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V

Presidio de Amor

Neste presidio voluntario espero anclo10


as almas de boa vontade para 11
enriquecer com os meus dons

ºººººº
1. a edição - 5 mil
ºººººº

Instituto das Missionarias de Jesus Crucificado

A----------A
Campinas - Estado de S. Paulo

https://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Imprima-se
Campinas, 5 de }ant'iro de 1935

t FRANCISCO, Bispo de Campinas


Jesus Manietado

E' interdicta a imp1·essão deste livro cujos direitos autora es


_
pertencem ao Instituto das MiPsionaries de Jesus Crucificado
de Campinas. Estado de São Paulo - Brasil.
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Sob tão suggestivo titulo vae aqui mais este livro, pu­
blicado pelo Instituto das Missionarias de Jesus Cruci­
ficado de Campinas.
A Penna que o escreveu, como uma vez 1á foi dito,
como toda penna, não sabe o que escreve . . . nem póde sa­
bel.o, porque para tanto lhe seria necessarl.o um curso
especial, que abrangesse as materias de que, com tanta
sabedoria e segurança, vem tratando em suas multfplas
Mensagens.
E '[iarisso mesmo que se trata de uma i'enna sem
cultura, ignorante e que escreve o que, na sua inttmtda­
de mystfca, ouve, tornam-se necessarl.as algumas cor­
re.cções na redacç{io de certas phrases e mais toda pon­
tuação. o que é /eito por pessoa competente.
Tal trabalho é feito dom todo escrupulo, de modo a
conservar nesses escrlptos o ;cunho da ortginaltdade,
quanto á sua simplicidade e clareza na repetiçio de pa­
lavras e de phrases, que lembram a simplicldade do
Evangelho, como· se ambos tivessem o mesmo Inspira.
ctor.
Razão bastante parece haver para assim se dizer,
pofs os escriptos de tal Penna, além das muitas citações
do Livro Sagrado, se apresentam com a mesma finalida­
de e a mais pura doutrina, procurando estabelecer nos
corações dos homens o reinad'O de Jesus Crucificad<J.
Assim depois do que 1á foi publicado sobre as Lic­
ções de Jesus Victima e as Glorias e Poder de N. S. das
Lagrimas, estampa-se hoje essa série tmmensa de ricas
mensagens sobre a Divina Eucharistfa, d'onde Jesus,
realmente presente, fala das grandezas desse Augusto
Mysterio e das virtudes, que ã:o Tabernac-ulo são ensina­
das aos corações de boa vontade.
Com as piedosas Mensagens sobre o Prtsf,oneiro do
Sacrario, vão publtcadas outras sobre a dignidade e 'Ova­
lor do sacerdocio, sobre a vocação reU.giosa e a mda mis.
sionaria.
Tudo o que vae neste volume representa um bello
conjuncto, cu1o Inspirador, certamente não é desta terra.
Oxalá os piedosos leitores deste livro o comprehen­
dam e attendam a tão santas licções, descidas de um Pre­
sidio de Amor.
F. de M.
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AMOROSO APPELLO DE JESUS NA
EUCHARISTIA

No abandono em que no Tabernaculo sou deixado,


eu choro noite e dia vendo meus filhos queridos pobres,
tão infelizes! Não sabem, coitadinhos, onde se acha a
felicidade. Os meus gemidos não são porque estou só,
mas sim por ver estes filhos amados, que procuram a fe­
licidade e não a encontram.
Pois, eu aqui fiquei para fazei-os felizes. Pobres
filhos meus, vós que não Me conheceis na Eucharistia,
como podeis viver sem vosso Amado?! Vinde ao ban­
quete de amor, vinde, não tenhaes medQ. é vosso Deus
que vos chama, inebriae-vos, filhos amados. ó mães de
familia, vós a quem Eu confiei filhos, acostumae-os a
comerem o Pão dos Anjos. Se quereis a felicidade de vos­
sos filhos, incutí em seus corações o amor da Eucharis­
tla. Eu ainda não sou bastante conhecido neste Sacra­
mento, pois se o fosse, como todos correriam a Mim! ó
vós, Missionaria do meu Coração, dizei a estas mães
que tragam seus filhinhos a este divino Banquete. Que­
ro ver meus filhos felizes, e só o serão si a miude Me
receberem em seus corações. Ah! Quantas graças esper­
diçadas! ó almas queridas, quem, achando um thesou­
ro na rua, não o pega e não leva para su.a casa? E este
thesouro, que Eu vos offereço, não o quereis, o regeitaes !
ó ingratidão! ó dureza de vossos corações! Comei este
Pão se quereis ser felizes. Se preciso iôr que por Elle
deis a vida, dae-a, pois aquelle que der sua vida pela
vida, este não morrerá, e quem conservar sua vida pe­
los bens falazes, este perecerá. Eu sou a Vida, e aquelle
que não comer deste Pão morrerá. Quem póde passar
nesta vida sem alimento?
Vossas almas mortas ficarão para a graça, pois a
vida se acha neste divino Banquete. Vinde, filhos meus,
experimentae deste Pão e jamais Me deixareis.
Vosso Deus quer-vos felizes neste mundo e depois
juntos no Céo por toda a eternidade.
10-9-1929.

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PORQUE JESUS FICOU NO SACRARIO

Jesus, quando olho para o Altar e vos vejo encer­


rado por meu amor num pequeno sacrario, não posso
deixar de exclamar: Jesus, sois um louco de amor! Não
vêdes como os homens procuram os palacios dos ricos?
Sim, procuram os divertimentos, os passeios e poucos
são os que Vos procuram? Para que ficar Jesus ahi
dia e noite e annos, fechado recebendo affrontas? !
Ah! Jesus, não sabíeis Vós, quando instituístes este
Divino Sacramento, que havieis de ser esquecido pela
maior parte de vossos filhos?
Sim, filhinha, Eu sabia tudo isto, mas Eu vi as mi­
nhas esposas rodeando meu Altar, consolando meu Co­
ração; vi estas almas puras deixando os affectos mais
licitas, para se immolarem aos pés de meu Altar; vi
estas almas generosas aos meus pés, recebendo força
para irem derramando pelo mundo o bals.amo colhido
junto do santo Altar. Vi peccadores regenerados pela
confissão de suas culpas Me receberem, e· de novo vol­
tarem para o caminho da virtude; por isso, filha, é que
teu Jesus ficou dia e noite neste sacrario, na mais pro-
funda humildade.
27-l-'-----1930.

O TABERNACULO, !\UNA . DE
OURO SANTO·

Esta pagina é exclusivamente consagrada á Eucha­


ristia, que constitue um dos quatro signaes fundamen­
taes, que caracterisam as almas escolhidas, e isso por­
que a Eucharistia, como o sacramento· ·do Deus-Vivo
que é, encerra em Si todas as graças, todas as luzes e
todos os dons, não somente de salvação e santificação,
mas até da mais alta e consummada. perfeição; e é
porisso que, aos olhos da Justiça eterna, Ella occuparã
sempre u� lagar de destaque!

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A Euch.'.:l.ristia, é por assim dizer a summa de todos


os thesouros sot>renaturaes, com que a alma cria o seu
patnmomo para a vida eterna.
E' a mesma Riquesa, que nao somente quiz ser ca­
nalisada ate a alma, mas quiz descer directamente so­
ore e11a, trazendo-lhe vestes, joias e arrecad.as celes­
tes, com que ha de merecer a gloria immortal do Pa­
raisa.
Eis porque os caracteres àesta pagina sabem a ou­
ro, porque o ouro é o expoent.e da riquesa e da supera­
tJundancia!
Todavia essa divin.'.:I. Riqueza, que as ai.mas podem
receber para serem santas, granaes sanLas. . . Jaz esque­
cida na mma dos tabernacu10s com toda a prec1osie1aae
aos seus attribu�os incommensuraveis!
Para encontrar essa Riqueza e preciso que se te­
nha lé, é prec1so que se tenna ooa vontade e que a pes­
quizem com fiel tenacidaàe para que se triumphe de
todas as difticulaades.
Assü-i1 como quando se sabe com segurança que nwn
certo terreno existe um filá.o de ouro, o 1ellz descobri­
dor, armauo de picaret.':ls, e11.xa.e1a.:; e demais utens11ios,
arrosta toda a sorte de di111cu1cu.e1es e de fadigas, e
nào se causa em pesquizar. a rn,na, até encontrar o
precioso metal, trazel-o á rlor da terra, pôl-o em lugar
seguro, trat>alilal-o para aprove1t:1r oem o seu valor;
assim tambem devem fazer .as almas de fé e de bôa
vontade, com relação a esi:.e OU1·0 divino, tã.o precioso e
ta.o soberanamente importante!
A palavra infallivel da S. Egreja lhes .aponta com
segurança o terreno, onde se encontra essa mma in­
comparavel.
O terreno é ella mesma. A min.'.:I., como já disse, é
o tabernaculo. Os utens1lios de que devem lançar mão,
eu os resumo tão somente na fé e na bôa vontade.
Pela fé, saberão qual o divino Thesouro, que ha de
enriquecel-as.
Pel.'.:I. fé, vão seguras ao seu encontro, emquanto
que pela boa vontade consumam tão feliz encontro,
triumphante das difficuldades e de toda a sorte de em­
baraços.
Pela fé conhecem depois que estão na posse de seu
Thesouro, emquanto pela boa vontade applicam-nO em
proveito proprio, isto é, no exercicio de todas aquellas
virtudes, que desabrocham á sombra da fé.
Si, conforme disse ha pouco, um dos primeiros cui-

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dados do feliz descobridor é collocar o seu thesouro em


lugar seguro, assim tambem se dá com relação a esse
divino Thesouro.
O lugar seguro, no qual a alma deve guardal-0 e
onde Elie estai-à sempre seguro para enriquecei-a, são
os sentimentos da humilda.de, a persuasão de que é po­
bre e pobre ha de ser sempre, se me vier a :i.a1tar o
auxilio de seu divino Thesouro.
Essa humildade, auxiliada pela fé, é o ponto de
partida da flor.ação das virtudes do silencio, do reco­
lhimento, da confiança, da generosidade, da paciencia,
da mortificação e de tantas e tantas outras virtudes,
que perfazem o grande patrimonio espiritual, com que
na grande hora, ella, a alma, recebe d.a Justiça eterna
o franco ingresso nas fileiras das legjões bemaventu­
radas.
Não d.irei mais; pois comprehenda. cada um o va­
lor capital da Eucharistia nos eternos interesses das
almas.
No Livro do Céo, a Justiça eterna ha de assignal.ar
a porção que cada alma recebeu dessa graça incompa­
r.avel, mais o proveito e os meritos, que sua fé e sua boa
vontade lhe grangearam para salval-a, santifical-a e
aperfeiçoal-a.
I11sisto .ainda e sempre "tenham fé e boa vontade,
e o Deus-eucharistico virá em soccorro de vossa impo­
tencia, de modo que, vos acobertando com sua divina
Misericordia, Elle será a vossa justificação no grande
dia! ...
A fé e a bôa vontade hão de ser o segredo do "co­
meço de gloria" que muitas almas conhecerão nesse
momento solemne, como em amavel osculo da mesma
eterna Justiça.

NO GETHSEMANI DA EUCHARISTIA

Minha filha, vou-te communicar o que experimen­


tei no jardim do Gethsémani.
Ah! como meu Coração estava amargurado! Olhei

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para os meus filhos, os meus queridos discipulos, com


tanta ternura e compauao que, �tl eu�s comprenenaes­
sem meu olhar, cahlriam de aor! Mas, elles, ainda nao
comprehencuam o meu Coraçâo, ainda nào tinham re­
cebido o Paraclito. Quero, íilha, que as almas saibam
o que meu Coraçao nesta nora experimentou: Olhei pa­
ra o ceo, mas e11e se conservava s1lencioso; olhei para
aquella solidão do Gethsémani, e vi então a imagem de
muitas Igrejas, onde, nos seculos vindouros, Eu ia ser
abandonado, apenas frequentado por numero limitado
e auni.nuto d.e almas! Ah! enuw, 11lhmha, se apoderou
de toao meu ser uma tnsteza mortal! Vi-Me no meio
u� sacranos immunaos e couen.os ae irreverencias e
talta de zelo da parte de meus filhos queridos, Me vi
desprezos! Até, vi almas que Me queriam receber e por
pnvauo cte entrar nesses col'açoes ae ooa vontade!
Ah! que terrível agonia se apoderou de minha al­
ma! Ah! filha, não ves como tuao se e,ta realizando'?
Em quantas lgreJas, por ia1ta ue ze10, cert.1.s almas
não podem Me receber! Repara tamanha ingratidão!
Depois dlSi:-O, caminhei mais para o centro do Geth:sé­
mani, e fUi rezar! De novo voltei meus olhos ao céo, e
o céo se conservava silencioso, a agonia augmentava
em intensiaade ... procurei, 1w1;:1,, os meus prea11ectos e os
achei dormindo! A minha agonia augmentou, pois nel­
les :.b;u vi almas queridas e preullec�as, que nos secuios
vindouros iriam dormir na ignorancia, no erro e na ti-
bieza! Acordei-os, mas logo voltaram a dormir! Não vês
como hoJe as almas dormem no cammho ao Calvar10·1 �
tü., mlltila esposa, não tens vontaue a.e reparar tudo is­
to'? Deix.a teu Jesus descarregar soore ti esta cruz pesa­
da. Chega-te ao meu sacrario, dei.xa que pese sobre ti
o abandono que Eu senti á entrada de Gethsémani! Im­
mola-te para que suba até o throno de Meu Pae o in­
censo da reparação! Ah! o meu sacrario torna-se-Me as
vezes um üethsemani sangrento! No céo, filha minha,
verás claramente os ultrages, de que sou victima nes­
te Sacramento àe Amôr, e então terás vontade de voltar
á terra para Me fazer conhecido e para que não mais Me
offendam.
Sim, filhinha, passa hoje no Gethsémani, perto de
teu Jesus Agonizante.
Teu Jesus do Calvaria.
28-1-1930.

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SEl\1 A COMUNHÃO NÃO HA YEHA'


SANTOS

ó almas venturosas, que chamadas fostes ao ban­


quete nupcial, rejubilae e apresentae-vos a este festim
de .amor cheias de alegria, para assim poderdes parti­
cipar da alegria do Senhor.
Almas minhas predilectas, vinde, vinde depressa,
não tenhaes medo. Eu sou Jesus, o bom ?.1sior, aquel­
le que dá sua propria carne como alimento; e depois
disso, almas queridas, duvidaes ainda do meu amor?!
Ah! não, filhinhos queridos, não me façaes tamanha in­
gratidão! Vinde a este festim cheios de confiança. Eu
sou Pae amoroso, Pae que sabe perdoar e esquecer, Pae
que conhece as fraquezas humana:t; porque então, fi­
lhinhos, duvidaes deste Pae amoroso?
Ah! jamais duvideis. Eu amo tanto os meus filhi­
nhos, que não me contentei de por elles dar minha vi­
da; fiz mais, fiquei na mais profunda humildade no
sacramento do altar.
Ah! vinde a mim, recebei-me com alegria. Ah! se
alguem vos desse um thesouro, como ficaríeis conten­
tes; e haverá thesouro melhor do que vosso Deus?! Tu­
do desaparece, só Eu fico.
Porque então sois tão indifferentes, quando se tra­
ta dos bens eternos? Ah! quantas graças desperdiçadas
para a eternidade! Almas ha, que me recebem tão fria­
mente. . . .ah! se estas almas comprehendessem o the­
souro que desperdiçam, como chora.riam suas negligen­
cias!
Ah! meus filhinhos, se um rico perde seus haveres
e fica na indigencia, como elle chora sua desdita ... e o
que é isso em comparação da felicidade eterna? O
que é isso em comparação de uma communhão feita
com negligencia? Ah! como é triste para meu Coração
ver meus filhos chorarem os bens falazes; e os bens
eternos, ah! estes, poucas almas são ."3.s que os choram!
Numero limitado, são as que comprehendem os thesou­
ros espirituaes! Almas ha que me recebem quotidiana­
mente, mas, muito poucas são as que choram por ver
minha gloria tão deprimida pelo peccado !
Quem não chorar ou não sentir vendo a iniquidade,
este ainda me ama pouco, pois, si choraes os bens tem-

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poraes, é porque lhes tendes amor. A alma que me ama


deseja que todos me amem. O meu amor e puro; nao
faz nos corações como o amor carnal; quem ama com
amor carnal, deseja que ninguem participe do amor da
cre.atura a quem lhe dedica afteiçào.
Sim, filhinhos, o meu amor produz outros effeitos,
quando alguem me ama, deseJa que \.oàos me amem,
deseja fazer minha fel1c1dade, e minha felicidade esta
em fazer os homens felizes, pois Eu sou a verdadeira
felicidade. l!.:' verdade que para ser feliz não preciso de
minhas creaturas, mas o c.1esejo que tenho d.e fazel-as
tellzes, faz com que .as creaLuras me amando, a minha
giona augmente. l!;u sou a plenitude de todo bem.
Nmguem pode augmentar nem diminuir minha gloria,
mas, somente expandil-a e irradiai-a.
O meu desejo é que minha gloria se irradie nos co­
rações dos filhos queridos. Si um coração de bôa von­
tade me recebe pela sagrada communhao, este, na.o au­
gmentou minha gloria, mas me deu occasião de expan­
dir as minhas graças; si este coração vem .a mim cheio
de enthusiasmo e com o desejo de aproveitar de meus
dons, sahirá da mesa da communhão transbordando de
celestes dons.
Si uma matrona criar um filho adoptivo, ella lhe
terá amor, mas, se for filho ae seu coraçao, filho de seu
sangue, ah! então ella o amará com predilecção, pois,
no seu coração acha-se o germen natural do amor -
é filho de suas entranhas.
Assim tambem quem não me alimentar no coração,
me amará, mas será um amor superficial, não se impor­
tará que os outros me amem ou não, pois quem nâ.o me
alimentar, como me pode ter amor?
Por isso, minha filha, é que vês tantas almas in­
diferentes á minha gloria!
Como isso é doloroso para meu Coração que ama
com vehemencia. Ah! se houvesse muitas almas aman­
tes da Euch.aristia, como a minha gloria se irradiaria!
Sim, é por meio deste sacramento que Eu desejo
abrazar o mundo com o fogo de meu amor! Quem fõ.c
amante da communhão, tambem o será da minha glo­
ria.
Ah! a minha Igreja militante precisa de almas
amantes da Eucharistia, pois é nesta fornalha ardente
que almas frias e tibias, convertendo-se em almas abra­
zadas e cheias de santo ardor, sobem o caminho do
Calvario.

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oem communhão não havera santos, sem commu­


nnao morrereis á mmgua, :pois e por esr,e canal que Eu
a11;ipenso as rmnnas graça!).
.11.n ! tuna nunna, .::,e <1.l:i c1.1mas tibias COlllprehendes­
::ié!m as graças que aesperulçam, vinam a mmna presen­
ça com mais 1crvor e com 1.n,us 10me aesta v1anda ce­
.L1;Ste.
1'\lào te esqueças de teu j'esus Sacramentado.
31-1-193�.

PHESO POH. AlVIOR


Sim, é neste silencioso Sacrario que espero amigos
e nao os encontro! Onde esta.o meus amigos?
apenas uns candidos lyrios se compadecem da mi­
nha solieiào ! Espero ct1a e noite a todos que resgatei com
meu oangue, espero e não chegam!
ó dura prisão! ó Gethsémani mais doloroso que
aqueile primeiro; pois apesar de já passarem vinte
seculos ue estadia entre os homens que veem a minha
constancía, ainda assim não sou conhecido, por isso é,
l'li.i::unha, que o l:iacrario se Me torna um Gethsémani do­
loroso! Ah! a ingratidão é dolorosa para um coração
amante!
Estou preso por amor, por isso vós, homens, vinde
tambem me visitar por amor, porque se assim fizerem
e ao meu Sacrario correrem, este se tornará para Mim
delicioso Paraíso 1
Eu .acho minha delicias em estar com os filhos dos
homens!
10-2-1930.

BEMAVENTURADOS OS POBRES DE
ESPIRITO
Um dia pronunciei esta palavra: Bemaventurados os
pobres de espirita, porque destes é o reino dos céos. Co­
mo tenho fome, filhinha, de corações pobres de espiri­
ta! Procuro e não os encontro; bato e não se abre ...
que ingratidão! Se o mundo comprehendesse esta pa-

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lavra "pobre de espirita"?!. . . Ser pobre de espírito é


tão doce e tão suave, mas poucas são as almas que che­
gam a comprehender este thesouro formosíssimo. Nã1J
te vou falar dos bens temooraes. mas, sim, dos bens
immortaes. Ah! quanta consolação me dâ uma alma
que, despojada de si. inteiramente se lança nos braços
da Divina Provldenc i.-=t! Com esta alma faço como um�
mãe faz com seu filhinho de tres dias: se chora. a cal­
loco em meus bracos e anerto contra meu coracão: se
tem fome, a alimento com minha vida: se está núa, a
cubro com minhas vestes: se tem frio. a aqueço com
meu proprio calor. Mas, filhinha, estas divinas opera­
Gêies só as faco com os corq,cões nobresinhos, que se
lançam em meus br.'lços. Ah! como é doloroso nara meu
coração!... Não encontro coracões nobres! Quero es­
treitar estas alminhas em meus bracos. mas ellas não
se deixam acariciar nela r.<1.e carinhoso: fogem. nois
ainda têm suas vontades. e a ::i.lma aue tem vontade
não se deixa acaricf::ir nor seu Amad0 one sou Eu. Co­
mo posso acariciar uma alma aue orefere sua vontade
á minha? Quero aoertal-as contra meu côracão. m8.s
não posso, pois ainda em seu r.oração existe affeicão ás
suas lnclinacões. Como nosso. filhinha. ::i.oertar ao meu
coração um · cor.'lcão affelcoado ás su8.s inclinacões?
Quero matar sua fome. mas não nosso. nois antes de vi­
rem â minha mesa, comem iguarias damniferas, que
lhes mata a vontade de se saciar á minba mesa. Como
posso fazer feliz um corar.ão oue come â mesa dos ho­
mens? Quero cobril-os com minhas librés. mas não nos­
so. filhinha, po!s se vestem elles com roupas t.ecidas
uor suas nronrlas mãos. isto é. em vez de se cobrirem
com as minhas vestes aue são a humildade. mansldã.o,
pureza. obedlencta. se vestem com suas proorlas incU­
nacões! Como então posso cobrir estes cora()Ões com as
vestes nupclaes da graca? Ah! quero f.azer os homens
felizes. mas ouantos vêm á minha oresenca sem fome.
auando Eu só posso fazPr felizes anuelles que verdadei­
ramente forem pobres de espirita!
Filhinha. quiz nascer n.1. f ndlgencla. nara mostrar
é. humanidade QUP. a minha nobreza exterior era ane­
nas uma nallida 1rtéa da minh.-:t nobreza de esoirito. Eu
nada desefet a n�n ser fmr.er a vontade de meu PaP.
Meu coracão, vulcão de amor. só desei.'lva humilhacfü,�
para ooder dar aos homens um exemnlo vivo da nohrP -
za de esplrito. Apezar. dos homens me verem escondi­
do num sacramento, debaixo de um pedacinho de pifo,

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reduzido á tanta pobreza, ainda assim, o mundo quer


grandeza, ainda os corações, que dizem me amar, tem
desejos; tf!m elles olhos e não vêm, têm coração e não
sentem, têm lntelUgencia e não percebem! ó cegeira a
do homem! ó vós, espa.,as, que deixastes os bens tem­
poraes, imagem que é apenas uma pallida idéa do que
deve ser vosso coração, se quereis me agradar, se que­
reis encontrar no céo o thesouro promettido ao moço
do Evangelho, se quereis, almas 'queridas, que vosso
divino Esposo vos aperte contra seu coração, fazei-vos
mendigas. Quereis ser embaladas pelo divino Rei, lan­
çai-vos em meus braços desprovidas de toda e qualquer
vontade propria; quereis que vos cubra com as minhas
virtudes, desoojai-vos de toda e qualquer affeição á
vossa vontade propria! Olhai para minha pobreza na
divina Eucharistia ! Como sou pobre, neste Sacramento!
Se o Sacerdote não me vier abrir a porta, Eu não a
posso abrir, aqui fico immovel e somente porque? Por­
que me quiz fazer tão pobre, de sorte que tudo que me
fizerem seja por esmola. Se o Sacerdote não me chamar
ás suas mãos, Eu não desço; se o Sacerdote não me pu­
zer na Ambula, Eu não me ponho por mim proprio; se
o S::1.cerdote não me puzer no Sacrario. fico só no altar;
se o Sacerdote não me der aos fieis, Eu não vou sosi­
nho! Quanta humilhação! Filhtnh.a. .este espectaculo
não vos commove? ! Se não me vêm visitar não grito;
se os sacrilegos me recebem em seus corações peço­
nhentos, fico silencioso! Ah! até onde chega minha po­
breza de espirito! . . . E quem sou Eu? Rei do univer­
so! ... Porque então tanta humilhação?! Ah! filhinha,
é para mostrar aos homens, que é pela humilhação que
se chega ao Paraisa.
10-2-1930.

DESAFôGO COM JESUS

Minha alma, porque estás triste? Porque não acho


aquelle que me criou! Mas, então não o recebes de ma­
nhã pela sagrada communhão? Ah! sim, o recebo, é
verdade, mas Elle se occulta e não me deixa perceber
sua divina presença! Sim, eu creio firmemente que ao ·

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- 15 -

entrardes em minha alma me hvais e me encheis de


graça, me unis estreitamente ao vosso coração, mas de
um modo tão silencioso que não deixaes minha pobre
alma perceber a vossa divina operação! Assim como
uma mãe acaricia um menino quando elle se acha dor­
mindo, assim, vós, ó Deus escondido, acariciaes minha
pobre .alma, porém. quando ella acorda de seu lethargo,
começa a se debater á procura do Amado.. . e o Amado
passou pela pobre alma. deixando nella suas divinas
grac.1.s e seus celestes dons. Ah! Jesus, como brincaes
com a vossa mendiga! Acariciaes-me quando estou dor­
mindo! Ah! Senhor. vinde agora que não estou dormin­
do! Estou tão acordada! Vinde! Ah! desejo tanto con­
tar-vos minhas pen.4S, e ouvir vossos aueixumes amoro­
sos. Senhor. estou acordada. Serfi. ó divino Esnoso. aue
g, minha lamnad::i. tem azeite?! Ni:in o sei. duvido tan­
to de mim! Dizei-me se, quando vós chegardes par.'l as
bodas. estarei com a veste nupcial? Ah! Jesus, não o
sei! Só vós, ó Esposo divinal, Cordeiro immaculado, é
que podeis saber! ... Quizera, ó Esposo das almas -pu­
r.as, lyrio formosíssimo, açucena immaculada, entrar
nesses reconditos incommensuraveis, e ahi descobrir se
ainda esse divino Coração é morada de meu pequenino
coração! Ah! Jesus, puríssimo lyrio, só podem morar em
vosso coração as almas ouras. Será, ó meu amavel Je­
sus. que vossa pobre mendiga não manchou a sua veste
nupcial?! Ah! quantos peccados, quantas manchas!
Mas, .não permittaes que a lamoada se extinga: seja
vossa mendiga do numero das virgens prudentes e que
não esperdlsse o azeite da vossa dl'vina graça!. . . Je­
sus, acordai-me deste lethargo, porque desejo vos vêr.
17-2-1930.

JESUS CHORA DE SAUDADE

Senhor é obra de misericordia consolar os que cho­


ram. d.ar de comer a quem tem fome, visitar os encar­
cerados.
Ah! Senhor, sois vós aquelle que brada no fundo

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- 16 -

dos tabernaculos: Meus filhos, estou chorando, cho­


rando de saudades. Ha tanto tempo, que alguns de meus
filhos, se afast:uam de mim,.. . outros não conhecem
seu pae! ... Que saudades! Como me dilacera a alma! ...
Eu te 61.isse, é obra de misericordia consolar os que
chorn.m: consola. então, meu cor::i.ção amargurado, en­
xuga minhas lagrimas! Ah! é essa porção querida de
candidos lvrios, que mitig.':l minha cruenta dôr! ...
Ah! filhinha, se não fos!e essa porção querida, a
justiça de meu Pae teria desabado sobre a humanida­
de ingrata!
Neste sacramento de .amor. onde permaneco dia e
noite, sinto necessidade de um pouco de alimento. e o
meu alimento é fazer o bem, alimentar meus filhos com
a minha propria carne! Eu te disse. é obra rle miserl­
cordia dar de comer .9. quem tem fome. e vós, porção
auP.rida, lyrios de meu jardim, podeis sunnrir esses co­
racões ine:ratos. aue nã.o me dão a e::;moh de seu amor!...
Filhinha: Eu sou teu mendil?"O! Tenho t�ntn fome. tan­
ta sêde. tenho frio. estou nú! Deixei men throno uar.'l
vtr morar em vossas cas8.s! ... Aoesar rlP. tanta indhrnn­
cia. sinto-me feliz nor morar com os filhos dos hnmens.
noroue o mP.u de::;e1o é fazel-os a tndo! felizes. Dizei a
todos, canrlidos Ivrios de meu i.ard1m. aue estou com
fome. aue é obra de misP.rlcord1a m!3t!':lr a fome de um
pobrP. menrligo. aue se acha ás suA.s nortas ! ...
Sim. :r:u estou á. oorh de cad� um de mPus filhos.
onde ao mesmo temuo me acho nrisione!ro! E' obra de
mlsericnrdia visit.�r ns encarcf'rados . Vosso Dens. o vo::;_
so amlrro, o vosso Pae se acha na prls5,o á esoera da
vossa visit-� 1. . . ó lnP-"ratidãn ne nm fi1ho. (,ue vê seu
pae na oris�o e não o vae visitar!! ...
Eu. nrlstonefro. norque commetti o crime de vos
am'3.r com lm1r.ura! Este crime. fllhinh9. me mereceu a
sentencll. de ficar prisioneiro até o fim dos ::;eculos: sen­
tenca 1rrevop-avel, não ha appellação ::i.té o fim dos
seculos! ! ...
Vo::;so i:imigo nlt nrisã.n. n?:í.o voe:; pr,t..,rm�c.e o co­
racão? ! . . . Vosc:;n nae nrisionelro 11fin nil::ir.pra ::t vns­
s::t alma?! ... Direis vós: O culoado fui. En . commPttt
um crime. aP-nr:1. só me i:esta cumnrlr .<t risca minha
sP.ntenc::i.! Filhtnhas, vMe um Deus sentenciado! ...
s•m. senterir.tado! ... Condemnado a uma lbnQ'1t e dura
prisão! ... Slm ella se torna dnra quando os filhos que -
ridos não me vêm visitar!... Quando veio porém os
candidos lyrios, minhas esposas, se approximarem d�

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- 17 -

mim, desapparece a dura prisão e se torna o s-acrario


um paraiso! Quando estas candidas donzellas vêm a mim
com as vestes mais alvas que a neve, no meio dessa
brancura acho minhas delicias! Ah! então, filhinha,
mato minha sêde, sacio minha fome, enxugo minhas
lagrimas. Da.e-me uma nova veste, cicatrisae minhas
chagas abertas pela ingratidão dos filhos, que não me
vem visitar!
Sim, sou Jesus do Calvaria, prisioneiro por amor dos
homens.
19-2-1930.

JESUS, PAE, PAGA AS DIVIDAS


DOS FILHOS

Qulzera, 6 Jesus bondoso, pagar minhas dividas.


mas sou tão miseravel, como devo fazer?
Minha filha, és na verdade pauperrima, mas Eu te
digo: Lembra-te que sou Pae, P:ae que quer tuas divi­
das saldar.
Eu te dou uma moeda, moeda preciosissima, e sa­
bes qual é? E' o meu proprio corpo, moeda que entre­
go a todos os filhos, que de boa vontade a vem rece'­
ber. O meu corno, Eu o comparo a uma moeda, porque
si é bem recebido salda todas as dividas junto ao thro­
no de meu Pae.
As obras mais portentosas de nada valem, auando
ellas não são feitas ante o tribunal do Pae e saldadas
com a moeda divina. Por i�sn. minha filha. não temas:
miser:nel como és. tens um PaP- bondoso e de thesou­
ros riquissimos; tens o meu pronrio corpo com todos os
seus merecimentos, do aual podes dispôr. Qu:indo du­
rante o dia a fome comecar a invadir a tua alma. lem­
bra-te que sou Eu o tP.u nronrio alimento. Quando sen­
tires que tens alguma divida a pagar. lembra-te que
Eu me dei a ti como moerl"l. para tuas dividas saldar.
Que mais queres, minha filha. tudo que é meu é teu, e
hJdo o aue é teu m'o d�ve!:i dar. Sei que só ten$ mise-

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- 18 -

rias, mas Eu as desejo para se irradiar a minha mise­


ricordia!
- Mas, Jesus de minha alma, nem uma só acção
minha é bôa!
- Olha, filha, não tens vontade de ser bô.a?
- Sim, Jesus, mas ni.o sei, de uma vez para sempre,
entregar-vos minhas miserias. Fico triste, mas não te­
nho acção!
- Escuta, minha filha, sempre has de estar nesta
ansiedade, porque as almas, que me seguem, vendo mi­
nha perfeição, acham-se sempre muito miseraveis, co­
mo na realidade és tambem, porque tudo de bom, qu� em
ti existe, é graças do Altissimo, por isso não desanimes!
O filho nada possue, mas o pae sendo rico, o filho
se acha feliz, porque se julga com direito aos thesouros
de seu pae.
Tu nada tens, mas Eu que sou teu Pae, sou riquis­
simo, e tens direito de dispôr de meus thesouros. Não
t'os darei para esbanjar, mas, sim, para tuas dividas
saldar e as dos pobres peccadores, por isso coragem,
r.'3.minha sem temor, não te esqueças que tuas dividas
jâ estão saldadas.
Teu Jesus Prisioneiro.
25-5-1930.

VICTIMA YOLU�TARIA

Meu adoravel Jesus, porque este longo esperar num


sacrE1,rio tão pobre, sim, pobre em comparação com os
esplendores da gloria!
Ah! meu Jesus Victima. occultaes; tanto esplendor
num sacra.no • .....
1?
- Ah! minha filha, assim me occulto para que tu
tambem te occultes! Agradam-me tanto as almas oc­
cultas que só Eu conheço! . . . Infelizmente são tão pou­
cas! ...
- Minha filha, hoje dize-me com todas as vér.as de

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- 19 -

teu coração: Escondei-me, Senhor, para que só por vós


seja vista. Imitando-me, Eu te velarei! ...
Teu Jesus escondido.
10----6-1930.

SOFFRER PELO PRISIONEIHO DE AMOH

Minha filha, lembra-te do meu longo esperar no


Tabernaculo santo.
Que quero dizer-te com isto?
Ah! filha, que te entregues com santa alegria nas
mãos dos algozes, por mim permittidos. Minha filha, no
meio de confusão, confia naquelles que puz a teu lado
e a lembr.9.nça de minha presença no Tabernaculo san­
to te darâ forças para sahlres victonosa da lucta.
Ah! filha, soffrer pelo amado que se acha encarce­
rado, como é nobre, como é bello !
Soffrendo me dás um pouco de liberdade e sabes
porque? Porque me levas aos corações, que se acham lon­
ge de mim e então se torna minha prisão mais suave.
Sim, filha, lembra-te que sou prisioneiro de amor.
Teu Jesus Velado.
10-6-1930.

DESAFôGO DE JESUS NA EUCHAHISTIA

Jesus onde estaes?


Minha filha, estou prisioneiro! O sacerdote, dei­
xou-me aqui fechado! ... E sabes porque me deixei
prender?
Porque Eu pensei: Quando os meus filhos me virem
preso, de certo hão de me visitar. Porém, filhos tenho
que não me visitam! ...
Olha como meu Coração sangra de saudade!

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- 20 -

Corre, vae á procura desses filhos e dlz-lhes que Eu


me acho na prisão! ... Dize-lhes que venham depressa,
porque tenho muita cousa a lhes contar! ...
Sim, tenho a lhes contar que os amo, que tenho um
P:�.raiso cheio de delicias para lhes dar em recompensa;
sim, em recompensa, se me visitarem, se me derem a es-
mola de seus affectos!
- Mas, Senhor, que vóz mysterlosa é essa? E' tão
doce, tão encantadora!
- Ah! filhinha, a minha vóz é mais doce que o mel,
pois ella não tem mistura de azedumes.
Sim, minha vóz faz os encantos do Paraiso e todos
aquelles que me querem imitar são doces para com to­
dos!
Ah! filha, agora apenas é um vislumbre, mas no
Paraiso a minha vóz é a harmonia, que encanta os elei.
tos!
- Mas, Jesus apenas te escuto por Instantes! ...
- Ah! filha, porque o gozar sem fim é para a
mansão celeste! ...
- Ah! Senhor, nessa prisão! ...
- Sim, filha desta prisão contemplo aquelles que
dizem ser meus verdadeiros amigos, mas elles são tão
poucos!
Teu. Jesus Prisioneiro.

10-6-1930.

DESAFôGO DE JESUS NA EUCHARISTIA

Minha muito amada filha. Os meus amigos os faço


confidentes das minhas alegrias e tristezas!
Não queres tambem ser confidente de minhas pe­
nas? ... Dize-Me que sim! Agora escuta, filha!
Tenho um Coração tão amoroso, e que não é co­
nhecido. . . Como isto, filha, traspassa meu pobre Co­
ração! Amo tanto aos homens e elles Me desprezam! ...
Eu sou todo amor e ha filhos queridos que Me olham
como Juiz e não como Pae !

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Que dôr! Ah! para suavisar minha dôr, jamais des­


confies do amor que te tenho, e assim neste Coração po­
rás balsamo, pelo que já neste mundo serás remunerada.
Sim, filha, é aos meus amigos que abro meu Cora­
ção ferido.
Teu Jesus do Calvaria. Pelas mãos de Maria.
15-6-1930.

DESAFôGO DE JESUS NA EUCHARISTIA

Minha filha, atraz destas grades, contemplo aquel­


les que por meu amor vêm Me visitar! ...
Minha prisão se torn.':I. doce, quando contemplo es­
sas almas puras, aos pés de meu altar, a Me espreita­
rem!
Sim, muitas vezes, filha, vêm ellas tão distrahidas
que não percebem os meus olh.ares amorosos! . . . Oh!
se encontrasse almas attentas e não distrahidas, quan­
tos segredos lhes contaria! ...
Mas o barulho de seus corações não lhes deixa ou­
vir, nem perceber a acção de minha graça! ...
Porém, tu, filha amada, escuta os clamores do teu
Prisioneiro, dize-Me que Me amas! Eu gosto tanto de
te ouvir repetir esta palavra, dize-Me que Me amas pe­
los que Me inJurlam...
Teu Jesus, filha, pelas mãos de minha Mãe Santis­
sima.
15---6---1930.

O AMOR NAO E' CONHECIDO

Pensam os homens que Eu reclamo seus corações


para minha felicidade! ...
Ah! não, filh:1, Eu rccla:T.o o ar:1or de s�u::; ::::o::.lçc.,�·s,

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- 22 -

porque o homem não póde salvar-se sem Me amar! Aquel­


le que Me amar cumprirá as cousas que Eu compri, mas
quem não Me amar não póde cumprir os meus manda­
mentos! Por isso, vem a necessidade de Me amar. Só um
coração amante é capaz de se sacrificar palo objecto
amado! Onde não ha amor não ha obras; é por isso
que Eu reclamo amor, sem o qual não haverá almas
aonegadas, que se esqueçam de si para Me darem pra­
zer!
Minha muito amada filha, escreve.
A minha dôr não é porque os homens não Me amam,
mas, sim, porque elles se perdem não Me amando! ...
Para salvar-se é necessario cumprir os mandamen.
tos; mas quem será capaz de os cumprir sem primeiro
conhecer o seu autor?
Si é necessario conhecer o seu autor, necessario é
então !v!e amar, porque quem Me conhece, comprehen­
dendo a minha misericordia, certamente Me ha de amar!
E como amando-Me, não se ha de sacrificar pelo obje­
cto amado de seu coração que sou Eu! Eu sou amavel
porque sou bom, porque minha bondade excede a todo
e qualquer objecto amavel! Ahl se os homens Me conhe­
cessem como então Eu teria mais almas abnegadas! ...
Ah! minha filha, se meu Coração, magnanimo como
é, fosse conhecido em todos os seus atributos, como en­
tão Eu reinaria nos corações 1 ...
Minha dôr, como já te disse, não é por não ser ama­
do, mas, sim, por vêr · meus filhos privados da felici­
dade!
Quem não Me amar não póde ser feliz, porque o co­
ração do homem foi creado para amar o bello e o per.
feito amor, que sou Eu! Esta é a dôr que todos os dias
dilacera meu Coração amante! E' tanto o amor que Eu
consagro aos meus filhos, que, quando vejo alma.s que
gemem e choram, porque se vêm desilludidas e privadas
dos affectos do mundo, Eu digo aos meus servos: Ah! se
este coração Me conhecesse, não choraria!
Por isso, filha, eis a necessidade que têm meus ser­
vos fieis de Me fazerem conhecido pelo amor, porque o
coração do homem mendiga amor, e o amor, que lhe pó.
de dar a verdadeira felicidade, só se acha no meu Co­
ração!
Mas, ha almas adiantadas em virtude, que não sa­
bem e não comprehendem que o amor só se manifesta
pelas obras. Quem disser que Me ama e não gost:u de
soffrer, não Me ama verdadeiramente, ou não compre-

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- 23 -

hende que o amor está cm se sacrificar pelo objecto


.-1.mado!
No cumprimento do dever está o verdadeiro amor,
porém, no cumprir este dever por .1mor e não por te­
mor de cahir no inferno, porque isto, então, seria amor
mesquinho! Ah! tudo que se faz por amor, mesmo que
tenha suas imperfeições, estas já ficam purificadas,
porque o que é feito por amor de Mim, leva comsigo o
cunho da perfeição, mesmo que haja alguma imperfei­
ção, porque trabalhar por amor é tender para o perfei­
to. Como a creatura, porém por sua fragilidade, tende
sempre para o imperfeito, eis que minha bondade lhe
diz: Se tuas obras foram imperfeitas, mas feitas por
amor, tuas imperfeições já foram queimadas pelo fogo
do meu amor! Ah! como minha misericordia não é co­
nhecid.':l. ! Ah! como as almas têm necessidade de viver
e trabalhar por amor!
Quem por amor tudo fizer, já neste mundo terá uma
grande comprehensão das bellezas de meu Coração, que
só deseja salvar a todos, par.':l um dia a todos, em am­
plexos de amor, poder dizer: ó bemditos de meu Pae,
tudo fizestes por meu amor; vinde depressa, innebriae -
vos no Festim do Amor, vossa morada é meu Coração,
vossa her.'3.nca é minha Patria.
Do Reino da Misericordia, pelas mãos de Maria.
Jesus Prisioneiro.
20�1930.

Que fome é esta que me devora! Que ansiedade tão


desconhecida! . . . Tenho fome, procuro alimento e não
o encontro; quizera saciar-me no vosso amor, mas, Jesus
querido, quanto mais vos recebo, mais fome tenho!
Minha alma e meu coração, cada dia que passa, sen­
tem .1ug-mentar esta mysteriosa fome, fome, que, na ter­
ra, não encontro com que saciai-a!
O que devo fazer, ó Jesus? Vêde minha a�:onia e de
mim tende compaixão.

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- 24-

Minha filha, essa fome mysteriosa será saciada na


mansão celeste, quando sem véo me puderes contemplar.
O carcere de teu corpo não te deixa voar, mas essas
agonias servir-te-ão no céo de grande consolação.
A agonia só tem de augmentar; a medida do amor,
assim será a da agonia; se tu, filha, agonizas, vê um
pouco o quanto meu Coração agoniza, vendo-se privado
de corações que me pertencem! ...
Se assim faço agonizar as minhas esposas é para
dar-lhes uma parcella da minha agonia.
ô Jesus querido, vinde em meu soccorro, não posso
mais; meu coração fraco como é, não póde mais! A ago­
nia invadiu minha alma, vinde depressa, livrae-me deste
corpo de morte. Já não posso mais, compadecei-vos des­
ta mysteriosa agonia, desta fome insaciavel, dae-me, ó
1esus, um pedaço de pão, porque desfalleço, ó meu Deus.
21�1930

.JESUS ABANDONADO

Minha filha.
O soffrimento mais cruel é o .abandono no meio da
dôr. Eis que hoje te estou fazendo passar por este ter­
rivel suppllcio, que foi o que mais me fez soffrer na mi­
nha dolorosa Paixão, e este abandono ainda continúa
atravez dos seculos!
Ah! para ser amado de um numero limitado de fi­
lhos, da maior parte sou desprezado e abandonado! E'
este abandono cruel, em que me deix.am meus filhos
queridos, que o dou a experimentar ás almas minhas
amantes.
O abandono, minha filha, me fez exclamar no alto
da cruz: Meu Deus, porque me abandonastes?! Agora Eu
do fundo deste sacrario digo a vós filhas queridas: Ah!
os homens me abandonaram! . . . São tão poucos os que
me fazem companhia! O peccador lança-me para. longe
de si e sou obrigado a retirar meus carinhos desses fi­
lhos, que me custaram o meu Sangue! Que .amargura pa­
ra meu Coração amoroso e compassivo!

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Vejo filhos que gemem na dôr, na solidão porque �e
vêm abandonados de mim; mas como Eu não posso es­
tar onde se .acha o peccado, é que te faço passar por tão
terriveis penas, para que os que me abandonaram te­
nham força para voltar ao meu Coração de Pae! ...
Sim, filha, pelo ab.andono que estás passando, podes
avaliar o quanto meu Coração, terno como é e amoroso
em infinito, soffre a ingratidão desses filhos, que me
abandonam por um momento de prazer! ...
Por isso é necessario que os meus amigos compar­
tilhem da minha dôr, para que nelles continue a minha
dolorosa Paixão! ...
Ah! ver tantos filhos gemerem por toda uma eter­
nidade em uma cruel prisão, como isto é cruel! . . . As
almas generosas porém podem remediar este mal, su­
bindo commigo o e.a.minha do Calvaria, esquecendo-se a
si proprias para me darem almas!
Sim, que nobreza dar-me almas, povoar meu reino!
Ah! se vós, fracos mortaes, podesseis isso comprehender !
Dar-me almas é dar-me prazer, porque eu me compra­
zo vendo meus filhos felizes, pois a todos Eu criei para
cantarem o cantico do amor, este cantico sempre novo
que faz a felicidade dos Anjos e de minha Mãe!
Ah! filha, triste abandono, feliz abandono! Ser
abandonado é triste filha, mas ser abandonado por amor
das almas é um feliz abandono.
E' triste para o exilio, porque elle se torna duro e
pesado, mas para a mansão celeste esse abandono será
a pedra, que mais brilhará na corôa daquelles, que por
amor das almas Eu deixar soffrer tão terriveis penas!
Eu tambem fui abandonado, por amor das almas 1
Feliz e venturoso abandono que livrou a tantas almas de
o soffrerem no ca.rcere da dôr, o inferno!
Por isso, almas minhas amantes, tende compaixão
de meu abandono e compadecei-vos de vossos irmãos,
que no abandono se acham entregues ás suas paixões! ...
Lembrae-vos que si soffreis abandono é para dardes for­
ça a esses filhos queridos, que se acham longe de mim,
para voltarem ao meu amoroso Coração.
Do Reino da Misericordia, pelas mãos de Maria.
21-6-1930.

