Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pré-Exílicos
Reginaldo Pereira de Moraes
Curitiba
2021
© Os direitos de autoria e patrimônio são reservados ao(s) autor(es) da obra e às Faculdades
Batista do Paraná (FABAPAR). É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta
obra sem autorização da FABAPAR.
Atenção:
Sempre que você vir uma palavra colorida no meio do texto, clique sobre ela!
Sumário
Apresentação....................................................................................6
1. Introdução ao Movimento Profético na Bíblia............................8
1.1 Definições Iniciais sobre os Profetas (Tipos e a Escola/Profissionais)...9
Síntese do Capítulo...........................................................................40
2. Deus não Tolera a Pecaminosidade:
um Panorama aos Profetas Oséias, Amós e Miquéias..................42
2.1 O Livro do Profeta Oséias...................................................................................... 43
Síntese do Capítulo...........................................................................77
Referências........................................................................................79
< voltar
Apresentação
Olá! Sou o professor e pastor Reginaldo Pereira de Moraes. Estudei
Teologia na FABAPAR e fiz a integralização pela FEPAR, especializei-me em
Liderança Pastoral pela FABAPAR e concluí meu Mestrado e Doutorado,
também em Teologia, pelas Faculdades EST. Tenho atuação ministerial como
pastor auxiliar desde 2003, e dedico-me à docência desde os idos de 2004.
6
1. Introdução ao Movimento
Profético na Bíblia
< voltar
Legenda: GREBBER, Pieter de. O Profeta Davi – Rei Davi em Oração (original: David the
Prophet – King David in Prayer). Entre 1635-1640. 1 original de arte: colorida.
Nashville, TN, Estados Unidos da América. Coleção: Art in the Christian Tradition
(Vanderbilt University). Disponível em: http://diglib.library.vanderbilt.edu/act-imagelink.
pl?RC=57280. Acesso em: 14 jan. 2021. Domínio público.
#Pracegover: A imagem mostra uma pintura com um homem ajoelhado com os olhos
fechados em posição de reverência, enquanto um anjo está nas nuvens acima de sua
cabeça, ungindo-o.
8
< voltar
9
< voltar
1 Neste livro, quando não houver indicação acerca da versão bíblica utilizada é porque
optamos em traduzir o texto diretamente do hebraico.
10
< voltar
conjuga o verbo meditar no modo incompleto porque por mais que ele
gaste o tempo todo meditando, sempre será uma ação inacabada por
conta da grandeza da Palavra de Deus. Não há como esgotá-la.
11
< voltar
12
< voltar
13
< voltar
Tradução
Transliteração Texto
para o Significado geral
do hebraico bíblico
português
Dt 13.1-11,
navi’ profeta Aquele que fala, com ou sem transe.
18.20-22
Um dos primeiros títulos utilizados, tinha
mais a conotação de destacar a habili-
ro’eh vidente I Sm 9.9
dade de se fazer predições (Ex.: vamos
ou não à guerra).
I Sm 9.6I
homem de Pessoa consagrada a Deus (Ex.: Samuel,
’ysh ’elohym Rs 17.18
Deus Elias, Eliseu).
II Rs 4.40
servo de Mesmo com o status que tinham entre o
‘avdey yhwh Am 3.7
Javé povo, ainda eram servos de Deus.
O nome Malaquias pode ser um
mensageiro nome próprio, mas seu significado é
mal’achy Ml 3.1
de Javé “Meu mensageiro”, designando que a
mensagem não era do profeta.
Atalaia,
Mostra a função de se avisar o perigo Ez 3.17 e
tsopheh sentinela,
que está chegando. 33.7
vigia
Destaca a humanidade do profeta,
filho do Ez 3.17,
ben-’adam colocando-o como representante dos
homem 33.7 e Dn 7
humanos.
I Cr 25.5, II
Outra forma de vidente, que recebe sua
hozeh visionário Cr 35.15,
mensagem por meio de visões.
Am 7.12
FONTE: Elaboração a partir de GUSSO, 2014, p. 15-16 e a última linha em SICRE, 2008, p. 76.
14
< voltar
Você deve ter notado que diante de tantas palavras, não é tão simples
achar ou chegar a uma definição que abarque todas as possibilidades que
a terminologia “profeta” leva em seu bojo. No entanto, a partir deste leque
de possibilidades, fica mais fácil entender como e por que homens como
Enoque, Abraão, Moisés, Saul e Davi foram reconhecidos pelo próprio
texto bíblico como profetas. Mesmo que aos nossos olhos, não seriam
de jeito algum. Note que, no fundo, nossa compreensão acerca dos
profetas ainda anda muito atrelada à questão da profecia em si (seja ela
vaticinadora ou não, como aprendemos há pouco). Todavia, precisamos
abrir mais nossas mentes, porque se a Bíblia os chama de profetas, de
fato são. Afinal, é muito mais fácil nossa compreensão estar equivocada
do que a Bíblia estar errada, não é mesmo?
