que iluminava aqueles que ja­
ziam nas trevas e nas sombras da morte. Era
o arco-íris de cores rutilantes por entre nuvens
majestosas, penhor da aliança com Deus.
Núncio de salvação, era o verdadeiro anjo
da paz. Qual segundo precursor, fôra ainda o
santo escolhido por Deus para pregar a peni­
tência por palavras e exemplos.
Para esse fim; o Senhor o cumulou de graças
e de grandes virtudes, e o inflamou todo em
amor seráfico, de modo que, com espírito e
força de Elias, e como o anjo que* João viu
descer do oriente (Ap 7, 2), trazendo o sinal
de Deus vivo, tornou-se Francisco a imagem
do Salvador crucificado, cujas chagas se lhe
imprimiram na carne por meio da admirável
força do espírito de Deus vivo”.
Manual da O T — 2
14 Explicação da regra da O T

Quando morreu S. Francisco?


Faleceu aos 45 anòs de idade, em Assis, no
ano de 1226, na tarde de três de Outubro e,
dois anos depois, foi canonizado pelo Papa
Gregório IX.
Que é para os Terceiros a vida de S.
Francisco?
E' para eles um modelo que devem estudar
minuciosamente e compreender bem, a fim de
poder imitá-lo.
Quais as principais virtudes de S. Francisco?
1.a Extraordinária predileção pela pobreza
evangélica;
2.a Espírito de contínua penitência e morti­
ficação;
3.a Humildade de coração;
4.a Cega è completa obediência à autoridade
eclesiástica;
5.a Amor ardente a* Deus, o que lhe mereceu
o nome de serafim em carne..
Quais os deveres dos terceiros para com o
seu pai S. Francisco?
Devem:
1.° Imitá-lo como guia e mestre, principalmen­
te nas virtudes que ele mais amou;
2.° Impregnar-se cada vez mais do seu espí­
rito, para o que somente a observância das re­
gras dará a necessária força.
II. Da Ordem Terceira em geral 15

II. DA ORDEM TERCEIRA


EM GERAL •
Que sc entende por O T?
O T é uma congregação ou associação de
fiéis que, sob a direção de uma ordem regular
e segundo seu espírito, tendem à perfeição cris­
tã em seu próprio estado, conforme as regras
aprovadas pela sé apostólica (cânone 702).
Que vem a ser á O T franciscana?
E’ aquela que, fundada por S. Francisco de
Assis, segundo o espírito da primeira Ordem,
quer observar o santo evangelho no modo âde-
quado à vida secular, como lhes manda a re­
gra, dada pelo Santo pai e confirmada pela sé
apostólica.
Que elementos essenciais compreende a O T?
Cinco:
1.° E’ uma congregação de fiéis;
2.° E’ filiada à primeira Ordem de S.
Francisco;
3.° O fim principal é a santificação de seus
membros, tornando-os por isso capazes de ação
eficaz para a santificação dos outros;
4.° Suas leis estão baseadas‘nas regras pres­
critas pelo Santo fundador;
5.° A sua existência, fim e regras foram ex­
pressamente reconhecidas e aprovadas pela
Igreja como verdadeira Ordem.
2*
16 Explicação da regra da O T

Por que dizemos que a O T é uma associação?


Porque aqueles que se propõem atingir o
mesmo fim de santificação, não os deixa a O T
isolados ou solitários; pelo contrário, reúne-os
numa santa comunicação, de modo que formem
compacta corporação, em que cada um en­
contre amparo e assistência. Na união está o
segredo da força. “Ai dos que estão sós”
(Ecle 4, 10).
Por que se diz que a O T é para os seculares?
Porque lhes é realmente destinada, sem dis­
tinção de estado nem de sexo. Somente os se­
culares necessitam de um equivalente da vida
religiosa e não aqueles que já são membros de
qualquer ordem claustral.
Por que se diz que a O T está unida os
ordens religiosas de S. Francisco?
A O T supõe, como o nome indica, uma or­
dem regular para homens e uma segunda para
senhoras, à qual ela deve a sua origem, e as­
sim para ela é condição de estabilidade interna
e externa a adesão' e liga com a primeira Or­
dem.
Quais as consequências que se originam
da adesão da O T com a primeira?
São três as consequências fundamentais:
1.® A O T está por tal forma organizada e
inseparàvelmente unida e incorporada à pri­
meira, que a direção daquela pertence exclu-
II. Da Ordem Terceira em geral 17

sivamente a esta, e os superiores da primeira


Ordem, pelos estatutos, também o são da O. T.
2.° Vergôntea da mesma raiz, nascida do mes­
mo tronco, é, portanto, o espírito do seráfico
pai que anima também a O. T.
Não só os conselhos evangélicos, em parti­
cular o da pobreza, devem, quanto possível, ser
observados em espírito pelos terceiros, como
também os axiomas e ideais franciscanos, as
máximas que Francisco descobriu no evange­
lho, como se fossem novidade, e que, com santo
entusiasmo, fez reviver em toda a primitiva pu­
reza e frescor, deixando-as depois por heran­
ça às suas três Ordens, para que as prati­
cassem. Tais são;
Aquele espírito de pobreza, de moderação nas
coisas necessárias, e do bem compreendido
desapego dos cuidados terrenos (Mt 5, 3; 6,
19 e 25): a humildade simplicidade de cora­
ção e condescendência (Mt 11, 29; 18, 3; 1 Cr
14, 20; Mt 5, 39-44); a renúncia à própria vonta­
de e a penitência (Mt 16, 24; Lc 13, 5), que nos
parecem amargas e árduas, mas que, na reali­
dade, tornam livre a alma, atraem-na para
Deus e facilitam-lhe o buscar e gostar das coi­
sas celestes. E' ainda aquele moao sério de en­
carar a vida, pelo qual, à luz da eternidade,
se concede ao corpo apenas o necessário, re­
servando todos os desvelos para a alma (Mt
16, 26).
E’ a severidade de costumes que induz o ho­
mem a abandonar a estrada larga para tri­
lhar corajosamente a vereda estreita (Mt 7,
18 Explicação da regra da O T .

13-14), transfigurada pela paz e pela jubilosa


esperança dos filhos de Deus.
E’ ainda o espírito de fraternal caridade que
inspira profunda e santa afeição àqueles que
são os membros de um mesmo corpo, unidos
em Cristo, caridade que bane a dureza do
egoísmo e traz a complacência cordial, que faz
adotar por próprias as dores e as alegrias do
próximo (Rom 12, 10 e ss.).
Foi desse espírito que se originaram as re­
gras da ordem e tal é o espírito por elas comu­
nicado, tanto mais copiosamente, quanto mais
bem observadas forem. Não exigem muito, mas
no pouco que prescrevem demonstram sempre
a retidão com que foram elaboradas.
3.° Desses dois pontos resulta a disciplina da
O T que deve ser a mais perfeita imagem pos­
sível da vida monástica.
, Os terceiros recebem o hábito, fazem novi­
ciado e profissão e têm' sólidas regras de vida
como os religiosos da primeira Ordem; além
disso, a direção confiada à Ordem dos Menores
exerce vivificante influência sobre os irmãos
terceiros. Os superiores são os que infundem
vida e atividade a toda a corporação, de modo
que possa atingir o seu fim segundo as dispo­
sições do fundador e da Igreja.
Tal escopo é obtido por meio de doutrina,
advertência, admoestação, imposição de peni­
tências, e pela vigilância e direção, enfim, como
é exercida nas reuniões da Ordem, nas visitas
canônicas, e em outras ocasiões.
• A essa ação dos superiores deve correspon­
der, por parte dos terceiros, a docilidade, a sub-
II. Da Ordem Terceira em geral 19

missão e a obediência a que se obrigam -expli-i


citamente quando professam (se bem que não
seja sob pena de pecado nem por voto).
Floresce a O T para maior -bem de seus
membros e da sociedade,, quando existe boa
disciplina religiosa.
Por esses três princípios se depreende que
os terceiros são membros de uma verdadeira
Ordem, não no mesmo sentido que os religiosos,
mas, pela maior assimilação possível, tomam
certa parte nas vantagens e direitos dos reli­
giosos regulares. E deste modo fazem os ter­
ceiros um todo com os demais institutos de S.
Francisco, na grande família da Ordem se­
ráfica.
Qual o desígnio da O T?
E’ o mesmo da primeira Ordem:
1.° A própria santificação;
2.° Zelosa cooperação para a salvação do
próximo (apostolado).
São duas coisas distintas, mas com um úni­
co fim, pois esses empreendimentos não estão
independentes um do outro, pelo contrário, hà
relação e troca entre eles, auxiliando-se e esti­
mulando-se mütuamente. A santilicação própria
torna a pessoa apta para trabalhar pela sal­
vação de outrem; e o trabalho para o bem
do próximo é um meio de santificação pessoal.
Em que consiste o ideal,da santificação se­
gundo S. Francisco?
Na mais fiel e literal imitação de Jesus e
dos apóstolos, isto é, não só na observância
20 Explicação da regra da O T

perfeita dos três conselhos evangélicos "pobre­


za, obediência e castidade”, mas ainda na prá­
tica das virtudes que o Senhor mais acon­
selhava e por ele foram praticadas e ensi­
nadas aos apóstolos.
De que modo, pois, alcançarão os terceiros,
geral mente falando, a própria santificação?
1.° Pela observância dos conselhos evangéli­
cos, em espírito, intenção e desejo. A todos foi
dito: Bem-aventurados os pobres de espírito
(Mt 5, 3). Não ajunteis tesouros na terra,
mas ajuntai tesouros no céu (Mt 6, 19). Não
tenhais demasiado cuidado de vossa vida, com
o que haveis de comer ou de vestir (Mt 6, 25).
Quem quiser vir após mim, renuncie a si pró­
prio, tome a sua cruz e siga-me (Mc 8, 34;
Lc 9, 23). Bem-aventurados os que têm o co­
ração puro (Mt 5, 8). O tempo é breve, o
que resta é que aqueles que são casados sejam
como se o não fossem (1 Cr 7, 29);
2.° Pela observância das virtudes preferidas
de modo particular por S. Francisco e que for­
mam a base de sua santidade: desprezo do
mundo, renúncia própria, penitência e mortifi­
cação, humildade e simplicidade, vida reti­
rada, amor da oração e das coisas divinas
e obediência à Igreja.
Nisto consiste o ascetismo seráfico. Sem
esses elementos não há perfeição de vida, cujo
apogeu consiste na perfeição do amor, ser­
vindo-lhe as demais virtudes de apoio e ma­
nifestação exterior (Mt 22, 37-39; 1 Cr 13,
1-8).
II. Da Ordem Terceira em geral 21

Quais, os meios eficazes de que usa a O T


para encaminhar seus membros à perfeição?
Entre os mais importantes contam-se os se­
guintes:
1.° A união dos terceiros entre si e o con­
vívio em que cada membro encontra amparo
e estímulo;
2.° A observância das regras, caminho fá­
cil, porém seguro, que se deve seguir para
atingir a perfeição;
3.° A direção dos superiores que, vivificando
a todos em geral e a cada membro em parti­
cular, preserva-os da tibieza pelos exercícios
disciplinares da Ordem;
4.° O exemplo e o zeio dos irmãos, produzin­
do aumento de fervor;
õ.° As particulares e abundantes graças de
estado prometidas por Jesus Cristo (Mt 19/29),
garantidas pela bênção da Igreja e aumentadas
pela intercessão da padroeira da Ordem será­
fica, a Imaculada Conceição, de S. Francisco e
de muitos outros santos da Ordem, e ainda pelo
merecimento de todos os terceiros.
De que modo se pode tomar parte na sal-
vação de outrem?
1.° Pela oração: “Orai uns pelos outros para
que alcanceis a salvação, pois muito pode a
oração perseverante dos justos” (Tgo 5, 16):
2.° Pelo exemplo: Grande potência e eficaz
apostolado é o da virtude e da santidade. “Que
a vossa luz brilhe diante dos homens, a fim de
que vejam as vossas boas obras e louvem a
22 Explicação da regra da O T

vosso Pai que está no céu” (Mt 5, 16). “Segui


o bom caminho entre pagãos, para que eles
vejam vossas boas obras e louvem a Deus no
dia da provação” (1 Pd 2, 12);
3.° Pelos atos: Ação enérgica em tudo o que
seja caridade, onde quer que esteja em jogo
o interesse do próximo, da Igreja ou da Or­
dem. O terceiro deve auxiliar sempre, com to­
das as veras do coração, quer material, quer
moral ou pessoalmente, todos os bons empre­
endimentos e boas obras. De todo o tempo fo­
ram as obras de misericórdia preferido cam­
po de ação dos terceiros.
Como quer a O T que sejam praticadas as
obras de zelo? •
1.° Pela atividade particular de cada terceiro,
ação esta silenciosa, singela, exercida principal­
mente no lar. Os terceiros devem introduzir a
vida cristã no seio da família. Temor de Deus,
cumprimento fiel de todos os deveres, mansidão
e afetuosa condescendência, tais são ali os
apóstolos.
Esse movimento de zelo espiritual vai se ex­
pandindo da família até àqueles que com os
terceiros têm relações de parentesco, de ami­
zade ou de profissão, e assim, sempre a mais,
conforme a esfera, a influência ou a posição
social de cada um. As parábolas evangélicas do
sal, da luz e do fermento alcançarão desfarte
certo modo de realização;
2.° Pela ação coletiva da congregação dos ter­
ceiros, que é sempre uma união para o exer­
cício enérgico e prático da vida cristã ou para
II. Da Ordem Terceira em geral 23

combater erros, e deve, portanto, quando ne- ■


cessário ou oportuno, criar generosamente em­
presas especiais para aqueles fins.
Que qualidades devem ter as obras de zelo
apostólico dos terceiros?
Devem ser:
1.° Praticadas pelo amor de Deus, em nome
de Jesus Cristo e a bem das almas por ele con­
quistadas. “A caridade de Cristo nos força”
(2 Cr 5, 14);
2.° Acompanhados de virtudes sólidas, de hu­
mildade, modéstia, prudência, moderação e pa­
ciência, a fim de que sirvam de edificação e
não de destruição (2 Cr 8, 10);
3.° Adequadas às posições sociais, à proprie­
dade c à capacidade de cada um, sem quebra
de outros deveres. Nem tudo convém a todos,
indiferentemente; cada qual recebeu de Deus
tuna missão a cumprir (Cf. Ef 4,7 e 1 Pd 4, 10);
4.° Submetidas ao exame e à vigilância da
autoridade eclesiástica, principalmente aos di­
retores da Ordem e aos confessores. O aposto-
lado leigo é como a continuação do aposto-
lado sacerdotal; desde que seja exercido só por
si e independente, perde a sua razão de ser,
e está arriscado a desvios perigosos, como o
testifica a história dos tempos antigos e mo­
dernos.
.Por que motivo tem a O T uma regra?.
• Porque é verdadeira Ordem religiosa e consti­
tui propriamente urn estado de vida de per­
feição cristã, o qual deve ser organizado e ré-
24 Explicação da regra da O T

«guiado por leis vigorosas e duradouras que


dirijam e normalizem a vida toda, ao contrário
das simples irmandades e associações, para
as quais bastam estatutos menos enérgicos
e que se possam fàcilmente revogar.
Qual a origem da regra da O T?
Veio-nos de S. Francisco. A princípio, diri­
gia o santo a sua instituição para seculares por
meio de advertências orais, mas logo depois
(1221) deu uma regra escrita. Esta regra per­
durou em exercício, com pequenos acréscimos
e modificações do Papa Nicolau IV, perto de
700 anos, até que o Papa Leão XIII, em 30 de
Maio de 1883, a submeteu a profundas trans­
formações, diminuindo-lhe a extensão e mitigan­
do-lhe as prescrições.
Qual o resumo da regra atual?
* Contém três capítulos:
No primeiro se trata do caráter religioso da
O T, isto é, como ordem ou estado de vida
consagrada a Deus; nesse capítulo vêm as pres­
crições para a admissão, tomada de hábito, no­
viciado e profissão. %
O segundo capítulo considera a O T em seu
caráter santificante, ou como instituição para
a santificação dos seus membros; por isso es­
tatui, em um conjunto de regras, a forma do
modo de vida que os terceiros devem observar,
a fim de que possam corresponder ao in­
tuito da Ordem.
O terceiro capítulo regula o caráter da asso­
ciação da Ordem, porquanto determina-lhe a
II. Da Ordem Terceira em geral 25

relação de dependência com a primeira Ordem


de S. Francisco, e estabelece os traços funda­
mentais da organização e da direção da O T.
De que modo deve proceder o terceiro em
relação à regra?
1.° Deve estimá-la por causa da sua origem,
dos preceitos que contém e do fim a que, se
propõe;
2.° Deve conhecê-la bem, compreendendo-a e
estudando-a;
3.° Deve aplicá-la, praticando-a sempre, a fim
de que o procedimento do terceiro e a sua
vida correspondam literalmente ao espírito' da
regra;
a & Em caso de faltas graves, deve aceitar
com humildade as penitências impostas;
5.° Sendo necessário, deve pedir dispensa de
alguma prescrição, dirigir-se ao diretor, a fim
de demonstrar, desse modo, espírito de obediên­
cia e boa vontade para com a regra.
Qual a atitude da santa sé em relação à O T?
l.° Já Honório III sancionou oralmente a nova
instituição de S. Francisco, em 1221; Gregório
IX confirmou-a e defendeu-a, em 1230; Nico-
Iau IV acrescentou algumas medidas à regra e
confirmou a Ordem solenemente, em 1289. Mais
de trinta Papas a reconheceram, louvaram-na
e a enriqueceram de privilégios e indulgên­
cias. Contam-se mais de 100 bulas papais em
seu favorv
Enfim, Leão XIII (1883) foi o reformador e
segundo fundador da O T, pois que, a fim de
26 Explicação da regra dà O T

a tornar mais acessível às circunstâncias sociais


da atualidade, modificou a primitiva regra,
sem, contudo, alterar a natureza e a essência
da Ordem. Além disso, o mesmo papa, em mui­
tas audiências públicas e privadas e em inúme­
ras encíclicas, recomendou encarecidamente a
O T a Bispos, padres e leigos, declarando, repe­
tidas vezes, que dessa instituição esperava o
remédio para os males dos nossos tempos.
2.° O beneplácito dos Papas não tem sido
apenas de natureza geral, mas o explícito
reconhecimento da O T em seu caráter de
Ordem. Bento XIII diz: “A O T é santa, me­
ritória, adequada à perfeição cristã, verdadeira
e propriamente Ordem; assim foi sempre e
ainda é, por isscf que, como as demais ordens,
possui, aprovada pela Santa Sé, regra própria,
noviciado, hábito e profissão” (Constit. Pa-
ierna Sedis de 10 de Dezembro de 1725).
Leão XIII diz: “Julgam alguns que, pela nova
constituição4 de 30 de Maio de. 1883, desceu
a O T a simples irmandade ou sodalício. Tal
não é, porém, nossa intenção. A essência e a
natureza da O T permaneceu, como já o te­
mos declarado; não é mera irmandade, mas
verdadeira Ordem” (3 de Julho de 1883).
3.° Por essa aprovação da Sé Apostólica, fica
a O T imediatamente sob a jurisdição dos sur
mos pontífices, que se reservam o direito de
modificar a Ordem e a sua regra, ou de orde­
nar qualquer coisa referente a ela.
Desde 29 de Junho de 1908, a Santa Congre­
gação do Ofício é a autoridade apostólica com­
petente para as coisas referentes à O. T.
II. Da Ordem- Terceira em geral 27 .

E* a O T adequada a todas as classes e


posições sociais?
O seu escopo é reunir todas as camadas so­
ciais por meio de um laço religioso. Por este
motivo, não faz a O T essencial distinção en­
tre as diversas classes da sociedade humana.
Um olhar retrospectivo nos mostra que, des­
de a sua fundação, acolheu todos os diversos
estados: Papas, Bispos, padres, reis, príncipes,
nobres, burgueses, negociantes e operários.
A instituição de S. Francisco não é, pois, re­
servada a uma determinada classe; como o
cristianismo, também a O T é universal e por
tal forma organizada, que a todos pode ofere­
cer meios de salvação e santificação.
Os casados nela encontram meio de se salva­
rem sem modificar os seus deveres de estado.
S. Francisco tinha, principalmente, em vista os
que viviam no matrimônio, quando chamava o
povo à penitência.
A virgem encontra seu lugar na O T que lhe
suprirá a vida de religiosa e a consolará de
não poder servir a Deus num convento.
No convívio dos terceiros fortificam-se os jo­
vens, os filhos, as filhas, enfim as famílias,
para as lutas da vida, e formam-se na virtude.
Os ricos aprendem na família de S. Francis­
co a ser compassivos e generosos com os po­
bres. Os pobres não se sentem também aban­
donados, porque, na Ordem, se encontram ná
sociedade dos pobres'voluntários. Em suma,
não há associação alguma que, como a O T,
convenha a toda a sociedade humana. E'
verdadeiramente cristã e católica.
. 28 Explicação da regra da O T

Não terá já a O T provado a sua ido­


neidade para a santificação dos fiéis de todas
as classes sociais?
Prova-o cabalmente a história dos seus san­
tos. Da O T surgiram, através dos séculos, em
grande número, santos, bem-aventurados e ve­
neráveis servos de Deus. Assemelha-se a Ordem
a uma árvore frondosa que jamais perde a fe-
cundidade. Os santos da O T, no jardim dos
demais santos, formam particular alegrete, em
que a mão do divino jardineiro reuniu as mais
preciosas flores, de singular aroma e ricos cam-
biantes (Pe. Norberto Stock). A O T conta
pelo menos 84 Santos canonizados; a estes jun­
tam-se para mais de 100 que aguardam o pro­
cesso de beatificação. De todas as classes so­
ciais, a O T fez surgir santos: o primeiro ter­
ceiro Luquésio, era negociante; o b. Novelone,
sapateiro; Sto. Ivo, primeiro advogado, depois
pároco; o B. Pedro de Sena, fabricante de pen­
tes; S. Carlos Borromeu, bispo; S. Geraldo de
Villamagna, cavalheiro cruzado; S. Conrado, er-
mitão; Sta. Margarida de Cortona, penitente;
Sta. Rosa de Viterbo e Sta. Francisca das Cin­
co Chagas, virgens pobres. Não se devem ca­
lar também os nomes dos dois padroeiros da
O T: S. Luís, rei, e Sta. Isabel, condessa de
Turíngia, ambos heróicos em todas as virtudes,
e o mais perfeito modelo de todas as famílias
cristãs.
Fato averiguado é que, no tempo de S. Fran­
cisco, a grande maioria dos Santos, que não
pertenciam a convento, era de terceiros. Gló-
II. Da Ordem Terceira em geral 29

ria inconcussa é esta da O T e, ao mesmo tem­


po, como que o selo da aprovação divina.
E* a O T adequada ainda aos nossos tempos?
E* e o será sempre, enquanto o cristianismo
for apropriado aos tempos, pois a O T outra
coisa não é senão a vida cristã bem compreen­
dida e praticada (Leão XIII).
Os guardas eleitos da Igreja convidam, em
nossos dias, todos os fiéis a entrarem para a
O T. Os últimos Papas, Pio IX, Leão XIII,
Pio X, Bento XV e Pio XI dedicaram-lhe par­
ticular interesse e reconheceram nela o mais
importante antídoto contra os males do nosso
tempo.
Leão XIII, renovador da O T, mais que qual­
quer dos seus predecessores, compreendeu-lhe
o espírito, descobriu o vigor de santidade que
nela existe, e tudo envidou, a fim de torná-la
eficaz para a salvação e santificação das almas.
As declarações deste Papa a respeito da O T
formam um magnífico volume que merece ser
estudado, minuciosamente, por todos os que se
interessam pelo bem do povo cristão.
Quais as qualidades da O T que preconizou
Leão XIII?
1.° Deve a sua origem ao Espírito Santo:
“Sempre tive a O T por uma instituição da sa­
bedoria. cristã, nascida por divina inspiração, e
produzindo superabundantes frutos de todo o
bem, para a religião e para toda a humanidade”.
2.° Santo lhe é o caráter, e possui o espí­
rito e a força do evangelho. E' ainda a vi-
Manual da O T — 3
30 Explicação da regra da O T

da cristã bem compreendida. Oferece muitos


meios para se praticarem virtudes cristãs”.
A grande força da O T consiste em saber in­
clinar os homens à imitação de Jesus Cristo, ao
amor à Igreja e à prática de todas as virtudes.
A paz do lar, a tranquilidade pública, a pureza
dos costumes, a benevolência recíproca, o bom
emprego e a conservação dos haveres, que são
os mais sólidos fundamentos da civilização e o
baluarte das nações, tudo surge de comum raiz
que é a O T de S. Francisco.
3.° E’ a arca salvadora, a casa santa que aco-
,Ihe, sob seu teto, todos aqueles que*são obri­
gados a viver fora do convento, que os preser­
va do contágio mau do mundo, por meio de
piedosos exercícios e prescrições.
4.° A O T já tem obtido brilhantes resulta­
dos, tanto em relação a particulares como a
toda a sociedade: foi uma poderosa força para
o bem e fez florescer de novo os bons costu­
mes e a honradez da sociedade. A O T é gran­
de na Igreja; há quase 700 anos que tem sido o
principal esteio dos seus pastores supremos”.
Que espera Leão XIII da O T na atualidade?
Com toda a confiança espera que a O T seja
a salvação:
1.° No perigo da descrença e da perversão
de costumes: “Em todas as ocasiões o repito: é
minha convicção que havemos de salvar o mun­
do por meio da O T de S. Francisco; até ago­
ra, ainda é a O T o meio mais eficaz de fa­
zer os homens voltarem à prática verdadeira
do evangelho.
II. Da Ordem Terceira em geral SI

"'Quando as instituições de S. Francisco es­


tiverem florescentes, também o estarão a fé,
a piedade e a pureza de costumes; subjuga­
dos os desejos desordenados dos bens terre­
nos, mais facilmente domadas as paixões pela
virtude, unidos por laços verdadeiramente pa­
ternos, todos os cristãos se amarão uns aos
outros, e aos pobres e necessitados, retratos de
Jesus Cristo, não faltará a devida estima”.
2.° Nas tribulações da Igreja: “Nesta Ordem
encontro o apoio forte que me ajuda a defen­
der os direitos da Igreja”.
3.° Na desorganização social: “A reforma so­
cial que todos reconhecem necessária e que ne­
nhum legislador político, seria capaz de efe­
tuar, 'pode ser alcançada pela O T; dela se
deve esperar, principalmente, que a liberdade,
fraternidade e igualdade do direito conquistem
os ânimos, do modo por que Nosso Senhor
adquiriu para a humanidade essas prerrogati­
vas e como S. Francisco sempre as buscou.
“Refiro-me à liberdade dos filhos de Deus,
por meio da qual não servimos nem a sata­
nás nem às paixões, que são terríveis ti­
ranos; à fraternidade que se funda em Deus,
Pai de todos os homens; à igualdade que tem
por base a justiça e o amor que não elimina
entre os homens todas as diferenças, mas que
da pluralidade de vocações, ofícios e profissões
forma aquele todo harmonioso que contribui,
de fato, para o bem e o progresso”.

3*
32 Explicação da regra da O T

Quais os desejos de Leão XIII em relação


à O T? „
1.° Que cadà vez se estenda mais: “Desejo
que a O T se espalhe sempre. Nada me é
mais agradável do que a extensa propagação
deste santo poder que é a O T, desejo que
o número de terceiros suba a um ou dois mi­
lhões, desejo que todos os cristãos sejam mem­
bros da O T; o maior desejo .que tenho no
coração é que o espírito de S. Francisco se
propague”. Oh! quem dera- que os povos
cristãos corressem pressurosos para adotar
o modo de viver dos terceiros, tão zelosos
como no tempo de S. Francisco, quando vi­
nham de todos os lados em santa emuiação;
2.° Que os Bispos e, curas propaguem a Õ T
na medida do possível: “Esforçai-vos por tor­
ná-la conhecida e estimada pelo povo. Man­
dai que os párocos instruam os seus paroquia-
nos a respeito do que ela é e do quanto é
fácil a cada um tomar parte nessa Ordem; dos
proveitos espirituais que dela se auferem para
a salvação das almas, e quantas vantagens
públicas e particulares lhe são anexas”. O san­
to padre deseja que os clérigos, desde o semi­
nário, se revistam da insígnias da penitência
na O T;
3.° Que todos trabalhem para a propagação
e consolidação da Ordem: “Trabalhemos com
S. Francisco, ganhemos um, depois mais outro,
depois dez membros, e assim, pouco a pouco,
a O T, qual semente fecunda, se espalha­
rá por toda parte”. “Trabalhar pela propa­
gação da O T equivale a executar a obra do
II. Da Ordem Terceira, em geral 33

próprio Deus, a obra de Jesus Cristo”. De­


ve-se, pois, manifestar grande zelo pela pro­
pagação e consolidação da Ordem.
Será penoso fazer parte da O T?
Verdade é que a O T impõe certo número de
obrigações, mas estas são em suma leves, prin-
cipalmente comparadas à grande vantagem es­
piritual que delas resulta.
Qual ê, para os tbreeiros, o resultado da ob­
servância conscienciosa da regra?
Torna-se qual verdadeiro filho de S. Fran­
cisco:
1.° Discípulo e imitador de Jesus Cristo, pe­
netrando cada vez mais no espírito da dou­
trina do Mestre e apropriando-se de suas vir­
tudes;
2.° Desprezador do mundo e das coisas ter7
renas, à medida que for crescendo em com­
preensão das coisas celestes;
3.° Amigo e zelador de todo o bem, verdadei­
ro apóstolo pelo exemplo c pelas ações;
4.° Anjo de paz, dotado de vocação e capaci­
dade para reconciliar o pobre com o rico, para
nivelar as desigualdades sociais, ensinar o con­
tentamento com a sorte e evitar as desuniões;
5.° Benfeitor da humanidade a quem ensi­
na a praticar o mais alto bem, o mais puro
ideal;
6.° Modelo dos fiéis, cumpridor solícito dos de­
veres, carinhoso e abnegado com o próximo,
sem mácula em todo o seu modo de viver.
34 Explicação da regra da O T

Não ê, portanto, uma honra, uma felicidade


ser membro da O T?
Fazer parte da O T é verdadeira honra e
alegria:
1.° O terceiro mostra ser o verdadeiro sábio,
prudente e inteligente em relação aos ineptos
do mundo. “Tudo experimenta, escolhe o me­
lhor” (1 Tess 5, 21).
2.° Mostra-se, outrossim, corajoso e destemi­
do, pois buscando o mais alto, despreza o
vil respeito humano;
3.° Não tem de que se envergonhar da Ordem,
pois, por meio dela, torna-se membro da gran­
de linhagem de santos antepassados. “Filhos
de santos somos, e esperamos aquela vida que
Deus há de dar aos que, com fidelidade, não o
deixam nunca” (Tob 2, 18);
4.° Torna-se particularmente caro ao divino
Coração de Jesus e protegido da Imaculada
Conceição, aos quais é consagrado pela pro­
fissão na Ordem;
5.° Penetra uma sociedade rica de bens espi­
rituais, isto é, pertence ao número daqueles
por quem, em primeiro plano, se oferecem
sacrifícios, orações, penitências e méritos;
6.° Vive em amparo seguro, protegido e res­
guardado contra a onda da maldade do mundo;
7.® E’ um privilegiado da Igreja que o cumu­
la de riquezas e indulgências, como em ne­
nhuma outra instituição se encontra igual;
8.° Ganha um novo penhor de salvação eter­
na, que lhe concede a Igreja segundo a pro-
III. Regra da 0'T para seculares 35

messa de nosso Senhor na revelação da Por-


ciúncula. “Honras e riquezas estão na sua
casa” (SI 111, 3).
III. REGRA’ DA O T PARA
SECULARES
CAPITULO I

ADMISSÃO, NOVICIADO, PROFISSÃO


§ 1. Não se aceitam na O T senão pes­
soas maiores de catorze anos, de bons cos­
tumes, amantes da concórdia e, especialmen­
te, de provada fé católica e provado respei­
to à Igreja romana e à Sé Apostólica.
§ 2. Não serão admitidas senhoras *casa-
das senão com prévio conhecimento e per­
missão dos maridos, excetuados os casos ra­
ros em que outro modo de proceder pareça
mais acertado aos respectivos confessores ou
diretores espirituais.
§ 3. Os associados devem trazer sempre
condigo o pequeno escapulário e o cordão,
sem o que não gozarão dos. privilégios e
indulgências concedidas à Ordem.
§ 4. Aqueles que são admitidos na Ordem
devem fazer um ano inteiro de noviciado,
findo o qual professarão, prometendo, se­
gundo o rito da mesma Ordem, guardar os
mandamentos de Deus, obedecer à Igreja,
submetendo-se, no caso de transgressão de
qualquer das promessas da profissão, à re­
paração . que lhes for imposta.
36 Explicação da regra da O T

CAPITULO II
DO MODO DE VIVER
§ 1. Os membros da Ordem devem evitar
o luxo e toda a excessivà elegância em seu
exterior, procurando o meio termo, segundo
as condições de cada um.
§ 2. Com grande cautela abstenham-se de
danças e espetáculos perigosos, assim como
do excesso em comidas e bebidas. •
§ 3. Sejam sóbrios nas comidas e bebi­
das, e não se sentem à mesa nem dela se
levantem sem rezar.
§ 4. Jejuem nas vigílias da festa da Ima­
culada Conceição de nossa Senhora e do
patriarca S. Francisco, e serão muito lou­
váveis, se jejuarem nas sextas-feiras c guar­
darem abstinência nas quartas, conforme o
antigo costume dos terceiros.
§ 5. Confessem-se e comunguem com re­
gularidade, pelo menos uma vez por mês. '
§ 6. Os terceiros, sendo eclesiásticos e
por isso obrigados a rezar o ofício divino,
a nada mais, nesta parte, são obrigados. Os
seculares, porém, que não rezam nem o ofí­
cio divino nem o ofício de nossa Senhora,
digam todos os dias doze Padre nossos, Ave
Marias e Glória ao Padre, exceto quando a
saúde não Iho permitir.
§ 7. Aqueles que por direito devem fazer
testamento, disponham em tempo dos seus
bens.
§ 8. No seio da família primem pelo seu
bom exemplo, promovendo a piedade e boas
III. Regra da O T para seculares 37

obras. Não consintam entrar em sua casa li­


vros e jornais que levem perigo à virtude,
e proíbam a sua leitura às pessoas que estão
debaixo de seu poder.
§ 9. Entre si e com os estranhos mante­
nham benévola caridade e, na medida de
suas forças, façam por acabar as discórdias.
§ 10. Não jurem fora dos casos de ne­
cessidade. Evitem palavras indecorosas e gra­
cejos levianos. Façam à noite exame de cons­
ciência para conhecerem as suas faltas, e, co­
nhecidas estas, arrependam-se e se emendem.
§ 11. Os que cômodamente podem, ouçam
missa todos os dias. Compareçam às reuniões
mensais prèviamente anunciadas pelo ministro.
§ 12. Formem, cada um segundo as suas
posses, algum pecúlio comum para socorrer
os irmãos necessitados, particularmente aos
enfermos, ou para prover ao decoro do culto
divino.
§ 13. Os ministros vão ou mandem pres­
tar aos enfermos os ofícios de caridade. E,
sendo perigosa a doença, avisem e persua­
dam o enfermo a ajustar, a tempo, as con­
tas de sua alma.
§ 14. Quando algum irmão terceiro tiver
falecido, reúnam-se os irmãos que houver no
lugar, e os de fora que lá se encontrarem,
e rezem o terço do rosário em sufrágio do
finado. Os irmãos terceiros que são sacer­
dotes, na santa missa, e os irmãos leigos, co­
mungando, se puderem, roguem a Deus de
boa vontade e piedosamente pelo irmão fa­
lecido.
38 Explicação da regra da O T

CAPITULO III
DOS OFÍCIOS, DA VISITA E DA PRÓPRIA
REGRA
§ 1. Os ofícios sejam conferidos em ses­
sões dos terceiros, e durem por três anos.
E nenhum, sem justa causa, recuse o ofício
que lhe for proposto, nem o cumpra frou­
xamente.
§ 2. O visitador indague diligentemente se
• as regras são cumpridas, e para este fim
visite, oficialmente, todos os anos ou mais
a miúdo, se for preciso, os terceiros e con­
voque todos os membros à sessão geral. Se
o visitador chamar alguém ao cumprimen­
to do seu dever, admoestando, mandando,
ou impondo alguma penitência salutar, esse
modestamente a aceite e a execute.
§ 3. Os visitadores sejam escolhidos den­
tre os religiosos da primeira ou da tercei­
ra Ordem regular: e sejam designados pe­
los superiores, se forem requeridos. Os lei­
gos não podem exercer o cargo de visitador.
§ 4. Os terceiros insubordinados sejam ad­
moestados até à terceira vez e, se não obe­
decerem, sejam expulsos.
§ 5. Se alguém faltar a alguma destas re­
gras, saiba que não peca por isso, a não
ser que a falta recaia sobre um ponto dos man­
damentos de Deus ou da santa madre Igreja.
§ 6. Se, por justa e grave causa, alguém
não puder observar alguma destas regras,
pode-se-lhe dispensar licitamente ou pruden-
Cap. I. Condições à admissão 39

temente comutar a mesma regra. E para este


efeito, damos faculdade e poder aos minis­
tros da primeira e da terceira Ordem francis-
cana e aos visitadores.

EXPLICAÇÃO DA REGRA
CAPITULO I

ADMISSÃO, NOVICIADO, PROFISSÃO

Condições à admissão
§ 1. Não se aceitam na O T senão pes­
soas maiores de catorze anos, de bons costu­
mes, amantes da concórdia e, especialmente,
de provada fé católica e provado respeito à
Igreja romana e à Sé Apostólica.
E* facultada a todos a entrada na O T
sem condições?
Não; por maior que seja o desejo de ver
grande número de fiéis tomar parte na Ordem,
é vontade sua que somente os dignos e capa­
zes sejam admitidos. A Ordem não é, como a
Igreja ou o Estado, uma sociedade a que se
deve forçosamente pertencer; é antes uma so­
ciedade iivre com o fim especial que só pode
admitir, como membros, aqueles que quiserem
e forem capazes de cumprir as obrigações im­
postas pela regra da Ordem.
40 Explicação da regra da O T

Por que motivo devem ser excluídos os in­


dignos e os incapazes?
1o Porque muitas vezes comprometem a hon­
ra da Ordem no exterior, dando assim ocasião
a que os mal intencionados a critiquem;
2o Porque prejudicam a mesma Ordem, tor­
nando-se para os bons membros motivo de
contrariedade e empecilho;
3o Porque não são aptos para preencher os
deveres da Ordem (santificação própria e apos-
tolado).
A quem compete decidir da capacidade do
candidato?
No seio da fraternidade compete ao diretor
espiritual, auxiliado pelos membros da mesa
administrativa; fora da fraternidade, a decisão
compete ao sacerdote autorizado.
Quais os deveres do diretor espiritual, quan­
do se apresentam os candidatos?
Deve proceder a um exame consciencioso
acerca do caráter, do procedimento anterior e
das condições de vida do candidato, por meio
de perguntas, testemunhas e informações, para
não admitir incapazes e indignos.
A que exames prescreve a regra que se­
jam submetidos os candidatos?
A regra exige o exame de cinco condições
à admissão:
Io Idade prescrita;
2o Bons costumes;
Cap. I. Condições à admissão 41

3o Caráter pacífico;
4o Fidelidade à fé católica;
5o Obediência à Igreja romana e à Sé Apos­
tólica.
Que prescreve a regra a respeito da idade
do candidato?
A regra exige que ninguém seja admitido
antes de ter completado catorze anos, sendo
a admissão com menos considerada nula.
Aconselha-se que sejam admitidos membros
muito jovens?
Sim, é recomendável sob certas condições:
Io A Igreja, pelas suas prescrições, mani­
festa, claramente, o desejo de que a mocida­
de faça parte de uma instituição, cujo fim
principal é doutrinar os jovens nas virtudes
cristãs;
2o Com isso a mocidade só tem que lu­
crar: segue assim o conselho da sagrada es­
critura: Bom é trazer-se assim o jugo do Se­
nhor desde a mocidade (Jr 3, 27). Entusias­
tas têm grande facilidade em adquirir hábi­
tos de virtudes; e, esteados em forte e sã
direção, vão pouco a pouco progredindo no bem.
3o A Ordem toda tem com isso vantagem,
pois, nos candidatos jovens que se sujeitam de
bom grado às prescrições da regra e à disci­
plina da Ordem, prepara para si membros que
a honrarão. Cada fraternidade deve, pois, en­
vidar esforços para atrair muitos moços ao seu
grêmio. Por este meio adquirirá vida, vigor e
estímulo.
42 Explicação da regra da O T

Sob que condições se torna recomendável a


admissão dos candidatos jovens?
, i f

Io Por parte do candidato é preciso que, pe­


lo caráter, pela família e pelo modo de viver,
haja possibilidade de ser fiel e perseverante.
Todavia, certeza absoluta de perseverança não
se pode ter, nem mesmo com pessoas de mais
idade;
2® Por parte da Ordem é preciso que ha­
ja particular cuidado e desvelo na formação
e instrução do candidato.
Quais as pessoas de costumes puros no sen­
tido da regra?
1° Aquele que tiver procedimento irrepreen­
sível, isto é, que não dê ocasião a escândalos
nem motivo de queixa;
2° Aquele que tiver virtude segundo a idade
e o estado (castidade, -modéstia, fidelidade à
vocação e probidade).
Poderão ser aceitos os pobres que não te­
nham meio de se manter?
< A pobreza, que o divino Salvador tanto lou­
vou e que S. Francisco tanto amava, não é
em si um impedimento para entrar na Ordem.
Aqueles, porém, que são muito pobres, só
serão recebidos, quando já se houver arran­
jado meios de mantê-los convenientemente.
A diretoria deve cuidar que não sejam admi­
tidos os indolentes ou aqueles que não têm
vida honesta, ou outros que só contam com o
auxilio material que a Ordem lhes possa dar.
Cap. X. Condições à admissão 43

Quem è fiel à fé católica segundo a regra?


1° Os crentes que aceitam, de todo o cora­
ção e entendimento, a verdade inteira da re­
velação divina, com firme e inabalável con­
vicção e completa submissão a Deus, sem
sofismar a interpretação, doutrina e esclareci­
mento da Igreja e também sem procurar ate­
nuantes, diminuição ou enfraquecimento, con­
forme a tendência do espírito moderno;
Os que têm a coragem de sua fé, isto é,
que a confessam abertamente e por ela com­
batem conforme a capacidade de cada um.
Quais os aprovados na submissão à Igreja
romana e à Santa Sé Apostólica?
Io Os de boa vontade para com a Igreja,
isto é, os que estimam e amam a Igreja como
mãe espiritual, obedecem de bom grado a seus
preceitos e se submetem, voluntàriamente, a
suas decisões, fiéis sempre ao Bispo e ao pá­
roco;
2o Os que têm boa vontade para com o Papa,
isto é, aqueles que no Santo Padre hon­
ram o representante de Jesus Cristo, o chefe
da Igreja e o pai de todos os cristãos, e lhe
são dedicados de corpo e alma;
Por que exige a regra tantas condições para
a admissão?
Io A fim de mostrar que a entrada na Or­
dem é coisa mais elevada do que a entrada
em qualquer irmandade ou congregação, que
não têm tais condições;
44 Explicação da regra da O T

2o A fim de receber somente pessoas capazes


de preencher os dois principais fins da Or­
dem: santificação própria e apostolado;
3o A fim de provar a todos os terceiros que
as qualidades requeridas formam a base in­
dispensável a um proveitoso progresso.
Além das condições requeridas, será neces­
sário ter o candidato vocação especial para
a Ordem?
Basta a boa vontade de se tornar um fervo­
roso terceiro, pois a Ordem não impõe deveres
extraordinários e árduos, como o sacerdócio
ou a vida religiosa; a única obrigação essen­
cial imposta é a de levar a vida de bom cristão.
Deve exigir-se do candidato um certificado
do seu •pároco?
A admissão de um membro na Ordem não é
propriamente da competência do pároco; não
obstante, bom seria que este tivesse conheci­
mento da entrada do seu paroquiano para a
Ordem e que lhe desse um certificado de boa
conduta. Em se tratando de candidatos desco­
nhecidos, não ,se deve prescindir disto.
Podem os candidatos, logo após a aprova­
ção, ser recebidos na Ordem?
Não; entre a apresentação do candidato e
a sua vestição cumpre que medeie um pos­
tulado de alguns meses ao menos, devendo os
postulantes, durante este tempo, tomar parte
nas reuniões dos noviços.
Cap. I. Condições à admissão 45

Para que serve o postulado?


Io Torna mais compreensível o passo impor­
tante que vai dar;
2o Firma a resolução da entrada ou faz des­
animar os inconstantes;
' 3o Conduz à preparação condigna, para a
santa cerimônia da vestição.
Admissão das senhoras casadas
§ 2. Não sejam admitidas senhoras casa­
das senão com prévio conhecimento e permis­
são dos maridos, excetuados os casos raros
em que outro modo de proceder pareça mais
acertado aos respectivos confessores ou direto­
res espirituais.
v Por que motivo se refere a regra expres­
samente às senhoras casadas?
Io Porque a elas compete ação principal na
família cristã, para cuja realização a Ordem
lhes presta apoio;
2o Porque a admissão de uma senhora ca­
sada requer certa condição.
Sob que condição devem ser recebidas as se­
nhoras casadas?
Com o conhecimento e permissão dos ma­
ridos:
Io Porque as mulheres devem ser submissas
aos maridos como a seus senhores, pois "o
homem é o chefe da mulher, como Cristo é o
chefe da Igreja” (Ef 5, 22-23);
Manual da O T — 4
46 Explicação da regra da O T

2o Porque a recepção da mulher na Ordem,


sem o consentimento do marido, pode facil­
mente trazer dissensões e inconvenientes.
Não admite a regra alguma exceção a esse
preceito?
Só pode haver exceção mediante a opinião
expressa pelo confessor.
Vestição e hábito
§ 3. Os irmãos da Ordem devem trazer
sempre consigo o pequeno escapulário e o
cordão; quando não, privam-sc dos favores e
direitos inerentes a este uso.
De que modo se è recebido na Ordem?
Pela vestição que, segundo o cerimonial ofi­
cial, deve ser presidida pelo superior da pri­
meira ou da Terceira Ordem regular ou, ainda,
por um sacerdote devidamente autorizado.
Não é a entrada na Ordem um ato im­
portante?
E’ muito importante:
1o O candidato, depois da provação do pos­
tulado, abraça um meio de vida religioso, me­
lhor e mais perfeito do que o estado comum
dos seculares; é um meio termo entre o estado
religioso e o secular;
2o Torna-se membro da Ordem, cujo esforço
deve tender à santificação pessoal;
3o Torna-se filho de S. Francisco, de cujo
espírito se apropria, segue-lhe as regras e tor-
Cap. I. Condições à admissão 47

na-se digno do amor particular desse santo


pai;
4o Faz-se membro de uma grande Ordem se­
cular, de uma associação santa e sancionada
pela Igreja, participa de todos os seus bens, co­
labora, com todas as veras, para os fins da mes­
ma e sujeita-se às suas regras disciplinares.
Que consequências devem os candidatos in­
ferir desses argumentos?
Io Devem, antes do passo definitivo, refle­
tir maduramente, exercer vontade firme e ter
preparação adequada;
2o Devem, outrossim, aprofundar-se nas ce­
rimônias da vestição e bem lhes compreender
o espírito. Compete ao mestre dos noviços cui­
dar disso;
3o A preparação imediata consiste numa boa
confissão geral e na recepção da comunhão,
o que é indispensável para que se obtenha,
nesse dia, a indulgência.
Como deve ser feita a vestição?
Ordinariamente só poderá ser feita diante de
toda a fraternidade reunida, pública e solene­
mente, junto ao altar, observando estritamente
as prescrições do rito. Assim o pede o ceri­
monial, assim o exigem a santidade e a impor­
tância do ato e a atenção para com os mem­
bros da Ordem que devem ser testemunhas.
Os postulantes de fora e os membros isolados
podem ser revestidos em particular, isto é,
sem reunião da fraternidade.
4*
48 Explicação da regra da O T

Quantas vezes, em cada fraternidade, se


devem realizar as cerimônias da vestiçõo?
E’ recomendado que se faça a vestição uma
vez por ano, no máximo duas.
. Quando congregações marianas e outras as­
sociações têm apenas uma recepção anual, se­
ria contra a dignidade da Ordem considerar a
vestição uma coisa de pouco valor; sendo
amiudadas as recepções, fàcilmente sofreria
com isso a regular instrução dos noviços.
Qual o hábito da O T?
• Escapulário e cordão.
í° O escapulário ou veste dos ombros, maior
que o escapulário comum, deve ser de lã par­
da, castanha ou cinzenta, podendo as duas par­
tes do mesmo ser ligadas por qualquer cor­
dão. Deve ser usado à maneira de veste,
caindo dos ombros uma parte sobre o peito e a
outra sobre as costas, e não apenas no bolso.
Para os terceiros que também são da ir­
mandade do Carmo, não basta um só e mesmo
escapulário.
2o O cordão, que pode ser de linho, cânha­
mo, lã, ou algodão, cinge-se em torno da cin­
tura. E’ uso ter três nós em honra da SS.
Trindade, ou cinco, em memória das cinco
chagas do Salvador.
O escapulário e o cordão podem ser usados
sob as roupas.
Cap. I. Condições à admissão 49

Qual a severidade da regra a respeito do uso


do hábito da Ordem sem motivo justo?
Deve-se trazer sempre, dia e noite, na saúde
e na moléstiá, sob pena de se perderem todas
as vantagens e direitos da Ordem, como, por
exemplo, as indulgências.
Tirar o hábito da Ordem por termo limita­
do, justifica-se, ora pela prudência, ora pela
necessidade; deixá-lo, porém, um dia todo, só
com dispensa do diretor da Ordem.
Perde o terceiro os seus direitos, quando
deixa de usar o hábito da Ordem sem mo­
tivo justo? .
Perdê-los-á quando por muito tempo o dei­
xar de usar por desprezo ou na intenção de se
desligar da Ordem; se, porém, assim o fizer
apenas por desleixo, indiferença ou comodidade,
continuará ligado à Ordem, mas perderá o di­
reito às indulgências e graças.
E’ ainda hoje permitido aos terceiros usa­
rem o hábito grande, exterior e publicamente?
E’ permitido o uso do hábito comprido, quan­
do os terceiros se incorporarem em suas re­
uniões, nas procissões, peregrinações e acom­
panhamento de enterro. .
Por toda parte, foi sempre uso de os ter­
ceiros terem, além do escapulário, o hábito
comprido, para servir-lhes de mortalha.
60 Explicação da regra da O T

Com que intenção devem os terceiros usar


o hábito?
Io Ainda mesmo que tragam apenas o esca-
pulário, devem considerá-lo hábito de S. Fran­
cisco, o que significa uma veste de honra, que
os assinala como filhos desse Santo, irmãos
da numerosa grei dos eleitos das três Ordens
seráficas, os quais, desde muitos séculos, têm
vestido o mesmo hábito, que os adverte a pres­
tarem honra ao Santo Pai, por meio de um
procedimento virtuoso;
2o E’ uma veste de penitência, que lhes lem­
bra dê que fazem parte de uma Ordem que
deles espera dignos frutos de penitência;
3o E' uma veste de bênçãos, pois, revestidos
do hábito de S. Francisco, cobriram-se também
com os merecimentos desse preferido de Deus
e, assim como Jacob com as vestes de Esaú,
poderão os terceiros com mais certeza esperar
obter as bênçãos do Pai celeste. Santa Isabel
de Hungria, todas as vezes que queria obter
de Deus uma graça especial, cobria-se com o
manto que S. Francisco lhe ofertara, certa
de que assim seria mais fàcilmente atendida.
Que significa o cordão da Ordem?
Não tendo nenhum fim usual, representa a
loucura da cruz de Cristo, tão bem compreendi­
da por Francisco. “Somos loucos por amor
de Cristo” (1 Cor 4, 10).
O tf
1 Cingi vossos rins” (Lc 12, 35) aconselhou
o Salvador, lembrando-nos que, como os israeli­
tas no Egito, que comiam o cordeiro, de pé,
Cap. I. Condições à admissão 51

com o bastão nas mãos e o cordão na cinta,


assim devemos estar prontos para marchar e
correr no caminho da virtude, que nos conduz
até à terra da promissão;
2o Segundo S. Gregório, o cingir os rins
significa atar os instintos menos dignos da
natureza e das paixões do coração, por meio
da mortificação e abnegação, a fim de que
não se soltem como animais .ferozes a ferir a
alma com a. sua mordedura;
3o Tomando o cordão da Ordem, deve todo o
terceiro repetir com S. Paulo: “Sou prisioneiro
do Senhor” (Ef 4, 1), o que iguala a querer
submeter-se a Deus, à sua vontade, às suas
leis, à sua providência, com inquebrantável
• fidelidade;
4o O cordão lembra, de modo particular, a
corda com que os algozes ataram o divino Sal­
vador como o último dos criminosos e o arras­
taram à casa do juiz, e, depois, à morte. Só à
morte de Cristo devemos a nossa salvação e
o não ouvirmos, um dia, as palavras da conde­
nação: “Atai-os de pés e mãos e lançai-os nas
trevas exteriores” (Mt 22, 13). Por isso, con­
vém recordarmo-nos sempre do vínculo que nos
une a Jesus Cristo.
O terceiro que usar o cordão da Ordem com
essa intenção, poderá, um dia, quando a morte
lhe romper os grilhões terrenos, exclamar com
o salmista: “Os laços se cortaram e estamos
salvos” (SI 123, 7)..
52 Explicação da regra da O T

Qiiais as decisões da Santa Sé referentes à


admissão, vestição e fraternidade?
Io A bênção do primeiro escapulário e cor­
dão é suficiente para todos os demais que
o terceiro usar, daí em diante;
2o Membros de Ordens regulares não podem
ser admitidos na O T (16 de Julho de 1887);
3.° Membros de qualquer O T não podem ser
admitidos em outra (31 de Janeiro de 1893),
salvo quando já se tiverem antes desligado da
Ordem a que pertenciam (Io de Setembro de
1893);
4o O poder concedido a um sacerdote para
proceder à vestição e profissão de um terceiro
de qualquer ramo da primeira Ordem (fran-
ciscanos, conventuais e capuchinhos) não se es­
tende aos terceiros que dependessem de outro
ramo (30 de Janeiro de 1896). A 4 de Março
de 1904, porém, houve combinação e acordo
entre os superiores gerais dos diversos ramos,
e essa medida deixou de existir;
5o Um terceiro, noviço ou professo, pode pas­
sar, desde que seja necessário ou conveniente,
de uma fraternidade para outra ou mesmo para
alguma fraternidade de obediência diferente e
existente na mesma cidade (4 de Março de
1904).

Noviciado e profissão
§ 4. Aqueles que são admitidos na Ordem
devem fazer* um ano inteiro de noviciado, fin­
do o qual professarão, prometendo, segundo'
o rito da mesma Ordem, guardar os manda-
Cap. I. Noviciado 53

mentos de Deus, obedecer à Igreja, submeten­


do-se, no caso de transgressão de qualquer
das promessas da profissão, à reparação que
lhes for imposta.
Noviciado
Que prescreve, em primeiro lugar, a regra
àquele que for admitido à ordem?
Que faça um ano de noviciado ou provação,
antes de ser recebido à profissão, como é
costume nos conventos.
Que intuito tem o noviciado? *
E* tríplice o seu fim:
Io Deve o noviço ter tempo necessário para
experimentar-se a si mesmo, ver se possui ca­
pacidade e coragem para observar, por toda a
vida, as prescrições da regra;
2o A Ordem quer conhecer e provar os novi­
ços, a fim de conservar os que prometem tor­
nar-se bons membros, e eliminar, a tempo,
os outros;
3o O noviciado é uma escola onde o noviço
aprende as obrigações da Ordem e a penetrar-
lhes o espírito, tanto que as compreenda bem
na ocasião de fazer a profissão. Isto se con­
segue mediante instrução em comum, feita
aos noviços.
De que modo se deve fazer a instrução dos
noviços?
Io A instrução deve ser dada com regulari­
dade cm hora fixa, ao menos uma vez por
54 Explicação da regra da O T

mês. Será bom que não seja no mesmo dia


da reunião da Ordem;
2o A instrução deve obedecer a um plano de­
terminado, em que se seguirá, por partes, toda
a matéria a ensinar.
Assuntos de instrução necessários são: A
O T em sua essência e seus fins; minuciosa
explicação da regra e do espírito da mesma;
vida de S. Francisco e espírito seráfico da
Ordem. Devem os terceiros ter dessas coisas
cabal conhecimento, a fim de se tornarem
verdadeiros filhos de S. Francisco.
Em tudo quanto diz respeito à fé, à virtude
e à piedade deve o terceiro ser perfeitamente
instruído, “a fim de que o homem consagrado
a Deus se torne perfeito e hábil em todas as
boas obras” (2 Tim 3, 17).
Ser-lhes-á também dada explicação prática
da oração mental;
3o O horário da instrução obedecerá mais ou
menos ao seguinte: oração preparatória, como
nas reuniões ordinárias; catequese sobre a
O T, durante a instrução, a manifestação de
dúvidas; leitura de um livro espiritual ou da
vida de algum Santo, quando não houver
prática; comunicação de fatos particulares do
jornal da Ordem; e oração final;
4o A instrução deve ser feita pelo diretor da
Ordem ou por outro sacerdote; tudo o mais
referente à vigilância, chamada dos noviços e
direção nos usos de disciplina da fraternidade,
compete ao mestre ou mestra de noviços.
Cap. I. Noviciado 55

E’ obrigação dos noviços assistirem à ins­


trução?
Só em casos excepcionais podem ser de todo
dispensados. Havendo motivo justo para faltar,
deve o noviço justificar-se com o mestre.
Para os membros estranhos ou isolados, as­
sim como para dispensados, é preciso haver,
de algum modo, substituição da instrução.
Quanto tempo deve durar o noviciado?
Um ano inteiro, seguido e não interrompido.
Nenhum superior tem o direito de conceder
dispensa nesse ponto (Congregação dos ritos,
30 de Janeiro de 1896), sendo nula a pro­
fissão feita antes de terminado um ano.
Que há de dizer sobre a interrupção do
noviciado?
E’ considerado interrompido o noviciado,
quando o noviço despe o cordão e o bentinho
da Ordem com o propósito deliberado de não
mais pertencer à mesma. Se, mais tarde, qui­
ser o noviço ser de novo admitido à profissão,
terá que recomeçar o noviciado, sendo, con­
tudo, desnecessário que preceda nova vestição.
Que se deve pensar daqueles que, findo
o prazo do noviciado, adiam a profissão para
um tempo indeterminado e. remoto?
A profissão em si não será nula, ainda mes­
mo que adiada sem sérios motivos. Se, porém,
essa hesitação implicar em menosprezo pela Or­
dem, a validade da profissão tornar-se-á pelo
56 Explicação da regra da O T

menos muito duvidosa. Numa fraternidade bem


dirigida, essaa pessoas não são admitidas à
profissão.
Participam os noviços das graças, privilégios
e indulgências da Ordem?
Conquanto não sejam ainda membros defi­
nitivos da Ordem, têm contudo parte nas gra­
ças, privilégios e indulgências da mesma; não
participam, porém, em geral, dos direitos par­
ticulares dos membros da fraternidade, copio,
por exemplo, da eleição.
Quem decide da admissãodos noviços à
profissão?
Na fraternidade, quem decide é o diretor,
após consulta feita aos membros da mesa ou
do conselho. A admissão pode ser adiada
por algum tempo, se o procedimento do no­
viço inspirar cuidados.
Qual a preparação imediata do noviço à
profissão?
Todo o noviciado já é a preparação para a
profissão, por isso o preparo imediato consiste
em:
Io Estudar cuidadosamente o cerimonial da
profissão, a fim de que a solenidade sejà
feita de modo edificante e sem atrapalhações;
2o Uma preparação de três dias de exercí­
cios espirituais em respeito à importância e
santidade do ato; quando não for possível,
ao menos um retiro interior;
Cap. I. Profissão 57

3o Recepção dos sacramentos no dia ou na


véspera da profissão, não só por causa desse
ato, como para ganhar as indulgências.
Como se faz o ato da profissão?
Sendo possível, durante a solene reunião da
Ordem, seguindo o cerimonial e observando to­
dos os ritos.
Profissão
Que é a profissão na O T?
E’ um ato religioso eclesiástico e legal, pelo
qual o noviço faz, perante o sacerdote auto­
rizado, solene promessa de servir a Deus, na
Ordem, até à morte. .
Que coisas encerra a promessa da profissão?
O terceiro promete servir a Deus na Ordem,
isto é, viver segundo o modo, o fim e as re­
gras da mesma, ou passar vida cristã perfeita,
na observância dos mandamentos e na prática
espiritual dos conselhos evangélicos, do modo
por que são prescritas pela regra. Isto quanto
à promessa em si; quanto à duração da mes­
ma, não promete o terceiro viver assim so­
mente durante um prazo mais ou menos longo,
mas por toda a sua existência. Deste modo, faz
na O T seu estado de vida — um estado re­
ligioso.
Que compromissos se tomam pela promessa
da profissão?
Pela sua natureza religiosa, eclesiástica e le­
gal, a profissão produz uma tríplice aliança:
58 Explicação da regra da O T

com Deus, com a Igreja, e com a O T, relações


essas que têm algo de um contrato, pelo qual
se obriga o professante a prestar um serviço
e obtém a promessa de receber outro em troca.
Io Em relação a Deus, a profissão significa
apurada renovação das promessas do batismo;
é um ato religioso de dedicação e consagração
a Deus, a seu serviço, pela observância de suas
leis e do espírito dos seus conselhos.
Ao professante faz Deus, por intermédio do
seu representante, a mesma promessa feita aos
apóstolos e a seus imitadores na vida evangéli­
ca, a qual constitui novo penhor da eterna sal­
vação: “E eu, em nome de Deus, prometo-te a
vida eterna” (cerimonial).
No Evangelho de S. Mateus (19, 27) encon­
tramos as seguintes palavras: — Pedro per­
guntou ao Senhor: “Vê, tudo abandonamos para
te seguir, que será de nós?” No correr da con­
versação, compreendeu Pedro, como que repen­
tinamente iluminado, a nova e grande concepção
de vantagem da vida pobre e pura no serviço
c!o Senhor e, entusiasmado por se achar com
os demais apóstolos nesse feliz estado, fez aque­
la pergunta ao Senhor. E Jesus, sempre con­
descendente, respondeu-lhe e aos apóstolos que
ali se achavam: “Em verdade vos digo, vós
que me seguis, haveis de vos sentar sobre os
doze tronos, para julgar as tribos de Israel”.
E, lançando o olhar para além, viu o Mestre
toda a imensa turba que, através dos séculos,
havia de renunciar a tudo, a exemplo dos
apóstolos, para seguir unicamente o Senhor, e
continuou: “E todo aquele que, por meu nome,
Cap. I. Profissão 59

deixar casa, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher,


filhos e terras, esse receberá por tudo isso
cento por um e a vida eterna”.
Quando, pois, a Igreja dirige essa promessa
ao professante, quer com isso significar que, ao
pronunciar estas palavras, o Salvador não via
no encalço dos apóstolos somente os reli­
giosos, mas também a grande multidão dos .
terceiros, que se esforçam, quanto possível,
por se parecerem com eles.
2o Em relação à Igreja, a profissão é a
declaração solene de que o terceiro quer per­
tencer a um estado religioso em que assume
a obrigação de trabalhar pela santificação da
vida e de se tornar ativo operário do reino
de Cristo — a Igreja.
Por sua vez, reconhece ela o professante co­
mo membro da Ordem, concede-lhe certos di­
reitos e recompensa-o com particulares graças
e favores.
3o Em relação à Ordem, compromete-se o pro-
fessarite a viver segundo suas leis e a obede­
cer à disciplina da Ordem e da fraternidade a
que pertence. A O T, por seu turno, põe o pro­
fessante no pleno gozo de todos os direitos,
privilégios e bens da Ordem. “Uma corda trí­
plice não se rompe facilmente” (Ecle 4, 12).
Quais as circunstâncias que exaltam a san­
tidade e a força da promessa da profissão?
Muitas circunstâncias importantes acompa­
nham o ato da profissão, elevam-no acima de
um simples ato particular e dão-lhe sanção,
60 Explicação da regra da O T

dignidade e direitos que o colocam próximo à


grandeza da profissão claustral.
O ato de profissão é público; ainda mesmo
feito em particular, tem caráter oficial, por­
que é protocolado; — é prestado em reunião
solene, junto do altar, a sacerdote com especial
delegação da Igreja, sem o que se tornará nulo;
— após madura reflexão e um ano de provação
(noviciado); — com o testemunho de Deus, da
Santíssima Virgem e de todo o céu; — recebido
pela Igreja, o que não se dá com o voto pri­
vado; — com cerimônias tiradas das que se
fazem nas profissões claustrais; — é munido
da força de lei (validade).
De que modo obriga a promessa da profissão?
O professo não se obriga por voto, porque
a Igreja, por justos motivos, não considera as­
sim o ato de profissão; não se obriga tão pou­
co sob pena de pecado, desde que se trate
apenas da regra; a Igreja pretende tão somen­
te avivar a piedade sem sobrecarregar a cons­
ciência.
A profissão, que tem validade e é compro­
misso legal, recebe da Igreja uma mínima par­
te daquela autoridade da lei; tem responsa­
bilidade, disciplina e vínculo, isto é, o professo
se obriga a observar a regra sub poena e até
mesmo sob pena de receber penitência pela
falta cometida — sub poena poenitentiae, e tam­
bém sob pena de ser excluído da Ordem —
sub poena exclusionis, o que aliás está ex­
presso na fórmula da profissão e nos pará­
grafos da regra (Cap. 1, § 4; 3, § 2 e 4).
Cap. I Profissão 61

Não se pode, pois, chamar a profissão um


simples propósito (propositum simplex), por­
que, embora feita voluntàriamente, toma, pelas
circunstâncias que a acompanham, a caráter do.
compromisso entre o professante e a Ordem,
embora a obrigação não afete diretamente a
consciência.
Que se deve pensar dos terceiros que, esque­
cidos da promessa da sua profissão, não se
preocupam com a regra?
Io Conquanto tal procedimento não seja, em
si, pecaminoso, faz presumir, pelo menos, em
tais pessoas um estado de tibieza, que não
existe sem muitas faltas e pecados, ou que
não se pode prolongar muito sem pecado;
. 2o Esses terceiros desprezam muitas graças,
de modo deliberado, e comprometem sèriamen-
te a própria salvação. “Não desprezes o dom
da graça que recebeste” (1 Tim 4, 15).
3o Se esses terceiros usarem ainda o cordão
e o escapulário, poderão lucrar, talvez, as in­
dulgências; tornam, porém, duvidosa essa gra­
ça, pela falta de disposição da alma. Se dei­
xarem até de usar o cordão e o escapulário,
perderão todas as graças e indulgências da
Ordem;
4o Uma boa fraternidade não suporta por
muito tempo um tal membro em seu grêmio,
antes o excluirá, se os corretivos não produ­
zirem efeito.
Manual da O T — 5
62 Explicação da regra da O T

Qual a causa de perderem os terceiros, algu­


mas vezes, a fidelidade à profissão?
Diversas causas podem levá-los a isso:
Io E' regra geral que o fervor primitivo, pou­
co a pouco, arrefece, e que as graças de esta­
do se tornam menos apreciadas;
2o Falta de contacto e comunicação com os
outros membros e superiores da O T, dimi­
nuição de interesse pelas coisas e ocorrências
da Ordem;
3o O convívio com pessoas de diferente pen­
sar, relações ou amizades em meios onde rei­
na espírito contrário, principalmente onde o es­
pírito mundano, ligado a certa falta de ins­
trução religiosa, suplanta o sentimento de pie­
dade;
4o Às vezes, uma única ocorrência, por parte
da Ordem ou de qualquer outro, faz diminuir
o amor que se lhe tinha, ou, em casos mais
graves, acontece que o terceiro, irritado ou ma­
goado, abandona tudo em lugar de procurar
humildemente voltar ao antigo fervor.
Quais os meios de se conservar a fideli­
dade às promessas da profissão?
Io Antes de tudo, é preciso haver conheci­
mento e compreensão da O T, de sua regra,
de seu espírito e vantagens. Aquilo que não
é bem conhecido não se conserva por muito
tempo, principalmente quando surgem dificul­
dades e contrariedades.
Bem observados são somente os deveres,
cujo alcance, utilidade e vantagens se compre-
Cap. I. Profissão 63

endem. Por isso, não basta um conhecimento


obscuro e superficial das coisas da Ordem; é
preciso que o terceiro aprofunde, cada vez mais,
o estudo, que alcance o espírito de suas leis,
saiba qual a sua força interior e vivificante,
a fim de permanecer fiel e fervoroso.
Compreensão cabal gera amor e alegria; dela
procedem convicção profunda e entusiasmo, que
são, por seu turno, origem da córagem e da
constância. Portanto, é indispensável um estu­
do apurado, para que tomem a peito as regras.
2o A esses meios interiores deve-se juntar ou­
tro exterior, que vem a ser a obediência à di­
reção da Ordem, em todas as suas imposições,
e principalmente a mais rigorosa observância
da disciplina da Ordem e da fraternidade de
que se é membro.'
Por este meio, apoia-se o terceiro no con­
junto da Ordem, na união dos irmãos, e será
pela mesma amparado. Quem se descuida des-
.sa observância, quem se afasta ou mesmo se
rebela diretamente contra ela, já se acha des­
ligado da vivificante união da fraternidade.
Das graças, vantagens e bênçãos da fra­
ternidade só participam os membros que es­
tão em comunhão com a mesma. A falta de
sentimentos humildes e de submissão denota,
além de tudo, que o terceiro não está animado
pelo espírito da Ordem.
3o Neste caso tem aplicação a máxima espi­
ritual: “Quem despreza as coisas pequenas,
pouco a pouco cairá nas grandes” (Ecíi 19, 1).
O terceiro deve ser sempre fervoroso e me­
ticuloso em todas as obrigações da Ordem.
5*
64 Explicação da regra da O T

Quem só quiser praticar os deveres principais,


como dizem, rezar os doze Padre nossos e usar-
o hábito, sem se preocupar com mais coisa al­
guma, esse não se conservará por muito tempo
fiel à Ordem: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei
a coroa da vida” (Ap 2, 10).

CAPITULO II

MODO DE VIDA
Importância do capítulo

Que importância tem o segundo capítulo da


regra?
Io No primeiro capítulo tratou-se do estado
do terceiro como membro da Ordem; trata o
segundo capítulo do modo de viver adequado
àquele estado e por ele exigido.
2o O modo de vida dos terceiros é regulado
por um certo número de prescrições, que têm
de fato força de lei, isto é: conquanto tais
prescrições não obriguem sob pecado, não
são, no entanto, meros conselhos e advertên­
cias, cuja prática fique ao alvitre da boa von-*
tade e do zelo de cada um; são antes obri­
gações disciplinares por parte do terceiro, e
direção também disciplinar por parte da Ordem.
3o As prescrições da regra são apropriadas
para harmonizar a vida na sociedade, de acor­
do com o evangelho, .cujo espírito respiram
e incutem.
Cap. II. Modo de vida 65

Como tais formam as regras a base e a linha


diretriz da perfeição evangélica no meio da so­
ciedade. Isso. nos garante a Igreja pela sua
aprovação. Segue-se daí que o terceiro que ob­
serva as regras, adquire duplo merecimento: da
virtude em si e da obediência à Igreja.
4o A regra dos terceiros merece, portanto,
os títulos de honra que se lhe têm dado: es­
sência do evangelho — caminho da salvação —
escada do céu — chave do paraíso — guia se­
guro no caminho da virtude — muro de defesa
contra o inimigo da salvação, etc.
Quais os pontos em que se deve ter gran­
de cuidado ao explicar a regra?
Io O sentido literal. — Cada prescrição de­
verá ser entendida, em primeiro lugar, no es­
trito sentido literal, para* que se saiba bem
o que ela ordena ou proíbe.
2o .4 origem. — A regra não deve ser en­
tendida somente 30 pé da letra, deve-se, tam­
bém buscar a raiz de onde brotou a prescri­
ção, ou, por outra, deve-se responder à per­
gunta: “de onde?”
Todos os preceitos seráficos se originam do
evangelho, dos ensinamentos de Cristo e dos
apóstolos, e devem produzir a vida exemplar
dos primeiros cristãos. Assim é que S. Fran­
cisco quer pôr em prática os axiomas do evan­
gelho e encarná-los em seus filhos.
3o A tendência. — Deve-se perguntar: Qual
0 fim da regra? Quais os empecilhos da sal­
vação que ela destrói? Qual a influência e a
66 Explicação da regra da O T

importância que assume na prática das virtu­


des e no progresso da vida interior? Que
espírito incute e que escopo se propõe?
Quanto melhor se compreender tudo isso,
tanto mais razoável, plena, zelosa e frutuosa
será a obediência às prescrições da regra.
Vida exterior dos terceiros
§ 1. Os membros da Ordem devem evitar
o luxo e toda a excessiva elegância em seu
exterior, procurando o meio termo, segundo
as condições de cada um.
Que se entende por vida exterior?
Compreende-se por essa expressão a maneira
de satisfazer as obrigações sociais em rela­
ção à morada, ao trajar, aos móveis, à econo­
mia doméstica e à conduta em casa e fora
dela.
Que determina a regra a* respeito da vida
exterior?
Io Proíbe absolutamente ao terceiro o luxo
e o excesso de elegância;
2o Ordena que cada um guarde em sua con­
duta uma justa medida, conforme a sua po­
sição.
Que se entende por luxo e elegância exces­
siva?
Luxo é tudo o que for desperdício, excesso,
exagero, superfluidade, pompa, tudo, enfim, que
ultrapassa as exigências sociais no modo de
Cap. II. Vida exterior dos terceiros 67

viver e que acarreta gastos desnecessários de


dinheiro, o que razoavelmente não é exigido
nem permitido por nenhuma circunstância bem
fundada, mas serve apenas para fomentar o
orgulho, o amor ao luxo e a vida regalada.
Elegância excessiva consiste na escolha de
coisas que chamem a atenção e atraiam os olha­
res, de modo que, ao exterior, principalmente
no tecido, forma e cor do vestuário, só se aten­
da à vaidade, ao amor dos ornatos e ao desejo
de agradar, dando-se, assim, grande importân­
cia às aparências e dedicando-se a essas coisas
com um desvelo contrário ao espírito cristão.
Pode também haver excesso de elegância con­
denável, sem que as despesas sejam ultrapas­
sadas. *
A proibição do luxo e da elegância atinge
somente aos ricos?
Não; também os remediados podem ter um
modo de vida que lhes exceda as condições, e
podem ser também dominados pelo espírito da
vaidade e pela preocupação de agradar.
Que prescreve a regra em relação ao modo
de viver exterior?
A regra ordena ao terceiro que no uso das
coisas exteriores conserve um justo 6 conve­
niente meio termo. ,
O meio termo consiste em não usar de mais
nem de menos das coisas exteriores. Que nin­
guém tenha motivo de censurar ao terceiro o
descaso do que deve à sua posição social e às
'suas relações; * ainda menos dê motivo de o
68 Explicação da regra da O T

acusarem de se exceder na prodigalidade e no


desperdício dos seus haveres por espírito do
•mundano orgulho da suntuosidade. O meio ter­
mo, naturalmente, não é o mesmo para todos;
depende da posição e das circunstâncias de
cada um segundo a Ordem estabelecida por
Deus e que, portanto, merece ser respeitada.
Operários e criados já ultrapassam a jus­
ta mediania, quando querem viver como reme­
diados, e estes, quando imitam os ricos.
Adorno dos terceiros deve ser a modéstia,
isenta de toda a vã frivolidade, e relativa sim-
plicidade que tão bem se coaduna ao viver
humilde e mortificado na Ordem da penitência.
Quão salutar seria o exemplo dos terceiros,
se neste ponto a regra fosse por eles praticada
em todo o rigor da letra e do espírito!
Essa prescrição diz respeito principalmente
às mulheres, às quais o príncipe dos apóstolos
adverte que não façam consistir as suas galas
em exterioridades, no penteado, nas jóias e
nas vestes mui cuidadas; mas, sim, no interior,
no ornato imorredouro de um coração vir­
tuoso, de um caráter sereno e modesto.
De que interpretações abusivas se devem pre­
caver os terceiros nessa primeira prescrição
da regra?
1o Devem evitar a negligência no trajar e
na vida doméstica. Desarranjo e negligência no
exxterior denotam desordem interior e são fal­
ia de atenção que é devida ao próximo;
2o Devem evitar singularidades que se pres-
lem ao ridículo; na maior parte das vezes, de-
Cap. II. Vida exterior dos terceiros 69

notam um -espírito orgulhoso e teimoso e dão


motivo a que se difame toda a Ordem;
. 3o Não devem cair na falta de criticar, des­
prezar e julgar os outros pela aparência exte­
rior e modo de viver.
Expressamente adverte S. Francisco a seus
filhos que não julguem nem condenem aqueles
que* vestem finas e garridas roupas.
Em que consiste a importância da primeira
prescrição da regra?
A primeira prescrição, o primeiro mandamen­
to da lei seráfica, de acordo com o fundamen­
to da vida cristã, lançado por Jesus no sermão
da montanha (Mt 5, 1), é de ação incisiva e
essencial para todos os terceiros, de qualquer
condição ou idade, uma vez que se decidam a
tomar a peito a observância e guardá-la por
toda a vida.
A prescrição toca ao terceiro em um ponto
de suma relevância; naquilo pelo qual o homem
é, as mais das vezes, julgado na sociedade,
— no lado exterior de sua existência, na casa,
no vestuário, na aparência e no viver. Con­
quanto essas sejam apenas exterioridades, to­
davia mui ponderosas- são em todo o juízo hu­
mano. Justamente, por aí começa a regra a re­
formar a vida do terceiro, ordenando, quanto
ao exterior ante o juízo do mundo, em austero
espírito cristão, por meio de curta e clara in-
junção: Fora o luxo! voltai à simplicidade
amada de Deus!
O terceiro que tomar sempre a sério a ob-
70 Explicação da regra da O T

servância dessa prescrição alcançará grandes


vantagens espirituais:
Io Obterá a compreensão e a avaliação exata
dos bens terrenos e chegará a romper com o
mundo. “Não sejais iguais ao mundo” (Rom
12, 2), “não ameis o mundo nem nada do que
nele há”.
Reconhecendo o terceiro, cada vez mais cla­
ramente, a vaidade e o nada das coisas terre­
nas, atribui-lhes menor importância, perde o
desordenado afeto que lhes tinha e o desejo
mórbido e febril que delas sentia. Cada vez se
torna ele menos filho do século. Percebe quão
louco é quem se estabelece, cômoda e luxuosa­
mente, num mundo em que a criatura é so­
mente peregrina e estrangeira, em que pernoi­
ta como em hospedaria, dando logo depois o
lugar a outrem, fazendo sua morada no esquife
e no túmulo.
“O tempo é curto; aqueles que choram nas
privações e penas, sejam como se não choras­
sem, os que se alegram em comodidades e abas-
tança, façam como se não se alegrassem; os
que adquirem, para se regozijarem na posse,
façam como se não possuíssem; os que usam
deste mundo, como se dele não usassem; por­
que a figura deste mundo passa” (1 Cr 7, 29-32).
2o O terceiro enfraquecerá deste modo o
poder da tríplice concupiscência: a concupis-
cência dos olhos, o desejo da carne e o orgu­
lho da vida, três principais impedimentos da
salvação, três grandes redes com que Satanás
prende as almas, as três maiores incubadoras
de todos os pecados, vícios e males.
Cap. II. Vida exterior dos terceiros 71

O terceiro renuncia, sempre mais perfeita-


mente, ao uso das coisas que só servem ao
orgulho, à vaidade, ao gozo dos sentidos e do
corpo. Despreza a pompa: e, ainda mesmo que
seja forçado a viver na magnificência, conser­
va um coração humilde, como a rainha Ester,
que dizia: “Conheces’ Senhor, a necessidade a
que me vejo forçada; sabes que minha alma
não se gloria nestes trajes pomposos e que a
tua serva somente em ti se alegra, ó Deus
de Abraão!” (Est 14, 15, 18). Ou então como
santa Isabel: “Senhor Jesus, sabeis quão per
noso é apresentar-me diante de vós com orna-
tos vãos, de vós sempre tão humilde, que es­
condeis em mim a magnificência de vossa ma­
jestade, a fim de que convosco aprenda a hu­
mildade. Sabei, porém, que somente por obe­
diência é que me aproximo de vós com trajes
de vaidade”.
De que serve acompanhar todas as loucuras
da moda? A última moda para todos há de ser
a mortalha a envolver o cadáver. O terceiro
não deve, pois, “usar dos bens da terra para
•incitamento dos prazeres” (Rom 13, 14).
3o For esse caminho adquire o terceiro apre­
ço e amor às coisas santas, eternas e sor
brenaturais.
Libertada dos laços terrenos, ascende a alma
serenamente para Deus, toma gosto pelas coi­
sas celestes, pela convivência com o Senhor e
por seu serviço, torna-se a fé mais profunda,
as suas verdades e os seus mistérios mais vi­
vamente compreendidos; sente a alma fome e
sede de justiça, isto* é, o desejo de virtude e
72 Explicação da regra da O T

de santidade, e o zelo ardente de ajuntar um


imorredouro tesouro no céu (Mt 6, 20).
E' esta a única sabedoria de encontro à lou­
cura dos mundanos, de que foi dito: “Nada
encontraram em suas mãos todos os homens de
riqueza" (SI 75, 6).
4o De tudo isso nasce, qual último e dulcís-
simo fruto, o espírito da pobreza, a virtude
característica de S. Francisco, quinhão de he­
rança de todos os santos seráficos! E' este o
escopo da primeira prescrição da regra, tal é
a sua tendência: reconhecer a intrínseca inani-
dade das coisas terrenas (Rom 8, 20), “o peso
com que se sobrecarregam as almas (Sab 9,
15); os obstáculos que trazem à salvação da
alma para Deus; o grave perigo de ser arras­
tado a mil faltas e pecados; os trabalhos e
cuidados que causam a absorção de toda a
alma por aquelas coisas, já nos pensamentos e
desejos, já nos trabalhos e lutas; desilusões
sobre desilusões por elas preparadas; desolação
íntima e descontentamento de tudo; toda a in-
famante escravidão do mundo, unida, quase
sempre, à mais infame escravidão dos pecados
e de Satanás; reconhecer tudo isso e continuar
sujeito às criaturas, gemer sob o jugo, sentir
o contágio de todos esses males e ser constran­
gido a suportá-los! Tais pensamentos geram a
vontade, o anelo, o esforço e a aspiração de
se livrar o homem dos grilhões das coisas cria­
das, de restringir-lhes, cada vez mais, o uso, de
não se submeter senão forçado pela necessida­
de ao seu serviço, de suportar, contente e em
paz, a falta destas coisas, renunciar e, por meio
Cap. II. Os terceiros e os divert mundanos 73

da mortificação, decidir-se a possuir o menos


possível, enfim, amar e buscar a pobreza, es­
timá-la como a pérola do evangelho de ines­
timável valor, como a real virtude, verdadeira
liberdade da alma, mãe fecunda de todas as
virtudes, esposa de Cristo, por ele amada desde
o nascimento, pobre até à paupérrima morte na
cruz. Culminância esta que raros atingem; mas
o esforçar-se por isso é obrigação do verdadei­
ro cristão e, particularmente, dos terceiros.
“Bem-aventurados os pobres pelo espírito”
(Mt 5, 3).
Os terceiros e os divertimentos mundanos
§ 2. Com grande cautela abstenham-se de
danças e espetáculos perigosos, assim como
do excesso em comidas e bebidas.
Que proibe a regra no segundo parágrafo?
Com grande empenho proíbe ao terceiro três
espécies de prazeres:
1° As danças, aliás sem exceção;
2o Os espetáculos perigosos;
3o Os prazeres da mesa que não tenham
causa nem motivo.
São todas as danças proibidas pela regra?
A regra proíbe simplesmente todas, sem dis­
tinção de perigosas ou não perigosas.
Há, porém, casos em que, existindo sérios
motivos, pode-se obter a dispensa dessa proi­
bição. Quando, por exemplo, não é possível ao
terceiro eximir-se de assistir a algum baile ofi-
74 Explicação da regra da O T

ciai; quando senhoras © donzelas são forçadas,


pela sua posição na sociedade, ou as mães,
obrigadas a acompanhar as filhas aos bailes. A
disciplina da Ordem exige que nesse caso seja
ouvido o diretor para decidir, e que os terceiros
se mantenham nas raias da permissão obtida
e cuidem em não tomar gosto por esses diver­
timentos.
A regra primitiva era neste ponto muito se­
vera e escrupulosamente observada.
O Papa Urbano VIII ordenou que à primeira
infração dessa regra seguisse reprimenda, à
segunda,, castigo, e à terceira, expulsão da Or­
dem.

São todos os espetáculos proibidos aos ter­


ceiros?
Enquanto as danças são todas proibidas, ex­
cetuadas talvez as danças inocentes em famí­
lia, nos espetáculos há distinção:
Io Rigorosamente proibidos são os espetácu­
los que, na tendência, na essência ou na repre­
sentação, algo tenham contra a religião e os
bons costumes. Por isso devem ser considera­
das proibidas aos terceiros a maior parte das
representações teatrais dos nossos dias, exceto
alguma peça clássica boa;
2o São permitidas as representações em asso­
ciações católicas, as quais, ainda que não te­
nham caráter religioso, são por certo inofensi­
vas. Permitidos também são, e até mesmo re­
comendados, os dramas religiosos e edificantes.
Cap. II. Os terceiros e 03 divert. mundanos 75

3o A frequência dos teatros, ainda que se tra­


te de peças irrepreensíveis, é incompatível com
a vida de um terceiro, porque a fantasia enche
a cabeça de coisas fúteis, perdem-se 0 bom
espírito e a força para alcançar a elevada e se­
vera meta da vida cristã.
Que se entende por prazeres da mesa proibi­
dos?
São reuniões não motivadas entre amigos e
camaradas, fora das horas regulares das re­
feições com 0 fim unicamente de comer e be- .
ber, reuniões em que reinam a demasia, 0 des­
perdício, a gula com todas as tristes consequên­
cias. Junte-se a isso também a frequência des­
necessária de restaurantes e cafés.
Não são, todavia, proibidas todas as reuniões
sociais em que se coma alguma coisa; tão pou­
co 0 são os banquetes oficiais, conquanto neles
haja, não raro, excesso de coisas delicadas.
Por que proibe a regra todos os prazeres
supra mencionados?
Io Porque são prazeres e divertimentos em
que a razão sadia e religiosa não encontra uti­
lidade nem vantagem. Não dão repouso, não
servem para excitar as forças e capacidade cor­
porais ou espirituais, não fortificam a saúde
nem alentam a coragem ao trabalho;
2o Porque se originam do espírito mundano,
fomentam a dissipação, a negligência e a in­
disciplina, e são causa de muitas quedas e con­
trariedades. “Caminhemos honestamente como
de dia, não em glutonarias e embriaguez, não
76 Explicação da regra da O T

em desonestidades e dissoluções, não em


contendas e emulações, mas revistamo-nos do
Senhor Jesus Cristo, e não procuremos satisfa­
zer a carne em suas concupiscências” (Rom
13, 13-14);
3o Porque, contrários à vida cristã, esses pra­
zeres paralisam a força de se praticar a virtu­
de, apagam o espírito de fervor e de oração e
oferecem graves perigos aos costumes e a toda
* a virtude. “O coração do sábio está onde reina
a seriedade, e o coração do néscio onde reina a
alegria” (Ecle 7, 5);
4o Porque todos os padres e mestres da vida
espiritual reprovam enèrgicamente os prazeres
por incompatíveis com uma vida verdadeira­
mente cristã.
São todos os divertimentos proibidos aos
terceiros?
Não; fora esses prazeres que, pelo seu cará­
ter perigoso e anticristão, são vedados aos
terceiros, muitos outros divertimentos e pas­
satempos há que lhes são permitidos e, às
vezes, até podem ser indispensáveis.
Reuniões sociais, visitas, festas familiares, con­
vívio de amizade, passeios, excursões, etc., tudo
isso é bom e permitido sob algumas condições:
Io Devem ser motivados esses passatempos
ou por necessidade ou por atenção para com
os outros. A natureza humana requer, de vez
em quando, algum repouso, recreio e exercício
para o corpo, o espírito e o coração. “Há um
tempo para chorar e um tempo para rir” (Ecle
Cap. II Os terceiros e os divert. mundanos 77

3, 4). Se pelos divertimentos se obtém esse in­


tuito,' permitidos são. A atenção para com o
próximo obriga, às vezes, a tomar parte em cer­
tas festividades da família ou das relações.
A reciprocidade e troca de sentimentos amis­
tosos e de parentesco é manifestação da cari­
dade prescrita. Assim, vemos o divino Salvador,
que sempre pregava a penitência e a mortifi­
cação, assistir, com sua mãe e alguns discípu­
los, às bodas de Caná. Honrou também com
sua presença o jantar de despedida que o pu-
blicano convertido Levi (Mateus) ofereceu aos
colegas.
Cristo fazia visitas às famílias amigas, como
em Betânia aos três irmãos Lázaro, Maria e
Marta; aceitou o convite à mesa do fariseu
abastado; e distinguiu com prolongada visita
o publicano Zaqueu. Do mesmo modo, deve
cada um observar os deveres sociais.
2o Os divertimentos e distrações devem fa­
zer-se santamente. Os terceiros conservarão
sempre, durante os passatempos, o cuidado de
não se dissiparem em excesso, de os não pro­
longar demais e de não prejudicar nenhum de­
ver por causa de tais divertimentos. Têm que
cuidar, particularmente, de, nas conversações
e nos tratos sociais, não ferir a caridade; por­
que aqui cabe o prolóquio: “O muito falar não
vai.sem pecados" (Pv 10, 19). Seja entre os
terceiros abolida toda a conversação fútil e vã,
antes lhes sejam as palavras temperadas com
o sal da sabedoria cristã, da prudência e da
caridade (Cl 4, 6).
3o. As recreações, os divertimentos e praze-
Manual da O T — 6
78 Explicação da regra da O T

res devem ser considerados extraordinários, mo­


deradas ramificações da existência com os seus
trabalhos e penas, e nunca julgados causa prin­
cipal da vida. Por isso serão os terceiros ini­
migos declarados da ■ sede de divertimentos,
que por toda parte impera e que tão prejudi­
cial é; evitarão, outrossim, que a vida se lhes
escoe em jogos e frivolidades.
4o Quanto mais os terceiros evitarem os di­
vertimentos profanos, tanto melhor gozarão da
paz interior. Vazios nos deixam os prazeres
mundanos, tornando-nos ermo o espírito e ári­
do o coração.
As verdadeiras alegrias só se encontram no
exercício do homem interior: no cumprimento
de todos os deveres, na oração, no íntimo con­
vívio com Deus e os santos e na prática das
boas obras.
A vida interior, terreno em que medram to­
das as virtudes, é fruto precioso que se não
pode colher na árvore dos gozos e prazeres ter­
renos. “Nosso viver é no céu” (Fp 3, 20).

As refeições
§ 3. Sejam sóbrios nas comidas e bebidas,
e não se sentem à mesa nem dela se levan­
tem sem rezar.
Que ordena a regra no parágrafo terceiro?
Prescreve aó terceiro a santificação das re­
feições:
Io Pela moderação e sobriedade;
2o Pela oração.
Cap. II. As refeições 79

Por que motivo acentua a regra esse ponto


da vida exterior?
Io Porque a alimentação desempenha papel
importante pela natureza sensual dos homens
e fica, por isso mesmo, exposta a abusos, a
desordens e profanações, se não se fizer va­
ler o espírito cristão de sobriedade e o espí­
rito franciscano de penitência e de oração;
2o Porque, se os terceiros aprenderem a san­
tificar esse ato natural e vil que temos de co­
mum com os animais, não terão dificuldade
alguma em executar santamente as outras obras
e ações cotidianas. “Tudo quanto fizerdes,
seja comer ou beber, fazei tudo pela glória de
Deus” (1 Cr 10, 31).
Em que consiste a sobriedade no comer
e no beber?
Tomar alimento é necessário à vida humana
para prolongar a existência, conservar a saúde
e as forças para trabalhar. Mas a inclinação
violenta pelo beber e comer e pelos prazeres
de mesa lauta incita o homem a ultrapassar os
limites do necessário e do permitido. Recorra-se
então à virtude da temperança que regula o
uso dos alimentos em seus justos limites, sob
o ponto de vista da quantidade ássim como da
• qualidade. A necessidade de nutrição não é por
certo a mesma para todos; mas todos se de­
vem submeter a um limite e aceitar a razoável
e cristã moderação e simplicidade.
Falta-se a esse dever cristão, quando se
bebe ou x come com voracidade e pressa, ou
coisas por demais delicadas e boas, profusa-
6*
80 Explicação da regra da O T

mente, em excesso, com grandes exigências e


escolha, muito a miúdo e fora de horas. Como
o terceiro pertence à Ordem da penitência,
mais do que os outros tem obrigação de evi­
tar essas faltas.
Por que é tão importante a temperança?
Por causa das vantagens naturais e religio­
sas que consigo traz:
Io Pela temperança corresponde a pessoa aos
desígnios de Deus, que quer apenas que se
coma para sustentar o corpo e torná-lo apto
e útil instrumento do espírito; o intemperan-
te, porém, altera essa ordem e faz como se vi­
vesse para comer, tornando-se incapaz de pre­
encher aqueles deveres;
2o A temperança gera bem-estar físico e mo­
ral, aquela natural alegria de viver, consequên­
cia de bem equilibradas forças e funções es­
pirituais e corporais. E, pelo contrário, o exces­
so de alimento é a causa principal de muitas
moléstias. Já o “Livro da Sabedoria" dizia:
“Não sejais glutões nem vos atireis às comi­
das, que ao excesso do comer segue-se a do­
ença e, por causa da intemperança, já muitos
têm morrido; aquele, porém, que for sóbrio,
prolonga a vida" (Ecli 37, 32-34);
3o A temperança e a simplicidade se aliam
bem a uma razoável economia. Muito dinheiro
é gasto pela boca, que mais bem empregado
seria em coisas úteis. A boa prudência acon­
selha, pois, que a pessoa não se habitue a co­
mer do fino e delicado, porque não sabe se
assim poderá continuar por toda a vida;
Cap. II. As refeições 81

4o A temperança afugenta o demônio meri­


diano (SI 90, 6) da gula.
Se é certo que o corpo, porque é corruptível,
pesa sobre a alma (Sabedoria 9, 15), tanto
mais o corpo saciado em excesso atrai o espí­
rito com violência para todo o baixo e vil da
terra, paralisa-lhe a ascensão para o alto, su-.
foca a piedade e o zelo, desperta desejos e
instintos e torna-o mais preguiçoso, impuro e
egoísta. "Tende cautela que não esteja vosso
coração carregado de glutonaria e bebedeira e
de cuidados desta vida” (Lc 21, 34);
5o Pela moderação e simplicidade oferece o
terceiro constante sacrifício, mortificação e re­
núncia, por meio do qual santifica as refeições
e lhes confere a devida consagração.
Da mesma forma que em certos sacrifícios
da antiga lei oferecia-se a Deus, em holocausto,
uma parte da carne ou do pão, e a outra parte
era comida pelos ofertantes, assim também de­
vem os terceiros, em suas refeições, tomar o
necessário e sacrificar o supérfluo a Deus pe­
la renúncia. Os dons do seu amor tornar-se-ão
sacrifícios do nosso amor por ele. — "O rei­
no de Deus não é comida nem bebida; mas é
justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm
14, 17).
De que modo devem os terceiros santificar as
'refeições pela oração?
\ Tudo, para ser santo e agradável a Deus,
deve ser penetrado e transfigurado pela ora­
ção.
E* a oração, de certo modo,.o incenso que
deve perfumar todo o dom e oferenda, a fim de
82 Explicação da regra da O T

que ela se torne grata a Deus. E’ às refeições,


sobretudo, que se deve orar, a fim de que
o homem não tome o alimento como o irracio­
nal. “Cuida, quando comeres, de não te esque­
cer de Deus, teu Senhor” (Dt 8, 11-12).
• Io A oração antes da refeição há de ser um
protesto de que tudo o que aí temos é dom
generoso da mão de Deus, dom que devemos
pedir: “O pão nosso de cada dia nos dai ho­
je...”. “Os olhos de todos pousam em ti, Se­
nhor, e concedes a cada um o alimento no tem­
po oportuno, abres a mão e cumulas de bên­
çãos toda a criatura”.
Assim implorarão o mendigo e o mais opu­
lento milionário. Ao pedido do dom está liga­
do o da bênção de Deus para eles encherem o
seu fim que é nutrir e fortificar. “Abençoai-nos,
Senhor, e a estes vossos dons que de vossa
bondade e liberalidade recebemos”.
Assim usou o divino Salvador, assim fize­
ram os apóstolos. Por isso a oração antes das
refeições se chama bênção da mesa.
2o A prece depois da comida é a ação de
graças pelo dom recebido. “Quando tiveres co­
mido e estiveres saciado, agradece ao Senhor
teu Deus o que te concedeu” (Dt 8, 10).
Este agradecimento não será somente feito
após copiosa refeição, mas ainda depois de par­
ca e pobre comida. .
3o A refeição deve ser condimentada com san­
tos pensamentos e intenções. Há muitos pen­
samentos santos adequados à refeição corporal.
Esta nos lembra a riqueza e a generosidade de
Deus, que põe à disposição dos homens uma
Cap. II. As refeições 83

infinidade de gêneros alimentícios, homens que


nele não pensam, que o ofendem e abusam dos
mesmos dons, que o Pai do céu lhes concede,
para com eles o ofenderem.
Pensemos também na celeste refeição e que,
um dia, havemos de sentar-nos à mesa com
Deus que nos dará a comer o divino manjar e
nos fará beber da torrente de suas delícias
.(SI 35, 9). “Do banquete celestial nos faça
participantes o rei da eterna magnificência”.
Com a esperança do eterno festim do céu
tornar-se-ão fáceis a temperança e a modera­
ção. O pão que comemos agora é o do exí­
lio e que nos convém como pecadores e crimi­
nosos que somos; durante todo o tempo que
estivermos atados à prisão da carne moral, é
a ração da penitência que nos compete. Quan­
do, porém, raiar-nos o dia da libertação, po­
deremos saciar-nos à mesa do eterno banquete.
Quais os axiomas práticos que, segundo essa
prescrição da regra, devem os terceiros adotar
para si?
Io Devem ser fiéis ao antigo costume de orar
à mesa, não só em família, como quando esti­
verem fora de casa, com toda a constância e
sem respeito humano;
2o Devem fazer a oração da mesa com parti­
cular devoção e cuidado, porque, mais do que
em qualquer outra prece, há o perigo de ser
feita com negligência e sem atenção;
3o Habituar-se-ão a não comer coisa alguma
fora das refeições;
- 4o Terão sempre mesa simples.
84 Explicação da regra da O T

Hoje que todos querem enriquecer para mais


gozar, e, muitas vezes, por um banquete de
poucas horas, prodigalizam-se rios de dinhei­
ro, deve o terceiro ser um modelo de temperan­
ça, de simplicidade ’e de moderação: os ricos
não se permitam todos os gozos, antes vivam
em singeleza cristã, para poderem dar mais aos
necessitados: “Reparti o pão com os famintos”
(Sl 58, 7); os pobres sejam um- modelo de con­
tentamento com a sua sorte, renunciando de
bom grado ao que lhes falta, e lembrando-se de
que Deus lhes tornou fáceis as mortificações e
a renúncia, fazendo-os pobres, ao passo que
aos outros isso se torna mais penoso..
De todos os terceiros deve-se poder dizer o
que se dizia dos primeiros cristãos: “Tomavam
a comida com regozijo e simplicidade de co­
ração” (At 2, 46).