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- 26 -

MENDIGO DIVINO

Ouço const::mtemente esta vóz que me segreda: Te.


nho fome!!!
Que mysterio! ... Pergunto-me a mim mesma, donde
vem esta vóz?
E logo ouço a resposta: "Para o Sacrario volve teus
olhos".
Fito então meus olhos, e não vejo nada sinão apenas
um cubiculo modesto, com uma simples cortina! !!
Mas logo ouço uma vóz forte a me dizer: Eis aqui o
mendigo! Sou Eu o pobresinho que mendiga amor! Ah!
se soubesses como tenho fome de corações sacrifica­
dos!!! ... Onde estão as almas que alegremente me dão
a esmola do sacrificio? ! Bato, bato com a cruz, m.as as
almas fogem espavoridas! Que dôr! ! !
E então fico Eu sosinho a carregar o fardo pesado
dos crimes dos homens, sem encontrar a esmola de uma
cooperação!
Ah! se alguem te disser que deves abandonar o sof­
frimento, a estes, que assim te fallem, têm por meus ini­
migos, porque Eu sou o amigo da cruz, que soube abra.
çal-a com generosidade!
Ah! filha, mendigo corações sacrificados! Dá-me o
teu cheio de angustias que, no dia das nupcias eternas
servir-te-ão de grande gozo. Nesse dia venturoso, ouvirás
estas p::1.lavras consoladoras: Tive fome, deste-me de co.
mer; inebria-te para sempre no doce festim ...
Feliz, sempre feliz a alma que me der a esmola de
seus soffrimentos!
10-7-1930.

GUIA DIVINO

O caminho do Calvaria, filha, ficou todo elle salpi­


cado de meu precioso Sangue!
Sabia. Eu que, nos seculos vindouros, almas, minhas

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- 27 -

amantes, precisariam de força para poder subir até o


cume do Calvario! Assim como o bom guia, para mos-­
tra.r o caminho áquelles a quem elle o deseja indicar,
deixa algum signal de sua passagem para que os que vão
após si não se percam, Eu deixei como signal meu pre­
cioso Sangue!
Ah! minha filha, quem meditar no caminho dolo.
raso do Calvaria terá força para subir até o seu cume,
porque nelle a alma encontra o nectar divino par.a ali­
mentai-a, o nectar precioso da Redempção.
Oh! quem déra que as almas soubessem fazer uso
dest':I. bebida divina que apaga os peccados, que dá for­
ça, que empolga e que, lev:ando-as ao cume da perfeição,
as faz exclamar: Ou soffrer ou morrer pelo meu Ama­
do)
Alma querida que tens medo do sacrifício, faz uso
deste precioso nectar e logo te sentirás com força. para
proseguires. Sim, Eu sou o guia divino, que te deixei mi­
nha força - meu Sangue divino. Todos os dias podeis
vos fortificar, porque elle se acha escondido em uma pe­
quena Particula! Almas frac.as, se soubesseis fazer uso de
meu Sangue, como minha Igreja estaria mais povoada
de santos, sim, filha, porque meu Sangue é quem géra os
Santos.
Ah! na Eucharistia está este nectar divino.
Jesus, Eu mesmo aqu i estou neste pequeno sacrario.
12--7-1930.

Al\fARG URAS SEl\J ()l.


,. :EIXUMES

O que ouço ó meu Deus? O calice que transborda!


Donde sahe essa vóz tão terna e ao mesmo tempo do­
lorosa?!
Ah! minha filha, escuta bem, afasta de ti todas as
tuas preoccupações, e no silencio ouvirás a vóz do Prisio­
neiro Amoroso a te dizer: Meu calice está a transbordar
de amargura!
Porque, meu amado Prisioneiro?
Ah! filha, porque não encontro almas ba�tante abne­
gadas, que queiram accitnr de bô'.."l. mente r. cn1� !

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Jesus amado, o que é preciso fazer para vos ajudar'!


.:lOIIrer a1e�remente sem procurar as consolaçoes das
creatura::;, para assim poaeraes Me dar armas com a vos­
.:;;;1. aonegaçao.
Ah! uma, ouve como meu calice transborda! Vem ge­
nerosa aos pes d.o meu Sacrano, t1ra-1VJ.e o calice amar­
go ae meus J.abios divmos e da-J.Vie o catice da tua .aone­
gaçao. se Me amas vera.adeiramente, tira.Me este cailce,
a.a-Me almas com as tuas amarguras sem queixumes;
nao procures c11mmu1r teu merecl.mento, procurando as
conso1ações humanas. Eu sou tao cioso de almas que de­
seJaria ouvir de ti: o meu Deus, eu vos bemdigo, porque
me escolhestes para commigo repartirdes vossas angus­
tias!
Poucas, são as almas que assim procedem! Dou-lhes
o calice, mas ellas logo procuram tiral-o de seus labiosl
Que dõr para Mim! ...
Ponho em suas mãos a chave do Paraisa e ellas a
atiram ao solo, dizendo: Não posso com a cruz, e então
sou obrigado a beber sosinho o calice amargo 1
Ah! tende compaixão do Prisioneiro amoroso; daeMe ·
de beber o nectar de vossas consolações. Ha tantas almas
a salvar, o tempo urge e o dia final se approxima em
que Eu desejo vêr a todos á minha direita.
Apiedae-vos de mim, tende de mim compaixão, por­
que estou priosioneiro por amor de todos e não de um
numero limitado de almas!
Vosso Jesus Prisioneiro.
12-7-1930.

A EUCHARISTIA E' A VIDA DA IGREJA

Est.'3.ndo soffrendo muito perguntei a Jesus: - Je­


sus, o que fazes dia e noite no tabernaculo?
Jesus me respondeu: - Filha, obedeço a meus minis­
tros; elles fecham a sua portinha e aqui tenho de
ficar, até que pela manhã seguinte voltem de novo a
�•J�-:l-!:'., e :::e dê:n aos co:::i.ções de bf.1 vontade, qu2 !:J

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- 29-

compadecem de mim e vêm me receber, para assim Eu


me expandir, porque cada coração que me recebe, é mais
uma nova expansão de meu reinado.
- Mas, Senhor, porque esperar pelos sacerdotes; não
sois vós o autor de todas as cousas? Não podeis vós mes­
mo abrir as portas do sa.crarlo e entrar em nossos cora­
ções?
- Ah! como és creanca! O que Eu faço, filhinha,
queres saber? A tua intelligencia é curta para poderes
comprehender o que o teu Deus prisioneiro faz!
Olha, ouve attentamente: Do meu pequeno sacrario
sahem ralos de luz para todos os que vêm com disposi­
ções necessarias me visitar! Dou a fon�a aos meus apos­
tolos; sou no tabernaculo a luz dos confessores, a luz dos
prégadores de meu Evangelho, sou a força de minhas es­
posas; por isso filha, é que permaneço dia e noite na Eu­
charlstia.
Ah! sem .a Eucharlstia não haveria martyres, confes-­
sores nem virgens; emflm, sem a minha presença aqui.
não existiria a Igreja.
Sim, a Eucharistia é a vida da Igreja mllitante e o
alllvio da Igreja padecente!
Els, filha, o que teu Jesus faz na Eucharistia.
Teu Jesus Prisioneiro.
17-7-1930.

CORAÇÃO DE .JESUS ULTRAJADO


POR NOVOS JUDAS

Na hostia tão pequenina ha um coração saturado pe­


los peccados os mais horrendos e as profanações as mais
horripilantes!
Corações cheios de asquerosa lama vão saturar este
Coração tão terno e delicado, levando para o divino B'ln­
quete as vestes as mais immundas!
Pobre Jesus! Tão delicado, tão amoroso, entra nestes
ç9:ra9ões, e é obrigado a calar-se! $im, porque Elle sen-

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do a infinita caridade, não quer exterminar seu algoz,


mas, sim, salval-o.
Eis porque, então, pede constantemente reparação e
s:icrifios aos seus amigos!
Pobre Jesus! Como sois ultrajado por novos Judas,
que vêm á vossa mesa com pelles de cordeiros, para en­
ganar o mundo, pois em seus corações só ha maldade e
perfidia!
ó meu bom Jesus, como sois paciente, soffrendo no
silencio desse s:icrario opprobrios os mais lancinantes!
Ah! quem me déra os corações de todos os justos e de
todos os bemaventurados para reparar tantas iniquida­
des!
Senhor, eu sou tão miseravel, eu mesma quantas ve­
zes vos tenho dado a beber o fél de meus crimes; mas,
assim mesmo, cheia de compunção, venho aos vossos pés
pedir-vos primeiramente perdão e misericordia para
mim, e depois de bem lavada, quero consolar vosso aman­
te Coração saturado de opprobrios. Quero, ó meu Deus,
presente na Eucharistia, desaggravar-vos, amando-vos
pelos que não vos amam, soffrendo tudo que vos approu­
ver, p.ara ganhar essas almas para vosso Divino Coração.
Ah! meu bom Deus, como desejo dar-vos almas, pois
eu tenho o vosso preciossimo Sangue como moéda para
comprar aquellas que vos offendem!
Sim, adoravel Jesus, vosso Sangue é minha riqueza,
apresental-o-ei ao Eterno Pae para a conquista de tan­
tas almas, que ainda têm a desgraça de vos offender!
Senhor, que rica eu sou, tenho vosso Sangue! Que
ventura! Ah! dae-me a graça de eu ser um vaso, que
saiba aproveitar todas as gottas desse Sangue para com­
prar-vos mais almas!
Sangue de meu Deus, lavae-me, purificae-me!
Sangue precioso, sahido do divino Coração, offereço­
vos ao Eterno Pae para a salvação de tantas almas, que
ainda têm a desgraça de o calcar aos pés.
Minha Mãe amabilissima, apresent.ae ao bom Deus
minha offertas, consolae a Jesus por mim.
Viva Jesus e Maria em todos os corações!
13-7-1930.

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AS MANEIRAS DO l\1EU AMADO

Delicado em extremo, affavel em infinito, pergun­


tando-lhe um dia porque não ralhava com as almas que
o offendem, Elle me respondeu:
- Não sabes, filha minha, que eu sou a caridade in­
finita? Não, eu não posso ralhar porque meu Coração é
infinitamente caridoso; não posso affastar as almas de
mim com azedumes ou grosserias! Desejo attrahir as al­
mas, fazendo-.as conhecer o quanto sou bom e amavel em
mim mesmo.
Quando andava prégando o Evangelho, Eu attrahia
r. mim todas as gentes pela delicadeza e por maneiras
affaveis; com o sorriso nos labios sem jamais dar garga­
lhadas, attr.s,hia a mim aquelles que se achavam na dôr.
Um sorriso era o sufficiente para attrahir a mim um co­
ração attribulado! Grave e silencioso andava Eu sempre
pelas ruas, só falando para suavisar ou instruir aos que
tinham fome de minha doutrina!
Minha vóz, qual harpa harmoniosa, tocava os cora­
ções mais impedernidos, porque minha vóz era tempe­
rada pelo amor e pelo desejo de fazer felizes a todos, que
de mim se approximavam!
Quem jamais, filha minha, poude comprehender as
ternuras e delicadezas de meu divino Coração? Só M4-
ria, minha querida Mãe, pois ella me copiou com tanta
perfeição!
Ah! se minhas esposas imitassem minhas maneiras,
como attrahiriam as gentes a meu divino Coração!
A delicadeza de um coração é um espelho, onde se
reflecte minha divina Pessôa. A rispidez é o caracter pro­
prio dos condemnados!
Ah! se por instantes pudesses entrar na mansão da
paz, "na gloria", verias como neste remanso só reina de­
licadeza e ::i,ffabilidade!
Como é bello o Paraíso! Todos os seus habitantes
são amaveis, porque em todos só reinam minhas pro­
prias maneiras. pois elles estão cheios de mim mesmo!
Ah! como Eu desejo ser imitado pelas minhas filhas
Missionarias, pois ellas, .ambulas ambulantes, levando a
todas as gentes minha doutrina, têm de lev.1.r comsigo
minha affabilidade para a todos attrahir a meu divino
Coração. São elLas arnbulas que não ficam no sacrario,

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mas, sim, que andam pelas rua!! Ah! que estas ambulas
sejam de ouro e não de prata, para que todos fiquem
attrahidos pela escola do divino Mestre.
Ah! filhas queridas, imitae-me em minhas maneiras,
para que um dia não tenha que vos dizer: Escandalizas­
tes, não fostes delicad-9.s, agora precisaes passar algumas
horas no fogo do crisol, porque no céo não póde entrar
a esposa, que escandalizou com suas m:1neiras, sem ser
purificada, porque no céo não ha lmoerfeições!
Tende sempre, filhas, ante vossos olhos as maneiras
de vosso Esposo. Para que tivesses um modelo Eu me fiz
homem, tom-ando uma natureza igual á vossa! Dei-vos
minha Mãe como modelo! Tendes os meus Santos! Em­
fim, tendes-me na Eucharistia dia e noite! Vêde como
vlvo no silencio e na humilhação, sem me revoltar con­
tra meus algozes; entrd sem aueixumes no coração do
sacrilego, como no coração do justo!
Ah! filhas, imlt.-ae-me para um dia vos poder dizer:
Fostes minhas fieis imitadoras, agora entrae na mansão
da paz!
Do reino da perfeicão. Eu mesmo Jesus.
Pelas mãos de Maria.
14-7-1930.

O BANQUETE DOS POBRES

Dfs�P. pu ao bom Deus: Que nena tenho dos oobresi­


nhns! Vivem na mendicid�dP.. e alP."uns delles exoostos Á.s
intemneries! Pobres coitadinhos! Deixae-me sahlr. 6 meu
bom Deus. a mendigar par:t suavisar seus dias! Deixae­
me pedir. de porta em porta. a esmola para mat:1r a fo­
me a tantos, ane se acham no leito sem poder se mexer!
Ah! meu bom Deus. que pena me dão tantos pobresinhos
por esse mundo além!
Ah! minha filha, outra esmola dese1o nue lhes dês, é
a esmola do conhecimento do meu amor. Olh:1, convida a
todos para este festim; corre pressurosa atraz delles, com
a tua generosidade traze-os ,q_ todos. soffrendo e im­
r.nolanq.o-te pç,r çada um desses mendigos. que :1.inda n�o

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- 33 -

me conhecem! Fica sabendo, que esta esmola é mais pre -


ciosa que a esmola material. Muito me agradam os cora­
ções que dão a esmola do pão terreno, porém me agra­
d.am mais os que dão a esmola de minha doutrina!
Ah! esta esmola, não termina no fim de uma re­
feição.
Quantos pobres que não me conhecem, e que vivem
no crime! Estes é que são pobres! Longe do meu ban­
quete, pobresinhos! Não tens compaixão delles? ...
Que milhões de pobres! os herejes! os impudicos! os
blasphemos! os sacrilegos !E muito mais, minha filha,
alguns tão impedernidos, que é preciso o sacrlficio de
tantas almas victimas para lhes merecerem misericor­
dia!
Teu Jesus compassivo e misericordioso.
15-7-1930.

O PA LAC:JO DE "MEU Al\1ADO

Um dia perguntei a Jesus Prisioneiro:


- Porque vos escondeis num pequeno sacrario?
Jesus. sorrindo me respondeu: - Filha, como ainda
és atrazadinha! Eu me escondo em pequenos tabema­
culos, para ganhar-vos um sumntuostsstmo pa.lacio!
- Mas, Jesus, não o ganhastes quando na Cruz ex­
pirastes?
- Sim, Eu vos abri as suas portas, quando prég.ado
na Cruz derramei todo meu Sangue, mas, si Eu não fi­
casse na Eucharistia, tende por certo que milhões e mi­
lhões de almas se perdPr/am ! Ah! filha. a Eucharlstia é
a chave do Paraisa. do Palacio sumptuosisslmo que tenho
reservado oara aque1les que seguirem minhas pisadas .
Por isso o teu Jesus fica noite e dia nos tabern-.:iculos. pa­
ra dar-vos força para poderdes caminhar neste exilio de
dôr. Sem mim, nada podeis. e vendo vossa fraqueza. a
t,anta humilh�Gão me suieito. e até o fim dos seculos
nelh nermanecerei victima. sujeito aos opprobrios dos
ímpios!
Mas agora, quero te contar um pouco do que se pas-

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sa no Palacio eterno, onde espero os meus filhos redimi­


dos. Vou te contar de forrn.<t que possas entender, por­
que és muito atrazadinha.
Olha, filha, quando a alma sahe victoriosa de seu
corpo, Eu com a minh,:i. Mãe v.'lmos a seu encontro. acom­
panhados de uma leP."ião de anjos. que cnntam o hymno
da victoria. A alma é assim introduzirla no festim eter­
no; minha Mãe oscul:=t esta alma. dá-lhe o abra�o eter­
no, mostra-lhe meu Coração resplandensccnte. · o QU'.1.1
ella na vida mortal soube consolar; encontra então n. al­
ma, em meu Coracão, su.<ts angustias revestir.as de glori:.1
e que lhe dão tanto nrazer, que sente a necessidade de
voltar á terra para rnals soffrer por meu amor!
Vê a alma, su.':ls fadigas convertidas em moedas parn.
F:anhar almas, para derramar sobre o exilio. Minha Mã�
Santíssima entrega-lhe estas moedas para que ella mes­
ma seja a distribuidora sobre aquelles que quizer bene­
ficiar.
Digo Eu. minha Mãe entrega-lhe as moedas, porque
tudo tem de passar pel.'ls suas mãos.
A alma sente tanto oraz!:'r em beneficiar a humani­
dade; e neste gozo sempre novo. a alma co'lltempla-me. e
vê que minhas delici,':ls são beneficiar e consolar aos que
choram. porque meu prazer está em fazer o bem. e en­
tão a alma comprehende o auanto Eu sou amnvel. e ca­
da vez mais ella sente lnnebriar-se em meu divino Co­
ração!
Ah! filha. no Palacio eterno só reina o amor, a ca­
ridade em infinito! Ah! bemdicta a alma que neste mun­
do vive de meu amor, porque a medida que elh viver de
amor na terra, assim será innebriada no Palacio Eterno!
Ah! Corno é bello o Paraiso, porque nelle só reina
amor, meu amor des;nteressado, que só amou e ama, pa­
ra fazer os meus filhos felizes. Ah! Filhos queridos, vi­
vei de amor para serdes no dia das nupcias eternas in­
nebriados neste festim, semore antigo e sempre novo!
Aproveitae da minha comr:ianhia, que Eu vos faço nos ta­
bernaculos do exilio. Humilhae-vos assim corno Eu m�
humilho, aprende; de mim p:1ra um dia Eu poder-vos
franneuar as portas do PaJacio sumptuosissimo.
Eis, filha, porque teu Jesus se esconde no taber­
nacu1o.
Jesus. semnre teu Jesus. que vive na dôr por não ser
r.onhecidc pelo amor.
Pelas mãos de Maria do Reinado do Amor.
15-7-1930.

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FELIZ ABANDONO NO EXILIO

Triste e acabrunhada por não ouvir mais a doce vóz


do amado Jesus, ouvi, mas sem consolação, uma vóz mys­
teriosa a me segred.'lr! Filha, o bandono no exilio é ne­
cessarío para as almas que me amam; é neste abandono
aparente, que Eu provo as almas minhas amantes, e al­
mas ha, tão generosas, que me pedem viver no exilio
sem jamais experimentar a minlma consolação! E as al­
mas aue assim procedem são herolnas da virtude!
E' multo doce me amar quando Eu consolo, mas
amar-me no abandono, quando só se sente tédio, é o
verdadeiro heroismo, é virtude acendrada!
Ah! se as almas conhecessem quão bom é serem as­
sim tratadas. todas á porfia, me pediriam que ,9.ssim as
tratasse! O abandono purifica a alma como o ouro no crl­
sol! Ah! todos os gostos sensitivos são queimados neste
feliz abandono. Mas. o que acontece neste abandono?
Que a maior parte das .almas, ás quaes dou a beber este
calice s:1lutar, o tiram de seus labios, e ahi sou obrigado
a delxal-as nos seus defeitos costumeiros, par.'l mais tar­
de vel-as por longos annos no purgatorio! Como isto é
doloroso para um Pae, que deseja vêr seus filhos. quan­
to antes gozar no Paraisa de minhas delicias! Eu dou to­
dos os meios para no exilio se santificarem: Meu San­
gue, qual rio caudaloso por melo dos sacramentos! Mi­
nhas chag.'ls como asylo ! Meu Coração transbordante de
amor, que dou a todos sem excepcão como remedia salu­
tar, para que nesta fornalha as almas se afervorem, em­
fim dou .as tribulações nara se purificarem de todos os
aopetites e g-ostos sensitivos, para que as :�.lmas passem
por este exmo sem lhe criar affelção!
O abandono. além de santificar. desprende dos bens
caducos dest.'l vida e mesmo dos gostos espirituaes. A al­
ma neste estado é obrigada a pensar no Paraisa, onde Me
possuirá plenamente sem receio de me perder!
Minha filha. quando a alma se sente consolada. mes­
mo por mim, não tem desejo do Paraisa. e dahl o perigo
de se .'loegar a alguma cousa transitaria!
Lembro-te que o abandono é terrível. tão terrivel
que a natureza e mesmo a alma não o nodem support'l.r,
sem exclamar; como Eu exclamei no alto da cruz: "Meu
Deus, meu Deus, porque me abandonaes".

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Sim, a .alma vê-se obrigada a assim exclamar e a


pensar que Eu a abandonei! E neste pensar, que está na
cruz por ver-se abandonada de seu Deus, ah! isto é ter­
rivel. Eu o comprehendo!
Mas, Eu sou Pae que amo com a.mor Infinito, e se as­
sim trato aos meus dilectos, é para na hora da morte
poder lhes dizer: Entrae depressa nos meus aposentos!
Outras almas ha que soffrem este abandono para mere­
cerem para os pobres peccadores.
A's almas victirnas dou a beber constantemente es-
te calice, para. oor seus Irmãos. os pobres peccadores, po.
derem-Me dar reparacão. O calix destes é mais amar­
goso! Ah! tem elle g-ottas do meu calice. daquelle que Eu
experimentei no Gethsérnani: apenas umas gottas, por­
que se Eu désse mais, não resistiriam!
Eis, filha, porque Eu assim te trato. e trato as al­
mas que querem se santificar; por isso te mando excla­
mar: Feliz e venturosa a alma que sabe aproveitar deste
presente "O ABANDONO"!
O abandono no extlio por meu amor e a tudo re­
nunciar para me dar alm9.s! . . . Como é nobre a alma
que assim vive, e como será ella innebriada de gozo na
mansão da paz!
Oxalá. minhas espos.as comprehendam estas pa­
lavras: Ser abandonada para dar almas ao meu bom
Deus, para me santificar! ...
Pelas mãos de Maria. Do reino da Misericordia.
1�7-1930.

HTT1\HLHAR-SF, E' MOSTRAR-SE


GRANDE NAS OBRAS

Meu Deus. que vóz é essa tão mysteriosa?! ...


Ouco que do Taberm1.rulo sae urna vóz sonora e
encantadora, que me diz: Eu nã:o re1Jlico! Não rer.lamo!
Sim, Sou o Deus vivo, aue aqui Se acha no Taber­
naculo. silencioso. anena� deixando escapar estas quel­
,cas dolorosas. p.�r� que minhas esposas Me imitem!
Quando no alto da Cruz me insultaram, dizendo-

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Me: Se és Filho de Deus, desce da Cruz! ... Ah! Nesta


hora, podia Eu mostrar aos que assim Me inJuriav.am
que l!:u era na verdade 1'ilho ue Deus; nao qu.lZ, porque
J::.iU não vim ao mundo para aciquinr honras, mas, sim,
para engrandecer Meu Pae e sa1var as a1mas. .l!.u nao
quiz me glorificar por Mun mesmo, mas sim glorificar
ao Pae. :hiu Me glorifiquei nas ooras, fazendo aqueilas
cousas que Meu Pae Me tmha mandado . .ttegoz1J:a.va­
Me Eu, em dar gloria a Meu Pae e em attrahir sobre
Mim as iniquidades! A' medida dos meus tormentos, as­
sim Eu glorificava ao Pae, porque, na minha dôr, Eu
mostrei a Meu Pae que O amava e que amava sua glo­
ria. Não poupei sacrillcios para provar-Lne que verda­
deiramente O amava. Jamais procurei mmha gloria, so­
mente procurei Me abater ate o fim dos seculos, para
mostrar aos homens, que é pela humildade que se agra­
da ao Pae.
An! .1:?.isposas amadas, que liçào e,ào suulime parJ.
vós! vosso .1:!isposo se nunuu1ou !Jcl.L"a vos ensu1a.r qu1::
w.81m vos deve1.s 1aze1·. J u1ua.1s !JJ.·ucure.s vossa g101·.1.a,
u1a.s somente a giOna ae vussu .ueus. nu1uuu<1.e-vus as­
Silll como vosso .e.sposo se nu11u1nuu e se 11u,11ü11a.nt aLc
u l.Lu1 uos s1::cu.1.0:s, ucanao .1,1rJs�one11·0 nus .L auer11a.cu1os !
l:::iorirei com a.1egna as L1UJ.11unaçoes que vus soun:­
vi.e.1.·e111 na v�uc;1.. .L.,t!morae-vu:s ue vosso .c.sposu, que Ji:4-
ma.i.s vrocurou 0s1en1.ar sua grauae:t:.:1 com ue,.aaiuaçoes !
oeue, a.os ou10s uus 1101nens, 1->equeiunas. 1v1os1,rae so­
mei1Le vossa granueza. pelas oura.s. .t'onae no vosso co­
ra1tao e no vo:s:so oi:aço o se.uo ua s.ani.a nwnuaaue . .J:,jao
queiraes mostrar aos home.us o qua.nw r.aze1s; mos-
1.rae-o somente a l\lillll, que .c.u me e11ca.rrega.re1 ue mos-­
uai-o aos homens . .Posso vos 01zer aqui o que cilsse nos
UJ.as da mmna peregnnaçao: us num.ue1es seráa exa1ta­
uos e os orgulhosos serao nuulimactos. Glonae-vos em
serdes tidas por ignorantes, ante os ruhos a.o homens,
assim como _t!;U o fui. Ah! l:!;sposas amacias, emquanto
nao vos gloriardes nas hunumaçóes, nao sois minhas
verdadeiras esposas. Porque, !ilhas, quereis que vos
louvem e que vos acatem·t Sêde mais satJias. Ah! O ver­
dadeiro sabia se conhece e se gloria em ter-se por pu­
ro nada, e, então, vendo sua fraqueza, em Mim confia.
ô Sabedoria divina, tão desconhecida pelos homens,
como és nobre! Como és bella, porque acarretas sobre
os que na verdade se humilham, glorias immortaes ! ...
Ah! Que esta lição de humildade toque vossos cora­
ções, para que Eu possa ouvir de vossos labios, na hora

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da humilhação: Como sois bom, como me alegro nas


humilhações! ...
Teu Jesus Prisioneiro.
Do Reino da Misericordia, pelas Mãos de Maria.
Para o Vergél de Minhas candidas esposas.
7---8-1930.

O ZELO

Quem não está commigo está contra miml


Que palavras são essas, Senhor, que eu, vossa fi­
lha, estou escutando? Ah! minha filha, todas as minhas
palavras sâo palavras de misericordia. Cont9.r-te dese.
Jo que quem não tem zelo pela minha gloria, não está
commigo. Vê, ó minha filha, como trabalham pela mi­
nha gloria os que tem zelo! Quem é que impulsiona a
esses fundadores de Ordem e de Institutos; a esses apos­
tolas incansaveis no meu serviço? Ah! é o zelo, que os
devora, que leva a muitos, até darem Sfül. vida pela
minha gloria! Quem dá torça aos martyres? Pelo zelo,
que tem de que meu Sangue não se perca, o homem ze­
loso pôde transformar uma diocese, uma cidade, emfim,
pôde dar-me almas, almas innumeras, mas, sem o ze­
lo, nada pôde f.azer! O homem que não tem um ver­
dadeiro pezar de ver que as almas se perdem e que pas­
sa indifferente, quando vê meu nome calcado aos pés,
não está commigo; mas, o homem, que dia e noite co­
gita nos meios, que deve empregar para me dar almas,
ah! este está commigo, Eu lhe posso dizer: Cumpres a
palavra do Padre Nosso, quando dizes: Pae nosso que
estais no céo, santificado seja o vosso nome. Sim, o ho­
mem zeloso, santificando-se a si proprio pela minha
graça, glorifica meu nome. O homem zeloso, que, de­
pois de trabalhar pela sua santificação, cuida da san­
tificação de seus irmãos, ah! este é um verdadeiro fi­
lho, que dá prazer e contentamento a meu amante Co­
ração. Se houvesse mais homens zelosos não haveria
tanta mi.seria no mundo. O mundo está cheio de iniqui­
dades, porque o homem não sabe usar dos remedias sa-

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lui:.<i.1•es, que sou Eu mesmo! Eu fiquei no meio dos ho­


mens, p.ara fazel-os felizes, porém a maior parte, não
me procura! Pobres homens, nao sabem elles que sou
a 1eücmade, a v1da, emum tucio! porque, sem num, tu­
do é dor, é inferno, pois onde Eu nao estou, não póde
haver reliciàade!
Agora, �u vos pergunto: Porq·i.:.e tantos males e tan­
tas aesgraças no mundo·, Ah! e porque não tenho ho­
mens, verdadeiros apostolas e zelosos pela minha gloria
e que trabamem sem cessar para me fazer conhecido!
U homem nao poae amar o que nao conne1.;e, por
isso ni..l.o l)asta ao nou1em saoer que existe um Deus; e
necessi:1.nu ;.unu.'::l. que conneçam que es1,e Deus e o au­
tor ue wcio o oem, po1s .l;!;U sou o propno bem, Eu sou
a 1euc1uaue, .l:!;u sou a oond.aae! .l!i· preciso que o ho­
mem coímeça que .l!iU ten.uo um Para1so o.e deuc1as, pa­
ra mneonai· ,10;:; que me servem; e necessano que o no­
ú.Lelll s.aioa que .u.u sou a m1sencorurn 111.tmn,a, e que
vei·uoa am.cia que eue ca1a muitas ve:.::es ao cua! An! se
us nome.m; me coiinecessem, ce.n,ameLüe to�os me ama­
uum! .i;!;lS µorque agora, aµpeHo para vus, 11omens que
1ne amais: Lresce1 em zelo pela m1n11<1. 1:;10na! Veue qu�
nennumci. üas rnmilas oveuunllas se 1.h::n.:a! E' tau ao­
wi:o.su µl:!ruer um 111110 que cuswu tanto sangue! Le111-
ora1-vos ue que no ceo, na mais JUOllo por um peccacior
que :,;e i.:onve1"1,e, uo que por novem:,a e nove jusws que
perseverem no bem! l::>1m, porque o peccaaor Ja nd.o llle
pertencrn, e o justo ja é meu!
Grande Jul)1Jo ha no ceo, quando na terra Eu en-·
contra um homem zeloso, que me nouvc, ao qual digo:
Vae alll, vae acolá, e elle vae. Ah! os anjos rejubilam,
quando estes homens de bóa vontade vem aos pés de
meu S.1crario, escutar minhas supplicas. Sim Eu peço
ás almas de bõa vontade, porque os meus me escu­
t:1m, Eu falo, Eu peço e elles me dão; dão-me pão, dão­
me agua e me vestem! ó venturosos lilhos que me ali­
mentaes, como uma mãe alimenta seu filhinho de tres
mezes! A estes, que assim me alimentam, no dia das
nupcias eternas, direi: Glorificastes meu nome, deste­
me de comer, agora vem te fartar no Festim novo. E
Eu mesmo o servirei!
Comerá commigo, sentar-se-á á minha mesa. e se
fartará; e ouvindo sempre o cantico sempre antigo e
sempre novo, serâ. innebriado de minhas delicias! Os an­
jo� o rodearão e minha Mãe lhe mostr.;:i.rá meu aman­
te Coração dizendo-lhes: Vós que na terra consolastes

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este Divino Coração, agora repousae n'Elle, é vossa mo­


rada. Ella mesma com as suas caricias, vos apertará con­
tra seu doce Coração e vos cobrirá de osculas de paz! ó
bemdito o homem que é zeloso; e os que ainda não o
são, sêde-o sem demo1·a para um dia, Eu, vosso Deus,
vos poder assim falar! Está isso em vossas mãos.
Sêde filhos zelosos, se quereis estar commigo.
Jesus Prisioneiro.
10---9-1930.

ESCOLA DIVINA

AOS PAES.
Amadissimos filhos.
Eu vos saudo, dando-vos a minha paz.
Carissimos Paes, escutae o que vos vou dizer. Que­
ro vos mostrar que ha uma escola ainda não sufficien­
temente conhecida! Desta escola, conhecida por nume­
ro limitado de filhos, em sua grandeza e sublimidade, é
que hoje vos quero falar.
Sabeis qual é? E' a Eucharistia, sou Eu mesmo.
Quando Me fiz menino e Me deitei em um presepio,
Quando Me deixei prender, flagellar e crucificar, não fa­
lei de mim mesmo, mas, sim, de meu Pae; apenas mos­
trei-vos que era filho de Deus, o proprio Deus. Dei­
xei-me crucificar como um malfeitor, permittindo que
Me humilhassem para hoje, desta cathedra divina, po­
der-vos mostrar o quanto vos amo. Não proclamei minha
grandeza, ao contrario disse aos apostolas que n::1.da con­
tassem do que tinham visto e presenciado no Tabor até
que Eu me fosse. Porque então hoje falo de minha gran­
deza, Eu que gosto tanto das almas, que se humilham e
que se · tem por vermes da terra?
Ah! amadissimos Paes, aos quaes hoje de um modo
especial, quero falar desta divina cathedra de amor; an­
daes tão solicitas em procurar a felicidade e o bem estar
de vossos filhos, por isso Eu, vosso Deus, quero vos dizer,
onde podeis encontrar a felicidade destes entes queridos,
que pela minha misericordia, vos confiei.

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� 41 -

Quereis que vossos filhos sejam felizes, trazei-os a


esta divina escola, onde o Mestre sou Eu mesmo.
O Paes queridos, abri os vossos olhos, não deixeis que
a ignorancia vol-os feche, privando-vos assim de tanta
felicidade, tanta ventura!
Eu sou o Divino Mestre, que de pescadores ignoran­
tes e rudes fiz grandes apostolos. Eu sou o autor de to­
das as cous.as e 1óra de m1m tudo é trévas! Ah! se ao me­
nos trouxesseis uma vez por dia vossos filhinhos aos pés
de meu sacrario, e lhes mostrasseis que Eu alli estou co­
mo Pae, como amigo e mestre; se a estes entes queridos,
desde tenra edade, dissesseis que Eu alli Me acho pelo
amor que lhes tenho, que sentimentos delicados, que
candidos lyrios criaríeis, que homens darieis á sociedade!
Ah! paes queriàos, que felicidade grangearieis para vos­
sos .amados filhos e para vos! Que filhos submissos e res­
pe itosos! Que homens cumpridores de seu dever! Ah! se
lhes mostrasseis, ao menos uma vez por dia, que l:!:u, o
proprio Deus, estou prisioneiro para os escutar, que tan­
to Me humilhei para lhes mostrar que, se o homem quer
ser feliz na terra e entrar na mansão celeste, deve ser
humilde, obedecer a seus Paes, aos superiores! Ah! se a
creança aprendesse nesta escola tão humilde e tão su­
blime, reinaria no mundo mais p.az e mais concordia.
Trazei, ó Pae, vossos filhinhos a esta escola divina, se
quereis que vossos filhos sejam felizes e a prendam a ver­
aacte1ra sabedoria.
Eu sou o sabio, e não penseis que os que Me amam
são ignorantes, ao contrario a quem Me tem verdadeiro
amor concedo-lhe o dom da sabedoria.
Eu sou amigo d.a sabedoria, porque Eu sou a mesma
sabedoria; por isso é que vos disse trazei vossos filhinhos
a esta cathedra divina, onde se aprende a ser feliz. A sa­
bedoria do homem que não tem fé é uma sabedoria pas­
sageira e muitas vezes perigosa; porém a minha sabedo­
ria é eterna, dando felicidade já neste mundo. Paes que­
ridos, que tanto vos inquietaes pelo futuro de vossos fi­
lhos, em vez de assim vos inquietardes, porque não os
trazeis a esta divina escola'!
Começai, ó maes que Me lêdes, desde que vossos fi­
lhinhos principiam a balbuciar, começai a lhes mostrar
que Eu resido no Sacrario, dizei-lhes que Eu sou Pae que
amo as creanças, que dellas recebo louvor perfeito.
Em vez de leval-as a divertimentos profanos, tra­
zei-as aos pés do sacrario.
Se ides pelo campo mostrai-lhes os verdes prados, as

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Llures, as arvores, dizendo-lhes que Eu tudo isso fiz para


ctar ao nomt:lm, para recreai-o e que este ueu.s, que r,uuo
le�, se acua pris10neiro no sacrano ! Ah! se assun nzer­
aes, criareis umos oueu1enI,es, nomens cumpnao1·es ue
i;eus aeveres. Au! entao a soc1eC1aC1e poderia contar com
bons c1dauaos, e adquu•ine1s para vossos l:U.hos uma 1e-
11c1dacie immorredow·a, que é o que vos aeve preoccupar .
.Paes quenaos, �u morri em aura cruz para vos aa­
quirir es(,a :teuciaade, a qual para todos vos se achav..1.
perU1da. 1'ique1 comvosco até a conswnmaçao dos secu10s
para vos razer felizes, porém, agora, .l:!.iu vos peço, coope­
re1s commigo, nao aesperc11ce1s meus dons, o meu sanl:!,ue,
que d.enal!le1 com tanta dor! Por p1edaC1e aprove!tae-o,
nao o ca1que1s aos pes. Desejo ver-vos 1eilzes comnugo,
gosancto ue mm.ha propna :teucia.ade, e que nennu1.n se
perca, porque por touos vos morri e n.ao po1· nwnero lim1-
1,auo. a1,>roveir,ae, uu1os quenaos, des1,e precioso sangue,
que se ac.:na à vossa d1spos1çao na d1vma .l:!.Ucnans�1a. ·1ra­
ze1 vossos 1unu1nos aos meus pes, quero illes enSinur que
a venJ.acteu·a :te11c1aaae esta em Me a1nar.1.,,1,uero 1aze1-os
1e1izes, porqu� a mmna ventura esta em dar com auun­
uancia os meus tnesouros a quem m'os pede.
Pedi e receoere1s, sim, .t'aes quenuos, pedi que Eu
vos ctarei ma:i.s. v 1nue peno ue mim, ni:l.o LJ.que1 n<:::il,e sa­
Cl"i.LH1e11wo !)i.Lra viver 1oni'!.e ue vvs, n1as, sun, para qu�
µuuesse,::; t:s,.,ar uem peno oe mim.
.Não é so para as almas que, desprezando as vaida­
des do munao, renunciaram aos prazer.::s caducos, que :t.u
aqu1 ilquei ! Ah! não, tambem flquei para vós, paes de
familia, que tanto prec1saes de minlla companhia.
Assim como vivi por 30 annos na companhia de mi­
nha santa iamilia, assim desejo viver com todos vós. Não
vos quero longe, não, filhos queridos, ao menos uma vez
por ct1a vinde aos pes do sacr.ario matar vossas saudades,
contar-Me vossas penas e vossas alegrias, pedir-Me con­
selho, e Eu vol-o darei. Trazei-Me tambem vossos entes
queridos, para aprenderem a verdadeira sciencia, o amor
puro e santo.
Ah! então quando assim fizerdes, Paes que Me ledês,
Eu poderei proclamar-Me Rei de vossos lares. Então ha­
verá bons cidadãos e o mundo poderá exclamar: Deus es­
t.a comvosco! Mas, se assim não fizerdes, reinará sempre
a discordia nas nações, nas familias; e vós corareis, cho­
rareis a desgraça de vossos filhos e a vossa propri:3. des­
graça, porque sem mim tudo é pranto, tudo é dôr, em­
quanto commigo tudo é felicidade, tudo é ventura.

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Eu vos bemdigo, ó Paes, que Me escutardes, porém


os que não Me ouvirem gemerão para sempre!
Jesus, Rei de amor. Da Cathedra Divina.
A Eucharistia.
21-9-1930.

TENHO HAZÃO DE ME QUEIXAH!

Minhas amadas esposas, ouvi as queixas amorosas de


vosso Jesus Prisioneiro!
Como Me é doloroso ver tantas almas longes de meus
altares e Eu aqui prisioneiro por amor deltas! Ouvi, al­
mas amantes, meus gemidos e em vosso coração dai-Me
consolação! E' tão doloroso ver-se despres.ado por quem
se ama! Eu amo tanto os homens, por isso quando se
afastam de mim Me é tão cruel! Porém, vós, que tendes
a ventura de viver em minha casa, dae-Me hospedagem
de amor. Não vas esqueçais de f.azer todas as vossas ac­
ções por amor de mim, e para que os que se acham lon­
ge de mim tenham a ventura de voltar quanto antes i
minha e.asa!
Como sois t�lizes, amadas esposas, vos que tendes a
ventura de MP amar! Ah! Eu vos chamo bemaventura­
das!
Agradecei-Me, louvai-Me porque j.amais neste mun­
do podereis comprehender o dom, que vos foi dado!
Desvendei vossos olhos e vistes, falei-vos e Me es­
cutastes. ó almas afortunadas, que ventura é a vossa!
No reino da gloria, na mansão da paz Eu vos servirei!
Por mais que vos fale não podeis Me comprehender,
porque esta c.omprehensão não foi dada á creatura al­
guma, porque neste exílio, sendo para merecer, ao ho­
mem não foi nado t.':l.nta ventura, porque então jamais
soffreria. Porém, o que vos quero dizer é que, com a com­
prehensão que vos foi dada, bemdizei-Me por tanta ven­
tura.
E se agora, vós sois tão felizes, Eu vos convido a cho­
rar commigo � ingratidão dos que fogem de mim. Tende
compaixão dessas almas, que Me custaram meu sangue

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divino. Ah! de.:Sejo que todos se salvem, que nenhuma se


perca, pois can.a aima que se perae e um espinho dolo­
roso para meu .amante coraçao, visto como meu amor é
murnto, e senuo i ntm1to, mnmita é a e1or que 1�e causa
a perda d� uma a1ma! Vo::;, esposas queridas, que fostes
chamactas para Me aJudal' a salvai-as, na.o percaes nem
um so mstante, emquant0 tene1es a ventura de viver no
eXlliO.
Quantas almas uma mission.'3.ria generosa pode Me
dar, razencto cada dia tudo em unia.o com os meus me­
recimentos e por amor! .No fim da sua existencia, quan­
tos cor.açoes terá ganho! E1s o maior thesouro de que
podeis dispor em tavor dos peccadores: Os meus mere­
cimentos, e tudo fazenao por amórl Vêde, não vos peço
grandes cousas, sómente que tudo taçaes em união com­
migo e por amor. Muitas almas se affllgem, porque, di­
zem ellas, nao tem grandes cousas para Me ofterecer.
Para que vos afrllgirdes, amadas esposas, se todas as
vossas ooras Me sao agrad..a.ve1s, quando ellas sâo feitas
por amor, e em urnao com os meus merecimentos? O ho­
mem, que por si nada tem de agradavel, quando porém,
ao::; seus actos junta os meus merecimentos e os laz pa­
ra Me agradar, este pode dizer, no fim de sua vida mor­
tal, que gannou um grande thesouro, porém o homem
que se es4.uecer disw, no lim cte sua vida, está com as
suas ma.os vasias !
Eis, amadas esposas, como é facil Me dar, almas, mui­
tas almas . .Nao vos esqueçais que dia e noite estou no Ta­
bernacu10, queixando-Me sem cessar. São queixas amo­
rosas, que l!:u vos dirijo. O amigo desabafa com seu ami­
go, e l!:u desabafo com as minhas candidas e amadas es­
posas.
Jesus, Rei de amor, do throno da misericordia, pe­
las mão::; de Maria.
21-9-1930.