15
< voltar
16
< voltar
Quando Moisés é usado por Deus para retirar seu povo do Egito, a
intenção divina é que eles não possuíssem sempre um líder, como um
rei ou comandante. A ideia seria manter a filosofia nômade, na qual o pai
cuida de sua casa, o avô cuida da aldeia (formada pelas casas de cada
filho), o tataravô seria o zelador da tradição do clã, a reunião no dia a dia
de anciãos (formada pelos líderes de cada clã) tomavam as decisões
de cada tribo, e a reunião esporádica com os principais anciãos de cada
tribo decidiam questões e resolviam problemas relacionados a todas as
tribos. Quando lemos sobre os príncipes do povo, no livro de Números,
não se referem a filhos de reis com direito a algum trono. Pelo contrário,
diz respeito aos representantes do povo.
Observe que quando Saul, Davi e Salomão são ungidos rei sobre
Israel, os anciãos já estavam, gradativamente, perdendo sua influência,
mas os sacerdotes ainda detinham seu poder e autoridade. Ou seja, a
função político-administrativa foi assumida pela monarquia e sua estrutura;
no entanto, as questões relacionadas ao sagrado continuavam com os
17
< voltar
18
< voltar
Os profetas tinham noção disto e por isso eles viviam de tal modo
a proclamar e enaltecer o seu Deus. Além disso, segundo Crabtree, eles
tinham como missão: “persuadir o povo a permanecer fiel e obediente à
vontade de Deus” (CRABTREE, 1947, p. 16), isto porque mais do que qualquer
pessoa ou líder, os profetas compreenderam exatamente os perigos que
cercavam o povo de Deus, que embora tão abençoado, era bem pequeno,
quando comparado às nações inimigas. Todavia, não apenas conheciam
o tamanho do perigo, mas tinham uma doutrina coerente e sólida, a
partir da qual conseguiam ser “portadores da mensagem de esperança
da vitória do reino de Deus sobre todos os seus inimigos” (CRABTREE,
1947, p. 17). Eles ensinavam ao povo sua própria história, os princípios
divinos extraídos da Lei dada por Deus ao seu povo e, consequentemente,
“grandes verdades sobre o caráter de Deus” (CRABTREE, 1947, p. 19).
19
< voltar
E a figura do falso profeta? Embora seja tão comum nos dias de hoje
e no Novo Testamento, o Antigo Testamento não usa esta terminologia,
mas o reconhece como sendo aquela pessoa que diz falar em nome de
Deus, mas não o faz. Por exemplo, em Dt 18.20-22, Deus manda matar
o profeta que disser que falou em seu nome e não o fez. Mas, como
reconhecer este tipo de agente que se diz ser enviado por Deus e não foi?
20
< voltar
21
< voltar
22
< voltar
23
< voltar
Ainda, segundo este mesmo autor, havia três grandes temas que
norteavam e serviam de baliza para o olhar dos profetas: o monoteísmo,
a eleição e a missão do povo entre as nações. O que levava os profetas
a se verem responsáveis por relembrar a história e transmitir a grande
mensagem de que: a) Deus é único e, consequentemente, é o Senhor
absoluto, assim, nada ocorre sem ser de seu agrado; b) Quando Yavé
fez uma aliança com Israel, não significava que as demais nações foram
excluídas de seus planos, tampouco que Israel poderia viver de qualquer
forma, como se fosse um “filho mimado”, pelo contrário, se pecassem
contra Deus, seriam castigados, mas não para sua própria ruína, mas
com o intento de se arrependerem de seus maus caminhos; c) Deus não
escolheu Israel para que tirasse proveito próprio; antes, como um bom
servo de Yavé, deveria levar a bênção e o conhecimento de seu Deus às
outras pessoas e nações.
24
< voltar
#Pracegover: A imagem
mostra uma pintura com um
homem dormindo e dois anjos
estendendo a mão sobre sua
cabeça lhe conduzindo os
sonhos.