Jejum dos terceiros


§ 4. Jejuem nas vigílias da festa da Imacu­
lada Conceição de Nossa Senhora e do patriar­
ca S. Francisco e serão muito louváveis se je-
juarem nas sextas-feiras e guardarem absti­
nência nas quartas-feiras, conforme o antigo
costume dos terceiros.
Tem a O T práticas especiais de penitência?
Todas as prescrições acima mencionadas in­
cutem, é certo, em todos o espírito de penitên­
cia, mas não estabelecem nenhuma prática par­
ticular de penitência e mortificação: exigem
apenas o que o bom cristão deve praticar, se
quer levar vida adequada à lei cristã. Mas deve
Cap. II. Jejum dos terceiros 85

aOT, como ordem da penitência, prescrever al­


gumas obras ou exercícios particulares de pe­
nitência, isto é, inerentes à sua natureza e pri­
mitiva disposição. Justamente neste ponto, po­
rém, aparece a mitigação que Leão XIII in­
troduziu na regra, em atenção ao terror que a
geração atual tem da penitência, embora não
ocultasse o desejo de ver renascer o antigo ri­
gor que tinham os terceiros. O principal exer­
cício da penitência que a religião conhece é o
jejum. Por isso, o quarto parágrafo da regra
contém três pontos: .
Io Uma lei: o terceiro tem dois dias particu­
lares de jejum por ano; a véspera da Imaculada
Conceição e a da festa de S. Francisco;
2o Um conselho: o terceiro faz bem se je­
juar às sextas-feiras* e guardar abstinência
às quartas;
3o Uma suposição: o terceiro obedecerá cons-
cienciosamente à lei geral da Igreja quanto ao
jejum.
Por que se acham ligadas .as duas primeiras
festas dos terceiros às duas respectivas vigílias?
Para que o jejum não seja tão somente uma
prática de penitência adequada à natureza da
Ordem, mas ainda a fim de que sirva de con­
veniente preparação às duas principais festas
da mesma. Para as grandes festas da Igreja
preparam-se os fiéis pelo jejum na véspera; por­
tanto, justo e conveniente é que também os
terceiros, do mesmo modo, se preparem para
as suas festas principais que são: a da excelsa
padroeira, a Imaculada Conceição de Maria,
86 Explicação da regra da O T

mãe de Deus, sob cuja particular proteção co­


locou S. Francisco os seus filhos e as suas ins­
tituições, e a festa do Santo fundador da Or­
dem, que os terceiros reverenciam como pai
espiritual, e sob cujo estandarte combatem.
Esses dias são santas festas de família, dias
de alegrias e graças, próprios para fortificar
as relações de caridade, de proteção e de bên­
çãos, quando os corações estão preparados pela
oração (por alguma novena, talvez) e pelo je­
jum.
A penitência ou o jejum é o melhor meio de
dispor o coração ao fervor, de o tornar apto
para a alegria espiritual e mais capaz de rece­
ber graças. Quanto nos pode uma só festa fa­
zer progredir, quando a precedeu séria pre­
paração e a acompanhou digna comemoração!
Essas duas vigílias de jejum são, portanto,
para os terceiros um dever sagrado.
Como devem os terceiros observar estes dois
jejuns?
O jejum prescrito pela regra para essas vi­
gílias é o jejum no próprio e estrito sentido
da Igreja.
Os terceiros que não têm mesa própria, ou
que não podem guardar abstinência por aten­
ção à família, ou que, enfim, por motivo justo
e sério, julgam não poder jejuar, devem pedir
dispensa ou comutação ao diretor da Ordem.
Que particular conselho dá a regra a respei­
to da primitiva praxe do jejum dos terceiros?
Outrora tinham os terceiros que observar lon­
gos jejuns e abstinências e correspondiam des­
se modo ao espírito da Ordem da penitência
Gap. II. Jejum dos terceiros 87

que, mais do que qualquer outra, deve guar­


dar o uso da mortificação cristã. Em nossos
tempos, há poucos sentimentos c pouca com­
preensão de tamanho rigor. As dificuldades da
vida, a diminuição das forças corporais, o ex­
austivo trabalho da luta pela vida tornaram
necessárias algumas mitigações. Mas, por cau­
sa disso, não devem desaparecer totalmente o
espírito e a prática da penitência. Por esta ra­
zão, aconselha a regra aos terceiros, em substi­
tuição do antigo rigor, o jejum às sextas-feiras
e a abstinência às quartas. Esta prática tem
sido usual, desde o princípio, na O T. Do bem-
aventurado Luquésio, o primogênito dos tercei­
ros, conta-se que, às quartas-feiras, dia em que
Cristo foi vendido por trinta dinheiros, e às sex­
tas, em que Nosso Senhor e Salvador derramou
o seu sangue, passava ele em rigoroso jejum,
tomando, apenas uma vez no dia, pão e água.
Muitos terceiros seguem o conselho da regra,
e cada um deve examinar-se a ver até que
ponto pode levar essa praxe.
Que devem os terceiros pensar do jejum?
Não devem adotar o modo de julgar o je­
jum dos filhos do século, mas sim pensar a
respeito e julgá-lo segundo a revelação, a
Igreja e os santos.
Todos esses acentuam a necessidade, o va­
lor e a utilidade do jejum, que serve para tor­
nar contrito o coração, humilhar o espírito, ven-'
cer o reino do pecado, atrair a bênção e a mi­
sericórdia de Deus, e aplanar o caminho da
virtude.
88 Explicação da regra da O T

Io Dai a lei do jejum imposta aos israelitas;


a constante advertência dos profetas: “Con-
vertei-vos de todo o coração, com jejum, lá­
grimas e suspiros” (Joel 2, 12); a solene afirma­
ção de David, o rei penitente: “Meus joelhos
estão fracos pelo jejum” (SI 108, 24); a decla­
ração do Espírito Santo: “E’ boa a oração
acompanhada do jejum” (Tob 12, S); a pala­
vra austera do Salvador: “Se não fizerdes pe­
nitência, todos perecereis” (Lc 13, 5). “Peni­
tência sem jejum é fraca e infrutífera”, diz S.
Basílio, e S. Paulo confessa: “Com fome e
sede e com muitos jejuns castiguei a minha
carne” (2 Cr 11, 27).
2o Dai a severa prescrição do jejum da igre­
ja, que ela mantém, mau grado toda a reprova­
ção do mundo, porque o jejum é prescrição re­
cebida dos apóstolos que, por seu turno, a re­
ceberam do exemplo e da doutrina de Cristo,
e por isso a Igreja não a abandonará por ne­
nhuma circunstância.
3o Dai os louvores dos santos padres: “O je­
jum é refrigério da alma, alimento do espíri­
to, anjo da vida, morte da culpa, meio de sal­
vação, raiz da graça, alicerce da castidade”
(Sto. Ambrósio). “O jejum é bela coisa; é bom
para o homem, pois o lava das culpas e o tor­
na agradável a Deus e aos anjos; é terrível
para o demônio, porque pelo jejum é batido
com espada afiada e vencido, juntamente com
todas as suas tentações” (S. Jerônimo). “Sem­
pre foi o jejum o alimento da virtude. A absti­
nência gera pensamentos castos, resoluções
Cap. II Jejum dos terceiros 89

acertadas, salutares conselhos, e o espírito re­


nasce para a virtude” (S. Leão).
4o Daí provém também ter sido sempre o je­
jum, juntamente com a oração, os dois exer­
cícios preferidos dos santos. Não encontrare­
mos um só Santo que não tenha jejuado muito.
S. Francisco tinha, por ano, sete grandes je­
juns; S. Luís, padroeiro da O T, além do je­
jum eclesiástico, jejuava outros quarenta dias
precedentes ao natal. Para qualquer empresa
importante preparava-se com jejum; antes de
seguir para a cruzada, jejuou um ano inteiro.
Santa Isabel de Portugal, terceira, jejuava qua-'
renta dias em honra dos Santos de sua devoção
particular. O alimento nos dias de jejum lhe
era pão e água; abstinha-se de carne, quase
o ano inteiro.
Depois do exposto, deve o terceiro estimar o
jejum como coisa preciosa, perder toda a aver­
são e terror que lhe tinha, e detestar os pretex­
tos fúteis e evasivos para o não praticar. Te­
nha até o terceiro uma certa predileção pelo
jejum, e nunca seja como aqueles pusilânimes e
covardes que mais temem a verdadeira penitên­
cia que o pecado. Fazem bem os que, espontâ­
neamente, adquirem o hábito de, em casos im­
portantes, juntar à oração um dia de jejum,
para que possam experimentar a verdade da
palavra: “Boa e eficaz é a prece unida ao je­
jum” (Tob 12, 8).
' Como deve proceder o terceiro em rela­
ção ao jejum eclesiástico?
A regra não o diz, porque presume que o
terceiro seja nesse ponto muito consciencioso:
90 Explicação da regra da O T

Io Porque na profissão prometeu, explicita­


mente, obedecer à Igreja;
2o Porque o terceiro tem obrigação de dar
bom exemplo, e nenhuma lei da Igreja é tão
violada como a do jejum. O terceiro deve con­
tribuir para que o hábito de jejuar não desapa­
reça do povo cristão.
Recepção dos sacramentos
§ 5. Confessem-se e comunguem com regu­
laridade, pelo menos uma vez por mês.
Por que exige a regra a recepção mensal
dos sacramentos?
As outras prescrições têm o intuito de reti­
rar o terceiro do mundo pecador e perigoso, do
mundo “que está todo maligno” (1 Jo 5, 19),
por meio do espírito e da prática da penitên­
cia. * -
Assim, obstruída a principal fonte dos peca­
dos, retirado o alimento das paixões do cora­
ção, vencidos os mais fortes obstáculos e im­
pedimentos, o .caminho para Deus fica aberto,
a graça pode agir sem empecilhos e prin­
cipiar a obra da salvação.
Na senda da purificação deve começar a vida
religiosa perfeita e continuar até à morte o pro­
cesso da salvação. Mas esta é obra da graça.
Todos os meios santificantes exercem impor­
tante papel numa vida dedicada a Deus e de­
vem ser empregados, amiudada e cuidadosa­
mente, para que a santificação progrida e se
mantenha.
Os dois principais canais da graça são, no
Cap. II. Recepção dos sacramentos 91

entanto, os santos sacramentos da penitência


e da eucaristia. E', portanto, evidente que a
regra deva legislar a respeito, e só pode causar
pasmo que se contente apenas com uma re­
cepção mensal dos sacramentos. Ora, uma Or­
dem, destinada a receber todo o povo cristão
de qualquer estado ou profissão, não pode
obrigar a mais de uma recepção, por mês, dos
sacramentos, porque doutro modo eliminaria
muitos membros de seu grêmio, privando-os de
suas bênçãos; outrossim, não pode exigir me­
nos, se não quiser fazer desaparecer o espírito
de santificação.
Que importância tem o sacramento da peni­
tência para a vida interior das almas?
• Abstraindo-se da necessidade imprescindível
do sacramento da penitência para recuperar,
quando perdida, a vida da graça, tem ainda
esse sacramento fundamental importância na
vida interior das almas:
Io O sacramento da penitência completa a
obra da penitência. Na santificação das almas
ocupa o primeiro lugar' a mortificação, sendo
uma das maiores o sacramento da penitência
com seus atos e práticas internas e externas.
E’ ele que cuida da purificação e reforma da
alma, da expulsão de tudo o que for pecado,
impurezas, imperfeições; que põe de lado as
paixões, o apego ao mal, a cegueira do espí­
rito, a dureza do coração e a aversão de fazer
bem.
A mortificação retira da alma a atmosfera
pecaminosa do século com suas concupiscên-
92 Explicação da regra da O T

cias; conduz ao retiro interior, à compreensão


e confissão do pecado; produz íntimo vexame
de culpa; desperta afetos de coração contrito
e humilhado, fortes resoluções da vontade, pro­
pósito de emenda e satisfação.
Todos esses atos de mortificação * agem,
quando vivificados pela graça, como purificado­
res e sántificantes da alma; tornam-se, porém,
mais abençoados, mais santos, eficazes e per­
feitos, quando unidos ao sacramento da peni­
tência, à sombra do sacramento, sob o amparo
do sangue de Cristo. Então, com medida e li­
mites embora, atuam sacramentalmente, isto é,
com força indefetível, pela misteriosa união com
os atos santificadores e purificadores de nosso
mediador, Jesus Cristo.
E' a obra misteriosa da purificação e refor­
ma da natureza humana, a fundamental cura,
o saneamento do homem moral, obra em re­
lação à qual a mais difícil e admirável cura
co.iporal é fraca imagem.
A graça do sacramento da penitência, a ple­
nitude e silenciosa eficácia nunca podem ser
bastante estimadas.
2o Tais são, em todos os seus pormenores,
os efeitos da confissão frequente. Ela sara sem­
pre de novo as grandes e as pequenas feridas
da alma, que se não podem evitar na vida. Se
essas feridas ficarem abertas, tornar-se-ão pe­
rigosas, crescerão, produzirão febre e a morte
até.
A confissão frequente é semelhante ao banho
refrigerante ou à chuva purificadora. Preserva
de recaídas no pecado, abate a força das pai-
Cap. II. Recepção* dos sacramentos 93

. xões e diminui o perigo do contágio do mundo


pestilencial.
Se o sacramento da penitência não tivesse
outra utilidade a não ser preservar do pecado
grave, só por isso seria preciosíssimo.
A confissão frequente lava e purifica, mais e
mais, as forças e as faculdades da alma de
toda a nódoa e do veneno das paixões, de for­
ma que do espírito foge a perturbação, da von­
tade a desordem, do coração a malícia, da ima­
ginação toda a vaidade. A prática contínua da
penitência e da confissão faz alcançar, pouco
a pouco, a maior pureza de .alma e a delicadeza
de consciência que nos faz fugir do menor pe­
cado. E daí nascem a paz da alma, a harmonia
interior e o trato simples e fiel com Deus, for­
mando a fonte perene da santa alegria e da-
confiança. segura. Iluminado pelo raio solar
dessa paz do Senhor, o homem sente-se cheio
de coragem e disposto para tudo o que Deus
determinar.
. Que coisas se devem observar para tirar pre­
ciosos frutos do sacramento da penitência?
Trata-se aqui da confissão de devoção e não
da obrigatória. Confissão obrigatória é aquela
que se faz para apagar algum pecado mortal,
— a de devoção, quando, não havendo pecado
mortal, o penitente procura o sacramento, a fim
de progredir espiritualmente. Sob alguns as­
pectos tem essa confissão maiores dificuldades
que a outra, e é mister que seja feita com
o maior cuidado.
Manual da O T — 7
94 Explicação da regTa da O T

Observam-se três coisas:


Io Confessar com seriedade: Não é uma brin­
cadeira, nem coisa somenos que se possa fazer
de vez em quando, por hábito apenas e num
abrir e fechar de olhos. Acautele-se também o
penitente contra certas idéias ou motivos na­
turais; não se confesse por atenção a este ou
àquele confessor; lembre-se antes que é Jesus
Cristo quem o ouve no tribunal da penitência.
A ele é que acusamos os nossos pecados, e ele
é quem nos há de julgar na hora da morte;
2o Confessar radicalmente: não de modo su­
perficial e mecânico. Não se devem tomar ape­
nas algumas faltas gerais a esmo e acusá-las
maquinalmente. Nada dizem as acusações as­
sim feitas: “Dez vezes estive distraído na ora­
ção, omiti por duas vezes a oração da manhã
e três vezes falei mal do próximo”.
Conquanto esta espécie de acusação seja bas­
tante para validade da confissão, não corres­
ponde absolutamente ao fim que nos propo­
mos na confissão frequente.
Que cada um tome contas a si próprio sobre
a maior ou menor gravidade das faltas de que
se acusa, indague qual a causa dessas faltas,
quais as circunstâncias que as cercam de perto
e as acompanham, e procure conhecer as con- *
sequências das culpas em relação à sua pessoa
e aos outros. Façam-se por aí as acusações.
Deste modo a pessoa aprende a conhecer-se
melhor, apanha mais nitidamente o conjunto
dos pecados e das paixões, e facilita o combate
sistemático: a direção torna-se mais aproveitá­
vel. Com boa vontade não se encontrará nisso
Cap. II. Recepção -dos sacramentos 95

grande dificuldade, e não'haverá'o receio de


se tornar prolixo.
Essas confissões bem feitas são o melhor re­
médio para diminuírem dúvidas e hesitações,
tão comuns na vida espkritual, e para. restabe­
lecer a paz-nos corações; ' ..
• 3o Confessar com fé, isto é, com espírito de
viva fé em Jesus Cristo e no sacramento da
penitência por ele instituído, no qual derrama
o seu sangue para. lavar os pecados. Lembre-se
cada um, quando se preparar para a confissão,
que vai mergulhar a alma no sangue de Jesus
para purificá-la de todos os pecados e máculas,
a fim de alentar-se e fortificar-se para o com­
bate contra as tentações. Quanto mais estiver
o penitente compenetrado desses pensamentos,
tanto mais sério, santo e eficaz será o re­
sultado.
E’ recomendado fazer-se, antes da confissão,
uma rápida excursão mental ao jardim das Oli­
veiras, porque este mistério de dor tem parti­
cular analogia com o sacramento da penitên­
cia. Em Getsêmani, tomou Jesus Cristo sobre
si, como nosso medianeiro, todos os pecados
dos .homens, também estes que tenho na alma
e que quero confessar.
Carregado com os meus pecados, prostrou-se
Jesus por terra, coberto de vergonha, e, antes
de apagá-los pela morte, sentiu o horror ín­
timo, a dor de alma e a contrição que os peca­
dos merecem pela sua fealdade.
A aflição da morte, a dor, o suor de sangue
. mereceram para nossos corações áridos a gra­
ça de podermos sentir verdadeiro ariependi-
7*
96 Explicação da regra da O T

mento dos nossos pecados. O fruto precioso


da devoção à agonia do horto é a graça de
uma verdadeira contrição. Quem se confessar
com esta disposição de fé, fará por certo uma
boa e proveitosa confissão.
Devem os terceiros ter um confessor certo?
Nessa questão devem seguir os seguintes
princípios:
r Em geral, aconselha-se, segundo a opinião
de todos os mestres espirituais, ter cada um
sempre o mesmo confessor, porque somente
assim poder-se-á seguir uma acertada direção
espiritual e obter o fim geral que se propõe
com a frequência da confissão;
2o Recomendável é que os que têm confessor
certo, se confessem, de vez em quando, com
outro,.seja com intervalos regulares, seja uma
vez ou outra, em certas ocasiões. Diferentes
razões falam a favor desse CGsfume;
’ 3o Se, após séria e madura reflexão, parece
ao penitente que é de conveniência mudar de
confessor para o bem de sua alma, deve fazê-
lo sem que o detenham atenções para com o
antigo confessor.
Quantas vezes deve o terceiro comungar?
Para satisfazer a regra, todos os meses; para
corresponder ao desejo da Igreja, frequente­
mente.
Qual o desejo da Igreja a respeito da re­
cepção da sagrada comunhão?
Pelo decreto pontifício de 20 de Dezembro de
1905, abriu a Igreja uma nova praxe referente
Cap. * II. Recepção dos sacramentos 97

à recepção da santa comunhão, ou antes res­


tabeleceu o primitivo uso, aconselhando com
empenho aos fiéis a comunhão frequente, isto
é, diversas vezes por semana, e até mesmo a
diária recepção do sacramento, e recomendando
aos pregadores e confessores a tarefa de inci­
tar a isso os fiéis. Do mesmo modo, declarou a
Igreja explicitamente, contra a opinião de di­
versos escritores ascéticos, as condições me­
diante as quais ela permite a comunhão co­
tidiana: o estado de graça e boa intenção. E'
proibido exigirem-se mais apertadas condições.
Quais os motivos que devem inclinar o ter­
ceiro a corresponder aos desejos da Igreja?
Io A vantagem espiritual que traz a comu­
nhão frequente ou diária. Instituída por Jesus
Cristo para alimento ' espiritual diário, a co­
munhão dará continuamente àaíma aquele vi­
gor, pelo qual não somente conservará a vida
da graça, mas tê-la-á em abundância (Jo 10,
10). Aqui vem a propósito a palavra de S.
Bento José Labre: "Não se acredita de quão
pouco necessita o corpo, mas também ainda
menos se crê nas muitas necessidades da alma";
2o O desejo, expresso da Igreja. Como filhos
particularmente submissos, devem os terceiros
ser os primeiros a corresponder ao desejo da
Igreja, na convicção de que assim acertarão
sempre;
3o O dever dos terceiros de espalhar o bem
entre o povo cristão. A Igreja quer que a co­
munhão cotidiana seja de novo bem comum a
todos os fiéis, por isso devem os terceiros to-
98 Explicação da regTa da O T

mar a peito essa praxe, por meio do exemplo,


da palavra e da oração;
4o A intenção do bem-aventurado pai S.
Francisco. Pelo profundo amor que tinha a
Jesus sacramentado, por certo Francisco exul­
taria, se em seu tempo se introduzisse a
prática da comunhão diária. Os terceiros pro­
cedem, portanto, segundo o seu espírito, quan­
do comungam a miúdo;
5o O dever de estado dos terceiros, que é
trabalhar incessantemente pela própria santifi­
cação. Claro é que devem bem aceitar a exce­
lente graça e o meio de progredir que é a
comunhão, ao alcance de todos os que te­
nham boa vontade, visto que a própria Igreja
afugentou todos os receios infundados.
Comò se deve fazer a preparação para a
santa comunhão?
O hábito de comungar a miúdo não deve di­
minuir o cuidado da preparação, antes o deve
aumentar. Cuidem principalmente de ter:
Io Cada vez maior pureza de consciência.
“Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e
assim coma aquele pão” (1 Cr 11, 28). Para
isso deve habitualmente preceder, à comunhão
cotidiana, a confissão semanal. Os pecados
veniais e as imperfeições não excluem os fiéis
da mesa do. Senhor, basta nesses casos um
ato de contrição.
Havendo falta mais grave, com dúvida se
é ou não pecado mortal, desde que não possa
a pessoa resolver a dúvida, abstenha-se da co­
munhão ou confesse-se primeiro.
Cap. II. Recepção dos sacramentos ■99

2o Recolhimento e devoção. Antes de tudo se


deve excitar a fé viva na presença real de Je­
sus Cristo no santo sacramento. Esse sentimen­
to de fé produz profundo. respeito, contém o
espírito recolhido e desperta pios afetos no
coração. Caso aconteça alguma coisa, embora
não se trate de pecado, mas que agite e desin-
quiete a alma, não se podendo a pessoa domi­
nar, talvez seja então melhor abster-se de co­
mungar.
3o Sentimentos de humildade e confiança. Dois
exempios do evangelho servem de modelo para
todos os que se aproximam da mesa da comu­
nhão: a humildade do centurião de Cafarnaum,
que se julgava indigno e não queria admitir
que o Senhor fosse seu hóspede, e cujas pala­
vras descrevem o principal estado de alma que
deve ter quem comunga: “Senhor, não sou
digno de que entreis em minha morada, mas
dizei uma só palavra; e minha alma ficará cu­
rada!” — e a alegre e confiante ousadia do
publicano Zaqueu que, apesar de seus pecados,
aceitou, sem hesitação e com grande júbilo, o
convite do Mestre à sua mesa.
Deve a pessoa unir as duas disposições: o
sentimento de profunda humildade, reconhecen­
do sua imperfeição e indignidade, e a confiança
que afasta todos os receios infundados, fiada
no. condescendente convite do Senhor, -
4o Tempo suficiente para a preparação c
ação de graças. Em regra, basta um quarto de
hora antes e outro após a comunhão, para
preparação e ação de graças.
100 Explicação da regra da O T

E’ necessária a permissão do confessor para


a comunhão cotidiana?
A licença do confessor não é em absoluto in­
dispensável, visto que a mesma Igreja a dá
aos fiéis sob as condições supra-mcncionadas;
deve-se obter, porém, o conselho do confessor,
a fim de se fazer a comunhão com maior fruto.
Como deve proceder o terceiro que não
tem possibilidade de fazer a comunhão fre-
* quente ou cotidiana?
Deve suportar essa privação humildemente,
em silêncio, e entregar a causa a Deus.

As Orações e devoções da O T
§ 6. Os terceiros sendo eclesiásticos e, por
isso, obrigados a rezar o ofício divino, a nada
mais, nesta parte, são obrigados. Os seculares,
porém, que não rezam nem o ofício divino nem
o ofício parvo de Nossa Senhora, digam todos os
dias doze Padre nossos, Ave Marias e Glória ao
Padre, exceto quando a saúde não Iho permitir.
Que diz a regra a respeito das orações
da O T?
Io A regra distingue entre sacerdotes e se­
culares; nenhuma outra oração exige dos ter­
ceiros eclesiásticos que têm obrigação de re­
citar o breviário. E’ costume, porém, dos fer­
vorosos terceiros sacerdotes, além do breviá­
rio, rezarem ou o ofício mariano, ou os doze
Padre nossos, Ave Marias e Glória ao Padre
como fazia o Santo Padre Leão XIII.
Cap. II. As orações e devoções da O T 101

2o Aos seculares deixa a regra a escolha en­


tre o breviário ou o ofício parvo da bem-aven­
turada Virgem Maria ou os doze Padre nossos,
Ave Marias e Glória ao Padre.
E* recomendável que os seculares rezem o
ofício parvo da bem-aventurada Virgem Maria?
O ofício mariano, como é chamado, como o
mais simples e curto e mais apropriado aos
seculares do que o grande breviário, deve, por­
tanto, tornar-se mais comum entre os tercei­
ros.
Que caráter tem o ofício dos terceiros?
Tem caráter de oração oficial, isto é, não
é uma simples oração particular, mas um ofí­
cio ou serviço de prece geral da Ordem, em
união ao grande e santo serviço de oração da
Igreja, que ela ordena a seus servos sacerdotes
e religiosos que executem cada dia.
Que vantagens existem no ofício da Ordem?
Io E’ uma oração feita em nome da Ordem e
da Igreja; ninguém a reza em seu próprio nome,
nem como pessoa particular, mas em nome da
Ordem e da Igreja. Essa é que ora, por nosso
intermédio, nas preces da Ordem, é quem louva
e glorifica ao Senhor, é quem apresenta a Deus,
por meio de nossas vozes, as grandes necessi­
dades do povo cristão. Não é, portanto, a pes­
soa que ora, quem dá eficácia à prece, por
seu mérito ou demérito, senão a Igreja que
pede por nosso intermédio;
2o E’ uma prece de toda a fraternidade, nin­
guém a reza isoladamente, mas em. união es-
102 Explicação da regra da O T

piritual com os membros da O T e também


com os sacerdotes e religiosos, ainda mesmo
quando cada um reza de per si.
Por sua natureza é um serviço comum de
oração e, em verdade, em mais elevado sen­
tido do que se, por acaso, diversas pessoas re­
zassem em comum a mesma oração com união
apenas exterior. Por isso tem a oração da Or­
dem a especial eficácia que o Salvador prome­
teu à prece feita em-comum (Mt 18, 19).
3o E’ a continuação da prece do sumo sacer­
dote Jesus Cristo, por ele na terra começada,
continuada no sacramento e no céu, e seguida
ainda pela Igreja por ordem sua. Em união
com Jesus e segundo as suas intenções, deve
ser feita a oração da Ordem: "Senhor, em união
com a intenção divina, com que vós mesmo
louvastes a Deus na terra, quero oferecer-vos
estas horas" (Oração preparatória do ofício).
Ohl.se nos fosse dado passar uma noite de
oração ao lado de Jesus! Se ele nos tivesse
manifestado suas excelsas intenções, que coi­
sas teríamos ali ouvido! Que felicidade seria
a nossa! Pois bem, diàriamente nos unimos,
no ofício, a toda a profusão e profundidade da
intenção do Coração de Jesus, como quando
palpitava aqui na terra. Vede em que tom ele­
vado quer a. Igreja que recitemos a nossa ora­
ção do ofício!
Além dessas intenções gerais é permitido jun*»
tarem-se outras particulares, segundo as ne­
cessidades e desejos de cada um, e estas outras
crescem ■ em eficácia pela união com a prece
da Ordem.
Cap. II. As orações e devoções da O T 103

4o O ofício é um serviço exterior de oração


ligado ao serviço litúrgico.
O serviço litúrgico de oração é uma parte do
culto oficial externo que se imprime, de maneira
mais completa, na oração do coro oficial;
é um ato de culto externo ou serviço divino
com cerimônias e-orações alternadas.
Que devem pensar os terceiros da recitação
da oração da Ordem?
Io Devem considerá-la como a mais santa e
mais honrosa das obrigações, estimá-la por sua
dignidade, valor e eficácia, e por isso dar-lhe
preferência entre todas as outras orações. “Uma
oração oficial tem cem vezes maior valor do
que a oração privada” (santo Afonso Ligório).
2o Devem recitá-la sem lhe acrescentar coisa
alguma, nem modificá-la, ou seguidos os doze
Padre, nossos, ou divididos, como Leão XIII
aprovou, correspondendo às horas canônicas (7
de Julho de 1899), a saber: cinco Padre nossos
às matinas, e um Padre nosso para cada uma
das outras horas: Iaudes, prima, tércia, sexta,
noa, vésperas e completas;
3o Ao princípio, pode-se convenientemente re­
citar a oração preparatória Aperi e, no fim a
oração Sacrosanctae, como vêm nos ofícios..
4o Devem rezar a oração da Ordem de um
modo digno, isto é, com respeito, como quem
exerce um cargo elevado# cumprindo um ser­
viço angélico, com atenção às palavras da ora­
ção, de modo que sejam bem pronunciadas, e
também ao sentido das mesmas; devem rezar
com devoção, com interno fervor, em união
104 Explicação da regra da O T

íntima com Jesus Cristo, em suas intenções e


desejos.
5o Quando for possível e não chamar a aten­
ção, rezem em comum com outros terceiros,
por exemplo, quando dois ou mais terceiros
moram juntos, nas famílias, cujos membros
adultos pertençam à O T; nas reuniões, antes
de começar a conferência, etc.
Que motivos podem desculpar o não se
rezar a oração da Ordem?
A regra só reconhece um motivo de escusar:
a moléstia, e moléstia que dificulte ou quase
impossibilite ao terceiro a recitação obrigató­
ria da oração da Ordem.
Antigamente, por causa da extensão da ora­
ção, podiam ser motivos de desculpa a falta de
tempo, excesso de trabalho, etc.; hoje, já não
servem tais pretextos; com boa vontade todos
podem rezar doze Padre nossos e Ave Marias
por dia.
O recitar outros exercícios de devoção ou
orações de irmandades e associações não serve
de desculpa para não se fazerem as preces da
Ordem, porque estas devem ter sempre prefe­
rência sobre aquelas.

Testamento dos terceiros


§ 7. Aqueles que por direito devem jazer
testamento, disponham em tempo dos seus
bens.
Cap. IX. Testamento dos terceiros 105

. Que relação tem o testamento prescrito pela


regra com as outras prescrições morais e reli­
giosas até aqui mencionadas?
Essa prescrição, tratando apenas de coisa
temporal, parece não ter relação alguma com as
determinações espirituais de santificação da
vida; no entanto forma um remate adequado às
outras prescrições.
O seráfico mestre São Francisco quer com
isso dizer: O terceiro não é filho deste mundo,
despreza o orgulho e os prazeres mundanos,
passa vida simples e mortificada, conserva pura
a consciência, fortifica a alma com o pão da
vida e louva e engrandece o Criador em todos
os dias de sua peregrinação terrestre. Assim
vive o terceiro, filho da eternidade, e, após ter
disposto de seus bens e haveres, aos quais
não tem apego, depois de ter feito todos os
preparativos, espera confiante a hora em que o
Senhor o há de chamar para á pátria celeste.
* Por que motivo deve o terceiro fazer o testa­
mento a iempo?
Io Para que não morra infestado e não dê
ocasião a disputas por causa da herança,, como
muitas vezes acontece;
2o Para que no momento de morrer não seja
o terceiro forçado a empregar o último alento
e cuidado nas disposições das coisas terrenas,
antes conserve livre o pensamento e os cuidados
para só empregá-los nos negócios da alma;
3o Para que faça o testamento enquanto tem
saúde, a fim de poder fazê-lo com a madura
reflexão que esse negócio requer. Trata-se de
■ 106 Explicação da regra da O T

uma coisa de consciência; a pessoa tem que se


justificar do emprego de seus haveres; não tem
direito de dispor deles segundo o capricho,
conquanto haja para testar uma certa liberda­
de; é obrigado, porém, a agir segundo a justiça,
a equidade e a caridade, atendendo a todas as
circunstâncias, condições, relações e obrigações,
segundo a ordem natural estabelecida por Deus;
4o Para que tenha o terceiro certeza de que
as suas últimas disposições, feitas na melhor
intenção e consciência, sejam observadas. As
simples promessas dos parentes nem sempre
são cumpridas.
Devem os terceiros deixar bens para fun­
dações pias ou fazer legados para fins re­
ligiosos e caritativos?
Os terceiros que têm família estão neste
ponto tolhidos pelo dever natural e, não se tra-
tanto de justos cuidados pela própria salvação,
deverão apenas fazer doação a título de es­
molas.
Os terceiros abastados e sem família devem
evitar duas faltas: em primeiro lugar não hão
de dispor de todos os bens ou de grande parte
para obras pias, quando se trata de haveres
de família e existem parentes mal remediados.
Em segundo lugar, não fica bem que os ter­
ceiros ricos deixem todos os bens a parentes
mais ou menos remotos e abastados, sem pen­
sar em legar a instituições boas e pias.
Corresponde ao intuito de Deus que os que
estão bem de fortuna, sem obrigações de fa­
mília, auxiliem as inúmeras obras religiosas e
Cap. II. Testamento dos terceiros 107

de caridade. A isso os obrigam o próprio in­


teresse e o amor ao próximo. .
Antes de tomarem essa tnedida, devem os
terceiros refletir calmamente e consultar con­
selheiros imparciais sobre o que intentam fazer.
Entrem em consideração as seguintes obras;
missas pelas almas do purgatório, instituição de
missas pelo próprio descanso ou por parentes
e outros terceiros; realização de solenidades
ou santas missas em festas de terceiros; obras
paroquiais ou outras,'etc.; legados a-associa­
ções religiosas e caritativas; legados à boa im- -
prensa, tão necessária ' no tempo presente.
* Quando devem os terceiros fazer o testa­
mento?
Segundo * o sentido e o intuito da religião,
deve o terceiro professo fazer o testamento
logo que o possa. Pela antiga regra devia ser
dentro de três meses depois da profissão. A
regra atual deixa indeterminada a questão de
tempo, mas com isso não quer dizer que se
possa adiar o testamento para a hora da mor­
te.- Esta pode vir inesperada, e quem não
tiver o testamento em ordem, não terá ob­
servado a prescrição de o fazer a tempo.
Como se pode fazer o testamento?
Io Testando, dispõe a pessoa das posses ter­
renas, em vista da morte que há de ocorrer,
mais tarde ou mais cedo, estatui sobre o que
deve acontecer aos seus bens e haveres que
então passarão a ser de outros donos. Que é
isto senão uma renúncia espiritual, uma sepa-
’ ração prevista dos bens da terra? Esta é a
108 Explicação da regra da O T

primeira significação espiritual do testamento.


Em espírito despe-se o teroeiro da posse terrena
e pode, daí em diante, como o apóstolo, dizer:
"Possuo os bens deste mundo, como se os não
possuísse”. Até certo ponto o testar é uma
substituição do voto de pobreza;
2o Não há mais viva e clara lembrança, não
há mais penetrante advertência da morte do
que no ato de testar. Custa-nos muito conce­
ber bem a idéia da morte; a regra então nos
diz: “Toma da pena e escreve: como hei de
morrer dentro de poucos ou muitos dias, dis-
ponho dos meus haveres do modo seguinte..
E, como se o profeta nos bradasse aos ouvidos:
“Põe ordem em tua casa, porque morrerás”
(Is 38, 1), aproxima-se de nós o fantasma da
morte e tão de perto chega, que já lhe senr
timos a exalação fétida do sepulcro e da
podridão:
3o O testamento, pelo qual organizamos as
coisas terrenas, é um austero memento a nos
advertir que, mais do que os bens temporais,
devemos pôr em ordem os negócios da cons­
ciência, para estarmos sempre prontos ao cha­
mado do Senhor, pois não sabemos nem o dia
nem a hora (Mt 25, 13).
Os terceiros na família
§ 8. No seio da família primem pelo bom
exemplo, promovendo a piedade e boas obras.
Não consintam entrar em sua casa livros e jor­
nais que levem perigo à virtude, e proíbam a
sua leitura às pessoas que estão debaixo do
seu poder.
Cap. II. Os terceiros na família 109

Por que deve o terceiro exercer no lar


obras e ações virtuosas? ••
Io Porque, como a maior parte dos homens,
vive no seio da família e aí é o teatro de sua
maior atividade, onde se deve santificar e exer­
cer salutar influência.
2o A família é a instituição primordial da
sociedade humana, da maior importância para
o particular e para a Igreja e ò Estado. Tem
graves encargos; dela dependem a conserva­
ção e o progresso do gênero humano. O bem,
tanto o físico como o moral, tanto- o temporal
como o eterno, funda-se na família, é por ela
aumentado, promovido e amparado. Por isso,
o primeiro ato do divino Salvador, que também
quis ser membro de uma família, foi santifi­
cá-la com o seu exemplo e, com o mesmo in­
tuito, elevou o matrimônio, do qual se forma a
família, à dignidade de um grande sacramento,
para que, por esse meio, sejam abençoados e
santos, pela graça especial do estado, todos os
deveres e relações da família;
3o Não era intenção de São Francisco intervir
como perturbador na vida da família, ao con­
trário, queria, por meio da O T, santificar e
fortalecer os laços familiares e para isso in­
sistia, fortemente, com espírito cristão, na san­
tidade dos deveres e obrigações de família.
Pela O T e por meio do cumprimento cabal
dos deveres cristãos, reformou São Francisco a
família, trouxe-lhe poder, influência, beleza e
felicidade, como, segundo a vontade de Deus,
lhe deve caber. E ainda hoje compete à O T
opor um dique a todas as perturbações e de-
Manual da O T — 8
110 Explicação da regra da O T

sordens que a incredulidade e a frouxidão dos


costumes provocam e que tão perigosas são
para a família. A O T deve ser um baluarte do
espírito cristão no lar, deve zelar a santidade e
a honra da família cristã, fazendo nela nascer
e progredir as virtudes que ornam a família
e a tornam viva imagem da sagrada família
de Nazaré. Santa Isabel de Portugal, Santa Isa­
bel de Turíngia, São Luis, rei de França, Santo
Elzeário, assim como o bem-aventurado Luqué-
sio e Bona Dona representam, na O T, a vir­
tude no lar.
Que obrigações impõe a regra aos terceiros
em relação à vida de família?
Quatro são os deveres prescritos:
Io Dar bom exemplo; ••
2o Praticar a piedade;
3o Fazer boas obras;
4o Evitar escritos * perigosos.
Por que razão devem os terceiros ter pro­
cedimento exemplar, principalmente no lar?
Io Porque nada é mais escandaloso e perni­
cioso do que o terceiro, tendo prometido a Deus
na profissão levar vida perfeita, e sendo muito
encontrado na igreja e a frequentar os sacra­
mentos, .viver em casa, cheio de faltas, imper­
feições e erros que constituem verdadeira ver­
gonha para seu estado e a Ordem;
2o Porque, justamente aí, deve o terceiro pro­
var que lhe é sincera a piedade, que tem zelo
de Deus e virtude sólida. Continuamente há de
mostrar que as seráficas virtudes fundamentais
Cap. II. Os terceiros na família 111

de abnegação, humildade e mortificação exis­


tem realmente na alma e não tem delas apenas
o simulacro. Somente na fidelidade ao dever,
no amor ao trabalho, no desempenho generoso
de todas as obrigações se encontram os sinais
abalizados de verdadeira virtude;
3o Porque é o primeiro e o mais importante
dos apostolados a que é chamado o terceiro.
Trabalhar püblicamente não é dado a todos;
dar, porém, o bom exemplo, ser irrepreensível
em sua profissão, modelar em todo o procedi­
mento, isso deve e pode qualquer homem. O
exemplo atua poderosamente sobre os que o
rodeiam; sua eficácia é contagiosa e emuladora;
destrói vícios e implanta virtudes. Cada homem
possui, portanto, sem que a tenha buscado, uma
grande responsabilidade. “Sede imaculados e
simples filhos de Deus, íntegros, em meio de um
mundo mau e corrompido, a fim de que a
vossa luz brilhe no mundo” (Filip 2, 15).
“Se os membros da O T, cada um em seu
estado, cheios do espírito seráfico, trabalhassem
com afinco para, por meio do exemplo, edifi-
car o próximo, a atividade da Ordem seria ver­
dadeiramente poderosa e eficaz, porque bem sa­
beis que o mais eloquente e poderoso sermão do
seráfico pai era justamente o seu exemplo
santo” (Alocução de Leão XIII a 4.000 ter­
ceiros, em 12 de Abril de 1893).
Em que consiste o exemplo dos terceiros na
vida de família?
Segundo a posição de cada um no lar, o
exemplo consiste:
8*
112 Explicação da regra da O T

Io Na direção exemplar da casa ou no de­


sempenho dos deveres ou trabalhos caseiros, pe­
la aplicação, paciência, ordem, pontualidade e so­
licitude. “Quem não cuida dos seus e, princi­
palmente, dos de sua família, renega a fé e é
pior do que um incrédulo” (1 Tim 5, 8). Quan­
ta coisa depende disso! Quanta virtude há nes­
sa fidelidade dedicada, abnegada, silenciosa, es­
quecida de tudo, unicamente entregue à práti­
ca do dever! O axioma apostólico “ser tudo
para todos” aplica-se neste caso;
2o Nas relações particulares entre os mem­
bros da mesma família, ou pessoas que vivem
sob o mesmo teto: marido, mulher, filhos, pa­
rentes, criados e outros afins. Para lidar sem­
pre com essas pessoas, com as mudanças de
circunstâncias, de estado, e acontecimentos,
com diferentes caracteres, gênios, faltas e fra­
quezas, que virtude não é preciso, que força de
vontade, que esforços por se vencer, quanta
caridade, paciência, doçura e prudência cumpre
exercer, a fim de se evitarem pecados, para se
conservarem a harmonia e a união, e conse­
guir para todos contentamento e bem-estar'!
3o Na educação dos filhos. Coisa importante
e árdua! Que tristeza em muitas famílias a in­
fância! Muitas vezes parece até quase impos­
sível preservá-la do contágio mau do erro e da
perdição. E’ dever dos terceiros empregar toda
a severidade, zelo, reflexão e desvelo para im­
plantar no coração da mocidade profundas ba­
ses do temor de Deus, piedade e pureza. Prin­
cípios fortes e muita caridade, a par de gran­
de prudência e desvelo, devem usar-se, para
Cap. II. Os terceiros na família 113

que a plantinha da virtude seja amparada e


desenvolvida na alma infantil;
4o No cabal preenchimento dos deveres reli­
giosos. A santificação rigorosa dos domingos, a
assiduidade aos ofícios paroquiais, a observân­
cia das leis de jejum e abstinência, o respeito
ao tempo de penitência prescrito pela Igreja,
a regular aproximação dos- sacramentos e a
oração diária, são coisas obrigatórias numa
família de terceiros.
Ela deve, além disso, conservar em tudo, e
também exteriormente, um cunho católico: cru-
cifixo, imagens piedosas, água benta, etc., não
podem faltar nas casas. Pratiquem os terceiros
a oração em família e as pias leituras. "Seja a
vossa casa uma igreja” (Sto. Agostinho). Não
se torne lar mundano, nem se profane a famí­
lia, seja antes penetrada do espírito de reli­
gião.
Que pede a regra, além dos deveres comuns
e práticas religiosas, aos terceiros?
A regra espera deles fervorosa prática de
exercícios piedosos e a promoção de todo o
bem.
Que exercícios de piedade devem praticar
os terceiros?
Io A meditação cotidiana, prática útil a to­
dos e indispensável para o progresso na vida
interior, pelo que é por todos os mestres
espirituais encarecidamente recomèndada.
Meditar não é difícil quanto parece, à pri­
meira vista. Consiste na reflexão sobre os mis­
térios, as verdades da doutrina de Jesus, com
114 Explicação da regTa da O T

sua constante aplicação à pessoa que medita;


pode ser feito esse exercício em forma de con­
versação com Deus. Com o auxílio de um livro
e mediante exercício perseverante, todos podem
alcançar, com a prática, grandes vantagens.
Não sossegue o terceiro, enquanto não esti­
ver versado e familiar no exercício da medita­
ção diária, que deve fazer parte do seu método
de vida. As contemplações das verdades eter­
nas e dos sofrimentos de Jesus hão de ser as
preferidas.
2o A leitura espiritual como complemento e
preparação à meditação. Em primeiro lugar re­
comendam-se leituras de livros religiosos ins­
trutivos, principalmente as explicações minu­
ciosas do catecismo, dos santos evangelhos, da
santa missa, e da história sagrada. As vanta­
gens resultantes para a vida espiritual são
grandes.
Em seguida, deve preferir-se a leitura da
vida dos santos ou de alguns santos particula­
res, como a vida de São Francisco e de outros
santos da Ordem, merecendo ainda preferência
a história dos santos mártires. Dessas leituras
provêm motivos de humildade e incitamento
de fervor. “Se estes puderam praticar tais atos,
por que não poderei também praticá-los?” (Sto.
Agostinho). Também devem ser lidos livros
ascéticos, conforme a escolha do diretor espiri­
tual. Tudo por Jesus. Exercícios de perfeição, e
outras. Essas leituras, feitas como devem ser,
preservam a alma da secura interior e desper­
tam as mais salutares resoluções. “Sê atento na
leitura sagrada” (1 Tim 4, 3).
Cap. II. Os terceiros na família 115

• 3o 0 andar na presença de Deus. “Anda dian­


te de mim e sê perfeito” (Gn 17, 1). Este é
o exercício que os terceiros não devem des-
curar, visto que têm que tender à perfeição.
Com a presença de Deus aprendem a santificar
todas as ações do dia, pela intenção pura e
pelos afetos íntimos do coração e orações ja-
culatórias.
4o O exame cotidiano da consciência perten­
ce necessariamente a um bom regulamento de
vida. Nesse exame se deve ter em vista o prin­
cipal defeito a combater.
5o As devoções e obrigações particulares. As
devoções públicas, das quais a Igreja possui
grande cópia, devem encontrar nos terceiros os
mais zelosos frequentadores, contanto que não
sofra com isso nenhum dever de profissão ou
de caridade.
Quais as devoções particulares que os tercei­
ros devem preferir?
O terceiro não pode desprezar nenhum exer­
cício de piedade aprovado pela Igreja. Na ado­
ção de algum, porém, hão de decidir o tempo,
as necessidades pessoais e também o atrativo.
Com preferência deve praticar os exercícios que
o seráfico São Francisco praticava, os que fo­
ram adotados na sua Ordem e aí ainda estão
em uso, a saber:
Io A veneração do santo mistério da encar­
nação e da infância de Jesus, cujos frutos são:
profundo amor ao Salvador e um grande in­
citamento às virtudes da humildade, da submis­
são e simplicidade infantil.
116 Explicação da regra da O T

• 2o A devoção ao dulcíssimo nome de Jesus,


que teve. origem na Ordem seráfica e é muito
eficaz contra as tentações exteriores e inte­
riores.
3o A veneração dos dolorosos sofrimentos de
Jesus, exercício predileto do santo patriarca São
Francisco e de todos os santos seráficos, com-
extraordinárias vantagens para as almas. Essa
devoção combate, cada vez mais, a leviandade,
afugenta o espírito mundano, aumenta o amor
à penitência, dá vida à fé e ardor à caridade.
Das chagas de Jesus procede uma força ex­
traordinária que produz virtudes, dá coragem
nos sofrimentos, generosidade na abnegação, e
torna a alma magnânima e heróica no caminho
da perfeição. As principais devoções para esse
fim são: o exercício da via-sacra, das cinco
chagas e o terço doloroso.
4o A devoção ao santíssimo sacramento do
altar. São Francisco recomendava, incessante­
mente, em seus colóquios, instruções e cartas,
o respeito profundo que há de inspirar o alto
mistério da eucaristia; a atenção que se deve
ter ao assistir à missa e ao aproximar-se da
sagrada mesa para comungar. Da fé ardente
que tinha à santa eucaristia, nasceu-lhe o zelo
pelos templos, altares e outros objetos perten­
centes ao culto.
O próprio Santo tomava a si o cuidado da
limpeza de igrejas pobres de aldeias. Apesar do
grande amor à pobreza, sempre quis que o
sacrário e os vasos sagrados, que estão em
contacto com o santíssimo sacramento, fossem
de matéria preciosa. Quanto tempo passou São
Cap. II. Os terceiros na família 117

Francisco em adoração e prece diante do san­


tíssimo! Da mesma fé viva no sacramento ori­
ginava-se o respeito que tinha aos sacerdotes.
Sirva tudo isso de modelo aos terceiros.
5o A devoção ao sagrado Coração de Jesus.
Esta devoção, se não era conhecida sob esse
nome, era-o com certeza em sua essência pelo
“serafim da caridade”, que recebeu do Senhor
a chaga do Coração divino, e a quem o pró­
prio Salvador deu a Santa Margarida Alacoque
por padroeiro da devoção ao sagrado Coração
de Jesus.
■ 6o A devoção à santíssima Virgem Maria. São
Francisco tinha por Maria uma devoção ter-
níssima. Pôs as suas Ordens sob a proteção de
Maria, e depositava nela a maior confiança,
porque “foi ela quem tornou a divina Majesta­
de nosso irmão e por ela alcançamos miseri­
córdia”.
Considerem os terceiros a devoção a Maria
santíssima como um meio eficaz de salvação
e de progresso na virtude, e não descansem,
enquanto não alcançarem um entranhado amor
a Maria. Preparem-se por uma novena para as
suas principais festas, especialmente para a da
Imaculada Conceição. As orações marianas, tais
como: a Ave Maria, a Salve Rainha, o “Me-
morare” de São Bernardo, o rosário dos sete
gozos e o das sete dores de Maria, assim coma
o rosário comum sejam exercícios usuais dos
terceiros.
%
T A devoção a São José. Não é estranha a
nenhum terceiro, tanto mais que essa devoção
118 Explicagão da regra da O T

foi divulgada na cristandade pela Ordem se­


ráfica.
8o A devoção aos Santos Anjos e particular­
mente ao arcanjo São Miguel. Aliança indisso­
lúvel de espiritual amor unia São Francisco aos
coros dos anjos, como diz São Boaventura, por
causa do ardor que os consumia no conspecto
de Deus, e que se comunicava aos eleitos. Hon­
rava São Francisco, em particular, ao arcanjo
São Miguel, antes de cuja festa jejuava qua­
renta dias.
Não prova muito a favor da nossa piedade a
falta de compreensão que temos para a devo-
ção aos Santos Anjos. Isto denota falta de fé
no mundo invisível, falta de entendimento dos
invisíveis combates que nos movem os maus
anjos,, contra os quais muito necessitamos da
proteção dos anjos bons. A devoção a São Mi­
guel é muito apropriada aos nossos tempos.
Ele foi o chefe dos Santos Anjos no grande
combate contra o demônio e seus sequazes
(Ap 12, 7-8).
Essa peleja continua por todas as almas e
pela causa do reino de Deus. Tudo prova que,
mais do que nunca, andam soltos os maus es­
píritos a espalharem por toda parte o vene­
no do pecado, da impiedade e da queda no
coração humano. E nesses combates que, pa­
rece, hão de durar até que cheguem os últimos
combates da Igreja, os anjos com o seu chefe
São Miguel precisam vir em nosso auxílio. Leão
XIII, diversas vezes, se referiu a isso, como na
conhecida oração, ao terminar a santa missa.
9o Devoção aos Santos apóstolos e particular-
Cap. II. Os terceiros na família 119

mente aos principais, São Pedro e São Paulo.


Em sua honra jejuava São Francisco desde
pentecostes até ao dia de sua festa, 29 de
Junho.
O grande amor que os apóstolos tinham a
Jesus Cristo, sua dedicação à Igreja e zelo pe­
las almas, fazem-nos em todos os tempos
credores da veneração dos fiéis.
10° A devoção a São Francisco que, está sub­
entendido, todos os terceiros têm. Preparem-se
estes para a principal festividade, 4 de Outubro,
por uma novena, e para a solenidade da es-
tigmatização, 17 de Setembro, pelos cinco do­
mingos em honra às-cinco chagas; essas devo­
ções estão indulgenciadas.
11° A devoção a Santo Antônio, que se tor­
nou bem comum a toda a cristandade; os outros
Santos da Ordem devem também ser da devo­
ção dos terceiros.
Que princípios fundamentais devem ter os
terceiros nos exercícios de piedade e devoção?
Io Em todos os pios exercícios procurem, an­
tes de tudo, crescer no conhecimento e na gra­
ça de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo (2 Pd
3, 18).
2o Fiquem fiéis às devoções antigas, sólidas e
simples, e não busquem o que é novo, raro e
interessante.
3 °Os exercícios mentais devem ser preferi­
dos aos vocais, conquanto esses também não
se devam abandonar de todo.
4o Na prática dos exercícios cotidianos de
piedade, deve o terceiro conservar ordem e re-
120 Explicação da regra da O T

gularidade, de modo a não dar ocasião ao ca­


pricho.
5o Não deve acumular» devoções; antes pro­
cure aprofundá-las mais, a fim de auferir todo o
fruto e eficácia que nelas se encerram.
6o Cada um se examine nesse ponto, se­
gundo o aviso de São Paulo que a verdadeira
piedade é útil para tudo (1 Tm 4, 8).
Devem os terceiros fazer parte de outras as­
sociações religiosas?
As associações pias que têm por fim o vi­
ver cristãmente são supérfluas para o terceiro,
porque não lhe oferecem nada que já não te­
nha na Ordem em sumo grau; como, porém,
essas associações são principalmente de grande
utilidade para as paróquias, deve o terceiro, ze­
loso pela boa causa e no intuito de dar o bom
exemplo, tomar parte nelas e até promovê-las.
Basta que o terceiro se entregue às práticas
de piedade?
Não. A regra determina explicitamente todo
o bem, isto é: promover boas obras e empresas
pias. Isto faz parte do fim da O T, que é a
caridade ativa. De fato, a O T sempre se dis-
tinguiu neste ponto, e têm sido sempre os ter­
ceiros, até hoje, os mais fervorosos adeptos e
promotores das boas obras, como sejam con­
frarias de São Vicente, proteção às donzelas,
missões entre os infiéis, obras de caridade, etc.
Por toda parte, onde se torna urgente pro­
ceder a uma obra pia ou acudir às neces­
sidades dos homens, devem encontrar-se os ter­
ceiros nos primeiros lugares .
Cap. II. As virtudes caract. dos terceiros 121

E’ desejável que a fraternidade promova al­


guma empresa boa e a mantenha?
E’, em geral, muito útil que cada fraternidade
tenha um campo de ação da caridade cristã,
pois isto lhe empresta vida e aumenta-lhe o
bom nome.
Como deve o terceiro proceder de referência
à má imprensa?
Os maus escritos, jornais e livros, são uma
peste devastadora que espalha de modo in-
quietador a peçonha da impiedade e do vício.
A ação do terceiro em relação à má imprensa
há de ser decidida:
Io Sob nenhum pretexto devem ler tais es­
critos; proíbem-no a consciência, a Igreja e a
regra. A curiosidade, a vaidade e o respeito
humano jamais poderão justificar a infração
deste dever;
2o Na medida do possível, não devem os ter­
ceiros admitir tais escritos em suas casas, a fim
de não auxiliar a má imprensa e não dar a
outrem ocasião de pecar;
3o Devem evitar cuidadosamente que seus
subalternos leiam semelhantes escritos;
4o Devem contribuir para a abolição da má
imprensa por meio da propaganda de bons li­
vros e jornais.

As virtudes características dos terceiros


§ 9. Entre si e com os estranhos mante­
nham benévola caridade e, na medidade de suas
forças, façam por acabar com as discórdias.
122 Explicação da regra da O T

Que importância tem esta prescrição da re­


gra?
Esta prescrição representa o pináculo das
leis franciscanas- da santa regra, é o ápice
do edifício das virtudes seráficas.
As prescrições anteriores cavaram profundos
e possantes alicerces e construíram os muros;
• falta, porém, a terminação da obra. Aquelas
aplanaram e endireitaram as veredas, eram as
precursoras, enviadas e arautos, esta é a rainha
que vem tomar posse do palácio, em meio da
sua corte, assumir o governo universal e ilimi­
tado, o mais poderoso e irresistível, o divino
domínio da caridade e paz. Tudo o mais ten­
de para esse escopo: o desprezo do mundo, de
seus bens e alegrias, o espírito de pobreza e
mortificação, a humildade, o desapego, a pie­
dade e o espírito de oração não significariam
coisa alguma, se não fossem precursores da
caridade a que servem de esteio, ao mesmo
tempo que a auxiliam no exercício do seu do­
mínio. A caridade é o apogeu da vida espiri­
tual.
Por isso, este parágrafo da regra é o ponto
dourado; é que extrai da mina o ouro, depois
de as antecedentes prescrições o terem cavado
profundamente. E’ este parágrafo o cume dos
outros que representam as estradas que para
o cimo convergem. E’ o trono de que os ou­
tros são degraus. E’ o compêndio, o todo, o
suco de toda a lei seráfica. “A plenitude da lei
é a caridade” (Rom 13, 10).
Cap. II. As virtudes caract. dos terceiros 123

Por que devem os terceiros primar na cari­


dade?
Io Porque a caridade é o distintivo do ver­
dadeiro terceiro. O Senhor deu a seus discípu­
los por característico a caridade, dizendo: "Por
isso sereis conhecidos como discípulos meus:
pela caridade que tiverdes uns aos outros” (Jo
13, 35); assim também os terceiros, que outra
coisa não devem ser senão discípulos e imita­
dores de Jesus.
O verdadeiro terceiro não se faz conhecer
pelo escapulário, nem pelo cordão, nem pelo
assistir às reuniões e absolvições gerais, mas
pelo modo de exercer a caridade com o pró­
ximo.'
O preceito do amor era o que o Senhor tinha
mais a peito; como lei nova e sua por exce­
lência, recomendou-a por diversas vezes aos
discípulos.
2o Porque a caridade é o vínculo da per­
feição, para a qual deve o terceiro tender. E’ o
amor de Deus, amor que se manifesta no amor
do próximo e reluz em todas as provas de be­
nevolente caridade. Nessa dupla virtude da ca­
ridade se encerram todas as demais virtudes;
é ela que as faz nascer, que as transfigura e
conserva. Somente quando já se possui a ca­
ridade é que se pode buscar outras virtudes,
só então é que se pode executá-las. Sem a ca­
ridade perecem todas as outras; ela é o liame
que as enfeixa, a alma que as vivifica e as
torna fortes. “Como escolhidos de Deus, san­
tos e amados, revesti-vos de entranhas de mi­
sericórdia, de benignidade, de modéstia, de hu-
124 Explicação da regra da O T

mildade, de paciência, suportando-vos uns aos


outros e perdoando-vos míituamente... assim
como o Senhor vos perdoou, assim também
o fazei. Mas, além de tudo isto, revesti-vos de
caridade que é o vínculo da perfeição” (Col
3, 12-14).
E se São Paulo, na sua primeira epístola aos
coríntios (13, 1-8), anuncia solenemente que
de nada valem as virtudes sem o amor de Deus,
também acrescenta que o amor de Deus a que
se refere é o que se manifesta pela paciência,
bondade, benevolência, desinteresse e altruísmo.
Se, portanto, o terceiro tomar a sério a obra
do próprio aperfeiçoamento, deve procurar ad­
quirir a verdadeira caridade e praticá-la.
3o Porque a caridade desinteressada e bene­
volente é o meio indispensável e infalível para
se trabalhar em prol do próximo.
A missão da O T de salvar a sociedade
apoia-se essencialmente na caridade. Um terrí­
vel egoísmo, com suas excrescências deletérias,
infesta a humanidade, cava-lhe um abismo aos
pés, e arrasta-a para a incredulidade: o amor
é o único caminho simples, mas seguro, de unir
os homens, reconciliá-los e reconduzi-los à re­
ligião, à virtude e a Cristo. Esta é a chave do
enigma da participação do terceiro na renova­
ção íntima da humanidade, não pelas provas
da razão, mas pelas obras da caridade.
Como Jesus Cristo, assim os apóstolos e pri­
meiros missionários dirigiram-se primeiro aos
mais pobres, abandonados e infelizes, e con­
quistaram-lhes o coração para Jesus e para a
Igreja. Do mesmo modo, os infelizes dos nossos
Cap. II. As virtudes caract. dos terceiros 123

tempos hão de conhecer a Cristo e amá-lo, e os


terceiros o devem bem compreender sob pena
de não preencherem o seu fim e de perderem
o seu destino.
Que prescreve o nono parágrafo aos ter­
ceiros?
Duas coisas:
Io Amor e benevolência com todos;
2o Sempre que possível for, promover a re­
conciliação e a união entre os homens.
Por que motivo exige a regra expressamente
não só caridade, mas caridade benevolente?
Porque não basta ao terceiro que evite fal­
tas graves ou leves contra a caridade, como o
ódio, a irreconciliação, a calúnia, o ferir al­
guém na honra, a malevolência, a detração e
o desejar mal, etc.; nem tão pouco basta não
fazer mal ao próximo, nem também deixar de
preocupar-se com ele‘ e dar-se por satisfeito
apenas dirigindo-lhe boas palavras e amabili-
dades; nem ainda que tenha apenas afeição na­
tural ou simpatia pelo próximo; cumpre, ao
contrário, que lhe vote aquele amor sobrena­
tural e santo, aquela benevolência e bondade
do coração que são frutos do Espírito Santo:
“caridade, alegria, paz, paciência, benignidade,
bondade, longanimidade e mansidão” (Gál 5,
22-23).
De que modo se pratica a caridade benevo­
lente?
Io Quando o procedimento interior e exterior,
em relação ao próximo, está por tal modo im-
Manual da O T — 9
126 Explicação da regra da O T

pregnado de caridade, que a pessoa a cada um


estima comò filho do mesmo Pai celestial, como
o objeto da complacência divina, remido pelo
sangue de Cristo, e herdeiro do céu; pois, à
luz da fé, parece ofensa ao Criador cada ato
de- desdém ou menosprezo feito ao próximo;
2o Quando se suportam as faltas e fraquezas
do próximo. “Carregai os fardos uns dos ou­
tros, e assim cumprireis a lei de Cristo (da ca­
ridade)” (Gál 6, 2). —■ A paciência e a mansi­
dão no siiportar são a pedra de toque da ver­
dadeira caridade. “Toda a aspereza e cólera
e arrebatamento e vociferação e blasfêmia se­
jam banidas dentre vós, com toda a maldade”
(Ef 4, 31);
. 3o Quândo se quer bem ao próximo, e se
tem para com ele boa vontade, e se toma par­
te e interesse em seus negócios, “alegrando-
se com os que estão alegres e chorando com
os que choram”, porque a indiferença, a frie­
za e a má vontade denotam aridez e secura de
coração;
4o Quando se faz ao próximo todo o bem
conforme as forças de cada um, segundo a
palavra de Cristo: “Fazei aos outros o que qui­
serdes que vos façam” (Mt 7, 12).
E’ esta uma regra de caridade para com o
próximo, segundo a qual jamais se atinge o
termo da caridade ativa. “Não amemos com
palavras e de língua tão somente, mas de ação
e de verdade” (1 Jo 3, 18). Isto se refere
particularmente aos pobres, doentes e aflitos,
a quem devemos todas as provas de amor,
como se fossem Cristo: “O que fizeres ao me-
Cap. II. As virtudes caract. dos terceiros 127

nor dos meus irmãos,'a mim o fizeste”. (Mt


25, 40). Aí começa o domínio de todas as
obras de misericórdia, espirituais e corporais.
Onde aprende o terceiro esta caridade?
Io Na escola da O T, isto é, na observância
da regra que conduz à caridade desinteressada.
A singeleza de vida, a sobriedade, a penitên­
cia e mortificação são os. precedentes, o ca­
minho aplanado para a caridade benévola. A
sede de possuir, de brilhar, de gozar, torna o
homem necessariamente egoísta e frio; o cora­
ção, porém, que não estiver comprimido pelas
coisas terrenas, tornar-se-á largo e grande;
2o Na imitação de S. Francisco e dos Santos
da Ordem. Quem não conhece a caridade devo­
tada do seráfico pai pelos leprosos, pelos po­
bres e mais miseráveis? Herdaram a sua‘ pre^
dileção pelos desgraçados os seus filhos: essa
preferência brilha admiràvelmente fios Santos
da Ordem. Sta. Isabel de Turíngia, Sta. Isabel
de Portugal, S. Roque, S. Vicente de Paulo
e muitos outros foram verdadeiramente heróis
da caridade;
3o Na escola do Crucificado à qual Francis­
co, ornado com as cinco chagas, coriduz os
seus filhos. “Como tinha amado os seus, amou-
os até ao fim” (Jo 13, 1). No amor do Salva­
dor que se dedicou até à extrema pobreza, a
' humilhação da morte, encontra a lídima cari-»
dade sua nascente e seu foco e, aó mes­
mo tempo, o alvo a que deve atingir.


128 Explicarão da regra da O T

Além destas, qual è ainda a obra de caridade


que a regra impõe aos terceiros?
O alto e santo exercício de intermediário da
paz. “Sempre que puderem, façam desaparecer
as desavenças”.
Que devem os terceiros evitar, a fim de
nao perturbarem a paz?
Três faltas há que são inimigas da união:
Io A obstinação e a teimosia, causa principal
de muitas questões e rompimentos;
2o A tagarelice e falta de reflexão no fa­
lar. “Muitos são irrefletidos no falar” (Prov 13,
3). Uma única palavra leviana pode, segundo
as circunstâncias, causar muitos males aos ho­
mens. Mais ainda prejudicam a paz as críticas
e juízos malévolos e odientos;
3o O excesso de sensibiliade ou a irritabili­
dade. Com os que se irritam por causa de uma
palha, de um passo pesado ou de outra ninha­
ria, difícil é viver-se em paz. “Tende paz.com
todos, se for possível” (Rom 12, 18).
Basta que os terceiros evitem as contendas?
Não basta; a regra exige mais: quanto pos­
sível devem os terceiros apaziguar desavenças.
Devem ser, por toda parte, os intermediários,
os anjos da paz. Alta missão esta que pressu­
põe grande constância na virtude. E' a obra
dos anjos, o ofício de Jesus Cristo que é “o
príncipe da paz” (Is 9, 6).
Cap. IX. As virtudes caract. dos terceiros 129

Como podem os terceiros contribuir para a


reconciliação dos desunidos?
A reconciliação dos desavindos, o apazigua-’
mento de desuniões, o ser medianeiro da paz
é em geral obra muito difícil, e nem todos
têm aptidões para isso.
Io Quando o terceiro encontrar rompimentos
e inimizades, deve sentir, do íntimo d’alma, o
desejo de promover a reconciliação, e refletirá
sobre quando e de que modo poderá contribuir
para esse fim;
2o Sempre lhe será permitido externar este
desejo em preces ardentes, para que Deus in­
cline os corações e prepare o meio apropriado
para a reconciliação. “Faça-se a paz pela tua
força” (SI 121);
3o Se, porém, do desejo e da oração tiver o
terceiro que passar à ação, há de empregar
muita prudência, cautela, afeição e virtude, por­
que, senão, o segundo estado será pior que
o primeiro;
4o Conforme prescrição da antiga regra, as
desavenças e rompimentos entre terceiros de­
viam ser apaziguados pelos superiores; se estes
não o conseguissem, o litígio seria apresentado
ao bispo. Isso correspondia à organização de
S. Paulo, que censura os coríntios que levaram
as suas questões aos tribunais pagãos em
vez de dar a causa a algum dos seus irmãos
na fé que pudesse decidir do direito entre
eles (1 Cor 6, 1-8);
5o E’ do espírito desta prescrição que os ter­
ceiros se alistem em “conferências de paz” co­
mo existem em muitas paróquias e municípios.
130 Explicação da regra da O T

. Por que devem os terceiros contribuir em


toda parte para a conservação e restauração
da paz?
.1° Porque a paz é um bem precioso acima de
todos, é o belo fruto da Ordem reinante da ca­
ridade divina e humana. Com a paz todo o
bem perdura, sem ela tudo se destrói;
2o Porque é um presente do céu que Jesus
Cristo mesmo nos trouxe, e a sua religião é
uma religião de paz. Daí a saudação usada
pelo Senhor e pelos apóstolos: “A paz seja
convosco!” Era esta a palavra preferida pelos
primeiros cristãos;
; 3o Porque também S. Francisco era um após­
tolo da paz e, segundo o evangelho, ordenou
aos seus discípulos que se saudassem nestes
termos: “O Senhor vos conceda a paz!” e que,
ao entrarem numa casa, dissessem: “A paz seja
nesta casa!”
Assim como muitos outros' Santos da sua Or­
dem, S. Francisco salientou-se como medianei­
ro da concórdia; dos outros nomeiam-se parti­
cularmente Sto. Antônio e Sta. Isabel de Por­
tugal, que mereceram o cognome de “anjos
da paz”.
“Portanto, procuremos o que serve à paz e
observemos, uns para com os outros, o que
contribui para a edicifação” (Rom 14, 9).

Pontos importantes relativos à conduta exterior


§ 10. Não jurem fora dos casos de neces­
sidade. Evitem palavras indecorosas e grace­
jos levianos. À noite, examinem-se se faltaram
Cap. II. A conduta exterior 131

nestes pontos, e, se encontrarem culpa, façam


por ela uma penitência.
Que significa esta prescrição que parece es­
tranha?
As prescrições que vamos seguindo, até aqui
têm apontado o caminho da completa perfeição
interior até ao ponto culminante que é a sobe­
rana caridade para com Deus e com o próximo.
Não deve tão pouco ficar descurado um ponto
importante: que a santificação da vida é uma
questão íntima, a qual melhor se obtém na
quietude e solidão. A vida, porém, obriga cada
qual a estar em contacto com os outros, nas re­
lações forçadas da sociedade e dos negócios.
Muita cautela e prudência são, pois, necessá­
rias para que a vida desenfreada dos filhos do
século não contamine a conduta e proceder dos
terceiros.
Além disso, cumpre que o bom espírito des­
tes seja conhecido nas relações com outrem.
Por esta razão determina a regra que o conví­
vio dos terceiros seja repassado de temor de
Deus, de retidão e seriedade de costumes.
De que modo ensina S. Francisco a seus fi­
lhos o temor de Deus?
S. Francisco era dotado de profundo temor
de Deus, a ponto de se sentir cheio de santo
respeito e amor só ao ouvir pronunciar o nome
de Deus; não podia admitir que o santíssimo
nome do Senhor e a palavra divina escrita
estivessem em lugares impróprios, onde pudes­
sem ser menosprezados ou desrespeitados. Or-
132 Explicação da regra da O T

denou, pois, que os tais escritos fossem reuni­


dos e guardados em lugar decente (Testamen-
do de S. Francisco), e quer que os filhos es­
pirituais estejam sempre penetrados do santo
temor, e que na conversação lhes transpire o
espírito de respeito filial para Deus.
Por isso é que no décimo parágrafo proíbe o
Santo toda a espécie de profanação do nome
divino:
Io Por juramentos inúteis. O juramento é
um ato solene, religioso, que só pode ser admi­
tido nos casos sérios e importantes, jamais,
porém, em coisas particulares, e só em atos pú-
plicos, ante a justiça civil ou religiosa. Quem
jura em vão comete algo de sacrílego, pois
toma a Majestade divina por testemunha de
contendas de somenos importância, correndo o
risco de invocar a Deus, para confirmar pala­
vras duvidosas, exageradas, irrefletidas ou de
qualquer modo culpáveis. “Não deveis jurar
absolutamente” (Mt 5, 34);
2o Por afirmativas em forma de juramento,
hábito leviano de muitas pessoas, mas que
deve ser desconhecido do terceiro. Pessoas há
que quase não pronunciam palavra sem que
a fortifiquem com afirmativas “por Deus”,
“tão certo como existe Deus”, “por minha
honra ou salvação”, e outras semelhantes.
Há ainda o costume de se dizer levianamente
o nome de Deus; mesmo entre bons cristãos
isto é frequente. Saiba-se, porém, que mau é o
hábito de se pronunciar, com leviandade, a
cada momento, o nome de Deus, pois é falta
de respeito, é mau sinal, porque revela um co-
Cap. II. A conduta exterior 133

ração sem temor de Deus. “Não tenhas sem­


pre na boca o nome do Senhor, nem metas, a
toda a hora, nomes de santos em teus discur­
sos, porque assim não ficarás sem pecado" (Ecli
23, 10). Coisa bem diferente é o uso devoto
e comedido das expressões “graças a Deus!"
“se Deus quiser”, uso que o apóstolo Tiago
preconiza expressamente, dizendo: “Quem és
tu que julgas o próximo? E agora vós que di­
zeis: Hoje ou amanhã iremos àquela cidade e
lá passaremos de certo um ano, e negociare­
mos, e havemos de ganhar muito; vós que não
sabeis o que sucederá amanhã. Pois, que é a
vossa vida? E’ um vapor que aparece por um
pouco, e depois se desvanecerá. Em vez de tal,
deverieis dizer: Se o Senhor quiser, e: Se vi­
vermos, faremos isto ou aquilo” (Tgo 4, 13-15).
“Quão grande é aquele que encontrou a sabe­
doria e a ciência! Mas, não ultrapassa ao que
teme ao Senhor, porque o temor de Deus está
acima de tudo. Bem-aventurado o homem a
quem é dado temer a Deus! Aquele que encon­
trou o temor a quem pode ser comparado?
(Ecli 25, 13-14).
De que modo é ordenada nessa prescrição a
retidão de caráter?
A retidão, a franqueza, a sinceridade no falar
e na conduta são virtudes do evangelho, que o
Senhor ensinou naquele trecho de que extraiu S.
Francisco a sua prescrição. No sermão da mon­
tanha disse o Senhor: “Não jureis nem pelo
céu, nem pela terra/ nem por Jerusalém. Seja
o vosso discurso: sim, sim; não, não! Tudo o
134 Explicação da regra da O T

que passa disto vem do mal” (Mt 5, 34-37).


Não se deve jurar, não somente por ser o ju­
ramento leviano uma falta de respeito a Deus,
como também porque é supérfluo afirmar com
juramento para quem tem o hábito de falar ver­
dade e cuja retidão-e sinceridade são conheci­
das: a simples palavra sua merece todo o cré­
dito. Juras levianas, no entanto, não fortificam
a verdade, antes são motivos para se descon­
fiar da pessoa que as usa.
O legislador seráfico, na sua prescrição, quis,
portanto, dizer: Os terceiros não devem jurar
em vão, nem fazer desnecessárias afirmações,
porque têm que ser tão retos de caráter, tão
sinceros no procedimento e de tão experi­
mentada confiança, que todos podem fiar-se
em sua palavra.
Por que devem os terceiros possuir essas
qualidades?
Io Porque a mentira e a falsidade procedem
do demônio, "pai da mentira” (Jo 8, 44), que,
por meio delas, perverteu a humanidade e a
fez cair, empregando até hoje a mentira como
principal arma para seus planos inimigos;
2o Porque a mentira e a falsidade, mais que
todas as outras coisas, pervertem o caráter das
criaturas, afugentam o espírito de Deus que é
o espírito da verdade, e não deixam lugar à
verdadeira virtude;
3o Porque a mentira e a falsidade subvertem
os esteios da vida social — fé, fidelidade e con­
fiança — e, mais que tudo, desonram a reli­
gião e a piedade;
Cap.- II. A conduta exterior 135

4o A mentira assinala os filhos do demônio,


como a lealdade e a sinceridade são os dis­
tintivos dos filhos da luz (Mt 10, 16; 1 Ts 5, 5),
isto é, dos filhos de Deus. Estes são em tudo
francos e sinceros com Deus, com o próximo e
consigo. Por isso é que a sagrada escritura ca­
racteriza o homem santo com as palavras:
“simples, justo e temente a Deus" (Job I, 1).
Qual o terceiro ponto que deve ser obser­
vado nas relações com o próximo?
E' a seriedade moral e cristã que há de trans­
parecer em todas as palavras e ações, no con­
vívio social. Daí a regra que proíbe (se­
gundo a epístola aos Ef 5, 4), expressamente,
duas coisas:
Io Discursos levianos (dissolutos, desregra­
dos), isto é, não somente palavras imorais, pe­
caminosas, mas ainda as conversas livres que
ofendem o decoro e os bons costumes, pala­
vras que encobrem ambiguidades e alusões,
que revelam costumes fáceis e leviandades, e
não tratam, com a devida seriedade, a virtude
da pureza e castidade. Infelizmente, essas con­
versas são correntes no trato social, e são, com
razão, severamente proibidas aos terceiros, pois
embotâm o sentimento delicado da pureza e,
pouco a pouco, fazem calar o pudor que é in­
dispensável para a salvaguarda da mais bela
virtude.
A lembrança da presença do Senhor e o res­
peito que devemos ao próximo como a imagem
dê Deus, assim como o perigo do escândalo,
não permitem que se facilite neste ponto.
136 Explicação da regra da O T

2o Gracejos impróprios, isto é, graças levia­


nas e chocarrices, são proibidas ao terceiro, não
só se tratando de coisas imorais e dissolutas,
como também de toda e qualquer palavra in­
sensata e tagarelices inúteis, porque vão de en­
contro à seriedade cristã, da qual deve estar
impregnada a vida de todo membro da Or­
dem que tende à perfeição. Com isto não fi­
cam, de modo algum, vedadas ao terceiro uma
alegria inocente e ademanes joviais. Como le­
gitimo filho de S. Francisco não é o terceiro
uma ave agoureira, não precisa ser carrancudo
e azedo como vinagre; entre a alegria do co­
ração e o regozijo dissoluto há enorme di­
ferença. Aquela procede de Deus, é o fruto da
piedade filial, ao passo que este provém do
espírito mundano e abafa até matar os sen­
timentos piedosos.
Dá a regra grande valor aos três pontos que
se referem ao convívio com a sociedade?
Tão grande é a importância que lhes dá a
regra que a estas três instruções para o conví­
vio com os homens dá como remate uma du­
pla prescrição, a saber:
Io Ao fazer, todas as noites, o exame de
consciência, como já foi prescrito no § 8,
entre os exercícios de piedade, devem os
terceiros examinar se de algum modo fal­
taram num desses três pontos, irrefletidamen-
te, isto é, com precipitação e sem considerar;
pois, com propósito deliberado nem é de crer
que possa haver tais faltas num terceiro;
2o Havendo falta nesse ponto, deve o tercei-
Cap. II. A conduta exterior 137

ro, no exame de consciência, repará-la por meio


de alguma penitência. Segundo a regra antiga,
tinham os terceiros obrigação de rezar três Pa­
dre nossos por uma dessas faltas; na atual,
consiste a reparação num ato de contrição e
alguma oração ou ato de penitência voluntária.
Mediante o cuidado cotidiano de evitar fal­
tas de língua, e a reparação imediata, se hou­
ver, ficará o terceiro livre de pecados graves
por palavras, e experimentará o grande lucro
espiritual, que traz consigo o saber refrear a
língua. “Aquele que não peca por palavras, é
perfeito” (Tgo 3, 2).
Os terceiros reunidos no santo sacrifício da
missa e nas reuniões mensais
§ 11. Os que cômodamente podem, ouçam
missa todos os dias. Compareçam às reuniões
mensais previamente anunciadas pelo irmão
ministro.
Que prescrições impõe este parágrafo? .
Duas, na aparência inteiramente desligadas:
Io Assistir diariamente à missa, quando pos­
sível e sem dificuldades;
2o Tomar parte na reunião mensal da Ordem.
Por que foram reunidas as duas prescrições?
Desse parágrafo em diante não se refere a
regra tanto a cada terceiro de per si, mas a
toda a corporação, à fraternidade, onde deve
assistir e ser praticada a união, a homogenei­
dade, o amor mútuo, a comunhão de interesses
espirituais.
138 Explicação da regra da O T

Os elementos principais ou meios de unir


uma corporação religiosa são justamente estes
dois: o santo sacrifício e a reunião mensal. O
santo sacrifício da missa é o elo de graças,
místico-sacramental, pelo qual Jesus Cristo une
os corações dos terceiros no esforço pelo mes­
mo fim, e no sentimento fraternal, por estra­
nhos que sejam uns aos outros na sociedade.
Essa união interior no espírito encontra sua ex­
pressão exterior na reunião mensal que é o elo
oficial e social, o elemento unitivo e disciplinar
da fraternidade. Deste modo torna-se a frater­
nidade dos terceiros semelhante à comunidade
conventual, com a sua missa em comum e a
reunião do capítulo.
O sacrifício, da-missa e a reunião são, para
todas as corporações religiosas, as duas nascen­
tes, onde vão haurir o santo espírito de comu­
nidade.
Por que motivo deve o terceiro assistir à
missa todos os dias?
Deve ouvir missa diariamente quando possí­
vel :
Io Porque, como cristão esclarecido, sabe
estimar o valor do santo sacrifício;
2o Porque quer santificar o trabalho do dia.
A missa deve formar as primícias do dia.
Agradará este ato nimiamente a Deus tanto
mais que a ele está ligado o levantar cedo
como primeira mortificação do dia;
3o Porque tem intenção de não ouvir somen­
te a missa, mas de tomar também parte na
sagrada comunhão;
Cap. II. A .s. missa e reuniões mensais 139

4o Porque sabe.que nenhum outro tempo é


tão próprio para tratar.com Deus das coisas
da alma, como.o tempo do santo sacrifício. Ali
é o próprio Cristo nosso pontífice, quem apre­
senta a Deus Pai as nossas adorações, agrade­
cimentos e pedidos, e quem se constitui víti­
ma de propiciação pelos nossos pecados e fra­
quezas. E’ no santo sacrifício que os nossos
pedidos encontram despacho mais seguro;
5o Porque espera que a missa cotidiana lhe
obterá a graça da perseverança, e que, na
hora da morte, lhe há de proporcionar celestial
conforto, como o Salvador manifestou a santa
Mectildes, que tantos santos a haviam de as­
sistir na hora da morte, quantas missas tivesse
ouvido.
Devem os terceiros frequentar as reuniões
mensais?
Sim, é um dos principais deveres dos tercei­
ros, que deve ser observado por todos:
Io A prescrição da regra dá a essa lei um
estilo singelo: “devem estar presentes” — sem
acréscimo, sem limitar nem explicar. Se dis­
sesse, por exemplo: “devem frequentar assi­
duamente as reuniões”, seria diminuição da lei,
pois pareceria que a regra deixava a frequência
ao maior ou menor zelo dos terceiros;
2o 0 rigor da lei transparece na oposição da
fórmula da prescrição de ouvir missa diaria­
mente ;
3o A importância da prescrição fala também
a favor de sua rigorosa imposição. A assistên­
cia regular às reuniões da Ordem é um dos meios
140 Explicação da regra da O T

mais necessários de conservar ativo o espírito


da Ordem, o que se não pode dizer, da mesma
forma, quanto à frequência diária da missa;
4o A fraternidade em que reinam vida e dis­
ciplina, exigirá, portanto, conscienciosa obser­
vância desse preceito, e tomará conta de cada
falta dos membros.
Por que se toma tão importante a assistên­
cia às reuniões da Ordem?
Io Indispensável é para o bom desenvolvi­
mento de uma sociedade que os membros te­
nham reuniões regularizadas, nas quais se trate
dos interesses da mesma.
2o Como sinal e expressão da união dos ter­
ceiros, na comunhão de espírito e de amor. Os
terceiros têm os mesmos intuitos, o mesmo es­
copo, formam uma grande família, são irmãos
em Cristo e em S. Francisco; essa comunhão
íntima deve, pois, exteriorizar-se, de tempos a
tempos, o que se dá no convívio das reuniões
mensais;
3o Para a formação do espírito da Ordem.
Numa associação religiosa tudo depende do es­
pírito que a anima, visto que nenhum interesse
material a mantém. Esse bom espírito é des­
pertado, nutrido e cuidado nas reuniões men­
sais;
4o Para a manutenção da disciplina. A re­
união mensal, juntamente com a visita, de que
falaremos ainda, é o principal meio de se exer­
cer a indispensável disciplina da Ordem, pois
juntam-se os terceiros ante os superiores da
mesma;
Cap. II. A s. missa e reuniões mensais 141-

5o A experiência demonstra que o terceiro


perde o espírito da Ordem, quando deixa de
assistir às reuniões durante alguns meses. Tor­
na-se indiferente, não se preocupa com os in­
teresses da Ordem, nem com as prescrições da
regra. A fraternidade,. que conta em seu seio
muitos membros que não assistem às reuniões
senão rara e irregularmente, terá existência
precária.
Com que espírito se deve frequentar as
reuniões mensais?
O filho de S. Francisco alegra-se em santos
desejos por essas reuniões. O dia da reunião é
dia da Ordem e de festa; os outros são dias
mundanos, comuns e de vida trivial. No dia da
reunião, porém, sente-se o terceiro de novo
membro da Ordem, recorda-se do seu estado e
de seus elevados e santos deveres. Desperta-
se-lhe a consciência, lembra-se de sua profissão;
— a vida cotidiana, as ocupações habituais
entorpecem o sentimento do terceiro, mas o dia
da Ordem o acorda e afervora. Em toda parte
onde reina ainda o bom espírito da Ordem,
há de se perceber esse júbilo espiritual.
2o Deve o terceiro preparar-se de modo con­
digno para as reuniões mensais, pela recepção
dos santos sacramentos. Assim o quer a Igreja
que concedeu às reuniões mensais uma indul­
gência plenária. E’ digna de nota a bela e santa
idéia que se manifesta nessa concessão: os ter­
ceiros vão reunir-se; mas, como? Não como se
junta o povo a qualquer acontecimento ou em­
presa, não como nas reuniões profanas, em que
Manual da O T — 10
142 Explicação da regra da O T

haverá, talvez, algo de interessante para se ver


ou ouvir, nem mesmo como as outras reuniões
religiosas, aos ofícios divinos ou ao sermão.
Não, a reunião dos terceiros deve ter algo de
particularmente santo. Devem reunir-se como
membros da Ordem, isto é, não somente como
filhos de Deus, mas como pessoas consagradas
que não têm unicamente a vida da graça, mas
ainda estão compenetrados de amor e de zelo
por Deus, cheios de desejos de virtude, ambi­
ciosos de praticar grandes coisas para Deus e
pelas almas. Por isso, antes de se reunirem,
devem purificar as almas no sangue de Jesus e
aquecer os corações na mesa eucarística.
Desse modo tornam-se os terceiros um reba­
nho de filhos de Deus, cheios de boa vontade,
filialmente dedicados ao Salvador e à sua Mãe.
S. Francisco pode apresentá-los ao Senhor, e
este os reconhecerá por seus.
3o Dóceis discípulos de S. Francisco, vão os
terceiros às reuniões da Ordem como a uma
escola seráfica, onde, cada vez mais, penetra­
rão no espírito da mesma Ordem, onde ouvirão
falar dos exemplos do santo pai e de seus bem-
aventurados filhos — os santos.
Ali ser-lhes-ão lembradas as prescrições da
regra e a sua aplicação, sendo aconselhados a
não a transgredir. Ali crescerá neles a compre­
ensão das coisas santas e celestes; ali erguer-
se-á, com novo vigor, o zelo da honra de Deus
e da salvação das almas. Ouvirão falar de coi­
sas que interessam à Ordem. Tomam parte nas
cerimônias de vestição e profissão, alegram-se
Cap. II. A a. missa e reuniões mensais 143

com o aumento da família de S. Francisco. Ali


receberão as disposições e mandados dos su­
periores. Tudo isso deve interessar ao terceiro,
toca-lhe de perto; há de conhecer, portanto, es­
sas coisas, por elas regular o seu procedimento
e mostrar-se membro zeloso, obediente e dócil
da fraternidade.
4o Os terceiros se reúnem mensalmente para
a oração em comum que é rezada em união in­
terna com todos os outros terceiros. Rezam-se
orações, curtas, porém, belas, do cerimonial, vê-
se passar ante os olhos a longa coorte de san­
tos ao recitar-se a ladainha da Ordem, con­
gratulam-se os terceiros com eles e pedem-lhes
a proteção. Em cânticos sagrados, se bem que
singelos, jorra o entusiasmo interior, que forti­
fica a todos no amor das coisas santas. “Advir­
to-te que revivesças a graça que está em ti”
(2 Tim 1, 6). Vivificando-o, com o coração a
transbordar de júbilo e de santas resoluções, sai
o terceiro da reunião, cumulado ainda com
as indulgências.
Deve a reunião mensal ser pública e fran­
queada a todos?
Sendo a reunião mensal puramente de in­
teresse interno da família da Ordem, convém
que só os membros dessa família tenham di­
reito de nela tomar parte, pelo que o diretor
conservará esse caráter particular das reuniões,
excluindo os estranhos. Os membros da fra­
ternidade podem exigir que as coisas que só
a eles dizem respeito, não sejam tratadas ante
os estranhos. Ao superior não é vedado, Gem
10*
144 Explicação da regra da O T

dúvida, permitir alguma entrada excepcional ou


fazer particular convite, mas somente em ca­
sos restritos.
Infelizmente há quem não queira compreen­
der esta medida. O rebaixamento da O T em
certos lugares talvez fosse ocasionado pelo fato
de a reunião mensal ter perdido o caráter íntimo
e de família, e de se ter transformado em sim­
ples devoção, acessível a todos.

Caixa da Ordem
§ 12. Formem, cada um segundo as suas pos­
ses, algum pecúlio comum para socorrer os
irmãos necessitados, particularmente aos enfer­
mos, ou para prover ao decoro do culto divino.
Que prescreve a regra neste parágrafo?
Que cada membro contribua para a caixa
comum da Ordem com os seguintes fins:
Io Os terceiros pobres, em caso de necessi­
dade, serão socorridos com esse dinheiro. Não
é, por certo, a O T uma associação de benefi­
cência, e por esse motivo não serão admitidos
os mendigos que se não possam manter com
seus recursos; mas, quando, depois da entrada
na Ordem, venha um terceiro a padecer neces­
sidade, pede o espírito de caridade que seja
socorrido com boa vontade .“Amai-vos uns aos
outros com amor fraterno” (Rom 12, 10).
2o Da mesma caixa serão socorridos os mem­
bros doentes, quando pobres. Estes têm jus ao
àmor da fraternidade.
Cap. IX. Caixa da ordem 145

3o A caixa comum deve cobrir as despesas


do culto, relativas à fraternidade; *\
4o Enfim, com as contribuições-dos membros
se devem cobrir outras despesas que neces-
sàriamente ocorrem. . * ....
, • * «/
E’ essa prescrição de importância?
Certamente:
1o Porque a caridade benevolente, recomen­
dada aos terceiros no parágrafo 9, deve, an­
tes de tudo, mostrar-se ativa em relação aos
irmãos e irmãs da mesma fraternidade.. Os pri­
meiros cristãos em Jerusalém tinham tudo em
comum. "Não havia nenhum pobre entre eles,
porque todo aquele que possuía campos e ca­
sas, vendia-os e trazia o preço da venda, de-
positando-o aos pés dos apóstolos; e era re­
partido entre todos, conforme a necessidade de
cada um" (At 4, 34-35).
Este comunismo primitivo que a caridade
cristã inventou, e que ainda perdura nos con­
ventos, deve encontrar, na fraternidade, franca
imitação com ilimitada generosidade, assim co­
mo também o cristianismo primitivo deve re­
viver, quanto possível, na O T.
2o Em todas as reuniões e associações profa­
nas ou religiosas há contribuição pecuniária,
sem a qual não haverá direção proveitosa. Daí
se infere a necessidade de exigir dos terceiros
que contribuam para cobrir as necessárias des-
. pesas da administração. Prestar-se à contribui­
ção é dever do terceiro, como o são as demais
prescrições da regra.
146 Explicação da regra da O T

O exercício da direção de uma fraternidade


requer muita coisa, para que nela pulse sempre
vida vigorosa. Assim, por exemplo, é de gran­
de importância a distribuição de revistas da Or­
dem, onde houver, como também de outros im­
pressos que serão grátis em atenção aos que
não têm recursos.
Quanto deve dar cada terceiro?
. A regra primitiva mandava que cada terceiro
desse um “denário”, isto é, que contribuísse
com algum dinheiro de certo valor. A regra
atual prescreve a cada terceiro contribuir con­
forme as suas posses. Não depende, pois, só e
exclusivamente da vontade da pessoa entrar
com maior ou menor quantia, antes a contri­
buição deve ser regulada pelos haveres de cada
um. Este ponto não tem sido bastante cuidado.
De que modo se deve fazer a contribuição?
A regra nada determina a respeito; entrega
à diretoria a organização desse ponto. Muito
recomendável é que seja determinada uma quo­
ta mínima anual, que, de modo apropriado, pelo
tesoureiro ou por preposto, deve ser arrecada­
da a todos que não forem dispensados pela po­
breza. Esta mínima quota será para todos igual,
mas deixa-se a cada um a determinação do
que pode dar nas reuniões mensais, confor­
me os haveres de que dispõe.
Cap. II. Cuidado aos doentes 147

Cuidado aos doentes


§ 13. Os ministros vão ou mandem pres­
tar aos enfermos os ofícios da caridade. E,
sendo perigosa a doença, avisem e persuadam
o enfermo a ajustar, a tempo, as contas
de sua alma.
Por que motivo acentua a regra essa obra
de misericórdia da visita aos doentes?
Io Justamente por ser a visita aos enfermos,
feita com boa intenção, uma excelente obra de
misericórdia, assim classificada pelo próprio
Salvador: "Eu estava enfermo e me visitastes"
(Mt 25, 36); .
2o Porque as sagradas escrituras recomen­
dam a visita aos doentes. “Não sejas pregui­
çoso em visitar os enfermos, porque assim é
que te fortificarás na caridade" (Ecli 7, 39);
3o Porque S. Francisco deu nisso o exemplo.
Desde o início de sua conversão, a ocupação
preferida lhe era curar leprosos, e seus irmãos
o imitaram no amor dos que padecem.
Santos terceiros o mesmo praticaram cheios
do espírito de Jesus Cristo e de São Francisco:
S. Luís, Santa Isabel de Portugal e, em par­
ticular, Santa Isabel da Turíngia que, desde
a mocidade, era animada de solicitude pe-
, los enfermos.
• Que prescreve a regra em relação à visita
aos enfermos?
Considera a regra esse dever de tão impor­
tante interesse para a Ordem, que o constitui
' obrigação oficial da fraternidade. Por isso
acentua que é dever dos ministros-
148 Explicação da regra da O T

Io Visitar pessoalmente os terceiros enfer­


mos. Isto compete ao próprio ministro ou mem­
bro da diretoria incumbido de visitar os doen­
tes, ou, nas grandes cidades, ao enfermeiro do
respectivo distrito;
2o Prestar ao doente todos os deveres de ca­
ridade* ou fazê-íos prestar por pessoa encarre­
gada disso;
3o Em caso de perigo, auxiliar o doente na
preparação para a morte, isto é, fazer com que
receba, a tempo, os santos sacramentos.
Que significa a expressão: prestar aos doen­
tes todos os deveres de caridade?
' Quer dizer que, quanto possível e desejado
pelo doente, se lhe devem prestar serviços ma­
teriais e morais, unido ao santo interesse, amor
e atenção, que provêm do espírito da Ordem e
que tanto benefício causam ao doente e lhe pro­
porcionam grande lenitivo espiritual.
A fim de tornar possível essa obra em todos
os casos de moléstia, devem as fraternidades
estabelecer uma espécie de “serviço aos enfer­
mos". E’ esta a primeira ocupação caritativa da
Ordem, prescrita neste parágrafo como dever.
Tomem-se para isso em consideração os se­
guintes dados:
* Em caso de moléstia, aviso aos ministros;
preparação de enfermeiros e enfermeiras à
custa da caixa da Ordem; tratamento a domi­
cílio; vigílias reguladas junto aos enfermos;
despesas necessárias; leituras adequadas; inter­
nação em hospitais católicos.
Cap. II. Último servigo de caridade 149

Último serviço de caridade


§. 14. Quando algum irmão terceiro tiver fa­
lecido, reúnam-se os irmãos que houver no lu­
gar, e os de fora que lá se encontrarem, e re­
zem o terço do rosário em sufrágio do finado.
Os irmãos terceiros que são sacerdotes, na
santa missa, e os irmãos leigos, comungando
se puderem, roguem a Deus, de boa vontade
e piedosamente, pelo irmão falecido.
: Que deveres de caridade têm os terceiros
para com os seus irmãos finados?
Depois que a regra prescreveu pia caridade
com os membros necessitados, desvelos com os
enfermos e auxílio aos agonizantes, resta ape­
nas um dever de amor a cumprir, dever que se
estende além-túmulo.
A regra diz a respeito:
• Io Às exéquias do irmão falecido devem com­
parecer os terceiros da mesma fraternidade e os
que estiverem por acaso no lugar, assistin­
do a esses atos, incorporados;
2o Recitarão o terço em comum, por alma do
finado;
3o Além da oração comum, lembrar-se-ão do
morto nas orações particulares. Os padres dar-
lhe-ão um memento na missa, os seculares,
quando puderem, oferecerão por ele a santa
comunhão.
Que se faz ainda pelos mortos, numa fra­
ternidade fervorosa?
. Muito louvável é o costume de se mandar ce­
lebrar pelo teroeiro falecido uma missa, a que,.
150 Explicação da regra da O' T

sendo possível, assistirão os terceiros, recitan­


do em comum o terço.
• Cada missa oferecida por alma dos terceiros
goza dos privilégios de altar privilegiado, isto
é, a cada missa por eles rezada está anexa uma
indulgência plenária.
Que se deve ainda fazer em caso de morte
de terceiro?
Io Os que cercam o falecido devem cuidar de
que esteja revestido de escapulário e cordão;
2o Se o mesmo tiver o hábito completo da
Ordem, terão o cuidado de o vestir;
3o Devem, imediatamente, comunicar o óbito
ao diretor da fraternidade. Na comunicação
deve vir declarado: nome por extenso, resi­
dência, dia e hora da morte e do enterro, não
se esquecendo de ajuntar o diploma de profis­
são do falecido. O diretor fará o mais que for
necessário;
4o A comunicação da morte do terceiro pode
ser feita pelos jornais ou por carta postal,
ou será afixada à porta da igreja da Ordem.