O ANJO DA EUCHARISTIA

Minhas amadas esposas, predilectas de meu Divino


Coração, desejo vos dizer que deveis ser anjos por vos­
sa piedade e reverencia, pureza e amor, humildade e ca-

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ridade, para vos tornardes anjos na realidade da Divina


Eucharistia.
Com o Coração dilacerado vos f.'llo. oorque Me ve.io
tão pouco reverenciado neste divino Sacramento. onde
os anjos estão em profunda reverencia. supprindo tan-­
tas irreverencias que almas, mesmo de certa pied:1de,
commettem por leviandade, na minha augusta pre­
sença!
Vós, minhas amad'ls, minhas predilectas, que vos
chamei nara serdes santas e anjos consoladores de meu
divino Coração, ao menos vós. sêde na realidade anjos
reparadores. para que com vosso exemolo possaes trazP.r
a mim multas e muitas almas. S.'lbeis qual é a missão
do anjo? E' a de Me prestar homenagem e msoirar aos
meus filhos do exilio bons oensnmentos. incutindo em
suas almas aquelL'ls cousas que Eu mesmo nratiquel. hu­
mildade, pureza, mansidão e caridade. E vós. amadas es­
posas, se fordes verdadeiramente esoo�:ls fiels ao cham2..­
do que vos fiz, sereis an.ios consoladores de meu aman­
te Coração. Com a vossa pleda.cie e exemnlo. sereis os
anjos de vossos Irmãos. que vivem no exílio. esses filhos
que ainda não têm a ventur.-:i. de Me conhecer e qu� P.n­
tram na minha Igre1a tão alheios ao que alU se passa!
Sereis anios em pr'"'funda adoracão, enquanto Eu offe­
reço ao Eterno Pae minha humildade para a salvacão de
todos vós, que viveis no exilio! Ah! quando ve.i o en t.rar
um destes meus filhos pela port':l de uma Jgre.ia. log;o
lhe lanço meus olhares amorosos . m:is, oue decepcfio a
minha! Não encontro corresnondencia. olham oara to­
dos os lados, emquanto que no sacrarlo onde Eu resido,
é o ultimo lugar, onde pousam seus olhos! Esnosas ama­
das. isto é doloroso para um Pae oue ama infinitamen­
te! Mas agora vos digo: se meus filhos assim nrocedem.
é porque têm uma fé quasi erlincta: norisso é necessa­
rio, que neste seculo se lev:1ntem anjos de exemplo para
avivarem a fé nesses corações, onde se acha ella quar-;i
apagada!
Vós, queridas esposas, é aue deveis ser esses anjos
para conduzirdes meu povo á terra de promissão. ã vere­
da indicada - á Eucharistia. Não basta receber-se a
communhão ás pressas. sem pensarem verdadeiramen­
te no aue fazem, é necessarlo aincl:1 auP- quem Me rece­
be se prepare para isso. como meus eleitos e meus san­
tos se preparavam. E' preciso que o christão comprehen­
da e se capacite de que Eu sou o Deus dos exercitas, o
Deus eterno, poderoso, bom e misericordioso, ao qual os

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- 46 -

.anjos prestam homenagem e reverencia. E' preciso que


o christão que vem Me receber ou Me visitar se apre­
sente reverente e ao mesmo tempo cheio de confiança.
Eu sou o Deus bom, que, por amor dos filhos ama­
dos, morri crucificado e fiquei aqui nesta prisão, prisão
voluntaria em tantos tabern"1culos ! Onde o sacerdote
quer Me levar Eu vou, obedeco promptamente só para
proporcionar aos meus filhos felicidade e meios de po­
der transmittlr-lhes minha misericordia. Cad:�. taber­
naculo é na verdade uma fonte de misericordia. onde
dou em abundancia os meus dons, dando-Me a mim to­
do inteiro a auem Me recebe em graca, porém a quem
em peccado Me recebe tambem Me dou, mas para sua
propria condemnacão!
Amadas esposas, a maior parte dos meus filhos que
se :aoresentam tão irreverentes ante meus altares, é por
ignorancia, porisso agora vosso Deus e vosso Esnoso ap­
pella para vossa piedade, dizendo-vos auP. s�iaes verda­
deiros an1os como já vos disse. anjos de humildade, de
c:uidade e de mansinão. Praticae ::i. humildarle. como Eu
a pratico todos os dias neste divino Sacramento. Eu. o
Deus dos exercitas. aqui nermaneco immovel a esnera
aue o sacerdote Me leve. Se um sacrilego Me vem rece­
ber. não far.o resistencia: vou aonde o sacerdote Me le­
v::t. deixo-Me entrnr nnnuella asauP.rosa prisão. e alli
nermaneco. emaunnt.o as esnecies não se decomnõem! ô
hmnilcfade c'le vosso Deus! Fazeis vós assim. amadas espo­
sas? Ah! auanta.s vezes censuraes vossos suneriores e até
rntnhi:i. nrovidencia. aue vos occa!';iona al1rnma humtlha­
cão! Oue loni:i:e estã de ser humilde. a esnosi:i. aue a.ssim
nrocede! Esta não póde ser an1o da Eucharist,fa.! Como
póde ser an1o auem é orgulhoso e não é accessivel a qual_
auer ordem ou contratemoo da divin."I nrovidencia ? ! Co­
mo nnne ser anio cmem !'l$Sim nrocede? Eu n humilde dos
humildes. F.11 aue bmto Me desnrezei. ::i. nonto ÕP. Me fa­
zer prisioneiro P. Me or.r.ultar em Psnecie.s tí'to nobrP.s. co­
mo é o nito I Só acmelle aue se õe.snreza ai:::shn póde se
chamar ou Eu o poc;so chamar .'l.nio Encharist.lco. ooraue
em oarte al1mma Mi:> humilhei tanto. como nermanecen­
do num sacrarfo fech::i.no. recebendo tant::is irreverencias
e âs ve,:es orof::i.nacÕP.s! Oh! esnosas ::imadas. se corn­
nrehendesseis a humfldade de vosso Deus. como dese.ia-
rieis imit,<11-0, dando a morte á vossa vontade e ao vosso
eu, auP. não vos deix::i. nroc:rredlr e Cl'lminh::i.r n::i. virtude.
Se fordes verdadeiramente humildes. apresent."l.r-vos­
eis ante meu altar como o publicano; com o coração pro-

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fundamente humilhado. estareis em minha presenGa co­


rno Seraphins de amor, vendo vossa nullidade e reconhe­
cendo minh1 grandeza e misericordia. Ah! então. como
attrahireis vossos irmãos á minha mesa? Um olhar, qun,
vós lhes lançardes, vale mais elo oue mil sP.rmões !
Vosso anniquillamento convr.rte mais peccadores do
que muitas naJ:wras dibs com arroi>::mcia, como fez o
phariseu. Pharirnn s5.o essas almas que nr:lticam hna:s
ohras. mas que as pn1tic:rm sem hnmi1d.'ldr! Quanto•;
ohnriseus e quão po11cos lJUbllc:i.nM' Qm,1·idas esnosns. o�;
temnlos se enchem de phariseus, rrnblic:1nos ha tão pan­
cas! Sêde. portanto. a regener�cão desses ohariseus com n
vosso exemplo. Quando vierdes aos m0u� nc-s. r:-cn10r";
vossas orcupacões e tudo que vos rorlci"l. Tr:i.t-:i0 ness:i s
horas elas cousa,g eternas: c,ue VC\SSRS conv01·s.'.lcÕE's ncs.c;a
hora seiam no Paraisa. pois ondi> Pston F.u está o céo.
Vinde f:,,1::ir commi,:ro, mesmo 011P. ni:io sintni:>s d!'vn�B.o:
Isto não deve ser obstnculo. Lemhr�.P-vos qt1P Eu .,lli r�f; •
tou. nue os anjos Me .'ldoram reverentes. ant? F.u sou vo� -
so Deus bom e misertcord;nc:;o e f'll0 0.<>scin. vn!'; tirr ro•;1
abundancia. Conversae f'mnmi::ro sobr0 o P,_r:iic::0. pritrr:'­
r>:ri.e-M� todas as vossas preoccupacões. e ::;e tr.ndcs ::,,l::,:mn
negocio dJzei-Me: ,Te.<;ns vêde C'1UC' preci.so disto p, n:1 rL 1•
mais. Pedi primeiramente os dons celestes. o r(>s 1:o vo::
será dado por accre::;cimo. e fi medida que nedird0s n,
dons celestes vos será da('lo t.ucio de rme pri'.'!cic;nrd s. con-­
0

forme minha santíssima vontade. que sah<> rlar ci c'lrl:1


um o cme convem á sua salvnGão. pois muitas vezec, n�.o
dou riquezas a uns. oorque tal lhes ser i a contrario parn
ganhar a vida eterna.
Sim. amadas esposas. aprr,se-ntae-vos ant.e meu al­
tar. como se tivesses de comparecer no tribunal do P::t­
raiso. Vêde que quando vos apresentaes em minh:-1 pre­
sença. o anjos vos rodeiam. e então corno desejarieis es­
tar se vos chamasse neste momento?
Oh! com que reverencia vos apresentarieis ! E porqm�
não h:weis de assim proceder todos os dias? ó frieza. ó
indifferença, como és dolorosa para meu amante Cora­
ção!
Amadas esposas, acaso Eu não merPco vossas home­
nagens. não sou En o Rei dos ri>is? Nilo sou Eu vosso
Esooso? Porque então sois tão indifferentes? Ah! comne­
netrae-vos que Eu vos amo infinitamente: e por acaso
pode-se ser indJfferente a uma oessoa que. a toda hora.
vos cumula de bens? Não sou Eu vosso bemfeitor? Quem
vos tirou do mundo e do meio dos seus perigos, não fn i.

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Eu? Quem foi que vos disse: Deixae tudo para ganhardes
tudo - a corôa de espo�as de um Deus sapientissimo e
infinitamente amavel, que vos ha de cobrir de caricias
no dia das nupcias eternas, não fui Eu? Sim, porque en­
tão as vezes vos apresentaes tão indifferentes?
Ah! queridas esposas, de hoje em deante não sejaes
mais tíbias, mas sim fornalhas ardentes de caridade pa­
ra cornmigo, para o serdes tarnbem para com vossos ir­
mãos. Resplandecei como o sól, que o inverno se dissipe
em vossos corações, e assim sereis a luz de tantas almas,
que, achando-se na escuridão medonha de suas faltas,
não podem ver os esplendores da Euch.aristia. Que de ho­
je em deante Eu vos possa chamar anjos Eucharisticos,
luz do mundo, consoladoras de meu amante Coração.
Um dia vos direi: Entrae no Paraisa, anjos de minha
Eucharistia, mas se fôrdes na realidade humildes, puras
e amantes reverentes ante meu altar.
Jesus, Rei de amor, o Cordeiro Immaculado, humilde
e manso na Divina Eucharistia, humilhado por vosso
amor.
Pel'3.S mãos de Maria.
18-10-1930.

O ANJO DO CENACULO

O Anjo do Gethesémani confortou-Me nas minhas


amargural!I, outro an1o no cenaculo Me confortou, recli­
nando sua cabeça no meu Coração naquella hora amar­
gurada. em aue Judas, um dos meus discípulos Me ia en­
tree-.4r para Me darem a morte. Judas Me ia oscular com o
osculo trahldor aue se nernetúa em tantos cora«:;ões,
que até o fim dos seculos Me hão de oscular com os
osculas impudicos e iniauos. João, porém, o discípulo
amado, reparou esta iniquidade com seu amoroso co­
ração, quando, lancando-se nos meus braços, Me dis­
se em segredo: Mestre amg,do. Mestre, vaes ser tra­
hldo, mas, eu, tua ovelhinha. Te amo: vê corno Te abra­
co, como escuto Teu amante Coração, para mais tarde
dar testemunho de tua misericordia e amor!

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João, naquella hora, assim consolou meu Coração


amargurado!
Agora, filh'l. amada, candido lyrio de pureza, não
queres ser outro João?
Ah! descança neste Coração, consola-O de tantas
amarguras, repara tantos osculas trahidores!
Sê o anjo consolador da Eucharistia, onde resido e
onde recebo tantas ingratidões e despresos; podes co­
mo João reclinar tua cabeça e escutar as suas palpita­
ções tão amorosas!
Sim, filh'it, abraça-Me como João para supprir tan­
tos esquecimentos.
Ah! se escutares bem, que harmonias ouvirâs, que
delicloso convite!
Sê anjo de teu Jesus, e Eu serei o teu em todas as
amarguras da vida.
Jesus, o Deus bom e humilde prisioneiro.
Palas mãos de Maria.
19-10---1930.

DE COMO .JESUS SOFFRE

Estava eu um dia olhando nara o Tabernaculo e per­


guntei a Jesus: - Como é que Vós tantas vezes me dizeis:
Meu Coração estâ traspassado pela espada da ingratidão,
outras vezes me dizeis que os impudicos vos transpassarn
vosso Coração! Senhor, dizei-me como é vosso soffri­
mento?
Jesus me respondeu: E's tão ignorante, vou-te dizer
como é que eu soffro; vou te explicar de um modo que
comprehendas.
Eu soffro no Tabernaculo como uma mãe, que tem
um filho untco e este é levado á forca! Ella não soffre
dôr nenhuma, rn::i.s soffre em seu coração materno, po­
rém Eu soffro muito mais, porque meu amor é infinito e
infinita é minha dôr.
Cada filho que se perde. uma dôr infinita vem amar­
gurar meu amante Coração! C::ida peccado que cada um
de meus filhos commette causa uma dôr cruciante, que

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traspassa meu amante Coração. E' verdade que recebo


muit.'.ls consolações de muitas almas generosas, porém 03
ingratos são em numero muito mais intenso.
E' assim, filha, que teu Jesus prisioneiro soffre.
Jesus, o humilde Jesus do Tabernaculo.
Pelas mãos de Maria.
19--10-1930.

A HC:\lILDADE NO TABEHl\ACCLO

Senhor, que vóz é esta que estou ouvindo? Ella é tão


doce, tão suave, que, parece-me, ha de arreb:üar os an.
jos do Paraisa!
Donde vens, ó vóz mysteriosa?
Sou Eu filha, que te falo, o Prisioneiro silencioso,
que hoje te quer falar, dizendo-te o quanto Me agradam
as almas humildes! Falai, Senhor, que meus peccados
não sejam obstaculo para vos ouvir.
Escreve filha: Os primeiros serão os ultimas.
Senhor, explicae-me porque não comprehendo!
Minhas amadas esposas e filhos dilectos, quem s�
exalta será humilhado, será o ultimo, quer. dizer cami­
nhará devagar :P.1 senda da virtude, e Eu não conhece­
re� no dia das nupcias eternas.
Sendo esta virtude tão amada de meu Coração, a vim
procurar na terra, porque é pela sua pratica, que um
dia sereis exaltados no reino da gloria.
Ah! tanto amei a humildade. que a fiz minh:1. com -
panheira inseparavel até o fim dos seculos!
Vêde. amadas esposas e filhos dilectos. como � :1bra­
co no sacramento do amor, escondendo-lhe a uma som­
bra bemfazej�. em tão estreito cubículo!
Quantas 'llmas cheias de pesar Me dizem: S2nhor,
poraue em tão pequeno sacrario r fechado em uma am­
bula?
Eu lhes respondo: Para vos dar o exemplo. para que
escondaes vossas vontades, quando a minha apparecer.
Se Eu, amadas filhas, não permanecesse em tant:i

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- 51 -

humildade, apezar de na minh.a vida vos ter dado tantos


exemplos de humildade, vós todos que Me ledes serieis
revoltosos, não obedecendo aos que fazem as minhas ve­
zes. Em verdade vos digo, se vosso Deus não estivesse dia
e noite a dar-vos exemplo de humiidade, ai de vós!
Que féras serieis, indomitas serieis!
Apezar de todos os dias vos exhort.ar com o meu exem.
plo, quantos de vós ainda não morrestes para vós e como
ainda vos custa obedecer e humilhar-vos!
Olhae para mim neste divino Sacramento. Andaes,
ás vezes, á procura de livros que vos falem da humildade.
O melhor livro sou Eu mesmo neste divino esconderijo,
nesta prisão tão estreita e neste anniquillamento !
Ah! olhae, filhos queridos, com os olhos bem abertos
da fé.
Se acredit.':l.es que Eu aqui estou, porque não fazeis
como os meus servos, que acreditaram? Se acreditaes,
porque não obraes como acreditaes? A fé sem obras é
morta!
Os meus servos creram e praticaram, esqueceram-se
de si, para que Eu reinasse completamente em seus co­
rações.
Ah! amadas filhas, tenho tantas vezes de usar com­
vosco de caricias, porque, se vos mando uma provação ou
uma humilhação, Me desprezais e Me ab::1.ndonais com os
vossos queixumes.
Quantas vezes os vossos superiores tem de vos en.
grandecer, porque se vos humilham, vós já cahis em de­
sanimo! Ah! o que é isto, sinão orgulho refinado, que
quereis que a toda hora vos considerem?
Ah! amados filhos, não sabeis o quanto Eu amei a
humildade e a amo? Só desci á terra, quando encontrei
uma mulher humilde na verdade e que ama a humilda­
de a ponto de pedir ao Altissimo que a humilhasse, quan­
do leu nas Escripturas, o quanto o Messias promettido ia
soffrer! Pro·curei uma gruta para nascer, fui calumnia­
do e morto como criminoso e impustor !
E vós quereis ter este titulo tão nobre só porque deL
x.astes Paes e irmãos?
Ah! não, queridas esposas. Se quereis ter a ventura
de Me dar prazer e um dia Eu poder corôar-vos como es­
oosas, deveis desejar como Eu a santa humildade. dese­
jar o desprezo de todos, por amor de mim. Agradam-Me
tanto as almas humildes, que abençôo seus trabalhos,
fazendo-os produzir fructos de vida eterna.

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O humilde Me obriga a olhar para elle com olhares


amorosos.
Assim como Maria Me attrahiu a seu seio, assim as
almas humildes Me attrahem, qual iman sobre seus co­
rações.
Se a humildade reinasse com mais intensidade, no
mundo não haveria tanta desgraça, o mundo já seria um
verd'3.deiro Paraisa. E se Eu Me acho no meio de vós, o
que vos falta? Ah! falta é a humildade, porisso é que
agora estais gemendo. Apezar de Eu continuar no Sacra­
rio, o mundo continúa sua marcha infernal!
Oh! homens se parasseis um pouco e olhasseis quem
está nos vossos templos, o Rei dos Reis! o Senhor dos Se­
nhores, tão humilhado, só para vos fazer felizes! Ape­
zar dos vossos despresos, continúo com os braços abertos
para a todos vós receber, sempre solicito em vos atten­
der, no dia em que quizerdes voltar. Estou sempre an­
cioso, sempre carinhoso para vos receber.
Não penseis que pelos vossos desprezos, não vos re­
ceberei, ao contrario, vos abro os braços com mais soli­
citude, porque os que mais Me desprezam mais neces­
sidade têm de meus carinhos e de meus osculos de paz.
E' assim que vosso Deus desprezado procede comvosco !
Apezar de vossas ingratidões, elle está sempre prom­
pto a vos receber.
Não faço Eu como a maldade humana, que quando
recebe desprezos tambem os dâ. Eu sou o contrario. E'
atrâz da ovelha tresmalhada que vou mandando os meus
padres, rn.'lndando minhas esposas, para a trazer de novo
ao meu redil, aos meus braços. Quanta humildade de vos­
so Deus! Paga os desprezos com o perdão e com o per­
dão dá uma gloria immorredoura, uma posse eterna de
meu am.'lnte Coração.
Oh! esposas e filhos dilectos, fazeis vós o mesmo á
minha imitação? Praticaes vós assim a santa humildade,
amando os que vos desprezam e não desejando louvores,
ao contrario desejando desprezos e hum1lhações por meu
amor?
Vêde, amadas esposas, que quem vos fala é o humil­
de de Na2'areth, o humilde do Calvaria, o humilde do Ta­
bernaculo !
Não queiraes remuneração nesta vida, trabalhae sem
interesse, procurae, como meus servos procuraram, os
desprezos, e sereis felizes e Me consolareis em tantos Ta­
bern'3.culos, onde o vosso Deus, por vosso amor, permane­
ce em tanta humildade.

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Jesus, o humilde, e sempre amante das almas hu­


mildes.
Pelas mãos de Maria.
19-10-1930.

SOFFRE, FILHA, SOFFRE


Jesus Cruciflcado, Tabernaculo de amor.
Meu doce Jesus, porque est.aes tão triste? Afflige-me
tanto ver-vos assim 1
Minha amada filha, se assim estou triste é porque
desejo dar em abundancia os meus dons, e poucos são
o� que vêm á minha presença com verdadeiras disposi­
çoes.
Jesus, não posso eu consolar-vos? Sim, minha filha,
mas não plenamente, porque um Pae, corno Eu, não pó­
de ser indifferente a tantos corações que Me não amam!
Ah! se soubesses como sou esquecido! Sou tão cari­
nhoso, e meus carinhos não são correspondidos!
Jesus, o que devo fazer. para que os homens vos com­
prehendam?
Soffre, filha, soffre, offerece tua dôr para que os co­
rações impedernidos se abram á minha vóz amorosa!
Filha, Eu morri por todos, e por todos estou .aqui.
Sim, Jesus, eu vos comprehendo; quem me déra po­
der a todos attrahir para o vosso amante Coração! Ah!
Jesus, se eu fosse uma alma ardente, quanto bem poderia
fazer, como fizeram os vossos servos, mas eu sou tão
fria! ...
Jesus, meu doce Jesus, nada tenho que vos offere­
cer.
19-10-1930.

AS DELICADEZAS DO AMADO
Senhor, o que ouço?
Minha filha, escreve porque não falo só para ti, mas
para todas as almas de boa vontade.

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54 -

Quero dizer-te no dia de hoje o quanto sou ama.vel,


pelas perfeições e delicadezas que uso com cada um de
meus filhos.
Ah! se os homens meditassem um pouco, ficariam ex­
tasiados diante de tanta amabilidade e doçura!
Se Theresa, a reformadora, cahiu em extase profun­
do, vendo só uma de minhas mãos, vós, amados filhos,
aos quaes hoje vos quero mostrar o quanto sou amavel e
em extremo delicado, não cah1reis em extases, mas caia
o vosso azedume, para sempre á minha imitação, prati-
cardes as cousas que no exillo pratiquei.
Falo aqui a almas principalmente religiosas, a espo -
sas que querem seguir as minhas pisadas. E' a estas que
de um modo especial desejo mostrar o quanto sou deli­
cado, para que possam vir após de mim, não como a
lesma, mas, sim, como a pomba. Voar no caminho da
perfeição, deve ser o desejo da religiosa, que deixou tu­
do para tudo possuir: o meu Amor. A alma religiosa dei­
xa tudo e tudo acha. Deixando tudo, deixa nada, para
adquirir a realidade, o immortal, o meu amor!
Esposas amadas, quando andava pelas ruas no exí­
lio, minha delicadeza em tratar a todos fazia o encanto
dos corações, que não cansavam de Me seguir, até que
era obrigado a Me esconder, para tratar com meu Pae das
cousas pelas qu.aes descera á terra: a salvação dos ho­
mens. Porém, não vos quero falar desta delicadeza, mas,
sim, das finezas, que, na Eucharistia proporciono a to­
dos, que vêm com boas disposições aos pés do meu altar.
A delicadeza é proprio de um Deus. No céo não ha
discussões, reina completa harmonia e todos sentem-se
felizes, cada um em particular. Ainda que um suba mais
do que outro, sentem-se felizes os habitantes desta cida­
de santa, em ver seus irmãos glorificados. Se o céo, ama­
das esposas, rejubila quando concedo um dom a um de
meus filhos, o que se dirá de Mim, vosso Deus, caridade
infinita?
Se Eu soffro tanto na Eucharistia, · não é pelos·
peccados com que os homens Me atiram a meu rosto di­
vino; se tanto soffro é porque o homem, Me offendendo,
não lhe posso dar meus dons, que abundam no meu
amante Coração. Sendo caridade infinita, desejo dar em
profusão, e quando não encontro corações, nos quaes
possa diffundil-a, soffro immenso !
Vêde, como vosso Deus é amavel, como é caridoso!
Encontrastes por acaso creatura que assim procedesse?
Ah! não, porque quem jamais pôde igualar minha cari-

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dade? Sim, a podem imitar, mas igualar jamais! Dou


porque sou bom e sinto necessid':l.de de fazer meus filhos
1elizes! Amadas e:;posas, como não sou comprehendido
em tanta caridade! Quantas finezas guardadas em meu
amante Coração por falta de almas, que se fundam nes­
ta fornalha de carJ.dade ! Boa vontade é que Eu reclamo,
pois, o resto vos será dado. Eu falo com as almas de
boa vontade, ás almas simples, não preciso de intelligen­
cia porque Eu sou a propna sabedoria. Eu instrúo os igno­
rantes com a minha sabedoria e não com a falsa sabe­
doria do mundo ...
Disse Eu um dia aos meus discípulos: O reino do
céo é como uma creança, e quem quizer 1 áentrar deve
se tornar pequeno, sunples, porque lá só entram os pe­
quenos, ou por penitencia ou por innocencia.
Sim, amadas esposas, é necessario que vos torneis
creanças, se quereis que vosso Jesus vos cumule de fine­
zas. Desejo tanto vos dar, -derramando sobre vossos co­
rações torrentes de finezas de meu divino Coração. Ha­
verá creatura que deseje vos dar mais do que Eu? Ah!
não; e quantas vezes procuraes com mais avidez as crea­
turas do que Eu? Sim, isto é doloroso para meu Coração
delicado, ver tantas esposas procurar mais as creaturas
do que os pés do meu altar. Ah! o que acontece é que es­
tas almas nunca estão satisfeitas, andam sempre in­
quietas e nunca chegarão á perfeição desejada por mim
e por ellas, vivendo sempre em inquietações. Porisso Eu
bato, bato e não as deixo tr:1nquillas, porque estão fóra
da vereda indicada.
Esposas amadas, perguntae a uma alma que fez sua
morada aos pés do meu sacrario, perguntae-lhe se não
se ach.':1. feliz?
Sim, ella vos responderá, tenho tudo, nada me falta.
soffrc, mas soffro por Jesus, Ellc me alenta e quando me
dá o calice do Gethsémani e se esconde, eu olho para El­
le, Elle olh::t para mim e sou feliz; a toda hora me rece­
be e ainda que não me fale, Elle está alli e só sua com­
panhia me basta. Emquanto que as creaturas, se não me
recebem, me afflijo, fico desassocegada e perturbada,
Jesus, a toda hora O encontro, e mesmo que não O veja,
O vejo com a minha fé. E' assim que fala a alma eucha­
ristica, a alma de oração, a verdadeira esposa, que niiu
anda a mendigar consolações humanas!
Quando andava Eu em companhia dos Apostolas, um
dia lhes disse: Amados filhos, é ncces:;-:1rio que Eu Me
vá para donde vim, para o Pae, para que vós possaes

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cumprir o que vos ensinei. Já estavam elles affeiçoados


á minha pessoa, ás minhas consolações, por isso só de­
pois de Eu subir ao Pae, que receberam o Paraclito, is­
to é, a luz; assim, só depois que não mais procurardes
consolação nem das creaturas, nem minhas, é que vos
encherei do meu espírito, que só illumina aos verdadeiros
pobres de espirito e não aos que procuram seu eu, suas
consolações. Eu só consummei a redempção, quando der­
ramei até a ultima gotta de meu sangue em extremo
abandono de meu Pae; assim vós, amadas esposas, só me­
recereis verdadeiramente este titulo tão bello, quando
não procurardes vossa pessoa, vossas vontades ...
Digo-vos com o coração dilacerado, procurae almas
que não se procurem a si mesmas; se as encontrardes eu
vos affirmo, que realizastes um milagre, porque por in­
felicidade ha pouquissimas almas desta virtude!
Vosso Jesus prisioneiro appella hoje para vossa ge­
nerosidade, para que assim procedaes, para vosso Deus
vos cumular de finezas; tenho necessidade de dar em
abundancia, mas se assim não procederdes, não vos pos­
so dar, porque as vossas vontades são muros, impedindo
minhas graças de cahirem sobre vós 1
Tende compaixão de vosso Esposo prisioneiro, pro­
porcionae-Me occasião de vos dar; não Me fecheis a
porta, não bast.a que sejaes puras, humildes e mansas, é
especialmente necessario para serdes santas, que sejaes
desprendidas de toda e qualquer vontade. Direis vós: O
que desejamos, é bom e santo. Sim, Eu vos digo é bom,
é santo, mas deveis desejar como a providencia dispõe,
não se entristecendo quando não recebeis. A perfeição, es­
tá em desejar ser privada de tudo, que póde consolar
mesmo vosso espirita.
Dizei-Me, amadas esposas: consolação só para Vós,
para mim, amargor e nada mais. Ah! se assim proceder­
des, como vos cumularei de graças e de finezas?
Estaes vendo, filhas amadas, como meus sentimen­
tos são delicados? Exhorto-vos só porque desejo vos
cumular de graças, porque vos amo e porque um dia vos
desejo ver a meu lado, cantando o cantico sempre anti­
go e sempre novo.
Amadas esposas, quem vos fala é Jesus Sacramen­
tado, que deseja ver-vos santas para ver-vos felizes. Aqui
vos espero todos os dias, para vos falar e vos tornar ver­
dadeiramente esposas, que vivem só para Me dar prazer,

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que vivem desinteressadas, amando a humilhação, o des­


prezo, como Eu o amo por amor de vós.
Jesus, o humilde Jesus do tabernaculo.
Pelas mãos de Maria.
20-10-1930.

A MANSÃO CELESTE E' O PREMIO


DO ESFOHÇO

Senhor, que bondade a vossa! Chamaes-me com tan­


ta insistencia que me approxime de vós para me instruir­
des. Louvado sejaes, ó bondoso Mestre, por usardes com­
migo de tanta misericordia.
Aqui estou, Senhor, falae-me se vos approuver:
Escreve, filha. O que te vou dictar são ensinamentos
sahidos de meu sagrado Lado para as almas de boa· von-
tade.
Amadas esposas e filhas dilectas, desejo vos dizer
que a mansão celeste é o premio do esforço, é a recom­
pensa das almas generosas! Só depois do combate se ga­
nha a victoria, porisso quem quizer ser meu, tem de com­
bater e com bastante destreza, para não ser apanhado!
Ninguem se presuma do contrario, porque o reino dos
céus soffre violencia.
Eu, o proprio Deus, luctei mais do que todos os chris­
tãos, que existiram e hão de existir sobre a terra; e foi
para vos ensinar a luctar que tomei um corpo igual ao
vosso, tomei sobre mim as vossas miserias, tanto assim
que até fui tentado! Eu, o Deus dos exercitas, podia pas­
sar pelo exilio sem soffrer tantos vexames, mas não o
quiz. Preferi padecer para ter occasião de vos dar o
exemplo, porque o peccado de Adão pôz sobre todos os
homens este sello - a inclinação para o mal e a mor­
te; portanto o vosso Deus, para abrir-vos o que estava
fechado - o Paraisa, quiz tomar vossa natureza para
nella soffrer, luctar e vencer.
Sim, amadas esposas, depois que Adão e Eva pec­
caram, é necessario que o homem soffra; mas o innocen-

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t.e tem de soffrer pelo peccador, uma vez que depois do


b:a.ptismo recobra elle a innocencia perdida. O homem,
inclinado como é ao peccado, cáe muitas e muitas vezes,
por isso é que o que tem a ventura de- não perder sua in­
nocencia, soffre pelo que cáe a toda hora e pelo que per­
manece no peccado! Ah!, amadas esposas, que tendes J.
necessidade de soffrer e luctar, chamei-vos para com­
partilhardes commigo e cooperardes na s:a.lvação das al­
mas; sois minhas coadjutoras.
O que faz o coadjutor?
Ajuda naqu-ellas cousas que o dever lhe impõe, e se
este fôr amigo, faz mais ainda, sacrifica-se para conten­
tar e dar prazer. Eis a vossa missão, coadjuvar-Me e dar­
Me contentamento.
Mas para isto é necess.ario 1 uctar e soffrer com ge­
nerosidade e com alegria. Digo-vos, amadas esposas, que
só Me são agradaveis os soffrimentos, que Me são dados
com contentamento. Se os Me daes com pesar e com des­
gosto, digo-vos, na verdade, -a essencia deste trabalho
foi desperdiçado. Não· vos digo aqui que na hora do sof­
frimento estejaes alegres, isto não é proprio da nature­
za, porque a natureza se entristece e a :a.lma tambem,
porque ella foi feita para gozar do meu amor, mas, a
ale�ria de que Eu vos falo está em alegr::1.r-vos na vos­
s:i amargura, d:zendo: Soffro, mas soffro para dar pra­
zer a meu Amado. Assim fizeram meus verdadeiros ser­
vos, que cantavam no meio dos tormentos mais atrozes e
os mais cruel�.
Amadas esposas, se o inimigo vos acabrunhar com
mil pensamentos, ora de impureza, ora de maledicencia,
ora de desconfiança, haveis de dizer, meu Deus me aban­
donou? Ah! não, se firmes resistirdes, que consolacão
dri.es a meu Cora�ão, porque só dou licença ao demonio
de vos atormentar, quando tendes algum ádiantamento
espiritua1. Agora como vencerdes estes inimigos? Fazen­
do como vosso Jesus, rezando e confiando em mim e na
minha Santíssima Mãe.
Vêde, que o demonio mais Me atormentou quando
tratava de vossa salvação com o Pae! Ah! se fordes agua
r.wrna, o demonio não vos perturbará, vos deixará em
paz, porque elle só persegue os que Me dão prazer. E'
a invejn que o devora, que faz com que arme tantas
r::.m!)'.1.nhns contra meus queridos servos.
Não é isto. amadas filh:,1.s, uma gloria para mim e
grande gozo para vós, s�rdes atormentadas e por minha

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causa soffrerdes, pela gloria de vosso Deus? ó honra in­


signe, que neste mundo j.amais comprehendereis!
Tenho razão de vos dizer que a mansão celeste é o
premio da victoria; entretanto quantas almas desanima­
ram na lucta! Sim, quantas, porém vos digo que sem
Lucta jamais vencerão. O peccado assim exige, soffre o
lnnocente pelo peccador, soffre o peccador pelos seus pec­
cados, e Eu, innocente Cordeiro, puro e santo, tanto sof­
fri tambem para abrir-vos as portas da mansão celeste.
ó amadas esposas, jamais vos esqueçaes que Eu exi­
jo de vós, como signal de amizade, os vossos soffrimen­
tos nos combates da vida. Sois minhas coadjutoras, mi­
nhas consolador.as, necessario é que, á minha imitação,
sejaes prégadas na cruz com os cravos do amor! Que cra­
vos tão suaveis!
Sim, meu jugo é doce e suave, quando é levado por
amor, e este é o movel de todas as vossas acções. Foi o
.amor que fez exclamar a tantos santos: Morrer, não,
soffrer, sim.
Um dia tambem de vós espero estas consoladoras pa­
_lavras: Soffrer pelo Amado de minha alma, é ventura
demais par.a mim!
Que nobreza a vossa, soffrer por tão nobre causa,
para a conquista de um reino immortal e de uma corôa
de rainh:a, para contentar vosso doce Salvador, o que é
mais nobre ainda porque contentar-Me é a maior das
venturas! E sabeis, amadas esposas, porque Me conten­
taes? Porque, contentando-Me, salvaes vossa alma e o
meu contentamento está em vos fazer felizes.
Lembrae-vos que, para dar prazer ao vosso Esposo,
tudo deveis achar pouco; lembrae-vos do que vosso Je.
sus fez por vós; lembrae-vos que estou por vós em dura
prisão, e então jamais achareis pesadas vossas cruzes.
As vossas cruzes são presentes de valor preciosíssimo,
·porque vos humilhando para vós se voltam os meus olhos.
Na verdade, as cruzes contentam meu Coração, e o que
mais deveis desejar do que Me dar prazer? As cruzes fi­
nalmente levam ao Paraiso, porém, só aos vencedores
lhes será dado tal premio.
Sêde, amadas esposas, soldados de virtude, vencendo
com a santa humildade os inimigos de vossas almas.
Combatei com fortaleza, e que o desanimo jamais
crie raizes em vossos corações.
Lembrae-vos que Eu sou Jesus, o bom Jesus, que por

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vosso amor está encerrado no Sacrario. Tende confian­


ça e vencereis.
Jesus, vosso Esposo que vos ama infinitamente.
Pelas mãos de Maria.
21-10-1930,

IMITAE l\UNHA BONDADE E


AMABILDADE

Despreza o que está conturbando teu coração, e ou­


ve o que teu Jesus te quer falar. Falai, Senhor.
Minhas amadas esposas e filhas dilectas, desejo-vos
mostrar o quanto sou bom e amavel para que Me imiteis,
e nesta imitação possaes Me dar prazer, captivando as­
sim os pobres peccadores e aos bons, attrahindo-os cada
vez mais para meu Coração.
E' pela bondade que usardes com vossos irmãos que
Eu conhecerei se sois minhas esposas. Não é pela. sabe­
doria que vos reconhecerei, mas pela delicadeza e vossas
boas maneiras.
E' pela mansidão, que usardes com vossos irmãos, que
Eu vos reconhecerei como verdadeiras esposas do Deus
bom e misericordioso.
Amad'ls esposas, a bondade é o reflexo de todas as
virtudes; podeis tel-as todas, se vos faltar, porém, a ca­
ridade, de nada vos valerão aquellas.
Olhae para mim, dilectas filhas, olhae para a minha
vida e vêde se todas minhas acções não foram impregna­
das de bondade. Vêde como enxugava as lagrimas das
viuv.as, como resuscitava os mortos, como chorei no tu­
mulo de Lazaro, como Me compadeci das mulheres de
Jerusalem, dizendo-lhes: Não choreis por mim, mas so­
bre vós e vossos filhos. Sim, dizendo-lhes isto, lhes ensi­
nava a chorar seus peccados, para que um dia pudessem
estar a meu lado. Vêde como pedi agua á Samaritana, só
para ter occasião de lhe falar e tocar seu coração. Ah!
que lição para vós, amadas esposas. Quanhs vezes ten­
des occ.'3.sião de dirigir uma palavra aos que estão a vos-

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so lado e que vos procuram para entrarem em assumptos


de vida eterna. Vêde como Eu fiz com esta mulher: Dá­
Me agua e logo lhe disse, se soubesses quem te pede agua?
Vêde como vosso Esposo de tudo se servia para conver­
ter os pecMdores! Porque tudo isto? Ah! pela bondade
que Me devora, sim, Eu vim á terra para communical-a,
e assim abafar :a maldade humana.
Amadas esposas, não sois vós minhas cooperadoras?
Sim. Não sois vós a porta-vóz de meus divinos favores?
Sim. Não sois vós intimas do meu Coração? Sim. Não
sois vós as meninas dos meus olhos? Sim. Finalmente
não fazeis uma só cousa commigo? Sim. E se sois minhas,
não fareis o que vosso doce e amavel Salvador faz? Si
não o fazeis não sois minhas; em verdade vos digo, se
não fazeis o que Eu faço, sois esposas só de nome e não
na realidade!
E o que é que vosso doce Salvador faz? Faz o bem.
passou pela terra fazendo o bem, e continúa na Eucha­
ristia, até o fim dos seculos, fazendo o bem, dando-se a
todos, todo inteiro. isto é, dando sua bondade a todos
mudando os coracões. transformando-os de máus em
vados de eleicão ! . : . Como vosso Deus é bom? !
Ser santo· é ser bom, é amar ao proximo come a si
mesmo, por .amor de mim. Eu o amei mais do que a mim
mesmo, poraue por elle dei minha vida. meu sangue e
minha liberdade, ficando prisioneiro até o fim dos se­
culos.
Amadas filhas. isto é o que vos pedi. Disse-vos: sP.­
p:ul-Me. e vós Me se�ulstes. dRe-Me vossa liberdade e vós
m'a destes. norém se o que vos é mais difficil é us�.rdes de
bondade nara com vosso oroximo. como deseiaes aue
usem para comvosco. Gostaes nue vosso neus vos r.11mule
de favores? Certamente. isso é nronrto da nat.nre:r.::i. da
alma. auP dese1a ver-se a�!'.lr!ciarla nor seu Creador. E
cf Pse1aes dar na mesma medirln rio 011° dese1aes receber?
Ah! isto já vos é bem mals difficil. oois qu:mtas vezes de.
se1aes mais estar aos meus nés do cme ir atraz de um
pecc.':l.dor! Como vos custa f:lS vezes ter aue de!x�r urnn
or::Jcão niira ci::tr um ccmselho a uma almn affltct::i. ! Em
verrfocip vos dio-o 011e MP. ::i.i:rr:1.di-iri f'ls rn.a1s. ensinando
anuella alma do aue. ROS meus nés. recebendo consola­
cão. E' esta a verdadeir::i. c.-:i.rtdadP nr::i.tk::i.da nor vnsso
Deus. dar-se toda a tortos nnr amor de Mim. como Eu o
fiz e continúo a fazel-o no Sa.cramento do amor. A VP.r­
dadeira caridade só se contenta, auando á minha imi­
tação, está beneficiando. Quando vejo os meus filhos Me

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procurarem, só nessas horas felizes meu Coração exulta


de alegria, porque então posso dar-lhes e fazel-os fe­
lizes.
Quem possue a minh"J caridade faz grandes cousas,
todos que delle se approximam sahem beneficiados, suas
palavras são qual mel dulçuroso, seu porte parece de um
anjo, de todo seu sêr sahem raios de caridade. A alguns
dos meus servos faço sentir estas chammas, então, a mi­
nha caridade incendeia, queima tudo que é terrestre pa­
r.'it tornar estes corpos e suas almas celestes, que não são
mais um simples mortal, mas outro Chrlsto!
Oh! amadas esposas, podeis transformar o mundo se
cooperardes com as minhas graças, se á minha imit,qção
fôrdes caridosas, boas, assim como Eu o fui e continua­
rei por toda a eternidade. A esposa bondos."J, amavel e
caridosa é um espelho limpidíssimo, onde todos podem
ver minha imagem sagrada. Como meu Coração acha
consolação na esposa, que assim procede e que jamais de
seus labios sahe azedume, que usa para com seus irmãos
dltquella doçura que Eu usei para com as creancinhas!
Qu:1ndo as queriam apartar de mim, disse: Deixae-as vir
,:i. mim, porque dellas recebo louvor perfeito, e as afaguei
com meus carinhos. Oh! amadas esposas, não vêdes co­
mo sou doce para comvosco? Se não vierde:!- em silencio
aos meus pés, não Me escutaes e porque? Ah! porque sou
tão doce, minha vóz é tão delic.1da. Fazeis vós o mesmo?
Quantas vezes levantaes vossa vóz. porque recebeis uma
reprehensão ! Vêde. que quando Me accusaram injusta­
mente. Eu Me calei e quando falei só lhe disse: Se fiz
rn:11, dizei-Me em que, e se fiz bem porque Me feris? E'
::i.ssim aue o vosso amavel Salvador procedeu.
Ah! como é doloroso para mim encontrar tão pou­
cas almas que assim procedem! E' doloroso para mim,
oorque não havendo dest.1.s almas mansas, não ha tam­
bem imans, que attraiam os coracões dos peccadores. O
�oração manso e humilde é um íman que tudo arrasta
para meu Coração.
Aprendei de mim oue sou manso e humilde de Co­
r:=1.ção: que esta m::i.nsidão resplandeGa no vosso rosto, nas
vos&':ls maneiras, assim como resplandeceu na minha oes­
sôa, na pessôa de minha Mãe e de todos os meus San­
tos.
Vêde um olhar de santo, vêde suas maneiras, e logo
ficareis cal)tivados. Que doce é su1 vóz e que maneiras
tão delicadas?
Amadas esposas, quando Eu, em companhia de

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-minha Mãe, estive na terra, olhando para ella, ah! quan­


tas vezes a contemplava horas e horas, e nella meu olhar
encontrava repouso. Que delicadeza, que maneiras, que
seraphim, e perguntava -' Me a mim mesmo, como póde uma
creatura tornar-se em seraphim? Ah! sim, póde quando
coopera com a graça. Oh! am:idas esposas, assim Eu
desejo que sejaes como minha Mãe, delicadas em extre­
mo, doces e humildes, puras e obedientes; ah! então meus
olhares repousarão em vós.
Sereis a .alegria de meu Coração, sereis os imans dos
peccadores e a consolação dos justos.
Fazei assim, sêde boas que ser bom é ser santo, ser
santo é ser bom.
Jesus, o bom Jesus do Tabernaculo.
22-10-1930.

OS HUl\ULDES SAO O MEU Cl�U


NA TEHHA

O Tabernaculo é a morada das almas simples, das


almas puras e humildes. Neste ninho só se aninham
os pequeninos, pois Eu Me escondo aos sabias do mundo
e aos humildes Me revelo. Os humildes são os imans que
Me fazem descer continuamente á terr:1. Assim como des­
ço, e Me escondo debaixo das especies de pão, ao simples
chamamento de meu ministro, assim tambem desco aos
corações simples, humildes e puros; é nesses coraçõés que
faço minha morad.'l. Os simples arrebatam-Me o Cora­
ção e fazem-Me exclamar: Deixae vir a mim os peque­
ninos, porque delles é o reino dos Céos; elles, meus an­
jos consoladores, são o meu Céo na terra, consolam-Me
pelos ingratos e oor estes Me dão reparação. ó simpli­
cidade, como Me és agradavel ! E's meu Céo na terra, con­
solo de um Deus, alegria dos anjos, para-raio da justiç.1.
divina! Sim, são os humildes de coração· que attrahem
sobre o mundo as bencams celestes. Foi a humildade .1
escada pela qual desci ao seio de Maria, e é ella a esca­
da pel'.l qual se sobe directamente ao Céo. Não haverá

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interrupção entre o Céo e a terra com essas almas hu­


mildes. O humilde não passará pelas chammas do Pur­
gatorio, porque na sua humildade fez-se pequeno, e Eu
disse que dos pequenos é o reino do Céo. Mas, para ser
humilde é necessario morrer, dar morte ao homem ve­
lho, anniquillar-se diante de mim e aos olhos dos ho­
mens. Aquelle que se senta no primeiro lugar, este será
o ultimo, porém, quem se sentar no ultimo lugar será o
primeiro no reino dos Céos. E' tão difficil ser humilde!
Apesar de ter ficado Eu em tanta humllh.ação, ainda as­
sim tenho tão poucos imitadores. Ha muitos humlldes,
porém falsos; verdadeiros, ha tão poucos. Quem gosta de
ver-se como Eu me vi, apupado e escarnecido? Almas que
um dia Me haveis de ler, examinae-vos neste ponto:
Gostaes de ser assim tratadas? Procuraes a humilhação
assim como Eu a procurei? Em verdade, vos digo, se as­
sim não gostaes de ser trat'3.das, estaes muito longe da
verdadeira humildade. ô humildade, como és ainda tão
desconhecida pelos homens! ô sciencia das sciencias que
só se aprende aos pés do Tabernaculo ! E' neste livro di­
vino aue haveis de vos instruir cada dia. Procuro almas
humildes para nellas repousar. Sim, porque ellas são o
meu Céo. o meu Cêo no exilio! Oh! corações humildes,
como estendeis o meu reinado nas almas. corno Me dão
consolacão ! Não quereis vós ser o meu Céo, os meus con­
soladores? Quem vos fala é o humilde Jesus do Taber­
naculo que vos fala com o exemplo. Vêde quanta humi­
lhação! Eu, o Rei dos exerci tos, aaui estou para que,
aprendendo de mim a serdes "meu Céo na terra", um dla
vos possa dizer: Entrae, poraue agora Eu sou o vosso Céo,
a voss.'1 recompensa. No exilio pela vossa humildade ar­
reb.atastes meu Coração, agora este meu Coração é a vos­
sa morada!
Jesus, o humilde Jesus do Tabernaculo.
10-11-1930.

SER SANTO E' SER HU1HLDE

Minha filha, vou-te ensinar a verdadeira humildade.


Poucas, muito poucas, são .as almas verdadeiramente
humildes! ...