25
< voltar
Davis (1996, p. 570) nos lembra que nem todo sonho tem uma
mensagem especial ou é algo comum e cotidiano, como os citados por
Jó 20.8 e Sl 73.20. Todavia, quando utilizados por Deus, eles podem: a)
afetar o ânimo das pessoas, como em Jz 7.13-15 que narra os midianitas
aterrorizados com o sonho que um deles teve e, por outro lado, Gideão se
sente confortado, com o mesmo sonho; b) instruir as pessoas, como no
caso em que Abimeleque foi orientado em como proceder com relação
a Abraão (Gn 20.2-3) ou Nabucodonosor (Dn 2.1,4,36) e o próprio Daniel
(Dn 7.1); c) servir como mensagem profética, anunciando algo que irá
acontecer. Os maiores exemplos desta última categoria estão com
José e Daniel, narrados respectivamente em Gn 41.16 e Dn 2.25-28,47.
Davis ainda nos lembra que quanto mais rara era a revelação especial
de Deus, maior a quantidade de sonhos sendo utilizados como meios de
sua manifestação e orientação. E, assim, como havia recomendações
para os que profetizavam falsamente, Dt 13.1-5 também recriminava os
sonhadores ou seus intérpretes que usassem esta técnica para proceder
de modo leviano.
26
< voltar
27
< voltar
momento seu subconsciente conseguia captar algo que sua mente “sã”
não conseguiria. Quando retornava a si, sabia diferenciar as duas coisas,
mesmo que não a compreendesse por completo (Cf. Dn 8.27). O mais
comum era um profeta entrar em transe por estar muito tempo sem se
alimentar, como ocorreu com Daniel (10.2-4), mas também podia ocorrer
de o êxtase acontecer sem um motivo aparente, como em Dn 7.15 e II Rs
8.11 ou causado especificamente pelo Espírito de Deus (I Sm 19.23-24).
28
< voltar
A sexta forma de Deus revelar seus planos é por meio de sua voz, como
trovão. Embora a palavra hebraica kol possa significar voz e som, quando
relacionada a este tipo de revelação geralmente é uma fala mais “subjetiva”,
por exemplo, como no caso em que Deus falava com Moisés no Monte Sinai,
mas o povo só ouvia o barulho dos trovões (Êx 19.16-19). Outros textos como
Jó 37.4-5 e 40.9 e o Salmo 29 mostram a grandeza divina e sua predileção
em se comunicar por meio dos trovões. Teologicamente, a comparação
da voz de Deus com a de trovões é uma figura de linguagem para mostrar
o quão profunda, impactante e clara é essa voz, além de declarar seu
poder e majestade. Obviamente, você já deve ter notado que este uso não
nos ajuda muito a compreender como era de fato o falar de Yavé. Mesmo
porque, enquanto para o profeta era algo nítido e certeiro, para as demais
pessoas era simplesmente um som barulhento e quase insuportável.
29
< voltar
Para uma melhor compreensão dos termos, toda vez que lermos
as seguintes expressões “e veio a palavra do Senhor” ou “e disse Deus”,
o melhor seria interpretá-las da seguinte forma: “e veio a revelação do
Senhor”, ou “e comunicou Deus”. Afinal, volto a enfatizar que a intenção do
texto bíblico não era descrever como a revelação foi obtida (pela fala ou
pelo dizer), pelo contrário, são expressões genéricas que enfatizam muito
mais quem agiu do que como foi sua ação.
Aqui, resta-nos ainda esclarecer que por maior que fosse qualquer
uma destas formas de revelação escolhida por Deus para se revelar ao
seu servo, a revelação divina sempre foi gradual, progressiva e nunca em
30
< voltar
31
< voltar
ali mesmo interpretou e disse seu significado para o rei (Dn 5.17-28), ou
Jonas que gritava pela cidade sua pequena frase de condenação (Jn 3.4);
dentre outros exemplos que mostram os mensageiros de Yavé falando
diretamente sua mensagem a quem de direito.
32
< voltar
Quando falo que Jeremias era o que mais escrevia, digo isto
me referindo à sua apresentação imediata; pois muitos outros também
escreveram ou tiveram suas mensagens escritas, algum tempo depois de
ela der sido pronunciada a seu público-alvo. Como Jonas, por exemplo, que
tem uma escrita muito depois do acontecido. Quanto a esta importância
de se escrever a mensagem, de imediato ou algum tempo depois, Zimmerli
(citado por SICRE, 2008, p. 174) nos aponta pelo menos três razões para
as quais isso ocorria: a) para ficar ainda mais impregnada, pois além de
ouvir a mensagem, o ouvinte poderia depois olha-la e lê-la; b) para servir
de testemunho de que a desgraça ocorrida poderia ser evitada, caso os
ouvintes se arrependessem; c) para causar um impacto ainda maior, como
se estivesse sacudindo os ouvintes, uma vez que era escrita.