CAPITULO UI

CARGOS
No primeiro capítulo, tratamos da O T no seu
caráter de estado, ou do lado religioso; no se­
gundo, do modo de vida dos terceiros na socie­
dade, ou seja do lado moral e ascético; neste
capítulo, tratamos do lado jurídico e social,
encarando, portanto, a O T como corporação.
Cap. III. Cargos 151

Que estabelece a regra para a O T como


corporação?
A regra prescreve dois pontos ligados entre
si:
• Io Dá a base para a organização da Ordem;
2o Determina a maneira de se exercerem nela
a disciplina e a direção.
Que diz a regra relativamente à organização
da O T?
. Io Impõe com a máxima energia a formação
de fraternidade, isto é, exige que os terceiros
da mesma localidade se juntem em congrega­
ções ou corporações, organizadas e dirigidas
mediante uma série de cargos (§ 1).
2o As diversas fraternidades do mesmo dis­
trito, subordinadas à direção de um convento
da Ia Ordem, formam um distrito de visitação
para a O T, a cuja testa está o visitador, ple-
nipotenciário ou representante do superior local
(§ 2 e 3).
• 3o A regra não determina outras formas de
organização, mas com a expressa junção da
O T à primeira ou à terceira regular dá a en­
tender que a organização pode ser ampliada
(§ 3 e 6).
. A regra se refere à organização, da O T so­
mente o quanto convém ao exercício da disci­
plina. A nova regra de Leão XIII não alterou
a organização primitiva.
A questão da organização hierárquica tem
sido cabalmente estabelecida em outra parte,
principalmente pelas constituições apostólicas
152 Explicação da regra da O T

de Bento XIII Paterna Sedis apostolicae provi-


dentia, de 10 de Dezembro de 1725, Ratio Apos-
tolici muneris, de 23 de Junho de 1726, Singu-
laris devotio, de 5 de Julho de 1726, e ülti-
mamente pela letra apostólica de Pio X, de 4
de Outubro de- 1909, na qual declara a O T
para sempre unido aos três ramos da primei­
ra e à terceira regular, de modo que às ordens
regulares de S. Francisco está confiada a di­
reção da O T, e os superiores daquelas, ge­
rais, provinciais e locais, pela autoridade de
seu cargo, o são também da O T secular.
Que determina a regra relativamente à
disciplina?
1° Confia aos superiores secundários da fra­
ternidade uma certa decisão disciplinar (§ 1).
2o A principal força disciplinar sobre todas
as fraternidades que lhe estão subordinadas,
é dada pela regra ao visitador, que a exerce
nas visitas anuais ou mais frequentes.
3o Compete-lhe exclusivamente o emprego do
meio disciplinar mais. rigoroso: a expulsão da
Ordem.
4o Pelo uso da disciplina da Ordem, adquirem
as prescrições da regra força e rigor, conquan­
to, por si sós, não obriguem sob pecado (§ 5).
5o Quando, em casos excepcionais, não puder
uma prescrição ser observada, a disciplina da
Ordem obriga a que se peça dispensa (§ 6).
Cap. III. A fraternidade e seus cargos 153

A fraternidade e seus cargos


§ 1. Os ofícios sejam conferidos em sessões
dos terceiros, e durem por três anos. E nenhum
sem justa causa recuse o ofício que lhe for
proposto, nem o cumpra frouxamente.
Que é uma fraternidade?
Entende-se por essa palavra a reunião dos
terceiros de um mesmo lugar, em corporação
privada ou associação independente, com ereção
canônica e escolha de uma sede oficial em igre­
ja pública. A denominação oficial da fraternidade
é do latim: congregação, sodalício, fraternidade.
Por que motivo é de importância a reunião
dos terceiros em fraternidade?
Porque os terceiros que vivem distraídos com
suas famílias e obrigações, perderão, quase ne­
cessariamente, o espírito da Ordem, se ficarem
isolados no seu esforço pelo elevado ideal da
mesma. A união preserva-os desse perigo. So­
mente numa corporação existe o meio de minis­
trar vigor, espírito e .vida a cada um dos só­
cios, e de os conservar corajosos e animados
em seus esforços.
A fraternidade é, pois, * comparável a uma
família que educa os terceiros como verdadeiros
filhos de S. Francisco, incute-lhes o espírito de
família, isto é, o espírito do santo pai, e pre­
serva-os do contágio do mundo.
154 Explicação da regra da O T

Que é necessário para a ereção canônica


de uma fraternidade?
Cinco coisas são necessárias:
Io Número suficiente de terceiros professos.
Conquanto não haja número determinado, de­
vem, no entanto, ser tantos os professos, que
já possam formar uma organização regular:
pelo menos seis, número requerido e sufi­
ciente para a formação de um convento. Ge­
ralmente é aconselhado tratar-se da ereção
de uma fraternidade, quando no lugar já exis­
tem vinte a trinta terceiros.
Seja observado que só excepcionalmente se
devem formar fraternidades mistas — de mu­
lheres e homens, e logo que haja número su­
ficiente de terceiros, devem deixar de ser mis­
tas.
2o Licença do bispo diocesano ou do vigário
geral, como aliás para a ereção de qualquer ir­
mandade ou conereeacão. A licença é necessá­
ria, quando a fraternidade vai ser ereta numa
igreja da Ordem seráfica ou em outra qualquer;
no primeiro caso, porém, somente para ser li­
cenciada. Ouando uma fraternidade mista é di­
vidida em duas, uma para homens e outra para
mulheres, não é necessário pedir nova licença
ao bispo.
Claro é que também se deve pedir licença ao
diretor da igreja em que será ereta a fraterni­
dade.
3o Apropriada autoridade do sacerdote que
preside à ereção. Essa autoridade pertence de
direito a todos os superiores da Ia Ordem, ao
Cap. III. A fraternidade e seua cargos 155

provincial da sua província, ao superior local


do distrito do seu convento, em seguida ao vi-
sitador, quando é geral e está munido de ple­
nos poderes pelo superior local, na circunscri-
ção do seu convento, e, por fim, a qualquer sa­
cerdote devidamente autorizado por um supe­
rior competente da Ia Ordem. Segundo o uso
não se pode erigir fraternidade sem especial
delegação escrita do provincial.
'4o Uma igreja ou capela pública para sede
e centro da fraternidade. Em' lugar profano não
se pode erigir fraternidade. A igreja em que foi
ereta a Ordem, é de ordinário o lugar das re­
uniões; é permitido, porém, quando as circuns­
tâncias assim o pedem, fazerem-se as reuniões
em outra igreja ou capela, ou mesmo em algu­
ma casa particular. Mas, quando é prescrita a
visita da igreja em que a O T foi ereta, como
condição para a indulgência plenária, aquela
deve ser a visitada, e não a outra onde se fa­
zem as reuniões. A sede da fraternidade pode,
com o consentimento do bispo, ser trocada por
outra, sem que seja necessária nova ereção.
Também não se requer nova ereção, quando a
igreja, sede da fraternidade, for destruída e
reconstruída noutro lugar.
i

Numa mesma igreja se podem erigir diversas


fraternidades.
' 5o O ato ritual da ereção, segundo o cerimo­
nial da O T. Deve-se lançar um protocolo da
execução que se fez, assinado pelo padre
autorizado e pelas testemunhas do ato.
156 Explicação da regra da O T

Que cargos deve ter uma fraternidade? .


A regra fala apenas nos cargos, sem precisar
número nem obrigações, pois quer que seja
conservado o antigo e tradicional uso.
O uso antigo estabelecido por Paulo III e
Inocêncio XI, com liberdade de ação, manda
que cada fraternidade tenha um ministro, um
assistente ou vice-ministro e, conforme a quan­
tidade de professos, um certo número de con­
selheiros ou discretos.
Todos estes, unidos aos diretores espirituais,
formam o conselho da Ordem ou a direção da
fraternidade, também chamada discretório ou
mesa administrativa.
Existindo número suficiente de terceiros, po­
dem-se estabelecer dois discretórios, um para os
homens e outro para as senhoras, tendo cada
secção seus próprios mesários. Todavia cada
secção deve fazer a sua reunião mensal separa­
damente, sendo conveniente que haja algumas
reuniões discretoriais em comum.
Esta divisão conforme o sexo é certamente
conveniente, conforme as determinações do ce­
rimonial da Ordem, onde se lê: “Na eleição
das irmãs, deve ser observado o mesmo ce­
rimonial e método ritual”.
“O ministro e a ministra devem ser considera­
dos como verdadeiros superiores da fraterni­
dade, aos quais todos os membros devem res­
peito e obediência” (Stein, 71). •
Cap. III. A fraternidade e seus cargos 157

- Quais os cargos de uma fraternidade e as


obrigações que lhe são atribuídas?
Io Ministro ou presidente, — Chefia os ter­
ceiros e tem o dever de zelar e cuidar do bem
da fraternidade; estar a par do seu estado; cui­
dar dos negócios da Ordem; velar sobre o
exercício dos outros cargos, para auxiliar em
caso de dificuldades ou faltas que sobreve­
nham; evitar quaisquer desordens e prestar
contas nesse sentido; zelar, em combinação
com o diretor, pelo bem da fraternidade e dos
terceiros; e, por ocasião das visitas canônicas,
prestar contas ao visitador.
2o Assistente ou substituto do ministro. —
Deve trabalhar em união com o ministro, subs­
tituí-lo em caso de ausênciâ ou moléstia.
3o Secretário. — Escreve o protocolo do con­
selho; faz todo o trabalho de escrita e a crô­
nica da fraternidade. '
4o Tesoureiro ou sindico. — Arrecada, se­
gundo indicações do discretório, o dinheiro da
fraternidade; tem a caixa e os livros de re­
ceita e despesas; não faz nenhuma despesa •
sem consentimento dos superiores e ordem es­
crita do ministro.
5o Mestre de noviços. — Faz a lista dos pos­
tulantes e noviços; cuida deles; torna-os fami­
liares com os exercícios e prescrições da fra­
ternidade; instrui-os nas cerimônias da vesti-
ção e profissão; apresenta-os ao discretório
para a vestição e, mais tarde, à profissão;
toma nota dos atos de vestição e profissão
Manual da O T — II
158 Explicação da regra da O T •

no livro dos noviços. Deve estar presente às


instruções espirituais dos noviços.
. 6o Enfermeiro. — Visita os doentes, segundo
as prescrições da regra; cuida deles e procura-
lhes auxílio e amparo nas necessidades; avisa
os falecimentos a quem de direito. Quando há
estabelecido o trabalho de enfermaria, compete
ao enfermeiro a guarda da mesma.
7o Os outros conselheiro: pertencem como os
supra-mencionados ao discretório e devem ser­
vir, conscienciosamente, tendo sempre em vista
os interesses da fraternidade.
' A organização estreita dos cargos, segundo
o número e obrigações, compete a cada pro­
víncia da Ia Ordem, que dará indicações ade­
quadas à O T, por meio de estatutos.
. Tudo quanto foi com relação aos cargos,
entende-se que é para os dois discretórios, mas­
culino e feminino.
* Que decisões há relativas ao discretório ou
mesa administrativa da fraternidade?
A regra deixa esta questão à margem. Se­
gundo o cerimonial, porém, existem as seguin-
. tes deliberações:
Io Cada mês deve haver uma reunião;
2o Os membros do discretório tomarão as­
sento, segundo a ordem de seus cargos;
3° Todos têm igualmente assento e voto.
Resolução do discretório é aquilo que deci­
dir a maioria dos votos; em caso de empate,
decide o voto do diretor;
Cap. III. A fraternidade e seus cargos 159

' 4o Antes e depois da reunião recitar-se-ão


as orações prescritas.
Que dualidades devem ter os membros do
discretório? \
- Impossível é prestarem os membros dà dire­
toria serviços úteis, se não forem datados .de •
certa dose de conhecimentos e instrução que os
tornem capazes de levar a bem os seus cargos,
os quais, conforme .o lugar, campo ou cidade,
são diferentes. Devem estar em posição inde­
pendente, para que tenham suficiente liberdade
de ação. Devem ser dotados de caráter igual,
comedido, sensato e calmo, a fim de que não
prejudiquem a causa com zelo intempestivo.
Acima de tudo, porém, devem os membros
da diretoria distinguir-se por verdadeiro espí­
rito seráfico, grande zelo e interesse ativo pela
Ordem. E a todos esses requisitos deve-se jun­
tar grande discrição; nunca deverão fazer uso,
fora do discretório, do que souberem no exer­
cício do seu cargo.
De que modo se conferem os cargos?
Io A regra diz apenas que os cargos serão
conferidos em reunião geral. O cerimonial, po­
rém, declara mais explicitamente que devem ser
dados por eleição geral dos terceiros professos,
e para essa eleição prescreve um rito determi­
nado. Este uso é o sistema normal da consti­
tuição da diretoria ou do discretório, e- empre­
gado pelos terceiros de todo o mundo.
■ 2o A eleição particular, feita 'pelos membros
da diretoria, sob a consulta de alguns antigos
ii*
160 Explicação da regra da O T

terceiros, livremente escolhidos, é apenas uma


exceção concedida pelo Papa Inocêncio XI, nos
estatutos gerais da O T. Essa eleição, ao que
parece, não tem sido adotada.
3o Ao formar-se nova fraternidade, a primeira
diretoria é nomeada pelo visitador ou seu de­
legado, segundo o cerimonial.
A que se deve atender na eleição dos cargos
da Ordem?
■ lp Que a presidência seja ocupada pelo vi-
sitadof ou pelo diretor por ele especialmente
delegado;
2o Eleitores e elegíveis são todos rs terceiros
• professos que pertençam à fraternidade;
3o Distribuem-se aos eleitores fichas eleito­
rais, em que o eleitor escreverá os nomes dos
irmãos escolhidos. Recolhem-se, então, as lis­
tas, e os terceiros a quem essa tarefa é incum­
bida, sob a presidência do visitador, examinam
a validade da eleição e contam os votos
de cada candidato.
Requer-se maioria absoluta de votos. A lista
não deve trazer o nome do eleitor, para que
• o voto possa ficar secreto;
4°,Dever de consciência é dar-se o voto àque­
le que for mais apto e capaz de levar a cabo o
bem da O T;
5o O resultado será anunciado imediata-'
mente na reunião, e seguem-se as orações
prescritas pelo cerimonial;
■ 6o Quando o visitador não preside, deve-
se-lhe pedir, depois, o beneplácito da eleição;.
\
Cap. III. A fraternidade e seus cargos 161

T Terminada á eleição, o novo discretório se


reúne com o visitador ou diretor, a fim de que
sejam distribuídos os cargos e obrigações.
Tem o terceiro liberdade de aceitar ou
recusar cargos?
Só por motivos certos e sólidos é permitido
ao terceiro recusar o ca/go, e desses motivos é
juiz o visitador ou presidente da eleição.
E’ a duração do cargo permanente ou limi­
tada a certo tempo?
A regra estatui que o cargo dure apenas três
anos. Nenhum cargo seja conferido por tempo
indeterminado ou para toda a vida.
Já'a antiga regra acentua explicitamente esta
prescrição, a fim de que não se introduzisse en­
tre os superiores o espírito de orgulho, de
arrogância e de domínio, tão contrário ao es­
pírito evangélico. Não é, contudo, proibido que
alguns membros do discretório sejam reeleitos.
Aconselha-se, porém, que nem toda a diretoria
passada o seja, a fim de que se não dê caráter-
permanente aos cargosj.no entanto, é bom que
se reforme somente a metade, a fim de que
não venha a sofrer a direção da Ordem. .
Que se deve fazer quando um dos membros
da diretoria não está na altura do seu cargo?
Neste caso só o visitador tem o direito de
agir. Quando, por qualquer motivo, um mem­
bro da diretoria deixa o cargo, o .visitador deve
nomear outro que o substitua.. .
162 Explicação da regra da O T

Visita canônica?
§ 2. O padre visitador indague diligentemen­
te se as regras são cumpridas, e para este fim
visite oficialmente os terceiros, todos os anos
ou mais a miúdo,vse for preciso, e convoque
todos os membros à sessão. geral.
Se o padre visitador chamar alguém ao cum­
primento de dever, admoestando, mandando, ou
impondo alguma penitência salutar, esse mo­
destamente a aceite e execute.
Que importância tem a visita canônica?
A visita é o principal meio para manter e
exercer-a disciplina entre os terceiros. Todo o
terceiro capítulo da regra se ocupa exclusiva­
mente desse ponto. A visita é o elemento mais
necessário da vida exterior da O T, é o centro
de gravidade de toda a sua direção. Não se
pode bastantemente afirmar quão importante,
necessário, indispensável é. Não foi em vão
que a visita foi considerada rigoroso dever
pela Santa Sé, que emitiu severas prescrições
para esse fim.
Onde há visita, prospera a O T; onde não
há, decai e decompõe-se, inevitàvelmente.
Só mediante regular visitação estabelece-se
a fiel observância da regra, a atividade corres­
pondente aos fins'da Ordem e o espírito verda-
. deiramente seráfico.
O visitador verifica se os terceiros observam
a regra, e os incita a cumprir com mais fervor
os deveres da Ordem. Para isto tomará conheci­
mento dos livros e das listas da fraternidade;
deverá informar-se se as disposições anteriores
Cap. III. A visita canônica 163

foram devidamente observadas; procurará sa­


ber do estado material e religioso da fraterni­
dade; animará os progressos; prevenirá faltas
ou erros. Cuidará, outrossim, que os doentes
sejam visitados e os pobres, auxiliados. Em
suma, cuidará de tudo que redunda em bem
geral e particular.
E’ claro que esse cargo requer pessoa dotada
de grande prudência e ponderação. A visita
não deve dar ensejo ou pretexto a denuncia-
ções desnecessárias ou malignas. Nenhuma me­
dida será tomada sem prévia conferência com
o diretor da fraternidade. .
Quanías vezes se deve fazer a visita?
O legislador estatui explicitamente:
Io A visita faz-se regularmente uma vez cada
ano. “O visitador, no exercício da sua autori­
dade, visitará, uma vez por ano, a fraternida­
de”. O concilio de Trento prescreve aos pro­
vinciais que visitem todos os seus conventos
uma vez por ano, e a mesma obrigação lhes dá
com isso a Santa Sé em relação aos terceiros. .
Neste ponto disciplinar são os terceiros equipa­
rados aos religiosos, fato esse que lhes deve
incutir maior estima pela sua profissão.
2o Pode haver visita extraordinária, havendo
para isso motivo sério, “ou mais a miúdo, se
for necessário”.
De que modo deve ser feita a visita? •
Os terceiros não hão de considerar a visita
mera formalidade, de que fàcilmente se dispen­
sam; devem,'pelo contrário, atender ao convi-
164 Explicação da regra da O T

te, tanto para a reunião geral como para as


convocações particulares.
Io O aviso da visita se faz na reunião mensal,
com a indicação do dia e hora em que se de­
vem apresentar os terceiros e do tempo da re­
união oficial para encerramento da visita.
2o Cada terceiro tem o dever de se apresen­
tar e prestar contas como observa a regra. A
visita nisso se assemelha à reunião do capítulo,
nos conventos. E’ um ato de natureza religiosa,
disciplinar, para com o superior legal.
O terceiro pede primeiro a bênção ao visita-
dor e depois acusa-se ou responde às pergun­
tas de como observa a regra. Além disso, dará
respostas sinceras a respeito, das coisas da fra­
ternidade, tendo o cuidado de não ferir o amor
fraterno.
3o A reunião do conselho, sob a presidência
do visitador, tem por fim tomar informações
do-estado e progresso da fraternidade, exami­
nar os livros e listas e tratar de deliberações
necessárias.
4o Na reunião geral dos terceiros, serão co­
municadas as decisões e disposições tomadas e
dados conselhos adequados.
5o Deve ser estritamente observado o rito do
. cerimonial.
Que atitude prescreve a regra ao visitador
em relação aos terceiros culpados?
, Visto ter a regra por principal endireitar o
que está torto e manter a disciplina na Ordem,
deve haver um processo contra as faltas da re­
gra.
Cap. III. Nomeação do visitador 16õ

Sàbiamente dá a regra ao visitador tríplice


forma de proceder em relação aos que estão
em falta, conforme a gravidade do caso:
Io Na maior parte das vezes, basta a adver­
tência paternal aos culpados.
. 2o Em casos mais sérios e com pessoas re­
nitentes, convém que, como superior, proceda
com toda a energia.
3o Procederá como juiz, impondo uma repa­
ração pública, se as faltas forem públicas.
A regra ordena expressamente aos terceiros
que aceitem com humildade as observações, or­
dens e penitências do visitador, conforme pro­
meteram no ato da profissão. “Bom será que
o corrigido manifeste o seu arrependimento”
(Ecli 20, 4).
Que devem fazer os terceiros, quando não há
visita anual?
Nesse caso, todos e, em particular, os ter­
ceiros isolados, de tempos a tempos se apre­
sentarão ao diretor, a fim de prestar contas do
modo como observam a regra, e expor as dú­
vidas que acaso tenham/ acerca de coisas re­
ferentes à Ordem.

Nomeação do visitador
§ 3. Os visitador es sejam escolhidos den­
tre os religiosos da primeira ou da terceira
Ordem regular; e serão designados pelos su­
periores, se forem * requeridos. Os leigos rião
podem exercer o cargo de visitador.
166 Explicação da regra da O T

A quem se .pode conferir o cargo de visita-


dor?
O cargo de visitador deve ser comefido aos
padres da primeira ou da terceira Ordem re­
gular.
Essa disposição é óbvia. A O T derivou-se
da primeira, e esta lhe empresta o seu escopo
que é unir a perfeição evangélica à vida no sé­
culo, observando o espírito de S. Francisco.
Quem, pois, melhor podería assumir a direção
dessa Ordem do que aqueles que são os prin­
cipais discípulos de S. Francisco? De certo, de­
pois que se realizou a idéia da O T, na forma
de sociedade religiosa, podia tal associação de­
senvolver-se independente, sem o apoio da Ia
Ordem. A Santa Sé, porém, houve por bem en­
contrasse nela apoio, desvelo e acabamento.
Isto se fará principalmente pelos visitadores da
Ia Ordem. As fraternidades, pois, que, embora
canônicamente eretas, não se submetem a esse
dever da regra, descuram um dever impor­
tante, e torna-se duvidoso se gozam dos privi­
légios ,e graças da O T.
Quem pode conferir o cargo de visitador?
E’ estatuído pela regra que os superiores da
lft Ordem são competentes e obrigados a no­
mear os visitadores: o guardião, para o distri­
to conventual, o provincial, para toda a pro­
víncia. A nomeação pode ser feita de modo co­
mum ou para casos especiais, previstos estes
pelos estatutos da O T de cada província. As
palavras “Os visitadores sejam designados pe-
Jos superiores, se forem requeridos*' querem
Cap. III. A expulsão da ordem 167

dizer que o convite para a visita deve partir do


diretor e da diretoria da fraternidade, que é a
quem compete escolher o tempo da visita, se
bem que não dependa do seu alvitre obtê-la ou
não.
A quem se pode conferir o cargo de visi­
tado r?
- A regra diz expressamente: o cargo de visi-
tador não pode ser exercido por leigos. Portan­
to, só pode ser conferido a um clérigo ou sa­
cerdote. A visita é um ato de jurisdição ecle­
siástica, vedado aos leigos. Às vezes, confere a
Santa Sé poder a um padre secular para vi­
sitar a O T; é, porém, raro, e só se dá em ca­
sos de absoluta falta de religiosos da Ia Ordem;
Para leigos, porém, nunca dá licença.

A expulsão da Ordem
§ 4. Os terceiros insubordinados sejam ad­
moestados até à terceira vez e, se não obe­
decerem, sejam expulsos.
Quais os terceiros que devem ser excluídos
da Ordem?
A regra distingue duas categorias dos que
devem ser excluídos:
Io Os desobedientes que, obstinados, não se
dobram à disciplina da Ordem, que cometem
faltas sérias contra a regra e, apesar de repeti­
das admoestações e imposições de penitências,
não se emendam;
168 Explicação da regra da O T

2o Os membros nocivos: os que dão mau


exemplo ou desonram a Ordem por faltas es­
candalosas. Mesmo assim, deve haver alguma
distinção entre faltas públicas que desonram
ou não a Ordem. Neste caso pode haver a re­
petida tentativa de emenda; havendo, porém,
procedimento infamante, deve o terceiro ser
expulso sem mais demora.
Que tem o direito de expulsar?
A tríplice advertência deve ser feita pelo di­
retor ou ministro, a expulsão propriamente dita,
pelo visitador. Dar-se-á à fraternidade conhe­
cimento da expulsão, quando não se tratar de
casos secretos. Um membro excluído não será
fàcilmente de novo recebido.

A regra não obriga sob pecado


§ 5. Se alguém faltar a alguma destas re­
gras, saiba que não peca por isso, a não ser
que a falta recaia sobre algum ponto dos man­
damentos de Deus ou da Santa Madre Igreja.
Que há a dizer-se a respeito da obrigato­
riedade das prescrições da regra?
1° Conquanto a regra mesma acentue a obri­
gação de se lhe observarem as prescrições, e
exija severamente o cumprimento das obriga­
ções disciplinares, não quer, no entanto, em
coisa alguma, prender a consciência do terceiro,
sob pecado mortal nem venial. As prescrições
da regra devem conduzir à perfeição cristã, não
Cap. III. A dispensa das prescrições da regra 169

pelo temor, mas pela eficácia do amor e do


zelo, a fim de que em tudo seja “o jugo do Se­
nhor suave e o seu fardo leve” (Mt 11, 30).
2o As palavras da profissão “prometo, obser­
var” não contêm, pois, nem promessa de cons­
ciência, mas somente expressa resolução solene
de observar a regra, como a mesma o exige,
isto é, não sob pecado. (Conf. Cerimonial).
3o Caso trate a regra de um mandamento de
Deus ou da Igreja, intuitivo é que obrigue, en­
tão, sob pecado, como a qualquer outro cris-
tão.
4o A promessa de “fazer reparação por uma
transgressão da regra” não quer dizer que a
pessoa se obrigue sob pecado a executar a pe­
nitência imposta, mas que, como membro da
O T, reconheça a autoridade da disciplina da
mesma e queira sujeitar-se a ela.
5o Conquanto em si não sejam pecado as
transgressões da regra, no entanto, são peca­
minosas, na maior parte das vezes, as suas cau­
sas, ou ao menos perigosas, como por exem­
plo: negligência e preguiça, alguma paixão, res­
peito humano, desprezo dos superiores ou es­
pírito mundano de novo arraigado,.
Quem tomar a sério os negócios da consciên­
cia, examinar-se-á também sobre a observân­
cia da regra da Ordem.

A dispensa das prescrições da regra


§ 6. Se, por justa e grave causa, alguém não
puder observar alguma destas regras, se lhe
pode dispensar llcitamente ou prudentemente
170 Explicação da regra.da O T

comutar a mesma regra. E, para este efeito,


damos faculdade e poder aos ministros da pri­
meira e da terceira Ordem fran cisca na e aos
visit adores;
• Que diz a regra das dispensas?
As prescrições da regra são todas tão mode­
radas e fáceis que, com alguma boa vontade,
podem ser observadas. Hão de cessar as trans­
gressões, pois justamente as dispensas, que se
concediam na regra primitiva, enfraqueceram
a disciplina da Ordem e a tornaram muito frou­
xa. Na nova regra há apenas dois pontos em
que pode, algumas vezes, haver necessidade de
dispensa: o jejum e a assistência à reunião
mensal. *
A regra exige, e com razão, que se não con­
ceda uma dispensa fàcilmente, mas só quando
houver motivo poderoso e forte, e não de modo
gerai e para sempre ou por muito tempo, mas
apenas para os casos estipulados. A dispensa
não seja absoluta, antes deve ser concedida à
guisa de comutação, isto é, em lugar da pres­
crição da regra, praticar-se-á um ato que a
compense.
Por essa austera disposição da regra bem se
pode ver o que se deve pensar dos que não
pedem dispensa e se dispensam a si próprios.
Esses são desprezadores da disciplina e não
participam das graças da O T.
Aqueles que, desde o princípio, têm de pedir
dispensa em alguns pontos, não devem ser re­
cebidos na O T. '
Cap. III. Recapitulação dos deveres 171

. , Quem tem o poder de conceder dispensa?


Os superiores da primeira e da terceira Or­
dem regular e os visitadores. Devem tê-lo tam­
bém os diretores, mas conferido pelos supra-
mencionados. Os confessores não têm, nesse
caso, autoridade.
Os terceiros, que não .pertencem a nenhuma
fraternidade, devem dirigir-se, quando neces-
sario ao visitador do distrito.

Recapitulação dos deveres do irmão terceiro

I. PARA CADA DIA


* 1. Ouvir missa, se cômodamente o puder fa­
zer (regra, cap. 2, § 11);
2. Rezar doze Padre nossos, Ave Marias e
Glória ao Padre, ou o ofício parvo da santíssi­
ma Virgem, ou o ofício divino do Breviário
(Cap. 2, § 6);
3. Rezar antes e depois da refeição (Cap. 2,
§ 3);
4. Todas as noites fazer exame de consciên­
cia, principalmente se teve conversas inconve--
nientes e contra a caridade, e arrepender-se sin­
ceramente (Cap. 2, § 10). ‘
II. PARA CADA SEMANA *
E’ muito louvável (não ordenado) jejuar na
sexta-feira, e guardar abstinência de carne na
quarta-feira (Cap. 2, § 4). ;
172 Explicação da regra da O T

•III. PARA CADA MÊS


■%

Receber, pelo menos uma vez, com prévia


e digna preparação, os sacramentos da confis­
são e da comunhão (Cap. 2, § 5);
2. Comparecer à reunião (Cap. 2, § 11).
IV. PARA CADA ANO
1. Jejuar em 3 de Outubro e em 7 de Dezem­
bro (Cap. 2, § 4);
2. Acompanhar o enterro dos irmãos faleci­
dos (Cap. 2, § 14);
3. Rezar um terço pelo descanso de sua al­
ma (Cap. 2, § 14);
4. Aceitar de boa vontade a penitência que
for imposta pelo padre comissário (Cap. 3, § 2).
V. PARA SEMPRE
A) Deve fazer o seguinte:
1. Trazer consigo o escapulário da Ordem e o
cordão (Cap. 1, § 3);
2. Ser sóbrio na comida e na bebida (Cap. 2,
§ 3);
. 3. Fazer o testamento em tempo (Cap. 2,
§ 7);
4. Dar bom exemplo na vida doméstica
(Cap. 2, § 8);
5. Promover a prática da piedade e do bem
(Cap. 2, § 8);
6. Praticar a caridade para com os associa­
dos e outros e remover contendas com todas as
suas forças (Cap. 2, § 9);
7. Servir os doentes e membros da Ordem
(Cap. 2, § 12);
Cap. III. Indulgências, privilégios e indultos 173

• ;8. Aceitar de boa vontade ura ofício na Or­


dem, e desempenhá-lo fielmente, (Cap. 3, § 1).
B) Deve evitar:
, 1. Todo o luxo no vestuário e no modo de
vida (Cap. 2, § 1);
2. Danças e espetáculos perigosos e banque­
tes imoderados (Cap. 2, § 8);
3. Livros imorais para si e seus subordinados
(Cap. 2, § 8);
4. Juramentos desnecessários, conversas ocio­
sas e indecentes (Cap. 2, § 10).
IV. INDULGÊNCIAS, PRIVILÉGIOS
E INDULTOS DA O T
Generalidades
. Que é indulgência?
A indulgência é uma remissão, concedida pela
Igreja, da pena devida ao pecado, que teríamos
de cumprir após a. absolvição da culpa, ou aqui
ou no purgatório. Como a nossa reparação -não
seria suficiente, a Igreja preenche a falta da
mesma com os tesouros dos merecimentos su-
perabundantes de Jesus Cristo e dos Santos.
Quantas espécies de indulgências há?
Duas: plenária, que remite toda a pena tem­
poral, e parcial, que apenas remite parte de­
terminada da pena devida ao pecado. . ,
Devemos estimar as indulgências?
Com certeza. Io O concilio de Trento decla­
ra, como verdade de fé, que o uso das indul­
gências é salutar ao povo cristão.
Manual da O T — 12
174 Explicação da regra da O T

2o Os-santos e mestres espirituais acentuam


o valor- e .recomendam o uso das indulgências.
’ Santo Inácio de Loiola, por exemplo, dizia:
“Visto que as indulgências tão grande apreço
merecem, e por me sentir incapaz de as pre­
conizar bastante, só vos posso pedir e preve­
nir que, pelo amor e respeito que deveis a
Deus, as tenhais, com todo o cuidado, em alta
estima e consideração”.
Que vantagens nos traz o uso das indulgên­
cias?
lc As indulgências apagam a pena temporal
do pecado;
2o Conduzem à verdadeira penitência e emen­
da, pois, sem essas disposições, não há remissão
da pena do pecado;
3o Promovem recepção mais frequente dos
sacramentos e mais amiudadas visitas à igreja,
elevam o espírito cristão, pois que, para se lu­
crarem as indulgências, é necessário rezar pela
Igreja e seus chefes;
4o Consolam as almas fervorosas no temor da
justiça divina;
5o São um meio fácil de se aliviarem, carido­
samente, as almas do purgatório.
E* a O T rica de indulgências?
Sim, o terceiro nesse ponto é um privilegia­
do. Na constituição de Leão XIII, de 30 de Maio
de 1883, foi estabelecido novo catálogo de in­
dulgências e privilégios da O T. Pelo breve de
7 de Setembro de 1901, esse catálogo foi en­
riquecido de muitas indulgências plenárias e
parciais. A Congregação das Indulgências pu-
Cap. III. Indulgências, privilégios e indultos 175

blicou, depois, uma lista geral autêntica (Sum-


fnarium) das duas concessões papais. E, por
fim, concedeu Pio X, por. yma encíclica de 5
de Maio. de 1909, à O T união completa de in­
dulgências com a primeira e a segunda Or­
dem de. S. Francisco.
O terceiro deve ser fervoroso em ganhar esse
tesouro de indulgências, mas o principal é sem­
pre o espírito da Ordem e as virtudes que, se­
gundo a regra, deve adquirir e praticar. Quanto
mais zclosc for nesse ponto, mais seguramenté
lhe caberão as indulgências.
Quais gs dondições gerais para se lucrarem
indulgências?
Três coisas são necessárias: a intenção, o es­
tado de graça e a execução das condições
prescritas.
Io íntenrâo. Deve-se ter vontade de ganhar
a indulgência. A intenção atual não é, no en­
tanto, necessária,’ basta que haja intenção ge­
ral ou habitual. Quando, por exemplo, se faz
geralmente o propósito de lucrar todas as in­
dulgências ligadas a certos atos que se prati­
cam, ganham-se, na realidade, todas essas in­
dulgências, porquanto perdura a intenção ha­
bitual. No entanto, a fim de se recitarem com
mais devoção e fervor as orações indulgencia-
das, convém que se pense de modo formal na
indulgência que se vai ganhar.
2o Estado de graça. Para se lucrarem indul­
gências, é preciso que se esteja em estado de
graça. Deus e a Igreja náo querem remir a pena
12*
176 ' Explicação da regra da O T

temporal a quem ainda é réu da pena eterna.-


Enquanto perdurar a culpa, embora leve, não
perdoará Deus a pena. Em absoluto, nos úl­
timos atos prescritos, é mister, que haja estado
de graça. * • ' ..
3o As obras prescritas: Como se’ deduz da
concessão das indulgências, devem ser pessoais
(exceto as esmolas), completas, feitas no tem­
po determinado, em lugar marcado e com es­
pírito de piedade e penitência. A Ordem a se­
guir-se* nas obras é ém geral facultativa; por
exemplo, a visita à igreja pode ser antes ou
depois da recepção dos sacramentos.
Io Tratando de indulgência plenária, a con­
fissão é condição requerida, mesmo para os que
se acham em estado de graça. As pessoas que
têm o costume de se confessarem todas as se-
, manas, ou quinze dias, podem lucrar, com essa
confissão, todas . as indulgências que ocorram
durante a semana. Para os que comungarem
diariamente ou quase todos os dias, não se re­
quer a confissão como condição para ganhar
indulgências.
2o A comunhão pode ser feita já na véspera.
E tanto a confissão como a comunhão podem
se fazer em qualquer dos sete dias que sucedem,
imediatamente, ao dia a que a indulgência está
anexa. A comunhão pascal, embora obrigatória,
serve para se ganhar indulgência. Com a mes­
ma confissão e comunhão podem-se* lucrar to­
das as indulgências anexas àquele dia-e ainda
outras escolhidas livremente, contanto que se­
jam cumpridas as demais condições. A confis-
Cap. III. Indulgências, privilégios e Indultos 177

são e a comunhão podem ser feitas em qual­


quer igreja. ■
Quando se comunga na igreja indulgenciad^
e se rezam as orações prescritas, estão preen­
chidas as três condições de indulgência. Nas
indulgências plenárias, concedidas a todo o mês
ou a nove ou mais ou menos dias de exercícios,
os sacramentos podem ser recebidos num dos
oito dias que seguem aos exercícios.
Os confessores têm a faculdade de comutar
a comunhão e a visita à igreja em qualquer
outra obra para os doentes, impossibilitados
de saírem de casa.
Que há a respeito da visita à igreja?
Esta só é indispensável quando expressamen­
te prescrita. Havendo apenas a prescrição geral
de se visitar uma igreja, pode-se satisfazer
esta condição em qualquer igreja ou capela pú­
blica. As capelas dos seminários, dos conven­
tos religiosos, etc., que não são franqueadas
aos fiéis, não são consideradas capelas públicas.
Querendo-se, no mesmo-dia, ganhar muitas
indulgências concedidas à visita de uma igre­
ja, não basta uma única visita, ainda que se
repita a oração prescrita; mas cumpre fazerem-
se tantas visitas quantas indulgências se quei­
ram obter, ainda que se saia da igreja e se
entre imediatamente depois.
Para a visita à igreja não é indispensável pe­
netrar na mesma, basta a presença moral, quan­
do, por exemplo, está fechada a porta ou a
aglomeração do povo impede o ingresso. A vi­
sita pode ser feita antes ou.depois das outras
178 • Explicação da regra da O T

condições da indulgência, mas sempre com es­


pírito de piedade e de fé, isto é, na inten­
ção de .prestar' homenagem a Deus ou di­
retamente ou em seus santos. •.
* A oração vocal não é exigida, salvo quando,
além da visita, for prescrita uma oração.
Para os terceiros há muitas indulgências em
que se prescreve a visita à igreja, onde haja
estabelecida a O T; neste caso não se podem
lucrar senão visitando essa igreja. Só não ha­
vendo tal igreja na localidade, os terceiros ga­
nharão as indulgências, quando visitam a igre­
ja paroquial.
Por esse mesmo indulto, podem os terceiros
ganhar as indulgências dos franciscanos, capu­
chinhos, terceiros regulares e clarissas, contan­
to que, onde não houver igrejas dessas Ordens,
visitem a matriz da freguesia.
■ Observe-se também que, pelo decreto de 28
de Agosto de 1903, as associações conventuais
que estejam, pelo nome ou pelo hábito, em re­
lação com um dos ramos, da Ia Ordem, como,
por exemplo, as franciscanas, as irmãs da cruz,
etc.,* podem entrar em comunhão de indulgên­
cias com a respectiva Ia Ordem, de modo que
as suas igrejas ou capelas públicas estejam
agraciadas com as mesmas indulgências que as
daquela Ordem. Devem os terceiros informar-se,
em cada localidade, se existe esta comunhão
de indulgências.
Quando, em certas festas, se concede indul­
gência plenária sob a condição de se visitar
uma igreja da Ordem seráfica, havendo no lu-
Cap. XII. Indulgências, privilégios e indultos 179

gar diversas, a indulgência pode ser ganha


uma vez em cada qual das igrejas visitadas.
Os terceiros que residem em seminários, hos­
pitais, casas religiosas, etc., quando estão mo­
ralmente impedidos de fazerem a visita indul-
genciada, podem visitar a capela da casa. Os
doentes e convalescentes que não podem como­
damente sair dé casa, ganham, sem mais dis­
pensa do confessor, as mesmas indulgências
que teriam, se visitassem a igreja da fraterni­
dade ou da Ordem, contanto que executem as^
obras aliás prescritas. Os membros de qualquer
confraria ou congregação, portanto também
os terceiros, quando de algum modo impedidos
da visita prescrita, podem pedir ao confessor
comutação da visita em outra obra. Deste in­
dulto se podem, valer os terceiros a quem, re­
sidindo em grandes cidades, se torna difícil,
pela distância, visitar a igreja da Ordem. *
Que se tem a dizer a respeito da oração da
indulgência? '
A oração para se ganhar a indulgência deve
ser vocal. A escolha, porém, é livre, salvo
quando há orações determinadas. Um -Padre
nosso, Ave Maria e Glória ao Padre são sufi­
cientes. Uma oração, obrigatória para outro
fim, não serve pára se lucrar a indulgência, sal­
vo quando o confessor -impõe por penitência al­
guma oração indulgenciada. A oração para lu­
crar a indulgência pode ser recitada alterna­
tivamente com outras pessoas e tem que ser
feita segundo a intenção do sumo pontífice, que
é a exaltação da Igreja, a propagação da fé, a
Í80 Explicação da regra da O T

extirpação das heresias, a conversão dos peca­


dores, a paz e a união entre os príncipes cris­
tãos e outras necessidades do cristianismo.
Que há a respeito do tempo das indul­
gências?
As indulgências são quase sempre concedidas
para tempo determinado, na maior parte das '
vezes, em dia marcado. O prazo é geralmente
ligado à duração do dia natural, de meia noite
à meia noite, quando não há determinação con­
trária. Nesse tempo se devem cumprir todas «as
prescrições, salvo as modificações seguintes: O
cânon 923 do Código eclesiástico estatui que,
quando, para se ganhar uma indulgência fixada
em dia marcado, for necessário visitar uma
igreja ou capela, esta visita pode ser feita des­
de o meio dia da véspera até à meia noite do
dia marcado.
Já foi dito, na pág. 176 que a comunhão re­
querida para se ganhar uma indulgência pode
ser feita não só no dia marcado senão também
na véspera ou em qualquer dos sete dias se­
guintes. Ali está declarado também em que dias
a confissão, se for exigida, pode ser feita.
A indulgência permanece no dia estabelecido,
ainda mesmo que a festa seja transferida por
causa de coincidência com outra maior fes­
tividade. A indulgência de S. Pascoal, por exem­
plo, fica anexa ao dia 17 de Maio, ainda que a
•festa de Pentecostes caia nesse dia.
O caso é diferente, porém, quando uma festa
de Santo é transferida para sempre.
Cap. III. Indulgências particulares 181

Devem se desprezar as indulgências por


causa da importunidade das condições?
Não. Io Porque as indulgências são conces­
sões de graça, sobre as quais não se pode ter
o direito de fazer exigências, e devem ser bus­
cadas pelo modo por que são concedidas.
2o Ainda mesmo que as condições pareçam
difíceis de observar, lembremo-nos que mais
leve será essa penitência do que a pena que
deveriamos cumprir pelos nossos pecados, neste
ou no outro mundo.
3o Na observância meticulosa das condições,
há um ato de obediência à Igreja, pelo qual a
pessoa se põe na disposição requerida para, lu­
crar as indulgências.
A observâcia das condições é facilitada pela
tabela que daremos adiante.

OBSERVAÇÕES ACERCA DE ALGUMAS IN­


DULGÊNCIAS PARTICULARES -
1’ A bênção Papal
Que é a bênção papal?
E* a bênção conferida pelo sacerdote auto­
rizado, em nome do representante de Cristo,
tirada da plenitude de bênçãos que o chefe da
Igreja possui, dada aos terceiros duas vezes
por ano, e à qual está ligada uma indulgência
plenária.
Aqui não se trata de bênção do papa, con­
cedida a este ou àquele, em público ou priva­
damente, à pessoa, presente ou ausente, mas
182 Explicação da regra da 'O T

da bênção papal que o sumo pontífice, desde


tempos remotos, como chefe de toda a Igreja
e representante de Cristo, confere, de modo
mais solene, da tribuna de uma basílica, ao
povo romano e estrangeiro, aglomerado na pra­
ça pública: uma na quinta-feira santa, outra no
domingo de páscoa, na basílica de S. Pedro;
no dia da assunção, em Santa Maria Maggiore.
Com o decorrer do tempo, concedeu o papa
" também a outros o poder de lançar essa bênção
em seu nome, com indulgência plenária.
Os bispos têm a autoridade de comunicá-la,
duas vezes por ano, depois da missa pontificai,
na festa da páscoa e em outra grande soleni­
dade. ■ •
E' essa mesma bênção papal que os terceiros
recebem, na sua fraternidade, duas vezes por
ano.
Que se deve observar a respeito da bênção -
papal?
Io Para se lucrar a indulgência plenária
anexa, se deve receber os sacramentos e rezar
pelas intenções do sumo pontífice, mas não
há prescrição de visita à igreja.
2o Deixa-se à escolha*do diretor o dia em
que deve conferir a bênção papal, mas não
pode ser no mesmo dia e no mesmo lugar em
que a dá o bispo diocesano.
3o Só pode - ser dada aos terceiros regular­
mente’reunidos, à fraternidade reunida, isto é,
aos membros de uma fraternidade' canônica
convocados, ou também aos terceiros ■ avul­
sos, que não pertencem-a fraternidade canô-
Cap. III.* Indulgências particulares 183

nica, reunidos para esse fim. Jamais se po­


derá conceder *em particular, nem no confes­
sionário, nem a doentes.
4o Autorizados para conferir tal bênção são
os syperiores da Ia Ordem, o visitador e di­
retor nomeado pelo visitador, .assim como
também o sacerdote encarregado de presidir a
reunião, na qual se há de dar a bênção papal.
.5° Os terceiros que residem em localidade on­
de não haja fraternidade, podem, duas vezes
por ano, em dias de sua escolha, pedir, como
substituição da bênção papal, a absolvição ge­
ral, no confessionário.
6° Os terceiros participarão da indulgência
plenária, tanto da bênção papal -como da ab­
solvição geral, quando a receberem numa fra­
ternidade a que não pertençam regularmente.
* T O sacerdote que confere a bênção papal,
se for terceiro, lucra a indulgência plenária.
8° A bênção papal deve ser conferida exata­
mente pela fórmula prescrita por Bento XIV
(Cerimonial).
29 Absolvição geral
Que é a absolvição geral? *,
' A absolvição geral é uma bênção eclesiásti­
ca conferida pelo sacerdote, à qual a Santa Sé
'juntou uma indulgência plenária;
A bênção da Igreja é um sacramental, cuja
eficácia, segundo a prece da própria Igreja e o
seu poder de abençoar, deve ser: proteção con­
tra as tentações do inimigo, veículo da graça
e da .misericórdia divina, cura das consequên-
184 Explicação da <re&ra da O T

cias do pecado e das feridas da alma, escudo


contra os males temporais, dissipação das tre­
vas do espírito e abrandamento da dureza do
coração e, principalmente, a comunicação do
arrependimento e amor, necessários para se ga­
nharem as indulgências.
• A absolvição geral dos terceiros, ao contrá­
rio da das Ordens conventuais, não traz isen­
ção de censura eclesiástica. As condições dessa
indulgência são: receber os sacramentos e orar
pela intenção do papa; não há prescrição de
visitar igreja.
Quantas vezes podem os terceiros receber
a absolvição geral?
E’ conferida aos terceiros nove vezes por ano,
em dias determinados, a saber: S. José, 19 de
Março; domingo de páscoa; domingo depen-
tecostes; festa do sagrado Coração de Jesus;
S. Luís, 25 de Agosto; chagas de S. Francisco,
17.de Setembro; Santa Isabel, 19 de Novembro;
Imaculada Conceição, 8 de Dezembro; e natai,
25 de Dezembro. Entretanto, por causa da co­
munhão de indulgências que têm os tercei­
ros com a primeira e a segunda Ordem, re­
cebem eles a absolvição geral nos demais
trinta dias que mencionaremos no catálogo
das indulgências.
Que se deve observar a respeito da absol­
vição geral?
Pode ser conferida pública ou privadamente:
públicamente, quando se acham os terceiros
reunidos; privadamente, quando repetida para
os terceiros ausentes na ocasião da pública.
Cap. III. Indulgências particulares 185

. Io A absolvição geral se confere pela fórmula


mais extensa (conf. Cerimonial), de estola
roxa. Autorizados para a absolvição geral são
òs superiores da Ordem seráfica, os diretores
das fraternidades, e o sacerdote especialmente
habilitado e, na ausência destes, qualquer con-.
fessor. aprovado..
* A absolvição geral, na forma privada, só po­
de ser dada no confessionário, mesmo sem que
se faça confissão, na ocasião.
Pode ser usada a fórmula mais curta a cor
meçar por: “Per sacratissimam passionem”, ou
ainda mais breve: Auctoritate a summis Ponti-
ficibas mihi concessa, plenariam Indulgentiam
omnium peccatorum tuorum tibi impertior. In
no mine Pai ris et Filii f et Spiritus Sancti.
Amcn. -
Todos os confessores .têm poder para com-
ferir esta indulgência.
Fora do confessionário, só pode ser confe­
rida na forma pública. A absolvição geral, na
forma privada, no confessionário (sòmente ali)
pode ser conferida também no dia antecedente
à festa da indulgência e em qualquer dia do
oitavário' dessa festa.
2° Para os terceiros é indiferente se o supe­
rior que confere a absolvição geral é o da Or­
dem seráfica, ou da fraternidade.
Os sacerdotes terceiros, quando são diretores
de uma fraternidade e dão a absolvição geral,
nesse ato, ganham-a mesma indulgência..
/ 3o Afinal, tanto pública como privadamente,
pode: ser dada a absolvição geral a todos os
186 * Explicação da regra da O T

terceiros em qualquer dos sete dias que suce­


dem ao dia marcado.
.
39 A indulgência plenária da reunião mensal
Como podem os terceiros lucrar essa in­
dulgência? • *
Io Quando assistem à reunião geral da fra­
ternidade, sob a presidência do diretor, com a
condição de receberem os sacramentos, visita­
rem alguma igreja e rezarem a oração pres­
crita.
2o Quando òs terceiros que não podem as­
sistir à reunião presidida pelo diretor, se re­
unem sem a presença do mesmo, mas com o
seu.consentimento, e, em lugar da conferência,
fazem- uma leitura espiritual. As outras condi­
ções são as mesmas supra-mencionadas. '
4* A indulgência plenária da coroa franciscana
E’ um rosário, usado há mais de quatro sé­
culos (1422) na Ordem seráfica, em honra das
sete alegrias de Maria, agraciado pelos papas
com indulgência plenária toties-quoties, sem ne­
nhuma outra condição.
A princípio só era conferida à primeira e à
segunda Ordem, mas, desde 7 de Setembro de
1901, foi estendida à O T.’ . . \
5’ A indulgência da Porciúncula
Que é a indulgência da Porciúncula?
E* uma indulgência inteiramente extraordiná­
ria que nosso Senhor mesmo concedeu a S.
Francisco, e que a Igreja confirmou, em vir-
Cap. III. Indulgftnciaa particulares 187

tude da qual podem os fiéis confiar que toda a


pena devida a seus pecados será abolida, se
visitarem o santuário da Porciúncula ou qual­
quer outro a que tenha sido concedido o mes­
mo privilégio.
Não só pela origem admirável, como pelo
modo fácil de se ganhar, como ainda pelos fru­
tos de salvação e de santificação de inúmeras
almas no decorrer dos séculos, apresenta-se
essa indulgência como uma graça particular do
céu. A princípio era limitada à igreja de Nossa
Senhora dos Anjos, em Assis, chamada Por­
ciúncula, depois, estendeu-se a todas as igrejas
seráficas e, mais tarde, a muitas igrejas. Essa
indulgência tem ainda uma particularidade: po­
de ser lucrada toties quoties, isto é, tantas ve­
zes quantas se visitar uma igreja indulgenciada,
do meio dia de Io à meia noite de 2 de Agosto,
. rezando-se em cada visita pelo menos seis Pa­
dre-Nossos, Ave-Marias e Glória ao Padre, na
•intenção do papa (S. Penitenciaria, 19 de
Julho de 1924).
Quanto aos dias em que a confissão e a co­
munhão, prescritas para a indulgência da Por­
ciúncula, podem ser feitas, valem as regras ge­
rais, referidas no tratado sobre as indulgências
em geral.
Estas indulgências são aplicáveis às almas do
purgatório.
O bisou diocesano, o pároco ou o reitor da
Igreja indulgenciada podem, havendo justa cau­
sa, transferir a indulgência da Porciúncula do
dia 2 de Agosto, quando cai em dia de sema­
na, para o domingo seguinte.
188 ■ Explicação da regra da O T

Podem os terceiros em qualquer lugar ga­


nhar a indulgência da Porciúncula?
Desde o decreto de 31 de Janeiro de 1893, to­
do terceiro pode ganhar essa indulgência.
Pois, caso não haja, no lugar em que reside,
igreja seráfica, nem que esteja estabelecida a
O T, a igreja paroquial goza do privilégio da
Porciúncula.
Para os doentes sacramentados, em lugar da
visita, basta que rezem 6 Padre nossos, Ave
Mar.ias e Glórias de cada vez. Podem também
escolher qualquer dia do oitavário da Porciún­
cula, para ganhar essa indulgência.
69 Privilégios e indultos
Que privilégios são concedidos aos terceiros?
Em primeiro lugar, são dois privilégios de
altar, concedidos a 30 de Maio de 1883:
Io Os sacerdotes terceiros possuem, em três
dias da semana, o privilégio pessoal de altar,
em qualquer que celebrem, se já não tiverem
alcançado, de outro modo, privilégio idêntico.
2o Todas as missas que se oferecem por alma
dos terceiros falecidos, qualquer que seja o sa­
cerdote que celebra, são privilegiadas, isto é,
têm indulgência plenária.
3o Em virtude da comunhão de indulgência
com a Ia Ordem, lucram os padres terceiros, em
sua missa nova, uma indulgência plenária, as­
sim como todos os fiéis que a ela assistam, ten­
do recebido os sacramentos e recitado uma
oração, segundo as intenções do sumo pontífice.
Cap. III. Catálogo sintético das indulgências 189

4o Os sacerdotes terceiros podem rezar o


ofício e celebrar segundo a folhinha do ramo da
Ia Ordem a que pertencem pela O T.
Privilégio Sabatino. — Os terceiros, que
são também confrades do Carmo, para goza­
rem deste privilégio, satisfazem às exigências,
rezando o Ofício dos Padre-nossos (Kescrito
da S. Congr. dos Relig., 7-4-48).
Os demais indultos já foram mencionados.
Todas as indulgências concedidas aos tercei­
ros são aplicáveis às almas do purgatório, com
exceção da indulgência da hora da morte.

CATÁLOGO SINTÉTICO DAS INDULGÊN­


CIAS, PLENÁRIAS E PARCIAIS
Observação: As abreviaturas significam:
IP, indulgência plenária; AG, absolvição geral;
7a, tq, 7 anos toties-quoties; 7a, 7 anos.
Condições das indulgências
O algarismo entre parêntesis indica as con­
dições particulares de cada indulgêcia a sa­
tisfazer para ganhá-la.
Onde não figurar tal algarismo, subsistem
as condições gerais: contrição e intenção de se
lucrar a indulgência. Os algarismos significam:
(0) Contrição, intenção, visita da igreja da
Ordem.
(1) Contrição, intenção, visita da igreja da
Ordem ou paroquial, um Pater, Ave, Glória
pela intenção do papa.
(2) Confissão, comunhão.
(3) Confissão, comunhão, um Pater, Ave,
Glória pela intenção do papa.
Manual da O T — 13
Í90 Explicação da regra da O T

(4) Confissão, comunhão, um Pater, Ave, Gló­


ria pela intenção do papa, visita de qualquer
igreja ou capela pública.
(5) Confissão, comunhão, um Pater, Ave,
Glória pela intenção do papa, visita da igreja
da Ordem ou paroquial, veja pág. 175.
(6) Confissão, comunhão, visita da igreja da
Ordem ou paroquial, nove Pater, Ave, Glória
diante do Santíssimo ou altar-mor, destes um
Pater, Ave, Glória pelo papa. Na falta de con­
fissão e comunhão lucram-se 10 anos de indul­
gência. São estas as tais indulgências das “Esr
tações”.
Indulgências plenárias e parciais em tempo
determinado
1° UMA VEZ NA VIDA
1) No dia da vestição, IP (2).
2) No dia da profissão, IP (2).
3) Na hora dà morte, IP (2), invocando com
os lábios ou pelo menos de coração o nome de
Jesus; não sendo possível receber os sacramen­
tos, basta um ato de contrição perfeita. Os
terceiros podem receber a bênção papal para
a hora da morte como figura no Ritual Ro­
mano, e podem outrossim receber uma indul­
gência plenária em forma de absolvição geral.
4) No jubileu de 50 anos na Ordem. IP (2).
5) Na primeira missa de um sacerdote da
primeira Ordem, tanto para o celebrante como
para os terceiros assistentes, IP (2).
2° NO DECURSO DO ANO
1) Após exercícios espirituais de oito dias,
ou de três dias, havendo motivo que justifi­
que, IP (2).
2) Duas vezes por ano, pela bênção papal;
onde não houver fraternidade, pode-se substi-
Cap. III. Catálogo sintético das indulgências 191

tuir a bênção papal pela absolvição geral, no


confessionário, em dia escolhido pela pessoa,
IP (3).
3) Na festa do titular da igreja, onde está
ereta a fraternidade, IP (5), 10a (0).
4) No fim da visitação canônica de cada
fraternidade, AG (3).
5) Quatro vezes por ano em dia.à escolha,
AG (3).
6) Após retiros espirituais de três dias, pre­
gados por religiosos franciscanos, IP (3). .
* 3o CADA MÊS
1) Assistindo à reunião mensal da Ordem,
AG (3).
2) Uma vez por mês, à escolha, IP (4).
3) Duas vezes por mês, à escolha, IP (5).
4) Uma vez por mês (ou doze vezes por ano),
com o consentimento do padre diretor, 7a (1).
5) Assistindo por hora inteira à “Hora San­
ta”, IP (3), 10a. . " '
6) Na primeira quinta-feira ou sábado do
mês, celebrando-se o “Dia do sacerdote”, com
oferecimento da missa, comunhão, orações e
boas obras do dia pela santificação do clero,
IP (4).
7) Na primeira sexta-feira do mês, meditan­
do por algum tempo na infinita bondade do
Coração de Jesus, IP (3); renovando a pro­
fissão, 7a.
8) No primeiro sábado do mês, rezando ora­
ções de desagravo em honra da Imaculada Con­
ceição, IP (3).
9) No primeiro sábado, assistindo em igreja
franciscana à missa da Imaculada Conceição,
ou missa da vigília, festa ou oitava de nossa
Senhora, tanto para o celebrante, como para
os terceiros assistentes, IP (4).
13*
192 Explicação da regra da O T

10) No dia 17 de cada mês, visitando o Ssmo.


exposto em honra de São Pascoal Bailão, IP (5).
4o CADA SEMANA
1) Todo domingo, não enriquecido de indul­
gências, 3a (0).
2) Cada terça-feira, visitando o Ssmo. expos­
to em honra de Santo Antônio, e rezando um
Pater, Ave, Glória pelo papa, IP (5).
3) Cada sexta-feira (exceto a primeira do
mês, v. acima), meditando na infinita bonda­
de do Coração de Jesus, 7a (3).
5o CADA DIA
1) Recitando a Coroa Franciscana, IP, to-
ties-quoties, sem outra condição. A coroa não
precisa ser benta para os terceiros, e pode ser
rezada sem segurá-la na mão; é também per­
mitido rezá-la por dezenas, contanto que se
termine no espaço de um dia natural.
2) Rezando a via-sacra, IP, toties-quoties, sem
outra condição; IP (2); IP, comungando-se, de­
pois de ter rezado dez vezes a via-sacra no mês.
3) Para cada obra pia de religião ou ca­
ridade, 300 dias.
4) Rezando cinco mistérios do rosário de
nossa Senhora diante do Ssmo., seja exposto,
seja recluso no tabernáculo, IP (2).
Calendário de indulgências para os terceiros
JANEIRO
Quem no mês de Janeiro.cada dia fizer de­
voções especiais em honra do Ssmo. Nome de
Jesus, 7a, no mês, IP (4).
1 — Circuncisão de nosso Senhor, AG (3),
IP (5), IP (6), 10a (0).
Cap. III. Catálogo sintético das indulgências 193

4 — Beata Angela de Foligno, IP (5).


Santíssimo nome de Jesus, no domingo en­
tre circuncisão e epifania, IP (5), 7a (0).
6 — Três reis magos, AG (3), IP (5), IP
(6), 10a (0).
Sagrada família, Jesus, Maria. José, no do-
• migo depois da epifania, 7a (0),
14 —Beato Odorico de Porto Naone, IP (5).
16 — São Bernardo e companheiros, protomár-
tires da primeira Ordem, IP (5), 7a (0).
19 —Beato Bernardo de Corleone, IP (5).
23 — Desposório de nossa Senhora, 7a (1).
30 —Santa Jacinta de Mariscotti, IP (5).
31 — Beata Ludovica Albertoni, IP (5).
Domingo da setuagésima, IP (6).
Domingo da sexagésima, IP '(6).

FEVEREIRO
Domingo da quinquagésima, IP (6).
Todos os dias da quaresma, IP (6).
Em uma das sextas-feiras da quaresma, à
escolha, IP (5).
Nas outras sextas-feiras da quaresma, 7a (1).
2 — Purificação de nossa Senhora, AG (3),
IP (5), 10a (0).
Nos dias do oitavário, 10a (0).
4 — são José de Leonissa, IP (5), 7a (0).
5 __São Pedro Batista e companheiros, IP
(5), 7a (0).
11 — Nossa Senhora de Lourdes, 7a (0).
15_Beato André de Conti, IP (5).
10 — São Conrado de Placência, IP (5), 7a (0).
22 —Santa Margarida de Cortona, IP (5),
7a (1), 7a' (0).
24 — São Matias, apóstolo, 3a (0).
194 Explicação da regra da O T

MARÇO
Quem no mês de Março assistir à devoção
pública em honra de São José, 7a, IP (3), se
ao menos esteve presente a dez devoções.
Festa dos mistérios da via-sacra, na primei­
ra sexta-feira de Março, AG (3), IP (5).
Nas treze terças-feiras, ou domingos, que
precedem a festa de Santo Antônio de Lisboa,
rezando nestes dias em honra do mesmo Santo,
JP (2); esta devoção pode ser feita em qual­
quer tempo do ano.
5 — são João-José da Cruz, IP (5), 7a (0).
6 — Santa Coleta, IP (5), 7a (0).
9 — Sta. Catarina de Bolonha, IP (5), 7a (0).
18 —São Salvador de Horta, 7a (0).
19 — São José, esposo de nossa Senhora, AG
(3), IP (5), 3a (0).
22 — São Benvindo, IP (5), 7a (0).
25 — Anunciação de nossa Senhora, AG (3),
IP (5), 10a (0).
Nos dias do oitavário, 10a (0).
26 — Beato Diogo José de Cadix, IP (5).
28 — São João de Capistrano, IP (5), 7a (0).
30 — São Pedro Regalado, IP (5), 7a (0).
Sete dores de nossa Senhora, na sexta-feira
da semana da paixão, 7a (0).
Domingo de ramos, AG (3).
Todos os dias da semana santa, AG (3).
Quem assistir todos os três dias às “Trevas”
da quarta, quinta e sexta-feira santas, rezan­
do ou meditando na paixão de nosso Senhor,
IP (4), 10a tq. em cada dia.
Páscoa, AG (3), IP (6), 10a (0).
Segunda-feira da páscoa, IP (6), 3a (0).
Terça-feira da páscoa, IP (6), 3a (0).
Nos dias restantes da oitava da páscoa,
IP (6).
Cap. III. Catálogo sintético das indulgências 195

ABRIL
Solenidade de São José, na quarta-feira de­
pois do segundo domingo de páscoa, ou no
terceiro domingo de páscoa, se for transferi­
da a celebração pública,* IP (5).
4 — São Benedito, o preto, IP (5), 7a (0).
16 — Aniversário da profissão de São Fran­
cisco, IP (5): renovando a profissão neste dia,
ou no domingo seguinte, havendo motivo que
justifique, IP (2). (Neste mesmo dia se ce­
lebra a festa de São Benedito José Labre e de
Santa Maria Bernarda Soubirous, a vidente de
Lourdes, ambos cordígeros franciscanos).
21 — São Conrado de Parzham, 7a (0).
24 — S. Fidelis de Sigmaringa, IP (5), 7a (0).
25 — São Marcos Evangelista, IP (6).
28 — Beato Luquésio, IP (5).

MAIO
Quem no mês de Maio assistir à devoção
em honra de nossa Senhora, 7a cada dia, IP
(3) se ao menos esteve presente a dez devo­
ções.
Nos três dias das rogações, IP (6).
Ascensão de nosso Senhor, AG (3), IP (5),
IP (6), 10a (0).
1 — são Filipe e São Tiago, apóstolos, 3a (0).
3 — Invenção da santa cruz, 7a (1).
11 — Beato Benedito de Urbino, IP (5).
17 — São Pascoal Bailão, IP (5), 7a (0); vi­
sitando o Ssmo. exposto, IP (5).
18 — São Felix de Cantalício, IP (5), 7a (0).
19 —Santo Ivo, IP (5), 7a (0).
20 — São Bernardino de Sena, IP (5), 7a (0).
21—Beato Crispim de Viterbo, IP (5).
30 — São Fernando, rei, IP (5), 7a (0).
31 — Nossa Senhora Mediadora, 7a (0).
196 Explicação da regra da O T

Vigília de pentecostes, IP (6).


Pentecostes, AG (3), IP (6), 10a (0).
Segunda-feira de pentecostes, IP (6), 3a (0).
Terça-feira de pentecostes, IP (6), 3a (0).
Nos outros dias da oitava até sábado inclu­
sive, IP (6)v
Santíssima Trindade, no domingo depois de
pentecostes, AG (3), EP (5), 10a (0).
Corpo de Deus, na quinta-feira depois da
SSma. Trindade, AG (3), IP (5), 10a (0).
Celebrando-se o “dia eucarístico”, uma ou
mais vezes ao ano, em qualquer dia, com ex­
posição do Ssmo. da manhã à tarde, e com
missa, comunhão, exercícios e práticas em hon­
ra do Ssmo. Sacramento, quem visitar o Ssmo.
exposto neste dia e rezar seis Pater, Ave,
Glória, um deles pelo papa, IP (4), 15a tq. cada
visita.
JUNHO
Quem no mês de Junho assistir à devoção
em- honra do sagrado Coração de Jesus, 10a
cada dia, IP (3) se ao menos esteve presente
a dez devoções.
Onde o mês de Junho é celebrado solenemen­
te, quem assistir ao menos a dez práticas, ou
a oito dias de exercícios espirituais em honra
do sagrado Coração de Jesus, IP (4).
Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira de­
pois da oitava do Corpo de Deus, AG (3), IP (4),
10a (0); na consagração anual da Ordem ao
Coração de Jesus, renovando neste dia a pro­
fissão, IP (2).
1 — Santa Angela Merici, IP (5), 7a (0).
2 — Beato Felix de Nicósia, IP (5).
4 — Num dia, à escolha, da novena de San­
to Antônio, assistindo por algum tempo à ex­
posição do Ssmo., e rezando pela intenção do
papa, IP (5).
Cap. XII. Catálogo sintético das indulgências 197

13 — Santo Antônio de Lisboa, IP (5), 7a (0).


20 — Beata Miquelina, IP (5). .
24— São João Batista, IP (5), 10a (0).
29 —São Pedro e São Paulo, AG (3), IP (5),
10a (0).
Celebrando-se hoje, ou em outro qualquer
dia do ano, o “Dia do papa”, quem íesiejar
este dia e assistir a uma das funções religio­
sas, IP (4), 10a.
Onde se celebrar este mês com práticas co­
tidianas em honra do sagrado Coração de Je­
sus, ou se ao menos oito dias foram guarda­
dos à maneira de exercícios espirituais com
duas práticas ao dia, no dia do encerramento
quem assistir a estes exercícios espirituais, ou
a dez práticas durante o mês, IP (4), toties-
quoties. rezando em cada visita seis Pater,
Ave, Glória pelo papa.
JULHO
Quem no mês de Julho assistir à devoção
em honra do preciosíssimo sangue, 10a cada
dia, IP (4) se ao menos se assistir a dez de­
voções.
1 — Preciosíssimo sangue, 7a (0).
2 — Visitação de nossa Senhora, AG (3), 7a
(1), 10a (0).
8 — Santa Isabel, rainha de Portugal, IP
(5), 7a (1).
9 —São Nicolau e companheiros, IP (5),
7a (0).
11 — Santa Verônica Juliani, IP (5), 7a (0).
13 — São Francisco Solano, IP (5), 7a (0).
14 — São Boaventura, IP (5), 7a (0).
16 — Nossa Senhora do Monte Carmelo, 7a (0).
23 — São Lourenço de Bríndisi, IP (5), 7a (0).
25 — São Tiago, apóstolo, 3a (0).
' 198 Explicação da regra da O T

26 — Santa Ana, mãe de nossa Senhora, IP


(5), 3a (0).
27 — Bta. Maria Madalena Martinengo, IP (5).
AGOSTO
■ Quem no mês de Agosto cada dia fizer de­
voções especiais em honra do imaculado Co­
ração de Maria, 5a; no mês, IP (4).
Nos cinco domingos que precedem à festa
das chagas de São Francisco, rezando, tam­
bém mentalmente, em honra destas chagas,
IP (4).; esta devoção pode ser feita em qual­
quer outro tempo do ano.
2 — Porciúncula, IP (5), toties-quoties: isto
6, desde o meio dia de 1 até meia noite de
2 de Agosto, rezando-se em cada visita seis
Pater, Ave, Glória pela intenção do papa.
5 — Nossa Senhora das Neves, 7a (0).
6 — Transfiguração de nosso Senhor, 7a (0).
7 —Beatos Agatângelo e Cassiano, ÍP tõ>. •
9 — São João Maria Vianey, IP (5).
10 —São Lourenço, mártir, 3a (0).
12 — Santa Clara de Assis, AG (3), IP (5),
10a (0).
Nos dias do oitavário, 10a (0).
15 — Assunção de nossa Senhora, AG (3),
IP (5), 10a (0).
Nos dias do oita vário, 10a (0).
16 — São Joaquim, pai de nossa Senhora,
IP (5).
17 — São Roque, IP (5), 7a (0).
19 — São Luís de Tolosa, IP (5), 7a (0).
22 — Sete gozos de nossa Senhora, AG (3),
IP (5), 7a (0).
24 — São Bartolomeu, apóstolo, 3a (0).
25 — São Luís, rei, padroeiro da O T, AG
(3), IP (5), 7a (1).
26 — Beato Bernardo de Ofida, IP (5).
Cap. XII. Catálogo sintético das indulgências 199

SETEMBRO
Quem no mês de Setembro cada dia fizer de­
voções especiais em honra de Nossa Senhora
das Dores, 5a, no mês, IP (4).
Nos três dias das têmporas, IP (6).
4 — Santa Rosa de Viterbo, IP (5), 7a (0).
8 — Natividade de nossa Senhora, AG (3),
IP (5), 10a (0).
Nos dias do oitavário, 10a (0).
9 — Num dia à escolha da novena de São
José de Cupertino, assistindo por algum tem­
po à exposição do Ssmo. e rezando pela in­
tenção do papa, IP (5).
12 — Ssmo. nome de Maria, 7a (0).
14 — Exaltação da santa cruz, 7a (1).
15 — Sete dores de nossa Senhora, 7a C0).
17 — Chagas de São Francisco, AG (3), IP
(5), 7a (1).
18 — São José de Cupertino, IP (5), 7a (0).
Nos dnze sábados contínuos antes da festa
da Imaculada Conceição, rezando nestes dias,
também mentalmente, em honra da Imaculada
Conceição, IP (3).
21—S. Mateus, apóstolo e evangelista, 3a (0).
24 — São Pacífico de São Severino, IP (5),
7a (0).
25 — Num dia à escolha da novena de São
Francisco de Assis, assistindo por algum tem­
po à exposição do Ssmo., e rezando pela in­
tenção do papa, IP (5).
27 — Santo Elzeário, IP (5), 7a (0).
29—-São Miguel, arcanjo, IP (5), 3a (0).
200 Explicação da regra da O T

OUTUBRO
Quem no mês de Outubro recitar cinco mis­
térios do rosário de nossa Senhora, 7a cada
dia, IP (3), para quem o fizer na festa do ro­
sário e durante a oitava e mais IP (3) se ao
menos o rezar ainda 10 vezes.
2 — Santos Anjos da Guarda, IP (5).
4 — São Francisco de Assis, fundador daOT,
AG (3), IP (3), IP (5), 10a (0).
• Nos dias do oitavário, 10a (0).
Na festa de São Francisco ou num dia do
oitavário, IP (4).
6 — Santa Maria Francisca das Cinco Cha­
gas, IP (5), 7a (0).
7 — Santo rosário de nossa Senhora, 7a (0).
8 —Santa Brígida, 7a (0).
10 — S. Daniel e companheiros, IP (5), 7a (0).
11 — Maternidade de nossa Senhora, 7a (0).
12 — São Serafim de Montegranário, IP (5),
7a (0).
19 — São Pedro de Alcântara, IP (5), 7a (0).
22 — Dedic. das igrejas consagradas, 10a (0). •
Nos dias do oitavário, 10a (0).
No penúltimo domingo de Outubro, celebran­
do-se o “Dia das missões”, IP (4), rezando-se
pela conversão dos infiéis; 7a tq. visitando unia
das funções, onde as houver, e rezando pela
conversão dos infiéis.
26 — Beato Boaventura de Potenza, IP (5).
28 — Santos Simão e Judas, apóstolos, 3a (0).
30 — Beato Ângelo de Acri, IP (5).
Cristo Rei, no último domingo de Outubro,
7a (0).
Quem assistir à renovação da consagração,
7a, IP (3).
Cap. III. Catálogo sintético das indulgências 201

NOVEMBRO
Quem, no mês de Novembro, cada dia fizer
devoções especiais em sufrágio das benditas
almas do purgatório, 3a, no mês, IP (4).
1 — Festa de todos os santos, AG (3), 10a
(0).
2 — Comemoraçjo de Todos os defuntos, IP
(4), toties-quoties, só aplicável aos defuntos:
isto é, desde o meio dia de 1 até meia noite de
2 de Novembro, rezando-se em cada visita
seis Pater, Ave, Glória pela intenção do papa.
Na comemoração dos mortos e nos dias do
oitavário, visitando o cemitério, e rezando, tam­
bém mentalmente, pelos defuntos, IP (4); 7a
tq., fazendo o mesmo em qualquer outro dia
do ano.
13 —São Diogo, IP (5), 7a (0). *
14 — São Josafat, IP (5).
16 — Santa Inês de Assis, IP (5), 7a (0).
19 — Santa Isabel da Hungria, padroeira da
O T, AG (3), IP (5), 7a (1). '
21 — Apresentação de nossa Senhora, AG (3),
7a (1), 7a (0).
25 — Santa Catarina, virgem e mártir, AG,
(3).
26 — São Leonardo de Porto Maurício, IP
(5), 7a (0).
28 — São Tiago da Marca, IP (5), 7a (0).
29 — Todos os Santos das três Ordens, IP (5),
10a (0); renovando a profissão, IP (3). Num
dia, à escolha, da novena da Imaculada Con­
ceição, que hoje começa, assistindo por algum
tempo à exposição do Ssmo., e rezando pelas
intenções do papa, IP (5).
30 — Santo André, apóstolo, 3a (0).
Em todos os domingos do advento, IP (6).
202 Explicação da regra da O T

DEZEMBRO
Quem no mês de Dezembro fizer devoções
especiais em honra da Imaculada Conceição,
cada dia 5a, no mês, IP (4).
Nos três dias das têmporas, IP (6).
1 — Comemoração dos defuntos das três Or­
dens, IP (5). ’
8 — Imaculada Conceição de nossa Senhora,
AG (3), IP (5), 10a (0).
Nos dias do oitavário,. 10a (0).
9 —Beata Delfina, IP (5).
12 —Nossa Senhora de Guadalupe, 7a (0).
16 —Começa a novena do natal; todos os
dias da novena, 7a (1), no último dia, IP (4).
21 — São Tomé, apóstolo, 3a (0).
24 —Vigília do natal, IP (6).
25 —Natal, AG (3), 10a (0).
E-m cada uma das três missas do natal,
IP (6).
26 —S. Estêvão, protomártir, IP (6), 3a (0).
27 — São João Evangelista, IP (6), 3a (0).
28 —Santos Inocentes, IP (6), 3a (0).
31 —São Silvestre, papa, 3a (0).
PARTE II
CERIMONIAL DA ORDEM TERCEIRA
DE SÃO FRANCISCO
Nota. — As orações na Vestição e Profissão dos
Terceiros devem ser recitadas em latim. Os in­
terrogatórios podem ser feitos na língua verná­
cula (Resposta da Sagr. Congr. dos Ritos,
15-11-1913).
I* ORAÇÕES PARA A REUNIÃO MENSAL
1* Na abertura da reunião
TTeni, Sancte Spiri- TTinde, Espírito San-
V tus, reple tuorum V to, enchei os cora-
corda fidelium, et tui ções de vossos fiéis e
amoris in eis ignem acendei neles o fogo
accende. de vosso amor.
Sub tuum praesi- À vossa proteção re­
dium confugimus, san- corremos, santa Mãe de
cta Dei Genitrix, nos- Deus, não desprezeis as
tras deprecationes ne nossas súplicas em nos-
204 Cerimonial

despicias in necessita- sas necessidades, mas


tibus nostris, sed a pe- livrai-nos sempre de to­
riculis cunctis libera dos os perigos, ó Vir­
nos semper, Virgo glo­ gem gloriosa e bendita.
riosa et benedicta. O’ bem-aventurado
Respice, beate Pater pai são Francisco, bai­
Francisce, de excelso xai de vosso elevado
caelorum habitáculo, et trono vosso olhar so­
deprecare pro populo bre nós, e suplicai por
tuo, populo quem ele- vossa família, que ha­
gisti, ut serviat coram veis escolhido, a fim de
te omni tempore «in que, em vossa presen­
ministério Domini. ça, persevere até ao
fim no serviço do Se­
nhor.
y. Kyrie, eleison. V. Senhor, tende pie­
I?. Christe, eleison. dade de nós.
Kyrie, eleison. Cristo, tende pieda­
Pater noster (secre­ de de nós. Senhor, ten­
to usque ad) de piedade de nós.
Padre nosso (secreta­
y. Et ne nos inducas mente)
in tentationem. F. E não nos deixeis
I?. Sed libera nos a cair em tentação,
maio. ty. Aías livrai-nos do
y. Memento Congre- mal.
gationis tuae. 7. Lembrai-vos de vos­
I?. Quam possedisti sa congregação.
ab initio. Que é vossa desde
o princípio.
T. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha oração.
I?. Et clamor meus I?. E chegue até vós
ad te veniat. o meu clamor.
I. Reunião mensal 205

7. Dominus vobiscum. J. O Senhor seja con-


fy. Et cam spíritu tuo. vosco.
I?. E. com o vosso es­
Oremus pírito.
Tl/Tentes n ostras, Oremos
lVXquaesumus, Domi­ ÇJenhor, «ilustrai nos-
ne, lumine tuae clari- ^sas inteligências com
tatis illustra: ut vide- a luz de vossa clarida­
re possimus quae agen­ de, para que possamos
da sunt, et quae recta conhecer o que deve- *
sunt agere valeamus. mos fazer, e praticar
Per Christum Domi- o que for reto. Por
num nostnim. Cristo nosso Senhor,
I?. Amen. f?. Assim seja.
Para a Congregação solene e para a Visita, em
lugar do Veni, Sancte Splritus, canta-se:
~Q—í
p
- Jp — v—^
& Sh
Ve-ni, Cre - a - tor
- -fCi—p
Spi- ri-tus, •

i u ts=ts
Men-tes tu-o-rum vi - si - ta :

I b
-v—;
Im-ple su - per - na
X=J5_^~+—
gra-ti-a,
*
V —*
i

' Quae tu cre - as - ti


ES
pec-to - ra.
i
Manual da O T — 14
20G Cerimonial

• 1. Vem, ó Criador Espírito, * a mente dos


teus visita, * e os peitos que criaste, * enche
de graça infinita.
2. Qui diceris Pára- 2. Tu Paráclito és cha­
clitus, * altissimi do- mado, * do excelsd
num Dei * fons vivus, Deus doação, * fogo,
ignis, caritas, * et spi- caridade, fonte viva, *
ritalis unctio. espiritual unção.
3. Tu septiformis 3. Tu com septiforme
munere, * digitus pa- graça, * dedo és da
ternse dexterae, * tu destra paterna, * pro­
rite promissum Patris * messa do Pai que às
sermone ditans guttu- línguas * dás força da
ra. voz superna. •
4. Accende lumen 4. A nossa mente ilu­
sensibus, * infunde mina, * teu amor ao
amorem cordibus * peito infunde, * firma
infirma nostri corporis um perpétuo esforço, *
* virtute firmans per- onde a fraqueza re­
peth dunde.
5. Hostem repellas 5.'"Longe o inimigo re­
longius * pacemque pele, * dá-nos a paz de
dones protinus, * du- repente, * guia-nos, evi­
ctore sic te praevio '* taremos * qualquer da­
vitemus omne noxium. no felizmente.
6. Per te sciamus, 6. O Pai e o Filho
da Patrem, * noscamus unigênito * tu nos fa­
atque Filium; * teque zes conhecer; * e crer
utriusque Spiritum * que procedes de ambos,
credamus omni tem- * nos dá em todo o
pore. viver.
7. Deo Patri sit glo­ 7. A Deus Pai se dê a
ria, * et Filio, qui a glória, * ao Filho res­
mortuis, * surrexit, ac suscitado, * e também
X. Reunião mensal 207

Paraclito * in saeculo- a ti, Paraclito; * lou­


rum saecula. Amen. vor sem fim seja dado.
Amém.
y. Emitte Spiritum J. Enviai o vosso Espí­
tuum, et creabuntur.. rito e tudo será criado.
í?. Et renovabis fa­ 7. E renovareis a face
dem terree. da terra. *
« p *

Oremus Oremos
TAeus, qui corda fi- TAeus, que ilustrastes
A^delium Sancti Spi- -L^os corações dos
ritus illustratione do- fiéis com a luz do Es­
cuisti: f da nobis -in pírito Santo, concedei-
eodem Spiritu recta nos que, pelo mesmo
sapere, * et de ejus Espírito, saibamos o
semper consolatione que é reto, e nos ale­
gaudere. Per Christum gremos sempre com sua
Dominum nostrum. consolação. Por Cristo
I?. Amen. Senhor nosso. I?. Assim
seja.
Em seguida, o diretor faz uma pequena alocução,
anuncia o dia da próxima reunião e tudo o que
porventura tiver que publicar: depois disto faz
as entradas e profissões, se as houver, e sendo dia
próprio, dá a absolvição geral ou bênção papal.
Por fim, rezam-se as orações seguintes:
2’ No fim da reunião
y. Kyrie, eleison. y. Senhor, tende pieda­
de de nós.
K. Christe, eleison. I?. Cristo, tende pieda­
Kyrie, eleison. de de nós. Senhor, ten­
de piedade de nós.
Pater noster (secreto). Padre nosso,
y. Et ne nos inducas y. E não nos deixeis
in tentationem. cair. em tentação. .
14*
208 Cerimonial

TÇ. Sed libera nos a I?. .Mas livrai-nos do


maio. mal.
7. Confirma hoc, 7. Confirmai, Senhor, o
Deus, quod operatus que em nós operastes.
es in nobis. Do vosso templo
A templo sancto sanlo, que está em Je­
• tuo, quod est in Je­ rusalém.
rusalém. 7. Senhor, ouvi a mi­
7. Domine, exaudi nha oração.
orationem meam. I?. E chegue até vós
Et clamor meus ad o meu clamor.
te veniat. 7. O Senhor seja con-
7. Dominus vobiscum. vosco.
I?. Et cum spiritu tuo. 7?. E com o vosso es­
pírito.
Dremus Oremos
T>rsesta nobis, quae- /^oncedei-nos, Senhor,
A sumus, Domine, au- ^>nós vos suplicamos,
xilium gratiae tuae: ut o auxílio de vossa gra­
quae, te auctore, fa- ça, para que logremos
cienda cognovimus, te cumprir nossos deveres,
adjuvante implere va- com o vosso amparo.
leamus. . ■VTós vos damos gra-
A gimus tibi gratias, -L Yças, Senhor onipo­
-tVomnipotens Deus, tente, por todos os vos­
•pro universis beneficiis sos benefícios. Vós, que
tuis. Qui vivis et viveis e reinais nos sé­
•regnas in saecula sae- culos dos séculos. í£.
culorum. Amen. Assim seja.
7. Oremus pro bene- 7. Oremos por nossos
factoribus nostris. benfeitores.
Retribúere dignáre, I?. Dignai-vos, Senhor,
Dó mine, ómnibus no- por glória de vosso no-
I. Reunião mensal 209

bis boncí faciéntibus me, conceder a vida


propter nomen tuum eterna a todos os que
vitam ceternam. Amen. nos fazem bem. Assim
seja.
Aqui podem ser anunciados os nomes dos irmãos
falecidos depois da última reunião, caso não se
tenha feito por ocasião da prática.
Depois diz o diretor: Oremos pelos terceiros
falecidos.
‘ Antiph. Si iniquita- Antif. Se atenderdes,
tes * observáveris, Do­ Senhor, às nossas <ini-
mine, Domine, quis quidades, quem, Senhor,
sustinebit? poderá subsistir?
Salmo 129
T\e profundis clama- T"\o mais profundo
JL^vi ad te, Domine: U abismo clamei a
* Domine, exaudi vo- vós, Senhor; Senhor,
cem meam. ouvi a minha voz.
Fiant aures tuce in- Estejam atentos os
tendéntes * in vocem vossos ouvidos à voz da
deprecatiónis mece. minha súplica.
Si iniquitates obser­ Se atenderdes, Se­
váveris, Domine: * Do­ nhor, às nossas iniqui-
mine, quis sustinebit? dades, quem, Senhor,
poderá subsistir?
Quia apud te propi- Mas em vós se acha
tiátio est: * et pro­ misericórdia e, pela vos­
pter legem tuam sus- sa lei, pus em vós, Se­
tinui te, Domine. nhor, a minha confiança.
Sustinuit anima mea A minha alma está
.in verbo ejus: * spe- confiada na vossa pa­
ravit anima mea in lavra; a minha alma es­
Domino. pera no Senhor.
210 Cerimonial

A custódia matutina Desde a vigília da


usque ad noctem * manhã até à noite, es­
speret Israel in Dómi- pere Israel no Senhor.
no. i •»

Quia apud Domi- Porque o Senhor é


num misericórdia, * et cheio de misericórdia,
copiosa apud eum e nele há copiosa re­
redémptio.* denção.
Et ipse rèdimet Is­ Ele mesmo redimirá
rael * ex ómnibus ini- a■ Israel de todas as
quitátibus ejus. suas iniquidades.
Requiem aeternam * Dai-lhes, Senhor, o
dona eis, Domine. eterno descanso.
Et lux perpétua * Entre os resplendo-
luceat eis. res da luz perpétua.
Antiph. Si iniquitá- Antlf. Se atenderdes,
tes observáveris, Do­ Senhor, às nossas ini­
mine, Domine, quis quidades, quem, Senhor,
sustinebit? poderá subsistir?
y. A porta inferi. T. Da porta do inferno,
I? Erue, Domine, áni- í?. Desviai, Senhor, as
mas eórum. suas almas.
y. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha oração.
I?. Et clamor meus E chegue até vós
ad te veniat. o meu clamor.
y. Dominus vobiscum. y. • O Senhor seja con-
vosco.
ty. Et cum spiritu tuo. E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos * .
■pveus, veniae largitor Deus, - que conce­
-L-^et humanae salutis ó deis o perdão e
quereis a salvação dos
amator, quaesumus cle-
I. Reunião mensal 2lí

mentiam tuam, utnos- homens, suplicamos a


trae Congregationis vossa clemência, pela
fratres, propinquos et intercessão da bem-
benefactores, qui ex aventurada virgem Ma­
hoc saeculo transie- ria e de todos os san­
tos, que áos membros
'runt, beata Maria sem- da noSsra Congregação,
per Virgine interceden- parentes e benfeitores
te, cuni omnibus San- que já passaram desta
ctis tuis, ad perpetuae vida, permitais que che­
beatitudinis çonsortium ■ guem ao consórcio da
pervenire concedas/ ’ eterna . bem-aventuran-
ça.
TjMdelium, Deus, om- TAeus, criador e reden-
-t1 nium Conditor et U tor de todos os fiéis,
Redemptor, animabus concedei às almas de
famulorum famularum- vossos servos e servas
que tuarum remissio- a remissão de todos os
nem cunctorum tríbue seus pecados, para que
peccatorum; ut in- obtenham por piedosas
dulgentiam, quam sem- súplicas a indulgência
per optaverunt, piis que sempre desejaram.
supplicationibus conse” Vós que viveis e rei­
quantur: Qui vivis et nais pelos séculos dos
regnas in srecula sae- séculos.
culorum. I?. Amen. Assim seja. **
T. Requiem aeternam ;T. Dai-lhes, Senhor, o
dona eis, Domine, eterno descanso,
í?. Et tux perpetua lu- í?. Entre os resplendo-
ceat eis. res da luz perpétua.
J. Requiescant in pa-, T. Descansem êm paz.
ce. I?. Amen. IP. Assim seja.
• Reza-se ainda 1 Padre-Nosso, Ave-Maria e Glória
pelos membros enfermos da fraternidade. .
212 Cerimonial

Após Isto o padre diretor dá a bênção que S.