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- 65-

Vou-te dizer porque: E' que para ser humilde, é ne­


cessario desprezo completo de si, e quem gosta que o
desprezem? Ah! Quão poucos! .. ,
Superiores, quereis conhecer quem tem verdadell'�l
V'lcaçã.o� Experimentae sua humildade, porque quem é
chamado por Mir.,., tende para a humildade, e um dia
nella chegará a fazer sua santa morad1. Os Sui;.·eriores
tem o grave dever de formar seus subdltos na s::inta hu­
mildade, e se assim não fizerem, Eu não edificarei minha
morada nesses corações. Caríssimos Superiores, Eu vos
falo com o meu exemplo. Não me vedes aqui por vosso
amor em uma dur.':I. prisão, humilhando-me até ti fim
dos seculos?
Permaneço no meto de vós e mbnta humilhação
para vos dar o exemplo. norque, sem humildade, em
verdade vos digo, não edificarei em vossos coracões.
Quereis me agrad.'lr? Fazei oue vossos subdltos se­
jam humildes, para ciue meus olhos ·sobre elles repou­
sem. Oh! como me agradam as almas humildes!
Uma esposa minha deve ser de tal modo humllde
que, no dia em que não fôr humilhada, se entristeça.
Ah! Se não comnrehenderdes bem o valor da humil­
dade, em verdade deveis vos entristecer. porque só na
alma humilde encontro repouso e contentamento. E oue
mais deve desejar uma esposa si não contentar seu Es­
poso. Jesus?
Zelosos Superiores, desej aes que as bençams do Céo
desçam sobre vós e toda vossa Congregação, sêde verda­
deiramente humildes e fazei que todos os vossos subd1-
to gostem de ser humilhados. Al da Communldade, on­
de os membros não forem humildes! As bençams do céo
nella não fructificarão!
A Communidade, onde ha1a uma só alma humilde,
esta será o ,man, que sobre todos attrahirá as bençams as
mais abundantes.
Oh! Almas ouerida.s, os verdadeiramente huml1des,
em verdade vos digo, são multo poucos!
Ah! Se houvessem m.als almas humlldes, a geracão
humana não e·starla tão nervertida. Os homens se deba­
tem noraue entre elles não hn humildade: por isso, ao
menos vós. arn:�.das esoosas, sêde imans de meu amante
Coração, para Eu poder mandar sobre a terra as minhas
benc'lms.
Oh! Carlssimos Superiores. fazei vossos subdltos co­
merem á mesa da santa humildade, não fazendo suas von.
tades. T;)ae-lhes de comer e de beber pela manhã e á

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- 66-

noite nesta mesa divin:a das santas humilhações. Vede­


Me aqui tão humilhado por vosso amor, aprendei de Mim•
que vos falo pelo exemplo de cada dia. Jamais deixeis
passar sem punição uma falta contra essa santa virtu­
de, para bem das almas a vós confiadas e para que as
bençams do céo caiam sobre vós.
O caminho para isso é o Amor, mas quem deve con­
duzir a essa vereda é a santa humildade, porisso se que­
reis conhecer quem Me ama na verd:c1.de, vêde se é hu­
milde e se gosta de ser despresado como Eu o fui e to­
dos os meus santos!
Pelo amor a todos deveis conduzir, mas, sempre fir­
mados na santa humildade, sem a qu:a.l, jamais creatura
alguma Me agradará. Quereis ter .'3.s bencams as mais co­
piosas, sêde sedentos de humilhacões. Ah! então Eu des.:.
cerel .9.té vós e vos elevarei até os céos.
JESUS, o Rei de Amor, o Humilde e amantisslmo da
santa Humildade.
Do Tabernaculo Santo.
21-11-1930.

SÉDE DE ALMAS

Filha, refrigera-Me estes labios com as tuas am.ar­


guras: olha, filha :amada, como estão resequidos!
Porque isso, meu doce Salvador? A sêde que Me de­
vora é por ver tantos corações indifferentes ao meu
amor!
Filha, com as tuas penas dâ-Me esses corações. São
dolorosas essas penas, não é verdade? Mas :c1.legra-te no
meio delhs, porque ellas servem para matar a sêde de
teu Jesus. Ah! quantas vezes peço agua e não m'a dão!
Jesus. quem tem a coragem de Vos negar um copo de
agua?
Infelizmente ha muitas almas que Me negam um co­
po de :agua. quando regeitam a cruz que lhes envio, ou
quando lhes peco um sacrificio por intermedio d� uma
boa lnspiracão, recebida esta de Mim ou de um suoerior.
Quantas vezes este copo de ·ae:ua Me é negado �té por
corações de Communhão quotidiana!

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Filha, não desejeis ver-te livre da pena que te aca­


brunha e te pesa; lembra-te sempre que estiveres sob
o peso da cruz, que estás dando de beber a teu Jesus,
Prisioneiro por amor de ti e de todos os homens!
Neste esconderijo divino que centelhas de amor se
escondem! Trazei-Me almas, filha, para lhes poder dar
estas' centelhas. Eu não estou aqui para ficar com meus
favores· guardados, ah! não; Eu quero dar, tenho sêde de
dar, mas de dar em abundancla.
Queres filha, que te mostre meu Coração em cham­
mas? Ah! se o visses não poderias viver mais, e Eu que
desejo que ·passes mais um · pouco no exilio, não te que­
ro mostrar. Ah! que incendiai
Onde estão as almas de boa vontade?
Onde estão as almas simples e obedientes a todas as
inspirações da gr::tQa?'
Que poucas são! Como Me devora a sêde de ver al­
mas que saibam beber nesta divina fonte "O tabema­
culo", sim, no tabernaculo santo, onde Eu resido escon­
dido e humilhado por vosso amor. Vinde depressa, al­
mas eleitas. amadas esuosas, vinde, dae-Me de beber,
dae-Me os vossos sacriflcios e com esta agua comprareis
almas. muitas almas para vosso Jesus Prisioneiro.
Filhas amadas, meus lablos resequidos, vos pedem
const�ntemente os vossos sacriflcios de cada instante.
Sêde almas generosas, e vosso Deus será consolado
no tabernaculo santo.
Jesus, Rei de amor, do Reino do amor.
Aos corações de boa vontade.
Pelas m{l,os de Maria.
26-11-1930.

SOFFRER COMMIGO E POR MIM


E' GOZAR

Boa tarde meu doce Jesus do tabernaculo.


Boa tarde, minha filha, o que vens fazer aqui aos
meus pés?

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Senhor, primeiramente venho para vos adorar, em


segundo logar para vos pedir perdão, em terceiro logar
para vos implorar misericordia para os pobres peccado­
res, e depois para vos pedir e implorar de vosso aman­
tissimo coração graças em abund-ancia para a nossa hu­
humilde Congregação, implorando-vos multas bença.ms
par.a todas as religiosas e religiosos, que existem na terra,
m.-as de um modo especial vos peço pelos padres secula­
res. Ah! são elles que estão mais expostos a tantos peri­
gos! Guardae-os em vosso coração divino; por elles, eu
miseravel como sou, vos offereço a maior parte de mi­
nhas penas em união com as vossas, par,g, que sejam ver­
dadeiros dlscipulos de vosso amantisslmo coração. Vós,
ó divino hospede, aqui presente neste altar, amais tan­
to os p.-adres! Que saibam elles Vos imitar e que todos
comprehendam sua nobreza e o grave dever, que tem de
ser vossos fieis imitadores.
Que ventura, Senhor, é ser sacerdote!. . . 6 nobreza!
6 dignidade!
Senhor, como é bom conversar comvosco! Com to­
das· as almas conversaes .assim tão famlliarmente?
Sim. minha filha. Eu sou bom para com todos, sou
semnre doce e fiel amigo, portsso quero te dizer uma cou­
sa. De certas almas Eu me sirvo para serem meus lns­
t.rumentos nara ITTacas esneciaes. mas com todas Eu sou
f::i,mlliar. todos aue me nrocuram me ach'lm, pois a toda
hor::i. e torto momento estou aqui á sua disnosicão. Mas,
Senhor. Eu sou multo curiosa. porque certas almas se
nueixam amargamente aue vem aos vossos nés e não vos
escutam?! Como és crianc�.. minha filha! Eu costumo fa­
zer assim. quando uma itlma me diz que am'l. e se na
vndade me ama. della Eu me escondo aoparentemente.
nara ver se n'l re:illdade me tem ::i.mor. Se me nrocura e
vem chorar aos meus nés. ahl. então me ama. Outras ve­
zes nara me amarem desesner11damente. me escondo p:�.ra
a.n::iº'ar nessas almas o prazer sensivel, _porque o verda­
deiro amor consiste em -3.mar-me sem consola�ão al1n1-
ma.. Por isso aue me escondo de certas almas! Se Eu per­
manecesSP. no T.<tbor com os meus aoostolos. que mereci­
mento teriam elles em ser meus dlsctnulos, meus amt­
gos? Ah! nenhum. Fot nas humllhacões oue Eu bs vi
aue eram meus disclnulos, meus amigos. Que v:�.lor te­
riam as almas se vivessem em continuo gozo? Ah! ne­
nhum! Uma cousa. entretanto. te dif"!'o, é aue snffrer com­
migo e por mim é gozo. porque minha cruz é leve e sua­
ve, apesar de ser dolorosa e de fazer derramar sangue!

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- 69-

Sim, a cruz faz sangrar o coração, mas, ó ventura, sof­


frer para dar prazer a um Deus e para ganhar uma co­
rôa immortal!
Jesus, perdoa-me minha ousadia de vos perguntar
tantas cousas, mas vos sabeis que eu sou ignorante.
Ah! minha filha para que estou aqui? Não estou pa­
ra instruir os ignorantes? Não sou Eu o melhor conse­
lheiro? Para que fiquei em tanta humilhação, não é pa­
ra conversar familiarmente com os meus filhos? Fale
sempre assim e contentarás meu amante coração, que
tanto deseja se communicar e ser familiar com todos.
Ah! se soubesses como gosto das almas, que vem me con­
tar tudo e depois ouvem o que Eu lhes falo! ...
Poucas, filha, poucas são as que me procuram fami­
liarmente! Faze sempre assim e teu Jesus te abençoará.
Jesus, o teu Jesus, do Tabernaculo pelas mãos de
Maria.
27-11-1930.

A SIMPLICIDADE E A HUMILDADE

Conversando com Jesus, perguntei-lhe: E' necessa­


rio, para vos agradar, ter-se uma linguagem elevada?
Ah I não, minha filha, consulta meu Evangelho e ve­
rás como minha linguagem é simples. Eu, a Sabedoria in­
finita, falei com meus apostolas tão simplesmente, que
minha doutrina é accessivel ainda aos ignorantes.
Eu podia, minha filha, usar de termos elevadissimos
com os meus discipulos, aind.a que ignorantes, porque
sendo o proprio Deus, podia os fazer comprehender. Sen­
do Eu, o Deus sapientissimo e poderosissimo, nada me é
impossivel, mas, porque gosto da simplicidade, é que pre­
guei tão simplesmente, e tão simplesmente comparei o
reino dos céos.
O reino dos céos é o reino da simplicidade. As con­
versações dos anjos e dos santos, que alli se acham, re­
sumem-se nisto: "louvemos, exaltemos e amemos o nos­
so Bem Amado e Maria Nossa Mãe".
Vê, amada filha, como é simples o Paraisa e a lin­
guagem que alli se usa! Ah! Eu assento meu Throno

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-70 -

nas almas simples. Se soubesses como repouso nas al­


mas simples! São o meu céo os corações simples e a el­
les Me communico tão abertamente! Vê, amada filha,
que para dar minha graça de predilecção não escolho
os sabias, do mundo mas os corações simples e livres das
vaidades do mundo corruptor 1
Eu tão simples, o Deus dos exercitos, falo com meus
filhos com tanta familiaridade! Não vês como falo com­
tigo? Não me comprehendes?
- Ah! sim, vos comprehendo, am.avel Salvador!
Senhor para salvar as almas é necessario falar- ele-
vado?
Ah! não filha, o que é necessai;-io �. ter-Me amor, e
a medida deste será a medida . dos fructos nas almas.
Os meus santos, só com seus olhares convertiam mais
almas que os sermões enfeitados de muitos. Mas, para
satisfazer a vaidade dos homens, muitos dos que pré­
gam a minha doutrina enfeitam as minhas palavras;
mas Eu lhes digo que o melhor enfeite que podem dar
âs suas palavras, é antes de as pronunciar humilharem­
se profundamente, e nesta humildade praticar o que
vão prégar aos outros; assim humildes, introduzem-se
nas minhas divinas Chagas. Ah! então suas palavras
produzirão fructos de vida eterna.
Minha filha, para fazer bem a uma alma é neces­
sario possuir a humildade, mansidão, amor e abnegação.
Sem estes tres caracteres sereis campanarios, que pos.
suem o sino e ouvem as badaladas dos sinos e nada
mais!
Oh! Almas queridas, quereis ser simples como vos­
so Deus? Sêde humildes, ma11sas e abnegadas, e vosso
Deus, que ama a simplicidade, será vosso Amigo. Vós
sereis o Meu Céo na terra, e no Céo cantareis os meus
louvores e os de minha amadissima Mãe.
JESUS, o simples e amigo das almas simples.
Pelas mãos de Marta.
9-12-1930.

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JESUS SE QUEIXA
Sua maior dôr

Minha filha, vou te contar uma historia verdadei­


ra, que muito vae penalizar teu coração .
. Aqui na Divina Eucharistia sou o a1vo das flexas en­
venenadas, que meus filhos atiram, só porque commetti
o crime de os amar até a loucura!
O cor.ação do homem, pequeno e mesquinho, não
pÔde acrea.1tar que um Deus se reduza a tanta humil­
dade .e qüe fique dia e noite por amor delle em· tão es-
treita prisão 1
· .Eis porque muitos se atiram sobre mim como o lo­
bo faminto sobre a ovelha docil e obediente! Sim, o co­
r.ação do homem, cheio de paixões e de vícios os mais
degradantes, não póde comprehender que um De.us to­
do poderoso ame a tal ponto de se esconder em uma
pequena partícula!
Ah! não comprehendem estes corações que o amor
tudo póde, quando este amor vem de um Deus todo po­
deroso. Sim, se o amor de _ uma fragil creatura é capaz
de fazer pelo amado de seu coração grandes sacrüicios,
oh! o que não posso Eu que sou todo poderoso, sendo
meu amor infinito?
Para comprehender-me neste divino e sublime mys­
terio, é necessario ter um coração grande, puro e hu­
milde; Os orgulhosos, os deprav.ados, ah! para estes é
impossível a comprehensão, para estes é loucura dizer­
lhes que um Deus Eterno sabia e poderoso está nos
vossos altares.
Amados filhos, quantas flexas envenenadas recebo
no meu delicado e puríssimo Coração destes homens
sem fé, cheios de orgulho e que negam a minha presença
real neste augusto Sacramento!
A estes podeis lhes applicar as tristes palavras, que
Eu um dig. tive de dizer: ó corações impedernidos e ce­
gos, antes não tivesseis nascido! Sim, porque quem não
come desta vianda celeste, melhor lhe fôra não ter .nas­
cido, porque de que vale nascer para se condemnar?
ô almas queridas, Eu fiquei comvosco, _ para gue nas
vossas afflicções e nas vossas dôres tivesseis um amigo

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e um balsamo para curar-vos. E o homem o que faz?


Procura tudo e encontra nada, porque tóra de mim tudo
é vaidade e fumaça que se esvael
E eis minha maior dór, estar no meio de vós e vós
não me procurardes! ó almas queridas, dilatae vosso
cor.ação, fortificae vossa fé e vinue, onde está. vosso tu­
do que sou Eu, vosso Deus. Vinde, se quereis encontrar
do que vosso coração precisa e sente necessidade. Sem
mim não tereis alegria, paz e felicidade completa. Vin­
de, vinde com fé e confiança a esta mesa à1vina, onde
desejo d.ar-vos paz, alegria perfeita, tranquillidade e re­
pouso. Ah! só neste coração amigo encontrareis repou­
so, encontrareis alegria perfeita! o mundo e os homens
com toda sua bondade não podem vos contentar! Vós
fostes feitos para mim, portanto fóra de mim só en­
contrareis dôr, angustias, desesperos e a morte eterna!
Que não seja Eu o alvo de vossos corações impeder­
nidos, mas, sim, que seja Eu o vosso prazer, a vossa ale­
gria e a vossa felicidade neste mundo, para sel-o eter­
n.amente na mansão da gloria.
Não sejaes, amados filhos, corações mesquinhos, in­
capazes de acreditar que um Deus vos ama tanto. Dila­
tae os vossos corações e acredita.e, sem jamais duvidar,
que Eu, vosso Deus, presente na Divina Eucharistia vos
amo infinitamente, e porque vos amo infinitamente es­
tou neste Divino Sacramento.
Para um Deus Creador nada é impossivel, tudo pos­
so porque vos amo, e porque vos amo tudo posso.
Jesus, Rei do Amor, pelas mãos de Maria.
11-12-1930.

PRESIDIO DE AMOR

Que silencio, Senhor!


Sim, minha filha, aqui neste presidio voluntario es­
pero ancioso as almas de boa vontade para as enrique­
cer com os meus dons.
Almas queridas, vinde a mim que por vosso amor

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aqui · estou para vos dar meu Coração! Almas minhas,


creadas por amor, não quereis meu amante Caraça.o·?
Ah! não Me quereis dar o vosso coração cheio co­
mo é de paixões, para as fazer desapparecer neste fogo
de meu amantíssimo e ardentissimo Voraçaoi' O amor,
que Me consome, tudo póde, ape::.ar de estardes cne10.':i
de paixões e de imperfeições. O fogo de meu amor con­
some vossas imperfeições, porque l!.iu dou-vos o meu va­
ração! Quereis, amadiss1mos fllhos do exilio, possuir um
coração compassivo, misericordioso, puro, humilde, ab­
negado, emfim, minhas virtudes·? Ah! creio que todos
tendes boa vontade e tendes santa inveja de quem é
boml Se quereis porém ser s·emelhantes a mim, pedi-Me
meu Coraçao, Eu vol-o dou; é por este motivo, que es­
tou aqw nesta pnsao! .l!,;Stou aqui para mudar vossos
coraçoes. �uando anelei na. . terra d.LSse: Aprendei de
IDJ.ID. que sou manso e hunuide cte Coração, ago1·a vos di­
go mais, deste presidio: Pedi-Me meu Voraçao; a mi­
nha vontade é vai-o dar. Sim, fllhos queridos, Eu vol-o
dou com alegria. E' por amor que tuao taça, nada por
força. O amor Me tez descer à terra, é ainda o amor que
vos consagro, que Me 1az prisioneiro neste sacrario.
Oh! filhos queridos, como desejo mudar vossos co­
rações! Dae-me, d.ae-lVle vosso coraçao para poder dar­
vos o meu ... Oh! o meu e tão com! .t.:' tao aoce meu
Coração, é tão puro, tao humllcte, tao compassivo, ta.o
delicaao, tão amoroso! Como sao .teilZes aqueiles que
tém a felicidade de Me dar seu Coraçao I Neste mundo
já experimentam as doçuras d.o Paraíso! ó vos, espo­
sas queridas, que deveis captivar os corações dos pec­
cadores para mim, tendes necessidade de meu Coraçáo.
Ah! só quando Me tiverdes dado o vosso sem reserva, é
que Eu vos darei o meu. Então realizareis os meus de­
sejos em vós, e tereis prehenchido o grande titulo de
Missionarias de Jesus Crucificado. Sim, filhas queridas,
é com o meu Coração que podereis conquistar os pecca­
dores. Não vos esqueçaes disto, debalde trabalhareis si
não tiverdes meu Coração. Oh! vêde-Me aqui nesta pri­
são só para fazer-vos felizes. Dae-Me, por piedade, to­
das as vossas vontades, todas as vasas preoccupações,
emfim tudo que possa perturbar vossa alma e vosso co­
ração. Porque perturbar-vos? Não sou Eu o Esposo
amantissimo que deu a sua vida por vós? Não sou Eu
o Pae carinhoso que vos tirou do nada? Porque entao
ainda vos preoccupaes? Ah! bem mostraes, com isso
que ainda não possuis meu Coração! Vêde os meus· ver-

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- 74-

dadeiros servos, como não se preoccupam, nem no meio


d.os tormentos os mais ignominiosos, porque elles pos­
suem meu Coração.
Almas que quereis ter parte no meu reino, jamais
vos irriteis, porque quem se altera com seus irmãos não
possue o meu mans1ss1mo Coração. Vêde como Eu ja­
mais Me encolerisei, apezar de ter occ.asiões tantas, e
apezar de ter um corpo humano, que sentiu as huniilha­
çoes e as dôres as mais atrozes. Ah! jamais Me irritei
com a brutalidade dos algozes, antes sempre os descul­
pei no meu Coração e junto do Pae das misericordias.
São bem patentes aos vossos corações as minhas pala­
vras proferidas no alto d.a cruz: Pae, perdoac-lhes, por­
que não sabem o que fazem. Ah! filhos queridos, almas
minhas, que por meu Sangue fostes resgatadas, ouvi por
piedade até onde chegou a minha mansidao. Cravado
em duro madeiro, cotoado com agudíssimos espinhos,
com a alma angustiada, com minha Mãe Dolorosissi;ma
angustiada por Me ver morrer como um malfeitor, e
com os algozes a vomitarem blasphemias as mais hor­
ripilantes, e Eu dizendo: Pae, perdoae-lhes, porque não ··
sabem o que fazem.
Oh! procurae gravar bem na vossa alma est,e lu­
gubre quadro, no qual a mansidão de vosso Deus· pede
perdão para os inimigos voluntarios! !. . .
Meditae, meditae por instantes vosso Jesus no ál­
to da cruz a pedir ao P.ae perdão e a desculpar os algo­
zes!!. ..
Ohl almas que Me quereis seguir, que Me quereis
imitar, não quereis revestir-vos desta mansidão para
captivar os corações para vosso Deus, que por · vosso
amor aqui está dia e noite, nesta dura prisão? Oh! sim,
Eu bem sei que desejaes meu Coração. Sim, Eu bem o
sei, porisso deixastes as vaidades do mundo. Des­
prezastes as suas mentirosas promessas, para conquis­
tardes meu Coração. Ah I o meu Cor.ação é vosso desde
toda a eternidade, porque antes de existirdes �u já vos
amava, Eu já por vós tinha morrido no alto da cruz.
Vêde, filhos amados; como meu Coração é amoroso e
amavel. .. antes de existirdes já vos amava!
Ah! imitae-Me, dae-Me depressa vosso coração, pa­
ra Eu vos dar o meu, e ver-vos felizes como Eu o sou.
Eu, sou feliz porque sou a propria felicidade, soli o Deus
bom, sou todo bondade; não quereis ser, vós, felizes co­
mo o vosso Jesus? Sim, filhos meus, que a bondade de
meu Coração não Seja inutil para v�s. Sêde bons, por_-

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- 75-

que este é meu desejo; o meu desejo é que sejaes bons


para serdes felizes.
A bondade, a mansidão, a caridade, são as virtu­
des pelas quaes vos conhecerei como meus filhos.
Tudo isto, filhos meus, alcançareis, dando-Me sem
· reserva o vosso coração.
Dae-Me, dae-Me depressa, filhos queridos, todas as
vossas vontades, por amor, e Eu, por amor, vos darei
··meu Coração, pelas mãos de Maria; e pelas mãos desta
. Mãe bemdita, vos dou a minha santa bençam, deste
presidio de amor.
Jesus Eucharistic'o.
24-1-1931.

AS MINHAS HUMILHAÇOES SÃO


A VOSSA FORÇA

Queridas almas minhas, criadas por amor e por


amor res·gatadas, escutai um pouco, por piedade até
onde chegaram as humilhações de vosso Jesus, que
tanto vos ama.
No caminho do Calvario não encontrei quem Me
ajudasse a carregar a cruz por amor, nem por compai­
xão,. sendo a cruz tão ignominiosa por ser só carregada
pelos malfeitores! Extenuado, sem forças, cahindo a to­
do momento, os soldados temeram que Eu não chegasse
ao cimo do Calvaria, e eis, almas queridas, que escolhe­
ram Simão Cirineu para Me ajudar; mas, ó humilhação,
elle se envergonhou de Me ajudar! ...
Almas queridas, parai um pouco, meditai o Deus po­
der.osissimo, sapientíssimo, o Deus bom, em tanta hu­
milhação 1 Uma pobre criatura, criad.a por amor, se en­
vergonh� de Me ajudar! ...
A,hf vós, que abandonastes o mundo com as suas
vaidades, entrai em .vosso coração e perscrutai se tam­
bem não vos envergonhais de Me .ajudar muitas vezes?
Ah! jamais, jamais consintais em tal tentação.
Quando Eu vos chamei, vos disse: Vinde a mim, deixai

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as preoccupações do mundo, vinde ajudar-Me a car­


regar a cruz, não por força, mas, sim, por amor.
Direis, almas queridas, que não comprehendeis por­
que assim vos falo. Si deixastes o mundo com tanta ge­
nerosidade, como agora vos haveis de envergonhar de
Me ajudar? Ah! Eu vos digo que vos envergonhaes de
Me ajudar, quando temeis a humilhação, quando dese­
jaes que vossos trabalhos sejam louvados e, quando fi -: ,
caes agastados si os vossos superiores, em vez de vos lou­
var, vos dizem que podiam vossos trabalhos serem fei­
tos com mais perfeição. Ah! quando ficaes agastadas,
em verdade vos digo estaes vos envergonhando de Me
ajudar a carregar a cruz que vos entreguei, quando vos
chamei á perfeição! E se carregaes a cruz censurando,
fazeis como os soldados que procuraram Simão para
Me ajudar, não por amor, nem tão pouco por compaixão,
mas, sim por temor de que não chegasse ao cimo do
Calvaria, para mais Me martyrizarem! ...
Por infelicidade ha muitos corações no mundo que
assim procedem! Envergonham-se de mim, não querem
Me confessar diante dos homens! ... Mas, vós que dei­
xastes o mundo, jamais vos envergonheis de carregar a
minha cruz, lembrae-vos que, quando soffreis com ale­
gria, estaes Me ajudando a carregar a cruz, que tantos
homens ingratos, todos os dias, com as suas libertina­
gens, põem em meus hombros!
Oh! almas queridas, as minhas humilhações são a
vossa força. Sim, se meditardes bem o quanto Eu fui hu­
milhado, tereis força para supportar, por meu amor,
humilhações as mais vis, até a propria morte, se meu
Coração bondoso, dignar-se proporcionar-vos tal mercê!
Oh! desejae, como Eu desejei e os meus santos de­
sejaram, ser pelos homens desprezados. Não é nos ap­
plausos que Me encontrareis, mas, sim, nas humilhações
da Eucharistia, e mais ainda, nas humilhações de meus
servos. Vêde, essas grandes almas calcadas e espezinha­
das pelas calumnias as mais vis; vede-as despojadas de
tudo, desprezadas!
Oh! é nellas que Me encontraes. Entrae, por instan­
tes, em corações assim esmagados, o que vedes? Ah!
amor .ardente, humildade profunda, pureza angelical,
zelo ardentíssimo pela minha gloria. Sim, onde está a
humilhação Eu ali estou e onde estão os applausos Eu
não estou. Os applausos, almas queridas, não são para
este mundo, mas, sim, para a mansão celeste.
A minha vida foi toda de humilhações, desde o pre-

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-77-

septo até o Calvaria e continúa até o fim dos seculos,


e·m todos os sacrarios da terra f Aqui, escondido debaixo
de uma simples especie de pão, continúo a dar-vos o
exemplo de mansidão e humildade. Oh! almas queridas,
grande é minha humilhação neste sacramento: Escon­
der minha gloria, meus divinos esplendores em um po­
bre tabernaculo, e ainda entrar muitas e muitas vezes
em corações nogentos, cheios das paixões, as mais vis ...
E Eu Me sujeito a tudo, e tudo faço por amor, e acho
minhas delicias em habitar comvosco, porque é por vos­
so amor que soffri tantas humilhações, é por vosso amor
que dei minha vida, é por amor que assim vos falo.
Razão tenho de vos dizer que minh!J.s humilhacões
são a vossa força. Sim, almas queridas, se Eu não fÓsse
tão humilhado, os meus servos não teriam força de sup­
portar tantas ignomínias, até .a propria morte!
Oh! almas minhas, vós como h'lveis de adquirir tal
forç.':t? Ah! Eu vol-o digo; é meditando a minha vida des­
de o presepio até o fim dos seculos. Meditae, mas meditac
bem. A vossa vida não deve ser outra a não ser medi­
.t!J.r na minha vida. Si trabalhaes, lembrae-vos dos meus
trabalhos, que por vosso amor supportei. Quantas hu­
milhações nos meus trabalhos apostolicos! E vós que fos­
tes chamadas a fazer o que Eu fiz, quanti.s' occasiões ten­
des para praticar ·a santa humildade! Ah! quant':l.s oc­
casiões tendes de ser como Eu tratadas de loucas e como
creaturas sem senso! Dir-vos-ão muitas vezes que que­
reis vos fazer de prégadoras do Evangelho, que isto a
vós não vos compete! Ah! filhas queridas, respondei­
lhes com o sorriso nos labios: Sim, somos loucas de amor,
somos prégadoras deste amor não amado, porque não é
conhecido 1
Ah! se fizerdes de minhas humilhações o vosso pão
quotidiano, quantas almas Me dareis, que forç.a não te­
reis no vosso olhar, nos vossos labios; todo o vosso ser se­
rã revestido desta força mysteriosa, não comprehendida
pelos homens de mâ vontade. Fazei uso deste pão amar­
go e doce! Amargo em si, doce porque converter-se-á em
doçura na mansão celeste.
Oh! almas queridas, quereis ser santas, quereis rea­
lisar em vós a minha santíssima vontade, alimentae-vos
todos os dias com a santa meditação de minha vida hu­
milde. Procurae-Me na humilhação e não no Tabor, pro­
curae-Me no presepio, na humilde e.asa de Nazareth, no
Gethsémani, no caminho do Calvaria e no humilde sa­
crario .. Ah! em verdade vos digo que se assim fizerdes,

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cm breve tempo tereis galgado a montanha da perfeiçao. ·


Procurae, almas queridas, conhecer a fundo minha
humildade e minha mansidão, e Eu vos prometto, em
pouco tempo tereis realisado os meus desejos. Quàes. são
os meus desejos? Que selaes santas, assim como Eu o sou;.
Sêde perfeitas, para isso aqui estou para vos· ajudar.
· ·
Pelas mãos de Maria.
Jesus Eucharistico.
25-1-1931.

CONSOLAE AOS QUE CHORAM E EU


VOS CONSOLAREI

Vinde a Mim todos os que choraes neste exilfo, que


Eu vos alliviarel.
Filhos queridos, desejo-vos mostrar meu compassivo
Coração, para que vos chegueis a Mim sem temór. Quan­
do andei no exílio, quantas lagrimas enxuguei! A quan­
tos corações attribulados consolei! ...
Eu Sou sempre o mesmo, semore comoassivo, sem­
pre misericordioso. Aqui desta prisão. continúo a minha
sagrada missão de consolar os que choram!
Amadissimas Esposas, eis a vossa sagrad·a missão:
Consolar os que choram! Quantos corações mergulhados
no lodacal de suas paixões! O remorso ."l triturai-os! Po­
bres, infelizes e desilludidos dos enganadores prazeres do ·
mundo. gemem e choram! E quem serâ aue. com nii'p.ha.
Mansidão, vae dar consolo a esses corações? Vós sois as
escolhidas por meu Coração compassivo, nara continuar
minha s.g,grada missão no mefo do mundo infeliz, que
geme e chora seus desvarios! Sim, vós. queridas almas,
com o meu amantissimo Coracão, consol:areis tantos in­
flizes, mostrando-lhes o caminho da felicidade. dizendo..;
lhes que Eu sou Pae amanttssimo que sabe oerdoar!
Como é doloroso oara meu Coracão ver tantos filhos
longe de meus carinhos e a chorarem! Quem os ha-de·
trazer a Mim? Sois vós que os haveis de trazer a· Mim.
não mostrando-lhes o inferno, mas, sim, o meu divino

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Cor.ação; sim, este Meu Coração, ardente de caridade e


desejoso de fazer o bem!
Eu aqui estou neste Sacrario para dar em abundan­
cia os thesouros inexgottaveis deste meu Coração.
Agora, queridas esposas de Meu Coração, para que
possaes cumprir tão elevada missão de trazer as almas a
Mim, oreciso é que o zelo pela minha gloria invada vosso
coração e todo vosso ser. Para que possaes adquirir este
zelo ardente, necessario é Que comnrehendaes o quanto
Eu soffri por vosso amor! Ah! Amadissimas esposas, para
vos abrir as portas do Paraisa não tinha necessidade de
soffrer tão ignominiosa morte. mas ou!z soffrer tanto,
para accender em vossos corações o zelo pela minha glo.
ria! Ah! Quem não se sentirá com vontade de me fazer
conhecido, depois de ter considerado o quanto Eu soffri
neste exílio?
Esnosas queridas, desejo-vos :mostrar hoje como Meu
Coracão é compassivo. Quando um peccador, reconhecen­
do su::1. malicia, contricto vem aos meus pés, a pedir-me
perdão, ah! que scena com movedora! Abraço o peccador,
o aperto contra. meu Coração e lhe mostro que sou Pae,
oue está prompto a perdoar, e a preoarar-lhe um gran­
de festim, que o cobrirá de vestimentas oreciosas, que
porá no St!U dedo o ant=!l de alllanc.!¼! Vêde. esposas mi­
nhas. como meu Coracão é todo misericordia! Ah! mas
a maior parte dos homens não conhece esta misericor­
dia, esta bondade infinita!
Tenho suscitado na minha Igreja tantos anostolos
de minha misericordia. mas nem todos foram comnrehen­
didos como deviam ser: porém, em verdade vos digo que
as obras feitas sem amor, não dão fructos de vida eter­
na! S6 o que é feito por amor produz cento por um.
Queridas esposas, a Misericordia vos reconciliou com
a divina Justica. Eu sou todo misericordia e desejo que
vós assim sejaes. P:1ra isso aqui estou no meio de vós pa­
ra dar-vos meu Coração compassivo. Infeliz da minha
esnosa que sahir desta vereda. e que me quizer fazer co­
nhecer pelo rigor! Ah! queridas esposas, Eu sou todo
Amor, todo Misericordia, e quem auizer vir a Mim por
outro caminho, muito terá que soffrer, -pora\Ie está fóra
do meu caminho aue é todo Amor. Contemolae-me desde
o oresenio até o Calvaria e o aue vêdes? Só Amor. só Mi­
sericordia. Quando o bom ladrão olhou para Mim e Me
disse:_ "Lembra-Te de mim quando estiveres no Teu rei­
no", Qual foi a minha resposta? "Hoje mesmo estarás
Commigo no Paraisa!"

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Não vêdes nisto um excesso de misericordia? ! Ago­


ra Eu vos pergunto, se assim procedi com o bom ladrão,
porque não procederei do mesmo modo com todos? Ohl
Almas que duvidaes e que vos chegaes a Mim com temor,
vinde a Mim com confiança, Eu sou todo compassivo; por.
todos vós dei minha vida, por todos vós estou aqui.
Almas queridas, minhas confidentes, quando no de­
sempenho de vossa sagrada missão encontrardes almas
cheias de temor, dizei-lhes o que Eu vos digo a vós. O
que é que Eu vos digo? Vinde. vinde a Mim todos os que
choraes, que Eu vos alllviarei !
Slm, amadissimas esposas, noite e dia estou aqui
nesta prisão, e porque? Ah! Porque vos amo infinitamen­
te, e por este Amor vós deveis dar vossa vida.
Consolae os que choram e Eu vos consol.9.rel.
Pelas mãos de Maria,
Jesus, todo Amor.
27-1-1931.

A SCIENCIA DAS SCIENCIAS


No livro de dua's paginas

Falae, Senhor, que a vossa serva vos ouve.


Escuta, filha, o que te vou dizer, vou te ensinar que
a seiencia das sciencias é Me amar.
Ensinae-me, Senhor. vós bem sabeis que nada sei;
tende de mim compaixão.
Quanta bondade, ó meu Deus, tendes usado para
commigo.
Vendo minha ignorancia, vos compadecestes de mim!
Oh! Senhor, como sois caridoso, a vossa caridade é infi­
nita! Em troca disso, que vos darei, ó. meu Deus? Ah!
miseravel como sou. n.ada tenho a não ser miseria!
Lembrei-me nesta hora que tenho a minha vontade, que
desde ha muito vos pertence, porém, como gostaes de ver
as almas renovar esta offerta, els, Senhor, que hoje, mais
um.1 vez vos dou, para sempre, meu coração!

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Agora, Jesus, podeis falar, se fôr de vossa santisslma


vontade.
Minha filha, vou-te ensinar em que consiste a ver­
dadeira sciencia e onde se a adquire.
A verdadeira sciencia, como já te disse, consiste em
Me amar de todo o coração e com todas as potencias da
alma; porém, onde se adquirirá esta sciencia?
Os grandes sabias do mundo adquirem a sua scien­
cia nas grandes universidades, esforçando-se multo, es­
tudando dia e noite, recebendo lições de seus profes­
sores; porém, a outra sciencL�, a mais importante, a mais
necessaria, não se adquire nos livros deste mundo. Onde
se adquirirá, então, esta sclencia? Em que livro a encon­
trarás? Vou te dizer: Num livro bellissimo, que contem
apenas duas paginas, um� vermelha e outra branca. Es­
te livro nem a todos agrada, porque a sua apparencla é
um tanto .aspera; pois antes de abril-o e medital-o, cau­
sa pavor!
Vou te falar claramente: Este livro sou Eu mesmo.
E quem te está falando, é teu Jesus e Jesus Crucificado.
Ninguem se presuma do contrario; quem não Me conhe­
ce no Gethsémani, na Prisão, na subld� do Calvaria, no
alto do Calvaria, na Sepultura, na Eucharistia, não pos­
sue a verdadeira sclencia - o amor.
Amada filha, o segredo das almas generosas, das al­
mas heroicas, está em se aprofundarem n.o estudo deste
livro tão curto e tão bello!
Ah! convido aqui a todos os filhos der exilio, que de­
sejam a perfeição e querem Me dar almas, que todos os
dias abram este livro belllssimo, e ao menos por um quar­
to de hora meditem nesta sua primeira pagina verme.
lha! Oh! então todos vós aspiraes a perfeição, em ver­
dade vos digo, não caminhareis nesta via, antes voareis!
Se ha tantas almas que commungam todos os dias e
são tão fracas na virtude, é porque não abrem este li­
vro! Oh! quem será indifferente, depois de ver o quan­
to Eu padeci, quem se negará a fazer um sacriflclo, de­
pois de ter contemplado o qu.�nto Eu Me sacrifiquei?!
Quem Me negará um copo d'agua, depois de Me ter
contemplado no alto da cruz, a exclamar: Tenho sêde!
Quem não se fará meu apostolo, depois de Me contem­
plar por tres horas agonisando em uma dura cruz I Ah!
quem ficará indifferente ás minhas palavras de compai­
xão no alto da cruz?! Ah! em verdade vos digo, se os ro­
chedos se partiram e o sol se escureceu, será que o cora­
ção dos filhos queridos não se com.moverá?! Ah! não,

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- 82 -

não ha cor.ação que não se commova á vista dos meus


tormentos!
Podeis, folhar todos os livros que quizerdes, porém,
se não folhardes este, em vão trabalhareis, sempre se­
reis almas fracas na virtude; foi por este motivo que
quiz tanto soffrer, sim, para vos mostrar o meu amor;
de modo que vós, vendo até que ponto Eu Me sac.rlfi­
queo, vos animasseis a soffrer e a sacrificar-vos pela
salvação das almas.
Quando é que um coração mostrn. a outro que o ama?
E.' quando por elle se sacrifica. Não é nas palavras que
consiste o amor, nem tão pouco nos ardores do coração,
mas, sim, no sacrificio. Eis porque. vos digo, que se não
conhecerdes o quanto Eu Me s.qcrifiquei por vosso amor,
não oodeis adquirir a verdadeira sciencia - o amor.
ó almas queridas, todos .os amantes do Calvaria fo­
ram heróes de virtudes.
Ah! em verd.qde vos digo, aauelles que medltR.rem to­
dos os dias na minha Sagrada Paixão, estes serão gran­
des e conaulsta:::-ão muitas almas: serão mansos e oossui­
rão a terra. isto. é, os cor.qcões aue Me darão: serão pu­
ros. serão 11,umildes e conquistarão os corações os mais
depravados! ...
Não auerejs vós tambern ser destes heróes da virtu­
de? Ah! slm, F.u bem o sei oue desei:=i.es arnentem-l"nt.e;
entã,o. vos convido a Me conternnlar no Calv::i.rio e w1 Eu­
char;stia, a segunda pagina branca deste livro.
Sim, eis o vosso livro divino, onde .'lnrenrlereis a vPr.
dade;ra sciencia. o amor: e amando-Me tendes !:'lrlriuirldo
tudo, poroue amando-Me sereis c::i;nazes de_ snffrer oor
mim, assim como oor vós Eu soffri: amando-Me novoa­
reis o meu reino; poraue auem Me ama. Me rl4 almiut
ó vinde, almas auerldas, a esh divina Escoli:t. Est.'3.
Escola narece rim tanto austéra ! Ah! não vos 1lludaes,
ella é tão doce. o mestre é tão delicado!!
. Alrn:�.s queridas, por oieçlade não vos llludaes, não se­
reis sR.ntas se não aorendérdes neste livro.
Comecae a anrender letra oor letra. n�o quP.iraes
anrender tudo em um dia: primeiro anrendei as letr:,i,s.
denois soletrae e fin::i.lm:ente o lereis correctamente. Ah!
auando lerdes corr.ectarnPnt'P. jâ tereis galgado quasi to­
do o mnnte ri� vossa OP"l'felr.ão.
Vinde. vlnde a esta Escola na.ra um dia terdes a ven­
tura dP. bri1ho:i.r como o sol no reino do amor.
Pelas mãos de Maria.
Jesus, Rei de amor. 3-2-1931.

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COMO DEVEMOS INTERCEDER PELOS


POBRES PECCADORES

Meu Salvador, meu M_estre, meu Tudo, outra vez ho­


je tenho a ventura de vir aqui junto de vós, neste divi­
no Sacramento, neste altar e por meu amor encerrado
neste Sacrario tão pequenino!
Que ventura é a minha, Senhor! Como sois bondoso
em acolher-mel ó Senhor, um monarcha da terra se en­
vergonharfai de me acolher em seu palacio, e vós, que
sciis o Rei dos rels; não vos envergonhaes de me acolher
e. de me falar com tanta caridade! ó Senhor, me cha­
maes de filha! de esposa! Senhor, como não vos enver­
gonhaes de mim, sou tão pobresinha; não sou digna de
me receberdes em vossa. audiencia 1
ó Anjos, ó Santos da Patria querida, "A Mansão Ce­
leste" agradecei a Jesus por mim, por Elle me acolher
com tanta benevolencia, como se eu fosse uma prin­
ceza!
. Jesus, o doce e caridoso Jesus, por ver-me tão des­
prezível aos olhos do. mundo é que usa, para commlgo, de
tanta. bondade!
Como Jesus é differente do espirita deste mundo!
Elle acolhe aos mais desprezivels, aos mais pequeninos,
com mais carinho de que os homens deste mundo que
possuem o esolrito do mal!
Quanta bondade meu doce Salvador I E em troca de
tanta caridade eu me abandono nos vossos braços amo­
rosos, porque sei que não me rejeitaes: para me attra­
hlrdes. até vós é que ficastes nesta prisão de amor.
Falae. agora, Senhor, o que no outro dia me expll­
castes: Como gostaes de ver as almas c'<l.ridosas, rezando
como vós rezastes no Gethsémanl.
Aqui estou, eis aqui a vossa mendiga, dae-me, Se­
nhor. a esmola de vossa Divina Palavra.
Minha filha, não é aos que se têm por sabios que Eu
Instruo, mas, sim, aos que reconhecem sua nullidade, é
que Eu costumo instruir no meu santo amor.
Vou te ensinar, como deves ser carlt.�tiva. para com
os pobres peccadores, assim como Eu o sou. Eu desci ao
mundo pela escada da santa caridade, e ao Céo tornei a

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subir, depois de ter p:atenteado aos homens que Eu era


todo misericordia.
Quem comprehenderá minha misericordia, o meu de­
sejo de fazer o bem? E' por este motivo, que te vou expli­
car como deves interceder pelos· pobres peccadores, e não
só por estes, mas tambem pelos que desejas que sejam
santos, porque uma alma, que deseja ser perfeit'l., me dá
mais gloria que milhares de almas, que não aspiram ã
perfeição.
Minha filha, quantos homens beneficiados· por meu
amor, uns pela fortuna, outros pela sabedoria, outros
com uma saúde robusta, outros emfim beneficiados com
uma longa enfermidade, conforme a minha santisslma
vontade, porque os caminhos da minha misericordi:a são
diversos! Agora, escuta minha queixa dolorosa: Milhares
destes beneficiados não se lembram de, nem siquer por
um acto, me agradecer tantos beneficias. . . e ainda si ao
menos não me blasphemassem! ...
E agora, Eu te pergunto, alma querida, hei de aban..:
danar estes filhos que me custaram tantos tormentos?
Dei.xal-os-ei morrerem á mingu."3. por causa de sua ce­
gueira? Ah! não, como Pae que sou de infinita caridade,
tenho de proporcionar-lhes occasião de os beneficiar, e é
por este motivo que te desejo ensinar como deves fa­
zer, para que Eu possa derramar, nos seus ·corações en­
durecidos, a graça delles poderem um dia se converter!
Quem assim fizer . como Eu te vou ensin:ar, em verdade te
digo, possue os meus sentimentos. - Quando pela ma­
nhã accordares, lembra-te de quantos peccadores se es­
quecem de me saudar, e então que has de fazer? Deves
dizer: ó meu Deus, quantos corações não se lembram de
vós, ó Deus de amor, que desejaes a todos beneficiar e não
podeis, porque elles vos fecham a porta! ô meu Deus,
a minha oração não é só por mim, mas é principalmen­
te por elles. Eu vos louvo em nome de todos os que não
vos louvam. Vêde, ó meu Deus, que elles tambem vos lou­
vti.m, pois elles não vos louvam porque vivem na 1gno­
rancia, mas eu, ó meu Deus, quero supprir a sua falta.
Eis, como deves. fazer pela manhã ao .accordares.
Quando tiveres a ventura de vir aos pés do meu altar;
lembra-te que aqui estou por todos, onde quotidiana­
mente numero limitado me visita! Então que deves fa­
zer, alma querida?
Ah! em teu coração deves accender o amor . condo­
lente por tantos filhos, que não têm esta tua dita e pros­
trada ante mim, em teu coração diás: ó meu Deus,

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aqui estou em nome dos peccadores, e em nome delles


vos peço perdão. Vêde-me, Jesus, aqui, como um pecca.­
dor, castigae-me a mim que já vos conheço, dae-me, Se­
nhor, o castigo que elles merecem, é em nome delles que
me arrependo, é em nome delles que vos visito. Vêde,
ó meu Deus, que por mim elles vos visitam. Ah! Se­
nhor, elles merecem o inferno por causa de seus desva­
rios, porém, eu indemnizo a sua caus.a, o castigo que el­
les merecem dae-m'o a mim.
E' assim, que deves interceder pelos pobres peccado­
res, visitar-me em nome delles e em nome delles pedir­
me perdão, para que seus corações se abrandem á mi­
nha graça.
Minha filha, apresenta-te a mim, em nome delles di­
zendo-me: - ó meu Deus, não me trateis como filha
dilecta, porque quero soffrer pelos peccadores, porisso
diante de vós estou como grande peccador.
Esta é a verdadeira caridade: esquecer-se para pen­
sar nos que ainda não têm a ventura de Me amar. Quem
não pensar nos seus irmãos que vivem no peccado, ainda
possue bem pouca luz e não Me comprehenderá no Ge­
thsémani? O que Eu fiz alli? Puz sobre meus hombros
os peccados de toda a humanidade e apresentei-me ao
Pae para expial-os. Esta deve ser a tua oração diante de
Mim. Sobre ti deves recolher todos os peccados da huma­
nidade e dizer-me: Senhor, castigae-me, porém não cas­
tigueis os culpados com o inferno! Minha filha, quando
qulzeres rezar por umi peccador especialmente, deves ,fa­
zer o mesmo; sobre t torna seus crimes e apresenta-te a
Mim cheia de confusão e confiança, pedindo misericor­
dia. O mesmo deves fazer pelos que não aspiram á per­
feição; as suas imperfeições Me deves apresentar para
Eu queimai-as no fogo sagrado de meu amor. Assim de­
sempenharás a· grande missão de dispensadora de mi­
nha misericordia; porque, se indemnizas a.s dividas dos
peccadores, um dia elles se salvarão. Tudo isto deves fa­
zer em· união . commigo. Fazendo �-ssim, rezas como Eu
rezei. Quem deseja canbl.r os meus louvores, o convido
primeiramente a ter compaixão de seus irmãos que vi­
vem nas trevas; e os louvores que mais Me agradam são
os sahidos de um coração compassivo, pouco adianta
louvar o -meu santo Nome, se este mesmo Nome não o
desejam ver louvado por todos os corações.
Oh! Almas queridas, que um dia Me lerdes, não se­
jaes egoístas, não me desejeis só para vós, sêde carido­
sas; se Me quereis contentar, intercedei por vossos ir-

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mãos, porque os amo como a vós; desejae que todos Me


louvem, que todos sejam santos. Ah! por piedade, nào
Me faleis só de vós, quando vierdes aos pés do meu. AI-.
tar, falae-me delles tambem, Eu os amo tanto! Assim
como um Pae gosta de ter noticias do filho ausente, as­
sim tambem Eu gosto que Me faleis dos filhos ausentes,
dos que vivem longe de Mim; gosto que Me lembreis seus
nomes, gosto que Me peçaes perdão por elles, que os des­
culpeis na minha presença, gosto que Me peçaes esmola
p.ara elles, gosto que chegueis perto delles. e que lhes di­
gaes: Estive com Jesus e Jesus te enviou um pedacinho
do seu Coração, Elle me disse que te espera anciosp pa­
ra te abraçar! E' assim, almas queridas, que o vosso Je­
sus deseja que façaes. Sêde caridosas para com os po­
bres peccadores, como Eu sou para comvosco; é por esta
caridade que vos reconhecerei no dia das contas.
Sêde, diante de Mim, Anjos intercessores e Eu o se:­
rei por vós, ante o Pae.
Pelas mãos de Maria,
Jesus.
6-2-1931.

