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Introdução a Bibliologia

Aula inaugural

Todo estudante de teologia, deve ser capaz de responder 3 perguntas básicas, A


bíblia é válida nos dias atuais? Ela é ou apenas contém a Palavra de Deus?
Quanto eu estou compromissado em fazer valer aquilo que defendo das
Escrituras?

1- Por que a igreja romana, apesar de usara mesma Bíblia que nós, ainda
concilia a idolatria aos seus cultos?
2- A Bíblia que possuímos é ou contém a Palavra de Deus?
3- Como e quando surgiram as Escrituras, como foi o processo de escolha dos
livros em que se reconhecem a inspiração divina?
4- Quais são as formas analíticas em que a Bíblia se divide na sua organização?
5- Explique: Inspiração, Revelação e iluminação:
6- O que são livros apócrifos? São válidos? Como?
7- Leitura Sugerida: Introdução Bíblica - Como a Bíblia Chegou Até Nós
Norman Geisler / William Nix
8- Leitura Obrigatória – A Bíblia completa 3 capítulos ao dia
9- Processo canônico
10- Em defesa da Bíblia

1- O que é a Bíblia?
A Palavra bíblia significa literalmente “escritos” ou conjunto de escritos, a
bíblia aceita pela comunidade internacional possui 66 livros, sendo 39 no Velho
Testamento (VT ou AT) e 27 no Novo Testamento (NT), através dos séculos
cerca de 40 homens de Deus receberam por inspiração aquilo que
reconhecemos como sendo a Palavra de Deus, e transcreveram segundo seus
conhecimentos contemporâneos, pode parecer obvia essa afirmação, mas ela
justifica muitas objeções a divina inspiração das Escrituras, por exemplo, sabe-
se que, segundo a ciência, o Sol está imóvel e os planetas orbitam a sua volta,
como pois pode ter Josué orado e o Sol parado, o milagre seria se ele tivesse se
movido, pois parado ele já está, porém, na cultura contemporânea cria-se que o
sol que orbitava a Terra, Moisés pois escreve o acontecido com a cultura que
lhe era possível em sua época, esse argumento é amplamente usado em
Universidades para descreditar a inerrância Bíblica, doutrina que
veementemente apoiamos.
➔ Para discussão:
Jonas e o grande peixe, seria possível? Uma torre que chegue ao céu, Diluvio
universal.
“A Bíblia é a palavra de Deus, totalmente inspirada pelo próprio Deus, é a
nossa única regra de fé e prática, totalmente inerrante, infalível, está apta e
atual para nos guiar, exortar, repreender e instruir em toda justiça, aferidor
máximo de autoridade da igreja, carta régia e imutável de Deus aos seus
filhos”.

A Bíblia é o maior “best seller” da humanidade, o primeiro livro a ser


impresso, (Sec XV por Gutemberg) o mais traduzido em todo o planeta (+ de
2500 línguas e dialetos), com maior número de edições, embora tenha sido
escrito por “co autores” de épocas diferentes e muitos sem ao menos ter contato
com outros trata de um assunto em comum, são mais de 40 escritores, começou
a ser escrita a aproximadamente o ano de a.C 1445 sendo que o último livro a
ser escrito, o Apocalipse data de d.C 96, compondo assim aproximados 1600
anos de obra literária, e mesmo com a diferença entre o escritor inicial e o final,
todo o livro trata de um mesmo assunto, não se contradiz e é plenamente
conexa, isso por si só é de uma grandeza imensurável, pessoalmente já li livros
de um mesmo escritor em que em um ele defende uma tese e em outro a ataca,
gerando discordância entre suas obras, a Bíblia simplesmente não possui esse
lapso. Nos seus idiomas originais a Bíblia foi escrita em Hebraico antigo,
Aramaico e grego Koiné, uma das traduções significativas foi a de Jerônimo,
chamado na história de São Jeronimo, ele traduz toda a Escritura para o Latim,
levando mais de 40 anos para esse feito, a sua tradução ficou sendo conhecido
como vulgata e significa literalmente difundida, por se tratar da versão que foi
oficializada pela igreja de Roma no concílio de Trento, a pedido do Papa
Damásio I, São Jeronimo nos seculos III e IV empreende a sua obra que mais
tarde se tornaria a versão oficial da Igreja Católica Romana (ICR).