Francisco pronunciou sobre o seu discípulo:
ue o Senhor vos
B enefdicat vobis Do-
minus, et custodiat' Q abençoe e vos pro­
vos. Ostendat faciem teja. Que vos mostre
suam vobis, et mise- a sua face e tenha mi­
*reatur vestri. Conver- sericórdia de vós. Que
tat vultum suum ad volte os seus olhos pa­
ra vós e vos dê a sua
vos, et det vobis pa- paz. Que o Senhor vos
cem. Dominus vos be- t abençoe. Assim
nefdicat. I?. Amen. seja.
II. CERIMONIAL PARA A TOMADA
DO HABITO
Começada a reunião, o sacerdote, de sobrepeliz e
estola branca, sentado ou em pé, sobre o es­
trado do altar, interroga ao postulante ajoelhado:
Que pedes?
Besponde ele:
• Reverendo padre, peço humildemente o há­
bito da Ordem Terceira da penitência, para
por meio dele mais facilmente poder con­
seguir a salvação eterna.
O sacerdode responde: Deo gratias.
Deinde adjungatur brevíssima exhortatio, qua lau-
detur sanctum postulantls propositum atque confir-
metur demonstrata excellentia et efficacia Tertil
Ordinis; tum sacerdos ad altare conversus benedicit
vestes dicens:
T. Adjutorium nostrum in nomine Domine.
Qui fecit ccelum et terram.
II. Tomada do hábito 213

T. Domine, exaudi orationem meam.


í?. Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
I?. Et cum spiritu tuo.
A seguinte oração não se reza, quando a ves-
tição é particular e fora da Congregação; neste
caso, depois dos yy., com os segue-se
imediatamente a oração: Domine Jesu.
Oremus Oremos
fAmnipotens sempi- /^Vnipotente e eterno
'^terne Deus, qui per ^-'Deus, que vos dig­
mortem unigeniti Filii nastes misericordiosa­
tui, Domini nostri Je­ mente restaurar o mun­
su Christi, mundum do pela morte do vos­
restaurare misericordi- so unigênito Filho, nos­
ter dignatus es, ut a so Senhor Jesus Cris­
morte perpetua nos li­ to, para nos livrardes
berares et ad gaudia da morte perpétua e
perduceres Paradisi: nos conduzirdes às ale­
•respice, quaesumus, grias do paraíso: nós
pietatis tuse oculo de­ vos suplicamos que
votam hanc familiam olheis com piedade pa­
tuam, hic hodie in tuo ra esta família a vós
nomine congregatam, consagrada e reunida
cuius famulus tuus bea- em vosso nome, que
tus Franciscus, ut tibi vosso servo São Fran­
augeatur credentium cisco fundou, para au­
numerus, exstitit insti- mento de vossos fiéis.
tutor. Illam super, fir­ Confirmai-a na pedra
mam petram, quae firme, que é Cristo,
Christus est, confirma, para que seja livre de
ut ab omnibus turba- todas as tentações do
tionibus mundi, carnis mundo, da carne e do
214 Cerimonial

et diaboli sit secura: et demônio, e venha a pos­


incedens per tuorum suir a eterna alegria*
semitam mandatorum, seguindo os vossos pre­
meritis acerbissimae ceitos, pelos méritos da
Filii tui passionis, et acerbíssima paixão de
immaculatae Matris vosso Filho, da imacu­
ejus semper Virginis lada virgem Maria, e
Mariae, ac beati patris
nostri Francisci, omni- de nosso pai são Fran­
u m q u e Sanctorum, cisco e de todos os
gaudia asterna possi- santos. Pelo mesmo
deat. Per eundem Cristo, Senhor nosso,
Christum Dominum í?. Assim seja.
nostrum. I?. Amen.
Oremus Oremos
omine Jesu Chris- Senhor Jesus Cris­
D te, qui tégumen
nostrae mortalitatis in-
O to, que vos dig­
nastes tomar o vestuá­
duere et in praesepio rio da nossa mortalida­
pannis involvi digna- de e vos envolvestes em
tus es, quique glorio­ panos no presépio, que
so Confessori tuo bea­ inspirastes • ao vosso
to Patri nostro Fran­ glorioso confessor, nos­
cisco tres Ordines ins- so bem-aventurado pai
tituere salubriter ins- São Francisco a fun­
pirasti, ac eosdem per dação das .três ordens
Summos Ecclesiae Pon­ e fizestes- que os su­
tífices, tui vicarios, mos pontífices da Igre
approbare fecisti: im- ja, vossos vigários, as
mensam tuae clemen- aprovassem: humilde­
tiae largitatem suppli- mente suplicamos à
citer exoramus ut haec imensa riqueza da vos­
indumenta, quae idem sa clemência que vos
II. Tomada do hábito 215

beatus Franciscus ad digneis abençoar e san­


pcenitentiae indicium tificar estas vestimen­
ac pro valida contra tas que S. Francisco or­
saeculum, carnem et denou que fossem usa­
daemonem armatura, das pelos seus irmãos
commilitones suosfra- de penitência, como si­
tres de Poenitentia in nais de penitência con­
Tertio Ordine portare tra o mundo, a carne
constitui, benefdicere e o demônio, de modo
et sanctifficare digne- que estes vossos ser­
ris, ut famuli tui (fa- vos, recebendo-as devo-
mulae tuae) ea devote tamente, as vistam, pa­
suscipientes, te ita in- ra fielmente observar
duant, ut in spiritu hu-
militatis viam manda- os vossos mandamentos,
torum tuorum ad mor- em espírito de humilda­
tem usque fideliter de, até à morte. Que
percurrant. Qui vivis viveis e reinais por to­
et regnas in saecula dos os séculos. As­
saeculorum. fy. Amen. sim seja.
Se houver s<5 um a tomar o hábito, dir-se-á
no singular o que está no plural.
Para a bênção do cordão o sacerdote diz:
Oremus Oremos
eus, qui, ut ser- Deus que, para re­
D vum redimeres, Fi-
lium tuum per manus
O mirdes o vosso ser­
vo, permitistes que vos­
impiorum ligari voluis- so Filho fosse ligado
ti: benefdic, quaesu- pelas mãos dos ímpios,
mus, cingulum istud; abençoai, nós vos su­
et praesta, ut famuli plicamos, este cordão, e
tui, qui (famulae tuae, concedei que vossos ser-
quae) hoc pcenitentiae vos que vão ser cingi-
216 Cerimonial

ligamine praecingun- dos com este cordão de


tur, vinculorum ejus- penitência, perpètua-
dem Domini noslri Je- mente se lembrem das
su Christi perpetuo me­ cordas que cingiram a
mores exsistant tuis- nosso Senhor Jesus
que semper obsequiis
alligatos (alligatas) Cristo, e se reconheçam
se esse cognoscant. ligados sempre ao vos­
Per eundem Christum so serviço. Pelo mes­
Dominum nostrum. mo Cristo Senhor nosso.
I?. Amen. I?. Assim seja.
Bênção do véu (se for de uso na fraternidade):
Oremus Oremos
omine Jesu Chris- Oenhor Jesus Cristo,
D te, qui per Apos- »3que ensinastes, pelo
vosso apóstolo, deverem
tolum tuum docuisti,
ut mulieres in ecclesia as mulheres trazer a
sancta tua velato cá- cabeça coberta em vos­
pite starent, ad osten- sa santa igreja, ates­
déndum quod amátor tando assim quanto
amais a pureza e a cas­
es illibatissimae castitá- tidade, abençoai e san-
tis benefdic et sanctif tificai este véu, para
fica velum istud, et que ele se torne um si­
concede, ut, sicut ex- nal exterior de santida­
terius sanctitátis et ho- de e pureza, a fim de
nestátis est signum, que vossas servas, que
ita has ancillas tuas, hoje o recebem, sejam
quae debent ipsum sempre sem mancha,
gestare, sine macula que sua vida se encha
semper custódias, et de boas obras e que
bonis opéribus abun- assim possam elas rei­
dáre fácias, et tan- nar um dia na felici-
II. Tomada do hábito 217

dem in caelo Sanctó- dade do céu com os


rum consórtio felici- vossos santos. Vós,
ter jungas. Qui vivis que viveis e reinais nos
et regnas in saecula séculos dos séculos,
saeculorum. ty. Amen. í?. Assirn seja.
Em seguida o sacerdote asperge com água ben­
ta o escapulário, o cordão e o véu. sem nada dizer.
Depois, ajoelhado no primeiro degrau do altar,
entoa o hino Veni Creator (pág. 205), e o vai can­
tando ou recitando alternadamente com ós assisten­
tes até o fim. Terminado o hino, com o T. e
a respectiva oração, volta-se para o postulante,
que estará ajoelhado diante do altar, e diz:
Exuat te Dominus O Senhor te despoje
veterem hominem cum do homem velho com
actibus suis, et cor todos os seus atos, e
tuum avertat a saeculi afaste teu ‘coração das
pompis, quibus abre- pompas do mundo, às
nuntiasti dum baptis-. quais renunciaste pelo
mum suscepisti. batismo. •
Amen. tf. Assim seja.
Em seguida impõe-lhe o hábito ou escapulário,
dizendo:
Induat te Dominus O Senhor te vista do
novum hominem, qui novo homem, que foi
secundum Deum crea- criado, segundo Deus,
tus est in justitja et na justiça e na santi­
sanctitate veritatis. dade da verdade,
fy. Amen. í?. Assim seja.
Cinge-lhe depois o cordão, dizendo:
Praecingat te Domi­ O Senhor te cinja
nuscingulo puritatis, com o cordão da pure-
etexstinguat in lum- za e extinga em ti -o
bis tuis humorem lj- fogo da concupiscênçia,
218 Cerimonial

bidinis, ut maneat in a fim de que conserves


te virtus continentiae a virtude da continên-
et castitatis. í?. Amen. cia e da castidade.
Assim seja.
Entrega-lhe a vela ' acesa, e diz:
Accipe, frater caris- Aceita,' caríssimo ir-
sime (soror caris- mão (caríssima irmã),
sima), lumen Christi, a luz de Cristo, como
in signum immortali- sinal da tua imortali-
tatis tuse. I?. Amen. dade. R. Assim seja.
Ao impôr o novo nome o sacerdote diz:
Impono tibi nomen Imponho-te o nome *
N... de...
Ao dar o véu à irmã (se for de uso da
íraternidade): r l •.
Operiat vultum tu- Que o teu semblan­
um modéstia, humili- te seja coberto pela
tas et pudicitia; tegat modéstia, humildade e
te Domino velo êt pudor; e que o Senhor
clypeo pcenitentiae, ut te cubra com o véu e
escudo da penitência, a
non praeváleat inimi- fim de que o inimigo
cus adversum te. não prevaleça jamais
I?. Amen. contra ti. W. Assim seja.
Ao apresentar a santa regra, diz:
Accipe regulam, Recebe a regra que
quam tibi servandam deves guardar. Se ob­
tradimus, quod si ejüs servares os seus pre­
praecepta servaveris,
ipsa custodient te, et ceitos, eles te guarda­
addet Dominus vitae rão e o Senhor aben­
tuae benedictionem. çoará teus dias.
f?. Amen. 1$. Assim seja. .
II. Tomada do hábito 219

Voltando-se para o altar, entoa o salmo 116:

ÉÜs? o

1. Lau-dá-te Dóminum omnes gen - tes


I
2. Quóniam confirmáta
est super nos mise­
ricórdia e - jus,
3. Glória Patri, et Fí-li - o,
4. Sicut erat in princí­
pio, et nunc, et sem-per,

i llãt
1. laudáte eum
mamm
om - nes pó - pu-li.
2. et véritas Dómini
i •
manet.! in se - tér - num.
3. et Spi rí- tu - i San - cto.
4. et in saecula saecu- ló - rum..A - men.
7. Confirma hoc, Deus, quod operatus es in
nobis.
TV. A templo sancto tuo, quod est in Je­
rusalém.
y. Salvos fac servos tuos (Salvas fac famu-
las tuas).
* I?. Deus meus, sperantes in te.
* y. Mitte eis, Domine, auxilium de sancto.
1^. Et de Sion tuére eos (eas).
y. Nihil proficiat inimicus in eis.
I?. Et filius iniquitatis non appônat nocêre eis.
y. Domine, exaudi orationem meam.
3?. Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
220 Cerimonial

Oremus Oremos
eus misericordiae, TAeus de misericórdia,
D Deus pietatis, Deus
a quo bona cuncta pro-
J-^Deus de piedade,
Deus de quem proce­
cedunt, sine quo nihil de todo o bem, sem o
sanctum inchoatur ni- qual nada de santo é
hilque perficiturrfpre-
cibus nostris benignus principiado e acabado,
assiste; et fâmulos ouvi benignamente as
tuos (fámulas tuas), nossas preces e defendei
quibus in tuo sancto de todos os perigos da
tiómine sacrum pceni- alma e do corpo es­
tentiae habitum impo- tes vossos servos, * a
suimus, ab omnibus quem em vosso santo
periculis mentis et cor- nome impusemos o san­
poris tua protectione to hábito da penitên­
defende, * et concede cia, e concedei-lhes o
eis in sancto proposito dom da perseverança
ad finem usque per-
severare, ut peccato- final, de modo que, ob­
rum suorum remissio- tida a remissão dos
ne percepta, ad con- seus pecados, consigam
sortium electorum tuo- chegar ao consórcio
rum pervemre merean- dos vossos eleitos.
tur.
■pveus que, pela ima-
D eus, qui per ím-
maculatam Virgi-
-L^culada conceição da
Virgem, preparastes
nis conceptionem di- uma digna habitação
gnum Filio tuo habi- para vosso Filho, nós
taculum praeparasti: f vos pedimos que, as-
quaesumus; ut, qui ex sim como a preservas­
morte ejusdem Filii tui tes de toda a mancha
prasvisa, eam ab omni pela morte prevista de
II. Tomada do hábito 221

labe praeservasti, * nos vosso Filho, assim con­


quoque mundos, ejus cedais que, por sua in-
intercessione, ad te tercessão, cheguemos
pervenire concedas. até vós sem mancha.
T^eus, qui mira Cru- TVeus, que mostrastes
cis mysteria in ao vosso devotís-
beato Patre nostro simo confessor São
Francisco Confessore Francisco, de muitos
tuo multiformiter de- modos, os admiráveis
mistérios da cruz, con­
monstrasti: f da his cedei que vossos ser­
famulis tuis deyotionis vos sigam sempre o
suae semper exempla exemplo do mesmo, e
sectari, * et assidua sejam protegidos pela
ejusdem Crucis medi- assídua meditação da
tatione muniri. mesma cruz.
Pro fratre Por um confrade
TAeus, qui beatum T^Veus, que transpor-
Ludovicum Con- mJ tastes o Sto. con­
fessorem tuum de ter­ fessor Luís do reino
reno regno ad caelestis terrestre para a glória
regni gloriam transtu- do reino celeste, nós
listi: f ejus, quaesu- vos suplicamos que, por
mus, meritis et inter­ sua intercessão, nos fa­
cessione, * Regis re- çais participantes do
gum Jesu Christi Filii Rei dos reis, Jesus
tui facias nos esse Cristo vosso Filho, que
consortes. Qui tecum convosco vive e reina,
por todos os séculos
vivit, et regnat in sae- dos séculos. í?. Assim
cula saeculorum. seja.
Amen.
Manual da O T — 15
222 Cerimonial

Pro sorore Por uma irmã


uorum corda fide- 'pvèus de misericórdia,
T lium, Deus misera- xJ ilustrai os corações
tor, illustra: f et bea- dos vossos fiéis, e, pe­
tae Elisabeth precibus la intercessão da bem-
gloriosis fac nos pros­ aventurada Isabel, fazei
pera mundi despicere; que desprezemos as ale­
* et caelesti semper grias do mundo e sem­
consolatione gaudere. pre nos alegremos com
Per Christum Domi- a celeste consolação.
num nostrum. Por Cristo nosso Se­
I?. Amen. nhor. I?. Assim seja.
J. Domine, exaudi orationem meam.
3?. Et clamor meus ad te veniat.
t
* +

V Be-ne-di-cá-mus Dó
R De O

m e
a

grá
mi - no.
ti - as.
ii
E, voltando-se para os assistentes, abençoa a to­
dos. dizendo:
Benedíctio Dei omni- A bênção de Deus
potentis, Patris et Fi- onipotente, Padre f e
lii t et Spiritus San- Filho e Espírito Santo,
III. Profissão 223

cti, descendat super desça sobre vós e per-


vos, et maneat sem- maneça sempre, ty. As-
per. 3?. Amen. sim seja.
Concluída a cerimônia, inscrever-se-á no livro dó
registo o nome e apelido do noviço (ou noviça) com
a designação do lugar de origem, domicílio e data
de tomada de hábito, assinado pelo diretor.

III. CERIMONIAL PARA A PROFISSÃO


No dia da profissão se faça congregação solene,
orne-se o altar como para as festas. O noviço, ves­
tido com o hábito inteiro da Ordem, se puder ser,
ou então trazendo exteriormente o escapulário e
o.cordão, ajoelha diante do altar no plano: o padre
diretor, de sobrepeliz e cstola branca, ajoelhado so­
bre o estrado, entoa o Venf Creator (pg. 205). '*
7. Emitte Spiritum tu- 7. Enviai o vosso Espí­
um, et creabuntur. rito e tudo será criado.
I?. Et renovabis fa­ I?. E renovareis a face
dem terrce. da terra.
Oremus Oremos'
eus, qui corda fi- eus, que ilustrastes
D delium Sancti Spi- D os corações dos
ritus illustratione do- fiéis com a luz do Es­
cuisti: f da nobis in pírito Santo, concedei-
eodem Spiritu recta nos que, pelo mesmo
sapere, * et de ejus Espírito, saibamos o
semper consolatione que é reto, e nos ale­
gaudere. . gremos sempre com a
T"\a quaesumus, Do- sua consolação.
-L' mine, his famulis ermiti, Senhor, nós
tuis, quos' (quas) Or- P vos suplicamos, ’ que
dinis habitu decorare estes vossos servos, que
jam dignatus es, * ad «já ornastes com o'há-
15°
224 Cerimonial

inchoati operis perfe- bito da Ordem, consi­


ction.em . feliciter per- gam chegar à perfei­
venire. Per Christum ção da .obra principia-
Dóminum nostrum. da. Por Cristo nosso
í?. Amen. Senhor. I?. Assim seja.
Dito isto, o padre diretor, sentado diante do altar,
Interroga o noviço ajoelhado aos seus pés:
Caríssimo irmão N... (ou irmã N...), que
pedes?
O noviço responde:
Reverendo padre, peço humildemente ser
admitido à santa profissão da Ordem Ter­
ceira de S. Francisco, para nela servir a
Deus até à morte.
O sacerdote responde: Deo gratias.
Tum brevi sermone sanctitatem professionis, quam
Novitius est facturus, elucidabit: expresse autem
pronuntiabit in ea professione non includi ullum
votum aut strictam aliquam obligationem sub pec-
cati poena, atque juxta ipsam Regulam et S. Sedis
declarationem Tertiarios non ampliori modo quam
cceteros christianos vinculis conscientiae constringi.
Tamen laudabit confirmabitque zelum Novitii, et
allato aliquo Sanctorum exemplo effectus professio­
nis salutaris demonstrabit; addi poterunt pro ra-
tione temporis alise exhortationes.
Bênção do crucifixo (se for de uso na fraterni­
dade) :
• T. Adjutorium nostrum in nomine Domini.
Qui fecit ccelum et terram.
T. Sit nomen Domini benedictum.
í?. Ex hoc nunc et usque in sceculum.
T. Domine, exaudi orationem meam.
. i?. Et clamor meus ad te veniat.
Y. Dominus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
III. Profissão 225

Orémus Oremos
TJ ogamus te, Dómi- os vos rogamos,
-IV ne sancte, Pater rN Senhor
5 Santo, Pai
omnipotens, aeterne onipotente, eterno Deus,
Deus: ut dignéris be- que vos digneis aben­
nefdicere hoc signum çoar este sinal da cruz, a
Crucis, ut sit remé- fim de que seja o re­
dium géneri humano; médio do gênero huma­
sit solíditas fidei, pro- no, o fundamento da fé,
féctus bonórum ópe- o incremento das boas
rum, redémptio animá- obras, a redenção das
.rum; sit solámen et almas, e, enfim, um
protéctio ac tutela con­ apoio, uma proteção e
tra séeva jácula inimi- um escudo contra os
córum. Per Christum ataques dos inimigos,
Dominum nostrum. Por Cristo nosso Se­
I?. Amen. nhor. Assim seja.
Bênção do véu preto (se for de uso na frater­
nidade) :
Suppliccs te, Domi­ Senhor, humildemente
ne, rogámus ut super vos suplicamos, fazei
hoc velámen cápiti an- descer vossa bênção so­
cillae tuae imponendum bre este véu que deve
benefdictio tua de- cobrir a cabeça de vos­
scendat, ut sit haec be- sas servas, a fim de
nefdicta et immacula- que sejam abençoadas,
ta et sancta. Per Chris- puras e santas. Por Je­
tum Dominum nos­ sus Cristo *-nosso Se­
trum. í£. Amen. nhor. I?. Assim seja.
Depois o noviço, ajoelhado diante do sacerdote,
de mãos juntas, diz a seguinte' fórmula da profis­
são:
Eu, / irmão..., / na presença de Deus oni­
potente, / em honra da imaculada virgem Ma-
226 Cerimonial

ria / e do bem-aventurado pai São Francisco


/ e de todos os santos, / prometo guardar /
todo o tempo de minha vida / os mandamentos
da lei de Deus / e a regra da Ordem Terceira,
./ instituída pelo mesmo bem-aventurado pai
São Francisco, / conforme foi confirmada pelos
sumos pontífices / Nicolau quarto e Leão tre­
ze; / prometo, além disso, / reparar, segundo
a vontade do visitador, as transgressões /
cometidas contra a mesma regra.
* O padre diretor diz então:
Et ego ex parte Dei, E eu, em nome de
si haec observaveris, Deus, se isto observa­
promitto tibi vitam res, prometo-te a vida
aeternam. In nomine eterna. Em nome do
Padre e do Filho f e
Patris, et FiliifetSpi- do Espírito Santo. TÇ.
ritus Sancti. . Amen. Assim seja.
. Ao dar o véu preto (para as irmãs, se for de
uso na fraternidade).
Opériat vultum tu- Que o teu semblante
um modéstia, humili- seja coberto pela mo­
tas et pudicitia; tegat déstia, humildade e cas­
tidade; e que o Senhor
te Dóminus velo et cly- te cubra com o véu e
peo pceniténtiae, ut non escudo da penitência, a
praeváleat ^nimicus ad- fim de que o inimigo
versum te. I?. Amen. não prevaleça nunca
contra ti. ^. Assim seja.
Levantam-se todos e canta-se o hino:
e Deum Iaudamus * te Dominum con-
T fitemur.
* Te ceternum Pairem * omnis terra veneratur.
III. Profissão 227

Tibi omnes Angeli, * tibi cseli et universae


Potestates.
Tibi Chcrubim et Seraphim * incessabili voce
proclamant:
Sanctus,
Sanctus,
Sanctus * Dominus Deus Sabaoth;
Pleni sunt cceli et terra * Majestatis glórice
tuce.
Te gloriosus * Apostolorum chorus.
Te Prophctarum * laudabilis numerus.
Te Martyrum candidatus * laudat exercitus.
Te per orbem terrarum * sancta confitetur
Ecclesia.
Patrem * immensae Majestatis.
Venerandum tuum verum * et unicum Filiam.
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum.
Tu Rex glorice, * Christe.
Tu Patris * sempiternus es Filius.
Tu ad Uberandum suscepturus hominem *
non horruisti Virginis uterum.
Tu, devicto mortis aculeo, * aperuisti cre-
dentibus regna caelorum.
. Tu ad dexteram Dei sedes * in glória Patris.
Judex crederis * esse venturus.
Te ergo qucesumus, tuis famulis subveni, *
- quos pretioso Sanguine redemisti.
AEterna fac cum Sanctis tuis, * in gloria
numerari. .
Salvum fac populum tuum, Domine: * et
benedic. hereditati tuce.
Et rege eos, * et extolle illos usque in aeter-
<num.
Per singulos dies benedicimus te.
228 Cerimonial

Et laudamus nomen tuum in saeculum * et


in saeculum saeculi.
Dignare, Domine, die isto * sine peccato nos
custodire.
Miserere nostri, Domine, * miserere nosíri.
Fiat misericórdia tua, Domine, super nos, *
quemadmodum speravimus in te.
In te, Domine, speravi * non confundar in
aetemum.
Enquanto se canta o hino, todos os irmãos (ou
sòmente os mesários ou conselheiros, se for mui­
to grande o número dos irmãos), um depois do
outro, dão a paz ao novo professo, dizendo:
Pax tecum,
e este responde:
Et cum spiritu tuo;
O mesmo farão as irmãs com a professa. Can­
tado o Te Deum, se diz:
y. Confirma hoc, Deus, quod operatus es
in nobis.
- IV. A templo sancto tuo, quod est in Jeru­
salém.
y. Salvos fac servos tuos (Salvas fac famu-
las tuas).
I?. Deus meus, sperantes in te.
y. Mitte eis, Domine, auxilium de sancto.
W. Et de Sion tuére eos (eas).
y. Nihi! proíiciat inimicus in eis.
3$. Et filius iniquitátis non appónat nocére eis.
T. Domine, exaudi orationem meam.
. -1^. Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
III. Profissão 229

Oremus
eus, cujus misericordiae non est numerus
D et bonitatis infinitus est thesaurus: f piissi-
mae majestati tuae pro collatis donis gratias agi-
mus, tuam semper clementiam exorantes; * ut
qui petentibus postulata concedis, eosdem non
deserens ad praemia futura disponas.
TAeus, qui per immaculatam Virginis Con-
ceptionem dignum Filio tuo habitaculum
praeparasti; f quaesumus; ut, qui ex morte
ejusdem Filii tui praevisa eam ab omni labe
praeservasti, * nos quoque mundos, ejus in-
tercessione, ad te pervenire concedas.
omine Jesu Christe, qui frigescente mun­
D do, ad inflammandum corda nostra tui amo-
ris igne, in carne beatissimi Patris nostri Fran-
cisci passionis tuae sacra Stigmata renovasti: t
concede propitius; ut ejus meritis et precibus
crucem jugiter feramus, * et dignos fructus
pcenitentiae faciamus.
Pro fratre
eus, qui beatum Ludovicum, Confesso-
D rem tuum, de terreno regno ad caelestis
regni gloriam transtulisti; f ejus, quaesumus,
meritis et intercessione, * Regis regum Jesu
Christi, Filii tui, facias nos esse consortes.
Pro sorore
uorum corda fidelium, Deus miserator,
T illustra; t et beatae Elisabeth precibus glo-
riosis, fac nos prospera mundi despicere; * et
caelesti semper consolatione gauderc.
230 Cerimonial

TAeus, qui fâmulos tuos (famuias tuas) a


JJ vanitate szeculi conversos (conversas) ad
bravium supernée vocationis assequendum ac-
cendis; pectoribus eorum illábere, et gratiam
tuam, qua in te perseverent, illis infunde: ut
protectionis tuae muniti (munitae) praesidiis,
quod te donante promisérunt adimpleant, et
sancte vivendi aliis semper exemplum praeben-
tes, ad ea, quae perseverantibus promissa sunt,
aeterna praemia perveniant. Per Christum Do-
minum nostrum. I?. Amen.
Depois disto dá ao novo professo a bênção que
S. Francisco pronunciou sobre o seu discípulo:
Benedicat tibi Do- Que o Senhor te aben­
minus, et custodiat te. çoe e te proteja. Que
Ostendat faciem te mostre a sua face e
suam tibi, et mise- tenha misericórdia de
reatur tui. Convertat ti. Que volte os seus
vultum suum ad te, olhos para ti e te dê •
et det tibi pacem. — a sua paz. Que o Se­
Dominus te benefdi- nhor te t abençoe. I?.
cat. I?. Amen. Assim seja.
Depois, sobre todos:
Benedictio Dei om- • A bênção de Deus
nipotentis, Patris, et onipotente, Padre e Fi­
Filiifet Spiritus San- lho t e Espírito Santo,
cti, descendat super desça sobre vós e per­
vos et maneat semper. maneça sempre. R\ As­
I?. Amen. sim seja.
Finalmente dá a beijar os pés do Crucificado ao
novo professo, em sinal de perpétuo amor a Jesus
Cristo e eterna aliança.
IV. Reuniões da mesa administrativa 231

Ao dar o crucifixo (se ê de uso na fraternidade):


Accipe crucem Do- Recebe a cruz do Se­
mini et pone illam nhor e coloca-a como
quasi signáculum su­ um selo sobre teu co­
per cor tuum, ut eo ração, para que, sob a
•munimine tutus (tuta) sua proteção, estejas em
sis, et in hoc signo segurança e que por es­
vincas. te sinal fiques vitorioso.
in nómine Patris, + Em nome do Padre, e
et Filii et Spiritus do Filho e do Espírito
Sancti. I?. Amen. Santo. Assim seja.
Concluído o ato, inscrever-se-á no registo das
profissões a ata do que sc acaba dc verificar, auto­
rizada pelas assinaturas do diretor e ministro.
NOTA. Em caso de perigo de vida, é permitido
ao noviço apressar a profissão e fazê-la perante
qualquer confessor, se não for possível fàcilmente
haver sacerdote competentemente autorizado, (caso
este em que os ministros gerais declararam ser au­
torizado qualquer confessor); mas essa profissão
antecipada não se deve lançar no livro antes da
morte do professo, o qual, se se restabelecer, fará
de novo a profissão, que será registada no livro.

IV. ORAÇÕES PARA AS REUNIÕES


DA MESA ADMINISTRATIVA
Uma vez por mês reunam-se o irmão ministro
e os outros mesários, sob a presidência do padre
diretor. Para implorar a bênção de Deus sobre
as deliberações, rezem as seguintes orações:
Antes da sessão
eni, Sancte Spiri­ inde, Espírito Santo,
V tus, reple tuorum enchei os corações
corda fidelium, et tui de vossos fiéis e acen­
amoris in eis ignem dei neles o fogo de
accende. vosso amor.
232 Cerimonial

Sub tuum praesidium À vossa proteção re­


confugimus, sancta Dei corremos, santa Mãe de
Genitrix, nostras de- Deus, não desprezeis as
precationes ne despi­ nossas súplicas em nos­
das in necessitatibus sas necessidades, mas
nostris, sed a periculis livrai-nos sempre de to­
cunctis libera nos sem- dos os perigos. 6 Vir­
per, Virgo gloriosa et gem gloriosa e bendita.
benedicta. O’ bem-aventurado nai
Respice, beate Pater São Francisco, baixai,
Francisce, de excelso de vosso elevado trono,
caelorum habitáculo, vosso olhar sobre nós, *
et deprecare pro popu- e suplicai por vossa fa­
mília, que haveis es­
lo tuo, populo quem colhido, a fim de que
elegisti, ut serviat co­ em vossa presença per-
ram te omni tempore severe até ao fim no
in ministério Domini. serviço do Senhor.
y. Kyrie, eleison. y. Senhor, tende pieda­
de de nós.
K\ Christe, eleison. R. Cristo, tende pieda­
Kyrie, eleison. de de nós. Senhor, ten­
de piedade de nós.
Pater noster (secreto), Padre nosso.
y. Et ne nos inducas y. E não nos deixeis
in tentationem. cair em tentação.
IÇ. Sed libera nos a I?. Mas livrai-nos do
maio. mal.
y. Memento congre- J. Lembrai-vos de vos­
gationis tuse. sa congregação.
I?. Quam possedisti I?. Que é vossa desde o
ab initio. princípio.
y. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. * nha oração.
IV. Kcuniões da mesa administrativa 233

IV. Et clamor meus IV. E chegue até vós


ad te veniat. o meu clamor.
7. Dominus vobiscum. y. O Senhor seja con-
vosco.
IV. Et cum spiritu tuo. IV. E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos
l^/Tentes n ostras, Qenhor, ilustrai nossas
^Aqiuesumus, Domi­ ^inteligências com a
ne, lumine tuae clari- luz de vossa claridade,
tatis iüustra: ut vide- para que possamos co­
re possimus qu£e agen­
da sunt, et quae recta nhecer o que devemos
sunt agere valeamus. fazer, e praticar o que
Per Christum Domi- for reto. Por Cristo
num nostrum. IV. nosso Senhor.
Anien. IV. Assim seja.

No fim da sessão
T. Kyrie, eleison. y. Senhor, tende pieda­
de de nós.
Rr. Christe, eleison. IV. Cristo, tende pieda­
Kyrie, eleison. de de nós. Senhor, ten­
de piedade de nós.
Pater noster. Padre nosso.
y. Et ne nos induças y. E não nos deixeis
in tentationem. cair .em tentação.»
IV. Sed libera nos a IV. Mas livrai-nos do
maio. mal.
7. Confirma hoc, Deus, y. Confirmai, Senhor,
quod operatus es in o que em nós operastes.
nobis.
234 Cerimonial

R. A templo sancto I?. Do vosso femplo


tuo, quod est in Jeru­ santo, que está em Je­
salém. rusalém.
y. Domine, exaudi Y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha oração.
1?. Et clamor meus ad R. E chegue até vós
te veniat. o meu clamor,
Y. Dominus vobiscum. y. O Senhor seja con-
vosco.
R. Et cum spirifu tuo. R. E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos
presta nobis, quae- /^oncedei-nos, Senhor,
A sumus, Domine, nós vos suplicamos,
auxilium gratiae tuce: o auxílio de vossa gra­
ut qua?, te auctore, fa- ça, para que logremos
cienda cognovimus, te cumprir nossos deveres,
adjuvante implere va- com o vosso amparo.
leamus. Deus, fonte única
T>eus, sine quo nihil
-L^est validum, nihil
Ó de força e dc san­
tidade; multiplicai so­
sanctum; multiplica bre nós a vossa mise­
super nos misericor- ricórdia, para que, por
diam tuam; ut te re- vós governados e guia­
ctore, te duce, sic dos, usemos dos bens
transeamus per bona temporais sem perder
temporalia, ut non os eternos.
amittamus asterna.
A gimus tibi gratias,
-^l-omnipotens Deus,
N ós vos damos gra­
ças, Senhor onipo­
tente, por todos os vos­
pro universis beneficiis sos benefícios. Vós que
tuis. Qui vivis et re- viveis e reinais nos sé­
gnas in saecula saecu- culos dos séculos. I?.
lorum. R. Amen. Assim seja.
V. Eleições 235

7. Benedicamus Do­ X. Bendigamos ao Se­


mino. nhor.
I?. Deo gratias. I?. Graças sejam dàcjas
a Deus. -
y. Fidelium animae per y. As almas dos fiéis,
misericordiam Dei re- pela misericórdia de
quiescnnt in pace. Deus, descansem em
R. Amcn. paz. I?. Assim seja.

V. CERIMONIAL DAS ELEIÇÕES


1* Na abertura da eleição
Canta-se ou reza-se o hino Veni Creator (pg. 205).
Em seguida os mesários, ao depor seu cargo, re­
citam ein comum ou um por um a seguinte oração:
O’ Jesus, / ciulcíssimo Redentor, / ò Maria,
/ minha boa e terna Mãe, / ô meu bem-aven­
turado pai S. Francisco / e vós, Santos das
Três Ordens, / que reinais no céu / jun­
tamente com todos os anjos / e bem-aven­
turados da cõrtc celestial, / humildemente me
prostro aos pés deste altar, / para entre­
gar as responsabilidades de meu cargo / e
obter da divina misericórdia / perdão para tan­
tos momentos, / em que, da minha fraque-
za / tão mal cumpri os meus deveres /
nesta Santa Ordem Terceira, / ó qual / por
disposição de vossa altíssima bondade / te­
nho a felicidade de pertencer. >.
2* Na tomada da posse
Depois da eleição, na ocasião da posse dos eleitos,
procede o irmão secretário à leitura da ata da elei­
ção e faz a chamada dos recém-eleitos, os quais se
236 Cerimonial

aproximam um por um do altar, recitando a se­


guinte oração:
Com o auxílio da SS. Trindade, / da imacu­
lada Virgem Maria, / do nosso patriarca São
Francisco, / do meu Santo Anjo da Guarda /
de todos os santos e espíritos celestiais, / pro­
meto cumprir, fiel e zelosamente, / os santos
deveres do meu cargo / que, pela bondade de
Deus, / me foi confiado nesta Santa Ordem
da penitência.
Em seguida o diretor declara de posse os noves
eleitos e entoa o Te Deum (pg. 226) e 03 versí­
culos seguintes:

Y. Confirma hoc, 7. Confirmai, Senhor, o


Deus, quod operatus que em nós operastes.
es in nobis.
R*. A templo sancto fr. Do vosso templo
tuo, quod est in Jeru­ santo, que está em Je­
salém. rusalém.
Y. Ora pro nobis, san- y. Rogai por nós, san­
cta Dei Genitrix. ta Mãe de Deus.
R\ Ut digni efficiamur I?. Para que sejamos
promissionibus Christi.dignos das promessas
de Cristo.
y. Signasti, Domine, V. Assinalastes, Senhor,
servum tuum Francis- vosso servo Francisco.
cum.
R\ Signis redemptionis Ffr. Com os sinais da
no stros. nossa redenção,
7. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha oração.
I?. Et clamor meus ad E chegue até vós o
te veniat. meu clamor.
V. Eleições 237

y. Dominus vobiscum. J. 0 Senhor seja con-


vosco.
í?. Et cam spiritu tuo. I?. E com o vosso es­
pírito.
Oremus Oremos
TAeus, cujtis miseri- Deus, cuja miseri­
-^cordise non est nu- Ó córdia não tem nú­
merus et bonitatis in- mero e cujo tesouro de
bondade é infinito, nós
finitus est thesaurus: rendemos graças à vos­
piissimx* majestati tuae sa majestade piíssima
pro coilatis donis gra­ pelos benefícios recebi­
fias agimus, tuam dos, suplicando sempre
semper clementiam a vossa clemência, para
' exorantes, ut, qui pe- que vós, que concedeis,
tentibus postulata con- aos que vos suplicam,
aquilo que vos pedem,
cedis, eosdem non de- não os desamparando,
serens, ad prasmia fu­ os disponhais para os
tura aisponas. futuros prêmios.

D eus, qui per imma-


culatam Virginis D eus, que pela ima­
culada conceição da
Virgem preparastes uma
Conceptionem dignum
- Filio tuo habitaculum digna habitação para
prceparasti: quaesu- vosso Filho, nós vos pe­
mus; ut qui ex morte dimos que, assim como
a preservastes de toda
ejusdem Filii tui prae- a mancha pela morte
visa, eam ab omni la­ prevista de • vosso Fi­
be praeservasti, nos lho, assim concedais
quoque mundos ejus que, por sua interces-
intercessione ad te são, cheguemos até vós
pervenire concedas. sem mancha.
Manual da O T — 16
238 Cerimonial

omine Jesu Chris- Qenhor, Jesus Cristo,


D >3 que, para inflamar-
te, qui, frigescente
nos de vosso amor, ar­
mundo, ad inflamman-
refecido no mundo, ha­
dum corda nostra tui veis renovado os sagra­
amoris igne in carne dos estigmas de vossa
beatissimi Patris nos- paixão no corpo de
tri Francisci passionisnosso beatíssimo pai
tuae sacra Stigmata re-Francisco, concedei-nos
novasti: concede pro- propício que pelos seus
pitius, ut ejus meritismerecimentos e inter-
et precibus crucem ju- cessão, levemos conti­
nuamente a cruz e fa­
giter feramus, et di­ çamos dignos frutos de
gnos fructos pceniten-penitência. Vós que vi­
tiae faciamus. Qui vivis
veis e reinais pelos sé­
et regnas in saecuia culos dos séculos. R.
saeculorum. R. Amen. Assim seja.
y. Dominus vobiscum. y. O Senhor seja ccn-
vosco.
R. Et cum spiritu tuo. R. E com o vosso es­
pirito.
y. Benedicamus Do­ X. Bendigamos ao Se­
mino. nhor.
R. Deo grafias. R. Graças sejam dadas
a Deus.
No fim, o sacerdote abençoa a todos, dizendo:
Benedictio Dei om- A bênção de Deus
ninoteníis. Patris, et onipotente, Padre, f e
Filii, f et Spiritus San- Filho e Espírito Santo,
cti descendat super desça sobre vós e per­
vos, et maneat sem- maneça sempre. R. As­
per. R. Amen. sim seja.
Na eleição das Irmãs observe-se o mesmo ritual.
VI. Visita canônica 239

VI. ORAÇÕES NA OCASIÃO DA VISITA


CANÔNICA
Anunciada a chegada do visitador, e reunida a
fraternidade, os irmãos cantarão os versículos se­
guintes do salmo 105.
Confitemini Domino, quoniam bonus, * quo-
niam in saeculum misericórdia ejus.
Quis loquetur potentias Domini * auditas
faciet omn-es .laudes ejus?
Beati, qui custodiunt judicium, * et faciunt
justitiam in omni tempore.
Memento nostri, Domine, in beneplácito po-
puli tui: * visita nos in salutari tuo:
Ad videndum in bonitatc electorum tuorum,
ad laetandum in laetitia gentis tuae: * ut laudéris
cum hereditate tua. .
Gloria Patri, et Filio, * et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper,
et in saecula saeculorum. Amen.
7. Memento congregationis tuae. ‘
Qnam possedisti ab initio.
Oremus
f^onscientias nostras, quaesumus, Domine, vi-
sitando purifica: ut veniens Dominus noster
Jesus Christus Filius tuus, paratam sibi in nobis
inveniat mansionem. Qui tecum vivit et regnat.
in saecula saeculorum. ty. Amen.
Depois canta-se o Veni Creator (pg. 205), com
o versículo, responsório e oração.
Termina-se a visita pelo cântico Benedictus..
16*
240 Cerimonial

As primeiras palavras todos se benzem.


T>enedictus Dominus, Deus Israel * quia
•D visitavit, et fecit redemptionem plebis suse:
Et erexit cornu salutis nobis, * in domo
David pueri sui.
Sicut locutus est per os sanctorum, * qui a
saeculo sunt, prophetarum ejus;
Salutem ex inimicis nostris, * et de manu
omnium, qui oderunt aos;
Ad faciendam misericordiam cum patribus
nostris, * et memorari testamenti sui sancti.
Jusjurandum, quod juravit ad Abraham, pa-
trem nostrum, * daturum se nobis:
Ut sine timore, de manu inimicorum nostro-
rum liberati, * serviamus illi.
* In sanctitate ei justitia coram ipso, * oin-
nibus diebus nostris.
Et tu, puer, Propheta Altissimi vocaberis: *
praeibis enim ante faciem Domini pararc
vias ejus.
Ad dandam scientiam salutis plebi ejus, *
in remissionem peccatorum eorum:
Per viscera misericordiae Dei nostri: * in
quibus visitavit nos, oriens ex alto:
Illuminare his, qui in tenebris, et in umbra
mortis sedent: * ad dirigendos pedes nostros
in viam pacis.
Gloria Patri. Sicut erat.
y. Visitasti terram et inebriasti eam.
Multiplicasti locupleíare eam.
VII. Nova congregação da Ordem Terceira 241

Oremus

D a famulis tuis, Domine, indulgentiam pec-


catorum, consolationem vitae, gubernatio-
nem perpetuam: ut tibi servientes, ad tuam ju-
giter misericordiam pervenire mereantur.
T?amiliam tuam, quzesumus, Domine, con-
-T tinua pietate custodi: ut quae in sola spe
gratias caelestis innititur, tua semper protectione
muniatur. Per Christum Dominum nostrum.
Amen.
Depois se dará, podendo ser, a bênção do san­
tíssimo Sacramento, ou se conclui com as orações
marcadas para o íim da reunião mensal (pg. 207).

VII. RiTO PARA ESTABELECER UMA NOVA


CONGREGAÇÃO DA . ORDEM TERCEIRA
Para a instituição duma congregação de tercei­
ros é necessário o consenso do bispo diocesano.
O sacerdote autorizado principia o ato, cantando:

T. Adjutorium nostrum in nomine Domini.


Qui fccit ccelum et terram.
Em seguida, entoará o salmo 110:
Confitebor tibi, Domine, in toto corde meo, *
in consilio justorum et congregatione.
Magna opera Domini: * exquisita in omnes
voluntates ejus.
Confessio et magnificentia opus ejus; * et
justitia ejus manet in saeculum saeculi.
242 Cerimonial

Memoriam fecit mirabilium suorum, miseri-


cors et miserator Dominus: * escam dedit ti-
mentibus se.
Memor erit in saeculum testamenti sui: * vir-
tutem operum suorum annuntiabit populo suo.
Ut det illis hereditatem gentium: * opera
manuum ejus veritas et judicium.
Fidelia omnia mandata ejus: confirmata in
saeculum saeculi * facta in veritate et acquitate.
Redemptionem misit populo suo; * mandavit
in aeternum testamentum suum.
Sanctum et terribile nomen ejus: * inilium
sapientiae timor Domini.
Intellectus bonus omnibus facientibus eum:
* laudatio ejus manet in saeculum saeculi.
Gloria Patri. Sicut erat.
T. Sperate in eo omnis congregatio populi.
I?. Ejlundite coram illo corda vestra.

Oremus
/^Vmnipotens sempiterne Deus, qui miseri-
cordia tua hos fideles specialiter aggregas-
ti: in ecrum corda, quaesumus, Paraclitum, qui
a te procedit, infunde; illosque in tua fide et
caritate corrobora, ut temporali congregatione
proficiant ad aeternae felicitatis augmentum.
TXeus, qui de vivis et electis lapidibus aeter-
num majestati tuae praeparas habitaculum:
Iargire his fidelibus benedictionem tuam; ut et
ipsi tamquam lapides vivi superaedificentur su­
per lapidem vivum Dominum nostrum Jesum
Christum Filium tuum.
VII. Nova congregação da Ordem Terceira 243

T"^efende, quaesumus, Domine, beata Maria


U semper Virgine intercedente, istam ab omni
adversitate familiam: et toto corde tibi pros-
tratam, ab hostium propitius tuere clemeníer
insidiis. ■ Per Christum Dominum nostrum.
A mcn.
Dcpoi3 de dito o hino Veni Creatorípg. 205) e
as preces que se costumam dizer ao princípio das
reuniões mensais (pg. 203), o sacerdote autorizado
nomeará os oficiais. Em seguida fará uma prática,
na qual se declararão os dias em que se podem ga­
nhar as indulgências, c se terminará esta primeira
assembléia com o Te De um (pg. 226). Depois sc
dirá: *
7. Benedicamus Patrem et Filium, cum San-
eto Spiritu.
I?. Laudemus, et superexaltemus eum in sce-
cula.
y. Confirma hoc, Deus, quod operatus est
in nobis.
A templo sancto tuo, quod. est in Je­
rusalém.
T. Memento congregationis tuas.,
Rn Quarn possedisti ab initio.
y. Domine, exaudi orationem meam.
Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
I?. Et cum spiritu tuo.
Oremus
eus, cujus misericordiae non est numerus
D et bonitatis infinitus est thésaurus: piis-
simae majestati tuae pro collatis donis gratias
agimus, tuam semper clementiam exorantes;
ut, qui petentibus postulata concedis, eosdem
non deserens, ad praemia futura disponas.
244 Cerimonial

T^eus, largitor pacis et amator caritatis: da


LP famulis tuis in nomine tuo congregatis ve-
ram cum tua voluntate concordiam; ut ab omni-
bus liberentur adversis.
eus, qui per immaculatam Virginis Ccn-
D ceptionem dignum Filio tuo habitaculum
praeparasti: quaesumus; ut qui ex morte ejus-
dem Filii tui praevisa, eam ab omni labe prze-
servasti, nos quoque mundos ejus intercessionc
ad te pervenire concedas.
T"\eus, qui Ecclesiam tuam beati Patris nes-
XJ tri'Francisci meritis foetu novas proüs am­
plificas: tribue nobis ex ejus imitatione terrena
despicere, et caelestium donorum semper par-
ticipatione gaudere. Per Christum Dominum
nostrum. I?. Amen.
' T. Dominus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
T. Benedicamus Domino.
I?. Deo gratias.
J. Fidelium animae per misericordiam Dei
* requiescant in pace. Amen.
No fim, • dá-se a bênção do santíssimo Sacra­
mento. ou. ao menos, a bênção simples, como
fica dito acima, para o dia da profissão. De­
pois da cerimônia, o sacerdote autorizado, com
os oficiais, porá no arquivo o livro de registo
das admissões e profissões e os outros livros
da congregação com seus respectivos títulos, as­
sim como a ata autêntica da instalação, que po­
derá ser nestes termos:
No ano do Senhor..., mês de..., dia...
eu, o infrascrito N., guardião (ou comissário ou
sacerdote competentemente autorizado por N.),
VIII. Bênção papal 245

erigi a congregação da Ordem Terceira sob a


invocação e patrocínio de N. N., estando pre­
sentes como testemunhas N. N. Em confirma­
ção do que assino com as ditas testemunhas.

VIII. RITO POR QUE SE DEVE DAR AOS


TERCEIROS A BÊNÇÃO PAPAL
Pela concessão de Leão XIII, a bênção papal dá-
se duas vezes no ano e segundo o formulário de
Bento XIV: mas não no mesmo dia e localidade
cm que for dada pelo bispo. E como, segundo a
dita fórmula, deve ser dada ao povo, não se dará
a cada terceiro em particular, mas à fraternidade
reunida; e deve ser dada pelo sacerdote que a ela
presida e ao qual é concedida esta faculdade.
O sacerdote autorizado, de sobrepeliz e estola
branca, sem ministros assistentes, irá ao altar, onde
dirá, dc joelhos:
7. Adjutorium nostrum in nomine Domini.
I?. Qui fccit ccelitm et terram.
7. Salvum fac populum tuum, Domine.
I?. Et benedic hereditati tuce.
J. Dominus vobiscum.
I?. Et cam spiritu tuo.
Logo, em pé, diz a seguinte oração:

Oremus
/^mnipotens et misericors Deus, da nobis
VJ* auxilium de sancto, et vota populi hujus
in humilitate cordis veniam peccatorum poscen-
tis, tuamque benedictionem praestolantis et gra-
246 Cerimonial

tiam, clcmenter exaudi: dexteram tuam super


eum benignus extende, ac plenitudinem divinae
benedictionis effunde; qua bonis omnibus cu-
mulatus, felicitatem et vitam consequatur a?ter-
nam. Per Ciiristum Dominum nostrum. H'. Amen.
Indo para o lado da epístola, fica em pé e, fa­
zendo o sinal da cruz, uma só vez, abençoa, pro­
nunciando em voz alta estas palavras:
Benedicat vos omnipotens Deus Pater ct Fi-
Iius t et Spiritus Sanctus. 1?. Amen.

IX. ABSOLVIÇÃO GERAL


V Oração para ser rezada em comum antes
da absolvição:
Eu, pecador, / renuncio a Satanás, / a to-
das as suas sugestões, conselhos e ações. /
Creio em Deus Padre, / em Deus Filho e em
Deus Espirito Santo. / Creio em tudo quanto
manda crer a Santa Madre Igreja Católica. /
Com esta santa fé católica, confesso a Deus
todo-poderoso, / à sua digníssima Mãe e a
todos os Santos, / todos os meus pecados /
e confesso-me culpado de ter pecado, / fre­
quentemente e muitas vezes, / desde minha in­
fância até esta hora, / por pensamentos, pala­
vras e obras, / e por culpada omissão de boas
obras, / tendo tudo isto sucedido, / quer se­
creta quer publicamente, / ciente ou inconscien­
temente, / contra os dez mandamentos da lei
de Deus, / pelos sete pecados capitais, / pelos
cinco sentidos do meu corpo, / contra o meu
próximo, / e contra a salvação de minha alma.
IX. Absolvição geral 2*17

/ Pesa-me, do intimo do meu coração, / ter co­


metido todos estes pecados, / porque com eles
ofendi a Deus, / o sumo bem. / Portanto, hu­
mildemente vos peço, / Senhor de infinita mi­
sericórdia, / me concedais o vosso divino per­
dão / e poupeis a minha vida até que eu me
possa confessar / e fazer penitência de todos os
meus pecados. / Concedei-me vossa divina
graça / e que afinal alcance a alegria e a
bem-aventurança eterna. / Por isso bato ao
peito pecaminoso / e digo como o publicano:
/ Senhor, misericórdia para este pobre pe­
cador! / Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

29 Fórmula de absolvição geral


Ajoelhado nos degraus do altar, o sacerdote reza:
Anf. Intret oratio mea in conspectu tuo, Do­
mine; inclina atirem tuam ad preces nostras;
parce, Domine, parce populo tuo, quem rede-
misti sanguine tuo pretioso, ne in aeternum
irascaris nobis.
Y. Kyrie, eleison.
R". Christe, eleison. Kyrie, eleison.
Pater noster (secreto).
Y. Et ne nos inducas in tentationem.
I?. Sed libera nos a maio.
J. Salvos fac servos tuos.
I?. Deus meus, sperantes in te.
y. Mitte eis, Domine, auxilium de sancto.
If. Et de Sion tuère eos.
y. Esto eis, Domine, turris fortitudinis.
J?. A facie inimici.
248 Cerimonial

y. Nihil proficiat inimicus in nobis.


fy. Et filius iniquitatis non apponat nocére
nobis.
7. Domine, exaudi orationem meam.
iç. Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
O sacerdote levanta-se e diz:
Oremus
TAeus, cui proprium est misereri semper et
xJ parcere, suscipe deprecationem nostram, ut
nos .et omnes fâmulos tuos, quos delictorum
catena constringit, miseratio tuae pieíatis cle-
menter absolvat.
«
T?xaudi, quaesumus, Domine, supplicum pre-
-t-^ces et confitentium tibi parce peccatis: ut
pariter nobis indulgentiam tribuas benignus et
pacem.
Tneffabilem nobis, Domine, misericordiam cle-
X menter ostende: ut simul nos et a peccatis
omnibus exuas, et a pcenis quas pro his mere-
mur, eripias.
■pveus, qui culpa offenderis, pcenitentia pla-
XJ caris: preces populi tui supplicantis pro-
pitius respice, et flagella tuae iracundiae quae
pro peccatis nostris meremur, averte. Per Chris-
tum Dominum nostrum. Amen.
Em seguida todos dizem:
Confíteor Deo omnipoténti, / beátce Marice
semper Vírgini, / beato Michaèli Archangelo, /
beáto Joánni Batistce, / sanctis apóstolis Pe-
IX Absolvição geral 249

tro et Paulo, / beáto Patri nostro Francisco, /


òmnibus Sanctis, et tibi, Pater: / quia peccávi
nimis / cogitatione, verbo, et ópere: / mea cul­
pa, / mea culpa, / mea máxima culpa. / Ideo
precor beátam Mariam semper Vírginem, / beá-
tum Michaélem Archángelum, / bcátum Joán-
nem Baptístam, / sanctos Apóstolos Petrum et
Paulum, / beatum Pairem nostrum Francíscum,
/ omnes Sanctos, et te, Pater, / oráre pro me
ad Dóminum Deum nostrum.
J. Misereatur vestri omnipotens Deus, et di-
missis peccatis vestris perducat vos ad vitam
asternam. I?. Amen.
T. índulgentiam, absolutionem et remissio-
nem peccatorum vestrorum tribuat vobis omni-
potens et misericors Dominus. Amen.
O sacerdote continua:
Dominus noster Jesus Christus, qui beato
Petro Apostolo dedit potestatem ligandi atque
solvendi, ille vos absolvat ab omni vinculo de-
lictorum, ut habeatis vitam aeternam, et vivatis
in saecula saeculorum. Amen.
Per sacratissimam passionem et mortem Do-
mini nostri Jesu Christi, precibus et meritis bea-
tissimae semper Virginis Mariae, beatorum Apo-
stolorum Petri et Pauli, beati Patris nostri Fran-
cisci et omnium Sanctorum, auctoritate a Sum-
mis Pontificibus mihi commissa, plenariam in-
dulgentiam omnium peccatorum vestrorum vo­
bis impertior. In nomine Patris et Filii t e* Spi-
ritus Sancti. Amen.
Em seguida recita-se 1 Padre-Nosso, Ave-Maria,
e Glória ao Padre.
250 Cerimonial

N. B. A absolvição geral, com indulgência ple­


nária, na forma privada, só pode ser dada no
confessionário — mesmo sem que se faça a con­
fissão na ocasião no dia antecedente à festa
da indulgência e em qualquer dia do oitavário
dessa festa. Começa o sacerdote com a oração:
Dominns noster Jesus Chrístus. Se isto não for
possível, use a fórmula mais curta, que é a
seguinte:

Auctoritate a Summis Pontificibus mihi con-


cessa, plenariam omnium peccatoram tuoriim in-
dulgentiam tibi imperiior. In nomine Pairis et
Filii f et Spiritus Sancti. Amen.
Todos os confessores têm poder para conferir
esta indulgência na forma privada.

X. CERIMÔNIAS PARA VESTIDURA


E PROFISSÃO SIMULTÂNEAS
Ainda que o Cerimonial aprovado pela S. C. doa
Ritos não faça menção da vestidura e profissão
quando dadas simultâneameníe, caso aliás muito co­
mum, não acho motivo para discrepar da opinião
de outro3 autores, segundo a qual as duas cerimô­
nias se podem unir num mesmo ato, a fim de evi­
tar demoras provenientes da repetição, aliás escu­
sada, das mesmas preces. Para comodidade dos di­
retores que se queiram conformar com esta opinião,
indicamos a seguir a Ordem por que devem li­
gar-se as duas cerimônias.
Iniciada a reunião, o sacerdote, revestido de so-
brepeliz e estola branca, entoa o

Venl Creator (pg. 205).


X. Vestidura e profissão simultâneas 251

7. Emitte spiritum tuum...


ty. Et renovabis... e as orações:
Deus, qui corda fidelium... e Da, quaesumus,
Domine, pg. 223.
Em seguida, o sacerdote sobe ao altar e, do pé
ou sentado, interroga os postulantes e os noviços:

— Irmãos (ou irmãs), o que pedis?


Os postulantes respondem:

Reverendo padre, peço..., pg. 212.


Se 03 postulantes forem muitos, responderão
conjuntamente. Depois dos postulantes, respondem
os noviços:

Reverendo padre, peço..., pg. 223.


O sacerdote dirige aos postulantes uma exorta­
ção. assim como aos noviços, benze os escapulários
e corclões, segundo as fórmulas das páginas 212-216
e admito ao hábito cada um dos postulantes,
conforme o rito das páginas 217 e 218.
Seguidamente, recebe a profissão de cada um
dos noviços (pg. 225 e 226). Terminado este ato.
todos se levantam para entoar o To' Deam com os
yy. da página 226 e as orações seguintes:

Deus misericordiae, Deus pietatis... pg. 219.


Deus, cujus misericordice non est * nume-
rus... pg. 228.
Deus, qui per immaculatam... e
Deus, qui mira crucis... pg. 220.
252 Cerimonial

Domine Jesu Christe, qui frigescente mun­


do... e as restantes das páginas 229 e 230.
Terminadas estas orações, o sacerdote dá aos
néo-proíessos a bênção de São Francisco (pg.
230), a toda a assembléia a bênção comum (pg.
230), e termina dando a beijar os pés do cru­
cifixo aos neo-professos (página 230).

XI. CERIMÔNIA PARA O JUBILEU


E' bom não deixar passar despercebida uma
data tão memorável, tanto mais que se pode.
no jubileu da tomada do hábito ou da profis­
são, ganhar ’ uma indulgência plenária.
No dia da profissão jubilar se faça congregação
solene, orne-se o altar como para festas. O jubi-
lante veste (se for possível) o hábito da Ordem;
e o padre diretor, de sobrepeliz e estola bran­
ca. ajoelhado sobre o estrado, entoa o Veni
Creator; J. e oração (pg. 205).

Oremus Oremos
0+
/"Amnipotens sempi- Deus onipotente e
V^terne Deus, qui per O eterno, que pelo
Moysen fámulum tuum órgão de Moisés, vos­
Pátribus in desérto an- so servo, ordenastes a
num jubilaeum statúto nossos pais no deser­
témpore celebrandum to que celebrassem em
praecepisti, . et ónera tempo marcado o ano
atque debita relaxánda do jubileu, e que nes­
íore jussísti, servos ta ocasião se perdoas­
quoque in libertátem sem .as obrigações e
restituéndos esse man- dividas, e que se res-
dásti: concede his ser- tituísse até mesmo a
XX. Jubileu 253

vis (ancillis) tuis per- liberdade aos escravos:


pétuam mandatórum concedei aos vossos ser­
tuórum et Régulae ob- vos que sejam sempre
servántiam boníque observadores de vossos
certáminis consumma- mandamentos e da re­
tiónem perfectam; ut gra, e combatam o bom
auxilii tui largitáte combate, a fim de que,
alternam caeléstis gló- pela abundância de vos­
riae tua: jubilatiónem sas graças, mereçam
percipere mereántur. participar do jubileu
Per Christum Dómi- eterno de vossa glória
num nostrum. no céu. Por Cristo nos­
I?. Amcn. so Senhor. Assim
seja.
Segue a renovação, do modo seguinte: .
Reverendo podre, / por ocasião do vigésimo
quinto aniversário de minha profissão, / eu, /
irmão... / agradeço de todo o coração a Deus
onipotente / de ter-se dignado conceder-me a
imensa graça de desviar o meu coração das
vaid ades deste mundo e / permitindo que fosse
admitido nesta Santa Ordem Terceira da peni­
tencia. / Vede, meu sumo bem, / renovo neste
dia, / nesta hora, / a minha profissão e vos
agradeço, do intimo do coração, / me terdes
deixado viver até hoje nesta Ordem, / que vos
é tão agradável. / Meu coração condói-se e
lastima-se / por ter conhecido tão pouco esta
graça / e por fê-la aproveitado com tão pouco
fervor. / Condeno e abomino agora / toda a
minha tibieza e negligência, / e todas as faltas
que tenho cometido. / Peço-vos, bom Jesus,
não me castigueis / segundo a medida da
Manual da O T — 17
254 Cerimonial

vossa justiça. / Concedei-me, por vossa infi­


nita misericórdia, / a graça de servir-vos, dora
avante / de um modo mais fiel do que até
agora.
Se já não estivesse ligado / ao vosso ser­
viço na Ordem Terceira, / eu o faria agora. /
Assim me consagro hoje ao vosso serviço f
como o fiz no dia da minha profissão. / Ofe­
reço-me, pois, a vós, meu Jesus / de novo e
inteiramente, / em união com aquele sacros­
santo sacrifício / com o qual, desde o primeiro
instante de vossa humanidade / até à morte
na cruz, / vos oferecestes ao vosso Pai ce­
lestial.
Prometo perante a Santíssima Trindade, /
em honra da bem-aventurada Virgem Maria, /
do glorioso S. Francisco, e de todos os Santos,
/ observar fiel e pontualmente, / durante o res­
to de minha vida, / os mandamentos de Deus
e a regra da Ordem Terceira / chamada da Pe­
nitência, / e de boa vontade aceitar a penitên­
cia, / ordenada pelas transgressões, em que
recair / contra as regras e as leis da Ordem. /
Mas vás. misericordioso Jesus, / que me destes
a vontade, / dai-me também os meios da exe­
cução. / Governai-me, / dirigi-me, e não per­
mitais que jamais transgrida a regra volunta­
riamente, / por amor à minha comodidade; /
concedei-me a graça de perseverar / durante o
resto da minha vida / em vosso serviço, / e
depois desta peregrinação terrestre, / poder,
sem mancha, aparecer / perante vossa santa
presença. / Assim seja.
XI. Jubileu 255

O diretor acrescenta: •
• E eu, em nome de Deus, se isto observar­
des, prometo-vos a vida eterna. Em nome
do Padre e do Filho f e do Espirito Santo.
Em seguida, dá-se ao3 jubilares um bastão
terminado por uma pequena cruz, e às irmãs,
uma coroa. Esse bastão e essa coroa são ben­
tos e entregues aos seus destinatários:
Bênção do bastão:
Ore mus Oremos
T^énetdic, Dómine, Qenhor, Pai onipoten-
Pater omnipotens, £^te, abençoai este si­
hoc signtim crucis tuae, nal de vossa cruz, a
ut sit íraíri nostro so- fim de que possa servir
a nosso irmão de sus-
lidiías fidei, ac tutéla tentáculo na fé, de pro­
contra diabolum, et bo- teção contra o demônio,
ni itíneris solámen et de consolação e defe-
protéctio. I?. Amen. sa em feliz viagem.
I?, Assim seja.
O sacerdote apresenta o bastão ao jubilar, di­
zendo:
Eia ergo, serve Recebei em vossas
Christi, áccipe in má- mãos, servo de Cristo,
nibus tuis sanctum o madeiro da cruz e,
crucis báculum simúl- juntamente, a bênção
que benedictiónem di- do auxílio divino, para
vini adjutórii, super que, apoiado nele, pos­
quo inníxus in vocatió- sais perseverar corajo­
ne tua toto hujus vitre samente toda a vossa
témpore viríliter per- vida em vossa vocação,
severáre ac tandem e terminada a vossa
consummáto itínere ad carreira neste mundo,
17*
256 Cerimonial

vitam aeternam perve- conseguir a vida eter­


nire valeas. In nómi- na. Em nome do Pa­
me Pátris, et Filii t dre e do Filho f e do
et Spíritus Sancti. 1?. Espírito Santo. Í£. As­
Amen. sim seja.
Bênção da coroa:
Oremus Oremos
0*
eus, qui fidéliter Deus, que prome­
D certántibus et us-
que ad mortem perse-
O testes a coroa de
glória aos que comba­
verántibus coronam tem fielmente até à
gloriae promittere di- morte, abençoai, vo-lo
gnátus es: béne f dic, suplicamos, esta coroa;
quaesumus, coronam e à vossa serva que vai
istam, et ancillae tua;, recebê-la, concedei que
quae illam accipiet, conclua sua carreira
concéde sic cursum vi- mortal de modo que,
tae suae consummáre, fiel aos compromissos
suaeque professiónis fi- de sua profissão, rece­
dem serváre, ut gloriae ba um dia a coroa de
et honóris corónam glória e honra, ornada
de lápide pretioso re-
cipere mereatur a te, de pedras preciosas, de
Jesu Christe, rex glo­ vós, Jesus Cristo, rei
riae, qui cum Deo Pa- da glória, que com o
.tre et Spiritu Sancto Padre e o Espírito San­
vi vis et regnas in sae- to viveis e reinais nos
cula saeculórum. séculos dos séculos,
Amen. f?. Assim seja.
Colocando a coroa na cabeça da jubilante,
diz o sacerdote:
Accipe, a n c i 11 a Recebei, serva de
Christi, hanc corónam I Cristo, esta coroa como
XI. Jubileu 257

in signum caeléstis co- penhor da coroa celes­


ronae tibi ab aeterno tial que recebereis um
Sponso Christo Jesu dia de Jesus Cristo, o
pro tuis méritis et la- eterno esposo, em re­
bóribus tandem elar- compensa de vossos mé­
ritos e trabalhos. Em
giéndíe. In nómine Pa- nome do Padre e do
tris, et Filii f et Spiri- Filho f e do Espírito
tus Sancti. Amen. Santo. I?. Assim seja.
y. Confirma hoc, Deus, y. Confirmai, Senhor,
quod operatus es in o que em nós operastes.
nobis. I?. Do vosso templo
I?. A templo sancto santo, que está em Je­
tuo, quod. cst in Jeru­ rusalém.
salém. y. Senhor, ouvi a mi­
y. Domine, exaudi nha oração.
orationem meam. E chegue até vós
o meu clamor,
•!?. Et clamor meus y. O Senhor seja con-
ad te veniat. vosco.
y. Dominus vobiscum. I?. E com o vosso es­
I£. Et cum spiritu tuo. pirito.
. Oremus Oremos .
ai-nos, Senhor, que
D a nobis, quaesumus
Domine, perseve- D perseveremos
cumprimento de vossa
no ,
rantem in tua volun-
tate famulatum ut in vontade, para que te­
diébus nostris et mé­ nhamos a felicidade de
rito et número pópu- ver crescer em mérito
lus tibi sérviens augea- e número o povo que
tur. Per Christum Dó- vos é consagrado. Por
minum nostrum. Cristo nosso Senhor.
I?. Amen. I?. Assim seja.
258 Cerimonial

Depois o sacerdote pronuncia sobre os jubilares


a seguinte bênção;
BENEfDICAT vos bênção Deiis Padre t
Deus Pater, qui vos que vos criou:, que ele
creávit: et ab omni vos preserve de todo
maio culpae et pcenae pecado e de todo cas­
córporis animaeque im- tigo do corpo e da al­
múnes vos praesérvet
in saecula saeculórum. ma nos séculos dos sé­
í?. Amen. culos. Assim seja.
BENEfDICAT vos Conceda-vos a sua
Deus Filius, Dóminus bênção Deus Filho f
noster Jesus Christus, nosso Senhor Jesus
qui vos. pretióso suo Cristo, que vos remiu
sánguine redémit, det- com seu precioso san­
que vobis pacem cor- gue: que ele vos dê a
dis in prassénti, et in paz do coração neste
futuro pacem aeterni- mundo e a paz eterna
tátis. í?. Amen. no outro. R. Assim seja.
BENEfDICAT vos Conceda-vos a sua
Deus Spíritus Sanctus, bênção Deus Espirito
qui vos sanctificávit; Santo t que vos san­
tificou: derrame sobre
et grátiam suam co- vós a abundância de
piósam vobis infúndat, suas graças para que,
ut omni benedictióne repletos de toda a bên­
spirituáli ' repléti tan­ ção espiritual, sejais um
dem inveniámini in dia admitidos na socie­
consórtio iilórum de dade daqueles de quem
está escrito: Bem-aven­
quibus dictum est: turados, Senhor, os
Beáti qui hábitant in que habitam em vossa
XII. Renovação da profissão 259

domo tua, Domine; in casa; louvar-vos-ão nos


saecula saeculórum lau- séculos dos séculos. I£.
dábunt te. ty. Amen. Assim seja.
Levantam-se todos e canta-se o hino: Te Denm
laudamus, com y e oração (pg. 226) e pode-se
terminar pela bênção do SS. Sacramento.

XII. RENOVAÇAO DA PROFISSÃO


E' bom que os terceiros para se avigorar no fer­
vor, renovem de tempos em tempos sua profissão,
por exemplo, no fim do retiro espiritual, nas festas
de S. Luís e de Santa Isabel, de todos os Santos
da Ordem í29 de Novembro) e, principalmente,
no aniversário da profissão de S. Francisco (16
de Abril).
O sacerdote, d.e sobrepeliz e estola branca, entoa
o Veui Creator, pg. 205.

T. Emitte Spiritum tuum, et creabuntur.


ífc. Et renovabis fadem terra*

E o celebrante, de pé, canta:

Oremus
ctiones nostras, quaesumus, Domine, aspi­
A rando praeveni, et adjuvando prosequere:
ut cuncta nostra oratio et operatio a te semper
incipiat, et per te ccepta finiatur. Per Chris-
tum Dominum nostrum. Amen.
Pode seguir um canto.
260 Cerimonial

Em seguida, todos em comum recitam a seguinte


oração:
Deus onipotente e eterno, / agradeço-vos de
todo o coração / a grande graça e misericór­
dia que me fizestes, / desviando o meu cora­
ção das vaidades deste mundo / e permitindo
que fosse admitido nesta santa Ordem Terceira
da penitência. / Vede, meu sumo bem, / reno­
vo neste dia, / nesta hora, / a minha profissão
/ e vos agradeço, do intimo do coração, / me
terdes deixado viver até hoje nesta Ordem, /
que vos é tão agradável. / Meu coração con-
dôi-se e lastima-se / por ter conhecido tão
pouco esta graça / e por tê-la aproveitado com
tão pouco fervor. / Condeno e abomino agora j
toda a minha tibieza e negligência, / e todas
as faltas que tenho cometido.
Peço-vos, bom Jesus, / não me castigueis se­
gundo a medida da vossa justiça. / Concedei-
me por vossa infinita misericórdia / a graça de
servir-vos, doravante, / de um modo mais fiel
do que até agora.
Se já não estivesse ligado / ao vosso servi­
ço na Ordem Terceira, / eu o faria agora. /
Assim, eu me consagro hoje ao vosso serviço
/ como o fiz no dia da minha profissão. / Ofe­
reço-me, pois, a vós, meu Jesus, / de novo e
inteiramente, / em união com aquele sacrossan­
to sacrifício, / com o qual, / desde o primeiro
instante de vossa humanidade, / até à morte
na cruz, / vos oferecestes ao vosso Pai celes­
tial.
Prometo, perante a Santíssima Trindade, /
em honra da bem-aventurada Virgem Maria, /
XIII, Consagração da O T ao Coração de Jesus 261

do glorioso S. Francisco, e de todos os Santos,


/ observar fiel e pontualmente, / durante o res­
to de minha vida, / os mandamentos de Deus
/ a regra da Ordem Terceira / chamada da Pe­
nitência, / e de boa vontade aceitar a penitên­
cia / ordenada pelas transgressões, em que re­
cair / conlra as regras e leis da Ordem. / Mas
vós, misericordioso Jesus, / que me destes a
vontade, / dai-me também os meios da execu­
ção. / Governai-me, / dirigi-me, / e não per­
mitais / que jamais transgrida a regra volun­
tária mente, por amor à minha comodidade;
/ concedei-me a graça de perseverar / durante
o resto de minha vida / em vosso serviço, /
e depois desta peregrinação terrestre, / poder,
sem mancha, aparecer / perante vossa santa
presença. Assim seja.
Pode seguir um canto.

XIII. CONSAGRAÇAO DA ORDEM TER­


CEIRA AO DIVINO CORAÇAO DE JESUS
Anualmente costuma a Ordem Terceira renovar a
sua consagração ao Sagrado Coração de Jesus no
dia dessa íesta.
Expõe-se o Santíssimo Sacramento e canta-se o
Veni Creator (pg. 205).

T. Emitte Spiritum tuum, et creabuntur.


H". Et renovabis faciem terree.
262 Cerimonial

Oremus
ctiones nostras, qua?sumus, Domine, aspi­
A rando praeveni, et adjuvando prosequere:
ut cuncta nostro oratio et operatio a te semper
incipiat, et per te ccepta finiatur. Per Christum
Dominum nostrum. Amen.
Ato de consagração
Coração divino, Coração digníssimo de in­
Ó finita adoração e infinito amor, Coração
de Jesus chagado e ensanguentado, eis que
a vós recomendo, a vós ligo e em vós de­
posito, juntamente comigo, esta fraternidade
e toda a família seráfica, que milita sob
o estadarte de nosso pai São Francisco.
Purificai-a mais e mais em vosso sangue, in­
flamai-a mais no vosso amor e gravai nela in-
delèvelmente o sinal da vossa cruz, para que
sempre, em toda parte e em todas as coisas,
se mostre digna de sua santa vocação, digna
de seu pai estigmatizado, digna de seu doutor
seráfico São Boaventura e digna do vosso Co­
ração chagado, ao qual a consagrei, ó meu Je­
sus crucificado. Eis o que vos peço instan­
temente, pelos merecimentos do Coração tras-
passado da Santíssima Virgem Maria, nossa e
vossa. Mãe, e pela intercessão de todos os
santos que na. terra veneravam com suma
devoção o vosso Coração adorável.
Todos respondem: Assim seja, e prosseguem jun­
tos, pausadamente:
Dulcissimo Jesus, / cuja infinita caridade
para com os homens é deles tão ingratamente
correspondida com esquecimentos, / friezas e
XIII. Consagração da O T ao Coração da Jesus 263

desprezos, / eis-nos aqui prostrados diante do


vosso altar, para vos desagravarmos / com
especiais homenagens / da insensibilidade tão
insensata / e das nefandas injúrias / com que é
de toda parte alvejado o vosso amorosíssimo
Coração.
Reconhecendo, porém, / com a mais profun­
da dor, / que também nós mais de uma vez
/ cometemos as mesmas indignidades, / para
nós cm primeiro lugar imploramos a vossa mi­
sericórdia, / prontos a expiar não só as pró­
prias culpas, / senão também as daqueles que,
/ errando longe do caminho da salvação, /
ou se obstinam na sua infidelidade, / não vos
querendo como pastor e guia, / ou, conculcan-
do as promessas do batismo, / sacudiram o
suavíssimo jugo da vossa santa lei.
De todos estes tão deploráveis crimes, Se­
nhor, / queremos nós hoje desagravar-vos, /
mas pariicularmente da licença dos costumes e
imodéstias do vestido, / de tantos laços de cor­
rupção armados à inocência, / da violação dos
dias santificados, / das execrandas blasfêmias
contra vós e vossos santos, / dos insultos ao
vosso vigário e a todo o vosso clero, / do des­
prezo e das horrendas e sacrílegas profanações
do sacramento do divino amor, / e, enfim, dos
atentados e rebeldias oficiais das nações / con­
tra os direitos e o magistério da vossa Igreja.
Oh! se pudéssemos lavar com o próprio san­
gue tantas iniquidades/
Entretanto, / para reparar a honra divina ul- ’
trajada, vos oferecemos, / juntamente com os
merecimentos da Virgem Mãe, / de todos os
264 Cerimonial

santos e almas piedosas, / aquela infinita sa­


tisfação, / que vós oferecestes ao eterno Pai
sobre a cruz, e que não cessais de renovar
todos os dias sobre os nossos altares.
Ajudai-nos, Senhor, / com o auxílio da vossa
graça, / para que possamos, / como é nosso
firme propósito, / com a vivcza da fé, / com
a pureza dos costumes, / com a fiel obser­
vância da lei e caridade evangélicas, / reparar
todos os pecados cometidos por nós e por nos­
sos próximos, / impedir por iodos os meios /
novas injúrias de vossa divina majestade / e
atrair ao vosso serviço / o maior número de al­
mas possível.
Recebei, ó benignissimo Jesus, / pelas mãos
de Maria Santíssima reparadora, / a espontâ­
nea homenagem deste nosso desagravo / e
concedei-nos a grande graça / de perseverar-
mos constantes até à morte / no fiel cumpri­
mento dos nossos deveres e no vosso santo
' serviço, / para que possamos chegar todos à
pátria bem-aventurada, / onde vós, com o Pa­
dre e o Espirito Santo, / viveis e reinais /
Deus / por todos os séculos dos séculos. As­
sim seja.
Depois disso, reza-se a ladainha do SagTado
Coração de Jesus; em seguida todos se levantam,
e recitam a seguinte antífona e o Magnificat.
Ant. Suscepit nos Dominus in sinum et cor
suum, recordatus misericordiae suae, alleluia.
Magnificat / anima mea Dominum:
. Et exsultavit Spiritus meus, / in Deo sa­
lutari meo.
XIII. Consagração da OT ao Coração de Jesus 265

Quia respexit humilitatem ancillce suce: /


ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes ge-
nerationis.
Quia fecit mihi magna qui poiens est: / et
sanetum nomen ejus.
.Et misericórdia ejus a progenie in progenies
/ timentibus eum.
Fecit potentiam in brachio suo: / dispersit
super b os mente cord is sui.
Dcposuit potentes de sede, / et exaltavit
humiles.
Esurientes implevit bonis: / et divites dimisit
inanes. .
Suscepit Israel, puerum suum, / recordatus
misericor.dice suce. •
Sicut locutiis est ad Patres nostros, /
Abraham, et semini ejus in scecula.
Glória Patri, et Filio, / et Spiritui Sancfo.
Sicut erat in principio, et nunc et semper, /
et in scecula sceculorum. Amen.
Repete-se a antífona, e todos, exceto o celebrante
e os sacros ministros, ajoelham-se e cantam os se­
guintes versículos e orações:

7. Confirma hoc, Deus, quod operatus es in


nobis. '
í£. A templo sancto tuo, quod est in Je­
rusalém.
7. Memento congregationis tuae.
Jfy. Quam possedisti ab initio.
7. Cor Jesu' flagràns amore nostri:
FÇ. Inflamma cor nostrum amore tui.
266 Cerimonial

y. Domine, exautíi orationem meam.


• Rr. Et clamor meus ad te veniat.
T. Dominus vobiscum.
R'. Et cum spiritu tuo.
Oremus
eus qui nobis, in corde Filii tui, nostris
D vulnerato peccatis, infinitos dilectionis tho
sauros misericorditer largire dignaris; f con­
cede, quaesumus, ut illi clevotum pietatis nos-
trae praestantes obsequium, * dignae quoqne sa-
tisfactionis exhibeamus officium.
T?ac nos, Domine Jesu, sanctissimi Cordis tui
JD virtutibus indui, et affectibus infiammn-
ri: f ut et imagini bònitatis tuas conformes, *
et tuae Redemptionis mereamur esse participes.
Qui vivis et regnas Deus per omnia scecula
saeculorum. K. Amen.
Segue o Tantum ergo, bônçáo do SS. e canto xinal.

XIV. CONSAGRAÇÃO A CRISTO REi


no último domingo do mês de Outubro
O sacerdote expõe o santíssimo Sacramento e en­
toa o Veni Creator (pg. 205).
y.- Emitte Spiritum tuum et creabuntur.
Et renovabis faciem terree.
Oremus
A ctiones nostras, quaesumus, Domine, aspiran-
do praeveni, et adjuvando prosequere: ut
cuncta nostra oratío et operatio a te semper
incipiat, et per te ccepta finiatur. Per Christum
Dominum nostrum. ÍF. Amen.
XIV. Consagração a Cristo Rei 267

Imediatamente rezam todos em comum:


Dulclssimo Jesus, Redentor do gênero huma­
no, / lançai sobre nós que humildemente esta­
mos prostrados diante do vosso altar, os vossos
olhares. / Nós somos e queremos ser vossos;
/ e, a fim de podermos viver mais Intimamente
unidos a vós, / cada um de nós se consagra es-
poniúncamente neste dia / ao vosso Sacratissi-
mo Coração.
Muitos há que nunca vos conheceram; /
muitos, desprezando os vossos mandamentos,
vos renegaram. / Bcnigníssimo Jesus, / tende
piedade duns e doutros e trazei-os todos ao
vosso Sagrado Coração.
Senhor, sêde Rei não somente dos fiéis que
nunca de vós se afastaram, / mas também dos
filhos pródigos que vos abandonaram; / fazei
que estes tornem quanto antes à casa paterna
/ para não perecerem de miséria e de fome.
Sede Rei dos que vivem iludidos no erro /
ou separados de vós pela discórdia; / trazei-os
ao porto da verdade e à unidade da fé, / a
fim de que em breve haja um só rebanho
e um só pastor.
■ Süde Rei de todos aqueles que estão ainda
sepultos nas trevas da idolatria e do islamismo,
/ não recuseis conduzi-los à luz e ao reino
de Deus.
Volvei, enfim, um olhar de misericórdia aos
filhos do que foi outrora vosso povo escolhido;
/ desça também sobre eles, num abismo de
redenção e de vida, / aquele sangue que um
dia sobre si invocaram.
268 Cerimonial

Senhor, conservai incólume a vossa Igreja /


e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; /
concedei Ordem e paz a todos os povos; / fa­
zei que dum polo a outro do mundo ressoe uma
só voz: / Louvado seja o Coração divino, /
que nos trouxe a salvação; / honra c glória a
ele por todos os séculos. Amém.
Segue a ladainha do Sagrado Coração de Je­
sus. Depois, levantam-se todos, cantam, ou rezam:
Ant. Dábit illi Dó- Ant. O Senhor Deus
minus Deus sedem lhe dará o trono de seu
David, patris eius, et pai David e reinará na
regnábit in domo Ja-
cob in asternum et casa de Jacob cterna-
regni eius non erit mente, e o seu reino
finis, aileluia. não terá fim, a^luia.
Magnificat (264).
Depois repete-se a antífona, e, em seguida, can­
ta-se:
y. Afferte Domino, familiae populorum:
Tf. Afferte Domino gloriam et imperium.
y. Multiplicabitur ejus imperium.
R\ Et pacis non erit finis.
y. Domine exaudi orationem meam.
I?. Et clamor meus ad te veniat.
y. Dominus vobiscum.
I?. Et cum spiritu tuo.
Oremus
/^mnipotens sempiterne Deus, qui in dilecto
v^Filio tuo, universorum Rege, omnia instau-
rare voluisti: concede propitius; ut cunctae fa-
XV. Trânsito 269

miliae gentium, peccati vulnere disgregatae, ejus


suavíssimo subdantur império: Qui tecum vivit
et regnat in saecula saecuiorum. I?. Amen.
ê

Segue o Tantmn ergo com bênção do Santíssimo


e cântico final.

XV. COMEMORAÇÃO DO TRÂNSITO


OU MORTE DO N. P. S. FRANCISCO
No dia da festa do nosso Seráfico Pai, é uso nas
igrejas de suas três Ordens fazer a comemoração
solene de sua morte.
Ao pâr do sol, à hora em que expirou o Seráfico
Patriarca, com solenidade, expõe-se uma relíquia
do Santo â veneração pública, e os religiosos can­
tam o salmo, que ele recitou no momento de sua
morte: Voe» jnea ad Dóminum olamávi.

Ant. O sanctissima Ant. O’ alma santís­


ánima, in cujus tráns- sima, em cujo trânsi­
itu cadi eives occúr- to acorrem os cidadãos
runt, Angelórum cho- do céu, exulta o coro
rus exsúlíat, et glo­ dos anjos, e a glorio­
riosa Trinitas invitat, sa Trindade convida,
dicens: Mane nobis- dizendo: Fica conosco
cum in ceternum. por toda a eternidade.
Salmo 141
oce mea ad Dómi- om a minha voz cla­
V num clamávi: £ G mei ao Senhor; com
voce mea ad Domi- a minha voz supliquei
num deprecátus sum. ao Senhor.
Effúndo in conspéctu Derramo na sua pre­
ejus oratiónem meam; sença a minha oração, e
Manual da O T — 18
270 Cerimonial
* et tribulatiónem exponho diante dele a
meam ante ipsum pro- minha tribulação.
núntio. Quando o meu espí­
In deficiéndo ex me rito foi desfalecendo,
spiritum meum; * et tu conheceste as minhas
tu cognovisti sémitas veredas.
meas. No caminho por on­
de andava, armaram-
In via hac, qua am- me laços ocultos.
bulábam, * absconde- Voltava-me para a
runt láqueum mihi. minha direita, e olhava,
Considerábam ad e não havia quem me
déxteram, et vidébam: conhecesse.
* et non erat qui co- Não me ficou pos­
gnósceret me. sibilidade de fuga, e
Périit fuga a me; * não há quem se im­
et non est qui requirat porte com a minha vida.
ánimam meam. A ti clamei, Senhor,
Clamávi ad te, Do­ e disse: Tu és a mi­
mine, * dixi: tu es nha esperança, a mi­
spes mea, pórtio mea nha porção na terra
in terra viventium. dos viventes.
Atende à minha sú­
Inténde ad depreca- plica, porque fui suma-
tionem meam: * quia mente humilhado.
humiliátus sum nimis. Livrai-me dos que me
Libera me a perse- perseguem, porque se
quéntibus me: * quia tornaram mais fortes
confortáti sunt super do que eu.
me. Tira a minha alma
Educ de custódia desta prisão, para eu
ánimam meam ad con- dar glória ao teu nome;
fiténdum nómini tuo: estão me esperando os
* me exspéctant justi, justos, até que me dês
donec retribuas mihi. a retribuição.
XV. Trânsito 271

Gloria Patri, et Fi­ Glória ao Padre e ao


lio, * et Spíritui San- Filho e ao Espírito
cto. Santo.
Sicut erat in princí­ Assim como era no
pio, et nunc, et sem- princípio, agora e sem­
per, * et in saecula pre: e por todos os sé­
SEculórum. Amen. culos dos séculos. Amém.
' Agora repete-se a antífona: O sanctissima ánima.
Recitam-se, em seguida, de joelhoB, cinco Pater,
Ave. Gloria.
Depois, todos se levantam, e canta-se a antífona:
alve, sancte Pater, Qalve, pai santo, luz
S pátriae lux forma £5da pátria, modelo
dos Frades Menores, es­
Minorum, virtútis spé- pelho da virtude, cami­
culuni, recti via, régu- nho da retidão, norma
la morum, carnis ab dos costumes, conduzi-
nos do exílio desta vi­
exilio, duc nos ad re- da mortal ao reino dos
gna polórum. céus.
Em seguida, ajoelham-se todos, e os cantores
prosseguem;
T. Franciscus, pauper T. Pobre e humilde,
et humilis, caslum di- Francisco entrou rico
ves ingréditur. no céu.
K. Hymnis ccelestibus íír. Honrado com hinos
honorátur. celestiais.
Oremus Oremos
TAeus, qui hodiérna Deus que, no dia de
-L^die ánimae beati v-J hoje, destes à al­
Patris nostri Francisci ma do nosso bem-aven-
18°
272 Cerimonial

aeternae beatitudinis turado Pai *. Francisco,


prsemia contulisti; con- a recompensa da bem-
céde propitius, ut qui aventurança eterna, con­
ejus migratiónis me- cedei, nós vo-lo pedi­
móriam piis afféctibus mos, que, celebrando
celebrámus, ad ejus- com piedosos afetos a
memória de seu trân­
dem beatitudinis pras- sito, cheguemos, feiizes,
mia felíciter pervenire a gozar os prêmios da
mereámur. Per Chris- mesma bem-aventuran-
tum Dominum nos- ça. Por Cristo, nosso
trum. Amen. Senhor. R. Assim seja.
J. Dóminus vobiscum.
Et cum spiritu tuo.
YV Benedicamus Domino,
í?. Deo grátias.
Em seguida, o celebrante, revestido da capa, dá
a bênção com a relíquia de S. Francisco, e, ao mes­
mo tempo, toca-se o sino.

XVI. CONFRARIA DO CORDÃO


DE SAO FRANCISCO

1’ Origem
A devoção do cordão de São Francisco remonta
à origem da Ordem Seráfica. Foi o próprio São
Francisco que cingiu a São Domingos, seu amigo,
que com muita insistência pediu, em penhor de
Intima união, lhe desse o seu cordão. Mas como
confraria data apenas do ano de 1585. O grande
Papa franciscano Sixto V a erigiu, pela constitui­
ção MEx supremm dispositionis”, na igreja do Sa­
cro Convento de Assis, onde jaz o corpo do Será-
XVI. Confraria do cordão de São Francisco 273

fico Pai São Francisco, e aos 29 de Agosto de 1587


a confirmou pela constituição “Divince caritatis",
concedendo-lhe privilégios especiais, declarando já
agregadas à arquiconfraria de Assis todas as con­
frarias do cordão, que forem eretas para o futuro.
Muitos papas, entre eles Clemente VIII, Paulo V,
Gregórlo XV, Bento XIII, confirmaram esta insti­
tuição.
Esta piedosa confraria não tardou a se propa­
gar prodigiosamente, produzindo em toda parte
copiosos frutos de salvação. A experiência tem pro­
vado que ela pode contribuir poderosamente para o
bem espiritual da Ordem Terceira, preparando-lhe
sólidas vucações.
Além disso, ela oferece uma compensação às pes­
soas que, não podendo entrar na Ordem Terceira,
desejam, não obstante, pertencer à família seráfica.
Qualquer cristão pode entrar nesta confraria, ain­
da mesmo crianças, como também religiosos de
qualquer Ordem. Os terceiros franciscanos têm que
receber o cordão bento, para nela se inscreverem,
mas para lucrarem as indulgências basta que car­
reguem o cordão da Ordem Terceira.

2* Fim
Confraria é uma associação de fiéis, constituindo
corpo orgânico, para incremento do culto público
(CJC. 707). O fim principal da confraria do cordão
de São Francisco consiste em “honrar de um modo
especial a São Francisco para incremento do culto
público”, difundindo entre o povo cristão sempre
mais o espírito franciscano, e preparando vocações
para a Ordem Terceira. Fins caritativos e bene­
ficentes a confraria poderá visá-los sòmente em
segundo plano.
Especialmente a juventude, clngindo-se desde a
mais tenra idade com o cordão do Seráfico Patriar­
ca, terá um meio poderosíssimo que a preserve
274 Cerimonial

das seduções do mundo, pois, quanto mais conhe­


cerem a vida tocante de São Francisco, que se lhes
explicará em pequenas práticas mensais, tanto mais
se hão de enamorar das virtudes por ele pra­
ticadas.
A confraria deve possuir boa organização e esta­
tutos aprovados pelo superior da Ordem írancisca-
na (v. abaixo, ereção canônica) e reconhecidos pelo
sr. bispo. Divide-se em duas secções, a masculina e
a feminina, subdividindo-se cada secção, se con­
vier. em três classes: menores, médios, maiores. A
suprema direção reside nas mãos do padre diretor,
que nomeará os componentes da diretoria, e os
prefeitos de secção e classes. Os estatutos deverão
ser elaborados de acordo com o código canônico,
673 ss, 684 ss, 707 ss.
Fàcilmente se depreende que a confraria do cor­
dão será por sua natureza auxiliar valioso para a
ação católica e- apostolado leigo, tão preconizado
pelo papa Pio XI, sendo ademais São Francisco
de Assis designado pelo mesmo papa padroeiro
universal da ação católica oficial.

39 Obrigações
Requer-se: a) receber o cordão de um superior
franciscano, ou de um sacerdote munido da fa­
culdade de impôr o cordão, e trazê-lo dia e noite:
b) inscrever o nome no livro de registo, onde a
confraria for canônicamente ereta, sendo esta ins­
crição confirmada pela assinatura do padre dire­
tor. e, se no lugar não for ereta a confraria, os
nomes deverão ser enviados à confraria mais pró­
xima canônicamente ereta e ali inscritos no livro
de registo: c) recomenda-se ainda recitar todos os
dias um Padre-Nosso, Ave-Maria e Glória, com
a invocação: “São Francisco, rogai por nós".
Nota. Deve-se trazer sempre o cordão cingido.
não sob pena de pecado, mas sob pena de perderem-
XVI. Confraria do cordão de São Francisco 275

se, no tempo em que se achar sem o mesmo, as


grandes graças espirituais anexas.
Basta que o primeiro cordão seja bento; gasto
este, substitui-se por outro, que não requer nova
bênção.

4* Indulgências •
A) Indulgências plenárias: (o algarismo entre
parentesis designa as condições, v. acima o calen­
dário dos terceiros):
1) Xo dia da admissão (2); 2) no dia da festa
principal da confraria (5); 3) no dia 2 de Agosto
(5); 4) assistindo à procissão que costuma fazer-se
num dos domingos de cada mês (3); 5) em artigo
de morte (2), não podendo receber os sacramentos,
basta invocar com os lábios, ou ao menos de cora­
ção, o nome de Jesus; 6) as indulgências plenárias
das “estações”, v. calendário dos terceiros, IP (6);
7) na festa de São Francisco de Assis, 4 de Outu­
bro; Santa Clara, 12 de Agosto; Santo Antônio, 13
de Junho; chagas de São Francisco, 17 de Setem­
bro (4); nestes quatro dias concede-se comuni­
cação das boas obras da Ordem terceira com a se­
guinte fórmula: “Commnmcamas vobis, fratrea, ora-
tiones, jejtwia, missas ceteraqne opera bona, quee
per Dei gratiam in nostra Cougregatione et Ordine
fiunt, in nomine Patris et Fiiii et Spiritus Sanctl.
Amen”. 8) recebendo a bênção papal, a que têm
direito, na festa da Imaculada Conceição, 8 de
Dezembro (3).

B) Indulgências parciais:
1) Ind. de 7 anos (1) nas seguintes festas: São
Francisco de Assis, 4 de Outubro; Santo Antônio
de Pádua, 13 de Junho; São Boaventura, 14 de Ju­
lho; São Luís de Tolosa, 19 de Agosto; São Ber-
nardino de Sena, 20 de Maio; Santa Clara de Assis,
12 de Agosto; chagas de São Francisco, 17 de Se-
276 Cerimonial

tembro; São Diogo, 13 de Novembro: São Pedro de


Alcântara, 19 de Outubro; São Luís, rei da França,
25 de Agosto; Santa Isabel da Hungria, 19 de No­
vembro; e nas festas dos Santos mártires da Ordem
franciscana.
2) Ind. de 5 anos, rezando cinco Padre-Nossos,
Ave-Marias, diante do altar da igreja da confraria;
os que estiverem legitimamente impedidos de fa­
zerem esta visita, rezando as mesmas orações em
honra das cinco chagas de nosso Senhor e de São
Francisco.
3) Ind. de 5 anos, acompanhando o SSmo., ao ser
levado aos enfermos.
4) Ind. de 3 anos, tomando parte na costumada
procissão mensal da confraria.
5) Ind. de 100 dias. sempre que assistam a lima
função religiosa, acompanhem um enterro, socor­
ram os pobres, reconciliem os inimigos.
Nota. Os cordígeros têm comunhão de indulgên­
cias com a Ordem dos Menores Conventuais. e a
arquiconfraria de Gonfalone erigida na igreja de
Santa Luzia, em Roma. Pelo breve “Pias ChrisÜ"
de 10 de Novembro de 1622 foram concedidas ao3
cordígeros todas e cada uma das indulgências que
lucram em geral os Frades Menores como regulares,
entre as quais são dignas de menção as indulgên­
cias anexas à coroa franciscana.

5* Ereção canônica
Para erigir canônicamente a confraria do cordão
de São Francisco, não é necessário que haja aspi­
rantes; a igreja pode criar uma pessoa jurídica
com seus direitos, determinando-lhe sua finalidade
e meios de consegui-la, se bem que ninguém se
tenha apresentado para se inscrever (Beringer, II,
44). "Pro erigenda quacumque coníraternitato nul-
XVI. Confraria do cordão dc São Francisco 277

lus est prcescriptus numerus adscrlbendorum" (Acta


Ap. Sedis, III, 390).
Os ministros gerais dos religiosos franciscanos
e capuchinhos podem erigir esta confraria, mas só
em suas igrejas e onde não existam conventos de
religiosos conventuais. Onde não existir convento
dc franciscanos nem de conventuais, compete a
ereção ao ministro geral da Ordem terceira regu­
lar. mas só em igrejas próprias, ainda que haja
no lugar convento de religiosos capuchinhos (Const.
de Grcgório XV, 27 de Junho de 1622). Em todos os
outros casos compete a ereção ao ministro geral
dos menores conventuais.
Autorizados a benzer o cordão e inscrever os fiéis
são os guardiães e os comissários das ditas Or­
dens, e em caso de legítimo impedimento, podem
clcs subdelegar qualquer outro religioso que seja
confessor aprovado. As constituições gerais da Or­
dem dos Frades Menores determinam (695): ;'Confra-
ternitas Chordre S. P. N. Franciscl ubique dili-
genLer promoveatur; cauto tamen ne in ulla nos-
tra Ecclesia instituatur sine nostri Ministri Gene­
ral is ãuetoritate*'.
Para ereção válida requer-se’ essencial mente a
aprovação e recomendação do respectivo sr. bispo
(litterac testimoniales, litterse commendatitiae da­
das por escrito, que serão enviadas ao padre geral
da respectiva Ordem, que concederá o decreto for­
mal da ereção. O sr. bispo nomeará também o pe.
diretor (e vice-versa), exceto quando a confraria
for ereta em Igreja da Ordem e o diretor for da
mesma Ordem.

69 Formulário
a) Pedido de aprovação e recomendação do sr.
bispo: ‘‘Revme. et Illme, Domine. — N. N. quo ef-
ficacius impellat fideles sibi commissos ad incre-
mentum cultus publici et pietatis, humililer petit a
278 Cerimonial

Te. Revme. et Illme. Domine: 1. ut a Revmo. P.


Generali Ordinis... erigi consentias Confraternita-
tem Chordigerorum Sancti Francisci, in ecclcsia
Sancti N. loci N. (ad altare...); 2, statuta ejusdem
hisce litteris inclusa approbes: 3. ut Revdum. Do-
minum... (parochum, vicarium... ejusque pro tem-
pore succcssores) designes Confraternitatis presi­
dem cum facultate alium sibi sacerdotem ex ratio-
nabili causa substituendi; 4. ut litteris testimonir.il-
bus Revmo. P. Generali pr£odicto ejus Confrater­
nitatis pietatem et christiame caritatis officia, que
exerceri cupit, pro erectione commendare digneris.
(Confraternitas illius nominis et instituti hic non
exsistit.). Alise Confraternitates, etc., in hac eccle-
sia jam erectíc sunt hec
b) A aprovação e recomendação do sr. bispo pooe
ser feita nestes termos: “Visis precibus Nobis obla-
tis consentimus erigi Confraternitatem, de qua :n
precibus, ejusque statuta a Nobis revisa approba-
mus. Rectorem autem ejusdem Confraternitatis de-
signamus Revdum. Dominum N. (parochum, vica­
rium... ejusque pro tempore sucessores) tribuendo
ei facultates necessárias et opportunas, et prreser-
tim, ut possit, si opus sit, alium sibi sacerdotem
substituere ad recipiendos fideles, benedicendas
chordas, etc. Denique ipsius Confraternitatis insli-
tuendae pietatem et christiana; caritatis officia. qute
exerceri cupit. Revmo. P. Generali... pro benigna
erectione enixe commendamus". Recomenda-se en­
viar este formulário, devidamente copiado, à câ­
mara episcopal.
c) Pedido de ereção ao ministro geral (os reli­
giosos pedirão por intermédio do provincialado):
“Revme. P. Generalis. — Cum infra-scríptus orator
N. N. rector ecclesise parochialis (succursalis. ora-
torii) Sancti N. loci N. in dicccesi N. Confraternita­
tem Chordigerorum Sancti Patris nostri Francisci in
pracdicta ecclesia constituere desideret, Revmo. et
Illmo. Domino, N. N. Episcopo loci N. statuta ejus-
XVI. Confraria do cordão de São Francisco 279

dem Confraternitatis jam proposuit atque ab eodem


consensum atque commendationem pro erectione
obtinuit, prout litterie hisce adnexae testantur.
Quare prredietus orator Paternitatem Tuam hu-
militer rogat, ut dictam Confraternitatem in hac
Ecclesia Sancti N. (ad altare Sancti N.) erigere et
prxside a Revmo. Episcopo designato ejusque pro
tempere 3ucessoribus facultates necessárias et op-
portunos adscribendi fideles et benedicendi chor-
das. etc., cominunicare velis, ut Confraternitatis
pro tempore rector ex rationabili causa alium sibi
saccrdolem substítuere possit ad recipiendos fide­
les, benedicendi chordas, et alia pr&sidum munia
exercenda.
(Endereços: a) Pe. Geral dos franciscanos: Roma,
Via Merulana, n° 12-1, Collegio di Santo Antônio;
b> Fe. geral dos capuchinhos: Roma, Via Boncom-
pagni, nro. 71; c) Pe. geral dos conventuais: Roma.
Santi Apostoli).

V Admissão dos cordígcros e bênção do cordão


Para a recepção particular, o sacerdote, vestindo
sobrepeliz e estola branca, benzerá o cordão, reci­
tando as orações "Adjutorium nostram*’ até “Acci-
po chordam” inclusive.
Realizando-se, porém, recepção pública e solene,
pode-se utilizar o seguinte cerimonial.
O sacerdote autorizado, de sobrepeliz e estola
branca, em pé sobro o estrado do altar, interroga
aos candidatos, ajoelhados diante do altar, com
vela acesa na mão:

Qual é o vosso pedido?