COMO CONSOLAR A JESUS NOS DIAS


DE CARNAVAL
. .
Esposo amantíssimo de minha alma, que ventu��- p_o­
der fitar-vos nesta Hostia. Santa! Vós me convidaste�·-ª
vir aqui ante o vosso altar, porisso aqui estou alegre e
contente · para ter a ventura de poder vos fitar nesta
Hostia S·,mta! Sim, I?ivinal Esposo, é para que vos v�ja
que, nestes tres dias de carnaval, sahistes de vosso es-
conderijo!.
Dizei-me que quereis que faça para vos dar reparação
por tantos peccados, que se commettem nestes tres dias
de devassidão?! Falae, Senhor; apesar de minl:la fraque­
za, confiada na vossa infinita misericordia, e.spero cun1;­
.prir a vossa santissima vontade.
Ouve, filha, Eu, sou Jesus, o Rei da Gloria, que deste
throno de humildade- te fala! Neste ostensorio fecha.do,

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apenas vês uma hostia redonda e branca; porém, em tão


humildes especies se esconde o Rei da Glori.a, que a seu
serviço tem milhões de anjos. Perguntaste-me o que de­
ves fazer nestes tres dias, em que o inferno se levanta
para cravar meu Coração, fazendo tantas victimas?
A primeira consolação que Me vaes dar nestes tres
dias é a de confiar muito, mas muito, em meu Coração,
porque da alma confiante posso faz_er o que Eu desejo.
A segunda consolação que Me has de dar é de co­
piar de meu Coração a santa mansidão, a fina flôr da
santidade, porque o coração manso Me dá muita conso­
lação. Na m'il.nsidão Eu faço minha, morada, nos cora­
ções mansos habito como no Paraisa, e jamais saio de
um coração que possue esta. tão fina flôr, porque esta
flôr innebria meu Coração.
A terceira consolação que Me has de dar, nestes tres
dias, é prometter-Me, para sempre, gostar, á minha imi­
tação, de soffrer pela conversão dos pobres peccadores.
A quarta consolação, que Me has de dar nestes tres
dias de devassidão, é de te alegrares sempre nas humi­
lhações e desejal-as como Eu as desejei, para mostrar-te
que te amo. E' na alegria. das humilhações que vejo o
teu amor para commigo.
Agora, filha minha, é preciso que Eu te descortine o
meu Coração ferido, para que te compadeças de mim
nestes tres dias de perdição !Digo-te, em verdade, que a
lança de novo traspassa meu Coração de lado a lado!
Quantos peccados de impureza! E' o demonio da luxuria
que nestes dias impéra, e quantas victimas elle· não ·faz!
Quantos perdem a sua innocencia para mais· tarde virem
a cahir no inferno! Que farás, então, para que estes in­
felizes assim não succumbam? ...
Dae-me a· tua pureza, o candido lyrio de tua alma
e de teu coração, e por elles repara seus desvarios! Diz
ao Pae tjue por elles Me dás tua pureza e que tu indemni­
zas seus crimes; porém, como a offerta dada pelas crea­
turas, por pura que seja, é sempre imperfeita, Eu te con-
vido nestes dias a retirar-te commigo á solidão da pri­
são, onde nós dous sosinhos, vamos fazer unia grandiosa
obra: Offertar ao Pae, por esses infelizes filhos que mui­
to amo, o quanto Eu soffri na prisão, e na flagellação.
Não vejas nestes dias outra cousa .a não ser teu Jesus
e Jesus Flagellado, corôado de espinhos, a derramar san­
gue e tua alma genuflexa a offertar-Me o quanto Eu sof­
fri, para que Eu possa entregar á minha Mãe, dizendo­
lhe: ó Mãe do .Bello Amor, entrega a .meu Pae o meu

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sangue, os meus soffrimentos pelos infelizes peccadores.


Este vae ser o nosso trabalho: tu a Me offertares meu
sangue e Eu a entregal-0 á minha Mãe, para que Elia o
possa depositar ante o Pae, afim de receber o perdão pa­
ra os culpados. Os verdugos a Me flagellarem e tu a Me
consolar! . .. Que officio divino! E neste divino officio
quantas almas h.avemos de tirar das garras da luxuria?!...
Si Eu te peço reparação, não é porque Eu tenha ne­
cessidade de consolação, mas é porque os peccadores pre­
cisam ser indemnisados; tudo é em favor dos pobres pec­
cadores ... Eu sou a propria felicidade, Eu não preciso das
creaturas para ser feliz... se te digo que Me consoles é em
favor dos pobres peccadores, porque meu Coração deseja
dar-lhes em abundancia. Soffro nos meus membros, que
são os corações que Eu escolho para continuar a minha
paixão, emquanto houver um peccador a salvar. Eu não
posso mais soffrer, mas soffrem os meus escolhidos. Quan.
to mais peccados os homens commetterem, mais as al­
mas queridas· na minha Igreja militante têm de soffrer,
para com seus soffrimentos indemnizarem, ante o Pae,
seus crimes, porque o peccador merece ser odiado por
Deus; porém, quando a Igreja se levanta e pede miseri­
cordia, o peccador não é castigado, merece então o per­
dão, fica sua causa adiada e neste intervallo o peccador
.terá a ventura de se converter. Eis porque a reparação é
tão salutar! O peccador por si só jamais se converteria,
porém, com a petição de tantas almas, que na minha que­
rida Igreja tenho para impetrar mlsericordia, elle merece
o perdão.
Vêde como minha misericordia é infinita em favor
dos que Me offendem. Eu podia salvar os homens sem a
vossa cooperação, porém, a minha misericordia quiz vos
escolher, para que vós possaes ter no céo um gráo de
gloria maior, trabalhando para a salvação de vossos ir­
mãos. Fiz o homem cooperador nesta grande obra da
salvação das almas; sim, foi infinita a minha caridade
para que no céo possaes mais brilhar. Desejae, .almas que­
rida que Me escutaes, desejae como Eu salvar as almas
para brilhardes no céo ! Se aqui estou neste ostensorio e
nesta hostia branca é somente para salvar almas, não
para que Me consoleis, porque a minha consolação está
em salvar almas. Rezae, pedi, intercedei por todos os po­
bres peccadores, para assim diminuirem as dôres, as
agonias de meus membros que soffrem !...
Desejae ardentemente que o meu reinado se diffun­
da . nos corações dos homens. E' assim que Me consola-

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reis, é este o consolo que Me é agradavel. De nada vale­


ria o vosso consolo se nào deseJasseIS ditrunctir o meu
reinado. K por este motivo que estou neste throno de
nunuldade.
Quereis saber quem é que Me dá mais consolo? São
as a1mas missionarias, as aimas apostolas que Me d.t:!se­
jam ver nos corações d.e todos os homens. �stas, s1m,
que são almas noores, de sentimentos d.ellcados, estas !VJ.t:!
comprehenderam. Pouco valeria a uma alma que dese­
Jasse só par.a si a perreiçã.o, se na.o Me deseJasse ver em
todos os coraçoes. .t!.iSt.a, em verctaue vos a1go, poaera che­
gar a cahir no orgulho e na amb1çao e quantas se perde­
rão! Quem pensa so em si, seu amor par.a comnugo é
mesquinho, nao possue a minha caridade, esta caridade
que 1ez que, por amor de vossa salvaçào aqui esteja nes­
te ostensorio, fechado, até que o sacera.ote venha Me en­
cerar no sacrario.
Sim, almas queridas, sêde nobres, porque por filiação
sois nobilíssimas. SolS :tunas de .1:tei e esposas de Hei.
Tendes; portanto, que ser nobres, os vossos senti­
mentos devem ser nobillssimos par� não envergonhardes
o vosso Pae, o vosso Esposo que é Rei. Ah! quando en­
contro um coração que possue esta nobreza, em verdade
vos digo, este coração é meu paraisa, neste coração as­
sento meu throno e minha nobreza se irradia; e este se­
rá grande no céo, e trabalhará no céo até o fim dos se­
culos, emquanto houver um peccador a salvar.
Estas são as resoluções que haveis de tomar, vós to­
das· ó almas que tendes a ventura de Me lêr: sêde no­
bres, aspirae a esta nobreza de sentimentos para conso­
lardes meu Coração, para que Eu possa edificar minha
morada nos vossos corações. Sêde nobres e sereis santas;
não sejaes mesquinhas, fazei o que Eu estou fazendo, as­
sentae vosso throno na santa humildade e na pratica da
fina flôr das virtudes, na santa mansidão, se quereis na
realidade ser filhas do grande Rei e esposas de Jesus, Rei
Immortal da caridade e mansidão. Pelas mãos de Maria.
15-2--1931.

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COOPEREMOS Cül\iI A MISERICOHDIA


PARA NOSSA SANTIFICAÇÃO

Jesus ,Rei de misericordia, Pae compassivo, Esposo


sempre prompto a perdoar, venho aqui ante vossa pre­
sença adoravel, neste Divino Sacramento, primeiramen­
te, p.ara vos pedir perdão dos meus peccadosJ sim, muito
me pesa de vos ter offendido, ó meu Jesus, ainda, que na­
da sinta! Sensibilidade não tenho mais, mesmo assim eu
desejo ser santa e aborreço minhas iniquidades, porque
esta é a vossa vontade! Vós quereis que eu seja santa e
aborreça minhas iniquidades, porque esta é a vossa von­
tade! Vós quereis que eu seja santa, eu tambem o quero
ser, e para isso. hei de empregar toda minha boa vonta­
de, e esta alliada á vossa santissima Misericordia. Dizei­
me, ó Jesus misericordoso, o que devo fazer para reali­
zar este vosso desejo de alliar minha tão pequenina von­
tade á vossa infinita Misericordia? Falae, Senhor, por­
que tenho sêde da vossa palavra divina!
.f\.lma que Me escutas, ouve com attenção .a minha
palavra de misericordia.
A Justiça divina tinha de exterminar o homem da
face da terra e precipital-o no lagar por elle mesmo crea­
do, porque foi o peccado o autor do desespero e do sup­
plicio eterno. O homem foi creado por mim, não para o
inferno, mas, sim, para a patria celeste, para gozar . da
minha propria felicidade. Esta creatura, porém, creada
por .amor, deu ouvidos ao mal e no seu coração entrou a
iniquidade!
Agora, alma que Me escutas, reflecte bem no que te
vou dizer. A minha infinita misericordia vendo este amor
espesinhado e injuriado pelo mal no coração do homem,
ereado por amor, o que fez?
ó prodigio! ! ó maravilha!! Desce . á terra para
conciliar a justiça com a mlsericordia; e esta infinita
misericordia cobre-se com um corpo egual ao do homem
·•e:-.:cepto o peccado".
E no seio de uma Virgem purissima, o amor deu-Me
um corpo no qual i.'l soffrer as consequencias do pec­
cado; coberto com a capa dos peccadores, ia soffrer os
rigores da divina Justiça offendida!

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I
. . Vê, que não é pela justiça que foste resgatad.a., mas,
sit;n, pela divina e infinita misericordia. Agora que te fiz
·conhecer que não foi a justiça, mas sim, a misericordia
que te salvou, o que deves :f.azer para cooperar e alliar­
'te a ella?
A primeira condição, para cooperar com a minha mi.
sericordia é vir a mim, sem medo e sem temor. Se Eu sou
tão prodigo que desci á terra, tomando sobre mim todas
as vossas iniquidades, porque motivo vir a mim com te­
·mor.
. A segunda condição para commigo cooperar é reco­
nhecer-Me como Pae de infinita caridade, prompto a tu­
do perdoar, sempre que o coração se disponha á emen­
da. Tenho sêde de fazer o bem, e corações ha que nel­
les querem anniquillar-Me! Se criei o homem do nada,
não posso de um grande peccador fazer um grande
santo?
Sim, a minha infinita misericordia tudo póde. Vêde
tantos astros luminosos na minha Igreja, que, de gran­
des peccadores tornaram-se grandes santos. E porque, Eu
vos pergunto? Porque cooperaram commigo na minha in­
.finit.a caridade!.
Existe um erro gravíssimo em muitos filhos meus:
Oizem estes, eu não posso ser grande santo, nem aspirar
a tal, porque na vida passada comrnetti muitos peccados;
os que devem ser santos, desde meninos já o são. Oh!
cegueira do homem que assim fala! Quer, este que assim
fala, anniquillar-Me e limitar minha infinita caridade!
Ah! em verdade vos declaro, não h.a peccador que não
.possa ser um grande santo!
Os pecéados passados a uma alma arrependida, não
são obstaculo p.ara ser santa, mas sim, fontes de humil­
dade e fontes de reconhecimento, lembrando-lhe que Eu
usei para com ella de misericordia, descendo até ella e
rà.vando-a com o meu Sangue divino e purificando-a
com o meu amor.
Ninguem diga que não póde ser um grande santo,
porque commetteu muitas faltas, porque na vida pas­
sad� foi impuro e manchou sua honra com os peccados
os mais vergonhosos! Ah! não, a nenhum mortal é per­
.mittido assim falar; uma só cousa · é necessaria para se
.santificar, é boa vontade, sem a qual o homem não pó­
de se salvar; porém, o homem que tem boa vontade não
d�ve temer , nem duvidar de sua salvação e tambem de
.sua santificação. Eu desci para os homens de boa von­
tade, e quaes são elles? Os que ouvem a minha palavra e

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a põem em pratica, os que praticam a minha lei e os


meus conselhos. Uns se contentam só de observar a lei,
porem, outros aspiram mais alto e praticam esta lei com
perfeição nas pequeninas cousas. Estes serão chamados,
na casa de meu Pae, de servos fieis, que souberam apro­
veitar das pequeninas cousas para virem a mim. Nesta
segunda condição ficou dito, que, para cooperar com mi­
nha infinita misericordia, é necessario reconhecer-Me
como Pae misericordioso, prompto a perdoar e fazer de
um grande peccador um heróe de virtude.
A terceira condição, para alliar-se á minha miseri­
cordia, é usar de misericordia, primeiramente comsigo,
depois com o seu proximo. Como uma alma póde usar de
misericordia para comsigo, se ella é tão desprovida des­
ta misericordia e se no seu coração só existe a inclinação
para o mal? Onde buscar esta misericordia? Ah! Eu
vol-o digo, no Coração de Maria; Elia. vos mostrará o
meu amavel Coração e vos dirá: Vinde e vamos á fonte
inexgotavel, vamos sem demora a Jesus. Por que temer?
O Coração de meu Filho está aberto para vos receber e,
não com pesar, mas, sim, com alegria. Jesus não recebe
seus filhos com pesar, mas com grande regozijo! Porisso
porque temer, alma querida? Vêde, a misericordia de Je­
sus vos abraça e indemniza vossa causa! Por esta falta
Jesus já soffreu, só vos resta agora apreentar-vos a Elle
com humildade e confiança, e, quanto maior fôr a vossa
confiança, mais bella será a vossa purificação. Sim, almas
que Me escutaes, é Maria que vos mostrará melhor o
quanto Eu sou misericordioso e como deveis usar primei­
ramente de misericordia com ·vossa alma, para depois
usal-a com os outros.
Como usareis de misericordia com o proximo para
alliar-vos á minha misericordia? A medida desta, será
a medida da vossa união commigo, porisso será por esta
medida que vós recebereis a minha.
Se Eu por vós morri em duro madeiro, se Me ·revesti
de vossa natureza, tomando sobre meu delicado corpo e
minha candida alma os vossos peccados, qual deve ser o
vosso proceder, vendo o vosso Mestre adoravel ctar-vos
tantos exemplos?
Misericordia e sempre misericordia, quer dizer, per­
doar e perdoar sempre, consolar e consolar sempre aos
afflictos, morrer, se preciso fôr, para salvar uma só al­
ma, esta é a caridade, a misericordia que vim trazer ao
mundo. Salvar almas, 6 nobreza! Esta é •verdadeira ca­
ridade! Pouco valeria ou aproveitaria a um homem que

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fosse immensamente c:uidoso, se não trabalhasse, na es­


sencia da mesma caridade, que consiste em salvar almas;
e para salvai-as e captival-as a alma, que Me ama, exer­
ce todos os meios de caridade ao seu alcance.
Sim, almas venturosas, ao mundo dei a conhecer a
minha infinita miserlcordia. Que bella, que formosa é
esta misericordia, sem a qual o homem tornar-se-ia in­
supportavel a si proprio; porque o homem, que não pos­
sue o conhecimento de minha misericordia, vive em con­
tinuo martyrio, pois, elle mesmo é seu algoz!
ó almas que Me ouvis, mergulhae-vos nesta infi­
nit.9. misericordia, não olheis para vossos peccados. mas
sim, para minha misericordia, que tanto deseja vêr-vos
reconhecidas aos seus effeitos beneficos. ó todos que no
passado fostes infieis, não temaes. podeis ser santos e
grandes santos, se Me comprehenderdes na minha infi­
nita misericordia. Não vos deixeis levar pelos artificios
do inimigo que vos diz: Tu não pódes :aspirar a grandes
cousas, norque és um grande peccador ou o foste no pas­
sado! Ah! não offendaes minha misericordia, dando ou­
vidos a tal tent4ção! Todos vós peccadores e não pec­
cadores, podeis ser grandes santos, porque grande é mi­
nha misericordia, que deseja ver-vos a todos felizes. e,
ao meu lado para cantar o hymno bellissimo da divina
miserlcordla !
Tende boa vontade e atirae-vos nos braços amoro­
sos de Maria, aue Ella é Mãe. e como t,q.1 vos conduz ao
meu Coracão infinitamente misericordim;o, cnde Ella
vos fechará para sempre. Sêde todos de Maria, que Ella
é vosso thesouro.
Jesus. Pae de Misericordla, do Taberm1culo Santo.
Pelas mãos de Maria.
4-3-1931.

JESUS TINHA StDE E FOME DA


QUINTA-FEIRA SANTA

Oh! almas afortunadas, as que vos alimentaes com


minha carne santíssima!
O vosso Tudo, vosso Esposo amantíssimo, quer ho-

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je, desta prisão de humild-a.de, dizer-vos o quanto dese­


jei que chegasse este dia venturoso de quinta-félra san•
ta, dia de dôr e de amor 1
Neste dia, almas minhas, suei sangue e com elle ba­
nhei a terra! Neste dia, dei-vos a.maior prova de amor,
instituindo a Divina Eucharista! Sim, neste dia firmei,
com o meu sangue adoravel, testamento tão precioso e
jamais iguàlavel!
Neste dia, instituindo a Divina Eucharistia, dei-vos
a maior das provas de humildade! Vêde, almas minhas,
o vosso Deus a lavar os pés de uns simples pescadores,
par.-a. dizer-lhes, com o meu exemplo, que o Deus Eterrio,
revestido de natureza humana, não prégava a uhmilda�·
de sómente, mas a praticava! ,
Eis, que começo este bello festim com um acto he­
roico de humildade! Eis que ao ajoelhar-Me no chão, pa­
ra lavar os pés dos apostolas, os anjos, cheios de p_asmo,
exclamaram: Corno o Filho de Deus ama o homem?! Co�
mo este é caro aos seus olhos! Sim, na verdade, a vossa
alma é um nedaço de meu reino. e isto vos posso provar
com o ouP. disse aos anostolos: Quem Me amar guardará
minha o:1lavra e a porá em pratica, e Eu e meu Pae des­
ceremos a elle e faremos na sua alma a nossa morada;
portanto, onde o Pae e o Filho habitam, tem de ser céo,
aue
· nuer dizer. mor.ada de felicidade.
O céo é nossa morada e vós sendo nossa morada,
sois o céo para nós. Sim. estas oalavras nem a todos, por
infelicidade, as posso dizer! Muitos ha que, em vez de
ser nossa morada, são morada dos lmrnundos espiritos!
Vinde, almas minhas, ao Cenaculo, onde desejo mos­
trar-vos meu Coracão em vivissimas chammas de amor
oor vós! Vinde, e depois de bem Me contemplardes, cer­
tamente pódels exclamar: Jesus tinha sêde e fome deste
dia! ! Sim, direis, na verdade, o nosso Divinal Esposo ti­
nha necessidade deste dia. para manifestar-nos o quan­
to nos amava!
Sentae-vos aqui a meu lado. Como disse aos aposto­
las, vou lavar-vos. não os pés. mas a voss.a alma, que já
é toda minha. Tambem como Mestre. Esnoso e Pae estou
no meio de vós, e isto não é urna phantasia. Aqui estou
no tabernaculo de vossas almas e no Sacrario, como es­
tava no meio dos apostolas na noite de quinta-feira
santa.
Agora, afastaes de vossa mente toda preoccuoação
mundana. Escutae-Me, é vosso Mestre que vae primeira-­
mente dar-vos algumas licções de humildade!

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Filhas de meu Coração, desejaes corresponder a meu


grande amor, por vos ter chamado a viver na minha ca­
sa, não como escravas, mas como esposas, vivendo na vi­
da intima, a perscrutar os segredos de meu amavel Co­
ração? Quereis corresponder-Me? Vêde que é vosso Mes­
tre que vos está falando neste dia, que ha vinte seculos
falou aos apostolos com a sublime licão de lhes lavar os
pés! Quereis corresoonder-Me? Quereis corresponder-Me?
Quereis corresponder-Me?
Cinco vezes vos perguntei. Porque o vosso Mestre vos
peri;runti:t cinco vezes se quereis corresoonder? Mais tar­
de vos direi. e vos rHrei como a Pedro: Se correspondeis,
ide e levl'te a Boa Nova.
A Pedro disse. se Me amas anascenta as m1nhl'ts ove­
lh!'ls. e �. vns digo: Levae a Boa Nova, que Eu sou todo
misericord'-a!
· Cnmo õ<>vi>is cnrrPsnnnder, almas minhas. chamadas
a serrli>s minhas esoos!'l.s?
PrimPir!'lmente. antes r'IP inst.ituir a Divina Eucha­
rist1!'I. 1."lvPt os nPs dns annc;t.nlos ! OuP. nuer istn rlizer, pa­
ra vnc;? Dm�r rll7,P.r auP rlevP.ls SPr mnit.o humilrles.
MiTih!'IS filhas. a nrimefr!'I. cnnrlldi.o nara corresnnn­
dernP� á. irraca insiD"ne c'le sPrdes rhamlldas nara rninh.-:i.s
esnns!:lc; f'c o de sPrnP.c; humildes. _Vêde n11e é nest.e rttsi. me­
rnnr�v1>l m1P vnc; falo, com o meu exemplo, lavando os
pés nnc; anostolos.
17Pri"!. R nm� nnnt.o i;e h11milh.-:i. o Rei Immnrt.A.l da
Gln,-iA ! '1'!:!l,r<>7, rnnit.!:ls <'IP vns n::i.o sah�is nnrnue �u tnn­
tn Me h11milhe;? Fn1 n!'lra hnie vos di7.er: EsnMas ama­
d:::i.s. CA.l cq,e a vnsc;n nrPsumnc!'in. o vosso Esnnsn já
vn� J!lvnu os n.Ss! Sim. F.u vns lavPi os pés. hv.anrlo os
pés rios ::i.nost.nl os am!:!rlM. VênP minhll p-ranrlp rnisi>ri­
cor<'li.<t. La.viúvlo ns nés dns a.nostolos, lembrei-Me de vós,
oorcão nuP-rtda do meu rebanho. ô nés de meus anosto­
los. excl!'l.meL Eu vos lavo nara a uns dar exemnlo. co­
mo devPm estar llmnos. TI!'l.r!'I, Me re<'eberem na. S-:i.irr::i.rla
Communhiio. e nara á oorcão aunida aue semnre anda
com �.lm"I. lfvre de cnlna. mort,q.l, dar o exP.mnlo nA. irrn.n­
d"' hum11nAr1.e nne deve orn�.r sP.ns cnrarõ"'s ! ! Oh! ml­
nhA.s am-::idas F.snnsa.s. a h11mildariP. é muito mAl ro'l'l"\­
prehPntfirlq_ e menos nr,q_ti<"."l.da como vP.rrfan°1rArnPnte
cn,,TTP"1. Poucos são os santos. porque poucos são os hu­
mildes!,
QuPm é humilde go�ta de ser humilhado, ainda que.
muito lhe custe!
Quem é humilde procura a humilhação e deseja ser

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esquecido e tido por nada diante dos homens! Quem é


humilde não se irnnorta com o julzo dos homens! Quem
é humilde é obediente até a morte, corno Eu e minha Mãe
e os santos o fomos á vontade do Altissimo! Quem é hu­
milde aceita todas ,':l.s contrariedades da vida, como pre­
sentes preciosíssimos, enviados pela minha mão bem­
fazeja.
Agora. almas minhas, já vos falei como Mestre; que­
reis pronunciar a palavra consoladora para meu Cora­
ção: Desej,':l.mos, Senhor, corresoonder ao vosso chama­
do? Stm. r'!Pseiamos corresponder com actos de verda­
deira humildade.
En veio vossos coracões e perscruto até o mais in­
t!mo d� vossas alm:1s aue Me dizem: Sim, 6 nosso Es­
poso. deseiarnos corresnonder ás vossas f!neza.s cham.':l.n­
do-nns n::i.ra vossas esnosas. De ho.ie em diante havemos
n"' 1'-:i7. 0 r todo o posslvel para praticar a verdadeira hu­
mildade.
Arrnra chPP.'0U a. hora de falar-vos como Ec:;noso aman­
t1.c:;c::imn de vossas alm':ls, como vosso Pae dedicado e com­
passfvo.
Mon 1 bte. ec::t-:im.ns no CP.naculo!... NRnuelh. noite,
um s11eT1cio nrnfunrlo rP.inava. Pm rPr'lnr dR s!:!.la: aP.'ora
t:=tmhprn. vns ve1n sfümc1ns�s a MP esr.ut,Rr. VP.õe. naauel­
lP nia m.on r,nracão em trq:nsnortes de 1m.nt.a a.le«:l"l'ia. meus
olhns vnlt.,:i.c'lns nara o céo: com um nP.da.r.o ne u:'in na
rr,;::;o: ho1e r.om o meu nronrfo Cor::ir.�.o vos cU.e:n: Vêrie,
filhRs :eim:�dllc:::. acmi nas minha!'! mi'i.ns o m"'11 Cor�.l"i'i o.
'iTêne r.nmn Plle vns ama. e nm! chR.mm�s n rnõe•am! Es­
tas chl'l.mma.s são uma nalllrfa. demnnst.rRcão do amor,
aue n devor.�. por ver-vos aqui a ouvir-Me e a mandu�
car-Me.
Am::i.da.s de meu Cor::i.cão, ha vinte ser.ulos aue vivo
n.o mP.1n nos homens. norém elles ainda ni'io Me conhe­
c�m sufflr1Pntemente! Ao mP.nos vós aue Me manducaes
todnc::: os nta.s. tende comuaixão do meu amor, que dese­
ja diffundir-se em todos os coracões.
Dec::P1 o sP.r -conhecido. Os homens. indifferentes se
::i.nresent.'lm ã. minha mesa, comem-Me sem saborear-Me!
Elles não sabem aue Eu sou o Deus etern::i,mente ama­
vel e misericordioso; fazem uma communhão ás pres­
sas e não oerscrutam meu Coracão. ó vós. oorcão queri­
da, tende comnabi:ão das ch::immas aue Me devor:un des­
de a noite de autnta-feira. Fiauei comvosco ::i.té o ftm dos
seculos. não para ser desconhecido, mas. sim, nara ser
conhecido como Pae compassivo, como Esposo dedicado,

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sempre prompto a consolar, amenisar a dôr e satisfazer


os desejos dos que procuram prazer. Sim, só Sei dar o
verdadeiro gozo, só Eu sei alegrar verdadeiramente, só
neste festim os corações se innebriam de santo gozo!
Almas queridas, as chammas de meu Coração eter­
n':!.mente amavel não são para ficar encerradas no sa­
crario. No emtanto ellas estão no sacrario, porque não
encontro corações que as venham busc.':!.r. Sim, por pie­
dade, dae-Me corações de boa vontade. O que Eu não
posso, vós podeis com a vossa vontade, podeis ir atráz
dos aue longe se acham e lhes dizer: Vamos ao Taber­
naculo, onde está prisioneiro o Rei da Gloria, nosso tu­
do, nosso Pae. Vamos recebei-O, elle está ancioso á nos­
s::i. espera: Sim, almas minhas, vós podeis dar-Me cora­
cões, nos quaes Eu possa esvasiar as enchentes de meu
amor misericordioso.
E não desejaes tambem aquecer-vos na fornalh.':L des­
te Coração, que tanto arde por vós? Ah vinde pois. com
confianca, aue Eu por vós institui este Divino Sacra­
mento. A tanta humilhação por vós Me sujeitei desde a
noite memoravel em aue Judas Me profanou, ainda que
até o fim dos seculos tenha que encontrar tantos Judas,
aue hão de calcar .aos pés as minhas Sagradas Especles,
onde Eu estou tão real como na céo.
Vêde, tudo supporto para vos proporcionar occasião
de vos unirdes a mim, só oara que vós possaes fazer urna
só cousa commigo, como Eu sou uma só cousa com o Pae!
Almas minhas, oh! se Me comprehendesseis neste Di­
vino Festim, no qual podeis comer a minha carne e be­
ber o meu sangue 1
Os anjos não podem fazer isto e vós o podeis! Vêde
se ha felicidade igualavel a essa? Eu vossa comida e
vossa bebida! ô festim de amor! ô i�uaria inegualavel!
ô doce manjar! ô Pão de vida que gera santos!
Minhas amadas, mostrei-vos meu grande amor,
lembro-vos agora que delle aproveiteis bem; não des­
perdiceis o pão da vida. nem siquer um.a migalha não
deixeis cahir ao chão.
O grande dia se approxirna, em que a Santa Igreja
commernora minha santissim.a morte. Aproveitae deste
dia para fortificar vossas almas, tornando resoluções
sinceras de serdes verdadeiramente humildes, assim como
Eu o sou; de serdes almas confiantes, lembrando-vos que
se não confiaes, daes uma tristissima prova que não
correspondeis ao meu chamado amoroso. Que esposa in-

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- 98-

fiel aquella que não confia no esposo, que por ella deu
sua vida, não á força, mais, sim, porque infinitamente a
amava!
Sim. amadas de meu Coracão, estou certô que de ho­
je em diante haveis de corresponder fielmente a tanto
amor. Com os bracos abertos e com o Coracão ras,rado
pela ]:inca, espero amanhã vossas promessas de fidelida­
de eterna!
Desejei ardentemente que chegasse este dia para vos
falar!
Vós Me ouvistes e Eu vos abençôo pelas mãos de
Virgem Dolorosa.
Jesus, Pae e Esposo de infinita mlsericordia.
2--4-1931.

CONFIEMOS CEGA1\1ENTE EM JESUS

- Jesus onde estás?


- No s::i.crario minha filha!
- Porque estaP.s ahl dia e noite?
- Para te enriauecer e fazer-te santa!
- Que devo f�zer, ó Jesus, para aproveitar de vossa
presenca :idoravPl?
- Minha filh�.. deves entregar-te sem reserv::i. nos
meus hrl'lr.os e confiar cee:arnente em mim. Eu, como es­
poso dP.dicado. SP.i o aue te convem. nortl'l.nto. narlq, te­
mA.s. Ah! se conhece!':ses mlnhl'l eTl'l.nde c::i.rlõ!l.de. Tli:i.n du­
vidarias de mim nem um. tni:;t.imte. A nueni. duviõa de
mim é õimtnuida a nl'onrl!:1. e:lnril'I. :rio CPn. Si'IT'l. nã.o vês
o aue fiz cnm o nae de .Toão B�ntlsh? Elle flcnu rnurlo,
porn11e duvidou rl" m1nhi:i. n.l'l.favri:i.. O rnei:;mo fl'lco com
as Almi:is nue de J\tflni. rtescnnfti:i.m. ficam nll.l'�lvs�rll'I.S. não
c,:i.minhArn nq_ nerfP.1c1:in. norque com as suas desconfhn­
ças me fPr.ham a norta !
- St>nhor. e o nue rlP.VO f,:,7.pr nuando a tentação da
desconf;<>Tir.-=t b<>t."r no meu corA.rol:i.o?
- Minh� filha. nullnrlo sentires t�l. tent::lci:i.o. rPdn­
bra de confi�nca, lembrando-te nue nor teu amor morri
na cruz e fiquei aqui nesta prisão! E' só nas hor.'3.s de

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- 99-

lucta que conheço as almas que confiam; não é na bo­


nança que as almas mostram sua generosidade, mas, sim,
na lucta. Eu não vos provei meu amor no Thabor; no
Thabor vos provei que era Deus, porém, no Calvaria e
no Gethsémani da Eucharistia provo que na realidade
vos amo!
Aqui estou, Filha minha, para dizer-te com o meu
exemplo, que te amo infinitamente, e reconhecendo is­
to, faze tu o que já te disse, para corresponder a meu
infinito amor.
Teu Jesus do tabern.aculo.
Pelas mãos de Maria.
5-4-1931.

AMOR GENEROSO
Jesus, no Cenaculo vos ensina a soffrer
generosamente

Bemaventur.ados os que meditam na minha Paixão,


porque gloriosos sahirão um dia do sepulchro !
A vós todos que passaes por este exilio como Eu pas­
sei, soffrendo e fazendo o bem, vou hoje vos mostrar
· quão bom é soffrer neste valle de lagrimas !
Sim, bemaventurado aquelle que provar minha mão
misericordiosa na dôr !
Vinde, almas minhas, acompanhae-Me na via dolo­
rosa do Calvario. Desejo mostrar-vos como meus tormen­
tos alcan-a.çram para minha humanidade gozo indizivel,
e santificando vossas penas e cruzes, se as souberdes
unir âs minhas.
Sim, soffrendo tanto na vida dolorosa, dei ás vosas
penas e dôres valores incomprehensiveis, a vós, que ainda
por esta vida transitaes.
Vamos, almas minhas, ao Cenaculo, onde começou
meu tormento quando o apostolo Judas Me recebeu in­
dignamente!
Vêde tanto amor, correspondido por Judas, receben-

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100 -

do-Me indignamente! Em hora tão bemdita, meu Cora­


ção a transbordar de amor, em troca, recebo ingratidão
daquelle que se dizia meu!
Oh! almas minhas, meu Coração compassivo rece­
beu deste que se dizia meu, uma tal espada, que O atra­
vessou! Foi tanta minha dôr que os apostolas notaram
em mim uma profunda tristeza!
Sim, na verdade, fiquei triste por ver o pobre filho
Judas tão endurecido, não querendo ouvir meus chama­
dos amorosos.
Agora, almas amadas de meu Coração, em troca de
tanto soffrer o que será que ganhei? Quem sabe mui­
tas de vós que Me escutaes não o sabeis sufficientemente
ou não sabeis applicar a vós mesmas o que vos é tão ne­
cessario!
O que ir::i.nhei pela ingratidão de um Judas? Ganhei
o amor ardente do apostolo virgem. Vendo-Me elle em
tanta tristeza, lançou-se nos meus braços, dizendo-Me:
Mestre, eu te amo".
Agora vos pergunto: Foi só isto que ganhei por ter
soffrido com mansidão a ingratidão de Judas? Ah! não,
amados de minha alma; soffrendo com tanta mansidão
a ingratidão de Judas, ganhei a vossa generosidade nas
horas em que vós, fazendo o bem como Eu fiz, recebeis em
troca ingratidão dos que vos são caros, como Me era Ju­
das!
Ganhei só isto? Ah! não, amados meus. O pobre Ju­
das. deixando meu Coração em tanta tristeza, este Co­
racão, sabendo calar-se, isto é, sabendo soffrer J?anhou
para si gozo tndizivel · no Re1no Immort:=tl da Gloria!
Porém. o aue desejo frizar bem é que o maior gozo deste
Coracão. é porque alcançou para vós gozo inexplicavel:
sim. todas as ingratidões que os homens vos derem, aqui,
na mansão de paz para vós serão mel dulçuroso!
Oh! amados meus, corno vosso Deus, é sapientissimo
e caridoso! Soffrendo com mansidão e pactencta. não só­
mente alcai,çou para sua humanidade gozo indizlvel, m'ls,
ainda deu ás vossas penas e ás ingratidões que soffreis
valor immenso !
Oh! se Me comprehenderdes, direis commigo: ó Se­
nhor, quão bom é soffrer ingratidões, santificadas pelo
Deus sapientissimo e infinitamente caridoso. para serem
o instrumento de purifiracão de nossas almas!
Am::inos_ rle minha alma, auant!ls vez�s ctiz�l!-: tal
ingr::1tidão não oosso suoportar, isto é demais doloroso!
Ah! por piedade, vêde vosso Divinal Esposo na hora

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em que institue o Divino Sacramento do Altar, receben­


do em troca um sacrileglo ! O que disse Eu, amados que
Me ouvis? Olhando para o que Me ia trahir, com ternu­
ra indizível, o chamei, o convidei para que abandonasse
seu intento, que lhe ia custar tanto preço; não para
poupar-Me, mas, sim, para poupal-o da morte eterna!
Meus olhares amorosos, minhas palavras che!as de com­
paixão não demoveram seu coração! . . . Elle morreu na
sua dureza de coração!
Amados de minha alma, soffrendo tamanha ingra­
tidão de um apostolo podia dizer: Eu, isto não posso
supportar! Ficae sabendo que meu Coração ·era mais sen­
sível do que os corações reunidos dos filhos todos!
Sim, meu Coração foi sensibllissimo á medida do
amor, porque meu amor não endurece o coração. Ah!
não, meu amor é delicado e não grosseiro; quem possue
meu verdadeiro amor ha de ter, como Eu, um coração
sensível; pois tal sensibilidade não é defeito, mas, sim,
resultado de meu amor. Quem não possue minha cari­
dade, não é sensível á dôr de seus irmãos.
Sim, amados de meu Coração, sendo meu amor infi­
nito para com Judas, infinita foi a dôr da sua ingrati­
dão! Porém, porque a supportel? Por amor, para con­
quistar aquella alma, para lhe fazer o bem!
Aos que dizeis que não tendes !orça de suportar a
ingratidão, porque vós não haveis1 de a supportar como
.l!:u supporte1 ·1 O que vos falta'? 1' orça? Ah! não é possí­
vel; força tendes! O que vos falta, vou vol-o dizer: amor
e generosidade; é isto que vos falta, amados meus. Aos
que dizeis que não tendes força de supportar muitas ve­
zes uma leve desattenção, posso dizer, em verdade, vosso
amor por mim é bem pouco, e generosidade não pos­
suis!
Amados de minha alma, lembrae-vos que as ingrati­
dões que vos ferirem o coração são instrumentos de per­
feição; por piedade não as regeitels; fazei como Eu fiz
no Cenaculo; cumulae de berieficios aos que taes pre­
sentes vos derem; lembrae-vos nestas horas da patria
amada, em vez de ficardes agastados, a dar azas ao amor
proprio, ao orgulho, que sempre nessas horas toma con­
ta dos corações- que dizem, tal ingratidão não posso sup­
portar ! ...
Sim, lembra.e-vos que vosso Deus, apesar de ser Deus
soffreu humilhações sem conta, ingratidões tantas e tu­
do suportou por vosso amor e generosamente!
Sim, lembrae-vos do dia da resurreição, do dia do

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gozo. As ingratidões da vida são breves e os gozos da im­


mortal mansão são eternos! Sim, lembrae-vos que vosso
Deus assim quiz soffrer para dar-vos exemplo e com o
exemplo a força necessaria para vós supportardes com
generosidade as penas da vida.
Lembrae-vos que a medida de vosso gozo na man­
são da paz será a medida de vossa generosidade. Se não
fordes generosas, daes uma triste prova de que não Me
tendes amor. Pela vossa generosidade os homens conhe­
cerão que Me amaes; pela vossa generosidade os anjos
Me dirão: ó Deus, como esta alma vos ama, como soffre
generos:a.mente por vosso amor! Sim, amados meus, é pe­
los fructos que se conhece a arvore e não pela apparen­
cia bella da arvore ! Se não fordes generosa::: sereis como
arvore frondosa, que não dá fructos!
Sim, amados de minha .alma, e os fructos Eu os de­
sejo para vosso proprio bem!
Tudo podeis supportar com a minha graça e sem el­
la nada podeis, portanto, se vos sentirdes sem força, vin­
de a mim qne sou força e generosidade.
E' para vos dar força que tudo supportei, para hoje
vos poder dizer: Tudo podeis com a minha força, por­
que tudo o que soffrerdes por meu amor, vos dará gozo
indizivel. Eu tudo soffri por ·vosso amor, e hoje os an­
jos do Paraisa louvam meus tormentos porque á minha
sagrada humanidade deram tanto brilho.
Sim, tambem vós um dia haveis de dizer: ó penas,
ó ingratidões soffridas, nós vos louvamos, porque hoje
servis para tanto gozo!
11-4-1931.

O VALOR DE MEU SANGUE DERRAMADO


POR AivlOR

Amigos meus, desejo hoje falar-vos do meu Sangue


adoravel, derramado por vosso amor na flagellação, na
corô.ação de espinhos e no alto da cruz.
O valor deste Sangue Divino não é sufficientemente ·
conhecido por vós! E' necessario portanto, que o conhe-

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- 103 -

çaes para que com proveito possaes fazer uso delle.


Amigos meus, quantas vezes vos vejo a choi-ar as
vossas nusen:-1s, porem, poucas vezes a medir.araes que,
pe1as vossas m1ser1as e peccaaos, a.errame1 o meu l::iangue,
e que este l::iangue esta aqm a vossa a1spos1çao no sacra­
me11lio uo a1{,ar !
lq!uanta 1gnorancia reina no meio de vós! Se em vez
de vos J.as11101araes tanto, v1esse1s com te e connança aos
pes ae meu a1tar e Me receoesse1s com as dev1aas ruspo­
s1çoes, quao bom sena para vossas almas, que v1vem agi­
tauas por 1aua ae reIJ.exao ae vossa parte!
A11ugos ae meu '-,Oraçao, se connec:esseis o valor de
uma so goua de meu Sangue, ja nes{,e mundo preilba­
neJ.s a paz ae meu t.:oraçao, amda no me1O das vossas
provaçoes!
• Lnna só gotta de meu Sangue tem um valor infi­
nito! Agora amados meus, se nao derramei uma só
gor,r,a, mas, toao o meu ::sangue, qual nao aeve ser o seu
va1or ( ! .I!.' vos rmposs1ve1 comprenenaer quanto vale o
meu .sangue .L)J.vmo; a1mas ha, porem, que experrmen­
tam o seu vaJ.Or.
veue quaui;as almas santas hoje no paraiso Me lou­
vam e 10.LaJ..u pw·uicauas com. o meu .t".rec10:so bangue!
&mas 4.ue v1vtus 111,.i.1.uei;as a pJ.·ocura ae paz, por­
que lJ.au weu1t.aes no va1u1· ae meu oangue uJ.vmol
J.-.u.o :st:Jaes 1ngrar.os; vo5, ao mei:10::; que sois meus
am11:,u:s, na.o 1v1e u..::.s tao graúu.e pe�c:1..r, vus que 1v.Le re­
ct:oe.Ll:i touos o.s a.as! la,!W:LULas ve�t:ls ouço, ae pessoas
qut! Me receuem quo1i1u1anamente, esi;a uo10rosa queixa
··nao tenno paz, Jesus se esqueceu ae m1m!"
.t'ergw11,o-vos, 1Hno meu, noJe pe1a n1anhã não en.
trei no r.eu coraçào't
S1m, entrei porque te queixas então? Ah! Posso di­
zer: na maior pane destes que se queixam que sentem
aoanaono, a cu1pa nao e mmna, pois ,t;u 1a1O e elles nao
escutam, porque fazem uma communhão as press.as,
sem re11exao no grana.e e subllme acto, que estao pra­
ticando!
Portanto quem assim procede como póde ouvir a
minha vóz, que só é ouvida pelos corações desprendi­
dos de todo o creado e de si mesmos, corações que sa­
bem Me dar as primícias de seus actos. Sim, a estas al­
mas falo, ainda que não lhes dê consolações, porque a
consolação do coração, que Me ama, está em tudo fazer
por meu amor.
Amigos meus, despertae, meditae que é por vosso

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amor que derramei todo o meu Sangue. Não vivaes


mais em tanta ignorancia. Lembrae-vos que ainda que
tivesseis peccados, como areias têm os desertos, uma
só gotta de meu Sangue é o sufficinete para apagar
todos os vossos crimes. Mais ainda: Uma só gotta de
meu Sangue é capaz de deixar vossa alma mais alva
do que a neve e mais resplandecente que o sól!
Porque haveis de Tos lastimar, se tendes thesouro
tão precioso e capaz de vos lavar a todo instante?
Filhos meus, não sejaes ingratos para commigo. O
que diria vosso pae se fosse millionario e vós fosseis po­
bres, e, em vez de vos chegardes a elle, passasseis tome
e andasseis a vos lastimar com os vossos amigos! O que
diria este pae? Diria o que Eu vos digo: Filhos ingratos,
que não querem crêr na minha amizade e nada que-
rem Me pedir 1 •
Vinde, portanto, a mim, que sou este Pae riquís­
simo, que tem um coração infinitamente caridoso e que
deseja dar em abundancia seus thesouros !
Não procureis nas creaturas a vossa paz, procurae
aos pés do Taber:naculo, onde estou presente com todo
o meu Sangue, prompto para vos ser dado, exigindo
uma unica condição � boa vontade.
Vosso Deus, que vos abençôa pelas mãos purlssimas
de minha celeste Mãe - Via a confiança. Do Reino da
Misericordia.
4--7-1931.