33
< voltar
34
< voltar
35
< voltar
por Hananias (Jr. 27.1-12); e) a ida de Ezequiel para o deserto (Ez 12); f) a
ordem para Ezequiel não ficar de luto pela morte da esposa (Ez 24.15-27);
g) a confecção de duas coroas por Zacarias (Zc 6.9-15), entre outros casos.
36
< voltar
Nosso foco, aqui, é falar não sobre os profetas e suas mensagens em si,
mas enfocar o texto escrito e, principalmente, a estrutura por trás desse texto.
Quando estudamos e lemos os livros proféticos, percebemos que certas
profecias acabam se parecendo umas com as outras. Em outras palavras,
parece haver certo padrão ao se relatar determinados tipos de mensagens.
Quanto a isso, Sicre (2008, p. 102) nos diz que as principais fórmulas proféticas
podem ser enquadradas em dois grupos distintos. Um que enfatiza que
a mensagem chegou ao profeta por meio de sua interpretação e outro que
evidencia que a palavra é de Deus e não do profeta. Ele dá como exemplo,
na primeira categoria, as 233 vezes em que aparecem as expressões do tipo:
“veio a palavra do Senhor” ou “disse o Senhor”.
37
< voltar
“fala o Senhor”. Todavia, não me parece ser algo tão distinto e claro assim.
Acredito muito mais que estas duas formas de fórmulas especiais em
vez de se distinguirem se complementam. Ou seja, nestas 1133 vezes em
que uma destas afirmações aparecem, a intenção dos profetas é muito
clara em declarar que “a palavra transmitida não é ocorrência pessoal,
nem fruto das ideias próprias, mas palavra de Deus.” (SICRE, 2008, p. 102).
38
< voltar
39
< voltar
Síntese do Capítulo
Neste capítulo você viu algumas definições importantes sobre o
profeta e sua mensagem. Ele não é como os magos que procuravam
manipular seus deuses, muito pelo contrário, como servos que são,
procuram estar atentos àquilo que Yavé os revela. Tiveram seu surgimento
quando os líderes deixaram de comunicar e ensinar o povo acerca dos
desígnios divinos e quanto maior era o distanciamento do povo de seu
objetivo inicial, mais enfáticos eram os profetas em alertá-los.
40
2. Deus não Tolera a
Pecaminosidade: um Panorama
aos Profetas Oséias, Amós e
Miquéias
< voltar
42
< voltar
43
< voltar
44
< voltar
estar atento ao fato de que o julgamento divino estava bem próximo e que
traria muita destruição, sem qualquer misericórdia porque Deus havia
rompido os laços filiais com seu povo. Com estes três nomes, Deus estava
dizendo que não reconhecia mais Israel como seu próprio povo e por isso
estaria castigando de forma extremamente severa sem qualquer tipo de
misericórdia.
45
< voltar
46
< voltar
47
< voltar
48
< voltar
49
< voltar
50
< voltar
51
< voltar
52
< voltar
53
< voltar
54
< voltar
55
< voltar
56
< voltar
Sim, Amós não era do Norte, ele era de Judá, da cidade de Tecoa
(Am 1.1), ela ficava “há uns dezessete quilômetros ao sul de Jerusalém”
(SICRE, 2008, p. 244) e, principalmente, não pertencia à chamada classe
profética (II Rs 3.4; Am 7.14). Embora não haja nenhuma referência bíblica
para este uso, mas diante do fato de que o profeta anterior teve toda sua
vida usada como mensagem dramatizada, torna-se, no mínimo, curioso
que a cidade de Tecoa era considerada, segundo Gusso (2017, p. 51), “um
lugar de se tocar a trombeta de alarme (Jr 6.1)”.
Talvez por isso este profeta tenha sido tão enérgico em suas
palavras, que embora poucas, menos de duas mil, no livro todo, produzem
um impacto tão grande que ainda hoje, dentre os profetas, é o mais
estudado. Principalmente porque sua mensagem continua tão atual
quanto o jornal desta manhã. Suas críticas contra a injustiça, a corrupção
e a favor de uma religião verdadeiramente capaz de unir o eterno com o
dia a dia daquele que se diz adorador, continua essencial e extremamente
relevantes ainda hoje.
57
< voltar
58
< voltar
59
< voltar
60
< voltar
I – Am 1.-2 Prólogo;
II – Am 1.3-2.16 Profecias de proclamação de castigo para Israel e
as nações vizinhas;
III – Am 3.1-6.14 Sermões contra a Infidelidade do povo;
IV – Am 7.1-9.10 Descrição de cinco maneiras que mostram a
indiferença e oposição de Israel contra o Senhor;
V – Am 9.11-15 Promessa de restauração, caso haja arrependimento.