Respondem eles:
Reverendo padre, peço humildemente o cor­
dão de Sâo Francisco, para, por meio dele,
mais facilmente poder conseguir a salvação
eterna.
280 Cerimonial

O sacerdote responde: Deo gratias. Segue sucinta


prática sobre a excelência e utilidade particular e
social da confraria do cordão de São Francisco;
após isso o sacerdote benze os cordões.
y. Adjutorium nos- ’ 7. O nosso auxílio es-
trum in nomine Do- tá em o nome do Senhor,
mini.
R\ Qui fecit ccelum et í?. Que fez o céu e a
terrarn. terra.
y. Ora pro nobis, bea- J. Rogai por nós, bem-
te Pater Francisce. aventurado pai São
Francisco.
R. Ut digni efficiamur R. Para que sejamos
. promissionibus Christi. dignos das promessas
de Cristo.
T. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha . oração.
R. Et clamor meus ad I?. E o meu clamor
te veniat. chegue até vós.
T. Dominus vobiscum. 7. O Senhor seja con-
vosco.
R. Et cum spiritu tuo. R\ E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos

D eus, qui, ut ser-


vum redimeres,
Filium tuum per ma-
D eus, que para remir
o servo, quisestes
fosse o vosso Filho li­
nus impiorum ligari gado pelas mãos dos
v o 1 u i s t i: benefdic, ímpios, abençoai, vo-lo
qua^sumus, funem is- pedimos, este cordão, e
tum, et praesta; ut fa- concedei que o vosso
mulus tuus qui (fa- servo (vossa serva),
mula tua, quae) eo que com ele será cin-
XVI. Confraria do cordão de São Francisco 281

velut ligamine poeni- gido como com um la­


tentiali sui corporis ço de penitência para
cingetur, vinculorum o seu corpo, esteja lem­
eiusdem Domini nos- brado das cordas da
tri Jesu Christi memor prisão do mesmo Se­
exsistat et in Ordine, nhor nosso Jesus Cris­
quem assumpsit, per- to, e para que sempre
enniter perseveret persevere na confraria,
íuisque cum affectu em que ingressou, e
sernper obsequiis se com afeição, reconheça-
alligatum (alligatam) se ligado para sempre
esse cognoscat. Per ao vosso serviço. Pelo
e um dem Dominum mesmo Jesus Cristo,
nostrum Jesum Chris- nosso Senhor, vosso Fi­
tum Fiiium tuum, qui lho, que convosco vive
tecum vivit et regnat e reina em união com
in unitate Spiritus o Espírito Santo, Deus
Sancti Deus, per om- por todos os séculos
nia saecula sxculorum. dos séculos.
Amen. I?. Assim seja.

Oremus Oremos
/">mnipotens sempi- eus onipotente e
V-^terne Deus, qui
omnibus peccatoribus
D eterno, que em vos­
sa. misericórdia aten­
quíerentibus veniam et deis às aspirações e de­
misericordiam, quacsi- sejos de todos os pe­
ta et optata miseri- cadores, que procuram
corditer tribuisti: ora- perdão e misericórdia:
mus immensam cle- pedimos à vossa imen­
mentiam tuam, ut has sa bondade, para que
chordas (hanc chor- digneis abençoar e san­
dam) benefdicere et tificar estes cordões, a
sanctitficare digneris; fim de que todos os
282 Cerimonial

ut quicumque iis (ea) que, devido a seus pe­


pro peccatis suiscincti cados, forem com eles
fuerint (cinctus fuerit) cingidos, e implorarem
et clementiam tuam a vossa clemência, pe­
imploraverint (implo-
raverit), meritis et in- los merecimentos e in-
tercessione beatissimi tercessão do bem-aven­
servi tui Francisci ve- turado servo vosso, São
niam et indulgentiam Francisco, alcancem o
suorum peccatorum, perdão e remissão dos
fructumque tuae san- seus pecados, e o fru­
ctae misericordiae con-
sequaníur (consequa- to de vossa santa mi­
tur). Per Christum sericórdia. Por Cristo
Dominum nostrum. nosso Senhor. As-
I?. Amen. sirri seja.
Em seguida, o sacerdote asperge os cordões com
água benta; e logo cinge o postulante, dizendo:
A ccipe chordam su- A ceita este cordão
-^*“per lumbos tuos:* sobre os teus rins,
ut sint lumbi tui prae- para que sejas com ele
cincti in signum cas- cingido em sinal de cas­
tidade. Em nome do
titatis. In nomine Pa- Padre, e do Filho, e do
tris, et Filii, f et Spi- Espírito Santo. I?. As-
ritus Sancti. Amen. sim seja.
Tendo todos os candidatos recebido o cordão
canta-se em ação de graças o salmo Laudate Do­
minum, pg. 218 (ou o Te Deum, pg. 226, ou o Magni-
ficat), com os seguintes versículos e oração:
7. Benedicamus Pa- T. Bendigamos ao Pa-
trem, et Filium, cum dre, e ao Filho, com o
Sancto Spiritu. Espírito Santo.
XVI. Confraria do cordão de São Francisco 283

y. Landemus, et su- TC. Louvemos e glorifi-


pcrexaltemus eum in quemo-lo por todos os
scecuUi. SZPf* tf IÍ7 Q
y. Benedictus es, Do­ y Sois bendito, Senhor,
mine, in firmamento nas alturas dos céus.
ca?li.
TC. Et laudabilis et TC. E digno de louvor
gloriosus, et super- e glorioso, e gl o rifica­
exaltatus in scecula. do por todos os séculos.
y. Domine, exaudi y. Senhor, ouvi a mi­
orationem meam. nha oração.
TC. Et clamor meus ad TC. E chegue até vós
te veniat. o meu clamor.
y. Dominus vobiscum. y. O Senhor seja con-
vosco.
TC. Et cum spiritu tuo. TC. E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos
eus, cujus miseri­
D córdia? non est D eus de imensa mi­
sericórdia e de in­
numerus, et bonitatis finita bondade, agrade­
infinitus est thesau- cemos à vossa pater­
rus: piissimae Majesta- nal majestade pelos
ti tua? pro collatis do- vossos benefícios, supli­
nis gratias agimus, cando sempre à vos­
tuam semper clemen- sa clemência, para que
tiam exorantes; ut qui não abandoneis aque­
petentibus postulata les, a quem concedeis
concedis, eosdem non os favores pedidos, mas
deserens, ad praemia os conduzais aos prê­
futura disponas. Per mios vindouros. Por
Christum Dominum Cristo Nosso • Senhor.
nostrum. TC. Amcn. TC. Assim seja.
284 Cerimonial

Depois disto o sacerdote dará a bênção de São


Francisco, a todos em geral ou a cada cordígero
em particular:
TT>enedicat tibi (vo ue o Senhor te aben­
-13 bis) Dominus, et
custodiat te (vos).
Q çoe e te proteja.
Que o Senhor te mos­
Ostendat faciam suam
tibi (vobis), et mi- tre a sua face e tenha
sereatur tui (ves- misericórdia de ti. Que
tri). Convertat vultum o Senhor volte os seus
suum ad te (vos), et olhos para ti e te dê
det tibi (vobis) pa- a paz. Que o Senhor
cem. Dominus te
(vos) benedicat. te abençoe.
ífc. Ámen. I?. Assim seja.
Por último dá a bênção a todos os presentes:

nipotentis, Patris : a onipotente, Padre,


enedictio Dei om- bênção de Deus
B
et Filii, et Spiritus e Filho, e Espírito San­
Sancti, descendat su­ to, desça sobre vós e
per vos et maneat permaneça sempre. I£.
semper. I£. Amen. Assim seja.
Nota. Os cordígeros receberão dois cordões ben­
tos, um para uso cotidiano, outro para as re­
uniões, diploma de admissão, um exemplar dos es­
tatutos ou o- manual próprio da confraria.
PARTE III
DEVOCIONÁRIO DO TERCEIRO
MODO DE RECITAR COM FRUTO E DE­
VOÇÃO O OFÍCIO DOMINICAL OU DO
PADRE-NOSSO
Os terceiros que não recitam o breviário, nem
o ofício parvo da bem-aventurada Virgem, devem
recitar diáriamente 12 Padre-Nossos, Ave-Marias e
Glórias, a menos que estejam impedidos por doença.
Pode-se meditar, recitando este ofício, sobre a
paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Damos, em
seguida, um mótodo que poderá ser útil aos ter­
ceiros.

Oração inicial
A bri, Senhor, a minha boca, para louvar o
A.vosso santo nome; purificai também o meu
coração de todos os pensamentos' vãos, per­
versos e estranhos, iluminai-me o entendimento,
Manual da O T — 19
286 Devocionário

inflamai-me a vontade, para que digna, atenta


e devotamente, possa recitar este ofício, e me­
reça ser atendido perante vossa divina majes­
tade. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amem.
Senhor, em união com aquela intenção com
que vós na terra louváveis a Deus, ofereço o
sagrado culto destas Horas eclesiásticas.
7. Domine, lábia f mea apéries.
R. Et os meum annuntiábit laudem tuam.
y. Deus, in adjutórium meum inténde.
R. Domine, ad adjuvándum me festina.
V. Glória Patri et Filio et Spiritui Sancto
R. Sicut erat in princípio, et nunc, et seniper
et in saecula saeculorum. Amen.
Matinas
Io Senhor Jesus Cristo que, na véspera de
vossa paixão, instituístes o SS. Sacramento da
Eucaristia, tende piedade de nós, — e dai-nos
o ensejo de vos receber frequentemente em
nossos corações por meio desse divino sacra­
mento.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
2o Senhor Jesus Cristo, pela vossa mortal
tristeza e pela vossa oração no horto, tende
piedade de nós, — e fazei com que, reconhe­
cendo a nossa própria fraqueza, nunca cesse­
mos de orar, implorando o vosso socorro para .*
nos conformarmos em tudo com a vossa san­
tíssima vontade.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Ofício Dominical 287

3o Senhor Jesus Cristo, pela vossa agonia e


pelo vosso suor de sangue em Getsêmani, tende
piedade de nós, e inspirai-nos, com o horror
dos nossos pecados, o propósito de uma vida
cristã, dia a dia mais perfeita.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
4o Senhor Jesus Cristo, que fostes traído por
judas, entregue aos inimigos e amarrado como
um .malfeitor, tende piedade de nós, — e dai-
nos a graça de nunca perdermos, nas tribula-
ções desta vida, a fé, a esperança e a caridade
que nos unem a vós. *
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
5o Senhor Jesus Cristo, que, carregado de
cadeias, fostes levado à presença de Anás e
Caifás, tende piedade de nós, — e inspirai-nos
constantes sentimentos de humildade, mansidão
e paciência.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Laudes
6o Senhor Jesus Cristo, que no cárcere pas- •
sastes a noite cruelmente ultrajado e ator­
mentado, tende piedade de nós, — *e dai-nos
a graça de sofrer com serenidade, por vosso
amor, as injustiças do mundo.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Prima
7o Senhor Jesus Cristo, que fostes entregue
ao juiz pagão Pôncio Pilatos e injustamente
condenado à morte, tende piedade de nós, —-
e fazei que, pela penitência, expiemos nesta
193
288 Devocionário

vida os nossos pecados e assim nos livremos


da condenação futura que por eles merecemos.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre. ,
Terça
8o Senhor Jesus Cristo, que fostes bárbara-
mente flagelado e coroado de espinhos, tende
piedade de nós, — e infundi-nos a resolução
de domar, pela mortificação, esta carne que
tantas vezes se rebelou contra as vossas leis.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Sexta
9o Senhor Jesus Cristo, que fostes pregado
na cruz, tende piedade de nós, — e ensinai-nos
a sofrer com resignação e submissão os de­
veres, as obrigações, os encargos e as contra­
riedades que são as pequenas cruzes da nossa
profissão ou do nosso estado de vida.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Noa
10° Senhor Jesus Cristo, que expirastes na
cruz deixando-nos por mãe e como última
herança do vosso amor por nós, a vossa pró­
pria mãe, tende piedade de nós, — e, quando
chegar a nossa hora derradeira, acedei à in-
tercessão que desde já imploramos desta nossa
mãe piedosíssima, e não sede para nós juiz,
mas Salvador.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Vésperas
11° Senhor Jesus Cristo, que fostes descido
da cruz pelos vossos fiéis discípulos, tende pie-
Ofício Dominical 289

dade de nós, — e para que mais intensamente


vos amemos, desprendei-nos de todas as nossas
terrenas afeições, ambições, vaidades e paixões.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Completas
12° Senhor Jesus Cristo, que fostes sepul­
tado, mas no terceiro dia ressurgistes glorio­
samente dos mortos, tende piedade de nós, —
e fazei que, morrendo para o mundo e para
o pecado, ressurjamos convosco para a vida
da vossa graça.
Padre-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Oração final
santíssima e indivisível Trindade; à hu-
-jfjL manidade de nosso Senhor Jesus Cristo
crucificado; à integridade fecunda da beatíssi­
ma e gloriosa sempre virgem Maria, e ao
congresso de todos os santos, sejam sempre
dados, por toda criatura, louvor, honra, glória
e ação de graças; e a nós remissão de todos os
pecados. Por todos os séculos dos séculos.
Amém.
Bem-aventurado o ventre da virgem Maria,
que trouxe o Filho do Eterno Pai.
E bem-aventurados os seios que alimenta­
ram a Cristo, nosso Senhor.
Outra oração final
composta por S. Francisco de Assis
Grande e magnífico Deus, meu Senhor Jesus
Cristo 1 — Suplico-vos que me. ilumineis e dissi­
peis as trevas da minha alma. — Dai-me fé
290 Devocionário.

íntegra, esperança firme, caridade perfeita! —


Concedei-me, Senhor, que vos conheça muito
para poder agir sempre segundo a vossa luz
e de. acordo com a vossa santíssima vontade.

I*. ORAÇÕES DIÁRIAS


I. PELA MANHA
Ao acordar. — Eu vos agradeço, meu Deus,
esta noite que me concedestes, o repouso que
nela tive e a graça de passá-la sem vos ofen­
der; peço-vos que, em todo este dia que come­
ça, os meus pensamentos, as minhas palavras e
as minhas ações sejam inspirados só pele dese­
jo de vos agradar; conformai-me inteiramente
com a vossa vontade e livrai-me do mal. Amém.
Depois de levantar. — Pelo sinal f da santa
cruz, livrai-nos, Deus, f nosso Senhor, dos
nossos t inimigos. Em nome do Padre, do
Filho f e do Espírito Santo. Amém.
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações
dos vossos fiéis, e acendei neles o fogo do
vosso amor.
E' recomendável Intercalar aqui matinas e lau-
des do ofício seráfico. Reze-se em seguida o Creio
em Deus e acrescentem-se os seguintes atos:

Atos de fé, esperança e caridade


A doro-vos, meu Deus, com a submissão que
■^*-me inspira a presença de vossa soberana
grandeza. Creio em vós, porque sois a mesma
verdade. Espero em vós, porque sois infinita-
Orações diárias 291

mente bom. Amo-vos de todo o coração, por­


que sois soberanamente amável, e por amor de
vós amo a meu próximo como a mim mesmo.

Graças, reflexão, exame particular e petição


Tfc/Timas graças vos dou, meu Deus, porque
d* Ame conservastes a vida até ao presente dia.
Muitos se deitaram ontem e não se levantaram
hoje, porque os chamastes a contas. Que seria
de mim se me tivésseis chamado? Bendito se­
jais, que me concedeis este tempo tão pre­
cioso para recuperar o que até agora tenho
desperdiçado e dirigir melhor os meus passos
no caminho da salvação.
* /viuito me pesa, Senhor, haver cometido tan­
tos e tão graves pecados, pois que eles cons­
tituem outras tantas ofensas à vossa divina ma­
jestade, e quisera nunca mais cometê-los; isto,
porém, só poderei firmado na vossa graça; con-
cedei-ma, eu vos suplico, para que eu possa
doravante, como firmemente desejo, cessar
de vos ofender. Ajudai-me, especialmente, a
evitar os pecados... a que sou mais inclinado,
as ocasiões... que ordinariamente me induzem
a cometê-los.
A vós, meu Deus, dedico todos os meus pen­
samentos, palavras e atos deste dia, todos os
trabalhos que me incumbem, todas as satisfa­
ções que fruir, todas as contrariedades e morti­
ficações que tiver de suportar, porque vós me
criastes, vós me conservais, a vós pertence tudo
o que tenho, sou e posso.
292 Devocionário

Inspirai-me o gosto pelas virtudes cristãs,


dai-me a força de exercitá-las e, particular­
mente, concedei-me a graça de praticar hoje
a virtude... que bem sabeis quanto é es­
cassa em mim.
Guiai-me, Senhor, pelo caminho que vós mes­
mo haveis traçado; sêde misericordioso pa/a
com os meus parentes, amigos, próximos, ben­
feitores e inimigos; concedei a cada um deies
o que mais convier para a sua salvação e
aprouver à vossa providência; e a mim, tão
frágil e miserável, não me abandoneis aos
três grandes adversários que contra mim con-
tinuamente pelejam: o mundo, com as suas
opiniões, vanglorias e riquezas, o demônio,
com as suas tentações de orgulho e de ódic
a carne com a sua rebeldia e as ciladas dos
sentidos; não consintais que algum deies me
vença; assisti-me com o vosso auxílio e dai-
me a força de combatê-los para maior honra
e glória vossa.
Tudo vos peço, meu Deus, pelos merecimen­
tos de nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que pela sua paixão e morte nos remiu. Amém.
O’ Maria, concebida sem pecado original, ro­
gai por nós que recorremos a vós.
S. Francisco de Assis e demais santos meus
protetores, rogai a Deus por mim, para que eu
deteste os meus pecados, fuja das ocasiões pe­
rigosas, pratique a virtude, obedeça, siga e
ame cada vez mais a Jesus Cristo, nosso Se­
nhor e Salvador.
Santo anjo, que Deus propôs à minha guar­
da, inspirai-me, guiai-me, defendei-me.
Orações diárias 293

Coração divino de Jesus, convertei os peca­


dores, salvai os agonizantes, livrai as santas
almas do purgatório.
Faço a intenção de aplicar a esses fins todas
as indulgências que puder ganhar hoje.
Glória a Deus nas alturas e paz na terra
aos homens de boa vontade.
Orações pelos agonizantes
/“'Oemenííssimo Jesus, que vos abrasais de-
^ amor pelas almas, rogo-vos pela agonia do
vo~so sacratíssimo Coração e pelas dores da
vossa 2v'ãe Imaculada, purifiqueis em vosso
sangue todos os pecadores da terra que estão
em agonia e que hoje hão de morrer.
Coração agonizante de Jesus,- tende miseri­
córdia dos moribundos.
S. José, pai adotivo de Jesus Cristo e verda­
deiro esposo de Maria Virgem, rogai por nós
e pelos agonizantes deste dia (ou desta noite).

Salve-Rainha
Çalve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, do-
>3 çura e esperança nossa, salvei A vós bra­
damos, os degredados filhos de Eva; a vós
suspiramos, gemendo e chorando neste vale de
lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses
vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e,
depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, ben­
dito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó pie­
dosa, ó doce sempre Virgem Maria.
294 Devocionário

Angelus
J. Angelus Domini y. O anjo do Senhor
nuntiavit Mariae. anunciou a Maria.
R. Et concepit de Spi- R. E ela concebeu do
ritu Sancto. Espírito Santo.
Ave, Maria... Ave, Maria...
y. Ecce ancilla Do­ y. Eis aqui a escrava
mini. do Senhor.
R. Fiat mihi secun- R. Faça-se em mim se­
dum verbum tuum. gundo a vossa palavra.
Ave, Maria... Ave, Maria...
y. Et Verbum caro fa- y. E o Verbo se fez
ctum est. carne.
R. Et habitavit in no- R. E habitou entre nós.
bis.
Ave, Maria • • • Ave, Maria...
7. Ora pro nobis, san- y. Rogai por nós, san­
cta Dei Genitrix. ta Mãe de Deus.
R. Ut digni efficiamur R. Para que sejamos
promissionibus Christi. dignos das promessas
de Cristo.

Oremus Oremos
/^ratiam tuam, quae- Tnfundi, Senhor, em
vJT sumus, Domine, A nossas almas a vos­
mentibus nostris in­ sa graça, para que nós,
funde: ut qui Ângelo que conhecemos, pela
nuntiante Christi Filii anunciação do anjo, a
tui incarnationem co- encarnação de Jesus
gnovimus, per passio- Cristo, vosso Filho, che­
nem ejus et crucem ad guemos por sua paixão
resurrectionis gloriam e cruz à glória da res-
Orações diárias 295

perducamur. Per eum- surreição. Pelo mesmo


dem Christum, Domi- Cristo, nosso Senhor,
num. nostrum.
IV. Amen. t . IV. Assim seja.
Indulg. de 10 anos três vezes ao dia; plenária no
mês, 4 condições.
T. Gloria Patri. y. Glória ao Padre.
IV. Sicut erat. IV.. Assim como era.
3 vezes, para dar graças à santíssima Trindade
peios sublimes dons e privilégios, concedidos à bem-
aventurada sempre virgem Maria, 500 dias de in­
dulg., 3 vezes por dia; plenária no mês, 4 cond.

No templo pascal, isto é, desde o sábado de ale­


luia até ao meio dia do sábado antes do domingo
da santíssima Trindade, em lugar do Angelus Do-
mini, diz-se:
y. Regina caeli, lastare, y. Rainha do céu, ale­
alleluia. grai-vos. Aleluia.
IV. Quia meruisti por- IV. .Porque aquele que
tare, alleluia. merecestes trazer em‘
vosso ventre. Aleluia.
y. Resurrexit sicut y. Ressuscitou • como
dixit, alleluia. disse. Aleluia.
R. Ora pro nobis IV. Rogai a Deus por
Deum, alleluia. nós. Aleluia,
y. Gaude et lsetare, y. Regozijai-vos e ale-
Virgo Maria, alleluia. grai-vos, ó Virgem Ma­
ria. Aleluia.
IV. Quia surrexit Do- IV. Porque o Senhor
minus vere, alleluia. ressuscitou - verdadeira­
mente. Aleluia.
296 Devocionário

Oremus Oremos
eus, qui per resur- eus, que vos dig­
D rectionem Filii tui,
Domini nostri Jesu
D nastes alegrar o
mundo- com a ressur­
Christi, mundum lae- reição de vosso Filho,
tificare dignatus es; Jesus Cristo, Senhor
• praesta, 'quaesumus, ut nosso, concedei-nos, vo-
per ejus Genitricem lo suplicamos, que por
Virginem Mariam, per­ sua mãe, a Virgem Ma­
petuas capiamus gau- ria, alcancemos os go­
dia vitae. Per eumdem zos da vida eterna. Ps-
Christum, Dominum lo mesmo Cristo, Se-
nostrum. I?. Amen. nhor nosso. IF. Assim
seja.
y. Gloria Patri. 7. Glória ao Padie.
1$. Sicut erat. í?. Assim como era.
Aa indulgências sâo as mesmas do Augelun.

2. AO MEIO DIA
Em nome do Padre.
Vinde, Espírito Santo.
Para quem tiver tempo, é recomendável rezar ao
meio dia as orações: Prima, terça, sexta e nóa do
ofício seráfico. Faça-se, em seguida, o
Exame particular
Chama-se exame particular o exercício espiritual
pelo qual, duas ou três vezes por dia, nos reco­
lhemos durante alguns instantes a fim de propor­
mos a nós mesmos a correção de algum defeito em
que habitualmente incorremos ou a prática de al­
guma virtude que desejamos adquirir.
E’ aconselhável fazer esse exame de manhã, ao
meio dia e à noite. No primeiro exame assenta-se
o propósito do dia. Nos dois outros exames se
Oráçõe3 diárias 297

verifica se o propósito foi cumprido, de que modo, e


nota-se se houve progresso ou regresso no trans­
curso do tempo. Para este último fim, principal­
mente, é útil estender pei iòdicamente esse exame a
uni prazo mais longo: uma semana, ou um mós<
ou um ano.
Na reiteração d03 pecados ou na omissão dos
atos de virtude, um ato de contrição, ou uma pe­
quena penitência voluntàriamente imposta, ajuda-
nos a conservar mais vivo o nosso, propósito.
Reze-se ainda o Angelus.
Ao crepúsculo
Recitcm-se as vésperas do ofício seráfico, faça-se
c exame particular como ao meio dia, concluindo
com o Ançelus.

3. À NOITE
Pigam-se as completas do ofício seráfico, faça-se
breve exume particular como ao meio dia e, em
seguida o
Exame geral
Assim chamado por contraposição ao exame par­
ticular. E' um exame de consciência, semelhante ao
que se faz antes de cada confissão, apenas menos
rigoroso.
O seu fito é a inquisição das culpas em que sc
incorreu pela comissão de pecados e pela omissão
deliberada de ato3 de virtude que poderíam ter sido
praticados.
Aconselha-se começar dirigindo uma petição de
luzes ao Espírito Santo.

ivino Espírito Santo, concedei-me luz para


D conhecer os meus pecados, defeitos e ne­
gligências, e graça eficaz para arrepender-me
e emendar-me deles.
Recita-se, em seguida, o conflteor, e passa-se em
revista o modo como, no dia, foram cumpridos os
298 Devocionário

deveres para com Deus. para com o próximo, para


consigo mesmo, e os deveres especiais da regra
franciscana.
Notadas as culpas, e arrependendo-se delas since­
ramente, faz-se o propósito de implorar constante­
mente o auxílio de Deus, a fim de nüo tornar a in­
correr nelas; e para isso diz-se o

Ato de contrição
Çenhor meu Jesus Cristo, Deus e liornem
>3 verdadeiro, criador e redentor meu, por
serdes vós quem sois, sumamente bom e digno
de ser amado sobre todas as coisas; e porque
vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo
o coração, de vos ter ofendido; pesa-me tam­
bém por ter perdido o céu e merecido o infer­
no; e proponho, firmemente, ajudado com a
vossa divina graça, emendar-me e nunca mais
vos ofender; e espero alcançar o perdão das
minhas culpas pela vossa infinita misericórdia.
Assim seja.
O Senhor Deus Onipotente se compadeça de
nós e perdoando os nossos pecados nos condu­
za à vida eterna.
Indulgência, absolvição e remissão dos nos­
sos pecados conceda-nos o Senhor onipotente
e misericordioso. Amém.
O Senhor onipotente, e misericordioso, Pai,
t Filho e Espírito Santo nos abençoe e nos
guarde. Amém.
Derramai, Senhor, a vossa bênção sobre to­
dos os meus parentes, meus benfeitores, meus
amigos e inimigos. Protegei os que me destes
como superiores, quer espirituais, quer tempo­
rais; socorrei os pobres, os enfermos e os ago-
Orações diárias 299

nizaníes. Convertei os hereges e esclarecei os


infiéis. As almas dos fiéis defuntos, pela mise­
ricórdia de Deus, descansem em paz. Amém.
Termina-se com a seguinte oração:
Vinde, Santo Espírito, dai força à minha von­
tade para detestar os meus pecados e para or­
denar sempre as minhas ações, tanto externas
como internas, segundo a vossa vontade. Assim
seja. •
Bendita seja a santa e imaculada conceição
da bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe
dc Deus.
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos
homens de boa vontade.
Em nome do Padre, e do Filho e do Espírito
Santo. Amém.
Ao deitar
T^u vos dou graças, meu Deus, por ter pas-
sado este dia sem haver cessado de vos
amar e temer e por haver escapado, por vossa
misericórdia, aos perigos, às tentações, às
doenças e à morte do corpo e da alma. Pesa-me
de todo o coração o ter-vos ofendido, ainda que
involuntàriamente. Permiti que, após um sono
sossegado e reparador, eu me levante amanhã
com a melhor disposição para vos servir e
adorar com meus trabalhos e minhas orações.
Protegei igualmente o sono das pessoas que
me são caras c que esta noite seja, para todos
nós, caminho e meio de salvação. Amém.
300 Devocionário

O’ Maria, esperança nossa, tende piedade


de nós.
Meu Jesus, misericórdia!
Jesus, Maria, José.
S. Francisco, protegei-nos.

4. ORAÇÕES PARA VÁRIAS OCASIÕES


Saudação católica
7. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
R. Para sempre seja louvado.
Saudação de S. Francisco
V. Que o Senhor vos. dê a paz.
3?. E ao vosso espírito.
Ao encontrar um enterro ou passar por um
cemitério
TDai-lhes, Senhor, o repouso eterno e que a
claridade perpétua os alumie. Descansem em
paz. Amém.
Ao passar por uma igreja, na qual se conserva
o SS. Sacramento
A qualquer manifestação de respeito, como
Yirar o chapéu ou benzer-se, indulg. de 100 dias.
Ao èntrar em uma igreja
Oração de S. Francisco
A doramus te, san- I
-cVctissime Domine' N ós vos adoramos,
santíssimo Senhor
Jesu Christi, hic et ad . Jesus Cristo, aqui e em
omnes ecclesias * tuas I todas as igrejas do
Orações para Várias ocasiões 301

quae sunt in toto mundo, e vos bendize-


mundo et benedicimus mos, porque pela vos-
tibi, quia per sanctam sa santa cruz remistes
crucem tuam redemis- o mundo,
ti mundum.
Nas refeições
Antes. Abençoai-nos, Senhor, e a esta co­
mida que a vossa liberalidade nos concede.
Em nome do Padre, e f do Filho, e do
Espírito Santo. Amém.
Depois. Graças vos damos, Deus onipotente,
por todos os benefícios de vós recebidos e por
estes aiimentos, que sirvam para nos susten­
tar em vosso serviço. Glória a Deus, paz aos
vivos, descanso eterno aos defuntos. E vós, Se-»-
nhor, tende compaixão de nós. Graças a Deus.*
Nas tentações
*Ooderosa Virgem Maria, minha Senhora e mi-
jÇ nha Mãe, lembrai-vos que sou vosso; guar-
dai-rnc e defendei-me como propriedade vossa.
S. Miguel arcanjo, protegei-nos no combate,
para que não pereçamos no terrível dia do
juízo.
Santo anjo da minha guarda, defendei-me
neste momento de perigo, acudi-me nesta ten­
tação, inspirai-me, protegei-me, guiai-me.
Deus e Senhor meu, vinde em meu socorro,
não vos aparteis de mim que pensamentos vá­
rios me atormentam e grandes temores agitam
a minha alma. Fazei como prometestes, meu
Deus: não nos deixeis cair nas tentações, mas
livrai-nos do mal. Amém.
Manual da O T — 20
302 Devocionário

* 5. A SANTA MISSA
O ordinário da missa e o próprio da missa de
N. P. São Francisco.
Ao pé do altar
S. In nomine Patris, S. Em nome do Pa­
et Filii, et Spiritus dre do Filho e do Es­
Sancti. Amen. pírito Santo. Amém.
Introibo ad altare Antif. Entrarei ao al­
Dei. tar de Deus.
Aí. Ad Deum qui lae- Aí. Ao Deus, que ale­
tificat juventutem gra a minha juventude.
meam. SI. 42. S. Julgai-me,
S. Judica me, Deus, ó Deus, e separai a
et discerne causam minha causa da gente
meam de gente non ímpia; livrai-me do ho­
sancta: ab homine iní­ mem injusto e enga­
quo et doloso erue me. nado i*.
Aí. Quia tu es, Deus, Aí. Pois que vós, ó
fortitudo mea: quare Deus, sois a minha for­
me repulisti, et quare taleza, por que me re­
tristis incedo, dum af- pelis? e por que ando
fligit me inimicus? eu triste, quando me
S. Emitte lucem aflige o meu inimigo?
tuam et veritatem S. Lançai a vossa
tuam: ipsa me dedu- luz e a vossa verdade,
xerunt, et adduxerunt que me • conduzirão e
in montem sanctum me levarão ao vosso
tuum et in tabernacula monte santo e aos vos­
tua. sos tabemáculos.
Aí. Et introibo ad al­ Aí. E entrarei ao al­
tare Dei: ad Deum, tar de Deus, ao Deus
qui laetificat juventu­ que alegra a minha ju­
tem meam. ventude.
A santa missa 303

S. Confiteor tibi in S. A vós cantarei, ó


cithara, Deus, Deus Deus, meu Deus, ao
meus: quare tristis es, som da harpa. Por que
anima mea, et quare estás triste, ó minha
conturbas me? alma, e por que me
Aí. Spera in Deo, perturbas?
quoniam adhuc confi- Aí. Espera em Deus,
tebor illi: salutare vul- porque ainda lhe canta­
tus mei, ct Deus meus. rei, que é a salvação
do meu rosto e meu
S. Gloria Patri et Fi­ Deus.
lio ei Spiritui Sancto. S. Glória ao Padre
Aí. Sicut erat in e ao Filho e ao Es­
principio et nunc et pírito Santo.
scmncr et in saecula Aí. Assim como era.
sa?culorum. Amen. no princípio, agora e
S. Introibo ad al­ sempre e por todos os
ta re Dei. séculos dos séculos.
M. Ad Deum, qui Amém.
líctiiicat juventutem Antíf. S. Entrarei ao
meam. altar de Deus.
S. Adjutorium nos- Aí. Ao Deus, que ale­
trum in nomine Do- gra a minha juventude.
mini. S. O nosso auxilio es­
tá em o nome do Senhor.
Aí. Qui fecit caelum Aí. Que fez o céu e
et terram. a terra.
S. Confiteor, etc. S. Eu confesso...
Aí. Misereatur tui Aí. Compadeça-se de
omnipotens Deus, et, vós Deus onipotente e,
dimissis peccatis tuis, perdoados os vossos pe­
perducat te ad vitam cados, vos conduza à
seternam. vida eterna.
S. Amen. S. Amém.
20*
304 Devocionário

Aí. Confiteor Deo Af. Eu confesso a


omnipotenti, beatae Deus todo-poderoso, à
Mariae semper virgini, bem-aventurada sempre
beato Michaeli Ar- Virgem Maria, ao bem-
changelo, beato Joan- aventurado Miguel ar­
canjo, ao bem-aventura­
ni Baptistae, sanctis do • João Batista, aos
Apostolis Petro et santos apóstolos Pedro
Paulo, omnibus San­ e Paulo, a todos os
ctis, et tibi, Pater: santos e a vós, padre,
quia peccavi nimis co- que pequei muitas ve­
gitatione, verbo et zes. por pensamentos,
opere: mea culpa, mea palavras e obras: por
culpa, mea maxima minha culpa, minha cul­
culpa. Ideo precor pa, minha máxima cul­
beatam Mariam sem­ pa. Portanto, rogo à
per virginem, beatum bem-aventurada sempre
Virgem Maria, ao bem-
Michaelem Archange- aventurado Miguel ar­
lum, beatum Joannem canjo, ao bem-aventura­
Baptistam, s a n c t o s do João Batista, aos
Apostolos Petrum et santos apóstolos Pedro
Paulum, omnes san- e Paulo, a todos os
ctos, et te, Pater, orare santos e a vós, padre,
pro me ad Dominum, que rogueis por mim
Deum nostrum. ao Senhor, nosso Deus.
S. Misereatur vestri S. Compadeça-se de
omnipotens Deus, et vós o Deus onipotente
dimissis peccatis ves- e, perdoados os vossos
tris, perducat vos ad pecados, vos conduza à
vitam sternam. vida eterna.
Aí. Amen. Aí. Amém.
S. Indulgentiam, ab- S. Indulgência, absol­
solutionem et remis- vição e remissão dos
A santa missa 305

sionem peccatorum nossos pecados nos


nostrorum tribuat no- conceda o Senhor oni­
bis omnipotens et mi- potente e misericordio-
sericors Dominus. so.
Aí. Amen. Af. Amém.
S. Deus, tu conver- S. O’ Deus, voltan-
sus vivificabis nos. do-vos a nós, dar-nos-
eis vida.
Aí. Et plebs tua Iae- Af. E o vosso, povo
tnbitur in te. se alegrará em vós.
S. Ostende nobis, S. Mostrai-nos, Se­
Domine, misericor- nhor, a vossa miseri­
diam tuam. córdia.
Aí. Et salutare tuum Af. E dai-nos a vos­
da nobis. sa salvação. . . ' ;
S. Domine, exaudi S. Senhor, ouvi a mi->
orationem meam. nha oração. . *
Af. Et clamor meus Af. E meu clamor
a d te venia t. chegue • a - vós.
S. Dominus vobis- S. O Senhor seja con-
cum. vosco.
Af. Et cum spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
O sacerdote subindo ao altar diz:.......
Oremus: Aufer a no­ Oremos: afastai de
bis, quacsumus, Domi-) nós, Senhor, vos roga-
ne, iniquitates nos- \ mos, as nossas iniqui-
tras: ut ad Sancta dades, para merecermos
Sanctorum puris me- ■

reamur mentibus in- : entrar no santo dos


troire. Per Christum santos com as almas
Dominum nostrum. purificadas. Por Cristo,
Amen. nosso Senhor. Amém.
306 Devoclonário

O sacerdote beija o altar e diz:


Oramus te, Domine, Rogamo-vos, Senhor,
per merita Sanctorum pelos merecimentos dos
tuorum, quorum reli- vossos santos, cujas re­
quiae hic sunt, et om- líquias aqui estão, e de
nium Sanctorum: ut todos os santos, que
indulgere dignerisom- vos digneis perdoar to­
nia peccata mea. dos os meus pecados.
Amen. Amém.
O sacerdote vai ao lado da epístola e reza o
Introito
Gaudeamus omnes Alegremo-nos todos
in Domino, diem fes- em o Senhor, ao cele­
tum celebrantes sub brarmos festivamente o
honore.beati Francis- dia em honra ce Sf.o
ci: de cujus solemni- Francisco, cuja soleni­
tate gaudent Angeli, dade aiegra os anjos ..
et collaudant Filium que muito louvam o Fi­
Dei. lho de Deus.
Ps. 32. Exsultate SI 32: Exultai, justos,
justi in Domino: re­ em o Senhor, aos retos
ctos decet collaudatio. se deve muito louvor.
Gloria Patri. Glória ao Padre.
Kyrie . .
S. Kyrie, eleison. S. Senhor, tende pie­
dade de nós.
Aí. Kyrie, eleison. Aí. Senhor, tende pie­
dade de nós.
S. Kyrie, eleison. S. Senhor, tende pie­
dade de nós.
Aí. Christe, eleison. Aí. Cristo, tende pie­
dade de nós.
A santa missa 307

S. Christe, eleison. S. Cristo, tende pie­


dade de nós.
Aí. Christe, eleison. Aí. Cristo, tende pie­
dade de nós.
S. Kyrie, eleison. S. Senhor, tende pie­
dade de nós.
Aí. Kyrie, eleison. Aí. Senhor, tende pie­
dade de nós.
S. Kyrie, eleison. S. Senhor, tende pie­
dade de nós.
Glória
7 •
Gloria in excelsis Glória a Deus nas
Dco. Et in terra pax alturas e na terra paz
hominibus bonae vo- aos homens de boa
iuniaiis. Laudamus te. vontade. Nós vos lou­
Benedicimus te. Ado- vamos. Nós vos bendi­
ramus te. Glorificamus zemos. Nós vos adora­
te. Gratias agimus ti- mos. Nós vos glorifi­
bi propter niagnam camos. Nós vos damos
gloriam tuam. Domine graças por vossa gran­
Deus, Rex caelestis, de glória, Senhor Deus,
Deus Pater omnipo- Rei do céu, Deus Pai
tens. Domine Fili uni- onipotente. Senhor Filho
genite, Jesu Christe. unigênito, Jesus Cristo.
Domine Deus, Agnus Senhor Deus, Cordei-.
Dei, Filius Patris. Qui ro de Deus, Filho do
tollis peccata mundi, Pai. Vós, que tirais os
miserere nobis. Qui pecados do mundo, aco­
tollis peccata mundi, lhei ' a nossa depreca-
suscipe deprecationem ção. Vós, que estais
nostram. Qui sedes ad assentado à direita do
dexteram Patris, mi­ Pai, tende piedade de
serere nobis. Quoniam nós. Porque só vós sois
30S Devocionário

tu solus Sanctus. Tu santo, só vós sois Se­


solus Dominus. Tu so­ nhor, só vós altíssimo
lus Altissimus, Jesu Jesus Cristo. Com o
Christe. Cum Sancto Espírito Santo, na gló­
Spiritu, in gloria Dei ria de Deus Pai. Amém.
Patris. Amen.
S. Dominus vobis- S. O Senhor seja con-
cum. vosco.
M. Et cum spiritu Aí. E com o vosso es­
tuo. pírito.
Coleta
Deus, qui Ecclesiam O’ Deus, que pelos
tuam beati patris nos- méritos de nosso Pai
tri Francisci meritis, São Francisco enrque-
cestes a vossa Igreja,
foetu novas prolis am­ dando-lhe uma nova fa­
plificas: tribue nobis, mília, concedei-nos a
ex ejus imitatione, ter­ graça de imitá-lo, des­
rena despicere, et cae- prezando os bens ter­
lestium donorum sem- renos, e de sempre nos
per participatione gau- alegrarmos com a par­
ticipação dos dons ce­
dere. Per Dominum. lestiais. Por nosso Se­
í?. Amen. nhor. Amém.
Epístola
Lectio Epistolae bea­ • Leitura da Epístola
ti Pauli Apostoli ad de S. Paulo apóstolo,
Gálatas. Gál 6, 14. aos gálatas. Gál 6, 14.
Fratres: Mihi autem Irmãos: Esteja longe
absit gloriari, nisi in de mim gloriar-me, se­
cruce Domini nostri não na cruz de nos­
Jesu Christi: per quem so Senhor Jesus Cris-
A santa m'ssa 309

rnihi mundus crucifi- to, por. quem o mun­


xus est, et ego mun­ do está para mim cru­
do. In \ Christi enim cificado, e eu para o
Jesu ncque circumcisio mundo. Porque em Je­
sus nem a circuncisão
aiiquid valet, neque nem a incircuncisão al­
pracputium, sed nova go valem senão a no­
creatura. Et quicum- va criatura. E todos
que Iianc regulam se- quantos andarem con­
cuti íuerint, pax super forme esta regra, paz
ilios, et misericórdia, e misericórdia sobre
ct super Israel Dei. eles e sobre o Israel
de Deus. Quanto ao
De cetero nemo rnihi mais, ninguém me sèja
molesíus sit: ego enim molesto; porque trago
stigmata Domini Jesu no meu corpo os estig­
in corpore meo por­ mas do Senhor Jesus.
to. Gratia Domini nos- A graça de nosso Se­
tri Jesu Christi cum nhor Jesus Cristo seja,
spirilu vestro, fratres. irmãos, com o vosso es­
pírito. Amém.
Ame rí. I?. Demos graças a
1£. Deo gratias. Deus.
Gradual ✓•
Ecli 50. Quasi stella Como a estrela ma­
matutina in medio ne- tutina entre o nevoeiro,
bula?, et quasi luna e como a lua cheia de
plena in diebus suis luz em seus dias. 7.
lucet. 7 Et quasi sol E como o sol fulgen­
te, assim ele resplande­
refulgens, sic ille ef- ce no templo de Deus.
fulsit in templo Dei. Aleluia aleluia.
Alleluia. alleluia. tf. O O’ patriarca dos po-
310 Devocionário

Patriarcha pauperum, bres, Francisco, por


Francisce, tuis preci- luas preces aumenta o
bus auge tuorum nu- número dos teus na ca­
merum in caritate ridade de Cristo: os
Christi: quos, cancel- quais encobrindo-os com
tuas mãos e já falto
latis manibus, caecu- de vista, como Jacoo
tiens, ut moriens Ja- em sua morte, os aben­
cob, benedixisti. çoaste.
Sequência
Sanctitatis nova signa
Prodierunt laude digna,
Mira valde et benigna
In Francisco credita.
tfegulatis novi gregis
Jura dantur novas legis,
Renovantur jussa Regis
* Per Franciscum .tradita.
Novus ordo, nova vita
Mundo surgit inaudita;
Restauravit lex sancita
Statum evangelicum.
Legi Christi paris formae
Reformatur jus conforme,
Tenet ritus datae normae
Culmen apostolicum.
Chorda rudis, vestis dura
Cingit, tegit sine cura,
Panis datur in mensura
Calceus abjicitur. .
A santa missa * 311

Paupertatem tantum quaerit,


De terrenis nihil gerit
Hic Franciscus cuncta terit
Loculus despicitur.
Quaerit loca lacrimarum,
Promit voces cor amarum
Gemit mcestus tempus carum
Perditum in saeculo.
Montis antro sequestratus,
Plorat, orat, humi stratus;
Tandem mente serenatus
Latitat ergastulo.
/bi vacat rupe tectus,
Ad divina sursum vectus;
Spernit ima judex rectus,
Eligit caelestia.
Carnem frenat sub censura,
Transformatam in figura;
Cibum capit de Scriptura,
Abigit terrestria.
Tunc ab alto vir hierarcha
Venit, ecce rex monarcha,
Pavet iste patriarcha
Visione territus.
Defert ille signa Christi,
Cicatrices confert isti,
Dum miratur corde tristi,
Passionem tacitus.
Sacrum corpus consignatur,
Manu, pede vulneratur,
Dextrum latus perforatur,
Cruentatur sanguine.
312 Devocíonárío

Verba miscent, arcanorum •


Aíulta clarent- futurorum;
Videt Sanctus vim dictorum
Mystico spiramine.
Patent statim miri clavi,
Foris nigri, intus flavi,
Pungit dolor pcena gravi,
Cruciant* aculei.
Cessat artis armatura
In membrorum apertura;
Non impressit hos natura .
Non tortura mallei. \
Signis crucis, quae portasti,
Per quae mundum triumphasti,
Carnem hostem superasti
Inclyta victoria.
Nos, Francisce, tueamur, •
In adversis protegamur,
Ut mercede perfruamur
In caelesti gloria.
Pater pie, Pater sancte,
Plebs -devota, te juvante,
Turba Fratrum comitante,
Mereatur praemia.
Pac consortes supernorum,
Quos informas vita morum,
Consequatur grex Minorum
Sempiterna gaudia. *
Amen. Alleluia.
A santa missa 313
Tradução
Da piedade eis novos signos
De louvor surgiram dignos,
Admiráveis e benignos
Em Francisco acreditados/
A gestão da nova grei
Dá direitos nova lei,
Mandos revivem do Rei
Por Francisco anunciados.
Nova Ordem, nova vida
Surge no orbe nunca ouvida;
Firma a lei constituída
Do Evangelho a condição.
Lei de Cristo quanto à forma,
Um direito eis se reforma,
Tem o rito em dada norma,
A apostólica sanção.
Corda rude e, sem cuidado,
Um burel cobre pesado,
Por medida pão é dado,
E o calçado, inútil, vão.
Só pobreza ele divisa,
Bens terrenos não pesquisa,
Tudo aos pés Franciáco pisa,
Tendo a bolsa em abjeção.
Vai dos prantos aos lugares,
Clamam n’alma agros penares,
Chora o tempo, entre pesares,
Que' no séc’lo viu correr.
Sequestrado em cavo monte,
Chora e ora, em terra a fronte
Calma enfim vendo a alma insonte
Vai no ergasflo se esconder.
A amplidão tendo por teto,
Leva ao alto o viso ereto;.
Deixa inane o juiz reto
Pelos bens celestiais.
314 Devocionãrio

Freio à carne em dar se apura,


Transformada esta em figura;
Toma o pab'lo da Escritura,
Bens repele terreais.
Vem do alto então o hierarca,
Eis descendo o rei monarca,
Pasma o Santo Patriarca
Aterrado ante a visão.
E os sinais de Cristo via,
Dele as chagas recebia,
Admirado em agonia,
Mudo, as cenas da paixão.
Sacro o corpo lhe é gravado,
Mãos e pés lhe hão vulnerado;
Destro o flanco é perfurado,
Rubro inunda-lhe o cruor.
Do futuro ele ouve arianos
Que se aclaram soberanos;
E, entre arroubos sobre-humanos,
Vè dos ditos o vigor.
Eis patentes vêem-se os cravos,
Pora negros, dentro ílavos,
Punge a dor em duros travos
E de acúleos o rigor.
Não urgiu d’arte armadura
De seus membros na abertura;
Não houve obra da natura, -
Nem de malho houve labor.-
Pelas chagas que portaste,
Com que o mundo triunfaste,
E tua carne superaste
Da vitória entre troféus,
Dá, - Francisco, eis te rogamos,
Protegidos nos vejamos,
Porque imunes nos possamos
A mercê fruir dos céus! • • •
A santa missa 315

Vela, ó pai piedoso e santo,


A grei pia com teu manto;
Que os irmãos logrem, portanto,
Nos céus prêmios alcançar.
Dons supernos dá que a sorte
Caiba aos que seguem teu norte,
Dos Menores a coorte
Nos céus venha a Deus gozar!
Amém. Aleluia.
A ntos do evangelho
O sacerdote, inclinado no meio do altar, diz:
Munda cor meum Purificai meu cora­
ac labia mea, omnipo- ção e os meus lábios,
íens Deus, qui labia Deus onipotente, que
Isaise Proplieíce calcu­ purificastes os lábios
lo mundasti ignito; ita do profeta Isaías com
me tua grata misera- brasa de fogo; assim
tione dignare munda- dignai-vos purificar-me
re, ut sancíum Evan- com a vossa benigna
gelium tuum digne va- misericórdia, para que
leam nuntiare. Per possa dignamente anun­
Christum, Dominum ciar o vosso santo evan­
nostrum. Amen. gelho. Por Cristo, nos­
so Senhor. Amém.
Jube, Domine, be- Dai-me, Senhor, a
nedicere. vossa bênção.
Dominus sit in cor- O Senhor esteja no
de mço et in labiis meu coração e nos
meis: ut digne et com- meus lábios, para que
petenter annuntiem digna e devidamente
Evangelium s u u m. anuncie o seu evange­
Amcn. lho. Amém.
316 Devocionário

Evangelho (Mt 11,* 25-30)


S. Dominus vobis- S. O Senhor seja con-
cum. rosco.
Aí. Et cum spiritu Aí. E com o vosso es­
tuo. pírito.
Sequentia s a n c t i S. Palavras do S.
Evangelii secundum Evangelho de Mateus.
Matthaeum. Mt 11, 25.
Aí. Gloria tibi, Do- Aí. Glória a vós, Se-
mine. nhor.
In illo tempore: Re- Naquele tempo, res-
spondens Jesus dixit: pondendo, Jesus disse:
Confiteor tibi, Pater, Dou-vos graças, Pai,
Domine caeli et terrae, Senhor do céu c da
quia abscondisti hzec terra; pois escondestes
a sapientibus, et pru- estas coisas aos sábios
dentibus, et revelasti e prudentes e revelas-
eâ parvulis. Ita Pater: te-as aos pequenos. Sim,
quoniam sic fuit pia- dou-vos graças; pois
citum ante te. Omnia assim agradou a vos-
milii tradita sunt a sos olhos. Todas as
Patre meo. Et nemo coisas me foram dadas
novit Filium, nisi Pa- por meu Pai. E nin-
ter: neque Patrem guém conhece o Pai
quis novit, nisi Filius, senão o Filho e aquele
• et cui voluerit Filius a quem o Filho o qui-
revelare. Venite ad me ser revelar. Vinde a
omnes, qui laboratis, mim todos que estais
et onerati estis, et ego fatigados e carregados;
reficiam vos. Tollite e vos aliviarei. Tomai
jugum meum super sobre vós o meu ju-
vos, et discite a me, go e aprendei de mim,
quia mitis sum, et hu- j pois eu sou manso e
milis corde: et inve- • humilde de coração. En-
A santa missa 317

nietis requiem anima- I tão achareis descanso


bus vestris. Jugum para as vossas almas;
enim meum suave est, porque o meu jugo é
et onus meum leve. suave, e o meu fardo
é leve.
Aí. Laus tibi, Christe. Af. Louvor a vós, ó
Cristo.
O sacerdote, beijando o missal, diz, em voz baixa:
Per evangélica dieta Do evangelho os di-
deieantur nostra de- tos apaguem os nossos
licta. delitos.
Credo
Credo in u n u m Creio em um só Deus,
Deum. Patrem omni- Pai onipotente, Criador
potentem, factorem do céu e da terra, de
ca:-!i et terra;, visibi- todas as coisas visíveis
lium omnium et in- e invisíveis; e em Je­
visibilium. Et in unum sus Cristo, um só Se­
Domin um Jesum nhor, Filho de Deus
Christum, Filium Dei unigênito. E nascido do
unigenitum. Et ex Pa- Pai antes de todos os
tre natum ante om- séculos. Deus de Deus,
nia saccula. Deum de luz de luz, Deus verda­
Deo, lumen de lumine,
Deum verum de Deo deiro de Deus verdadei­
vero. Genitum, non ro. Gerado, não feito,
factum, consubstan- consubstanciai ao Pai,
tialem Patri: per por quem todas as
quem omnia facta coisas . foram feitas.
sunt. Qui propter nos O qual por nós ho­
homines, et propter mens e para nossa sal­
nostram salutem des- vação, desceu dos céus.
Miinual da O T — 21
318 Devocionário

cendit de caelis (Hic (Aqui todos se ajoe­


genuflectitur). Et in- lham)-. E encarnou-se
camatus est de Spiritu pelo Espírito Santo, de
Sancto ex Maria Vir- Maria Virgem, e se fez
gine: Et liomo factus homem. Foi também
est. Crucifixus etiam crucificado por nós; sob
pro nobis: sub Pontio Pôncio Pilatos padeceu
Pilato passus, et se- e foi sepultado. E res­
pultus est. Et resurre-
xit tertia die, secun- suscitou ao terceiro dia,
dum Scripturas. Et segundo as escrituras;
ascendit in caelum: se- e subiu ao céu, • está
det ad dexteram Pa- assentado à direita do
tris. Et iterum ventu- Pai. E novamente há
rus est cum gloria ju- de vir com glória a
dicare vivos et mor- julgar os vivos e os
tuos: cujus regni non mortos; e seu reino não
erit finis. Et in Spi- terá fim. E (creio) no
ritum Sanctum, Domi- Espirito Santo, Senhor
num et _ vivificantem: e vivificador, que pro-
proced't^Qid cun^Pa6 cec*e 6
tre et Filio simul ado- |
ratur et conglorifica- | í"‘e
tur: qui locutus est per j ac\ e g onficado,
Prophetas. Et unam i ?ue ja ou . PNelos ,Pro!e-
sanctam catholicam et itas* E (creio) na Igreja,
apostolicam Ecclesiam. j uma» santa, católica e
Confiteor unum baptis- \ apostólica. Confesso um
ma in remissionem só batismo para remis-
peccatorum. Et ex- são dos pecados. E es-
specto resurrectionem pero a ressurreição dos
mortuorum. Et vitam mortos e a vida do
venturi saeculi. AmenJ futuro século. Amém.
A santa missa 319

O sacerdote, voltando-se para o povo, diz:


* S. Dominus vobis- S. O Senhor seja
cum. convosco.
Aí. Et cum - spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
S. Oremus. S. Oremos. r
Ofertório (Filip 1, 20-21)
Magnificabitur Chris- Será engrandecido
tus in corpore meo, Cristo em meu corpo,
sive per vitam, sive seja pela vida seja pe­
per- moriem. Mihi la morte. Porque para
enlm vivere Christus mim o viver é Cristo,
est, et mori lucrum. e o morrer é ganho.
Oblação da hóstia
Suscipe, sancte Pa- Aceitai, Pai santo,
ter, omnipotens aeter- onipotente eterno Deus,
ne Deus, hanc imma- esta hóstia imaculada,
culatam hostiam, quam que eu, vosso indigno
ego indignus famulus servo, ofereço a vós,
tuus oflero tibi Deo meu Deus vivo e ver­
meo vivo et vero, pro dadeiro, por meus inu­
innumerabilibus pecca- meráveis pecados, ofen-
tis, et ofíensionibus et
negligentiis meis, i.gj | sas e negligências, e
pro omnibus circum- por todos os. circuns-
stantibus, sed et pro tantes, mas também por
omnibus f i d e 1 i b u s todos os fiéis cristãos
christianis vivis atque vivos e defuntos, a fim
defunctis: ut mihi et- de que aproveite a mim
illis proficiat ad sa- e a eles para a salva­
lutem in vitam aeter- ção à vida eterna.
nam. Amen. Amém.
21»
320 Devocionário

Deitando umas gotas d’água no cálice, diz:


Deus, qui humanae Deus, que maravilho­
substantiae dignitatem samente formastes a
mirabiliter condidisti, dignidade , da natureza
et mirabilius reformas- humana e mais mara-
ti: da nobis per hu- vilhosamente a refor­
jus aquae et vini mys- mastes, dai-nos, pelo
terium, ejus divinitatis mistério desta água e
esse consortes, qui hu- vinho, participarmos da
manitatis nostras fieri divindade daquele que
dignatus est particeps, se dignou participar da
Jesus Christus, Filius nossa humanidade, Je­
tuus, Dominus noster: sus Cristo, vosso Filho,
nosso Senhor, que ccn-
Qui tecum vivit et reg- vosco vive e reina em
nat in unitate Spiri- unidade do Espírito
tus Sancti Deus: per Santo, Deus. por tcdcs
omnia sascula sascu- os séculos dos séculos.
lorum. Amen. Amém.
Oblação do cálice
Offerimus tibi, Do­ Oferecemo-vcs,' Se­
mine, calicem saluta- nhor, o cálice da sal­
ris, tuam deprecantes vação, suplicando a vos­
clementiam: ut in con- sa clemência, que suba
spectu divinas majes- com suave fragrância à
tatis tuas, pro nostra presença de vossa di­
et totius mundi salu- vina majestade, para
te, cum odore suavi- salvação nossa e de
tatis ascendat. Amen. todo o mundo. Amém.
Inclinado para o altar:
In spiritu humiiitatis Em espírito de humil-
et in animo contrito dade e de coração con-
suscipiamur a te, Do- trifo sejamos acolhidos
A santa missa 321

mine: et sic fiat sacri- por vós, Senhor, e tal


ficium nostrum in con- apareça hoje diante de
spectu tuo hodie, ut vós o nosso sacrifício,
placeat tibi, Domine que vos agrade, Senhor,
Deus. ! Deus. . .
Benzendo as oblatas:
Veni sanctificator Vinder * santificador,
omnipotens, aeterne onipotente eterno Deus,
Deus: et benedic hoc e abençoai este sacrifí­
sacrificium, tuo sancto cio preparado para o
nomine prsparatum. vosso santo nome.
• Lavabo
Lavabo inter inno- Lavarei a s minhas
ceiites manus meas; mãos entre os inocen­
circumdabo altare tes e estarei ao redor
tuum. Domine; do vosso altar, Senhor.
Ut auu«am vocem lau- Para ouvir a voz de
dis, et enarrem univer- louvor e proclamar to­
sa mirabilia tua. das as .vossas mara­
vilhas.
Domine, dilexi deco­ Senhor, amei a bele­
rem donius tua? et Io- za de vossa casa e o
cum habitationis glo- lugar onde habita a
ri<e tuae. vossa glória.
Ne perdas cum im- Não deixeis perder-se
piis, Deus, animam minha alma com os ím­
meam, et cum viris pios, . meu Deus, nem
sanguinum vitam minha vida com os ho­
meam: mens sanguinários.
In quorum manibus Aqueles, em cujas
iniquitates sunt: dex- mãos há iniquidades e
tera eorum repleta est cuja direita está cheia
muneribus. de subornos.
322 Devocionário

Ego autem in inno- Eu, porém, tenho an­


centia mea ingressus dado em minha inocên­
sum: redime me et cia; livrai-me e tende
miserere mei. piedade de mim.
Pes meus stetit in di­ O meu pé ficou fir­
recto: in ecclesiis be- me no caminho reto;
nas assembléias eu vos
nedicam te Domine. bendirei.
Gloria Patri. Glória ao Padre...
Sicut erat. Assim como era...
O sacerdote, no meio do altar, inclimdc. reza:
Suscipe, sancta Tri- Recebei, ó Trindade
nitas, hanc oblatio- santa, esta oblação que
nem, quam tibi of- vos oferecemos em me­
ferimus ob memoriam mória da paixão, res­
passionis, resurrectio- surreição, ascensão de
nis, et ascensionis Je- nosso Senhor Jesus
su Christi, Domini Cristo, e em honra tía
nostri: etin honorem bem-aventurada Virgem
beatas Mariae semper Mar‘a', be"1'avenju'
Virginis, et beati Joan- ra<^° Joao Batista, dos
nis Baptistae, et san- sa"tos, apostolos Pedro
. a * i _ e Paulo e destes {mar-
Ketri et Kauli, et is nesfe a{far) e <je
torum et ommum San- iodos os santos, para
ctorum: ut illis pro- que a eles sirva de hon­
ficiat ad honorem, no- ra, a nós de salvação;
bis autem ad salutem: e para que eles se dig­
et illi pro nobis inter- nem interceder no céu
cedere dignentur in por nós, que celebra­
caelis, quorum memo- mos a memória deles
A santa missa 323

riam agimus in terris. na terra. Pelo mesmo


Per eundem Chris- Cristo, nosso Senhor,
tum. Amen. Amém.
Orate fratres ;
* S. Orate, fratres: ut S. Orai, irmãos, para
meum ac vestrum sa- que o meu e vosso sa­
criricium acceptabile crifício se torne acei­
fiat apud Deum Pa­ tável a Deus Pai oni­
irem omnipotentem. potente.
Aí. Suscipiat Domi- M. Aceite o Senhor
nus sacrificium de ma- o sacrifício de vossas
nibus tuis ad laudem mãos para louvor e gló­
ct gloriam nominis
sui, ad utilitatem quo- ria de seu nome, como
que nostram, totius- para nossa utilidade e
que Ecclesiae suae a de toda a sua san­
saneia;. ta Igreja.
S. Amen. S. Amém.
/
Secreta
Mtmera tibi, Domi­ Santificai, Senhor, os
ne, dicata sanctifica: dons a ti dedicados:
et intercedente beato e intercedendo o nos­
patre nostro Francis­ so pai São Francisco,
co, ab omni nos cui- purificai-nos de toda a
mancha de culpas. Por
parum labe purifica. nosso Senhor Jesus
Per Dominum. Cristo, etc.
Prefácio
S. Per omnia saecu- S. Por todos os sé­
la saeculorum. culos dos séculos.
Aí. Amen. ■ Aí. Amém.
324 Devocionário

S. Dominus vobis- S. O Senhor seja


cum. convosco.
Aí. Et cum spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
S. Sursum corda. S. Elevai os corações.
Aí. Habemus ad Do- Aí. Já os temos jun­
minum. to do Senhor.
S. Gratias agamus S. Demos graças ao
Domino, Deo nostro. Senhor, nosso Deus.
Aí. Dignum et jus- Aí. E’ digno e justo.
tum est. r

Vere dignum etjus- Verdadeiramente e


tum est, aequum et sa- digno, justo, racional e
lutare, nos tibi sem- salutar, sempre c em
per et ubique. gratias todo lugar dar-vos gra­
agere: Domine san- ças, ó Senhor santo,
cte, Pater omnipotens, Pai onipotente, eter­
zeterne Deus. Qui ve- no Deus, que pela vos­
nerandum Confesso- sa altíssima clemência
rem famulum tuum e bondade sublimastes
beatum Franciscum: nas virtudes e atribu­
tua, Deus, altíssima tos dos santos ao ve­
bonitate et clementia, nerável confessor, vos­
Sanctorum tu o rum so servo, o bem-aven­
meritis et virtutibus turado Francisco, e ne­
le, por ação do Espí­
sublimasti. Mentem- rito Santo, inflamastes
que ipsius sancti Spi- um amor tão seráfico
ritus operatione, amor que, internamente, o
ille Seraphicus arden- seu coração ardia to­
tissime incendit inte- do em caridade e, ex­
rius: cujusque Cor- ternamente, o seu cor­
*pus sacris Stigmati- po, adornado com os
bus insignivit exterius, sagrados estigmas, era
A santa missa 325

signo crucifixi Jesu a imagem do crucifica­


Christi Domini nostri. do Jesus Cristo, nosso
Per quem majesta- Senhor, pelo qual lou­
tem tuam laudant An- vam os anjos a vossa
geli, adorant Domina- majestade, as domina­
tiones, tremunt Potes- ções a adoram, tre­
tates. Ca?li caelorum- mem as potestades, os
que Virtutes, ac bea­ céus e as virtudes dos
ta Seraphim; socia céus e os bem-aventu­
rados serafins junta­
exsultatione concele- mente a celebram com
brant. Cuin quibus et alegria; e às suas vo­
nosiras voces, ut ad­ zes vos pedimos que
miti: jubeas depreca- associeis as nossas,
nuir, supplici confes- quando, em humilde .
sione dicentes: confissão, dizemos:
Sanctus
Sanctus, sanctus, Santo, santo, santo
sanctus Dominus Deus é o Senhor, Deus dos
Sabaoth. Pleni sunt exércitos. Cheios estão
cíeli et terra gloria os céus e a terra* de
tua. Hosanna in excel- vossa glória. Hosana
sis. Benedictus, qui nas alturas! Bendito se­
venit in nomine Do­ ja o que vem em no­
mini. Hosanna in ex- me do Senhor. Hosana
celsis. nas alturas!
Canon da missa i. •

Te igitur, clementis- A vós, portanto, Pai


sime Paier, per Je- clementíssimo, humildes
sum Christum, Filium rogamos e pedimos por
tuum, Dominum nos- Jesus Cristo, vosso Fi­
trum, supplices roga- lho, nosso Senhor, que
326 Devocionário

mus, ac petimus, uti aceiteis e abençoeis es­


accepta habeas et tes dons, estas dádivas,
benedicas, h<ec dona, estes santos sacrifícios
haec munera, ha?c san-
cta sacrificia illibata, ilibados, que, antes de
in primis, quae tibi of- tudo, vos oferecemos
ferimus pro Ecclesia pela vossa santa Igre­
tua sancta catholica: ja católica, a qual quei­
quam pacificare, cus- rais dignar-vos de paci­
todire, adunare et re-
gere digneris toto or­ ficar, guardar, unir e
be terrarum: una cum reger em todo o orbe,
fâmulo tuo Papa nos- junto com o vosso ser­
tro N... et Antistite vo, o nosso papa N.,
nostro N... et om- o nosso bispo N. e
nibus orthodoxis, at-
que catholicae et apo- com todos os fiéis e
stoliae fidei cultori- observantes da fé ca­
bus. tólica e apostólica.
Memento dos vivos
Memento, Domine, Lembrai-vos, Senhor,
famulorum famularum- dos vossos servos e
que tuarum N. et N. servas e de todos os
Aqui há ocasião de se mencionarem os nome3
das pessoas que se recomendaram às nossas ora­
ções ou por quem queremos e devemos orar.
et omnium circum- circunstantes, cuja fé
stantium quorum tibi vos é conhecida e pa-
fides cognita est et tente a piedade, pelos
nota devotio, pro qui- quais vos oferecemos,
bus tibi offerimus: vel ou oS que vos ofere-
qui tibi offerunt hoc cem este sacrifício de
sacrificium laudis pro louvor por si e por
A santa missa 327

se suisque omnibus: todos os seus, pela re­


pro redemptione ani- denção das suas almas,
marum suarum, pro pela esperança da sua
spe salutis et inco- salvação e conservação,
lumitatis suae: tibique e que cumprem as suas
reddunt vota sua aeter- promessas ao Deus eter­
no Deo vivo et vero. no, vivo e verdadeiro.
Communicantes
Communicantes et Comunicando-nos com
memoriam venerantes, eles veneramos antes dc
in p r i m i s gloriosae tudo a memória da glo­
semper Virginis Ma- riosa sempre Virgem
riae Genitricis Dei et Maria, Mãe do Deus
* Domini , nostri Jesu Senhor nosso Jesus
Cliristi: sed et beato- Cristo, mas também a
rum Apostolorum ac
Martyrum tuorum, Pe- dos bem-aventurados,
tri et Pauli, Andreae, apóstolos e mártires
Jacobi, Joannis, Tho- vossos: Pedro e Pau­
nue, Jacobi, Philippi, lo, André, Tiago, João,
Bartholomcei, Mattha;Í, Torné, Tiago e Filipe,
Simonis et Thaddaei: Bartolomeu, Mateus, Si-
Lini, Cleti, Clementis, mão e Tadeu, Lino, Cle-
Xysti, Cornelii, Cy- to, Clemente, Xisto,
priani, Laurentii, Chry- Cornélio, Cipriano, Lou-
sogoni, Joannis et Pau­ renço, Crisógono, João
li, Cosmas et Damiani:
et omnium Sancíorum e Paulo, Cosme e Da-
tuorum; quorum me- mião e de todos os
ritis precibusque con­ vossos santos. Por seus
cedas, ut in omnibus méritos e preces con­
protectionis tuae mu- cedei que em tudo se­
niamur auxilio. Per jamos fortalecidos com
328 Devocionário

eundem Christum, Do- o auxilio de vossa pro-


minum n o s t r u m. teção. Pelo mesmo Cris­
Amen. to, nosso Senhor. Amém.
O sacerdote põe as mãos sobre as oblatas, dizendo:
Hanc igitur oblatio- Por isso pedimo-vos,
nemservitutis nostrae, Senhor, que aplacado
sed et cunctee familiae recebais esta oferta do
tuas, quaesumus, Domi­ vosso indigno servo e
ne, ut placatus acci- de toda a vossa famí­
pias: diesque nostros lia; e que abrigueis os
in tua pace disponas, nossos dias em vossa
atque ab aeterna dam- paz e queirais sejamos
natione nos eripi, et in livres da eterna conde­
electorum tuorum ju- nação e agregados ao N
beas grege numerari. rebanho de vossos elei­
Per Christum, Domi- tos. Por Cristo, nosso
num nostrum. Amen. Senhor. Amém.
Quam oblationem tu, Esta oblação, vos pe­
Deus, in omnibus, dimos, ó Deus, vos dig­
quaesumus, benedi- neis de fazê-la em tu­
ctam, adscriptam, ra­ do abençoada, aprova­
tam, rationabilem, ac- da, ratificada, digna e
ceptabilemque facere agradável, a fim de que *
digneris: ut nobis Cor- se torne, para nós, o
pus, et Sanguinis fiat corpo e o sangue de
dilectissimi Filii tui, vosso diletíssimo Fi-
Domini nostri Jesu Iho, nosso Senhor Je­
Christi. sus Cristo.
Consagração
Qui pridie quam pa- Ele, na véspera de
teretur, accepit panem sua paixão, tomou o
in sanctas ac venera- pão em suas santas e
biles manus suas, et veneráveis mãos e, com
A santa missa 329

elevatis oculis in cae- os olhos levantados ao


lum ad te Deum, Pa- céu a vós, Deus, seu
trem suum omnipoten- Pai onipotente, dan-
tein, tibi gratias agens, do-vos graças, benzeu-
benedixit, fregit, dedit- o, partiu-o, e deu-o
que discipulis suis, di-
cens: Accipite et man- aos seus discípulos, di­
ducate ex hoc omnes: zendo: Tomai e comei
Hoc est enim corpus todos dele. Pois isto é
mcum. o meu corpo.
Simili modo post- Do mesmo modo, de­
quam caenatnm est, ac- pois da ceia’ tomando
cipiens et hunc prae- também este preclaro
clarum Calicem in cálice nas suas santas
sanctas ac venerabiles
mantis suas: item tibi e veneráveis mãos, dan-
gratias agens, benedi­ do-vos graças de novo,
xit, deditque discipulis benzeu-o e deu-o aos
suis, dicens: Accipite, discípulos, dizendo: To­
et bibite ex eo omnes. mai e bebei todos dele:
Hic est enim Calix Pois este é o cálice do
Sangninis mei, novi meu sangue, do novo e
et ceterni testamenti: eterno testamento (mis-,
mysterium fidei: qui
pro vobis et pro mui- tério da fé), que será •
tis effundetur in re- derramado por vós e
mtssionem peccato- por muitos para remis­
rum. são dos pecados. ■
Haec quotiescumque Todas as vezes que
feceritis, in mei memo- fizerdes isto, fá-lo-eis
riam facietis. . em memória de mim.
330 Devocionário

Depois da elevação
Unde et memores, Por esta razão, Se­
Domine, nos servi tui, nhor, nós, os vossos ser­
sed et plebs tua san- vos e vosso povo santo,
cta ejusdem Christi lembrados da bem-aven­
Filii tui, Domini nos- turada paixão do mes­
tri, tam beatae pas- mo Cristo, vosso Fi­
sionis, nec non et ab lho, nosso Senhor, co­
inferis resurrectionis, mo também da sua res­
sed et in caelos glo- surreição dos mortos
riosae ascensionis: of- e de sua ascensão
ferimus pra?clara? ma- gloriosa aos céus, ofe­
jestati tuae de tuis do- recemos à vossa pre-
nis ac datis. hostiam clara majestade dos
puram, hostiam san­ vossos dons e dádivas
eiam, hostiam imma- a hóstia pura, a hós­
culatam, Panem san- tia santa, a hóstia ima­
ctum vitae aetema?, et culada, o pão santo da
Calicem salutis per- vida eterna e o cálice
petuae. da salvação perpétua.
Supra quae propitio Sobre os quais dignai-
ac sereno vultu res­ vos de lançar um olhar
pire digneris: et ac- propício e sereno e de
ceota habere, • sicuti
accepta habere digna- aceitá-los como vos dig­
tus es munera pueri nastes de receber as
tui justi Abel, et sa- oblações do vosso ser­
crificium Patriarchae vo, o justo Abel e o
nostri Abrahae: et sacrifício do nosso pa­
quod tibi obtulit sum- triarca Abraão e o que
mus sacerdos tuus vos ofereceu o sumo
Melchisedech, sanctum sacerdote Melquisedec,
sacrificium, immacula- sacrifício santo e hóstia
tam hostiam. imaculada.
A santa missa 331

Supplices te roga- Suplicantes vos roga­


mus, omnipotens Deus, mos, Deus onipotente,
iube hacc perferri per mandai levar estas ofer­
manus sancti Angeli tas pelas mãos de vos­
tui in sublime altare so santo anjo ao vos­
tuum, in conspectu di­ so sublime altar, à pre­
vinas majestatis tuas: sença de vossa divina
ut quotquot ex hac al- majestade, para que to­
taris participatione sa- dos os que, participan­
crosanctum Filii tui do deste altar, receber­
corpus et sanguinem mos o sacrossanto cor­
po e sangue de vosso
sumpserimus omni be- Filho, sejamos cheios
nedictione oelesti et de toda a bênção ce­
gratia repleamur. Per leste e graça. Pelo mes­
eundem Christum Do- mo Cristo, nosso* Se­
minum nostrum. Amen. nhor. Amém.
Memento pelos defuntos
Memento etiam, Do­ Lembrai-vos, também
mine, famulorum fa- Senhor, dos vossos ser-
mularumque tuarum vos e servas N. N. que
N. et N., qui nos prae- nos precederam com o
cesserunt cum signo sinal da fé e agora
fidei, et dormiunt in descansam no sono da
somno pacis. paz.
Aqui nomeiam-se os folecidds, pelos quais que­
remos e devemos rezar.
Ipsis, Domine, et A eles, Senhor, e a
omnibus in .Christo todos os que descan­
quiescentibus locum sam em Cristo, conce-
refrigerii, lucis et pa- dci-lhes, vo-lo pedimos,
cis ut indulgeas de- o lugar de refrigério,
precamur. Per eun- de luz e de paz. Pe-
332 Devocionário

dem Christum Domi- Io mesmo, Cristo, nosso


num nostrum. Amen. Senhor. Amém.
Nobis quoque pec- Também a nós, pe-
catoribus famulis tuis, cadores (bate no pci-
de multitudine misera- to), vossos servos, que
tionum tuarum speran- esperamos na multidão
tibus, partem aliquam das vossas misericór­
et societatem donare dias, dignai-vos dar al­
digneris, cum tuis san- guma parte e socieda­
ctis Apostolis et Mar- de com vossos santos
tyribus: cum Joanne, apóstolos e mártires:
Stephano, M a 11 h i a, com João, Estêvão, Ma-
Barnaba, Ignatio, Ale- tias, Barnabé, Inácio,
xandro, Marcellino, Alexandre, Marcelino,
Petro, Felicitate, Per­ Pedro, Felicidade, Per­
petua, Agatha, Lucia,
Agnete, Caecilia, Ana- pétua, Águeda, Luzia,
stasia, et omnibus Inês, Cecília, Anastásia •
Sanctis tuis: intra e todos os vossos san­
quorum nos consor- tos, em cuja companhia,
tium, non aestimator vo-lo pedimos, admiti-
meriti, sed veniae, nos, não estimando mé-
quaesumus, Iargitor ad- ritos, mas dispensando
mitte. Per Christum, indulgência. Por Cris-
Dominum nostrum. to, nosso Senhor.
Per quem haec om- Por quem, Senhor,
nia Domine, semper vóssempre criais estes
bona creas, sanctifi- bens e ossantificais, vi­
ças, vivificas, benedi- vificais, abençoais e no-
cis, et praestas nobis. los concedeis.
Per ipsum, et cum Por ele, e com ele,
ipso, et in ipso, est ti- e em ele, é vossa, ó
bi Deo Patri omnipo- Deus Padre onipotente,
tenti, in unitate Spiri- em unidade do Espíri-
A santa missa 333

tus Sancti, omnis ho- to Santo, toda honra e


nor, et gloria. Per om- glória. Por todos os sé-
nia scecula saeculorum. culos dos séculos.
Al. Amen. Aí. Amém.
Padre-Nosso
Oremus: Praeceptis S. Oremos: exorta­
salutaribus moniti, et dos com salutares pre­
divina instilutione for- ceitos e instruídos por
mati, audemus dicere: divina instituição, ou­
Pater noster, qui es samos dizer:
in cícIís, sanctificetur Padre nosso, que es­
tais nos céus, santifica­
nomen Tuum. Adveniat do seja o vosso no­
regnum tuum. Fiat vo- me; venha a nós o
luntas tua, sicut in vosso reino; seja feita
cíbIo et in terra. Pa­ a vossa vontade, assim
nem nostrum quotidia- na terra como no céu;
num da nobis hodie. o pão nosso de cada
Et dimitte nobis de­ dia nos dai hoje; e
bita nostra, sicut et perdoai-nos as nossas
nos dimittimus debito- dívidas, assim como
ribus nostris. Et ne nós perdoamos aos nos­
sos devedores e não
nos inducas in tenta- nos deixeis cair em ten­
tionem. tação.
Aí. Sed libera nos Aí. Mas livrai-nos do
a maio. mal.
S. Amen. S. Amém. Livrai-nos,
Libera nos, quaesu- Senhor, vos pedimos, de
mus, Domine, ab om- todos os males passa­
nibus malis, prseteri- dos, presentes e futu­
tis, praesentibus et fu- ros; e pela intercessão
turis: et intercedente da bem-aventurada e
Manual da O T — 22
334 Devocionárlo

beata et gloriosa sem- gloriosa sempre virgem


per Virgine Dei Geni- Maria, Mãe de Deus, e
trice Maria, cum bea- dos vossos bem-aven­
tis Apostolis tuis Pe- turados apóstolos Pe­
tro et Paulo, atque dro e Paulo e André e
Andréa, et omnibus de todos os santos, dai-
Sanctis da propitius nos propício a paz em
pacem in diebus nos- nossos dias, para que,
tris: ut, ope miseri- ajudados pelo auxílio
cordiae tuce adjuti, et de vossa misericórdia,
a peccato simus sem- sejamos sempre livres
per Iiberi et ab om- do pecado e isentos de
ni perturbationi securi. toda a perturbação.
Per eundem Dominum Pelo mesmo nosso
Senhor, Jesus Cristo,
nostrum Jesum Chris- vosso Filho, que con-
tum, Filium tuum. Qui vosco vive e reina em
tecum vivit et regnat unidade do Espirito
in unitate Spiritus Santo, Deus. Por to­
Sancti Deus. Per om- dos os séculos dos sé­
nia sascula saeculorum. culos.
Aí. Amen. Aí. Amém.
5. Pax Domini sit S. A paz do Senhor
semper vobiscum. seja sempre convosco.
Aí. Et cum spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
O sac., lançando a partícula da hóstia no cálice, diz:
Haec commixtio, et Esta mistura e con­
consecratio Corporis sagração do corpo e
et Sanguinis Domini sangue de nosso Senhor
Jesus Cristo, brote em
nostri Jesu Christi, fiat nós que o recebemos
accipientibus nobis in para a vida eterna.
vitam aeternam. Amen. Amém.
A santa missa 335

Agnus Dei
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus,
peccata mundi: mise- que tirais os pecados
rere nobis. do mundo, tende pie­
dade de nós.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi: mise- tirais os pecados do mun­
rere nobis. do, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus,
Agnus Dei, qui tollis que tirais os pecados
peccata mundo: dona do mundo, dai-nos a
nobis pacem. paz.
Inclinado sobre o altar:
Domine Jesu Chris- Senhor, Jesus Cristo,
te, qui dixisti Aposto- que dissestes aos após­
lis tuis: Pacem relin- tolos: a paz vos deixo,
quo vobis, pacem minha paz vos dou; não
meam do vobis: ne olheis para os meus pe­
respicias peccata mea, cados, mas para a fé
sed fidein Ecclesiae de vossa Igreja e dig­
tuíe; eamque secun-
dum voluntatem tuam nai-vos de dar-lhe paz
pacificare et coaduna- e união, segundo a vos­
re digneris: Qui vivis sa vontade, que viveis
et regnas Deus per e reinais, Deus, por to­
omnia Síecula saeculo- dos os séculos dos sé­
rum. Amen. culos. Amém.
Domine Jesu Chris- Senhor, Jesus Cristo,
te, Fili Dei vivi, qui Filho de Deus vivo, que
ex voluntate Patris, por vontade do Pai,
cooperante Spiritu cooperando o Espírito
Sancto, per mortem Santo, pela vossa mor­
tuam mundum vivifi- te destes vida ao mun-
22*
338 Devocionário

casti: libera me per. do, livrai-me por este


hoc sacrosanctum Cor- vosso sacrossanto cor-
pus et Sanguinem po e sangue, de todas
tuum ab omnibus ini- as minhas iniquidades e
quitatibus meis, et uni- de todos os males; e
versis malis: et fac fazei que sempre siga
me tuis semper inhae- os vossos preceitos e
rere mandatis, et a te não permitais que ja-
numquam separari mais eu seja separado
permittas: Qui cum de vós, que com o
eodem Deo Patre et mesmo Deus Padre e
Spiritu Sancto vivis o Espírito Santo viveis
et regnas Deus in e reinais, Deus, por to­
s ae c u 1 a saeculorum. dos os séculos dos sé­
Amen. culos. Amém.
Perceptio Corporis A recepção do vosso
tui, Domine Jesu Chris- corpo, Senhor Jesus
te, quod ego indignus Cristo, que eu, indigno,
sumere praesumo, non me atrevo a receber,
mihi proveniat in judi- não seja para meu juí­
cium et condemnatio- zo e condenação, mas,
nem: sed pro tua pie- pela vossa piedade, sir-
tate prosit mihi ad tu- va-me de proteção à al­
tamentum mentis et ma e ao corpo e de
corporis, et ad me­ remédio a tomar: que
deiam percipiendam:
Qui vivis et regnas viveis e reinais com
cum Deo Patre in uni- Deus Padre, em unida­
tate Spiritus Sancti de do Espírito Santo,
Deus, per omnia sae- Deus, por todos os sé­
cula saeculorum. Amen. culos dos séculos. Amém.
• Panem caelestem ac- Receberei o pão do
Cipiam, et nomen Do- céu e invocarei o nome
mini invocabo. do Senhor.
A santa missa 337

Domine non sum dignus


(Três vezes, batendo no peito)
Domine, non sum Senhor, eu não sou
dignus, ut intres sub digno de que entreis em
tectum meum: sed tan- minha morada, mas di­
tum dic verbo, et sa- zei uma só palavra e
nabitur anima mea. minha alma será salva.
Comunhão
Corpus Domini nos- O corpo de nosso Se-
tri Jesu Christi custo- nhor Jesus Cristo guar-
diat animam meam in de a minha alma para
• vitam aetemam. Amen. a vida eterna.
Quid retribuam Do­ Que retribuirei ao Se­
mino, pro omnibus, nhor por tudo que me
quíe retribuit mihi? concedeu?
Calicem salutaris acci- Tomarei o cálice da
piarn, et nomen Domi­ salvação e invocarei o
ni invocabo. Laudans nome do Senhor. Lou­
invocabo Dominum, et vando, invocarei o Se­
ab inimicis meis sal- nhor, e serei livre dos
vus ero. meus inimigos.
Sanguis Domini nos- O sangue de nosso
tri Jesu Christi custo- Senhor Jesus Cristo
diat animam meam in guarde a minha alma
vitam aeternam. Amen. para a vida eterna.
Amém.
Nas duas abluções do cálice:
Quod oresumpsi- O que tomamos com
mus,Domine, pura a boca, Senhor, com­
mente capiamus: et de ' preendamo-lo com alma
munere temporali fiat • pura e de dádiva tem-
338 Devocionirio

nobis remedium sem- poral nos provenha re­


piternum. médio sempiterno.
Corpus tuum, Do­ Vosso corpo, Senhor,
mine, quod sumpsi, et que comi, e o sangue
Sanguis, quem potavi, que bebi, se unam às
adhaereat visceribus minhas entranhas e con­
meis: et praesta; ut in cedei que não fique
mancha alguma de pe­
me non remaneat sce- cado em mim, a quem
lerum macula, quem fortaleceram os puros
pura et sancta refece- e santos sacramentos;
runt sacramenta: Qui que viveis e reinais pe­
vivis et regnas in sae- los séculos dos séculos.
cula saeculorum. Amen. Amém.
O sacerdote vai ao missal e lê o que se intitula:
Communio (Rom 8, 18)
Non sunt condignae As aflições deste tem-
passiones huius tem- po presente não se com-
poris ad futuram glo- param com a glória que
riam, quae revelabitur em nós há de ser re-
in nobis. velada. ,
O sacerdote, voltando-se para o povo, diz:
S. Dominus vobis- S. O Senhor seja
cum. convosco.
M. Et cum spiritu Af. E com o vosso
tuo. espírito.
Voltando ao missal, -lê:
Postcommunio
Ecclesiam t u a m, Dignai-vos, Senhor,
quassumus Domine, vos suplicamos, com a
gratia caelestis ampli- graça celestial, dilatar a
A santa missa 339

ficet: quam beati pa- vossa Igreja, a qual qui­


tris nostri Francisci sestes ilustrar com os
confessoris tui illumi- gloriosos méritos e
nare voluisti gloriosis exemplos de nosso Pai
São Francisco, vosso
meritis et exemplis. confessor. Por nosso
Per Dominum. Senhor...
Despedida
' S. Dominus vobis- S. O Senhor seja
cum. convosco.
M. Et cum spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
S. !te, Missa est. S. Ide-vos, acabou-se
a missa.
Aí. Deo gratias. Aí. Demos graças a
Deus.
Inclinado sobre o altar:
Placeat tibi, sancta Agrade-vos, Trindade
Trinitas, obsequium santa, a homenagem da
servitutis meie: et minha servidão e fazei
prsesta; ut sacrificium, que o sacrifício, que eu
quod oculis tuae Ma- eu indigno ofereci aos
jestatis indignus ob- olhos de vossa majesta­
tuli, tibi sit accepta- de, vos seja aceitável,
bile mihique et omni- e, por vossa misericór­
bus, pro quibus illud dia, propiciatório a mim
obtuli, sit, te mise- e a todos aqueles por
rante, propitiale. Per quem o ofereci. Por
Christum, Dominum Cristo nosso Senhor.
nostrum. Amen. Amém.
. 340 Devocionário

A bênção
Benedicat vos om- S. Abençoe-vos o oni­
nipotens Deus, Patcr potente Deus, Pai. Fi­
et Fiüus, et Spiritus lho e Espírito Santo.
Sanctus.
Aí. Amen. Aí. Amém.
último evangelho
S. Dominus vobis- S. O Senhor seja
cum. convosco.
Aí. Et cum spiritu Aí. E com o vosso
tuo. espírito.
t S. Initium sancti S. Começo do santo
Evangelii secundum evangelho, segundo S.
Joannem (1, 1-14). João.
Aí. Gloria tibi, Do­ Aí. Glória a vós, Se­
mine. nhor:
In principio erat Ver- No princípio era o
bum, et Verbum erat Verbo, e o Verbo era
apud Deum, et Deus com Deus, e o Verbo
erat Verbum. Hoc erat era Deus. Todas as coi­
in principio apud De­ sas foram feitas por
um. Omnia per ipsum ele, e nada do que se
facta sunt: et sine fez, foi feito sem ele.
ipso factum est nihü, Estava nele a vida e
quod factum est: in a vida era a luz dos
'ipso vita erat et vi- homens, e a luz res­
ta erat lux hominum: plandece nas trevas,
et lux in tenebris lu- mas as trevas não a
cet, et tenebne eam compreenderam. Houve
non comprehenderunt. um homem enviado por
Fuit homo missus a Deus, que se chama-
Deo, cui nomen erat va João. Este veio por
Joannes. Hic venit in t testemunha, para dar
A santa missa 341

testimonium, ut testi- testemunho da luz, a


monium perhiberet de fim de que todos cres­
lumine, ut omnes cre- sem por meio dele. Ele
derent per illum. Non não era a luz, mas pa­
erat ille lux, sed ut tes­ ra que desse testemu­
timonium perhiberet nho da luz. Era a luz
de lumine. Erat lux verdadeira, que ilumina
vera, quae illuminat a todo homem que vem
omnem hominem ve- a este mundo. No mun­
nientem in hunc mun- do estava e o mundo
dum. In mundo erat, foi feito por ele e o
et mundus per ipsum mundo não o conhe­
factus est, et mundus ceu. Veio para o que
eum non cognovit. In era seu e os seus não
própria venit, et sui o receberam. Mas a to­
eum non receperunt. dos que o receberam
Quotquot autem rece­ deu-lhes o poder de se
perunt eum, dedit eis fazer filhos de Deus;
potestatem filios Dei àqueles que crêem no
fieri, his, qui credunt seu nome. Que não nas­
in nomine ejus: qui ceram do sangue, nem
non ex sanguinibus, da vontade da carne,
neque ex voluntate nem da vontade de ho­
carnis, neque ex vo­ mem, mas de Deus: E
luntate viri, sed ex
Deo nati sunt. Et o Verbo se fez carne
Verbum caro factiim e habitou entre nós (ge-
est, et habitavit in no- nuflexõo), e nós vimos
bis: et vidimus glo­ a sua glória e a sua
riam ejus, gloriam glória como de Filho
quasi Unigeniti a Pa- unigênito do Pai, cheio
tre, plenum gratiae et de graça e de verdade.
veritatís. Aí. Demos graças a
Aí. Deo gratias. Deus.
342 Devocionãrio

II. ORAÇOES PARA OS TEMPOS SAGRADOS


DO ANO ECLESIÁSTICO
1. ADVENTO, NATAL, NOME DE JESUS
Foi S. Francisco quem, pela primeira vez, feste­
jou o nascimento de nosso Senhor com uma re­
presentação do presépio de Belém; e foram os seus
irmãos e sucessores que estabeleceram a tradição
de se festejar desse modo o natal e a epifania e
de armar presépios nas igrejas. "O natal é a festa
das festa3’\ dizia o nosso patriarca. "pois
nesse dia o altíssimo Filho de Deus se tornou uma
pobre criancinha, igual aos filhos dos homens”.
De entre os exercícios que se podem praticar
com este intuito escolhemos a novena quo segue,
composta pelo padre Matos Soares, segundo frei
Tomé de Jesus, o erudito e virtuoso franciscano
português. Começa ela no dia 16 de Dezembro.

Novena do menino Jesus


Oração para todos os dias
0*
Jesus menino, quão diferente sois do que
O pareceis!... Os olhos humanos não vêem
em vós mais do que um pequeno corpo, cho­
rando, xomo enjeitado do mundo. Mas vós
sois o Filho do eterno Pai, Deus infinito e
eterno, onipotente, tesouro das riquezas divi­
nas, e riqueza perfeita dos que vos possuem.
Vinda a este coração, meu divino menino,
tomai os braços que o desejo desta aíma
vos dá, aceitai o agasalho que este cora­
ção deseja prestar-vos, enternecei a minha
dureza e abrasai-me no vosso amor.
Orações para o Advento, Natal 343

PRIMEIRO DIA
doro-vos, Deus meu, nascido em minha
A carne, adoro esses bens divinos de que vin­
des cheio. Aparecestes na terra deserta de to­
dos os bens, e povoada de todas as misérias.
Os pecadores têm-vos consigo; pobres e pas­
tores conversam convosco. Fizestes da terra
céu, e do presépio paraíso. Os anjos descem
do céu à terra a buscar-vos e a adorar-vos;
este vale de lágrimas está cheio de glórias
e de louvores. Concedei-me a graça de to­
mar parte nestas glórias e nestes louvores
que vos são prestados.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
SEGUNDO DIA
/"■^hamo-vos, bom Jesus, a esta alma, nascei
neia, e alumiai-a com o vosso resplendor.
Viestes trazer a paz às almas de boa vontade.
Pois, Senhor meu, visto que buscais boas von­
tades, aqui tendes a minha, a qual, nesta hora,
por vossa bondade, está desejosa de vos amar,
de vos possuir, de se entregar toda a vós; e
vós, perfeição soberana, haveis de suprir o que
lhe falta para ser perfeita.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
TERCEIRO DIA
J^yfeu bom Jesus, vós chorastes, logo ao en-
i.VJLtrar no mundo. Enquanto os anjos cantam
alegrias, e dão aos pastores a notícia de que
nascestes, vós, meu único bem, entre tantos
cânticos, entre tajitas novas de prazer, estais
344 Devocionário

chorando. Bendito sejais, meu Senhor, que vin­


des tão cheio do desejo de nos salvar e redimir
dos nossos pecados, que nem uma só hora que­
reis estar sem fazer este ofício, e o que não fa­
zeis ainda pelos pecados dos homens, morrendo
e padecendo, o fazeis chorando-os, como se
fossem vossos próprios. Logo ao entrar no
mundo começais a satisfazer com vossas lá­
grimas ao eterno Padre o que depois, com san­
gue, haveis de acabar de pagar.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
QUARTO DIA
ós dissestes, Deus meu, na divina escritura,
V que é melhor ir à casa do choro, que à do
prazer mundano. De vós está escrito que nas­
ceis chorando e morrereis chorando, e que,
no céu, enxugais de todo as lágrimas dos jus­
tos. Vós dissestes que são bem-aventurados os
que choram pelos seus pecados. Dos mundanos
está escrito que gastam os seus dias em praze­
res, e, de repente, descem aos prantos eternos
do inferno. O’ vida da minha alma, já que tudo
isto é assim, quanto melhor é o vosso presépio
cheio das vossas lágrimas, que os palácios reais
cheios de passatempos e músicas! Não há
prazeres na vida que não sejam cercados de
tristeza, e não há lágrimas vossas que não se­
jam cheias de bens e de alegrias. E’ melhor
chorar convosco que festas e prazeres sem vós.
O’ meu divino menino, abraçai-vos comigo,
choremos ambos: vós por mim, e eu por vós;
consolar-vos-eis comigo, e eu convosco.
Orações para o Advento, Natal 345

O’ mãe santíssima deste Senhor, alcançai-me


a graça de aproveitar as suas lágrimas.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
QUINTO DIA
/^omo é grande, Senhor, o desconforto que
V>vos cerca, ao nascer. Vossa mãe é tão po­
bre que escassamente tem com que vos cubra.
Poupai-vos, bom Jesus, agora, pois tendes mui­
tos trabalhos na vida por passar, para meu re­
médio. O vosso amor, porém, não vos deixa to­
mar repouso. Toda a vossa vida vivestes de­
sabrigado; nunca vos guardastes do calor nem
do frio; nunca usastes regalos e mimos; sem­
pre vos soube bem o mais áspero e duro da
vida, de que todos fugimos.
Bem vedes, bom Jesus, quanto tempo me
leva o cuidado e mimo deste corpo miserável,
verdadeiro inimigo da minha alma. Valei-me,
Senhor, porque sabeis quanto devo temer o
tempo que emprego em tratar mais do meu cor­
po do que de vós.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
SEXTO DIA
Virgem santíssima, para ser digna mãe de
A Jesus, foi adornada pelo Espírito Santo de
grandíssimas perfeições, mesmo corporais. São
Dionísio areopagita diz que, quando viu a Vir­
gem nossa Senhora, se a fé não tivera ensina­
do que havia um só Deus, ficaria convencido
de que a divindade estava nela.
Com tantas e tão grandes perfeições servia
346 Devocionárlo

e contentava o Senhor. Conhecia os divinos


mistérios, tirava deles frutos espirituais, e em
tudo acudia a. todas as suas obrigações. Diz o
evangelista que, nos primeiros mistérios da vida
e entrada do Senhor no mundo, ela conservava
e ponderava tudo no seu coração. Procuremos
imitá-la na sua fidelidade à graça e no seu
recolhimento de espírito.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.

SÉTIMO DIA
/Chegou, bom Jesus, com a circuncisão, a pri-
meira hora, de vós tão desejada, em que
derramastes sangue pelos pecadores. Deixais-
vos circuncidar, sendo a circuncisão ordenada
por vós para os pecadores obterem o perdão
do pecado original. Mas vós, pureza infinita,
em quem todos cremos e por cujo amor somos
salvos, que necessidade tendes dos remédios
dos pecados? E’ que vós, embora aborreçais
o pecado, amais o pecador, e quereis parecer-
vos com ele na pena, posto que não tenhais cul­
pa. Chegue até mim a virtude desse primeiro
sangue que derramastes; tirai-me com ele as
minhas desordens; fazei que eu aborreça o que
vós aborreceis; e que ame o que vós amais.
Por ocasião de serdes circuncidado, quisestes
receber o nome de Jesus, que significa sal­
vador. Antes de nascido, mandastes dizer pe­
los anjos que vos chamarieis Jesus, porque ha-
víeis de perdoar pecados. Pois, Jesus, eis aqui
o pecador. Gravai o vosso nome nos meus
olhos, nos meus ouvidos, em todos os meus
Orações para o Advento. Natal 347

sentidos, no meu coração. Fugirá de mim o


inferno, conhecer-me-á o céu, e vós, meu Je­
sus, não me desconhecereis.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
OITAVO DIA
T>eço-vos, Senhor, que, assim como aceitastes
A dos magos o ouro, o incenso e a mirra, e
os iluminastes e encaminhastes, assim aceitai os
meus bons e eficazes desejos, me iluminai e
encaminhai neste vale de lágrimas. Ofereço-vos
as três virtudes que me destes no batismo: a
fé, com que vos creio; a esperança, que estendo
a todos os bens que posso desejar de vós; e
a caridade, com que desejo apegar-me só a
vós, em união 'de perpétuo amor.
O' Virgem santíssima, reparti com este mi­
serável, não do ouro, incenso e mirra que os
magos vos deixaram, mas das riquezas do
céu, de que sois tesoureira e repartidora, a
fim de que eu, com o que me derdes, tenha
que oferecer ao Senhor.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
NONO DIA

o uarenta dias depois de ter nascido, quis Je­


sus que sua Mãe santíssima cumprisse duas
leis, a que não estava obrigada. Uma de ofe­
recer por sua purificação dois pombinhos, visto
ser pobre, e outra, de dedicar o seu Filho ao
serviço de Deus no templo, podendo resgatá-lo,
como fez. Maria ofereceu por si pombinhos, e
ao seu cordeiro Jesus tornou a receber por di-
348 Devocionário

nheiro e preço de pobres, a fim de o criar


para Redentor e remediador do mundo.
O’ mãe da luz divina, por aquele amor com
que oferecestes Jesus ao eterno Padre por todo
o mundo, e a vós com ele ao seu perpétuo
serviço, oferecei-me também a mim convosco
ao Senhor, para que seja sempre da sua casa,
e sempre me ocupe no seu santo serviço, e
sempre em mim arda o seu amor, enquanto es­
tiver desterrado dele.
Padre-nosso, Ave-Maria e Glória ao Padre.
Indulgências: Ia De 7 anos, cada dia da novena.
2a Plenária no último dia da novena, com as con­
dições de costume.
Estas mesmas indulgências podem ser lucradas
outra vez durante o ano pelos que fizerem segunda
vez esta novena, em honra do menino Jesus.