AS DIVINAS ESMOLAS

Amados filhos, amar-Me é o primeiro dos manda­


mentos, porém, não vos posso dizer que cumpris este
mandamento, si não amardes ao vosso proximo como a
vós mesmos.
Vou hoje carissimos filhos, falar.vos do amor, que
deveis ter ao vosso prox.lmo, o qual vos obrigará doce­
mente a dardes a esmola sagrada, que sou Eu mesmo.
Bemaventuradas são as almas que se constitulrem dis­
tribuidoras de mim mesmo! Eu sou o Pão descido do

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- 105 -

Céo, Eu sou o Favo de Mel, Eu sou o Nectar que dá for­


ça e vigor, emfim Eu sou a Vida, Eu sou o Tudo!
Amados filhos, quando estava proxima a minha su­
bida aos céos, formei uma sociedade e nesta sociedade
edifiquei minha Igreja, a qm!.l permanecerá até o fim,
apezar da besta de sete cabeças, que, sendo os sete vi­
cias capitaes, contra ella vomitar as mais horrendas
perseguições. De Cephas fiz a· primeira pedra, dando­
lhe o nome de Pedro, que quer dizer pedra; e sobre es­
t,9. pedra construí a minha Igreja Militante.
Desejando dar-Me a todos, por meio do homem,
chamei para esta Igreja, corações de boa VQntade, dan­
do-lhes o poder de Me d':l.rem todo a todos. Eis que, cha­
mando os primeiros discipulos, dei-lhes o poder de per­
doar peccados e de Me darem como alimento, por meio
do admiravel Sacramento da Eucharistia.
Oh! filhos meus, como são bemaventurados os co­
rat:ões que, ouvindo meu chamado se constituem distri­
buidores de Mim mesmo! Oh! alma Sacerdotal, como és
admiravel! Os Anjos não pódem fazer o que tu fazes!
Tu Me pódes dar a comer aos corações de boa vontade!
Como é sublime tua vocação! Porém, amados filhos,
abundante é a mésse e poucos, por infelicidade, são os
operarias, , poucas são estas almas bemaventuradas!
Quem remediará este mal! Quem ajudará estes bema­
venturados?
Apresenta-se aos meus olhos a figura da mulher na
qual palpita um coração criado para ser Mãe!! Mas co­
mo? Todas são destinadas ao matrimonio? Sim, ao ma­
trimonio divino!! A mulher possúe um coração nobre, e,
par.a provar o que vos digo, vêde a Veronica rompendo
o tumulto para limpar minha Face Divina! Que signi­
fica esta Veronica? Esta Veronica significa o coração da
mulher até o fim dos seculos, limpando minha Face
Divina, ultrajada no coração dos pobres peccadores!
Esta corajosa mulher, sem medo e sem respeito huma­
no, rompeu a turba e chegando-se a Mim limpou-Me a
face, e os soldados e povo que Me seguiam, vendo a sua
coragem, attonitos nem siquér ousaram dizer-lhe pa­
lavra!
Oh! filhos meus, ainda hoje continúo a encontrar
destas mulheres fortes e que, sem respeito humano, vão
rompendo as turbas para limparem os corações dos po­
bres peccadores, onde minha Divina Face é esbofetea­
da e ultrajada!
E' para este ponto, que hoje desejo chamar a vos-

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106 -

silo attenção. Disse-vos no começo que todas as mulhe­


res 1.t::m Uill coraçao materna1; s1m, porque as que nao
suo c1.1.r.1.u1auas a conr.rarn.rew awança com as creatu­
r... s, ::;ao c11amauas a cou1,nuurem awança comnugo. o
i..JLVJ.llU Ut::ó:>,lJUSUJ."lO! O llid.l,UJ..UOn.1.0 aum..ravel no 4.u.al
Si;i.U 1;;1::rauus u.uws ,11ara a J en.1sc:1.1em lie.1esr,e ! Como e
au1u.u·avc:1, a Joven que asp1.ra a esr,e nou1·e iaea1, mae
ué auuus! Vau.LOS aa.1· conu::!tO as .u.1vmas .l;!;Sn104as, as
quat:s ::.""o aaua.s po.r es1,es cu.1·açues ma1,e.rnos, nus quat"s
::.u se ,.ua11ur.1. a cc:1.nua1..1.e ! .uu,.1.a o a_poi:;i:.010 allld.UO:
··J.Jeus cur,ius esr/'. l::hm, .l:!.iu sou toao canuaue, e eis que
no cU!'..l.�ao ue.:;1,as mac:s so se an.1nna canuaa.el
.ti CúJ."lUaue, canss.Lll1os ninas, apaga a mu1tidáo de
peel:,J.u.v... .c.u u.....s1::: - .h.yuew::1 lJ.Ue u..:.r um covo a.e agua
e.ui 1.ueu l"\IOllle, nao flcara sem recompensa! c.,iual naó
::.1::.1.a. a J.t:cu.u.LJ:-'1::ui:;a ua4.u1::ue que, em Ve:6 ue u.ar un1 COJ:-lC
u· ...õua, uc.1.· a illd.•l:> r.1.ca, a ma.LS prec10.sa a.as ei:,1n01as, que
suu .&.:.U. J.Ut::.::iuJ.Ul .c,.:;1,a .1:.iSJ.llOla U.1.V.úl.,i:I, nao Ut::Si:l.!JJ:)i:W"t:Ce, es­
ta .t:.:smu.1.c.1. .u.1. vwa e e 1,1::n1.a 1 \olUe e esta .l!.smo.1.c.1. t .l!.l:> 1,a .i:.is­
ruu•d. t:: a 11::uc..u.iiu.e t:1,t::rna! .I!. que1u nao ue.::it::Ja a 1euc1-
CA,;1.u.e t:Lt::L".LJ.a t: &UJ.1c.1.uui:, 1.1.wos, o nu111eJ..U anua .so em uus­
ca ue u..:.Lil-�S1,u.1.·, ut:: .1.euc..ucl.ue e ue pa.z. v eue o poure
1).1."ULu.nu.1.uu uu :seu .l.ilUu.1::.::.1,u 1.,1:auawo o .lJi::t.O para SUd. 1e-
11l,.u...uc t:: 1J1,u1-e:s�a.r ue ::.ua. vuure nai.\.u:e:l.a., que prec.isa.
UI;! iJ..U..1..1.lçJ.ll,U. \1 eut::, 1.:iiJ."J.IS::»illlUS lJ.illO.S, 0 ncu llé1;,Uc1auu.o
:s�u u.uu.Lc•.1.u va.1.i::t. 4.uc t:ue ,lJU.SSd. ::,e lHUJ.1,J..i,.)ll.Ci::t..1.· e puut::l"
na. :iUd. Vcil1.ce Lt:J.' o uecel:>Si::t.UO p.a.ra seu uem.estar. �)J.m
tuuu .1.::.1,0 e uc11,u e ue'/e se lii:l.t::r; von:m os .uo.1.ue11s sein
u1::u:i Ji.1.J..L1u.1.:. 1:,u:6à.Hl ue paz e ue ue111-ei:,tar; 1au,a-1nes a
r.uul..l.li::t. 1:,.1.c:J.1_:a, .1.,":l.11,a-1111:ls esLe a11rueni:,o a1v.1.no, un1co que
ua a It::Hc,u.aue completa.
.t.:i.s, auuc.1.::; geue1u:sas, que aqui vos chamo a attenção.
l1'a1tart::1i:; vus, curn o voi:,so co1.·açào mai,ernal, neganuo­
lht:::. a 1.JJ.Vlll.a .t.smola a.o connec.uneni:,o ae .1v.um mesmo'/
uni ge.nl;!1·osi::t.S mads, que vos cuns�11,u.LSc.es esposas a.e vos­
::;u .Jcu.�, cunc:spunueuuo ao meu cnarnauo, veue que tan­
W:i humens 5emem e cno1·am, po1·que nao t,.1.veram um
cu..-"'�""u ue :u.......e, que lhe::, ens.l.[).a:;:;e que a :te11c1ua.ue esr,a
L:,u ... t:: u.11 .....r, J:-JU.1.\1 ue ew .1vJ.e awa.auo uoo1-rece-.se o pec­
cauo, a L:<1.usa un.ca ci.a desgraça cio homem.
Amados filhos, os operarios sao poucos, a mésse é
abunuanussima e os looos disiarçados se apresentam no
meio das ovelhas, para arrebanhal-as para a perdição.
Eis, portanto, fühos meus, a necessidade de coadjutores
de meus caros ministros. E onde encontraremos estes coa.
jutores'i Como já vos disse, n.a mulher generosa, na mu-

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- 107 -

lher virtuosa que, desprezando as vaidades do seculo, sa­


be como a Veronica romper o respeito humano e ir atráz
dos peccadores, dando-lhes a esmola de Mim mesmo. ó
felizes Veronicas que, não temendo os insultos, nem .a
propria morte, sabem dar-Me a quem é pobre de Mim.
Filhos meus, quando vêdes um pobre todo esfarrapa­
do á vossa porta, se vos commove o coração, vendo-o em
tão Lastimoso estado, com as faces macilentas, denotando
fome! Dizeis: - Como me commove o coração este po­
bre, este desherdado da sorte!
Porém, filhos meus, ha pobres mais necessitados do
que estes, são os pobres peccadores que, além de serem
pobres de minha graça, ultrajam, com seus crimes, o meu
Santo Nome! Porém, como a alma não é visível, poucos
são os que delles se compadecem! Oh! filhos meus, a po­
breza espiritual, a alma, r.asgada pelos crimes, perecerá,
isto é, será lançada nas trevas, onde ha fogo e ranger de
dentes, gritos de odio e terror, dôr sem fim! Oh! como é
terrivel a pobreza dos infelizes peccadores! Não vos com­
padeceis de sua miseria?
Filhos meus, compadecei-vos dos pobres peccadores,
sêde generosos, auxiliae os distribuidores de Mim mes­
mo, auxiliae os meus ministros, auxiliae a estas almas,
Veronicas, que fostes por Mim mães de todas as almas!
Oh! sim, filhos meus, todos podeis auxiliar os pobres
peccadores, uns dando a esmola da sua oração, outros
auxiliando com o que lhes foi dado pela Divina Provi­
dencia, para assim facilitardes o desenvolvimento da dis­
tribuição das Divinas Esmolas.
Oh! trabalhae todos, almas de boa vontade, nesta
distribuição divina, e sereis bemaventurados. Sim, ainda
que tivesseis commettido peccados, como grãos de areia
tem as praias, ser-vos-ão perdoados, porque a caridade
apaga a multidão dos peccados.
Todos que tiverdes um coração nobre, dae aos pobres
pecca.dores a Divina Esmola, que sou Eu mesmo.
Jesus Crucificado, que a todos se deu no alto da Cruz
e que a todos recebe com os braços abertos.
Pelas mãos de Maria,
Do Throno Sagrado da Misericordia, a Cruz.
Via - a Confiança.
28-9-1931.

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TODUS FOSTES CHAMADOS AO


13Al\QUETE

Amados filhos, que tram;üaes por este exilio, todos


fostes chamados pela minha infinita misericordia, para
participardes das igudrí.3.s do banquete divino.
ô deliciosas iguarias, como não sois conhecidas ...
pois tantos são os que de vós não participam!
Amados meus, vejo-vos sedentos de felicidade e po­
risso atráz della correl.s com tanta avidez! Quanto mais
correis, mais longe fugis áesta felicidade almejada e pa­
ra a qual fostes creados!
Onde então encontrareis esta felicidade para a qual
fostes creados'? No banquete divino, que vos preparei
Quinta-feira Santa, quando celebrei com os meus amados
discípulos a Paschoa. Nesta casa bemdita, transbordan­
do em amor, este mesmo Amor operou o mais estrondo­
so dos milagres, a transubstanciação, onde meu Corpo é
dado no que ha de mais commum, o pào, para lembrar­
vos que E.;u sou o vosso Páa. 011! minha Carne, sendo o
alimento das vossas almas, porque nem todos vêm co­
mer deste manjar divino·!! Ah! porque este divino man­
j:ar fala da pureza, sem a qual não se pôde manducal-a.
E' p1·eciso apresentar-se a este divmo banquete com
a veste branca, que nao l; di!ficil adquiril-a.
E porque entao mi.o vinaes todos procurar esta fe­
licidade'/
Para conseguirdes um bem estar material que de­
sapparece como a fumaça, emprehendeis as vezei,; via­
gens penosíssimas, expondo ate a vossa propria sa.úde,
no emtanto para. adquirirdes a verdadeira felicidade, e
que vos dará um bem estar eterno, não quereis ter tra­
b:alho!
Mas que trabalho vos custa esta veste branca? O
trabalho que vos custa é esmagar o vosso orgulho, o
vosso amor proprio e as paixões, que se levantam, que­
rnndo destruir o que é eterno, que é a vossa alma, crea­
da para tão bello fim: Gozar eternamente da minha
presença, que dá um prazer inexplicavel ! Este mesmo
gozo, do qual vós andaes avidos, por mais que vos pro­
cureis enganar, não o tereis, porque a felicidade só se
acha em mim.

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Porque, então, não vindes a mim, filhos meus? Oh!


abri vossos olhos por amor de vossas almas, que não vos
deixam em paz, emquanto elhs não encontrarem o seu
Creador, o seu Amado.
Oh! ninguem se presuma do contrario, nobres, ri­
cos e pobres, velhos e moços, eruditos e ignorantes, to­
dos tendes urna alma creada por mim para goz:ir de
minha felicidade, oara Me comer e oara saborear as
minhas eternas delicias.
Em verdade vos digo. podereis fabricar todo o ge­
nero de del!cias. jamais. porém. achareis descanso, em.
quanto não vierdes a mim. Sim. emaunnto não vos sen­
tardes á minha mesa. cm vão vos divertireis. Só em mim
está a felicidade, e vêde si o que vos falo não é uma
realidade: dizei-me ó filhos, o que sentis depois de um:i
grande fest'::I. mundana?
Sentis cansaco, máu humor e muitas vezes arrepen­
dimento de por tão pouco terdes g-astado as vossas ener­
gias! E na vossa alma s�ntis um vacuo profundo. pois.
alguma cousa ainda vos falta! Sim. vos falta tudo, que
sou Eu, a felicidade verdadeira.
Oh! filhos meus. vinde porque todos fostes chama­
dos para o divino Banquete: por .todos morri e não por
numero limitado!
Oh! vinde, porque todos tendes necessidade de fe­
licidade, de bem estar e só encontrareis esta felicidade
no meu banauete. cujas iguarias são meu doce amor,
que vos innebriará, dando-vos o goso pelo qual suspi­
raes.
Aqui estou. filhos meus, á vossa espera com a mesa
oromota. Não Me sejaes ingratos, dizendo que não fos­
tes chamados.
Vêde, que um carinhoso Pae, como sou Eu. não se
contenta com uma parte de seus filhos. Este Pae amo­
roso deseja vêr todos ao seu lado. participando de sua
felicidade e de seu bem estar.
Porisso vós que dizeis aue não fostes chamados ao
Banquete Divino, que é a Sagrada Communh5.o, daes­
Me uma triste prova de vossa ingr.':ltidão. porque o filho
aue duvida do Pae, que por elle deu sua vida. é um fi­
lho ingrato!
ô vinde, não sejaP.s surdos nos meus chamados de
amor. vinde oara serdes f.'.'lrt.os de felicidade pela qual
vossos coracões tanto susniram.
Vinde. não sejaes inr�r:itos ('0rnvosco mrsmos. por­
que se não attenderdrs ao meu convite. eternamente cho.

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rareis a vossa cegueira, e então Eu não mais poderei


exercer minha misericordia comvosco ! Sim, neste mun­
do sou todo misericordia, porém, no outro sou justiça,
que darei a cada um segundo suas obras!
SI Me desprezardes, desprezaes-vos a vós mesmos,
porisso vinde por amor de vossa propria feUcidade, pela
qual morri em dura Cruz!
Não regeitels a felicidade, vinde comer neste ban­
quete de amor a minha propria Carne, porém não vos
esqueçaes que é necessario que vos apresenteis com as
vestes brancas, Isto é, com a alma purificada pelo di­
vino Sacramento da Pentiencia, onde recebeis a jórros
o meu Sangue Divino.
Vinde, filhos de meu Sangue, vinde, porque estou
com pressa de ver-vos f.artos de minha felicidade. Sl vos
falta coragem, apresentae-vos a Maria, minha Mãe e
ella amollecerá o vosso coração com os merecimentos
de suas Lagrlm-as bemditas.
Vinde a mim por Maria, porque ella é vossa Mãe,
Mãe que está sempre prompta em vos ajudar. Experl­
mentae em a Ella vos apresentar, oois vereis como vos
abrirá o caminho. ar.bando tudo facil. Sim, Maria vos
ama com amor de Mãe.
Vosso Jesus Crucificado. dizendo que todos fostes
chamados ao Divino Banquete.
Pelas mãos de Maria - do Reino da Misericordla
Via Confiança..
8-10-1931.

A VOCAÇÃO SACERDOTAL

Escreve, amada filha, o que teu Jesus, presente na


Eucharistia, te vae dizer.
Desejando ver meus sacerdotes mais reverenciados
pelos homens é que te vou contar certas cousas. Oh!
quão digno de reverencia é um meu ministro, sem o
qual Eu não estaria aqui neste Tabernaculo, fazendo a
felicidade de todos que me procuram! Ah! como os ho.
mens se esquecem do dever sagrado, que têm de reve-

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- 111 -

renciar e .acatar meus ministros! Sio elles as meninas


dos meus olhos, são elles os queridos de meu Cora.cão.
porque é por meio delles que desço até vossos corações.
Sem o sacerdote não poderieis ser meus intimos. sem el­
les vós não podeis ser meus filhos, porque é del1es que
Eu me sirvo para vos tornar filhos meus. ó nobreza
do sacerdote, como não és conhecida!
ó mães, é para vós que falo de um modo particular.
Quantas vezes vós sois as culoadas de aue um de vos­
sos filhos não tenha esta ventura?! Qu1.ntns vez':!s Eu
bato á vossa porta e m'a fechaes. tirando a voc::1.c8.o de
vossos filhos, mandando-os aos cinemn.s. hn.iles � t.h<>a­
trn!'1. só n-;i.ra aue se esnnr>c�m. do <"h�n,::inn divinn I ó
mí'iPs. con,n �n1s céP.'<1�! H::i.vP.r::i. m.�inr vent.nrn. Tl"I tPi-r::i.
dP OUP oossu4r um filho cons!l.rrr<>nn rvl .,..,,,._,1 ::,;P,..vir.n"
Sols vós as- assassinas de meu charnnnn r1ivinri ! Isto é
demais nnloroso para mtm, dese.i1=1.r benP.fici.'lr-vQs. e vós
a me fP.r.h�rdes as oortas! Qu1tntos ch1.mamentQ::; nh::i.­
fados! Poroue o mundo se ach-a em tanta deirrndac1.o?
Ah! é ooroue ha noucos ooPrarins na minhn. vinhn.! Se
em vez de maTiri::i.rdes vossos f;lhnc:: aos cin,.,nias e ni­
verthnentos profanos, os mandq,::;seis nnrcnn�r .<J.s Vf'l'­
darles eternas. hoie. n1:io i:rem1>riei5 trn,to! ó nn.P.s. n!lo
cmnnrPhenrlP's .-a dif?'ninade auP rrmh!'lis nno:: v()s::,;nc:: ,,.,,·rn­
dos fi lhos! Não ha nobreza comn::i.r::ivPl � do S8.C"rn0tP..
Elles si'io os meus anios consnl�nnres <' � nnr meio
dellP� ni1e de�co á terra. Ai r1n m 1 1nrln se nii.n h()11v1>c:;<:;"!
saC'err'lnt.es. nornue SPm elles 'Ru nno SPr;� torlns nc:: db.s
l:rrrmolR.r'lo THl a.lh.r nara annl.�cqr a instir.a rln P.,e e
sobri> vr\s não C!:!hiria o orv!:!lhn d!'!. irr:i.r.::t. Ah! n0r e1-
les VP.lo dia e noite. derrqm!:!.ndo sobre su.'ls alm�.s ns
meus nnns celestes não só para elles. mas para repartir
com todos vós.
Homens, comnrehendei est.::i.s v rti!'lr'!r>::;_ 1·<>v'-'r"..,ri.,n­
0

do os meus ministros. acatando seus conselhos: s?í.o el­


les meu porta-vóz. Digo.vos em v13,rdnrle. vós n�n f:nis
dignos nem de lhes oscular os pés! Quantos pPcc::i.rlm;
ha no mundo neJ.� lrrPverencla com nue f=l'i.o t.r�t!'l.clns
estes meus dilectos! Ou'lnt::is ma.l;rliren,,;.,c::! F. vns di­
iro. em verri!:!rle. aue nu 0m censurar um delles chama so -
bre si a vimrnnca do Pae.
O sacerdote deve ser trata.no com tanto resnf'it.n e
reverencia como vosso Deus. Não é elle outro Christo?
Suas mã.os bemditas não me levant.1.m entre os céos e a
terra? Não é por elles que vós, de peccadores vos tor-

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- 112 -

naes meus filhos amados? Ah! quanta sublimidade não


comprehendida ! Paes queridos, se isto comprehendes­
seis, como havieis de vos sentir felizes, quando um de
vossos filhos vos manifestasse o chamamento divino!
ó vós todos que pertenceis ao meu rebanho, jamais
falteis com o respeito devido a um destes entes queridos.
Reverenciae-os como filhos queridos de meu aman­
te Coração. Jamais perm.ittaes que em vossa presença,
um destes fllhos queridos seja censurado! Desculpae-os
sempre, porque, como homens, podem cahir, e se os vir­
des em algum perigo, não os deveis censurar, mas de­
pressa dae conhecimento .ao Prelado, que, como pae, te­
rás as luzes necessarias para o adomoestar, para leva.
1-o ao bom caminho. Jamais o deveis censurar, por.
que isto é chamar sobre vós a maldição. Ai dos que le­
vantarem. uma calumnia a um destes, em verdade vos di­
go, melhor lhes fôra não ter nascido, porque quem fala
contra um sacerdote dá slgnal de reprovação; não por­
que Eu não perdoe, mas quem assim procede já estâ en­
durecido nos seus peccados.
Reverenciae · e acatae a todos eltes, Eu em verdade
vos digo que se .assim procederdes tendes signal de pre­
destinação.
Jesus, o bom Jesus da Eucharistia.
23-10-1930.

O QUE DEVE SER O SACERDOTE AOS


PÉS DO SACRARIO

Como o veado cançado de correr, vae ã procura de


um riacho para matar sua sêde, assim tambem o sacer­
dote, cançado, extenuado, em favor de seu rebanho de­
ve vir aos meus pés, cem uma sêde ardente de m9.is
amor, com seu coração aberto de par em par, para nel­
le Eu poder derramar em profusão os thesouros de meu
Coração, que são infinitos.
Ah! filha querida, quantas vezes sou obrigado a. de
novo guardar taes thesouros por virem aos meus pés

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tão distrahidos! Esta missiva que sirva para muitos del­


les sahirem deste torpôr em que se acham, estes filhos,
meninas dos meus olhos, dos quaes depende a povoa­
cão do meu reino! Ah! Que missão tão bella povoar o
Paraisa! Elles o pódem fazer, pois foi para isso que Eu
os escolhi. E onde encontrarão a força neeessaria sinão
aos pés de seu Mestre? Que livro os encherá de m':l.ior
ardor, de mais amor? Ah! filha minh.9., escreve estas
cousas.
E' a Eucharistia onde elles devem se àbrasar. Nes­
ta fornalha de amor é que todos os dl.as devem se aque­
cer, sahindo de meus pés como o ferro em brasa. O ef­
feito será tal que todos os que delles se approximarem
sentirão este divino calor e todos se converterão. Minha
filha, ha muitos sacerdotes, mas é preciso que elles se-
jam mais amantes, que meditem na minha Paixão e
Morte, para que a meditação de meus soffrimentos os es.
timule e lhes dê coragem para enfrentarem os meus ini­
migos. Se todos fossem amantes da minha Paixão, todos
seriam santos. Quem depois de uma meditação de meus
soffrimentos não ficou com vontade de Me dar uma al­
:m.a, se esta foi a causa de minha Paixão e Morte?
Ah! A Eucharistia e a minha Paixão devem ser duas
meditações que o Sacerdote deve fazer todos os dias e
se não a fizer deve ter remorsos! Na Cruz se acha o se­
gredo da conversão dos pecca.dores, na Eucharistia o
segredo da santificação. E para que Eu vos escolhi, ó
filhos dilectos? ... Para chamar as ovelhas desgarradas,
ensinando-lhes quanto Eu padeci. Para que quiz ficar
na Eucharistia? Para vos sustentar e para que, ensinan­
dg as almas de boa vontade, as possaes trazer a este fes­
tim de amor, do qual aos Anjos não é dado participar.
Mas, se vós não fordes amantes da. Eucharistia, como as
podereis trazer a Mim? Innebriae-vos, filhos mimosos,
neste banquete de amor, para fazerdes muitas almas
minhas .amantes. Bebei todos os dias nas minhas Cha­
gas para converterdes os peccadores lmpedernidos. ô
filhos q e!Jtos, quanto vos amo! Como vos desejo ver
aos pés· a: e eu Sacrario! Vinde, filhos meus, vinde bus­
car força, amor, generosidade, para cumprirdes a vossa
santa missão. Vinde com sêde, vinde com fome desta
vianda celeste. Trazei o vosso coração vazio das cousas
crea.das, attendei ao meu pedido, p_edldo este feito por­
que tenho fome, sêde de almas, que de vós sómente de.
pende, uma sêde inextinguível de vós e de vosso cora-

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ção em favor de minha gloria. Olhae, filhos queridos,


não deixeis que o inimigo Me roube os filhos que Me
custaram o meu Sangue. Vinde aos pés do Sacrario · e
ouvireis a vóz do Solitario que vos diz: Tenho fome, te­
nho sêde, ouvireis os gemidos de vosso Mestre, por tan­
to abandono em que O têm deixado neste sacramento
de amor. Nesta prisão ouvireis a minha vóz que vos pe­
de mais desapego pelos bens fallazes em que alguns de
vós ainda andam entretidos, ouvireis a minha vóz que
voz diz: Nas horas, em que o vosso ministerio vos deixa
um pouco de repouso, meditae aos pés do Sacrario a mi­
nha pobreza, a minha mansidão.
Ah! filhos meus, fazei as vossas delicias aos pés do
meu Sacrario, pois aqui estou na verdade para vos fa­
zer felizes.
7-9-1929.

OS SACERDOTES SAL DA TERRA

Vós sois o sal da terra, sal que preserva da cor­


rupção.
ó dignidade sublime a do s;icerdocio! Quando o
nosso amavel Redemptor estava suspenso entre os céos
e a terra, prégado na cruz com duros cravos e corôado
com agudíssimos espinhos, uma visão consoladora ame­
nisou seu dolorisissimo martyrio. Viu Elle uma legião
de almas .apostolas, que irião povoar o monte Calvaria,
donde sahiriam generosas para levar ao mundo preva­
ricador o sal colhido na montanha santa.
ó dignidade a vossa, Ministros do Altissimo; vós
sois o sal colhido nos celleiros do Senhor, no mar im­
menso e inexgotavel de suas divinas Chagas! Quem ja­
mais poude se comparar a vós? ! ...
Oh! si comprehendesseis bem a vossa nobreza, não
poderieis mais viver, ou então viveríeis em continuo ex­
tase de amor! Rejubilae-vos commigo, vós justos e pec­
cadores, vós que tendes a felicidade de comprehender
o que seja um Ministr-o do Senhor! Approximae-vos
delles, ó almas queridas, com fé e com admiração, pois

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115 -

elles são o sal das nossas almas! O que seria de nós se


não tivessemas essas almas abnegadas? Certamente
apodreceriamos e seriamos lancados á lama e ao domi-
nio das nossas paixões! . . .
ó Ministros, .almas predilectas do Divino Crucifica­
do, jamais deixeis uma pessoa, que de vós se approxi­
mar, sem lhe lançardes na alma o sal benefico da gra­
ça, que a vós, pela bondade de Deus tres vezes Santo,
vos foi conferida e com tanta abundancia vos é dada!
Sêde, ó apostolas queridos de meig_o e doce Jesus, a luz
do mundo; 1lluminae o mundo que se acha em trevas.
Que a vossa santidade espanque as trevas dos cora­
ções, que ainda por infelicidade se acham no domínio
completo de suas degradantes paixões!
O meigo Jesus, do Tabernaculo, brada com vehe­
mencia: Aqui estou, filhinhos, preso; não posso como
outrora percorrer as ruas das cidades, nem subir as
montanhas, nem descer aos valles; estou preso!
Só vós, meus amigos, é que podereis percorrer o
mundo, como outrora Eu o fazia, levando a todos os co­
rações a minha graça, dizendo a todos que o Pae ex­
tremoso se acha em continua prisão, que o amigo fiel e
dedicado tem saudade, tem desejos de habitar em suas
casas e que para isso quer sahir um pouco da prisão,
em que acha noite e dia! ...
Sim, eu sou Jesus que brada do fundo desta prisão
de amor, muitas vezes visitada por corações sacrilegos !
Vós, sal de meus celleiros, vinde reforçar vossa.s m3-
didas, para assim estardes prevenidos para irdes ao en­
contro da pestilencia destes pobres corações!
Que vossa santidade seja o pharol para estes cora­
ções cheios de pestilencia damnifera, que é o peccado
e a indifferença com que por muitos sou recebido! ...
Ah! se vossos olhos se abrissem, Ministros do Al­
tissimo, e visseis como sois dignos, como sois nobres!
A vossa nobreza excede a todas as nobrezas da terra!
Como sois grandes, mas, tambem como é grande a vos­
sa responsabilidade!
Entretanto se souberdes cooper:ir com o divino Sa­
cerdote, tudo vos será dado, tudo se tornará doce para
vós! As mófas, os insultos, as indifferenças dos hom(}nS,
que, em vez de vos acatarem, vos desprezam, ah! tudo
vos será doce como o favo· de mel!
Para que o doce Jesus do Calvaria seja conhecido,
morrer no meio dos leões devia ser o vosso ideal, pois

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-116-

dar a vida pela mesma vida, não é morrer, mas, sim, vL


ver.
ô Jesus Sacramentado, vida da minhq vida, ó Deus
prisioneiro por amor de vossos filhos, fazei que os ho­
mens, que ainda se acham mergulhados nas trevas
amem e ,qcatem os vossos Ministros.
Que todos, ó Jesus Eucharistla, saibam se approxi­
mar delles, para que por seu mlnlsterio, vós, ó Jesus de
amor, possaes derramar nos corações o sal da. dhina
graça.
Sim, Jesus, que os nossos olhos se abram.
8-2-1930.

O SACERDOTE SóL DO MUNDO

Vale mais um só Padre· que me ama do que cem,


que não me tem verd.'3.deiro amor I Um só Padre que me
ame •verdadeiramente pôde converter uma cidade in­
teira em nouco temno, emauanto que cem que levem
uma vida tibla, em vez de fazerem o bem. fazem o mal,
poraue com o seu exemplo corromnem a todos que de
si se anoroxim'lm! Só o amor nóde nroduzir frnctos rle
vida eterna. Como póde um sacerdote conduz\r a.s al­
mas ao céo. se não me amar com amor vehemente? !
E:' imno�sivel; nois auem é tibio a nin-ruem nóde afer­
vorar! Quem me am-:i. oroduz frur.tmi tão abundante�.
aue só um olhar seu serve para edificar a quem de si
se ,"l.noroxlma !
Ah! só o amor sabe produzir essas grandes almas
mortiflc.qdas interior e exteriormente! Quem ouvir uma
missa de um sacerdote que me ama verdadeiramente,
ficará edificado; emquanto que o tiblo diz a missa ás
pressas e só produz naquelles que a ouvem más im­
pressões! Esses dão escand.':llo e são culpados das faltas
aue commettem seus ouvintes, porque lhes dão occa­
slão de os censurarem.
Ah! se houvessem padres verdadeiramente aman­
tes!... Sim, o amor incendeia, empolga! Um só santo
quanto não faz na minha Igreja militante! Na verdade

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- 117-

os meus santos são a luz do mundo. Comprehenderam


elles que o segredo de me dar ás almas é viver de amor.
Inflammaram-se na fornalha ardente de meu Coração
chagado, e, depois de assim incendiados, illuminaram
a Igreja militante! Um santo é um ph.aról no meio das
trevas.
Olhae, filhos queridos, para um santo. O que vê­
des? Vêdes o vosso Deus retratado nelle e em suas
obras. Que fulgurações na fronte de um meu servo, que
soube me amar 1
O amor é. uma corrente electrica, que põe em acti­
vidade a todos que a este fio se pr�ndem. ó amor, co­
mo és sublime l Amae-me se quereis ser santos, filhos
queridos. Amae-me, Eu vos darei todas as cousas, Eu
vo tarei produzir cento por um neste mundo, e um dia
vereis coroados no céo os vossos trabalhos feitos por
meu amor.
Não façaes as cousas por um simples dever, mas
por meu amor.
Na verdade, ó almas sacerdotaes que Me amaes, sois
fachos de luz no meio das trevas! Sêde todos, meus fi­
lhos, meus verdadeiros amantes, e Eu vos direi como
disse a Pedro: Apascenta minhas ovelhas; só então me
dareis almas, muitas almas 1
Jesus Prisioneiro voluntario.
Do Reino da misericordia.
Pelas mãos àe Maria.
7-8-1930.

A DIGNIDADE E A RESPONSABILIDADE
DO SACERDOTE

Escreve, amada filha, estas palavras que teu vou


dictar, para que meus queridos ministros vejam qual é
sua dignidade e tambem a responsabilidade que têm
diante dos immensos thesouros que deposito nas suas
mãos!
Ministro de meu altar, os anjos do Paraisa não têm

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- 118 ....a.

o poder que tu tens I Teu poder é infinito quando Me


tens nas tuas sagradas mãos! Quem ha maior do que
tu? Só Eu sou maior, e esta immensidade, que sou Eu,
a tens nas tuas mãos; razão portanto têm os anjos de
ficarem pasmos 'ante a tua dignidade!
Meus caros mm1stros, a vossa d.1gnidade, a vossa no­
breza exceue a ue toaos os re1s desT,e mundo! A digni­
aaue e nooreza dos reis deste mundo sào comparadas
a uma gotta ae agua, emquanto a vossa é grande como
a 1mmensidade do oceano!
E porque a vossa dignidaae é a minha dignidade,
vós sois outro Christo. Vêde, portanto, como sois no­
bres!
Oh! em verdade vos declaro, filhos mimosos, se co­
nhecesseis vossa nobreza e poder, viverieis absortos em
mim!
Eu vos supplico, meditae todos os dias na vossa
nobreza, não para vos orgulhardes, porc:tue tudo o que
tendes é meu, mas, para que, comprehendendo vossa
d.igniddae, possaes ser na realidade sacerdotes dignos e
perfeitos, como meu Pae do céo é perfeito!
Amados filhos, em verdade vos declaro se vos com­
penetrardes bem de tudo o que vos foi dado, sereis di­
gnos ministros de meu altar!
Meditae bem: nas vossas mãos estão as chaves do
Paraisa e depende de vós a povoação do meu reino 1
Nas vossas má.os tendes as fontes das aguas vivas e de
vós depende fechardes estas fontes! Se vós não mais
confessardes, se vós não mais celebrardes a santa mis­
sa, estas fontes divinas ficarão fechadas para todos os
fieis! Vêde, portanto, como tenho razão de vos dizer
que vosso poder é infinito, porque infinitos são meus
actos.
E vós fazeis o que Eu vos ordenei? Tanto poder e
tanta grandeza não merecem a vossa correspondencia
sincera e alegre?
Sim, amados filhos, .amor por amor, sangue por
sangue, vida por vida se paga; se muito vos amo, cha­
mando-vos para tão nobilissimo fim, deveis correspon­
der ao meu infinito amor por vós, e esta corresponden­
cia deve ser por amor, sincera e alegre, porque a minha
Santa Igreja tem por alicerces o amor, por amor foi
fundada e por amor tem de continuar a sua obra sal­
vador:1, pois não quero cousa alguma de meus filhos a
não ser por amor. Tudo, portanto, por amor e cousa

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119 ·-

alguma por força, porque tudo o que Me dão por força


é muito imperfeito!
Amados ministros de meu altar, deveis-Me dar tu­
do com alegria como o apostolo que dizia: Sirvamos a
Jesus Christo na alegria! Se são tantos os thesouros
que tendes nas vossas mãos, como não haveis de ser­
vir-Me na alegria! Se sois tão ricos de graças, se ten­
des por heranç.� o meu proprio poder, qual não deve
ser a vossa alegria em Me servir?!
Oh! se comprehendesseis a vossa realeza! O vosso
manto real é feito com os raios do Divino Consolador!
A vossa corôa é feita com sua Divina Sabedoria!
Vêde, amados filhos, vossa realeza!
Agora vou dizer-vos as responsabilidades, que ten­
des diante de tantos favores gratuitamente recebidos e
o dever de dar exemplo.
Um acto vosso menos perfeito escandallsa e póde
levar muitas .almas ao peccado, porque não sendo per­
feitos vossos actos, daes occaslão de vos censurarem.
E ai dos que servirem de escandalo! Não sabeis, ca­
ríssimos filhos, que os olhares da humanidade pousam
sobre vós para serem edificados? E se em vez de serem
edificados forem escandalizados, que contas Me dareis
por causa dos escandalos que tiverdes dado?
Se, em vez de serdes mansos e humildes, fordes as­
peros, tratando vosso proximo, não como um digno mi­
nistro de meu altar, -mas, como um severo juiz que tu­
do sabe e que tem direito de falar o que bem entende,
sendo indelicado oom aquelles mesmos que deve ca­
ptivar para meu reino, que contas Me darão taes minis­
tros asperos, iracundos?!
Que contas Me prestareis dos favores dados gra­
tuitamente, desperdiçados, jogados ao chão pela falta
de zelo de tantos ministros, que em vez de procur::i.rem
a minha gloria em tudo, procuram a sua commodldade
e o· seu bem estar?
Por infelicidade, muitos de vós não sabeis corres­
ponder á dignidade que gratuitamente vos foi dad'l!
Por amor, aos que assim procedeis lembro que é
sempre tempo de corresponderdes aos meus favores.
Começae hoje mesmo a reforma de vossa vida.
Lembro-vos que nas voss.�s mãos tendes as chaves
do Paraíso e de vós depende a povoação de meu reino!
Vêde, caríssimos filhos, a vossa nobreza e dignidade.
Sêde meus filhos fieis, e no meu reino repousareis
no meu amavel Coração que é todo amor.

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- 120 -

Sois as meninas dos meus olhos, sois as fibras de


meu Coração. Correspondei a tanto amor e eternamen­
te ouvireis as melodias dos anjos, preparadas por mim
para inebriar-vos de santo e eterno gozo.
Sêde .apostolas e Eu serei o vosso servidor no meu
reino.
Vosso Jesus eternamente agradecido.
Pelas mãos de Maria.
Do reino da misericordla.
Via. a confiança.
8--8-1931.

ESPERANÇAS CONSOLADORAS E
QUEIXAS DE UM CORAÇÃO
QUE E' TODO AMOR
J dsus ao bom sacerdote

Meu Coração tem necessidade de amigos, pois Elle


deseja irradiar-se e dar a todos o que nelle se contem.
Quando encontro estes verdadeiros amigos, que me
comprehendem e que me amam, eis que os faço partici­
pantes de meus segredos.
Sem romper os vínculos sagrados da santa carida­
de, que se acha no meu Coração, preciso, amado filho,
ou para melhor dizer, tenho necessidade de communi­
car-te a dôr, que me causam certos espinhos, que me
dão almas que deviam de outro modo proceder 1
Do fundo dos Tabernaculos não me canso de exhor­
tar aos meus queridos ministros, dos quaes alguns in­
felizmente fazem de meu altar um negocio, isto é, ser­
vem-se de mim para deixar suas almas dominadas pela
ambição, que lhes corróe o coração!
Amado de minha alma, é isto uma triste realidade!
E como remediar este mal que na minha. Igreja criou
raizes? !
Uma esperança consola meu Coração; e que estes

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- 121-

ambiciosos se converterão com a pregação bemdita da


mansidão, que .a seu tempo triumphará no mundo.
A mansidão extender-se-á pela minha Santa Igre­
ja, a qual soffre a perda de tantas almas, por ter en­
trado o egoismo em tantos corações sacerdotaes, que
deviam trabalhar somente por amor de mim, que po­
bre nasci e pobre morri, para dizer a todos, que me se­
guissem, que deviam como Eu amar a pobreza, amiga
do céo. Sim, a pobreza no meu ministro o deixa livre e
desembaraçado para poder me dar .almas e assim po­
voar o céo.
E' doloroso para mim presenciar no meu altar cer­
tos sacerdotes, que podiam ser apostolas zelosos pelos
meus interesses, e que, entretanto, os vejo zelosos, não
por meus interesses, mas sim pelos seus! ô dôr! como
Eu me humilho, descendo na hora da consagração á
mão destes profanadores de meu templo! !
Dir-me-ás: E' preciso, ó meu Deus, que eu faça al­
guma cousa?
Sim, filho meu, o que Eu te peço é que todos os dlas
intercedas por estes pobres infelizes, que antes não ti­
vessem nascido!
Como sabes, em todos os tempos apparecem na mi­
nha Igreja males a exterminar. Um- dos males a ex­
terminar destes tempos vê-se naquelles, que usam de
mim para viverem regaladamente, dando escandalo ás
almas, que deviam salvar pelo seu zelo apostolico ! Este
mal não é de hoje; infelizmente começou elle quando
Eu iniciei a minha obra!
Judas foi o primeiro commerclante, que me vendeu!
Oh! quantos Judas, amado filho!! Quantos Judas!! po­
rém, alegra-te commigo, porque este mal tambem será
exterminado.
A espad-a bemdita da mansidão cortará a cabeça
deste mal.
Maria, atravéz destes fructos bemdltos de nosso di­
vino commercio; empunhará com o seu poder essa es­
pada, matando assim o inimigo de minha Sant::1. Igreja,
que triumphará, sendo ella povoada por estes fructos
admiraveis de mansidão, que preparará os caminhos
para o meu reino em todos os corações.
Oh ! filho meu, deixaria Eu de ser Deus, se Eu não
triumphasse do mal. Eu conquistarei a terra com os
meus mansos, fechando as portas do inferno; então o
numero dos eleitos estará completo, e direi aos man­
sos: Vinde, ganhastes a victoria, assentae-vos á minha

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- 122 -

direita nos aposentos particulares de Maria, pela qual


tudo vos foi dado.
Oh! filho meu, este dia será de grande alegria, e
todos juntos beberemos os seus fructos na taça bem­
elita do amor!
Triumphando do mal, os mansos conquistarão os
corações!
Oh! suprema ventura!

PADRE, PELAS ALMAS, DAE A VIDA

Sêdes santos, meus filhos, sêde santos; mas para o


conseguirdes, tr::i.balllae sem cessar na minha vinha.
Ah! quantas almas se perdem pela pouca generosidade
de vossa parte! Ah! sêde sedentos da minha gloria! Ah!
quanta frlezal quanta indifferença! Ah!_ Eu vos esco­
lhi para commigo cooperardes na salvação das almas.
ó filhos queridos, olhae para o que Eu soffri na pri­
são para• salvar as almas; deixei-me prender, para que
vós, olhando p.ara esta prisão, possaes comprehender o
valor de uma alma!
Ah! um Deus preso, e vós não quereis redobrar de
zelo! Dae-Me almas, filhos queridos, que . vosso Rei as
quer fazer felizes. Dae-Me almas, pois foi para isso que
vos chamei para mais perto de mim. Approximae-vos
de mim para ouvirdes os meus gemidos. No fundo dos
Tabernaculos Eu gemo e choro a perda de tantas al­
mas! ... Sêde zelosos pela minha gloria; ella está sen­
do prejudicada pelos inimigos da minha Santa Igreja,
!grej:;1. querida, menina dos meus olhos. Sêde vós, filhos
ffe·:s d:;sta minha esposa, da qual tanto sangue foi pre­
ci::;o que se derramasse para que fosse sellada! Quan­
tos mart.yres -'l confirmaram! Sellai-a vós agora com a
vos::;a gen�rosidade. com o vosso amor! Pelas almas dae
a v.'.da ! Pe!a mesma vida que sou Eu, fazei que Eu viva
en;. todos os cor.1ções. Trabalhá.e, sem outro !nteresse, a
n�o ser o de Me agradar. Movidos pelo motor do meu
Amor, nào queiracs outra cousa a não ser a Gloria de
v0:;so D:-::us, de vosso Rei. de vosso Mestre.
Consultae-!'.1e todos os dias aos pés do Sacrario, que

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- 123 -

Eu vos direi o que haveis de falar. Innebriae-vos neste


Banquete para poderdes trazer aos our.ros a este lt'es­
trm. Nao 1açaes as vossas communhões tao apressadas,
preparai-vos de vespera.
Ah! qu.a.ntos ae vos as fazeis com tão pouca pieda­
de! Oihae para vossa dignidaae. Sois Mirusr.ros d.o Aitis­
simo e Santiss1mo! Como deveis ser santos, vós que mi­
nistraes o meu Corpo! Ah! que dignidade e a vossa! Pen.
sae, retlecti como aeveis levar uma vid.a tão santa, tão
absorta em mim!
Ah! meus filhos, se assim não fizerdes não podereis
Me d.ar a g10ria que Me aeveis d.ar! Na.o vos importeis
com as contrad.icçoes, nem com as calumni.as, pois aquel­
le que mais Me amar e mais trabalhar por minha glo­
ria, este será o mais calumm.ado. DeseJae as caluilllllas,
as persegwçoes, pois grande será vossa· recompensa no
céo!
!i'azei-Me mais companhia na minha prisão de amor!
Todos os mmutos, que puderdes, passe aos meus pés e se
o trabalho :tor muito ao menos o vosso coração esteja
junto de meu Sacrario, pois onde esta o vosso Thesouro
deve estar o vosso coraçao. E quem deve ser o vosso
Thesouro, Desprezae os bens failazes, amae o que é
eterno, e eterno só sou Eu e a vossa alma.
A vida de um sacerdote d.eve ser a d.e um anjo na
terra. Os anJos vos tem santa inveja; elles na.o podem
fazer o que vós fazeis, elles não poaem ministrar o meu
Corpo, nao podem dar a vida a quem pelo peccado a
peraeu; e vós podeis, porque Eu vos dei este poder, es­
ta dignidade! Poae1s tirar das trevas aos que por sua
malícia nellas se precipitaram! Podeis criar santos que
por toda a eternidade Me louvarão! Que sublimidade a
do sacerdocio! Os anjos se inclinam á vossa passagem!
Como deveis pensar e meditar nestas cousas 1 Tambem
ai daquelles que levantar sua mão ou sua lingua para
um destes!
Por isso, filhos queridos, para corresponderdes á
dignidade que vos dei, sêde santos, para Me dardes al­
mas; pois, foi para isto que vos dei esta dignidade. Is­
to eu falo a uma pobre, ignorante, para que deis cre­
dito e ponh:a.es em pratica estes conselhos. Outras cou­
sas mais Eu vos falarei, por seu intermedio.
2-9-1929.