2- Composição e divisão Gramatical


Os 66 Livros da Bíblia não estão dispostos em ordem cronológica, bem ao
contrário disso, apesar de começar pela descrição do início de todas as
civilizações, acredita-se que livros como o de Jó são anteriores,
cronologicamente, a Moisés e quaisquer outros personagens, os Hebreus
detentores a primeira Aliança na sua compreensão subdividiram as Escrituras
usando uma ordem temática, citada as vezes pelo próprio Jesus, (a lei e os
profetas) de forma organizada temos:

- O Pentateuco (Lei): que são os


primeiros cinco livros de nossa Bíblia
- Os Livros Históricos, 12 ao todo
- Poéticos ou sapienciais 05 Livros
- Proféticos: 17, sendo 12 os Profetas
menores e 05 os Profetas Maiores.
Essa divisão é conhecida como didática,
ou seja, ela não existia nos escritos mais
antigos, mas era vista e comentada
sempre desta forma, como a divisão
capitular, ela não existia, mas foi
organizada como forma didática, a saber, a Bíblia de Genebra, 1560 DC foi a
primeira Bíblia impressa com a divisão de capítulos e versículos. A divisão de
assuntos, ou didática das Escrituras não diminui a importância de certos livros
nem eleva os demais, apenas os condiciona a realidade da sua compreensão
3- Conceitos fundamentais da Bibliologia
Como em toda ciência o termo “Bibliologia” se define por ser a ciência de
algum escrito, no nosso caso é a ciência que estudas as sagradas Escrituras,
3.1- Inspiração: O Espirito Santo é a fonte única que define a essência das
Escrituras, quando dizemos, teologicamente o termo Inspiração estamos nos
referindo a obra do Espírito Santo santo sobre homens, autores bíblicos, para
que fosse escrito exatamente o que Deus lhes estava ditando/inspirando, essa
obra se concluiu com o término da Inscrição bíblica, ou seja, teologicamente
falando a inspiração se deu e terminou, existem formas, no entanto, de
entendermos esta inspiração, as três principais interpretações são:
- Verbal Dinâmica: Basicamente seria a testemunhal, autores bíblicos que
presenciaram e fizeram seus relatos sob a tutela cuidadosa do Espirito Santo
- Verbal Mecânica: Seria a ação cara de Deus, através do Espírito Santo ditando
palavra por palavra do que deveria ser Escrito
- Inspiração Geral ou Limitada: Já no teor desta reflexão, os autores haveriam
recebido da parte de Deus sinais, sonhos, ou mesmo mensagens vindo de fontes
divinas (anjos etc) e por seu próprio conhecimento escrito em suas próprias
palavras e se havendo erros, o Espirito Santo não os corrigiria, justificando
assim alguns textos supostamente conflituosos, especialmente em se
considerando a ciência moderna.
3.2- Revelação
A Revelação (lit. tirar o véu). Revelação é o ato através do qual Deus descerra o
véu e comunica a verdade à mente humana, manifestando aquilo que jamais
poderia ser conhecido de outro modo. Teologicamente falando quando citamos
“revelação” não nos referimos ao dom de ciência que foi vulgarizado como
“revelação”, mas o ato de Deus se fazer conhecido ao homem, hoje aceitamos
como validador único o conhecimento Bíblico nos seus 66 cânones, há, no
entanto, ao menos sete maneiras conhecidas de como Deus de revelou ao
homem, ao saber:
a) Pela Natureza:
- Os céus declaram a glória de Deus… (Sl 19. 1-2).
- Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta… (Rm 1. 19-
20).
b) Através da providência.
- A providência é a execução de Deus das dispensações em todos os seus
detalhes (Gn 48. 15; 50. 20; Rm 8. 28; Sm 57. 2; Jr 30. 11; Is 54. 17).
c) Na preservação:
- E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele (Cl 1. 17)
- O qual, sendo o resplendor da sua glória… (Hb 1. 3).
- Nem tampouco é servido por mãos de homens… (At 17 25, 28).
d) Nos milagres:
- Então respondeu Moisés, e disse: Mas eis que não me crerão… (Êx 4. 1-9).
e) Através da comunicação direta:
- Boca a boca falo com ele… (Nm 12. 8).
f) Na Encarnação:
- HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes… (Hb 1. 1).
- Muito tenho que dizer e julgar… (Jo 8. 26).
- No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo… (Jo 1. 1-3.
14).
g) Pelas Escrituras:
- Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação (2 Pe 1. 20).
Todas estas formas, incluindo sua revelação pessoal é atestada pela Palavra
de Deus, a Bíblia se torna aferidor único de toda revelação, mas seria ela a
palavra final?
3.3- Iluminação: É o ato pelo qual o Espírito Santo capacita aos que leem a
Bíblia com o objetivo de entendê-la e aplicá-la as suas vidas (I Co 2. 12; Lc 24.
32, 45). A Iluminação admite graus, podendo alguém ter muita iluminação ou
pouca (Ef 1. 16-18; 4. 23; Cl 1. 9). A isto julgo a possibilidade inegável do
relacionamento com Deus, se há algo que devemos aprender em nossa
caminhada com Deus é que no quesito iluminação, alguns atingem níveis rasos
e poucos níveis mais profundos, quando observamos a história da igreja vemos
alguns personagens que foram bem fundo em seus discursos, compreendendo
coisas que são difíceis até mesmo para serem explicadas, um grupo, um grande
grupo, no entanto, ficam apenas nos rudimentos da fé cristã, pregando e
“papagaiando” sobre a benção de Deus, proferindo frases costumeiras e
máximas de outras pessoas, e por que isso se dá? A resposta é tão simples
quanto fria, níveis de relacionamento, tudo o que faço com maior frequência eu
me especializo, a diferença entre um cirurgião de início de carreira e um já bem
sucedido é exatamente a experiência, um pode trazer inseguranças e até mesmo
erros infantis, e não quero dizer com isso que o leitor contumaz da Bíblia não
possa errar, mas quanto mais recebo iluminação do Espirito Santo, quanto mais
me dedico no conhecimento bíblico, mais seguro fico de minha fé,
consequentemente cometo menos erros, assim sendo, a iluminação se
desenvolve em níveis de relacionamento.
➔ Para discussão:
Defina seu ponto de vista e em relação a isso considere os possíveis resultados a
sua fé e prática