Ladainha do SS. Nome de Jesus


Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Jesu, audi nos. Jesus, ouvi-nos.
Jesu, exaudi nos. Jesus, atendei-nos.
Pater de caelis Deus, Deus Padre dos céus,
miserere nobis. • tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mun- Deus Filho, Redentor
di, Deus, do mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinitas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Orações para o Advento, Natal 349

Jesu, Fili Dei vivi, Jesus, Filho de Deus


vivo,
Jesu splendor Patris, Jesus, esplendor do Pai,
Jesu, çandor lucis Jesus, pureza da luz
aeterna?, eterna,
Jesu, Rex gloriae, Jesus, .rei da glória,
Jesu, sol justitiíe, Jesus, sol de justiça, '
Jesu, Fili-Marue Vir- Jesus, Filho da Virgem
ginis, Maria,
Jesu amabilis, Jesus amávèl,
Jesu admirabiiis, Jesus admirável, /
Jesu, Deus fortis, Jesus, Deus forte,
Jesu, pater futuri sae- Jesus, Pai do futuro sé­
culi, culo,
Jesu, magni ' consilii Jesus, anjo do grande
angele, conselho,
Jesu potentissime, Jesus poderosíssimo,
Jesu patientissime, Jesus pacientíssimo,
Jesu obedientissime, Jesus obedientíssimo,
Jesu, mitis et humilis Jesus, brando c humil­
corde, de de coração,
Jesu, amator castitatis Jesus, amante da cas­
tidade,
Jesu, amàtor noster, Jesus, amador nosso,
Jesu, Deus pacis, Jesus, Deus da paz,
Jesu, auctor vitae, Jesus, autor da vida,
Jesu, exemplar virtu- Jesus, exemplar das vir­
tum, tudes,
Jesu, zelator anima- Jesus, zelador das al­
rum, mas, ■
Jesu, Deus noster, Jesus, nosso Deus,
Jesu, refugium nos- Jesus, nosso refúgio,
trum, .
Jesu, pater pauperum, Jesus, Pai dos pobres,
Manual da O T — 23
350 Devocionário

Jesu, thesaure fide- .esus, tesouro dos fiéis,


liurn, esus, bom Pastor,
Jesu, bone pastor, esus, luz verdadeira,
Jesu, lux vera, J esus, sabedoria eterna,
Jesu, sapientia aetema, Jesus, bondade infinita,
Jesu, bonitas infinita, Jesus, nosso caminho e
Jesu, via et vita nostra, nossa vida,
Jesu, gaudium Ange- Jesus, alegria dos an­
lorum, jos,
Jesu, rex Patriarcha- Jesus, Rei dos patriar­
rum, cas,
Jesu, magister Apo- Jesus, Mestre dos após­
stolorum, tolos,
Jesu, doctor Evange- Jesus. Doutor dos evan­
listarum, gelistas,
Jesu, fortitudo Marty- Jesus, fortaleza dos
rum, mártires,
Jesu, Iumen Confes- Jesus, luz dos confes­
sorum, sores,
Jesu, puritas Virginum, Jesus, pureza das vir­
gens,
Jesu, corona sancto- Jesus, coroa de todos
rum omnium, os santos,
Propitius esto; parce Sede-nos propício; per­
nobis, Jesu. doai-nos, Jesus.
Propitius esto; exaudi Sede-nos propício; ou­
nos, Jesu. vi-nos, Jesus.
Ab omni maio, libera De todo o mal, livrai-
nos, Jesu. nos, Jesus.
Ab omni peccato, De todo o pecado,
Ab ira tua, De vossa ira,
Ab insidiis diaboli, Das ciladas do demônio,
A spiritu fornicationis, Do espírito da impu­
reza,
Orações para o Advento. Natal 351

A morte perpetua, De morte eterna,


A neglectu inspiratio- Do desprezo das vossas
num tuarum, inspirações,
Per mysterium sanctae Pelo mistério da vossa
incarnationes tuae, santa encarnação,
Per nativitatem tuam, Pela vossa natividade, *
Per infantiam tuam, Pela vossa infância,
Per divinissimam vi- Pela vossa santíssima
tam tuam, vida,
Per labores tuos, Pelos vossos trabalhos,
Per agoniam et pas- Pela vossa agonia e
sionem tuam, paixão,
Per crucetn et derelic- Pela vossa cruz e de­
tionem tuam, samparo,
Per languores tuos, Pelas vossas angústias,
Per moríem et sepul- Pela vossa morte e se­
turam tuam, pultura,
Per resurrectionem tu­ Pela vossa ressurreição,
am,
Per ascensionem tuam, Pela vossa ascensão,
Per sanctissimaj Eu- Pela vossa instituição
charistise institutio- da santíssima Euca­
nem tuam, ristia,
Per gaudia tua, Pelas vossas alegrias,
Per gloriam tuam, Pela vossa glória,
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, par- tirais os pecados ao
ce nobis, Jesu. mundo, perdoai-nos,
* Jesus.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Jesu. mundo, ouvi-nos, Je­
sus.
23*
352 Devocionário

Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que


peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis, Jesu. mundo, tende pieda­
de de' nós, Jesus.
Jesu, audi nos. Jesus, ouvi-nos.
Jesu, exaudi nos. Jesus, atendei-nos.
Oremus Oremos
omine Jesu. Chris- >3 Qenhor Jesus Cristo,
D que dissestes: Pedi
te, qui dixisti: Pe- e recebereis; buscai e
tite, et accipietis; quae- achareis; batei e abrir-
rite, et invenietis; pul- se-vos-á, nós vos suplk
sate, et aperietur vo- camos que concedais a
bis; quãesumus, da no­ nós; que vo-lo pedimos,
bis, petentibus, divinis- os sentimentos afetivos
simi tui amoris af- de vosso divino amor,
fectum, ut te toto cor- a fim de que nós vos
de, ore et opere dili- amemos de todo o co­
gamus et a tua num- ração e que esse amor
transpareça em nossas
quam laude cessemus. palavras e ações de mo­
ÇJancti nominis tui\ do que nunca cessemos
^ Domine, timorem de vos louvar.
pariter et amorem fac T>ermiti que tenhamos
nos habere perpetu- A sempre, Senhor, um
um, quia numquam igual temor e amor pe­
tua gubernatione des­ lo vosso santo nome;
tituis, quos in solidi- pois não deixais de go­
tate tuae dilectionis vernar aqueles que esta­
beleceis na firmeza do
instituis. Qui vivis et vosso amor. Vós que
regnas in ssecula sae- viveis e reinais pelos
culorum.- séculos dos séculos.
Amen. I?. Amém.
Quaresma 353

2. QUARESMA
• Nosso bem-aventurado pai S. Francisco tanto
amou a Jesus crucificado que mereceu receber
em seu corpo os estigmas das santas chagas como
se ele próprio houvesse, como o seu divino Salvador,
sofrido o suplício da crucificação. — Já nos pri­
meiros dias da sua conversão a lembrança da pai­
xão de nosso Senhor causava-lhe emoção tão forte
que muitas vezes arrancava-lhe lágrimas dos o'hos,*
e que ele não podia conter ainda que se encontras­
se em lugares públicos. Uma vez que isto lhe
aconteceu, ao transeunte piedoso que se informava
do motivo dessas lágrimas, respondeu com ve­
emência: “Choro por causa dos sofrimentos
do meu Senhor Jesus Cristo, e não teria vergo­
nha de ir pelo mundo inteiro a mostrar estas
lágrimas que me correm pelas faces!"
De entro as várias modalidades dessa devoção
apontadas a seguir, destacamos, como especialmen­
te franciscana, praticada tradicionalmentc pelos fi­
lhos de S. Francisco, o caminho da cruz ou Via-
Sacra.

VIA SACRA
I. Definição. A Via-Sacra é um piedoso exercício
em que meditamos o doloroso caminho percor­
rido por Jesus, desde o pretório de Pilatos até
o Calvário, onde foi crucificado e morreu pela
nossa redenção.
II. Origem. A origem deste santo exercício é de­
vida ao coração amante e desolado da Virgem. Esta
pobre Mãe, depois da ascensão de Jesus ao céu,
tinha por único lenitivo banhar de lágrimas o ca­
minho que o querido Filho havia regado com o 3eu
sangue divino... Os fiéis imitaram o exemplo de
Maria, e de todas as partes do mundo afluíam,
apesar de mil perigos e dificuldades, a Jerusalém,
para venerar os santos lugares e ganhar as indul­
gências concedidas pelos sumos pontífices. — Entre­
tanto, a Igreja, mãe piedosa, a fim de poupar in­
cômodos a seus filhos e facilitar-lhes os meios de
santificação, concedeu as mesmas indulgências de
Jerusalém aos que visitassem as catorze cruzes
ou estações da Via-Sacra devidamente eretas.
354 Devocionário

III. Fim. O íim desta devoção é excitar nas al­


mas os sentimentos de gratidão' e amor para com
nosso Senhor Jesus Cristo, que tanto sofreu por
nós, — de contrição dos nossos pecados, que fo­
ram a causa dos sofrimentos do Salvador, de
imitação dos exemplos de heróicas virtudes, que
Jesus nos deixou na sua paixão e morte. — Não
admira, pois, que este exercício agrade tanto ao di­
vino Redentor e produza, nas almas que o praticam,
abundantes frutos de virtudes e de santidade.
IV. Indulgências. Para tirar toda a dúvida sobre
quais sejam as verdadeiras e certas indulgências da
Via-Sacra, visto não existirem já muitos dos docu­
mentos. fidedignos donde constara, o santíssimo
padre Pio XI, abrogando todas as concessões ante­
riores, regulou, pelas seguintes normas de 20 de
Outubro de 1931, todas as graças espirituais que se
poderão lucrar para o futuro:
Todos os fiéis que, ao menos com o coração con­
trito, fizerem, em particular ou em comum, o piedo­
so exercício da Via-Sacra, devidamente ereta, segun­
do as prescrições da Sé apostólica, poderão ganhar:
a) Uma indulgência plenária todas as vezes que
fizerem este santo exercício.
b) Outra indulgência plenária comungando no mes­
mo dia em que fizerem a Via-Sacra, ou noutro den­
tro de um mês depois de a terem feito dez vezes.
c) Uma indulgência parcial de 10 ano3. para cada
uma das estações percorridas, sempre que, por uma
causa razoável, se não puder levar o exercício ao fim.
V. Bequisitos. Para ganhar as indulgências e co­
lher o fruto deste santo exercício, são necessários
os seguintes requisitos:
Io Que a Via-Sacra esteja devidamente ereta;
2o Que a alma se ache em estado de graça; por
isso, ao princípio, faça-se o ato de contrição;
3° Que se forme a intenção de ganhar as indul­
gências anexas a este exercício;
, 4o Que se mude de lugar a cada estação, a não
ser que esta mudança se torne impossível ou Incon­
veniente, por estar a igreja cheia de gente, ou
por outro motivo;
5o Que se una a Jesus e se medite, segundo a
própria capacidade, no assunto correspondente à
estação. — Quem não sabe meditar no passo da
Quaresma 355

estação, pense ao menos nos sofrimentos de Jesus.


— Os Padre-nossos não são condição necessária
para alcançar as indulgências;
6o Que se comecem, continuem, e acabem as ca­
torze estações, sem interrupção notável; por isso,
quem visita uma ou outra estação, ou visita algu­
mas de manhã e as outras à tarde, não ganha as
indulgências plenárias, mas só as parciais.
VI. Modo do ganhar em casa as indnlgências da
Via-Sacra. As pessoas legltimamente impedidas de
visitar a Via-Sacra. onde esteja canónicamente ere­
ta, podem ganhar as indulgências dela, tendo na
mão um crucifixo especialmente benzido para esse
fim, rezando, com o coração contrito, 20 Padre-nos-
bos, 20 Ave-Marias e 20 Glória Fatri, sendo 14 pelas
estações, 5 em honra das chagas de nosso Senhor
Jesus Cristo,, e 1 pelo sumo pontífice. Basta que
uma pessoa tenha na mão o dito crucifixo, para que
todas as mais, que se lhe associarem na recitação
dos 20 Padre-nossos, etc., ganhem as indulgências
da Via-Sucra.
Aos enfermos que, devido a um grave incômodo
ou dificuldade, nem deste modo puderem fazer o
santo exercício da Via-Sacra, concedeu o sumo pon­
tífice Pio XI. a 25 de Março de 1931, a faculdade
de ganhar todas as indulgências concedidas a tão
piedoso exercício, só com beijar ou contemplar, com
o coração contrito, algum crucifixo, benzido para
este fim, ao ser-lhes apresentado pelo sacerdote ou
outra qualquer pessoa, rezando ao mesmo tempo al­
guma breve oração ou jaculatória em memória da
paixão e morte de nosso Senhor Jesus Cristo.

Oração preparatória
A/feu Senhor Jesus Cristo, que seguistes, com
-L^J-amor infinito, o caminho doloroso do Cal­
vário e aí morrestes num patíbulo de infâmia,
dai-me a graça de vos acompanhar e de unir
as minhas lágrimas ao vosso sangue precio­
so... Tenho ardente desejo de consolar o vosso
Coração, tão bom e tão amargurado pelos nos-
356 Devoclonárlo

sos pecados, e de me associar à vossa dolorosa


paixão e morte... Quem me dera sofrer e mor­
rer por vós, que sofrestes e morrestes por
mim!... O’ Jesus, eu vos amo de todo o meu
coração; arrependo-me sinceramente de vos’ter
ofendido, e prometo, com a vossa graça, nunca-
mais vos tornar a ofender... Dignai-vos, meu
querido Senhor, conceder-me as indulgências,
com que os vossos vigários enriqueceram este
santo exercício e recebei-as em satisfação dos
meus pecados e em sufrágio das almas do pur­
gatório. — O’ Maria, rainha dos mártires, dai-
me o amor com que acompanhastes ao Calvá­
rio o vosso inocentíssimo Jesus. Amém.

ESTAÇAO I
Jesus condenado à morte
Tesus está diante de Pilatos... A que estado o
J reduziram... A cabeça ■ coroada de espi­
nhos... a face banhada em sangue... todo o
corpo lacerado... os ombros cobertos com um
pedaço de púrpura... as mãos atadas... Ins­
pira compaixão o amabilíssimo Jesus!... To­
davia, Pilatos, para agradar aos ingratos ju­
deus, condena à morte o inocente Filho de
Deus... Jesus ouve, com serenidade, a senten­
ça e aceita resignado a morte para salvação
dos pecadores...
T. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
Quaresma 357

0’ Jesus, eu merecia a morte eterna no in­


ferno; e vós, ó Deus de vida, quisestes morrer
para me salvar!... Seja bendita a vossa bon­
dade infinita!... Dai-me a graça de viver e de
morrer no vosso santo amor... O’ Jesus, eu
vos amo de todo o meu coração... arrependo-
me sinceramente de vos ter ofendido, e prome­
to, com a vossa graça, nunca mais vos tornar
a ofender.
Ave-Maria.
7. Tende piedade de nós, Senhor.
, Tende piedade de nós.

ESTAÇÃO II
. . * i * * * *

Jesus levando a cruz


Tesus é despido dó manto de púrpura e co-
J berto de seus vestidos, para que o reconhe­
çam e insultem... Apresentam-lhe a cruz...
0 Salvador estende os braços e, num transpor­
te de ternura, aperta-a ao coração... banha-a
de lágrimas. .. e, pondo-a aos ombros chaga­
dos, encaminha-se para o Calvário... Aonde
ides, meu bom Jesus? — “Vou morrer por ti;
depois da minha morte lembra-te de mim e
ama-me”.
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
0' Jesus, essa cruz era devida a mim que
sou pecador e não a vós, que sois inocente...
Mas o inocente quis pagar pelo pecador!.,.
358 Devocionário

Sede sempre .bendito, ó Senhor! Abraço, por


seu amor, todos os desprezos e contrariedades
da vida... O’ Jesus, eu vos amo de todo o
meu coração, arrependo-me sinceramente de vos
ter ofendido, e prometo, com a vossa graça,
nunca mais vos tornar a ofender.
Ave-Maria.
J. Tende piedade de nós, Senhor.
f£. Tende piedade de nós.

ESTAÇAO III
Jesus cai pela primeira vez
Filho de Deus sai do pretório, oprimido
V-J pelo peso da cruz... Está cheio de amor,
mas exausto de forçasl... Tem derramado
tanto sangue!... Depois de alguns passos, obs-
curecem-se-lhe os olhos; verga sob a cruz e
cai por terra, penetrando-lhe mais e mais os es­
pinhos na delicada cabeça!... Avalia-lhe o mar­
tírio!... Os algozes enfurecem-se e, com blas­
fêmias e golpes, ultrajam e ferem o Cordeiro
divino.
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
fy. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo. 1
O’ Jesus, vós caístes sob o peso da cruz,
porque eu me precipitei num abismo de ini-
quidades... Estendei-me a vossa mão para que
me levante e, auxiliado pela vossa graça, per­
corra confiadamente o caminho da virtude e
Quaresma 359

da santidade... 0’ Jesus, eu vos amo de todo


o meu coração... arrependo-me sinceramente
de vos ter ofendido, e prometo, com a vossa
graça, nunca mais vos tornar a ofender.
Ave-Maria. j
7. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.
ESTAÇAO IV
Jesus encontra sua mãe

o ue encontro doloroso! Que olhares de de­


solação! Maria vê seu Filho desfalecido e
desfigurado e não lhe pode valer... Jesus vê
sua Santa Mãe aflita e desolada e não a pode
consolar... Não falam com os lábios, falam
com os corações: “Minha Mãe! minha Mãe!”
— “Meu Filho! meu querido Jesus!” E estas
palavras traduzem um oceano de afetos e de
dores... Duas vítimas inocentes, unidas pelo
mesmo sacrifício!...
J. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
I?. * Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O' Jesus, ó Maria!... Eu, com os meus pe­
cados, fui a causa dos vossos tormentos... E
vós amastes tanto a minha pobre alma!... —
0’ Jesus, eu vos amo de todo o meu cora­
ção...; arrependo-me sinceramente de vos ter
ofendido, e prometo, com a vossa graça, nun­
ca mais vos tornar a ofender... O’ Maria, eu
vos consagro a minha alma e o meu corpo. Am-
360 Devocionárlo

parai-me, defendei-me sempre, sempre, mas so­


bretudo na hora da morte.
Ave-Maria.
y. Tende piedade de nós, Senhor,
ífc. Tende piedade de nós.

ESTAÇAO V
Jesus ajudado pelo Cireneu
Tesus está tão fraco e tão abatido, que a todo
J momento parece morrer... E é o Stnhor do
paraíso, que rege e governa todas as criatu­
ras!... Os judeus, temendo que a vítima lhes
faleça no caminho e não possa chegar ao lugar
da infâmia, obrigam Simão Gireneu a levar a
cruz do Redentor...
y. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
R. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus, vós sustentais, com um ato da
vossa onipotência, o céu e a terra, e precisais
de amparo?! O’ meu Jesus de bondade, a
que estado vos reduziu o vosso amor pela mi­
nha alma!... Nunca esquecerei tamanha mise­
ricórdia. .. Pelos merecimentos desta vossa fra­
queza, ajudai-me a levar a cruz que mereço e
desejo na qualidade de cristão e pecador... O'
justo Jesus, eu vos amo de todo o meu cora­
ção... arrependo-me sinceramente de vos ter
Quaresma 361

ofendido, e prometo, com a vossa graça, nunca


mais vos tornar’ a ofender.
Ave-Maria.
y. Tende piedade.de nós, Senhor. *
IV. Tende piedade de nós.

ESTAÇAO VI
Verônica limpa a face de Jesus
Jesus perdeu toda a sua beleza, — Jesus,
o mais belo entre os filhos dos homens!... Já
se não o conhece!... A sua face está toda fe­
rida, banhada em lágrimas e sangue!.;. Uma
piedosa mulher, vencendo os respeitos huma­
nos, aproxima-se de Jesus e limpa-lhe, com
um véu, a face adorável... O Salvador, sempre
bom e grato, deixa impressa, naquele véu, a
sua imagem.
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
IV. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus! quão feliz foi Verônica,, que vos
limpou a face desfigurada!... Também posso
receber esse prêmio... Hoje, que os ímpios e
os ingratos vos insultam e blasfemam, dai-mé
á graça de reparar esses ultrajes... e depois,
gravai na minha alma a vossa face divina... O’
Jesus, eu vos amo de todo o meu coração...
arrependo-me sinceramente de vos ter ofendido,
3C2 Devocionário

e prometo, com a vossa graça, nunca mais vos


tornar a ofender.
Ave-Maria.
T. Tende piedade de nós, Senhor.
Ifc. Tende piedade de nós.

ESTAÇAO VII

Jesus cai pela segunda vez


Coração de Jesus está pronto a sofrer e
v-J morrer; mas a sua santíssima humanidade
desfalece!... Caminha com passo trêmulo, in­
certo, vacilante... O sangue, que lhe desfigura
a face, turva-lhe o olhar... e cai por terra...
pela segunda vez... A violência da queda re­
abre todas as feridas do seu corpo...; os es­
pinhos rasgam ainda mais aquela delicada ca­
beça!... Os algozes levantam o manso Cor­
deiro, arrastando-o e ferindo-o.
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
Forque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus! as minhas repetidas culpas causa­
ram-vos a nova queda... Se eu não tivesse
cometido tantos e tão graves pecados, seria
menos intenso o vosso sofrimento!... Perdoai-
me tamanha ingratidão, pela vossa infinita mi­
sericórdia. O’ Jesus, eu vos amo de todo o meu
coração...; arrependo-me sinceramente de vos
Quaresma 363

ter ofendido, e prometo, com a vossa graça,


nunca mais vos tornar a ofender.
Ave-Maria.
7. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.

ESTÂÇAO VIII
Jesus consola as filhas de Jerusalém
Tesus é sempre bom e generoso!... Umas pie-
J dosas mulheres, vendo-o todo ensanguenta­
do e vacilante sob o peso da cruz, choram e se
compadecem dele!... Jesus, esquecido dos seus
sofrimentos, consola-as e as instrui, dizendo-
lhes que chorem, sobretudo, os própros peca­
dos e os pecados dos homens, que são a causa
dos martírios de um Deus e da perdição de
tantas almas...
y. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
I?. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus, dai-me lágrimas, lágrimas de amor
e de arrependimento, para que eu chore sem­
pre os meus pecados e os vossos martírios e
assim desagrave o vosso coração aflitíssimo!...
E depois, quando eu agonizar no leito da mor­
te, vinde consolar e receber a minha pobre al­
ma... O’ Jesus, eu vos amo de todo o meu
coração... Arrependo-me sinceramente de vos
364 Devocionârio

ter ofendido, e prometo,, com a vossa graça,


nunca mais • vos
- tornar
<. a ofender. •
Ave-Maria.
J. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.

ESTAÇÃO IX
Jesus cai pela terceira vez.
esus, desfalecido e exausto, cai de novo por
J terra e novamente fere nas pedras a fronte
coroada de espinhos... Um Deus por terra1...
Mas, à vista do Calvário, reanima-se e levanta-
se... O amor dá-lhe novas forças!... E’ tão
ardente o seu desejo de morrer pelos homens,
ainda que pecadores!... Ohl só um Deus pode
amar assim!
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
I?. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O* Jesus! são tantos e tão graves os meus
pecados, que, para os expiar, quase não basta
uma só queda de um Deus!... E’ necessário
que muitas e muitas vezes humilheis à terra a
vossa divina face...
O' Jesus! dai-me a vossa graça, para que
deteste os meus pecados e vos siga no caminho
das humilhações e dos sofrimentos... O’ Jesus,
eu vos amo de todo o meu coração...; arre­
pendo-me sinceramente de vos ter ofendido, e
Quaresma 365

prometo, com a vossa graça, nunca mais vos


tornar a ofender.
Ave-Maria.
J. Tende piedade de nós, Senhor.
• Tende piedade de nós.
ESTAÇÃO X
Jesus despido e amargurado com fel
Tj^is o Calvário!... Os algozes arrancam a
Jesus a túnica, colada ao seu corpo lace-
■rado... Abrem-se de novo as feridas..reben­
ta mais sangue... Não satisfeitos, amarguram
com fel a boca dulcíssima do Redentor... Je­
sus tudo sofre com paciência e amor e oferece
todos os seus tormentos ao divino Pai, para a
salvação dos pobres pecadores!...
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
I?. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus, eu me compadeço dos tormentos
que sofreis por mim!... Como hei de agrade­
cer-vos tamanha bondade?... Completai, Se­
nhor, a vossa misericórdia. Despi-me dos meus
vícios e paixões...; vesti-me de humildade e
caridade...; tornai-me amargos os prazeres da
vida e doces as mortificações e os sofrimen­
tos... O’ Jesus, eu vos amo de todo o meu co­
ração...; arrependo-me sinceramente de vos
ter ofendido, e prometo, com a vossa graça,
nunca mais vos tornar a ofender.
Ave-Maria.
y. Tende piedade de nós, Senhor.
Tende piedade de nós.
Manual da O T — 24
366 Devocionário

ESTAÇAO XI
Jesus pregado na cruz
uma ordem dos algozes, o Salvador es­
A tende sobre a cruz o seu corpo lacerado, e
levantando os olhos ao céu, apresenta as mãos
e os pés para serem traspassados pelos cra­
vos... Aos golpes repetidos do martelo, rasga-
se a pele, dilacera-se a carne, rompem-se as
veias... O bom Jesus sofre um martírio imen­
so...; mas não se queixa...; pede, adora e
ama!...
T. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
1$. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O’ Jesus, dissestes um dia que, pregado no
madeiro, teríeis atraído a vós todos os cora­
ções. .. Atraí o meu coração com a força sua­
ve e irresistível do vosso amor; pregai-o na
vossa cruz bendita para que nunca mais se
afaste de vós... Fica-se tão bem aos vossos
pcs!... O’ Jesus, eu vos amo de todo o meu
coração...; arrependo-me sinceramente de vos
ter ofendido, e prometo, com a vossa graça,
nunca mais vos tornar a ofender. .
Ave-Maria.
7. Tende piedade de nós, Senhor.
Tende piedade de nós.
Quaresma 367

ESTAÇÃO XII
. Jesus morre na cruz
T3obre Jesus! Quanto sofre!... Está penden-
te de três cravos! Não encontra o menor
alívio... Todos concorrem para o atormen­
tar... E ele pensa em todos...; pensa no fa­
cínora e promete-lhe o céu...; pensa na mãe,
e dá-lhe João de amparo...; pensa em nós e
dá-nos Maria por mãe... Como Jesus é bom!...
Mas ele morre...; inclina a cabeça..., solta o
último suspiro... Morreu... Um Deus morreu
por mim!...
7. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
Kr. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
Deixai-me, ó Jesus, abraçar-me aos vossos
pés ensanguentados; deixai-me viver e morrer
aqui!... Ah! é justo que a criatura viva e mor­
ra pelo seu Deus de bondade que viveu e mor­
reu pela sua miserável criatura! — O’ Jesus,
eu vos amo de todo o meu coração...; arre­
pendo-me sinceramente de vos ter ofendido, e
prometo, com a vossa graça, nunca mais vos
tornar a ofender.
Ave-Maria.
J. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.
24*
368 Devocionário

ESTAÇÃO XIII
Jesus nos braços de sua mãe

o ue desolação para Maria, recebendo em seus


braços a Jesus, não belo e sereno como em
Belém, mas todo ferido e desfigurado!... In­
clina-se sobre seu Filho morto e chora inconso-
làvelmente!... Depois reanima-se e considera
os estragos, que fizeram naquele santíssimo cor­
po os flagelos, os espinhos, os cravos e a lan­
ça... Pobre mãe! ter um filho como Jesus e
perdê-lo... e dum modo tão cruel... que de­
solação! ...
y. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
I?. Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O* Maria! fui eu que, pelos meus pecados,
dei a morte a Jesus e causei tão acerbas dores
ao vosso coração... O’ Senhora, não me de­
sampareis. .. Não vedes que a minha alma está
banhada no sangue de Jesus, que é também
sangue das vossas veias?... Perdoai-me as in-
gratidões e impetrai-me a graça de viver unica­
mente para Jesus... Amo-vos, minha mãe, e
espero amar-vos por toda a eternidade!...
Ave-Maria.
7. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.
Quaresma 369

ESTAÇAO XIV
Jesus no santo sepulcro
Tesus está encerrado no sepulcro... A sua
J aniquilação não podería ser mais comple­
ta. .. E' o Deus da vida; mas aqui não vive...
Contempla-o pela última vez... A sua fronte
está rasgada pelos espinhos; os olhos, fecha­
dos; os lábios, mudos; as mãos e os pés, tras-
passados; o coração, ah! o coração, que tanto
amou e sofreu, já não bate!... Jesus, o bom
Jesus, está morto e sepultado!
T. Nós vos adoramos, santíssimo Senhor
Jesus Cristo, e vos bendizemos;
Porque pela vossa santa cruz remistes
o mundo.
O* Jesus, adoro-vos no santo sepulcro! Eis o
que lucrastes com o vosso amor excessivo
por mim, ingratíssimo pecador!... Seja sempre
bendita a vossa misericórdia!... Dai-me a gra­
ça de me esconder do mundo e de viver no
vosso Coração dulcíssimo... Ali, encontrarei a
paz, a felicidade, o paraíso. — O’ Jesus, eu vos
amo de todo o meu coração...; arrependo-me
sinceramente de vos ter ofendido, e prometo,
com a vossa graça, nunca mais vos tornar a
ofender.
Ave-Maria.
y. Tende piedade de nós, Senhor.
I?. Tende piedade de nós.
370 Devocionário

Oração final
Jesus, seja sempre bendito o vosso Cora­
O ção amantíssimo... Ó meu Deus, quem te-
ria sido capaz de dar uma só gota de sangue
por mim? E vós o destes todo... até à úl-
tima gota para salvar a minha alma!... To-
davia, quantas vezes, para agradar às criaturas,
vos .tenho desprezado, meu sumo bem!... Oh!
perdoai-me pelo vosso sangue precioso!...
Quero, para o futuro, amar-vos de todo o meu
coração... e cumprir fielmente a vossa santís­
sima vontade... Concedei-me que o meu últi­
mo alimento seja o vosso corpo adorável; que
a minha última palavra seja o vosso nome ben­
dito; que o meu último suspiro seja um suspiro
de amor e de arrependimento...
O* Jesus, pela desolação imensa que sofrestes
no Calvário, especialmente quando a vossa al­
ma se separou do vosso corpo divino, tende
piedade da minha alma, quando sair do meu
corpo miserável. Assim, depois de vos ter se­
guido nas breves tribulações da vida, seguir-
vos-ei na felicidade eterna do paraíso... Amém.
y. Parce, Domine, parce populo tuo.
R. Ne in aetemum irascaris nobis.
DEVOÇÃO ÀS CINCO CHAGAS DE JESUS
(Segundo írei Tomé de Jesus)
À chaga do pé esquerdo
A doro-vos, santíssima chaga do pé esquer-
-L^do de Jesus. Pelo sangue que por ela der­
ramastes, suplico-vos, ó meu Salvador, que
emendeis os errados passos que até agora te-
Quaresma 371

nho dado, e que me guieis pelo caminho da


verdade e da lei, que sempre cumpristes.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
À çliaga do pé direito
A doro-vos, santíssima chaga do pé direito '
•^*-de Jesus. Pregai, Senhor meu, na vossa
cruz os meus desejos e as afeições da minha
alma, para que não andem vagueando pelas
vaidades e pecados, mas sigam as pisadas dos
vossos sacratíssimos pés.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
À chaga da mão esquerda
A doro-vos, santíssima chaga da mão esquer-
-LA-da de Jesus. Aqui vos dou, Senhor, o meu
coração; que ele seja pregado na cruz com
esse duro cravo e juntamente com essa vossa
mão, para que ninguém vo-lo possa tirar.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
À chaga da mão direita
A doro-vos, santíssima chaga da mão direi-
-f*-ta de Jesus. Esta vossa mão divina, ó Sal-,
vador, não perde a sua força e virtude com ser
encravada na cruz, mas assegura-nos a confian­
ça que nela havemos de ter. Pregai com ela
esta miserável carne, tão medrosa de padecer
por vós, e tão animosa para o mal.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao* Padre.
* À chaga do lado
A doro-vos, santíssima chaga do lado de Je-
■íjLsus, asilo seguro dos culpados, refrigério
372 Devocionário

fresquíssimo de todos os cansados. Que in­


venções são estas do vosso amor, ó meu Deus?
Como se não bastasse para mim estar ao pé
da cruz, ainda quereis que entre e tome o lu­
gar que no vosso coração me quereis dar.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.

Oração final
lhai, Senhor, vos rogamos, sobre esta vos­
O sa família, pela qual nosso Senhor Jesus
Cristo não duvidou entregar-se às mãos dos
criminosos e suportar o tormento da cruz. O
qual. convosco vive e reina por todos os sé­
culos dos séculos. Amém.
TOQUE DE AGONIA DE NOSSO SENHOR
Em muitas Igrejas, pouco antes das 3 horas da
tarde de sexta-feira, dão-se no sino algumas ba­
daladas para nos recordar a hora da agonia e
morte de Jesus.
As pessoas que, ao toque do sino, rezarem (de
joelhos, podendo ser cômodamente). 5 P. N. e 5
A. M. e a jaculatória: Nós vos adoramos e louva­
mos, Senhor Jesus Cristo, porque pela vossa santa
cruz remistes o mundo, o sumo pontífice Pio XI
concedeu a indulgência de 10 anos em cada sex­
ta-feira, e plenária uma vez por mês, com as condi­
ções do costume, tendo-se praticado aquele ato de
piedade todas as sextas-feiras do mesmo mês.

3. PENTECOSTES
Novena de preparação
Conforme o desejo da santa Igreja, todos os ter­
ceiros façam com fé e fervor a novena de prepa­
ração à vinda do divino Espírito Santo. Rezem to­
dos os dias o hino ao Espírito Santo, que se en­
contra à pg. 153 deste manual, a sequência ou uma
Pentecostes 373

das orações a seguir. Quem desejar leitura para me­


ditação e maior escolha de orações recorra à bro­
chura: O divino Espírito Santo. Editora Vozes Ltda.
Petrópolis.
Sequência
TTeni, Sancte Spiri- T7*em, ó divino Espí-
* tus, — Et emitte ▼ rito, — Difunde o
cselitus Lucis tuae raio célico — De fúlgi-
radium. — Veni, Pa- dos clarões, Vem,
doce pai dos míseros,
ter pauperum, — Ve­ — Vem, doador muní-
ni, dator munerum, — fice, — Lume dos co­
Veni, lumen. cordium. rações.
2. Consolator opti- 2. Vem, d’alma afável
me, — Dulcis hospes hóspede, — Consolador
animae, — Dulce refri- egrégio, — Almo con­
. gerium. In labore forto, vem. — Frescor
requies, In cestu ao estio férvido, — No
temperies, — In fletu afã repouso plácido, —
solatium. Amparo e sumo bem.
3. O lux beatíssima, 3. Vem, tu, luz bea­
tíssima — Do coração
— Reple cordis intima nos áditos — De teus
— Tuorum fidelium. fiéis arder. — Sem ti,
— Sine tuo numine — nume benéfico, — Na­
da em nós há de inó-
Nihil est in homine, — xio, — Sem ti, que po­
Nihil est innoxium. de haver?
4. Lava quod est 4. Lava o que em
sordidum. Riga nós é sórdido, — Orva­
quod est aridum. — lha quanto é árido, —
Sana quod est sau- Sara a moléstia, a dor.
cium. — Flecte quod — Dobra o que acha-
374 Devocionârio

est rigidum, — Fove | res rígido, — Aquece


quod est frigidum, —' o quanto é frígido, —
Rege quod est devium. Rege o que errado for.
5. Da tuis fidelibus 5. Teu septenário mís­
— In te confidentibus tico — Concede aos fi-
— Sarrum sentena- : delissimos, — Que teus
— bacrum septena- d são. — Presta
num. - Da v.rtutis . virtude mérito> _
meritum, — Da salutis Qá-nos perene júbilo
exitum, — Da perenne _ £ êxito à salvação,
gaudium. — Amen. Amém.

Oração para alcançar os sete dons do Espirito


Santo
TTinde, Espírito Santo, enchei os corações de
V vossos fiéis e acendei neles o fogo de
vosso amor! CV Espírito Santo, concedei-me o
dom do temor de Deus, para que eu sempre
me lembre, com suma reverência e profun­
do respeito, da vossa divina presença; trema,
como os mesmos anjos, diante de vossa di­
vina majestade e nada receie tanto como de­
sagradar aos vossos santos olhos.
Ave-Maria.
Espírito Santo, concedei-me o dom de pie­
dade, que me tornará delicioso o trato e o co-
Ióquio convosco, na oração, e me fará amar
a Deus com íntimo amor, como a meu Pai, a
Maria santíssima, como a minha mãe e a to­
dos os homens como a meus irmãos em Jesus,
Cristo.
Ave-Maria.
Pentecostes 375

Espírito Santo, concedei-me o dom da ciên­


cia, para que eu conheça, cada vez mais, as
minhas próprias misérias e fraquezas, a bele­
za da virtude e o valor inestimável da alma; e
para sempre veja claramente as ciladas do de­
mônio, da carne e do mundo, a fim de poder
evitá-las.
Ave-Maria.
Espírito Santo, concedei-me o dom da for­
taleza, para que eu despreze todo o respeito
humano, fuja do pecado, pratique a virtude com
santo fervor e afronte com paciência, e mesmo
com alegria de espírito, os desprezos, prejuízos,
perseguições e a própria morte antes que rene­
gar por palavras e por obras o meu amabilís-
simo Senhor Jesus Cristo.
Ave-Maria.
Espírito Santo, concedei-me o dom do con­
selho, tão necessário em tantos passos melin­
drosos da vida, para que sempre escolha o
que mais vos agrade, siga em tudo a vossa
divina graça e com bons e carinhosos conse­
lhos socorra ao próximo. ,
Ave-Maria.
Espírito Santo, concedei-me o dom da in­
teligência, para que eu, alumiado pela luz ce­
leste de vossa graça, bem entenda as sublimes
verdades da salvação, a doutrina da santa
religião.
Ave-Maria.
Espírito Santo, concedei-me o dom da sabe­
doria, a fim de que eu, cada vez mais, goste das
376 DevocionArio

coisas divinas e, abrasado no fogo do vosso


amor, prefira com alegria as coisas do céu a
tudo que é mundano e me una para sempre a
Jesus, sofrendo tudo neste mundo por seu amor.
Ave-Maria.
Vinde, Espírito Criador, visitai-me, e enchei
o meu coração que vós criastes, com a vossa
divina graça. Vinde e repousai sobre mim, Es­
pírito de sabedoria e inteligência, Espirito de
conselho e fortaleza, Espírito de ciência, de
piedade e de temor de Deus. Vinde, Espírito di­
vino, ficai comigo e derramai sobre mim a vos­
sa divina bênção. Amém.
Ave-Maria.

Oração para alcançar os doze frutos do divino


Espírito Santo
T?spírito Santo, amor eterno do Pai e do Fi-
Iho, dignai-vos conceder-me os vossos doze
frutos: o fruto da caridade, que me una intei­
ramente convosco pelo amor; o fruto do gozo,
que me encha de santa consolação; o fruto
da paz, que produza em mim a tranquilidade da
alma; o fruto da paciência, que me faça sofrer
tudo por amor de Jesus e de Maria; o fruto da
benignidade, que me leve a socorrer de boa
vontade às necessidades dos que sofrem; o
fruto da bondade, que me torne benfazejo e
clemente a todos; o fruto da longanimidade,
que me faça esperar com paciência em qual­
quer demora; o fruto da brandura, que me faça
suportar com toda a mansidão o que o próximo
SS. Trindade 377

tem de incômodo; o fruto da fé, que me faça


crer firmemente na palavra de Deus; o fruto da
modéstia, que regule todo o meu exterior; en­
fim os frutos da continência e castidade, que
conservem as minhas mãos inocentes e o meu
coração limpo e imaculado.
Espírito divino, fazei que a minha alma seja
para sempre a vossa morada e o meu corpo
vosso sagrado templo. Habitai em mim e ficai
comigo na terra, para que eu mereça ver-vos
eternamente no reino da glória. Amém.

4. SANTÍSSIMA TRINDADE '


Ação de graças
Oração de S. Francisco de Assis
TAeus todo-poderoso, santíssimo, altíssimo e
-LJ soberano, Padre santo e justo, Senhor, Rei
do céu e da terra; nós vos damos graças por
vós mesmo; pois, por vossa santa vontade,
pelo vosso Filho único e pelo vosso Espírito
Santo, criastes os seres espirituais e corporais
e nos fizestes à vossa imagem e semelhança, e
nos colocastes no paraíso, e nós o perdemos
por nossa culpa. Nós vos damos graças por
nos haverdes remido por vosso Filho; porque,
com essa santa e verdadeira dileção com que
nos amastes, o fizestes nascer da gloriosa e
bem-aventurada Virgem Maria, a ele, verda­
deiro Deus e verdadeiro homem; porque qui­
sestes resgatar-nos do nosso cativeiro com a
sua cruz, o seu sangue e a sua morte. Tam­
bém vos damos graças porque o vosso próprio
378 DevocionArio

Filho virá de novo, na glória da sua majestade,


lançar ao fogo eterno os amaldiçoados que não
fizeram penitência e não vos conheceram, e
dizer àqueles que vos conheceram, adoraram e
serviram em espírito de penitência: “Vinde, os
abençoados de meu Pai, recebei o reino que
vos está preparado desde a origem do mundo”.
E porque todos nós, miseráveis e pecadores,
não somos dignos de vos chamar pelo vosso
nome, pedimo-vos humildemente que nosso Se­
nhor Jesus Cristo, vosso bem amado Filho, em
quem pusestes as vossas complacências, vos dê
graças com o Espírito Santo consolador, como
é agradável a vós e a eles, por todos os vossos
benefícios, ele (Jesus), que sempre vos basta
a tudo e por quem nos concedestes tantos fa­
vores. Aleluia!
E vós, gloriosa e bem-aventurada Maria, mãe
de Deus, sempre virgem; bem-aventurados Mi­
guel, Gabriel e Rafael; todos os coros dos espí­
ritos bem-aventurados: serafins, querubins, tro­
nos, dominações, príncipes, potências, virtudes,
anjos e arcanjos; bem-aventurados João Batis­
ta, João Evangelista, Pedro, Paulo; bem-aven­
turados patriarcas, profetas, santos inocentes,
apóstolos, evangelistas, discípulos, mártires,
confessores, virgens; bem-aventurados Elias e
Enoc, e todos vós, ó santos passados, presentes
e futuros, nós vo-lo suplicamos pelo amor de
Deus, dai-lhe graças por todos os seus benefí­
cios como lhe aprouver, a ele, Deus soberano,
eterno e vivo, a seu caríssimo Filho, nosso Se­
nhor Jesus Cristo, e ao Espírito Santo consola­
dor, nos séculos dos séculos. Amém. Aleluia!
SS. Trindade 379

E todos aqueles que querem servir o Senhor


Deus na santa Igreja católica e apostólica, to­
dos os eclesiásticos, padres, diáconos, sub-diá-
conos, acólitos, exorcistas, leitores, ostiários, to­
dos os clérigos, todos os religiosos e todas as
religiosas, os meninos e as crianças, os pobres,
os desgraçados, os reis, os príncipes, os ope­
rários, a gente do campo, os servos, os mes­
tres, as virgens, as pessoas casadas e solteiras,
os leigos, os homens, as mulheres, os adoles­
centes, os velhos, os sãos, os enfermos, todas
as tribos, todas as línguas, todas as nações,
todos os homens da terra, presentes e futuros,
nós lhes pedimos humildemente, todos nós, ir­
mãos menores, servos inúteis, que peçam para
nós a graça da perseverança na verdadeira fé e
na penitência, pois ninguém se pode salvar
cíe outro modo. Amemos todos, de todo o nosso
coração, de toda a nossa alma, de todo o nosso
espírito, com todas as nossas forças, toda a
nossa inteligência, todos os nossos meios, to­
das as nossas entranhas, todos os nossos de­
sejos, e toda a nossa vontade, o Senhor Deus
que nos deu e nos dá a todos todo o nosso
corpo, toda a nossa alma e toda a nossa vida,
que nos criou, resgatou e salvou só pela sua
misericórdia, que nos deu e nos dá todos os
nossos bens, a nós, miseráveis e infelizes, cor­
rompidos e impuros, ingratos e maus.
Não tenhamos, pois, senão um desejo, se­
não uma vontade: não amar e não gozar senão
o nosso Criador, o nosso Redentor e o nosso
Salvador, único verdadeiro Deus, bem completo
e perfeito, inteiro, verdadeiro e supremo; bem
380 Devocionário

único, que só ele é doce e misericordioso, cheio


de ternura e de suavidade; só ele é santo, justo,
verdadeiro e reto; só ele é bom, inocente e
puro; de quem, em quem e por quem vem todo
o perdão, toda a graça, toda a glória de todos
os penitentes, de todos os justos e de todos os •
bem-aventurados que se regozijam no céu. Que
■nada nos afaste dele, nada nos isole dele, nada
nos separe dele.
Por toda parte, em todos os lugares, em
qualquer tempo, a toda hora, cada dia e con­
tinuamente, creiamos verdadeira e humildemen­
te, no fundo do nosso coração, amemos, hon­
remos, glorifiquemos, exaltemos, celebremos
e agradeçamos ao Altíssimo, Deus soberano e
eterno, Trindade e Unidade, Padre, Filho e Es­
pírito Santo, Criador universal, Salvador dos
que põem nele a sua fé, a sua esperança, o seu
amor, Deus imutável, sem fim, nem começo, in­
visível, inenarrável, inefável, incompreensível,
bendito, louvado, glorioso, exaltado, grande, su­
blime, suave, amável, deleitável, inteiramente e
acima de tudo desejável nos séculos dos sécu­
los. Amém.

Benedicite
T>endizei ao Senhor, vós, todas as criaturas
-D do Senhor; louvai-o e exaltai-o para sempre.
Bendizei ao Senhor, vós anjos do Senhor;
céus, bendizei ao Senhor.
Bendizei ao Senhor, vós, todas as águas sus­
pensas no céu; bendizei ao Senhor, vós, todas
as virtudes do Senhor.
SS. Trindade 381

Bendizei ao Senhor, sol, e lua; bendizei ao


Senhor, estrelas do céu.
Bendizei ao Senhor, vós todos, chuva e or­
valho; bendizei ao Senhor, vós todos, ventos
que Deus desencadeia.
Bendizei ao Senhor, fogo e ardores do ve­
rão; bendizei ao Senhor, frios e rigores do in­
verno.
Bendizei ao Senhor, orvalhos e brumas; ben­
dizei ao Senhor, geadas e frios.
Bendizei ao Senhor, gelos e neves; bendizei
ao Senhor, noites e dias.
Bendizei ao Senhor, luz e trevas; bendizei ao
Senhor, raios e nuvens.
Bendizei ao Senhor; louvai-o e exaltai-o para
sempre.
Bendizei ao Senhor, montanhas e colinas;
bendizei ao Senhor, vós todas, plantas que ger­
minais na terra.
Bendizei ao Senhor, fontes; bendizei ao Se­
nhor, mares e rios.
Bendizei ao Senhor, cetáceos e vós todos,
peixes, que viveis nas águas; bendizei ao Se­
nhor, vós, todas as aves do céu.
Bendizei ao Senhor, animais selvagens e re­
banhos; bendizei ao Senhor, filhos dos homens.
Bendiga Israel ao Senhor; louve-o e exalte-o
para sempre.
Bendizei ao Senhor, vós, sacerdotes do Se­
nhor; bendizei ao Senhor, vós todos, santos e
humildes de coração.
Bendizei ao Senhor, Ananias, Azarias, Misael;
louvai-o e exaltai-o para sempre.
Manual da O T — 25
382 Devocionárlo

'• Bendigamos ao Padre, e ao Filho, e ao Es­


pírito Santo; louvemo-lo e exaltemo-lo por to­
dos os. séculos. .
Bendito sois vós, Senhor, nos espaços ce­
lestes; sois digno de todo o louvor, glória e
honra por todos os séculos dos séculos.
Laudes Dei
de S. Francisco de Assis
Çanto, santo, santo, é o Senhor, Deus todo-
i3poderoso, que é, que era e que será sempre.
Louvemo-lo e exaltemo-lo para sempre.
Vós sois digno, Senhor, nosso Deus, de re­
ceber louvor, glória, honra e bênção. Louve­
mo-lo e exaltemo-lo por todo o sempre.
Ele é digno, o Cordeiro que foi condenado à
morte, de receber o poder, a divindade, a sa­
bedoria, a força, a honra, a glória e a bênção.
Louvemo-lo e exaltemo-lo por todo o sempre.
Bendito seja o Pai, o Filho e o Espírito San­
to. Louvemo-lo e exaltemo-lo por todo o sem­
pre.
Cantai os louvores do Senhor, ó vós, todas
as suas criaturas. Louvemo-lo e exaltemo-
lo por todo o sempre.
Louvai a Deus, vós todos, os seus servos, vós
que temeis a Deus, pequenos e grandes. Lou­
vemo-lo e exaltemo-lo por todo o sempre.
Que os céus e a terra, que toda a criatura no
céu, sobre a terra e debaixo da terra, o mar e
tudo o que ele contém, celebrem a glória desse
Deus. Louvemo-lo e exaltemo-lo por todo o
sempre.
SS. Trindade 383

Como .no começo, agora e sempre, e nos’


séculos dos séculos. Assim seja. Louvemo-lo
e exaltemo-lo por todo o sempre.
Cântico do sol i - *

de S. Francisco de Assis
A Itíssimo, onipotente, bom Senhor!
A ti pertencem a glória, a honra e o louvor:
Só a ti, altíssimo, todas as bênçãos se hão
de dar,
Embora nenhum homem seja digno de te men­
cionar.
Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas
criaturas,
Especialmente pelo nosso irmão sol,
O qual, com a sua luz, preside aos nossos
dias,
E que, como tu, Senhor, é belo e radiante
E de grande esplendor.
Louvado sejas, meu Senhor, pelas nossas irmãs,
a lua e as estrelas
Que resplandecem no céu, belas e preciosas,
cheias de claridade.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento,
E pelo ar tranquilo,
Que serve em todo o tempo,
Ou nublado ou sereno,
E pelo espaço imenso
Em cujo seio todas as coisas se acomodam.
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã
água,
Tão útil e humilde e preciosa e casta.
25a
384 Devocionáxlo

Louvado sejas, meu Senhor, pelo nosso irmão


fogo,
O belo e jocundo, o vigoroso.e forte
lluminador das nossas noites.
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa mãe
terra
Que nos sustenta e ampara,
Que produz os frutos diversos,
E as flores coloridas,
E as ervas.
Louvado sejas, meu Senhor, por todos aqueles
Que, por amor de ti, perdoam aos seus inimi­
gos,
E pelos que suportam com paciência a enfer­
midade e as tribulações.
Bem-aventurados os que sofrem em paz,
Porque eles serão coroados pelo Altíssimo!
Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a
morte do corpo,
À qual nenhum homem vivo pode escapar.
Infelizes os que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados os que cumprem até o fim
as tuas santíssimas vontades,
Porque não sofrerão a morte eterna!
Louvado e bendito sejas, meu Senhor, pelas
tuas criaturas;
E que todas te rendam graças,
E te sirvam com muita humildade.
Corpus Christi 385

5. CORPUS CHRISTI
A santa eucaristia foi sempre alvo da maior ve­
neração por parte do S. Francisco de Assis. — "Eu
vos conjuro a todos, meus irmãos, — escreveu ele
— a que manifesteis todo o respeito ao santíssimo
corpo e ao sangue de nosso Senhor Jesus Cristo,
por quem tudo o que está no céu e na terra foi
pacificado... Aconselho-vos com instância a que po­
nhais de lado todos os cuidados e toda a inquieta­
ção e que recebais o corpo e o sangue santíssimos
de nosso Senhor Jesus Cristo, em sua memória".
Todas as devoções indicadas neste parágrafo são
excelentes. Contudo, por serem mais fáceis de pra­
ticar o ao mesmo tempo írutuosíssimas, aconselha­
mos com maior Instância a comunhão espiritual
(devoção particularmente franciscana) e as visitas
ao SS. Sacramento.

Comunhão espiritual
S. Leonardo aconselhou-nos fazer preceder a co­
munhão espiritual de um ato de contrição, a fim de
excitar-nos a um vivo desejo de receber nosso Se­
nhor no sacramento de seu amor; é nisto que con­
siste a comunhão espiritual; o desejo supõe um
ato de fé na presença real.
Em seguida, imaginemos aproximar-nos da santa
mesa c ali recebermos a sagrada partícula das mãos
do padre ou dum santo a quem tenhamos particu­
lar devoção, ou, melhor ainda, das mãos da santís­
sima Virgem. Entretanto, este ato da imaginação
não é essencial. Preciso unicamente é considerar­
mos, em profundo silêncio, nosso Senhor no nosso
interior, adorá-lo, agradecer-lhe, isto é, fazer to­
dos os atos da comunhão sacramental.
A comunhão espiritual, diz São Leonardo, é um
tesouro tão precioso, que proporciona à alma toda
a sorte de benefícios. Inflama o coração de amor
por Deus, unc-o a ele e o dispõe a receber os fa­
vores mais especiais.
Muitos mestres da vida espiritual não receiam
dizer que. algumas vezes, se faz a comunhão es­
piritual com tanto fervor, que nela se recebe a
mesma graça que na comunhão sacramental.
386 Devocionário

Para nos fazer ver o quanto esta maneira de


comungar lhe agrada, nosso' Senhor, muitas vezes,
atendeu ao desejo de seus servos, dando-lhes, por
suas próprias mãos, a santa comunhão, como acon­
teceu a santa Clara de Montefalco, ou então pelas
mãos dos anjos, como a recebeu o seráfico doutor
São Boaventura.
A comunhão espiritual pode ser feita todas as ve­
zes que se quiser, pela manhã, à noite, à tarde,
durante o dia, na igreja ou em casa, sendo muito
recomendada na missa, no momento em que o padre
comunga.
Para receber a comunhão espiritual não são pres­
critas fórmulas determinadas. Entre outras pode
servir o seguinte ato:
Vinde, ó bom Jesus, amor e vida de minha
alma, vinde a este pobre coração, vinde e san-
tificai minha alma; vinde, ó dulcíssimo Jesus,
vinde!
"Se praticardes este piedoso exercício muitos dias,
— diz S. Leonardo de Porto Maurício, eu vos
dou um mês para verdes vosso coração todo
abrasado".

VISITAS AO SS. SACRAMENTO


“Vinde a mim vós todos que trabalhais e
vos sentis atribulados, e eu vos aliviarei".
No tabernáculo reside o Filho de Deus, ofere­
cendo-se sem cessar a seu eterno Pai em adoração
e ação de graças, em expiação e reparação dos nos­
sos pecados, e em petição das graças necessárias
para a nossa salvação.
No silêncio do santuário Jesus a todos convida,
a todos chama para lhes dar força, alívio e
consolação.
Vinde, pois, visitar frequentemente a Jesus sacra­
mentado para o adorar e lhe agradecer, em repa­
ração e desagravo pelo esquecimento e ingratidão
dos homens, e para pedir suas graças e bênçãos
divinas.
Corpus ChristI 387

Primeira visita
ViBita de adoração
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Jesus, Criador e Redentor meu, aqui pre­
Ó sente neste augusto sacramento com o vos­
so corpo, sangue, alma e divindade, tão real e
perfeitamente como estais no céu, vos adoro
com o mais profundo respeito, bendigo a vossa
divina majestade, glorifico a vossa magnificên­
cia, e louvo a vossa beleza infinita.
Só vós, ó Jesus, sois a consolação, a ale­
gria e a felicidade de rninlia alma; só a vós,
Senhor, todas as criaturas no céu e na terra
devem render glória e adoração.
Eu vos adoro, meu Jesus, em nome de to­
das as criaturas, principalmente daquelas que
não vos adoram.
E para que minha pobre adoração mais vos
agrade, ofereço-vos, meu divino Redentor, to­
dos os atos de adoração dos santos apóstolos
e confessores, dos gloriosos mártires e das san-
tastas virgens, dos anjos que vos fazem guarda
de honra aqui diante do vosso trono, no céu,
e de todos os querubins e serafins.
Em particular, vas ofereço, meu amado Jesus,
a adoração de S. João apóstolo, vosso amigo
angélico, de S. José que tanto vos ama, e sobre
tudo de vossa mãe, a virgem imaculada, Ma­
ria santíssima.
Aceitai propício e benigno, ó meu divino Sal­
vador,- este ato de adoração que vos faço, em
união com os vossos anjos e santos, e pelo
388 Devocionárlo

coração puríssimo de vossa mãe imaculada, e


fazei que sempre me aproxime de vós com a
mais viva fé, devoção e amor, a fim de ter a
dita inefável de adorar-vos um dia com os an­
jos e santos, na glória eterna do céu. Assim
seja.
Segunda visita
Visita de agradecimento
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
^ meu clementíssimo Jesus, quão grandes e
v-í incompreensíveis são as graças que me
concedestes e todos os dias me concedeis, com
liberalidade infinita, não obstante a minha mi­
séria e os meus pecados!
Agradeço-vos, Senhor, ter-me dado a vida
e todas as criaturas que destinastes ao meu
serviço.
Agradeço-vos, meu piedosíssimo Jesus, vos
terdes feito homem, por meu amor, e morrido
na cruz para me salvar.
Agradeço-vos a santa Igreja que fundastes
na terra, os santos sacramentos que instituístes,
o me terdes feito nascer na fé católica, nela me
conservado até hoje, e o não me terdes deixado
morrer em pecado, dando-me o tempo e a gra­
ça suficiente para fazer penitência.
Agradeço-vos todas as graças que me con­
cedeis de contínuo para minha santificação, e
todos os benefícios que a cada passo me dis­
pensais.
Em modo especial, Senhor, quero agradecer-
vos o santíssimo sacramento da eucaristia, onde
Corpus Chrlsti 389

habitais conosco, onde sois alimento de minha


alma, dando-me vida, força, consolação e alento.
Agradeço-vos, hoje em particular... (algu­
ma graça especial obtida, ou não mencionada
nesta oração).
O' meu amável Jesus, desejo que toda a
minha vida seja um ato contínuo de agradeci­
mento, por tudo quanto por mim fizestes com
tanta bondade e * misericórdia. Fazei que eu
vos possa louvar e bendizer num hino perpétuo
de ação de graças, com todos os anjos e san­
tos do céu, pelos séculos dos séculos. Assim
seja.

Terceira visita
ViBita de reparação
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Qenhor meu, Jesus Cristo, quantas vezes vos
tenho ofendido na minha vida passadal Pe­
sa-me, Senhor, de todo o meu coração. Arre-
pendo-me de todos os meus pecados, não só
por ter merecido os vossos castigos, mas mui­
to mais por ter sido tão ingrato contra vós, que
sois infinitamente bom e amável. Perdoai-me,
Senhor, pelo preciosíssimo sangue que por mim
derramastes.
O' pacientíssimo Coração de Jesus, continua­
mente ofendido e injuriado pelos homens in­
gratos, eu vos adoro e vos amo com todo o
afeto do meu coração, e para reparar de algum
modo o esquecimento e a ingratidão dos peca­
dores, ofereço-vos meus pobres atos de amor,
390 Devocionário

unidos ao fervor dos serafins, e não cessarei,


Senhor, em toda a minha vida, de exaltar-
vos e bendizer-vos.
Vencei, ó Jesus, com vossa misericórdia in­
finita, a obstinação dos pecadores; iluminai-os,
convertei-os, atraí-os todos ao vosso amor. Sede
médico caritativo, pastor amantíssimo, pai ex­
tremoso de todos os que vivem longe de vós,
nas trevas do pecado, do erro e do vício.
Sede propício a todos nós, ó misericordio­
síssimo Jesus, purificai as nossas almas no vos­
so sangue precioso, e conduzi-nos todos ao rei­
no do vosso amor. Assim seja.
Quarta visita
Visita de petição
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
T>iedosíssimo Jesus, em vosso nome e pelo
A vosso sangue, peço-vos perdão de todos
os meus pecados, dos quais sinceramente me ar­
rependo, e a graça de nunca mais vos tornar
a ofender.
Abençoai, Senhor, o meu corpo e a minha
alma, os meus pensamentos, palavras e obras,
a minha vida e minha morte.
Aumentai-me a fé, a esperança e a caridade.
Fazei que o vosso santo amor abrase todo 0
meu coração. Dai-me uma sincera caridade para
tom o próximo, tratando a todos como irmãos,
amando-os e socorrendo-os em todas as suas
necessidades.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei
meu coração semelhante ao vosso.
Corpus Christi 391

Dai-me paciência. Preservai-me do pecado


contra a castidade, fazendo-me servir-vos de
coração puro, e limpo de corpo.
Abençoai os meus trabalhos; fortalecei a mi­
nha saúde e confortai-me nas minhas aflições.
Aqui podes pedir graças particulares.
O' meu bom Jesus, dai-me a graça de uma
boa morte, assisti-me na minha agonia, fazei
que eu morra no vosso amor, para receber
a coroa de glória que tendes preparado aos
vossos eleitos. Assim seja
Oração de Santo Afonso para a visita ao SS.
Sacramento
Tfc/Teu Senhor Jesus Cristo, que, pelo amor
J.VJL qUe tendes aos homens, estais de dia e de
noite neste sacramento adorável, chamando, es­
perando e recebendo todos aqueles que vêm
visitar-vos, eu creio firmemente que vós estais
aí realmente presente. Eu aí vos adoro, reco­
nhecendo o abismo do meu nada. Agradeço-vos
todas as graças que me haveis concedido, es­
pecialmente o terdes-vos dado a mim neste sa­
cramento, o terdes-me dado por advogada a
vossa mãe, Maria santíssima, o terdes-me cha­
mado e inspirado a vir procurar a vossa pre­
sença nesta igreja.
Adoro neste momento o vosso sagrado Co­
ração, e lhe faço esta visita por três razões
principais: a primeira, em ação de graças por
uma tão grande dádiva; a segunda, em repa­
ração dos ultrajes que tendes recebido e pos­
sais receber nesse sacramento; a terceira, na
392 Devocionário

intenção de vos adorar por esta visita em to­


dos os lugares da terra onde vós estais me­
nos honrado e mais abandonado.
Ah! meu divino Jesus! eu desejo amar-vos
com todo o meu coração, arrependo-me de ha­
ver tantas vezes ofendido a vossa infinita bon­
dade; proponho com a vossa santa graça não
tornar mais a ofender-vos. Desde este momen­
to, indigno como sou, eu me consagro todo a
vós; consagro-vos a minha vontade, todos os
meus afetos e todos os meus desejos. Fazei de
mim e de tudo quanto possuo, o que vos aprou-
ver. Peço-vos unicamente o vosso santo amor,
a perseverança final e total cumprimento de
vòssa santíssima vontade. Recomendo-vos as
almas do purgatório, especialmente as que fo­
ram mais devotas do santíssimo sacramento e
da santíssima Virgem; recomendo-vos também
todos os pobres pecadores. Uno enfim todos os
afetos do meu coração aos afetos do vosso Co­
ração adorável; e, assim unidos, os ofereço ao
vosso eterno Pai, e lhe peço, em vosso nome,
que por vosso amor haja por bem aceitá-los de
bom grado. Amém.

Oração de Santo Tomás de Aquino


para as visitas ao SSmo. Sacramento
O’ Jesus, que tanto me amais, verdadeiro
Deus aqui oculto, escutai-me, vos imploro. Seja
vosso prazer o meu prazer, a minha paixão,
o meu amor! Dai-me que o procure, que o en­
contre, indicai-me vossas veredas! Vossos de­
sígnios sobre mim, dizei-mos, e fazei-me segui-
Corpus Chrlstl 393

Ios até a definitiva salvação de minha alma.


Indiferente ao que passa e com um único de­
sejo: o de vos ver, ame tudo o que é vosso,
mas principalmente a vós, meu Deus, a vós!
Tornai-me amarga toda alegria que não for vós
mesmo, impossível todo desejo fora de vós, de­
licioso todo trabalho para vós feito, insuportá­
vel todo repouso que não é em vós. Voe para
vós minha alma a cada hora, ó bom Jesus; não
seja a minha vida mais que um ato de amor!
Fazei-me sentir que é morta toda ação que vos
não honra; seja a minha piedade menos um
costume, do que um continuo movimento do
coração.
O’ Jesus, minha delícia e minha vida, dai-
me uma humildade sem afetação, uma alegria
sem dissipação, uma austeridade sem rudeza.
Ensinai-me a falar sem rodeios, a temer sem
desalento, a esperar sem presunção, a ser puro
e imaculado, a repreender sem cólera, a amar
sem refolho, a edificar sem ostentação, a obe­
decer sem réplica, a sofrer sem murmúrio.
Bondade suprema, ó Jesus, peço-vos um co­
ração apaixonado por vós, a que não possa dis­
trair espetáculo nenhum, nenhum sussurro; um
coração fiel e ufano, que não trepide nem desça,
coração invencível, prestes sempre a lutar após
cada procela; coração livre e isento de sedu­
ções, nunca escravo; coração reto que não tri­
lhe jamais sendas tortuosas.
E meu espírito, Senhor, meu espirito! Que,
incapaz de desconhecer, ardoroso, em vos bus­
car, acerte enfim em vos encontrar, a vós, su­
prema Sabedoria! Não vos cause desprazer a
394 Devocionário

sua atividade! Aguarde confiante e calmo vos­


sas respostas e, à vossa palavra, aquiete-se
afinall
Oxalá me faça sentir a penitência os espi­
nhos de vossa coroa. Oxalá orvalhe vossa gra­
ça de dons os caminhos do meu exílio! Oxa­
lá me seja dado na pátria inebriar-me das ale­
grias da glória. Assim seja.
A BÊNÇÃO DO SS. SACRAMENTO
O salutaris
salutaris hóstia. vítima da paz,
v-J Quae caelis pandis Que o ccu abris-
ostium: te ao pobre pecador,
Bella premunt hostilia Guerra crua sofre-
Da robur, fer auxi- mos: ah! dá força,
lium. Socorre-nos, Senhor!
Uni trinoque Domino. Ao trino e uno Deus
eterna glória,
Sit sempiterna gloria: Do céu na imensidade,
Qui vitam sine termi- Pátria, onde um dia
no . nos dará benigno,
Nobis donet in patria. Perene felicidade.
'Amen. Amém. •
Tantum ergo
rpantum ergo Sacra- pste grande sacramento,
mentum, -■-'Humildemente adore­
Venercmur cernui. mos:
Et antiquum documen- Da antiga lei as figuras
tum,
Novo cedat ritul. Cedam ao novo mistério.
Praestet íides supple- À fraqueza dos sentidos,
raentura
Sensuum defectui. Sirva a fé de suplemento.
Corpus Christi 395

Genitori Genitoque, Ao Pai, ao Filho igual­


mente,
Laus et jubilatio, Louvores mil tributemos!
Salus, honor, virtua quo- Seus altos dons inefáveis,
que, Por justo tributo honre­
Sit et benedictio; mos.
Procedenti ab utroque, Ao que d’ambos procede.
Compar sit laudatio! Os mesmos louvores de­
Amen. mos. Amém.
y. Panem de caelo y. Vós, Senhor, lhes
praestitisti eis, concedestes o pão do
céu,
tf. Omne delectamen- B'. Que em si encerra
tum in se habentem. toda a doçura.
Oremus Oremos ^
T>cus, qui nobis sub Deus, que neste ad-
Sacramento mira- mirável sacramento
bili passionis tune me- nos conservastes a me­
moriam reliquisti: tri- mória de vossa paixão,
bue, quaesumus; ita concedei-nos, vo-lo pe­
nos corporis et san- dimos, que veneremos
os sagrados mistérios
guinis tui sacra mys- de vosso corpo e san­
teria venerari, ut re- gue, de modo que sin­
demptionis tuae fru- tamos em nós o fruto
ctum in nobis jugitur de vossa redenção: vós
sentiamus. Qui vivis que viveis e reinais por
et regnat in saecula todos os séculos dos
saeculorum. í?. Amen. séculos. Amém.
Ato de desagravo contra as blasfêmias
Bendito seja Deus.
Bendito seja o seu santo nome.
Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus
e verdadeiro homem.
396 Devocionário

-Bendito seja o nome de Jesus.


Bendito seja o seu sacratíssimo Coração.
Bendito seja Jesus no santíssimo sacramento
do altar.
Bendita seja a grande mãe de Deus, Maria san-
- tíssima.
Bendita seja a sua santa e imaculada concei­
ção.
Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe.
Bendito seja S. José, seu castíssimo esposo.
Bendito seja Deus nos seus anjos c nos seus
santos.

Oração pela Igreja, pelo S. Padre e pela pátria


eus e Senhor nosso, protegei a vossa Igre­
D ja, dai-lhe santos pastores e dignos minis­
tros; derramai as vossas bênçãos sobre o nosso
santo padre, o papa, sobre o nosso bispo, so­
bre o nosso pároco e todo o clero; sobre o
chefe da nação e do estado, e sobre todas as
pessoas constituídas em dignidade, para que
governem com justiça; dai ao povo brasileiro
paz constante e prosperidade completa. Favo­
recei com os efeitos contínuos de vossa bon­
dade, o Brasil, este bispado, a paróquia que ha­
bitamos, a cada um de nós em particular e a
todas as pessoas por quem somos obrigados a
orar ou que se recomendaram às nossas ora­
ções. Tende misericórdia das almas dos fiéis
que padecem no purgatório; dai-lhes, Senhor,
o descanso e a luz eterna.
Padre-nosso, Ave-Maria, Glória ao Padre.
Corpus Christi 397

Salmo 116
T audate Dóminum, om- T ouvai ao Senhor to­
'nes gentes, * lauda- adas as nações: *. lou­
te cum, omnes popull. vai-o todos os povos.
Quoniam confirmata Porque está confirmada
cst super nos miseri­ sobre nós a sua miseri­
córdia ejus, • et veritascórdia; * e a verdade do
Domíni manet in aeter- Senhor permanece eterna­
num. mente.
Glória Patri et Filio Glória ao Padre e ao
* et Spiritui Sancto. Filho * e ao Espirito San­
to.
Sicut erat Jn princi­ Assim como era no
pio, et nunc et semper princípio, agora e sempre
* et In saecula soeculo- * e por todos os séculos
rum. Amen. dos séculos. Amém.

Oração a São Pascoal, padroeiro das obras eu-


carísticas
Entre os santos em que a piedade eucarística pa­
receu manifestar-se com fervor mais ardente, disse
Leão XIII em seu breve de 18 de Fevereiro de 1897,
Pascoal Bailão tem o primeiro lugar.‘‘Por isso nós
o declaramos e constituímos padroeiro especial das
congregações e de todas as associações que têm
por objeto a divina eucaristia”. São Pascoal 6 tam­
bém invocado por aqueles que desejam ser adverti­
dos na proximidade da morte, a fim de para ela
poderem se preparar santamente.
São Pascoal, meu celeste advogado, que
Õ fostes o discípulo fiel daquele que disse:
Aprendei de mim que sou manso e humilde de
coração, lançai sobre mim vosso olhar. Oh! co­
mo estou longe deste belo exemplo de nosso
Redentor! como sou orgulhoso, soberbo, des­
denhoso. Vós, santo amabilíssimo, pedi a Jesus
que me encha o coração de humildade, daquela
humildade, que vos mereceu tantos favores so­
bre a terra; e sobretudo alcançai-me fé viva,
Manual da O T — 26
398 Devoclonário

ardente amor para com Jesus eucarístico, a fim


de que, como vós e convosco, possa contem­
plá-lo, não mais velado na hóstia, mas face a
face na glória celeste. Assim seja.

6. SAGRADO CORAÇAO DE JESUS


No cerimonial, sob os títulos: Consagração da O
T ao Sagrado Coração de Jesus e Consagração a
Cristo Bel, encontram-se várias belíssimas orações.
Acrescentamos outra consagração (que na edição
primitiva se encontrava no cerimonial) e a la­
dainha.

Consagração ao sagrado Coração


adorável Salvador, / verdadeiramente pre­
Ó sente no santíssimo Sacramento, / nós,
filhos de vosso amado e fiel servidor S. Fran­
cisco, / aqui prostrados, / queremos oferecer-
vos homenagens e adorações sinceras. / Cheios
de humildade, / ousamos, confiantes em vosso
amor infinito, / renovar a aliança da Ordem
Terceira com o vosso sagrado Coração.
Nesta intenção, nós nos consagramos / e
nos imolamos ao vosso divino Coração, / e
o fazemos inteiramente e sem a menor reser­
va, / com tudo o que somos e possuímos. /
Pública e solenemente, / do modo mais per­
feito, a vós nos entregamos / e, conosco, a
nossa fraternidade / e toda a Ordem Terceira,
/ com seus membros e superiores. / Também
vos consagramos nossa pessoa, / nossos pen­
samentos, palavras e obras, / nossas aflições e
sofrimentos, / nosso coração com todas as sen­
sações, / desejos e intenções. / A vós somente,
Sagrado Coração do Jesus 399

/ ó doce Coração de Jesus, / pertence nosso


corpo e nossa alma, / nossa inteligência e von­
tade.
Consagrados vos são os nossos atos e as nos­
sas forças; / em vosso sagrado Coração reno­
vamos, ó Jesus, / todos.os desejos e votos de
nosso coração, / e prometemos servir-vos, dora
em diante, / guardando os mandamentos, /
e cumprindo fielmente vossa divina vontade.
Com toda a força e ternura de nosso cora­
ção, / ó Coração divino, / desejamos santifi­
car-nos e consagrar-nos a vós / -irrevogàvel-
mente e por toda a eternidade'.
Não abandoneis, ó bom Jesus, / nosso fraco
coração. / Vós, que desejais tão ardentemente o
amor dos homens, / deixai repousar sobre nós
o olhar de vosso amor, / cheio de graça e mi­
sericórdia.
Derramai sobre nós, / de acordo com vossas
promessas, / as bênçãos do vosso Coração, /
a fim de que o gozemos, pela unidade dos sen­
timentos, / pelos ornatos da virtude, / pela ri­
queza das boas obras, / conseguindo, con­
forme as vossas intenções / e com todas as
nossas forças, / estabelecer o reinado do vosso
Coração nos corações dos homens.
Conservai e auxiliai, ó Jesus, / nossa frater­
nidade e toda a Ordem, / no zelo e na perfei­
ção, / no espírito de humildade e de penitência.
/ Protegei, ó bom Jesus, / nossa fraternidade
contra todos os inimigos visíveis e invisíveis; /
afastai as dissensões, / a desordem e o escân­
dalo, / a fim de que possamos servir-vos com
26*
400 Devocionário

justiça, / amor e paz, / conservando-nos fiéis


ao vosso sagrado Coração.
O’ caro Salvador, / baixai também vosso
olhar para a Ordem de S. Francisco, / conser­
vai-a, protegei-a contra todos os inimigos.
Abençoai, enfim, / ó amável Salvador, / nós
vos rogamos, / em nome e pelos méritos do
vosso seráfico servo, / por todos os santos bem-
aventurados e eleitos de sua tríplice Ordem, /
vossa esposa querida, a santa Igreja católica, /
e seu chefe, vosso representante visível sobre a
terra. / Acelerai o triunfo e a glória de vossa
Igreja, / a fim de que vosso nome seja conhe­
cido, / temido, amado e glorificado sobre a
terra. Amém.

Ladainha do sagrado Coração de Jesus


Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, audi nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Pater de caelis Deus, Deus Padre dos céus,
miscrere nobis. tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mundi, Deus Filho,. Redentor
Deus, do mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinitas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Sagrado Coração de Jesus 401

Cor Jesu, Filii Patris Coração de Jesus, Fi­


asterni, lho do Padre Eterno,
Cor Jesu, in sinu Vir- Coração de Jesus, for­
ginis Matris a Spi- mado pelo . Espírito
ritu Sancto forma- Santo no seio da Vir­
tum, gem Mãe,
Cor Jesu, Verbo Dei Coração de Jesus, uni­
substantialiter uni- do substancialmente
tum, ao Verbo de Deus,
Cor Jesu, majestatis Coração de Jesus, de
infinita?, majestade infinita,
Cor Jesu, tcmplum Dei Coração de Jesus, tem­
sanctum, plo santo de Deus, ,
Cor Jesu, tabernacu- Coração de Jesus, ta-
lum Altissimi, bernáculo do Altís­
simo, .
Cor Jesu, domus Dei Coração de Jesus, casa
et porta caeli, de Deus e porta do
céu,
Cor Jesu, fornax ar- Coração de Jesus, for­
dens caritatis, nalha ardente de ca­
ridade,
Cor Jesu, justitiae et Coração de Jesus, re­
amons receptacu- ceptáculo de justiça
lum, e de amor,
Cor Jesu, bonitate et Coração de Jesus, cheio
amore plenum, de bondade e de
amor,
Cor Jesu, virtutum om- Coração de Jesus, abis­
nium abyssus, mo de todas as vir­
tudes,
Cor Jesu, omni laude Coração de Jesus, dig­
dignissimum, níssimo de todo o
louvor,* \
402 I>evocionárÍo

' Cor Jesu, rex et cen- Coração de Jesus, rei e


trum omnium cor- centro de todos os
dium, corações,
Cor Jesu, in quo sunt Coração de Jesus, no
omnes thesauri sa- qual estão todos os
pientiae et scientise, tesouros da sabedo­
ria e ciência,
Cor Jesu, in quo habi­ Coração de Jesus, no
tat omnis plenitudo qual habita toda a
divinitatis, plenitude da divinda­
de,
Cor Jesu, in quo Pa- Coração de Jesus, no
ter sibi bene com- qual o Pai põe as
placuit, suas cornplacências,
Cor Jesu, de cujus ple- Coração de Jesus, de
nitudine omnes nos cuja plenitude nós to­
accepimus, dos participamos.
Cor Jesu, desiderium Coração de Jesus, de­
collium aeternorum, sejo das colinas eter­
nas,
Cor Jesu, patiens et Coração de Jesus, pa­
multae misericordiae, ciente e misericor­
dioso,
Cor Jesu, dives in om­ Coração de Jesus, rico
nes qui invocant te, para que todos os
que vos invocam,
Cor Jesu, fons vitae et Coração de Jesus, fon­
sanctitatis, te de vida e santi­
dade,
Cor Jesu, propitatio Coração de Jesus, pro-
pro peccatis nostris, piciação pelos nossos
pecados,
Cor Jesu, saturatum Coração de Jesus, satu­
opprobriis, .* rado de opróbrios,
Sagrado Coração de Jesus 403

Cor Jesu, attritum pro- Coração de Jesus, atri­


pter scelera nostra, bulado por causa de
nossos crimes,
Cor Jesu, usque ad Coração de Jesus, feito
mortem obediens obediente até à morte,
factum,
Cor Jesu, lancea per- Coração de Jesus, atra-
foratum, vessado pela lança,
Cor Jesu, fons totius Coração de Jesus, fon­
consolationis, te de toda a con­
solação,
Cor Jesu, vita et re- Coração de Jesus, nos­
surrectio nostra, sa vida e ressurrei­
ção,
Cor Jesu, pax et re- Coração de Jesus, nos-
conciliatio nostra,- sa paz e reconcilia­
ção,
Cor Jesu, victima pec- Coração de Jesus, • ví­
catorum, • tima dos pecadores,
Cor Jesu, salus in te Coração de Jesus, sal­
spcrantium, vação dos que espe­
ram em vós,
Cor Jesu, spes in te Coração de Jesus, es­
inorientium, perança dos que ex­
piram em vós,
Cor Jesu, deliciae San- Coração de Jesus, de­
ctorum omnium, lícia de todos os
santos,
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, par- tirais os pecados do
ce nobis, Domine. mundo, perdoai-nos,
Senhor.
•101 Devocionário

Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que *


peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Domine. mundo, ouvi-nos, Se­
i nhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis. . mundo, tende piedade
de nós.
7. Jesu, mitis et hu- y. Jesus, manso e hu­
milis Corde, milde de coração,
IV. Fac cor nostrum, IV. Fazei nosso coração
secundum Cor tuum. semelhante ao vosso.
Oremus Oremos
/'\mnipotens sempi- T>eus onipotente e
terne Deus, respi- eterno, olhai para
ce in Cor dilectissimi o coração de vosso Fi­
Filii tui, et in Iaudes lho diletíssimo e para
et satisfactiones, quas os louvores e as satis­
in nomine peccatorum fações que ele, em no­
me dos pecadores, vos
tibi persolvit, iisque tributa; e aos que im­
misericordiam tuam ploram a vossa miseri­
petentibus, tu veniam córdia concedei benigno
concede placatus, in o perdão em nome do
nomine ejusdem Filii vosso mesmo Filho Je­
tui Jesu Christi, qui te- sus Cristo, que convos-
cum vivit et regnat in co vive e reina por to­
dos os séculos dos sé-
saecula saeculorum. culos.
IV. Amen. IV. Amém.
!
Devoção a nossa Senhora 405

III. DEVOÇÕES AOS SANTOS


1. NOSSA SENHORA
Os filhos de S. Francisco guardam como patri­
mônio sagrado a devoção toda particular, que o se­
ráfico pai lhes transmitiu, para com a santa Virgem
e sobretudo para com o privilégio da Imaculada
Conceição.
Foi no santuário de Santa Maria dos Anjos que
a Ordem nasceu; e, segundo os historiadores, S.
Francisco mandava que se celebrasse, cada sábado,
em todas as igrejas da Ordem, uma missa em honra
da conceição de Maria.
Os Frades Menores, espalhando-se pelo mundo,
trouxeram consigo essa devoção e esse costume.
Os teólogos, em particular Duns Scotus, foram os
campeões e apóstolos deste glorioso privilégio. Para
prestar homenagem a este zelo tradicional, a santa
Sé deu a Imaculada Conceição como padroeira à
Ordem Franciscana.
De todas as devoções a nossa Senhora recomenda­
mos especialmente como mais proveitosa, por mui­
to rica em indulgências e por unir estreitamente
ao culto de Maria a lembrança da encarnação, pai­
xão. morte e ressurreição do seu divino Filho Je­
sus Cristo, a coroa franciscana que os terceiros
podem rezar sem instrumento, a qualquer hora,
mesmo durante o trabalho, de uma só vez ou por
partes (entretanto que a completem no transcurso
de um dia natural) e cuja recitação atenta e pie­
dosa alcança, para quem a reza, uma indulgência
plenária, que pode ser aplicada em favor das almas
do purgatório. Nenhum outro rosário, por mais pro­
vido de indulgências que seja, alcança como este
o prêmio inestimável que é uma indulgência plená­
ria, de cada vez que é rezado.

Saudação de S. Francisco a nossa Senhora


Qalve, ó santa soberana, santíssima rainha,
>3 Maria, mãe de Deus! Sois a virgem pre­
destinada do alto do céu pelo Pai santíssimo,
406 Devocionário

consagrada .pelo Filho santo e amada pelo


Espirito Santo consolador; sois a plenitude
de toda a graça e salvação. Salve, ó palá­
cio de Deus! Salve, ó tabernáculo de Deus!
Mãe de Deus, salve! Salve, mãe santíssima de
Jesus Cristo, nosso Senhor, esposa do Espí­
rito Santo, com S. Miguel arcanjo, todas as
• virtudes dos céus e todos os santos, rogai por
nós ao vosso amado Filho, nosso Senhor e nos­
so mestre. Assim seja.

Oração dos filhos de S. Francisco


misericordiosíssima virgem Maria, eu vos
Ó conjuro que não cesseis de proteger as três
Ordens seráficas de vosso fiel servo Francisco
de Assis; afastai delas, suplico-vos, tudo o que
possa manchá-las ou tirar-lhes as luzes, e fazei
que brilhem na Igreja de Deus como estrelas
no firmamento. Alcançai paraJ cada filho de S.
Francisco o espirito de humildade e caridade
que animou seu seráfico pai; para que traba­
lhem eficazmente, não só em sua santificação,
mas, também, para maior glória de vosso divino
Filho, na salvação das almas. Assim seja.
Oração a Maria imaculada
pelo papa Pio X.
■\Tirgem santíssima, que tanto agradastes ao
V Senhor e fostes sua mãe imaculada no cor­
po, na alma, na fé e no amor, por piedade vol­
vei benigna os olhos para os infelizes que im­
ploram o vosso poderoso patrocínio.
Devoção a nossa Senhora 407'

Eia, bendita mãe, nossa rainha e advogada,


que, desde o primeiro instante da vossa concei­
ção, esmagastes a cabeça do inimigo, acolhei
as súplicas que, unidos a vós num só coração,
vos pedimos apresenteis perante o trono do Al­
tíssimo, para que todos cheguemos ao porto da
salvação, e no meio de tantos perigos a Igreja
e a sociedade cantem de novo o hino do res­
gate, da vitória e da paz. Assim seja.
Ato de desagravo a Maria imaculada
(A rezar-se no primeiro sábado do môs depois da
comunhão, para ganhar a Indulgência plenária con­
cedida por Pio X, 13 de Junho de 1912).
imaculada virgem Maria, mãe de Deus e
Ó mãe nossa, prostrados a vossos pés vos
oferecemos as homenagens de nossa profunda
veneração e de nosso amor filial. Vós sois a
digna mãe de Deus, a rainha de todas as cria­
turas, exaltada sobre os coros dos anjos ao tro­
no de vosso Filho Jesus. Vossa dignidade e
vossa grandeza não cabem na inteligência nem
dos anjos nem dos homens: sois de tódos os
louvores digníssima.
A vós estão confiados todos os tesouros da
divina graça para enriquecerdes aos que vos
amam. E não hesiteis cm repartir estas riquezas
entre nós, degredados filhos de Eva, porque a
vossa bondade iguala à vossa grandeza. Sois a
saúde dos enfermos, o refúgio dos pecadores, a
consolação dos que: desesperam; sois nossa
vida, nossa doçura, nossa esperança; sois, en­
fim, nossa amorosíssima mãe..Em vós, portan-
40S Devocionário

to, depois de Jesus Cristo, colocamos toda a


nossa esperança, a vós consagramos o amor
de nosso coração.
Mas, ai, que entre • os homens há ingratos
que não vos conhecem e não vos amam, filhos
que vos desprezam, vos aborrecem, e chegam
a blasfemar o vosso augustíssimo e salubér-
rimo nome. Imensa dor enche as nossas al­
mas por vermos tão cruelmente ultrajada a
vossa honra e afligido o vosso coração de mãe,
afligido não tanto pelas injúrias recebidas,
quanto pela perdição eterna destes infelizes
que ainda amais como vossos filhos, embora
ingratos. Ai dos infelizes! Porque é a seu
respeito que o Espírito Santo põe em vossa
boca estas graves palavras: “Aqueie que pecar
contra mim, fará mal à sua alma. Todos os
que me aborrecem, amam a morte”. Oh! que
com nossas lágrimas e até com nosso san­
gue pudéssemos reparar as injúrias feitas a
vós, nossa dulcíssima mãe. Oferecemo-vos os
afetos do nosso coração e todas as homena­
gens que vos prestam os nove coros dos anjos,
os santos do céu e justos da terra; oferecemo-
vos o amor infinito com que vos ama o sa-
cratíssimo Coração de Jesus, com que vos
amam as três pessoas da santíssima Trindade.
De novo consagramo-nos hoje a vosso ser­
viço, porque servir a vós é reinar, e, como os
santos doutores da Igreja nos afirmam, um
verdadeiro servo vosso não pode perecer.
Enfim, pedimos humildemente vossa prote­
ção e vossa misericórdia para a santa Igreja,
para o sumo pontífice e todos os prelados e
Devoção a nossa Senhora 409

sacerdotes, para as almas do purgatório, para


os pobres pecadores e para todos nós, a fim de
que cheguemos um dia a contemplar a vossa
glória no céu e a cantar vossa misericórdia por
todos os séculos * dos séculos. Amém.

Novena da Imaculada Conceição


(principia a 29 de Novembro)
I. O’ mística rosa de pureza, Maria santíssi­
ma, nós nos alegramos convosco por terdes, na
vossa Imaculada Conceição, triunfado gloriosa­
mente da infernal serpente, sendo concebida
sem a mancha do pecado original. •
Agradecemos e louvamos à santíssima Trin­
dade que vos concedeu tal privilégio, e vos
suplicamos nos alcanceis forças para vencer
(todas as ciladas do demônio, e nunca manchar
a. nossa alma com o pecado.
Ave-Maria.
T. O’ Maria, concebida sem pecado,
lí. Rogai por nós, que recorremos a vós.
II. O’ espelho limpidíssimo de pureza, Ma­
ria santíssima, nós nos alegramos sumamente
ao considerar as sublimes virtudes e os dons
magníficos que o Espírito Santo infundiu à
vossa alma, desde o primeiro momento da vos­
sa Imaculada Conceição.
Agradecemos e louvamos à santíssima Trin­
dade que vos cumulou destes privilégios, e vos
suplicamos, ó Mãe benigníssima, que, obtendo-
nos a prática das virtudes, nos torneis dignos
410 Devocionário

de receber os dons e as graças do Espirito


Santo.
Ave-Maria.
T. O’ Maria, concebida sem pecado.
IRogai por nós, que recorremos a vós.
III. O’ estrela lucidíssima de pureza, Maria
santíssima, nós nos alegramos convosco pelo
gozo inefável que tiveram todos os anjos do pa­
raíso com a vossa Imaculada Conceição.
Louvamos e agradecemos à santíssima Trin­
dade, que vos enriqueceu de tamanho privilégio.
Fazei, ó Mãe amantíssima, que também nós
um dia possamos tomar parte naquela alegria,
e juntamente com os anjos louvar-vos e bendi­
zer-vos por toda a eternidade.
Ave-Maria.
y. O’ Maria, concebida sem pecado.
R\ Rogai por nós, que recorremos a vós.
y. In conceptióne tua, Virgo, immaculáta fuísti.
Ora pro nobis Patrem, cujus Filium peperísti.
Oremus
TAeus, qui Unigéniti tui Matrem ab origináli
culpa in sua conceptióne mirabiliter prae- •
servásti: da, quaesumus, ut sua nos interces-
sione munitos, corde mundos fácias suae interes­
se festivitáti. Per eumdem Christum Dominum
nostrum. Amen.
No fim o cântico: “O’ Maria concebida".
Devoção a nosaa Senhora 411

Tríduo em preparação à festa da Imaculada


Conceição
5, 6 e 7 de Dezembro
y. Deus, in adjutorium meum intende,
lí. Domine, ad adjuvandum me festina. Glo­
ria Patri et Filio et Spiritui Sancto. Sicut erat
in principio et nunc et semper, et in sascuía
saeculorum. Amen. Alleíuia.
1. Cântico (Ia estrofe) Salve, imaculada {no
fim do livro). 1
2. Oração
T?olgo, ó imaculada rainha, de vos ver enri-
JD quecida de tamanha pureza. Agradeço e mc
proponho agradecer sempre a nosso comum
Criador o ter-vos preservado de toda a mancha
de pecado. Quisera que todos vos conhecessem
por esta bela aurora, sempre ornada da divina
luz; por esta arca de salvação, preservada do
naufrágio universal do pecado; por esta pomba
perfeita e sem mancha, como vos nomeia vosso
divino esposo; por este jardim fechado, delí­
cias de Deus; por esta fonte selada, onde nun­
ca o inimigo pôde penetrar para turvar as
águas; e, enfim, por este lírio brilhante de bran­
cura, que devia nascer entre os espinhos dos
filhos de Adão: todos vêm ao mundo man­
chados do pecado original e inimigos de Deus;
vós, pelo contrário, nascestes inteiramente pura
e agradável aos olhos do Criador. Deixai-me ce­
lebrar vossos louvores, clamando com vosso
próprio Senhor: Vós sois toda bela, em vós não
412 Devocionário

há mancha alguma, ó pomba sem mancha, ó


criatura tão cara a Deus! Como sois bela, ó
minha amada; como sois bela, ó virgem ima-
. culada, dulcíssima e muito amável Maria! Ah!
não vos desprezeis de lançar um olhar sobre
as chagas de minha alma; sim, volvei sobre
mim os olhos de compaixão, e curai-me. O’ doce
amante dos corações, a vós atraí meu miserá­
vel coração. Desde o primeiro instante de vossa
existência aparecestes pura e bela diante de
Deus: tende, pois, compaixão de mim, que não
somente nasci no pecado, mas que depois do
meu batismo de novo manchei minha alma. Es­
te Deus que vos escolheu para sua filha, sua
mãe e esposa, e, por isto, vos preservou de
toda a mancha e vos preferiu em seu amor a
todas as criaturas, que vos poderia recusar?
O’ virgem imaculada, a vós pertence salvar-
me; fazei que me lembre de vós, e não vos es­
queçais de mim. Parece que mil anos me sepa­
ram do feliz dia em que irei para o paraíso
contemplar vossa beleza, cantar vossos louvo­
res e amar-vos com um amor ardente, ó minha
Mãe, minha rainha, minha amadissima, belís­
sima, dulcíssima, puríssima e toda imaculada
Maria.

3. Ladainha de nossa Senhora (cantada).


41 Tota pulchra (rezado).
T. Vós sois toda formosa, ó Maria,
í?. Vós sois toda formosa, ó Maria.
Y. E a mácula original não existe em vós.
E a mácula original não existe em vós.
Devoção a nossa Senhora 413

y. Vós sois a glória de Jerusalém.


I?. Vós sois a alegria de Israel.
y. Vós sois a honra do nosso povo.
TV. Vós sois a advogada dos pecadores.
T. O’ Maria!
IV. O' Maria!
y. Virgem prudentíssima.
IV. Mãe clementíssima.
y. Rogai por nós.
TV. Intercedei por nós a nosso Senhor Jesus
Cristo.
y. Fostes imaculada, ó virgem, na vossa
conceição.
TV. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes
à luz.

Oremos
Deus, que, pela Imaculada Conceição da
Ó virgem, preparastes ao vosso Filho uma
digna morada, nós vos rogamos que, tendo-a
preservado de toda a mancha na previsão da
morte do vosso mesmo Filho, nos concedais pela
sua intercessão o chegarmos até vós, também
purificados de todo o pecado. Pelo mesmo Je­
sus Cristo nosso Senhor. IV. Amém.
6. Cântico (2ft estrofe). .
7. Exposição do SS. Sacramento.
8. Tantum ergo.
9. Cântico final.
Manual da O T — 27
414 Devocionário

Coroa franciscana
A coroa franciscana ou seráfica é outra devoção
que nos inscreve, de modo particular, entre os de­
votos de Maria, E' das nossas mais gloriosas di­
visas.
Pelo ano de 1422, entrou para o noviciado de
um convento da primeira Ordem um jovem muito
amante da santíssima Virgem, a quem todos os
dias costumava ofertar uma coroa de flores, quando
estava na casa paterna.
Como no noviciado não tivesse ocasião de fazer
esta oferta à sua cara mãe, por causa das ocupa­
ções disciplinares do novo estado, desgostoso, re­
solveu deixar a Ordem.
Antes de sair, porém, foi despedir-se de nossa
Senhora da capela do noviciado. Orou por algum
tempo, manifestando, com carinhosa confiança, à
mãe do céu a causa que o levava a deixar o novi­
ciado, e pediu-lhe o patrocínio.
A Virgem, sorrindo-se da simplicidade do seu
devoto, disse-lhe meigamente:
"Não te entristeças: vou-te ensinar a entrelaçar
uma coroa de flores que não murcham e que podes
encontrar em todo o tempo do ano, para me co­
roares com eU:
Rezarás ura Padre-nosso seguido de dez Ave-Ma-
rias, em memória da alegria que tive, quando o
anjo me anunciou a encarnação do divino Verbo.
Repetirás esta oração uma segunda vez. em me­
mória da alegria que experimentei ao visitar mi­
nha prima Isabel. A mesma alegria que tive, quan­
do, sem macular minha pureza, vi nascer Jesus.
Mais quatro vezes dirás as mesmas preces: a pri­
meira, reverenciando a alegria com que vi o meu
divino Filho adorado pelos reis magos; a segunda,
era recordação da alegria que senti, quando en­
contrei Jesus no templo; a terceira, pelo gozo que
experimentei, quando me apareceu ressuscitado; a
quarta, finalmente, em memória da minha entrada
e coroação no céu.
Acrescentarás ainda mais duas Ave-Marias, para
completar o número setenta e dois, que representa
0 número de anos que vivi neste mundo".
Começou o noviço a tecer, todos os dias, esta
Devoção a nossa Senhora 415

nova coroa com o fervor que podeis Imaginar.