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OF.FERTA DAS LAGRIMAS DE MARIA A


JESUS SACHAJ\1ENTO PAHA A
SANTIFICAÇÃO DO J\iINISTitOS
DO SENHOR

Dulcissimo Jesus, presente nesta Hostia Santa, dese­


joso como estaes da santificação dos vossos queridos mi­
nistros, vos offertamos as Lagnmas- de vossa Mãe bemcti­
ta, derramadas quando a vóz do eterno Pae lhe pediu o
grande sacr1ficio da separaçào de seus queridos paes.
Grande foi a sua generosidade em deixal-os em edade
avançada, mas, fiel ao chamamento divino, tudo sacri­
ficou. Sim, ó Jesus. este sacrifício, as lagrimas desta ho­
ra bemdita vos otfertamos para que os que têm a ven­
tura de serem por vós chamados para vossos ministros,
generosamente deixem tudo, ainda que com as lagrimas
nos olhos.
DU1c1ssimo Jesus Sacramentado, as lagrimas de Ma­
ria vos ottertamos derramaaas no templo, quando as
suas companheiras, vendo seu santo procedimento, cheias
de inveJa, lhe levantaram calumnias, indispondo assim
as mestras contra a cand.ida Maria, que soube chorar
em silencio e pronunciar o J!'iat da resignação, dizendo
a seu Deus: Mais, Meu Deus, mais humilhações I Sim,
estas lagrimas bemditas vos oífertamos pelos seminaris­
tas, para que saibam receber as reprehensões de seus
professores, e muitas vezes até as invejas de seus com­
panheiros; Sim, ó Jesus, fazei que, por estas lagrimas
bemditas, saibam elles desejar, como Maria, as calum­
nias, as humilhações, para se prepararem para a subli­
me missão a que são chamados!
Dulcissimo Jesus, vos offertamos as lagrimas de
Maria, derramadas, quando, apresentando-vos no tem­
plo, ouviu Simeão prophetisar que uma espada de dôr
1a atravessar o seu coração! Estas lagrimas, vertidas em
silencio, vos offerecemos para que os vossos ministros
sejam obedientíssimos a seus legitimas Pastores.
Dulcissimo Jesus Sacramentado, as lagrimas de Ma­
ria, derramadas quando vos apresentou para serdes cir­
cumcidado ,vos offertamos, pelos vossos queridos minis-

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- 125 -

tros, para que generosamente saibam se sacrificar por


vosso .'i!.mor, como vós sacrificastes por seu amor.
Dulcissimo Jesus Sacramentado vos ofertamos as la­
grimas de Maria, derramad4s, auando São José. obe •
diente â luz do céo, lhe disse: Partamos para o Egypto,
para salvar o nosso thesouro. As lagrimas derramadas
nesta hora. por vêr que queriam matar seu ditoso Filho
vos offerecemos, para que os vossos caros ministros sai­
h�m fugir das occaslões do neccado. Sim. ó Deus de amor,
estas lagrlmas bemditas hão de dar forcas a estes vos­
sos filhos, que são a menina de vossos olhos.
Dulcisslmo Jesus SA.cramentado. vos offertamos as
lag-rim,qs de vossa Mãe hemdita. derramadas, quanrlo ao
chegar ao exilio, não tinha não oara matar a vo::isa fo­
me. Sim, ó Deus de amor. estas lagrimas então derrama­
das. vos entregamos pelos vos!'los caros ministros, aue
não sabem mortificar SP.ns appetites, dando assim ex­
pansão â tentacão da gula.
Dulcissimo Jesus Sacramentado, pelos vossos caros
ministros vos offertamos as lagrimas de Maria. derrama­
das em silencio, quando obedecendo ao Pae. por muitos
dias estivestes longe della. orégando a divina doutri­
na. Sim. 6 Jesus, estas lagrimas -derramadas não nor ou­
slllanimidade, mqs por se vêr longe de vós, vos offerece­
mos por estes entes queridos. para aue sRibam sacrifi­
car-se generosamente oela salvacão das almas.
Dulcissimo Jesus Sacramentado vos offertamos as
lagrimas de Maria derrama.das, auando vos encontrou no
caminho do Calvario, carregando pesada cruz âs cost'il.s,
para aue os vossos oueridos ministros saibam, co� gene­
rosidade. abracar .qlerrremente as cruzes rte cada dia, que
o sagrado mlnisterio lhes imoõe. Sim, 6 Deus de amor,
aue elles saibam, á vossa imitação. sacrificar-se pelas
::i.lm,g,s. As lagrimas de vossa querida Mãe serão a sua
forca nas horas difficeis. em aue o mundo. com suas
maldades. se levantar contra elles, calumniando-os in­
justamente.
Dulcisslmo Jesus Sacramentado, vos offertamos as
lagrimas de Maria derramadas, qu:1ndo vos viu prégado
na cruz, para que os vossos queridos ministros saib:1m
morrer para o mundo, com todos os seus convites, ainda
que licitos a um mortal.
ó Deus de amor. estas lagrimas bemditas, derrama­
das em hora tão cruel, sejam o estimulo e a força dos
vossos caros ministros. que ainda não morreram par::i. o
mundo. Oh! que dôr elles vos causam! Sim, Jesus, as la-

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grimas preciosas dessa hora bemdita vos offertamos, pa­


ra que de hoje em diante jamais um delles vos offen­
da com uma falta voluntaria. Oh! não, Jesus, elles com
a meditação desse drama sanguinolento do Calvaria, á
vist-a de uma Mãe Dolorosa, terão a coragem de não ce­
der aos convites do mundo enganador.
Dulclssimo Jesus Sacramentado, vos offertamos as
lagrimas da desolad'a Virgem Maria, derramadas na sua
soledade, para que vossos queridos ministros sejam aman­
tes da Divina Eucharistia e exemplo vivo das almas a el­
les entregues pela confiança, que nelles depos1tastes. Sim,
Jesus, as lagrimas derramadas por M:.:i.rla. em hora tão
amrustiosa, se1Rm o estimulo de tantos ministros aue, as
vezes, se esauecem de fazer a sua morad.-a aos pés do
vosso altar! ô Lagrimas bemditas. sêde a forGa destes fi­
lhos mimosos, aue escolhestes para darem exemplos de
virtune e de santid:ade.
Fazei. 6 Deus de amor, pelas lagrimas de vossa San­
tissima Mãe. que nenhum destes se perca. aue todos el­
les sirvam de nharól á humanidade decah1d4.
E vós, 6 Virgem Maria, que por nós chorastes lagri­
mas tão preciosas, fazei que os ministros do Senhor se_
jam todos exemplos de virtude, conduzindo assim as al­
mas a Jesus. De vós, ó Mãe querida, esperamos tal mer­
cê. Sêde finalmente nossa guia, para que um dia jun­
tamente comvosco possamos exaltar as vossas lagrlmas
bemditas.
Louvor e honra para sempre sejam dadas á Angus­
tissima e Santissima Trindade. Amen.
17-2-1931.

MARIA CONVERSANDO co:M UM


UM SEMINARISTA
MARIA - Meu querido filho, queres ser ministro
de Senhor?
Seminarista - Sim, minha Mãe, quero; este é meu
desejo .ardente: um dia fazer descer Jesus ás minhas
mãos!
ô ventura! 11

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MARIA - Meu querido filho, é preciso que desde


agora comeces a comprehender a tua gr:indc ventura!
Ser ministro do Senhor é honra insigne! Ventura ine­
gualavel! Sabes meu filho, ser sacerdote do Senhor é
ser santo, e .ai do que não chegar a sel-o ! Sim, meu fi­
lho, é preciso que quem se dispõe a ser ministro do Se­
nhor se compenetre bem desta verdade: Preciso · ser
santo! Que ventura ser santo! E quem não chegar a
ser santo não corresponde á sua sublime vocaç�,o !
Meu filho, quem sabe és um tanto timido, não de­
sejas quem te :auxilie?
Não Me queres a mim como cooperrldora na tua
santificação? Prompta estou, meu filho, para te aju­
dar, diz-Me em que desejas que te ajude?
Qu.aes as virtudes mais difficeis para cumprires?
Dize-Me que Eu te ajudarei. Amo tanto os seminaris­
tas, gosto tanto de estar a seu lado!
Meu filho, não desejas salvar um dia muitas al­
mas? Não desejas ser imitador de Jesus? Não desejas
ser um grande apostolo, salvar ·milhões de almas? Co­
mo agradam a Jesus os que desejam salvar os peccado­
res do mundo inteiro!
Não queres tu dar est'3. consolação a Jesus?
Sim, meu filho, deseja muito, porque muito te será
dado!
Meu querido filho, não queres ser um grande con­
vertedor de corações? Não queres possuir este grande
dom da persuasão? De certo que desejas; então vou te
contar onde encontrarás este dom preciosissimo: Sê
devoto, meu filho, das Chagas de Jesus e de sua dolo­
rosissima. Paixão, que é o gran� segredo ,pelo qual
levarás as almas a Jesus; faze a tua morada nas Cha­
gas bemditas de meu querido Filho, ah! então serás
grande convertedor de corações.
Meu querido filho, sê meu filho dedicado e o dom
da persuasão será completo.
Não queres estar sempre debaixo de meu manto?
Não queres ter uma Mãe ante o throno do All,is­
simo?
Sim, filho, eu bem sei que isso desejas; portanto,
sou tua; porém jamais te esqueças de a mim recorrer.
Meu querido filho, todos os sacerdotes, que foram
meus verdadeiros discípulos, foram µ:rnncles. grandes!
Levaram o nome de Jesus a tantos corações!
Sim, filho, foram exemplos de santidade e não
queres tu ser do numero delles?

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Não queres ser propagador das minhas virtudes, um


dia?
Sim, meu filho, deseja ser, á imitação de Jesus,
meu filho dedicado e serás grande no reino dos Céos.
Tua Mãe, Maria, que muito te ama e vela cons­
tantemente por ti.
Do Reino da Misericordia.
17-2-1931.

A GRAÇA DA VOCAÇAO RELIGIOSA

Donzella christã que fostes convicLada pelo :OJvi­


nal Esposo a deixar pae,. mãe, irmãos, casa paterna,
patria, tudo emfim que o mundo te podia offerecer,
regozija-te commigo por seres a predilecta do _Alt1s­
simo! ô caríssima donzella, que felicidade a ·vossa?!
O Deus tres vezes santo, baixa do céo para bater
ás portas de tua casa; e quantas vezes o meigo Jesus
bate uma, duas, tres vezes, não lh'.a abrimos e O dei­
xamos ir se embora!
Carissima donzella. Aqui podemos applicar as pa­
lavras do Salv:ador · á Samaritana: Se soubesses quem
te pede agua, tu lhe farias o mesmo pedido, e Eu te
daria agua viva. Sim, bom Jesus, como é doído para
vosso Coração ver t.antas donzellas surdas á vossa vózl
Ah! meu Jesus, eu sei que si ellas soubessem quem
as chama e o dom que lhe quereis fazer, prompta­
mente attenderiam ao vosso chamado.
Regeitar a um pedido de Jesus, que negra ingrati­
dão! E sabes qual a consequencia que acarreta sobre
ti? Creio que não o sabes, mas eu t'o vou dizer: Ficas
privada d'l corôa immortal de esposa, não entoarás o
cantico das virgens predilectas e quem sabe te perde­
rás para sempre no lodaçal do mundo enganador!
Donzella querida, ouve, não regeites tam.'lnha gra­
ça. Ah! se a ouvires, já neste mundo gozarás da paz dos
eleitos.
Agora, perscrutemos o coração de uma donzella
que já teve a felicidade de deixar pae, mãe, irmãos, pa­
tria, amigos e tudo o que o mundo lhe offerecia ...

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Perscrutemos o intimo de seu coração e o que ouves?


Como sou feliz! Jesus, meu Esposo, deu-me por
herança o mundo inteiro. Deu-me por palacio o Calva­
ria. Deu-me por comida seu proprio corpo e por bebida
seu precioso sangue. Deu-me por familia a côrte celeste!
Ah! como sou feliz! quando entro em meu palacio
e contemplo meu amado pregado numa cruz, o meu de­
sejo é de morrer crucificado. As cruzes se me tornam
suaves e leves. Sinto um desejo vehemente de fabricar
cruzes e mais cruzes!
E quando olho para minha herança - o mundo in­
teiro, pois, todo elle me pertence, sinto em mim um de­
sejo ardente de dar minha vida para salv::1.l-0 da cor­
rupção e do erro! Eu digo á Jesus: meu Esposo, dés­
tes-me o mundo inteiro, pois elle todo a vós pertence,
e se a vós pertence a mim pertence, pois tudo que é
vosso é meu. Déstes-me este mundo para com a minha
generosidade e zelo tirai-o do peccado e do erro! Como
sou feliz de poder trabalhar em vossa herança! Ah! Je­
sus. Quando contemplo tantas alminhas mergulhadas
no erro, n-:!.sce em mim um desejo e este desejo é de
subir o monte Calvaria.
Assim, cara donzella, é que falam as esposas aman­
tes. Dizem ainda: Quando como vosso sacratissimo cor­
po e bebo vosso precioso sangue, sinto em m1m um de­
sejo de que me flagellem, de ir por longinquas terras â
procura do martyrio, de dar meu sangue para fertilizar
vossa Santa Igreja.
Quando . contemplo a familia nobre que me déstes,
desejo ser tão perfeita, para poder um dia estar com
ella no Paraisa e poder neste mundo ·conversar com el­
la, pois si eu não me tornar perfeit.a, não me ouvirão.
Assim donzella christã, é que falam os corações das
esposas amantes do Divino Crucificado. E tu regeitarãs
todos estes predicados? -Sim, os regeitarás se não ouvi­
res a vóz do celeste Esposo I Ouve espos':l, ouve donzella,
não feches vossos ouvidos á felicidade, que se vae da
vossa porta se não lh'a abrirdes.
16-12-1929.

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. SUBLIMIDADE DA VOCAÇÃO RELIGIOSA

Que doce e amavel convi'tto! ... 6 Paraiso na ter­


ra! Que palavras tão doces! Donde me vem ellas? ! Ah!
parece-me que sahem desse pequeno sacrario, onde o
doce Salvador, o meigo Jesus se acha prisioneiro!
Escreve, filha, o que te vou dictar. Falae, Senhor,
que vossa serva entra na solidão de vosso amavel Co­
ração!
Amadas esposas e filhas dilectas, falei-vos nestes
dias quaes as virtudes que deveis praticar hoie, porém,
quero vos faJ:u do doce convivia. em que continuamen­
te tenho comvosco. Quero-vos mostrar o quanto conso­
laes meu amavel Corà.ciio !
OuP. dor.P, commP.rr.io! Oue vida de amor! Que do­
CPS momPntos! MomPnt.m; dP. P!'IJ"!'l.i sn! Am:ci.das Psnos:ts.
ch'-'mel-vns. e vós nrPc:c:urns,:i.s i:ih,:i.ndons:isti"s p,:ies. 1r­
m::ins P amiuns nara MP. SPCJ'Uirdes e mnr!'lrdPs �nmm1.P.:o,
par!'!. Me fllZPt'r'IP.s comnanh1a. cnmn lvrlns n11rtsstmM e
c::i.Tir'lldq.s ::irnr.P.TI!:IS! Eu voe: h0md1.un. rl<>1�'-'•d:ps vns:sns
entP.c: n,1,,.rJrlns r-.-:i.rci. r.nnsnlcirr'l"'S lTIPll ('!nl',::i,-.<io P g<>l"'ti""S
a.s' m1T'lh:ts nnrt.!:1-V07.t>S! On!:!.nt.-:i 17<>11<>1'nc:irl-:ir'lt>. 6 �,ni!'I.S
CUPrfrt-:i.s. menin::i.s dm:; meus olhos! r.nmn sois ::i.fnrtu­
ni:tõ!'l.s! Sois vós ::i.s ,:ileqrt,-:i.c:: "'" m"'U Cnr!'lr.;5n: é em vns­
s,:i,s alm:ts nue tiP.scanso. 6 BPt.han1!'1.s nuericfas. 6 ,:i.mti:ras
tnsen:trave1 s! n,A e noite sois minhas · comn:tnheJrcis,
mesmo. CJU!:!ndo dnrm1s. l"f'nouso em vossas almAs. Oh!
cnmn rnnsol,:i.es mPu Cnri:ir.!:io amar,nir:tdo nor tantl'l.s 1n­
!?J"À.ttdõ0s! Oc:: anins r,,.t11ht1.-:irn. ouandn nm:t dnTizelfa.
ouve m0u ch!'l.mitcio nrnmnt!:!.rn°nte e bci.t,,,. :S.s norti:is de
um dest.Ps nC1.r::1.fi::os rH1. t.P.rrit! Sim. em v<>rr'lqne vn� dtf:!'o,
P. um ni:irqJso Um!!. dest.�s r.<1.Sit� cie r01tf:!'1oS!:!.S. nnr'IP. sou
Eu n nn1cn onP.. rein:t e oTine n�n entra a i:i.mbic!:i.o.
S'm. ni:i.r:tiso, ooraue onde est.ou F.n pst.á o nciro:iiso!
En son ::i.lePTi:t. a nq_z, o tnnn dest.��. afortunl'l.ti'ls alm,:i,s!
QuP. r'lnr.P. commercio estabeleço então com estas almas
querldq.s!
Eu. onP. sou o todo por'leroso cme dá em ::ihnnd:tnei a
a mrnm Me nede, o aue não darei a. estes ent?.s au"'ri­
dos? ! Tudo aue é meu o faco tambem destas almas
amantes, enamoradas de meu amante Coracão! Ah!
amadas esposas, vós Me entregaes o que vos é. mais ca-

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- 131-

ro, a vossa liberdade e o vosso amor, e Eu vos dou to­


dos os meus dons, dando-Me todo a vós!
Como sois nobres! Que ventura a vossa a de ouvir­
des meu chamado! Pensastes bem nesta ventura? Quem
sabe muitas de vós se esqueceram de meditar em tanta
nobreza?
Vós sois os benjamins de meu Coração! Sois os an­
jos consoladores do exilio! Sois minhas esposas, minhas
mães, sim, sois mães, porque Me alimentaes, fazendo-Me
nascer e crescer em tantos corações! Comorehendestes
tanta grandeza, ó an1os queridos da minha Eucharis­
tia l Como Me consolaes! Quantas vezes gemo neste car­
cere, e vós vos chegaes a mim e Me dtzejs: Jesus. doce
Jesus, aqui estamos para vos consolar! Ah! Então es­
queço as ingratidões e descanço na vossa alma!
ô lyrios perfumosos, que, com a vossa pureza, em­
balsamaes meu s.-acrario e meu prpprlo Coração as ve­
zes tão dilacerado! Os anjos ficam estuoefactos vende
vossa pureza e vosso amor para commigo! Ah! Como Mi
acho bem no meio de vós. ó almas, que Eu ch.-:i.mo e não
quereis ouvir meus convites amorosos, não sabeis vós o
que fazeis! Deixaes de consolar a um Deus bom e mise­
ricordioso 1
· . Amadas esnosas, vós recllnaes. como João. vossa ca­
beca no mP.u uelt.o. e como elle perscrut!les sP.us see:re­
dos! Ah! Como Eu descubro os mais reconditos segre­
dos h minhas esnosas!
Oue doce convtvto! ...
Raverã felicidade e,:i:ualavel a essa? Ah! Não, nun­
ca houve e nem jamais ha de haver! ó ventur.-a a de
ser chamada! Só no céo comurehenderás!
Jesus. o doce Jesus. vlve em tanta intimidade com­
vosco. abre-vos o coracã.o, conta-vos os seus mais re­
conditos nensa.mentmi e faz de vós seus an1os e coadu1-
ctoras! Como sois feltzes! E denols, da passagem deste
exilio para a eternidade, vos chamará sempre de espo­
sas, de ra1nhas. de amadas!
Ah! vós sentareis á minha mesa, os an1os vos ser­
virão e minha Mãe vos osculará com o oscnlo da paz.
Se assim vos falo. é o:ara aue comorehendaes bem
vossa nobreza, correspondendo"'.'lhe como esposas minhas
que sois.
C!'l:oa�ifa.e-vos bem disto. nara na re::i.lidade serdes o
que Eu dese.f o, corresnondendo á bondade de vosso S.-al­
vador em vos chamar!
Lembrae-vos que estaes no paraíso, porque onde es-

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- 132 -

tou Eu está o paraisa. E' verdade que soffrimentos não


vos hão de faltar, mas soffreis perto de mim, junto com­
mJgo, e por amor de mim, lembrando-vos que vossos
soffri.mentos são as moedas com que compraes o pão de
cada dia, para dai-o aos pobresinhos!
Oh! Amadas esposas, vós sois a alegria da Igreja
mllitante! Sim, porque alegraes meu Coração, alegraes
a minha Igreja! Oh! Meninas de meus olhos, que tan­
to vos amo e que velo dla e noite por vós.
Tudo por mim deixastes, porisso tudo o que é meu
fiz vosso, dou-vos meu Coração, e o possuindo, possuis
tudo; sois ric.'3..s, sois nobres; e quem jamais póde egua­
lar vossa nobreza?
Eu vos bemdif2.'o, filhas amadas. lyrlos da santa Igre-
1 a, acucP.nas do meu Coração, continuae a ser meus an­
Jos consoladores.
ô ventura a vossa, meus anjos, e · Eu, vosso tudo,
vossa recomnensa!
Ah! aui:tndo vos vefo s:lnP.lhadas aos pés de meu al­
tar, como Me consols.es! Sêdes bemditas para sempre.
A paz vos dou como rP.comnen��-
Jesus, o humilde Jesus do Tabemaculo.
23-10-1930.

AS ALMAS CONSAGRADAS A MEU


SERVIÇO SÃO REBENTOS DE
MEU CORAÇÃO
..
Todos os que soffreis vinde a mim, porque Eu sou
Pàe das Mlsericordias. As almas consagradas a meu ser­
viço, são rebentos de meu Coração. Vendo a humanida­
de soffredora, tive compaixão e suscitei corações gene­
rosos para fazerem as minhas vezes junto a estas al­
mas que soffrem o abandono, a lncllgencia, emflm, todos
que pela dôr são visitados. Sendo a dôr um presente
preclosisstmo que certas pobres almas não sabem rece­
ber, suscito, sim, corações que me comprehendem, para
que façam comprehender e ensinem que o soffrlmento é

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- 133 -

um thesouro preciosissimo par.a a mansão celeste. Os


homens na.o comprenend.em l.Sto. Eu vendo sua dor, fa­
ço com que donzellas nóores e humlldes deixem seus
entes queridos e vao generosas suav.LSar a aor destes
tunas amaaos de meu l.;Oraçao. o neret.1.cos, o scisma­
ticos, ó homens que .nao tenaes íe, nao veues Ill.Slio uma
torça mys�nosa que so se poue attnouir a um oem su­
premo que sou l!iu, 1 Almas puras como os J.yr.1.os uos
campos, termosas como as açucenas do para.1so, deixam
tuao, seus bens, sua posiçao soc1aJ, para que·, l'ara tra·•
tarem dos pequeninos, e .11·em kl.LL"az uas ovemas aesgar­
rauas, para receoereJll- aesprezos e amonnaçoes; mas
ewa.s contentes e Juo11osas, venao em tuuo seu Jesus uo
l,;a.!Vario, cuzem: "U meu amaao, o meu tuuo suo.1.u a
rua u.a. amar"ura e .l:!iu com .t!iue quero suoir·' . .t!ilS ahl,
nere�es, o que pensam, eslias canmuas açucenas ao meu
Jarw.m mi:lu,ante. :sim, e o meu amor que aa IOr�a, e o
meu amor i.u-e c1a ienerosmaae, e o meu amor que taz
com que desprenrua.as ae toao o creauo, von,em suas
Vl.Stas para o aJ.to d.o Caivano e cheJ.as ae santo araor
aliam: eu quero, por amor de meu amaao lJrucificaao,
com lille suo1r a rua da amargura; quero tazer as suas
. vezes, quero 1uer o bem que meu Amaao :tar1a se v1s­
se estes pe_quenmos, estes aoentes, . estes leprosos, estes
enge1tados 1
o homena de pouca :fé, vedes estes prodigios e ainda
duvJ.c1aes·i' 1. . . Dia. Tira em que de todas estas cousas vos
pec1ire1 contas, .·mas sera ,arde, porque o tempo aa mi­
:,encordia para Tos, nesse rua estara termmaao 1
J:"ill:unha, estas cousas que agora estas escrevendo,
são palavras o.e misericorcua para que esses coraçoes,
qué veem esses prodígios, como sejam o d.e uma a.J.ma
que se desprende da terra e por meu amor se entrega ao
meu 1erv1ço, vejam nisto a minha mao miser1corct10sa,
porque isto não é senão um rasio de amor pela humani­
dade ao:f:fredora.
Onde estiver uma minha esposa, ahi estou Eu com
o Coração aberto a derramar em abundancia os meus
favores. Quem, com fé, de uma minha esposa se appro­
ximar, verá a minha imagem velada, pois Eu alli estou
com a. minha caridade, com a minha paciencia, com a
minha mansidão, com a minha generosidade. Quem dá
força a estas alma,, muitas vezes fracas, senão Eu? Eu
que as alimento com o meu corpo, as fortifico com o
meu Sangue; Eu é que faço dellas. vasos de eleição, va­
sos cheios de unguento preciosíssimo para curar as fe-

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ridas sanguinolentas dos que ainda não· me conhecem.


Os homens, filhinha, vêm tudo isto e ainda não reco­
nhecem a minha misericordi.a.
ó almas, esposas queridas, vós que ouvistes meu
chamado e vós que aind"'- o haveis de ouvir, rejubilael
Grande é a vossa herança. Sim, grandes são os traba­
lhos que por mim emprehendeis, mas que é tudo isto
em comparação da predilecção que uso para comvosco?
Tudo isto é apenas um ceitil. Alegrae-vos, esposas mi­
nhas, lyrios perfumosos, rosas odoríferas onde o Rei da
glori"'- descança seus olhares dizendo: As minhas ama­
das na terra fazem as vezes do Rei da gloria;
Teu Jesus do Calvario.
1-2-1930.

A SUBLIME DIGNIDADE DE UMA


ESPOSA DE JESUS

Senhor, outra vez aqui venho para poder fitar-vos


nesta hostia santa! Oh! que ventura a minha poder ver­
vos nesse ostensorio, poder fitar-vos nessa tão pequeni­
na prisão! Ah! Senhor, se um monarcha da terra ad­
mittisse em seus aposentos um pobre mendigo, o que os
homens diriam deste monarcha?
Que sentimentos nobres I diriam uns, porém, outros
diriam: Não se envergonha de receber em seu palacio
um ·pobre mendigo! Porém, vós, ó Rei da gloria, con­
vidaes os anjos do paraisa a entoarem canticos de amor,
quando um pobresinho como Eu se .approxima de l'ÓS.
Os monarchas da terra se envergonhariam de me
receber, vós não vos envergonhaes, antes me convidaes
a sentar-me ao vosso lado! Como sois caridoso, ó Deus
de .amor!
Minha filha, vem aqui a meu lado, não temas por­
que és pobre; não preciso de tuas riquezas, sou Eu bas­
tante rico e minhas riquezas são tuas. Vou te contar
como as almas, que têm a ventura de serem por mim
chamadas para minhas esposas, são nobres, nob111s­
simas !

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135 -

Sim, amadas esposas, vós formaes o meu cortejo e


Me acompanhaes por toda a parte; as vossas v,;stes são
coníecc1onaaas por minha Mae, envergaes d. sagrada
purpura para vos adqwnda por llllm no alto do ua1va­
no, e revest1d.as a.esta purpura sagraua os anjos vos ren­
derao homenagem. �1m, queridas a1mas, 1sto porque sois
ramhasl <.;ompenetrae-vos bem do que vos eswu dizen­
do: sois ramnas, mas rainhas passageiras e mort.aes l An !
nao, so.&.S por toa.a a eterwaaue ! As rainhas deste mundo
passam com a morte, seu remado, suas pompas se aca­
bam; vos, ao contrario, com a morte é que tomarelS pos­
se ae vosso remo. Vêa.e como sois tehzes: os anJos são
as vossas Clamas nobres. As rainnas da terr.a tém a seu
serviço aamas que lhes formam sua córte, tem elias
criauos em aouna.anc.i.a; porem, que damas sao essas?
Crear,uras que, munas vezes, cne1as de mveja, sao a
causa oe tantos a.esgostos; emquanto, vós tendes, não
aias invejosas, mas, .anjos do Paraisa que vos rodeiam,
que aorem aias á vossa passagem, que muitas vezes vos
1usvuam pensamen�os sa.1.utares. o nooreza a a.e mi­
ruid.S e:spo.sa.s ! liompenetrae-vos bem a.esta veraade pa­
ra corr1:::sJ,)onaeroes a Ill.l.Wla prec111ecç'-to; porc.ae-vus cu­
mo t,u, e, em vera.ade, vos a1go que nao e presurnpça.o
.as.sim pensaraes: �ou ramha, envergo· a purpura sa­
gra.ua, tenno a m..1.n.na corte, acompanno o meu J!isposo
por roua a parte, sou portanto noore, os anJos me ro­
C1.e1am e abrem aias a mmn.a passagem! sim, 1yrios que­
ridos, esposas amadas, se de outra rorma pens.araes, náo
Me conL,entare..s! Muitas dizem: eu nao mereço. SJ.lll,
quem mereceu que .t.iu uescesse a.o Ceo e tomasse um cor­
po semelhante ao vosso? �uem mereceu que lhe l!}u
desse o meu sangue até a u1t1ma gotta 'l Quem mereceu
que Eu t1casse aqui na Eucharistial .l:!;u vos pergunto, a
vos almas, que a.izeis que nao mereceis tantas honras,
respondei-Me se fordes capazes, quem mereceu?
Ah! jamais creatura alguma, nem mmna Mãe, com
toda sua humildade, mereceu que um Deus descesse á
terra e se tizesse homem. Porque então desci? Porque
vos amava. 1<·01 este o motivo pe10 qual desci á terra e
Me fiz homem, morri em dura· cruz e fiquei aqui no Sa­
crario !
E agora se tudo isto fiz gratuitamente, porque não
posso fazer-vos rainhas e vestir-vos de purpura e dar­
vos anjos para fazer vossa côrte?
Ah! não penseis o contrario, porque Eu sendo Rei,
tão poderoso, tão rico e tão bondoso, porque não vos hei

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de mimosear gratuitamente? Sim, pensar que não me­


receis, o deveis fazer, mas não penseis que Eu não vos
possa dar, porque não mereceis. Vêde que Eu não sou
mesquinho, não sou avarento, sou tão caridoso, a todos
dou sem interesse, mas, sim, com a ·condição que reco­
nheçaes .que tudo receb�is gratuitamente e sem mereci­
mento algum.
Oh! almas queridas, não sej aes mesquinhas, não Me
quei.J:aes anniqulllar com a vossa falsa humildade. Como
dizem muitas de minhas esposas, quando alguem lhes
lmputa qualquer acto nobre, que pratic:uam ou que po­
dem praticar na qualidade de esposa de um Rei, dizem
el1as: Isto não é para mim, eu nem mereço que Deus
olhe para mim, isto é para quem tem virtude! Ah! não,
jamais penseis assim; lembrae-vos que todas sois no­
bres e nobilissimas, porque sois desposadas com o Rei
Immortal da Gloria. Sim, podeis dizer: por mim n.ada
posso, porém tudo posso com a graça de meu divinal Es­
poso; sim, tudo posso porque os thesouros de Jesus são
meus; sou nobre, sou rica, Jesus tudo me entregou. De
novo vos digo, isto não é presumpção, mas, humildade,
porque tudo attribuis a mim, e Me daes então uma pro­
va que confiaes em mim. Ao contrario, se disserdes: eu
não posso fazer nada, isso é bom para tal alma, em ver­
dade vos digo, sois ingratas, porque não reconheceis as
graças com que vos favoreci.
Candidos lyrios, pensae assim porque isto não é
uma phantasia, não estaes sonhando, mas, sim uma
realidade.
Qu.ando um monarcha da terra desposa uma don­
zella não é em sonho, mas, sim, em realidade; e se esta
esposa, em vez de pedir a seu esposo-Rei o que precisa,
não lhe pedisse, porque elle era pobre, o que diria este
Rei a esta Rainha? Ah! lhe diria: Como? Não confias em
meu amor?! Se te desposei pobre é porque te amei, por­
que eu não precisava de mais riqueza. Ah! o mesmo Eu
posso dizer a essas almas que assim procedem commigo:
não confiam em mim e têm vergonha de se chamarem
senhoras de minhas riquezas?! Ah! vos digo, em ver­
dade, que tudo o que é meu é de minhas esposas, e as
que mais reconhecidas forem, estas serão as que mais
aproveitarão dos meus thesouros. As mesquinhas pouco
aproveitarão, emquanto ás confiantes lhes direi: Tudo
te foi dado, recolhe e dá em abundancia.
· Pensae assim, sêde corações nobres e agradecidos;
e o melhor agradecimento que Me podeis offerecer é o

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vosso agradecimento no reconhecimento da ventura que


vos foi dada: o de serdes chamadas para rainhas e es­
posas de meu Coração, thesoureiras das minhas rique­
zas! Ah! lyrios candidos, comprehendei bem isto se Me
quereis consolar!
Vosso Rei, vosso Tudo.
Pelas mãos de Maria.
15---2-1931.

O LIVRO DA ESPOSA DE .JESUS

Contem este livro duas paginas, a pagina vermelha


e pagina branca!
A pagina vermelha que ensina a soffrer 1
A pagina branca que ensina a amar!
PAGmA VERMELHA QUE ENSmA A SOFFRER
Esposa de meu Coração, alegria de minha Igreja
Triumphante e Militante, Eu sou o teu Jesus Crucifica­
do, que por teu amor se deixou pregar nesta dura cruz;
Eu sou, portanto, a tua força.
Estás sem coragem para carregar a cruz? Vê, esposa
amada, meu corpo todo rasgado! Vê que chagas profun­
das para· te introduzir nellas! Não queres ser guardada
nestas Chagas divinas, abertas para serem o teu asylo, a
tua força? Amada de meu Coração, vê minha cabeça co­
rôada de pungentes espinhos, que a traspassam de lado
a lado! Vê quanto sangue escorre pela minha fronte! ...
Para que tudo isto, candida esposa? Para hoje te poder
dizer: Soffre, soffre com generosidade! Vê como te
amo, deixando-Me corôar de agudos espinhos!
Sim, amada esposa, para corôar-te um dia no Pa­
raisa como rainha, hoje Me vês corôado de pungentes
espinhos! ...
Eu sou, na verdade, o teu livro, cujas letras devem
ser a tua força, porque são escriptas com o meu san-­
gue precioso 1
Recolhendo o meu sangue divino, minha Mãe San­
tíssima fez um livro para ti. O que diz este livro?
Eu te .amo! E vê como Me eras cara, que para mos-

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trar-te meu amor, deixei abrir meu Coração pela lança


de Longuinho.
Como Me és cara!" Quanto sangue Me custastes!
Quantas· dôres! Quantas angustia:s 1 •••
Custaste-Me uma sêde aorazadora, o abandono do
Pae, as penas dos condemnados! Sim, as penas dos re­
probos M� cercaram! Tudo soHri, amad.a e candida es­
posa, para mostrar-te meu grande e infinito amor por
til
Que terrivel abando1'10 do Pae, o qual Me fez ex­
clamar: "!VJ.eu Deus, meu Deus, porque Me aoanaonas­
te" ! .t.;Ste aoa.ndono tao cruel, o sour1 para hoJe, ven­
ao-te genu11exa ante minha cruz, poder dizer-te: Vê
como te amo e como deves sourer com generosidade, ·
lemorando-te do meu terrivel aoandono!...
.Lvlllll1a e:svosa, por pu:u.aae, 1.1.ta oem os olhos de
t.ua a.u.JJ.c:1. ne::.11c1.s cn<1.�as aoeJ:tias por teu amor.. . nesta
caue!td. corui:l.u.a ue el:i�1ruws... nestes 1ao1os resequ1-
uoi:; ... ne:s1.a ung;ua wnw·aaa por sede aorazauo1:a...
nt:::.1.es pc:s e m<1.ul:i penui.·c2.uos... neslies o.a.nos a111orte­
c...uui:; pe1ys es_p.i.ll.l.los... neste coraçao aceno pei.a .l!éLil­
çc.1. ue Lu.úi:,U.1.1..u.1.01 ... Contemp1a a Mae quer1ua a meu
.a.d.uO, lJ.l..wlc:1·sa na d.01• por vei·-1vie em tao 1asL.ilDOSO es­
ta.uo, UtJ:.nuw:1.nuo 1a�rlm.as por nao pouer nem ao me­
nos uàr-i.v.1.'e uma gor,i,a o.e agua! .i:..:;posa ae mmna anua,
ue.i,101s ue l:lem 1v.1.e utares, i.,eras coragem ae 1v.1.e negar
u..1 .:;<A.cr.u1c1u t b1111, ne1:;<1.i.· Uul sacui. ...c10 a·4ueue l!Lle
1a1HO ::iuun:u por tt::U awori' ! AJ:l! nau, .l:!.u oe.i.U sei que
t,:; i:;eL1t:1·u,:;..,; .1:Jc.1.ra :i.s.:;o ueuasr.e o wunuo, pd.J.'ê:L v1ver á
SUHUJ1 a UC:üC:J.1�d, ae lll111Ud. cruz J b.ilJ.d.Ui:l. "-!tU.l!eíli:1., .l!,;U
n ....u uu.v1uu ue tiUa genc:.ru.:s1uaue uevo... s ue Oc:ill n1eun,a­
n:,:; nc::s1.d. !Jct.1:,1na vc:u11c:u1d., .c.u cre.o que �u t:S Cd..l,)i:1.Z ae
úd.l' t,ua v ...ud., se v1·t:�1.so ·:wr para n1os11rar-Me que lvie
awa..s. om1, m11111a aU1aaa, 1enuo es�d.s 1eGras vennelhas
escnptas com o meu sangue, posso peair-te qu.a1quer
sacrn1c.o, porque sei que nao m'o negas! Eu conneço
teu coraçào, sei que possues um coraçao terno e com­
passivo; s1m, porque teu coraçao fol creado para amar-
1v.1.e como esposa . .Nao é isto verdade?
Sim, é veraaae, ainaa que te pareça que não Me
amas, .l!;U bem sei que Me amas; se nao Me amasses não
deixarias o munao com suas vaidades e mentirosas pro­
messas!
Amada espos.a, ficas affllcta porque te sentes fria e
sem nenhum ardor para Me amar? Não é preciso sentir
tal; o amor se manifesta nas obras, no sacrificio da

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vontade. Ainda que te pareça que nada fazes por meu


amor, não te importes, ouve os teus superiores e faz,
com a perfeição passivei, o que elles te disserem. Não
temas se o inimigo tentador bater á tua porta; não sou
Eu o teu Esposo infinitamente caridoso, para te aju­
dar na:s horas difficeis? Lembra-te que o melhor meio
de expulsai-o é meditar por uns instantes na minha
sagrada Paixão e Morte. Abre nas horas difficeis este
livro, que agora te faço presente, lê com attenção estas
letras escriptas com o meu sangue! Ah! o inimigo é
obrigado a te deixar, porque meu sangue é a sua der­
rota; sim, o meu sangue derrubou seu imperio infer­
nal.
Não temas, portanto, porque Eu tenho remedia pa­
ra todos os teus males; não te esqueças em todos os
dias de tua vida, ao menos uma vez por dia, de ler nes­
ta pagina vermelha, onde aprenderás a sciencia das
sciencias, que é saber soffrer por meu amor, para um
dia poder cingir-te com a corôa de esposa do Rei Im­
mortal d.a Gloria.

PAGINA BRANCA QUE ENSINA A AMAR

Amadas esposas, já leste a pagina vermelha, na


qual vaes apprender a soffrer generosamente; agora
vou dar-te a pagina branca, que te vae ensinar a amar­
Me na humildade, como Eu amei 1
A pagina branca tem como característico especial a
santa humildade.
Vê-Me aqui, candida açucena nesta Hostia Santa,
tão humilhado, neste sacrario encerrado até o fim dos
seculos; para dizer-te que te amo, para entrar no teu
coração e alimentar a tua alma, fazendo-a forte nos
combates da vida, para que não desfalleça e possa che­
gar generosamente ao dia das bôdas eternas! Quanto
amor! Quanta humildade!
Amada esposa, abre bem os olhos de tua alma e vê­
Me, desde quinta-feira santa, até o fim dos seculos,
em milhões e milhões de sacrarios, preso pelas cadeias
de um amor ardente por teu amor! Vê, desde quinta­
feira santa, a communhão sacrilega de Judas, até o fim
dos seculos, isto se repetindo quotidianamente! O teu
manso Esposo docemente sujeita-se a tudo isto, para di­
zer-te: "Vê como te amo!"
Agora, amada e candida açucena de meu Jardim,

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- 140-:-

negar-Me-âs o teu generoso amor? Ah I não, Eu sei


que Me amas com um amor ara.ente, h;u te vejo gene­
rosamente hum1111ar-te, ooedecer cegamente aos teus
::;upenores, so para mos�rar-Me teu amor. .i:!iu vejo-te ge­
nerosa, aJuaar as tuas 1.nnas, só para mostrar-Me, que
Me amas! l!.iu vejo-te perc1oar as llldeucaaezas que te
terem, so para mostrar-Me que Me amas! l!.iu veJo-te a
urcur sacru1cws, so para mostrar-Me que Me amas!
:.iun, amada e canciiaa .açucena, a1nd.a que nao sintas.
que Me amas, l:!iu o sei que Me amas, con.tleço tua cons­
c1encia recta, melhor áo que tu; .l:!iu estou no teu cora­
çao e conneço toaos os seus 1n1pulsos, nao ctuvicto de tua
grande generos1a.ade; Bu sei que és capaz de fazer os
maiores sacru1c1os para mostrar-Me teu amor!
ivuui.u::l_iu-1,c, 1,1.1. e.:, c1. t::.:il:U1H.ud. uo rae l-Jc:i.nt ser a ntl-
n.u1:1. cuu.::.u.a.<A.çau u,::sL,.a .1,.1.1·....,....u ue a.w.or, ouue u.La e noite
J.V.Le Vt::J..Ll::i v.1..:s.1.1,a.J.'. .::,,;: uau ...�...� aiual::i:it::üõ lld.U .1.VJ.e VJ.Süa.L".L.ui;
.1.11uü.L1::n:n1,1:: !Jct:i;:,ana:; aea.u.1,e uu .L.L1eu ·J.aoe.1·nacwu, cu­
wu .1,.1al::i.::.1:uJ.1 �.L11,u:; I.wius .1.11�raws, q_uc: nem ao menos se
1eJ.J..Lu.nuu 4.ue .i:.1.r aqui e:;·1,ou. vara os 01::ne11c1a.1· ! ...
_ a1.uau;;,. espu:;a, quanuo l:l.4.u1 ven::; para lvJ.e visitai·,
ve que .l!oU auJ:u mt::u VOJ:açd.O v,u:a 11e11e 1,e esconuer, pa­
ra 4.ue o .lll.luHgo ae tua a.Lllla nao possa 1azer-te mal.
ve con1O 1,e amo, canu.1.ua açul:ena ue meu J araim.
Quão ueucauo e meu l;Oraçuo, para com tua aima, nes-
1.,c sac1·ano, taao ae amor por t1 ...
ve, anua muu1a, t::il)O:;a uea1cad.a, como esta pagina.
bran�a te 1::11s1na o qua1.11,o u; a111O, e como iv1e aeves a1t;ra­
uc�ci·, 04uuu-.1.v.1.c l:l..w.u.1· vor <1.1.Hu.i:. . . .i:.u se1 que, J.enao,
wuo:; os UJ.i:tS ne::;i;a i.,ag.u.1a tA.>°ui:I. ae amor, Jamais t.eras
coragelll ue J.VJ.e ne�a.i- o 1,eu amor. uni vor p1eaaae, quan­
Clo te sentires a.es<1.rumaaa, vem aqui aos pes ao meu sa­
crar.1O; J.e estas 1eu·as escriptas com o meu amor e san­
ta humuaaae. An ! .t!iU 1.,e prometw, sa.hirás daqui ou-
1,ra 1 tW.! quanao bem med.Ltares que por teu amor es­
tou pns1one1ro e em tanta humilaade, ah! cara esposa,
em veraaae te digo, nao teras coragem de Me negar
teu amor!
t;onneço-te, tu és a escolhida do Pae para ser a mi­
nha conso1ação nesta prisão de amor, onde dia e noite
Me vens visitar. Se não Me amasseis não Me visitarias;
indifferente passarias deante do meu Tabernaculo, co­
mo passam tantos filhos ingratos, que nem ao menos se
lembram que Eu aqui estou para os beneficiar! ...
Amada esposa, quando aqui vens para Me visitar, vê
que Eu abro meu Coração para nelle te esconder, para

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-141-

que o inimigo de tu.a alma não possa fazer-te mal.