4- A Bíblia é ou apenas contém a Palavra de Deus?


Por mais simples que possa parecer, na resposta a esta simples indagação
habitam muitos “por quês”, Já se perguntou por que a igreja católica mesmo
usando a mesma Bíblia que os evangélicos conseguem exercer o que a Bíblia
condena como idolatria como sendo pratica de fé? Ou porque as doutrinas
espiritas, mesmo pregando o Cristo sustentam a continuidade da vida em
estágios diferentes de existência ao que chamam reencarnação, mesmo sendo as
Escrituras inversamente contrárias a estas doutrinas, aliás existem texto até
mesmo proibindo? Os Islâmicos são descendência direta de Abraão, assim
como os Hebreus e mesmo sendo assim dão um nome diferente a Deus e suas
práticas religiosas são bem diversas até adversas as nossas, quem está certo?
Quem carrega a verdade? Por que? Porque? As perguntas são diversas, e a
verdade é que não há respostas fáceis a nenhuma delas, mas existe um caminho
de considerarmos o por quê destas considerações, na verdade tudo está
diretamente ligado a forma que consideramos as Escrituras quanto ao seu teor,
qual peso aferimos à mesma, tome como exemplo a Igreja Católica Romana
(ICR) se você acessar os escritos abertos ao público no site da igreja, descobrirá
que embora julguem que as Escrituras são a Palavra de Deus e não apenas
contém eles não a julgam como sendo a maior autoridade da Igreja, a Bíblia
como sendo produzida pela igreja em meio aos anos, primeiro entre os hebreus
e posteriormente pelos primeiros cristãos é produto pertencente a Igreja, passiva
assim a sua autoridade, na prática, para os católicos a Igreja Romana é a maior
autoridade na terra abaixo de Deus e não a sua palavra, por isso podem ler lá
condenações a idolatria, mas mesmo assim estabelecer a mesa idolatria como
sendo um dogma da Igreja e como tal obrigatório em sua prática de fé, para a
igreja Romana a Bíblia e os dogmas formam o conjunto do que o cristão deve
seguir para trilhar em sua salvação. No caso do Espírita e algumas igrejas ditas
evangélicas, é mais complexo eles creem, em sua maioria que a Bíblia apenas
contém textos, porções, inspiradas por Deus, mas não o é em sua totalidade a
Palavra de Deus, portanto doutrinas que cremos como a da inerrância (explicar)
não são a eles aplicáveis, mais do que isso como contendo a palavra e não
sendo se fez necessário a intervenção de outros profetas ou gurus que
elucidassem a Palavra de Deus, tais como Alan Kardec, Buda entre outrens.
Para nós, cristãos, especialmente os ditos protestantes em sua mais vasta casta
denominacional cremos que a Bíblia é e não apenas contém a Palavra de Deus,
é portanto, inerrante, infalível, imortal, eficaz e viva, não cremos na Bíblia
como sendo apenas um livro, mas a descrição de uma pessoa, citando João o
evangelista no primeiro capítulo de seu relato, o verbo estava com Deus e o
verbo é o próprio Deus, essa palavra de Ação, Jesus, é a própria palavra viva.

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