Certo dia, espreitando-o o mestre de noviços, para
examinar em que se ocupava, viu um formoso anjo
que enfiava em fio de ouro lindas rosas de prata
e, de dez em dez, um lírio de ouro. Depois de fe­
chada esta nunca vista coroa, o anjo, com indlzível
júbilo, pô-la sobre a cabeça do noviço.
A visão desapareceu, e o mestre dos noviços pe­
diu ao candidato explicação do que se passara, no
que foi prontamente obedecido. Começou a propa­
gar-se na ordem, com rapidez, este modo de hon­
rar a Virgem; e, mais tarde, reconhecido pela au­
toridade da Igreja, espalhou-se em todo o mundo.
A indulgência plenária e as parciais que ganham
os terceiros que a rezam, não estão anexas às con­
tas. mas ao irmão terceiro que a reza. Aquele3 que,
por qualquer motivo, não tiverem coroa seráfica,
podem-na rezar pelos dedos, ou de outro qualquer
modo por que fixem o número das Ave-Marias e
do3 mistérios.
Depois de rezadas as sete dezenas em honra das
sete alegrias de Maria: anunciação, visitação, nasci­
mento de Jesus, adoração dos magos, encontro de
Jesus no templo, ressurreição de Jesus c assunção
de Maria, junta-se às duas Ave-Marias finais um
Padre-Nosso e uma Ave-Maria pelo soberano pon­
tífice.

Modo de rezar a coroa franclscana


y. Domine, labia mea aperies.
IV. Et os meum annuntiabit laudem tuam.
T. Deus in adjutorium meum intende.
IV. Domine, ad adjuvandum me festina.
y. Oioria Patri et Filio et Spiritui Sancto.
IV. Sicut erat in principio et nunc et semper
et in saecula saeculorum. Amen.
piedosíssima virgem Maria, purificai nos­
sos lábios e nossos corações, para que
possamos dignamente recitar a coroa de vossas
27*
416 Devocionáxio

alegrias. Nós vo-la oferecemos, para glorificar-


vos, para implorar vosso auxílio em favor das
almas do purgatório, pelas necessidades da
Igreja e do Brasil, e para satisfazer em tudo
à justiça divina. Nós nos unimos a todas as
intenções do sagrado Coração de Jesus e do
vosso Coração imaculado.
Io MISTÉRIO
jvjeste primeiro mistério contemplamos o
grande gozo que teve Maria santíssima com
a embaixada anunciadora de que estava esco­
lhida para mãe de Deus, e o inefável prazer
que lhe causou a encarnação do divino Verbo
em suas entranhas.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marlas e Glória ao Padre.

Oremos
Maria santíssima, nós vos oferecemos es­
Õ tas orações em louvor do gozo inefável
que tivestes, quando concebestes em vosso
puríssimo ventre vosso amado Filho; por ele
vos pedimos nos alcanceis uma profundíssima
humildade com um grande conhecimento do
benefício que este Senhor nos fez em não des­
prezar de ser nosso irmão e em nos dar a vós,
que sois a sua mãe muito amada, por mãe
nossa. Amém.
2o MISTÉRIO
"VTeste segundo mistério contemplamos o gozo
que teve Maria santíssima com a visita
que fez à sua prima Isabel, resultando -a santi-
Devoção a nossa Senhora 417

ficação do Batista com a presença do menino


Deus, que ela trazia em seu puríssimo ventre.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.

Oremos ; ' \
Maria santíssima, nós vos oferecemos es-
tas orações em memória do gozo que ti­
vestes quando visitastes vossa prima santa
Isabel, santificando-se o Batista com a presen­
ça do vosso amado Filho; por ele vos pedi­
mos que nossos corações sejam visitados do
mesmo modo pela sua graça, que nossos pas­
sos se encaminhem sempre a cumprir seus
divinos preceitos. Amém.
3o MISTÉRIO
"^Teste terceiro mistério contemplamos o ine-
fável gozo que teve Maria santíssima,
quando deu à luz o seu unigênito Filho e Sal­
vador nosso, Jesus Cristo, em um desprezível
presépio, conservando intacta a flor de sua
virginal pureza.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.
Oremos
Maria santíssima, puríssima mãe de Deus,
O nós vos oferecemos estas orações em me­
mória do gozo que tivestes, quando, sem detri­
mento de vossa virginal pureza, destes ao mun­
do vosso unigênito Filho; por ele nos concedei
que vivamos tão pura e santamente, que mere-
- çamos renascer pela graça em nossas almas.
Amém.
418 Devocionário

4o MISTÉRIO
TVToste quarto mistério contemplamos o gozo
>1 que teve Maria santíssima, quando os três
reis magos, prostrados por terra, adoraram o
Deus menino e lhe ofereceram suas dádivas.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.

Oremos
Maria santíssima, nós vos oferecemos es­
Ó tas orações em reverência do gozo que
tivestes, quando os três reis magos adoraram
o vosso querido Filho; por ele vos pedimos ti­
reis dos nossos corações a cegueira de nossas
culpas, aumentando neles o divino amor que,
como estrela, nos encaminhe à glória, onde o
adoraremos eternamente. Amém.
5a MISTÉRIO
^Teste quinto mistério contemplamos o inefá-
-lN vel prazer e alegria que teve Maria san­
tíssima, quando achou o seu amado Filho no
templo, assentado entre os doutores, depois de
o ter procurado, traspassada de excessiva pena,
por espaço de três dias.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.

Oremos
Maria santíssima, nós vos oferecemos es-
tas orações em reverência da grande ale­
gria que tivestes, quando achastes no templo
o vosso amado Filho; por ela nos concedei que
Devoção a nossa Senhora 419

nos ocupemos em buscar sempre a nosso Se­


nhor, e não consintais que nos apartemos de
sua graça. Amém.
6° MISTÉRIO
T^Teste sexto mistério contemplamos o inefá-
-*•^1 vel prazer que teve Maria santíssima, quan­
do o seu amado Filho, triunfando gloriosa­
mente da morte e dos tormentos, lhe apare­
ceu ao terceiro dia, ressuscitado.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.
Oremos
Maria santíssima, nós vos oferecemos es­
Ó tas orações em louvor da inefável alegria
que tivestes com a ressurreição de vosso ama­
do Filho; por ela nos alcançai que ressuscite­
mos à vida da graça, de sorte que, despre­
zando os falsos gostos deste mundo, mereçamos
gozar os espirituais e eternos. Amém.
7o MISTÉRIO
este sétimo mistério contemplamos o inefá­
N vel prazer que teve Maria santíssima, quan­
do, depois de seu ditoso trânsito, foi levada ao
céu, acompanhada de toda a corte celestial, ,
onde, pelas três pessoas divinas, foi coroada
rainha universal dos anjos e dos homens.
1 Padre-nosso, 10 Ave-Marias e Glória ao Padre.
Oremos
Maria santíssima, nós vos oferecemos es­
O tas orações em reverência do vosso ditoso
trânsito e gloriosa assunção, e do inefável gozo
420 Devocionárío

que tivestes em vossa coroação no céu: por


tudo nos concedei uma feliz e ditosa morte,
com tanta glória, que nenhuma outra coisa
queiramos nem pretendamos. Amém.
1 Padre-nosso e 3 Ave-Marias.
Memorare
T embrai-vos, ó piíssima virgem Maria, que
-L/ nunca se ouviu dizer que algum daque­
les que têm recorrido à vossa proteção, implo­
rado a vossa assistência e reclamado o vosso so­
corro, fosse por vós desamparado. Animado eu,
pois, com igual confiança, a vós, ó Virgem
entre todas singular, como a mãe recorro, de
vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus
pecados, me prostro a vossos pés; não des­
prezeis ás minhas súplicas, ó mãe do Verbo de
Deus humanado, mas dignai-vos de as ouvir
propícia e de me alcançar o que vos rogo. Amém.
Tota pulchra
A tradução portuguesa encontra-se na pg. 412.
y. Tota pulchra es, Maria.
K. Tota pulchra, es, Maria.
T. Et macula originalis non est in te.
R. Et macula originalis non est in te.
y. Tu gloria Jerúsalem;
I?. Tu laetitia Israel;
y. Tu honorificéntia pópuli nostri;
í?. Tu advocata peccatorum.
y. O Maria.
IF. O Maria.
Devoção a nossa Senhora 421

T. Virgo prudentíssima.
I?. Mater clementíssima.
>r. Ora pro nobis.
Intercede pro nobis ad Dominum Jesum
Christum.
y. In Conceptione tua, Virgo immaculata
fuisti:
Ora pro nobis Patrem, cujus Filium pe-
peristi.

Oremus
T^eus, qui per immaculatam Virginis Conce-
ptiónem dignum Filio tuo habitáculum prae-
parasti: quaesumus: ut qui ex morte ejúsdem
Filii tui praevista eam ab omni labe praeservasti,
nos quoque mundos ejus intercessióne ad te
pervenire concédas. Per eúndem Christum Dó-
minum nostrum. R. Amen. •' .
Magnificat
minha alma glorifica o Senhor;
A E o meu espírito exulta em Deus, meu
Salvador.
Porque lançou os olhos para a baixeza da
sua escrava;
Eis que, de hoje em diante, todas as gera­
ções me chamarão bem-aventurada.
Porque fez em mim grandes coisas aquele
que é poderoso, e cujo nome é santo.
E cuja misericórdia se estende de geração
em geração, sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço;
422 Devocioiiáxio

Dissipou aqueles que se orgulhavam nos


pensamentos do seu coração.
Depôs do trono os poderosos, e elevou os
humildes.
Encheu de bens os famintos, e despediu va­
zios os ricos.
Tomou cuidado de Israel, seu servo, lem­
brado da sua misericórdia.
Conforme tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua posteridade para sempre.
Ladainha de nossa Senhora
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, audi nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Pater de caelis Deus, Deus Padre dos céus,
miserere no bis. tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mun- Deus Filho, Redentor do
di, Deus, mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinitas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Sancta Maria, ora pro Santa Maria, rogai por
nobis. nós.
Sancta Dei Genitrix, Santa Mãe de Deus,
Sancta Virgo virginum, Santa Virgem das vir­
gens,
Mater Christi, Mãe de Jesus Cristo,
Devoção a nossa Senhora 453

Mater divinae gratiae, Mãe da divina graça,


Mater puríssima, Mãe puríssima,
Mater castíssima, Mãe castíssima,
Mater inviolata, Mãe imaculada,
Mater intemerata, Mãe intacta,
Mater amabilis, Mãe amável,
Mater admirabilis, Mãe admirável,
Mater boni consilii, Mãe do bom conselho,
Mater Creatoris, Mãe do Criador,
Mater Salvatoris, Mãe do Salvador,
Virgo prudentíssima, Virgem prudentíssima,
Virgo veneranda, Virgem venerável,
Virgo praedicanda, Virgem louvável,
Virgo potens, Virgem poderosa,
Virgo clemens, Virgem benigna,
Virgo fidelis, Virgem fiel,
Speculum justitiae, Espelho de justiça,
Sedes sapientiée, Sede da sabedoria,
Causa nostrse ketitiae, Causa de nossa alegria,
Vas spirituale, Vaso espiritual,
Vas honorabile, Vaso honorífico,
Vas insigne devotionis, Vaso insigne de devo­
ção,
Rosa mystica, Rosa mística,
Turris Davidica, Torre de David,
Turris eburnea, Torre de marfim,
Domus aurea, Casa de ouro,
Fccderis arca, Arca da aliança,
Janua caeli, Porta do céu,
Stella matutina, Estrela da manhã,
Salus infirmorum, Saúde dos enfermos,
Refugium peccatorum, Refúgio dos pecadores,
Consolatrix afflicto- Consoladora dos aflitos,
rum,
424 Devocionário

Auxilium christiano- Auxílio dos cristãos,


rum, Rainha dos anjos,
Regina angelorum, Rainha dos patriarcas,
Regina patriarcharum, Rainha dos profetas,
Regina prophetarum, Rainha dos apóstolos,
Regina apostolorum, Rainha dos mártires,
Regina martyrum Rainha dos confessores,
Regina confessorum, Rainha das virgens,
Regina virginum, • Rainha de todos os san-
Regina sanctorum Om­ tos,
ni um, Rainha concebida sem
Regina sine labe ori- pecado original,
ginali concepta, Rainha do santo Rosá­
Regina sacratissimi rio,
Rosarii, Rainha da paz,
Regina pacis, Rainha da Ordem dos
Regina Ordinis Mino- Menores,
rum, Cordeiro de Deus, que
Agnus Dei, qui tollis tirais os pecados do
peccata mundi, par- mundo, perdoai-
ce nobis, Domine. nos, Senhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Domine. mundo, ouvi-nos, Se­
nhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis. mundo, tende piedade
de nós.
7. Ora pro nobis, san- 7. Rogai por nós, san­
cta Dei Genitrix, ta Mãe de Deus,
I?. Ut digni efficia- í£. Para que sejamos
mur promissionibus - dignos das promessas
Christi. de Cristo.
Devoção a nossa Senhora 425

Oremus Oremos
/Concede nos fámu- Quplicantes vos roga-
^ los tuos, quaesu- ^ mos, Senhor Deus,
mus, Domine Deus, que concedais a vossos
perpétua mentis et servos lograr perpétua
córporis sanitáte gau- saúde do corpo e da
dére et gloriosa beátai alma, e que, pela in-
Mariae semper Virginis tercessão gloriosa da
intercessióne, a prae- bem-aventurada sempre
sénti liberári tristítia virgem Maria, sejamos
livres da presente tris­
et aaterna perfrui laetí- teza e gozemos da eter­
tia. Per Christum Do- na alegria. Por Cristo
minum nostrum. Amen. nosso Senhor. Amém.
Oração a Nossa Senhora Aparecida
incomparável Senhora da Conceição Apa­
Q recida, Mãe de meu Deus, rainha dos anjos,
advogada dos pecadores, refúgio e consolação
dos aflitos e atribulados! O' Virgem santíssima,
cheia de bondade e poder, alcançai sobre nós
um olhar favorável, para que sejamos socorridos
em todas as necessidades em que nos achamos.
Lembrai-vos, clementíssima Mãe Aparecida, que
não consta que de todos os que têm a vós re­
corrido, invocado vosso santíssimo nome e im­
plorado vossa singular proteção, fosse por vós
alguém desamparado. Animado com essa con­
fiança, a vós recorro, vos tomo hoje para sem­
pre por minha mãe, minha protetora, minha
consolação e guia, minha esperança, minha luz
na hora da morte. Assim, pois, Senhora, livrai-
me de tudo que possa ofender-vos e a vossc
426 Devocionário

santíssimo Filho, meu Redentor e meu Senhor


Jesus Cristo. Virgem bendita, preservai a esse
vosso indigno servo, a essa casa e seus habi­
tantes da peste, fome, guerra, trovões, raios,
tempestades e outros perigos e males que nos
possam flagelar. Soberana Senhora, dignai-vos
dirigir-nos em todos os negócios temporais e
espirituais, livrai-nos da tentação do demônio,
para que, trilhando pelo caminho da virtude,
pelos merecimentos da vossa puríssima vir­
gindade e do preciosíssimo sangue do vosso
Filho, vos vamos ver, amar e gozar na etei-
na glória por todos os séculos dos séculos.
Amém.
2. SÃO JOSÉ
Oração a S. José, pelas necessidades da Igreja
para todos os dias dos meses de Março e Outubro
vós, S. José, recorremos em nossa tribula-
A ção e (depois de ter implorado o auxilio
de vossa santíssima esposa) cheios de confian­
ça solicitamos (também) o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de caridade, que vos
uniu à Virgem imaculada, Mãe de Deus, e pelo
amor paternal que tivestes ao menino Jesus, ar­
dentemente suplicamos que lanceis um olhar be­
nigno sobre a herança que Jesus Cristo conquis­
tou com o seu sangue, e nos socorrais em nos­
sas necessidades com vosso auxílio e poder.
Protegei, ó guarda providente da divina fa­
mília, a raça eleita de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó pai amantíssi-
mo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do
Devoção a S. José 427

alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo,


na luta contra o poder das trevas, e assim como
outrora salvastes da morte a vida ameaçada do
menino Jesus, assim também defendei agora a
santa Igreja de Deus das ciladas dos seus ini­
migos e de toda a adversidade.
Amparai a cada um de nós com o vosso
constante patrocínio, a fim de que, a vosso exem­
plo e sustentados com o vosso auxílio, possa­
mos viver virtuosamente, morrer piedosamente,
e obter no céu a eterna bem-aventurança. Amém.
Novena de S. José
(principia a 10 de Março)
1. O’ glorioso S. José, pela altíssima honra
que tivestes de ser esposo da grande mãe de
Deus, e de ter sobre Jesus, Salvador nosso,
lionra, autoridade e providência de pai, conce­
dei-nos nada apreciar mais no mundo, que a
graça de Jesus e o patrocínio de Maria, para
que sejamos dignos da companhia vossa e de­
les no céu. — Glória ao Padre.
2. O’ patriarca amabilíssimo, pelo exímio ca­
ráter, que o mesmo oráculo divino em vós re­
conheceu de homem justo, alcançai-nos a graça
de viver no cumprimento de todos os nossos
deveres: para com Deus, procurando somente
a sua glória; para com o próximo, amando a
todos como irmãos, e para conosco, tendo sem­
pre em vista a nossa santificação. — Glória ao
Padre.
3. O' patriarca felicíssimo, pela inexplicável
satisfação que tivestes na hora extrema da vida,
exalando o derradeiro suspiro entre os castíssi-
428 Devocionário

mos amplexos de Jesus e Maria, concedei-nos


também uma semelhante graça, que passemos
desta vida proferindo devotamente: Jesus, Ma­
ria, José, expire entre vós a minha alma. —
Glória ao Padre.
Ladainha de $« José
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.*
Christe, audi nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Pater de caelis Deus, Deus Padre dos céus,
miserere nobis. tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mundi, Deus Filho, Redentor do
Deus, mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinitas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Sancta Maria, ora pro Santa Maria, rogai por
nobh. nós.
Sancte Joseph, São José,
Proles David inclyta, De David ilustre des­
cendente,
Lumen Patriarcharum, Lume dos patriarcas,
Dei Genitricis sponse, Esposo da Mãe de Deus,
Custos pudice Virgi- Casto defensor da Vir­
nis, gem,
Filii Dei nutricie, Nutrício do Filho de
Deus,
Devoção a S. José 429

Christi defensor se- Desvelado defensor de


dule, Cristo,
Almae Familiae praeses, Chefe da sagrada famí­
lia,
Joseph justissime, José justíssimo,
Joseph castissime, José castíssimo,
Joseph prudentissime, José prudentíssimo,
Joseph fortissime, José fortíssimo,
Joseph obedientissime, José obedientíssimo,
Joseph fidelissime, José fidelíssimo,
Speculum patientiae, Espelho da paciência,
Àmator paupertatis, Amante da pobreza,
Exemplar opificum, Modelo dos operários,
Domesticae vitre decus, Glória da vida domés­
tica,
Custos virginum, Guarda das virgens,
Familiarum columen, Sustentáculo das famí­
*» lias,
Solacium miserorum, Alívio dos infelizes,
Spes íegrotantium, Esperança dos enfer­
mos,
Patrone morientium, Padroeiro dos moribun­
dos,
Terror dasmonum, Terror dos demônios,
Protector sanctae Ec- Protetor da santa Igre­
cíesia:, ja.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, par- tirais os pecados do
ce nobis, Domine. mundo, perdoai-nos;
Senhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Domine. mundo, ouvi-nos, Se­
nhor.
Manual da O T — 28
430 Devocionárlo

Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que


peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis. mundo, tende piedade
de nós.
7. Constituit eum do- y. O Senhor o fez dono
minum domus suse. de sua casa.
R. Et principem om- R. E árbitro de todos
nis possessionis suse. os seus bens.
Oremus Oremos
eus, que em vossa
TA eus, qui ineffabili
providentia bea-
D inefável providên­
cia vos dignastes de es­
tum Joseph, sanctissi- colher ao bem-aventu­
mae Genitricis tuae rado José para esposo
sponsum eligere dig- de vossa Mãe santís­
natus es: praesta quae- sima, concedei-nos, nós
sumus, ut quem pro- vo-lo pedimos, que, ve­
tectorem veneramur in nerando-o neste mun­
terris, intercessorem do como protetor, me­
reçamos tê-lo no céu
habere mereamur in como- intercessor: vós
caelis: Qui vivis et reg- que viveis e reinais nos
nas in saecula saeculo- séculos dos séculos.
rum. R. Amen, R. Amém.
3. SÃO FRANCISCO
Oração dos escoteiros a S. Francisco
glorioso S. Francisco, nosso grande padro-
eiro, a vós recorremos atraídos pela doçu­
ra de vossa santidade. Protegei-nos e aben-
çoai-nos. Vós que nos ensinastes a procurar
neste mundo a perfeita alegria no amor de Deus
Devoqão a S. Francisco 431H .

e do próximo; vós que tanto amastes os ho­


mens e a natureza toda, porque proclama a
glória e a sabedoria do Criador, fazeirnos servir
a Deus na alegria, ajudar o próximo o melhor
possível, amar até as mais fracas criaturinhas
c, com os nossos bons exemplos e boas ações,
espalhar em torno de nós os benefícios da fra­
ternidade cristã. Assim seja.
* • . ** ' * » *
Oração a S. Francisco de Assis • ••
/^rande São Francisco, feliz pobre de Jesus
vJT Cristo, que não quisestes, outra riqueza
além de Deus só, ensinai-me a desapegar-mc
dos bens enganadores deste mundo, para que,
não conhecendo aqui outra ciência a não ser
Jesus e Jesus crucificado, possa ir convosco go­
zar eternamente daquele que, sendo infinita­
mente rico e feliz, quis viver e morrer na po­
breza- e sofrimento pelo nosso amor. Amém.
Oração indulgenciada
/^lorioso patriarca S. Francisco, a quem o
vJT Senhor, por um prodígio de graça, dignou-
se tornar, desde o berço até à morte, uma sua
viva imagem, vós, que lhe consagrastes todo o
vosso coração e todo o vosso ser, e que pro-
testáveis desejar fazer por ele, mediante o seu
divino auxílio, obras cada vez maiores, dignai-
vos, ó grande patriarca dos pobres, lá dos
céus onde estais, lançar sobre nós a vossa bên­
ção. Por aquele divino amor que tanto vos
abrasava, pelo qual pedíeis a Deus a graça de
morrer por seu amor, como ele tinha morrido
28*
432 Devocionário

pelo vosso, e pelo qual vos imprimiu as suas


cinco chagas, lembrai-vos de nós. Rogai, ó
grande santo, pela santa Igreja, da qual o Se­
nhor vos quis fazer forte e inabalável coluna.
Rogai à Virgem santíssima da Conceição, a
doce e excelsa Maria, poderosa protetora das
vossas três Ordens, proteja o sumo pontífice,
chefe visível da Igreja, e alcance que essa
Igreja triunfe de seus inimigos e, reunindo em
seu seio os seus filhos, chame também a si
todos aqueles que dela se acham extraviados,
e igualmente os que ainda jazem nas tre­
vas do paganismo, para que, todos juntos,
cantemos no céu eternamente as misericór­
dias do Senhor. Amém.

Os cinco domingos em honra das chagas


A Igreja, para animar os fiéis a honrar as cha­
gas de S. Francisco, concedeu uma indulgência ple­
nária em cada um dos cinco domingo;» ciue pre­
cedem a festa deste mistério (17 de Setembro). A
confissão, a comunhão, a visita a uma igreja, a ora­
ção pelo soberano pontífice e um ato de devoção
em honra das chagas de S. Francisco são indispen-
. sáveis (Leão XIII, S. C. das Ind., 21 de Novembro
de 1883).

Oração a S. Francisco
S. Francisco, patriarca dos pobres, obten­
O de, por vossos rogos, que o número de
vossos filhos aumente na caridade de Cristo,
vós que, privado da vista como Jacob moribun­
do, os abençoastes com as mãos cruzadas so­
bre suas cabeças. Assim seja.
Devoção a Francisco 433

FESTA DAS CHAGAS DE S. FRANCISCO


(17 d© Setembro)
1. Cântico — Hino das Chagas (Ia estrofe).
Veja cânticos no fim do livro.
2. Coroa em honra às 5 chagas.
Oração preparatória
ft/Teu glorioso protetor São Francisco, venho
d-'-*- implorar vossa poderosa intercessão para
celebrar dignamente os prodígios do amor de
Deus manifestos em vossas admiráveis cinco
chagas. Sao elas cinco fogos místicos de ca­
ridade a acender em meu coração o amor di­
vino; cinco línguas eloquentíssimas a publicar
em altas vozes as misericórdias de Jesus Cristo;
cinco mananciais riquíssimos de favores divinos
que o Senhor vos confiou para os distribuir en­
tre os vossos devotos. Alcançai-me de Jesus cru­
cificado uma centelha daquele fogo que ardia
em vosso coração, assim como impetrai-me a
graça de... se for conforme à vontade de Deus.
Cântico (2a estrofe).
Primeira chaga — São Francisco, pai amo­
rosíssimo! Eu, indigno servo vosso, beijo e ve­
nero a dolorosa chaga do vosso pé esquerdo e,
por ela, vos suplico, me alcanceis a graça de
resistir a todas as tentações dos inimigos da
minha alma.
Pater, Ave, Glória.
Cântico (3ft estrofe). ■
434 Devoclonário

• Segunda chaga — São Francisco, pai obe­


dientíssimo! Eu, indigno servo vosso, beijo e
venero a dolorosa chaga do vosso pé direito e,
por ela, vos suplico, me alcanceis a graça de
saber desprezar os prazeres e as vaidades deste
mundo.
Pater, Ave, Glória.
Cântico (4a estrofe).
Terceira chaga — Pacientíssimo São Francis­
co! Eu, indigno servo vosso, beijo e venero a
dolorosa chaga de vossa mão esquerda e, por
ela, vos suplico, me alcanceis a graça de supor­
tar com paciência os labores desta vida.
. Pater, Ave, Glória.
Cântico (5a estrofe)
Quarta chaga — Dulcíssimo São Francisco!
Eu, indigno servo vosso, beijo e venero a do­
lorosa chaga de vossa mão direita e, por ela,
vos suplico, me alcanceis a graça de conformar
a minha vida com a vontade de Deus.
Pater, Ave, Glória.
Cântico (6a estrofe)
Quinta chaga — Amantíssimo São Francisco!
Eu, indigno servo vosso, beijo e venero a do­
lorosa chaga do vosso lado e, por ela, vos su­
plico, me alcanceis a graça de viver e morrer
amando a Jesus e Maria de todo o meu coração
e de ver e gozá-los eternamente no céu.
Pater, Ave, Glória.
T. Assinalastes, Senhor, o vosso servo Fran­
cisco. • •
Com os sinais da nossa redenção.
Devoção a S. Francisco 435

Oremos
Çenhor Jesus Cristo, que para inflamar com o
fogo do vosso amor os nossos corações, ar­
refecido no mundo, haveis renovado os sagra­
dos estigmas de vossa paixão no corpo do bem-
aventurado pai São Francisco, concedei-nos
propício que pelos seus merecimentos e sua in-
tercessão carreguemos incessantemente a cruze
façamos dignos frutos de penitência. Vós que
com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais,
um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.
3. Exposição do Santíssimo.
4. Tantum ergo.
5. Canto final. Cântico (7» estrofe).
Tríduo em preparação à festa de S. Francisco
(1, 2 e 3 de Outubro)
y. Deus, in adjutorium meum intende.
rç. Domine, ad adjuvandum' me festina. Glo­
ria Patri et Filio et Spiritui Sancto. Sicut erat
in principio et nunc et semper, et in saecula
sa?culorum. Amen. Alleluia.
1. Cântico (Ia estrofe). .
2. Leitura sobre a vida ou virtudes de São
Francisco. .
3. Oração a S. Francisco
serafim de amor, bem-aventurado S. Fran­
Ó cisco! O Senhor depositou em vós as suas
complacências, • esco!hendo:vos entre milhares
para acumular em vós os tesouros de sua bon­
dade. Ele vos fez ornamento da Igreja e vos
destinou para avivar no mundo a lembrança da
cruz e o desejo do sacrifício. Vós sois a cópia
436 Devocionário

viva e perfeita de Jesus Cristo, apresentando


em vossas mãos, pés e lado as sagradas cha­
gas do Senhor. E estes sublimes estigmas cons­
tituem penhor seguro do poder com que Deus
vos enriqueceu para proteger vossos filhos e
devotos que imitarem vosso exemplo e pedi­
rem vosso patrocínio. Por vossas cinco chagas
temos confiança de obter para os pecadores
a graça da conversão e para os justos o
aumento da piedade.
Rogai, pai santíssimo, pelo mundo, que es­
queceu de novo a Jesus; trazei-o à fé e à
observância dos mandamentos divinos.
Rogai pela Igreja, hoje mais do que nunca
injuriada e combatida pelos seus inimigos e tra­
tada com indiferença por muitos que se dizem
seus amigos. Rogai pelo santo padre, o papa,
a quem fostes tão submisso e obediente.
Rogai, enfim, pelos vossos filhos c devo­
tos das vossas três Ordens, para que. pratican­
do vossos conselhos, sejam luz do mundo e sal
da terra, e assim se estenda mais e mais no co­
ração da humanidade o reinado de Jesus Cristo.
O' glorioso pai São Francisco, que comuni­
castes o vosso espírito de pobreza, de abnega­
ção e de zelo apostólico aos filhos da primeira
ordem, suplicai ao Senhor se digne conceder-
nos também a pobreza de espírito e o zelo pela
vossa glória. Assim seja.
4. Cântico (2a estrofe).
5. Exposição do SS. Sacramento.
6. Terço.
7. Ladainha de nossa Senhora.
8. Tantum ergo.
9. Cântico final.
Devoção a S. Francisco 437

Ladainha de S. Francisco
Para uso particular
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria, virgem imaculada, rogai por nós.
São Francisco seráfico,
São Francisco, pai sapientíssimo,
São Francisco, pai dos pobres,
São Francisco, que desprezastes o mundo,
São Francisco, espelho da penitência,
São Francisco, vencedor dos vícios,
São Francisco, zeloso imitador de Cristo,
São Francisco, com as chagas de Jesus ador­
nado,
São Francisco, amante da pobreza,
São Francisco, mestre da obediência,
São Francisco, espelho puríssimo da castidade,
São Francisco, norma da humildade,
São Francisco, pai rico de graças,
São Francisco, caminho dos que erram,
São Francisco, auxílio dos enfermos,-
São Francisco, coluna da Igreja,
São Francisco, protetor da fé,
São Francisco, herói valente de Cristo,
438 Devocionárlo

São Francisco, baluarte dos que pelejam,


São Francisco, escudo inexpugnável,
São Francisco, martelo dos hereges,
São Francisco, apóstolo dos infiéis,
São Francisco, sustentácuio dos fracos,
São Francisco, ressuscitador dos mortos,
São Francisco, saúde dos leprosos,
São Francisco, serafim do mais ardente amor,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do
mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do
mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do
mundo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.'
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
y. Rogai por nós, nosso pai S. Francisco.
1?. Para que sejamos dignos das promessas
de Cristo.
Oremos * i

'TXeus onipotente, cuja providência governa


tudo, ouvi a oração de vossos servos e fa­
zei que, celebrando devotamente a memória do
glorioso confessor vosso, S. Francisco, em vir­
tude dos seus méritos, sejamos dignos de con­
templar a glória do vosso Filho unigênito, que
convosco vive e reina pelos séculos dos sé­
culos. Amém.:
Devoção a Santo Antônio 439

4. SANTO ANTÔNIO •
Saudações afetuosas
eus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
D sacrário do divino Espírito Santo: al-
cançai-me os dons e auxílios da graça.
Deus vos salve, meu glorioso .Santo Antô­
nio, reclinatório do Deus-menino: consegui que
me seja restituída a inocência da primeira
idade.
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
amantíssiino filho de Maria santíssima: fazei-
me também digno filho de tão soberana mãe.
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
deparador das coisas perdidas: não permitais
que eu perca o caminho da salvação.
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
lírio formoso de pureza: inspirai-me profundo
amor à mais bela das virtudes.
Deus vos salve, meu glorioso santo Antônio,
modelo perfeito da humildade: fazei meu cora­
ção semelhante ao vosso.
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
martelo formidável .dos hereges: comunicai-me
a verdadeira docilidade às doutrinas da santa
Igreja. . .
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antonio,
luz brilhante do universo: iluminai a minha ce­
gueira para que eu fuja das trevas dos vícios e
dos pecados. . . .
Deus vos salve, meu glorioso Santo Antônio,
serafim abrasado do' amor divino: inflamai o
meu coração neste fogo sagrado, para que
sempre arda nas suas chamas eternas.
440 Devocionário

Oferecimento
eu glorioso e amabilíssimo Santo Antônio,
M eu vos ofereço estas saudações e orações
em honra e veneração de vossas heróicas vir­
tudes e santidade admirável, e vos peço hu--
mildemente me alcanceis de Deus, Senhor nos­
so, e de sua mãe, Maria santíssima, junto de
quem valeis tanto, uma resolução firmíssima de
seguir os vossos exemplos, para que, dirigindo
os meus passos por esse caminho, na imitação
das vossas virtudes, encontre afinal a eterna fe­
licidade.
Rogo-vos me alcanceis também do mesmo Se­
nhor o remédio para todas as minhas necessi­
dades, tanto espirituais como corporais. Por
vosso intermédio espero alcançar estes bene­
fícios do Altíssimo e fico muito seguro de que
não faltareis com a vossa proteção a quem con­
fia tanto, como eu, no vosso amparo. Socorrido
por vós conto ser, ainda na hora de minha
morte, para vencer os combates infernais e,
livre o meu espírito das prisões desta vida mor­
tal, ir lograr para sempre a perfeita liberda­
de dos filhos de Deus e gozar da sua vista,
em vossa companhia. Amém.
Responso
Oi quaeris miracula: Oaiba quem busca mi-
Mors, error, cala- lagres
mitas, / Daemon, le­ Que os enfermos sara
Antônio.
pra fugiunt, / Aegri Afugenta o erro, a
surgunt sani. morte,
Calamidade e demônio.
Devoção a Santo Antônio 441

Cedunt mare vin­ Prisões e mares lhe


cula / Membra cedem:
resque perditas, / Saúde e coisas per­
Petunt et accipi- didas
São aos mancebos e
unt / Juvenes et aos velhos
cani. Por ele restituídas.
2. Pereunt pericula Necessidades, perigos,
Cessat et necessitas: Faz cessar entre os hu-
/ Narrent hi qui sen- manos:
tiunt, / Dicant Padua- Diga-o quem o experi­
m. mentou,
E mormente os padua-
Cedunt mare • • • nos.
3. Gloria Patri et Prisões e mares.
Filio / Et Spiritui Glória ao Padre, e
Sancto. ao Filho e ao Espírito
Cedunt mare... Santo.
Y. Ora pro nobis, bea- Prisões e mares.
7. Rogai por nós, bem-
te Antoni. aventurado Antônio.
If. Ut digni efficia- Para que sejamos
mur promissionibus dignos das promessas
Christi. Cristo.
Oremus Oremos
T^cclesiam tuam \ legre, Senhor, vossa
Deus, beati Anto- Igreja a interces-
nii, Confessoris tui at- são votiva do vosso
que Doctoris, comme- Confessor e Doutor, o
moratio votiva laetifi- glorioso Santo Antônio,
cet; ut spiritualibus para que se fortaleça
semper muniatur au- sempre com espirituais
xiliis et gaudiis per- auxílios, e mereça des-
442 Devocionário

frui mereatur aeternis. frutar os gozos eternos.


Per Christum Domi- Por Jesus Cristo Senhor
num nostrum. I?. nosso. Amém.
Amen.
Ladainha
Aprovada pela Santa Sé para uso público nas igre­
jas dos religiosos franciscanos das províncias de
Sto. Antônio e da Imaculada Conceição, no Brasil.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie,. eleison. Senhor, tende piedade
de nós. "
Christe, audi nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Pater de caelis Deus, Deus Padre dos céus,
miscrere no bis. tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mun- Deus Filho, Redentor
di, Deus, do mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinrtas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Sancte Antoni Padua- Santo Antônio de Pá-
ne, ora pro no bis. dua, rogai por nós.
Intime divini Pueri, Intimo amigo' do meni-
i no Deus,
Serve Matris inviolatae, Servo da Mãe ima­
culada,
Fili sancti Francisci fi- Fidelissimo filho de São
delis, • Francisco,
Vir sanctae orationis, Homem da santa ora­
ção, .
Devoção a Santo Antônio 443

Amice paupertatis, Amigo da pobreza, •


Lilium castitatis, Lírio da castidade,
Exemplar obedientiae, Modelo da obediência,
Amator vitze abscon- Amante da vida oculta,
ditae,
Contemptor humanae Desprezador das gló­
gloriae, rias humanas,
Rosa caritatis, Rosa de caridade,
Speculum omniumvir- Espelho de todas as vir­
tutum, tudes,
Sacerdos juxta Cor Sacerdote segundo o
Altissimi, Coração do Altíssimo,
Imitator Apostolorum, Imitador dos apóstolos,
Martyr desiderio, Mártir pelo desejo,
Columna Ecclesiae, Coluna da Igreja,
Zelator animarum, Zeloso amante das al­
mas,
Propugnator fidei, , Propugnador da fé,
Doctor veritatis, Doutor da verdade,
Insectator falsitatis, Batalhador contra a fal­
sidade,.
Arca Testamenti, . Arca do testamento,
Tuba Evangelii, Trombeta do Evange­
lho,
Conversor peccato- Convertedor* dos. peca­
rum, dores,
Exstirpator criminum, Extirpador dos crimes,
Restaurator pacis, Restaurador da paz,
Reformator morum, Reformador dos costu­
mes,
Triumphator cordium, Triunfador' dos cora­
ções,
Auxiliator afflictorum, Auxiliador dos aflitos,
Terror daemonum, Terror dos demônios,
444 Devocionário

Suscitator mortuorum, Ressuscitador dos mor­


tos,
Restitutor rerum per- Restituidor das coisas
ditarum, perdidas,
Thaumaturge gloriose, Glorioso taumaturgo,
Sancte orbis universi, Santo do mundo inteiro,
Decus Minorum Ordi- Glória da Ordem dos
nis, Menores,
Laetitia caelestis curiae, Alegria da corte ce­
leste,
Patrone noster ama- Nosso amável padro­
bilis, eiro,
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, par-, tirais os pecados do
ce nobis, Domine. mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Domine. mundo, ouvi-nos, Se­
nhor.
Agnus Dei, qui tollis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis. mundo, tende pieda­
de de nós.
J. Ora pro nobis, bea- Y. Rogai por nós, san­
te Antoni, to Antônio.
ff. Ut digni efficia- I£. Para que sejamos
mur promissionibus dignos das promes­
Christi. sas de Cristo.
Oremus Oremos
Ucclesiam t u a m, A legre, Senhor, Deus,
Deus, beati Anto- a vossa Igreja, a
nii, Confessoris tui at- solenidade votiva de
Devoções aos padroeiros da O T 445

que Doctoris, deprc- Santo Antônio, vosso


catio votiva laetificet: Confessor e Doutor, pa­
ut spiritualibus semper ra que sempre se ache
fortalecida com socor­
muniatur auxiliis, et ros espirituais, e mere­
gaudiis perfrui merea- ça alcançar os gozos
tur ajternis. Per Chris- eternos. Pelos mereci­
mentos de Jesus Cris­
tum Dominum nos- to nosso Senhor.
trum. I?. Amen. Amém.

5. DEVOÇÕES AOS PADROEIROS


DA ORDEM TERCEIRA
1. A S. Luís
Y\o alto do vosso trono celeste, dignai-vos,
ó grande S. Luís, lançar sobre nós o vosso
olhar. Somos vossos irmãos, como filhos de S.
Francisco; é com confiança que a vós eleva­
mos nossos pensamentos e nossos corações.
Amai-nos como um irmão ama seus irmãos,
ouvi-nos favoràvelmente e apresentai a Deus
as nossas orações. Assim, ajudados com vosso
socorro, cumpriremos corajosamente nossos de­
veres de cristãos e terceiros e chegaremos ao
gozo do céu que vos foi dado pelo seráfico S.
Francisco, nosso e vosso pai. Amém.
9

Festa de S. Luís, rei da França


(25 de Agosto)
1. Cântico Hino a S. Luís (Ia estrofe).
2. Leitura sobre a vida de S. Luís.
Manual da O T — 29
446 Devocionário

3. Oração a S. Luís.
admirável S. Luís, que, por vossas excelsas
Ó virtudes, tendes sido glorificado por nosso
Senhor Jesus Cristo, escolhendo-vos por padro­
eiro da Ordem Terceira franciscana. Confiando
nessa tão sublime prerrogativa, grande multi­
dão de almas privilegiadas vos venera com
acendrada devoção e procura imitar os vossos
exemplos extraordinários. Aceitai, pois, os lou­
vores que também eu com afeto vos dirijo e
obtende-me os favores de que mais necessito,
para servir a Deus com toda a fidelidade e
suportar resignadamente os sofrimentos da vida
presente.
Glorioso São Luís, príncipe admirável, ima­
gem de virtudes, exemplo de humildade, prodí­
gio de penitência, alma cheia de amor e oração, -
lâmpada ardente e brilhante, vaso de eleição e
de santidade, espelho de perfeição cristã e de-
votíssimo de nosso pai S. Francisco: rogai a
Deus, nosso Senhor, que pela iníercessão da
Virgem Maria imaculada conceda a toda a ve­
nerável Ordem Terceira o verdadeiro espírito
religioso franciscano, que reforme o mundo,
conforte a Igreja e seja salvação e paz de inú­
meras almas.
Pater, Ave, Glória.
/^lorioso São Luís, desprezador tio mundo,
VJ cheio de zelo pela casa de Deus, terno pai
dos pobres, sustento das viúvas e órfãos, juiz
bendito dos povos, redentor dos cativos, e pre­
gador dos infiéis: rogai a Deus, nosso Senhor,
para que pela intercessão da Virgem Maria
Devoções aos padroeiros da O T 447

imaculada reine em toda a Ordem Terceira da


penitência o respeito e a união à primeira e se­
gunda ordem franciscana, a mais ardente e de­
sinteressada caridade entre os seus membros, e
que seja modelo de todas as virtudes cristãs.
Pater, Ave, Glória.

.glorioso São Luís, duas vezes vítima - por


VJT amor aos santos lugares, terrível nos com­
bates, poderoso nas cadeias, modelo dos mo­
narcas e protetor da Ordem Terceira da peni­
tência: obtende de Deus, nosso Senhor, a mim
em particular, que me proponho ser vosso de­
voto e imitador, que por intercessão da Virgem
Maria imaculada, seja um verdadeiro terceiro,
cumprindo meus deveres de perfeito cristão e
que progrida em humildade e simplicidade, no
desprezo do mundo e de suas vaidades, no es­
pírito de mortificação e de sacrifício, a fim de
fazcr-me sempre mais credor da proteção do
seráfico pai São Francisco e da especial as­
sistência da minha santíssima mãe, a Virgem
Maria, e assim alcance mais fàcilmente a
eterna salvação.
V. Rogai por nós, bem-aventurado São Luís.
R\ Para que sejamos dignos das promessas
de Cristo.

Oremos
Deus, que transferistes o vosso confessor
Ó São Luís de um reino terrestre à glória do
reino celestial, fazei-nos participantes, por sua
29*
448 Devocion&rlo

intercessão e méritos, da felicidade do Rei dos


reis, Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim seja.
4. Cântico (2a e 3ft estrofe).
5. Exposição do SS. Sacramento.
6. Ladainha de nossa Senhora.
7. Tantum ergo.
8. Cântico final.

2. A Santa Isabel
Santa Isabel, augusta padroeira das filhas
Ó de S. Francisco, reanimai-nos em nossa vo­
cação e no espírito de nosso seráfico pai, con­
cedei-nos a graça de, cedendo enfim às solici­
tações interiores que Deus nos faz, nos entre­
guemos inteiramente a ele; tirai de nossos co­
rações o amor próprio e todo o sentimento ter­
restre, para que todos os nossos desejos se vol­
tem para o céu. Amém.
4

Festa de Santa Isabel da Hungria


(19 de Novembro)
1.' Cântico — Hino a Santa Isabel (Ia estrofe).
2. Leitura sobre a vida de Santa Isabel.
3. Oração a Santa Isabel.
Tnsigne padroeira da Ordem Terceira, gloriosa
A santa Isabel, dignai-vos lançar um olhar de
compaixão lá do alto trono de glória, onde go­
zais o copioso galardão com que Deus, nosso
Senhor, premiou vossas heróicas virtudes e in­
tercedei por todos que vos dirigem seus lou­
vores e vos veneram com afetuoso carinho. As
Devoções aos padroeiros da O T 449

filhas do serafim de Assis, as irmãs da Peni­


tência, vos têm escolhido por padroeira espe­
cial e pretendem imitar vossos altíssimos exem­
plos de virtudes que praticastes. Obtende-lhes
as graças para alcançar o que se propõem.
Atendei ainda particularmente às que eu vos
imploro, com a intenção de procurar a maior
glória de Deus e de Maria santíssima, a honra
da santa Igreja e a da Ordem Terceira francis-
cana, a minha própria santificação e a de to­
dos os meus irmãos.
Para mais vos obrigar, saúdo-vos com as
seguintes preces:
bendita Santa Isabel, mãe nossa, consa­
Ó grada ao serviço de Deus desde a infância,
fiel esposa de Jesus Cristo, devotíssima da SS.
Virgem Maria, êmula e digna filha do nosso pai
S. Francisco, obtende-me as graças que neces­
sito para corresponder, às bondades de Deus e
às misericórdias da minha mãe santíssima, a
Virgem Maria.
Pater, Ave, Glória. *
gloriosa Santa Isabel, adornada de todos
Õ os dons celestiais, animada de força e
constância, mãe dos pobres e órfãos, consolo
• dos aflitos e servidora dos necessitados e en­
fermos: obtende-me o perfeito desprezo do
mundo juntamente com a vitória sobre as-
minhas paixões e sobre todos os ataques dos
inimigos da minha alma.
Pater, Ave, Glória.
450 Devocionário

insigne Santa Isabel, cruelmente persegui­


O da pelos parentes e súbditos, sempre cons-
•tante nas adversidades; ilustre por vossas vir­
tudes e milagres, favorável a todos que vos in­
vocam, mãe e exemplo da Ordem da Penitência:
fazei que pela intercessão da santíssima Vir­
gem Maria e do seráfico pai São Francisco,
eu seja em todos os meus pensamentos, pa­
lavras e obras, em qualquer tempo e lu­
gar, assim como em todos os meus atos um
verdadeiro devoto vosso e solícito imitador
de vosso amor a Deus e ao próximo.
7. Rogai por nós, Santa Isabel.
í?. Para que sejamos dignos das promessas
de Cristo.
Oremos
T Tumildemente vos suplicamos, ó Deus de
misericórdia, que ilustreis os corações de
vossos fiéis e nos concedais pela intercessão
de Santa Isabel a graça de desprezar como ela
os bens perecedores desta terra e alcançar os
da ditosa eternidade. Assim seja.
4. Cântico (2a e 3a estrofes).
5. Exposição do SS. Sacramento.
6. Ladainha de nossa Senhora.
7. Tantum ergo.
8. Cântico final.
Ladainha de Todos os Santos 451

6. LADAINHA DE TODOS OS SANTOS


J^yrie, eleison. Qenhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, audi nos. Jesus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Pater de cjelis Deus, Deus Padre dos céus,
misercrc nobis. tende piedade de nós.
Fili, Redemptor mun- Deus Filho, Redentor
di, Deus, do mundo,
Spiritus Sancte Deus, Deus Espírito Santo,
Sancta Trinitas, unus Santíssima Trindade,
Deus, que sois um só Deus,
Sancta Maria, ora pro Santa Maria, rogai por
nobis. nós.
Sancta Dei Genitrix, Santa Mãe de Deus,
Sancta Virgo virgi- Santa Virgem das vir­
num, gens,
Sancte Michael, São Miguel,
Sancte Gabriel, São Gabriel,
Sancte Raphael, São Rafael,-
Omnes sancti Angeli Santos anjos e arcan­
et Archangeli, ora­ jos,
te pro nobis.
Omnes sancti beato- Santas ordens dos es­
rum Spirituum ordi- píritos bem-aventura­
nes, orate pro no- dos,
bis.
Sancte Joannes Ba- São João Batista,
ptista,
452 Devocionário

Sancte Joseph, São José,


Omnes sancti Patriar- Santos patriarcas e pro­
chae et Prophetae, fetas,
orate pro nobis.
Sancte Petre, São Pedro,
Sancte Paule, São Paulo,
Sancte Andréa, Santo André,
Sancte Jacobe, São Tiago,
Sancte Joannes, São João,
Sancte Thoma, São Tomé,
Sancte Jacobe, São Tiago,
Sancte Philippe, ' São Filipe,
Sancte Bartholomaee, São Bartolomeu,
Sancte Matthaee, São Mateus,
Sancte Simon, São Simão,
Sancte Thaddaee, São Tadeu,
Sancte Matthia, São Matias,
Sancte Barnaba, São Barnabé,
Sancte Luca, São Lucas,
Sancte Maree, São Marcos,
Omnes sancti Aposto- Todos os santos após­
Ii et Evangelistae, tolos e evangelistas,
orate pro nobis.
Omnes sancti Discipu- Todos os santos discí­
li Domini, orate pro pulos do Senhor,
nobis.
Omnes sancti Innocen- Todos os santos ino­
tes, orate pro nobis. centes,
Sancte Stephane, Santo Estêvão,
Sancte Laurenti, São Lourenço,
Sancte Vincenti, São Vicente,
Sancti Fabiane et Se- Santos Fabiano e Se­
bastiane, orate pro bastião,
nobis.
Ladainha de Todos os Santos 453

Sancti Joannes et Pau- Santos João e Paulo,


le, orate pro nobis.
Sancti Cosma et Da- Santos Cosme e. Da-
miane, orate pro no­ mião,
bis.
Sancti Gervasi et Pro- Santos Gervásio e Pro-
tasi, orate pro nobis. tásio,
Sancte Ber^rde, São Berardo, .
Sancte Petre, São Pedro,
Sancte Accursi, Santo Acúrsio,
Sancte Adjute, Santo Adjuto,
Sancte Otho, Santo Ótão,
Sancte Daniel, São Daniel,
Sancte Angele, Santo Ângelo,
Sancte Samuel, São Samuel,
Sancte Domne, São Domno,
Sancte Leo, São Leão,
Sancte Hugoline, Santo Hugolino,
Sancte Nicolae, São Nicolau,
Sancte Petre-Baptista São Pedro Batista e os
ceterique Martyres demais mártires do
Japonenses, orate Japão,
pro nobis.
Sancte Nicolae ceteri­ São Nicolau e os de­
que Martyres Gor- mais mártires de Gór-
comienses, orate pro cum,
nobis.
Sancte Fidelis, São Fiel,
Omnes sancti Marty­ Todos os santos már^
res, orate pro nobis. tires,
Sancte Silvester, São Silvestre,
Sancte Gregori, São Gregório,
Sancte Ambrosi, Santo Ambrósio,
Sancte Augustine, Santo Agostinho,
454 Devocionáxio

Sancte Hieronyme, São Jerônimo,


Sancte Bonaventura, São Boaventura,
Sancte Martine, . São Martinho,
Sancte Nicolae, São Nicolau,
Sancte Ludovice, São Luís,
Sancte Benvenute, São Benvindo,
Omnes sancti Pontífi­ Todos os santos pon­
ces et Confessores, tífices e confessores,
orate pro nobis.
Omnes sancti Docto- Todos os santos dou­
res, orate pro nobis. tores,
Sancte Antoni, Santo Antão,
Sancte Benedicte, São Bento,
Sancte Bernarde, São Bernardo,
Sancte Dominice, São Domingos,
Sancte Pater noster Nosso pai São Fran­
Francisco, cisco,
Sancte Antoni de Pa- Santo Antônio de Pá-
dua, dua,
Sancte Bernardine, São Bernardino,
Sancte Joannes a Ca­ São João Capistrano,
pistrano,
Sancte Petre Regalate, São Pedro Regalado,
Sancte Jacobe de Mar- São Jacob da Marca,
• chia,
Sancte Petre de Al- São Pedro de Alcânta-
cantara, ra,
Sancte Francisce So- São Francisco Solano,
. lane,
Sancte Didace, r São Diogo,
Sancte Paschalis, São Pascoal,
Sancte Benedicte, São Benedito,
Sancte Pacifice, São Pacífico,
Sancte Joannes-Joseph, São João José,
Ladainha de Todos os Santos 455

Sancte Theophile, São Teófilo,


Sancte Leonarde, São Leonardo,
Sancte Salvator, .São Salvador,
Sancte Felix, São Félix,
Sancte Joseph a Leo­ São losé de Leonissa,
nissa,
Sancte Seraphine, São Serafim,
Sancte Laurenti a São Lourenço de Brín-
Brundusio, disi,
Sancte Conrade a São Conrado de Par-
Parzham, zham,
Sancte joseph a Cu- São José de Cuperfino,
pertino,
Sancte Ferdinande, • São Fernando,
Sancte Ludovice, São Luís,
Sancte Ivo, Santo Ivo,
Sancte Elzeari, Santo Elzeário, •
Sancte Roche, São Roque,
Sancte Conrade a Pla- São Conrado de. Pia-
centia, cenza,
Sancte Joannes-Maria, São João Maria,
Sancte Joseph-Benedi- São José Benedito,
cte,
Omnes sancti Sacer­ Todos os santos sacer­
dotes et Levitae, ora­ dotes e levitas,
te pro nobis.
Omnes sancti Monachi Todos os santos mon­
et Eremitae, ges e eremitas,
Sancta Maria Magda- Santa Maria Madalena,
lena,
Sancta Agatha, Santa Águeda,
Sancta Lucia, Santa Luzia,
Sancta Agnes, Santa Inês,
Sancta Caecilia, . Santa Cecília,
458 Devocionárlo

Sancta Catharina, Santa Catarina,


Sancta Clara, Santa Clara,
Sancta Agnes Assi- Santa Inês de Assis,
siensis,
Sancta Catharina de Santa Catarina de Bo­
Bononia, lonha,
Sancta Coleta, Santa Coleta,
Sancta Verônica, Santa Verônica,
Sancta Rosa de Viter- Santa Rosa de Viterbo,
bio,
Sancta Hyacintha, Santa Jacinta,
Sancta Maria Francis- Santa Maria Francisca,
ca,
Sancta Angela, Santa Ângela,
Sancta Anastasia, Santa Anastásia,
Sancta Elisabeth Hun- Santa Isabel de Hun­
garhe, gria,
Sancta Elisabeth Por- Santa Isabel de Portu­
tugalisc, gal,
Sancta Margarita de Santa Margarida de
Cortona, Cortona,
Sancta Birgitta, Santa Brígida,
Omnes sanctae Virgi- Todas as santas virgens
nes et Viduae, ora­ e viúvas,
te pro nobis.
Omnes sancti et san­ Todos os santos e san­
ctae trium Ordinum tas das três ordens
sancti Patris nostri do nosso pai São
Francisci, intercedi- Francisco, intercedei
te pro nobis. por nós.
Omnes sancti et san­ Todos os santos e san­
ctae Dei: intercedite tas de Deus, interce­
pro nobis. dei por nós.
Ladainha de Todos os Santos 457

Propitius esto, parce Sede-nos propício, per­


nobis, Domine. doai-nos, Senhor.
Propitius esto, exaudi Sede-nos propício, ouvi-
nos, Domine. nos, Senhor.
Ab omni maio, libera De todo o mal, livrai-
nos, Domine. nos, Senhor.
Ab omni peccato, De todo o pecado,
Ab ira tua, De vossa ira,
A subitanea et impro­ Da morte repentina e
visa morte, imprevista,
Ab insidiis diaboli, Da traição cíp demônio,
Ab ira et odio et omni Da ira, do ódio e de
mala voluntate, toda a má vontade,
A spiritu fornicatio- po espírito da impureza,
nis,
A fuígure et tempes- Dos raios e tempesta­
tate, des,
A flagello terraemotus, Do flagelo de terremo­
tos,
A peste, fame et bello, Da peste, fome e guer­
ra,
A morte perpetua, Da morte eterna,
Per mysterium sanctae Pelo mistério da vossa
incarnationis tuze, santa encarnação,
Per adventum tuum, Pelo vosso advento,
Per nativitatem tuam, Pelo vosso nascimento,
Per baptismum etsan- Pelo vosso batismo e
ctum jejunium tuum, santo jejum,
Per crucem et passio- Pela vossa cruz e pai­
nem tuam, xão,
Per mortem et sbpul- Pela vossa morte e
turam tuam, sepultura,
Per sanctam resurre- Pela vossa santa res­
ctionem tuam, surreição,
458 Devocionário

Per- admirabilem as- Pela vossa admirável


censionem tuam, ascensão,
Per adventum Spiritus Pela vinda do Espírito
Sancti Paracliti, Santo, nosso consola­
do/,'
In die judicii, No dia do juízo,
Peccatores, te roga- Ainda que pecadores,
mus, audi nos. nós vos rogamos, ou­
vi-nos.
Ut nobis parcas, Para que nos perdoeis,
Ut nobis dndulgeas, Para que nos favore­
çais,
Ut ad veram paeni- Para que vos digneis
tentiam nos perdu- conduzir-nos a uma
cere digneris, verdadeira penitência,
Ut Ecclesiam tuam Para que vos digneis
sanctam regere et governar e conservar
conservare digneris, a vossa santa Igreja,
Ut domnum apostoli- Para que vos digneis
cum et omnes ec- conservar em santa
clesiasticos ordines religião o sumo pon­
in sancta religioni tífice e todas as or­
conservare digneris, dens da eclesiástica
jerarquia,
Ut inimicos sanctae Para que vos digneis
Ecclesiae humiliare humilhar os inimigos
digneris, te roga- da santa Igreja, nós
mus, audi nos. vos rogamos, ouvi-
nos.
Ut regibus et princi- Para que vos digneis
pibus christianis pa- estabelecer a paz e
cem et veram con- verdadeira concórdia
cordiam donare di­ entre os reis e prín­
gneris, cipes cristãos,
Ladainha de • Todos os Santos 459

Ut cuncto populo chri- Para que vos digneis


stiano pacem et uni- conceder a paz e uni­
tatem largiri digne- dade a todo o povo
ris, ' cristão,
Ut omnes errantes ad Para que vos digneis
unitatem Ecclesiae reconduzir todos os
revocare, et infide- errantes para a união
les universos ad da igreja e chamar
Evangelii lumen todos os infiéis para
perducere digneris, a. luz do evangelho,
Ut nosmetipsos in tuo Para que vos digneis
sancto servitio con­ confortar-nos e con­
forta re et conserva- servar a nós mésmos
re digneris, no vosso santo ser­
Ut mentes nostras ad viço,
caelestia desideria Para que eleveis as nos­
erigas, sas almas aos celes­
Ut omnibus bencfacto- tiais desejos,
ribus nostris sempi- .Para que retribuais e
terna bona retri­ compenseis com os
buas, dons eternos a todos
Ut animas nostras, os nossos benfeitores,
íratrum, propinquo- Para que livreis da eter­
rum et benefacto- na çondenação nossas
rum nostrorum ab almas e as dos nos­
aeterna damnatione sos irmãos, próximos
eripias, e benfeitores,
Ut fructos terrae dare Para que vos digneis
et conservare digne­ conceder e conservar
ris, os frutos da terra,
Ut omnibus fidelibus Para que vos digneis
defunctis requiem conceder o eterno
aeternam donare di­ descanso a todos os
gneris, fiéis defuntos,
460 Devocionário

Ut nos exaudire dig- Para que vos digneis


neris, atender-nos,
Fili Dei, Filho de Deus,
Agnus Dei, qui toliis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, par- tirais os pecados do
ce nobis, Domine. mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Agnus Dei, qui toliis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, ex- tirais os pecados do
audi nos, Domine. mundo, ouvi-nos, Se­
nhor.
Agnus Dei, qui toliis Cordeiro de Deus, que
peccata mundi, mi- tirais os pecados do
serere nobis. mundo, tende piedade
de nós.
Christe, audi nos. . esus Cristo, ouvi-nos.
Christe, exaudi nos. Jesus Cristo, atendei-
nos.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Christe, eleison. Jesus Cristo, tende pie­
dade de nós.
Kyrie, eleison. Senhor, tende piedade
de nós.
Pater noster. Padre nosso.
7. Et ne nos inducas 7. E não nos deixeis
in tentationem. cair em tentação.
I?. Sed libera nos a I?. Mas livrai-nos do
maio. mal.
Ladainha de Todos . os Santos 461

Salmo 69
eus, in adjutorium
D meum intende:
Domine, ad adju-
ÓDeus, atendei ao
meu socorro. •
Senhor, vinde logo
vandum me festina. para ajudar-me.
Confundantur, et re- Confundidos sejam e
vereantur: * qui qux- envergonhados: * os
runt animam meam. que buscam a minha
alma.
Avertantur retror- Voltem-se atrás, e se­
sum et erubescant: * jam envergonhados, *
qui volunt mihi mala. os que me desejam ma-
les.
Avertantur statim Voltem-se logo cheios
erubescentes: * qui di- de confusão: * os que
cunt mihi: Euge, euge. me dizem: Bem, bem.
Exsultent et laeten- Regozijem-se, e ale-
tur in te omnes qui grem-se em vós todos
quaerunt te: * et di- os que vos buscam: *
cant semper: Magni- e os que amam a vossa
ficetur Dominus, qui salvação digam sempre:
diligunt salutare tuum. Engrandecido seja o
Senhor.
Ego vero egenus et Mas eu sou neces­
pauper sum: * Deus, sitado e pobre: * ó
adjuva me. Deus, socorrei-me.
Adjutor meus et li- O meu favorecedor e
berator meus es tu: * o meu libertador sois
Domine, ne moreris. vós: * Senhor, não vos
t ., ... ,
demoreis.
• Gloria Patri. * * * Glória ao Padre.
T. Salvos fac servos T. Meu Deus, salvai os
tuos. vossos servos. • ■
Manual da O T — 30
462 Devocionário

IV. Deus meus, spe- IV. Que esperam em vds.


rantes in te.
y. Esto nobis, Domi­ y; Sede-nos, Senhor,
ne, turris fortitudinis. uma torre forte.
IV. A facie inimici. IV. Contra os ataques
do inimigo.
7. Nihil proficiat ini- y. Nada possa o cruel
micus in nobis. inimigo contra nós.
IV. Et filius iniquitatis IV. E não chegue a em-
non apponat nocere pecer-nos o malévolo fi­
nobis. lho da iniquidade.
y. Domine, non secun- y. Senhor, não trateis
dum peccata nostra como merecem os nos­
facias nobis. sos. pecados.
ÍV. Neque secundum IV. Nem nos castigueis,
iniquitates nostras re­ como pedem nossas cul­
tribuas nobis. pas.
Y. Oremus pFO Pon­ y. Oremos pelo nosso
tífice nostro N. pontífice N.
ÍV. Dominus conservet IV. O Senhor o conser­
eum, et vivificet eum ve e lhe dê vida, o faça
et beatum faciat eum feliz na terra, e o livre
in terra, et non tradat das mãos dos seus ini­
eum in animam inimi- migos.
corum ejus.
y. Oremus pro bene- Y. Oremos pelos nossos
factoribus nostris. benfeitores.
íV. Retribuere dignare, IV. Dignai-vos, Senhor,
Domine, omnibus no­ por glória de vosso no­
bis bona facientibus me, conceder a vida
propter nomen tuum, eterna a todos os que
vitam cefemam. Amen. nos fazem bem. Amém.
y. Oremus pro fideli- y. Oremos pelos fiéis
bus defunctis. defuntos.
Ladainha de Todos os Santos 463

FV. Rcquiem ceternam I?. Dai-lhes, Senhor, o


dona eis, Domine, et eterno descanso, entre
lux perpetua luceat os rcsplendorcs da luz
eis. perpétua.
7. Requiescant iii pa- Y. Descansem em paz.
ce. IV. Amen. IV. Amém.
7. Pro fratribus nos- y. Oremos por nossos
tris absentibus. irmãos ausentes.
IV. Salvos fac servos I?. Meu Deus, salvai os
tuos, Deus meus, spe- vosso servos, que espe­
rantes in te. ram em vós.
7. Mitte eis, Domine, y. Socorrei-os, Senhor,
auxilium de sancto. do vosso santuário.
IV. Et de Sion tuere I*. E protegei-os da ce­
eos. lestial Sido.
■ y. Domine, exaudi ora- 7: Ouvi, Senhor, a mi­
tionem meam. nha súplica.
R\ Et clamor meus ad IV. E chegue a vós o
te veniat. meu clamor.
J. Dominus vobiscum. y. O Senhor seja con-
vosco.
IV. Et cum spiritu tuo. IV. E com o vosso es­
pirito.
Oremus Oremos

Deus, a quem sem­
D eus, cui proprium
est misereri sem-
O pre é próprio o
compadecer e perdoar,
per et parcere: susci- recebei a nossa súpli­
pe deprecationem nos- ca; e fazei, por bene­
fício de vossa clemen­
tramjutnos et omnes tíssima piedade, que,
fâmulos tuos quos de- assim como os outros
lictorum catena con- vossos servos, sejamos
30*
464 Devocionário

stringit, miseratio tuae inteiramente soltos da


' pietatis clementer ab­ vergonhosa cadeia de
solva*. nossos delitos.
T^xaudi, quaesumus /^uvi, Senhor, os hu-
•^Domine, supplicum 'JF mildes rogos e per­
doai os pecados dos
preces, et confitentium que fielmente vos con­
fessam, para que, ao
tibi parce peccatis: ut mesmo tempo, receba­
pariter nobis indulgen- mos da vossa bondade,
tiam tribuas benignus com o perdão das nos­
sas culpas, a graça de
et pacem. uma completa paz.

I neffabilem nobis,
Domine, misericor- S enhor, ostentai sobre
nós a vossa inefável
misericórdia, de modo
diam tuam clementer
ostende; ut simul nos que, absolvendo-nos de
todos os nossos peca­
et a peccatis omnibus dos, nos livreis igual­
exuas, et a pcenis, mente das gravíssimas
quas pro his mere- penas, que por eles ha­
mur, eripias. vemos merecido.

T^eus, qui culpa of- Deus, a quem a


-■-^fenderis, pceniten- culpa ofende e a
penitência aplaca, rece­
tia placaris: preces bei propício as humil­
populi tui supplicantis des súplicas do vosso
propitius respice; et povo e apartai de nós
flagella tuae iracundiae, os flagelos de vossa ira,
quae pro peccatis nos- que merecemos pelas
iris meremur, averte. nossas culpas.
Ladainha de Todos os Santos 465

/^Vmnipotens sempi- Tj' terno e onipotente


terne Deus, mise- Deus, tende piedade
rere fâmulo tuo Pon- de vosso servo, o nosso
tifici nostro N. et di­ santo Padre N., e o
conduzi, segundo a vos­
rige eum secundum sa clemência, pelo ca­
tuam clementiam in minho da salvação eter­
viam salutis aeternae; na, para que, mediante
ut, te donante, tibi a vossa graça, execute
placita cupiat, et tota sempre com todo o es­
forço o que for mais
virtute perficiat. do vosso, agrado.

D eus, a quo sançta


desideria, recta Ó Deus, de quem de­
pendem os santos
desejos, retos conselhos
consilia, et justa sunt e virtuosas obras, con­
opera, da servis tuis cedei a vossos servos
illam quam mundus aquela paz, que o mun­
do não pode dar, pa­
dare non potest pa- ra que, aplicando os
cem: ut et corda nos- nossos corações à ob­
tra mandatis tuis de- servância dos vossos
preceitos, e desterrado
dita, et, hostium su- o temor dos nossos ini­
blata formidine, têm­ migos, gozemos, com a
pora sint, tua pro- vossa proteção, em nos­
sos dias, uma feliz tran­
tectione, tranquilla. quilidade.
TTre igne sancti Spi- Qenhor, abrasai os nos-
U ritus renes nostros >3 sos rins e o nosso
et cor nostrum, Domi­ coração com o fogo do
ne, ut tibi casto cor- Espírito Santo, para que
pore serviamus, et a vós com casto corpo
466 Devocionário

mundo corde placea- sirvamos e com puro


mus. coração vos agrademos.
T?idelium, Deus, om- Deus, Criador e
F nium Conditor et vJ Redeiftor de todos
Redemptor, animabus os fiéis, concedei às al­
famulorum famula- mas de vossos servos e
rumque tuarum remis- servas a benigna remis­
sionem cunctorum tri- são de todos os seus
bue peccatorum; ut pecados, para que al­
indulgentiam, quam cancem pelas pias sú­
seniper optaverunt, plicas da vossa Igreja
piis supplicationibus a indulgência a que
consequantur. sempre aspiram.
enhor, vos suplica­
A ctiones nostras,
quaesumus, Domi­ Scipeis
mos que vos ante­
a promover e aju­
ne, aspirando praeve-
ni, et adjuvando pro- dar as nossas obras,
sequere; ut cuncta para que todas as nos­
nostraoratio et opera- sas ações e operações
tio a te semper inci- sempre por vós tenham
piat, et per te ccepta princípio e se comple­
finiatur. tem.
/^Amnipotens sempi- terno e onipotente
V^terne Deus, qui vi- Fv Deus, que sois Se­
voruirr dominaris si- nhor dos vivos e dos
mul et mortuorum, mortos, e que fazeis mi­
omniumque misereris, sericórdia a todos que,
quos tuos fide et ope­ pela sua fé e boas
re futuros esse prae- obras, antecipadamente
noscis: te supplices conheceis que serão do
exoramus, ut pro qui- número dos predestina­
bus effundere preces dos, nós vos suplicamos
Ladainha de Todos os Santos 467

decrevimus, • quosque que os mesmos, por


vel praesens saeculum quem vos pedimos (ou
adhuc in carne reti- estejam ainda em car­
net, vel futurum jam ne mortal neste mun­
exutos corpore susce- do, ou — despidos já
dos seus corpos — ha­
cepit, intercedentibus jam passado para outra
omnibus sanctis tuis, vida) alcancem da vos­
pietatis tuae clementia, sa pia clemência, pela
omnium delictorum intercessão de todos os
suorum veniam conse- vossos santos, o benig­
quantur. Per Domi- no perdão de todos os
imm nostrum Jesum seus pecados. Por nos­
so Senhor Jesus Cris­
Christum, Filium tu- to, vosso Filho, que con-
um, qui tecum vivit vosco vive e reina,
et regnat in unitate Deus, em unidade do
Spiritus Sancti Deus Espírito Santo, por to­
per omnia saecula sae- dos os séculos dos sé­
culorum. I?. Amen. culos. Amém.
y. Dominus vobiscum. 7. O Senhor seja con-
vosco.
IV. Et cum spiritu tuo. I?. E com o vosso es­
pirito.
y. Exaudiat nos omni- y. O onipotente e mi­
potens et misericors sericordioso Senhor se
Dominus. digne de nos ouvir.
I?. Amen. I?. Amém.
y. Et fidelium animíe y. E as almas dos fiéis
per misericordiam Dei defuntos,’ por misericór­
requiescant in pace. dia de Deus, descan­
IV. Amen. sem em paz. IV. Amém.
468 Devocionário

7. ALMAS DO PURGATÓRIO .
Qenhor todo-poderoso, que, pelo amor que
^tendes aos homens, vos dignastes revestir
de carne humana, viver nas privações e sofrer
uma dolorosíssima paixão e enfim morrer na
cruz, ah! por tantos merecimentos que nos ad­
quiristes com o vosso preciosíssimo sangue,
peço-vos volvais um olhar piedoso aos tor­
mentos, que, no purgatório, padecem aquelas
santas almas, que, tendo saído deste vale de
pranto com a vossa graça, sofrem agora os
ardores daquelas chamas, para pagar as dívidas
que -contraíram com a vossa divina justiça.
Aceitai, pois, ó piedosíssimo Senhor, as ora­
ções que por elas humildemente vos dirijo;
tirai-as daquele tenebroso cárcere, e chamai-as
à glória do paraíso. Recomendo-vos, de modo
particular, as almas dos meus parentes, dos
meus benfeitores espirituais e temporais, e mui
especialmente as daqueles a quem eu tenha
podido ser ocasião de pecado com o meu mau
exemplo. Virgem santíssima, mãe de miseri­
córdia, consoladora dos atribulados, interce­
dei por aquelas pobres almas a fim de que
pela vossa proteção vão fruir aquele paraíso,
que lhes está preparado.
y. Te ergo, quaesumus, famulis tuis subveni.
R. Quos pretioso sanguine redemisti.
. Pater, Ave e Requiem.
Almas do Purgatório 469

Novena pelas almas


Ia Senhor Jesus! dignai-vos, pelo precioso
sangue que derramastes no jardim das Olivei­
ras, socorrer e livrar as almas do purgatório;
principalmente a mais abandonada. Levai-a ho­
je para o céu, a fim de que, unida aos anjos
e à vossa mãe santíssima, ela vos bendiga
para* sempre. Amém. • •
2a Senhor Jesus! pelo precioso sangue que
derramastes durante a vossa flagelação, dig-
nai-vos socorrer e livrar as almas do purgató­
rio, principalmente a que em vida mc fez
mais benefícios. Levai-a hoje para o céu, a
fim de que, unida aos anjos e à vossa mãe
santíssima, ela vos bendiga para sempre.
Amém.
3a Senhor Jesus! pelo precioso sangue que
derramastes durante a vossa coroação de espi­
nhos, dignai-vos socorrer e livrar as almas do
purgatório, principalmente a que mais amou a
santíssima Virgem. Levai-a hoje para o céu,
a fim de que, unida aos anjos e à vossa mãe
santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.
4a Senhor Jesus! pelo sangue precioso que
derramastes, carregando a vossa cruz, dignai-
vos socorrer e livrar as almas do purgatório,
principalmente a que mais sofre pelos maus
exemplos que eu lhe dei. Levai-a hoje para o
céu, a fim de que, unida aos anjos e à vossa
mãe santíssima, ela vos bendiga para sempre.
Amém.
5a Senhor Jesus! pelos merecimentos do san­
gue precioso contido no cálice que apresentas-
470 Devocionário

tes a vossos apóstolos depois da ceia, dignai-


vos socorrer e livrar as almas do purgatório,
principalmente a que foi mais devota do san­
tíssimo Sacramento do altar. Levai-a hoje para
o céu, a fim de que, unida aos anjos e à vossa
mãe santíssima, vos bendiga para sempre.
Amém.
6a Senhor Jesus! pelos merecimentos do
sangue que manou de vossas chagas, dignai-vos
socorrer e livrar as almas do purgatório, prin­
cipalmente as daqueles que vós me confias­
tes na terra. Levai-as hoje para o céu, a fim
de que, unidas aos anjos e à vossa mãe san­
tíssima, elas vos bendigam para sempre. Amém.
7a Senhor Jesus! pelos merecimentos do san­
gue precioso que saiu de vosso sagrado Cora­
ção, dignai-vos socorrer e livrar as almas do
purgatório, principalmente a que mais propagou
o culto do vosso Coração sacratíssimo. Levai-a
hoje para o céu, a fim de que, unida aos anjos
e à vossa mãe santíssima, ela vos bendiga para
sempre. Amém.
. 8a Senhor Jesus! pelos merecimentos de vos­
sa adorável resignação sobre a cruz, dignai-vos
socorrer e livrar as almas do purgatório, prin- •
cipalmente a que mais padece por minha causa.
Levai-a hoje para o céu, a fim de que, unida
aos anjos e à vossa mãe santíssima, ela vos
bendiga para sempre. Amém.
9a Senhor Jesus! pelos méritos das lágrimas
que a santa Virgem derramou ao pé da vossa
cruz, dignai-vos socorrer e livrar as almas do
purgatório, principalmente a que vos é mais
Almas do Purgatório 471

cara. Levai-a hoje para o céu, a fim de que,


unida aos anjos e à vossa mãe santíssima, ela
vos bendiga para sempre. Amém.
Ato heróico
Nosso Senhor apareceu, um dia, à grande peni­
tente da O T, santa Margarida de Cortona, e dis­
se-lhe: “Vai procurar os meus frades menores e co­
munica-lhes de minha parte que se lembrem, mais
frequentemente, das almas do purgatório que atual­
mente são em grande número, porque poucas são
as pessoas que rezam por elas".
Terceiros de S. Francisco, esta queixa e este apelo
em favor das almas do purgatório, nosso Senhor
ainda hoje o renova. Uma das práticas mais efica­
zes às almas , do purgatório e de grande proveito
aos vivos é sem dúvida o ato heróico, recomendado
pelos soberanos pontífices e por eles enriquecido
com numerosas indulgências.
Para conhecer a natureza deste ato, chamado lm-
pròpriamente voto, é necessário saber que cada ação
feita em estado de graça pode alcançar três fru­
tos: de satisfação, de mérito e de impetração.
Toda a boa obra, oração, etc., requer algum sa­
crifício, algum esforço: este sacrifício e este esfor­
ço satisfazem por nossos pecados à justiça divina:
é o fruto de * satisfação ou satisfatório,
Esta boa obra nos torna mais agradáveis a Deus,
aumenta em nós a graça santificante e, por con­
seguinte, nossos méritos: é o fruto de mérito, que
nos é pessoal e não pode ser comunicado aos ou­
tros.
Demais, podemos fazer uma ação ou uma oração
no intuito de obter graças, que desejamos para nó3
ou para outrem. Deus nos concede suas graças, se
nos forem úteis à salvação é se as queremos como
..são necessárias: é o fruto impetratório.
Em resumo, nossas ações podem ser satisfató­
rias, meritórias, lmpetratórias, e estes três frutos
são distintos um do outro.. .
472 Devocionário

Ora, pelo ato heróico, oferecemos ünicamente tudo


o que as nossas ações podem ter de satisfatório,
também tudo o que se nos poderá aplicar após a
morte. Os frutos de mérito e de tmpetração nos
ficam.
Por conseguinte, depois de ter feito este ato, po­
demos continuar a ganhar méritos para nós e a
rezar por nós, por nossos parentes, etc. Os padres
podem oferecer o santo sacrifício da missa pelas
intenções daqueles que dão alguma retribuição.
E’ livre fazer-se este donativo em favor das almas
do purgatório em geral, ou em favor de qualquer
alma que nos seja querida.
Muitos fiéis adotam a piedosa prática de colocar
entre as mãos da santíssima Virgem todas as suas
boas obras, a fim de que as distribua pelas almas
que mais deseja libertar. Essa prática não seria
tão recomendada, se não fosse indispensável ao ato
heróico.
Finalizemos, dizendo, antes de falar nas indul­
gências e privilégios, que este donativo não obriga
sob pena de pecado e não exige nenhuma fórmula.
Um ato de vontade e a oferta feita de coração,
eis o essencial.
Podemos servir-nos de uma fórmula abreviada,
ensinada por Santo Afonso de Ligório:
O’ meu Deus, em união com os méritos do
Jesus e Maria, eu vos ofereço, para as almas do
purgatório, todas as minhas obras satisfatórias,
assim como as que me serão aplicadas por ou­
tros durante a minha vida, na minha morte e
depois dela.
Privilégios • Indulgências
1° Os padres gozam o favor do altar privilegiado
em todos os dias do ano, isto é, a indulgência ple­
nária que deve ser aplicada à alma em favor de
quem se oferece o santo sacrifício.
Almas do Purgatório 473

2o Os fiéis podem ganhar uma indulgência ple­


nária, todos os dias, fazendo a santa comunhão,
como também todas as segundas-feiras, desde que
assistam à missa em intenção das almas do. pur­
gatório. Os que são impedidos de assisti-là, nesse
dia, podem fazê-lo no domingo. Para esta indul­
gência 6 ainda preciso visitar uma igreja ou ora­
tório público e rezar algum tempo pelas intenções
do soberano pontífice. Quanto às crianças que não
têm feito a primeira comunhão, e aos fiéis que
não podem comungar, peçam aos confessores para
comutarem a comunhão em qualquer obra de pie­
dade.
3o Todas as indulgências já concedidas e as
que o serão para o futuro, e que ganharão as pes­
soas que fizerem o ato heróico, podem ser aplica­
das às almas do purgatório. Não se satisfaz ãs
condições do ato heróico, reservando para si as in­
dulgências dos vivos; essas indulgências também
devem ser aplicadas aos defuntos, querendo-se ser
fiel ao compromisso tomado (Leão XIII, 19 de De­
zembro de 1885).
Lendo a vida de Santa Gertrudes, vemos que,
desde os mais tenros anos, tinha oferecido todas
as suas orações e boas obras pelas almas do pur­
gatório. No leito de morte, o demônio veio ator-
mentá-la, dizendo que havia de ir ao purgatório,
para expiar suas faltas por longos sofrimentos.
Nosso Senhor também apareceu-lhe, para lhe asse­
gurar que a sua caridade para com os mortos ti­
nha aumentado a soma de seus méritos satisfató­
rios, longe de os diminuir, e lhe estava reservado
um alto grau de glória na eternidade: “E’ assim,
dizia, que a minha clemência reconhece, por uma
generosa recompensa, teu devotamento para com os
mortos, e receberás no paraíso o cêntuplo de tudo
quanto fizeste por eles”.
Não receemos, pois, de perdermos o mérito sa­
tisfatório de nossas obras em favor das almas do
purgatório: o que fizermos por elas, nos será pago
ao cêntuplo - por Deus..
r'
474 Devocionário

IV. ORAÇÕES PARA DIVERSAS


NECESSIDADES
1. Pelo Sumo Pontífice
. 4

Ànt. Oremps pelo nosso sumo pontífice N.


O Senhor o conserve e vivifique, o faça feliz na
terra e o não deixe em poder dos seus inimigos.
Padre-nosso, Ave-Maria.
Oremos. Onipotente e eterno Deus, tende
compaixão do vosso servo N., nosso pontífice,
e por vossa bondade, levai-o no caminho da
salvação eterna, a fim de, pela vossa graça, só
desejar o que vos é agradável e realizá-lo com
todas as suas forças. Assim seja.
2. Pela Igreja
Espírito Santo criador, dignai-vos, assistir
Ó propício a toda a Igreja católica, e ampa­
rai-a, e fortalecei-a contra os ataques dos seus
inimigos com o vosso poder; renovai, pelo vosso
amor e pela vossa graça, o espírito daqueles
vossos servos sobre os quais descestes, para
que eles glorifiquem o Padre eterno e seu
Filho unigênito Jesus Cristo. Amém.
3. Oração pelo clero
TAeixai, ó Jesus, / que em vosso Coração eu-
-L' carístico / depositemos nossas mais arden­
tes preces pelo nosso clero, / e sede propício
aos nossos pedidos. / Multiplicai as vocações
sacerdotais na nossa pátria: / atraí ao vosso
altar os filhos do nosso Brasil; / chamai-os com
instância ao vosso ministério. / Conservai na
Orações para diversas necessidades 475

perfeita fidelidade ao vosso serviço / aqueles


a quem já chamastes; / afervorai-os, / purifi­
cai-os, / santificai-os, / não permitais que se
afastem do espírito da vossa Igreja.
Não consintais, ó Jesus, nós vos suplicamos,
/ que debaixo do céu brasileiro / sejam, por
mãos indignas, / profanados os vossos mis­
térios de amor. / Também vos pedimos com ins­
tância: / deixai que a misericórdia do vosso
Coração vença a vossa justiça divina / por
aqueles que se recusaram à honra da vocação
sacerdotal / ou desertaram das fileiras sagra­
das.
Atendei, ó Jesus, a esta nossa insistente ora­
ção. / vo-lo pedimos por vossa mãe, Maria san­
tíssima, / rainha dos sacerdotes. / O' Maria,
ao vosso coração confiamos o nosso clero;
guiai-o, / guardai-o / protegei-o, / salvai-o.
4. Outra oração pelo clero
Tesus, pastor eterno das almas, atendei à ora-
ção que vos dirigimos em favor dos vos­
sos ministros.
Correspondemos, assim, ao vosso próprio de­
sejo. Não são, acaso, os sacerdotes o objeto
mais caro das vossas ternuras, o alvo mais
querido do amor que tendes às almas?
Jesus, fazei que entrem no sacerdócio somen­
te aqueles que vós mesmo houverdes chama­
do; derramai as vossas luzes sobre os que
têm a missão de escolher os futuros sacerdo­
tes; aos diretores espirituais concedei o dom
de bem aconselhar, e aos educadores a ci­
ência de cultivar as vocações.
476 Devocionário

• Dai-nos sacerdotes que sejam anjos de pu­


reza; exemplares de perfeição na humildade;
serafins abrasados do fogo do vosso amor;
heróis dispostos a todos os sacrifícios; após­
tolos da vossa glória; salvadores e san-
tificadores das almas.
Aos ignorantes e aos que sofrem, dai-lhes sa­
cerdotes que os retirem das trevas, que os sal­
vem, os conduzam até vós, e que os consolem
com as consolações do vosso próprio Coração.
Quantas almas, ó Jesus, alcançariam a per­
feição, se gozassem do ministério de sacerdo-
. tes segundo o vosso Coração. Por isso, de novo
vos pedimos que tenhais compaixão das mul­
tidões que têm fome e têm sede, fazendo que
os vossos sacerdotes arrastem esta humanidade
desfalecida até vós, ó Jesus, e assim se veja
renovada a face da terra, exaltada a santa igre­
ja, glorificado o reinado do vosso Coração.
Virgem imaculada, mãe do sacerdote eterno,
e que mesma sois sacerdote e altar, — vós, a
quem S. joão Evangelista, o discípulo e sa­
cerdote 'predileto de Jesus, foi dado como pri­
meiro filho de adoção, .e que presidistes, como
rainha e mestra, aos apóstolos reunidos no ce-
náculo, sede nossa poderosa intercessora, unin­
do vossas súplicas às nossas, e apresentando-as
todas ao Coração do vosso divino Filho, para
que, no regaço da Igreja, permanentemente se
reproduzam os prodígios que o Espírito Santo
operou nos primeiros apóstolos, no dia de Pen-
tecostes. Assim seja.
Orações para diversas necessidades 477

5. Oração a São Francisco


Pela Ação Católica
glorioso discípulo de Cristo, nosso pai São
O Francisco, que com o vosso exemplo e a
vossa palavra, renovastes, no meio do mundo
profano, o espírito do divino Mestre e fizestes
florescer através dos séculos um apostolado
mundial de amor e de sacrifício — vinde em so­
corro da Ação Católica dos nossos dias, para
que, a exemplo vosso, trabalhemos e nos sa­
crifiquemos pela restauração do reino de Cristo
nas almas e nos lares, na sociedade e na vida
oficial das nações.
Alcançai-nos, glorioso patriarca seráfico,
o espírito do amor de Deus e do próximo,
o .espírito do desprendimento das coisas mun­
danas,
o espírito da humildade e despretensão,
o espírito de obediência e disciplina,
o espírito da alegria e paz interior,
o espírito do sacrifício e da renúncia,
o espírito do trabalho e do entusiasmo,
o espírito do apostolado e do martírio, para
que possamos cumprir dignamente a tare­
fa de que nos incumbiram aqueles que “o
Espírito escolheu para regerem a Igreja de
Deus".
Alcançai-nos também, amável apóstolo da so­
ciedade, aquela perene e imperturbável sereni­
dade espiritual que aureolava todos os vossos
trabalhos e iluminava as mais tenebrosas noi­
tes de vossos sofrimentos, para que, a exem-
Manual da O T — 31
478 Devocionário

plo vosso, sirvamos a Deus na alegria do nosso


coração e possamos, em verdade, dizer com o
apóstolo Paulo: "Eu transbordo de alegria no
meio de todas as minhas tributações; porque
tenho para mim que todos os sofrimentos da
vida presente não se comparam com a abun­
dância da glória futura que se há de revelar erp
nós”.
São Francisco de Assis, padroeiro da Ação
Católica, rogai por nós. Amém.

6. Para a conversão dos pecadores


De S. Francisco Xavier

D eus, criador eterno de todas as coisas, lem­


brai-vos que as almas dos infiéis, hcreges
e pecadores foram por vós criadas à vossa ima­
gem e semelhança. Vede que, em afronta vos­
sa, dessas mesmas almas se enche o inierno.
Lembrai-vos que Jesus, vosso amado Filho, pela
salvação delas padeceu morte atrocíssima. Não
permitais, Senhor, que vosso Filho seja desco­
nhecido e desprezado pelos infiéis, hereges e
pecadores; mas, aplacado pelos rogos dos vos­
sos servos e da santa Igreja, lembrai-vos da
vossa misericórdia; fazei que eles um dia co­
nheçam, temam e amem a Jesus Cristo, nosso
Senhor, em quem está a nossa salvação, vida
e ressurreição, pelo qual fomos remidos, e ao
qual seja dada glória pelos séculos sem fim.
Amém.
Orações para diversas necessidades 479

7. Oração a Santa Teresinha . pela conversão


dos pecadores
santa Teresinha, durante vossa vida, ten­
Ó do imensa compaixão das almas que se
perdem e querendo a todo custo arrancar os
pecadores às chamas eternas, vos resolvestes
conservar-vos aos pés da cruz de nosso Re­
dentor para receber o orvalho divino da sal­
vação e derramá-lo em seguida sobre as almas.
Agora que no céu gozais as delícias do amor
misericordioso, lançai um olhar de compaixão
sobre os infelizes pecadores de todo o mundo.
Ah! vede, são tantos... hereges, infiéis, apósta­
tas, sacrílegos... são tão numerosos os des­
prezado res do sangue precioso de nosso Re­
dentor; Intercedei por eles, ó Santa Teresinha,
junto à Virgem santíssima, refúgio dos pecado­
res, alcançai-lhes o arrependimento e o perdão;
fazei que todos, cheios daquela vossa confiança
na misericórdia de Deus, voltem quanto antes
à casa paterna e possam povoar o céu de vosso
amado Jesus. Assim seja.
8. Para perfeita submissão à vontade de Deus
Segundo Santa Gertrudes
T>ai onipotente e santíssimo, ainda que eu não
Aseja mais do que uma pobre e vil criatura,
dignai-vos permitir-me de renunciar nas vos­
sas mãos à minha própria vontade. Entrego-me
inteiramente à vossa divina vontade. Desejo
que ela me reja sempre, tanto o corpo como
a alma, tanto no tempo como na eterni­
dade. Unindo-me àquela perfeita resignação
31*
480 Devocicmário

com que Jesus, no- horto das Oliveiras, se


entregou à vossa santíssima vontade e apro­
priando-me sua intenção e suas palavras,
repito-vos submissamente: “Pai, se é do vosso
agrado, afastai de mim este cálice; entretanto,
cumpra-se em tudo, não a minha, mas a vossa
soberana vontade". E, pois, como só vós sa­
beis o que melhor a mim convém, o que man­
dardes aceito, certo de que só será para o
bem e salvação da minha alma. Assim seja.
Segundo Santo Inácio de Loiola
\ ceitai, Senhor, em vossas mãos toda a mi-
nha liberdade; recebei a minha memória,
inteligência e vontade. Tudo o que tenho e
possuo, fostes vós, Senhor, quem mo destes: eu
vo-lo entrego sem reserva alguma, para que a
vossa vontade de tudo disponha. Dai-me so­
mente o vosso amor e a vossa graça, e serei
bastante rico; não vos peço outra coisa.
9. Nos sofrimentos e tribulações
T>ai amantíssimo, eis-me aqui em vossas
A mãos. Dobrai a minha cerviz, para que as
minhas torcidas inclinações se endireitem se­
gundo a retidão da vossa vontade. Fazei de
mim, como bem sabeis fazê-lo, um discípulo
humilde e piedoso, sempre pronto a obedecer-
vos ao menor aceno. Abandono-me com tudo o
que me pertence à vossa punição, pois é pre­
ferível ser castigado nessa vida, a sê-lo na ou­
tra. Vós sabeis tudo, e não há nada na cons­
ciência humana que vos seja oculto. Sabeis o
Orações para diversas necessidades 481

que mais convém à minha salvação, e como me


é útil a tribulação para limpar a ferrugem dos
vícios.
Fazei de mim, como for de vossa vontade e
gosto. Não me desprezeis por causa da minha
vida pecaminosa, que vós só, mais que nenhum
outro, bem claramente conheceis. Fazei-me, Se­
nhor, possível pela graça, o que pela natureza
me parece impossível. Bem sabeis quão pouco
posso padecer, e como realmente mc abato pela
menor contrariedade. Permiti, pois, ó meu Je­
sus, que se me torne aprazível e amável, pelo
vosso nome, qualquer prova e tribulação, visto
como é no experimentar dores e aflições por
amor de vós, que minha alma achará sua sal­
vação. Assim seja. •
Segundo S. Francisco de Assis
ó em vós, Senhor, porei minha confiança,
S pois só vós sabeis o que na verdade ne­
cessito. Dai-me graças para suportar as prova­
ções que me enviardes; seja feita a vossa
vontade assim na terra como no céu. Amém.
10. Oração pelos pais *
meu Deus, Pai de bondade e misericórdia,
atendei propício às súplicas que vos faço
em favor dos meus queridos pais, que reconhe­
ço como singular favor das vossas mãos. Vós
destes, Senhor, o preceito do amor filial, di­
zendo: “Honrarás pai e mãe!” Imprimistes em
nossa alma este tão doce sentimento, ao qual
quisestes também ligar a nossa felicidade, ain­
da mesmo sobre a terra. Vinde, pois, em meu
482 Devocionáriò

auxílio e satisfazei por mim, quanto devo aos


seus cuidados e ternura que jamais poderei re­
conhecer bastante. Derramai sobre meus pais
as vossas preciosas e mais abundantes bên­
çãos; recompensai a sua caridade nesta vida,
segundo os desígnios da vossa providência, e
na outra, com a felicidade eterna. O* meu Deus,
concedei a meus bons pais largos anos de vida,
para que me protejam na infância e na juven­
tude, em que tanto* necessito de sua assistên­
cia, e também para que na sua velhice possa
eu ter a consolação de os acompanhar e pro­
digalizar-lhes os serviços de que precisarem.
Venho agora pedir também que me façais
dócil, obediente e humilde, para vos agradar,
ó meu Deus, e para dar igualmente satisfação
aos meus queridos pais. Não permitais, Senhor,
que jamais lhes cause o menor desgosto, antes
fazei que eu lhes dê todo o prazer que devem
esperar do meu amor. O’ meu Deus. abençoai
para sempre e em tudo a meus pais, pelo amor
de Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim seja.
11. Oração pelos filhos
"^Tossa Senhora do Sagrado Coração, / Vir-
-lN gem imaculada, / rogai por nossos filhos
ao .Coração adorável de Jesus, / que não recusa
nada à sua mãe! / Intercedei-lhe pela união
e paz em nossas famílias.
Santos anjos da guarda, / orai por eles.
S. José, / protegei nossa intenção.
S. João, discípulo bem amado, / rogai por
eles ao Coração de Jesus.
Orações para cUversas necessidades 483
•4

Sto. Agostinho, / rogai por eles.


S. Luís, / rogai por eles.
Santa Mônica, / rogai por eles e por todos
--nós. -
12. Oração pela família
Tesus, Maria, e José, / modelos perfeitíssimos
J de recolhimento, caridade e humildade, / al-
cançai-nos a graça de imitarmos as sublimes
virtudes que praticastes na terra, / e dignai-
vos proteger a todos nós, / que agora prostra­
dos na vossa presença imploramos o vosso pa­
trocínio. / Lembrai-vos, ó Jesus, Maria e José,
que somos todos vossos; / defendei-nos, pois,
de todo e qualquer perigo, / socorrei-nos em
nossas necessidades, / dai-nos graça para nos
mantermos constantemente na imitação da vos­
sa santa família, / a fim de que, servindo-vos
ficlmente aqui na terra, / possamos depois ben­
dizer-vos por toda a eternidade no céu. Assim
seja.
13. Nas viagens e excursões
Itinerário
Ant. Pelo caminho da paz.
BENEDCTUS
T>endito seja o Senhor Deus de Israel, / por-
-2^ que visitou e remiu seu povo.
E nos suscitou um poderoso Salvador,-/ na
casa de David, seu servo.
Segundo havia anunciado por boca de seus
profetas, / nos séculos passados:
484 Devocionário

Que nos salvaria de nossos inimigos, / e das


mãos de todos os que nos odeiam.
Para usar de misericórdia com nossos pais,
/ e em memória da aliança que com eles
havia feito.
Para cumprir o juramento que fizera a nosso
pai Abraão / de que nos daria seu Filho.
Para que, livres das mãos de nossos inimigos, /
o sirvamos, sem temor;
Em santidade e justiça, na sua presença, / por
todos os dias de nossa vida.
E tu, menino, serás chamado profeta do Altís­
simo, / porque irás diante da face do Senhor,
a preparar-lhe os caminhos.
Para dar a seu povo a ciência da salvação, /
para remissão de seus pecados.
Pelas entranhas da misericórdia de nosso Deus,
/ que o fez baixar à terra para visitar-nos.
Para iluminar aos que estão sentados nas tre­
vas e nas sombras da morte, / e dirigir nos­
sos passos no caminho da paz.
Glória ao Padre, etc.
Ant. Pelo caminho da paz e prosperidade guie-
nos o Senhor todo-poderoso e misericordioso.
Acompanhe-nos o anjo Rafael em nossa via­
gem, para que voltemos à nossa morada sãos
e salvos.
T. Senhor, compadecei-vos de nós.
íí. Jesus Cristo, compadecei-vos de nós.
7. Senhor, compadecei-vos de nós.
Padre-nosso (em silêncio).
y. E não nos deixeis cair em tentação.
lí. Mas livrai-nos do mal.
Orações para diversas necessidades 485

* T. Meu Deus, salvai os vossos servos.