Vê como te amo, candida açucena de meu Jardim.
Quão delicado é meu Coração, para com tua alma, neste
sacrario, todo de amor por ti ...
Vê, alma minha, esoosa dedicada, como esta pagina
branca te ensina o quanto te amo, e como Me deves agra­
decer, dando-Me amor por amor ... Eu sei que. lendo to­
dos os dias nesta oagina toda de amor. jamais terás co­
r.qgem de Me ne2ar o teu amor. Oh! oor piedade, quan­
do te sentires desanimada. vem aaui aos pés do meu sa­
crario: lê esta.s letras escrintas com o mPu amor e santa
humildade. Ah! Eu te prometto. sahirás d.�aui outra!
Ah! auando bem medltare� aue nor teu amor estou pri­
sioneiro e f!'m t::inta humHdfl.de. ah! <'lira esnosa. em ver­
dade te digo, não terás cor11.2em rle Me nel?'ar teu amor!
Sim, amada açucena, esta nagina branca ha de ser a
tua força. Quando pela manhã Me m�nducas: grava bem
no teu coracão e na tua alma estas palavras: Por ali­
mento de minha alma tenho um Deus! ! Sim. neste Divi­
no Sacramento fiquei o.':l.ra alimentar-te e ser tua forca
nas horas difficets. Oh! em verdn.rle te nie:o. os anjos fi­
cam pasmos diante desta maravilha: Teu Jesus, que é
Deus. como alimento de tua .9Jma! ...
Oh! Minha amada, quanto amor nesta pagina bran­
cal Como me és cara! E diz-Me si não é isso verdade.
Sim, é nelas obras que se conhece o amor.
Vê-Me encerrado nesta prisão. e. como vianda ali­
mentando tua alma p.ara a vida eterna!
Mostrei-te esta pagina branca, não a esqueças todos
os dias de tua peregrinação ...
19-4-1931.

O CÉO DAS ESPOSAS DE JESUS


Amadas filh':l.s. vou hoje vos falar deste céo que ten­
des no meio de vós. o qual por infelicidade não é com­
pr'ehendido por muitos!
Estaes no noviciado da Misericordla, portanto Eu
continúo com as minhas lições promettidas. Hoje pri­
meiro de 1unho, mez consagrado ao Coração Santissimo
de Jesus Crucificado, desejo vos mostrar o céo que ten­
des no meio de vós, atravez dos véos da fé!

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o justo vive de fé e, á medida desta encantadora fé,


é que gozareis do céo, Que tendes no meio de vós.
Que bello, que sublime é este céol!
Este céo é a Euch·uistia!
No melo de vós, disse João ás turbas, está AQuelle do
qual eu não sou diimo de desatar-lhe as sandalias.
Ta.mbem Eu vos posso dizer, no meio de vós está o
Deus dos exercitas, rodeado de anjos em profunda ado­
ra,.!'ío e admiração, apezar d'Elle se achar em tanta hu­
mildade!
Sabeis aue os anins mãos foram nreclnit�.dos no in­
ferno nor causa de não aceitarem que um Deus a tanto
se hum1Jhasse. norisso nronunc1ar.�m esta terrlvel pala­
vrii: N!'ín �ervjrernns. nP.m alinrnrP.mnq !'!. 11m Deu.� auP. se
fac.g, homP.m e a tanto se humilhe! S!:!.be1s que estes an­
fm1 rPheldes foram nre,.1n1tados no inferno. creado neste
tnst.-:int.e nPl::i. �mt rebP.ldl8,.
Ama.das fiJh::i.s. estes an1os são ho1e demonios. mas
ha tambem anios bons. oue adoram o Deus humUha<"o no
meto ne vós. O TRbernaculo est.á ronP.ado destes anjos
bons. anez::ir de vós não os virdes. E11es O adoram e em
orofunliii alim1ro.cão. nor verem o aullnto este Deus vos
ama: ::i.hi Plles supprem vossas lnfedelidades e vossas ir­
reverenci ::i.s.
, Se tivesseis fé como um grão de mostarda, o vosso
céo 1á comE>c.�ria neste mundo, noroue auem faz o céo é
o nroprlo Deus. e Elle está em vossos altares para ser o
vosso céo já neste valle de la,n-irnas! Prevendo as diffi­
culdades de seus filhos amados, eis o motivo de sua es­
tadl::i no meio de vós. E agora eu vos pergunto: corres­
pondeis ás suas finezas?
Examinae-vos bem e vêde se. em vez de achardes
vosso cén aos·nés de seu altar. andaes, como as borbole­
t'ls dP. flôr em flôr. á orocura de Quem vos satisfaca o
cori:ir.iio, dPt:xA.ndo de fr á nascent.P.. donde nrovem todo
o mél e docura da vida de um filho d.a Santa Il!I'e1a!
Amadas filha.s, aua.ntas vezes ouco auelx.-:i.s amare:as de
Jesus. oor ver aue em vez de O orocurarem. como reme­
dlo unico para suavisar todos os males, vão â procura de
veneno_ para suas almas!
Pobres, lnfelfzes os que assim procedem, pois debal­
de procuram alllvio, porque não o encontrarão! Só Je­
sus, só Elle sabe suavlsar e alliviar os males, que muitas
vezes .atacam as almas.
Vinde procurar o vosso céo aos pés do Sacrario, Je-

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143 -

sus · se deixou ficar nesta humilde prisão com a condi­


ção de ser o vosso céo já neste valle de lagrimas !
Oh! se Uvesseis fé, como vos acharieis felizes em es­
t':lr aos pés d'Aquelle, que faz o encanto dos eleitos no
Paraisa!
Sim, para gozar deste céo é necessaria a fé, e a fé
adquirireis pedindo-a. E' necessar!o que peGaes este tão .
precioso dom todos os dias ao Divino Paraclito, para po­
derdes aprovei.tar deste Céo, que é vosso Esposo amantis­
simo na Eucharistia.
Vivei, caríssimas filhas, de fé e achareis já vosso
Céo aos oés do Sacrario, onde está o Autor do mesmo
Céo. Correi, como os veados. â fonte, saciae-vos nesta
nascente de toda a fellcidade lmmortal. Sim, só Elle é o
Autor da verdadeira felicidade. Em vão orocur:ireis feli­
cid�de no meio dos homens. norque só Jesus, só Deus vos
póde dar a verdadeira felic;dade; o mundo. as creaturas
não vos podem dar a. felicidade. Ouvi de Jesus aos seus
anostolos. auando os saudou com esta bella e encanta­
dora oalavra: A paz vos dou. porém. não como vol-a dá
o mundo. Sim. a verd.13.deira naz só Elle a nóde dar, por­
tanto. se não tendes m1.z. vinde ao Céo do Sacrarlo e aqui
a encontrareis, saciando.vos no desejo que tendes de
prazer.
Vinrle. filhns a.ml'lrl,<i �. ::io vos�n Ciin: é nnr est"" Céo
aue d0�1"1rPz::i.�t.P.s .<is vaicl::irlt>s no munrlo e est�.Ps aaui a
mF> P�"Ut<i.r. Anrnvelt::i.e. ni'in desnPrrltceis t>ste Céo. nara
aue 'P.u n<10 t�nh"l. de ouv'r au""lv,<i.s am::ir,:ms de Jesus
a vosso respeito. Espero jamais ouvir queixa ao vosso res­
peito.
V.ni::sl\ M"i:i.e, no novicfado cfa. Mlsericordia.
Pelas mãos de Jesus vos abençôo.
Maria.
1-6--1931.

O CANTICO MAIS I3ELLO DE MINHA


IGREJA E' A VOCAÇÃO DE APOSTOLOS

Almas missionarias, vou hoje, dizer-vos que não te­


nho na minha Igreja cantico mais bello, e que mais me
encante e me commova o Coração á compaixão do que a
vossa vocação de apostolas!

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Cantico sublime são as vossas fadigas em procura de


almas I Cantico sublime, quando deixaes a sombra de vos­
so ninho e ides á procura das almas, que vivem no mun­
do esquecidas de seus deveres religiosos! Cantico subli­
me é o officio divino, quando recebeis por meu Nome in­
jurias, desprezos e humilhações! Cantico sublime, quan­
do vos despojaes de vossas santas librés para envergardes
outras, que vos facilitam a entrada nos lares, onde o
santo Habito não póde entrar, porque é odiado do pec­
cado!
O Officio Divino, entre todos os que minha Igreja
canta, tu és o mais sublime, pois me arrebatas as almas
do dragão infernal! E's o Cantico Divino, entoado por.
mim com tanto amor, quando desci ao selo. de M';l.ria! Can-
tico Divino cantado por mfnha vida de 33 :a.nnos, que no
exmo passeJ ! Continúo hoje a receber estas melodias das
almas missionarias, que na sua sêde, não se contentam
com a oracão e o sacrificio. mas percorrem as ruas e as
cidades :a. procura de corações para nelles Eu poder ple­
narn P11t.P rP.inar!
O Mtss•onarias. o vosso cantico é o mais bello da
s�.nta I,n-eia. e em verdade vos digo aue não h:a. officio
rn "'i� n1vino do que preparar-me corações, onde Eu possa
reirntr!
Amo as esnosas aue vivem nos claustros, porém as
que· se' entregam a Mim. corno apostolos,, diviniso seus
ados. e os seus claustros são as ternuras de meu Cora­
' cão. oorque. ellas. não medindo sacrificios, se entregam
â minha mlsericordla, que as torna para suas piedosas
exlgencias.
Missionarias. entoae os vossos C:a.ntlcos de Amor,
amando a vossa vocacão, porque ella é offtclo do proprio
Deus. Sim, meu officio é salvar e santificar; é este tarn••
bem o vosso. salv:u e santificar-vos; pois em verdade vos
declaro que, á medida que entoardes o vosso Cantico, com
esta mesma medida vos darei o meu Coração, que em vós
confia nara salvar .as almas.
Subllme. divino é o vosso Cantico, o vosso officio,
porque este é o meu officlo, o meu Cantlco - Salvar al­
mas.
Oh! O Sitio divino sej.-a por vós saciado com a vossa
vocacão, que constitue na minha Igreja o Cantico mais '
nobre e mais divino, pofs é este o meu Cantlco: Sitio, Si­
tio.

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145 -

A MISSIONARIA, AMBULA AMBULANTE

Amadas esposas e carissimas almas que me ouvis. De­


sejo hoje mostrar-vos a cilgnidade de uma alma, que se
constitue Missionaria de meu Coração, isto é, que me faz
conhecido dos homens de boa vontade. Não h.a, nem póde
haver dignidade mais elevada do que se constituir Mis­
sionaria, porque a alma Missionaria torna-Be minha Mãe,
minha irmã, minha amiga.
Minha Mãe, alimentando-me nos cor.ações fracos na
virtude, porque a Missionaria com os seus conselhos não
me deixa morrer · em tantos corações, donde estou pres­
tes a ser vomitado! Oh! a palavra d.a Missionaria, in­
cendiada no calor de meu amor, faz com que tantos co­
rações fracos não me lancem de si.
A Missionaria é minha irmã, porque corre pressurosa
a traz d.as ovelhas tresmalhadas, para dizer-lhes que uma
só cousa é necessaria a salvação da alma, porque esta é
immortal e creada por mim para poder gozar do que lhe
está preparado desde toda a eternidade. A Missionaria é
minha amiga, porque ella não se importa com os raios
do sol, nem tão pouco com o frio. Vae atraz dos que têm
necessidade de vida; corre, não espera que a venham cha­
mar, vae de porta em porta procurar os seus irmãos en­
fermos na alma, e com doce sorriso, com palavras de
mansidão, entrega-lhes primeiramente o iman dos cora­
ções, que é a ephigie de Nossa Senhora das Lagrimas.
Maria é entregue por esta mão amiga .aos corações im­
pedernidos, e depois, ó milagre admiravel! Aquelle cora­
ção, obcecado pelo peccado, aceita o sacerdote, e quem
vae entrar naquelle coração? Eu nelle entro e com que
alegria!
Amadas esposas e almas dilectissimas que me lêdes.
A Missionaria é uma ambula viva que me dá aos pobres,
sim, aos pobres de meus favores, isto é, de minha gra­
ça. Esta ambula não fica no Sacrario a espera dos que
ahi venham; ella vae bater de porta em porta dizendo:
Abri-me, porque aqui trago a vossa salv.ação. Sim, Eu sou
a salvação e a vida, e quem recebe um dos meus, a mim
é que recebe. Sim, quem receber em meu nome uma des­
tas almas é a mim que recebe. Vêde, almas que me ou­
vis, a dignidade de uma alma que se constitue minha am-

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bula viva! Oh! quanto prazer me dão as almas que não


,se contentam com a sua propria santificação, mas que se
empenham em proporcionar aos seus irmãos a felicida­
de eterna, que consiste em me amar por toda a eterni­
dade. Para que, porém, isto seja uma realidade é neces.
sario QUe neste mundo os homens me sirvam e me amem,
cumprindo a minha lei e - ob�pecendo aos santos Precei­
tos. Quantas almas porém nã\f fazem assim porque igno­
ram ·a suavidade de me servir e amar? E como fazer para
prehencher tal lacuna? São necessarlos coracões missio­
nàrios que, pelo seu amor _e comnrehensão da felicidade
de uma alma, se constituam verdade!r:::i.s ambulas vivas,
·• aue vão de porta em porta d1zer: Abri as portas · á. re­
demP�ão: abri as portas· á felicid�de; não desnerdiceis o
sangue do Cordeiro. nue nor vós foi derramado. ó no­
brez� incomnrehensivel ! ó dig-nidade só suoerada pela
de meus ministros! Só estes· estão acima, porisso. a mu­
lher. incapaz de nossuir dignidade sunerior a de ser Mis­
sionaria. como tal torna-se ambula minha! Sim. está es­
crípto: Si me amardes e guardardes a minha oalavra, a
vós viremos e ahi faremos nossa morad:,. Porém Eu não
quero somente ser morador, Eu quero. nelas aJmas de boa
vontade. ser dado a todos. que não têm a felicidade de
níe am::tr, poraue por todos derramei meu sangue e por
todos- dei minha vida!
Vós .que· me ouvis. vendo o auanto quero ser amado
por todos os homens. não sentis btmbem nascer no vosso
corá.cão o deseio de ser do numero destas almas orevile­
giadas? Não desPi::1.es ser minhas mães. meus irmãos e
meus amiiros? Não· deseiaes ser amb11lRs vlvqs cm� me
possa1:?s dllr a auem ainda não me conhece? Oh! não se­
Jaes indifferentPs. ni'í.o vos contenteis somente em serdes
ambul::ts de s:::i.crarios! Ah! não. sêde ambulas ambulRn­
tes. não fiqueis somente na quietude da contemplação;
ouvi meus gemidos. vêde quantos homens ainda não me
amam. Oh! se fordes atraz delles, me amarão, porque
eles tem boa vontade! Vêde. falta quem lhes leve pala­
vras de mansidão. e os persuada que a felicidade consis­
te em me amar: Se todas .as almas, Que me amam, se
constltulssem Missionarias, ao menos dos aue os rodeiam.
o mundo estaria em melhores condiQões ! Sêde. portanto,
todos que me lêdes. almas apostolas, porém não vos es-
. queçaes que é preciso emnunhar a espada de dois gu­
mes. Que é a mansidão a tod.a a prova, o que significa o
transbordamento de meu amor, gerando todas as virtu­
des, Humildade, Pureza, Sacrificio, emfim todas as qu.a-

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lldades de meu amavel Coração.


De dois gumes é esta espada, porisso qual será o ou­
tro? E' impunhar o signal que o demonio odeia - ser
devoto de Maria, isto é, amar a Maria e por Ella todo se
me dar e· tudo me pedir, porque é por Ella que º
dispenso
os meus divinos favores. Sim. amar a Maria é impunhar
este signal, que afugenta os inimigos,· para que Eu possa
entrar nos coracões de meus filhos. que me cust.uam o
· meu sarigue divino. cujo preço é infinito.
Almas que me lêdes, que no vosso coração se accenda
a lainpada do amor, e assim aquecidas, poss.aes com­
prehender a dignidade de uma alma ap0stola. São estes
os votos que faz o vosso Jesus Crucificado, que, compre­
hendendo a necessidade do apostolado, se faz apostolo e
vem atraz de vós para pedir-vos esta esmola de vossa
cooperação.
Celleiros de misericordia. Via· confiante - Paraisa.
22-6-1932.

A MISSIONARIA. APOSTOLA DE
MEU AMOR

Meu Jesus, porque falaes tão baixinho?


Minha filha, porque eu sou doce e humilde de cor.a­
ção, e os corações barulhentos não Me ouvem. Ah! se pu­
desses entrar no Paraisa e ver que delicadezas am rei­
nam! E' uma harmonia tão encantadora que alguns dos
meus eleitos, aos quaes isso lhes foi dado presenciar nes­
te exillo, o viver na terra por mais tempo tornou-se-lhes
terrivel martyrio !
Ahl como Me são agradaveis os corações silenciosos,
porque estes estão sempre promptos para Me ouvir, em­
quanto que os que vivem no bulicio não Me escutam.
mesmo quando lhes bato á porta.
Ah! queridas Missionarias, vós, que sois minhas por­
ta-vozes, tendes mais necessidade de serdes silenciosas,
para que assim Me poss.aes escutar. Ah! se não Me escu­
tardes e se vosso coração se acha vasio, como podereis
falar?!

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A vossa missão é muito nobre, ella Me é assaz agr.a­


davel, mas, para que cada dia se torne mais fecundo vos­
so trabalho, sêde almas interiores, escutae-Me.
No vosso trabalho apostolico, jamais Eu vos deixarei
distrahir, porque á medida que falardes de mim, com es­
ta mesma medida vos saciarei; pois, se derdes um ceitil,
Eu vos darei o cento por um. Erradas estão as almas que
pensam se distrahir, quando vão á procura de um pecca­
dor. Isso é um erro muito grave, porque affasta muitas
almas de boa vontade de serem apostolas.
Ah! se comprendesseis a nobreza da vocação Missio­
naria, não cessarieis de Me louvar, pois, ella Me dá tan­
ta consolação! Porém, para que sejaes verdadeiras apos­
tolas, transmissoras de minha amavel doutrina, sêde al­
mas interiores, almas silenciosas e recolhidas.
E' no fundo de vos_so coração que vos desejo falar a
cada hora e a cada instante. E.." aos pés do sacrario que
a Missionaria se enriquece, recebendo para os homens
palavras cheias de santa unção. Sêde, queridas minhas,
anjos da Eucharlstia e vos tornareis verdadeiras aposto­
las, realisando, então, os meus desejos confiados ao vos­
so Fundador.
Cooperae com seus esforços e Me sereis agradaveis.
Sou Eu que falo pela sua bocca, quando vos diz que a
Missionaria deve appellar para Jesus Sacramentado, em
todas as suas difficuldades. Sim, amadissimas filhas, que
Me lêdes, os grandes apostolas eram amantes da Eucha­
ristia. E' aos pés desta fornalha de amor, que vosso co­
ração se incendiará e vos levará a praticar acções he­
roic.as! Sou Eu que, com a minha presença real neste
divino Sacramento, redobro a força ao apostolo cansa­
do, sou Eu que inspiro tantas virtudes heroicas.
Tantas almas tibias, depois de se fazerem familia­
res commigo, praticaram tão heroicos actos de virtude,
a ponto de se esquecerem que eram creaturas mortaes,
dando-se por completos ás almas! Mas tudo isto só é
dado ao coração que, despreoccupado de tudo que o ro­
deia neste mundo, se entrega á santa contemplação do
meu amor. A' Missionaria, que quer saber de tudo que
se passa, que vive preoccupada �om o que a cerca, Eu
não poderei inspirar virtudes, pelo que não produzirá
com abundancia, apenas dará alguns fructos e ainda de
má qualidade!
Porém, a Missionari-3. de vida interior que souber se
mortificar, que não se incommodar com o que a rodeia,
á imitação de meu Pae adoptivo, vive no trabalho e na

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contemplação.
Jamais cre.atura alguma foi mais contemplativa do
que José e Maria. Desejo, filhas queridas, que sejaes
verdadeiras almas interiores, para corresponderdes á
vossa tão santa vocação.
Sois Missionarias, o que quer dizer apostolas de
meu amor não conhecido pela maior parte dos homens!
De vossa vocação, sou Eu mesmo o autor, porque fui
Eu que vos chamei para trabalhar na minha vinha!
Os operarias são poucos; a messe se perde por falta
de operarias! Apressae-vos em colher as espigas, antes
que o temporal chegue, para que nenhuma se perca. Eu
vos bemdigo, dae fructos de vida eterna.
Crescei e espalhae-vos pelo orbe, porque o tempo ur­
ge, e a eternidade se approxima.
Jesus, que vos abençôa.
Pelas mãos de minha querida Mãe, Maria, vos en­
vio o orvalho de minha graça, para que a poeira dos ca­
minhos da vida não vos faça mal.
Jesus, Rei de amor e das Missionarias.
23-9---1930.

MISSIONARIAS, SÊDE VERONICAS

Adoravel Jesus, Esposo amantissimo de minha alma,


hoje outra vez aqui venho para escutar vossas queixas
amorosas e tambem para vos consolar. Apesar de minha
miseria, dou-vos, minha boa vontade.
Alma querida, como Missionaria que és, tens que co­
nhecer a fundo o auanto Eu soffri no exílio. Gosto tan­
to de instruir as aimas nest3. escola divina!
Oh! quanto Eu soffri na niinha divina face na noi­
te de quinta-feira na prisão, emquanto aguardava a
sentença dos juizes! ...
Impossivel te é comprehender, neste exilio, o que
Eu passei nessa noite tremenda e venturosa!! ...
Tantos foram os murros que deram em minha Fa­
ce divina, que não pódes contal-os; cheguei a ponto de
ficar com o rosto tão roxo e desfigurado, que, no encon-

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tro com a minha Mãe, esta não Me reconhecia,


Alma querida, escuta um pouco o quanto Eu soffri,
quando os algozes exhaustos de Me darem com suas
mãos em meu rosto, sentavam-se a meu lado, e Me da- .
vam chicotadas, a ponto da carne de minha Face divi­
na saltar para longe, porque na ponta de seus chicotes,
tinha pedaços de espóras .
. Medita bem nesta scena capaz de commover as pe­
dras as mais duras: minha Face tão delicada assim ba­
tida por féras indomitas, tendo nas mãos a força dos
leões os mais bravios! ...
Paremos aqui. ó vós todos que passaes por este exl-.
lio, vede-Me, agora ante vossos olhos, com a minha_
santissim.a Face toda cortada, tendo pedaços de santis­
sima carne a se despregarem dos ossos!
Quem é este, almas queridas, que assim se acha? E'
o vosso Deus, vosso Pae, vosso amigo, :vosso tudo!! ...
Porque se acha em tão mlseravel estado? Ah! porque
vos amando deste toda a eternidade, quiz abrir-vos as­
portas d.a felicidade, que se achavam fechadas! E' por
este motivo que os algozes assim Me trataram.
fi'ilhos queridos, não se vos commove o coração á
vista desta scen.a tão horripilante? Eu, sendo a delica­
deza em infinito, ser assim -tão barbaramente tratado
por mip.has creaturas, creaturas por mim criadas por ex­
cesso de amor! 1 •••
ô almas, que destinadas fostes desde toda a eterni­
dade a serdes minhas consoladoras, vinde aqui a meu
lado, colhei um por um, os pedacinhos da carne salpi­
cada nesta prisão, recolhei-os com o vosso amor, e de­
pois e11xugae o sangue, que corre em abundancia para
lavardes vossas almas de tantas imperfeições...
O principal fructo desta meditação, que deveis ti­
rar para vossas almas, é jámais vos .agastardes ou vos
1.rr1tardes, mudando assim vosso rosto, que nunca deve
motrar-,se contrariado com as penas de vossas vida.
Almas queridas, Eu apesar de ser esmagado como o
grão de trigo, nem de leve mudei de physionomia, dean-.
te de dôres que Me causavam taes tormento; quanto
mais Me batiam, mais Me concentrava, e conversando
com o Pae, pedia perdão para os algozes voluntarias, ·
desculpando-os, dizendo-Lhe: "Pae, bemdito, se Me co­
nhecessem, em vez de Me injuriarem, Me adorariam;
perdoa-lhes, por elles Vos offereço estes tormentos".
Almas queridas, que licção para vós nas horas em
que vos injuriarem. Ah! dizei sempre, ·perdoae-lhes Je.-

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sus, perdoae-lhes; se ·assim procedem é porque não sa­


bem o que fazem.
Sim, a maior parte dos homens pratica ô mal, por­
que não conhece a belleza da virtude.
Almas Missionarias, um appello para vossos cora­
ções generosos. Os homens Me offendem, poriue na
maior parte vivem nas trévas; sêde vós a luz de suas
almas obscurecidas pelo peccado; mostrae-lhes com
mansidão e brandura a belleza da virtude e quão bom é
Me amar. Oh! então, em verdade vos digo, todos Me
amarão. Porque foi por todos que morri no alto da Cruz,
todos tem direito a se salvar, a entrar no meu reino.
· Mas, se não houver almas generosas, que continuem mi­
nha sagrada missão, como �sses i�felizes poderão entrar
no meu reino?
Almas queridas de meu Coração, por todos os ho­
mens meu divino rosto foi batido, denegrido e espeda­
çacto ! Slm, por todos, sem excepção, porisso .apiedae-vos
dos pobres peccadores, que ainda hoje continuam com
suas llbertinagens a esbofetear-Me!
· Ah! contidentes de meu Coração, quantas jovens
usam de seu rosto, imagem do meu, para Me oftender!
Qu.antas libertinagens! Apiedae-vos de mim, offertae ao
Pae Eterno as artrontas que soffri na minha sagrada.
Face, por essas infelizes, que cegas vivem a dar escanda.
lo. pelo muncto! Ah! foi por essas que usam de seu rosto
p.ara escandalo, que de um modo todo especial soffri
nesta noite lugubre 1 •••
Não vos esqueçaes de ter para com minha sagrada
Face devoção especial. Com os vossos osculas puris­
simos, desagravae-Me, vêde -sempre, ante vossos purís­
simos olhos, o meu rosto desfigurado a vos pedir amor,
amor, tudo por amor.
Ah! esta lembrança vos será salutar, porque assim,
j anía4i vos irritareis, mostrando vosso rosto enfadado
nas contrariedades da vida.
Almas queridas, sêde Veronicas, com a vossa sere­
nidade em todos os acontecimentos da vossa vida; Ve­
ronicas, mostrando aos peccadores o quanto por elles
soffri no meu rosto adoravel!
Ah! jamais, filhos do meu Coração, vos irriteis com
quem vos fáz soffrer; ao contrario, quem vos faz sof­
frer, deve ser a quem mais deveis obsequiar, como· Eu
fiz.
Pelos peccadores, é que mais peço; são -elles os al­
gozes voluntarias, o alvo dos meus olhares; é por elles·

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que dia e noite, em oração continua, deste Sacrario pe­


ço ao Pae das misericordias perdão e misericordia.
Fazei, vós, o mesmo. Pedi dia e noite por esses infe­
lizes, que ainda não têm a ventura de Me amar.
Não vos esqueçaes de meu rosto denegrido por tan­
tas pancadas.
Pela§ mãos de Maria, Jesus Rei de amor.
26-1-1931.

A VOCAÇÃO MISSIONARIA

Lançando um olhar sobre a humanidade, e vendo


em que lastimoso estado ella se acha, ouvimos no inti­
mo d.a nossa alma uma voz, que nos diz que a vocação
Missionaria é uma necessidade urgente 1
Porque uma necessidade urgente? Porque os interes­
ses sagrados de nosso Deus acham-se em perigo de se­
rem lançados ao fogo! O joio foi semeado pelo inimigo de
Deus e elle tomou conta dos campos do Senhor; e o Se­
nhor, vendo seus campos cheios de joio, pede, por amor,
trabalhadores para semear estes campos, que lhe custa-
ram a propria vida!
O nosso Divino Rei, sentindo que, com as suas san­
tas inspirações, não lhe dão acolhimento, chama a si
as almas abnegadas e diz-lhes: vae a meu campo traba­
lhar, não te importes com os raios do sol, nem tão pou­
co com a chuva. E' necessario que vás, em troca dar­
te-ei em abundancia o meu amor. Eis a paga, eis o sa­
lario da alma Missionaria; e haverá salario mais rico
do que este? A alma Missionaria é a mensageira da paz,
porque não se poupando em sacrificios, vae .atraz da
ovelha tresmalhada dizer-lhe que volte para o redil,
porque o Senhor do redil a ama; e a ovelhinha tresma­
lh.ada, vendo que, apesar de ter se afastado do rebanho,
ainda é amada, pressurosa volta ao redil, onde é re­
cebida no mais doce amplexo!
Eis a ovelha salva das garras infernaes; porém, pa­
ra que isto seja uma realidade, é necessario que a alma
Missionaria possúa, dentro de si em abundancia, o Deus
da caridade, que lhe dará uma sêde ardente, a qual só

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será saciada na eternidade! Sim, o calor do .amor divi­


no é que deve abrazar o coração e a alma de uma Mis­
s10nar1a, e não se póde comprehender de outra forma
a sua vocação.
Qual a alma religiosa que, amando a Deus, não
goste de ficar no silencio de seu convento, amparada
pelos seus bemditos muros, aos pés do Divino Mestre'/!!
Sim, a alma que ama, deseJa sempre estar ao lado
de seu amado, porem a Missionaria, depois de passar as
suas horas aos pés de seu Amado, não se podendo con­
ter, vae atráz dos irmãos queridos, que se acham cheios
de .Lama e lhes mostram, que, apesar de seus desvarios,
o seu Deus amda os ama, por isso os exhorta a que vol­
tem á casa paterna.
Mostra-lhes a Missionaria os anjos do Senhor, que
são os ministros do Altar, os quaes tem o poder de per­
doar peccados, dado pelo propno Deus. E quando a Mis­
sionaria volta de seu trabalho, sente-se feliz, porque
fez aos outros felizes!
Sim, só ha felicidade onde está Deus, e a Missiona­
ria, mostrando o erro e mostrando o amor, leva as al­
mas a seu Deus.
Eis Deus tomando posse destes corações, que· se
achavam longe de seus afagos; porque a estes corações
de novo volta a felicidade, porque voltaram para seu
Deus, o unico que póde dar .ao homem a felicidade. Alma
Missionaria, grande é tua felicidade, porque tu fazes o
que o Divino Mestre fez. Elle não se contentou somente
de rezar; quiz Elle mesmo ir atráz dos peccadores, não
se poupando aos raios do sol ardente, fazendo caminha­
das penosas e longas!
Missionaria que não te poupas, pareces-me o Divi­
no Missionaria, percorrendo as ruas e cidades em bus­
ca de seus filhos para lhes mostrar a felicidade eterna.
Sim, Missionaria, a tua vocação é sublime; é um.a
necessidade para estes tempos, em que o mundo se acha
tão cheio de impurezas e vicios !
Missionaria, é nas grandes cidades o teu maior tra­
balho, porque nellas se acham os antros de perdição,
onde as donzellas perdem seu pudor, onde as creanças
são levadas pelos seus proprios paes para perderem sua
lnnocencia !
Sim, Missionaria, grande é teu campo de acção no
meio destas cidades, para mostrar a estes paes o perigo
a que expõem seus filhos innocentes !
Grande é teu campo de acção! mostrando ás don-

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zellas tão corrompidas, já pelos cinemas, theatros e mo-.


das . escandalosas, o perigo em que se acham de perder
suas almas se assim continuarem!
Sim, Missionaria, grande é teu campo de acção no
meio de tanta miseria que se alastra peb humanidade!
Tirar essas almas de tantas immundicies e leval-as aos
anjos de minha Santa Igrej.a militante é trabalho arduor
porém, grande é a tua recompensa.
Missionaria, lembra-te que o Divino Missionaria não
fez sua obra sem lhe custar seu proprio Sangue!
Sim, tu, fambem has de ser immolada na cruz dos
que não te comprehendem, como não comprehenderam
ao Divino Missionaria, chamando-o de louco! Tu, tam­
bem has de ser chamada· de louca!
Alma Missionaria, por muitos has de ser bemdita e
por muitos has de ser escarnecida! Muitas serão as
bofetadas que has de levar, sim, bofetadas de inju­
rias, mas, tu, com o doce sorriso de teu Mestre, chega­
rás a conquistas, chegarás á victoria, onde, depois de
um doce trabalhar pelo teu Mestre querido, gozarás da
recompensa das almas .apostolas, tendo no céo a conso­
lação de ver muitas almas, que, se não fosse a tua abne­
gação, estariam perdidas pAra sempre!
Missionaria de Jesus Crucificado, a tua vocação é
sublime; porque não ha mais sublime victoria do que a
conquista de uma alma!
Salvar uma alma é predestinar a sua propria para
o céo!
ó beire,a não apreciad1, ó sublimidade não com­
prehendida - salvar uma alma! Só, ó meu Deus, aquel­
les que vos conhecem podem comprehender o quanto
vale salvar uma alma! Missionaria, enche-te de santo
enthusiasmo e dá, se fôr preciso, teu sangue para sal­
var uma unica alma, porque só uma alma vale mais do
que tudo o que existe neste mundo corrupto! Sim, uma
alma vale o sangue do Cordeiro Immaculado!
Oh! todos os que fordes chamados á vocação Mis­
sionaria, enchei-vos de santo enthusiasmo e dizei como
o apostolo São Paulo: Eu me glorio em ser apostolo de
Christo Crucificado e não desejo pregar a não ser Chris­
to Crucificado. Sim, deveis servir ao Senhor na alegria,
porque, olhando para vossa nullidade, fez em vós gran­
des cousas, como instrumentos de sua misericordia.
Sim, a Missionaria não é outr.a cousa do que ins­
trumento nas mãos de Jesus Crucificado, para exercer
a sua misericordia. A's vezes estes instrumentos são tão

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nullos e tão pouco apreciados pelos homens I E' que o


Rei da misericordia escolhe os pequenos, os humildes,
par.a que mais a sua gloria resplandeça, por isso Deus
não precisa para suas grandes obras de grandes ho­
mens, pois o que Elle deseja são homens de boa von�a­
de e faceis de serem amoldados segundo o seu Coraçao;
por isso, o maior predicado de uma alma, que deseja ser
Missionaria, é ter boa vontade.
Paz n.a terra aos homens de boa vontade; paz, Mis­
sionaria, terás nesta vida e na outra, porque és alma de
boa vontade, que não contente em te salvares, desejas
que todos se salvem.

A QUE E' CHAMADA UMA l\'1ISSIONARIA

Eu sou o Sól que aquece e illumina. Eu vos saúdo,


dando-vos a minha paz pelas mãos de Maria, minha
Mãe.
Eu sou Jesus do Tabernaculo, o Sol do mundo que
deseja derreter o gelo dos corações, por vosso interme­
dio, minhas pombas, minhas Missionarias.
Atráz destes céos eucharisticos Me acho escondido,
não á vossa fé, mas, sim .a tantos corações frios e in­
differentes, que passam e repassam diante deste thro­
no divino, com o coração gelado pela indifferençal
Vós, amadas esposas, deveis-Me levar a estes cora­
ções para que se derreta tal gelo.
Como é doloroso estar no meio dos homens por seu
amor,. e ser por elles mesmos desprezados!
Minhas esposas, vós podeis fazer o que hoje Eu não
posso fazer; podeis ir .atráz dos peccadores e com a mi­
nha graça trazei-os a mim, pois Eu aqui occulto não
posso ir, entendeis-Me? Sim, Eu vou comvosco, porque
sem mim nada podeis fazer, com respeito á salvação das
almas, m.as vós sois quem Me conduzis! ó nobreza a da
alma Missionaria I Qual outra Mãe Me levaes nos bra­
ços; levaes-Me no coração, e conforme o seu calor, assim
será o resultado no cor.ação do peccador.
Qu::1,ndo fôrdes á procura de um peccador, Ievae-Me
no coração como um sól para derreter o gelo dos cora­
ções dos peccadores!

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Já pensastes bem nisto? Quão nobre é vossa missão,


amadas filhas! ...
Servirdes de Mãe de vosso Deus! ...
Sim, sois · minha Mãe, porque fazendo-Me crescer
nos corações de boa vontade, nos corações dos peccado­
res Me fazeis nascer 1
Eu vos bemdigo e vos dou minha paz, convidando­
vos a fazerdes vossa morada no meu Coração, para que
deis fructos de vida eterna.
Jesus vosso tudo, vossa recompensa, o sól de vossas
almas.
Do Tabernaculo Santo, pelas mãos de Maria.
27-11-1930.

O THESOURO DO INSTITUTO DAS


MISSIONARIAS DE JESUS
CRUCIFICADO

A mais rica joia desse Thesouro é certamente a de­


voção a N. Senhora das Lagrimas, de modo particular
traduzida na su.a Corôa.
Innumeras graças espirituaes e temporaes têm sido
alcançadas pelos devotos da Corôa de N. Sra . das La­
grimas.
Podemos garantir que centenas de milhares de exem­
plares explicando a corôa Já foram impressos e reim­
pressos em nove linguas, distribuídos pelo mundo.
E' muito salutar a formação da Arca da Salvação,
que consiste em combinarem trinta familias, rezando,
por amor, cad� uma a Corôa no seu dia escolhido no
mez, sendo possivel ás 7 horas da noite, a Hora de Ma­
ria, hora de sua soledade,
Muitas graças alcançarão os devotos de N. Senhora,
que assim honrarem suas bemditas lagrimas.
Attestamos que milhares de familias já estão nessa
Arca bemdita, rezando pela sua santificação e salvação
do mundo.

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Outra joia não menos preciosa possue o Instituto em


sua mifagrosa medalha de N. S. das Lagrimas.
Em quatro annos, cerca de 400 mil medalhas foram
procur:idas pelos fieis no Brasil e na Europa. Attestados,
com toda autoridade, estão guardados no Instituto, nar­
rando innumeras graças alcancadas tambem pelos que
devotamente trazem essa medalha.
J:m vista do extraordinario desenvolvimento dessas
deTo�ões, o Instituto organisou uma secção especial de
nronaganda. onde se encontram curicifixos, .'3.s corôas
brancas, as medalhas. os cartões azues nara inscrincão
na Arca, folhinh.q,s com iar.ulatorfa.s da Corôa, Santinhos
P.sner.h1.es e de N. Sra. das La1rrimas. Ima!!'Pns de tres ta­
manhos de 'N'. S. das Lag-rimas e Jesus M�nietado. M."1.­
nual de N. S. das Lacrrlmi:i,s nll.ra os sem; devotos. Dire­
ctorlo p0,ra a v!sitJt rlo:rnlr.illaria rlP. N. S. rl!:!.s Lae:ri:rn::ts.
Jl'achr,s n� Luz. Llr.r.ões de Jesus Victim,:i, P Glorias P Po­
ner de N. S. das La.P"rim::ts Dn PreslrUr, rle Amnr. livros
interPl':Sa.Tit.Ps n<>l,:i, !:11�. dm,trin::i r,i�r:los�. "' in�t.r11r,:t. i ,r�..
Jl'!sl'les ohiect.os t.odns..'l nrPros de nromil!::tnda, são re­
mett.ldns nela Trmí:í PTJcarre,rad::t nr, Instit.ut.o.
Para auantidade h�. grande reduccão nos nrE>cos. Pe­
cam Informações ao Instit11to d::i.s Missionari.qs ae ,Tes-us
Crucificado. aue. fundado h::i. seis annos anenas. já con­
ta com mais de 200 missionarias e onze c'1.sas todas em
�rande actlvldade neles interesses de Deus. nelas dorias
de Marta e da Ig-refa. e pela conversi'í.f') dns pecr.aclorPs.
O Instituto nubllca a rPvlsta "Miss�onaria de .Jesus
Crucificado" comnleta e unlcl\ no e-P.nPro. cuifü,ndo da
11scetica. da mvsttca. rio C!:!.tPr.!smo. na historia, da ana­
logia e d.4 ar.cão c::iJ.holka das mh:sionl\ri"ls.
Qua!nu<>r informará.o spi:::i ne(Hrl.::t á M!:!<frP a�. C.1.sa
Vii.e do Instit.11t.o. ('!('l.mnln!:!c:: F.st.::i.ctn rlP. R. P�uln. semnrP.
Aherta a rer.Pbe...- nl�fios::i.s jovPns. 011e. r.nm .TPc::ns Crn�i­
:l'icAdn P. N. S. di:ts LA.!!'rirn::is, n11 <>h-am como Missionarias
trab�lh�.r no sant.n �no.c;tol.!l.dn rlr, mesmo.
O Instftut-0 visfvelmí'ntP nrotP'!'lrl.o neJn �ér,. P.rn r.R­
sos Psnectaes. c'llsnerisa o �ot.P. de c::nlls cs:i.ndlclatas á vida
religfosi:i.. uma VP.7. mtP. SP .<inresent.Pm hem TPCOmmo0nd0.­
rt::i:s. com ho� saude e dotadas de estudos ou de outras ar­
tes fP.m1nlnas.
P.s interPss0di:is nP"Fl.m a Breve Notkh do I-ostit.n.
to á M:ldre da Casa Mãe.

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DO PRESIDIO DE AMOR

INDICE
Paginas
Do Presidio de Amor .. .. .. . . .. .. .. . . 4
Amoroso appello de Jesus na Eucharistia .. 5
Porque Jesus ficou no Sacrario .. .. .. .. .. 6
O Tabemaculo, mina de ouro santo .. .. .. .. .. . . 6
Sem a Communhão não haverá Sa.ntos .. .. 10
Preso por amor .. .. . . . . .. . . .. .. .. .. 12
Jesus, Pae, paga as dividas dos filhos•.. .. .. 17
Victima voluntaria .. . . .. . . .. .. .. .. . . 18
Soffrer pelo Prisioneiro de Amor . . .. .. . . . . 19
Desafôgo de Jesus na Eucharistia 19
Desafôgo de Jesus na Eucharistia 20
Desafôgo de Jesus na Eucharistia .. 21
O amor não é conhecido . . .. . . .. 21
Agonia de amor 1 . • • • . • • • • • • • • • • • 23
Jesus abandonado .. .. .... .. .. .. .. .. 24
Mendingo Divino . . . . .. . . . . .. . . .. .. . . 26
Guia Divino .. .. .. .. .. .. . . .. .. . . . . . . 26
Amarguras ·sem queixumes .. .. .. .. .. .. 27
A Eucharistia é a vida da Igreja .. .. .. . . 28
Coração de Jesus ultrajado por novos Judas .. 29
As maneiras do meu amado .. . . . . .. .. 31
O Banquete dos pobres .. .. .. .. .. .. . . . . �2
O Palacio do meu amado .. .. .. .. . . .. .. 33
Feliz abandono no Exilio .. .. .. .. .. . . .. 35
Humilhar-se é mostrar-se grande nas obras .. 36
O zelo .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. 38
Escola Divina .. .. .. .. . . . . . . .. .. . . 40
Tenho razão de me aueix:1r . . . . .. . . .. .. 43
O Anjo da Eucharistia .. .. .. .. .. .. .. 44
o Anjo do Cenaculo . . . . .. . . .. .. .. .. .. 48
De como Jesus soffre .. .. .. .. .. ..... . . 49
A humildade no Tabernaculo .. . . .. . . 50
Soffre. filha, soffre. .. . . . . .. . . .. .. 53
As delicadezas do amado .. . . .. .. .. 53
A m':l.nsão celeste é o premio do esforço 57
Imitae minha bondade e amabilidade .. .. 60
Os humildes são o meu céu na terra 63
Sêde de almas . . . . .. · .. .. .. .. .. .. 66

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Paginas

Soffrer commigo e por mim é gozar . . . .. .. 67


A simplic:dade e a humildade . . . . . . . . . . 69
Jesus se queixa - sua maior dôr . . . . .. . . .. 71
Presidio de amor . . . . . . . . . . . . .. .. . . . . 72
As minhas humilhações são a vossa força . . 75
Consolae aos que choram e eu vos consolarei 78
A sciencia das sciencias no ltvro de duas p:1ginas 80
Como devemos interceder pelos pobres peccadores 83
Como consolar a Jesus nos dias de carnaval . . . . 86
Cooperemos com a misericordia para nossa santi-
ficação .. . . . . . . . . . ... . . . . . . . .. . . . . 90
Jesus tinha sêde e fome n?, Quinta-feira Santa . . 93
Confiemos cegamente em Jesus . . . . . . .. .. .. .. 98
Amor Generoso, Jesus no Cenaculo vos- ensina a
sofffer generosamente .. . . . . . . . . . . 99
O v::i.lor de meu sangue derramado por amor 102
As divinas esmolas .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 104
Todos fostes chamados ao banquete .. . . . . 108
A vocação sacerdotal . . . . . . . . . .. . . . .. . . 110 -
O que deve ser o sacerdote aos pés do sacrario 112
Os sacerdotes sal da terra .. .. ... . .. . . . . 114
O sacerdote sól do mundo .. .. .. . . .. .. . . . . 116
A dtglndade e a resoonsabllidade do sacerdote . . 117
Esperancas consoladoras e queix'ls de um coração
aue é todo amor .. . : . .. . . . . . .. . . . . . . .. 120
Padre, pelas almas, dae a vida .. .. . . . . .. . . . . 122
Offerta das Lagrim.as de Maria a Jesus s::i.crnmP.n-
tado para a santificação dos ministros do Se-
nhor . . ..• .. .. . . .. . . . . .. .. 124
Mari1t conversimcio com um seminarista .. .. . . . . 126
A !!f!'!.C,'l da vocacão reliidosa .. . . . . . . . . . . . . . 1?.8
SubUm1 dade da vocacão relie;iosa .. . . . . . . . . . . 130
As almas consa!!'radas a meu servico sã.o rebentos
de meu coração . . . .. . . . .. . ·. . . . . . . 132
A sublime dignidade de uma esposa de Jesus . . . . 134
O livro da. esposa de Jesus . . . . . . .. .. .. . . . . . . 137
O céu das esposas de Jesus . . .. . . . . . . . . . . . . . . 141
O cantlco mais bello de minha Igreja é a vocação de
anostolos .. . . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . .. . 143
.\ missionaria, ambul1t ambulante . . . . 145
A mission:�.ria, anostoll\ de meu amor . . 147
Missionarias. sêde veronicas . . . . . . . . . . . . .. 149
A voca.cão mlsslonaria . . .. . . . . .. . . .. . . .. 152
A aue é chamada uma missionaria .. .. . . . . . 155
O thesouro do Instituto das missionarias de Jesus
Crucificado .. ...... .. , . .. .. ... , . . .. .. 156

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