Aqui também é interessante destacar a grande relação entre a
profecia de Amós e as questões morais expressas no pentateuco. Para
isso, apresentaremos tais informações, em forma de quadro, para uma
melhor visualização:
61
< voltar
62
< voltar
63
< voltar
64
< voltar
65
< voltar
um símbolo da morada divina, mas ele de fato habita entre o seu povo,
desde que este de fato viva a sua palavra.
66
< voltar
67
< voltar
Fazer parte do povo escolhido por Yavé não significa apenas privilégios,
antes, tem muito mais uma característica de responsabilidade direta e
indireta. Pois, enquanto vai se vivendo de forma a cuidar de si mesmo e,
simultaneamente, a agradar a Deus, também vamos fazendo com que o
seu nome seja conhecido em toda a terra, como nosso testemunho.
68
< voltar
Legenda: EYCK, Hubert van. Altar da Ovelha Mística – Profeta Miquéias (original:
Altar of the Mystical Lamb – Prophet Micah). Entre 1426-1432. Retábulo. Nashville, TN,
Estados Unidos da América. Coleção: Art in the Christian Tradition (Vanderbilt University).
Disponível em: http://diglib.library.vanderbilt.edu/act-imagelink.pl?RC=48723. Acesso
em: 14 jan. 2021. Domínio público.
#Pracegover: A imagem mostra um homem olhando para baixo com um livro ao seu lado
e uma faixa acima de sua cabeça com dizeres em latim.
69
< voltar
70
< voltar
71
< voltar
72
< voltar
73
< voltar
seu extermínio e, a julgar pelos relatos históricos, embora Judá não tenha
sido dizimada pelos Assírios, como foram as tribos do Norte, dezenas
de suas cidades foram destruídas e a queda da grandeza adquirida por
Uzias foi gritante. Ou seja, mesmo que Judá não tenha sido totalmente
devastada, ela foi de forma terrível e vergonhosa, o que não tiraria o crédito
e a destreza de tal profecia.
74
< voltar
de o povo não querer a Deus, o Senhor estará sempre com aqueles que o
invocarem (Mq 2.13). Aqui, as palavras rei e senhor se referem à mesma
pessoa, ao próprio Yavé, que estaria no meio do próprio povo.
Por fim, convém lembrar mais uma vez do constante uso de paralelos
e sinônimos pelo profeta. Como fazer-se calvo e tosquear-se (Mq 1.16);
Jacó, Israel, Jerusalém e Sião (Mq 3); Assíria e Ninrode (Mq 5.6); perdoar/
esquecer e pecado/transgressão (Mq 7.18). Chamamos especial atenção
para esta última citação. Normalmente, este versículo tem sido utilizado
75
< voltar
76
< voltar
Síntese do Capítulo
Neste capítulo aprendemos que Deus tem aversão imensa contra
todo e qualquer tipo de pecado. Quando o pecador é arrogante, parece
que o deixa ainda mais indignado. Todavia, da mesma forma que sua fúria
é imensa, sua benignidade também o é. Yavé sempre se mostra disposto
a perdoar o pecador contrito e arrependido. Neste capítulo, também
conhecemos um pouco sobre a história de três profetas que tiveram um
papel de extrema importância na exposição do pecado de seu próprio povo
e das nações vizinhas. Foram eles, Oséias, Amós e Miquéias. Escolhidos
e arrolados neste primeiro grupo porque a mensagem e a ênfase dos três
foram bastante parecidas.
77
< voltar
assim como um leão não vacila em seu território, o Senhor trará a juízo
os perversos. Isto é tão forte que só se passaram cerca de três décadas
após o final do ministério de Oséias, e, talvez, umas duas décadas a mais,
depois das palavras de Amós, para Israel, tão altivas e soberbas em sua
ganância e corrupção, cair ao ponto de nunca mais se poder reconhecer
quem são os descendentes de suas tribos.
78
< voltar
Referências
ARCHER JÚNIOR, G. L. Merece confiança o Antigo Testamento?
Panorama e introdução. São Paulo: Vida Nova, 1986.
79
< voltar
SICRE, José Luis (Org.). Os profetas. 2. ed. Tradução de: SILVA, José
Afonso Beraldin da. São Paulo: Paulinas, 2007.
80
< voltar
SICRE, José Luis. Los dioses olvidados: poder y riqueza em los profetas
preexílicos. Madrid, 1979.
STOTT, John R. W. O perfil do pregador. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2005.
81