IV. Que esperam em vós.
>r. Socorrei-os, Senhor, do vosso santuário.
XV. E protegei-os da celestial Sião.
y. Sede-nos, Senhor, uma torre forte.
XV. Contra os ataques do inimigo,
y. Nada possa o inimigo contra nós.
XV. E não chegue a empecer-nos o malévolo fi­
lho da iniquidade.
V. Bendito seja o Senhor todos os dias.
IV. Preparai-nos felicidade em nosso caminho,
ó Deus da nossa salvação,
y. Mostrai-nos, Senhor, os vossos caminhos.
IV. E fazei-nos conhecer as vossas veredas,
y. Dirigi os nossos passos.
IV. De acordo com os vossos mandamentos,
y. Os caminhos tortuosos tornar-se-ão retos.
IV. E os escabrosos serão aplainados,
y. Deus enviou seus anjos.
XV. Para guiar todos os vossos passos,
y. Senhor, ouvi a minha oração.
IV. E o nosso clamor chegue até vós.
Oremos
eus, que fizestes os filhos de Israel atraves­
D sar o mar a pé enxuto e aplainastes o ca­
minho até a vós aos três magos, guiados pela
estrela; concedei-nos, vo-lo pedimos, uma via­
gem feliz e um tempo tranquilo, a fim de que,
na companhia de vosso santo anjo, possamos
chegar ao lugar, aonde nos dirigimos, e achar
finalmente com felicidade o porto da eterna sal­
vação. .
486 Devocionárlo

Deus, que conduzistes vosso servo Abraão


de Ur dos caldeus, ileso por todas as estradas
de sua peregrinação, pedimos vos digneis guar­
dar a nós, vossos servos; sede-nos, Senhor,
conselho na partida, consolo no caminho, som­
bra no estio, abrigo contra chuva e frio, alívio
no cansaço, amparo na adversidade, apoio em
terreno escorregadiço, porto no naufrágio, para
que, guiados por vós, possamos chegar feliz­
mente ao lugar do nosso destino e por fim re­
gressar incólumes ao nosso lar.
Atendei, nós vos pedimos, Senhor, as nossas
súplicas e disponde a viagem dos vossos ser­
vos na abundância de vossa graça; a fim de
que sejamos protegidos por vosso auxílio em
todas as emergências da viagem e desta vida.
Concedei, vo-lo pedimos, ó Deus onipotente,
que vossa família caminhe pela vereda da sal­
vação e que, seguindo os conselhos de vosso
precursor São João, chegue com segurança a
quem ele predisse, nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que convosco vive e reina, Deus,
em unidade do Espírito Santo, por todos os
séculos dos séculos. Amém.
7. Sigamos em paz.
Em nome do Senhor. Amém.
14. Exercício de preparação para a morte
Muito recomendado por alguns mestres da vida
espiritual, como Sto. Inácio de Loiola e Sto. Afonso
de Ligório, este exercício consiste em um retiro,
cujo tema de meditação é a própria morte.
Algumas pessoas usam fazê-lo no último dia do
ano. Este exercício não convém aos indivíduos ner­
vosos ou de ânimo fraco. Para as pessoas de tempe-
Orações para diversas necessidades 487

ramento calmo e nervos equilibrados, é este um


ótimo meio para refletir na inanidade de todas as
riquezas, honras e posições que na hora da nossa
morte cessam de nos pertencer, e das quais, por
conseguinte, devemos estar desapegados. Lembra-
nos, também, o dever, tão caracterlsticamente cris­
tão, de estar sempre preparados, isto ó. dc cons­
ciência limpa e arrumada, porque ninguém sabe a
que horas virá o Pilho do homem e o chamará
para a jornada da qual jamais sè volta.
Ato de aceitação da morte«
■ft/Teti Senhor e meu Deus, quando baterdes à
■iv A minha porta, encontrareis o meu coração
aberto para vos receber; estou pronto para pas­
sar à outra vida, logo que assim o queirais.
Meu Deus, meu Pai e meu Senhor! pequei
contra o céu e diante de vós; e vós me conde­
nastes à morte: sois justo, Senhor, e reto é
vosso juízo. Adoro vossa eterna justiça e con­
fesso diante do céu e da terra que mereço a
morte — por minha culpa, minha culpa, minha
grande culpa.
Portanto, meu Deus, na presença de toda a
corte do céu, aceito desde já a morte, com to­
das as suas angústias e dores, e com todos os
sofrimentos da agonia, em reparação dos peca­
dos que cometi em todo o decurso da minha
vida. E vós, Senhor, aceitai este meu ato, como
aceitastes a oblação que Jesus Cristo fez da
sua morte na cruz, como expiação de todos os
pecados do mundo.
Aceito a morte, ó meu Deus, para vos re­
conhecer como supremo Senhor da vida e da
morte, e para adorar assim, com a mais pro­
funda humildade, a vossa divina majestade, o
488 Devocionárlo
■ %

vosso poder divino e o direito absoluto que


tendes sobre mim. Quero morrer, ó meu Se­
nhor e Deus, para vos adorar.
Aceito a morte, ó meu Deus, como Jesus a
aceitou, em espírito de gratidão e amor. Oh!
quanto me amastes desde toda a eternidade!
Como poderei retribuir-vos os inumeráveis be­
nefícios que me fizestes? Não tenho neste mun­
do nada que me seja mais caro que a vida. Eu
vo-Ia dou, ó meu Pai, de boa vontade, em tes­
temunho para mostrar-vos meu amor.
Aceito a morte, ó meu Deus, pelo zelo da
vossa glória, como uma confissão pública que
faço dos meus pecados, para restituir-vos do
modo que me é possível a glória que vos tirei
durante a minha vida. Consinto que minha alma
seja separada do corpo, em castigo de tantas
vezes havê-la separado de vós pelo pecado.
Aceito a perda de todos os meus sentidos, e
até da mesma razão, como satisfação dos des­
gostos que com eles tenho dado à vossa divina
majestade.
Aceito, Senhor, que meu corpo seja pasto
dos vermes e reduzido a pó, em castigo e peni­
tência dos crimes e prazeres mundanos, com
que por meio deles vos ofendi na vossa divina
presença, preferindo a minha satisfação à vossa
vontade, ao vosso amor e à vossa glória. Que­
ro morrer, Senhor, em tributo de penitente sa­
tisfação ao vosso amor ofendido e à vossa hon­
ra desprezada.
Enfim, aceito, ó meu Deus, e vos ofereço a
minha agonia e a minha morte, a fim de im­
petrar para aquele momento extremo as gra-
Orações para diversas necessidades 4S9

ças da vossa divina misericórdia.* Por isto vo-


las ofereço, em união com a sagrada paixão e
morte de Jesus, com as dores do coração ima­
culado de Maria, para que a minha morte, ain­
da que dolorosa, seja preciosa aos vossos olhos,
e a minha alma, desprendendo-se deste corpo,
mereça ser acolhida por vós na mansão dos
bem-aventurados no céu. Assim seja.
Súplicas a nosso Senhor Jesus Cristo para a
hora da morte
(penhor meu Jesus Cristo, Deus de bondade
^ e Pai de misericórdia, eu me apresento a
vós com o coração contrito e humilhado, para
recomendar-vos o meu último suspiro e o que
depois dele me espera.
Quando a imobilidade de meus pés me adver­
tir que a minha carreira neste mundo está pres­
tes a terminar-se:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando as minhas mãos trêmulas e entorpe­
cidas já não puderem sustentar o crucifixo, e,
a meu pesar, o deixarem cair sobre o meu lei­
to de dor:
Misericordioso Jesus, tende piedade de, mim.
Quando os meus olhos, ofuscados pelo hor­
ror da morte iminente, fixarem em vós as vis­
tas lânguidas e desfalecidas:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando os meus lábios, frios e trêmulos, pro­
nunciarem pela última vez o vosso nome ado­
rável :
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
490 • Devocionário

Quando as minhas faces, pálidas e lívidas,


inspirarem aos circunstantes compaixão e ter-
ror, e os meus cabelos, banhados de suor de
morte, arrepiando-se em minha cabeça, anun­
ciarem o meu próximo fim:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando os meus ouvidos, prestes a cerrarem-
se para sempre aos discursos dos homens, se
abrirem para escutar a vossa voz, que pronun­
ciará a irrevogável e decisiva sentença de mi­
nha sorte para toda a eternidade:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a minha imaginação e o meu espí­
rito, perturbados pelo aspecto das minhas ini-
quidades e pelo temor da vossa justiça, lu­
tarem contra o anjo das trevas, que pro­
curará afastar-me da vista consoladora das
vossas misericórdias e precipitar-me no abis­
mo da desesperação:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando o meu débil coração, oprimido pelas
dores da enfermidade e tomado dos horrores
da morte, se achar extenuado pelos esforços
que tiver feito contra os inimigos de minha
salvação:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando correrem dos meus olhos as últimas
gotas de lágrimas, sintomas da minha destrui­
ção; recebei-as, ó meu Jesus, em sacrifício ex­
piatório, para que eu expire como vítima de
penitência, e nesse terrível momento:.
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Orações para diversas necessidades 491

Quando meus parentes e amigos, ao redor


do meu leito, se enternecerem à vista do meu
doloroso estado, e vos invocarem por mim:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando eu tiver perdido o uso de todos os
meus sentidos, e o mundo inteiro tiver desapa­
recido diante de mim, deixando-me só, inteira­
mente só, a gemer nas angústias da extrema
agonia e nas aflições da morte:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando as ânsias extremas do coração for­
çarem a minha alma a desprender-se do corpo,
arrancando os últimos suspiros, aceitai-os
como sinal de uma santa impaciência de
unir-ine a vós!
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a minha alma sair para sempre deste
mundo e deixar meu corpo pálido, frio, inani­
mado e cadáver, aceitai essa destruição do meu
ser em sacrifício de homenagem por mim pres-
lada à vossa divina majestade, e então:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Finalmente, quando minha alma comparecer
na vossa presença, e vir pela primeira vez o
esplendor de vossa infinita majestade, não a
expulseis da vossa vista, antes recebei-a no
amoroso seio da vossa misericórdia, para que
cante eternamente os vossos louvores:
Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
492 ■ Devocionário

Oração a Maria santíssima


Por Sto. Afonso de Ligório
Maria santíssima, doce refúgio dos pobres
Ó pecadores; na hora em que minha alma
sair do meu corpo, assisti-me com a vossa mi­
sericórdia, pela dor que sofrestes ao pé da cruz,
presenciando a morte de vosso Filho. Afastai
de mim os inimigos infernais, e vinde receber
minha alma, para a apresentardes ao eterno
juiz. O' minha Senhora e Rainha, não me de­
sampareis. Depois de Jesus haveis de ser o meu
conforto naquele terrível instante. Rogai ao vos­
so Filho, que pela sua bondade me conceda a
graça de morrer abraçado aos seus pés, e de
entregar a minha alma nas suas santíssimas
chagas, dizendo: Jesus, Maria e José, dou-vos
*■ o meu coração e a minha alma.
S. José, padroeiro dos agonizantes, rogai por
num.
15. Modo de assistir aos agonizantes
O irmão enfermeiro ou a irmã enfermeira e. em
sua falta, qualquer irmã ou irmão, logo que saibam
da doença de algum irmão da Ordem, devem, quan­
to antes, visitá-lo e, depois, saber, o mais frequen­
temente possível, do seu estado. Logo que lhe
conste da gravidade da moléstia e que está em
perigo o doente, correrá a assisti-lo, convidando
os irmãos vizinhos para o acompanhar e ajudá-lo
a bem morrer.
Antes de começar as preces, coloca-se o cruci­
fixo nas mãos do moribundo ou sobre o peito dele,
e a miúdo dá-se-lhe a beijar.
Enquanto o enfermo estiver senhor dos seus sen­
tidos. farão com ele os atos de fé, de esperança e
de caridade, de amor de Deus e de contrição, por
Orações para diversas necessidades 493

qualquer livro de piedade.1 Se ao moribundo for


muito penoso repetir a reza, basta que a vá se.-
guindo mentalmente e com o coraçáo.
No caso do doente não ter uso da fala, o enfer-1
meiro, ou o irmão que lhe fizer as vezes, fará estes
atos em perguntas, do modo seguinte:

Ato de fé
, ♦ - : * . • i • f ••

nosso irmão crê que há um só Deus todo


O poderoso, Criador de tudo? Crê em Jesus
Cristo, seu Filho único, que por nós- se en­
carnou, morreu e ressuscitou? Crê na santa
Igreja católica e apostólica? e em tudo o que
Jesus disse e a sua Igreja nos ensina?
O enfermo responderá a cada uma das perguntas
com um leve aceno.’ i, • t • *

Ato de esperança
T^spera na misericórdia infinita de Jesus Cris-
•■-'to que lhe perdoará todos os seus pecados?
Espera na sua infinita bondade que lhe abrirá
as portas do paraíso, apesar da sua indignida­
de? Confia também no patrocínio de Maria,
nossa mãe, em S. José, protetor da boa morte,
e em nosso pai S. Francisco?
Ato de caridade
ma a Deus sobre tudo? Protesta amá-lo
A mais que a todo o mundo e seus bens?
■.:

Ato de contrição . - .i '


• i *

em pesar de não ter amado a Deus como


T ele o merecia? de o ter ofendido*com pen-
Manual da O T — 32
494 Devocionário

sarnentos, palavras e obras, durante toda a


vida?
O irmão enfermeiro não se esquecerá de convidar
o agonizante a pronunciar, com a boca, podendo,
ou então com o coração, o santíssimo nome de Je­
sus, para ganhar a indulgência plenária.
Quando o moribundo entrar em agonia, o irmão
enfermeiro rezará com os irmãos presentes as ora­
ções seguintes:

Ofício da agonia
Senhor, compadecei-vos de nós.
Jesus Cristo, compadecei-vos de nós.
Senhor, compadecei-vos de nós.
Santa Maria, rogai por cie (cia).
Todos os santos anjos e arcanjos,
Santo Abel,
Coro dos justos,
Santo Abraão,
S. João Batista,
S. José,
Todos os santos patriarcas e profetas,
S. Pedro,
S. Paulo,
Santo André,
S. João,
Todos os santos apóstolos e evangelistas,
Todos os santos discípulos do Senhor,
Todos os santos inocentes,
Santo Estêvão,
S. Lourenço,
Todos os santos mártires,
S. Silvestre, •
S. Gregório,
Orações para diversas necessidades 495

Santo Agostinho,
Todos os santos bispos e confessores,
S. Bento,
Nosso santo pai Francisco,
S. Camilo,
S. João de Deus,
Todos os santos religiosos e eremitas,
Santa Maria Madalena,
Santa Luzia,
Todas as santas virgens e viúvas,
Todos os santos e santas de Deus, intercedei
por ele.
Sede-lhe propício, perdoai-lhe, Senhor.
Sede-lhe propício, livrai-o (-a), Senhor.
Da vossa ira, livrai-o (-a), Senhor.
Do perigo da morte,
De uma morte má,
De todo o mal,
Do poder do demônio,
Pelo vosso nascimento,
Pela vossa cruz e paixão,
Pela vossa morte e sepultura,
Pela vossa gloriosa ressurreição,
Pela vossa admirável ascensão,
Pela graça do Espírito Santo Paráclito,
No dia do juízo,
Nós pecadores, nós vos pedimos, ouvi-nos,
Senhor.
Para que lhe perdoeis, nós vos pedimos, ou­
vi-nos, Senhor.
Senhor, compadecei-vos de nós.
Jesus Cristo, compadecei-vos de nós.
Senhor, compadecei-vos de nós.
32*
496 Devocionário

Entrando o enfermo em agonia, dir-se-ão as se­


guintes * * 4 »

ORAÇÕES
arte, ó alma cristã, deste mundo, em nome
P de Deus Padre onipotente, que te criou; em
nome de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que
por ti morreu; em nome do Espírito Santo, que
sobre ti se efundiu; em nome da gloriosa e bem-
aventurada Mãe de Deus, a Virgem Maria; em
nome de São José, ínclito esposo da mesma
Virgem; em nome dos anjos e arcanjos; em no­
me dos tronos e das dominações; em nome dos
principados e potestades; em nome dos queru­
bins e dos serafins; em nome dos patriarcas e
dos profetas; em nome dos santos apóstolos
e evangelistas; em nome dos santos mártires
e confessores; em nome dos santos religiosos
e eremitas; em nome das santas virgens e de
todos os santos e santas de Deus; hoje seja o
teu lugar em paz, e tua morada a santa Sião.
Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Amém.
TAeus piedoso, Deus clemente, Deus que apa-
•L' gais, segundo a multidão da vossa miseri­
córdia, os pecados das almas penitentes e, com
a graça do perdão, fazeis desaparecer as culpas
dos crimes passados; olhai propício para este
vosso servo F..., e concedei-lhe benigno o per­
dão de todos os pecados que implora com toda
a sinceridade de seu coração. Renovai nele, ó
Pai misericordiosíssimo, tudo o que a terrena
fragilidade corrompeu ou a diabólica fraude
violou, e juntai à unidade do corpo da Igreja
este membro também remido.- Tende compai-
Orações para diversas necessidades 497

xão, Senhor, de seus gemidos,- tende compaixão


de suas lágrimas, e admiti ao sacramento da
vossa reconciliação esse irmão que só confia
na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus
Cristo. Amém. . •
u te recomendo, carfssimo irmão, a Deus
E onipotente, e te entrego àquele de quem
és criatura, para que, paga,- intervindo a mor­
te, a dívida da humanidade, voltes ao teu
autor, que do limo da terra te formou. ■
Depare-se à tua alma, ao sair do corpo, a
brilhante multidão dos anjos; venha ter contigo
o senado dos apóstolos, que te há de julgar;
saia-te ao encontro o triunfante exército dos
candidíssimos mártires; circunde-le a ilibadíssi-
ma turma dos ilustres confessores; recebam-tc
festivos os coros das virgens; estreite-te ao
seio dos patriarcas o abraço da feliz tranquili­
dade; São José, o dulcíssimo patrono dos mori­
bundos, encha-te com grande confiança; Santa
Maria, a Virgem-Mãe de Deus, volva, benigna,
a ti os seus olhos; apareça-te, com risonho e
meigo semblante, Cristo Jesus, que para sempre
te mande ficar entre os que o rodeiam. Ignores
tudo o que horroriza nas trevas, crepita nas
chamas, crucia nos tormentos. Diante de ti se
abata o terribilissimo satanás com os seus se-
quazes; à tua chegada, acompanhada de anjos,
trema e fuja para o medonho abismo da noi­
te eterna. Levante-se Deus e sejam desbara­
tados os seus inimigos; fujam da sua presença
os que o odeiam. Dissipem-se como o fumo,
pereçam os pecadores à vista de Deus, como a
498 Devoclonário

cera se desfaz à vista do fogo; e os justos


rejubilem e exultem ao verem o Senhor.
Confundam-se e envergonhem-se, portanto, as
legiões infernais, e os ministros de satanás não
ousem impedir o teu caminho. Livre-te dos tor­
mentos Cristo Jesus, que foi crucificado por ti.
Livre-te da eterna morte Cristo Jesus, que por
ti dignou-se morrer. Jesus, Filho de Deus vivo,
te coloque entre as sempiternas delícias do seu
paraíso, e ele, verdadeiro pastor, te conheça
entre as suas ovelhas. Ele te absolva de todos
os pecados e te ponha à sua direita no lugar
dos escolhidos. Oxalá contemples o teu Re­
dentor face a face e, com os olhos de felicidade,
vejas presente e sempre assistindo a refulgen-
tíssima Verdade. E, assim colocado entre o nú­
mero dos bem-aventurados, gozes as doçuras
da contemplação divina por todos os séculos.
Amém.
Recebei, Senhor, o vosso servo no lugar em
que, da vossa misericórdia, possa esperar a
salvação. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo de
todos perigos do inferno, dos laços das pe­
nas e de todas as tribulações. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, assim
como livrastes Enoc e Elias da morte comum
de todos os homens. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo,
assim como livrastes a Noé do dilúvio. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo,
assim como livrastes Abraão da terra d’Ur
dos caldeus. Amém.
Orações para diversas necessidades 499

Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, assim


como livrastes a Job das suas calamidades.
Amém. *
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, as­
sim como livrastes a Isaac do sacrifício e das
mãos de seu pai Abraão. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, assim
como livrastes a Lot de Sodoma e das chamas
dc fogo. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo,
assim como livrastes a Moisés do poder de
Faraó, rei dos egípcios. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, assim
como livrastes a Daniel da caverna dos leões. '
Amém. •
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo,
assim como livrastes os três jovens da fornalha
ardente e das mãos do rei iníquo. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, como
livrastes a Susana da falsa incriminação. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo, assim
como livrastes a David das mãos do rei
Saul e das mãos de Golias. Amém.
Livrai, Senhor, a alma do vosso servo
assim como livrastes a Pedro e Paulo das
prisões. Amém.
E assim como livrastes a vossa bem-aventu­
rada virgem e mártir Santa Tecla de três atro­
císsimos tormentos, assim vos digneis livrar a
alma deste vosso servo das penas eternas e
fazê-la gozar convosco dos bens celestes. Amém.
500 Devocionário

"VTós vos recomendamos, Senhor, a alma . do


vosso servo F., e vos pedimos, ó Jesus, Sal­
vador do mundo, que não recuseis admitir no
seio dos vossos patriarcas aquela por quem mi­
sericordiosamente descestes à terra. Reconhecei,
Senhor, esta criatura Vossa, que não foi feita por
deuses estranhos, mas sim por vós, único Deus
vivo e verdadeiro, porque não há outro Deus
além de vós, nem há quem possa igualar as
vossas obras. Enchei, Senhor, a sua alma de
consolações em vossa presença, e não vos re­
cordeis de suas iniquidades passadas nem dos
excessos, a que o levaram o furor e a cegueira
de suas paixões, porque, embora cometesse pe­
cados, não chegou, todavia, a negar a fé no
Padre, no Filho e no Espírito Santo; mas antes
foi crente, guardou em si o zelo de Deus, e
adorou fielmente a Deus, que tudo criou.
Oração
^Tós vos pedimos, Senhor, que não vos lem-
breis dos pecados de sua juventude nem
dos extravios de sua ignorância, e que, pela
vossa grande misericórdia, vos recordeis dele
lá nos resplendores de vossa glória. Abram-se-
Ihe as portas do céu, alegrem-se com ele os
anjos, e vós, Senhor, recebei-o em vosso reino.
Acolha-o São Miguel, arcanjo de Deus, que
mereceu o principado da milícia celeste; ve­
nham ao seu encontro os Santos Anjos de Deus
e o introduzam na cidade da Jerusalém celes­
tial. *
Acolha-o o apóstolo São Pedro, a quem Deus
confiou as chaves do reino dos céus; assista-lhe
Orações para diversas necessidades 501

o apóstolo São Paulo, que 'mereceu ser vaso de


eleição; interceda por ele São João, o apóstolo
escolhido de Deus, a quem foram revelados os
segredos celestiais. Roguem por ele todos os
santos apóstolos, a que o Senhor concedeu
o poder de perdoar ou reter os pecados. Pe­
çam por ele todos os santos e eleitos de Deus,
que, nesta vida, sofreram tormentos pelo nome
de Jesus Cristo, para que, livre dos laços do
corpo, mereça chegar à glória do reino dos
céus. Pela misericórdia de nosso Senhor Jesus
Cristo, que vive e reina com o Padre e o Es­
pírito Santo por todos os séculos dos séculos.
Amém. * •*

Oração
mui clemente Virgem Mãe de Deus Maria,
A piíssima consoladora dos aflitos, recomen­
de a alma do servo F., a seu Filho, para que,
por essa maternal intervenção, não tema os hor­
rores da morte, mas, em sua companhia, al­
cance a tão almejada mansão da’pátria celeste.
Amém.
Oração
vós recorro, São José, patrono dos mori­
A bundos, e a vós, a cujo bem-aventurado
trânsito assistiram pressurosos Jesus e Maria,
recomendo, por esse duplo penhor tão querido,
a alma desse servo que se debate na agonia,
para que, sob vossa proteção, seja livre dos
embustes do demônio e da morte eterna e
chegue aos gozos perpétuos. Pelo mesmo
Cristo Senhor nosso. Amém.
502 DevocionArio

Três piedosíssimas orações para se recitarem


no momento da agonia
PRIMEIRA — Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor,
tende piedade de nós.
Padre-nosso e Ave-Maria.
Oração
Qenhor Jesus Cristo, pela vossa santíssima
*3 agonia e orações que fizestes no monte Oli-
vete, quando suastes sangue até correr por ter­
ra, suplico-vos que apresenteis e ofereçais a
Deus, Pai onipotente, contra a multidão dos pe­
cados deste vosso servo, o vosso suor de san­
gue que derramastes pelo temor de acerbíssi-
mas angústias. Livrai-o, nesta hora da morte,
de todas as penas e trabalhos em que por seus
pecados receia ter incorrido. Vós, que, com o
Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais pelos
séculos dos séculos. Amém.
SEGUNDA — Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, ten­
de piedade de nós.
Padre-nosso e Ave-Maria.
Oração
Qenhor Jesus Cristo, que vos dignastes mor-
rer por nós numa cruz, rogo-vos que apre­
senteis e ofereçais a Deus, Pai onipotente, pe­
la alma deste vosso servo, todos os amargosíssi-
mos trabalhos e penas vossas que por nós, mi­
seráveis pecadores, sofrestes na cruz, principal­
mente naquela hora em que a vossa alma ben-
ditíssima deixou o vosso sacratíssimo corpo. Li-
Orações para diversas necessidades 503

vrai-o, nesta hora da morte, de todas as penas


e castigos que por seus crimes receia ter mere­
cido. Vós que, com o Pai e o Espírito Santo, vi­
veis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.
TERCEIRA — Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor,
tende piedade de nós.
Padre-nosso e Ave-Maria.
Oração
Qenhor Jesus Cristo, que pela boca do profeta
dissestes: Compadecendo-me de ti,'atraí-te a
mim e amei-te em caridade perpétua, rogo-vos
que vos digneis apresentar e oferecer a Deus,
Pai onipotente, pela alma deste vosso servo,
aqueia mesma caridade vossa que vos trouxe
do céu à terra a suportar os dolorosíssimos tra­
balhos da vossa paixão.
Livrai-o de todos os castigos e penas de que
por seus pecados se fez réu. Abri-lhe as portas
do céu e fazei que se alegre com os vossos san­
tos na glória eterna. Piedosíssimo Senhor Je­
sus Cristo, que nos- remistes com o vosso pre­
ciosíssimo sangue, apiedai-vos da alma deste
vosso servo e introduzi-a nas alegrias e amenís-
simas mansões do paraíso, para que viva sem­
pre amando só a vós com aquele amor que
nunca pode separar-se de vós e dos vossos
escolhidos. Vós que, com o Pai e o Espírito
Santo, viveis e reinais pelos séculos dos
séculos. Amém.
Depois de dar o moribundo o último suspiro, os
irmãos e demais pessoas presentes rezarão logo, de
joelhos, uma estação pelo descanso eterno da sua
alma.
504 Devocionãrio

V. CONFISSÃO, COMUNHÃO E CÂNTICOS


1. CONFISSÃO
Antes da confissão
Leia e medite o terceiro muitas vezes o que se
disse na explicação da Regra, cap. II, § 5, sobre
a confissão e comunhão.
A confissão é um ato importante da vida do
cristão, antes do qual é conveniente invocar o Es­
pirito Santo.
7. Enviai, Senhor, o vosso Espirito e tudo
será criado.
I?. E renovareis a face da terra.
Oremos
Deus, que esclarecestes os corações dos
O fiéis com as luzes do Espírito Santo, dai-
nos, pelo mesmo Espírito, o dom da verdadeira
sabedoria e de sempre gozarmos de sua conso­
lação. Por nosso Senhor Jesus Cristo. I?. Amém.
Examinemos cuidadosamente nossa consciência,
mas sem ansiedade nem escrúpulo, procurando co­
nhecer a espécie e o número dos pecados cometidos.
Sobre a confissão precedente
Quando me confessei a última vez? Esqueci
ou escondi alguma culpa grave? Deixei de cum­
prir a penitência imposta?
Mandamentos da lei de Deus
Io MANDAMENTO — Falei, com desprezo ou
leviandade, de Deus, ou das coisas santas, ou
das pessoas consagradas a Deus? — Li escri­
tos, livros ou jornais contrários à religião? —
Tive vergonha de minha fé ou omiti os meus
deveres pelo respeito humano? — Faltei com o
Confissão 505

devido respeito na igreja, comportando^me mal,


conversando sem necessidade, rindo, olhando
para todos os .lados? — Comunguei sabendo
que estava em estado de pecado mortal? —
Murmurei contra a divina Providência? — As­
sistí a alguma sessão espírita? — Consultei car­
tomantes ou feiticeiras? * i

2o MANDAMENTO — Pronunciei' o nome de


Deus irreverentemente? — Blasfemei, isto é,
disse palavras injuriosas contra Deus ou os san­
tos? — Jurei falso? —• ou sem necessidade? —
Fiz promessas ou votos que não cumpri?
3o MANDAMENTO (Io e 2o mandamentos
da Igreja) — Deixei de assistir à missa em do­
mingo ou festa de guarda? Cheguei atrasado à
missa? — Em que ponto? — Saí da igreja an­
tes do fim da nvissa? — Em que momento? —
Fiz obras servis em dia de domingo ou santifi­
cado, sem necessidade, e por quanto tempo?
4o MANDAMENTO — Deveres dos pais: Te­
nho faltado com a afeição e solicitude devida
a meus filhos? — Negligenciei corrigi-los, ou
fi-lo com excesso, ou injustamente? — Negli­
genciei educá-los cristãmente, ensinando-lhes a
rezar e a conhecer os elementos da religião,
mandando-os para um bom colégio? — Confiei-
os a pessoa cuja influência lhes poderià ser fu­
nesta? — Opus-me, e injustamente, a que se­
guissem a sua vocação? — Dei-lhes mau exem­
plo? — Deixei de vigiar suas leituras (maus
livros, maus jornais)? -r Deixei .que frequen­
tassem casas, oficinas, teatros, cinemas,, re­
uniões onde lhes perigassem a fé e a virtude?.
606 Devocionárlo

Deveres dos filhos: Faltei com o respeito e


a veneração devidos aos meus pais e avós? —
Desejei-lhes mal? — Fui causa de tristeza para
eles? — Quis ameaçá-los? — bater-lhes? —
Maltratei meus irmãos ou irmãs? — Tenho ciú­
mes deles? — Fiz queixa deles para fazê-los
castigar? — Faltei com o respeito aos meus
pais, por palavras, ares de pouco caso, injúrias,
ou me envergonhando deles? — Desobedeci-
Ihes? — Encolerizei-os? — Deixei de assisti-los
nas suas necessidades, de rezar ou mandar rezar
na sua intenção, durante a vida e depois da
morte? •— Fui respeitoso e obediente com os
meus mestres, polido com os meus criados?
Deveres dos esposos: Faltei aos deveres de
amizade, paciência e confiança mútuas? — In­
juriei, maltratei, bati, diante, ou não, de teste­
munhas? — Faltei em matéria grave relativa
à administração da família? — Faltei aos deve­
res do casamento? — Faltei à fidelidade con­
jugal?
Deveres dos superiores (patrões, oficiais):
Faltei com a justiça, não pagando o salário de­
vido, ou castigando injustamente? — Recusei
aos meus subalternos a liberdade de cumprirem
os deveres religiosos? — Deixei de instruí-los
sobre a religião? — Deixei de vigiar a fé e os
costumes dos meus subalternos? — Dei-lhes
maus exemplos? — Fui áspero, desconfiado,
'caprichoso, altivo, desdenhoso?
Deveres dos inferiores (empregados, criados,
operários, soldados): Faltei com a justiça, não
cumprindo as obrigações do meu ofício? — Fal-
Confissão 607

tei com o respeito aos meus superiores? — Cau­


sei-lhes dano com críticas injustas? — Abusei-
lhes da confiança?
5o MANDAMENTO — Tive ódio de meu pró­
ximo ou desprezei-o? — Desejei-lhe mal, e que
mal? — Fui áspero com os infelizes, os fracos,
os pequenos? — Recusei o perdão das injúrias,
dos danos e aborrecimentos que me causaram?
— Existe alguém a quem, por ódio ou rancor,
eu-recuse a palavra ou lhe causei dano na vida
ou na saúde? — Semeei discórdias, contando
boatos verdadeiros ou falsos? — Induzi o pró­
ximo ao mal, e de que maneira? — Escandaii-
zei-o com maus conselhos e maus exemplos? —
Desviei alguém de seus deveres? — Emprestei
maus livros e maus jornais, facilitando aos ou­
tros ocasião de pecado? — Deixei de impedir
o mal podendo fazê-lo? — Expus minha vida
por imprudência, vaidade ou por falta dos devi­
dos cuidados?
6o e 9o MANDAMENTOS — Consenti em
pensamentos ou desejos contrários à pureza?
— Proferi ou escutei, com complacência, pala­
vras inconvenientes; cantei ou ouvi cantar can­
ções obscenas? — Consenti em olhares ou ações
desonestas? — Fiz leituras levianas ou más?
— Expus-me à ocasião de queda com leituras
imprudentes, companhias e lugares, dos quais
deveria fugir? — Frequentei festas, bailes, es­
petáculos e cinemas perigosos ou imorais?
T e 10° MANDAMENTOS — Causei dano
aos bens do próximo? — Retive o que não me
pertencia ou me aproveitei disso? — Reparei o
508 Devocionário

dano causado aos bens do próximo? — Negli­


genciei pagar minhas dívidas? — Guardei obje­
tos encontrados, sem procurar o legitimo dono?
— Desejei apossar-me injustamente dos. bens
alheios?
8o MANDAMENTO — Suspeitei ou pensei
mal do próximo sem motivo? — Falei mal do
próximo, tendo ou não razão, de modo a causar-
lhe dano à reputação ou aos bens? — Induzi
os outros à calúnia (dizer do próximo o mal
que não cometeu) ou à maledicência (dizer o
mal cometido)? — Ultrajei meu próximo com
injúrias, ares desdenhosos ou zombarias? —
Menti e com isto causei dano? — Fui indis­
creto, descobrindo coisas que deveria calar, len­
do ou abusando de cartas dirigidas a outrem?
— Reparei o dano causado?
Mandamentos da .Igreja •
Deixei de me confessar ou de comungar pela
páscoa? — Deixei de jejuar quando manda a
Igreja? (quarta-feira de cinzas e todas as sex­
tas-feiras da quaresma, com abstinência; sexta-
feira das têmporas do advento, todas as quar­
tas-feiras da quaresma e quinta-feira santa,
sem abstinência)? — Deixei de comer carne
nas vigílias das festas (Pentecostes, assun­
ção de nossa Senhora, todos os santos e natal)?
Pecados capitais' *
Orgulho — Desprezei gravemente o meu pró­
ximo por.orgulho? — Fui susceptível ou me dei­
xei dominar pelo mau humor? — Tive compla­
cência com pensamentos de vaidade? — Repeli
Confissão 509

o próximo, os pobres, os indefesos, falando-lhes


com altivez e sem consideração? — Consagrei
tempo exagerado com o vestuário? ..
Avareza — Tenho muito apego ao dinheiro?
— Deixei, por avareza, de fazer esmola se­
gundo minhas posses?
Inveja — Regozijei-me do infortúnio alheio?
— Entristeci-me com o bem que lhe sucede,
invejando o meu próximo?
Gula — Observei a temperança no comer e
ho beber? • ' * •
Cólera — Fui impaciente ou violento? —
Encolerizei-me? — Guardo rancor?
Preguiça — Fui negligente no meu trabalho?
— Fui preguiçoso, tíbio ou inconstante no cum­
primento de meus deveres religiosos?.— Tenho
sido ocioso ou vadio? . •' < •
Deveres do estado »

Cumpri os deveres de meu estado, com


toda a consciência e cuidados necessários,
exata e pontualmente?
Depois do exame de donsciôncía reza-se o
r .
Ato de contrição . ,t

Qenhor meu Jesus Cristo, Deus e homem ver-


dadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes
vós quem sois, sumamente bom e digno de ser
amado sobre todas as coisas, e porque eu vos
amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu
coração de vos ter ofendido, pesa-me também
por ter perdido o céu c merecido o inferno; e
proponho firmemente, ajudado com os auxílios
Manual da O T — 33
510 Devocionário

da vossa divina graça, emendar-me e nunca


mais vos tornar a ofender, e espero alcançar
o perdão das minhas culpas por vossa infinita
misericórdia. Amém.
Entrando no confessionário, reza-se o Eu peca.
dor, e em seguida faz-se a acusarão dos pecados.

DEPOIS DA CONFISSÃO
Oração de agradecimento
0*
bondade, ó misericórdia infinita de meu
O Deus! graças vos rendo por me haverdes
perdoado os meus pecados, e de novo os de­
testo de todo o meu coração.
Concedei-me a graça, meu Salvador, pela vir­
tude do sacramento da penitência, que acabo
de receber* de não recair nestes pecados, e de
levar, de hoje em diante, uma vida toda nova,
sempre assistido de vossa graça e perseve-
rando em vosso amor até à hora de minha
morte. Assim seja. •
Depois de rezar a penitencia pode-se ainda acres­
centar o seguinte
Salmo 102: Benedic anima mea
Tfcendize, minha alma, ao Senhor, e tudo quan-
E# to palpita em mim, bendiga o seu santo
nome.
Minha alma, bendize ao Senhor e jamais te
esqueças de nenhum dos seus benefícios.
Ele é quem perdoa todas as tuas culpas, é
quem cura todas as tuas enfermidades.
E’ o que resgata tua alma da morte (do pe­
cado) ; o que te coroa de misericórdia e de
graças.
Confissão 511

E* quem satisfaz plenamente todos os teus


desejos para que, como a da águia, se renove
a tua juventude (espiritual).
E’ o Senhor quem faz misericórdia e justiça
a todos os que sofrem injúrias.
Fez conhecer a Moisés os seus caminhos,
e aos filhos de Israel a sua vontade.
O Senhor é misericordioso e compassivo;
paciente e de muita misericórdia.
Não ficará iradò para sempre, nem ameaçará
perpètuamente.
Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos retribuiu as nossas iniquidades.
• Assim como os céus imperam sobre a terra,
assim domina sua misericórdia aqueles que o
temem.
Quanto dista o oriente do ocidente, tanto ele
afastou de nós os nossos pecados.
Como um pai se compadece de seus filhos,
assim se compadece o Senhor dos que o te­
mem.
Porque ele sabe que de argila fomos forma­
dos, lembra-se de que somos pó.
Os dias do homem são como o feno e ele
florescerá como a flor dos campos.
Porque o espírito passa sobre ele, e nem se­
quer se encontram suas pegadas.
Mas a misericórdia do Senhor estende-se des­
de a eternidade e até à eternidade sobre os que
o temem.
E sua justiça' sobre a descendência daque­
les que guardam a sua aliança e se lem­
bram dos seus preceitos a fim de os cumprir.'
33* '
512 Devocionário

0 Senhor firmou o seu trono no céu, e seu


império dominará todo ,o universo.
Bendizei ao Senhor,, vós todos os seus anjos,
poderosos e fortes, que. executais suas ordens,
fiéis ao apelo de sua palavra.
Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exér­
citos (celestes) e ministros seus, que fazeis a
sua vontade.
Bendizei ao Senhor, vós todas as suas
obras, em toda a extensão do seu império.
‘Minha alma, bendize ao Senhor.
2. COMUNHÃO
“O que come a minha carne tem a vida eter­
na; e eu o ressuscitarei no úlrmo dia”.
“Eu sou o pão vivo que desci do céu: o que
comer deste pão, viverá eternai7ien:e”.
Oração preparatória
De Sto. Tomás de Aquino
T7 is, Deus onipotente e eterno, que me vou
aproximar do sacramento de vosso Filho
unigênito, nosso Senhor, Jesus Cristo. Venho
como enfermo ao médico da vida, como impuro
à fonte da misericórdia, como cego à luz da
eterna claridade, como pobre- e indigente ao
Senhor do céu e da terra. Reclamo, pois, a
abundância de vossas liberalidades infinitas,
para que vos digneis curar-me as enfermidades,
iavar-me as máculas, iluminar-me a cegueira,
enriquecer-me a pobreza, vestir-me a nudez, de
modo a receber o pão dos anjos, o Rei dos reis,
o Senhor dos senhores, com, tanto respeito e
Comunhão 613

humildade, tanta contrição e recolhimento, uma


pureza e uma fé tão vivas, um bom propósito
e uma intenção tais como requer a salvação de
minha alma. Concedei-me, vo-lo suplico, que re­
ceba eu não somente o sacramento cio corpo
e sangue do Senhor, mas também o efeito e
a virtude deste sacramento. O’ Deus clementís­
simo, já que me é dado receber o corpo de
vosso Filho unigênito, nosso Senhor Jesus Cris­
to, este mesmo corpo que ele tomou no seio
da Virgem Maria, dai-me de recebê-lo com dis­
posições tais, que mereça eu ser incorporado no
seu, corpo místico e contado entre seus mem­
bros. O’ Pai clementíssimo, concedei-me con­
templar, enfim, face a face, por toda a eterni­
dade, vosso Fiiho dileto, o qual, neste peregri­
nar terrestre, rne preparo para receber sob os
véus sacramentais, o mesmo que, sendo Deus,
convosco vive e reina em unidade do Espirito
Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Oração de agradecimento
De Sto. Tomá3 de Aquino ‘ • • < < < '
'TVou-vos graças, Senhor santo, Pai onipoteri-
U te, Deus eterno, a vós que, sem mereci­
mento nenhum da minha parte, rrias por um
efeito da vossa misericórdia, vos dignastes sa­
ciar-me, sendo eu pecador e vosso indigno ser­
vo, com o corpo adorável e com o sangue pre­
cioso de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cris­
to. Eu vos peço que esta comunhão não me
seja imputada como uma falta digna de castigo,
mas que interceda eficazmente para alcançar o
meu perdão; que seja a armadura dà minha fé
614 Devocionáxlo

e o escudo da minha boa vontade; que me livre


dos meus vícios; apague os meus maus dese­
jos; mortifique a minha concupiscência; aumen­
te em mim a caridade e a paciência, a humil­
dade, a obediência e todas as virtudes; sirva-
me de defesa contra os embustes de todos os
meus inimigos tanto visíveis como invisíveis;
que serene e regule perfeitamente os movimen­
tos, tanto da minha carne como do meu es­
pírito; que me una firmemente a vós, que sois
o único.e verdadeiro Deus; e que seja, enfim,
a feliz consumação do meu destino. Dignai-vos,
Senhor, eu vos suplico, conduzir-me, a mim pe­
cador, até esse inefável festim, onde com o vos­
so Filho e o Espírito Santo, vós sois para os
vossos santos luz verdadeira, pleno gozo e ale­
gria eterna, cúmulo das delícias e felicidade
perfeita. Pelo mesmo Jesus Crisio, nosso Se­
nhor. Amém.
Oração de S. Boaventura
T>enetrai-me, dulcíssimo Senhor Jesus, até ao
X fundo do cdração, da tão doce e salutar feri­
da do vosso amor; enchei-me da verdadeira ca­
ridade, tranquila, apostólica e santíssima. Des­
faleça e se liquefaça a minha alma só com o
amor e com o desejo de vos possuir. Aspire a
vós, suspire pelos vossos tabernáculos, deseje
separar-se do corpo para se unir convosco.
Dai à minha alma fome de vós, pão dos anjos,
alimento das almas santas, nosso pão cotidia­
no, supersubstancial, no qual se encontram to­
das as doçuras, todos os sabores, todas as
suavidades que encantam. O’ pão que os anjos
desejam contemplar, coma-vos esta alma tão
Comunhão 515

cheia de fome de vós; que o mais profundo


dela se encha da doçura de vos saborear; arda
sempre nesta fonte de vida, de sabedoria, de
ciência, de luz, que jamais se apaga, na tor­
rente de prazer que enche a casa de Deus.
Seja assídua em procurar-vos, encontre-vos.
tenda para vós, chegue até vós; medite em
vós, entretenha-se convosco; proceda sempre
para louvor e glorificação do vosso nome, com
humildade e discrição, com amor e alegria, com
doçura e afeto, com perseverança que dure até
• ao fim. Sede continuamente a minha esperança,
. toda a minha riqueza, o meu prazer, a minha
alegria, o meu repouso, a minha tranquilidade,
a minha paz, a minha suavidade, o meu en­
canto, o meu alimento, a minha comida, o meu
refúgio, o meu auxílio, a minha sabedoria, a
minha parte de herança,’ o meu bem, o meu
tesouro, em que este espírito, e este coração,
se enraizem para sempre de um modo firme e
imutável. Assim seja.
Oração à Virgem Maria
Maria, virgem e mãe santíssima, eis que
O acabo de receber no meu peito o vosso di-
letíssimo Filho! Aquele mesmo que gerastes no
vosso seio imaculado; destes à luz do mundo;
alimentastes; e tantas vezes apertastes em vos­
sos amplexos castíssimos e amorosíssimos.
Aquele mesmo cuja vista enchia a vossa alma
de alegrias e de delícias! Eis que, cheio de hu­
mildade e de amor, eu vo-lo entrego novamen-
te em vossas mãos, para que o abraceis e en­
tregueis à santíssima Trindade, em culto su-
516 Devocíonário

premo de latria, para honra e glória vossa e


para alcançar as graças de que eu e o mundo
temos necessidade. Eu vos suplico, ó mãe piís-
sima, que me alcanceis o perdão de todos os
meus pecados e abundantes graças para lhe
obedecer fielmente, e, enfim, a graça da per­
severança final, para que convosco possa lou-
* vá-lo em todos os séculos dos séculos. Assim
seja.
Oração a S. José
/"^uarda e pai das virgens, S. José, a cuja fiel
VA proteção foram confiados Jesus Cristo, a
mesma inocência, e Maria, virgem das virgens,
em nome de Jesus e de Maria, esse duplo de­
pósito que tão caro vos foi, vos rogo e su­
plico que me conserveis isento de todo o pe­
cado, para que, com espírito puro e corpo cas­
to, sempre sirva fielmente a Jesus e a Maria.
Assim seja. . ...

3. EXERCÍCIOS PARA A MISSA COM


COMUNHÃO GERAL
Do, intróito até ao ofertório
Oração preparatória
T^adre eterno, eis-me aqui de joelhos, ao pé
A do altar, para assistir, na presença dos an­
jos, ao sacrifício incruento do sagrado corpo
e sangue de Jesus Cristo, vosso unigênito Filho.
Senhor, fazei-me sentir os efeitos de vossa mi­
sericórdia! -■ , . -
E dai-me a salvação que de vds vem!
Comunhão 517

Ofereço-vos este augusto sacrifício pelo sa-


cratíssimo Coração de Jesus e pelo Coração
imaculado de sua mãe, Maria santíssima, para
adorar dignamente a vossa divina majestade, e
para alcançar de vossa bondade infinita as gra­
ças preciosas da salvação.
Aceitai, propicio, a minha oferta, Senhor!
; ■ , * . ,

Também vo-lo ofereço em ação de graças


por todos os benefícios, em reparação das mi­
nhas ofensas e por todos os pecados do mun­
do. Abençoai este sacrifício imaculado, desti­
nado à glória do vosso, santo nome.
Aceitai, propício, a minha oferta, Senhor!
Amantíssimo Jesus, eu vos adoro- com os san­
tos e anjos e glorifico o vosso inefável amor.
Nesta santa missa terei a ventura inestimável
de receber-vos na sagrada comunhão.
Senhor, meu Deus, — não sou digno de que
venhais a . mim. .
Mas chego-me a vós por vosso amor, con­
fiando em vossa infinita misericórdia. Ajudai-
me com os auxílios da vossa divina graça, au­
mentai a minha fé, fortificai a minha esperança
e inflamai o meu amor, para que eu receba
dignamente o vosso sagrado corpo e precioso
sangue. . . • . . .
O' fesus, meu divino Salvador, — tende
piedade de mim. * * t

Perdoai-me todos os meus pecados, preparai


vós mesmo o meu coração. Vinde e‘ salvai-me.
Senhor, tende compaixão de mim, — se­
gundo a vossa grande * misericórdia.
518 Devoclonário

Ave, Maria santíssima, mãe imaculada de Je­


sus, rogai por mim nesta hora bendita, para
que eu receba a sagrada comunhão com de­
voção e ardente amor.
S. Francisco, meu pai querido, todos os san­
tos e anjos, rogai por mim, acompanhai-me à
sagrada mesa do Senhor, e glorificai comigo as
suas misericórdias. Amém.
Atos de fé e adoração
/^rande Deus, meu Senhor e Salvador Jesus
Vj Cristo! Creio que estais presente no san­
tíssimo Sacramento do altar, debaixo da espé­
cie de pão, real e verdadeiramente, com corpo
e alma, divindade e humanidade. E' verdade que
aos* meus olhos corporais estais oculto; inas,
com os olhos da fé, vejo-vos ciara e perfeita-
mente. *
Aumentai a minha fé, Jesus!
Creio que o santíssimo Sacramento do altar
é o pão do céu, que prometestes aos após­
tolos e nos apóstolos também a nós.
Aumentai a minha fé, Jesus!
Creio que a vossa santa carne é verdadeira­
mente uma comida e vosso precioso sangue
verdadeiramente uma bebida.
Aumentai a minha fé, Jesus!
Creio que é o mesmo corpo, que sacrificastes
na cruz pelos pecados do mundo.
Aumentai a minha fé, Jesus!
Creio que quereis apresentar-nos neste Sa­
cramento o vosso corpo e sangue, para serem
Comunhão 51 í»

o alimento espiritual de nossas almas e um pe­


nhor de ressurreição gloriosa.
Aumentai a minha fé, Jesus!
Nesta santa fé, ó Jesus sacramentado, vos
adoro com toda a humildade e devoção.
Adoro-vos aqui presente no Sacramento do
vosso amor.
Pode seguir um cântico.
Do ofertório à elevação
Atos de esperança e amor
pom firme esperança, Senhor, venho à vossa
^ mesa sagrada, onde receberei a plenitude
• de vossas graças e bênçãos; assim o espero de
vossa infinita bondade.
Conformai minha esperança, Jesus!
Espero de vós consolação e socorro em to­
dos os perigos e incômodos desta vida.
Confortai minha esperança, Jesus!
Espero de vós a graça de praticar a virtude,
de viver convosco em contínua união e a de
morrer duma boa morte, quando vós o quiser­
des.
Confortai minha esperança, Jesus!
Espero de vós a salvação eterna e a feli­
cidade de adorar-vos face a face no céu.
Confortai minha esperança, Jesus!
Nesta santa esperança, ó amável Jesus, vos
ofereço todos os meus pensamentos, desejos e
520 Devocionário

sentimentos, meus sentidos, meu corpo e minha


alma.
A vós pertenço, — a vós me consagro, ò
Jesus! . .. • • ••
Governai e reinai sobre mim, segundo ã vos­
sa divina vontade. Tudo o que me mandardes,
aceitarei, com profunda resignação, pois nada
procuro, senão a vós, ó. Deus de meu coração»
A vós pertenço, — a vós mc consagro, ó
Jesus!
Também vos apresento as intenções de meus
pais e irmãos, de meus parentes e benfeitores,
amigõs e inimigos. Deixai-os participar dos efei­
tos deste divino Sacramento, a fim de que ex­
perimentem a vossa proteção e direção, con­
fiando incessantemente na promessa feita por
vós.
Em vós espero, divino Salvador,— e• não
hei de perecer eternamente.
O’ Jesus, morrestes por mini, e não vos ama­
rei? Jesus, meu Deus, meu Salvador, vós sa­
beis todas as coisas, sabeis também que eu vos
amo. Sim,'amo-vos de todo o meu coração, de
toda a minha alma ’ é com todas as minhas
forças.
Jesus, meu Deus,' eu vos amo sobre todas as
coisas. )
Eu vos amo, porque por mim derramastes
todo o vosso sangue na cruz, e me deixastes
o santíssimo Sacramento, como alimento de mi­
nha alma.
Inflamai meu amor, Jesus! ‘
Comunhão 521

Eu vos amo,, porque quisestes ficar comigo,


para sempre, nesse . adorável .Sacramento de
amor.
Inflamai meu amor, Jesus! ...
Eu vos amo, porque me assegurastes a vida
eterna pela digna recepção do vosso sagrado
corpo e precioso sangue. ■ • * •. •
Inflamai meu amor, Jesus! ' ,
Eu vos amo, porque vós me amastes primei­
ro, e porque sois o amor e a bondade infinita.
O’ doce Jesus, que tanto me amais, fazèi que
vos ame cada vez mais!
,i , * ■

Pode seguir um cântico.


Da elevação k comunhão.. . r«

Atos de humildade e desejo v; *

"ft/Teu coração está preparado, ó Senlior e


Salvador, para vos receber,
Desejo ardentemente que venhais à minha
alma, para nunca me separar de vós, e para
que sempre permaneça na vossa graça.
Senhor, não sou digno — de receber-vos em
meu coração. ...
Como é, porém, possível que venhais a mim?
Quem sou eu para que vos. deis a mim? Vós
sois infinitamente grande, bom, .justo, e eu, o
nada, a fraqueza, a ignorância; vós a própria
santidade e eu cheio de iniquidade. Como ousa
o pecador aparecer diante de vós? E vós. como
vos dignais vir a ele? Bem conheceis este vosso
522 Devocionáxlo

servo e sabeis que nada em si há de bom, que *


lhe possa atrair esta graça.
Senhor, não sou digno — de receber-vos em
meu coração.
Mas, vós me chamais e por isso venho; vós
o quereis assim e por isso me aproximo. Con­
fiado em vossa bondade e misericórdia, segui
a vossa voz amável que me convida ao ban­
quete celestial. Fraco e faminto, chego a vós,
pão da vida.
Cf Jesus, — em minha fraqueza, confortai-me!
Imundo, chego a vós, fonte de santidade.
O’ Jesus, — dos meus pecados livrai-me!
Enfermo, chego a vós, médico dns almas.
O’ Jesus, — dos meus defeitos sanai-me!
Cego, chego a vós, luz da claridade eterna.
O' Jesus, — em minha cegueira alumiai-me!
Pobre, chego a vós, Senhor do céu e da terra.
O’ Jesus, — em minha pobreza, tende pie­
dade de mim.
Eis aqui meus desejos; nada quero senão a
vós; vinde, Jesus, e aceitai-me só para vós,
pois a vós entrego o meu coração e tudo
quanto sou e possuo.
O' Jesus, sede-me propicio; — ò Jesus, sede-
me misericordioso; — ò Jesus, perdoai os meus
. pecados.
Já chegou o momento feliz da santa comu­
nhão. Vinde, dulcíssimo Jesus; vinde, ó divino
esposo, e não vos demoreis mais! Vinde a esta
Comunhfio 523

alma faminta que tanto vos deseja! Vinde to­


mar posse dela!
O corpo de nosso Senhor Jesus Cristo:
Guarde a minha alma para a vida eterna.
Amém. • , * • i

À santa comunhão
Logo apÓ3 o “Domine non suro dignus" se reze:
/^onfíteor Deo omnipoténti, / beátae Mar ire
V^semper Vírgini, / beáto Michaéli Archán-
gelo, / beáto, Joánni Baptistse, / sanctis apo-
stolis Petro et Paulo, / beáto Patri nostro Fran­
cisco, / ómnibus Sanctis, et tibi Pater: / quia
peccávi nimis / cogitatióne, verbo et ópere: /
mea culpa, / mea culpa, / mea máxima culpa.
/ Ideo precor beátam Maríam semper Vírginem,
/ beátum Michaélem Archángelum / beátum
Joánnem Baptistam, / sanctos apóstolos Pe-
trum et Pauliun, / beátum Patrem nostrum
Francíscum, / omnes Sanctos, et te, Pater, /
oráre pro mc ad Dóminum Deum nostrum.
Ação de graças para depois da comunhão
raças e louvores sejam dados a todo ó
vJ momento:
Ao santíssimo e divinissimo Sacramento.
Tenho finalmente, meu Jesus, a inefável ven­
tura de vos possuir. Em verdade estais co­
migo, meu Senhor e Deus. Ah! Como corres­
ponderei a tanta bondade! Jesus está comigo
e eu estou com Jesus.
O’ meu Jesus, bendito sejais!
524 Devocionárío

Anjos do Senhor, santos do céu e da ter­


ra, Maria santíssima, mãe de meu Salvador,
prestai-me todo o vosso amor, ajudai-me a
amar a Jesus. Meu Deus e meu tudo, creio em
vós. Vossa carne é verdadeiramente uma comi­
da, e eu a recebi agora na santa comunhão.
Oh! quão imenso é o vosso amor. para com os '
homens!
Eu vos agradeço, ó bom' Jesus!
Sou grande pecador, meú Jesus; eu vos aban­
donei, cometendo graves pecados, não sou dig­
no de levantar os olhos para vós, mas rnc per­
doastes, compadecendo-vos de mim: e por amor
viestes em pessoa visitar a minha alma.
Eu vos agradeço, ó bom Jesus!
Por vossa visita, enriquecestes minha alma
com a plenitude de vossas graças e bênçãos.
Eu - vos agradeço, ó bom Jesus!
Por esta comunhão santificastes também o
meu corpo, e me destes um penhor da glo­
riosa ressurreição e da vida eterna.
Eu vos agradeço, ó bom Jesus!
Divino Salvador, nunca poderei agradecer-
_ vos, como devo. Ofereço-vos, pois, todos os
louvores e ações de graças de vossa mãe Ma­
ria santíssima, de todos os anjos e santos e
do vosso próprio Coração. E, penetrado do mais
vivo reconhecimento, vos consagro meu cora­
ção, minha alma, meu corpo, minha liberdade,
meus sofrimentos, minha vida e minha morte.
Jesus, para vós vivo; — Jesus, para vós mor­
ro; — Jesus, a vós pertenço na vida e na morte.
Comunhão 525

Alma de Cristo, santificai-me.


Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
. Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
O’ bom Jesus, ouvi-me,
Dentro de vossas chagas escondei-me.
Não permitais que me separe de vós.
Do espírito maligno defendei-me.
Na hora da morte chamai-me.
E mandai-me ir para vós;
Para que com vossos santos vos louve
Por todos os séculos dos séculos. Amém.
Pode seguir um cântico.
Petições e súplicas
\ moroíssimo Jesus, ensinastes-me a recorrer
-c*- a vós em iodas as minhas necessidades, di­
zendo: “Vinde a mim vós todos, que vos achais
em tribulações, e aliviar-vos-ei. Pedi e recebe­
reis”. Venho, pois, com toda a confiança, para
vos apresentar as minhas petições pelas mãos
de Maria santíssima, vossa mãe imaculada. Sem
vós nada sou e nada posso; ficai comigo com
vossa graça e não me desampareis jamais. Vi­
vei comigo. Santificai meu corpo e purificai ca­
da vez mais minha alma.
Inflamai-me, Senhor, — e purificai cada vez
mais o meu coração.
Livrai-me de todo o pecado, das ciladas do
demônio e da morte eterna.
Conservai meu coração limpo e sem mancha.
Defendei-me. na hora da tentação; e fazei que
Manual da O T — 34
526 Devocionário

eu perca antes a saúde e a própria vida do que


a vós, a vossa graça e o vosso amor.
Ouvi e abençoai-me, ò Jesus!
Dai-me o vosso espírito, o espírito de paciên­
cia e caridade; fazei-me humilde e manso de
coração; e concedei-me a graça de amar o
próximo, como a mim mesmo. Fazei que seja­
mos todos um só coração e uma só alma.
Ouvi e abençoai-me, ó Jesus!
Com santa confiança entrego nas vossas mãos
meu corpo e minha alma. Seja feita a vossa
vontade, assim na terra como no céu. Não me
deixeis cair, ó Deus, em tentação, nem partir
deste mundo, sem ter recebido em viático vos­
so sagrado corpo e vosso precioso sangue. As-
sisti-me, nas angústias da morte; conduzi-me à
bem-aventurança eterna, para que possa cantar
eternamente, .com todos os santos e anjos, as
vossas misericórdias.
Ouvi e abençoai-me, ó Jesus!
Vossa divina bênção desça também sobre
nossas famílias, nossos parentes, benfeitores,
amigos e inimigos. Vós, Senhor, conheceis as
suas aflições, necessidades e sofrimentos.
Abençoai-os, ô Jesus!
Governai e vigiai sobre vossa santa esposa,
a Igreja católica. A vossa bênção desça copio-
samente sobre o vosso vigário aqui na terra, o
papa. Abençoai os bispos, sacerdotes e todos
os ministros desta mesma santa Igreja.
Concedei-nos, Senhor, pastores apostólicos,
— que avivem a fé e renovem a face da terra.
Comunhão 527

Tende piedade das crianças inocentes, dos


órfãos, dos pobres enfermos, dos desampara­
dos c aflitos, dos pecadores, dos moribundos e
de todos que sofrem e precisam da * vossa
graça e do vosso auxílio.
Abençoai-os, ò Jesus!
Tende piedade das almas dos fiéis que pade­
cem no purgatório, principalmente dos mem­
bros falecidos da nossa fraternidade.
Dai-lhes, Senhor, o descanso e a vida eterna.
Vossa divina bênção desça sobre nós todos e
permaneça conosco para sempre. Amém.
Oração a Jesus crucificado
TjMs-me aqui, / 'ó bom e dul-
Hpí] císsimo Jesus! / De joelhos
m me prostro cm vossa presença /
vos peço e suplico, / com todo
o fervor de minha alma, / que
vos digneis gravar no meu co-
ração / os mais vivos senti-
mentos de fé, esperança e ca-
ridade, / verdadeiro arrependi-
mento de meus pecados; / e
V' firme propósito de emenda, /
> Pi 7?
enquanto por mim próprio con­
sidero / e em espírito contem­
plo com grande afeto e dor /
as vossas cinco chagas, / tendo
v ■ presente as palavras / que já o
vill I orofeta David punha em vossa
■ boca, ó bom Jesus: / “Traspas-
34*
528 Devocionárío

saram minhas mãos e meus pés; / contaram


todos os meus ossos”.
Ind. plen. para os que, tendo feito a confissão
e a comunhão, recitarem esta oração diante de
uma imagem do crucifixo, orando pelas necessi­
dades da santa Igreja ao menos um Padre-nosso,
Ave-Maria e Glória ao Padre. — Pio XI concedeu
ainda uma ind. de 10 anos, cada vez que se rezar
de coração contrito esta oração. 19 de Janeiro de
1934. •

Oração a Cristo Rei


Cristo Jesus, eu vos reconheço como Rei
Ó universal.
Tudo o que foi feito, para vós foi criado.
Exercei sobre mim todos os vossos direitos. /
Renovo as minhas promessas do batismo, /
renunciando a satanás, às suas pompas e às
suas obras, / e prometo viver como bom cristão.
/ E mui particularmente empenhar-me-ei / em
fazer triunfar por todos os meios ao meu al­
cance os direitos de Deus e da vossa Igreja.
. Divino Coração de Jesus, / ofereço-vos as
minhas pobres ações para alcançar que todos
os corações reconheçam a vossa realeza sagra­
da, / e que por este modo o reino da vossa
paz / se estabeleça em todo o mundo. / Assim
seja.
Ind. plen., uma vez por dia, se depois de con­
fessado e comungado visitar uma igreja recitando
1 Pater, Ave e Glória, na intenção do S. pontífice.
Cânticos 529

4. CÂNTICOS
À RAINHA DA ORDEM SERÁFICA
Salve, imaculada! / Salve, ó mãe de Deus!
1 / Vós, rainha amada / Da nossa ordem
sois.
1 — Fostes ilibada / Desde a conceição /
Sempre preservada / Da vil corrupção. *
2 — De mil graças plena / Fez-vos o Senhor.
/ Lúcida açucena, / Sois do céu fulgor.
3 — Virgem sempre sendo / Destes vós à
luz, / Quem da cruz pendendo, / Nos salvou:
Jesus.
4 — Sob a vossa guia / Nosso pai nos pôs;
/ Sim, rainha pia / Da nossa ordem sois.
5 — Vinde, pois, reger-nos / Toda mater­
nal! / Vinde proteger-nos / Livrar-nos do mal.
6 — Dai-nos, mãe querida / Franciscanos
ser; / Vos amar na vida / Sempre até morrer.
A SÃO FRANCISCO
O Oh! Francisco, esposo da pobreza / Roga,
^ grande pai, por nós! / Oh! dá-nos da
virtude a riqueza, / Seja guia tua voz! / Volve
a nós pobres teus olhos benignos, / Faz-nos
de Cristo discípulos dignos.
Roga, grande pai, por nós. / Seja guia
tua voz! ' .
2 — Oh! Francisco, de humildade cheio /
Roga, grande pai, por nós! / Salva-nos dc pe­
rigos no meio, / Seja guia tua voz! / Sê luz
segura da noite nas trevas, / Socorre teus
filhos entre hostes sevas.
630 Devocionário

3 — Oh! Francisco, dá-nos ricas graças! /


Roga, grande pai, por nós! / Conjurando do
hoste as ameaças, / Seja guia tua voz! / Faz
desprezar o mundo tresloucado, / E amar sò-
mente a Deus * crucificado.
o Salve, mestre e pai amado, / Serafim de
3 santo amor! / No caminho da virtude /
Sede nosso protetor.
São Francisco, nossa prece / Ao Se­
nhor apresentai / Belos frutos de vir­
tude / Dç Jesus nos alcançai.
2 — De Jesus seguindo os passos, / Despre­
zastes com desdém / As riquezas deste mundo,
/ Toda a glória que ele tem.
3 — Desapego aos bens da terra / Ensinais
também a nós / P’ra ganhar os bens celestes
/ Qu’ultrapassam toda a voz.
4 — Alvo lírio fostes n'alma. / Vosso corpo
virginal / Cruciastes entre espinhos, / Triun­
fando sobre o. mal.
5 — Vosso exemplo luminoso / Nós quere­
mos imitar, / Com rigor e penitência / A pu­
reza conservar.
6 — Na humildade mais profunda / Renun­
ciastes ao querer, / Mil vitórias alcançastes /
Pelo . humilde . obedecer.
7 — Também nós, por vós guiados, / Sub­
metemos com amor / Toda a nossa liberdade /
À lei doce do Senhor.
CAnticos 631

Hino franciscano
Melodia: Somos, Senhor, aqui ajoelhados.
A “Meu Deus, meu tudo!” / Exclama com
ternura / Ém êxtase d’amor Francisco
ao céu. / “Meu Deus, meu tudo!” / Como a
criatura / Vos negará o amor do peito seu?!
Meu Deus, meu tudo! / Seja, Senhor,
/ Meu coração p’ra sempre / Altar
d’ardcntc amor!
2 — Meu Deus, meu tudo! / E’ grito da mi-
nh’alma. / Co’os serafins que junto ao trono
estão / Amá-lo-ei nas lutas e na calma, / Amá-
lo-ei de todo o coração!
3 — Meu Deus, meu tudo! — E’ senha de
vitória, / Por seu amor o mal eu vencerei;
/ Do mundo os bens e toda a pompa e glória
/ E o vão prazer todo desprezarei.
4 — Meu Deus, meu tudo! / Exclamarei na
vida, / Como será na morte o meu cantar. /
Meu Deus, meu tudo! / O’ inefável dita / Quan­
do no céu a Deus eu contemplar!
Hino dos terceiros a Sãò Francisco
C São Francisco, pai querido, / Grande a mi-
po do Senhor, / Escutai nosso pedido /
Sede nosso protetor. /' Escutai nosso pe­
dido, / Sede nosso protetor.
1 — Na procela horrenda, negra, / Vós o
porto nos mostrais / E compondo a santa re­
gra / Filhos vossos nos chamais.
2 — Filhos vossos nos fizemos / Singular
consolação. / Vossos passos seguiremos / Com
devoto coração.
532 Devocionário

3 — Serafim d’amor fecundo, / Com fra­


terno, humilde amor, / Praticar a caridade
/ Alcançai-nos do Senhor.
4 — Vós da Virgem nos pusestes / Sob o
manto maternal. / Venham dela os dons celes­
tes / E preservem-nos do mal.
5 — Eia, pois, irmãos terceiros, / Elevando
o coração, / Entoemos prazenteiros: / Viva
a santa profissão.

Hino em honra às chagas de São Francisco


Salve, ó salve, imagem viva / De Jesus
6 na extrema dor, / De Jesus crucificado,
/ De Jesus, o Redentor.
São Francisco, pai amado, / Serafim
d'a mor chagado, / De Jesus crucifi­
cado /Nos alcança a imitação, / De
Jesus crucificado / Nos alcança a imi­
tação.
2 — Retirado ao monte Alverne, / Enlevado
em oração, / Meditavas, compassivo, / O mis­
tério da paixão.
3 — Repassavas, rosto em pranto, / De Je­
sus a acerba dor, / O abandono, a cruz, as
• chagas / E que não é amado, o amor.
4 — Eis que alado, fulgurante, / Desce do
alto, preso à cruz, / Teu dileto, o Rei da glória,
/ Deus eterno, luz da luz.
5 — De . seráficos ardores / Abrasa o teu
coração, / E em teu corpo imprime, ó dita! /
Os sinais da redenção.
Cânticos 533

6 — SécMos antes não foi dada / A um hu­


mano graça igual. / Transformado em outro
Cristo, / És, ó pai, nosso fanal.
7 — Pelas chagas que ora brilham / Em teu
lado, pés e mãos, / Dá, Francisco, que sejamos
/ Dignos filhos, bons cristãos.

A SAO LUÍS, REI DA FRANÇA


São Luís, rei glorioso, / Nosso irmão e pro­
7 tetor, / Graças, dons do céu bondoso /
Impetrai-nos do Senhor. / De Francisco vós
sois filho, / Mui fiel imitador, / Implorai por
nós no exílio / Humildade e grande amor.
2. Nossa veste franciscana / Sob a púrpura
trazeis; / Vida pobre, mente lhana / Nos rogai
do Rei dos reis. / Dos cristãos os inimigos
/ Combatestes com valor; / Em nos vendo
nos perigos / Sede nosso protetor.
3. Vós, atleta da verdade / Sobre o peito a
cruz mostrais; / Dai-nos fé, fidelidade / Ao
Senhor a quem amais. / Vós a palma recebes­
tes, / Das virtudes galardão; / Rico desses
dons celestes / Nos fazei o coração.

A SANTA ISABEL DA HUNGRIA


O’ salve, glória e júbilo / Das ordens
8 franciscanas; / Virtudes sobre-humanas /
Exaltam-vos no altar. / Da sede vossa célica,
/ Santa Isabel bondosa, / A prece fervorosa /
Dignai-vos de • escutar.
534 Devocionário

2. A corte, o cetro régios, / Deixastes com


despeito, / Dos céus o trilho estreito / Quises­
tes percorrer. / De nosso pai humílima /
Ser filha desejastes, / A vida lhe imitastes
/ Fiel até morrer.
3. Virtudes tão heróicas, / A auréola con­
digna, / Santa Isabel, benigna, / Fazei-nos pos­
suir. / Do vosso trono esplêndido / Nos sede
protetora! / A nossa voz que implora / Piedo­
sa, vinde ouvir.

A TODOS OS SANTOS DA ORDEM SERÁFICA


O’ vós, santos do céu que gozais, / De
9 Francisco vós filhos queridos, / Nas eter­
nas venturas, em paz, / Ante a face divina
perdidos.
Oh! lembrai-vos de nós, vós, irmãos!
/ Estendei-nos bondosos as mãos! /
.Oh! lembrai-vos de nós, vós, irmãos!
/ Estendei-nos bondosos as mãos!
2. Nossa regra observando fiéis / Vós che­
gastes à pátria dos gozos; / Nós aqui vos ro­
gamos aos pés: / Vossa vida seguir fervorosos.
3. Deste mar nas procelas o olhar / Suplican­
tes ao céu levantamos; / A vós astros, que aí
a brilhar / Nos guiais, confiados oramos.
4. A vós todos a glória e o louvor! / Junto a
Detis exultai de alegria! / Aceitai, ó irmãos,
nosso amor, / Nos perigos servi-nos de guia.
Cânticos 535

RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS


DO BATISMO
Pode ser cantado durante a profissão.
1A Prometi na piscina sagrada, / A Jesus
sempre e sempre adorar / Pais cristãos
em meu nome falaram / Hoje, os votos eu vim
confirmar.
Fiel, sincero, / Eu mesmo quero / A
Jesus prometer meu amor / A Jesus
prometer meu amor.
2. Creio, pois, na divina Trindade, / Padre,
Filho e inefável Amor, / No mistério do Verbo
encarnado, / Na paixão de Jesus Redentor.
3. De Jesus sempre quero, constante / o
preceito em meu peito gravar / Combatendo,
lutando e vencendo, / À Igreja, fiel, sempre
amar.
4. Fugirei dos conselhos perversos / Fugirei
de Satã com horror; / Nem do mundo os pra­
zeres funestos / Poderão esfriar meu fervor. «
5. De Francisco serei terno filho, / Dele es­
pero eficaz proteção; / Vencedor nos combates
da vida, / Reinarei na celeste mansão.
CÂNTICOS PARA A COMUNHÃO GERAL
1 1 ||:ZTa vos adoro humildemente / Do céu
* divino pão, ó Sacramento:||.
1. Alma santíssima do Redentor, / Santifi-
cai-me com vosso amor; / Corpo santíssimo
do bom Jesus, / Santificai-me por vossa cruz.
53G DevocionArlo

2: Sangue precioso do Salvador, / Inebriai-


me de santo amor; / Paixão duríssima de meu
Jesus, / Dai-me conforto na minha cruz.
3. A vós chamai-me, quando eu morrer, /
Fazei que eu vá convosco ter, / Para que eu
cante, ó meu Senhor, / Com vossos anjos, vos­
so louvor.
1 Antes. Hóstia santa, imaculada! / Pão dos
anjos, Pão da vida! / À minha alma es­
morecida, / Vem dar forças e ardor! / Vem, te
rogo, ó meu Jesus! / Vem, divino e eterno amor!
2. O’ Jesus, escuta as preces / De minha al­
ma, que te implora! / Vem, Jesus, e sem de­
mora / Enche o peito de calor! / Vem, ie rogo,
ó meu Jesus! / Vem, divino e eterno amor!
3. O' Jesus, se tu me faltas, / Falta o sol à
minha vida, / Ando errante e sem guarida, /
Desfalece o meu vigor! / Vem, te rogo, 6 meu
Jesus! / Vem, divino e eterno amor!
Depois. 4. Seja eterno este momento; / Em
minha alma, a ti unida, / Haverá do ceu a
vida, / Haverá paz e dulçor. / Agradeço-te,
ó Jesus, / Meu divino e eterno amor!
5. A ti, fonte de bondade, / Gratidão só é
devida, / E minha alma agradecida / Louva,
grata, o teu amor. / Agradeço-te, ó Jesus! /
Meu divino e eterno amor! *

1^ O meu Jesus, amante de minha alma, /


Veio morar no templo dos mortais. /
Que grande amor é esse que te inflama? /
Vem, vem, Jesus, e não te apartes mais.
Cânticos 537

2. O Sacramento é todo o meu tesouro, /


O Sacramento é meu supremo amor. / Doce
Jesus, alívio de minha alma, / Meu coração
não quer outro senhor.
3. Cativo estás, Jesus, no santuário, / Nern
podem ver-te ainda os olhos meus! / Mas a
minha alma crente no sacrário / Chora de amor
por ter sempre seu Deus.
4. Não podem mais as coisas deste mundo
/ Ter para mim encanto nem fulgor. / O
santuário o meu Jesus encerra! / O meu Jesus
é só meu doce amor!

M O céu habita na minha alma, / Meu


bom Jesus repousa em mim! / Que san­
to amor hoje me inflama! / O' meu Je­
sus, sou vosso, enfim! / O' meu Jesus,
sou vosso, enfim!
1. Amar-vos-ei, divino esposo, / O’ Rei dos
reis, Senhor do céu! / Oh! que momento ven-
turoso / Em que Jesus é todo meu!
2. Jesus, em vós tudo me encanta, / Vossa
presença, vosso olhar! / Canta os louvores, ó
minha alma, / Do Redentor rio santo altar.
3. O' divinal Eucaristia, / Graça inefável do
Senhor! / Amar-vos juro neste dia, / Meu bom
Jesus, meu Salvador!
4. Procuro a vós, divino amigo; / Minha al­
ma humilde vem buscar / Consolo, paz, alento,
abrigo / Em seu Jesus, no santo altar.
53S Devocionárlo

Antes. Vem contentar o meu desejo ar­


15 dente, / O’ bom Jesus, amáve! Salvador!
/ Ah! que. transportes já minha alma sente!
/ Vem, meu Jesus, vem, ó meu doce amor.
• Vem, Pai amoroso, / Vem, terno pas­
tor! / Vem, Jesus, bondoso, / Vem, ô
Salvador.
2. Não tardes mais, ó terno Pai amável, /
Não tardes mais, vem ao meu coração; / Sem
ti, Jesus, nada me é agradável, / Só tenho em
ti minha consolação.
3. Divino esposo, desce no meu peito, / Vem
abrasar-me em teu celeste ardor. / Do louco
mundo a glória vã rejeito, / Só tu, meu Deus,
só tu és meu amor.
" Depois. 4. Já me pertence o Deus que os
céus adoram! / Eu te possuo, amávei Reden­
tor! / Um pranto suave já meus olhos choram,
/ Correi, correi, ó lágrimas de amor!
Oh! fica comigo, / Jesus, meu pastor.
Oh! fica comigo, / Aleu Deus e Se­
nhor.
5. Sorte feliz, ó sorte inestimável! / Provo
as doçuras do meu Salvador! / Não há pra­
zer tão puro e desejável, / Como de amar
um Deus que é todo amor!
PARA O RETIRO ESPIRITUAL
1 zC A nós descei, divina luz, / A nós descei,
divina luz, / Em nossas almas acendei /
O amor, o amor de Jesus. / O amor, o
amor de Jesus.
Cünticos 539

1. Sem vós, Espírito divino, / Cegos, só po­


demos errar, / E do mais triste desatino / E
do mais triste desatino, / No mais profundo
abismo, / Sem fim, sem fim penar.
2. O negro inferno nos faz atroz guerra, /
Contra nós arma o mundo sedutor. / Tudo é
pTa nós perigo nesta terra. / Sois vós, sois
vós nosso libertador! / Sois vós, sois vós, nos­
so libertador!
3. De vossos dons concedei-nos o gozo, /
Que em nós apague o falso, vil prazer, / E que
noss’aIma, Espirito formoso, / Por vós alcance
o celeste viver.
Miserere mei Deus, *. secúndum magnam
17 miser/córdiam tuam.
2. Et secúndum multitúdinem / misera/Zónum
tuárum * dele / miquitátem meam.
3. Amplius lava me / ab iniqui/dte mea * et
a peccá/o meo munda me.
4. Quóniam iniquitátem meam / ego cognós-
co * et peccátum meum / contra me est semper.
5. Tibi soli peccávi / et malum coram te
feci * ut justificéris in sermónibus tuis / et
vincas cum judicáris.
6. Ecce enim / in iniqui/dtibus concéptus
sum * et in peccátis / concépit me mater mea.
7. Ecce enim / veritátem d/lexisti, * incerta
et occúlta sapiéntiíe tuée / mani/estasti mihi.
8. Aspérges me hyssópo / et mundábor, *
lavábis me / et super nivem dealbábor.
540 Devocionário

9.' Audítui meo / daBis gáudium et lsetítiam


* et exultábunt / ossa /wmiliáta.
10. Avérte fáciem tuam / peccótis meis *
et omnes iniquitá/e$ meas dele.
11. Cor mundum / crea in me, Deus, * et
spíritum rectum / innova in Wscéribus meis.
12. Ne projícias me / a fácie tua, * et Spíri­
tum Sanctum tuum / ne áuferas a me.
13. Redde mihi lsetitiam / salutáris tui, * et
spíritu princ/pali confirma me.
14. Docêbo / iníquos v/as tuas, * et impii ad
te converténtur.
15. Libera me de sanguínibus, Deus, / Deus
sa/útis meae * et exultábit língua mea / jus-
titiam tuam:
16. Domine, / lábia mea apéiies, * et os
meum annuntiáó/7 laudem tuam.
17. Quóniam si voluisses sacriíicium / de-
díssem útique: * holocáustis non delectáberis.
18. Sacrifícium Deo / spiritus con/r/bulátus,
* cor contritum et humiliátum / Deus non des-
pícies.
19. Benígne fac Domine, / in bona voluntáte
. tua Sion, * ut aedificén/ur muri Jerúsalem.
20. Tunc- acceptábis sacrificium justitiae, /
oblatiónes et /zolocausta, * tunc impónent / su­
per altáre tuum vítulos.
21. Glória Patn et Filio, * et Spiritui Sancto.
22. Sicut erat in princípio et nunc et semper
* et in saecula saecu/órum. Amen.
Cântico3 641

1 O Meu Deus, logo murchou, / Logo secou


AO / A flor cTinocência! / Meu Deus, logo
chegou, / E me assaltou / Suprema indigência.
Perdoai, Senhor, por piedade, / Perdoai a
minha maldade, Senhor! / Antes morrer,
antes morrer, / Que vos ofender. *
2. Deixei de Deus a lei, / E me entréguei
. / Todo à maldade. / Deixei de Deus a lei /
E me afastei / Da felicidade.
3. Perdi, com vosso amor, / Da alma o can-
dor / Eternal riqueza. / Perdi, com vosso amor,
/ Certo penhor / EVimortal grandeza.
4. Meu Deus, o que há de ser, / Quando vier
/ A tremenda morte? / Meu Deus, se já vier,
/ Qual há de ser / Minha eterna sorte?
5. Irei para o inferno, / Suplício eterno, /
Se não me arrependo. / Irei para o inferno,
/ No fogo eterno, / Se já não me emendo.
6. O’ céu! eu te perder, / Eu te vender /
Por uma torpeza! / O’ céu! eu te perder, / Por
um prazer! / Infeliz vileza!
7. Não, não; antes mudar / E me emendar
/ Destes meus pecados. / Não, não; antes mu­
dar, / Antes largar / Vícios arraigados.
8. Adeus, mundo traidor, / Enganador, /
Foco do pecado! Adeus, mundo traidor. /
Ah! quanto horror / Me inspira o pecado!
9. Fazei, meu bom Jesus, / Por vossa cruz,
•/ Do mal me desvie, / Fazei; meu bom Jesus,
/ Que vossa luz / Do céu me alumie.
Manual da O T — 35
542 Devocionário

1Q Oh! Meu Deus, com vossa graça / Hoje


e sempre me assistais; / Que a virtude
não praticam / Os que vós desamparais.
E meu Deus que me retira, / Que me traz
à solidão / Para, longe dos tumultos, /
Me falar ao coração.
2. Quem das culpas se confessa / Certo está
de ter perdão; / Eu, das minhas, já vos faço
/ Lacrimosa confissão.
3. Meu Jesus, oh! quem me dera / Nunca
ter vos ofendido, / Quem me dera que o peca­
do / Não tivesse cometido!
4. Para vós já me converto, / Só por vós
quero viver, / Pois quem vive em vossa graça
/ Não, não teme perecer.
PARA A VIA-SACRA
A morrer crucificado / Teu Jesus é con­
20 denado, / Por teu crime, pecador.
Pela Virgem dolorosa, / Vossa Mãe tão
piedosa, / Perdoai-me, meu Jesus.
2. Sob a cruz ei-lo gemendo, / Vai sofrendo,
vai chorando, / Vai morrer por teu amor.
3. Sob o peso constrangido / Cai Jesus des­
falecido / Pela tua salvação.
4. Da Mãe sua imaculada, / Quando a en­
contra desolada. / Vê a imensa comoção.
5. Um auxílio que é imposto, / Já sem força,
em sangue o rosto, / Não recusa o Cireneu.
6. Eis a face ensaguentada / Por Verônica
enxugada / Que no pano apareceu.
Cânticos 543

7. Novamente desmaiado / No caminho tro­


peçando, / Cai por terra o Salvador.
8. Das matronas que choravam, / Que a ge­
mer o acompanhavam, / Consolar busca ele a
dor.
9. Cai exausto, vez terceira / Sob a carga
tão grosseira / Dos pecados e da cruz.
10. Já do algoz as mãos aerestes, / As san­
grentas, pobres vestes / Vão tirar do bom Jesus.
11. Sois por mim à cruz pregado, / Dura­
mente torturado, / Com cegueira, com furor.
12. Por meus crimes padecestes, / Meu Je­
sus, por mim morrestes, / Quanta angustia!
quanta dor!
13. Já da cruz vos despregaram / E a Maria
vos deixaram; / Que terrível aflição.
14. No sepulcro vos puseram, / Mas os ho­
mens tudo esperam / Que os salvou vossa pai­
xão.
Stabat mater dolorosa / Juxta crucem
21 lacrimosa, / Dum pendébat Fílius.
2. Cujus ánimam geméntem, / Contristátam
et doléntem, / Pertransívit gládius.
3. O quam tristis et afflicta * Fuit illa bene-
dicta / Mater Unigéniti!
4. Quae mccrébat, et dolébat, / Pia mater,
dum vidébat / Nati pcenas ínclyti.
5. Qui est homo, qui non fleret, / Matrem
Christi si vidéret / In tanto supplício?
6. Quis non posset contristári, / Christi ma­
trem contemplári / Doléntem cum Filio?
35*
544 Derocionárlo

7. Pro peccátis suae gentis / Vidit Jesum in


tormentis, / Et flagéllis súbditum.
8. Vidit suum dulcem natum / Moriendo de-
solátum, / Dum emísit spíritum.
9. Eja mater, fons amóris, / Me sentíre vim
dolóris / Fac, ut tecum iúgeam.
10. Fac, ut ardeat cor meum / In amando
Christum Deum, / Ut sibi compláceam.
11. Sancta mater, istud agas, / Crucifíxi fige
plagas / Cordi meo válide.
12. Tui nati vulneráti, / Tam dignáti pro me
pati, / Pcenas mecum divide.
13. Fac me tecum pie flere, / Crucifixo con-
dolére, / Donec ego vixero.
14. Juxta crucem tecum stare, / Et me tibi
sociáre / In planctu desídero,
IÕ.Virgo vírginum praeclára, / Mihi jam non
sis amára: / Fac me tecum plángere.
16. Fac, ut portem Christi mortem, / Pas-
siónis fac consórtem, / Et plagas recólere.
17. Fac me plágis vulnerári, / Fac me cruci
• inebriári, / Et cruore Filii.
18. Flammis ne urar succénsus, / Per te,
Virgo, sim defénsus, / In die judícii.
19. Christe, cum sit hinc exire, / Da per ma-
trem me venire / Ad palmam victóiiae.
20. Quando corpus moriétur, / Fac, ut ánims
donétur / Paradísi glória. / Amen.
Cânticos 545

Meu Jesus, por vossos passos / Rece­


22 bei em vossos braços / Este grande pe-
cador.
2. Vosso sangue derramado, / Vosso lado
traspassado / Valham-me, ó meu Jesus.
3. Pela vida que perdestes, / Pela morte que
soírestes, / Pela vossa santa cruz;
4. Pela Virgem dolorosa, / Vossa Mãe tão
piedosa, / Perdoai-me, meu Jesus.
5. Por sua doce bondade, / Sua triste sole­
dade, / Seu aflito coração;
6. Fazei, Jesus, qu’eu vos siga / Que vos
ame, vos bendiga / Na celestial mansão.
Bom Jesus, a vossos pés / Chora agora
23 arrependido / O pecador mais ingrato
/ Que no mundo foi nascido. / O pecador mais
ingrato / Que no mundo foi nascido. .
2. Sois clemente e tão bom / E de tanta pie­
dade / Que merecendo eu o inferno / Prome­
teis pleno perdão, / Que merecendo eu o in­
ferno / Prometeis pleno perdão.
3. Nessa cruz, onde estais / Tão ferido e
tão chagado, / Para nos dardes a vida / Vós
morreis crucificado. / Para nos dardes a vida
/ Vós morreis crucificado.
4. Pelas vossas cinco chagas, / O cruel tor­
mento em cruz, / Pela sagrada paixão, / Pcr-
doai-me, ó bom Jesus, / Pela sagrada paixão,
/ Perdoai-me, ó bom Jesus.
546 Devocion&río

Nas horas mais derradeiras / No horto


24 das Oliveiras / Suei torrentes inteiras /
De sangue, por teu amor.
Coro (Solo) Quem sabe se tu jamais / Te
lembras do teu Senhor?!
(Todos) Senhor Jesus, Senhor Jesus, / Filho
do Pai eterno, / Salva-nos, por tua
cruz, / Do horror do inferno, (bis).
2. Eis-me, de lado a lado, / Pelo algoz açoi­
tado / Como o mais vil celerado. / O' homem,
por teu amor!
3. Entre blasfêmias, risinhos, / Com escarni-
nhos carinhos / Cravam coroa de espinhos /
Na fronte do Salvador.
4. Entre torturas e assombros, / Tremendo
em todos os membros, / Carrego a cruz aos
meus ombros, / Por teu amor, pecador!
5. Ei-lo, o meu corpo ferido, / Sobre a cruz
estendido; / De cruéis dores transido / Tudo,
só, por teu amor!
6. Em sede os lábios ardendo, / Da morte
as ânsias sofrendo, / Eis-me, empalidecendo /
Por teu amor, pecador!
7. Eis-me na cruz moribundo... / Terra e
céu, todo o mundo, / Até o inferno profundo
/ Ouvem o meu estertor!
Cânticoa 547

O Crux, ave, spes unica, / ín hac tri-


25 umphi gloria: / Piis adauge gratiam /
Reisque dele crimina. (3 vezes).
7. Adoramtis te, Christe, et benedicimus tibi.
1?. Quia per Crucem tuam redemisti mundum.
Oremus. Deus, qui pro nobis Filium tuum
Crucis patibulum subire voluisti, ut inimici a
nobis expelleres potestatem: concede nobis fa-
mulis tuis; ut resurrectionis gratiam consequa-
mur. Per eundem Christum Dominum nostrum.
Anien.
PARA A COROA FRANCISCANA
Maria, Virgem-Mãe imaculada, / Rainha
nossa no esplendor do céu! / Os vossos
gozos ledos recordamos, / Louvando a
Deus que vo-los concedeu.
1. Da corte celestial o mensageiro, / Arcanos
do Senhor a revelar, Saúda a quem vai ter
Deus verdadeiro, / De graça cheia, Virgem
Mãe sem par.
2. A mãe de João vai visitar Maria, / Às
pressas, e, no seio maternal / Exulta João de
júbilo, e anuncia / Livrado estar da culpa ori­
ginal.
3. O Verbo, antes dos séculos gerado, / Eter­
no Amor do onipotente Pai, / Nasce mortal
do seio imaculado / Da esposa divinal, da
Virgem-Mãe.
4. Guiados pela estrela refulgente, / Vêm,
o menino humildes adorar / Os reis e magos
três lá do oriente / Incenso, mirra, ouro vêm
ofertar.
548 Devocionárlo

5. 0 Filho que perdido já chorava, / Con­


tente, logo a Mãe vai descobrir,^ / Que não
sabidas coisas ensinava, / Inteligências doutas
a instruir.
6. Já vencedor da morte aniquilada / Vem
Cristo lá dos limbos, e nos traz / Da culpa a
atroz cadeia espedaçada / E nos umbrais do
céu entrar nos faz.
7. Da augusta Mãe, da Virgem Mãe divina,
/ À fronte doze estrelas brilho dão; / Ao lado
de seu Filho ela domina / Os seres todos, toda
a criação.
07 Virgem dos Prazeres, / Celestial Maria,
/ Escuati os rogos, / Escutai os rogos,
/ Do que em vós confia.
2. Oh! volvei, Senhora, / Para vosso Filho /
Um olhar benigno, / Um olhar benigno, /
Neste triste exílio.
3. Nesta triste vida / Que tão breve passa,
/ Das culpas livrai-me, / Das culpas livrai-
me, / Alcançai-me a graça.
^ 4. Da bonança aurora / Sede na procela /
E por entre as trevas, / E por entre as trevas,
/ Lúcida estrela.
5. Caem da morte as sombras, / Ruge o vii
inferno. / Virgem dos Prazeres, / Virgem dos
Prazeres, / Dai prazer eterno.
^ 6. Dai prazer eterno. / Prêmio da vitória /
Convosco eu reine, / Convosco eu reine, / Na
eterna glória.
ÍNDICE
PRIMEIRA PARTE
I — S. Francisco e as snas três Ordens • • • 5
n Da O T em geral .......................... 14
O que é? ....................................................................... 17
Seu fim ........................................................................... JS
Origem da sua regra ............................................... 23
Resumo da regra atual ....................................... 23
Atitude da Santa Sé em relação à O T ........ 24
A O T adequada a todas as classes e posições
sociais ....................................................................... 26
Leão XIII sobre a O T ........................ ............ 29
Será penoso fazer parte da O T? ............... 32
III — Texto da regra da O T para seculares 34
Explicação da regra
CAPITULO I
Admissão, noviciado, profissão
Condições à admissão ................................... 3?
Admissão das senhoras casadas ............... 4-
Vestição e hábito ........................................... 45
Noviciado .............................................................. 52
Profissão ............................................................. 56
CAFITUIiO n
Modo de vida
Importância do capítulo ............................ 63
Vida exterior dos terceiros ..................... 65
Os terceiros e os divertimentos mundanos 72
As refeições ........................................................ 77
Jejum dos terceiros ...................................... 83
Recepção dos sacramentos ......................... 89
As orações e devoções da O T ........... 89
Testamento dos terceiros .......................... 101
Os terceiros na família .............................. 103
As virtudes características dos terceiros 121
Conduta exterior ............................................. 130
Os terceiros nas reuniões ........................ 137
Caixa da O T ................................................. 144
Cuidados aos doentes ......... ......................... 147
último serviço de caridade ....................... 149
550 Índice

CAPITULO III
Cargou
Os cargos ........................................................ 150
A fraternidade e seus cnrgos ........... 153
A visitação da fraternidade ..................... 162
Nomeação do visilador ............................ 165
Expulsão da Ordem ................................ 167
A regra não obriga sob pecado .......... 168
Dispensa das prescrições da regra ... 169
Recapitulação dos deveres dos terceiros 171
IV — Indulgências, privilégios e indultos da O T
Generalidades .................................. . 173
A benção papal ............................................. 181
A absolvição geral ...................................... 1S3
A indulgência plenária da reunião geral 186
A indulgência plenária da coroa franciscana 1S5
A indulgência pienária da Porciúncula 1S6
Privilégios e indultos ............................. 1S8
Catálogo das indulgências ..................... 189 •

SEGUNDA PARTE
Cerimonial da O T
Nas reuniões mensaas 203
Na vestição ......... 212
Na profissão ___ 222
Na reunião da mesa 231
Nas eleições ................. 235
Na visita canônica .. 239
Na instituição de tmia nova fraternidade .... 211
Na bênção papal ....................................................... 245
Na absolvição geral ................................................. 246
Cerimônias para vestição e profissão simultâ­
neas ......................................v................................... 25 3 •
Cerimônias para o jubileu '.................................. 252
Renovação da profissão ........................................... 259
Consagração da O T ao divino Coração de -
Jesus ........................................................................ 261
Consagração a Cristo-Rei ........... ............................. 266
Comemoração do trânsito ou morte de S.
Francisco ................................................................. 239
Arquiconfraria do cordão de S. Francisco ........ 272
índice 551

TEDCEIBA PAUTE
Devocionário
Modo de recitar o ofício seráfico . 285
I. Oraçõos diárias ............................ 290
1. Pela manhã ....................................... ... 290
2. Ao meio dia ........................ ........... 29o
3. À noite ............................................. 297
4. Orações para várias ocasiões __ 300
5. À santa missa .............................. 302
H. Orações para os tempos sagrados do ano
eclesiástico ................................... f 342
I. Advento, natal, nòme de Jesus 342
2. Quaresma ......................................... 343
3. Pentecostes ...................................... 372
4. Santíssima Trindade ................... 377
5. Corpus Christi ............................. 385
6. Sagrado Coração de Jesus......... . 393
m. Devoções r.oc santos
1. Nossa Senhora ................................. 405
2. S. José ......... 1.................... 42G
3. S. Francisco ....................... ............. y, . w 430'
4. S. Antônio ......................................... .. 439
5. Devoções aos padroeiros da O T
1. S. Luís ........... ................................. . 415
2. S. Isabel ....... ................................ 448
6. Ladainha de todos os santos ... 451
7. Almas do purgatório ..............:.... 488
IV. Orações para diversas necessidades
1. Pelo sumo pontífice .......................................... 474
2. Pela Igreja ............................................................ 471
3. Pelo clero .............................................................. 474
4. Outra oração pelo clero ............. .............. 475
5. Oração a S. Francisco pela Ação Católica 477
6. Para conversão dos pecadores ....................... 478
7. Oração a S. Teresinha pela conversão dos
pecadores ............................................... .................. 479
8. Para perfeita submissão à vontade de Deus 479
9. Nos sofrimentos e tribulaçõc3 480
10. Pelos pais ............... ................. . 481
11. Pelos filhos .............................. 482
552 Índice

12.- Pela família ................................................... 483


13. Nas viagens e excursões ......................... 483
14. Preparação para a morte ..................... 486
15. Modo de assistir aos agonizantes ........ 492
V. Confissão, comunhão e cânticos
1. Confissão 504
2. Comunhão 512
3. Exercícios para a missa com comunhão geral 516
4. Cânticos ........................................................ 529
I. Salve, imaculada ........................................ 529
- 2. O’ Francisco, esposo da pobreza .. 529
3. Salve, mestre e pai amado ............. 530
4. Meu Deus e meu tudo ......................... 531
5. São Francisco, pai querido ................... 531
6. Salve, ó salve, imagem viva ............. 532
7. São Luís rei glorioso ............................. 533
8. O' salve, glória e júbilo ....................... 533
9. O' vós, santos .......................................... 534
10. Prometí na piscina sagrada ............... 635
1 Para a comunhão geral
II. Eu vos adoro humildemente ............... 535
12. Hóstia santa e imaculada ................... 536
13. O meu Jesus, amante de minha alma 536
14. O céu habita 537
15. Vem contentar 538
Para o retiro espiritual
16. A nós descei ...................................... 538
17. Miserere ................................................. 539
18. Meu Deus, logo murchou ............... 541
19. Oh! meu Deus, com vossa graça 542
Para a vi a-sacra
20. A morrer crucificado ............... 542
21. Stabat Mater ................................ 543
22. Meu Jesus, por vossos passos 545
23. Bom Jesus, a vossos pés .... 545
24. Nas hora3 mais derradeiras 546
25. O Crux, ave 547
Para a coroa franclscana
26. Maria, Virgem-Mãe imaculada ........ 547
27. Virgem dos Prazeres ......................... 548

Você também pode gostar